ambiente das Águas

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No Estado do Rio de Janeiro INEA

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Page 1: Ambiente das Águas
Page 2: Ambiente das Águas

Manguezais da APA de Guapimirim, na desembocadura do rio Guaxindiba, na Baía de Guanabara

Page 3: Ambiente das Águas

Setembro / 2001

SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - SEMADS

Projeto Planágua Semads / GTZ de Cooperação Técnica Brasil - Alemanha

NO ESTNO ESTNO ESTNO ESTNO ESTADO DO RIO DE JANEIRADO DO RIO DE JANEIRADO DO RIO DE JANEIRADO DO RIO DE JANEIRADO DO RIO DE JANEIROOOOOAMBIENTEAMBIENTEAMBIENTEAMBIENTEAMBIENTE

DDDDDAS ÁGUAS ÁGUAS ÁGUAS ÁGUAS ÁGUASASASASAS

AMBIENTEAMBIENTEAMBIENTEAMBIENTEAMBIENTEDDDDDAS ÁGUAS ÁGUAS ÁGUAS ÁGUAS ÁGUASASASASAS

Ambiente das Águasno Estado do Rio de JaneiroAmbiente das Águas

Page 4: Ambiente das Águas

Ficha técnica

4

Ambiente das Águas

Aderson Marques Martins ( DRM )Alan Carlos Vieira Vargas ( Serla )

Alceo Magnanini ( IEF )Ana Cristina Machado de Oliveira ( IEF )

Andréa Franco de Oliveira ( IEF)Clélio Navarro ( Semads )

Cleonilde Aranha ( Semads )Cristina Carvalho de Mello ( PDBG )

Eduardo Ildefonso Lardosa ( IEF )Egmont Bastos Capucci ( Cedae )

Elizabeth Cristina da Rocha Lima ( Feema )Fátima Helena Rocha Crispino ( Serla )

Glauco Souza Barradas ( Fiperj )Helga Restum Hissa ( Pesagro-Rio )

Ilma Conde Perez ( Feema )Jackeline Motta dos Santos ( Planágua )Lilian Santos Carvalho ( Pesagro-Rio )Lúcia Regina Teixeira Mendes ( IEF )Marco Aurélio Santiago Dias ( Semads )Marta Bebiano Costa ( Cide )Mônica da Hora ( Serla )Norma Crud Maciel ( Feema )Raul Lardosa Rebelo ( Planágua )Sabina Campagnani ( IEF )Valdo da Silva Marques ( Simerj )Verônica da Matta ( Serla )Waldir Rugero Peres ( Cide )Waldo Moreno Gonçalves ( Pesagro-Rio )

Cooperação Técnica Brasil-AlemanhaProjeto Planágua/Semads/GTZ

Coordenação: Antônio da Hora ( Subsecretário Adjunto de Meio Ambiente )

Wilfried Teuber ( Planco Consulting - GTZ )Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - Semads

Rua Pinheiro Machado, s/nº - Palácio Guanabara - Prédio Anexo / 2º andarLaranjeiras - RJ

20 238 - 900

Colaboraram na elaboração desta publicação:

Editor - Redator( Consultor PLANÁGUA )

William WeberProjeto gráfico e diagramação

Luiz Antonio PintoEquipe editorial Carmine Miceli

Celma Paes BarretoGessy RangelLaura França

Marilena Alfradique

Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme decreto nº 1.825, de 20 de dezembro de 1907

A 492 Ambiente das Águas no Estado do Rio de Janeiro / Coordenador

William Weber. - - Rio de Janeiro : SEMADS, 2001230 p. : il.ISBN 85-87206-13-3Cooperação Técnica Brasil-Alemanha, Projeto

PLANÁGUA-SEMADS/GTZ.1.Meio ambiente. 2.Recursos hídricos. 3.Saneamento

ambiental. I. PLANÁGUA. II. Weber, William.

CDD - 333.91

Page 5: Ambiente das Águas

Ambiente das Águasno Estado do Rio de JaneiroAmbiente das Águas

ÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICE

INTRODUÇÃO

2121212121

DISPONIBILIDADE HÍDRICA..... Mundo de água ..... Planeta Terra? ..... No Brasil ..... Preocupante poluição..... Ecologia e preservação ..... Águas subterrâneas ..... Maior reserva do mundo..... Água é vida ..... Escassez ..... Desperdício ..... Distribuição nos continentes

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OS RIOS E SEUS USOS..... Mananciais ..... Concessão de serviços ..... Consumo industrial ..... Consumo agrícola..... Controle microbiológico ..... Microbacias ..... Navegação ..... Energia hidrelétrica..... Extração de areia ..... Pesca e lazer ..... Esporte. RIO PARAÍBA DO SUL..... Vinte anos para recuperação ..... Rio muito alterado ..... Localização. RIO GUANDU..... Qualidade das águas. RESERVATÓRIO DE LAJES. RIOS: MACACU . SÃO JOÃO . MACAÉ . MACABU

ZONA COSTEIRA..... Múltiplos usos ..... Características ímpares ..... Insustentável situação ..... Ampla legislação ..... Marco importante ..... Restinga ..... Manguezal ..... Qualidade das águas

LAGOAS INTERIORES E LITORÂNEAS..... Lagoas ..... Lagunas. BAIXADA DOS GOYTACAZES..... Lagoa Feia ..... Lagoas costeiras de Macaé ..... Lagoa de Cima ..... Lagoa doCampelo ..... Parque Nacional de Jurubatiba. LAGOAS LITORÂNEAS..... Lagoa de Araruama ..... Restinga de Massambaba ..... Lagoa de Saquarema..... Lagoa de Jaconé ..... Maricá-Guarapina ..... Piratininga-Itaipu

RECURSOS HÍDRICOS: GESTÃO..... Água, um bem escasso ..... Instrumentos de gestão ..... Gestão inclui os usuários ..... Balanço hídrico ..... Qualidade à toda prova ..... Água disponível..... Rede hidrometeorológica ..... Estações meteorológicas ..... Bacia hidrográfica..... Ciclo hidrológico ..... AMA Rio ..... ANA

MACRORREGIÕES AMBIENTAIS..... Ação integrada nas sete Macrorregiões

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APRESENTAÇÃO

COMENTÁRIO 88888

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LAGOAS URBANAS: PROBLEMÁTICAS. LAGOAS DE JACAREPAGUÁ..... Restinga de Marapendi. LAGOA RODRIGO DE FREITAS..... Ampliando as redes

BAÍAS: GRANDE DIVERSIDADE. BAÍA DE GUANABARA..... Características ..... Fontes de poluição ..... Programa de investimentos..... Renovação das águas ..... Uso do solo ..... História ..... Comissões..... Conselho Gestor. BAÍA DE SEPETIBA..... Restinga de Marambaia. BAÍA DA ILHA GRANDE

CHUVAS E ENCHENTES..... Naturais ..... Diretrizes ..... Para prevenir ..... Para reverter ..... Ação humana..... Dragagem ..... Diversidade climática ..... Hidrografia . Revitalização

SANEAMENTO..... Carga poluidora ..... Rios mortos ..... Intensa urbanização ..... Soluçãoprevista ..... Emissários submarinos ..... Macroplano de gestão ..... Semtratamento ..... Doenças

ECOSSISTEMAS..... Leis protetoras ..... Reservas ecológicas ..... Mangue é vida ..... Sistemasprodutivos ..... Paisagem alterada ..... Dez anos de estudos ..... Zonas úmidas

COBERTURA FLORESTAL..... Décadas de destruição ..... Exemplo de reflorestamento ..... Pioneiro dasilvicultura ..... Mata ciliar ..... Reservas legais ..... Unidades de Conservação..... Preservação ..... Mata Atlântica ..... Hortos e viveiros ..... Histórico

DESPEJOS INDUSTRIAIS..... Indústrias poluentes ..... Sob controle ..... Óleos e graxas ..... Mexilhõescontaminados

RESÍDUOS SÓLIDOS..... Aterros sanitários ..... Lixo flutuante ..... Coleta e destino ..... Pró-lixo

GLOSSÁRIO

BIBLIOGRAFIA

CONSCIENTIZAÇÃO..... Enfrente a enchente ..... Gente do Caceribu ..... Cidadania pelas águas..... Gestão integrada ..... Adote uma bacia ..... Hora dos consórcios ..... Águasde Jacarepaguá ..... Agenda 21

LEGISLAÇÃO..... Normas estaduais ..... Normas federais

9595959595

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Ambiente das Águas

PROJETO PLANÁGUA..... Principais atividades ..... Seminários e workshops ..... Publicações 225225225225225

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mbiente das Águas apresenta um diagnóstico da disponibilidade de recursoshídricos no Estado do Rio de Janeiro, as respectivas formas de gestão e a situação

fluminense dentro do contexto brasileiro e mundial. Há quem veja a Terra como o Planeta Água, considerando o volume de recursoshídricos nela existente. No entanto, paradoxalmente, a escassez de água constitui um dosmaiores desafios do século. Cálculos do WWF, Fundo Mundial de Preservação da VidaSelvagem, revelam que um terço da população mundial poderá ficar sem água dentro dospróximos 25 anos, se não forem adotadas medidas urgentes de preservação e proteçãodos mananciais. Do planeta Terra, três quartos são constituídos por água, sendo 97 por cento salgadae 2 por cento integrantes das geleiras, intocáveis, portanto. Esse quadro torna-se mais graveainda, tendo em vista a exploração irracional da água doce armazenada nos lençóissubterrâneos ( e presentando 95 por cento da disponibilidade ) e a poluição de outrosmananciais, como rios e lagoas, situação que reduz mais ainda a fatia de um por cento daágua que realmente pode ser usada pelo homem. No Brasil, a preocupação de cientistas e ambientalistas, quanto à imperiosanecessidade de proteção de nossos mananciais, nem sempre é levada em consideração.A atual crise energética é um exemplo da falta de cuidados especiais na preservação eproteção dos nossos mananciais, fator tão importante quanto a busca de novas fontes deenergia renovável para solucionar o problema da escassez energética. Nosso país dispõede mais de 12 por cento do volume de água potável existente no mundo, recurso que,entretanto, é extremamente mal distribuído. Cerca de 80 por cento concentram-se naAmazônia e os restantes 20 por cento são desigualmente distribuídos pelo país, atendendo95 por cento da população. O Estado do Rio de Janeiro, rico em mananciais, mas igualmente mal distribuídos,passou a contar com dispositivos institucionais para disciplinar, controlar e fiscalizar oexercício da atividade de captação e exploração de águas, inclusive as subterrâneas, apartir da Lei de Recursos Hídricos promulgada em 1999. Mais recentemente, o Governadordo Estado assinou decreto criando o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, órgãodeliberativo, normativo e consultivo, com atribuições de supervisionar e promover aimplantação das diretrizes da Política Estadual de Recursos Hídricos.

Ambiente das Águasno Estado do Rio de JaneiroAmbiente das Águas

APRESENTAPRESENTAPRESENTAPRESENTAPRESENTAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAPRESENTAPRESENTAPRESENTAPRESENTAPRESENTAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO

Secretaria de Estado de Meio Ambiente eDesenvolvimento Sustentável

A

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Ambiente das Águasno Estado do Rio de JaneiroAmbiente das Águas

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COMENTÁRIOCOMENTÁRIOCOMENTÁRIOCOMENTÁRIOCOMENTÁRIOCOMENTÁRIOCOMENTÁRIOCOMENTÁRIOCOMENTÁRIOCOMENTÁRIO

E sta publicação - Ambiente das Águas no Estado do Rio de Janeiro -, mereceum comentário. Tem o mérito de reunir, a partir de diferentes fontes e segmentos do

Estado do Rio de Janeiro, o que se produz e o que se realiza em prol dos recursoshídricos.

Água é vida. Por isso, o compromisso da sociedade visando a valorização daságuas dos rios, das lagoas, subterrâneas e costeiras, de múltiplos usos e tantasdiversidades, deve ser permanente.

Para que essas riquezas perdurem para as futuras gerações, é de sumaimportância a estreita, sólida e duradoura cooperação entre autoridades estaduais,municipais, entidades, consórcios e comitês de bacias. Às vezes os conflitos entreusuários podem até ocorrer, porém devem ser contidos a fim de que ninguém – governose usuários -, perca a oportunidade de contribuir com sua parcela de cooperação para oavanço da aplicação e do cumprimento das leis vigentes.

Neste momento de crise de energia, uma crise moldada pela escassez visível daágua, devemos tirar lições positivas, como a necessidade de se praticar a gestãopreventiva dos recursos hídricos, essencial ao presente e ao futuro de todos que vivemosneste Planeta Terra.

Prevenir para o uso futuro significa, hoje, conservar os recursos e os ecossistemasnaturais. Não deve prevalecer a antiga idéia de que cabe apenas ao Poder Público zelarpelas águas. A sociedade e o cidadão têm parcela fundamental na preservação dessesrecursos, que são finitos e vulneráveis.

Com esta publicação, queremos motivar a todos e convidar a cada cidadão, emparticular, a contribuir para a conservação de uma das riquezas mais expressivas doEstado do Rio de Janeiro: a água.

Coordenadores:

Wilfried Teuber Antônio da Hora

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INTRINTRINTRINTRINTRODUÇÃOODUÇÃOODUÇÃOODUÇÃOODUÇÃOINTRINTRINTRINTRINTRODUÇÃOODUÇÃOODUÇÃOODUÇÃOODUÇÃO

A que se fixou novo balizamento para omodelo econômico mundial, incorporandoo meio ambiente ao cálculo de custo/benefício em todos os empreendimentoshumanos. Ambiente das Águas no Estadodo Rio de Janeiro, inserida nessecontexto de uso adequado dos recursosnaturais, de forma a preservá-los para asatuais e futuras gerações, apóia-se,substancialmente, em publicações técnicasdo Governo do Estado e do ProjetoPlanágua/Semads/GTZ, pertinentes aesses recursos disponíveis.

Mais do que nunca,no limiar do Século XXI,ainda há tempo, parareverter o quadro dedegradação que a todosdeve impressionar. Por exemplo, como orio Paraíba do Sul, de quedependem cerca de 12milhões de pessoas, nosEstados do Rio de Janeiro,São Paulo e Minas Gerais,pode receber ainda 1 bilhão

de litros por dia de esgotos, além deresíduos orgânicos industriais equivalentesa uma população de 4 milhões dehabitantes? Principal fonte de abastecimento de

mbiente das Águas no Estado do Rio de Janeiro, ao expor o quadroatual das águas nessa região, o faz comoalerta a todos quantos dependem dosrecursos hídricos para sua sobrevivência eprogresso socioeconômico. Esta publicação, em 18 capítulos,indica os meios e os instrumentos previstosna legislação de recursos hídricos – leifederal 9.433/97 e lei estadual 3.239/99 –,assim como na Agenda 21, para que ospoderes públicos, em todos os seus níveis,em parceria com a sociedade, atuempró-ativamente, em seus respectivos fóruns– como o ConselhoEstadual de RecursosHídricos –, em defesa douso sustentável da água. O termo sustentávelrevela limites de uso edisponibilidade dosrecursos naturais na Terra.Com a Lei 9.433, conhecidacomo Lei das Águas,governantes e cidadãospassaram a dispor deimportante instrumento degestão dos recursos naturais, capaz de darsuporte, inclusive, à aplicação da Agenda21, elaborada por ocasião da Conferênciadas Nações Unidas sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento Humano – Eco-Rio/92, em

Foto: Pnuma

Ambiente das Águasno Estado do Rio de JaneiroAmbiente das Águas

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água da Cidade do Rio de Janeiro eparte da Baixada Fluminense, o rioGuandu demanda por dia 250toneladas de produtos químicos, oequivalente a cerca de 25 caminhõeslotados, para que sua água – oriundado rio Paraíba do Sul – se tornepotável. Por que tantas lagoas estão àbeira da morte, devido a umacelerado processo de eutroficação,motivado pela presença humana, quecompromete sua qualidade ambientala partir do lançamento diário de

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Ambiente das Águas

esgotos e detritos? Em Ambiente das Águas noEstado do Rio de Janeiro, respostassão dadas, ao mostrar ações efetivasou planejadas para inverter o quadroatualmente constatado. A escassez de água já atinge ametade de habitantes do Planeta.Caso não se inicie imediatamente umprograma universal de racionamento ereutilização da água, em 50 anos aescassez poderá se tornar umproblema irreversível. Fica aadvertência.

O Editor

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DO ESTDO ESTDO ESTDO ESTDO ESTADO DO RIO DE JANEIRADO DO RIO DE JANEIRADO DO RIO DE JANEIRADO DO RIO DE JANEIRADO DO RIO DE JANEIROOOOOMAMAMAMAMACRCRCRCRCRORREGIÕESORREGIÕESORREGIÕESORREGIÕESORREGIÕES

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Ambiente das Águasno Estado do Rio de JaneiroAmbiente das Águas

MAMAMAMAMACRCRCRCRCRORREGIÕESORREGIÕESORREGIÕESORREGIÕESORREGIÕESAMBIENTAMBIENTAMBIENTAMBIENTAMBIENTAISAISAISAISAIS

O Estado do Rio de Janeiro encontra-se dividido em seteMacrorregiões Ambientais –MRAs. Segundo o Decretoestadual 26.058, de 4 de marçode 2.000, as MRAs constituemunidades de planejamento eintervenção da gestão ambiental,consideradas basicamente asgrandes bacias hidrográficasexistentes.

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Ação integrada nassete macrorregiões

As sete MacrorregiõesAmbientais – MRAs em que oEstado está dividido,compreendem uma parteterrestre, com uma ou maisbacias hidrográficas, e umaparte marinha, ou zona costeira,incluindo baías, praias, ilhas,costões rochosos, manguezais,restingas e uma faixa de maraberto. Para a divisão doEstado em sete MRAs, foramconsiderados critérios técnico-ambientais, administrativos epolíticos, fundamentados noconsenso mundial de que a baciahidrográfica é a melhor unidadeterritorial para se promover agestão do meio ambiente.

Assim, todos osrecursos ambientais continentais– água, solo, subsolos, ar,biodiversidade, dentre outros –serão administrados, tendo abacia hidrográfica como unidadebásica de gerenciamento, apartir de uma visão integrada esistêmica. A instituição das MRAsproporciona ainda a atuaçãounificada dos órgãos vinculados– Feema, Serla e IEF –,descentraliza a administração ereduz os custos operacionais. Em cada MRA haveráuma Agência da Secretaria deEstado de Meio Ambiente eDesenvolvimento Sustentável –Semads, com o objetivo demelhorar a relação dasprefeituras, do cidadão e dasempresas privadas com oGoverno do Estado.

Ao lado dos municípios cujos territórios estão parcialmentesituados em uma das sete Macrorregiões Ambientaisaparecem siglas, com os seguintes significados:IU – Município cuja área urbana da sede está integralmenteinserida na Macrorregião; PU – Município cuja área urbana dasede está parcialmente inserida na Macrorregião; FU –Município cuja área urbana da sede está situada fora daMacrorregião.

Siglas: significado

As praias de Ipanema e Leblon são

parte integrante dosetor costeiro da

MRA-1

Foto: AGA/Semads/Feema

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Ambiente das Águas

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MRA-1 – Bacia da Baía de Guanabara, das lagoas metropolitanas e zona costeiraadjacente.

Abrangência espacialSetor terrestre: Bacia dos rios que desembocam na Baía de Guanabara,destacando-se os rios Carioca, Irajá, São João de Meriti, Iguaçu, Estrela, Suruí,Roncador, Guapi, Guaraí, Caceribu, Guaxindiba, Imboassu e Bomba, e os canais doFonseca e Icaraí, ambos no Município de Niterói; bacias das lagunas de Marapendi,Jacarepaguá, Camorim, Tijuca e Rodrigo de Freitas; bacias das lagoas de Piratininga,Itaipu e Sistema Lagunar de Maricá.Setor costeiro: Zona costeira, desde a ponta do Picão e o local situado na praiapróxima aos limites entre Maricá e Saquarema. Inclui a Baía de Guanabara.Municípios ( integralmente incluídos ): Nilópolis, São João de Meriti, Belford Roxo,Duque de Caxias, Magé, Mesquita, Guapimirim, Itaboraí, Tanguá, São Gonçalo, Niteróie Maricá; ( parcialmente incluídos ): Rio de Janeiro ( PU ), Nova Iguaçu ( PU )Petrópolis ( PU ), Rio Bonito ( PU ) e Cachoeiras de Macacu ( IU ).Total de municípios: 17

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Ambiente das Águas

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MRA-2 – Bacia contribuinte e Baía de Sepetiba.

Abrangência espacialSetor terrestre: Bacia dos rios que drenam para a Baía de Sepetiba, destacando-se ocórrego Caratuacaia e os rios Jacareí, Grande, Ingaíba, São Braz, do Saco, Saí, João Gago,Muriqui, Catumbi, Muxiconga, da Draga, Botafogo, Tingussu, Timirim, Mazomba-Cação, daGuarda, Guandu-Canal de São Francisco, Guandu-Mirim-Canal Guandu, canal de SãoFernando, canais do Itá e Pau Flexas, e os rios do Ponto, Piraquê-Cabuçu, Piracão, Portinhoe João Correia.Setor costeiro: Baía de Sepetiba ( limitada pelas pontas do Picão, do Arpoador e deJacareí ).Municípios ( integralmente incluídos ): Itaguaí, Seropédica, Mangaratiba, Queimados, Japerie Paracambi; ( parcialmente incluídos ): Rio de Janeiro ( PU ), Nova Iguaçu ( PU ),Engenheiro Paulo de Frontin ( IU ), Miguel Pereira ( PU ), Piraí ( FU ), Rio Claro ( FU ) eVassouras ( FU ).Total de municípios: 13

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Ambiente das Águas

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MRA-3 – Bacia contribuinte e Baía da Ilha Grande.

Abrangência espacialSetor terrestre: Bacia dos rios que drenam para a Baía da IlhaGrande, destacando os rios Jacuecanga, Japuíba, Areia doPontal, Ariró, Jurumirim, Bonito, Bracuí, Grataú, da Conceição,Japetinga, do Funil, Mambucaba, São Roque, Barra Grande,Pequeno, Graúna, Perequê-Açu, Corisco, dos Meros e ParatiMirim, e os córregos da Areia, do Sul e Andorinha.Setor costeiro: Baía da Ilha Grande ( limitada pelas pontas doArpoador e Trindade ).Municípios ( integralmente incluídos ): Paraty e Angra dos Reis.Total de municípios: 2

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MRA-4 – Bacia da Região dos Lagos, do Rio São João e zonacosteira adjacente.

Abrangência espacialSetor terrestre: Bacias das lagunas de Jaconé, Saquarema eAraruama, e dos rios São João, Una e das Ostras.Setor costeiro: Zona costeira, entre a ponta situada próxima aoslimites entre Maricá e Saquarema, e uma ponta ao sul da praia deItapebuçu, no Município de Rio das Ostras.Municípios ( integralmente incluídos ): Saquarema, Araruama,Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo, Cabo Frio,Armação de Búzios e Silva Jardim; ( parcialmente incluídos ): RioBonito ( PU ), Cachoeiras de Macacu ( FU ), Casimiro de Abreu( IU ) e Rio das Ostras ( IU ).Total de municípios: 12

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Ambiente das Águas

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MRA-5 – Bacia do rio Macaé, da lagoa Feia e zona costeira adjacente.

Abrangência espacialSetor terrestre: Bacia do rio Macaé e das lagoas de Imboassica, Feia ediversas bacias menores situadas até o limite da MRA-6Setor costeiro: zona costeira, entre uma ponta ao sul da praia deItapebuçu, no Município de Rio das Ostras, até um local próximo à Barrado Açu ( Campos dos Goytacazes ).Municípios ( integralmente incluídos ): Macaé, Carapebus, Quissamã eConceição de Macabu; ( parcialmente incluídos ): Nova Friburgo ( FU ),Casimiro de Abreu ( FU ), Rio das Ostras ( FU ), Campos dos Goytacazes( FU ), Trajano de Morais ( IU ), Santa Maria Madalena ( FU ) e São Joãoda Barra ( FU ).Total de municípios: 11

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MRA-6 – Bacia do rio Paraíba do Sul e zona costeira adjacente.

Abrangência espacialSetor terrestre: Bacia do rio Paraíba do Sul em território fluminense.Setor costeiro: Zona costeira adjacente.Municípios:MRA-6/1: ( integralmente incluídos ): Itatiaia, Resende, Porto Real, Quatis,Barra Mansa, Volta Redonda, Pinheiral, Barra do Piraí, Mendes, Paty do Alferes,Valença, Rio das Flores, Paraíba do Sul e Comendador Levy Gasparian;( parcialmente incluídos ): Vassouras ( IU ), Piraí ( IU ), Rio Claro ( IU ), MiguelPereira ( PU ) e Engenheiro Paulo de Frontin ( FU ).Total de municípios: 19.MRA-6/2: ( integralmente incluídos ): Três Rios, Areal, Sapucaia, São José doVale do Rio Preto, Teresópolis, Carmo, Sumidouro, Duas Barras, Bom Jardim,São Sebastião do Alto, Cantagalo, Cordeiro e Macuco; ( parcialmnte incluídos ):Petrópolis ( PU ), Nova Friburgo ( IU ), Santa Maria Madalena ( IU ) e Trajano deMorais ( FU ).Total de municípios: 17.MRA-6/3: ( integralmente incluídos ): Aperibé, Cambuci, Cardoso Moreira,Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema, Natividade, Santo Antoniode Pádua, São Fidélis e São José do Ubá; ( parcialmente incluídos ): Camposdos Goytacazes ( IU ), Porciúncula ( IU ), São João da Barra ( IU ) Varre-Sai ( IU )e São Francisco de Itabapoana ( IU ).Total de municípios: 17.Total geral de municípios: 53

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Ambiente das Águas

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MRA-7 – Bacia do rio Itabapoana e zona costeira adjacente.

Abrangência espacialSetor terrestre: Bacia do rio Itabapoana em território fluminense,bem como as pequenas bacias situadas no litoral até os diversosdivisores de água da MRA-6.Setor costeiro ( Zona costeira adjacente ).Municípios ( integralmente incluído ): Bom Jesus do Itabapoana;( parcialmente incluídos ): Campos dos Goytacazes ( FU ), SãoFrancisco de Itabapoana ( FU ), Varre-Sai ( FU ) e Porciúncula ( FU ).Total de municípios: 5

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Ambiente das Águas

Page 20: Ambiente das Águas

Em termos político-administrativos, esta divisãodo território tem porfinalidade interiorizar asações da Semads,aproximando-a dasprefeituras, das empresas eda sociedade civil no Estadocomo um todo. Para isso, cadaMacrorregião abrigará umaAgência Regional daSemads. Na fase atual deimplantação do programa,encontravam-se configuradasas Agências da MRA-4( Bacia da Região dosLagos, do rio São João ezona costeira adjacente ) eMRA-5 ( Bacia do rio Macaé,da lagoa Feia e zonacosteira adjacente ). A curto prazo,ocorrerá a implementaçãodas agências MRA-2 ( baciacontribuinte e Bacia deSepetiba ) e MRA-3 ( baciacontribuinte e Baía da IlhaGrande ). Nas demaisMacrorregiões – MRA-1,MRA-6 e MRA-7 –, oprocesso de adequação estáem curso para que recebamas agências da Semads. Com a divisão doterritório fluminense emMacrorregiões e a instalaçãode agências em cada umadelas, ocorrerão vantagens,segundo estudos técnicoselaborados pela Semads:

. Os órgãos vinculados àSemads ( Feema, Serla e IEF ),além do Departamento deRecursos Minerais – DRM,deixarão de atuar isoladamente,cada qual com uma divisãoregional própria, evitando odesperdício de recursos edesarticulação.

. Ocorrerá saudáveldescentralização administrativa.

. A nova estruturaadministrativa ajudará amelhorar a relação dasprefeituras, do cidadão e dasempresas privadas com oGoverno do Estado, evitando osgrandes deslocamentos até oRio de Janeiro, onde selocalizam a maioria dos órgãosde decisão e deliberação.

Com essa novaestrutura administrativa, serádado passo importante para aimplantação, em cadaMacrorregião, dos comitês debacias hidrográficas. A baciahidrográfica, conformeexplicitam as leis federal eestadual, é a melhor unidadeterritorial para se promover agestão do meio ambiente,porque, entre outros aspectos,suas fronteiras ( divisões deágua ) são naturais e, na maioriadas vezes, percebidas comfacilidade.

A extração de areia éproblemática norio Mambucaba,

integrante da MRA-3( Angra dos Reis )

20

Ambiente das Águas

Foto: IEF/Lagief

Page 21: Ambiente das Águas

Ambiente das Águas

O

R E C U R S O SR E C U R S O SR E C U R S O SR E C U R S O SR E C U R S O SH Í D R I C O SH Í D R I C O SH Í D R I C O SH Í D R I C O SH Í D R I C O S

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no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das Águas

Água, um bem escasso

R E C U R S O SR E C U R S O SR E C U R S O SR E C U R S O SR E C U R S O SH Í D R I C O SH Í D R I C O SH Í D R I C O SH Í D R I C O SH Í D R I C O S

Essencial àsobrevivência humana e àsatividades econômicas, agestão dos recursos hídricosdeverá se fazer integrada àgestão ambiental. Até 1999, as decisõestomadas de forma isolada, doponto de vista ambiental,denotavam, no corpo doGoverno, a ausência de efetivocontrole da utilização e defesados recursos hídricosfluminenses. Mas, com o advento daLei estadual 3.239, de 2/08/99,cuja regulamentação encontra-se em fase final, novasperspectivas se abrem com asações em conjunto de trêsSecretarias de Estado e seusórgãos vinculados, que passama agir e interagir para aaplicação das normasdisponibilizadas para o setor. Assim, o uso racionaldos recursos hídricos no âmbitoestadual segue também asdiretrizes da Lei federal 9.433,de 8 de janeiro de 1997. A água é definida comobem de domínio público, assimcomo um recurso naturallimitado. A lei federal estabeleceum novo marco institucional para

adequado uso das águas e sua proteção como bemcada vez mais escasso, passapela reorganização do setor derecursos hídricos, uma daspreocupações dos atuaisdirigentes públicos doEstado do Rio de Janeiro.

Foto: Semads

Chafariz da praça Xavier de Brito, na Tijuca ( Rio de Janeiro )

Page 22: Ambiente das Águas

Instrumentosde gestão

Reserva Ecológica da Juatinga ( Paraty ), criada em 1991, abrange 7.000 hectares

o país, incorporando princípios,normas e padrões de gestão daágua universalmente aceitos epraticados em muitos países. Mais do que definir aágua como bem de domíniopúblico, a Lei 9.433 recomendaainda que:

No Estado do Rio de Janeiro, alei 3.239, que instituiu emagosto de 1999 a PolíticaEstadual de Recursos Hídricos,criou também o SistemaEstadual de Gerenciamento deRecursos Hídricos, cujosinstrumentos de gestão são:..... Plano Estadual de RecursosHídricos ..... Programa Estadualde Conservação e Revitalizaçãode Recursos Hídricos( Prohidro ) ..... Planos de BaciaHidrográfica ( PBH’s )..... Enquadramento dos corposd’água em classes, segundo osusos preponderantes dosmesmos ..... Outorga do direitode uso dos recursos hídricos..... Cobrança aos usuários pelouso dos recursos hídricos..... Sistema Estadual deInformações sobre RecursosHídricos ( SEIRHI ). Estes instrumentos,elencados em harmonia com osapresentados na Lei federal nº9.433, viabilizam aimplementação das diretrizes efundamentos da Política deRecursos Hídricos propostos. O PERHI será atualizadono máximo a cada quatro anos,contemplando os interessesdas bacias hidrográficas.

22

Ambiente das Águas

..... a gestão deve sempreproporcionar o uso múltiplo dosrecursos hídricos, permitindo quetodos os setores usuáriostenham igual acesso à água,incluindo a proteção dosecossistemas aquáticos;

..... em situação de escassez, ouso prioritário dos recursoshídricos é o consumo humano ea dessedentação de animais;

..... a bacia hidrográfica é aunidade territorial paraimplementação da PolíticaNacional de Recursos Hídricos eatuação do Sistema Nacional deGerenciamento de RecursosHídricos;

..... a gestão dos recursoshídricos deve ser descentralizadae contar com a participação doPoder Público, dos usuários edas comunidades.

Foto: IEF/Lagief

Page 23: Ambiente das Águas

Gestão inclui os usuários

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e DesenvolvimentoSustentável – Semads..... Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente – Feema..... Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas – Serla..... Fundação Instituto Estadual de Florestas – IEF

Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos –SESRH..... Companhia Estadual de Águas e Esgotos – Cedae

Secretaria de Estado de Energia, da Indústria Naval e Petróleo –Seinpe..... Departamento de Recursos Minerais – DRM

Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Pesca eDesenvolvimento do Interior – Seaapi..... Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do

Rio de Janeiro – Emater-Rio..... Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro– Pesagro-Rio..... Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro – Fiperj

O planejamento e a gestão dosrecursos hídricos, inclusive aproteção dos ecossistemasaquáticos do Estado do Rio deJaneiro, são agora permanentespreocupações do Governoestadual, através dos órgãosgestores e ambientais, queseguem, além das leis federal9.433 e estadual 3.239, portariase atos normativos que estapublicação relaciona às páginas169 a 210. Tudo indica que abiodiversidade costeira, fluvial elagunar fluminense tende areceber atenção redobrada coma instituição do ConselhoEstadual de Recursos Hídricos,os Comitês de BaciasHidrográficas, onde terãoassento os diversos usuários da

água, além dos integrantes doConselho Estadual de MeioAmbiente – Conema. A gestão será sempredirecionada de forma aproporcionar o uso múltiplo daságuas, sem dissociação dosaspectos de quantidade equalidade, e a adequação àsdiversidades físicas, bióticas,demográficas, econômicas,sociais e culturais das diversasregiões onde a bacia ou baciasestejam inseridas. No Estado do Rio deJaneiro, a gestão dos recursoshídricos passa pela ação ecooperação direta e indireta devários órgãos, em especial dassecretarias de Estado de MeioAmbiente e DesenvolvimentoSustentável – Semads, deSaneamento e RecursosHídricos – SESRH e de seusórgãos vinculados.

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Ambiente das Águas

Page 24: Ambiente das Águas

Atuam ainda em defesa dos recursos hídricos estaduais:

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Ambiente das Águas

..... Comissão Estadual de Controle Ambiental – Ceca Está voltada para a prevenção e controle da poluição ambiental.

..... Conselho Estadual de Meio Ambiente – Conema Órgão colegiado, consultivo e normativo, com representaçãoparitária de membros do poder público e da sociedade civil. Atravésde suas sete Câmaras Técnicas, estabelece as diretrizes da PolíticaEstadual de Controle Ambiental e orienta o Governo do Estado nadefesa do meio ambiente, na preservação dos bens naturais,inclusive dos recursos hídricos.

..... Conselho Estadual de Política Agrícola e Pesqueira doEstado do Rio de Janeiro – Cepap Órgão colegiado, com competência para manifestar-se sobre asdiretrizes para a política estadual de irrigação, drenagem e anormalização do aproveitamento racional dos recursos hídricos.

..... Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos doEstado do Rio de Janeiro – Asep Órgão com competência para exercer o poder regulatório no âmbitodas concessões e permissões de serviços públicos, inclusive deabastecimento e produção de água, entendidas como captaçãobruta dos mananciais existentes no Estado, incluindo subsolo, suaadução, tratamento, reservação e sua distribuição de formaadequada ao consumidor final.

..... Conselho Estadual de Habitação e Saneamento do Rio deJaneiro – CEHAS Órgão colegiado, constituído de 12 membros. Acompanhaconvênios firmados com a União para a melhoria e implantação depequenos sistemas de abastecimento de água, abrangendo acaptação, seja superficial ou subterrânea, adução, tratamento edistribuição.

Page 25: Ambiente das Águas

Balanço hídrico

Qualidade a toda prova

Bacia do rio Paraíba do Sul

Bacia da Baía de Guanabara

Bacia da Baía de Sepetiba

Monitoramento de qualidade das águas - 1999

Lagoa Rodrigo de Freitas

Total 106

Corpo hídrico Número de estações

Fonte: Feema / Diag ( 1999 )

Compete à Feema, através derede de monitoramento ( verquadro ao lado ), medir aqualidade das águas doscorpos hídricos do Estado doRio de Janeiro, assim comoestabelecer os padrõesmínimos dos efluentesindustriais e não industriais. Hoje, para prevenir acontaminação do ambiente,inclusive, das águas costeiras, aFeema só licenciaempreendimento poluidor oupotencialmente poluidormediante o cumprimento dasexigências previstas no Sistemade Licenciamento de AtividadesPoluidoras – SLAP ( Lei 1.633,de 21 de dezembro de 1997 ).

O SLAP define a Feema comoórgão técnico integrante daCeca para fins de fiscalizaçãodo cumprimento da legislaçãorelativa ao controle da poluiçãoambiental. A Feema detéminformações acerca daqualidade dos recursos hídricosno Estado, ao realizar omonitoramento da qualidade decorpos d’água. Cabe-lhe, porisso, propor o enquadramentode corpos d’água em classesde uso. Compete à Serla ( Lei650, de 11 de janeiro de 1983 ),órgão técnico executor dapolítica de gerenciamento dosrecursos hídricos no Estado doRio de Janeiro, o poder depolícia e a adoção de medidastécnico-administrativas nas

terras marginais e cursos oucoleções de água do domínioestadual, nas faixas marginaisde servidão pública e nos leitosdos cursos d’água, lagoas eseus estuários, bem como nassuas bacias fluviais e lacustrese respectivos mananciais. Qualquer atividadeindustrial ou não industrial quepossa acarretar poluição,certamente interfere nos corposd’água, direta ou indiretamente,com maior ou menor grau deinfluência.

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Ambiente das Águas

16 ( curso principal )21 ( afluentes )13 ( espelho d’água )27 ( afluentes ) 8 ( espelho d’água )17 ( afluentes ) 4 ( espelho d’água )

O balanço hídrico superficial doEstado do Rio de Janeirocomeça a se viabilizar com oapoio dos Comitês de Baciascriados a partir da Lei Estadualde Recursos Hídricos. Antes da promulgaçãoda Lei 3.239, de 2 de agostode 1999, o que existia arespeito eram estudosisolados, sem umacoordenação competente,realizados por órgãos públicose/ou entidades privadas queprestam serviços nas áreas desaneamento, de agricultura ede energia, envolvendo osmais diversos interesses. A expectativa é de quea união de esforços dosComitês de Bacias e dosórgãos estaduais degerenciamento ( Serla e Feema )permita a consolidação dobalanço hídrico superficial doEstado do Rio de Janeiro.

Page 26: Ambiente das Águas

Reservatório de FunilBacia do rio Paraíba do SulSub-bacia do rio GuanduBacia do rio UnaBacia do rio MacaéBacia do rio São JoãoBacia da Baía de GuanabaraEspelho d’água da Baía de GuanabaraBacia da Baía de SepetibaEspelho d’água da Baía de SepetibaBacia do sistema lagunar de JacarepaguáEspelho d’água do sistema lagunar de JacarepaguáBacia da lagoa Rodrigo de FreitasEspelho d’água da Lagoa Rodrigo de FreitasEspelho d’água do sistema lagunar Piratininga-ItaipuBacia do sistema lagunar de MaricáEspelho d’água do sistema lagunar de MaricáEspelho d’água da laguna de SaquaremaEspelho d’água da lagoa de JaconéBacia da laguna de AraruamaBacia da lagoa Feia ( canais e rios incluindo o rio Macabu )Espelho d’água da lagoa FeiaEspelho d’água da Baía da Ribeira ( Baía da Ilha Grande )

Total

Estações de amostragem de qualidade de água - 1999

Fonte: Feema / Diag ( 1999 )213

43711128

371388

1154161831

10186

10

Corpo hídrico Nº de estações

Desde 1972, quando foicriado o Projeto HidrologiaNacional, dados relativos aséries históricas de cotaslinimétricas e vazões sãoregistrados pelo antigo DNAEE,atual Aneel, em banco dedados, que armazena também oCadastro Nacional de EstaçõesPluviométricas e Fluviométricas,codificadas segundometodologia oficial adotada anível nacional. O banco de dados daAneel armazena parâmetros daágua, como pH ( acidez ), OD( oxigênio dissolvido ),temperatura e condutividade daágua, principalmente da bacia

do rio Paraíba do Sul. Já o Banco de DadosOceanográficos – BNDO,mantido pelo Instituto dePesquisas da Marinha,registra, desde 1960, dadosde profundidade,transparência, cor,temperatura, pH, OD, fosfato,fósforo total, nitrito, nitrato,silicato, amônia, salinidade,clorofila e outros de interesseespecífico da oceanografiaquímica, física e biológica, aolongo de toda a costabrasileira. Essas informaçõesestão disponíveis na Diretoriade Hidrografia e Navegaçãoda Marinha.

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Ambiente das Águas

Page 27: Ambiente das Águas

Água disponível

Do ponto de vista quantitativo,os recursos hídricos superficiaispodem ser avaliados através deestações fluviométricas,pluviométricas e linimétricas. A Serla, com recursosdo Banco Interamericano deDesenvolvimento – BID –contrato firmado em 1998 –,montou rede para omonitoramentohidrometeorológico em torno daárea que drena para a Baía deGuanabara, objetivando aqualificação, o conhecimento dadisponibilidade hídricas e aobtenção de dados em temporeal, necessários aoplanejamento e à gestão dosrecursos hídricos na região.

HeliópolisCiep-100Clube CataventoEst. da ConceiçãoPonte Ferro-CapivariSanta Cruz da SerraPonte Ferro-PiabetáSão CristóvãoQuartel da PEIgreja Santo AntônioAv. Automóvel ClubeEst. Velha da PavunaOrindiParque São MiguelBarragem / CedaeQuizangaDuas BarrasJapuíbaCachoeiras de MacacuBorda do MatoReta NovaReta VelhaPonte de TanguáTrês PontesColubandê

da BotaSarapuíIguaçuSuruíCapivariSaracurunaInhomirimMaracanãMaracanãPavunaAcariFariaIconhaRoncadorGuapiGuapi-AçuGuapi-AçuMacacuMacacuJoanaCaceribuIguáCaceribuAldeiaColubandê

Belford RoxoBelford RoxoNova IguaçuMagéDuque de CaxiasDuque de CaxiasMagéRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroCachoeiras de MacacuMagéItaboraíCachoeiras de MacacuCachoeiras de MacacuCachoeiras de MacacuCachoeiras de MacacuRio de JaneiroItaboraíItaboraíTanguáItaboraíSão Gonçalo

PFDSQPFDSQPFDSQPFDSPFDSPFDSQPFDSQPFDQPFDPFDSPFDSPFDSPFDSPFDSPFDSQPFDSQPFDSPFDSQPFDSPFDPFDSQPFDSPFDSPFDSPFDS

EstaçãoCaracterísticas e localização das estações remotas

Fonte: Serla

Rio Município Tipo28/10/9822/09/9804/11/9812/12/9824/09/9818/09/9825/09/9830/09/9830/09/9827/10/981º/11/69*29/09/9822/12/76*08/10/9828/10/981º/11/76*1º/10/76*1º/04/76*04/11/76*1º/01/6816/10/9822/10/9828/12/9822/10/9824/11/98

Início

Além de representar umsalto tecnológico e pioneiro, arede telemétrica é essencial aoacompanhamento de ações decontrole, mediante informaçõessobre chuva, níveis de água,vazões líquidas e sólidasassociadas e qualidade daágua. Os dados obtidos comessa nova ferramenta darãosuporte técnico-econômico àviabilização de projetos,permitindo o controle e afiscalização da poluiçãoocasionada pelas indústrias,assim como assegurarão osprocessos de outorga e a futuracobrança pelo uso dosrecursos hídricos existentes.De posse das informações,será possível também à Serlaalertar, em tempo real a

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PFDSQ – Estação pluviométrica, fluviométrica, qualidade d’água com medição de descarga líquida e sólidaPFDS – Estação pluviométrica, fluviométrica com medição de descarga líquida e sólidaPFD – Estação pluviométrica, fluviométrica com medição de descarga líquida * – Estação existente transformada em telemétrica e automática

Ambiente das Águas

Page 28: Ambiente das Águas

população sujeita a inundaçõeslocais. As 25 estaçõestelemétricas – veja o quadroanterior –, transmitem os dadosà Estação Central da Serla, nobairro de São Cristóvão, viatelefonia celular. Constam dasestações, sensores de chuva,nível e qualidade da água. Ossensores de qualidade da águamedem de forma contínua osparâmetros: pH, temperatura,condutividade e oxigêniodissolvido.

Rede hidrometeorológica

Além da Serla, que já chegou ater 92 estações fluviométricas elinimétricas, a Light opera 68estações fluviométricas nosreservatórios que compõemparte das unidades de seuinteresse junto ao sistema dereservatórios que compõem asunidades do sistema geradorde energia elétrica.

Rede telemétrica hidrometeorológica das bacias contribuintes da Baía da Guanabara

No âmbito do Programade Despoluição da Baía deGuanabara – PDBG, estáprevista a elaboração docadastro de usuários dosrecursos hídricos da RegiãoHidrográfica Contribuinte da Baíade Guanabara, a ser gerenciadopela Serla. Esse cadastrointegrará, inclusive, o SistemaEstadual de Outorga de Direitode Uso da Água. Em relação às chuvas,segundo dados de 1996 doinventário das estaçõespluviométricas do antigo DNAEE( atual Aneel ), o Estado do Riode Janeiro já chegou a disporde 495 pontos de observaçãodo comportamento daprecipitação pluviométrica. Hoje, somente 302estações estão instaladas – amaioria ( 118 ) da rede da Aneel–, seguida da rede da Light ( 68estações ), 25 do InstitutoNacional de Meteorologia –Inmet e 25 da Serla. O Estado, além dasinformações hidrológicas

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Ambiente das Águas

Fonte: Serla

Page 29: Ambiente das Águas

10

25

118

68

32

25

9

5

5

3

2

Rede própria, fornece dados meteorológicos (temperatura, umidade, pressão atmosférica,chuva, radiação solar, direção e velocidade dosventos )Dados hidrometeorológicos ( redetelemétrica )

Dados pluviométricos, pluviográficos,fluviométricos, fluviográficos,sedimentométricos e evaporimétricosDados de controle de cheias, de operaçãohidráulica e acompanhamento das condiçõeshidrológicasDados meteorológicos para alertar apopulação sobre medidas preventivas( Alerta Rio )Temperatura, pressão, direção e velocidadedo vento, umidade relativa, chuva,evaporação e insolaçãoPrevisão de chuva para efeito de cálculos dedisponibilidade energética em seu sistemahidrogeradorDados meteorológicos necessários àsatividades operacionais da empresaDados meteorológicos para fins didáticos ede pesquisa

Dados meteorológicos de interesse ànavegação aéreaDados meteorológicos de interesse dosnavegantes

Instituição Número deestações

O que fornecem, o que informam

Total das estações 302 Parte das estações opera em parceria com o SimerjFonte: Simerj/Light/CPRM/GeoRio

Quadro geral da rede hidrometeorológica no Estado do Rio de Janeiro

A Agência Nacional de EnergiaElétrica – Aneel ( ex-DNAEE ),

Aneel

órgão federal, mantém noEstado do Rio de Janeiro redecom 118 estaçõeshidrometeorológicas, sendo 62estações pluviométricas, 14pluviográficas, 7 fluviográficas,35 fluviométricas,sedimentométricas eevaporimétricas. Estas estaçõeslocalizam-se em municípioscomo: Bom Jardim, BarraMansa, Teresópolis, Campos,Valença, Nova Friburgo,Petrópolis, Resende, Itatiaia,Rio das Flores, Três Rios,Porciúncula, Quissamã, Trajanode Morais e Volta Redonda.

obtidas pela Serla em suasestações, dispõe ainda dedados de chuvas e evaporaçãodos postos climatológicos daSecretaria de Estado de Ciênciae Tecnologia, através doSistema de Meteorologia doEstado do Rio de Janeiro –Simerj, em parceria com órgãospúblicos federais e municipais,além do setor privado, tais como:

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Ambiente das Águas

Sistema de Meteorologia doEstado do Rio de Janeiro –Simerj

Fundação SuperintendênciaEstadual de Rios e Lagoas –SerlaAgência Nacional de EnergiaElétrica – Aneel( ex-DNAEE )

Light – Serviços de Eletricidade

Fundação Instituto deGeotécnica do Município do Riode Janeiro – Geo-RioInstituto Nacional deMeteorologia – Inmet

Furnas Centrais Elétricas

Petrobras – Petróleo Brasileiro

Entidades de ensino superior etécnico: UFRJ, Uerj e CefetDiretoria de Eletrônica eProteção ao Vôo – DEPV

Diretoria de Hidrografia eNavegação – DHN

Page 30: Ambiente das Águas

Light

Geo-Rio

A Light, com a finalidade decontrole de cheias, operaçãohidráulica e acompanhamentodas condições hidrológicas doseu sistema, mantém 68estações no Estado do Rio deJaneiro, sendo: uma estaçãometeorológica, 20pluviométricas, 31 fluviométricase uma rede telemétricahidrológica com 16 estaçõeslinimétricas. Esses equipamentoslocalizam-se, entre outrosmunicípios, em Barra Mansa,Barra do Piraí, Rio Claro,Mangaratiba, Piraí, Carmo,Sapucaia, Três Rios e VoltaRedonda.

Responsável pelas encostas eoutras áreas de risco no

Município do Rio de Janeiro, aFundação Instituto deGeotécnica do Município do Riode Janeiro – Geo-Rio, dispõede dados da rede pluviométricatelemétrica com 32 estaçõesmedidoras de chuvas, além dedados de radaresmeteorológicos da Aeronáutica– obtidos por convênio desde1999 –, essenciais à tomada dedecisões, de acordo com aestratégia do Sistema de Alertade Chuvas Intensas, o AlertaRio, em operação desde 1996. As estações da Geo-Rio localizam-se em bairros efavelas da cidade: Vidigal,Urca, São Conrado, Tijuca,Santa Teresa, Copacabana,Grajaú, Ilha do Governador,Penha, Madureira, Irajá, Bangu,Piedade, Tanque ( Jacarepaguá ),Saúde, Jardim Botânico,Itanhangá, Cidade de Deus( Jacarepaguá ), Riocentro( Barra da Tijuca ), Guaratiba,Gericinó, Santa Cruz, Cachambi,Anchieta, Grota Funda, CampoGrande, Sepetiba, Mendanha,Sumaré ( duas ), Pedra de

Foto: Simerj

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Ambiente das Águas

Estação do Inmet, localizadaem Seropédica, registra pressão,temperatura, umidade, chuva,vento ( velocidade e direção ) eirradiação solar. Está dotada debateria solar e de umtransmissor via satélite

Page 31: Ambiente das Águas

Inmet

Dados climatológicos epluviométricos são obtidostambém pelo Instituto Nacionalde Meteorologia – Inmet, doMinistério da Agricultura,Abastecimento e Pesca. Das 25 estações que oInstituto possui no Estado, seissão consideradasclimatológicas principais, 14climatológicas auxiliares, trêsagroclimatológicas e umaestação climatológica especialurbana – esta localizada na Uerj–, e uma estação termo-pluviométrica, no JardimBotânico. Do total de estações,seis localizam-se no Municípiodo Rio de Janeiro e as demaisem Paty do Alferes, Campos,Carmo, Cordeiro, Seropédica,Iguaba Grande, Mangaratiba,Itaperuna, Macaé, Maricá,Nova Friburgo, Resende, RioBonito, Santa Maria Madalena,Valença, Santo Antônio dePádua, São Fidélis eTeresópolis.

Foto: Serla

Estação pluviométrica de Cachoeiras de Macacu

Furnas

O Serviço de Meteorologia deFurnas Centrais Elétricas atendea demandas da empresa notocante à previsão do tempo,numa escala de curto a longoprazo. Seus produtos vãodesde alertas de tempo severo,que podem provocarinterrupções e danos aosistema elétrico, até previsõesde chuva para

Itaúna, São Cristóvão eLaranjeiras.

períodos longos para efeito decálculo de disponibilidadeenergética em seu sistemahidrogerador. No Estado do Rio,localizam-se nove estaçõeshidrometeorológicas, assimdistribuídas: Resende, PedraSelada, Agulhas Negras,Parque Nacional de Itatiaia,Barra Mansa, Itatiaia, represa deFunil, Nossa Senhora doAmparo ( Resende ) eSapucaia.

Petrobras

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Ambiente das Águas

As principais atividadesoperacionais da empresaPetróleo Brasileiro – Petrobras,no âmbito do Estado do Rio deJaneiro, estão relacionadas àmeteorologia quanto aexploração e produção nasplataformas de Cherne,Garoupa, Enxova e Macaé, naBacia de Campos. Os dadosobtidos – coletados de horaem hora – interessam àsoperações de refino, transporte( dutos e navios ), terminais,gerenciamento das informaçõesmeteorológicas eoceanográficas.

Page 32: Ambiente das Águas

Universidades

A Universidade Federal do Riode Janeiro – UFRJ, através doDepartamento de Meteorologiado Instituto de Geociências doCentro de Ciências Matemáticase da Natureza, realizapesquisas básicas e aplicadas,tendo referenciado seustrabalhos, entre outros, à RegiãoTropical Brasileira ( Amazônia eNordeste ), Sul e Sudeste dopaís, com destaque especial noRio de Janeiro. Nesse sentido,mantém estação meteorológicano Campus da UFRJ ( Fundão ).

Outras três estaçõessão operadas pela Uerj –Maracanã, Jardim Botânico eBela Vista. Já o Centro Federalde Educação Tecnológica – paraensino de nível técnico –, operatambém estação meteorológicacom fins didáticos e depesquisa, no Maracanã.

Estação de rede telemétrica da Serla, no rio Acari ( Av. Automóvel Clube )

DEPV

A Diretoria de Eletrônica ao Vôo– DEPV, do Ministério daAeronáutica, no Estado do Rio,

opera três estaçõesmeteorológicas – Campo dosAfonsos, Galeão e Santa Cruz –,em apoio à navegação aérea.

DNH

Através de suas estações – SãoTomé e Ilha Rasa –, no Estadodo Rio, a Diretoria deHidrografia e Navegação – DHN,da Marinha, elabora e divulgaboletins meteorológicos eavisos de mau tempo para aárea marítima e portuáriavisando a segurança danavegação e a salvaguarda davida humana no mar.

Estações meteorológicas

Das 35 estações automáticasmeteorológicas de superfície darede telemétrica do Sistema deMeteorologia do Estado do Riode Janeiro – Simerj, órgãoinstituído em 29/01/97 ( Decreto22.935 ), as 11 primeiraslocalizam-se em: Macaé, SantoAntônio de Pádua, Itaperuna,Morro do Coco e São Tomé( Campos ), Dores do Macacu,Paraty, Ilha Grande ( Baía deSepetiba ), Rio de Janeiro( Capital ), Sapucaia e NovaFriburgo. Ao implementar a rede,o Simerj promove odesenvolvimento de estudos eprojetos em prol da integraçãodas atividades do Sistema comaquelas desempenhadas pelasáreas gestoras dos recursoshídricos do Estado do Rio deJaneiro.

