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AMAURY GREMAUD IGEPP BRASILIA, junho, julho e agosto 2013

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AMAURY GREMAUD

IGEPPBRASILIA, junho, julho e agosto 2013

10.Estratégias de desenvolvimento em perspectiva histórica. Instituições e desenvolvimento econômico.

11. O Processo de Industrialização da Economia Brasileira: do processo de expansão capitalista do fim do século XIX às crises dos anos 1920;da industrialização Brasileira dos anos 1930 ao fim dos anos 1950; os anos do governo JK. Os Anos 1960 e 1970.

12. Desaceleração do Crescimento: inflação e reformas; o retorno ao crescimento e suas distorções; choques externos; os programas e os planos de desenvolvimento.

13. A década de 1980: inflação; restrições externas; planos de estabilização.

14. A década de 1990: Consenso de Washington e abertura acelerada da economia; os Planos Collor I e II; o Plano Real; o Regime de metas de inflação; limites da política monetária e cambial e a fragilidade a choques externos.

15. A década de 2000: política econômica anticíclica; aumento dos investimentos; crescimento do mercado interno; política de valorização do salário mínimo, ampliação do crédito ao consumidor e crescimento das políticas de transferência de renda.

16. A desregulamentação financeira e a crise internacional de 2008. Medidas contra crises adotadas pelo Brasil.

17. Situação atual da economia brasileira: flexibilização do regime de política econômica; política industrial; a variação da taxa básica de juros e suas consequências.

18. Indicadores econômicos atuais: PIB; dívida; juros; tributação; câmbio; inflação; exportações; importações; balanço de pagamentos; reservas internacionais; produção; emprego; renda; salário mínimo; crédito e perfil dos gastos federais.

Desenvolvimento:1)Crescimento econômico (produção)

x Crescimento da população

PIB per capita2) outras informações sociais: bem estar3) distribuição (justiça social)

PIB per capita (ou algo próximo a isto) – teve uma progressão muito lenta durante séculos

PIB per capita só se acelera nos últimos 200 anos

Revolução industrial é o marco desta aceleração (primeira e segunda)

Sociedades agrárias, base principal do crescimento da produção é a ampliação dos fatores de produção: crescimento extensivo Ampliação das terras agriculturáveis Ampliação da própria população

Quais os problemas deste estilo de desenvolvimento ? Um dos fatores de produção (a terra) – depois de algum

tempo é difícil de se ampliar – quase que fixo ▪ Surge um dos conceitos básicos de economia: Rendimentos

decrescentes de escala▪ Por mais que se ponha gente na produção, dado o limite das terras, ampliação

da produção é cada vez menor

Problema Malthusiano▪ População potencialmente cresce mais que condições de sobrevivência

(crises)

Solução do problema malthusiano Novas terras (fatores de produção) ou aumento da

produtividade (produção por unidade de fator de produção Desenvolvimento smithiano (clássico) Aumento da produtividade pela divisão do trabalho –

especialização Processos de learning by doing

Especialização aplicado aos países Teoria das vantagens comparativas de David Ricardo Desenvolvimento Ricardiano

Antes da Revolução Industrial Duas forças rendimentos decrescentes e problemas

malthusianos contrarrestado por aumentos de produtividade smithianos (ricardiano)

Inaugura nova fase com a aceleração do PIB per capita

Grande reforço do aumento de produtividade do tipo smithiano (especialização)

Entre em cena mudança tecnologica (Desenvolvimento schumpeteriano)▪ Mudança tecnológica já existia – esporádica

▪ Mudança tecnológica – permanente (endógena)

Problema crescimento do PIB per capita , mas não necessariamente com equidade

Ampliam-se as desigualdades entre países e entre pessoas

Desigualdade entre países

(não ponderada)

Desigualdade entre países

(ponderada)

Desigualdade entre

pessoas

Taxa de crescimento do PIB per capita mundial:

regiões e total (1820-2008)

1820-

1870

1870-

1913

1913-

1950

1950-

1973

1973-

1990

1990-

2008

Europa Ocidental 0,98 1,33 0,76 4,05 1,98 1,72

Europa Oriental 0,63 1,39 0,60 3,81 0,50 2,54

Antiga URSS 0,63 1,06 1,76 3,35 -0,01 0,76

Estados Unidos 1,34 1,82 1,61 2,45 1,96 1,66

América Latina -0,03 1,82 1,43 2,58 0,67 1,78

Brasil 0,20 0,30 1,97 3,73 1,41 1,50

Asia -0,10 0,53 0,08 3,87 2,89 3,97

Japão 0,19 1,48 0,88 8,06 2,96 1,08

China -0,25 0,10 -0,62 2,86 4,73 7,11

India 0,00 0,54 -0,22 1,40 2,66 4,56

Africa 0,35 0,57 0,92 2,00 0,16 1,24

Total 0,54 1,30 0,88 2,92 1,38 2,17

Distribuição do PIB Global por regiões (1820-2008)

América Latina

Europa Ocidental

Antiga URSS

Estados Unidos

Japão China

India

Africa

outros

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20%

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60%

80%

100%

1820 1870 1913 1950 1973 1990 20081820 1870 1913 1950 1973 1990 2008

Grandes controvérsias entre analistas

Quais estratégias de desenvolvimento que dão certo ?

