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AMAURY GREMAUD IGEPP BRASILIA, junho, julho e agosto 2013

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Page 1: AMAURY GREMAUD 1982 Países em desenvolvimento: problemas com a dívida: insolvência polonesa e argentina e moratória mexicana, no chamado “setembro negro” (1982), o que provocou

AMAURY GREMAUD

IGEPPBRASILIA, junho, julho e agosto 2013

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O período 1981-1984 foi especialmente difícil para a economia brasileira. Sobre esse período, pode-se dizer que:

a) a crise da dívida que se configurou foi impulsionada pela segunda crise do petróleo de 1979 e por forte elevação das taxas de juros internacionais. Estas foram as únicas causas da forte deterioração da situação externa do País.

b) as políticas de restrição da demanda agregada do período contribuíram significativamente para corrigir o desequilíbrio do setor externo.

c) a crise deste período foi amenizada pela estratégia expansionista executada por Delfim Netto em 1979- 1980.

d) as necessidades de financiamento do balanço de pagamentos levaram o governo, já em 1983, a recorrer ao FMI.

e) as políticas de restrição da demanda agregada foram bem-sucedidas em atenuar a inflação do período.

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A partir de 1979, o FED adotou uma política monetária restritiva, visando conter a tendência de desvalorização do dólar. Quando Reagan assumiu, elevou ainda mais as taxas de juros e transformou os EUA no grande absorvedor da liquidez mundial.Os países foram obrigados a buscar uma política

de geração de superávits externos. Ajustamento voluntário”: a piora na situação cambial

levou o governo, já em 1980, a reverter a política econômica até então adotada (heterodoxia delfiniana) e a adotar uma política ortodoxa. Dificuldades para renovação dos empréstimos externos leva ao controle da absorção interna para a geração dos superavits

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1982 Países em desenvolvimento: problemas com a dívida: insolvência polonesa e argentina e moratória mexicana, no

chamado “setembro negro” (1982), o que provocou o rompimento completo do fluxo de recursos voluntários aos países em desenvolvimento.

A política adotada baseava-se em acordos com o FMI:a. na contenção da demanda agregada - (i) redução do déficit

público; (ii) aumento da taxa de juros interna e restrição do crédito; (iii) redução do salário real e desemprego;

b.em tornar a estrutura de preços relativos favorável ao setor externo - (i) desvalorização real do cruzeiro; (ii) elevação do preço dos derivados de petróleo; (iii) contenção de alguns preços públicos, subsídios e incentivos à exportação.

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profunda recessão em 1981 e 1983 e baixo crescimento em 1982.

Aceleração da inflação em 82, estabilizada em 100% nos anos de 1981 e 1982.

A política de comércio exterior foi bem sucedida: a balança comercial sai deficitária em 1980 para superávits de US$ 6,5 bilhões em 1983 e um recorde de US$ 13 bilhões em 1984

1984 superávit e recuperação do produto, explicado em parte pelo sucesso do II PND que permitiu processo de substituição de importações e criou setores com competitividade externa, mas também desvalorização

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80% da dívida era pública, enquanto a maior parte da geração do superávit era privado.

Alternativas para o governo adquirir divisas: gerar superávit fiscal – inviável. emitir moeda – incompatível com a política de controle

da absorção interna. endividar-se internamente – foi o que aconteceu em

condições cada vez piores (transformação da dívida externa em dívida interna).

Este processo acelerou a deterioração das contas públicas e ampliou o grau de indexação da economia.

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A situação fiscal do setor público se deteriora por várias razões:i. as maxidesvalorizações aumentavam o custo interno do serviço

da dívida externa.ii. a recessão diminuía a base tributável;iii. a transferência de recursos produtivos para as atividades de

exportação significava uma renúncia fiscal;iv. as taxas de juros interna elevadas encareciam a rolagem da

dívidav. a aceleração inflacionária diminuía a arrecadação (Efeito Olivera-

Tanzi). A inflação mostrava-se renitente a políticas ortodoxas e o

peso do ajustamento era cada vez mais criticada por causa do desemprego

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(STN 2008) Se observarmos a economia brasileira entre 1980 e 1984 poderemos notar que:

A. Entre os elementos que explicam a geração de superávits comerciais para fazer frente aos pagamentos da divida externa no período está a diminuição da absorção doméstica

B. Neste período houve o encarecimento da divida externa, tendo sido necessária a geração de superávits comercias para o pagamento dos juros correspondentes a tal dívida, a partir da crise do México em 1982 porém o acesso a novas fontes privadas de financiamento externo possibilitou que parte destes pagamentos fosse feito com novos empréstimos externos

C. A inflação durante estes anos se manteve em patamares bastante elevados, porém estabilizada

D. As empresas estatais foram fundamentais no período já que por meio delas o país obteve acesso a empréstimos internacionais que puderam ser usados para financiar o déficit no Balanço de pagamentos

E. A alta inflação brasileira é caracterizada como sendo de custos, causado pelos choques do petróleo e dos juros internacionais e no seu combate foi utilizado, durante o período, o regime de cambio fixo.

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Segunda metade dos anos 80, Inflação principal alvo dos

economistas

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A taxa de inflação no Brasil, medida pelo IGP-DI se acelerou a partir de 1973, tendo atingido o seu ápice quando se registraram

a) quase 100% ao mês na época da implementação do Plano Verão

b) mais de 40% ao mês na fase anterior à implementação do Plano Real

c) em torno de 80% ao mês na época da implementação do Plano Collor I

d) mais de 70% ao mês na época da implementação do plano Cruzado

e) 70% na fase anterior da implementação do Plano Collor II

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(BNDES 2008) Em 1984 a inflação no Brasil atingiu percentuais acima de 200% a. a.. Alguns economistas defendiam o ponto de vista de que tal situação era causada pelo chamado “conflito distributivo”. Segundo os proponentes desse diagnóstico,a) o “conflito distributivo” ocorria, fundamentalmente, entre o

setor público e o setor privado, o primeiro, aumentando os impostos e o segundo, aumentando os preços.

b) o “conflito” poderia ser resolvido através de um Pacto Social, obtido com uma plena redemocratização do país e a formação de um governo de coalisão.

c) o controle rigoroso do deficit orçamentário do setor público levaria à resolução do “conflito distributivo”.

d) os grupos sociais causadores do conflito deveriam ser contidos e excluídos do processo de redemocratização que estava ocorrendo.

e) apenas a dolarização da economia poderia resolver o “conflito”, pois os preços e os custos em dólar ficariam estáveis com a taxa de câmbio estável.

