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2019 Semana 17 03 a 07 de Jun
Extensivo ENEM
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Biologia
Núcleo interfásico e conceitos em divisão
Resumo
Núcleo interfásico
A interfase é um período no qual a célula não está se dividindo, isto é, entre duas divisões celulares, exercendo
sua função específica nos tecidos.
Carioteca
O núcleo da célula nesse período é formado por um envoltório conhecido como Carioteca, uma dupla
membrana com a presença de poros que comunicam o núcleo e o citoplasma. Ocorre a saída do RNA
mensageiro do núcleo para ser traduzido no citoplasma, por exemplo. A carioteca está presente apenas nos
seres eucariontes. As células bacterianas não possuem esse envoltório nuclear, assim são procariontes
Cariolinfa
Assim como o citoplasma celular, o interior do núcleo possui uma substância fluida rica em proteínas, RNA e
nucleotídeos.
Cromatina A cromatina é classificada em Eucromatina e Heterocromatina, de acordo com o grau de condensação. A
eucromatina é mais facilmente transcrita, ao passo que a heterocromatina, por estar mais condensada, torna
mais difícil o acesso para a enzima RNA polimerase.
Nucléolo
O nucléolo é fundamental para a síntese de proteínas pois dá origem ao RNA ribossomal presente nos
ribossomos. Essa estrutura desaparece na divisão celular.
Mecanismos básicos de divisão celular: Mitose e Meiose
Mitose: Célula em divisão (célula-mãe) origina duas células-filhas idênticas a ela e entre si, com mesma carga
genética. Divisão equacional.
Meiose: Célula em divisão (célula-mãe) 2n gerará quatro células n (metade da carga genética), diferentes da
célula-mãe. Divisão reducional.
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Biologia
Período pré-divisonal
A divisão celular é precedida de um período conhecido como intérfase, composta pelos períodos G1, S e G2.
• G1: Célula sofre aumento de tamanho e tem imensa síntesse proteica.
• S: Duplicação das cromátides (filamentos de DNA) dos cromossomos que se unirão em pares por uma
porção conhecida como centrômero. Esses pares são chamados cromátides-irmãs.
• G2: Multiplicação de centríolos, fundamentais a divisão celular.
Tem-se também uma etapa que não faz parte do ciclo da intérfase: na fase G0 a célula está exercendo seu
papel normal, não focando em divisão. G0 é válido para células que não estão se dividindo.
Gráfico da variação da quantidade de DNA em função do tempo.
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Biologia
Mitose
Dividida em prófase, metáfase, anáfase e telófase.
• Prófase: Espiralização dos cromossomos e desaparecimento do nucléolo. Centrossomos originam o
fuso mitótico ao redor do núcleo, formado por microtúbulos. As fibras que se situam ao redor de cada
par de centríolos opostas ao fuso constituem o áster.
• Metáfase: Cromossomos permanecem na região equatorial da célula, já espiralizados e condensados.
Centrossomos migram aos polos da célula, e ao fim da metáfase ocorre a duplicação dos centrômeros.
• Anáfase: Fibras do fuso mitótico, aderidas aos cromossomos, começam a se encurtar, puxando as
cromátides-irmãs aos polos da célula.
• Telófase: Cromossomos começam a se desenrolar, reaparecimento dos nucléolos, carioteca começa a
se reorganizar e centrossomos já em local definitivo nas células filhas. A citocinese conclui a separação
das células-filhas através da divisão citoplasmática.
Na célula vegetal, por não haver centríolos, não há formação do áster. A divisão celular vegetal é então
chamada de anastral, com uma citocinese centrífuga, ocorrendo do centro da célula até a periferia.
Na citocinese centrífuga, durante a telófase se forma um conjunto de microtúbulos chamados fragmoplastos,
que orietam orientam a deposição de uma placa de material oriundo de vesículas fundidas do Complexo
Golgiense no centro da célula. Conforme as vesículas crescem em direção a periferia, no interior delas são
depositadas substâncias como a pectina e a hemicelulose. De cada lado da placa celular, as membranas das
vesículas contribuem para a formação das novas membranas plasmáticas das duas células-filhas,
conectando-se com a membrana plasmática da célula-mãe.
Neste momento, é formada a lamela média, uma camada que forma a linha de união entre paredes celulares
de células vegetais contínuas. Cada célula-filha faz depósitos de uma parede de celulose externa a membrana,
que se estende por todo o perímetro da célula, enquanto a parede celular da célula mãe é desfeita, permitindo
o crescimento e separação das células-filhas, já dotadas da própria parede celular.
Observa-se então, nesta ordem: Citoplasma > Membrana Plasmática > Parede Celular > Lamela média.
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Biologia
Mitose é típica da reproduçao assexuada, mas tem diversas funções no organismo até de seres com
reprodução puramente sexuada, como uma possível reparação de tecidos lesionados, reposição de células
mortas, entre outros fatores.
Quanto mais especializada é uma célula, mais difícil é a sua divisão celular. Células pouco especializadas,
como epiteliais, sofrem alta taxa de mitose, enquanto células musculares ou neurônios, com alto grau de
especialização, sofrem baixíssima taxa de mitose.
Meiose
Meiose I: Fase reducional.
Meiose II: Fase equacional.
Também dividida em prófase, métafase, anáfase e telófase.
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Biologia
• Prófase I: Pareamento dos cromossomos homólogos, sendo possível que partes das cromátides se
quebrem e troquem pedaços, constituindo o Crossing-Over. Este fenômeno traz grande variabilidade
genética. Os centríolos migram para os polos da célula e a carioteca vai se desfazendo ao fim desta fase.
• Metáfase I: Os cromossomos estão presos cada um às fibras de um único polo, e estarão dispostos na
região equatorial da célula.
• Anáfase I: Fibras do fuso se encurtam, puxando cromossomos homólogos para polos opostos da célula,
sem que haja separação das cromátides. Isso reduz o número de cromossomos.
• Telófase I: Fase nem sempre obrigatória, podendo não ocorrer. Ao final dela, os cromossomos se
descondensam e desaparecem os fusos acromáticos. Ocorre a citocinese, separando as novas células
haploides.
Meiose II se assemelha a mitose, mas apresenta apenas um lote de cromossomos duplicados.
• Prófase II: Centríolos se multiplicam e carioteca se desfaz, caso esteja presente.
• Metáfase II: Cromossomos se prendem às fibras do fuso acromatico e vão para a porção equatorial da
célula.
• Anáfase II: SEPARAÇÃO DAS CROMÁTIDES IRMÃS! Elas são puxadas para os polos da célula.
• Telófase II: Desaparece o fuso acromático, reaparecem os nucléolos, há formação da carioteca e ocorre
a citocinese.
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Biologia
Exercícios
1. Um dos principais fenômenos que ocorrem na meiose é a permutação, também conhecida como
crossing-over. Nesse processo ocorre a troca de pedaços entre cromossomos homólogos,
aumentando assim a variedade genética.
Sabendo-se que a permuta ocorre na prófase I, marque a subfase em que ocorre esse processo.
a) Leptóteno.
b) Zigoteno.
c) Paquiteno.
d) Diploteno.
e) Diacinese.
2. O estudo do núcleo da célula é um tanto complexo, pois devemos levar em consideração o momento
vital da célula. Se ela está em um período de divisão, ou um período de interfase. Na interfase a célula
produz proteínas e aumenta de tamanho e seu DNA se duplica. A interfase é mais longa do que a divisão
celular propriamente dita. Assinale a alternativa que indica todas as estruturas presentes no núcleo de
uma célula Eucarionte durante todo o período da interfase.
a) Carioteca – Cromatina – Cromossomos
b) Carioteca – Nucléolos – Cromatina
c) Nucléolos – Cromatina – Cromossomos
d) Carioteca – Cromossomos – Cromátide
e) Nucléolos – Cromossomos – Cromonenma
3. Para estudar os cromossomos, é preciso observá-los no momento em que se encontram no ponto
máximo de sua condensação. A imagem corresponde ao tecido da raiz de cebola, visto ao microscópio,
e cada número marca uma das diferentes etapas do ciclo celular.
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Biologia
Qual número corresponde à melhor etapa para que esse estudo seja possível?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
4. Uma determinada espécie de animal possui célula 2n = 6 cromossomos. Qual alternativa apresenta a ilustração de uma célula dessa espécie na metáfase da segunda divisão por meiose?
a)
b)
c)
d)
e)
5. Um bioquímico mediu a quantidade de DNA em células cultivadas em laboratório e verificou que a
quantidade de DNA na célula duplicou:
a) entre as fases G1 e G2 do ciclo celular.
b) entre a prófase e a anáfase da mitose.
c) durante a metáfase do ciclo celular.
d) entre a prófase I e a prófase II da meiose.
e) entre a anáfase e a telófase da mitose.
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Biologia
6. O Brasil possui um grande número de espécies distintas entre animais, vegetais e microrganismos envoltos em uma imensa complexidade e distribuídas em uma grande variedade de ecossistemas.
SANDES. A. R. R.; BLASI. G. Biodiversidade e diversidade química e genética. Disponível em:http://novastecnologias.com.br. Acesso em: 22 set. 2015 (adaptado).
O incremento da variabilidade ocorre em razão da permuta genética, a qual propicia a troca de segmentos entre cromátides não irmãs na meiose. Essa troca de segmentos é determinante na
a) produção de indivíduos mais férteis.
b) transmissão de novas características adquiridas.
c) recombinação genética na formação dos gametas.
d) ocorrência de mutações somáticas nos descendentes.
e) variação do número de cromossomos característico da espécie.
7. Em relação ao processo de divisão celular, podemos afirmar que:
a) a mitose consiste em duas divisões celulares sucessivas.
b) os óvulos e os espermatozoides são produzidos por divisões mitóticas.
c) durante a meiose não ocorre a permutação ou “crossing-over”.
d) a meiose é um processo que dá origem a quatro células haplóides.
e) durante a mitose as cromátides irmãs não se separam.
8. No processo de mitose:
a) a partir de uma célula diplóide originam-se duas novas células diplóides.
b) a partir de uma célula diplóide originam-se quatro novas células diplóides.
c) a partir de uma célula haplóide originam-se duas novas células diplóides.
d) a partir de uma célula haplóide originam-se quatro novas células diplóides.
e) a partir de uma célula diplóide originam-se quatro novas células haplóides.
9. No nosso corpo ocorrem dois tipos de divisão celular: a mitose, nas células do corpo em geral, e a
meiose, nas células germinativas. Com relação à mitose e à meiose no corpo humano, é correto afirmar
que
a) na mitose, a partir de células iniciais com 46 cromossomos, formam-se células com a metade do
número de cromossomos.
b) a mitose é a divisão celular que forma os espermatozoides e os óvulos.
c) na meiose, a partir de células iniciais com 46 cromossomos, formam-se células com 23
cromossomos.
d) a meiose é a divisão celular que permite o crescimento dos organismos e a substituição das
células que envelhecem e morrem.
e) tanto na mitose quanto na meiose ocorre perda de cromossomos durante a divisão celular
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Biologia
10. Após uma aula sobre divisão celular, em células eucariontes, o professor projeta a imagem de uma célula que representa uma das etapas estudadas, e pergunta a seus alunos qual fase e divisão celular estão sendo representadas. Observe a imagem da representação projetada e assinale, das alternativas abaixo, qual a resposta correta para a questão proposta pelo professor
a) Metáfase da Mitose.
b) Anáfase da Mitose.
c) Anáfase I da Meiose.
d) Metáfase II da Meiose.
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Biologia
Gabarito
1. C
O processo de crossing over ocorre no paquíteno, subfase da prófase I.
2. B
A carioteca, os nucléolos e a cromatina estarão presentes nos núcleos interfásicos. As cromátides
estarão presentes após a duplicação do DNA.
3. C
A metáfase é a fase do ciclo com a condensação máxima dos cromossomos, assim, a melhor a ser
estudada é a de número 3.
4. C
A metáfase é a etapa onde os cromossomos estão organizados em uma placa equatorial, no centro da
célula, como indicado na figura C.
5. A
O DNA sofre duplicação na fase S do ciclo celular, que ocorre entre as fases G1 e G2.
6. C
A troca de cromátides não-irmãs durante a meiose gera um processo de recombinação genética na
formação dos gametas. Não caracteriza uma mutação, tendo em vista que o material genético continua
íntegro. Ressalta-se que a meiose em outros taxa diferentes dos animais origina células distintas (ex.
esporos em plantas).
7. D
A meiose reduz o número de cromossomos a metade, originando 4 células haploides. A mitose origina
duas células com o mesmo número de cromossomos da célula mãe.
8. A
A mitose origina duas células com o mesmo número de cromossomos da célula-mãe.
9. C
A meiose é um processo de divisão celular reducional, isto é, as células filhas apresentam a metade
da quantidade de cromossomos da célula-mãe.
10. C
Na imagem podemos ver que os cromossomos duplicados que estão se separando, caracterizando a
anáfase I da meiose.
1
Biologia
Genética do sexo
Resumo
Normalmente, uma célula somática humana contém 22 pares de cromossomos autossômicos e um par
heterossômico. Isso totaliza 23 pares ou 46 cromossomos totais 2n=46. Os cromossomos autossômico
(pareados) estão relacionados com as características estruturais e funcionais de forma geral, enquanto os
sexuais (não–pareados) são responsáveis pelas características que irão definir os sexos, como a formação
das genitálias e órgãos reprodutores e outras características gerais também.
De modo geral, foi estabelecido, por convenção, o cromossomo X para o sexo feminino e o Y para o sexo
masculino. Entretanto, vale lembrar que o cariótipo sexual humano é definido por XX para o sexo feminino e XY
para o sexo masculino.
Os Cromossomos Sexuais
Os cromossomos Y são mais curtos que o cromossomo X, e é nessa região mais curta onde se encontram os
genes responsáveis pelas características masculinas dos indivíduos. Existe também uma região em X que não
tem correspondência em Y, ou seja, não existem alelos em Y correspondentes a X nessa. A isso se dá o nome
de região não-homóloga. Veja na figura abaixo:
É na meiose que esses cromossomos se separam, formando gametas contendo X ou Y. O homem produz
gametas X ou Y e a mulher, apenas X.
2
Biologia
Exemplos de heranças relacionadas ao sexo: Herança restrita e ligada ao sexo
Restrita ao sexo: ocorre quando o gene está no cromossomo Y
Hipertricose auricular
Se manifesta em homenes pelo aumento do número e tamanho de pelos no pavilhão auditivo.
Ligada ao Sexo: é provocada por genes nos cromossomos X.
Hemofilia
É decorrente de mutações no gene que codifica o fator de VIII da cascata de coagulação sanguínea. Sendo
uma doença hemorrágica, resultante da deficiência desse fator da coagulação, acomete aproximadamente um
a cada dez mil nascimentos masculinos.
Por ser uma doença genética recessiva ligada ao cromosomo X, a hemofilia afeta quase exclusivamente
homens. Homens possuem um único alelo de fator VIII (XY) enquanto as mulheres possuem dois alelos (XX).
Homens com um alelo com mutação (XhY, hemizigose) terão a doença, enquanto mulheres com um único alelo
com mutação (XHXh, heterozigose) serão portadoras e, portanto, com 50% de probabilidade de transmitir o alelo
anormal à sua prole, em cada gestação. Já as mulheres com mutações em ambos os alelos (XhXh, homozigose)
manifestarão a doença, embora esta seja uma situação muito rara
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Biologia
Daltonismo
O daltonismo é um transtorno hereditário (herança recessiva ligada ao sexo). Cerca de 5% a 8% dos homens e
0,4% das mulheres apresentam um tipo de cegueira para cores conhecida como daltonismo, ou cegueira parcial
essas pessoas são incapazes de distinguir entre as cores vermelho e verde. A grande diferença entre o número
de homens afetados comparando com o de mulheres se explica pelo fato de o daltonismo ser provocado por
gene recessivo ligado ao cromossomo X. O termo daltonismo originou-se do nome do físico e químico inglês
John Dalton (1766 – 1844), que em 1794 publicou um estudo revelando que tinha dificuldade para distinguir
certas cores. O daltonismo é um defeito que faz com que pelo menos um dos três tipos de cones, que são os
receptores das cores existentes na retina, não funcione corretamente. Muitos referem-se ao daltônico como
aquela pessoa que confunde o verde com o vermelho, e vice-versa, porém esse é um conceito errôneo.
Herança influenciada pelo sexo
São características promovidas por genes autossômicos influenciados pelo sexo do indivído.
Calvicie
É uma herança autossômica dominante. Acreditava-se que um único gene transmitia total predisposição
genética, autossômica dominante em homens e autossômica recessiva em mulheres. Reavaliando
criteriosamente, este padrão hereditário parece ser poligênico, especialmente quando se observam os diversos
fenótipos da calvície, desde um couro cabeludo normal até a calvície completa. Acredita-se que indivíduos com
essa predisposição genética tenham aumento expressivo dos receptores de hormônios sexuais, que alteram a
forma e número dos folículos capilares.
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Exercícios
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Biologia
1. No heredograma, os símbolos preenchidos representam pessoas portadoras de um tipo raro de doença
genética. Os homens são representados pelos quadrados e as mulheres, pelos círculos.
Qual é o padrão de herança observado para essa doença?
a) Dominante autossômico, pois a doença aparece em ambos os sexos.
b) Recessivo ligado ao sexo, pois não ocorre a transmissão do pai para os filhos.
c) Recessivo ligado ao Y, pois a doença é transmitida dos pais heterozigotos para os filhos.
d) Dominante ligado ao sexo, pois todas as filhas de homens afetados também apresentam a doença.
e) Codominante autossômico, pois a doença é herdada pelos filhos de ambos os sexos, tanto do pai
quanto da mãe.
2. O heredograma a seguir apresenta um caso familial de daltonismo, herança determinada por um gene
recessivo localizado no cromossomo X.
Pela análise das informações contidas no heredograma e de outros conhecimentos que você possui
sobre o assunto, só se pode afirmar CORRETAMENTE que
a) o indivíduo II.1 tem 50% de chance de apresentar o gene para o caráter.
b) todas as filhas do indivíduo II.2 serão daltônicas.
c) qualquer descendente de II.4 receberá o gene para daltonismo.
d) o indivíduo II.2 herdou o gene de qualquer um dos genitores.
3. Em gatos, a determinação da cor do pêlo é um caso de herança ligada ao cromossomo X. Assim, o pêlo
malhado, que é a manifestação de um genótipo heterozigoto em ausência de dominância, só é
5
Biologia
encontrado normalmente nas fêmeas . 0 aparecimento excepcional de machos malhados é explicado a
partir da seguinte constituição sexual cromossômica:
a) XY
b) XX
c) XXY
d) XYY
e) XXX
4. O cruzamento de uma drosófila de olho vermelho, heterozigota, com um macho de olho branco, sabendo-
se que esse caráter obedece ao mecanismo da herança ligada ao sexo, deve dar:
a) todos os descendentes machos de olho vermelho, porque eles não recebem o cromossomo X do
pai.
b) descendentes machos de olho vermelho e olho branco, porque 50% deles recebem o cromossomo
X do pai, que tem olho branco, e 50% o X da mãe, que tem olho vermelho.
c) todos os descendentes femininos de olho branco, porque as fêmeas recebem o cromossomo X do
pai, que tem olho branco.
d) 50% dos descendentes femininos de olhos vermelhos e 50% de olhos brancos, porque a fêmea é
heterozigota e o macho é portador do gene recessivo.
e) tanto machos quanto fêmeas 50% de olhos vermelhos e 50% de olhos brancos, porque se trata do
cruzamento de um heterozigoto com um birrecessivo.
5. A análise do heredograma a seguir permite supor que a característica apresentada pelos indivíduos é:
a) ligada ao cromossomo X.
b) ligada ao cromossomo Y.
c) autossômica dominante.
d) autossômica recessiva.
e) letal na primeira infância.
6. A calvície é determinada por um gene autossômico cuja dominância é influenciada pelo sexo,
comportando-se como dominante no homem e como recessivo na mulher. Simbolizando-se o gene que
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Biologia
causa a calvície por C e o seu alelo selvagem por c, indique o genótipo dos indivíduos (1), (2), (4) e (5) da
genealogia abaixo, na qual estes genes estão segregados.
a) Cc, CC, CC, Cc
b) Cc, cc, cc, Cc
c) CC, cc,cc, Cc
d) CC, Cc, Cc, Cc
7. Uma característica genética recessiva presente no cromossomo Y é:
a) poder ser herdada do pai ou da mãe pelos descendentes do sexo masculino e do feminino.
b) só poder ser herdada a partir do pai por seus descendentes do sexo masculino.
c) só poder ser herdada a partir do pai por seus descendentes do sexo feminino.
d) só poder ser herdada a partir da mãe por seus descendentes do sexo masculino.
e) só poder ser herdada a partir da mãe por seus descendentes do sexo feminino.
8. Os indivíduos de uma população de uma pequena cidade, fundada por uma família de europeus, são, frequentemente, frutos de casamentos consanguíneos. Grande parte dos grupos familiares dessa localidade apresenta membros acometidos por uma doença rara, identificada por fraqueza muscular progressiva, com início aos 30 anos de idade. Em famílias com presença dessa doença, quando os pais são saudáveis, somente os filhos do sexo masculino podem ser afetados. Mas em famílias cujo pai é acometido pela doença e a mãe é portadora do gene, 50% da descendência, independentemente do sexo, é afetada. Considerando as características populacionais, o sexo e a proporção dos indivíduos afetados, qual é o tipo de herança da doença descrita no texto?
a) Recessiva, ligada ao cromossomo X.
b) Dominante, ligada ao cromossomo X.
c) Recessiva, ligada ao cromossomo Y.
d) Recessiva autossômica.
e) Dominante autossômica.
7
Biologia
9. Leandro, preocupado com a possibilidade de vir a ser calvo, consultou um amigo que estava estudando
genética. Contou que, embora seus pais não fossem calvos, sua avó materna era. Na família do avô
materno, não havia histórico de calvície. Seu amigo explicou que a calvície é uma característica
influenciada pelo sexo e que se expressa nos homens em homo e heterozigose e nas mulheres, somente
em homozigose. Assim concluiu que a chance de Leandro vir a ser calvo era de 50%. Essa conclusão
baseia-se no fato de
a) sua mãe ser heterozigota.
b) seu avô paterno ser calvo.
c) sua avó paterna ser heterozigota.
d) seu pai ser heterozigoto.
e) sua avó materna ser heterozigota.
10. A distrofia muscular Duchenne (DMD) é uma doença causada por uma mutação em um gene localizado
no cromossomo X. Pesquisadores estudaram uma família na qual gêmeas monozigóticas eram
portadoras de um alelo mutante recessivo para esse gene (heterozigóticas). O interessante é que uma
das gêmeas apresentava o fenótipo relacionado ao alelo mutante, isto é, DMD, enquanto a sua irmã
apresentava fenótipo normal. RICHARDS, C. S. et al. The American Journal of Human Genetics, n. 4, 1990 (adaptado).
A diferença na manifestação da DMD entre as gêmeas pode ser explicada pela
a) dominância incompleta do alelo mutante em relação ao alelo normal.
b) falha na separação dos cromossomos X no momento da separação dos dois embriões.
c) recombinação cromossômica em uma divisão celular embrionária anterior à separação dos dois
embriões.
d) inativação aleatória de um dos cromossomos X em fase posterior à divisão que resulta nos dois
embriões.
e) origem paterna do cromossomo portador do alelo mutante em uma das gêmeas e origem materna
na outra.
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Biologia
Gabarito
1. D
Uma doença relacionada ao sexo é uma doença ligada ao cromossomo X. Como ela é dominante, apenas
um X dominante já faz a doença se manifestar. Se um homem XY possui a doença, o único X dele é afetado
e todas suas filhas possuirão este cromossomo.
2. C
II.4 é uma mulher daltônica, logo XdXd, ela sempre mandará o X com o gene para o daltonismo.
3. C
Para pelagem malhada, é necessário dois cromossomos X, devido ao fator heterozigoto da herança. Como
gatos necessitam do cromossomo Y para serem machos, gatos malhados serão XXY.
4. D
Se a mosca XX, fêmea, é heterozigota, olho vermelho é dominante sobre olho branco. Se o macho tem olho
branco, nesse caso, ele será recessivo. Fazendo o cruzamento, é ½ de chance para cada.
5. B
Apenas homens são afetados, e todos os filhos homens de homens afetados são portadores, logo, está
ligado ao cromossomo Y.
6. A
Por ser uma herança influenciada pelo sexo, homens serão calvos mesmo heterozigotos, e mulheres serão
obrigatoriamente homozigotas dominantes.
7. B
Apenas homens podem herdar caracteres ligados ao cromossomo Y, e sempre do pai.
8. A
Como o texto menciona, quando os pais são saudáveis, ou seja, não tem o gene para a doença ligado no
cromossomo X, o filho somente terá a doença se a mãe proporcionar o X com o gene para a doença. Já se
o pai e a mãe são portadores, o filho poderá receber o X defeituoso da mãe, tendo 50% de chances e a filha
poderá receber ou da mãe ou do pai, já que ela é XX.
9. A
Como a avó materna de Leandro era calva, sua mãe é heterozigota, logo, há 50% de chance de Leandro ter
herdado o alelo para calvicie, que se manifesta em homens em heterozigose.
10. D
Cada mulher apresenta dois cromossomos X, um deles se inativando formando o corpúsculo de Barr (ou
cromatina sexual). Heterozigotas para DMD (XAXa) podem ter o XA inativado e manifestar a doença, ou
sofrer inativação do Xa e apresentar fenótipo normal. A expressão de fenótipos distintos em mulheres
heterozigotas para gene ligado ao sexo (cromossomo X) e gêmeas monozigóticas deve ser explicada pela
inativação ao acaso de um de seus cromossomos X.
1
Filosofia / Sociologia
Síntese kantiana
Resumo
Kant e o criticismo
Conhecido como o maior filósofo do Iluminismo, o alemão Immanuel Kant é também um dos maiores
pensadores de todos os tempos e se notabilizou nas mais diversas áreas da filosofia: da lógica à filosofia
política, da ética à estética. Nesse sentido, uma de suas contribuições mais importantes para a história da
filosofia – talvez a maior de todas elas – foi a criação de uma nova corrente na teoria do conhecimento,
corrente esta que, de acordo com o Kant, resolveria definitivamente todos os problemas da epistemologia: o
criticismo. Ora, no que esta corrente crê?
Em primeiro lugar, precisamos recordar que, na época de Kant, a teoria do conhecimento já ocupava a
alguns séculos o centro das especulações filosóficas e vivia dividida em duas grandes correntes: o
racionalismo, que considerava a razão o fundamento básico do conhecimento humano, e o empirismo, que
dava centralidade aos sentidos no processo de conhecimento. De modo mais ou menos radical, essas duas
correntes vinham sempre se contrapondo sem nunca chegar a um acordo. E foi aí que Kant se destacou.
Segundo ele, o primeiro passo para a resolução dos problemas epistemológicos seria uma reavaliação geral
de toda a discussão desde o seu ponto de partida. Era preciso fazer uma crítica do conhecimento (daí o nome
criticismo): perguntar, como se isso nunca tivesse sido feito antes, quais as condições de possibilidade do
conhecimento humano.
Curiosamente, a conclusão de Kant em sua Crítica da Razão Pura foi de que tanto o racionalismo quanto
o empirismo tinham o seu quê de verdadeiro, que merecia ser reconhecido, mas que também, justamente por
isso, nenhum dos dois podia ser admitido sem ressalvas ou ser absolutizado. Ao contrário, para Kant, o papel
do verdadeiro filósofo seria unir o que essas duas correntes tinham de verdadeiro, expurgando o que fosse
falso. Era necessário fazer uma conciliação, uma síntese transcendente entre as duas teorias.
Como isso seria possível? Bem, para Kant, a primeira coisa que uma crítica séria do conhecimento nos
revela é que não podemos nunca acessar o número, isto é, nunca podemos descobrir a essência das coisas,
a realidade tal como ela é em si mesma, mas apenas os fenômenos, ou seja, a realidade tal como aparece
para nós. Aliás, segundo o autor, foi esse o erro básico das teorias do conhecimento precedentes, que, sem
reconhecer os limites da inteligência humana, achavam possível descobrir a realidade tal como ela é em si
mesma, objetivamente. Indo justamente numa direção contrária, Kant rejeita toda perspectiva objetivista,
realista. Para ele, nós nunca saberemos como as coisas são. Podemos apenas descobrir como as coisas são
para nós, como elas aparecem para os seres humanos. Não à toa, a filosofia kantiana é considerada
subjetivista, idealista. Historicamente, aliás, essa inovação de Kant ficou conhecida como revolução
copernicana. Com efeito, assim como Copérnico, com sua defesa do heliocentrismo, teria modificado o centro
do universo, transplantando-o da Terra para o Sol, da mesma maneira Kant teria modificado o centro da
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Filosofia / Sociologia
filosofia, transplantando-o de uma perspectiva realista (centrada no objeto do conhecimento) para uma
perspectiva idealista (centrada no sujeito do conhecimento). No entanto, é necessário perceber aqui que o
idealismo kantiano não é individual. Não se trata de como a realidade aparece para cada ser humano, mas
sim de como ela aparece para todos os indivíduos, uma vez que temos todos a mesma estrutura cognitiva.
Trata-se, pois, de um idealismo transcendental.
Como adiantado acima, a conclusão retirada por Kant de sua investigação das condições de
possibilidade do conhecimento humano foi uma síntese entre o racionalismo e o empirismo. Segundo o autor,
tanto a razão quanto os sentidos são fundamentos básicos do conhecimento, mas sob aspectos diferentes,
cada um com o seu papel. Assim, ao invés de um ou os outros serem a fonte primária do conhecer, o que há
é a função de cada um e a interdependência de ambos.
Dito de modo simples, pode-se resumir a coisa da seguinte maneira. São duas as faculdades ou
capacidades básicas do conhecimento humano: o entendimento (correspondente à razão) e a sensibilidade
(correspondente aos sentidos).
Faculdade idêntica em todos os seres humanos e possuída pelos homens desde que nasceram, o
entendimento gera conceitos e fornece o conhecimento a priori (prévio à experiência), o qual consiste nas
doze categorias básicas do conhecimento (substância, relação, quantidade, qualidade, etc.). Tal
conhecimento a priori fornece a forma do conhecimento humano em geral, isto é, a estrutura a partir da qual
conhecemos as coisas. A sensibilidade, por sua vez, sendo uma capacidade com que os homens também
nascem, é, porém, a princípio vazia, uma vez que depende da experiência para ser preenchida – e varia de um
indivíduo para o outro. Sendo assim, ela gera intuições e fornece o conhecimento a posteriori (posterior à
experiência), o qual se constitui dos dados oferecidos pelos sentidos. Tal conhecimento fornece não a forma,
mas a matéria, o conteúdo do conhecimento humano em geral, o qual é estruturado pelas categorias da razão.
Assim, o conhecimento é uma junção de razão e sentidos, entendimento e sensibilidade. A razão dá a forma
do conhecimento, os sentidos dão a matéria. O entendimento fornece a estrutura a priori, a sensibilidade o
conteúdo a posteriori. Em síntese, a conceito sem intuição é vazio, a intuição sem conceito é disforme.
Naturalmente, as consequências dos princípios do criticismo kantiano foram muito para além da teoria
do conhecimento. Uma vez que todo conhecimento teórico depende simultaneamente do entendimento e da
sensibilidade, Kant concluiu que é impossível provar racionalmente a existência de Deus, a imortalidade da
alma e a liberdade humana. De fato, nenhum desses três objetos (Deus, alma e liberdade) pode ser percebido
diretamente pelos sentidos, sendo assim, nenhum deles pode ser conhecido com segurança. Essa rejeição
de Kant dos temas clássicos da metafísica, porém, foi provisória. Como veremos a seguir, Kant resgatará os
temas Deus, alma e liberdade quando tratar das questões éticas.
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Filosofia / Sociologia
Exercícios
1. O filósofo alemão Immanuel Kant formulou, na Crítica da Razão Pura, uma divisão do conhecimento e
acesso da razão aos fenômenos. Fenômenos não são coisas; eles nomeiam aquilo que podemos
conhecer das coisas, através das formas da sensibilidade (Espaço e Tempo) e das categorias do
entendimento (tais como Substância, Relação, Necessidade etc.). Assim, Kant afirma que o
conhecimento humano é finito (limitado por suas formas e categorias). Como poderia haver, então,
algum conhecimento universalmente válido? Ele afirma que tal conhecimento se formula num “juízo
sintético a priori”. Juízos são afirmações; o adjetivo “sintéticos” significa que essas afirmações reúnem
conceitos diferentes; “a priori”, por sua vez, indica aquilo que é obtido sem acesso à experiência dos
fenômenos, antes deles e para que os fenômenos possam ser reunidos em um conhecimento que tenha
unidade e sentido.
Com base nisso, indique a alternativa CORRETA.
a) Para Kant, o conhecimento humano é diretamente dado pela experiência das coisas, acessíveis
pelos sentidos (visão, audição, etc.).
b) Juízos sintéticos a priori são afirmações de conhecimento cuja natureza é particular e que se altera
caso a caso.
c) Se a Metafísica é o conhecimento da essência das coisas elas mesmas, Kant é, na Crítica da Razão
Pura, um defensor da Metafísica, e não um defensor da finitude do conhecimento.
d) Para Kant, Espaço e Tempo são categorias do entendimento mediante as quais conhecemos os
fenômenos.
e) Juízos sintéticos a priori permitem organizar o conhecimento, dando a ele validade universal e
unicidade.
