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CAIXA ECONÔMICA FEDERAL SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PARCERIAS E APOIO AO DESENVOLVIMENTO URBANO ALVENARIA ESTRUTURAL Materiais, execução da estrutura e controle tecnológico REQUISITOS E CRITÉRIOS MÍNIMOS A SEREM ATENDIDOS PARA SOLICITAÇÃO DE FINANCIAMENTO DE EDIFÍCIOS EM ALVENARIA ESTRUTURAL JUNTO À CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Prof. Fernando Henrique Sabbatini Brasília/DF Maio/2002

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CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PARCERIAS E APOIO AO DESENVOLVIMENTO URBANO

AALLVVEENNAARRIIAA EESSTTRRUUTTUURRAALLMateriais, execução da estrutura e controle tecnológico

REQUISITOS E CRITÉRIOS MÍNIMOS

A SEREM ATENDIDOS PARA SOLICITAÇÃO DE

FINANCIAMENTO DE EDIFÍCIOS EM ALVENARIA ESTRUTURAL

JUNTO À CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Prof. Fernando Henrique SabbatiniBrasília/DFMaio/2002

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APRESENTAÇÃO

O presente trabalho técnico foi elaborado pelo Prof. Fernando Henrique

Sabbatini, por solicitação da CAIXA, com o objetivo de estabelecer os requisitos e

critérios a serem observados na execução de edificações multifamiliares, de 3 a 5

pavimentos, em alvenaria estrutural que empreguem blocos cerâmicos com função

estrutural ou blocos vazados de concreto.

Cabe esclarecer que em sua elaboração foram consideradas e incorporados os

objetivos do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-H.

As diretrizes para financiamento de residências unifamiliares de 1 e 2

pavimentos (casas e sobrados) serão objeto de um trabalho específico, que abordará, de

forma sistêmica, todas as exigências de desempenho para estas tipologias de construção

habitacional e não apenas os relacionados com o desempenho estrutural. Tão logo este

documento esteja finalizado e aprovado, será também distribuído para as GIDUR, para

ser implementado.

No entanto, como orientação preliminar e de aplicação imediata, oportuno

destacar que, caso as casas e sobrados a serem financiados forem projetados tendo

como única estrutura suporte as paredes de alvenaria (sem vigas e pilares) e estas forem

executadas com blocos cerâmicos ou de concreto, somente poderão ser empregados

blocos que preencham um conjunto de características, especificadas nas Normas

Brasileiras vigentes, em especial a NBR 7171 (para blocos cerâmicos) e NBR 7173 (para

blocos vazados de concreto).

Até que o documento sobre residências unifamiliares esteja disponível e em

vigor, somente poderão ser empregados blocos cerâmicos que, concomitantemente,

atendam às seguintes normativas:

� tenham furos perpendiculares à face de assentamento ou, em outras palavras, que

são projetados para serem assentados com os furos e vazados no sentido vertical

(definidos na NBR 7171 como blocos portantes);

� sejam, no mínimo, de classe 25 de resistência à compressão, ou seja, tenham

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resistência à compressão na área bruta mínima de 2,5 MPa, quando ensaiados

segundo a NBR 6461 – Bloco cerâmico para alvenaria – verificação de resistência à

compressão;

� tenham precisão dimensional. Para isto, os blocos, quando medidos segundo as

prescrições da NBR 7171, devem ter tolerância de fabricação de + 3mm para

qualquer dimensão (largura, altura ou comprimento).

Da mesma forma, somente poderão ser empregados blocos de concreto que,

concomitantemente, atendam as seguintes exigências normativas:

� sejam vazados, ou seja, toda seção transversal (paralela à face de assentamento)

apresente uma área inferior a 75% da área bruta (largura x comprimento). Isto

significa que não são admitidos blocos com uma das faces “cega”. A espessura

mínima de qualquer parede do bloco deverá ser de 15 mm;

� tenham resistência à compressão mínima de 2,5 Mpa, quando ensaiados segundo a

NBR 7184 (método de ensaio para blocos vazados de concreto);

� tenham precisão dimensional. Para isto, os blocos devem ter tolerâncias de

fabricação de + 3mm e - 2mm para qualquer dimensão (largura, altura ou

comprimento).

Importante ressaltar que o conteúdo, do presente trabalho, assim como as

orientações técnicas preliminares sobre o correto uso da alvenaria estrutural em casas

térreas e sobrados, foi previamente discutido com as Entidades representativas de cada

segmento produtor envolvido, respectivamente, a Associação Nacional da Indústria

Cerâmica – ANICER e a Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP.

SUDUP / GEPAD

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SUMÁRIO

1 Introdução .............................................................................................................................. 5

2 Objetivo ................................................................................................................................. 7

3 Definições e Conceitos ......................................................................................................... 7

4 Exigências para garantia do desempenho estrutural e da durabilidade dos

edifícios em alvenaria ........................................................................................................... 9

5 Exigências e critérios mínimos quanto aos materiais e componentes a serem

empregados na execução de paredes de alvenaria ............................................................ 10

5.1 Exigências quanto aos blocos vazados de concreto ............................................... 10

5.2 Exigências quanto aos blocos de cerâmicos com função estrutural ....................... 12

5.3 Exigências quanto às argamassas de assentamento e aos graudes de

preenchimento de vazios ......................................................................................... 16

5.4 Exigências quanto aos componentes metálicos para reforço e aos

componentes pré-fabricados cimentícios ................................................................. 18

6 Exigências essenciais quanto aos métodos e técnicas construtivas a serem

empregados na produção da estrutura de edifícios ............................................................. 19

6.1 Exigências construtivas quanto aos métodos de elevação de paredes...................... 20

6.2 Exigências construtivas quanto aos métodos e técnicas de execução de lajes ......... 23

6.3 Exigências construtivas quanto às técnicas de embutimento de instalações

e corte de paredes ..................................................................................................... 25

7 Exigências e parâmetros para o controle tecnológico a ser adotado na produção

da estrutura de edifícios em alvenaria estrutural ................................................................... 27

7.1 Exigências quanto às características iniciais de referência dos blocos,

das argamassas e da alvenaria .................................................................................. 29

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7.2 Exigências quanto ao controle de recebimento de materiais e

componentes ............................................................................................................. 30

7.3 Exigências quanto ao controle tecnológico da produção de alvenaria ...................... 33

7.4 exigências quanto ao controle tecnológico da produção de paredes de

alvenaria e da estrutura do edifício ........................................................................... 34

8 Bibliografia de referência ....................................................................................................... 36

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REQUISITOS E CRITÉRIOS MÍNIMOS A SEREM ATENDIDOS PARA SOLICITAÇÃO

DE FINANCIAMENTO DE EDIFÍCIOS EM ALVENARIA ESTRUTURAL JUNTO À CAIXA

ECONÔMICA FEDERAL - MATERIAIS, EXECUÇÃO DA ESTRUTURA E CONTROLE

TÉCNOLOGICO.

1. INTRODUÇÃO

O emprego de paredes resistentes de alvenaria na estrutura suporte de edifícios

não se constitui em uma inovação tecnológica recente. Na realidade até o início deste

século a alvenaria era o mais utilizado, seguro e durável material estrutural e o único

aceito na estruturação de edificações de grande porte. Em São Paulo o exemplo mais

destacado desta utilização é o Teatro Municipal, inaugurado em 1911 e totalmente

estruturado em paredes de alvenaria resistente.

No entanto, apesar da utilização tradicional da alvenaria como estrutura suporte,

na década de 70 foi introduzida, em São Paulo, uma revolucionária inovação neste

campo - os Processos Construtivos de Alvenaria Estrutural (PCAE), conhecidos pela

sua forma simplificada – alvenaria estrutural. A primeira tecnologia a ser importada teve

origem nos EEUU e é comumente denominada por alvenaria estrutural armada de

blocos de concreto. Após anos de adaptação e desenvolvimento no País esta tecnologia

foi consolidada na década de 80, através de normalização oficial (da ABNT e

posteriormente referendada pelo INMETRO) consistente e razoavelmente completa.

Outras tecnologias foram importadas e adaptadas em anos subseqüentes, mas até o

presente não foram, ainda, normalizadas.

A diferença fundamental entre o uso tradicional da alvenaria como estrutura e os

PCAE é que estes últimos são de dimensionamento e construção racionais, enquanto

que, na alvenaria convencional, as estruturas são dimensionadas e construídas

empiricamente. O dimensionamento através de cálculo estrutural, com fundamentação

técnico-científica, permite a obtenção de edifícios com segurança estrutural conhecida,

semelhante à obtida com estruturas reticuladas de concreto armado, e compatível com

as exigências da Sociedade Brasileira para edifícios multipavimentos.