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Ambiente das Águas

Foto: Serla

Page 33: Ambiente das Águas

Bacia hidrográfica

Bacia hidrográfica ou bacia dedrenagem, define a áreatopograficamente drenada porum curso d’água ou por umsistema interligado de cursosd’água de tal forma que todosos caudais efluentes sejamdescarregados através de umaúnica saída.

Os terrenos de umabacia hidrográfica sãodelimitados por dois tipos delinhas de separação de águas:uma topográfica ou superficial,outra freática ou subterrânea. Alinha de separação freática é,em geral, determinada pelaestrutura geológica dosterrenos, sendo muitas vezesinfluenciada também pelatopografia.

Todos nós vivemosnuma baciahidrográfica

Foto: Serla / Cide

Rede telemétrica do Simerj

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Ambiente das Águas

Ilustração: Simerj/Cide

Rede de Estações MeteorológicasTelemétricas do Simerj

1ª Fase: Dores de Macacu, Itaperuna, Macaé, Morro do Coco,Santo Antônio de Pádua

2ª Fase: Iha Grande, Nova Friburgo, Paraty, Rio de Janeiro,Sapucaia, São Tomé

Page 34: Ambiente das Águas

Ciclo hidrológico

Ciclo hidrológico significa ainteração dos processos deprecipitação, infiltração,percolação e transpiração, osquais, em conjunto, permitemque a água circule entre alitosfera e atmosfera, passandopelos estados líquido, sólido egasoso e mantendo-serelativamente constante aolongo do tempo. Este ciclo érelativamente simples sobre osoceanos, mas é bastantecomplexo sobre os continentes,uma vez que existem diferentesrotas que a água pode seguirantes que o ciclo seja completado.

A cobertura vegetaldesempenha importante papelnesse ciclo, pois retém aágua que vai reabastecer olençol freático. Além disto,através do fenômeno daevapotranspiração das plantas( evaporação + transpiração ),as folhas dos vegetaisrepõem o vapor d‘água no arem quantidades bastantesignificativas. Assim, aretirada desse manto verdepelo desmatamento interferenegativamente nesse sistema. O ciclo hidrológicomostra, portanto, as relaçõesentre as águas, a energiasolar, os solos, a vegetaçãoe os demais seres vivos,incluídos os humanos.

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Ambiente das Águas

Page 35: Ambiente das Águas

Ciclo hidrológicoCiclo hidrológicoCiclo hidrológicoCiclo hidrológicoCiclo hidrológico

O ciclo hidrológico na ilustração descreve a circulação da água entre o oceano, a atmosfera e osterrenos. Depende da energia solar. Após a precipitação das chuvas, parte da água evapora-se, outraescoa para os rios, lagos e mares e outra parte infiltra-se no solo, reabastecendo os aqüíferos.

Fonte do desenho: Unesco

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Ambiente das Águas

O rio Soberbo, em Parada Modelo, no municípiode Guapimirim, recebe entulhos que provocamenchentes, enquanto que a ponte sobre o mesmoestá com sua estrutura exposta por causa daerosão ocasionada pela excessiva extração deareia.

Foto: Planágua

Page 36: Ambiente das Águas

AMA-Rio

representará um verdadeiroprocesso de reengenharia dosistema ambiental, cuja estruturaatual já revela deficiências. Com a criação dessaAgência, está prevista arealização de concurso públicopara complementação de seuquadro técnico/administrativo. É consenso mundialque a bacia hidrográfica é amelhor unidade territorial básicade gerenciamento ambiental. Assim, a gestão dosrecursos ambientais do Estado,como água, solos, sub-solos,ar, biodiversidade, deverá serplanejada em função dasunidades de baciashidrográficas estaduais.

Com a aprovação da Lei 9.984, de 17/07/2000, criando a Agência Nacional deÁguas – ANA, os técnicos acreditam que a questão dos recursos hídricos noBrasil estará caminhando em direção a um destino promissor. A nova Agência tem como finalidade estabelecer instrumentos de gestão,através da criação de um arranjo institucional capaz de permitir que algumasdiretrizes sejam aplicadas em obediência aos princípios já contemplados nas leisde recursos hídricos. Como as questões dos recursos hídricos têm ligação com saneamentobásico, a ANA, de acordo com o projeto que institui a Política Nacional deSaneamento, deverá exercer também atividades de coordenação nacionalpertinentes à regulação dos serviços de saneamento. Desempenhará um conjuntode atribuições, das quais se destaca a edição de normas e diretrizes nacionaisrelativas à prestação, delegação e regulação dos serviços de saneamento básico.

Agência Nacional de Águas

Foto: PDBG

Vista de satélite, a Baía deGuanabara exibe toda suabeleza em meio a tantasadversidades

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Ambiente das Águas

A Agência de Meio Ambiente –AMA-Rio, cujo formatoinstitucional está sendo definidopela Semads, com a participaçãode consultores da FundaçãoGetúlio Vargas – FGV, parafutura apreciação da AssembléiaLegislativa do Estado do Rio deJaneiro – Alerj, substituirá aFeema, a Serla e o IEF, tendocomo unidade de planejamentoas bacias hidrográficas. Suasatribuições específicas serãodistribuídas entre unidades degestão, correspondentes a cadauma das macrorregiõesambientais. A perspectiva indica queo futuro órgão, mais coeso emenos pesado burocraticamente,

Page 37: Ambiente das Águas

DISPONIBILIDDISPONIBILIDDISPONIBILIDDISPONIBILIDDISPONIBILIDADEADEADEADEADEHÍDRICAHÍDRICAHÍDRICAHÍDRICAHÍDRICA

A

no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

água, de múltiplos e variados usos, está se tornando uma mercadoriacada vez mais rara e de maiorvalor. Bem finito e vulnerável, aágua, como tal, precisa serpreservada. É de vitalimportância que se rompatambém com a cultura dodesperdício, que no Estado doRio de Janeiro beira os 40%.

Especialistas jáadmitem que neste Séculopoderão se acirrar as disputaspor causa desse recurso naturaltão importante para asobrevivência humana eeconomia das Nações.

Os números disponíveismostram que o planeta Terratem 70,8% da sua superfícieterrestre cobertos por água, ou1,38 bilhão de quilômetroscúbicos. Por isso é azul,quando vista do espaço, ouinspira canções como “PlanetaÁgua”.

Da água existente, 97%são salgadas ( mares eoceanos ). Dos 3% restantes,76% formam as calotas polarese geleiras permanentes, 22%estão no subsolo e apenas 2%constituem as águas doces dosrios, lagoas e lagos. A águadoce, fundamental àsobrevivência humana, existeapenas em áreas continentaisdo Planeta.

Daí a necessidade depreservar e administrar bem taisrecursos, diante da perspectivado contínuo aumento dapopulação mundial e, portanto,do aumento quase exponencial

Mundo de água

DISPONIBILIDDISPONIBILIDDISPONIBILIDDISPONIBILIDDISPONIBILIDADEADEADEADEADEHÍDRICAHÍDRICAHÍDRICAHÍDRICAHÍDRICA

Cachoeira do rio Mambucaba, no Parque Nacional da Serra da Bocaina

Foto: IEF/Lagief

Page 38: Ambiente das Águas

da demanda por água doce,associado à crescentedegradação dos ecossistemasaquáticos. Por isso, já sediscute em fóruns internacionaisa chamada crise de água doce,neste milênio.

A explicação para tanta água namaior parte da superfícieterrestre é dada por cientistas.Acreditam que a água estariacontida em compostosrochosos ( silicatos hidratados )até a terra se formar. A águateria sido liberada, depois, emestado líquido, quando as

Planeta Terra?

rochas esfriam, num dadomomento do primeiro bilhão deanos da história do Planeta.

Para outros estudiosos,tudo deve ter começado comas densas nuvens de gases evapores vulcânicos que seformaram quando a crostaterrestre entrou no processo deesfriamento e endurecimento.Sob os efeitos das radiaçõessolares, desencadearam-sereações químicas nos átomosde oxigênio e hidrogênio. Epesadas nuvens se precipitaramem chuvas torrenciais, talvezdurante séculos, sem parar.Assim, as águas ocuparamtodas as grandes depressõesda crosta terrestre, formando osoceanos, mares e lagos.

Com o crescimento dapopulação,o ciclo da água estácada vez mais ameaçado pelasqueimadas, pelosdesmatamentos, esgotos,despejos industriais e lixojogados nas lagoas, nos rios,mares e oceanos. Principalbem natural da Terra, devemosproteger a água e nãodesperdiçá-la.

38

Ambiente das Águas

Distribuição do volume d’água na Terra

Fonte: Unesco/PHI/Redes

Page 39: Ambiente das Águas

No Brasil

O Brasil detém um terço de todaa água doce disponível noPlaneta. Pensando nessevolume e talvez considerando-oinesgotável, parcela dapopulação, de empresários,donos de indústrias e até deentidades públicas, continuampoluindo os rios e o mar, semdar a devida importância aosmalefícios que tais açõesacarretam ao ambiente e aopróprio ser humano. Segundo dados doPrograma das Nações Unidaspara o Meio Ambiente – Unep,em 1991/92, o consumo total deágua – doméstico, industrial eoutros –, no Brasil, em 1987, foide 580 litros. Desse total,coube ao consumo doméstico43% ( 250 litros/dia por pessoa );40% foram consumidos pelaagricultura, e 17% pela indústria.Em outros países, o consumo

Desde os tempos da Colônia,registram-se problemas com apoluição das águas. No SéculoXVII, por exemplo, criou-se atéuma lei que proibia os donosde porcos de sujarem os rios.Mas, de lá para cá, a sujeira sótem aumentado.

No Estado do Rio, rios,riachos, regatos e córregos,cachoeiras e lagos, arroios eribeirões determinam a grandevariedade dos recursoshídricos. Alguns encontram-sepreservados, belos e úteis.Outros, não recebem dapopulação e autoridades odevido cuidado para mantê-loslimpos. Ainda hoje, no Brasil,

Preocupante poluição

A Região Amazônica armazena 80% de toda a água superficial do Brasil

Cachoeira em Atalanta ( Vale do Itajaí / SC )

doméstico por dia/habitante de águaverificado em 1990registra, porexemplo: EstadosUnidos, 500 litros;Suécia, 250 litros;Itália, 230 litros;Alemanha, 145litros; Holanda, 120litros, França, 110litros e Rio deJaneiro, 250 litros/habitantes por dia, em 2000.

Revista Senac nº 2

Foto: Eco.21 - nº 43

39

Ambiente das Águas

muita gente não reconhece osrios, lagoas e lagos como umafonte de vida. Em nosso país,são poucas as cidades quetratam seus rios com cuidado.No fundo das casas, são onatural escoadouro de dejetosdomésticos e de lixo. As enormesquantidades de agrotóxicos efertilizantes de uso agrícolapodem acarretar aos corposreceptores – rios, lagoas elagunas – a proliferação dealgas que se alimentam dosfertilizantes trazidos doscampos pelas chuvas. As algasproduzem substâncias tóxicas,podendo tornar a águaimprópria ao consumo humanoe à fauna aquática. Pesquisa doDepartamento de BiologiaCelular e Genética da Uerj

Page 40: Ambiente das Águas

Vala sete no bairro Arcampo...

...após a dragagem e limpeza pela Serla

...no Município de Magé ( Região Metropolitana )...

São requisitos básicos para a água potável ser considerada de qualidade:

..... Ter cor clara..... Estar livre de organismos patogênicos ( transmissores de doenças )..... Estar livre de compostos que afetem o seu cheiro ou seu sabor..... Conter baixas concentrações de elementos ou compostos que são tóxicos, ou que possamafetar a saúde das pessoas, mesmo a longo prazo, como o chumbo, mercúrio, etc...... Conter baixo índice de salinidade ( baixas concentrações de cloro, sódio, etc. )..... Não ser corrosiva

revelada em julho de 2000,mostra que os agricultores doEstado usam 45 tipos deagrotóxicos, sendo que 13deles têm uso proibido emvários países. Legumes como couve,brócolis, vagem-macarrão etomate, além do morango,coletados em feiras-livres ehortomercados, em maio ejunho de 2000 pela Uerj,apresentaram resíduos deagrotóxicos acima dos limitestoleráveis pelo organismohumano. Se legumes e frutasestão com essa sobrecarga decontaminantes, isso podeindicar que parcela dosagrotóxicos utilizados emexcesso esteja indo para osolo, subsolo e águassuperficiais, contaminando-ostambém.

Foto Serla

Foto Serla

40

Ambiente das Águas

Foto Serla

Page 41: Ambiente das Águas

Ecologia e preservação

Baía da Ilha Grande: preservar para poder usar

Águas subterrâneas

O volume de água doceestocado no subsolo representamais de 90% do total desserecurso disponível paraconsumo humano, alcançávelpelos meios tecnológicos atuais.No entanto, a utilização daságuas subterrâneas, no mundoem geral e no Brasil em particular,é ainda relativamente modesta,ou seja, muito aquém de suapotencialidade, apesar doaumento do consumo pelospaíses desenvolvidos, nasúltimas décadas. A importânciapresente e futura das águassubterrâneas requer, no entanto,permanente proteção de

contaminaçõesocasionadas,entre outras, porlixões,despejostóxicos dasindústrias,agrotóxicos efertilizantes( nitratos )usados naagricultura,acidentes como transporte deprodutos( solventes,

A Limnologia ( do grego Limno= lago ), área da Ecologia queestuda os ecossistemas deágua doce, como lagos, lagoase rios, apresentou nas últimasdécadas os maiores índices dedesenvolvimento da ciência emtodo o mundo. Isso pode seratribuído em grande parte aossubsídios por ela gerados parao conhecimento científico, omanejo racional e apreservação dessesecossistemas.

Dados sobredisponibilidade, consumo enível de degradação ( poluição,eutroficação, salinização ) daágua doce servem de base paraque organizações internacionaiscomo a ONU, Unesco e a UniãoEuropéia identifiquem a suaescassez como o principal fatorcontrolador do desenvolvimentosocial e econômico dahumanidade neste Século.

Na opinião da maioriadessas organizaçõesinternacionais, a qualidade devida, em futuro próximo, comcerteza, estará diretamenteassociada às medidas para apreservação dos recursos deágua doce que forem tomadasdesde agora.

Poço Donana 01( 500m3/h ), no

Município deCampos dosGoytacazes

Foto Cedae/Din

Foto: IEF/Lagief

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Ambiente das Águas

Page 42: Ambiente das Águas

Domínios hidrogeológicos do Estado do Rio de Janeiro

Ambiente das ÁguasAmbiente das Águas

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Page 43: Ambiente das Águas

Ambiente das ÁguasAmbiente das Águas

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Page 44: Ambiente das Águas

legenda• Localidades abastecidas por poços Localização do(s) poço(s) tubular(es) Caminhamento de adutora

óleos ), postos de gasolina,oleodutos, extração de areia emcavas e poluição do ar poremissões e chuva ácida. No Estado do Rio deJaneiro, a partir da sanção daLei Estadual de RecursosHídricos, em 1999, a preservaçãoe o controle do uso das águassuperficiais e subterrâneaspassaram a fazer parte de umalegislação que trata os recursoshídricos como um todo e nãode forma segmentada. Em virtude das limitaçõesquantitativas e qualitativas daságuas superficiais, incluindo o

aumento do custo da captação,adução e tratamento, a águasubterrânea vem apresentandonos últimos anos um usocrescente, tendo em vista aoferta maior e o desenvolvimentotecnológico, que melhorou aprodutividade e a vida útil dospoços. Além disso, o volumeestocado de águas subterrâneasno Brasil é calculado em 192 milkm3, com velocidade de fluxomuito baixa, o que torna omanancial pouco afetado pelasvariações sazonais depluviometria, podendo propiciarum abastecimento regular durante

Ilustração: Cedae/Din

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Ambiente das Águas

Localidades abastecidas por água subterrânea, em municípios da Região Norte do Estado

Page 45: Ambiente das Águas

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Ambiente das Águas

Poço Bem-Posta ( 22m3/h ), no Município de Areal

os períodos de seca ouestiagem prolongadas. Na área da Bacia deCampos, 300 mil pessoas sãoabastecidas com águassubterrâneas. Na Região NorteFluminense como um todo, há49 fontes de abastecimentoprovenientes de águassubterrâneas, em operação,gerenciadas pela Cedae. O Departamento deRecursos Minerais – DRM –órgão vinculado à Secretaria deEstado de Energia, da IndústriaNaval e do Petróleo, é o gestordos recursos de águassubterrâneas, cabendo-lhe atarefa de atualizar o mapa dapotencialidade e localizaçõesdos mananciais em todo oEstado. Com o CPRM, aEmater-Rio, prefeituras euniversidades, o DRM estáengajado no Projeto Rede deGeotecnologia em ÁguasSuterrâneas – Resub. O projeto é consideradoimportante passo para o Estadodo Rio de Janeiro conhecersuas potencialidades hídricassubterrâneas, mediantelevantamento de dados sobrepoços profundos emfuncionamento, realização deensaios geofísicos, testes debombeamento e rebaixamentopara avaliação dascaracterísticas hidrogeológicasdos aqüíferos e os respectivosmapeamentos, a criação debanco de dadoshidrogeológicos, odesenvolvimento de novastecnologias e, por fim, aformação especializada derecursos humanos. Os principais ambientesaqüíferos do Estado do Rio deJaneiro e sua potencialidadeestão mapeados, a partir doconhecimento atualmenteexistente, visando orientar osusuários, quanto à viabilidadede perfuração de poços para osprincipais domínios

Foto Cedae/DINhidrogeológicosfluminenses ( vermapa nas páginas42 e 43 ). O Estadodo Rio de Janeirotemaproximadamente44 mil quilômetrosquadrados, comuma geologiacomplexa.Predominamrochas cristalinas,gnaisses,migmatitos,granitos,granulitos erochas alcalinas,cobrindo cerca de70% do territóriofluminense. Nosrestantes 30% ocorrem rochassedimentares e sedimentosvariados, relacionados aporção continental da Bacia deCampos e bacias menores,como as bacias de Resende,Volta Redonda, Itaboraí eMacacu. Os sistemas aqüíferosfluminenses estão divididosem domínios, emconformidade com osaspectos geomorfológicos, apartir do mapa geoambientaldo Estado: domínios costeiro,montanhoso, de região deplanalto, de depressão doMédio Paraíba, de depressãodo Pombal/Muriaé e doPlanalto Sul Capixaba. É oportuno destacar,porém, que a águasubterrânea não é fonteinesgotável. Poucos aqüíferospodem suportar enormes eindefinidas taxas de consumo. A extração de água deum aqüífero nunca deveexceder sua capacidade derecarga. Nesse sentido, oEstado do Rio de Janeiromantém um programa deproteção das águassubterrâneas.

Page 46: Ambiente das Águas

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Ambiente das Águas

Município

Poços artesianos no Estado do Rio de JaneiroLocalidade Perfurados Em operação Fora de operação

Poços

Totais 67 49Fonte: Cedae

16

1 Em fase de instalação 2 Aguardando instalação de bomba 3 Poço Amazonas 4 Em fase de instalação 5 ETA - Desferrizador

São Joãoda Barra

S.FranciscodeItabapoanaItalvaCardosoMoreiraRio Bonito

MaricáItaboraíCarapebusPorciúnculaNatividadeSão João deUbáItaocaraSanto Antôniode PáduaMiracema

Cambuci

Vassouras

Paraíba doSulMiguelPereiraPaty doAlferesRio ClaroSapucaiaS.Sebastiãodo AltoCordeiroCantagalo

BomJardim

AçuGrussaíBarcelosAtafonaCajueiro/Degredo 1

GargaúBarra de ItabapoanaPça. João Pessoa 3

Dr. Matos 4

São Joaquim

Conj. Habitacional BoaEsperançaManoel RibeiroManilha ( Itambi )CarapebusSanta ClaraOurâniaSão João de UbáBoa NovaEstrada NovaMonte AlegreSanta CruzMarangatuVenda das FloresParaíso do TobiasSão João do ParaísoMonte VerdeItakamosiDemétrio RibeiroBarão de VassourasMassambaráAndrade CostaWerneckBarão de AngraMiguel Pereira

Paty do Alferes

Passa TrêsN.S. AparecidaSão Sebastiãodo AltoCordeiroBoa SorteS.S. do Paraíba 5

São João do Ribeirão

1211152211

2211321211111111121122113

1

224

1112

1211141211

2211-2121111---1-211-21--

-

114

111

-----

1 2

1---

----3------1-------12--13

1

11-

---

Page 47: Ambiente das Águas

Maior reserva do mundo A Região Nordestedetém 22% do total de águasubterrânea do país, porém éirregularmente distribuída. Amaior parte está armazenadanas áreas sedimentares dosestados do Maranhão e Piauí. Os níveis de utilizaçãode águas subterrâneas no mundoem geral e no Brasil em particular,são ainda relativamente modestas.O consumo é tambémdesigualmente distribuído,apesar do forte crescimento dademanda por água nos países,nas últimas décadas. A Primeira ConferênciaMundial de Água, realizada emMar del Plata em 1977,considerou que cerca de 70%das cidades carentes de águapotável no Terceiro Mundopoderiam ser abastecidos oureforçados de forma mais baratae rápida, utilizando-se águassubterrâneas, como também amaioria das comunidades rurais.

Potencialidades médias de água subterrânea no Brasil ( segundo Rebouças, 1978 )

Uma das maiores reservas deágua subterrânea do mundoestá no aqüífero Guarani, comocorrência em oito estadosbrasileiros. Essas reservas devemser permanentementeprotegidas das contaminações:depósitos de lixo, de lodos deestações de tratamento deesgotos e resíduos industriais. As reservas brasileiras,até uma profundidade de milmetros, estão avaliadas em192.000 quilômetros cúbicos,com um volume dereabastecimento de 3.500 km3/ano. Do total de águaarmazenada no Brasil, 97 porcento situam-se nas baciassedimentares do Paraná( 1.000.000 km2 ), Amazonas( 1.300.000 km² ) e Piauí/Maranhão ( 700.000 km² ).

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Ambiente das Águas

Page 48: Ambiente das Águas

Água é vida

A vida sempre esteveassociada à existência de água.O aparecimento da vida na Terrahá 4,5 bilhões de anos se deveà água. Os primeirosorganismos vivos, unicelulares,surgiram nas águas superficiaisde lagoas e lagos. Os vegetais

foram osprimeiros a sairda água,seguidos pelafauna. Passadosperto de 1bilhão de anosde evolução,surgiram osmamíferos. Aolongo da vida,os homensdependem otempo todo daágua, solventedas moléculas,porque assubstâncias porelas absorvidas

e as reações metabólicasocorrem por via aquosa. O desenvolvimentoembrionário da espéciehumana, inicia-se três ou quatrodias depois da fecundação,quando o embrião chega aoútero. No âmnio, ou bolsad’água, o embrião permanecepor cerca de nove mesesprotegido de choques edesidratação pelo líquido que oenvolve.

No homem, aágua ( H2O )corresponde a mais de60% do seu peso. Issosignifica que em umindivíduo de 70 kg, 42 kgse constituem água. Ocorpo humano necessitade água todos os diaspara dissolver e eliminarresíduos tóxicos,umedecer os pulmões, a

pele e as mucosas e,principalmente, regular atemperatura. Em torno da águasurgiram também as primeirascivilizações e cidades criadaspelo homem, de que sãoexemplos o Egito e aMesopotâmia, que quer dizer“entre rios”. No Brasil, ahistória registra a colonização eo estabelecimento dasCapitanias Hereditárias feitos apartir do litoral, induzidos pelapresença dos cursos d’água edo mar. Determinadas peloshábitos culturais e estágio deindustrialização dos países, asdemandas por água continuamcrescendo ao longo dostempos, enquanto osmananciais são exauridos oucontaminados pelo descaso dopróprio homem. Hoje, a ONUconsidera a água um recursonatural estratégico, em face desua importância e escassez.

Foto: Biologia/Editora Ática

Foto: Biologia/Editora Ática

Escassez

Em pleno Século XXI, reflexoda escassez, perto de 80milhões de chineses andammais de 11 km por dia paraconseguir água. Tambémencontram-se na faixa deescassez hídrica países comoMalta, Kuwait, Egito, ArábiaSaudita, Jordânia, Líbia, Israel,Tunísia, Barbados, Tailândia,Singapura, Cabo Verde,Burundi, Argélia e Bélgica,entre outros. Principalmente emterritórios palestinos, aescassez de água éconsiderada, hoje, alarmante eaté motivo de beligerância. Para cada habitante, adisponibilidade de água chega

Embrião humano implantado no útero

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Ambiente das Águas

Page 49: Ambiente das Águas

No mundo, ao lado da distribuição tão desigual da água ( veja ilustração ), o volume de água docedos rios, por continente, é classificado em abundante, suficiente, escasso e insuficiente. Refletindo todo esse quadro, o consumo de água por habitante é também muito diferenciado.Enquanto em Sidney ( Austrália ), o consumo doméstico é de 330 litros por habitante/dia, nosEstados Unidos é de 500 litros/dia e, no Quênia ( África ), as pessoas têm de se contentar com 5litros de água por dia. Bem de disputa universal, a água, de acordo com relatório da ONU divulgado por ocasiãoda Conferência Internacional sobre a Água de Paris, em 1998, no Planeta, há 70 regiões emconfronto pelo controle de fontes de água potável. Cerca de 200 bacias hidrográficas localizam-seem áreas de fronteiras desses países, o que pode provocar sérios conflitos entre os povos..

Distribuição da água nos continentes

a 500 metros cúbicos por ano,quando o mínimo necessárioseriam de 2 mil metros cúbicospor ano. No Brasil, a oferta deágua nas cidades vemdiminuindo por força dacrescente urbanização epoluição de mananciais. Parase ter uma idéia, a populaçãourbana no país aumentou 137%em 26 anos, passando de 52milhões de pessoas, em 1970,para 123 milhões, em 1996, e166,7 milhões em 2000. Já adisponibilidade hídrica, de 105mil metros cúbicos porhabitante/ano, em 1950, caiupara 28,2 mil metros cúbicos,em 2000. A escassez de águaestá diretamente ligada àcombinação de fatores, como ocrescimento populacionalexagerado, a diminuição dacobertura vegetal e ocomprometimento dos recursoshídricos pela degradaçãoambiental. Por isso, a relaçãohomem-recurso d´água terá deser revista o quanto antes. Em muitas ocasiões, oalerta foi dado, como naConferência Internacional sobreÁgua e Meio Ambiente ocorridaem janeiro de 1992, em Dublin( Irlanda ). Consta dos“Princípios de Dublin”: “A águadoce é um recurso finito evulnerável, essencial para asustentação da vida, odesenvolvimento e meioambiente”.

Preocupada com essasituação, a AssociaçãoBrasileira de EngenhariaSanitária e Ambiental – Abesdeflagrou, em 1997, movimentode gerenciamento de recursoshídricos nacionais com aelaboração da “Carta de ÁguasDoces no Brasil”. Em março de 2000, otema, sob o enfoque “Água évida” voltou ao debateinternacional, desta vez noFórum Mundial sobre a Água,em Haia ( Holanda ). Adiscussão prosseguirá nareunião de Bonn ( Alemanha ),em 2002 ( Dublin + 10 ), paraavaliação dos dez anos daimplantação da Agenda 21,discutida e aprovada na Eco-92,no Rio de Janeiro.

Desperdício

Ao lado do desperdício de 45%do volume total produzido aoano pelos sistemas públicos deabastecimento de águaregistrado pela Secretaria deRecursos Hídricos, do Ministériodo Meio Ambiente, ocorremtambém outras perdas namaioria das residências dos91,1% de brasileiros quedispõem de água encanada etratada. A crescente escassezde água no Planeta está

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Ambiente das Águas

Page 50: Ambiente das Águas

Escovar os dentes

Tomar banho emchuveiro elétricoRegar jardinse plantas

Lavar o carro

Lavar a calçada

12 litrosem 5 minutos

45 litrosem 15 minutos186 litrosem 10 minutos

560 litrosem 30 minutos279 litrosem 15 minutos

Fechar a torneira enquanto escova os dentes eusar a água de um copo de 350ml paraenxaguá-losFechar o chuveiro enquanto se ensaboa ediminuir o tempo de banho para 5 minutosUsar esguicho tipo revólver, regar só onecessário e, de preferência, pela manhã ou ànoite, quando a evaporação é menorLavar só quando necessário e trocar oesguicho por um baldeLimpar com vassoura, o resultado é o mesmo

11,65 litros

30 litros

96 litros

520 litros

279 litros

Atividade Gasto médio Uso racional EconomiaUso racional de água: exemplos e conselhos úteis

Obs.: Como a pressão da água nos prédios é maior, o consumo em edifícios pode ser até três vezes o que se gasta em uma casa. Os números acima se referem ao consumo em casas.

Fonte: Sabesp

diretamente associada àcombinação de fatores, emespecial ao crescimentoexagerado da população, àdiminuição da cobertura florestale ao comprometimento dasreservas hídricas – rios,represas e até das águassubterrâneas –, peladegradação ambiental. Portanto, a água deveser usada racionalmente paraque sejam preservadas,garantindo este importanterecurso natural para as atuais e

futuras gerações. No Estado doRio, cerca de 2 milhões dehabitantes, ou mais de dez porcento de sua população, nãotêm água encanada em suasresidências. No Brasil, amesma situação afeta mais de15 milhões de habitantes. Nas residências, emgeral, 32% do consumodoméstico de água referem-seao uso de chuveiros e 14% àslavadoras de roupa, que gastamde 100 a 200 litros de água porciclo de lavagem.

Ilustração: Atlas Ambiental/ Embrapa

50

Ambiente das Águas

Page 51: Ambiente das Águas

s rios fluminenses totalizam extensão de 29 mil km, garantindo aoEstado do Rio cerca de 950m³/s devazão média. Esse volumeproporciona aos 14,4 milhões dehabitantes ( ano 2000 ), 2.060m³de água/ano. Segundo os critériosda ONU, essa disponibilidadehídrica é suficiente para atenderàs demandas atuais de consumo.

SANEAMENTSANEAMENTSANEAMENTSANEAMENTSANEAMENTO .O .O .O .O . INDÚSTRIA . INDÚSTRIA . INDÚSTRIA . INDÚSTRIA . INDÚSTRIA . AAAAAGRICULGRICULGRICULGRICULGRICULTURATURATURATURATURA..... ENER ENER ENER ENER ENERGIA .GIA .GIA .GIA .GIA . LAZER LAZER LAZER LAZER LAZER

OS RIOSOS RIOSOS RIOSOS RIOSOS RIOS E E E E E

SEUS USSEUS USSEUS USSEUS USSEUS USOSOSOSOSOS

Ambiente das Águasno Estado do Rio de JaneiroAmbiente das Águas

Mananciais

OS RIOSOS RIOSOS RIOSOS RIOSOS RIOS E E E E E

SEUS USSEUS USSEUS USSEUS USSEUS USOSOSOSOSOS

O

Cachoeira Alta, atração turísitica no Município de Duas Barras

Foto: Arq. Prefeitura de Duas Barras

O aporte de água do rio Paraíbado Sul que chega ao rio Guandué, em média, de160 m3/s. Parte deste volume( 45 m3/s ) é desviado pelaCedae, através do SistemaGuandu, para abastecimentodomiciliar do Município do Riode Janeiro e parte da BaixadaFluminense. Dos 66 municípiosfluminenses com os quais aCedae mantém contratos econvênios de concessão, 16localizam-se na RegiãoMetropolitana. Essa Regiãoconcentra 80% de toda apopulação do Estado, 14,4milhões de habitantes. Emjunho de 1999, a população dos66 municípios abastecidos comágua da Cedae representava87% dos habitantes do Estado;já as redes de esgotos,atendiam 83% dos habitantes. Dados recentes doSistema Nacional de Informaçãoem Saneamento – SNIS revelamque 84,9% da população totaldo Estado do Rio de Janeirosão abastecidos por rede deágua tratada. Assim, cerca de 2milhões de habitantes não têmacesso a água potável, própriapara consumo. Quanto aos dejetos, emsua maioria, são carreados paraos rios e regiões costeiras,

Page 52: Ambiente das Águas

contribuindo para poluí-las,assim como os ecossistemas aílocalizados. Para garantir o

Esses sistemas permitem ( dados de junho de 1999 ):

..... Número de ligações ( água ): 1.448.241;..... Número de unidades prediais ( água ): 2.863.744;..... Extensão da rede de água: 14.015.572m;..... Volume de água produzido ( 1997 ): 147.047.469 de m3;..... Volume de água faturado ( 1997 ): 68,01%;..... Ligações com hidrômetro: 860.542;..... Número de ligações ( esgoto ): 632.010;..... Número de unidades prediais ( esgoto ): 1.685.680;..... Extensão da rede de esgotos: 4.830.768m;..... Volume de esgoto produzido: 39.287.506 m3.

É muito significativo ainda o índice de desperdício de água daCedae, acima de 40%, quando a média admissível oscila entre 12%e 15% nos sistemas bem operados.

Em 1997, aCompanhiaregistrou umaperda defaturamento deágua distribuídadeaproximadamente51,23%, querepresenta adiferença entreo volumeproduzido e ovolume faturado.

A história doabastecimento de águado Rio de Janeiropassa também peloRibeirão das Lajes( 30 km² deespelho d’água )

Foto: IEF/Lagief

fornecimento de água à RegiãoMetropolitana, a Cedaedepende basicamente de doissistemas:

Fonte: Home page Cedae

52

..... Sistema Guandu-Lajes-Acari ( rio Guandu ) – 4.276.800m3/dia ( 49.5m3/s )..... Sistema Imunana-Laranjal ( rio Macacu ) – 604.800m3/dia( 7.0m3/s )

Ambiente das Águas

Page 53: Ambiente das Águas

Percentual de domicílios do Rio de Janeirocom acesso a serviços ( redes ) de

abastecimento de água e esgotamento sanitário

Ano Rede de Água ( % )

Rede de Esgoto ( % )

População doRio de Janeiro

Fonte: IBGE / PNAD

Concessão de serviços

O valor médio de consumo deágua para fins industriais noBrasil varia muito em função dotipo de indústria. Por exemplo,a indústria siderúrgica consome600 litros de água para cadaquilo de aço produzido, enquantoa indústria de celulose consome500 litros de água para cadaquilo de polpa produzido.

De acordo com osdados disponibilizados pelaCedae, em junho de 1999, asligações de água com vistas aosetor industrial totalizavam2.399. Como a água é recursonatural limitado, sua reutilizaçãono processo de produçãoindustrial tem sido estimuladapelos poderes públicos efóruns internacionais.

Consumo industrial

Nações Unidas para o MeioAmbiente – Unep, de 1991/92,mostram que, em 1987, oconsumo doméstico de água,no Brasil, foi de cerca de 250litros/dia por pessoa. Esse totaltem a seguinte destinação:consumo humano ( bebida,lavar mãos, etc. ), 5%; banho,37%; toilete, 41%; cozinha, 6%;lavagem de roupa, 4%; limpeza,3%; jardim, 3%; lavagem decarro, 1%.

53

85,296,186,8

199319951999

52,850,456,3

13.083.47613.213.11413.631.354

Ambiente das Águas

Encontra-se sob a fiscalizaçãoda Agência Reguladora deServiços Públicos Concedidosdo Estado do Rio de Janeiro –Asep a concessão à iniciativaprivada a exploração dosserviços de abastecimento deágua, coleta e tratamento deesgotos sanitários na Regiãodos Lagos, antes daresponsabilidade da Cedae.

O primeiro lote foiconcedido mediante licitaçãopública ao consórcio Águas deJuturnaíba. Corresponde aosmunicípios de Araruama,Saquarema e Silva Jardim. Osegundo lote, também porlicitação, foi concedido aoconsórcio Pró-Lagos, queengloba os municípios de CaboFrio, Arraial do Cabo, SãoPedro da Aldeia, Iguaba eBúzios.

Passaram a seradministrados também pelainiciativa privada os sistemas deCampos e Niterói, antesoperados pela Cedae, e daPrefeitura de Petrópolis, que eraadministrado pela própriamunicipalidade.

O aproveitamentoracional e a preservação dosrecursos de água doce sãometas prioritárias dassociedades modernas. Dadosdo Programa das

Page 54: Ambiente das Águas

Consumo agrícola

Na área rural, as fontes e os agentes poluidores da água são osmais diversos, como as enormes quantidades de agrotóxicos efertilizantes usados pelos agricultores. Muitas vezes os frascos

vazios dessesprodutos usados paraevitar pragas epreparar o solo para oplantio sãoabandonados no meiodo campo.

Quando chove,a possibilidade de asembalagens iremparar nos rios égrande. Fora isso, opróprio solo absorvetais produtos e podefazer com que elescheguem aos lençóisfreáticos, ou seja, àságuas que corremembaixo da terra, aosrios, lagoas e mares,

nos 4.135 km2 de áreas agrícolas estaduais. São ainda fontespoluidoras das águas a erosão do solo, o assoreamento doscorpos d’água e os resíduos provenientes da pecuária.

Comunidade Campo Leal ( microbacia córrego Lambari, Município de Sumidouro )

Controle microbiológico

A água é um dos principaiselementos da naturezaresponsáveis pelasobrevivência de todos osseres vivos. No estado sólido,líquido ou gasoso, está sempreem contato íntimo com todas asformas de vida. Entretanto, asreservas naturais de água nãotêm sido preservadas. Os rios,lagoas e mares recebempoluentes de todo tipo. Cabe aocidadão atuar junto ao PoderPúblico para que esse bemvalioso não se torne escasso esem qualidade. A Empresa de PesquisaAgropecuária do Estado do Riode Janeiro – Pesagro-Rioexecuta, além de atividades de

pesquisa e diagnóstico emSanidade Animal, omonitoramento bacteriológico( colimetria ) de águas domunicípio de Niterói eadjacentes. De início, o serviçode Controle Microbiológico deÁgua – CMA visava atenderprincipalmente a solicitações decriadores de pequenos animais.Posteriormente, estendeu-se aodiagnóstico bacteriológico deáguas destinadas ao consumohumano ( poços cavados eágua de distribuição ). OLaboratório de Biologia Animal –LBA atende a aproximadamente60 solicitações de análise deágua por mês. Os interessados naexecução da análisebacteriológica da água( colimetria ) deverão dirigir-se

Foto: SEAAPI/Pesagro

54

Ambiente das Águas

Page 55: Ambiente das Águas

ao setor de atendimento do LBAda Pesagro-Rio. No momento da entregado resultado, os interessadosrecebem atendimento técnicoquanto aos procedimentosnecessários para a manutençãoda qualidade da água. Nessecontato é realizado exercício de

conscientização quanto àimportância da preservação daágua.

A seguir,demonstrativos das análises deágua realizadas no período de12 meses, com os respectivosmunicípios atendidos.

Ilustração: SEAAPI/Pesagro

55

Ambiente das Águas

Quantidade de amostras de água analisadas no período denovembro/1999 a outubro/2000

Ilustração: SEAAPI/Pesagro

Municípios atendidos no período denovembro/1999 à outubro/2000

Page 56: Ambiente das Águas

Microbacias

Conservação e revitalizaçãodos recursos hídricos e dosolo, é um dos setecomponentes do ProgramaEstadual de DesenvolvimentoRural Sustentável emMicrobacias Hidrográficas – RioRural. Mediante o Programa, oGoverno do Estado pretendeviabilizar a permanência dohomem no campo, para que oêxodo rural não agrave aindamais o quadro demográficoestadual em que 95% dapopulação concentra-se, hoje,em áreas urbanas, muitas delas– como a Baixada Fluminense –,carentes de infra-estrutura,principalmente de saneamentobásico ( água, coleta e destinoadequado de esgotos e lixo,drenagem ). O “Rio Rural” propõe-se

a promover o desenvolvimentorural sustentável dascomunidades de base familiarlocalizadas em microbaciashidrográficas e transformar ohomem do campo num fortealiado para a difícil tarefa deconservar os recursos naturais. O Programa,desenvolvido pela Secretariade Estado de Agricultura,Abastecimento, Pesca eDesenvolvimento do Interior /Superintendência de MicrobaciasHidrográficas, está dimensionadopara beneficiar 230.180habitantes das 491 baciasidentificadas em todo o Estado. Na primeira fase ( 1991 ),o Programa foi implementadoem 18 microbacias abrangendo29.771ha, beneficiando 11.295pessoas. Na fase seguinte( 1995/1998 ), foram envolvidas24 microbacias cobrindo29.501ha e atendendo a 7.137pessoas.

MicrobaciaCórrego Lambari,no Município deSumidouro

Foto: SEAAPI/Pesagro

56

Ambiente das Águas

Page 57: Ambiente das Águas

O São João é um exemplo derio navegável ( para pequenasembarcações ) no Estado, numtrecho de 59 km, até seuestuário, no Oceano Atlântico.

Navegação

Os impactos decorrentes daimplantação de usinashidrelétricas sobre osecossistemas aquáticosdevem ser avaliados à luz daconservação da biodiversidadelocal ou regional, ou seja, se arepresa e a barragem afetamos seres vivos. No Estado do Rio, sãomuitos os exemplos deempreendimentos voltados paraa produção de energia deorigem hidráulica, como a usinade Glicério, em Macaé, movidapelas águas desviadas do rioMacabu.

Energia hidrelétrica

Distribuição das 15 usinas hidrelétricas em operaçãoe das 38 em estudo/projeto ( 1998 )

Trecho navegável do rio São João, no Município de Casimiro de Abreu

Barragem da hidrelétrica de Comendador Venâncio, no rio Macaé

Foto: Semads

Foto: Cerj

57

Ambiente das Águas

Page 58: Ambiente das Águas

Barragens,represas e usinas

hidrelétricas

1 Situada na bacia do Ribeirão das Lajes. As turbinas são movimentadas pelas águas transportas do rio Paraíba do Sul 2 Situadas na bacia do rio Piabanha, afluente do rio Paraíba do Sul 3 Situadas na bacia do rio Dois Irmãos, afluente do rio Paraíba dio Sul 4 Afluente do rio Muriaé

Usina Pereira Passos ( 100 MW )Usinas Fonte Nova ( 132 MW ), NiloPeçanha ( 380 MW ) e Velha ( desativada )

Foto: Brasil Municípios nº 1/00Foto: Brasil Municípios nº 1/00

58

Ambiente das Águas

Macrorregião

Fonte: Semads, com base em dados do Cide

Usina hidrelétrica( UHE ) e represa

Rio Proprietário Conclusãodas obras

MW

MRA - 2

MRA - 4

MRA - 5MRA - 6

MRA - 7

Reservatório de Lajes -UHE’s Fontes Nova eVelhaNilo Peçanha 1

UHE Ponte Coberta ouPereira PassosRepresa Juturnaíba

UHE MacabuUHE Funil

Santa Cecília

UHE Ilha dos Pombos

Represa de SantanaRepresa do VigárioRepresa de TocosUHE Areal 2

UHE Piabanha 2

UHE Fagundes 2

UHE Euclidelândia 3

UHE Chave do Vaz 3

UHE Hans 3

UHE Xavier 3

CateteUHE Com. VenâncioUHE TombosUHE RosalUHE Franca Amaral

Ribeirãodas Lajes

Ribeirãodas LajesSão João

MacabuParaíbado SulParaíbado SulParaíbado SulPiraíPiraíPiraíPiabanhaPiabanhaFagundesNegroNegroSanto AntonioGrandeBengalaMuriaéCarangola 4

ItabapoanaItabapoana

Light

LightLight

Domínioda UniãoCerjFurnas

Light

Light

LightLightLightCerjCerjCerjCerjCerjCENFCENFCENFCerjCerjGr. RedeCerj

1906

1962

1982

19601969

1952

1924

s.d.s.d.s.d.

19491908192419491914s.d.s.d.s.d.

1914191419981960

132,0

380,0100,0

17,5216,0

164,0

8,64,81,20,70,36,02,10,71,7

55,04,8

Page 59: Ambiente das Águas

Em rios como o Guandu, SãoJoão, Macacu e muitos outros,em todo o Estado do Rio deJaneiro, a extração de areia temsido uma importante atividadeeconômica na geração deinsumos básicos,principalmentepara a construçãocivil e indústriasde vidro.

Ao ladodo benefícioeconômico, noentanto, aextração de areiaem corposhídricos e emcavas representaainda, na maioriados casos,acentuadamodificação nomeio ambiente.

“A areiapara construção civil é um bemmineral de uso social e a suaextração tem que ser realizadadentro de critérios desustentabilidade, levando-se emconsideração o meio ambiente,as futuras gerações e as outrasformas de uso dos recursosnaturais e ocupação do solo”,deixa claro, em suasConsiderações Finais, apublicação da Sema/Serla“Impactos da Extração de Areiaem Rios do Estado do Rio deJaneiro”, de junho de 1997,elaborada com o apoio doProjeto Planágua/Sema/GTZ deCooperação Técnica Brasil-Alemanha.

A extração mecanizadade areia provoca em leitos derios, com freqüência: alteraçãono traçado, na velocidade doescoamento, no aprofundamentodo leito, na ressuspensão desedimentos finos e desfiguraçãoda calha no desmonte debarranca e margens. Acarreta

Extração de areia

Retirada de areia com balsas na reta de Piranema ( Município de Seropédica )

ainda destruição do habitat dospeixes pelo aumento daturbidez e a elevação doscustos da água para consumopela demanda crescente deprodutos químicos utilizados,entre outros malefícios, inclusive,a destruição dos ecossistemas. Essa atividade

Foto: IEF/Lagief

59

Ambiente das Águas

compreende a dragagem dossedimentos através de bombasde sucção instaladas sobrebarcaças ou flutuadoresmontados sobre tambores. Asbombas de sucção sãoacopladas às tubulações quefazem o transporte do materialdragado até as peneiras dossilos.

De acordo com asnormas em vigor ( Decreto97.597, de 1989, Decreto97.632, de 1989, Lei 6.938, de1981, e a Constituição de 1988 ),“aquele que explorar recursosminerais fica obrigado arecuperar o meio ambientedegradado, de acordo comsolução técnica exigida peloórgão público competente”. Osnovos empreendimentos dosetor mineral deverãoapresentar ao órgão ambientalcompetente o Plano deRecuperação de ÁreasDegradadas – PRAD. A concessão deexploração mineral é

Page 60: Ambiente das Águas

Pesca e lazer

O Estado do Rio de Janeiropossui 35 municípios costeiros– dos 92 existentes –, detendotambém o terceiro maior litoralde país, todo recortado porbaías, enseadas, lagoascosteiras, estuários emanguezais, ecossistemas degrande produtividade, própriosà maricultura, isto é, à criaçãode organismos marinhos, comoMexilhões ( Perna perna ),

Ostras doMangue( Crassostrearhizophorae ),Coquilles( Nodipectennodosus ), naavaliação daFiperj. Naúltima década,a piscicultura noEstadoapresentousalto qualitativo

e quantitativo como atividadeeconômica, geradora deemprego e produtora dealimento, reflexo daparceria entre aFiperj, prefeiturasmunicipais eprodutores privados,( o turismo rural e apesca esportiva e delazer ). Atualmente,as espécies maiscultivadas no Estadosão: Tilápia do Nilo eseus híbridosTambaqui e Pacu,

Híbridos – Tambacu e Paqui,Piauçu, Matrinxã, Piraputanga,Carpas ( comum, capim,prateada e cabeça grande ) ePirapitinga. Do ponto de vistacomercial, muitas comunidadespesqueiras ainda sobrevivemda pesca na lagoa Feia, noNorte do Estado, em Araruamae Maricá. No entorno da Baíade Guanabara, ainda existemalgumas colônias de pesca,como a de Ramos e Jurujuba. No fundo da Baía deGuanabara, é freqüente a pescaartesanal, sendo comuns os“currais de peixe”, primitivamodalidade de captura em quetrechos da Baía,preferencialmente, nadesembocadura dos rios, sãodelimitados por lascas debambu, dispostas de forma ainduzir os peixes a entrarem nocompartimento, onde ficamaprisionados até a retirada. Em muitas regiões, noentanto, a queda de volume depescado é evidente, ocasionadapelos despejos domésticos eindustriais nos corpos receptores,mas também pelos métodosempregados, como a pesca dearrasto, que destrói a faunalocal. A pesca – comercial,empresarial/industrial, desportiva,amadora e científica –, de algumaforma, dispõe de legislaçãoespecífica, uma vez que o setorpesqueiro encontra-se

Na barragem de Juturnaíba a pesca é também realizada

Pesque-pague em Nova Friburgo

Foto: SEAAPI/ Fiperj

Foto: Semads

60

Ambiente das Águas

competência do órgão federal,Departamento Nacional daProdução Mineral – DNPM, combase no Código de Mineração( Decreto-lei 227, de 28/02/67 ).

Page 61: Ambiente das Águas

vinculado à atividadeeconômica do segmentoagrícola. Além da Constituiçãofederal, a Lei 8.171, de 17 dejaneiro de 1991 ( Lei Agrícola ),fixa os fundamentos e define osobjetivos e competênciasinerentes ao setor pesqueiro. Já o Decreto federal2.869, de dezembro de 1998,regulamenta o uso das águaspúblicas para exploração deaqüicultura. Para atualizar dados dapesca fluminense, a Fiperjdesenvolve o Projeto Pré-Censo Pesqueiro, sobreapetrechos de pesca utilizados,

dimensão da frota pesqueira evolume da comercialização nosmunicípios costeiros. Os dadosobtidos no Pré-Censo serãoutilizados no Censo PesqueiroFluminense.

Piscicultura em tanque-rede, no Município de Piraí

Barra de ItabapoanaGuaxindibaGargaúAtafonaMacaé 3

Cabo Frio 4

Arraial do CaboArmação de BúziosSão Pedro da AldeiaIguaba GrandeMauáRamosNiterói 5

Pedra de GuaratibaSepetibaIlha da Madeira / ItacuruçaAngra dos ReisParatyIndústrias 6

Totais

-147

-1.7463.24513.3033.021

---

14310

9.075415274

-12.149

32415.64559.497

-0,2

-2,95,522,45,1

---

0,20,015,30,70,5

-20,40,526,3100

-109

-2.0273.3657.9941.585

---

7211

8.559371231

-33.133

47712.11570.049

---

2,94,811,42,3

---

0,10,012,20,50,3

-47,30,717,3100

2.825130

-3.5553.70011.8451.8875574543-

258.942420249

-22.158

44917.61574.445

3,80,2

-4,85,015,92,50,70,10,1

-0,012,00,60,3

-29,80,623,7100

3.147115

-4.5013.4369.8261.360

--

83-

297.058701364

-9.342386

9.68950.037

6,30,2

-9,06,919,62,7

--

0,2-

0,114,11,40,7

-18,70,819,4100

Local 1995 1996 1 1997 2 1998% % % %Volume de pesca do Estado do Rio de Janeiro: 1995 / 1998

1 Desembarques em Mauá, somente para o mês de janeiro. Os dados para Cabo Frio foram corrigidos pelo Ibama/Supes-RJ, a partir de informações do Sistema de Mapas de Bordo; 2 Os dados para Macaé, entre 15/10 e 31/12/97 foram estimados pelo Ibama. Os dados de Iguaba Grande estavam disponíveis apenas para o período de março a dezembro. Os desembarques em Cabo Frio incluem as capturas do camarão rosa da lagoa de Araruama, descarregado na Ponta do Ambrósio ( 28,808 kg ), Baixo Grande ( 1.815 kg ) e Praia do Siqueira ( 48,479 kg ); 3 Média aritimética dos últimos 10 anos; 4 Dados de camarão na Ponta do Ambrósio somente para o primeiro trimestre; 5 Inclui, em 1997, os desembarques realizados na Codepe. Desembarques para o Mercado de São Pedro se referem ao período de abril a novembro e correspondem a desembarques realizados em diversos pontos da Baía de Gunabara, controlados pela Colônia de Pescadores Z-8 ( Jurujuba, Ponta da Areia, Praia Grande e Gradim ); 6 Indústrias de processamento de pescados na Baía de Guanabara; ( - ) Sem informações

Fonte: Fiperj, Ibama/Supes-RJ, Secretarias Municipais de Agricultura e Pesca de Angra dos Reis e de Meio Ambiente ePesca de Cabo Frio, Fundação Instituto de Pesca de Arrarial do Cabo, Prefeitura Municipal e Diretoria de Pesca de Armaçãode Búzios, Prefeitura Municipal de Iguaba Grande, Ibama Regional de Cabo Frio e Colônia de Pescadores Z-8

Foto: Fiperj

61

Ambiente das Águas

Page 62: Ambiente das Águas

Os recursos hídricos,principalmente as cachoeiras,baías e rios do Estado do Riode Janeiro, são atraçãopermanente para esportistas,mesmo, em alguns casos,quando as águas estão poluídas,como as lagoas Rodrigo deFreitas e Marapendi, localizadasno Município do Rio de Janeiro.

Esporte

A Companhia deTurismo do Estado do Rio deJaneiro – TurisRio, procuraestimular a tendência no mundode aliar a cultura ao esporte. Em outras lagoasocorre, por exemplo, acrescente prática do rafting nascorredeiras do rio Paraibuna eem muitos outros riosfluminenses. Usando botes infláveis,os adeptos desse esportepodem percorrer até 22 km deextensão do Paraibuna, desdeo município de Levy Gasparianaté o município de Três Rios, no

Vale do Paraíba, onde asdescidas ( quedas ) são de até4 metros. O windsurf sobressaiem Búzios, Região do Lagos,apontado como um dos trêsmelhores locais do país para aprática desse esporte a vela emque o vento é essencial. Já emAngra dos Reis, os esportistasencontram o espaço ideal paraa pesca, o esqui aquático, owakeboard ( prática semelhanteao skate em que o atleta fixa ospés ), o parasail ( vôo sobre aságuas ) e o rappel ( praticadoem queda d’água ), nacachoeira do Palmital, em que aqueda d’água atinge até 25metros. Já em Arraial do Cabo,também na Região dos Lagos,a pesca em águas límpidas é a

Rafting nas corredeiras do rioParaibuna, um esporte que

atrai adeptos, tambémdefensores da ecologia e da

proteção dos recursos hídricos

maior atração, principalmente,por conta da rica e variadafauna aquática. No rio Macabu, emTrajano de Morais, ao lado dapesca, a canoagem – um dosesportes chamados radicais –,é também atração naCachoeira da Amorosa,atividade ligada à AssociaçãoMacabuense de Canoagem –Amaca. A prática dacanoagem ocorre também nascorredeiras cristalinas dascachoeiras da Laje e Cascata,no Município de Rio Claro.

Foto Aventur

Foto Aventur

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Ambiente das Águas

Page 63: Ambiente das Águas

Rio Paraíba do Sul

Informações do Ceivap de junhode 2000 mostram que arecuperação da BaciaHidrográfica do rio Paraíba doSul demandaria recursos daordem de R$ 3 bilhões, a seremaplicados em 20 anos. A Bacia, abrangendotrês Estados da Região

Vinte anospara recuperação

Em Atafona, no município de Campos, o rio Paraíba lança-se no Oceano Atlântico

Os rios Paraibuna ( margemdireita ), com 39 km e oPiabanha ( margem esquerda )com 74 km formam com outros55 rios a bacia do rio Paraíba doSul, em seu trecho no Estadodo Rio de Janeiro

Foto Ceivap

Foto Ceivap

contratação de estação detratamento de esgotos nosmunicípios, pagando 50% daobra. Os recursos oriundos dacobrança entrarão comocontrapartida aos recursos daUnião ( 25% ) e outros 25%provenientes dos estados emunicípios beneficiados.