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Filosofia / Sociologia
2. Leia os textos a seguir.
Exercita-te primeiro, caro amigo, e aprende o que é preciso conhecer para te iniciares na política; antes,
não. Então, primeiro precisarás adquirir virtude, tu ou quem quer que se disponha a governar ou a
administrar não só a sua pessoa e seus interesses particulares, como a cidade e as coisas a ela
pertinentes. Assim, o que precisas alcançar não é o poder absoluto para fazeres o que bem entenderes
contigo ou com a cidade, porém justiça e sabedoria. PLATÃO, O primeiro Alcebíades. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2004. p. 281-285.
Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade
é a incapacidade de fazer uso do seu entendimento sem a direção de outro indivíduo... Sapere Aude!
Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. KANT, I. Resposta à pergunta: que é ‘Esclarecimento’ (‘Aufklärung’). Trad. Floriano de Souza Fernandes, 2. ed. Petrópolis: Vozes,
1985. p. 100-117.
Tendo em vista a compreensão kantiana do Esclarecimento (Aufklärung) para a constituição de uma
compreensão tipicamente moderna do humano, assinale a alternativa correta.
a) Fazer uso do próprio entendimento implica a destruição da tradição, na medida em que o poder da
tradição impede a liberdade do pensamento.
b) A superação da condição de menoridade resulta do uso privado da razão, em que o indivíduo faz
uso restrito do próprio entendimento.
c) A saída da menoridade instaura uma situação duradoura, pois as verdadeiras conquistas do
Esclarecimento se afiguram como irreversíveis.
d) A menoridade é uma tendência decorrente da natureza humana, sendo, por esse motivo, superada
no Esclarecimento, com muito esforço.
e) A condição fundamental para o Esclarecimento é a liberdade, concebida como a possibilidade de
se fazer uso público da razão.
3. O tempo nada mais é que a forma da nossa intuição interna. Se a condição particular da nossa
sensibilidade lhe for suprimida, desaparece também o conceito de tempo, que não adere aos próprios
objetos, mas apenas ao sujeito que os intui. KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Valério Rohden e Udo Baldur Moosburguer. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 47.
Coleção Os Pensadores.
Com base nos conhecimentos sobre a concepção kantiana de tempo, assinale a alternativa correta.
a) O tempo é uma condição a priori de todos os fenômenos em geral.
b) O tempo é uma representação relativa subjacente às intuições.
c) O tempo é um conceito discursivo, ou seja, um conceito universal.
d) O tempo é um conceito empírico que pode ser abstraído de qualquer experiência.
e) O tempo, concebido a partir da soma dos instantes, é infinito.
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Filosofia / Sociologia
4. Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; porém todas as tentativas
para descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento, malogravam-se com
esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da
metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento. KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994 (adaptado).
O trecho em questão é uma referência ao que ficou conhecido como revolução copernicana na filosofia.
Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que
a) assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do conhecimento.
b) defendem que o conhecimento é impossível, restando-nos somente o ceticismo.
c) revelam a relação de interdependência entre os dados da experiência e a reflexão filosófica.
d) apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, na primazia das ideias em relação aos objetos.
e) refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso conhecimento e são ambas recusadas por
Kant.
5. No século XVIII, o filósofo Emanuel Kant formulou as hipóteses de seu idealismo transcendental.
Segundo Kant, todo conhecimento logicamente válido inicia-se pela experiência, mas é construído
internamente por meio das formas a priori da sensibilidade (espaço e tempo) e pelas categorias lógicas
do entendimento. Dessa maneira, para Kant, não é o objeto que possui uma verdade a ser conhecida
pelo sujeito cognoscente, mas sim o sujeito que, ao conhecer o objeto, nele inscreve suas próprias
coordenadas sensíveis e intelectuais. De acordo com a filosofia kantiana, pode-se afirmar que
a) a mente humana é como uma “tabula rasa”, uma folha em branco que recebe todos os seus
conteúdos da experiência.
b) os conhecimentos são revelados por Deus para os homens.
c) todos os conhecimentos são inatos, não dependendo da experiência.
d) Kant foi um filósofo da antiguidade.
e) para Kant, o centro do processo de conhecimento é o sujeito, não o objeto.
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Filosofia / Sociologia
6. Nos Princípios Matemáticos de Filosofia Natural, Newton afirmara que as leis do movimento, assim
como a própria lei da gravitação universal, tomadas por ele como proposições particulares, haviam sido
“inferidas dos fenômenos, e depois tornadas gerais pela indução”. Kant atribui a estas proposições
particulares, enquanto juízos sintéticos, o caráter de leis a priori da natureza. Entretanto, ele recusa esta
dedução exclusiva das leis da natureza e consequente generalização a partir dos fenômenos. Destarte,
para enfrentar o problema sobre a impossibilidade de derivar da experiência juízos necessários e
universais, um dos esforços mais significativos de Kant dirige-se ao esclarecimento das condições de
possibilidade dos juízos sintéticos a priori. Com base no enunciado e nos conhecimentos acerca da
teoria do conhecimento de Kant, é correto afirmar:
a) A validade objetiva dos juízos sintéticos a priori depende da estrutura universal e necessária da
razão e não da variabilidade individual das experiências.
b) Os juízos sintéticos a priori enunciam as conexões universais e necessárias entre causas e efeitos
dos fenômenos por meio de hábitos psíquicos associativos.
c) O sujeito do conhecimento é capaz de enunciar objetivamente a realidade em si das coisas por
meio dos juízos sintéticos a priori.
d) Nos juízos sintéticos a priori, de natureza empírica, o predicado nada mais é do que a explicitação
do que já esteja pensado realmente no conceito do sujeito.
e) A possibilidade dos juízos sintéticos a priori nas proposições empíricas fundamenta-se na
determinação da percepção imediata e espontânea do objeto sobre a razão.
7. Immanuel Kant, além da Filosofia, dedicou-se também às questões científicas, tendo sido pioneiro na
afirmação de que as “nebulosas” não são apenas gases, mas conglomerados de estrelas. Sua tese de
1755 sobre a formação do Sistema Solar antecipou ideias semelhantes às do francês Laplace. A
chamada “hipótese de Kant-Laplace” explica o surgimento do Sol e dos planetas a partir de uma
“nebulosa primitiva”, em movimento de rotação constante e cujos gases aos poucos se acumulam no
centro, adensando-se e gerando o Sol, enquanto ao redor desse criam-se núcleos de matéria
concentrada, dando nascimento aos planetas. Embora essa concepção já tenha sido superada, ela foi
importante para o desenvolvimento das teorias cosmogônicas contemporâneas, inclusive a mais
famosa, a do big-bang.
Marque a opção que melhor exprime a relevância das teorias cosmogônicas de Kant e de Laplace.
a) É possível conceber a origem e a evolução do Universo por meio da razão e dos conhecimentos
científicos.
b) A busca do conhecimento é uma tarefa inglória, pois há sempre uma teoria nova se sobrepondo à
atual.
c) Como o ser humano não estava presente na origem do mundo, ele não pode ter qualquer
conhecimento do que então aconteceu.
d) O conhecimento sobre a origem do Universo e as causas dos fenômenos naturais de nada serve
para o ser humano e é pura vaidade.
e) Só podemos conhecer aquilo que experimentamos diretamente.
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Filosofia / Sociologia
8. “Até agora se supôs que todo nosso conhecimento tinha que se regular pelos objetos; porém, todas as
tentativas de mediante conceitos estabelecer algo a priori sobre os mesmos, através do que o nosso
conhecimento seria ampliado, fracassaram sob esta pressuposição. Por isso tente-se ver uma vez se
não progredimos melhor nas tarefas da Metafísica admitindo que os objetos têm que se regular pelo
nosso conhecimento a priori, o que assim já concorda melhor com a requerida possibilidade de um
conhecimento a priori dos mesmos que deve estabelecer algo sobre os objetos antes de nos serem
dados”. Kant
De acordo com o pensamento de Kant, é correto afirmar que
a) o conhecimento resulta da ação dos objetos sobre nossa capacidade perceptiva, de modo que
todo conhecimento deriva da experiência.
b) nada pode ser estabelecido sobre os objetos que não seja dado por eles ou por meio deles.
c) nosso conhecimento é regulado por princípios que se encontram em nossa mente; como tais, são
anteriores e independentes de toda experiência.
d) é dispensável fazer uma crítica da Razão e dos limites e possibilidade do conhecimento.
e) a Metafísica se constituiu há muito tempo como disciplina que “encetou o caminho seguro de uma
ciência” (Kant).
9. Na história do pensamento humano foram construídos conceitos para compreender o que é filosofia.
Uma das explicações foi dada pelo filósofo alemão Immanuel Kant, que dizia: não há filosofia que se
possa aprender; só se pode aprender a filosofar.
Essa afirmação significa que, para Kant, a filosofia é
a) um fundamento.
b) uma atitude.
c) uma utopia.
d) uma ciência.
e) um método.
10. Considere o texto a seguir para responder à questão.
O juízo estético em Kant é uma intuição do inteligível no sensível, em que o sujeito não proporciona
nenhum conhecimento do objeto que provoca, não consiste em um juízo sobre a perfeição do objeto, é
válido independentemente dos conceitos e das sensações produzidas pelo objeto. TAVARES, Manoel; FERRO, Mário. Análise da obra fundamentos da metafísica dos costumes de Kant. Lisboa- Portugal: Editorial
Presença, [s.d.]. p. 43-44.
Então, para Kant, a estética é uma intuição de ordem
a) objetiva.
b) cognitiva.
c) subjetiva e cognitiva.
d) subjetiva e objetiva.
e) subjetiva.
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Filosofia / Sociologia
Gabarito
1. E
Para Kant, os juízos são estruturas que formulam o processo do conhecimento, sendo alguns juízos
necessários e universais e, portanto, puros e a priori. Esses juízos, para ele, possibilitam o conhecimento
denominado puro, ou seja, o conhecimento que está relacionado à estrutura cognitiva humana a priori,
independentemente da experiência empírica.
2. E
Para Kant, o esclarecimento pressupõe a capacidade do indivíduo de fazer uso da sua própria razão de
forma autônoma, ou seja, a partir do uso de seu próprio entendimento de maneira independente do
entendimento alheio. A autonomia de pensamento característica do esclarecimento implica, por sua vez,
a liberdade, o que inclui a possibilidade do indivíduo de se expressar livremente, realizando o uso público
da sua razão, como constatado na alternativa [E].
3. A
Para Kant, os indivíduos possuem estruturas ou faculdades cognitivas que possibilitam a experiência e
o entendimento, sendo essas estruturas existentes a priori, ou seja, estariam presentes nos indivíduos
desde o nascimento, não dependendo de nenhuma condição empírica de aquisição. Entre essas
estruturas, estaria a noção de tempo, de modo que o tempo seria uma forma a priori da sensibilidade,
condicionante da apreensão dos fenômenos empíricos, como apontado pela alternativa [A].
4. A
Primeiro, distingamos entre os tipos de juízos que Kant considera sermos capazes de fazer. Eles são
três: 1) juízos analíticos (ou aqueles juízos nos quais já no sujeito encontramos o predicado, ou seja,
juízos tautológicos e, por conseguinte, dos quais não se obtém nenhum tipo de conhecimento); 2) juízos
sintéticos a posteriori (ou aqueles juízos nos quais a experiência sensível está presente e se faz parte
decisiva do julgamento, ou seja, juízos particulares e contingentes); e 3) juízos sintéticos a priori (ou
aqueles juízos nos quais o predicado não está contido no sujeito e a experiência não constitui alguma
parte decisiva do conteúdo, ou seja, juízos nos quais se obtém conhecimento sobre algo, porém sem que
a experiência seja relevante para a conclusão obtida, o que faz desse tipo de juízo universal e necessário).
Segundo, lembremos que Kant afirmava que a matemática e a física realizam justamente o último tipo
de juízo mencionado. Ele, então, se perguntava se a metafísica também não era capaz de realizar esse
tipo de juízo. Para solucionar esta questão: “é possível uma metafísica baseada em juízos sintéticos a
priori?”, o filósofo irá modificar o ponto de vista da investigação se inspirando em Copérnico, isto é,
considerando o objeto não através daquilo que a experiência sensível expõe, porém a partir da
possibilidade de a faculdade mesma de conhecer constituir a priori o objeto – o astrônomo fez algo
similar quando, em vez de calcular o movimento dos corpos celestes através dos dados da experiência
sensível, calculou esses movimentos através da suposição de que o próprio observador (o homem sobre
a Terra) se movia. Esse a priori que Kant formula se encontra nas formas da sensibilidade, nas categorias
do entendimento e no esquematismo, isto é, na sua filosofia transcendental, ou na sua filosofia sobre as
condições de possibilidade do próprio conhecimento.
9
Filosofia / Sociologia
5. E
Somente a alternativa [E] é correta. Kant faz uma “revolução copernicana” na filosofia ao colocar, como
centro do processo de conhecimento, o sujeito e, não mais, o objeto. Tal concepção buscou superar a
quimera entre inatistas e empiristas acerca do conhecimento.
6. A
Os juízos sintéticos são derivados da experiência de modo a expandir o conceito uma vez que o
predicado não está implícito no sujeito e a experiência funcionaria como um fornecedor da extensão dos
mesmos.
A título de exemplo, para melhor compreensão, Kant explicita esse caso com a afirmação “todos os
corpos são pesados”. Diferentemente do conceito “todos os corpos são extensos”, no qual o predicado
já estava incorporado no conceito inicial e só estava omisso. Esta afirmação agrega um conhecimento
empírico, a saber, o de peso, sendo pela experiência o único meio de se obter tal predicado.
É na “Crítica da Razão Pura” que Kant elabora categorias que denomina de transcendentais, que são
estruturas “a priori” da sensibilidade e do intelecto ao mesmo tempo em que possibilitam a experiência
do objeto. Ele distingue três tipos de juízo:
- Juízo Analítico a priori (universal e necessário) – esta forma de juízo não amplia o conhecimento, só
explica e é baseado no princípio da identidade, ou seja, o predicado não é nada mais que a explicitação
do conteúdo do sujeito. Ex: um triângulo tem três lados.
- Juízo Sintético a posteriori (não é universal, nem necessário) – esta forma de julgamento amplia o
conhecimento, pois realiza uma síntese, fundamentada na experiência.
- Juízo Sintético a priori (universal e necessário) – esta forma de julgamento amplia o conhecimento e é
formulado independentemente da experiência empírica.
7. A
Immanuel Kant (1724–1804), assim ele se chamava, tinha 41 anos quando fez publicar a sua “Teoria do
Céu”. Nessa obra, que teve repercussões duradouras nos debates científicos, Kant procurava estabelecer
uma cosmogonia, ou seja, uma teoria sobre a criação do cosmos. Procurava basear as suas
especulações na mecânica do físico inglês, mas dava largas à sua imaginação. O certo é que teve
algumas intuições geniais. Kant percebeu que a Via Láctea era um conjunto de estrelas e de outros astros
e deduziu, por analogia com o sistema solar e com as nebulosas espirais, que se tratava de um conjunto
imenso em forma de disco achatado, ocupando o nosso Sol um local marginal. Daí, explicava que se
visse a Via Láctea como uma faixa de luz no céu, ao invés de se ver uma luminosidade uniforme em toda
a abóbada celeste. Continuando o seu raciocínio, defendeu que as nebulosas que se vêm no céu são
outras “vias lácteas”; outros universos-ilha, como depois se disse; outras galáxias, como hoje se diz. A
sua audaciosa teoria só viria a ser confirmada em 1924, com os trabalhos do astrônomo norte-americano
Edwin Hubble (1889–1953).
Prosseguindo o seu raciocínio analógico inspirado nas nebulosas espirais, Kant defendeu que o sistema
solar se tinha formado por condensação de uma nuvem de poeiras. Essa nuvem ter-se-ia achatado por
efeito da rotação e partes dela ter-se-iam condensado por efeito da gravidade. No centro ficaria o Sol; à
sua volta, aglomerações de matéria que gerariam os planetas. Era uma hipótese audaciosa e muito
inteligente. Explicava o motivo por que os planetas descrevem movimentos orbitais todos no mesmo
sentido, explicava a sua rotação, no mesmo sentido, em torno de si mesmos, e explicava ainda o fato de
orbitarem todos em planos quase coincidentes.
Anos mais tarde, quando o grande matemático francês Pierre Simon de Laplace (1749–1847)
desenvolveu e fundamentou uma hipótese semelhante, a teoria do filósofo alemão ganhou nova
credibilidade. Veio a ser conhecida como hipótese de Kant-Laplace. Depois de várias controvérsias e
10
Filosofia / Sociologia
alterações, esta hipótese constitui hoje o chamado “modelo padrão” de formação de sistemas
planetários.
Após ter considerado a Via Láctea como uma galáxia entre outras e ter apontado o sistema solar como
um entre muitos possíveis, Kant estava convencido de que o nosso mundo é apenas um entre muitos
outros mundos habitados. “Não hesitaria em arriscar tudo na verdade da minha proposição”, escreve, “de
que, pelo menos, alguns dos planetas que vemos são habitados.” A especulação do filósofo sobre a
pluralidade dos mundos encerra a obra “Teoria do Céu”, preenchendo toda a sua terceira parte. Aí se
encontram alguns dos trechos mais ingênuos e, ao mesmo tempo, mais poéticos do filósofo alemão.
8. C
A questão faz referência à “revolução copernicana” empreendida por Kant na Filosofia. Para superar a
quimera entre os empiristas e os inatistas, esse filósofo alemão passou a focar seus estudos sobre o
sujeito do conhecimento ao invés de somente considerar os objetos conhecidos. Segundo Kant, ainda
que o sujeito conheça os objetos por meio da experiência, tal conhecimento ocorre somente porque o
homem tem, em si, princípios que regulam a sua mente.
9. B
Filosofar, na acepção kantiana, corresponde a uma atitude de pensar por si mesmo. Nesse sentido, está
relacionado com uma intenção pedagógica de fazer as pessoas pensarem autonomamente, saindo do
estado de menoridade, tal como Kant apresenta em seu texto O que é Iluminismo?
10. E
Segundo Kant, o juízo estético advém do prazer gerado, não havendo necessidade de estar relacionado
com qualquer conhecimento acerca do objeto. Nesse sentido, esse corresponde a somente uma intuição
de ordem subjetiva, de acordo com a forma que o sujeito percebe o objeto.
1
Física
Energia mecânica
Resumo
Energia
Energia e Trabalho são grandezas de mesma dimensão. Estão associados às forças que de alguma forma
proporcionam ou podem proporcionar movimento.
A energia mecânica é a soma das energias potencial e cinética. A energia potencial pode ser do tipo
gravitacional (associada à força peso) ou elástica (associada à força elástica).
Potencial Gravitacional
(é necessário um desnível em relação a um referencial)
Potencial Elástica
(é necessária a deformação no meio elástico)
Cinética
(é necessário que o corpo esteja em movimento)
Obs.: Para a solução de exercícios de energia é preciso pensar da seguinte forma: Qual tipo de energia mecânica
o corpo possui? Se tiver velocidade – tem energia cinética; se tiver altura em relação a um referencial – tem
energia potencial gravitacional; se tiver mola ou meio elástico deformado – tem energia potencial elástica.
Teorema da Energia Cinética
Considere uma força constante F que atua sobre um corpo de massa m, na direção e no sentido do movimento
e sendo F a sua força resultante.
O trabalho realizado é
Mas
Logo,
2
Física
Conservação de Energia
O Princípio da Conservação da Energia diz que quando um número é calculado no início de um processo (o
valor da energia), ele será o mesmo no fim do processo. A energia poderá sofrer mudanças na sua classificação,
mas continuará sendo expressa pelo mesmo número.
Quando aplicamos o Princípio da Conservação de Energia em sistemas mecânicos, estamos dizendo que a
energia mecânica será mecânica até o fim do processo, isto é, não será transformada em outra forma de
energia.
Quando a energia mecânica se torna outra forma de energia (usualmente calor) o sistema é chamado de não-
conservativo (aparecem forças dissipativas como forças de atrito ou de resistência do ar), mas observe que
mesmo um sistema chamado de não-conservativo é na verdade um sistema conservativo quando tratamos da
totalidade das energias envolvidas.
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3
Física
Exercícios
1. Uma das modalidades presentes nas olimpíadas é o salto com vara. As etapas de um dos saltos de um
atleta estão representadas na figura:
Desprezando-se as forças dissipativas (resistência do ar e atrito), para que o salto atinja a maior altura
possível, ou seja, o máximo de energia seja conservada, é necessário que
a) a energia cinética, representada na etapa I, seja totalmente convertida em energia potencial elástica
representada na etapa IV.
b) a energia cinética, representada na etapa II, seja totalmente convertida em energia potencial
gravitacional, representada na etapa IV.
c) a energia cinética, representada na etapa I, seja totalmente convertida em energia potencial
gravitacional, representada na etapa III.
d) a energia potencial gravitacional, representada na etapa II, seja totalmente convertida em energia
potencial elástica, representada na etapa IV.
e) a energia potencial gravitacional, representada na etapa I, seja totalmente convertida em energia
potencial elástica, representada na etapa III.
2. Os carrinhos de brinquedo podem ser de vários tipos. Dentre eles, há os movidos a corda, em que uma
mola em seu interior é comprimida quando a criança puxa o carrinho para trás. Ao ser solto, o carrinho
entra em movimento enquanto a mola volta à sua forma inicial.
O processo de conversão de energia que ocorre no carrinho descrito também é verificado em
a) um dínamo.
b) um freio de automóvel.
c) um motor a combustão.
d) uma usina hidroelétrica.
e) uma atiradeira (estilingue).
4
Física
3. A ilustração abaixo representa um bloco de 2 kg de massa, que é comprimido contra uma mola de
constante elástica K = 200 N/m. Desprezando qualquer tipo de atrito, é CORRETO afirmar que, para que
o bloco atinja o ponto B com uma velocidade de 1,0 m/s, é necessário comprimir a mola em:
a) 0,90 cm.
b) 90,0 cm.
c) 0,81 m.
d) 81,0 cm.
e) 9,0 cm.
4. Deixa-se cair um objeto de massa 500g de uma altura de 5m acima do solo. Assinale a alternativa que
representa a velocidade do objeto, imediatamente, antes de tocar o solo, desprezando-se a resistência
do ar.
a) 10m / s
b) 7,0m / s
c) 5,0m / s
d) 15m / s
e) 2,5m / s
5. Um automóvel, em movimento uniforme, anda por uma estrada plana, quando começa a descer uma
ladeira, na qual o motorista faz com que o carro se mantenha sempre com velocidade escalar constante.
Durante a descida, o que ocorre com as energias potencial, cinética e mecânica do carro?
a) A energia mecânica mantém-se constante, já que a velocidade escalar não varia e, portanto, a
energia cinética é constante.
b) A energia cinética aumenta, pois a energia potencial gravitacional diminui e quando uma se reduz, a
outra cresce.
c) A energia potencial gravitacional mantém-se constante, já que há apenas forças conservativas
agindo sobre o carro.
d) A energia mecânica diminui, pois a energia cinética se mantém constante, mas a energia potencial
gravitacional diminui.
e) A energia cinética mantém-se constante, já que não há trabalho realizado sobre o carro.
5
Física
6. Um elevador de carga de uma obra tem massa total de 100 kg. Ele desce preso por uma corda a partir
de uma altura de 12 m do nível do solo com velocidade constante de 1,0 m s. Ao chegar ao nível do
solo, a corda é liberada, e o elevador é freado por uma mola apoiada num suporte abaixo do nível do solo.
A mola pode ser considerada ideal, com constante elástica k, e ela afunda uma distância de 50 cm até
frear completamente o elevador.
Considerando que a aceleração da gravidade seja 210 m s , e que todos os atritos sejam desprezíveis, o
trabalho da força de tração na corda durante a descida dos 12 metros e o valor da constante da mola
na frenagem valem, respectivamente, em kilojoules e em newtons por metro,
a) 0; 400
b) 12; 400
c) 12; 4400−
d) 12; 400−
e) 12; 4400
7. Um carro, trafegando com velocidade escalar constante v, freia até parar, percorrendo uma distância de
frenagem ( s),Δ devido à desaceleração do carro, considerada constante. Se o carro estiver trafegando
com o dobro da velocidade anterior e nas mesmas condições, a nova distância de frenagem imposta ao
carro em relação a anterior será
a) 2 sΔ
b) 0,5 sΔ
c) 0,25 sΔ
d) 4 sΔ
e) 1 sΔ
8. Um carro, em um trecho retilíneo da estrada na qual trafegava, colidiu frontalmente com um poste. O
motorista informou um determinado valor para a velocidade de seu veículo no momento do acidente. O
perito de uma seguradora apurou, no entanto, que a velocidade correspondia a exatamente o dobro do
valor informado pelo motorista.
Considere 1Ec a energia cinética do veículo calculada com a velocidade informada pelo motorista e 2Ec
aquela calculada com o valor apurado pelo perito.
A razão 1
2
Ec
Ec corresponde a:
a) 1
2
b) 1
4
c) 1
d) 2
6
Física
9.
Um jovem movimenta-se com seu “skate” na pista da figura acima desde o ponto A até o ponto B, onde
ele inverte seu sentido de movimento.
Desprezando-se os atritos de contato e considerando a aceleração da gravidade 2g 10,0m / s ,= a
velocidade que o jovem “skatista” tinha ao passar pelo ponto A é
a) entre 11,0 km / h e 12,0 km / h
b) entre 10,0 km / h e 11,0 km / h
c) entre 13,0 km / h e 14,0 km / h
d) entre 15,0 km / h e 16,0 km / h
e) menor que 10,0 km / h
10. Em um experimento que valida a conservação da energia mecânica, um objeto de 4,0 kg colide
horizontalmente com uma mola relaxada, de constante elástica de 100 N / m. Esse choque a comprime
1,6 cm. Qual é a velocidade, em m/ s, desse objeto, antes de se chocar com a mola?
a) 0,02
b) 0,40
c) 0,08
d) 0,13
7
Física
Gabarito
1. C
Pela conservação da energia mecânica, toda energia cinética que o atleta adquire na etapa I, é transformada
em energia potencial na etapa III, quando ele praticamente para no ar.
OBS: Cabe ressaltar que o sistema é não conservativo (incrementativo), pois no esforço para saltar, o atleta
consome energia química do seu organismo, transformando parte em energia mecânica, portanto,
aumentando a energia mecânica do sistema.
2. E
O processo de conversão de energia no caso mencionado é o da transformação de energia potencial
elástica em energia cinética. O estilingue também usa esse mesmo processo de transformação de energia.
3. B
Dados: m = 2 kg; K = 200 N/m; v = 1 m/s; h = 4 m.
O sistema é conservativo. Então:
( )( )( )
22 2 2A BMec Mec
2 1K x m v 200 xE E m g h 2 10 4
2 2 2 2
81x x 0,9 m.
100
= = + = +
= =
Ignorando a resposta negativa:
x = 90,0 cm.
4. A
Sabendo que se trata de uma queda livre (velocidade inicial 0v é nula), onde a altura inicial é de 5 metros
e a massa do corpo é de 0,5 kg, podemos resolver de duas formas distintas.
1ª Solução – Queda Livre:
Utilizando a equação de Torricelli, temos que:
2 20v v 2 a SΔ= +
Onde,
0
a g
S h
v 0
Δ
=
=
=
Temos que,
2
2
v 2 g h
v 2 10 5
v 100
v 10 m s
=
=
=
=
2ª Solução – Conservação de Energia Mecânica:
8
Física
Sabendo que inicialmente o corpo está em repouso, podemos dizer que:
i f
g fi
m m
p c
2
2
E E
E E
m vm g h
2
v 2 g h
v 10 m s
=
=
=
=
=
5. D
- Energia potencial: PE m g h.= Sendo uma descida, a altura diminui, a energia potencial diminui.
- Energia cinética: 2
C
m vE .
2= Sendo constante a velocidade, a energia cinética também é constante.
- Energia mecânica: M C PE E E .= + Se a energia potencial diminui e a energia cinética é constante, a energia
mecânica diminui.
6. C
Dados: 20M 100kg; h 12m; v 1m s; x 50cm 0,5m; g 10m s ; v 0.= = = = = = =
O teorema da energia cinética (T.E.C.) será aplicado às duas situações.
Durante a descida dos 12 metros a velocidade é constante, portanto a variação da energia cinética é nula.
As forças atuantes no elevador são o peso e a força de tração na corda. Assim:
( )( )cinR P F F
F
T.E.C. : W E W W 0 W Mgh 100 10 12 12.000J
W 12kJ.
Δ= + = = − = − =
= −
Durante a frenagem até o repouso, agem no elevador o peso e a força elástica.
( )
( ) ( ) ( )( )
el
2 2cin 0R P F
222
MT.E.C. : W E W W v v
2
k 0,5k x M 100Mgx 0 1 100 10 0,5
2 2 2 2
k550 k 4.400 N m.
8
Δ= + = −
− = − − = −
= =
7. D
Essa questão pode ser resolvida mentalmente, basta você lembrar o teorema trabalho-conservação de
energia (2) e da definição de trabalho (1), com isso você terá a seguinte equação: 2i
1F S mv ,
2Δ = − e fica
fácil de visualizar que se dobrarmos a velocidade (que está elevada ao quadrado) a distância terá que
quadruplicar.
Segue logo abaixo uma prova matemática:
9
Física
2 2f i
2i
2i
W F S (1)
1 1W mv mv (2)
2 2
1W 0 mv
2
1W mv (3)
2
Δ=
= −
= −
= −
Substituindo (1) em (3), temos:
2i
2at i
2i
at
1F S mv
2
1F S mv
2
mvS (4)
2F
Δ
Δ
Δ
= −
= −
= −
No novo caso teremos o dobro da velocidade inicial:
2i
at
2i
at
2i
at
2i
at
m (2v )S'
2F
m 4vS'
2F
4 mvS'
2F
mvS' 4 (5)
2F
Δ
Δ
Δ
Δ
= −
= −
= −
= −
Substituindo (4) em (5), temos:
S' 4 SΔ Δ=
8. B
( )
2
11
2 22
2 2
m vEc
Ec 12 .
Ec 4m vm 2 vEc Ec 4
2 2
=
=
= =
9. B
Pela conservação da energia mecânica:
( )( )2
A B Amec mec A
m vE E m g H v 2 g H 2 10 0,45 9 v 3 m/s
2
v 10,8 km/h.
= = = = = =
=
10
Física
10. C
Analisando o enunciado e utilizando os conhecimentos acerca de conservação de energia mecânica, temos
que:
( )
( )
i f
i i f f
m m
c p c p
2 2i
22 2i
22
i
i
i
E E
E E E E
m v k x0 0
2 2
4 v 100 1,6 10
100 1,6 10v
4
v 0,0064
v 0,08 m s
−
−
=
+ = +
+ = +
=
=
=
=
1
Física
Exercícios de Trabalho, energia e potência mecânica
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Exercícios
1. Um carro solar é um veículo que utiliza apenas a energia solar para a sua locomoção. Tipicamente, o
carro contém um painel fotovoltaico que converte a energia do Sol em energia elétrica que, por sua vez,
alimenta um motor elétrico. A imagem mostra o carro solar Tokai Challenger, desenvolvido na
Universidade de Tokai, no Japão, e que venceu o World Solar Challenge de 2009, uma corrida
internacional de carros solares, tendo atingido uma velocidade média acima de 100 km h.
Considere uma região plana onde a insolação (energia solar por unidade de tempo e de área que chega
à superfície da Terra) seja de 21.000 W m , que o carro solar possua massa de 200 kg e seja construído
de forma que o painel fotovoltaico em seu topo tenha uma área de 29,0 m e rendimento de 30%.
Desprezando as forças de resistência do ar, o tempo que esse carro solar levaria, a partir do repouso,
para atingir a velocidade de 108 km h é um valor mais próximo de
a) 1,0 s.
b) 4,0 s.
c) 10 s.
d) 33 s.
e) 300 s.
2. Um corpo é abandonado do alto de um plano inclinado, conforme a figura abaixo. Considerando as
superfícies polidas ideais, a resistência do ar nula e 10 m/s2 como a aceleração da gravidade local,
determine o valor aproximado da velocidade com que o corpo atinge o solo:
2
Física
a) v = 84 m/s
b) v = 45 m/s
c) v = 25 m/s
d) v = 10 m/s
e) v = 5 m/s
3. Uma partícula com massa de 200 g é abandonada, a partir do repouso, no ponto “A” da Figura.
Desprezando o atrito e a resistência do ar, pode-se afirmar que as velocidades nos pontos “B” e “C” são,
respectivamente:
a) 7,0 m/s e 8,0 m/s
b) 5,0 m/s e 6,0 m/s
c) 6,0 m/s e 7,0 m/s
d) 8,0 m/s e 9,0 m/s
e) 9,0 m/s e 10,0 m/s
4. Considere um edifício em construção, constituído pelo andar térreo e mais dez andares. Um servente de
pedreiro deixou cair um martelo cuja massa é 0,5 kg a partir de uma altura do piso do décimo andar.
Suponha que cada andar tem uma altura de 2,5 m e que o martelo caiu verticalmente em queda livre
3
Física
partindo do repouso. Considere a aceleração da gravidade igual a 10 m/s2 e o martelo como uma
partícula. Despreze a resistência do ar, a ação do vento e a espessura de cada piso.
