alternativas de controle da queima das folhas do inhame...

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i UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA TESE DE DOUTORADO Alternativas de controle da queima das folhas do inhame (Dioscorea cayennensis) NOELMA MIRANDA DE BRITO Areia PB 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

TESE DE DOUTORADO

Alternativas de controle da queima das folhas do inhame

(Dioscorea cayennensis)

NOELMA MIRANDA DE BRITO

Areia – PB

2009

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ii

NOELMA MIRANDA DE BRITO

Alternativas de controle da queima das folhas do inhame

(Dioscorea cayennensis)

Orientadora: Dra. Luciana Cordeiro do Nascimento

Areia – PB

2009

Tese apresentada à Universidade Federal da Paraíba,

como parte das exigências do Programa de Pós-

Graduação em Agronomia, para a obtenção do título

de Doutor.

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Ficha Catalográfica Elaborada na Seção de Processos Técnicos da

Biblioteca Setorial de Areia-PB, CCA/UFPB.

B862a Brito, Noelma Miranda de.

Alternativas de controle da queima das folhas do inhame (Dioscorea cayennensis)./

Noelma Miranda de Brito. – Areia - PB: UFPB/CCA, 2009.

88f.

Tese (Doutorado em Agronomia) - Universidade Federal da Paraíba - Centro de

Ciências Agrárias, Areia, 2009.

Bibliografia.

Orientador: Luciana Cordeiro do Nascimento.

Co-Orientador: Egberto Araújo.

1. Inhame 2. Inhame – controle 3. Inhame – queima das folhas – controle I.

Nascimento, Luciana Cordeiro do (Orientador) II. Araújo, Egberto (Co-orientador) III.

Título.

CDU 582.575.1

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NOELMA MIRANDA DE BRITO

Alternativas de controle da queima das folhas do inhame

(Dioscorea cayennensis)

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________

Profa. Dra. Luciana Cordeiro do Nascimento

Orientadora – CCA/UFPB

________________________________________

Prof. Dr. Ademar Pereira de Oliveira

Examinador – CCA/UFPB

_______________________________________

Prof. Dr. Egberto Araújo

Examinador – CCA/UFPB

_______________________________________

Prof. Dr. Rildo Sartori Barbosa Coêlho

Examinador – IPA

_______________________________________

Prof. Dr. Sami Jorge Michereff

Examinador – UFRPE

AREIA – PB

2009

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A DEUS...

Por me mostrar que as oportunidades na vida são dadas a quem as merece e se elas não foram

concedidas é porque não chegou o momento oportuno.

A MINHA FAMÍLIA...

Meus pais, Olímpio Rubens de Brito e Mildredes Miranda de Brito pelo exemplo de amor,

dedicação e compreensão que mesmo a distância ensinou-me a superar as adversidades ao

longo dessa jornada e lembrar que “o amor pela vida” nos impulcionam a seremos pessoas

melhores.

E os meus irmãos Nedson, Nelma, Noelson e Noilson, pelo companheirismo, solidariedade e

incentivo, pois nem sempre a presença física é necessária para que essas ações sejam

demonstradas.

DEDICO.

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AGRADECIMENTOS

A DEUS...

Por ser meu guia, meu mestre espiritual nesta etapa da vida e por estar presente em todos os

momentos da minha vida.

AOS MEUS ORIENTADORES...

Luciana Cordeiro do Nascimento, Egberto Araújo e Ademar Pereira de Oliveira, pela

instrução e experiências acadêmicas transmitidas que contribuíram enormemente para a

realização deste trabalho.

AOS PROFESSORES DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA...

Pelo ensino e dedicação para minha formação acadêmica e profissional na área de

Agronomia.

AOS FUNCIONÁRIOS...

Do laboratório de Fitopatologia: Francisca Maria Souto (Chiquinha) e Tomaz de Aquino

(Tómas)

Do laboratório de Microbiologia: Cosme Ribeiro Dantas

Do laboratório de Entomologia Agrícola: Severino João Numeriano de Sousa (Nino)

Do laboratório de Botânica: Saulo Alves de Lima

Do Setor de Olericultura (Chã de Jardim): Genival Gomes da Silva (Vavá), Francisco de

Castro Azevedo (Fã), Francisco Silva do Nascimento (Chico)

Do departamento de Fitotecnia: Inaldo Gomes de Oliveira (Naú)

Da secretaria do Programa de Pós-Graduação em Agronomia: Cícera Eliane de Araújo e José

Ribeiro Dantas Filho (Zezinho). Pelo auxílio nos procedimentos relativos à pesquisa, aos

assuntos burocráticos e institucionais.

AOS PROFESSORES...

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Dr. Rildo Sartori Barbosa Coelho e Dr. Sami Jorge Michereff, da Universidade Federal Rural

de Pernambuco - UFRPE, Dr. Walter E. Pereira, Centro de Ciências Agrárias – UFPB, pela

ajuda e colaboração nesta pesquisa.

AO CNPq...

Pela concessão da bolsa de estudo que me manteve nesta longa jornada da pesquisa.

AOS MEUS QUERIDOS AMIGOS...

Cynthia, Catarina, Erbs, Emanuele, Felipe, Iane, Jandiê, João Paulo, Juliana, Mácio, Maria do

Socorro (Corrinha), Maria Rocha, Maria do Socorro (tecnóloga), Socorro (Recife), Nairan,

Valéria, Wagner pelo auxílio nos momentos difíceis e pelo companherismo ao longo de todo

o período de estudos.

AOS ESTAGIÁRIOS...

Maria Alexandra (Alê), Michele Santos (Mimi) e Ricardo de O. Lacerda (Bebê) pelo apoio no

Laboratório de Fitopatologia, auxiliando nas pesquisas.

AOS COLEGAS...

A todos os meus colegas de curso, Mestrado e Doutorado, pela convivência, incentivo e

colaboração durante as atividades acadêmicas.

A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.

O MEU SINCERO AGRADECIMENTO.

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MENSAGEM

Devemos lembrar que:

“Quase tudo é possível quando se tem dedicação e habilidade,

pois, grandes trabalhos são realizados não pela força, mas, pela

perserverança”... (Autor desconhecido)

... “e que é muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar

triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar

filas com os pobres de espírito, que nem gozam muito, nem sofrem

muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece a

vitória nem a derrota”.

(Theodore Roosevelt)

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA........................................................................................................................V

AGRADECIMENTO...............................................................................................................VI

MENSAGEM..........................................................................................................................VII

LISTA DE FIGURAS............................................................................................................ XI

LISTA DE TABELAS.......................................................................................................... XIII

RESUMO ..............................................................................................................................XIV

ABSTRACT............................................................................................................................XV

CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO GERAL ...................................................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA ..............................................................................................3

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................11

CAPÍTULO ll – CONTROLE DE Curvularia eragrostidis IN VITRO COM O USO DE

PRODUTOS NATURAIS........................................................................................................23

RESUMO.................................................................................................................................24

ABSTRACT.............................................................................................................................25

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................26

2. MATERIAL E MÉTODOS...............................................................................................28

3. RESULTADO E DISCUSSÃO .........................................................................................31

4. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 42

5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................43

CAPÍTULO lll – CONTROLE DE Curvularia eragrostidis NA CULTURA DO INHAME

(Dioscorea cayennensis) COM O USO PRODUTOS NATURAIS, FUNGICIDAS E

INDUTOR DE RESISTÊNCIA...............................................................................................48

RESUMO ................................................................................................................................49

ABSTRACT.............................................................................................................................50

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................51

2. MATERIAL E MÉTODOS...............................................................................................53

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 57

4. CONCLUSÕES .................................................................................................................75

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 76

ANEXOS ............................................................................................................................... 83

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO II

FIGURA 1. Percentagem de inibição do crescimento micelial de C. eragrostides com o uso

de extratos vegetais de alho (A), citronela (B), gengibre (C) e nim (D).

FIGURA 2. Percentagem de inibição da esporulação de C. eragrostidis com o uso de extratos

vegetais de alho (A), citronela (B) e gengibre (C).

FIGURA 3. Percentagem de inibição da germinação de conídios de C. eragrostidis em

condição de claro contínuo com o uso de extratos vegetais de alho (A),

citronela (B), gengibre (C) e nim (D).

FIGURA 4. Percentagem de inibição da germinação de conídios de C. eragrostidis em

condição de escuro contínuo com o uso de extratos vegetais de alho (A),

citronela (B), gengibre (C) e nim (D).

CAPÍTULO III

FIGURA 5. Folhas de inhame com manchas foliares causadas por Curvularia eragrostidis

aos 90 dias após o plantio.

FIGURA 6. Área foliar de amostras do estrato superior de plantas de inhame tratadas com

água (T1), extrato de nim (T2), extrato de gengibre (T3), Extrato de citronela

(T4), Extrato de alho (T5), os fungicidas Azoxistrobina (T6) e o Mancozeb (T8),

Silicato de sódio (T7) e o ASM (T9).

FIGURA 7. Área foliar de amostras do estrato mediano de plantas de inhame tratadas com

água (T1), extrato vegetal de nim (T2), extrato de gengibre (T3), Extrato de

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citronela (T4), alho (T5), os fungicidas Azoxistrobina (T6) e o Mancozeb (T8),

Silicato de sódio (T7) e o ASM (T9).

FIGURA 8. Área foliar de amostras do estrato inferior de plantas de inhame tratadas com

água (T1), extrato vegetal de nim (T2), extrato de gengibre (T3), citronela (T4),

alho (T5), os fungicidas Azoxistrobina (T6) e o Mancozeb (T8), Silicato de

sódio (T7) e o ASM (T9).

FIGURA 9. Influência dos períodos de aplicação de sobre o comprimento de túberas de

inhame dos tratamentos Testemunha (T1), Extrato de nim (T2), Extrato de

gengibre (T3), Extrato de citronela (T4) e Extrato de alho (T5).

FIGURA 10. Influência dos intervalos de aplicação sobre o comprimento de túberas de

inhame dos tratamentos Azoxistrobina (T6), Silicato de sódio (T7),

Mancozeb (T8), ASM (T9).

FIGURA 11. Influência dos períodos de aplicação de extratos sobre o peso médio de túberas

de inhame com os tratamentos Testemunha (T1), Extrato de nim (T2), Extrato

de gengibre (T3), Extrato de citronela (T4) e Extrato de alho (T5).

FIGURA 12. Influência dos períodos de aplicação de extratos sobre o peso médio de túberas

de inhame com os tratamentos Azoxistrobina (T6), Silicato de sódio (T7),

Mancozeb (T8), ASM (T9).

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO II

TABELA 1. Percentagem de inibição do crescimento micelial de Curvularia eragrostidis,

com uso de extratos vegetais. CCA/UFPB, Areia – PB, 2009.

TABELA 2. Percentagem de inibição da esporulação de Curvularia eragrostidis com uso de

extratos vegetais. CCA/UFPB, Areia – PB, 2009.

TABELA 3. Percentagem de inibição da germinação de conídios de Curvularia eragrostidis,

com o uso de extratos vegetais. CCA/UFPB, Areia – PB, 2009.

CAPÍTULO III

TABELA 4. Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) em plantas pulverizadas

com extratos vegetais, fungicidas, indutor de resistência e o Silicato de sódio.

CCA/UFPB, Areia – PB, 2009.

TABELA 5. Área foliar do inhame após pulverização com extratos vegetais, fungicidas e o

indutor de resistência e o Silicato de sódio. CCA, Areia - PB, 2009.

TABELA 6. Influência dos períodos de aplicação de extratos vegetais, indutor de resistência,

dos fungicidas químicos e Silicato de sódio sobre o peso médio de túberas de

inhame na colheita. CCA/UFPB, Areia – PB, 2009.

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ALTERNATIVAS DE CONTROLE DE Curvularia eragrostidis NA CULTURA DO

INHAME (Dioscorea cayennensis)

RESUMO

O objetivo do trabalho foi avaliar a eficiência de indutores de resistência, fungicidas químicos

e naturais in vitro e in vivo para a definição de estratégias de controle da doença queima das

folhas do inhame, visando o manejo integrado da cultura e a redução na aplicação de produtos

químicos. O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Fitopatologia e no Setor de

Olericultura do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba

(CCA/UFPB). Testou-se os extratos de alho, citronela, gengibre e nim (5, 15, 25, 35, 45% por

litro de água). Determinou-se o crescimento micelial, a esporulação e a germinação de

esporos após 48 horas em regime de luz claro contínuo e escuro contínuo. Aplicou-se em

condições de campo aos 90 dias após o plantio, através de pulverizações a cada 15, 25, 35 e

45 dias a influência do ASM 20g, Silicato de sódio 20g, Azoxistrobina 16g, Mancozeb 200g +

10mL de alquil fenol poliglicoléter por 100L de água e dos extratos vegetais de alho,

citronela, gengibre e nim a 25% + 5mL de óleo mineral/100L, nas plantas de inhame e

determinou-se a sua influência sobre a severidade da queima, a área foliar e sobre as

carcterísticas produtivas da planta. Os melhores resultados nas análises in vitro foram

observados com os extratos a 25%, reduzindo o crescimento micelial, a esporulação e

germinação do fungo. Os extratos de alho, citronela, gengibre e nim na concentração de 25%

mostram-se eficientes no controle in vitro de C. eragrostidis, em todas as análises realizadas.

As menores médias da área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) foram

observadas nas aplicações dos produtos a cada 15 dias e as maiores médias foram observadas

nas aplicações a cada 45 dias, indicando que nestas aplicações os produtos utilizados não se

mostraram efetivos na proteção das plantas. Maiores áreas foliares foram observadas nas

aplicações em intervalos de 15 dias. Não houve diferenças estatísticas entre os tratamentos

com a aplicação dos produtos a cada 15 e 45 dias sobre o peso médio de túberas de inhame na

colheita. A aplicação dos produtos a cada 25 dias proporcionaram as maiores médias para o

peso de túberas para os tratamentos com extrato de gengibre com 2,27Kg e o fungicida

Azoxistrobina com 2,03Kg, diferindo estatisticamente dos demais tratamentos.

Palavras-chave: queima das folhas, controle químico, controle natural

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ALTERNATIVE CONTROL OF Curvularia eragrostidis ON YAM (Dioscorea

cayennensis)

ABSTRACT

The objective of this study was to evaluate the efficiency of induced resistance, chemical and

natural fungicides in vitro and in vivo for development of strategies to control the disease

from burning leaves of the yam. The following treatment were tested: extracts of Allium

sativum, Cymbopogon nardus, Zingiber officinale and Azadirachta indica (5, 15, 25, 35, 45%

per liter of water). The mycelial growth, sporulation and germination of the spores were

determined after 48 hours under continuous light and continuous dark clear. Curvularia

eragrostidis severity assay was performed in healthy leaves of yam previously sprayed with

each treatment using greater concentrations. Field application was done 90 days after planting

by spraying every 15, 25, 35 and 45 days with ASM 20g, 20g of sodium silicate, 16g of

Azoxystrobin, Mancozeb 200g + 10mL of alkyl phenol poliglicoléter by 100L of water and

plant extracts from Allium sativum, Cymbopogon nardus, Zingiber officinale and Azadirachta

indica to 25% + 5mL oil mineral/100L of water on plants with subsequent determination of

their influence on the severity of the burn, foliar area and the productivity. The best results in

tests in vitro were observed with the extracts to 25%, reducing the mycelial growth,

sporulation and germination. The extracts of A. sativum, C. nardus, Z. officinale and A. indica

in the concentration of 25% and providing efficient control of in vitro C. eragrostidis in all

tests performed. There was influence of the ranges of application on the fresh mass of the

treatments with extracts of Z. officinale, A. indica and C. nardus. The application every 15

provided greater accumulation of overground dry mass for the A. sativum extract. Larger

foliar areas were observed in applications at intervals of 15 days. The lowest average area

under the disease progress curve (AACPD) were observed in the applications of the products

every 15 days and the highest averages were found in the applications every 45 days,

indicating that the products used in these applications were not effective in protection of

plants. Larger leaf areas were observed in applications at intervals of 15 days. There were no

differences between treatments with the application of product every 15 to 45 days on the

average weight of tubers of yam harvesting. The application of product every 25 days

provided the highest average for the weight of tubers for the treatment with ginger extract

with 2,27kg and 2,03kg with Azoxystrobin fungicide, differing statistically from the other

treatments.

