a cultura do palco enquadramento

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História da Cultura e das Artes

Módulo 6 – A Cultura do PalcoAno Letivo 2016/2017Prof. Ana Sofia Victor

Êxtase de Santa Teresa (1647–1652), Gian Bernini, Igreja de Santa Maria dellaVittoria, Roma.

O tempo (1618-1715)

A nível político:

Este período caraterizou-se por:

• Surgimento das monarquias absolutas por toda a Europa.

• Triunfo do Parlamentarismo em Inglaterra.

• Na Itália, existiam repúblicas e principados oligárquicos.

Regime politico que vigorou na Europa a partir do século XV e atingiu o seu auge no século XVIII. Existiu na França, Inglaterra, Portugal, Espanha e Rússia.

Características:- O rei detinha todos os poderes: executivo, legislativo e judicial-O poder do rei era considerado de origem divina-As cortes perderam importância e deixaram de reunir-se.

Esta forma de governo foi o resultado de um longo processo de centralização do poder régio em que a nobreza e clero foi perdendo o seu poder.

O tempo (1618-1715)

O Absolutismo

Luis XIV – Dinastia dos Bourbons – ficou também conhecido como Rei Sol –governou a França entre 1643 e 1715.

Henrique VIII – Dinastia Tudor : governou a Inglaterra no século XVII

Elizabeth I – Dinastia Stuart – rainha da Inglaterra no século XVII

Fernando e Isabel – governaram a Espanha no século XVI.

Principais Reis Absolutistas:

D. João V –governou Portugal entre 1707 e 1750

O tempo (1618-1715)

A nível científico:

• Afirmou-se o racionalismo cartesiano (Descartes) e o empirismo de Isaac Newton.

• Grande parte do mundo era já conhecido.

Caricatura de Newton

O tempo (1618-1715)

• Galileu Galilei constrói o telescópio (descobre as crateras lunares) e reafirma o sistema heliocêntrico, já defendido por Copérnico, séculos antes.

• Investimento na ciência e na cultura que permitiu um desenvolvimento da filosofia e do conhecimento científico.

A nível científico:

O tempo (1618-1715)

O julgamento de Galileu, óleo sobre tela, escola italiana, 1633. Coleção Particular

8

Isaac Newton(1642-1727) Blaise Pascal

Nicolau Copérnico (1473-1543 Galileu Galilei (1564-1642) René Descartes (1596-1650

William Harvey (1578-1657)

Cientistas da Época

O tempo (1618-1715)

• Conflitos religiosos entre católicos (países do sul) e protestantes (países do norte), provocados pela reforma luterana e pela contrarreformacatólica.

A nível económico:

A nível religioso:

• Desenvolvimento das práticas capitalistas pelos Estados e pela burguesia mercantil.

O tempo (1618-1715)

• Grande parte da riqueza do Estado está nas mãos da burguesia.

• Agricultura continuava a ser a atividade dominante.

• Aparecimento de politicas mercantilistas em Inglaterra e na França.

A nível económico:

A nível social:

• Consolidação de uma sociedade de ordens.

• Burguesia ocupa os cargos mais importantes.

Uma sociedade de

ordens

• hierarquizada e estratificadaem ordens ou estados.

• Estava dividida em três ordens sociais:

• Clero

• Nobreza

• Povo ou Terceiro Estado

A sociedade de Antigo Regime

O tempo (1618-1715)

• O lugar que cada um ocupava na sociedade era definido pelo nascimento, honra e função que desempenhava

• Cada estrato distinguia-se dos restantes pelas obrigações/direitos, formas de vestir e relações sociais.

• Existia uma fraca mobilidade social

• Existiam os privilegiados (Clero e Nobreza) e os Não privilegiados (Povo ou Terceiro estado).

A sociedade de ordens

O tempo (1618-1715)

• Afirmação do individualismo, do racionalismo, da inquietação científica e do gosto pela investigação.

• Clima de repressão devido à Inquisição (Tribunal do Santo Ofício) e ao Índex.