Levando em conta as informações dadas, analise as seguintes afirmativas:
1. A velocidade do martelo ao passar pelo teto do 1° andar era 20 m/s.
2. A energia cinética do martelo ao passar pelo piso do 5° andar era maior que 100 J.
3. Se a massa do martelo fosse o dobro, o tempo de queda até o chão diminuiria pela metade. Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
c) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
5. Em uma construção, um operário utiliza-se de uma roldana e gasta em média 5 segundos para erguer
objetos do solo até uma laje, conforme mostra a figura abaixo.
Desprezando os atritos e considerando a gravidade local igual a 210 m s , pode-se afirmar que a potência
média e a força feita pelos braços do operário na execução da tarefa foram, respectivamente, iguais a
a) 300 W e 300 N.
b) 300 W e 150 N.
c) 300 W e 30 N.
d) 150 W e 300 N.
e) 150 W e 150 N.
6. Uma força constante F de intensidade 25 N atua sobre um bloco e faz com que ele sofra um
deslocamento horizontal. A direção da força forma um ângulo de 60° com a direção do deslocamento.
Desprezando todos os atritos, a força faz o bloco percorrer uma distância de 20 m em 5 s.
4
Física
A potência desenvolvida pela força é de:
Dados: Sen60 0,87; = =Cos60º 0,50.
a) 87 W
b) 50 W
c) 37 W
d) 13 W
e) 10 W
7. A usina de Itaipu é uma das maiores hidrelétricas do mundo em geração de energia. Com 20 unidades
geradoras e 14.000 MW de potência total instalada, apresenta uma queda de 118,4 m e vazão nominal
de 3690 m s por unidade geradora. O cálculo da potência teórica leva em conta a altura da massa de
água represada pela barragem, a gravidade local 2(10 m s ) e a densidade da água 3(1.000 kg m ). A
diferença entre a potência teórica e a instalada é a potência não aproveitada. Disponível em: www.itaipu.gov.br. Acesso em: 11 mai. 2013 (adaptado).
Qual e a potência, em MW, não aproveitada em cada unidade geradora de Itaipu?
a) 0
b) 1,18
c) 116,96
d) 816,96
e) 13.183,04
8. Na figura a seguir está esquematizado um tipo de usina utilizada na geração de eletricidade.
5
Física
A eficiência de uma usina, do tipo da representada na figura anterior, é da ordem de 0,9, ou seja, 90% da
energia da água no início do processo se transforma em energia elétrica. A usina Ji-Paraná, do Estado de
Rondônia, tem potência instalada de 512 milhões de watts, e a barragem tem altura de aproximadamente
120m. A vazão do Rio Ji-Paraná, em litros de água por segundo, deve ser da ordem de:
a) 50
b) 500
c) 5.000
d) 50.000
e) 500.000
9. O gráfico a seguir relaciona a intensidade da força (F) e a posição (x) durante o deslocamento de um
móvel com massa igual a 10 kg da posição x 0 m= até o repouso em x 6 m.=
O módulo da velocidade do móvel na posição x 0,= em m s, é igual a
a) 3 b) 4
c) 5
d) 6
10. Observe a figura abaixo.
6
Física
Uma força constante "F" de 200 N atua sobre o corpo, mostrado na figura acima, deslocando-o por
10 s sobre uma superfície, cujo coeficiente de atrito vale 0,2.
Supondo que, inicialmente, o corpo encontrava-se em repouso, e considerando a gravidade local como
sendo 210 m / s , pode-se afirmar que o trabalho da força resultante, que atuou sobre o bloco, em joules,
foi igual a:
a) 20000
b) 32000
c) 40000
d) 64000
e) 80000
7
Física
Gabarito
1. D
A intensidade de uma radiação é dada pela razão entre a potência total T(P ) captada e a área de captação
(A), como sugerem as unidades.
Dados: 2 20I 1.000 W/m ; A 9 m ; m 200 kg; v 0; v 108 km/h 30 m/s; 30%.η= = = = = = =
TT T
PI P I A 1.000 9 P 9.000 W.
A= = = =
Calculando a potência útil U(P ) :
UU T U
T
P P 30% P 0,3 9.000 P 2.700 W.
Pη = = = =
A potência útil transfere energia cinética ao veículo.
( )( )
2 20
2
U
m v v200 30 0
2P t t 33,3 s.t 2 2.700
Δ ΔΔ
−
−= = =
2. D
Pela conservação da Energia Mecânica:
( )( )0 A
2
Mec Mec
m vE E m g h v 2 g h 2 10 5
2
v 10 m / s.
= = = =
=
3. A
Há conservação de energia.
2
A B B
1mgH mgH mV
2= + → 2
A B B
1gH gH V
2= + → 2
B A BV 2g(H H )= −
2
B BV 2.10.(5,65 3,20) 49 V 7,0m / s= − = → =
Fazendo o mesmo raciocínio para C, vem:
2
C A CV 2g(H H ) 2.10.(5,65 2,45) 64= − = − = → CV 8,0m / s=
4. A
Dados: m = 0,5 kg; h = 2,5 m; g = 10 m/s2.
[1] Correta. Do piso do 10º andar até o teto do 1º andar há oito andares. Assim, aplicando Torricelli:
( )( )2 2 2 20v v 2 g H v 2 10 8 2,5 v 400
v 20 m/s.
= + = =
=
[2] Incorreta. Do piso do 10º andar até o piso do 5º andar há cinco andares. Assim, aplicando a
8
Física
conservação da Energia Mecânica:
( )( )f iMec Mec cin cinE E E m g (5 h) 0,5 10 5 2,5 E 62,5 J.= = = =
[3] Incorreta. O tempo de queda livre independe da massa.
5. A
Aplicando a definição de potência média:
potot ot
E mgh 30 10 5P P 300W.
t t 5Δ Δ
= = = =
Supondo que a subida tenha sido à velocidade constante:
F P mg 30 10 F 300N.= = = =
6. B
A potência média é:
( )0m
S 20P Fcos60 25x0,5x 50W.
t 5
Δ
Δ= = =
7. C
A potência teórica T(P ) em cada unidade corresponde à energia potencial da água represada, que tem
vazão 3Vz 690 m s.
tΔ= =
Sendo ρ a densidade da água, g a aceleração da gravidade e h a altura de queda, tem-se:
3 6T T
T
mgh V gh VP gh P zgh 10 690 10 118,4 816,96 10 W
t t t
P 816,96 MW.
ρρ ρ
Δ Δ Δ= = = = = =
=
A potência gerada em cada unidade é:
G G14.000
P P 700 MW.20
= =
A potência não aproveitada (dissipada) corresponde à diferença entre a potência teórica e a potência
gerada.
d T G dP P P 816,96 700 P 116,96 MW.= − = − =
8. E
650,9mgh m P 512 10
P 4,74 10 kg / st t 0,9gh 0,9 10 120
= → = = =
Como a densidade da água é de 1kg para cada litro, temos: 54,74 10 L 500.000L
9
Física
9. A
Como o trabalho realizado é numericamente igual a área, temos que:
( )6 3 1045 J
2τ τ
+ = − = − ( 0,τ pois o trabalho realizado é contra o movimento)
Pelo teorema da energia cinética, chegamos a:
( )
( )
222 20f
f 0
2 2 20 0
0
mvmv mv v
2 2 2
1045 0 v 9 v
2
v 3 m s
τ = − = −
− = − =
=
10. D
Dados: 2cF 200N; m 20kg; 0,2; g 10m / s .μ= = = =
Aplicando o Princípio Fundamental da Dinâmica:
( )at
2
F F m a F m g m a 200 0,2 20 10 20 a
160a 8 m/s .
20
μ− = − = − =
= =
Calculando a velocidade final:
( )0v v a t 0 8 10 v 80 m/s.= + = + =
Pelo Teorema da Energia Cinética:
( )( )
2220
res res res
res
20 80m vm vW W 0 W 10 6.400
2 2 2
W 64.000 J.
= − = − =
=
1
Geografia
Agricultura brasileira e concentração fundiária
Resumo
Para compreender o cenário agrário do Brasil, um dos mais violentos do mundo e também base de nossa
economia, é preciso compreender o histórico que faz com que, até os dias atuais, o Brasil tenha grandes índices
de concentração fundiária. Com a consolidação da colonização, o Brasil ficou conhecido internacionalmente
como um grande exportador de café. Contando com a mão de obra da população escravizada, o algodão e o
açúcar, nos modelos dos grandes engenhos e propriedades dos portugueses e europeus, eram produzidos em
larga escala. Nossa dependência do modelo agroexportador, ou seja, da terra, passou por altos e baixos,
estando novamente consolidada no presente.
Histórico da cenário agrário e da concentração fundiária
Os europeus que vieram para o Brasil com a colonização, receberam políticas que facilitaram o acesso à terra
e a fixação de propriedades exploratórias e produtivas. A política das sesmarias foi uma estratégia da coroa
Portuguesa para conceder lotes aos europeus, estimulando a ocupação de terras no território brasileiro. A
posterior Lei de Terras (1850) é considerada a primeira lei que oficializa a terra enquanto mercadoria, onde só
quem consegue o acesso a essa propriedade são os que possuem dinheiro para entrar no leilão. Essas políticas
foram os marcos iniciais de um processo intenso de concentração fundiária, que perdura e possui diversas
consequências.
É importante ressaltar que os grandes produtores de café possuíam muito poder e influência política, uma vez
que eram a base da nossa economia. Com a abolição do regime escravocrata até então vigente, houve um
intenso processo de migração de mão de obra sobretudo japonesa para trabalhar na produção agrícola dessas
fazendas. Em 1930, com o governo de Vargas, houve o início do processo de industrialização do Brasil, que
freou o avanço desse tipo de produção, motivado sobretudo pela política de substituição de importações, onde
o Brasil focou na produção para consumo interno. Essas indústrias porém foram instaladas no lugar de grandes
fazendas no sudeste. A escolha dessa localização não foi à toa. No sudeste existia a grande acumulação de
capital advinda da era do café, uma elite consolidada e um sistema de transporte integrado que facilitava a
produção industrial. Essa elite portanto, com o sistema de heranças, foi também beneficiada nesse período,
perdurando sua influência política enquanto detentora de propriedade no Brasil.
Pode-se dizer que Juscelino Kubitschek priorizou o investimento na área urbana, no seu modelo
desenvolvimentista. Porém, um dos pontos de sua política foi o investimento em transportes que visou, entre
outros motivos, realizar uma integração regional no Brasil. Foi a primeira política econômica integrada para as
regiões brasileiras, uma vez que antes disso, as regiões eram consideradas arquipélagos econômicos. Nesse
momento, grande parte da elite europeia que possuía produção agrícola – como soja, milho, gado e vinho –
estava concentrada no Sul. O Centro-Oeste era considerado um vazio em termos de ocupação do grande capital.
Sendo assim, a criação de Brasília e a integração realizada pela construção de rodovias, facilitou o acesso.
Grande parte da elite do sul foi estimulada, por meio de políticas públicas, a adquirir terras no Centro Oeste e
investir na produção agropecuária. Atualmente, existem exemplos como a cidade de SINOP, dessa elite
imobiliária que criou cidades voltadas para o agronegócio. A monocultura nessa região passou a crescer muito
e não à toa no período da Revolução Verde (1970) a região recebeu muito investimento, com a introdução de
capital e tecnologia na forma de produzir do campo.
2
Geografia
Nesse momento também João Goulart e JK consideraram pautar a reforma agrária, que na verdade foi um
disfarce para uma política não bem sucedida de ocupação de áreas de Amazônia. Apesar disso, esta política
beneficiou pequenos proprietários que conseguiram título de posse em regiões do Mato Grosso e Tocantins.
Todas essas políticas possuem profundo impacto social que deve ser considerado no cenário de conflito no
campo. Dados da CPT – Comissão Pastoral da Terra em 2018 revelaram que mais de 16 mil famílias sofrem
com essa violência. A monocultura e a necessidade de grande quantidade de terra para produção, assim como
a introdução de tecnologia no campo, pressionam o pequeno produtor a sair de sua propriedade. Muitos grupos
que não possuíam título de posse como o caso de propriedades de uso comum, ou grupos marginalizados que
foram vítimas de grilagem perdem o acesso. Os indígenas também sofrem muito com os cercamentos das
áreas que antes acessavam para usufruir dos bens naturais. Com isso, em 1980 o Movimento dos Sem Terra
se consolidou. Entre posseiros, atingidos por barragens, migrantes, meeiros, parceiros, antigos camponeses e
pequenos agricultores que se viram desprovidos do seu direito de produzir alimento. Esse grupo reivindica pela
ocupação de propriedades improdutivas, regularização de propriedades de grupos marginalizados e pela
reforma agrária no geral.
É importante citar que durante a ditadura militar, houve um incentivo ao investimento de grande capital no
campo. Isso ocorreu por meio do PRODECER (Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento
dos Cerrados), que estimulou a expansão da soja no Centro-Oeste por meio de capital brasileiro e japonês,
acarretando grande expansão agrícola. A agropecuária penetrou no Centro-Oeste e houve a modernização da
agricultura brasileira. Embora a agricultura cresça muito, a terra continua concentrada nas mãos de poucos,
além do fato de a vegetação do Cerrado e Pantanal estarem devastadas devido a essa expansão agrícola.
Nas décadas de 1980 e 1990, a agricultura continuou crescendo e desempenhando um papel cada vez mais
importante na economia brasileira. Com isso, o agronegócio foi se desenvolvendo ao longo da gestão de
Fernando Henrique Cardoso e Lula. Todavia, a agricultura moderna, relacionada à Revolução Verde, vem
acompanhada da manutenção de uma relação de trabalho atrasada e da concentração fundiária. Portanto, o
processo de desenvolvimento da economia agrícola é chamado de modernização conservadora, pois, ao
mesmo tempo que evolui tecnicamente, mantém algumas características arcaicas. Como visto, ao mesmo
tempo que a Revolução Verde possibilitou um aumento na produção agrícola e impactou significativamente na
economia, tornando-se um pilar econômico, percebe-se que o uso de novas tecnologias acarretou
consequências sociais graves, acentuando as disparidades e conflitos no campo.
Apesar do investimento industrial realizado, o Brasil é um país de industrialização tardia. Estamos sempre um
passo atrás, dependentes do investimento do capital internacional para desenvolver nossos modelos
produtivos. Enquanto os países de industrialização primária investem em tecnologias e novas descobertas,
produtos caros e competitivos, o Brasil e demais países subdesenvolvidos ao redor do mundo se veem
estratificados no cenário internacional como exportadores de commodities (produtos que servem como
matéria prima industrial e que possuem alta capacidade de estoque sem perder a qualidade, como petróleo, boi,
café e soja). Essa dependência do campo remete aos tempos coloniais de regime escravocrata e possui graves
consequências sociais e ambientais. É preciso refletir qual modelo de crescimento beneficiara a população
brasileira, para que não percamos por meio da venda, grande parte de nosso território e bens naturais para
companhias que visam a exportação.
Contudo, é importante frisar que a agricultura familiar, realizada por comunidades tradicionais, quilombolas ou
pequenos produtores, ainda resiste no Brasil. Esse tipo de cultivo pode acontecer em reservas extrativistas,
parques ou em pequenas propriedades regularizadas ou de posse. Essa população planta com grande
diversificação e vende nas feiras. Existiram programas assistencialistas da era PT que estimularam a compra
3
Geografia
dos pequenos produtores para abastecer as escolas públicas, e também a concessão de crédito para o pequeno
produtor rural. Pela constituição de 88, é dever do Estado regularizar a propriedade de posseiros pelo Brasil, lei
que possui várias dificuldades para se cumprir, dentre elas a burocracia inacessível para grande parte da
população, a falta de interesse do Estado, e as terras de uso comum, típicas da herança colonial brasileira que
não se adequam as exigências para regularização. A concentração fundiária portanto é isso, grande parte da
população brasileira tem que dividir uma pequena quantidade de área de terra produtiva, abastecendo a
produção interna, enquanto um grupo pequeno e seleto, concentra em suas mãos grande parte do território
brasileiro para exportação.
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4
Geografia
Exercícios
1. A agricultura ecológica e a produção orgânica de alimentos estão ganhando relevância em diferentes
partes do mundo. No campo brasileiro, também acontece o mesmo. Impulsionado especialmente pela
expansão da demanda de alimentos saudáveis, o setor cresce a cada ano, embora permaneça
relativamente marginalizado na agenda de prioridades da política agrícola praticada no país. AQUINO, J. R.; GAZOLLA, M.; SCHNEIDER, S. In: SAMBUICHI, R. H. R. et al. (Org.). A política nacional de agroecologia e produção
orgânica no Brasil: uma trajetória de luta pelo desenvolvimento rural sustentável. Brasília: Ipea, 2017 (adaptado).
Que tipo de intervenção do poder público no espaço rural é capaz de reduzir a marginalização produtiva
apresentada no texto?
a) Subsidiar os cultivos de base familiar.
b) Favorecer as práticas de fertilização química.
c) Restringir o emprego de maquinário moderno.
d) Controlar a expansão de sistemas de irrigação.
e) Regulamentar o uso de sementes selecionadas.
2. A expansão da fronteira agrícola chega ao semiárido do Nordeste do Brasil com a implantação de
empresas transnacionais e nacionais que, beneficiando-se do fácil acesso à terra e água, se voltam
especialmente para a fruticultura irrigada e o cultivo de camarões. O modelo de produção do agro-
hidronegócio caracteriza-se pelo cultivo em extensas áreas, antecedido pelo desmatamento e
consequente comprometimento da biodiversidade. Disponível em: www.abrasco.org.br. Acesso em: 22 out. 2015 (adaptado).
As atividades econômicas citadas no texto representam uma inovação técnica que trouxe como
consequência para a região a
a) intensificação da participação no mercado global.
b) ampliação do processo de redistribuição fundiária.
c) valorização da diversidade biológica.
d) implementação do cultivo orgânico.
e) expansão da agricultura familiar.
5
Geografia
3. Com a Lei de Terras de 1850, o acesso à terra só passou a ser possível por meio da compra com
pagamento em dinheiro. Isso limitava, ou mesmo praticamente impedia, o acesso à terra para os
trabalhadores escravos que conquistavam a liberdade. OLIVEIRA, A. U. Agricultura brasileira: transformações recentes. In: ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp. 2009.
O fato legal evidenciado no texto acentuou o processo de
a) reforma agrária.
b) expansão mercantil.
c) concentração fundiária.
d) desruralização da elite.
e) mecanização da produção.
4. Durante as três últimas décadas, algumas regiões do Centro-Sul do Brasil mudaram do ponto de vista da
organização humana, dos espaços herdados da natureza, incorporando padrões que abafaram, por
substituição parcial, anteriores estruturas sociais e econômicas. Essas mudanças ocorreram,
principalmente, devido à implantação de infraestruturas viárias e energéticas, além da descoberta de
impensadas vocações dos solos regionais para atividades agrárias rentáveis. AB’SABER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003 (adaptado).
A transformação regional descrita está relacionada ao seguinte processo característico desse espaço
rural:
a) Expansão do mercado interno.
b) Valorização do manejo familiar.
c) Exploração de espécies nativas.
d) Modernização de métodos produtivos.
e) Incorporação de mão de obra abundante.
5.
6
Geografia
GIRARDI, E. R. Atlas da questão agrária brasileira. Disponível em: www.fct.unesp.br. Acesso em: 7 ago. 2012 (adaptado).
A formação do território da soja no Brasil refletiu a seguinte característica espacial:
a) Inclusão de regiões com elevadas concentrações populacionais.
b) Incorporação de espaços com baixa fertilidade natural dos solos.
c) Integração com espaços de consolidação de reservas extrativistas.
d) Necessidade de proximidade física com os principais portos do país.
e) Reutilização de áreas produtivas decadentes da tradicional cultura canavieira.
7
Geografia
6. Canto dos lavradores de Goiás Tem fazenda e fazenda
Que é grande perfeitamente
Sobe serra desce serra
Salta muita água corrente
Sem lavoura e sem ninguém
O dono mora ausente.
Lá só tem caçambeiro
Tira onda de valente
Isso é que é grande barreira
Que está em nossa frente
Tem muita gente sem terra
Tem muita terra sem gente.
MARTINS, J. S. Cativeiro da terra. São Paulo: Ciências Humanas, 1979
No canto registrado pela cultura popular, a característica do mundo rural brasileiro no século XX
destacada é a
a) atuação da bancada ruralista.
b) expansão da fronteira agrícola.
c) valorização da agricultura familiar.
d) manutenção da concentração fundiária.
e) implementação da modernização conservadora.
7. Observe a figura a seguir
8
Geografia
Disponível em: www.cetecambiental.eco.br. Acesso em: 5 ago. 2018.
“A chamada modernização do campo é a fase mais evoluída da agricultura e da pecuária, apresentando
elevado grau de integração com a indústria, com os capitais ou investimentos e com a ciência.” COELHO, Marcos de Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço natural e socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2001, p.
388.
A modernização do campo no espaço geográfico brasileiro está relacionada, respectivamente, aos
seguintes impactos ambiental e social:
a) recuperação dos solos e execução de uma política de reforma agrária
b) inversão térmica e redução da fome com a produção dos transgênicos
c) perda da biodiversidade e concentração da propriedade fundiária
d) aumento do reflorestamento e promoção da legislação trabalhista no campo
e) erosão do solo e desconcentração fundiária devido à facilidade do crédito rural
8. Apesar do aumento da produção no campo e da integração entre a indústria e a agricultura, parte da
população da América do Sul ainda sofre com a subalimentação, o que gera conflitos pela posse de terra
que podem ser verificados em várias áreas e que frequentemente chegam a provocar mortes.
Um dos fatores que explica a subalimentação na América do Sul é
a) a baixa inserção de sua agricultura no comércio mundial.
b) a quantidade insuficiente de mão de obra para o trabalho agrícola.
c) a presença de estruturas agrárias arcaicas formadas por latifúndios improdutivos.
d) a situação conflituosa vivida no campo, que impede o crescimento da produção agrícola.
e) os sistemas de cultivo mecanizado voltados para o abastecimento do mercado interno.
9. A modernização da agricultura brasileira, que no início do século XXI está presente em quase todas as
regiões do país, ainda é tratada na literatura como sendo de cunho “conservador”, uma vez que essa
modernização
9
Geografia
a) reduziu o crescimento desordenado das cidades.
b) restringiu a capacidade produtiva do campo.
c) limitou a quantidade de áreas destinadas ao desmatamento.
d) distribuiu alimentos à população de baixa renda.
e) manteve inalterada a estrutura fundiária do campo.
10. A soma das exportações do agronegócio brasileiro no período de 12 meses terminado em março
registrou um novo recorde. Com US$ 79,8 bilhões em vendas entre abril de 2010 e março de 2011 e a
alta dos preços das commodities (...), o país deve superar, em breve, a marca dos US$ 80 bilhões (...) As
exportações no período, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
cresceram 19,7% em relação ao período de abril de 2009 a março de 2010. Disponível em: www.exame.com
Assinale a alternativa que identifica a tendência provocada pela evolução do agronegócio no Brasil.
a) Apoio dos produtores ao Código Florestal em vigência desde 1965, porque a modernização
produtiva permite a reconstituição da vegetação removida por sistemas produtivos precários.
b) Nova condição do país no cenário econômico internacional, porque, no futuro, as novas potências
serão produtoras de commodities.
c) Retenção da população no campo, aumentando o contingente rural, que estava declinando desde
os anos 1970.
d) Freio importante no ritmo do desmatamento, em especial, das zonas do norte do Mato Grosso,
devido ao aumento da produtividade agrícola.
e) Grande demanda por terras agrícolas, especialmente nos biomas do Brasil central e do Norte do
país.
10
Geografia
Gabarito
1. A
No Brasil, a agricultura familiar é a principal responsável pela produção voltada para o mercado interno. A
produção orgânica é, geralmente, desenvolvida por esses estabelecimentos familiares. Nesse contexto,
subsidiar os cultivos de base familiar seria a melhor opção para estimular a expansão desse tipo de cultivo.
2. A
A questão apresenta termos como “empresas transnacionais e nacionais” e “agro-hidronegócio”, que
apontam para um contexto da agricultura após a Revolução Verde, no qual a agricultura passou por uma
modernização produtiva (formação de Complexos Agroindustriais – CAIs). Tal modernização possibilitou
a ampliação da produção, principalmente commodities, destinada ao mercado externo.
3. C
A Lei de Terras de 1850, como mencionado no texto, definiu que o acesso à terra só poderia se dar por meio
de compra. Por conta disso, pobres, imigrantes e negros livres ficaram excluídos, o que contribuiu para a
expansão da concentração fundiária.
4. D
O Mato Grosso é considerado o coração do agronegócio do Brasil. As novas formas produtivas expandiram
a fronteira agrícola do Sul em direção ao Centro Oeste. Hoje, essa contínua expansão já ameaça a Amazônia.
Essa transformação regional só foi possível pela implementação de tecnologia e modernização dos
métodos produtivos.
5. B
A formação do território da soja no Brasil incorporou áreas com solos de baixa fertilidade, como no caso
dos solos lixiviados da Amazônia, ácidos do Centro-Oeste e laterizados do Nordeste.
6. D
O cenário do Brasil agrário é marcado por conflitos que advêm de um histórico de injustiças ao acesso à
terra, que se reflete em uma estrutura fundiária extremamente concentrada.
7. C
O agronegócio apresenta como uma das suas principais características a produção em grandes
propriedades, consolidando a concentração de terras. O avanço da produção gera, por sua vez, o
desmatamento e a perda da biodiversidade.
8. C
A principal característica da estrutura fundiária brasileira e de países da América do Sul é a concentração
de terras. Muitas vezes, essas propriedades são improdutivas e atendem apenas à especulação imobiliária,
aguardando a valorização da propriedade para posterior venda. A Revolução Verde aprofundou essa
desigualdade de acesso à terra.
9. E
A modernização agrícola é considerada conservadora, pois não alterou a estrutura fundiária, contribuindo ainda mais para a concentração de terras.
11
Geografia
10. E
O crescimento da exportação de gêneros agrícolas do Brasil exerce uma pressão ambiental sobre as
Regiões Centro-Oeste e Norte, pois são áreas que a soja, um dos maiores produtos de exportação brasileiro,
tem ocupado e se expandido.
1
Geografia
Revolução Verde e os CAIS
Resumo
A Revolução Verde foi um processo que levou à passagem da agricultura tradicional, caracterizada
pelo plantation e uso intensivo de mão de obra, para a agricultura moderna, através de inovações
tecnológicas que permitiram aumentar a produtividade agrícola.
No Brasil, assim como em outros países em desenvolvimento, a Revolução Verde teve início nas
décadas de 1960-1970. Anteriormente, a indústria estava associada à cidade, enquanto a agricultura, a pesca
e a pecuária estavam associadas ao campo. Com a Revolução Verde, a relação campo-cidade se intensificou,
com o campo dependendo cada vez mais da cidade e vice-versa.
Nesse momento, a agricultura passou a exigir um número menor de mão de obra e mais qualificada,
isto é, preparada para manusear os maquinários agrícolas, as técnicas de cultivo, fertilização e utilização de
agrotóxico. Essa nova demanda estimulou o chamado êxodo rural (fluxo de população do campo em direção
à cidade), devido à diminuição da oferta de empregos no campo.
Outra transformação foi a mudança no perfil do trabalhador que reside no campo, que passou a ter
uma renda elevada, resultando em uma demanda por melhores serviços.
A nova estrutura produtiva do campo é chamada de CAI (Complexo Agroindustrial) ou agroindústria,
e consiste em três etapas principais:
• Primeira etapa – indústria de insumos: Tudo o que é necessário para desenvolver a atividade
agrícola, como maquinário, irrigação, adubação, correção do solo, agrotóxico e Organismos
Geneticamente Modificados (OGM).
• Segunda etapa – agricultura e pecuária: Atividade típica do campo, plantação e criação de
animais. O Brasil se destaca muito nos dois, tanto na agricultura quanto na pecuária, pois
investe em tecnologia e pesquisas.
• Terceira etapa – indústria de beneficiamento: Consiste na adaptação dos produtos agrícolas
para os moldes do mercado, ou seja, a etapa final não é mais a colheita agrícola. Cabe destacar
que o beneficiamento agrega valor ao produto.
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2
Geografia
Exercícios
1. A segurança alimentar perseguida por cada agrupamento humano ao longo da história passa a
depender atualmente de algumas poucas corporações multinacionais que passam a deter uma posição
privilegiada nas novas relações sociais e de poder. Essa concentração de dependência no ano de 2001
se aplica a cada um dos quatro principais grãos — trigo, arroz, milho e soja, — de forma que cerca de
90% da alimentação da população mundial procede de apenas 15 espécies de plantas e de 8 espécies
de animais. PORTO-GONÇALVES, C. W. Geografia da riqueza, fome e meio ambiente. In: OLIVEIRA, A. U.; MARQUES, M. I. M. (Org.). O
campo no século XXI: território de vida, de luta e de construção da justiça social. São Paulo: Casa Amarela; Paz e Terra, 2004
(adaptado).
Uma medida de segurança alimentar que contesta o modelo descrito é o(a)
a) estímulo à mecanização rural.
b) ampliação de áreas de plantio.
c) incentivo à produção orgânica.
d) manutenção da estrutura fundiária.
e) formalização do trabalhador do campo.
2. Diante de ameaças surgidas com a engenharia genética de alimentos, vários grupos da sociedade civil
conceberam o chamado “princípio da precaução”. O fundamento desse princípio é: quando uma
tecnologia ou produto comporta alguma ameaça à saúde ou ao ambiente, ainda que não se possa
avaliar a natureza precisa ou a magnitude do dano que venha a ser causado por eles, deve-se evitá-los
ou deixá-los de quarentena para maiores estudos e avaliações antes de sua liberação. SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa. São Paulo: Cia. das Letras, 2001 (adaptado).
O texto expõe uma tendência representativa do pensamento social contemporâneo, na qual o
desenvolvimento de mecanismos de acautelamento ou administração de riscos tem como objetivo
a) priorizar os interesses econômicos em relação aos seres humanos e à natureza.
b) negar a perspectiva científica e suas conquistas por causa de riscos ecológicos.
c) instituir o diálogo público sobre mudanças tecnológicas e suas consequências.
d) combater a introdução de tecnologias para travar o curso das mudanças sociais.
e) romper o equilíbrio entre benefícios e riscos do avanço tecnológico e científico.
3
Geografia
3. No Estado de São Paulo, a mecanização da colheita de cana-de-açúcar tem sido induzida também pela
legislação ambiental, que proíbe a realização de queimadas em áreas próximas aos centros urbanos.
Na região de Ribeirão Preto, principal polo sucroalcooleiro do país, a mecanização da colheita já é
realizada em 516 mil dos 1,3 milhão de hectares cultivados com cana-de-açúcar. BALSADI, O. et al. Transformações Tecnológicas e a força de trabalho na agricultura brasileira no período de 1990-2000.
Revista de economia agrícola. V. 49 (1), 2002.
O texto aborda duas questões, uma ambiental e outra socioeconômica, que integram o processo de
modernização da produção canavieira. Em torno da associação entre elas, uma mudança decorrente
desse processo é a
a) perda de nutrientes do solo devido à utilização constante de máquinas.
b) eficiência e racionalidade no plantio com maior produtividade na colheita.
c) ampliação da oferta de empregos nesse tipo de ambiente produtivo.
d) menor compactação do solo pelo uso de maquinário agrícola de porte.
e) poluição do ar pelo consumo de combustíveis fósseis pelas máquinas.
4. A maioria das pessoas daqui era do campo. Vila Maria é hoje exportadora de trabalhadores.
Empresários de Primavera do Leste, Estado de Mato Grosso, procuram o bairro de Vila Maria para
conseguir mão de obra. É gente indo distante daqui 300, 400 quilômetros para ir trabalhar, para ganhar
sete conto por dia. (Carlito, 43 anos, maranhense, entrevistado em 22/03/98). Ribeiro, H. S. O migrante e a cidade: dilemas e conflitos. Araraquara: Wunderlich, 2001 (adaptado).
O texto retrata um fenômeno vivenciado pela agricultura brasileira nas últimas décadas do século XX,
consequência
a) dos impactos sociais da modernização da agricultura.
b) da recomposição dos salários do trabalhador rural.
c) da exigência de qualificação do trabalhador rural.
d) da diminuição da importância da agricultura.
e) dos processos de desvalorização de áreas rurais.
5. O Centro-Oeste apresentou-se como extremamente receptivo aos novos fenômenos da urbanização, já
que era praticamente virgem, não possuindo infraestrutura de monta, nem outros investimentos fixos
vindos do passado. Pôde, assim, receber uma infraestrutura nova, totalmente a serviço de uma
economia moderna. SANTOS, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: EdUSP, 2005 (adaptado).
O texto trata da ocupação de uma parcela do território brasileiro. O processo econômico diretamente
associado a essa ocupação foi o avanço da
a) industrialização voltada para o setor de base.
b) economia da borracha no sul da Amazônia.
c) fronteira agropecuária que degradou parte do cerrado.
d) exploração mineral na Chapada dos Guimarães.
e) extrativismo na região pantaneira.
4
Geografia
6. Leia o texto a seguir: “No Brasil e em boa parte da América Latina, o crescimento da produção agrícola foi baseado na
expansão da fronteira, ou seja, o crescimento sempre foi feito a partir da exploração contínua de terras
e recursos naturais, que eram percebidos como infinitos. O problema continua até hoje. E a questão
fundiária está intimamente ligada a esse processo, em que a terra dá status e poder, com o decorrente
avanço da fronteira da produção agrícola, que rumou para a Amazônia, nos últimos anos.” Berta Becker, IPEA, 2012.