Dois conjuntos de explicações

1. Geográficas

▪ Dotação de recursos naturais▪ Acesso a minérios, energia

▪ Loteria das commodities

▪ Qualidade do solo, pluviometria

▪ Epidemiologia

Por ex: Revolução

industrial na

Inglaterra:

• acesso a grande

quantidade de

energia que

permitiram o grande

salto da revolução

industrial (nova força

motriz – carvão

mineral)

• Ásia, também

conhece

mudanças na

força propulsora

2. Políticas e instituições Controvérsia maior sobre políticas e instituições

▪ Separar políticas e instituições não divisão clara

Políticas▪ Abertura econômica ou autarquização▪ Ampliação da ação estatal ▪ Políticas fiscais e monetárias expansionistas

Instituições▪ Sistema educacional▪ Leis de propriedade privada e de propriedade intelectual (patentes)▪ Arranjo institucional das políticas monetárias e fiscais ▪ Democracia▪ Judiciário – qualidade e independência

Da ênfase exagerada aos benefícios do livre comércio e da política industrial do laissez-faire

1820-1870: Crescimento mundial , ainda lento pois poucos países revolução industrial – concentrada GB

▪ Maior parte dos países ainda sociedades agrárias

GB faz revolução industrial em função de▪ Políticas de laissez faire

▪ Competição interna e externa▪ Garantias de propriedade privada

▪ Instituições favoráveis á manipulação racional da natureza (inovações)▪ GB supera França intervencionista

▪ GB assume papel de arquiteto da nova ordem econômica liberal depois de 1846 quando abandona o protecionismo agrícola (CornLaws) e se afasta definitivamente de práticas mercantilistas

▪ Outros países: copiam políticas da GB – expansão industrial

1870-1913: ampliação do crescimento se espalha Nova ordem econômica liberal mundial – período de

prosperidade Crescimento do comercio internacional e dos fluxos

internacionais de capitais Difusão do padrão ouro, redução das tarifas

▪ Desde os anos 1860 países adotam comércio mais livre que antes▪ Poucas barreiras à fluxo de capitais, trabalho, bens e serviços ▪ Estabilidade macroeconômica interna e externa garantidas pelo Padrão

ouro e equilibrio orçamentário

Mas nem todos ganham: Diferenças países▪ Desindustrialização (India, China) – diferença de competitvidade▪ Problemas políticos internos nos países

▪ Não desenvolvimento de instituições adequadas (cambio não estável, politicas monetárias expansionistas)

▪ Loteria das commodities

1913-1950: redução do crescimento Com a 1ª WW e anos seguintes fim da primeira era liberal

▪ Instabilidade política e econômica ▪ Redução do crescimento em função da diminuição do

comércio e dos fluxos internacionais de capitais ▪ Sistema de livre comercio internacional sucumbe no início

com a volta das barreiras comerciais (Protecionismo) e políticas de beggar thy neighbor▪ Em 1930 - EUA abandonam liberalismo e institui tarifa Smooth-

Hawley

Esta tem consequências desastrosas para o mundo, segundo alguns crise de 30 foi provocada por estas tarifas

▪ Alemanha e Japão tb erguem barreiras e criam poderosos cartéis, própria GB ressucita tarifas alfandegárias

1950-1973 retomada do crescimento Retomada do comércio e depois dos fluxos de capital Institucionalidade de Bretton Woods

▪ Avanço da liberalização com GATT ,

mas visão dirigista da economia predomina ▪ até os anos 70 nos países desenvolvidos▪ Até anos 80 nos países em desenvolvimento▪ Até os anos 90 nos países comunistas

Predomínio do dirigismo se deve▪ Prevalência de teorias equivocadas (industria nascente, teoria do big push

(Rosenstei-Rodan), estruturalismo latino-americano▪ E teorias induzidas por necessidades políticas como a de reconstrução

nacional 1973-1990, redução do crescimento Efeitos negativos das politicas de autarquização e dirigismo do

período anterior Institucionalidade de Bretton Woods postas em xeque

1990-2008

Dificuldades do crescimento e crises econômicas nos anos 80 colocam em questão o intervencionismos e protecionismo nos países em desenvolvimento

Abertura dos países e politicas libealizantes voltam e atingem novas regiões

visão liberal se reestabelece – nova ordem liberal e acaba com a anomalia histórica do sistema fechado

Ênfase nas virtudes do estado mínimo, laissez faire e abertura internacional

Retomada do comércio internacional

▪ Boas práticas e políticas ▪ políticas macroeconômicas restritivas

▪ Liberalização do comércio internacional e dos investimentos

▪ Privatização

▪ Desregulamentação

▪ Boas instituições ▪ Democracia

▪ Boa burocracia

▪ Judiciário independente

▪ Leis de proteção a propriedade privada (inclusive intelectual)

