1 direito ambiental internacional profª. me. letícia albuquerque 11 de novembro de 2004
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Direito Ambiental Internacional
Profª. Me. Letícia Albuquerque
11 de novembro de 2004
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Introdução ao Direito Internacional
Fontes do Direito Internacional
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Proteção Internacional do Ambiente = disciplinar a ação humana
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Interesse global = ultrapassa a fronteira dos Estados
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Expansão do Direito Internacional Público
no século XIX:
Campo econômico: direito internacional econômico
Meio ambiente: direito internacional ambiental
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Expansão gradual:
Inicia no final do século XIX
Acelera-se depois da Segunda Guerra Mundial
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Direito Internacional Contemporâneo:
Construído a partir de uma desigualdade NORTE x SUL e contribui para reproduzir essa desigualdade.
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Direito Internacional
x
Relações Internacionais
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DIP
Objetivo fundamental é regular a relação entre os Estados.
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Relações Internacionais: tem um sentido menos técnico, leva em conta os objetivos e a política que tem certa repercussão internacional, mas que no conjunto não são matéria própria do direito internacional.
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QUAL A IMPORTÂNCIA
DESSA COMPARAÇÃO?
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O DIP não se ocupa de todas as formas de relacionamento/intercâmbio que ocorre entre os Estados da comunidade internacional.
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Exemplo: atuação das ONG's
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COMO DEFINIR O DIP NA SOCIEDADE INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEA?
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Dominação dos Estados no Direito e nas Relações Internacionais.
Organizações Internacionais formadas por Estados.
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Pessoas de modo geral gozam dos benefícios do DIP através da sua internalização.
Estados que possuem capacidade processual perante a CIJ.
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Direito reflete a sociedade de uma determinada época = questão ambiental
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Fontes do DIP
Na teoria geral do direito, consideram-se fontes as razões que determinam a produção das normas jurídicas, bem como a maneira como elas são reveladas.
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Se alguém quer saber se há uma norma jurídica internacional, ou melhor, saber se um valor tornou-se jurídico, o modo é buscar onde este valor se revelou: se num tratado internacional, se num costume internacional, se num princípio geral de direito...
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DIP
Importância da Discussão
das Fontes: Direito Internacional Ambiental
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Rol das fontes do DIP
Art. 38 do Estatuto da CIJ
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CIJ = Corte Internacional de Justiça
Sede – Haia
Sistema da ONU
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1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhes forem submetidas, aplicará:
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a) as convenções internacionais, quer gerais quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
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b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo direito;
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c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas nações civilizadas;
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d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
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2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem.
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Lacuna do art. 38:
Não refere às OI’s, nem os atos jurídicos unilaterais dos Estados
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ONU (1945): proliferação de OI’s
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No Direito Internacional do Meio Ambiente, tem emergido uma série de atos de órgão estabelecidos por alguns tratados e convenções multilaterais, que pode ser de duas categorias:
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a) “Conferências das Partes”
(as COP – CONFERENCE OF THE PARTIES).
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b) órgãos técnicos e científicos, de composição restrita dos Estados-partes, em regra compostos de peritos ou técnicos, e que emitem normas, a serem referendadas pelas COP.
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IMPORTANTE:
inter-relação entre as fontes
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Dificilmente existem tratados suficientemente claros que dispensem qualquer outro meio auxiliar de interpretação, em particular quando o entendimento envolver conflito entre Estados.
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Conclusão:
Daí a ausência de hierarquia entre as fontes formais do DIP.
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Tratado internacional
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Art. 2º, parágrafo 1º, “a”, CVDT
DEFINIÇÃO DE TRATADO:
“...um acordo internacional celebrado por escrito entre Estados e regido pelo direito interacional, quer conste de um único instrumento quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação particular”.
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“Um tratado é uma manifestação de vontade conjunta, atribuídas a dois ou mais sujeitos de direito internacional e destinado a produzir efeitos jurídicos em conformidade com as regras de direito internacional”.
Paul Reuter
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“Qualquer que seja sua denominação particular” = não existe uma terminologia precisa
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Termos Utilizados:
– Acordo
– Ata
– Carta
– Convenção
– Pacto
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Estrutura:
– Preâmbulo
– Parte dispositiva
– Anexo
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Idioma – versão autêntica
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Versão autêntica = versão produzida no decorrer da negociação e assinada pelas partes, “autenticando” o texto do tratado.
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Condições de validade:
Capacidade das partes contratantes
Habilitação dos agentes signatários
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Negociação:
Fase que o texto do tratado vai ser elaborado, redigido e assinado. Realizada via de regra pelos plenipotenciários.