Com base no texto e no conhecimento sobre a expansão da fronteira agrícola no Brasil, é correto afirmar que:
a) a agropecuária modernizada no Brasil priorizou a produção de alimentos em detrimento dos
gêneros agrícolas de exportação. Esse fato contribuiu para o avanço das fronteiras agrícolas em
parte da Amazônia localizada no Meio-Norte.
b) houve grande destruição tanto das florestas como da biodiversidade genética, ambas causadas
pelas transformações da produção agrícola monocultora, além de complexos impactos
socioeconômicos determinados pelo modelo agroexportador.
c) a maior parte das terras ocupadas no Brasil concentra-se nas mãos de pequeno número de
proprietários os quais vêm desenvolvendo mecanismos tecnológicos para evitar os impactos
ambientais causados pelo avanço do cinturão verde, sobretudo no Sul do Piauí.
d) as atividades do agrobusiness no Brasil, com destaque para a produção de soja, vêm provocando
uma rápida expansão agrícola do Rio Grande do Sul até o Vale do São Francisco, sem causarem
prejuízo aos seus recursos naturais.
e) com o aumento da concentração fundiária nas últimas décadas, a expansão das terras cultivadas
obteve uma grande retração agropecuária em decorrência das inovações tecnológicas,
desenvolvidas no campo brasileiro, apesar dos impactos ambientais.
5
Geografia
7.
Disponível em: http://nutriteengv.blogspot.com.br. Acesso em: 28 dez. 2011.
Na charge faz-se referência a uma modificação produtiva ocorrida na agricultura. Uma contradição
presente no espaço rural brasileiro derivada dessa modificação produtiva está presente em:
a) Expansão das terras agricultáveis, com manutenção de desigualdades sociais.
b) Modernização técnica do território, com redução do nível de emprego formal.
c) Valorização de atividades de subsistência, com redução da produtividade da terra.
d) Desenvolvimento de núcleos policultores, com ampliação da concentração fundiária.
e) Melhora da qualidade dos produtos, com retração na exportação de produtos primários.
6
Geografia
8. “Necessitamos que o mundo conheça o verdadeiro custo que está por trás de uma uva, de um melão
ou de um kiwi; não podemos permitir que chegue aos mercados do mundo o produto de nosso trabalho,
tornando vulneráveis os direitos trabalhistas, os direitos das mulheres. Esse custo tem nome, de Olívia,
Maria, Nelly, Rosa, Flor, Carmen, e muitas outras, que significam jornadas intermináveis, baixos salários,
contratistas maltratadores, não pagamento de impostos, ausência de contrato de trabalho, exposição
a praguicidas e enfermidades trabalhistas.” Depoimento de mulheres chilenas em sua II Assembleia Nacional de Mulheres Assalariadas Temporárias da Agroexportação
de Valparaíso. In: PORTO-GONÇALVES, Carlos W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. p. 283-284.
Nesse contexto, é correto afirmar que
a) a apropriação do trabalho pelo sistema capitalista sinaliza um processo de igualdade das
condições de vida.
b) as promessas da Revolução Verde para a área social foram ineficazes, ampliando a desigualdade
na Divisão Internacional do Trabalho.
c) a pauta de exportação tem estado vinculada aos interesses industriais, permanecendo inalterada
a lógica na prioridade alimentar entre humanos e animais.
d) a subcontratação temporária ocorre frequentemente pela necessidade sazonal de trabalho na
monocultura, minimizando as disparidades sociais e espaciais.
e) o uso de Organismos Geneticamente Modificados são alternativas para o crescimento da
produção, demandando o emprego generalizado de química mais intensa.
9. A “Revolução Verde”, implementada em países latino-americanos e asiáticos nos anos 60 e 70, tinha
como objetivo suprimir a fome e reduzir a pobreza de amplas parcelas da população. Entretanto, as
promessas de modernização tecnológica da agricultura não foram cumpridas inteiramente, o que
contribuiu, decisivamente, para a geração de novos problemas e aprofundou velhas desigualdades.
A opção que faz referência aos efeitos da “Revolução Verde” é:
a) coletivização das terras, implemento da agroecologia e expansão do crédito para os agricultores
b) distribuição equitativa de terras, difusão da policultura e uso de defensivos biodegradáveis
c) expansão de monoculturas, uso de técnicas tradicionais de plantio e fertilização natural dos solos
d) reconcentração de terras, crescimento do uso de insumos industriais e agravamento da erosão
dos solos
e) estatização das terras agrícolas, trabalho em comunas e produção voltada para o mercado interno
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Geografia
10. Sobre sementes transgênicas no mundo contemporâneo, é correto afirmar.
a) Têm constituído a base da agricultura familiar em expansão, razão pela qual o atual governo do
Paraná vem defendendo seu uso.
b) A atuação de empresas que fabricam sementes transgênicas diminui a possibilidade de criação
de monopólios no setor de alimentos.
c) O uso de sementes transgênicas se expande, mesmo não havendo consenso científico sobre os
seus efeitos no corpo humano pelo seu consumo em longo prazo.
d) O uso de sementes transgênicas tem resultado na diminuição dos subsídios agrícolas dos países
centrais a seus produtores rurais locais.
e) A utilização de transgênicos foi consensual entre movimentos sociais e organismos internacionais
como tentativa de solucionar os problemas da crise alimentar.
8
Geografia
Gabarito
1. C
A segurança alimentar refere-se à implementação de medidas que visam a evitar o que ocorreu na
Primeira Guerra Mundial (falta de alimentos e alimentos contaminados com metais pesados). A questão
aponta, então, que grande parte da produção alimentícia, fruto do cruzamento de espécies, concentra-se
sob o domínio de poucas corporações, que detêm, também, a tecnologia necessária para tal objetivo.
Nesse sentido, a única opção que diverge do contexto apresentado é a produção orgânica, que é apontada
por essas corporações como uma produção que não garante a segurança alimentar no sentido
anteriormente apresentado.
2. C
Um debate público seria uma possibilidade para informar e auxiliar na compreensão da influência e
consequências que as alterações genéticas em alimentos têm na vida dos indivíduos. Com isso, haveria
uma maior conscientização e responsabilidade sobre essas mudanças.
3. B
A Revolução Verde impulsionou o uso dos maquinários agrícolas, os quais, por sua vez, contribuíram para
o aumento da produtividade. Entre os ônus desse processo, destacam-se os impactos ambientais
(compactação do solo) e socioeconômicos (desemprego estrutural no campo) que essa modernização
causou.
4. A
O processo de Revolução Verde e modernização da agricultura aconteceu de maneira excludente,
aumentando os níveis de concentração fundiária no Brasil. Nesse período, muitos trabalhadores rurais
tiveram que migrar em busca de novas oportunidades de emprego. Essa situação de vulnerabilidade em
que os trabalhadores rurais foram colocados é presente no Brasil atual. Muitos trabalhadores migram em
busca de emprego e acabam trabalhando em condições análogas à escravidão.
5. C
A questão retoma os conhecimentos sobre a ocupação territorial da Região Centro-Oeste, trazendo a
principal infraestrutura produtiva que a ocupava, anteriormente à construção de Brasília. Apesar de ter
havido muita exploração mineral nas áreas de Cerrado do Centro-Oeste, o avanço da fronteira
agropecuária, vindo principalmente do Sul (soja), abriu a frente de degradação do bioma, norteando por
si só a ocupação da região.
6. B
O texto aborda a expansão agropecuária no Brasil. A soja, inicialmente cultivada na Região Sul, chegou
ao Centro-Oeste, sendo necessárias adaptações técnicas para seu cultivo, como a calagem do solo e
modificações nas sementes. Essas transformações que possibilitaram a expansão da soja geraram
grandes impactos ambientais, como a degradação do Cerrado, e hoje, o avanço do desmatamento na
Amazônia com a pecuária.
7. A
A contradição é que o espaço rural brasileiro passou pela chamada modernização conservadora, em que
a produção se modernizou, porém, as relações sociais se mantiveram inalteradas, reproduzindo, assim, o
quadro de desigualdade social.
9
Geografia
8. B
O texto aponta as consequências causadas pela Revolução Verde na esfera do trabalho, em que, por um
lado, avançou-se no sentido produtivo, mas, por outro, os impactos sobre os trabalhadores são os mais
variados, desde a exploração da mão de obra a implicações na saúde.
9. D
Entre os desdobramentos do processo de modernização agrícola decorrente da Revolução Verde,
destacam-se o aumento da concentração de terras, o crescimento do uso de insumos agrícolas e o
agravamento da erosão dos solos.
10. C
O uso de insumos agrícolas, como fertilizantes e agrotóxicos, está em constante ascensão, mesmo com
alguns indícios de efeitos negativos que podem causar no organismo humano. Essa insistência é feita
tendo como base a afirmação de que o estímulo à produção de transgênicos ocorre visando ao fim da
fome.
1
Guia do Estudo Perfeito
Aprimore seu cronograma de estudos e maximize sua rotina
Resumo
Já tivemos uma aula sobre como montar um cronograma de estudos e sabemos que não é uma tarefa
fácil. O cronograma deve ser específico e adequado ao tempo que você possui para estudar. E, muitas vezes,
será necessário aprimorar e refazer seu cronograma.
Como
montar um
cronograma
de estudos
perfeito
• Conheça sua rotina: anote os horários das suas tarefas fixas (acordar,
tomar café da manhã, almoçar, jantar, lanchar, ir à escola ou ao
trabalho).
• Defina seu horário de estudo: use o Descomplica como recheio do
cronograma. O horário de estudo irá complementar os horários vagos.
• Planeje o lazer e o descanso: adicione esses elementos no seu
cronograma. São importantíssimos.
• Separe um tempo para imprevistos: eles são comuns e acontecem,
nada melhor que se planejar para isso.
Adapte seu cronograma
Existem diferentes ferramentas e formas para montar um cronograma. Já ensinamos, na segunda
aula do GEP, como montar um cronograma de estudos perfeito. Agora, é importante aprimorar, mudar, alterar
esse cronograma.
Aprimore
seu
cronograma
de estudos
• Descubra o que funciona: não tenha medo de mudar. Se aquela
estratégia não funciona, experimente outra.
• Ajuste sua rotina: existe alguma tarefa ou comportamento que, no
seu cronograma, você percebeu que pode mudar de horário? Esse é
o momento dos ajustes!!
• Elimine o desnecessário: reflita se, no seu dia a dia, existe alguma
tarefa que possa ser eliminada para você ganhar uma maior
produtividade.
• Aumente a carga de exercícios: adicione uma carga crescente de
exercícios no seu cronograma. Busque diminuir o tempo gasto com
outras tarefas para possibilitar isso.
• Faça o diagnóstico: não se esqueça de que entender o motivo do erro
é tão importante quanto acertar uma questão.
2
Guia do Estudo Perfeito
Exercício
Conversar com um amigo, debater e pedir uma opinião é uma excelente estratégia para nos ajudar a pensar
fora da caixa. Nesse sentido, o exercício dessa semana é sobre isso
• A partir das dicas acima, o que você pode mudar no seu cronograma?
• Faça tais mudanças e compartilhe seu cronograma com seus amigos, pedindo algumas dicas.
Abaixo, você encontra depoimentos de alunos que passaram por isso.
1
História
As Américas no século XIX: América Latina
Resumo
A história da América latina no século XIX pode ser contada do ponto de vista dos seus líderes, em
sua maioria descendentes dos criollos, a elite econômica da colônia, os caudilhos como eram chamados os
líderes formaram a política e influenciaram nas áreas de economia e na sociedade americana.
Política Caudilhista
Retrato de Simón Bolívar
Os líderes caudilhistas usam de seu carisma e de políticas repressoras (para convencer os céticos de
seu carisma) para emplacarem suas políticas que mesclam medidas populares entre os pobres e que
favoreçam a si mesmo e os seus, um caso emblemático no Cone Sul do século XIX foi o ditador argentino Juan
Manuel Rosas que mesmo sendo liberal e federalista governou de modo conservador e unitário perseguindo
adversários políticos e praticando atos protecionistas como o fechamento da Bacia do Prata para navios
franceses e ingleses, o que provocou uma reação do Brasil e opositores seus e de seu parceiro presidente do
Uruguai Manuel Oribe Rosas acabou deposto assim como Oribe pela coalizão liderada por D. Pedro II.
Como há uma identificação linguística e origens comuns entre as antigas elites coloniais, alguns
líderes populistas tinham projetos de unificação das ex-colônias sob um estado como era o Vice-Reino do Rio
da Prata, entre os federalistas tinham o pensamento contrário e defendiam o comando das elites locais e a
divisão da América Latina.
Esse embate ideológico acabou por gerar conflitos armados em toda a América do Sul, como José
Artigas que era um unitário e lutou pela emancipação da região platina sob uma Liga Federal de inspiração
republicana, irritando os Criollos de Buenos Aires e os portugueses que tinham interesse na região da
Cisplantina (atual Uruguai), sendo derrotado em 1820.
A Formação Social dos Caudilhos
O fenômeno do caudilhismo está ligado a formação econômica da América e de seu militarismo
colonial, a questão econômica é explicada pelos grandes latifúndios pecuários e agrícolas que geraram renda
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História
ao império espanhol e aos criollos, já o militarismo típico de todos os populistas se deve ao fato desses criollos
serem quase em sua maioria membros dos exércitos europeus o que explica também o fato de suas inclinações
conservadoras muitas vezes.
Por nacionalismo, poder ou pelo fim do pacto colonial essas elites econômicas organizaram por toda
a América Latina movimentos emancipatórios de forma regional ou pan-americanista. Como citado no início do
parágrafo os motivos para os movimentos são muitos, seriam nacionalistas dado que eram emancipatórios,
em busca de poder já que a atuação dos criollos se restringia aos cabildos na política colonial ou pelo fim do
pacto colonial em busca de mais lucros.
O fato é que eles eram herdeiros (ou os próprios) criollos das colônias espanholas, e exerciam um
poder regional dentro de suas fazendas, mantendo inclusive milícias próprias de índios, negros e mestiços que
inclusive lutaram nas guerras de independência e nas guerras civis que sucederam as independências, então
podemos ver que grande parte do poder político e econômico dos populistas se traduz em poder militar.
O maior retrato dos caudilhos foi Simón Bolivar, o libertador era de uma rica família de fazendeiros e
donos de escravos na Venezuela, foi militar espanhol e teve uma formação intelectual na Europa, e que apesar
de ser de uma classe social distinta ganhou um grande apoio popular por seu carisma e medidas populistas.
Porém sob a administração dos caudilhos os pobres não se emanciparam totalmente da exploração
dos senhores da terra e os de baixo da pirâmide social continuaram observando as decisões políticas maiores
com uma participação rara ou inexistente.
O exemplo dessa formação vai além da América Espanhola, podemos ver o nascimento de um
caudilho que fugiu o padrão Toussaint L’Overture era filho de um rico fazendeiro no Haiti, recebeu educação
formal na Europa e era um exímio líder militar, outra semelhança foi a liderança no processo de independência
do Haiti e sua posterior permanência no cargo como um líder populista.
A Elite Econômica
Como foi dito os líderes populistas da América independente foram forjados na elite econômica das
colônias, os criollos em sua maioria, portanto a economia dos países não teve mudanças nem rupturas com os
sistemas coloniais as mudanças ocorridas foram mais no campo político e social posto que a maioria dos
países aboliram a escravidão ou promoveram uma pequena reforma agrária como José Artigas na Argentina.
Logo se viu uma dependência econômica dos países europeus e dos EUA dominar a América Latina
independente, já que as elites administrativas estavam ligadas ao campo e não tinham um profundo interesse
em industrializar seus países, essa dependência em vários momentos se transformava em imperialismo nas
questões políticas já que necessitavam de um reconhecimento para a proteção de sua soberania e eram
dependentes economicamente de outra potência.
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História
Exercícios
1. Sobre o caudilhismo aponte a alternativa que indica uma característica incorreta desse fenômeno social
latino-americano.
a) Descende da elite colonial criolla.
b) Não utilizava o poder econômico pessoal para o alcance das instituições políticas.
c) Criava milícias destacadas dos corpos militares institucionais.
d) Eram grandes proprietários de terras.
e) Seus interesses estavam acima das leis, das constituições e dos Estados.
2. Uma das principais contradições presentes no caudilhismo, e que marcava sua caracterização, ocorria
entre a exposição de um tipo de ideias e uma prática política totalmente contrária. Indique a alternativa
que apresenta corretamente esta contradição do caudilhismo.
a) Eram defensores do monarquismo, mas se organizavam politicamente em instituições
republicanas.
b) Eram defensores do socialismo, mas se organizavam politicamente em democracias
representativas.
c) Eram defensores das democracias representativas, mas o que prevalecia era a organização
oligárquica local.
d) Eram defensores do republicanismo, mas participavam no comando de governos monárquicos.
3. Uma das diferenças essenciais entre a Independência da América Espanhola e a Independência Brasileira está no:
a) modelo político adotado, haja vista que na América Hispânica predominou o modelo republicano,
enquanto no Brasil adotou-se o modelo monárquico.
b) modelo de guerra adotado, já que no Brasil a guerrilha foi o modelo de combate adotado no processo
de independência.
c) modelo econômico, haja vista que o Brasil, ao contrário da América Espanhola, sofreu um grave
transtorno na produção agrícola, levando a política colonial ao colapso.
d) carisma do líder, já que Bolívar tinha menos impacto na consciência da população do que Dom Pedro
I.
e) papel do exército, já que, no caso brasileiro, o exército precisou impedir que Portugal retomasse o
Brasil como sua colônia.
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História
4. O caudilhismo é um fenômeno político hispano-americano do século XIX, que se associa
a) à resistência contra o intervencionismo norte-americano, sobretudo nas áreas do Caribe e América
Central.
b) às guerras civis entre unitários e federalistas durante o processo de formação dos Estados
nacionais.
c) aos pensadores liberais que lutaram pela emancipação política e econômica do continente.
d) às lideranças militares que atuaram nas guerras de independência e defenderam a unificação do
continente.
e) ao temor, manifesto sobretudo na região do Prata, de que o Império brasileiro avançasse
militarmente para o sul.
5. “Neste território não poderá haver escravos. A servidão foi abolida para sempre. Todos os homens
nascem, vivem e morrem livres…” “Todo homem, qualquer que seja sua cor, pode ser admitido em
qualquer emprego”. Artigos 3 e 4 da Constituição do Haiti, assinada por Toussaint L’ Ouverture, 1801.
Lendo o texto acima e associando-o ao processo de independência das Américas espanhola e francesa,
é possível concluir que:
a) como no Haiti, em todos os demais movimentos houve uma preocupação dominante com as
aspirações populares.
b) a independência do Haiti foi um caso especial nas Américas, pois foi liderada por negros e mulatos.
c) na mesma década da independência do Haiti, as demais colônias do Caribe alcançaram a libertação.
d) o movimento de independência do Haiti foi inspirado pelo modelo dos Estados Unidos.
e) a independência do Haiti foi concedida por Napoleão Bonaparte, com base nos princípios liberais.
6. Poder regional forte, de cunho modernizante ou não, sustentando à custa do apoio de grupamentos
militares e em consequência da fraqueza institucional dos Estados que se estabeleceram na América
Espanhola logo após os processos de independência no século XIX. A definição acima nos remete ao
conceito de:
a) regionalismo
b) coronelismo
c) federalismo
d) caudilhismo.
7. No processo de emancipação política da América espanhola destaca-se a participação
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História
a) Da população nativa que através do Exército que lutou contra os cabildos criollos.
b) Dos indígenas que através dos cabildos organizaram o Estado Nacional.
c) Dos chapetones que para garantir seus interesses controlaram o Exército.
d) Dos caudilhos que defendiam princípios liberais e descentralizadores.
e) Dos Criollos que através dos cabildos defendiam os interesses locais.
8. O movimento de emancipação política da maioria dos países de colonização espanhola da América não
significou a quebra das estruturas sociais e econômicas. Daí se verificou que:
a) A dominação dos proprietários rurais foi garantida por novas incorporações territoriais.
b) As diferenças entre as várias classes da população foram superadas pelo desejo de união nacional.
c) O fortalecimento do poder político pessoal deu origem ao caudilhismo.
d) Os intelectuais apoiaram-se nas idéias libertárias para defender propostas de igualdade social.
e) A atuação da Igreja foi importante para garantir as reivindicações populares.
9. Ao final das guerras de independência na América Espanhola, o clima de instabilidade política alastrou-
se por toda parte, multiplicando-se as lutas de facções e a sucessão de governos frágeis em quase todos
os territórios hispano-americanos.
Assinale a opção que explica melhor a instabilidade política vigente na América Espanhola na primeira
metade do século XIX.
a) Nesse período não foi possível a formação de blocos de poder hegemônicos que viabilizassem
estruturas estatais sólidas nos países resultantes do esfacelamento do império hispano-americano.
Isto favoreceu o poder pulverizado e efêmero de vários caudilhos.
b) As economias hispano-americanas estavam totalmente destruídas, rompendo-se, por conseguinte,
o comércio com a Europa, outrora vigoroso, e a possibilidade de alianças políticas no interior das
classes dominantes.
c) A manutenção das heranças políticas coloniais, sobretudo a estrutura dos Vice-Reinados, favoreceu
o caudilhismo e retratou a formação dos Estados Nacionais.
d) A opção pelo regime republicano, ao invés do monárquico, é a chave para se compreender não só a
instabilidade política das jovens nações hispano-americanas, mas também a fragmentação
territorial e a descentralização dos regimes nelas instauradas.
e) A instabilidade política hispano-americana deveu-se, basicamente, à multiplicação de regimes
militares, a exemplo do pan-americanismo bolivariano, herança do pós-independência que marcaria
a tradição política do continente.
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História
10. O apoio da Inglaterra aos movimentos de emancipação, ocorridos nas colônias luso-espanholas, deveu-
se principalmente:
a) À simpatia inglesa pelos ideais defendidos pelos líderes dos movimentos de autonomia;
b) À necessidade de aumentar a produção industrial das colônias;
c) Aos grandes investimentos ingleses nas colônias hispano-americanas;
d) À necessidade urgente de assegurar novos mercados para seus produtos e compensar a perda dos
mercados europeus;
e) O receio da expansão dos ideais da Revolução Francesa nas antigas colônias.
7
História
Gabarito
1. B
A utilização do poder econômico pessoal era sim uma das vias de alcance das instituições políticas.
2. C
O caudilhismo surgiu das lutas pela independência, principalmente na América Hispânica, formando
repúblicas que expressavam em suas constituições ideais democráticos liberais, mas que na prática eram
governados por oligarquias locais que se sobrepunham a estes princípios.
3. A
A escolha de um regime republicano era uma ruptura total com os paradigmas do antigo regime, como a
independência brasileira foi feito pelo príncipe regente não se poderia esperar um regime republicano.
4. B
O caudilhismo é uma modalidade de exercício do poder político que marcou a América Latina no século
XIX. Caracterizado pelo autoritarismo e pelos vínculos com as elites locais, o caudilhismo emergiu das
divergências que marcaram o processo de independência entre as propostas unitaristas e federalistas
quanto aos rumos que a América Hispânica deveria seguir. As rivalidades internas entre as elites, as
guerras civis e a dificuldade de construir um projeto de integração gestaram as condições para o
aparecimento de líderes ditatoriais, que garantiram o exercício do poder pelo uso da força e do apoio de
setores da elite.
5. B
A revolução haitiana foi uma ruptura total com o sistema colonial.
6. D
A ideia de caudilho surgiu na América Latina para designar líderes conservadores que assumiam o poder
político por meio de golpes de Estado e implantavam ditaduras personalistas. Em muitos casos, eram
militares ou grandes proprietários de terras.
7. E
O período dos cabildos livres foi essencial para os criollos, que tiveram uma autonomia e tempo para
preparar as campanhas pela independência.
8. C
Apesar de republicanos e emancipados os países da América Latina se viram sob o comando de ditadores
da elite econômica que não necessariamente fizeram algo para a mudança da realidade do povo.
9. A
Os diversos e divergentes interesses dos líderes regionais impediam a formação de blocos políticos que
pudessem governar com relativa estabilidade.
10. D
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História
Os ingleses viram na América um forte mercado consumidor, já que nenhuma nação do continente era
industrializada e a Inglaterra como pioneira na revolução industrial era a que tinha condições para suprir
os mercados americanos.
1
História
As Américas no século XIX: Estados Unidos
Resumo
A ocupação do Oeste do atual Estados Unidos deu a este país a viabilização de um projeto de
hegemonia mundial. Entenderemos como se deu o processo, suas principais motivações e consequências.
Mapa com as regiões adquiridas pelos estadunidenses no século XIX.
O marco política rumo ao oeste pode ser considerado o “Homestead Act”, que surgiu depois de um
debate entre representantes parlamentares do Sul e do Norte. Enquanto os nortistas defendiam a divisão da
terra em pequenas propriedades que beneficiasse, o abastecimento de alimentos e o consumo industrial, os
sulistas preconizavam a grande propriedade, em conformidade com o modelo adotado desde os tempos da
colonização, o latifúndio, monocultor e escravista.
O projeto do norte venceu no parlamento, e a ocupação seguiu o modelo nortista – incentivando a
posse de terras por parte de imigrantes recém-chegados. Havia, no entanto, grandes investimentos como a
construção de ferrovias e a instalação de telégrafos nas regiões recém-ocupadas.
Dentre as motivações para o processo de marcha para o oeste, podemos destacar:
1. A escassez de terras na faixa atlântica;
2. A possibilidade de as famílias de colonos tornarem-se proprietárias, o que também atraiu
imigrantes europeus;
3. A necessidade do Norte, em fase de industrialização, de conseguir matérias-primas e alimentos;
4. A corrida do ouro;
A região oeste do atual Estados Unidos – é importante lembrar - era ocupada pelos povos nativos, ou
até mesmo pertencia a outros países, como a Louisiana, Oregon e a Florida, que eram respectivamente da
França, Inglaterra e Espanha. Algumas regiões foram adquiridas através da compra, no entanto, outras – como
atuais estados da Califórnia, Nevada, Texas e Utah, Estado de Novo México e áreas dos Estados de Arizona,
Colorado e Wyoming foram cedidos pelo México no Tratado de Guadalupe e Hidalgo em fevereiro de 1848,
após a Guerra Americana Mexicana.
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História
É importante lembrar que a “marcha para o oeste” provocou e extermínio de diversas populações
nativas. Esse processo encontrava respaldo na ideologia do Destino Manifesto. Através dela se afirmava que o
povo estadunidense seria o escolhido citado nos textos bíblicos e que este deveria ocupar a terra prometida (o
oeste) e levando para lá desenvolvimento e conduzindo as Américas ao progresso. Esse “fardo” era parte da
ideologia do governo que via as vantagens econômicas dm ocupar um território interessante o abastecimento
de alimentos e desenvolvimento de mercado consumidor da forte indústria, além da exploração de ouro na
região da Califórnia.
Houve grande resistência dos nativos contra a invasão de suas terras.
A Guerra da Secessão
A marcha para o oeste ampliou a tensão entre Norte e Sul, o que iria culminar na Guerra de Secessão.
Após a Independência e especialmente a partir da primeira metade do século XIX, há um notório
crescimento econômico e industrial no norte. Devido a isso, comerciantes, industriais e banqueiros nortistas
passaram a defender e a pressionar o Congresso e o Governo Federal para adotarem medidas protecionistas
contra a concorrência estrangeira, notadamente a inglesa, que possuía produtos de boa qualidade e baixo preço.
Os proprietários rurais sulistas, defendiam, ao contrário do norte, a manutenção do livre-cambismo, pois, como
agroexportadores, dependiam do mercado externo tanto para escoar sua produção como para adquirir
produtos manufaturados ingleses de qualidade a preços compensadores.
A principal divergência estava, no entanto, na questão da escravidão. Havia, de um lado, por parte dos
nortistas a ideia de que o escravo, por não ser remunerado, não contribuía para o crescimento do mercado
consumidor interno, prejudicando a economia industrial do norte. Mas é importante destacar que o movimento
abolicionista também contava com adeptos nos segmentos urbanos de ideologia liberal, entre os religiosos
metodistas e socialistas utópicos que haviam organizado comunidades nos Estados Unidos.
Os sulistas – ao contrário dos nortistas – defendiam a manutenção do trabalho escravo, pois
considerava, que a adoção de mão-de-obra livre e assalariada aumentaria os custos de produção e,
consequentemente, reduziria a margem de lucro na comercialização do algodão. Outra questão ligada
fundamental se relacionava a ocupação dos territórios a oeste. Os nortistas defendiam a ocupação desses
territórios por trabalhadores livres, ao passo que o sul pretendia a expansão das lavouras agro-exportadoras
com o emprego de escravos.
3
História
Mapa da Guerra de Secessão
Diante de tantas divergências, nas eleições presidenciais de 1860, os nortistas apoiaram a
candidatura de Abraham Lincoln, em cuja plataforma política estavam incluídos temas favoráveis aos Estados
que ele representava, tais como o protecionismo alfandegário, a manutenção da União e a proibição do
escravismo nos estados que estavam sendo incorporados à União. A vitória de Lincoln levou o estado da
Carolina do Sul a declarar-se separado da União, dando início da Guerra de Secessão.
O conflito tem como marco a utilização de tecnológica em larga escala, se diferenciando dos conflitos
vistos até então. Durante a guerra, o presidente Abraham Lincoln sancionou a Emenda n. 8 à Constituição, em
1863, abolindo a escravidão em todos os estados.
Com a vitória norte, percebemos o incentivo a desenvolvimento industrial seguindo o modelo nortista.
Outra importante consequência do conflito foi a ampliação de movimentos marcados pela intolerância.
Especialmente no sul, houve surgimento grupos suprematistas, como a Ku-Klux-Klan e os Cavaleiros da
Camélia Branca, que empreenderam atentados e atos de violência contra os negros e a favor da segregação
racial.
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História
Exercícios
1. A expansão territorial dos Estados Unidos, ao longo do século XIX, caracterizou-se por um forte
sentimento nacionalista. Sobre essa expansão podemos afirmar que:
a) encerrou as divergências entre o Norte e o Sul, quanto à utilização da mão-de-obra escrava.
b) retardou o crescimento demográfico da população norte-americana.
c) priorizou a mineração em detrimento das atividades industriais e agrícolas.
d) acarretou o fortalecimento político da representação nortista no Congresso Norte-Americano.
e) impediu a emigração devido à política de defesa das fronteiras do país.
2. "A Guerra Civil Norte-americana (1861-65) representou uma confissão de que o sistema político falhou,
esgotou os seus recursos sem encontrar uma solução (para os conflitos políticos mais importantes entre
as grandes regiões norte-americanas, a Norte e a Sul). Foi uma prova de que mesmo numa das
democracias mais antigas, houve uma época em que somente a guerra podia superar os antagonismos
políticos." Eisenberg, Peter Louis. GUERRA CIVIL AMERICANA. S. Paulo, Brasiliense, 1982.
Dentre os conflitos geradores dos antagonismos políticos referidos no texto está a
a) manutenção, pela sociedade sulista, do regime de escravidão, o que impediria a ampliação do
mercado interno para o escoamento da produção industrial nortista.
b) opção do Norte pela produção agrícola em larga escala voltada para o mercado externo, o que
chocava com a concorrência dos sulistas que tentavam a mesma estratégia.
c) necessidade do Sul de conter a onda de imigração da população nortista para seus territórios, o que
ocorria em função da maior oferta de trabalho e da possibilidade do exercício da livre-iniciativa.
d) ameaça exercida pelos sulistas aos grandes latifundiários nortistas, o que se devia aos constantes
movimentos em defesa da reforma agrária naquela região em que havia concentração da
propriedade da terra.
e) adesão dos trabalhadores sulistas ao movimento trabalhista internacional, o que ameaçava a
estabilidade das relações trabalhistas praticadas na região norte.
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História
3. "... era como se os Estados Unidos tivessem como objetivo uma missão civilizatória junto aos povos da
América Latina." Herbert Croly, The Promisse of American Life
A consolidação do capitalismo nos Estados Unidos da América, ao longo do século XIX, identificou-se
em seu processo de expansão territorial, que se relaciona corretamente com o(a):
a) Destino Manifesto, que fundamentava a distinção política e econômica entre os estados sulistas
escravocratas e os nortistas industriais.
b) Fim da guerra hispano-americana, que acarretou a incorporação da Flórida, de Cuba do Panamá.
c) Vitória no conflito contra o México, que resultou na anexação dos territórios do Texas, Novo México
e Califórnia.
d) Marcha para o Pacífico, que estendeu o território americano até a costa oeste, com a invasão e a
ocupação do Alasca e dos territórios do noroeste do Canadá.
e) Doutrina Monroe, que ratificou a compra dos territórios franceses e ingleses na América, tais como
a Luisiana e o Oregon.
4. "Os Estados Confederados podem adquirir novo território. [...] Em todos esses territórios, a instituição da
escravidão negra, tal como ora existe nos Estados Confederados, será reconhecida e protegida pelo
Congresso e pelo governo territorial; e os habitantes dos vários Estados Confederados e Territórios terão
o direito de levar para esse território quaisquer escravos legalmente possuídos por eles em quaisquer
Estados ou Territórios dos Estados Confederados [...]." "Constituição dos Estados Confederados da América", Art. IV, seção 3, 1861.
