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Órgão Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá ANO 36 - Nº 1285 www.sindmetalsjc.org.br De 5 a 18 de novembro de 2019 AMANHÃ, NO BRASIL HOJE, NO CHILE Política econômica chilena, que penaliza os mais pobres, leva multidões a protestarem nas ruas. Mobilização popular serve de exemplo para o Brasil Pag. 3

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Page 1: AMANHÃ, NO BRASIL · PDV. Se houver corte, vai ter luta. O programa termina na quinta-feira (7). Sindicato realiza curso de Cipa na sexta-feira O Sindicato realiza, na sexta-feira

Órgão Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá

Ano 36 - nº 1285www.sindmetalsjc.org.br

De 5 a 18 de novembro de 2019

AMANHÃ, NO BRASIL

HOJE, NO CHILEPolítica econômica chilena, que penaliza os maispobres, leva multidões a protestarem nas ruas. Mobilização popular serve de exemplo para o Brasil

Pag. 3

Page 2: AMANHÃ, NO BRASIL · PDV. Se houver corte, vai ter luta. O programa termina na quinta-feira (7). Sindicato realiza curso de Cipa na sexta-feira O Sindicato realiza, na sexta-feira

RÁPIDAS

Inscrição para sorteio da Colônia termina sexta-feira

O período de inscrição para sorteio da Colônia de Férias no Natal e Ano-Novo termina nesta sexta-feira (8). Apenas sócios podem participar. As inscrições devem ser feitas na sede ou subsedes do Sindicato. O sorteio dá direito a reserva de um pacote para os dias 23 a 26 de dezembro (Natal) e 30 de dezembro a 2 de janeiro (Ano-Novo), mediante pagamento. O sorteio acontecerá neste sábado (9), às 9h (Natal) e às 10h30 (Ano-Novo).

Felicio quer acabar com limite de reajuste para ônibus

O prefeito Felicio Ramuth (PSDB) pediu, dia 30, a revogação da liminar que impede um novo aumento da tarifa do transporte público na cidade. A Justiça de São José e Tribunal de Justiça haviam apontado, no início do ano, que o reajuste só poderia atingir o patamar pretendido pela Prefeitura caso houvesse uma auditoria. Agora o prefeito argumenta que a auditoria já foi feita. Antes de dar a resposta à Prefeitura, a Defensoria Pública e o Ministério Público devem ser ouvidos.

Todo repúdio ao assassinato de Paulino Guajajara

O indígena Paulo Paulino Guajajara foi morto com um tiro no rosto, em uma emboscada feita por madeireiros, na sexta (1). O assassinato ocorreu na Terra Indígena Araribóia, no Maranhão. A região tem um histórico de invasão por madeireiros. Paulo Paulino já vinha recebendo ameaças há anos, segundo um cacique. O grupo “Guardiões da Floresta”, do qual Paulo Paulino era membro, vinha monitorando o desmatamento e as invasões nas terras indígenas do Maranhão. É preciso punir todos os culpados pela morte de Guajajara.

Mobilizações pressionam patrões a abrirem negociações

Campanha Salarial

Trabalhadores da Wirex Cable entram em greve contra atraso no pagamento

Os trabalhadores da Wirex Cable, em Santa Branca, estão em greve desde terça-feira (29). A mobilização exige a regularização dos salários, FGTS e INSS.

Salários e direitos

A última semana foi de mobili-zações em fábricas que ainda não fecharam acordo pela Campanha Salarial.

Os trabalhadores da Sun Tech e Huber Suhner, zona leste de São José dos Campos, entraram em estado de greve para pressionar os patrões a abrirem negociações.

As duas fábricas pertencem ao grupo patronal do setor de eletroe-letrônicos, que no ano passado não assinou Convenção Coletiva.

No caso da Huber, os trabalhadores também reivindicam a abertura de ne-gociação pela PLR.

O Sindicato esteve ainda na porta da Delta. Uma reunião com a empresa já está agendada para quinta-feira (7).

Assecre e setor aero Nos próximos dias, outras assem-

bleias acontecerão - especialmente em fábricas da zona sul, represen-tadas pela Assecre, e do setor aero-náutico. Nos dois casos, ainda não houve acordo.

Os grupos patronais estão tra-vando as negociações e tentando impor zero de aumento real e sem renovação de todos os direitos. Isto a categoria não aceita!

