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V Encontro Internacional de Economia Solidária “O Discurso e a Prática da Economia Solidária”
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A ATIVIDADE ARTESANAL PAULISTA COMO NEGÓCIO E SEU POTENCIAL GERADOR DE OCUPAÇÃO E RENDA
Organização do Trabalho
Roberto Santos - Faculdades Integradas Rio Branco – ro.mau@ig.com.br
Resumo
A atividade artesanal tem importância significativa na economia do país e tem um grande potencial de geração de postos de trabalho e renda principalmente para mão-de-obra pouco qualificada, mas devido a vários fatores tem sido pouco estudada, o que contribuiu para que ela não fosse encarada e gerenciada como negócio. O artigo estuda, ainda que brevemente, o histórico do setor e suas repercussões, além de aprofundar o conhecimento sobre as diferenças entre Trabalhos Manuais, Arte Popular e Artesanato para depois analisá-las tanto em termos de rentabilidade, quanto de possibilidade de absorção de mão-de-obra e de auto-sustentabilidade. Palavras-chave: Gestão; Setor; Artesanal; Negócio; Artesanato; Trabalhos Manuais; Arte Popular; Competitividade; Sustentabilidade; São Paulo; Ocupação; Renda
1. Introdução
Para se ter uma dimensão da importância econômica da atividade artesanal,
segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC
(20031), o setor emprega diretamente 8,5 milhões de trabalhadores no país,
envolvidos desde a fase de produção até a comercialização, gerando uma receita
anual estimada em R$ 28 bilhões por ano, o que corresponde a 2,8% do Produto
Interno Bruto (PIB).
No que diz respeito, ao estado de São Paulo, são 43.5002 (quarenta e três mil
e quinhentos) artesãos cadastrados pela SUTACO – Superintendência do Trabalho
Artesanal nas Comunidades, autarquia vinculada à Secretaria do Emprego e
Relações do Trabalho. Considerando-se apenas os dados oficiais e sabendo que se
estima que para cada artesão haja 33 outras pessoas ligadas à produção, tem-se
assim um universo de 130.500 (cento e trinta mil e quinhentas) pessoas.
Tais números demonstram de fato, não apenas o vigor da atividade artesanal,
mas também o seu grande poder de arregimentação e absorção de mão-de-obra
pouco qualificada para as exigências atuais do mercado de trabalho, tanto em áreas
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rurais quanto urbanas, por isso cada vez mais esse setor tem atraído a atenção das
autoridades4 e entidades que trabalham com a geração de postos de trabalho e
renda e naturalmente com aquelas ligadas à economia solidária.
Daí o crescente estímulo ao trabalho artesanal como forma de geração de
renda e de postos de trabalho, até mesmo onde ele se origina em programas
sociais, educacionais, recreativos, terapêuticos e outros que inicialmente não se
destinavam a gerar renda.
Apesar de todo o potencial, o setor carece de estudos que permitam conhecer
melhor e gerir essa atividade com suas peculiaridades, como um negócio, de forma
sistêmica e estratégica, pois, tão embora seja trabalhoso para o artesão
confeccionar seus produtos, difícil mesmo é inseri-los no mercado de forma
competitiva e sustentável.
Donde o interesse desse artigo em aprofundar o conhecimento sobre o setor
artesanal, seu histórico e suas repercussões, suas diferentes tipologias e suas
respectivas possibilidades de inserção competitiva no mercado atual, servindo de
base tanto como instrumento de reflexão para a tomada de decisões de entidades
que atuam junto a esse público, bem como para gerar novos estudos e pesquisas
que aprofundem ou complementem este artigo.
A metodologia adotada para o estudo foi a exploratória / descritiva, por
envolver escassez de conhecimento na área, assim como a necessidade de
descrever características de determinada população ou fenômeno, além de estudar
o relacionamento entre variáveis e fatos5.
Para tanto recorreu-se à pesquisa bibliográfica e de campo, num universo de
645 municípios paulistas, dos quais 167 foram visitados pessoalmente e seus
artesãos estimulados a participar do Programa SEBRAE-SP de Artesanato, pelo
qual este autor foi responsável (por concepção, estratégia, implantação,
desenvolvimento, coordenação e treinamento de equipe técnica, supervisão) no
período de 2000 a 2005, e que geraram 80 grupos de 15 a 30 artesãos que foram
acompanhados e observados de perto por períodos que variaram entre 1 e 5 anos.
Esse Programa tinha por objetivo profissionalizar grupos de artesãos com
técnicas homogêneas por meio de capacitação Comportamental (Estímulo ao
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Comportamento Cooperativo e ao Empreendedorismo), Técnica (Nivelamento
Técnico e revitalização por meio de Design responsável6) e Gerencial (Cursos de
Marketing, Formação de preço e fluxo de caixa, Qualidade (todos especificamente
desenvolvidos para público de baixa escolaridade), divulgar seus produtos e
aproximá-los do mercado atacadista, de forma a tornar essa atividade competitiva e
auto-sustentável, geradora de renda e de ocupação de mão-de-obra local,
preservadora da cultura nativa e, por fim, criar novas oportunidades de negócios,
crescimento e renda.
