aline d’avila pereira influÊncia de uma dieta materna ...§ão 06.07.16.pdf · 6 agradecimento...

80
1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA CONTENDO ÓLEO DE LINHAÇA SOBRE A ADIPOSIDADE E ESTRUTURA ÓSSEA DOS FILHOTES NO FINAL DA LACTAÇÃO NITERÓI - RJ 2016

Upload: others

Post on 22-Jul-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

1

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE MEDICINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS

ALINE D’AVILA PEREIRA

INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA CONTENDO ÓLEO DE LINHAÇA SOBRE

A ADIPOSIDADE E ESTRUTURA ÓSSEA DOS FILHOTES NO FINAL DA LACTAÇÃO

NITERÓI - RJ

2016

Page 2: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

2

ALINE D’AVILA PEREIRA

INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA CONTENDO ÓLEO DE LINHAÇA SOBRE

A ADIPOSIDADE E ESTRUTURA ÓSSEA DOS FILHOTES NO FINAL DA LACTAÇÃO

Orientador: Prof. Dr. LUIS GUILLERMO COCA VELARDE

Coorientador: Prof. Dr. GILSON TELES BOAVENTURA

NITERÓI - RJ

2016

Page 3: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

3

ALINE D’AVILA PEREIRA

INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA CONTENDO ÓLEO DE LINHAÇA SOBRE

A ADIPOSIDADE E ESTRUTURA ÓSSEA DOS FILHOTES NO FINAL DA LACTAÇÃO

Aprovado em: 21/06/2016

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________________

Profª Drª Giovanna Aparecida Balarini Lima

Universidade Federal Fluminense

______________________________________________________________________

Profª Drª Gabrielle de Souza Rocha

Universidade Federal Fluminense

______________________________________________________________________

Profª Drª Celly do Nascimento-Saba

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

NITERÓI - RJ

2016

Dissertação submetida ao Programa de

Pós-Graduação em Ciência Médicas

da Universidade Federal Fluminense

com parte dos requisitos necessários à

obtenção do Grau de Mestre. Área de

Concentração: Ciência Médicas.

Page 4: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

4

Pereira, Aline D’Avila.

Influência de uma dieta materna contendo óleo de linhaça sobre a

adiposidade e estrutura óssea dos filhotes no final da lactação / Aline D’Avila

Pereira; orientador: Luis Guillermo Coca Velarde, coorientador: Gilson Teles

Boaventura – Niterói: [s.n.]. 2016.

87 f.

Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) – Universidade Federal

Fluminense, 2016.

Bibliografia: f. 66-76.

1. Óleo de linhaça. 2. Ratos. 3. Osso. 4. Adiposidade. 5. Lactação I.Velarde,

Luis Guillermo Coca [orien.]. II. Boaventura, Gilson Teles [coorien.]. III. Título.

Page 5: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

5

Dedico este trabalho aos meus pais, Ivan e

Marcia, pelo carinho, amor, ensinamentos,

educação e apoio.

Ao meu noivo, Diego, pelo amor,

companheirismo, incentivo e por me ouvir

sempre.

Page 6: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

6

AGRADECIMENTO

Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade Dele.

Aos meus pais, Marcia e Ivan, e aos meus irmãos, André e Adriano, pelo amor, apoio e

incentivo nas horas boas e ruins.

Ao meu noivo Diego pelo amor, companheirismo, paciência, ajuda e compreensão.

À minha sogra, Rejane, e ao meu sogro, Cléber, pela ajuda durante o mestrado inteiro. E à

minha cunhada, Renata, pelas ótimas conversas e incentivo.

Ao meu querido Prof. Gilson Teles Boaventura, pela oportunidade de estar inserida em um

ótimo grupo de pesquisa desde a iniciação científica. Obrigada pelo apoio, ensinamentos e

confiança.

Ao Carlos Alberto Soares da Costa por me ajudar em cada etapa deste trabalho, no projeto,

no experimento, na escrita do artigo científico. Muito obrigada por todo apoio, atenção,

ensinamento, paciência, amizade, ajuda e orientação.

Ao Prof. Luis Guillermo Coca Velarde por me orientar no quesito estatístico e por ter me

dado a oportunidade de ajudar as pessoas a passarem na sua matéria. Obrigada também pela

sua atenção.

À Danielle, Maíra, Letícia, Henrique, Carolina e Bianca que fazem meus dias no laboratório

ficarem mais divertidos. Obrigada pelas conversas, amizade e carinho.

A todos integrantes e ex-integrantes do LabNE pela amizade e carinho.

À Solange, Zoraide e Fernanda por me ajudarem sempre que preciso.

À Celly e Aline pela oportunidade de realização das análises morfológicas na UERJ e pela

ajuda prestada.

Ao LANUFF pela oportunidade de realização do DXA, em especial à Ana Paula pelo carinho.

Ao Professor Jorge Mancini-Filho e Fernanda Santana pela oportunidade de realização da

cromatografia na USP.

À professora Giovanna Balarini pela revisão deste trabalho. Obrigada pela atenção prestada.

Page 7: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

7

À Universidade Federal Fluminense, principalmente à Coordenação do curso de Pós-

Graduação em Ciências Médicas pela oportunidade concedida.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo apoio

financeiro.

Page 8: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

8

“O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos”.

Eleanor Roosevelt

Page 9: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

9

RESUMO

O óleo de linhaça é fonte de ácido α-linolênico que é importante para os estágios de crescimento

e desenvolvimento corporal; além disso, atua no tecido adiposo e na estrutura óssea. Sendo

assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a influência de uma dieta materna contendo óleo de

linhaça na adiposidade e estrutura óssea dos filhotes ao desmame. No nascimento, os filhotes

foram randomizados em dois grupos: grupo controle (GC, n = 12 filhotes) e grupo óleo de

linhaça (GOL, n = 12 filhotes), ratos cujas mães foram alimentadas com dieta contendo óleo de

soja ou óleo de linhaça, respectivamente. Aos 21 dias, os ratos foram desmamados, postos em

2 horas de jejum e a massa e comprimento corporal foram mensurados. Em seguida, ainda

anestesiados, foram submetidos ao DXA, onde foi analisada a composição corporal. Após esse

processo, a eutanásia foi realizada por punção cardíaca e o sangue coletado para análise dos

parâmetros bioquímicos, osteocalcina, leptina, osteoprotegerina e composição de ácidos graxos

do soro do sangue. O tecido adiposo e hepáticos foram dissecados e analisados quanto à massa

absoluta e relativa. Uma amostra de tecido adiposo retroperitoneal e tecido hepático foram

fixadas para análise morfológica da área dos adipócitos e analise morfológica do tecido de

forma geral, respectivamente. O fêmur foi coletado e analisado pelo DXA para obtenção dos

dados de densidade e conteúdo mineral ósseo (DMO e CMO, respectivamente) e área óssea.

Foi utilizado o teste t-Student e foi considerado diferença significativa quando p < 0,05. O GOL

apresentou maior: massa (+12%, p = 0,0051) e comprimento corporal (+9%, p < 0,0001), massa

gorda (g, +45%, p = 0,0021; %, +33%, p = 0,0126), massa de gordura no tronco (+43%, p =

0,0249), DMO total (+8%, p = 0,0018), CMO total (+55%, p = 0,0089) e área óssea total (+35%,

p = 0,0171), DMO da coluna vertebral (+6%, p = 0,0441), CMO da coluna vertebra (+41%, p

= 0,0030) e área óssea da coluna vertebral (+26%, p = 0,0167). No que diz respeito às análises

bioquímicas, observou-se menor concentração de colesterol (-13%, p = 0,0001) e maior nível

de HDL-colesterol (+30%, p = 0,0001), osteocalcina (+173%, p = 0,0093) e osteoprotegerina

(+183%, p = 0,0405). O ácido araquidônico estava menor (p = 0,0145) no GOL quando

comparado ao GC, no entanto, o ácido α-linolênico e eicosapentaenoico estavam maiores (p <

0,0001, p < 0,0001 respectivamente) no GOL. A massa do tecido adiposo intra-abdominal

estava maior (+25%, p = 0,031), mas, a área do adipócito do tecido retroperietoneal estava

menor (-44%, p < 0,0001) no GOL. Em relação às análises ósseas, notou-se que a massa do

fêmur (+10%, p = 0,030), a distância entre as epífises (+4%, p = 0,002) e a DMO (+13%, p =

0,010) estavam maiores no GOL quando comparado ao GC. O estudo demonstra que um

adequado aporte de óleo de linhaça durante a lactação apresenta efeitos positivos na composição

corporal e estrutura óssea, sugerindo que o conteúdo de ácido α-linolênico foi importante para

o desenvolvimento dos filhotes.

Palavras chave: óleo de linhaça; ratos; osso; adiposidade; lactação.

Page 10: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

10

ABSTRACT

Flaxseed oil is an alpha linolenic acid source important in the growth and body development

stage; furthermore, this acid acts on adipose tissue and bone structure. Thus, the aim of this

study was to evaluate the influence of maternal flaxseed oil upon adiposity and bone structure

of male rat pups during lactation period. After birth, pups were randomly assigned: control (CG,

n = 12 pups) and flaxseed oil (FOG, n = 12 pups), rats whose mothers were fed with diet

containing soybean or flaxseed oil, respectively. At 21 days, the pups were weaning and body

mass and length were measured. Then, pups were anesthetized and submitted to DXA for body

composition analyzed. After that, pups were euthanized for cardiac puncture and blood was

collected to analyze biochemical parameter, osteocalcin, leptin, osteoprotegerin and blood

serum fatty acids composition. Intra-abdominal fat and liver tissue were dissected and analyzed

as regards absolute and relative mass. A sample of retroperitoneal fat and liver tissue were fixed

for morphological analyses of the sectional adipocytes area and morphological analysis of the

general tissue, respectively. Femur structure were collected and submitted to DXA for obtaining

data bone mineral density (BMD), bone mineral content (BMC) and bone area analyzed. It was

used test t-Student and differences were considered significant with p < 0.05. FOG showed

higher: body mass (+12%, p = 0.0051) and length (+9%, p < 0,0001); body fat mass (g, +45%,

p = 0.0021; %, +33%, p = 0.0126); trunk fat mass (+43%, p = 0.0249); BMD total (+8%, p =

0.0018); BMC total (+55%, p = 0.0089); bone area total (+35%, p = 0.0171); spine BMD (+6%,

p = 0.0441); spine BMC (+41%, p = 0.0030); spine bone area (+ 26%, p = 0.0167). Regarding

the biochemical analyzes, it was observed lower in cholesterol (-13%, p = 0.0001) and higher

in HDL-cholesterol (+30%, p < 0.0001), osteocalcin (+173%, p = 0.0093) and osteoprotegerin

(+183%, p = 0.0405). Arachidonic acid was lower (p = 0.0145) in FOG when compared to CG,

however alpha-linolenic and eicosapentaenoic acids were higher (p < 0.0001 and p < 0.0001,

respectively) in FOG. Intra-abdominal fat absolute mass was higher (+25%, p = 0.031), but,

retroperitoneal adipocytes area was lower (-44%, p < 0.0001) in FOG. In regards to bone

analyses, observed femur mass (+10%, p = 0.030), distance between epiphyses (+4%, p =

0.002) and BMD (+13%, p = 0.010) were higher in FOG when compared to CG. The study

demonstrates that adequate flaxseed oil content during lactating diet bears an important role in

body composition and bone structure, suggesting that alpha-linolenic acid content was

important in pup development.

Keywords: Flaxseed oil; rats; bone; adiposity; lactation.

Page 11: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

11

LISTA DE FIGURAS

Páginas

Figura 1 Metabolismo dos ácidos graxos das famílias n-6 e n-3. 28

Figura 2 Origem dos adipócitos e osteoblastos. 31

Figura 3 Evolução do consumo alimentar durante 21 dias de lactação. 47

Figura 4 Dados hormonais de osteocalcina, osteoprotegerina e leptina dos

filhotes aos 21 dias de idade.

50

Figura 5 Fotomicrografias de secções histológicas de tecido hepático dos

filhotes aos 21 dias de idade. (Objetiva 20X).

55

Figura 6 Massa absoluta e relativa do tecido adiposo intra-abdominal, área

do adipócito e fotomicrografias de secções histológicas de tecido

adiposo retroperitoneal dos filhotes aos 21 dias de idade. (Objetiva

20X).

56

Page 12: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

12

LISTA DE ESQUEMAS E QUADROS

Página

Quadro 1 Composição de macronutrientes do colostro e do leite maduro em

100 mL.

22

Quadro 2 Composição de vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis do colostro

e do leite maduro em 100 mL.

23

Quadro 3 Composição de minerais do colostro e do leite maduro em 100 mL. 24

Esquema 1 Delineamento experimental. 41

Page 13: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

13

LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 1 Informação nutricional do óleo de linhaça (Giroil ®). 34

Tabela 2 Composição nutricional a cada 1 Kg da ração controle e da ração óleo

de linhaça.

39

Tabela 3 Composição dos macronutrientes da ração controle e da ração óleo

de linhaça.

40

Tabela 4 Massa, comprimento e composição corporal dos filhotes aos 21 dias

de idade.

48

Tabela 5 Dados sorológicos e análises hormonais dos filhotes aos 21 dias de

idade.

49

Tabela 6 Composição de ácidos graxos saturados do soro do sangue dos

filhotes aos 21 dias de idade (mg/100mL).

51

Tabela 7 Composição dos ácidos graxos monoinsaturados do soro do sangue

dos filhotes aos 21 dias de idade (mg/100mL).

52

Tabela 8 Composição dos ácidos graxos poli-insaturados do soro do sangue

dos filhotes aos 21 dias de idade (mg/100mL).

53

Tabela 9 Massa absoluta do coração, fígado, pâncreas, rim direito, testículo

direito e tecido adiposo intra-abdominal dos filhotes aos 21 dias de

idade.

54

Tabela 10 Massa relativa do coração, fígado, pâncreas, rim direito, testículo

direito e tecido adiposo intra-abdominal dos filhotes aos 21 dias de

idade.

54

Tabela 11 Parâmetros ósseos dos filhotes aos 21 dias de idade. 57

Page 14: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

14

LISTA DE ABREVIATURAS

AA Ácido araquidônico

ADA American Dietetic Association

AIN Amercian Institute of Nutrition

ALA Ácido α-linolênico, do inglês alpha linolenic acid

ALT Alanina aminotransferase

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

AST Aspartato aminotransferase

BHT Butilhidroxitolueno

CMO Conteúdo mineral ósseo

DHA Ácido docasahexaenoico, do inglês docosahexaenoic acid

DMO Densidade mineral óssea

DXA Absorciomentria com dupla emissão de raios-X, do inglês dual-energy

X-ray absorptiometry

EDTA Etilenodiaminotetracético

ELISA Ensaio de imunoabsorção enzimática, do inglês enzyme linked immuno

sorbent assay

EPA Ácido eicosapentanoico, do inglês eicosapentanoic acid

FOSHU Foods for Specified Health Use

GC Grupo controle

GOL Grupo óleo de linhaça

HDL Lipoproteína de alta densidade, do inglês high density lipoprotein

HMG-CoA Enzima 3-hidroxi-3-metil-glutaril coenzima A redutase

Page 15: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

15

i.p Intra peritoneal

IL-6 Interleucina-6

IOM Institute of Medicine

LA Ácido linoleico, do inglês linolenic acid

LabNE Laboratório de Nutrição Experimental

LANUFF Laboratório de Avaliação Nutricional e Funcional

MS Ministério da Saúde

n-3 Ácido graxo ômega-3

n-6 Ácido graxo ômega-6

n-9 Ácido graxo ômega-9

NCHS National Center for Health Statitistic

NIH National Institute Health

OMS Organização Mundial da Saúde

OPG Osteoprotegerina

P0 Nascimento

P21 21 dias de vida

PGE2 Prostaglandinas 2

PESAGRO-Rio Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro

PGE3 Prostaglandinas 3

PPAR-α Receptor ativado por proliferador de peroxissoma alfa, do inglês

peroxisome proliferator-activated receptor alpha

PPAR-γ Receptor ativado por proliferador de peroxissoma gamma, do inglês

peroxisome proliferator-activated receptor gamma

Page 16: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

16

PTH Paratormônio

PUFA Ácidos graxos poli-insaturados, do inglês polyunsaturated fatty acids

RANK Receptor ativador de fator nuclear Kappa B, do inglês receptor activator

of nuclear factor Kappa B

RANKL Ligante do receptor ativador Kappa B, do inglês receptor activator of

nuclear factor kappa B ligand

RPM Rotações por minuto

TAGM Total de ácidos graxos monoinsaturados

TAGPI Total de ácidos graxos poli-insaturados

TAGS Total de ácidos graxos saturados

TNF-α Fator de necrose tumoral alfa, do inglês tumor necrosis fator alpha

UDDO Unidade de Diagnóstico e Densitometria Óssea

UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro

UFF Universidade Federal Fluminense

VET Valor Energético Total

WHO Organização mundial da saúde, do inglês World Health Organization

Page 17: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

17

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 19

2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 21

2.1 ALEITAMENTO MATERNO ........................................................................................... 21

2.1.1 Composição do leite materno .......................................................................................... 22

2.2. ÁCIDOS GRAXOS, TECIDO ÓSSEO E ADIPOSO ....................................................... 25

2.2.1 Tecido ósseo .................................................................................................................... 25

2.2.2 Integridade óssea e ácidos graxos poli-insaturados ....................................................... 27

2.2.3 Tecido adiposo ................................................................................................................. 29

2.2.4 Obesidade, ácidos graxos poli-insaturados e integridade óssea .................................... 30

2.3. ALIMENTOS FUNCIONAIS ........................................................................................... 32

2.4 ÓLEO DE LINHAÇA ........................................................................................................ 33

