amazônia em perigo - gazetavaleparaibana.com · a amazônia também é rica em ouro, manganês,...

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Ano X - Edição 118 - Setembro 2017 Distribuição Gratuita Amazônia em perigo Neste dia 5 de Agosto dedicado à Amazônia, temos que denunciar a liberação por este Governo de facto TEMER, da exploração mineral que coloca em risco comunidades indígenas e a fauna e a flora deste que é tido como o Pulmão do Mundo. Uma tragédia anunciada. O maior ataque à Amazônia em anos. O leilão do pul- mão do planeta. Essas são algumas críticas de ambientalistas, políticos e cele- bridades, como a top modelo Gisele Bundchen, à abertura da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca) à exploração privada de minérios. A medida, decretada pelo presidente Michel Temer, estabelece o fim da reserva que ocupa um território de quase 4 milhões de hectares entre o Pará e o Amapá. A imensa área tinha sido delimitada em 1984, durante a ditadura militar, para ser usada para exploração mineral estatal, e tem nova áreas protegidas de grande biodiversidade, entre elas, dois territórios indígenas das etnias Aparai, Wayana e Wajapi. A Amazônia também é rica em ouro, manganês, ferro e cobre. A exploração dos minerais era uma premissa apenas do Estado e tinha sido pouco usada até aqui, apesar de o governo garantir que o garimpo ilegal de ouro se proliferou e está degradando a região. Com o decreto, Temer pretende regulamentar e dinamizar a atividade mineira com a participação da iniciativa privada. “A medida tem um olhar inicial econômico, mas ao mesmo tempo tem outro aspecto que é o impacto que vai ter em vários pontos da questão socioambiental. Qual é o preço que vai se pagar numa área tão sensível como é a Amazônia? Grandes figuras da música ocidental VII Em artigos passados falamos de Verdi e Wagner, seguramente os dois compositores de ópera mais importantes no séc. XIX. Os dois foram responsáveis pelo cresci- mento do gênero, e influenciaram diretamente uma geração de com- positores de ópera. Falaremos de alguns dos compositores que fo- ram diretamente ou indiretamente influenciados por esses dois gran- des mestres. Página 6 Podemos ter esperança? Referente à política no Brasil, estou atordoado, tentando en- tender o que os políticos brasileiros sentem pelo Brasil, afi- nal. A pro- posta de Reforma Política que está sendo levada em consideração, é a de adotar o distritão, ou seja se o es- tado do Rio de Janeiro tem 46 de- putados federais, os 46 candidatos mais votados é que vão ser eleito. Os cientistas políticos concordam que é a pior alternativa possível quanto à representatividade. Página 11 ENSINE AS CRIANÇAS A DIZEREM NÃO AO CONSUMISMO Nossa vida é rodeada de incentivos ao consumo e esta- mos tão acostumados com isso que acabamos impondo esse mo- do de vida às crianças. Se as crianças são o futuro do plane- ta, devemos nos esforçar para não passarmos esse costume a elas. A base da sustentabilidade é a ca- pacidade de uma geração promo- ver o seu próprio bem-estar e tam- bém o das gerações futuras. Página 16 Editorial Página 2 CULTURAonline BRASIL - Boa música Brasileira - Cultura - Educação - Cidadania - Sustentabilidade Social Agora também no seu Baixe o aplicativo IOS NO SITE www.culturaonlinebr.org A única possibilidade de nos eternizamos nessa frágil vida, é plantando boas sementes. É a melhor herança que deixamos! FALTA COMIDA OU SOBRA? Os moradores de rua comeram toda sopa e to- do pão avidamente. Tudo que precisavam era se alimentar e, então quando o pessoal da sopa chegou, estampou-se entre eles o sorriso da felici- dade por poder comer. Ninguém se “atropelou” para receber sua porção, houve respeito e confraternização, prioridade era para os idosos e quem tinha crianças. Depois, sorri- dentes e tranquilos, os outros. Página 3 HISTÓRIA DE OLÍVIO Foi quase paixão à primeira vista. Todas as manhãs ela ia para praia aproveitar o sol do ve- rão e suas merecidas férias. Posicionava sua cadei- ra, se lambuzava de protetor solar e ali ficava o dia todo. Tomava sua cervejinha, saboreava petiscos de camarão, mais tarde um banho de mar, depois uma caipirinha, pastel e todas as besteiras ... Página 7 A ANHANGUERA E A VENDA DE DIPLOMAS Recentemente vi- ralizou nas redes sociais uma propa- ganda da Anhan- guera que induzia o leitor a comple- mentar sua renda como professor. Página 9 www.culturaonlinebrasil.net /// CULTURAonline BRASIL /// www.culturaonlinebr.org

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Page 1: Amazônia em perigo - gazetavaleparaibana.com · A Amazônia também é rica em ouro, manganês, ferro e cobre. A exploração dos minerais era uma premissa apenas do Estado e tinha

Ano X - Edição 118 - Setembro 2017 Distribuição Gratuita

Amazônia em perigo

Neste dia 5 de Agosto dedicado à Amazônia, temos que denunciar a liberação por este Governo de facto TEMER, da exploração mineral que coloca em risco comunidades indígenas e a fauna e a flora deste que é tido como o Pulmão do Mundo.

Uma tragédia anunciada. O maior ataque à Amazônia em anos. O leilão do pul-mão do planeta. Essas são algumas críticas de ambientalistas, políticos e cele-bridades, como a top modelo Gisele Bundchen, à abertura da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca) à exploração privada de minérios.

A medida, decretada pelo presidente Michel Temer, estabelece o fim da reserva que ocupa um território de quase 4 milhões de hectares entre o Pará e o Amapá.

A imensa área tinha sido delimitada em 1984, durante a ditadura militar, para ser usada para exploração mineral estatal, e tem nova áreas protegidas de grande biodiversidade, entre elas, dois territórios indígenas das etnias Aparai, Wayana e Wajapi. A Amazônia também é rica em ouro, manganês, ferro e cobre.

A exploração dos minerais era uma premissa apenas do Estado e tinha sido pouco usada até aqui, apesar de o governo garantir que o garimpo ilegal de ouro se proliferou e está degradando a região.

Com o decreto, Temer pretende regulamentar e dinamizar a atividade mineira com a participação da iniciativa privada.

“A medida tem um olhar inicial econômico, mas ao mesmo tempo tem outro aspecto que é o impacto que vai ter em vários pontos da questão socioambiental. Qual é o preço que vai se pagar numa área tão sensível como é a Amazônia?

Grandes figuras da música ocidental VII

Em artigos passados falamos de Verdi e Wagner, seguramente os dois compositores de ópera mais importantes no séc. XIX. Os dois foram responsáveis pelo cresci-mento do gênero, e influenciaram diretamente uma geração de com-positores de ópera. Falaremos de alguns dos compositores que fo-ram diretamente ou indiretamente influenciados por esses dois gran-des mestres.

Página 6

Podemos ter esperança?

Referente à política no Brasil, estou atordoado, tentando en-tender o que os políticos b ras i le i ros sentem pelo Brasil, afi-nal. A pro-posta de

Reforma Política que está sendo levada em consideração, é a de adotar o distritão, ou seja se o es-tado do Rio de Janeiro tem 46 de-putados federais, os 46 candidatos mais votados é que vão ser eleito. Os cientistas políticos concordam que é a pior alternativa possível quanto à representatividade.

Página 11

ENSINE AS CRIANÇAS A DIZEREM NÃO AO CONSUMISMO

N o s s a v i d a é r o d e a d a de incentivos ao consumo e esta-mos tão acostumados com isso que acabamos impondo esse mo-do de vida às crianças. Se as crianças são o futuro do plane-ta, devemos nos esforçar para não passarmos esse costume a elas. A base da sustentabilidade é a ca-pacidade de uma geração promo-ver o seu próprio bem-estar e tam-bém o das gerações futuras.

Página 16

Editorial Página 2 CULTURAonline BRASIL - Boa música Brasileira - Cultura - Educação - Cidadania - Sustentabilidade Social

Agora também no seu

Baixe o aplicativo IOS

NO SITE www.culturaonlinebr.org

A única possibilidade de nos eternizamos nessa frágil vida, é plantando boas sementes. É a melhor herança que deixamos!

FALTA COMIDA OU SOBRA?

Os moradores de rua comeram toda sopa e to-do pão avidamente.

Tudo que precisavam era se alimentar e, então quando o pessoal da sopa chegou, estampou-se entre eles o sorriso da felici-dade por poder comer.

Ninguém se “atropelou” para receber sua porção, houve respeito e confraternização, prioridade era para os idosos e quem tinha crianças. Depois, sorri-dentes e tranquilos, os outros.

Página 3

HISTÓRIA DE OLÍVIO

Foi quase paixão à primeira vista.

Todas as manhãs ela ia para praia aproveitar o sol do ve-

rão e suas merecidas férias. Posicionava sua cadei-ra, se lambuzava de protetor solar e ali ficava o dia todo.

Tomava sua cervejinha, saboreava petiscos de camarão, mais tarde um banho de mar, depois uma caipirinha, pastel e todas as besteiras ...

Página 7

A ANHANGUERA E A VENDA DE

DIPLOMAS Recentemente vi-ralizou nas redes sociais uma propa-ganda da Anhan-guera que induzia o leitor a comple-mentar sua renda como professor.

Página 9

www.culturaonlinebrasil.net /// CULTURAonline BRASIL /// www.culturaonlinebr.org

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Setembro 2017 Gazeta Valeparaibana Página 2

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download na web

Editor e Jornalista responsável: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

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O Direito a ter Direitos Exercer a cidadania é exercer nossos direitos, e para que esse exercício se dê plenamente é ne-cessário que todos tenham direitos a ter direitos. Temos direito a Direitos individuais e sociais. Direito de ir e vir está diretamente relacionado como nosso direito a liberdade. Consagrado no inc. XV do art. 5º da CF, o direito de circular, de andar livremente e o direito à liberdade de locomoção que só podem ser retirado das pessoas através de um motivo justificado em lei e por autoridade competente. Direito à vida, à segurança, a viver com dignidade. Direito à proteção jurídica, à pro-teção do Estado aos direitos fundamentais, proporcionando uma forma de viver mais justa, garan-tindo também nossos direitos sociais, elencados no artº 6º da Constituição Federal. O exercício da cidadania passa pela educação. Todos devem ter acesso à educação de qualidade; é direito de todos e dever do Estado. Direito ao lazer, tendo um tempo para si mesmo, para a família e a-migos; à moradia digna, a emprego, a saúde gratuita e que atenda às necessidades do indivíduo; à proteção contra a violência, a acesso a políticas públicas de qualidade.

Direito a um meio ambiente preservado, à qualidade de vida, ao saneamento básico, à proteção dos recursos naturais, hídricos, à qualidade do ar que respiramos. Direito de ter preservada nossa identidade cultural, as culturas em geral, as minorias, direito a uma sociedade mais justa, mais igualitária e linear. Direito a PAZ.

Ter direito a uma alimentação digna. Não passar fome é um direito do ser humano essencial à dignidade humana, ao desenvolvimento e à sobrevivência da pessoa. Passar fome é uma viola-ção dos Direitos Humanos. Esses interesses chamados de difusos ou coletivos são de todos, e são protegidos pelo direito.

Como diz Arendt “o direito a ter direitos significa viver numa estrutura onde se é julgado pelas a-

ções e opiniões e de um direito de pertencer a algum tipo de comunidade organizada”

O homem é um ser social, e é sabido que o direito só existe onde existe sociedade. O direito sen-do naturalmente social deve atender as nossas necessidades básicas e individuais de natureza social, na medida em que problemas ocorrerem e essas necessidades basilares não forem aten-didas, isso afeta a sociedade em geral. A vida em sociedade expõe nossas diferenças, e a máxi-ma de que somos todos iguais perante a lei ainda está longe de se concretizar. Conquistar direi-tos é algo que está continuamente acontecendo, através de lutas, debates públicos e trabalho da-queles que acreditam que sempre é possível melhorar. Os direitos humanos existem por si só, independem de reconhecimento constitucional, são básicos para qualquer pessoa; já os direitos fundamentais representam as bases da nossa organização jurídica, estão positivados na constitu-ição e são imprescindíveis para a proteção da dignidade humana.

O direito a ter direitos passa pela proteção do Estado Democrático de Direito. Exercer a cidadania é a representação efetiva da democracia, e uma cidadania plena só pode existir se todos tiverem direito a ter direitos.

Mariene Hildebrando

e-mail: [email protected]

DIZ O DITO POPULAR

O que o dinheiro não fizer neste mundo,

nada mais faz.

* * *

Bolsa vazia afugenta amigos.

* * *

Ladrão endinheirado não morre

enforcado.

* * *

Lágrimas de herdeiro são sorrisos disfar-

çados.

* * *

Dinheiro e estrume só presta espalhado.

* * *

Dinheiro não traz felicidade.

* * *

Adaptação: Dinheiro não traz felicidade,

manda buscar.

* * *

O dinheiro será teu senhor, se não for

teu escravo.

* * *

De janeiro a janeiro, o dinheiro é do

banqueiro.

* * *

Neste mundo, só o que se deve dar des-

graça é bom dia.

* * *

Pobre, quando mete a mão no bolso, só

tira cinco dedos.