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Pastore – Presidente do Banco Central (8/83 -3/85) 1984: incomodado com resistência da inflação

apesar do arrocho monetário que se estava praticando

Mesmo período economistas PUC-RJ André Lara Resende e Francisco Lopes

Curva de Phillips não vale

Inflação – insensível ao “hiato do produto”Problema com a natureza da inflação no

Brasil

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Em processos inflacionários crônicos a inflação possui dois componentes:

Tendência: componente que se reproduz em função de si mesmo (inércia)

Choque – responsável pela alteração do patamar inflacionário

Inflação puramente inercial: inflação estável

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Tendências

Choques

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Receituário ortodoxo: Choques desaceleracionistas

quebrar a inércia inflacionária com choques fortes o suficiente para reverter expectativas

Expectativas principal mecanismo informal de transmissão da tendência

Necessário reverter expectativas ruins

Receituário heterodoxo: atacar diretamente a tendência

custos de alternativa anterior muito elevados

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Natureza dos choque: demanda,

custo

busca de alteração da posição distributiva relativa Com inflação inercial

Conflito distributivo passivo▪ Com inflação inercial – perfil da distribuição só pode ser captado

ao longo de um dado período de tempo

▪ Em um dado momento – situação distorcida

Mecanismos de indexação

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O que

fazer ?

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Debate em torno de Tancredo Neves: 3 propostas principais na mesa:

1. Choque Ortodoxo

2. Pacto Social

3. Desindexação

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Visão da Ortodoxia clássica

Problema emissões e déficit público

Necessário:

▪ Congelamento de crédito

▪ Corte de gastos

▪ Reforma tributária

Ajuste com o FMI – parcial (só externo)

▪ Não ataca cerne do problema fiscal brasileiro

Aprofundar ajuste e reverter expectativas

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Se problema principal conflito distributivo Necessário estabilizar o conflito para isto

necessário estabelecer uma coalizão – pacto social

Proposto por economistas da Unicamp e do PMDB

Vem junto com processo de redemocratização e promoção de um acordo arbitrado pelo governo ▪ Se todos concordassem em não aumentar

seus preços – inflação viria abaixo

Diminuição da incerteza, ampliação horizonte de cálculo, renegociação da dívida externa e ajuste patrimonial do Estado

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Problemas mecanismos formais e informais de indexação

Pacto social difícil de se construir

Desindexação – pacto de adesão não voluntaria

Duas opções de combate:

a) Choque heterodoxo (congelamento)

Francisco Lopes

a) Proposta Larida

(desindexação por indexação total)

Persio Arida e A. L. Resende

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Ambiente de redemocratização Brasil excluído do fluxo de capitais internacional Combate à inflação meta principal

Diferentes planos de estabilização

▪ Cruzado (1986) – Funaro/Sarney

▪ Bresser(1987) – Bresser/Sarney ▪ 1988 – Feijão com Arroz – Mailson/Sarney

▪ Verão (1989) – Mailson/Sarney

▪ Collor I (1990) – Zélia/Collor

▪ Collor II (1991) – Zélia/Collor▪ 1992-1993 – “Plano Nada” – M.M. Moreira e outros

▪ Real (1994)

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Economia voltando a crescer depois da recessão do início da década

Balança de Transações Correntes:relativo equilíbrio Inflação acelerando Finanças públicas deteriorando Incertezas políticas Início: indefinições na condução política econômica

Dornelles - gradualismo ortodoxo (predomina inicialmente)

João Sayad – heterodoxia

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O Plano Cruzado se caracterizou por:I. congelamento de preços;II. utilização de “tablitas” para corrigir o valor de

prestações;III. aumento salarial de 8% sobre a média dos 6

meses anteriores.Está correto o contido em:(A) I, somente.(B) III, somente.(C) I e II, somente.(D) I e III, somente.(E) I, II e III.

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Com relação ao Plano Cruzado, não é correto afirmar que:

a) o Plano baseava-se no diagnóstico de que a inflação seria inercial.b) o Plano levou a uma queda real nos salários, de modo que apesar do

congelamento dos preços houve uma queda do poder aquisitivo da população gerando uma retração da demanda.

c) antes do Plano Cruzado ser anunciado, já havia grande expectativa de um plano heterodoxo no Brasil devido ao exemplo do Plano Austral, que havia sido implementado na Argentina em 1985.

d) o Plano incluía um congelamento dos preços nos níveis do dia 27 de fevereiro de 1987, através do qual se pretendia eliminar a memória inflacionária.

e) houve pouca preocupação com o déficit público no Plano Cruzado. Com eleições parlamentares marcadas para aquele ano, o governo financiou gastos através de emissões de moeda o que contribuiu para o retorno da inflação.

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Congelamento preços Energia elétrica – realinhamento justo antes Lista SUNAB – fiscais do Sarney

Conversão salários: poder de compra últimos 6 meses + abono 8% + gatilho Salário mínimo abono de 16%

Fixação da taxa de câmbio sem desvalorização prévia

Aluguéis – recomposição pelo valor real médio Diferentes regras para ativos financeiros ORTN transformada em OTN Proibida indexação para contratos inferior a 1 ano Tablita para contratos prefixados Caderneta de poupança – rendimento trimestral

Deslocamento do índice de preços Substituição da moeda: cruzeiro (1000) por cruzado (1) Não existência de metas monetárias e fiscais: política expansionista

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Grande sucesso inicial: Congelamento: queda imediata da inflação Crescimento econômico em função

▪ Crescimento já vinha antes (demanda já aquecida)▪ Aumento da renda real ▪ Ilusão monetária ▪ taxas de juros baixas

Expansão monetária – excesso na remonetização Não problemas fiscais (debate)

Crescimento: pressão sobre vários mercados: Pressiona alguns setores de bens de consumo

▪ Problema do congelamento com preços variando assincronicamente▪ Escassez, filas, ágios e maquiagens▪ Diminuição das margens de comercialização e perda de margens onde custo se

elevaram

Fuga de ativos financeiros para ativos reais e dolar (agio do paralelo) Problemas na Balança Comercial e nas contas externas

▪ Outubro – pequena desvalorização e introdução de minidesvalorizações

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Exportações e Importações, em US$ milhões, 1986 e 1987

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Exportações Importações

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Problemas como descongelar ? Técnica e politicamente Cruzadinho (julho): Primeira tentativa tímida de conter a demanda Pacote fiscal – Fundo de Desenvolvimento Expurgado – perda de apoio político

Imobilismo Questões Políticas – eleições Cruzado II (novembro) – depois das eleições (oportunismo) Novo pacote fiscal – aumentar a arrecadação - conter déficit público Realinhamento de preços – 5 bens finais e preços públicos

▪ Impostos indiretos sobre automóveis, bebidas e cigarros▪ Aumento de tarifas de energia elétrica, telefones, correios

Saída descoordenada do congelamento Preços se elevam (16% jan 87) – dispara gatilho

Fim Cruzado – fevereiro (fim do congelamento) Moratória dos juros da dívida externa Elevação da taxa de juros real Reintrodução de mecanismos de indexação

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Inflação não puramente inercial Debate em torno da política salarial Ensinamentos:

▪ Problemas de desequilíbrio com congelamento▪ cuidado com problemas distributivos▪ Nem tudo é congelável▪ Tempo de congelamento (processo de descongelamento)

▪ necessidade controlar demanda agregada▪ Políticas monetárias e fiscais não podem ser passivas

▪ atenção com as contas externas, Heranças

▪ Expectativa de congelamento, ▪ Ampliação dos processo de fuga de ativos ▪ perda de apoio político

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O Plano Cruzado foi um programa de combate à inflação brasileira que, entre outras medidas, adotou um(a)

a) congelamento geral de preços, para romper a inércia inflacionária e reduzir as expectativas de futuros aumentos de preços.

b) corte significativo na demanda agregada, provocando uma recessão e uma consequente diminuição da inflação.

c) política de incentivo às exportações, visando à expansão da oferta interna de bens e serviços e conseqüente redução da inflação.

d) sincronização do processo de indexação na economia brasileira, sendo feita a correção dos valores nominais por um único indexador.

e) dolarização da economia brasileira, com uma taxa de câmbio fixa, de modo a obter preços em dólar estáveis.

