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ISSN 0130 -071x

ATUALIDADES EM EDUCAÇÃO

Instituto de Pesquisas e Administração da Educação

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Atualidades em Educação - n° 152 Ano 31

INDICE

Editorial 5

Trabalho – emprego Paulo A. Gomes Cardim

6

Indicadores de uma boa escola Isabel Sadalla Crispino

7

Educar para melhor competir Robson Braga de Andrade

9

A educação no país do futebol Maria Alice Setubal

11

Do espírito distributivo do Prouni à sede confiscatória do PROIES Gilmar Getúlio Silveira Garagorry

13

Educação em Foco

16

Normas para publicação na Atualidades em Educação

33

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Atualidades em Educação - n° 152 Ano 31

Perfil Institucional

O Instituto de Pesquisas e Administração da Educação é uma organização social de iniciativa

privada que tem como objetivo o desenvolvimento da qualidade da educação. Atua nas áreas de

Administração da Educação, Informações Educacionais, Direito Educacional, Tecnologia em

Educação,Educação a Distância e Pesquisas Educacionais.

Atualidades em Educação

Publicação do Instituto de Pesquisas e Administração da Educação registrada no Cartório do registro Civil das

Pessoas Jurídicas do Rio de Janeiro sob o nº 3071, Livro A 04, em 10 de outubro de 1989

Exemplares arquivados na Biblioteca Nacional de acordo com Lei nº 10.944, de 14 de dezembro de 2004 (Lei do

Depósito Legal).

ISSN (International Standard Serial Number) nº 0103-071X conforme registro no Instituto Brasileiro de

Informação em Ciência e Tecnologia - IBICT (Centro Brasileiro do ISSN), vinculado ao Ministério de Ciência e

Tecnologia.

Editora do Instituto de Pesquisas e Administração da Educação cadastrada no ISBN (International Standard

Book Number) sob o nº 85927 conforme registro na Biblioteca Nacional.

Permitida a reprodução e disseminação, desde que citada a fonte.

Editor Responsável - João Roberto Moreira Alves

Consultores: Achilles Moreira Alves Filho; Agostinho Bacha Rizzo; Alexandre Domene Kuaik; Amalia

Maranhão Coelho; Augusta Isabel Junqueira Fagundes; Aurora Eugênia de Souza Carvalho; Bruno Lannes Aguiar

Pacheco; Cayo Vinicius Honorato da Silva; Cleiton Evandro Corrêa Pimentel; Cristiano George Campos Heinzel;

Dalton da Silva e Souza ; Danilo Figueira Gonçalves; Daruiz Castellani; Eber Macen Guedes; Eduardo Desiderati Alves;

Eduardo Penterich; Gisele Pereira Jorge Leite; Heloisa Teixeira Argento; Heraldo Pereira Duarte; Joice Raddatz; José

Alexandrino Neto; José Dias Leão; Juan Marcos A. Yañez; Luciano Santos da Silva; Luis Felipe Camêlo de Freitas;

Luiz Kelly Martins dos Santos; Marcia Romana de Oliveira Grassi; Marinaldo Baia Corrêa; Silvailde de Souza Martins

da Silva; Mathias Gonzalez de Souza; Mônica Ferreira de Melo; Nelson Joaquim; Neuza Maria Thomaz; Ney Stival;

Roberto da Silva; Roberto Desiderati Alves; Roger Bédard; Sergio Henrique de Alcântara; Silvailde de Souza Martins da

Silva; Silvia Maria Pinheiro Bonini Pereira; Simone Marie Itoh de Medeiros Teresa da Silva Rosa; Teresa da Silva Rosa

e Wagner Digenova Ramos.

Edição e Administração Instituto de Pesquisas e Administração da Educação

Av. Rio Branco, 156 - Conjunto 1.926 - CEP 20040-901 -Rio de Janeiro - RJ - Brasil

http://www.ipae.com.br- e-mail:[email protected]

Perfil institucional O Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação é uma organização social de iniciativa privada que tem como

objetivo o desenvolvimento da qualidade da educação. Atua nas áreas de Administração da Educação,

Informações Educacionais, Direito Educacional, Tecnologia em Educação, Educação a Distância e Pesquisas

Educacionais.

FICHA CATALOGRÁFICA

Atualidades em Educação

- Nº 1 (jul. 1983). - Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas e

Administração da Educação - N.1 ; 29.5 cm - Bimestral

Publicação do Instituto de Pesquisas e Administração da Educação.

1. Educação - periódico I . Instituto de Pesquisas e Administração

da Educação. CDU37.312(05)

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Atualidades em Educação - n° 152 Ano 31

5

Editorial

A primeira edição de 2013 da revista Atualidades da Educação destaca cinco artigos que

permitem uma visão sobre temas ligados à educação básica e superior.

O texto sobre trabalho e emprego abre o conjunto de reflexões, possibilitando que sejam

vistas tendências do mercado tanto no Brasil, como no mundo.

Na sequencia, tão importante são os indicadores de uma boa escola. A forma didática e

objetiva com que o assunto é tratado permite que educadores possam seguir passos para atingir os

níveis de excelência sempre desejados.

Dentro dessa mesma sequencia, o educar para melhor competir, completa uma linha de

sugestões que são referenciais em qualquer estabelecimento de ensino.

De certa forma irreverente, a educação no país do futebol mostra convergências e

contradições vividas no Brasil.

Por fim, uma análise do Programa Universidade para Todos e do programa de restruturação

financeira das universidades, centros universitários e faculdades é feita de forma magnifica pelo

autor que mostra aspectos legais que aflige a mantenedores e instituições mantidas de ensino

superior.

Como de praxe há uma análise da educação no último bimestre. O periódico possibilita

um acompanhamento completo de tudo de mais relevante que ocorre no Brasil e no exterior.

Desta forma nossa organização contribui com os estudos sobre os processos de ensino e

aprendizagem.

Esperamos que durante todo o ano de 2013, quando a Atualidades em Educação entra em

seu 31º ano de circulação, possamos continuar juntos.

(*) João Roberto Moreira Alves

Presidente do Instituto de Pesquisas e Administração da Educação

IPAE 181 (02/13)

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Trabalho – emprego Paulo A. Gomes Cardim (*)

Resumo – O artigo inicia fazendo menção a um dos mais renomados

pensadores do século 20 que deixou uma obra invejável para todos os

brasileiros. Aborda aspectos relativos à importância da educação na formação

humana e para o trabalho.

Palavras chave – Empregabilidade. Cultura organizacional.

Educação.

O grande educador Dom Lourenço de Almeida Prado, saudoso Reitor do Colégio de São

Bento do Rio de Janeiro e uma das maiores reservas morais e intelectuais da nossa Educação, destacou

em um dos seus preciosos artigos, que não devemos confundir trabalho com emprego. “O objetivo do

ensino é ajudar a criatura humana a atingir a sua plenitude através da cultura geral”.

Desde os tempos imperiais, um dos vícios de nosso ensino é ter em mira a busca de empregos,

esvaziando-se precisamente em sua função educativa que consiste, como já dizia Francisco Campos,

“precisamente, no desenvolvimento das faculdades, de apreciação, juízo e critérios essenciais a todos

os ramos da atividade humana”.