3 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 36

3.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 36

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 36

4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 38

4.1 ASPECTOS ÉTICOS ......................................................................................................... 38

4.2 MATERIAL ....................................................................................................................... 38

4.2.1 Animais ............................................................................................................................ 38

4.2.2 Óleo de linhaça ................................................................................................................ 38

4.2.3 Rações experimentais ...................................................................................................... 39

4.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ............................................................................. 40

4.4 ANESTESIA ...................................................................................................................... 41

4.5 COMPOSIÇÃO CORPORAL ............................................................................................ 41

4.6 EUTANÁSIA E COLETA DO SANGUE ......................................................................... 42

4.7 ANÁLISES BIOQUÍMICAS ............................................................................................. 42

4.7.1 Análises sorológicas ........................................................................................................ 42

4.7.2 Análises hormonais ......................................................................................................... 42

4.7.3 Cromatografia ................................................................................................................. 43

4.8 COLETA DOS TECIDOS ................................................................................................. 44

4.9 ANÁLISE DO TECIDO HEPÁTICO ................................................................................ 44

4.10 ANÁLISE DO TECIDO ADIPOSO ................................................................................ 44

4.11 ANÁLISES ÓSSEAS ....................................................................................................... 45

Page 18: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

18

4.12 COMPOSIÇÃO ÓSSEA .................................................................................................. 45

4.13 CARCAÇAS ..................................................................................................................... 45

4.14 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................................... 46

5 RESULTADOS .................................................................................................................... 47

6 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 58

7 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 65

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 66

9 ANEXOS .............................................................................................................................. 77

9.1 APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ANIMAL ............................. 78

9.2 RESUMOS APRESENTADOS EM CONGRESSOS ....................................................... 79

9.3 ARTIGO ACEITO PARA PUBLICAÇÃO ....................................................................... 80

9.3.1 Lipids ............................................................................................................................... 80

Page 19: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

19

1 INTRODUÇÃO

O aleitamento materno é de suma importância para a promoção de um adequado

crescimento e desenvolvimento infantil, além disso, apresenta efeitos na prevenção de

obesidade em crianças e adultos, osteoporose e dislipidemia (Harder et al., 2005; Spatz, 2014;

Langley-Evans, 2015). O leite materno oferece nutrientes essenciais, como vitaminas

lipossolúveis e ácidos graxos, porém, sua composição varia de acordo com a dieta materna

(Mcmanaman & Neville, 2003; Innis, 2005). A nutrição materna pode afetar o crescimento e

desenvolvimento do recém-nascido, uma vez que, durante a lactação, os lipídios ingeridos pela

mãe são passados para a criança através do leite (Innis, 2005; Langley-Evans, 2015). Sendo

assim, é essencial que a lactante consuma uma dieta saudável e equilibrada para ofertar os

nutrientes e energia necessários para o lactente (Dangat et al., 2011; Langley-Evans, 2015).

No estágio de crescimento e desenvolvimento é importante que a mãe tenha uma dieta

rica em ácido linoleico (linolenic acid, LA, 18:3 n-6) e ácido α-linolênico (alpha-linolenic acid,

ALA, 18:3 n-3), pois estes são necessários para o desenvolvimento dos tecidos (Green et al.,

2004). Além disso, estudos experimentais e epidemiológicos avaliaram que ácidos graxos poli-

insaturados (polyunsaturated fatty acids, PUFA) atuam no tecido adiposo e na estrutura óssea

(Watkins et al., 2000; Weiss et al., 2005; Costa et al., 2011; Aguirre et al., 2014).

A baixa razão de LA/ALA, por volta de 4-10:1, está relacionada com uma melhor

manutenção da estrutura óssea, contribuindo para a sua formação (Corwin, 2003; Martin et al.,

2006; Kruger et al., 2010). Em adição, a alta razão de LA/ALA, com valores mais altos que

10:1, está associada a um efeito negativo na fisiologia óssea, visto que ocorre maior estímulo

para a reabsorção óssea (Dirienzo et al., 2008); ademais, a baixa razão de LA/ALA atua nos

pré-adipócitos contribuindo para um menor desenvolvimento do tecido adiposo (Ghibaudi et

al., 2002).

Page 20: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

20

Assim, LA e ALA têm um papel fundamental no tecido adiposo e no crescimento ósseo,

sendo uma área de pesquisa em ascensão (Costa et al., 2011). Nesse contexto, o óleo de linhaça,

extraído da parte interna da semente de linhaça, é considerado um alimento com alegação de

propriedades funcionais, pois apresenta a maior fonte de ALA do reino vegetal e baixa razão

de LA/ALA, apresentando 13% de LA e 52% de ALA (Riediger et al., 2008; Sales et al., 2010;

Goyal et al., 2014; Lane et al., 2014).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) preconiza supervisão por

profissionais de saúde para a ingestão de ALA durante o período de lactação, visto que há

poucos dados na literatura avaliando o efeito desse ácido graxo na saúde do lactente (Silveira

et al., 2009). Sendo assim, a proposta deste estudo, foi avaliar a influência de uma dieta materna

contendo óleo de linhaça na adiposidade e estrutura óssea dos ratos filhotes durante a lactação.

Page 21: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

21

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 ALEITAMENTO MATERNO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) recomendam

que o aleitamento materno seja exclusivo até 6 meses de vida e, a partir deste momento,

complementado por outros alimentos até 2 anos de idade ou mais (WHO, 2001; MS, 2009).

Isso se deve ao fato do leite materno apresentar diversos benefícios à saúde do recém-nascido,

devido a sua composição nutricional balanceada e suficiente para suprir as necessidades

nutricionais de recém-nascidos durante os seis primeiros meses de vida (Uauy et al., 2001; MS,

2010).

Entre os benefícios encontrados, observa-se a prevenção de mortalidade infantil,

doenças na infância e vida adulta, causadas por desnutrição, anemia, infecção respiratória,

alergias, doenças intestinais, osteoporose, obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes

mellitus (WHO, 2000; Dewey, 2003; Stuebe et al., 2005; Horta et al., 2007; MS, 2009; Teruya

& Coutinho, 2009). Isto acontece pelo fato do leite materno apresentar nutrientes, enzimas e

substâncias imunológicas, como anticorpos e linfócitos importantes para a prevenção destas

doenças (Teruya & Coutinho, 2009).

Outro benefício está relacionado com o estado nutricional, uma vez que, o aleitamento

materno proporciona uma excelente e adequada nutrição ao lactente, dependendo da

alimentação e estado nutricional da nutriz, além de influenciar no crescimento e

desenvolvimento, acarretando em um peso para a idade, estatura para a idade e peso para a

estatura de acordo com a normalidade das curvas de crescimento estabelecidas pela OMS e

National Center for Health Statitistic (NCHS) (Hamill et al., 1979; WHO, 2006; Teruya &

Coutinho, 2009). Este fato também está relacionado com a prevenção de mortalidade e

Page 22: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

22

morbidade infantil, visto que o lactente por ter uma nutrição adequada terá um desenvolvimento

e crescimento satisfatórios, assim como, a capacidade de reagir às infecções, possibilitando

melhor chance de sobreviver (Teruya & Coutinho, 2009).

2.1.1 Composição do leite materno

O leite materno é uma mistura homogênea com três frações: emulsão, suspensão e

solução. A emulsão corresponde à parte lipídica, sendo concentrado em óleos, gorduras, ácidos

graxos livres e vitaminas lipossolúveis. Na suspensão encontram-se as proteínas, cálcio e

fósforo. E na solução, temos os carboidratos, vitaminas hidrossolúveis, minerais, proteínas do

soro, enzimas, hormônios e água, estes caracterizando o soro do leite (Lamounier et al., 2009).

Existem três secreções lácteas, o colostro, o leite de transição e o maduro os quais

apresentam diferenças quanto à sua composição (Quadro 1, 2 e 3). O colostro, rico em caroteno,

é o primeiro a ser secretado e contém mais proteínas, sódio, potássio e cloro do que o leite

maduro, no entanto, apresenta menos carboidrato e lipídios (Carmo et al., 2002; Lamounier et

al., 2009). Dentre as proteínas, a mais abundante são as imunoglobulinas que desempenham

papel fundamental, pois contém anticorpos do sangue materno, responsáveis pela transmissão

de imunidade ao recém-nascido (Cury, 2012). O leite de transição é produzido entre o sétimo e

o décimo quarto dia de amamentação e vai sofrendo modificações até se tornar leite maduro

(Carmo et al., 2002; Lamounier et al., 2009).

Quadro 1 – Composição de macronutrientes do colostro e do leite maduro em 100

mL.

Constituintes Colostro Leite Maduro

Energia (kcal) 58 70

Lactose (g) 5,3 7,3

Proteína total (g) 2,3 0,9

Gordura total (g) 2,9 4,2

Fonte: Adaptado de Worthington-Roberts & Williams, 1997.

Page 23: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

23

Quadro 2 – Composição de vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis do colostro e

do leite maduro em 100 mL.

Constituintes Colostro Leite Maduro

Vitaminas lipossolúveis

A (µg) 89 47

D (µg) - 0,04

E (µg) 1,28 3

K (µg) 0,23 0,21

Vitaminas hidrossolúveis

C (mg) 4,4 4,0

Tiamina (mg) 0,015 0,016

Riboflavina (mg) 2,5 3,5

Niacina (mg) 7,5 20

Folato (mg) - 5,2

B6 (mg) 1,2 2,8

B12 (mg) 20,0 2,6

Fonte: Adaptado de Worthington-Roberts & Williams, 1997.

Page 24: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

24

Quadro 3 – Composição de minerais do colostro e do leite maduro em 100 mL.

Constituintes Colostro Leite Maduro

Minerais

Cálcio (mg) 23 28

Fósforo (mg) 14 15

Magnésio (mg) 3,4 3,0

Sódio (mg) 48 15

Potássio (mg) 74 58

Cloro (mg) 91 40

Fonte: Adaptado de Worthington-Roberts & Williams, 1997.

O leite maduro apresenta 70 kcal/100 mL, sendo 54% proveniente de lipídios, 42% de

carboidrato e 5% de proteínas. O lipídio além de fornecer calorias e saciedade, também

desempenha papel fundamental na fisiologia e estrutura corporal, na absorção de vitaminas

lipossolúveis e ainda oferece ácidos graxos essenciais para o desenvolvimento e crescimento

do neonato (Tinoco et al., 2007).

O consumo de macronutrientes não interfere na concentração de proteína, carboidrato e

lipídio no leite humano, mas a deficiência de micronutrientes pode afetar seu teor e como

consequência causar depleção nutricional no lactente (Allen, 2005). No entanto, a dieta é um

dos fatores que determina a qualidade das gorduras do leite, ou seja, a dieta materna pode afetar

os níveis de ácidos graxos do leite (IOM, 1991; Cunha et al., 2005; Innis, 2005). Se a dieta for

composta, principalmente, de gordura animal, o leite terá um aumento de ácidos graxos

saturados; se for rica em lipídios de origem vegetal haverá um aumento na concentração de

ALA e LA, ácidos graxos essenciais; mas, se tiver uma alta ingestão de carboidratos, o leite

terá mais ácido graxo de cadeia média e curta (Martin et al., 2006; Lamounier et al., 2009)

A presença destes ácidos graxos essenciais no leite materno é importante para a fluidez

da membrana citoplasmática e também são necessários para o desenvolvimento cerebral, pois

participam da mielinização e proliferação celular, além de melhorar a função retiniana e

Page 25: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

25

cerebral (Innis, 2003; Lima et al., 2004; Jensen et al., 2005). Além disso, o ácido graxo

influencia na fisiologia óssea e do tecido adiposo (Hsu et al., 2006; Kruger et al., 2010).

2.2. ÁCIDOS GRAXOS, TECIDO ÓSSEO E ADIPOSO

2.2.1 Tecido ósseo

O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo que se difere dos outros

devido ao seu elevado conteúdo mineral (Schwartz et al., 2001; Junqueira & Carneiro, 2013a;

Moraes, 2006). Tem como função dar suporte ao corpo, proteger os órgãos vitais, alojar e

proteger a medula óssea, dar apoio ao músculo esquelético para proporcionar a locomoção,

estocar cálcio corporal, produção de células sanguíneas, entre outros (Tres & Kierszenbaum,

2012).

O osso é composto por um substrato orgânico, que consiste de ampla quantidade de

colágeno tipo I (aproximadamente 40% do volume), intercalado com cristais de hidroxiapatita

(aproximadamente 45%). O restante do volume é preenchido por água (Tres & Kierszenbaum,

2012).

Em relação à arquitetura, existe uma diferenciação entre osso cortical e osso trabecular

(Wehrli, 2007). O osso cortical é a camada compacta que forma a porção externa ao osso

trabecular e por ser mais compacto é responsável por contribuir para a manutenção da

integridade estrutural, por esse motivo, a sua remodelação é mais lenta (UDDO, 1997;

Anderson, 2010). O osso trabecular, que também é conhecido como osso esponjoso, é

caracterizado por ter menos densidade do que o osso cortical e apresentar uma estrutura aberta

de espículas ósseas interligadas que delimitam o espaço da medula óssea (Anderson, 2010; Tres

& Kierszenbaum, 2012). Este é resistente a cargas mecânicas e é continuamente remodelado

(Kalfas, 2001).

Page 26: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

26

Segundo a sua morfologia, os ossos são classificados como ossos longos, curtos, planos

e irregulares. Os ossos longos, como o fêmur, têm as extremidades denominadas epífise, sua

extensão diáfise e a parte dilatada da diáfise próxima a epífise é chamada de metáfise e, além

disso, apresentam mais osso cortical do que trabecular (Moraes, 2006). Os ossos irregulares,

como as vértebras, são caracterizados por apresentarem formas complexas e apresentam mais

osso trabecular do que osso compacto.

Esse tecido é formado por células e matriz extracelular calcificada, denominada matriz

óssea e os componentes celulares do osso são os osteoblastos, que são responsáveis pela

formação e produção do tecido ósseo e os osteoclastos, que promovem a reabsorção óssea

(Anderson, 2010; Junqueira & Carneiro, 2013a).

Na fase de crescimento os osteoblastos estão mais metabolicamente ativos do que os

osteoclastos, para que assim haja maior formação óssea do que reabsorção para atingir o pico

de massa óssea, que é o nível mais alto de massa óssea (Cobayashi et al., 2005; Anderson,

2010). O pico de massa óssea nos seres humanos é atingido por volta de 30 anos de idade,

porém a idade em que a densidade mineral óssea (DMO) atinge o valor máximo depende de

fatores como, dieta, atividade física, gênero, fatores genéticos, ambientais e hormonais (Wosje

& Specker, 2000; Anderson et al., 2002).

Cessado o crescimento ósseo, há um equilíbrio constante entre a reabsorção e a

formação óssea, processo conhecido como remodelação óssea, que termina por volta dos 40

anos, quando há início da perda de massa óssea (Gali, 2001; Sohrabi et al., 2015). Essa

remodelação ocorre devido a esforços sobre o esqueleto, alterações no estilo de vida e ingestão

alimentar e reparo de microlesões. Segundo Anderson (2010), a remodelação é iniciada a partir

da ativação de células pré-osteoclásticas, que migram para a superfície dos ossos e se

diferenciam em osteoclastos maduros. Em contato com o osso, os osteoclastos liberam ácidos

e enzimas proteolíticas para que haja a reabsorção da parte mineral e da matriz óssea. Para a

formação óssea, os osteoblastos liberam colágeno, que é polimerizado para formar fibras

maduras, e proteínas da matriz. Com o tempo, o cálcio e fósforo se precipitam nessas fibras de

colágeno e formam os cristais de hidroxiapatita.

A perda óssea começa a ocorrer por volta dos 30-35 anos de idade, em ambos os sexos,

porém é mais rápida em mulheres, ainda mais depois da menopausa. No entanto, por volta dos

70, a perda óssea entre homens e mulheres é equiparada (Anderson, 2010). Em idade mais

Page 27: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

27

avançada, o processo de formação óssea se torna menos eficiente e em contrapartida, a

remodelação óssea encontra-se mais ativa, aumentando a possibilidade de desenvolver a

osteopenia seguida de osteoporose, que é uma doença caracterizada pela diminuição da massa

óssea, que leva a uma fragilidade óssea (Orimo, 2010).

Uma boa nutrição oferecida por uma dieta balanceada está relacionada a um melhor

desenvolvimento da massa óssea, assim como está associada a melhor obtenção de pico de

massa óssea, ajudando então na prevenção e tratamento da osteoporose (NIH, 2000).

2.2.2 Integridade óssea e ácidos graxos poli-insaturados

Estudos experimentais têm evidenciado que uma dieta rica em ômega-3 (n-3) e ômega-6

(n-6), ácidos graxos poli-insaturados, é benéfica à integridade óssea (Watkins et al., 2000;

Green et al., 2004). Porém, para que haja uma melhor manutenção óssea, é de suma importância

que a quantidade de cada ácido graxo esteja apropriada, ou seja, quanto menor for a razão de

n-6/n-3 melhor será essa manutenção (Corwin, 2003; Weiss et al., 2005). Além disso, a maior

proporção n-6/n-3 está associada com efeitos negativos sobre a fisiologia óssea, com maior

estímulo para a reabsorção óssea, via osteoclastos (Corwin, 2003; Weiss et al., 2005).

Os ácidos graxos poli-insaturados são divididos em duas classes, de acordo com a sua

estrutura, sendo eles o n-3 e o n-6, precursores do ALA e LA, respectivamente, classificados

como ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa (Dirienzo et al., 2008).