* * *

Em casa de pobre, ao meio-dia mosca

faz samba debaixo da panela

* * *

Pobre só vai pra frente quando tropeça.

* * *

Deus é bom trabalhador, mas gosta que

o ajudem.

* * *

Quem sabe de luta, luta. Quem não

sabe, labuta.

* * *

Como você já deve ter reparado, apresentamos um novo espaço no site da Gazeta Valeparaibana.

Um dos objetivos da reformulação é tornar o site ainda mais cola-borativo e, assim, fazer jus ao lema de ser “o ponto de encontro da educação”.

Tendo em mente essa missão, de se tornar uma verdadeira comunidade virtual que une todos os profissio-nais e temas relacionados à educação, cultura e sustentabilidade Social, investiu na plataforma que se propõe a veicular trabalhos científicos da área.

É o ‘GV - Ciência’. Espaço 100% colaborativo e GRATUITO! A proposta surge para ser o meio em que trabalhos científicos sejam veiculados na imprensa, dano a eles o devido destaque.

Todo internauta do Portal Comunique-se pode fazer uso do ‘C-SE Acadêmico’, basta seguir dois passos...

1º - ENVIAR o trabalho para: [email protected] (em Word sem formatação com letra Arial 11). NÃO ESQUECER de enviar todos os seus dados: Nome Completo, Documento de Identidade, Nome do Curso, Faculdade.

2º - Depois de analisado, será publicado no espaço “GV - ciência” do site e na edição do mês subsequen-te no Jornal Digital.

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Setembro 2017 Gazeta Valeparaibana Página 3

Crônica do mês FALTA COMIDA OU SOBRA?

Os moradores de rua comeram toda sopa e todo pão avidamente.

T u d o q u e precisavam era se alimentar e, então quando o pessoal da sopa chegou, estampou-se entre eles o sorriso da felicidade por poder comer.

Ninguém se “atropelou” para receber sua porção, houve respeito e confraternização, prioridade era para os idosos e quem tinha crianças. Depois, sorridentes e tranquilos, os outros.

Muita conversa e agradecimentos aos que trouxeram a oferenda, em seguida, com seus cobertores e colchões nas calçadas, acomodaram-se para a noite de sono, agradecidos.

No restaurante ali perto, o homem na mesa da frente comeu toda porção da carne e sobrou pão. Sem olhar para os lados, comeu mais por ansiedade do que fome, mas o pão ficou. Não lhe faltava nada, só passou para saborear uma porção, certamente, ali era mais interessante e “desestressante” do que em casa. Mas, desperdiçou!

O homem do lado: leu, ouviu som, comunicou-se com todos a sua volta, conectou-se pelo celular, beliscou o amendoim, compartilhou a cerveja de alguém que lhe ofereceu, não consumiu nada e só gastou o tempo do garçom e ocupou lugar na mesa. Talvez alguém lhe esperasse em casa com uma boa refeição.

Já o casal que em seguida chegou, comeu racionalmente: ela tomou um suco, acionou o whatsapp e ele muitas cervejas. Olhares deslocados e poucas falas. Ele limpou o dente com a mão e a comida no prato sobrou.

Talvez morassem juntos e para não ter que cozinhar em casa, pararam para comer e nada mais porque quase não conversaram. Não comeram tudo...

Um casal atrás meio que isolados, felizes riam muito e pareciam estar se divertindo, muitas conversas descontraídas e sem pressa de irem embora, havia muita alegria

nas falas em tom alto e às vezes sussurros, talvez fossem juras de amor. Dava pra sentir no ar...

Por muito tempo ali permaneceram e se “curtiram”. Nada do que pediram foi desperdiçado, comeram tudo!

Outro casal, em outra mesa: ela de cara feia, ele comendo desesperadamente e falando de boca cheia, ela olhando incrédula e enojada e o encarando sem sucesso porque ele nem a olhava. Comeu e pediu mais, ela não o acompanha e, a comida sobrou.

Mais um casal: ela grávida toma uma Coca-Cola e ele cerveja. Ela parecia incomodada, talvez com as nuances da gravidez, mas, ele sem a menor percepção ria e rosnava, pedia mais cerveja, falava alto e, ela parecia cansada e cada vez mais incomodada. Ele pediu uma porção e não comeu quase nada. Ficou tudo ali, comida desperdiçada? Não, dessa vez, a futura mamãe, pediu pra embrulhar e levar para casa.

Na casa da amiga, tinha comida de sobra, jamais comida requentada, ela nem conseguia fazer atividades fora do lar porque seus filhos queridos e amados queriam comida fresquinha todo dia. E ela fazia. Quando sobrava era sugerido que desse aos moradores da calçada, porém, retrucava que bem como seus filhos batalhavam pelo pão de cada dia, muitos ali estavam porque nada queriam da vida e assim sua comida também era jogada fora.

Na casa de quem tem consciência só se faz comida no tanto que se come e come-se tudo e, quando sobra, lembram-se daqueles que tem fome lá fora e compartilham.

Cada um tem sua história...

Não somos salvadores do mundo, não julgue, mas o melhor de tudo seria, seja lá qual for a comida que sobra ela nunca deveria ser desperdiçada.

Todas essas histórias de desperdício, não são inventadas.

Existem em cada esquina!

Genha Auga Jornalista MTB: 15.320

Calendário

Algumas datas comemorativas

05 - Dia da Amazônia

07 - Independência do Brasil

08 - Dia Mundial da Alfabetização

14 - Dia do Frevo

17 - Dia da Compreensão Mundial

18 - Dia dos Símbolos Nacionais

19 - Dia Nacional do Teatro

20 - Revolução Farroupilha

21 - Dia da Árvore

22 - Dia da Juventude do Brasil

25 - Dia Nacional do Trânsito

26 - Dia Interamericano das Relações Públicas

27 - Dia Nacional de Doação de Órgãos

29 - Dia Mundial do Petróleo

Ver mais sobre na Página 12

Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-se dito que a

democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido

experimentadas de tempos em tempos.

Winston Churchill

================================= A democracia surgiu quando, devido ao fato

de que todos são iguais em certo sentido, acreditou-se que todos fossem absoluta-

mente iguais entre si.

Aristóteles

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Setembro 2017 Gazeta Valeparaibana Página 4

Conservadorismo

Passaporte para o Inferno (I)

"Ficava aberto a noite inteira, e era clássico, naqueles tempos em que a gente vestia pale-tó e gravata para ir a reuniões dançantes particulares ou aos bai-les na Reitoria da Uni-versidade, encerrar lá a madrugada".

Flávio Aguiar

“Mudam-se os tempo, mudam-se as vontades/ (…) E [o

Tempo], afora este mudar-se cada dia,/Outra mudança

faz de mor espanto:/Que não se muda já como soía". Luiz Vaz de Camões

Instado pelo Marco Aurélio e pela Katarina, passo a es-crever uma série de crônicas rememorando tempos anti-gos de Porto Alegre. Não se trata de “sessão nostalgia”. Trata-se de evocar a vertiginosa passagem do tempo, coisa necessária hoje para se contrapor a estes arautos do “eterno retorno” às agruras do conservadorismo em-pedernido que faz questão de manter nosso país, nossa gente, mergulhados na injustiça e na condição subalter-na no mundo e a suas vontades.

Chamei estas crônicas, presuntivamente, de “Passaporte para o Inferno”, evocação de cachorro-quente vendido na imortal banca do “Zé do Passaporte”, sita num trailer na esquina da José Bonifácio com a Os-valdo Aranha, perto de onde ficava a entrada do “Parque Shangai”, um parque de diversões com monta-nha russa, roda gigante e o escambau. Também por ali havia um campo de futebol amador, onde, ainda nos anos sessenta tardios, vi um combinado (!) de veteranos do Internacional e do Grêmio (!!!!) dar um baile num time de recrutas do CPOR, com Elton e Milton Kuelle (do Grêmio) jogando no meio-campo e Larry/Bodinho (do Inter) no ataque, acabando com a defesa adversária.

O Zé do Passaporte vendia todo tipo de cachorro-quente. Usava de tudo: purê de batata, ervilha, maione-se, mostarda, ketchup, etc., e tinha um molho de pimen-ta feroz que deu nome ao predileto do cardápio: “Passaporte para o Inferno”. Ficava aberto a noite intei-ra, e era clássico, naqueles tempos em que a gente ves-tia paletó e gravata para ir a reuniões dançantes particu-lares ou aos bailes na Reitoria da Universidade, encer-rar lá a madrugada.

Naquela Porto Alegre de então, afora as boates, alguns puteiros e os inferninhos, havia quatro recantos que nunca fechavam, inverno e verão: além do Zé, havia o restaurante Mateus, no centro, uma farmácia na Borges de Medeiros, no térreo do edifício onde ficava o recém-aberto Cinema Continente (onde vi pela primeira vez - das cinquenta que se seguiram - “O Leopardo”, de Vis-sconti/Lampedusa, com Burt Lancaster, Claudia Cardi-nale, Alain Delon e grande elenco de apoio), e, em fren-

te ao Zé, na esquina da Felipe Camarão com a Osvaldo Aranha, o Bar do Fedor.

O Bar do Fedor, na esquina da Felipe Camarão com a Osvaldo Aranha, nunca fechava - simplesmente porque não tinha portas.

O Fedor nunca fechava - simplesmente porque não ti-nha portas. Servia de tudo: churrasco, sanduíches, cer-veja, cachaça, Melhoral (naquele tempo ainda não havia Engov) pra quem precisasse. E ali, em frente ao Fedor, se passou um dos grandes dramas daquela Porto Ale-gre dos anos 50, ainda antes do Passaporte abrir as janelas do seu trailer.

Como narrativa em primeira pessoa, minha vida começa em 1954, no dia 24 de agosto. Bateram na campainha de nossa casa, na rua Demétrio Ribeiro, ex-rua da Var-zinha. Como era costume, fui abrir. A vizinha, Dona Wanda, nem me cumprimentou. Embarafustou casa adentro, aos gritos: “Dona Elsa" (minha mãe), “acenda o rádio. O doutor Getulio se matou!”

Corremos para o rádio, eu minha mãe, minha avó Henri-queta, a empregada, Audes Maria, e a vizinha. Rogério, meu irmão mais velho e Nilo, meu pai, estavam fora de casa. Deviam ser umas nove horas da manhã. Emocio-nado, o locutor do Repórter Esso (seria o Heron Domin-gues?) lia a Carta Testamento: no fim, “Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História”. Como um repentino flash, me veio à mente cena do ano anterior: eu sobre os ombros de meu pai, na praça da Matriz, no meio de uma multidão incalculável, foguetes espoucando por todo lado, e na rua em frente a nós, passando em carro aberto e acenando, de terno branco, o doutor Getulio, incólume e eterno. No banco de trás, um negro enorme: Gregório.

Reação popular ao suicídio de Getúlio Vargas, no centro de Porto Alegre. (Foto: Revista do Globo)

Seguimos colados ao rádio. Havia multidões derrama-das pelas ruas de Porto Alegre, e também chegavam notícias iguais do Rio de Janeiro. No centro da cidade, a multidão enfurecida invadia as sedes dos partidos anti-getulistas e quebravam o que encontrassem pela frente. Uma parte subia pelos prédios, e jogava pelas janelas tudo: mesas, cadeiras, armários, arquivos. Embaixo, na rua, outra parte tocava fogo naquilo tudo. A multidão passou a atacar também os jornais e rádios da oposi-ção, sobretudo dos Diários Associados, de Assis Chate-aubriand, o Chatô, antigo aliado de Getulio, que se vol-tara violentamente contra o benfeitor. (Seria porque Ge-tulio tivesse favorecido a concorrente Última Hora, de Samuel Wayner?).

Ouvimos, no rádio, ao vivo, o locutor da Rádio Farroupi-lha, dos Diários, narrando a invasão e o incêndio do pré-dio, que ficava nos altos do Viaduto da Borges de Me-deiros, esquina com a rua Duque de Caxias. No segun-do piso do prédio ficava a rádio Difusora, também do grupo. Alguém ficou preso por lá, e pulou pela janela, quebrando a espinha, o que, naquele tempo, equivalia a

ficar paralítico (a palavra “paraplégico” foi entronizada depois) pelo resto da vida.

Neste meio tempo, eu vestira o guarda-pó para ir à es-cola, no Colégio Paula Soares, na rua General Auto. Mas logo ficou claro que eu não iria: as escolas fecha-ram, pura e simplesmente, mandando crianças e profes-soras ou professores para casa. Outra vizinha bateu na porte e também embarafustou, aos prantos, casa aden-tro. O marido pusera um revólver na cintura e saíra para a rua.

Logo chegaram outras notícias. O quebra-quebra se espalhara pela cidade. Nos altos do Fedor ficava a sede de um partido da oposição (não lembro qual, seria o PRP?). A multidão se concentrara perto, para invadir o prédio. Do outro lado da rua ficava o Hospital do Pronto-Socorro. Talvez por isto havia ali um contingente da Bri-gada Militar, a PM sulina. Não se sabe muito bem como, o tiroteio começou. Na fuzilaria, dois civis morreram na hora. Um outro ficou ferido gravemente. Que me lembre, morreu algumas semanas depois.