Key-words: leaf blight, chemical control, natural control

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1. INTRODUÇÃO GERAL

O inhame, também conhecido como cará-da-costa (Dioscorea cayennensis Lam.), é

uma monocotiledônea da família Dioscoreaceae que no Nordeste, se destaca como alimento,

por sua alta qualidade nutritiva, rica em vitaminas, carboidratos e amido, constituindo-se

alimento básico para população e ainda ser utilizada na agroindústria (SANTOS et al., 1998;

SANTOS, 2008; OLIVEIRA, 2009).

A maioria das espécies de Dioscorea são originadas das zonas tropicais da Ásia e do

Oeste da África (LEONEL et al., 2006; SANTOS, 1996; 2008; MONTEIRO & PERESSIN,

2009). No Brasil, as espécies mais cultivadas são D. cayennensis Lam. e D. alata L. A

espécie D. cayennensis, possui um único cultivar, denominado vulgarmente de Cará-da-costa,

inhame-da-costa ou simplesmente inhame (inhame amarelo) e o segundo possui duas

cultivares, o Cará-São Tomé e o Cará-nambú (MOURA, 2005; MONTEIRO & PERESSIN,

2009).

Na cultura do inhame ocorrem várias doenças, predominanando os de natureza fúngica

que se verificam tanto na parte aérea, interferindo na fotossíntese, como nas túberas,

interferindo no armazenamento das substâncias de reserva (MENEZES, 2002; GARRIDO,

2005). Nas condições edafoclimáticas do Nordeste brasileiro, a queima das folhas do inhame,

causada pelo fungo Curvularia eragrostidis é a doença mais freqüente em D. cayennensis, em

casos severos, verifica-se o desfolhamento da planta, trazendo como conseqüência a redução

em torno de 40% no peso das túberas comerciais (MOURA, 2002; GARRIDO et al., 2003a;

MOURA, 2005), além de perdas de produtividade em conseqüência da redução da capacidade

fotossintética da planta (GARRIDO et al., 2003b; GARRIDO, 2005). O patógeno, em

condições favoráveis de temperatura e umidade, provoca a formação de manchas circulares e

necróticas nas folhas e nas hastes da planta (SANTOS, 1998; 2008).

A indução de resistência de plantas a patógenos, fator importante a ser considerados nos

mais variados tipos de patossistemas vegetais, tem sido alvo de diversos estudos com o uso de

agentes bióticos, como organismos não-patogênicos ou atenuados, e abióticos como

quitosana, ácido salicílico, acibenzolar-S-metil (ASM) entre outros. Estes agentes têm sido

utilizados na indução de resposta de defesa nas espécies vegetais, contra infecções virais,

fúngicas e bacterianas (BENATO, 2002; CARDOSO FILHO, 2003; SOARES et al., 2006;

SOARES et al., 2008). A utilização de extratos de plantas medicinais com propriedades

antifúngicas, é outra alternativa que se destaca pelo seu potencial ecológico e podem ser unida

as demais práticas de manejo integrado de doenças (CARVALHO et al., 2002a).

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Diante do exposto, entende-se ser necessário a realização de pesquisas relacionadas com

a utilização de produtos naturais, indutores de resistência e fungicida químico que reduzam a

severidade da queima das folhas. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a

eficiência de indutores de resistência, fungicidas químicos e extratos vegetais no controle da

queima das folhas do inhame, visando o manejo integrado da doença e a redução na aplicação

de produtos químicos na cultura.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Aspectos gerais sobre o inhame

No Brasil estima-se que ocorram 150 a 200 espécies de Dioscorea, único gênero

comestível da família Dioscoreaceae, em todas as regiões do país, sendo a maioria das

espécies ainda pouco estudada (PEDRALLI, 2002; WIKIPÉDIA, 2008; MONTEIRO &

PERESSIN, 2009). As espécies de Dioscorea cultivadas originaram-se das zonas tropicais da

Ásia e do Oeste da África (SANTOS, 1996; SANTOS, 2008).

Dentre as espécies de inhame cultivadas, as mais importantes, por suas túberas

comestíveis são: D. cayennensis Lam. (inhame amarelo), D. rotundata Poir. (inhame branco),

D. alata L. Many (inhame água), D. trifida L. e D. esculenta L. Schott (SANTOS, 1996;

2008; MONTEIRO & PERESSIN, 2009).

Nos principais estados brasileiros produtores Bahia, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e

Maranhão, as espécies mais cultivadas são D. cayennensis Lam. var. rotundata Poir. e D.

alata L.. Segundo Souza & Resende (2003), dentro de cada espécie existe variação

principalmente na forma dos tubérculos, na cor da polpa e na adaptação ecológica.

Dentre as espécies de Dioscorea cultivadas no Brasil, D. cayennensis vem se

destacando no Nordeste brasileiro em decorrência da importância como alimento de alta

qualidade nutritiva. É uma espécie tuberosa de alto potencial, rica em vitaminas do complexo

B, (contendo altos teores de tiamina, ribofavina e niacina), vitamina A e C, carboidratos e

grãos de amido (responsáveis pela alta digestibilidade), além de ser considerada fonte natural

de fitohormônio para as mulheres, constituindo-se em alimento básico para população, com

usos na agroindústria (SANTOS et al., 1998; SANTOS & MACEDO, 2002; MIRANDA,

2008).

Apesar da importância que a cultura representa para o agronegócio nordestino, a

produtividade é baixa, em decorrência das condições inadequadas de manejo da cultura,

fertilidade do solo, uso de túberas semente de qualidade inferior e problemas fitossanitários

(SUE & WICKHAM, 1998; GARRIDO, 2005; OLIVEIRA et al., 2006) O desenvolvimento

de novas tecnologias em complementação as atuais, pode vir a contribuir para a melhoria da

produtividade e qualidade da cultura, possibilitando assim, a oferta de um produto de

qualidade para atender as exigências dos mercados interno e externo como Estados Unidos,

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Espanha, Reino Unido e Holanda (SANTOS, 1996; SANTOS et al., 1998; MESQUITA,

2002; GARRIDO et al., 2003b; OLIVEIRA et al., 2006).

2.2 Queima das folhas do inhame

Várias doenças afetam a cultura do inhame, das quais os fungos predominam como

agentes causais, tanto na parte aérea, interferindo na fotossíntese, como nas túberas, causando

perdas na pós-colheita (MENEZES, 2002). Entre os principais patógenos que causam doenças

foliares na cultura, destacam-se Colletotrichum gloeosporioides (Penz) Sacc., Curvularia

eragrostidis (P. Henn.) Meyer, Phyllosticta dioscoreaecola P. Brun., Phyllosticta dioscoreae

Cooke., Micosphaerella dioscoreaecola Sydow., Cercospora ubi Raciborski, Pestalotiopsis

cruenta (Kleb.) Steyaert, Rizoctonia solani J. G. Kühn (AMUSA et al., 2003; BAUDIN,

2008; VAN DER, 2008; MONTEIRO & PERESSIN, 2009).

A queima das folhas, causada pelo fungo C. eragrostidis, é uma importante doença da

parte aérea na cultura do inhame, que pode incidir sobre plantios irrigados e de sequeiro em

todos os estados produtores. Em altas severidades, pode ocasionar perdas na produção em até

100%. O sintoma primário é uma mancha foliar necrótica, de coloração marrom escura,

freqüentemente circundada por um halo amarelo, tendendo ao formato circular e podendo

atingir em média 2 a 3 cm de diâmetro. É comum a coalescência de manchas, formando

grandes áreas necrosadas (MOURA, 2005).

Incidindo sobre plantas jovens, que possuem folhas em desenvolvimento, o crescimento

é significativamente reduzido e as folhas retorcidas, apresentando um quadro típico de

nanismo, resultando em grandes perdas de produção. Com menor freqüência, aparecem lesões

nos pecíolos e ramos, que resultam em um rápido colapso da folha, de sete a dez dias após o

início da mesma. O sintoma secundário ou reflexo é o pequeno tamanho das túberas

comerciais e túberas sementes (SANTOS, 1996; MOURA, 2005).

Em condições favoráveis, como temperaturas noturnas de 20 a 22C com umidade

relativa de 100% e temperaturas diurnas, na faixa de 25 a 28C, com umidade relativa de

65%, e presença do vento, a doença pode provocar, em pouco tempo, a destruição completa

dos campos de cultivo, com o aparecimento de grandes áreas de plantas queimadas e mortas

(SANTOS et al., 1998; MICHEREFF et al., 2000).

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A espécie C. eragrostidis pertence à Classe Deuteromycetes, Sub-classe

Hyphomicetidae, Ordem Moniliales e Família Dematiaceae (BARNETT & HUNTER, 1972;

ALEXOPOLUS & MIMS, 1979; MENEZES & OLIVEIRA, 1993). Apresenta como

sinonímias Brachysporium eragrostidis Henn, Spondylocladium maculans Brancroft e

Curvularia maculans (Brancroft) Boedijan (ELLIS, 1971). Em meio de cultura apresenta

conidióforos com dimensões de 521 x 6 μm (RAMOS, 1991; MOURA, 2005), solitários ou

em grupos, simples ou raramente ramificados, retos a flexuosos, algumas vezes geniculados,

multiseptados, com coloração marrom, variando no comprimento, com aproximadamente 6

μm de espessura. Os conídios apresentam forma elipsoidal ou ovóide, com dimensões de 18 –

37 x 11 – 20 μm, com três septos, sendo que o septo mediano apresenta-se com uma espessa

banda escura, as células centrais com coloração marrom escura e as células externas de

coloração marrom pálida (SIVANESAN, 1990). De acordo com Moura (2005) esse fungo

cresce vigorosamente em meio de cultura BDA, formando colônias circulares de aspecto

cotonoso e de coloração negra.

A penetração de C. eragrostidis foi verificada em folhas, em ambas as faces do limbo

foliar de D. cayennensis, determinando que as inoculações possam ser feitas indistintamente

e, para o seu controle, pulverizar ambas as faces das folhas (RAMOS, 1991).

Além de D. cayennensis, D. alata e D. rotundata (MAFRA, 1996), C. eragrotidis tem

sido constatado em espécies botânicas de outras famílias como sorgo (Sorghum bicolor (L.)

Moench), batata doce (Ipomoea batatas (L.) Lam.), amendoim (Arachis hypogea L.), abacaxi

(Ananas comosus (L.) Merr) (MENEZES & OLIVEIRA, 1993), e arroz (Oryza sativa L.)

(RASHID, 2001).

2.3 Utilização de extratos vegetais no controle de fitopatógenos

Os produtos naturais desenvolvidos para o controle de pragas e doenças são geralmente

extratos aquosos e pós-secos, utilizados logo após a obtenção, e pelos produtos formulados à

base de óleos e de extratos misturados a substâncias inertes que melhoram as características,

propriedades físico-químicas e eficiência, evitando a degradação e constituindo-se em

produtos comerciais que podem ser armazenados (LAGUNES & RODRÍGUEZ, 1994).

Existem no Brasil, atualmente, extratos de plantas comercializados tais como o Bioalho®,

Neemazal®, Ecolife-40

®, etc. (BETTIOL et al., 2006).

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As pesquisas com métodos alternativos eficientes, que ofereçam menos riscos que os

fungicidas químicos convencionais, determinam o uso de produtos naturais, obtidos de

diversas partes da planta, e constituem-se numa perspectiva bastante promissora ao manejo

integrado de doenças e pragas (PENTEADO, 1999; INNECCO, 2004).

O alho (Allium sativum L.) é utilizado na forma de tinturas, extratos e misturados com

outros materiais no controle de doenças bacterianas, míldio, brusone, podridão do colmo, da

espiga e raiz em milho e sorgo, manchas foliares (Alternaria spp., Helminthosporium spp),

podridões e ferrugem (ABREU JÚNIOR, 1998; PENTEADO, 2001; SOUZA, 2007).

Apresenta como principais constituintes químicos alicina, inulina, nicotinamida, galantamina,

ajoeno, ácidos fosfórico e sulfúrico, vitaminas A, B e C, proteínas e sais minerais, óleos

essenciais, glicosídios, glicinas, resinas, enzimas e sulfuretos (VIEIRA, 1992; LORENZI &

MATOS, 2002; MARTINS et al., 2003).

Muitos trabalhos vêm sendo desenvolvidos com o alho na forma de óleo e de extratos

aquosos ou hidrólicos no controle de diferentes doenças de plantas. Resultados promissores

foram observados por Ribeiro & Bedendo (1999), Nery (2006) e Nascimento et al., (2008)

com extrato de alho no controle da antracnose em mamoeiro, cauada pelo fungo C.

gloeosporioides. Viegas et al., (2005) observaram a eficiência in vitro do óleo essencial de

alho no controle de fungos do grupo Aspergillus flavus isolados de amendoim. Souza et al.,

(2007) observaram a influência do extrato de alho sobre o desenvolvimento do Fusarium

proliferatum (Matsush) Nirenberg ex Gerlach & Nirenberg em milho.

Outra espécie promissora é a citronela (Cymbopogon nardus (D.C.) Stapt), uma planta

muito utilizada na fabricação de perfumes e cosméticos, sendo também útil como repelente de

insetos e, atualmente, utilizada no controle de fitopatógenos (MARTINS et al., 2003;

BALDO, 2005; FRANZENER et al., 2007). O óleo retirado das folhas tem mais de 80

componentes, entre eles: citronelal, geraniol, limonemo. Os teores de óleo essencial na

matéria seca e na matéria fresca são de 1,4% e 0,84% respectivamente (KETOH et al., 2002).

Franzener et al., (2007) observaram efeito significativo de hidrolato de citronela no

controle bacteriano de Xanthomonas campestris pv. campestris a medida que se aumentava a

concentração do produto. Resultados semelhantes foram obsrvados por Baldo (2005) no efeito

in vitro de Cladosporium fulvum na cultura do tomateiro e por Candido et al., (2007) usando

extrato aquoso de resíduos orgânicos de citronela no controle de F. oxysporum f. sp.

vasinfectum em quiabeiro. Medice et al., (2007) verificaram efeito significativo do óleo

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essencial de citronela sobre a ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi Sydow & P.

Syndow).

O gengibre (Zingiber officinale Roscoe) apresenta como componentes principais o

gingerol, zingibereno, bisaboleno, citral, borneol, cafeno, cineol, sesquiterpenos, além de

açúcares, proteínas, vitaminas do complexo B e vitamina C e carboidratos. O seu óleo

essencial apresenta um aroma e ação antimicrobiana, que só aparece no rizoma fresco

(VIEIRA, 1992; LORENZI & MATOS, 2002; MARTINS et al., 2003).

Assim como o alho, o gengibre tem sido utilizado em virtude do potencial fungitóxico

sobre uma gama de fitopatógenos, incluindo C. eragrostidis, em inhame, interferindo no

aspecto do crescimento in vitro deste fungo (CARVALHO et al., 2002a) e diminuindo o

crescimento de C. gloeosporioides isolado de goiabeira (ROZWALKA et al. 2008).

Rodrigues et al., (2007) observaram resultados satisfatórios na redução do desenvolvimento

micelial de Sclerotinia sclerotiorum em alface e Rodrigues et al., (2006) no controle in vitro

de Helminthosporium sp. em bananeira.

