amor em eros

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Amor em Eros, Philia e Ágape, na “crise dos royalties”. Acabaram de perguntar: Quem é esse maluco que circula livremente pelas redes sociais questionando o trilhar alheio com um ar debochado e irônico? Um cara ao lado, respondeu de pronto: Uns dizem que é um “sem noção”, metido a pós- moderno, com aquela mania de elucubrar sobre o nada. Não que o cara tem razão? Mas, e daí? É isso ai mesmo... Precisamos “cair dentro” de algumas questões quando elas caem no nosso colo sem perguntar: posso? É o que ando ouvindo pelos que falam e escutando o silêncio dos que preferem calar-se por uma conveniência herdada como “síndrome de Pilatos”. Fui até a Grécia, andei por Athenas, escutei alguns filósofos e acabei em Jerusalém, numa viagem de mais de 350 a.c, tudo isso para tentar retirar o famoso “Véu de Isis” da moçada. O que vi e ouvi, só dá em gente... As reações variam de acordo com o comprometimento dos que torcem a favor de “dar um tiro no pé” por conta da utópica possibilidade de ver o mundo idealizado se tornar realidade. Outros, menos arrogantes, especulam sobre a vantagem de “lavar o que deve ser lavado sem comprometer o país”, por causa de meia dúzia.

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Amor em Eros, Philia e Ágape, na “crise dos royalties”.Acabaram de perguntar: Quem é esse maluco que circula livremente pelas redes sociais questionando o trilhar alheio com um ar debochado e irônico? Um cara ao lado, respondeu de pronto: Uns dizem que é um “sem noção”, metido a pós-moderno, com aquela mania de elucubrar sobre o nada. Não que o cara tem razão? Mas, e daí?

É isso ai mesmo... Precisamos “cair dentro” de algumas questões quando elas caem no nosso colo sem perguntar: posso? É o que ando ouvindo pelos que falam e escutando o silêncio dos que preferem calar-se por uma conveniência herdada como “síndrome de Pilatos”.

Fui até a Grécia, andei por Athenas, escutei alguns filósofos e acabei em Jerusalém, numa viagem de mais de 350 a.c, tudo isso para tentar retirar o famoso “Véu de Isis” da moçada. O que vi e ouvi, só dá em gente... As reações variam de acordo com o comprometimento dos que torcem a favor de “dar um tiro no pé” por conta da utópica possibilidade de ver o mundo idealizado se tornar realidade. Outros, menos arrogantes, especulam sobre a vantagem de “lavar o que deve ser lavado sem comprometer o país”, por causa de meia dúzia.

Antes, brigavam pela distribuição dos royalties indiscriminadamente para todos estados e municípios, depois, junto com o falecido “mensalão”, hibernava na mesma cova um “lava Jato” que está tão midiático que não se fala mais em outra coisa

interessante. Só que a cultura do quanto pior melhor está fora de controle, pois uma crise criada pela Opep, baixando demasiadamente o preço do barril de petróleo está entrando e sentando no colo dessa turma sem pedir licença. Aquilo que antes arrecadávamos estava dimensionado para os investimentos no pré – sal entre outros. Com essa queda de arrecadação, um tsunami tupiniquim chegou mostrando que a realidade se impõe, que a brincadeira de se criar CPIs para derrubar presidentes e ex-presidentes está para quem ainda não viu a ficha cair ou não aceitou que perdeu uma eleição feita nos moldes democráticos, onde uma maioria de pessoas vota, seu voto vale um, independente quanto ele seja mais instruído ou mais rico. Se com isso estamos nivelando por baixo o critério de escolha, a culpa não é minha, é do próprio sistema democrático. Contudo isso, enquanto a caravana passa com essa qualidade-momento, a população aturdida não sabe se aperta “enter” ou se “deleta”. Alguns não tem tempo nem de olhar pro lado, andam a mercê das consequências sem avaliarem nem as suas próprias reações. Porque digo isso?

Vamos analisar a filosofia Platônica- Socrática no inconsciente coletivo de certo grupo que está comprometida com Eros como forma de viver e de amar, desejando aquilo que não possui. Por consequência, ao possuírem e realizarem os seus desejos, não desejam mais. É o cara que quando está desempregado, o fato de poder trabalhar é o seu maior desejo, aquilo que o dignifica. Ele fará qualquer coisa para atingir esse seu desejo. Logo que esse desejo se realiza, deixa de existir, fazendo com que ele passe a fazer exigências compensatórias para que o ato de trabalhar continue sendo um ato de amor. Muitas vezes, reclama do salário, um

aumento seria o objeto de desejo ou uma promoção de cargo, assim por diante. Nos relacionamentos afetivos é o que mais acontece, pois aquela mulher ideal que ainda não foi encontrada será a que o fará feliz, sendo assim algo que ainda não possui e por isso é desejada. Quando encontrada, sabemos perfeitamente o que acontece, o objeto do seu desejo deixou de existir. Na psicologia chamamos de projeção. Idealizamos aquilo que em nós é melhor, projetamos em alguém essa qualidade como um reflexo, depois que descobrimos que o reflexo no espelho não é o outro, mas sim, nós. Deixamos de considerar o outro como objeto da nossa projeção sagrada. O outro é apenas humano. Nos ambientes de trabalho esse fato é corriqueiro, pois muitos estão carentes e impacientes com as furtivas possibilidades de aumentarem os seus ganhos, aonde outros nem ai chegaram por uma questão de oportunidade. Questionar os valores alheios, seus ganhos e suas oportunidades, passa a ser uma premissa daquilo que não é nos sentimentos confusos dos carentes.

Diante da atual situação que hoje os envolve, seria mais prudente trocar Platão por Aristóteles com o seu amor baseado num conceito que ele denominou de Philia. Amar aquilo que se tem não aquilo que se deseja. O real obtido, conquistado ou ganho com alegria. O amor pelo que é.

Pedir que se ame o objeto desejado, aquilo que nos faz falta, é “chover no molhado” numa sociedade que viveu intensamente as mensagens subliminares do marketing de consumo moderno. Difícil é amarmos aquilo que realmente possuímos.

Se formos colocar em pauta o amor Ágape que Jesus praticou e nos ensinou diante das dificuldades

reinantes que qualidade-momento se apresenta, tenho que concluir que daríamos uma guinada de 180º, pois estaríamos considerando não mais a nossa expectativa de desejo e nem mais a nossa alegria com aquilo de nossas posses, porém, em procurarmos ver e compartilharmos essa alegria com aqueles que temos conhecimento que não foram favorecidos com essas benesses. Os desfavorecidos. Somos uma sociedade cristã no rótulo, o conteúdo é outro.

Há uma liquidez de valores, essa proposta acima não passa de um ideal utópico, pois foge aos valores mutáveis numa sociedade pós-moderna.

Há quantos milhares de anos essa mensagem nos foi passada, e por incrível que pareça ainda estamos praticando em sua maioria o amor no primeiro conceito, em Eros.