A bacia hidrográfica contribuintedo rio Paraíba do Sul ( 1.137 km )engloba, em parte, domínios daUnião e dos Estados do Rio deJaneiro, Minas Gerais e SãoPaulo. Da área de drenagemtotal ( 56.600 km² ), 22.600 km²correspondem ao Estado doRio de Janeiro. Com o objetivo dereverter o atual quadro dedeterioração da qualidade daságuas do rio e de todas asáreas costeiras adjacentes àsua desembocadura, seráimplementado o ProgramaNacional de Bacias Hidrográficascom recursos gerados na própriabacia do rio Paraíba do Sul, daordem de R$ 14 milhões por ano. O Programa possibilitaráa construção de estações detratamento de esgotos,inicialmente nos municípios deSão José dos Campos eJacareí ( São Paulo ); Juiz deFora e Muriaé ( Minas Gerais );Resende e Volta Redonda ( Riode Janeiro ), conforme priorizadono Programa Inicial deInvestimentos já aprovado peloComitê para Integração da BaciaHidrográfica do Rio Paraíba doSul – Ceivap. O Programa Inicial deDespoluição de Bacias – tambémchamado de Programa deEsgoto Tratado –, vai subsidiar a

63

Ambiente das Águas

Page 64: Ambiente das Águas

Pontos de monitoramento do rio Paraíba do Sul( calha principal )

Fonte: Feema

As primeiras e maissignificativas alterações notrecho médio do rio Paraíba doSul decorrem da construção dabarragem e da elevatória deSanta Cecília, em operaçãodesde 1952. Essa obraocasionou, por exemplo, entreoutros efeitos, a diminuição daspopulações de peixes, notrecho do rio entre VoltaRedonda e Santa Cecília. Também tiveram efeitoimediato na pesca, a construçãodas barragens do Funil, em1969, e Ilha dos Pombos ( 1924 ). Na década de 70, abacia do rio Paraíba do Sul foialvo de grande expansãodemográfica e industrial,principalmente no trecho entreas cidades de Resende e VoltaRedonda, na Região do MédioParaíba. Hoje sua população écalculada em cerca de 8milhões de habitantes, a maioriasem dispor de sistemas detratamento de esgotos. Do ponto de vista do

Rio muito alteradoSudeste, reúne em seus 56.600km2 175 municípios, 7 milindústrias e 6 mil propriedadesrurais. Aproximadamente 12milhões de pessoas dependemde suas águas, nos estadosque atravessa, das quais cercade 8 milhões no Estado e naRegião Metropolitana do Rio deJaneiro, a maioria ( 80% ) naCidade do Rio de Janeiro.Inicialmente foi feita atransposição do Paraíba, emBarra do Piraí, para geração deenergia hidrelétrica, o quepossibilitou o abastecimento deágua através do rio Guandu. Diariamente, segundoainda o Ceivap, a região detoda a Bacia recebe 1 bilhão delitros de esgoto sem tratamento,ou in natura, além doslançamentos industriais tóxicose de resíduos sólidos ( lixo ). Graças ao Termo deAjuste de Conduta – TAC,firmado em janeiro de 2000entre a Semads e a CompanhiaSiderúrgica Nacional – CSN, oParaíba já deixou de receberexpressivo volume de poluentes,entre os quais o benzo-a-pireno,oriundos da usina.

64

Ambiente das Águas

Page 65: Ambiente das Águas

A erosão provoca turbidez da água e assoreamento do rio

O vale do rio Paraíba do Sulencontra-se entre a Serra daMantiqueira e a Serra do Mar.Suas nascentes localizam-se noplanalto da Bocaina, no Estadode São Paulo, a 1.800 metrosde altitude, com o nomeParaitinga. Com 1.137 km deextensão, o Paraíba, noprimeiro trecho, desce 700metros, em 65 km ( próximo daponte na estrada do Cunha ); apartir daí, até a confluência como rio Paraibuna, a 620 metros dealtitude, percorretrecho de menordeclividade, masainda acidentado.O último trecho doalto Paraíba vaida confluênciados riosParaitinga-Paraibuna até o“cotovelo deGuararema”. No baixocurso do rioParaíba do Sul,encontra-se aregião da Baixadados Goytacazes,caracterizada porampla planície

Localização

Bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul,nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo

aluvial, flúvio-marinha, comextensas formações arenosas. No Município deCampos dos Goytacazes, pertoda foz, o rio Paraíba do Sulregistra vazão média anual de734m3/s; vazão máxima média( dezembro a março ), de2.140m3/s; e vazão mínimamédia ( julho a outubro ), de98,7m3/s.

Foto: Ceivap

Ilustração: Ceivap

vazão e sedimentação, entreoutros parâmetros. Essas estações fazemparte da rede de 118 estações

no Estadodo Rio deJaneiro,operadaspelaCompanhiadePesquisase RecursosMinerais –CPRM.

monitoramento da qualidadedas águas superficiais do rio, aFeema mantém rede básicaconstante de 37 estaçõesmedidoras. Já a AgênciaNacionalde EnergiaElétrica –Aneel,antigoDNAEE,instalou 7estaçõesno rio paramedir

65

Ambiente das Águas

Page 66: Ambiente das Águas

Barragem de captação no rio Guandu

Rio Guandu

O rio Guandu,que tambémdá nome àBacia da qualfaz parte, com1.395 km2, é amaisimportantefonte da Cedae para oabastecimento de água daCidade do Rio de Janeiro eparte da Baixada Fluminense. Caracteriza-se como osistema fluvial que detém amaior diversidade de peixes ea maior biomassa da BaciaHidrográfica da Baía deSepetiba. Ao longo do Guandu,tanto em sua calha principalquanto no seu leito maior,ocorrem atividades deextração de areia para fins deconstrução civil. Essasatividades estãoconstantemente revolvendo ofundo do rio e desbarrancandosuas margens, o que coloca emsuspensão o material mais fino,como silte e argila, que chegamà Baía de Sepetiba emconcentrações trazidas pelas

águas fluviais. Esse fato,somado à poluição poresgotos sanitários, contribuipara a menor transparência daágua na faixa costeira. A extração de areia parasuprir a Região Metropolitana do

Foto: IEF/Lagief

Foto: IEF/Lagief

Rio de Janeiro é feitaprincipalmente no leito do rioGuandu ou em cavas na Retade Piranema – próximo aoValão dos Bois –, no Municípiode Seropédica, desmembradodo Município de Itaguaí. A acentuada poluiçãodo rio Guandu tem ocasionadoà Cedae crescentes custosoperacionais devido aosdespejos industriais e esgotos.Atualmente, 250 toneladas/diade cloro, cloreto férrico, sulfatode alumínio, polímero, cal efluor são empregados pelaempresa a fim de tornar a águaprópria ao consumo humano.

66

Ambiente das Águas

1,8

45,0 2,0

3,5

32,0

160,0

141,8

contribuição lateral( mínima )

Cedae ( ETA do Guandu )

Petrobras

Vazãomédia turbinada

Usina termelétrica deSanta Cruz

Cosigua

Situação atual( m3/s )

OBS.: A vazão turbinadaem Ponte Coberta é função

da demanda de energiaelétrica já tendo ocorrido

valores da ordem de 50m3/s

114,8

111,3

79,3 Fonte: Semads/SerlaBaía deSepetiba

A Estação do Guandu trata 45m3/s de água, que passa a ser potável

Page 67: Ambiente das Águas

A ocupação urbana da bacia dorio Guandu reflete, hoje, aexpansão natural da RegiãoMetropolitana para a BaixadaFluminense e Zona Oeste. Oaumento populacional ao longodos últimos 20 anos contribuiupara a crescente poluição do rioGuandu e seus afluentes,verificada pelo alto número decoliformes totais encontrados. Consideram-se fontesde poluição importantes, alémdos esgotos sanitários, apoluição industrial, a extraçãode areia e o lixo doméstico. Apoluição industrial e domésticados rios dos Poços eQueimados é preocupante, poisesses rios deságuam poucoantes da tomada d‘água daCedae. Estudos da Feemamostram que outro problema depoluição do Guandu advém daságuas de retorno de sistemasde irrigação, ou escoamentosuperficial dos solos cultivados,dependendo do tipo de lavourae do emprego de fertilizantescomerciais e pesticidas. Ocorreimportante contribuição de

Qualidade da água Bacia da Baía de Sepetiba:rede de monitoramento da

qualidade da água

Ilustração: Macroplano

Ambiente das Águas

LG-350MC-410LG-351

GN-200GN-201

PO-290QM-270QM-271CU-650IR-251SF-080

22º41’04”22º37’47”22º41’38”

22º48’32”22º39’21”

22º43’39”22º45’40”22º43’44”22º46’56”22º47’16”22º53’48”

43º47’01”43º42’08”43º47’03”

43º37’35”43º39’51”

43º37’49”43º36’52”43º35’32”43º35’49”43º35’33”43º43’59”

MensalMensalMensal

MensalMensal

MensalMensalMensalMensalMensalTrimestral

Pontos Latitude Longitude Freqüência LocalizaçãoMonitoramento de qualidade de água na sub-bacia do rio Guandu

Fonte: Feema/Diag

Rio Ribeirão das LajesRio Macaco – ParacambiRio Ribeirão das Lajes – cruzamento entre aRodovia Presidente Dutra e o Ribeirão das LajesRio Guandu – antes da tomada d’água da ETA*Rio Guandu – Estrada de Japeri, antes de chegarao Município de JaperiRio Poços – entre Paracambi e Nova IguaçuRio Queimados – entre Paracambi e Nova IguaçuRio Queimados – entre Paracambi e Nova IguaçuRio Cabuçu – Município de Nova IguaçuRio Ipiranga – Município de Nova IguaçuCanal de São Francisco – Distrito Industrial deItaguaí

nitrogênio e fósforo. A Feema realiza o

monitoramento sistemático emdez pontos de amostragem norio Guandu e afluentes( freqüência mensal ) e em umponto, no canal de SãoFrancisco ( freqüênciatrimestral ). São coletados

dados de substâncias tóxicas, como metais pesados e micropoluentes orgânicos.

* Estação de Tratamento de Água

67

Page 68: Ambiente das Águas

..... Poluição orgânica, significativa,por esgotos domésticos eindustriais

..... Indicadores de poluição comvalores elevados:

. Nitrogênio . Fósforo total . Coliformes fecais . Problemas esporádicos de metais pesados e de outros poluentes orgânicos tóxicos.

Condutividade

Turbidez

Nitrogênio Kendall

Nitrogênio Amoniacal

OD ( Oxigênio Dissolvido )

DBO ( Demanda Bioquímica

de Oxigênio )

RNFT ( Resíduo Não-Filtrável

Total )

Fósforo Total

Orto Fosfato Dissolvido

Coliformes Fecais

Aumento

Aumento

Aumento

Inalterado

Inalterado

Inalterado

Inalterado

Aumento

Inalterado

Aumento

Aumento

Inalterado

Aumento

Aumento

Queda

Aumento

Queda

Aumento

Aumento

Aumento

Aumento

Inalterado

Aumento

Inalterado

Queda

Aumento

Aumento

Aumento

Inalterado

Aumento

Inalterado

Inalterado

Aumento

Aumento

Queda

Aumento

Inalterado

Aumento

Aumento

Aumento

Inalterado

Inalterado

Aumento

Aumento

Queda

Aumento

Inalterado

Aumento

Aumento

Aumento

Parâmetros Tomada d’águado rio Guandu

Rio dos Poços

RioQueimados

RioCabuçu

RioIpiranga

Postos de amostragem da Feema

* Tendências obtidas pelo método não-paramétrico de Mann-KendallFonte: Feema

Monitoramento de qualidade de água - Sub-bacia do rio Guandu ( período: 1980 / 1997 * )

Qualidade de água na tomada d’água do rio Guandu ( Ponto de Amostragem – período 1990 / 1999)

Ao redor da barragem do rio Guandu concentram-se inúmeras habitações

Foto: IEF/Lagief

..... Tomada d‘água – GN200:. Tendência de aumento para turbidez e para os indicadores depoluição por esgoto sanitário

..... Afluentes – rio dos Poços ( PO290 ) e rio Queimados ( QM271 ):. Tendência de aumento para condutividade e para os indicadoresde poluição por esgoto sanitário. Tendência de queda para Oxigênio Dissolvido ( OD )

..... Afluentes – rio Ipiranga ( IR251 ) e rio Cabuçu ( CU650 ):. Tendência de aumento para indicadores de poluição orgânica etendência de queda para OD

Avaliação da tendência na qualidade de águada Bacia do Rio Guandu – Período 1989 / 1997

Ambiente das Águas

68

Page 69: Ambiente das Águas

A represa de Lajes, cujabarragem foi construída em 1906para geração de energia,constitui um ecossistemaartificial estabilizado, tendoocorrido em 1942 o seu últimoalteamento, para 416 metros. O Ribeirão das Lajesestá intimamente ligado àhistória do abastecimento deágua à população carioca,quando se concluiu, no início de1940, a primeira adutora deLajes, com 76.200 metros deextensão, diâmetros de 1,75metro e 1,50 metro, até o bairrode Inhaúma. Com o novo sistema,210 milhões de litros/diapassaram a ser aduzidos,diminuindo o déficit que osmananciais de serra – riosD’Ouro, Xerém e Mantiquira –,na vertente da serra dePetrópolis, já não conseguiamsuprir a demanda, diante docrescimento da população. A solução encontradaem Lajes para abastecimentode água foi econômica. A essaépoca, já se cogitava do rioParaíba do Sul paraabastecimento. Açudado nabarragem de Salto paraprodução de energia hidrelétricana usina da Light, em Fontes, aságuas de Lajes dependeriamapenas da cloração paraconsumo, enquanto as águasdo Paraíba já exigiam tratamentocompleto e mais caro. Em janeiro de 1949, asegunda adutora de Lajes, com72.340 metros de extensão,ficava pronta e mais 220 milhõesde litros/dia garantiriam oabastecimento à população. Já em 1951, ficavamprontos os projetos, asespecificações e os editais paraas obras de captação, tratamentoe adução do rio Guandu.

Reservatório de Lajes

Com a construção da barragem e do reservatório deLajes, no Ribeirão das Lajes, bem como da usinahidrelétrica de Fontes, posteriormente, em 1911, abacia passou a receber as águas do rio Piraí, atravésde uma barragem neste rio e de um túnel quedesembocava no Reservatório de Lajes. Em 1940 eem 1942, a barragem de Lajes foi alterada para oaumento da capacidade de acumulação.

Foto: IEF/Lagief

Foto: IEF/Lagief

Foto: IEF/Lagief

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Ambiente das Águas

Page 70: Ambiente das Águas

. Macacu . São João . Macaé . Macabu

Bacias hidrográficas dos rios Macacu, São João, Macaé e Macabu

Rio MacacuDados do Projeto Planágua/Semads/GTZ, de março de1999, revelam que as baciasdos rios Macacu, São João,Macaé e Macabu respondempelo abastecimento domiciliarde água a cerca de 3,7 milhõesde habitantes. Suas águas sãodisponibilizadas para agriculturae irrigação de extensas áreas,algumas delas no âmbito doPrograma de MicrobaciasHidrográficas, coordenado pelaSecretaria de Estado deAgricultura, Abastecimento,Pesca e Desenvolvimento doInterior – Seaapi.

A Bacia do rio Macacu, comcerca de 1.260 km2,corresponde a 27% do total daárea da Região Hidrográfica daBaía de Guanabara. Essa baciaengloba parte dos municípiosde Cachoeiras de Macacu ( 90%de sua área ), Guapimirim ( 95% )e Itaboraí ( l2% ). O Macacu , em termosde recursos hídricos, é a maisimportante fonte deabastecimento dos municípiosde São Gonçalo e Niterói, cuja

Ilustração: Semads/GTZ

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Ambiente das Águas

Page 71: Ambiente das Águas

captação se dá no canal deImunana. Cerca de 2,5 milhõesde habitantes, inclusive dosmunicípios de Cachoeiras deMacacu, Guapimirim e Itaboraí,dependem dele, sendo vital aconservação desse manancialpara essa população. Na Bacia do Rio Macacu,além da poluição por esgotos,há contaminação por agrotóxico( poluição difusa ), muitoutilizado nas lavouras da região.

A bacia hidrográfica do rio SãoJoão possui área de drenagemem torno de 2.190 km2,englobando, parcialmente, osmunicípios de Cachoeiras deMacacu ( 48 km2 ), Rio Bonito( 299 km2 ), Araruama ( 306 km2 ),São Pedro da Aldeia ( 15.7 km2 ),Cabo Frio ( 189 km2 ) e Casimirode Abreu ( 391 km2 ) e,integralmente, a área do Municípiode Silva Jardim ( 940 km2 ). O rio São João é

Rio São João

Bacia hidrográfica do rio Macacu: localizaçãodas principais captações para irrigação e criadouros de peixes

Também concorre paraa poluição e degradação daBacia do Macacu a intensaatividade de extração de areiado leito dos rios, mecanizada apartir de 1960. A retirada, sempreocupação com o meioambiente, acarreta, entre outrosdanos: o surgimento de buracosno leito dos cursos d’água;destruição da mata ciliar;desbarrancamento dasmargens; elevada turbidez daságuas; aprofundamento da calhados rios, com a conseqüentemodificação na drenagem dasterras marginais e o afloramentodas fundações de pontes,dentre outros malefícios.

Em alguns trechos doMacacu, suas águas sãocaptadas para irrigação da lavourae também para a criação depeixes, sob orientação detécnicos da Emater-Rio. Em Cachoeiras deMacacu, ocorrem pequenosempreendimentos de engordade peixes para venda edestinada ao sistema pesque-pague, que deve ser controladapara evitar danos ambientais.

Mapa: Semads

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Ambiente das Águas

Page 72: Ambiente das Águas

formador doreservatório deJuturnaíba, nome dalagoa onde o DNOSconstruiu dique-barragem, nos anos80, a principal fontede abastecimento detoda a Região dosLagos. Aí sãocaptados cerca de1.1m3/s paradistribuição aos municípios deAraruama, Silva Jardim, CaboFrio, Armação de Búzios, Arraialdo Cabo, São Pedro da Aldeia,Iguaba Grande e Saquarema,com população residenteestimada em 392 mil habitantes,que quase quadruplica no verãoe feriados. Essa bacia, muitoalterada por causa das obras dedrenagem dos anos 70 e 80,também registra a presença deesgotos sanitários nos cursosdos rios, dada a aceleradaocupação do solo desde então,sem a compatível oferta dosserviços de infra-estrutura. A coleta de lixo é

Bacia hidrográfica do rio São João, destacando-se o reservatório de Juturnaíba

também deficiente na maiorparte da bacia hidrográfica, aolado de uma poluição difusaocasionada pelo uso, de difícilcontrole, de agrotóxico emculturas à montante doreservatório de Juturnaíba e empastagens, nas cabeceiras dorio Bacaxá. No rio São João,próximo à BR-101, a extraçãode areia tem tambémprovocado a destruição de suasmargens, juntamente com amata ciliar. As bombas desucção, quase sempre, vazamóleo nas águas, poluindo-as. Para diminuir osimpactos ambientais, a retiradade areia dos rios Macacu e Boa

Barragem de Juturnaíba ( Município de Silva Jardim )

Foto: IEF/Lagief

Mapa: Planágua

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Ambiente das Águas

Page 73: Ambiente das Águas

Vista, no Município deCachoeiras de Macacu, sóocorre manualmente, em lugarda retirada mecanizada, feitacom bombas de sucção. O São João, num trechode 59 km, até o seu estuário, noOceano Atlântico, serve ànavegação de pequenasembarcações, conhecidascomo chalanas. Em trechos dabacia ocorrem tambémcaptações para criadouros depeixes. Em Silva Jardim eCasimiro de Abreu, algunscriadouros produzem, entreoutras, espécies para pesca delazer como: tambaquis, carpas,pacus e tilápias.

A bacia hidrográfica do rio Macaé,por sua vez, caracteriza-se comoárea com extensa rede dedrenagem ( 1.765 km2 ),localizada em região úmida. Sãoseus limites: ao Norte, em parte,encontra-se a bacia do rioMacacu, afluente da Lagoa Feia;ao Sul, a bacia do rio São João; aOeste, fica a bacia do rio Macacu;a Leste, o Oceano Atlântico. Essa bacia englobapraticamente toda a área doslimites territoriais do Municípiode Macaé, com cerca de 1.448km2, e ainda áreas dosmunicípios de Nova Friburgo( 142 km2 ) – onde localizam-seas nascentes do Macaé –,Casimiro de Abreu ( 83 km2 ),Rio das Ostras ( 11 km2 ),Conceição de Macabu ( 70 km2 )e Carapebus ( 11 km2 ). A bacia do rio Macaéregistra ainda ricabiodiversidade, o que justifica aReserva Ecológica de Macaéde Cima, em Nova Friburgo,voltada para a proteção doecossistema Mata Atlântica.

Rio Macaé

Como as demais bacias,a do rio Macaé recebe poluiçãopor esgotos domésticos etambém por agrotóxicos. Naregião, desenvolve-se tambématividades do Programa Estadualde Microbacias Hidrográficasvoltadas para a agricultura familiar,por exemplo, nas comunidadesde Rio do Lírio / Serra da Cruz, noMunicípio de Macaé. As águas da baciapropiciam a irrigação de áreaspara agricultura e para a captaçãocom vistas à criação de peixespara comercialização e atividadesde pesque-pague.

O rio Macaé oferece múltiplas oportunidades de uso, inclusive o lazer

Rio Macabu

O rio Macabu, o mais importanteda bacia de mesmo nome,nasce na Serra de Macaé, noMunicípio de Trajano de Morais,a cerca de 1.480 metros de

Foto: Semads

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Ambiente das Águas

altitude. Após percorrer 121km, deságua na lagoa Feia, nolimite entre os municípios deCampos dos Goytacazes eQuissamã. A bacia do Macabuengloba parte dos municípiosde Trajano de Morais ( 177 km2 ),Santa Maria Madalena ( 170 km2 ),Conceição de Macabu

Page 74: Ambiente das Águas

( 278 km2 ), Carapebus ( 59km2 ), Quissamã ( 150 km2 ) eCampos dos Goytacazes ( 242km2 ). Na região da bacia,cerca de um terço está cobertode Mata Atlântica, dentro doslimites do Município de Trajanode Morais. A região contribuinteao Alto Macabu é a maispreservada, abrigando pontosnotáveis como a Cachoeira daAmorosa, utilizada, inclusive,para atividades esportivas decanoagem. A Associação deCanoagem da CachoeiraAmorosa – ACA promoveeventos que interagem acanoagem com ações delimpeza e preservação doscursos d’água. A ACA temdesenvolvido açõesobjetivando chamar a atençãopara os despejos de esgotos,desde o Alto Macabu, assimcomo a destruição da mataciliar. Reivindica ainda aconstrução de escada depeixes junto à represa deMacabu, essencial para que asespécies, comopiau, traíra, piabas,sairu, piabanha eoutras, possam sereproduzir. Muitas obrasde retificaçãorealizadas peloextinto DNOS, comoum canal de 25 kmna calha natural do

de Macaé, a energia é geradamediante o desvio das águasda represa de Macabu, situadana vertente da bacia do rioMacabu, no rio de mesmonome. As águas, da represaaté a usina, são conduzidas emaqueduto subterrâneo com 4,8km.

Lazer no rio Macabu

CPRM controla a qualidade e a descarga do rio

Foto: Aneel/CPRM

Foto: IEF/Lagief

rio Macabu, entre a lagoa Feiaaté a localidade deMacabuzinho, provocaramalterações em lagos epântanos, com a criação deáreas para pasto e plantação decana. As práticas agrícolas,inclusive, com o usoinadequado de agrotóxico,ocorrem nas áreas mais baixas,no curso inferior do Macabu. Na localidade de SãoDomingos, às margens do rioSanta Catarina, no Município deConceição de Macabu,desenvolve-se o ProgramaEstadual de MicrobaciasHidrográficas. Tal como ocorre emoutras bacias, a qualidade daságuas da rio Macabu estácomprometida devido aolançamento de esgotos pelaspopulações ribeirinhas. Com relação à geraçãode energia, a Usina Hidrelétricade Macabu, da Companhia deEletricidade Fluminense – CERJ,tem potência instalada de17,5 MW. Embora situada noDistrito de Glicério, no Município

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Ambiente das Águas

Page 75: Ambiente das Águas

ZONAZONAZONAZONAZONACOSTEIRACOSTEIRACOSTEIRACOSTEIRACOSTEIRA

A

no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

ZONAZONAZONAZONAZONACOSTEIRACOSTEIRACOSTEIRACOSTEIRACOSTEIRA

linha costeira do Estado do Rio de Janeiro tem 850 km deextensão e área de 18.292 km2,que abriga uma populaçãoresidente de 10,712 milhões dehabitantes ( Censo/91 ). De todaa costa brasileira, é considerada amais antropizada, sofrendo osefeitos da presença humana, daordem de 585 habitantes/km2.

Foto: IEF/Lagief

Restinga de Massambaba ( Região dos Lagos )

A parte marítima, oumar territorial, dessa zonacosteira, compreende umafaixa de 12 milhas náuticas, apartir do litoral. Já a parteterritorial, engloba 35municipalidades, inclusive osmunicípios da RegiãoMetropolitana do Rio deJaneiro, que reúnem cerca de80% da população fluminense. As águas costeiras,também denominadas deáguas marinhas interiores, sãoaquelas encontradas junto àcosta, enseadas e praias, esofrem influência direta doaporte de água doce,sedimentos e poluição oriundado continente. No Estado do Rio deJaneiro, a temperatura daságuas costeiras registrou, em2000, a média de 23,8ºC,mínima de 16ºC e máxima de39ºC, segundo o Centro deHidrografia da Marinha – CHM.A salinidade é menor que3,5%. O complexo lagunarque, com os rios, integra arede hidrográfica do Estado,pode ser observado ao longodo litoral, desde o Municípiodo Rio de Janeiro até o NorteFluminense. Ponto final demuitos rios, a região costeirasofre intensamente os efeitosda degradação ambiental.

Page 76: Ambiente das Águas

A zona costeira fluminensecompreende ecossistemassingulares de grandeimportância para asobrevivência de inúmerasespécies de fauna e floramarinha e para a qualidade devida do homem. De múltiplos usos –turismo, pesca, navegação,agricultura, abastecimento,produção de petróleo, gásextração de sal e geração deenergia –, as águas costeirasrecebem elevadas cargaspoluidoras domésticas eindustriais. Dentre as diferentesfontes poluidoras das áreascosteiras, como as procedentesde empreendimentos agrícolase da drenagem urbana, osesgotos sanitários de umapopulação estimada( Cide/1999) em 13.778.933habitantes poluem grande partedos corpos receptorescosteiros, onde são lançadosatravés de rios e de sistemasde emissários submarinos, deque são exemplos os dosbairros de Ipanema, no Municípiodo Rio de Janeiro, e de Icaraí,no Município de Niterói.

Múltiplos usos

O litoral da Região Sudeste,onde se insere o Estado do Riode Janeiro, é variado econtrastado, apresentando-se,em certos trechos, estreito,recortado e escarpado, pelaaproximação do mar dasencostas modeladas em rochasdo complexo cristalino. Alargamentos daplanície costeira sãoobservados, por exemplo, nobaixo curso do rio Itabapoana e,em particular, no Norte doEstado do Rio de Janeiro, ondeo rio Paraíba corre na grandeplanície flúvio-marinha daBaixada dos Goytacazes, quese assenta sobre o delta fóssildo mesmo rio. A partir de Cabo Frio, olitoral da Região Sudeste inflete-se para o Sudeste, iniciando ochamado litoral dos lagosfluminenses, no qual oscordões arenosos das restingasbarram trechos de mar queformam lagunas. Esse litoral temcontinuidade até a granderestinga da Marambaia, sendoapenas interrompido pelabrecha existente entre osmaciços litorâneos, onde selocaliza a Baía de Guanabara. De maneira geral, osaspectos retilíneos da linha decosta, existentes do Norte doEspírito Santo à Marambaia,evidenciam retificação ouregularização, para a qual

Características ímpares

Salinas, na região litorânea de Massambaba ( Araruama / Saquarema )

Pesquisa recente doSistema Nacional de Informaçãoem Saneamento indica quecerca de 80% da população doEstado é atendida com coletade esgotos. Mas desses,apenas 2,5% são tratados emestações convencionais elagoas de estabilização.

Foto: IEF/Lagief

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Ambiente das Águas

Page 77: Ambiente das Águas

..... O litoral dos tabuleiros, baixadas e restingas ( do rio Itabapoana a Cabo Frio )

..... O litoral das restingas, lagunas e baixadas ( de Cabo Frio a Marambaia )

..... O litoral escarpado e recortado da Serra do Mar ( de Marambaia a Angra dos Reis )

..... O litoral de praias e baixadas

Principais características geomorfológicas do litoral da Região Sudeste

Canal de Itajuru, no Município de Cabo Frio

A região costeira reflete, namaioria dos casos, a falta decuidados com o uso sustentáveldo meio ambiente. Mar, lagoase lagos, em geral, podem servítimas de fenômenos, como dafloração de algas. Um dosfatores que concorrem para aproliferação de algas é apresença de nutrientes dosesgotos domésticos, industriaise de fertilizantes usados naagricultura. O uso inadequado defrascos e embalagens podeprovocar o carreamento de

Insustentável situação

Aspecto geral da Região dos Lagos ( lagoa de Araruama )

Foto: IEF/Lagief

Foto: IEF/Lagiefcontribuem as correnteslitorâneas, paralelas ao litoral, eos processos de depósitoflúvio-marinho. As zonas costeiras,caracterizadas por extensasáreas de sedimentaçãoquartenária, formando planícieslitorâneas arenosas, sãorelativamente freqüentes aolongo do litoral brasileiro. Essas formaçõeslitorâneo-arenosas podem sercorrelacionadas com asdesembocaduras dos principaisrios que deságuam no OceanoAtlântico.

produtos pelos rios e lagoas atéo mar. Portanto, ao cuidar bemdos rios e lagoas, o cidadãoestará conservando os mares.

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Ambiente das Águas

Page 78: Ambiente das Águas

A legislação disponível sobrezona costeira é das maisamplas, ao lado de outras

Ampla legislação

Despoluir éproporcionar a um ecossistemasua sobrevivência, após asagressões por todas as formasde poluição ocasionadas pelohomem. Para isso, devem sercumpridos os parâmetros dequalidade das águas. Isso éfundamental para se garantir àpopulação o uso dessesrecursos. Os principais parâmetrosfísicos de qualidade das águassão: cor, turbidez, sabor, odore temperatura; os parâmetrosquímicos são: pH ( acidez ) ealcalinidade, dureza, metais( ferro e manganês ), cloreto,nitrogênio ( nutriente ), fósforo( nutriente ), OD ( oxigêniodissolvido ), matéria orgânica,micropoluentes orgânicos emicropoluentes inorgânicos,como os metais pesados ( zinco,cromo e cádmio ), entre outros. Os parâmetrosbiológicos são analisados doponto de vista de organismosindicadores, como algas ebactérias.

Poluição na região costeira ( Araruama )

Foto: IEF/Lagief

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Ambiente das Águas

diretrizes, tratados,convenções, acordos, inclusivea Agenda 21 ( recursos naturais ),aprovada na Conferência dasNações Unidas sobre o MeioAmbiente e Desenvolvimento –Rio-92. Em relação ao Estadodo Rio de Janeiro, aConstituição estadual,promulgada em 05/08/89,fortalece a defesa e a proteçãodo litoral e da zona costeirafluminense. O Art. 225, porexemplo, menciona:

Segundo o Art. 265, sãoáreas de preservaçãopermanente: os manguezais,lagos, lagoas e lagunas, asáreas estuarinas e a Baía deGuanabara. Já o Art. 266,considera áreas de relevanteinteresse ecológico, cujautilização dependerá de préviaautorização dos órgãoscompetentes, a zona costeira, aBaía de Guanabara e a Baía deSepetiba. A Lei estadual 1.204, de7 de outubro de 1987 –sancionada até mesmo antes daLei federal 7.661, de maio de1988 –, instituiu o Comitê deDefesa do Litoral do Estado do

Todos têm direito ao meioambiente ecologicamentesaudável e equilibrado, bemde uso comum do povo eessencial à qualidade devida, impondo-se a todos, eem especial ao PoderPúblico, o dever de defendê-lo, zelar por sua recuperaçãoe proteção, em benefício dasgerações atuais e futuras.

Page 79: Ambiente das Águas

Rio de Janeiro – Codel,estabelecendo comoparticipantes os representantesde Secretarias de Estado, daProcuradoria Geral de Justiça,do Departamento de Postos eCosta da Marinha, da Uerj e deentidade civil organizada. A Lei federal 6.938, de31/08/81,que estabelece aPolítica Nacional do MeioAmbiente, e a ConstituiçãoBrasileira promulgada em 5 deoutubro de 1988 ( parágrafo 4º,do Art. 225, do Capítulo VI –Meio Ambiente ), consideram a

Setor

Total

Municípios costeiros do Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Feema/Gerco-RJ

Municípios

35

zona costeira como patrimônionacional e que sua utilizaçãodeverá observar condições queassegurem a preservação domeio ambiente. Antes mesmo dapromulgação da Constituição, aLei federal, de maio de 1988,criava o Plano Nacional deGerenciamento Costeiro – PNGCe definia zona costeira como oespaço geográfico de interaçãodo ar, do mar e da terra, incluindoseus recursos renováveis ounão, abrangendo uma faixamarítima e outra terrestre.

Marco importante

O Sistema Nacional deGerenciamento de RecursosHídricos, instituído pela Lei9.433, de 8 de janeiro de 1997,é considerado um marcoimportante para disciplinar o usoracional dos recursos naturais.Integram o Sistema, o ConselhoNacional de Recursos Hídricos,os Conselhos de Recursos

Hídricos dos Estados e doDistrito Federal, os Comitês deBacia Hidrográfica, os órgãosdos poderes públicos federal,estaduais e municipais, cujascompetências se relacionemcom a gestão dos recursoshídricos e as agências de água. Das diversas diretrizesgerais de ação proposta na lei,cabe ressaltar a gestãosistemática dos recursoshídricos, sem a dissociação dos

Litoral Sul

Litoral da Baíade Guanabara

Litoral da Regiãodos Lagos

Litoral Norte-Fluminense

Itaguaí, Seropédica, Mangaratiba, Angra dos Reis eParatyNiterói, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá, Magé,Duque de Caxias, Guapimirim, Belford Roxo, SãoJoão de Meriti, Nilópolis, Queimados, Nova Iguaçu,Mesquita e Rio de JaneiroBúzios, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, CaboFrio, Arraial do Cabo, São Pedro da Aldeia,Araruama, Iguaba, Saquarema e MaricáSão Francisco de Itabapoana, São João da Barra,Campos, Quissamã, Carapebus e Macaé

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Ambiente das Águas

Page 80: Ambiente das Águas

aspectos de quantidade equalidade, a integração dagestão dos recursos hídricoscom a gestão ambiental e agestão das bacias hidrográficascom a dos sistemas estuarinose águas costeiras. Também reforça asdiretrizes da legislação, oSistema Nacional de .Informações do GerenciamentoCosteiro – Sigerco, integrado aoSistema Nacional de Informaçãosobre o Meio Ambiente –Sisnama.O rio São João, em trecho próximo à foz, no Oceano Atlântico

O Estado do Rio de Janeiro, através da Feema,em conseqüência da aplicação das legislações pertinentes às zonas costeiras,

contabiliza alguns resultados positivos, tais como:

••••• Fortalecimento da infra-estrutura operacional para o gerenciamento costeiro

••••• Treinamento e capacitação de pessoal na área de gestão costeira

••••• Elaboração do Macrozoneamento da Região dos Lagos

••••• Implantação do Sistema de Informações para o Gerenciamento Costeiro – Sigerco

••••• Fornecimento do Arcabouço Institucional e Legal

••••• Elaboração de Planos Diretores de Unidades de Conservação em áreas costeiras, comdestaque para as APAs de Maricá ( Município de Maricá ) e Massambaba ( municípios deAraruama e Saquarema )

••••• Elaboração de Perfis Ambientais de nove municípios da faixa costeira: Cabo Frio, Arraialdo Cabo, São Pedro da Aldeia, Araruama, Saquarema, Casimiro de Abreu, Macaé, Quissamã eCampos dos Goytacazes, como apoio à gestão ambiental local

••••• Mapeamento de áreas frágeis a serem protegidas em apoio ao Plano de Contingência( derramamento de óleo ) da Baía de Guanabara

••••• Estudos biológicos das áreas de restinga do Estado

Foto: Semads

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Ambiente das Águas

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As restingas, com suas praias elagunas, criaram a magníficapaisagem dos lagosfluminenses, valorizadas nosdias atuais pelas atividades delazer ligadas ao mar e pelaexploração salineira econcheira, largamentedesenvolvida na área de CaboFrio-Araruama, além da pesca. A palavra restinga podeser usada como termo náutico,quase como sinônimo de recife.Neste caso, significaria umbanco de areia, constituindo umobstáculo à navegação. Quandoo emprego é no sentidobotânico ou ecológico, designavegetação arbustivo-arbórea característica dascostas meridional e nortedo Brasil. As diversascomunidades vegetais derestinga englobam as depraias, de antedunas, decordões litorâneos e demanguezais. Segundopesquisadores, asrestingas abrangeriamdepósitos arenososcosteiros de origem tãovariada quanto oscordões litorâneos, aspraias barreiras, asbarras, os esporões e ostômbolos. Os tômbolospodem unir uma ilha aocontinente, ilhas entre si e ocontinente a uma ilha. Entre esses depósitosarenosos, os cordões litorâneosparecem ser os únicos capazesde formar, por acrescêncialateral, as planícies arenosasque têm sido chamadas deplanícies de restingas. O litoral das restingas,lagunas e baixadas ocupa otrecho que vai de Cabo Frio àIlha Grande, possuindoorientação aproximada deNoroeste-Sudeste, ou

Restinga grosseiramente Oeste-Leste.Nele, as restingas ou cordõeslitorâneos são extensos,fechando ou isolando braços demar que vão formar lagunas. Para o interior, a planícielitorânea é constituída porbaixadas, entre as quais a maisextensa é a Baixada daGuanabara, que antecede agrande muralha da Serra doMar, disposta paralelamente àlinha de costa. Certas lagunas podemter suas barras temporariamenteobstruídas pela sedimentaçãoarenosa, como a deSaquarema, ou mesmo a lagoaRodrigo de Freitas, exigindopermanente drenagem para aabertura e manutenção do canalde ligação com o mar.

Manguezal

A palavra mangue é muitousada pelo povo e emdiplomas legais. Atualmente,ambientalistas e especialistasusam a palavra “manguezal”pois ela abrange todo o sistema( lavado, bosque e apicum ).Sua localização, entre marés,

Foto: IEF/Lagief

O Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba engloba 17 lagoas costeiras, brejos e restingas

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mais alta e mais baixa, faz comque sejam verdadeiros pontosde ligação entre os ambientesmarinho e terrestre. Suaocorrência está intimamenteligada aos solos pantanosos,oriundos da deposição desedimentos finos nos fundos debaías e nos estuários, sujeitos àinfluência das águas salobras. No Brasil, as florestasde mangue constituem-se deplantas halófilas, cujo porte variade arbustivo a arbóreo,conforme a espécie. Cobrem,hoje, cerca de 25 mil quilômetrosquadrados, distribuídos desdeo Cabo Orange, no Amapá, atéAraranguá, em Santa Catarina.Essas plantas são adaptadas àsvariações de marés, ao sololamoso e frouxo e à salinidadeda água. Estudos realizadosmostram que no Estado do RioJaneiro ocorrem quatroespécies de plantas domanguezal: mangue-vermelho( Rhizophora mangle ), duasespécies de mangue-preto,também chamado de mangue-sereíba ou siriúba ( Avicenniaschaueriana, A.germinans ) emangue-branco ( Lagunculariaracemosa ). A Avicenniagerminans tem o limite sul desua distribuição em Macaé, e a

Dos 131 km2 demangues do Estado,

80 km2 estão naÁrea de

Proteção Ambientalde Guapimirim, Baía

de Guanabara

A.schaueriana alcança o sul doBrasil. A fauna de mangue éconstituída de animais marinhos,como os moluscos e crustáceos,com destaque para oscaranguejos, algas e ostras quevivem fixas em troncos e raízesaéreas. Diversos outros gruposde animais utilizam o manguezal,tanto em sua fase adulta comojuvenil, e ainda como área derepouso e nidificação. Um dosmais importantes deles é o dospeixes, devido a seu potencialeconômico. Apesar da importânciaque os manguezaisdesempenham, no entorno daBaía de Guanabara, dos 260km2 outrora existentes, restamapenas 82 km2, (40%),concentrados, praticamente, naÁrea de Proteção Ambiental –APA de Guapimirim. Entre 1921 e 1931, aenseada de Manguinhos perdeu1,8 km2 para os aterros e osmanguezais dessa parte daBaía de Guanabara sofreramredução de 2 milhões de metrosquadrados. Até a década de20, no entanto, o estuário deInhaúma ou de Manguinhos,transformado em depósito delixo, fora um dos mais extensosda Guanabara, com 12 km2.

Foto: IEF/Lagief

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Os manguezais da Baíade Sepetiba representam, aindahoje, importante elo mantenedorda cadeia alimentar quesustenta a produção de peixes,siris e camarões. A farturaexistente outrora na região deGuaratiba acolheu umapopulação pré-histórica, cujapresença ficou registrada nossambaquis, e historicamentepelo índios Tupinambás.Presentemente, os pescadoresdessa região vêm cortando asárvores de mangue-preto,devido à grande resistência damadeira, para construir curraisde pesca. Esse artefato, alémde ser danoso à navegação, jáque provoca assoreamento, émais um dano causado aomanguezal, entre tantos que sãocometidos, já que elimina umavegetação de preservaçãopermanente. Nos últimos tempos, omanguezal de Guaratiba – comode outras regiões do Estado –,vem sofrendo a ação predatóriado homem, mediante aocupação desordenada dolitoral e o despejo, em especial,de poluentes de indústrias doramo siderúrgico.

Mangues de Guaratiba, na Baía de Sepetiba, outrora foram muito freqüentados pelos índios Tupinambás

Foto: IEF/Lagief

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Até a década de 50,por exemplo, as aves Guará –em tupi-guarani “ vermelho” etiba “abundante –, que deramnome à região - Guaratiba -,resistiram à presença humana.Contudo, muitas outras avesainda colorem o manguezalcomo os colhereiros, as garçasbrancas grandes e pequenas,as garças azuis, os maguaris,entre tantas outras. Muitas espécies depeixes, por causa da poluiçãoe presença do homem, já nãosão tão abundantes como nopassado. Mesmo assim,pesquisa recente registra apresença de cerca de 130espécies de peixes nessemanguezal.

Dados da FundaçãoInstituto de Pesca do Estado doRio de Janeiro – Fiperjatribuem o declínio no volumedo pescado no Estado do Riode Janeiro a três fatores: odecréscimo das áreas demanguezais, a poluição daságuas e a pesca predatóriapraticada por traineiras usandotécnicas proibidas como oarrastão próximo a costa ou oarraste em parelha.

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Qualidade das águas de comprometimento da massade água desse ecossistema pordespejos industriais ( detalhesem Despejos Industriais ). Desde 1960, a Diretoriade Hidrografia de Navegação –DNH, da Marinha, realizacampanhas de amostragem,cuja freqüência obedece aosroteiros e períodos de viagemdos navios de pesquisa, nãohavendo a possibilidade de seter uma série de dados para umdeterminando ponto deamostragem. O Instituto dePesquisas da Marinha – IPqM,que também obtém dados daságuas costeiras no Estado doRio de Janeiro, organiza oBanco Nacional de DadosOceanográficos – BNDO. A Petrobras e aEletronuclear, apenas paraatender demandas em suasrespectivas áreas de atuação edefesa preventiva do meioambiente costeiro, tambémcoletam e armazenam dados.

Foto: Feema/Diag

Foto: Feema/Diag

Em 60 praias da Baía são coletadas amostras para pesquisa

Operação decoleta realizadapor técnicos da

Feema

Com relação à Zona Costeira, aFeema realiza o monitoramento

das praias daRegiãoMetropolitana, dosLagos e dointerior da Baía deGuanabara, com oobjetivo defornecerinformações àpopulação sobrea balneabilidade.Em alguns casos,como noPrograma deDespoluição daBaía deGuanabara –PDBG/ProjetosAmbientaisComplementares– PAC, são feitascoletas paraavaliação do grau

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LALALALALAGOGOGOGOGOAS INTERIORESAS INTERIORESAS INTERIORESAS INTERIORESAS INTERIORESE LITE LITE LITE LITE LITORÂNEASORÂNEASORÂNEASORÂNEASORÂNEAS

O

no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

LALALALALAGOGOGOGOGOAS INTERIORESAS INTERIORESAS INTERIORESAS INTERIORESAS INTERIORESE LITE LITE LITE LITE LITORÂNEASORÂNEASORÂNEASORÂNEASORÂNEAS

Rio de Janeiro é o segundo estado brasileiro com o maiornúmero de lagoas. Totalizam111, das quais 60 na zonacosteira, entre a Ilha Grande e aBaixada Campista ( Baixada dosGoytacazes ).

A Baía de Guanabara,dentre as belas baías, como ade Sepetiba e da Ilha Grande,transformou-se em símbolonacional, principal porta deentrada e atração turística, cartãopostal do Rio de Janeiro.

As lagoas constituemdepressões circulares, em geralcom pequena profundidade ede água doce. É comum oemprego da denominaçãolagoa para lagunas costeiras. No Estado do Rio, as111 lagoas/lagunas catalogadasestendem suas baciashidrográficas por encostasrochosas, revestidas por florestasde Mata Atlântica associadas àbaixada, onde tem seintensificado a ocupação urbana. As lagoas fluminensestêm um grande potencial derecursos naturais, diretamenterelacionados à importânciaregional da pesca, ao turismo eao lazer. A presença de peixenas lagoas e estuários é umimportante indicador biológicodo estágio ambiental em que seencontram. Em muitas dessaslagoas os peixes jáescassearam devido ao

Lagoas

Pequenas lagoas e restingas são características do Parque Nacional de Jurubatiba

Foto: IEF/Lagief

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lançamento de esgotos. Porexemplo: Piratininga ( regiãooceânica de Niterói ), lagoas daBarra da Tijuca ( Rio de Janeiro ).

As lagunas podem ser definidascomo depressões contendoágua salobra ou salgada,localizadas na borda litorânea.Equivocadamente, sãochamadas muitas vezes delagoas.

Lagunas

A região hidrográfica, entre adesembocadura dos riosParaíba do Sul e Macaé,denomina-se Baixada dosGoytacazes. Abrange setemunicípios ( São Francisco deItabapoana, São João da Barra,Campos, Quissamã, Carapebus,Macaé e Conceição de Macabu )e caracteriza-se por apresentaruma extensão de cerca de 5 milkm2 de planície costeira. Lagunas, lagoas erestingas encontram-se nessaregião:

Situada na bacia hidrográficacuja superfície mede 2.900 km2,no Norte Fluminense, é a maiorlagoa de água doce do país,reduto de várias espécies,sobretudo aves. A lagoa Feiaestabiliza o lençol freático naplanície e fornece água àpopulação rural. O rio Paraíba do Sul foiligado à lagoa através de oitocanais artificiais dotados decomportas. No canal dasFlechas, que a comunica com ooceano, uma comporta émantida fechada, impedindo asmigrações de peixes marinhos. Nos últimos 55 anos, asuperfície da lagoa Feia diminuiu54%, menos pelas dragagens doque pelas invasões de seu leitopara construção de diques, paraexpansão de áreas agrícolas. Dos 370 km2 originais, alagoa está reduzida a 203 km2,com apenas 1m de fundo na parteinterior e 2,5m perto da restinga.Entretanto, a pesca pode ser

Lagoa Feia

Baixada dos Goytacazes

Em 55 anos, a lagoa Feia registra redução de 54% de sua área primitiva

Litoral de Macaé a Búzios. Ao Norte,a lagoa Feia se destaca no mapa

Mapa: Semads/Planágua

Foto: IEF/Lagief

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Ambiente das Águas

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considerada produtiva, deladependendo a colônia depescadores de Ponta Grossados Fidalgos. Encontram-se inseridasna bacia hidrográfica da lagoaFeia parte dos municípios deCarapebus, Quissamã,Conceição de Macabu, Camposdos Goytacazes, Trajano deMorais, Santa Maria Madalena eSão João da Barra.

A bacia do rio Macaé – antigorio dos Bagres – compreendecerca de 1.764 km2. Englobaparte dos municípios de Macaé( 82% ), Nova Friburgo, Casimirode Abreu, Rio das Ostras,Conceição de Macabu eCarapebus. Nessa bacia e da lagoaFeia encontra-se o maiornúmero de lagoas, 40, das 111registradas pela Serla, estandodistribuídas entre os municípiosde Macaé, Carapebus,Quissamã ( 18 lagoas ), Campos( 9 lagoas ) e São João da Barra( 7 lagoas ). Para a recuperaçãode vários sistemas lagunaresfluminenses, o Governo doEstado destina recursos atravésdo Programa Nossas Lagoas. As lagoas da região deMacaé são ecologicamentediferenciadas. Podem serlagoas costeiras de água docee fortemente escura, como alagoa Comprida, ou lagoas deágua doce e medianamenteescura, como a lagoa Cabiúnas,e lagoas de água salobra eclara, como a Imboassica e aCarapebus. A maioria das lagoasainda representa importantefonte de recursos pesqueirospara a população local eregional.

Lagoascosteiras de Macaé

Diante da necessidadede manter as característicasecológicas originais das lagoascosteiras de Macaé, encontra-se em vigência convênio entrea Petrobras e a UniversidadeFederal do Rio de Janeiro –UFRJ, que possibilita aospesquisadores do Laboratóriode Limnologia dessa

Universidade realizar amplapesquisa em quatro dasprincipais lagoas costeiras domunicípio – Imboassica,Cabiúnas, Comprida eCarapebus. A lagoa de Imboassica– 2,50 km2, profundidade médiade 1,50m e bacia hidrográficacom cerca de 50 km2 –apresenta o maiorcomprometimento em suascaracterísticas ecológicas porcausa dos despejos deesgotos in natura e o usodesordenado de suas margensatravés, principalmente, deaterros e edificações. Algumas lagoascosteiras do Município deMacaé, como Cabiúnas ouJurubatiba ( 0,34 km2 ) eComprida ( 0,13 km2 ),apresentam-se em condiçõesnaturais ainda bastantepreservadas.

A lagoa de Cima é formada pelos rios Imbé e Urubu. Sua área totaliza 14,67 km2

Foto: IEF/Lagief

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Lagoa de Cima

Típica lagoa de restinga, com1,17 km2, situa-se ao Norte dorio Paraíba do Sul. Comprofundidade que não passa de1,5 metro, essa lagoa sofreudrástica interferência do homem.

Lagoa do Campelo

A lagoa de Cima tem fisionomia peculiar caracterizada por suas praias arenosas

Formada pelos rios Imbé ( 70 kmde extensão ) e Urubu ( 40 kmde extensão ) – juntos têm 986km2 de área de drenagem –, alagoa de Cima tem área de 14,67km2, largura máxima de 4 km ecomprimento máximo de 7,5 km. O rio Ururaí origina-se

nessa lagoa e, após percorrer48 km, deságua na lagoa Feia.Através de canais, o Ururaírecebe, nas cheias, parte daságuas do rio Paraíba do Sul. De formação geológicamais antiga que as outraslagoas da região, a lagoa deCima tem fisionomia peculiar,caracterizada por suas praiasarenosas. A pequenacomunidade pesqueira de SãoBenedito, nas suas margens, éuma das mais antigas da região.

Além da construção deum dique-estrada, foraminstaladas duas comportasautomáticas nos canais doVigário ( artificial, com 13 km ) edo Cataia ( 10 km ), que ligam alagoa ao Paraíba do Sul,permitindo que suas águasdefluam na estiagem, porém,impedindo que vertam do riopara a lagoa, nas cheias, e umvertedouro, no canal AntonioResende, que a liga ao mar, emGuaxindiba, no Município deSão Francisco de Itabapoana. Mesmo em declínio, apesca nessa lagoa tem umpapel importante para asobrevivência da populaçãolocal durante a entressafra dacana-de-açúcar.

O Parque Nacional da Restingade Jurubatiba é uma das maisimportantes áreas de restingasdo Estado do Rio, consideradoum ecossistema comcaracterísticas únicas. Com14.860 hectares, ocupa umafaixa de orla de 44 km ao longodos municípios de Macaé,Quissamã e Carapebus. Porsuas características, tornou-separque nacional de preservaçãoambiental, através de DecretoPresidencial s/nº, assinado em29 de abril de 1998. Mas, já em1992, o Parque Nacional daRestinga de Jurubatiba forareconhecido pela Unesco comoreserva da biosfera, apósestudo de vários cientistas. O plano de manejo doparque, inclusive para fins deuso turístico, deverá serrealizado de forma cooperativaentre as prefeituras dosmunicípios que integram a área,além do Sebrae/Rio de Janeiroe do Ibama.

Parque Nacionalde Jurubatiba

Foto: IEF/Lagief

Ambiente das Águas

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A área é um dostrechos do litoral brasileiro demaior diversidade de recursosnaturais, além de rara beleza,sem similar no mundo. Integrama vegetação de restinga:pitanga, araçá, cactos, guriri ecambuí; plantas comobromélias, trepadeiras,orquídeas e também inúmerasespécies medicinais. Por suas características,o Parque, que ainda conservapraias virgens, deverá fazerparte de um corredor deecoturismo, o qual incluirá ocanal artificial de Macaé,construído por escravos entre1843 e 1861. A fauna local é rica,com tatus, tamanduás, entreoutros, havendo registro deespécies em extinção, como ojacaré de papo amarelo.Constituem essa restingainúmeros brejos, algunstemporários e outrospermanentes, e 17 pequenas emédias lagunas costeiras:Jurubatiba ou Cabiúnas ( 0,34km2 ), Comprida ou do Cabrito( 0,13 km2 ), Carapebus ( 6,70km2 ), Encantada ou Boa Vista( 15 km2 ), Paulista ( 1,22 km2 ),Amarra Boi ( 0,23 km2 ), daBezerra ou do Sal ( 0,26 km2 ),das Garças ( 0,70 km2 ), Piripiri( 1,92 km2 ), Maria Menina

Por suas belezas naturaisJurubatiba ( 14.860 hectares )é um convite ao ecoturismo

Lagunas litorâneas

Esse trecho do litoral da zonacosteira fluminense, situadoentre Cabo Frio( Região dos Lagos )e a Baía deGuanabara, constitui-se de extensoscordões litorâneos,que separam umasérie de lagunas domar aberto. A ocupaçãoterritorial, verificadaem grande escala,tem sido fator depoluição dessesistema lagunar, porfalta ainda de infra-estrutura de coleta,tratamento edisposiçãoadequada dosesgotosdomésticos. Integram aregião nove Litoral entre Búzios e Cabo Frio ( Região dos Lagos )

Mapa: Semads/Planágua

Foto: IEF/Lagief

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Ambiente das Águas

( 0,70 km2 ), Robalo ( 1,05 km2 ),Visgueiro ( 1,42 km2 ), Pires( 1,60 km2 ), Preta ( 5,30 km2 ),Barrinha ( 0,25 km2 ), Casa Velha( 0,75 km2 ) e Ubatuba ( 0,57 km2 ).