2. A irrelevância histórica da atividade artesanal 7
O artesanato surge com a necessidade do homem de suprir necessidades
físicas e espirituais, indo desde a simples cerâmica para cozinhar alimentos até
sofisticados adornos rituais, aos poucos os mais hábeis se especializariam e dariam
origem aos artesãos, que por vezes chegaram a adquirir posições de status na
sociedade, como na Idade Média com as Corporações de Ofício.
A partir da Revolução Industrial, a palavra “artesanato” passou a ser utilizada
como oposto de “indústria”, portanto uma atividade pouco organizada e embutindo
pejorativamente os conceitos de ultrapassado, irregular, inconstante e desigual em
comparação à padronização dos processos industriais que resultam em produtos
seriados e idênticos e que se impuseram desde então.
Devido a freqüente presença do artesanato junto às camadas mais pobres da
população e mesmo seus expoentes máximos dela fazerem parte, criou-se a pecha
do artesanato “ser coisa de pobre” com toda a carga de preconceito que isso pode
representar.
Esse duplo legado depreciativo afetou duramente a trajetória do artesanato,
que relegado a segundo plano por sua “rusticidade”, “feiúra” e “pobreza”, foi sendo
sistematicamente substituído por produtos industrializados, padronizados, seriados,
estes sim, considerados “finos” e “belos” e só voltariam a ser valorizados como uma
arte em si próprios a partir da segunda metade do século XX, quando os objetos
“rústicos” foram absorvidos pelo comércio como produtos de decoração8, passando
a ser valorizados ironicamente pelo seu aspecto estético e não mais por sua função
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propriamente dita.
O fato de, após a industrialização no Brasil, não se haver estabelecido
organizações sociais que congregassem os artesãos para fazer face à indústria, fez
com que a atividade se tornasse predominantemente individual ou familiar e com
resultados pouco expressivos em termos econômicos (quando analisados
isoladamente), daí como conseqüência, o setor artesanal não ter sido considerado
uma atividade econômica relevante.
Além disso, rapidamente aprimoradas e suplantadas pelas máquinas, as
técnicas e ferramentas artesanais, aparentemente rudimentares, são bastante
sofisticadas pelo grau de apuro no manuseio das matérias-primas e nos processos
em si, acumulados ao longo de sucessivas gerações, mas apesar de várias
evidências essa tecnologia foi considerada por demais ultrapassada.
Como decorrência, as manifestações artesanais raramente foram objeto de
estudos aprofundados, tendo sido na maioria dos casos, pesquisadas
superficialmente dos pontos de vista cultural e antropológico, apenas como
apêndices naturais de outras manifestações ritualísticas, folclóricas ou étnicas,
essas sim consideradas mais significativas e relevantes em termos de saber e da
cultura populares, como mostra o Professor Doutor Pereira:
Nas reflexões sobre a produção cultural dos povos, onde se situam de forma privilegiada as de natureza antropológica, pode-se detectar uma vocação irresistível, como se fosse uma ordem de caráter natural e impositiva ao mesmo tempo, para se eleger certos temas. Em geral é uma escolha temática, feita convencionalmente, a partir de conceitos e preconceitos. Tome-se como exemplo, o artesanato. Visto e avaliado como expressão material, ou ergológica, de culturas conceituadas como civilizadas, o Artesanato é catalogado, às vezes até depreciativamente, como folclore, espécie de componente cultural menor do processo civilizatório9.
Dessa forma, pode-se compreender a formação do desprestígio histórico que
ronda o artesanato. Pouco valorizado do ponto de vista estético e de consumo,
rondado pelo preconceito, desprezado como atividade econômica, considerado
ultrapassado tecnologicamente e depreciado culturalmente, a atividade artesanal
tornou-se conseqüentemente rara como objeto de estudos e pesquisas, cujo
resultado é a escassez de bibliografia dedicada ao assunto.
Como reflexo dessa realidade utiliza-se comumente um único termo,
“Artesanato” para nominar “o saber fazer do povo manifestado em objetos”, no
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entanto essa designação abarca indistintamente trabalhos completamente
diferentes, a saber: Arte Popular, Artesanato e Trabalhos Manuais.
Independentemente de sua classificação é fundamental conhecer sua
distinção para entender suas diferenças de valor, tanto econômico-financeiro, quanto
sócio-cultural e os diferentes mercados a que se destina cada um desses produtos,
sem que haja qualquer tipo de preconceito em relação a eles.
3. A inadequação da atividade artesanal ao mercado atual
O senso comum de que basta produzir para se conquistar o mercado
predominante entre os artesãos, vem dos primórdios da industrialização, quando o
mercado além de desabastecido, contava com uma Demanda ansiosa por adquirir
novidades chegando a ser maior do que a oferta de produtos, e a Oferta por sua vez
praticamente não enfrentava concorrência.