O LA e o ALA dão origem a outros ácidos de cadeias mais longas, uma vez que são

desaturados (pela inserção de dupla ligação) e alongados (pela adição de 2 unidades de carbono)

(Dirienzo et al., 2008). Enquanto que o LA pode ser metabolizado em ácidos gama-linolênico,

dihomo-gama-linolênico e araquidônico (AA), o ALA pode ser metabolizado em outros da série

ômega-3, sendo eles o ácido eicosapentaenoico (EPA) e docosaexaenoico (DHA) (Salem, 1999;

Valenzuela et al., 2011) (Figura 1).

Page 28: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

28

Figura 1 – Metabolismo dos ácidos graxos das famílias n-6 e n-3.

Fonte: adaptado de Kruger et al., 2010.

O AA é convertido em prostaglandina 2 (PGE2) e leucotrienos da série 4, ambos com

ação pró-inflamatória. A PGE2 é um potente modulador da remodelação óssea, afetando assim

a reabsorção e a formação óssea (Jee & Ma, 1997; Albertazzi & Coupland, 2002). A excessiva

produção de PGE2 estimula a reabsorção óssea, uma vez que reduz a diferenciação dos pré-

osteoblastos e aumenta o recrutamento de pré-osteclastos e sua maturação, assim uma baixa

ingestão de alimentos ricos em n-6 reduz a sua produção podendo proporcionar a manutenção

da formação óssea (Watkins et al., 2000; Liu & Denbow, 2001).

O EPA é convertido em prostaglandina 3 (PGE3) e leucotrienos da série 5, que

contribuem para a redução da síntese de PGE2, por competição de enzimas, apresentando assim

ação anti-inflamatória. Com a redução da síntese de PGE2, é possível recrutar pré-osteoblastos

e promover sua maturação, favorecendo assim a formação óssea (Kruger et al., 2010). Além

disso, a PGE3 inibe a produção de fator de necrose tumoral alfa (tumor necrosis fator alpha,

TNF-α) e interleucina 6 (IL-6), citocinas pró-inflamatórias que promovem reabsorção óssea

(Gilsanz et al., 2009; Halade et al., 2010), assim, sugere-se que com a diminuição dessas

Ômega-6 (n-6) Ômega-3 (n-3)

Ácido gama-linolênico EPA

Ácido linoleico Ácido α-linolênico

Ácido dihomo-gama-linolênico Ácido docosapentanoico

Ácido araquidônico DHA

PGE2

Leucotrienos

série 4

PGE3

Leucotrienos

série 5

Page 29: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

29

citocinas, haja uma diminuição na reabsorção óssea e consequente formação óssea (Garfólo &

Petrilli, 2006).

Outros fatores que relacionam a estrutura óssea com os ácidos graxos poli-insaturados

são: a expressão do ligante do receptor ativador do fator nuclear Kappa B (RANKL), um

receptor presente nos osteoblastos, responsável pelo equilíbrio entre a reabsorção e a formação

óssea; a quantidade de osteoprotegerina (OPG), um receptor chamariz do RANKL que regula

negativamente a osteoclastogênese (Ferrer et al., 2002). Outro receptor, relacionado com a

reabsorção óssea é o receptor ativador de fator nuclear Kappa B (RANK), que também se liga

ao RANKL, porém esse receptor está presente na membrana plasmática dos pré-osteoclastos,

logo, quando ocorre a ligação do RANK ao RANKL ocorre o estímulo para a síntese de

osteoclastos. Quando a OPG se liga ao RANKL ocorre a inibição tanto da diferenciação celular

como da função do osteoclasto, pois a OPG inibe a ligação do RANK ao RANKL. O ácido

graxo poli-insaturado n-6, percursor de PGE2, está relacionado com o aumento da expressão de

RANKL, diminuição da quantidade de OPG e ainda aumento da expressão de RANK,

favorecendo assim a reabsorção óssea. No entanto, o n-3 por ser convertido em PGE3, que inibe

a síntese de PGE2, ajuda na manutenção dos níveis de OPG e diminuição dos níveis de RANK.

Além disso, o n-3 atua diminuindo o tempo de vida dos osteoclastos, promovendo a apoptose

destas células (Kruger et al., 2010).

2.2.3 Tecido adiposo

O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo onde pode-se observar predominância

de adipócitos. Em pessoas de peso normal, o tecido adiposo representa de 20 a 25 % do peso

corporal das mulheres e de 15 a 20% do peso corporal de homens (Junqueira & Carneiro,

2013b).

Este tecido é o maior depósito de energia do corpo, sob forma de triglicerídeos, sendo

assim, é a principal reserva de energia do organismo. Além da função energética, o tecido

adiposo é isolante térmico, mecânico e participa da síntese de hormônios esteroides (Junqueira

& Carneiro, 2013b).

O tecido adiposo é dividido em duas variedades que apresentam distribuição corporal,

estrutural e fisiológica distintas. Um dos tipos é o tecido adiposo branco, também conhecido

como unilocular, cujas células, quando desenvolvidas por completo, apresentam apenas uma

Page 30: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

30

gotícula de gordura a qual ocupa quase todo o citoplasma. A outra variedade é o tecido adiposo

marrom ou multilocular, constituído por células que contêm numerosas gotículas lipídicas e

muitas mitocôndrias (Tres & Kierszenbaum, 2012; Junqueira & Carneiro, 2013b).

O tecido adiposo branco está mais presente em indivíduos adultos do que o marrom.

Porém em recém-nascidos, este apresenta uma localização bem definida e não cresce, o que

explica o fato de nos adultos ele estar extremamente reduzido. Este tecido tem como função

produzir calor, ajudando na termorregulação do recém-nascido, protegendo-o do frio (Tres &

Kierszenbaum, 2012; Junqueira & Carneiro, 2013b).

2.2.4 Obesidade, ácidos graxos poli-insaturados e integridade óssea

Obesidade é considerada uma doença crônica não transmissível, definida como o

acúmulo excessivo de tecido adiposo que compromete a saúde dos indivíduos, afetando o

sistema respiratório, locomotor, esquelético, cardíaco, além de favorecer o surgimento de

dislipidemia, diabetes tipo 2, entre outras doenças (WHO, 2011; Pinheiro et al., 2004).

Apresenta etiologia complexa, com caráter multifatorial, associado a aspectos culturais,

ambientais, genéticos, socioeconômicos e biológicos (Popkin, 2001).

A prevalência da obesidade é um problema de saúde pública com caráter epidêmico

(Mendonça & Anjos, 2004), devido ao crescimento nas últimas décadas, tanto nos países em

desenvolvimento como nos países desenvolvidos (Nunes et al., 2007; Leão & Santos, 2012).

De acordo com a OMS em 2025 estima-se que 300 milhões de pessoas sejam diagnosticadas

com obesidade (WHO, 2011).

O aumento desta doença está associado às mudanças ocorridas nos hábitos alimentares

e no estilo de vida (Leal et al., 2012). Atualmente o perfil alimentar da população inclui a

diminuição do consumo de alimentos de origem vegetal e aumento dos de origem animal, logo,

ocorreu um aumento da ingestão de gordura saturada, sal, açúcar simples e alimentos

industrializados (Silva et al., 2010; MS, 2014)

A obesidade interfere no sistema esquelético, uma vez que o hipotálamo modula a

reserva de gordura e de osso, por meio do sistema nervoso simpático, regulando o apetite, a

sensibilidade da insulina e remodelação do esqueleto (Rosen & Klibanski, 2009). Além disso,

os adipócitos e os osteoblastos são originados das células-tronco mesenquimais, visto que

Page 31: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

31

ambos são tipos de tecido conjuntivo (Junqueira & Carneiro, 2013c). Ademais, um estudo

epidemiológico demonstrou que a adiposidade central está relacionada com uma qualidade

óssea inferior, além de alterar o turnover ósseo (Cohen et al., 2013)

Alguns nutrientes, como o n-3 e o n-6 podem influenciar na síntese, tanto do adipócito

como do osteoblasto. Como dito anteriormente, uma dieta contendo baixa razão de n-6/n-3 é

benéfica para a integridade óssea, devido à diminuição da formação de PGE2. Além disso, uma

dieta contendo altas concentrações de n-6, leva ao recrutamento do receptor ativado por

proliferadores de peroxissoma gamma (peroxisome proliferator-activated receptor gamma,

PPAR-γ), que converte pré-adipócitos em adipócitos, o que acarreta em acúmulo de gordura

(Kruger et al., 2010). O n-3, por outro lado, diminui o recrutamento de pré-adipócitos, além de

diminuir a hipertrofia dos adipócitos, devido ao estímulo de genes relacionados com a oxidação

dos ácidos graxos, através do receptor ativado por proliferadores de peroxissoma alfa

(peroxisome proliferator-activated receptor alfa, PPAR-α), causando a redução da área dos

adipócitos (Figura 2) (Raclot & Groscolas, 1994; Hsu et al, 2006).

Figura 2 – Origem dos adipócitos e osteoblastos.

Fonte: Adaptado de Junqueira & Carneiro, 2013c. Ativação da via; Inibição da via.

Ômega-6:

Via PPAR-γ

Ômega-3:

Via PPAR-α

Ômega-6:

Via PG2

Ômega-3:

Via PG3, inibe PG2

CÉLULA

MESENQUIMAL

INDIFERENCIADA

OSTEOBLASTO

TECIDO

ADIPOSO

Page 32: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

32

Além disso, a adiposidade atua na estrutura óssea de forma indireta, devido à secreção

de insulina, uma vez que os seus níveis séricos estão aumentados em indivíduos obesos. A

insulina atua diretamente na proliferação e na atividade dos osteoblastos, dessa forma

estimulando a formação óssea (Gilsanz et al., 2009; Zillikens et al., 2010), demonstrando que a

obesidade pode trazer benefícios para a estrutura óssea.

Carvalho et al. (2002) evidenciaram que com o aumento da massa corporal há um

aumento da ação mecânica no osso e com isso causa microdeformações neste, assim ocorre um

estímulo às células osteoblásticas, que estão relacionadas com uma menor reabsorção óssea e

um aumento na formação óssea local.

Esse aumento da ação mecânica ocorre devido ao trabalho muscular aumentado para

sustentar e/ou locomover os indivíduos com maior massa corporal, assim estimulando a

formação óssea (Lewin et al., 1997). Reddy et al. (2009) observaram que a DMO é maior em

indivíduos com sobrepeso, apesar da qualidade óssea não ser necessariamente boa (Bandeira F,

2007; Lecka-Czernik et al., 2015). Em modelo experimental a mesma relação positiva foi

observada entre a obesidade, massa e arquitetura óssea (Iwaniec et al., 2009).

No entanto, a massa corporal pode apresentar um efeito negativo em relação aos

parâmetros ósseos. Taes et al. (2009) investigaram a influência da adiposidade, que é a

quantidade ou depósito de gordura em determinada parte do corpo, no caso desse estudo, na

região intra-abdominal na DMO e CMO de homens adultos que atingiram o pico de massa óssea

e observou que esses dados foram menores em homens com maior adiposidade. Tal fato é

devido ao tecido adiposo intra-abdominal estar relacionado com a expressão de citocinas pró-

inflamatórias, como TNF-α e IL-6, que promovem reabsorção óssea (Gilsanz et al., 2009;

Halade et al., 2010).

2.3. ALIMENTOS FUNCIONAIS

O conceito de alimentos funcionais varia de acordo com a regulamentação local ou

regional (Stringheta et al., 2007). No Japão, é utilizado o termo alimentos para uso específico

da saúde (FOSHU – foods for specified health use), fazendo referência a alimentos consumidos

juntos a uma dieta normal que, além das funções básicas nutricionais, proporciona benefícios

fisiológicos e/ou reduzem o risco de doenças crônicas (Stringheta et al., 2007). A associação

Page 33: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

33

dietética americana (ADA – American Dietetic Association) considera alimento funcional,

aquele que tem ação metabólica ou fisiológica no crescimento, desenvolvimento, manutenção

e em outras funções normais do organismo (ADA Reports, 1999). No Brasil, a ANVISA é o

órgão responsável pela regulamentação de alimentos e ingredientes chamados de alimentos com

alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde, alimentos ou nutriente que além das funções

nutricionais básicas, causa efeito benéfico à saúde (Brasil, 1999).

O ácido graxo n-3 está na lista de alegações aprovadas pela ANVISA, tendo como

benefício o auxílio na manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos (Brasil, 2008). No

entanto, apresenta uma observação no que diz respeito às mulheres grávidas e nutrizes, pois

elas deverão consultar o médico antes de usar o ômega-3, uma vez que não há um consenso

sobre a recomendação desse nutriente para o período gestacional e de lactação, além do fato de

haver poucos dados na literatura avaliando o efeito desse ácido graxo na saúde do feto e do

lactente (Silveira et al., 2009). Dessa forma, é importante o estudo de alimentos fonte de ALA,

como o óleo de linhaça, em animais, para certificação da segurança alimentar desse nutriente

durante os primeiros meses de vida.

2.4 ÓLEO DE LINHAÇA

A linhaça (Linum usitatissimum) é uma semente oleaginosa originada da planta do linho,

pertencente à família Linaceae (Morris & Vaisey-Genser, 2003; Trucom, 2006), considerada

um alimento com alegação de propriedades funcionais, visto que é a maior fonte conhecida de

ácido graxo ômega-3 do reino vegetal (Brasil, 2008; Sales et al., 2010) ajudando na prevenção

de doenças, promovendo a saúde.

É uma planta que varia de 30 a 130 cm de altura, que apresenta talos eretos, folhas

estreitas e flores de coloração azul, vermelha ou branca. As dimensões das sementes varias de

cerca de 3,0 – 6,4 mm de comprimento, 1,8 – 3,4 mm de largura e 0,5 – 1,6 mm de espessura

(Freeman, 1995). A parte interna da semente, chamada de embrião é protegido pela casca, que

é utilizada como ingrediente funcional (Oomah & Mazza, 1997; Wiesenborn et al., 2002). Sua

semente apresenta duas variedades, a marrom e a dourada, sendo a variedade marrom mais

cultivada em regiões de clima quente e úmido, como o Brasil, e a dourada em regiões frias

como nos Estados Unidos e no Canadá. Em relação à composição química, não há muita

Page 34: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

34

divergência entre essas variedades, o que diferencia é o local de plantio e cultivo e a utilização

de agrotóxicos (Novello & Pollonio, 2011).

A linhaça pode ser utilizada tanto como farinha, servindo de ingrediente na elaboração

de pães e biscoitos (Maciel et al., 2008), macarrão (Lee & Lip, 2003), bolos (Lee et al., 2004),

como na forma de óleo, disponível em emabalgens engarrafadas à prova de luz para evitar a

oxidação fotoquímica (Morris & Vaisey-Genser, 2003; Roy et al., 2007), podendo ser utilizado

em saladas ou em cápsulas para suplementação (Novello & Pollonio, 2011). O óleo de linhaça

é produzido a uma temperatura máxima permitida de 35 ºC, em que a parte interna da semente

sofre uma “pressão a frio” e o óleo é extraído (Novello & Pollonio, 2011). As informações

nutricionais do óleo de linhaça se encontram na tabela 1.

Tabela 1 – Informação nutricional do óleo de linhaça (Giroil ®).

Informação nutricional (porção de 13mL – 1 colher de sopa)

Quantidade por porção %VD (*)

VET 117 Kcal/491 KJ 8

Carboidrato 0 g 0

Proteína 0 g 0

Gorduras totais, das quais: 13 g 24

Gordura saturada 1,2 g 6

Gordura monoinsaturada 2,3 g -

Gordura poli-insaturada 9 g -

Gordura trans 0 g -

Colesterol 0 mg -

Fibra 0 g 0

Sódio 3,2 mg 0

n-3 6,8 g -

n-6 1,6 g -

n-9 2,7 g -

(*) Valores diários recomendados com base em uma dieta de 2000 Kcal ou 9400 KJ. Seus valores diários podem

ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas. VET – Valor energético total; n-3 – ácido

graxo ômega-3; n-6 – ácido graxo ômega-6; n-9 – ácido graxo ômega-9.

Fonte: Rótulo do óleo de linhaça (Giroil®), utilizado no presente estudo.

Page 35: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

35

Como pode ser observado na tabela 1, o óleo de linhaça apresenta 6,8g de n-3 e 1,6 g de

n-6, apresentando baixa razão de n-6/n-3, uma vez que apresenta maior quantidade de n-3 do

que n-6. Diversos estudos populacionais têm relatado que um aumento na ingestão de n-3 ajuda

na prevenção de doenças inflamatórias e na perda óssea, visto que auxilia na redução de

marcadores de reabsorção óssea, contribuindo então para a formação óssea (Corwin, 2003;

Kruger et al., 2010).

Page 36: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

36

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a influência de uma dieta materna contendo óleo de linhaça na adiposidade e

estrutura óssea dos filhotes de ratas Wistar ao final da lactação.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Comparar o consumo de ração durante a lactação entre os grupos;

Comparar a massa e comprimento corporal entre os grupos;

Comparar a composição corporal, através de técnica radiológica, como o método de

absorciomentria com dupla emissão de raios-X (DXA), entre os grupos;

Comparar níveis séricos de cálcio, fósforo e magnésio, assim como o colesterol total,

HDL-colesterol e triglicerídeos entre os grupos;

Comparar as concentrações de osteocalcina, osteoprotegerina e leptina entre os grupos;

Comparar as concentrações dos ácidos graxos saturados, monoinsaturados e poli-

insaturados presentes no soro do sangue, com auxílio da técnica de cromatografia, entre

os grupos;

Page 37: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

37

Comparar a massa absoluta e relativa dos tecidos entre os grupos;

Comparar o aspecto geral do tecido hepático e a área do adipócito, através da técnica

histomorfológica de tecido, entre os grupos;

Comparar os parâmetros anatômicos, como a distância entre as epífises e largura da

diáfise, com auxílio de um paquímetro digital, entre os grupos.