No dimensionamento racional da alvenaria estrutural, da mesma forma que no

dimensionamento de estruturas reticuladas, empregam-se modelos matemáticos que

simulam o comportamento físico do edifício e permitem, através de métodos

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determinísticos e semiprobabilísticos, inferir a segurança das estruturas e prever o grau

de risco de falência estrutural. Também, como no caso das estruturas de concreto

armado, para que o nível de segurança teórico seja obtido na etapa de construção são

estabelecidos com rigor às características dos materiais estruturais, os processos e

métodos construtivos e a metodologia de controle tecnológico a ser empregada.

Ocorre que, infelizmente, no Brasil, estes preceitos não têm sido utilizados

corretamente e milhares de edifícios têm sido construídos nos últimos 20 anos, utilizando

a parede de alvenaria como único elemento estrutural, com níveis de segurança

absurdamente perigosos. Os recentes desmoronamentos de prédios na Região de

Recife, são apenas um reflexo de uma situação calamitosa.

As principais causas desta situação são facilmente identificadas: projeto

estrutural empírico, uso de materiais inadequados (principalmente blocos), métodos

executivos incoerentes e ausência quase que total de controle tecnológico dos materiais

e da construção.

Uma parcela da culpa por estes fatos ocorrerem é a ausência de normalização

brasileira específica dos PCAE que empregam blocos cerâmicos. Como resultado da falta

de definição das características desta tecnologia existem muitas interpretações, no

mínimo, equivocadas e baseadas nas normas de alvenaria estrutural de blocos de

concreto. No entanto, a ausência de normalização específica não deveria ser uma

barreira intransponível nem uma justificativa para interpretações, pois o projeto e a

construção poderiam se fundamentar em normalização estrangeira, como aliás

prescrevem, tanto a ética profissional (de engenheiros e arquitetos), como a legislação

brasileira. Outra parcela de culpa pode ser, também, creditada a não observância

intencional, por parte de muitos construtores, das exigências normativas para a produção

de edifícios com o emprego dos PCAE de blocos de concreto. Em suma, a falta de regras

ou a não observância das existentes justificam, em parte, a situação atual.

Deve-se, porém, destacar que os projetos e as construções “não-racionais” não

são a regra do setor. Pode-se afirmar, com certeza, que a maioria dos edifícios

construídos em alvenaria estrutural no País possui um grau de segurança adequado. Isto

porque, nos seus projeto e construção, atenderam-se plenamente as prescrições e

exigências normativas.

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Visando definir regras claras e precisas que assegurem a execução de edifícios

com desempenho adequado e de custo coerente, a Caixa Econômica Federal objetiva

estabelecer, através deste documento, os requisitos e critérios mínimos a serem

atendidos no projeto e execução da estrutura de edifícios em alvenaria estrutural, para

que possam ser financiados.

Estas condições mínimas foram estabelecida tendo como base a normalização

brasileira existente em agosto de 2001, bem como as recomendações internacionais para

projeto e construção de edifícios multipavimentos em alvenaria estrutural, além do

conhecimento tecnológico desenvolvido no Brasil e consolidado através de pesquisas

experimentais em Universidades e Institutos de Pesquisa, nos últimos 20 anos.

Os custos destes serviços serão de responsabilidade do solicitante do

financiamento.

2. OBJETIVOS

O presente documento tem por objetivo estabelecer os critérios e exigências

para a construção da estrutura de edifícios habitacionais quando esta for constituída

essencialmente de paredes resistentes de alvenaria, nos empreendimentos objeto de

financiamento ou contratação pela Caixa Econômica Federal. As seguintes

características restringem, ainda, o alcance deste documento, pois, o mesmo refere-se

apenas a:

1. Edifícios multipavimentos (habitação coletiva) de 3 a 5 pavimentos;

2. Edifícios que empreguem processos construtivos de alvenaria estrutural com

uma das seguintes tipologias: de alvenaria não-armada (auto-suporte) e

alvenaria parcialmente armada;

3. Edifícios que empreguem paredes de alvenaria de blocos cerâmicos com

função estrutural ou de blocos vazados de concreto.

3. DEFINIÇÕES E CONCEITOS

Para permitir uma compreensão inequívoca da terminologia utilizada neste

documento são, a seguir, definidos e conceituados alguns termos:

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ALVENARIA - componente complexo, conformado em obra, constituído por tijolos ou

blocos unidos entre si por juntas de argamassa, formando um conjunto rígido e

coeso.

ALVENARIA ESTRUTURAL - alvenaria utilizada como estrutura suporte de edifícios

e dimensionada a partir de um cálculo racional. O uso da alvenaria estrutural

pressupõe:

• segurança pré-definida (idêntica a de outras tipologias estruturais);

• construção e projeto com responsabilidades precisamente definidas e conduzidas

por profissionais habilitados;

•• construção fundamentada em projetos específicos (estrutural-construtivo),

elaborado por engenheiros especializados;

PROCESSOS CONSTRUTIVOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL (PCAE) - São

específicos modos de se construir edifícios que se caracterizam por:

• Empregar como estrutura suporte paredes de alvenaria e lajes enrijecedoras;

• Serem dimensionados segundo métodos de cálculo racionais e de confiabilidade

determinável;

• Ter um alto nível de organização de produção de modo a possibilitar projetos e

construção racionais.

PCAE NÃO-ARMADA (PCAE-NA) ou AUTO SUPORTE

São PCAE que empregam como estrutura suporte paredes de alvenaria sem

armação. Os reforços metálicos são colocados apenas com finalidades construtivas

(em cintas, vergas, contravergas, na amarração entre paredes e nas juntas

horizontais com a finalidade de evitar fissuras localizadas).

PCAE PARCIALMENTE ARMADA (PCAE-PA).

São PCAE que empregam como estrutura suporte paredes de alvenaria sem

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armação e paredes com armação. Estas últimas se caracterizam por terem os

vazados verticais dos blocos preenchidos com graute (um micro-concreto de grande

fluidez) envolvendo barras e fios de aço. Os PCAE-PA são dimensionados como os

PCAE-NA, porém, quando no dimensionamento surgem trechos da estrutura com

solicitações que provoquem tensões acima das admissíveis, estes trechos são

dimensionados como alvenaria armada.

BLOCO – componente (unidade de alvenaria) de fabricação industrial com

dimensões que superam as do tijolo; BLOCOS VAZADOS – blocos com células

contínuas (vazados) perpendiculares a sua sessão transversal (são assentados com

os vazados na direção vertical) nos quais a área total dos vazados em qualquer

sessão transversal é de 25% a 60% da área bruta da sessão. BLOCOS MACIÇOS –

blocos cuja área de vazios em qualquer sessão transversal é inferior a 25% da área

bruta da sessão.

BLOCOS DE CONCRETO – blocos produzidos com agregados inertes e cimento

portland, com ou sem aditivos, moldados em prensas-vibradoras.

BLOCOS CERÂMICOS – blocos constituídos de material cerâmico, obtido pela

queima em alta temperatura (> 800ºC) de argilas, moldados por extrusão.

4. EXIGÊNCIAS PARA GARANTIA DO DESEMPENHO ESTRUTURAL E DA

DURABILIDADE DOS EDIFÍCIOS EM ALVENARIA

Para que uma estrutura de alvenaria cumpra adequadamente as funções para a

qual é projetada e construída a mesma deverá atender a diversos critérios de

desempenho. Este documento procura parametrizar os principais aspectos relativos ao

projeto e a construção de edifícios multipavimentos de forma a que sejam atendidos os

requisitos de desempenho quanto à segurança estrutural e quanto à durabilidade. Os

demais requisitos de desempenho (p.ex. conforto térmico, acústico, segurança ao fogo e

estanqueidade) deverão ser objeto de um outro documento.

Para garantir que os citados requisitos de desempenho sejam corretamente

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atendidos são feitas exigências quanto: às características dos materiais e

componentes utilizados (item 5); aos métodos e técnicas construtivas (item 6), e ao

controle tecnológico a ser adotado (item 7).

As exigências aqui estabelecidas são aquelas consideradas como as principais

para que se tenha uma garantia mínima do desempenho quanto à segurança estrutural e

a durabilidade. Além destas exigências devem também ser respeitadas: todas as demais

exigências da normalização oficial; as recomendações dos fabricantes de materiais e

componentes e dos detentores das tecnologias dos processos construtivos; as

disposições regulamentares e legais das autoridades municipais, estaduais e federais, e

outras exigências e recomendações consolidadas em documentação específica, desde

que não conflitem com as aqui estabelecidas.

