ameaças infra-estruturais ao turista de natureza – o caso da serra da penha

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81 Interconexões - Revista de Ciências Sociais,Vol. 2, n.º 2, 2013 Infrastructural threats to the nature tourist – The case of the Serra da Penha Ameaças infra-estruturais ao turista de natureza – O caso da Serra da Penha Maria José Magalhães* Sérgio Tenreiro de Magalhães** Resumo Este trabalho apresenta um estudo sobre as ameaças que as infra-estruturas de se- gurança colocadas nos percursos pedestres representam para os turistas de natureza. O método de investigação utilizado foi o estudo de caso, sendo o caso o percurso pedestre PR3 – Rota da Penha em Guimarães, Portugal. Concluiu-se deste estudo que a existência de infra-estruturas de protecção, que, não apresentando uma protecção efectiva, servem apenas de aviso, podem levar os turistas a considerar as situações como menos perigosas, tornando-os mais vulneráveis às ameaças existentes. Esta situação é agravada pela con- fluência de vários tipos de turista em determinados pontos do PR3. Palavra-chave: Ameaças ambientais, Segurança, Turismo, Serra da Penha AbstRAct This work presents a study on the threats that the security infrastructures placed in footpaths represent to nature tourists. The adopted research method was the case- study, being the case the P3 – Rota da Penha footpath in Guimarães, Portugal. This study will show that the existence of security infrastructures, that while not representing an effective protection act only as warning structures, might lead the tourists to regard the * Faculdade de Ciências Sociais, Universidade Católica Portuguesa, [email protected] * *Faculdade de Ciências Sociais, Universidade Católica Portuguesa, [email protected]

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Este trabalho apresenta um estudo sobre as ameaças que as infra-estruturas de segurançacolocadas nos percursos pedestres representam para os turistas de natureza. Ométodo de investigação utilizado foi o estudo de caso, sendo o caso o percurso pedestrePR3 – Rota da Penha em Guimarães, Portugal. Concluiu-se deste estudo que a existênciade infra-estruturas de protecção, que, não apresentando uma protecção efectiva, servemapenas de aviso, podem levar os turistas a considerar as situações como menos perigosas,tornando-os mais vulneráveis às ameaças existentes. Esta situação é agravada pela confluênciade vários tipos de turista em determinados pontos do PR3.

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    Interconexes - Revista de Cincias Sociais,Vol. 2, n. 2, 2013

    Infrastructural threats to the nature tourist The case of the Serra da Penha

    Ameaas infra-estruturais ao turista de natureza O caso da Serra da Penha

    Maria Jos Magalhes*Srgio Tenreiro de Magalhes**

    ResumoEste trabalho apresenta um estudo sobre as ameaas que as infra-estruturas de se-

    gurana colocadas nos percursos pedestres representam para os turistas de natureza. O mtodo de investigao utilizado foi o estudo de caso, sendo o caso o percurso pedestre PR3 Rota da Penha em Guimares, Portugal. Concluiu-se deste estudo que a existncia de infra-estruturas de proteco, que, no apresentando uma proteco efectiva, servem apenas de aviso, podem levar os turistas a considerar as situaes como menos perigosas, tornando-os mais vulnerveis s ameaas existentes. Esta situao agravada pela con-fluncia de vrios tipos de turista em determinados pontos do PR3.

    Palavra-chave: Ameaas ambientais, Segurana, Turismo, Serra da Penha

    AbstRActThis work presents a study on the threats that the security infrastructures placed

    in footpaths represent to nature tourists. The adopted research method was the case-study, being the case the P3 Rota da Penha footpath in Guimares, Portugal. This study will show that the existence of security infrastructures, that while not representing an effective protection act only as warning structures, might lead the tourists to regard the

    * Faculdade de Cincias Sociais, Universidade Catlica Portuguesa, [email protected]* *Faculdade de Cincias Sociais, Universidade Catlica Portuguesa, [email protected]

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    situation as less risky, making them more vulnerable to the existing threats. This situation is aggravated by the confluence in certain points of the PR3 of several types of tourists.

