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FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO MARDJORE EMERICK MARONNI ALIMENTAÇÃO DA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA BENEFICIÁRIAS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA Vitória 2014

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FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO

SANTO

MARDJORE EMERICK MARONNI

ALIMENTAÇÃO DA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA BENEFICIÁRIAS DO

PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

Vitória

2014

MARDJORE EMERICK MARONNI

ALIMENTAÇÃO DA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA BENEFICIÁRIAS DO

PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo, como requisito obrigatório para a obtenção do título de Bacharel em Nutrição.

Orientador (a): Ms. Paula Regina Lemos de Almeida Campos

Vitória

2014

MARDJORE EMERICK MARONNI

ALIMENTAÇÃO DA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA BENEFICIÁRIAS DO

PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Salesiana de Vitória, como requisito obrigatório para obtenção do título de Bacharel em Nutrição. Aprovado em 07 de julho de 2014, por:

_______________________________ Prof. Esp. Paula Regina Lemos de Almeida Campos, FCSES - Orientador

_______________________________ Nutricionista Sandra Mara Martins Fonseca

_______________________________ Pedagoga Zilca Silva Dantas

Para minha mãe que em todos os

momentos esteve ao meu lado e meus

queridos familiares.

AGRADECIMENTOS

À minha mãe que em todos os momentos esteve presente não medindo esforços

para que o meu sonho se tornasse realidade, fazendo o possível e o impossível para

que minha felicidade estivesse sempre em primeiro lugar, não sei a melhor maneira

de agradecer, apenas quero dar o orgulho de você dizer sempre que sou sua filha.

À minha querida orientadora Paula Campos e os demais professores que em todo o

tempo procuraram passar seus conhecimentos para que os nossos fossem

adquiridos.

Ao nosso pai eterno, Deus, que a todo instante esteve me protegendo, iluminando e

guiando para que os desejos e sonhos possam ser realizados, pois somente ele

sabe de todas as nossas dúvidas, todos os nossos medos e vontades.

A todas as pessoas que mesmo longe estão sempre presentes em pensamentos,

meus tios, primos, avô e amigos, pois sem vocês a saudade não existiria.

Aos colegas que me receberam de braços abertos quando precisei e me ajudaram

na construção desse trabalho que representa a vontade de tornar uma profissional.

Ao meu querido namorado que mesmo chegando ao final desse caminho, onde tudo

parecia ser mais difícil, não deixou de me ajudar, de estar ao meu lado e de me

apoiar em todas as decisões.

Esse momento é único, especial, maravilhoso!

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo estudar a alimentação da população de baixa

renda que são beneficiarias do Programa Bolsa Família do Município de

Manhumirim – MG. Os indivíduos foram entrevistados a partir de um questionário

aplicado as pessoas onde as perguntas estavam direcionadas para a alimentação

da família, como a quantidade de vezes em um total de sete dias que consome

determinado alimento. Outras perguntas como quantidade de pessoas na família, se

a família conhecia as condicionalidades que são impostas foram feitas. Para o

estudo foi realizado um estudo para saber a média de quantas vezes no total de sete

dias as famílias comem determinado alimento e assim foi observado como é a

alimentação, se são consumidos alimentos mais saudáveis ou menos saudáveis. Na

discussão os alimentos que mais apresentaram a frequência nesses sete dias foram

feijão, leite e derivados e algumas bolachas doces. Portanto há o consumo de

alimentos tanto de saudáveis como menos saudáveis.

Palavras-chave: Alimentação. População de baixa renda. Programa Bolsa Família.

ABSTRACT

This work aimed to study the power of low-income people who are beneficiaries of

the Bolsa Família Program in the Municipality of Manhumirim - MG. The subjects

were interviewed from a questionnaire people where questions were directed to feed

the family, as the amount of times in a total of seven days consuming certain food.

Other questions such as how many people in the family, if the family knew the

conditionalities imposed were made. For the study, a study was conducted to know

the average number of times the full seven days families eat certain food and it was

observed as is the food, become more healthy or less healthy foods are consumed.

In discussing the foods that showed more frequency these past seven days were,

beans, dairy products, and some sweet biscuits. Therefore, there food consumption

both healthy as less healthy.

Keywords: Feeding. Alimentation. Population low-income. Bolsa Família Program.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Frequência e média de consumo de alimentos por tipo de alimento ......70

Tabela 2 – Comparação da frequência média de consumo de alimentos através do

teste de Mann – Whitney, P-valor e Média ................................................................72

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Equipe de Referência do CRAS .........................................................40

QUADRO 2 – Dados do Município de Manhumirim relativos ao Cadastro Único .....42

QUADRO 3 - Dados do Município de Manhumirim relativos ao Cadastro Único ......42

QUADRO 4 - Dados do Município de Manhumirim relativos ao Cadastro Único ......43

QUADRO 5 - Dados do Município de Manhumirim relativos ao Cadastro Único ......43

QUADRO 6 - Dados do Município de Manhumirim relativos ao Cadastro Único......45

QUADRO 7 – Modalidades do Benefício ..................................................................48

QUADRO 8 – Composição do Benefício ...................................................................48

QUADRO 9 – Composição do Benefício ...................................................................50

QUADRO 10 – Compromissos das famílias nas áreas de saúde, educação e

assistência social .......................................................................................................51

QUADRO 11 – Efeitos por descumprimento de condicionalidades do PBF (crianças,

adolescentes até 15 anos, gestantes/nutrizes) .........................................................52

QUADRO 12 – Efeitos por descumprimento de condicionalidades do BVJ (jovens de

16 e 17 anos) .............................................................................................................52

QUADRO 13 – Perguntas e respostas a partir do questionário elaborado ...............67

LISTA DE SIGLAS

SAPS – Serviço de Alimentação da Previdência Social

CRAS – Centro de Referência de Assistência Social

PNAS – Política Nacional de Assistência Social

FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação

CONSEA – Conselho Nacional de Segurança Alimentar

DHAA – Direito Humano a Alimentação Adequada

PSF – Programa Saúde da Família

PACS – Programas Agentes Comunitários de Saúde

PBF – Programa Bolsa Família

PAIF – Programa de Atenção Integral a Família

SUAS – Sistema Único da Assistência Social

MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

SENARC – Secretaria Nacional de Renda da Cidadania

SUS – Sistema Único de Saúde

IGD – Índice de Gestão Descentralizada do Programa Bolsa Família

CEF – Caixa Econômica Federal

SISVAN – Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional

SUMÁRIO

1INTRODUÇÃO ........................................................................................................27

2 REFERENCIAL TEÓRICO .....................................................................................31

2.1 POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO NO BRASIL .....................................................31

2.2 TRANSIÇÃO NUTRICIONAL ..............................................................................35

2.3 PERCEPÇÃO PÚBLICA DA FOME E ALIMENTAÇÃO.......................................37

2.4 POLÍTICAS ADOTADAS PELO CRAS PARA ATENDIMENTO DOS

BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA...............................................39

2.5 BOLSA FAMÍLIA: AVANÇOS E LIMITES ............................................................46

2.6 ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA ...............59

3 METODOLOGIA ....................................................................................................63

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ..................................................................63

3.1.1 Quanto a abordagem.......................................................................................63

3.1.2Quanto aos Objetivos .....................................................................................63

3.1.3 Quanto aos procedimentos Técnicos ..........................................................63

3.2 ESPECIFICAÇÃO DA AMOSTRA .......................................................................63

3.3 MUNICÍPIO ESCOLHIDO PARA COLETA DE DADOS .....................................64

3.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ..................64

3.5 MÉTODOS DE ANÁLISE DE DADOS ................................................................64

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................67

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................79

REFERÊNCIAS.........................................................................................................81

APÊNDICE ................................................................................................................87

QUESTIONÁRIO 1 ....................................................................................................87

QUESTIONÁRIO 2 ....................................................................................................90

27

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, as politicas sociais foram iniciadas há décadas atrás e durante essa

época, o enfrentamento da fome como um problema social e uma política publica

estabelecia ações para uma melhor alimentação, promovendo práticas educativas.

Com a desinformação da população, este passa a ser o fator determinante da má

alimentação, e casos de pessoas com baixo peso. Em aproximadamente 1970 que

os fatores alimentação e educação começam a ceder espaço para os fatores de

alimentação e renda, sendo relacionados com a desnutrição e fome (AMPARO,

2005).

A partir desse novo significado, surgiu a necessidade de melhoria e transformações

das políticas de alimentação e nutrição no país, reconhecendo a renda como

obstáculo para a melhoria das condições nutricionais da população (PEREIRA,

2004).

Os SAPS foram criados e as políticas que intervêm a nutrição e alimentação tiverem

início, acontecendo no início da década de quarenta, com o objetivo de prestar

assistência alimentar e nutricional a um determinado grupo (PELIANO, 1998).

Enquanto a desnutrição apresenta declínio em crianças e adultos em um ritmo muito

acelerado, os índices de sobrepeso e obesidade aumentam na população do nosso

país. Desta forma, estabelecem-se as tendências entre desnutrição e obesidade,

sendo marcantes no processo de transição nutricional no Brasil (BRASIL, 2010).

É visto que tanto a saúde como a nutrição depende de fatores que representam

condições socioeconômicas, ambientais e culturais. Portanto, a má nutrição está

ligada não apenas a saúde nacional, mas toda a questão cultural, social e

econômica das nações, resultante de um dos impedimentos da realização do

potencial humano (COUTINHO, 2008).

A história do Brasil quanto à nutrição da população, apresenta a problemática da

fome, pobreza, diferenças sociais e diversas consequências desse tema que

perduram durante muitas décadas e faz parte da vida de tantas pessoas que vivem

às vezes sem saber dos seus direitos (CASCUDO, 2004).

A Assistência Social faz parte das necessidades das famílias e seus membros.

Dotada de inúmeras execuções, deve-se realizar de forma integrada as políticas

setoriais, considerando as desigualdades socioterritoriais que existem. Considerada

28

uma política que visa às condições para atender as necessidades sociais, com

objetivo de contribuição para a inclusão e equidade dos usuários, pensando sempre

em ampliar o seu acesso aos serviços que são prestados, sendo básicos e

especiais, em diversas áreas (BRASIL, 2004).

O público-alvo da Política de Assistência Social está relacionado com cidadãos e

grupos específicos, em situações de vulnerabilidade e riscos, sendo excluídos pela

pobreza e o não acesso as políticas públicas (BRASIL, 2004).

Trabalhos como esse, tem importância para o conhecimento de como é utilizado o

benefício de transferência de renda através do Programa Bolsa Família, se as

famílias passam a ter acesso a uma alimentação mais saudável a partir do momento

que recebem essa transferência de renda. Nesse sentido o trabalho teve a intenção

de avaliar como as famílias consideram importante o beneficio concedido,se para as

famílias houve mudanças no modo de viver, de agir, de pensar, além de analisar as

opiniões das famílias cadastradas no CRAS e saber das mudanças após ter acesso

a esse benefício como a relação com a alimentação que pode ter sido afetada

depois de receber a transferência de renda. A partir do momento que a família

recebe o benefício, mudanças podem ocorrer e são essas que o estudo vai trazer,

pois a alimentação pode mudar, sendo observada para uma melhor alimentação ou

não.

O objetivo geral do trabalho foi Identificar por meio de questionário o consumo

alimentar, destacando os alimentos saudáveis e não saudáveis e mais e menos

consumidos pelas famílias que recebem o benefício de transferência de renda pelo

Programa Bolsa Família, sendo cadastradas no CRAS – Centro de Referência de

Assistência Social através do Cadastro Único.

O objetivo específico do trabalho foi discutir os resultados inerentes que o benefício

do Programa Bolsa Família proporciona para as famílias de baixa renda que são

cadastradas, identificando a partir de questionário o consumo alimentar das famílias

beneficiárias, avaliando quais alimentos são consumidos diariamente e analisando

para quais fins esse benefício é utilizado, podendo comprometer uma alimentação

saudável ou não. Analisando de que maneira pode ter proporcionado melhorias nas

condições de vida das famílias, desde as crianças quando estão começando a

conhecer, desenvolver seus hábitos alimentares, quanto os jovens que já estão com

hábitos alimentares praticamente formados, descobrindo todos os dias informações

29

novas e os adultos que acabam mantendo uma alimentação mais desfavorável, não

muito saudável por conta de trabalho, optando pela praticidade ou mesmo não se

alimentando de forma adequada por falta de orientações específicas.

30

31

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO NO BRASIL

A alimentação e nutrição apresentam fatores básicos para a promoção e segurança

da saúde, com afirmação do potencial de crescimento e desenvolvimento humano e

qualidade de vida a todos os cidadãos (BRASIL, 1999).

Com um conceito amplo, a promoção da saúde, diferencia em uma linha de conceito

e prevenção de doenças, identificando e enfrentando os determinantes do processo

de saúde e doença, no qual se insere a promoção da alimentação saudável e a

busca por transformar no sentido favorável a saúde. A prevenção de doenças busca

que os indivíduos não estejam acometidos a esse fator, mas como saúde não pode

ser relacionada somente por ausência de doenças, as pessoas precisam investir

mais no seu bem estar, nos fatores que predispõe uma vida saudável (CZERESNIA,

2003).