O texto acima reflete um dos pontos centrais de discórdia que geraram a Guerra Civil Americana. Esta
guerra civil foi o resultado:
a) da ação imperialista americana que, a partir da Doutrina Monroe, passou a intervir na América Latina.
b) da luta entre os colonos e a Metrópole Inglesa, o que redundaria na independência dos Estados
Unidos.
c) da Grande Depressão, intensificando a pobreza e o desemprego nas grandes cidades americanas.
d) da luta pelos direitos civis, particularmente dos negros, forçando uma reinterpretação da
Constituição Americana.
e) da oposição dos interesses dos Estados do Sul e do Norte em torno da questão da escravidão e da
expansão para o Oeste.
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História
5. A Ku-Klux-Klan foi organizada para segurança própria... o povo do Sul se sentia muito inseguro. Havia
muitos nortistas vindos para cá (Sul), formando ligas por todo o país. Os negros estavam se tornando
muito insolentes e o povo branco sulista de todo o estado de Tennessee estava bastante alarmado." ENTREVISTA DE NATHAN BEDFORD FORREST ao JORNAL DE CINCINNATI, Ohio, 1868.
A leitura deste depoimento, feito por um membro da Ku-Klux-Klan, permite entender que esta organização
tinha por objetivo:
a) assegurar os direitos políticos da população branca, pelo voto censitário, eliminando as
possibilidades de participação dos negros nas eleições.
b) impedir a formação de ligas entre nortistas e negros, que propunham a reforma agrária nas terras
do sul dos Estados Unidos.
c) unir os brancos para manter seus privilégios e evitar que os negros, com apoio dos nortistas,
tivessem direitos garantidos pelo governo.
d) proteger os brancos das ameaças e massacres dos negros, que criavam empecilhos para o
desenvolvimento econômico dos estados sulistas.
e) evitar confrontos com os nortistas, que protegiam os negros quando estes atacavam propriedades
rurais dos sulistas brancos.
6. No caso da história americana, um dos eventos mais retratados pela memória social é, sem dúvida, a
chamada Marcha para o Oeste. Mesmo antes do surgimento do cinema, esses temas já faziam parte das
imagens da história americana. A fronteira foi um tema constante dos pintores do século XIX. A imagem
das caravanas de colonos e peregrinos, da corrida do ouro, dos cowboys, das estradas de ferro cruzando
os desertos, dos ataques dos índios marcam a arte, a fotografia e também a cinematografia americana. CARVALHO, Mariza Soares de. In: http://www.historia.uff.br/primeirosescritos/files/pe02-2.pdf, acessado em 29.08.2009
Entre os fatores que motivaram e favoreceram a Marcha para o Oeste está:
a) a possibilidade de as famílias de colonos tornarem-se proprietárias, o que também atraiu imigrantes
europeus.
b) o desejo de fugir da região litorânea afundada em guerras com tribos indígenas fixadas ali desde o
período da colonização.
c) a beleza das paisagens americanas, o que atraiu muitos pintores e fotógrafos para aquela região.
d) o avanço da indústria cinematográfica, que encontrou no Oeste o lugar perfeito para a realização de
seus filmes.
e) a existência de terras férteis que incentivaram a ida, para o Oeste, de agricultores que buscavam
ampliar suas plantações de algodão.
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História
7. As eleições presidenciais de 1860 nos Estados Unidos foram vencidas por Abraham Lincoln, nortista e
líder do Partido Republicano. Nem todas as unidades da federação aceitaram o resultado eleitoral, e
alguns estados sulistas criaram os Estados Confederados da América. Era o início da Guerra de
Secessão, resultado das inúmeras divergências entre os estados do Norte e do Sul. Entre essas
divergências, pode-se apontar
a) a questão fundiária, na qual o Sul defendia o acesso à terra para negros libertos, e o Norte defendia
o acesso apenas por meio da compra.
b) a questão bancária, em que o Sul defendia a criação de um banco emissor nacional, e o Norte, a
formação de bancos regionais e particulares.
c) a proposta antagônica para a política alfandegária, em que o Norte defendia o protecionismo,
enquanto o Sul apoiava o livre-cambismo.
d) a questão da escravidão, na qual o Sul defendia a imediata abolição dessa instituição, e o Norte
queria o fim gradual do escravismo.
e) a defesa do Homestead Act pelo Norte e pelo Sul, apesar de que, na visão do Norte, essa lei só
deveria atender aos homens recém-libertos da escravidão.
8. O incentivo da Marcha Para o Oeste nos EUA ocorreu a partir da década de 1860, em meio à Guerra de
Secessão entre o Sul e o Norte. Os representantes do Norte, sob a liderança do então presidente Abraham
Lincoln, aprovaram uma lei em 1862 que consistiu no grande fator de estímulo da migração. Que lei foi
essa?
a) Lei do Faroeste
b) Lei do Sheriff
c) Lei do Homestead
d) Lei do Selo
e) Lei do Chá
9. A saga de pioneiros e desbravadores (e também bandidos, exterminadores de índios, grileiros e
pistoleiros) foi retratada em uma série de filmes do gênero western, mais conhecida no Brasil como
faroeste ou bangue-bangue. Ao contar a Marcha para o Oeste, esses filmes mostraram também a
formação de uma mentalidade tipicamente americana. Uma série de fatores, como a escassez de terras
na faixa atlântica, a necessidade dos estados do Norte, em fase de industrialização, de conseguir
matérias-primas e a construção de ferrovias, motivou e favoreceu a Marcha para o Oeste que foi:
a) a corrida do ouro na Califórnia e a ocupação da Flórida, recém-adquirida da Espanha.
b) a ocupação de todos os territórios onde os americanos nativos eram hostis ao homem branco.
c) a colonização de terras do lado ocidental dos Apalaches e da margem leste do rio Mississipi por
imigrantes dispostos a desbravar o interior do continente, acelerando a ocupação rumo ao Pacífico.
d) A ocupação de áreas além do rio São Lourenço para efetivar a posse da Louisiana.
e) a anexação dos estados do Texas, Utah, Arizona e Novo México, conquistados do México em 1848,
depois de uma guerra.
8
História
10. Alguns dos aspectos negativos da Marcha para o Oeste estavam associados, principalmente, ao meio de
transporte de cargas utilizado na época, o trem de ferro, que levava e trazia mercadorias do Leste para o
Oeste e vice-versa. Entre esses aspectos, podemos destacar:
a) A falta de gasolina disponível para o funcionamento das locomotivas.
b) Os constantes assaltos nas linhas férreas e nas diligências.
c) A falta de manutenção das linhas férreas.
d) A falta de investimento na construção de estradas de ferro.
e) As constantes mortes dos operadores de trem provocadas pelo calor do deserto
9
História
Gabarito
1. D
O projeto nortista de expansão para o Oeste aumentou os congressistas alinhados.
2. A
A escravidão era um fator a ser superado para o pleno desenvolvimento capitalista, que era o projeto
nortista.
3. C
A conquista dos territórios mexicanos foi de fato a consolidação do capitalismo e do território atual do
EUA, além de ter sido um palco de ensaio para a Guerra da Secessão.
4. E
A disputa em relação a escravidão foi o ponto principal da guerra civil, como demonstra o fragmento.
5. C
Esses grupos que pregavam ideais de uma supremacia racial branca evidenciam a mentalidade racista da
sociedade.
6. A
Os colonos que iam para o Oeste tinham sua propriedade garantida pela Lei de Terras. Isso incitou uma
migração em massa para a região. O modelo da pequena propriedade, herdado do Norte dos EUA,
prevaleceu no Oeste, contrapondo o modelo do latifúndio (plantation) do Sul.
7. C
O protecionismo nortista tinha o objetivo fortalecer os produtos nacionais no mercado interno evitando a
importação de produtos industrializados.
8. C
A lei do Homestead marcou a vitória política dos nortistas e contribuiu para vitória militar, já que as terras
conquistadas estavam sendo colonizadas ao modo do norte.
9. C
Essa colonização construiu o imaginário dos EUA durante os próximos séculos, relacionado às suas
aspirações imperialistas.
10
História
10. B
Os assaltos às linhas férreas no Velho Oeste faziam parte do cotidiano da região à época. Assim como
aprosperidade do Oeste atraía levas e levas de imigrantes, acabava por atrair também meliantes que se
aproveitavam do que era ali produzido.
1
Literatura
Parnasianismo
Resumo
Visando combater a expansão da idealização amorosa provocada pelo Romantismo e resgatando
elementos da cultura neoclássica, o movimento Parnasiano do século XIX valorizava a arte clássica e a
harmonização de ideias na poesia.
Disponível em: http://www.patrimonioslz.com.br/CULTURA/ICON/FOTOPARNASO.jpg
Contexto histórico
O contexto histórico do parnasianismo se situa ao final do século XIX, com isso, esse período já
adianta uma transição de pensamentos e ideais para o século XX. Entre os principais acontecimentos, no Brasil,
há a Abolição da Escravatura (1888) e a Proclamação da República (1889). No cenário europeu, há a influência
dos anseios da 1º Guerra Mundial. No entanto, ainda que esse momento marcasse uma intensa movimentação
político-ideológica, o poeta parnasiano não se posiciona, omitindo o contexto histórico em sua poesia.
Características do parnasianismo
Em relação aos movimentos do século XIX, iremos perceber que sua propagação temática, em geral,
sempre visa combater algum aspecto de uma corrente anterior, como é o caso do Parnasianismo, que tenta
romper com a idealização amorosa do Romantismo.
Além disso, os parnasos acreditavam que a verdadeira produção artística era aquela que valorizasse
elementos da cultura clássica, por isso, a retomada da influência da mitologia greco-latina e o alto rigor formal,
justamente, para reafirmar a sua visão sobre o “fazer artístico”. Veja, abaixo, as principais características do
Parnasianismo:
• Objetivismo;
• Racionalismo;
• Caráter descritivo;
• “Arte pela arte” (poesia voltada para si mesma);
• Universalismo;
2
Literatura
• Imparcialidade;
• Isolamento do poeta (concentração);
• Contenção de sentimentos;
• Retomada de elementos da cultura greco-latina.
Ainda sobre o Parnasianismo, os aspectos mais marcantes de sua forma estrutural são:
• Obsessão pelo alto rigor formal;
• Valorização do soneto;
• Uso versos decassílabos e alexandrinos;
• Linguagem culta e rebuscada;
• Uso de rimas ricas e preciosas;
• Estrofes regulares.
No Brasil, os autores de maior popularidade parnasiana são Olavo Bilac, Alberto de Oliveira, Raimundo
Correia, Vicente de Carvalho, Francisca Júlia e Teófilo Dias. Além disso, é importante ressaltar que embora os
textos parnasianos, de forma geral, combatessem a subjetividade, isso não significa que os autores não
aprofundavam sua expressividade emocional, produzindo alguns poemas, inclusive, com ares românticos.
Leia, abaixo, um poema de Olavo Bilac e observe como o eu lírico se distancia da contenção amorosa:
Tercetos
“Noite ainda, quando ela me pedia
Entre dois beijos que me fosse embora.
Eu, com os olhos em lágrimas, dizia:
Espera ao menos o desponde da aurora!
Tua alcova é cheirosa como um ninho...
E olha que escuridão há lá por fora!
Como queres que eu vá, triste e sozinho,
Casando a treva e o frio de meu peito
Ao frio e à treva que há pelo caminho?!
Ouves? é o vento! é um temporal desfeito!
Não me arrojes à chuva e à tempestade!
Não me exiles do vale do teu leito!
Morrerei de aflição e de saudade...
Espera! até que o dia resplandeça,
Aquece-me com a tua mocidade!”
3
Literatura
Textos de apoio
A um Poeta
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
Mas que na forma de disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
Olavo Bilac, in "Poesias"
A Cavalgada
A lua banha a solitária estrada...
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.
São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando.
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...
E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...
E o silêncio outra vez soturno desce...
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...
Raimundo Correia
4
Literatura
Anoitecer
Esbraseia o Ocidente na agonia
O sol... Aves em bandos destacados,
Por céus de ouro e púrpura raiados,
Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia...
Delineiam-se além da serranja
Os vértices de chamas aureolados,
E em tudo, em torno, esbatem derramados
Uns tons suaves de melancolia.
Um mudo de vapores no ar flutua...
Como uma informe nódoa avulta e cresce
A sombra à proporção que a luz recua.
A natureza apática esmaece...
Pouco a pouco, entre as árvores, a lua
Surge trêmula, trêmula.... Anoitece.
Raimundo Correia
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5
Literatura
Exercícios
1. Mal secreto Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’aIma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Correia. Brasília: Alhambra, 1995.
Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na condução temática, o soneto
de Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções do indivíduo são julgadas em sociedade.
Na concepção do eu lírico, esse julgamento revela que:
a) a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir de forma dissimulada.
b) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno quando compartilhado por um grupo social.
c) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças neutraliza o sentimento de inveja.
d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a apiedar-se do próximo.
e) a transfiguração da angústia em alegria é um artifício nocivo ao convívio social.
2. Mal secreto "Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!"
(Raimundo Correia
O fragmento apresentado no texto contém uma oposição semântica fundamental entre o(a):
a) eu-lírico e o ser humano em geral.
b) eu-lírico e as pessoas que o invejam.
c) ser que chora e os demais seres humanos.
d) íntimo do ser humano e sua aparência.
e) realidade exterior e o desejo humano.
6
Literatura
3. Assinale a alternativa correta a respeito do Parnasianismo:
a) A inspiração é mais importante que a técnica.
b) Culto da forma: rigor quanto às regras de versificação, ao ritmo, às rimas ricas ou raras.
c) O nome do movimento vem de um poema de Raimundo Correia.
d) Sua poesia é marcada pelo sentimentalismo.
e) No Brasil, o Parnasianismo conviveu com o Barroco.
4. “Estranho mimo, aquele vaso! Vi-o
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado” Alberto de Oliveira
O trecho do poema em destaque é de um autor parnasiano. Ele revela um poeta:
a) Distanciado da realidade
b) Engajado
c) Crítico
d) Irônico
e) Informal
5. A pátria Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera,
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
BILAC, O. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1929.
7
Literatura
Publicado em 1904, o poema A pátria harmoniza-se com um projeto ideológico em construção na
Primeira República. O discurso poético de Olavo Bilac ecoa esse projeto, na medida em que:
a) a paisagem natural ganha contornos surreais, como o projeto brasileiro de grandeza.
b) a prosperidade individual, como a exuberância da terra, independe de políticas de governo.
c) os valores afetivos atribuídos à família devem ser aplicados também aos ícones nacionais.
d) a capacidade produtiva da terra garante ao país a riqueza que se verifica naquele momento.
e) a valorização do trabalhador passa a integrar o conceito de bem-estar social experimentado.
6. No Manifesto da Poesia Pau-Brasil, Oswald de Andrade faz o seguinte comentário sobre os poetas
parnasianos: “Só não se inventou uma máquina de fazer versos - já havia o poeta parnasiano.”
O que o poeta modernista está criticando nos parnasianos é:
a) a demasiada liberdade no ato da criação, que os torna máquinas poéticas.
b) o abandono da Arte pela arte, com a criação objetiva e anticonvencional.
c) a preocupação com a perfeição formal e com o subjetivismo.
d) o formalismo e a impessoalidade comuns em seus textos.
e) o exagero na expressão das emoções, apesar da criação poética mecânica.
7. “Torce, aprimora, alteia, lima A frase; enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.”
Olavo Bilac
É correto afirmar que o Texto:
a) tematiza o trabalho poético como fruto do esforço artesanal.
b) exemplifica a tendência barroca da poesia brasileira do século XIX.
c) traz índices da estética simbolista, na medida em que não respeita a regularidade métrica e substitui
o decassílabo por versos populares.
d) ironiza a delicadeza do poeta, concebido como um escultor de jóias, que trabalha incansavelmente
até encontrar a rima preciosa.
e) recupera aspectos formais e temáticos defendidos pelos poetas românticos
8
Literatura
8. É incorreto afirmar que, no Parnasianismo:
a) a natureza é apresentada objetivamente;
b) a disposição dos elementos naturais (árvores, estrelas, céu, rios) é importante por obedecer a uma
ordenação lógica;
c) a valorização dos elementos naturais torna-se mais importante que a valorização da forma do
poema;
d) a natureza despe-se da exagerada carga emocional com que foi explorada em outros períodos
literários;
e) as inúmeras descrições da natureza são feitas dentro do mito da objetividade absoluta, porém os
melhores textos estão permeados de conotações subjetivas.
9. A propósito da poesia parnasiana, é correto afirmar que ela:
a) caracteriza-se como forma de evocação de sentimentos e emoções.
b) revela-se no emprego de palavras de grande valor conotativo e ricas em sugestões sensoriais.
c) explora intensamente a cadeia fônica da linguagem, procurando associar a poesia à música.
d) faz alusões a elementos evocadores de rituais religiosos, impregnando a poesia de misticismo e
espiritualidade.
e) acentua a importância da forma, concebendo a atividade poética como a habilidade no manejo do
verso.
10. “Esta de áureos relevos, [trabalhada
De divas mãos, brilhantes copa,
[um dia,
Já de aos deuses servir como
[cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus
[servia.”
A poesia que se concentra na reprodução de objeto decorativo, como exemplifica a estrofe de Alberto de
Oliveira, assinala a tônica da:
a) espiritualização da vida.
b) visão do real.
c) arte pela arte.
d) moral das coisas.
e) nota do intimismo.
9
Literatura
Gabarito
1. A
Comentário: O eu lírico reflete sobre como determinadas pessoas, para se sentirem aceitas em um
determinado âmbito social, simulam ser aquilo que elas não são.
2. D
Comentário: Comentário: A partir dos versos, é possível perceber um contraste entre a essência do ser
humano com asua aparência.
3. B
Comentário: A característica mais marcante do Parnasianismo é a preocupação com a forma do poema:
sua estrutura, rimas e musicalidade. Não tinha como prioridade o sentimentalismo.
4. A
Comentário: Ao falar sobre um vaso, no poema, o poeta mostra-se distanciado da realidade.
5. B
Comentário: A riqueza de nossa fauna e flora e a prosperidade do indivíduo, por meio do trabalho com a
terra, independem de medidas governamentais, visto que no Brasil prevalece a “eterna primavera”.
6. D
Comentário: Ao comparar o poeta parnasiano com uma máquina de fazer poema, Oswald de Andrade está
criticando, principalmente, a valorização da forma e a impessoalidade características dessa escola literária.
7. A
Comentário: A forma da poesia é muito importante para o poeta parnasiano. Dessa maneira, é possível
perceber a comparação entre a confecção de um rubi e de um poema, pois ambos são preciosos..
8. C
Comentário: A forma é a maior preocupação do poeta parnasiano.
9. E
Comentário: A forma é tão importante para o parnasiano, que, muitas vezes, ele é comparado a um artesão.
10. C
Comentário: Arte pela arte é a característica da poesia ser voltada para ela mesma.
1
Matemática
Definição de módulo e equações modulares
Resumo
Definição
Dado um número real x, define-se o módulo de x, representado por |x| como:
, se x 0| x |
, se x < 0
x
x
=
−
O módulo também é chamado de valor absoluto.
Uma observação importante é que, se x é negativo então –x é positivo.
Com isso, podemos concluir que 0x , para todo x real
Exemplos:
| 1 | = 1
| -2 | = 2
| √2 | = √2
| -1/5 | = 1/5
Note que:
| 1 | = 1, já que 1 ≥ 0, o resultado é o próprio 1
| -2 | = 2, pois – 2 < 0, o resultado será – (-2) = 2
Interpretação geométrica
A interpretação geométrica do módulo de um número real x é a distância desse número até a origem (ponto
0). Observe na reta real:
Nesse caso | -5| = 5 representa que esse número dista 5 da origem.
Exemplo:
| x | = 4
Do ponto de vista geométrico, queremos descobrir qual é o número que dista 4 unidades da origem, ou seja,
2
Matemática
Logo, existem 2 valores que satisfazem essa condição: -4 e 4. Assim, o conjunto solução S será:
S= {-4,4}
Propriedades
Sejam x e y números reais, então:
1
2
2
3
4
: x 0
: x .y
: ²
: ² x
P
P x y
P x x
P x
=
=
=
Equação modular
Usando como base o exemplo anterior, vamos estudar um caso parecido:
| x – 1 | = 4.
Como não sabemos se a expressão x – 1 é positiva, devemos estudar os dois casos. Ou seja:
x – 1 = 4 ou x – 1 = -4
Nesse caso, temos como solução:
1 4 5
1 4 3
{ 3,5}
x x
x x
S
− = =
− = − = −
= −
Existem casos em que ambos os membros da equação possuem módulo, nesse caso, para x e y números
reais:
ou x y x y x y= = = −
Condição de existência
Como dito anteriormente, 0x para todo x real, ou seja, o caso | x | = - 2 não possui solução, pois não existe
número real tal que diste -2 unidades da origem.
Exemplo:
|x – 5| = -2x + 1
3
Matemática
Para que a equação seja verdadeira, temos a seguinte condição:
12 1 0
2x x− +
Então para que a solução seja válida, ela deve ser menor que 1/2.
5 2 1 25 2 1
5 ( 2 1) 4
x x xx x
x x x
− = − + =− = − +
− = − − + = −
Nesse caso, 2 não é solução pois é maior que ½.
Substituindo x = 2,
|x – 5| = -2.2 + 1
|x – 5| = -3 , o que não é solução válida
Logo S = {-4}
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4
Matemática
Exercícios
1. Simplificando a expressão 2
2
xA
x
−=
−, com x > 2, temos que ela vale:
a) 1
b) -1
c) 0
d) 2
e) -2
2. Três números positivos proporcionais a 5, 8 e 9 são tais que a diferença do maior para o menor supera
o módulo da diferença entre os dois menores em 5 unidades. Assinale o maior deles.
a) 45
b) 54
c) 63
d) 72
e) 81
3. Considerando-se a equação x² - 5x + 6 = |x – 3|, tem-se que a soma de suas raízes é
a) 0
b) 1
c) 2
d) 3
e) 4
4. O número de soluções da equação 1 3
. 3 2.2 2
x x x− = − , no conjunto R, é
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
5
Matemática
5. A soma das raízes reais distintas da equação 2 2 2x− − = é igual a
a) 0
b) 2
c) 4
d) 6
e) 8
6. A soma das raízes da equação modular 2 7 6x− − = é
a) 15
b) 30
c) 4
d) 2
e) 8
7. O produto das raízes reais da equação |x² - 3x + 2| =|2x – 3| é igual a
a) -5
b) -1
c) 1
d) 2
e) 5
8. No conjunto dos números reais, o conjunto solução da equação ( )4
4 2 1 3 2x x+ = +
a) é vazio
b) é unitário
c) possui dois elementos
d) possui três elementos
e) possui quatro elementos
9. Sobre os elementos do conjunto solução da equação |x²| - 4|x| - 5 = 0, podemos dizer que
a) são um número natural e inteiro.
b) são números naturais.
c) o único elemento é um número natural.
d) um deles é um número racional, o outro é um número irracional.
e) não existem, isto é, o conjunto solução é vazio.
6
Matemática
10. Se as raízes da equação x² - 5|x| - 6 = 0 são também raízes de x² - ax – b, então, os valores dos números
reais a e b são respectivamente
a) -1 e 6
b) 5 e 6
c) 0 e 36
d) 5 e 36
7
Matemática
Gabarito
1. B
Como x > 2, então a expressão |2 - x| é negativa, logo |2 - x| = - (2 – x), assim
2 (2 x)1
2 2
x
x x
− − −= = −
− −
2. A
3. E
4. D
8
Matemática
5. D
6. E
7. A
8. B
Mas, para satisfazer a condição de existência, temos que:
9
Matemática
9. E 2
² 4 5 0
5 5 5 ou 5
1 1 (não tem solução
² 4 5
em
5
)
0 4 0
x a
a a
a x x x
x x x
x
x
a
=
− − =
= → = → =
− − = − − =
= −
= − → = −
10. C
Usando a propriedade, temos que x² = |x|², assim:
² 5 | | 6 0 | | ² 5 | | 6 0
| |
² 5 6 0
6 | | 6 6 ou 6
1 | | 1 (não tem solução em )
x x x x
x a
a x
a x x x
a x
− − = − − =
=
− − =
= → = → = = −
= − → = −
Como 6 e -6 são raízes de x² - ax – b = 0, então, vale que:
( ) 6 36-6 ² - (-6) - 0
6 366² - .6 - 0
0 e 36
a ba b
a ba b
a b
− = −=
− − = −=
= =
1
Matemática
Exercícios envolvendo logaritmos
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Exercícios
1. A fórmula para medir a intensidade de um dado terremoto na escala Richter é 10
0
log ( )I
RI
= com I0
sendo a intensidade de um abalo quase imperceptível e I a intensidade de um terremoto dada em termos
de um múltiplo de I0. Se um sismógrafo detecta um terremoto com intensidade I = 32000I0, qual a
intensidade do terremoto na escala Richter? Indique o valor mais próximo. Dado: use a aproximação log
2 ≈ 0,30.
a) 3,0
b) 3,5
c) 4,0
d) 4,5
e) 5,0
2. Para realizar a viagem dos sonhos, uma pessoa precisava fazer um empréstimo no valor de R$ 5000,00. Para pagar as prestações, dispõe de, no máximo, R$ 400,00 mensais. Para esse valor de empréstimo, o valor da prestação (P) é calculado em função do número de prestações (n) segundo a fórmula
Se necessário, utilize 0,005 como aproximação para log 1,013; 2,602 como aproximação para log 400;
2,525 como aproximação para log 335.
De acordo com a fórmula dada, o menor número de parcelas cujos valores não comprometem o limite
definido pela pessoa é
a) 12
b) 14
c) 15
d) 16
e) 17
2
Matemática
3. O pH de uma solução mede a acidez da mesma e é definido como 1
log( )[ ]
pHH +
= , onde [H+]
representa a concentração de íons H+.
Devido às secas registradas na região nordeste do país, a escassez de água tornou-se uma calamidade
pública em algumas cidades. Como atendimentos de urgência, caminhões pipas distribuíram águas
retiradas diretamente de açudes entre as famílias atingida, como pH baixíssimo, tornando-se vulneráveis
à contaminação com determinadas bactérias prejudiciais à saúde humana. Numa amostra dessas águas
foi detectado que [H+] = 2,5.10-9.
De acordo com o texto acima, e considerando log 5 = 0,70, o pH dessa água foi de:
a) 9,70
b) 9,68
c) 9,23
d) 8,87
e) 8,60
4. Suponha que o nível sonoro β e a intensidade I de um som estejam relacionados pela equação
logarítmica β = 120 + 10 log10 I, em que β é medido em decibéis e I, em watts por metro quadrado. Sejam
I1 a intensidade correspondente ao nível sonoro de 80 decibéis de um cruzamento de duas avenidas
movimentadas e I2 a intensidade correspondente ao nível sonoro de 60 decibéis do interior de um
automóvel com ar-condicionado. A razão I1/I2 é igual a:
a)
1
10
b) 1
c) 10
d) 100
e) 1 000
5. A intensidade de um terremoto na escala Richter é definida por 10
0
2log ( )
3
EI
E= , em que E é a energia
liberada pelo terremoto, em quilowatt-hora (kwh), e 3
0 10E −= kwh. A cada aumento de uma unidade no
valor de I, o valor de E fica multiplicado por:
a) 10
b) 10
c) 310
d) 20/3
3
Matemática
6. Em setembro de 1987, Goiânia foi palco do maior acidente radioativo ocorrido no Brasil, quando uma
amostra de césio-137, removida de um aparelho de radioterapia abandonado, foi manipulada
inadvertidamente por parte da população. A meia-vida de um material radioativo é o tempo necessário
para que a massa desse material se reduza à metade. A meia-vida do césio-137 é 30 anos e a quantidade
restante de massa de um material radioativo, após t anos, é calculada pela expressão:
M(t) = A . (2,7)kt
Onde A é a massa inicial e k é uma constante negativa.
Considere log 2 = 0,3. Qual o tempo necessário, em anos, para que uma quantidade de massa do césio-
137 se reduza a 10% da quantidade inicial?
a) 27
b) 36
c) 50
d) 54
e) 100
7. Se log 2 = x e log 3 = y, então log 72 é igual a:
a) 2x + 3y
b) 3x + 2y
c) 3x – 2y
d) 2x – 3y
e) x + y
8. O conjunto solução da inequação
2log 31 1
2 2
x
é:
a)
b) {x / x < 8}
c) {x / x < 3}
d) {x / x > 3}
e) {x / x > 8}
4
Matemática
9. Suponha que a vazão de água de um caminhão de bombeiros se dá pela 0( ) .2 tv t v −= em que V0 é o
volume inicial de água contido no caminhão e t é o tempo de escoamento em horas. Qual é,
aproximadamente, utilizando uma casa decimal, o tempo de escoamento necessário para que o volume
de água escoado seja 10% do volume inicial contido no caminhão? (utilize: log2 0,03.)
a) 3h e 30 min.
b) 3h e 12 min.
c) 3h e 18 min.
d) 2h e 15 min.
e) 2h e 12 min.
10. O altímetro dos aviões é um instrumento que mede a pressão atmosférica e transforma esse resultado
em altitude. Suponha que a altitude h acima do nível do mar, em quilômetros, detectada pelo altímetro de
um avião seja dada, em função da pressão atmosférica p, em atm, por 10
1( ) 20.log ( )h p
p= . Num
determinado instante, a pressão atmosférica medida pelo altímetro era 0,4 atm. Considerando a
aproximação log2 = 0,3, a altitude h do avião nesse instante, em quilômetros, era de
a) 5.
b) 8.
c) 9.
d) 11.
e) 12.
5
Matemática
Gabarito
1. D
Utilizando as informações do enunciado, temos:
5010
0 0
5
32000log ( ) log( ) log 32000 log 32.1000 log 32 log1000 log 2 log10³
log 2 log10³ 5log 2 3log10 5(0,3) 3(1) 1,5 3 4,5
IIR
I I= = = = = + = +
+ = + = + = + =
2. D
3. E
Devemos calcular:
9 1
9
9 9
1log( ) log(2,5.10 )
2,5.10
log 2,5.10 (log 2,5 log10 ) (log 25 /10 9log10)
(log 25 log10 9log10)
(log5² log10 9log10)
(2 log5 log10 9log10)
(2.0,7 1 9) ( 8,6) 8,6
pH
pH
pH
pH
pH
pH
− −
−
− −
= =
= − = − + = − −
= − − −
= − − −
= − − −
= − − − = − − =
6
Matemática
4. D
Primeiro, vamos calcular I1:
1
1
1
4
1
80 120 10log
8 12 log
log 4
10
I
I
I
I −
= +
= +
= −
=
Agora, vamos calcular I2:
2
2
2
6
2
60 120 10log
6 12 log
log 6
10
I
I
I
I −
= +
= +
= −
=
Queremos I1/I2, assim: 4 6
6 4
10 10100
10 10
−
−= =
5. C
Vamos colocar E em função de I:
I = (2/3).log10(E/Eo)
3I/2 = log10(E/Eo), usando a propriedade do logaritmo da divisão,
3I/2 = log10E - log10Eo
3I/2 = log10E - log1010-3
3I/2 = log10E - (-3)
3I/2 = log10E + 3
3I/2 - 3 = log10E, aplicando a definição de logaritmo,
E = 103I/2 - 3
Agora se acrescentarmos uma unidade em I, obteremos outro valor de E, que chamarei de E'. O valor de E'
será:
E = 103I/2 - 3
E' = 103(I + 1)/2 - 3
E' = 10(3I + 3)/2 - 3
E' = 10(3I + 3 - 6)/2
E' = 10(3I - 3)/2
O problema pergunta por quanto o valor de E fica multiplicado quando aumentamos uma unidade em I, ou
seja, por quanto temos que multiplicar E para chegar em E'. Digamos que tenhamos que multiplicar E po x
para chegar em E':
E.x = E'
10(3I/2 - 3).x = 10(3I - 3)/2
x = (10(3I - 3)/2)/(103I/2 – 3)
7
Matemática
Na divisão de duas potências de mesma base, subtraímos os expoentes:
x = 10(3I - 3)/2 - (3I/2 - 3)
x = 103I/2 - 3/2 - 3I/2 + 3
x = 10-3/2 + 3
x = 103/2
Resposta: "C" fica multiplicado por 103/2 (isso é igual à raiz quadrada de 1000).
6. E
7. B
Observe:
( )log 72 log 8.9 log8 log9 log 2³ log3² 3log 2 2log3
Substituindo log2 = x e log3 = y, temos:
log 72 3 2x y
= = + = + = +
= +
8. E
Temos uma inequação exponencial de base menor do que 1. Assim, comparamos os expoentes, mas com
o sinal trocado:
2log 3
2
1 1
2 2
log 3
x
x
Quando nos deparamos com uma inequação logarítmica, temos que ter log nos dois lados.
2
2 2
2 2
2 2
log 3
log 3log 2
log log 2³
log log 8
8
x
x
x
x
x
8
Matemática
9. C
Segundo o enunciado, temos que calcular V = 10%V0. Substituindo na fórmula, temos:
0 00,1 .2
0,1 2
log 0,1 log 2
log1/10 log 2
log1 log10 log 2
0 1 .0,3
1 0,3
3,3 3 0,3 3 horas e 18 minutos.
t
t
t
v v
t
t
t
t
t
−
−
−
=
=
=
= −
− = −
− = −
=
= = + =
10. B
Substituindo os valores fornecidos no enunciado, temos:
1
10
1(0,4) 20.log ( ) 20log(0,4) 20( log 0,4)
0,4
(0,4) 20( log 4 /10) 20[ (log 4 log10)] 20[ (log 2² log10)]
(0,4) 20[ (2log 2 log10) 20[ (2.0,3 1)] 20[ (0,6 1)]
(0,4) 20[ ( 0,4)] 20.0,4 8 atm
h
h
h
h
−= = = −
= − = − − = − = −
= − − = − − = − −
= − − = =
1
Matemática
Cilindros
Resumo
Cilindros: elementos e classificação
Cilindro é um solido geométrico caracterizado por tem suas bases sendo formadas por círculos.