    Keywords: Environmental threats, Security, Tourism, Penha

    1. IntRoduo

    O conceito de Turismo de Natureza ainda no est estabilizado na comunidade acadmica (Mehmetoglu, 2007), sendo que alguns autores apresentam definies mais abrangentes e outros mais restritas, por vezes distinguindo e outras misturando este con-ceito com o de ecoturismo. Laarman e Durst (1987) definiram o Turismo de Natureza como contendo as vertentes de educao, recreao e frequentemente de aventura, e classificaram os turistas de natureza em soft e hard, de acordo com o seu nvel de interesse e dedicao natureza e a sua condio fsica. Cassells e Valentine (1991) dividiram o turismo baseado na natureza em trs tipos: o turismo dependente da natureza (como a observao de pssaros); o turismo melhorado (enhanced) pela natureza (o turismo que beneficiado pelo facto de decorrer na natureza como, por exemplo, o campismo); e o turismo que ocorre por acaso na natureza (como a natao num lago quando o foco est na natao). J Lindberg (1991) clas-sifica os Turistas de Natureza em quatro tipos: hard-core (ou ncleo-duro), constitudo por investigadores cientficos ou excurses pensadas para questes educacionais, para remoo de lixo, etc.; turistas dedicados natureza, que so os que se deslocam com o propsi-to especfico de visitar reas protegidas e compreender a sua histria cultural e natural; turistas convencionais (mainstream) que visitam regies exticas, como a Amaznia, com o propsito de vivenciar uma experincia original; e os turistas de natureza ocasionais, que desfrutam da natureza como parte ocasional de uma viagem com um objectivo mais lato.

    Em Portugal, o Turismo de Natureza definido pelo Decreto-Lei n. 56/2002, de 11 de Maro, como um produto turstico composto por estabelecimentos, actividades e servios de alojamento e animao turstica e ambiental realizados e prestados em zo-nas integradas na Rede Nacional de reas Protegidas (Governo da Repblica Portuguesa, 2002). Por ser ao ar livre e envolver o contacto directo com o meio ambiente. Este tipo de tur-ismo pode apresentar alguns perigos para o turista, relacionados com o relevo, a fauna e a flora desconhecidos, as condies climatricas, etc. O risco maior quando se trata de atravessar zonas acidentadas, como o caso de serras e montanhas, e quando inclui actividades de aven-tura (parques radicais, rafting, escalada, etc.). Nalguns casos, a colocao de infra-estruturas de alerta e de proteco pode reduzir o risco, sem colocar em causa a experincia de contacto com a natureza, maximizando assim a experincia turstica, e sem prejudicar o ambiente.

    Snmez e Graefe (1998) mostraram que a percepo de insegurana um fac-tor determinante na deciso de no regressar a uma regio, pelo que uma simples placa alertando para a existncia de insectos nas rvores fora de um trilho pode fazer a diferena

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    entre uma experincia positiva e uma experincia negativa e, assim, fazer a diferena entre regressar e no regressar. Este trabalho demonstra que os elementos artificiais colocados em zonas de Turismo de Natureza para proteger o turista podem representar um perigo acres-cido, ao criar uma falsa sensao de segurana que pode induzir comportamentos de risco.

    O caso de estudo apresentado o percurso pedestre PR3 Rota da Penha, na Serra da Penha em Guimares, Portugal, que conjuga o Turismo de Natureza com o Turismo Re-ligioso, por atravessar parte da Serra da Penha e por passar junto a vrios locais de devoo, em especial pelo Santurio de Nossa Senhora do Carmo da Penha. Aproveitando a riqueza histrico-cultural, paisagstica e natural do concelho de Guimares, com o objectivo de di-namizar o Turismo de Natureza existente na Penha, a Cmara Municipal de Guimares, em colaborao com a Irmandade da Penha e a Turipenha, promoveu a implementao do per-curso pedestre PR3 Rota da Penha em 2008, juntando-o aos j existentes PR1 S. Torcato e seus Moinhos e PR2 Rota da Citnia (JN, 2008). O PR3 est registado e homologado pela Federao de Campismo e Montanhismo de Portugal e pela Fdration Europenne de la Randonne Pdestre (Cmara Municipal de Guimares, 2013).