O público-alvo da Política de Assistência Social está relacionado com cidadãos e

grupos específicos, esses que se encontraem situações de vulnerabilidade e riscos,

que são excluídos pela pobreza e não acessam as políticas públicas (BRASIL,

2004).

A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) descreve como a vulnerabilidade é

decorrente da pobreza e privação como ausência de renda, acesso aos serviços

públicos e outros, ou fragilização dos vínculos afetivos como discriminações etárias,

étnicas, de gênero ou por deficiências (BRASIL, 2004).

Conceituar vulnerabilidade social e pobreza não é fácil, a primeira transcende a

condição de pobreza e refere-se também ―a grupos ou indivíduos fragilizados,

jurídica ou politicamente, na promoção, proteção ou garantia de seus direitos à

cidadania‖(PADOIN; VIRGOLIN, 2010, p. 1).

[...] Quando se fala em vulnerabilidade social, é relevante que se compreenda que essa é o estado no qual grupos ou indivíduosse encontram destituídos de capacidade para ter acesso aos equipamentos e oportunidades sociais, econômicas e culturais oferecidos pelo Estado, mercado e sociedade. [...] Pode ser entendida como a incapacidade dos indivíduos, famílias ou grupos, de enfrentar riscos existentes no seu entorno, ampliando, portanto, a perda do seu bem-estar (PADOIN; VIRGOLIN, 2010, p. 1-2).

32

Segundo Silva (2007), a vulnerabilidade pode se manifestar em dois planos distintos:

estrutural e subjetivo. Onde o primeiro pode ser descrito por uma mobilidade

descendente e no segundo pelo desenvolvimento de sentimentos de incerteza,

insegurança, de não pertencer a determinado grupo, e os lugares vulneráveis são

aqueles em que as famílias e indivíduos enfrentam riscos e a impossibilidade de

acesso a condições sanitárias, de moradia, educacionais, trabalho e a participação e

acesso diferencial a oportunidades e informações. A partir de dificuldades

enfrentadas pelas famílias para cumprir as funções básicas de socialização, amparo

aos seus membros, são estabelecidas as diversas situações de vulnerabilidade

(PETRINI, 2003).

A relação de pobreza no Brasil, de acordo com Silva (2010), tem as raízes

implantadas na formação sócio histórica e econômica da sociedade. A injusta e

desigual repartição de renda foi e hoje em dia ainda é a responsável pela instituição

de um processo que foi gerando e reproduzindo-a ao longo de um tempo. Portanto,

seu principal resultado é uma desigualdade na distribuição de renda e oportunidades

de inclusão econômica e social de toda a população (BARROS; HENRIQUES;

MENDONÇA, 2000).

Não podendo ser definida de forma única, a pobreza se evidencia quando parte da

população não é capaz de gerar uma renda suficiente para ter acesso aos recursos

básicos que são agua, saúde, educação, alimentação, moradia, renda digna e

cidadania para a família, que resultam em uma boa qualidade de vida (GOMES;

PEREIRA, 2005).

Vários foram os médicos que se dedicaram a esse tema da alimentação, mas aquele

que mais se destacou, foi o importante Josué de Castro, que desempenhou um

papel importante no processo da alimentação, com a sua transformação, sendo um

assunto de interesse do estado. Esteve à frente de todos os processos iniciados da

politica brasileira de alimentação ao longo dos 30 anos seguintes (L'ABBATE, 1988).

No Brasil, a alimentação foi relacionada desde o princípio, as questões sociais e

econômicas, a renda teve uma ligação estabelecida nos trabalhos, que buscavam

saber do problema alimentar da população a partir de orçamento familiar e o perfil

de consumo alimentar. O senso comum já indicava tudo e os estudos científicos

partiam diante do fato de ter algo mais concreto e estudado (COIMBRA; MEIRA;

STARLING, 1982).

33

Mesmo com os resultados dos estudos, aqueles que faziam parte deste,

reconhecessem o papel da pobreza nos problemas alimentares, as soluções

apresentadas eram outras, constatadas de forma cientifica, dando atenção ao

investimento da educação, para que a população tivesse o acesso ao alimento de

forma correta. Em sequencia do seu raciocínio, (COIMBRA et al., 1982, p. 118)

continuam:

Mas também [a nutrologia] dizia algo original que o povo tinha de ser ensinado a comer, guiado a comer corretamente, exatamente por viver mal e ser pobre...ainda que reconhecesse o caráter limitante da pobreza, o que o discurso da nutrição afirmava era a necessidade de uma verdadeira cruzada educativa, que alterasse velhos e equivocados hábitos alimentares e que os substituísse por uma alimentação racional.

A pobreza quando é observada de forma expandida, além da renda, percebe-se que

não é mais possível enfrenta-la de forma setorial ou fragmentada, deve ser

observada como problema relacionado ao conjunto societário, sendo coletivamente

enfrentada e da melhor maneira possível (BRONZO; VEIGA, 2007).

Ocorre uma mudança na forma de abordar a pobreza ao considerar o caráter

multidimensional, assim as estratégias de intervenção precisam ser adotadas e

capazes de abranger os corretos setores das politicas, significando a necessária

atuação de programas e condutas sociais (BRONZO; VEIGA, 2007, p.10).

A partir dessa mudança, é provável aprender os valores e concepções que passam

a possibilitar as politicas publicas nas intervenções, reduzindo, superando ou apenas

regulando as situações de pobreza (SILVA, 2010).

Uma nova forma de execução da politica de alimentação e nutrição começa a

aparecer a partir do inicio da década de 50, acontece à implantação de Programas

de distribuição de alimentos a população. A atuação do SAPS embora se

concretizasse por distribuição de refeições para determinadas populações, essa

ação implantada como um programa de governo tem seu inicio efetivo com o

Programa Nacional de Alimentação Escolar. Por meio dessa ação, as demais

também passam a ser concebidas e executadas na forma de Programas, tendo

objetivos específicos e destinados a grupos específicos em situação de risco.

Adquirem uma nova forma de execução e implantação, passam a envolver

diferentes Ministérios, instâncias de governo, Instituições executoras (L'ABBATE,

1988).

34

Um novo significado de Segurança Alimentar foi criado pela FAO em 1983, que se

relacionava com três objetivos como, a oferta de alimentos, a estabilidade do

mercado e por ultimo a segurança no acesso aos alimentos que são ofertados. E

assim a Segurança Alimentar aparece relacionada à garantia de poder das pessoas,

crescimento da economia, a renda de maneira redistribuída e diminuição da pobreza

(VALENTE, 1995).

No Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1996, a

alimentação é reconhecida como um direito humano, sendo incorporado em 1992. O

Comitê dos Direitos Econômicos e Sociais as Nações Unidas em 1999, relata no

Comentário Geral 12 que ―o direito a alimentação adequada é alcançado quando

todos os homens, mulheres e crianças, sozinhos, ou em comunidade, tem acesso

físico e econômico, em todos os momentos, à alimentação adequada ou formas para

sua obtenção‖. A adequação refere-se à quantidade de calorias e outros nutrientes,

e também a condições sociais, culturais, econômicas, entre outras para a

sobrevivência (CONSEA, 2004).

As referências a Segurança Alimentar como politica pública, surgem no final de 1985

que prevê uma politica que atenda as necessidades alimentares da população e

atingir a produção de alimentos. Até então a utilização de Segurança Alimentar

priorizava avaliar o estado nutricional dos indivíduos, principalmente desnutrição

infantil (MALUF, 1996).

Os Programas existentes até o final da década de 80 foram sendo esvaziados

financeiramente. A próxima década marcou uma mudança na política social do

estado brasileiro, mudando também os programas relacionados com alimentação e

nutrição. Com o governo Collor, apareceram irregularidades administrativas e

também na gestão de recursos nos diversos programas. As respostas finais dos

programas tiveram prejuízos, pois os recursos destinados à área social não foram

apresentados (VASCONCELOS, 1993).

Surgiu então o Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA) e que tinha

como integrantes oito Ministros de Estado, alguns deles como, Saúde, Educação,

Bem Estar Social, Trabalho, entre outros e 21 cidadãos brasileiros, representando a

sociedade. Baseado em três princípios básicos como, o apelo à solidariedade, a

busca de parceria com a sociedade e a não centralização das ações(PELIANO;

BEGHIN,1993).

35

A Segurança Alimentar e Nutricional existe quando são garantidas a todos,

condições de acesso a alimentos básicos qualitativamente e quantitativamente, de

modo permanente e que não comprometa o acesso a outras necessidades

essenciais para uma boa qualidade de vida(VALENTE, 1997).

A Segurança Alimentar e Nutricional possibilita a garantia do Direito Humano a

Alimentação Adequada. Os ―Direitos Humanos‖ são entendidos como aqueles que

os seres humanos possuem. O DHAAé um direito humano universal, sem divisões e

não discriminatório e assegura qualquer ser humano a se alimentar de forma digna,

saudável e de acordo com os seus hábitos culturais (VALENTE, 2002).

As praticas alimentares adotadas de maneira coerente, levam a uma alimentação

saudável. A alimentação se dá em função do consumo de alimentos e também de

nutrientes, não sendo adequada a escolha de um, pois os nutrientes são importantes

e os alimentos apresentam gosto, cor, entre outros e esses fatores devem ser

considerados na abordagem nutricional (PINHEIRO et al, 2005).

Para a promoção da saúde, necessita investimentos na área da educação e

informação para a população. Quando as açõesem educação e informação

conseguemchegar aos seus objetivos, são sustentadas por um ambiente social onde

ações de regulamentação e as politicas públicas apoiam a opção saudável dos

indivíduos. A promoção da saúde exige uma ação intersetorial, portanto somente

essa responderá à demanda pela melhoria da qualidade de vida (BRASIL, 2001).

2.2 TRANSIÇÃO NUTRICIONAL

A transição nutricional para a Epidemiologia significa a existência de um estágio que

é marcado por doenças e fome epidêmica, o segundo estágio pelo declínio das

pandemias e o terceiro por doenças degenerativas. Assim, ocorreu a mudança de

um fator epidemiológico para outro(ROUQUAYROL, 1994).

Estudos sobre alimentos no Brasil iniciam-se a partir da POF (Pesquisas de

Orçamentos Familiares), tendo como objetivo a formação de índices de custo de

vida (GOMES, 2005).

Dados nacionais que apresentam a relação do consumo alimentar, mostram

mudanças importantes. São considerações sobre a disponibilidade de oito alimentos

adquiridos pelas famílias brasileiras em seus domicílios e confirmam o aumento da

36

participação na alimentação de gorduras em geral, açúcar e a redução com a

ingestão de alimentos cereais, leguminosas, frutas, verduras e legumes. Esses

alimentos associados ao sedentarismo, explicam as taxas de prevalência de

excesso de peso, obesidade entre adultos e crianças. Relata-se o aumento do

consumo de alimentos industrializados e o fato que quase um quarto (24%) da

despesa média mensal familiar com alimentação no dia-a-dia tem como destino a

refeições fora de casa, pelo fato de passarem a maior parte do dia trabalhando e

consequentemente sem tempo para se alimentar bem e adequadamente (BRASIL,

2004).

Em relação à história, as práticas alimentares sofrem alterações através dos

modelos de desenvolvimento socioeconômicos dos países. A transição nutricional

apresenta modificações do perfil nutricional, através de escolha e seleção de

alimentos que definem o padrão alimentar da população. Através desse processo,

as mudanças socioeconômicas, refletem na forma de viver dos grupos populacionais

(PINHEIRO, 2004).

Quanto ao perfil nutricional no Brasil, apresenta a problemática da fome, pobreza,

diferenças sociais e diversas consequências desse tema que perduram durante

muitas décadas e faz parte da vida de tantas pessoas que vivem às vezes sem

saber até mesmo dos seus direitos (CASCUDO, 2004).

No campo da nutrição, a transição epidemiológica representa mudanças no perfil

morbimortalidade que expressa modificações como moradia, maneira de se

alimentar, renda, uso das informações sociais, educação, serviços de saúde e outros

(FRENK et al., 1991; MONTEIRO et al., 2000; POPKIN, 1994).

Nos últimos anos, a epidemia da obesidade e muitos casos de doenças crônicas não

transmissíveis são problemas que preocupam a Saúde Publica e acontecem cada

vez mais com indivíduos de todas as condições sociais (DOMENE, 2003).

Pesquisas realizadas demonstram que a desnutrição está com declínio comparado

com estudos anteriores e os casos de sobrepeso e obesidade em regiões onde a

população é vulnerável socialmente, esse caso está cada vez mais evidente e

preocupante, pois acometem famílias de favelas e moradores que passam por

necessidades (SAWAYA, 1997).