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Podem ser considerados fatores que explicam o insucesso do Plano Cruzado, exceto:

a) forte desvalorização do dólar em relação ao cruzado, tendo em vista a elevação dos juros na Economia Norte-Americana.

b) eliminação, com o congelamento, do funcionamento do mecanismo de preços como alocador de recursos.

c) forte elevação da demanda, o que gerou pressões inflacionárias particularmente em setores que estavam, na época, próximos do nível máximo de utilização da capacidade instalada.

d) piora no desempenho das contas externas, contribuindo para a reversão de expectativas quanto ao desempenho macroeconômico da economia brasileira.

e) elevação das expectativas de inflação, tendo em vista a percepção da sociedade de que o congelamento não seria bem sucedido.

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Plano hibrido e de emergência Conter aceleração inflacionária inflação inercial e de demanda) Combinação de políticas heterodoxas e ortodoxas

medidas: Congelamento salários e preços por 3 meses

▪ Realinhamento anterior de Preços públicos (EE, gasolina, telefone, aço)▪ Seguido de uma fase de flexibilização e depois descongelamento

Fim do gatilho e cria URP para reajuste de salários pós congelamento▪ URP – media de três últimos meses da inflação ▪ Repassado para os três meses seguintes (reajuste mensal com defaseagem )

Tablita (sem troca de moeda) Desvalorização cambial (não congelamento – não fixa)

Política monetária ortodoxa ▪ Juros positivos – controle de demanda e especulação com estoques

tentativa de controle fiscal▪ Aumento de tarifas, eliminação de subsídios, corte de gastos (investimentos

públicos)

He t eredoxo

O

r

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o

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Início do Bresser – queda da inflação 26 para 3 (julho) depois 6,5 (agosto) Congelamento não respeitado (remarcações preventivas e não

fiscalização Inflação volta a subir pouco a pouco: dezembro 14%

Contas externas menos problemas Exportações e agricultura mantém crescimento

Funcionalismo – não contenção do déficit Não aprovação reforma fiscal (tributária) pede para Sair

Problemas do Plano Bresser no descongelamento: reposições salariais, reindexação Fragilidade da contenção monetária e fiscal Fragilidade política: passagem de 4 para 5 anos de mandato

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Um dos planos econômicos implementados no Brasil, durante a década de 1980, foi o Plano Bresser em 1987. Esse Plano visava a

a. acelerar o processo de substituição de importações no Brasil.

b. acelerar a taxa de crescimento da economia brasileira a curto prazo.

c. redistribuir a renda para reduzir a demanda agregada por bens e serviços.

d. reduzir a inflação pelo congelamento da taxa cambial.e. reduzir a inflação controlando sua inércia e o excesso de

demanda agregada.

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Novamente plano hibrido Ortodoxia: controle DA Juros altos e queda no déficit público

• Redução de custeio, reforma administrativa• Limitação na emissão de títulos • Restrição de crédito

Desvalorização e fixação da taxa de cambio Heterodoxia: congelamento preços e salários

▪ Indeterminado▪ Reajuste prévio de preços públicos▪ Salários: Media 12 meses e aplicação URP janeiro▪ Nova troca de indice

Radicalização da desindexação▪ Reforma monetária – Cruzado Novo (1000 cruzados)

▪ Paridade com dolar▪ Fim URP, OTN, gatilho etc.

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Verão: curta duração Não houve ajuste fiscal e ocorreu descontrole monetário Inflação cai em fevereiro e volta a acelerar Reaceleração inflacionária: Rumo à Hiperinflação

▪ Não coordenação (fim OTN s e indexadores) Governo Sarney Crescimento medio 4%, inflação 470%

▪ Exportação na médio principal setor Aumento do Déficit Público (operacional) Endividamento interno crescente, prazos mais curtos, taxas de

juros e liquidez crescentes▪ Sub-indexação de contratos para reduzir valor real da dívida pública

Política monetária: necessidade de sustentação de juros elevados, descontrole da política monetária

NBTC equilibrada ▪ não acesso a poupança externa

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Francisco

Dornelles

Dílson Funaro Bresser Pereira Maílson da

Nóbrega

03/1985 09/1985 02/1986 06/1986 11/1986 05/1987 01/1989

Cruzado I Cruzadinho Cruzado II Plano Verão

Reforma

monetária

(Cruzado)

Reforma

monetária

(Cruzado Novo)

Congelamento de

preços

Congelamento

dos preços.

Os salários não

foram

congelados.

Congelamento de

salários e preços

por, no máximo,

três meses.

Congelamento de

preços

Tímido pacote

fiscal para

desaquecer

consumo (véspera

das eleições)

Pacote fiscal

visando elevar a

arrecadação do

governo através

do ajuste de

alguns preços

públicos e de

impostos

indiretos

Programa híbrido,

contendo

elementos

ortodoxos e

heterodoxos para

combater a

inflação.

Programa híbrido:

do lado ortodoxo,

contração da

demanda; do lado

heterodoxo,

extinguir os

mecanismos de

realimentação da

inflação.

Modificação nas

fórmulas de

cálculo da

correção

monetária e das

desvalorizações

cambiais

(correção

trimestral)

Retoma as

correções

monetárias e

cambiais vigentes

antes de Dornelles

(correção mensal)

Taxa de câmbio é

fixada.

Taxa de câmbio

não é congelada

(mantém a regra

de

minidesvalorizaçõ

es).

O governo

procura praticar

taxas de juros

reais.

Taxa de câmbio é

fixada em 1US$ =

1NCz$.

Choque (negativo)

agrícola

Choque (negativo)

agrícola

Índice oficial de

inflação deixar de

ser o IGP-DI e

passa a ser o

INPC

Deslocamento da

base do IPCA para

28/06/1986. O

novo índice

utilizado é o IPC

Os aumentos dos

preços dos

automóveis,

cigarros e bebidas

deveriam ser

Governo institui a

URP, uma nova

base de indexação

salarial para

vigorar após o

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Insucesso dos Planos Heterodoxos Condições externas frágeis Fragilidade financeira do Estado

condições de financiamento da elevada divida publica

Elevação da liquidez dos haveres não-monetários

Possibilidade de monetização com pressão inflacionária

Política monetária ineficaz

▪ Moeda Indexada – liquidez absoluta e remuneração

▪ contas remuneradas: depósitos bancários aplicados em títulos no overnight)

▪ Recompra (Zeragem) automática – go around

No dia da posse (15.3.90) lança “Plano Brasil Novo”