Ao nível das mentalidades:

O tempo (1618-1715)

Representação de um auto de fé

O tempo (1618-1715)

Índex – lista de livros proibidos em 1758

O tempo (1618-1715)

• Criação das Companhias das Índias Orientais, inglesa e holandesa.

Ao nível mercantil:

Ao nível populacional:

• Aumento demográfico.

Ao nível técnico:

• Avanços que permitem o aumento da navegação marítima.

O tempo (1618-1715)

Guerra dos 30 anos (1618-1648

O tempo (1618-1715)

A Guerra dos Trinta Anos foi um conjunto de conflitos que algumas nações europeias travaram entre si a partir de 1618, principalmente no império alemão. A Guerra dos 30 Anos iniciou-se no Sacro Império Romano Germânico, em 1618, envolvendo luteranos e católicos.Os séculos XVI e XVII na Europa foram marcados por "guerras de religião“, que são também disputas políticas económicas.

Guerra dos 30 anos (1618-1648)

O tempo (1618-1715)

O Espaço (a corte)

A vida na corte:

• Com o absolutismo, os reis centralizam os poderes.

• - surgem as cortes com ambiente faustoso e cerimonioso;

• - os palácios tornaram-se nos locais de poder onde as cortes eram extensas composta por muitos nobres, eclesiásticos, artistas e homens cultos que gravitavam em torno do rei.

• - Luís XIV e o seu Palácio de Versalhes, tornam-se o exemplo mais perfeito deste ambiente.

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

Luís XIV Palácio de Versalhes

Hyacinthe Rigaud, Luís XIV, 1701. Óleo sobre tela, 277x194 cm, Museu do Louvre, Paris, França

BIOGRAFIA

Luís XIV (1643-1715)

Subiu ao trono em 1643 e reinou 72 anos. O seu reinado foi um dos mais famosos da história da França. No seu reinado, a França tornou-se na maior potência europeia. Foi um dos responsáveis pela centralização do poder no seu reino.O reinado do Rei-Sol, símbolo que escolheu para o representar, reflete a forte relação entre a arte e o poder. É dele a famosa frase “O Estado sou eu”.

Perdeu o pai aos 5 anos e por isso, foi a mãe, a rainha Ana de Áustria, que assumiu a regência. Esta rodeou-se dos ministros e colaboradores de Luís XIII, seu marido, para governar o reino.

Aquando a morte do cardeal Mazarino, primeiro ministro e ex-colaborador de Richelieu, é que, em 1661, Luís XIV assumiu pessoalmente o poder.

Incentivou as actividades culturais, uma vez que as considerava, assunto de estado e protegeu os dois maiores autores clássicos da literatura francesa, Racine e Molière.

BIOGRAFIA

Retrato de Luís XIV lembrando o deus Júpiter, 1655.

Retrato equestre de Luís XIV, 1704

Fundou aAcademia de Ciênciasde Paris, cujosmembros eram pagospara produzir ciências,principalmente, parageração de inovaçõestecnológicas ecientíficas quetivessem aplicação naárea militar.

BIOGRAFIA

“O ESTADO SOU EU”

LUÍS XIV “É exclusivamente na minhapessoa que reside o podersoberano... É só de mim que osmeus tribunais recebem a suaexistência e a sua autoridade; (...) aordem pública inteira emana demim, e os direitos e interesses daNação (...) estão necessariamenteunidos com os meus e repousamunicamente nas minhas mãos.”

O Absolutismo

Um jovem Luis XIV (óleo)

Charles Le Brun, c. 1661)

Luis XIV (óleo)

Charles Le Brun, c. 1668)

BIOGRAFIA

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

Situado a 22 km de Paris, o Palácio de Versalhes foi construído, sob encomenda, na segunda metade do séc. XVII, por Luís XIV, num local onde seu pai, Luís XIII, possuíra um pavilhão de caça.

Versalhes simboliza o poder absoluto de Luís XIV, traduzido numa obra de arte total onde todas as artes – arquitetura, escultura, pintura, artes decorativas, jardins, música, dança, teatro, ópera se conjugam para glorificar o rei.