O nim (Azadirachta indica A. Juss.) vem sendo utilizado na prática como inseticida,

tendo ação de contato contra pulgões, tripes, Spodoptera furgiperda e outras pragas e no

controle da mancha de Alternaria, tombamento (R. solani), Fusarium, S. rolfsii (ABREU

JÚNIOR, 1998; PENTEADO, 2001). Existem mais de 418 espécies de pragas e insetos que

ocorrem em vários países que são afetados pelos extratos de nim (ABREU JÚNIOR, 1998).

Em quiabeiro, Candido et al., (2007) observaram efeitos significativos de extratos

aquosos de resíduos orgânicos de nim sobre F. oxysporum f. sp. vasinfectum. Já Carneiro

(2003) observou a influência do extrato e do óleo essencial de nim no controle do oídio

(Oidium lycopersici Cook e Massee) na cultura do tomateiro e Medice et al., (2007)

verificaram efeito significativo do óleo essencial de nim sobre a ferrugem asiática da soja

(Phakopsora pachyrhizi).

2.4 Indução de resistência em plantas a patógenos

A proteção natural das plantas está baseada em uma série de barreiras pré-formadas e

pós-formadas (TAIZ & ZEIGER, 2004). Os fatores de resistência pré-formados são aqueles

presentes na planta antes do contato com o patógeno. Já os pós-formados, estão ausentes ou

em baixo nível antes da infecção, sendo produzidos ou ativados em resposta à presença do

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patógeno. Em ambas as categorias, os fatores envolvidos na resistência podem ser

subdivididos em estruturais ou bioquímicos. Os estruturais atuam como barreiras físicas,

enquanto os bioquímicos atuam através da produção de substâncias tóxicas ou repelentes ao

patógeno ou criando condições adversas ao estabelecimento deste na planta (PASCHOLATI

& LEITE, 1994).

Estas defesas também podem ser ativadas pelo tratamento com agentes bióticos ou

abióticos, de natureza inorgânica, orgânica ou sintética. Essas moléculas capazes de ativar

respostas de defesas nas plantas são chamadas de elicitores, atuando como indutores de

resistência (STICHER et al., 1997). A percepção se dá quando moléculas do agente indutor se

ligam a moléculas receptoras situadas, provavelmente, na membrana plasmática da célula

vegetal. Essas reações desencadeiam a ativação de vários mecanismos de defesa (RESENDE

et al., 2002). Os elicitores podem induzir a resistência local adquirida (RLA), a resistência

induzida (RI), que se divide na resistência sistêmica induzida (RSI) ou a resistência sistêmica

adquirida (RSA) (TERRY & JOYCE, 2004).

A RI pode ser caracterizada como uma resposta de defesa ao ataque de um determinado

patógeno, produzida longe do ponto de infecção e translocado para este, ou reação local que

sirva para limitar a expansão da colonização do patógeno (SOUZA, 2005). Esta pode ser

ativada em plantas por uma série de substâncias, evitando ou atrasando a entrada e/ou a

subseqüente atividade do patógeno em seus tecidos, por meio de mecanismos de defesa

próprios (ATHAYDE SOBRINHO et al., 2005; NOJOSA et al., 2005; RESENDE et al.,

2007).

Alguns produtos apresentam a capacidade de durante a interação patógeno – hospedeiro

ativarem o sistema de defesa das plantas por vários meios, resultando na produção de

substâncias tóxicas aos patógenos, impedindo o estabelecimento destes. Alguns compostos

produzidos pelas plantas possuem ação antimicrobiana, enquanto outros restringem o

desenvolvimento de patógenos pela formação de barreiras estruturais (OLIVEIRA et al.,

2001; RESENDE et al., 2007).

O desenvolvimento neste campo de ativadores está relacionado à descoberta de

análogos funcionais do ácido salicílico. Neste sentido, algumas classes de indutores químicos

de RSA foram identificados e dois compostos tem sido intensivamente estudados: o ácido 2,6-

dicloroisonicotínico e o acibenzolar-S-metil (KESSMANN et al., 1994). Compostos do grupo

dos benzotiadiazoles (BTH), como o acibenzolar-S-metil é caracterizado pela ativação do

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sistema de resistência de plantas, apresentando características análogas a dos ativadores

naturais desses mecanismos (SOUZA, 2005).

O acibenzolar (Ester-S-metil do ácido benzo-(1,2,3)-triadiazole-7-carbotióico, ASM,

BHT, Bion®

, Actigard®) é talvez o mais potente ativador sintético da resistência sistêmica

adquirida descoberto (KESSMANN et al., 1994; PASCHOLATI, 2002; SOARES et al.,

2008). O ASM não apresenta propriedades antimicrobianas, porém, aumenta a resistência das

plantas às doenças (CIA et al., 2007). É um produto extremamente móvel devido a natureza

de ácido fraco. Na planta apresenta movimentos acropetal e basipetal (SOUZA, 2005). Pode

ser enquadrado na definição de um indutor de resistência, pois fornece proteção a um amplo

espectro de patógenos, induz a expressão dos mesmos marcadores moleculares e bioquímicos

e não apresenta atividade antimicrobiana direta (KESSMANN et al., 1994).

Este composto representa uma promessa como um método alternativo ao controle

convencional de doenças, possibilitando a redução ou a substituição dos fungicidas

empregados no controle de fitopatógenos (CIA et al., 2007). Em virtude desta ação, vários

trabalhos desenvolvidos tem demonstrado a eficácia do ASM na indução de resistência nas

plantas (DANTAS et al., 2004; BALBI-PEÑA et al., 2006; RODRIGUES et al., 2006;

SOARES et al., 2008) .

Os nutrientes minerais podem afetar a reação das plantas a patógenos e os efeitos destes

ao incrementar a resistência, podem estar associados à alteração nas respostas das plantas aos

ataques de patógenos, com o aumento de barreiras mecânicas, como a lignificação e a síntese

de compostos tóxicos (POZZA et al., 2004a). Segundo Zambolim et al., (2006) os elementos

minerais estão envolvidos em todos os mecanismos de defesa das plantas como componentes

integrais ou ativadores, inibidores e reguladores do metabolismo celular.

Dentre os minerais, o silício (Si), que é o segundo elemento mais abundante na crosta

terrestre, não é considerado elemento essencial para o crescimento das plantas, porém é útil e

benéfico, devido aos efeitos proporcionando maior tolerância ao déficit hídrico, maior

resistência a toxidade de metais pesados e menor intensidade de pragas (POZZA et al.,

2004b).

Dannon & Wydra (2004) observaram que a incidência de Ralstonia solanacearum

[(Smith, 1896) Yabuuchi et al., 1995] em plantas de tomate suscetíveis ou moderadamente

resistentes foi significativamente reduzida com a adição de Si na solução nutritiva. Plantas de

trigo fertilizadas com Si e cultivadas em casa de vegetação e no campo também apresentaram

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redução da severidade da mancha salpicada [Mycospharela graminicola (Fuckell) Schroeter]

e da podridão do colmo (Fusarium spp.). Outro relato da eficiência do Si foi observado por

Pratissoli et al., (2007) com redução da incidência de varíola [Asperisporum caricae (Speg.)

Maubl.] em mamoeiro. A aplicação de Si na forma de silicato de potássio e de silicato de

sódio, em cultivos hidropônicos de pepino, reduziu a severidade do míldio pulverulento

[Podosphaera xanthii (Castagne) U. Braun & S. Takam] (MIYAKE & TAKAHASHI, 1983;

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como em pulverizações foliares, aumentou significativamente o período latente de P. xanthii

em folhas de pepino, abóbora, melão, além de reduzir o número de colônias desse fungo

(MENZIES et al., 1992). O uso de silicato de cálcio e silicato de sódio em cultivos

hidropônicos de pepino e roseira é prática freqüente na Europa, visando o controle do oídio

pulverulento [Sphaerotheca fugilinea (Schelect. ex. Fr.) Poll] (BÉLANGER et al., 1995).

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Controle de Curvularia eragrostidis in vitro com o uso de produtos

naturais

CAPÍTULO II

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CONTROLE DE Curvularia eragrostidis IN VITRO COM O DE USO DE PRODUTOS

NATURAIS

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade fungitóxica dos extratos vegetais de alho,

citronela, gengibre e nim no controle in vitro de Curvularia eragrostidis na cultura do inhame

(D. cayennensis). Testaram-se os extratos de alho, citronela, gengibre e nim (5, 15, 25, 35,

45%) através da deposição de disco de colônia fúngica (5 mm) em placas de Petri contendo o

meio BDA, acrescido dos extratos e sendo a testemunha acrescida de água. As placas de Petri

foram incubadas à 25 + 2 ºC e fotoperíodo de 12 horas por sete dias. Avaliou-se o diâmetro

das colônias em dois sentidos opostos a cada 24 horas com uma régua milimetrada.

Determinou-se a contagem de esporos do fungo em hemacitômetro, após a incubação. Para a

germinação de esporos adicionou-se ao meio BDA, 0,1 mL de uma suspensão de 1,3 x 105

conídios/mL, do fungo acrescido de 0,1 mL de uma solução dos tratamentos e espalhadas

sobre o meio BDA. As placas de Petri foram divididas em quatro quadrantes e incubadas no

regime de luz claro contínuo e escuro contínuo. A avaliação foi realizada 48 horas após a

incubação com a percentagem de germinação dos conídios determinada nos tratamentos em

comparação com a testemunha. Baixas concentrações dos extratos de gengibre e nim foram

eficientes na percentagem de inibição do crescimento micelial e esporulação de C.

eragrostidis. A utilização dos extratos a partir de concentrações de 25% apresentaram os

maiores efeitos fitotóxicos nas análises in vitro, reduzindo o crescimento micelial, a

esporulação e germinação do fungo.

Palavras-chave: Dioscorea cayennensis, queima das folhas, controle alternativo

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IN VITRO CONTROL OF Curvularia eragrostidis USING NATURAL PRODUCTS

ABSTRACT

The objective of this study was to evaluate the fungitoxic activity of plant extracts from

garlic, citronella grass, ginger and neem on in vitro control of Curvularia eragrostidis. It was

used following treatments: extracts of garlic, citronella grass, ginger and neem (5, 15, 25, 35,

45%) through the deposition of fugus colony disk (5 mm) obtained from Petri dishes

containing PDA medium supplemented with treatments. For control only water was added.

The Petri dishes were incubated at 25 ± 2ºC and 12 hours photoperiod for seven days. The

colony diameter was evaluated in two opposite directions every 24 hours using a millimeter

ruler. At the end of incubation period, the number of spores was counted using

hemacitometer. Spore germination was evaluated by adding to PDA medium 0,1 mL collected

from a suspension of 1,3 x 105 conidia/mL plus + 0,1 mL of a solution of each treatment

spread on PDA medium. The Petri dishes were divided into four quadrants and incubated in

either continuous light or continuous dark. The evaluation was performed 48 hours after

incubation by determining germination rate of conidia in comparison to control. Lower

concentration of ginger and neen extracts were efficient on percentage of inhibition of

mycelial growth and sporulation of C. eragrostidis.

Key words: Dioscorea cayennensis, leaf blight, alternative control

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1. INTRODUÇÃO

O aumento do uso de agrotóxicos na produção de alimentos, o alto custo no controle

químico, o aumento da resistência dos fitopatógenos, o impacto sobre o ambiente causado

pelos produtos químicos e a procura por alimentos sem resíduos de agrotóxicos tem levado o

homem à necessidade de se obter alternativas de controle de doenças de plantas (GUINI &

KIMATI, 2000). Dentre essas tecnologias alternativas, o uso de subprodutos de plantas

medicinais pode ser uma alternativa viável, seja do ponto de vista econômico, seja do ponto

de vista ambiental (ZANELLA et al., 2002; RODRIGUES et al., 2006).

A utilização de produtos com atividade antimicrobiana, a partir de plantas, é intensiva

devido à crescente resistência dos microrganismos patogênicos frente aos produtos sintéticos.

Além disso, o uso destes pesticidas a longo prazo, podem causar impactos negativos para a

sociedade e para o meio ambiente, devido a poluição causada pelos resíduos químicos. Frente

a esse problema, uma estratégia visando o emprego de novas tecnologias na agricultura

moderna, tem sido desenvolvida com o uso de extratos vegetais ou óleos essenciais

provenientes de plantas, para o controle de doenças e pragas, que visem causar menos danos

ao ambiente e a saúde humana (AMARAL e BARA, 2005).

As plantas medicinais contêm princípios ativos que são responsáveis por suas ações

terapêuticas, desencadeando diversas reações nos vegetais, animais e nos seres humanos

(PEGLOW e VELLOSO, 2002). Muitos extratos de plantas medicinais têm sido testados no

controle de doenças em plantas como o alho (Allium sativum L.), o capim citronela

[Cymbopogon nardus (D.C.) Stapt], o gengibre (Zingiber officinalis Roscoe) e o nim

(Azadirachta indica A. Juss.), com efeito significativo sobre fitopatógenos (RIBEIRO &

BEDENDO, 1999; RODRIGUES et al., 2006; RODRIGUES et al., 2007; SILVA et al.,

2007).

Trabalhos vêm sendo realizados no controle in vitro de C. eragrostidis, fungo

responsável pela queima das folhas do inhame com resultados promissores (ANDRADE et

al., 1994; MICHEREFF et al., 1994; MICHEREFF FILHO et al., 1994; CARVALHO et al.,

2002; SOARES et al., 2006; SOARES et al., 2008), porém, relatos com extratos vegetais são

pouco difundidos ou inexistentes, o que justifica a realização desta pesquisa.

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Com base no exposto, o objetivo do trabalho foi avaliar a atividade fungitóxica dos

extratos vegetais de alho, citronela, gengibre e nim no sobre C. eragrostidis isolado de folhas

de inhame.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Obtenção e manutenção do isolado

O isolado de C. eragrostidis utilizado nesta pesquisa foi obtido a partir de folhas com

sintomas típicos da doença queima das folhas e identificado como CMM-708, pertencente à

Coleção de Culturas de Fungos Fitopatogênicos “Professora Maria Menezes” – CMM, do

Departamento de Agronomia, Área de Fitossanidade da Universidade Federal Rural de

Pernambuco.

O isolado foi conservado em tubos de ensaio contendo meio batata-dextrose-ágar

(BDA) em geladeira e em água esterilizada pelo método de Castellani (1976).

2.2 Preparo dos extratos vegetais

Na preparação dos extratos, foram utilizados 100 g do material vegetal (bulbos de alho

(Allium sativum L.); rizomas de gengibre (Zingiber officinale Roscoe); folhas de nim –

(Azadirachta indica A. Juss.) e citronela (Cymbopogon nardus (D.C.) Stapt)), triturados em

liquidificador contendo 250 mL de água destilada esterilizada (ADE) e 250 mL de álcool

etanólico P.A., colocados em um recipiente de vidro e submetidos, por um período 96 horas,

ao processo de extração por infusão. Posteriormente, os extratos foram filtrados através de

papel de filtro esterilizado e mantidos em recipiente aberto, durante 72 horas, para favorecer a

evaporação do álcool. Após esse período o material foi submetido à radiação ultravioleta por

30 minutos (UV), de acordo com metodologia adaptada de Coutinho et al., (1999) e

Rodrigues et al., (2006). Os extratos obtidos foram coletados e armazenados em refrigerador a

4ºC para o uso subseqüente nos ensaios em laboratório.

2.3 Potencial fungitóxico de extratos vegetais sobre o crescimento micelial de C.

eragrostidis

A fungitoxidade dos extratos vegetais foi avaliada determinando-se a percentagem de

inibição do crescimento micelial de C. eragrostidis em placas de Petri contendo o meio

batata-dextrose-ágar (BDA), acrescido das diferentes concentrações dos extratos de alho,

capim citronela, gengibre e nim, nas concentrações de 5, 15, 25, 35, 45%.