Foi oportunamente lembrado que “trabalho é muito mais que emprego. Preparar para o

trabalho é muito mais que preparar uma profissão”. É certo que “ninguém pode viver sem um trabalho

... o verdadeiro emprego é inseparável de uma certa jubilação lúdica”. Mas o trabalho é mais do que

isso. O homem está ligado ao trabalho vital e radicalmente, uma vez que, como ser livre e criativo,

realiza-se pelo agir e pelo cansar. Trabalhar não é apenas meio de subsistir, mas é viver e expandir-se

como pessoa.

Se as entidades de ensino superior ficarem presas exclusivamente à pesquisa sobre dificuldade

para arranjar emprego, com certeza reduzirão o homem a uma peça mecânica e automática, como

Carlitos nos “Tempos Modernos”, e privarão o educando do direito à expansão integral dos seus dons

e faculdades.

O que nos falta para reduzir a dificuldade para arranjar emprego é, sobretudo, seriedade e

simplicidade. Simplicidade principalmente, pois o pedantismo metodológico e o encantamento

novidadeiro são grandes doenças que necessitam ser eliminadas junto com alguns aventureiros que

também acham que resolverão a dificuldade para arranjar emprego pela simples troca do nome usual

de algum curso superior por um nome que esteja na moda, supostamente nunca visto ou desconhecido,

o que lhes permitirá que fiquem a vontade para voar pelo espaço do oportunismo, com propaganda

enganosa na mídia.

Concluindo, reduzir o ensino superior a uma sucessão de mudanças e adestramentos

exclusivos para tentar resolver a dificuldade de arranjar emprego é tirar-lhe a alma.

(*)Reitor do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo; Presidente da ANACEU – Associação Nacional dos Centros

Universitários e Vice-Presidente da CONFENEN–Confederação Nacional dos Estabelecimentos

IPAE 182 (02/13)

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O cenário do ensino superior no Brasil: avanços

e desafios Isabel Sadalla Crispino (*)

Resumo – Não existe na literatura mundial o conceito de uma boa escola e

dentro dessa linha o texto aponta indicadores do que podem ser considerados,

na análise dos cenários internos dos estabelecimentos de ensino, os caminhos

para se atingir o ideal. Ressalta a importância do relacionamento com as

famílias e os jovens e destaca a relevância das tecnologias da informação e

comunicação num mundo moderno.

Palavras chave – Tecnologia educacional. Relações humanas nas escolas.

Algumas características se ressaltam na constituição de uma escola e deixam aspectos que a

representam.

Se ao entrarmos numa escola de Educação Infantil depararmos com paredes pintadas e

decoradas, trabalhos de crianças expostos em murais, alguma desordem ordenada, muita conversa,

risos, temos bons indicadores da vida escolar. Se nos depararmos, afixadas em quadro, datas marcadas

de reuniões de estudo, de projetos programados, de avaliação da aprendizagem, passamos a confiar

mais no seu processo pedagógico, na sua metodologia, na formação de seus docentes.

Se a escola é grande, sabemos que o número de amizades é maior, mas a criança corre o risco

de ser apenas mais uma dentre as demais. Uma escola menor, geralmente, propicia uma identidade

maior com os alunos, uma aproximação maior entre professor e aluno, um acompanhamento maior da

evolução do aluno. Se bem que isso pode ser controlado pelo número de alunos que a escola põe em

sala de aula, pelo número de aulas que se atribui ao professor.

Um outro indicador da postura da escola é a maneira como ela se relaciona com os jovens, no

ensino fundamental e médio. Hoje, os jovens, em determinados aspectos, são mais revolucionários,

mais articulados, querem se infiltrar no seu tempo, envolver-se com o mundo globalizado, manifestar-

se, expressar sua participação. A expressão da cultura jovem tem aflorado a preocupação das escolas,

que vêm oferecendo oportunidades a que talentos apareçam e esta abertura de espaços para os jovens

tem chamado a atenção dos pais.

A escola na individualidade valoriza a diversidade, valorizando, acima de tudo, a

potencialidade. Uma escola de ensino fundamental e médio que deixa espaço para os jovens

desenvolverem suas aptidões artísticas, para criar projetos juvenis, mostra sua face atualizada.

Não se pode ver os jovens como sendo todos iguais. Diferenciam-se em gostos, em atitudes,

em modos de vestir, pentear-se. São várias identidades, mas que se entendem, se comunicam, numa

linguagem universal. Brasil, Estados Unidos, França, Alemanha têm culturas diferentes, mas, dentro

das suas especificidades, há o encontro global do entendimento jovem.

Esse espaço cultural, criado pela escola, serve não só para a criação de trabalhos, de projetos,

de atividades, mas, também, para que os jovens se aproximem, se dialoguem, desenvolvam a

capacidade de convivência humana, de troca, na meditação da realidade em que vivem. Desenvolvem

meios de participar mais dessa realidade, participar mais da comunidade.

Um outro aspecto indicador de modernidade são as práticas esportivas, os exercícios físicos,

Hoje, as crianças são muito apegadas à tecnologia, não se desgrudam da TV, computador, videogame.

A violência barra os jovens das saudáveis brincadeiras de rua. A escola, colaborando com esses

jovens, oferece espaço de lazer, de variedade de jogos à escolha dos alunos. Estes escolhem os que

lhes dão mais prazer. Dizem os fisiologistas que as habilidades e as aptidões surgem espontaneamente,

que não se deve pressionar.

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Praticando esporte, os alunos melhoram a autoestima, o humor e a autoconfiança, a

socialização, alicerçando a personalidade. As perdas e os ganhos nos jogos ajudam o indivíduo a lidar

melhor com as frustrações. Incentivar as crianças e os jovens a praticar esportes é salutar, mas querer

que sejam um campeão é prejudicial. Nesse caso, a criança ou o jovem sente-se investido de uma

responsabilidade negativa.

As aulas de educação física têm papel importante na formação de valores. Trabalha conceitos

sobre regras, disciplina, espírito de equipe e competitividade amigável. A escola mostra indicadores

esportivos quando, desde o jardim da infância, lança a sementinha durante as brincadeiras e atividades

lúdicas. As crianças aprendem a respeitar o colega, a desenvolver o senso crítico, a conviver com as

regras e ampliam suas experiências. De acordo com a idade, a escola vai colocando desafios

progressivos para a criança e à medida que os supera vai ganhando autoconfiança. Na prática esportiva

há a preocupação com a formação integral das crianças e dos adolescentes, tendo em mira a receita de

dosar as atividades.

A escola, ao desenvolver aptidões, ao descobrir potencialidades juvenis, abrindo espaços entre

os períodos regulares de aula, absorve o jovem em comportamentos prazerosos e saudáveis. Afasta-o

da ociosidade e de más companhias. Recente pesquisa da Secretaria Nacional Antidrogas, em 2005,

mostrou que os jovens vêm consumindo, cada vez mais, drogas ilícitas. Revela que aos 12 anos de

idade, quase 13% dos estudantes brasileiros já usaram algum tipo de droga, sendo o álcool a mais

usada.