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1. Políticas de renda

2. Reforma administrativa e privatização

3. Reforma fiscal

4. Reforma do comércio exterior

5. Reforma monetária Ponto central: Eliminar déficit público e retomada de controle sobre a

oferta de moeda derrotariam a inflação Reformas estruturais recolocam economia em novo

padrão de desenvolvimento

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16/03/90: Congelamento de preços Vários preços re-escalonados no nível do dia 10 Preços dos serviços públicos (ficaram defasados em 1989) aumentados

dias antes e congelados por 4 meses MP 154: Salários de março (pagos em abril) – sofrem reajuste da inflação

de março e devem ser acrescidos com base em reajustes com prefixação com base na inflação esperada ▪ Trabalhadores podem negociar livremente▪ Servidores públicos salários congelados por 6 meses▪ Problema quando prefixa em 0% (abril)

▪ Necessidade de que inflação esperada seja constantemente viesada para baixo x apoio de sindicatos

▪ Esquema passa a ser desenfatizado▪ Substitui regra por outra em setembro: recuperar poder de compra médio

Congelamento não é elemento central Não muito fiscalizado

Inflação 11,3% em abril e 9,1 em maio

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Encolher tamanho do Governo federal Reduz Ministérios para 9 e fecha vários órgãos federais

▪ Funcionários: lista de disponibilidade▪ Pretensão de demissão de 400 mil funcionários (20% feito)

Plano de privatização anunciado ▪ Aprovado no Congresso - começa lentamente▪ Subscrição obrigatória de Certificados de Privatização pelo sistema

bancário e fundos de pensão (resistência)▪ Leilão importante só final de 1991 – Usiminas

Desregulamentações setoriais e redução de procedimentos burocráticos▪ Fecha IAA e IBC

Problemas: Estados e municípios incham com regras da nova Constituição

(transferências) Anúncios x fatos

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Aumento de receitas “Fim” do anonimato fiscal – não mais cheques ao portador acima de

US$100 – e eliminação de brechas que favorecem evasão fiscal Fim de várias isenções fiscais,

▪ dentre elas temporariamente as de investimento no N-NE Aumentos de alíquotas no IR e IPI IR sobre atividade agrícola Correção dos tributos em atraso com indexador diário (BTNF) Introdução de imposto temporário sobre capital (depósitos acima de U$

9000) ▪ Alíquotas variam de 8 a 25% (ausência de titularidade) no resgate das

aplicações ou na transferência de ações Diminuição das despesas Redução nos pagamentos de juros sobre divida pública Congelamento de salários dos funcionários públicos

Meta sair de déficit primário de 8% para superávit de 2% Cumprido, especialmente com aumento da arrecadação

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Taxa de cambio flutuante em substituição à minidesvalorizações diárias

Bancos e dealers autorizados podem negociar valor do cambio com clientes, BC supervisiona e intervém

Com plano cambio ficou sobrevalorizado, mas depois desvaloriza Mantém controles sobre conta de capital Anuncia nova política comercial (detalhada em junho)

Elimina controles quantitativos sobre importações

Elimina tarifas para alguns insumos industriais sem similar nacional

Reduz tarifas e estabelece cronograma de continuidade

Reduz variância das tarifas Reformas vão lentamente mas continuamente

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Restaura o cruzeiro, feriado bancário, alteração da CM Bloqueio de depósitos (MP 168) Depósitos à vista e poupança o que for acima de nCz50 (US$1200)

Depósitos à prazo, letras de cambio, debêntures, fundos de renda fixa e aplicações de curto prazo (20% ou 50)

Bloqueados por 18 meses e transferidos para BC em conta especial (VOB- Valores à ordem do banco Central) ▪ valores indexados à BTN e recebem 6% de juro anual. Resgatados

depois em 12 parcelas mensais

▪ Por dois meses pode usar para pagar impostos

▪ Ministério pode liberar em condições relevantes

▪ Pode usar para pagar dividas contraídas anteriormente – transferência de titulariedade

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Impacto inicial:

Desestruturação do sistema produtivo – Retração do PIB Problemas:

Expansão da liquidez posterior :

▪ Acerto no estoque comprometido com expansão posterior: ▪ arrependimento, “Torneirinhas” – era possível ?

▪ Não se viabilizaram mecanismos para controle dos novos fluxos monetários e não existe alteração sobre regras▪ Acerta o estoque mas não o fluxo

Deterioração da balança comercial sem financiamento na Balança de capitais

▪ Forte desvalorização cambial

Persistência da aceleração inflacionária no início de 1991, com dificuldade crescente de financiamento do governo

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Sobre o Plano Collor é correto afirmar:

a) O confisco da liquidez, que constituiu a âncora do Plano Collor, reduziu drasticamente os meios de pagamentos tanto durante todo o período de vigência desse plano quanto nos anos que se seguira (91 e 92)

b) o Plano Collor apontava como um dos principais problemas da economia brasileira de então as dificuldades de estabilização em função da elevada liquidez dos haveres financeiros não monetários;

c) Uma das causas do fracasso do Plano Collor foi o expressivo crescimento da demanda agregada e a retenção especulativa de estoques em diversos setores.

d) Durante o Plano Collor, a URV unificou os indexadores, criando uma nova unidade de conta para a economia

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Collor II: Reforma financeira que visava eliminar o Overnight (substituído pelo

FAF) e outras formas de indexação (criação da TR)

Congelamento de preços e salários

Marcílio – “Plano Nada” Não tratamento de choque ou heterodoxia

Controle de fluxo de caixa e meios de pagamento

Descongelamento e preparo para desbloqueio

Reaproximação do Brasil com mercado financeiro internacional

Elevação das taxas de juros: Forte ingresso de capitais e ampliação das reservas

Inflação mantida em patamares elevados

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Plano Real: 3 fases:a) Ajuste fiscal prévio

▪ Corte de despesas (PAI), aumento de impostos (IPMF), diminuição de transferências (FSE)

b) Indexação completa da economia URV▪ URV – unidade de conta com paridade fixa com o dólar

▪ conversão dos preços e rendimentos

▪ Sistema bi-monetário, tentativa de simular efeitos de uma hiperinflação em um moeda sem prejudicar a outra e alcançar sincronia de preços▪ Bimetalismo parcial

c) Reforma monetária – Real▪ Quando preços “urvizados” troca URV por Real

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Período 1 (Itamar) Ancora Cambial

▪ Valorização cambial, ▪ Crescimento

Período 2 (FHC 1) Ancora Monetária

▪ Juros elevados▪ Desemprego

▪ Estabilidade real cambio Período 3 (FHC 2)

Três Pilares▪ Superavit Primario▪ Metas de inflação

▪ Cambio flexível

Crise do México

1995

Crise cambial à

Brasileira 1999

Ancoras múltiplas

e flexíveis ???