Ao meio BDA fundente (45°C) adicionou-se os tratamentos em estudo nas diferentes

dosagens e concentrações anteriomente descritas, e vertidas para placas de Petri. No centro de

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cada placa foi colocado um disco de colônia jovem do fungo (5mm), obtidos de cultura pura

de C. eragrostidis. Para a testemunha foram utilizadas apenas placas de Petri contendo BDA.

As placas contendo os tratamentos foram mantidas à 25 + 2 ºC com fotoperíodo de 12 horas,

durante sete dias. As avaliações foram realizadas a cada 24 h, através da medição do diâmetro

das colônias em dois sentidos opostos, com o auxílio de uma régua milimetrada.

2.4 Potencial fungistóxico de extratos vegetais sobre a esporulação de C. eragrostidis

Os discos de colônia fúngica (5mm) com sete dias de idade, foram depositados no

centro de placas de Petri, contendo o meio BDA, acrescido das diferentes concentrações dos

extratos anteriormente descritos e em seguida foram mantidos em laboratório durante sete

dias à 25 + 2 ºC com fotoperíodo de 12 horas. Após este período, avaliou-se a produção de

conídios. Para o preparo da suspensão de conídios, foram adicionados 20 mL de ADE nas

placas contendo cada tratamento individualmente, para facilitar a remoção do micélio,

mediante o uso de escova de cerdas macias. O material foi filtrado em duas camadas de gaze

esterilizada, e a concentração determinada em hemacitômetro, com microscópio óptico,

obtendo-se uma média de cinco leituras para cada um dos tratamentos.

2.5 Análise da atividade in vitro de extratos vegetais sobre a germinação de C.

eragrostidis

Foi adicionado ao meio de cultura BDA, 0,1mL de uma suspensão de C. eragrostidis,

(1,3 x 105 conídios/mL), acrescida de 0,1mL dos extratos de alho, citronela, gengibre, e nim

nas concentrações de 5, 15, 25, 35, 45%. A suspensão foi espalhada sobre o meio de cultura

com o auxílio de uma alça de Drigalski. As placas contendo os tratamentos foram submetidas

a dois regimes de luz, claro contínuo e escuro contínuo.

As placas foram divididas em quatro quadrantes por riscas na sua parte interior externa,

onde foram realizadas duas leituras ao microscópio ótico, após 48 horas de incubação, de

forma aleatória. O mesmo procedimento foi realizado para a testemunha. Cada repetição foi

representada por um quadrante.

A avaliação do efeito dos indutores sobre a porcentagem de germinação dos conídios do

fungo foi realizada através da contagem de conídios germinados por quadrante e comparados

com os conídios germinados na testemunha. Foram considerados germinados os conídios que

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30

apresentavam a emissão do tubo germinativo de tamanho igual ou superior ao tamanho do

conídio não germinado (QUIRINO et al., 2005).

2.6 Análises estatísticas

Para a análise do crescimento micelial, esporulação e germinação de conídios do fungo,

determinaram-se a percentagem de inibição do crescimento micelial (PIC), a percentagem de

inibição da esporulação (PIE) e a percentagem de germinação de conídios (PIG), para cada

extrato em relação ao tratamento testemunha, por meio das fórmulas apresentadas a seguir.

PIC = (Diâmetro da testemunha – diâmetro do tratamento) x 100

Diâmetro da testemunha

PIE = (Esporulação da testemunha – esporulação do tratamento) x 100

Esporulação da testemunha

PIG = (Germinação da testemunha – germinação do tratamento) x 100

Germinação da testemunha

Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial (4 x 5 + 1)

quatro extratos vegetais, testados em cinco concentrações + testemunha (ADE), totalizando

20 tratamentos, com cinco repeticões para o PIC e PIE e para o PIG quatro repetições. Os

dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F, comparando as médias pelo teste

de Tukey a 5% de probabilidade. Para as análises estatísticas foi utilizado o software SAEG

7,0 (1997).

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31

3. RESULTADO E DISCUSSÃO

3.1 Potencial fungitóxico de extratos vegetais sobre o crescimento micelial de C.

eragrostidis

Os resultados obtidos da avaliação do PIC de C. eragrostidis utilizando extratos

vegetais podem ser observados na Tabela 1. Dos quatro extratos vegetais utilizados, os de

gengibre e nim destacaram-se já na concentração de 5%, com PIC de 68,63 e 53,48%

respectivamente e não havendo diferenças estatísticas entre eles. Os resultados indicam que

provavelmente que os constituintes destes extratos apresentam potencial fungitóxico sobre o

desenvolvimento do fungo, mesmo em baixas concentrações e aumento o potencial de

controle com o aumento das concentrações. A partir da concentração de 25% não houve

diferenças estatísticas entre os extratos utilizados.

Tabela 1. Percentagem de inibição do crescimento micelial de Curvularia eragrostidis, com

uso de extratos vegetais. CCA/UFPB, Areia – PB, 2009.

Tratamentos

Concentrações (%)

5 15 25 35 45

Alho 8,73 dC* 28,4 cdB 93,92 aA 93.92 aA 93,92 aA

Citronela 29,23 cCD 30,67 cCD 93,92 aA 93,92 aA 93,92 aA

Gengibre 68,63 bA 94,06 aA 94,06 aA 94,06 aA 94,06 aA

Nim 53,48 bB 93,82 aA 93,82 aA 93,82 aA 93,82 aA

Testemunha 0,0 e

CV= 7,7%

DMS= 13,83

*Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas linhas e maúsculas nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey

a 5% de probabilidade.

Carvalho et al., (2008) avaliando o efeito do extrato de plantas medicinais, como o

gengibre, no controle do micelial de C. eragrostidis, observaram que o crescimento micelial

do fungo não foi inibido, alterado ou diminuído por nenhum dos tratamentos testados em

relação a testemunha, porém, houve uma diferença de vigor do fungo nos tratamentos

contendo o extrato de gengibre, em cujas placas, as colônias apresentaram-se com espessuras

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32

e pigmentações visivelmente inferiores aquelas dos micélios encontrados nos tratamentos da

testemunha. Esse comportamento também foi observado no presente trabalho e pode ser

explicado por Surh (2002) provavelmente pela influência do gingerol, um dos compostos

presentes no extrato, que atua como antioxidante e/ou inibidor de biossíntese do fungo.

O emprego desses extratos vegetais vem sendo assinalados no controle in vitro de

fungos fitopatogênicos em outros patossistemas com resultados promissores (RIBEIRO &

BEDENDO, 1999; ZANELLA et al., 2002; NASCIMENTO et al., 2008; ROZWALKA et al.,

2008).

Resultados observados em trabalhos utilizando estes extratos tem demonstrado a

eficiência dos mesmos em outros patossistemas, como o de Rodrigues et al., (2007) que

observaram a influência de diferentes concentrações do extrato aquoso de gengibre sobre o

desenvolvimento micelial do fungo Sclerotinia sclerotium in vitro, com redução de 92,5%, na

concentração do extrato de 25%. Oliveira (2008) observou que concentrações do extrato de

nim a 20% não se mostraram eficientes no controle in vitro de Fusarium gutiforme em

abacaxizeiro. Porém, em concentrações de 30 e 40% o extrato de nim não permitiu o

crescimento micelial, apresentado grande potencial no controle do fungo.

Houve interação significativa das concentrações sobre o crescimento micelial de C.

eragrostidis (Figura 1). Observa-se que com o aumento da concentração dos extratos maior é

o potencial de inibição do crescimento micelial do fungo, destacando os extratos de gengibre

e nim (Figura 1C e D), mostrando-se bastante eficientes, mesmo em baixas concentrações.

Esses efeitos inibitórios constatados neste trabalho também já foram observados em outras

pesquisas com o mesmo objetivo.

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33

A B

C D

Figura 1. Percentagem de inibição do crescimento micelial de C. eragrostides com o uso de

extratos vegetais de alho (A), citronela (B), gengibre (C) e nim (D).

Razwalka et al., (2008) afirmam que o uso de diferentes concentrações de extratos

vegetais podem resultar em maior ou menor eficiência de controle fúngico, assim como na

credibilidade dos dados obtidos.

De acordo com Ribeiro & Bedendo (1999), o extrato de alho inibiu siginificativamente

o crescimento micelial de C. gloeosporioides, de forma crescente e proporcional ao aumento

das concentrações do extrato, com redução de até 67,6% em relação à testemunha. Zanella et

y = 41,09+ 368,82x-576,29x2

R2 = 0,8571

0

20

40

60

80

100

120

5% 15% 25% 35% 45%

PIC

(%

)

Concentração (%)

y = 60,819+ 232,5x -363,29x² R2 = 0,8571

0

20

40

60

80

100

120

5% 15% 25% 35% 45%

PIC

(%

)

Concentração (%)

y = - 27,029+ 610,4x-749x2

R2 = 0,9062

0

20

40

60

80

100

120

5% 15% 25% 35% 45%

PIC

(%

)

Concentração (%)

y = 0,0993+ 428,81x - 472,36x2 R2 = 0,8191

0

20

40

60

80

100

120

5% 15% 25% 35% 45%

PIC

(%

)

Concentração (%)

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34

al., (2002), observaram que o extrato de citronela inibiu o crescimento micelial de

Macrophomina phaseolina em até 53%. Crippa et al.,(2009) relataram o efeito do extrato

aquoso de gengibre sobre o crescimento de Colletotrichum sp. proveniente de flores

ornamentais de gérberas e rosas.

3.2 Efeito do potencial fungitóxico dos extratos vegetais sobre a esporulação de C.

eragrostidis

Os efeitos das diferentes concentrações dos extratos vegetais no controle da esporulação

de C. eragrostidis podem ser verificadas na Tabela 2. Observa-se que apenas o extrato de

citronela na concentração de 5% foi o que apresentou a menor percentagem de inibição da

esporulação (PIE) diferindo estatisticamente em relação aos demais extratos. Para as demais

concentrações não foram observadas diferenças significativas entre os extratos.

Tabela 2. Percentagem de inibição da esporulação de Curvularia eragrostidis com uso de

extratos vegetais. CCA/UFPB, Areia – PB, 2009.

Tratamentos

Concentrações (%)

5 15 25 35 45

Alho 97,0 aA* 97,6 aA 99,8 aA 99,8 aA 99,6 aA

Citronela 72,2 bB 99,3 aA 99,6 aA 99,6 aA 99,8 aA

Gengibre 99,5 aA 100,0 aA 100,0 aA 100,0 aA 100,0 aA

Nim 100,0 aA 100,0 aA 100,0 aA 100,0 aA 100,0 aA

Testemunha 0,0 c

CV= 5,98%

DMS= 13,61

*Médias seguidas da mesma letra minúscula nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

Não se tem informações sobre o efeito do extrato de citronela sobre C. eragrostidis,

que apesar de apresentar menor controle da esporulação na concentração de 5%, para as

demais concentrações mostrou-se bastante efetiva, visto que em outros trabalhos realizados

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35

com esta planta medicinal, vem se evidenciando grande potencial para o controle de

fitopatógenos como o observado por Moreira et al., (2008) avaliando o potencial da citronela

no controle de fungos. Lima (2007) constatou a eficiência da citronela no controle de C.

gossypii C. gossypii var. cephalosporioides South. var. cephalosporioides Costa.

Todos os tratamentos utilizados neste trabalho mostram potencial de inibição sobre a

esporulação de C. eragrostidis. Resultados apresentados em outros trabalhos indicam à

eficiência ou a ineficiência dos extratos vegetais em resposta as atividades microbianas de

vários patógenos de plantas. Paula et al., (2008) afirmam que o extrato vegetal de alho

mostrou-se eficiente no controle in vitro Phomopsis phaseoli var. sojae. Resultados

contrários aos observados neste trabalho não mostram efeitos promissores dos extratos sobre

atividades antimicrobianas. Ribeiro & Bedendo (1999) constataram que o extrato de alho em

diferentes concentrações, não apresentou efeito inibitório sobre a produção de esporos de C.

gloeosporioides. Rodrigues et al., (2006) observaram que diferentes concentrações do extrato

de gengibre promoveram um leve aumento na esporulação de Helminthosporum sp. em

bananeira, diferindo dos resultados apresentados pelos extratos de gengibre e alho em C.

eragostidis.

Houve influência das concentrações dos extratos vegetais de alho, citronela e gengibre

sobre a esporulação de C. eragrostidis (Figura 2). Observa-se que com o aumento das

concentrações ocorreu um aumento progressivo da percentagem de inibição da esporulação do

fungo, indicando grande potencial fitotóxico destas plantas sobre a atividade biológica de C.

eragrostidis.

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36

A B

C

Figura 2. Percentagem de inibição da esporulação de C. eragrostidis com o uso de extratos

vegetais de alho (A), citronela (B) e gengibre (C).

Oliveira (2008) observou que todas as concentrações do extrato hidroálcoolico de alho

mostram-se eficientes sobre a esporulação de F. gutiforme. Segundo a autora, concentrações

de 30 e 40% o extrato de nim também apresentaram grande potencial no controle do fungo. Já

Lima (2007) indica que o óleo de citronela apresentou potencial fungitóxico inibidor sobre C.

gossypii South. var. cephalosporioides, mesmo em baixas concentrações.

3.3 Análise da atividade in vitro do potencial fungitóxico de extratos vegetais sobre a

germinação de conídios de C. eragrostidis

Todos os extratos mostraram potencial de controle sobre a germinação de conídios de

C. eragrostidis. Os menores efeitos na germinação de conídios foram observados com o uso

do extrato de citronela e nim na concentração de 5% com PIG de 84% e 86,25%

y = 95,756 + 20,971x -27,143x2

R2 = 0,89

96,5

97

97,5

98

98,5

99

99,5

100

5% 15% 25% 35% 45%

PIE

(%

)

Concentração (%)

y = 63,802+ 248,71x -386,43x2

R2 = 0,8623

0

20

40

60

80

100

120

5% 15% 25% 35% 45%

PIE

(%

)

Concentração (%)

y = 99,346+ 4,5714x-7,1429x2

R2 = 0,8571

99,4

99,5

99,6

99,7

99,8

99,9

100

100,1

100,2

5% 15% 25% 35% 45%

PIE

(%

)

Concentração (%)

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37

respectivamente em condição de claro contínuo, diferindo estatisticamente dos demais

tratamentos. Houve influência nestas concentrações no PIG em crelação dos regimes de

luminosidade para esses tratamentos (Tabela 3).

Tabela 3. Percentagem de inibição da germinação de conídios de Curvularia eragrostidis,

com o uso de extratos vegetais. CCA/UFPB, Areia – PB, 2009.

Tratamentos

Condição de incubação

Claro Escuro

Extrato de alho 5% 93,50 bA 93,50 abcA

Extrato de alho 15% 94,00 abB 91,50 bcB

Extrato de alho 25% 95,50 abA 97,00 abA

Extrato de alho 35% 97,75 abA 97,75 abA

Extrato de alho 45% 98,75 abA 97,75 abA

Extrato de citronela 5% 84,00 cB 89,00 cA

Extrato de citronela 15% 94,25 abA 93,75 abcA

Extrato de citronela 25% 93,50 bA 95,25 abcA

Extrato de citronela 35% 94,75 abA 95,00 abcA

Extrato de citronela 45% 94,75 abA 98,00 aA

Extrato de gengibre 5% 96,75 abA 95,00 abcB

Extrato de gengibre 15% 97,25 abA 97,75 abA

Extrato de gengibre 2 5% 97.75 abA 97,50 abA

Extrato de gengibre 35% 97,75 abA 98,50 aA

Extrato de gengibre 45% 100,00 aA 98,50 aA

Extrato de nim 5% 86,25 cB 95,00 abcA

Extrato de nim 15% 94,00 abA 95,00 abcA

Extrato de nim 25% 95,25 abA 95,50 abA

Extrato de nim 35% 96,25 abA 95,75 abA

Extrato de nim 45% 97,25 abA 96,00 abA

Testemunha 0,0 dD 0,0 dD

CV=2,56%

DMS= 6,25

*Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna não diferem a 5% de probabilida de pelo

teste de Tukey.

