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8/19/2019 América Prova http://slidepdf.com/reader/full/america-prova 1/8 UFF - Universidade Federal Fluminense Professora: Larissa Viana Disciplina: História da América II  Aluna: Ana Clara Dias ualda Pereira Questão 1: Identifi!ue o conte"to #istórico e comente$ de acordo com a interpreta%&o de 'ac( P) reene$ as tens*es entre o +overno nacional e a so,erania dos estados nos de,ates pós-independncia nos .stados Unidos) / crescimento da identidade nacional n&o estava necessariamente li+ado a constru%&o de um sentimento completamente americano) 0o princ1pio #ouve um or+ul#o ,rit2nico$ porém$ o nacionalismo estadunidense +irava em torno da #onra dos colonos em suas rela%*es com a r&-3retan#a$ por esta ser um .stado ,em-sucedido) Desde a era elisa,etana e in1cio da 4aco,ina 5 per1odo em !ue as col6nias na América in+lesa passaram a ser fi"adas 5 esse sentimento nacional era visto) /s ,rit2nicos se viam com uma distin%&o e uma certa superioridade aos demais$ 7 medida em !ue suas rela%*es comerciais e e"pedi%*es mar1timas cresciam$ o povo ascendia ao protestantismo e o monarca era su,ordinado ao parlamento) 'ac( reen fala so,re a necessidade de preservar a 8!ualidade de in+leses9$ !ue estes levavam consi+o para onde !uer !ue fossem) Para reen a +uerra dos anos foi o momento em !ue$ ao mesmo tempo !ue o nacionalismo foi mais forte do !ue nunca$ este come%a a se modificar) Fatos como o da +rande dist2ncia f1sica entre os colonos e a In+laterra e os contrastes culturais entre a col6nia e metrópole 5 principalmente nos primeiros$ en!uanto a col6nia ainda era e"tremamente rustica em rela%&o ao refinamento in+ls 5) .sse afastamento entre os .stados Unidos e a In+laterra cresce com a intromiss&o da metrópole nos assuntos coloniais$ principalmente em rela%&o ao e"cesso de impostos co,rados)  As identidades criadas na col6nia n&o apresentam uma unidade) Assim como cada uma das tre;e col6nias desenvolve uma unidade social e pol1tica separada$ desenvolvem tam,ém identidades separadas) Apesar disso #avia uma uni&o dessas identidades em uma só$ como se #ouvesse uma cate+oria e suas su,divis*es) .ssa uni&o das identidades é de +rande import2ncia para a uni&o das col6nias) < essa identifica%&o !ue a4uda a pensar o por!u de em => os colonos n&o terem demorado a a,dicar a identidade !ue tin#am com a metrópole) Criam uma nova identidade$ incorporando a identidade ,rit2nica 7 da col6nia) Porém isso seria o sur+imento de um pro,lema interno$ afinal as col6nias eram muito diferentes entre si) .las eram diri+idas por +overnadores diferentes$ com interesses diversos$ assim como suas leis$ o !ue fa;ia com !ue a 4un%&o destas em uma unidade fosse e"tremamente dif1cil) 3en4amin Fran(lin acreditava !ue a uni&o das tre;e col6nias$ mesmo !ue necess?rias para a

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8/19/2019 América Prova

http://slidepdf.com/reader/full/america-prova 1/8

UFF - Universidade Federal FluminenseProfessora: Larissa VianaDisciplina: História da América II Aluna: Ana Clara Dias ualda Pereira

Questão 1:  Identifi!ue o conte"to #istórico e comente$ de acordo com ainterpreta%&o de 'ac( P) reene$ as tens*es entre o +overno nacional e aso,erania dos estados nos de,ates pós-independncia nos .stados Unidos)