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municípios: Niterói, Maricá,Saquarema, Araruama, IguabaGrande, Arraial do Cabo, SãoPedro da Aldeia, Cabo Frio eBúzios. Nesse sistema lagunar,destacam-se, entre outras, aslagoas:

A lagoa de Araruama, cuja baciahidrográfica abrange 440 km2,tem 221,03 km2, perímetro de190 km e profundidade médiade 2,90 metros e volume de 636milhões de m3, é uma dasmaiores lagunas costeirashipersalinas do mundo, emtorno de 5,2% ( dados de 1990 ),isto é, uma vez e meia asalinidade do oceano. Maspesquisas recentesdemonstram que a salinidadedessa lagoa vem decrescendo– em 1985 registrava 5,7% –,devido, principalmente, aoaporte de águas servidasprovenientes do abastecimentoda região com água bombeadado reservatório de Juturnaíba, auma taxa de 1m3/s. Hoje, esse sistemacosteiro é diagnosticado porpesquisadores da Universidade

O canal de Itajuru ( 8 quilometros ) liga a lagoa de Araruama ao mar

Lagoa de Araruama

Federal Fluminense – UFFcomo muito frágil. A renovaçãode suas águas é lenta,ocorrendo a cada 83,5 dias,quando são trocados 50% dovolume da lagoa. Em outraslagunas do estado, esse tempovaria de um a 30 dias. A alta salinidade fazcom que poucas espécies depeixes, assim como moluscose algas, reproduzam-se nalagoa, o que reduz a pescacomercial, exceto no canal deItajuru – 8 km de comprimento elargura variável de 100 a 300metros –, verdadeiro cordãoumbilical que a liga ao OceanoAtlântico. Esse canal, em que oGoverno atual realiza obras dedesassoreamento, como partedo Programa Nossas Lagoas,tem grande importânciabiológica, sendo a entrada dasformas jovens de camarões, emespecial do camarão-rosa( Penaeus brasiliensis ) e decerca de 40 espécies depeixes, como tainha, carapicu,carapeba, xerelete, galo eflaminguete. Em 1995, a captura docamarão não passava de 10 kgem 15 dias no inverno. Há 25anos, na mesma época, atingia-se 100 kg. Na região, aevaporação supera aprecipitação. De todas aslagoas fluminenses, só ela seliga ao mar de modo natural epermanente. Na RegiãoSudeste, é a única lagoa daqual ainda se extrai sal. Até fins do século XIX, alagoa de Araruama foi o maiorprodutor de sal do país,posição perdida para o RioGrande do Norte. Em 1975,Araruama contribuiu com 11%( 195 mil toneladas ) daprodução nacional. Entretanto, odespejo de dejetos domésticosde uma população residente de200 mil habitantes, da ordem

Foto: IEF/Lagief

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Ambiente das Águas

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de 10.000 kg/DBO/dia,conseqüência docrescimento urbanodos municípios ao seuredor – Araruama,Iguaba Grande, SãoPedro da Aldeia eCabo Frio –, estádiminuindo asalinidade da água. A lagoa deAraruama vem setransformando, desdea década de 80, emum paraíso de turistase veranistas. Suasmargens recebemmais de um milhão deveranistas temporários ( cincovezes a população normal daregião ), no verão, elevandopara 50.000 kg/DBO/dia apoluição por esgotos. Mais uma vez a ação daSemads, em parceria com oConsórcio Ambiental Lagos SãoJoão, levou a uma reavaliaçãodos cronogramas deimplementação dos sistemas decoleta e tratamento de esgotos,concedidos na maior parte daregião à empresa Pró Lagos.Serão R$ 50 milhões investidos

É lenta a renovação das águas da lagoa de Araruama: ocorre a cada 83,5 dias

Foto: IEF/Lagief

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Restinga de Massambaba

Essa restinga, junto a Araruama, possui ligação permanente com omar. Importante para o ecossistema local, constitui uma dasUnidades de Proteção Ambiental ( UPAs ) do Estado do Rio deJaneiro. Formando um grande arco de praia com 48 km deextensão e dunas com até 20 metros estende-se pelos municípiosde Saquarema, Araruama e Arraial do Cabo. Reúne ainda oito pequenas lagoas: Jacarepiá ( 1,5 km2 e7,50 km de perímetro ), Marrecas ( 0,05 km2 e 1,00 km deperímetro ) e, em parte, Vermelha ( 2,5 km2 e 11,00 km deperímetro ), em Saquarema; Pitanguinha ( 0,64 km2 e 3,50 km deperímetro ), Pernambuca ( 2,4 km2 e 13,50 km de perímetro ) eVermelha ( parte ), em Araruama; Espinho, do Sal ou Salgada eAzul, em Arraial do Cabo.

ao longo do ano de 2001 e2002, eliminando de imediato oslançamentos em “tempo seco”,sendo que outros R$ 110 milhõesserão aplicados em construçãode rede e expansão do sistemanos próximos 20 anos. A Região dos Lagostem reservas biológicas, parquesnaturais e áreas de proteçãoambiental, mas todo o turismoestá orientado para a costaoceânica, onde as praias quemais atraem os turistas são asde Araruama, Cabo Frio e Búzios.

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A bacia hidrográfica da lagoa deSaquarema compreende cercade 215 km2, com comprimentode 18 km e largura máxima de 9km. É constituída por quatrolagunas interligadas: de Fora( 6,0 km2 ), Boqueirão ( 0,9 km2 ),Jardim ( 3,4 km2 ) e Mombaça( ou Urussanga ), esta com13,7 km2. A lagoa Mombaçaencontra-se ligada à lagoa deJaconé pelo canal do Salgado. Esse sistema semprese distinguiu dos demais daregião pela fauna aquática,variada e rica, razão dodesenvolvimento de uma pescaintensiva em tempos passados.Porém, com a urbanização e aconseqüente deterioração daqualidade da água, e com ofechamento do canal, queimpede a entrada deorganismos marinhos, ospeixes diminuíram e a pescaentrou em declínio.Mortandades de peixescomeçaram a ocorrer,principalmente após asenxurradas. Os rios carreiampara o sistema lagunar lixo,

Localizada em áreas dosmunicípios de Saquarema eMaricá, a bacia hidrográfica dalagoa de Jaconé ( 4 km2,perímetro de 8 km eprofundidade média de 1 metro )compreende área total de cercade 3,20 km2. Essa lagoa conecta-seà lagoa de Mombaça, medianteo canal do Salgado. Integraainda essa bacia hidrográfica alagoa de Jaconé Pequena, com0,58 km2 e perímetro de 3,50 km.

Lagoa de Saquarema

Lagoa de Jaconé

esgoto e lama, diminuindo aoxigenação da água. A Semads incluiu essalagoa no Programa NossasLagoas, destinando R$ 2,5milhões para obras derecuperação, que visamperenizar a barra mediante aconstrução de guia de correntesna praia de Itaúna e dragagemdo canal que se formará entreessa guia e a pedra da Igrejade Nossa Senhora de Nazaré.

Lagoa de Saquarema ( na extremidade à esquerda ), praias oceânicas de Massambaba e lagoa de Araruama ( 221,03 km³ )

Ilustração: Semads/Planágua

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Ambiente das Águas

Page 93: Ambiente das Águas

As lagunas Guarapina ou daPonta Negra ( 6,5 km2 ), Padre( 2,7 km2 ), Barra ( 9,0 km2 ) eMaricá ( 18,73 km2 ) totalizam36,93 km2. Fazem parte aindada bacia do sistema lagunar deMaricá, com 330 km2, canaisinterligados. Além das lagoasmencionadas, deve-se registrara lagoa Brava ( 1,2 km2 ), quedrena para a lagoa de Maricáatravés do canal de São Bento.Antigamente, as aberturas debarra para o mar, na lagoa daBarra, eram promovidas com aajuda dos pescadores quandoesta atingia seu nível máximo. O Governo do Estado,através do Programa NossasLagoas, aplicará R$ 1,350milhão do Fundo deConservação Ambiental - Fecamem obras no sistema lagunar deMaricá, melhorando a suacomunicação com o mar. Na lagoa da Barra, aobra constará de abertura dabarra, para permitir circulaçãodas águas, enquanto na lagoado Padre será instaladatravessia, através de galeria.No canal Cordeirinho, as obrasconstarão de dragagem einstalação de comporta,segundo a Serla. A qualidade da águadesse sistema tem sidocomprometida pela presençade esgotos.

Maricá-Guarapina

Piratininga-Itaipu

Essas lagoas, cuja baciahidrográfica ocupa área total de45,5 km2, são as primeiras, deuma série de 15, encontradas apartir da Baía de Guanabara, nadireção Norte, entre Niterói e

Cabo Frio. Muito rasa, a lagoade Piratininga tem 4,13 km2,profundidade média de 0,6m etrês ilhas. A de Itaipu, com 1,47km2 e profundidade de 1,0 m,está associada a um alagado demais de 2 km2. O canal de Camboatá( 2,15 km de extensão, largurade 9,50 metros e profundidademédia de 0,40 metros ),construído nos anos 40, promovea ligação artificial entre as duaslagoas, sem provocar significativasalterações ambientais. Entretanto, a partir dadécada de 70, a urbanização seacelerou na área. A abertura deum canal para o mar na lagoade Itaipu causou alteraçõesdrásticas ao sistema lagunar,que deixou de acumular ovolume d’água necessário paraa abertura da barra emPiratininga. Essa lagoaperdeu, conseqüentemente,grande parte do espelhod’água, tendo as margensinvadidas por favelas eloteamentos. O despejode esgotos in natura agravaeste quadro de degradação. Devido aosproblemas ambientais,a lagoa de Piratininga foiincluída pelo Governo doEstado no ProgramaNossas Lagoas, destinandoR$ 1,2 milhão, do Fecam,para obras de recuperação.

Lagoa de Maricá ( 19,5 km2 ), no trecho em que desemboca o rio Doce

Foto: Serla

O canal de Camboatá ( 2,15 km ) exige daSerla dragagem e limpeza periódica

Foto: Serla

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Ambiente das Águas

Page 94: Ambiente das Águas

Lagoas

Características das principais lagoas do Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Serla

1 Dados passíveis de alterações, em função de drenagens, aterros e assoreamento

Perímetro( km ) 1

Araruama, Cabo Frio, Arrarialdo Cabo, São Pedo da Aldeia eIguaba GrandeMaricáCampos e São Francisco deItabapoanaCarapebusCamposCampos e QuissamãMaricáMacaé e Rio das OstrasSão João da BarraNiteróiCamposRio de JaneiroSaquaremaMaricá e SaquaremaAraruama e Silva JardimRio de JaneiroMaricáMaricáMacaéCamposAraruamaNiteróiQuissamãQuissamãQuissamãQuissamãRio de JaneiroSão João da Barra e CamposSaquaremaRio de JaneiroAraruama e SaquaremaQuissamã

161,0

30,019,0

52,526,2

138,111,710,020,26,8

31,717,87,58,0

12,533,424,010,217,511,513,510,96,3

11,157,29,87,88,2

45,032,411,06,7

Municípios abrangidos

Araruama

Barra de MaricáCampelo

CarapebusCimaFeiaGuarapinaImboassicaIquipariItaipuJacaréJacarepaguáJacarepiáJaconéJuturnaíbaMarapendiMaricáPadrePaulistaPedrasPernambucaPiratiningaPiresPiripiriPretaRibeiraRodrigo de FreitasSalgadaSaquaremaTijucaVermelhaVisgueiro

221,03

8,851,17

6,7014,67

203,366,422,501,221,479,554,071,453,205,773,33

18,731,771,221,752,044,131,601,925,304,152,402,12

23,824,342,561,42

constantemente. Piratiningacaracteriza-se pela presença dedensos bancos de macroalgas,que chegam a ocupar 60% desua área. A redução daprofundidade acabou com apesca embarcada. Mas, aindase pesca nas margens.

A renovação das águasem Itaipu é fortemente controladapelas marés, enquanto Piratiningadepende da entrada de águadoce e das chuvas. EmboraItaipu também receba alta cargade esgotos sem tratamento,suas águas se renovam mais

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Ambiente das Águas

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Page 95: Ambiente das Águas

LALALALALAGOGOGOGOGOASASASASASURBURBURBURBURBANANANANANASASASASAS

A

no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

LALALALALAGOGOGOGOGOASASASASASURBURBURBURBURBANANANANANASASASASAS

Complexo lagunar Jacarepaguá-Camorim-Tijuca, reflete a ocupação intensa do solo

PROBLEMÁTICAS

o longo do tempo, as lagoas urbanas, como a Rodrigo de Freitas e as dosistema lagunar de Jacarepaguá,refletem degradação ambientalresultante de ação antrópica. Porisso, imensos recursos têm de seralocados para garantir suasobrevivência, na tentativa dereverter uma situação em que ohomem pode ser considerado ogrande responsável.

Lagoas deJacarepaguá

Em área onde é crescente aocupação urbana desde osanos 60, a bacia da baixada deJacarepaguá, com cerca de 300km2, tem no sistema lagunaruma de suas principaiscaracterísticas, pela belezapaisagística. É formado pelas lagoasda Tijuca ( 4,34 km2 ), Camorim( 0,80 km2 ), Jacarepaguá ( 4,07km2 ), Marapendi ( 3,33 km2 ) eLagoinha ( 0,70 km2 ),totalizando 13,24 km2 –,interligadas ao mar pelo canalda Joatinga, ao Leste. O canalde Sernambetiba, a Oeste,encontra-se fechado porenrocamento. Todo o sistemaapresenta-se fragilizado pelapoluição dos esgotosdomésticos, que atinge a orlamarítima da região da Barra eJacarepaguá. Em 2000, cerca de 700mil habitantes de 20 bairros dabacia hidrográfica da Barra daTijuca, Recreio dos Bandeirantese Jacarepaguá contribuíram comcerca de 40 mil kg/DBO/dia deesgotos, comprometendo osambientes naturais da região. Para reverter o quadroda falta de saneamento local, oGoverno do Estado planeja

Foto: IEF/Lagief

Page 96: Ambiente das Águas

instalar redes coletoras ( 286 km ),estação de tratamento ( 3.000litros/segundo ) e emissáriosubmarino ( 5 km ), apóstratamento. Dentro do ProgramaNossas Lagoas, estão previstosinvestimentos em obras dedrenagem e desassoreamentodo sistema lagunar da região.

Nas margens, ainda sãovisíveis os pontos de despejode esgotos provenientes dosgrandes condomínios da Barrada Tijuca e de Jacarepaguá,assim como das áreasfaveladas. Além dos esgotos,resíduos industriais são tambémaportados pelos rios para osistema lagunar local. Os assoreamentosprovocados pelos rios locais eos aterros diminuíram osmanguezais e aumentaram adegradação de todo oecossistema local. Hoje, a

pesca, é uma atividademarginal, atraindo poucospescadores profissionais. Desse sistema, a lagoade Marapendi – que recebelixo e esgoto de favelas aolongo do canal das Taxas –,apresenta-se como a maisfrágil e suscetível adesaparecimento iminente. AOeste, fica a Lagoinha, a últimado conjunto. Seu espelhod’água sofreu grande redução.Sua importância está em serlugar de pouso de avesmigratórias. Enquanto a lagoa deCamorim encontra-sepraticamente sem oxigênio, alagoa da Tijuca, onde seregistram os maiores índicesde coliformes fecais de todo oconjunto lagunar, apresenta-se

com 30% de seu espelhod’água assoreado. Na lagoa deJacarepaguá, em que osíndices de oxigênio são baixospor falta de circulação daságuas, proliferam algasMicrosystis, que liberam amicrocistina, considerada asubstância mais tóxicaencontrada na natureza. A microcistina épotencialmente causadora docâncer no fígado, segundoespecialistas do Núcleo dePesquisas de ProdutosNaturais da UFRJ.

Mapa: Semads/IEF

O sistema lagunar de Jacarepaguá reúne cinco lagoas totalizando 13,50 km2

Foto: IEF/Lagief

O sistema lagunar de Jacarepaguá enfrenta acelerada expansão urbana desde os anos 60

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Ambiente das Águas

Page 97: Ambiente das Águas

LagoaRodrigo de Freitas

Restinga de Marapendi

Entre o mar e as lagoas de Jacarepaguá-Camorim-Tijuca, destacam-se a restinga e alagoa de Marapendi, esta com 10 km de comprimento e largura média de 350 metros

Situada no Município do Rio de Janeiro, essa restinga constituia fachada litorânea da Baixada de Jacarepaguá. Na área urbana da Cidade do Rio de Janeiro, ganhamimportância as praias de Ipanema, Leblon e de Copacabana,antigas áreas de restingas.

Mapa: Semads/GTZ

Alah, com 800 metros decomprimento e largura entre 10e 18 metros, sendo oresponsável por seu regime eequilíbrio biológico, controlandoe regulando as trocas com omar. Mesmo ainda havendodespejos clandestinos deesgotos nessa lagoa, sobreviveali uma fauna aquática variada,que inclui tainha, parati,carapeba, bagre, dentre outras,além de crustáceos, como ocamarão verdadeiro, deimportância comercial.

Ilustração: Petrobras/eCHo

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Ambiente das Águas

Isolada do mar pelas praias deIpanema e Leblon, essa lagoa,com 2,40 km2 de espelho d’água– em 1980 totalizava 3,80 km2 –,reflete antigos problemas desaneamento, registrandomortandades periódicas depeixes. Cada vez mais rasa,tem profundidade média de 2,8metros e máxima de 4 metrosem média. No ano de 1880,porém, quando o Barão de Teffédirigia a Repartição Hidrográficado Império, um terço da lagoaregistrava profundidade de 5metros. Com uma baciahidrográfica de cerca de 32 km2

e perímetro de 7,8 km, a lagoarecebe três rios – Cabeças( 3,20 km ), Macacos ( 5,50 km )e Rainha ( 4,50 km ) –, emgrande parte canalizadosembaixo das ruas, como riosmortos e enterrados, drenandoos bairros da Urca, Leme eCopacabana. Liga-se ao marpelo canal artificial do Jardim de

Page 98: Ambiente das Águas

Ampliando as redes Encontra-se emdiscussão, independentementeda obra de captação de esgoto,amplo programa derecuperação da Lagoa, o qualprevê, inclusive, oprolongamento mar adentro docanal do Jardim de Alah, limitedas praias de Ipanema eLeblon. O projeto objetiva, aexemplo da primeira obra físicarealizada em 1922, proporcionarmelhor oxigenação da Lagoamediante o aporte de maiorvolume de água do mar. Para algunsespecialistas, a remoção dacamada de lama ( sólido mineralinerte ) do fundo é tambémessencial, a fim de que a colunad’água mínima da Lagoamantenha-se com profundidadede 2,30 a 3,00 metros.

A manutenção ( limpeza e dragagem )da lagoa Rodrigo de Freitastem sido realizada periodicamente,como se vê junto ao Clube Naval( Av. Borges de Medeiros )

Livre da vegetação aquática,que prolifera em parte

devido aos esgotos,a lagoa torna-se um ponto

permanente de lazer eatração turística

Foto: Serla

Foto: Serla

Para evitar a entrada de esgotosna lagoa Rodrigo de Freitas, oGoverno do Estado realizaobras de captação nos bairrosdo Leblon e Lagoa, construindopara isso uma galeria de cinturacom 4 km de extensão. Com essa nova galeria,poderão ser captados 100 litrosde esgotos por segundo,volume a ser encaminhado aosistema coletor existente edesse ao emissário submarinode Ipanema. Os extravasamentosclandestinos de esgotosprejudiciais a esse ecossistemaestão sendo permanentementecoibidos, inclusive, com aaplicação de multas ao infrator.

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Ambiente das Águas

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A

no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

BBBBBAÍAS:AÍAS:AÍAS:AÍAS:AÍAS: GRANDE GRANDE GRANDE GRANDE GRANDE DIVERSID DIVERSID DIVERSID DIVERSID DIVERSIDADEADEADEADEADE

Baía de Guanabara - portal do Rio de Janeiro tem programa de recuperação ambiental

Baía de Guanabara, dentre as também belas baías de Sepetibae Ilha Grande, sobressai comoatração turística, cartão postale porta de entrada do Estado doRio de Janeiro.

Dos 850 km de extensãolitorânea do Estado do Rio deJaneiro, 131 km correspondemao perímetro da Baía deGuanabara, principal porta deentrada em parte da zonacosteira e território fluminense.Também recebe a maiorcontribuição de poluiçãoorgânica e inorgânica produzidaem terra firme. Ao redor da Baíaresidem cerca de 10,2 milhõesde habitantes distribuídos entre16 municípios: Duque deCaxias, Mesquita, São João deMeriti, Belford Roxo, Nilópolis,São Gonçalo, Magé,Guapimirim, Itaboraí e Tanguá e,parcialmente, Rio de Janeiro,Niterói, Nova Iguaçu, Cachoeirasde Macacu, Rio Bonito ePetrópolis. A região hidrográfica,com 4.081 km2, abriga 25 baciase sub-bacias, consideradas asmais representativas, cujoscursos d’água principaistransportam a maior parte dapoluição gerada no continentepara a Baía. A bacia hidrográfica daBaía de Guanabara limita-se aSudoeste com as baciashidrográficas da baixada deJacarepaguá e da lagoaRodrigo de Freitas; a Oeste,

Baía de Guanabara

Foto: PDBG

Page 100: Ambiente das Águas

Características

com a bacia da Baía deSepetiba; ao Norte com a baciado rio Paraíba do Sul ( riosPiabanha e Dois Rios ); a Lestecom as bacias dos rios Macaée São João, e a Sudoeste comas bacias das lagunas dePiratininga, Itaipu e Maricá. Nessa mesma bacialocalizam-se cerca de 35 rios eriachos que afluem para a Baíade Guanabara, sendo osprincipais os rios Macacu,Iguaçu, Estrela e Sarapuí. Ostrechos de baixo cursos demuitos rios vêm sendomodificados, desde o final doSéculo XIX e início do XX, porobras de drenagem executadaspor órgãos públicos federal,estadual e municipal. Em sua configuraçãoatual, a Baía possui cerca de381 km2 de superfície ou deespelho d’água, incluindo aí 59km2 de superfície de ilhasremanescentes. Mede 28 kmde comprimento, no sentido

Norte-Sul, e largura máxima,sentido Leste-Oeste, de 27 km.A profundidade alcança omáximo de 50 metros nasproximidades da entrada. Ocanal principal, na direção Norte-Sul, mede aproximadamente 20km de extensão, comprofundidade média entre 15 e20 metros e largura de 3 km.

A Guanabara com seus 131 km de perímetro

Foto: IEF/Lagief

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Ambiente das Águas

..... Bacia drenante para a Baía – 4.081 km2

..... Municípios ao redor – 16, sendo 10 com área total e seis com área parcial..... População da bacia hidrográfica – 7,6 milhões de habitantes..... População da Região Metropolitana – 10,2 milhões de habitantes ( 80% da população estadual )..... Superfície ( espelho d’água ) – 381 km2

..... Perímetro – 131 km..... Comprimento ( Norte-Sul ) – 28 km..... Largura máxima ( Leste-Oeste ) – 27 km..... Profundidade média – 7,6m..... Profundidade máxima ( canal central ) – 50m..... Volume de água salina – 3 bilhões de m3

..... Rios que recebe, ou desembocam – 35..... Ilhas e ilhotas remanescentes – 65..... Ilhas ( área total ) – 59 km2

..... Área remanescente de manguezais – 82 km2

Page 101: Ambiente das Águas

..... Efluentes de indústrias – 6.000..... Carga orgânica ( DBO ) industrial – 4.763 kg/dia..... Terminais marítimos de petróleo – 16..... Portos comerciais – 2..... Refinarias de petróleo – 2..... Óleo despejado – 343 kg/dia..... Estaleiros – 13..... Postos de serviços – 1.063..... Esgotos domésticos – 17m3/s ( 1 Maracanã/dia ) ( * )..... Carga orgânica ( DBO ) – 465 t/dia ( 7,6 milhões/hab. ) ( * )..... Metais pesados ( chumbo, cromo, zinco e mercúrio ) – 10,9 kg/dia..... Lixo gerado – 13.000t/dia..... Lixo não coletado – 4.000t/dia..... Lixo destinado ao Aterro de Gramacho ( Duque de Caxias ) – 8.000t/dia..... Lixo lançado sem controle em vazadouros – 1.000t/dia

( * ) Antes do início do Programa de Despoluição ( PDBG )

Fontes de poluição

Derramamento de óleo na Ilha do Governador, ocasionado por navio em 1998, polui ainda mais a Baía

Os efluentes industriaiscontaminam a Baía com ospoluentes: DemandaBioquímica de Oxigênio ( DBO ),4.763 kg/dia; óleos e graxas,343 kg/dia; metais pesados,10,9 kg/dia e Demanda Química

de Oxigênio ( DQO ), 12.752 kg/dia. Para minimizar esse efeito,a Feema, como parte do PDBG,executa os ProgramasAmbientais Complementares –PAC, para o controle pontual de455 indústrias.

Foto: Feema

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Ambiente das Águas

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Com o objetivo de minimizar osefeitos sobre as águas da Baíade Guanabara devido a falta deinfra-estrutura numa regiãodensamente ocupada,desenvolve-se desde 1994 oPrograma de Despoluição daBaía de Guanabara – PDBG.

Programa deinvestimentos

Prazo total, estimado, do PDBG: 15 a 20 anos Custo estimado: U$ 1,7 bilhão

Primeira fase ( 1994 / 2003 ) do PDBG:..... Custo total – US$ 793 milhões Financiamento: Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID – US$ 350 milhões; Japan Bank - JBIC ( ex-OECF ) – US$ 237 milhões; Governo do Estado ( contrapartida ) – US$ 206 milhões

Aplicação dos recursos ( primeira fase ):..... 94% estão concentrados em:. Redes e tratamento de esgotos ( 76,13% ). Abastecimento de água ( 19,76% ). Macrodrenagem ( 2,34% ). Coleta e destino final de resíduos sólidos ( 1,83% )..... 6% aplicados em Programas Ambientais Complementares ( PAC ):. Reforço institucional de órgãos estaduais e municipais. Revisão do zoneamento industrial da RMRJ. Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Drenante à Baía. Programa de Implementação de Parques. Educação ambiental. Mapeamento digital

Emissário submarino de Icaraí benefícia 234mil habitantes. Investimentos: R$ 6,772 milhões

Em alguns trechos, como naárea mais interior, ao norte, juntoà região de manguezais, asvelocidades podem cair abaixode 0.3m/s no período de baixamar. A área de menor troca deáguas coincide com o trecho daBaía onde se localizam asdesembocaduras dos rios maispoluídos, como o São João deMeriti e o Iguaçu.

Renovação das águas A Feema mantém 40pontos de amostragem para omonitoramento da água da Baía( 27 na bacia e 13 na Baía ). Nomapa, a seguir, consta o Planode Monitoramento Sistemáticoda Bacia da Baía de Guanabaraelaborado pela Feema. Em seus 4.081 km2, abacia hidrográfica da Baía deGuanabara apresenta grandediversidade de ecossistemasperiféricos, como manguezais,lagunas, brejos e pântanos,

Foto: PDBG

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Ambiente das Águas

Page 103: Ambiente das Águas

ilhas, enseadas de águascalmas e costões rochosos.

Em 1502, os primeiros visitantesestrangeiros já se referiam àpaisagem exuberante da Baíade Guanabara. A partir de suaefetiva ocupação, em 1530, porMartim Afonso, até 1565,quandoa Cidade do Rio de Janeiro foifundada por Estácio de Sá,

História a partir de 1502 ocorreram inúmeras tentativasde invasões e guerras entrefranceses e portugueses, porcausa dos seus atrativos elocalização, em mar protegido. No início de 1700 ( finaldo Século XVI ), as margens eo recôncavo da Baía deGuanabara já estavamocupados, sendo visíveis osimpactos ocasionados pela

Plano de Monitoramento Sistemático daBacia da Baía de Guanabara

A monitoragem que inclui a coleta de amostras em 40 pontos ocorre na própria Baía, nos rios contribuintes, nas praias do continente e ilhas

Ilustração: Feema

O uso do solo e coberturavegetal da bacia da Baía deGuanabara ( 1998 ), segundoclassificação a partir deimagem de satélite, elaboradapelo Laboratório deGeoprocessamento doIEF/Semads.

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Ambiente das Águas

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construção de aterros edesmatamentos para expansãourbana. Os rios Meriti, Sarapuí,Iguaçu, Pilar, Saracuruna,Inhomirim, Suruí, Magé,Guapimirim, Macacu eGuaxindiba contribuíram para aocupação da região da Baía deGuanabara e de toda a BaixadaFluminense. Com o ciclo do açúcar eseus inúmeros engenhos, damineração, do ouro e do café, adevastação ambiental, entre osSéculos XVII e XIX, seacentuou. Já em 1800 ( final doSéculo XIX ), a poluição poresgotos domésticos direta ouindiretamente lançados na Baía,já se tornara visível realidade.

Entre 1910 e 1916, por sercrescente e preocupante apoluição da Baía de Guanabara,constituiu-se a ComissãoFederal de Saneamento eDesobstrução dos Rios queDesaguam na Baía. Nessaépoca, tiveram início osprimeiros serviços dedragagem, limpeza,desobstrução e retificação dediversos rios da baixadaFluminense. Já o crescimento doparque industrial, com todas asimplicações de efluentesindustriais, ocorre com maiorintensidade nas décadas de1950 e 1960, enquanto noperíodo de 1940 a 1960, apopulação ao redor da Baíaduplicava, atingindo 5 milhabitantes, reflexo também doêxodo das áreas agrícolas porfalta de política de fixação dohomem no campo. Essa ocupação deáreas sem infra-estrutura de

Sucessão de comissões saneamento, contribuiu para arápida degradação da qualidadedas águas da Baía deGuanabara pela poluiçãoorgânica dos esgotos sanitáriosnão tratados e aí lançados diretae indiretamente Dada a importânciacultural e econômica da região,foi concebido o Programa paraDespoluição da Baía deGuanabara, a partir de estudose levantamentos realizados pelaFeema. Tanto assim que, em1991, o Governo estadualiniciou contatos com o BancoInteramericano deDesenvolvimento – BID e com oGoverno japonês, através daAgência OECF ( The OverseasEconomic Cooperation Fund ),para buscar empréstimos comvistas a implementação devários projetos – saneamentobásico, coleta e destino de lixo( resíduos sólidos ),macrodrenagem, mapeamentodigital e projetos ambientaiscomplementares. Os contratosefetivaram-se em março de1994, estando ainda em curso

Ilustração: Revista Eco-21

Baía de Guanabara, de Luiz Teixeira de Souza:1856 ( original na Biblioteca da Ajuda, em Lisboa )

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Ambiente das Águas

Page 105: Ambiente das Águas

as obras de saneamento e dedestinação adequada deresíduos sólidos ( lixo ). Em 1992, o Governoestadual assinou contrato com oGoverno japonês, através da

Jica ( Japan InternationalCooperation Agency ), paraelaboração de estudo amplosobre as fontes de poluição daBaía. Os trabalhos com a Jicaforam concluídos em 1994.

Principais bacias hidrográficas da Baía de Guanabara

Conselho Gestor

Ilustração: Feema/PDBG

O Conselho Gestor da Baía deGuanabara é o mais recentecolegiado, instituído peloDecreto 26.174, de 14/04/00,com a função básica depromover a participaçãointegrada dos governosestadual, federal e municipal, osprincipais usuários dos corposhídricos da bacia, a sociedadecivil e instituições de ensino epesquisa, para disciplinar o usomúltiplo dos recursos naturais e

recuperar o ecossistema daBaía de Guanabara. A presidência doConselho Gestor compete aoGovernador do Estado,cabendo a suplência aoSecretário-Executivo, a cargodo Secretário de Estado deMeio Ambiente eDesenvolvimento Sustentável. Esse Conselho,também integrante do Sistemade Gerenciamento Costeiro doEstado do Rio de Janeiro,considera órgãos técnicos deapoio:

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Ambiente das Águas

Page 106: Ambiente das Águas

Constituem o Plenário do Conselho:

..... Representantes de órgãos públicos estadual, federal e municipal. Secretaria de Estado Planejamento, Desenvolvimento Econômico e Turismo – Sepdet. Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos – SESRH. Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do Interior– Seaapi. Secretaria de Estado de Energia, da Indústria Naval e Petróleo – Seinpe. Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama. Capitania dos Portos. Órgãos Municipais de Meio Ambiente – 2 titulares escolhidos pelo G-15 ( Grupo formado porrepresentantes dos municípios do entorno da Baía de Guanabara ). Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa

..... Representantes do setor empresarial. Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – Firjan. Setor da Indústria Naval. Cia. Docas do Estado do Rio de Janeiro, do Porto do Rio de Janeiro. Setor de Transporte Aquaviário Interno de Passageiros. Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras. Ponte S.A.. Setor Privado que Opera Terminais Petrolíferos. Companhia Estadual de Águas e Esgotos – Cedae. Setor de Pesca Industrial. Marinas e Clubes Náuticos

..... Representantes de populações extrativistas tradicionais, de organizações civis ambientalistas e de universidades

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Ambiente das Águas

. Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente – Feema. Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas – Serla. Fundação Instituto Estadual de Florestas – IEF. Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Uerj. Departamento de Recursos Minerais – DRM. Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro –TurisRio. Fundação Instituto Estadual de Pesca – Fiperj. Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro – Cide. Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro – Codin

. ONGs ambientalistas dos municípios da orla, indicadas pela Assembléia Permanente das Entidades de Defesa do Meio Ambiente – Apedema. Federação das Associações de Moradores do Estado do Rio de Janeiro – Famerj. Associação dos Pescadores Artesanais e dos Catadores de Caranguejo. Conselho Regional dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos – Crea. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – Abes. Instituto Baía de Guanabara – IBG. Centro Brasileiro de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável – Cebeds. Universidade Federal Fluminense – UFF. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Uerj

Page 107: Ambiente das Águas

Baía de Sepetiba

Doze municípios fazem parte da região contribuinte da Baíade Sepetiba, com área total de 2.654 km2

Com 12 municípios – Itaguaí,Mangaratiba, Queimados,Japeri, Paracambi e MiguelPereira e, parcialmente, Rio deJaneiro, Nova Iguaçu, Rio Claro,Piraí, Engenheiro Paulo deFrontin e Vassouras –, a regiãocontribuinte da Baía de Sepetibaocupa área de 2.654 km2. Apopulação estimada é de 1,4milhão de habitantes. Outras características:corpo d’água com cerca de 520km2; 170,5 km de perímetro;profundidade média de 7,7metros e litoral em torno de 130km de extensão. Ao Sul, tempor limite a Restinga deMarambaia, e a Sudeste a IlhaGrande. A área urbana éestimada em 9,2% do total daregião hidrográfica e cerca de19,7% representam o territóriodas unidades de conservaçãoambiental locais. Junto à desembocadura

dos rios, encontram-se importantes áreasde manguezais,responsáveis pela altapiscosidade da Baía,mas que já enfrentamproblemas depoluição oriunda dasatividades industriaisda região. Essa Baía temno rio Guandu um deseus maioresdestaques, por ser oprincipal responsávelpelo suprimento deágua de váriascomunidades e deatividades industriaisao longo do seucurso, como também,é o principalmanancial da Cidade

do Rio de Janeiro e de váriosmunicípios da BaixadaFluminense, região drenante daBaía de Guanabara. O Guandu recebe doSistema Rio-Light de geraçãode energia elétrica cerca de160m3/s transpostos do rioParaíba do Sul, através debombeamento na localidade deSanta Cecília.

Terminal de contêineres doPorto de Sepetiba, na

Baía de Sepetiba:paisagem e

meio ambiente alterados

Foto: Semads/Planágua

Foto: Cia. Docas/Revista Direng nº 9

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Ambiente das Águas

Page 108: Ambiente das Águas

Restinga de Marambaia

A Marambaia, com 79 km2, alonga-se a partir do pontal deGuaratiba, fechando parte da Baía de Sepetiba que, no entanto,permaneceu aberta para o Oeste. Essa restinga, com 40 km de extensão e 1,8 km de largura,em Barra de Guaratiba, é formada por processos de acúmulo desedimentos transportados pelas ondas e correntes marinhasassociadas às ações do vento, atingindo largura máxima de 5 km. A partir da Ponta Grossa da Marambaia, determina umaimportante zona costeira do Estado, que vai até o Pão de Açúcar,na entrada da Baía de Guanabara. Trata-se de área controlada peloExército.

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Ambiente das Águas

Já a Cedae trata emtorno de 45m³/s do rioGuandu, destinando-os aoabastecimento doméstico e aoconsumo industrial noMunicípio do Rio de Janeiro,como também nos municípioslocalizados na baixadaFluminense. A Baía de Sepetiba éo segundo maior portal deentrada para o mar – oprimeiro é a Baía deGuanabara. Segundo os númerosdo Macroplano de Gestão eSaneamento Ambiental daBaía de Sepetiba obtidos nosanos 1997/1998, a populaçãoresidente nos municípios aoredor dessa Baía ( 1,3 milhão )responde por uma produçãode esgotos sanitários, semtratamento, de 286.900 m³/dia,que correpondem a uma cargaorgânica de 69.920 quilos deDBO/dia. O estudo, elaboradomediante convênio Estado/Ministério do Meio Ambiente( Programa Nacional de MeioAmbiente – PNMA ) e comrecursos do Banco Mundial –Bird, mostra que “a falta de

serviços de esgoto temocasionado altos níveis decontaminação do lençol freáticopor coliformes fecais, sendoessa a água disponível paragrande parte da população”. Os esgotos lançadosnos rios e canais chegam à Baíade Sepetiba, acumulando-se aolongo das praias da porçãoleste, onde encontram-se aslocalidades de Sepetiba eGuaratiba. Dados do Macroplanorevelam ainda problemas dedrenagem e de inundações emtoda a região, esclarecendoque “a situação é agravada pordiversas práticas poluidoras dapopulação, como o lançamentode lixo e de toda sorte demateriais dentro das calhas dosrios”. Ao mesmo tempo emque aponta os problemaslocais, o estudo recomenda quese desenvolva, para toda abacia da Baía de Sepetiba, “umplano integrado de gestão esaneamento ambiental, emfunção do declínio, ao longo daúltima década ( 1987/1997 ), daqualidade de diversos fatoresambientais”.

Page 109: Ambiente das Águas

A Baía da Ilha Grande localiza-se no litoral Sul do Estado. Suabacia hidrográfica, com 1.740km2, é marcante pela belezanatural e rica biodiversidade,graças à proximidade da Serrado Mar, onde a Mata Atlânticaencontra-se bastantepreservada. Localizam-se naregião 10 Unidades deConservação federal e estadual,106 praias, muitos rios e duaslagunas, do Leste e do Sul.

Baía da Ilha Grande

Baía da Ilha Grande com superfície de 800 km2

Baía da Ilha Grande:convite ao turismo eao lazer

A região hidrográficacontribuinte da baía, reúne osmunicípios de Paraty e Angrados Reis, com perímetro totalde 353 km. Encontram-se nessaregião 90 ilhas continentais,sendo a maior a da Ilha Grande.Em alguns pontos, entre a Pontada Juatinga e a Ponta dosMeros, com 17,5 km decomprimento, a Baía registraprofundidades entre 30 e 40metros. Sob o aspecto daocupação do solo, a regiãocaracteriza-se por abrigar amaior área remanescente deMata Atlântica e vegetação derestinga, no Estado do Rio deJaneiro. A Baía da Ilha Grande destaca-se por sua cobertura florestal: 206.342 hectares

Foto: IEF/Lagief

Foto: Semads

Foto: Semads/Planágua

109

Ambiente das Águas

Page 110: Ambiente das Águas

APA 1 daBaía de Paraty eSaco do Mamanguá

Reserva Ecológicada Juatinga

APA dos Tamoios

APA de Mangaratiba

Reserva BiológicaPraia do Sul

Parque EstadualMarinho do Aventureiro

Parque Estadual daIlha Grande

Reserva Biológica daIlha Grande

Parque Nacional daSerra da Bocaina

Estação Ecológicados Tamoios

APA Cairuçu

5.642

7.000

21.400

22.936

2.854

1.000

5.500

18.080

10.000

8.640

28.340

Sec. MeioAmbiente de

Parati

IEF

Feema

Feema

Feema

Feema

IEF

Semads

Ibama

Ibama

Ibama

Não

Não

Não

Não

Sim( 1993 )

Sim( 1993 )

Não

Sim( 1992 )

Não

Não

Não

..... Pesca de arrasto..... Assoreamento..... Esgoto bruto

..... Caça..... Extração de palmito

..... Excesso de turistas..... Construções

..... Desmatamento..... Pesca predatória..... Urbanização desordenada

..... Caça..... Excesso de turistas

..... Pesca de arrasto e submarina

..... Excesso de turistas..... Lixo..... Construções

..... Conflito com população residente

..... Queimadas..... Caça..... Extração de palmito

..... Pesca predatória..... Lixo..... Desmatamento..... Esgotos Sanitários

..... Queimadas..... Caça..... Extração de palmito..... Lixo..... Construções

Nãoimplantada

Nãodemarcada

SimPlano Diretor

aprovado

Não

Sim

Não

Não

Não

Não

Não

Não

Unidades Área( ha )

Instituiçãoresponsável

Plano Diretorou de Manejo

Problemas RegulamentaçãoUnidades de Conservação da bacia da Baía da Ilha Grande

Fonte: Semads/Feema

1 - APA - Área de Proteção Ambiental

A Mata Atlântica caracteriza 11 Unidades de Conservação na bacia da Baía da Ilha Grande

Os manguezais ocorremnas desembocaduras doscursos d’água, principalmentena Baía da Ribeira. Mas essavegetação começa a ser afetadapelas atividades humanas. Em 30 anos – 1963/1993–, cerca de 20 km2 demanguezais da Baía da IlhaGrande foram degradados, comreflexos diretos na produçãopesqueira da região. Noperíodo, o volume de camarãopescado sofreu redução daordem de 400 mil kg.

Foto: IEF/Lagief

110

Ambiente das Águas

Page 111: Ambiente das Águas

CHUVCHUVCHUVCHUVCHUVAS EAS EAS EAS EAS EENCHENTESENCHENTESENCHENTESENCHENTESENCHENTES

D

no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

CHUVCHUVCHUVCHUVCHUVAS EAS EAS EAS EAS EENCHENTESENCHENTESENCHENTESENCHENTESENCHENTES

As enchentes e inundações ainda ocorrem com freqüência na Baixada Fluminense

Foto: Serla

esmatamento em grande escala e ocupação desordenadado solo, registrando, inclusive,construção na calha dos rios,têm agravado as enchentes noEstado do Rio de Janeiro. Açõesintegradas e solidárias nasbacias hidrográficas contribuempara amenizá-las, diminuindoseus efeitos, às vezescatastróficos.

Enchentes são “eventos naturais”,segundo os especialistas. Sãocondicionadas pelo clima, pelaschuvas intensas de verão epelas características do relevo.A variação das vazões e dascotas, da estiagem à enchente,faz parte do regime natural dorio. Para os técnicos, “asenchentes são excepcionaisquando chuvas altas e intensascaem em solo já saturado porchuvas anteriores, semcapacidade de absorçãonatural. Para minorar os efeitosdas enchentes, atribuídas emgrande parte às atividadeshumanas, os técnicos apontamações concretas e necessárias,como:

..... Aumentar a retenção daságuas na bacia e nas baixadas;..... Reduzir o potencial dosprejuízos nas áreas de risco, oude inundações.

Os prejuízosocasionados pelas enchentesresultam da combinação dedois fatores independentes: anatureza, modificada pelohomem, é responsável pelasvazões de enchentes; asociedade condensa valores

Naturais

Page 112: Ambiente das Águas

112

humanos e materiais nas áreasde risco. Todas as açõesdestinadas ao controle deenchentes precisam de umaconcepção integrada em nívellocal, regional e nacional,devendo incluir: gestão dosrecursos hídricos; planejamentoregional – uso racional eocupação do solo; agricultura egestão das florestas; proteçãoao meio ambiente”.

Procedimentos a seremobservados para atenuar asenchentes:

..... Gestão de recursos hídricos

. Reduzir os picos deenchentes, através do aumentoda retenção natural e artificial,do aumento da infiltração,conservação e recuperação dasáreas de inundação;. Conservar e, caso sejanecessário, aumentar acapacidade de vazão do leitodos rios;

Diretrizes

. Reduzir a velocidade daságuas correntes porrenaturalização dos rios e seusafluentes;. Melhorar a previsão e osistema de alerta dasenchentes. Nesse sentido, aSerla instalou rede telemétricacom 25 estações situadas naRegião Metropolitana do Rio.As estações, que transmitemautomaticamente dados do nívele qualidade da água dos rioscontrolados, configuramimportante instrumento deplanejamento do solo de toda aregião, em especial da baixadaFluminense.

..... Planejamento regional eurbano

. Consideração preventiva dosaspectos de enchentes nadefinição do uso do solo e nasua urbanização;. Conservar o leito dos rios, asáreas de inundação epossíveis áreas de retenção;. Limitar as possibilidades deprejuízos pela limitação do usoinadequado das áreas derisco, através daconscientização sobre osriscos;. Incluir os rios e os córregosno planejamento urbano, comofatores positivos, de modo aintegrá-los à sociedade;. Retenção e infiltração de águade chuva em áreas urbanas;. Conservar as áreas verdespara limitar os picos deenchentes.

..... Proteção à natureza

. Revitalizar brejos erenaturalizar rios e córregospara reduzir os picos dasenchentes;. Conservar e recuperar áreasúmidas em toda a bacia,capazes de reter a água dechuva e de enchentes, parareduzir o pico destas.A Lei Imperial 1.507, de 26 de setembro de 1897, já proibia edificações na margem de rios

Foto: Serla

Ambiente das Águas

Page 113: Ambiente das Águas

113

Foto: Semads

Rio Maratuã, em Silva Jardim, transborda com as chuvas ( janeiro / 2001 )

..... Agricultura e manejo deflorestas

. Facilitar a infiltração em áreasde cultivo por métodos emáquinas adaptadas parareduzir o pico das enchentes;. Uso adequado para áreas deinundação, conservando esseslocais para a retenção daságuas das enchentes;. Reduzir a erosão por cultivoadequado;. Conservar matas naturais ereflorestar áreas degradadas.

Os processos erosivosocorrem, em geral, em funçãodas características do solo( resistência e permeabilidade ),do clima e da topografia,principalmente devido àscondições de cobertura vegetal. As árvores, pelas raízese copadas amortecem a quedadas gotas d’água, diminuindo oimpacto da chuva sobre o solo.Seus troncos e raízes dificultamo escoamento das águas,promovendo uma infiltraçãolenta e evitando que ganhem

Erosão

Baía de Guanabara

Baixada deJacarepaguá

Baía de Sepetiba

Região dos Lagos

Totais

640

21

87

16

764

2.432.600

129.000

71.000

19.500

2.652.100

3.698.200

129.000

49.500

19.500

3.896.200

Regiõeshidrográficas

Pontos /trechos críticos

Populaçãodiretamente

atingida

Populaçãoindiretamente

atingida

Regiões hidrográficas: pontos críticos de inundações ( 2000 )

Fonte: Serla/DAT

velocidade, além de fixar aterra, dificultando seu arraste. Por isso, quando asáreas de encosta sãodesmatadas, ficam desprovidasde sua proteção natural ecomeçam a sofrer um imensoprocesso erosivo, o queocasiona, em época de chuvas,acidentes de deslizamento quecolocam em risco de vida dapopulação. Por falta de coberturaflorestal, as bacias hidrográficasvêm sendo modificadas aolongo dos tempos, não só emáreas urbanizadas comotambém em zonas agrícolas.

Ambiente das Águas

Page 114: Ambiente das Águas

114

Rio de Janeiro

Niterói

São Gonçalo

Belford Roxo

Duque de Caxias

Nova Iguaçu

São João de Meriti

Nilópolis

Magé

Guapimirim

Itaboraí

Tanguá

Totais

83

16

24

137

123

202

24

5

12

1

11

2

640

1.010.100

172.000

390.000

127.000

109.500

327.000

110.000

20.000

102.000

8.000

44.000

13.000

2.432.600

2.700.200

172.000

210.000

78.500

109.500

163.500

94.000

10.000

102.000

8.000

44.000

6.500

3.698.200

Municípios Pontos /trechos críticos

Populaçãodiretamente

atingida

Populaçãoindiretamente

atingida

Região Metropolitana: pontos críticos de inundações ( 2000 )

Fonte: Serla/DAT

É essencial, para o êxito dasações de proteção contra asenchentes, que os interesseslocais estejam compatibilizadoscom os interesses inerentes àbacia hidrográfica. Para isso, devem serconsiderados os aspectossociais, econômicos, osecossistemas, as característicasdo próprio rio e da naturezacomo um todo. Constituem-semedidas exeqüíveis, porexemplo:

..... Em lugar de acelerar a cheiario abaixo, pode-se, com oemprego de técnicasapropriadas, restabelecer aretenção natural nas cabeceiras

Para reverter

Réguas medem o nível d’água do

rio Carangola, no Município de Porciúncula.

Ação controlada pela Aneel/CPRM

Foto: Aneel/CPRM

Ambiente das Águas

Page 115: Ambiente das Águas

115

Foto: Serlados rios, nas matas, nasregiões ribeirinhas e conservaras áreas de inundaçõesexistentes.

..... Ao lado das medidaspreventivas adotadas pelosórgãos públicos, o homemdeve se conscientizar daimportância da conservação doscorpos hídricos.

..... Para conter o agravamentoprovocado pelas cheias ereduzir os prejuízos quepossam acarretar àspopulações, recomenda-se: nãourbanizar áreas de inundação,reduzindo-se com isso osriscos de enchentes; as açõessolidárias da sociedade e dosórgãos públicos, em conjuntocom a responsabilidadeindividual de cada cidadão,serão positivas e produzemresultados em toda a baciahidrográfica.

A ação do homem temcontribuído para o agravamentodas enchentes, por exemplo,através da retificação ecanalização de rios para aocupação de baixadas,

Rio das Pedras ( Jacarepaguá ): ocupação interna ao longo das margens

Ação humana

pântanos e brejos, áreas deretenção natural das águas. Com isso, tem seregistrado a redução das áreasnaturais de retenção e deinundação, aumentandoconsideravelmente apossibilidade de cheias locais. Periodicamente apopulação ocupante dessasáreas “recuperadas”, ou dosleitos naturais dos rios, dada afalta de conscientização dosriscos que correm, são as quemais sofrem. Os poderes públicosestadual ( Semads / Serla ) emunicipal investem na limpeza,desobstrução e dragagem decursos d´água, em trabalhocíclico e repetitivo.

Foto: Serla

O lixo jogado e que se acumulaem muitos rios provocaenchentes, doenças, danosmateriais, prejuízos ambientais eeconômicos

Ambiente das Águas

Page 116: Ambiente das Águas

116

Barra do Piraí

Barra do Piraí

Barra do Piraí

Duque de Caxias

Japeri

Magé

Magé ( Imbariê )

Nilópolis

Nilópolis

Niterói

Niterói

Nova Iguaçu

Nova Iguaçu

Nova Iguaçu

Nova Iguaçu

Nova Iguaçu

Região Metropolitana

do Rio de Janeiro

Queimados

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

São Gonçalo

São João de Meriti

Seropédica

Teresópolis

Valença

Diversos valões

Vala da Colina

Valão em Areal

Rio Estrela ( vala )

Rio Teófilo Cunha

Área Urbana

Rio Mutange

Diversas ruas

Rio Pavuna

Cantagalo/Pendotiba

Canal D. Vicenza

Canal da Madama

Austin

Rio Capenga

Austin ( valas )

Rio das Velhas

Limpeza de cursos

d’água ( diversos )

Rio Abel ( valas )

Rua Furquim Mendes

Rio Sardinha

Rio das Pedras

Rio Pavuninha

Rio Jacaré

Rio Acari

Rio Jacaré

Canal do Outeiro

Lagoa Rodrigo

de Freitas

Rio Marimbondo

Rio dos Cachorros

Valão Boa Esperança

Rio Paquequer

Rio Cambota

5.000

5.800

100.000

35.000

18.000

5.000

5.000

14.900

130.000

4.600

*

146.007,80

111.443,60

1.499.570,12

1.013.054,47

139.270,86

149.207,16

146.179,30

139.461,00

969.177,50

249.250,00

*

Município Local da obra Populaçãoatendida 1

Recursos( R$ ) 2

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

*

* *

Fonte: Serla/DAT

Combate a enchentes: obras e manutenção concluídas( período: 1999 / 2000 )

Totais 323.300 4.562.621,81

1 508.3002 5.793.969,97* Projeto “Frentes de Trabalho”: . habitantes atendidos: 185 mil . recursos aplicados: R$ 1.231.348,16

Ambiente das Águas

Page 117: Ambiente das Águas

117

Ao final de cada operação dedragagem, toneladas de lixo ede entulho são retiradas dascalhas dos rios, desassoreando-os emergencialmente. Reflexo deassoreamentos e deposição delixo, tem sido crescente ademanda por serviços dedragagem de rios no Estado.Boa parte do material dragadotem sido disposto no meioambiente sem a devidaorientação e cuidadosnecessários. Objetivando uniformizaros procedimentos e critérios arespeito, a Semads desenvolveua Diretriz para o LicenciamentoAmbiental de Dragagem eDisposição do Material Dragado,com o apoio dos Projetos deCooperação Técnica Feema/Planágua/GTZ. Mesmo referenciadopelas normas internacionaissobre dragagem, o processovisando a Diretriz foiacompanhado por Grupo deTrabalho permanente,multidisciplinar, integrado portécnicos. O documento, pioneirono Brasil, nasceu da

Dragagem

necessidade de se balizar asdragagens de manutenção, decontrole ambiental e asdragagens demandadas peloreaquecimento da indústrianaval fluminense e da atividadeportuária em geral no Estado.

O rio Pomba, que atravessa os municípios fluminenses de

Santo Antonio de Pádua, Aperibé e Cambuci,

é controlado porequipamentos mantidos pela

Aneel, através da CPRM.