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Inflação: caráter inercial aproxima-se da proposta Larida (reforma monetária)

Cuidado com erros anteriores: Adoção gradualista;

▪ não congelamento mas substituição “natural” da moeda

Relacionamento com sociedade e mercado Acopla-se forte conteúdo ortodoxo

▪ condução▪ Problemas com déficit público, ▪ Cuidado com explosão do crescimento, ▪ Tratamento ao setor externo

▪ Pré condições - Contexto

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Abertura▪ Comercial

▪ Financeira

Privatização

Desregulamentação – (Re)regulação

Reformas de primeira geração; cunho liberal –debate com tradição do PSI

Diferente das reformas anos 60 – recupera capacidade de intervenção do Estado

59

Reformas anos 90

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1. ineficiência das empresa públicas: baixa qualidade dos serviços e existência de déficit financeiros;

2. diminuição da capacidade estatal em fazerinvestimentos necessários como a ampliação dosserviços e atualização tecnológica das empresas;

3. necessidade de gerar receitas para se abater aelevada dívida estatal;

4. mudança no quadro tecnológico e financeirointernacional

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Parte IV Capítulo 22 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 61

3 fasesA) Reprivatização: fim dos 80 / início 90B 1) PND – 1ª fase - Collor: siderurgia,

petroquimica, fertilizantesB 2) PND – 2ª fase – participação capital estrangeiro – mesmos setores ) Serviços Públicos e Bancos Estaduais

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Parte IV Capítulo 22 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 62

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Parte IV Capítulo 22 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 63

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Parte IV Capítulo 22 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 64

Total US$ 103 bilhões - uma das mais importantes transições para o setor privado mundial

Participação estrangeira - 3ª fase em diante Problemas/Críticas efeitos fiscais significativos ? Eficiência / desempenho? preparo das agencias controle / regulamentação? Estado financiador continua – papel do BNDES

Importância macroeconômica da privatização IED/Balanço de Pagamentos – futuro: remessa de

lucros

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Parte IV Capítulo 21 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 65

Início Governo Sarney: abole regimes especiais de importação, início redução de tarifas

Collor: extingue várias barreiras não tarifárias, aprofunda e acelera redução da tarifa média

FHC: diminui ritmo e submete a considerações de Política Econômica

Evolução da liberalização comercial no Brasil: Tarifas 1988 – 2006* (%)

1988 1989 1990 02/91 01/92 07/93 12/94 12/95 06/Tec

Tarifa média 51.3 37.4 32.2 25.3 21.2 13.2 11.2 13.9 11.9

Tarifa modal 30.0 20.0 20.0 20.0 Nd Nd Nd Nd Nd

Desv. Padrão Nd Nd 19.2 17.4 14.2 6.7 5.9 9.5 4.6

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Parte IV Capítulo 21 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 66

importante para sucesso da Estabilização Aumenta bem estar dos consumidores pois estes passam

a ter acesso a uma infinidade de produtos antes inacessíveis

Força readequação dos setores produtivos nacionais: choque de competitividade

Críticas:

abertura comercial muito rápida e associada com abertura financeira e valorização cambial – custos sociais excessivos

Deterioração da balança comercial e do BP

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Início: fim década 80, acelera nos anos 90 liberalização cambial – ampliação da conversibilidade da moeda

nacional – fim do mercado negro Flexibilização do ingresso/saída de recursos externos na

economia brasileira Mecanismos “Unificação” mercado cambial Ampliação dos limites de aquisição de divisas e permissão para

manter divisas e ativos denominados em moeda externa Possibilidade de efetuar transferências e investimentos no

exterior Resolução 1832 - Anexo IV: permissão para investidores

estrangeiros acessarem mercado de ações e de renda fixa brasileiros

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Parte IV Capítulo 19 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 68

Período recente se dá destaque ao fenômeno da Globalização – crescente integração econômica mundial nos campos comercial, produtivo e financeiro

Estreitamento das relações econômicas internacionais não é um fenômeno novo, mas existe uma aceleração no momento atual

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Parte IV Capítulo 19 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 69

Nas últimas décadas, houve grandes mudanças de caráter tecnológico-organizacional

Globalização produtiva: produção e a distribuição de valores dentro de redes em escala mundial

acirramento da concorrência entre grandes grupos multinacionais

Progresso tecnológico e difusão das novas tecnologias (eletrônicas e informacionais)

Flexibilização das estruturas organizacionais Integração vertical transnacional

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A. Gremaud 70

Elementos básicos Mercado de cambio livre (flutuante) Domínio do mercado de capitais crescimento dos fluxos financeiros

internacionais aumento da interdependência entre

sistemas financeiros crescimento da importância da Balança de

Capitais no Balanço de Pagamentos

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A. Gremaud 71

Desregulamentação

bancos diversificam ação

legalização operações fora balanço

abertura de novos mercados

Inovações financeiras

securitização

derivativos

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FEA - USP A. Gremaud 72

Positivos integração dos mercados:

melhora alocação de recursos

diminui spread - custo da intermediação

concorrência produtiva-inovação e queda de Preços

Negativos instabilidade cresce aumento risco vulnerabilidade à crises dificuldade de ação das

Autoridades nacionais -refém dos mercados e das ET

crise sistêmica e efeito dominó

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Cambio

fixo

Mobilidade

de capital

Autonomia

política

monetária

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(STN 2008) A privatização e a abertura econômica marcam importantes mudanças implementas na economia brasileira especialmente nos anos 90. Caracteriza estas reformas apenas a afirmativa:

a) Os impactos da abertura comercial e da privatização foram pequenos pois a privatização não propiciou a diminuição da divida pública brasileira e a abertura comercial se restringiu a negociações de liberalização comercial com os países do Mercosul

b) Entre as razões que justificaram as privatizações, está a diminuição da capacidade estatal em fazer os investimentos necessários a ampliação das empresas estatais e dos serviços por elas fornecidos

c) A abertura econômica foi caracterizada por ser uma abertura parcial já que se restringiu aos aspectos comerciais, não afetando, por exemplo, as transações relativas ao Balanço de capitais

d) Após a abertura comercial foram gerados déficits comerciais que só foram revertidos depois do Plano Real.

e) A privatização brasileira foi uma das maiores privatizações do período tendo alcançado todas as empresas produtivas dos setores Siderúrgico, de Petróleo e Gás, Petroquímico e Financeiro do governo federal

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(IPEA 2004) A partir dos anos 90, o Brasil passa a buscar uma maior inserção internacional na globalização financeira. Este contexto de globalização tem as seguintes características, exceto:

a) intenso processo de desregulamentação financeira que, no Brasil, contribuiu para um maior acesso dos investidores estrangeiros ao mercado financeiro nacional.

b) deslocamento da poupança para os mercados de títulos, em especial aqueles com mercados secundários organizados.

c) forte crescimento das operações de crédito dos bancos comerciais, tendo em vista a solução para a crise da dívida externa ocorrida no final dos anos 80.

d) elevação da instabilidade das taxas de juros e de câmbio nos países ditos emergentes, a exemplo do Brasil, tendo em vista a existência dos capitais especulativos num contexto de crises internacionais.

e) maior possibilidade de financiamento de déficits em transações correntes pelos capitais de curto prazo. No Brasil, essa possibilidade foi particularmente importante para o sucesso do Plano Real.