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38

Todos os extratos testados nos ensaios para a germinação indicam potenciais inibidores

e/ou controladores de atividada microbiana, com ação direta sobre o patógeno alvo. Carvalho

et al., (2008) e Lorenzi & Matos (2002) indicam que ervas aromáticas como o alho e

gengibre possuem ação bactericida, fungicida, pois apresentam em sua constituição química a

aliicina, inulina, o gingerol e o shorgaol, respectivamente. Conferindo a estas plantas um alto

potencial de controle de variados fitopatógenos. Morais (2004), por exemplo, observou que

concentrações do extrato aquoso de alho a 20% inibiu a germinação de conídios de F.

oxysporum.

Oliveira (2008) indicou que a utilização de extratos vegetais de nim e alho em

diferentes concentrações (20, 30 e 40%) podem ser uma alternativa de controle de F.

gutiforme. Souza et al., (2007) relataram que os extratos de alho e capim-santo (Cymbopogon

citratus Stapf.) inibiram a germinação do fungo F. proliferatum, porém de forma mais

eficiente a partir da concentração 2,5%. De acordo com os autores, estes extratos possuem

princípios ativos inibidores, vislumbrando desta forma a possibilidade do emprego destes

extratos na proteção do hospedeiro e/ou erradicação do patógeno.

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39

A B

C D

Figura 3. Percentagem de inibição da germinação de conídios de C. eragrostidis em condição

de claro contínuo com o uso de extratos vegetais de alho (A), citronela (B), gengibre (C) e

nim (D).

Segundo Carneiro (2008) o extrato de folhas de nim em baixas concentrações (2 e 4%)

mostrou-se pouco efetivo no controle do oídio (Oidium lycopersici) do tomateiro, melhorando

com o aumento das concentrações, porém concentrações de 16% causaram efeito tóxico nas

plantas.

De acordo com Carneiro et al., (2007) o efeito do nim sobre os fungos é variável,

dependendo, entre outros fatores, do patógeno alvo. Pignoni & Carneiro (2005), afirmam que

y = 92,869 + 8x + 12,5x2

R2 = 0,9739

93

94

95

96

97

98

99

100

5% 15% 25% 35% 45%

PIG

(%

)

Concentração (%)

y = 80,682+ 90,857x-135,71x2

R2 = 0,9198

82

84

86

88

90

92

94

96

98

5% 15% 25% 35% 45%

PIG

(%

)

Concentração (%)

y = 97,441 - 9,5714x + 32,143x2

R2 = 0,834

96,5

97

97,5

98

98,5

99

99,5

100

100,5

5% 15% 25% 35% 45%

PIG

(%

)

Concentração (%)

y =83,563 + 73,357x-98,214x2

R2 = 0,9385

84

86

88

90

92

94

96

98

5% 15% 25% 35% 45%

PIG

(%

)

Concentração (%)

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40

o extrato aquoso de nim tem apresentado efeito fugitóxico sobre vários patógenos que causam

problemas foliares, como o oídio da abobrinha (Sphaerotheca fuliginea), o oídio do trigo

(Erysiphe graminis f. sp. tritici), ferrugem da folha do trigo (Puccinia recondita f. sp. tritici),

mancha de cercospora da beterraba (Cercospora beticola).

O extrato de gengibre também tem sido relatado causando efeito inibitório sobre fungos

foliares em outras culturas, como o resultado observado por Silva (2005) que cita que o extrato de

gengibre demonstrou ser um potente indutor de resistência em plantas de cevada contra Bipolaris

sorokiniana fungo causador de mancha foliar.

Houve influência das concentrações dos extratos vegetais de alho, citronela, gengibre e nim

sobre o PIG de C. eragrostidis incubado em regime de escuro contínuo de acordo com a análise

de regressão (Figura 4). Os efeitos inibitórios sobre a germinação de conídios foram proporcionais

ao aumento das concentrações dos extratos.

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41

A B

C D

Figura 4. Percentagem de inibição da germinação de conídios de C. eragrostidis em condição

de escuro contínuo com o uso de extratos vegetais de alho (A), citronela (B), gengibre (C) e

nim (D).

De acordo Rozwalka et al., (2008) o extrato de gengibre foi responsável pelo controle

em 92,7% de C. gloeosporioides em goiabeira (Psidium guajava L.). Resultados contrários

aos observados no presente trabalho foram obtidos por Rodrigues et al., (2006) que utilizando

diferentes concentrações do extrato de gengibre não constatarm efeito inibitório eficiente

sobre Helminthosporum sp..

y = 91,544+ 18,143x -6,7857x2

R2 = 0,6676

91

92

93

94

95

96

97

98

99

5% 15% 25% 35% 45%

PIG

(%

)

Concentração (%)

y = 88,682+ 34,857x-35,714x2

R2 = 0,6574

88

89

90

91

92

93

94

95

96

97

98

99

5% 15% 25% 35% 45%

PIG

(%

)

Concentração (%)

y = 94,222+ 22,929x-30,357x2

R2 = 0,8791

94,5

95

95,5

96

96,5

97

97,5

98

98,5

99

5% 15% 25% 35% 45%

PIG

(%

)

Concentração (%)

y = 94,838 + 1,8571x1,7857x2

R2 = 0,9509

94,8

95

95,2

95,4

95,6

95,8

96

96,2

5% 15% 25% 35% 45%

PIG

(%

)

Concentração (%)

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4. CONCLUSÕES

Os extratos vegetais utilizados mostram efeito fitotóxico sobre C. eragrostidis nas

análises in vitro, destacando-se os extratos de gengibre e nim que mesmo em baixas

concentrações inibiram o crescimento micelial e a esporulação.

A utilização dos extratos vegetais de alho, capim citronela, gengibre e nim partir da

concentração de 25% apresentaram os maiores efeitos fitotóxicos sobre C. eragrostidis,

indicando serem estes uma alternativa potencial e viável no controle deste patógeno.

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43

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Controle de Curvularia eragrostidis na cultura do inhame

(Dioscorea cayennensis) com o uso de produtos naturais,

fungicidas e indutores de resistência

CAPÍTULO III

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CONTROLE DE Curvularia eragrostidis NA CULTURA DO INHAME (Dioscorea

cayennensis) COM O USO DE PRODUTOS NATURAIS, FUNGICIDAS E

INDUTORES DE RESISTÊNCIA

RESUMO

A queima das folhas causada pelo fungo Curvularia eragrostidis é responsável por grandes

prejuízos a cultura do inhame na Região Nordeste. O objetivo do trabalho foi avaliar a

influência de diferentes períodos de aplicação dos extratos vegetais, indutor de resistência

Acibenzolar-S-metil, fungicidas químicos e do Silicato de sódio no controle de C.

eragrostidis e suas implicações na produção da cultura. Aplicou-se aos 90 dias após o plantio

em intevalos de 15, 25, 35 e 45 dias os extratos vegetais de alho, citronela, gengibre e nim (a

25% + óleo mineral a 5mL/100L), dos fungicidas Azoxistrobina (16g/100L de água),

Mancozeb (200g + 10mL de alquil fenol poliglicoléter/100L de água), Silicato de sódio

(20g/100L) e Acibenzolar-S-metil (20g/100L) e água (testemunha), com o aparecimento dos

primeiros sintomas da queima. A área abaixo da curva de progresso da doença foi estimada

em nove plantas de cada tratamento em intervalos de 15 dias, com base na escala

diagramática de 0 a 32% de área foliar lesionada. Aos 180 dias após plantio avaliou-se a área

foliar. Aos nove meses após o plantio, realizarou-se a colheita, determinando-se as

características das túberas e a produção. Menor AACPD foi determinada no intervalo de

aplicação a cada 15, nos tratamentos com os extratos de alho, citronela, gengibre, os

fungicidas Azoxistrobina, Mancozeb, Silicato de sódio e ASM. Maior AACPD foi

determinada no intervalo de aplicação a cada 45 dias. Maiores áreas foliares foram observadas

nas aplicações em intervalos de 15 dias. Não houve influência da aplicação em intervalos de

15 e 45 dias sobre o peso médio de túberas na colheita.

Palavras chave: inhame, controle natural, controle químico

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FIELD CONTROL OF Curvularia eragrostidis AFFECTING YAM (Dioscorea

cayennensis) USING NATURAL PRODUCTS, FUNGICIDES, AND RESISTANCE

INDUCERS

ABSTRACT

The leaf blight caused by the fungus Curvularia eragrostidis is responsible for great losses in

the cultivation of yam Northeast. The objective of this study was to evaluate the influence of

different periods of application of plant extracts, resistance inducer acibenzolar-S-methyl,

chemical fungicides and sodium silicate in controlling C. eragrostidis and its implications in

the production of crop. It was to 90 days after planting in the interval of 15, 25, 35 and 45

days, the plant extracts of Allium sativum, Cymbopogon nardus, Zingiber officinale and

Azadirachta indica (25% mineral oil to 5mL/100L), of fungicides Azoxystrobin (16g/ 100L

of water), Mancozeb (200g + 10mL of alkyl phenol poliglicoléter/100L of water), sodium

silicate (20g/100L) and acibenzolar-S-methyl (20g/100L) and water (control), with the onset

of symptoms of burning. The area under the curve of progress of the disease was estimated

using nine plants of each treatment at intervals of 15 days, based on the diagrammatic scale

from 0 to 32% of damaged foliar area. At 180 days after planting the foliar area. Crop harvest

was done nine months after planting, when yield and rhizophores characteristics were

determined. Lower AACPD was determined in the 15-day interval of application of Allium

sativum, Cymbopogon nardus, and Zingiber officinale extracts, Azoxystrobin, Mancozeb,

Sodium silicate and ASM. Greater AACPD was determined in the 45-day interval. Larger

foliar areas were observed in 15-day applications at intervals. There was no influence of the

15- and 45-day application intervals on yield per plant and the yeild for treatments in 35- and

45-day intervals. Plant extracts, chemical fungicides, inducer, sodium silicate applications at

15-day interval showed potential to control yam leaf burning and interfered in the yield and

plant characteristics.

Key words: yam, natural control, chemical control

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1. INTRODUÇÃO

O inhame (Dioscorea cayennensis Lam.) olerícola também conhecida como cará-da-

costa ou inhame da costa, é uma das mais cultivadas no Brasil, na agricultura familiar. É uma

tuberosa de alto valor energético e nutricional, que desempenha importante papel sócio-

econômico na região Nordeste brasileira (SANTOS et al., 2007; OLIVEIRA, 2008). É nesta

região que se concentram aproximadamente 90% de todo o inhame produzido no país, com

destaque para os Estados de Alagoas, Bahia, Maranhão, Paraíba e Pernambuco (GARRIDO,

2005; OLIVEIRA, 2007).

Na Paraíba, o cultivo do inhame vem sendo praticado para atender a grande demanda

interna e externa. Contudo, mesmo apresentando condições climáticas favoráveis para a

produção de rizóforos, o rendimento médio da cultura continua baixo, em torno de 6,0 a 10

t/ha-1

(MESQUITA, 2002; SANTOS, 2002). Esta situação é um reflexo dos principais

problemas enfrentados pelos estados produtores, para o aumento da produção, como a falta de

tecnologia e informação, o uso de sementes de baixa qualidade, a baixa fertilidade natural dos

solos e a ocorrência de doenças foliares (MESQUITA, 2002; SANTOS, 2002; GARRIDO et

al., 2003a; GARRIDO, 2005).

Dentre as doenças fúngicas que afetam a cultura do inhame, merece destaque a queima

das folhas causada pelo fungo C. eragrostidis, responsável por grandes prejuízos na produção,

em decorrência da sua alta capacidade de disseminação e redução da área fotossintética da

planta, ocasionando perdas de produtividade em torno de 40% (GARRIDO et al., 2003a;

GARRIDO, 2005).

O controle da queima das folhas no campo vem sendo realizado com a utilização de

fungicidas já registrados para o controle de doenças foliares em outras olerícolas, como os

pertencentes aos grupos dos ditiocarbamatos, triazóis e benzimidazóis, por não haver

defensivos registrados para a cultura do inhame no Ministério da Agricultura (SANTOS, et

al., 2007).

Informações sobre o controle da queima das folhas do inhame com o uso de extratos

vegetais, indutores químicos e fungicidas e suas implicações na produção, em condição de

campo, no Estado da Paraíba, são escassos. Os trabalhos desenvolvidos com essa cultura na

Paraíba estão relacionados à adubação, sem envolver o estudo da queima das folhas (SOUTO,

1989; SANTOS, 1996; LIMA, 1997; FREITAS NETO, 1999; OLIVEIRA, 2007).

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Diante das informações apresentadas, o objetivo do trabalho foi avaliar a influência dos

períodos de aplicação dos extratos vegetais de alho, capim citronela, gengibre e nim, do

indutor de resistência ASM e dos fungicidas Azoxystrobin e Mancozeb e do Silicato de sódio

no controle de C. eragrostidis e suas implicações para a cultura do inhame em condições de

campo.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Localização e condução do experimento

O experimento foi realizado no período de março a dezembro de 2007, em condições de

campo na área experimental Chã de Jardim no Setor de Olericultura, do Centro de Ciências

Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, localizada no município de Areia, Paraíba

(latitude 6º 58’12’’ S e longitude 35º 42’15’’ W, a altitude de 574,62 m). De acordo com a

classificação bioclimática de Köppen, o clima é do tipo As’ (BRASIL, 1972), que se

caracteriza como quente e úmido, com chuvas de março a julho. Os dados climáticos durante

o período do experimento, obtidos na Estação Meteorológica do CCA/UFPB, Areia – PB,

localizada a 5Km da área experimental (Tabela 1A em Anexo).

O solo da área experimental classificado como Latossolo Vermelho Amarelo, distrófico,

textura franco-arenosa (SANTOS et al., 2006). Com relevo local suavemente ondulado e

regional forte ondulado (BRASIL, 1972), cujas características químicas são descritas na

Tabela 1B (Anexo).

O solo foi preparado por meio de aração, duas gradagens e confecção de leirões com

auxílio de enxadas, com aproximadamente 30 cm de altura. As parcelas foram compostas por

três leirões, medindo cada um 2,40 m de comprimento e distanciados entre si por 1,20 m e

entre parcelas 1,00 m, perfazendo uma área de 8,64 m, com 27 plantas úteis.

De acordo com a recomendação laboratorial a adubação de plantio constou da

aplicação de 15 t ha-1

de esterco bovino, 80 Kg ha-1

de P2O5, 40 Kg ha-1

de K2O nas fontes de

Superfosfato simples e Cloreto de potássio respectivamente. A adubação nitrogenada de

cobertura correspondeu a 80 Kg ha-1

de N na fonte de Sulfato de amônio. Na adubação de

plantio os adubos foram distribuídos a 15cm de profundidade em covas, abertas no topo dos

leirões e na adubação de cobertura foram distribuídos ao redor das plantas. A adubação

nitrogenada foi realizada de forma parcelada aos 60 e 90 dias após o plantio.

No plantio, empregou-se rizofóros sementes com massa média de 250g, pertencentes a

cultivar Da Costa, oriundas do município de Alagoinhas, Paraíba, previamente tratadas pela

imersão em uma solução de Mancozeb a 20g/20L de água, durante 20 minutos e postas para

secar a sombra durante 24 horas. O mesmo procedimento foi realizado com os tutores antes

do tutoramento das plantas.

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Durante a execução do experimento foram realizadas irrigações pelo sistema de

aspersão convencional nos períodos de ausência de precipitação, com turno de rega de três

dias semanais. Para a orientação do crescimento das plantas, adotou-se o sistema tradicional,

com um tutor por planta, medindo aproximadamente 1,80 m de altura.