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Plenipotenciários:
Representantes dos Estados munidos de plenos poderes.
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Plenos poderes:
“Significa um documento expedido pela autoridade competente de um Estado, designando uma ou várias pessoas para representar o Estado na negociação, adoção ou autenticação do texto de um tratado...”
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“... para manifestar o consentimento do Estado em obrigar-se por um tratado ou para praticar qualquer outro ato relativo a um tratado” (art. 2, § 1º, “c”, CVDT).
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Art. 7, § 1º, “b”, CVDT = dispensa de plenos poderes
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Pela natureza da função e independentemente de plenos poderes estão habilitados para negociar e concluir tratados: Chefes de Estado e de Governo Ministro das Relações Exteriores Chefes de missão diplomática
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Organizações Internacionais =
Secretário Geral: autorizado a negociar e concluir tratados internacionais.
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Entrada em vigor:
Bilaterais: assinatura/troca de notas
Multilaterais: depósito dos instrumentos de ratificação
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Ratificação:
“É o ato unilateral com que o sujeito de direito internacional signatário de um tratado, exprime definitivamente, no plano internacional, sua vontade de obrigar-se.”
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Entrada em vigor do tratado multilateral pode depender:
do depósito dos instrumentos de ratificação de todos os Estados signatários
do depósito de um certo número de ratificações
das ratificações de certos Estados
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No plano interno, a ordem constitucional de cada Estado determina o procedimento para se submeterem a compromissos internacionais.
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BRASIL = participação do legislativo e do executivo
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Costume internacional: “...como prova de uma prática geral aceita como sendo direito”.
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Conceito de costume
2 elementos:
Elemento objetivo
Elemento subjetivo
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Prova do costume:
Pela prática dos Estados
Pelas decisões das OI’s
Pela jurisprudência internacional
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Codificação do DIP é incipiente = importância do costume
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Princípios gerais de direito:
“...reconhecidos pelas nações civilizadas”.
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Finalidade da inclusão dos princípios: preencher eventual lacunas e evitar a denegação de justiça pelo juiz internacional.
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DOUTRINA = pensamento dos doutrinadores tem um papel relevante na interpretação da norma jurídica e para o desenvolvimento do direito como um todo.
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JURISPRUDÊNCIA = conjunto de regras jurídicas que nascem das decisões judiciais
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Ausência de hierarquia entre as fontes do DIP
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Reavaliação das fontes do DIP:
SOFT LAW / SOFT NORMS
Globalização – participação de novos atores na elaboração das regras de DIP
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Soft law – termo que surge nos meados dos anos 60 nos EUA.
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Identifica um fenômeno da existência de normas jurídicas com graus de normatividade menores que as tradicionais, mas nem por isso menos significativas.
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Direito Flexível – soft norms/soft law
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Hard Law X Soft Law
Fator tempo: produto acabado X vir a ser, um ato de vontade do Estado que aspira tornar-se uma norma
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Hard Law X Soft Law
Finalidade: obrigações jurídicas fortes X cumprimento é mera recomendação, que podem inclusive não cumpri-las sem que haja sanções aplicáveis.
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O conceito de soft law emergiu a partir da relevância e da atuação crescente da diplomacia multilateral: foros diplomáticos, interpretação dos tratados elaborados pelas OI’s, atos unilaterais das OI’s, congressos e conferências.
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Campos privilegiados:
Domínios do Direito Internacional Econômico (Direito do/ao desenvolvimento) e da proteção internacional do meio ambiente
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Recomendações da ONU, OMS, OIT, etc...
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A diplomacia de cúpula, de reuniões diretas e entre os responsáveis pelas RI’s dos Estados, os chefes de Estado ou de governo, os Ministros de Estado, particularmente das Relações Exteriores tem propiciado a prática de comunicados conjuntos, atas declarações que constituem a SOFT LAW.
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Soft law = pode levar a uma reformulação das bases tradicionais das FONTES DO DIP.
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CONCLUINDO:
A questão da soft law é um campo em que os conceitos ainda se encontram em fase de gestação e não permitem uma formalização suficiente para que se prestem a serem consideradas com alguma segurança científica FONTES DO DIP.
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CONCLUINDO:
É um domínio entre a POLÍTICA INTERNACIONAL em que prevalece a inventividade dos Estados e de seus negociadores, em que se revela a parca preocupação com legalidades ou mesmo em que pode ser nula a preocupação formal.
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