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    ORGANIZAES CRIMINOSAS Direito Penal

    Renato Brasileiro

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    Organizaes Criminosas Aspectos Processuais II

    3. Ao controlada. 3.1. Conceito. Trata-se de tcnica especial de investigao por meio da qual retardado o momento da interveno dos rgos estatais responsveis pela persecuo penal, que deve ocorrer no momento mais oportuno sob o ponto de vista da investigao criminal. 3.2. Previso legal. Revogada Lei n. 9.034/95. Art. 2. Em qualquer fase da persecuo criminal so permitidos, sem prejuzo dos j previstos em lei, os seguintes procedimentos de investigao e formao de prova: (...) II a ao controlada, que consiste em retardar a interdio policial do que se supe ao praticada por organizaes criminosas ou a ela vinculado, desde que mantida sob observao e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da formao de provas e fornecimento de informaes; Lei n. 9.613/98. Art. 4-B A ordem de priso de pessoas ou as medidas assecuratrias de bens, direitos ou valores podero ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministrio Pblico, quando a sua execuo imediata puder comprometer as investigaes. Lei n. 11.343/06. Art. 53. Em qualquer fase da persecuo criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, so permitidos, alm dos previstos em lei, mediante autorizao judicial e ouvido o Ministrio Pblico, os seguintes procedimentos investigatrios: (...) II - a no atuao policial sobre os portadores de drogas, seus precursores qumicos ou outros produtos utilizados em sua produo, que se encontrem no territrio brasileiro, com a

    finalidade de identificar e responsabilizar maior nmero de integrantes de operaes de trfico e distribuio, sem prejuzo da ao penal cabvel; Lei n. 12.850/13 Art. 8. Consiste a ao controlada em retardar a interveno policial ou administrativa relativa ao praticada por organizao criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observao e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz formao de provas e obteno de informaes. 1 O retardamento da interveno policial ou administrativa ser previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecer os seus limites e comunicar ao Ministrio Pblico.

    RETARDAMENTO DA INTERVENO POLICIAL E ADMINISTRATIVA.

    De maneira inovadora em relao aos demais dispositivos legais que tratam da ao controlada, o art. 8 da Lei n. 12.850/13 autoriza o retardamento da interveno policial e administrativa. Assim, a no atuao imediata do Estado poder abranger diligncias policiais e intervenes administrativas (ex: Ministrio Pblico, agentes das receitas estaduais e federal, integrantes da Agncia Brasileira de Inteligncia, corregedorias e outras autoridades administrativas). 3.3. (Des) necessidade de prvia autorizao judicial. 3.4. FLAGRANTE PRORROGADO, RETARDADO OU DIFERIDO. A ao controlada funciona como uma autorizao legal para que a priso em flagrante seja efetivada em momento futuro. Contudo, se, no momento mais oportuno para a interveno policial, no houver situao de flagrante prprio, imprprio ou presumido, no pode a autoridade policial atuar com total discricionariedade, sendo necessria prvia decretao de priso preventiva ou temporria para legitimar a captura dos infratores.

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    3.5. Entrega vigiada. a tcnica especial de investigao que consiste em permitir que remessas ilcitas ou suspeitas saiam do territrio de um ou mais Estados, os atravessem ou neles entrem, com o conhecimento e sob o controle das suas autoridades competentes, com a finalidade de investigar infraes e identificar as pessoas envolvidas na sua prtica.

    ENTREGA VIGIADA LIMPA (OU COM SUBSTITUIO): as remessas ilcitas so trocadas antes de serem entregues ao destinatrio final por outro produto qualquer, afastando o risco de extravio da mercadoria;

    ENTREGA VIGIADA SUJA (OU COM ACOMPANHAMENTO): a encomenda segue seu itinerrio sem alterao do contedo, seguindo seu curso normal sob redobrado monitoramento, a fim de diminuir o risco de extraviar a mercadoria ilcita.

    4. Infiltrao de agentes. 4.1. Conceito. Tcnica especial de investigao por meio da qual um agente introduzido dissimuladamente em uma organizao criminosa, passando a agir como um de seus integrantes, ocultando sua verdadeira identidade, com o objetivo precpuo de identificar fontes de prova e obter elementos de informao capazes de permitir a desarticulao da referida associao. - Caractersticas inerentes infiltrao de agentes: 4.2. Previso legal. Revogada Lei n. 9.034/95 Art. 2. Em qualquer fase da persecuo criminal so permitidos, sem prejuzo dos j previstos em lei, os seguintes procedimentos de investigao e formao de prova: (...) V infiltrao por agentes de polcia ou de inteligncia, em tarefas de investigao, constituda pelos rgos especializados