37

Nas ultimas décadas observa-se uma redução no déficit de estatura da população,

resultado da melhoria das condições como melhor saneamento básico e

atendimento primário a saúde. Por outro lado, o sobrepeso e a obesidade tem

prevalência em seu número cada vez maior, atingindo crianças e

adolescentes(BRASIL, 1990).

Atualmente, o Ministério da Saúde no Brasil tem apresentado ações que melhoram a

educação, saúde e organização adequada da assistência básica, com implantação

do Programa Saúde da Família (PSF), Programas Agentes Comunitários de Saúde

(PACS), Programa Bolsa Família (PBF), Programa de Humanização, no Pré-Natal e

Nascimento, e diversos outros (BUSS, 2005).

2.3 PERCEPÇÃO PÚBLICA DA FOME E ALIMENTAÇÃO

No país, as políticas sociais são iniciadas no governo de Getúlio Vargas, neste

contexto a fome enfrentada como um problema social e como política pública fazia

ações de introdução de alimentos e praticas educativas tradicionais. A

desinformação da população, a ignorância, é o fator determinante da fome e

desnutrição na população(AMPARO, 2005).

A alimentação-renda passa a ser o principal obstáculo para a garantia de melhores

condições de alimentação e nutrição dos cidadãos, enquanto antes o fator era

conhecido como alimentação-educação, cedendo espaço para esse novo

obstáculo(PEREIRA, 2004).

A fome é considerada muito recentemente como uma insegurança alimentar e

nutricional à que está submetida um grupo de pessoas ou uma população. As

doenças crônicas não transmissíveis, desnutrição, obesidade, podem ser

consideradas manifestações da fome, da má alimentação e nutrição, seguinte da

maneira de se alimentar de forma inadequada quantitativamente e

qualitativamente(FREITAS, 2003).

Uma alimentação adequada somente é considerada quando todos os grupos sociais

de uma sociedade são atendidos. Para que isso aconteça, de acordo com a SAN e o

DHAA, as condições de variedade do alimento, quantidade das porções, qualidade

do que é consumido, precisam estar de acordo com os padrões regionais, culturais e

sociais da alimentação das populações(PINHEIRO, 2005).

38

O momento em que se completa a nutrição humana é quando os nutrientes estão

presentes nos indivíduos, a partir da ingestão de alimentos, incluindo fatores de

escolha e práticas alimentares, identidade cultural por diferentes etnias, regiões,

grupos ou coletivos e a utilização dos alimentos no dia-a-dia para a manutenção da

vida(PINHEIRO, 2005).

A mídia está relacionada com a globalização, sendo um instrumento de

manipulação, tornando um alimento como ícone de desejo, sonhos, aventura para

crianças que desconhecem a realidade. A área de fastfood passa a fazer parte da

modernidade e a alimentação ganha funcionalidade adaptando-se ao mundo de

cada um(ORTIGOZA, 1997).

Estudos científicos recentes vêm apresentando uma associação direta entre

desnutrição na infância com o risco de doenças crônicas não transmissíveis como

obesidade na fase adulta. Comprovadamente uma criança que sofreu com

adesnutrição na infância, vai ter maior risco do que uma criança com teve um estado

nutricional adequado ao longo da gestação e infância (BRASIL, 2005).

Evidencias como essa, vem demonstrando que a insegurança alimentar no Brasil

apresenta duas faces, uma que tem ligação com o não direito ao acesso a alimentos

adequados e necessários a vida e outra que faz parte da alimentação inadequada,

consequentemente não saudável. O consumo inadequado de alimentos, leva ao

excesso de peso ou obesidade, consequentemente em agravos na saúde. Na

alimentação da população mais pobre, os alimentos com alta densidade energética

como açucares, refrigerantes, alimentos com gordura, vem substituindo os alimentos

mais simples, mais nutritivos e saudáveis(PINHEIRO, 2005; BRASIL, 2005).

A fome relaciona-se com a economia, os acontecimentos na politica e sociedade

que podem influenciar o potencial das pessoas em conseguir alimentos, saúde e

nutrição. Nesse contexto, Amartya Sem, 2000 destaca,

Subnutrição, fome crônica e fomes coletivas são influenciadas pelo funcionamento de toda a economia e de toda a sociedade – não apenas pela produção de alimentos e de atividades agrícolas [...] os alimentos não são distribuídos na economia por meio da caridade ou de algum sistema de compartilhamento automático. O potencial para comprar os alimentos tem que ser adquirido. [...] as pessoas passam fome quando não conseguem estabelecer seu ―intitulamento‖ sobre uma quantidade suficiente de alimentos.

39

A Ação da Cidadania Contra a Miséria e pela Vida tinha como constituintes

organizações sociais que faziam parte por todo o País, visando o envolvimento de

toda a sociedade. Entretanto, a pouca participação por parte da população nas

Campanhas, acabou com a capacidade de pressão da organização, criando o

deslocamento da segurança alimentar na relação com a política (PESSANHA,

1998).

Considerando duplo caráter presente na pobreza, um que envolve dimensões

objetivas de falta de recursos e outro, subjetivas relativas a comportamentos e

valores, é importante alterar as condições limites, no que diz respeito a como investir

na autonomia da população, na competência e no autodesenvolvimento, para

ampliação de melhores ações para superar a pobreza dessa população

específica(BRONZO, 2008).

2.4 POLÍTICAS ADOTADAS PELO CRAS PARA ATENDIMENTO DOS

BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

A partir da efetivação do sistema descentralizado e participativo, a Assistência Social

passa a estar inserida no campo de politicas. De acordo com Sposati (2004) apud

Vasconcelos et al., 2005, p.44:

A proteção social na Assistência Social inscreve-se, portanto, no campo de riscos e vulnerabilidades sociais que, além de provisões materiais, deve afiançar meios para o reforço da autoestima, autonomia, inserção social, ampliação da resiliência dos conflitos, estímulos à participação, equidade, protagonismo, emancipação, inclusão social e conquista da cidadania.

O quadro seguinte apresenta como deve ser formada a equipe de Referência do

Centro de Referência e Assistência Social dos Municípios, quais os integrantes que

a compõe e quantos funcionários são necessários de acordo com a quantidade de

famílias cadastradas nos Municípios.

40

Quadro 1 - Equipe de Referência do CRAS

Famílias

referenciadas

Capacidade de

atendimento anual Equipe de referência

As equipes de

referência do CRAS

devem contar sempre

com um coordenador

com nível superior,

concursado, com

experiência em

trabalhos comunitários

e gestão de

programas, projetos,

serviços e/ou

benefícios

socioassistenciais.

Até 2.500 500 famílias

Dois técnicos com

nível médio e dois

técnicos com nível

superior, sendo um

assistente social e

outro

preferencialmente

psicólogo.

3.500 750 famílias

Três técnicos com

nível médio e três

técnicos com nível

superior, sendo dois

assistentes sociais e

preferencialmente um

psicólogo.

5.000 1.000 famílias

Quatro técnicos com

nível médio e quatro

técnicos com nível

superior, sendo dois

assistentes sociais, um

psicólogo e um

profissional que

compõe o SUAS*

*É a partir da realização do diagnóstico territorial que o gestor municipal de assistência social (ou do

DF), juntamente com o Coordenador do CRAS, define o profissional que deverá compor a equipe de

referencia. Poderão compor a equipe: pedagogo, sociólogo, antropólogo ou profissional com

formação compatível com a intervenção social realizado pelo PAIF.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2009, p. 61

As ações desenvolvidas pelo Centro de Referência e Assistência Social devem ser

embasadas em dois eixos: a família em seu contexto social que consiste na

centralidade da família como um fator importante para os feitos dos serviços e ações

e a organização social (BRASIL ou MDS, 2009, p.12).

41

As unidades públicas da PNAS (Política Nacional de Assistência Social), são

conhecidas como CRAS, municipais, integrantes do SUAS (Sistema Único da

Assistência Social), localizados em áreas de maior vulnerabilidade e de risco social

econômico. Este centro é destinado à prestação de serviços e programas sociais de

proteção às famílias, participando de serviços em seu território de abrangência e

potencializar a proteção social (BRASIL, 2004).

Criado em 2004, o CRAS é de realização do PNAS. São unidades que apresentam

serviços da atenção básica como, (PAIF) que significa Programa de Atenção Integral

a Família, programas de inclusão e ações, projetos para diminuir e enfrentar a

pobreza, centros de convivência para idosos, serviços relacionados para crianças

menores de 6 anos, ações de socialização promovendo os direitos dos menores,

centro de educação e informação para o trabalho, voltado para o publico jovens e

até mesmo adultos, dentre outras ações (BRASIL, 2004).

Os CRAS, em seu modo de atuação, buscam a prevenção de acontecimentos que

podem levar ao risco e serem vulneráveis na vida social, destacando a autonomia

junto a esses cidadãos. Na carta de 1988 estão descritas ações voltadas para a

garantia de direitos sociais: ―São direitos sociais a educação, saúde, emprego, lar,

praticar esportes, a segurança no dia a dia, previdência social, proteção das

gestantes e na infância, ao cuidado dos desamparados, na forma da Constituição‖

(BRASIL, 1988, p.14).

O Programa Bolsa Família não visa deixar de maneira igual à verdadeira vida social

no Brasil mesmo sendo um programa que ajuda na renda mensal, mas garantir aos

beneficiários do Programa, condições mínimas de entender os riscos à sua condição

social. Os CRAS faz o acompanhamento das famílias que tem o beneficio do

Programa de transferência de renda, visando que não aconteça o não cumprimento

das formas de possuir essa ajuda, que são impostas e que podem impedir o acesso

a este direito.

Os quadros a seguir apresentam dados do Município de Manhumirim, como, o total

de famílias que são cadastradas pelo CRAS, separadas por renda per capita mensal

das famílias, quantas famílias recebem os respectivos benefícios, entre outros

dados.

42

Quadro 2 – Dados do Município de Manhumirim relativos ao Cadastro Único

Estimativas Mês Referencia

Estimativa de famílias de baixa renda – Perfil

Cadastro Único (Censo 2010) 2.485 2010

Estimativa de famílias pobres – Perfil Bolsa Família

(CENSO 2010) 1.629 2010

Fonte: Adaptado de Ministério do Desenvolvimento Social, RI Bolsa Família e Cadastro Único

do Município de Manhumirim (MG).

Quadro 3 – Dados do Município de Manhumirim relativos ao Cadastro Único

Cadastro Único Mês Referencia

Famílias Cadastradas 4.793 01/2014

Famílias cadastradas com renda per capita mensal

de até ½ salário mínimo 4.086 01/2014

Famílias cadastradas com renda per capita mensal

de até R$ 140,00 2.635 01/2014

Famílias cadastradas com renda per capita mensal

entre R$ 70,01 e R$ 140,00 1.308 01/2014

Famílias cadastradas com renda per capita mensal

de até 70,00 1.327 01/2014

Total de pessoas cadastradas 14.258 01/2014

Pessoas cadastradas em famílias com renda per

capita mensal de até ½ SM 13.106 01/2014

Pessoas cadastradas em famílias com renda per

capita mensal de até 140,00 8.819 01/2014

Pessoas cadastradas em famílias com renda per

capita mensal entre 70,01 e 140,00 4.764 01/2014

Pessoas cadastradas em famílias com renda per

capita mensal de até 70,00 4.055 01/2014

Fonte: Adaptado de Ministério do Desenvolvimento Social, RI Bolsa Família e Cadastro Único

do Município de Manhumirim (MG).

43

Quadro 4 -Dados do Município de Manhumirim relativos ao Cadastro Único

Benefícios Mês Referencia

Quantidade de famílias beneficiárias do Programa

Bolsa Família 1.898 04/2014

Valor total de recursos financeiros pagos em

benefícios às famílias 243.032,00 04/2014

Tipo de Benefícios

Benefício básico 1.578 04/2014

Benefícios Variáveis 2,972 04/2014

Benefício Variável Jovem – BVJ 315 04/2014

Benefício Variável Nutriz – BVN 28 04/2014

Benefício Variável Gestante – BVG 17 04/2014

Benefício de Superação da Extrema Pobreza - BSP 350 04/2014

Fonte: Adaptado de Ministério do Desenvolvimento Social, RI Bolsa Família e Cadastro Único

do Município de Manhumirim (MG).