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Marcilio Marques Moreira

▪ Renegociação da dívida externa▪ Plano Brady

▪ Abertura financeira▪ Possibilidade de financiamento externo

▪ Política Monetária austera e cambio “fixo”▪ Juros elevados

▪ Reversão do Balanço de Pagamentos Existência de reservas Possibilidade de financiamento externo

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Conta Capital e Dívida externa Brasil (1978 - 1999)

-10

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1978 1983 1988 1993 1998

Co

nta

Cap

ital

-50

0

50

100

150

200

250

Div

ida e

xte

rna

Conta Capital Divida externa

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0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

45.000

mar

/90

mai

/90

jul/9

0

set/9

0

nov/

90

jan/

91

mar

/91

mai

/91

jul/9

1

set/9

1

nov/

91

jan/

92

mar

/92

mai

/92

jul/9

2

set/9

2

nov/

92

jan/

93

mar

/93

mai

/93

jul/9

3

set/9

3

nov/

93

jan/

94

mar

/94

mai

/94

RESERVAS INTERNACIONAIS BRASILEIRAS - CONCEITO LIQUIDEZ: 1990-1994

Fonte: Banco Central

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A respeito do Plano Real, que se destacou, na economia brasileira, por ter sido eficaz no combate à inflação, assinale a opção correta.

A. A queda duradoura da inflação foi facilitada pela redução da demanda agregada e pela expansão da entrada de capitais no período de vigência do plano.

B. O sucesso desse plano deveu-se, em parte, à política monetária expansionista combinada com forte ajuste fiscal.

C. Reservas elevadas, abertura comercial e valorização cambial contribuíram para restringir a alta dos preços internos.

D. A política cambial caracterizou-se pela fixação da taxa de câmbio real bem como da taxa de câmbio nominal.

E. O diagnóstico da inflação, no âmbito desse plano, excluía o caráter inercial da alta de preços no Brasil.

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A partir de 1986, a economia brasileira passou por diversos planos de estabilização. Sabendo-se que o Plano Real foi anunciado em junho de 1994, como plano de estabilização da economia, indique a opção falsa com relação ao referido Plano.

a) O Plano Real partiu do diagnóstico de que a inflação brasileira possuía um forte caráter inercial.

b) O ajuste fiscal visava equacionar o desequilíbrio orçamentário para os anos subsequentes e impedir que daí decorressem pressões inflacionárias.

c) Foram criadas fontes temporárias de contenção fiscal, como a receita do Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras (IPMF), depois transformado em contribuição (CPMF).

d) Em 1994, o governo criou um novo indexador, a Unidade Real de Valor (URV), cujo valor em cruzados seria corrigido diariamente pela taxa de inflação.

e) O governo anunciou, junto com o plano, metas de expansão monetária bastante restritivas: restringiu operações de crédito e impôs depósito compulsório de 100% sobre as captações adicionais do sistema financeiro.

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Plano Real: 3 fases:

a) Ajuste fiscal prévio

▪ Corte de despesas (PAI), aumento de impostos (IPMF), diminuição de transferências (FSE)

b) Indexação completa da economia URV

▪ URV – unidade de conta com paridade fixa com o dólar

▪ conversão dos preços e rendimentos

▪ Sistema bi-monetário, tentativa de simular efeitos de uma hiperinflação em um moeda sem prejudicar a outra e alcançar sincronia de preços

▪ Bimetalismo parcial

c) Reforma monetária – Real

▪ Quando preços “urvizados” troca URV por Real

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Na tentativa de combater a inflação brasileira, o Plano Real, em uma de suas fases, introduziu a URV (Unidade Real de Valor). Esse procedimento teve como principal objetivo:

a) indexar plenamente a economia e promover um ajuste dos preços relativos.

b) resgatar as três funções básicas da moeda: unidade de conta; reserva de valor; e meio de troca.

c) promover a inércia inflacionária.d) promover o equilíbrio das contas externas.e) controlar a liquidez da economia.

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Indique qual das opções a seguir não fez parte da concepção e implementação do Plano Real.

a. O programa do Plano foi apresentado com antecedência, sem surpresas e sua implementação foi gradativa e transparente.

b. Introdução de uma nova moeda sujeita a uma política monetária mais restritiva.

c. Redução da taxa de juros para fomentar o consumo e evitar a formação de estoques especulativos.

d. Um significativo ajuste fiscal composto de aumento de impostos, corte nos gastos públicos e a criação do Fundo Social de Emergência.

e. Uma âncora cambial, ou seja, câmbio fixo como instrumento para manter a inflação baixa.

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Período 1 (Itamar) Ancora Cambial

▪ Valorização cambial, ▪ Crescimento

Período 2 (FHC 1) Ancora Monetária

▪ Juros elevados▪ Desemprego

▪ Estabilidade real cambio Período 3 (FHC 2)

Três Pilares▪ Superávit Primário▪ Metas de inflação

▪ Cambio flexível

Crise do México

1995

Crise cambial à

Brasileira 1999

Ancoras múltiplas

e flexíveis ???

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86

Políticas: Cambio: Fixo para cima - Banda Assimétrica

Metas Quantitativas para a Política Monetária

▪ Manutenção juros relativamente altos Conseqüências e causas

Queda rápida da inflação (Mais lento que Cruzado)

Valorização cambial (real e nominal), entrada de recursos externos e abertura comercial – camisa de força para preços▪ Bens tradeables x não tradeables – trajetórias diferentes

Crescimento da demanda: Consumo e Investimento

Aumento do poder aquisitivo – fim do imposto inflacionário

Recomposição dos mecanismos de crédito

Demanda reprimida

Aumento do horizonte de previsão

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87

Taxa de Câmbio Nominal e Deflacionada, Jul/94 a Fev/00.

0,700

0,900

1,100

1,300

1,500

1,700

1,900

2,100

Jul/94

Ou

t/94

Jan/9

5

Abr

/95

Jul/95

Out/

95

Jan

/96

Abr

/96

Jul/96

Out/96

Jan/9

7

Abr

/97

Jul/97

Out/

97

Jan

/98

Abr

/98

Jul/98

Out/98

Jan/9

9

Abr

/99

Jul/99

Ou

t/99

Jan/0

0

R$

/US

$

Câmbio Nominal Deflacionado IGP Deflacionado IPA

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88

Exportações e Importações, em US$ Milhões Acumulados Últimos 12 meses,

Jan/94 a Dez/99

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

45.000

50.000

55.000

60.000

65.000

jan/9

4

abr/94

jul/9

4

out/94

jan/9

5

abr/95

jul/9

5

out/95

jan/9

6

abr/96

jul/9

6

out/96

jan/9

7

abr/97

jul/9

7

out/97

jan/9

8

abr/98

jul/9

8

out/98

jan/9

9

abr/99

jul/9

9

out/99

Exportações Importações

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Combinação de apreciação cambial, abertura e demanda aquecida - aparecimento de déficits comerciais

Financiamento com queima de reservas e/ou entrada de recursos (endividamento externo)

Brasil - dois problemas: Pauta de importação: excesso de bens de consumo

– dificuldade com capacidade futura de pagamento da dívida

Entrada de capital de curto prazo

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Situação arriscada e insustentável no longo prazo: depois das eleições

tentativas de controle da DA

Estanca-se a apreciação cambial e controle de entrada de capitais

Crise do México: fim da 1ª etapa do Plano Real

Desvalorização tímida e gradativa (risco inflacionário)

Controle de demanda agregada:

▪ restrições monetárias e creditícias

▪ Elevação da taxa de juros

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91

Taxa de Câmbio Nominal e Deflacionada, Jul/94 a Fev/00.

