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Mato Grosso Produzindo algodão com Responsabilidade Social

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Mato Grosso Produzindo algodão com Responsabilidade Social

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Diretoria Biênio 2013-2014

Conselho de AdministraçãoGustavo Viganó Piccoli • Presidente

Otávio Palmeira dos Santos • Vice-presidente

Gabriela Augustin Alexandre Pedro SchenkelJosé Milton Falavinha

Diretoria ExecutivaGustavo Viganó Piccoli • Presidente

Otávio Palmeira dos Santos • Vice-presidente

Gabriela AugustinAlexandre Pedro SchenkelJosé Milton Falavinha

Conselho FiscalCelso Griesang • Titular

Cleto Webler • Titular

Marcos Antonio Vimercati • Titular

Ondina Inês Botton • Suplente

Cesar Augusto Sagboni Xavier • Suplente

Conselho ConsultivoMilton GarbugioChristopher Barry WardJosé Pupin

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Diretoria Biênio 2013-2014

Conselho de AdministraçãoMilton Garbugio • Presidente

Gustavo Viganó Piccoli • Vice-presidente

Paulo Sérgio Aguiar • 1º Secretário

Pedro Valente • 2º Secretário

Guilherme Mognon Scheffer • 1º Tesoureiro

Alexandre De Marco • 2º Tesoureiro

Presidentes de Núcleos RegionaisGeraldo Vígolo • Sul

Fernando Guerreiro • Centro

Clóvis Cortezia • Centro-Norte

Valdir Jacobowski • Médio-Norte

Cleto Webler • Noroeste

Arilton Riedi • Norte

Romeu Froelich • Centro-Leste

Conselho FiscalCelso Griesang • Titular

Otávio Palmeira dos Santos • Titular

Sérgio Introvini • Titular

Rafael Bortoli • Suplente

João André Guerreiro • Suplente

Ernesto Martelli • Suplente

Conselho ConsultivoBlairo Borges MaggiAdilton SachettiJosé PupinJoão Luiz Ribas PessaSérgio De MarcoGilson PinessoCarlos Ernesto Augustin

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A semeadura é livre

Um beija-flor tentava apagar um incêndio na floresta, levando gotas d’água do riacho mais próximo em seu minúsculo bico, quando outro

animal questionou o efeito prático de seu esforço. “Estou fazendo a minha parte” – argumentou o passarinho.

Essa fábula cai como uma luva quando se questiona a validade de ini-ciativas do bem numa sociedade altamente competitiva, mas o mundo rural mato-grossense está cheio de beija-flores, de iniciativas do bem que buscam a valorização de quem trabalha na terra e a conservação do meio ambiente tão indispensável para a sustentabilidade de qualquer atividade agrícola.

Há pouco mais de 20 anos, agricultores iniciaram o plantio de algodão no Cerrado mato-grossense numa escala empresarial e. em 1997, esses desbravadores fundaram a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA). Oito anos depois, dois grandes amigos e empreen-dedores rurais – Gilson Pinesso e José Pupin – sensibilizaram os demais associados para a importância de o setor implementar de forma pró-ativa e pioneira os princípios da produção agrícola sustentável. Assim nasceu o Instituto Algodão Social (IAS), numa assembleia geral da AMPA, realiza-da em 6 de setembro de 2005, sob a presidência de João Luiz Ribas Pessa.

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Em 2007, o IAS iniciou uma parceria com a As-sociação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) vi-sando à certificação do processo de produção algo-doeira em Mato Grosso e a emissão do selo “Algodão Socialmente Correto”, que atesta a procedência do produto cultivado e o respeito às normas trabalhistas e ambientais. Essa iniciativa garantiu à pluma mato--grossense um passaporte para o mercado mundial.

Na safra 2012/13, esse selo foi substituído pelo “Algodão Brasileiro Responsável – ABR”, lançado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) em nível nacional, porém os princípios que norteiam a produção mato-grossense continuam os mesmos: justiça social, solidariedade e obediência à legislação trabalhista e ambiental.

Porém, era possível ir além do que determinam as leis e é aí que entra a criatividade de cada produtor, o seu jeito de “fazer a sua parte” para construir uma sociedade mais justa e inclusiva, de semear o bem como o beija-flor. Ciente de que o efeito beija-flor poderia ser multiplicado se fosse identificado e valorizado, o IAS lançou em 2012 o programa Semeando o Bem, com o objetivo de identificar, estimular e premiar as iniciativas do bem nas fazendas produtoras de algodão de Mato Grosso.

Na primeira edição do prêmio Semeando o Bem, em setembro de 2012, 1.200 iniciativas de natureza social e ambiental foram registradas pelas equipes técnicas do IAS em 197 fazendas visitadas. Vinte e nove fazendas foram selecionadas como finalistas e, dentre estas, a Comissão Julgadora Independente escolheu 17 iniciativas vencedoras.

Nas próximas páginas, vamos contar um pouco sobre cada uma delas e sobre o trabalho de grupos empresariais premiados por seu Desempenho Social e Ambiental. Esperamos que tantos exemplos de empreendedo-res com responsabilidade social inspirem mais produtores de algodão e de outras commodities agrícolas a buscarem novas formas de marcar sua presença no panorama nacional como especialistas na arte de conciliar a lucratividade de seu negócio com o bem-estar e a segurança de seus cola-boradores e de suas famílias, e da sociedade em geral.

No segundo semestre de 2013, teremos o lançamento do Programa Fa-zenda Saudável, cujo objetivo é levar ao campo uma equipe móvel compos-ta de profissionais de saúde para realizar ações de orientação e prevenção em saúde, incluindo a execução de exames de pressão arterial, glicemia, colesterol total, triglicérides e IMC – Índice de Massa Corporal.

Em 2014, teremos a segunda edição do prêmio Semeando o Bem e tor-cemos para que essa disputa – da qual todos saem vencedores – seja cada vez mais acirrada e que cada um continue “fazendo a sua parte”.

Equipe IAS

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Avanços do setorÉ com grande satisfação que assumi este ano a presidência do IAS. A

história exitosa da cotonicultura de Mato Grosso deve muito ao traba-lho realizado pela equipe do instituto. Seus colaboradores foram muito eficazes na tarefa de orientar os produtores de algodão mato-grossense no cumprimento da legislação trabalhista e ambiental, deixando para trás eventuais casos de descumprimento das normas.

Graças a esse comportamento no campo, obtivemos o selo Algodão So-cialmente Correto assegurado por uma certificadora externa (a ABNT)

e, na presente safra 2012/13, passamos a contar com o selo Algodão Brasileiro Responsável (ABR).

O fato de obedecermos à risca o que determinam a NR 31 e demais regulamentos para o trabalho no campo nos motivou a ir mais adiante. Os produtores de algodão introduziram no-vidades no dia a dia das fazendas que beneficiaram os colabo-radores e suas famílias. Outros agricultores estenderam sua participação até as comunidades que vivem nas áreas urbanas dos municípios onde estão inseridos, tornando-se uma refe-

rência positiva em termos de compromisso social e ambiental.Todas essas iniciativas do bem servem de exemplo para outros

produtores rurais e acabam revertendo em benefício do próprio cotonicultor. O programa Semeando o Bem tem como meta promo-

ver e reconhecer as boas iniciativas nas fazendas produtoras de algodão de Mato Grosso. O prêmio homônimo é o coroamento de um processo que, uma vez iniciado, não tem fim. Em 2012, tivemos 17 iniciativas ven-cedoras e 10 grupos empresariais premiados por seu Desempenho Social e Ambiental. Todas essas iniciativas só confirmam o que todos nós, pro-dutores de algodão, descobrimos no cotidiano: a sustentabilidade é fun-damental para a sobrevivência de nosso negócio e nossos colaboradores são a nossa maior riqueza.

Quem semeia o bem só pode colher o bem!

Gustavo Viganó Piccoli Presidente do IAS (2013-2014)

Palavra de Presidente

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Queremos o melhorA produção de algodão no Cerrado mato-grossense em escala empre-

sarial nasceu para fazer história e servir de referência. Em menos de três décadas, graças ao empenho e à união dos produtores, e aos investimen-tos feitos em novas tecnologias, Mato Grosso se firmou como o maior produtor de pluma do Brasil, ajudando o País a se tornar um dos cinco maiores exportadores.

A história que nos interessa aqui é a do compromisso dos cotonicul-tores mato-grossenses em fazer uma produção que se destacasse pelo cumprimento da legislação trabalhista e ambiental, e pela oferta de um algodão socialmente correto. Cada fazenda produtora de algodão em Mato Grosso busca oferecer qualidade em termos de produtos e serviços. Não basta produzir a melhor pluma, é preciso produzi-la da melhor forma possível, ou seja, garan-tindo segurança e qualidade de vida aos nossos colaboradores e suas famílias.

Alguns produtores investiram em escolas de modo a ga-rantir educação para as crianças que viviam com seus pais nas fazendas; outros procuraram dar uma nova chance aos adultos que não tiveram a oportunidade de se alfabetizar; e muitos bus-caram oferecer a inclusão digital a colaboradores e familiares de todas as idades.

Era importante também garantir o atendimento médico básico e uma estrutura de lazer para quem vive longe da área urbana. Numa época em que tanto se fala em educação ambiental, era necessário introduzir a co-leta seletiva de lixo nas propriedades rurais e se investir na preservação e conservação do meio ambiente. Era fundamental ainda se garantir uma alimentação saudável para quem mora na fazenda e, se possível, compar-tilhar parte das conquistas da agricultura com as comunidades vizinhas.

Era preciso semear o bem, estender os benefícios da cultura algodoei-ra a um número maior de pessoas. O programa Semeando o Bem, criado durante minha gestão à frente do IAS, veio confirmar essa vocação do produtor de algodão mato-grossense: a de fazer a diferença dentro e fora da porteira. O prêmio Semeando o Bem é o reconhecimento desse dife-rencial e um marco na história de sucesso do algodão mato-grossense.

Milton Garbugio Presidente da AMPA (2013-2014)

e ex-presidente do IAS (2009-2012)

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Apresentação 7

Palavra de Presidente 10

Homenagens 18

Linha do tempo 22

Histórico do IAS 24

Depoimento 28

Entrevista 32

Depoimentos 34

Pioneirismo 36

PROGRAMA SEMEANDO O BEM

Fazendas premiadas na primeira edição do Prêmio 40

Categoria Esporte, Lazer e Recreação 42

Categoria Filantropia 46

Categoria Meio Ambiente 50

Categoria Saúde e Educação 56

Categoria Segurança Alimentar 72

Grupos empresariais em destaque:

Troféu Desempenho Social e Ambiental 78

Fazendas finalistas 100

Sustentabilidade 102

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José PupinFundador e primeiro presidente do IAS (2005-2007)

O paulista José Pupin é sem dúvida um dos maiores símbolos do pro-cesso evolutivo vivenciado pelo cotonicultor de Mato Grosso. Nascido em Oswaldo Cruz (SP) e criado na região do Paraná, ele se formou em Engenharia Industrial e veio para Mato Grosso no início dos anos 1980 com a mulher e dois filhos (o terceiro nasceu em MT) em busca de opor-tunidades e prosperidade.

Sua história começou na fazenda Marabá em Campo Verde, sem-pre em companhia do pai Antonio Pupin. A época era de muitas

dificuldades e desafios e, diante disso, José Pupin integrou o gru-po de pioneiros que criou a AMPA em 1997 e foi um dos ideali-zadores do IAS em 2005. “Não tínhamos conhecimento sobre a aplicação da legislação trabalhista, principalmente sobre a NR 31, e éramos penalizados. Tudo isso era muito assustador para um empreendedor que acredita no que faz”, recorda.

Com a criação do IAS, que começou a orientar e conscien-tizar os produtores, as determinações legais foram comparti-

lhadas com os colaboradores das fazendas por meio de cursos e treinamentos. Todo esse processo culminou com a parceria com

a ABNT que passou a certificar os procedimentos utilizados na pro-dução da pluma, gerando o selo “Algodão Socialmente Correto” e um

exemplo para os demais estados produtores de algodão. Pupin conta ainda que os cotonicultores de Mato Grosso mudaram sua

forma de contratação dos funcionários das fazendas graças a uma sugestão surgida durante uma visita à Organização Internacional do Trabalho (OIT).

“Passamos a contratar os colaboradores através do Sine (Sistema Nacional de Emprego) e, nesse sentido, contamos com o apoio de Terezinha Maggi, na época secretária de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social”, lembra. Tudo isso são recordações de um pioneiro que ajudou a escrever a história de sucesso do algodão mato-grossense, responsável pelo fato de o Brasil ser hoje um dos cinco maiores players do mercado algodoeiro.

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Gilson Pinesso Fundador do IAS

O paranaense Gilson Pinesso é um dos protagonistas da história de sucesso do algodão de Mato Grosso. O Grupo Pinesso chegou a Mato Grosso em 1983 numa trajetória que começou no Paraná com uma peque-na chácara para o cultivo de café e passou por Mato Grosso do Sul, onde ainda mantém seu escritório central.

Com a introdução do algodão nas lavouras da família, Gilson tornou--se um personagem atuante na organização da AMPA, entidade que presidiu no biênio 2009-2010, e percebeu a necessidade de criar um instituto para orientar os produtores quanto ao cumprimento das legislações trabalhista e ambiental. Apresentou aos asso-ciados da AMPA, junto com José Pupin, a proposta de criação do IAS em 2005 e sempre foi um dos maiores incentivadores do órgão.

No final de 2012, Gilson Pinesso foi eleito presidente da Abrapa e, nessa condição, continua empenhado em promo-ver a cotonicultura nacional e assegurar a sustentabilidade da produção no campo social, ambiental e econômico.

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Christopher WardPresidente do IAS no biênio 2007-2009

O neozelandês Christopher Barry Ward chegou ao Brasil em 1977 para trabalhar como administrador de fazendas para os donos do antigo frigorífico Anglo. Acabou ficando, instalando-se em Rondonópolis, no Sul de Mato Grosso, e se casando com uma brasileira (Regina Maria de Freitas), com quem teve três filhos.

Botânico com pós-graduação em Administração Rural, Christopher Ward plantou algodão pela primeira vez em 1997 (850 ha) na região

da Serra da Petrovina e foi um dos fundadores da AMPA. Foi con-sultor em agropecuária de vários grupos nacionais e estrangeiros

e esteve envolvido na criação de outras instituições importan-tes para o agronegócio mato-grossense, como a Fundação MT e a Associação Mato-grossense dos Produtores de Sementes (Aprosmat).

Ward contribuiu para divulgar o algodão e a agropecuária de Mato Grosso, fazendo palestras no exterior e recebendo gru-

pos estrangeiros em Mato Grosso. Seu papel na consolidação do IAS como órgão de orientação do cotonicultor mato-grossense

quanto ao cumprimento da legislação ambiental e social foi mui-to importante na escalada do Estado em direção a uma produção

socialmente justa e ambientalmente correta.