    A Serra da Penha, com 60 hectares de zona verde preservada, encontra-se no mu-nicpio de Guimares, a cerca de 5 km da cidade, no distrito de Braga, em Portugal, e tem uma altitude no seu ponto mais alto de 613 metros (Sampaio et al, 2010). uma serra que constitui um plo turstico bastante atractivo da regio, no s pelas suas caractersti-cas culturais e ambientais, particularmente de ndole geolgica, mas tambm por estar localizada na freguesia da Costa, no concelho de Guimares. A cidade de Guimares conhecida como o bero de Portugal e classificada pela UNESCO como Patrimnio da Humanidade, sendo por isso um local de turismo por excelncia (Pinto, 2010).

    A Serra da Penha, enquanto estncia turstica, est equipada com hotis, restau-rantes, combio panormico, telefrico, miradouros e parque de campismo, havendo vrias actividades tursticas ao longo de todo o ano.

    O Turismo Religioso resulta da devoo a Nossa Senhora do Carmo da Penha, cujo santurio remonta ao incio do sculo XVIII, altura em que, segundo a lenda, um ermito chamado Guilherme, inspirado por Deus, ter colocado a imagem de Nossa Senhora entre uns grandes penhascos para ser venerada pelos crentes. Aps a morte do ermito, o lugar foi ocupado pelos religiosos Carmelitas Calados, passando a imagem a chamar-se Nossa Senhora do Carmo da Penha. Em 18 de Julho de 1873, o Papa Pio IX concedeu uma in-dulgncia plenria e remisso de todos os pecados aos seus devotos. Em 1894, acontece a primeira grande peregrinao Penha, que se repete, desde ento, todos os anos, no segundo domingo do ms de Setembro (INSCP, 2013).

    O Turismo de Natureza da Serra da Penha deve-se sua riqueza patrimonial geolgi-ca, bem como beleza do meio ambiente circundante, com grandes penedos, grutas, desfiladeiros, fontes e rvores de grande porte. Um estudo efectuado em 2010 chama a ateno para a necessidade de preservar a riqueza do patrimnio geolgico e geocultural

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    e de adequar a oferta turstica, tornando-a mais abrangente, de modo a atrair gelogos e pessoas ligadas s cincias naturais (Pinto et al, 2010).

    Apresentado o caso em estudo, apresentam-se de seguida o mtodo de investigao utilizado (seco 2), os resultados obtidos (seco 3) e, finalmente, as concluses deste estudo (seco 4).

    2. mtodo de InvestIgAo

    Tratando-se de um caso de estudo, procurou-se uma abordagem diversificada, que permitisse a triangulao dos resultados, naquilo que possa ser definido de uma forma objectiva. Durante este estudo, percorreu-se o trajecto pedestre PR3 Rota da Penha e analisaram-se os diversos elementos que se consideraram perigosos para os turistas. Os vrios locais foram avaliados por observao directa e por avaliao quantitativa das di-menses das infra-estruturas existentes para proteco dos visitantes, tendo sido avaliadas quanto segurana efectiva que prestam.

    No caso da Serra da Penha, as zonas de maior perigo esto associadas altitude dos locais de observao (miradouros) e do prprio percurso pedestre. Uma vez que, no que respeita avaliao das condies de segurana dos percursos pedestres, deste tipo ou de outros, no existe nenhuma lei especfica para as infra-estruturas a implementar nos locais de maior perigo, recorreu-se, por semelhana das situaes, s condies definidas para as varandas dos edifcios (incluindo os de acesso pblico) segundo a Norma Portuguesa NP 4491:2009 - Guardas para edifcios. Caractersticas dimensionais e mtodos de ensaio, que constitui a referncia tcnica para a construo de guardas para edifcios, elaborada pelo Instituto Portugus da Qualidade (IPQ, 2009).

    De acordo com a NP 4491:2009 (IPQ, 2009) as indicaes que se aplicam s guar-das de varandas e que, por semelhana, consideraremos para as guardas de proteco dos miradouros e outros locais com perigo de queda (em altura) ao longo do PR3 so:

    As guardas devem ter uma altura mnima de 1,10m; O espaamento entre os vrios elementos de preenchimento vertical e entre estes e elementos de limitao laterais no deve ser superior a 9cm; O espaamento entre o limite inferior da guarda e o pavimento dever ter preferencialmente uma dimenso mxima entre 5cm e 7,5cm.

    Acrescenta-se que, de acordo com a norma adoptada, no so admissveis elemen-tos divisrios horizontais nas guardas em locais onde esteja prevista a presena de crianas, pelo perigo que apresenta a possibilidade de estas escalarem a guarda (IPQ, 2009).