O dia também morreu, e na manhã seguinte os jornais sobreviventes estampavam as fotos do quebra-quebra, mais as do Rio de Janeiro, com a multidão virando e incendiando caminhonetes de O Globo.

Depois, muito depois, criou-se a versão de que as multi-dões que saíam à rua para “comemorar” a queda de Getulio viraram a casaca ao ouvir a Carta Testamento lida no rádio. Uma ova. Não havia multidões comemo-rando a queda do presidente mais popular que o Brasil já teve, depois de D. Pedro II e antes de Lula. O Povo, assim com maiúscula, assistia, impotente, a queda do seu presidente. A notícia do suicídio e a leitura da Carta galvanizaram o descontentamento e a fúria. Que então, de fato, saiu às ruas. O Povo, assim, com maiúscula, para desespero dos Lacerdas, os Temers de então.

Muitos anos depois li a biografia de Osvaldo Aranha, e de como ele disse a Getulio, naquela fatídica madruga-da: “Manda todo mundo embora, fiquemos só nós dois aqui no Palácio do Catete, e resistiremos à bala”. Getuli-o lhe bateu no ombro, e disse: “Vai pra casa dormir, Os-valdo. Eu já pensei em tudo”.

O Velho (como também era chamado) ficou só e resistiu à bala. Uma única. E entrou pra História, tornando-se um mito.

Recentemente passei por aquele recanto da Osvaldo Aranha. De tudo, só resta o Pronto Socorro. Nem o Fe-dor, nem o Zé do Passaporte, nem o Parque Shangai, nem o campo e futebol estão lá (acho que no lugar de algum deles está o Auditório Araújo Viana).

O Fedor queimou. O Zé, o Parque e o campo viraram fumaça. Tudo o que é sólido desmancha no ar, dizia Marx.

Mas há certas coisas que não são sólidas, nem líquidas, nem mesmo gasosas. Estas não se desmancham nun-ca.

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Setembro 2017 Gazeta Valeparaibana Página 5

Cidadania

REFORMA POLÍTICA

A comissão da reforma política aprovou a cláusula de barreira.

É uma intervenção arbitrária na representação política, baseada na crença de que é melhor ter menos partidos - facilita a decisão dos eleitores, facilita a composição de maiorias parlamentares.

Será? Temos muitos partidos, é ruim.E se a gente ficar só com três, mas que sejam três PMDB's, melhora em alguma coisa? Partidos sem coerência, sem programa, que não significam nada para o eleitor e que precisam ser comprados aos nacos para dar sustentação ao governo... Qual a vantagem?

A questão não é apenas simplificar escolhas. O eleitorado precisa dispor de alternativas reais, que indiquem diferentes projetos de país, e representantes que falem em nome de seus interesses e visões de mundo. A cláusula de barreira impede que muitas dessas alternativas se apresentem. Ela empobrece a disputa política e o debate parlamentar.

O argumento subsidiário, de barrar as legendas de aluguel, também não se

sustenta. A cláusula de barreira não fecha esse mercado, apenas o oligopoliza.

Todos nós sabemos quais são os partidos, à esquerda e à direita, que apresentam um mínimo de consistência programática e que, portanto, se credenciam para o debate político - e quais não têm nada disso. O problema é que não há meio de transformar essa distinção prática numa regra legal.

Quanto menor o leque de opções, mais fácil tende a ser a escolha – mas tende também a ser menos satisfatória. Se os partidos correspondem a posições políticas ou a in te res ses soc i a i s , um amp lo multipartidarismo daria ao eleitor a chance de fazer um ajuste fino na manifestação de suas preferências. Essa é a justificativa clássica para os sistemas de representação proporcional. No extremo, porém, tal caminho levaria à multiplicação de opções idiossincráticas, dificilmente discerníveis entre si, o que complicaria, sem ganhos adicionais, a opção eleitoral. O sistema ideal far ia com que posições substantivamente diversas aparecessem separadas, mas posições suficientemente próximas estivessem unidas. O problema é que não há uma medida objetiva que se possa aplicar para verificar o cumprimento deste critério.

A saída passa ampliação da educação política, com democratização da informação e mais espaços de participação, o que permitiria ao eleitorado depurar o sistema partidário com escolhas mais esclarecidas. Não existe atalho.

A cláusula de barreira é uma medida que gera arbitrariamente um sistemas partidário mais enxuto, sem promover nenhum valor político positivo. E, no caminho, pode impedir a manifestação de posições políticas relevantes.

Luis Felipe Miguel

Porque precisamos fazer a Reforma Política Popular no Brasil?

Seus impostos merecem boa administração. Bons políticos não vem do nada. Para que existam bons políticos para

administrar o país, toda a sociedade precisa colaborar para que eles possam nascer e terem sucesso. É preciso um sistema eleitoral moderno para melhorar a qualidade da política. Os políticos "tradicionais" tem horror à reforma política, porque ela pode mudar a situa-ção atual onde eles usam e manipulam o eleitor e são pouco cobrados !

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Por uma Reforma Política democrática com participação popular

FRASES SOBRE

POVO

Heitor (um amigo meu, depois de repetidas cutucadas de barbatanas no rosto, durante um chuvisqueiro): “O povo brasileiro não está preparado para andar de guarda-

chuva”. * * *

Eu: “Se a voz do povo é a voz de Deus, Deus anda muito reclamão”

* * * Renato Russo: “Já me falaram muitas vezes que a voz do povo é a voz de Deus. Será que

Deus é mudo?”. * * *

Carlos Drummond de Andrade: “É fácil falar em nome do povo, ele não tem voz”.

.* * * Drummond, de novo: “Democracia é a forma

de governo em que o povo imagina estar no po-der”. * * *

Oscar Wilde: “Democracia quer simplesmente dizer o desencanto do povo, pelo povo, para o

povo”. * * *

Napoleão Bonaparte: “Não tenhais, sobretudo, medo do povo, ele é mais conservador do que

vós”. * * *

Confúcio: “O mestre disse: pode-se induzir o povo a seguir uma causa, mas não a

compreendê-la * * *

Maquiavel: “Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!”.

* * * Maquiavel, de novo: “Um povo corrompido que

atinge a liberdade tem maior dificuldade em mantê-la”.

* * * Stalin: “Líderes vão e vêm, mas o povo permanece. Apenas o povo é imortal”.

* * * Stalin, de novo: “O povo deve ser educado com

o mesmo cuidado e ternura com que um jardineiro cultiva uma árvore

* * * Benito Mussolini: “Somente um país inferior, ordinário, insignificante, pode ser democrático.

Um povo forte e heroico tende para a aristocracia”.

• * * •

Mês que vem tem mais...

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Cidadania II

Setembro 2017 Gazeta Valeparaibana Página 6

NO CAMINHO DA MANADA NÃO HÁ ESPAÇO PARA REFLEXÃO

A leitura a seguir lança luz sobre um pano de

fundo da crise, que é a crise de identidade do

povo brasileiro. Está presente também nessa

crise a carência do livre pensar, por falta do

subsídio cultural crônico. Assim o brasileiro

segue, com as crises, impedido da reflexão e

pouco disposto a um posicionamento a mar-

gem do rebanho.

É um motivo de perplexidade e inquietação o

desplante com que o governo golpista de 2016

vem atuando. Retira direitos consagrados há

quase cem anos, doa a estrangeiros bens e

riquezas naturais brasileiras, provoca a humi-

lhação da nossa nacionalidade no exterior, en-

fim, é um verdadeiro provocador que não en-

contra quem o revide com efetividade.

Aqui e ali, um discurso, um artigo, mais ou me-

nos veemente, uma denúncia, muitas vezes

cheia de ressalvas, parece que a ameaça de

Aécio Neves, gravada pelo corruptor, de matar

o denunciante, intimidou todo mundo.

Tenho plena consciência que não são os arro-

gantes e imbecis parlamentares, os magistra-

dos, nem mesmo os ruralistas, exportadores,

banqueiros e outros sanguessugas da nação,

desde o período colonial, quem está mantendo

este governo. Também não são os Estados

Unidos da América (EUA) ou qualquer outro

império de algum estado nacional.

Por trás dos golpistas está um poder colossal,

mas não invencível: o sistema financeiro inter-

nacional, que denomino “banca”.

Como age a banca para neutralizar reações e

obter um apoio suicida de parte do povo? Há

várias técnicas no domínio das corrupções,

afinal é a banca a maior corruptora de todos

os tempos, também no domínio das estraté-

gias de administração e no campo da comuni-

cação de massa.

Neste último, o Brasil talvez tenha sido o mais

fácil país para a banca exercer sua ação. En-

controu um sistema quase totalmente privado,

dominado por meia dúzia de famílias, mas

sendo um monopólio efetivo de uma delas: a

proprietária do Sistema Globo.

A banca não tem argumento. Como defender o

propósito de criar uma dívida permanente, de

preferência crescente, que escravize o deve-

dor? Afinal a banca só faz, rigorosamente, is-

so: promover a dívida. Tenho a convicção –

expressão tão em voga – que esta face da

banca se originou com a Revolução Francesa

e o “passeio” de Napoleão pelas terras aristo-

cráticas do continente europeu. Deve ter sido

um susto, para quem sempre teve na proprie-

dade fundiária seu poder e riqueza, se encon-

trar, subitamente, despojado de ambos.

Os financistas ingleses, que já haviam se a-

propriado da revolução industrial, viram um

modo de responder a esta inquietante situação

da aristocracia e seus apaniguados: a geração

de dívida. E, a partir daí, pela dívida, a Ingla-

terra criou um império colonial. Você, por aca-

so, está pensando que as ferrovias na Índia

objetivavam o progresso daquele país? Triste

e ledo engano. Além de facilitar a comerciali-

zação das companhias inglesas (precursoras,

com as holandesas faça-se justiça, da simbio-

se público-privada: o público arca com os in-

vestimentos e os prejuízos; o privado com os

lucros) gerava a dívida da Índia com os ban-

cos ingleses. Aqui, no Brasil, a independência

carregou uma enorme dívida com a Inglaterra,

que o Império multiplicou, e somos apenas um

exemplo entre tantos outros. Nenhuma jabuti-

caba.

Voltando à estratégia da banca. A forma mais

fácil de conduzir uma multidão é colocando-a

numa situação de dualidade: ou isso ou aquilo,

ou preto ou branco, ou comunista ou democra-

ta e assim, sem outra resposta, você vira um

boi no estouro da boiada. Não pode ficar atrás

da árvore ou correr em outra direção, segue a

boiada ou a enfrenta.

O caminho para o golpe de 2016 foi a corrup-

ção. Nunca tantos corruptos se apresentaram

contra uma única corrupção, a do Partido dos

Trabalhadores. Dia e noite as redes de televi-

são e a imprensa martelavam: corruptos, cor-

ruptos, corruptos.

E, os próprios tribunais de exceção, constituí-

dos por agentes da banca e corrompidos di-

versos, para condenar os “petralhas”, chega-

ram aos denunciantes, aos golpistas de todos

os poderes. Era, então, necessário mudar a

tônica. Como por milagre, a corrupção sai das

manchetes. Entra a violência. Sim, você deve

ser a favor do uso policial das forças armadas

ou então é um terrorista, um amigo dos margi-

nais. Exceto se for um magistrado conhecido

por conceder noturnos habeas corpus.

Assim, a banca prepara a repressão, que um

governo provocador, inimigo da Nação terá,

mais dia menos dia, que enfrentar. E a pauta

da violência, do desastre substitui a da corrup-

ção. Nem importa se é o assalto com vítima no

seu bairro ou uma avalanche na Suíça. Você

precisa ter medo, como antes tinha revolta. Já

prepara, pelo medo, uma grande arma, as pri-

sões e torturas dos opositores. Há até um pré-

candidato a qualquer coisa que tem no discur-

so da agressão seu mote político.

E a banca vai destruindo, dentro de seu plano,

mais um país, como o fez com o Iraque, a Lí-

bia, tentou na Síria e insiste na Venezuela. É

um projeto nefasto de poder, cujo enfrenta-

mento exige a consciência e a reflexão de

quem não se ilude com dicotomias e sofismas.

Pense e salve sua Pátria, saia do rebanho ou

se tornará um pária.

Pedro Augusto Pinho

Rádio web CULTURAonline Brasil

NOVOS HORÁRIOS e NOVOS PROGRAMAS

Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós !

A Rádio web CULTURAonline Brasil, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Professor , Família e Sociedade.

Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, onde a Educação se discute num debate aberto, crítico e livre. Mas com responsabilidade!

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Crônicas, Contos e Poesia

Para o amor não há distância,

Tudo parece perto.

O amor acalma a alma, as aventuras são errantes.

A lembrança nos aproxima sempre de quem amamos

A saudade é uma distância perto todos os dias.

A lembrança é eterna e não sai da mente.

Como as estrelas parecem próximas,

Quem amamos está sempre presente

Acordado em nossos sonhos.

No amor, eternizamos um pequeno instante,

Por medo que tudo fique distante,

Prova nossa força quando calamos,

A qualquer custo, queremos o amor por perto.

Quando o coração não pode ser tocado,

Vem um anjo e nos traz o olhar de quem amamos

Como se prece fosse e, quanto mais longe estiver,

Mais perto se quer e mais se quer amar.

Perto ou longe, o amor sempre vivo está.

Mesmo que rejeitados, continuamos a amar,

Continua viva em nós a chama.