Foto: Aneel/CPRM

O rio Muriaé em seu trecho fluminense, banha 5 municípios. Suadescarga é permanentemente controlada pela Aneel/CPRM

Foto: Aneel/CPRM

Ambiente das Águas

Page 118: Ambiente das Águas

118

Região Hidrográfica 0Rio Itabapoana

Região Hidrográfica 1Bacias contribuintes para alagoa FeiaRegião Hidrográfica 2Bacias contribuintes aos riosMacaé, São João e UnaRegião Hidrográfica 3 e 4Complexos lagunares deAraruama, Saquarema, Maricá,Piratininga/ItaipuRegião Hidrográfica 5Bacias contribuintes para a Baíade Guanabara

Região Hidrográfica 6Bacia do rio Paraíba do Sul

Região Hidrográfica 7Bacia contribuinte ao sistema delagunas de Jacarepaguá

Região Hidrográfica 8Bacia contribuinte para a Baía deSepetiba

Região Hidrográfica 9Bacia contribuinte para a Baía deIlha Grande

Abrange os municípios das regiões Nororeste e Nortefluminense, tendo o Itabapoana como rio principal

Abrange os corpos d’água compreendidos entre asdesembocaduras dos rios Paraíba do Sul ( margemdireita ) e Macaé ( margem esquerda )Compreende as bacias dos rios Macaé e São João,oriundos das encostas da Serra do Mar e do rioUna, das colinas cristalinasCompreendem as lagunas e tributários localizadosentre Cabo Frio e Niterói

Compreende as bacias dos rios que nascem nasencostas da Serra do Mar, nas colinas e nosmaciços costeiros e que deságuam na Baía deGuanabara. Abrange quase toda áreametropolitana, além dos municípios de Cachoeirasde Macacu, Rio Bonito e PetrópolisCompreende a maior bacia hidrográfica do Estado,drenando várias regiões ( Médio Paraíba, Centro-Sul Fluminense, Serrana, Noroeste e NorteFluminense ). O rio Paraíba do Sul nasce em SãoPaulo e se estende do Município de Resende até ode São Fidélis, segue a Baixada dos Goytacazes,desembocando no Oceano Atlântico. Desempenhaimportante papel na produção de energiahidrelétrica do Estado do Rio de Janeiro, além deabastecer os vários municípios que atravessaCompreende as lagoas Rodrigo de Freitas,Marapendi, Jacarepaguá, Camorim, Tijuca e rios do Suldo Município do Rio de Janeiro, desde o canal do Leblon( Jardim de Alah ) até o extremo Oeste da baixada deJacarepaguáCompreende os rios que deságuam na Baía de Sepetiba,desde Barra de Guaratiba ( no Município do Rio deJaneiro ) até o limite entre Mangaratiba e Angra dos ReisCompreende os rios que nascem na encosta da Serra doMar, próximos ao litoral, e deságuam na Baía da IlhaGrande, nos municípios de Angra dos Reis e Paraty

Fonte: CPRM/Serla

Regiões hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro

O desmatamento, como o que se observa naserra da Bocaina, na Região Norte do Estado,concorre para diminuir a retenção da água dechuva no solo. É também fator de desmontedo solo o qual, carreado pelas chuvas,provoca o assoreamento dos rios.

Foto: IEF/DCN-Dinf

Ambiente das Águas

Page 119: Ambiente das Águas

AneelSerlaInmetOutrosTotais

1639145

74

01615

22

02046

01209

21

16691523

123

Entidades Estações ( séries históricasmaiores que 10 anos )

Estações ( séries históricasmenores que 10 anos )

Estações

Ativadas Desativadas Ativadas Desativadas Total

Rede pluviométrica no Estado do Rio de Janeiro

Fonte: MME/CPRM/Aneel

A diversidade climáticafluminense é consideradaexpressiva quando comparadaà extensão territorial doEstado ( 43.909,7 km2 ), umdos menores da Federação,superior apenas às deSergipe ( 22.050,4 km2 ),Alagoas ( 27.933,1 km2 ) eDistrito Federal ( 5.822,1 km2 ). Influencia essadiversidade, a topografiaacidentada e compartimentadado Estado, também submetidaao longo do ano aos ventosde Leste e Nordeste. As temperaturasmédias, o regime e adistribuição dos totaispluviométricos são fortementeinfluenciados pelo relevo ealtitude locais. A posição tropical e aproximidade da superfícieoceânica, com o conseqüenteprocesso de radiação eevaporação intensas,explicam, em parte, a elevadapluviosidade no Sudestebrasileiro e, em particular, noEstado do Rio de Janeiro. Segundo os Estudosde Chuvas Intensas,elaborados pelo ServiçoGeológico do Brasil – CPRM,do Ministério de Minas eEnergia, a localização do Rio

Diversidade climática

de Janeiro na borda Orientalda América do Sul, na zonatropical, sob a trajetóriapreferida das correntes,assegura-lhe boa freqüênciade chuvas ao longo do ano. Conforme o Inventáriodas Estações Pluviométricas( Aneel, 1995 ), constante doestudo da CPRM, divulgadoem 2001, a rede pluviométricacompreendia, naquele ano( 1995 ), 80 estações emoperação e 43 estaçõesdesativadas. Na tabela, abaixo, asentidades operadoras e onúmero de estações comperíodo de observação maiore menor de dez anos, ematividade e desativadas:

No rio Macabu, a Aneel instalou equipamentos e a CPRM controla a descarga, as cheias evazão, além da qualidade de suas águas

Ambiente das Águas

119

Foto: Aneel/CPRM

Page 120: Ambiente das Águas

MacrorregiãoAmbiental

Curso d’água Características hidrográficas

MRA-3

MRA-6

MRA-7

Rio MambucabaRio Guaripu

Rio Memória

Rio BracuíRio Airiró

Rio Paraíbado Sul

Rio do SaltoRio Preto

Rio ParaibunaMineiroRio PirapetingaRio Pomba

Rio Muriaé

Rio Carangola

Afluentes darepresa do FunilRio SesmariaRio Barreirode BaixoRio BananalRio Bocaina

Rio Piraí

Rio da Prata

Rio Itabapoana

Nasce em SP e atravessa os municípios de Angra dos Reis e ParatyAfluente da margem direita do rio Mambucaba. Faz a divisa entreSP e RJ, no Município de ParatyAfluente da margem esquerda do rio Mambucaba. Faz a divisaentre SP e RJ, no Município de Angra dos ReisNasce em SP e atravessa o Município de Angra dos ReisAfluente do rio Jurumirim. Nasce em SP e atravessa o Município deAngra dos ReisIngressa no RJ em Resende e atravessa os municípios de Itatiaia,Porto Real, Quatis, Barra Mansa, Volta Redonda, Pinheiral, Barra doPiraí, Vassouras, Valença, Rio das Flores, Paraíba do Sul,Três Rios,Sapucaia, Carmo, Cantagalo, Itaocara, Aperibé, Santo Antonio dePádua, Cambuci, São Fidélis, Italva, Cardoso Moreira, Campos, SãoFrancisco de Itabapoana e São João da BarraFaz a divisa entre SP e RJ, no Município de ResendeFaz a divisa entre RJ e MG. É um afluente do rio Paraibuna Mineiro.Percorre os municípios de Resende, Itatiaia, Quatis, Valença, Riodas Flores e Paraíba do SulNasce em MG e percorre um pequeno trecho do RJ, nos municípiosde Três Rios e Levy GasparianFaz a divisa entre MG e RJ, no Município de Santo Antonio de PáduaNasce em MG, ingressa no RJ no Município de Santo Antonio dePádua e atravessa Aperibé e CambuciNasce em MG, ingressa no RJ nos municípios de Laje do Muriaé eItaperuna e atravessa Italva, Cardoso Moreira e CamposAfluente do rio Muriaé. Ingressa no RJ através do Município dePorciúncula e percorre Natividade e ItaperunaCerca de quatro córregos afluentes da represa da UHE de Funilnascem em SP e percorrem o Município de ResendeNasce em SP e atravessa o Município de ResendeNasce em SP e atravessa o Município de Resende

Nasce em SP e atravessa o Município de Barra MansaAfluente do rio Bananal, nasce em SP e atravessa o Município deBarra MansaNasce em SP e percorre os municípios de Rio Claro, Piraí e Barra doPiraíAfluente do rio Piraí, nasce em SP e atravessa o Município de RioClaroIngressa no RJ pelo Município de Porciúncula e percorre Varre-Sai,Bom Jesus do Itabapoana, Campos e São Francisco de Itabapoana

Rios de domínio federal no Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Semads

O rio Doce, em Maricá, antes e depois de ser dragado e desassoreado em trecho de 4.800 metros

Foto: SerlaFoto: Serla

Ambiente das Águas

120

Page 121: Ambiente das Águas

Conforme a Deliberação daComissão Estadual de ControleAmbiental – Ceca, nº 804, de20/02/86, a hidrografiafluminense consta de 10unidades, em que se destacamos rios Paraíba do Sul;Itabapoana; Macaé, São João eUna e suas respectivas bacias;os complexos lagunares deAraruama, Saquarema, Maricá,Piratininga, Itaipu eJacarepaguá. Destacam-se tambémas bacias da Baía de Guanabarae da lagoa Feia, no Norte doEstado.

Hidrografia

Experiências na Europa,especialmente na Alemanha,evidenciam que arecomposição de riosimpactados, cujas condiçõesnaturais se alteraram devido aobras realizadas em seu leito, éplenamente viável.

Renaturalização

O mais indicado,contudo, diante de erroscometidos no passado, égarantir a conservação de faixasmarginais de proteção do riopor ocasião do planejamento deempreendimentos urbanos,conseguindo-se, assim,minimizar os prejuízosambientais e sociais. Portanto,os planos municipais deurbanização devem respeitartais limites, ao planejar aocupação e uso do solo,garantindo também aindispensável preservação deáreas naturais. No Brasil, o ProjetoManuelzão de recomposiçãoambiental e paisagístico de riosdesenvolvido pela UniversidadeFederal de Minas Gerais – UFMGe do Movimento de Cidadaniapelas Águas é exemplar. A opção adotadaengloba 92 córregos em BeloHorizonte, nas comunidades doJardim Felicidade e da VilaBiquinha ( Região Norte ), AltoVera Cruz ( Leste ), Vila OuroPreto ( Pampulha ) e MadreGertrudes ( Oeste ).

Ambiente das Águas

Fonte: Semads/Planágua/GTZ

121

Page 122: Ambiente das Águas

A renaturalização objetiva recuperar osrios e córregos de modo a regenerar abiota natural. Propõe-se ainda apreservar as áreas naturais deinundação e impedir qualquer uso queinviabilize tais funções. Os planos de preservar,conservar e renaturalizar o leito dosrios, as zonas marginais e as baixadasinundáveis têm objetivos ambientaissem, contudo, colocar em risco aszonas urbanas, as vias de transporte,ou trazer desvantagens à população eaos proprietários das áreas vizinhas. Os diferentes interesses deproteção à natureza, aos usosespecíficos da água e áreas de baixadadevem considerar, logo no início doplanejamento, a participação intensivada sociedade civil envolvida, tais como,associações de pescadores ou deagricultores das áreas de baixadasafetadas.

Preservar, conservar, renaturalizar

Em Silva Jardim,exemplo de

preservação derios e córregosem propriedade

particular

Foto: Ibama/RJ

Fazenda Mato Grosso, no Município de Saquarema: vegetaçãoe cachoeira preservados garantem os recursos hídricos

Foto: Ibama/RJ

Ambiente das Águas

122

Page 123: Ambiente das Águas

SANEAMENTSANEAMENTSANEAMENTSANEAMENTSANEAMENTOOOOO

B

no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

SANEAMENTSANEAMENTSANEAMENTSANEAMENTSANEAMENTOOOOO

O rio Piraquê ( 16 km ) carreia poluição para a Baía de Sepetiba

Foto: IEF

aías, bacias hidrográficas e zonas costeiras fluminenses, paralelamenteaos programas de instalação deredes coletoras e sistemas detratamento de esgotos, deiniciativa oficial, aindademandam muitos recursos paraque o quadro de poluição sereverta, com reflexos positivospara a população e osecossistemas fluminenses.

Por exemplo, a principalfonte de poluição orgânica daBaía de Guanabara se deve aosesgotos sanitários. Do totalproduzido por 7,6 milhões dehabitantes residentes ao redorda Baía, 85% não recebemtratamento. Apenas 15% dosdejetos são tratados nossistemas operados pela Cedae– estações de tratamento elagoas de estabilização. Em todo o país, dadosda última Pesquisa Nacionalpor Amostra de Domicílios –PNAD, divulgada pelo IBGE,em junho de 2000, relativa a1999, mostra terem acesso aabastecimento de água 79,8%da população brasileira; à redede esgotos, 64,6% e à coletade lixo, 79,9%.

Carga poluidora

Pesquisa da Feema mostra quea carga orgânica domésticachega a 383t/dia de DemandaBioquímica de Oxigênio – DBO,enquanto a DBO de efluentesindustriais dos municípios doRio de Janeiro, São João deMeriti, Nilópolis, Duque deCaxias, Belford Roxo, NovaIguaçu, São Gonçalo e Niteróitotaliza 80t/dia.

Page 124: Ambiente das Águas

Acidente ambiental, em 18/1/2000, atingiu o corpo d’água e parte dosmanguezais da Baía

Ilustração: Petrobras

à recuperação do ecossistemada Baía. A poluição orgânica daságuas e sedimentos ocasionadadiariamente pelas cargaselevadas de esgotosdomésticos, ainda prevalecesobre as medidas desaneamento, que devem incluiro destino do lodo produzidonas estações de tratamento deesgotos. Nesse sentido, oGoverno conclui Plano Diretorpara destinação desse lodo.

Rios mortos

No Estado do Rio de Janeiro,são muitos os exemplos de riossem vida, onde a pesca não émais possível. Das váriasespécies de peixes, muitoutilizados para medir índice depoluição aquática, apenas o

124

Ambiente das Águas

Muitosproblemasocorrem quandoum corpo d’águarecebesistematicamenteesgotossanitários nãotratados. Forada poluiçãoorgânica ocorrea eutroficaçãopela entrada denutrientes( nitrogênio efósforo ),provocando ocrescimentodescontroladode organismosaquáticos.Nesse processode crescimentoacentuado,diferentes tiposde algas sedesenvolvem,sendo quealgumas liberam substânciasaltamente tóxicas à vidaaquática e à saúde humana. Asáreas a Oeste e a Noroeste daBaía geram cerca de 78% dacarga orgânica total de origemdoméstica e 70% dacontribuição orgânicaproveniente das indústrias ( vejadados no capítulo DespejosIndustriais ). Ocorre tambémpoluição significativa – cerca de60% da poluição global porcarga orgânica –, gerada naprópria Baía mediante aprodutividade primária( crescimento e decomposiçãode algas e outros subprodutosda fotossíntese ). Os dadosmostram a necessidade deremoção da carga de nutrientesafluentes à Baía, para reduzir oprocesso de eutroficação,através da limitação,principalmente do fósforo –considerado um nutrientelimitante –, e dar continuidade

Page 125: Ambiente das Águas

barrigudinho ( Poecilia reticulata )consegue sobreviver em meioextremamente poluído, inclusiveem valas negras. Os rios mais poluídosdo Estado encontram-se nasbacias hidrográficas do rioParaíba do Sul e das baías deGuanabara e de Sepetiba. Também na Região dasBaixadas Litorâneas, em quepredominam os sistemaslagunares litorâneos deAraruama, Saquarema, Maricá ePiratininga-Itaipu, praticamentenão existe rede coletora deesgotos e, em muitos casos, aslagoas são pontos dedespejos. Na Região dos Lagos, aprincipal ameaça ambiental àpesca é a crescente poluiçãopor detritos líquidos e sólidos ea ausência de saneamentobásico nos quatro maioresmunicípios do entorno da lagoade Araruama ( Araruama, CaboFrio, São Pedro da Aldeia eIguaba Grande ). O crescimento daregião decorre não só damigração campo-cidade e dosfluxos contínuos vindos do nortefluminense, mas também daocupação ocasional do litoralpor casas ou condomínios deveraneio.

Intensa urbanização

O processo de ocupação dosolo tem sido intenso desde adécada de 60. E, por conta dosíndices verificados, os serviçospúblicos locais não conseguematender à demanda e evitar aocupação desordenada epredatória do solo. Em relação a baciahidrográfica do rio Paraíba doSul, onde cerca de 2,4 milhõesde fluminense moram,

O lixo depositado nos rios polui a Baía e revela ocupação desordenada do solo

Foto: Cedae/PDBG

praticamente todo o esgotodoméstico produzido é lançadosem tratamento no rio ou emseus afluentes. O lixo gerado,com raras exceções, não contacom coleta e disposiçãoadequadas. Na Baixada dosGoytacazes, Região Norte doEstado, o grande problema depoluição é decorrente dosesgotos domésticos, emgrande parte encaminhadospara os rios e canais existentes,tendo como destino final aslagoas de Cima e Feia. Apenas parte da áreaurbana da Cidade de Campostem seus esgotos coletados eencaminhados para rios elagoas da região, semtratamento prévio.

Trecho do Rio São João ( 75km ): intenso uso do solo

Foto: IEF/Lagief

125

Ambiente das Águas

Page 126: Ambiente das Águas

Nos municípios deAngra dos Reis e Paraty, naRegião Contribuinte da Baía daIlha Grande, parte do esgoto éainda canalizado direta ouindiretamente para o mar.

126

Ambiente das Águas

O Programa de Despoluição daBaía de Guanabara – PDBG, emsua primeira etapa emexecução, beneficia as áreasde maior concentração urbananos municípios do Rio deJaneiro, Nilópolis, São João deMeriti, Duque de Caxias, SãoGonçalo, Niterói e as Ilhas doGovernador e Paquetá. Nesta etapa, quatronovos sistemas coletores e detratamento – Alegria, Sarapuí eSão Gonçalo ( em construção )–, vão tratar 7.765 litros porsegundo de esgotos,beneficiando perto de 2,6milhões de habitantes. Nessessistemas e nos previstos, os

Solução prevista

Foto: PDBG/Cedae

coletores-tronco e as redescoletoras de esgotos totalizam1.160 km de extensão, dosquais 330 km estavamconcluídos em março de 2001,nos municípios do Rio deJaneiro, Niterói e São Gonçalo. O programa amplia avazão e moderniza os sistemasda Penha ( em construção ), dasilhas do Governador e dePaquetá ( em operação ), osistema de tratamento edisposição final de esgotos deIcaraí ( em operação ), assimcomo canaliza para o interceptoroceânico os esgotos do Centrodo Rio despejados na Marinada Glória ( rede em construção ). Mediante oassentamento de redes, aampliação e a melhoria dotratamento de esgotos, a Baíade Guanabara deixará dereceber 11.669 litros de esgotosdiários com o funcionamentopleno dos sistemas emexecução. Isso significa queserão retiradas da Baía 128toneladas/dia de carga orgânica( DBO ). Segundo os númerosdo PDBG, com os novosempreendimentos da primeirafase do programa, será possívelreduzir pela metade os quase20 mil litros/segundo deesgotos lançados na Baía. Ainda nesta etapa, oPDBG prioriza a melhoria noabastecimento de água àBaixada Fluminense e aoMunicípio de São Gonçalo coma instalação de 10 reservatóriose redes de distribuição. Comunidades de baixarenda da Zona Sul do Rio e daIlha do Governador, assim comode Niterói, recebem melhoria deinfra-estrutura onde moram, coma instalação de redes de água( 19 km ) e de esgotamentosanitário ( 114.600 km ). Em sua segunda etapaaté 2010 / 2015, o Programaprevê a construção e ampliação

Coletor-tronco deesgotos com 1 metro

de diâmetro na Ilha doGovernador

Page 127: Ambiente das Águas

127

Ambiente das Águas

de estações de tratamento,emissários e redes coletoras deesgotos naquelas regiões nãoatendidas na primeira fase. As primeiras obras deesgotamento sanitário ocorridasno entorno da Baía deGuanabara datam de fevereirode 1864, quando foraminauguradas pelo ImperadorDom Pedro II. Antes do Rio deJaneiro, somente Londres, em1815, e Paris, em 1824, possuíamsuas redes de esgoto.

Inicialmente, oesgotamento sanitário do Riode Janeiro correspondeu àsáreas centrais da cidade,divididas em três distritos. Oprimeiro distrito de São Bento( Arsenal ), por exemplo,correspondia a uma área de0,96 km2, no Catete, Lapa, ruaFrei Caneca ( parte ), Praça daRepública e as encostas dosantigos morros do Castelo,Santo Antônio e Senado, e doLivramento.

AlegriaSarapuí

Pavuna

PenhaPaquetá

Ilha do GovernadorIcaraí

São GonçaloMarina da Glória

5.0001.000

1.000

1.60027

525952

765800

PrimárioPrimárioquimicamente assistidoPrimárioquimicamente assistidoSecundárioSecundário comemissário submarinoSecundárioPrimárioquimicamente assistidocom emissário submarinoSecundárioEmissário submarinode Ipanema

30

55

55

95

99

95

95

95

2413

12

301

1212

12

Sistemas Vazão média( l/s )

Tipo de tratamento % tDBO/diaRedução da carga orgânicaETE ( estação de tratamento )

Carga orgânica ( DBO5 ) lançada atualmente na Baía = 450/dia

Estações de tratamento

AlegriaSarapuíPavunaPenhaPaquetáIlha do GovernadorIcaraíSão GonçaloMarina da Glória

Sistemas Existentes Previstos Executadosaté 2000

Total em milhões dereais

( referência nov / 2000 )

Populaçãobeneficiada

( hab. )

Redes-tronco ( km ) Redes coletoras

830

300

-

233

15

150

120

13

-

23

337

448

-

1

98,9

2,3

245,6

1,39

1,2

-

-

-

1

76,5

2,3

245,6

1,3

1.500.000

431.000

410.500

576.000

15.000

240.000

234.000

235.000

250.000

183.569

107.452

134.864

4.857

4.532

43.558

20.647

134.670

7.393Fonte: PDBG

Fonte: PDBG

Sistemas de esgotamento sanitário contemplados pelo PDBG

Page 128: Ambiente das Águas

128

Ambiente das Águas

Ilustração: Cedae/PDBG

Redes coletoras e estações de tratamento de esgotos formam um cinturão de saneamento ao redor da Baía de Guanabara

Recuperação doemissário submarino deIpanema ocorre após25 anos de operação

Foto: Cedae/PDBG

Em relação ao sistema dedisposição oceânica deesgotos sanitários da Zona Suldo Rio de Janeiro, que operadesde 1975, o qual incluitambém elevatórias e ointerceptor oceânico de 3 km,destaca-se o emissáriosubmarino de Ipanema, com4.325 metros de extensão maradentro.

Emissários submarinos Esse emissário lança aomar cerca de 6,0 m3/s deesgotos brutos,correspondentes a umapopulação de 2,1 milhões dehabitantes. Dado o tempo deuso – 25 anos –, o emissáriorecebe obras de reforço dospilares, em que o Governo doEstado investe R$ 49 milhões.O sistema está dimensionadopara atender até 4 milhões dehabitantes, quando sua vazãode saturação atingir 12 m3/s.

Do total de esgotoscoletados, ( 8,71 m³/s )2,71 m³/s são submetidos aalgum tipo de tratamento,sendo que os restantes( 6 m3/s ) são dispostos noOceano Atlântico poremissário submarino.

Page 129: Ambiente das Águas

129

Ambiente das Águas

União Européia e emissáriosVale mencionar que, a longo prazo, a disposição de esgotos sanitários no mar,sem tratamento preliminar, não é solução adequada. Mesmo considerando aautodepuração da carga orgânica, os emissários dissipam a poluição, inclusive,em nutrientes, em substâncias tóxicas e o lodo do processo da depuraçãoorgânica em toda a zona costeira, degradando sempre mais um ecossistemasingular, uma das grandes riquezas do Estado, de alto valor econômico eecológico. Na União Européia, em situação similar, é obrigatório o tratamentoterciário de efluentes domésticos e industriais em todas as bacias contribuintes àságuas costeiras sujeitas ao risco de eutroficação, como ocorre no Estado do Riode Janeiro. A emissão de lodo das ETEs em rios e no mar é proibido na Europa.

Apicuns e manguezais da Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba

Foto: IEF/Lagief

Na Baía de Sepetiba, épreocupante a perda daqualidade das águas, queseguem, lentamente, caminhosemelhante ao percorrido pelaságuas da Baía de Guanabara. A expansão industriale o crescimento populacionalmostram-se presentes nosúltimos 20 anos, com suasimplicações e impactos aomeio ambiente. A cargaorgânica proveniente dosesgotos sanitários chega àBaía de Sepetiba de formamais concentrada na faixalitorânea localizada entre a Ilhada Madeira e o canal do Itá. Nessa faixa,deságuam os cursos d’águaque drenam as áreas maisdensamente povoadas, comoos rios da Guarda e oGuandu-Mirim. Estudosdesenvolvidos pelaSecretaria de Estado de MeioAmbiente – Sema ( 1997/1998 ),através do Programa Nacionalde Meio Ambiente, do Ministériodo Meio Ambiente, RecursosHídricos e Amazônia Legalvisando o Macroplano deGestão e Saneamento

Macroplano de Gestão Ambiental da Bacia da Baía deSepetiba, indicam umaprodução em torno de69.920 kg DBO/dia de cargaorgânica decorrente de esgotossanitários e acentuada carga dedespejos industriais. Dados do Programa deGestão para o DesenvolvimentoSustentável da Bacia.

Contribuinte da Baía da IlhaGrande mostram que a regiãoregistra uma das maiores taxasde crescimento populacional doEstado nos últimos anos, comgraves efeitos para osecossistemas locais.

Page 130: Ambiente das Águas

A água funciona, às vezes,como veículo transmissor dedoenças, podendo esteprocesso ocorrer de duasformas: veículo indireto detransmissão ( cólera, febretifóide, esquistossomose,diarréias, hepatite, disenteriaamébica, etc. ) e veículoindireto de transmissão( malária, febre amarela,dengue, etc. ). Para se ter uma idéia dagravidade do problema desaneamento básico no país, oIBGE realizou pesquisa, em1989/1990, em 4.425 municípiosbrasileiros.

Doenças

..... 51% da água consumidapela população brasileiraprovêm dos rios;..... 92% dos esgotosdomésticos gerados pelapopulação são lançadosnestes mesmos rios, semqualquer tipo de tratamento;..... 67% dos casos deinternações hospitalares nopaís estão relacionadoscom doenças de veiculaçãohídrica.

130

Como as maioresconcentrações populacionaisocorrem junto às sedesmunicipais, as baías de Angrados Reis, Paraty e Jacuecangaencontram-se quase quetotalmente eutrofizadas emdecorrência do lançamento deesgotos sanitários e as praiaslocalizadas nas áreas urbanasestão acentuadamente poluídase esteticamente críticas.

Ambiente das Águas

Sem tratamento

Dados de qualidade das águasdas bacias dos rios Macacu,São João e Macabu indicamque os lançamentos de esgotosdomésticos são feitos nessessistemas sem qualquertratamento. Porém, épreocupante também a poluiçãopotencial oriunda deagrotóxicos empregados naagricultura, na maioria doscasos sem as devidasprecauções. Na região hidrográficadrenante à zona costeira, notrecho entre a Restinga daMarambaia e a Baía deGuanabara – altura do Pão deAçúcar –, é predominante aurbanização com conseqüênciasambientais. Aí localizam-se aspraias do Recreio dosBandeirantes, Barra da Tijuca,

Com as normas sobre recusos hídricos, a Baía de Guanabara estará mais protegida

São Conrado, Leblon, Ipanema,Copacabana e Leme. O Programa NossasPraias engloba obras derecuperação ambiental doLeblon, São Conrado eIpanema, além da praia deRamos, alvo de projetoalternativo. Estes investimentostotalizam R$ 200 milhões.

Foto: PDBG

Resultados da pesquisa doIBGE – 1989 / 1990

Obs.: A pesquisa PSBN/IBGE até 2000será divulgada no final de 2001.

Page 131: Ambiente das Águas

RESÍDUOSRESÍDUOSRESÍDUOSRESÍDUOSRESÍDUOSSÓLIDOSSÓLIDOSSÓLIDOSSÓLIDOSSÓLIDOS

O

no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

RESÍDUOSRESÍDUOSRESÍDUOSRESÍDUOSRESÍDUOSSÓLIDOSSÓLIDOSSÓLIDOSSÓLIDOSSÓLIDOS

Lixões são também constante ameaça à saúde e ao meio ambiente

Foto: Semads

s esgotos domésticos e os efluentes industriais não são os únicos culpadospela poluição dos recursoshídricos. A contaminação dessesecossistemas pelo lixo tem sidocrescente com o aumento dapopulação, em especial nas áreasmais carentes das cidades.

Para assegurar aproteção ambiental dasmargens e leitos de corposd’água, a Lei 3.239, de 02/08/1999, em seu Art. 33, prevê queo Estado auxiliará a União naproteção das margens doscursos d’água federais e nademarcação dos terrenos demarinha e dos acrescidos, nasdesembocaduras dos rios e nasmargens das lagunas.

Aterros sanitários

A legislação estadual ( Lei nº650, de 11/01/1983 ) veda, porexemplo, a instalação deaterros sanitários e depósitosde lixo nas margens de rios,lagoas, lagunas, manguezais emananciais, como prevê tambéma Constituição do Estado doRio de Janeiro ( Art. 278 ). O lixo que polui os rios,as lagoas e lagunas têm muitasorigens. Nas enchentes, aságuas dos rios invadem oslixões municipais e osvazadouros particulares situadosnas margens, arrastando osdetritos. Moradores, veranistase usuários de embarcações delazer e de pesca aindadespejam garrafas, latas edetritos nas águas, que em parte

Page 132: Ambiente das Águas

chegam nas margens ouafundam, se depositando nosedimento do fundo. Em muitas regiões, apopulação ignora a importânciados rios, riachos e lagoas quepassam a servir de lata de lixoe de entulhos, como móveisvelhos, geladeiras, colchões,garrafas de plástico, animaismortos e tantos outros. Por exemplo, naRegião Hidrográfica Contribuinteda Bacia da Baía de Guanabaraa coleta de lixo atende a 74%da população de 7,6 milhões dehabitantes. Com osempreendimentos do Programade Despoluição da Baía deGuanabara – PDBG, o Governodo Estado calcula elevar para90% o percentual e atender 1,5milhão de pessoas com coletade lixo e disposição correta nosmunicípios de Niterói, Magé eSão Gonçalo. Constam do programa,investimentos de R$ 16 milhõesdo Banco Interamericano deDesenvolvimento – BID e doorçamento estadual em veículose equipamentos de coleta, 34postos ( já concluídos ) deapoio a varredura delogradouros em áreas de difícilacesso, ampliação de duasestações de transferência de

Lixo flutuante

Nas baías de Guanabara e daIlha Grande, o lixo flutuantecompete com os esgotos,oriundos das áreas de maiorconcentração populacional,sendo levado pelas correntessuperficiais e pelos ventos, emdireção às praias. Essesentulhos são os causadores deassoreamentos, enchentes einundações. Com asenchentes, além da destruição,que pode ocorrer, a populaçãofica ainda sujeita a doenças,como a leptospirose. Já apoluição por óleo ocorre maisfreqüentemente em frente àcomunidade da Vila do Abraão,na Ilha Grande, onde fundeiaminúmeras embarcações depesca, lazer e turismo. Outras fontes depoluição registradas ocorremem decorrência do Terminal dePetróleo da Baía da Ilha Grande,do Porto de Angra dos Reis, doestaleiro local e da

lixo e a construção de trêsusinas para reciclagem, dotadasde aterro sanitário e incineradorde lixo hospitalar.

Lixão nas margens dorio Queimados,em Japeri,foi interditadopela Feema

Foto: IEF/Lagief

132

Ambiente das Águas

Page 133: Ambiente das Águas

usina nuclear AlmiranteÁlvaro Alberto. Um dosprincipaisresponsáveis pelasenchentes nas áreasurbanas brasileiras nãoé necessariamente aágua, e sim, olançamentoinadequado de lixo nabacia hidrográfica. Osresíduos sólidos sãoentão carreados,entupindo as bocas delobo, os canais egalerias, gerandoalagamentos nosarruamentos e logradourosquando ocorre otransbordamento nas calhasprincipais. Para se ter uma idéia,pesquisa realizada pelo IBGE

em 1989/1990 em 4.425municípios revelou que 75% dolixo produzido no país sãoestocados a céu aberto, sem osdevidos cuidados técnico-sanitários.

Foto: IEF/Lagief

É comum na Região Metropolitana áreas de mangue se destinarem a vazadouros clandestinos de lixo

Coleta e destino vão melhorar

Com os programas em curso, a deficiência de coleta e a falta de locais adequados para receber olixo gerado pela população do entorno das sub-bacias da bacia da Baía de Guanabara, tendem aser corrigidas ou minimizadas. Quando a coleta e o destino final do lixo são inadequados causam danos ambientais, taiscomo:

. focos de proliferação de doenças; . contaminação do solo; . poluição das águas superficiais e subterrâneas; . obstrução dos sistemas de drenagem.

Das quase 13 mil t/dia de lixo geradas na bacia da Baíade Guanabara, 4 mil t/dia não chegam a ser coletadas, sendovazadas em terrenos baldios, rios e canais. Das 9 mil t/dia que são coletadas, 8 mil vão para oaterro de Gramacho, cuja vida útil estará esgotada em poucosanos. O restante do lixo é lançado em vazadouros semmedidas de controle adequadas. Quanto aos resíduos hospitalares, apesar derepresentarem pequena parcela do volume total de lixo geradona bacia, devem ser prioridade devido à presença demicroorganismos patogênicos, resíduos químicos e materiaisperfuro-cortantes.

Lixo em São Gonçalo terá destino adequado

Foto: PDBG

133

Ambiente das Águas

Page 134: Ambiente das Águas

A proteção dos recursoshídricos é uma daspreocupações do Pró-lixo,programa de gerenciamento dolixo urbano que o Governo doEstado, através da Semads,desenvolve nos municípiosfluminenses com menos de 150mil habitantes. Nesse sentido, aSemads firmou convênio com76 prefeituras do interior paraimplementar ações deplanejamento dos serviços decoleta, educação ambiental,limpeza de encostas elogradouros públicos, coletaseletiva, reciclagem deresíduos e instalação de aterrossanitários. Todo o trabalho, comrecursos do Fundo Estadual deMeio Ambiente – Fecam ( R$ 12milhões ), é realizado emconjunto com as prefeituras, deforma a permitir que o novoprocesso seja consolidado eassimilado pelas comunidades

Pró-lixo locais. Espera-se que até aconclusão do programa, 1,6milhão de pessoas sejambeneficiadas. Outro programa daSemads, o Recicla-Rio, priorizao gerenciamento de resíduossólidos, seu destino finaladequado e reciclagem emmunicípios da RegiãoMetropolitana e também dointerior. O programa, emparceria Estado/Município,fundamenta-se na educaçãoambiental, essencial ao fomentoda prática popular da coletaseletiva de garrafas PET( plástico ) e latas de alumínio,com a paralela criação deoportunidades de trabalho egeração de renda. Importante à cidadania,o programa desenvolve-se como apoio de Organizações Não-Governamentais - ONGs,associações de moradores,condomínios, universidades,escolas, igrejas, sindicatos,entre outros segmentos dasociedade civil organizada.

A coleta seletiva de lixo deve serincentivada nas cidades, escolase empresas, minimizando osimpactos ambientais. Osresíduos sólidos ( metais,plásticos, papéis e vidros ) sãorecicláveis. O reuso dessesmateriais gera receita e evita oesgotamento mais rápido dosaterros sanitários. Ganha comisso também a qualidade de vidaem nosso Planeta.

134

Ambiente das Águas

Ilustração: Cempre/Senai

Reciclagem, uma prática a ser estimulada

Page 135: Ambiente das Águas

DESPEJOSDESPEJOSDESPEJOSDESPEJOSDESPEJOSINDUSTRIAISINDUSTRIAISINDUSTRIAISINDUSTRIAISINDUSTRIAIS

A

no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

DESPEJOSDESPEJOSDESPEJOSDESPEJOSDESPEJOSINDUSTRIAISINDUSTRIAISINDUSTRIAISINDUSTRIAISINDUSTRIAIS

Os despejos industriais e orgânicos comprometem os usos múltiplos de rios, mar e lagoas

Foto: PDBG

E ainda: substânciasradioativas, cianetos, nitratos,fluoretos, etc. Estassubstâncias, além de óleos egraxas, são verdadeirosvenenos para os seres vivosaquáticos. Metais pesados, comoo cádmio, o chumbo e omercúrio, que vão parar naságuas, ameaçam as espéciesaquáticas, incluindo vegetais,microorganismos e peixes.

Indústrias poluentes

As décadas de l950 e 1960marcaram o crescimento doparque industrial do Rio deJaneiro, o qual se expandiuexatamente para as áreasperiféricas da Baía deGuanabara, contribuindo, desdeentão, para a sua poluição, alémdos portos e atividadespetrolíferas. Em sua regiãohidrográfica, estão instaladascerca de 6 mil indústrias depequeno, médio e grandeporte, com atividades nossetores de alimentação,químico, petroquímico, têxtil, debebidas e metalurgia. O controle dos efluentesindustriais é regularmenterealizado através do Sistema de

lém dos esgotos e do lixo, as águas dos rios recebem vários tiposde efluentes industriais. Entre osdespejos mais poluentes estão assubstâncias tóxicas, como:metais – chumbo, mercúrio,cádmio, arsênio, selênio, cromo,etc.; substâncias químico-orgânicas: agrotóxicos,benzeno, trialometano ( THM ),PCB, clorofórmio, etc.

Page 136: Ambiente das Águas

Nº de indústriasAno IV

Total

6547021101126

239121144512431

Distribuição das indústrias nas sub-bacias da Baía de Guanabara

Sob controle

Através dos ProgramasAmbientais Complementares( PAC ), a Feema controla 455indústrias. Dessas indústriasdistribuídas nas bacias da Baíade Guanabara ( veja tabelaabaixo ), 55 são responsáveispor 80% das cargas orgânicas e

Nº de indústriasAno III11117011704150

Sub-bacias Nº de indústriasAno I

Nº de indústriasAno II

OesteNoroesteNordesteLesteIlhasTotais

271303110155

3644080606100

Fonte: PDBG/PAC/Feema/DEP

136

Ambiente das Águas

tóxicas despejadas na Baía, asquais estão sendo reduzidas,progressivamente, graças aações de controle em curso. Por exemplo, aeficiência do Projeto deControle Industrial do PDBG,pode ser comprovada atravésda redução da carga poluidorade DBO ( kg/dia ) das 55indústrias de maior potencialpoluidor: baixou de 58.270 kg/dia, em 1994, para 4.763 kg/dia,em junho de 2001 ( quadro aolado ). Em relação à evoluçãoda carga óleos e graxas ( OG )a redução alcançada foiexpressiva, considerando-seainda as 55 indústrias: de7.981 kg/dia, em 1994, para343 kg/dia, em junho de 2001( quadro ao lado ). Para metais pesados,no mesmo período ( 1994 ajunho de 2001 ), registra-seredução também para as 55indústrias: de 53 kg/dia para10,9 kg/dia. O controle dasconcentrações de DemandaQuímica de Oxigênio ( DQO ),exigido das empresas queapresentam valores acima dosestabelecidos na diretriz decontrole de carga orgânicaindustrial – DZ-205, garantiuredução de 123.687 kg/dia, em1994, para 17.748 kg/dia, emjunho de 2001 ( quadro aolado ).

Licenciamento de AtividadesPoluidoras – SLAP, administradopela Feema. No âmbito do Programade Despoluição da Baía deGuanabara – PDBG, estáimplantado o Programa deAutocontrole – Procon/Feemapara análise, acompanhamentoe fiscalização dos efluentes das55 maiores indústriaspotencialmente poluidoras. A Refinaria Duque deCaxias – Reduc, localizada emDuque de Caxias, pode serconsiderada uma das fontes demaior potencial de poluição. Porém , através do Termode Compromisso para AjusteAmbiental – TCA, assinado coma Semads/Feema e o MinistérioPúblico Federal, a Petrobrasimplementa plano de cerca de40 itens e R$ 192 milhões paraadequar, até 2003, suas operaçõesna Baía à legislação ambiental.

Page 137: Ambiente das Águas

137

Ambiente das Águas

Fonte: JICA/Medições FEEMA/PROCON

Fonte: JICA/Medições FEEMA/PROCON

Fonte: JICA/Medições FEEMA/PROCON

Fonte: JICA/Medições FEEMA/PROCON

Page 138: Ambiente das Águas

DBO - Demanda Bioquímica de OxigênioOG - Óleos e Graxas

Ano Parâmetro Carga ( ton/dia )Efetiva Removida Remanescente

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

junho/2001

DBOOG

MetaisDBOOG

MetaisDBOOG

MetaisDBOOG

MetaisDBOOG

MetaisDBOOG

MetaisDBOOG

MetaisDBOOG

Metais

58.2707.981

5332.6985.090

5318.8411.947

3511.4161.59916,36.17878615,54.93151613

5.27064311,24.76334310,9

25.5722.891

013.8573.143

187.42534819

5.2388131

1.2472703

-339-127

2507300

0,300---

32.6985.090

5318.8411.947

3511.4161.59916,36.17878615,54.93151613

5.27064311,24.76334310,9

---

Fonte: PDBG/PAC /Feema/DEP

Avaliação dos ganhos ambientais do controle industrial

Dados da Feemaevidenciam, na tabela abaixo,os ganhos ambientais ocorridosentre 1994 e junho de 2001,tendo em vista as metastraçadas, tanto para as 455indústrias prioritárias quanto paraas 55 maiores poluidoras. Por exemplo, emrelação as 455 indústrias, acarga orgânica biodegradável( DBO ) remanescente limita-sea 8 t/dia, no máximo, contra as80 t/dia em 1994, isto é, sofreuredução de 90%; o volume de

óleo lançado sofreu redução em95%, de 8 t/dia para 0,4 t/dia. Ea carga tóxica diminuiu em 97%,passando das 0,25 t/dia, em1994, para 0,01 t/dia. Quanto às 55 indústrias,ocorreu a redução, entre 1994 ejunho de 2001, de 82% da cargaorgânica biodegradável ( DBO ),96% da carga de óleos e graxas( OD ) e de 79% da carga tóxica( metais pesados ), considerandoa carga estimada, em 1994,respectivamente, de 58.270 kg/dia, 7.981 kg/dia e 53 kg/dia.

138

Ambiente das Águas

Page 139: Ambiente das Águas

Óleos e graxas

Foto: Feema

Os efluentes líquidos daReduc contêm, além de óleose graxas, metais pesados –cobre, chumbo, zinco,cádmio e mercúrio –, fenóis,cianetos, sulfetos e cargaorgânica. Os resíduossólidos industriais gerados eoutras substânciasprovenientes do processo decraqueamento e refino dopetróleo são, na maioria,tóxicos e necessitamdeposição e tratamentoadequados. O número deacidentes nas operações decarga e descarga de petróleoe produtosquímicos atravésde dutos até oterminal portuárioé grande,provocando,muitas vezes, oderramamento desubstânciastóxicas sobre osmanguezaisremanescentes norecôncavo daBaía e sobre assuas própriaságuas. O maisrecente acidente, ocorrido emjaneiro de 2000, vazou para aBaía cerca de 1,3 milhão detoneladas de óleo bruto, omaior acidente ecológicoverificado em todos ostempos na região, com danosexpressivos à fauna marinha evegetação de mangues. Objetivandointerromper a rotina devazamento de óleo na Baía, aSemads pratica desde agostode 2000 medidas preventivas,contando para isso com aparticipação da Capitania dosPortos, da Feema e DefesaCivil.

derramado sobre as viaspúblicas. Também poluem a Baíao ramo da metalurgia, cujosdespejos são ricos em metaispesados; o setor alimentício,principalmente através dasindústrias de beneficiamento depescado localizadas em SãoGonçalo e Niterói, que geramefluentes com alta concentraçãode matéria orgânica e nutrientes;o setor têxtil, com atividadeconcentrada no Município deMagé, gera efluentes poluentestóxicos, orgânicos ou metálicos,dada a utilização de corantes epigmentos.

Operação simulada do Plano de Auxíliio Mútuo ( PAM ) Feema/Petrobras, para controle depoluição por óleo na Baía de Guanabara prepara pessoal especializado

As inspeções são feitastrês vezes por semana, debarco ou de helicóptero. Constada nova estratégia a coleta deamostras do óleo transportado ecombustível de todos os naviosque entram na Guanabara, parafacilitar a identificação deresponsabilidades em caso devazamentos. Mas a Baía deGuanabara recebe de formacrônica, 7 t/dia de óleo, sendo85% originários do escoamentourbano, através de redes deáguas pluviais e de esgotosdomésticos que, por sua vez,recebem os despejos dospostos de serviço, da lavagemdos pátios das empresas deônibus, além do óleo

139

Ambiente das Águas

Page 140: Ambiente das Águas

Mexilhões contaminados

Os mexilhões coletados na IlhaGuaíba ( Praia do Tapuá ) e aPonta da Cruz, por exemplo,apresentaram as maioresconcentrações médias depoluentes comparadas com osvalores para as demais áreasde coleta ( Arraial do Cabo,praias oceânicas de Niterói, Baíade Guanabara, praias oceânicasdo Rio de Janeiro e Baía da IlhaGrande ), confirmando a grande

incidência de zinco na Baía deSepetiba. As indústriasbrasileiras, em especial noEstado do Rio de Janeiro,ainda estão se adaptando àidéia de que é necessárioproteger o meio ambiente. Namaioria dos casos, a luta paracontinuar fabricando seusprodutos acaba sendoconsiderada mais importanteque a proteção dos rios eoutros ambientes naturais ondelançam seus resíduos.

Os esgotos domésticos e osdespejos industriais constituemproblemas ambientais da Baía deSepetiba, diagnosticados em seuMacroplano elaborado em 1997/1998

Foto: Feema

Foto: Feema

Em relação à Baía deSepetiba, a poluição industrialdas águas e dos sedimentos éacentuada. Rejeitos altamentetóxicos e cumulativos na cadeiaalimentar, como os metaispesados, zinco e cádmio, jáforam detectados em análisesda Feema relativos aos

efluentes de várias indústrias daregião, principalmente dossetores químico, metalúrgico esiderúrgico. Também contribuempara agravar a qualidade daságuas dessa Baía, oscomplexos portuários-industriaisda Ilha Guaíba.

140

Ambiente das Águas

Page 141: Ambiente das Águas

COBERTURACOBERTURACOBERTURACOBERTURACOBERTURAFLFLFLFLFLORESTORESTORESTORESTORESTALALALALAL

A

no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

COBERTURACOBERTURACOBERTURACOBERTURACOBERTURAFLFLFLFLFLORESTORESTORESTORESTORESTALALALALAL

Reserva Ecológica da Juatinga, em Parati: paraíso a ser preservado e mantido

Foto: IEF/Lagief

cobertura florestal do Estado do Rio de Janeiro já foioriginalmente de 97%, estandoreduzida hoje a cerca de 17%.Até mesmo as áreas deproteção ambiental não sãorespeitadas, como ocorre naSerra da Bocaina, ao Sul, noTinguá, no Centro, eDesengano, ao Norte.

Por ser decrescente acobertura florestal, as enchentessão maiores por ocasião daschuvas, assim como a reduzidaretenção de água seca os rios,especialmente no Noroestefluminense, onde o processode desertificação já começou. As ações dedesmatamento, contínuasdurante séculos e muito visíveishoje, têm trazidoconseqüências, principalmente,de assoreamentos dos rios dasbaixadas em todo o Estado. A destruição das matasciliares, várzeas inundadas,lagoas e alagadiços marginais éresultante do desmatamento edas obras de retificação,canalização, dragagem,drenagem e aterro, além daocupação das margens e doleito dos corpos d’água. As matas ciliares, osalagadiços e as lagoasmarginais são importantes,porque amortecem as cheias( absorção e regulação ) efuncionam como tampão e filtroentre os terrenos mais altos e oecossistema aquático;estabilizam áreas críticas nasmargens de rios e canais,dificultando o carreamento desedimentos para o sistemaaquático; proporcionamcobertura, habitat e alimentopara os peixes adultos ealevinos, mantendo os

Page 142: Ambiente das Águas

estoques de animais deinteresse pesqueiro. Por enquanto, a técnicade renaturalização de rios,comum na Alemanha e emoutros países europeus,essencial para corrigir erroscometidos no passado, é motivode estudos na Serla. Ocorrem,no entanto, trabalhos práticos emcidades brasileiras, como BeloHorizonte, em Minas Gerais.

Décadas de destruição

No Estado do Rio de Janeiro, adestruição das matas ciliaresocorre há décadas e milharesde hectares de várzeas inundadas,lagoas, brejos e alagadiçosforam drenados. A vegetaçãode mangue tem sido aindaatingida pela expansão urbana. As intervenções demaior impacto foramempreendidas nas décadas de30, 40 e 50 pela Comissão deSaneamento da BaixadaFluminense e, posteriormente,pelo Departamento Nacional deObras e Saneamento – DNOS,que realizou obras de

hectares

Áreas desmatadas em Massambaba ( Angra dos Reis )

drenagem, retificação econstrução de canais. Na década de 70, atravésdo Programa Pró-Várzeas, oGoverno federal promoveu obrasde drenagem para a recuperaçãode terras. Entretanto, essasintervenções acarretaram aredução das matas ciliares,diminuindo a disponibilidadehídrica e as populações depeixes, entre outros prejuízos aomeio ambiente. A floresta costeira foiintensamente devastada desde odescobrimento, estando, aindahoje, muito degradada. Dadosde 2000 indicam que no Estadoas florestas densas cobrem áreade 768,16 km2, as florestas emestágio médio de conservação,397,23 Km2,, florestas emestágio inicial 201,29 km2

Foto: IEF/Lagief

1500 1912 1960 1978 1985 1990 1995 2000

3.585.700 ( 81,66% )

1.106

.700

( 25,2

0% )

973.9

00 (

22,18

% )93

7.100

( 21

,34% )

896.2

00 (

20,41

% )73

8.402

( 16

,82% )

734.6

29 (

16,73

% )

4.294.000 ( 97,79% )

0

Evolução da cobertura florestal: 1500 / 2000

Fonte: IEF

142

Ambiente das Águas

Page 143: Ambiente das Águas

Exemplo dereflorestamento

A floresta pujante abrangiadesde o sopé das serras atéaltitudes de 1.500–1.800 metros.Ainda hoje pode-se observarexemplo de floresta fruto dereflorestamento iniciado peloMajor Archer, em 1862, emáreas anteriormente devastadase ocupadas pelas culturas decafé, no maciço da Carioca,como também no ParqueNacional da Serra dos Órgãos.

Pioneiro da silviculturaNomeado administrador da Floresta da Tijucaem 19/12/1861, o Major Manoel Gomes Archercomeçou a 4 de janeiro do ano seguinte oplano de reflorestamento, instalando-se nosítio do Midósi, com seis escravos. Para o reflorestamento, de que éconsiderado o pioneiro e por isso citadotambém como o principal fundador dasilvicultura brasileira, Archerescolheu exemplares que,por vocação do solo, aícresceram facilmente. Foram utilizadas,entre outras, as espécies ipê,urucurana, indaiaçu,catucanhê, sapucaia, peroba,cedro-rosa, pau-brasil,carapana, louro-pardo,jacarandá, tatajuva e arco-de-pipa. Em 1871, portantodez anos depois, 76.394árvores já estavam plantadasnuma área de 16 milhões demetros quadrados, que corresponde ao atualSetor A do Parque Nacional da Tijuca. Poucosanos depois, em 1874, o Major Archer deixava

Floresta e pico da Tijuca, sobrevivem às pressões da grande metrópole

Tentativa depreservação em outras áreasvêm sendo feitas, como noParque Nacional da Serra daBocaina, localizado nos limitesdos estados de São Paulo – emárea de 40% do total –, e do Riode Janeiro ( 60% do total ).

a administração da Tijuca para reflorestarPetrópolis, ficando em seu lugar o Barão deEscragnolle. Pouco lembrado por seu trabalho dereflorestador, Thomaz Nogueira da Gamaplantou cerca de 30 mil espécies nasPaineiras e no Sumaré, atual Setor B doParque. Seu trabalho e permanência na

região transcorreram por 18anos, de 1862 a 1880. As matas da Tijucativeram de ser restauradasapós serem devastadas nomeado do século XIX pelosfazendeiros de café, chá ecana-de-açúcar, lenhadorese fabricantes de carvão. Criado em 6 de julhode 1961 ( Decreto 50.923 ),o Parque Nacional da Tijucaregistra área de 3.200 ha,perímetro de 60 km e doiscomplexos: Serra daCarioca, que engloba as

formações do litoral desde a Pedra daGávea até o Morro de Santa Teresa, e Serrada Tijuca, mais alta e compacta.

Foto: O DF-Rec.Naturais/1957

Foto: IEF/Legiefe as pastagens/agricultura1.665,57 km2 da área estadual.

143

Ambiente das Águas

Page 144: Ambiente das Águas

A floresta será sempre umaaliada do rio. Plantada em suasmargens, ajuda a evitar oassoreamento, processo queocorre quando é arrancada dasmargens e a terra, sembarreiras, rapidamentedesbarranca em direção àságuas, fazendo o rio ficar cadavez mais raso e assoreado. As florestas e outrasformas de vegetação nativatropicais garantem abiodiversidade, estabilidadeclimática, qualidade do ar e daágua doce. É interessenacional e de todo cidadãoprotegê-las. Ao longo do litoral, emfaixa quase contínua, de larguravariável, ocorrem diferentesformações vegetais que foramenglobadas sob a denominaçãode “Vegetação Litorânea”. Sãoelas a vegetação das praias,das dunas, das restingas e dosmanguezais. Por exemplo, a Baía daIlha Grande abriga rica fauna eflora e, por isso, concentra-se aío maior número de Unidades deConservação do Estado, doGoverno federal ( Ibama ) eparticulares, cuja existência

Mata ciliar

Reservas legais

Exemplo de mata ciliar no rio Sâo João.

contrasta com as necessidadessócio-econômicas da região.