Quadro 5 -Dados do Município de Manhumirim relativos ao Cadastro Único

(continua)

Grupos Populacionais Tradicionais e Específicos Mês Referencia

Famílias em situação de rua

Total de famílias em situação de rua cadastradas 1 02/2014

Famílias em situação de rua cadastradas com renda

per capita mensal de até ½ salário mínimo 1 02/2014

Famílias em situação de rua cadastradas com renda

per capita mensal de 70,01 a 140,00 0 02/2014

Famílias em situação de rua cadastradas com renda

per capita mensal de até 70,00 1 02/2014

Famílias em situação de rua beneficiárias do

Programa Bolsa Família 1 02/2014

Famílias de Agricultores Familiares

Total de famílias de agricultores familiares

cadastradas 0 02/2014

Famílias de agricultores familiares cadastradas com

renda per capita mensal de até ½ salário mínimo 0 02/2014

Famílias de agricultores familiares cadastradas com

renda per capita mensal de 70,01 a 140,00 0 02/2014

Famílias de agricultores familiares cadastradas com

renda per capita mensal de até 70,00 0 02/2014

44

Quadro 5 -Dados do Município de Manhumirim relativos ao Cadastro Único

(conclusão)

Famílias de Agricultores Familiares

Famílias de agricultores familiares beneficiárias do

Programa Bolsa Família 0 02/2014

Famílias com pessoa presa no sistema carcerário

Total de famílias de preso do sistema carcerário

cadastradas 0 02/2014

Famílias de preso do sistema carcerário cadastradas

com renda per capita mensal de até ½ salário

mínimo

0 02/2014

Famílias de preso do sistema carcerário cadastradas

com renda per capita mensal de 70,01 a 140,00 0 02/2014

Famílias de preso do sistema carcerário cadastradas

com renda per capita mensal de até 70,00 0 02/2014

Famílias de preso do sistema carcerário beneficiárias

do Programa Bolsa Família 0 02/2014

Famílias de catadores de material reciclável

Total de famílias de catadores de material reciclável

cadastradas 2 02/2014

Famílias de catadores de material reciclável

cadastradas com renda per capita mensal de até ½

salário mínimo

1 02/2014

Famílias de catadores de material reciclável

cadastradas com renda per capita mensal de 70,01 a

140,00

0 02/2014

Famílias de catadores de material reciclável

cadastradas com renda per capita mensal de até

70,00

0 02/2014

Famílias de catadores de material reciclável

beneficiárias do Programa Bolsa Família 0 02/2014

Fonte: Adaptado de Ministério do Desenvolvimento Social, RI Bolsa Família e Cadastro Único

do Município de Manhumirim (MG).

45

Quadro 6 -Dados do Município de Manhumirim relativos ao Cadastro Único

(continua)

Condicionalidades Mês Referencia

Público acompanhamento

Total de beneficiários com perfil educação (6 a 15

anos) 1.866 11/2013

Total de beneficiários com perfil educação (16 a 17

anos) 345 11/2013

Total de famílias com perfil saúde (com crianças até

7 anos e mulheres de 14 a 44 anos) 1.584 11/2013

Resultados do Acompanhamento

Total de beneficiários acompanhados pela educação

(6 a 15 anos) 1.697 11/2013

Total de beneficiários acompanhados pela educação

(16 a 17 anos) 226 11/2013

Total de beneficiários acompanhados com

frequência acima da exigida (6 a 15 anos – 85%) 1.569 11/2013

Total de beneficiários acompanhados com

frequência abaixo da exigida (6 a 15 anos – 85%) 128 11/2013

Total de beneficiários com frequência acima da

exigida (16 a 17 anos – 75%) 225 11/2013

Total de beneficiários com frequência abaixo da

exigida (16 a 17 anos – 75%) 1 11/2013

Total de beneficiários sem informação de frequência

escolar (6 a 15 anos) 169 11/2013

Total de beneficiários sem informação de frequência

escolar (16 a 17 anos) 119 11/2013

Total de famílias acompanhadas pela saúde 1.457 12/2013

Total de gestantesacompanhadas 22 12/2013

Total de gestantes com pré natal em dia 22 12/2013

Total de crianças acompanhadas 746 12/2013

Total de crianças com vacinação em dia 744 12/2013

Total de crianças com dados nutricionais 746 12/2013

Total de famílias não acompanhadas pela saúde 94 12/2013

Repercussões por descumprimento de condicionalidades

Total de repercussões por descumprimento das

condicionalidades (PBF saúde e educação) 15 03/2014

Total de advertência 7 03/2014

46

Quadro 6 -Dados do Município de Manhumirim relativos ao Cadastro Único

(conclusão)

Repercussões por descumprimento de condicionalidades

Total de bloqueio 4 03/2014

Total de Suspensão Reiterada (Port. 251/12) - -

Total de cancelamentos 0 03/2014

Total de repercussões por descumprimento de

condicionalidades (BVJ) 2 03/2014

Total de Advertência 0 03/2014

Total de suspensão 1 03/2014

Total de cancelamento 0 03/2014

Total de bloqueio 1 03/2014

Fonte: Adaptado de Ministério do Desenvolvimento Social, RI Bolsa Família e Cadastro Único

do Município de Manhumirim (MG).1

2.5 BOLSA FAMÍLIA: AVANÇOS E LIMITES

A partir de políticas públicas adotadas para intervenção nas situações de pobreza,

estruturou-se o PBF, com a proposta de articular a transferência monetária,

unificando outros programas que também empregam a transferência de renda como

Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio Gás e Cartão Alimentação (SILVA, 2010;

CUNHA, 2008).

As políticas de redução da pobreza tem a intenção de privilegiar os mais

empobrecidos, com necessidades, através de um tratamento diferenciado para

esses. Partindo do princípio da equidade, buscando uma justiça distributiva,

privilegiando os mais necessitados. Não somente selecionar os mais pobres, mas

aplicar critérios que priorizem para que resulte em uma garantia de direitos e

inclusão de indivíduos e grupos que estiverem à margem das políticas públicas

(CUNHA, 2008).

O Programa Bolsa Família pode ser definido por três dimensões, o alívio imediato da

pobreza, por meio da transferência direta de renda as famílias, a contribuição para a

redução da pobreza entre gerações, por meio da ampliação do acesso às políticas

de saúde, de educação e de assistência social e a articulação com outras políticas

1Os dados relacionados foram cedidos pela Assistente Social do Município em estudo, sendo

retirados do site do Ministério de Desenvolvimento Social que o CRAS de cada Município tem acesso.

47

publicas, de forma a desenvolver as capacidades das famílias beneficiárias

(CUNHA, 2008).

A Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, estabelece no seu Art. 5º que criou o

Programa Bolsa Família, apresenta a definição de família como a ―unidade nuclear,

eventualmente ampliada por pessoas que com ela possuem laços de parentescos

ou afinidade, que forma um grupo doméstico e viva sob o mesmo teto, mantendo-se

pela contribuição de seus membros‖ (BRASIL, 2004).

Em 1988 a Constituição Federal trouxe a ideia de política pública para a inclusão

através de ações que visam proporcionar o resgate da vida social das pessoas que

de certa forma tornam-se excluídos da sociedade. Mas a partir do Plano Real, houve

a substituição de políticas por programas de transferência de renda, focalizados

sobre os mais necessitados da sociedade, visando à inclusão nas políticas publicas

e acessos a saúde, educação e assistência social(THEODORO; DELGADO, 2003,

p.123).

A abordagem e o Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, juntamente com a

Estratégia Fome Zero, reflete os impactos das mudanças politicas e de

desempenho. OPrograma Fome Zero possui quatro eixos de atuação como acesso

a alimentação, renda, agricultura familiar e o apoio social que se relacionam com

diversos programas que podem ser inéditos ou reformulados de governos anteriores.

O primeiro eixo utiliza-se quatro mecanismos para garantir o acesso à alimentação

como transferência de renda, programas de alimentação e nutrição, incentivos

fiscais e redução de atributos (BRASIL, 2003).

O Programa Bolsa Famíliaé um programa que procura ajudar nas condições das

famílias, tendo uma renda mensal melhor, instituído em 2003, levando a unificação

de programas como, Bolsa Escola e outros. O PBF trabalha no direito ao acesso a

ações, serviços básicos de Saúde e Educação através de transferência de recursos

aos que são beneficiários, para que a pobreza no Brasil seja de alguma forma

reduzida(BRASIL, 2007).

O Programa Bolsa Família (PBF)é um programa de transferência direta de renda

com condicionalidades para as famílias pobres e extremamente pobres. O Programa

é composto por vários tipos de benefícios transferidos mensalmente à população

atendida.

48

O programa apresenta dois tipos de benefícios financeiros, são esses, o benefício

básico e os benefícios variáveis. São aplicadas as condicionalidades apenas aos

benefícios variáveis, já o benefício básico é considerado incondicional, atendendo os

critérios de elegibilidade. Aquelas famílias consideradas de extrema pobreza não

precisam cumprir exigência, somente a atualização periódica de seus dados

cadastrais (SOARES; SÁTYRO, 2009; BRITTO, 2008a).

O quadro seguinte apresenta as modalidades de benefício básico, benefício variável

crianças e adolescentes, benefício variável jovem e sua determinada descrição.

Quadro 7 - Modalidades do Benefício

Modalidade Descrição

Benefício Básico

No valor de R$ 70,00, pago exclusivamente

para famílias com renda mensal per capita

de até R$ 70,00.

Benefício Variável (BV)

crianças e adolescentes de 0

a 15 anos

No valor de R$ 32,00, pago para as famílias

com crianças e adolescentes até 15 anos

de idade. Cada família pode receber até no

máximo 3 benefícios deste tipo, totalizando

R$ 96,00.

Benefício Variável Jovem

(BVJ) - Adolescentes de 16 e

17 anos

No valor de R$ 38,00, pago para as famílias

com jovens entre 16 e 17 anos.

Cada família pode receber até no máximo 2

benefícios deste tipo, totalizando R$ 76,00.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2009, p.12

O quadro a seguir apresenta a composição do benefício para famílias com renda

familiar mensal de até R$ 70,00, relacionando o número de crianças e adolescentes,

o número de jovens, o tipo de benefício concedido para essa classe de família e o

valor do benefício transferido.

Quadro 8 -Composição do Benefício

(continua)

Família com renda familiar mensal de até R$ 70,00

Número de crianças

eadolescentes de

até 15 anos

Número de jovens de

16 e17 anos Tipo de benefício Valor do benefício

0 0 Básico R$ 70,00

49

Quadro 8 – Composição do Benefício

(conclusão)

Família com renda familiar mensal de até R$ 70,00

Número de crianças

e adolescentes de

até 15 anos

Número de jovens de

16 e 17 anos Tipo de benefício Valor do benefício

1 0 Básico + 1 variável R$ 102,00

2 0 Básico + 2 variáveis R$ 134,00

3 0 Básico + 3 variáveis R$ 166,00

4 0 Básico + 4 variáveis R$ 198,00

5 0 Básico + 5 variáveis R$ 230,00

0 1 Básico + 1 BVJ R$ 108,00

1 1 Básico + 1 variável

+ 1 BVJ R$ 140,00

2 1 Básico + 2 variáveis +

1 BVJ R$ 172,00

3 1 Básico + 3 variáveis

+ 1 BVJ R$ 204,00

4 1 Básico + 4 variáveis

+ 1 BVJ R$ 236,00

5 1 Básico + 5 variáveis

+ 1 BVJ R$ 268,00

0 2 Básico + 2 BVJ R$ 146,00

1 2 Básico + 1 variável

+ 2 BVJ R$ 178,00

2 2 Básico + 2 variáveis

+ 2 BVJ R$ 210,00

3 2 Básico + 3 variáveis

+ 2 BVJ R$ 242,00

4 2 Básico + 4 variáveis

+ 2 BVJ R$ 274,00

5 2 Básico + 5 variáveis

+ 2 BVJ R$ 306,00

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2009, p.12-13

O seguinte quadro apresenta a composição do benefício de acordo com famílias que

tem renda familiar mensal de R$ 70,01 a R$ 140,00, relacionando o número de

crianças e adolescentes, o número de jovens, o tipo de benefício que é transferido

para a família e o valor do benefício.

50

Quadro 9 - Composição do Benefício

Famílias com renda familiar mensal de R$ 70,01 a R$ 140,00 por pessoa

Número de crianças

e

adolescentes de até

15 anos

Número de jovens de

16 e

17 anos

Tipo de benefício Valor do benefício

0 0 Não recebe benefício

básico -

1 0 1 variável R$ 32,00

2 0 2 variáveis R$ 64,00

3 0 3 variáveis R$ 96,00

4 0 4 variáveis R$ 128,00

5 0 5 variáveis R$ 160,00

0 1 1 BVJ R$ 38,00

1 1 1 variável + 1 BVJ R$ 70,00

2 1 2 variáveis + 1 BVJ R$ 102,00

3 1 3 variáveis + 1 BVJ R$ 134,00

4 1 4 variáveis + 1 BVJ R$ 166,00

5 1 5 variáveis + 1 BVJ R$ 198,00

0 2 2 BVJ R$ 76,00

1 2 1 variável + 2 BVJ R$ 108,00

2 2 2 variáveis + 2 BVJ R$ 140,00

3 2 3 variáveis + 2 BVJ R$ 172,00

4 2 4 variáveis + 2 BVJ R$ 204,00

5 2 5 variáveis + 2 BVJ R$ 236,00

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2009, p.13-14

Além de entender que os valores recebidos pelas famílias do Programa Bolsa

Família podem variar de acordo com a renda de cada família e de acordo com o

número de pessoas, é importante saber que o Cadastro Único é um banco de dados

mais amplo e que dá acesso a outros programas e políticas sociais do Governo

Federal, não apenas ao Programa Bolsa Família (MDS, 2009).