2.2 Preparo dos extratos vegetais

Na preparação dos extratos, foram utilizados 100 g do material vegetal (bulbos de alho

(Allium sativum L.); rizomas de gengibre (Zingiber officinale Roscoe); folhas de nim

(Azadirachta indica A. Juss.) e citronela (Cymbopogon nardus (D.C.) Stapt)), triturados em

liquidificador contendo 250 mL de água destilada esterilizada (ADE) e 250 mL de álcool

etanólico P.A., colocados em um recipiente de vidro e submetidos, por um período 96 horas,

ao processo de extração por infusão. Posteriormente, os extratos foram filtrados através de

papel de filtro esterilizado e mantidos em recipiente aberto, durante 72 horas, para favorecer a

evaporação do álcool. Após esse período o material foi submetido à radiação ultravioleta por

30 minutos (UV), de acordo com metodologia adaptada de Coutinho et al., (1999) e

Rodrigues et al., (2006). Os extratos obtidos foram coletados e armazenados em refrigerador a

4ºC para o uso subseqüente.

2.3 Controle da queima das folhas do inhame

O controle fitossanitário da queima das folhas, foi realizado através da aplicação de

extratos vegetais de alho, capim citronela, gengibre e nim, na proporção de 25% acrescidos de

óleo mineral na proporção 5mL/100L de água, dos fungicidas Azoxistrobina na dose de

16g/100L de água e Mancozeb na dose de 200g/100L de água, acrescido de espalhante

adesivo alquil fenol poliglicoléter na proporção de 10 mL/100L de calda, do Silicato de sódio

(Na2O-20 a 30% e Si2O-20 a 30%) na dose de 20g/100L de água e do indutor de resistência

Acibenzolar-S-metil na dosagem de 20g/100L de água e para a testemunha apenas água.

Os produtos foram aplicados aos 90 dias após o plantio, através da pulverização das

plantas em intervalos de 15, 25, 35 e 45 dias após o aparecimento dos primeiros sintomas da

doença, com o uso de pulverizador costal com capacidade de cinco litros. Foram realizadas

três aplicações durante o ciclo da cultura.

Para a análise da doença utilizou-se a escala diagramática proposta por Michereff et al.,

(2000) que indica índice de doença de 0 a 32%.

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Para a análise da área abaixo do progresso da doença da queima das folhas do inhame, o

delineamento experimental utilizado foi o de blocos inteiramente casualizado, em esquema de

parcela subdividida (9 x 4 x 3), cuja parcela principal foram os produtos utilizados (água,

extratos de alho, citronela, gengibre e nim, os fungicidas Azoxistrobina e Mancozeb, do

Silicato de sódio e indutor de resistência ASM) e os períodos de aplicação dos tratamentos

(15, 25, 35 e 45 dias), a sub-parcela os estratos da planta, com três repetições por bloco. Os

resultados foram submetidos à análise de variância e de regressão polinomial. As médias

foram comparadas pelo teste de Tukey á 5% de probabilidade.

2.4 Área foliar de plantas de inhame

A área foliar foi estimada aos 180 dias após o plantio, período em que o inhame

apresentava a área foliar máxima. Coletaram-se aleatoriamente dez folhas do estrato superior,

mediano e inferior de seis plantas, de cada tratamento em cada período de aplicação de 15, 25,

35 e 45 dias. As folhas foram escaneadas individualmente respeitando-se a posição e os

tratamentos. Para esta análise utilizou-se o programa Sigma Scan Pro v.5.0.

Para a área foliar o delineamento experimental utilizado foi o de blocos inteiramente

casualizado, em esquema de parcela subdividida (9 x 4 x 3), cuja parcela principal foram os

produtos utilizados (água, extratos de alho, capim citronela, gengibre e nim, os fungicidas

Azoxistrobina e Mancozeb, do Silicato de sódio e indutor de resistência ASM) e os períodos

de aplicação dos tratamentos (15, 25, 35 e 45 dias), a sub-parcela os estratos da planta, com

três repetições por bloco. Os resultados foram submetidos à análise de variância e de

regressão polinomial para comparar os efeitos dos períodos de aplicação sobre a área foliar,

testando-se modelos linear, quadrático, sendo escolhido para explicar os resultados o modelo

significativo e que apresentou o maior valor para o coeficiente de determinação. As médias

foram comparadas pelo teste de Tukey á 5% de probabilidade.

2.5 Comprimento, diâmetro e o peso médio de túberas de inhame

Foram realizadas colheitas aos nove meses (dezembro de 2007) após o plantio, quando

as túberas atingiram sua completa maturação fisiológica. Essa fase foi identificada pela

presença de folhas e ramos senescentes.

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56

Determinou-se o peso médio de túberas de inhame de cada tratamento por bloco em

balança com os dados expressos em quilos (Kg). Determinou-se o diâmetro e o comprimento

das túberas através do uso de um paquímetro.

Para as análises de produção, o delineamento experimental utilizado foi o de blocos

inteiramente casualizado, em esquema fatorial (9 x 4), sendo utilizados 9 produtos (água,

extratos de alho, citronela, gengibre e nim, os fungicidas Azoxistrobina e Mancozeb, do

Silicato de sódio e indutor de resistência ASM) e os períodos de aplicação dos tratamentos

(15, 25, 35 e 45 dias), com três repetições por bloco. Os resultados foram submetidos a

análise de variância e de regressão polinomial para comparar os efeitos dos períodos de

aplicação sobre características de produção testando-se modelos linear, quadrático, sendo

escolhido para explicar os resultados o modelo significativo e que apresentou o maior valor

para o coeficiente de determinação. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey á 5%

de probabilidade.

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57

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Controle da queima das folhas do inhame

Foram observados os primeiros sintomas de manchas foliares ocasionadas por

Curvularia eragrostidis, aos 90 dias após o plantio (DAP), quando iniciaram as aplicações

dos produtos (Figura 5).

Figura 5. Folhas de inhame com manchas foliares causadas por Curvularia eragrostidis

aos 90 dias após o plantio.

O aparecimento dos sintomas já aos três meses (DAP) podem estar relacionados às

condições climáticas do período (Tabela 1A em anexo), propiciando o desenvolvimento do

fungo no campo. Em condições epidemiológicas favoráveis, como temperaturas noturnas (20

a 22C) com umidade relativa em torno de 100% e temperaturas diurnas (25 a 28C), com

umidade relativa de 65%, e presença do vento, o patógeno pode ser disseminado no campo e

provocar danos a cultura no campo (SANTOS et al., 2007; MICHEREFF et al., 2000;

MOURA, 2005).

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58

Houve influência das aplicações e dos estratos da planta sobre a área abaixo da curva de

progresso da doença (Tabela 4). As menores médias da área abaixo da curva de progresso da

doença (AACPD) foram observadas nas aplicações dos produtos a cada 15 dias e as maiores

médias foram observadas nas aplicações a cada 45 dias, indicando que nestas aplicações os

produtos utilizados não se mostraram efetivos na proteção das plantas. A área mais afetada

das plantas encontra-se no estrato inferior em todos os períodos de aplicação.

Os resultados obtidos neste trabalho quanto as diferença da AACPD entre os estratos da

planta podem está relacionados a fatores ambientais ou genéticos da planta, porém outros

trabalhos devem ser realizados para que se possa ter maiores informações para situações como

esta. De acordo com Garrido (2005), este tipo de comportamento pode ocorrer, porém não se

tem uma explicação biológica para tal fato, precisando de mais estudos para se obter mais

informações sobre o assunto.

Tabela 4. Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) em plantas pulverizadas

com extratos vegetais, fungicidas, indutor de resistência e o Silicato de sódio. CCA/UFPB,

Areia – PB, 2009.

Intervalo de

aplicação

Tratamentos Estratos da planta

Superior Mediano Inferior

Testemunha 224,6 aA 234,1 aA 256,7 aA

Extrato de nim 196,0 bB 190,0 bB 212,1 bB

Extrato de gengibre 128,0 eE 132,0 eE 148,2 dD

15 Extrato de citronela 172,0 cC 185,9 bB 199,2 bB

Extrato de alho 174,0 cC 196,0 bB 220,0 bB

Azoxistrobina 130,0 eE 145,9 dD 160,0 cC

Silicato de sódio 204,0 bB 234,0 aA 263,0 aA

Mancozeb 140,0 dD 155,2 dD 165,2 cC

ASM 172,0 cC 188,2 bB 198,9 bB

Testemunha 221,3 cC 240,0 cC 255,3 bB

Extrato de nim 260,0 aA 279,0 aA 290,0 aA

Extrato de gengibre 250,0 bB 255,9 bB 278,2 aA

25 Extrato de citronela 182,0 dD 197,0 dD 195,0 dD

Extrato de alho 182,0 dD 187,0 dD 197,0 dD

Azoxistrobina 212,0 cC 220,0 cC 234,0 cC

Silicato de sódio 224,8 cC 236,8 cC 244,0 cC

Mancozeb 212,0 cC 220,0 cC 232,9 cC

ASM 226,0 cC 232,0 cC 243,0 cC

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59

Continuação da Tabela 4...

Testemunha 672,5 aA 670,0 aA 674,4 aA

Extrato de nim 292,0 cC 298,0 cC 301,9 cC

Extrato de gengibre 274,0 dD 289,3 cC 297,8 cC

35 Extrato de citronela 178,0 fF 187,4 fF 193,4 fF

Extrato de alho 218,0 eE 227,0 eE 234,6 eE

Azoxistrobina 326,0 bB 344,2 bB 339,9 bB

Silicato de sódio 322,0 bB 333,0 bB 343,7 bB

Mancozeb 274,0 dD 278,0 dD 288,2 cC

ASM 284,0 cC 298,0 cC 290,0 cC

Testemunha 540,0 aA 534,0 aA 565,0 aA

Extrato de nim 444,0 cC 439,0 cC 432,0 cC

Extrato de gengibre 440,0 cC 423,0 dD 455,0 bB

Extrato de citronela 450,0 bB 444,7 cC 455,0 bB

45 Extrato de alho 444,0 cC 453,7 bB 435,5 cC

Azoxistrobina 464,0 bB 466,2 bB 439,1 cC

Silicato de sódio 436,0 cC 423,8 dD 435,7 cC

Mancozeb 436,0 cC 445,0 cC 442,0 cC

ASM 440,0 cC 432,5 cC 457,4 bB

CV= 12,3%

DMS= 13,04

*Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem a 5% de probabilidade

pelo teste de

Tukey.

Os tratamentos com os extratos vegetais na análise geral apresentaram potencial de

controle da queima das folhas do inhame após os períodos de aplicação sem causar sintomas

aparentes de fitotoxidade, comportando-se em alguns casos (nas aplicações aos 35 e 45 dias)

semelhante ao fungicida mancozeb. Os efeitos promovidos pelos extratos sobre a doença

podem estar relacionados à sua atividade antimicrobiana direta sobre o patógeno. Esta ação

dos extratos também já foi observada em outros trabalhos utilizando plantas medicinais

(FRANZNER et al., 2003; BALBI-PEÑA, 2005; BONALDO et al., 2004). Estes efeitos

promovidos pelos extratos vegetais sobre o controle de fungos de interesse agronômico,

também tem sido reportado em outros trabalhos em condições in vitro ou em casa de

vegetação (NERY, 2006; PASSOS, 2006; NASCIMENTO et al., 2008; OLIVEIRA, 2008).

Poucos trabalhos na literatura observaram as atividades dos princípios ativos de plantas

medicinais em condições de campo (RODRIGUES, 2004; KUHN et al., 2006; RODRIGUES

et al., 2007). Também não podem ser deixado de lado à possibilidade dos extratos utilizados

neste trabalho terem induzido resistência às plantas pulverizadas com os mesmos, mesmo

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60

porque já existem relatos na literatura indicando esta possibilidade (BONALDO et al., 2004;

RODRIGUES, 2004; FRANZENER et al., 2003).

Em outras pesquisas desenvolvidas com o uso de extratos vegetais ou dos seus

princípios ativos foram constatados excelentes resultados no controle de doenças em várias

culturas, como os observados por Rodrigues et al., (2007) que observaram efeito elicitor de

fitoalexinas em bioensaios com sorgo (Sorghum bicolor) e soja (Glycine max), indicando que

o extrato bruto aquoso de gengibre possui a capacidade de ativar mecanismos de defesa nestas

plantas. Os mesmos autores evidenciaram o potencial do gengibre no contrle de S.

sclerotiorum em alface, o qual pode ocorrer tanto por atividade microbiana direta quanto pela

ativação de mecanismos de defesa.

Silva (2007) observou que o óleo de citronela e o extrato de alho, proporcionaram os

menores índices (25%) do Mal do Panamá (Fusarium oxysporum f. sp. cubense (E.F.Smith)

Sn & Hansen) diferindo da testemunha. De acordo com o autor, além de reduzirem a

incidência da doença estes tratamentos foram capazes de desencadear a produção de

fenilalanina amônia liase como mecanismos bioquímicos de resistência sistêmica adquirida,

podendo ser utilizado no manejo da doença na cultura da bananeira (Musa spp.).

Carneiro et al., (2007) relataram que a utilização do óleo de nim em pulverizações

mostrou-se efiiciente no controle do oídio (Erysiphe polygoni) do feijoeiro (Phaseolus

vulgaris), tendo reduzido o número de manchas/folha em até 77%, não diferindo do fungicida

triforine (4 mL/L de água). De acordo com Schwan-Estrada et al., (2000) afirmaram que o

uso de extratos vegetais com compostos de ação antimicrobiana direta ou indireta sobre o

patógeno, podem ser enquadradas no controle alternativo de doenças.

O indutor de resistência ASM também se mostrou efetivo no controle da queima das

folhas do inhame, concordando com os resultados obtidos por Almeida et al., (2008) que ao

avaliarem o efeito deste indutor na proteção de mudas de inhame contra C. eragrostidis,

verificaram que a aplicação do ASM a cada 15 dias promoveu proteção das plantas, reduzindo

a severidade em 76,15%.

Balbi-Peña et al., (2006) observaram a eficiência no controle da pinta preta (Alternaria

solani) em tomateiro (Lycopersicon esculentum L.) com o uso do fungicida azoxistrobina,

mostrando-se com resultados superiores aos observados nos extratos de cúrcuma (Curcuma

longa L.) e seu princípio ativo curcumina e o indutor ASM. Pozza et al., (2004), trabalhando

com o patossistema Cercospora coffeicola e cafeeiro (Coffea arabica), relatam que em

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61

plantas inoculadas e tratadas com silicato de cálcio foi obtida uma redução de 63,2% nas

folhas lesionadas e de 43% no total de lesões por planta da cultivar Catuí, em relação a

testemunha. Os autores relatam que o silício foi observado depositado no sítio de infecção na

superfície da folha, servindo de barreira à penetração do fungo.

3.2 Área foliar do inhame

Houve influência dos períodos de aplicação e dos tratamentos sobre a área foliar do

inhame naturalmente infectado por C. eragrostidis aos 180 dias após o plantio (Tabela 5).

A aplicação a cada 15 dias proporcionou as maiores médias de área foliar nos

tratamentos com os extratos de alho (estrato superior - 135,30cm² e inferior – 135,37cm²), o

extrato de citronela (estrato superior e mediano com 129,78cm² e 129,85cm²,

respectivamente), e o Silicato de sódio com 117,03cm² (estrato mediano) em comparação com

a testemunha.

Houve redução da área foliar nos tratamentos com extrato de nim, o fungicida

Azoxistrobina e o ASM no estrato superior e inferior das plantas havendo diferenças

significativas nestas posições em cada tratamento e com relação ao estrato mediano da planta.