▪ Governança empresarial transparente e orientada para o mercado

▪ Sistema financeiro com autoridade monetária independente

Estas boas instituições foram adotadas pelos atuais países ricos no seu desenvolvimento. Por exemplo:

Mas será verdade ? GB se desenvolveu adotando práticas de laissez faire frente a França

que fica relegada ao atraso em função de uma política intervencionista▪ Estado Frances no XIX (diferentemente do XVIII e XX) foi conservador e anti-

intervencionista

Quando EUA abandonam o livre comércio e adotaram aprotecionista tarifa Smoot-Hawley a consequência foi a depressãode 30 (Bhagwati)▪ EUA tem tarifas elevadas no mínimo desde a Guerra de Secessão e só

contaram com um banco central em 1913 (FED)

Desenvolvimento tecnológico dos países depende das leis de patentes ▪ Suíça se torna uma dos lideres mundiais em tecnologia sem leis de patente

Como países enriqueceram de fato ?

Resposta dos críticos: maioria das vezes usaram “políticas e instituições ruins”, raras vezes usam “políticas boas”.

Friederich List

“Qualquer nação que, valendo-se de taxas protecionistas e restrições à navegação , tiver levado a sua capacidade industrial e a sua navegação a um grau

de desenvolvimento que impeça as outras de concorrerem livremente com ela não pode fazer coisa com ela mais sabia, do que chutar a escada pela qual

ascendeu à grandeza, pregar os benefícios do livre comércio e declarar em tom penitente, que até

recentemente vinha trilhando o caminho errado, mas acaba de descobrir a grande verdade”

GB (diferentemente do senso comum): industria inglesa da revolução industrial foi objeto de sistema de proteção e incentivos contra concorrentes (hanseáticos, belgas, italianos)

EUA um dos mais ardentes defensores do protecionismo e seu berço intelectual e acabaram se tornando líder industrial no inicio do século XX

Livre comércio é benéfico entre países em nível semelhante de desenvolvimento; mas livre comércio favorece paises mais desenvolvidos, países atrasados, em face dos mais desenvolvidos, não conseguem desenvolver novas industrias sem a intervenção do Estado Dirigismo – maior crescimento dos países atrasados

Efetivamente atual política ortodoxa está chutando a escada Políticas de fomento a indústria nascente (não só tarifária)

foram a chave do desenvolvimento da maioria das nações Instituições, mais complicado

▪ Instituições ditas imprescindíveis, são mais consequência do que causa do progresso, o que não quer dizer que algumas não devam ser utilizadas

▪ Algumas podem até ser benéficas e o catch up institucional pode ser uma boa ideia pois muitas delas vem de intensas lutas políticas, mas convém não exagerar nos seus efeitos, pois nem todas as “instituições globais” são boas para todos Algumas podem ser até nefastas pois sua manutenção exige recursos nem sempre

disponíveis e dada a falta de capacidade ou de recursos – instituições podem funcionar mal

▪ Um problema é formato exato das instituições que merece controvérsia Talvez existência de um BC seja importante para administrar riscos financeiros

, mas sua independência política absoluta talvez não seja o caso

▪ Países em desenvolvimento hoje tem melhores instituições que PAD tinham quando estes se desenvolviam

27

forte crescimento população: multiplicada por 10 em 100 anos

produção: multiplicada por 10 em 50 anos

transformação estrutural urbanização

Industrialização

Desenvolvimento Indicadores sociais - evolução lenta

Distribuição de renda – problema

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 28

Trajetória de crescimento do Brasil está acima da média das trajetórias mundiaisTaxa anual média de crescimento da população

brasileira é de 2,28%, acima da média de crescimento da população mundial de 1,36%.

O PIB no século XX cresceu a uma taxa média anual de 5%, também acima da média mundial que foi de 3,7% ao ano;

29

Crescimento no século XX da população e produção: Brasil x Mundo (Indice 1900 = 100)

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2500

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7500

10000

12500

1900 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000

PIB Brasil População Brasil PNB mundial População Mundial

Fonte: Brasil: IBGE, 2000 estimativa dos autores. Mundo FMI (2000)

Evolução do PIB per capita brasileiro x norte americano

1900 - 1995

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1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 1995

valo

res

em

US

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pre

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PP

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% P

IB p

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ão a

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os

EU

A

PIB per capita Brasil relação entre PIB per capita Brasileiro e norte americanoFonte: Thorp (2000)

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 31

Existem descontinuidades no crescimentobrasileiro ao longo do século XX.

elevadíssimas taxas de crescimento no Plano deMetas (final dos anos 50) e no período do milagreeconômico.

crise em meados do anos 60, início dos 80 (criseda dívida externa) e início dos anos 90 (PlanoCollor).