Indo atrás da potencialidade do aluno, criando espaço de realização de suas aptidões, a escola

está trabalhando a droga em sua prevenção, colaborando com os pais, na boa formação dos filhos, e

com a sociedade.

(*) Professora universitária e diretora e supervisora de ensino (www.izabelsadallagrispino.com.br)

IPAE 183 (02/13)

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Educar para melhor competir Robson Braga de Andrade. (*)

Resumo- A competitividade das nações está intimamente ligada aos níveis de

escolaridade de sua população. É importante investir na qualidade da

educação e no aprimoramento dos sistemas que possibilitem a elevação do

Brasil no ranking mundial.

Palavras chave – Competitividade. Investimentos na educação. Avaliação.

Os países mais bem posicionados nos rankings de competitividade são diferentes entre si, mas

têm alguns pontos em comum. O principal é o bom nível educacional de suas populações. Alguns,

como Coreia do Sul e Irlanda, fizeram uma revolução no ensino na última geração, com nítidos

reflexos no potencial de crescimento sustentado de suas economias. O Brasil nunca será plenamente

desenvolvido se não investir de forma consistente e duradoura na educação de crianças e jovens. Isso

não se fará só com mais dinheiro, mas também com a melhora da qualidade das aulas, da gestão

escolar e do material didático, além da valorização dos professores.

É preciso apostar na educação de qualidade, não só pelo fato óbvio de que, sem ela, a

cidadania integral é impossível, e seu exercício se limita a manifestações como o voto a cada dois ou

quatro anos. O tema deve ser uma obsessão nacional também porque, na ausência de uma população

capaz de entender, se adaptar e propor soluções para os problemas postos pelas cada vez mais

complexas relações econômicas, o crescimento tem fôlego curto. A economia contemporânea exige

preparo intelectual, criatividade e inovação, especialmente para superar os efeitos da crise global que

ainda persistem.

A qualidade da educação brasileira é um dos mais sérios obstáculos ao aumento da

produtividade dos nossos trabalhadores e à adoção de práticas inovadoras pelas empresas. Com o

esforço de sucessivos governos e da iniciativa privada, o ensino básico já alcança 97% das crianças

entre 7 e 14 anos de idade e 83,3% dos jovens de 15 a 17 anos. A taxa de conclusão, entretanto, é

menor: 63,4% dos que têm 16 anos finalizaram o Ensino Fundamental em 2011 e metade dos jovens

de 19 anos terminou o ensino médio. Os dados são da organização Todos pela Educação.

A escolaridade média da população de 15 anos ou mais aumentou de 6,4 para 7,5 anos entre

2000 e 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas continuamos com

uma média de anos de estudo abaixo de países como China, México e Malásia. Isso se reflete na

qualificação da mão de obra da indústria nacional. De acordo com o Ministério do Trabalho, cerca de

20% dos trabalhadores industriais não possuem o Ensino Fundamental completo, e 45% não

concluíram o ensino médio. Esses níveis de preparo são insuficientes para um setor que moderniza

constantemente suas máquinas e equipamentos.

Outro problema é a qualidade da educação regular brasileira, que não condiz com o volume de

recursos investidos. Nesse campo, as estatísticas mostram que ainda temos um caminho grande a

percorrer. O país aplica 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB), número semelhante ao de Holanda,

França e Estados Unidos, por exemplo. Mas ocupamos a 54ª colocação no último Programa

Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), enquanto os holandeses ficam na 9ª; os franceses, na 25ª;

e os norte-americanos, na 26ª. Em matemática, o desempenho é pior: 57º lugar. As primeiras posições

no Pisa são alternadas entre Finlândia, Hong Kong, Coreia e China.

Segundo o Ministério da Educação, 42% dos alunos brasileiros do 3º ano do ensino médio

apresentam dificuldades de leitura e de interpretação de textos e 67,4% mal entendem os problemas

matemáticos propostos. A evolução nessa área se dá devagar. Por isso, é preciso aperfeiçoar as ações

educacionais já. Quanto antes melhorarmos a qualidade da educação, mais cedo poderemos obter bons

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resultados, consolidando um caminho seguro para a melhora da competitividade da nossa economia,

para o nosso aperfeiçoamento institucional e democrático, e para o desenvolvimento do país.

Atento a essa necessidade, o setor industrial identificou a educação como um dos 10 fatores-

chaves para garantir a competitividade na próxima década. Não à toa, o tema é o primeiro a ser

desenvolvido no Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022. Nele, colocamos como meta para a

sociedade brasileira elevar a posição do país no ranking do Pisa da 54ª para a 43ª em 2021. Para isso,

serão necessárias ações como: ampliar e cumprir a jornada escolar; fortalecer o ensino de português,

matemática e ciências; qualificar professores e diretores de escolas públicas; disponibilizar práticas

pedagógicas inovadoras; e aproximar o ensino do mundo do trabalho e das famílias.

O Brasil tem uma capacidade de reação proporcional ao tamanho de seus problemas. Por isso,

estou seguro de que conseguiremos fazer da educação nacional uma fonte de expansão da nossa

competitividade.

(*) Empresário e presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

IPAE 184 (02/13)

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A educação no país do futebol -

Maria Alice Setubal (*)

Resumo – O progresso da inclusão de crianças e adolescentes no sistema

educacional é um fator a ser registrado, mas é preciso que os governantes

escutem o clamor do povo que exige melhorias da educação e a redução das

desigualdades regionais. Registra a defasagem dos currículos escolares e

aponta caminhos para soluções.

Palavras chave – Censo da Educação, Políticas educacionais. Desigualdade

social.

Um primeiro olhar aos dados educacionais dos últimos dez anos nos permite comemorar o

acesso ao ensino fundamental de 98% das crianças e adolescentes de 7 a 14 anos.

Sem dúvida, os dados mostram um enorme salto para uma educação de acesso quase

universal.

No entanto, um olhar mais atento revela que ainda estamos longe de oferecer uma educação de

qualidade. O esforço e o investimento do governo federal com o programa de alfabetização na idade

certa é um indicador disso. Ou seja, ainda não resolvemos questões básicas para que nossa população

esteja preparada para exercer sua cidadania.

De um lado, temos um maior acesso à educação, não só ao ensino fundamental, como também

aos ensinos médio e superior. A maioria dos jovens que ingressaram na faculdade nos últimos anos

consiste na primeira geração da família a estudar um curso superior. Além disso, pesquisas

comprovam que quanto maior o grau de instrução, maior o nível salarial.

Por outro lado, as novas gerações querem protagonizar suas vidas, buscam mais autoria,

diálogo e participação direta nos rumos da sociedade. Os jovens demandam novas estratégias de

democracia direta.

Escutar o clamor das ruas por melhores condições de educação significa descortinar os vários

entraves educacionais no Brasil, de modo que se possa superar o desafio de atender demandas de curto

prazo, sem perder o contexto histórico e estrutural do país.

Nesse sentido, destaco dois aspectos que ainda entravam a melhoria da educação no Brasil.

Primeiro, as excludentes desigualdades educacionais: regionais (Norte/Nordeste de um lado e

Sul/Sudeste de outro), entre a educação no campo e nas cidades e ainda as enormes diferenças entre as

escolas situadas em regiões centrais e as da periferia das grandes cidades.