Tabela 5. Área foliar do inhame após pulverização com extratos vegetais, fungicidas e o

indutor de resistência e o Silicato de sódio. CCA, Areia - PB, 2009.

Intervalo de

aplicação

Área foliar (cm²)

Tratamentos Estratos da planta

Superior Mediana Inferior

15

Testemunha 53,74 d A 57,35 d A 48,73 d A

Extrato de alho 135,30 a A 94,99 b B 135,37 a A

Extrato de citronela 129,78 a A 129,85 a A 117,66 b A

Extrato de gengibre 86,56 c A 103,76 b A 93,48 c A

Extrato de nim 50,14 d B 70,31 c A 43,57 d B

Azoxistrobina 51,76 d B 70,32 c A 54,61 d B

Mancozeb 115,42 b A 43,30 d B 115,10 b A

ASM 50,14 d B 74,06 c A 48,93 d B

Silicato de sódio 107,25 b A 117,03 a A 100,42 c A

25

Testemunha 51,85 b A 63,61 b A 60,86 b A

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62

Continuação da Tabela 5...

Extrato de alho 87,69 a A 67,19 b B 68,61 a B

Extrato de citronela 74,08 a A 61,51 b A 61,23 b A

Extrato de gengibre 62,63 b A 63,21 b A 49,01 b A

Extrato de nim 62,64 b A 74,84 b A 73,20 a A

Azoxistrobina 58,01 b A 70,81 b A 63,32 b A

Mancozeb 82,11 a A 58,73 b B 70,61 a A

ASM 68,84 b A 66,28 b A 66,47 a A

Silicato de sódio 81,90 a A 89,30 a A 81,82 a A

35

Testemunha 66,15 a A 58,81 b A 67,24 a A

Extrato de alho 50,44 b A 47,69 b A 47,42 b A

Extrato de citronela 58,27 b A 52,07 b A 57,52 b A

Extrato de gengibre 56,69 b A 65,17 a A 50,77 b A

Extrato de nim 63,21 a A 58,85 b A 68,13 a A

Azoxistrobina 47,81 b B 58,95 b B 76,83 a A

Mancozeb 78,52 a A 67,57 a A 72,46 a A

ASM 69,68 a A 73,94 a A 66,94 a A

Silicato de sódio 70,98 a A 79,21 a A 79,10 a A

45

Testemunha 77,37 a A 62,39 a A 76,43 a A

Extrato de alho 46,37 b B 66,44 a A 67,09 a A

Extrato de citronela 59,09 b A 63,46 a A 68,28 a A

Extrato de gengibre 59,15 b A 58,49 a A 52,73 b A

Extrato de nim 79,62 a A 74,28 a A 68,87 a A

Azoxistrobina 63,14 b A 57,29 a A 72,88 a A

Mancozeb 59,73 b A 65,76 a A 55,62 b A

ASM 64,89 b A 71,70 a A 56,29 b A

Silicato de sódio 60,51 b A 71,38 a A 73,91 a A

CV= 12,47%

DMS= 16,64

*Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem a 5% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

Com a aplicação a cada 25 dias, nota-se que o tratamento das plantas com o Silicato de

sódio foi o que apresentou os maiores efeitos sobre a área foliar, independente dos estratos da

planta, diferindo da testemunha e dos demais tratamentos. O extrato de alho influenciou

negativamente na área foliar no estrato mediano e inferior das plantas de inhame e o fungicida

Mancozeb no estrato mediano.

Com aplicações a cada 35 dias, não foram observadas influências da maioria dos

tratamentos sobre a área foliar nos três estratos da planta, com exceção para o tratamento com

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o fungicida Azoxistrobina no estrato superior e mediano. Não foram encontradas diferenças

significativas entre os tratamentos com o fungicida Mancozeb, o ASM e o Silicato de sódio

nos três estratos da planta, diferindo estatisticamente da testemunha apenas no estrato

mediano. Os tratamentos com os extratos de alho e capim citronela apresentaram redução da

área foliar nos estrato superior e inferior das plantas, não havendo diferenças estatísticas entre

esses tratamentos. Nas aplicações a cada 45 dias, observa-se que não houve efeito dos

tratamentos sobre a área foliar do estrato mediano das plantas, não diferindo estatisticamente

da testemunha. Os tratamentos com extratos de alho, capim citronela e gengibre, os

fungicidas Azoxistrobina e o Mancozeb, o ASM e o Silicato de sódio, apresentaram redução

da área foliar no estrato superior das plantas em relação à testemunha.

Segundo Santos (1996), do 4º ao 6º mês, na fase vegetativa, após a formação dos ramos

primários e secundários, ocorre um incremento na área foliar, altura e peso da planta,

alcançando um máximo dossel entre o 5º e 6º mês do plantio. Estas características fisiológicas

da planta podem ser consideradas, porém, quando há fatores ambientais adversos e a presença

de doenças no campo, estas características podem ser alteradas. O que foi observado é que a

aplicação dos extratos vegetais, fungicidas e indutores independentemente do período de

aplicação apresentaram efeitos negativos sobre a área foliar em comparação com a

testemunha.

Não foram encontrados registros na literatura que mensurem quantitativamente a área

foliar da cultura, possibilitando correlacionar ou inferir possíveis resultados encontrados.

Embora as relações nutricionais da planta, não sejam o objeto de estudo deste trabalho, é

possível que variações no pH, nas soluções com concentrações mais elevadas de NH4

+ tenham

afetado a funcionalidade do sistema radicular e, conseqüentemente, induzido perturbações na

absorção de água. Perturbações desse tipo agem como sinais fisiológicos indutores de

mecanismos de defesa contra o estresse, um dos quais é a redução na expansão das folhas

(LOPES, 2006; KUHN, 2007).

Considerando em termos de custos adapatativos, que estes efeitos negativos sobre a área

foliar, expressos em alguns tratamentos, podem estar relacionados aos desvios de rotas

metabólicas, em virtude da presença do patógeno no campo. Segundo Gayler et al., (2004) os

assimilados disponibilizados pela fotossíntese podem ser requeridos pelas plantas para

produzir biomassa estrutural, criando barreiras nas folhas como forma de defesa na penetração

do patógeno.

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A área foliar do terço superior das plantas pulverizadas com extratos vegetais,

fungicidas Azoxistrobina, Mancozebe, com ASM e o Silicato de sódio em intervalos de

aplicação de 15, 25, 35 e 45 dias podem ser verificados na Figura 6.

y T1 = 36,721 + 0,8519x R2 = 0,85

y T2 = 37,194 + 0,8902xR2 = 0,90

y T3= 143,85 - 4,8405x + 0,066x2

R2 = 0,99

yT4 = 258,2 - 10,758x + 0,1413x2

R2 = 0,99

y T5= 255,52 - 9,5715x + 0,1089x2

R2 = 0,99

y T7 = 125,5 - 1,5114x R2 = 0,95

y T8 = 135,14 - 1,7064x R2 = 0,91

y T9 = 4,3392 + 3,975x - 0,0587x2

R2 = 0,97

y T6= 55,178

40

60

80

100

120

140

15 25 35 45

Áre

a f

oli

ar

(cm

²)

Períodos de aplicação (dias)

T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9

y T1

y T2 y T3

y T5

y T4

y T6

y T7

y T8

y T9

Figura 6. Área foliar de amostras do estrato superior de plantas de inhame tratadas com água

(T1), extrato de nim (T2), extrato de gengibre (T3), Extrato de citronela (T4), Extrato de alho

(T5), os fungicidas Azoxistrobina (T6) e o Mancozeb (T8), Silicato de sódio (T7) e o ASM

(T9).

Para a testemunha (T1) pulverizada apenas com água, observou-se que houve uma

tendência de aumento da área foliar linearmente em função dos períodos de aplicação. O

mesmo comportamento foi observado no tratamento com nim (T2). Para os tratamentos com

capim citronela (T4), há uma tendência de decréscimo da área foliar, apresentando menor área

foliar (60cm²) nas aplicações em intervalos de 45 dias. Com a utilização do extrato de

gengibre (T3) e o alho (T5), também foi observado uma tendência a reduzir a área foliar de

59,67cm² e 45,32cm² em aplicações a cada 45 dias. Não houve influência dos intervalos de

aplicação para os tratamentos com o fungicida Azoxistrobina (T6), mantendo-se a área foliar

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65

constante durante os períodos de aplicação. O uso do Silicato de sódio (T7) e o fungicida

Mancozeb (T8), demonstrou uma tendência a reduzir a área foliar com o aumento do período

de aplicação. No caso do ASM (T9), apresentou um comportamento quadrático com máxima

área foliar de 62,96 cm² em aplicações a cada 33,85 dias.

O silício tem sido indicado na literatura como responsável pela melhoria da arquitetura

foliar, permitindo maior penetração da luz solar, maior absorção de CO2 e diminuição da taxa

respiratória excessiva, o que permite o incremento da taxa fotossintética e maior expansão

foliar (MORAES, 2004; LOPES, 2006). No presente trabalho o que se constatou é que a

aplicação do silício na forma de Silicato de sódio não promoveu estes efeitos. Quanto ao

ASM, aplicado em dose única em feijoeiro não apresentou efeitos sobre a taxa de

crescimento, comprimento de entrenós e expansão foliar, ao longo do ciclo da cultura em casa

de vegetação (IRITI & FAORO, 2003).

Com relação à área foliar do estrato mediano das folhas tratadas com extratos vegetais

(alho, citronela, gengibre e nim), fungicidas Azoxistrobina, Mancozeb e o indutor de

resistência ASM, nos intervalos de aplicação de 15, 25, 35 e 45 dias (Figura 3) podem ser

verificados que a tendência dos tratamentos com os extratos de nim (T2) e o ASM (T9) foram

às mesmas observadas para a testemunha (T1), que mantiveram a área foliar constante com o

período de aplicação. Os tratamentos com os extratos de alho (T5) e citronela (T4)

apresentaram uma tendência em reduzir a área foliar com 46,19cm² e 52,22cm²

respectivamente, com aplicações em intervalos de 35 dias. O extrato de gengibre (T3), o

fungicida Azoxistrobina (T6) e o Silicato de sódio (T7) apresentaram uma tendência negativa

diminuindo a área foliar com os intervalos de aplicação. Já no caso do fungicida Mancozeb

(T8), ocorreu uma tendência linear com aumento da área foliar com o aumento do intervalo de

aplicação.

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66

y T3 = 119,2 - 1,4546x R2 = 0,89

y T4 = 293,77 - 14,045x + 0,1993x2

R2 = 0,98

y T5 = 190,8 - 8,0334x + 0,1164x2

R2 = 0,96

y T6 = 79,631 - 0,5096xR2 = 0,83

y T7 = 133,34 - 1,4704x R2 = 0,91

y T8 = 35,966 + 0,7624x R2 = 0,79

y T1 = 60,54

y T2 = 66,66

y T9 = 71,49

40

60

80

100

120

140

15 25 35 45

Áre

a f

oli

ar

(cm

²)

Períodos de aplicação (dias)

T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9

y T1

y T2

y T3

y T4

y T5

y T6

y T7

y T8

y T9

Figura 7. Área foliar de amostras do estrato mediano de plantas de inhame tratadas com água

(T1), extrato vegetal de nim (T2), extrato de gengibre (T3), Extrato de citronela (T4), alho

(T5), os fungicidas Azoxistrobina (T6) e o Mancozeb (T8), Silicato de sódio (T7) e o ASM

(T9).

Geralmente, o silício concentra-se nos tecidos de suporte na sustentação do caule, nas

folhas e em menores concentrações nas raízes, modificando a arquitetura das folhas, e

favorecendo a fotossíntese (RODRIGUES, 2000; RAMOS et al., 2008). Porém os seus efeitos

não foram considerados benéficos no que diz respeito ao desenvolvimento das folhas do

estrato mediano, no patossistema estudado.

Com relação ao fungicida Azoxistrobina, estudos têm provado que as estrobilurinas,

além de atuarem diretamente sobre o patógeno, apresentam efeitos secundários altamente

benéficos às plantas, como a redução da produção de etileno, o aumento da atividade da

enzima nitrato redutase, o atraso na senescência, maior resistência ao estresse hídrico e ao

aumento do teor de clorofila (SOUZA, 2005). Porém, esse aumento no teor da molécula de

clorofila pode indicar maior taxa fotossintética expressa pelas plantas, maior acúmulo de

fotoassimilados, porém não se refletiu no aumento da área foliar nas plantas. Também um

fator a ser considerado, é a presença do patógeno no campo e este afeta a área foliar, o que

pode indicar que essa redução, esteja relacionada a essa relação de defesa.

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67

Com relação à área foliar do estrato inferior das folhas tratadas com extratos vegetais

(alho, citronela, gengibre e nim), fungicidas Azoxistrobina, Mancozeb, o Silicato de sódio e o

indutor de resistência ASM, em intervalos de 15, 25, 35 e 45 dias podem ser observadas na

Figura 8.

y T1 = 36,472 + 0,8947x R2 = 0,99

y T2 = 28,888 + 0,9502x R2 = 0,89

y T3 = 110,94 - 1,4467x R2 = 0,87

y T4 = 251,89 - 11,596x + 0,168x2

R2 = 0,97

y T5 = 314,9 - 15,226x + 0,2161x2

R2 = 0,99

y T6 = 46,417 + 0,6832x R2 = 0,78

y T7 = 108,49 - 0,8225xR2 = 0,85

yT9 = - 1,7198 + 4,4539x - 0,0705x2

R2 = 0,99

y T8 = 78,45

40

60

80

100

120

140

15 25 35 45

Áre

a f

oli

ar

(cm

²)

Períodos de aplicação (dias)

T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9

y T1

y T2

y T3

y T4

y T5

y T6

y T7

y T8

y T9

Figura 8. Área foliar de amostras do estrato inferior de plantas de inhame tratadas com água

(T1), extrato vegetal de nim (T2), extrato de gengibre (T3), citronela (T4), alho (T5), os

fungicidas Azoxistrobina (T6) e o Mancozeb (T8), Silicato de sódio (T7) e o ASM (T9).

Pode-se visualizar que a área foliar na testemunha (T1) se manteve constante em relação

aos períodos de aplicação e o mesmo comportamento foi observado com o fungicida

Mancozeb (T8). Houve uma tendência linear de reduzir a área foliar no tratamento com

Silicato de sódio (T7) e com o extrato de gengibre (T3). Com os tratamentos de extrato de

nim (T2), os fungicidas Azoxistrobina (T6) verificou-se uma tendência foi em aumentar

linearmente a área foliar com o aumento dos períodos de aplicação. Os tratamentos com o

extrato de capim citronela (T4) e alho (T5) apresentaram a menor área foliar de 51,79cm² e

46,92cm² com aplicações em intervalos de 34,51 dias. Quanto às aplicações com ASM (T9)

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68

verifica-se que a máxima área foliar de 68,63cm² foi determinada nas aplicações em

intervalos de 34,51 dias.

Observaram influência do ASM (20g/100L de água) interferindo no cresimento de

plantas de cacaueiro (Theobroma cacao), aumentando a altura das plantas em 35,7% e o seu

peso fresco. Indicando este tratamento como uma alternativa no contole de doenças do

cacaueiro, interferindo positivamente na fisiologia da planta (CAVALCANTI & RESENDE,

2005).

3.3 Comprimento, diâmetro e o peso médio de túberas de inhame

Houve influência dos períodos de aplicação dos tratamentos apenas sobre o

comprimento das túberas colhidas, não apresentando interação siginificativa para as

características diâmetro. Não foram observadas interações significativas dos tratamentos

sobre nenhuma característica analisada das túberas.