O PBF engloba condicionalidades como, acompanhamento do crescimento e

desenvolvimento infantil para uma relação de ter ou não doenças associadas,

carências nutricionais, a vacinação de crianças menores de sete anos de idade

resultando em prevenir doenças que já tem tratamento através das vacinas e a

51

atenção pré-natal e no pós-parto que é de importância tanto para a mãe quanto para

a criança (BRASIL, 2004).

O quadro a seguir apresenta as condicionalidades, que são compromissos que as

famílias beneficiárias devem cumprir enquanto recebe o benefício de transferência

de renda, essas condicionalidades englobam áreas como, educação, saúde e

assistência social.

Quadro 10 - Compromissos das famílias nas áreas de saúde, educação e

assistência social

Área Compromissos/Condicionalidades Público

Saúde

Acompanhamento do calendário

vacinal, do crescimento e do

desenvolvimento das crianças.

Crianças menores de

sete anos.

Pré-natal para gestantes e

acompanhamento de nutrizes. Gestantes e nutrizes.

Educação

Matrícula e frequência escolar mensal

mínima de 85%.

Crianças e adolescentes

entre 6 e 15 anos

Matrícula e frequência escolar mensal

mínima de 75%. Jovens de 16 e 17 anos.

Assistência Social

Frequência de 85% nos Serviços de

Convivência e Fortalecimento de

Vínculos do PETI.

Crianças e adolescentes

menores de 16 anos em

situação de trabalho

infantil

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2009, p. 6.

As famílias devem assegurar a não exposição das crianças ao trabalho infantil e

cumprir os compromissos para não perder o benefício. As condicionalidades devem

ser acompanhadas de forma não punitiva, mas relacionando a monitoração do

acesso das famílias aos direitos básicos de saúde, educação, assistência social e

saber o porquê de ter descumprido as condicionalidades (CUNHA, 2008; BRASIL,

2012a).

Os quadros seguintes apresentam quais os efeitos e o resultado da situação do

benefício quando os beneficiários do Programa não cumprem as condicionalidades

que são determinadas para manter o recebimento da transferência de renda.

52

Quadro 11 – Efeitos por descumprimento de condicionalidades do PBF (crianças,

adolescentes até 15 anos, gestantes/nutrizes)

Descumprimento Efeito Situação do benefício

1º Registro Advertência Família continua recebendo o

benefício normalmente.

2º Registro Bloqueio por 30 dias

Uma parcela de pagamento do

benefício fica retida por 30 dias.

Após 30 dias, a família volta a

receber o benefício

normalmente; e a parcela

bloqueada pode ser sacada.

3º e 4º Registros Suspensão por 60 dias

Duas parcelas de pagamento

do benefício não são pagas à

família. Após 60 dias, a família

volta a receber o benefício

normalmente; mas as duas

parcelas relativas ao período de

suspensão não são pagas à

família.

5º Registro Cancelamento

Parcelas do benefício que

ainda não foram sacadas pela

família são canceladas.

Parcelas do benefício que

seriam pagas à família nos

meses seguintes são

interrompidas. Família é

desligada do PBF.

Fonte:Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2009, p. 8.

Quadro 12 – Efeitos por descumprimento de condicionalidades do BVJ (jovens de 16

e 17 anos)

Descumprimento Efeito Efeito no BVJ

correspondente

1º Registro Advertência Não há efeito sobre o benefício

2º Registro Suspensão 60 dias

O benefício é suspenso por 60

dias. Não recebe as parcelas

suspensas.

3º Registro Cancelamento O benefício é cancelado.

Fonte:Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2009, p. 9.

53

Com o acompanhamento, o poder público tem a identificação das famílias que são

selecionadas como de maior grau de vulnerabilidade e risco social, priorizando um

acompanhamento mais individualizado, e é de responsabilidade do poder a

oportunidade de serviços públicos de educação, saúde e assistência

socialbeneficiando essas famílias (CUNHA, 2012).

A articulação do Programa intervém com a intersetorial entre os três entes federados

e a sociedade para alcançar os objetivos e resultar em um desenvolvimento das

capacidades das famílias e determinar a redução, ou superação das

vulnerabilidades diante de ações. Refere-se à associação entre políticas de redução

da pobreza e políticas de promoção da cidadania que devem ser instituídas para

proporcionar um melhor acesso dessa população (CUNHA, 2012).

A transferência de renda é realizada pelo PBF, esse Programa beneficia cerca de 13

milhões de famílias em todo país, associando o acesso a diferentes direitos sociais

como saúde, alimentação, assistência social e educação. As famílias beneficiárias

são selecionadas pelo Cadastro Único e os valores transferidos variam segundo a

renda familiar per capita mensal, a quantidade de membros na família, de crianças,

adolescentes menores de 17 anos, gestantes e lactentes (BRASIL, 2003).

A partir de informações colhidas pelos municípios, o Ministério do Desenvolvimento

Social e Combate à Fome (MDS) selecionam aquelas famílias que serão incluídas

no Programa. A renda per capita familiar de até R$ 140 (cento e quarenta reais) é o

principal critério utilizado e as famílias com renda de até R$ 70,00 (setenta reais)

são caracterizadas em situação de extrema pobreza (BRASIL, 2012).

A Administração Pública que executa o Programa Bolsa Famíliatrata-se de um

programa descentralizado com objetivo de minimizar a pobreza através de

transferência de renda às famílias que são beneficiárias e separação da parte mais

pobre por meio das evidencias que objetivam os direitos nas áreas da educação e

saúde, o acompanhamento e o desenvolvimento das famílias a partir de Programas

Complementares.

A Secretaria Nacional de Renda da Cidadania (SENARC) tem como atribuições a

elaboração de regulamentos, normas, responsável pelo Cadastro Único de

Programas Sociais, fiscalizar o PBF, escolher melhorias para a utilização do Sistema

de Gestão de Benefícios, promover atividades de gestão de benefícios, promover

54

capacitação dos profissionais responsáveis pelas atividades de gestão. Os

Ministérios da Educação e Saúde, também apresentam um papel importante na

gestão dos benefícios, pois acompanham o cumprimento das condicionalidades e

esse cumprimento tem efeito direto sobre as famílias que são beneficiarias,

conforme a Portaria nº 551.

A partir do ano de 2005 aconteceu à descentralização da Gestão de Benefícios do

Programa Bolsa Família, e os gestores dos municípios passaram a administrar o seu

próprio município, controlando a transferência de renda as famílias beneficiadas. Até

o ano de 2005 a gestão do PBF era através da Secretaria Nacional de Renda e

Cidadania (SENARC), esta era encarregada de fazer varias atividades, a partir do

pedido de um superior que fosse de algum cargo perante o BolsaFamília(BRASIL,

2008c).

A base de dados utilizada pelo Governo Federal é o CadÚnico que consta de

registros de informações socioeconômicas das famílias que possuem até meio

salario mínimo por pessoal como renda mensal ou até três salários mínimos como

renda total da família (CUNHA, 2008), pertencendo ao cadastro a identificação do

grau de vulnerabilidade das famílias (BRASIL, 2007).

O cadastro além de ser utilizado para a seleção do PBF, também é utilizado para a

seleção de outros programas do Governo Federal. Permitindo a qualidade dos

dados cadastrados, apresentando a realidade das famílias cadastradas (CUNHA,

2008).

Por ser considerado de fundamental importância para a identificação e localização

das famílias em situação de pobreza e manter as informações atualizadas sobre

essas famílias, o CadÚnico viabiliza o planejamento de políticas públicas no

Governo (CUNHA, 2008).

Sua função que é ainda pouco explorada apesar de sua amplitude,

permitiriasobretudo retratar a pobreza, mas também a caracterização de suas

especificidades e necessidades, diagnosticando cada família (BARROS;

CARVALHO; MENDONÇA, 2008).

É importante identificar o perfil da pobreza e obter respostas para que sejam

identificadas as carências de cada local, o que possibilitaria novas intervenções

55

sociais às necessidades reais de cada população e que poderiam se tornar efetiva

no combate a pobreza(BARROS; CARVALHO; MENDONÇA, 2008).

A equipe de referencia do CRAS, através de busca ativa no seu território de

abrangência, ajuda na identificação e localização das famílias que estejam em

situação de pobreza e vulnerabilidade. Essa busca tem como foco central os

usuários do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)(BRASIL, 2008).

Essa busca ativa pode ser realizada com palestras, atividades socioeducativas,

coleta de informações através do CadÚnico, visitas domiciliares, informações de

politicas setoriais como educação, saúde e outras (BRASIL, 2008).

O principal objetivo é a compreensão da realidade social, o conhecimento,

contribuindo para o conhecimento do cotidiano das populações, visando a realidade

da família, os seus valores, culturas, as relações no território, os recursos

destinados, apoios e vínculos sociais estabelecidos. É essencial para a ação

preventiva e a prioridade do acesso das famílias mais vulneráveis aos serviços que

são destinados como de assistência social (BRASIL, 2009).

A busca ativa é realizada com prioridade para as famílias sem acesso aos serviços

públicos, aquelas mais vulneráveis e que tem maior dificuldade para localização e

atendimento. Por tanto a necessidade de privilegiar estratégias de busca das

famílias mais pobres(CUNHA, 2008).

Em 2006 o Governo Federal criou o IGD que significa Índice de Gestão

Descentralizada do Programa Bolsa Família para medir o desempenho dos

municípios que recebem recursos e assim os municípios que alcançarem melhores

resultados receberão mais recursos (BRASIL, 2008a).

O índice de Gestão é um índice de qualidade que combina qualidade, integralidade,

informações atualizadas do CadÚnico e os cumprimentos das áreas de Saúde e

Educação (BRASIL, 2008e).

A gestão que é comandada pela secretaria da área em que está localizado o

Programa, nomeada de acordo com o poder executivo municipal. A secretaria

assume a politica entre a prefeitura da área, o Ministério do Desenvolvimento Social

e Combate à Fome (MDS) e o governo estadual para a implantação do Programa

Bolsa Família e do CadÚnico. Para isso o gestor deve ter decisão, mobilização,

articulação e coordenação entre as áreas como, Assistência Social, Saúde e

56

Educação para o acompanhamento dos beneficiários desse Programa e verificação

das exigências para a participação (BRASIL, 2008b).

O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal é um instrumento

que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda, entendidas como aquelas que

têm renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa ourenda mensal de ate

três salários mínimos (MDS, 2009).

O Cadastro Único permite o conhecimento da realidade socioeconômica das

famílias, disponibilizando informações do grupo familiar, de suas características

quanto ao domicílio, das formas de acesso aos serviços públicos que são essenciais

como saúde, educação e assistência social e, também, aos dados de cada um dos

componentes da família cadastrada (MDS, 2009).

Por meio de um sistema informatizado, o Governo Federal consolida os dados que

são coletados no Cadastro Único. A partir desses dados coletados, o poder público

pode passar a programar e formular as políticas específicas, que contribuem para a

redução das vulnerabilidades sociais a que essas famílias estão expostas (MDS,

2009).

O Cadastro Único é coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e

Combate à Fome (MDS), devendo ser obrigatoriamente utilizado para seleção de

beneficiários de programas sociais do Governo Federal como o Bolsa Família.

Famílias com renda superior a meio salario mínimo também podem ser cadastradas,

desde que sua inserção esteja vinculada a inclusão e/ou permanência em

programas sociais programados pelo poder publico nas três esferas do Governo

(MDS, 2009).

O SUS (Sistema Único de Saúde) tem como princípios a acessibilidade,

universalidade, equidade e participação social, visando o acesso de usuários que

apresentam maior dificuldade para obter um acompanhamento médico sejam por

conta da renda, ou pelo fato de não terem assistência correta para poder buscar

esse direito que é de todos. O SUS visa desenvolver ações a grupos de risco, com

risco alimentares, de comportamento e até mesmo do ambiente em que vivem, com

a finalidade de prevenir doenças (BRASIL, 2006).

De um modo geral, não se sabe como é a alimentação dos beneficiários do

Programa com o recebimento dessa ajuda de renda, pois a escolha dos alimentos

57

pode ser diferenciada por causa das diferentes camadas sociais. A realidade é que

mesmo com a renda familiar baixa, a população está apresentando obesidade e

diversos fatores estão ligados, como a escolha por alimentos de baixo custo e com

valor nutricional não adequado, sendo alimentoscom muita gordura, de densidade

calórica alta e alto índice glicêmico como macarrão entre outros alimentos(BRASIL,

2010c).

O Programa de um modo geral tem se destacado, principalmente à renda e no

movimento de combate à pobreza e desigualdade social, pois as famílias passam a

ter acesso a alimentos que antes elas não tinham e agora podem optar por uma

alimentação mais saudável (BARROS; CARVALHO; FRANCO; MENDONÇA, 2007).