    pertinentes, mediante circunstanciada autorizao judicial. Lei n. 11.343/06 Art. 53. Em qualquer fase da persecuo criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, so permitidos, alm dos previstos em lei, mediante autorizao judicial e ouvido o Ministrio Pblico, os seguintes procedimentos investigatrios: I a infiltrao por agentes de polcia, em tarefas de investigao, constituda pelos rgos especializados pertinentes; Lei n. 12.850/13. Art. 10. A infiltrao de agentes de polcia em tarefas de investigao, representada pelo delegado de polcia ou requerida pelo Ministrio Pblico, aps manifestao tcnica do delegado de polcia quando solicitada no curso de inqurito policial, ser precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorizao judicial, que estabelecer seus limites. 1 Na hiptese de representao do delegado de polcia, o juiz competente, antes de decidir, ouvir o Ministrio Pblico. 4.3. Atribuio para a infiltrao. 4.3.1. (Im) possibilidade de infiltrao de particulares. 4.4. Requisitos para a infiltrao. Art. 10. (...) 2. Ser admitida a infiltrao se houver indcios de infrao penal de que trata o art. 1 e se a prova no puder ser produzida por outros meios disponveis. Art. 10. (...) 2. Ser admitida a infiltrao se houver indcios de infrao penal de que trata o art. 1 e se a prova no puder ser produzida por outros meios disponveis.

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    4.5. Durao da infiltrao. Art. 10. (...) 3 A infiltrao ser autorizada pelo prazo de at 6 (seis) meses, sem prejuzo de eventuais renovaes, desde que comprovada sua necessidade. 4.6. Espcies de infiltrao. 4.7. Agente infiltrado e agente provocador. Smula n. 145 do STF: No h crime quando a preparao do flagrante pela polcia torna impossvel a sua consumao. 4.8. Responsabilidade criminal do agente infiltrado. Lei n. 12.850/13 Art. 13. O agente que no guardar, em sua atuao, a devida proporcionalidade com a finalidade da investigao, responder pelos excessos praticados. Pargrafo nico. No punvel, no mbito da infiltrao, a prtica de crime pelo agente infiltrado no curso da investigao, quando inexigvel conduta diversa. 4.9. Mecanismos de proteo do agente infiltrado. Lei n. 12.850/13 Art. 14. So direitos do agente: I - recusar ou fazer cessar a atuao infiltrada; II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 9 da Lei n. 9.807, de 13 de julho de 1999, bem como usufruir das medidas de proteo a testemunhas; III - ter seu nome, sua qualificao, sua imagem, sua voz e demais informaes pessoais preservadas durante a investigao e o processo criminal, salvo se houver deciso judicial em contrrio; IV - no ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pelos meios de

    comunicao, sem sua prvia autorizao por escrito. Lei n. 12.850/13 Art. 20. Descumprir determinao de sigilo das investigaes que envolvam a ao controlada e a infiltrao de agentes: Pena: recluso, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 5. Acesso a dados cadastrais dos investigados. Lei n. 12.850/13 Art. 15. O delegado de polcia e o Ministrio Pblico tero acesso, independentemente de autorizao judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado que informem exclusivamente a qualificao pessoal, a filiao e o endereo mantidos pela Justia Eleitoral, empresas telefnicas, instituies financeiras, provedores de internet e administradoras de carto de crdito. 6. Juzo colegiado para o julgamento de crimes praticados por organizaes criminosas. LEI n 12.694/12 Art. 1. Em processos ou procedimentos que tenham por objeto crimes praticados por organizaes criminosas, o juiz poder decidir pela formao de colegiado para a prtica de qualquer ato processual, especialmente: I - decretao de priso ou de medidas assecuratrias; II - concesso de liberdade provisria ou revogao de priso; III - sentena; IV - progresso ou regresso de regime de cumprimento de pena; V - concesso de liberdade condicional; VI - transferncia de preso para estabelecimento prisional de segurana mxima; e VII - incluso do preso no regime disciplinar diferenciado. LEI n 12.694/12 Art. 1. (...)

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    1o O juiz poder instaurar o colegiado, indicando os motivos e as circunstncias que acarretam risco sua integridade fsica em deciso fundamentada, da qual ser dado conhecimento ao rgo correicional. 2o O colegiado ser formado pelo juiz do processo e por 2 (dois) outros juzes escolhidos por sorteio eletrnico dentre aqueles de competncia criminal em exerccio no primeiro grau de jurisdio. 3o A competncia do colegiado limita-se ao ato para o qual foi convocado. 6.1. Origem do Juzo colegiado. 6.2. Distino entre o juzo colegiado e o juiz sem rosto. Lei n. 12.694/12 Art. 1 (...) (...) 6o As decises do colegiado, devidamente fundamentadas e firmadas, sem exceo, por todos os seus integrantes, sero publicadas sem qualquer referncia a voto divergente de qualquer membro. 6.3. Atos processuais a serem praticados pelo Juzo Colegiado. 6.4. Momento para a formao do rgo colegiado. 6.5. Procedimento para a formao do juzo colegiado. Lei n. 12.694/12 Art. 1 (...) (...) 4o As reunies podero ser sigilosas sempre que houver risco de que a publicidade resulte em prejuzo eficcia da deciso judicial.

    5o A reunio do colegiado composto por juzes domiciliados em cidades diversas poder ser feita pela via eletrnica. 6o As decises do colegiado, devidamente fundamentadas e firmadas, sem exceo, por todos os seus integrantes, sero publicadas sem qualquer referncia a voto divergente de qualquer membro.

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