Segundo, a defasagem entre o currículo escolar e o mundo vivido cotidianamente pelas

crianças, adolescentes e jovens.

O mundo contemporâneo exige uma educação que incorpore não apenas as novas tecnologias,

mas também os temas da cidadania e que afetam o planeta. Sustentabilidade, equidade social,

participação política, mobilidade urbana, empreendedorismo. Além de novos valores como

cooperação, respeito, diálogo e cultura de paz.

As metodologias de ensino e aprendizagem precisam privilegiar o aprender fazendo, os games

e as simulações. E, principalmente, demandam nova organização da escola aberta à comunidade e ao

mundo.

Mudanças estruturais como essas dependem de se priorizar a educação como política pública

nacional de fato e não somente nos discursos dos governantes.

A retórica dos políticos não convence mais os jovens que, assim como seus pais, sabem que é

necessária uma educação de qualidade para alcançarem uma vida digna e bem-estar. Uma das

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conquistas dos milhares de jovens que foram às ruas é a instauração do debate político e social em

torno da educação. As novas gerações estão colocando a questão como pauta na agenda política,

econômica e social.

(*) Doutora em psicologia da educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, é presidente dos

Conselhos do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) e da Fundação Tide

Setubal

IPAE 185 (02/13)

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Do espírito distributivo do Prouni à sede

confiscatória do PROIES Gilmar Getúlio Silveira Garagorry (*)

Resumo – O crescimento do ensino superior representa um desafio que tende a

ser enfrentado com o aumento do número de alunos nas universidades, centros

universitários e faculdades. Para que isso ocorra o Programa Universidade

para Todos têm sido útil, pois permite que alunos de baixa renda possam

alcançar a educação. Vê-se, por outro lado, que as formas adotadas pelo

Poder Executivo para receber os tributos põem em risco o modelo idealizado,

sendo necessário um repensar sobre as formas de relacionamento entre o Poder

Publico e as entidades mantenedoras de instituições da livre iniciativa.

Palavras chave – Financiamento estudantil. Programa Universidade para

Todos. Acesso à educação.

O espírito que deu origem ao Prouni era, de fato, empolgante e contagiante. Tanto que, para a

aprovação do seu projeto, governistas e oposicionistas interromperam os debates acalorados que

travavam no Congresso Nacional sobre a CPI dos Correios. Sim, era imperativo que a sociedade

pudesse logo usufruir dos benefícios propostos.

Com a criação do Prouni, com a edição da Lei 11.096, de 13 de janeiro de 2005, há que se

reconhecer que o governo de Luis Inácio Lula da Silva estabelecia condições para entrar para a

história, para passar a ser um divisor de águas no que se refere à democratização ao acesso ao Ensino

Superior.

Simpatizantes e adversários, governistas e oposicionistas tiveram que se render à tão nobre

medida, posto que não havia como se opor a uma iniciativa que poderia, em questão de anos ou

décadas, elevar significativamente os até então ínfimos percentuais de estudantes brasileiros que

chegavam ao Ensino Superior. Estávamos abaixo dos índices da maioria dos países vizinhos e

incomparavelmente abaixo dos índices dos países europeus, dos EUA, Canadá e dos Tigres Asiáticos.

Assim sendo, em face à necessidade de modernizar o Brasil, de qualificar os brasileiros para

ocuparem seu lugar no mercado de trabalho como mão de obra qualificada, diante do irrisório

percentual de brasileiros com acesso à educação superior e, por fim, diante da impossibilidade do

Estado cumprir adequadamente o que preceitua o artigo 205 da Carta Magna, segundo a qual a

educação é direito de todos e dever do Estado e da família, a alternativa adotada com a edição da Lei

do Prouni há que ser reconhecida como brilhante e oportuna.

É conveniente, antes de explanar sobre a alternativa que efetivamente foi adotada, é mister

explorar, ainda que de forma incipiente, que outro caminho poderia ter sido percorrido pelo Estado e

pela sociedade brasileira no caso da inexistência da iniciativa.

Destaca-se, na mais singela análise, o aspecto econômico-financeiro. Qual deveria ter sido o

valor do investimento que deveria de ser suportado pelos cofres públicos para a abertura de um

número tão significativo de vagas no Ensino Superior? Quantas universidades precisariam ser criadas

e construídas? Qual seria a estrutura de recursos humanos – corpo docente, corpo técnico-

administrativo e corpo de gestores que precisaria ser contratado para atender a todos os novos alunos

que ingressariam no Ensino Superior? Quanto tempo se perderia até que uma obra de tal envergadura e

com tantos custos, pudesse começar a dar seus frutos?

Após os questionamentos sobre montante de investimento necessário para viabilizar as novas

vagas que deveriam ser criadas para o Ensino Superior, é oportuno desdobrar a análise sobre o tempo

que seria necessário para criar toda essa estrutura, dar funcionalidade, e lhe imprimir a necessária

eficácia e eficiência. Sim, há que se questionar sobre quanto tempo essas novas estruturas precisariam

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para chegar a um padrão razoável de eficiência e eficácia seja em estrutura e gestão, seja na

capacidade de atender adequadamente ao processo de ensino-aprendizagem.

É imperativo invocar a história para observar o cenário em que foi construído aquele brilhante

projeto, aquele divisor de águas que foi o Prouni e, sobretudo, para salientar o espírito que o

embasava.

Conforme mencionado acima, diante da impossibilidade de implementar a expansão de vagas

no Ensino Superior com recursos próprios e tendo em vista a premente necessidade de assim o fazer,

não coube outra alternativa ao governo senão convidar a iniciativa privada para ser sua parceira. Era o

último aspecto que faltava para que esse grande projeto fosse traduzido em realidade.

Quando as IES – Instituições de Ensino Superior foram chamadas a comparecer, apoiar e se

transformar em parceiras do poder público para, lado a lado – poder público e IES – implementarem o

Prouni, elas não se negaram, antes, muito pelo contrário, seus próprios órgãos de classe se reuniram

para debater o assunto e incentivaram que todas, dentro de suas possibilidade, atendessem ao apelo, ao

chamamento do Governo Federal e contribuíssem para a concretização do que até então não passava

de uma idéia. Sim, destaque-se: sem o apoio irrestrito da iniciativa privada o Prouni nada mais seria do

que uma bela idéia que não teria dado certo.

Assim sendo, sem assentar um único tijolo, sem construir uma única sala de aula, sem

contratar um único professor ou servidor, pelos cálculos do então líder do governo no Senado, Senador

Aloizio Mercadante – atual Ministro da Educação – o governo conseguiu criar, de uma única vez,

aproximadamente 400.000 vagas para o Ensino Superior. Esse feito é histórico e digno de ser

lembrado.

Ao se atualizar o número de beneficiados pelo Prouni, chega-se hoje à impressionante marca

de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) estudantes. E diante desse resultado, há que se indagar: onde

se chegaria se tal projeto não houvesse sido abruptamente interrompido? Não se pode deixar de lado,

também, a reflexão sobre o quanto o governo economizou com isso, quanto deixou de investir, para

poder investir em outras áreas? Quanto economizou nesses anos todos? Quantos alunos tiveram a

oportunidade de realizar seus sonhos?