32

Taxa de variação do PIB (1901-2012)

-6,00

-3,00

0,00

3,00

6,00

9,00

12,00

15,00

18,00

1901

1904

1907

1910

1913

1916

1919

1922

1925

1928

1931

1934

1937

1940

1943

1946

1949

1952

1955

1958

1961

1964

1967

1970

1973

1976

1979

1982

1985

1988

1991

1994

1997

2000

2003

2006

2009

2012

Milagre

crise dos

60

crise da dívidaCollor

crise

subprime

Real Lula

crise de 30

II

Guerra

Plano de

metas

II PND

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 33

a volatilidade do crescimento da economiabrasileira (4,5% no século), apesar de ser altapara o padrão de países industrializados, podeser considerada baixa se comparada comoutros países latino americanos. A volatilidade diminui quando o país passa de

uma economia agroexportadora e avança naindustrialização. Porém aumentou nas ultimasdécadas

34

População brasileira: crescimento e urbanização no século XX por décadas

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10-20 20-30 40 50 60 70 80 90

décadas

% p

opula

ção u

rban

a

0

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1

1,5

2

2,5

3

3,5

taxa

anual

de

cres

cim

ento

Taxa de

urbanização

média anual de

crescimento

Fonte: IBGE

Conforme José Eustáquio Diniz Alves, “durante os anos de 1950 e 1980a economia brasileira cresceu, em números redondos, a uma média de7%, enquanto a população cresceu 2,8% ao ano. A renda per capitacresceu 4,2% ao ano”. A essa evolução estão relacionados diversosfenômenos econômicos e sociais. A seguir são enunciados trêsfenômenos econômicos sociais

I. Esses trinta anos marcaram o melhor período de crescimento de toda a história brasileira.

II. Nesse período, no Brasil ocorreu a passagem de uma sociedade rural e agrária para uma sociedade urbana e industrial.

III. O desenvolvimento industrial esteve associado a um grande aumento da produtividade do trabalho. Esse avanço, entretanto, foi acompanhado de crescente desigualdade na distribuição da renda.

Quanto a esses enunciados a opção correta é:a) Apenas o I está correto.b) Apenas o II está correto.c) Apenas o III está correto.d) Todos estão corretos.e) Nenhum está correto.

37

Período PopulaçãoCrescimento

Econômico

modelo de

desenvolvimento

1900 - 1930

população aberta

taxas relativamente elevadas

de crescimento populacional

em função do processo

migratório, com fim da

migração taxas caem

taxas elevadas mas

instaveis de crescimento economia agoexportadora

1930 -1945

população fechada

início taxas baixas de

crescimento populacional

(alta natalidade mas alta

mortalidade), depois acelera

com queda da mortalidade

crescimento mais lento e

mais instável

(período da grande crise

internacional - crescimento

no Brasil maior que EUA)

deslocamento do centro

dinâmico

1945 - 1980

população fechada

taxas de crescimento

populacional em forte elevação

(queda das taxas de

mortalidade)

risco de explosão demográfica

forte crescimento econômico

e diminuição da instabilidade

(instabilidade cresce no fim

do período)

Processo de

industrialização acelerado

1980 - 2000

população fechada forte

diminuição das taxas de

crescimento populacional

(queda da taxa de natalidade)

explosão demográfica afastada

desaceleração significativa

do crescimento econômico

com aumento da

instabilidade

Crise da dívida e

problemas de

estabilização

Readaptada a partir de Thorp (2000)

Etapas do Crescimento Econômico Brasileiro no Século XX

Atualmente: população – rumo a diminuição absoluta ?; retomamos o crescimento ?; novo modelo de desenvolvimento, volta a velhas discussões ?

(BNDES 2011) No Brasil, vem ocorrendo uma mudança demográfica que poderá causar dificuldades financeiras consideráveis para a previdência social. Essa mudança é o(a)

a) aumento da taxa de crescimento populacionalb) aumento da renda média da população com

idade entre 20 e 30 anosc) aumento do percentual de idosos na populaçãod) redução das migrações internase) redução do percentual de mulheres na força de

trabalho

Brasil é um dos países mais populosos

População Estimada: 193.318.320(05.08.10 às 16:20 hs.)

Década 60/70 - sentimento de risco de explosão

demográfica

Hoje: Risco afastado: diminuição das taxas de

crescimento populacional Novas questões : queda absoluta da população e envelhecimento

rápido

Crescimento populacional: Mortalidade x Natalidade

Saldo migratório (diferença entre as pessoasque entram e saem definitivamente da região).

Taxa de crescimento populacional =

(Taxa de natalidade – Taxa de mortalidade) + Taxa liquida de migração

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 42

início do século XX - população aberta, depois dos anos 30 - população fechada população aberta: crescimento população

depende do crescimento vegetativo e do fluxo migratório população fechada: fluxo migratório não é

significativo▪ Sempre algum discussão

▪ Saída (dekasseguis, EUA▪ Atualmente entrada: latino americanos, Europeus

Décadasmédia anual de entrada

de imigrantes

taxa de crescimento

populacional

contribuição da entrada de

imigrantes ao crescimento

populacional brasileiro *

1870-80 21.913 1,95% 9,19%

1880-90 52.509 1,95% 18,79%

1890-00 112.932 1,93% 33,73%

1900-10 67.135 2,86% 9,78%

1910-20 79.775 2,86% 9,10%

1920-30 84.049 1,50% 15,59%

1930-40 28.861 1,50% 4,66%

1940-50 13.145 2,39% 1,06%

1950-60 59.169 2,59% 3,25%

Fonte: dados básicos IBGE (2000)

Brasil: Imigração e contribuição para o crescimento populacional (1870-1960)

* para calcular a taxa de imigração e sua contribuição ao crescimento populacional dever-se também levar em consideração as saídas de

população do Brasil.