A desconcentração de renda resultou em uma redução da pobreza e ao receber o

benefício a família tem o poder de escolha dos alimentos, mas essa escolha pode

trazer efeitos favoráveis ou não a saúde da população, portanto não basta somente

a renda, mas sim a informação e o conhecimento do alimento que é saudável e do

alimento que não é saudável(NERI, 2006).

O Programa Bolsa Famíliaassim como os demais programas que tem ligação com a

transferência de renda, a garantia de renda mínima, caracteriza-se com uma ruptura

da pobreza, assim as famílias passam a ter acesso aos direitos de todos os

cidadãos como saúde, educação e assistência social, com o complemento de renda

mensal e os filhos matriculados e com frequência na escola e melhorias nas

condições de saúde (MESQUITA, 2006).

O aumento de renda das famílias através do benefício concedido ao longo do ano

2000 é um acontecimento referente aos programas de transferência de renda e um

dos determinantes da queda da desigualdade no Brasil, pois as famílias passam a

ter mais acessos aos direitos que são de todos(BARROS, et al; 2007).

O impacto do Programa Bolsa Família exerceu certo grau de sucesso, a

transferência de renda que chega às famílias beneficiárias traz fatores positivos

como a diminuição da miséria e no redirecionamento da renda em diversas maneiras

que são mensuradas (IPEA, 2006; MARQUES, 2005; MARQUES; MENDES, 2008;

MEDEIROS et al., 2007 e 2008; SOARES et al., 2007).

Com o sucesso político do Programa, muitos municípios resolveram criar programas

próprios que também faz uso da transferência de renda mensal para uma melhor

58

qualidade de vida ou através de atividades para os beneficiários dos diversos

programas federais (Secretaria Nacional de Renda da Cidadania, 2007; BRASIL,

2008).

A pobreza está ligada a estrutura social da população, ao grau de desigualdade em

uma sociedade, significando a distribuição da riqueza como renda e acesso a bens

públicos, mercado de trabalho, direitos políticos, sociais e culturais, portanto quando

a família consegue o acesso a esses fatores, pode ser considerado que está

ocorrendo resultados positivos diante da transferência de renda, ou da distribuição

da riqueza, pois passa a ter acesso a direitos que antes não tinha(SOUZA, 2006).

A partir de uma estratégia assistencialista o Programa passa pela substituição da

universalização para formas de recursos suplementares a quem não consegue se

sustentar de forma suficiente (FOUCAULT, 1976).

O Estado caracteriza a pobreza como carência de renda para ter acesso a uma

cesta básica e serviços e o significado de indigência é a carência de renda para

conseguir uma alimentação (GUTIÉRREZ, 2007).

Não seria coerente desprezar que este programa leva a sobrevivência da população

mais pobre do País. Mas é a partir dessa sobrevivência e dos benefícios concedidos

mensalmente às famílias que o Programa leva a uma forma de governar biopolítica

que tem a população como objeto, a economia como saber e os dispositivos de

segurança seus mecanismos básicos. Em associação com a política, coloca no

centro das preocupações, a regulação socioeconômica da sociedade atual, podendo

elaborar princípios que discriminam a população que nomeiam como alvo.(CASTRO,

2009).

As famílias específicas que necessitam do benefício de transferência de renda

devem procurar as prefeituras para fazer a efetuação do seu cadastramento no

programa. Os dados colhidos são enviados para o Ministério do Desenvolvimento

Social e passam a constar do CadÚnico. A partir da análise do Ministério, este

concede ou não o benefício para a família, de acordo com a disponibilidade de

recursos. O pagamento dos benefícios é de responsabilidade da Caixa Econômica

Federal (CEF), que através do Ministério do Desenvolvimento Social recebe a

relação dos beneficiários e passa a disponibilizar os cartões para o pagamento dos

benefícios relacionados. A CEF garante o pagamento dos benefícios em suas

59

agências, casas lotéricas e outros, devido à sua abrangência em nível nacional, isso

em praticamente todos os municípios brasileiros (MDS, 2009).

Constatou-se que o Programa era efetivo na redução dosindicadores de pobreza e

de desigualdade de renda; que não produzia incentivos inadequados sobre a oferta

de trabalho; que aumentava a frequência e a aprovação escolar elevava os níveis de

vacinação no período apropriado e reduzia a desnutrição infantil; e que melhorava o

acompanhamento médico das mulheres grávidas (IPEA, 2006).

2.6 ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA

As escolhas alimentares são fundamentadas a partir dos aspectos antropológicos da

alimentação, a partir do cotidiano, de estratégias para sobrevivência e assim

revelando as práticas alimentares, o que é consumido. O que se torna opção

alimentar vem de hábitos que as pessoas constroem com o tempo, adotam a partir

do momento que podem ter ou não o acesso a determinado alimento, podendo

relacionar com a renda das famílias. Quando as famílias passam a ter acesso a

alimentos que antes não fazia parte do seu cotidiano, esses podem relacionar com

uma alimentação saudável ou não muito saudável, resultando em hábitos

alimentares que podem trazer benefícios a saúde, ou que podem trazer prejuízos a

saúde, evidenciando até mesmo doenças por conta de uma alimentação que não

traz benefícios (CANESQUI, 1994).

A alimentação é um direito humano descrito no Pacto Internacional sobre Direitos

Econômicos, Sociais e Culturais, de 1996. O direito a uma alimentação adequada

pode ser considerado quando todas as pessoas tem acesso tanto econômico quanto

físico a uma alimentação que seja adequada, que possa trazer benefícios a todas as

pessoas(CONSEA, 2004).

Com o consumo alimentar, a disponibilidade de alimentos nos domicílios, as famílias

passam a ingerir mais alimentos com gorduras, açúcar e diminuem a relação dos

alimentos que são saudáveis como, frutas, verduras, legumes, fibras e associados

ao sedentarismo. Com isso a taxa de excesso de peso e obesidade está maior entre

os adultos e as crianças acabam sendo influenciadas por esses hábitos alimentares

que não são saudáveis (BRASIL,2004).

60

A ONU em seu ponto de vista apresenta a qualidade de vida relacionada à

satisfação da população, em respeito ao acesso a alimentação, ao direito no acesso

a serviços de saúde, seguro de vida, boas condições de trabalho, lazer, atividades

econômicas, culturais e políticas. Assim, qualidade de vida é essencial à satisfação,

motivação de um individuo ou comunidade, portanto quando não se tem esse

acesso a serviços de saúde, e outros, a qualidade de vida não se torna boa e muitos

menos a satisfação, pois o acesso fica delimitado (FERREIRA, 1995).

Para relacionar a pobreza no Brasil, utilizam-se critérios de renda, distribuindo a

população em três diferentes categorias como, a população indigente fazendo parte

o subgrupo mais pobre, aqueles com necessidades específicas, entre os mais

pobres quando a renda não consegue atender nem a alimentação que é um direito

de todas as pessoas, a segunda categoria é a população pobre cuja renda não

supre as necessidades básicas de qualquer cidadão como alimentação, moradia,

vestuário e outros critérios e como terceira categoria, a população não pobre que

permanece acima da pobreza (PESSANHA, 1998).

Por meio da criação do SISVAN, Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e

Nutricional, com objetivo de produção de informações que levassem aos problemas

alimentares e nutricionais da população, podendo identificar a distribuição geográfica

e apresentando os grupos sociais de risco, aqueles com maiores necessidades e

deficiências, para uma intervenção com políticas públicas e medidas de prevenção

visando melhorar os problemas da alimentação da população (RELATORIO

BRASILEIRO, 1996).

Os efeitos mais importantes estão associados aos programas de transferência de

renda. Mesmo sendo difícil determinar precisamente os impactos dos Programas

sobre a pobreza e inúmeras desigualdades, estudos demonstram aspectos positivos

diante deste fator. Nos anos de 2000 a questão da desigualdade de renda começa a

sofrer mudanças. A desigualdade diminui em aproximadamente 50% à evolução da

renda por determinante de programas que ajudam na renda mensal das famílias, por

meio de transferência de renda, com benefícios que proporcionam um acesso mais

estável na saúde, educação e assistência social, que são fatores que toda a

população tem direito(COHN, 2000).

A sociedade é marcada ultimamente por contrastes, devido ao seu elevado grau de

diferença social, relacionando com a ocorrência de obesidade entre a população de

61

baixa renda, aqueles em situação de pobreza. O que seria provável acontecer é a

obesidade por má alimentação se manifestar depois da superação das carências

nutricionais básicas, mas o que se apresenta são os efeitos da publicidade com a

introdução de alimentos, produtos, industrializados.

62

63

3 METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

3.1.1 Quanto a Abordagem

A pesquisa realizada foi de caráter quantitativo, analisando estatisticamente os

dados utilizando um questionário a ser respondido pelos beneficiários do Programa

Bolsa Família e outro questionário respondido pelo Conselho de Assistência Social,

sendo caracterizada por traduzir em números, opiniões e informações para

classificá-la e analisá-la.

3.1.2 Quanto aos Objetivos

Analisou-se e identificou-se o consumo alimentar das famílias beneficiárias através

do questionário, apresentando para quais fins essa transferência de renda é utilizada

e de que maneira pode ter proporcionado melhorias nas condições de vida das

famílias e discutindo os resultados inerentes que o Programa Bolsa Família

proporciona para as famílias de baixa renda que são cadastradas no CRAS (Centro

de Referência e Assistência Social).

3.1.3 Quanto aos procedimentos Técnicos

Foi realizado um estudo por meio de aplicação de um questionário a um

representante de cada família beneficiaria do Programa Bolsa Família cadastrada no

CRAS e outro questionário para o Conselho de Assistência Social, contendo

perguntas específicas para o representante da família e perguntas específicas para

o Conselho do Município.

3.2 ESPECIFICAÇÃO DA AMOSTRA

A coleta de dados para o estudo foi realizada no Município de Manhumirim – MG

com um representante de cada família beneficiária do Programa Bolsa Família e

com um representante do Conselho de Controle Social do Programa Bolsa Família.

A amostra para a coleta de dados do estudo foi de 39 representantes das famílias

que recebem o benefício de transferência de renda e um representante do Conselho

de Controle Social do Programa Bolsa Família para ser elaborado o estudo e

apresentar as discussões necessárias.

64

3.3 MUNICÍPIO ESCOLHIDO PARA COLETA DE DADOS

O Município de Manhumirim apresenta o total de 4.793 famílias inscritas no

Cadastro Único em Janeiro de 2014, dentre as quais, 1.327 famílias com renda per

capita familiar de até R$70,00, 2.635 famílias com renda per capita familiar de até

R$140,00 e 4.086 famílias com renda per capita até meio salário mínimo (IBGE,

2014).

3.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Para a coleta de dados foi realizada a aplicação de questionário apresentando

perguntas específicas para um representante da família que tenha o benefício de

transferência de renda do Programa Bolsa Família. O outro questionário foi aplicado

para um representante do Conselho de Controle Social do Programa Bolsa Família

com perguntas que relacionam o benefício e ação do Programa na Prefeitura do

Município (APÊNDICE 1 e 2).

3.5 MÉTODOS DE ANÁLISE DE DADOS

Os dados foram calculados em tabelas do Programa Excel e descritos de maneira

simples em tabelas para umacorreta discussão e apresentação dos resultados

sendo de fácil compreensão.

A análise descritiva ou análise exploratória visa organizar de forma apresentável e

que facilite o entendimento dos dados. É comum para isso o uso de tabelas e

gráficos, além de alguns cálculos que ajudam a compreender tendências e a forma

como os dados se concentram para assim descrever o que foi observado e

concluído com o estudo desses resultados.

Para verificar as possíveis diferenças entre dois grupos independentes utilizou-se o

teste não paramétrico U de Mann-Whitney.

H_0: Não há diferença entre a média da variável i ao comparar as amostras.

H_1: Há diferença entre a média da variável i nas amostras testadas.

Foram calculadas médias para descobrir quantas vezes em um total de sete dias as

famílias consumiam determinado alimento, a partir dessa média foi discutido o

65

porquê das famílias consumirem alimentos mais ou menos saudáveis e que com

isso poderia afetar a saúde dessas famílias.

Em outra tabela e em novo estudo, todos os alimentos foram relacionados entre si, e

a partir dessas inúmeras relações houve uma média, resultando em comparações

de consumo, onde alguns alimentos haviam sido consumidos mais vezes no total de

sete dias do que outros alimentos houve relação de alimentos mais e menos

saudáveis para a população.

66

67

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir do questionário aplicado ao Conselho de Assistência Social, representado

pela Assistente Social do Município de Manhumirim, foram obtidos os seguintes

resultados apresentados no quadro a seguir e discutidos posteriormente.

Quadro 13 – Perguntas e respostas a partir do questionário elaborado

(continua)

Perguntas: Respostas SIM: Respostas NÃO

(Comente):

1- A família beneficiaria

recebe os valores de

acordo com o que

estabelece a legislação do

Programa?

SIM.

2- A prefeitura faz a

divulgação do Programa

Bolsa Família?