Dissertação submetida ao Programa de

Pós-Graduação em Ciência Médicas da

Universidade Federal Fluminense com

parte dos requisitos necessários à

obtenção do Grau de Mestre. Área de

Concentração: Ciência Médicas.

Page 38: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

38

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 ASPECTOS ÉTICOS

Esse projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pela Comissão de Ética no Uso de

Animais da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da Universidade Federal

Fluminense (UFF) com o número: 474 (Anexo 9.1). Todos os procedimentos atenderam às

exigências previstas no projeto de lei nº 11.794/2008, que estabelece procedimentos para o uso

científico de animais.

4.2 MATERIAL

4.2.1 Animais

Foram utilizadas ratas Rattus norvegicus, variedade Albinus, linhagem Wistar, obtidas

a partir de colônias do Laboratório de Nutrição Experimental (LabNE) da Faculdade de

Nutrição da UFF, que foram mantidos em condições controladas de temperatura (22 ± 2ºC) e

umidade (60 ± 10%), com ambiente submetidos a ciclos de 12:12h claro-escuro.

4.2.2 Óleo de linhaça

O óleo de linhaça utilizado foi o da marca Giroil Agroindustria LTDA (Santo Ângelo,

RS, Brasil), o qual apresenta embalagem de vidro e de cor escura, visando evitar a oxidação

dos ácidos graxos pela luz. Foi adquirido em mercado local e armazenado em local apropriado

Page 39: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

39

para o mesmo fim. No momento da confecção das rações ele foi pesado e logo utilizado no

preparo das mesmas.

4.2.3 Rações experimentais

As rações utilizadas ao longo do experimento foram preparadas no LabNE da Faculdade

de Nutrição da UFF.

A composição nutricional e o valor energéticos da dieta controle e da dieta contendo

óleo de linhaça se encontram nas Tabelas 2 e 3 respectivamente, sendo que o conteúdo de

vitaminas e minerais seguiu as recomendações da AIN-93G (Reeves et al., 1993). O

acompanhamento da ingestão foi realizado a cada 3 dias.

Tabela 2 – Composição nutricional a cada 1 Kg da ração controle e da ração óleo

de linhaça.

Ingrediente (g em 1 Kg) Ração controle Ração óleo de linhaça

Caseína ¹ 200 200

Amido de milho ² 529 529

Açúcar ³ 100 100

Óleo de soja 4 70 -

Óleo de linhaça 5 - 70

Celulose ¹ 50 50

Mix de Minerais (AIN-93G) 6 35 35

Mix de Vitaminas 6 10 10

L-cistina ¹ 3,0 3,0

Bitartarato de colina ¹ 2,5 2,5

BHT ¹ 0,014 0,014

Total 1000 1000

1 – Rhoster Indústria e Comércio LTDA®; 2 – Maisena; 3 – União®; 4 – Liza®; 5 – Giroil®; 6 – PragSoluções.

Page 40: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

40

Tabela 3 – Composição dos macronutrientes da ração controle e da ração óleo de

linhaça.

Macronutrientes (g) Ração controle Ração óleo de linhaça

Proteína 170 170

Lipídio 70 70

Carboidrato 540,6 540,6

Kcal/Kg 3472 3472

4.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

Foram utilizadas seis ratas com aproximadamente três meses de idade que foram

acasaladas e colocadas em gaiolas individuais com acesso à água e ração comercial ad libitum.

No nascimento dos filhotes (P0), houve um ajuste do número de filhotes, visando a

maximização do desempenho lactotrófico, sendo assim cada mãe ficou com 6 filhotes (Fishbeck

& Rasmussen, 1987). Nesse momento, a massa corporal da ninhada foi mensurada em balança

digital (sensibilidade 0,5g Filizola MF-3, Brasil).

No P0, as mães e suas ninhadas foram divididas em dois grupos, sendo um grupo

controle (GC), que recebeu dieta controle e um grupo óleo de linhaça (GOL), que recebeu dieta

contendo óleo de linhaça. Ao final de 21 dias de vida (P21), cada filhote do GC e GOL foi

desmamado e, após duas horas de jejum, anestesiado. Nesse momento, a massa e comprimento

corporal desses animais foram aferidos em balança digital (sensibilidade 0,5g Filizola MF-3,

Brasil) e em fita métrica, respectivamente (Esquema 1).

Page 41: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

41

Esquema 1 – Delineamento experimental

P0 – dia do nascimento, filhotes com 0 dias de vida e início do consumo da ração controle ou óleo de linhaça; P21

– filhotes com 21 dias de vida; GC – grupo controle; GOL – grupo óleo de linhaça.

4.4 ANESTESIA

No P21, os filhotes foram anestesiados com injeção intraperitoneal de Thiopentax®

(Tiopental sódico 1G, Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos LTDA, Brasil) a 5% (0,15

mL/100g p.c., i.p.) sendo a diluição de 50 mL de água destilada para 1 g de anestésico e então

foram submetidos à avaliação da composição corporal.

4.5 COMPOSIÇÃO CORPORAL

A composição corporal foi realizada no Laboratório de Avaliação Nutricional e

Funcional (LANUFF) da Faculdade de Nutrição Emília de Jesus Ferreiro da UFF. A análise foi

feita por absorciomentria com dupla emissão de raios-x (dual-energy X-ray absorptionmetry,

DXA), através do densitômetro LUNAR – IDXA (GE ®), que tem um software específico para

animais de pequeno porte (encore 2008. Version 13.40 GE Healthcare).

Foram analisados em cada rato os seguintes parâmetros: massa magra (g), massa gorda

(g), percentual de gordura (%), massa de gordura do tronco (g), densidade mineral óssea – DMO

(g/cm²), conteúdo mineral ósseo – CMO (g) e área óssea (cm²) total e da coluna vertebral.

Mãe com 6

filhotes cada

GC

(n = 12 filhotes)

GOL

(n = 12 filhotes)

P0

LACTAÇÃO DESMAME (P21)

FILHOTES

FORAM

ANESTESIADOS

RAÇÃO

CONTROLE

RAÇÃO ÓLEO DE

LINHAÇA

Page 42: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

42

4.6 EUTANÁSIA E COLETA DO SANGUE

Após o DXA, os animais, ainda anestesiados, foram submetidos à incisão meto-pubiana

com subsequente abertura das cavidades torácicas e abdominal. A abertura da cavidade

abdominal foi feita removendo-se a pele e o peritônio e expondo as vísceras. Em seguida o

sangue foi coletado por punção cardíaca até exsanguinação total.

O sangue coletado foi transferido para tubos sem anticoagulante e com anticoagulante

(etilenodiaminotetracético, EDTA), em seguida centrifugados (Centrifuga Sigma) a 3500 RMP

durante 15 minutos para a obtenção do soro, que foi armazenado a -80ºC, para posteriores

análises.

4.7 ANÁLISES BIOQUÍMICAS

4.7.1 Análises sorológicas

No soro foram analisados o colesterol (mg/dL), HDL-colesterol (lipoproteína de alta

densidade, high density lipoprotein, mg/dL), triglicerídeos (mg/dL), creatinina (mg/dL), ureia

(mg/dL), ácido úrico (mg/dL), albumina (g/dL), proteína total (g/dL), cálcio (mg/dL), fósforo

(mg/dL), magnésio (mg/dL), aspartato aminotransferase (AST, U/L), alanina aminotransferase

(ALT, U/L). Essas dosagens foram realizadas com o auxílio de um analisador automático de

bioquímica (Bioclin BS120, Quibasa - Química Básica Ltda/Belo Horizonte-MG), localizado

no LabNE/UFF.

4.7.2 Análises hormonais

Foram feitas analises de osteocalcina (ng/mL), osteoprotegerina (ng/mL) e leptina

(ng/mL). Tais dosagens foram realizadas no Instituto Genese de Análises Científicas – São

Paulo, pelo método de ensaio de imunoabsorção enzimática (enzyme linked immuno sorbent

assay, ELISA), utilizando o painel (RBN1MAG-31K-03, Elisa Multiplex ® Millipore,

Billerica, MA, USA).

Page 43: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

43

4.7.3 Cromatografia

A determinação da composição de ácidos graxos saturados, monoinsaturados e poli-

insaturados foi realizada por cromatografia gasosa das amostras sorológicas no laboratório de

lipídios da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. A

derivatização de extrato de lipídios foi realizada de acordo com AOAC Official Methods 996,06

(AOAC, 2002; AOAC, 2005) com algumas modificações. Alíquotas de 0,2 mL de cada amostra

de soro, adicionados a um tubo de ensaio com tampa de rosca e ácido pirogálico 5 mg, 0,025

ml de padrão (5 mg / mL tritridecanoin C13: 0 em clorofórmio), 0,1 mL de etanol, 0,5 mL de

HCl 8,3 M e em alguns foram adicionadas esferas de vidro. Os tubos foram colocados em um

banho de água a 75 °C durante 40 min e depois arrefecida à temperatura ambiente.

Subsequentemente, 1 ml de éter etílico e 1 ml de éter de petróleo foram adicionados e as

amostras foram centrifugadas a 10.000rpm durante 5 min. A seguir as amostras foram

transferidas para outro tubo e o éter foi evaporado sob N2 em um banho de água (abaixo de

40°C). A metilação foi realizada por adição de 1 mL de BF3 (7% em metanol) e 0,5 mL de

tolueno e subsequente ebulição a 100°C durante 45 min. Após arrefecimento à temperatura

ambiente, 2,5 mL de água, 1 ml de hexano e aproximadamente 0,5 g de Na2SO4 anidro foram

adicionados. Os tubos foram deixados de repouso para permitir a separação de fases e em

seguida uma amostra desta fase foi transferida para um frasco contendo Na2SO4 anidro e onde

evaporou-se sob N2. Antes da injeção no cromatógrafo, 0,1 mL de hexano foram adicionados a

cada amostra. As amostras foram analisadas por cromatografia a gás (Shimadzu GC 17A)

equipado com um detector de ionização de chama (FID), injetor automático COA-20 e uma de

Classe GC10 Workstation. A separação de ácidos graxos foi realizada utilizando uma coluna

de sílica fundida SP-2560 (bis-cianopropilo polissiloxano) (100 m x 0,25 mm x 0,2 mm;

Supelco, Bellefonte, EUA). A temperatura da coluna foi programada como se segue: 140 °C

durante 5 min; aquecimento a 4°C / min até 240 °C; 240 °C durante 30 min. O injetor e o

detector era de 250°C, e foi usado hélio como gás transportador, a um caudal / min 1 mL. A

razão de separação foi de 1/10. Dois microlitros de extrato de lipídio derivatizado foi injetado

e os picos correspondentes aos ésteres metílicos dos ácidos graxos foram identificados por

comparação dos tempos de retenção dos padrões de ésteres metílicos de ácidos graxos e os

cromatogramas forneceram Ce 1 h-05.

Page 44: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

44

4.8 COLETA DOS TECIDOS

Após a coleta do sangue, o pâncreas, fígado, coração, rim direito, testículo direito, tecido

adiposo intra-abdominal (retroperitoneal, mesentérico e epididimal) foram retirados e pesados

em balança analítica (precisão 0,0001 Bosch S2000, Brasil), para análise quanto a massa

absoluta (g) e relativa (g/100g). O fêmur foi coletado e armazenado a -20 °C, para posteriores

análises.

4.9 ANÁLISE DO TECIDO HEPÁTICO

Após a coleta e pesagem do fígado, uma amostra deste tecido foi fixada em formol

tamponado e submetida aos processos de desidratação em uma série crescente de álcool etílico,

xilol e inclusão em parafina para a avaliação do seu estado geral. Os blocos de parafina com os

fragmentos de tecido hepático foram cortados em micrótomo rotativo (Microtec-CUT 4050),

com cortes semi-seriados de 5 µm e em seguida montados em lâmina de vidro para coloração

morfológica de hematoxilina-eosina (HE). A análise foi realizada no laboratório de técnica

histológica, localizado no Departamento de Ciências Fisiológicas/UERJ. A avaliação foi

determinada a partir da análise de imagens digitais adquiridas pela câmera digital Olympus

DP72 acoplada ao microscópio Olympus BX51 com ocular 20X. A análise foi realizada com o

auxílio de programa Image J - Pro versão 4.5.0.29.

4.10 ANÁLISE DO TECIDO ADIPOSO

Depois da coleta e pesagem do tecido adiposo intra-abdominal, uma amostra de gordura

retroperitoneal foi fixada em formol tamponado e submetida aos processos de desidratação em

uma série crescente de álcool etílico, xilol e inclusão em parafina para a avaliação da área dos

adipócitos, através de análise morfológica (Costa et al., 2011). Os blocos de parafina com os

fragmentos de tecido retroperitoneal foram cortados em micrótomo rotativo (Microtec-CUT

4050), com cortes semi-seriados de 5 µm e em seguida montados em lâmina de vidro para

coloração morfológica de hematoxilina-eosina (HE). Tais análises foram realizadas no

laboratório de técnica histológica, localizado no Departamento de Ciências Fisiológicas/UERJ.

A área seccional (µm²) dos adipócitos foi determinada a partir da avaliação de imagens digitais

Page 45: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

45

adquiridas pela câmera digital Olympus DP72 acoplada ao microscópio Olympus BX51 com

ocular 20X e analisada com o auxílio de programa Image J - Pro versão 4.5.0.29.

4.11 ANÁLISES ÓSSEAS

Depois de limpo, o fêmur foi pesado em balança analítica (precisão 0,0001g Bosch

S2000, Brasil) e mensurado quanto ao comprimento através do paquímetro digital (JOMARCA,

0,01 mm) a partir da distância entre as epífises. Com a obtenção do comprimento, foi calculado

o ponto médio do fêmur e a partir desse valor mediu-se a largura da diáfise.

4.12 COMPOSIÇÃO ÓSSEA

A composição óssea do fêmur foi realizada no LANUFF da Faculdade de Nutrição

Emília de Jesus Ferreiro da UFF através do DXA. Foi analisada a DMO (g/cm²), CMO (g) e

área óssea (cm²). Seguindo protocolo descrito anteriormente (Costa et al., 2011).

4.13 CARCAÇAS

As carcaças foram armazenas em freezer -20 °C para descarte como lixo biológico e

foram recolhidas pela UFF e encaminhadas para PESAGRO-Rio (Empresa de Pesquisa

Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro) onde foram incineradas.

Page 46: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

46

4.14 ANÁLISE ESTATÍSTICA

O número de animais em cada grupo não permitiu realizar um teste de normalidade,

porém, geralmente as variáveis biológicas costumam ter distribuições simétricas e por isto foi

assumida a normalidade destas, assim, foi utilizado o teste t-Student para análise dos dados

relativos à ingestão alimentar, massa, comprimento corporal, resultados da composição

corporal, dados bioquímicos e resultados das análises do tecido adiposo e ósseo. Todos os

resultados foram expressos como média ± desvio padrão, considerando significativos os testes

que tiveram p < 0,05. A análise estatística foi realizada usando o programa S-Plus 8.0.

Page 47: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

47

5 RESULTADOS

A figura 3 apresenta a evolução do consumo alimentar médio por grupo durante os 21

dias de lactação. Durante o período experimental, não foi observado nenhuma diferença

significativa entre os grupos.

Figura 3 – Evolução do consumo alimentar médio por grupo durante 21 dias de

lactação.

0 5 10 15 2060

80

100

120

140GC

GOL

Dias

Co

nsu

mo

alim

en

tar

(g)

Grupo controle (GC, n = 12) e grupo óleo de linhaça (GOL, n = 12) durante a lactação.

Ao observar o peso dos filhotes ao nascer, notou-se que não houve diferença

significativa entre os grupos. No entanto, no final da lactação, pode-se observar diferença

significativa no que diz respeito à massa (+12%, p = 0,0051) e ao comprimento corporal (+10%,

p < 0,0001), visto que a estes fatores estavam maiores no GOL quando comparados ao GC. Em

Page 48: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

48

relação à composição corporal analisada pelo DXA, observou-se um aumento percentual, mas

não significativo da massa magra (+10%). A massa gorda (+45%, p = 0,0021), percentual de

gordura (+33%, p = 0,0126), massa de gordura do tronco (+43%, p = 0,0249), DMO total (+8%,

p = 0,0018), CMO total (+55%, p = 0,0089), área óssea total (+35%, p = 0,0171), DMO da

coluna vertebral (+6%, p = 0,0441), CMO da coluna vertebral (+41%, p = 0,0030) e área óssea

da coluna vertebral (+26%, p = 0,0167) estavam mais altos no GOL quando comparado ao GC

(Tabela 4).

Tabela 4 – Massa, comprimento e composição corporal dos filhotes aos 21 dias de

idade.

Resultados, unidade de medida GC (n = 12) GOL (n = 12) p-valor

Massa corporal da ninhada P0, g 38,93 ± 1,76 38,64 ± 2,92 0,4574

Massa corporal dos filhotes P21, g 54,42 ± 6,21 61,08 ± 4,05 0,0051

Comprimento corporal, cm 18,79 ± 0,78 20,58 ± 0,46 < 0,0001

Massa magra, g 31,82 ± 4,57 35,17 ± 3,07 0,0503

Massa gorda, g 14,42 ± 4,50 21,00 ± 4,76 0,0021

Percentual de gordura, % 30,40 ± 8,69 40,46 ± 9,42 0,0126

Massa de gordura do tronco, g 5,91 ± 2,99 8,50 ± 2,19 0,0249

DMO total, g/cm² 0,059 ± 0,002 0,064 ± 0,003 0,0018

CMO total, g 0,69 ± 0,19 1,07 ± 0,28 0,0089

Área óssea total, cm2 12,83 ± 4,26 17,42 ± 4,44 0,0171

DMO da coluna vertebral, g/cm2 0,076 ± 0,001 0,081 ± 0,001 0,0441

CMO da coluna vertebral, g 0,24 ± 0,07 0,34 ± 0,06 0,0030

Área óssea da coluna vertebral, cm2 3,16 ± 0,71 4,00 ± 0,85 0,0167

Grupo controle (GC, n = 12) e grupo óleo de linhaça (GOL, n = 12) aos 21 dias de idade. P0 – nascimento dos

filhotes; P21 – filhotes com 21 dias de vida; DMO – densidade mineral óssea; CMO – conteúdo mineral ósseo.