/ crescimento da identidade nacional n&o estava necessariamenteli+ado a constru%&o de um sentimento completamente americano) 0o princ1pio#ouve um or+ul#o ,rit2nico$ porém$ o nacionalismo estadunidense +irava emtorno da #onra dos colonos em suas rela%*es com a r&-3retan#a$ por esta ser um .stado ,em-sucedido) Desde a era elisa,etana e in1cio da 4aco,ina 5per1odo em !ue as col6nias na América in+lesa passaram a ser fi"adas 5 essesentimento nacional era visto) /s ,rit2nicos se viam com uma distin%&o e umacerta superioridade aos demais$ 7 medida em !ue suas rela%*es comerciais ee"pedi%*es mar1timas cresciam$ o povo ascendia ao protestantismo e omonarca era su,ordinado ao parlamento) 'ac( reen fala so,re a necessidadede preservar a 8!ualidade de in+leses9$ !ue estes levavam consi+o para onde!uer !ue fossem)

Para reen a +uerra dos anos foi o momento em !ue$ ao mesmotempo !ue o nacionalismo foi mais forte do !ue nunca$ este come%a a semodificar) Fatos como o da +rande dist2ncia f1sica entre os colonos e aIn+laterra e os contrastes culturais entre a col6nia e metrópole 5 principalmentenos primeiros$ en!uanto a col6nia ainda era e"tremamente rustica em rela%&oao refinamento in+ls 5) .sse afastamento entre os .stados Unidos e aIn+laterra cresce com a intromiss&o da metrópole nos assuntos coloniais$principalmente em rela%&o ao e"cesso de impostos co,rados)

 As identidades criadas na col6nia n&o apresentam uma unidade) Assimcomo cada uma das tre;e col6nias desenvolve uma unidade social e pol1ticaseparada$ desenvolvem tam,ém identidades separadas) Apesar disso #aviauma uni&o dessas identidades em uma só$ como se #ouvesse uma cate+oria esuas su,divis*es) .ssa uni&o das identidades é de +rande import2ncia para auni&o das col6nias) < essa identifica%&o !ue a4uda a pensar o por!u de em=> os colonos n&o terem demorado a a,dicar a identidade !ue tin#am com ametrópole) Criam uma nova identidade$ incorporando a identidade ,rit2nica 7da col6nia)

Porém isso seria o sur+imento de um pro,lema interno$ afinal ascol6nias eram muito diferentes entre si) .las eram diri+idas por +overnadoresdiferentes$ com interesses diversos$ assim como suas leis$ o !ue fa;ia com !uea 4un%&o destas em uma unidade fosse e"tremamente dif1cil) 3en4amin Fran(linacreditava !ue a uni&o das tre;e col6nias$ mesmo !ue necess?rias para a

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se+uran%a$ nunca ocorreria$ pois #avia uma rela%&o de inve4a entre elas) Apesar disso$ no per1odo entre =@ e => #ouve uma identifica%&o com umacausa comum) Patricl Henr$ por e"emplo$ discursava so,re ser americano$ en&o pertencente a uma col6nia em particular$ en!uanto 3en4amin Bus#discursava$ clamando por um só povo)

 A rapide; com !ue os +overnos dos estados tomaram o poder eesta,eleceram sua autoridade determinou efetivamente as distin%*esprovinciais$ 4? !ue cada +overnador pun#a seus interesses particulares a frentedos interesses dos demais) Além disso$ as identidades espec1ficas de cadacol6nia fa;iam com !ue a!uela inve4a$ mencionada por Fran(lin$ aumentassemainda mais depois dos primeiros dias de Bevolu%&o) Apesar das diver+ncias#? ainda um discurso de #etero+eneidade muito presente)

/s de,ates a respeito da forma%&o de uma confedera%&o tornam-se

complicado$ em virtude das diver+ncias entre as col6nias !ue tin#am aescravid&o em sua ,ase econ6mica e as !ue n&o tin#am) Havia uma +randediscord2ncia a respeito de como tratar o escravo) eriam eles ,ens a ser contados ou pessoas nas despesas do +overno Al+uns estadistas$ como3en4amin Harrison$ defendiam a ideia de !ue a confedera%&o deveria participar somente em momentos de +uerra$ 4? !ue al+uns criam !ue a uni&o permanenteentre as col6nias era al+o imposs1vel)