Para poderem ser mais facilmente referenciadas, as exigências estão codificadas

com o formato – EX-n.n.n, onde “n” é um dígito qualquer. A referenciação de uma

exigência é sempre feita entre colchetes “[EX-n.n.n].

5. EXIGÊNCIAS E CRITÉRIOS MÍNIMOS QUANTO AOS MATERIAIS E

COMPONENTES A SEREM EMPREGADOS NA EXECUÇÃO DE PAREDES DE

ALVENARIA

Como este documento engloba quatro tipologias de PCAE (alvenaria auto-

suporte de blocos cerâmicos e de concreto e alvenaria parcialmente armada de blocos

cerâmicos e de concreto) são, a seguir, estabelecidos, para argamassas, grautes,

componentes pré-fabricados, barras e fios de aço para armadura e componentes para

reforço metálico.

5.1. Exigências quanto aos blocos vazados de concreto

Os blocos vazados de concreto para serem empregados em edifícios de

alvenaria estrutural devem atender à todas as normas pertinentes e, além disso, integral e

concomitantemente as seguintes exigências:

• [EX-5.1.1] - Tenham produção industrial, o que significa: ser fabricado e

comercializado por uma indústria produtora de blocos, legalmente

estabelecida, com emissão de Notas Fiscais;

• [EX-5.1.2] – Os blocos deverão ser curados a vapor na planta industrial,

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• para garantir o atendimento da exigência de máxima retração na secagem,

estabelecida na NBR 6136 e determinada pelo método de ensaio da NBR

12117. A indústria produtora dos blocos deverá ainda fazer um controle

contínuo e estatístico de processo, de modo a garantir uma adequada

uniformidade da produção. A produção do bloco com função estrutural não

admite, em nenhuma hipótese, uma linha de produção que resulte em

blocos com dispersão maior que 15% de CV (coeficiente de variação) da

resistência à compressão, em uma produção contínua, por longos ou curtos

períodos. A alta dispersão é indicativa de uma produção inadequada de

blocos com função estrutural. A qualificação de indústrias produtoras que

atendam a esta exigência será efetuada em conformidade com os termos

do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-

H;

• [EX-5.1.3] - Tenham dimensões e geometria tal que atendam à:

• Espessura mínima de qualquer parede do bloco de 25 mm (medida no

ponto mais estreito);

• Largura real mínima de 140 mm;

• massa por m² de parede mínima de 150 kg, obtida multiplicando-se o

número de blocos por m² pela massa seca m1 (definida pela NBR 7184);

• [EX-5.1.4] - Tenham resistência característica (fbk ,definida pela NBR 6136)

mínima de 4,5 MPa;

• [EX-5.1.5] - Resultem em prismas ocos com resistência à compressão

individual mínima de 2,25 MPa e resistência à compressão característica

(fpk), de 6 corpos de prova, no mínimo igual a 2,5 MPa, ensaiados segundo

a NBR 8215, métodos A ou B, e fpk calculada segundo a NBR-8798 (item

6.1.2.2);

• [EX-5.1.6] – Se a tipologia adotada for a de PCAE-PA (parcialmente

armada) os blocos adotados devem ter vazados cuja sessão transversal

(medida em qualquer ponto) tenham, no mínimo, 70x70 mm e dispostos de

tal forma a garantir uma sessão mínima de 50x70 mm por toda a altura da

parede estrutural;

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• [EX-5.1.7] Os lotes de blocos deverão ser submetidos a um contínuo

controle de aceitação em relação à resistência à compressão característica.

Os blocos não poderão ser utilizados até que sejam liberados pelo controle

tecnológico, devendo permanecer estocados com identificação clara de

sua condição (liberados, com data e responsabilidade pela liberação, ou

não). Os lotes para inspeção devem ser constituídos segundo o item (6.1.a)

da NBR 6136, limitado, porém, a 10.000 blocos. O critério para liberação

dos lotes é de que atendam concomitantemente ao valor do fbk definido em

projeto e o especificado na exigência [EX-5.1.4]. Se os blocos tiverem

marca de conformidade, reconhecida pelo INMETRO, este controle de

aceitação dos blocos não precisará ser feito, sendo substituído pelo

controle tecnológico de fabricação. Mesmo nesta situação o desempenho

estrutural do edifício deverá ser avaliado através do controle tecnológico do

componente parede (item 6.1.2 da NBR 8798) e de acordo com a exigência

[EX-7.3.1].

O emprego de blocos que, por suas características inovadoras, não atendam a

exigência [EX-5.1.3] somente poderá ser especificado após análise da garantia de seu

desempenho, efetuada com base nas orientações técnicas expedidas pela própria CAIXA.

No prazo de vigência deste documento as demais exigências não poderão deixar de

serem cumpridas.

5.2. Exigências quanto aos blocos de cerâmicos com função estrutural

Os blocos cerâmicos com função estrutural poderão ser maciços ou vazados.

Para a tipologia PCAE-PA, os blocos deverão, obrigatoriamente, ser vazados. Como os

blocos para a tipologia PCAE-NA (auto suporte, ou não-armada) diferem bastante dos da

tipologia PCAE-PA, as exigências a seguir estão identificadas por estas siglas quando

dizem respeito apenas a uma das duas tipologias.

Para serem empregados em edifícios de alvenaria estrutural, os blocos

cerâmicos devem atender integral e concomitantemente as seguintes exigências:

• [EX-5.2.1] - Tenham produção industrial, o que significa: ser fabricado e

comercializado por uma indústria produtora de blocos, legalmente

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estabelecida, com emissão de Notas Fiscais;

• [EX-5.2.2] – Devem ser produzidos em uma planta industrial que, pelas

suas características, garanta uma produção com adequado grau de

uniformidade. A produção do bloco com função estrutural não admite, em

nenhuma hipótese, uma linha de produção que resulte em blocos com

dispersão maior que 20% de CV (coeficiente de variação) da resistência à

compressão, em uma produção contínua, por longos ou curtos períodos. A

alta dispersão é indicativa de uma produção inadequada de blocos com

função estrutural. A qualificação de indústrias cerâmicas que atendam a

esta exigência será efetuada em conformidade com os termos do Programa

Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-H.

Necessariamente a indústria cerâmica deverá: ter um setor de seleção e

tratamento de argilas; fazer a secagem em estufas, com temperatura e

umidade controladas de forma automática; moldar os blocos em extrusoras

a vácuo; fazer a queima em fornos contínuos (ou do tipo Hoffman); fazer

um controle tecnológico contínuo da produção, de modo a comprovar, a

qualquer tempo, a uniformidade de produção;

• [EX-5.2.3] - Tenham dimensões e geometria tal que atendam à:

• Espessura mínima de qualquer parede do bloco de 10 mm. Para os

PCAE-NA as dimensões mínimas são as estabelecidas pela ASTM C

652, ilustradas na figura 3.1 e na tabela 3.1;

• Largura real mínima de 140 mm;

• massa por m² de parede mínima de 100 kg, para PCAE-PA e de 130 kg

para PCAE-NA obtida multiplicando-se o número de blocos por m² pela

massa seca m1 (definida pela NBR 7184);

• [EX-5.2.4] - Tenham resistência característica (fbk ,segundo os critérios

estatísticos definidos pela NBR 6136 e quando ensaiados de acordo com a

NBR 6461) mínima de 10,0 MPa para os PCAE-NA e 7,0 para os PCAE-

PA;

• [EX-5.2.5] - Resultem em prismas ocos com resistência à compressão

individual mínima de 2,0 MPa e resistência à compressão característica

(fpk), de pelo menos 6 corpos de prova, no mínimo igual a 2,5 MPa,

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ensaiados segundo a NBR 8215, métodos A ou B, e fpk calculada segundo

a NBR-8798 (item 6.1.2.2);

• [EX-5.2.6] – Se a tipologia adotada for a de PCAE-PA os blocos adotados

devem ter vazados cuja sessão transversal (medida em qualquer ponto)

tenham, no mínimo 70x70 mm e dispostos de tal forma a garantir uma

sessão mínima de 50x70 mm por toda a altura da parede estrutural;

• [EX-5.2.7] Os lotes de blocos deverão ser submetidos a um contínuo

controle de aceitação em relação à resistência à compressão característica.