Ao analisar os resultados sorológicos, pode-se observar que o colesterol estava

significativamente menor (-13%, p = 0,0001) e o HDL-colesterol estava maior (+29%, p <

0,0001) no GOL quando comparado ao GC. Os valores de triglicerídeos, ureia, creatinina, ácido

úrico, albumina, proteínas totais, cálcio, fósforo, magnésio, AST e ALT não apresentaram

diferença significativa entre os grupos (Tabela 5).

Page 49: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

49

No que diz respeito às análises hormonais, pode-se observar níveis significativamente

mais altos da osteocalcina (+173%) e osteoprotegerina (+183%) no GOL quando comparado

ao GC. Os valores de leptina não apresentaram diferença significativa entre os grupos (Tabela

5 e Figura 4).

Tabela 5 - Dados sorológicos e análises hormonais dos filhotes aos 21 dias de idade.

Resultados, unidade de medida GC (n = 12) GOL (n = 12) p-valor

Colesterol, mg/dL 124,7 ± 10,7 107,9 ± 5,8 0,0001

HDL-colesterol, mg/dL 36,08 ± 2,84 46,83 ± 2,51 < 0,0001

Triglicerídeos, mg/dL 78,55 ± 20,79 65,45 ± 20,61 0,1536

Creatinina, mg/dL 0,24 ± 0,12 0,16 ± 0,04 0,0644

Ureia, mg/dL 22,50 ± 5,17 22,92 ± 3,05 0,8126

Ácido úrico, mg/dL 1,35 ± 0,30 1,10 ± 0,33 0,0834

Albumina, g/dL 3,02 ± 0,24 3,18 ± 0,17 0,0683

Proteínas Totais, g/dL 5,00 ± 0,46 4,77 ± 0,31 0,1763

Cálcio, mg/dL 11,11 ± 1,09 10,53 ± 0,50 0,1067

Fósforo, mg/dL 11,68 ± 1,05 10,72 ± 0,56 0,0710

Magnésio, mg/dL 2,70 ± 0,46 2,37 ± 0,24 0,0521

AST, U/L 190,2 ± 58,85 180,6 ± 31,99 0,6279

ALT, U/L 29,08 ± 18,18 21,42 ± 7,14 0,1877

Osteocalcina, ng/mL 88,01 ± 12,00 240,30 ± 36,63 0,0093

OPG, ng/mL 1,19 ± 0,38 3,38 ± 0,73 0,0405

Leptina, ng/mL 6,19 ± 1,18 7,62 ± 1,37 0,0611

Grupo controle (GC, n = 12) e grupo óleo de linhaça (GOL, n = 12) aos 21 dias de idade. AST – alanina

aminotransferase; ALT – alanina aminotransferase; OPG – osteoprotegerina.

Page 50: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

50

Figura 4 – Dados hormonais de osteocalcina, osteoprotegerina e leptina dos filhotes

aos 21 dias de idade.

A - Osteocalcina (p = 0,0093), B- osteoprotegerina (p = 0,0405) e C- leptina (p = 0,0611) do grupo controle (GC,

n = 12) e grupo óleo de linhaça (GOL, n = 12) aos 21 dias de idade.

GC GOL

0

100

200

300

400

500

Ost

eoca

lcin

a (

ng/m

L)

GC GOL

0

2

4

6

8

Oste

op

rote

ge

rin

a (

ng

/mL

)

GC GOL

0

5

10

15

20

Le

ptin

a (

ng

/mL

)

A

B

C

Page 51: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

51

As Tabelas 6 e 7 mostram os resultados da composição de ácidos graxos saturados e

monoinsaturados do soro dos filhotes aos 21 dias de idade. Nota-se que não houve diferença

significativa entre os grupos.

Tabela 6 – Composição de ácidos graxos saturados do soro dos filhotes aos 21 dias

de idade (mg/100mL).

Fórmula Nome GC (n = 12) GOL (n = 12) p-valor

12 : 0 Láurico 13,07 ± 9,02 3,67 ± 0,71 0,0832

14 : 0 Mirístico 10,29 ± 4,86 7,03 ± 0,68 0,2344

15 : 0 Pentadecanoico 1,03 ± 0,76 0,72 ± 0,01 0,4523

16 : 0 Palmítico 104,46 ± 25,53 97,86 ± 4,26 0,6284

17 : 0 Margárico 1,08 ± 0,24 0,98 ± 0,25 0,5864

18 : 0 Esteárico 63,70 ± 10,15 63,23 ± 1,71 0,9300

20 : 0 Eicosanoico 0,85 ± 0,15 0,54 ± 0,01 0,0880

22 : 0 Docosanoico 0,87 ± 0,31 0,50 ± 0,001 0,0948

24 : 0 Lignocérico 1,87 ± 0,23 1,71 ± 0,14 0,2942

TAGS 197,22 ± 35,87 176,26 ± 4,08 0,2898

Grupo controle (GC, n = 12) e grupo óleo de linhaça (GOL, n = 12) aos 21 dias de idade. TAGS – total de ácidos

graxos saturados

Page 52: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

52

Tabela 7 – Composição dos ácidos graxos monoinsaturados do soro aos 21 dias de

idade (mg/100 mL).

Fórmula Nome GC (n = 12) GOL (n = 12) p-valor

16 : 1 (n-7) Palmitoleico 1,61 ± 0,34 2,05 ± 0,19 0,1086

18 : 1 (n-9) Oléico 43,69 ± 14,89 37,11 ± 3,75 0,4245

18 : 1 (n-7) Vacênico 3,25 ± 0,43 2,92 ± 0,40 0,2571

20 : 1 (n-9) Eicosenoico 0,56 ± 0,13 0,37 ± 0,06 0,1817

24 : 1 Nervônico 4,53 ± 3,28 1,84 ± 0,18 0,2003

TAGM 53,67 ± 12,57 44,32 ± 4,30 0,2088

Grupo controle (GC, n = 12) e grupo óleo de linhaça (GOL, n = 12) aos 21 dias. TAGM – total de ácidos graxos

monoinsaturados.

Em relação aos ácidos graxos poli-insaturados (Tabela 8), observou-se valores mais altos

de ácido -linolênico (ALA, p < 0,0001) e ácido eicosapentaenoico (EPA, p < 0,0001) e valores

mais baixos do ácido araquidônico (AA, p = 0,0145) no GOL quando comparados ao GC.

Page 53: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

53

Tabela 8 – Composição dos ácidos graxos poli-insaturados do soro dos filhotes aos

21 dias de idade (mg/100 mL).

Fórmula Nome GC (n = 12) GOL (n = 12) p-valor

18 : 2 (n-6) Linoleico 84,91 ± 14,14 78,41 ± 7,21 0,4442

18 : 3 (n-6) -Linolênico 0,34 ± 0,23 0,62 ± 0,20 0,1263

18 : 3 (n-3) -Linolênico 3,26 ± 1,20 20,93 ± 1,71 < 0,0001

20 : 2 Eicosadienoico 1,37 ± 0,35 1,15 ± 0,29 0,3869

20 : 3 Ácido dihomo-

gama-linolênico 2,31 ± 0,47 2,22 ± 0,25 0,7550

20 : 4 (n-6) Araquidônico 74,37 ± 16,62 44,88 ± 4,99 0,0145

20 : 5 (n-3) Eicosapentaenoico 1,45 ± 0,54 11,85 ± 0,95 < 0,0001

22 : 5 (n-3) Docosapentaenoico 3,19 ± 0,74 6,71 ± 0,86 0,0800

22 : 6 (n-3) Docosa-hexaenoico 13,69 ± 4,71 14,54 ± 1,42 0,7419

TAGPI 184,93 ± 36,42 181,32 ± 12,38 0,8575

Grupo controle (GC, n = 12) e grupo óleo de linhaça (GOL, n = 12) aos 21 dias. TAGPI – total de ácidos graxos

poliinsaturado.

Na Tabela 9, encontra-se a massa absoluta dos tecidos corporais. Notou-se que a massa

absoluta do coração, fígado, pâncreas, rim direito e testículo direito, não apresentou diferença

significativa entre os grupos, no entanto, a massa do tecido adiposo intra-abdominal foi maior

no GOL quando comparado ao GC.

Page 54: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

54

Tabela 9 – Massa absoluta do coração, fígado, pâncreas, rim direito, testículo

direito e tecido adiposo intra-abdominal dos filhotes aos 21 dias de idade.

Resultados, unidade de medida GC (n = 12) GOL (n = 12) p-valor

Coração, g 0,278 ± 0,067 0,302 ± 0,0163 0,252

Fígado, g 2,174 ± 0,334 2,383 ± 0,217 0,083

Pâncreas, g 0,201 ± 0,029 0,227 ± 0,038 0,090

Rim direito, g 0,281 ± 0,028 0,305 ± 0,029 0,073

Testículo direito, g 0,140 ± 0,031 0,160 ± 0,026 0,080

Tecido adiposo intra-abdominal, g 0,687 ± 0,210 0,855 ± 0,139 0,031

Grupo controle (GC, n = 12) e grupo óleo de linhaça (GOL, n = 12) aos 21 dias.

A tabela 10 apresenta os valores da massa relativa dos tecidos corporais. Pode-se observar

que a massa relativa do coração, fígado, pâncreas, rim direito, testículo direito e tecido adiposo

intra-abdominal não diferiu significativamente entre os grupos.

Tabela 10 – Massa relativa do coração, fígado, pâncreas, rim direito, testículo

direito e tecido adiposo intra-abdominal dos filhotes aos 21 dias de idade.

Resultados, unidade de medida GC (n = 12) GOL (n = 12) p-valor

Coração, g/100g 0,524 ± 0,131 0,499 ± 0,029 0,458

Fígado, g/100g 3,985 ± 0,274 4,000 ± 0,411 0,897

Pâncreas, g/100g 0,341 ± 0,077 0,384 ± 0,097 0,217

Rim direito, g/100g 0,492 ± 0,086 0,538 ± 0,043 0,094

Testículo direito, g/100g 0,245 ± 0,077 0,268 ± 0,036 0,305

Tecido adiposo intra-abdominal, g/100g 1,248 ± 0,273 1,361 ± 0,109 0,195

Grupo controle (GC, n = 12) e grupo óleo de linhaça (GOL, n = 12) aos 21 dias.

Page 55: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

55

A figura 5 demonstra as fotomicrografias de secção histológica do tecido hepático do

GC e do GOL. Observou-se que não há uma diferença entre os grupos, ambos sem esteatose.

Figura 5 - Fotomicrografias de secções histológicas do tecido hepático dos filhotes

aos 21 dias de idade. (Objetiva 20X).

Fotomicrografia de secções histológicas do tecido hepático do GC (A) e do GOL (B).

A figura 6 apresenta os valores da massa absoluta e relativa do tecido adiposo intra-

abdominal, a área do adipócito e as fotomicrografias de secções histológicas de tecido adiposo

retroperitoneal aos 21 dias de idade. Devido à dificuldade de processamento, a gordura

mesentérica e epididimal não foram analisadas. Como dito anteriormente, o GOL apresentou

maior massa absoluta do tecido adiposo intra-abdominal em relação ao GC e a massa relativa

não diferiu entre os grupos. No entanto, quando comparada ao GC, a área do adipócito estava

menor no GOL (p < 0,0001).

A B

Page 56: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

56

Figura 6 – Massa absoluta e relativa do tecido adiposo intra-abdominal, área do

adipócito e fotomicrografias de secções histológicas de tecido adiposo retroperitoneal dos

filhotes aos 21 dias de idade. (Objetiva 20X).

A - Massa absoluta do tecido adiposo intra-abdominal (p = 0,031); B - massa relativa do tecido adiposo intra-

abdominal (p = 0,1959); C - morfometria do adipócito (área seccional) (p < 0,0001) do grupo controle (GC, n =

12) e grupo óleo de linhaça (GOL, n = 12), dos filhotes aos 21 dias de idade. Fotomicrografia do tecido adiposo

retroperitoneal do GC (D), aspecto usual do tecido adiposo e do GOL (E), que apresentou menor área do adipócito.

GC GOL

500

1500

2500

3500

Áre

a d

o a

dip

ócito

m²)

GC GOL

0.8

1.0

1.2

1.4

1.6

1.8

Ma

ssa

re

lativa

do

te

cid

o a

dip

oso

in

tra

-ab

do

min

al (g

/10

0g

)

D

GC GOL

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

Ma

ssa

ab

so

luta

do

te

cid

o a

dip

oso

in

tra

-ab

do

min

al (g

)

E

A

B

C

Page 57: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

57

Em relação aos dados ósseos, o GOL mostrou maior massa do fêmur (+10%, p = 0,030)

e distância entre as epífises (+4%, p = 0,002). A largura da diáfise não apresentou diferença

entre os grupos. Na composição óssea realizadas pelo DXA, observou-se maior DMO (+13%,

p = 0,010) mas não foi houve diferença significativa no CMO e área óssea (Tabela 11).

Tabela 11 – Parâmetros ósseos dos filhotes aos 21 dias de idade.

Resultados, unidade de medida GC (n = 12) GOL (n = 12) p-valor

Massa do fêmur, g 0,176 ± 0,023 0,194 ± 0,013 0,030

Distância entre as epífises, mm 17,87 ± 0,70 18,70 ± 0,40 0,002

Largura da diáfise, mm 2,46 ± 0,12 2,46 ± 0,11 0,898

DMO, g/cm2 0,035 ± 0,004 0,040 ± 0,004 0,010

CMO, g 0,39 ± 0,27 0,50 ± 0,42 0,476

Área óssea, cm2 12,58 ± 7,46 15,82 ± 9,31 0,839

Grupo controle (GC, n = 12) e grupo óleo de linhaça (GOL, n = 12) aos 21 dias de idade. DMO – densidade

mineral óssea; CMO – conteúdo mineral ósseo.

Page 58: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

58

6 DISCUSSÃO

A ingestão de óleo de linhaça durante a lactação contribuiu para uma maior massa e

comprimento corporal, HDL-colesterol, osteocalcina, OPG, massa gorda e densidade mineral

óssea nos filhotes. Provavelmente, a composição dos ácidos graxos do soro, durante este

período, contribuiu para os desfechos observados na composição corporal, desenvolvimento

ósseo e perfil lipídico dos filhotes no final da lactação no presente estudo.

O consumo alimentar não diferiu entre os grupos durante os 21 dias, isto pode ser

explicado pelo fato das dietas serem normoglicídicas, normolipídicas, normoproteícas e

normocalóricas, e ainda apresentarem a mesma quantidade de fibra. A diferença entre as rações

é a qualidade do lipídio, visto que o óleo de soja, utilizado na confecção da ração controle, é

fonte de LA e o óleo de linhaça, da ração óleo de linhaça, fonte de ALA.

Tinoco et al. (2009) observaram que as concentrações elevadas de ALA no leite estão

associadas com maior massa e comprimento corporal em prematuros. Corroborando com este

dado epidemiológico, no atual estudo, os filhotes do grupo óleo de linhaça apresentaram maior

massa e comprimento corporal. Este fato pode ser explicado devido ao óleo de linhaça ser uma

fonte relevante de ALA, como dito anteriormente. Este ácido graxo está envolvido no

crescimento e desenvolvimento celular (Korotkova et al. 2004; Innis, 2005), assim,

contribuindo para o desenvolvimento físico da prole. Em modelo experimental utilizando a

farinha de linhaça, Fernandes et al. (2011) encontram menor massa corporal nos filhotes que

receberam esta dieta durante a gestação e lactação, indicando que é preciso ter atenção ao

indicar a ingestão de linhaça durante essas fases da vida. No entanto, no presente estudo, as

mães receberam óleo de linhaça somente no período de lactação e seus filhotes apresentaram

maior massa corporal, o que também foi encontrado por Costa et al. (2015) ao utilizar farinha

de linhaça no mesmo período. Estudos anteriores (Dirienzo et al., 2008; Kruger et al., 2010)

Page 59: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

59

demostraram que a baixa razão de LA/ALA contribui para a formação óssea e a alta razão

estimula a reabsorção óssea. A partir da análise da composição dos ácidos graxos do soro do

sangue, foi observado uma baixa razão de LA/ALA no GOL, o que pode ter contribuído para o

melhor desenvolvimento corporal e ósseo desse grupo.