Exigimos a reintegração do ativista Batoré da MWLA MWL demitiu de forma irregular o trabalhador Éder de Oliveira, o Batoré. Por ser lesionado, ele tem estabilidade garantida pela Convenção Coletiva. Apesar do companheiro ter direito a serviço

compatível, a liderança do setor o obrigava a realizar serviços de limpeza – o que não era sua tarefa. A demissão ocorreu após Batoré se recusar a varrer a fábrica e a rua. Exigimos sua reintegração.

22 Jornal do Metalúrgico2

Assembleia na Huber Suhner aprovou estado de greve para pressionar empresa

Roosevelt Cássio

Já estamos em novembro e ainda tem trabalhador que não sabe de quanto será seu reajuste salarial. O Sindicato está pressionando as empresas para que avancem nas negociações e atendam as reivindicações da categoria”, José Dantas Sobrinho, diretor do Sindicato

Nos últimos quatro anos, aconte-ceram três greves contra os atrasos de salários e direitos pela fábrica. Além disso, até agora a Wirex não abriu negociação com o Sindicato a respeito da Campanha Salarial.

Mesa redondaO Sindicato tem uma mesa

redonda marcada com o prefeito de Santa Branca, Celso Simão, e

representantes da Wirex, nesta quarta-feira (6).

Na segunda-feira (4), uma comis-são de trabalhadores e o Sindicato reuniram-se com Celso Simão e rei-vindicaram que a prefeitura conceda isenção de IPTU para os funcionários da Wirex, já que estão sem salário.

A empresa deve R$ 2 milhões em IPTU. Por isso, o Sindicato defende a sua estatização.

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Palestra:

2Jornal do Metalúrgico 3

O sindicato que representa os trabalhadores da Boeing nos Estados Unidos enviou uma moção de solidariedade aos metalúrgicos da Embraer no Brasil. Robert G. Martínez Jr, presidente internacional da entidade, se disse chocado com as imagens da polícia agredindo sindicalistas. Ele também expôs a postura antissindical da Boeing nos Estados Unidos.

Trabalhadores da Embraer recebem moção de apoio

Ataques aos direitos levam povo às ruas em diversos países

Internacional

Fim de direitos trabalhistas, ata-ques à aposentadoria, desemprego e aumento da pobreza. Essa com-binação explosiva levou milhões de pessoas a protestarem em diversos países nas últimas semanas. O Brasil pode vir a ser um deles, em breve.

No Chile, o aumento na tarifa do transporte foi a gota d’água que fez transbordar a insatisfação do povo.

A desigualdade e pobreza entre os chilenos se tornaram insustentáveis, após 30 anos de uma política que privatizou serviços públicos, como saúde e educação, e destruiu a apo-sentadoria.

Nem mesmo a forte repressão policial foi capaz de por fim aos protestos nas ruas de Santiago e Valparaíso, no Chile.

No Brasil, o mesmo plano econô-mico é idealizado pelo presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Lutas pelo mundoEm crise, os governos têm adota-

do a mesma política: tiram-se direitos da população para garantir os lucros dos patrões.

RÁPIDAS

GM abre Plano de Demissão Voluntária em São José

A GM abriu um Plano de Demissão Voluntária (PDV), na sexta-feira (1), para trabalhadores da fábrica de São José dos Campos. A medida é reflexo da reestruturação na planta de motores. O Sindicato já avisou à GM que não aceitará qualquer demissão fora do PDV. Se houver corte, vai ter luta. O programa termina na quinta-feira (7).

Sindicato realiza curso de Cipa na sexta-feira

O Sindicato realiza, na sexta-feira (8), a partir das 8h, mais um Curso de Cipa, voltado para novos membros. Os interessados já podem se inscrever junto à Secretaria de Organização de Base do Sindicato. A atividade acontece na subsede da zona sul (Rua Monte Azul, 924, Chácaras Reunidas, São José). O curso tem como objetivo capacitar lideranças e membros de CIPA para atuação nos locais de trabalho.