Dessa forma, o produtor podia impor o que quisesse ao cliente, que por falta
de opção, consumia o que houvesse de disponível, fosse bom ou ruim, e tinha de se
dar por satisfeito. O pensamento de Ford imortalizou essa mentalidade, com a frase
que dizia “Você pode ter o carro da cor que quiser, contanto que ele seja preto", o
que valeu até a General Motors – GM começar a fabricar carros coloridos.
Atualmente, o mercado mudou muito10, de um lado a concorrência tornou-se
extremamente acirrada e de outro os consumidores tornaram-se muito mais
exigentes, desconfiados e cansados de serem bombardeados11, em todo o seu
entorno, por apelos comercias ligados aos benefícios objetivos ou subjetivos da
utilização dos produtos e aos benefícios ecológicos e sociais que eles possam
propiciar, fato que não poupa o apelo dos produtos artesanais e solidários.
Tais fatos conduziram as empresas a mudar radicalmente sua forma de atuar
e assim o foco delas se voltou para atender às necessidades, desejos e expectativas
do consumidor e não mais para o produto em si, pois se percebeu que a decisão de
compra pertence ao cliente12. De pouco adianta ter um ótimo produto se não houver
quem queira comprá-lo, porém a atividade artesanal não parece ter acompanhado
essa evolução por diferentes motivos históricos, culturais e sociais.
Dentre eles, um dos mais importantes é o fato desse setor ter sido,
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historicamente, vítima de um forte paternalismo/assistencialismo, ora causado por
excesso de boa vontade, ora por interesses escusos da parte das autoridades,
entidades e pessoas que procuravam apoiar os artesãos13.
De maneira geral, essas ações consistiam em fazer parte do trabalho pelos
artesãos, ou seja, muitas vezes retirar as peças na casa do artesão, na quantidade
que o artesão tinha se disposto a fazer, com qualidade inconstante, colocá-las num
veículo e vendê-las em feiras, bazares e quermesses, para logo depois do evento
entregar em dinheiro o valor obtido ao artesão.
Aparentemente atitudes bastante éticas, sensatas e prova de boa vontade,
porém criou-se a ilusão nos artesãos de que:
1- Basta produzir que o produto será vendido;
2- Pode-se fazer os produtos que quiser, onde, na h ora e do jeito que
quiser ;
3- Precisa-se de apoio e quem quiser ajudar, deve f azer o máximo de
esforço por eles.
Analisando essa mentalidade friamente:
1- O envolvimento apenas com a produção por parte dos artesãos teve como
resultado:
− Eles acreditarem que fazer é mais difícil e importante do que vender;
− Não se preocuparem em entender como o mercado funciona, nem com
o cliente e sua satisfação e menos ainda como melhorar suas vendas;
− Eles não aprenderem a levar em consideração na composição do
preço, os custos ligados à logística e venda como frete, gasolina, custo
do espaço, salário do vendedor, embalagens etc...;
− Pouco evoluirem, por desconhecer a demanda e a razão efetiva pela
qual o cliente comprou ou não seu produto (pela função ou design?);
− Desconhecerem a sua concorrência e portanto não aprender com ela e
nem saber como enfrentá-la;
2- A plena liberdade para produzir os levou a:
− Produzirem o que gostam e como bem entendem, ou seja, para eles
próprios e não para os clientes, por isso muitas vezes, os produtos são
feitos com cores sem sintonia com a moda, sem respeitar as medidas-
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padrão do mercado etc., o que afeta gravemente a aceitação do
produto por parte do consumidor;
− Não terem compromisso, disciplina e organização nem com o local de
trabalho, nem com horários e prazos e tampouco com a forma de fazer,
o que compromete seriamente a produção em termos de quantidade,
de padrão e constância de qualidade e de respeito a prazos de
entrega;
− Acreditarem que não precisem suportar nenhum tipo de pressão, por
isso se tornam pouco disciplinados e extremamente refratários a
críticas e pressões de toda espécie;
− Terem a impressão de que trabalhar isoladamente é viável, reforçando
o comportamento individualista e esfacelando a importância e a força
do trabalho cooperativo;
− Acharem que o mercado deva se adaptar a eles e não o contrário.
3- A necessidade de apoio constante os levou a:
− Se tornarem dependentes da “boa vontade alheia” e, como
conseqüência, acomodados e com baixíssima auto-estima, por se
julgarem incapazes de fazerem tudo sem ajuda;
− Não conseguirem se enxergar como responsáveis por sua condição,
mas apenas como vítimas da sociedade;
− Esperarem sempre obter resultados rápidos por precisarem do
dinheiro;
− Acreditarem que eles precisam ser protegidos.