E a vontade de estarmos juntos,

Nem que seja só por mais alguns segundos.

Genha Auga

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HISTÓRIA

DE OLÍVIO

Foi quase paixão à primeira vista.

Todas as manhãs ela ia para praia apro-veitar o sol do verão e suas merecidas férias. Posicionava sua cadeira, se lambuzava de pro-tetor solar e ali ficava o dia todo. Tomava sua cervejinha, saboreava petiscos de camarão, mais tarde um banho de mar, depois uma caipi-rinha, pastel e todas as besteiras a que tinha direito.

Longe das tarefas de casa e principalmente do fogão, assim passava seus dias, caminhadas, cada dia um papo com alguém que conhecia e só voltava à noite para sua casa de férias. To-mava um banho, relaxava e, só faltava mesmo companhia para jogar um baralho ou assistir um filme até a hora de se deitar.

Tudo ótimo, delícia de férias até que apareceu o lindo e encantador Olívio que vinha todos os dias e passou a desfrutar de sua companhia, compartilhando seus petiscos, longos passeios, corriam até a beira da água e assim passaram alguns os dias daquele verão.

Nessa convivência tão prazerosa, Maria Tere-za, descobre que ele era solitário e sem lugar fixo, um nômade e errante aventureiro litorâneo. Visto terem se dado tão bem, trouxe-o para São Paulo e compartilhariam casa e comida. No car-ro vieram contentes e ele, pelo visto, não tinha costume de andar de carro por isso quase a dei-xou maluca com tanta euforia.

Chegaram e foram para o apartamento. Quan-do sua filha e os vizinhos souberam da novida-de a recriminaram muito e disseram que havia arrumado um problema e não seria a solução pra Olívio, no entanto, entusiasmadíssima com sua decisão, nem ligou para os comentários.

Os primeiros dias foram felizes embora ambos se adaptando nessa parceria. Ele mexia em tu-do, pulava o tempo tudo, queria comer toda ho-ra, pois com apenas três anos de idade, não estava acostumado com regras e muito menos de ter que deixar de comer as besteiras que lhe davam o tempo todo na praia. Não se conforma-va de ficar trancado em casa e só sair nos horá-rios certos e, sem contar quando ela precisava sair para suas obrigações de rotina e o deixava em sozinho em casa.

Quando voltava, era só reclamação dos vizi-nhos porque Olívio fazia um escândalo tão grande que pensaram em denunciá-la. Com o passar dos dias, ele foi se acalmando, mas sempre mexia no que não podia, quebrava obje-tos e fez muitos xixis onde não devia.

Precisava levá-lo para passear, tomar sol, brin-car, mas ela mal aguentava tanta traquinagem. Pela janela via-se ela sendo puxada pela força dele querendo se soltar e ela o segurando e ra-lhando com ele, geralmente desistia e voltava para casa.

Terror foi o dia em que precisou levá-lo para tomar vacinas e passar por exame médico, ele querendo fugir do médico era um desespe-ro, pois, como tomou essa decisão e desde o início ninguém a apoiou, consequentemente, ninguém a ajudava.

Logo vieram as primeiras manifestações de ar-rependimento, pois já desacostumada de obri-gações com essa “criança”, de limpar, impor horários, levar para atividades e já cansada não via como voltar atrás e nem como alguém lhe ajudar.

Ele, por sua vez, acostumado a brincar pela praia, comer a hora que queria, sem hora pra nada, foi se enchendo de tristeza, o olhar ficou melancólico, não gostava de ficar dentro daque-la casa que mais parecia uma caixinha, nem na janela podia olhar, tudo que pegava para brincar era proibido, fora os remédios horríveis que to-mava e banhos que detestava.

Ficavam na sala se olhando desolados...

Na verdade ela agora não era mais a mulher encantadora e divertida da praia, estava mais pra madrasta e daquelas bem bravas e chata, e ele, deixou de ser aquele companheirinho diver-tido para tornar-se uma obrigação séria e de-sastrosa na qual não pensou.

Passaram-se os dias e tudo foi se acalmando e cada um levando como podia.

Uma noite, Maria Teresa acordou para tomar água, tropeçou no tapete, caiu e não conseguia levantar-se, Olívio não sabia o que fazer, pulava com força na porta e tanto barulho fez que o vizinho, ligou para a filha dela reclamando e a-chando que estavam com algum problema. A filha chegando, encontra a mãe caída e Olívio ao seu lado, desesperado. Foi socorrida e ficou em repouso por alguns dias. Qual não foi a sur-presa que teve ao ver o carinho e o olhar de tristeza dele vendo sua parceira, aborrecida e doente e ela, emocionada com o carinho dele que passou a brincar e afagar seu querido ami-guinho arrependida de sua sempre má vontade. Afinal além de lhe salvar, não saia de perto dela nem um segundo.

Depois de algum tempo, já restabelecida, pas-sou a ter mais prazer e vontade de brincar, sair com Olívio e cada um, com amor, passaram a viver melhor a nova vida e tornaram-se insepa-ráveis e os dias ficaram cada vez mais diverti-dos.

Enfim chegaram as férias novamente e lá se foram para a praia. Muita alegria entre eles e aproveitaram a liberdade que o lugar permitia, sem horários e comendo muita besteira.

Assim, ficou mais uma vez comprovado que o cão é, realmente, o melhor amigo do homem.

Basta que os animais sejam respeitados e compreendidos.

Genha Auga Jornalista MTB: 15.320

Setembro 2017 Gazeta Valeparaibana Página 7

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Setembro 2017 Gazeta Valeparaibana Página 8

Imoralidades Brasil Oração fúnebre para o Brasil

No último dia dois de agosto de 2017 assisti-mos, paralisados, a morte moral do Brasil. Pe-la primeira vez na história, um presidente da República foi flagrado cometendo crimes e os falsos representantes do povo decidiram dar-lhe aval para que ele siga impune no exercício da mas alta magistratura do país sem que a tenha recebido da vontade do povo. Pelo con-trário, deixaram-no no cargo contra a vontade da esmagadora maioria do povo. De lá para cá, o país sangra sem dignidade e o pavilhão auriverde tremula com as manchas cinzentas da vergonha.

A morte moral do Brasil não foi acompanhada pelo tinir de batalhas nas ruas e nas praças, por gritos de indignação, e pelo rufar de tam-bores da guerra. Com exceção de uma esca-ramuça aqui, outra acolá, o povo assistiu ca-bisbaixo a morte da dignidade nacional. O que se ouviu foram lamentos de desesperança de uma sociedade fraca que se afunda em sua fraqueza, de um povo desanimado, incapaz de qualquer ato de virilidade combativa.

O que se viu foi um povo cativeiro de sua pró-pria impotência, sequer comparável aos he-breus escravizados no Egito, porque aqui não há um Moisés libertador, capaz de conduzi-lo a uma Terra Prometida qualquer. Os nossos políticos são valentes em seus gabinetes, são combativos em sua vaidade, são espalhafato-sos em suas inconsequências e são heróis de sua própria covardia. Não, aqui o povo está cativo em sua própria terra, sem um líder que o convoque para a luta, que possa servir-lhe de exemplo, de inspiração.

O assassinato moral do Brasil não deixou viú-vas vingativas, filhas revoltadas, filhos, paren-tes e amigos desensarilhando armas para o combate. Silêncio, fastio, recolhimento, desa-lento e resignação são os entes que acompa-nham o triste féretro por onde passa o corpo insepulto deste país apunhalado em sua ingló-ria trajetória, extraviada nos tempos.

O povo bestializado que viu nascer a Repúbli-ca – no dizer de Aristides Logo – proclamada por um marechal monarquista, sem saber o que estava acontecendo, é o mesmo povo bestializado de hoje que viu Temer ser salvo porque a vida é assim, porque os políticos são assim, porque o Brasil é assim e porque nada importa. Tanto fez, como tanto faz. Resigna-ção e indiferença parecem ser os melhores remédios quando não há ânimo no espírito, quando não há virtudes cívicas, quando não há coragem e disposição para a luta, quando

não há líderes autênticos. Resignação e indi-ferença é a melhor maneira de enfrentar a trá-gica normalidade, porque nada muda numa realidade pacata, violentamente pacata, que sempre foi assim e sempre será assim.

Os políticos de Brasília, os operadores do mercado financeiro, os grandes capitalistas, os empresários da Fiesp que nunca pagam o pato, não choram por este Brasil moralmente decapitado. Não choram pelos 60 mil mortos anuais que acompanham esse corpo de um Brasil saqueado; não choram pelas mães e pelas viúvas de jovens assassinados; não choram pelos milhares de corpos mutilados no trânsito; não choram pelo choro das crianças baleadas no ventre das mães, da meninas a-batidas pelas balas perdidas; não choram pe-los doentes amontoados nos corredores dos hospitais públicos; não choram pelas crianças que não têm leite, pelo trabalhador que não dorme, pela empregada doméstica humilhada e pelas famílias que não têm lar. Os políticos choram pelo teu voto, pela propina dos em-presários, pelo cargo público para os apadri-nhados, pelo enriquecimento privado.

Não há sentido de grandeza nas ações dos nossos políticos, nem honra em servir o bem público, nem ambição de conquistar a glória imorredoura dos grandes feitos construídos pelo espírito heroico do desprendimento sacri-ficante da doação pessoal pelo país. Os nos-sos políticos almejam a reputação dos mes-quinhos, as pequenas manobras dos esperta-lhões, as palavras lustrosas dos demagogos, os atos teatrais dos charlatões.

Os historiadores nos descreverão em cinza sobre cinza

Os historiadores do futuro haverão de descre-ver o nosso tempo em páginas cinzentas com letras cinzentas, pois nada de dignificante e glorioso há o que se relatar. Há que se relatar os andrajos morais de um país sem dignida-de, uma época de covardias de gentes indis-poníveis para a luta. Há que se relatar uma tenebrosa noite de incertezas, de rostos depri-midos pela desesperança. Há que se relatar um tempo de políticos que engrandeceram os bolsos para empobrecer a pátria, de empresá-rios que compraram políticos para se apode-rar dos cofres públicos, de inconfidentes con-tra a Constituição que deveriam ser seus pró-prios guardiões.

Há que se relatar um tempo em que o país foi assaltado por políticos velhacos e quadrilhei-ros, cuja competição não era para inscrever nas páginas da história as vitórias triunfais na construção de um país grandioso, mas para

ver quem se apossava mais do botim do te-souro público, para ver quem era o melhor a-migo dos empresários para solicitar-lhe a pro-pina em troca de favores escusos.

As gerações futuras sentirão vergonha do nosso tempo, sentirão desprezo pela nossa covardia e pela nossa prostração. Serão jus-tas se não sentirem nenhuma magnanimidade compreensiva, pois não a merecemos. Não mereceremos a benevolência do perdão por-que estamos legando a elas uma herança trá-gica, de um país que se arraigou à sua desi-gualdade, à sua incultura, à sua indignidade e à sua falta de coragem.

As gerações futuras nos condenarão a nós e a nossos inimigos. A nós porque fracassamos de livrar o Brasil de seu opróbrio; não fomos capazes de enfrentar os inimigos do povo com a astúcia virtuosa do bom combate; nos enre-damos nas auto-justificativas pueris dos nos-sos próprios fracassos; não tivemos princípios de conduta disciplinadores; não nutrimos tra-ços de caráter intransigentes com as injusti-ças e com as desigualdades; não fomos in-conformados com os nossos próprios erros e fracassos; não tivemos a virtù guerreira para proteger e liderar os mais fracos e arrancar dos poderosos os frutos de suas rapinas.

Os nossos inimigos serão condenados pela encarnação histórica do mal que sempre foi feito desde que o Brasil é Brasil. São a conti-nuação dos massacres contra os índios, dos açoites e dos grilhões contra os negros, do sangue derramado dos camponeses nos cam-pos vastos do Brasil, do cansaço, suor e lágri-mas dos trabalhadores explorados. São a continuação da violência sexual, moral e labo-ral contra as mulheres.

Michel Temer e seu governo são uma síntese de toda essa perversidade criminosa que co-bre o Brasil de sangue, de vergonha e de in-dignidade. Quando as forças terríveis do Ha-des tragarem Temer para as profundezas dos abissais, não lhes será erguida nenhuma es-tátua para que fique na memória do país. Es-sas forças o arrastarão para os campos do esquecimento eterno. E se alguém encontrar a sua sepultura em tempos remotos do futuro haverá de ler: “aqui jaz um corrupto que des-truiu o Brasil para salvar o seu mandato ilegíti-mo”.

Aldo Fornazieri

Professor da Escola de Sociologia e Política (FESPSP).

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Setembro 2017 Gazeta Valeparaibana Página 9

E agora José?

A ANHANGUERA E A VENDA DE DIPLOMAS

Recentemente viralizou nas re-des sociais uma propaganda da Anhanguera que induzia o leitor a c omp lemen ta r sua renda como professor. Para isso bastaria rea-lizar o curso ofe-recido pela insti-tuição.

Nas redes sociais, sobraram críticas à campa-nha publicitária. Mesmo após a retirada do a-núncio, as críticas continuaram. A princípio a frase “torne-se professor e aumente sua ren-da”, não caiu bem. Até porque quem é profes-sor de carreira sabe que não é bem assim que funciona.