0,700

0,900

1,100

1,300

1,500

1,700

1,900

2,100

Jul/

94

Ou

t/94

Jan

/95

Abr

/95

Jul

/95

Ou

t/95

Jan

/96

Abr/

96

Jul/

96

Ou

t/96

Jan

/97

Abr

/97

Jul

/97

Ou

t/97

Jan

/98

Abr/

98

Jul/

98

Ou

t/98

Jan

/99

Abr

/99

Jul/

99

Ou

t/99

Jan

/00

R$

/US

$

Câmbio Nominal Deflacionado IGP Deflacionado IPA

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92

Nova fase - principal instrumento:política monetária

Conter DA e evitar déficits comerciais expressivos

Administração da taxa de juros: conter atividade e promover ingresso de capital

Efeitos:

retração da atividade econômica

Inadimplência e crise financeira

Crise financeira combatida com Proer e Proes

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Juros altos e entrada de recurso mas com não valorização cambial – ampliação de reservas

A partir de então define-se uma trajetória de stop and go em que os condicionantes externos dão o ritmo da economia brasileira:

crise externa – aumento dos juros – contração econômica

alívio externo – diminuição dos juros - crescimento

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Taxa de Juros (Over/Selic), % a.a.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

Ago

/94

Out

/94

Dez/

94

Fev/9

5

Abr/9

5

Jun/9

5

Ago/9

5

Out

/95

Dez

/95

Fev/9

6

Abr/9

6

Jun/

96

Ago/9

6

Out

/96

Dez

/96

Fev/9

7

Abr/97

Jun/9

7

Ago/9

7

Out

/97

Dez/

97

Fev/9

8

Abr

/98

Jun/

98

Ago

/98

Out

/98

Dez/

98

Fev/9

9

Abr/9

9

Jun/9

9

Ago

/99

Out

/99

Dez/

99

Fev/0

0

México

Ásia Rússia

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Crise asiática:

Aumento dos juros e recomposição das reservas

Pacote fiscal não cumprido Crise Russa:

Também elevação dos juros e pacote fiscal, mas reservas não se recuperam

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Reservas Internacionais, em US$ milhões, Jan/93 a Fev/00

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000Jan/9

3

Mai/9

3

Set/9

3

Jan/9

4

Mai/9

4

Set/9

4

Jan/9

5

Mai/9

5

Set/9

5

Jan/9

6

Mai/9

6

Set/9

6

Jan/9

7

Mai/9

7

Set/9

7

Jan/9

8

Mai/9

8

Set/9

8

Jan/9

9

Mai/9

9

Set/9

9

Jan/0

0

México Ásia Rússia

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Crise asiática:

Aumento dos juros e recomposição das reservas

Pacote fiscal não cumprido Crise Russa:

Também elevação dos juros e pacote fiscal, mas reservas não se recuperam

Dificuldades no Brasil

Elevação dos spreads

Sustentação cambial difícil – desvalorização eminente

Problemas fiscais e endividamento

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Quadro 18.5 - Dívida Externa Total, Setor Público e Setor Privado, US$

milhões, 1994/05

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Total da Dívida Externa Setor Público Setor Privado

Fonte: Banco Central do Brasil

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25

30

35

40

45

50

55

60

65

19

91

01

19

91

09

19

92

05

19

93

01

19

93

09

19

94

05

19

95

01

19

95

09

19

96

05

19

97

01

19

97

09

19

98

05

19

99

01

19

99

09

20

00

05

20

01

01

20

01

09

20

02

05

20

03

01

20

03

09

20

04

05

20

05

01

20

05

09

20

06

05

Quadro 18.8 Dívida líquida do setor público/PIB

Fonte: Ipeadata

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NFSP: primário x operacional (1983 - 2008) - % PIB

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

1983 1986 1989 1992 1995 1998 2001 2004 2007

operacional primário juros reais

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(IPEA 2004) 59- Pode ser considerado como fator de sucesso do Plano Real, exceto:

a) elevação da concorrência tendo em vista o processo de abertura comercial.

b) eliminação da desindexação da economia.c) melhora das expectativas quanto ao sucesso do Plano nos

primeiros anos.d) queda na taxa de câmbio tendo em vista a grande entrada

de divisas nos primeiros anos de estabilização pós-real.e) redução dos preços dos bens denominados não

comercializáveis logo após a implantação do Plano Real, tendo em vista a valorização do real frente ao dólar.

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(STN 2008) Nos dez anos que se seguiram à posse do Presidente Sarney, foram implementados vários Planos de estabilização com o intuito de reduzir a inflação no Brasil, sendo o último o Plano Real. Em relação a estes planos é correto afirmar :

a) O conceito de inflação inercial esteve subjacente a grande parte de tais planos de estabilização, sendo assim entendia-se a inflação como sendo explicada por uma série de choques de custos ocorridos no período.

b) O conceito de inflação inercial era a principal tese acerca da inflação do período, este tipo de inflação estava associado às constantes acelerações que a inflação apresentava no período sendo que os períodos em que a inflação apresentava uma tendência de estabilidade, esta tendência estava associado à um baixo hiato do produto

c) Apesar da inflação inercial ser um conceito de inflação importante para a maioria destes planos de estabilização, a estratégia de combate a esta inflação foi diferente se compararmos o Plano Cruzado com o Real, já que no primeiro optou-se pelo congelamento de preços não utilizado no último

d) O Plano Collor difere dos demais planos do período tanto por não se valer do congelamento de preços como por usar uma forte ancora monetária

e) Os Planos Cruzado, Bresser e Verão utilizaram o congelamento de preços, salários e da taxa de cambio, além de terem mantido uma política de juros elevados após o plano

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(Rio Branco 2008) No que diz respeito à análise da economia brasileira contemporânea, assinale a opção correta.

a) Na década de 1980, grande parte do deficit em conta-corrente deveu-se ao aumento dos encargos da dívida externa, provocado pelos elevados juros vigentes no mercado externo.

b) Apesar do aumento expressivo dos salários reais, a contenção da inflação no período do chamado milagre econômico foi possível graças à existência de capacidade ociosa na economia brasileira.

c) O insucesso do Plano Cruzado em conter, de forma duradoura, a inflação deveu-se principalmente à adoção de políticas monetárias restritivas, que culminaram na alta das taxas de juros reais e na valorização expressiva dos ativos financeiros.

d) No início dos anos 90 do século XX, a coexistência de altas taxas de inflação com deficits fiscais operacionais elevados exemplifica o que se convencionou chamar de Efeito-Tanzi às avessas.

e) No processo de abertura econômica no governo Collor, reduziram-se substancialmente as tarifas de importação e adotou-se o câmbio livre, porém não se alterou a miríade de barreiras não-tarifárias que impunham sérias restrições ao comércio externo.

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Depois da crise russa – desvalorização eminente: duas ressalvas para ela ocorrer:

Calendário eleitoral (reeleição FHC)

Exposição do setor privado à desvalorização cambial (setor privado com passivos em moeda externa)

2º semestre 1998 – preparação para desvalorização

Pacote com o FMI

Governo assume risco cambial (dá hedge para setor privado: mercado futuro e à vista de dólar, dívida pública interna com clausula cambial) – socialização dos prejuízos

Janeiro 1999 – câmbio flutuante e desvalorização

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Desvalorização- riscos :

volta da inflação - México

contração econômica – Ásia

Brasil adota sistema de metas inflacionárias.