A absorciometria com dupla emissão de raio-X é considerado um método validado para

determinar a composição corporal e tem sido utilizada com sucesso em estudos que avaliam o

corpo como um todo e a região óssea dos ratos (Lukaski et al., 2001; Glickman et al., 2004;

Tsujio et al., 2009). Para nosso conhecimento, este é o primeiro estudo que avalia a composição

corporal de filhotes aos 21 dias de vida, cujas mães receberam dieta contendo óleo de linhaça

durante o período de lactação. Anteriormente, Costa et al. (2015) reportaram que filhotes

alimentados com farinha de linhaça durante a lactação mostraram maior massa gorda e massa

magra aos 21 dias, o que também foi observado no atual estudo. Neste, o óleo de linhaça

contribuiu para o aumento dos compartimentos corporais, visto que, o GOL demonstrou, além

de massa gorda, maior massa magra (10%, p = 0,0503) e massa óssea. A dieta com óleo de

linhaça contém baixa concentração de LA comparada ao óleo de soja (13% vs. 54%,

respectivamente) (Goyal et al., 2014); apesar da concentração de LA na dieta contendo óleo de

linhaça ser menor do que o recomendado pela AIN-93G (-40%, aproximadamente), observou-

se que o GOL teve um desenvolvimento corporal adequado e maior do que o GC, evidenciando

que a composição de ácidos graxos do soro do GOL, com baixa razão de LA/ALA, está

associado com o aumento dos compartimentos corporais nos primeiros períodos da vida.

Estudos prévios demonstram um efeito benéfico da farinha de linhaça no perfil lipídico

em modelos epidemiológicos e experimentais (Cardozo et al., 2010; Pacheco et al., 2011;

Ribeiro et al., 2014; Costa et al., 2015; Cassani et al, 2015). De fato, o presente estudo corrobora

com esses efeitos da farinha de linhaça, visto que houve menor valor do colesterol sérico,

triglicerídeos (-16%, p = 0,01536) e maior nível de HDL-colesterol. Akpolat et al. (2010)

utilizaram óleo de linhaça associado a uma dieta rica em gordura e observaram redução do

colesterol total. Riediger et al. (2008) ofereceram óleo de linhaça a camundongos e notaram

que os triglicerídeos e o colesterol estavam menores neste grupo, explicando que isto está

relacionado a baixa razão de LA/ALA. Pirillo & Catapano (2015) e Choi & Choi-Kwon (2015)

relatam que ALA diminui a concentração de triglicerídeos devido a inibição da enzima 3-

hidroxi-3-metil-glutaril coenzima A redutase (HMG-CoA), enzima relacionada com a síntese

de colesterol. Em relação ao HDL-colesterol, está bem descrito na literatura que o aumento da

sua concentração sérica está diretamente relacionado a diminuição do risco de desenvolver

Page 60: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

60

doenças cardiovasculares, visto que ele recolhe o excesso de colesterol e leva para ser

metabolizado no fígado (Tan, 1980; Van Gaal et al., 2006; Mooradian et al., 2008; Tablet &

Rye, 2009). No entanto, o efeito do ALA na concentração de HDL-colesterol ainda não é

consistente (Goyal et al., 2014).

A creatinina, ureia e ácido úrico são compostos indesejáveis para o organismo, por este

motivo, devem ser excretados pelos rins (Haase et al, 2009). Sendo assim, quando aumentados

no sague demonstram prejuízo da função renal. Os valores séricos de ureia também estão

relacionados com a eficiência da utilização de nitrogênio pelo organismo, sendo um bom

indicador para deficiência proteica devido à alimentação inadequada (Teixeira et al., 2000;

Khon et al., 2005). No atual estudo, os níveis destas substâncias não apresentaram diferença

significativa entre os grupos, sugerindo que os filhotes possuem boa função renal e bom aporte

proteico proveniente do leite materno. Este fato era esperado visto que o leite materno tem o

aporte proteico necessário para o desenvolvimento adequado do lactente (Uauy et al., 2001).

A albumina, proteína sintetizada pelo fígado, é a mais abundante no sangue e quando

está abaixo dos níveis normais, pode indicar diminuição da sua síntese e/ou aumento da

excreção urinária, revelando, neste caso, doenças como insuficiência hepática e/ou doenças

renais, respectivamente. A albumina tem papel fundamental na manutenção da pressão

coloidosmótica e no transporte sanguíneo de substâncias (Kaneco et al., 2008; Litchford, 2010).

Neste estudo, os valores de albumina estavam por volta de 3 mg/dL, o que também foi

encontrado por outros estudos com ratos disponíveis na literatura (El Hendy et al., 2001; Zhou

& Han, 2006), demonstrando assim que os filhotes apresentam boa função hepática e renal.

Quando os valores séricos de proteínas totais estão abaixo do valor de referência

indicam desnutrição proteica, devido à restrição do aporte de aminoácidos, que pode ser devido

ao baixo consumo de proteína de alto valor biológico ou devido à ingestão de alimentos com

aminograma satisfatório, mas com algum fator que impeça a sua digestão e/ou absorção

(Pinheiro, 2005). No presente estudo, os valores de proteínas totais não diferiram entre os

grupos. Isto se deve ao fato da dieta controle e óleo de linhaça estarem balanceadas de acordo

com as recomendações da AIN-93 G, responsável pela oferta de macro e micronutrientes para

crescimento adequado do filhote (Reeves et al., 1993).

O osso é o maior depósito de cálcio do organismo, mineral que desempenha importantes

funções, entre elas, contração muscular, sinalização celular, transmissão neural e coagulação

sanguínea. Visto sua grande importância, quando seus níveis estão abaixo dos valores

Page 61: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

61

recomendados, o paratormônio (PTH) é liberado, atuando diretamente no osso, aumentando a

taxa de reabsorção óssea, assim, elevando os níveis de cálcio no sangue. Quando a concentração

está acima do recomendado, os níveis de PTH diminuem, assim como a reabsorção óssea,

aumentando a deposição de cálcio no osso. Além de atuar no osso, o PTH atua nos rins,

promovendo reabsorção de cálcio nos túbulos renais reduzindo sua excreção urinária, e na

ativação da vitamina D, no rim, aumentando a absorção de cálcio a nível intestinal (Suzuki et

al., 2008; Guyton & Hall, 2011; Shaker & Deftos, 2014). Neste estudo, os níveis de cálcio não

diferiram entre os grupos, o que já era esperado, visto que as rações estavam balanceadas de

acordo com a AIN-93G (Reeves et al., 1993), ou seja, com aporte ideal desse mineral, além do

fato, do cálcio ser regulado de forma precisa, como descrito anteriormente, não sofrendo

grandes variações. Devido limitações técnicas não foi possível avaliar o PTH e a vitamina D,

mas pode-se sugerir que houve uma manutenção da homeostase via estes compostos.

O fósforo sérico é utilizado para analisar a quantidade de fosfato, visto que esta

determinação é difícil. Está presente na adenosina trifosfato, relacionado com a geração de

energia, além de compor as membranas plasmáticas, integrado com os lipídios, formando os

fosfolipídios, proporcionando polaridade. As variações dos níveis de fosfato não causam efeitos

imediatos no organismo, diferente do cálcio, mas também é influenciado pelo PTH, que atua

aumentando ou diminuindo a sua absorção via tecido ósseo. No entanto, a baixa concentração

de fosfato, a nível crônico, está diretamente relacionada com a diminuição da mineralização

óssea (Gayton & Hall, 2011). No presente estudo, não houve diferença significativa nos valores

de fósforo.

O magnésio, outro mineral que tem sua reserva no tecido ósseo, desempenha inúmeras

funções, como contração muscular, impulso nervoso. Quando está abaixo dos valores de

referência pode determinar doença renal, visto que ocorre alta excreção deste mineral

(Rapisarda et al., 2016). No presente estudo, os valores de magnésio não diferiram entre os

grupos.

A aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase, assim como outros

marcadores, são importantes para a monitoração da função hepática, uma vez que, quando

aumentadas no soro indicam hepatotocidade ou injúria hepatocelular, mas quando abaixo do

valor de referência, não indicam desordens orgânicas (Borges et al, 2005; Litchford, 2010). No

atual estudo, os seus níveis não diferiram entre os grupos, demonstrando boa função hepática,

o que também pode ser justificado pela fotomicrografia de secção histológicas do fígado, na

Page 62: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

62

qual nota-se ausência de esteatose. Um estudo experimental realizado com ratos Wistar analisou

o efeito do n-3, administrado por gavagem, no fígado, e observaram uma diminuição de AST e

ALT, justificando estes achados devido à ação antioxidante deste ácido graxo (Abdou &

Hassan, 2014). Além disso,

A leptina é um hormônio proteico, secretado pelo tecido adiposo branco e atua no

hipotálamo diminuindo a ingestão de alimentos e aumentando o gasto energético. Está

relacionado com a obesidade, visto que sem esse hormônio ocorre a ingestão de calorias acima

das necessidades normais de um indivíduo, já que está associado com a saciedade (Zhang et al.,

1994). No presente estudo, os valores de leptina não deferiram entre os grupos. Figueiredo et

al. (2012) observaram que os filhotes alimentados com dieta contendo farinha de linhaça,

também no período de lactação, apresentaram hiperleptinemia e justificou este resultado devido

ao aumento da leptina no leite materno. No entanto, Costa et al. (2015) estudaram a influência

da farinha de linhaça na adiposidade dos filhotes cujas mães receberam 25% de farinha de

linhaça durante a lactação e encontraram resultados semelhantes aos valores de leptina do

presente estudo.

Osteocalcina é uma proteína secretada pelo osteoblasto, que regula a mineralização

óssea (Wei & Karsenty, 2015), um processo cíclico de formação e reabsorção óssea, que nos

primeiros períodos da vida, predomina a formação sobre a reabsorção óssea (Khan et al., 2001).

A baixa concentração de osteocalcina está relacionada com redução do turnover ósseo, o que

pode acarretar em alterações na deposição óssea, podendo ocasionar osteoporose na vida adulta

(Dawson-Hughes & Harris, 2002). No presente estudo, a concentração sanguínea de

osteocalcina estava maior no GOL do que no GC, isso pode ter acarretado em maior massa

óssea, maior distância entre as epífises e maior DMO no GOL. O que também pode ter

contribuído para estes desfechos foi a maior concentração de osteoprotegerina no GOL, um

receptor chamariz do RANKL que regula negativamente a osteoclastogênese (Ferrer et al.,

2002), assim, diminuindo a síntese de osteoclastos favorecendo a formação óssea.

Como esperado, a composição de ácidos graxos do soro do GOL apresentou maior

concentração de ALA e EPA e menor AA, pois a composição de ácidos graxos do soro está

relacionada com a composição destes na dieta (Lands, 1995). O ALA e o LA competem pelas

mesmas enzimas, a delta-6-dessaturase, para serem convertidos em EPA e AA, respectivamente

(Salem, 1999; Valenzuela et al., 2011) e segundo Almeida et al. (2011), esta enzima tem maior

especificidade pelo ALA, quando este está em altas concentrações. Como dito anteriormente,

Page 63: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

63

o óleo de linhaça é fonte de ALA, sendo assim, este contribuiu para o aumento de ALA e EPA

e diminuição da conversão de LA em AA no soro dos filhotes cujas mães foram alimentadas

com dieta contendo óleo de linhaça.

A massa absoluta e relativa do coração, fígado, pâncreas, rim direito e testículo direito

não diferiram entre os grupos, no entanto, foi observado que o GOL apresentou maior massa

absoluta da gordura intra-abdominal, justificado pelo aumento do compartimento corporal e

similar massa relativa, visto que os filhotes do GOL apresentam maior massa e comprimento

corporal, sendo assim, o óleo de linhaça contribuiu para uma manutenção da adiposidade

proporcional às dimensões corporais

Ainda assim, ao observar a gordura retroperitoneal morfologicamente, notou-se uma

diminuição da área do adipócito. Este fato pode estar associado com o aumento da concentração

de EPA no soro dos filhotes do GOL. Estudos têm evidenciado que este ácido graxo é um

potente agonista do PPAR-α, que, como dito anteriormente, está relacionado com a oxidação

de lipídios (Iwami et al., 2011; Wei & Jacobson, 2011). Além disso, Nielsen et al. (2013)

observou que o conteúdo de PUFA no tecido adiposo está diretamente relacionado com a

concentração destes no soro. O AA é identificado como um composto adipogênico, estimulando

o crescimento do tecido adiposo, enquanto o ALA demonstra efeitos contrários na adiposidade

(Massiera et al., 2003). Este achado está de acordo com os resultados de Baranowski et al.

(2012), no qual eles avaliaram o efeito do ALA oriundo do óleo de linhaça em ratos obesos e

observaram que houve uma redução da hipertrofia dos adipócitos. LeMieux et al. (2015) e Costa

et al. (2015) também encontraram menor área do adipócito em camundongos obesos que

recebiam dieta high-fat adicionada com EPA e em ratos wistar com 90 dias de vida alimentados

com dieta contendo farinha de linhaça desde o período de lactação, respectivamente.

O tecido ósseo é rígido, mas é continuamente modelado e reparado. Durante a infância

e adolescência, a formação óssea excede a reabsorção, resultando na aquisição óssea (Lukas et

al., 2011). Porém, alguns fatores, como estilo de vida e composição de ácidos graxos da dieta

são importantes para determinar a integridade óssea (Thorsen et al., 1999; Boyle et al., 2003;

Farquharson & Staines, 2011). O ALA está associado com o recrutamento e manutenção dos

pré-osteoblastos, promovendo formação óssea (Kruger et al, 2010). Além disso, o ALA ajuda

na manutenção dos níveis de osteocalcina e OPG e diminui RANK, receptor encontrado nos

pré-osteoclastos que ao se ligar ao RANKL promove maturação dos osteoclastos. Em adição,

o ALA também está relacionado com o tempo de vida dos osteoclastos, visto que induz sua

Page 64: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

64

apoptose, assim diminuindo a reabsorção óssea (Kruger et al, 2010). Assim, estes achados

ajudam a explicar que um maior nível de OPG, osteoclacina e parâmetros ósseos observados

no GOL são importantes para a integridade óssea, ressaltando o benefício de uma dieta materna

contendo óleo de linhaça, que é fonte de n-3, durante a lactação na estrutura óssea. Ao observar

os resultados provenientes do DXA, observou-se maior DMO, CMO e área óssea confirmando

a importância do óleo de linhaça ao desmame. Tais resultados foram encontrados por Costa et.

al (2015) que estudaram a influência da farinha de linhaça na estrutura óssea de filhotes aos 21

dias de vida.

Outro fator que pode ter contribuído para a estrutura óssea foi o maior nível do HDL-

colesterol e menor concentração do colesterol. Quando relacionado à estrutura óssea, diversos

estudos têm sugerido que a diminuição de HDL e aumento de colesterol e triglicerídeos podem

diminuir a DMO (Cui et al., 2005; Jeong et al, 2010; Pirilä et al., 2014; Mandal, 2015), mas

existem contradições (Brownbill & Ilich, 2006). Estudos experimentais relataram que a

oxidação de colesterol interfere na diferenciação do osteoblasto, proporcionando menor

formação óssea e maior razão de reabsorção óssea e tempo de vida médio do osteoclasto, com

consequente redução da DMO (Raclot & Groscolas, 1994; Riccardi et al., 2004; Hsu et al.,

2006). Filhotes cujas mães foram alimentadas com dieta contendo óleo de linhaça durante a

lactação apresentaram menor nível de colesterol e maior de HDL. Sugere-se que o menor nível

do colesterol sérico e maior valor do HDL podem ter contribuído para um melhor

desenvolvimento ósseo, como observado no GOL.

Page 65: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

65

7 CONCLUSÕES

O consumo de ração durante a lactação não diferiu entre os grupos;

A massa e comprimento corporal do GOL foram maiores quando comparado ao GC.

O GOL apresentou maior massa gorda, percentual de gordura, massa de gordura do

tronco, DMO, CMO e área óssea total e da coluna vertebral do GOL comparado ao GC;

Não houve diferença significativa em relação ao triglicerídeos, creatinina, ureia, ácido

úrico, albumina, proteínas totais, cálcio, fósforo, magnésio, AST e ALT, mas notou-se

menor concentração de colesterol e maior nível de HDL-colesterol no GOL;

Notou-se maiores níveis de osteocalcina e osteoprotegerina no GOL e a leptina, no

entanto, não diferiu entre os grupos;

Ocorreu diferença significativa apenas nos ácidos graxos poli-insaturados, no qual pode-

se notar maior concentração de ALA e EPA e menor teor de AA no GOL;

Não foi encontrada diferença significativa em relação a massa absoluta e relativa dos

tecidos, exceto o tecido adiposo intra-abdominal, cuja massa absoluta estava maior no

GOL;

A fotomicrografia do tecido hepático não diferiu entre os grupos e a área do adipócito

estava menor no GOL;

A massa do fêmur, distâncias entre as epífises e DMO da peça óssea estava maior no

GOL.

Page 66: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

66

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abdou HM, Hassan MA. Protective role of omega-3 polyunsaturated fatty acid against lead

acetate-induced toxicity in liver and kidney of female rats. Biomed Res Int. 2014; 2014:435857.

Aguirre L, Napoli N, Waters D, Qualls C, Villareal DT, Armamento-Villareal. Increasing

adiposity is associated with higher adipokine levels and lower bone mineral density in obese

older adults. J Clin Endocrinol Metab. 2014; 99:3290-3297.

Akpolat M, Kanter M, Topcu-Tarladacalisir Y, Aydogdu N. Protective effect of flaxseed oil on

renal injury in hyperlipidaemic rats: the effect of flaxseed oil on hyperlipidaemia. Phytother

Res. 2010; 25:796-802.

Albertazzi P, Coupland K. Polyunsaturated fatty acids. Is there a role in postmenopausal

osteoporosis prevention. Maturitas. 2002; 42:3-22.

Allen LH. Multiple micronutrients in pregnancy and lactation: an overview. Am J Clin Nutr.

2005; 81:1206S-1212S.

Almeida KCL, Boaventura GT, Silva MAG. Influence of omega-3 fatty acids from the flaxseed

(Linum usitatissimum) on the brain development of newborn rats. Nutr Hosp. 2011; 26:991-

996.

American Dietetic Association. ADA Reports. Position of the American Dietetic Association:

functional foods. J Am Diet Assoc. 1999; 99:1278-1285.