Nota-se que houve uma tendência quadrática em aumentar o comprimento das túberas

já com as aplicações a cada 15 dias, para os tratamentos com extrato de nim (T2) com

comprimento máximo de 34,12 cm (aplicações a cada 27 dias), o extrato de gengibre (T3),

com comprimento máximo de 35,75 cm (aplicações a cada 28 dias), o extrato de citronela

(T4) com 37,96 cm (aplicações a cada 28 dias) e o extrato de alho (T5) com comprimento

máximo de 38,46 cm em aplicações a cada 28 dias. A testemunha manteve a tendência em

apresentar o mesmo comprimento (26, 625 cm) nos quatro períodos (Figura 9).

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69

Figura 9. Influência dos períodos de aplicação de sobre o comprimento de túberas de inhame

dos tratamentos Testemunha (T1), Extrato de nim (T2), Extrato de gengibre (T3), Extrato de

citronela (T4) e Extrato de alho (T5).

O Silicato de sódio (T6) e o ASM (T9) tenderam a apresentar o mesmo comportamento

quadrático com o aumento do comprimento das túberas, apresentando máximo comprimento

nas aplicações a cada 31 dias com 36,49cm e 34,9cm respectivamente e uma diminuição do

comprimento das túberas após esses períodos de aplicação. Já os tratamentos com os

fungicidas Azoxistrobina (T7) e Mancozeb (T8) apresentaram a mesma tendência em manter

o mesmo comprimento nos quatro períodos de aplicação com comprimentos de 35,58cm e

32,58cm (Figura 10).

y T2 = - 1,0958 + 2,5733x - 0,0475x2

R2 = 0,96

y T3 = - 3,5625 + 2,7333x - 0,0475x2

R2 = 0,76

y T4 = - 5,4458 + 3,16x - 0,0575x2

R2 = 0,95

y T5 = - 0,0917 + 2,7267x - 0,0483x2

R2 = 0,91

y T1 = 26,625

0

10

20

30

40

50

15 25 35 45

Co

mp

rim

en

to d

e r

izó

foro

s (

cm

)

Períodos (dias)

T1 T2 T3 T4 T5

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Figura 10. Influência dos intervalos de aplicação sobre o comprimento de túberas de inhame

dos tratamentos Azoxistrobina (T6), Silicato de sódio (T7), Mancozeb (T8), ASM (T9).

Na Tabela 6 podem ser observadas as influências dos períodos de pulverização das

plantas sobre o peso médio de túberas de inhame de cada tratamento na colheita.

Não houve diferenças estatísticas entre os tratamentos com a aplicação dos produtos a

cada 15 e 45 dias sobre o peso médio de túberas de inhame na colheita. A aplicação dos

produtos a cada 25 dias proporcionaram as maiores médias para o peso de túberas para os

tratamentos com extrato de gengibre com 2,27 Kg e o fungicida Azoxistrobina com 2,03Kg,

diferindo estatisticamente dos demais tratamentos. A aplicação a cada 35 dias promoveu

maior rendimento com o uso do fungicida Azoxistrobina com produção de 2,17Kg diferindo

estatisticamente da testemunha e dos outros tratamentos.

Santos & May de Mio (2007) observaram que os melhores resultados no controle da

ferrugem do álamo foram com os fungicidas tebuconazole e azoxistrobina, e estes não

apresentaram efeitos negativos sobre as caracteristicas de crescimento das plantas nas

dosagens utilizadas. A aplicação da azoxistrobina promoveu controle das doenças foliares do

trigo e influenciou na produção de sementes (MACIEL et al., 2007).

y T6 = - 23,296 + 3,8133x - 0,0608x2

R2 = 0,99

y T9 = - 9,9229 + 2,8533x - 0,0454x2

R2 = 0,82

y T7 = 35,58

y T8 = 32,58

0

10

20

30

40

50

15 25 35 45

Co

mp

rim

en

to d

e r

izó

foro

s (

cm

)

Períodos (dias)

T6 T7 T8 T9

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Tabela 6. Influência dos períodos de aplicação de extratos vegetais, indutor de resistência,

dos fungicidas químicos e Silicato de sódio sobre o peso médio de túberas de inhame na

colheita. CCA/UFPB, Areia – PB, 2009.

Tratamentos

Peso médio de túberas (Kg)

Períodos de aplicação

15 25 35 45

Testemunha 1,21 a 1,77 b 0,95 b 0,93 a

Extrato de nim 1,04 a 1,55 b 1,32 b 0,61 a

Extrato de gengibre 1,50 a 2,27 a 1,36 b 0,79 a

Extrato de citronela 1,35 a 1,67 b 1,54 b 0,75 a

Extrato de alho 1,72 a 1,52 b 1,48 b 0,82 a

Azoxistrobina 1,48 a 2,03 a 2,17 a 0,89 a

Silicato de sódio 1,36 a 1,33 b 1,53 b 1,10 a

Mancozeb 1,39 a 1,49 b 1,36 b 1,11 a

ASM 1,47 a 1,59 b 1,37 b 1,10 a

CV= 12,1%

DMS= 1,1

*Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Em pesquisas utilizando o gengibre como fonte de estudo, Rodrigues et al., (2007)

observaram uma produção média de 289,2 g/planta com o uso de pulverizações do extrato

bruto aquoso de gengibre, em cultivo orgânico da alface (Lactuca sativa L.), porém este não

apresentou diferenças significativas em relação ao tratamento testemunha, que recebeu

apenas água.

Em relação ao fungicida azoxistrobina, Dallagnol et al.,(2006) observaram rendimentos

médios de cultivares de soja CD201 (3.524 Kg/ha), IAS-5 (2.970 Kg/ha) e RS10 (3.517

Kg/ha) quando utilizaram o este fungicida no controle de doenças foliares.

Chitarra et al., (2005) e Iamamoto et al., (2005) utilizando fungicidas do grupo das

estrobirulinas, verificaram que estes proporcionaram aumento da produtividade do

algodoeiro, além de promoverem o controle da mancha de ramularia.

No presente estudo, o tratamento com extrato de alho apresentou a mesma tendência

que a testemunha, mantendo-se com peso médio constante ao longo dos períodos de

aplicação. Já o tratamento com o extrato de citronela (T4) e nim apresentaram uma tendência

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quadrática com peso máxima de túberas de 1,67Kg e 1,56Kg em aplicações a cada 28 dias e

26 dias aproximadamente e reduziu o peso das túberas com o aumento do período de

aplicação. O extrato de alho (T5) apresentou tendência linear reduzindo proporcionalmente o

peso médio das túberas com as aplicações. Com o extrato de nim (T2) houve o peso máximo

de 1,564Kg em aplicações a cada 28 dias. O extrato de citronela com peso máximo de

1,679Kg em aplicações a cada 26 dias (Figura 11).

y T2 = - 0,7825 + 0,1678x - 0,003x2

R2 = 0,99

y T4 = - 0,2289 + 0,1462x - 0,0028x2

R2 = 0,99

y T5 = 2,2103 - 0,0275x

R2 = 0,82

y T1 = 1,22 y T3 = 1,48

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

15 25 35 45

Períodos de aplicação (dias)

Pe

so

dio

de

be

ras

(K

g)

Figura 11. Influência dos períodos de aplicação de extratos sobre o peso médio de túberas de

inhame com os tratamentos Testemunha (T1), Extrato de nim (T2), Extrato de gengibre (T3),

Extrato de citronela (T4) e Extrato de alho (T5).

Rodrigues et al., (2007) afirmaram que plantas tratadas com massa de gengibre em

cultivo orgânico apresentaram produção média de 329,3 g/planta, sendo resultado semelhante

ao obtido em alfaces cultivadas no sistema de agricultura convencional (340 g/planta).

T1 T2 T3

T4

T5

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73

Já Nowacki (2005) observou que nas plantas tratadas com extrato de alho as raízes

apresentaram poucos sintomas de galhas e em algumas plantas tratadas nenhum sintoma.

Portanto, não houve influência no peso seco das raízes tratadas (0, 084 g e a incidência de

galha de a 4 0%). Quando analisados os resultados estatísticos obtidos para o peso seco das

raízes poderá causar um erro na interpretação. Se considerar que, maior peso seco de raiz

significa a maior produção de planta, uma vez que as galhas estão associadas ao acúmulo de

matéria seca junto às raízes.

Os tratamentos com Silicato de sódio (T7), Mancozeb (T8) e o ASM (T9) materam a

mesma tendência de peso médio de túberas ao longo dos quatro períodos de aplicação. O

fungicida Azoxistrobina (T6) mostrou uma tendência quadrática com peso máximo de

2,09Kg em aplicações a cada 28 dias (Figura 12).

y T6 = - 1,4078 + 0,258x - 0,0046x2

R2 = 0,95

y T7 = 1,33

y T8 = 1,34

y T9 = 1,38

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

15 25 35 45

Períodos de aplicação (dias)

Pe

so

dio

de

be

ras

(K

g)

Figura 12. Influência dos períodos de aplicação de extratos sobre o peso médio de túberas de

inhame com os tratamentos Azoxistrobina (T6), Silicato de sódio (T7), Mancozeb (T8), ASM

(T9).

Segundo Chitarra et al., (2005) os fungicidas do grupo das estrobirulinas mostraram

eficiência no controle da mancha de ramularia e proporcionaram aumento de produtividade

em algodoeiro. Silva et al., (2002) afirmaram que que os valores obtidos com aplicação do

T6 T7 T8

T9

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ASM (dose de 5 g/100L de água) apresentaram valores de produção de frutos de meloeiro

(Cucumis melo) de 25.561 Kg/ha e 26.904 Kg/ha para as aplicações a cada 7 e 14 dias

respectivamente. Já Brandão et al., (2003) relataram que houve influência da aplicação do

fungicida Mancozeb sobre a produção de milho após 45, 60 e 75 dias após o plantio.

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4. CONCLUSÕES

A aplicação dos produtos a cada 15 dias mostraram-se efetivos no controle da doença,

porém não apresentaram resultados satisfatórios sobre o peso médio de tuberas de inhame,

não sendo este período indicado quando a característica avaliada for a produção.

Aplicações dos produtos em intervalos a cada 15 dias proporcionaram as maiores áreas

foliares, destacando os extratos de alho, citronela e nim.

Todos os intervalos de aplicação dos produtos promoveram aumento no comprimento

das túberas de inhame, destacando-se entre eles, o extrato de alho.

O uso dos extratos vegetais indicaram grande potencial a ser explorado no cultivo do

inhame em condições de campo, interferindo nas suas características fisiológicas e produtivas.

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Anexos

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Tabela 1A. Dados climáticos registrados no período de março a dezembro de 2007,

correspondente ao período de execução do experimento em campo, na Chã de

Jardim. CCA/UFPB, Areia – PB, 2007.

Meses

Temperatura (ºC)

Umidade

Relativa

(%)

Vento

(m/s)

Precipitação

(mm) Máxima Mínima Média

Março 27,6 19,9 23,8 82 0,6 105,3

Abril 28,1 21,2 24,7 82 1,9 211,7

Maio 26,0 20,0 23,0 87 0,6 151,0

Junho 23,8 19,1 21,4 91 0,6 255,9

Julho 24,1 18,5 21,3 89 0,9 158,3

Agosto 24,0 18,4 21,2 87 1,0 156,8

Setembro 25,1 18,1 21,6 84 1,2 159,0

Outubro 27,2 19,3 23,3 80 3,0 20,7

Novembro 28,6 20,0 24,3 79 2,5 30,9

Dezembro 28,7 20,3 24,5 80 1,9 60,4

Fonte: Dados obtidos na Estação Meteorológica do CCA/UFPB, Areia – PB, 2007.

Tabela 1B. Características químicas do solo da área experimental Chã de Jardim, coletado na

profundidade de 0-20 cm. CCA/UFPB, Areia – PB, 2007.

Características Químicas* Valores Obtidos

pH em água (1:2,5) 5,41

P – Mehlich (mg.dcm-3

) 9,93

K+ (mg.dcm

-3) 38,37

Na+ (cmolc.dcm

-3) -

S – SO4-2

***

Ca+2

(cmolc.dcm-3

) 1,30

Mg+2

(cmolc.dcm-3

) 1,65

Al+3

(cmolc.dcm-3

) 0,15

H+ + Al

+3 (cmolc.dcm

-3) 3,30

Matéria orgânica (g.Kg) 13,50

*Análises realizadas no Laboratório de Análises Físicas, Químicas e Fertilidade do Solo do DSER-CCA-UFPB,

de acordo com a metodologia da Embrapa (1997).

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85

Tabela 1C. Quadro de análise de variância do crescimento micelial.

QUADRO DE ANÁLISE

------------------------------------------------------------------

F.V. G.L. S.Q. Q.M. F

------------------------------------------------------------------

Fator1(F1) 3 44146.86330 14715.62110 185.7795 **

Fator2(F2) 4 114368.41418 28592.10355 360.9651 **

Int. F1xF2 12 56023.17327 4668.59777 58.9394 **

------------------------------------------------------------------

Tratamentos 19 595742.74187 4285.91901 54.1082 **

Resíduo 560 44357.69013 79.21016

------------------------------------------------------------------

Total 579 640100.43200

------------------------------------------------------------------

Tabela 1D. Quadro de análise de variância da esporulação.

QUADRO DE ANÁLISE

------------------------------------------------------------------

F.V. G.L. S.Q. Q.M. F

------------------------------------------------------------------

Fator1(F1) 3 579.90093 193.30031 5.6035 **

Fator2(F2) 4 910.83003 227.70751 6.6009 **

Int. F1xF2 12 2130.10016 177.50835 5.1457 **

------------------------------------------------------------------

Tratamentos 19 3620.83112 190.57006 5.5244 **

Resíduo 80 2759.70844 34.49636

------------------------------------------------------------------

Total 99 6380.53956

------------------------------------------------------------------

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Tabela 1E. Quadro de análise de variância da germinação de conídios.

QUADRO DE ANÁLISE

------------------------------------------------------------------

F.V. G.L. S.Q. Q.M. F

------------------------------------------------------------------

Fator1(F1) 3 414.82500 138.27500 23.2721 **

Fator2(F2) 4 490.35000 122.58750 20.6318 **

Fator3(F3) 1 25.60000 25.60000 4.3086 *

Int. F1xF2 12 190.05000 15.83750 2.6655 **

Int. F1xF3 3 39.35000 13.11667 2.2076 ns

Int. F2xF3 4 224.02500 56.00625 9.4260 **

Int.F1x2x3 12 159.77500 13.31458 2.2409 *

------------------------------------------------------------------

Tratamentos 39 1543.97500 39.58910 6.6630 **

Resíduo 120 713.00000 5.94167

------------------------------------------------------------------

Total 159 2256.97500

------------------------------------------------------------------

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Figura 1A. Ciclo de desenvolvimento do inhame (Dioscorea cayennensis Lam.).

Tratos culturais

1. Aos 30 dias após plantio (DAP) - carpina e amontoa

2. Aos 60 (DAP) – Adubação / carpina e amontoa

3. Aos 90 DAP – Adubação/ carpina e amontoa

Períodos de aplicação dos produtos

1. Aos 90 (DAP)- Aplicação dos produtos (Acibenzolar-S-metil; Azoxistrobina; Mancozeb;

extratos vegetais de alho, citronela, gengibre e nim) com o aparecimento dos primeiros

sintomas da queima das folhas.

2. Aos 105 DAP - Aplicação dos produtos (15 dias)

3. Aos 115 DAP - Aplicação dos produtos (25 dias)

4. Aos 120 DAP - Aplicação dos produtos (15 dias)

5. Aos 125 DAP - Aplicação dos produtos (35 dias)

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6. Aos 135 DAP - Aplicação dos produtos (45 dias)

7. Aos 140 DAP - Aplicação dos produtos (25 dias)

8. Aos 160 DAP - Aplicação dos produtos (35 dias)

9. Aos 180 DAP - Aplicação dos produtos (45 dias)/Coleta de folhas

10. Aos 190 DAP Capação

11. Aoss 230 DAP - Colheita

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