    Para melhor descrever o percurso e as suas caractersticas, apresentam-se, ao longo deste trabalho, fotografias recolhidas no local, que so complementadas com anotaes

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    referentes a objectos e a distncias. A cada anotao foi atribuda uma letra ou um nmero, conforme se trate de um objecto ou de uma distncia, para facilitar a referncia no texto.

    Para uma melhor compreenso dos elementos a avaliar, co-validando os resultados obtidos, e para uma primeira avaliao do impacto do risco no comportamento do turista e na sua percepo de risco, recorreu-se entrevista breve e, durante o estudo de campo, observao e documentao dos comportamentos dos turistas, o que levou necessidade de avaliao das acessibilidades luz do Decreto-Lei 163/2006. Este diploma legal foi desenhado para promover a igualdade de acessibilidade a todos os cidados, promovendo a incluso de pessoas com deficincia, mas neste caso ir permitir identificar as ameaas integridade fsica dos frequentadores de determinados pontos do PR3, em particular dos turistas religiosos.

    Note-se que o Decreto-Lei 163/2006 tem uma entrada em vigor progressiva at 2016, estando previstas excepes sua aplicao, nomeadamente nos casos em que o espao em causa j cumpra o previsto no Decreto-Lei n.123/97 (Artigo 9. - n. 3) ou quando as obras necessrias sua execuo sejam desproporcionadamente difceis, requeiram a aplicao de meios econmico-financeiros desproporcionados ou no dis-ponveis, ou ainda quando afectem sensivelmente o patrimnio cultural ou histrico, cujas caractersticas morfolgicas, arquitectnicas e ambientais se pretende preservar. Neste trabalho no se trata, portanto, de estudar o cumprimento da actual legislao, mas da anlise do risco existente, j que, independentemente da inteno do legislador de no impor constantes alteraes aos espaos pblicos, nomeadamente aos que j tinham feito um esforo para garantir as acessibilidades e de no impor esforos desproporcionados, as novas normas tcnicas trazem uma considervel reduo do risco, enquanto aumentam a igualdade de oportunidade de acesso para todos.

    3. ResultAdos

    3.1. sItuAes de peRIgo IdentIFIcAdAs no pR3 - RotA dA penhA de AcoRdo com A noRmA np 4491:2009

    O percurso pedestre PR3 comea no Convento de Santa Marinha da Costa (Ponto 1 do PR3) e termina na Gruta da Senhora do Carmo (Ponto 7 do PR3). Iniciado o percur-so pedestre, at chegarmos Capela de Santa Catarina (Ponto 2 do PR3) no foram en-contrados perigos infra-estruturais a referir. Todo o percurso est devidamente assinalado, recorrendo a sinaltica prpria (Figura 1), pelo que no se encontraram dificuldades em seguir o trilho. Uma vez que este trabalho ser publicado, na verso impressa, a pre-to-e-branco, a Figura 1 inclui a correspondncia, de forma descritiva, entre as cores na figura e as cores reais da sinaltica.

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    Figura 1 Marcas de sinalizao de percurso

    Chegados zona junto ao telefrico, surge um pequeno miradouro que no apre-senta proteco relativamente a quedas, tem apenas algumas pedras espaadas (identifica-das com a letra A na Figura 2), a assinalar pontualmente o limite do pequeno miradouro. Pode-se verificar na Figura 3 o elevado declive que se observa a partir deste miradouro.

    Figura 2 - Miradouro junto ao Telefrico

    Correspondncia de cores

    Cor cinzento claro amarelo

    Cor cinzento escuro - vermelho

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    Figura 3 Declive junto ao miradouro do telefrico

    Continuando o percurso, para chegar ao Ponto 3. Pio IX, a subida tem alguma inclinao e o pavimento irregular (Figura 4). Embora se possa aceder ao local de au-tomvel, note-se que o PR3 um percurso pedestre. O pavimento irregular uma carac-terstica normal num percurso de montanha, pelo que o turista dever estar alertado para o risco inerente. No entanto, a circulao automvel em percursos pedestres introduz uma ameaa que conduz a um risco acrescido, essa sim digna de nota.