Em nota a Anhanguera afirma que: “Erramos. Nós, da Anhanguera, pedimos desculpas pela mensagem equivocada sobre a função e a im-portância dos professores. A campanha de marketing que causou mal-estar não represen-ta o que nós, como instituição de ensino acre-ditamos, e foi retirada do ar. Nossa intenção com o curso de Formação Pedagógica é in-centivar que profissionais já formados possam ter também essa habilitação e contribuir para a resolução do déficit de professores que o Bra-sil enfrenta. Acreditamos que, promovendo a docência, temos o caminho para o desenvolvi-mento social e econômico do país. Por fim, es-clarecemos que, esta campanha, em específi-co, não foi submetida à análise prévia do Luci-ano Huck e de sua equipe”. Cabe ressaltar que esta nota foi extraída do site https://goo.gl/WCVKbu e que, oficialmente, não localizamos esta nota no site da instituição.

Ainda que, como já dito, não tenhamos locali-zado a nota (de forma com que se prove a au-toria da mesma), não é preciso muito esforço para entender a massificação dos diplomas no Brasil. Infelizmente, para muitos, vale muito mais um diploma do que o conhecimento.

É importante deixar bem claro que este tipo de comércio existe porque há consumidores. Isto é, se a empresa oferece um produto de baixa qualidade, oferece porque há pessoas interes-santes e dispostas a pagar por este produto. Neste caso, há alunos-clientes interessados. É a lei do mínimo esforço para obter vantagem. Nesta situação, conseguir um emprego (ou um bico).

Não pretendo tratar aqui da relação qualidade x quantidade e creio que mediante as observa-ções de um olhar um pouco mais atento, fica evidente a falta de qualidade por aqueles que

se formam em regime de “pastelaria”. O que presenciamos são professores de Língua Por-tuguesa que não sabem fazer uso correto da vírgula, professores de Geografia que não conseguem realizar uma análise sobre o espa-ço ou uma leitura de um mapa. Advogados que não conseguem interpretar um texto ou se expressar diante de um público, médicos que esquecem o bisturi dentro do paciente, enge-nheiros que erram o cálculo e o prédio cai, etc.

A venda de diplomas no Brasil se tornou um mercado muito prolífero. Na ansiedade de se obter uma certificação, muitos optam pelo me-nor esforço. Quanto menos aula, menos tare-fas e menos estudos, melhor (e para citar um colega que obviamente não iremos expor, diria sem o menor pudor, “quanto menos...” . Quan-to mais rápido o diploma for expedido, melhor. Neste contexto se forma um exército de “diplomados sem conteúdo”, uma massa que vai servir para subempregos (públicos ou pri-vados). Uma massa que encara a profissão de professor como um bico.

Na segunda metade do século XIX, Karl Marx cunhou o conceito de “Exército industrial de reserva”. Este conceito se reflete sobre o de-semprego estrutural, em que a força exceden-te do trabalho (os desempregados aptos ao emprego) é estrategicamente necessária para que possa haver a inibição sobre as reivindica-ções trabalhistas e o rebaixamento dos salá-rios. Em tempos de crise, como o que estamos vivendo, a crença no livre emprego e na livre negociação trabalhista atesta o quanto o con-ceito de “Exército industrial da reserva” é la-tente e presente.

Outra parte importante deste anúncio se trata da denúncia sobre a prática da venda de diplo-mas no Brasil. Nas últimas duas décadas a quantidade de brasileiros diplomados no Ensi-no Superior aumentou muito. As políticas de financiamento do Ensino Superior, abertura de universidades e faculdades públicas e a políti-ca de bolsas em instituições privadas fizeram com que o Brasil saltasse de 16,5% da popula-ção de 18 a 24 anos matriculadas no Ensino Superior para 34,6% em 2015. De acordo com o Plano Nacional de Educação, a meta para 2024 é de 50%. Ou seja, é um fantástico mer-cado para ser explorado.

No site do Observatório do Plano Nacional de Educação é possível verificar a meta 15, que trata da Formação de Professores. No painel de indicadores da meta, observamos que em 2007 68,4% dos professores da Educação Bá-sica tinham Ensino Superior. Em 2016 a por-centagem passou para 77,5%. A meta para 2024 é atingir 100%.

Sendo assim, o mercado de Ensino Superior apresenta um campo profícuo para as grandes

corporações que contam com reserva financei-ra, financiamento próprio, currículos flexíveis, utilização de EAD e uma série de outras “vantagens” (entre muitas aspas) que detonam com qualquer faculdade séria de pequeno ou médio porte e formam alunos (entregam diplo-mas) na base da baciada. Repetimos: este mercado só existe porque há mercado consu-midor. Na ansiedade de se obter um diploma para angariar “umas aulinhas”, a busca por es-ses cursos é imensa.

O que se percebe é que isso se trata da legali-zação do ilegal. Ou seja, a venda de diplomas é sumariamente proibida, porém, com um cur-so de seis meses ou mesmo um ano, de um curso que dura no mínimo três (e é pouco), eles (empresários da educação) enchem “a burra” de dinheiro e lançam no mercado profis-sionais “meia-boca”. Esses profissionais, se é que podemos chamá-los assim, voltam ao mercado educacional e na melhor das hipóte-ses (ou pior, não sabemos) são admitidos em escolas públicas e privadas (de qualidade du-vidosa) e com seus parcos conhecimentos e falta de empenho acabam “parindo” alunos a-nalfabetos funcionais. Percebe-se aí um ciclo vicioso de má educação que as políticas edu-cacionais (e partidárias) teimam em perpetuar visando apenas e tão somente a criação de um “exército industrial de reserva”, como cita-do acima.

E, de quebra, ainda temos que engolir que Marx não deveria ser cogitado em aulas, pois “trata-se de uma doutrinação marxista, leninis-ta, stanilista, petista, venezuelana, cubana”. Balela, nada mais, pois a escola é um espaço reflexivo, onde se debate ideias e o conheci-mento advém da dialógica, das diferenças res-peitadas. Vale a pena lembrar que já foi citada em outros artigos a ideia de que nossos pla-nos educacionais são uma verdadeira colcha de retalhos que toma um novo rumo a cada período eleitoral e por causa disso nunca che-gamos ou chegaremos a um porto seguro. Ob-viamente, um professor mal formado vai traba-lhar pela lei do mínimo esforço. Isto é, aceitan-do que a reflexão, a análise e a crítica são coi-sas de comunistas, e o que vale mesmo é o cumprimento de cartilhas.

No fundo, no fundo (nem tão fundo assim), a publicidade da Anhanguera não está errada. Só está reproduzindo o que acontece na práti-ca.

Ivan Claudio Guedes

Geógrafo e Pedagogo

Omar de Camargo

Professor de Química.

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Setembro 2017 Gazeta Valeparaibana Página 10

Cultura Musical Grandes figuras da música ocidental VII

Puccini

Em artigos passados falamos de Verdi e Wagner, seguramente os dois compositores de ópera mais importantes no séc. XIX. Os dois foram responsáveis pelo crescimento do gênero, e influenciaram diretamente uma ge-ração de compositores de ópera. Falaremos de alguns dos compositores que foram direta-mente ou indiretamente influenciados por es-ses dois grandes mestres.

O primeiro deles que escolhi foi Giacomo Puccini. Puccini acabou se tornando um dos mais e-xecutados compositores líricos até hoje. A ca-pacidade que ele teve de atingir diretamente o coração do público é impressionante. Tenho certeza que mesmo quem não conhece nada de ópera já ouviu algumas de suas árias (que são uma espécie de canções) de suas ópe-ras. Citando duas delas aqui: Nessun Dorma (da ópera Turandot) https://youtu.be/suj-2sbSFKs e O mio babbino caro (da ópera Gianni Schicchi) https://youtu.be/JKh_m6t9ukQ

A ópera é um gênero que desperta paixões porque ela conta uma história, é uma novela, uma peça de teatro contada através de músi-ca. Na ópera italiana, Verdi, ainda na estética do séc XIX, usava histórias baseadas em ro-mances ou novelas já de certa maneira con-sagradas. As histórias em geral se passavam em períodos anteriores ao seu contemporâ-neo. No final do séc XIX apareceu um movimento no mundo da ópera, que pretendia trazer os textos mais próximos à realidade, ao dia-a-dia contemporâneas. Foi chamada de Verismo em italiano, que pode ser traduzido como Re-alismo. Vários outros compositores iniciaram o movi-mento, mas talvez o mais bem sucedido re-presentante desse movimento seja Puccini.

Puccini nasceu em Lucca. Itália dem uma fa-mília que vinha de uma “dinastia" de músicos. Por muitas gerações o ofício foi passado de pai para filho. No início como compositor suas óperas trazi-am o estilo da grande ópera verdiana, porém já no seu terceiro título Manon Lescaut, sua inquietação estética já prenunciava a grande

guinada da ópera italiana nas suas mãos. Com personalidade própria mas “antenado" com a grande revolução estética na música como um tudo que aconteceu na virada do século XIX para o XX. Puccini ousou ao im-pregnar a tradição italiana com a música aus-tro-germânica, francesa, a música oriental.

Segue um resumo de suas óperas a partir do terceiro título, os dois primeiros (Edgar e Le Villi) apesar de serem bem bonitos, não são tão característicos da sua obra, ainda muito ligadas à tradição.

Manon Lescaut - História baseada no roman-ce de 1731 “A história do cavaleiro Des Gri-eux e de Manon Lescaut” de A. Prévost. Uma história de amor, traição, ganância, luxúria, punição, e morte. Todos os ingredientes per-feitos para um sucesso. Nas mãos do jovem Puccini uma ópera eletrizante, acrescentando a paixão italiana à leveza e sensualidade da novela francesa. Foi sucesso imediato, e ini-ciou a carreira brilhante do compositor. https://youtu.be/nfkyb2WvApE

La bohème - Uma das óperas mais populares de todos os tempos. Uma história trágica de amor entre jovens com todos os ingredientes da boêmia. Um escritor que se apaixona por uma florista, com encontros e desencontros, ciúmes, paixão, um pintor que se apaixona por uma cortesã, a amizade, a miséria, a far-tura, e a morte prematura da heroína. Uma música linda do começo ao fim, também ba-seada em um romance francês, “A vida boê-mia” de Henri Murger de 1851. https://youtu.be/mrxraOXOals

Madama Butterfly - História comovente de uma jovem japonesa iludida por um oficial a-mericano num casamento falso. Ela acaba se matando ao perceber que fora iludida. Crítica contundente à arrogância americana baseada na peça de teatro homônima de David Belas-co. Uma das mais emocionantes óperas do compositor. Também uma das mais executa-das até hoje. https://youtu.be/3stgof-xyN0

Tosca - Uma trágica história de amor com pa-no de fundo político. Baseada em uma peça de V. Sardou se passa na época da derrota de Napoleão em Roma. Um pintor revolucio-nário é o par romântico de uma cantora ciu-menta. O chefe de polícia usa o ciúme de Tosca para prender e torturar o pintor tentan-do descobrir o paradeiro de um companheiro deste. Num desfecho emocionante, Tosca de-pois do assassinato de seu amor se joga do alto de um castelo. Cena essa que ficou famo-sa. Uma música forte e de texturas inovado-ras. Também sucesso imediato e é encenada até hoje. https://youtu.be/DnO7FBS1akI

La fanciulla del West - Uma encomenda do Metropolitan de N. York. Também baseada

em uma peça de D. Belasco. Uma história de amor locada no Velho Oeste americano. Su-cesso também em sua estreia nos Estados Unidos. Essa foi a primeira encomenda feita pelo Metropolitan Opera em sua história. Al-guma resistência do público europeu por cau-sa das referências americanas. Mas ainda ho-je é bastante encenada. https://youtu.be/tJSAB7nwQ7A

La rondine - Originalmente pensada como uma operetta, um gênero mais leve de ópera, com muitas valsas e música dita ligeira, o compositor acabou revisando várias vezes até o formato de ópera como a conhecemos hoje em dia. Uma história de amor linda, com a re-núncia final da heroína. Como é uma história sem tintas fortes, ela acabou ficando relegada a segundo plano. Mas ainda assim encenada até hoje. https://youtu.be/NYFdijO0yTE (não encontrei uma versão encenada)

Il trittico: Il tabarro, Suor Angelica e Gianni Schicchi - A proposta foi montar um espetá-culo com três óperas de um ato com as três principais características do teatro grego: Um drama, uma tragédia e uma comédia. Il tabar-ro, o drama, história de um assassinato pas-sional provocado por ciúme doentio. A tragé-dia, Suor Angelica, a história de uma mãe sol-teira que se separa do filho e vai para um con-vento e recebe a notícia da morte deste. Gian-ni Schicchi, uma comédia baseada em uma história da Divina Comédia de Dante Alighieri. Muitas vezes encenadas também em separa-do. A comédia é a mais executada delas hoje em dia. https://youtu.be/q_Sm5wePw-0, https://youtu.be/5L0lEPIYiY0, https://youtu.be/0Go1_9Zdo9k

Turandot, sua última e mais ambiciosa obra, foi deixada inacabada pelo compositor que morreu antes de terminar. Baseada em uma peça de Carlo Gozzi, Turandot foi terminada pelo compositor Franco Alfano, baseada em rascunhos de Puccini. Uma história fantástica que se passa em um tempo fictício na antiga China. Uma história de amor, de enigmas, fascinante. Puccini incorporou temas asiáticos e usou uma orquestração extremamente mo-derna. Mesclou tudo isso com trechos de in-tenso lirísmo, com arias lindíssimas que são extremamente populares hoje em dia. https://youtu.be/dyZHi-yVESQ (encenada na China)

A facilidade de criar melodias bonitas e ines-quecíveis, aliados a um talento profundo para a criação de atmosferas e um conhecimento profundo da voz humana e da orquestra fez com sua obra seja quase que integralmente executada até hoje. Saudações Musicais Mto. Luís Gustavo Petri

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Setembro 2017 Gazeta Valeparaibana Página 11

Por que?