Foto: IEF/Lagief

144

Ambiente das Águas

Segundo a entidade WorldWildlife Foundation – WWF, oBrasil já perdeu dois quintos desuas florestas naturais. A leiatualmente em vigor, queestabelece reservas legais deflorestas naturais, não impediuque o Brasil se transformasseno segundo país maisdesmatado do mundo, logoatrás da China. Ignoram-se a LeiFlorestal, de 1965, o antigoInstituto Brasileiro deDesenvolvimento Florestal, atualIbama, criado em l967, assimcomo a Lei 9.605, de 12/02/98,contra Crimes Ambientais. Aconservação, objetivando acriação de áreas em que omeio ambiente natural possa serresguardado do uso indevido,consolida-se com aconceituação de quatro tipos deáreas florestais: Parque Nacional,Reserva Biológica, MonumentoNatural e Floresta Nacional. Dos Parques Nacionaiscriados, localizam-se no Estado

Page 145: Ambiente das Águas

Unidades de Conservação no Estado do Rio de Janeiro administradas pelo Governo Federal ( Ibama )

Parque Nacionalde Itatiaia 1

Parque Nacionalda Serra dos Órgãos

Parque Nacionalda Tijuca

Parque Nacionalda Serra da Bocaina 1

Parque Naiconalda Restingade JurubatibaReserva Biológicade Poço das Antas

Reserva Biológicada Fazenda UniãoReserva Biológicade TinguáEstação Ecológicados Tamoios,em Mambucaba

Floresta NacionalMário XavierReserva ExtrativistaMarinha de Arraialdo CaboReserva Ecológicade Alcobaça

30.000 2

( A )

11.460( B )

3.200( C )

11.000 3

( D )

14.860( E )

5.000( F )

3.200

26.000( G )

8.640

439

4

200

Dec. 1.713,de 14/06/37Dec.87.586,de 20/09/82Dec. 1.822,de 30/11/39Dec.90.023,de 02/08/84Dec. 0.923,de 06/07/61Dec.60.183,de 08/02/67Dec.70.186,de 23/02/72Dec. 8.172,de 04/02/71Dec.70.694,de 08/06/72Dec. s/nº,de 29/04/98

Dec. 3.791,de 11/03/74Dec. 6.534,de 03/11/75Dec. s/nº,de 22/04/98Dec.97.780,de 23/05/89Dec.84.973,de 29/07/80Dec. 8.864,de 23/10/90Dec. 4.973,de 29/07/80Dec. 3.369,de 08/10/86Dec. s/nº,de 03/01/97

Dec. 7.717,de 05/05/89

Itatiaia, Resende ( RJ ), Itamonte, Aiuroca,Bocaina de Minas, Liberdade e Alagoa ( MG )

Magé, Teresópolis, Petrópolis eGuapimirim

Rio de Janeiro

Paraty, Angra dos Reis ( RJ ), São José dosBarreiros, Areias, Cunha e Ubatuba ( SP )

Macaé, Quissamã e Carapebus

Silva Jardim

Silva Jardim

Miguel Pereira, Duque de Caxias,Nova Iguaçu e PetrópolisAngra dos Reis e Paraty

Itaguaí

Arraial do Cabo

Petrópolis

Denominação Área( ha )

Atos legais Município

145

Ambiente das Águas

Fonte: Ibama

1 UC com superfície em outros estados2 Cerca de 124,10 km2 no Estado do Rio de Janeiro3 Cerca de 615,00 km2 no Estado do Rio de Janeiro4 Não informado

Atos de criação: letras A, C, D, EMapa da Reserva da Biosfera: letras B, E, F, G

Page 146: Ambiente das Águas

do Rio o Parque Nacional deItatiaia, o mais antigo, criado em1937. Nele está situado o picodas Agulhas Negras. Avegetação florestal maisdesenvolvida atinge cerca de1.600 metros, diminuindo seuporte a partir daí. Em altitudeacima de 2.000 metros, oscampos predominam, sendocomuns as espécies endêmicas.

Unidades de Conservação no Estado do Rio de Janeiro administradas pelo Governo Federal ( Ibama )

Área de RelevanteInteresse Ecológicodo Arquipélagodas Ilhas CagarrasÁrea de RelevanteInteresse Ecológicoda Floresta da CicutaÁrea de ProteçãoAmbiental da Serrada Mantiqueira 1

Área de ProteçãoAmbiental de CairuçuÁrea de ProteçãoAmbiental deGuapimirimÁrea de ProteçãoAmbiental dePetrópolis

50

131

402.517 2

33.800

14.340

59.049

ResoluçãoConama 11,de 14/07/89

Dec. 90.792,de 09/01/85

Dec. 91.304,de 03/06/85

Dec. 89.242,de 27/12/83Dec. 90.225,de 25/09/84

Dec. 87.561,de 13/09/82

Rio de Janeiro

Barra Mansa e Volta Redonda

Itatiaia, Resende ( RJ ), Campos doJordão, Cruzeiro, Guratinguetá,Lavrinhas, Pindamonhangaba, Piquete,Queluz, Santo Antônio do Pinhal e SãoBento do Sapucaí ( SP ), Aiuroca,Alagoa, Baependi, Bocaina de Minas,Delfim Moreira, Itamonte, Itanhandu,Liberdade,Marmerópolis, Passa Quatro,Passa Vinte, Piranguçu, Pouso Alto, AltoVirgínea e Wenceslau Brás ( MG )Parati

Itaboraí, Magé, São Gonçalo eGuapimirim

Duque de Caxias, Magé, Petrópolis eGuapimirim

Denominação Área( ha )

Atos legais Município

Fonte: Ibama

1 UC com superfície em outros estados2 Cerca de 100,00 km2 no Estado do Rio de Janeiro

Já o Parque Nacional daSerra dos Órgãos ocupa terrasdos municípios de Teresópolis,Magé e Petrópolis. Nele estãosituados a pedra do Sino e oDedo de Deus. O Parque Nacional daTijuca, constitui uma grandeatração turística pelo fato deestar situado próximo ao centroda Cidade do Rio de Janeiro.

146

Ambiente das Águas

Page 147: Ambiente das Águas

Unidades de Conservação

O Estado do Rio de Janeiro tem114 Unidades de Conservação,das quais 21 sob administraçãofederal, 29 estaduais ( vejaquadro ), 30 particulares e 34municipais ( 1995 ) como aReserva Ecológica de Macaéde Cima, no Município de NovaFriburgo. Juntas, cobrem cercade 17% do território fluminense. Segundo o SistemaNacional de Unidades deConservação – SNUC, instituídopela Lei federal 9.985, de18/6/00, as Unidades deConservação se subdividem emUnidades de Proteção Integral –UPI e Unidades de UsoSustentável – UUS. É objetivo básico dasUPI preservar a natureza, sendoadmitido apenas o uso indiretodos seus recursos naturais, comexceção dos casos previstosem lei. Esse grupo é compostopelas seguintes categorias deUnidade de Conservação:Estação Ecológica, ReservaBiológica, Parque Nacional,Monumento Natural e Refúgiode Vida Silvestre. Já as UUS objetivam acompatibilização da conservaçãoda natureza com o uso

sustentável de parcela dosseus recursos naturais. Essegrupo compõe-se dasseguintes categorias deUnidade de Conservação: Áreade Proteção Ambiental, Área deRelevante Interesse Ecológico,Floresta Nacional, ReservaExtrativista, Reserva de Fauna,Reserva de DesenvolvimentoSustentável e Reserva Particulardo Patrimônio Natural – RPPN. As RPPNs, no Rio deJaneiro ( veja quadro na página152 ) com área total de298.807 ha, de acordo com alegislação do Ibama, podemrealizar atividades de pesquisa,culturais, educacionais,recreativas e lazer, com a devidaproteção dos recursos naturais.

Percentual da área protegida pelas UCs( Estado do Rio de Janeiro - 1995 )

Fonte: Feema

Com 12 .500 hectares deárea, o Parque Estadual daPedra Branca representa amaior floresta urbana doEstado do Rio de Janeiro

Foto: IEF/Lagief

147

Ambiente das Águas

Page 148: Ambiente das Águas

Unidades de Conservação no Estado do Rio de Janeiro administradas pelo Governo estadual ( IEF / Feema )

Parque EstadualMarinho do AventureiroParque Estadualdo DesenganoParque Estadualda Ilha Grande

Parque Estadualda Pedra BrancaParque Estadualda Serra da Tiririca

Parque Estadualda ChacrinhaReserva Florestaldo GrajaúReserva Biológicae Arqueológicade GuaratibaReserva Biológicade Araras

Reserva BiológicaEstadual da Praia do Sul

Reserva EcológicaEstadual deMassambabaReserva EcólogicaEstadual de JacarepiáReserva EcológicaEstadual da Juatinga

Estação EcológicaEstadual do Paraíso 1

1.312( A )

22.400( B )

5.500( C )

12.500( D )

2.400

13,6( E )

50( F )

2.800( G )

1.814( H )

3.600( I )

1.680( J )

1.267( K )

7.000( L )

4.920

Dec. 15.989,de 27/11/90Dec.-Lei 250,de 13/04/70Dec. 15.273,de 28/06/71Dec. 16.067,de 04/06/73Dec. 2.061,de 25/08/78Dec. 2.062,de 25/08/78Lei 2.377,de 28/06/74Lei 1.901,de 29/11/91Dec. 18.598,de 19/04/93ResoluçãoSemam 72,de 22/03/93Dec. E-2.853,de 22/05/69Dec. 1.911,de 22/06/78Dec. 7.549,de 20/11/74

Res. Sec.Agricultura,de 22/06/77Dec. Fed.28.879,de 20/11/50Dec. 4.972,de 02/12/81Dec. 5.449,de 07/04/82Dec. 9.529-B,de 15/12/86Dec. 9.529-A,de 15/12/86Dec. 17.981,de 10/10/92Lei 1.859,de 1º/10/91Dec. 9.803,de 12/03/87

Angra dos Reis

Campos, São Fidélis e Santa MariaMadalenaAngra dos Reis

Rio de Janeiro

Niterói e Maricá

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Petrópolis e Miguel Pereira

Angra dos Reis

Arraial do Cabo

Saquarema

Paraty

Magé e Cachoeiras de Macacu

Denominação Área( ha )

Atos legais Município

148

Ambiente das Águas

Fonte: IEF/DDF e Feema1 Abrange o Centro de Primatologia da Feema ( 260 ha ), no Município de Magé

Page 149: Ambiente das Águas

A maioria das RPPNsencontra-se em Silva Jardim( cinco ) Rio Claro ( três ), duasem cada um dos municípios deValença, Teresópolis, Itaguaí,Magé, Casimiro de Abreu,Petrópolis e Mangaratiba;Mendes, Saquarema e Angrados Reis tem cada um umareserva do patrimônio natural.

Unidades de Conservação no Estado do Rio de Janeiro administradas pelo Governo Estadual ( IEF / Feema )

Área de ProteçãoAmbiental deMangaratibaÁrea de ProteçãoAmbiental de Tamoios

Área de ProteçãoAmbiental de MaricáÁrea de ProteçãoAmbiental deMassamababaÁrea de ProteçãoAmbiental da Florestade JacarandáÁrea de ProteçãoAmbiental da Serrada SapiatibaÁrea de ProteçãoAmbiental da Baciados Frades ( Três Picos )Área de ProteçãoAmbientaldo Gericinó-Mendanha

23.000( M )

21.400( N )

500( O )

11.000( P )

2.700( Q )

6.000( R )

7.500( S )

7.700( T )

Dec. 9.802,de 12/03/87

Dec. 9.452,de 05/12/86Dec. 20.172,de 1º/07/94DeliberaçãoCeca 2.925,de 18/07/93Dec. 7.230,de 23/04/84Dec. 9.529-C,de 15/12/86

Dec. 8.280,de 23/07/85

Dec. 15.136,de 20/07/90

Lei Estadual1.755,de 27/11/90Lei 1.331,de 12/07/88

Mangaratiba

Angra dos Reis

Maricá

Arraial do Cabo, Araruama eSaquarema

Teresópolis

São Pedro da Aldeia

Teresópolis e Nova Friburgo

Rio de Janeiro, Nova Iguaçu eNilópolis

Denominação Área( ha )

Atos legais Município

Fonte: IEF/DDF e Feema

Feema: letras A, J, K, M, N, O, P, TAtos de criação: letras B, E, I, Q, R, SMapa da Reserva da Biosfera: letras C, D, F, G, H, L

Pico do Frade no Parque Nacional da Serra da Bocaina

Foto: IEF/Lagief

149

Ambiente das Águas

Page 150: Ambiente das Águas

A Lei 9.985, de 18/06/00, que criou o SNUC, fixa critérios quanto ao regime da propriedade,considerando, entre outros, os aspectos:

..... A propriedade pode ser governamental ou particular:. Monumentos Naturais. Refúgio de Vida Silvestre. Áreas de Proteção Ambiental. Áreas de Relevante Interesse Ecológico

..... A propriedade só pode ser governamental:. Parques Nacionais, Parques Estaduais e Parques Naturais Municipais. Estações Ecológicas Federais, Estaduais ou Municipais. Florestas Nacionais, Estaduais ou Municipais. Reservas Extrativistas. Reservas de Fauna. Reserva de Desenvolvimento Sustentável

..... A propriedade só pode ser particular:. Quando se enquadrar como Reserva Particular do Patrimônio da União – RPPN ( Decreto 1.922, de 05/06/96 )

Unidades de Conservação e regime da propriedade

Mapa das Unidades de Conservação doEstado do Rio de Janeiro

outubro / 2000

Unidades de Conservação EstaduaisREBIO de ArarasESEC do ParaísoRESEC da JuatingaPE da Pedra BrancaPE da Ilha GrandePE do DesenganoREBIO Arqueológica de GuaratibaREBIO da Praia do SulRESEC de MassambabaRESEC de JacarepiaPE da Serra da TiriricaPE Marinho do Aventureiro

PE da ChacrinhaPE Lazer Parati-MirimREFLO do GrajaúAPA de TamoiosAPA de SapiatibaAPA do Gericinó-MendanhaAPA de MassambabaAPA de MaricáAPA de MangaratibaAPA do FradeAPA do Jacarandá

Unidades de Conservação FederaisREBIO da UniãoREBIO do TinguáREBIO Poço das AntasESEC de TamoiosPARNA de ItatiaiaPARNA da TijucaPARNA da BocainaPARNA de JurubatibaPARNA Serra dos Órgãos

RESEX de Arraial do CaboFLONA Mário XavierARIE Floresta da CicutaARIE Arquipélago das CagarrasAPA de PetrópolisAPA de Ilha MantiqueiraAPA de GuapimirimAPA do Cairuçu

Fonte: IEF/RJ

150

Ambiente das Águas

Page 151: Ambiente das Águas

Ambiente das Águas

As propriedades particularespodem ser preservadas ereconhecidas pelo PoderPúblico como ReservasParticulares de PatrimônioNatural, segundo o Decreto1.922, de 5 de junho de 1996. Sem prejudicar seusdireitos de proprietário, osinteressados podem requererao Ibama o reconhecimentointegral ou parcial de suapropriedade, que passa areceber atenção especial dosórgãos de meio ambiente,instituições de pesquisas eentidades ambientalistas. As RPPNs são oresultado do programa doIbama visando estimular osproprietários a somar esforçosna conservação da ricadiversidade brasileira. Algumas condições sãoexigidas para que uma áreaparticular se enquadre comoRPPN: ser significativa para aproteção da diversidadebiológica; possuir paisagens degrande beleza, ou reunircondições que justifiquemações de recuperaçãoambiental, capazes de

Preservação

..... Isenção de pagamento do Imposto Territorial Rural – ITR..... Prioridade na análise e concessão de recursos do Fundo Nacional de MeioAmbiente – FNMA..... Maior facilidade de acesso ao crédito agrícola nos bancos oficiais..... Maior reconhecimento do ambiente natural de sua propriedade, através docontato freqüente com instituições de pesquisa científica..... Proteção contra queimada, caça e desmatamentos, uma vez que a RPPNestará incluída entre as Unidades de Conservação preservadas de forma integrale permanente..... Apoio e orientação do Ibama quanto ao manejo e gerenciamento da RPPN..... Oportunidade de ganhos financeiros extras, através do desenvolvimento doturismo ecológico, lazer, recreação e educação ambiental..... Apoio, cooperação e respeito das entidades ambientalistas

Vantagens que a RPPN proporciona

promover a conservação deecossistemas frágeis ouameaçados. Não existe limite detamanho para as RPPNs,podendo ainda a propriedadeser reconhecida em suatotalidade ou apenas em parte. Podem participar doprograma de preservaçãopessoas físicas, empresas detodos os portes, assim comoentidades civis e religiosas. Para o reconhecimentoda área, o Ibama realiza vistoriano local, analisa adocumentação e emite parecer.

Uma das 30 reservas particulares do Estado localizam-se no Município de Rio Claro

Foto: Ibama/RJ

151

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Ambiente das Águas

Reservas Particulares do Patrimônio Natural no Estado do Rio de Janeiro

Fazenda Barra do Sana

São Geraldo

Centro Ecológico

Metodista Ana Gonzaga

Sítio Granja São Jorge

Fazenda Roça Grande

Fazenda Suspiro

Maria Francisca

Guimarães

Sítio Angaba

Reserva Querência

Fazenda Córrego da Luz

Sítio Poranga

Pedra dos Amarílis

Fazenda Cachoeirinha

Sítio Shangrilah

Fazenda Bom Retiro

Fazenda Arco Íris

Fazenda Santa Izabel

Sítio Cachoeira Grande

Sítio Santa Cruz

Reserva Mato Grosso

Ceflusme

Saquinho do Itapirapuã

Sítio Santa Fé

Fazenda União

Reserva Jornalista

Antenor Novaes

Fazenda Limeira

Granja Redenção

El Nagual

Sítio Fim da Picada

Fazenda São Benedito

Total

16.440

17.300

7.312

260

6.370

1.821

102

2.000

630

2.000

3.400

3.964

65.000

4.300

47.200

4.586

52.500

1.400

4.680

2.611

340

397

1.431

3.431

12.500

1.873

3.380

1.720

2.110

298.807

65/99-N

39/99-N

44/99-N

91/99-N

481/91

03/99

160/98

041/92

05/99

16/93

041/92

06/99

22/99

156/98

04/98

103/94

05/96

171/97

110/99-N

25/00

102/94

03/98

110/96

68/00

29/99

61/97

72/96

88/99-N

12/97

Macaé

Valença

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Rio Claro

Teresópolis

Teresópolis

Itaguai

Magé

Casimiro de Abreu

Itaguaí

Petrópolis

Mangaratiba

Macaé

Casimiro de Abreu

Silva Jardim

Mangaratiba

Silva Jardim

Mendes

Saquarema

Rio de Janeiro

Angra dos Reis

Silva Jardim

Silva Jardim

Valença

Petrópolis

Silva Jardim

Magé

Rio Claro

Rio Claro

Denominação Área( ha )

Portaria Município

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

Fonte: Ibama/RJ ( 2001 )

Se o parecer for favorável, oproprietário assina um Termo deCompromisso, o qual épublicado no Diário Oficial daUnião.

Em seguida, o proprietário temprazo de 60 dias para promovera averbação do Termo deCompromisso no Cartório deRegistro de Imóveis.

152

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1500

1912

1960

1978

1985

1990

1995

2000

4.294.000

3.585.000

1.106.700

973.900

937.100

896.200

738.402

734.629

97,00

81,00

25,20

22,18

21,34

20,41

16,82

16,73

Ano Área( ha )

Cobertura FlorestalRemanescente ( % )

Remanescentes florestais de Mata Atlânticano Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Evolução dos Remanescentes Florestais e Ecossistemas Associados doDomínio da Mata Atlântica Ecossistemas - Fundação S.O.S. Mata Atlântica /Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2001

Mata Atlântica

Com seus 22.400 ha, o Parque do Desengano, ao fundo, carece ainda de plano de manejo

Foto: IEF/Lagief

Através do Projeto Pró-MataAtlântica/RJ, cerca de 440 milhectares de remanescentesflorestais contidos em Unidadesde Conservação estaduaisincluídas e no seu entorno terãorevertido o atual quadro dedegradação mediante adequadaproteção e conservação dessesecossistemas. Nesse sentido, oGoverno do Estado do Rio,através da Fundação InstitutoEstadual de Florestas, aplicaráno Projeto Pró-Mata Atlântica,nos próximos três ou quatroanos, a partir de 2001, 15milhões de marcos alemães( valor equivalente em cruzeiros )repassados a fundo perdidopelo KfW ( Kreditanstalt fürWiederaufbau ), Banco Alemãode Crédito para Reconstrução, emais 8 milhões de marcosalemães como contrapartida doGoverno estadual. A idéia do KfW – que jáaplica, com sucesso, recursosna conservação e recuperaçãoda Mata Atlântica em São Pauloe está na fase de estruturaçãono Paraná e em Minas Gerais –é garantir a integridade dasáreas de matas aindapreservadas em Unidades deConservação. O Programa Especial daReserva da Biosfera da MataAtlântica prioriza a implantaçãode corredores naturais entreUnidades de Conservação,especialmente onde as áreasdegradadas coincidem comecossistemas frágeis e degrande valor ecológico, comoas matas ciliares e áreasdeclinosas. Em recente avaliaçãooficial, o estado deconservação da coberturavegetal nativa do Estado do Riode Janeiro foi considerado

crítico. “As florestas raramentealcançam as margens dos riosnos trechos planos e suavesondulados”. Segundo ainda odocumento, “os principaisremanescentes encontram-seapenas em locais de maiordeclividade das elevações quecompõem a Serra do Mar e osmaciços litorâneos. Há tambémmilhares de pequenosfragmentos de Mata Atlânticaespalhados nas propriedadesparticulares das áreas rurais emesmo em grandes glebasurbanas que se encontram emtotal estado de abandono esujeitos a toda sorte deperturbações”.

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Ambiente das Águas

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Hortos e viveiros

A Fundação Instituto Estadual deFlorestas – IEF possui projetopara dinamização dos hortoscentrais – Pedra Branca, noMunicípio do Rio de Janeiro, eSanta Maria Madalena, naRegião Serrana –, e os hortosflorestais de Trajano de Morais,Cantagalo, São Sebastião doAlto e Guaratiba, além dacriação de viveiros municipais. Juntos, terão potencialpara produção de 3,5 milhõesde mudas/ano, tanto deespécies exóticas quanto deespécies nativas da MataAtlântica, podendo atender aoutros projetos, além dereflorestamentos, como o davertente norte do Maciço daPedra Branca, a demandas do

“Somente uma pequenaparte dos remanescentes daMata Atlântica está constituídapor cobertura ainda intacta.Essas manchas da mata sãoencontradas, fundamentalmente,nas áreas de maior declividadeda Serra do Mar, onde ocorre amaior concentração deUnidades de Conservação”,ressalta também a análisegovernamental.

O Horto Florestal de Trajano de Morais produziu 56.160 mudas florestais em 2000

Foto IEF/Lagief

Programa de Despoluição daBaía de Guanabara, das regiõesSerrana, Norte e Noroestefluminense e de áreasdegradadas em geral. Na prática, os hortoscentrais e viveiros do IEFproduzem uma média de 600mil mudas por ano. Criados,em sua maioria, na década de30 pela antiga Secretaria deEstado de Agricultura, os hortose viveiros passaram em 1989para o IEF, quando a instituiçãofoi criada. Com a melhorestruturação do setor, com maisinsumos e inovações técnicas, oaumento da produção e adiversificação de mudas florestaistendem a atender as demandase ainda gerar lucro, porque 30%de mudas e sementes poderãoser destinadas à venda diretaao público.

Histórico

Historicamente, o Sudestebrasileiro sempre constituiu umadas Regiões mais devastadasdo país, desde os primórdiosda colonização, carecendo demaiores cuidados deconservação para o que restade cobertura, quer comespécies nativas, quer comespécies exóticas, não só paraatender às necessidades cadavez mais crescentes de matéria-prima vegetal, como tambémpara promover um certocontrole da natureza. Antes de 1800, algumasmedidas foram tomadas para aconservação das florestas,tendo em vista a grande retiradade pau-brasil ( Caesalpiniaechinata ), árvore que chegou amarcar um ciclo econômico dopaís. Em 1921, o Brasil criavao Serviço Florestal, que passou

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Ambiente das Águas

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por sucessivas reformas. Em1967, era criado o InstitutoBrasileiro de DesenvolvimentoFlorestal, em substituição doServiço Florestal, bem como doex-Instituto Nacional do Pinho. Mas, na realidade, sóno Século XX o sentido deconservação se espalhou pelomundo, havendo sido criado em1930 o “Office Internationale pourla Protection de la Nature”,legalizado em 1934. Nestamesma data foi promovida noBrasil a 1ª Conferência Brasileirapara Proteção da Natureza.Também as Constituições de1934 e 1937 e a Carta Magna de1946 trataram do problema deconservação. Leis e decretos têmsido elaborados semprevisando a conservação, de que

Apicuns ( áreas arenosas ) convivem com manguezais

Cobertura vegetal original no Estado do Rio de Janeiro

é exemplo a Lei Florestal,4.771/65. Estabelece que “asflorestas e demais formaçõesvegetais são bens comuns,ficando limitados os direitos depropriedade e de uso”.

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Ambiente das Águas

Foto: IEF/Lagief

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Vegetação remanescente no Estado do Rio de Janeiro,apenas 17% da original ( 2000 )

Engº Paulode FrontinItaguaíJaperiMangaratiba 1

Miguel Pereira 2

Nova IguaçuParacambiPiraíQueimadosRio ClaroRio de JaneiroSeropédicaTotais

5.760

29.2308.290

36.07025.24024.58017.93011.690

7.80031.87045.97025.360269.790

3.137

11.3891.045

15.22414.69713.536

7.3024.325

79419.83414.614

3.115109.012

-

839-

2.207------

879-

3.925

-

340-

48-----

-81-

469

-

240-

100------

2.352-

2.692

-

2,87-

6,12------

1,91-

-

1,16-

0,13------

0,18-

-

0,82-

0,28------

5,12-

54,45

38,9612,6080,6060,3255,0740,7237,0010,1862,2331,7912,28

Município Área nabacia( ha ) Floresta Restinga Mangue

degradadoMangue MangueFloresta Restinga Mangue

degradado

Em hectare Área municipal da bacia em %Cobertura vegetal e uso do solo

Cobertura vegetal por município

Fonte: Evolução dos Remanescentes Florestais e Ecossistemas Associados do Domínio da Mata Atlântica Ecossistemas - Fundação S.O.S. Mata Atlântica / Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 1993

1 A pequena área de Angra dos Reis, a Oeste do rio Jacareí, foi computada como pertencente ao Município de Mangaratiba2 Inclui pequena área de Vassouras

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Ambiente das Águas

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ECOSSISTEMASECOSSISTEMASECOSSISTEMASECOSSISTEMASECOSSISTEMASECOSSISTEMASECOSSISTEMASECOSSISTEMASECOSSISTEMASECOSSISTEMAS

no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

O Estado do Rio de Janeiro insere-se integralmente nobioma da Mata Atlântica,constituído pelas áreasprimitivamente revestidaspelos ecossistemas florestais.

Três grandes conjuntosde ecossistemas naturaisintegram esse bioma, estandoassim definidos, do litoral para ointerior, sendo:

1) Conjunto dos ecossistemasmarinhos, os quais situam-seentre as cotas de 0 metro a 200metros abaixo do nível do mar,abrangendo a área dabanqueta continental submersae incluindo o correspondentevolume de oceano que acobre;

2) Conjunto dos ecossistemascosteiros associados à MataAtlântica, entre as cotas de 0 a30 metros acima da superfície,abrangendo as áreas decostões rochosos, tambémdenominados “praias duras”,manguezais, praias arenosas erestingas;

3) Conjunto dos ecossistemasterrestres da Mata Atlântica,esses situados entre as cotasde 0 e 2.787 metros ecaracterizados pelas planíciescosteiras, as encostas serranas,as montanhas – assimconsideradas as elevaçõesentre 1.200 e 2.787 metros –,até seus cumes, e o vale dorio Paraíba do Sul. Nessesecossistemas, têm ampladistribuição na Mata Atlânticarépteis, aves e mamíferos.Lago em Sacra Família do Tinguá ( Município de Engenheiro Paulo de Frontin )

Foto: Semads

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Pesquisas realizadas noBrasil e principalmente noexterior demonstram que osecossistemas aquáticoscontinentais – rios, lagos elagoas –, podem serconsiderados como grandesreservatórios da biodiversidadeterrestre. Assim, assumemgrande importância tambémcomo depositários de espéciese de seus respectivospatrimônios genéticos que,sobretudo entre nós, continuampraticamente desconhecidos. Entre os vários tipos deecossistemas aquáticoscontinentais que ocorrem noBrasil, destacam-se as lagunascosteiras, pelo seu número esua importância ecológica,social e econômica.

Leis protetoras

As legislações, tanto federalquanto estadual, têm buscadoproteger esses ecossistemas,de que é exemplo o Código deÁguas ( Decreto federal 24.643,de 10/07/1934 ). Estabelece queos terrenos pantanosos só

Vegetação e recursos hídricos preservados

junto ao Parque Estadualdo Desengano

( Campos dos Goytacazes )

poderão ser dessecados porseus proprietários, no caso dedeclarada a insalubridade pelaadministração pública. No Estado do Rio deJaneiro, a Constituição estadualestabelece como áreas depreservação permanente aslagoas e lagunas, as faixasmarginais de proteção deáguas superficiais e as áreasque sirvam como locais depouso, alimentação oureprodução da fauna e flora. Ainda no âmbito doEstado do Rio, devem sermencionadas, entre outrasnormas, a Lei 3.239, de 02/08/1999, que institui a FaixaMarginal de Proteção ( FMP ),como um dos instrumentos doSistema Estadual deGerenciamento de RecursosHídricos. A legislação, em seuartigo 33, determina que asmargens e leitos de rios, lagoase lagunas serão protegidospor: Projeto de Alinhamentode Rio ( PAR ); Projeto deAlinhamento de Orla de Lagoaou Laguna ( PAOL ); Projeto deFaixa Marginal de Proteção( FMP ); Delimitação da Orla eda FMP; e Determinação douso e ocupação permitidospara a FMP.

Foto: IEF/Lagief

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Ambiente das Águas

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Protegem ainda osecossistemas: o Decretoestadual 2.330, de 8 de janeirode 1979, que institui o Sistemade Proteção das Lagoas eCursos d’Água; e a Lei 650, de11 de janeiro de 1983, quedispõe sobre a Política deDefesa e Proteção das BaciasFluviais e Lacustres. Definetambém os critérios maisprecisos para a delimitação dasFaixas Marginais de Proteção( FMP ). No tocante à margemde rios, o Código Florestal ( Leifederal 4.771/65 ), por exemplo,declara como de preservaçãopermanente as florestas edemais formas de vegetaçãosituadas ao longo dos rios oude qualquer curso de água,desde o seu nível mais alto, emfaixa marginal, cuja larguramínima seja:

..... de 30 metros para os cursos d’água de menos de 10 metros

..... de 50 metros para os cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros de largura

..... de 100 metros para os cursos d’água que tenham de 50 a 200 metros de largura

..... de 200 metros para os cursos d’água que tenham de 200 a 600 metros de largura

..... de 500 metros para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros

Reservas ecológicas

Importante também é a Lei6.938, de 31/08/1981, quetransformou as florestas e outras

formas de vegetação depreservação permanente emReservas Ecológicas. Há toda uma legislaçãopertinente específica àsReservas Ecológicas emrelação à margem de cursosd’água. Por exemplo, a Leifederal 6.766, de 1979, definecomo não edificante uma faixade 15 metros para cada margemdo rio, enquanto a Lei 4.771/65,considera os manguezais, emtoda sua extensão, comovegetação de preservaçãopermanente. Assim, constitui crimeambiental cortar árvores emfloresta considerada depreservação permanente, sempermissão da autoridadecompetente, diz a Lei federal9.605, de 12/02/1998, contraCrimes Ambientais. Já a Lei7.754, de 14/04/89 estabelecemedidas para proteção dasflorestas estabelecidas nasnascentes dos rios.

Foto: IEF/Lagief

Mangue é vida

O bom funcionamento dosecossistemas de manguedepende de alguns fatores deimportância vital, entre os quais

Cachoeiras são marcos do Parque Nacional da Serra da Bocaina ( 110 mil ha )

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Ambiente das Águas

Page 160: Ambiente das Águas

se incluem a estabilidade dosolo e um suprimento adequadode água doce e de nutrientes. O fornecimento de águapara esses ecossistemasdepende, primeiro, dafreqüência, do volume e dadistribuição das marés, seguidoda freqüência e do volume daágua doce aportada pelas

Área de Proteção Ambiental de Guapimirim, com o rio Guaxindiba e 82 km2 de exuberantes manguezais

chuvas e pela rede dedrenagem e, finalmente, dademanda de evaporação daatmosfera. Ao contrário dosprincipais ecossistemasflorestais dos trópicos, asflorestas de mangueapresentam poucosmecanismos de reciclagem denutrientes. A grande exportaçãode detritos orgânicos é oaspecto mais importante dainterdependência entre osmanguezais e o sistemacosteiro adjacente. Esse ecossistemacaracteriza-se como importantegerador de recursos naturaisprimários para as populaçõeslocais e de baixa renda. Nosmangues, mulheres e criançasde famílias de pescadores sãousualmente vistos coletandomanualmente moluscos e

crustáceos para consumopróprio e venda. Devido à sualocalização fronteiriça entre osambientes marinhos, terrestre edulcícola, e à estruturaarquitetônica de suas árvores,os manguezais funcionam comoverdadeiros quebra-marescontra as intempéries

oceânicas,protegendo tantoa região costeiraquanto a bacia dedrenagemadjacente contra aerosão. Ao longodos rios, osmanguezais sãoáreas naturais deinundação,garantindoproteção contraenchentes dasáreas ribeirinhas epreservando oscamposagricultáveisadjacentes. Dada a

sua reconhecida importânciapara a vida marinha, osmanguezais estão protegidospor legislação específica,como o Decreto-lei 221, de 28de fevereiro de 1967 ( Códigode Pesca ), que os considerade domínio público. Segundo aLei 4.771/65, os manguezais,em toda sua extensão, sãodefinidos como vegetação depreservação permanente.

Sistemas produtivos

As lagunas costeiras, em todo omundo, estão entre osecossistemas mais produtivosda biosfera. Elas se localizamao longo de toda a costabrasileira, sendo mais

Foto: IEF/Lagief

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Ambiente das Águas

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numerosas nos estadosdo Rio de Janeiro e RioGrande do Sul. Uma dasprincipais característicasdessas lagunascosteiras é a elevadaprodutividade, que podeser traduzida na grandeprodução de biomassavegetal ( plantasaquáticas, micro emacroscópicas ) eanimal ( moluscos,crustáceos e peixes ). Admite-se que aalta produtividade daslagunas costeiras teveimportante papel no passadopara fixação dos primeirosaglomerados humanos nas suasproximidades. Dada a importância daslagoas, o Estado do Rio deJaneiro instituiu o Sistema deProteção das Lagoas e dosCursos d’Água, de acordo como Decreto 2.330, de 8 de janeirode 1979, regulamentando achamada FMP ( Faixa Marginalde Proteção ).

Paisagem alterada

As restingas, alternando-se comas faixas úmidas, ocupam áreade largura variável, de algunsmetros até alguns quilômetros,ao longo de quase todo o litoralda Região Sudeste. Das faixasonde aparece a vegetação dasrestingas na Região Sudeste,uma das mais bem estudadas éa de Cabo Frio. A vegetação,que vai desde a coberturarasteira até a arbórea, distribuídada praia para o interior, estábastante alterada ou destruída,em vista da constante

intervenção humana, quer pelaimplantação de loteamento,como zona balneária, quer pelaocupação pela pecuária e porpequenos sítios.

Dez anos de estudos

Pouso da Cajaíba ( Paraty ): uso indevido do solo

O Parque Nacional da Restingade Jurubatiba, com 17 lagunascosteiras, brejos e restingas,ocupa 14.860 hectares entre osmunicípios de Macaé,Carapebus e Quissamã, naRegião Norte do Estado do Rio

Foto: IEF/Lagief

Extração de areia em Unamar (Cabo Frio )

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Ambiente das Águas

Foto: IEF/Lagief

Page 162: Ambiente das Águas

de Janeiro. O nome éindígena, significando aquantidade de palmeiraspresentes na região. Embora localizadas namesma área, as lagoas doParque formam ecossistemasdistintos, do ponto de vistaecológico, possuindocaracterísticas próprias. Trata-se de uma dasrestingas mais estudadas nosúltimos dez anos pelacomunidade científica, inclusiveinternacional. Todosconsideram esse parque, criadoem abril de 1988, como um dosprincipais do mundo, em termosde preservação e de pesquisassobre a fauna e a floraendêmicas. As florestas inundadas einundáveis da região localizam-se, em sua maioria, entre alagoa Comprida e a lagoa deCarapebus, no Município deCarapebus. Os brejos, tantopodem ser de água doce comosalgada. Devido ascaracterísticas dessesecossistemas, as lagunas e osbrejos têm servido de habitattemporário a várias aves quemigram do Hemisfério Norte. Com a implementaçãodo Plano Diretor do Parque, oturista terá infra-estrutura paradesvendar esse conjunto deecossistemas.

Zonas úmidas

A Secretaria de Estado de MeioAmbiente e DesenvolvimentoSustentável, através daResolução Semads Nº 238, de6 de novembro de 2000, criouno âmbito do Projeto Planágua-Semads-GTZ, Grupo deTrabalho para indicar à Lista daConvenção de Ramsar áreasúmidas fluminenses, de que sãoexemplos o manguezal da Baíade Sepetiba, o Parque Nacionalda Restinga de Jurubatiba,acrescido da lagoa da Ribeira eda lagoa Feia. Essa iniciativa tem ointuito de prover o Estado doRio de Janeiro de eficienteinstrumento de gestãoambiental e promover aconservação de áreas degrande valor como recursoeconômico, cultural, científico,recreativo, de regularizaçãodos regimes hídricos e comohabitat de flora e faunacaracterísticas. A Convenção sobreZonas Úmidas, tambémconhecida como Convençãode Ramsar, é um acordointernacional para aconservação e uso racionaldas zonas úmidas,estabelecido em 2 de fevereirode 1971, em Ramsar, no Irã. É um marco a partir doqual os 122 países signatários,inclusive o Brasil que aderiu àConvenção em 1993,reconhecem a importânciaecológica e o valor econômico,cultural, científico e recreativodas zonas úmidas,consideradas armazénsnaturais de diversidadebiológica. São importantespara a conservação dabiodiversidade, a estabilidadeclimática e o bem-estar dahumanidade, estando entre asáreas mais produtivas domundo.

Foto: IEF/Lagief

O Parque Nacional de Jurubatiba localiza-se em Macaé, Carapebus e Quissamã

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Ambiente das Águas

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CONSCIENTIZAÇÃOCONSCIENTIZAÇÃOCONSCIENTIZAÇÃOCONSCIENTIZAÇÃOCONSCIENTIZAÇÃOCONSCIENTIZAÇÃOCONSCIENTIZAÇÃOCONSCIENTIZAÇÃOCONSCIENTIZAÇÃOCONSCIENTIZAÇÃO

s recursos hídricos, a partir principalmente da importância da águapara a sobrevivência humana,têm sido alvo de decisões e açõesefetivas de proteção e usoracional, dos Governos federal,estaduais e municipais, de ONGs esociedade civil organizada comoum todo.

No âmbito do Estado doRio de Janeiro, são exemplosde conscientização, dentreoutros, os trabalhos emrealização:

Enfrente a enchente

A Serla coordena frentes detrabalho para limpeza de valas ecanais, buscando sanear eevitar enchentes. Utilizandomão-de-obra local, o programainvestiu R$ 5,793 milhões, noperíodo 1999/2000,beneficiando 508 mil pessoas. Paralelamente àrealização dos serviços, aspopulações recebem noçõesde educação ambiental emcartilha onde se recomenda:

Construir nas margens e na calha dos rios provoca enchentes e destruição

Ilustração: Serla

O

no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

Page 164: Ambiente das Águas

Valão – “Tomar banho no valão, entrar na água da vala eusar água contaminada em suacasa pode causar diarréia,doenças da pele, hepatite,leptospirose e cólera, às vezescom graves conseqüências”.

Mosquitos – “Mosquitos gostam de água parada,esquecida em garrafas, pneus,latas e vasilhas. Acabe comisso: tire a água e separe oque pode ser aproveitado”.

Água – “ É preciso cuidar bem da água para beber.Canos, poços e caixas d’águadevem estar longe da fossa eda vala. As caixas e latões comágua precisam estar limpos.Guarde sempre a águatampada. Ferva e filtre a águapara beber”.

Lixo – “ Mexer no lixo é perigoso. Cacos devidro e latas enferrujadaspodem ferir e causar doençasgraves”.

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Ambiente das Águas

Page 165: Ambiente das Águas

Gente do Caceribu

O Instituto Baía de Guanabara –IBG, através deste projeto,procurou envolver os jovenscom a questão ambiental emgeral e, em particular, informá-los sobre as características dabacia hidrográfica em quemoram e, ainda, introduzi-los naquestão do gerenciamentoambiental do espaço.

Com o propósito de gestãoparticipativa e descentralizadados recursos hídricos, aSecretaria de Recursos Hídricosdo Ministério do Meio Ambientecriou o Movimento de Cidadaniapelas Águas. No Estado do Rio deJaneiro, o movimento recebe o

Cidadania pelas águas

Localização das principais bacias que drenam para a Baía de Guanabara, com destaque

para a área de estudo: a bacia do rio Caceribu

Grupos de jovens,formados e orientados pelostécnicos do projeto, realizaramatividades de observação doambiente em geral e, emespecial, da qualidade daságuas dos rios e se utilizaramde um mapa para registrar ascorrelações estabelecidasentre os resultadosencontrados e os diferentesusos dos recursos ambientaislocais. O trabalho, que resultou

Fonte: IBG

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Ambiente das Águas

no “mapa de qualidadeambiental” da bacia, entreoutros, realizou-se em íntimaligação com escolas públicassituadas próximas ao rioCaceribu, assim como com osfamiliares dos jovens. O “Gente do Caceribu”contou com financiamento doFundo Nacional do MeioAmbiente, do Ministério doMeio Ambiente, dos RecursosHídricos e da Amazônia Legal –MMA

Page 166: Ambiente das Águas

O programa “Adote uma Bacia”,do Ministério do Meio Ambiente,já se encontra emdesenvolvimento no Municípiode Rio das Flores, no Estadodo Rio. A mobilizaçãocomunitária é a preocupaçãomaior do Programa, com vistasà formação de comitês de

bacias dos rios afluentesdo Paraíba do Sul. A Serla, emdivulgação sobredrenagem e baciahidrográfica, esclareceque “os rios são os locaismais baixos de umaregião. Por isso, a águada chuva sempre vaiparar nos rios, os quaisdeságuam no mar ou emlagoas”. Explica que“drenagem é oescoamento das águasde uma região emdireção a um rio. Aregião onde toda águasuperficial escoa para umdeterminado rio échamada de baciaCentro de Cidadania de Campos, comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente ( junho / 2000 )

apoio do ConselhoRegional de Engenhariae Arquitetura – Crea/RJ,considerado um deseus centros dereferência. Nos 55 centrosregionais de referênciainstalados entre janeirode 1998 e janeiro de2001 em municípiosfluminenses, a entidadepromove atividadespertinentes ao usoracional dos recursoshídricos e àdemocratização de suagestão. Objetiva aindaestimular a participaçãoorganizada da sociedade civilnos Comitês de BaciaHidrográfica. Em 1999 e 2000, aentidade promoveuapresentações da peça “O rioque sumiu”, vista por cerca de35 mil crianças, mutirões delimpeza de praias e oslançamentos das CartasNáuticas da Lagoa deSaquarema e Lagoa Rodrigo deFreitas, esta em abril de 2000.

Foto: Crea-RJ

Ilustração: MMA

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Ambiente das Águas

Adote uma Bacia

Page 167: Ambiente das Águas

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Ambiente das Águas

hidrográfica e, normalmente,recebe o nome do rio quedrena suas águas. Assim,bacia hidrográfica é a regiãodrenada por um rio e seusafluentes”.

Gestão integrada

O Comitê para Integração daBacia do Rio Paraíba do Sul –Ceivap, instituído em 1996 ( Leifederal 1.842, de 22 de marçode 1996 ), tem por finalidadepromover, no âmbito da gestãodos recursos hídricos, aviabilização técnica eeconômico-financeira deprogramas de investimentos e aconsolidação de políticas deestruturação urbana e regional,visando ao desenvolvimentosustentável da bacia hidrográficado rio Paraíba do Sul. Como o rio Paraíbaatravessa três estados – SãoPaulo, Minas Gerais e Rio deJaneiro –, o Ceivapdesempenha importante papelde articulação, de modo agarantir que as iniciativasregionais de estudos, projetos,programas e planos de açãosejam efetivamente viabilizadosem benefício de toda a bacia doParaíba do Sul. Integram o Comitê 39membros, dos quais trêsrepresentam os Ministérios doMeio Ambiente, doPlanejamento e Orçamento, ede Minas e Energia e 12 porestado.

Hora dos consórcios Tempo de decomposição demateriais usualmente

jogados nos rios,nos lagos e no mar

Ilustração: Ziraldo

Fonte: MMA

O plantio e a recuperação damata ciliar nas margens do rioMuriaé, a implantação de caixas

separadoras de óleo ederivados e um plano dearborização. Essas sãopreocupações dos integrantesdo Consórcio organizado nabacia do rio Muriaé – um dosafluentes do rio Paraíba do Sul –,a partir da ocorrência dascheias, de grande proporção,em 1997. A Prefeitura, através doProjeto Pró-Vida de arborizaçãoparticipa das soluçõesdesenvolvidas por setemunicípios integrantes da bacia,além de empresas e ONGs. Também está seestruturando junto àcomunidade, o Consórcio daBacia do Rio Pomba, segundoas experiências do Consórcioda Bacia do Rio Muriaé. Na bacia do rioItabapoana, através do ProjetoManage, um consórcio demunicípios desenvolve projetode ação integrada derecuperação ambiental.Coordenado pela UniversidadeFederal Fluminense – UFF, oProjeto segue o modelo dedesenvolvimento regional embases sustentadas, tanto emnível ambiental,quantosocioeconômico. OProjeto tem o apoioda Secretaria deRecursos Hídricosdo Ministério doMeio Ambiente, dasuniversidadesfederais do Rio deJaneiro, de Viçosa( Minas Gerais ) e doEspírito Santo, alémdos Governos dostrês estados.

Page 168: Ambiente das Águas

Agenda 21

A Agenda 21, documentoaprovado na Conferência das

Águas de Jacarepaguá

O Conselho de Águas daBaixada de Jacarepaguá –Consag, busca, de formaconjunta, solucionar problemasde atribuição estadual emunicipal numa mesma região,no campo do saneamentobásico, despoluição erecuperação ambiental daBaixada de Jacarepaguá. Integram o Consag,quatro representantesnomeados pelo Governador:da Cedae, Feema, Serla e IEF,quatro representantesnomeados pelo Prefeito: daSuperintendência da Barra daTijuca – Jacarepaguá; e doGrupo de Trabalho deSaneamento e Despoluição daBaixada de Jacarepaguá; doisrepresentantes do Governofederal e dez membros dasociedade civil.

Nações Unidas sobre o MeioAmbiente e Desenvolvimento –Rio-92, realizada no Rio deJaneiro, é o resumo dosprincipais tópicos abordados eo registro dos compromissosassumidos pelas Nações, paraalcançar a meta comum depreservação e do usosustentável dos recursosnaturais. Em seu Capítulo 17 –“Proteção dos Oceanos, detodos os tipos de mares,inclusive, mares fechados, edas zonas costeiras, usoracional e desenvolvimento deseus recursos vivos” –, aAgenda propõe que os paísesdesenvolvam ações e projetosde gestão integrada da zonacosteira e marinha, buscando ouso sustentável desses espaços. Dentro dos objetivospreconizados pela Agenda 21,além dos compromissos dopaís ao ratificar a Convençãodas Nações Unidas sobre oDireito do Mar – CNUDM, foiaprovado em 1994, pelaComissão Interministerial paraos Recursos do Mar – CIRM, oPrograma de Avaliação doPotencial Sustentável deRecursos Vivos na ZonaEconômica Exclusiva – Revizee.

Encontros daAgenda 21 Estadual,

organizados pela Semads

Foto: Semads/Agenda 21

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Ambiente das Águas

Page 169: Ambiente das Águas

no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

LEGISLAÇÃOLEGISLAÇÃOLEGISLAÇÃOLEGISLAÇÃOLEGISLAÇÃOLEGISLAÇÃOLEGISLAÇÃOLEGISLAÇÃOLEGISLAÇÃOLEGISLAÇÃO

Operação conjunta Estado/Prefeitura de Angra dos Reis coibe desmatamento ( Mambucaba )

Foto: IEF/Lagief

conservação de ecossistemas de águas interiores éatribuição de competênciacomum da União, dosEstados e dos Municípios, deacordo com a ConstituiçãoFederal promulgada em1988 ( Art. 23, VI e Art 24 ).

Em nível federal, aaplicação da lei é atribuição doIbama e da Agência Nacionalde Águas – ANA, criada pelaLei 9.984, de 17/07/2000. Noâmbito estadual, a competênciaé da Serla ( águas e faixamarginal ), do IEF( biodiversidade ) e da Feema( qualidade das águas eatividades poluidoras ). Com a legislaçãodisponível, pode-se identificaras responsabilidades jurídico-ambientais das pessoas físicase jurídicas no tocante àconservação dosecossistemas. Na legislação ambientalvigente – Lei de CrimesAmbientais –, existem trêsmodalidades de penalidades,independentes entre si: aadministrativa, a criminal e acivil. A penalidadeadministrativa é aplicada pelopróprio órgão ambiental( municipal, estadual oufederal ), podendo ser umasimples advertência, passandopor multas, suspensões e atéembargos das atividades. Já a penalidadecriminal, é imputada pelo PoderJudiciário quando há prática deum crime ou contravençãopenal, independentemente daocorrência de dano ambiental.A penalidade civil é umasanção imposta através de uma

A

Page 170: Ambiente das Águas

eventual ação de indenizaçãomovida em face do poluidor oudegradador. Cada uma daspenalidades pode ser aplicadasem prejuízo das demais,

isolada ou cumulativamente. A seguir – na ordem damais atual para a mais antiga –,as normas disponíveis nosâmbitos estadual e federal:

Normas estaduais

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Decreto 27.208, de 02/10/00 – Cria o Conselho Estadual deRecursos Hídricos – CERH.

Decreto 26.174, de 14/04/00 – Institui o Conselho Gestor da Baía deGuanabara.

Decreto 26.058, de 14/03/00 – Divide o território fluminense em seteMacrorregiões Ambientais, consideradas unidades básicas aoplanejamento e à intervenção da gestão ambiental.

Lei 3.325, de 17/12/99 – Dispõe sobre a educação ambiental, instituia Política de Educação Ambiental, cria o Programa Estadual deEducação Ambiental e complementa a Lei Federal 9.795/99, noEstado do Rio de Janeiro.

Lei 3.239, de 2/08/99 – Estabelece novos instrumentos eparadigmas para o gerenciamento de recursos hídricos, com baseno Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Decreto 25.276, de 05/05/99 – Cria o Grupo Executivo da Agenda21 local vinculado à Governadoria do Estado do Rio de Janeiro.

Decreto 25.162, de 01/01/99 – Institui a Secretaria de Estado deAgricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do Interior –Seaapi.

Lei 3.111, de 18/11/98 – Complementa a Lei l.356, de 03/10/88,estabelecendo o princípio de análise coletiva de EIA-RIMA, quandonuma mesma Bacia Hidrográfica.

Decreto 22.935, de 29/01/97 –Institui o Sistema deMeteorologia do Estado doRio de Janeiro – Simerj.

Lei 1.202, de 07/10/97 – Criaa Fundação Instituto dePesca do Estado do Rio deJaneiro – Fiperj.

Deliberação Ceca 3.663, de28/08/97 – Aprova a diretrizDZ-041.R-13 para aRealização de Estudo de

Ambiente das Águas

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Lei 2.661, de 27/12/96 – Regulamenta o disposto no Art.274 da Constituição Estadual do Estado do Rio deJaneiro, no que se refere à exigência de níveis mínimosde tratamento de esgotos sanitários, antes de seulançamento em corpos de água e dá outrasprovidências.

Decreto 22.219, de 27/05/96 – Dispõe sobre os critériosque devem ser observados pelo Governo do Estadodo Rio de Janeiro para indicação dos representantesjunto ao Ceivap.

Lei 2.535, de 8/04/96 – Modifica a Lei 1.356, de 1988( exige EIA-RIMA para extração de minério ),substituindo o EIA-RIMA por PCA, a ser avaliado na fasede Licença Prévia – LP; acrescenta dispositivos à Lei 1.356/88que regula os procedimentos vinculados à elaboração, análise eaprovação dos Estudos de Impacto Ambiental.

Lei 2.473, de 7/12/95 – Disciplina o uso de jet-ski nos rios, lagos,lagoas, lagunas e cursos d’água, no Estado do Rio de Janeiro.

Deliberação Ceca/CN 3.425, de 14/11/95 – Dispõe sobre aSuspensão de Atividade Real ou Potencialmente Causadora deDano Ambiental.

Lei 2.423, de 17/08/95 – Disciplina a pesca em todos os cursosd’água no Estado do Rio de Janeiro, no período de 1º de outubroa 30 de janeiro.

Portaria Ceca 02, de 21/06/95 – Cria a Subcomissão de Mineraçãoe Meio Ambiente composta de oito membros.

Lei 2.310, de 22/08/94 – Cria a Reserva Biológica da Ilha Grande.

Deliberação Ceca 3.173, de 03/05/94 – Determina que todas asatividades implantadas ou que vierem a se implantar nas áreas dedrenagem das lagoas de Piratininga ou Itaipu requeiram LicençaAmbiental.

Deliberação Ceca 3.055, de 14/12/93 – Aprova a Diretriz DZ 1.836para o Licenciamento de Atividades de Extração Mineral.

Deliberação Ceca 2.538/91 – Regulamenta as publicações delicença.

Deliberação Ceca 2.555/91 – Regulamenta a realização deAudiência Pública.

Impacto Ambiental – EIA e do respectivo Relatório de ImpactoAmbiental – RIMA.

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Ambiente das Águas

Decreto 17.981, de 10/10/92 – Cria a Reserva Ecológica Estadual daJuatinga, no Município de Paraty.

Page 172: Ambiente das Águas

Decreto-Lei 4.972, de 02/12/91 – Cria a Reserva Biológica da Praiado Sul, no Município de Angra dos Reis.

Decreto-Lei 1.901, de 29/11/91 – Cria o Parque Estadual da Serra daTiririca, nos municípios de Niterói e Maricá.

Deliberação Ceca 2.337, de 28/05/91 – Aprova a Instrução Técnicapara Apresentação de Projetos de Sistemas de Tratamento deEsgotos Sanitários.

Lei 1.807, de 03/04/91 – Cria o Parque das Dunas nos municípioslitorâneos do Estado do Rio de Janeiro.

Lei 1.803 ( Poder Legislativo ), de 25/03/91 – Cria a Taxa deUtilização de Recursos Hídricos.

Decreto 15.989, de 27/11/90 – Cria o Parque EstadualMarinho do Aventureiro, no Município de Angra dos Reis.

Lei 1.755, de 27/11/90 – Cria a Área de Proteção Ambientalda Bacia do Rio dos Frades ( Três Rios ), nos municípios deTeresópolis e Nova Friburgo.

Decreto 11.782, de 29/08/88 – Efetiva a transformação do InstitutoEstadual de Florestas – IEF em fundação.

Lei 1.356, de 03/10/88 – Dispõe sobre os procedimentosvinculados à elaboração, análise e aprovação dos Estudos deImpacto Ambiental – EIAs. Determina EIA/RIMA para as atividadesde extração de areia, seja em cava ou em cursos de água.

Lei 1.671, de 21/06/90 – Transforma a Serla em fundação.

Decreto 15.136, de 20/07/90 – Cria a Área de Proteção Ambiental daSerra de Sapiatiba, no Município de São Pedro da Aldeia.

Decreto 15.159, de 24/07/90 – Aprova o novo estatuto da Serla efixa competência para a implantação e administração do Sistemade Licenciamento de Exploração de Recursos Hídricos.

Decreto 15.251, de 03/08/90 – Disciplina as ações de controlerelacionadas com a produção, armazenamento, comercialização efiscalização de agrotóxicos.

Lei 1.700, de 29/08/90 – Estabelece medidas de proteçãoambiental da Baía de Guanabara.

Lei 15.810, de 29/10/90 – Implanta o receituário agronômicono Estado do Rio de Janeiro e dispõe sobre o controle docomércio e o uso de agrotóxicos.