    Figura 4 Acesso ao Miradouro Pio IX

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    No Miradouro Pio IX, a paisagem sobre a cidade de Guimares magnfica, sendo um stio muito visitado, quer por turistas quer pelos habitantes da cidade, sendo aproveitado para alguns momentos de descanso e lazer. As infra-estruturas de proteco, relativamente altitude, que se encontram no Miradouro, so constitudas por barras horizontais de metal com pouca altura (Figura 5).

    Figura 5 Proteco do Miradouro Pio IX

    A distncia do solo primeira barra da guarda de 37cm (distncia assinalada pelo nmero 1 na Figura 6), sendo a distncia mxima admissvel pela norma portuguesa NP 4491:2009 de 5cm a 7.5cm; a distncia entre as duas barras da guarda de 23cm (distncia assinalada pelo nmero 2 na Figura 6) e a altura do cho ao cimo da guarda de 72.5cm (distncia assinalada pelo nmero 3 na Figura 6), sendo a altura mnima admissvel pela norma portuguesa NP 4491:2009 de 1.10m e no permitida a existncia de elementos horizontais. A existncia de barras de metal colocadas na horizontal das guardas permite a sua escalada, o que no indicado para locais onde esteja prevista a presena de crianas, como o caso, j que este local, para alm de fazer parte do percurso pedestre PR3, visitado por outro turistas, que frequentemente se deslocam em famlia.

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    Figura 6 Guarda do Miradouro Pio IX

    Do Ponto 3. Miradouro Pio IX pode-se continuar o percurso descendo umas es-cadas (Figura 7).

    Figura 7 - Escadas no Miradouro do Pio IX

    Contudo, logo que terminam as escadas, aparece muito lixo, incluindo objectos de metal e de vidro, que constituem um perigo para os turistas pedestres que passem nesse local e potenciam as consequncias de uma eventual queda do miradouro (Figura 8 e Figura 9).

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    Figura 8 - Garrafas partidas e copos

    Figura 9 - Embalagem plstica e lata de metal.

    Tambm no Miradouro Pio IX existem umas escadas em metal de fcil acesso a qualquer pessoa, que pelas suas caractersticas se destinaro ao uso pelo pessoal de ma-nuteno, mas que constituem uma ameaa, no s por serem estreitas e completamente verticais (Figura 10), dificultando a sua descida e subida, mas tambm por darem acesso

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    a uma zona ngreme em granito, o que, em caso de queda, agrava as suas consequncias (Figura 11). A guarda que separa o trio do miradouro da escada tem as distncias j referi-das como 1 e 2 na Figura 6 (37cm e 23cm), que permitem a passagem de uma criana por esses espaos e, sendo a altura total da guarda (assinalada como 3 na Figura 6) de 72.5cm, at mesmo por cima da guarda no seria difcil a passagem por um adolescente.

    Figura 10 - Escadas de manuteno (Pio IX)

    Figura 11 - Local de acesso das escadas de manuteno referida na Fig. 10

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    Continuando o percurso, chega-se ao Ponto 4. Gruta da Senhora de Lurdes, onde no se observaram situaes de perigo relativamente a infra-estruturas.

    Segue-se o Ponto 5 do PR3, um dos pontos mais frequentados da Serra da Penha: o Santurio de Nossa Senhora do Carmo da Penha. O edifcio propriamente dito tem, para alm da sua prpria beleza, o interesse religioso que justifica a sua existncia, re-alizando-se a celebraes peridicas e pontuais (missas, casamentos, baptizados, etc.) e que, portanto, atraem numerosos catlicos. O miradouro existente na parte de trs do Santurio apresenta uma vista panormica sobre a cidade de Guimares e arredores.

    Para facilitar a indicao da localizao dos vrios elementos de proteco exis-tentes na zona do Santurio da Penha, assume-se ao longo deste trabalho, para efeitos de referencial, a perspectiva de quem olha de frente para a entrada principal do Santurio.

    As proteces existentes nas zonas laterais do Santurio so similares: iguais, mas com o padro invertido. A Figura 12 apresenta a proteco do lado direito do Santurio e respectivas medies, que tm os mesmos valores da proteco existente do lado esquerdo.

    As distncias das proteces existentes nas zonas laterais do Santurio esto iden-tificadas com os nmeros 1, 2, 3 e 4, sendo os seus valores os apresentados na Tabela 1.