Os blocos não poderão ser utilizados até que sejam liberados pelo controle

tecnológico, devendo permanecer estocados com identificação clara de

sua condição (liberados, com data e responsabilidade pela liberação, ou

não). Os lotes para inspeção não devem ser maiores que o número de

blocos por pavimento-tipo ou que 10.000 blocos. O critério para liberação

dos lotes é de que atendam concomitantemente ao valor do fbk definido em

projeto e o especificado na exigência [EX-5.2.4]. Se os blocos tiverem

marca de conformidade, reconhecida pelo INMETRO este controle de

aceitação dos blocos não precisará ser feito, sendo substituído pelo

controle tecnológico de fabricação. Mesmo nesta situação o desempenho

estrutural do edifício deverá ser avaliado através do controle tecnológico do

componente parede (item 6.1.2, da NBR 8798) e de acordo com a

exigência[EX-7.3.1].

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• Fig. 3.1 – Blocos vazados cerâmicos (ASTM C 652)

O emprego de blocos que não atendam a exigência [EX-5.2.3] somente poderá

ser especificado após análise de garantia de seu desempenho, efetuada com base nas

orientações técnicas expedidas pela CAIXA. No prazo de vigência deste documento as

demais exigências não poderão deixar de ser cumpridas.

a) blocos com septos longitudinais maciços

b) blocos com septos longitudinais de dupla lâmina

c) blocos com septos longitudinais furados

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Tabela 3.1 – Propriedades das seções dos blocos vazados (ASTM c 652)

LarguraNominal

(mm)

Espessura mínima dosepto longitudinal

maciço (mm)

Espessura mínima dosseptos longitudinais de

dupla lâmina e desepto perfurado (mm)

1, 2

Espessura mínima dosseptos transversais de

extremidade (mm) 2

150 25 38 25

200 32 38 25

Obs. 1 os furos maiores que 650 mm² em blocos de dupla lâmina devem estarafastados pelo menos 13 mm de qualquer extremidade

2 a espessura de qualquer septo não pode ser menor que: 13 mm entrevazados; 10 mm entre vazados e furos e 6 mm entre furos.

A exigência em relação às resistências à compressão características (fbk)

mínimas exigidas dos blocos cerâmicos (Ex-5.2.4), está fundamentada na experiência

acumulada no Brasil sobre a correlação entre estas resistências e as resistências à

compressão características de prismas ocos (fpk). No entanto, se com o desenvolvimento

da produção de blocos no País, comprovar-se que os valores de resistência mínima de

prismas (fpk) exigidos (Ex-5.2.5) podem ser obtidos com blocos de menor fbk , a CAIXA

poderá vir a alterar, no futuro, os valores mínimos estabelecidos na EX-5.2.4.

5.3. Exigências quanto às argamassas de assentamento e aos grautes de

preenchimento de vazios

Para as tipologias de edifícios abrangidas por este documento, as resistências

mecânicas das argamassas e grautes isolados da alvenaria não são críticas. Como é

exigido no controle tecnológico que a aceitação do componente parede [EX- 7.3.1] deve

ser feito através da moldagem e do ensaio de prismas ocos e cheios com as argamassas

e grautes utilizadas na produção, no canteiro, indiretamente estarão sendo avaliadas a

uniformidade nas características mecânicas destes materiais. Não serão exigidas pela

CAIXA as exigências mínimas de desempenho estabelecidas pela NBR 8798 (tabela 4),

pois as mesmas devem ser obrigatoriamente estabelecidas no projeto e são de inteira

responsabilidade do construtor. As exigências que aqui são feitas estão relacionadas

com o desempenho da alvenaria e não com o dos materiais endurecidos.

A argamassa de assentamento dos blocos deve promover uma adequada aderência

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entre blocos e auxiliar na dissipação de tensões, de modo a que sejam evitadas fissuras

na interface bloco-argamassa e a garantir o desempenho estrutural e a durabilidade

esperadas da parede de alvenaria. Como o aparecimento de fissuras na alvenaria e nos

revestimentos no prazo de até 5 anos da entrega da obra será de responsabilidade e

deverá ser recuperada pela construtora, as características que devem ser controladas são

as que estariam relacionadas com a aderência e a deformabilidade da alvenaria. Os

únicos parâmetros exigidos pela CAIXA, para o desempenho das argamassas são:

• [EX-5.3.1] A argamassa a ser utilizada deve ser especificada pelo projeto de

modo a garantir uma resistência à tração na flexão de prismas de alvenaria de,

no mínimo, 0,25 MPa quando ensaiados segundo o método CPqDCC-EPUSP

(anexo) ou a norma ASTM E 518; A comprovação desta característica deverá

ser feita no primeiro relatório mensal do controle tecnológico [EX-7.1.2], sendo

que a responsabilidade e o interesse pela sua manutenção são totalmente da

construtora;

• [EX-5.3.2] Internacionalmente é especificado que o módulo de deformação da

alvenaria não deverá ser superior a 1000 vezes a resistência à compressão do

prisma - fp . Para garantir que este valor seja respeitado recomenda-se que a

argamassa não tenha um módulo de elasticidade superior a 3,0 GPa. A CAIXA

estará exigindo a comprovação de que este valor máximo foi respeitado na

escolha da argamassa apenas no primeiro relatório mensal do controle

tecnológico [EX-7.1.2], sendo que a responsabilidade e o interesse pela sua

manutenção são totalmente da construtora;

• [EX-5.3.3] Tanto a produção de argamassas no canteiro ou o emprego de

argamassas pré-misturadas deverá ser feito de modo a garantir a uniformidade

nas características da mesma. Considera-se uma argamassa uniforme se o CV

no ensaio de resistência à compressão axial (ensaiado segundo a NBR 7215)

não for superior a 20%, em uma produção contínua, por longos ou curtos

períodos. A comprovação desta regularidade deverá ser feita através do

relatório mensal do controle tecnológico.

O graute de preenchimento dos vazados verticais nas tipologias de PCAE-PA tem

as funções de: permitir que a armadura trabalhe conjuntamente com a alvenaria, quando

solicitada; aumentar localizadamente a resistência à compressão da parede e impedir a

corrosão da armadura. A dosagem e especificação das características do graute são de

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responsabilidade do projeto estrutural. Normalmente a ação mais importante na alvenaria

parcialmente armada é a de conseguir um preenchimento uniforme dos vazados verticais

(ver item 6). A única exigência que será feita a este material, além da necessidade de que

seja especificada em projeto, é a seguinte:

• [EX-5.3.4] Nos PCAE-PA, de blocos cerâmicos e de concreto o graute

deverá ser avaliado conjuntamente com a alvenaria através da moldagem

de prismas cheios, segundo a NBR 8798 e ensaiados segundo a NBR

8215. Deverão ser moldados 6 corpos de prova (prismas cheios) por

pavimento. No ensaio deverá ser determinada a resistência característica

estimada do prisma cheio (fpk,est) que deverá ser maior ou igual à

resistência característica de projeto ( fpk) e sempre maior que 4,0 MPa.

5.4. Exigências quanto aos componentes metálicos para reforço e aos

componentes pré-fabricados cimentícios

Os componentes metálicos para reforço e distribuição de tensões e os

componentes pré-fabricados complementam a execução de paredes estruturais. O uso

dos primeiros se faz necessário nos PCAE-PA, em edifícios de média altura, como

armadura passiva de segurança contra a ruptura frágil (de modo a evitar o colapso

catastrófico, sem aviso) e em todos os PCAE como reforço para ligações entre paredes,

reforço de cintas, vergas, contravergas e coxins e como armadura de dissipação e

distribuição de tensões. Os componentes pré-fabricados são empregados para

racionalizar e aumentar a produtividade na execução das paredes de alvenaria e lajes. As

exigências que são feitas em relação a estes componentes são:

• [EX-5.4.1] Os fios e barras de aço destinados a armar as paredes de

alvenaria nos PCAE-PA devem atender as especificações da NBR 7480. A

comprovação destas características deverá ser feita através do controle

tecnológico regular ou, alternativamente ser substituído por certificados

emitidos oficialmente pelos fabricantes destes componentes;

• [EX-5.4.2] Os fios, barras e telas de reforço que serão imersos em juntas

de argamassa (para ligação entre paredes ou como reforço para

distribuição de tensões) deverão ser ou de aço galvanizado ou constituído

de metal resistente à corrosão;

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• [EX-5.4.3] Os pré-fabricados cimentícios, de argamassa armada ou de

concreto armado, se forem ficar expostos às intempéries sem serem

revestidos com argamassa, deverão ser reforçados com materiais

resistentes a corrosão. Poderão ser empregadas telas, fibras ou mantas

sintéticas ou fios, barras ou telas metálicas galvanizadas. No caso do uso

de fios e barras de aço protegidos por um cobrimento de, no mínimo, 30

mm de concreto, esta galvanização poderá ser dispensada. Esta exigência

de resistência à corrosão dos reforços metálicos se aplica mesmo no caso

em que os pré-fabricados são pintados ou envernizados ou tratados com

hidrofugantes.