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Milton Garbugio Presidente do IAS de 2009 a 2012

Atual presidente da AMPA e do IMAmt, Milton Garbugio presidiu o IAS durante quatro anos. Paranaense de Marialva, ele chegou a Mato Grosso em 1983 e se instalou em Campo Verde (130 km a sudeste de Cuia-bá), onde mora até hoje e planta algodão, soja e milho. Casado e pai de três filhos, Garbugio é associado da AMPA desde 2001. Tem vasto conheci-mento em cooperativismo e foi presidente da bem-sucedida Cooperativa dos Cotonicultores de Campo Verde (Cooperfibra) por muitos anos.

Como presidente do IAS, Milton Garbugio, sempre estimulou o aperfeiçoamento do trabalho do órgão de orientação aos pro-dutores e fiscalização no sentido de garantir a produção susten-tável no tripé social, ambiental e econômico. Ele participou da criação do programa Semeando o Bem, que visa destacar as iniciativas no campo social e ambiental que vão além das exigências da legislação vigente.

“Além de complementar o conceito de sustentabilidade já adotado pelos cotonicultores mato-grossenses, o programa Se-meando o Bem representa o compromisso voluntário de todos nós com a efetiva prática da responsabilidade social e ambiental, em que o coração, o amor ao próximo, os recursos e a experiência dos produtores de algodão de Mato Grosso associados à AMPA são di-recionados em favor daqueles que vivem e trabalham em nossas fazendas e dependem das sementes que plantam e colhem, gerando mais saúde, educação, lazer, bem-estar, conservação ambiental e qualidade de vida no campo”, afirma.

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Fundação da AMPANasce em 16 de setembro como resultado da união de produtores que se lançavam ao desafio de produzir algodão numa escala empresarial a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão - AMPA. Seu primeiro presidente foi Blairo Maggi, que transmitiu o cargo para Adilton Sachetti.

Fundação do IASO Instituto Algodão Social - IAS foi criado graças à visão pró-ativa dos empreendedores rurais Gilson Pinesso e José Pupin, que vislumbraram a importância do setor algodoeiro adotar os princípios do desenvolvimento sustentável. A proposta de criação foi aprovada em assembleia geral da AMPA, realizada em 6 de setembro, sob a presidência de João Luiz Ribas Pessa.

Emissão do Selo de Conformidade Social IASO primeiro selo contou com o apoio e parceria da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção - ABIT e da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão - ANEA, e com os serviços da consultoria da empresa Vetor C, contratada com suporte financeiro da empresa FMC.

Emissão do Selo Algodão Socialmente Correto Este segundo selo surgiu de uma parceria com a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, que se interessou pelo programa pioneiro de certificação institucional do IAS. O processo passou a ter visibilidade e credibilidade nacional e internacional, despertando o interesse de compradores brasileiros e estrangeiros.

Circuito de cursos simplificados de Orientação Trabalhista e de Segurança do TrabalhoDevido à necessidade de uma orientação mais objetiva e prática aos produtores e seus colaboradores, foi elaborado um Manual Prático de RH e de Segurança do Trabalho, sendo instituída a realização de uma rodada anual de cursos nos sete Núcleos Regionais de produção.

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Oficinas de Orientação e Divulgação do Trabalho Decente nos Núcleos RegionaisApós o lançamento mundial do programa de valorização do trabalho - denominado Trabalho Decente - pela Organização Internacional do Trabalho - OIT, foram realizadas oficinas de orientação nos Núcleos Regionais, em parceira com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso (SRTE-MT). A propósito, a SRTE-MT e o Ministério Público do Trabalho da 23ª Região são parceiros das iniciativas do IAS desde 2005.

Introdução do sistema BCI nas fazendas de Mato GrossoA AMPA adere ao sistema BCI (Better Cotton Iniative) e o IAS fica responsável por implementá-lo nas fazendas que aderissem voluntariamente ao programa internacional. Na safra 2010/11, foram 4 fazendas; 2011/12, 19 fazendas; e 2012/13, 44 fazendas.

IAS lança o Programa Semeando o Bem Com o objetivo de incentivar os associados da AMPA a elevarem o nível de comprometimento com as ações sociais e ambientais em seus negócios agrícolas.

1° Prêmio Semeando o Bem Como parte das comemorações do 15º aniversário da AMPA, foram anunciadas as 17 fazendas com iniciativas premiadas e os 10 grupos empresariais destacados por seu Desempenho Social e Ambiental. A escolha foi feita por uma comissão independente.

Lançamento do Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) em Mato Grosso É a unificação dos protocolos de certificação da pluma do IAS e do Psoal (programa adotado em outros estados). O novo programa foi lançado em Mato Grosso por ocasião dos 15 anos da AMPA.

Lançamento do Programa Fazenda Sustentável Idealizado pelos ex-presidentes Milton Garbugio (IAS) e Carlos Ernesto Augustin (AMPA), o programa disponibiliza um micro-ônibus com equipamentos e enfermeiras que fazem exames e ações de orientação e prevenção de doenças sob supervisão de uma médica junto aos colaboradores e familiares nas fazendas.

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Muito além da NR 31

Quando os primeiros agricultores decidiram plantar algodão em Mato Grosso em escala empresarial nos anos 1990, havia muitos desafios

inerentes ao fato de estarem lidando com uma nova atividade no Cerra-do. Era preciso identificar as variedades de plantas mais adequadas e o melhor manejo da lavoura, por exemplo, e também lidar com as questões ambientais e trabalhistas.

Tudo isso levou os pioneiros a fundarem a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA) em 16 de setembro de 1997. Oito anos depois, em 6 de setembro de 2005, foi aprovada em assembleia geral a proposta de criação do Instituto Algodão Social (IAS), apresentada por Gilson Pinesso e José Pupin, produtores e diretores da AMPA. A missão da entidade recém-criada – que teve como diretor executivo o advoga-

do Félix Balaniuc desde sua fundação – era promover a prática da responsa-bilidade social e ambiental entre todos os empreendedores do setor algodoei-ro na busca do desenvolvimento sus-tentável, com justiça social e respeito ao meio ambiente, por meio de ações de orientação e de auditoria nas áreas trabalhistas, sociais e ambientais, ten-do como objetivo final a certificação socioambiental do algodão de Mato Grosso, através de parceria firmada com uma empresa certificadora cre-denciada.

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Na época, os cotonicultores tentavam se adaptar às exigências da legis-lação trabalhista. As normas da CLT, promulgada em 1943 exclusivamente para reger os contratos de trabalho urbano, tinham sido estendidas aos contratos rurais pela Assembleia Constituinte de 1988, e o Ministério do Trabalho e Emprego instituiu em março de 2005 a Norma Regulamen-tadora de Segurança do Trabalho, Saúde Ocupacional e Meio Ambiente do Trabalho (NR 31), sem que os produtores rurais fossem devidamente orientados sobre as novas exigências.

Histórico do IAS

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O Instituto Algodão Social foi criado para orientar os

cotonicultores de Mato Grosso sobre a

legislação trabalhista e a ambiental

Tudo isso gerou insegurança ju-rídica e acabou trazendo transtor-nos aos agricultores em geral e, em especial, aos produtores de algodão. O IAS surgiu nesse contexto e vem realizando sua missão bravamente: em 2007, iniciou uma parceria com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que vem se reno-vando até hoje, garantindo a certifi-cação do processo de produção algodoeira em Mato Grosso. Essa parceria deu à pluma mato-grossense um passaporte para o mercado mundial, já que o selo emitido atesta a procedência do produto cultivado e o respeito às normas trabalhistas e ambientais, e serviu de exemplo para outros estados produtores de algodão. Esse processo culminou com o lançamento pela Abrapa, em 2012, do programa “Algodão Brasileiro Responsável” (ABR), que representa a unificação dos processos de certificação em todo o País. O IAS também conduz a implantação do selo BCI (Better Cotton Iniciative) em Mato Grosso, que está em processo de unificação com o ABR.

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Com o tempo, o IAS se tornou referência para outros estados brasileiros com seu modelo pioneiro de certificação da pluma mato-grossense.

Hoje o produtor de algodão mato-grossense tem uma nova percepção do que é preciso fazer para alcançar a tão sonhada sustentabilidade, que pressupõe questões sociais, ambientais e também a lucratividade de seu negócio. A AMPA, o IAS e o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMA-mt) – que veio em 2007 focado na área tecnológica e de treinamento de mão de obra – contribuíram muito para essa mudanças. O programa e o prêmio Semeando o Bem são a prova de que hoje o produtor rural de Mato Grosso está voluntariamente engaja-do na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. O lançamento em 2013 do Programa Fazenda Sau-dável, visando levar ao campo ações de orientação e prevenção em saúde é mais uma prova de que hoje a cotoni-cultura mato-grossense está em outro patamar e bem além das preocupações com o cumprimento da NR 31.

Histórico do IAS

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Em busca da sustentabilidade na produção

“Félix, caro amigo, aqui quem fala é seu colega Aldo Lopes e tenho um convite para lhe fazer em nome de Gilson Pinesso. Você teria interesse em trabalhar em Cuiabá, para criar uma instituição com o objetivo de orientar os produtores de algodão em relação a leis trabalhistas e segu-rança do trabalho?”

Respondi que sim e, no dia 2 de agosto de 2005, fui recebido no Aero-porto Marechal Rondon, em Várzea Grande, pelo produtor José Pupin e por ele encaminhado a uma sala no hangar da Petrobras para participar de uma reunião com outros membros da diretoria da AMPA, que viajariam em seguida para uma reunião em Brasília.

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Depoimento

Décio Tocantins, diretor executivo da AMPA, recebeu meu currículo, submeteu meu nome aos demais participantes da inusitada reunião e, com a concordância de todos, fui escolhido para exercer as funções de diretor executivo da instituição que ainda seria estruturada.

O então presidente da AMPA, João Luiz Ribas Pessa, por solicitação dos produtores Gilson Pinesso e José Pupin, convocou os associados para participarem de uma Assembleia Geral que se realizou em 6 de setembro de 2005 na sala de reuniões da Famato. Na ocasião foi autorizada – por unanimidade – a fundação do Instituto Algodão Social, sendo José Pupin o seu primeiro presidente. O nome “Instituto Algodão Social” é fruto da inspiração do brilhante escritor e causídico Dr. Aldo Lopes.

Christopher Barry Ward foi o segundo presidente do Instituto, Milton Garbugio o terceiro e Gustavo Viganó Piccoli é o presidente atual.

A semente que gerou o IAS brotou na mente e no espírito empreen-dedor e visionário de Gilson Pinesso e encontrou apoio de seu grande amigo José Pupin. Juntos, antes da Assembleia Geral, apresentaram a ideia na reunião em que estiveram presentes representantes do Ministério do Trabalho e Emprego, da Organização Internacional do Trabalho – OIT e do Instituto Ethos, os quais deram suas sugestões para que a entidade que congregava os produtores de algodão de Mato Grosso, a AMPA, criasse uma instituição que pudesse orientar os seus associados a conhecerem e implantarem as leis trabalhistas e de segurança do trabalho em suas fazendas.

Também são parceiros desde a fundação do IAS a Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego de Mato Grosso, SRTE/MT, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, ABIT, a Associação Nacional de Exportadores de Algodão, ANEA e a Procuradoria Regional do Trabalho da 23ª Região/MT. A empresa FMC patrocinou nos primeiros anos a consultoria da empresa Vetor C para o treinamento dos funcionários e técnicos do IAS.

O compromisso da AMPA com a sustentabilidade levou o IAS a pla-nejar etapas para a implantação gradativa dos pilares social, econômico e ambiental. As visitas de campo demonstraram que os produtores eram excelentes gestores de seu negócio, não buscando somente o lucro, mas incluindo em seu plano de gestão iniciativas que resultavam em ganhos sociais e ambientais.

Com essa avaliação inicial o IAS pautou o seu trabalho estabelecendo como meta a elevação do nível de conformidade legal das fazendas em relação às leis trabalhistas e às normas de segurança do trabalho estabe-lecidas pela NR 31.

Ao longo das safras a melhoria contínua das relações trabalhistas no campo e a evolução progressiva dos princípios da sustentabilidade foram se destacando gradualmente.

Inicialmente buscou-se a sensibilização e a conscientização dos pro-dutores para que todos participassem da construção de uma boa imagem social do algodão mato-grossense, o qual, na época, já detinha reconheci-

Diretor executivo do IAS, Félix Balaniuc, recorda os primeiros passos do Instituto criado pela AMPA

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mento mundial em relação à qualidade de seu produto e credibilidade nos negócios celebrados pelos produtores associados à AMPA.

Em seguida as equipes do IAS realizaram em 370 fazendas a etapa de-nominada de Diagnóstico Inicial, complementada com a elaboração de um relatório ilustrado com fotos digitalizadas e um Plano de Correção das eventuais Não Conformidades encontradas. O processo era finalizado posteriormente no prazo fixado pelo produtor, com o monitoramento das adequações realizadas.

O ingresso do IAS no processo de certificação, de certa forma, foi provocado pelo superintendente da ABIT, Fernando Pimentel, que, para atender a interesses da indústria de confecção de Santa Catarina, sugeriu

ao IAS que criasse um progra-ma, mesmo que institucional, através do qual fosse emitido um selo de conformidade para informar ao mercado que o al-godão de Mato Grosso era pro-duzido com respeito às normas sociais. Esse selo contou com o apoio da ABIT e da ANEA.

Assim nasceu, já na safra 2006/2007, o Selo de Confor-midade Social – programa pio-neiro no agronegócio brasilei-ro que despertou o interesse da empresa certificadora da Associação Brasileira de Nor-mas Técnicas, ABNT. A partir da safra 2007/2008, a ABNT tornou-se parceira do IAS com a implantação do Programa de Qualidade Social do Algodão,

representado pelo certificado ABNT e pelo novo selo “Algodão Social-mente Correto”. Já seguiram para o mercado mais de 15 milhões de fardos de algodão de Mato Grosso com o selo “Algodão Socialmente Correto”.

Ao ser empossado como presidente da Associação Brasileira dos Pro-dutores de Algodão (Abrapa), Sérgio De Marco, ex-presidente da AMPA, solicitou que o programa de certificação do IAS caminhasse em direção à unificação com o programa Psoal, adotado pelos demais estados produ-tores de algodão. As diretorias da AMPA e do IAS, de comum acordo, en-tenderam que a unificação era importante para a construção de uma boa imagem para todo o algodão produzido no Brasil e a unificação ocorreu em 2012. A safra 2012/2013 já foi chancelada com o novo selo “Algodão Brasileiro Responsável – ABR”.

A AMPA e o IAS renovam a parceria com a ABNT em dezembro de 2012.

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Para que o produtor de algodão de Mato Grosso fosse reconhecido como empreendedor com Responsabilidade Social, faltava ainda um com-promisso importante. O cumprimento da legislação não era suficiente. Assim nasceu, em 2011, o Programa Semeando o Bem, que tem como finalidade incentivar o produtor rural a criar e manter iniciativas sociais em sua fazenda para melhorar a qualidade de vida de seus colaboradores e suas famílias, bem como das comunidades em seu entorno social.