    Figura 12 Proteces existentes do lado direito do Santurio

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    Distncias assinaladas Valores medidos Valores segundo a Norma na Figura 6 (cm) NP 4491:2009 (cm)

    1 41 1102 30 5 a 7.53 64.2 1104 48 110

    Tabela 1 Valores referentes s guardas laterais do Santurio

    Como se verifica pela anlise da Tabela 1, nenhum dos valores das guardas est de acordo com a norma NP 4491:2009, apresentando valores de altura da guarda mais baixos que os previstos e uma distncia do cho at ao elemento estrutural de proteco de qua-tro vezes superior ao valor mximo indicado pela norma (7.5 cm).

    Na parte traseira do Santurio, existe um miradouro composto por dois nveis, ace-dendo-se de um para o outro atravs de escadas. Na Figura 13, assinala-se como 1 a altura do desnvel existente entre os dois nveis do miradouro, como 2 a altura da proteco exis-tente no nvel superior e como 3 a altura corresponde a uma queda de um nvel para o outro.

    Figura 13 Proteces existentes na parte de trs do Santurio

    A altura do espao em vazio da guarda superior de 29cm, permitindo a passagem por entre a guarda, sendo a altura entre os dois desnveis de 118.5cm (distncia assinalada

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    como 1). A altura desde o cho at ao cimo da guarda (distncia assinalada como 2) de 41.5 cm, valor muito distante da distncia mnima admissvel pela norma portuguesa NP 4491:2009, que de 1.10m. A altura da queda que o turista sofreria, caso a proteco no sirva de aviso de 1.6m (distncia assinalada como 3).

    O patamar inferior do miradouro composto por uma zona onde os turistas po-dem sentar-se e apreciar a paisagem (Figura 14, assinalado como B). Contudo, a distncia do solo at ao local onde os turistas podero sentar-se (distncia assinalada com o nmero 1 na Figura 14) de 38.2cm, podendo servir de apoio para a escalada da proteco. As distncias assinaladas na Figura 14 com os nmeros 2 e 3 so, respectivamente, de 90cm e 48.5cm. A altura desta guarda (assinalada como 2 na Figura 14) , de todas as distn-cias de guardas medidas at esta altura do percurso, a que mais se aproxima do valor de 1.10m indicado pela norma, no atingindo contudo o valor considerado de segurana. O espao livre existente na proteco (distncia assinalada pelo nmero 4 na Figura 14) de 30.8cm, que, em conjugao com o valor da distncia assinalada como 3, permite a passagem de uma criana.

    Figura 14 Proteces existentes no Miradouro do Santurio

    Seguindo o percurso, chega-se ao Ponto 6. Capela de So Cristvo, onde as guar-das de proteco so constitudas por barras verticais de metal com a altura de 107.5cm (Figura 15), sendo o valor muito prximo dos 110cm previstos pela norma NP 4491:2009, existindo ainda dois portes que permitem impedir o acesso ao miradouro (Figura 16).

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    Figura 15 - Guarda de proteco da Capela de So Cristvo

    Figura 16 - Porto de acesso ao miradouro da Capela de So Cristvo

    Continuando o percurso PR3, chega-se finalmente ao Ponto 7.Gruta de Nossa Senhora do Carmo, cujo nico perigo a mencionar o das escadas de acesso Gruta, que so muito irregulares, ngremes e estreitas, como se pode verificar pela Figura 17 e pela Figura 18 (o sapato visvel, atravessado no degrau, do tamanho 37).

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    Figura 17 - Escadas de acesso Gruta da Senhora do Carmo

    Na Figura 18, as zonas marcadas com a letra C so zonas em que as pedras esto revestidas por vegetao que resulta de as escadas se encontrarem num stio hmido e com pouca luz. As escadas so, portanto, muito escorregadias, aumentando o perigo de queda.