.n!uanto os de,ates a respeito da cria%&o ou n&o da confedera%&oainda n&o #aviam terminado$ representantes do con+resso pensam em um

modo de se unirem sem perderem sua autonomia) Dessa forma$ 

E#omas3ur(e$ defende a cria%&o de um poder dentro de cada .stado !ue a+iria comindependncia indo de encontro as tentativas de colocar em vi+or as decis*estomadas nas assem,leias continentais) / con+resso cedeu$ e a emenda de3ur(e foi aprovada$ de modo !ue

  Cada estado retém sua so,erania$ li,erdade eindependncia$ ,em como todo poder$ 4urisdi%&o e direito !uen&o este4am por meio desta confedera%&o e"pressamentedele+ados aos .stado Unidos$ no Con+resso em assem,leia

GB..0.$ J$ p)==K

 A le+itima%&o dos .statutos da Confedera%&o$ em =J=$ fe; com !ue os.stados Unidos c#e+assem em uma estrutura formal do +overno$ em,oramuitos desacreditassem na dura%&o da mesma) /s estados continuavam a a+ir de acordo com as suas vontades$ colocando suas necessidades e ideais acimados demais$ fa;endo com !ue as ideias dos representantes a respeito daConfedera%&o fossem os mais distintos) .n!uanto uns criam !ue a estruturaestava fadada ao insucesso$ outros ac#avam !ue a inve4a entre as col6niaspoderia ser um fator impulsionador para !ue a confedera%&o continuasse a

avan%ar) /utros ainda previam uma +uerra civil como fim da Confedera%&o)

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 A!ueles !ue anteviam o insucesso da Confedera%&o$ a primeira uni&onacional das tre;e col6nias$ fal#aram) Apesar de uma +overna,ilidade fraca$su4eita a vontades distintas dos +overnos de cada .stado$ as col6niascontinuam unidas$ até !ue a constitui%&o de =J aumenta ainda mais ov1nculo de identidade$ necess?rio para a forma%&o de um pa1s unido e coeso$

apesar de suas diferen%as)

Questão 2: Considerando o de,ate #istorio+r?fico so,re a Independncia da América Hisp2nica e o conte"to #istórico das +uerras #ispano americanas$aponte e comente as inova%*es na refle"&o #istorio+r?fica so,re a rupturapol1tica entre a .span#a e as Américas no in1cio do século MIM) As novasa,orda+ens so,re o conceito de revolu%&o$ tal !ual identificadas na s1ntese

proposta por Naria de F?tima ouva$ s&o parte fundamental destasinova%*es)

 A #istoriadora Naria de F?tima ouva$ tra,al#a os processosrevolucion?rios na América .span#ola$ pro,lemati;ando a #istorio+rafia arespeito destes) 0a #istorio+rafia tradicional$ marcada por seu continu1smo econservadorismo$ as revolu%*es americanas limitam-se 7 Bevolu%&o das =Ocol6nias e ao caso de &o Domin+os) omente em estudos mais recentes oassunto come%a a ser a,ordado de uma forma diferente$ levando-se mais emconsidera%&o as particularidades das col6nias espan#olas e a import2ncia deacontecimentos internos so,re o cen?rio pol1tico e"terno)

Naria de F?tima tam,ém fala so,re o papel da #istorio+rafia ,rasileira no!ue di; respeito aos estudos so,re as independncias latino-americanas) /sestudos tendem a ser ,astante convencionais e pouco e"plicativos$ tratando8revolu%&o apenas como sin6nimo de +uerras de independncia e$conse!uentemente$ apenas enfati;ando o simples car?ter de rupturainstitucional do mundo colonial #ispano-americano9 G/UVA$ =KK$ p) >).m outros pa1ses latino-americanos a discuss&o tin#a um forte aspecto

teleoló+ico !ue ,uscava criar um recon#ecimento de suas ori+ens).studava-se as revolu%*es latino americanas de maneira comparativa 7

