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n.03 Junho 2010 www.fresenius-medical-care.pt Bem-Estar · Pão com... Apoios e Direitos · Caixa de Sugestões Agenda Cultural Passatempo · Soduku TESTEMUNHO NA 1ª PESSOA Amar a vida e ultrapassar obstáculos, ao som de uma original música de pedras Reformado, com o carinho da família e entusiasta da criação de canários, Manuel Fonseca é a alegria de viver em pessoa. Hoje reparte os seus dias entre a hemodiálise, os canários e a grande paixão que é o Grupo das Pedrinhas de Arronches. Continua na página 2.

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Page 1: Amar a vida e ultrapassar obstáculos, ao som de uma ... · «Cornelius Cardew e a liberdade da escuta» De 8 de Maio a 25 de Junho Segunda a Sábado – 10h às 18h Culturgest Passatempo

n.03Junho 2010

www.fresenius-medical-care.pt

Bem-Estar· Pão com...

Apoios e Direitos· Caixa de Sugestões

AgendaCultural

Passatempo· Soduku

TESTEMUNHO NA 1ª PESSOA

Amar a vidae ultrapassar

obstáculos,ao som de uma original música

de pedrasReformado, com o carinho da família e entusiasta da criação de canários, Manuel Fonseca é a alegria de viver em pessoa. Hoje reparte os seus dias entre a hemodiálise, os canários e a grande paixão que é o Grupo das Pedrinhas de Arronches.

Continua na página 2.

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TestemunhoDiagnosticado há quatro anos com problemas renais, Manuel Fonseca, de 67 anos, está de bem com a vida. Quando os seus níveis de cre-atinina atingiram 8,6mg/dl, o médico António Sousa considerou que era hora de dar início à hemodiálise. A adaptação a uma nova realida-de foi muito fácil, graças à ajuda e ao carinho que sente por parte de todos os que trabalham na Clínica NephroCare de Portalegre.

Apesar de ter começado a hemodiálise apenas a 22 de Fevereiro deste ano, Manuel Fonseca já organizou a sua vida de forma a ir à clínica três tardes por semana. Depois de mais de 50 anos a trabalhar como pedreiro, Manuel Fonseca de-dica os seus dias à criação de canários e ao Gru-po das Pedrinhas de Arronches. No dia em que Manuel Fonseca entrou para o Rancho Folclóri-co de Arronches ficou surpreendido quando viu um colega de Rancho a tocar castanholas de pedras. Convencido que também seria capaz de tirar música de pedras, foi até à ribeira perto da sua casa e procurou seixos rolados. «É quase tão difícil descobrir as pedras adequadas como tocá-las», afirma Manuel Fonseca. Este grupo é único no mundo, pois não há mais ninguém que toque castanholas de pedras. Os dias de hemodiálise já fazem parte da roti-na semanal de Manuel Fonseca. Costuma ir ao segundo turno, chegando ao centro perto das 13 horas. É pesado e depois preparado para ser ligado ao aparelho de hemodiálise por volta das 13h30. A meio do tratamento é servido um pequeno lanche e às 17h30 prepara-se para re-gressar a casa.

Embora seja uma doença bastante condicio-nante, Manuel Fonseca consegue ter alguma flexibilidade para acompanhar as actividades do Grupo das Pedrinhas de Arronches pois, para além de fazer hemodiálise durante a sema-na e o grupo costumar actuar ao fim-de-semana, existe sempre a possibilidade de fazer hemodi-álise em centros parceiros.

O GRUPO DAS PEDRINHAS DE ARRONCHESNas noites de ensaio do Rancho Folclórico e do Grupo das Pedrinhas de Arronches o som voa mais alto e convida a uma festa animada. A arte de fazer música com sei-xos da ribeira era costume antigo de pas-tores e faz lembrar o som dos rebanhos pelos pastos do norte alentejano. A moda retomou-se nos anos oitenta, quando um grupo de amigos decidiu por acaso voltar a pegar em pedras para tocar. No início, a intenção era apenas a parti-cipação num concurso de televisão. Mas o Grupo das Pedrinhas de Arronches fez tanto sucesso que nunca mais parou de tocar nem de actuar. Reparte o seu tem-po entre Portugal, Espanha, França e co-munidades portuguesas além-mar. Dos fundadores, apenas se mantêm Carlos Maurício e Manuel Fonseca (o Pipas). Com sacrifícios, que os ensaios são exigentes e as muitas saídas já pesam a alguns. Mas o prazer parece ser maior que o esforço, já que as histórias e aventuras com que se depara além fronteiras são dignas de se-rem contadas vezes sem conta.

Uma vez que faz hemodiálise à 2ª, 4ª e 6ª fei-ras, Manuel Fonseca brinca dizendo «Parece que arranjei um patrão. Venho trabalhar em part-time durante a semana e descanso ao fim-de-semana». Considera que a hemodiá-lise é uma responsabilidade muito grande e que nem mesmo doente pode faltar. Felizmen-te, conta com o apoio incondicional da famí-lia, principalmente da mulher. «Ela é a minha base», afirma emocionado. Os netos também não ficam esquecidos e é com um brilhozinho

nos olhos que fala do “cachopo”, o jovem neto que o acompanha nas longas caminhadas em busca da pedra musical perfeita.