LOUIS LE VAU e JULES HARDOUIN MANSART, OS PRINCIPAIS ARQUITECTOS DE VERSALLES

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

CHARLES LE BRUN, PINTOR E DECORADOR DE VERSAILLES

ANDRÉ LE NÔTRE, ARQUITECTO PAISAGISTA DE VERSAILLES

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

• Arquitetonicamente, é um exemplo do estilo barroco

mas, também uma expressão do classicismo pela

regularidade e harmonia simétrica das suas formas.

• Utilizava decoração metafórica e simbólica cujo objetivo

era a identificação com o rei como se via como um sol.

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

A vida na corte de Versalhes

Vida girava em torno do rei – todas as suas tarefas quotidianas eram realizadas com a ajuda dos nobres da sua corte e poder estar próximo da figura régia era visto como a maior honra.

Comportamentos, atitudes e gestos estavam tipificados: modos de falar, perucas, gestos e movimentos eram teatralizados e estavam previamente estabelecidos com todo um protocolo.

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

A vida na corte de Versalhes

Nos cerimoniais – audiências régias, receções, banquetes, missa, ópera, todos deviam respeitar o seu papel que mostrava a hierarquia de títulos, cargos e estatutos.

Decorriam nos palácios, receções luxuosas que contrastavam com a pobreza do povo, visto como indigno.

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

• Possui 700 quartos, 2000 janelas e mais de 1000lareiras. O parque que envolve o palácio tem,aproximadamente, 700 hectares.

• Internamente é muito luxuoso. Possui obras de arte,detalhes em ouro no teto e nas paredes, lustres de cristale pisos de mármore.

• Foi transformado em museu em 1837.

• É considerado um dos maiores palácios do mundo.

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

Representação do Palácio de Versalhes, suas dependências e jardins.

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

O Espaço (O exemplo de Versalhes)

O Local (A corte, a Igreja, a Academia)

A corte

Era o palco da representação do poder do rei.

Aqui via-se a representação de papéis e regras de etiqueta que mostravam a hierarquia dos títulos, cargos e estatuto entre os membros da corte.

No século XVII, surgiu por toda a Europa o gosto pelo teatro e pela ópera, como forma de ocupar a corte.

A ópera surgiu em Itália com Cláudio Monteverdi (1567-1643) que criou a primeira obra deste género, Orfeu, estreada em 1607.

O Local (A corte, a Igreja, a Academia)

A corte

Em França, a ópera foi precedida pelo Ballet de Cour (poema musicado e dançado) até que em 1661, Moliére criou a comédie-ballet.

Representação da Ópera Alceste, de Lully, no Pátio do Mármore do Palácio de Versalhes, em 1674, Museu Nacional do Palácio de Versalhes.

Em 1671, foi construído o primeiro teatro de ópera em Paris. Em

1682, começou a construção da Sala de Ópera no Palácio de

Versalhes.

O Local (A corte, a Igreja, a Academia)

ORPHEU E EURÍDICE

CLAUDIO MONTEVERDI E REPRESENTAÇÃO DE ORPHEU TOCANDO A SUA LIRA PARA CONVENCER OS SENHORES DO INFERNO A LIBERTAREM EURÍDICE-

PINTURA DE JEAN RESTOUT, SÉCULO XVIII

O Local (A corte, a Igreja, a Academia)

A corte

O Local (A corte, a Igreja, a Academia)

A Igreja

A Igreja recorreu às expressões artísticas e aos grandes efeitos cenográficos para afirmar o triunfo da igreja face à reforma protestante.

Promoveu imagens religiosas de grande impacto emocional para transmitir as suas ideias. As igrejas eram decoradas com grande exuberância decorativa.

O Local (A corte, a Igreja, a Academia)

A Academia

O nome remonta à Academia, célebre escola que Platão fundou em Atenas, nos jardins que se diziam terem pertencido a Akademus, um mítico herói da Grécia Antiga.

As Academias eram sociedades de escritores, artistas e cientistas que tinham por objetivo o aprofundamento e difusão do saber.