A Coreia

do Norte é a

“bola da

vez”.

Eu pessoal-

mente não

gostaria de

ter que viver

em um país que tenha o regime de governo

que a Coreia do Norte tem, é a minha opinião

sincera. Então, eu não sou a favor do tipo de

regime vigente na Coreia do Norte. Respeito a

opinião de quem é a favor, mas eu não sou.

Porém, não considero os Estados Unidos co-

mo os “mocinhos” da história não. Eu sou a

favor da proposta teórica da democracia, de

governo do povo, pelo povo e para o povo,

mas ficou evidente que a democracia repre-

sentativa é uma “máscara”, é um sistema oli-

gárquico na prática. O lobby das armas é mui-

to influente no Congresso dos Estados Uni-

dos, e o cidadão comum, a média dos ameri-

canos também não é muito politizada, lá tam-

bém há manipulação da opinião pública.

Por que os políticos, os governos america-

nos e britânicos fazem tanta questão de ter

diplomacia autoritária? Por que os governos

dos Estados Unidos acreditam tanto que san-

ções comerciais e econômicas funcionam

contra outros países? Faz quase 60 anos que

o regime de Fidel Castro está em vigor em

Cuba, até hoje não caiu. Faz quase 40 anos

que o regime islâmico instituído pelo aiatolá

Khomeini está em vigor no Irã, até hoje não

caiu. Faz quase 70 anos que o regime marxis-

ta de Pyongyang está em vigor, até hoje não

caiu. Vai funcionar contra a Rússia? Por que

os governantes dos Estados Unidos não per-

cebem que sanções comerciais e econômicas

não derrubam regimes de governo? Talvez o

real interesse dos governos americanos não é

derrubar os regimes de governo que eles re-

provem, e sim manter inimigos de reserva pa-

ra guerras no futuro, de forma que a indústria

bélica tenha os seus clientes garantidos.

Os governos americanos fizeram e mantém

aliança com países como Arábia Saudita que

é uma monarquia absoluta totalitária e vem

com o discurso hipócrita de acusar o Irã, a

Coreia do Norte, Cuba e a Venezuela. A Rús-

sia também não concorda que a Coreia do

Norte tenha armas nucleares e está certa, eu

mesmo também concordo que não só a Corei-

a do Norte, mas todo e qualquer país do mun-

do não deve ter armas nucleares. Esse tipo

de arma é útil no espaço sideral para defen-

der o planeta de asteroides que vierem em

rota de colisão. Mas não na superfície da Ter-

ra. Nenhum país deve ter armas nucleares

para ameaçar outros. A realidade é que ne-

nhum país que já tem armas nucleares vai a-

ceitar que os que ainda não têm venham a

ter. Isso é lógico, é obvio!

Mas não é certo os Estados Unidos terem

uma diplomacia tão descaradamente hipócrita

e sem coerência ética, se Washington D.C.

consegue ser tolerante com os regimes de

Riad e Pequim, então consegue ser tolerante

também com os regimes de Havana, Teerã,

Damasco e Pyongyang. Se é contra ditadu-

ras, então não apoie nenhum regime não de-

mocrático, fale abertamente contra todos, im-

ponha sanções a todos, incluindo os seus ali-

ados. Se os Estados Unidos são defensores

de direitos humanos, então não façam vistas

grossas a nenhum grupo da humanidade, co-

mo fazem aos curdos e tibetanos, por exem-

plo. Agora, a ânsia por lucro compensa tanto

a ponto de se correr o risco da Terceira Guer-

ra Mundial começar? Da guerra nuclear acon-

tecer? Não considero o Japão uma vítima ino-

cente da Segunda Guerra Mundial, o Japão

invadiu a Coreia, a Manchúria e a China por-

que quis. Atacou Pearl Harbor porque quis,

mas os americanos extrapolaram jogando as

bombas atômicas, o Japão já estava derrota-

do em agosto de 1945, bastava invadir o ar-

quipélago, não havia necessidade das bom-

bas. Não, o Japão não é inocente quanto ao

passado. Entretanto, não importa o quanto os

governos dos países tenham errado no pas-

sado, eu vou ficar muito chateado se o Japão,

a Coreia do Sul, Taiwan, Austrália, Filipinas e

outros países naquela região forem destruí-

dos por causa da briga entre a Coreia do Nor-

te e os Estados Unidos. Também não desejo

ver nações da Europa, Oriente Médio e da A-

mérica do Norte serem destruídas por causa

da briga dos Estados Unidos com a Rússia e

China. A princípio, me parece que a retórica

entre Trump e Kim vai ficar só nisso mesmo,

assim como a “queda de braço” entre Estados

Unidos e a Rússia não vai passar de troca de

acusações e ameaças. Mas essa rivalidade

geopolítica recente entre as potências mundi-

ais me faz sentir incomodado. Eu acredito

que, se os Estados Unidos tomarem a iniciati-

va de demonstrar boa vontade, a Rússia e a

China também vão responder demonstrando

boa vontade, e o perigo da Terceira Guerra

Mundial começar vai ser afastado. Não sou

contra o Estados Unidos da América em si,

gosto daquele país. Entretanto, o governo a-

mericano está ameaçando a segurança do

mundo, com o apoio de governos europeus,

com esse joguinho de medir forças com a

Rússia e a China. Eu queria que os cidadãos

americanos acordassem e reagissem. Espero

que essa troca de ameaças entre os países

não passe disso, eu realmente não quero que

a Terceira Guerra Mundial aconteça.

João Paulo E. Barros

Política III

Podemos ter esperança? Referente à política no Brasil, estou atordoado, tentando entender o que os políticos brasileiros sentem pelo Brasil, afinal. A proposta de Reforma Política que está sendo levada em consideração, é a de a-dotar o distritão, ou seja se o estado do Rio de Janeiro tem 46 depu-tados federais, os 46 candidatos mais votados é que vão ser eleito. Os cientistas políticos concordam que é a pior alternativa possível quanto à representatividade. Nós precisamos de um sistema eleitoral que aproxime o vereador e o deputado do eleitor, que torne as cam-panhas eleitorais mais baratas, que facilite a renovação das casas legislativas. O modelo atual, sistema de voto proporcional, também não é bom.

O modelo menos desvantajoso ao eleitor no Brasil é o de voto distri-tal, é dividir os estados em pequenos distritos eleitorais para eleição de deputados e, dividir os municípios também em distritos eleitorais para eleição de vereadores. Para o contexto do Brasil, é a opção mais

viável. Votar em lista fechada, em legenda partidária, também não funciona, o eleitor tem que ter o controle das pessoas que vão entrar no Parlamento. Para representar os estados da Federação, já existe o Senado.

Não sou futurólogo e nem esotérico, mas eu não consigo acredi-tar na possibilidade de um futuro bom para o Brasil nas próximas dé-cadas. E dou razão para quem optar por emigrar, desde que seja por meios legais. Tenho pena de quem deseja ir embora do país, mas não tem essa opção por falta de recursos. É claro que pode haver u-ma reviravolta na política brasileira nos próximos anos, não se sabe o que o futuro reserva. Essas reformas que acontecem agora podem não ser definitivas, não sabemos com exatidão quem vai governar o Brasil a partir de 2019, apenas imaginamos e especulamos quem se-rá o próximo. Assim como os legisladores representantes. Mas, será que podemos ter esperança?

João Paulo E. Barros

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Setembro 2017 Gazeta Valeparaibana Página 12

Datas comemorativas 05 - Dia da Amazônia 21 - Dia da Árvore

Esta data foi criada com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e da sua biodiversida-de para o planeta.

A data escolhida faz referência ao dia 5 de setembro de 1850, quando o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da Província do Amazo-nas (atual Estado do Amazonas).

Não há muitos motivos para comemoração e sim para preocupação. A floresta amazônica atualmente está ameaçada pelos constantes des-matamentos ilegais, afetando diretamente a fauna e a flora da região, causando desequilíbrios e crises ambientais a nível global

Com o propósito de fomentar a alfabetização nos vários países, a Or-ganização das Nações Unidas (ONU) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) instituíram esta data em 1967.

O processo da aprendizagem de ler e escrever (alfabetização) está diretamente relacionado com o desenvolvimento de um país, confor-me indicam pesquisas na área. Quanto mais pessoas analfabetas, menor é o índice de desenvolvimento.

Por esse motivo, nas últimas décadas vários países têm assumido o compromisso de combater o analfabetismo. Atualmente, a alfabetiza-ção atinge cerca de 85% da população mundial, de acordo com dados da ONU.

No entanto, estima-se que ainda existem quase 800 milhões de adul-tos no mundo que não sabem ler, escrever ou contar, e aproximada-mente 250 milhões de crianças consideradas analfabetas funcionais (não conseguem interpretar os textos).

O objetivo não é apenas alfabetizar, mas fazer com que os jovens e adultos saibam interpretar um texto criticamente e que desenvolvam prazer com a leitura.

Esta data é uma homenagem a todos os símbolos nacionais do Brasil: a Bandeira Nacional, as Armas Nacionais, o Selo Nacional e o Hino Nacional.

Estes símbolos são de elevada relevância, porque representam o Bra-sil e a identidade da nação em todo o mundo.

Bandeira Nacional: símbolo principal da nação brasileira, utilizado em diversas ocasiões para representar o país;

Armas Nacionais: um símbolo que deve estar presente em todos os órgãos e instituições públicas do Brasil, representando todas as ca-racterísticas que compõe a República Federativa;

Selo Nacional: usado para autenticar documentos e atos oficiais do Governo, assim como certificados e diplomas emitidos por entidades reconhecidas pelo governo nacional.

Hino Nacional: por norma, o hino nacional brasileiro é reproduzido du-rante o ritual de hasteamento da Bandeira Nacional, seja em solenida-des e eventos oficiais do governo, eventos esportivos, culturais ou nas escolas.

Os símbolos nacionais brasileiros foram estabelecidos e são regula-mentados através da Lei nº 5.700, de 1 de setembro de 1971.

Esta lei ainda determina todas as especificações que ajudam a padro-nizar os símbolos nacionais, como dimensões, padrões, cores, repre-sentações e etc.

Por norma, nesta data, algumas instituições de ensino promovem ati-vidades que incentivam os estudantes a reconhecerem a importância que os símbolos nacionais representam para a Nação.

Neste dia decorrem várias ações de arborização e reflorestação, em diversos locais do mundo.

O objetivo da comemoração do Dia Mundial da Árvore é sensibilizar a população para a importância da preservação das árvores, quer ao nível do equilíbrio ambiental e ecológico, como da própria qualidade de vida dos cidadãos. Estima-se que 1000 árvores adultas absorvem cerca de 6000 kg de CO2 (dióxido de carbono).

30% da superfície terrestre está coberta por florestas, sendo nestas que se realiza a fotossíntese - produção de oxigénio a partir de dióxi-do de carbono. As florestas são apelidadas dos pulmões do mundo, não apenas pela sua função de manutenção e renovação dos ecos-sistemas, como também pela sua importância em áreas estratégicas como a economia e a produção de bens e alimentos.

Origem do Dia

A celebração do Dia Mundial da Árvore ou da Floresta começou a 10 de abril de 1872, no estado norte-americano do Nebraska (EUA). O seu mentor foi o jornalista e político Julius Sterling Morton, que incen-tivou a plantação ordenada de árvores no Nebraska, promovendo o "Arbor Day".

Esta data está inserida na Semana Nacional do Trânsito, que ocorre anualmente entre 18 e 25 de setembro.

O principal objetivo desta data é o desenvolvimento da conscientiza-ção social sobre os cuidados básicos que todo o motorista e pedestre deve ter no trânsito.

O Dia Nacional do Trânsito foi instituído a partir da criação do Código de Trânsito Brasileiro, em setembro de 1997. Todos os anos um tema específico é debatido ao longo de toda a Semana do Trânsito. Os te-mas abordados são escolhidos pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito).

Em 2016, o tema da Semana Nacional de Trânsito será “Década Mun-dial de Ações para a Segurança no Trânsito – 2011/2020: Eu sou + 1 por um trânsito + seguro”.

É essencial o ensino de atitudes de respeito, precaução e responsabi-lidade no trânsito, para que as estatísticas alarmantes de acidentes nas estradas possam mudar.

O Brasil é um dos países com mais acidentes de trânsito, nos quais morrem por ano aproximadamente 40 mil pessoas.

O principal objetivo desta data é conscientizar a população em geral sobre a importância de ser doador de órgãos, com o intuito de ajudar a milhares de pessoas que lutam por uma oportunidade de salvarem as suas vidas.