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 44

População brasileira: crescimento e urbanização no século XX por décadas

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taxa

anu

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e cr

esci

men

to

Taxa de

urbanização

média anual de

crescimento

Fonte: IBGE

década de 30 até dias de hoje:

Transição demográfica e Urbanização

A

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de

na

tali

da

de

e t

ax

a d

e m

ort

ali

da

de

Anos

B

C

Natalidade

Morta lidade

crescimento populacional aumenta depois diminui de forma acelerada queda da taxa de mortalidade se faz antes da

queda da taxa de natalidade que ocorre alguns anos depois

quando a taxa de mortalidade caiu mas não a de natalidade o crescimento populacional é grande

No final as taxas de crescimento populacional são semelhantes à inicial, mas com indicadores de mortalidade e natalidade mais baixos

Ocidente todo passa por mesmo processo Brasil – chama a atenção velocidade e alcance

O declínio na taxa de mortalidade brasileira a

partir da década de 40 deve-se:

aos progressos na saúde pública, e ao

controle de doenças epidêmicas;

às melhorias relativas ao saneamento

básico nas zonas urbanas;

à educação das mães quanto aos

cuidados com os recém-nascidos, o quefez diminuir a taxa de mortalidade infantil.

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1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007

Brasil N NE SE S CO

Fonte: IBGE

Evolução das taxas de fecundidade.

Brasil e regiões - 1940-2007

Gráfico 1.1

Como conseqüência destas mudanças na

dinâmica populacional temos:

O envelhecimento da população brasileira

Mito de Brasil - país jovem está

sendo mudado com muita rapidez

Dinâmica Populacional

0,0 50,0 100,0 150,0 200,0

1980

2000

2020

2040Índice de

envelhecimen

to

Razão de

Dependência

índice de envelhecimentorelação entre a população com mais de 65 anos e a população com menos de 15

razão de dependência é a relação entre os dependentes (soma da população com menos de 15 anos e com mais de 65 anos) e população em idade ativa (entre 15 e 65 anos de idade)

Esse indicador apresentou um pequeno aumento nos últimos 30 anos (de 10,5 em 1980 para 18,3 em 2000 e 26,7 em 2010). Isso explica a pouca atenção ao problema de envelhecimento populacional no Brasil até agora. Mas nos próximos quarenta anos esse índice apresentará um aumento exponencial

Em 2000, poucos países (Alemanha, Grécia, Itália, Bulgária e Japão)

tinham um índice de idade acima de 100 (mais idosos do que jovens).

Na transição demográfica, os países

passam por período quando a razão de

dependência atinge níveis mínimos.

É o período na transição demográfica de um país quando a proporção de pessoas em idade ativa é alta.

Esse período é caracterizado por uma menor razão de dependência (relação entre o número de dependentes e pessoas em idade ativa). Esse período é propício ao desenvolvimento, pois existem

mais possibilidades de poupança e investimento, resultando em acúmulo de capital e crescimento econômico, enquanto também há pressão reduzida sobre os gastos educacionais.

A razão de dependência, que tem declinado desde 1965, atingirá seu valor mínimo em 2020 e então começará a subir.

alívio na demanda por serviços de saúde médico infantil e por ensino básico

pressão sobre “geriatria” sistemas de compensação para a perda de

capacidade laborativa (previdência e assistência) ; saúde; cuidados de longa duração, acessibilidade

diminuição da carga sobre ativos. Ainda é necessário grande oferta de mão de

obra, mas com taxas decrescentes

Com relação aos aspectos demográficos da sociedade brasileira, não é correto afirmar que:

a) o declínio na taxa de mortalidade da população, a partir de 1940, deveu-se, especialmente, aos progressos na saúde pública, particularmente no que tange ao controle das doenças epidêmicas.

b) o principal fluxo migratório que caracterizou a economia brasileira, durante o século XX, foi o chamado êxodo urbano.

c) os indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD-2008), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, demonstraram que, no país, prevalecem expressivas desigualdades educacionais entre ricos e pobres, brancos e não brancos, áreas urbanas e rurais e diferentes regiões.

d) em decorrência do processo de crescimento populacional, apesar da pequena queda observada no grau de pobreza, o número de pobres aumentou cerca de 13 milhões, passando do total de 41 milhões, em 1977, para 53 milhões em 1999, aproximadamente.

e) o índice de envelhecimento da população, segundo o IBGE, passou de 6,4% em1960 para 16,8% em 2000.

O gráfico a seguir apresenta a evolução da população brasileira de acordo com os censos demográficos, além de uma projeção dessa evolução até o ano de 2050.

Tendo as informações apresentadas acima como referência, julgue (C ou E) os itens a seguir, relativos à evolução da população brasileira.