A Cipa é um instrumento importante para a nossa organização. Fique ligado no calendário e eleja quem está comprometido com a luta dos trabalhadores:

MSAEleição: 8/11

AvibrasEleição: 8/11

LatecoereEleição: 8/11

Sun TechEleição: 8/11

Elgin Inscrição: até 8/11Eleição: 14/11

Blue TechInscrição: até 10/11Eleição: 14/11

Multidão protesta contra o governo de Sebastian Piñera, no Chile

PREVIDÊNCIA

Palestra no Sindicato aborda lutasQuais as lições que a classe traba-

lhadora brasileira pode tirar das lutas que ocorrem em todo o mundo?

Essa e outras perguntas serão respondidas na palestra “As revolu-ções ao redor do mundo e os desafios para a classe trabalhadora brasileira”, que será realizada na sexta-feira (8), a partir das 17h30, na subsede da zona sul (Rua Monte Azul, 924, Chácaras Reunidas, São José).

O evento contará com apresen-tações de Américo Gomes (Liga Internacional dos Trabalhadores), Herbert Claros (setorial interna-

cional da CSP-Conlutas) e Paulo Aguena “Catatau” (Resistência/PSOL).

Os diferentes processos de luta e suas peculiaridades em cada país serão o norte da discussão.

Américo também irá falar sobre a repressão a ativistas, em especial a Daniel Ruiz e Sebastián Romero.

“Estamos vendo um acirramen-to da luta de classes no mundo e na América Latina. Neste cenário, os trabalhadores têm ido à luta contra a fome e a miséria”, afirma Américo.

Mas a resposta a esse cenário tem sido a luta dos trabalhadores.

É o caso do Haiti, onde mobi-lizações ocorrem desde setembro pela renúncia do presidente Jovenel Moïse. Ele é responsável pelo aumen-to dos impostos e privatizações que levaram o país ao caos social.

No Equador, a grande revolta liderada pelos indígenas conseguiu reverter o aumento do combustível.

Já no Líbano, os protestos por melhorias nos serviços públicos der-rubaram o primeiro ministro, mas

ainda estão longe de acabar. A mesma disposição está sendo

vista em Hong Kong, onde o povo luta por mais democracia, frente ao domínio da ditadura chinesa.

“Os ataques dos governos ao povo são a razão dos protestos. No Brasil, é importante os trabalhadores de todas as categorias se manterem or-ganizados para unir forças e derrubar qualquer ataque vindo do governo ou dos patrões. A luta é o caminho”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.

O sistema de capitalização derrubou o valor dos benefícios

pagos aos aposentados. O empobrecimento dos idosos

levou ao aumento da taxa de suicídio nessa parcela da

população.

PRIVAtIzAçãoServiços essenciais como saúde e educação foram privatizados.

Tal política levou ao grande endividamento da população e à queda na qualidade de vida. Sem

poder pagar, muitos ficam sem ser atendidos.

AutoRItARISmoA Constituição herdeira da

Ditadura Militar tem poucos meios de mudança por vias institucionais. Além disso,

garante à polícia o amplo uso da violência para acabar com

qualquer tipo de manifestação.

PRINCIPAIS ATAQUES NO CHILE

Quando: sexta-feira (8), às 17h30Local: Subsede da Zona Sul

Rua Monte Azul, 924, Chácaras Reunidas

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2Jornal do Metalúrgico 4

Órgão informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de S. J. Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá - Rua Maurício Diamante, 65, São José dos Campos - CEP 12.209-570. Telefone (12) 3946.5333 - Fax: 3922.4775 - site: www.sindmetalsjc.org.br - e-mail: [email protected]. Responsabilidade: Diretoria do Sindicato. Edição: Shirley Rodrigues. Redação: Laís Costa, Lucas Martins, Rodrigo Correa e Shirley Rodrigues. Editoração eletrônica e ilustração: Bruno Galvão. Fotolito e Impressão: Unisind.

DITO [email protected]

Contra defesa da ditadura, cassação de Eduardo Bolsonaro, já!

AI-5

Numa grave afronta aos direitos de-mocráticos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, líder do PSL na Câmara e filho do presidente da República, defendeu a adoção de um novo “AI-5” como forma de combater manifestações de rua e barrar a ação da esquerda no país.

A declaração foi feita em entrevista ao canal da jornalista Leda Nagle no YouTube, na semana passada.

A fala de Eduardo Bolsonaro é uma apologia à ditadura militar e a um dos seus instrumentos mais perversos, que silenciou, torturou e matou opositores. Por isso, o filho do presidente precisa ter o seu mandato de deputado cassado!