    Figura 18 Dimenso dos degraus

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    3.2. entRevIstAs e obseRvAo de compoRtAmentosA metodologia de estudo de caso implica a recolha de dados de fontes to variadas

    quanto possvel, de modo a procurar uma co-validao dos resultados obtidos. Na seco anterior, descreveram-se de forma objectiva diversos perigos encontrados no PR3. No entanto, para que seja possvel concluir a existncia de uma ameaa real, necessrio encontrar evidncias de que os turistas encaram, pela existncia das infra-estruturas, as situaes como sendo menos perigosas, tornando-se mais vulnerveis s ameaas apresen-tadas. Para atingir este objectivo, realizou-se um trabalho de campo que procurou anotar comportamentos de risco e recolher a percepo de alguns dos turistas, alguns de nature-za, outros no, j que certos pontos do PR3 so frequentados simultaneamente por turis-tas religiosos e at por cidados locais envolvidos em actividades religiosas. Procurou-se, em particular, recolher a percepo dos aparentemente mais vulnerveis, como idosos e outros cidados com mobilidade reduzida (por deficincia fsica, transporte de carrinhos de beb, etc.). Deste trabalho, descrito nesta seco, resultou a necessidade de avaliar tambm as condies de acessibilidade de algumas das zonas tursticas da serra da Penha.

    Durante o trabalho de campo, no Miradouro do Santurio da Penha (Ponto 5 do PR3) verificou-se uma situao de risco quando um turista subiu para uma das guardas (Figura 19).

    Figura 19 - Turista em cima de guarda de proteco

    A altura da guarda de proteco onde se encontra o turista em p de 41cm (me-dida referida com o nmero 1 na Tabela 1), sendo por isso fcil a adultos e crianas a sua subida. Aps a subida guarda, caso surja algum desequilbrio, no existe nada em que o

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    indivduo se possa apoiar; por outro lado, a superfcie onde o turista est em p de pedra e no plana, mas sim ligeiramente curva, aumentando o risco de queda. Nesta situao, o facto de existir uma guarda de proteco no s no foi o suficiente para alertar o turista para a ameaa que constitui o local, como se tornou um atractivo para subir e ver melhor a paisagem. A presena desta guarda representou, assim, um elemento de risco acrescido, uma ameaa integridade fsica do turista. Eis uma situao em que a existncia por si s do elemento de proteco no funciona como elemento de alerta e se tivesse os 110cm aconselhados pela NP 4491:2009, dimenses aconselhadas a guardas de proteco, pode-ria funcionar como elemento protector.

    Uma situao verificada vrias vezes, em vrios pontos do percurso efectuado, so os alertas dos adultos para as crianas relativamente aos perigos. Frases como: Tem cuidado que muito alto., No subas para a., J aqui minha beira que isto muito perigoso.. A verdade que as crianas, muitas vezes ainda pequenas, apesar dos avisos dos adultos, no reagem de imediato ordem e os adultos perante a situao de perigo alertam, mas no os chamam para lhes dar a mo. O facto de este percurso ser ao ar livre induz um clima de maior relaxamento por parte dos visitantes e em que as crianas, curi-osas por natureza, se deslocam livremente, acabando a atitude dos adultos por se resumir, muitas vezes, a chamadas de ateno em voz alta de forma sucessiva. Esta forma de actuar poder no ser suficiente para impedir a criana de se expor a perigos apenas assinalados por infra-estruturas que, podendo servir de aviso, no so de proteco. Acrescente-se que, como j foi referido, alm dos turistas de natureza, a Penha tambm frequentada por outros tipos de turistas que, frequentemente, viajam em famlia, muitas vezes trazen-do consigo crianas. normal que muitas destas famlias no estejam sensibilizadas para os perigos de percursos de natureza nem devidamente equipadas (roupa e calado).

    Uma outra situao que alertou para o perigo de acesso ao Ponto 5 Santurio da Penha foi o da observao da dificuldade da descida das rampas por vrias pessoas. Apre-sentam-se, de seguida, algumas das situaes anotadas.

    Os acessos zona do Santurio so feitos por escadas ou por uma das duas rampas existentes nos lados do Santurio. Na Figura 20 observa-se uma senhora idosa, com difi-culdades de locomoo, a quem impossvel a utilizao das escadas, pois apenas conse-guia arrastar os ps.