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Ambiente das Águas

Page 173: Ambiente das Águas

Lei 1.331, de 12/07/88 – Cria a Área de Proteção Ambientaldo Gericinó-Mendanha, nos municípios do Rio de Janeiro,Nova Iguaçu e Nilópolis.

Lei 1.315, de 07/06/88 – Institui a Política Florestal do Estadodo Rio de Janeiro.

Decreto 11.376, de 02/06/88 – Disciplina as atividades fins doComitê de Defesa do Litoral do Estado do Rio de Janeiro –Codel-RJ.

Decreto 10.793, de 09/02/88 – Regulamenta o FundoEstadual de Conservação Ambiental – Fecam.

Decreto 9.760/87 – Regulamenta a Lei 1.130/87 – Localiza asÁreas de Interesse Especial do Estado e define normaspara loteamentos e desmembramentos a que se refere oartigo 13 da Lei federal 6.766/79.

Lei 1.204, de 07/10/87 – Estabelece normas de proteção à zonacosteira no Estado do Rio de Janeiro.

Lei 1.202, de 07/10/87 – Cria a Fundação Instituto de Pesca doEstado do Rio de Janeiro – Fiperj.

Deliberação Ceca 1.215, de 07/12/87 – Aprova a DZ-1.829 – DiretrizAmbiental para a Extração de Areia em Cursos de Água e FaixaCosteira do Estado do Rio de Janeiro.

Lei 1.204, de 07/10/87 – Institui o Comitê de Defesa do Litoral doEstado do Rio de Janeiro – Codel/RJ.

Deliberação Ceca 1.078, de 25/06/87 – Aprova a DZ 041-R-7, quefixa diretriz para implantação do Estudo de Impacto Ambiental – EIAe do respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA.

Decreto 9.802, de 12/03/87 – Cria a área de Proteção Ambiental deMangaratiba, no Município de Mangaratiba.

Decreto 9.803, de 12/03/87 – Cria a Estação Ecológica do Paraíso,que abrange o Centro de Primatologia da Feema ( 260 ha ), nosmunicípios de Teresópolis, Magé e Cachoeiras de Macacu.

Decreto 9.728, de 06/03/87 – Cria a Reserva Biológica da IlhaGrande.

Decreto 9.529-C, de 15/12/86 – Cria a Área de Proteção Ambientalde Massambaba, nos municípios de Arraial do Cabo, Araruama eSaquarema.

Decreto 9.529-B, de 15/12/86 – Cria a Reserva Ecológica deJacarepiá, no Município de Saquarema.

Decreto 9.529-A, de 15/12/86 – Cria a Reserva Ecológica deMassambaba, no Município de Arraial do Cabo.

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Ambiente das Águas

Page 174: Ambiente das Águas

Decreto 9.542, de 05/12/86 – Cria a Área de Proteção Ambiental deTamoios, no Município de Angra dos Reis.

Deliberação Ceca 1.007, de 04/12/86 – Aprova a Norma Técnica 202e fixa os Critérios e Padrões para Lançamento de EfluentesLíquidos.

Lei 1.071, de 08/11/86 – Cria o Instituto Estadual de Florestas – IEF.

Lei 2.575, de 19/06/86 – Cria o Fundo Estadual de ConservaçãoAmbiental - Fecam.

Deliberação Ceca 804, de 20/02/1986 – Aprova a DZ 104 –Metodologia de Codificação de Bacias Hidrográficas.

Decreto 8.280, de 23/07/85 – Cria a Área de Proteção Ambiental daFloresta de Jacarandá, no Município de Teresópolis.

Decreto 8.536, de 24/10/85 – Altera a composição da ComissãoEstadual de Controle de Agrotóxicos e Biocidas – Cecab.

Lei 855, de 17/07/85 – Dispõe sobre a divulgação, pelo PoderExecutivo, dos dados relativos ao controle da poluição no Estadodo Rio de Janeiro.

Decreto 90.772, de 09/01/85 – Cria a Área de Relevante InteresseEcológico da Floresta da Cicuta, no Município de Volta Redonda.

Lei 801, de 20/11/84 – Dispõe sobre o controle do uso dedefensivos agrícolas, no Estado do Rio de Janeiro.

Lei 7.666, de 23/10/84 – Cria a Comissão Estadual deControle de Agrotóxicos e Biocidas – Cecab.

Decreto 7.230, de 23/04/84 – Cria a Área de ProteçãoAmbiental de Maricá, no Município de Maricá.

Lei 650, de 11/01/ 83 – Dispõe sobre a Política Estadual deDefesa e Proteção das Bacias Fluviais e Lacustres doEstado do Rio de Janeiro e define critérios para adelimitação da Faixa Marginal de Proteção ( FMP ).

Decreto 2.330, de 8/01/79 – Estabelece a Faixa Marginal deProteção ( FMP ) ao instituir o Sistema de Proteção das

Lagoas e Cursos de Água do Estado do Rio de Janeiro –Siprol.

Decreto 1.911, de 22/06/78 – Cria a Reserva Florestal do Grajaú, noMunicípio do Rio de Janeiro.

Resolução Sosp 20, de 31/07/75 – Aprova o Regimento Interno daFeema.

Decreto-lei l.633, de 21/12/77 – Regulamenta, em parte, o Decreto-lei 134, de 16/06/75, e institui o Sistema de Licenciamento deAtividades Poluidoras – SLAP.

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Ambiente das Águas

Page 175: Ambiente das Águas

Normas federais

Decreto-lei 134, de 16/05/75 – Dispõe sobre a prevenção e ocontrole da poluição do meio ambiente, no Estado do Rio deJaneiro.

Resolução Sosp 13, de 23/06/75 – Aprova o Regimento Interno daCeca.

Decreto-lei 134, de 16/06/75 – Dispõe sobre a prevenção e ocontrole da poluição do meio ambiente, no Estado do Rio deJaneiro.

Decreto-lei 39, de 24/03/75 – Dispõe sobre a criação da Feema ede outras entidades da administração indireta.

Decreto-E 7.549, de 20/11/74 – Cria a Reserva Biológica eArqueológica de Guaratiba, no Município do Rio de Janeiro.

Lei 2.377, de 28/06/74 – Cria o Parque Estadual da Pedra Branca,no Município do Rio de Janeiro.

Decreto-Lei 15.273, de 28/06/71 – Cria o Parque Estadual da IlhaGrande, no Município de Angra dos Reis.

Decreto-Lei 250, de 13/04/70 – Cria o Parque Estadual doDesengano, ocupando parte dos municípios de Campos, SãoFidélis e Santa Maria Madalena.

Decreto-Lei 131, de 24/10/69 – Cria o Parque Estadual dasNascentes dos rios São João e Macaé, a Reserva Biológica doPau Brasil e as Florestas Estaduais de Paraty e Santa MariaMadalena

Decreto E-2.853, de 22/05/69 –Cria o Parque Estadual Aldir deCastro Dantas – “Chacrinha”, no Município do Rio de Janeiro.

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Ambiente das Águas

Lei 9.984, de 17/07/00 – Cria a Agência Nacional de Águas– ANA.

Lei 9.966, de 28/04/00 – Pune com multa de R$ 50milhões navios e empresas que lançarem nas águas óleoe outras substâncias nocivas ao meio ambiente.

Lei 9.985/00, de 18/06/00 – Cria o Sistema Nacional deUnidades de Conservação – SNUC.

Decreto 3.179, de 21/09/99 – Regulamenta a Lei 9.605, de12/02/98 ( Crimes Ambientais ), ao dispor sobre aespecificação das sanções aplicáveis às condutas eatividades lesivas ao meio ambiente.

Page 176: Ambiente das Águas

MP 1.795, de 1º/01/99 – Altera a denominação do Proágua, divididoem Proágua do Semi-Árido e Proágua da Região Sudeste.

MP 1.794, de 1º/01/99 – Cria a Comissão de Coordenação dasAtividades de Meteorologia, Climatologia e Hidrologia – CMCH.

Decreto 2.869, dezembro/98 – Regulamenta o uso das águaspúblicas para exploração de aqüicultura.

Decreto 2.612, de 03/06/98 – Regulamenta a Lei 9.433, de 8 dejaneiro de 1977, no que se refere ao Conselho Nacional deRecursos Hídricos.

Decreto S/Nº, de 29/04/98 – Cria o Parque Nacional da Restinga deJurubatiba, nos municípios de Macaé, Quissamã e Carapebus.

Lei 9.605, de 12/02/98 – Define os crimes ambientais contra anatureza. Disciplina a pesca em geral ( peixes, crustáceos,moluscos e vegetais hidróbios ). Dispõe sobre sanções penais eadministrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meioambiente.

Lei 9.433, de 08/01/97 – Instituiu a Política Nacional deRecursos Hídricos e cria o Sistema Nacional deGerenciamento de Recursos Hídricos. Institui os Comitêsde Bacias Hidrográficas.

Decreto S/Nº, de 03/01/97 – Cria a Reserva Extrativista deArraial do Cabo, no Município de Arraial do Cabo.

Resolução Conama 237/97 – Revoga os artigos 3º e 7º daResolução Conama 001/86 e detalha diversosprocedimentos referentes ao licenciamento ambiental.

Lei 9.427, de 26/12/96 – Institui a Agência Nacional deÁguas e Energia Elétrica – Aneel.

Decreto 1.842, de 22/03/96 – Institui o Comitê para Integração daBacia do Rio Paraíba do Sul – Ceivap.

Decreto 1.695, de 13/11/95 – Institui o Sistema Nacional deInformações da Pesca e Aqüicultura – Sinpesc.

Decreto 1.203, de 28 de julho de 1994 – Fixa normas para a pescaempresarial ou industrial.

Decreto 98.914/90 – Cria a Reserva Particular do Patrimônio Natural– RPPN.

Resolução 01/90, de 21/12/90 – Regulamenta o Plano Nacional deGerenciamento Costeiro – PNGC ( Lei 7.661, de 16/05/88 ).

Lei 8.171. de 17/01/91 ( Lei Agrícola ) – Define os objetivos ecompetências inerentes ao setor pesqueiro.

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Ambiente das Águas

Page 177: Ambiente das Águas

Decreto 99.274/90 – Regulamenta a Lei 6.938, de 31/08/81,definindo florestas e outras formas de vegetação permanente comoreservas ecológicas.

Resolução Conama 009/90 – Estabelece o procedimento paralicenciamento de atividade de extração mineral.

Lei 99.540, de 21/09/90 – Institui a Comissão Coordenadora doZoneamento Ecológico-Econômico do Território Nacional.

Decreto 98.864, de 23/01/90 – Cria a Estação Ecológica deTamoios, nos municípios de Angra dos Reis e Paraty.

Portaria Ibama 1.583, de 21/12/89 – Fixa normas para a pescaamadora, com a finalidade de lazer ou desporto, sem finalidadecomercial, praticada por brasileiros e estrangeiros.

Resolução Conama 11, de 14/07/89 – Cria a Área de RelevanteInteresse Ecológico do Arquipélago das Cagarras, no Município doRio de Janeiro.

Lei 7.802, de 11/07/89 – Aprova normas sobre agrotóxicos.

Lei 7.797, de 10/07/89 – Cria o Fundo Nacional de Meio Ambiente –FNMA para dar apoio financeiro a iniciativas que visem o usoracional dos recursos naturais.

Decreto 97.780, de 23/05/89 – Cria a Reserva Biológica de Tinguá,nos municípios de Miguel Pereira, Duque de Caxias, Nova Iguaçu ePetrópolis.

Decreto 97.717, de 05/05/89 – Cria a Reserva Ecológica deAlcobaça, no Município de Petrópolis.

Lei 7.754, de 14/04/89 – Estabelece medidas para proteção dasflorestas estabelecidas nas nascentes dos rios.

Decreto 97.507, de 1989 – Dispõe sobre o licenciamentodas atividades individuais e coletivas que realizam extraçãomineral.

Decreto 97.632, de 1989 – Regulamenta a Lei 6.938, de1981, que dispõe sobre a recuperação de áreasdegradadas pela atividade minerária.

Termo de Comodato Nº 7, de 08/03/88 ( Light/Sema ) – Cria aEstação Ecológica de Piraí, no Município de Piraí.

Lei 7.661, de 16/05/88 – Institui o Plano Nacional deGerenciamento Costeiro – PNGC.

Lei 7.679, de 13 /11/88 – Estabelece o período de defeso,meses do ano em que é proibida a pesca e captura dedeterminadas espécies.

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Resolução Conama 005/88 – Sujeita ao licenciamento as obras desaneamento para as quais seja possível identificar modificaçõesambientais significativas segundo critérios e padrões do órgão

ambiental estadual competente.

Resolução Conama 001/88 – Estabelece os critérios e osprocedimentos básicos para implantação do CadastroTécnico Federal de Atividades e Instrumentos de DefesaAmbiental.

Resolução Conama 009/87 – Regulamenta, a nível federal, arealização de audiência pública nos projetos submetidos àavaliação de impactos ambientais.

Decreto 93.369, de 08/10/86 – Cria a Floresta Nacional MárioXavier, no Município de Itaguaí.

Resolução Conama 20, de 18/06/86 – Estabelece osprocedimentos para o enquadramento dos corpos de água a

partir de nove classes distintas, como doces, salobras, salinas e osrespectivos padrões de qualidade, segundo os usospreponderantes específicos.

Resolução Conama 011/86 – Altera o inciso XVI e acrescenta oinciso XVII ao artigo 2º da Resolução Conama 001/86.

Resolução Conama 006/86 – Aprova os modelos de publicação depedidos de licenciamento em qualquer de suas modalidades, suarenovação e a respectiva concessão e aprova os novos modelospara publicação de licenças.

Resolução Conama 001/86 – Estabelece as definições, asresponsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais parauso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental comoinstrumento da Política Nacional de Meio Ambiente e vincula olicenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente eelaboração de EIA/RIMA.

Decreto 91.304, de 03/06/85 – Cria a Área de Proteção Ambiental daSerra da Mantiqueira, em parte nos municípios de Itatiaia eResende, no Estado do Rio de Janeiro, e em parte nos Estados deSão Paulo e Minas Gerais.

Decreto 89.336/84 – Define e amplia, junto com a ResoluçãoConama 004/85, o conceito da Lei 6.938/81 acerca da políticanacional do meio ambiente, em especial quanto a vegetação depreservação permanente ( reservas ecológicas ).

Resolução Conama 005/85 – Define e delimita as reservasecológicas marginais de rios.

Decreto 90.797, de 09/01/85 – Cria a Área de Relevante InteresseEcológico da Floresta da Cicuta, nos municípios de Barra Mansa eVolta Redonda.

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Decreto 83.540, de 04/06/79 – Regulamenta a aplicação daConvenção Internacional sobre Responsabilidade Civil em DanosCausados por Poluição por Óleo, de 1969.

Lei 6.662, de 25/06/79 –Dispõe sobre a Política Nacional de Irrigação.

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Decreto 90.225, de 25/09/84 – Cria a Área de Proteção Ambiental -APA de Guapimirim, nos municípios de Itaboraí, Magé, SãoGonçalo e Guapimirim.

Portaria 125, de 17/08/84, do extinto DNAEE – Estabelece normas eparâmetros sobre a manutenção de vazões nos trechos de rios, ajusante de barragens, entre outros.

Decreto 89.496, de 29/03/84 – Regulamenta a Lei 6.662, de 25/06/79, que dispõe sobre a Política Nacional de Irrigação.

Decreto 89.242, de 27/12/83 – Cria a Área de Proteção Ambientalde Cairuçu no Município de Paraty.

Decreto 88.351, de 01/06/83 – Regulamenta a Lei 6.938 e a Lei6.902, de 27/04/81, que dispõem sobre a criação das EstaçõesEcológicas e Áreas de Proteção Ambiental.

Portaria Minter 157, de 26/10/82 – Define padrões, critérios ediretrizes para os efluentes líquidos contendo substâncias nãodegradáveis, de alto grau de toxidade, com o objetivo desalvaguardar a saúde, a segurança e o bem-estar das populaçõesque utilizam as águas do rio Paraíba do Sul como manancial deabastecimento.

Decreto 87.561, de 13/09/82 – Dispõe sobre as medidas derecuperação e proteção ambiental da Bacia Hidrográfica do RioParaíba do Sul.

Lei 6.938, de 31/08/81 – Dispõe sobre a Política Nacional do MeioAmbiente, definindo florestas e outras formas de vegetaçãopermanente como reservas ecológicas. Cria o Sistema Nacional deMeio Ambiente ( Sisnama ) e fixa competências do ConselhoNacional do Meio Ambiente ( Conama ).

Decreto 84.973, de 29/07/80 – Cria a EstaçãoEcológica de Tamoios,nos municípios de Angrados Reis e Paraty.

Lei 6.766/79 – Trata doparcelamento do solo edefine como nãoedificante e depreservação permanenteuma faixa de 15 metrospara cada margem de rio.

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Decreto-lei 1.561, de 13/07/77 – Dispõe sobre a ocupação deterrenos da União.

Lei 9.433, de 8/02/7 – Institui o Conselho Nacional de RecursosHídricos.

Portaria Sudepe 001, de 04/01/77 – Estabelece medidas deproteção à ictiofauna, paralelamente a obras que alterem ascaracterísticas naturais das correntes fluviais.

Decreto-lei 1.413, de 14/08/75 – Dispõe sobre o controle depoluição do meio ambiente provocada por atividades industriais.

Decreto 73.791, de 11/03/74 – Cria a Reserva Biológica de Poçodas Antas – Rebio, em Silva Jardim.

Decreto 68.172, de 04/02/71 – Cria o Parque Nacional daSerra da Bocaina, em parte nos municípios de Paraty, Angrados Reis, no Estado do Rio de Janeiro, e no Estado deSão Paulo.

Lei 3.824, de 23/11/69 – Disciplina a destoca e conseqüentelimpeza das bacias de acumulação de açudes, represas elagoas artificiais.

Lei 5.197/67 ( Lei de Proteção à Fauna ) – Dispõe sobre oscriadouros naturais da fauna, sendo as lagoas, as lagunas,os brejos e os alagadiços marginais, reconhecidos comocriadouros de peixes e sua proteção, assim como as praiasfluviais e lacustres são locais de nidificação de cágados eaves.

Decreto-lei 221, de 28/02/67 – Menciona a captura comomeio de vida e comércio. Disciplina a pesca desportiva e com finsde pesquisa científica.

Decreto lei 227, de 28/02/67 – Institui o Código de Mineração edisciplina o controle do sistema de concessão mineral no Brasil.

Lei 4.771/65 ( Código Florestal ) – Declara como de preservaçãopermanente as florestas e demais formas de vegetação situadasao longo dos rios, ou de qualquer curso d’água, desde o seunível mais alto, em faixa marginal, respeitadas as largurasmínimas.

Decreto 50.923, de 06/07/61 – Cria o Parque Nacional da Tijuca, noMunicípio do Rio de Janeiro.

Decreto Lei 9.760, de 5/09/46 – Define “terrenos marginais”/marinha os que, banhados pelas correntes navegáveis, fora doalcance das marés, vão até a distância de 15 metros para aparte da terra, contados desde a linha média das enchentesordinárias.

Decreto Lei 5.666, de 15/07/43 – Declara os terrenos de marinha eseus acrescidos como bens da União.

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Decreto Lei 3.483, de 17/07/41 – Esclarece e amplia o Decreto Lei2.490, de 16/08/40 ( menciona os terrenos de marinha e seusacrescidos como bens da União ).

Decreto Lei 2.490, de 16/08/40 – Define os terrenos demarinha e seus acrescidos como bens da União.

Decreto 1.822, de 30/11/39 – Cria o Parque Nacional da Serrados Órgãos, nos municípios de Magé, Teresópolis,Petrópolis e Guapimirim.

Decreto Lei, de 11/11/38 – Mantém com modificações oDecreto 24.643, de 10/07/34 ( Código de Águas ).

Decreto 1.713, de 14/06/37 – Cria o Parque Nacional deItatiaia, em parte nos municípios de Itatiaia e Resende, noEstado do Rio de Janeiro, e em parte no Estado de MinasGerais.

Decreto 24.643, de 10/07/34 ( Código de Águas ) – Fixa,entre outras normas, critérios para a demarcação das faixasmarginais de proteção de rios, lagoas e lagunas.

Lei Imperial 1.507, de 26/09/1897 – Define terrenos reservados,como as faixas de terras particulares, marginais aos rios, às lagoas,lagunas e aos canais públicos, na largura de 15 metros, oneradascomo servidão de trânsito. Esta lei foi revigorada pelos Arts. 11, 12e 14 do Decreto 24.643, de 10/07/34 ( Código de Águas ).

Aviso Imperial, de 12/07/1833 – Especifica pela primeira vez osterrenos de marinha.

LEI 3.239, de 02 de agosto de 1999

Anexos

Institui a Política Estadual de RecursosHídricos; cria o Sistema Estadual deGerenciamento de Recursos Hídricos;regulamenta a Constituição Estadual,em seu artigo 261, parágrafo 1º, incisoVII; e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio deJaneiro decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

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TÍTULO IDA POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS

CAPÍTULO IDOS PRINCÍPIOS DA POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOSHÍDRICOS

CAPÍTULO IIDOS OBJETIVOS DA POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOSHÍDRICOS

Art. 1º - A água é um recurso essencial à vida, de disponibilidadelimitada, dotada de valores econômico, social e ecológico, que,como bem de domínio público, terá sua gestão definida através daPolítica Estadual de Recursos Hídricos, nos termos desta Lei.

§ 1º - A água é aqui considerada em toda a unidade do ciclohidrológico, que compreende as fases aérea, superficial esubterrânea.

§ 2º - A bacia ou região hidrográfica constitui a unidade básica degerenciamento dos recursos hídricos.

Art. 2º - A Política Estadual de Recursos Hídricos baseia-se nosseguintes fundamentos:

I - VETADO

II - da descentralização, com a participação do Poder Público, dosusuários, da comunidade e da sociedade civil;

III - do acesso à água como direito de todos, desde que nãocomprometa os ecossistemas aquáticos, os aqüíferos e adisponibilidade e qualidade hídricas para abastecimento humano,de acordo com padrões estabelecidos; e

IV - de, em situações de escassez, o uso prioritário dos recursoshídricos ser o consumo humano e a dessedentação de animais.

Art. 3º - A Política Estadual de Recursos Hídricos tem por objetivopromover a harmonização entre os múltiplos e competitivos usosda água, e a limitada e aleatória disponibilidade, temporal eespacial, da mesma, de modo a:

I - garantir, à atual e às futuras gerações, a necessáriadisponibilidade dos recursos naturais, em padrões de qualidadeadequados aos respectivos usos;

II - assegurar o prioritário abastecimento da população humana;

III - promover a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos

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críticos, de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dosrecursos naturais;

IV - promover a articulação entre União, Estados vizinhos,Municípios, usuários e sociedade civil organizada, visando àintegração de esforços para soluções regionais de proteção,conservação e recuperação dos corpos de água;

V - buscar a recuperação e preservação dos ecossistemasaquáticos e a conservação da biodiversidade dos mesmos; e

VI - promover a despoluição dos corpos hídricos e aqüíferos.

CAPÍTULO IIIDAS DIRETRIZES DA POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOSHÍDRICOS

Art. 4º - São diretrizes da Política Estadual de Recursos Hídricos:

I - a descentralização da ação do Estado, por regiões e baciashidrográficas;

II - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociaçãodos aspectos de quantidade e qualidade, e das característicasecológicas dos ecossistemas;

III - a adequação da gestão dos recursos hídricos às diversidadesfísicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais, dasdiversas regiões do Estado;

IV - a integração e harmonização, entre si, da política relativa aosrecursos hídricos, com as de preservação e conservaçãoambientais, controle ambiental, recuperação de áreas degradadas emeteorologia;

V - articulação do planejamento do uso e preservação dos recursoshídricos com os congêneres nacional e municipais;

VI - a consideração, na gestão dos recursos hídricos, dosplanejamentos regional, estadual e municipais, e dos usuários;

VII - o controle das cheias, a prevenção das inundações, adrenagem e a correta utilização das várzeas;

VIII - a proteção das áreas de recarga dos aqüíferos, contrapoluição e superexploração;

IX - o controle da extração mineral nos corpos hídricos enascentes, inclusive pelo estabelecimento de áreas sujeitas arestrições de uso;

X - o zoneamento das áreas inundáveis;183

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XI - a prevenção da erosão do solo, nas áreas urbanas e rurais,com vistas à proteção contra o assoreamento dos corpos de água;

XII - a consideração de toda a extensão do aqüífero, no caso deestudos para utilização de águas subterrâneas;

XIII - a utilização adequada das terras marginais aos rios, lagoas elagunas estaduais, e a articulação, com a União, para promover ademarcação das correspondentes áreas marginais federais e dosterrenos de marinha;

XIV - a consideração, como continuidade da unidade territorial degestão, do respectivo sistema estuarino e a zona costeira próxima,bem como, a faixa de areia entre as lagoas e o mar;

XV - a ampla publicidade das informações sobre recursos hídricos;e

XVI - a formação da consciência da necessidade de preservaçãodos recursos hídricos, através de ações de educação ambiental,com monitoramento nas bacias hidrográficas.

CAPÍTULO IVDOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOSHÍDRICOS

Art. 5º - São instrumentos da Política Estadual de RecursosHídricos, os seguintes institutos:

I - o Plano Estadual de Recursos Hídricos ( PERHI );

II - o Programa Estadual de Conservação e Revitalização deRecursos Hídricos ( Prohidro );

III - os Planos de Bacia Hidrográfica ( PBH’S );

IV - o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo osusos preponderantes dos mesmos;

V - a outorga do direito de uso dos recursos hídricos;

VI - a cobrança aos usuários, pelo uso dos recursos hídricos; e

VII - o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos( SEIRHI ).

SEÇÃO IDO PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 6º - O Plano Estadual de Recursos Hídricos ( PERHI ) constitui-se num diploma diretor, visando fundamentar e orientar a formulação

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e a implementação da Política Estadual de Recursos Hídricos, e ogerenciamento dos mesmos.

Art. 7º - O Plano Estadual de Recursos Hídricos ( PERHI ) é deprazo e horizonte de planejamento compatíveis com o período deimplantação de seus programas e projetos.

§ 1º - O PERHI caracteriza-se como uma diretriz geral de ação eserá organizado a partir dos planejamentos elaborados para asbacias hidrográficas, mediante compatibilizações e priorizaçõesdos mesmos.

§ 2º - A Lei que instituir o Plano Plurianual, na forma constitucional,levará em consideração o PERHI.

Art. 8º - O Plano Estadual de Recursos Hídricos ( PERHI ) seráatualizado no máximo a cada 4 (quatro) anos, contemplando osinteresses e necessidades das bacias hidrográficas econsiderando as normas relativas à proteção do meio ambiente, aodesenvolvimento do Estado e à Política Estadual de RecursosHídricos.

Parágrafo Único - O PERHI contemplará as propostas dos Comitêsde Bacia Hidrográfica ( CBH’s ), os estudos realizados porinstituições de pesquisa, pela sociedade civil organizada e pelainiciativa privada, e os documentos públicos que possam contribuirpara sua elaboração.

Art. 9º - Constarão do Plano Estadual de Recursos Hídricos( PERHI ), entre outros:

I - as características sócio-econômicas e ambientais das baciashidrográficas e zonas estuarinas;

II - as metas de curto, médio e longo prazos, para atingir índicesprogressivos de melhoria da qualidade, racionalização do uso,proteção, recuperação e despoluição dos recursos hídricos;.

III - as medidas a serem tomadas, programas a desenvolver eprojetos a implantar, para o atendimento das metas previstas;

IV - as prioridades para outorga de direitos de uso de recursoshídricos;

V - as diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursoshídricos;

VI - as propostas para a criação de áreas sujeitas à restrição deuso, com vistas à proteção dos recursos hídricos;

VII - as diretrizes e os critérios para a participação financeira doEstado, no fomento aos programas relativos aos recursos hídricos

VIII - as diretrizes para as questões relativas às transposições debacias;

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IX - os programas de desenvolvimentos institucional, tecnológico egerencial, e capacitação profissional e de comunicação social, nocampo dos recursos hídricos;

X - as regras suplementares de defesa ambiental, na exploraçãomineral, em rios, lagoas, lagunas, aqüíferos e águas subterrâneas; e

XI - as diretrizes para a proteção das áreas marginais de rios,lagoas, lagunas e demais corpos de água.

Parágrafo Único - Do PERHI, deverá constar a avaliação documprimento dos programas preventivos, corretivos e derecuperação ambiental, assim como das metas de curto, médio elongo prazos.

Art. 10 - Para fins de gestão dos recursos hídricos, o território doEstado do Rio de Janeiro fica dividido em Regiões Hidrográficas( RH’s ), conforme regulamentação.

SEÇÃO IIDO PROGRAMA ESTADUAL DE CONSERVAÇÃO EREVITALIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 11 - Fica criado o Programa Estadual de Conservação eRevitalização de Recursos Hídricos ( Prohidro ), como instrumentode organização da ação governamental, visando à concretizaçãodos objetivos pretendidos pela Política Estadual de RecursosHídricos, mensurados por metas estabelecidas no Plano Estadualde Recursos Hídricos ( PERHI ) e no Plano Plurianual.

§ 1º - O objetivo do Prohidro é proporcionar a revitalização, quandonecessária, e a conservação, onde possível, dos recursos hídricos,como um todo, sob a ótica do ciclo hidrológico, através do manejodos elementos dos meios físico e biótico, tendo a baciahidrográfica como unidade de planejamento e trabalho.

§ 2º - O Prohidro integra a função governamental de GestãoAmbiental, a qual, como maior nível de agregação dascompetências do setor público, subentende as áreas de:Preservação e Conservação Ambientais; Controle Ambiental;Recuperação de Áreas Degradadas; Meteorologia; e RecursosHídricos.

SEÇÃO IIIDOS PLANOS DE BACIA HIDROGRÁFICA

Art. 12 - Os Planos de Bacia Hidrográfica ( PBH’s ) atenderão, nosrespectivos âmbitos, às diretrizes da Política Estadual de RecursosHídricos, e servirão de base à elaboração do Plano Estadual deRecursos Hídricos ( PERHI ).

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Art. 13 - Serão elementos constitutivos dos Planos de BaciaHidrográfica ( PBH’s ):

I - as caracterizações sócio-econômica e ambiental da bacia e dazona estuarina;

II - a análise de alternativas do crescimento demográfico, deevolução das atividades produtivas e de modificações dos padrõesde ocupação do solo;

III - os diagnósticos dos recursos hídricos e dos ecossistemasaquáticos e aqüíferos;

IV - o cadastro de usuários, inclusive de poços tubulares;

V - o diagnóstico institucional dos Municípios e de suascapacidades econômico-financeiras;

VI - a avaliação econômico-financeira dos setores de saneamentobásico e de resíduos sólidos urbanos;

VII - as projeções de demanda e de disponibilidade de água, emdistintos cenários de planejamento;

VIII - o balanço hídrico global e de cada sub-bacia;

IX - os objetivos de qualidade a serem alcançados em horizontesde planejamento não-inferiores aos estabelecidos no PlanoEstadual de Recursos Hídricos ( PERHI );

X - a análise das alternativas de tratamento de efluentes paraatendimento de objetivos de qualidade da água;

XI - os programas das intervenções, estruturais ou não, comestimativas de custo; e

XII - os esquemas de financiamentos dos programas referidos noinciso anterior, através de:

a) simulação da aplicação do princípio usuário-poluidor-pagador,para estimar os recursos potencialmente arrecadáveis na bacia;b) rateio dos investimentos de interesse comum; ec) previsão dos recursos complementares alocados pelosorçamentos públicos e privados, na bacia.

Parágrafo Único - Todos os Planos de Bacia Hidrográfica (PBH’s)deverão estabelecer as vazões mínimas a serem garantidas emdiversas seções e estirões dos rios, capazes de assegurar amanutenção da biodiversidade aquática e ribeirinha, em qualquerfase do regime.

Art. 14 - Como parte integrante dos Planos de Bacia Hidrográfica( PBH’s ), deverão ser produzidos Planos de Manejo de UsosMúltiplos de Lagoa ou Laguna ( PMUL’s ), quando da existênciadessas.

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Art. 15 - Os Planos de Manejo de Usos Múltiplos de Lagoa ouLaguna ( PMUL’s ) terão por finalidade a proteção e recuperaçãodas mesmas, bem como, a normatização do uso múltiplo e daocupação de seus entornos, devendo apresentar o seguinteconteúdo mínimo:

I - diagnóstico ambiental da lagoa ou laguna e respectiva orla;

II - definição dos usos múltiplos permitidos;

III - zoneamento do espelho d’água e da orla, com definição deregras de uso em cada zona;

IV - delimitação da orla e da Faixa Marginal de Proteção ( FMP );

V - programas setoriais;

VI - modelo da estrutura de gestão, integrada ao Comitê da BaciaHidrográfica ( CBH ); e

VII - fixação da depleção máxima do espelho superficial, em funçãoda utilização da água.

SEÇÃO IVDO ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM CLASSES

Art. 16 - O enquadramento dos corpos de água em classes, combase na legislação ambiental, segundo os usos preponderantesdos mesmos, visa a:

I - assegurar às águas qualidade compatível com os usosprioritários a que forem destinadas;

II - diminuir os custos de combate à poluição das águas, medianteações preventivas permanentes; e

III - estabelecer as metas de qualidade da água, a serem atingidas.

Art. 17 - Os enquadramentos dos corpos de água, nas respectivasclasses de uso, serão feitos, na forma da lei, pelos Comitês deBacia Hidrográfica (CBH’s) e homologados pelo Conselho Estadualde Recursos Hídricos (CERHI), após avaliação técnica pelo órgãocompetente do Poder Executivo.

SEÇÃO VDA OUTORGA DO DIREITO DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 18 - As águas de domínio do Estado, superficiais ousubterrâneas, somente poderão ser objeto de uso após outorgapelo poder público.

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Art.19 - O regime de outorga do direito de uso de recursoshídricos tem como objetivo controlar o uso, garantindo a todos osusuários o acesso à água, visando o uso múltiplo e a preservaçãodas espécies da fauna e flora endêmicas ou em perigo deextinção.

Parágrafo Único - As vazões mínimas estabelecidas pelo Plano deBacia Hidrográfica ( PBH ), para as diversas seções e estirões dorio, deverão ser consideradas para efeito de outorga.

Art. 20 - VETADO

Art. 21 - VETADO

Art. 22 - Estão sujeitos à outorga os seguintes usos de recursoshídricos:

I - derivação ou captação de parcela da água existente em umcorpo de água, para consumo;

II - extração de água de aqüífero;

III - lançamento, em corpo de água, de esgotos e demais resíduoslíquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição,transporte ou disposição final;

IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; e

V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidadeda água existente em um corpo hídrico.

§ 1º - Independem de outorga pelo poder público, conforme a serdefinido pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos ( CERHI ), ouso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades depequenos núcleos populacionais, ou o de caráterindividual, para atender às necessidades básicas da vida,distribuídos no meio rural ou urbano, e as derivações, captações,lançamentos e acumulações da água em volumes consideradosinsignificantes.

§ 2º - A outorga para fins industriais somente será concedida se acaptação em cursos de água se fizer a jusante do ponto delançamento dos efluentes líquidos da própria instalação, na forma daConstituição Estadual, em seu artigo 261, parágrafo 4º.

§ 3º - A outorga e a utilização de recursos hídricos, para fins degeração de energia elétrica, obedecerão ao determinado no PlanoEstadual de Recursos Hídricos ( PERHI ) e no Plano de BaciaHidrográfica ( PBH ).

Art. 23 - Toda outorga estará condicionada às prioridades de usoestabelecidas no Plano de Bacia Hidrográfica ( PBH ) e respeitaráa classe em que o corpo de água estiver enquadrado, aconservação da biodiversidade aquática e ribeirinha, e, quando ocaso, a manutenção de condições adequadas ao transporteaquaviário.

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Art. 24 - A outorga poderá ser suspensa, parcial ou totalmente, ourevogada, em uma ou mais das seguintes circunstâncias:

I - não cumprimento, pelo outorgado, dos termos da outorga;

II - ausência de uso por 3 ( três ) anos consecutivos;

III - necessidade premente de água para atender a situações decalamidade, inclusive as decorrentes de condições climáticasadversas;

IV - necessidade de prevenir ou reverter significativa degradaçãoambiental;

V - necessidade de atender aos usos prioritários de interessecoletivo; ou

VI - comprometimento do ecossistema aquático ou do aqüífero.

Art. 25 - A outorga far-se-á por prazo não excedente a 35 ( trinta ecinco ) anos, renovável, obedecidos o disposto nesta Lei e oscritérios estabelecidos no Plano Estadual de Recursos Hídricos( PEHRI ) e no respectivo Plano de Bacia Hidrográfica ( PBH ).

Art. 26 - A outorga não implica em alienação parcial das águas, quesão inalienáveis, mas no simples direito de seu uso, nem conferedelegação de poder público, ao titular.

SEÇÃO VIDA COBRANÇA PELO USO DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 27 - A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva:

I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário umaindicação de seu real valor;

II - incentivar a racionalização do uso da água; e

III - obter recursos financeiros para o financiamento dos programase intervenções contemplados nos Planos de Bacia Hidrográfica( PBH’s ).

§ 1º - Serão cobrados, aos usuários, os usos de recursos hídricossujeitos à outorga.

§ 2º - A cobrança pelo uso dos recursos hídricos não exime ousuário, do cumprimento das normas e padrões ambientaisprevistos na legislação, relativos ao controle da poluição das águas.

Art. 28 - Na fixação dos valores a serem cobrados pelo uso derecursos hídricos, devem ser observados, dentre outros, osseguintes aspectos:

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I - nas derivações, captações e extrações de água, o volumeretirado e seu regime de variação; e

II - nos lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ougasosos, o volume lançado e seu regime de variação, e ascaracterísticas físico-químicas, biológicas e de toxidade do efluente;...VETADO...

Art. 29 - VETADO

§ 1º - A forma, periodicidade, processo e demais estipulações decaráteres técnico e administrativo, inerentes à cobrança pelo uso derecursos hídricos, serão estabelecidos no Regulamento desta Lei.

§ 2º - Os débitos decorrentes da cobrança pelo uso dos recursoshídricos, não pagos, em tempo hábil, pelos respectivosresponsáveis, serão inscritos na dívida ativa, conformeRegulamento.

§ 3º - Deverão ser estabelecidos mecanismos de compensação,aos Municípios e a terceiros, que comprovadamente sofreremrestrições de uso dos recursos hídricos, decorrentes de obras deaproveitamento hidráulico de interesse comum ou coletivo, na áreafísica de seus respectivos territórios ou bacias.

SEÇÃO VIIDO SISTEMA ESTADUAL DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOSHÍDRICOS

Art. 30 - O Sistema Estadual de Informações sobre RecursosHídricos ( SEIRHI ), integrado ao congênere federal, objetiva acoleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informaçõessobre recursos hídricos e fatores intervenientes na gestão dosmesmos.

Parágrafo Único - Os dados gerados pelos órgãos integrantes doSEIRHI serão fornecidos ao Sistema Nacional de Informações sobreRecursos Hídricos.

Art. 31 - São princípios básicos para o funcionamento do SistemaEstadual de Informações sobre Recursos Hídricos ( SEIRHI ):

I - a descentralização na obtenção e produção de dados einformações;

II - a coordenação unificada do sistema; e

III - a garantia de acesso aos dados e informações, para toda asociedade.

Art. 32 - São objetivos do Sistema Estadual de Informações sobreRecursos Hídricos ( SEIRHI ):

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Ambiente das Águas

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CAPÍTULO VDA PROTEÇÃO DOS CORPOS DE ÁGUA E DOS AQÜÍFEROS

Art. 33 - As margens e leitos de rio, lagoas e lagunas serãoprotegidos por:

I - Projeto de Alinhamento de Rio ( PAR );

II - Projeto de Alinhamento de Orla de Lagoa ou Laguna ( PAOL );

III - Projeto de Faixa Marginal de Proteção ( FMP );

IV - delimitação da orla e da FMP; e

V - determinação do uso e ocupação permitidos para a FMP.

Art. 34 - O Estado auxiliará a União na proteção das margens doscursos d’água federais e na demarcação dos terrenos de marinha edos acrescidos, nas fozes dos rios e nas margens das lagunas.

Art. 35 - É vedada a instalação de aterros sanitários e depósitosde lixo às margens de rios, lagoas, lagunas, manguezais emananciais, conforme determina o artigo 278 da ConstituiçãoEstadual.

§ 1º - O atendimento ao disposto no “caput” deste artigo não isentao responsável, pelo empreendimento, da obtenção doslicenciamentos ambientais previstos na legislação e documprimento de suas exigências.

§ 2º - Os projetos de disposição de resíduos sólidos e efluentes,de qualquer natureza, no solo, deverão conter a descriçãodetalhada das características hidrogeológicas e da vulnerabilidadedo aqüífero da área, bem como as medidas de proteção a seremimplementadas pelo responsável pelo empreendimento.

Art. 36 - A exploração de aqüíferos deverá observar o princípio davazão sustentável, assegurando, sempre, que o total extraído pelospoços e demais captações nunca exceda a recarga, de modo aevitar o deplecionamento.

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Ambiente das Águas

I - reunir, dar consistência e divulgar os dados e informaçõessobre as situações qualitativa e quantitativa dos recursos hídricosno Estado; bem como, os demais informes relacionados aosmesmos;

II - atualizar permanentemente as informações sobredisponibilidade e demanda de recursos hídricos, em todo oterritório estadual; e

III - fornecer subsídios à elaboração do Plano Estadual deRecursos Hídricos ( PERHI ) e dos diversos Planos de BaciaHidrográfica ( PBH’s ).

Page 193: Ambiente das Águas

Parágrafo Único - Na extração de água subterrânea, nos aqüíferoscosteiros, a vazão sustentável deverá ser aquela capaz de evitara salinização pela intrusão marinha.

Art. 37 - As águas subterrâneas ou de fontes, em função de suascaracterísticas físico-químicas, quando se enquadrarem naclassificação de mineral, estabelecida pelo Código das ÁguasMinerais, terão seu aproveitamento econômico regido pelalegislação federal pertinente e a relativa à saúde pública, e pelasdisposições desta Lei, no que couberem.

Art. 38 - Quando, por interesse da conservação, proteção oumanutenção do equilíbrio natural das águas subterrâneas ou dosserviços públicos de abastecimento, ou por motivos ecológicos,for necessário controlar a captação e o uso, em função daquantidade e qualidade, das mesmas, poderão ser delimitadas asrespectivas áreas de proteção.

Parágrafo Único - As áreas referidas no “caput” deste artigo serãodefinidas por iniciativa do órgão competente do Poder Executivo ,com base em estudos hidrogeológicos e ambientais pertinentes,ouvidas as autoridades municipais e demais organismosinteressados, e as entidades ambientalistas de notória e relevanteatuação.

Art. 39 - Para os fins desta Lei, as áreas de proteção dosaqüíferos classificam-se em:

I - Área de Proteção Máxima ( APM ) , compreendendo, no todoou em parte, zonas de recarga de aqüíferos altamente vulneráveisà poluição e que se constituam em depósitos de águasessenciais para o abastecimento público;

II - Área de Restrição e Controle ( ARC ), caracterizada pelanecessidade de disciplina das extrações, controle máximo dasfontes poluidoras já implantadas e restrição a novas atividadespotencialmente poluidoras; e

III - Área de Proteção de Poços e Outras Captações ( APPOC ),incluindo a distância mínima entre poços e outras captações, e orespectivo perímetro de proteção.

CAPÍTULO VIDA AÇÃO DO PODER PÚBLICO

Art. 40 - Na implantação da Política Estadual de Recursos Hídricos,cabe ao Poder Executivo, na sua esfera de ação e por meio doorganismo competente, entre outras providências:

I - outorgar os direitos de uso de recursos hídricos e regulamentare fiscalizar as suas utilizações;

II - realizar o controle técnico das obras e instalações de oferta193

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Page 194: Ambiente das Águas

hídrica;

III - implantar e gerir o Sistema Estadual de Informações sobreRecursos Hídricos ( SEIRHI );

IV - promover a integração da política de recursos hídricos com asdemais, setoriais, sob égide da ambiental;

V - exercer o poder de polícia relativo à utilização dos recursoshídricos e das Faixas Marginais de Proteção ( FMP’s ) dos cursosd’água;

VI - manter sistema de alerta e assistência à população, para assituações de emergência causadas por eventos hidrológicoscríticos; e

VII - celebrar convênios com outros Estados, relativamente aosaqüíferos também a esses subjacentes e às bacias hidrográficascompartilhadas, objetivando estabelecer normas e critérios quepermitam o uso harmônico e sustentado das águas.

Art. 41 - Na implementação da Política Estadual e RecursosHídricos, cabe aos poderes públicos dos Municípios promover aintegração da mesma com as políticas locais referentes asaneamento básico, uso e ocupação do solo, preservação econservação ambientais, controle ambiental, recuperação de áreasdegradadas e meteorologia; a níveis federal, estadual e municipal.

TÍTULO IIDO SISTEMA ESTADUAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOSHÍDRICOS

CAPÍTULO IDOS OBJETIVOS DO SISTEMA ESTADUAL DE GERENCIAMENTODE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 42 - Fica o Poder Executivo autorizado a instituir o SistemaEstadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SEGRHI), comos seguintes objetivos principais:

I - coordenar a gestão integrada das águas;

II - arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com osrecursos hídricos;

III - implementar a Política Estadual de Recursos Hídricos;

IV - planejar, regular e controlar o uso, a preservação e arecuperação dos recursos hídricos; e

V - promover a cobrança pelo uso dos recursos hídricos.194

Ambiente das Águas

Page 195: Ambiente das Águas

CAPÍTULO IIDA COMPOSIÇÃO DO SISTEMA ESTADUAL DE GERENCIAMENTODE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 43 - Integram o Sistema Estadual de Gerenciamento deRecursos Hídricos ( SEGRHI ), as seguintes instituições:

I - o Conselho Estadual de Recursos Hídricos ( CERHI );

II - o Fundo Estadual de Recursos Hídricos ( FUNDRHI );

III - os Comitês de Bacia Hidrográfica ( CBH’s );

IV - as Agências de Água; e

V - os organismos dos poderes públicos federal, estadual emunicipais cujas competências se relacionem com a gestão dosrecursos hídricos.

SEÇÃO IDO CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 44 - O Conselho Estadual de Recursos Hídricos ( CERHI ),órgão colegiado, com atribuições normativa, consultiva edeliberativa, encarregado de supervisionar e promover aimplementação das diretrizes da Política Estadual de RecursosHídricos, é composto, na forma do Regulamento desta Lei, pelosrepresentantes das seguintes autoridades ou instituições:

I - VETADO

II - VETADO

III - VETADO

IV - VETADO

V - VETADO

Parágrafo Único - VETADO

Art. 45 - Compete ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos( CERHI ):

I - promover a articulação do planejamento estadual de recursoshídricos, com os congêneres nacional, regional e dos setoresusuários;

II - estabelecer critérios gerais a serem observados na criação dosComitês de Bacias Hidrográficas ( CBH’s ) e Agências de Água,bem como na confecção e apresentação dos respectivosRegimentos Internos.

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III - homologar outorgas de uso das águas, delegandocompetência para os procedimentos referentes aos casosconsiderados inexpressivos, conforme Regulamento;

IV - arbitrar, em última instância administrativa, os conflitos existentesentre os CBH’s:

V - deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursoshídricos cujas repercussões não extrapolem o âmbito do Estado;

VI - deliberar sobre as questões que lhe tenham sidoencaminhadas pelos CBH’s;

VII - analisar as propostas de alteração da legislação pertinente arecursos hídricos e à Política Estadual de Recursos Hídricos;

VIII - estabelecer as diretrizes complementares paraimplementação da Política Estadual de Recursos Hídricos, paraaplicação de seus instrumentos e para atuação do Sistema Estadualde Gerenciamento de Recursos Hídricos ( SEGRHI );

IX - aprovar proposta de instituição de CBH, de âmbito estadual, eestabelecer critérios gerais para a elaboração de seus Regimentos;

X - aprovar e acompanhar a execução do Plano Estadual deRecursos Hídricos ( PERHI ) e determinar as providênciasnecessárias ao cumprimento de suas metas;

XI - estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos de usode recursos hídricos e para a cobrança por seu uso, e homologaros feitos encaminhados pelos CBH’s; e

XII - VETADO

Art. 46 - O Conselho Estadual de Recursos Hídricos ( CERHI )disporá de:

I - um Presidente, eleito entre seus integrantes; e

II - um Secretário-Executivo, responsável pelo desenvolvimentodos programas governamentais relativos aos recursos hídricos, dagestão ambiental.

Art. 47 - Fica autorizada a criação do Fundo Estadual de RecursosHídricos ( FUNDRHI ), de natureza e individualização contábeis,vigência ilimitada, destinado a desenvolver os programasgovernamentais de recursos hídricos, da gestão ambiental.

§ 1º - VETADO

§ 2º - O FUNDRHI será constituído por recursos das seguintes fontes:

SEÇÃO IIDO FUNDO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS

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I - receitas originárias da cobrança pelo uso de recursoshídricos, incluindo a aplicação da Taxa de Utilização deRecursos Hídricos, prevista pela Lei Estadual nº 1.803, de 25 demarço de 1991;

II - produto da arrecadação da dívida ativa decorrente dedébitos com a cobrança pelo uso de recursos hídricos;

III - dotações consignadas no Orçamento Geral do Estado e emcréditos adicionais;

IV - dotações consignadas no Orçamento Geral da União e nosdos Municípios, e em seus respectivos créditos adicionais;

V - produtos de operações de crédito e de financiamento,realizadas pelo Estado, em favor do Fundo;

VI - resultado de aplicações financeiras de disponibilidadestemporárias ou transitórias do Fundo;

VII - receitas de convênios, contratos, acordos e ajustesfirmados visando a atender aos objetivos do Fundo;

VIII - contribuições, doações e legados, em favor do Fundo, depessoas físicas ou jurídicas de direito privado ou público,nacionais, estrangeiras ou internacionais;

IX - compensação financeira que o Estado venha a receber emdecorrência dos aproveitamentos hidrelétricos em seu território;

X - parcela correspondente, da cobrança do passivo ambientalreferente aos recursos hídricos; e

XI - quaisquer outras receitas eventuais, vinculadas aosobjetivos do Fundo.

§ 3º - O FUNDRHI reger-se-á pelas normas estabelecidas nestaLei e em seu Regulamento.

Art. 48 - VETADO

Art. 49 - A aplicação dos recursos do Fundo Estadual deRecursos Hídricos ( FUNDRHI ) deverá ser orientada pelo PlanoEstadual de Recursos Hídricos ( PERHI ) e pelo respectivoPlano de Bacia Hidrográfica ( PBH ), e compatibilizada com oPlano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e oOrçamento Anual do Estado, observando-se o seguinte:

I - os valores arrecadados com a cobrança pelo uso derecursos hídricos, inscritos como receita do FUNDRHI, serãoaplicados na região ou na bacia hidrográfica em que foramgerados, e utilizados em:

a) financiamento de estudos, programas, projetos e obrasincluídos nos respectivos PBH’s, inclusive para proteção demananciais ou aqüíferos;

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b) custeio de despesas de operação e expansão da redehidrometeorológica e de monitoramento da qualidade da água, decapacitação de quadros de pessoal em gerenciamento de recursoshídricos e de apoio à instalação de Comitê de Bacia Hidrográfica( CBH ); ou

c) pagamento de perícias realizadas em ações civis públicas oupopulares, cujo objeto seja relacionado à aplicação desta Lei e àcobrança de passivos ambientais, desde que previamente ouvidoo respectivo CBH;

II - as despesas previstas nas alíneas “b” e “c” , do inciso I desteartigo estarão limitadas a 10% ( dez por cento ) do total arrecadado;

III - os recursos do FUNDRHI poderão ser aplicados a fundoperdido, em projetos e obras que alterem a qualidade, quantidadeou regime de vazão de um corpo d’água, quando do interessepúblico e aprovado pelo respectivo CBH; e

IV - o FUNDRHI será organizado mediante subcontas, que permitama gestão autônoma dos recursos financeiros pertinentes a cadaregião ou bacia hidrográfica.

Art. 50 - VETADO

Art. 51 - VETADO

Parágrafo Único - Serão órgãos constituintes da Agência Estadualde Recursos Hídricos do Rio de Janeiro ( AERHI.RJ ):

I - o de deliberação superior, representado pelo Conselho Estadualde Recursos Hídricos ( CERHI ); e

II - o de execução, representado pela Diretoria Executiva.

Art. 52 - Os Comitês de Bacia Hidrográfica ( CBH’s ) são entidadescolegiadas, com atribuições normativa, deliberativa e consultiva,reconhecidos e qualificados por ato do Poder Executivo, medianteproposta do Conselho Estadual de Recursos Hídricos ( CERHI ).

Parágrafo Único - Cada CBH terá, como área de atuação ejurisdição, a seguinte abrangência:

I - a totalidade de uma bacia hidrográfica de curso d’água deprimeira ou segunda ordem; ou

II - um grupo de bacias hidrográficas contíguas.

Art. 53 - Ao Comitê de Bacia Hidrográfica ( CBH ) caberá acoordenação das atividades dos agentes públicos e privados,relacionados aos recursos hídricos e ambientais compatibilizando

SEÇÃO IIIDOS COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA

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Page 199: Ambiente das Águas

as metas e diretrizes do Plano Estadual de Recursos Hídricos( PERHI ), com as peculiaridades de sua área de atuação.

Art. 54 - O Comitê de Bacia Hidrográfica ( CBH ) seráconstituído, na forma do Regulamento desta Lei, porrepresentantes de:

I - os usuários da água e da população interessada, através deentidades legalmente constituídas e com representatividadecomprovada;

II - as entidades da sociedade civil organizada, com atuaçãorelacionada com recursos hídricos e meio ambiente;

III - os poderes públicos dos Municípios situados, no todo ouem parte, na bacia, e dos organismos federais e estaduaisatuantes na região e que estejam relacionados com os recursoshídricos.

§ 1º - VETADO

§ 2º - O CBH será reconhecido pelo Conselho Estadual deRecursos Hídricos ( CERHI ), em função dos critériosestabelecidos por esse, das necessidades da bacia e dacapacidade de articulação de seus membros.

§ 3º - O CBH será dirigido por um Diretório, constituído, na formade seu Regimento, por conselheiros eleitos dentre seus pares.