Esse era o espírito originário do Prouni. Era, claramente, uma política distributiva. O governo

abria mão de alguns poucos recursos, trocando as bolsas de estudo por isenção de impostos, conseguia

imprimir um histórico ritmo de crescimento do acesso ao Ensino Superior, com uma extraordinária

economia. De outro lado, as IES que foram chamadas a trabalharem em parceria com o Estado

prontamente atenderam e cumpriram de imediato sua parte produzindo o resultado esperado.

Essa lúcida iniciativa e esse espírito distributivo, infelizmente, pelo que se pode observar, já se

foram, já são coisas do passado. Ainda que muitas das pessoas, que muitos dos governantes sejam os

mesmos, ainda que seja o mesmo partido que ocupa a Presidência da República, ainda assim, é de se

lamentar, mas aquele espírito originário foi perdido, deixando lugar a algo que caracteriza este país

que é a descontinuidade das políticas públicas. Não se vislumbram políticas de médio ou de longo

prazo; muda-se de idéia, muda-se de princípios, descartam-se os parceiros.

Sob tal perspectiva, somente há que se lamentar que mesmo uma idéia tão boa, que contou

com o apoio incondicional de quem foi chamado a atuar como parceiro, que foi traduzida em

realidade, que beneficiou a tantos brasileiros que sem tais oportunidades talvez jamais teriam

conseguido vislumbrar passar pelos umbrais das universidades para realizar seus sonhos, não

conseguiu atravessar uma única década. Lamentavelmente, esse é o Brasil.

E o que foi proposto em troca? O PROIES. Uma medida segundo a qual, o governo pretende

obrigar as IES – aquelas mesmas que atenderam prontamente ao chamamento do governo e abriram

suas portas quando este as convidou para a já mencionada parceria – a aderirem ao PROIES para

poderem continuar no Prouni. Porém, para aderir ao PROIES, as Instituições precisam admitir dívidas

controversas, dívidas que no entender de muitas delas, são inexistentes, posto que são Instituições

Beneficentes de Assistência Social e, portanto, imunes a determinadas tributações. Tributações essas

que estão sendo questionadas judicialmente e que, a seu tempo, os Tribunais Superiores irão decidir se

são devidas ou não. Assim sendo, para aderirem ao PROIES, para não serem descredenciadas do

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Atualidades em Educação - n° 152 Ano 31

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Prouni, as IES estão sendo forçadas a confessar dívidas controversas, que somente a posteriori o

Supremo decidirá se existentes ou não.

Parece haver um grande contra censo em tudo que está ocorrendo, parece não haver muita

lógica e parece que este país está destinado a não ter memória, pois em menos de uma década, aqueles

que representaram a solução para a implementação de um magnífico projeto de democratização do

acesso ao Ensino Superior, agora são alvo de processo administrativo para ver se ainda manterão o

direito de continuar colaborando com o governo em aumentar o percentual de estudantes que chegam

a esse nível de formação.

Não obstante tudo o que foi exposto, ainda há que se questionar outros aspectos, a saber, os

mecanismos coercitivos ora utilizados, a legalidade ou ilegalidade do que o governo está propondo e o

exíguo tempo, (cinco dias) para que as IES – aquelas antigas parceiras, agora descartadas –

respondessem aos ofícios e notas técnicas que receberam, bem como também os atuais cinco dias para

apresentarem seu recurso sobre a exclusão do Prouni.

(*)Reitor do Centro Universitário Metropolitano de São Paulo

IPAE 186 (02/13)

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Atualidades em Educação - n° 152 Ano 31

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Educação em Foco

A revista Atualidades em Educação destaca as notícias que foram destaque nos meses de

novembro e dezembro de 2012.

Novembro

O principais fatos que marcaram a educação no Brasil e no Mundo, durante o mês de

novembro de 2012, são destacados na presente edição do Educação em Foco.

Aspecto positivo no Brasil foi que no período compreendido entre 2001 e 2011, o número de

jovens aumentou nas universidades nacionais. Enquanto na década passada o índice era de 21% dos

jovens frequentando as universidades, ano passado esse número já era de 57%. O número de jovens de

18 a 24 anos frequentando o ensino fundamental diminuiu de 21% para 8%, de acordo com a mesma

pesquisa, no mesmo período. Outra mudança foi o aumento de 40% na proporção de estudantes com

15 a 17 anos no ensino médio. Porém apenas a metade desses alunos está na série adequada. Vale

destacar que recentemente o Governo anunciou um programa nacional que visa garantir a

alfabetização até os oito anos de idade, considerada idade certa para que as crianças já estejam

alfabetizadas. Além de melhorar a base da educação, o projeto também tem como objetivo diminuir o

número de alunos brasileiros em séries atrasadas em relação a suas idades.

O Governo Federal editou uma Medida Provisória dispondo sobre o apoio técnico e financeiro

da União aos entes federados no âmbito do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. A

finalidade é de promover a alfabetização dos estudantes até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do

ensino fundamental da educação básica pública. O apoio financeiro será dado pelo Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação por meio de suporte à formação continuada de professores

alfabetizadores e reconhecimento dos resultados alcançados pelas escolas e pelos profissionais da

educação no desenvolvimento do programa.

Outra Medida Provisória abriu crédito extraordinário no valor de R$ 1.683.716.400,00

destinados ao Fundo de Financiamento ao Estudante. O FIES atualmente pode atender a alunos do

ensino médio profissional e cursos de pós-graduação stricto sensu, além naturalmente dos cursos de

graduação e graduação tecnológica.

O Senador José Pimentel, do Ceará, foi designado como relator na Comissão de Assuntos

Econômicos do Projeto de Lei que define o Plano Nacional de Educação. A matéria será analisada

também nas Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania e de Educação, Cultura e Esporte.

Um estudo realizado por um grande veículo de comunicação mostrou que prefeitos de cidades

com péssima nota no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) foram melhor nas urnas

do que os bem avaliados. Segundo o levantamento, 46% dos prefeitos mal avaliados conseguiram se

reeleger ou eleger seu sucessor. Em contra partida, 37% dos gestores bem avaliados tiveram sucesso

ao se reeleger ou apoiaram o candidato eleito.

O Conselho Nacional de Educação, através de sua Câmara de Educação Básica, editou

Resolução alterando parcialmente normas que vigiam desde de 2006, com o objetivo de que passe a

ser obrigatório o ensino de Língua e Cultura Japonesa nos currículos de nível médio e profissional das

escolas brasileiras que funcionam no Japão. Atualmente há um número significativo de instituições

que funcionam no Oriente e que seguem as regras da legislação brasileira. Destinam-se a alunos

brasileiros ou japoneses; todo o processo de regulação e supervisão é feito pelo governo brasileiro.