AOAC. Official methods of analysis. 17th ed, Gaithersburg: Association of Analytical

Communities, 2002.

AOCS. Determination of cis-, trans-, saturated, monounsaturated, and polyunsaturated fatty

acids in vegetable or non-ruminant animal oils and fats by capillary GLC. 5th ed, Champaign:

Official Method Ce 1 h-05AOCS, 2005.

Anderson JJB. Nutrição e saúde óssea. In: Mahan LK, Escott-Stump S. Krause, alimentos,

nutrição e dietoterapia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. p. 614-635.

Anderson JJB, Chen X, Boass A, Symons M, Kohlmeier M, Renner JB, et al. Soy isoflavones:

no effects on bone mineral content and bone mineral density in healthy, menstruating young

adult women after one year. J Am Coll Nutr. 2002; 21:388–393.

Bandeira F. A obesidade realmente fortalece os ossos? Arq Bras Endocrinol Metab. 2007;

51:895-897.

Page 67: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

67

Baranowski M, Enns J, Blewett H, Yakandawala U, Zahradka P, Taylor CG. Dietary flaxseed

oil reduces adipocyte size, adipose monocyte chemoattractant protein-1 levels and T-cell

infiltration in obese, insulin-resistant rats. Cytokine. 2012; 59:382-391.

Borges LP, Borges VC, Moro AV, Nogueira CW, Rocha JBT, Zeni, G. Protective effect of

diphenyl diselenide on acute liver damage induced by 2-nitropropane in rats. Toxicology. 2015;

210:1-8.

Brasil. Resolução nº 18, de 30 de abril de 1999. Diretrizes básicas para análise e comprovação

de propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em rotulagem de alimento. Diário Oficial

da União da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 03 maio. 1999. Órgão emissor:

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em:

<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/815ada0047458a7293e3d73fbc4c6735/RESOL

UCAO_18_1999.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 15 janeiro 2016.

Brasil. Lista de alegações de propriedade funcional aprovadas. 2008. Órgão emissor: ANVISA

- Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em:

<http://www.anvisa.gov.br/alimentos/comissoes/tecno_lista_alega.htm >. Acesso em: 16 de

janeiro 2016.

Brownbill RA, Ilich JZ. Lipid profile and bone paradox: higher serum lipids are associated

with higher bone mineral density in postmenopausal women. J Womens Health. 2006; 5:261-

270.

Boyle WJ, Simonet WS, Lacery DL. Osteoclast differentiation and activation. Nature. 2003;

423:337-342.

Cardozo LFMF, Chagas MA, Soares LL, Troina AA, Boaventura GT. Exposure to flaxseed

during lactation does not alter prostate area or epithelium height but changes lipid profile in

rats. Nutri Hosp. 2010; 25:250-255.

Carmo MGT, Colares LGT, Saunders C. Nutrição na lactação. In: Accioly E, Sauders C,

Lacerda EMA. Nutrição em obstetrícia e pediatria. Rio de Janeiro: Cultura médica, 2002. p.

224-246.

Carvalho DCL, Rosim GC, Gama LOR, Tavares MR, Tribioli RA, Santos IR, et al. Tratamentos

não farmacológicos na estimulação da osteogênese. Rev Saúde Pública, 2002; 36:647-654.

Cassani RSL, Fassini PG, Silvah JH, Lima CMM, Marchini JS. Impact of weight loss diet

associated with flaxseed on inflammatory markers in men with cardiovascular risk factors: a

clinical study. Nutr J. 2015; 14:1-8.

Choi SH, Choi-Kwon S. The effects of the DASH diet education program with omega-3 fatty

acid supplementation on metabolic syndrome parameters in elderly women with abdominal

obesity. Nutr Res Pract. 2015; 9:150-157.

Cobayashi F, Lopes LA, Taddei JAA. Bone mineral density in overweight and obese

adolescents. J Pediatr. 2005; 81:337-342.

Cohen A, Dempster DW, Recker RR, Lappe JM, Zhou H, Zwahlen A, et al. Abdominal fat is

associated with lower bone formation and inferior bone quality in healthy premenopausal

women: A transiliac bone biopsy study. J Clin Endocrinol Metab. 2013; 98:2562-2572.

Page 68: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

68

Corwin RL. Effects of dietary fats on bone health in advanced age. Prostaglandins Leukot

Essent Fatty Acids. 2003; 68:379-386.

Costa CAS, Carlos AS, Gonzalez GD, Reis RP, Ribeiro MS, Santos AS, et al. Diet containing

low n-6/n-3 polyunsaturated fatty acids ratio, provided by canola oil, alters body composition

and bone quality in young rats. Eur J Nutr. 2011; 51:191-198.

Costa CA, Silva PC, Ribeiro DC, Pereira AD, Santos AD, Maia LD, et al. Body adiposity and

bone parameters of male rats from mothers fed diet containing flaxseed flour during lactation.

J Dev Orig Health Dis. 2015; 7:1-6.

Cui LH, Shin MH, Chung EK, Lee YH, Kweon SS, Park KS, et al. Association between bone

mineral densities and serum lipid profiles of pre- and post-menopausal rural women in South

Korea. Osteoporos Int. 2005; 16:1975-1981.

Cunha J, Macedo CTH, Ito MK. Influences of maternal dietary intake and suckling on breast

milk lipid and fatty acid composition in low-income women from Brasilia, Brazil. Early Hum

Dev. 2005; 81:303-311.

Cury MTF. Aleitamento Materno. In: Accioly E, Saunders C, Lacerda EMA. Nutrição em

obstetrícia e pediatria. Rio de Janeiro: Cultura médica, 2002. p.

281-315.

Dangat KD, Anvita AK, Sadhana RJ. Maternal supplementation of omega 3 fatty acids to

micronutrient-imbalanced diet improves lactation in rat. J Metabol. 2011; 60:318-324.

Dawaon-Hughes B, Harris SS. Calcium intake influences the association of protein intake with

rates of bone loss in elderly men and women. Am J Clin Nutr. 2002; 75:773-779.

Dewey KG. Is breastfeeding protective against child obesity? J Hum Lact. 2003; 19:9-18.

Dirienzo MA, Lemke SL, Petersen BJ, Smith KM. Effect of substitution of high stearic low

linolenic acid soybean oil for hydrogenated soybean oil on fatty acid intake. Lipids. 2008;

43:451-456.

El Hendy HA, Yousef MI, El-Naga NIA. Effect of dietary zinc deficiency on hematological

and biochemical parameters and concentrations of zinc, copper and iron in growing rats.

Toxicology. 2001; 167:163-170.

Farquharson C, Staines K. The skeleton: no bones about it. J Endocrinol. 2011; 211:107-108.

Fernandes FS, Souza AS, Carmo M, Boaventura GT Maternal intake of flaxseed-based diet

(Linum usitatissimum) on hippocampus fatty acid profile: implications for growth, locomotor

activity and spatial memory. Nutrition. 2011; 27:1040-1047.

Ferrer CJ, Tovar I, Martínez P. Osteoprotegerina y sistema RANKL/RANK: ¿El futuro Del

metabolismo óseo? Anales de Medicina Interna. 2002; 19:395-388.

Figueiredo MS, Passos MCF, Trevenzoli IH, Troina AA, Carlos AS, Nascimento-Saba CCA,

et al. Adipocyte morphology and leptin signaling in rat offspring from mothers supplemented

with flaxseed during lactation. Nutrition. 2012; 28:307-315.

Page 69: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

69

Fishbeck KL, Rasmussen KM. Effect of repeated reproductive cycles on maternal nutritional

status, lactational performance and litter growth in ad libitum-fed and chronically food-

restricted rats. J Nutr. 1987; 11:1967-1975.

Freeman TP. Structure of flaxseed. In: Cunnane SC, Thompson LU. Flaxseed in human

nutrition. AOCS Press Champaign. 1995. p. 11-21.

Gali JC. Osteoporose. Acta Ortop Bras. 2001; 9:53-62.

Garófolo A, Petrilli AS. Balanço entre ácidos graxos ômega-3 e 6 na resposta inflamatória em

pacientes com câncer e caquexia. Rev Nutr. 2006; 19:611-621.

Ghibaudi L, Cook J, Farley C, Van Heek M, Hwa JJ. Fat intake affects adiposity, comorbidity

factors, and energy metabolism of sprague-dawley rats. Obes Res. 2002; 10:956–963.

Gilsanz V, Chalfant J, Mo AO, David C, Lee DC, Dorey FJ, et al. Reciprocal relations of

subcutaneous and visceral fat to bone structure and strength. J Clin Endocrinol Metab. 2009;

94:3387-3393.

Glickman SG, Marn CS, Supiano MA, Dengel DR. Validity and reliability of dual-energy x-

ray absorptiometry for the assessment of abdominal adiposity. J Clin Endocrinol Metab. 2004;

97:509-514.

Goyal A, Sharma V, Upadhyay N, Gill S, Sihag M. Flax and flaxseed oil: an ancient medicine

& modern functional food. J Food Sci Technol. 2014; 51:1633-1653.

Green KH, Wong SCF, Weiler HA. The effect of dietary n-3 long-chain polyunsaturated fatty

acids on femur mineral density and biomarkers of bone metabolism in healthy diabetic

and dietary-restricted growing rats. Prostaglandins, Leukot Essent Fatty Acids. 2004; 71:121-

130.

Guyton AC, Hall JE. Parathyroid hormone, calcitonin, calcium, phosphate metabolism, vitamin

D, bone and teeth. In: Hall JE. Guyton and Hall textbook of medical physiology. Philadelphia:

Elsevier, 2011. p. 955-973.

Haase M, Bellomo R, Devarajan P, Schlattmann P, Haase-Fielitz A. Accuracy of neutrophil

gelatinaseassociated lipocalin (NGAL) in diagnosis and prognosis in acute kidney injury: a

systematic review and meta-analysis. Am J Kidney Dis. 2009; 54:1012-1024.

Halade GV, Raman M, Williams PJ, Fernandes G. High fat diet-induced animal model of

age associated obesity and osteoporosis. J Nutr Biochem. 2010; 21:1162-1169.

Hamill PV, Drizd TA, Johnson CL, Reed RB, Roche A, Moore WM. Physical growth: National

Center for Health Statistics percentiles. Am J Clin Nutr. 1979; 32:607-29.

Harder T, Bergmann R, Kallischnigg G, Plagemann A. Duration of breastfeeding and risk of

overweight: a meta analysis. Am J Epidemiol. 2005; 162: 397-403.

Horta BL, Bahl R, Martines JC, Victora C. Evidence on the long-term effects of breastfeeding:

systematic reviews and meta-analyses. Geneva: World Health Organization, 2007.

Hsu Y, Venners SA, Terwedow HA, Feng Y, Niu T, Li Z, et al. Relation of body composition,

fat mass, and serum lipids to osteoporotic fractures and bone mineral density in Chinese men

and women. Am J Clin Nutr. 2006; 83:146-154.

Page 70: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

70

Innis SM. Perinatal biochemistry and physiology of long-chain polyunsaturated fatty acids. J

Pediatr. 2003; 143:S1-S8.

Innis SM. Essential fatty acids transfer and fetal development. Placenta. 2005; 26:S70-S75.

Institute of medicine. Committee on nutritional status during pregnancy and lactation. Nutrition

during lactation. Washington: national academy press; 1991. p. 326.

Iwami D, Nonomura K, Shirasugi N, Niimi M. Immunomodulatory effects of eicosapentaenoic

acid through induction of regulatory T cells. Int Immunopharmacol. 2011; 11: 384-389.

Iwaniec UT, Dube MG, Boghossian S, Song H, Helferich WG, Turner RT, et al. Body mass

influences cortical bone mass independent of leptin signaling. Bone. 2009; 44:4004-4412.

Jee WSS, Ma YF. The in vivo anabolic actions of prostaglandins in bone. Bone. 1997; 21:297-

304.

Jensen CL, Voigt RG, Prager TC, Zou YL, Fraley JK, Rozelle JC, et al. Effects of maternal

docosahexaenoic acid intake on visual function and neurodevelopment in breastfed term

infants. Am J Clin Nutr. 2005; 82:125-132.

Jeong I, Cho SW, Kim SW, Choi HJ, Park SY, Lee HK, et al. Lipid profiles and bone mineral

density in pre- and postmenopausal women in Korea. Calcif Tissue Int. 2010; 87:507-512.

Junqueira LC, Carneiro J. Tecido ósseo. In: Junqueira LC, Carneiro J. Histologia Básica. Rio

de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013a. p. 136-153.

Junqueira LC, Carneiro J. Tecido adiposo. In: Junqueira LC, Carneiro J. Histologia Básica. Rio

de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013b. p. 125-129.

Junqueira LC, Carneiro J. Tecido conjuntivo. In: Junqueira LC, Carneiro J. Histologia Básica.

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013c. p. 92-124.

Kalfas IH. Principles of bone healing. Neurosurg Focus. 2001; 10:1-4.

Kaneko JJ, Harvey JW, Bruss ML. Clinical biochemistry of domestic animals. 5th ed, San

Diego: Academic Oress, 2008. p. 932.

Khan K, Mckay H, Kannus P, Bailey D, Wark J, Bennell K. Physical activity and bone health.

Champaign: Human Kinetics, 2001. p. 275.

Khon RA, Dineen MM, Russek-Cohen E. Using blood urea nitrogen to predict nitrogen

excretion and efficiency of nitrogen utilization in cattle, sheep, goats, horses, pigs and rats. J

Anim Sci. 2005; 83:879-889.

Tres LL, Kierszenbaum AL. Histologia e biologia celular – uma introdução à patologia. 3rd ed,

Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. p. 720.

Korotkova M, Ohlsson C, Hanson LA, Strandvik B. Dietary n-6:n-3 fatty acid ratio in the

perinatal period affects bone parameters in adult female rats. Br J Nutr. 2004; 92:643-648.

Kruger MC, Coetzee M, Haag M, Weiler H. Long-chain polyunsaturated fatty acids: Selected

mechanisms of action on bone. Progr Lipid Research. 2010; 49:438-449.

Page 71: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

71

Lamounier JA, Vieira GO, Gouvêa LC. Composição do leite humano – fatores nutricionais.

In: Rego JD. Aleitamento Materno. São Paulo: Atheneu, 2009. p. 53-71.

Lands WEM. Long term fat intake and biomarkers. Am J Clin Nutr. 1995; 61:721-725.

Lane K, Derbyshire E, Li W, Brennan C. Bioavailability and potential uses of vegetarian

sources of omega-3 fatty acids: a review of the literature. Crit Rev Food Sci Nutr. 2014; 54:571-

579.

Langley-Evans SC. Nutrition in early life and the programming of adult disease: a review. J

Hum Nutr Diet. 2015; 28:1-14.

Leal VS, Lira PIC, Oliveira JS, Menezes RCE, Sequeira LAS, Neto MAA, et al. Excesso de

peso em crianças no Estado de Pernambuco, Brasil: prevalência e determinantes. Cad Saúde

Pública. 2012; 28:1175-1182.

Leão ALM, Santos LC. Consumo de micronutrientes e excesso de peso: existe relação? Rev

Bras Epidemiol. 2012; 15:85-95.

Lecka-Czernik B, Stechschulte LA, Czernik PJ, Dowling AR. High bone mass in adult mice

with diet-induced obesity results from a combination of initial increase in bone mass followed

by attenuation in bone formation; implications for high bone mass and decreased bone quality

in obesity. Mol Cell Endocrinol. 2015; 410:35-41

Lee KW, Lip GYH. The role of omega-3 fatty acids in the secondary prevention of

cardiovascular disease. QJM. 2003; 96:465-480.

Lee S, Inglett GE, Carriere CJ. Effect of Nutrim oat bran and flaxseed on rheological properties

of cakes. Cereal Chem. 2004; 81:637-642.

LeMieux MJ, Kalupahana NS, Scoggin S, Moustaid-Moussa. Eicosapentaenoic acid reduces

adipocyte hypertrophy and inflammation in diet-induced obese mice in an adiposity-

independent manner. J Nutr. 2015;145:411-417.

Lewin S, Gouveia CH, Marone MMS, Wehba S, Malvestiti LF, Bianco AC. Densidade mineral

óssea vertebral e femoral de 724 mulheres brancas brasileiras: influência da idade e do peso

corporal. Rev Ass Med Bras. 1997; 43:127-136.

Lima MF, Henriques CA, Santos FD, Andrade PMM, Tavares-do-Carmo MG. Ácido graxo

ômega 3 docosahexaenóico (DHA: C22:6 n-3) e desenvolvimento neonatal: aspectos

relacionados a sua essencialidade e suplementação. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2004;

28:65-77.

Litchford MD. Avaliação: dados laboratoriais. In: Mahan LK, Escott-Stump S. Krause:

alimentos, nutrição e dietoterapia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. p. 411-431.

Lukas R, Gigliotti JC, Smith BJ, Altman S, Tou JC. Consumption of different sources of omega-

3 polyunsaturated fatty acids by growing female rats affects long bone mass and

microarchitecture. Bone. 2011; 49:455-462.

Lukaski HC, Hall CB, Marchello MJ, Siders WA. Validation of dual x-ray absorptiometry for

body-composition assessment of rats exposed to dietary stressors. Nutrition. 2001; 17:607-613.

Page 72: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

72

Liu D, Denbow DM. Maternal dietary lipids modify composition of bone lipids and ex vivo

prostaglandin E2 production in early postnatal Japanese quail. Poult Sci. 2001; 80:1344-1352.

Maciel LMB, Pontes DF, Rodrigues MCP. Efeito da adição de farinha de linhaça no

processamento de biscoito tipo cracker. Alim Nutr. 2008; 19:385-392.