De acordo com a legislação brasileira (lei nº 10.211, de 23 de março de 2001), a retirada dos órgãos e tecidos para doação só pode ser feita após autorização dos membros da família.

Para a doação, o doador deve ter sofrido de morte encefálica, pois somente assim os seus principais órgãos vitais permanecerão aptos para serem transplantados para outra pessoa.

Pessoas vivas também podem ser doadoras de órgãos, mas apenas aqueles que são considerados “duplos”, ou seja, que não prejudicarão as aptidões vitais do doador após o transplante.

Um dos rins ou pulmões, parte do fígado, do pâncreas e da medula óssea são exemplos de órgãos que podem ser doados por pessoas ainda em vida.

Fonte: Callendar

08 - Dia Mundial da Alfabetização

18 - Dia dos Símbolos Nacionais

25 - Dia Nacional do Trânsito

27 - Dia Nacional de Doação de Órgãos

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Setembro 2017 Gazeta Valeparaibana Página 13

Ecossistemas

Cidades contra os turistas

Ultimamente, tem ocorrido protestos contra o turismo em massa em cidades eu-ropeias como Barcelona, Veneza, Dubrov-nik, Roma, Milão, Valência e outras. Muita gente pode estar pensando assim, “mas tu-ristas dão muito lucro à essas cidades, os moradores deviam agradecer em vez de reclamar”. Eu mesmo penso que o turismo é saudável ao ser humano, eu mesmo so-nho em conhecer diversos países pelo mundo e quero conhecer também outros locais do Brasil. Mas eu concordo que, para os habitantes dos locais, o turismo só com-pensa se lhes der lucro.

Se for para os turistas poluírem o lo-cal, fazerem bagunça, causarem estragos, trazerem prejuízo aos moradores, então é lógico que não compensa para os habitan-tes dos locais receber turistas. O turista tem sim a obrigação moral de se comportar bem, de preservar o local que está visitan-do, de respeitar as pessoas ali presentes, como gostaria que os visitantes forasteiros fizessem em suas cidades. O turista é um cliente. Eu acredito que essa ideia de que “o cliente sempre tem razão” foi distorcida, acabou deixando muitos consumidores mi-mados.

O cliente certamente é alguém muito importante, e deve-se ter sensibilidade aos anseios do cliente, é necessário esforçar-se para atender o cliente da melhor forma pos-sível, o cliente realmente tem direitos en-quanto consumidor, deve-se sim ter um cui-dado caprichado com o cliente. Porque é o cliente que fornece dinheiro ao consumir. Mas o cliente, no caso aqui o turista, não está acima do bem e do mal, não é uma di-vindade, ele também está sujeito as regras de convivência, ele também está sujeito a limites e tem deveres.

Quanto as empresas de turismo e ho-téis, e o mercado mobiliário, eles não de-vem ter o direito de prejudicar os cidadãos comuns habitantes dos locais turísticos em nome do lucro, tanto a população quanto o meio-ambiente precisam ser protegidos dos excessos das empresas.

Os que têm capital também não estão acima do bem e do mal, não estão isentos de obrigações com as demais pessoas da sociedade, também devem estar sujeitos à regras de convivência como todos os de-mais cidadãos. Eu sou a favor do turismo, é claro, mas tem que haver limites e respeito. Compreendo os cidadãos insatisfeitos.

João Paulo E. Barros

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ENSINE AS CRIANÇAS A DIZEREM

NÃO AO CONSUMISMO

Nossa vida é rodeada de incentivos ao

consumo e estamos tão acostumados com isso

que acabamos impondo esse modo de vida às

crianças. Se as crianças são o futuro do plane-

ta, devemos nos esforçar para não passarmos

esse costume a elas.

A base da sustentabilidade é a capacidade de

uma geração promover o seu próprio bem-

estar e também o das gerações futuras. Por

isso é necessário consumir de forma responsá-

vel, visando proteger os recursos naturais dis-

poníveis, respeitando seus limites e períodos

de regeneração e diminuindo a quantidade de

lixo. Tudo isso nós já sabemos, o difícil é dizer

às crianças que cada uma de suas ações tem

impacto na nossa vida e também no meio am-

biente.

Atualmente as crianças são induzidas primeira-

mente a conquistar um espaço no mundo do

“ter”, deixando em segundo plano

os valores essenciais à sobrevivência da hu-

manidade, como a solidariedade, o senso de

responsabilidade com o bem comum, o respei-

to ao outro e ao meio em que vivemos. Apesar

de não estarem preparadas para lidar com as

complexas relações de consumo, as crianças

são cada vez mais o alvo preferencial dos ape-

los comerciais e ações de marketing. A alta ex-

posição de crianças a essas mensagens mer-

cadológicas gera problemas como o aumento

exacerbado do consumo; aumento da geração

de resíduos;obesidade infantil; diminuição das

brincadeiras; adultização da infância e erotiza-

ção precoce.

Como falar com as crianças sobre consumo?

Desde o nascimento, as crianças são impacta-

das de alguma maneira pelo ambiente, valores

e pessoas a sua volta. Seu modo de vida, sua

rotina e o modo com que você enxerga o con-

sumo estará presente no cotidiano delas. É im-

portante garantir o direito das crianças de vi-

venciarem todas as etapas de seu crescimento

(o brincar, o aprender e o dialogar) e ensiná-las

valores mais humanos e menos materialistas.

* Converse com seu filho quando não quiser ou

não puder ou julgar desnecessário comprar al-

gum objeto. Explique! Parece que não, mas as

crianças são capazes de entenderem muito

mais do que você imagina;

* Proponha atividades ao ar livre - em vez de

shoppings e outras atividades pagas - brincar

no quintal, na praça ou no playground não gas-

ta nada e ainda incentiva a interação com o

meio ambiente provando que para se divertir

não precisa consumir;

* Em vez de comprar, que tal trocar? Proponha

a troca, entre amigos, familiares ou colegas tro-

que roupas, brinquedos, material escolar que

não lhe agrada mais por outros itens. Outra op-

ção bacana é combinar: para cada brinquedo

ou roupa nova que ganhar ou comprar a crian-

ça deve doar um brinquedo/roupa antiga. As-

sim, para o novo dono, tudo será novo de no-

vo.

* Que tal optar por lanches e sucos naturais,

além de gerar menos lixo traz mais benefícios

à saúde. E assim até a liga da justiça fica feliz!

* Proponha dar vida nova ao que antes era lixo.

Atualmente quase tudo que compramos vem

dentro de embalagens. Uma boa ideia é sepa-

rar as embalagens pelo seu material e dar uma

segunda oportunidade à elas reciclando-as ou

reutilizando-as.

E lembre-se que ninguém nasce consumista, o

consumo é um hábito que se forma a partir de

valores materialistas preexistentes e são res-

ponsáveis por sérios problemas para o meio

ambiente, para o bolso e também para a cabe-

ça!

Podemos mudar este cenário se repensarmos

nossas ações, não passando às nossas crian-

ças nosso gosto e hábito de comprar. Dê o e-

xemplo! Uma atitude muito simples nesse sen-

tido é não levar as crianças aos shopping cen-

ters quando você for comprar alguma coisa.

Ela terá muito tempo para fazer isso.

Agora é hora de ser criança!

Gisele Moura

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Setembro 2017 Gazeta Valeparaibana Página 14

Cultura simbólica

O IMPÉRIO DO BRASIL E O PROJETO DA

CONSTRUÇÃO DA IDEOLOGIA CULTURAL

VIA INSTITUIÇÕES CULTURAIS

Há duas histórias do Brasil: uma antes de

1822, e outra depois. Resumidamente, dois

fatores concorreram para isso: 1) A escrita da

história sofre uma alteração radical no século

XVIII-XIX ajustando-se à ideologias marxistas-

positivistas. Os historiadores passam a ser

críticos dos documentos originais da Coroa

Portuguesa gravados nas Crônicas, nas Nar-

rativas, na História Eclesiástica, sob o argu-

mento de falta de “credibilidade científica”

dos mesmos; 2) Firma-se um conjunto de

textos produzidos no Brasil apresentando al-

guns “modelos” de escrita adequados à narra-

tiva revolucionária (maçônica e não só) que

tomou conta do país depois da Independên-

cia. Tais demandas eram articuladas e estrei-

tamente vinculadas ao projeto de afirmação

do Império do Brasil e do nova elite que o im-

plantou e o dirigia.

Diante disto, é evidente que passa a vigo-

rar uma corrupção da leitura dos documentos

históricos, e por conseguinte, da própria histó-

ria, seja por omissão ou interpolação. A histó-

ria não é mais aquilo que ela é, mas sim, a

“leitura” que certos grupos farão dela. Uma

coisa é a realidade, outra coisa são os histori-

adores “críticos” dos documentos.

Pode-se dizer que o ano 1822 é um mar-

co, pois, inaugura o momento em que a histó-

ria do Brasil começou a ser reescrita, defor-

mada, tornando-se uma historiografia panfle-

tária, comprometida com as ignorâncias, as

omissões e as ideologias de um grupo.

Como colunas institucionais desse proces-

so, em 1838 é criado o Instituto Histórico e

Geográfico Brasileiro (IHGB) por um grupo de

integrantes da Sociedade Auxiliadora da Ind-

ústria Nacional, sob a liderança do cônego

Januário da Cunha Barbosa e do marechal

Raymundo José da Cunha Mattos, ambos

maçons. Coube ao IHGB ser o espaço produ-

tor na e da nova história pátria e da nova i-

dentidade nacional. Coube ao IHGB o estabe-

lecimento do que seria uma “nação civilizada”,

de acordo com os padrões culturais fixados

durante o Oitocentos pelos movimentos revo-

lucionários. Para tanto, os conceitos de

“cultura”, de “pátria” e de “civilização” foram

construídos por intelectuais em diversos seto-

res. À frente temos Karl Friederich Von Marti-

us (in: “Como se deve construir a história do

Brasil”). A destruição da Alta Cultura lusobra-

sílica iniciou nessa fase.

“O papel do Instituto Histórico consistia na

elaboração da história nacional, processo por

meio do qual se instituiriam mitos de origem e

pais fundadores, realizando-se o amálgama

de acontecimentos e personagens até então

desconexos entre si, transformando-os em

uma totalidade lógica e coerente, que forne-

cesse a identidade nacional.”(Adjovanes Tha-

deu Silva de Almeida, in: Joaquim Manoel de

Macedo e educação: um projeto de civilização

nos trópicos).

Sem sombra de dúvidas o IHGB é uma

instituição sólida e importante dentro da cultu-

ra nacional. Mas, igualmente é o responsável

pela fabricação de uma história anômala e fa-

laciosa, comprometida com um projeto ideoló-

gico e revolucionário.

Acresce acrescentar que além do IHGB

outras instituições foram criadas norteadas

por essa “missão” de produzir artificialmente a

história e a cultura brasileira- o Colégio Pedro

II e o Arquivo Nacional:

“A fundação de entidades como o Instituto

Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), o Ar-

quivo Nacional e o Colégio Pedro II materiali-

zariam este projeto, produzindo obras que

procuravam pensar a história nacional e re-

fundar o passado, conferindo-lhe um sentido

em que o Estado assumiria o papel de prota-

gonista, imbuído da missão de civilizar e pro-

mover o progresso do país” (Dilma Cabral in:

Fontes para uma história político-institucional:

a experiência do Arquivo Nacional e a memó-

ria da administração pública brasileira).

A condução desse projeto-missão de

“civilizar e promover o progresso do país” foi

elaborada em diversas frentes, a intelectual

foi uma delas e cujos resultados negativos o

Brasil de hoje colhe. Desde o momento que o

“Império” do Brasil foi instaurado, inaugurou-

se um imprescindível processo de “produção

bibliográfica” ajustada ao pensamento revolu-

cionário que visava tanto à compreensão do

processo de formação da Identidade Nacional

Brasileira quanto para a consolidação do Es-

tado Nacional Brasileiro. Desde então, o Bra-

sil vive imerso numa fraude histórica e cultu-

ral.

Cultura e política NÃO se misturam.

Quando a Cultura é subtraída pelos interes-

ses da política estamos diante de um Estado

Totalitário, e há três tipos de Totalitarismo de

esquerda especialistas em “produção de cul-

tura nacional”: comunismo, fascismo e nazis-

mo. O própria política de fomento à produção

cultural do governo federal do Brasil é, em si

mesma, uma farsa monumental que esconde

atrás de si uma ideologia totalitária.

A política é a expressão da Cultura vigen-

te, e não o contrário. Por conseguinte, nenhu-

ma lei, nenhum programa de governo pode ou

deve “incentivar” a produção de Cultura, por-

que a Cultura NÃO É um produto de super-

mercado que pode ser produzida a partir de

leis. Não há historicamente nenhuma Cultura

produzida a partir de governos, sejam eles

quais forem. Em verdade, permanece um mis-

tério insondável a existência da Cultura de um

povo. Todas as teorias que falam sobre isso

são meras especulações.

Três são as Colunas que sustentam uma

Nação: Língua, Religião e Alta Cultura. O

Brasil destruiu todas elas e ainda tem a ilusão

de querer-se como país do futuro.

Loryel Rocha

Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, encontramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo-se a devassidão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você mesmo nos mais diver-gentes momentos que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu futuro amanhã. Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás!