A junção desses fatores na atividade artesanal culminou no distanciamento
total do mercado, tanto da demanda, quanto da oferta, na desorganização
generalizada da produção, gestão, logística e venda, na dificuldade em se adotar o
cooperativismo para enfrentar o mercado, na falta de profissionalismo dos artesãos e
por fim numa postura de forte dependência e comodismo acompanhada por uma
mentalidade fatalista e imediatista.
Ao se transportar essa situação para os dias de hoje, é fácil deduzir a
inadequação dessa atividade ao mercado atual, altamente competitivo e
profissionalizado, uma pesquisa do SEBRAE 199914 feita junto às Micro e Pequenas
Empresas - MPE´s de todo o Brasil aponta como principais motivos para o sucesso
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de uma empresa: Em primeiro lugar aparece – Ter bom conhecimento do mercado
onde atua, em segundo Ter um bom administrador e em quarto - Ter uma boa
estratégia de vendas, ou seja, tudo que a atividade artesanal não tem.
Além disso, outra pesquisa do SEBRAE15, mostrou que dois problemas
assolam os pequenos empresários, o individualismo e o imediatismo brasileiros, pois
seria muito mais fácil encarar o mercado de forma associativa ou cooperativa, como
acontece em países europeus, onde os pequenos produtores de certas cidades e
regiões se agregam para poder competir no mercado.
3. Analisando a atividade artesanal como negócio
Pôde-se deduzir pelos tópicos anteriores que os artesãos e sua produção se
distanciaram muito da realidade de mercado e suas leis de oferta e demanda e,
justamente por essa falta de visão de mercado, a atividade pouco se desenvolveu.
Nem por isso, o artesanato é poupado das exigências do consumidor, que
tende cada vez mais a buscar o melhor custo-benefício em suas compras, ou seja,
ele exige ao mesmo tempo o mais belo, o melhor acabamento, a maior resistência e
durabilidade, a maior praticidade, enfim, a melhor adequação do produto às suas
necessidades, o melhor pós-venda e quer pagar um preço justo.
Caso contrário, ele recorrerá à concorrência, pois ao contrário do que se
imagina, o simples fato do produto ser feito à mão não o poupa da dura concorrência
do mercado que, aliás, não se restringe apenas a outros produtos artesanais, mas
sim abrange produtos industrializados, produtos de lojas de R$ 1,99 e produtos de
qualidade duvidosa importados da China e Paraguai.
Conclui-se então, que torna-se primordial analisar o artesanato como um
produto de mercado, inserido num ambiente de intensa concorrência e alto grau de
exigências. Conseqüentemente, percebe-se que é necessário adotar formas de
atuação mais racionais e profissionais e menos paternalistas, que efetivamente
incentivem os artesãos a se profissionalizar e a se inserir no mercado de maneira
competitiva.
Para tanto é preciso incorporar ao setor uma lógica sistêmica, que encare a
atividade como um todo de partes interligadas, interdependentes e sinérgicas que
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precisam ser trabalhadas em conjunto. Sendo assim, não basta apenas estimular os
artesãos a produzir, é necessário conhecer o consumidor, os concorrentes, estimular
o trabalho cooperativo, capacitar os artesãos, melhorar a produção, divulgar esse
trabalho e, sobretudo, conhecer os mecanismos de formação de opinião16 e as
possibilidades de distribuição e venda.
À medida que se passa a analisar a atividade artesanal sob essa nova óptica,
percebe-se então que mais do que produzir, é necessário pensar estrategicamente a
produção antes mesmo dela começar, de forma a atender às necessidades dos
clientes e aos requisitos mínimos para competir no mercado, ou seja, quantidade
compatível com o mercado que se pretende atingir, qualidade constante e respeito a
prazos de entrega.
A partir daí, é possível desenvolver inteligência competitiva e estratégias de
atuação para o setor, assim como já acontece nos demais setores da economia.
Para isso é necessário sistematizar o máximo possível de informações sobre os
pontos fortes e fracos dos produtos artesanais, seus consumidores e seus
concorrentes.
4. Arte Popular, Trabalhos Manuais e Artesanato, pr odutos diferentes,
diferentes possibilidades de atuação e de mercados
O primeiro passo na sistematização de informações é compreender
exatamente o que significa Artesanato, pois de maneira geral, utiliza-se esse mesmo
termo para nominar objetos feitos à mão, no entanto essa designação abarca
indistintamente artefatos completamente diferentes, a saber: Arte Popular, Trabalhos
Manuais e Artesanato.
Em seguida é necessário analisá-los como um negócio financeiramente
lucrativo e ao mesmo tempo gerador de ocupação e renda, levando–se em
consideração: a sua demanda potencial, a força competitiva de seus respectivos
diferenciais, o acesso aos formadores de opinião desse mercado, o potencial de
geração de postos de trabalho e, por fim, as possibilidades de se alcançar a auto-
sustentabilidade com esses três tipos de produto.