Geratriz: Medida lateral do cilindro
Um cilindro pode ser classificado conforme a inclinação da geratriz em relação à base:
Reto: o cilindro circular é reto quando a geratriz é perpendicular à base.
Oblíqua: o cilindro circular é oblíqua quando a geratriz é oblíqua à base.
Área da base Área lateral Área Total
2A = r
b A = 2 r
lh
A = 2A
2 ( )
t b l
t
A
A r h r
+
= +
Volume
2
BV A h
V r h
=
=
Onde: Ab = Área da base
Al = Área lateral
At = Área total
h = altura
r = raio
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Bases: Círculos de raio AB
Altura: CD
Geratriz: CD
2
Matemática
3
Matemática
Exercícios
1. Uma empresa que organiza eventos de formatura confecciona canudos de diplomas a partir de folhas
de papel quadradas. Para que todos os canudos fiquem idênticos, cada folha é enrolada em torno de um
cilindro de madeira de diâmetro d em centímetros, sem folga, dando-se 5 voltas completas em torno de
tal cilindro. Ao final, amarra-se um cordão no meio do diploma, bem ajustado, para que não ocorra o
desenrolamento, como ilustrado na figura.
Em seguida, retira-se o cilindro de madeira do meio do papel enrolado, finalizando a confecção do
diploma. Considere que a espessura da folha de papel original seja desprezível. Qual é a medida, em
centímetros, do lado da folha de papel usado na confecção do diploma?
a) d.
b) 2 d.
c) 4 d.
d) 5 d.
e) 10 d.
2. Para construir uma manilha de esgoto, um cilindro com 2 m de diâmetro e 4 m de altura (de espessura
desprezível), foi envolvido homogeneamente por uma camada de concreto, contendo 20 cm de
espessura.
Supondo que cada metro cúbico de concreto custe R$ 10,00 e tomando 3,1 como valor aproximado de
π, então o preço dessa manilha é igual a:
a) R$ 230,40.
b) R$ 124,00.
c) R$ 104,16.
d) R$ 54,56.
e) R$ 49,60.
4
Matemática
3. Para resolver o problema de abastecimento de água foi decidida, numa reunião do condomínio, a
construção de uma nova cisterna. A cisterna atual tem formato cilíndrico, com 3 m de altura e 2 m de
diâmetro, e estimou-se que a nova cisterna deverá comportar 81 m³ de água, mantendo o formato
cilíndrico e a altura da atual. Após a inauguração da nova cisterna a antiga será desativada.
Utilize 3,0 como aproximação para .
Qual deve ser o aumento, em metros, no raio da cisterna para atingir o volume desejado?
a) 0,5
b) 1,0
c) 2,0
d) 3,5
e) 8,0
4. Dona Maria, diarista na casa da família Teixeira, precisa fazer café para servir as vinte pessoas que se
encontram numa reunião na sala. Para fazer o café, Dona Maria dispõe de uma leiteira cilíndrica e copi-
nhos plásticos, também cilíndricos.
Com o objetivo de não desperdiçar café, a diarista deseja colocar a quantidade mínima de água na leiteira
para encher os vinte copinhos pela metade. Para que isso ocorra, Dona Maria deverá
a) encher a leiteira até a metade, pois ela tem um volume 20 vezes maior que o volume do copo.
b) encher a leiteira toda de água, pois ela tem um volume 20 vezes maior que o volume do copo.
c) encher a leiteira toda de água, pois ela tem um volume 10 vezes maior que o volume do copo.
d) encher duas leiteiras de água, pois ela tem um volume 10 vezes maior que o volume do copo.
e) encher cinco leiteiras de água, pois ela tem um volume 10 vezes maior que o volume do copo.
5
Matemática
5. É possível usar água ou comida para atrair as aves e observá-las. Muitas pessoas costumam usar água
com açúcar, por exemplo, para atrair beija-flores. Mas é importante saber que, na hora de fazer a mistura,
você deve sempre usar uma parte de açúcar para cinco partes de água. Além disso, em dias quentes,
precisa trocar a água de duas a três vezes, pois com o calor ela pode fermentar e, se for ingerida pela
ave, pode deixá-la doente. O excesso de açúcar, ao cristalizar, também pode manter o bico da ave
fechado, impedindo-a de se alimentar. Isso pode até matá-la. Ciência Hoje das Crianças. FNDE; Instituto Ciência Hoje, n. 166, mar 1996.
Pretende-se encher completamente um copo com a mistura para atrair beija-flores. O copo tem formato
cilíndrico, e suas medidas são 10 cm de altura e 4 cm de diâmetro. A quantidade de água que deve ser
utilizada na mistura é cerca de (utilize = 3)
a) 20 mL.
b) 24 mL.
c) 100 mL.
d) 120 mL.
e) 600 mL.
6. A lata abaixo deverá ser produzida a partir de uma chapa de metal que possui 0,8 g por centímetro
quadrado de área.
Sabendo que essa lata não possui tampa, é CORRETO afirmar que a massa de cada lata desse tipo será
de:
a) 2900 g.
b) 5250 g.
c) 10400 g.
d) 13000 g.
e) 8240 g.
6
Matemática
7. Num parque aquático existe uma piscina infantil na forma de um cilindro circular reto, de 1 m de
profundidade e volume igual a 12 m³, cuja base tem um raio R e centro O. Deseja-se construir uma ilha
de lazer seca no interior dessa piscina, também na forma de um cilindro circular reto, cuja base estará no
fundo e com centro da base coincidindo com o centro do fundo da piscina, conforme a figura. O raio da
ilha de lazer será r. Deseja-se que após a construção dessa ilha, o espaço destinado à água na piscina
tenha um volume de, no mínimo, 4 m³.
Para satisfazer as condições dadas, o raio máximo da ilha de lazer r, em metros, estará mais próximo de:
a) 1,6.
b) 1,7.
c) 2,0.
d) 3,0.
e) 3,8.
8. Uma alternativa encontrada para a melhoria da circulação em grandes cidades e em rodovias é a
construção de túneis. A realização dessas obras envolve muita ciência e tecnologia.
Um túnel em formato semicircular, destinado ao transporte rodoviário, tem as dimensões conforme a figura a seguir.
Qual é o volume, em m³, no interior desse túnel?
a) 4.800 .
b) 7.200 .
c) 14.400 .
d) 28.800 .
e) 57.600 .
7
Matemática
9. A vazão de água (em m³/h) em tubulações pode ser medida pelo produto da área da seção transversal
por onde passa a água (em m² ) pela velocidade da água (em m/h). Uma companhia de saneamento
abastece uma indústria utilizando uma tubulação cilíndrica de raio r, cuja vazão da água enche um
reservatório em 4 horas. Para se adaptar às novas normas técnicas, a companhia deve duplicar o raio da
tubulação, mantendo a velocidade da água e mesmo material.
Qual o tempo esperado para encher o mesmo reservatório, após a adaptação às novas normas?
a) 1 hora
b) 2 horas
c) 4 horas
d) 8 horas
e) 16 horas
10. Para decorar um cilindro circular reto será usada uma faixa retangular de papel transparente, na qual
está desenhada em negrito uma diagonal que forma 30° com a borda inferior. O raio da base do cilindro
mede 6/π cm, e ao enrolar a faixa obtém-se uma linha em formato de hélice, como na figura.
O valor da medida da altura do cilindro, em centímetro, é
a) 36 3
b) 24 3
c) 4 3
d) 36
e) 72
8
Matemática
Gabarito
1. D
Temos um cilindro formado por essa folha, assim, o lado dessa folha terá o tamanho do comprimento da
circunferência da base desse cilindro, de raio d/2. Como são dadas 5 voltas, temos:
5.2 .5
2
dd
=
2. D
O volume de concreto é calculado a partir da diferença entre os volumes dos cilindros com raios diferentes: Vmaior com raio igual a 1,2m e Vmenor com raio igual a 1m e alturas iguais a 4 m Volume do concreto: Vconc = Vmaior – Vmenor Vconc = π (1,2² – 1²) 4 = 3,1 . 0,44 . 4 = 5,456 m³ Assim, o preço dessa manilha, em reais, é igual a: 5,456 . 10 = R$ 54,56
3. C
Sabemos que o volume de um cilindro é dado pela fórmula π.r².H A cisterna possui 1m de raio da base e 3m de altura. Como o novo volume da cisterna deverá ser de 81 m³, temos que π.r².3 = 81. Já que π = 3: 9r² = 81 r = 3.
4. A
O volume do copinho plástico, em centímetros cúbicos, é π.2².4 = 16π
O volume da leiteira, em centímetros cúbicos, é π.4².20 = 320π
(Volume da leiteira) ÷ (volume do copinho) = 320π/16π = 20
Assim, para encher os vinte copinhos plásticos pela metade, é suficiente encher a leiteira até a metade.
5. C
Supondo que o volume da mistura seja a soma do volume (x) da água com o volume (y) do açúcar, ambos
em mL, temos:
120
5
x y
xy
+ =
=
Resolvendo o sistema, temos x = 100 e y = 20.
9
Matemática
6. A
temos que calcular a área total do cilindro e depois retirar a área da tampa. Sabemos que a área total de
um cilindro é dada pela fórmula 2 ( )tA r h r= + . Sabemos, também, que r = 25 cm, metade do diâmetro
e h = 60 cm.
2 25(60 25) 4250π cm²
A ² 25². 625
4250 625 3625π cm²
t
b
A
r
A
= + =
= = =
= − =
Calculando o peso, temos: 3 625π x 0,8 = 2 900 g.
7. A
Volume da piscina infantil: V1 = 12 m ³ Volume da ilha de lazer seca: V2 = π. r².1 = 3.r².1 = 3 r² Pelo enunciado teremos: V1 – V2 ≥ 4 12 – 3r² ≥ 4 3r² ≤ 8 r ≤ 1,632
8. B
O túnel é um semicilindro de raio 6m e altura 400m. Volume do túnel:
9. A
Vazão atual:
Nova vazão:
Assim:
Logo, a nova vazão é 4 vezes mais rápida que à antiga. Se a antiga enche um reservatório em 4 horas, a
nova enche o mesmo reservatório em 1 hora.
10
Matemática
10. B
1
Matemática
Pirâmides
Resumo
Pirâmide é um sólido geométrico caracterizado por uma base sendo um polígono plano (mais comuns são
quadrados, triângulos ou hexágonos) e por um ponto externo a ela, onde de cada vértice se liga um segmento
de reta até o ponto.
Uma pirâmide regular é uma pirâmide cuja base é um polígono e a projeção ortogonal do vértice sobre o plano
da base é o centro da base. Nesse tipo de pirâmide, as arestas laterais são congruentes e as faces laterais são
triângulos isósceles congruentes.
Exemplo: Pirâmide de base quadrada
Uma pirâmide pode ser classificada de acordo com as bases:
• Pirâmide triangular – a base é um triângulo;
• Pirâmide quadrangular – a base é um quadrilátero;
• Pirâmide pentagonal – a base é um pentágono;
• Pirâmide hexagonal – a base é um hexágono;
E assim por diante.
Área da base Área lateral Área Total
t b lA A A= +
Volume
Onde: Ab = Área da base
Al = Área lateral
At = Área total
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Base: ABCD
Arestas das bases: AB, AD, BC, CD
Arestas Laterais: AV, BV, CV, DV
Altura: h
Números de Faces = 5
Apótema da pirâmide: g (segmento com uma extremidade no vértice P
e outra em alguma parte da base). Na pirâmide regular, teremos:
h² + m² = g²
A área da base será o
polígono formado.
A área da lateral será a
soma das áreas das faces
laterais.
t b lA A A= +
1
3B
V A h=
2
Matemática
Exercícios
1. Uma indústria fabrica brindes promocionais em forma de pirâmide. A pirâmide é obtida a partir de quatro
cortes em um sólido que tem forma de um cubo. No esquema, estão indicados o sólido original e a
pirâmide obtida a partir dele.
Os pontos A, B, C, D e O do cubo e da pirâmide são os mesmos. O ponto O é central na face superior do
cubo. Os quatro cortes saem de O em direção às arestas AD, BC, AB e CD, nessa ordem. Após os cortes,
são descartados quatro sólidos.
Os formatos dos sólidos descartados são
a) todos iguais.
b) todos diferentes.
c) três iguais e um diferente.
d) apenas dois iguais.
e) iguais dois a dois.
2. Um telhado tem a forma da superfície lateral de uma pirâmide regular, de base quadrada. O lado da base
mede 8m e a altura da pirâmide 3m. As telhas para cobrir esse telhado são vendidas em lotes que cobrem
1m². Supondo que possa haver 10 lotes de telhas desperdiçadas (quebras e emendas), o número mínimo
de lotes de telhas a ser comprado é:
a) 90
b) 100
c) 110
d) 120
e) 130
3
Matemática
3. A grande pirâmide de Quéops, antiga construção localizada no Egito, é uma pirâmide regular de base
quadrada, com 137m de altura. Cada face dessa pirâmide é um triângulo isósceles cuja altura relativa à
base mede 179m. A área da base dessa pirâmide, em m2, é:
a) 13272
b) 26544
c) 39816
d) 53088
e) 79 432
4. A base de uma pirâmide reta é um quadrado cujo lado mede 8 2 cm. Se as arestas laterais da pirâmide
medem 17cm, o seu volume, em centímetros cúbicos, é:
a) 520
b) 640
c) 680
d) 750
e) 780.
5. Um técnico agrícola utiliza um pluviômetro na forma de pirâmide quadrangular, para verificar o índice
pluviométrico de uma certa região. A água, depois de recolhida, é colocada num cubo de 10cm de aresta.
Se, na pirâmide, a água atinge uma altura de 8cm e forma uma pequena pirâmide de 10cm de apótema
lateral, então a altura atingida pela água no cubo é de :
a) 2,24 cm
b) 2,84 cm
c) 3,84 cm
d) 4,24 cm
e) 6,72 cm
4
Matemática
6. Uma folha de papel colorido, com a forma de um quadrado de 20 cm de lado, será usada para cobrir todas as faces e a base de uma pirâmide quadrangular regular com altura de 12 cm e apótema da base medindo 5 cm. Após se ter concluído essa tarefa, e levando-se em conta que não houve desperdício de papel, a fração percentual que sobrará dessa folha de papel corresponde a:
a) 20%
b) 16%
c) 15%
d) 12%
e) 10%
7. Em uma indústria de velas, a parafina é armazenada em caixas cúbicas, cujo lado mede a.
Depois de derretida, a parafina é derramada em moldes em formato de pirâmides de base quadrada, cuja
altura e cuja aresta da base medem, cada uma, 2
a.
Considerando-se essas informações, é CORRETO afirmar que, com a parafina armazenada em apenas
uma dessas caixas, enche-se um total de:
a) 6 moldes.
b) 8 moldes.
c) 24 moldes.
d) 32 moldes.
8. Desde a descoberta do primeiro plástico sintético da história, esse material vem sendo aperfeiçoado e
aplicado na indústria. Isso se deve ao fato de o plástico ser leve, ter alta resistência e flexibilidade. Uma
peça plástica usada na fabricação de um brinquedo tem a forma de uma pirâmide regular quadrangular
em que o apótema mede 10 mm e a aresta da base mede 12 mm. A peça possui para encaixe, em seu
interior, uma parte oca de volume igual a 78 mm³.
O volume, em mm³, dessa peça é igual a:
a) 1152.
b) 1074.
c) 402.
d) 384.
e) 306.
9. Se duplicarmos a medida da aresta da base de uma pirâmide quadrangular regular e reduzirmos sua
altura à metade, o volume desta pirâmide
a) será reduzido à quarta parte.
b) será reduzido à metade.
c) permanecerá inalterado.
d) será duplicado.
e) aumentará quatro vezes.
5
Matemática
10. As arestas laterais de uma pirâmide reta medem 15 cm, e sua base é um quadrado cujos lados medem
18 cm. A altura dessa pirâmide, em centímetros, é igual a
a) 3√5
b) 3√7
c) 2√5
d) 2√7
e) √7
6
Matemática
Gabarito
1. E
2. A
Temos que medir a área total das quatro faces da pirâmide. Para tal, precisamos saber o valor da base e
da altura das faces. Como a pirâmide é regular, todas as faces laterais são iguais, e já sabemos que a base
mede 8. Agora, só nos falta calcular a altura. Observe a figura:
Por Pitágoras, descobrimos que h = 5. Assim, a área de cada face é dada por:
. 8.520
2 2
4.20 80 m²t
b hS
S
= = =
= =
Como precisamos de uma margem de 10 m² de sobras, temos que comprar 90 m².
7
Matemática
3. D
Seja 2
L metade do lado do quadrado da base. Por Pitágoras, temos:
( ) ( )
2
2 2
2
2 2
2
2
137 1792
179 137 179 137 179 1372
132734
53088
L
L
L
L
+ =
= − = + −
=
=
4. B
Observe a figura:
O segmento em vinho mede 8, pois é a metade da diagonal da base. Como sabemos, a base é um quadrado,
e a diagonal de um quadrado mede L√2, ou seja, d = (8√2) √2 = 16. Como queremos a metade, temos que
o segmento vale 8.
Por Pitágoras, calculamos h = 15.
Calculando o volume da pirâmide:
. (8 2)²15640
3 3
Sb hV = = =
5. C
H = altura da água no pluviômetro
A = lado da base quadrada da superfície da água no pluviômetro
a = 8 = apótema da pirâmide
b = 10 = lado do cubo
h = altura da água no cubo
8
Matemática
2
2 2
2
2 2
2
8 102
12
AH a
A
A
+ =
+ =
=
Volume da água:
2 23. 12 .8
384 cm3 3
A HV = = =
Volume do cubo:
2
2
.
384 10 .
3,84 cm
V b h
h
h
=
=
=
6. E
A folha de papel possui (20 x 20) = 400cm² de área. A base da pirâmide é um quadrado de aresta 10cm,
dobro do apótema da base. Calculando a área total da pirâmide, temos:
Sobrará da folha de papel 400cm² - 360cm² = 40cm². Valor que corresponde a 10% de 400cm².
7. C
Sabemos que o volume V da caixa cúbica é a³. Agora, vamos calcular o volume de uma pirâmide cuja altura e aresta da base medem a/2. Usando a fórmula de volume, temos:
= = =82 2'3 3 24
aa aa
V
Por fim, V/V’ = 24.
9
Matemática
8. E
Observe:
9. D
Observe
Logo, V2 = 2V1
10. B
Observe:
1
Português
Orações: período composto – subordinadas adjetivas
Resumo
Oração subordinada adjetiva
As orações subordinadas adjetivas têm valor de adjunto adnominal da oração principal. Geralmente, são
encabeçadas por pronomes relativos (o qual, as quais, que, quem, cujo, onde, etc.)
Observe alguns exemplos:
O candidato que estuda tem possibilidade de aprovação.
Perceba que a oração equivale ao adjetivo “estudioso”:
O candidato estudioso tem possibilidade de aprovação. O vocábulo “estudioso” é caracterizador de “candidato”, exercendo, portanto, a função sintática de adjunto adnominal; logo, a oração “que estuda” funciona também como adjunto adnominal de candidato. As orações adjetivas podem ser: Restritivas: limitam, restringem o significado do termo antecedente. Não admite a presença da vírgula antes do pronome relativo. O carro que comprei foi caro. Aquele é o mercado onde comprei as cervejas. O livro que achei não era o meu. Explicativas: explicam algo a respeito do antecedente. Vem sempre encabeçada por vírgula. O homem, que é mortal, precisa evoluir. O cachorro, que é o melhor amigo do homem, não perde seu lugar. Paulo, a cujo pai me referi, não celebrará o aniversário conosco.
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2
Português
Exercícios
1. Assinale a alternativa INCORRETA:
Em “Hoje, crianças invejam outras que já viajaram para a Disney”:
a) há duas orações, sendo a segunda uma subordinada adjetiva restritiva;
b) “que” é um pronome relativo;
c) “invejam” é verbo intransitivo;
d) “para a Disney” é um adjunto adverbial de lugar;
e) “hoje” e “já”, “outras”, “para”, “a” correspondem, respectivamente, a advérbios de tempo, pronome
indefinido, preposição e artigo definido.
2. Litania dos Pobres
Os miseráveis, os rotos São as flores dos esgotos. São espectros implacáveis Os rotos, os miseráveis. São prantos negros de furnas Caladas, mudas, soturnas. São os grandes visionários Dos abismos tumultuários. As sombras das sombras mortas, Cegos, a tatear nas portas. Procurando o céu, aflitos E varando o céu de gritos. Faróis a noite apagados Por ventos desesperados. Inúteis, cansados braços Pedindo amor aos Espaços.
Cruz e Souza
Analise as alternativas e assinale a alternativa incorreta.
a) Na terceira estrofe há elipse do sujeito.
b) A quinta estrofe só se estende como havendo elipse do sujeito e do verbo.
c) ‘A tatear’ (v.10) tem valor de ‘que tateiam’, é oração adjetiva.
d) A vírgula após ‘cegos’ (v.10) é dispensável.
e) ‘de’ (v.12) indica posse.
3
Português
3.
Considere as afirmações:
I. No primeiro quadrinho, a sequência dos adjetivos (esbelto, bonito, espirituoso) resulta na
intensificação progressiva de seus significados, dando origem à figura de estilo chamada de
hipérbole.
II. Se em vez de empregar o verbo “haver” (para indicar tempo decorrido), Helga utilizasse o verbo
“fazer“, segundo a norma culta, o período deveria ser assim reescrito: o que aconteceu com o marido
esbelto, bonito e espirituoso com o qual casei fazem vinte anos?
III. A oração “com o qual casei” é subordinada adjetiva restritiva.
Está(ão) correta(s):
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) I e II.
e) I e III.
4. “É preciso (I) levar tudo isso em conta (II) quando se analisa o (III) que está ocorrendo em nossos dias.”
A classificação das orações subordinadas sublinhadas é, respectivamente
a) adjetiva (I), adverbial (II), substantiva (III);
b) substantiva (I), adjetiva (II), substantiva (III);
c) adverbial (I), substantiva (II), adjetiva (III);
d) substantiva (I), adverbial (II), adjetiva (III);
e) adverbial (I), adverbial (II), substantiva (III).
4
Português
5. Os cinco sentidos Os sentidos são dispositivos para a interação com o mundo externo que têm por função receber
informação necessária à sobrevivência. É necessário ver o que há em volta para poder evitar perigos. O
tato ajuda a obter conhecimentos sobre como são os objetos. O olfato e o paladar ajudam a catalogar
elementos que podem servir ou não como alimento. O movimento dos objetos gera ondas na atmosfera
que são sentidas como sons.
As informações, baseadas em diferentes fenômenos físicos e químicos, apresentam-se na natureza de
formas muito diversas. Os sentidos são sensores cujo desígnio é perceber, de modo preciso, cada tipo
distinto de informação. A luz é parte da radiação magnética de que estamos rodeados. Essa radiação é
percebida através dos olhos. O tato e o ouvido baseiam-se em fenômenos que dependem de
deformações mecânicas. O ouvido registra ondas sonoras que se formam por variações na densidade
do ar, variações que podem ser captadas pelas deformações que produzem em certas membranas.
Ouvido e tato são sentidos mecânicos. Outro tipo de informação nos chega por meio de moléculas
químicas distintas que se desprendem das substâncias. Elas são captadas por meio dos sentidos
químicos, o paladar e o olfato. Esses se constituem nos tradicionais cinco sentidos que foram
estabelecidos já por Aristóteles. SANTAELLA, Lucia. Matrizes da Linguagem e Pensamento. São Paulo: Iluminuras, 2001.
O 2º parágrafo do texto, tendo em vista sua organização sintática, constitui-se basicamente de orações
complexas, isto é, principais, seguidas por orações:
a) substantivas e adverbiais.
b) adjetivas e adverbiais.
c) adverbiais.
d) adjetivas.
e) substantivas.
6. SONETO DE SEPARAÇÃO De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente.
Vinícius de Moraes
5
Português
“Que dos olhos desfez a última chama” é uma oração subordinada:
a) substantiva subjetiva.
b) substantiva objetiva direta.
c) substantiva objetiva indireta.
d) substantiva completiva nominal.
e) adjetiva.
7. Em “tem gente que junta os trapos, outros juntam os pedaços.” O “que”, empregado como conectivo,
introduz uma oração:
a) substantiva.
b) adverbial causal.
c) adverbial consecutiva.
d) adjetiva explicativa.
e) adjetiva restritiva.
8. Leia:
I. Todos os brasileiros que desejam ingressar na Força Aérea Brasileira devem gastar longas horas de
estudo e dedicação.
II. Todos os brasileiros, que desejam ingressas na Força Aérea Brasileira, devem gastar longas horas
de estudo e dedicação.
Marque a alternativa correta.
a) A frase I possibilita a conclusão de que todos os brasileiros, indiscriminadamente, desejam
ingressas na Força Aérea Brasileira.
b) As frases I e II estão em desconformidade com as normas gramaticais vigentes em relação às
Orações Subordinadas Adjetivas.
c) A frase I, por conter Oração Subordinada Adjetiva Restritiva, não apresenta vírgulas. Esse fato está
em conformidade com as normas gramaticais vigentes.
d) A frase II, por conter Oração Subordinada Adjetiva Restritiva, apresenta vírgulas. Essa fato está em
conformidade com as normas gramaticais vigentes.
6
Português
9.
A partir da análise da pontuação do texto “Celular roubado? Como bloquear o IMEI de seu aparelho na
operadora”, avalie as proposições a seguir.
I. A vírgula depois de “celular”, em “Caso você não tenha mais acesso ao celular, procure o IMEI...”, no
segundo parágrafo, foi utilizada de maneira equivocada, uma vez que está separando o sujeito do
predicado.
II. No trecho, “o código, com 15 dígitos, será imediatamente exibido na tela”, no segundo parágrafo, as
duas vírgulas que isolam a expressão “com 15 dígitos” poderiam ser retiradas sem que isso
provocasse nenhum prejuízo semântico ao período.
III. A vírgula no trecho “procure o IMEI na embalagem do produto, que estará próximo a um código de
barras”, no segundo parágrafo, foi utilizada de maneira correta, pois está separando uma oração
subordinada adjetiva explicativa.
IV. A vírgula depois de “Se você não tem mais o aparelho e nem a caixa, ainda há salvação...”, início do
terceiro parágrafo, poderia ser retirada, já que se trata de um caso facultativo.
V. Os dois pontos em “já que seu celular não se conectará mais a nenhuma operadora, tornando o
crime inútil: na maioria dos casos...”, no primeiro parágrafo, foram utilizados para introduzir uma
enumeração de fatores.
Estão CORRETAS apenas as proposições:
a) III e IV.
b) I e II.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II e V.
7
Português
10. CPFL Energia apresenta: Planeta Sustentável É buscando alternativas energéticas renováveis que a gente traduz nossa preocupação com o meio
ambiente Sustentabilidade é um conceito que só ganha força quando boas ideias se transformam em
grandes ações. É por acreditar nisso que nós, da CPFL, estamos desenvolvendo alternativas energéticas eficientes e renováveis e tomando as medidas necessárias para gerar cada vez menos impactos ambientais.
A utilização da energia elétrica de forma consciente, o investimento em pesquisa e o desenvolvimento de veículos elétricos, o emprego de novas fontes, como a biomassa e a energia eólica, e a utilização de créditos de carbono são preocupações que há algum tempo já viraram ações da CPFL. E esta é a nossos consumidores e oferecer a todos o direito de viver em um planeta sustentável.
Revista Veja. 30 dez. 2009
No período “... que só ganha força quando boas ideias se transformam em grandes ações...” (1º parágrafo), temos:
a) uma relação de coordenação, com duas orações coordenadas assindética e sindética,
respectivamente.
b) uma relação de subordinação, com orações subordinadas substantivas.
c) duas orações subordinadas adverbiais.
d) uma oração subordinada adjetiva e outra subordinada adverbial.
e) uma oração subordinada adjetiva e outra subordinada substantiva.
8
Português
Gabarito
1. C “Invejam” é verbo transitivo direto e tem por objeto direto, nesse caso, “outras”.
2. E “De” não indica posse. Em “varando o céu de gritos”, o termo preposicionado completa o sentido de “varar”
(varar alguma coisa DE algo).
3. C Na sentença I, de fato, os adjetivos resultam numa intensificação progressiva, mas nisso não configura
hipérbole (exagero); Na II, a utilização de “fazer” com o sentido de “haver” faria com que o verbo continuasse
sendo impessoal, de modo que a nova sentença seria “[...] faz vinte anos”.
4. D A oração I é substantiva subjetiva, pois exerce a função de sujeito da frase; A oração II é adverbial temporal,
pois tem função de adjunto adverbial; A oração III é encabeçada por pronome relativo e, portanto, é
subordinada adjetiva restritiva.
5. D Todas as orações subordinadas que aparecem no segundo parágrafo são ligadas à principal por meio de
um pronome relativo. Há uma ocorrência do pronome relativo cujo, e oito, do relativo que. Ora, toda oração
introduzida por pronome relativo é subordinada adjetiva.
6. E O pronome relativo “que” remete a “vento” e introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva.
7. E O “que”, no exemplo apresentado, introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva que restringe o tipo
de gente.
8. C A frase [I] apresenta Oração Subordinada Adjetiva Restrita, já que essa oração restringe “todos os
brasileiros”, levando-nos a compreender que os que devem gastar “longas horas de estudo e dedicação”
são aqueles “que desejam ingressar na Força Aérea Brasileira”, e não todos os brasileiros, de maneira geral.
Já a frase [II], como está redigida, com vírgulas, é uma Oração Subordinada Adjetiva Explicativa, e
possibilita a conclusão de que todos os brasileiros, indiscriminadamente, desejam ingressar na Força
Aérea Brasileira.
9. C I. As vírgulas foram utilizadas corretamente para separar a oração subordinada da principal; IV. A vírgula é de uso obrigatório e separa a oração subordinada da principal; V. os dois pontos são utilizados para introduzir uma explicação de quando o crime é tornado inútil.
10. D Podemos dividir o período em duas orações: 1. “que só ganha força”. 2. “quando boas ideias se
transformam em grandes ações”. A primeira oração é introduzida por um pronome relativo que retoma o
termo “conceito”, de forma a caracterizá-lo. Assim, não é qualquer conceito, mas um conceito “que só
ganha força”. Tem-se, portanto, uma oração subordinada adjetiva. A segunda oração é introduzida por uma
9
Português
conjunção temporal “quando”, especificando as circunstâncias em que o conceito ganha força. Exerce,
portanto, função adverbial. Assim, tem-se uma oração subordinada adverbial.
1
Português
Orações: período composto – subordinadas adverbiais e
justapostas
Resumo
As orações subordinadas adverbiais exercem a função de adjunto adverbial oração principal. Dessa forma,
pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, é
introduzida por uma das conjunções subordinativas (com exclusão das integrantes). Classificam-se de
acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que as introduz.
O emprego da vírgula é obrigatório quando a subordinada antecede a principal.
Elas podem ser:
Causais
Todos ficaram em casa [porque estava chovendo].
Comparativas
Seus olhos brilham [como a lua]. (=com a lua brilha)
Concessivas
[Embora seja verdade], há elementos ocultos nessa história.
Conformativas
[Conforme é o desejo de todos], partirei amanhã para a África.
Consecutivas
Obs.: A conjunção consecutiva se pretende, normalmente, a uma palavra intensiva da oração principal (tal,
tamanho, tanto, tão) às vezes subentendida.
Sua sorte era tanta [que (em consequência) ganhou duas vezes na Loteria].
Condicionais
Obs.: Também são condicionais se (que pode ficar subentendido), contanto que, dado que, sem que.
[(SE) Fosse menos sensível], veria como os familiares são incríveis.
[Dado que fosse sensível], chegaria às lágrimas.
Finais
Saio de casa [para que possas reavaliar nossa relação].
Proporcionais
[À proporção que envelhece], mais bobo fica.
2
Português
Obs.: A locução “ao passo que” pode não ter valor proporcional, caso em que costuma a equivaler a
“enquanto” em por isso, deve ser considerada temporal.
Ele é dedicado [ao passo que seu irmão nada quer com os estudos].
Temporais
Ela saiu [quando cheguei].
Obs.: também são temporais enquanto, assim que, sem que (=antes/até), cada vez que.
[Assim que eu voltar], conversaremos.
ATENÇÃO:
Orações adverbiais sem conjunção:
Moro numa rua deserta. X Moro numa rua onde não mora ninguém.
Os dois termos sublinhados têm a mesma função sintática: Adjunto adverbial de lugar.
Orações justapostas
As orações podem ser classificadas, também, de acordo com a forma e ao modo como se articulam com a
oração principal. Por exemplo, a relação de justaposição entre as orações é a forma de ligação sem qualquer
elemento conectivo.
Exemplo: O guardador falou a verdade; o estacionamento está cheio.
Mesmo que não haja um conectivo entre as orações do período, elas possuem um vínculo lógico. O período
“o estacionamento está cheio”, funciona como aposto da palavra “verdade”. Assim, há uma relação sintática
de um aposto com o nome anterior, embora não haja um conectivo explicitando essa relação.