Durante a celebração do 15º aniversário da AMPA, o Troféu Semeando o Bem foi entregue às fazendas que se destacaram com ações nos setores da saúde, educação, esporte, lazer e meio ambiente. Também foram entregues diplomas de reconhecimento como empresas socialmente responsáveis aos grupos empresariais do setor algodoeiro que mereceram destaque pelo conjunto de suas ações sociais e ambientais.

Proposto pelos presidentes do IAS e da AMPA na gestão 2011/2012, o Programa Fazenda Saudável foi criado em 2013 com a finalidade de realizar ações de orientação e promoção da saúde no campo, realizando exames gratuitos para os colaboradores das fazendas dos associados da AMPA e para suas famílias, como forma de prevenir doenças graves como das coronárias e diabetes. Os recursos para a compra do micro-ônibus e seus equipamentos e a contratação de duas enfermeiras e de um motorista procedem do Instituto Brasileiro do Algodão, IBA.

Paralelamente à história do IAS, em 2005 foi criado na Europa um sistema denominado BCI, o qual também tem por objetivo a prática da sustentabilidade na produção de algodão, todavia em âmbito mundial. A Abrapa tornou-se implementadora do programa no Brasil e a AMPA ma-nifestou sua adesão em 2010, credenciando o IAS para ser implementador do BCI em Mato Grosso.

A similaridade dos critérios da certificação ABR e dos princípios BCI foram tão evidentes que resultou na proposta de fusão de ambos os pro-gramas no Brasil a partir da safra 2013/2014.

Faço este depoimento não só para registrar em parte a história da cria-ção e fundação do IAS, mas em especial para agradecer aos produtores de algodão de Mato Grosso a oportunidade de participar de seu compromisso com a prática do desenvolvimento sustentável em seus empreendimentos rurais, que são um exemplo de sucesso para o Brasil e para o mundo, agra-decimento extensivo também a todos os colaboradores do IAS.

Félix Balaniuc Diretor Executivo do Instituto Algodão Social

Advogado trabalhista, professor e auditor aposentado do Ministério do Trabalho e Emprego

Depoimento

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Márcio Trevisan

Bom exemploO modelo adotado pelos produtores de algodão de Mato Grosso serve de exemplo para outros setores produtivos – diz Valdiney Arruda

Em junho de 2008, o auditor fiscal do trabalho Valdiney Arruda tornou-se titular da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Mato

Grosso (SRTE-MT). Atuando na profissão desde 1996, Arruda foi um dos fundadores da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (Co-etrae) do Mato Grosso e vem se notabilizando por manter uma relação cordial com os produtores de algodão, inclusive estabelecendo parcerias com a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA) e seu braço social, o Instituto Algodão Social (IAS). Nesta entrevista, o su-perintendente fala sobre o quadro encontrado em 2008 e como avalia a situação das relações de trabalho no setor algodoeiro do Estado.

Qual foi a realidade que o senhor encontrou em Mato Grosso, junto aos produtores de algodão, em 2008?

V. A. – Havia um distanciamento entre a classe produtora de algodão e as ações da SRTE-MT e uma certa animosidade, que é natural nas relações entre produtores e o órgão fiscalizador, visto como uma entidade repres-sora que só quer multar.Por outro lado, já havia iniciativas por parte dos produtores de algodão focadas na melhoria das relações de trabalho. Entendemos na época que havia a necessidade de nos aproximar dos órgãos representantes dos coto-nicultores e encontramos um terreno fértil, um caminho aberto. A AMPA e o IAS se abriram para o diálogo e vimos que, através dos produtores de algodão, poderíamos criar um canal de diálogo com outros setores do agronegócio, buscando pontos convergentes e avançando na compreensão da legislação trabalhista. Havia algumas precariedades em relação às condições de trabalho no cam-po, mas também havia a visão de que era necessário melhorar o produto, o que implica melhorar a forma de produção no que diz respeito a aspec-tos como segurança de trabalho e saúde, erradicação do trabalho infantil e de qualquer forma de trabalho degradante ou análogo ao escravo. A cotonicultura, por meio do IAS, já tinha projetos e ações voltados para esses pontos.

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Entrevista

Como o senhor avalia a evolução do setor?

V. A. – Houve uma evolução muito grande na convergência da informa-ção e na disseminação dos conceitos (por exemplo, por que é importante respeitar as normas de trabalho) não só por parte dos produtores, como também de seus colaboradores. Por meio de um modelo instituído pelo IAS, em parceria com a SRTE-MT, foram feitas visitas de orientação e palestras levando informações às fazendas do jeito que o Ministério do Trabalho e Emprego acha que deve ser feito e de uma forma contínua. Com isso houve uma conscientização do que precisa ser implementado. Esse modelo convergente foi muito importante para que houvesse uma evolução perene e, graças a ele, constatamos a redução a zero de denúncias e das piores práticas. Os produtores associados da AMPA conseguiram sis-tematizar um modelo e avançar nas questões organizacionais, quebrando padrões culturais que dificultam as mudanças nas condições de trabalho.

Qual foi o papel da SRTE-MT nesse processo?

V. A. – Nós procuramos a AMPA e elaboramos termos de cooperação técni-ca e promovemos ações de inclusão social e qualificação em parceria com a entidade e o IAS. Informamos os pontos sobre os quais os produtores seriam cobrados quando a fiscalização fosse à fazenda. É importante que as cadeias produtivas entendam os conceitos relacionados às práticas do trabalho, pois não adianta só dizer o que a lei manda.

O que o senhor acha que falta para se chegar a um padrão ideal nas relações de trabalho?

V. A. – O ideal é dar continuidade ao padrão atingido e a esse modelo de diálogo e troca de informações. Novas tecnologias estão sempre sendo introduzidas nas fazendas, por isso é importante que haja sempre essa troca de informações. Nunca poderemos dizer que chegamos a um padrão perfeito porque as relações humanas jamais são perfeitas. Há hoje uma preocupação muito grande nas fazendas produtoras de al-godão em relação à segurança do trabalho e à saúde dos colaboradores, e também em ter escolas próximas para que os filhos desses colaboradores possam estudar. Esse modelo tem que persistir, juntamente com a melho-ria das questões organizacionais e culturais, e deverá ser incorporado por outras atividades econômicas, como, por exemplo, o setor de construção civil. Temos exemplos de boas práticas na cotonicultura, de superação de problemas organizacionais e culturais que dificultam as relações de tra-balho. O modelo adotado pelo IAS, de buscar o órgão fiscalizador e levar informações sobre a aplicação de normas trabalhistas, antecipa soluções, evitando autuações e multas. É um modelo muito rico, que gera resultados positivos. Há que se reverenciar esse modelo, que deveria ser adotado por outros setores produtivos.

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Fernando PimentelDiretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit)

“Temos muito orgulho do trabalho realizado pelos produtores de al-godão mato-grossenses por meio do Instituto Algodão Social (IAS), no sentido de obter a certificação da pluma produzida no Estado – iniciativa da qual estivemos juntos desde o início. É uma grande satis-fação constatar que ela foi estendida aos demais estados produtores. Tudo isso comprova a competência e o poder de competitividade do produto brasileiro no processo de conquista e consolidação de mer-cados – em nível nacional e internacional – e o compromisso de todos os elos da cadeia têxtil (produtores, indústrias de fiação, tecelagem e confecção) com o futuro de nosso Planeta. Somos efetivamente uma cadeia de produção sustentável em todos os aspectos: social, ambiental e econômico!”

Peter GrahamPresidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), à época da criação do IAS

“O programa do Instituto Algodão Social é muito importante porque o mercado do algodão está cada vez mais competitivo. A ANEA apoia plenamente essa iniciativa que mostra mais uma vez que Mato Grosso está à frente na tecnologia e na parte social também.”

Depoimentos

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Pioneirismo

União pela sustentabilidade

O Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), lançado pela Asso-ciação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) em 2012, é fru-

to do pioneirismo do Instituto Algodão Social (IAS), que criou o Selo de Conformidade Social em parceria com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em 2007, comprovando o respeito às normas trabalhis-tas e ambientais na produção da fibra em Mato Grosso. Em 2009 a Abrapa levou essa experiência pioneira aos demais estados produtores de algodão por meio do Programa Socioambiental da Produção de Algodão (Psoal).

Financiado com recursos do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), o programa ABR representa a síntese da união dos cotonicultores brasileiros em prol de uma melhor produção em todo País, já que une os protocolos dos programas do IAS e do Psoal numa única regra de certificação, que passou a valer a partir da safra 2012/13.

Este ano mais um passo significativo está sendo dado em direção a essa união, com a fusão do programa ABR e do sistema Better Cotton Inicia-tive – BCI (Iniciativa por um Algodão Melhor), cuja ênfase é no aspecto ambiental das propriedades rurais. Desenvolvido em um grupo de gran-des empresas internacionais, associações de produtores e organizações da sociedade civil, o sistema BCI propõe a produção de um algodão global “melhor para quem produz, para o meio ambiente em que é cultivado e para o futuro do setor”.

O sistema BCI começou a ser implantado em fazendas de Mato Grosso e de outros três estados brasileiros na safra 2010/11. Na safra 2011/12, 19 propriedades rurais de Mato Grosso adotaram o sistema e, na safra 2012/13, esse número chegou a 44. A partir do momento em que o programa ABR é reconhecido pelo sistema BCI, todas as fazendas que obtiverem a cer-tificação ABR na safra 2013/2014 passam a ter a licença de venda BCI.

A fusão do programa ABR e do sistema BCI deverá consolidar em nível internacional a sustentabilidade da produção brasileira de algodão nos pilares econômico, social e ambiental. É importante lembrar que a adesão a esse tipo de programa é voluntária e representa um avanço na consoli-dação da cotonicultura em Mato Grosso e nos demais estados produtores de algodão do Brasil, assegurando a posição do País entre os cinco maiores players do mercado mundial da pluma.

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Programa Semeando o Bem

O Programa Semeando o Bem foi lançado em 2011 com o objetivo de identificar, estimular e premiar – por

meio do Prêmio Semeando o Bem – as iniciativas do bem nas fazendas produtoras de algodão de Mato Grosso, com base nos seguintes pilares:

» Saúde no campo – Viva mais e melhor; » Educação no campo – Educar é a base; » Educação ambiental – Reciclagem; » Esporte e lazer no campo – Vida saudável; » Alimentação saudável – Reeducação alimentar; » Fazenda mais verde – Mais qualidade de vida; » Suporte e apoio para entidades sociais.

Em setembro de 2012 – por ocasião do 15º aniversário da AMPA e do 7º aniversário do IAS – foram anunciados os vencedores da primeira edição do Prêmio Semeando o Bem nas categorias Esporte, Lazer e Recreação; Filantropia; Meio Ambiente; Saúde e Educação e também Segurança Alimentar.

Vamos conhecer agora as 17 fazendas premiadas e as ini-ciativas responsáveis por sua premiação.

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40 Programa Semeando o Bem

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Destaques da solenidade de

premiação em 17 de setembro de 2012

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Programa Semeando o Bem 41

Fazendas premiadas na primeira edição do Prêmio

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42 Programa Semeando o Bem

Fazenda PaiaguásProjeto de Incentivo e Estrutura para a prática de esportes

A direção da SLC Agrícola sabe quanto é importante ter colaboradores felizes e está ciente de que a prática de esportes, o lazer e a recreação têm um papel fundamental no bem-estar de todos. Por isso, não poupa esfor-ços para incentivar seus colaboradores a praticarem esportes, oferecendo uma estrutura exemplar em todas as suas fazendas. O destaque na primeira edição do prêmio Semeando o Bem foi a fazenda Paiaguás, situada em Diamantino (cerca de 210 km ao Norte da capital). Desde fevereiro de 2003, ela mantém um clube – a Associação dos Funcionários da Fazenda Paiaguás (Afupai) – com salão de festa, mesas de sinuca, pebolim e pingue--pongue, churrasqueira, sistema de som e de TV a cabo, que funciona de segunda-feira a sábado, das 16 às 22h.

Após a jornada de trabalho, os colaboradores têm várias opções de lazer como as mesas de pebolim.

Os brinquedos do parquinho são sempre renovados e estão à disposição das crianças em qualquer horário.

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Programa Semeando o Bem 43

O grande trunfo da estrutura de esportes da Paiaguás são os dois campos de futebol para adultos, um campo para crianças e uma quadra de areia para voleibol, todos com sistema de iluminação e abertos aos colaborado-res e suas famílias. O entusiasmo com o futebol é tanto que todo ano, em novembro, é realizado um torneio com a participação de times de outras fazendas da SLC Agrícola e das cidades de Tangará da Serra, Sapezal e Campo Novo do Parecis, entre outras. Os vencedores recebem medalhas e troféus doados pela Afupai. O campeonato é amplamente divulgado na região através de órgãos de comunicação (TVs e rádios) e de cartazes afixados nas lojas das cidades envolvidas.

O lazer das crianças também foi contemplado por meio de um parqui-nho com diversos brinquedos que podem ser utilizados sem restrição de horário. Os brinquedos são sempre renovados – como ocorreu em junho de 2012 – e são comprados com recursos provenientes da venda de lixo reciclado. A fazenda dispõe ainda de um lago (represa) com quiosques e churrasqueira liberados para o uso dos colaboradores e suas famílias.

Categoria Esporte, Lazer e Recreação

Leonardo Celini, gerente regional da SLC Agrícola, tem em mãos o troféu do Prêmio Semeando o Bem, ao lado do funcionário do IAS.

No campo de futebol são disputadas animadas partidas entre os funcionários e uma vez por ano é promovido um torneio com times de fora.

O grande trunfo da estrutura de esportes da Paiaguás são os dois campos de futebol para adultos, um campo para crianças e uma quadra de areia para voleibol.

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Fazenda São JoséProjeto de Estrutura para a prática do lazer e recreação

Otávio Palmeira dos Santos – atual presidente da Unicotton, coopera-tiva sediada em Primavera do Leste – é um dos poucos produtores de algo-dão nascido em Mato Grosso, mais precisamente numa área de garimpo, conhecida como Alto Coité, em Poxoréu. Foi criado em Rondonópolis, no Sul do Estado, formou-se em Engenharia Civil pela UFMT, investiu em duas fazendas – São José e Nossa Senhora de Salete, sendo a primeira situada no município de Poxoréu, e a segunda. em Primavera do Leste, ambas separadas pelo rio das Mortes. Ele nunca se esqueceu de sua origem humilde e se preocupa muito com seus colaboradores.

“A gente já esteve do outro lado e sabe que nem só de trabalho vive o homem”, justifica. Seu Otávio orgulha-se da estrutura criada na fazenda São José para que os colaboradores e suas famílias possam praticar espor-tes e ter seus momentos de descontração. A propriedade conta com um campo de futebol soçaite iluminado, onde são realizados animados tor-neios envolvendo funcionários de outras fazendas e empresas da região.

O futebol faz parte da rotina da fazenda São José. A garotada se diverte nos brinquedos do parque.