O mesmo CNE promoveu o Fórum Nacional "Políticas e Gestão da Educação Superior no

Brasil” nos dias 29 e 30 de novembro de 2012, em Brasília-DF. O objetivo do Fórum foi o de

proporcionar análise crítica das políticas e gestão da Educação Superior brasileira, na última década e,

discussão sobre o seu futuro, tendo por eixos o Plano Nacional de Educação (PNE) 2011-2020 e os

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Atualidades em Educação - n° 152 Ano 31

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grandes temas, cenários e paradigmas contemporâneos, visando à construção de diretrizes para a

promoção de um novo ciclo de expansão com qualidade.

Foi divulgado relatório Open Doors, que apresenta o número de estudantes estrangeiros em

faculdades e universidades norte-americanas aumentou. O Brasil é o 14° país com mais alunos nessas

instituições. O número de estudantes fora dos Estados Unidos cresceu 6%, entre 2011 e 2012, nas

entidades americanas. Ao todo, foram registrados 764.495 alunos.

Os brasileiros são 9.029 no total. A perspectiva é de que esse número aumente nos próximos

anos, principalmente em virtude do programa Ciência sem Fronteiras, que possibilita estudantes

brasileiros realizarem intercâmbio em universidades estrangeiras. O Brasil pretende enviar, até 2015,

cerca de 20 mil alunos para instituições dos Estados Unidos.

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro organizou um curso de mediação de

conflitos escolares para educadores fluminenses, na Escola da Magistratura do Estado do Rio de

Janeiro, que mereceu menção honrosa em concurso das melhores experiências jurídicas.

O objetivo inicial seria a diminuição da judicialização dos conflitos escolares. Hoje, na Justiça,

há ações para discutir problemas entre alunos, professores e diretores que se sentiram atacados nas

redes sociais. São conflitos sensíveis nem sempre resolvidos pela solução judicial. O projeto começou

em julho de 2011, quando uma escola particular procurou a Emerj com a demanda. A primeira turma

contou com especialistas ingleses e argentinos que discutiram os efeitos do bullying no ambiente

escolar. Hoje, mais de 200 educadores já passaram pelos bancos da Escola de Magistratura entre

profissionais da rede privada e estadual.

Foi realizada a edição de 2012 do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes. Mais de 1,5

milhão de alunos dos primeiros e últimos períodos do ensino superior foram inscritos para participar

do exame. O Enade, foi organizado pelo Ministério da Educação e teve como objetivo avaliar a

qualidade dos cursos de graduação oferecido pelas universidades brasileiras. Cerca de 80% das

instituições de educação brasileiras participaram da prova. O índice de abstenção de 20,1%, o que

representa 118.056 mil estudantes faltosos, de um total de 587.351 mil estudantes inscritos. Neste ano

foram avaliados alunos dos cursos de bacharelado em administração, ciências contábeis, ciências

econômicas, comunicação social, design, direito, psicologia, relações internacionais, secretariado

executivo, turismo, e dos cursos superiores tecnologia em gestão comercial, gestão de recursos

humanos, gestão financeira, logística, marketing e processos gerenciais.

A Fundação Biblioteca Nacional anunciou que irá distribuir 25 mil livros infantis em

bibliotecas públicas de todo o país. As obras trazem temas como educação sustentável e consumo

consciente. Com mais de nove milhões de livros em seu acervo, a Fundação Biblioteca Nacional, que

fica no Rio de Janeiro, é a maior biblioteca nacional da América Latina.

O Ministério da Educação começou a distribuir os tablets, prometidos no início do ano, para

professores do ensino médio público usarem durante as aulas.O MEC elegeu um grupo de

coordenadores, que devem orientar e capacitar os professores que vão utilizar esses equipamentos.

Nesta primeira leva, o ministério enviou cerca de 200 aparelhos.

A expectativa é de que até dezembro, 5.000 tablets sejam entregues aos docentes, que devem

começar a usar essa nova ferramenta no próximo ano letivo.

Foi anunciado o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por escola, referentes

à edição de 2011. A média nacional, dos 891 mil alunos da rede pública que participaram dos exames,

foi de 474,2 pontos. Já a média entre os mais de 245 mil alunos de escolas particulares foi de 569,2

pontos.

O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) atingiu a marca de

1,1 milhão de matrículas em cursos técnicos, de aprendizagem profissional e de qualificação do

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O governo federal estabeleceu como meta a

abertura de 8 milhões de vagas, através do Programa, para cursos técnicos e de qualificação

profissional até 2014. Atualmente, 2,2 milhões de jovens estão matriculados.

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Atualidades em Educação - n° 152 Ano 31

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Foi comemorado a 27 de novembro, o Dia Nacional da Educação a Distância no Brasil. A

iniciativa é da Associação Brasileira de Educação a Distância.

Dentre os eventos, destaque para o promovido pela Associação Brasileira de Tecnologia

Educacional, ABT. O 4º Congresso Brasileiro de Tecnologia Educacional ocorreu em Petrópolis,

cidade na Região Serrana do Rio de Janeiro. O tema principal do evento foi “Dialogando sobre cultura

e cidadania no enfoque da Tecnologia Educacional”.

Fato lamentável é que o Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking mundial de educação,

que avaliou 40 países, considerando itens como notas de testes e qualidade de professores. A pesquisa

foi divulgada por uma grande empresa que trabalha produzindo sistemas de aprendizado para vários

países. No topo do ranking, ficou a Finlândia, seguida por Coreia do Sul e Hong Kong. As 40 nações

foram divididas em cinco grupos. O Brasil ficou ao lado de outros seis países: Turquia, Argentina,

Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, entre as nações com o pior índice. O estudo considerou

notas de testes efetuados por estudantes entre 2006 e 2010.

No campo internacional, destaque para os reflexos da vitória de Barack Obama sobre Mitt

Romney. O fato traz certeza de continuidade de políticas sociais para os americanos e para a América

Latina. No campo da educação há muitas parcerias firmadas entre universidades e centros

universitários brasileiros e um significativo capital investido no setor. Tudo indica que nos próximos

anos deverá haver um aumento de aporte de recursos para aquisição de novas instituições de médio e

grande porte, inclusive no ensino médio. O programa de capacitação e aperfeiçoamento de docentes

tende a crescer, seguindo as diretrizes que já tinham sido definidos pelo governo federal.

A população da Grécia está protestando contra novos cortes do governo em áreas básicas,

como educação, saúde e previdência. A diminuição deste investimento faz parte de um pacote de

medidas planejado para 2013, que prevê uma redução de até 18 bilhões. O corte é uma exigência dos

credores internacionais. O governo grego espera que, com a aprovação dessas medidas, o país receba

cerca de 30 bilhões de euros para ajudar a Grécia a se recuperar da crise financeira. A Grécia é um dos

países da Europa que mais sofre com a crise da economia mundial.

Um professor universitário indiano foi o vencedor do Prêmio Wise para Educação de 2012. O

docente desenvolveu um trabalho que contribuiu para a alfabetização de três milhões de crianças por

ano na Índia. Ele é um dos fundadores da ONG Pratham. O prêmio, criado eplo governo do Catar, tem

importência no cenário mundial e é conhecido como o "Nobel da Educação". A ONG organiza

voluntários para trabalhar com jovens que possuam dificuldades em aprendizagem. De acordo com os

criadores do projeto, uma criança leva, em média, até dois meses para começar a ler depois que entra

no programa.