6. EXIGÊNCIAS ESSENCIAIS QUANTO AOS MÉTODOS E TÉCNICAS

CONSTRUTIVAS A SEREM EMPREGADOS NA PRODUÇÃO DA ESTRUTURA

DE EDIFÍCIOS EM ALVENARIA ESTRUTURAL

A construção de edifícios em alvenaria estrutural deve ser feita em obediência a

técnicas específicas e métodos construtivos para se obter estruturas seguras, confiáveis

e com a durabilidade esperada. São muitas as técnicas a serem consideradas, porém

algumas se destacam pela importância, quando o enfoque é em relação à garantia do

desempenho estrutural . Neste item são feitas exigências específicas apenas quanto aos

aspectos considerados essenciais e, que por isto, devem ser o foco prioritário do controle

contínuo do processo de produção.

No item 6.1 são feitas exigências genéricas em relação aos métodos de elevação

de paredes e, quando for o caso, exigências específicas para uma das quatro tipologias

objeto do documento (PCAE-NA-CER; PCAE-PA-CER; PCAE-NA-CON e PCAE-PA-

CON). As abreviaturas CER e CON são relativas as alvenarias de blocos cerâmicos e de

blocos vazados de concreto, respectivamente.

Apesar do enfoque principal ser a execução das paredes estruturais são,

também, feitas exigências em relação à execução de lajes, pois a deficiente execução

das mesmas pode resultar em fissuras e trincas na alvenaria e nos revestimentos,

prejudicando o desempenho e a durabilidade da estrutura, bem como comprometer o

desempenho estrutural do edifício, visto que as lajes são responsáveis solidárias por este

desempenho, em um sistema estrutural baseado em elementos laminares (placas e

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chapas), como é o caso dos PCAE.

São ainda feitas exigências em relação ao embutimento das instalações e ao

corte e seccionamento das paredes de alvenaria, de modo a prevenir sérios danos ao

desempenho esperado.

6.1. Exigências construtivas quanto aos métodos de elevação de paredes

• [EX-6.1.1] O assentamento da alvenaria deverá ser feito com base em um

projeto de produção que especifique com precisão a posição dos blocos, as

técnicas de união entre paredes, a defasagem entre fiadas (amarração

entre fiadas), os detalhes construtivos, posição e características dos vãos,

etc. O conteúdo mínimo de um projeto de produção de alvenaria estrutural

está descrito no documento B. É condição essencial para o início de

execução das fundações do edifício em alvenaria estrutural que o projeto

de produção das paredes esteja pronto e aprovado;

• [EX-6.1.2] O assentamento da alvenaria somente poderá ser feito sobre

bases de concreto niveladas e adequadamente resistentes. É proibida a

execução de alvenaria diretamente sobre baldrames, sem que o piso do

térreo (base em concreto) esteja executado. A marcação da primeira fiada

sobre lajes somente poderá ser iniciada após 16 horas do término da

concretagem da laje;

• [EX-6.1.3] O assentamento da alvenaria não poderá ser feito sob chuva. No

caso de interrupção dos trabalhos por causa da chuva a alvenaria recém

executada deverá ser protegida, para que os vazados não sejam cheios de

água. Eflorescências em alvenarias cerâmicas e de concreto e fissuras de

retração em alvenarias de blocos de concreto são decorrentes,

principalmente, pela não obediência desta exigência. A alvenaria de blocos

de concreto não poderá ser molhada durante a etapa de assentamento.

Neste caso a argamassa de assentamento deverá ter retenção de água

suficiente para evitar a molhagem. A alvenaria cerâmica poderá ser

umedecida para facilitar o assentamento;

• [EX-6.1.4] As paredes de alvenaria somente poderão ser executadas com

blocos inteiros. Não se admite corte o quebra de blocos para obtenção de

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“peças de ajuste”. Pode-se utilizar peças pré-fabricadas e pré-moldadas,

desde que previstas no projeto de produção e obtidas mediante condições

controladas;

• [EX-6.1.5] A construção de edifícios em alvenaria estrutural não admite

“ESCONDER NA MASSA” as imprecisões e erros na execução das

paredes, como é comum na construção tradicional. Ou seja, a execução

deverá ser feita com as tolerâncias e a precisão especificadas de modo a

que a qualidade final do edifício seja obtida na execução da estrutura. Para

isto é essencial que se utilize mão de obra treinada e especializada, que

se adote um completo programa de controle de qualidade de execução (de

aceitação, sob condições especificadas, de cada etapa construtiva). A

comprovação desta exigência deverá ser feita mensalmente no relatório do

controle tecnológico [item 8];

• [EX-6.1.6] Os seguintes detalhes construtivos são de caráter obrigatório e

deverão estar especificados no projeto de produção e executados de

acordo com a técnica adequada (a qual encontra-se explicitada em

normas, manuais e referências bibliográficas):

• contravergas em vãos de janela – devem ser executadas em peças

reforçadas com aço, moldadas no local ou pré-fabricadas, de modo a

distribuir as tensões concentradas nos cantos inferiores dos vãos.

Devem ultrapassar a lateral do vão (ver figura 6.1) em pelo menos d/5

ou 30 cm (o mais rigoroso dos dois, onde “d” é o comprimento da

janela). Podem ser substituídas por uma cinta contínua, armada, na

altura dos parapeitos, por todas as paredes externas (usual nos

PCAE-PA) ou por juntas de trabalho (não usual no Brasil);

• cinta de respaldo – Na finalização das paredes de um pavimento

deve ser executada uma cinta de concreto, armada, continua,

moldada no local, solidarizando todas as paredes. Ela pode ser

executada com blocos especiais, tipo canaleta, ou com formas. Deve

preceder a montagem das formas de laje ou do posicionamento das

peças pré-fabricadas (quando a laje incorporar componentes pré-

fabricados);

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• Vergas de portas e janelas – devem ser previstas em projeto vergas

armadas na lumieira de portas e janelas. O apoio lateral deve ser de

no mínimo d/10 ou 10 cm (o que for maior);

Fig. 6.1 – Dimensões mínimas de contravergas

• [EX-6.1.7] A união entre paredes estruturais deverá ser feita

preferencialmente por interpenetração. No caso de isto não ser possível,

admite-se a união por reforço metálico, desde que seja eficiente para evitar

fissuras e permita a distribuição de esforços entre as paredes. São

possíveis duas soluções: telas de aço galvanizadas eletrosoldadas ou

estiradas, posicionadas nas juntas de argamassa ou grampos metálicos

em “U” imersos em “pilaretes” totalmente grauteados, obtidos pelo

preenchimento completo com graute dos vazados contíguos. Paredes não-

estruturais não necessitam ser unidas às paredes estruturais, podendo

estar separadas destas por juntas de trabalho. A fissura vertical na união

de duas paredes é uma falha construtiva e deverá ser reparada pela

construtora;

• [EX-6.1.8] A operação de grauteamento dos “pilaretes” verticais é uma

operação de importância essencial para o desempenho estrutural esperado

nos PCAE-PA, tanto para as alvenarias cerâmicas, quanto para as de

blocos vazados de concreto. Todas as recomendações da norma NBR

8798, relativas às técnicas de grauteamento (NBR 8798, item 4.2.6)

c ≥ 1,5 b

a ≥ d/10 ea ≥ 10 cm

b ≥ d/5 eb ≥ 30 cm

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deverão ser obedecidas. Na alvenaria cerâmica é essencial a saturação

prévia dos blocos nas vazados verticais para que a retração hidráulica

excessiva não prejudique o desempenho esperado (isto pode causar

eflorescências, mas, neste caso, “dos males o menor”). São pontos

essenciais na técnica de grauteamento: vazados sem rebarbas de

argamassa e nas dimensões mínimas recomendadas (50x70 mm); limpeza

dos furos através das janelas de pé de “pilar”; lançamento de altura

limitada; vibração (preferencialmente manual); prazo mínimo de

grauteamento (24 horas após a execução da alvenaria); continuidade da

armação na parede.