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Programa Semeando o Bem 45

“A gente já esteve do outro lado e sabe que nem só de trabalho vive o homem”

Otávio Palmeira dos Santos

A São José conta com parque infantil e uma área de lazer com quiosque e churrasqueira. A vida social dos colaboradores da fazenda e da vizinha Nossa Senhora da Salete é movimentada: a família Palmeira dos Santos organiza anualmente um torneio de truco em abril, pescarias e festas que atraem o pessoal da vizinhança em várias épocas do ano. Em março, tem festa em homenagem a São José, depois tem a tradicional festa junina e a confraternização de Natal, fora outras celebrações promovidas pelos proprietários. “Minha maior satisfação é gerar empregos e contribuir com impostos. Se não fosse por meus funcionários, eu não seria o que sou. Devo tudo primeiramente a Deus e depois a eles”, conclui seu Otávio.

Categoria Esporte, Lazer e Recreação

O produtor Otávio Palmeira dos Santos (com o troféu) orgulha-se da estrutura de esporte, lazer e recreação da fazenda São José.

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46 Programa Semeando o Bem

A ação social da fazenda Águas da Rondinha engloba

várias iniciativas como a miniusina de

extrato de soja e a Escola de Música.

Fazenda Águas da Rondinha Menção honrosa por ação social em prol da comunidade

Com pouco mais de 20 anos, os irmãos José Augusto e José Amadeu Ascoli deixaram a família em Rondinha (RS) em 1983 com o sonho de um futuro melhor. Eles se estabeleceram no distrito de Primavera, a 36 km de Sorriso (420 km ao Norte de Cuiabá), e com muito sacrifício e tra-balho foram realizando seus sonhos. Plantaram arroz e soja, investiram em irrigação e foram pioneiros no cultivo de algodão e feijão no Centro--Norte mato-grossense. Casaram-se com duas irmãs – Carmen Lúcia e Karin Cristina – e tiveram filhos. A família sempre esteve envolvida em ações em prol da comunidade, quando ainda morava na fazenda Águas de Rondinha, José Augusto foi presidente da Comunidade Católica de Primavera e juntamente com a comunidade construiu a igreja do distrito.

Os irmãos Ascoli ajudaram a fundar a Associação dos Amigos da Crian-ça e Adolescente de Sorriso (AACA), entidade filantrópica sem fins lucra-tivos, criada em 2003. José Augusto foi presidente do Conselho Diretor da entidade e até hoje integra a direção. Localizada no Bairro Residencial

José Augusto Ascoli em frente à usina de extrato de soja. Preparo da massa para o lanche oferecido por ocasião da pesagem das crianças nos bairros.

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Village, a AACA tem por objetivo promover o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes e, por meio deles, beneficiar as famílias e a co-munidade em geral. A entidade é mantenedora da Pastoral da Criança da Paróquia São Pedro Apóstolo, em Sorriso, fornecendo apoio logístico e financeiro para as suas atividades. A Pastoral atende cerca de 1.500 crian-ças com idade de 0 a seis anos e 80 gestantes de baixo poder aquisitivo, contando com o apoio de mais de 80 voluntárias.

O trabalho de assistência social conta com uma miniusina de produção de extrato de soja que bene-ficia famílias de baixa renda, especialmente crianças em situação de risco nutricional, e também abastece outras cinco entidades de cunho social de Sorriso com sua produção diária de 500 litros de um alimento alta-mente nutritivo e saudável. Outra frente de atuação é a Escola de Música, que atende aproximadamen-te 110 crianças e adolescentes com aulas de violão, teclado, flauta e coral, onde todos os instrumentos foram conseguidos através de doações. Além disso, a AACA também mantém uma horta de plantas medi-cinais para servir de suporte à fabricação de medica-mentos fitoterápicos, sendo que parte deles é doada e o restante comercializado para garantir recursos para a continuidade dos trabalhos.

Categoria Filantropia

Entrega do extrato de soja às entidades beneficiadas.

A Escola de Música oferece aulas de violão e teclado.

Geladeira repleta de medicamentos fitoterápicos como o xarope para gripe.

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48 Programa Semeando o Bem

Fazenda CorteziaMenção honrosa por ação social em prol da comunidade

Em 1984, o gaúcho Dirceu Sarmanho Cortezia veio com a mulher, Sil-via, e seus filhos Clovis, Edno, Evandro e Sandra para Lucas do Rio Verde, onde iniciou a preparação de área de Cerrado para o plantio de soja. Apesar das dificuldades enfrentadas devido à distância, à falta de infraestrutura e à baixa fertilidade dos solos, a família não desistiu de seus sonhos e foi se estruturando a partir da fazenda Cortezia, onde iniciou o cultivo de algodão, em 1998, para atender à necessidade de diversificação de cultu-ras. Hoje o Grupo Cortezia é referência no Centro Norte de Mato Grosso não só por sua produção agropecuária, mas também pela disposição da família em semear o bem.

Desde 2004, ela colabora com o Hospital de Câncer de Mato Grosso ad-quirindo regularmente sacos de lixo – uma das formas criadas pela direção do estabelecimento para garantir os recursos necessários à continuidade

Arquivo Prefeitura de Lucas do Rio Verde

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Programa Semeando o Bem 49

A fazenda Cortezia contribui para o Hospital de Câncer de Mato Grosso e entidades beneficentes de Lucas do Rio Verde, e também colabora com escolas municipais.

dos atendimentos. O Grupo também contribui para a manutenção da Es-cola Municipal Bernardo Guimarães, na comunidade Campinho Verde, com a doação de sucata e lixo reciclado. Com a venda desse material, a es-cola obtém recursos para a compra de materiais escolares e equipamentos como computadores. Essa escola oferece ensino fundamental e médio a aproximadamente 70 alunos. Em 2013, o Grupo construiu uma horta co-munitária, que conta com estufa para o plantio a ser utilizada para aulas práticas em que os alunos aprendem a cultivar e manusear hortaliças. Até o final do ano, deverá entregar outra horta, desta vez à Escola Municipal Érico Veríssimo, onde está sendo desenvolvido um projeto de educação em tempo integral.

A família Cortezia tem o hábito de doar alimentos e mantimentos para as festas das igrejas da região e está sempre disposta a ajudar quem precisa com a doação também de roupas e brinquedos, a participação em campanhas beneficentes e a distribuição de cestas natalinas. Em 2012, por exemplo, ajudou na reconstrução da casa de uma moradora de Lucas do Rio Verde atingida por um incêndio. A Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) de Lucas do Rio Verde é outra entidade apoiada pela família com contribuição financeira mensal. A Casa Lar Bom Samaritano também recebe ajuda em mantimentos.

Como forma de incentivo aos seus colaboradores o Grupo oferece e subsidia parte do Plano de Saúde e tem por projeto a implantação de uma academia de ginástica na sede da fazenda, buscando proporcionar bem estar e qualidade de vida. Todas essas ações são uma forma da família Cor-tezia compartilhar com a comunidade as vitórias conquistadas em Mato Grosso como muito suor e perseverança.

Categoria Filantropia

Sandra Cortezia, com o troféu do Prêmio Semeando o Bem, diante da Casa Lar Bom Samaritano, uma das entidades apoiadas pelo Grupo Cortezia.

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50 Programa Semeando o Bem

O comprometimento dos colaboradores da

fazenda Filadélfia com a coleta seletiva do lixo é uma prova

de que todos ganham quando se faz a

adequada separação dos resíduos sólidos.

Fazenda FiladélfiaProjeto de Coleta seletiva e separação de produtos recicláveis

Não é de hoje que muitas propriedades rurais estão dando show em matéria de coleta seletiva e separação de produtos recicláveis em compa-ração com muitas cidades. Um desses exemplos vem da fazenda Filadélfia, situada em Campo Verde (a 130 km de Cuiabá), pioneira na adoção do Projeto Separô, que envolve funcionários e seus familiares de todas as unidades do Grupo Bom Futuro.

O comprometimento dos colaboradores da fazenda Filadélfia com a coleta seletiva do lixo vem provando que todos ganham quando se faz a adequada separação dos resíduos sólidos gerados no dia a dia. A fazenda fica mais bonita e a educação ambiental garante o desenvolvimento sus-tentável na Filadélfia e outras unidades do Bom Futuro.

As crianças participam com alegria das diversas etapas do Projeto Separô.

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Programa Semeando o Bem 51

O envio do material reciclável para o barracão de reciclagem permi-te o reaproveitamento de resíduos que deixam de gerar uma montanha de lixo, contribuindo para reduzir a poluição do solo, do ar e da água, e para melhorar a qualidade de vida das pessoas que trabalham e vivem na fazenda, já que os recursos gerados com a comercialização dos produtos recicláveis são aplicados em benefício dos colaboradores. Academias de ginástica e áreas de recreação infantil foram construídas e são mantidas graças aos recursos do projeto Separô. O meio ambiente e a comunidade em geral só têm a agradecer o exemplo da Filadélfia.

Categoria Meio Ambiente

O projeto de coleta seletiva e separação de produtos recicláveis garantiu o Prêmio Semeando o Bem à fazenda Filadélfia.

Os filhos dos colaboradores aprendem a fazer a separação do lixo reciclável.

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52 Programa Semeando o Bem

A Semana Socioambiental

tem como objetivos a preservação do

meio ambiente e a promoção da saúde.

Fazenda Lagoa EncantadaProjeto de Educação Ambiental

Educação ambiental de verdade é feita com ações concretas visando alertar as pessoas – especialmente as crianças – para os riscos da falta de cuidados com o meio ambiente e também mostrar o que pode ser feito para se reverter o processo. Todos os anos, o Grupo SinAgro promove a Semana Socioambiental em todas as suas unidades, em parceria com co-operativas, prefeituras, escolas, instituições (como a Apae), universidades e a iniciativa privada. Essa iniciativa, que busca levar informações à co-munidade para ajudar na preservação do meio ambiente e na promoção da saúde de colaboradores e suas famílias, já garantiu prêmios ao Grupo em âmbito nacional.

A Semana Socioambiental realizada na fazenda Lagoa Encantada, em Primavera do Leste, entre os dias 3 e 6 de setembro de 2012, conquistou a Comissão Julgadora do Semeando o Bem por seu alcance e abrangência, já que envolveu a conscientização sobre a importância da utilização correta dos equipamentos de proteção individual (EPIs), boas práticas de armaze-namento, melhor compreensão sobre a tríplice lavagem, manuseio e des-carte correto das embalagens de produtos agroquímicos; manejo integrado de plantas daninhas e aplicação efetiva de produtos fitossanitários; plantio de árvores em áreas degradadas, limpeza de rio e coleta seletiva de lixo.

O plantio de mudas de árvores em áreas degradadas é uma das atividades da Semana Socioambiental da fazenda Lagoa Encantada.

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Programa Semeando o Bem 53

A iniciativa contou com a apresentação de peças teatrais, a implantação de horta comunitária e a reali-zação de um torneio de futebol entre colaboradores e visitantes, cuja renda obtida com a doação de alimen-tos foi destinada a uma instituição carente escolhida pelos vencedores. A Semana ofereceu também muita diversão para os filhos dos colaboradores com ginca-na e distribuição de brindes e camisetas do projeto, e a surpresa maior ficou por conta da doação de um playground para garantir a continuidade do lazer da gurizada. A Semana Socioambiental foi encerrada na fazenda Lagoa Encantada em clima de muita alegria, com um almoço oferecido pelo Grupo SinAgro a to-dos os participantes do projeto e que teve a presença dos sócios Ademir Ortiz de Góes e Marcos Vimercati, e de representantes da Diretoria de Gestão de Pessoas.

Categoria Meio Ambiente

Ademir Ortiz de Góes e Marcos Vimercati, sócios do Grupo SinAgro.

O coordenador de Segurança do Trabalho, Alessandro Camilo, junto à horta comunitária.

Voluntários fazem a limpeza do rio.

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54 Programa Semeando o Bem

“Queremos receber elogios do órgão

fiscalizador do meio ambiente”

José Pupin

Fazenda VertenteProjeto de Recomposição de Mata Nativa em Nascentes de Rios

A fazenda Vertente, do Grupo JPupin, é referência numa categoria que chama muita atenção para o produtor mato-grossense: o Meio Ambiente. Situada no município de Santo Antonio de Leverger, a fazenda está in-serida na bacia hidrográfica do rio Paraguai e, por iniciativa do fundador do grupo, José Pupin, vem investindo desde 2007 num projeto de recom-posição da mata nativa nas áreas próximas às nascentes de rio, ou seja, nas Áreas de Preservação Permanente (APPs). A fazenda mantém parceria com o Ministério Público para proteção da bacia do rio Paraguai, especialmente da nascente do rio Tenente Amaral, situada dentro da Unidade.

A fazenda Vertente tem como diferencial a preocupação com a

recomposição da mata nativa.

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Programa Semeando o Bem 55

Categoria Meio Ambiente

Por ocasião da escolha dos premiados com o Seme-ando o Bem, o plantio de mudas nativas estava sendo feito em uma área de 3,11 hectares e as demais áreas próximas às nascentes já tinham sido reflorestadas ou estavam em processo de regeneração natural. O pro-prietário José Pupin faz questão de seguir a legislação ambiental no que diz respeito à preservação das áreas de reserva legal e APPs e também às emissões de resí-duos industriais.

“O empreendedor de Mato Grosso está focado na longevidade de sua empresa e, para isso, precisa não só respeitar as exigências da legislação ambiental vi-gente, como ir além do que a lei determina, seguindo a orientação do Instituto Algodão Social (IAS)”, afir-ma Pupin, presidente do Conselho Administrativo do Grupo JPupin. “Queremos receber elogios do órgão fiscalizador do meio ambiente”, acrescenta.

As áreas próximas às nascentes foram reflorestadas ou estão em processo de regeneração natural.

Todo cuidado com as Áreas de Preservação Permanente (APPs).

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56 Programa Semeando o Bem

O Ejap é uma escola agrícola moderna e bem equipada, que

atende à necessidade de mão de obra

qualificada.

Fazenda Água LimpaCentro de Educação Profissional Eugênio José Antonio Pinesso

A formação de mão de obra técnica e especializada para atuar num mercado de trabalho promissor e ainda carente de profissionais capacita-dos é a proposta inovadora do Centro de Educação Profissional Eugênio José Antônio Pinesso (Ejap), que funciona desde 2006 junto à fazenda Água Limpa, do Grupo Pinesso, em Nova Ubiratã (cerca de 500 km ao Norte de Cuiabá).

O Ejap tem o nome de seu idealizador: o patriarca do Grupo Pinesso e é mantido com apoio financeiro de empresas de agronegócio e entida-des como o Consórcio Cooperativo Agropecuário Brasileiro (CCAB) e o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt). Trata-se de uma escola agrícola moderna e bem equipada, que atende gratuitamente jovens e adultos de 13 municípios da região. São três turmas no período matuti-no, três no vespertino e duas à noite, sendo que estas são integradas por colaboradores da fazenda Água Limpa. Os alunos da Ejap fazem o plantio

de mudas de árvore como parte de sua educação profissional.

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Programa Semeando o Bem 57

Com sua estrutura enxuta, muito organizada e dotada de um projeto pedagógico que se propõe a formar técnicos agrícolas preparados para atender às demandas do agronegócio, o Ejap é oásis numa região ainda carente de oportunidades de educação formal e recebe seus alunos – alguns deles procedentes de assentamentos rurais – de braços abertos, oferecen-do-lhes uma oportunidade única de crescimento pessoal e profissional.