A. Considerando-se o quadro de altas taxas de mortalidade infantil no Brasil no período compreendido entre 1950 e 1970, conclui-se que o crescimento populacional registrado no gráfico para esse período deveu-se principalmente aos grandes fluxos imigratórios.

B. Verifica-se, com base no gráfico, que, no Brasil, haverá aumento da mortalidade geral a partir de 2040, razão pela qual a população entrará em processo de decrescimento.

C. A projeção de desaceleração da taxa de crescimento da população brasileira evidenciada no gráfico tem como um de seus fatores a queda da fecundidade.

D. No momento histórico correspondente ao ponto mais alto da curva correspondente ao gráfico mostrado, a média etária do conjunto da população brasileira será inferior à atual.

E

E

C

E

A economia cafeeira, no Brasil, cedo recebeu o influxo do intervencionismo do Estado. Sobre o ciclo do café, não se pode dizer que:

a) ao iniciar o século XX, o café já ocupava o primeiro lugar na pauta de nossas exportações.

b) o aumento da produção do café, no início do século XX, não correspondia às possibilidades de absorção pelos mercados consumidores, por se tratar de produto de consumo inelástico.

c) a partir do convênio de Taubaté, inicia-se um processo de intervenção na economia cafeeira, por meio do mecanismo de “valorização” do café.

d) em 1932, o governo federal incentivou, pelo prazo de três anos, o plantio de café.

e) em 1930, a depressão no mercado internacional de café obrigou o governo brasileiro a intervir fortemente, comprando e estocando café e desvalorizando o câmbio, com o objetivo de proteger o setor cafeeiro.

A agroexportação foi característica marcante do modelo econômico vigente no Brasil oligárquico. A esse respeito, comente:

a) As principais características de uma economia agroexportadora

b) o peso do café na economia brasileira durante a República Velha;

c) as razões para a adoção das políticas de valorização do café nesse período.

É a forma de inserção da economia brasileira na economia mundial desde a época colonial, passando pelo período imperial Modelo de desenvolvimento econômico no Brasil até

os anos 30 A República Velha é o momento de auge e

ruptura desta forma de inserção Cada período foi marcado por um produto que

dava dinâmica ao Balanço de Pagamentos e a economia: os ciclos do açúcar, do ouro, do café etc.

65

alto peso do setor externo na economia A exportação é variável quase que exclusiva na

determinação da renda nacional e de seu dinamismo

Exportações: dependência de variáveis fora de controle das autoridades nacionais: demanda externa, oferta de países

concorrentes, comercialização internacionalizada C. Tavares: Modelo de desenvolvimento voltado

para fora Problemas

▪ volatilidade

66

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 67

Preços do café nos Estados Unidos (1851 - 1908)

(USS por saca)

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

1851 1856 1861 1866 1871 1876 1881 1886 1891 1896 1901 1906

FONTE: Delfim Netto, A (1966)

As oscilações se devem: às condições da demanda (mercado

mundial), ou seja aos ciclos da economia mundial.

às condições da oferta por exemplo geadas, pragas.

à defasagem entre o plantio e a colheita do café.

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 68

Termos de troca: relação entre os preços das exportações e das importações de uma economia

Segundo alguns autores existe a tendência dos preços dos produtos agrícolas caírem frente as manufaturas, existe assim uma tendência de deterioração dos termos de trocas

Se realmente houver tal tendência haverá uma perspectiva de crescimento relativamente inferior das economias agroexportadoras frente às outras

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 69

A deterioração dos termos de troca podeexplicada dentre outros fatores por: elasticidade renda da demanda de produtos

primários menor que 1 e elasticidade renda dademanda de produtos manufaturados maior que 1.

mercado com características oligopolísticas paraprodutos manufaturados e mercado concorrencialpara os produtos primários.

O tema é objeto de controvérsia entre oseconomistas

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 70

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 71

Evolução dos termos de troca brasileiros 1850 - 19941930 = 100

0

50

100

150

200

250

300

1850 1860 1870 1880 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990

Fonte: dados básicos IBGE e IPEAdata

Agroexportadores Exportação: variável

chave na determinação da renda

Pauta de exportação base estreita, poucos produtos primários

importações base para suprir consumo interno

grande diferença entre base produtiva e de consumo

Centrais Exportação

importante, mas Investimento interno também

pauta de exportação não diferente de pauta de consumo

importações atende parte do consumo

proximidade entre base produtiva e de consumo

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 72

Comparação: Centrais x Agroexportadores

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 73

Pauta de Exportação Brasileira - 1900

Açúcar

6%

Borracha

15%

Café

65%

Outros

7%

Couros e Peles

2%Algodâo

3%

Fumo

2%

Fonte: Silva (1957)

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 74

Pauta de Importações - Brasil - 1902/1903

Farinha de Trigo

6%

Máquinas e

Ferramentas

5%

Outros

42%

Carvão de Pedra

6%

Manufaturas de

Ferro e Aço

6%

Bebidas

7%

Manufaturas de

Algodão

12%

Prod. Químicos e

farmaceuticos

3%

Arroz

3%

Charque

5%Trigo em grãos

5%Fonte: Silva (1957)