A Arte Popular
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A Arte Popular é a manifestação pessoal inata de artistas do povo que
exprimem em peças únicas (não seriadas), espontânea e artisticamente, a sua
realidade e sua imaginação, com função normalmente decorativa ou ornamental,
sem ter tido instrução formal para tanto, em oposição aos artistas plásticos que
estudam com esse fim17, são exemplos a tradição santeira, a modelagem figurativa
em barro (figura 1), o entalhe figurativo em madeira (figura 2), dentre outros.
Figura 1 – Modelagem em barro cru Figura 2 – Escultura em madeira Figureiros deTaubaté Mestre Ditinho Joana
Por se tratar de um tipo de Arte:
1- O mercado consumidor é muito reduzido, pois seus preços costumam ser
altos e portanto trata-se de um comprador bastante elitizado.
2- Por serem peças únicas com forte personalidade, são detentoras de altíssimo
grau de diferenciação em relação aos concorrentes.
3- A decisão de compra do consumidor é muito dependente de formadores de
opinião pouco influenciáveis (críticos de arte, marchands etc.) e
conseqüentemente é um mercado de difícil acesso.
4- Esses trabalhos dependem de dom pessoal o que torna difícil o ensino da
técnica para grupos de trabalho, sendo portanto atividade essencialmente
individual, o que gera poucos postos de trabalho e concentra a renda nas
mãos de poucos indivíduos.
Pode-se então deduzir que o estímulo à Arte Popular pode ser útil de vários
pontos de vista: sócio-cultural, educativo, da preservação e valorização dessa arte,
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do resgate de auto-estima dos artistas populares, mas do ponto de vista de negócio,
seus resultados são pífios e com raras chances de se tornar auto-sustentável.
OsTrabalhos Manuais
Definem-se Trabalhos Manuais, conforme Portaria de 14/03/1995 e
Comunicado datado de 02/06/1995 da SUTACO18 (Órgão Estadual responsável pela
Atividade Artesanal de SP), como os artefatos que tenham no mínimo 60%19 de
trabalho manual aplicado à peça sendo reproduzidos a partir de fórmulas e receitas
de domínio público com materiais geralmente industrializados, sem traços culturais
peculiares, tais como tricô, crochê, bordado, pintura em panos de prato, ponto cruz
etc.
Por serem de fácil aprendizado e muito úteis, essas técnicas, no período
colonial, eram desenvolvidas pelas mulheres para suprir as necessidades de seus
lares20, porém com o passar do tempo e o barateamento de custo dos produtos
industrializados, essas peças passaram a ser vendidas para complementar a renda
familiar, o que continua a acontecer até hoje.
Como conseqüência natural, essas técnicas foram repassadas à exaustão,
perdendo suas raízes e peculiaridades, caindo no domínio público.
Some-se a isso a massificação, promovida pelos interesses da mídia em
vender suas publicações21 e os produtos de seus anunciantes22, que estimula ainda
mais as pessoas a desenvolver esses produtos como forma de ganhar algum
dinheiro e, por essa razão, são produtos facilmente encontrados por toda parte.
Essa banalização acabou por desvalorizar os trabalhos manuais de tal forma
que por vezes o resultado da venda dos produtos mal consegue reaver o valor e o
tempo investidos nas peças.
Assim, por se tratar de produto banalizado:
1- O mercado consumidor é aparentemente amplo, pois seus preços são baixos
e portanto acessíveis à grande parte da população, no entanto como são
encontrados em toda parte, seu mercado fica normalmente restrito à própria
localidade, e por vezes, se reduz apenas à própria família, amigos e vizinhos
2- Devido à ausência de diferencial, esses produtos são muito sujeitos a
modismos, que os tornam ainda mais banais, fragilizando-os frente a
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concorrência (produtos industrializados, de R$ 1,99 e outros), pois sua
competitividade fica atrelada apenas ao preço.
3- A decisão de compra do consumidor é fortemente orientada para barganha de
preços e influenciada por modismos passageiros (velas, sachês, filtros de
sonhos, temas como morangos, flores, etc.)
4- Apesar de possuir grande capacidade de absorção de mão-de-obra, por
facilitar a formação de grupos de trabalho, devido à saturação desses
produtos no mercado, as pessoas não conseguem sobreviver apenas com a
venda desses produtos, pois os resultados obtidos costumam ser passageiros
e pouco rentáveis.
Deduz-se então que o estímulo aos trabalhos manuais, só permite resultados
efetivos e duradouros, se houver algum diferencial que os fortaleça em relação à
concorrência e aos modismos, caso contrário, a tendência face a resultados pouco
lucrativos e fugazes, é frustrar ainda mais a expectativa dessas pessoas.
O Artesanato
O Artesanato tem origem na necessidade de suprir as carências humanas
ligadas à sobrevivência, ao conforto e ao prazer.
E, tão embora essas necessidades sejam comuns a quase todos os povos,
suas soluções e formas variarão muito conforme: a influência da configuração geo-
ambiental sobre as comunidades residentes23 e, sobretudo, de acordo com a cultura
e o saber deles.