Categoria Saúde e Educação

Aulas teóricas e práticas compõem o currículo desta escola modelo

A Ejap oferece oportunidades de crescimento numa região carente de escolas profissionalizantes.

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58 Programa Semeando o Bem

Fazenda GirassolPrograma de Alfabetização de Adultos e Inclusão Digital

Contribuir para que os colaboradores possam dar continuidade a seus estudos sem precisarem se deslocar até a escola próxima – que ficava a uma distância de sete quilômetros e só oferecia aulas no período matutino – foi a motivação inicial para que a Girassol Agrícola iniciasse o Programa de Alfabetização de Adultos na fazenda Girassol, em Pedra Preta (a 290 km de Cuiabá).

O Programa foi iniciado em 2005 em parceria com o Governo de Mato Grosso, que disponibilizava professores para ministrar as disciplinas exi-gidas legalmente. Na época, os alunos eram agrupados em dois núcleos, sendo o primeiro de 1ª a 4ª série e o segundo de 5ª a 8ª série, ambos com aulas todos os dias, das 19h às 21h. Ao mesmo tempo, começaram a ser da-das aulas de reforço escolar para os filhos dos colaboradores, tendo como monitoras mulheres de alguns desses trabalhadores. Todos os estudantes dispõem de uma sala bem estruturada oferecida pela empresa para que

A fazenda Girassol oferece a seus colaboradores a possibilidade de

dar continuidade aos estudos.

Atuando na alfabetização de

adultos e inclusão digital, a Girassol está contribuindo

para a inserção de seus colaboradores

no mundo contemporâneo.

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Programa Semeando o Bem 59

Categoria Saúde e Educação

possam estudar com conforto. Cerca de 100 alunos já foram atendidos pelo programa, que está passando por um processo de reestruturação visando dar um melhor atendimento aos colaboradores da empresa.

A fazenda Girassol também foi premiada por seu programa de inclusão digital, que oferece aulas de informática gratuitas aos colaboradores e suas famí-lias. Os instrutores são colaboradores voluntários da própria fazenda. Os alunos têm noções sobre as fer-ramentas básicas de informática e sobre a navegação na internet. Esse programa está tendo sua capacidade de atendimento ampliada em 2013. Atuando nos dois flancos – alfabetização de adultos e inclusão digital – a fazenda Girassol também está contribuindo para a valorização de seus colaboradores e sua inserção no mundo contemporâneo.

Além da preocupação com o aprendizado, a em-presa também prioriza a saúde de seus colaboradores. A fazenda possui uma Equipe de Saúde e Segurança, que presta atendimento a todos os colaboradores e familiares. Em casos de necessidade de atendimento fora da unidade, é disponibilizada uma assistente social que realiza todo acompanhamento e faz as orientações necessárias. Todos os colaboradores são beneficiados com Plano de Saúde de abrangência nacional, sem carência e sem custos.

A Girassol também foi premiada por seu programa de inclusão digital.

A segurança no trabalho é motivo de orgulho para a Girassol Agrícola.

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60 Programa Semeando o Bem

Fazenda ItaquerêEscola Municipal Brunetta

A Escola Municipal Brunetta é mais um exemplo de que a parceria público-privado e o envolvimento de todos podem fazer a diferença em educação. A escola foi fundada em 1985, na fazenda Itaquerê, em Novo São Joaquim (493 km a Nordeste da capital), para atender alunos da própria fazenda e de propriedades vizinhas. No início, todos os custos – com pro-fessores, materiais, manutenção da escola, lanche e transporte das crianças – eram bancados pelo Grupo Itaquerê, uma empresa de cunho familiar, de origem paranaense, composta por cinco irmãos, que atua no mercado de produção de algodão, soja, milho e sorgo, entre outros produtos agrícolas, e também na pecuária.

A escola foi fundada para atender alunos da própria fazenda e

de propriedades vizinhas.

A Escola Municipal Brunetta é mais um exemplo de que a parceria

público-privado e o envolvimento de todos podem

fazer a diferença em educação.

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Programa Semeando o Bem 61

Categoria Saúde e Educação

Em 1986, com a emancipação de Novo São Joa-quim, ela se tornou uma escola municipal e os custos passaram a ser divididos com o município. O Grupo Itaquerê arcava com as despesas de lanche, manuten-ção e limpeza do prédio e complementava o valor do salário dos professores, além de pagar o óleo diesel para transporte dos alunos da vizinhança. Essa situ-ação perdurou até 2008, quando foi criada a Vila Ita-querê e uma nova escola municipal.

A Escola Brunetta voltou a atender apenas alunos da própria fazenda e, em 2012, passou a ter uma turma de alfabetização de adultos, como parte do programa federal “Brasil Alfabetizado”, além da turma de ensino fundamental para filhos dos colaboradores.

A escola oferece ensino fundamental e mantém uma turma de alfabetização de adultos.

Os filhos dos colaboradores da fazenda não precisam deixar a fazenda para ter educação de qualidade.

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62 Programa Semeando o Bem

Fazenda Nossa Senhora AparecidaEscola Municipal Jaime Marcelo Schecheli

Em fevereiro de 1998, o produtor Claudio Schecheli - proprietário da fazenda Nossa Senhora Aparecida juntamente com seu irmão Jaime Marcelo - instalou uma sala de aula na propriedade para atender os filhos de seus colaboradores que enfrentavam dificuldades para se deslocarem até a cidade de Sapezal para estudar. Para isso, contou com a ajuda da professora Salete Terezinha Heck, casada com um dos colaboradores da fazenda e funcionária da Prefeitura. Com o tempo, o número de pessoas interessadas foi crescendo e Schecheli construiu mais uma sala de aula e contratou mais uma professora. Nascia assim a Escola São José, mantida exclusivamente com recursos dos donos da fazenda.

Em fevereiro de 2002, diante do aumento da clientela, Claudio Sche-cheli doou uma área da fazenda Nossa Senhora Aparecida para que a Prefeitura de Sapezal construísse a Escola Municipal Jaime Marcelo Sche-cheli - nome escolhido em homenagem a seu irmão, que faleceu em 22 de junho de 1999. Todos os alunos da São José foram transferidos para a nova escola, que passou a ser dirigida pela professora Salete e mantida pela

A escola é mantida pela Prefeitura de Sapezal com o apoio da família Schecheli.

Os alunos participam de projetos de leitura e sustentabilidade.

O nome da escola instalada na fazenda

Nossa Senhora Aparecida é uma

homenagem a Jaime Marcelo Schecheli,

irmão do produtor Claudio Schecheli.

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Programa Semeando o Bem 63

Categoria Saúde e Educação

Prefeitura. O envolvimento da família Shecheli com a escola, entretanto, continua grande. Grande parte dos equipamentos, móveis e material de expediente da escola é comprada por meio do projeto Pai Presen-te e graças a eventos promovidos pela Associação de Pais e Professores (APP), no espaço de festa da Nossa Senhora Aparecida, que têm Claudio Schecheli como um dos maiores patrocinadores.

A E.M. Jaime Marcelo Schecheli funciona das 7h às 16h, oferece quatro refeições a alunos e colaboradores, e atende 160 alunos, do Pré I à 8ª Série. Possui nove salas de aula e quadra de esportes coberta, e recebe alunos das fazendas da região. Os estudantes partici-pam de projetos de leitura e sustentabilidade, e vários alunos formados pela escola fizeram curso superior ou estão fazendo faculdade, entre eles, Elisa Killing, que se formou em Odontologia e hoje mantém con-sultório em Sapezal.

Os estudantes também se envolvem em aulas práticas. Os estudantes são inseridos no mundo digital desde pequenos.

A E.M. Jaime Marcelo Schecheli conta com quadra de esportes coberta.

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64 Programa Semeando o Bem

Fazenda ParanáEscola Municipal José Garbugio

O meu nome é Luiz CarlosUma coisa eu vou falarEu levanto às 5 horasPara o meu futuro complementar

A Garbugio é o meu lazerA Garbugio é meu viverA Garbugio tem 15 anos,De muito amor e prazer

A escola melhora a vidaA escola ensina uniãoNa escola tem históriasE também boa educação!

Parabéns à GarbugioPelos 15 anos de existênciaEnsinando grandes e pequenos alunosCom muito amor e paciência!

Os versos de autoria de Luís Carlos Oliveira de Souza estão publicados na quarta edição do livro “Nossa Escola, Nossas Histórias”, resultado de um projeto da Escola Municipal José Garbugio, e ilustram bem o que ela representa para a comunidade rural de Campo Verde (a cerca de 130 km de Cuiabá). A Escola Municipal José Garbugio está situada na fazenda Paraná e seu nome é uma homenagem ao senhor José, pai do atual dono

Pedro Garbugio (ao centro) recebe o troféu do Prêmio Semeando o Bem em frente à escola que homenageia seu pai.

A E. M. José Garbugio oferece quadra de esporte coberta e campo de futebol aos alunos.

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Programa Semeando o Bem 65

Categoria Saúde e Educação

da fazenda, que doou em 1998 a área onde foi construída a nova sede da escola municipal, situada a 45 km da cidade de Campo Verde. A escola de ensino regular, que começou a funcionar em uma sala juntamente com a Escola Rural Mista Santa Amélia em 1989, é hoje a menina dos olhos de Pedro Garbugio, proprietário da fazenda Paraná.

A escola iniciou suas atividades com apenas duas salas de aula e 69 alunos, mas à época da premiação Semeando o Bem beneficiava 150 es-tudantes do ensino fundamental nos horários matutino e vespertino, e tem uma estrutura de dar inveja a muitos estabelecimentos de ensino da cidade: 10 salas de aula, laboratório de informática, secretaria, sala de pro-fessores, sala de direção e coordenação, quadra de esporte coberta, campo de futebol, cozinha, banheiros e 26 colaboradores em diversas funções.

A clientela é formada por filhos de funcionários das fazendas próximas e também de agricultores dos assentamentos rurais. Desde 2006, as escolas estaduais Alice Pacheco e Ulisses Guimarães, de ensino médio, funcionam em salas anexas à Escola Municipal José Garbugio, atendendo 350 alunos. Graças ao envolvimento de toda a comunidade, a E.M. José Garbugio vem se destacando em projetos de educação (como o “Nossa Escola, Nossas Histórias”) e festividades da região, como o festival de música (Festgar) e a tradicional festa do Porco Paraguaio. Os recursos angariados nos eventos são revertidos em prol da própria escola. A participação de pais e alunos nas atividades curriculares e extracurriculares mostra que é possível se fazer educação de qualidade quando há disposição e comprometimento de todos.

A clientela da escola é formada por filhos de funcionários das fazendas próximas e de agricultores dos assentamentos rurais da região.

O nome da Escola Municipal José Garbugio é uma homenagem ao pai de Pedro Garbugio, atual dono da fazenda Paraná.

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66 Programa Semeando o Bem

Fazenda PlanorteEstrutura de atendimento e benefícios sociais

Num estado com proporções imensas como Mato Grosso, que ainda enfrenta problemas de infraestrutura, é muito importante garantir uma estrutura mínima de atendimento em saúde para os colaboradores das fazendas e suas famílias. Pensando nisso, a SLC Agrícola vem se desta-cando não só por oferecer uma estrutura exemplar como também pelos benefícios sociais assegurados a seus colaboradores.

A fazenda Planorte, em Sapezal (480 km a Noroeste de Cuiabá) dispõe de uma sala para atendimento de emergência, dotada de materiais e equi-pamentos necessários para oferecer os primeiros socorros a acidentados (inclusive em caso de queimados), fazer curativos e o diagnóstico inicial para encaminhamento médico. O setor de atendimento conta com uma ambulância totalmente equipada e motorista profissional com curso de transporte e atendimento de emergência. Dispõe ainda de uma enfermeira do trabalho que, além de fazer o atendimento de emergência, trabalha com atividades preventivas, por meio de palestras sobre temas como DSTs e primeiros socorros, aferição de pressão, teste de glicemia e campanha de vacinação, entre outras. Se for necessário, essa profissional faz o encami-nhamento do colaborador ou seu dependente a um médico especialista. O setor de atendimento conta com

uma ambulância equipada e motorista profissional com curso de transporte

e atendimento de emergência.

A fazenda Planorte se destaca por oferecer uma

estrutura exemplar para atendimento

em saúde e também benefícios sociais a seus colaboradores.

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Programa Semeando o Bem 67

Categoria Saúde e Educação

A enfermeira também faz aplicação de medicamen-tos determinados por receita médica, agendamento de perícia junto ao INSS, marcação de consulta médica e odontológica, e liberação de consulta e cirurgias.

Ao oferecer esse atendimento de saúde, o objetivo da SLC Agrícola é atender o colaborador o mais rápido possível para evitar consequências futuras que possam vir a prejudicar sua vida profissional e pessoal. Além disso, os colaboradores da fazenda Planorte e seus dependentes contam com plano de saúde particular e plano odontológico (a empresa arca com 80% dos custos). O Grupo implantou um sistema de reembol-so de aquisição de medicamentos, aparelho reparador (surdez), lentes para óculos e de contato até o valor de 40 % do valor através de comprovação de receita mé-dica e nota fiscal. Garantir a saúde dos colaboradores e sua família é uma forma de assegurar tranquilidade e bem-estar, ou seja, de semear o bem!

A enfermeira do trabalho faz atividades preventivas, aferição de pressão e teste de glicemia.

A fazenda dispõe de ambulância equipada para prestar os primeiros socorros.

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68 Programa Semeando o Bem

Fazenda Ribeiro do CéuConvênio médico, educação infantil e inclusão digital

Elas estão longe de entender a importância da agricultura para a balan-ça comercial brasileira, mas desfrutam no dia a dia da estrutura montada na fazenda Ribeiro do Céu, localizada em Nova Mutum (280 km ao Norte da capital mato-grossense) – uma das principais unidades de produção da empresa Vanguarda Agro S.A.. Lá, os filhos dos colaboradores têm à dis-posição creche e berçário para atendimento em período integral a crian-ças com idade de 5 meses a 4 anos. Financiada com recursos da própria fazenda, sem qualquer custo para os colaboradores, a estrutura voltada para a educação infantil é dotada de parque infantil e salas para descanso e recreação, onde as crianças ficam sob os cuidados de três funcionárias da Ribeiro do Céu.

A fazenda Ribeiro do Céu oferece berçário e creche para os filhos de seus colaboradores, com idade de 5 meses a 4 anos.

A fazenda foi premiada por

benefícios oferecidos aos colaboradores

e seus dependentes, como creche e

berçário, programa de inclusão digital e convênio médico,

entre outros.