A Universidade de Antioch, nos Estados Unidos, será a primeira a considerar aulas

disponíveis no site Coursera como parte oficial do currículo dos bacharelados. O site, criado

recentemente, constitui na maior plataforma de aulas online do planeta, com parcerias com mais de 30

universidades do mundo. Como forma explorar melhor o conteúdo do site, a universidade oferecerá

aos alunos tutores que irão ajudar os estudantes a utilizar o Cousera como ferramenta de estudo.

Durante sua visita à Espanha, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff iniciou conversas com o

governo daquele país para facilitar o intercâmbio de brasileiros e espanhóis entre os dois países. A

medida deve colaborar para o ingresso de estudantes brasileiros em instituições de ensino espanholas,

além de um maior intercâmbio entre profissionais. Vale lembrar que o Brasil tem interesse nesse tipo

de parceria para promover o programa Ciência sem Fronteiras e atrair profissionais qualificados para

trabalhar no país.

Por fim, dentre os fatos mais marcantes no penúltimo mês do ano de 2012, foi que cerca de 10

mil estudantes britânicos tomaram as ruas de Londres para protestar contra o aumento dos preços das

matrículas nas universidades. Os alunos realizaram uma passeata, onde também se manifestaram

contra o alto índice de desemprego entre a população jovem no Reino Unido, que já chega a 20%.Os

britânicos vivem o mesmo problema passado por jovens de outros países europeus, como Espanha,

Grécia, Portugal e Itália. Além do corte de investimentos públicos em setores básicos como a

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Atualidades em Educação - n° 152 Ano 31

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educação, os estudantes têm pouca perspectiva de conseguirem boas colocações no mercado de

trabalho após saírem das universidades.

Dezembro

O último mês de 2012 registrou que o Brasil aumentou o número de crianças na escola. É o

que aponta o resultado de 2012 da pesquisa divulgada pela Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2012.

O percentual de crianças de 0 a 5 anos escolarizadas neste cresceu de 25,8%, em 2001, para 40,7% em

2011, percentual que chega a 77,4%, se consideradas apenas as crianças com 4 e 5 anos.

Já entre jovens de 15 a 17 anos, 83,7% frequentavam a escola, contra apenas 81% em 2001.

Ainda é considerada alta, no entanto, a defasagem idade-série, apesar da melhoria do indicador ao

longo da década. Em 2011, 51,5% desses jovens estavam na série adequada, percentual bem superior

aos 36,9% verificados em 2001. Este aumento é ainda mais significativo entre as famílias mais pobres:

de 13%, em 2001, para 36,8%, em 2011.

O ensino superior também avançou no período analisado. Entre os jovens de 18 a 24 anos, o

percentual dos que cursam o ensino superior cresceu de 27%, em 2001, para 51,3%, em 2011.

O Ministro da Educação editou portaria convocando a II Conferência Nacional de Educação

de 2014 (CONAES), que terá como objetivo a definição de linhas gerais da política educacional

brasileira. O documento estabelece os eixos que deverão nortear a Conferência e ressalta a importância

das conferências municipais e estaduais que devem preceder a nacional.

Foi criado pelo governo federal o Programa Inglês sem Fronteiras. O objetivo é proporcionar

condições para que professores que tenham o interesse em participar do Programa Brasil sem

Fronteiras possam ser acolhidos em universidades anglófonas. São previstos convênios com

instituições públicas e privadas brasileiras para execução dos trabalhos de preparação dos candidatos.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior editou portaria aprovando

o regulamento do Programa de Suporte às Instituições Privadas de Ensino Superior para cursos de pós-

graduação “stricto sensu”.

De acordo com pesquisa divulgada em dezembro, o Brasil entrou pela primeira vez na lista

dos 10 maiores mercados mundiais de tablets. O país vendeu, no primeiro semestre de 2012, 769 mil

aparelhos e chegou à 10ª entre as nações que mais vendem esses aparelhos. Até o final de dezembro,

quase 3 milhões de tablets devem ser comercializados no Brasil, contando o ano inteiro. Para 2013 a

perspectiva é que o número chegue aos 5,4 milhões de aparelhos vendidos. O crescimento nas vendas,

em relação a 2011, chega a 127%. O feito foi atribuído à maior oferta de tablets de custo mais baixo

no Brasil. No topo do ranking aparecem os Estados Unidos, com uma venda de 12 vezes mais do que a

do Brasil.

A Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC , publicou despacho

sistematizando parâmetros e procedimentos para renovação e reconhecimento de cursos, tomando por

base o ciclo avaliativo de 2011.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira divulgou o Índice

Geral de Cursos e os resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, bem como os

conceitos preliminares de cursos. Com base no mesmo a SERES editou ato objetivando restringir o

aumento de alunos em instituições em todo o país.

A presidente da República anunciou a ampliação da oferta de cursos do Pronatec (Programa

Nacional de Acesso Técnico e Emprego). O objetivo é acelerar o programa, para atingir as metas

estabelecidas no lançamento. Para atender a esse fim o Governo Federal editou Medida Provisória.

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Atualidades em Educação - n° 152 Ano 31

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Ressalta-se que o Pronatec representa uma excelente oportunidade para as escolas de educação básica

que possuem cursos técnicos e para as universidades, centros universitários e faculdades que

mantenham cursos tecnológicos.

O Conselho Nacional de Educação editou resolução que estabelece Diretrizes Operacionais

para a implantação do Programa Emergencial de Segunda Licenciatura para Professores em exercício

na Educação Pública. A mudança visa dar uma maior abrangência do sistema, salientando-se que

poderão ser utilizadas as metodologias de educação presencial ou a distância.

A Comissão Especial de Reformulação do Ensino Médio realizou na Câmara dos Deputados,

uma audiência pública para debater o tema. Criada em maio deste ano, a comissão pretende apresentar

uma proposta de alteração na legislação atual sobre o ensino médio, com uma reformulação do

currículo.

A Universidade de São Paulo (USP) anunciou que, a partir de agora, os estudantes que

concluírem cursos de graduação, pós-graduação ou extensão universitária na instituição terão acesso

on-line ao documento, através do sistema corporativo da universidade. A USP passa a ser pioneira na

emissão de diplomas digitais no Brasil. Essa alternativa vai facilitar a comprovação de conclusão de

curso dos formandos que ainda não possuam o documento em papel.

Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisas e Administração da Educação mostra que, com os

últimos credenciamentos ocorridos pelo Conselho Nacional de Educação, que existem 233 instituições

credenciadas para educação superior a distância no Brasil. A maior parte corresponde a universidades,

que equivalem a 56% do conjunto. Os credenciamentos nos últimos anos têm sido menos frequentes

do que no passado. As primeiras autorizadas, a partir da nova sistemática, estabelecida pela Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, foram em 1998.

A Associação Brasileira de Direito Educacional elegeu seus novos Conselhos e iniciou a

definição de um plano de ação para o triênio 2013/2015. Houve também o registro do 16º aniversário

de fundação da entidade.

A comitiva brasileira, que conta com a presidente da república e mais quatro ministros,

realizou uma visita à Rússia. Os governos dos dois países buscaram entendimentos para um acordo

que facilite a entrada de alunos brasileiros em instituições de ensino russas, através do programa

Ciências sem Fronteiras.