6.2. Exigências construtivas quanto aos métodos e técnicas de execução de lajes

• [EX-6.2.1] As lajes podem ser moldadas no local, parcialmente pré-

fabricadas ou totalmente pré-fabricadas. Admitem-se: lajes mistas (com vigotas

ou painéis treliçados e qualquer tipo usual de “caixão perdido” – blocos

cerâmicos, de concreto, de concreto celular, de poliestireno expandido); pré-

lajes (inteiriças ou em painéis) ou lajes alveolares protendidas. No entanto, não

são admitidas fissuras nas lajes, por qualquer motivo, nem fissuras nas paredes

e revestimentos por deformação excessiva das lajes. Assim a escolha e

execução das lajes devem ser feitas considerando-se não apenas o

desempenho estrutural, como também os efeitos das suas deformações. Juntas

acabadas no revestimento sobre a união entre painéis podem vir a ser

admitidas, devendo a CAIXA ser previamente consultada a respeito;

• [EX-6.2.2] Em edifícios de alvenaria estrutural, de média altura,no Brasil, não há

a necessidade de que as lajes sejam ancoradas mecanicamente às paredes

por armadura, bastando a ancoragem por atrito e aderência, para se ter um

desempenho estrutural adequado. Assim, a execução de lajes tem de garantir a

solidarização por aderência destas com o conjunto de paredes. Isto implica em

uma moldagem no local da totalidade da laje ou de parte dela. O projeto de

produção deve detalhar esta solidarização e a execução deverá respeitar

totalmente os detalhes previstos. Qualquer solução impõe a adoção da

execução prévia da cinta de respaldo [EX-6.1.5];

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• [EX-6.2.3] As espessuras mínimas de lajes admitidas pela CAIXA são: maciças

de concreto moldadas no local e com pré-laje inteiriça ou pré-laje em painéis –

9 cm; mistas com vigotas ou mini-painéis treliçados com “caixão perdido” – 12

cm para as lajes de piso e 10 cm para as lajes de cobertura; protendidas

alveolares – 16 cm, incluso 4 cm de capa de solidarização;

• [EX-6.2.4] As lajes de cobertura podem vir a se movimentar por efeito de

deformação térmica. No entanto, isto não pode causar fissuras e trincas na

alvenaria, nem nos revestimentos, nem qualquer prejuízo ao desempenho das

paredes (por exemplo percolação de água), patologias estas que se surgirem

deverão ser solucionadas pela construtora, em caráter definitivo tão logo

ocorram. O detalhamento da união da laje de cobertura com as paredes e da

técnica executiva para evitar patologias deve constar do projeto de produção.

São admitidas juntas de movimentação no encontro paredes lajes, desde que

as mesmas tenham total estanqueidade e que o revestimento seja acabado

mediante frisos ou mata-juntas adequados;

• [EX-6.2.5] As lajes deverão ser escoradas e o escoramento mantido sem

mudanças de posição por um determinado período, dependente do tipo de laje

e do carregamento transitório (peso dos blocos estocados sobre a laje). Lajes

inteiramente moldadas no local deverão obedecer à exigência da NBR 6118 de

escoramento por 21 dias. Outros tipos de lajes deverão ser mantidas escoradas

por um período tal, de modo a que o carregamento dos blocos, utilizados na

execução das paredes de um pavimento, seja distribuído por três lajes

sucessivas (a laje sobre a qual está sendo executada a alvenaria e as duas

lajes inferiores). O dimensionamento destes escoramentos deve constar do

projeto de produção e deverá considerar o efeito da deformação de lajes com

menos de 28 dias nas paredes resistentes dos andares inferiores.

• [EX-6.2.6] As lajes deverão ser curadas, para evitarem-se deformações

excessivas, seja por carregamento instantâneo, seja por efeito de fluência.

Deve ser obedecida, para lajes integralmente moldadas no local a

recomendação da NBR 6118 (7 dias de cura úmida). Para outras lajes, a capa

de cobertura deverá ser curada por, no mínimo, 3 dias, sendo que o período

mínimo de cura úmida (se for necessário mais de 3 dias) para as mesmas é de

responsabilidade da construtora. Cabe, no entanto, lembrar, novamente que

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qualquer patologia resultante de deformações estruturais deverão ser

assumidas pela construtora por 5 anos da entrega dos edifícios;

• [EX-6.2.7] Paredes hidráulicas (ver item 6.3), são paredes não-estruturais.

Estas e outras paredes, pré-definidas em projetos como não-estruturais (de

vedação, como no caso de paredes que poderão ser futuramente removidas)

não podem receber cargas transmitidas pelas lajes, pois neste caso iriam atuar,

na prática, como paredes estruturais. Assim as lajes não podem se apoiar

sobre paredes de vedação. O detalhamento da execução destas paredes deve

constar do projeto de produção. O planejamento da seqüência de execução das

paredes deve, também, definir claramente quando e como elas serão

executadas. Por toda a vida útil do edifício as paredes deverão permanecer

sem carregamento originado por deformação da laje ou por detalhe

inadequado. Qualquer dano ou prejuízo ocasionado pela retirada, corte ou

seccionamento de paredes de vedação, nas lajes ou em paredes estruturais

contíguas a ela (ou, ainda, nos revestimentos sobre estes elementos), a

qualquer tempo, em até 20 anos da entrega, será de responsabilidade da

construtora.

6.3. Exigências construtivas quanto às técnicas de embutimento de instalações e

corte de paredes

• [EX-6.3.1] As instalações elétricas devem ser todas dutadas com conduítes e

embutidas nas paredes de alvenaria, nos vazados dos blocos. A distribuição

horizontal dos conduítes poderá se feita ou por embutimento nas lajes ou por

embutimento em forros falsos. O embutimento nas paredes estruturais deverá

ser feito concomitantemente com a elevação das mesmas, devendo o

posicionamento dos conduítes constar do projeto de produção. O corte de

paredes para embutimento de pequenos trechos pode ser admitido, desde que,

sejam respeitados os limites de comprimento e profundidade definidos na figura

6.2. e se forem previstos em projeto. No entanto, qualquer fissura nos

revestimentos decorrentes deste tipo de corte é de responsabilidade do

executor;

• [EX-6.3.2] As prumadas elétricas e hidráulicas não podem ser embutidas nas

paredes de alvenaria estrutural, devendo estar, preferencialmente, embutidas

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em “shafts” verticais, especificamente projetados para esta finalidade. Nas

paredes de vedação admite-se o embutimento de prumadas, devendo, no

entanto, prever-se detalhes construtivos em projeto que evitem fissuras nos

revestimentos. As prumadas de gás, quando embutidas, devem, ou estar

posicionadas em paredes de vedação, ou em enchimentos externos às paredes

estruturais;

• [EX-6.3.3] Os ramais das instalações hidráulicas quando embutidos em

paredes, devem estar posicionados, ou em paredes de vedação (denominadas

paredes hidráulicas), ou em enchimentos externos às paredes estruturais.

Admite-se cortes em paredes para embutimento de pequenos trechos de

ramais desde que respeitados os limites de comprimento e profundidade

definidos na figura 6.2. Admite-se, ainda, o embutimento de pequenos trechos

verticais de ramais (como os de esgoto de pias) nos vazados dos blocos,

quando forem executados concomitantemente com a elevação da alvenaria.

• [EX-6.3.4] Todos os cortes em paredes, sejam para embutimento de trechos de

ramais das instalações, para alojar quadros e caixas de eletricidade ou outra

finalidade somente pode ser feito com ferramenta elétrica apropriada (tipo

“Makita”) equipada com discos diamantados;

• [EX-6.3.5] É proibido o corte posterior de vãos com área maior que a área de

três blocos ou de comprimento superior a 1,5 vez o comprimento do bloco

paredes estruturais (ver figura 6.2). O embutimento de aparelhos de ar

condicionado (tipo “de parede”) em paredes estruturais deve ser previsto em

projeto, pois, exige o posicionamento de verga e contraverga ou de um pré-

fabricado específico na parede, durante a elevação da mesma e porque não se

admite o corte posterior .

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Fig. 6.2 – Dimensões máximas dos cortes admitidos em paredes estruturais

7. EXIGÊNCIAS E PARÂMETROS PARA O CONTROLE TECNOLÓGICO A SER

ADOTADO NA PRODUÇÃO DA ESTRUTURA DE EDIFÍCIOS EM ALVENARIA

ESTRUTURAL

A obtenção do desempenho e da segurança estrutural previstas em projeto

na construção de edifícios é garantida, essencialmente, pela execução de ações de

controle durante toda a etapa de construção. O conjunto de todas estas ações é

medida dimensão

a ≤ 3 cm

b ≤ t / 3

d ≤ C / 5

h ≤ H / 3

s ≤ t

m ≥ 20 cm

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denominado genericamente controle tecnológico da construção. Isto é válido para a

produção de edifícios com qualquer tipologia estrutural e, portanto, é uma exigência

essencial na produção de edifícios em alvenaria estrutural.