Agroexportação – associado à tese da dualidade:

Brasil exportador – moderno, dinâmico, produtivo

X

Brasil da subsistência – atrasado, estagnado, baixa produtividade

Dois Brasis:

relação depende das relações de produção

Agro exportação até década de 30, mas:

1. Diferentes ciclos (produtos)2. Condições sócio-políticas diferentes

Economia Colonial até início do XIX

Com escravidão até década 80 do XIX

77

Conseqüências:

1. Amplia efeito multiplicador da

economia

ampliação da especialização das

fazendas

novos hábitos de consumo

“o fato de maior relevância ocorrido na economia brasileira no último quartel do século XIX foi o aumento da importância relativa do trabalho assalariado”

“a massa de salários

pagos no setor

exportador vem a ser

o núcleo de uma

economia de

mercado interno”

A. Gremaud - Economia Brasileira 1 78

2. Aumento da Demanda por Moeda n.º de pagamentos: demanda para transação

Problema: inflexibilidade do sistema financeiro nacional e da política imperial

3. Tendência ao desequilíbrio externo problema de delay entre D das X e D das M

debate sobre forma de combater desequilíbrio: regras do padrão ouro x desvalorização cambial

até que ponto fluxo de capital é contra cíclico?

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 79

Fases de ascensão (queda) do preço internacional do café

Impactos positivos (negativos) sobre o restante da economia

Cresce (diminui) a lucratividade na atividade cafeeira

Boa parte dos lucros (não) são reinvestidos no próprio setor

Aumenta (diminui) o volume de emprego

Déficit

BP

RCurrency

Board

Ms

juros

preços

Entrada de

capitais

Recessão

Equilíbrio

BP

Déficit BP

=

Excesso de

demanda

mercadocambial

Desvalori

zação

cambial

P imp.

P nac.

X

M

inflação

Emprego

Equilíbrio BP

Déficit

BP

RCurrency

Board

Ms

juros

preços

Entrada de

capitais

Recessão

Equilíbrio

BP

Furtado: Brasil possui diferenças em relação aos países centrais

Exportações e Balanço de Pagamentos – mais importante no total da renda e na sua dinâmica que países centrais

Oscilações do BP (oscilações do Preço dos produtos exportados) são mais agudas que nos países centrais

Elevado coeficiente de importações déficit BP e seu combate – efeitos fortes na economia brasileira regras de PO (cambio fixo e política monetária metalista) –

podem causar recessão profunda

Queda de reservas grande, contração monetária também deveria ser substancial para reverter BP – traumatiza sistema

Fluxos de capital – não funciona de forma contra-ciclica▪ Ao contrário existe saída de capital se economia cafeeira entra em crise

Possibilidades de ação do governo nosmomentos de queda dos preços:

A. Desvalorização cambial.

B. Política de valorização do café.

Estes mecanismos eram eficientes no curtoprazo para proteger a cafeicultura mastinham efeitos negativos a longo prazo

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 84

A vantagem é que a desvalorização cambialmantinha em moeda nacional a rentabilidadeda cafeicultura e o nível de emprego

Mas gerava dois tipos de problemas: a desvalorização cambial “escondia” os sinais dados

pelo mercado (tendência de superprodução decafé).

a desvalorização cambial encarecia todos osprodutos importados desta economia (socializaçãodas perdas).

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 85

Gráfico 3.5: Brasil: Preço do Café x Taxa de Câmbio Implícita:

1850 -1900

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

20,0

22,0

1851 1856 1861 1866 1871 1876 1881 1886 1891 1896

Pre

ço

(cen

ts/lib

ra-p

eso

)

5,000

10,000

15,000

20,000

25,000

30,000

35,000

Taxa d

e C

âm

bio

Im

plícit

a (

reis

/lib

ra)

Preço do Café

Taxa de Câmbio

A Gremaud 87

Historiografia tradicionalPolítica econômica na República Velha

Definida em função dos interesses corporativos da cafeicultura que detém poder no período

exemplos:

▪ desvalorização do câmbio, ▪ Políticas de defesa do café (estocagem)

problemas:

▪ Visão política um pouco estreita▪ resistências à defesa por parte do governo federal (1906 e

1929)

▪ Momentos de valorização cambial e/ou cambio fixo

A Gremaud 88

Cambio flexível Cambio fixo

e e e

1889

1898

1906 1914/18

Cambio flexível

e e

Cambio fixo

e

1924

1927 1930

Regime Cambial

Ativa Passiva Ativa Passiva

Ms Ms Ms MsMs Ms Ms Ms

1912 1928

Política Monetária

Política Econômica na República Velha (1989 – 1930)

0

1889

1890

1891

1892

1893

1894

1895

1896

1897

1898

1899

1900

1901

1902

1903

1904

1905

1906

1907

1908

1909

1910

1911

1912

1913

1914

1915

1916

1917

1918

1919

1920

1921

1922

1923

1924

1925

1926

1927

1928

1929

1930

Cambio Nominal na República Velha (1889 - 1930)