O Parlamento Juvenil do Mercosul, composto por representantes de Brasil, Argentina,

Venezuela, Colômbia e Uruguai promoveu encontro em Brasília e debateram o tema “O ensino médio

que queremos”.

Uma pesquisa pela rede Universia, em parceria com o site Trabalhando.com. apontou que 92%

dos universitários entrevistados, de dez países ibero-americanos, têm vontade de trabalhar no exterior.

Foram ouvidos 11.937 estudantes de: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Espanha, México, Peru,

Portugal, Porto Rico e Uruguai. Os entrevistados alegaram que trabalhariam fora de seus países

mesmo fora da área de atuação do curso universitário que estão matriculados. Os universitários

apontaram ainda o idioma como o principal desafio a ser quebrado para estudar no exterior.

Um teste internacional de matemática e ciências, desenvolvido pela Associação Internacional

para a Avaliação do Avanço Educacional (IEA), avaliou mais de 600 mil estudantes de 63 países. O

Brasil não participou da avaliação, chamada de Tendências no Estudo de Matemática e Ciências

(TIMSS), realizado em 2011. Os resultados apontaram um alto desempenho de alunos de países

asiáticos. Nas provas para estudantes de quarta e oitava séries, Coreia do Sul, Cingapura, Hong Kong,

Taiwan e Japão ocuparam os primeiros lugares.

O fraco desempenho de alunos americanos também foi observado. Autoridades dos Estados

Unidos lamentaram os resultados e reconheceram a superioridade dos asiáticos. A baixa avaliação de

alunos americanos em testes internacionais tem feito com que o governo dos EUA busque medidas

para melhorar o ensino do país

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O Brasil assinou um acordo com a França, para ampliar a oferta de bolsas para brasileiros

interessados em estudar no país europeu. As universidades francesas passarão a aceitar também alunos

de pós-graduação.

Uma tarefa inusitada, proposta em uma sala de aula, levou uma professora francesa a ser

suspensa de suas atividades. A educadora teria pedido a seus alunos, com idades entre 13 e 14 anos,

que escrevessem uma redação no formato de carta de suicídio. Pais de alunos se revoltaram com o

pedido e a professora foi afastada de suas funções enquanto aguarda decisão do conselho de educação

local. Um jornal francês afirma que a professora teria pedido aos alunos que se imaginassem como um

jovem de 18 anos que se suicidou. A professora agora terá que se explicar sobre quais seriam seus

objetivos ao passar tal tarefa.

Os Estados Unidos viveu mais um trágico episódio envolvendo uma escola. Um atirador

matou 26 pessoas, sendo 20 crianças (entre 6 e 7 anos) e seis adultos. Um jovem de 20 anos foi

responsável pelos disparos, na cidade de Newtown, em Connecticut. O presidente Barack Obama disse

que o país precisa mudar e falou em ações duras para evitar esse tipo de tragédia. O caso reascendeu a

discussão sobre a venda de armas no país. Os defensores de regras mais firmes para a comercialização

de armas ganharam força e o tema deve voltar a ser discutido nos estados norte-americanos.

Assim foi dezembro, que marcou o fim de 2012.

Foi um ano de poucos avanços na educação brasileira e mundial, com o registro de alguns

eventos de repercussão nas ciências sociais. As ações tímidas, especialmente pelos países em

desenvolvimento, não permitiram o alavancar do crescimento, como esperava a sociedade e os

organismos internacionais.

A crise na economia trouxe reflexos para as nações industrializadas, que não conseguiram,

ainda, reverter o quadro que fez com que a economia não fosse reaquecida.

Destaque positivo para a educação nos países do Oriente que vêm colhendo frutos de

investimentos positivos e políticas públicas de longo prazo para a educação dos jovens.

Apesar desses fatos não foram notados retrocessos, o que representa uma média favorável e

esperança de êxito no próximo ano.

IPAE 187 (02/13)

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Atualidades em Educação - n° 152 Ano 31

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Normas para publicação na Atualidades em

Educação

O Instituto de Pesquisas e Administração da Educação é uma organização social de iniciativa

privada que tem como objetivo o desenvolvimento da qualidade da educação. Desde sua fundação, em

23 de fevereiro de 1973, a entidade atua em todo o território nacional, associado a milhares de

unidades educacionais.

O Instituto também edita publicações técnicas e periódicas, sendo a maioria eletrônica,

disponibilizada através da Internet.

Dentre seus periódicos há quatro que circulam bimestralmente como revistas científicas:

• Atualidades em Educação (ISSN nº 0103 – 071X)

• Revista do Direito Educacional (ISSN nº 0103 – 717X)

• Revista Brasileira de Educação a Distância (ISSN nº 0104 – 4141)

• Administração da Educação (ISSN nº 1518- 2371)

O Instituto tem seu registro no ISBN sob o número 85927 e seus periódicos são devidamente

arquivados na Biblioteca Nacional.

Todas as revistas são abertas à contribuição de autores nacionais e estrangeiros e as normas para

submissão de artigos são as seguintes:

• Os artigos devem enfocar temas atuais e serem preferencialmente inéditos, isto é, sem ter

ocorrido publicações em outra revista;

• Deverão conter um mínimo de 6 e um máximo de 15 páginas;

• Os autores devem observar os aspectos de direitos autorais, não trazendo nos conteúdos

transcrições de obras que tenham copyright ou que estejam acima dos limites permitidos pela

legislação vigente. Quando ocorrer citações deverão conter na Bibliografia os dados dos autores,

conforme critérios da ABNT;

• Os textos devem ser remetidos digitados, podendo haver o encaminhamento através do e-mail

[email protected] .

• Os autores deverão enviar, à parte, um currículo resumido;

• Ao submeterem os artigos os autores aceitam tacitamente as condições e normas do Instituto,

estando ciente de que não haverá remuneração pelos mesmos;

• O Instituto apreciará no prazo máximo de quarenta e cinco dias os artigos e informará se

foram aceitos ou não. Caso não sejam aceitos os autores ficam liberados para apresentação à outras

entidades;

• Os autores, cujos trabalhos sejam aceitos, terão seus nomes incluídos entre os Colaboradores

da Revista e a síntese de seus currículos será disponibilizada no site do Instituto. Poderão também vir a

serem convidados para participar de foros eletrônicos e /ou presenciais realizados pela entidade;

• Os artigos deverão ser apresentados em português e /ou espanhol;

• Os artigos podem ser feitos por grupos de autores, não excedendo a três;

• O Instituto disponibilizará gratuitamente para seus colaboradores as edições das quatro

revistas supracitadas, através da Internet;

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Atualidades em Educação - n° 152 Ano 31

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• Ocorrendo a citação de siglas deve haver a especificação das mesmas no próprio texto ou final

do trabalho;

• As citações em língua estrangeira e as que forem transcrições devem ser apresentadas entre

aspas;

• O Instituto se reserva no direito de alterar as presentes normas sempre que necessário. As

mesmas serão disponibilizadas no site www.ipae.com.br .

(normas vigentes desde 21 de janeiro de 2010)