Alterações de hábitos alimentaresÉ a mulher que o ajuda a adaptar-se a toda uma nova forma de se alimentar. Dadas as restrições alimentares que esta patologia implica, os seus hábitos sofreram alterações. Hoje faz uma re-feição de carne e outra de peixe diariamente, deixando a de peixe para a noite «porque é mais leve», afirma. Ao pequeno-almoço come um papo-seco com manteiga sem sal e uma chávena de leite com cevada. A alimentação tem de ser muito reduzida em sal e para dar sabor aos alimentos, Manuel Fonseca recorre a ervas aromáticas e a uma receita pessoal de pi-ri-piri. Felizmente não tem diabetes, pois nunca foi grande amigo de doces. «Eu comia era mui-ta carne de porco, mas tive de pô-la de parte», relembra Manuel Fonseca. «Mas não digo que uma vez por outra não coma um bocadinho!», diz com um brilho maroto no olhar. O que mais lhe custou abdicar foi da água. Para quem be-bia mais de dois litros e meio por dia, está a ser difícil gerir esta limitação.

Optimismo à prova de fogoMesmo estando há pouco tempo em trata-mento na Clínica NephroCare de Portalegre, Manuel Fonseca é já uma fonte de inspiração e de alento para os outros doentes, que com ele partilham o espaço. Tenta animar os mais desanimados e acha que é essencial pôr em perspectiva a doença e o sofrimento que par-tilham. «Há quem esteja bem pior que nós», diz. «É verdade que a doença que temos não dá para fazer vida. Mas dá para viver!», afirma com esperança. «Há aqui pessoas com oitenta e tal anos e já andam nisto há mais de vinte. Se tivessem um cancro, nem cinco duravam!», remata a conversa.

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PÃO COM...

A alimentação dos doentes em hemodiálise requer alguns cuidados específicos, entre eles, a limitação do consumo de alimentos com ele-vada quantidade de alguns micronutrientes como potássio, fósforo e sódio.O pão é um alimento que, habitualmente, faz parte da nossa alimentação diária, sobretudo ao pequeno-almoço e ao lanche. Uma grande variedade de opções podem acompanhá-lo. Existem umas melhores que outras, tendo em conta o objectivo primordial no que refere aos cuidados alimentares necessários. Relativamente ao pão, é importante conside-rar que o de centeio é o mais rico em fósfo-ro, o de trigo o mais rico em potássio e o de mistura o mais equilibrado, se tivermos em conta estes dois micronutrientes. Utilizaremos esta última opção para poder comparar o teor aproximado de potássio, fósforo e sódio de di-ferentes alternativas:

1 Bolinha de Pão de Mistura com:

Creme Vegetal para Barrar (35% de gordura) Potássio (K): 80 mg; Fósforo (P): 68 mg; Sódio (Na): 321 mg

Manteiga sem sal K: 80 mg; P: 69 mg; Na: 292 mg

Manteiga com sal K: 80 mg; P: 69 mg; Na: 366 mg

Azeite K: 78 mg; P: 67 mg; Na: 291 mg

Doce de Morango K: 93 mg; P: 70 mg; Na: 293 mg

MarmeladaK: 96 mg; P: 68 mg; Na: 291 mg

Creme para barrar de cacau e avelãsK: 139 mg; P: 91 mg; Na: 298 mg

Fiambre de porco (1 fatia)K: 153 mg; P: 100 mg; Na: 666 mg

Paio de lombo (2 rodelas)K: 141 mg; P: 120 mg; Na: 992 mg

Presunto (1 fatia)K: 194 mg; P: 107 mg; Na: 805 mg

Queijo Flamengo com 30% gordura (1 fatia)K: 95 mg; P: 142 mg; Na: 446 mg

Queijo da Ilha (30g)K: 110 mg; P: 225 mg; Na: 824 mg

Queijo da Serra Fresco (1/2 queijo fresco pequeno)K: 106 mg;P: 233 mg; Na: 538 mg

Escolha as alternativas mais adequadas para si, em função do micronutriente que, no seu caso, deve controlar de forma mais rigorosa.

Drª. Cristina Garagarza (nutricionista)

* Valores retirados da Tabela de Composição dos Alimen-tos, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

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Dificuldade:

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Apoios e Direitos

Caixa de Sugestões

A Caixa de Sugestões é uma ferramenta de comunicação entre os utentes e a empresa, implementada nas nossas clínicas.É através desta ferramenta que os utentes expressam as suas opiniões, satisfação ou insatisfação acerca de diversos aspectos, como as condições da clínica, a equipa de profissionais, o tratamento e os transportes, entre outros.

Esta caixa encontra-se no interior de cada clínica. O objectivo desta ferramenta de co-municação é vincular os laços entre os uten-tes e cada clínica. Assim, conseguimos che-gar com maior facilidade aos nossos utentes e perceber as suas opiniões.Trabalhamos sempre com o objectivo de me-lhorar a sua qualidade de vida dentro das nossas instalações.

Participe no nosso jornalEnvie-nos textos, fotos comentadas, poemas, artigos de opinião. Este espaço é seu e gostaríamos de ter o seu contributo para enriquecê-lo. Os nossos contactos são: Direcção de Comunicação, [email protected], Tel: 21 750 11 00, morada: Fresenius Medical Care Portugal, Rua Professor Salazar de Sousa, lote 12, 1750-233 Lisboa.

AgendaCultural

AlmadaExposição – ManifestoDe 8 de Maio a 27 de JunhoTerça a Domingo – 16h às 20hTeatro Municipal de Almada

Lisboa«A mulher do quadro» - Auditório Carlos ParedesQuinta a Sábado – 21h30Domingo – 16hAv. Gomes Pereira, 17

PortalegreSantos Populares em Portalegre24 de Junho - Noite de S. João - 20hEspaço da Santa Casa da Misericórdia

Porto«Cornelius Cardew e a liberdade da escuta» De 8 de Maio a 25 de JunhoSegunda a Sábado – 10h às 18hCulturgest

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FICHA TÉCNICAPropriedade: Fresenius Medical Care PortugalEdição: Direcção de Comunicação / Nicole MatiasDistribuição: GratuitaTiragem: 3.000 exemplaresDesign: Addmore Comunicação