Bevolu%&o Americana$ onde #ouve a instaura%&o de um novo sistema pol1tico apartir de ideias e ideais li,erais) Ao contr?rio dos .stados Unidos$ !ue,aseavam sua democracia nos trs poderes$ os .stados da América Latinaviveram um fracionamento do poder pol1tico sem !ue$ no entanto$ #ouvesseuma altera%&o no poder dos +rupos sociais !ue o o,tin#a) .ssa caracter1sticaimpedia !ue$ no ver da #istorio+rafia da época$ os movimentos ocorridos na América #isp2nica pudessem ser considerados revolucion?rios)

0a década de =KQ uma nova tendncia #istorio+r?fica sur+ia$ e estae"plicava os movimentos de independncia latino americanos como

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revolu%*es$ porém relacionados 7 causalidade e"terna) Dois autores dessatendncia$ odec#ot e Palmer$ analisavam as revolu%*es como conse!unciasda crise do a,solutismo$ e enfati;avam a 8voca%&o ,ur+uesa9 destas) 8Poucaou !uase nen#uma considera%&o era dispensada 7s diversidades sócio-econ6micas caracter1sticas das re+i*es #ispano-americanas9 G/UVA$ =KK$

p) J) Analisava-se o con4unto de causas +erais$ em detrimento deespecificidades locais)

Uma nova mudan%a na vis&o ocorre nos anos $ tendo Pierre C#aunucomo um de seus e"poentes) / #istoriador francs valori;a as comple"idadesinternas das sociedades latino americanas$ e aponta$ como fator principal dasindependncias$ a nature;a am,1+ua da elite criolla$ !ue ao mesmo tempo eradominante e pouco ativa na administra%&o das col6nias) Passa-se a pensar nocar?ter civil das +uerras de independncia$ levando-se em considera%&o osconflitos travados entre patriotas e  realistas no per1odo entre =J= e =J=) A

#istoriadora ,rasileira Naria Li+ia Prado vai ao encontro de C#aunu$ ao afirmar !ue 8o século MIM se caracteri;ava pela destrui%&o das estruturas pol1tico- 4ur1dicas #erdadas do per1odo colonial9 GRUV.A$ =KK$ p)K)

/s estudos avan%am so, uma nova perspectiva durante a década de J) A mudan%a ocorre a partir o impacto da revis&o mar"ista nos estudos so,re aBevolu%&o francesa) As revolu%*es passam a ser vistas$ como prop*e Fran%oisFuret$ como uma modalidade de ação social ) Dessa forma as revolu%*es latino-americanas n&o podiam ser estudadas a partir do continu1smo$ mas sim a partir da an?lise das especificidades !ue levaram 7 !ue,ra do v1nculo entre ascol6nias e a .span#a)

/utro autor importante para os estudos so,re as independncias daamérica espan#ola foi Fran%ois-Mavier uerra$ !ue enfati;ava ainda mais ocar?ter revolucion?rio destas) Eendo como ponto de partida a o,ra de C#aunu$uerra de,ate a respeito do duplo viés !ue levou o c#amado mundo #isp2nico7 modernidade política  a partir de =JJ) De um lado #avia as sucessivasa,dica%*es reais$ causadas pela ruptura do Anti+o Be+ime$ o !ue possi,ilitavae"perimenta%*es de novas formas de representa%&o pol1tica) De outro lado$ acrise tam,ém possi,ilitava novas e"perincias$ !ue levaram os #ispano-americanos a constru1rem conceitos$ voca,ul?rios e solu%*es para situa%*es

até ent&o descon#ecidas)uerra define dois cortes cronoló+icos !ue seriam importantes para

mel#or entender o macro-processo da américa #isp2nica) / primeiro delesseria o ponto de mutação$ ocorrido entre =JJ e =J=) .ste ponto seria ondese d?$ pela primeira ve;$ um de,ate a respeito da nature;a da representa%&oda col6nia na monar!uia) Com a ruptura a fi+ura do rei some$ ocorrendo omesmo com a ideia !ue #avia$ de uma +rande fam1lia) / ano de =JJ ficamarcado pela cria%&o de juntas de +overno$ uma nova ló+ica de representa%&o) Além disso$ o per1odo foi fortemente marcado pela mutação ideológica$ !uetransformou as anti+as no%*es do so,erania e na%&o)