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3
Português
Exercícios
1. “Pela primeira vez na história, pesquisadores conseguiram projetar do zero o genoma de um ser vivo
(uma bactéria, para ser mais exato) e ‘instalá-lo’ com sucesso numa célula, como quem instala um
aplicativo no celular.
É um feito e tanto, sem dúvida. Paradoxalmente, porém, o próprio sucesso do americano Craig Venter
e de seus colegas deixa claro o quanto ainda falta para que a humanidade domine os segredos da vida.
Cerca de um terço do DNA da nova bactéria (apelidada de syn3.0) foi colocado lá por puro processo de
tentativa e erro – os cientistas não fazem a menor ideia do porquê ele é essencial.” Folha de S. Paulo; 26/03/2016.
O texto informativo acima, que apresenta ao público a criação de uma bactéria apenas com genes
essenciais à vida, contém vários conectivos, propositadamente destacados. Pode-se afirmar que:
a) para inicia uma oração adverbial condicional, pois restringe o genoma à condição de bactérias.
b) e introduz uma oração coordenada sindética aditiva, pois adiciona o projeto à instalação do
genoma.
c) como introduz uma oração adverbial conformativa, pois exprime acordo ou conformidade de um
fato com outro.
d) porém indica concessão, pois expressa um fato que se admite em oposição ao da oração principal.
e) para que exprime uma explicação: falta muito para a humanidade dominar os segredos da vida.
2. Classifique as orações em destaque do período seguinte: "Ao analisar o desempenho da economia
brasileira, os empresários afirmaram que os resultados eram bastante razoáveis, uma vez que a
produção não aumentou, mas também não caiu."
a) principal, subordinada adverbial final
b) principal, subordinada substantiva objetiva direta
c) subordinada adverbial temporal, subordinada adjetiva restritiva
d) subordinada adverbial temporal, subordinada objetiva direta
e) subordinada adverbial temporal, principal
3. "... e eu ficava só, sem o perdão de sua presença a todas as aflições do dia, como a última luz na
varanda." A oração em destaque no período acima classifica-se como:
a) subordinada substantiva objetiva direta
b) subordinada adverbial causal
c) subordinada adverbial comparativa
d) subordinada adverbial conformativa
e) coordenada sindética explicativa
4
Português
4. Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao
redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora,
logo se acostuma a não abrir todas as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a
acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. COLASSANTI, M. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro, Rocco, 1996.
A progressão é garantida nos textos por determinados recursos linguísticos, e pela conexão entre esses
recursos e as ideias que elas expressam. Na crônica, a continuidade textual é construída,
predominantemente, por meio
a) do emprego de vocabulário rebuscado, possibilitando a elegância do raciocínio.
b) da repetição de estruturas, garantindo o paralelismo sintático e de ideias.
c) da apresentação de argumentos lógicos, constituindo blocos textuais independentes.
d) da oração de orações justapostas, dispondo as informações de modo paralelo.
e) da estruturação de frases ambíguas, construindo efeitos de sentidos opostos.
5. Observando os trechos a seguir, assinale aquele que apresenta uma correta análise sintática da oração
adverbial sublinhada.
a) “Mas, segundo os especialistas que estudam o humor a sério, trata-se do maior segredo para viver
bem. (adverbial conformativa)
b) “Mas, mesmo sendo o resultado de uma combinação de ingredientes, pode ser ajudado com uma
visão otimista do mundo...” (adverbial consecutiva)
c) “Para se tornar um membro dos Doutores da Alegria, o ator passa num curioso teste de
autoconhecimento:...” (adverbial causal)
d) “Mas, mesmo que não houvesse tantos benefícios no bom humor, os efeitos do mau humor sobre
o corpo...” (adverbial condicional)
6. Observe a frase: “Ao chegar a um hotel, a recepcionista nos entrega uma ficha para ser preenchida.”
Qual é o valor semântico da oração adverbial em destaque?
a) causal
b) condicional
c) proporcional
d) temporal
e) final
5
Português
7. No período: "Era tal a serenidade da tarde, que se percebia o sino de uma freguesia distante, dobrando
a finados.", a segunda oração é:
a) subordinada adverbial causal
b) subordinada adverbial consecutiva
c) subordinada adverbial concessiva
d) subordinada adverbial comparativa
e) subordinada adverbial subjetiva
8. Assinale o período em que há oração subordinada adverbial consecutiva:
a) Diz-se que você não estuda.
b) Falam que você não estuda.
c) Fala-se tanto que você não estuda.
d) Comeu que ficou doente.
e) Quando saíres, irei contigo.
9. Assinale o período em que ocorre a mesma relação significativa indicada pelos termos destacados em:
"A atividade científica é tão natural quanto qualquer outra atividade econômica."
a) Ele era tão aplicado, que em pouco tempo foi promovido.
b) Quanto mais estuda, menos aprende.
c) Tenho tudo quanto quero.
d) Sabia a lição tão bem como eu.
e) Todos estavam exaustos, tanto que se recolheram logo.
10. "Maria das Dores entra e vai abrir o computador. Detenho-a: não quero luz." Os dois pontos (:) usados
acima estabelecem uma relação de subordinação entre as orações. Que tipo de subordinação?
a) temporal
b) concessiva
c) final
d) conclusiva
e) causal
6
Português
Gabarito
1. B
As demais alternativas são incorretas, pois: para inicia uma oração adverbial final; como introduz uma
oração adverbial comparativa; porém indica adversidade e não concessão; para que exprime finalidade.
2. D
“Ao analisar o desempenho da economia brasileira” – Essa oração é temporal e funciona como adjunto
adverbial de tempo da oração principal. “Que os resultados eram bastante razoáveis” – O “que’ que
encabeça essa oração é uma conjunção integrante e introduz uma oração subordinada substantiva com
função de objeto direto do verbo “afirmaram”.
3. C
No período, estabelece-se uma comparação entre o sujeito das duas orações: eu e a última luz na
varanda (que também ficava só).
4. B
A progressão textual é o processo pelo qual o texto se constrói com a introdução de informação nova,
ligada à informação que já é do conhecimento do leitor ou que lhe é fornecida no próprio texto. Na crônica
de Marina Colassanti, essa continuidade é conseguida através da repetição de orações coordenadas
sindéticas aditivas iniciadas que acrescentam uma nova justificativa às ideias expostas no último
seguimento. Ou seja, a repetição das conjunções “e” e “porque” garantem o paralelismo sintático e de
ideias.
5. A
As alternativas (B), (C) e (D) apresentam análises incorretas das orações sublinhas relativamente à
oração principal, pois expressam relação de concessão, finalidade e concessão, respectivamente.
6. D
O valor semântico expresso pela oração adverbial em destaque é temporal, uma vez que expressa o
momento em que a ação ocorreu.
7. B
A subordinada é consecutiva, pois a conjunção se prende a uma palavra de intensidade (tal) presente na
oração principal que expressa uma relação de consequência com a oração posterior.
8. D
A subordinada é consecutiva, pois a conjunção se prende a uma palavra de intensidade que está
subentendida presente na oração principal: comeu (tanto) que ficou doente. Assim, apresenta uma
consequência em relação à oração anterior.
9. D
A oração em análise no enunciado é comparativa. Dentre as alternativas, a única igualmente comparativa
é “Sabia a lição tão bem quanto eu”.
7
Português
10. E
Os dois pontos substituem um conectivo causal (“Detenho-a porque não quero luz”; “Detenho-a já que
não quero luz”).
1
Química
Diluição e Misturas de soluções
Resumo
Diluição
Comumente, em nosso dia-a-dia, realizamos a diluição de soluções, isto é, acrescentamos a elas um pouco de
solvente, geralmente água, a solutos, que podem ser sucos concentrado, inseticidas, tintas...entre outros.
Concluindo: Diluir uma solução significa adicionar a ela uma porção do próprio solvente puro.
Numa diluição a massa do soluto não se altera, apenas o volume do solvente. Partindo disso temos a
concentração da solução inicial expressa por:
C1 = m1 / V1 → m1 = C1 . V1
E a concentração da solução após a diluição como:
C2 = m1/ V2 → m1 = C2 . V2
Como as massas são iguais antes e depois da diluição chegamos a expressão que:
C1 . V1 = C2 . V2
Essa fórmula nos mostra que, quando o volume aumenta (de V1 para V2), a concentração diminui (de C1 para
C2) na mesma proporção, ou seja:
O volume e a concentração de uma solução são inversamente proporcionais.
Misturas de soluções de uma mesmo soluto
Vamos imaginar duas soluções (A e B) de cloreto de sódio (NaCl), como ilustrado abaixo. Na solução final (A +
B), a massa do soluto é igual à soma das massas dos solutos em A e B.
2
Química
Portanto: m = 7 + 8 ⇒ m = 15 g de NaCl
O volume da solução também é igual à soma dos volumes das soluções A e B. Portanto:
V = 100 + 200 ⇒ V = 300 mL de solução Com esses valores e lembrando a definição de concentração,
obtemos, para a solução final (A + B):
300 mL de solução ---------- 15 g de NaCl C = m = 15 g = 50 g/L
1.000 mL de solução -------- C OU V 0,3 L
Cfinal = 50 g/L
Obs: É interessante notar que a concentração final (50 g/L) terá sempre um valor compreendido entre as
concentrações iniciais (70 g/L > 50 g/L > 40 g/L).
podemos generalizar esse tipo de problema, da seguinte maneira:
• massa do soluto na solução A: ma = Ca.Va
• massa do soluto na solução B: mb = Cb.Vb
• massa do soluto na solução final: m = CV
Como as massas dos solutos se somam (m = ma + mb ), temos:
Exemplo:
200 mL de uma solução a 0,2 mol.L-1 de KBr é misturada a 100mL de uma solução de mesmo soluto com
concentração igual a 0,4 mol.L-1. Qual a concentração da mistura obtida?
Solução 1
V = 200 mL
M = 0,2 mol.L-1
Solução 2
V = 100 mL
M = 0,4 mol.L-1
Solução final
Vf = V1 + V2
Vf = 200 + 100
Vf = 300 mL
M1 . V1 + M2 . V2 = Mf . Vf
3
Química
0,2 . 200 + 0,4 . 100 = Mf . 300
Mf = 0,27 mol.L-1 de KBr.
Mistura de duas soluções de solutos diferentes que não reagem entre si
Supondo que tenhamos soluções A e B, a primeira, uma solução de NaCl, e a segunda, de KCl.
O volume da solução final (A + B) será: V = VA + VB. Nela reaparecerão inalterados os solutos NaCl e KCl, pois
eles não reagem entre si e como os solutos não reagem, cada soluto vai ser tratado de forma independente,
logo, podemos aplicar as fórmulas da diluição nesse tipo de mistura.
para o NaCl: VA . CA = V.C’A ⇒ 100 . 70 = 300 . C’A ⇒ C’A ≈ 23,3 g/L
para o KCl: VB . CB = V.C’B ⇒ 200 . 40 = 300 . C’B ⇒ C’B ≈ 26,6 g/L
Exemplo:
Frasco 1:
n= 0,1 mol de NaCl
V = 200 mL
Frasco 2:
M = 0,2 mol de CaCl2
V = 300 mL
Qual a concentração final dos íons Na+, Ca+2 e Cl- após misturarmos os conteúdos dos frascos 1 e 2.
4
Química
Frasco 1: NaCl
NaCl → Na+ + Cl-
1mol 1mol 1mol
0,1mol 0,1mol 0,1mol
Temos então no frasco 1:
0,1 mol de Na+ e 0,1 mol de Cl-
Frasco 2: CaCl2
CaCl2 → Ca+2 + 2Cl-
1mol 1mol 2mol
0,2mol 0,2mol 0,4mol
Temos então no frasco 2:
0,2 mol de Ca+2 e 0,4 mol de Cl-
No frasco final, após a mistura de 1 e 2:
Vfinal = 200mL + 300mL = 500mL = 0,5L
Concentração final:
Para Na+
n = 0,1 mol
V = 0,5L
M = n / V(L) → M = 0,1 / 0,5 → M = 0,2 mol.L-1 de Na+
Para Ca+2
n = 0,2 mol
V = 0,5L
M = n / V(L) → M = 0,2 / 0,5 → M = 0,4 mol.L-1 de Ca+2
Para Cl- (íon comum as duas soluções misturadas)
n1 + n2 = nf → 0,1 + 0,4 = 0,5 mol
V = 0,5L
M = n / V(L) → M = 0,5 / 0,5 → M = 1 mol.L-1 de Cl-
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5
Química
Exercícios
1. Durante uma festa, um convidado ingeriu 5 copos de cerveja e 3 doses de uísque. A cerveja contém 5%
v/v de etanol e cada copo tem um volume de 0,3 L; o uísque contém 40% v/v de etanol e cada dose
corresponde a 30 mL. O volume total de etanol ingerido pelo convidado durante a festa foi de:
a) 111 mL
b) 1,11 L
c) 15,9 mL
d) 1,59 L
e) 159 mL
2. Um químico necessita usar 50 mL de uma solução aquosa de NaOH 0,20 mol/L. No estoque está
disponível apenas um frasco contendo 2,0 L de NaOH(aq) 2,0 mol/L. Qual o volume da solução de soda
cáustica 2,0 M que deve ser retirado do frasco para que, após sua diluição, se obtenha 50 mL de solução
aquosa de NaOH 0,20 mol/L? Que volume aproximado foi adicionado de água?
a) 15 mL
b) 30 mL
c) 45 mL
d) 50 mL
e) 65 mL
3. Um recipiente contém 150 mL de solução de cloreto de potássio 4,0mol/L, e outro recipiente contém 350
mL de solução de sulfato de potássio, 3,0 mol/L. Depois de misturarmos as soluções dos dois recipientes,
as concentrações em quantidade de matéria em relação aos íons K+ e SO42- serão, respectivamente:
a) 4,2 mol/L e 2,1 mol/L
b) 4,2 mol/L e 3,6 mol/L
c) 5,4 mol/L e 2,1 mol/L
d) 5,4 mol/L e 3,6 mol/L
e) 5,7 mol/L e 2,6 mol/L
6
Química
4. 100g de solução de um certo sal tem a concentração de 30% em massa. A massa de água necessária
para diluí-la a 20% em massa é:
a) 25g
b) 50g
c) 75g
d) 100g
e) 150g
5. Se adicionarmos 80 mL de água a 20 mL de uma solução 0,20 mol/L de hidróxido de potássio, obteremos
uma solução de concentração molar igual a:
a) 0,010
b) 0,020
c) 0,025
d) 0,040
e) 0,050
6. Qual deve ser o volume de água adicionado a 50 cm3 de solução de hidróxido de sódio (NaOH), cuja
concentração é igual a 60 g/L, para que seja obtida uma solução a 5,0 g/L?
a) 0,4 L
b) 600 cm3
c) 0,55 L
d) 500 cm3
e) 600 L
7. Analisando quantitativamente um sistema formado por soluções aquosas de cloreto de sódio, sulfato de
sódio e fosfato de sódio, constatou-se a existência de: 0,525 mol/L de íons Na+, 0,02 mol/L de íons SO42
– e 0,125 mol/L de íons Cl–. Baseado nos dados pode-se concluir que a concentração de PO43 – no sistema
é:
a) 0,525 mol/L
b) 0,12 mol/L
c) 0,36 mol/L
d) 0,24 mol/L
e) 0,04 mol/L
7
Química
8. Instrução: Responder à questão com base no esquema a seguir, que representa um conjunto de soluções
de sulfato de cobre. As soluções foram obtidas, sempre diluindo-se com água, sucessivamente, 5 mL da
solução anterior para se obter 10 mL da nova solução.
Diminuindo-se a concentração da solução I em dez vezes, por diluição, a solução resultante terá
concentração intermediária às soluções da(s) alternativa(s):
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) IV e V.
e) V e VI.
9. 150 mL de ácido clorídrico de molaridade desconhecida são misturados a 350 mL de ácido clorídrico 2M,
dando uma solução 2,9M. Qual é a molaridade do ácido inicial?
a) 5 mol/L
b) 0,5 mol/L
c) 2,5 mol/L
d) 25 mol/L
e) 35 mol/L
10. No preparo de 2 L de uma solução de ácido sulfúrico foram gastos 19,6 g do referido ácido. Calcule a
concentração molar obtida pela evaporação dessa solução até que o volume final seja de 800 mL.
a) 2,5 mol/L
b) 0,25 mol/L
c) 25 mol/L
d) 225 mol/L
e) 0,35 mol/L
8
Química
Gabarito
1. A
5x300mL = 1500mL x 5/100 = 75mL
3x30mL = 90mL x 40/100 = 36mL
Total: 111mL
2. C
3. C
Calcule a nova molaridade para cada composto utilizando a fórmula M1V1 = M2V2
Lembre-se que os volumes das soluções serão adicionados, resultando um V2 = 0,5L
Após isso faça a dissociação de cada sal e através da estequiometria ache a concentração dos íons.
Lembre-se também que o íon K+ aparece na dissociação dos dois compostos, logo sua concentração final
deve ser a soma de cada dissociação.
4. B
100g x 30/100 = 30g de sal
(100 + x ) 20/100 = 30
X=50g
5. D
6. B
C1V1 = C2V2
60 x 50 = 5 x V2
V2 = 600cm3
7. B
NaCl → Na+ + Cl-
1 : 1 : 1
0,125M : 0,125M
Na2SO4 → 2 Na+ + SO42-
1 : 2 : 1 0,04M : 0,02M
Na3PO4 → 3 Na+ + PO43
1 : 3 : 1
0,36 M : 0,12M
9
Química
8. D
9. A M1V1 + M2V2 = M3V3
150M1 + 350x2 = 500x2,9
M1=5mol/L
10. B
1
Química
Mistura de soluções com reação química e titulação
Resumo
Mistura de soluções com reação química
Os casos mais comuns ocorrem quando juntamos um ácido uma base, ou um oxidante e um redutor; ou
soluções de dois sais que reagem entre si. Quando há reação química, podem ocorrer duas situações:
1ª. Os dois solutos estão em quantidades exatas para reagir (proporção estequiométrica);
2ª. Caso contrário, sobrará um excesso do primeiro ou do segundo soluto.
A seguir exemplificamos esses dois casos.
1º exemplo: Quando os solutos estão em proporção estequiométrica:
Juntando-se 300mL de HCl 0,4 molar com 200mL de NaOH 0,6 molar, pergunta-se quais serão as molaridades
da solução FINAL com respeito:
a) ao ácido;
b) à base;
c) ao sal formado.
Resolução: Neste exemplo, fala-se de uma mistura de uma solução de HCl com outra, de NaOH. Esses dois
solutos reagem de acordo com a equação:
HCl + NaOH→NaCl + H2O
Pode haver excesso de HCl ou de NaOH, o que somente poderemos determinar por meio do cálculo
estequiométrico. O cálculo estequiométrico fica mais fácil se for efetuado com o auxílio das quantidades de
mols dos reagentes e dos produtos da reação. Ora, a quantidade de mols (n) de cada soluto pode ser calculada
de duas maneiras:
1ª. n = m /MM , em que: m é a massa (gramas), e MM , a massa molar (g/mol)
2ª. n = M.V ,em que :M é a molaridade da solução(mol/L),e V ,o seu volume (L).
Como na questão foi dada a molaridade das soluções, calculamos da seguinte forma:
Para o ácido: n = M.V → n = 0,4 mol/L * 0,3 L → n = 0,12 mol de HCl
Para a base: n = M.V → n = 0,6 mol/L * 0,2 L → n = 0,12 mol de NaOH
Como podemos observar as proporções ácido-base da reação (1:1) tendo 0,12 mol de cada chegamos a
conclusão que todo o ácido e toda a base reagiram por completo sem excessos. E se a base e o ácido reagiram
2
Química
por completo, eles se transforam todo no sal (NaCl) suas concentrações finais são iguais a zero. Quanto ao sal,
podemos dizer que:
Já que a proporção da reação é de 1:1:1, formam-se 0,12mol desse sal, dissolvido em água, na solução final,
cujo volume é: 300 mL + 200 mL = 500 mL. Portanto, a molaridade do NaCl será:
2º exemplo: Quando os solutos não estão em proporção estequiométrica:
Juntando-se 300mL de HCl 0,4 molar com 200mL de NaOH 0,8 molar, pergunta-se quais serão as molaridades
da solução FINAL com respeito:
a) ao ácido;
b) à base;
c) ao sal formado.
Resolução: Seguindo o mesmo raciocínio que fizemos para resolver o exemplo anterior, calculamos as
quantidades, em mols, dos solutos iniciais:
Para o ácido: n = M.V → n = 0,4 mol/L * 0,3 L → n = 0,12 mol de HCl
Para a base: n = M.V → n = 0,8 mol/L * 0,2 L → n = 0,16 mol de NaOH
Perceba que a proporção de numero de mol dessa vez não está de 1:1, temos um excesso de base. Todo o
ácido irá ser consumido, porém 0,4 mol da base irão sobrar no fim da reação (0,16 NaOH - 0,12 HCl = 0,4 NaOH).
Titulação
Quando se precisa saber a concentração em mol/L de alguma solução, costuma-se usar uma técnica de análise
volumétrica chamada titulação, ou, titulação ácido-base.
Esse método é feito colocando-se para reagir uma solução a qual se sabe a concentração, que é denominada
de titulante, com a solução a qual não se sabe a concentração, que é denominada de titulado. Uma dessas
soluções é uma base, enquanto a outra é um ácido, logo elas reagem formando sal e água. O pH costuma ficar
neutro ou próximo disso, o que equivale a um pH igual a 7. É preciso saber equacionar esse tipo de reação para
os cálculos usados na titulação, conforme será mostrado mais adiante.
3
Química
Com a adição de um indicador ácido-base (fenolftaleína, azul de bromotimol, alaranjado de metila...), observa-
se quando a reação se completa, atingindo o ponto de viragem. É possível saber quando isso ocorre e parar a
reação, porque a cor da solução sofre uma mudança brusca na presença de um indicador ácido-base, em
virtude da variada do pH.
No entanto, embora o ponto de equivalência indique o término da titulação, nem sempre os volumes das
soluções que são utilizadas resultam em uma solução final neutra, com pH igual a 7.
Veja o passo a passo de como costuma ser feita uma titulação ácido-base em laboratório:
1. Com o auxílio de uma pipeta, transfere-se um volume conhecido do titulado para um Erlenmeyer.
2. Adicionam-se poucas gotas de algum indicador ácido-base, como a fenolftaleína, ao titulado;
3. Completa-se o volume de uma bureta com a solução titulante.
4. Inicia-se a reação abrindo vagarosamente a torneira da bureta para que, gota a gota, o titulante caia sobre
o titulado. Enquanto uma das mãos permanece sobre a torneira (para que, se for preciso, ela seja fechada
imediatamente), a outra mão fica agitando o Erlenmeyer para que a reação ocorra em toda a extensão da
solução que está sendo titulada.
5. Quando a cor do titulado muda bruscamente, fecha-se a torneira da bureta, pois a reação se completou.
Por exemplo, se o indicador usado foi a fenolftaleína e o titulado era inicialmente uma solução de ácido clorídrico
(HCl), a solução com o indicador estava incolor. Mas, no ponto de viragem, a solução passa para a cor rosa.
Agora, basta ler o volume de titulante que foi necessário para neutralizar o titulado, equacionar a reação que
ocorreu e, com os outros dados em mãos, fazer as contas para descobrir a concentração do titulado.
Em exercícios teóricos utilizamos a seguinte equação para Titulação:
Xa . Ma . Va = Xb . Mb . Vb
Onde:
Xa = número de H+ ionizáveis do ácido
Ma = molaridade do ácido
Va = volume do ácido
Xb = número de OH- dissociáveis da base
Mb = molaridade da base
Vb = volume da base
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4
Química
Exercícios
1. Um aluno preparou uma solução pesando uma quantidade de uma base em um béquer. Em seguida, a
amostra dissolvida foi transferida para um balão volumétrico. Uma alíquota dessa solução foi pipetada
para um Erlenmeyer e, em seguida, titulada com uma solução ácida presente em uma bureta. Os
instrumentos volumétricos utilizados pelo aluno para o preparo das soluções foram os seguintes:
a)
b)
c)
d)
e)
5
Química
2. Na figura, a curva B foi obtida pela adição gradativa de 20 mL de hidróxido de sódio 0,01 mol L–1 a uma
solução de ácido clorídrico 0,01 mol L–1. A curva A apresenta um procedimento idêntico, porém usando
outra solução.
A solução, com concentração em mol L–1, correspondente ao ácido adicionado na curva A é
a) H2S 0,01
b) HC 0,01
c) HBr 0,01
d) HNO3 0,005
e) CH3COOH 0,05
3. Soluções aquosas de ácido clorídrico, HC (aq), e de ácido acético, 3H CCOOH (aq), ambas de
concentração 0,10 mol / L, apresentam valores de pH iguais a 1,0 e 2,9, respectivamente.
Em experimentos separados, volumes iguais de cada uma dessas soluções foram titulados com uma
solução aquosa de hidróxido de sódio, NaOH (aq), de concentração adequada. Nessas titulações, a
solução de NaOH foi adicionada lentamente ao recipiente contendo a solução ácida, até reação
completa. Sejam 1V o volume da solução de NaOH para reação completa com a solução de HC e 2V
o volume da solução de NaOH para reação completa com a solução de 3H CCOOH. A relação entre 1V
e 2V é
a) 3,9
1 2V 10 V−=
b) ( )1 2V 1,0 2,9 V=
c) 1 2V V=
d) 1 2V 2,9 V=
e) 1,9
1 2V 10 V=
6
Química
4. Na neutralização de 30 mL de uma solução de soda cáustica (hidróxido de sódio comercial), foram
gastos 20 mL de uma solução 0,5 mol/L de ácido sulfúrico, até a mudança de coloração de um indicador
ácido-base adequado para a faixa de pH do ponto de viragem desse processo. Desse modo, é correto
afirmar que as concentrações molares da amostra de soda cáustica e do sal formado nessa reação de
neutralização são, respectivamente,
a) 0,01 mol/L e 0,20 mol/L.
b) 0,01 mol/L e 0,02 mol/L.
c) 0,02 mol/L e 0,02 mol/L.
d) 0,66 mol/L e 0,20 mol/L.
e) 0,66 mol/L e 0,02 mol/L.
5. Uma indústria compra soda cáustica com teor de pureza de 80%, em NaOH. Antes de mandar o
material para o estoque, chama o Técnico em Química para verificar se a informação procede.
No laboratório, ele dissolve 1g do material em água, obtendo 10 mL de solução. Utilizando um indicador
apropriado, realiza uma titulação, gastando 20 mL de HC , a 0,5 mol / L.
Dados: Massas Molares (g / mol) : NaOH 40= e HC 36,5=
Reação: 2NaOH HC NaC H O+ → +
Sobre o resultado da titulação, é correto afirmar que a informação
a) não procede, pois o grau de pureza é de 40%.
b) não procede, pois o grau de pureza é de 60%.
c) procede, pois o grau de pureza é de 80%.
d) procede, pois o teor de impurezas é de 80%.
e) procede, pois o teor de impurezas é de 40%.
7
Química
6. Uma amostra de oxalato de sódio puro, pesando 0,268 g, é dissolvida em água. Adiciona-se ácido
sulfúrico e a solução é titulada a 70 C, requerendo 40,00 mL de uma solução de permanganato de
potássio. O ponto final da titulação é ultrapassado e uma titulação do excesso é realizada, gastando-se
para a operação 5,00 mL de solução de ácido oxálico 0,2 mol / L. A reação que se processa, não
balanceada, é: 2
2 4 4 2 2C O MnO H Mn CO H O= − + ++ + → + +
Pode-se afirmar que a molaridade da solução de permanganato de potássio é
Dados: C = 12; 1; O = 16; Na=23.
a) 0,01.
b) 0,02.
c) 0,03.
d) 0,05.
e) 0,08.
Texto para a próxima questão:
A chuva ácida é um fenômeno causado pela poluição da atmosfera. Ela pode acarretar problemas para
o solo, água, construções e seres vivos. Um dos responsáveis por este fenômeno é o gás 3SO que reage
com a água da chuva originando ácido sulfúrico. O 3SO não é um poluente produzido diretamente pelas
fontes poluidoras, mas é formado quando o 2SO , liberado pela queima de combustíveis fósseis, reage
com o oxigênio do ar. Esta reação é representada pela equação mostrada a seguir.
2(g) 2(g) 3(g)2SO O 2SO+ →
7. Um pesquisador, ao estudar a qualidade do ar de uma região industrial, verificou que, para titular 50mL
de uma amostra de água de chuva, necessitou de 20mL de solução de NaOH de concentração
2 15,0 10 molL .− −
Considerando a presença somente do ácido sulfúrico na amostra de água da chuva, a concentração, em
1molL ,− deste ácido é:
a) 30,50 10−
b) 30,25 10−
c) 31,0 10−
d) 21,0 10−
e) 21,5 10−
8
Química
8. O leite de magnésia, usado como antiácido e laxante, contém em sua formulação o composto Mg(OH)2.
A concentração de uma amostra de 10 mL de leite de magnésia que foi titulada com 12,5 mL de HC
0,50 mol.L–1 é, em mol.L–1, de, aproximadamente,
a) 0,1.
b) 0,3.
c) 0,5.
d) 0,6.
e) 1,2.
9. Uma amostra de 5 g de hidróxido de sódio (NaOH) impuro foi dissolvida em água suficiente para formar
1L de solução.
Uma alíquota de 10 mL dessa solução aquosa consumiu, numa titulação, 20 mL de solução aquosa de
ácido clorídrico ( )HC de concentração igual 10,05 mol L .−
Admitindo-se que as impurezas do NaOH não reagiram com nenhuma substância presente no meio
reacional, o grau de pureza, em porcentagem, de NaOH na amostra é
Dados:
Elemento Químico Na (Sódio) H (Hidrogênio) O (Oxigênio) C (Cloro)
Massa Atômica 23 u 1 u 16u 35,5u
a) 10%
b) 25%
c) 40%
d) 65%
e) 80%
9
Química
10. A análise volumétrica em meio aquoso se baseia, de maneira simplificada, na medição do volume de
solução padrão (concentração conhecida) que reage estequiometricamente com uma espécie dissolvida
em água, com o ponto final da titulação podendo ser identificado com o auxílio de um indicador que muda
de cor no ponto final.
Na análise de cloretos numa amostra de água, 50,0 mL de amostra necessitaram de 20,00 mL de solução
0,1000 mol/L de nitrato de prata, usando cromato como indicador do ponto final.
(aq) (aq) (s)Ag C AgC+ −+ →
Com esses dados, a porcentagem massa por volume (g%mL) de C − (massa molar = 35,5 g/mol) na
amostra é:
a) 0,035
b) 0,710
c) 0,142
d) 0,213
e) 0,284
10
Química
Gabarito
1. B
Teremos:
2. D
A curva A irá gastar um volume maior de ácido, que indica que ele estará mais diluído que o ácido usado
na primeira titulação, porém, deverá ser ainda, um ácido forte, caso contrário, o volume necessário para a
neutralização completa deveria ser muito maior que o ilustrado pelo gráfico. Assim, o ácido nítrico (HNO3)
0,005M é o único que satisfaz as duas condições necessárias.
3. C
3
3
3
HC CH COOH
2
HC NaOH
1
1
3 2 3
CH COOH NaOH
3 2
2
[HC ] [CH COOH] 0,10 mol / L
V V V
1HC 1NaOH 1H O 1NaC
n n
[HC ] V [NaOH] V
0,10 V [NaOH] V (I)
1 CH COOH 1NaOH 1H O 1 CH COONa
n n
[CH COOH] V [NaOH] V
0,10 V [NaOH] V (II)
Comparand
= =
= =
+ → +
=
=
=
+ → +
=
=
=
1 2
1 2
o (I) e (II), vem :
[NaOH] V [NaOH] V
V V
=
=
11
Química
4. D
Teremos:
2 4(H SO ; 0,5 mol / L)
0,5 mol
2 4H SO
1000 mL
n
2 4H SO
3solução de NaOH
3total
2 4 2 4 2
3
2 4 3
20 mL
n 0,01mol
V 30 mL 30 10 L
V 20 30 50 mL 50 10 L
H SO 2NaOH Na SO 2H O
1mol 2 mol 1mol
0,01mol 0,02mol 0,01mol
0,02mol[NaOH] 0,67 mol / L
30 10 L
0,01mol[Na SO ] 0,20 mol / L
50 10 L
−
−
−
−
=
= =
= + = =
+ → +
= =
= =
5. A
Utilizando um indicador apropriado, é realizada uma titulação com gasto de 20 mL de HC , a 0,5 mol / L.