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Programa Semeando o Bem 69

Categoria Saúde e Educação

A fazenda foi premiada na categoria Saúde e Edu-cação por outros benefícios oferecidos aos colabora-dores e seus dependentes, como o programa de inclu-são digital, o convênio médico, e a oferta de planos de saúde privados com valores subsidiados. A Ribeiro do Céu oferece bolsa-educação para os colaboradores que pretendem fazer curso superior (faculdade) e de pós--graduação (especializações e MBAs), e a possibilidade de completar o Ensino Fundamental na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos), por meio de uma parceria com o Sesi, que já formou 170 alunos desde 2007. Os colaboradores dispõem de biblioteca e uma sala com 10 computadores para quem busca a conti-nuidade de seus estudos por meio do EaD (Ensino a Distância). Com essa disponibilidade de benefícios, a empresa Vanguarda Agro S.A. está compartilhando as conquistas obtidas por meio da produção de algodão e outras commodities no município onde começou a escrever sua história de sucesso.

As crianças têm noções de higiene bucal e se divertem na creche da fazenda.

O programa de inclusão digital faz parte da rotina dos colaboradores.

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70 Programa Semeando o Bem

Fazenda Santa CruzPrograma BDM Alfabetizando

Em 2009, o Departamento de Recursos Humanos da fazenda Santa Cruz (do Grupo BDM), em Itiquira (no Sul de Mato Grosso), percebeu a dificuldade de funcionários que não sabiam ler e escrever no momento de assinarem os papéis de praxe e daí surgiu a ideia de fazer um trabalho para reverter esse quadro com a criação do programa BDM Alfabetizan-do. A proposta era oferecer no próprio local de trabalho a possibilidade de alfabetização a funcionários que queriam aprender e demonstravam a vergonha do “não saber”.

A fazenda oferece aos colaboradores a possibilidade de estudar no próprio local de trabalho.

“Minha maior alegria durante esses quatro

anos foi ver um funcionário, que me serviu de inspiração por ter vergonha de colocar suas digitais

nos documentos da empresa, poder

assinar seu nome por extenso no holerite

de pagamento”Gessi Peretti Brizot.

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Programa Semeando o Bem 71

Categoria Saúde e Educação

O Grupo BDM propôs uma parceria à Secretaria Municipal de Edu-cação de Itiquira em busca de suporte pedagógico para desenvolver um programa de alfabetização dentro da fazenda. As atividades que compõem o programa pedagógico foram planejadas, desenvolvidas e aplicadas pela pedagoga responsável pelo projeto, Gessi Peretti Brizot, e a professora Edna Barbosa Marques, com suporte pedagógico de professores do curso de EJA (Educação de Jovens e Adultos) de ltiquira. Também foram fun-damentais para o sucesso do programa a participação da professora Edna Irene Pereira Marciel, colaboradora do Grupo BDM, que vem se dedicando muito para manter a proposta viva e focada nos seus principais objetivos, e as escolas estadual e municipal de Itiquira que doaram material didático.

“Como autora do projeto, posso afirmar que minha maior alegria du-rante esses quatro anos foi ver um funcionário, que me serviu de inspiração por ter vergonha de colocar suas digitais nos documentos da empresa, po-der assinar seu nome por extenso no holerite de pagamento”, conta Gessi Peretti Brizot, do RH do Grupo BDM. Hoje, o Grupo – que iniciou seus negócios em Mato Grosso em 1979, quando o catarinense Pedro Brisot comprou a fazenda Bom Retiro em Itiquira –, aposta na diversificação como forma de garantir a sustentabilidade de seus negócios sem deixar de lado as questões sociais e ambientais.

O programa de alfabetização conta com suporte pedagógico de professores do EJA de Itiquira e de Edna Marciel, colaboradora do Grupo BDM.

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72 Programa Semeando o Bem

Fazenda PlanaltoProjeto de Horta Solidária

Ondina Inez Botton tem um motivo especial para se orgulhar da fa-zenda Planalto, situada em Jaciara (cerca de 145 km ao Sul de Cuiabá). Há mais de seis anos, ela decidiu iniciar um projeto de cultivo de produtos hortifrutigranjeiros destinado especialmente à alimentação de seus co-laboradores. A participação dos funcionários nos cuidados necessários à produção de verduras e legumes, tais como alface, cebolinha, salsinha, repolho, chuchu, rúcula, couve, cenoura, almeirão, mandioca, batata-doce e tomate, e a dedicação da proprietária e idealizadora do projeto tornaram a horta verdadeiramente solidária.

Ondina Inez Botton faz questão de estar à frente dos cuidados

com a horta solidária.

A proprietária da fazenda Planalto tem

muito orgulho de sua horta solidária.

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Programa Semeando o Bem 73

Categoria Segurança Alimentar

O carinho de todos ajudou a horta a crescer e hoje ela não só oferece produtos para as refeições prepara-das na cantina para os trabalhadores, como também atende às necessidades das famílias que residem na Planalto. A fazenda também produz frutas, tais como figo, manga, coco, fruta-do-conde, mamão, limão, ca-rambola, morango, jabuticaba, acerola e goiaba, que complementam a alimentação dos colaboradores, ga-rantindo a saúde de todos. A Planalto conta ainda com uma pequena quantia de pés de café e essa produção é torrada e moída na própria fazenda para o consumo dos trabalhadores, que têm à sua disposição cafezinho, pão e bolo durante toda a jornada.

Dona Ondina se orgulha muito de sua “horta so-lidária”:

“Com o desenvolvimento do projeto, fica a certeza de que a produção de alimentos que serão consumidos pelos próprios funcionários auxilia na construção de um ambiente de parceria e camaradagem, com valo-rização da cooperação entre os colegas de trabalho e, por que não dizer, entre patrão e funcionários. A iniciativa consagra o valor da autossustentabilidade e ressalta o mote da preservação do ambiente natural”.

Dona Ondina confere a produção de alface, cebolinha, salsinha, repolho, chuchu, rúcula, couve, cenoura, almeirão, mandioca, batata doce e tomate.

Os legumes e verduras da horta são usados no preparo das refeições na cantina e ainda atendem às

necessidades das famílias que moram na fazenda.

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74 Programa Semeando o Bem

Fazenda SerranaProjeto de Cesta Básica Gratuita

Assegurar a segurança alimentar de seus colaboradores é uma meta do produtor Paulo Andreis, proprietário da fazenda Serrana, localizada em Campo Verde (a 130 km de Cuiabá). Desde 2005, a propriedade conta com um pomar e uma horta diversificados, que atendem a cozinha da fazenda e podem ser desfrutados pelos colaboradores. Lá, eles têm à disposição alface, cebolinha, couve, agrião, tomate, coentro, mandioca, coco, banana, manga e mamão, entre outros produtos hortifrutigranjeiros.

Além disso, a Serrana conta com o projeto de fornecimento gratuito de cestas básicas. Um total de aproximadamente 200 de famílias de colabora-dores das empresas de Andreis na cidade e no campo, na região de Campo Verde e Chapada dos Guimarães, recebem todo mês as cestas básicas com alimentos e produtos de higiene para o consumo de suas famílias. “Ado-tamos essa prática em todas as nossas empresas porque é uma forma de garantir alimentos e produtos de primeira necessidade para as famílias de nossos colaboradores”, afirma Andreis.

A fazenda Serrana faz a distribuição de cestas básicas a seus colaboradores como uma forma de assegurar a segurança alimentar de suas famílias.

“Adotamos o projeto de Cesta Básica

Gratuita em todas as nossas empresas

porque é uma forma de garantir alimentos

e produtos de primeira necessidade às famílias de nossos

colaboradores” Paulo Andreis

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Grupos empresariais em destaque

Em sua primeira edição, o Prêmio Semeando o Bem também destacou alguns grupos empresariais por um

conjunto de iniciativas nas áreas de saúde, educação, fi-lantropia, segurança alimentar, esporte, lazer e recreação, e meio ambiente.

De várias formas, eles vêm marcando sua presença no ce-nário do agronegócio e contribuindo para consolidar a cotonicultura mato-grossense como sinônimo de Boas Práticas Agrícolas e de sustentabilidade nos pilares social, ambiental e econômico.

Conheça agora os grupos empresariais premiados com o Troféu de Desempenho Social e Ambiental.

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78 Grupos empresariais em destaque

Girassol AgrícolaA Girassol Agrícola não se satisfaz em atender às exigências das legisla-

ções ambiental e trabalhista, e busca ser uma referência em produtividade, rentabilidade e sustentabilidade. Sob a liderança do ex-senador Gilber-to Goellner, a Girassol vem realizando ações proativas em prol do meio ambiente e da saúde e bem-estar de seus colaboradores, reafirmando sua vocação para produzir com excelência e responsabilidade e mostrando que é possível preservar, produzir e evoluir, aliando viabilidade econômica e responsabilidade social.

Filho de agricultores e natural do município gaúcho de Não-Me-Toque, Goellner migrou para Patrocínio (MG) em 1977, sete anos após se formar como engenheiro agrônomo. Começou a plantar soja, milho e café numa área de 50 ha em Minas Gerais, porém mudou-se para Pedra Preta (MT) em 1982, iniciando como arrendatário o cultivo desses produtos e de ar-roz na região da Serra da Petrovina, e se tornando um dos pioneiros na produção de sementes de soja. Atualmente, a Girassol Agrícola mantém atividades também nos municípios mato-grossenses de Jaciara, Juscimeira, Santo Antonio de Leverger, Torixoréu e Primavera do Leste. Destacam-se também as atividades de reflorestamento de eucalipto e pecuária de cria em seu portfólio.

A Fazenda Girassol, em Pedra Preta, é o carro-chefe da empresa e os pro-jetos de educação ali desenvolvidos lhe valeram a premiação no Semeando

O Programa de Alfabetização de Adultos garantiu à Girassol Agrícola o Prêmio Semeando o Bem na Categoria Saúde e Educação.

Ações proativas em prol do meio ambiente e da saúde e bem-estar de seus colaboradores confirmam a vocação

para produzir com excelência e

responsabilidade.

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Grupos empresariais em destaque 79

o Bem. A Girassol Agrícola também vem desenvol-vendo de forma voluntária projetos ambientais nessa fazenda, entre os quais se destaca o de recuperação e enriquecimento das Áreas de Proteção Permanente (APP). Entre 2007 e 2012, foram plantadas cerca de 26 mil mudas nativas numa área de aproximadamente 40 hectares.

Em 2009, a Fazenda Girassol iniciou uma campa-nha de sensibilização ambiental com seus colaborado-res e começou a instalar placas de sinalização com o objetivo de preservar as APPs e coibir a caça e a pesca predatória. Desde então, têm sido realizadas palestras visando melhorar a conscientização ambiental dos co-laboradores e transformá-los em agentes disseminado-res de uma nova postura em relação ao meio ambiente. Em 2011, o foco principal do trabalho de sensibiliza-ção foi a coleta seletiva de lixo e a reciclagem e, no ano passado, a ênfase foi dada ao novo Código Florestal, aprovado pelo Congresso após longa discussão.

A partir de 2013, com a adesão ao sistema BCI (Bet-ter Cotton Initiative), a produção de algodão foi devi-damente credenciada e considerada apta para atender à demanda dos clientes da Girassol Agrícola, princi-palmente, do mercado internacional, que buscam um produto diferenciado, produzido com sustentabilida-de social, ambiental e econômica, em condições de suprir toda a cadeia têxtil e seus subprodutos.

Troféu Desempenho Social e Ambiental

A fazenda Girassol iniciou uma campanha de sensibilização ambiental com seus colaboradores e instalou placas de sinalização com o objetivo de preservar as APPs e coibir a caça e a pesca predatória.

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80 Grupos empresariais em destaque

Grupo André MaggiAs atividades do Grupo André Maggi começaram em São Miguel do

Iguaçu (PR), em 1977 e, na época, limitavam-se à produção de sementes e comercialização de safras. A visão empreendedora de André Antonio Maggi (falecido em 2001) deu início ao processo de transformação e hoje, 36 anos depois, o Grupo é composto pela Amaggi Exportação e Impor-tação Ltda., Divisão Agro, Hermasa Navegação da Amazônia e Divisão de Energia, está presente em todas as regiões do Brasil, possui escritórios de comercialização na Europa e na Argentina, e iniciou o plantio de soja nesse país. Por meio da Divisão Agro, o Grupo cultiva lavouras de algo-dão, milho e soja.

O Grupo André Maggi possui cerca de 4 mil colaboradores em suas unidades, incluindo a Fundação André Maggi, criada para apoiar as co-munidades onde o Grupo atua, a partir de investimentos em instituições sociais, programas de apoio a crianças e adolescentes, saúde, cultura, lazer, educação, redução da pobreza e combate à fome. Em Mato Grosso, onde a família Maggi começou a atuar no final dos anos 1970, com a compra da primeira fazenda em Itiquira, o Grupo está instalado em várias regiões por meio de fazendas, indústrias, armazéns e escritórios regionais.

Em 2012, as fazendas Água Quente, Tucunaré e Itamarati, em Sapezal (no Noroeste de Mato Grosso), que plantam e beneficiam algodão, ado-taram o selo de conformidade social, “Algodão Socialmente Correto”, emitido pelo IAS e pela ABNT. O selo informa a origem do produto cul-

A preocupação do Grupo André Maggi com o meio ambiente está presente no dia a dia de seus colaboradores.

Programas, como o Qualidade de Vida,

focados no bem-estar de colaboradores

e familiares, e o Sistema de Gestão

Ambiental fazem a diferença.

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Grupos empresariais em destaque 81

Troféu Desempenho Social e Ambiental

tivado, verifica se as normas de preservação ambiental estão sendo cumpridas durante todo o processo de produção e avalia questões trabalhistas como respeito, saúde e segurança dos trabalhadores do campo. No que diz respeito às questões ambientais, a avaliação foi focada no controle de geração e destinação dos resíduos sólidos (contaminados, recicláveis ou não) e em efluentes (óleos e provenientes sanitários). Em 2013, essas unidades passaram por novas auditorias para receber o selo do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), em substituição ao selo Algodão Socialmente Correto.

O Grupo André Maggi oferece programas, como o Qualidade de Vida, focados no bem-estar de seus colaboradores e familiares, e mantém um Sistema de Gestão Ambiental, que faz o monitoramento cons-tante dos recursos e materiais utilizados em todas as unidades. Todo esse trabalho no campo ambiental e social pode ser acompanhado no Relatório de Susten-tabilidade, publicado anualmente de acordo com o Modelo GRI (Global Reporting Initiative). O trabalho integrado entre as áreas de Sustentabi-lidade, Saúde e Segurança Ocupacional (SSO), Recursos Humanos (RH) e todas as divisões de negócios, comprova que é possível produzir de forma sustentável, garantindo bons resultados aos negócios e, ao mesmo tempo, respeito ao meio ambiente e às pessoas.

As questões ambientais estão sempre em discussão.

O cuidado com o bem-estar dos colaboradores é um diferencial do Grupo.

Novas tecnologias são utilizadas para garantir a sustentabilidade da produção agrícola.

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82 Grupos empresariais em destaque

Grupo Bom FuturoO Grupo Bom Futuro é outro gigante do setor produtivo rural: com 86

fazendas e 25 unidades administrativas em Mato Grosso, emprega mais de 5 mil pessoas e atua nas áreas de produção, beneficiamento, armazena-gem e comercialização de grãos, fibras e sementes, pecuária, piscicultura e geração de energia. Inteiramente localizado em Mato Grosso, o Grupo está presente em 12 municípios e tem suas atividades distribuídas em todas as regiões do estado.