“Não é admissível um líder partidário e filho do presidente defender a tortura e os métodos cruéis do regime militar. É algo que extrapola a imunidade parlamentar. Eduar-do Bolsonaro precisa ser cassado”, disse o diretor do Sindicato Alex da Silva Gomes, o Cabelo.

Após a repercussão negativa de sua declaração, Eduardo buscou colocar panos quentes na polêmica, dizendo que sua fala havia sido deturpada. Não tem descul-pa. É cassação dele, já!

Completamos 600 dias do assas-sinato de Marielle Franco e Ander-son Gomes, e a pergunta que não quer calar continua sem resposta: quem mandou matá-los?

Na semana passada, a revelação do depoimento de um porteiro colocou Jair Bolsonaro na mira das investigações.

Segundo o porteiro, um dos envolvidos nos crimes, o ex-policial Élcio de Queiroz, interfonou para a casa do presidente para solicitar a entrada no condomínio, em 14 de março de 2018, data da execução da vereadora. Nesse dia, Élcio teria encontrado o sargento reformado

Envolvimento do presidente com assassinos de Marielle precisa ser investigado

600 dias de impunidade

da PM Ronnie Lessa, outro suspeito de envolvimento nas execuções e vizinho de Bolsonaro.

A família do presidente veio a público, um dia após a TV Globo revelar o caso, para tentar desmentir a versão do porteiro, inclusive, mos-trando acesso a áudios que deveriam ficar restritos à administração do condomínio.

“Muitos pontos obscuros prosse-guem na apuração desse crime, que teve até procuradora posando em fotos com camiseta do Bolsonaro. Exigimos uma investigação séria e que doa a quem doer. Essas execu-ções não podem permanecer impu-

saiba o que foi o ai-5Em 13 de dezembro de 1968, o governo militar, comandado pelo general Arthur da Costa

e Silva, baixou o Ato Institucional nº 5, uma espécie de “carta branca” para o endurecimento contra os opositores da ditadura. Por cima, concentrou poder nas mãos do presidente, atacou o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). Por baixo, o AI-5 liberou

a repressão para torturar e matar. Confira algumas das principais medidas:

nes”, disse a diretora do Sindicato Luciene da Silva.

Ataques diversosPor meio do AI-5, foram

cassados três ministros do STF, além de professores universitários. Permitiu a suspensão dos direitos po-líticos de qualquer cidadão por dez anos e a demissão de servidores.

Revogação do habeas corpusPessoas presas por

crimes polít icos ou contra a segurança nacional podiam ser presas por policiais sem mandado judicial, indefinidamente.

Fechamento do CongressoO AI-5 fechou o Congresso Nacional

por 10 meses e autorizou a intervenção em estados e municípios. Durante os dez anos de vigência, o decreto funda-mentou a cassação dos mandatos de 110 deputados federais, sete senadores, 161 deputados estaduais, 22 prefeitos e 22 vereadores.

Repressão sem fimComo se não bastassem as câmeras, a Eaton resolveu

partir para opressão direta. O supervisor A. fica ameaçando quem apoiar o Sindicato e fizer greve. Na Eaton é curioso: falta dinheiro para o reajuste salarial, mas sobra para investir em repressão.

Estamos de olho!

Sem pararA Xerox, empresa

terceira da Embraer, está sobrecarregando os seus trabalhadores. Além da

chefia falar para que terminem os trabalhos em

casa, a empresa não vai implantar recesso no final do ano, mesmo com horas sendo compensadas desde o início de 2019. Isso não

ficará assim. Basta!

Desrespeito clínicoO departamento médico da GM não aceita os atestados

dos trabalhadores. Ainda por cima, os médicos são

mal-educados e fazem piadas com as doenças

dos companheiros. Fiquem sabendo que não vamos

tolerar essa falta de respeito. Pode parar!

HTP da pressãoO programa de melhorias

HTP da JC Hitachi obriga os trabalhadores a irem ao microfone e falarem na frente de todos. Eles esquecem que o trabalhador é

contratado para produzir ar-condicionado, não para discursar. Cadê o respeito,

hein, Hitachi?

Está devendo?A Huber Suhner diz que o Sindicato só tumultua,

quando faz assembleia para assegurar os direitos do

trabalhador. Huber, faz a sua parte e nós fazemos a nossa.

Está dado o recado!