Filipe de Sousa

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Setembro 2017 Gazeta Valeparaibana Página 15

EUROPA hoje e ontem (artigo continuado)

Por: Michael Löwy

Sociólogo, é nascido no Brasil, formado em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, e

vive em Paris desde 1969. Diretor emérito de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). Homenageado, em 1994, com a medalha de prata do CNRS em Ciências Sociais, é autor de Walter Benjamin: aviso de

incêndio (2005), Lucien Goldmann ou a dialética da totalidade (2009), A teoria da revolução no

jovem Marx (2012) e organizador de Revoluções (2009) e Capitalismo como religião (2013), de

Walter Benjamin

Capitalismo e democracia na Europa

PARTE XXI

A votação foi claramente de esquerda, com um apoio ao não de 91% dos que se declaram de esquerda e de 73,6% dos que se consideram de centro-esquerda. Entre os que votaram por Syriza em 25 de janeiro, 87,3% votaram não, quase tanto quanto os eleitores do Partido Comunista, o KKE (86,9%) apesar da linha do partido de votar nulo.

Em todos os distritos eleitorais do país ganhou o não, mas esta vitória foi mais forte nas zonas operárias, como o Pireu, onde votaram mais de 72% pelo não, com somente 27% pelo sim. Nesse mesmo distrito, o KKE havia conseguido 8,19% dos votos nas eleições de janeiro; o número de votos nulos, no entanto, foi de somente 5,15%. Das 56 circunscrições eleitorais do país, o não ganhou em todas, e em todas, menos em sete, a margem sobre o sim foi de mais de dez pontos percentuais. Em trinta das circunscrições, a margem de vitória do não foi de mais de vinte pontos percentuais.

O jornal Efymerida ton Syntakton realizou uma análise da composição de classe do voto em Atenas, mostrando claramente que o não ganhou esmagadoramente nos bairros pobres e operários, enquanto que o sim somente teve êxito nos subúrbios de classe média mais ricos: “As urnas enviaram uma forte mensagem desde os bairros operários de Atenas, onde o não ganhou com uma diferença esmagadora sobre o sim. Nos subúrbios ricos, o resultado foi exatamente o contrário. É revelador que o não tenha conseguido 79,20% no município de Agropyrgou; 77,22%, em Phyli; 76,64%, em Perama; 75,25%, em Acharnes; no município de Keratsiniou-Drapetsonas conseguiu 72,84%; em Nikaias-Agia Ioanni Renti, 72,61%; em Agia Varvara, 72,75%; em Elefsina, 71.88%; em Lafreotiki, 71,81%; em Tafro, 71,28%; em Aigaleo, 70,68%; e em Peristeri, 70,31% [todas elas áreas operárias, muitas delas bastiões tradicionais do KKE]. Nos subúrbios do norte e do sul [as zonas mais burguesas] triunfou o sim: em Ekali, com 84,62%; em Dionyso, com 69,78%; em Vouliagmeni, com 66,2%; em Kifisia, com

64,59%; em Drosia, com 65,42%; e em Voula, com 63,88%”.

O referendo transformou o estado de ânimo nas fábricas e nas ruas. Levantou o moral dos trabalhadores e fortaleceu sua autoestima. Manifestações de massas ocorreram antes do referendo e depois que o resultado foi divulgado. Milhares de eleitores do não inundaram a Praça Syntagma diante do Parlamento em Atenas para celebrar os resultados; quando a magnitude da vitória ficou clara, bandeiras gregas foram agitadas aos cânticos de “não, não”. O referendo mobilizou uma vaga de solidariedade por toda a Europa e além. Milhares marcharam em manifestações em Barcelona, Madri, Lisboa, Dublin, Paris, Bruxelas e outros lugares onde o referendo foi visto como um voto sobre a auster idade em toda a Europa. Particularmente notável foi a manifestação na capital irlandesa. Os manifestantes marcharam em Dublin, desde o Banco Central até o parlamento, sob a palavra de ordem de “por uma batalha contra a austeridade em ambos os países”. O centro das mobilizações foi, claro, Atenas: a repressão contra os protestos populares de quarta-feira 29 de junho contra o plano de ajuste deixara mais de 100 feridos. Houve divulgação de vídeos que mostraram a ação violenta de pessoas encapuzadas, grupos para policiais, contra os manifestantes.

Capitulação e Crise Política

Com a vitória esmagadora do não, o governo de Tsipras negociou um novo acordo com o Eurogrupo, mas o fez sem usar a enorme força política criada pelo referendo. Euclidis Tsakalotos substituiu Yanis Varoufakis no Ministério das Finanças na manhã de 6 de julho. Ele fora coordenador da equipe grega nas negociações com os credores europeus. Apesar de ser membro do Comitê Central de Syriza desde 2004, a indicação de Tsakalotos foi uma tentativa de agradar os credores, por ser publicamente favorável à permanência da Grécia na zona do euro. Tido como uma figura “moderada e diplomática” dentro de Syriza, Tsakalotos já havia substituído Varoufakis à frente da primeira linha de diálogo com as “instituições” em Bruxelas. Varoufakis explicou que, logo após o anúncio da vitória do “não”, ficou sabendo que alguns participantes do Eurogrupo tinham “certa preferência” pela sua ausência nas reuniões. Seu dever era, então, “facilitar” essas negociações.[49] Varoufakis tinha chegado a planejar um sistema, baseado na piratagem de dados, para relançar o dracma (sair do euro) no curso das negociações gregas com o Eurogrupo, plano que foi arquivado junto com seu mentor.

Nas negociações pós-referendo, o pacote econômico imposto à Grécia foi simplesmente colonial, além de economicamente inviável e fomentador de uma nova explosão social. Jacques Sapir comentou: “Na manhã de segunda-feira 13 de julho, o premiê grego, Alexis Tsipras, capitulou. Capitulou sob as

pressões insensatas da Alemanha, mas também da França, da Comissão Europeia e do Eurogrupo. Mas capitulou, não existe outra palavra para designar o acordo imposto pelo Eurogrupo e os diversos dirigentes europeus, com seu revolver – ou mais precisamente a ameaça da expulsão da Grécia da Zona Euro – apontado para a cabeça [da Grécia]”. O novo “programa de resgate” foi imposto à Grécia pela troïka dirigida pelo governo alemão CDU/SPD de Merkel/Schäuble/Gabriel, com a cumplicidade do restante dos governos capitalistas europeus. O problema consiste em que o epicentro da crise é toda a Zona Euro, não a Grécia isoladamente; o “resgate” da Grécia pela Europa se orienta pela salvação da Eurozona, não da Grécia. Os abutres financeiros exigiram que a Grécia elevasse mais os impostos ao consumo e ampliasse a base impositiva; que reduzisse os gastos de assistência e de seguridade social; que ativasse os despejos, em um país onde centenas de milhares de famílias já foram deixadas sem moradia. Os credores declararam sua intenção de tomar posse da totalidade do patrimônio público, exceção feita (por enquanto) dos monumentos da Grécia Antiga, para transformá-la em garantia de pagamento da dívida ou para proceder à sua privatização.

Uma política para expropriar os escassos recursos que ainda restam aos gregos e de se apossar de milhares de casas em compensação pelo não pagamento de hipotecas bancárias, criando um fundo financeiro para recapitalizar os bancos falidos da Grécia. O pacote acordado com a troïka comprometeu, além disso, o governo e o parlamento helenos num processo de liquidação das negociações salariais coletivas e dos sindicatos. O governo grego comprometeu-se em consultar e acordar com as “instituições” toda legislação preliminar em áreas relevantes, em tempo adequado antes de sua apresentação para consulta pública ou parlamentar. O acordo afirma que esses são requisitos mínimos; eles invadem a administração pública, se intrometendo na soberania nacional, e atropelam os princípios da democracia: as leis gregas serão debatidas primeiro em Bruxelas e, depois de ajustadas, serão enviadas para sua aprovação no Parlamento grego.

Trata-se de um operativo político extremo de resgate do capital europeu e internacional. Grécia possui uma dívida pública de 315 bilhões de euros, 180% do PIB. Seus bancos devem 180 bilhões de euros ao sistema de bancos centrais da zona euro; cerca de 100 bilhões de euros ao BCE e outros 100 bilhões aos seus clientes: no total quase 700 bilhões de euros, uma dívida impagável. Na Europa, um 90% da dívida com os bancos externos foi transferido aos Estados, que financiaram 100% do resgate mediante a emissão de dívida pública própria.

CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO

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Não haverá 2018

No Brasil, toda a reflexão e ação política pare-

ce atualmente ter os olhos única e exclusiva-

mente voltados para o ano de 2018.

Como se o país pudesse voltar a uma norma-

lidade mínima depois de ficar dois anos nas

mãos de um ocupante do lugar de presidente

da República com perfil mais adaptado a tra-

balhar em filmes de aprendiz de gângsteres e

com aceitação popular zero, de um Congres-

so Nacional composto de indiciados e oligar-

cas e de um Poder Judiciário exímio em ope-

rar com decisões completamente contraditó-

rias de acordo com os interesses imediatos do

juiz que julga.

No entanto há de se trabalhar com uma hipó-

tese de grande plausibilidade, a saber, a de

que 2018 não existirá.

A cada dia que passa fica claro que o Brasil

está atualmente submetido a uma espécie de

guerra civil capitaneada por aqueles que to-

maram de assalto o Estado brasileiro contra

os setores mais desfavorecidos da população.

Sim, uma guerra civil silenciosa, mas tão bru-

tal quanto as guerras abertas. Pois esta é u-

ma guerra de acumulação e espoliação, de

vida e de morte.

De um lado, um sistema financeiro com lucros

inacreditáveis para um país que se diz em cri-

se, sistema este com amplo controle das polí-

ticas do Estado. Junto a ele, a elite rentista do

país com seus ganhos intocados, sua capaci-

dade de proteger seus rendimentos de qual-

quer forma de tributação.

Na linha de frente, representando seus inte-

resses, uma casta de políticos degradados

que criam leis e usam deliberadamente o di-

nheiro público para se blindar, que mudam

regras eleitorais para continuarem onde estão

e defenderem os verdadeiros donos do poder.

Do outro, temos a massa da população empo-

brecida e agora submetida a um sistema de

trabalho que retira o mínimo de garantias de

segurança construídas nesse país, que faz

aposentadoria se transformar em uma relíquia

a nunca mais ser vista. Uma massa que senti-

rá rapidamente que ela tem apenas duas es-

colhas: ou a morte econômica ou a submissão

ao patronato.

Junto a elas, a população que se vê humilha-

da da forma mais brutal por prefeitos que mar-

cam crianças na escola para que elas não co-

mam duas refeições, que violentam morado-

res de rua com jatos de água nos dias frios

para que eles sumam, governadores que des-

troem a céu aberto universidades que não po-

dem mais começar seu ano letivo por falta de

verbas.

Toda essa população submetida a uma força

policial que atira em manifestantes, invade

reuniões públicas sem que nenhuma punição

ocorra.

Seria suprema ingenuidade acreditar que es-

ses que agora nos governam, esses senhores

de uma guerra civil não declarada, esses

mesmos que têm consciência absoluta de que

nunca ganhariam uma eleição majoritária no

Brasil para impor suas políticas aceitem ir em-

bora de bom grado em 2018.

Quem deu um golpe parlamentar tão tosco e

primário quanto o brasileiro (lembra-se das

"pedaladas fiscais"? Quem mais foi punido

neste país? Só o antigo governo federal dela

se serviu?) não conta em sair do poder em

2018.

Só que há várias formas de 2018 não existir.

A primeira delas e assistirmos uma eleição

"bielorrussa". Trata-se de uma eleição na qual

você impede de concorrer todos aqueles que

têm chance de ganhar, mas que não fazem

imediatamente parte do núcleo hegemônico

do poder atual. Caso essa saída não dê certo,

teremos uma mudança mais radical da estru-

tura do poder, ou seja, uma eliminação da e-

leição presidencial como espaço possível de

mudança.

Então aparecerá a velha carta do parlamenta-

rismo: o sonho de consumo das oligarquias

locais que veriam enfim seu acesso direto ao

poder central. Pois não confundam o parla-

mento brasileiro com o sueco. Entre nós, o

Congresso sempre foi a caixa de ressonância

de interesses oligárquicos com seus casuís-

mos eleitorais.

Por fim, se nenhuma das duas opções vingar,

não há de se descartar uma guinada mais ex-

plicitamente autoritária. Não, esta hipótese

não pode ser descartada por nenhum analista

minimamente honesto da realidade nacional.

Neste sentido, pautar todo debate político atu-

al a partir do que fazer em 2018 é simples-

mente uma armadilha para nos prender em

uma batalha que não ocorrerá, para nos obri-

gar a naturalizar mais uma vez uma forma de

fazer política, com seus "banhos de Realpoli-

tik", razão mesma do fracasso da Nova Repú-

blica e dos consórcios de poder que a geri-

ram.

Melhor seria se estivéssemos envolvidos em

um luta clara pela recusa dos modelos de

"governabilidade" que nos destruíram.

Vladimir Safatle É professor livre-docente do Departamento de

filosofia da USP (Universidade de São Paulo).

Edição 118 - Setembro 2017 - Última página

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