Tudo começou com uma pequena fazenda e a disposição para o traba-lho de quatro empreendedores: Eraí Maggi Scheffer, Elusmar Maggi Sche-ffer, Fernando Maggi Scheffer e José Maria Bortoli. Sintonizados com as exigências e a constante evolução do competitivo mundo do agronegócio, eles incluíram entre as prioridades do Grupo o uso racional de recursos naturais, os projetos ambientais e de reciclagem, o reflorestamento e a recuperação de áreas degradadas.

O Grupo Bom Futuro sabe que a sustentabilidade de seus negócios está ligada à produtividade e, consequentemente, à valorização das pessoas e à responsabilidade social e ambiental. Essa preocupação está sempre presen-te em iniciativas de reconhecimento do trabalhador, incentivo ao esporte amador, voluntariado e compromisso com a sociedade. O Grupo oferece estrutura de atendimento em saúde a seus colaboradores, com a realização de exames preventivos. Ciente da importância de transmitir informações

A saúde do colaborador é uma das preocupações do Grupo Bom Futuro.

A sustentabilidade dos negócios está

ligada à produtividade, à valorização

das pessoas e à responsabilidade

social e ambiental.

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Grupos empresariais em destaque 83

a seus colaboradores em relação a práticas sustentáveis no dia a dia das fazendas, o Bom Futuro criou o Projeto Separô, implantado em todas as unidades gerenciadas pelo Grupo em 2010. O projeto fomenta a educação ambiental através da coleta seletiva e se destaca pela destinação correta dos resíduos sólidos, visando uma melhor qualidade de vida no meio rural com a criação de um ambiente agradável de trabalho que preserve a saúde da população que ali vive e do meio ambiente. Os resíduos coletados são armazenados em locais apropriados e posteriormente destinados conforme as exigências da legislação.

O grande diferencial do Separô é que todos os re-cursos gerados com a venda do material reciclável re-tornam para os colaboradores das fazendas por meio de projetos sociais. O dinheiro arrecadado já foi apli-cado na construção de academias ao ar livre e áreas de recreação para as crianças, o que incentiva ainda mais a coleta seletiva dos resíduos sólidos nas fazen-das. O gerenciamento integrado do projeto gera be-nefícios ambientais, sociais e econômicos e, por isso, é um exemplo de iniciativa que mobiliza e envolve toda a comunidade na separação e destinação corre-ta dos resíduos produzidos nas áreas rurais. Graças à adesão ao Separô, os colaboradores do Bom Futuro transformam-se em agentes de transformação social e em exemplo para outras comunidades, inclusive das cidades, mostrando a importância da coleta seletiva do lixo, de sua destinação correta e da reciclagem.

Troféu Desempenho Social e Ambiental

Aprendendo desde pequena a separar o lixo reciclável.A coleta seletiva é um dos trunfos do Projeto Separô.

O cuidado com os filhos dos colaboradores é visível nos pequenos gestos.

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84 Grupos empresariais em destaque

Grupo JPupin O Grupo JPupin tem como filosofia “fazer sempre o melhor”, baseado

na crença de que a prosperidade é algo contagiante. “Defendo a teoria de que todos têm que ser ricos. Se houver o desejo de ser rico e você acreditar que seu sonho pode ser realizado, vai navegar num clima tão empreende-dor, tão nobre que acaba beneficiando todos que estão ao seu redor, ado-tando sempre ações criativas, nunca competitivas”, filosofa José Pupin, presidente do Conselho Administrativo do Grupo JPupin.

O Grupo engloba várias empresas, como as fazendas Marabá (em Cam-po Verde), Estela d’Alva (Querência) , Vertente (Jaciara) e GMB (Parana-tinga), entre outras, e se dedica ao cultivo de algodão, soja e milho, e a processos industriais. O algodão colhido se transforma em pluma através do beneficiamento e assim alimenta a indústria têxtil nacional e interna-cional para a produção de tecidos. Já o caroço é transformado em óleo e torta: o primeiro é usado para a fabricação do biocombustível e parte da torta é utilizada para a produção de ração animal, alimentando um pro-jeto de confinamento de gado que produz carne certificada e de primeira qualidade (Boi Europa).

A prática do jiu-jitsu garante medalhas à equipe treinada por

meio do Instituto Antonio Pupin.

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Grupos empresariais em destaque 85

“É o sonho do empreendedor mato-grossense se tornando realidade. Estamos longe de tudo e transformando proteínas vegetais em proteínas animais”, orgulha-se Pupin.

Todo o crescimento do Grupo JPupin é compartilhado com os cola-boradores e a sociedade em geral através de contribuições regulares para instituições como o Hospital de Câncer de Mato Grosso e entidades de-dicadas a pessoas carentes de Campo Verde e outros municípios onde as unidades produtoras estão instaladas. Outro diferencial do Grupo é o Instituto Antonio Pupin, cujo nome é uma homenagem ao patriarca da família, que esteve muito presente na criação e estruturação da empresa em Mato Grosso, desde os anos 1980 até seu falecimento em 2007. Por meio do Instituto, são realizados eventos comemorativos e é mantido um espaço para lazer. Neste espaço cultural, os colaboradores usufruem de aulas de jiu-jitsu e de jogos de futebol, conquistando muitas medalhas.

Troféu Desempenho Social e Ambiental

“Não estamos fazendo o possível e sim o melhor”José Pupin

A preocupação com os aspectos ambientais da agropecuária é outra marca do Grupo JPupin que, a exemplo de muitos empreendedores mato--grossenses, sofreu as consequências das mudanças ocorridas nos últimos 30 anos. “Quando viemos para Mato Grosso, éramos orientados a abrir as áreas até as margens dos rios por causa da alta incidência de malária”, recor-da. Hoje o Grupo está empenhado em reflorestar parte dessas áreas abertas e ir além do que exige a atual legislação ambiental. “Não estamos fazendo o possível e sim o melhor”, conclui José Pupin, fiel à sua filosofia de vida.

A qualidade da água é assegurada através da recuperação das nascentes e das Áreas de Preservação Permanente (APPs).

O crescimento do Grupo JPupin é compartilhado com os colaboradores e a sociedade em geral.

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86 Grupos empresariais em destaque

Grupo Pinesso Como muitos grupos empresariais de sucesso no agronegócio mato-

-grossense, o Grupo Pinesso nasceu como uma empresa familiar e cresceu tanto que hoje tem lavouras até no exterior (no Sudão, na África). Ele foi fundado por seis irmãos que trabalhavam como meeiros em lavouras de café no Paraná e compraram sua primeira propriedade, uma chácara para cultivo de café, em 1955. Sete anos depois, os Pinessos iniciaram o cultivo de soja nessa área e em outras no Norte paranaense e, em 1976, o Grupo decidiu adquirir terras para o plantio da oleaginosa em Mato Grosso do Sul, onde mantém até hoje seu escritório matriz.

A visão de futuro da família fez com o projeto de expansão chegasse a Mato Grosso em 1983. Hoje o Grupo Pinesso cultiva soja, algodão, milho e sorgo em oito unidades de Mato Grosso. Mato Grosso do Sul e Piauí; faz cria, recria e engorda de gado em outras quatro e possui uma granja de suínos em MS, que conta com moderna infraestrutura de produção, e uma segunda em construção em MT. A empresa produz e comercializa sementes de soja, presta serviços logísticos com frota própria e atua como revendedora de máquinas e implementos agrícolas nos municípios mato-

Os alunos da Ejap encaram o futuro com otimismo.

Orgulho da trajetória de sucesso que

tem como norte a produção de fibras

e alimentos com responsabilidade

social e respeito ao meio ambiente.

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Grupos empresariais em destaque 87

-grossenses de Campo Verde. Sorriso, Lucas do Rio Verde e Primavera do Leste.

O Grupo Pinesso só tem motivos para se orgulhar de sua trajetória de sucesso que tem como norte a produção de fibras e alimentos com responsabilidade social e respeito ao meio ambiente. Mas o cartão de visita da família é a Fazenda Água Limpa, no muni-cípio de Nova Ubiratã (cerca de 500 km ao Norte de Cuiabá). A Água Limpa originou o distrito homônimo, que tem hoje aproximadamente 1.800 habitantes, e dispõe de posto de saúde, escola, supermercado, far-mácia, posto de combustível e um projeto inovador: a Escola Agrícola Eugênio José Antônio Pinesso (Ejap), de iniciativa privada, onde estudam gratuitamente mais de 100 alunos, futuros técnicos agrícolas, que serão os responsáveis por difundir conhecimentos em agricultura às gerações futuras.

Troféu Desempenho Social e Ambiental

A Ejap conta com biblioteca e laboratórios.

Os estudantes aprendem a cuidar da terra com amor.

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88 Grupos empresariais em destaque

Grupo SchefferO Grupo Scheffer planta algodão, soja, milho, feijão e milho pipoca e

cria gado nos municípios mato-grossenses de Sapezal, Campos de Júlio e União do Sul. Cinco unidades para o beneficiamento do algodão, semen-teira e capacidade de armazenagem de 97 mil toneladas completam a infra-estrutura do Grupo, que conta com modernos equipamentos e tecnologia de ponta do plantio à coºlheita, investe na agricultura de precisão de modo a garantir a maximização dos insumos, redução de custos e aumento da produtividade, ou seja, a sustentabilidade de seus negócios.

Os investimentos em capital humano e em áreas chaves da empresa são fundamentais e constantes para o crescimento do Grupo Scheffer, que, consciente de sua importância na produção de alimentos com segurança, qualidade e tecnologia, preocupa-se também com a formação humana e o desenvolvimento social. Com o objetivo de oferecer qualidade de vida aos seus colaboradores, no início de 2013, o Grupo Scheffer desenvol-veu o Programa Bem-Estar, que oferece através de ações preventivas um acompanhamento adequado em relação à saúde dos colaboradores, além de incentivar a prática de exercícios e atividades esportivas em suas uni-dades, promovendo campeonatos de futebol e de vôlei de areia.

Na área social, o Grupo se destaca por diversos projetos envolven-do crianças e adolescentes de Sapezal, no Noroeste mato-grossense. Sem descuidar do desenvolvimento escolar de seu público alvo, o Grupo de-senvolve um projeto de dança desde 2007, que atende aproximadamente

A prática de ginástica laboral e de atividades esportivas faz parte da rotina dos colaboradores do Grupo Scheffer.

Os gestores procuram transmitir seus

valores familiares e coorporativos

através de projetos sociais que oferecem

um futuro melhor a crianças e

adolescentes carentes.

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Grupos empresariais em destaque 89

20 crianças, visando melhorar a postura, coordenação dos movimentos e auxiliar na formação socioeducativa das crianças por meio de aulas de balé. Outro destaque é o projeto “Bom de Bola, Bom de Nota”, patrocinado há 8 anos, que atende 90 crianças e adolescentes com a prática de vôlei. Os estudantes são avaliados por seu desempenho escolar e esportivo e, ao final do ano, os melhores “alunos atletas” dentro de sua categoria recebem um prêmio em dinheiro, num valor proporcional à sua colocação. Na nata-ção, o Grupo Scheffer começou a patrocinar o atleta Rafael de Lima, que já levou o nome de Sapezal e da empresa ao pódio em competições em nível nacional e estadual.

A família Scheffer procura transmitir seus valores familiares e coorporativos através dos projetos sociais que patrocina e apoia, oferecendo além de um futuro melhor, outras oportunidades a crianças e adolescen-tes carentes. Nesse sentido, o Grupo colabora desde 2008 com o Lar Portal do Futuro, dedicado a crianças de Sapezal. Projetos Sociais voltados para o desen-volvimento humano e social e investimentos em tec-nologia, equipamentos e, principalmente, em pessoas fazem do Grupo Scheffer uma empresa brasileira de referência no agronegócio mundial.

Troféu Desempenho Social e Ambiental

O Grupo desenvolve um projeto de dança desde 2007 e também incentiva a formação de novos atletas

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90 Grupos empresariais em destaque

Grupo SinAgroO Grupo SinAgro iniciou suas atividades em fevereiro de 2001, na ci-

dade de Primavera do Leste (MT), desenvolvendo uma forte aliança com fornecedores, colaboradores e clientes, buscando contribuir para o de-senvolvimento do agribusiness brasileiro e participando ativamente nas regiões onde atua. Esse intenso relacionamento trouxe resultados posi-tivos na distribuição de insumos agrícolas e na prestação de serviços de qualidade. Dessa forma, o Grupo SinAgro é hoje referência no Brasil em se tratando de gestão na cadeia do agronegócio.

O decorrer dos anos permitiu que o Grupo SinAgro evoluísse e, em mais de uma década de atuação, a empresa recebeu diversos prêmios. Re-centemente, foi considerada pela revista Época, juntamente com a con-sultoria Great Place To Work, como uma das 100 melhores empresas para se trabalhar no Brasil. Também recebeu o maior prêmio da agricultura brasileira, o Prêmio Andef (da Associação Nacional de Defesa Vegetal), na categoria Responsabilidade Ambiental pelo Projeto Semana SinAgro Socioambiental - o mesmo que lhe assegurou o Prêmio Semeando o Bem.

Esse reconhecimento nacional gera grande visibilidade para a empresa e também aumenta a responsabilidade de sempre oferecer produtos e ser-viços da mais alta qualidade e elevado nível de inovação. Por isso, a empre-sa investe em estrutura física e de pessoas, atuando nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Bahia com 14 unidades de distribui-ção e contando com 400 colaboradores, sendo 50 engenheiros agrônomos.

O projeto Educar é motivo de orgulho para o Grupo SinAgro. A coleta do lixo é uma atividade da Semana Socioambiental.

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Grupos empresariais em destaque 91

O Grupo SinAgro atua nos segmentos de Produtos, Sementes e Trade. O segmento de Produtos é voltado para a comercialização de insumos agropecuários e a prestação de serviços. Ele possui um programa de dife-renciação de clientes, acompanhamento técnico e recomendação de tec-nologias, agricultura de precisão, programa de uso para diversas culturas, além de forte parceria com as maiores e melhores empresas de insumos.

O segmento de Sementes está focado em ter a melhor qualidade nas sementes das culturas. Para isso busca sempre as melhores variedades de soja e milho, além de soluções tecnológicas em tratamento de sementes. O segmento de Trade é responsável por fomentar as operações de barter, além disso, armazena a produção dos clientes e busca sempre o melhor negócio para a comercialização da safra, além de liquidez nos pagamentos. A empresa dispõe de estrutura de recebimento de grãos geograficamente bem distribuída, gerando agilidade nos recebimentos e embarques.

Com essa atuação em toda a cadeia do agronegócio, o Grupo SinAgro quer ajudar a escrever a história da agricultura brasileira e ser reconhecido por sua competência, profissionalismo e coragem, apresentando novos recordes de produção, novas tecnologias, novas práticas de cultivo e a preocupação com a sustentabilidade, e melhorando a vida de milhões de pessoas. A empresa entende que o seu crescimento e sua vitalidade estão diretamente ligados à sua relevância para a sociedade e tem plena consci-ência de que a sua relação com consumidores, colaboradores, fornecedores, sociedade e meio ambiente é o seu maior ponto de apoio.

