1998 contracapa

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1998 Contracapa

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Com a partida de ontem, dianteda França, Taffarel igualou o re-

corde de presenças em Copas doMundo com o alemão Sepp Maier.

Os dois goleiros defenderam suas seleções em 18 jogos.

Mesmo com a derrota para osfranceses, a Seleção Brasileira

será recebida amanhã pelo Presi-dente Fernando Henrique Cardo-so em Brasília. O esquema do ce-

rimonial será definido hoje.

PORTO ALEGRE, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE JULHO DE 1998

UM JORNAL COMPROMETIDO COM OS INTERESSES DO RIO GRANDE HÁ MAIS DE UM SÉCULO

Mais do que desconsolados oucom lágrimas nos olhos, os torcedo-res brasileiros estavam perplexos nasaída do estádio da França, após aderrota da Seleção por 3 a 0. Nin-guém conseguia acreditar no quehavia acontecido. Muitos discutiam,tentando achar explicações. Os bra-sileiros deixaram o estádio “à fran-cesa”. Outros sequer assistiram àcerimônia de encerramento. A ban-deira estava enrolada e a camisaverde-amarela era levada na mão.

Contrastando com a decepçãodos brasileiros, os franceses, eufóri-cos, gritavam o nome do país. “Zi-zou, zizou!”, bradavam os torcedo-res, referindo-se a Zidane. Muitosfranceses aproveitavam a ocasiãopara provocar e ironizar os brasilei-ros, que seguiam rumo ao estacio-namento ou para as estações detrem e metrô. “Viva o Brasil” ou “On-de está Ronaldo?” eram algumasdas frases ouvidas. Outros davamadeus aos brasileiros ou mostravama bandeira francesa. Alguns rivaisargentinos também aproveitarampara comemorar não a vitória daFrança, mas a derrota do Brasil.

As ruas próximas ao estádio fo-ram parcialmente interditadas pelostorcedores. Os carros que conse-guiam passar exibiam bandeiras ebuzinavam muito. A frase “Allez lesbleus” (Em frente, azuis) era brada-da com euforia. O destino da maio-ria dos torcedores era evidente: aChamps Elyseés, em Paris, local dascomemorações pelo título.

Brasileiros foramembora ‘à francesa’

Deschamps ergue a Taça Fifa e entra para a história

O meia Zinedine Zidane, autor dedois dos três gols marcados na finalde ontem contra o Brasil, confessouestar “assombrado”. “É incrível. Euhavia dito que queria marcar umgol, que estava jogando bem e, che-gando à final, faço dois. É assusta-dor.” Para ele, o mais surpreendenteé o fato de ter anotado dois gols decabeça. “Não sou um bom cabecea-dor, mas no primeiro gol subi no pri-meiro poste porque sabia que Em-manuel Petit colocaria a bola lá. Foifabuloso marcar gols em uma final.”

O meia afirmou que a França jo-gou “um grande primeiro tempo”,quando foi nitidamente superior aoBrasil, e depois soube garantir o re-sultado com um jogador a menos.“Pelo placar, pode parecer que foi fá-cil, mas foi um encontro muito difí-cil.” Filho de argelinos, Zidane nas-ceu em Marselha, onde aprendeu ajogar futebol, começando como gan-dula nos jogos do Olympique. Se-gundo ele, foi uma das principaisformas de seu aprendizado.

Craque se confessa‘surpreso’ com gols

Contrariando a expectativa damaioria dos 160 milhões de brasilei-ros, a França derrotou o Brasil, on-tem, na final da última Copa do Mun-do do século. E Zinedine Zidane foi ocarrasco francês, marcando dois gols.Emmanuel Petit completou a festa daanfitriã, dando o golpe de misericór-dia nos acréscimos do segundo tem-po. Os três gols que os franceses fize-ram contra os brasileiros não só ga-rantiram o primeiro título mundialpara a França, como também sepulta-ram o sonho brasileiro do pentacam-peonato. Agora, será preciso esperarmais quatro anos. Com a vitória deontem, os europeus empataram comos sul-americanos em número de títu-los ganhos na história dos Mundiais,com oito para cada continente.

A atuação da Seleção Brasileira nafinal, disputada no Estádio da Fran-ça, em Saint-Denis, surpreendeu ostorcedores. No primeiro tempo, o timeem nada lembrava aquele que propor-cionou uma das melhores partidasdesta Copa, contra a Holanda. Apáti-cos, os jogadores não pareciam estardisputando a decisão da competiçãomais importante do futebol mundial.

A vibração, o talento individual dealguns jogadores, como Zidane, Petit eThuram, e o acertado esquema táticodo técnico Aimé Jacquet deram o títu-lo à França. Desta vez, a melhor defe-sa venceu o melhor ataque.

Zidane acionou a guilhotinaCom a mística camisa 10, craque francês liquidou o Brasil ao marcar dois gols na goleada de 3 a 0

TELEFOTOS AFP / CP

Zidane venceu a disputa com Leonardo e cabeceou para fazer o primeiro gol da França

Emocionado, o craque da Juventus correu para festejar sua conquista

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