Por sinal, a cultura e o imaginário coletivo e individual conferem a essas
peças seu traço característico mais marcante que é a utilização de tecnologias e
métodos, simbologias e iconografias que funcionam como uma assinatura
inconfundível daquela sociedade24. Para ilustrar o raciocínio pode-se comparar os
instrumentos utilizados para manusear comida, enquanto a Europa desenvolveu os
talheres, o Japão criou os “hashis”, vulgarmente conhecidos como pauzinhos.
Em São Paulo, o Artesanato tem definição clara, conforme Portaria SUTACO
14/03/1995 e Comunicado datado de 02/06/1995: todo e qualquer trabalho manual
onde há mais de 80%25 de trabalho das mãos do artesão aplicado à peça, com ou
sem auxílio de instrumentos rudimentares, na transformação de matéria-prima bruta,
normalmente comum na sua região de origem, em produto acabado e que traz
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reflexos claros da cultura local26, como, por exemplo, trançados em fibras,
cerâmicas, entalhes, tecelagem, etc.
Um exemplo de fácil compreensão são as garrafas de areia de Morro Branco -
Ceará, pois:
Figura 3 – Garrafa de areia de Morro Branco
Desconsiderando a garrafa que foi comprada pronta, mais de 80% de trabalho
manual foi aplicado à peça
O artesão usa matéria-prima comum em sua cidade, a areia que foi
transformada num produto acabado, que por sua vez retrata cenas que fazem parte
de seu entorno (mar, praias, etc.) e de seu cotidiano (vilarejos de pescadores,
barcos de pesca etc.).
Nos dias de hoje, é justamente essa identidade cultural que funcionará no
mercado praticamente como uma marca27 que distingue o artesanato dos demais
trabalhos manuais, como também da concorrência dos similares industrializados,
importados da China, do Paraguai e de lojas de R$ 1,99.
De forma contraditória, graças à globalização que tudo massifica28, os objetos
artesanais passam a ser valorizados justamente pela simbologia e histórias29 que lhe
são inerentes, uma vez que representam uma fonte de expressão autêntica de um
povo e suas raízes.
Além disso, o artesanato permite que a técnica seja repassada a grupos que
podem formar núcleos produtivos, aumentando assim as possibilidades de inserção
competitiva no mercado, pois assim é possível garantir quantidade razoável,
qualidade constante e respeito a prazos de entrega, não somente para o mercado
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varejista, como também para o atacadista.
Vale ressaltar que o mercado atacadista é uma excelente alternativa para os
artesãos que trabalham em grupo, pois as compras de atacado ajudam a contornar a
forte sazonalidade, a qual está sujeita a atividade artesanal, em outras palavras, o
auge de vendas de artesanato no varejo acontece nas altas temporadas do turismo,
o restante do tempo as vendas ficam muito reduzidas e os pedidos atacadistas
acontecem justamente quando a produção estaria ociosa, favorecendo a obtenção
de renda melhor distribuída ao longo do ano.
Não sem razão, em tempos de altas taxas de desemprego, de produtos
massificados e de acirrada concorrência, o artesanato tem ganhado cada vez mais
destaque pelo seu apelo sócio-cultural, que ao mesmo tempo permite não somente
a criação de postos de trabalho a pessoas com pouca capacitação para o mercado
de trabalho, como também contribui para a preservação da cultura.
No que diz respeito à produção de Artesanato como negócio:
1- O mercado consumidor é amplo e variado, pois os preços são razoáveis e
encontram escoamento na própria localidade, em cidades turísticas, nas
metrópoles, na indústria para agregar valor a produtos industrializados e
também nas empresas que consomem brindes empresariais
2- Devido ao seu forte diferencial cultural, o produto se torna sedutor aos olhos
dos compradores e menos suscetível a comparações de preço
3- A decisão de compra do consumidor é influenciada pelo apelo sócio-cultural
do artesanato e também pelos formadores de opinião do setor (designers,
decoradores, lojistas, etc.)
4- Essa atividade possui boa capacidade de absorção de mão de obra, com
possibilidade de resultados duradouros
deduzir
Dessa forma, conclui-se que dos 3 tipos de produtos analisados o que
apresenta melhores condições como negócio é o artesanato, pois além de atender
aos requisitos de inserção e competitividade mercadológica, oferece a possibilidade
de criação de pólos produtivos capazes de absorver razoável contingente de
pessoas e com condições de se auto-sustentar, num momento em que há uma forte
tendência de demanda por produtos diferenciados, que além de cumprir sua função
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contenham simbologias e histórias próprias30.
Porém em São Paulo a facilidade de acesso aos produtos industrializados
somado à falta de organização coletiva dos artesãos desferiram um forte golpe no
setor artesanal que não resistindo a essa dura concorrência, acabou vítima de um
processo de devastação cultural, quando não de literal extinção.