Art. 55 - Os Comitês de Bacia Hidrográfica ( CBH’s ) têm asseguintes atribuições e competências:

I - propor ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos ( CERHI ),a autorização para constituição da respectiva Agência de Água;

II - aprovar e encaminhar ao CERHI a proposta do Plano deBacia Hidrográfica ( PBH ), para ser referendado;

III - acompanhar a execução do PBH;

IV - aprovar as condições e critérios de rateio dos custos dasobras de uso múltiplo ou de interesse comum ou coletivo, aserem executadas nas bacias hidrográficas;

V - elaborar o relatório anual sobre a situação dos recursoshídricos de sua bacia hidrográfica;

VI - propor o enquadramento dos corpos de água da baciahidrográfica, em classes de uso e conservação, e encaminhá-lopara avaliação técnica e decisão pelo órgão competente;

VII - propor os valores a serem cobrados e aprovar os critériosde cobrança pelo uso da água da bacia hidrográfica,submetendo à homologação do CERHI;

VIII - encaminhar, para efeito de isenção da obrigatoriedade de

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Page 200: Ambiente das Águas

outorga de direito de uso de recursos hídricos, as propostas deacumulações, derivações, captações e lançamentos consideradosinsignificantes ;

IX - aprovar a previsão orçamentária anual da respectiva Agênciade Água e o seu plano de contas;

X - aprovar os programas anuais e plurianuais de investimentos, emserviços e obras de interesse dos recursos hídricos, tendo porbase o respectivo PBH;

XI - ratificar convênios e contratos relacionados aos respectivos PBH’s;

XII - implementar ações conjuntas com o organismo competente doPoder Executivo, visando a definição dos critérios de preservaçãoe uso das faixas marginais de proteção de rios, lagoas e lagunas; e

XIII - dirimir, em primeira instância, eventuais conflitos relativos aouso da água.

Parágrafo Único - Das decisões dos CBH’s caberá recurso aoCERHI.

Art. 56 - As Agências de Água são entidades executivas, compersonalidade jurídica própria, autonomias financeira eadministrativa, instituídas e controladas por um ou mais Comitês deBacia Hidrográfica ( CBH’s ).

Art. 57 - As Agências de Água não terão fins lucrativos, serãoregidas pela Lei Federal nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 e poresta, e organizar-se-ão de acordo com a Lei Federal nº 9.790, de23 de março de 1999, segundo quaisquer das formas admitidas emdireito.

Art. 58 - A qualificação da Agência de Água e conseqüenteautorização de funcionamento, pelo Conselho Estadual deRecursos Hídricos ( CERHI ), ficarão condicionadas ao atendimentodos seguintes requisitos:

I - prévia existência dos respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica(CBH’s); e

II - viabilidade financeira assegurada pela cobrança do uso dosrecursos hídricos, em sua área de atuação, comprovada nosrespectivos Planos de Bacia Hidrográfica ( PBH’s ).

Parágrafo Único - As instituições de pesquisa e universidadespoderão colaborar com as Agências de Água, na prestação deassistência técnica, principalmente no que se refere aodesenvolvimento de novas tecnologias.

SEÇÃO IVDAS AGÊNCIAS DE ÁGUA

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Page 201: Ambiente das Águas

Art. 59 - Compete à Agência de Água, no âmbito de sua área deatuação:

I - manter balanço atualizado da disponibilidade de recursoshídricos;

II - manter o cadastro de usuários de recursos hídricos;

III - efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelouso de recursos hídricos;

IV - analisar e emitir pareceres sobre os projetos e obras a seremfinanciados com recursos gerados pela cobrança do uso dosrecursos hídricos e encaminhá-los à instituição financeiraresponsável pela administração desses recursos;

V - acompanhar a administração financeira dos recursosarrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos;

VI - implementar o Sistema Estadual de Informações sobreRecursos Hídricos ( SEIRHI ), em sua área de atuação;

VII - celebrar convênios e contratar financiamentos e serviços,para desempenho de suas atribuições;

VIII - elaborar a sua proposta orçamentária e submetê-la àapreciação dos respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica( CBH’s );

IX - promover os estudos necessários à gestão dos recursoshídricos;

X - elaborar as propostas dos Planos de Bacia Hidrográfica( PBH’s ), para apreciação pelos respectivos CBH’s; e

XI - propor, aos respectivos CBH’s:

a) o enquadramento dos corpos de água nas classes de uso,para encaminhamento ao Conselho Estadual de RecursosHídricos ( CERHI );

b) os valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos;

c) o plano de aplicação dos valores arrecadados com a cobrançapelo uso de recursos hídricos; e

d) o rateio dos custos das obras de uso múltiplo, de interessecomum ou coletivo.

Parágrafo Único - A Agência de Água poderá celebrar Termo deParceria, conforme disposto na Lei Federal nº 9.790, de 23 demarço de 1999, em seus artigos 9º a 15º, com organismosestatais federais, estaduais ou municipais, destinados à formaçãode vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e aexecução das atividades de interesse dos recursos hídricos.

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CAPÍTULO IIIDAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE DOSRECURSOS HÍDRICOS

Art. 62 - São consideradas, para os efeitos desta Lei, comoOrganizações da Sociedade Civil de Interesse dos RecursosHídricos ( OSCIRHI’s ), as seguintes entidades:

I - consórcios e associações intermunicipais de baciashidrográficas;

II - associações regionais, locais ou setoriais de usuários derecursos hídricos;

III - organizações técnicas e de ensino e pesquisa, voltados aosrecursos hídricos e ambientais;

IV - organizações não-governamentais com objetivo de defesa dosinteresses difusos e coletivos da sociedade; e

V - outras organizações assim reconhecidas pelo ConselhoEstadual de Recursos Hídricos ( CERHI ).

Art. 63 - Poderão ser qualificadas, pelo Conselho Estadual deRecursos Hídricos ( CERHI ), como Organização da Sociedade Civilde Interesse dos Recursos Hídricos ( OSCIRHI ), as pessoasjurídicas de direito privado, não-governamentais, sem fins lucrativose que atendam ao disposto na Lei Federal nº 9.790, de 28 demarço de 1999.

SEÇÃO VDO SECRETARIADO EXECUTIVO DO CONSELHO ESTADUAL DERECURSOS HÍDRICOS

Art. 60 - VETADO

Art. 61 - VETADO

I - gerenciar o Fundo Estadual de Recursos Hídricos ( FUNDRHI );

II - prestar todo o apoio administrativo, técnico e financeiro aoCERHI;

III - coordenar a elaboração do Plano Estadual de RecursosHídricos ( PERHI ) e encaminhá-lo à aprovação do CERHI;

IV - instruir os expedientes provenientes dos Comitês de BaciaHidrográfica ( CBH’s );

V - coordenar o Sistema Estadual de Informações sobre RecursosHídricos ( SEIRHI ); e

VI - elaborar o programa de trabalho e respectiva propostaorçamentária anual, e submetê-los à aprovação do CERHI.

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Page 203: Ambiente das Águas

TÍTULO IIIDAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES

Art. 64 - Considera-se infração a esta Lei, qualquer uma dasseguintes ocorrências:

I - derivar ou utilizar recursos hídricos, independentemente dafinalidade, sem a respectiva outorga de direito de uso;

II - fraudar as medições dos volumes de água utilizados ou declararvalores diferentes dos medidos;

III - descumprir determinações normativas ou atos que visem aaplicação desta Lei e de seu Regulamento;

IV - obstar ou dificultar as ações fiscalizadoras;

V - perfurar poços para extração de água subterrânea ou operá-lossem a devida autorização; e

VI - deixar de reparar os danos causados ao meio ambiente, fauna,bens patrimoniais e saúde pública.

Art. 65 - Sem prejuízo de outras sanções administrativas, cíveis epenais cabíveis, bem como da obrigação de reparação dos danoscausados, as infrações estão sujeitas à aplicação das seguintespenalidades:

I - advertência, por escrito, a ser feita pelo respectivo Comitê deBacia Hidrográfica ( CBH ), na qual poderão ser estabelecidosprazos para correção das irregularidades e aplicação daspenalidades administrativas cabíveis;

II - multa simples ou diária, em valor monetário equivalente a 100( cem ) até 10.000 ( dez mil ) UFIR ou outro índice sucedâneo, a seraplicada pela entidade governamental competente; e/ou

III - cassação da outorga de uso de água, efetivada pela autoridadeque a houver concedido.

Parágrafo Único - Em caso de reincidência, a multa será aplicadaem dobro.

Art. 66 - Da imposição das penalidades previstas nos incisos I e IIdo artigo anterior, caberão recursos administrativos, no prazo de 10( dez ) dias, a contar da data de publicação, conforme dispuser oRegulamento.

Art. 67 - Da cassação da outorga, caberá pedido dereconsideração, a ser apresentado no prazo de 10 ( dez ) dias, acontar da ciência, seja por notificação postal ao infrator de endereçoconhecido, seja pela publicação, nos demais casos, conformedispuser o Regulamento.

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TÍTULO IVDAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

ANTHONY GAROTINHOGovernador

Rio de Janeiro, 02 de agosto de 1999.

Art. 68 - VETADO

Art. 69 - A instituição do Programa Estadual de Conservação eRevitalização de Recursos Hídricos ( Prohidro ) atende aoestabelecido pelo artigo 3º da Portaria nº 117, de 12 de novembrode 1998, do Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento.

Art. 70 - VETADO

Art. 71 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 72 - Revogam-se as disposições em contrário.

Dispõe sobre oConselho Estadual de

Recursos Hídricos edá outras providências.

DECRETO Nº 27.208, de 02 de outubro de 2000

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso desuas atribuições constitucionais e legais, tendo em vista o constanteno Processo nº E-07/500.108/2000 e

CONSIDERANDO os princípios gerais estabelecidos pela LeiFederal nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997, que instituiu a PolíticaNacional de Recursos Hídricos;

CONSIDERANDO o disposto no art. 261, §1º. VII, da ConstituiçãoEstadual;

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CONSIDERANDO os princípios e diretrizes estabelecidos pela LeiEstadual nº 3.239, de 02 de agosto de 1999, que instituiu a PolíticaEstadual de Recursos Hídricos e criou o Sistema Estadual deGerenciamento de Recursos Hídricos;

CONSIDERANDO o disposto no artigo 43 da Lei Estadual 3.239/99,que prevê a criação do Conselho Estadual de Recursos Hídricos –CERHI, como integrante do Sistema Estadual de Gerenciamento deRecursos Hídricos;

CONSIDERANDO o disposto no artigo 44 da Lei Estadual nº 3.239/99, que atribuiu ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos, asupervisão e a promoção da implementação das diretrizes daPolítica Estadual de Recursos Hídricos,

DECRETA:

Art. 1º - Fica instituído, no âmbito da Secretaria de Estadode Saneamento e Recursos Hídricos, o Conselho Estadual deRecursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro – CERHI, órgãocolegiado, com atribuições normativa, consultiva e deliberativa,encarregado de supervisionar e promover a implementação dasdiretrizes da Política Estadual de Recursos Hídricos.

Art. 2º - Compete ao Conselho Estadual de RecursosHídricos:

I - promover a articulação do planejamento estadual derecursos hídricos, com os congêneres nacional, regional e dossetores usuários;

II - promover a integração, no que couber, entre a PolíticaEstadual de Recursos Hídricos com as demais Políticas doGoverno do Estado, em particular com a Política de Meio Ambientee de Gerenciamento Costeiro;

III - estabelecer critérios gerais a serem observados nacriação dos Comitês de Bacia Hidrográfica ( CBH’s ) e Agências deÁgua, bem como na confecção e apresentação dos respectivosRegimentos Internos;

IV - aprovar proposta de constituição de Comitês de BaciasHidrográficas, de âmbito estadual, bem como estabelecer critériosgerais para a elaboração de seus Regimentos Internos;

V - autorizar o funcionamento de Agência de Água propostapelo respectivo Comitê de Bacia, nos termos do art. 58 da Lei nº3.239/99;

VI - estabelecer diretrizes para a elaboração dos Planos deBacia e para o Plano Estadual de Recursos Hídricos;

VII - aprovar e acompanhar a execução do Plano Estadual deRecursos Hídricos ( PERHI ) e determinar as providênciasnecessárias ao cumprimento de suas metas;

Page 206: Ambiente das Águas

VIII - arbitrar, em última instância administrativa, os conflitosexistentes entre os Comitês de Bacias;

IX - deliberar sobre os projetos de aproveitamento derecursos hídricos que tenham repercussão sobre baciashidrográficas de rios;

X - deliberar sobre as questões que lhe tenham sidoencaminhadas pelas Comitês de Bacias;

XI - estabelecer as diretrizes complementares para aimplementação da Política Estadual de Recursos Hídricos, paraaplicação de seus instrumentos e para atuação do Sistema Estadualde Gerenciamento de Recursos Hídricos ( SEGRHI );

XII - estabelecer critérios gerais para a outorga de direitode uso de recursos hídricos e para a cobrança por seu uso;

XIII - incentivar programas de educação ambiental e depesquisa aplicada ao gerenciamento dos recursos hídricos;

XIV - aprovar seu regimento interno que será publicado noDiário Oficial do Poder Executivo.

Art. 3º - O Conselho Estadual de Recursos Hídricos terá aseguinte estrutura:

I - Presidência;

II - Plenário;

III - Câmaras Técnicas;

IV - Secretaria Executiva.

Art. 4º - O Presidente do Conselho Estadual de RecursosHídricos, eleito dentre seus integrantes, será substituído nas suasfaltas e impedimentos pelo Secretário Executivo.

Art. 5º - O Plenário será constituído pelos titulares de cadaum dos seguintes órgãos da Administração Direta e entidade daAdministração Indireta do Estado;

I - Secretaria de Estado de Saneamento e RecursosHídricos;

II - Secretaria de Estado de Meio Ambiente eDesenvolvimento Sustentável;

III - Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento,Pesca e Desenvolvimento do Interior;

IV - Secretaria de Estado de Energia, da Indústria Naval ePetróleo;

V - Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento

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Page 207: Ambiente das Águas

Econômico e Turismo;

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VI - Secretaria de Estado de Educação;

VII - Secretaria de Estado de Saúde;

VIII - Companhia Estadual de Águas e Esgotos – Cedae.

§1º - A procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeirointegrará o Plenário por um representante e respectivo suplente.

§2º - Serão convidados a integrar o Plenário do ConselhoEstadual de Recursos Hídricos:

I - o conjunto de Municípios de cada uma das seguintesRegiões de Planejamento e Ação de Governo do Estado,estabelecidas no Plano de Desenvolvimento Econômico e Socialaprovado pela Lei nº 1.227, de 17.11.87, a serem representadospelo Prefeito de um dos Municípios de cada Região:

a) Região Metropolitana;

b) Região Norte Fluminense;

c) Região Noroeste Fluminense;

d) Região Serrana;

e) Região das Baixadas Litorâneas;

f) Região do Médio Paraíba;

g) Região Centro-Sul Fluminense;

h) Região da Baía de Ilha Grande.

II - a União, por intermédio de um representante doMinistério do Meio Ambiente – MMA, indicado pelo Ministro deMeio Ambiente.

III - quatro Comitês de Bacias Hidrográficas, porintermédio de quatro representantes, sendo um de cada Comitêde Bacia.

IV - os setores de usuários da água relativos asaneamento, indústria, agricultura, pesca profissional, turismo/esporte/lazer, por intermédio, respectivamente, de umrepresentante e suplente das entidades discriminadas:

a) Associação Nacional dos Serviços Municipais deSaneamento – Assemae;

b) Federação das indústrias do Rio de Janeiro – Firjan;

c) Federação dos Trabalhadores de Agricultura doEstado do Rio de Janeiro;

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d) Federação dos Pescadores do Estado do Rio deJaneiro - Feperj;

e) Associação Brasileira da Indústria de Hotéis -Seccional Rio de Janeiro.

V - o setor de usuários da água, relativo à geração deenergia elétrica, será representado por entidade eleita entreseus pares.

VI - a Associação Brasileira de Recursos Hídricos -ABRH, por intermédio de um representante e um suplente;

VII - a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária eAmbiental - ABES, por intermédio de um representante erespectivo suplente;

VIII - a Associação Brasileira de Águas Subterrâneas -ABAS, por intermédio de um representante e respectivosuplente;

IX - uma Universidade localizada no Estado do Rio deJaneiro com reconhecida capacidade acadêmica nasespecialidades de recursos hídricos, indicada pelo Fórum deReitores das Universidades do Estado do Rio de Janeiro, porum representante e respectivo suplente;

X - duas Organizações Não-Governamentais, legalmenteconstituídas há no mínimo 2 ( dois ) anos, cujas finalidadessejam comprovadamente voltadas para a defesa do meioambiente e para a área de recursos hídricos, por intermédio deum representante e respectivo suplente para cada uma delas.

§3º - A indicação dos representantes de que trata o §2ºdeste artigo será feita da seguinte forma:

I - os representantes dos Municípios serão indicados porseus pares em cada Região de Governo;

II - os representantes dos Comitês serão indicados porseus pares em reunião específica coordenada pela Secretariade Estado de Saneamento e Recursos Hídricos - SERSH;

III - os representantes dos usuários e das associaçõestécnico-científicas de que tratam os incisos IV, V, VI, VII e VIIIrespectivamente serão indicados pelas entidades que osrepresentam.

§4º - Cada representante titular terá um suplente,escolhido da seguinte forma:

I - os suplentes dos representantes de órgãosgovernamentais serão por eles indicados;

II - o suplente dos representantes dos municípios será oprefeito de outro município da mesma região de governo;

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Parágrafo único - Cabe ao Presidente do CERHI apresentarproposta do Regimento Interno em prazo a ser definido na primeirareunião do órgão.

III - o suplente dos representantes dos Comitês será orepresentante de outro Comitê;

IV - os suplentes dos representantes dos usuários serãoindicados pelas entidades titulares;

V - o suplente dos representantes das associações técnico-científicas, das Universidades e das organizações não-governamentais será o titular de outra entidade da mesma categoriada que estiver sendo representada.

§5º - Os representantes aludidos no §2º. I e II a X desteartigo serão substituídos a cada 2 ( dois ) anos, para garantir aparticipação democrática dos interessados nas atividades doConselho, sem prejuízo da possibilidade de uma recondução.

§6º - Enquanto não constituídos os Comitês de BaciasHidrográficas Estaduais, a representação prevista no inciso III do§ 2º deste artigo poderá ser exercida por mais um representantedas Secretarias de Estado referidas nos incisos I e IV deste artigo.

Art. 6º - O Conselho Estadual de Recursos Hídricos poderáconstituir câmaras técnicas, em caráter temporário.

Art. 7º - O Secretário Executivo do Conselho Estadual deRecursos Hídricos será indicado pelo Secretário de Estado deMeio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMADS.

Art. 8º - Compete à Secretaria Executiva do ConselhoEstadual de Recursos Hídricos:

I - prestar todo o apoio administrativo e técnico ao CERHI;

II - coordenar a elaboração do Plano Estadual de RecursosHídricos (PERHI) e encaminhá-lo à aprovação do CERHI;

III - instruir os expedientes provenientes dos Comitês deBacia Hidrográfica ( CBH’s ); e

IV - coordenar o Sistema Estadual de Informações sobreRecursos Hídricos ( SEIRHI ).

Art. 9º - O Regimento Interno do Conselho Estadual deRecursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro definirá osprocedimentos a serem adotados em seu âmbito e será aprovadopela maioria simples de seus membros.

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Art. 10 - O Secretário de Estado de Saneamento eRecursos Hídricos comunicará aos demais integrantes do Conselhoa data designada para sua primeira reunião e solicitará a indicaçãode seus representantes.

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Parágrafo único - A primeira reunião do Conselho deveráocorrer em 30 ( trinta ) dias da publicação deste Decreto.

Art. 11 - As funções dos integrantes do Conselho Estadualde Recursos Hídricos, embora de alta relevância, não serãoremunerados a qualquer título.

Parágrafo único - Eventuais despesas com passagens ediárias serão custeadas pelos respectivos órgãos e entidadesrepresentados no Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

Art. 12 - Este Decreto entrará em vigor na data de suapublicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 2 de outubro de 2000.

ANTHONY GAROTINHO Governador

Todas as fotos que ilustraram estecapítulo são do IEF/Lagief

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no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

Abiótico – Lugar caracterizado pela ausência de vida, ouprocesso sem seres vivos. O mesmo que azóico, isto é,período da história física da Terra, sem organismos vivos.

Água doce – Água com menos 500 ppm ( partes por milhão )de Sólidos Totais Dissolvidos ( STD ).

Água potável – É aquela cuja qualidade a torna adequada aoconsumo humano ( Portaria nº 56/Bsb., de 14.03.77 ). Águaque satisfaz aos padrões de potabilidade no Brasil definidospela PB-19 da ABNT ( 1973 ). Deve ser incolor e transparente.

Água salgada – Água com mais de 30.000 ppm ( partes pormilhão ) de Sólidos Totais Dissolvidos ( STD ).

Água salobra – Água de salinidade intermediária entre a águadoce e a água salgada.

Água subterrânea – Suprimento de água doce sob a superfícieda terra, em um aqüífero ou no solo, que forma um reservatórionatural para uso do homem.

Álveo – O mesmo que o leito ou a calha, o rego ou o solo derios por onde correm as águas durante todo o ano.Corresponde ainda o que se denomina em geomorfologia eem geologia: leito menor, em oposição ao leito maior. Indicatambém a superfície que as águas cobrem, sem transbordarpara o solo natural, ordinariamente enxuto.

Ano hidrológico – Período contínuo de doze meses durante oqual ocorre um ciclo anual climático completo e que éescolhido por permitir uma comparação mais significativa dosdados meteorológicos.

Antrópico – Relativo à humanidade, à sociedade humana, àação do homem. Termo empregado para qualificar um dossistemas do meio ambiente – o meio antrópico –,compreendendo os atores sociais, econômicos e culturais, umdos subsistemas do sistema ambiental, o subsistemaantrópico.

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Antropização – A atuação do ser humano provoca aantropização. A alteração dos ecossistemas.

Apicuns – São formações naturais presentes em áreas detransição entre o manguezal e a terra firme adjacente. Essasáreas, embora localizadas a montante ocupam depressões quefazem com que as águas das marés fiquem aprisionadas por ummaior tempo, propiciando uma maior deposição salina. Suasalinidade é, em muitas ocasiões, equivalente a de águasoceânicas. Esse processo é um fator impeditivo para odesenvolvimento de bosques de mangue. Daí, os apicuns.

Aqüífero – Formação geológica da qual pode ser retirada águaem níveis suficientes para uma extração econômica por poços.É também definido como reservatório de água subterrânea,

Assoreamento – Obstrução de canal de um rio por efeito daareia ou outro sedimento. É o processo de elevação de umasuperfície por deposição de sedimentos.

Aterro sanitário – Método de engenharia para disposição deresíduos sólidos no solo, de modo a minimizar os danos aomeio ambiente. Os resíduos são espalhados em camadas finas,compactados até o volume praticável e cobertos com terra aofinal de cada jornada.

Bacia hidrográfica – Conjunto de terras drenadas por um rioprincipal e seus afluentes. São grandes superfícies limitadaspor divisores de águas e drenadas por um rio e seus tributários.

Balanço hídrico – Balanço das entradas e saídas de água nointerior de uma região hidrológica bem definida ( uma baciahidrográfica, ou lago ), levando em conta as variações efetivasde acumulação ( DNAEE, 1976 – atual Aneel ).

Biodiversidade – A diversidade biológica, como é definidatambém a biodiversidade, compreende as espécies de plantase microorganismos, bem como os ecossistemas e osprocessos ecológicos do qual eles são parte. Designa avariedade natural, incluindo o número e a freqüência deecossistemas e espécies de uma dada área, e a variedade degenes de uma espécie particular, variedade ou raça.

Bioma – Conjunto de seres vivos ( animais, aves, vegetação,matas, entre outros ), num mesmo território, formando umecossistema.

Biótico – Relativo ou pertencente à vida, ou aos seres vivos.Capacidade do organismo de reproduzir-se e sobreviver.

Carga orgânica – Quantidade de oxigênio necessário àoxidação bioquímica da massa de matéria orgânica que élançada ao corpo receptor na unidade de tempo. Geralmente éexpressa em toneladas de DBO por dia. Indica a quantidade dematéria orgânica transportada ou lançada num corpo receptor( lagoa, lago, mar, rio, etc. ).

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Clima – Estado da atmosfera expresso principalmente por meio detemperaturas, chuvas, insolação, nebulosidade, etc. Os climasdependem fortemente da posição em latitude do local consideradoe do aspecto do substrato.

Cobertura vegetal – Termo usado no mapeamento de dadosambientais para designar os tipos ou formas de vegetação naturalou plantada ( mata, capoeira, etc. ), que cobrem uma certa área ouum terreno.

Colimetria – É a determinação da quantidade de bactérias dogrupo coli, o que é realizado tendo em vista o seu número maisprovável ( nmp ) em certo volume de água.

Colmatagem – Deposição de partículas finas, como argila ou silte,na superfície e nos interstícios de um meio poroso permeável, porexemplo, o solo, reduzindo-lhe a permeabilidade.

Conservação – O conceito de conservação aplica-se à utilizaçãoracional de um recurso qualquer, inclusive, o recurso hídrico, demodo a se obter um rendimento considerado bom, garantindo-se,entretanto, sua renovação ou sua autosustentação.

Costão – Termo que indica tipo de costa rochosa, em forma deparedão, com forte declividade. É utilizado para denominar osesporões da Serra do Mar que penetram em direção do oceano,dando aparecimento à falésia.

Deflúvio – Ou escoamento fluvial, indica a água corrente na calhade um curso d’água. Corresponde à vazão total de água quealcança os cursos fluviais, incluindo o escoamento pluvial que éimediato e a quantidade de água que, pela infiltração, vai se juntar aela de modo lento.

Delta – É a forma de leque que aparece na foz de um rio quedesemboca diretamente no oceano e é constituído de depósitosaluvionais, ou flúvio-marinhos.

Demanda Bioquímica de Oxigênio – Representada quase semprepela sigla DBO, é a medida da capacidade de consumo deoxigênio pela matéria orgânica presente na água ou águaresiduária.

Desertificação – Processo de degradação do solo, natural ouprovocado por remoção da cobertura vegetal ou utilizaçãopredatória que acaba por transformá-lo em um deserto, tirando daterra a sua capacidade de sustentar as atividades agropecuárias e ahabitação humana.

Desmatamento – O mesmo que desflorestamento, indica adestruição, o corte e o abate indiscriminado de matas e florestaspara comercialização de madeira, utilização dos terrenos paraagricultura, pecuária, urbanização, qualquer outra atividadeeconômica ou obra de engenharia.

Despejos industriais – Despejos provenientes de processos

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Eutroficação – Significa o aumento excessivo de nutrientes naágua, especialmente fosfato e nitrato, o que provoca ocrescimento exagerado de certos organismos – comumente algas –,gerando efeitos secundários daninhos sobre outros.A decomposição microbiana das algas mortas causa esgotamentodo oxigênio dissolvido na água e asfixia os peixes.A eutrofização pode ser natural ou provocada por efluentesurbanos, industriais e agrícolas. Escreve-se também: eutrofização.

industriais, diferindo dos esgotos domésticos ou sanitários.Denominam-se ainda resíduos líquidos industriais.

Drenagem – Conjunto de operações e instalações pararemover o excesso de água da superfície ou do subsolo.

Ecossistema – Sistema aberto que inclui, em uma certa área,todos os fatores físicos e biológicos ( elementos bióticos eabióticos ) do ambiente e suas alterações, o que resulta emuma diversidade biótica com estrutura trófica claramentedefinida e na troca de energia e matéria entre esses fatores.

Ecossistemas fluviais – Define os rios de grande e médiocaudal, ribeirões, regatos, córregos e riachos, desde anascente até a foz, abrangendo as respectivas massas d´água,calhas, tipos de fundo, barranca, corredeiras, remansos,cachoeiras e planícies de inundação (leito maior sazonal).

Enchente – Fenômeno que ocorre pelo excesso de chuvas,transbordando os cursos d’água.

Encosta – Declive nos flancos de um morro, de uma colina ouuma serra.

Erosão – Desgaste do solo por água corrente, geleiras, ventose vagas. A remoção da cobertura vegetal e a destruição daflora pelo efeito da emissão de poluentes em altasconcentrações na atmosfera são exemplos de fatores queprovocam erosão ou aceleram o processo erosivo natural.

Esgoto – Refugo líquido que deve ser conduzido a um destinofinal. Esgotos domésticos são os efluentes líquidos dos usosdomésticos da água. Os dejetos.

Esporões – Pontas de areia formadas às margens de umalaguna costeira pelo trabalho de erosão e deposição desedimentos resultante da força dos ventos e das correntesmarítimas.

Estuário – Parte terminal de um rio, geralmente larga, onde oescoamento fluvial é influenciado pela maré. Trata-se ainda daforma de desaguadouro de um rio no oceano. O estuárioforma uma boca única e é geralmente batido por correntesmarinhas e correntes de marés, que impedem a acumulaçãode detritos. Define-se ainda como a área costeira, em geralsemicontida, na qual a água doce ( do rio ) se mistura com asalgada ( do mar ).

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Evapotranspiração – Quantidade de vapor d’água que retorna àatmosfera diretamente pela evaporação dos corpos líquidos e daumidade armazenada na serrapilheira ( ver significado na página ) enos horizontes superficiais dos solos, ou indiretamente, pelatranspiração das plantas.

Falésia – Termo usado para designar as formas de relevo litorâneoabruptas ou escarpadas. Define tipo de costa no qual o relevoaparece com fortes abruptos.

Fertilizante – Substância natural ou artificial que contém elementosquímicos e propriedades físicas que aumentam o crescimento e aprodutividade das plantas, melhorando a natural fertilidade do soloou desenvolvendo os elementos retirados do solo pela erosão, oupor culturas anteriores.

Florestas – Formam co-sistemas complexos, nos quais as árvoressão a forma vegetal predominante que protege o solo contra oimpacto direto do sol, dos ventos e das precipitações. Definidastambém como matas.

Foz – Ponto mais baixo, no limite de um sistema de drenagem( desembocadura ). Extremidade onde o rio descarrega suaságuas no mar.

Fragilidade ambiental – O conceito de fragilidade ambiental ou deáreas frágeis explica a susceptibilidade do meio ambiente aqualquer tipo de dano, inclusive, à poluição.

Impacto ambiental – Qualquer alteração significativa daspropriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente –em um ou mais de seus componentes –, provocada por açãohumana. Pode ser visto também como parte de uma relação decausa e efeito.

Interceptor – Conduto de esgoto transversal a um grande númerode coletores principais de esgotos.

Inundação – É o efeito de fenômenos meteorológicos, tais comochuvas, ciclones e degelos, que causam acumulações temporaisde água em terrenos que se caracterizam por deficiência dedrenagem. Vazões que transbordam o leito natural dos rios,provocadas por esses eventos naturais.

Lago – Ocorre geralmente em depressões do solo produzidas porcausas diversas e cheias de águas contidas, mais ou menostranqüilas. As formas, as profundidades e as extensões dos lagossão muito variáveis, sendo comum serem alimentados por um oumais rios afluentes.

Lagoa – Depressões de formas variadas, em geral circulares, deprofundidades pequenas e de água doce ou salgada. Podem serdefinidas como lagos de pequena extensão e profundidade.

Laguna – Depressão contendo água salobra ou salgada, localizadana borda litorânea. São ecossistemas formados em depressões,

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abaixo do nível do mar, e dele separados por cordões litorâneos.Na maioria das vezes, se usa erradamente o termo “lagoa” ao invésde “laguna”.

Lençol freático – Superfície limite entre a zona saturada e a zonanão saturada de um aqüífero; a superfície da água subterrânea.

Limnologia – Termo criado em 1892 pelo suíço F. A. Forel paradesignar a aplicação dos métodos de oceanografia ou deoceanologia às águas estagnadas continentais ( lagos ). Àlimnologia interessam todos os fatores da vida nas águasestagnadas.

Linimétrica – Palavra derivada de linígrafo, instrumento que registraníveis de água, em função do tempo. Uma estação linimétrica, porexemplo, mede automaticamente o nível de água de rios e lagoas.

Litoral – Faixa de terra emersa, banhada pelo mar, tambémdenominada costa. É toda a região que se situa entre a plataformacontinental e as áreas sob a influência da maré mais alta ( mangue,praias, costões, estuários, etc. ).

Lodo – Sólido acumulado e separado dos líquidos, de água ouágua residuária durante um processo de tratamento ou depositadono fundo dos rios ou outros corpos d’água.

Manancial – Qualquer corpo d’água, superficial ou subterrâneo,utilizado para abastecimento humano, industrial, animal ou irrigação.

Manguezal – Caracteriza os ecossistemas litorâneos que ocorremem terrenos baixos sujeitos à ação da maré e localizados em áreasrelativamente abrigadas, como baías, estuários e lagunas.

Maré – Elevação e abaixamento periódico das águas nos oceanose grandes lagos, resultantes da ação gravitacional da lua e do solsobre a terra a girar. Representa o fluxo e o refluxo periódico daságuas do mar que, duas vezes por dia, sobem ( preamar ) edescem ( baixamar ), alternativamente.

Mata ciliar – Mata que cresce nas margens de rios, córregos elagoas.

Meio ambiente – Conjunto de condições naturais que atuam sobreos organismos vivos e o homem.

Monitoramento – Determinação contínua e periódica da quantidadede poluentes ou de contaminação radioativa presente no meioambiente.

Orla – Borda, beira, margem. São as linhas traçadas em plantadefinidoras das margens de um curso d’água ou lagoa e dasrespectivas faixas marginais de servidão determinadas nos Projetosde Alinhamento de Rio ( PAR ), Projetos de Alinhamento de Lagoa( PAL ) e Faixas Marginais de Proteção ( FMP ).

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Poluição – Qualquer alteração artificial da qualidade físico-química

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da água, suficiente para alterar os padrões estabelecidos paradeterminado uso.

Precipitações – Fenômeno pelo qual a nebulosidade atmosféricatransforma-se em água, formando o orvalho, a neve, o granizo e achuva.

Qualidade da água – Características químicas, físicas e biológicas,relacionadas com o seu uso para um determinado fim. A mesmaágua pode ser de boa qualidade para um determinado fim e de máqualidade para outro, dependendo de suas características e dasexigências requeridas pelo uso específico.

Qualidade de vida – Condição de bem-estar físico, psicológico,social e espiritual de uma população ou de um indivíduo, em funçãodas pressões exercidas pelo meio ambiente.

Reciclagem – Reutilização dos recursos, através da recuperação ereprocessamento, para uso na indústria ou no âmbito doméstico.Papel, vidro, plástico, metais, óleos e outros materiais recicladospoupam a natureza de agressões desnecessárias.

Recursos hídricos – É a massa d’água encontrada nosecossistemas aquáticos e nos mananciais subterrâneos.

Reflorestamento – Atividade dedicada a recompor a coberturaflorestal de uma determinada área. O reflorestamento pode serrealizado com objetivos de recuperação do ecossistema original,através da plantação de espécies nativas ou exóticas,obedecendo-se às características ecológicas da área( reflorestamento ecológico ), ou com objetivos econômicos,através da introdução de espécies de rápido crescimento equalidade adequada, para abate e comercialização posterior( reflorestamento econômico ).

Represa – Acumulações artificiais de água provocadas pelobarramento de rio, córrego, em geral com a finalidade deabastecimento de cidades, de indústrias, irrigação, geração deenergia, lazer, controle de cheias, entre outros usos.

Resíduos sólidos – Resíduos que normalmente se originam nointerior das residências, em sua maioria reciclável por contermetais, plástico, papel e vidro, entre outros tipos de embalagem.Os resíduos urbanos podem ser sólidos e semi-sólidos, geradosnum aglomerado urbano, excetuados os resíduos industriais,hospitalares sépticos e aqueles advindos de aeroportos, portos eusinas nucleares.

Restinga – Acumulação arenosa litorânea, de forma geralmentealongada e paralela à linha de costa, produzida pelo empilhamentode sedimentos transportados pelo mar. Ocasionalmente, poracumulação eólica, pode ter maior altura. É ainda representadapela faixa de areia depositada paralelamente ao litoral graças aodinamismo destrutivo e construtivo das águas oceânicas.

Saneamento – O controle de todos os fatores do meio físico do

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homem que exercem efeito deletério sobre o seu bem-estar físico,mental ou social.

Saneamento básico – É a solução dos problemas relacionadosestritamente com o abastecimento de água e disposição dosesgotos de uma comunidade. Para alguns especialistas, o lixo e adrenagem urbana devem ser parte integrante das soluções desaneamento básico.

Serrapilheira – Porção superficial do solo misturada com folhas egalhos que caem das espécies vegetais da mata que o recobre.

Silte – Grãos que entram na formação de um solo ou de uma rochasedimentar, cujos diâmetros variam entre 0,02 mm e 0,002 mm,entre outros diâmetros, como 0,05 mm a 0,005 mm.

Tabuleiro – Também conhecido como chapada, constitui formatopográfica que se assemelha a planalto, com declividade médiainferior a 10% ( aproximadamente 6% ) e extensão superior a 10hectares, terminados em forma abrupta. A chapada se caracterizapor grandes superfícies, a mais de 600 metros de altitude.

Terra úmida – Áreas de pântano, brejo, turfeira ou água, natural ouartificial, permanente ou temporária, parada ou corrente, doce,salobra ou salgada, incluindo as águas do mar, cuja profundidadena maré baixa não excede seis metros. Indica ainda área inundadapor água subterrânea ou de superfície com uma freqüênciasuficiente para sustentar vida vegetal ou aquática que requeiracondições de saturação do solo. Tem função fundamental para osecossistemas aquáticos e pela amortização das enchentes.

Tômbolo – Depósito arenoso de forma mais ou menos curva.

Trófica – Nome ligado a cadeia trófica, significando a transferênciade energia alimentícia desde a origem, nas plantas, através de umasérie de organismos com as reiteradas atividades alternadas decomer e ser comido. Denomina-se também cadeia alimentar.

Turfa – Material não consolidado do solo, que consiste, em grandeparte, em matéria vegetal levemente decomposta, acumulada emcondições de umidade excessiva. Sua presença indica soloaltamente orgânico, mais de 50% combustível, de restos vegetais,cujas estruturas são ainda bem reconhecíveis, poucodecompostos, devido às condições anaeróbias, frias, ácidas,embebidas de água.

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no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

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12 BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Recursos Hídricos. O caminho das águas. Brasília: 1998, 2 ed.

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13 BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Recursos Hídricos. Para que o futuro do planeta seja azul. Brasília: 1998. 2 ed.

14 BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Recursos Hídricos. Lei da Vida : a lei dos crimes ambientais. Brasília: 1999, p. 5-38.

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22 COMPROMISSO Empresarial para a Reciclagem – Cempre / Senai. Reduzindo, Reutilizando, Reciclando – A Indústria Ecoeficiente, São Paulo, 2000, 83 p.

23 CONSÓRCIO MATA ATLÂNTICA. Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, plano de ação. São Paulo: 1992, p 01-149.

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27 DESASTRES ambientais. ABES. BIO, Revista Brasileira de Saneamento e Meio Ambiente. São Paulo: 2000, p. 32-35.

28 ESPECIALISTAS sugerem gestão integrada para área de

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resíduos sólidos. In Rio - ABES/RJ, Rio de Janeiro: Ano II, n. 1, jan. mar. 2000, p.5

29 ESPECIALISTAS discutem a questão das águas no Brasil. Meio Ambiente Industrial. São Paulo: Tocalino, Ano IV, ed. 26, n. 25. jul. ago. 2000, p. 42, 62-63.

30 ESCASSEZ de água vai piorar. Instituto Brasil Pnuma, Rio de Janeiro: n.54, jun. 2000, p. 1

31 FARIA, P. Alga tóxica envenena os peixes e os caranguejos. O Globo, Rio de Janeiro: 10 out. 2000. Caderno Rio, p. 18.

32 FEAM, Fundação Estadual de Meio Ambiente. Solo e erosão - Programa de Educação Ambiental. UFMG; Belo Horizonte: 1996, p. 25.

33 FEEMA. Manual de proteção aos mananciais hídricos. Rio de Janeiro: 1978.

34 FEEMA.Vocabulário básico de meio ambiente. Rio de Janeiro: 1990, 246p.

35 FGV. Centro Internacional de Desenvolvimento Sustentável. Jornal da Baía de Guanabara, Rio de Janeiro: 2000, n. 1, ago. set., p. 01-08.

36 FGV. Gestão sustentável da Baía de Guanabara. Seminário Internacional; Rio de Janeiro: 14-16, ago. 2000, p. 1-23.

37 FÓRUM mundial debate sustentabilidade. Saneamento Ambiental, São Paulo: Ano 12, n. 64, abr. 2000, p. 8.

38 FRANCA, D.T. Água: saúde prá dar e vender. ABRH Notícias, Porto Alegre (RS): mar. 2000, n. 1. ed. comemorativa ao Dia Mundial das Águas.

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40 IBG, Instituto Baía de Guanabara. Gente do Caceribu, sua história. Niterói (RJ): 1977, vol. 2.

41 IBG, Instituto Baía de Guanabara. Gente do Caceribu, monitoramento da qualidade ambiental. Niterói (RJ): 1997, vol. 3.

42 KNOPPERS, B.A., BIDONE, E.D., ABRÃO, J.J. Geoquímica Ambiental de Sistemas Lagunares do Rio de Janeiro, Brasil. Universidade Federal Fluminense – 4, série Geoquímica Ambiental nº 6, Rio de Janeiro, 1999, 210p.

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Ambiente das Águas

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46 LINHARES, S., Gewandsznajder, F. Biologia. Programa Completo. Rio de Janeiro: Ática, 1988, 6ed., 464p.

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48 MENEZES, A.L.F.T., PEIXOTO, A.L., MACIEL, N.C. No mangue de Guanabara não há guarás. eCHO Petrobras, Rio de Janeiro: 1999.

49 NOVO sistema de gestão de lixo para 76 municípios. Semads, Rio de Janeiro: Ano I, n. 2. jul. ago. 2000, p. 7.

50 O PLANETA pede água. Globo Ciência, Rio de Janeiro: Ano 7, n. 85, ago. 1998, p. 54-61.

51 OLIVEIRA, S.M.M.C., DIAS, J.B. Desafio de gerenciar a costa fluminense. Rio de Janeiro: 1998.

52 OTTONI, A.B., FILHO, T.B.O. Enchentes em bacias hidrográficas. Revista do CREA/RJ, Rio de Janeiro: fev. mar. 2000. n. 28.

53 PETROBRAS. Recuperação da Baía de Guanabara: nosso compromisso ( folheto ). Rio de Janeiro: folheto, 2000.

54 PETROBRAS. Um banho de vida. Suplemento eCHO, Rio de Janeiro: 2000.

55 PERRI, F.M. O desastre da Baía de Guanabara. ECO-21, Rio de Janeiro: 2000, p. 20-24.

56 RIO DE JANEIRO ( Estado ). Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Projeto Planágua/ Semads/GTZ. Bacias hidrográficas e rios fluminenses. Rio de Janeiro: maio 2001, p. 2-73.

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58 RIO DE JANEIRO ( Estado ). Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Macroplano de Gestão e Saneamento da Baía de Sepetiba: Diagnóstico das Condições Hídricas. Rio de Janeiro: jun. 1997.

59 RIO DE JANEIRO ( Estado ). Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimetno Sustentável. Projeto Planágua/ Semads/GTZ. O litoral do Estado do Rio de Janeiro, uma caracterização físico-ambiental. Rio de Janeiro: nov. 2000, p. 1-77.

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Page 223: Ambiente das Águas

Ambiente das Águas

60 RIO DE JANEIRO ( Estado ). Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do Interior ( Seaapi ). Programa Rio Rural. Niterói: 1999.

61 RIO DE JANEIRO ( Estado ). Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Projeto Planágua/Semads/GTZ. Subsídios para gestão dos recursos hídricos dos rios Macacu, São João, Macaé e Macabu. Rio de Janeiro: mar. 1999.

62 RIO DE JANEIRO ( Estado). Secretaria de Estado de Planejamento e Controle. Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro ( Cide ). Território. Rio de Janeiro: 1998, p. 80.

63 RIO DE JANEIRO ( Estado ). Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Projeto Planágua/Semads/GTZ. Uma avaliação da gestão dos recursos hídricos do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: 1999, p. 3-131.

64 RIO DE JANEIRO ( Estado ). Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Projeto Planágua/Semads/GTZ. Uma avaliação da qualidade das águas costeiras do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: dez. 1998.

65 RIO DEJANEIRO ( Estado ). Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Macroplano de Gestão e Saneamento Ambiental da Baía de Sepetiba ( Relatório Final ): Parte I, Diagnóstico Ambiental. Rio de Janeiro; maio, 1998.

66 RIO DE JANEIRO ( Estado ). Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Macroplano de Gestão e Saneamento da Baía de Sepetiba ( Relatório R.2 ): Diagnóstico das Condições Hídricas da Bacia – Revisão 1. Rio de Janeiro: junho, 1977.

67 RIO DE JANEIRO ( Estado ). Comissão Pró-Agenda 21 Rio. 21 perguntas e respostas para você saber mais sobre a Agenda 21 ( Global, Nacional, Local ). Rio de Janeiro: 1999.

68 RIO DE JANEIRO ( Estado ). Secretaria de Estado de Planejamento e Controle. Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro ( Cide ). Anuário estatístico do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: 1999-2000.

69 RIO DE JANEIRO ( Estado ). Secretaria de Estado de Planejamento e Controle. Fundação Centro de Informações de Dados do Rio de Janeiro ( Cide ). 1º Seminário Fluminense de Indicadores – 22 e 23 de novembro de 2000. Rio de Janeiro: nov. 2000, 97p.

70 RIO DE JANEIRO ( Estado ). Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos. Recursos hídricos do Estado do Rio de Janeiro: legislação básica ( Lei. 3.239 ). Rio de Janeiro: Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro, 2000, p. 1-33.

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71 RIOS, J.L.P. Estudos de Recursos Hídricos da RegiãoMetropolitana do Rio de Janeiro. In. Simpósio Luso-Brasileirode Engenharia Sanitária e Ambiental, 1. Lisboa: setembro1984, 15p.

72 SAMPAIO, L. Lei de águas: uma prioridade. O Globo, Rio de Janeiro: 12 jun. 2000, Opinião, p. 7.

73 SANTOS, J.L. dos. Os desafios da gestão de recursos hídricos do Estado do Rio de Janeiro. O Globo, Rio de Janeiro ( RJ ): março, 2001. Caderno Dia Mundial da Água, é hora de refletir, p. 7.

74 SONHANDO com águas limpas! Fundação Onda Azul. Rio de Janeiro: ano 3, n. 6, abr. 2000, p. 01-07.

75 ARANTO, A.C.C. Água, é preciso saber usá-la. Meio Ambiente Industrial, São Paulo: ed. 26, jul. ago. 2000, p. 110-111.

76 TORRES, J.P.M. Os rios precisam de um banho. eCHO Petrobras, Rio de Janeiro: 1998.

Ambiente das Águas

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no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

SEMADS / GTZSEMADS / GTZSEMADS / GTZSEMADS / GTZSEMADS / GTZ

O Projeto Planágua Semads/GTZ,de Cooperação Técnica Brasil –Alemanha, vem apoiando o Estado doRio de Janeiro no gerenciamento derecursos hídricos com enfoque naproteção dos ecossistemas aquáticos.A coordenação brasileira compete àSecretaria de Estado de MeioAmbiente e DesenvolvimentoSustentável – Semads, enquanto acontrapartida alemã está a cargo daDeutsche Gesellschaft für TechnischeZusammenarbeit ( GTZ ).

1ª fase: 1997 / 19992ª fase: 2000 / 2001

..... Elaboração de linhas básicas e de diretrizes estaduais para a gestão de recursos hídricos

..... Capacitação, treinamento ( workshops, seminários, estágios )

..... Consultoria na reestruturação do sistema estadual de recursos hídricos e na regulamentação da leiestadual de recursos hídricos no 3.239, de 2/8/99

..... Consultoria na implantação de entidades regionais de gestão ambiental ( comitês de bacias,consórcios de usuários )

..... Conscientização sobre as interligações ambientais da gestão de recursos hídricos

..... Estudos específicos sobre problemas atuais de recursos hídricos

Principais Atividades

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Seminários e Workshops

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Seminário Internacional ( 13 e 14/10/1997 )Gestão de Recursos Hídricos e de Saneamento – A Experiência Alemã

Workshop ( 5/12/1997 )Estratégias para o Controle de Enchentes

Mesa Redonda ( 27/5/1998 )Critérios de Abertura de Barra de Lagoas Costeiras em Regime de Cheia no Estado doRio de Janeiro

Mesa Redonda ( 6/7/1998 )Utilização de Critérios Econômicos para a Valorização da Água no Brasil

Série de palestras em Municípios do Estado do Rio de Janeiro ( agosto/setembro1998 )Recuperação de Rios – Possibilidades e Limites da Engenharia Ambiental

Visita Técnica sobre Meio Ambiente e Recursos Hídricos à Alemanha12 – 26/9/1998 ( Grupo de Coordenação do Projeto Planágua )

Estágio Gestão de Recursos Hídricos – Renaturalização de Rios14/6 – 17/7/1999, na Baviera/Alemanha ( 6 técnicos da Serla )

Visita Técnica Gestão Ambiental/Recursos Hídricos à Alemanha24 – 31/10/1999 ( Semads, Secplan )

Seminário ( 25 e 26/11/1999 )Planos Diretores de Bacias Hidrográficas

Oficina de Trabalho ( 3 – 5/5/2000 )Regulamentação da Lei Estadual de Recursos Hídricos

Curso ( 4 – 6/9/2000 ) em cooperação com CideUso de Geoprocessamento na Gestão de Recursos Hídricos

Curso ( 21/8 – 11/9/2000 ) em cooperação com a SeaapiUso de Geoprocessamento na Gestão Sustentável de Microbacias

Encontro de Perfuradores de Poços e Usuários de Água Subterrânea no Estado do Rio deJaneiro ( 27/10/2000 ) em cooperação com o DRMSérie de Palestras em Municípios e Universidades do Estado do Rio de Janeiro ( outubro/novembro 2000 ) Conservação e Revitalização de Rios e CórregosOficina de Trabalho ( 8 e 9/11/2000 )

Resíduos Sólidos – Proteção dos Recursos HídricosOficina de Trabalho ( 5 e 6/4/2001 ) em cooperação com o Consórcio Ambiental Lagos São João Planejamento Estratégico dos Recursos Hídricos nas Bacias dos Rios São João, Una e das OstrasOficina de Planejamento ( 10 e 11/5/2001 ) em cooperação com o Consórcio Ambiental LagosSão João Programa de Ação para o Plano de Bacia Hidrográfica da Lagoa de AraruamaOficina de Planejamento (21-22.6.2001) em cooperação com o Consórcio Ambiental LagosSão João Plano de Bacia Hidrográfica da Bacia das Lagoas de Saquarema e JaconéSeminário em cooperação com SEMADS, SERLA, IEF (30.07.2001) Reflorestamento da Mata CiliarWorkshop em cooperação com SEMADS, IEF, SERLA, SEAAPI/SMH, EMATER-RIO,PESAGRO-RIO (30.08.2001) Reflorestamento em Bacias e Microbacias Hidrográficas e Recomposição da Mata Ciliar

Ambiente das Águas

Page 227: Ambiente das Águas

Publicações da 1a fase ( 1997 – 1999 )

..... Impactos da Extração de Areia em Rios do Estado do Rio de Janeiro( julho/1997, novembro/1997, dezembro/1998 )

..... Gestão de Recursos Hídricos na Alemanha( agosto/1997 )

..... Relatório do Seminário InternacionalGestão de Recursos Hídricos e Saneamento( fevereiro/1998 )

..... Utilização de Critérios Econômicos para a Valorização da Água no Brasil( maio/1998, dezembro/1998 )

..... Rios e Córregos – Preservar, Conservar, RenaturalizarA Recuperação de Rios, Possibilidades e Limites da Engenharia Ambiental( agosto/1998, maio/1999, abril/2001 )

..... O Litoral do Estado do Rio de Janeiro – Uma Caracterização Físico Ambiental( novembro/1998 )

..... Uma Avaliação da Qualidade das Águas Costeiras do Estado do Rio de Janeiro( dezembro/1998 )

..... Uma Avaliação da Gestão de Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro( fevereiro/1999 )

..... Subsídios para Gestão dos Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficasdos Rios Macacu, São João, Macaé e Macabu( março/1999 )

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Ambiente das Águas

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Ambiente das Águas

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..... Poços Tubulares e outras Captações de Águas Subterrâneas – Orientação aos Usuários( junho/2001 )

..... Peixes Marinhos do Estado do Rio de Janeiro( julho/2001 )

..... Enchentes no Estado do Rio de Janeiro – Uma abordagem geral( agosto/2001 )

..... Maguezais – Educar para Proteger( setembro/2001 )

..... Bases para Discussão da Regulamentação dos Instrumentos daPolítica de Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro( março/2001 )

..... Bacias Hidrográficas e Rios Fluminenses – Síntese Informativapor Macrorregião Ambiental( maio/2001 )

..... Bacias Hidrográficas e Recursos Hídricos da Macrorregião 2 –Bacia da Baía de Sepetiba( maio/2001 )

..... Reformulação da Gestão Ambiental do Estado do Rio de Janeiro( maio/2001 )

..... Diretrizes para Implementação de Agências do Estado do Rio de Janeiro( maio/2001 )

..... Peixes de Águas Interiores do Estado do Rio de Janeiro( maio/2001 )

Publicações da 2a fase ( 2000 – 2001 )

Projeto PLANÁGUA:

Campo de São Cristóvão, 138/31520.921-440 Rio de Janeiro - BrasilTel/Fax [0055] (021) 2580-0198E-mail: [email protected]

Page 229: Ambiente das Águas

..... Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SemadsRua Pinheiro Machado, s/nº – Palácio Guanabara – Prédio Anexo / 2º andar

Laranjeiras – RJCEP: 22 238 – 900

e-mail: [email protected] page: www.semads.rj.gov.br

. Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente – FeemaRua Fonseca Teles, 121 / 15º andar

São Cristóvão – RJCEP: 20 940 – 200

Home page: www.feema.rj.gov.br

. Fundação Instituto Estadual de Florestas – IEFAvenida Treze de Maio, 33 / 27º andar

Centro – RJCEP: 20 031 – 000

Home page: www.ief.rj.gov.br

. Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas – SerlaCampo de São Cristóvão, 138 / 3º andar

São Cristóvão – RJCEP: 20 921 – 440

Home page: www.serla.rj.gov.br

Endereços úte is

no Estado do Rio de JaneiroAmbiente das ÁguasAmbiente das Águas

..... Secretaria de Estado de Saneamento e RecursosHídricos – SESRH

Avenida Graça Aranha, 182 / 6º andarCentro – RJ

CEP: 20 030 – 001e-mail: [email protected]

Home page: www.saneamento.rj.gov.br

. Companhia Estadual de Águas e Esgotos – CedaeRua Sacadura Cabral, 103 / 9º andar

Centro – RJCEP: 20 081 – 260

Home page: www.cedae.rj.gov.br

..... Secretaria de Estado de Energia, da Indústria Navale Petróleo – Seinpe

Rua da Ajuda, 5 / 16º andarCentro – RJ

CEP: 20 040 – 000e-mail: [email protected] page: www.seinpe.rj.gov.br

. Departamento de Recursos Minerais – DRMRua Marechal Deodoro, 351

Centro – Niterói – RJCEP: 24 030 – 050

e-mail: [email protected] page: www.drm.rj.gov.br

..... Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do Interior – SeaapiAlameda São Boaventura, 770

Fonseca – Niterói – RJCEP: 24 120 – 191

. Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro – FiperjAlameda São Boaventura, 770

Fonseca – Niterói – RJCEP: 24 120 – 191

e-mail: [email protected]

Endereços úte is