SIM.

3- A prefeitura realiza ações

de mobilização no sentido

de orientar as famílias a

manter o cadastro

atualizado?

SIM.

4- A prefeitura implantou

Conselho ou Comitê de

controle social do Bolsa

Família?

NÃO. O Conselho de Bolsa Família está desativado,

existe o Conselho de Assistência Social, onde tem um Conselho representando

o Bolsa Família.

5- A coordenação municipal

do programa foi

formalmente instituída?

SIM.

6- Existe técnico responsável

na prefeitura pelo

acompanhamento das

condicionalidades da área

de saúde?

SIM.

7- Existe técnico responsável

na prefeitura pelo

acompanhamento das

condicionalidades da área

de educação?

SIM.

68

Quadro 13 – Perguntas e respostas a partir do questionário elaborado

(conclusão)

Perguntas: Respostas SIM: Respostas NÃO

(Comente):

8- A prefeitura desempenha

ações de mobilização e

sensibilização das famílias

para o cumprimento das

condicionalidades do

Programa Bolsa Família?

SIM.

9- A prefeitura divulga a

relação de beneficiários do

Programa Bolsa Família?

Comente.

NÃO. Apenas na secretaria existe a listagem dos

beneficiários e fica com os responsáveis.

10- O Conselho de Controle

Social do Bolsa Família

atua no acompanhamento

das ações do Programa?

SIM.

Fonte: Elaboração própria.

A primeira pergunta que foi realizada faz a relação com o valor que o Governo

estipula para as famílias que recebem o benefício e se esse valor é repassado

corretamente a essas famílias e a resposta que o Conselho apresentou foi de as

famílias recebem de acordo com a legislação o que torna a transferência de renda

correta a cada família que é beneficiária. A próxima pergunta realizada ao Conselho

corresponde à divulgação do Programa e esse relatou que é feita a divulgação,

assim as famílias que estão em estado de pobreza ou extrema pobreza podem

procurar o Município para obter informações a respeito do Cadastramento, das

condicionalidades e como é realizado o Cadastro para o recebimento da

transferência de renda.A terceira pergunta corresponde a ações de mobilização, se

são realizadas pela prefeitura com a intenção de manter o cadastro atualizado das

famílias e a resposta foi de que são realizadas ações e a partir dessas ações as

famílias podem manter o cadastro atualizado, recebendo também informações que

são importantes para não perder o benefício de transferência de renda e a partir

dessas ações as famílias podem discutir suas duvidas e ouvir orientações. A

próxima pergunta feita ao Conselho teve a resposta de que o Conselho de Controle

Social do Programa Bolsa Família está desativado, mas que foi implantado pela

prefeitura e agora esse Conselho do Programa faz parte do Conselho de Assistência

69

Social, com representantes. A seguinte pergunta realizada foi se a coordenação

municipal do programa foi formalmente instituída e a resposta foi que sim, pois a

partir dessa coordenação fica mais fácil o esclarecimento de duvidas que as famílias

podem ter durante o recebimento da transferência de renda, sobre as

condicionalidades que devem ser cumpridas e outras informações que são de

responsabilidade da coordenação do programa. A seguinte realizada foi se existe

técnico responsável pelo acompanhamento das condicionalidades da área de saúde

e existe sim, pois com esse técnico as famílias tem o acompanhamento se as

condicionalidades estão sendo cumpridas regularmente resultando assim na

permanência do recebimento do beneficio, não deixando de utilizar o recurso da

saúde que é um direito de todos. A posterior realizada foi à mesma da anterior, mas

com a mudança no acompanhamento das condicionalidades da área de educação, e

a resposta dada foi de que sim, pois as condicionalidades da área de educação

também precisam ser cumpridas pelas famílias como a de crianças e jovens

matriculados nas escolas e com frequência o que é muito importante e deve ser

sempre apresentado, pois a partir do estudo, essas crianças quando adultos vão

poder conquistar os seus trabalhos, se tornar profissionais e responsáveis. A

seguinte pergunta foi se a prefeitura desempenha ações de mobilização das famílias

para o cumprimento das condicionalidades e a resposta foi à esperada, pois a partir

dessas ações as famílias mantem o cumprimento das condicionalidades e

continuam recebendo o benefício e se esse cumprimento não for realizado as

famílias podem ser punidas e até mesmo perder o benefício de transferência de

renda.A penúltima pergunta feita foi se a prefeitura divulga a relação de beneficiários

do Programa e a resposta foi de que não divulga, pois essa relação existe apenas

na secretaria onde fica uma listagem e essa listagem permanece com os

responsáveis. A última pergunta foi se o Conselho do Programa atua no

acompanhamento das ações realizadas e a resposta foi que sim, pois a partir desse

acompanhamento as famílias são observadas e se as condicionalidades estão

sendo cumpridas e assim permanece o recebimento do benefício. A partir das

respostas dadas pela Assistente Social do Município, esse cumpre com as

obrigações e procura da melhor maneira orientar as famílias que são cadastradas e

cadastrando outras que podem passar a receber o benefício de transferência de

renda.

70

A tabela a seguir tem a finalidade de informar quantos dias em um total de sete dias

as famílias consomem os respectivos alimentos e apresentar a média desse

consumo.

Tabela 1- Frequência e média de consumo de alimentos por tipo de alimento.

Alimento Numero de vezes nos últimos 7 dias que consumiu

0 1 2 3 4 5 6 7 Média

Salada crua 12 5 10 3 7 0 1 1 1,92

Legumes e verduras cozidos 5 7 13 8 4 0 1 1 2,21

Frutas frescas ou saladas de

frutas

16 11 9 1 0 0 2 0 1,13

Feijão 0 2 1 1 5 6 3 21 5,69

Leite e iogurtes 2 0 1 4 6 6 9 11 5,10

Batata frita, batata de pacote e

salgados fritos

14 6 9 6 3 0 0 1 1,56

Hambúrguer e embutidos 29 6 3 0 0 0 1 0 0,46

Bolachas/biscoitos salgados ou

salgadinhos de pacote

5 2 9 3 7 5 3 5 3,46

Bolachas/biscoitos doces ou

recheados, doces, balas e

chocolates

1 10 11 11 2 3 1 0 2,41

Refrigerante 17 13 6 2 0 0 1 0 0,95

Fonte: Elaboração própria.

A tabela anterior apresenta a média de vezes em um total de sete dias que as

famílias consomem determinado alimento, podendo ser apresentado e discutido a

partir desses resultados que alimentos como salada crua apresentou uma média de

consumo de quase duas vezes por semana, o que significa uma proporção muito

pequena de consumo, evidenciando que as famílias beneficiárias não têm muito

acesso a esses alimentos, podendo ser por conta da renda mensal da família e

esses acabam optando por alimentos de custo mais baixo ou por conta da falta de

informações sobre esses alimentos que são mais saudáveis. Legumes e verduras

também apresentou uma média de duas vezes no total de sete dias por semana,

71

portanto para os beneficiários também não consomem muitas vezes por semana

esses alimentos que são saudáveis. Outro alimento muito importante para uma

alimentação saudável são as frutas, essas apresentam benefícios para a vida de

todas as pessoas como, fibras, vitaminas e outros. A média do consumo de frutas

apresentado foi muito baixo, média de uma vez no total de sete dias, podendo ser

resultado do alto valor das frutas e assim as famílias acabam não escolhendo essa

opção para o dia a dia. Um alimento muito importante na alimentação de todas as

pessoas é o feijão e esse apresentou no estudo uma média de seis vezes no total de

sete dias, evidenciando que as famílias consomem muito esse alimento, e nenhuma

família respondeu que não consome esse alimento nenhum dia no total de sete dias

e essa ingestão mais do que de outros alimentos mostra que o indispensável feijão

faz parte do da refeição de todas as famílias e por ser de preço acessível a todos.

Juntamente com o feijão, outros alimentos que também apresentaram uma média

maior foram o leite e seus derivados, outros alimentos que também traz muitos

benefícios a saúde das pessoas e que muitos apresentam um preço acessível e de

fácil acesso pra essas famílias que possuem uma baixa renda.Alimentos, como

batata frita, salgados fritos, hambúrguer, embutidos, refrigerantes, apresentaram

valor baixo, de uma a duas vezes no total de sete dias, mas com a maioria das

famílias relatando que não consomem nenhuma vez no total de sete dias, sendo um

resultando significativo, pois são alimentos que não são saudáveis, que podem

trazer prejuízos a saúde, como obesidade, colesterol alto, doenças cardiovasculares

e outros e a partir desse número pode-se relacionar com o valor desses alimentos,

que na maioria das vezes não são alimentos com preços baixos e pela família sem

composta por um número maior de pessoas isso dificulta o acesso a esses

alimentos. Com hábitos alimentares saudáveis, pode-se evitar doenças, sendo

importante que as crianças cresçam com informações que vão leva-las a consumir

cada vez mais alimentos saudáveis, proporcionando assim, hábitos saudáveis. As

bolachas, tanto salgadas, quanto doces, apresentaram uma média acima de duas

vezes, chegando mais a mais de três vezes no total de sete dias como o caso das

bolachas doces, pois essas são encontradas com mais facilidade, com preço mais

acessível e de fácil aceitação por parte de adultos e principalmente das crianças.

Essas bolachas podem apresentar muito açúcar, conservantes e outros, não sendo

saudável para as crianças, que estão começando a formar os seus hábitos

alimentares, mas de uma maneira geral, são alimentos ofertados nos outros horários

72

que não seja o almoço e as vezes a janta, portanto as famílias buscam aqueles

alimentos com preços mais acessíveis e que as crianças vão aceitar. Com os

resultados dessa tabela, é importante destacar que a alimentação das famílias que

são beneficiárias está na maioria das vezes de acordo com a renda que elas

recebem, pois procuram alimentos mais acessíveis por conta do preço, mas também

não deixam de consumir alguns alimentos que são saudáveis e indispensáveis para

uma boa alimentação e saúde.

A seguinte tabela estabelece a comparação de frequência do consumo semanal

média entre dois alimentos e avalia se há diferença significativa entre esses.

Tabela 2 - Comparação da frequência média de consumo de alimentos através do

teste de Mann – Whitney, P-valor e Média.

(continua)

Variável Média P-valor

Bolachas/biscoitos salgados ou salgadinhos de pacote

3,46

0,00

Refrigerante

0,95

Bolachas/biscoitos salgados ou salgadinhos de pacote

3,46

0,03

Bolachas/biscoitos doces ou recheados, doces, balas e chocolate

2,41

Hambúrguer e embutidos

0,46

0,00

Bolachas/biscoitos salgados ou salgadinhos de pacote

3,46

Hambúrguer e embutidos

0,46

0,01

Refrigerante

0,95

Hambúrguer e embutidos

0,46

0,00

Bolachas/biscoitos doces ou recheados, doces, balas e chocolate

2,41

73

Tabela 2 - Comparação da frequência média de consumo de alimentos através do

teste de Mann – Whitney, P-valor e Média.

(continuação)

Variável Média P-valor

Batata frita, batata de pacote e salgados fritos

1,56

0,00

Bolachas/biscoitos salgados ou salgadinhos de pacote

3,46

Batata frita, batata de pacote e salgados fritos

1,56

0,00

Hambúrguer e embutidos

0,46

Batata frita, batata de pacote e salgados fritos

1,56

0,01

Bolachas/biscoitos doces ou recheados, doces, balas e chocolate

2,41

Leite e iogurtes

5,10

0,00

Bolachas/biscoitos salgados ou salgadinhos de pacote

3,46

Leite e iogurtes

5,10

0,00

Hambúrguer e embutidos

0,46

Leite e iogurtes

5,10

0,00

Batata frita, batata de pacote e salgados fritos

1,56

Leite e iogurtes

5,10

0,00

Refrigerante

0,95

Leite e iogurtes

5,10

0,00

Bolachas/biscoitos doces ou recheados, doces, balas e chocolate

2,41

74

Tabela 2 - Comparação da frequência média de consumo de alimentos através do

teste de Mann – Whitney, P-valor e Média.

(continuação)

Variável Média P-valor

Feijão

5,69

0,00

Bolachas/biscoitos salgados ou salgadinhos de pacote

3,46

Feijão

5,69

0,00

Hambúrguer e embutidos

0,46

Feijão

5,69

0,00

Batata frita, batata de pacote e salgados fritos

1,56

Feijão

5,69

0,00

Refrigerante

0,95

Feijão

5,69

0,00

Bolachas/biscoitos doces ou recheados, doces, balas e chocolate

2,41

Frutas frescas ou saladas de frutas

1,13

0,00

Bolachas/biscoitos salgados ou salgadinhos de pacote

3,46

Frutas frescas ou saladas de frutas

1,13

0,00

Hambúrguer e embutidos

0,46

Frutas frescas ou saladas de frutas

1,13

0,00

Leite e iogurtes

5,10

75

Tabela 2 - Comparação da frequência média de consumo de alimentos através do

teste de Mann – Whitney, P-valor e Média.