Luís XIV visita a Academia das Ciências nascida sob a proteção do ministro Colbert, gravura de 1671.

Retrato de LUÍS XIV COMO PROTECTOR DA ACADEMIA DE PINTURA E ESCULTURA, HENRI TESTELIN, 1666-68.

O Local (A corte, a Igreja, a Academia)

A Academia

• Os reis apoiaram financeiramente estas academias:

- Era um modo de obterem aconselhamento dos cientistas;

- Era uma forma de controle sob a criação intelectual e artística.

- Reconheciam a sua importância no progresso das ciências.

• O ritualismo e misticismo, praticados pela Igreja e criticados pelas religiões protestantes que defendiam uma relação mais próxima com Deus, continuaram a ser praticados.

• O Concilio de Trento (1545-1563) reafirmou o culto aos santos e as práticas religiosas coletivas.

Síntese: A mística e os cerimoniais

• Mesmo o impulso cientifico e o pensamento secular que se afirmaram nestes séculos, não alteraram esta postura da Igreja.

• Este é um período de mudança entre as formas tradicionais de vivência religiosa e o aparecimento de uma sociedade mais secularizada.

Síntese: A mística e os cerimoniais

• Alguns filósofos criaram mesmo correntes de pensamento anti-clericais.

• Contudo, a religiosidade continuou a marcar a vida das pessoas comuns e é incentivada pelos reis pois reforça a coesão social e é uma forma de controlar o povo.

Síntese: A mística e os cerimoniais

• Neste período, a igreja mantém as práticas que foram alvo de criticas nos séculos anteriores:

• - publica obras com a vida dos santos;

• - canoniza imensas figuras;

• - explica catástrofes e factos anómalas de forma mística ou milagrosa.

Regimento da Inquisição

Síntese: A mística e os cerimoniais

Síntese: A mística e os cerimoniais

• A companhia de Jesus, fundada em 1540, para ajudar a reafirmar o poder da igreja continua a sua missionação.

• Surgem muitas obras de pintores onde se reflete a espiritualidade e a devoção católicas, onde as personagens surgem em penitência.

Padre António Vieira, membro da Companhia de Jesus, em missionação no Brasil

Síntese: A mística e os cerimoniais

CRISTO CONTEMPLADO POR EL ALMA DE UN CRISTIANO (1626-1632),

Diego Velasquez, National Galery

• O século XVII, trouxe o nascimento da ciência moderna, a ciência experimental.

• Os progressos verificados neste período foram tão amplos que se considera ter existido uma revolução científica.

Matemática – desenvolvimento da álgebra e cálculo das probabilidades.

Síntese: A revolução científica – razão, método e experimentação

Física - a dinâmica tornou-se uma ciência autónoma com Galileu Galilei e Isaac Newton.

Medicina – Harvey descobriu a circulação sanguínea.

• Surgiram novos instrumentos: microscópio, telescópio, termómetro.

Síntese: A revolução científica – razão, método e experimentação

• É neste período que surge o método científico, devido aos seguintes cientistas:

Síntese: A revolução científica – razão, método e experimentação

Francis Bacon

Francis Bacon (1561-1626) – publica a obra Novum Organum onde propõe como método de investigação a indagação da natureza pelo método experimental.

Obra Novum Organum

• Johannes Kepler (1571-1630) –astrónomo que considerou que o universo estava organizado de forma matemática, governado de modo regular e segundo leis fixas.

Síntese: A revolução científica – razão, método e experimentação

• René Descartes (1596-1650) –Filósofo e matemático que considera a razão, fonte do conhecimento. “Cogito ergo Sum”

René Descartes

• Isaac Newton (1642-1727) –Matemático, físico, astrónomo e filósofo foi responsável por uma obra que assinala o inicio da explicação dos fenómenos naturais.

Síntese: A revolução científica – razão, método e experimentação

• Apresentou também as leis de gravitação universal e fez estudos que o levaram a descobrir a composição da luz branca.

• Defendia que o conhecimento devia resultar da observação cientifica, da explicação empírica e da demonstração através da experiência.

Isaac Newton

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