Uma vez que, a partir do momento em que os consumidores passaram a
preferir os produtos industrializados, os artesãos foram se apropriando de
características desses produtos e passaram a alterar formas, cores, símbolos,
processos produtivos, etc., com o intuito de inovar seus produtos ou de torná-los
mais competitivos ou ainda de tentar adaptá-los à moda e ao gosto dos turistas, sem
se dar conta da perda do lastro cultural que caracterizava seus produtos.
Essa série de fatores acabou por levar a uma profunda descaracterização do
Artesanato Paulista que se manteve razoavelmente fiel às suas origens apenas nas
regiões menos desenvolvidas e afastadas de grandes centros urbanos, como o Vale
do Ribeira, ou em regiões de povoamento antigo que tiveram tempo de criar hábitos
arraigados e tradições próprias como o Litoral e o Vale do Paraíba e que acabaram
se tornando redutos tradicionais de produção artesanal.
Dessa forma foi e continua sendo necessário estimular não apenas o resgate
de técnicas ameaçadas de extinção31 (figuras 4,5 e 6) ou mesmo já extintas32 (figura
7), como também estimular a recuperação (figuras 8 e 9) e a inserção de temáticas
originais nos produtos de cada comunidade.
4-Cerâmica Preta – Iguape F 5 - Cerâmica Monoqueima F 6 - Cerâmica Monoqueima
Sucesso de Itararé São Sebastião
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F7 - Trançado Estrela F 8 - Panô em Ponto Ajour F 9 - Trançado Arame Rosário Olímpia São Carlos S M Arcanjo
Dessa forma, o Artesanato Paulista vem sendo gradativamente recuperado,
mesmo em regiões fora dos redutos históricos de produção artesanal como
aconteceu nas regiões administrativas de Barretos, Bauru, Central e São José do
Rio Preto.
O que prova que independentemente de sua localização, seja na cidade, no
campo ou no litoral, cada comunidade tem sua própria cultura e pode resgatar ou
criar produtos com identidade cultural, que tenham melhores condições de concorrer
no mercado.
Vale aqui lembrar que a cultura não se restringe à educação formal
(aprendizado escolar, livros etc.) como a maioria das pessoas é levada a crer33,
assim o jeito de falar, de rezar, de cantar, de comer e outros hábitos muito simples e
cotidianos também fazem parte da cultura e podem dar origem a temáticas
interessantes para o artesanato.
Não foram poucas as cidades visitadas no interior do Estado, onde ao se
perguntar o que havia de cultura na cidade, os artesãos respondiam que nada, pois
ali só havia caipiras ou caboclos ou pessoas “humildes” como se de fato o saber
deles não contasse.
Da mesma forma que na cidade de São Paulo, os artesãos urbanos
costumam dizer que não têm uma cultura específica, pois a cidade tem gente de
várias procedências ou que ela não oferece uma fonte de inspiração como acontece
no interior ou no litoral, como se apenas esses ambientes fossem bonitos ou
possuíssem algum valor.
Paradoxalmente no imaginário da população a imagem da cidade de São
Paulo está diretamente ligada à urbanidade, aos arranha-céus, à Avenida Paulista,
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ao trânsito e outros, no entanto não se vê artesanato da capital que retrate essa
realidade, ou que ao menos reflita de alguma forma a cidade e o seu “modus
vivendi”.
Para descobrir referências, é preciso apenas olhar para o seu entorno sem
preconceitos e descobrir o que ele pode oferecer, o que sem dúvidas é melhor do
que reproduzir técnicas ou temas vazios que não nada tem a ver com a localidade,
nem com seus hábitos e costumes.
Há vários bons exemplos em São Paulo, mas dois casos ilustram bem esse
novo olhar sobre a localidade: os casos de Araraquara e de Itararé, pois assim como
a maioria das cidades do Estado, não havia nenhuma tipicidade no artesanato
encontrado nessas cidades, nem tão pouco predominância de alguma técnica ou
material utilizado pelos artesãos.
Panela e cumbucas – Itararé Castiçal de casca de laranja- Araraquara
Assim a partir do apelo feito aos artesãos para que tentassem criar
diferenciais para seus produtos, originaram-se dois novos tipos de artesanato:
Em Araraquara, os artesãos desenvolveram a técnica de artefatos feitos de
casca de laranja e bagaço de cana, pois a cidade é um dos maiores pólos
exportadores de suco de laranja do país e a produção canavieira está presente em
toda a região. E em Bom Sucesso de Itararé, eles passaram a produzir cerâmica
vitrificada34 com andorinhas, pois essas aves se abrigam nos cânions da cidade.
Sem sombra de dúvida, esses insights passam pela criatividade, que
definitivamente é o bem mais precioso dos artesãos.
O resultado é que hoje, dos 80 núcleos produtivos espalhados por todo o
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Estado, alguns já vendem seus produtos para lojas como Tok & Stok, C&C, lojas
especializadas, dentre outras, beneficiando mais de 160035 pessoas.