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.ssa muta%&o ocorreu principalmente por dois motivos$ !ue seriam oaumento do acesso 7 informa%&o e as novas formas de socia,ilidade) /primeiro se deu em decorrncia da prolifera%&o das pu,lica%*es$proporcionando acesso das novas ideias a +rande parte da popula%&o) /se+undo motivo decorre da cria%&o e crescimento de clubes literários  e

tertSlias) 0esses locais$ com o compartil#amento de sentimentos e ideias$ onovo voca,ul?rio pol1tico é criado$ e pode-se de fato concreti;ar umamodernidade política.

/ corte cronoló+ico definido por uerra di; respeito ao desencadear dasrevoluções de independência a partir de =J=) Assim como C#aunu$ uerraenfati;a um fator e"terno como elemento crucial de detona%&o das +uerrascivis) A con4untura revolucion?ria teria$ para o autor$ um car?ter duplo 5 umprocesso e um acontecimento) Primeiramente$ em =J=$ o n&o recon#ecimentoda le+itimidade das 4untas americanas$ pela Fran%a) Depois$ em =J=$ ocorreu

a a,oli%&o do direito de i+ualdade entre americanos e espan#óis) .ste fatoaca,a com 8a possi,ilidade de um sentimento muito caro aos criollos, aosamericanos$ como ent&o 4? poderia talve; di;er) 9)

 Além disso$ =J= foi um ano profundamente marcado pela fome) Desde=K #ouve um crescimento populacional consider?vel 5 o total da popula%&osu,iu de @$Q para >$ mil#*es 5 principalmente nos setores mesti%os) / per1odofoi de deteriora%&o da !ualidade de vida dos setores populares$ principalmenteem decorrncia de crises a+r1colas) .sta +erou o aumento do pre%o do mil#o$uma das ,ases da alimenta%&o re+ional$ e da concentra%&o da propriedade deterras)

/ vice-reino da 0ova .span#a era de suma import2ncia para a.span#a$ pois so;in#o ele era respons?vel por >T de toda a prata produ;idana América) Composto ma4oritariamente por 1ndios$ tin#a somente =JT de,rancos$ en!uanto T era de mesti%os e outros +rupos étnicos) .ssa minoriaespan#ola concentrava o capital$ os car+os administrativos e as terras$ ou se4a$tin#am o monopólio pol1tico e econ6mico$ apesar da rela%&o numérica destespara os criollos ser de = para ) .sse fato e"plica a crescente frustra%&o dos1ndios e mesti%os$ !ue vislum,ravam a possi,ilidade de a,oli%&o dos tri,utospa+os 7 Coroa espan#ola)

Dentro da sociedade colonial me"icana a institui%&o mais rica$ est?vel einfluente era a I+re4a católica) .m =J@ a .span#a ordena o .stado a confiscar os recursos financeiros o !ue$ para al+uns analistas$ pode ter sido o in1cio da!ue,ra da ordem institucional desse Vice-Beinado) Cria-se uma divis&o no+rupo peninsular) / acirramento desses conflitos tem como marca =JJ$!uando o vice-rei é preso a mando de D) a,riel ermo$ rico espan#olplantador de a%Scar) Inicia-se 8um !uadro de de,ilidade cr6nica da +est&o dosvice-reis !ue se se+uiram) 9 GRUV.A$ =KK$ p)JO)