Troféu Desempenho Social e Ambiental

As crianças se divertem na Semana Socioambiental.

Lucilei Carvalho de Almeida, diretora de Recursos Humanos do Grupo, e sua equipe.

O Grupo SinAgro recebeu diversos prêmios por sua atuação no campo socioambiental e foi considerada pela revista Época como uma das 100 melhores empresas para se trabalhar no Brasil.

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92 Grupos empresariais em destaque

Sementes Petrovina “Ser o melhor e ser o primeiro”. Este é o conceito que há mais de 29

anos direciona o trabalho da Sementes Petrovina, empresa criada em 1984 pelo engenheiro agrônomo gaúcho Carlos Ernesto Augustin, na Serra da Petrovina, no município de Pedra Preta (MT). No início, as atividades se resumiam ao plantio de soja na fazenda Farroupilha, mas em 1999 o algo-dão começou a ser plantado e hoje, além de ser uma das maiores empresas produtoras de semente de soja do Brasil, a Sementes Petrovina se destaca por conciliar o uso de tecnologias de ponta com uma política socioam-biental que vai muito além do respeito à legislação vigente.

Faz parte da política da Sementes Petrovina estimular ações que visem a educação escolar dos filhos de seus funcionários, investir no treinamento dos colaboradores e incentivar a educação escolar continuada. Ciente de suas obrigações perante a sociedade, a empresa procura desenvolver as atividades agrícolas com o mínimo de impacto sobre a natureza, buscando cada vez mais disponibilizar alternativas para a utilização sustentável dos recursos naturais, e ainda incentiva a coleta seletiva e a reciclagem do lixo.

Considerando que saúde é um recurso necessário para a vida diária, a Sementes Petrovina busca melhorar a qualidade de vida de seus colabora-dores e familiares, e tem um carinho especial com a mulher, seja ela colabo-radora ou dependente de funcionário. Além de incentivar a participação delas em atividades de orientação e prevenção na área de saúde, a empresa

Ciente da importância de combater o estresse visando garantir a qualidade de vida, a empresa criou uma área de lazer e para a prática de esportes.

Estimulo a ações em prol da educação escolar dos filhos

dos funcionários e investimentos no treinamento dos

colaboradores.

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Grupos empresariais em destaque 93

Troféu Desempenho Social e Ambiental

apoia a parceria com o Senar-MT em projetos de in-clusão social e fontes de rendas alternativas através de oficinas de artesanato, curso de higienização e limpeza dentro da própria empresa. A capacitação profissional e o desenvolvimento intelectual dos colaboradores são outra preocupação da Sementes Petrovina, que possui um programa de auxílio educação voltado para cursos de graduação e pós-graduação.

Ciente da importância de combater o estresse vi-sando garantir a qualidade de vida, a empresa criou uma área de lazer e para a prática de esportes, e é nesse espaço que acontece todo ano, no Dia do Trabalhador, um torneio de futebol, reunindo os times de cada se-tor/unidade de produção, encerrado com um almoço de integração. Em dezembro são distribuídas cestas natalinas e é realizado um evento de confraternização com a participação da diretoria, com o objetivo de estimular o espírito de Natal e consolidar o conceito que move a Sementes Petrovina desde a sua fundação.

A Sementes Petrovina incentiva a coleta seletiva do lixo e sua reciclagem, e oferece estrutura de lazer para os colaboradores.

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94 Grupos empresariais em destaque

SLC AgrícolaA SLC Agrícola, fundada em 1977 pelo Grupo SLC, é uma empresa

produtora de commodities agrícolas, focada na produção de algodão, soja e milho. Foi a primeira empresa do setor a ter ações negociadas em Bolsa de Valores no mundo e hoje mantém 14 unidades de produção localizadas em seis estados brasileiros, que totalizam 280,4 mil ha plantados no ano--safra 2012/13, sendo 76,3 mil de algodão. O modelo de negócios é baseado em um sistema de produção moderno, com alta escala, padronização das unidades de produção, tecnologia de ponta, controle rigoroso dos custos e responsabilidade socioambiental.

De origem gaúcha, a empresa se instalou em Mato Grosso em 1994, com a fazenda Planorte, em Sapezal, na região noroeste. Hoje, mantém outras duas fazendas (Paiaguás e Pejuçara), em Diamantino (no Médio--Norte) e emprega quase 500 colaboradores fixos e cerca de 250 safristas. Além de cumprir o que determina a legislação trabalhista e ambiental, a SLC Agrícola destaca-se pela infraestrutura oferecida aos colaboradores nas três propriedades rurais de Mato Grosso em termos de alojamento e áreas de lazer. A fazenda Planorte foi premiada com o Semeando o Bem por sua estrutura e o atendimento oferecidos em termos de saúde, en-quanto a Paiaguás venceu por seu projeto de incentivo e estrutura para a prática de esportes.

A coleta seletiva do lixo faz parte da rotina das fazendas da SLC Agrícola em Mato Grosso.

O plano de saúde é uma garantia a mais oferecida aos colaboradores.

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Grupos empresariais em destaque 95

As três fazendas também são contempladas com outras iniciativas do bem através de grupos de Ação Social Ambiental (GAS). O GAS Paiaguás promove festas para os filhos dos funcionários e lidera ações em prol de órgãos assistenciais (como o Asilo Nosso Lar) e instituições de ensino do município como a reforma da Escola Décio Forigo. O GAS Planalto coordena ações de arrecadação de alimentos, roupas e outros tipos de do-ação para beneficiar as comunidades do entorno da fazenda; enquanto o GAS Pejuçara se dedica ao Orfanato Lar Esperança. O zelo com o meio ambiente nas três também se traduz em várias ações e a gestão ambiental é feita de acordo com os princípios da ISO 14.001.

Troféu Desempenho Social e Ambiental

A preocupação da empresa com seus colaboradores é visível na estrutura disponível para alojamento, refeições e prática de atividades esportivas e recreativas.

Além de cumprir o que determina a legislação trabalhista e ambiental, a SLC Agrícola destaca-se pela infraestrutura oferecida aos colaboradores nas três propriedades rurais de Mato Grosso em termos de alojamento, saúde, esporte, lazer e recreação.

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96 Grupos empresariais em destaque

Vanguarda Agro S. A. A Vanguarda Agro é uma empresa produtora de commodities agrícolas

(algodão, soja e milho) que nasceu em Mato Grosso e hoje possui 12 uni-dades de produção estrategicamente localizadas em mais quatro estados: Goiás, Minas Gerais, Bahia e Piauí. Trata-se de uma sociedade anônima com ações negociadas no Novo Mercado da BM&FBovespa – o nível mais alto de Governança Corporativa da bolsa brasileira. A empresa possui aproximadamente 300 mil hectares sob gestão e gera uma média de 2.500 empregos diretos. Somente a Unidade Ribeiro do Céu (uma das premiadas pelo Semeando o Bem na categoria Saúde e Educação) tem um quadro médio de 430 colaboradores, que pode chegar a 510 pessoas nos picos de safra (colheita/beneficiamento).

Tudo começou com o gaúcho Otaviano Pivetta, que, como muitos outros sulistas, deixou seu estado natal em busca de novas oportunidades movido pelo espírito empreendedor. Hoje, a empresa Vanguarda Agro orgulha-se de sua responsabilidade ambiental e social e tem como priori-dade, segundo seus gestores, ajustar o crescimento econômico à proteção do meio ambiente. Com esse objetivo, é adotado um conjunto de atitu-

A empresa investe na recuperação e manutenção das APPs

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Grupos empresariais em destaque 97

des voltado para o desenvolvimento sustentável do planeta, que inclui o respeito e a observância à legislação ambiental vigente, a proteção de mananciais – nascentes, rios e córregos – que estão nas áreas pertencentes à companhia, e a proteção da biodiversidade, com preservação dos per-centuais de reserva legal de cada propriedade.

Outras medidas adotadas são a redução de resíduos sólidos por meio da verticalização da produção, com a comercialização de subprodutos do processo produtivo, tais como resíduos de casquinha de soja, algodão e milho para empresas de fabricação de ração animal; e a redução e o con-trole de poluição atmosférica por meio de aplicação racional de defensi-vos agrícolas e implantação de mecanismos para o desenvolvimento da sustentabilidade ambiental.

O maior orgulho da empresa, garantem seus gestores, é ser uma das maiores produtoras de grãos e fibras do País ao mesmo tempo em que contribui para a preservação do meio ambiente e promove o desenvolvi-mento humano e social, gerando mais empregos. O zelo da empresa com a saúde, o bem-estar e a educação de seus colaboradores no campo e suas famílias, especialmente as crianças, garantiu à Vanguarda Agro um lugar de destaque entre empresas mato-grossenses por seu Desempenho Social e Ambiental na primeira edição do Prêmio Semeando o Bem.

Troféu Desempenho Social e Ambiental

Os colaboradores dispõem de salas com computadores para dar continuidade a seus estudos.

A estrutura do berçário e para a recreação infantil chama atenção na fazenda Ribeiro do Céu.

O maior orgulho da Vanguarda Agro é ser uma das maiores produtoras de grãos e fibras do País ao mesmo tempo em que contribui para a preservação do meio ambiente e promove o desenvolvimento humano e social, gerando mais empregos.

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Fazendas Finalistas

Na primeira edição do Prêmio Semeando o Bem, foram contempladas com o certificado de “Empresa com

Responsabilidade Social e Ambiental” as seguintes fazen-das finalistas:

» Boa Esperança » Campo Belo » Colorado (Grupo Bom Futuro) » Encantado I a VI (Grupo Webler) » Mano Júlio » Pejuçara (SLC Agrícola) » Tropical » Vale do Rio Verde (Grupo Bom Futuro) » Verde Amarelo » Vovô Ernesto (Grupo Bom Futuro)

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100 Fazendas Finalistas

Colorado Encantado

Mano Julio

Boa Esperança

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Fazendas Finalistas 101

Fazendas finalistas

Tropical Vale do Rio Verde

Verde Amarelo Vovô Ernesto

Pejuçara

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Sustentabilidade

Algumas propostas de inovação no campo da responsabilidade social e ambiental

Há várias formas de se semear o bem, como pode ser visto por meio das iniciativas de fazendas e grupos premiados na primeira edição do

prêmio Semeando o Bem, mas a inovação e a criatividade são em essência as principais características de empreendedores, estejam eles atuando no campo ou na cidade. Nesta entrevista, um dos mais respeitados engenhei-ros agrônomos do Brasil, Fernando Penteado Cardoso, dá algumas opiniões sobre o tema.

Fernando Penteado Cardoso, fundador da Fundação Agrisus

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Sustentabilidade

Perto de completar 100 anos (em setembro de 2014), o doutor Cardoso foi aluno premiado da turma de 1936 da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queroz” (Esalq/USP), e é fundador da Manah S.A. e da Funda-ção Agrisus – Agricultura Sustentável, dedicada à capacitação e aperfei-çoamento profissional e ao incentivo à pesquisa agronômica. Seu vasto currículo inclui vários prêmios e diplomas de mérito conquistados com sua luta incansável em prol de uma agricultura mais sustentável. “A terra, como já disseram, é um bem que apenas tomamos emprestado d’aqueles que nos sucederão”, acredita.

Como o produtor rural pode conciliar a pressão para produzir mais com os aspectos sociais e ambientais da produção?

FPC – As atividades rurais, ao se estabelecerem, produzem um impacto ambiental ao alterarem as condições primitivas da natureza. Por exemplo, ao tornar fértil a terra pobre e improdutiva do Cerrado, estamos alte-rando o ambiente. O que importa é que essas mudanças sejam feitas em benefício do homem e que essas melhorias sejam estáveis, permanentes, duradouras, por isso sustentáveis. Quanto ao aspecto social, a criação de riqueza resulta sempre em benefícios sociais nas áreas de atuação. Por exemplo, ao oferecer bons empregos às populações antes empobrecidas, está-se promovendo melhoria das condições sociais anteriores.

O que o produtor de algodão mato-grossense pode fazer para ser referência em termos de produção e também em desempenho social e ambiental?

FPC – Tanto os produtores de algodão como de soja, milho e outros vege-tais devem se preocupar com o bem-estar, a segurança e a evolução pro-fissional de seus colaboradores do escritório e do campo. Devem também mostrar o que estão fazendo para servir de exemplo. Precisam conhecer todos os programas de assistência social dos governos, empenhando-se para que sejam estendidos ao ambiente de trabalho de suas propriedades ou de suas comunidades.

De que forma o produtor pode semear o bem em sua propriedade?

FPC – Complementando os programas governamentais já mencionados, visando sempre a melhoria do nível de vida dos empregados, através de es-forços na educação seja profissional, seja doméstica. Os cursos de mecani-zação agrícola e os encontros nos clubes de mães, em nível de propriedade ou de bairro, são exemplos a serem considerados. A educação complemen-tar dos jovens e o lado de recreação e de atividades construtivas apresentam resultados compensadores (conferir o site www.crescernocampo.org.br)

“A terra, como já disseram, é um bem que apenas tomamos emprestado d’aqueles que nos sucederão”

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Algodão Social 2013 é uma publicação do Instituto Algodão Social – IAS, publicada com recursos do

Expediente

OrganizaçãoFélix Balaniuc • Diretor Executivo do IAS

Edição e textosMartha Baptista • Jornalista responsável – DRT-RJ 26707/80

Colaboração • Equipe IASPaula Regina Vitor Ferreira • Coordenadora Administrativa

Marcelma Cecilia Maciel da Silva • Coordenadora Ambiental

Marcello Fregnani • Coordenador Financeiro

Marco Antonio G dos Santos • Coordenador Técnico Operacional

Antonio C. Guimarães Filho • Técnico de Segurança do Trabalho

José Hortêncio Ribeiro • Técnico de Segurança do Trabalho

Marcos Valério Martinelli • Técnico de Segurança do Trabalho

Ataíde Dias de Moura Filho • Analista de RH

Hermano Batista da Silva • Analista de RH

Julio Cesar Pinto • Analista de RH

FotosFablício RodriguesMárcio TrevisanSílvio Esgalha

Fazendas e grupos premiados:

Chico Ferreira, Fablício Rodrigues, Jocil Serra e Mayke Toscano

Arquivos:

IAS, AMPA, ABIT, ANEA, Fernando Penteado Cardoso, Vanguarda Agro S.A., Grupo André Maggi, Grupo SinAgro e Prefeitura Municipal de Lucas do Rio Verde

Produção editorial

Maria Teresa Carrión Carracedo • Editora

Helton Bastos • Projeto gráfico

Marinaldo Custódio • Revisão

Maike Vanni • Tratamento de imagens

Walter Galvão • Assistente

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IAS – Instituto Algodão SocialRua B s/nº, esq. com Rua 2 – Edifício FamatoCentro Político AdministrativoCep 78049-908 – Cuiabá-MT – BrasilTel.: 55+ (65) 3322 [email protected]