Da mesma forma que o conteúdo adulterado de um único caminhão betoneira

pode ser responsável pela queda de um edifício em estrutura reticulada (se, por exemplo,

este conteúdo for utilizado na concretagem de um grupo de pilares), uma única partida de

blocos não-conformes pode também comprometer seriamente a segurança estrutural de

um edifício em alvenaria.

Para garantia da segurança estrutural nesta tipologia construtiva têm

fundamental importância os seguintes controles:

� Controle de recebimento (ou de aceitação) de materiais e componentes: blocos

estruturais; concreto estrutural; graute de enchimento e argamassa de

assentamento;

� Controle de aceitação da alvenaria. Na terminologia da NBR-8798 este controle é

denominado – controle de aceitação de componentes (item 6.1.2)

� Controle de produção (ou de processo) de paredes estruturais e da estrutura do

edifício. Na terminologia da NBR-8798 é denominado – controle de produção de

componentes (item 5.1.3)

As exigências da CAIXA para estes controles estão estabelecidas nos itens 7.2 a 7.4.

A construtora deverá contratar o controle tecnológico com uma empresa especializada,

a qual deverá apresentar um relatório mensal de controle à construtora (Relatório

Mensal de Controle Tecnológico – RMCT). Este relatório deve ser arquivado no

escritório da obra disponivel para consulta, e é documento obrigatório para se proceder

a liberação dos recursos financeiros. O primeiro relatório a ser apresentado (1° RMCT)

inclui algumas características adicionais em relação aos demais, (ver adiante).

As características que devem ser objeto de controle obrigatório durante toda a etapa

de construção estão relacionadas a seguir. A periodicidade do controle, a definição dos

lotes, os métodos de ensaio e as tolerâncias admitidas estão descritas nas exigências

respectivas. Estão, também, relacionadas às características que devem constar da

documentação inicial a ser apresentada à CAIXA quando da solicitação do

financiamento e as que devem constar do primeiro relatório do controle tecnológico

(ver item 7.1). Estas últimas características são exigidas apenas uma única vez porém,

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isto não deve ser entendido que é dispensável o seu controle contínuo, mas tão

somente, que elas não serão exigidas pela CAIXA nos relatórios mensais.

A) Características de controle obrigatório (por lote)

� resistência à compressão característica dos blocos (fbk) e respectivo CV (por

lote e pelo conjunto dos lotes) [EX-7.2.2];

� características dimensionais e geométricas dos blocos [EX-7.2.3];

� uniformidade de produção de argamassas [EX-7.2.4];

� resistência à compressão característica (fck) e abatimento dos concretos

estruturais [EX-7.2.5];

� resistência à compressão característica dos prismas de alvenaria oco e cheio

[EX-7.3.2];

� características geométricas da parede [EX-7.4.1], e

� prumo da estrutura do edifício [EX-7.4.2].

B) Características a serem apresentadas na documentação inicial [EX-7.1.1]

� resistência à compressão característica (fbk) do blocos e respectivo CV;

� características dimensionais e geométricas dos blocos, e

� massa seca média dos blocos e densidade superficial das paredes.

C) Características a serem apresentadas apenas no primeiro relatório de controle

tecnológico [EX-7.1.2]

� resistência à compressão média da argamassa de assentamento e do graute de

enchimento;

� módulo de elasticidade tangente da argamassa de assentamento;

� resistência de aderência à tração na flexão de prismas de alvenaria.

7.1. Exigências quanto às características iniciais de referência dos blocos, das

argamassas e da alvenaria

Na documentação anexada à solicitação de financiamento de edifícios em alvenaria

estrutural devem ser incluídos documentos que contenham as características dos

blocos que serão empregados na construção e descritas na exigência [EX-7.1.1]. No

primeiro relatório mensal de controle de qualidade (1° RMCT) devem ser

documentadas as características, descritas na exigência [EX-7.1.2], das argamassas e

grautes em uso na obra e de prismas de alvenaria moldados com os blocos,

argamassas e grautes empregados.

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• [EX-7.1.1] Deve ser inicialmente comprovado, através de documentação

fornecida pelas indústrias produtoras e pela empresa de controle tecnológico

contratada, que os blocos a serem utilizados atendem integralmente as

exigências: [EX-5.1.2] ou [EX-5.2.2] – Dispersão máxima da resistência à

compressão (através do CV da produção, obtida no controle de qualidade

contínua do processo de produção); [EX-5.1.4] ou [EX-5.2.4] - resistência à

compressão característica (fbk) mínima; [EX-5.1.3] ou [EX-5.2.3] e [EX-5.1.6] ou

[EX-5.2.6] características dimensionais e geométricas, massa seca média dos

blocos e massa por m² de parede mínima (densidade superficial da parede);

• [EX-7.1.2] O primeiro relatório mensal de controle tecnológico deve incluir

documentação que comprove que as alvenarias empregadas nas paredes

estruturais atendem à exigência [EX-5.3.1] - resistência de aderência à tração

na flexão mínima de prismas de alvenaria. Devem, também, ser informadas no

1º RMCT as seguintes características dos materiais empregados: resistência à

compressão média das argamassas de assentamento e dos grautes; módulo de

elasticidade tangente da argamassa de assentamento (média de 6 corpos de

prova - recomenda-se que este módulo seja inferior a 3,0 GPa).

7.2. Exigências quanto ao controle de recebimento de materiais e componentes

O controle de recebimento dos blocos deve ser feito continuamente durante toda a

execução da alvenaria. As seguintes características devem ser avaliadas: resistência à

compressão característica do bloco e coeficiente de variação da resistência à

compressão dos blocos [EX-7.2.2] e as características dimensionais e geométricas dos

blocos [EX-7.2.3]. Todas estas características devem ser avaliadas por lotes, definidos

na exigência [EX-7.2.1]. A liberação de lotes de blocos deve ser feita em acordo com o

descrito na mesma exigência [EX-7.2.1].

O controle das argamassas de assentamento, dos grautes de enchimento e do

concreto utilizado em pré-moldados não estruturais também deve ser contínuo,

executado durante toda a obra. No entanto, a única característica que deve ser

avaliada destes materiais, por exigência da CAIXA, é apenas a uniformidade de sua

produção, [EX-7.2.4], relativa aos lotes de produção. Este controle de uniformidade é

válido, no caso das argamassas, tanto para as produzidas no canteiro quanto para os

produtos industrializados ou pré-misturados em usina. A uniformidade dos grautes é

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avaliada indiretamente, através dos ensaios de prisma cheio [EX-7.3.1]. A

comprovação da uniformidade dos concretos não-estruturais não é exigida pela CAIXA.

O controle do concreto estrutural utilizado nas fundações, infraestrutura, lajes e em

elementos pré-moldados com função estrutural é um controle normal de recebimento

de concreto de cimento Portland, e deve ser feito de acordo com o estabelecido na

NBR-6118 [EX-7.2.5]

• [EX-7.2.1] Os lotes de blocos para o controle de aceitação da resistência à

compressão características não devem ser maiores que o número de blocos

por pavimento-tipo ou que 10.000 blocos. Cada lote deve ser constituído por

pelo menos 12 blocos e de cada caminhão deve ser retirado pelo menos um

bloco. Os lotes de blocos não poderão ser utilizados até que sejam liberados

pelo controle tecnológico, devendo permanecer estocados com identificação

clara de sua condição (liberados, com data e responsabilidade pela liberação,

ou não). Para avaliação das características dimensionais e geométricas dos

blocos todo caminhão de entrega é um lote e os ensaios devem ser feitos com

pelo menos 10 blocos por lote. Recomenda-se que os lotes sejam ensaiados

antes da descarga e, se recusados, devolvidos. Se a carga tiver sido

descarregada os blocos não poderão ser utilizados, devendo permanecer

estocados com identificação clara desta sua condição, até a devolução.

• [EX-7.2.2] O valor da resistência à compressão característica do bloco

estrutural (fbk) deve ser determinada para todos os lotes. O cálculo da

resistência à compressão característica deve ser feito empregando-se a

metodologia recomendada na norma NBR 6136, tanto para o bloco de concreto

como para o bloco cerâmico. O ensaio dos blocos deve ser feito de acordo com

as normas respectivas (NBR 7184, para o bloco de concreto e NBR 6461, para

o bloco cerâmico). Para cada lote deve-se ainda calcular o CV (coeficiente de

variação). Exige-se que o valor de fbk para cada lote seja sempre maior ou igual

ao de projeto. Exige-se que o CV de cada lote seja inferior a 15% para o bloco

de concreto e a 20% para o bloco cerâmico. Estes limites de CV são válidos

também quando os lotes forem analisados em conjunto. Este critério é

essencial para a aceitação ou não da indústria produtora. Se os blocos tiverem

marca de conformidade, reconhecida pelo INMETRO, este controle de

aceitação dos blocos não precisará ser feito, sendo substituído pelo controle

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tecnológico de fabricação. Neste caso, a indústria produtora do bloco deverá

encaminhar mensalmente para a construtora um relatório com o fbk e o CV da

produção mensal fornecida para a obra (com amostragem de todas as

remessas). Este relatório deve ser anexado ao relatório mensal do controle

tecnológico.