Então:
1.000 mL 0,5 mol (HC )
20 mL HC
HC
2
n
n 0,01mol
NaOH HC NaC H O
1mol
=
+ → +
1mol
0,01mol 0,01mol
0,01mol (NaOH) 0,01 40 g 0,4 g
1 g
= =
100 %
0,4 g p
p 40 % (grau de pureza)=
12
Química
6. Balanceando-se a equação, teremos:
_
_
_
22 4 2 24
22 4 2 24
2 44
C O MnO H Mn CO H O
3 4
7 2
C( 3) 1e C( 4) ( 5)
Mn( 7) Mn( 2) 5e
5C( 3) 5e 5C( 4) ( 5)
Mn( 7) Mn( 2) 5e
5 xC O 1MnO xH 1Mn 5CO H O
2 2
5 1 x 2 0 0
5x 8 C O 1MnO 8
2
−
−
−
− + +
−
−
−
−
− + +
−
+ + → + +
+ − − − − − − − − − − − − − − +
+ − − − − − − +
+ + → +
+ → + +
+ + → +
+ → + +
+ + → + +
− − + = + + +
= + +
_
22 2
22 4 2 24
8H 1Mn 5CO H O
2
Multiplicando a equação por 2,vem :
5C O 2MnO 16H 2Mn 10CO 8H O−
+ +
− + +
→ + +
+ + → + +
Uma amostra de oxalato de sódio puro, pesando 0,268 g, é dissolvida em água:
22 2 4 2 4
2 2 4
3 3Na C O 1 C O
Na C O 134
0,268 gn 2 10 mol n 2 10 mol
134 g.mol−
− −
−
=
= = =
A partir da equação balanceada, vem:
_2
2 4 2 245C O 2MnO 16H 2Mn 10CO 8H O
5 mol
− − + ++ + → + +
3
2 mol
2 10 mol−4
44
MnO
3 3KMnOMnO
n
n 0,8 10 mol n 0,8 10 mol
−
−− −= =
Utiliza-se 5,00 mL de solução de ácido oxálico 0,2 mol/L, ou seja, 10-3 mol de ácido oxálico:
(0,2 5 10-3) .
_2
2 4 2 245C O 2MnO 16H 2Mn 10CO 8H O
5 mol
− − + ++ + → + +
3
2 mol
10 mol−
4
44
MnO
3 3KMnOMnO
n'
n' 0,4 10 mol n' 0,4 10 mol
−
−− −= =
4 4 4
4
3 3TOTAL (KMnO ) KMnO KMnO
3TOTAL (KMnO )
34
3TOTAL
4 3
n n n' 0,8 10 0,4 10
n 1,2 10 mol
V(solução de KMnO ) 40 mL 40 10 L
n 1,2 10 mol[KMnO ] 0,03 mol / L
V 40 10 L
− −
−
−
−
−
= + = +
=
= =
= = =
13
Química
7. D
2 4 2 4 2
2
3
H SO 2NaOH Na SO 2H O
50mL 20mL
5 10 M
n 1 10 mol
−
−
+ → +
=
Como foi consumido 31 10 mol− de base, pela proporção estequiométrica (1:2), reagiu:
42 4n 5 10 mol de H SO−=
Assim teremos:
4
3
5 100,01 M
50 10Μ
−
−
= =
8. B
Reação que ocorre:
( ) 2 22Mg OH 2HC MgC 2H O+ → +
Portanto, teremos a seguinte proporção entre ácido e base:
BASEÁCIDOn 2n=
Lembrar que: n C V,= onde C é a concentração em mol/L.
Assim:
BASE BASEÁCIDO ÁCIDO
BASE
BASE
C V 2C V
0,5 12,5 2C 10
6,25C 0,3125 mol / L
20
=
=
= =
9. E
Uma alíquota de 10 mL dessa solução aquosa consumiu, numa titulação, 20 mL de solução aquosa de
ácido clorídrico ( )HC de concentração igual − 10,05 mol L , então:
0,05 mol (HC )
HC
1000 mL
n
=HC
20 mL
n 0,001mol
+ → +2HC NaOH H O NaC
1mol 1mol
0,001mol 0,001mol
14
Química
0,001mol (NaOH)
NaOH
10 mL
n
= =NaOH
1000 mL
n 0,1mol 0,1 40 g 4 g
5 g 100%
4 g
=
NaOH
NaOH
p 80 %p
10. C
Na análise de cloretos numa amostra de água, 50,0 mL de amostra necessitaram de 20,00 mL de solução
0,1000 mol/L de nitrato de prata, então:
0,1000 mol
3AgNO
1000 mL
n
3
3AgNO
3
Ag
20,0 mL
n 2,0 10 mol
n 2,0 10 mol+
−
−
=
=
3
Ag
(aq) (aq) (s)
3 3
3 3 2
2
n 2,0 10 mol
Ag C AgC
2,0 10 mol 2,0 10 mol
2,0 10 mol 2,0 10 35,5 g 7,1 10 g
Então:
7,1 10 g0,142 % g / mL
50 mL
+−
+ −
− −
− − −
−
=
+ →
= =
=
1
Redação
Eixo temático: ciência e tecnologia
Resumo
Assim como fizemos na aula anterior, apresentaremos, na história do ENEM, o que já foi cobrado com
relação a esse assunto. Vejamos:
- ENEM 2004: "Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação?";
- ENEM 2011: "Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado";
De certa forma, acabamos passando por temas parecidos com os da semana passada. Entretanto,
precisamos lembrar que a temática da ciência e tecnologia se aproxima muito do eixo de comunicação. Por
isso, em diversos momentos, trataremos de assuntos afins, nas questões. Vamos juntos?
2
Redação
Exercícios
1. A tecnologia sempre acompanhou – ou refletiu – a evolução da humanidade. Desde a invenção da roda, as inovações tecnológicas desempenharam um papel fundamental na construção social. No entanto, apesar de sempre ter acompanhado o homem, pode-se dizer que, hoje, existe uma marca diferencial no que diz respeito ao surgimento das inovações: sua velocidade, incomparável em relação ao passado. Aponte as principais consequências – positivas e negativas - dessa mudança de referencial.
2. Steve Jobs, fundador e idealizador da Apple, responsável por algumas das maiores invenções dos últimos tempos - levando o celular e o computador a outro nível de tecnologia -, certa vez, disse que "as pessoas não sabem o que querem, até mostrarmos a elas". Essa frase, de certa maneira, evidencia uma das faces mais interessantes do capitalismo moderno. Explique e evidencie, por meio de exemplos, quais são os desejos das pessoas no que diz respeito às novas tecnologias.
3. A frase de Jobs revela, também, uma face perversa desse mesmo capitalismo tão interessante: a possibilidade de tornar algo atraente e outro objeto rapidamente obsoleto. Explique a definição de obsolescência programada e suas consequências para a vida do indivíduo atual.
4.
Disponível em: http://casamento.culturamix.com/blog/
wp-content/gallery/tecnologia-6/tecnologia-criancas.jpg
A imagem ilustra, claramente, um sinal dos nossos tempos: o uso de tecnologias cada vez mais frequente - e precoce - entre as crianças. Benéfico ou prejudicial? De fato, é um assunto que precisa ser discutido. Nesse sentido, aponte causas para essa adoção cada vez mais frequente das novas tecnologias no meio infantil e suas consequências, positivas ou negativas, para as crianças e seus pais.
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Redação
5.
Cena do filme "Ela". Disponível em: http://i0.statig.com.br/bancodeimagens/2k/xf/et/2kxfet3iip7a26be7p4pj4uuv.jpg
Theodore (Joaquin Phoenix) é um escritor solitário, que acaba de comprar um novo sistema
operacional para seu computador. Para a sua surpresa, ele acaba se apaixonando pela voz deste
programa informático, dando início a uma relação amorosa entre ambos. Esta história de amor
incomum explora a relação entre o homem contemporâneo e a tecnologia.
Disponível em: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-206799/
O filme "Ela", de Spike Jonze, retrata, ainda que de forma exagerada, um sinal dos nossos tempos: a
dependência, criada no homem, com relação às tecnologias. Percebe-se, claramente, que cada vez
mais o indivíduo se vê refém de seus aparelhos e suas funcionalidades, sendo quase impossível, em
alguns momentos, resolver problemas sem utilizá-los.
Com base nessa ideia, identifique as causas e, principalmente, as consequências dessa relação, além
de medidas para amenizar tais problemas.
6. Com os avanços em determinadas áreas - principalmente no que diz respeito à manipulação genética - introduziu-se o conceito de bioética. Trata-se de uma tentativa de aplicar os princípios da ética às ciências naturais. Aponte os princípios em que se baseia esse novo conceito, comentando cada um.
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Redação
7. “O mundo está mudando cada vez mais rápido, principalmente sob a influência da revolução digital.” Assim começa o manifesto do grupo holandês “Educação para uma nova era”, iniciativa que pretende revolucionar o formato de ensino nas salas de aula do mundo. Partindo de quatro princípios - unir o mundo real ao virtual, reconhecer diferentes tipos de talento, desenvolver habilidades coletivamente e aproximar a escola da comunidade -, as Escolas Steve Jobs, como estão sendo chamadas pelo uso do iPad como principal ferramenta pedagógica, tentam se adequar à vida no século 21. “Para a educação, a tecnologia cria novos desafios, bem como novas oportunidades”, declara o manifesto.
Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/educacao/
ipad-vai-revolucionar-o-ensino-diz-criador-de-escolas-steve-jobs,5d539195293ef310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html
O trecho da reportagem revela um grande desejo das empresas de tecnologia do século XXI e de
diversos setores da educação: aliar o uso das novas ferramentas à escola. Sem dúvidas, levar a
modernidade ao ambiente de aprendizado é uma maneira de facilitá-lo, torná-lo mais rápido,
democrático e atraente. Entretanto, o sonho de muitos esbarra em alguns obstáculos que precisam ser
destacados. Apresente cada um deles, mostrando, também, soluções para esses impeditivos.
8. A impressão 3D tem revolucionado o mundo tecnológico. Por sua alta capacidade de criar as mais diversas coisas, é utilizada para imprimir desde um brinquedo ou peso de papel a próteses utilizadas em cirurgias. Entretanto, algumas pessoas resolveram usar essa ferramenta para produzir armas de fogo. Faça um paralelo entre as vantagens e desvantagens da impressão 3D.
9. Já se imaginou fazendo uma pesquisa escolar sem utilizar o Google ou qualquer outro site de pesquisas? Pois é, utilizar ferramentas online é um costume difícil de ser posto de lado. As facilidades que a internet trouxe para a nossa vida são inúmeras, como a rapidez na comunicação, diminuição de distâncias, possibilidade de acesso a informações de diferentes lugares do mundo. Entretanto, você acredita que somos dependentes de tecnologia?
Liste os pontos positivos e negativos que a internet trouxe para a vida contemporânea.
10. É evidente que os videogames ganharam significativo espaço na sociedade contemporânea. Seja Playstation, X-Box, Nintendo… campeonatos mundiais são realizados com prêmios generosos para as equipes vencedoras. Alguns clubes de futebol, como o Santos Futebol Clube, já são patrocinadores de organizações de e-esporte. O Deputado João Henrique Caldas, do PSB de Alagoas, apresentou um Projeto de Lei que propõe o reconhecimento dos jogos eletrônicos como prática esportiva, acrescentando um inciso à Lei 9.615/1998 - também conhecida como Lei Pelé.
Apresente uma tese e dois argumentos para defendê-la, expondo seu ponto de vista sobre a inserção
dos Gamers no mundo dos Esportes Tradicionais.
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Redação
Gabarito
1. A tecnologia sempre acompanhou o homem. Invenções como a imprensa, a caneta, o cozimento dos
alimentos são avanços bastante importantes. No entanto, esses avanços, atualmente, acontecem de
maneira extremamente rápida. Dessa forma, é possível destacar como consequência positiva o fato de a
humanidade buscar a evolução e, assim, as invenções tecnológicas ajudam a melhorar a vida da
sociedade em vários aspectos. Ao mesmo tempo, podemos destacar como pontos positivos a questão
do lixo tecnológico, da exclusão digital e a dependência tecnológica.
2. Boa parte da produção tecnológica mundial visa a atender ao público nos quesitos conforto, praticidade
e entretenimento. Dessa forma, é possível perceber o sucesso de aplicativos como Netflix, Ifood, Uber,
entre muitos outros.
3. Obsolescência programada é a decisão do produtor de propositadamente desenvolver, fabricar, distribuir
e vender um produto para consumo de forma que se torne obsoleto ou não-funcional especificamente
para forçar o consumidor a comprar a nova geração do produto. (Wikipédia)
Nesta questão, o aluno pode comentar sobre a rapidez com que os aparelhos eletrônicos param de
funcionar, quebram e até mesmo evoluem. Geladeiras, telefones, computadores e até pequenos
acessórios, como fones de ouvido, têm data para "pifar", ou seja, precisam ser constantemente trocados,
atualizados, ou ficarão obsoletos. Dessa forma, aumenta a quantidade de lixo no planeta, faz com que os
indivíduos gastem mais e, até mesmo, acentua a desigualdade social.
4. O uso de aparelhos tecnológicos pelas crianças apresenta tanto pontos benéficos quanto prejudiciais.
Como pontos positivos, podemos pensar no fato de o mundo estar extremamente tecnológico, dessa
forma, as crianças já se desenvolvem sabendo lidar com a tecnologia. Além disso, funciona, muitas vezes,
como forma de entretenimento, o que é bom para os pais também. Podemos levantar o fato de existirem
muitos aplicativos educativos, que ajudam no desenvolvimento infantil. Já os fatores prejudiciais estão
relacionados ao fato de aumentar as chances da dependência tecnológica e de isolamento social. Além
disso, problemas na visão também podem estar associados ao uso demasiado de dispositivos
eletrônicos.
5. A tecnologia facilita bastante a vida das pessoas. Dessa forma, atualmente, não conseguimos nos
imaginar sem os benefícios que ela nos proporciona. Essa dependência é causada, principalmente, pela
praticidade e conforto que a tecnologia garante. É possível estar conectado com todo o mundo, por meio
das redes sociais, fazer pesquisas rapidamente, comprar, ter acesso a entretenimento, etc. No entanto, a
dependência não é algo positivo, já que muitas pessoas deixam de interagir fisicamente com outras,
fazem pesquisas de maneira superficial, se expõem demasiadamente nas redes sociais. Além disso, o
fácil acesso ao entretenimento, muitas vezes, é fator de procrastinação, fazendo com que o indivíduo
deixe de realizar suas tarefas. A praticidade dos aplicativos também pode acentuar o sedentarismo e as
doenças associadas a essa condição.
Para amenizar essa situação, o indivíduo deve estabelecer horários para mexer nas redes sociais e não
deve abrir mão de atividades ao ar livre. Além disso, o governo e a mídia devem promover campanhas
que alertem sobre os perigos da dependência tecnológica.
6. Cinco princípios da Bioética:
Princípio da Beneficência: consiste em assegurar o bem estar dos indivíduos, a fim de evitar danos e
garantindo que sejam supridas suas necessidades e interesses.
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Redação
Princípio da Autonomia: o profissional deve respeitar as crenças, a vontade e valores morais do sujeito e
do paciente.
Princípio da Justiça: igualdade da repartição dos benefícios e bens em qualquer área da ciência.
Princípio da Não Maleficência: assegura a possibilidade mínima ou inexistente de danos físicos aos
sujeitos da pesquisa (pacientes) de ordem psíquica, moral, intelectual, espiritual, cultural e social.
Princípio da Proporcionalidade: defende o equilíbrio entre os benefícios e os riscos, sendo maior benefício
às pessoas. O objetivo de estudo da bioética é a criação de uma ponte entre o conhecimento científico e
humanístico, a fim de evitar os impactos negativos sobre a vida.
Fonte: http://codigo-de-etica.info/etica-medica/bioetica.html
7. Os obstáculos que devem ser analisados são a evidente exclusão tecnológica ainda presente, a falta de
verba destinada à educação pública, a dificuldade em educar os alunos a não fazer uso indevido da
tecnologia nas escolas, o custo elevado de aparelhos tecnológicos, entre outros.
8. A impressão em 3D, assim como as demais tecnologias, possui vantagens e desvantagens, que
dependerão do seu uso e aplicabilidade. Nessa questão, o aluno pode traçar um paralelo entre os
benefícios dessa nova ferramenta - como a criação de próteses e, futuramente, até mesmo órgãos para
transplante - e os seus malefícios, já que algumas pessoas podem utilizar essa tecnologia para criar
armas de fogo, o que dificultaria o controle do porte de arma por civis.
9. - Positivos:
• Praticidade ao fazer pesquisas;
• Economia de tempo;
• Maior acervo de informações;
• Desenvolvimento de técnicas
• Encurtamento de distância
• Etc.
- Negativos:
• Sedentarismo
• Disseminação de informações falsas
• Afastamento físico entre as pessoas
• Tecnovício
• Exposição demasiada no ambiente virtual
• Etc.
10. Tese: A evolução dos jogos eletrônicos, seja em qualidade de gráficos ou quantidade de adeptos, é
significativa e tende a crescer cada vez mais, por isso é importante que esse novo esporte seja aceito e
impulsionado como os demais.
Argumento 1: Os jogos de realidade virtual obtiveram um crescimento notável em seu número de adeptos,
já que sua complexidade e nível de dificuldade atingiram proporções elevadas, que exigem treino
constante de seus participantes, mais conhecidos como players.
Argumento 2: Tamanho crescimento chamou atenção de patrocinadores que passaram a investir em
equipes e em competições cada vez maiores, que premiavam os vencedores com quantias de dinheiro
elevadas - o time vencedor do Campeonato Mundial de 2014 conquistou 1 milhão de dólares.
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Filosofia/Sociologia
Pierre Bourdieu
Resumo
Pierre Bourdieu (1930 - 2002) foi um importante sociólogo francês, que acabou se tornando um dos
pensadores mais importantes do século XX, tendo sido um dos maiores críticos dos processos de
manutenção das desigualdades sociais nas sociedades capitalistas contemporâneas. Do ponto de vista
sociológico, defendia a utilização de procedimentos metodológicos rigorosos, bem como técnicas
estatísticas e etnográficas, no sentido de fortalecer a Sociologia como ciência. Em grande medida, uma das
questões mais centrais do seu trabalho sociológico gira em torno da busca de uma explicação para a situação
de dominação entre os grupos sociais, assim como a expressão dessa dominação no processo educativo
desenvolvido pela escola, o que tentaremos esclarecer na sequência.
Podemos afirmar que Bourdieu entende a estrutura social como fortemente hierarquizada, em que
poderes e privilégios determinam-se tanto pelas relações materiais, quanto pelas relações simbólicas e
culturais. Há grupos que pertencem a camadas distintas dessa estrutura social justamente porque há
desigualdade na distribuição de recursos e poderes para os indivíduos no âmbito de uma sociedade. Entre
esses recursos e poderes se situam o capital econômico (renda, salários, imóveis), o capital cultural (saberes
e conhecimentos reconhecidos), o capital social (relações sociais que podem ser capitalizadas) e o capital
simbólico (prestígio e honra). Bourdieu acredita que a Sociologia, por ser uma disciplina crítica, ao interpretar
os fenômenos sociais, é uma ciência que incomoda, principalmente àquelas camadas sociais que visam
manter o status quo e, consequentemente, os seus próprios privilégios.
Um dos temas com o qual se ocupou o sociólogo francês diz respeito à produção do gosto nas
sociedades. Após uma longa pesquisa qualitativa e quantitativa nas décadas de 60 e 70 do século XX sobre
as diferenças de gosto que pode ser observada entre diferentes grupos sociais de uma mesma sociedade,
Bourdieu afirma que o gosto cultural é um produto de processos educativos que são ambientados, sobretudo,
na família e na escola. Em linhas gerais, portanto, o gosto cultural, assim como o estilo de vida, é explicado
pela trajetória social experimentada por cada indivíduo. Isso significa ir contra a ideia comum de que os
gostos e estilos de vida nos remeteriam diretamente ao foro íntimo de cada indivíduo. Ao contrário, eles são
o resultado de relações de poder que se efetuam principalmente nas instituições da família e da escola. Por
fim, faremos uma breve consideração sobre a concepção educativa de Bourdieu.
Segundo o sociólogo francês, em sociedades hierarquizadas e desiguais como a nossa, não são
todas as famílias que dispõe de uma bagagem cultural que lhes possibilite uma identificação com os
ensinamentos desenvolvidos no ambiente escolar. Isso gera um descompasso educacional na medida em
que os grupos sociais mais privilegiados se identificam os saberes ensinados na escola - como, por exemplo,
as artes eruditas - mas os grupos sociais menos privilegiados, por sua vez, não possuem esses
conhecimentos prévios. No entanto, o sistema de ensino cobra igualmente de todos os alunos aquilo que
nem todos podem oferecer, não levando em consideração as diferenças sociais fundamentais presentes na
sociedade. Trata-se de uma violência simbólica, quando a escola impõe o reconhecimento de uma única
forma de cultura, desconsiderando os aspectos culturais referentes às camadas mais populares da
sociedade.
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Filosofia/Sociologia
Exercícios
1. (Uel 2017) no pensamento sociológico clássico e contemporâneo, as dimensões igualdade, diferença
e diversidade assumem importância para estudos relacionados à questão das desigualdades sociais.
Com base nos conhecimentos sobre as perspectivas sociológicas que explicam a desigualdade social, no cotidiano das sociedades capitalistas, assinale a alternativa correta. a) A sociologia weberiana, quando analisa as modernas sociedades ocidentais, demonstra que os
fatores econômicos e os antagonismos entre as classes determinam as hierarquias de poder e os tipos de dominação.
b) as análises de Marx defendem a ideia de que as mudanças mais recentes na ordem mundial capitalista alteraram a preeminência das classes na explicação das assimetrias sociais e diversidades culturais.
c) na sociologia de Bourdieu, os fatores econômicos, simbólicos e culturais, a exemplo da renda, do prestígio e dos saberes, incorporados pelos agentes em seu cotidiano e em sua trajetória de vida, são responsáveis pela diferenciação de posições nos campos sociais.
d) no pensamento funcionalista, a origem da desigualdade social encontra-se nas contradições econômicas e políticas entre os agrupamentos, que mantêm relações uns com os outros para produzir e reproduzir a estrutura social.
e) para os pensadores críticos do neoliberalismo, a mobilidade dos indivíduos de um estrato social para outro, no Brasil, é acompanhada igualmente por mudanças na estrutura de classes sociais, na medida em que pobres e ricos se aproximam.
2. (Ebmsp 2016)
O termo desigualdades sociais se refere a disparidades existentes entre indivíduos nas chances de acesso a bens e recursos sociais escassos e disputados. Tais bens e recursos podem ser de vários tipos e variam historicamente.
BERTONCELO, Edison Ricardo E. A teoria do capital de Bourdieu. Grandes temas do conhecimento Sociologia. São Paulo: Mythos, a. 1, n.1, p. 42-46. Adaptado.
A observação da charge, associada ao texto, permite afirmar: a) nas últimas décadas, as transformações ocorridas no sistema capitalista asseguraram grande
mobilidade na sociedade global, gerando uma nova ordem social no espaço geográfico. b) as diferenças entre as classes sociais no mundo periférico só são visíveis pelo padrão de consumo. c) os marcadores das diferenças sociais aparecem isolados e não estão articulados com as
experiências dos indivíduos e nem com o espaço onde eles vivem. d) As diferenças e as desigualdades entre os homens são construídas socialmente e precisam ser
contextualizadas no tempo e no espaço. e) os mecanismos de legitimação das desigualdades sociais no sistema capitalista facilitam a
percepção de que são indevidas.
3. (Unioeste 2013) Pierre Bourdieu trata da cultura no sentido antropológico recorrendo a outro conceito,
o “habitus”. Em sua obra O Sentido Prático, ele explica mais detalhadamente sua concepção do
“habitus”. “Os habitus são sistemas de disposições duráveis e transponíveis, estruturas estruturadas
predispostas a funcionar como estruturas estruturantes, isto é, a funcionar como princípios geradores
e organizadores de práticas e de representações que podem ser objetivamente adaptadas a seu
objetivo sem supor que se tenham em mira conscientemente estes fins e o controle das operações
necessárias para obtê-los. ”
BOURDIEU, O Sentido Prático, 1980, p.88.
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Filosofia/Sociologia
Sobre o conceito de habitus é INCORRETO afirmar que a) o habitus não é interiorizado pelos indivíduos, implica em consciência dos indivíduos para ser eficaz. b) o habitus funciona como a materialização da memória coletiva, que reproduz para os sucessores
as aquisições dos precursores. c) o habitus é o que caracteriza uma classe ou um grupo social em relação aos outros que não
compartilham das mesmas condições sociais. d) o habitus explica porque os membros de uma mesma classe agem frequentemente de maneira
semelhante sem ter necessidade de entrar em acordo para isso. e) o habitus é o que permite aos indivíduos se orientarem em seu espaço social e adotarem práticas
que estão de acordo com sua vinculação social. Ele torna possível para o indivíduo a elaboração de estratégias antecipadoras, que são guiadas por esquemas inconscientes, esquemas de percepção, de pensamento e de ação.
4. (Interbits 2013) Como estamos incluídos, como homem ou mulher, no próprio objeto que nos
esforçamos por apreender, incorporamos, sob a forma de esquemas inconscientes de percepção e de
apreciação, as estruturas históricas da ordem masculina; arriscamo-nos, pois, a recorrer, para pensar a
dominação masculina, a modos de pensamento que são eles próprios produto da dominação.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005, p. 31.
O texto acima diz respeito a um conceito criado por Pierre Bourdieu para tentar compreender as formas de dominação na nossa sociedade. Quando Bourdieu fala sobre “esquemas inconscientes de percepção e apreciação”, ele está fazendo referência à teoria de qual autor clássico da sociologia? a) À forma como Durkheim compreende as formas de classificação da sociedade. b) ao modelo capitalista de exploração do trabalho estudado por Marx. c) aos tipos de dominação apresentados por Max Weber. d) aos estados de evolução da sociedade evocados por Auguste Comte. e) ao regime disciplinar estudado por Michel Foucault em Vigiar e Punir.
5. Para Pierre Bourdieu, a escola é um espaço de produção de capital cultural, com diversos agentes e
valores sociais envolvidos nesse processo. As opções a seguir consideram a escola a partir do quadro
conceitual oferecido pelo sociólogo, à exceção de uma. Assinale–a.
a) A escola é uma ferramenta de poder, que reproduz desigualdades, ao perpetuar de forma implícita hierarquias e constrangimentos.
b) na escola se desenvolvem lutas pela obtenção e manutenção do poder simbólico, produzindo valores que acabam sendo aceitos pelo senso comum.
c) A escola é um espaço de socialização que proporciona o desenvolvimento integral dos indivíduos, tendo em vista que somos produtores e produtos do meio em que vivemos.
d) O aluno é um ator social ligado à engrenagem da produção simbólica, dela participando como herdeiro e transmissor inconsciente de valores.
e) A escola é um artifício de reafirmação de poderes, onde estruturas sociais diferentes convivem e se enfrentam com seus variados estilos de vida.
6. (UFFS 2011) O Capital Cultural consiste em ideias e conhecimentos que pessoas usam quando participam da vida social. Tudo, de regras de etiqueta à capacidade de falar e escrever bem, pode ser considerado capital cultural. A incorporação do capital cultural efetua-se através de ações pedagógicas. O conceito de Capital Cultural foi muito discutido no meio acadêmico por: a) Anthony Giddens. b) Herbert Marcuse. c) Juan Tedesco. d) Pierre Bourdieu. e) Theodor Adorno.
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Filosofia/Sociologia
7. (IF-RS/2015) A noção de habitus cumpre um papel central na teoria de Pierre Bourdieu quanto à análise
das desigualdades sociais. A este conceito pode-se associar todas as perspectivas abaixo, EXCETO:
a) Na medida em que se trata de princípios geradores de práticas distintas e distintivas entre as
classes sociais, o habitus está expresso, por exemplo, no que se come e na maneira de comer, bem
como no esporte que se pratica e na forma de praticá-lo.
b) O habitus, como um sistema de disposições incorporadas, está ligado aos esquemas inconscientes
da cultura, uma vez que a teoria de Bourdieu privilegia em suas análises as dimensões subjetivas
do gosto e da estética dos grupos sociais.
c) O habitus se apresenta, ao mesmo tempo, como social e individual, de modo que a pessoa, em suas
experiências de vida, vai construindo um habitus individual próprio, ainda que indissociável do
primário.
d) O habitus é estruturado por meio das instituições de socialização dos agentes, que impõem aos
indivíduos certos princípios classificatórios, de visão de mundo e divisão de gostos.
e) A partir do habitus, se estabelece o que é bom e o que é mau, o que é distinto e o que é vulgar, o
que é valorizado e o que é desvalorizado em dado segmento social.
8. (IF-MT/2016) Bourdieu e Passeron, na obra “A Reprodução”, consideram que toda ação pedagógica é
objetivamente resultante de relações de dominação, de imposições, de um poder arbitrário, de um
arbitrário cultural, ou seja, de violência simbólica. Como esses autores definem violência simbólica?
a) é um termo usado para designar ataques relativamente sérios à lei e à ordem pública que veem a violência se exprimir em diferentes sociedades.
b) é a imposição legítima e dissimulada, com a interiorização da cultura dominante. O dominado não se opõe ao seu opressor, já que não se percebe como vítima desse processo. Ocorre uma naturalização da violência.
c) é uma ação ou efeito de empregar força física ou intimidação moral contra um indivíduo; é um ato violento.
d) é um ato de violação dos direitos civis (liberdade, privacidade), sociais (saúde, educação, segurança), econômicos (emprego e salário).
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Filosofia/Sociologia
9. (ENADE, 2008 – Ciências Sociais – ADAPTADA) A noção de campo desenvolvida por Pierre Bourdieu
propõe -se a resolver um dilema teórico. Até então, para explicar os produtos culturais – arte, literatura,
religião, ideologia –, escolhia-se entre duas vias exclusivas: o estruturalismo e o marxismo. Em
síntese, isso significava o confronto entre duas tradições, em que se privilegiavam os produtos dotados
de coerência interna, subtraindo -se os determinantes externos ou, então, caracterizavam -se tais
produtos pelas funções sociais que eles exerciam, notadamente as funções ideológicas de justificação
dos interesses da classe s dominantes. Segundo esse autor, a noção de campo:
a) Considera língua, mito, arte e religião como estruturas estruturantes, ou seja, objetivas, atribuindo-
lhes papel ativo.
b) Pressupõe que mito, religião e arte, apesar de forte presença simbólica, não cumprem nenhum
papel político no jogo da dominação.
c) Nenhuma das alternativas é completamente verdadeira.
d) Consiste na separação entre o poder e a violência.
e) Sintetiza o mundo subjetivo e o mundo objetivo, articulando a ordem do simbólico em uma
realidade complexa, em que a cooperação entre ambos transforma forças contrárias em aliados
que agem graças ao seu embate e não apesar dele.
10. No que diz respeito à visão de Pierre Bourdieu sobre a instituição escolar, é possível afirmar que:
a) O sistema escolar reforça e reproduz as desigualdades sociais.
b) predomina uma função transformadora da educação em suas análises.
c) na escola não ocorrem transferências de capitais entre gerações.
d) A dominação e a reprodução de valores estão fora dos ambientes escolares.
e) na escola não ocorrem transferências de capitais entre gerações e a dominação e a reprodução de
valores estão fora dos ambientes escolares.
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Filosofia/Sociologia
Gabarito
1. C
Existem várias teorias que explicam a desigualdade social. No caso da presente questão, a única que apresenta uma explicação correta é a [C]. A teoria de Bourdieu explica a desigualdade relacionando estrutura social e simbólica com os comportamentos individuais, que sempre ocorrem em determinado campo social.
2. D
As desigualdades sociais, tal como afirma o texto da questão, variam historicamente e socialmente. Assim, qualquer compreensão desse tema deve partir de uma interpretação mais ampla de como funciona a sociedade em questão. Por exemplo, a desigualdade na sociedade indiana é diferente da desigualdade brasileira e cada uma deve ser compreendida nas suas próprias características.
3. A
Por exclusão, o aluno pode ser capaz de perceber que somente a alternativa [A] está incorreta. Por ser inconsciente e interiorizado pelos indivíduos, o habitus se torna extremamente útil na forma como o indivíduo se insere no campo social, carregando esquemas de percepções e conduzindo a forma de pensar e de agir dos indivíduos.
4. A
Pierre Bourdieu retoma a abordagem durkheimiana sobre as categorias de classificação da sociedade, ao estudar a dominação masculina que ocorre em “modos de pensamento”. Assim, somente a alternativa [A] está correta.
5. C
De acordo com Bourdieu, a escola não proporciona desenvolvimento integral, pelo contrário, ela é palco
da acentuação das desigualdades e lutas por poder simbólico.
6. D
Bourdieu é o um dos sociólogos que debatem os conceitos de capital cultural, social, simbólico e
econômico. No capital cultural, segundo o autor, estariam os conhecimentos que adquirimos no meio
social, ativos relacionados a educação, intelecto, estilo de fala, maneira de se vestir, etc.
7. C
O habitus não se apresenta como individual, apenas como social. É definido como um conjunto de capitais
e a capacidade que os indivíduos dentro de uma determinada classe tem de incorporar tais capitais. Os
capitais não são individuais, mas sim coletivos, da mesma forma que o habitus.
8. B
A violência simbólica é a imposição, muitas vezes sutil, da cultura dominante e apreciada pelo senso
comum. O dominado não se opõe justamente pela sutileza e naturalização das imposições, que por sua
vez, passam a ser integradas à vida do dominado.
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Filosofia/Sociologia
9. E
No contexto da obra de Bourdieu, o campo exerce, sobre os agentes que o integram, uma ação
pedagógica que visa fazer com que eles adquiram formas de perceber, avaliar e agir no mundo (habitus)
que são necessárias à sua inserção apropriada no campo.
10. A
A teoria de Bourdieu, o sistema educacional está baseado em sistemas de conservação e reprodução
de desigualdades sociais.
Se você chegou até o final desse eBook, é um ótimo candidato para ajudar a gente.
Dá uma olhada aqui e veja como, juntos, podemos melhorar sua forma de aprender. É tranquilinho, chega mais!
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