  • Maria Jos Magalhes - Srgio Tenreiro Magalhes

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    Figura 20 - Rampa do lado direito do Santurio

    Quando foi pedido senhora autorizao para a fotografar, ela respondeu: Com certeza, menina, para verem que isto no tem jeito nenhum!. A senhora que a acom-panhava e a apoiava na descida disse que as condies de acesso eram muito difceis para pessoas com problemas. Numa outra situao, um casal acompanhado de duas crianas, uma de 2 anos que ia num carrinho de beb e outra de 8 anos, tambm comentaram que as rampas eram muito perigosas, pois eram muito inclinadas e tornavam muito difcil controlar a velocidade de descida do carrinho de beb. Outro casal ainda jovem, em que se observou que a senhora ia apoiada no companheiro e a descer lentamente, quando interpelado, a jovem respondeu: Com estes saltos muito difcil descer esta rampa. S mesmo de botas com sola de borracha.. Embora o uso de calado com sola de borracha seja o mais indicado para percursos pedestres de montanha, a verdade que o Santurio de Nossa Senhora do Carmo da Penha, embora fazendo parte do PR-3, tambm um local turstico por si s e h muitas pessoas que elegem a Penha para um simples passeio ao fim de semana. Neste tipo de situaes, nem sempre se pensa, ou tem conhecimento, nas car-actersticas do local. Da mesma forma, como j foi referido, a existncia de celebraes, como casamentos ou baptizados no Santurio, faz com que as pessoas, nessas ocasies, usem calado com sola sem ser em borracha e as senhoras calado de salto alto.

    Perante os dados recolhidos no trabalho de campo, entendeu-se ser necessrio avaliar objectivamente a ameaa representada pelas acessibilidades existentes, tendo-se tomado como referencial o Decreto-Lei n. 163/2006 de 8 de Agosto, conforme descrito na seco sobre o mtodo de investigao utilizado, que promove a igualdade de acessibil-idade a todos os cidados, promovendo a incluso de pessoas com deficincia.

  • Ameaas infra-estruturais ao turista de natureza O caso da Serra da Penha

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    Determinou-se a inclinao da rampa do lado direito do Santurio de Nossa Senhora do Carmo, para acesso ao miradouro, que de 24%, sendo a altura a vencer de 2.9m e a projeco horizontal de 12.1m. De acordo com a Seco 2.5 Rampas do Decreto-Lei n. 163/2006 (Ministrio do Trabalho e da Solidariedade Social, 2006), no existe nenhuma situao prevista em que a rampa ultrapasse os 12% de inclinao e nessa situao o valor do desnvel a vencer no poderia ser superior a 0.1m nem a projeco horizontal superior a 0.83m.

    Como existia uma outra rampa do lado esquerdo do Santurio, determinou-se tam-bm o declive para essa rampa para verificar se seria uma opo mais vlida de acesso, mas o declive de 27.5%, sendo a altura a vencer de 3m e a projeco horizontal de 10.9m. Novamente, os valores verificados esto longe dos valores propostos pela lei.

    Na realidade, quando olhamos da parte debaixo, estando de frente para o Santurio, (Figura 21) no parece que as rampas tenham uma inclinao to grande como a que na realidade tm. A sensao de segurana transmitida pelas rampas de acesso ao Ponto 5. Santurio da Penha resulta, por um lado, das suas extenses (a rampa do lado direito mede cerca de 12.5m e a rampa do lado esquerdo cerca de 11.3m) e, por outro, do seu excelente enquadramento na paisagem circundante, com o mesmo declive e preenchida com vegetao de grande porte, que diminui, visualmente, a escala da altura a vencer.

    Figura 21 - Santurio da Penha

    Estas rampas, pela sua dimenso, deveriam estar equipadas com corrimos, uma vez que as rampas na via pblica, para alm de deverem cumprir o disposto na j referida seco 2.5 do Decreto-Lei n. 163/2006 (Ministrio do Trabalho e da Solidariedade Social, 2006), devem, sempre que vencerem desnveis superiores a 0.4m, ter corrimos de ambos os lados ou um duplo corrimo central, se a largura da rampa for superior a 3 m; ou 2) ter corrimos de ambos os lados e um duplo corrimo central, se a largura da rampa for superior a 6 m.

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    concluses

    O estudo apresentado permitiu demonstrar que a existncia de infra-estruturas de segurana mal concebidas em percursos pedestres de turismo de natureza representa em si mesmo uma ameaa segurana do turista. A avaliao quantitativa e qualitativa realizada permitiu concluir que a existncia destes equipamentos cria uma falsa sensao de segurana e uma expectativa de seguridade que acaba frustrada, especialmente em per-cursos onde se juntam turistas de natureza, melhor equipados e mais alertados para riscos, com outros turistas, como o turista religioso.

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