De fato, o artesanato pode ser um grande negócio, mas isso requer
seriedade, compromisso, dedicação, profissionalismo, trabalho em grupo, produtos
diferenciados, quantidade razoável, qualidade constante, respeito a prazos de
entrega, investimento de tempo e recursos e perseverança, fatores que em sua
essência nada diferem dos requisitos necessários a qualquer outro negócio.
Dessa forma, conclui-se que a atividade artesanal, quando encarada de forma
sistêmica e estratégica, gerida como negócio e tendo respeitadas suas
peculiaridades, tem potencial para gerar excelentes resultados tanto do ponto de
vista econômico financeiro, quanto sócio-cultural e ao mesmo tempo fortalecer a
cultura do cooperativismo e dos princípios solidários.
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Figuras
Todas as figuras que constam desse artigo pertencem ao acervo do SEBRAE-SP
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1 MACIEL, Alice Rosas. Ministro Furlan homenageia os artesãos pelo seu Dia . In Site MDIC. 2003. Disponível em:<http://www.mdic.gov.br/sitio/ascom/noticias/noticia.php?cd_noticia=5063> Acesso em: maio 2007 2 Site da SUTACO. São Paulo, 2007. Disponível em:< http://www.sutaco.com.br/cadastramento.htm> Acesso em: maio 2007 3 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior 4 SANTOS, Roberto. Artesanato Paulista: técnicas e materiais da terra. In SETUBAL, Maria Alice (coord). Terra Paulista: Histórias, arte, costumes. São Paulo: CENPEC, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004. v. 3, pgs 117 a 139 5 MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monografias e dissertaçõe s. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1994 6 Termo ainda pouco utilizado para designar a inserção do design nas técnicas artesanais sem alterar suas características culturais de origem, como por exemplo: usar a técnica em novas funções 7 SANTOS, Roberto. op.cit. 8 Souza, Márcio. Brasil das artes . p. 17, São Paulo: Imagem Data, 1998. 9 Pereira, João Baptista B. O artesanato na cultura . In: Biblioteca Eucatex de Cultura Brasileira. Arte no Trabalho. São Paulo: Grupo Eucatex, 1991. 10 GIBSON, Rowan (coord). Repensar a empresa. In GIBSON, Rowan (coord). Repensando o futuro . São Paulo: Makron Books, 1998 11 LEWIS, David; BRIDGES; Darren. A Alma Do Novo Consumidor . São Paulo: M Books, 2004 12 HAMMER, Michael. Além da gestão tradicional. In GIBSON, Rowan (coord). Repensando o futuro . São Paulo: Makron Books, 1998 13 Idem 14 SEBRAE 1999 apud TACHIZAWA, Takeshy; FARIA, Marília de Sant´Anna. Criação de novos negócios: gestão de micro e pequenas empresas. pg 60 a 67. Rio de Janeiro: Ed FGV, 2002 15 Idem 16 LEWIS, David; BRIDGES; Darren. op.cit. 17 Neto, Eduardo Barroso. Curso de Gestão Estratégica de Design no Artesanato (Apostila). Ceará: Instituto Dragão do Mar de Arte e Indústria Audiovisual do Ceará, janeiro de 2001. 18 Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades 19 O porcentual de trabalho manual aplicado às peças determinado pela SUTACO tem por objetivo protegê-los da concorrência predatória de atravessadores e montadores que se passam por artesãos 20 Ribeiro, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil . 2ª ed, São Paulo: Cia. Das Letras, 1995. 21 Revistas que abordam técnicas de trabalhos manuais, cada vez mais numerosas 22 Empresas que vendem insumos para a produção desses trabalhos, como tinta, pincéis, etc. 23Vidal, Lux & da Silva, Aracy Lopes. O sistema de objetos nas sociedades indígenas: arte e cultura material. In Arte plumária do Brasil, 1982 disponível em www.bibvirt.futuro.usp.br/textos/humanas/educação/temática/#1, acessado em agosto de 2003. 24 SANTOS, Roberto. op.cit. 25 O porcentual de trabalho manual aplicado às peças determinado pela SUTACO tem por objetivo protegê-los da concorrência predatória de atravessadores e montadores que se passam por artesãos 26 Megale, Nilza B. Folclore brasileiro . 4ª ed, Rio de Janeiro: Vozes, 2003. 27 LEWIS, David; BRIDGES; Darren. op.cit. 28 NAISBITT, John. Paradoxo Global. São Paulo: Campus, 1999 29 Idem 30LEWIS, David; BRIDGES; Darren. op.cit. 31 Quando um mestre-artesão morre sem ter repassado sua técnica para outros artesãos, ela deixa de existir 32 A técnica do trançado-estrela só pode ser recuperada graças a 2 peças do Museu de Olímpia e a uma artesão que descobriu como fazer limpando a peça 33 Ribeiro, Darcy. op.cit. 34 O nome tradicional dessa técnica é corda-seca 35 Estima-se em média 20 pessoas por núcleo produtivo, daí 80 grupos X 20 artesãos
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