.ssa insta,ilidade é conte"to +erador dos clandestinos movimentos de

independncia da 0ova .span#a) /s clu,es liter?rios foram de +randeimport2ncia para estes movimentos) .m lu+ares como esses$ #omens passam

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a ter contato com a declara%&o dos direitos do #omem$ o,ras e pensamentosdo iluminismo francs) Um desses #omens era Ni+uel Hidal+o Costilla$ l1der revolucion?rio) Para ele$ a solu%&o pol1tica seria a uni&o do Né"ico$independente da fi+ura do rei) Hidal+o é con#ecido pelo 8+rito de Dolores9$ ummovimento de car?ter popular !ue plane4ava a independncia) / padre deu a

,ase ao !ue al+uns c#amaram de radicalismo agrário$ a,olindo o tri,utoind1+ena e a escravid&o) Por conta da repercuss&o de seu movimento e apouca or+ani;a%&o deste$ Ni+uel Hidal+o aca,ou preso e e"ecutado)

/utra fi+ura importante para a compreens&o do movimento deindependncia do Né"ico foi 'osé Naria Norelos de Caracuaro) Norelos foi umpadre criollo$ con#ecedor do discurso e movimento de Hidal+o) Norelosafirmava !ue a +uerra de independncia seria uma guerra santa$ e defendia$através de um discurso pol1tico mais moderado do !ue o de Hidal+o$ ocatolicismo e um sistema repu,licano eleitoral$ dividido em trs poderes)

 Apesar de aspectos conservadores$ sua fala ia de encontro aossocioeconomicamente poderosos e era marcada por um nacionalismo forte)Para o padre a fi+ura do rei espan#ol n&o tin#a mais !ual!uer si+nificado paraeles$ e a independncia teria !ue ser feita 4unto com a destitui%&o do +overnocolonial) .m decorrncia da fortalecida rea%&o criolla e peninsular$ Norelos foimorto) Assim o movimento insur+ente c#e+ou ao fim$ e a posi%&o criolla deuma independncia sem mudan%as sociais e pol1ticas foi a !ue prevaleceu e seconsolidou)

eis anos mais tarde$ Vicente uerreiro$ l1der remanescente domovimento insur+ente$ em alian%a com A+ustin Itur,ide$ coronel respons?velpela derrota de Norelos$ ela,oram um plano de independncia) .ste +arantiria$além da independncia imediata$ a i+ualdade entre espan#óis e criollos e aunidade reli+iosa católica do pa1s) Itur,ide assume o poder$ e somente em=JO Antonio Lopes de anta Anna inicia uma rea%&o militar em oposi%&o aItur,ide) A oposi%&o de Antonio Lopes leva o Né"ico$ no ano se+uinte$ aconse+uir a promul+a%&o de uma nova constitui%&o$ definindo a or+ani;a%&o deum sistema federativo$ tendo$ como 4? anteriormente proposto$ a +arantia dauni&o$ da reli+i&o e a independncia)

 Assim$ pode-se o,servar !ue o processo de independncia me"icana é

caracteri;ado por duas fases principais) A primeira$ tem como marca a for%a domovimento insur+ente$ tendo o rito de Dolores como s1m,olo da ruptura noconte"to revolucion?rio e da mudan%a de atitude nos setores populares ecriollos$ marcado pela continuidade da con4untura) A ri!ue;a material continuoua ser distin%&o entre ,rancos$ nativos e mesti%os)

/ processo revolucion?rio do Peru apresenta +randes diferen%as aome"icano) A #istorio+rafia tradicional salienta o car?ter separatista dosmovimentos setecentistas peruanos$ e sua nature;a precursora do movimentode independncia$ !ue veio tardiamente$ somente =J>) / conte"to culturalvivido pela col6nia é de suma import2ncia para a compreens&o dos

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acontecimentos) Cria-se no retorno messi2nico do inca$ para restaurar osdireitos primitivos dos povos dali)