(continuação)

Variável Média P-valor

Frutas frescas ou saladas de frutas

1,13

0,00

Feijão

5,69

Frutas frescas ou saladas de frutas

1,13

0,00

Bolachas/biscoitos doces ou recheados, doces, balas e chocolate

2,41

Legumes e verduras cozidos

2,21

0,01

Bolachas/biscoitos salgados ou salgadinhos de pacote

3,46

Legumes e verduras cozidos

2,21

0,00

Hambúrguer e embutidos

0,46

Legumes e verduras cozidos

2,21

0,05

Batata frita, batata de pacote e salgados fritos

1,56

Legumes e verduras cozidos

2,21

0,00

Leite e iogurtes

5,10

Legumes e verduras cozidos

2,21

0,00

Feijão

5,69

Legumes e verduras cozidos

2,21

0,00

Frutas frescas ou saladas de frutas

1,13

76

Tabela 2 - Comparação da frequência média de consumo de alimentos através do

teste de Mann – Whitney, P-valor e Média.

(conclusão)

Variável Média P-valor

Legumes e verduras cozidos

2,21

0,00

Refrigerante

0,95

Salada crua

1,92

0,00

Bolachas/biscoitos salgados ou salgadinhos de pacote

3,46

Salada crua

1,92

0,00

Leite e iogurtes

5,10

Salada crua

1,92

0,00

Feijão

5,69

Salada crua

1,92

0,03

Frutas frescas ou saladas de frutas

1,13

Salada crua

1,92

0,01

Refrigerante

0,95

Bolachas/biscoitos doces ou recheados, doces, balas e chocolate

2,41

0,00

Refrigerante

0,95

Fonte: Elaboração própria.

77

A tabela anterior apresentou resultados significativos, pois quando p-valor a partir da

média entre dois tipos de alimentos foram menor ou igual a 0,05 houve diferença

significativa, portanto houve maior consumo de alguns alimentos em comparação

com outros. As bolachas salgadas e o refrigerante mesmo sendo alimentos não

saudáveis, apresentaram essa diferença, pois as bolachas foram consumidas mais

vezes do que o refrigerante. Outra comparação foi entre as bolachas doces e as

salgadas, que também apresentaram essa diferença, pois as bolachas doces foram

consumidas mais vezes. Comparando o leite e seus derivados com bolachas

salgadas, hambúrguer, refrigerantes e outros alimentos do estudo, houve diferença

significativa, pois o leite foi consumido mais vezes do que os outros alimentos e o

leitesão saudáveis e de importância para todas as pessoas. O feijão também

apresentou diferença significativa comparada aos outros alimentos do estudo,

evidenciando que esse alimento foi consumido mais vezes no total de sete dias,

sendo um alimento muito importante para todos. As bolachas salgadas e doces

apresentaram um valor maior do que as frutas e verduras, o que significa que as

famílias beneficiárias consomem mais as bolachas do que frutas e verduras,

proporcionando de certa forma hábitos alimentares não saudáveis, deixando de

consumir nutrientes importantes que são encontrados nas frutas e verduras. As

saladas cruas que quase não apresentaram consumo estiveram com media mais

baixa que dos outros alimentos, resultando na falta desses alimentos que são

importantes para uma alimentação saudável e prevenção de doenças.

78

79

5 CONCLUSÃO

Retomando algumas das considerações que foram importantes nesse trabalho,

como as Políticas de Alimentação e Nutrição, a Transição Nutricional, a Fome e a

Alimentação, o CRAS (Centro de Referencia de Assistência Social), Bolsa Família e

a Alimentação da população de baixa renda no nosso país, pode-se compreender

que todos esses fatores certamente levam ao direito a uma alimentação adequada,

a uma vida social independente, a autoconfiança, implicando efeitos positivos dos

Programas e a busca por melhorias para atender a todos os beneficiários.

Os elementos apresentados no trabalho estabelecem de forma evidente que

atualmente o tratamento e controle de agravos à saúde estão relacionados à

alimentação da população, de forma direta ou indireta, pois a população pode ter

acesso a uma alimentação saudável depois que começa a receber o benefício, mas

a partir desse acesso, podem passar a escolher alimentos que não são saudáveis,

que às vezes antes do beneficio não podia ter e com isso optam por aqueles

alimentos que podem trazer malefícios a saúde de toda a família. Mas outras

famílias passam sim a se alimentar melhor, ou pelo menos não deixam de consumir

os alimentos que são considerados essenciais e que de certa forma não tem um

valor alto e que encaixe na renda da família que recebe o benefício.

Partindo de que todos os cidadãos tem o Direito Humano a Alimentação Adequada,

as pessoas acabam buscando uma alimentação que não é adequada, mesmo com

condições, suas escolhas acabam sendo erradas. As famílias com baixa renda

passam a ter condições de acesso a uma alimentação saudável e melhor a partir

dos Programas e as famílias devem valorizar essas condições de acesso, seguindo

as condicionalidades estabelecidas por Programas para que possam buscar uma

vida melhor e uma alimentação cada vez mais saudável.

O CRAS é importante para a execução do Programa Bolsa Família, pois esse local

passa uma melhor convivência, participação e contribui para os direitos de todos,

para uma vida social melhor, mais digna, com respeito, uma melhoria no bem-estar

de toda família.

A partir desse trabalho, foi possível perceber que o Programa Bolsa Família tem

resultados positivos para as famílias que recebem essa ajuda, pois de certa forma

as famílias conseguem ter um acesso a uma alimentação que para eles é

80

considerada boa, mas a partir de informações essa alimentação pode sim ser

melhorada, buscando alimentos mais saudáveis e acessíveis à renda das

famílias.Diante de todos os fatores ainda há questionamentos e que podem levar a

melhorias em diversos Programas que trazem benefícios a família brasileira. A partir

do trabalho realizado, pode ser constituído sobre a mesma linha de estudo uma

continuação mais específica do tema que foi abordado.

81

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87

APÊNDICES

QUESTIONÁRIO 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

Essa pesquisa é parte do Trabalho de Conclusão de Curso em Nutrição e tem como

objetivo Analisar a Alimentação da População beneficiária do Programa Bolsa

Família, no município de Manhumirim - MG.

Para concluí-la, peço sua ajuda, respondendo o questionário abaixo. Seu anonimato

está garantido, pois não existem espaços para você preencher com dados que

possam identificá-lo.

Desde já, agradeço por sua colaboração.

Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo.

Pesquisador: MardjoreEmerickMaronni

Orientadora: Paula Regina Lemos de Almeida Campos

Questionário nº ______

PESQUISA: Alimentação da População de baixa renda beneficiarias do Programa

Bolsa Família.

QUESTIONÁRIO ELABORADO

PERGUNTAS FEITAS AS FAMÍLIAS QUE RECEBEM O BENEFICIO DO

PROGRAMA:

Verifique com as famílias que recebem os benefícios do programa:

1- Qual o total de pessoas em sua família? DESCREVA.

........................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

Verifique com as famílias que recebem os benefícios do programa:

2- São impostas condições ao beneficiário para que este possa sacar o

benefício?

88

( ) NÃO

( ) SIM. DESCREVA AS CONDIÇÕES QUE SÃO IMPOSTAS

........................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

Verifique com as famílias que recebem os benefícios do programa:

3- A titular do benefício, mulher grávida ou que está amamentando tem

acompanhamento médico?

( ) SIM

( ) NÃO. POR QUÊ?

........................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

Verifique com as famílias que recebem os benefícios do programa:

4- Preencha a tabela de acordo com a sua alimentação e de sua família

89

90

QUESTIONÁRIO2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

Essa pesquisa é parte do Trabalho de Conclusão de Curso em Nutrição e tem como

objetivo Analisar a Alimentação da População beneficiária do Programa Bolsa

Família, no município de Manhumirim - MG.

Para concluí-la, peço sua ajuda, respondendo o questionário abaixo. Seu anonimato

está garantido, pois não existem espaços para você preencher com dados que

possam identificá-lo.

Desde já, agradeço por sua colaboração.

Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo.

Pesquisador: MardjoreEmerickMaronni

Orientadora: Paula Regina Lemos de Almeida Campos

PESQUISA: Alimentação da População de baixa renda beneficiarias do Programa

Bolsa Família.

QUESTIONÁRIO ELABORADO

PERGUNTAS FEITAS AO CONSELHO DE CONTROLE SOCIAL DO PROGRAMA

BOLSA FAMÍLIA:

Verifique no Município:

1- A família beneficiaria recebe os valores de acordo com o que estabelece a

legislação do programa?

Valores a serem recebidos, a partir de 1º de agosto de 2007, segundo a legislação

vigente:

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Critério de Elegibilidade:

Ocorrência de

crianças/adolescentes,

gestantes e mulheres

amamentando:

Quantidade e Tipo

de Benefícios:

Valores do

Benefício

(R$):

Situação

das

Famílias:

Renda Mensal

por pessoa:

Situação de

Pobreza

De R$ 70,01 a

R$ 140,00

1Membro

2 Membros

3 Membros

4 Membros

5 ou + Membros

(1) Variável

(2) Variável

(3) Variável

(4) Variável

(5) Variável

R$ 32,00

R$ 64,00

R$ 96,00

R$ 96,00

R$ 96,00

Situação de

Extrema

Pobreza

Até R$ 70,00

Sem ocorrência

1 Membro

2 Membros

3 Membros

4 Membros

5 ou + Membros

Básico

Básico+(1) Variável

Básico+(2) Variável

Básico+(3) Variável

Básico+(4) Variável

Básico+(5) Variável

R$ 70,00

R$ 102,00

R$ 134,00

R$ 166,00

R$ 198,00

R$ 230,00

( ) SIM

( ) NÃO

Verifique no Município:

1- A prefeitura faz a divulgação do Programa Bolsa Família?

( ) SIM

( ) NÃO. COMENTE

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Verifique no Município:

2- A prefeitura realiza ações de mobilização no sentido de orientar as famílias a

manter o cadastro atualizado?

( ) SIM

( ) NÃO. COMENTE

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Verifique no Município:

3- A prefeitura implantou conselho ou comitê de controle social do Bolsa

Família?

Obs: Por decisão da prefeitura o controle social do Programa Bolsa Família poderá

ser realizado por conselho já existente. Desde que garantido o mesmo número de

representantes do governo e da sociedade.

( ) SIM

( ) NÃO. POR QUÊ?

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Verifique no Município:

4- A coordenação municipal do programa foi formalmente instituída?

Obs: A coordenação deve ser composta por representantes das suas áreas de

saúde, educação, assistência social e segurança alimentar, quando existentes,

responsável pelas ações do Programa Bolsa Família no município.

( ) SIM

( ) NÃO. POR QUÊ?

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Verifique no Município:

5- Existe técnico responsável na prefeitura pelo acompanhamento das

condicionalidades da área saúde?

As condicionalidades são ações que as famílias devem cumprir para assegurar o

direito de receber o benefício financeiro do PBF.

São condicionalidades da área de Saúde:

Para as famílias com crianças até 7 anos:

- levar as crianças para vacinação e manter atualizado o calendário de vacinação;

- levar as crianças para pesar, medir e serem examinadas, conforme o calendário do

Ministério da Saúde.

Para as gestantes e mães que amamentam:

- participar do pré-natal;

- continuar o acompanhamento após o parto, de acordo com o calendário do

Ministério da Saúde e levando sempre o Cartão da Gestante;

- participar das atividades educativas desenvolvidas pelas equipes de saúde sobre

aleitamento materno e alimentação saudável.

( ) SIM

( ) NÃO. POR QUÊ?

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Verifique no Município:

6- Existe técnico responsável na prefeitura pelo acompanhamento das

condicionalidades da área de educação?

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As condicionalidades são ações que as famílias devem cumprir para assegurar o

direito de receber o benefício financeiro do PBF.

São condicionalidades da área de Educação:

- matricular as crianças e adolescentes de 6 a 17 anos na escola;

- garantir a frequência mínima de 85% para crianças de 7 à 15 anos e 75% para

jovens de 16 e 17 anos das aulas a cada mês. Se o aluno precisar faltar, é

necessário informar a escola e explicar o motivo;

- informar ao gestor do Programa Bolsa Família sempre que alguma criança mudar

de escola. Assim, poderá continuar sendo acompanhada a frequência escolar dessa

criança.

( ) SIM

( ) NÃO. POR QUÊ?

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Verifique no Município:

7- A prefeitura desempenha ações de mobilização e sensibilização das famílias

para o cumprimento das condicionalidades do Programa Bolsa Família?

( ) SIM

( ) NÃO. POR QUÊ?

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Verifique no Município:

8- A prefeitura divulga a relação de beneficiários do Programa Bolsa Família?

( ) SIM

( ) NÃO. POR QUÊ?

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Verifique no Município:

9- O Conselho de Controle Social do Bolsa Família atua no acompanhamento

das ações do programa?

( ) SIM

( ) NÃO. POR QUÊ?

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