Inflação: pequena elevação no curto prazo mas não permanente

Não há grande contração da economia como na Ásia

▪ não houve grande efeito patrimonial da desvalorização

▪ Existe alguma substituição de importações,

Desvalorização permite queda da taxa de juros, mas inferior ao imaginado, juros mantidos altos em função das dificuldades externas e da inflação

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Setor comercial externo – recuperação lenta

Problema nas Finanças Públicas

▪ Efeitos patrimoniais da desvalorização suportada por Governo – ampliação do endividamento público

▪ Para evitar explosão da dívida pública necessário geração de superávits fiscais primários, também para compensar pagamentos de juros

▪ Expressivo aumento da carga tributária federal ▪ não compartilhada e implementação da LRF

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Novo regime macroeconômico; tripé:

- taxa de câmbio flutuante

- metas de inflação

- superávit primário

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Política Monetária voltada para alcançar uma determinada meta de inflação. Taxa de Juros passa a ser instrumento voltado para o controle inflacionário –Regra de Taylor – após o rompimento da âncora cambial.

Inflação acima da meta – eleva-se a taxa de juros; Inflação abaixo da meta – reduz-se a taxa de juros; Autonomia Operacional do Bacen para buscar a meta de

inflação.

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Após a desvalorização verifica-se uma elevação da inflação, que logo se retrai.

Maiores elevações nos bens transacionáveis (ao contrário da primeira etapa do Plano Real) e nos chamados preços administrados.

Preços livres que acabam segurando a inflação.

No II FHC cumpriu-se as metas nos dois primeiros anos e descumpriu-se nos dois últimos anos (em função de choques cambiais)

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Elevados superávits primários, elevação da carga tributária,

▪ crescimento das contribuições (COFINS, CPMF, PIS, etc) que refletem a deterioração da qualidade do sistema tributário;

▪ elevação do ICMS em função do efeito da desvalorização sobre o preço de combustíveis, energia e telecomunicações;

Persistência do crescimento das despesas (gastos vinculados); ▪ retração dos investimentos públicos;

Mudanças relevantes: Lei de Responsabilidade Fiscal, reforma previdenciária renegociação de dívidas estaduais.

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NFSP: primário x operacional (1983 - 2008) - % PIB

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

1983 1986 1989 1992 1995 1998 2001 2004 2007

operacional primário juros reais

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CARGA TRIBUTARIA BRUTA GLOBAL NO PÓS-GUERRA: 1947 a 2004(P)

13%

15%

17%

19%

21%

23%

25%

27%

29%

31%

33%

35%

37%

1947 1949 1951 1953 1955 1957 1959 1961 1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003

Anos

Em

% d

o P

IB

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65

19

91

01

19

91

09

19

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19

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01

19

93

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19

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01

19

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09

19

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01

19

97

09

19

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05

19

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01

19

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09

20

00

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20

01

01

20

01

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01

20

03

09

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05

20

05

01

20

05

09

20

06

05

Quadro 18.8 Dívida líquida do setor público/PIB

Fonte: Ipeadata

Dívida pública:

estabilizada em 1999 e 2000; crescendo nos dois anos seguintes devido a efeitos patrimoniais da variação

cambial e do comportamento da SELIC (composição da

dívida).

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(IPEA 2004) 57-Na segunda metade dos anos 90, ocorreu uma nítida deterioração das contas públicas. Podem ser considerados como fonte desta deterioração, exceto:

a) aumento do gasto com programas e atividades dos diversos órgãos do governo federal, agrupados na rubrica de "outras despesas de custeio e capital (OCC)".

b) elevação no déficit da previdência.c) elevação do serviço da dívida, tendo em vista as altas taxas de

juros observadas em vários momentos após a adoção do Plano Real.

d) redução das receitas com as operações financeiras, tendo em vista a estabilização de preços decorrentes do sucesso do Plano Real.

e) piora na situação fiscal dos estados.

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A partir da crise cambial sofrida pelo Brasil em 1999, um forte ajuste fiscal foi promovido na economia. Fazem parte deste ajuste fiscal uma elevação do superávit primário e a promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Indique qual das seguintes opções não descreve características deste ajuste fiscal.

a. As metas de superávit primário foram atingidas nos anos subsequentes, mas a cada ano as metas foram reduzidas, podendo assim ser atingidas com um esforço fiscal cada vez menor.

b. A maior parte do esforço para atingir as metas de superávit fiscal foi feita pelo Governo Central, com os Governos Regionais contribuindo em menor grau

c. Houve um forte aumento da carga tributária.d. A promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal de fato obteve êxito em

modificar alguns comportamentos fiscais perversos, especialmente em nível subnacional.

e. Embora o ajuste tenha levado a uma elevação da receita, ele não logrou obter uma redução concomitante dos gastos públicos.

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No Brasil, o regime de política monetária atual segue a sistemática de metas de inflação. A meta e seu intervalo de tolerância são

a) referenciados ao Índice Geral de Preços da Fundação Getulio Vargas.

b) fixados mensalmente pelo Banco Central do Brasil.

c) fixados pelo Conselho Monetário Nacional.d) alterados se a economia estiver em recessão.e) prorrogados se não forem cumpridos.

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Reversão da tendência de deterioração do saldo comercial e do saldo em transações correntes em 1999 -redução do déficit comercial em US$ 5 bi e do saldo em TC em US$ 8 bi.

Forte retração das importações e fraco desempenho das exportações em 1999.

Recuperação lenta das exportações a partir de 2000. Saldo comercial volta a ser superavitário em 2001,

tendo uma forte elevação em 2002.

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Balanço de Pagamento - Brasil (1980 -2008)

-50,0

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Exportações

Importações

Saldo Balança Comercial

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Expectativa com a mudança cambial e tripé

melhora da situação externa e contas publicas

possibilidade de uma maior queda da taxa de juros

maior crescimento econômico, mas:

Crescimento médio no II FHC: 2,1%a.a., abaixo do I FHC.

1999 – fraco desempenho decorrente do processo de estabilização;

2000 – maior taxa de crescimento 4,36%

2001 – Crise energética, crise argentina e ataques terroristas –queda da taxa de crescimento

2002 – crise cambial (eleitoral) e baixo crescimento

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Cenário ia melhorando para FFHH até que: 2001: Crise energética, crise argentina, 11/09

▪ Saída de capital – desvalorização cambial – pressão inflacionária ▪ subida de juros, ajuste recessivo,

Último ano de FHC, contexto: baixo crescimento econômico e elevação do desemprego, fragilidade do ajuste fiscal com aumento da dívida pública

apesar do superávit primário, pressões inflacionárias (vindas da taxa de câmbio), risco eleitoral.

▪ Positivo: melhora comercial externa (não percebida ?) Dominância Fiscal: elevações da taxa de juros para conter a inflação, deterioravam a situação fiscal, ampliando o risco da dívida

pública (e o risco-país), levando a fuga de capitais, desvalorização cambial e novas pressões inflacionárias