Eupac Amaru$ l1der do movimento insur+ente$ unia as comunidadesind1+enas a se insur+irem contra as autoridades locais) Conclamava em nome

de 'esus Cristo e do rei da .span#a$ ,aseando-se no ar+umento de !ue CarlosIII$ por estar muito distante fisicamente da col6nia$ n&o tin#a con#ecimento daretirada de direitos dos peruanos$ por parte das autoridades coloniais)

 A intensidade dos conflitos marca a #istória peruana de forma sin+ular) As not1cias so,re as violentas lutas travadas e so,re o cerco de Cu;co criaramum +rande temor criollo em rela%&o as classes populares) .ssa falta de uni&oentre os setores é um dos fatores !ue atrasa o processo de independncia) Foinesse sentido !ue o vice-rei A,ascal impediu a or+ani;a%&o de uma 4unta de+overno !ue favoreceu a posi%&o peninsular$ conveniente aos criollos !ueretardaram o m?"imo poss1vel o de,ate so,re a so,erania peruana)

 Ao contr?rio do Né"ico$ n&o #ouve no Peru a constru%&o de clu,es esociedades liter?rias !ue promoviam os de,ates acerca de rupturas pol1ticas)/s movimentos de independncia +an#am for%a tardiamente$ pela falta deadeptos e falta de fi+uras !ue serviriam de lideran%a) an Nart1n e 3ol1var s&oas fi+uras !ue tentam eliminar a presen%a espan#ola no continente$ voltando-se para a li,erta%&o do território como um desfec#o para a emancipa%&opol1tica das prov1ncias do ul e da r& Col6m,ia)

 A ruptura cultural foi a mais marcante$ formadora da insur+ncia em=J$ li+ava-se a permanncia de valores incas) 3uscava res+atar um passado+lorioso$ mitificado com #omens construindo uma memória social din2mica !uereestruturaria o modo de vida$ dei"ando de privile+iar a!ueles !ue a+oradominavam) .ssa con4untura dificultou a ela,ora%&o de uma no%&o deso,erania em rela%&o ao deslocamento do poder real ao pouco) Dessa forma arevolu%&o peruana vem de fora$ como uma necessidade ampliada daslideran%as criollas)

.m outros vices reinos como o da 0ova ranada e na capitania daVene;uela$ os eventos tam,ém ocorreram de formas diferentes) .stes forammovimentos precoces$ por fatores como suas locali;a%*es +eo+r?ficas e a

mesti%a+em de suas popula%*es) Caracas$ serviu como espa%o de de,ates arespeito dos direitos naturais e civis$ servindo de influncia para movimentos deindependncia) Francisco Niranda e 1mon 3ol1var$ !ue vieram do e"terior$participaram e foram altamente influenciados por diversos c1rculos intelectuais$compartil#ando as novas no%*es de so,erania e valores)

3ol1var cr !ue os americanos deveriam refletir a respeito das ideias dailustra%&o$ a fim de ,uscar nestas solu%*es !ue se ade!uassem asespecificidades da realidade o continente) .le defendia uma restri%&o ao maior nSmero de indiv1duos aos direitos ,?sicos defendidos pela mesma corrente de

pensamento$ em favor da permanncia de privilé+ios$ com sua cr1tica aofederalismo) Foi$ em =J=Q$ e"ilado no Haiti de forma volunt?ria$ e l? passa a

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defender$ cada ve; mais$ a centrali;a%&o do +overno$ o !ue dificulta o processode independncia) Além disso$ posteriormente 3ol1var e"pressa um discursoainda mais autorit?rio e pessimista a respeito do futuro latino americano$ e n&oconse+ue ela,orar uma proposta !ue unisse os +rupos em uma pol1tica ampla)

Conclui-se !ue o estudo feito por Fran%ois-Mavier uerra foi de sumaimport2ncia para compreender as independncias latino americanas através deseu viés revolucion?rio) Além disso$ o #istoriador leva em conta dos a+entes epress*es e"ternas$ porém enfati;a as rela%*es internas !ue +eraram asrevolu%*es e culminou nas independncias)