Cambio Fixo

caixa de conversão

Cambio Fixo

caixa de establização

Flexível

desvaloriza valoriza

Flexível

desvaloriza valoriza

A Gremaud 90

Historiografia Atual: Fausto, Saes, Perissinotto

Política econômica na República Velha:

Boris Fausto:

cafeicultura é hegemônica mas não dominante

existem outros grupos com poder de pressão

De modo que:▪ Cafeicultura é grupo principal mas controle compartilhado do (às vezes grupo

chega a ser derrotado – 1910)

▪ Poder não exercido de forma unilateral, incondicional – sacrifícios necessários para se manter hegemônico

A Gremaud 91

Cafeicultura não é um grupo homogêneo existe divisão de interesses (Saes , Perisinotto)

Lavoura x Grande Capital Cafeeiro

▪ Lavoura – produtores/exportadores

▪ Grande Capital Cafeeiro = diversificação de interesses Observar passivo destas atividades

▪ Empresas de serviços públicos

▪ Comércio

▪ Bancos

▪ Indústria

Processo de autonomização destes interesses

A Gremaud 92

Rui Barbosa - gestão polêmicaCriticado por historiadores monetários

crise fiscal/cambialDefendido por historiadores da indústria

industrialização

Rui Barbosa reverte a política da última década imperial tentativa de reversão já com Ouro Preto no estertores do

Império Rui Barbosa é um “papelista” dentro das

“controvérsias monetárias” brasileiras

A Gremaud 93

Metalistas – estabilidade cambial

Moeda – valor intrínseco dado por seu conteúdo metálico▪ Desvalorização cambial – excesso de emissão normalmente

associado a financiamento do setor público

Papelistas – necessidades de circulação

Moeda – dar fluidez aos negócios – necessidades do mercado▪ Taxa de juros alta – falta de papel moeda

▪ Desvalorização cambial – problema de BP

A Gremaud 94

Principal medida: Lei Bancária - 1890▪ emissões inconversíveis

▪ emissões lastreadas em títulos públicos

▪ emissões regionalizadas

* rápida expansão monetária:

* crítica (excessos) x necessidade* Mudanças da mão de obra: aumenta da demanda por moeda e

problemas da “elasticidade” do padrão metálico

A Gremaud 95

Novas regras para criação de SA’s - facilidade Duas leis

criação de novas empresas - algumas fictícias

processo especulativo na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro - Encilhamento

Período: Crescimento econômico

aceleração da inflação

96

Causas:debate na historiografia: Problema é interno

# Expansão monetária e déficit público se refletem no cambio

Problema é externo # fuga de capital em

função da crise na Argentina

G. Franco - visão externa da política interna

Gráfico 4.2 Brasil: Taxa de Câmbio Implíta na Primeira

Década Republicana (1889 - 1900)

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

1889

1890

1891

1892

1893

1894

1895

1896

1897

1898

1899

1900

mil r

eis

/ lib

ra

A Gremaud 97

1898 - situação insustentável - acordo com os credores: Funding Loan

▪ consolidação da dívida externa - novas condições

▪ rolagem dos desembolsos: juros (3 anos), principal (13 anos)

▪ condicionalidades: alfândega do RJ e reversão da política econômica

A Gremaud 98

Murtinho - metalista - também gestão polêmica

▪ aclamado por historiadores monetários - equilíbrio fiscal/monetário

▪ criticado por historiadores da indústria recessão/falências

Política monetária/fiscal ortodoxa Queima de papel moeda

Elevação de impostos▪ pressões externas - acordo com credores▪ pressões internas - contra desvalorização/inflação

A Gremaud 99

medidas de Murtinho críticas: falta de liquidez e aumento de jurosRecessão1900: crise bancária e falências

▪ seleção natural

café: problemas com valorização cambial e queda de preços

Valorização cambial - debate novamenteinterno: enxugamento monetário

externo - entrada de capital e balança comercial

valorização

Receitas e investimentos

positivos

desvalorização

Receitas e investimentos

positivos

desvalorização

Receitas e investimentos

positivos

cambio

Preço do café

(em libras)

Ycafé, I

1889 1895

valorização

1898

Perdas na cafeicultura

A política de valorização do café consistia emreter parte da oferta na forma de estoques.

Esta política se assemelha a práticas atuais deregulação dos mercados agrícolas por meio de: Política de preços mínimos – o governo estabelece

preços mínimos na safra, a partir dos quais ele adquiree estoca produtos.

Estoques reguladores - estocar na safra para“desovar” os estoques na entresafra, evitandoaumentos excessivos de preços na entresafra

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 101

Ter influencia na oferta mundial de café

oferta mundial não concorrencial e Brasil –oligopolista

Inelasticidade preço do café no curto prazo

de modo que subida do preço do café não reduz a demanda a ponto do valor das exportações caírem

Reversibilidade da oferta

Excesso de oferta não permanente

A expectativa é que houvesse nos anos seguintes

uma reversão da oferta de café, mas esta

reversão se mostrava cada vez mais difícil à

medida em que a estocagem ia ocorrendo.

A política acentuava a tendência à superprodução e

outros países também eram indiretamente

incentivados a plantar café.

Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 103