Mandal Cc. High cholesterol bone health: new insights into molecular mechanisms. Front

Endocrinol. 2015; 6:1-11.

Martin CA, Almeida VV, Ruiz MR, Visentainer JEL, Matshushita M, Souza NE. Ácidos graxos

poliinsaturados ômega-3 e ômega-6: importância e ocorrência em alimentos. Rev Nutr. 2006;

19:761-770.

Massiera F, Saint-Marc P, Seydoux J, Murata T, Kobayashi T, Narumiya S, et al. Arachidonic

acid and prostacyclin signaling promote adipose tissue development: a human health concern?

J Lipid Res. 2003; 44:271-279.

Mcmanaman JL, Neville MC. Mammary physiology and milk secretion. Adv Drug Deliv Ver.

2003; 55, 629-641.

Mendonça CP, Anjos LA. Aspectos das práticas alimentares e da atividade física como

determinante do crescimento do excesso de peso/obesidade no Brasil. Cad Saúde Pública. 2004.

20:698-709.

Merklin RJ. Growth and distribution of human fetal brown fat. Anat Rec. 1974; 178:637-645.

Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde

da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília:

Ministério da Saúde; 2009. 112p. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutricao_aleitamento_alimentacao.

pdf. Acesso em: 12 de abril 2016.

Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde

da criança: dez passos para uma alimentação saudável para crianças brasileiras menores de dois

anos. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. 20p. Disponível em:

http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/dez_passos_para_familia.pdf. Acesso

em: 1 de julho 2016.

Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia da

população brasileira. Brasília: Ministério da Saúde; 2014. 158p. Disponível em:

http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira.p

df. Acesso em: 1 de julho 2016.

Mooradian AD, Haas MJ, Wehmeier KR, Wong NC. Obesity-related changes in high-density

lipoprotein metabolism. Obesity. 2008; 16:1152-1160.

Moraes FP. Análises histológicas e morfométricas no fêmur de ratas (Rattus norvegicus) com

osteoporose induzida. [Dissertação]. Minas Gerais: Universidade Federal de Viçosa; 2006.

Morris DH, Vaisey-Genser M. Flaxseed. Enc Food Sci Nutr. 2003; 10:2525-2531.

National Institutes Health. Osteoporosis prevention, diagnosis and therapy.

<http://consensus.nih.gov/2000/2000osteoporosis111html.htm>. Acesso em: 20 de janeiro de

2016.

Page 73: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

73

Nielsen MS, Gronholdt MM, Vyberg M, Overvad K, Andreasen A, Deu KM, et al. Adipose

tissue arachidonic acid content is associated with the expression of 5-lipoxygenase in

atherosclerotic plaques. Lipids Health Dis. 2013; 12:7.

Novello D, Pollonio MAR. Caracterização e propriedades da linhaça (Linum usitatissimun L.)

e subprodutos. Ceppa. 2011; 29:371-330.

Nunes MMA, Figueiros JN, Alves JGB. Excesso de peso, atividade física e hábitos alimentares

entre adolescentes de diferentes classes econômicas em Campina Grande (PB). Rev Ass Med

Bras. 2007; 53:130-134.

Oomah BD, Mazza G. Effect of dehulling on chemical composition and the physical properties

of flaxseed. Food Sci Technol. 1997; 30:135-140.

Orimo H. The mechanism of mineralization and the role of alkaline phosphatase in health and

disease. J Nippon Med Sch. 2010; 77:4-12.

Pacheco JT, Daleprame B, Boaventura GT. Impact of dietary flaxseed (Linum usitatissimum)

supplementation on biomechanical profile in healthy rats. Nutr Hosp. 2011; 26:798-802.

Pinheiro ARO, Freitas SFT, Tittoni AC. Uma abordagem epidemiológica da obesidade. Rev

Nutr. 2004; 17:523-533.

Pinheiro FML. Estudo sobre fontes de proteína de origem animal e vegetal em dietas para

leitões no período de creche. [Tese]. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará; 2005.

Pirilä S, Taskinen M, Turanlahti M, Kajosaari M, Mäkitie O, Saarinen-Pihkala UM, et al. Bone

health and risk factors of cardiovascular disease – a cross-sectional study in healthy young

adults. PLoS One. 2014; 9:1-18.

Pirillo A, Catapano AL. Update on the management of severe hypertriglyceridemia - focus on

free fatty acid forms of omega-3. Drug Des Devel Ther. 2015; 9:2129-2137.

Popkin BM. The nutrition transition and obesity in the developing world. J Nutr. 2001;

131:871S-873S.

Raclot T, Groscolas R. Individual fish-oil n-3 polyunsaturated fatty acid deposition and

mobilization rates for adipose tissue of rats in a nutritional steady state. Am J Clin Nutr. 1994;

60:72-78.

Rapisarda F, Portale G, Ferrario S, Sessa C, Aliotta R, Zanoli L, et al. Magnesium, calcium and

potassium: "no one was born alone”. G Ital Nefrol. 2016; 33.

Reedy GA, Kulkarni B, Shatrugna V, Reddy PTR, Nagalla B, Kumar PA, et al. Bone mass of

overweight affluent Indian youth and sex-specific association with body composition. Arch

Osteoporos. 2009; 4:31-39.

Reeves PG, Nielsen FH, Fahey GCF. AIN-93 purified diet of laboratory rodents: final report of

the American Institute of Nutrition ad hoc Writing Committee on the Reformulation of the AIN-

76A rodents diet. J Nutr. 1993; 123:1939-1951.

Ribeiro DC, Silva PCA, Pereira AD, et al. Assessments of body composition and bone

parameters of lactating rats treated with diet containing flaxseed meal (Linum usitatissinum)

during post-weaning period. Nutr Hosp. 2014; 30:366-371.

Page 74: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

74

Riediger ND, Othman R, Fitz E, Pierce GN, Suh M, Moghadasian MH. Low n-6: n-3 fatty acid

ratio, with fish- or flaxseed oil, in a high fat diet improves plasma lipids and beneficially alters

tissue fatty acid composition in mice. Eur. J. Nutr. 2008; 47:153-160.

Riccardi G, Giacco R, Rivellese AA. Dietary fat, insulin sensitivity and the metabolic

syndrome. Clin Nutr. 2004 ; 23:447-456.

Rosen CJ, Klibanski A. Bone, fat and body composition: evolving concepts in the pathogenesis

of osteoporosis. Am J Med. 2009; 122:409-414.

Roy HJ, Lundy S, Eriksen C. Healthier lives through education in nutrition and preventive

medicine. Flaxseed a review of health benefits. Pennington Nutr Series. 2007; 5:1-4.

Salem JN. Introduction to polyunsaturated fatty acids. Backgrounder. 1999; 3:1-8.

Sales RL, Fialho CGO, Costa NMB. Linhaça: nutrientes, compostos bioativos, efeitos

fisiológicos. In: Costa NMB, Rosa COB. Alimentos funcionais. Rio de Janeiro: Rubio, 2010.

p. 193-208.

Schwartz AV, Sellmeyer DE, Ensrud KE, Cauley JA, Tabor HK, Schreiner PJ, et al. Older

women with diabetes have an increased risk of fracture: a prospective study. J Clin Endocrinol

Metab. 2001; 86:32-38.

Shaker JL, Deftos L. Calcium and phosphate homeostasis. In: Groot LJ, Beck-Peccoz P,

Chrousos G, Dungan K, Grossman A, Hershman JM, et al. SourceEndotext [Internet]. South

Dartmouth: MDText.com, 2014.

Silva PMC, Junior CRC, Vascocelos SML. Ingestão do cálcio na obesidade de mulheres

atendidas pelo Sistema Único de Saúde. Rev Nutr. 2010; 23:357-367.

Silveira TFV, Vianna CMM, Mosegui GBG. Brazilian legislation for functional foods and the

interface with the legislation for other food and medicina classes: contradictions and omissions.

Physis, Rio de Janeiro. 2009; 19:1189-1202.

Sohrabi HR, Bates KA, Weinborn M, Bucks RS, Rainey-Smith SR, Rodrigues MA, et al. Bone

mineral density, adiposity, and cognitive functions. Front Aging Neurosci. 2015; 7:16.

Spatz DL. Preventing obesity starts with breastfeeding. J Perinat Neonatal Nurs. 2014; 28:41-

50.

Stringheta PC, Vilela MAP, Oliveira TT, Nagen TG. Alimentos Funcionais – conceito,

contextualização e regulamentação. 1º ed. Juiz de Fora: Templo, 2007. p. 246.

Stuebe AM, Rich-Edwards JW, Willett WC, Manson JE, Michels KB. Duration of lactation and

incidence of Type 2 Diabetes. JAMA. 2005; 294:2601-2610.

Suzuki Y, Landowski C, Hediger M. Mechanisms and regulation of epithelial Ca2+ absorption

in health and disease. Annu Rev Physiol. 2008; 70:257-271.

Tablet F, Rye KA. High-density lipoprotein, inflammation and oxidative stress. Clin Sci. 2009;

116:87-98.

Taes YEC, Lapauw B, Vanbillemont G, Bogaert V, Bacquer D, Zmierczak H, et al. Fat mass is

negatively associated with cortical bone size in young healthy male siblings. J Clin Endocrinol

Metab. 2009; 94:2325-2331.

Page 75: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

75

Tan MH. HDL-cholesterol the negative risk factor for coronary heart disease. Ann Acad Med

Singapore. 1980; 9:491-495.

Teixeira MA, Chaguri LCAG, Carissimi AS, Souza NL, Mori CMC, Gomes VMW, et al.

Hematological and biochemical profiles of rats (Rattus norvergicus) kept under

microenvironmental ventilation system. Braz J Vet Res Anim Sci. 2000; 37:341-347.

Teruya K, Coutinho SB. Sobrevivência infantil e aleitamento materno. In: Rego JD Aleitamento

materno. São Paulo: Atheneu, 2009. p. 1-26.

Thorsen K, Nordstrom P, Lorentzon R, Dahlén GH. The relation between bone mineral density,

insulin-like growth factor I, lipoprotein (a), body composition, and muscle strength in

adolescent males. J Clin Endocrinol Metab. 1999; 84:3025-3029.

Tinoco SMB, Sichieri R, Setta CL, Moura AS, Carmo MG. n-3 polyunsaturated fatty acids in

milk is associated to weight gain and growth in premature infants. Lipids Health Dis. 2009;

26:8-23.

Tinoco SMB, Sichieri R, Moura AS, Santos FS, Carmo MGT. The importance of essential fatty

acids and the effect of trans fatty acids in human milk on fetal and neonatal development Cad.

Saúde Pública. 2007; 23:525-534.

Trucom CA importância da linhaça na saúde. São Paulo: Alaúde, 2006. p. 151.

Tsujio M, Mizorogi T, Kitamura I, Maeda Y, Nishijima K, Kuwahara S, et al. Bone mineral

analysis through dual energy x-ray absorptiometry in laboratory animals. J Vet Med Sci. 2009;

7:1493-1497.

Uauy R, Hoffman DR, Peirano P, Birch DG, Birch EE. Essential fatty acids in visual and brain

development. Lipids. 2001; 36:885-895.

UDDO – Unidade de diagnóstico e densitometria óssea: Osteoporose – Informação para

Médicos, 1997. Disponível em: <http://www.uddo.com/ osteoporose>. Acesso em: 19 de

janeiro de 2016.

Valenzuela BR, Tapia GO, González ME, Valenzuela AB. Ácidos grasos omega-3 (epa y dha)

y su aplicación en diversas situaciones clínicas. Rev Chil Nutr. 2011; 38:356-367.

Van Gaal LF, Mertens IL, Block CE. Mechanisms linking obesity with cardiovascular disease.

Nature. 2006; 444:875-880.

Watkins BA, Li Y, Allen KGD, Hoffmann WE, Seifert MF. Dietary ratio of (n-6)/(n-3)

polyunsaturated fatty acids alters the fatty acid composition of bone compartments and

biomarkers of bone formation in rats. J Nutr. 2000; 130:2274-2284.

Wauquier F, Leotoing L, Cozam V, Guichex J, Wittrant Y. Oxidative stress in bone remodelling

and disease. Trends Mol Med. 2009; 15:468-477.

Wehrli FW. Structural and functional assessment of trabecular and cortical bone by micro

magnetic resonace imaging. J Magn Reson Imaging. 2007; 25:390-409.

Wei MY, Jacobson TA. Effects of Eicosapentaenoic Acid Versus Docosahexaenoic Acid on

Serum Lipids: A Systematic Review and Meta-Analysis. Nutrition. 2011; 13:474-483.

Page 76: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

76

Wei J, Karsenty G. An overview of the metabolic functions of osteocalcin. Rev Endocr Metab

Disord. 2015; 13:180-185.

Weiss LA, Barret-Connor E, Von Muhlen D. Ratio of n-6 to n-3 fatty acids and bone mineral

density in older adults: the rancho Bernardo study. Am J Clin Nutr. 2005; 81:934-938.

Wiesenborn D, Doddapaneni R, Tostenson K, Kangas N. Kinetic characterization of cooking-

induced changes in crambe seed prepared for expelling. J Food Engineering. 2002; 55:157-163.

World Health Organization. Collaborative study team on the role of breast feeding on the

prevention of infant mortality effect of breast feeding on infant and child mortality due to

infectious diseases in less developed countries: a pooled analysis. Lancet. 2000; 355:451-455.

World Health Organization. Global Strategy for Infant and Young Child Feeding, The Optimal

Duration of Exclusive Breastfeeding. Geneva, World Health Organization. 2001.

World Health Organization. Multicentre Growth Reference Study Group. WHO Child Growth

Standards: length/height-for-age, weight-for-age, weight-for length, weight-for-height and

body mass index-for-age: methods and development. Geneva: World Health Organization.

2006.

World Health Organization. Obesity and overweight. 2011. Disponível em:

http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/print.html. Acesso em: 13 de janeiro de

2016.

Worthington-Roberts B, Williams SR. Nutrition in pregnancy and lactation 6th ed, New

York:WCB Mc Graw Hill. 1997. p. 51.

Wosje KS, Specker BL. Role of calcium in bone health during childhood. Nutr Rev. 2000;

58:253-268.

Zhang Y, Proenca R, Maffei M, Barone M, Leopold L, Friedman JM. Positional cloning of the

mouse obese gene and its human homologue. Nature. 1994; 372:425-432.

Zhou J, Han D. Safety evaluation of protein of silkworm (Antheraea pernyi) pupae. Food Chem

Toxicol. 2006; 44:1123-1130.

Zillikens MC, Uitterlinder AG, Van Leeuwen JPTM, Berends AL, Henneman P, Van Dijk KW,

et al. The role of body mass index, insulin and adiponectin in the relation between fat

distribution and bone mineral density. Calcif Tissue Int. 2010; 86:116-125.

Page 77: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

77

9 ANEXOS

Page 78: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

78

9.1 APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ANIMAL

Page 79: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

79

9.2 RESUMOS APRESENTADOS EM CONGRESSOS

1. Composição corporal de ratos Wistar com 21 dias oriundos de mães alimentadas com

ração a base de óleo de linhaça. Henrique Saldanha Melo, Aline D’Avila Pereira,

Danielle Cavalcante Ribeiro, Carlos Alberto Soares da Costa, Luis Guillermo Coca

Velarde, Gilson Teles Boaventura. XXIII Congresso Brasileiro de Nutrição e V

Congresso Ibero-americano de Nutrição, CONBRAN 2014.

2. Avaliação da composição corporal e da estrutura óssea de ratos wistar machos, no

momento do desmame, cujas mães foram alimentadas com ração contendo óleo de

linhaça durante o período de lactação. Aline D’Avila Pereira, Bianca Ferolla da Camara

Boueri, Danielle Cavalcante Ribeiro, Paula Cristina Alves da Silva, Carolina Ribeiro

Pessanha, Maíra Duque Coutinho de Abreu, Luis Guillermo Coca Velarde, Carlos

Alberto Soares da Costa, Gilson Teles Boaventura. VI Encontro de Nutrição Clínica

Funcional e Medicina do Rio de Janeiro & IV Simpósio de Nutrição Esportiva,

2014.

3. Avaliação da adiposidade intra-abdominal de ratos Wistar machos cujas mães foram

alimentadas com ração contendo óleo de linhaça durante a lactação. Aline D’Avila

Pereira, Danielle Cavalcante Ribeiro, Fernanda Carvalho de Santana, Aline de Sousa

dos Santos, Bianca Ferolla da Camara Boueri, Carolina Ribeiro Pessanha, Maíra Duque

Coutinho de Abreu, Henrique Saldanha Melo, Letícia Rozeno Pessoa, Jorge Mancini-

Filho, Celly Cristina Alves do Nascimento-Saba, Luis Guillermo Coca Velarde, Carlos

Alberto Soares da Costa, Gilson Teles Boaventura.4º Prêmio NutriGEN, 2015.

Page 80: ALINE D’AVILA PEREIRA INFLUÊNCIA DE UMA DIETA MATERNA ...§ão 06.07.16.pdf · 6 AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois tudo que acontece na minha vida é por vontade

80

9.3 ARTIGO ACEITO PARA PUBLICAÇÃO

9.3.1 Lipids

“Maternal flaxseed oil during lactation enhances bone development in male rats”

Aline D’Avila Pereira, Danielle Cavalcante Ribeiro, Fernanda Carvalho de Santana, Aline de

Sousa dos Santos, Jorge Mancini-Filho, Celly Cristina Alves do Nascimento-Saba, Luis

Guillermo Coca Velarde, Carlos Alberto Soares da Costa, Gilson Teles Boaventura.

Artigo científico aceito pela revista Lipids (Qualis B2; Fator de impacto: 1,854) em 18 de maio

de 2016.