• [EX-7.2.3] O controle de aceitação das características dimensionais e

geométricas dos blocos deve ser feito pela construtora e formalizado em fichas

de controle e cópias destas devem ser anexadas ao relatório mensal de

controle tecnológico. A importância destes ensaios resulta no fato de que o não

atendimento das exigências normativas é um claro indicativo de uma produção

inadequada e evita que a utilização de uma carga não-conforme possa trazer

prejuízos futuros para a construtora, por exemplo, pela recusa de um pavimento

construído com os mesmos. Devem ser avaliadas, no mínimo, a variação na

altura dos blocos (tolerância de ± 3mm para ambos os tipos de blocos,

ensaiados segundo a NBR 7186, para bloco de concreto e a ASTM C67, para

bloco cerâmico) e a espessura das paredes dos blocos (devem atender em

100% dos corpos de prova as exigências descritas em [EX-5.1.3] e [EX-5.2.3]).

É recomendável que o não atendimento destas exigências seja motivo

suficiente para recusa do lote.

• [EX-7.2.4] A produção de argamassas durante a obra deve ser feita de modo a

garantir uma adequada uniformidade das suas características, seja quando ela

é produzida inteiramente no canteiro, como quando é produzida em usina ou

com o emprego de argamassas pré-misturadas. É exigido como medida de

uniformidade o estabelecimento de um limite superior para a dispersão dos

resultados de resistência à compressão axial. Esta dispersão deve ser avaliada

pelo Coeficiente de Variação (valor, em porcentagem, da divisão do desvio

padrão pela resistência média, de um conjunto de corpos de prova). O limite

superior admitido, quando a argamassa for ensaiada segundo a NBR 7215, é

CV ≤ 20%, em uma produção contínua, por longos ou curtos períodos. A

comprovação desta regularidade deverá ser feita através do relatório mensal

do controle tecnológico;

• [EX-7.2.5] O controle de recebimento de concretos de uso estrutural (utilizados

em lajes, fundações, pilares e vigas, etc.) deve ser feito em acordo com os

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procedimentos descritos na NBR 12.655, inclusive a definição de lotes. Devem

ser continuamente controlados, pelo menos, a resistência à compressão

característica (fck) e o abatimento do troco de cone (“slump test”). Não é

estabelecida, para a construção de edifícios em alvenaria estrutural, nenhuma

exigência adicional para este controle de recebimento.

7.3. Exigências quanto ao controle tecnológico da produção da alvenaria

O controle contínuo de produção da alvenaria é, talvez, a maior garantia de obtenção

do grau de segurança estrutural exigido. Isto porque, ao se avaliar a resistência de

corpos de prova de alvenaria (prismas ocos e cheios) moldadas no canteiro de obras,

está se avaliando concomitantemente: as características dos blocos, das argamassas

e dos grautes; o efeito conjunto destes materiais; a influência da mão de obra e a

influência das condições ambientais. Esta metodologia é aceita internacionalmente

como a mais completa e, quando bem conduzida, a mais conclusiva sobre o

desempenho estrutural de estruturas em alvenaria.

O método de ensaio exigido é o padronizado na norma NBR-8798. Na exigência [EX-

7.3.1] são estabelecidas as definições dos lotes e da moldagem dos corpos de prova.

Na exigência [EX-7.3.2] são definidos os parâmetros de aceitação e na exigência [EX-

7.3.3] os procedimentos para liberação de um pavimento.

• [EX-7.3.1] A estrutura de cada edifício deve ser dividida em lotes. Cada lote

deve corresponder a: uma semana calendário de produção de alvenaria; um

pavimento; 200 m² de área (em planta) construída, ou 500 m² de alvenaria,

prevalecendo a menor quantidade. A amostra representativa do lote deve

constituir-se de no mínimo 6 exemplares de prismas ocos, na PCAE-NA e de,

no mínimo, 6 exemplares de prismas ocos e 6 exemplares de prismas cheios,

na PCAE-PA. Cada exemplar deve constituir-se de um ou mais prismas,

preparados aleatoriamente durante a execução do correspondente lote,

utilizando-se os mesmos operadores, equipamentos, argamassa e graute

empregados na construção.

• [EX-7.3.2] Para a aceitação ou rejeição de um lote deve-se observar na integra

o procedimento descrito no item 6.1.2.2. da norma NBR 8798. O lote será

aceito se fpk,est ≥≥≥≥ fpk , onde fpk é a resistência característica de projeto, constante

do projeto estrutural, mas não menor que 2,5 MPa, para o prisma oco e não

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menor que 4,0 MPa, para o prisma cheio.

• [EX-7.3.3] Pavimentos que tenham lotes rejeitados devem ser: ou demolidos,

ou reforçados ou, após submissão para análise do projetista da estrutura, aceito

sub judice pela CAIXA. Nesta última hipótese a construtora deverá encaminhar

para a CAIXA um parecer técnico do projetista da estrutura, com as

justificativas para a liberação. A CAIXA, a seu exclusivo critério, poderá

submeter, ou não, este parecer a sua assessoria técnica para análise e tomada

de decisão definitiva.

7.4.Exigências quanto ao controle tecnológico da produção de paredes de

alvenaria e da estrutura do edifício

A avaliação contínua da conformidade das características das paredes de alvenaria é

um procedimento normal em qualquer processo de produção de estruturas de

alvenaria. Normalmente este controle é feito, seja de modo formalizado ou não, pela

própria equipe de produção (pelo mestre ou encarregado, quando não é formalizado) e

é encarada como um controle de aceitação das paredes, inclusive para efeito de

liberação para pagamento dos serviços. As características mais importantes para

avaliação são o prumo, a planicidade, a posição e a perfeição geométrica dos vãos das

paredes e o nivelamento dos referenciais de horizontalidade (peitoris e fiada de apoio

das lajes), pois, em conjunto, dão uma perfeita medida da qualidade de execução dos

serviços. Em relação a estas características a CAIXA estabelece a exigência [EX-

7.4.1]. A aceitação final da estrutura, após o cumprimento de todo o controle

tecnológico definido nas exigências anteriores pode então ser feita apenas pela

avaliação da perfeição do prumo do edifício [EX-7.4.2], característica esta fundamental

para o desempenho e a segurança estrutural do mesmo e que deve ser feita ao

término da estrutura, mas antes da execução dos revestimentos de fachada.

• [EX-7.4.1] A construtora deve ter um sistema de gestão da qualidade que

preveja e execute um controle de produção de paredes de alvenaria. Todas as

paredes devem ser liberadas por este controle, o qual deve ser formalizado em

fichas de controle. Cópia destas fichas devem ser anexadas ao relatório mensal

do controle tecnológico. As tolerâncias que devem ser admitidas no controle de

produção da construtora para a aceitação de paredes são as constantes da

tabela 5 da norma NBR 8798. Neste tipo de controle são considerados

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essenciais para o desempenho estrutural a observância das tolerâncias de

prumo (denominado na NBR 8798 - alinhamento da parede vertical) e de

nivelamento dos referenciais horizontais (denominado na NBR 8798 -

alinhamento da parede horizontal);

• [EX-7.4.2] A aceitação definitiva da estrutura, após liberação de todos os

controles de produção e aceitação, deve ser feita pela verificação do prumo do

edifício. Esta verificação deve ser feita pela empresa contratada para fazer o

controle tecnológico, que emitirá um relatório de liberação final, após este

controle. Será exigida uma tolerância de 2mm/m, limitada porém, a 20 mm na

altura total do edifício. Desaprumos superiores a estes limites, em qualquer

parede externa, implicam na não aceitação da estrutura, ficando o processo

sub judice pela CAIXA.

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8. BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Blocos vazados de concretosimples para alvenaria com função estrutural. Determinação da resistência àcompressão. NBR 7184. Rio de Janeiro, 1992.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Cálculo de alvenariaestrutural de blocos vazados de concreto. NBR 10837. Rio de Janeiro, 1989.

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