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ANAIS Dias 19 e 20 de outubro de 2018 São José dos Campos – SP

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ANAISDias 19 e 20 de outubro de 2018

São José dos Campos – SP

Anais I Encontro Científico Humanitas

Diretor Geral

Prof. Dr. Luiz Antonio Vane

Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão

Prof. Dr. Rinaldo Henrique Aguilar da Silva

Diretora Administrativa-Financeira

Sra. Claudia Garcia Azevedo Soares

Organizadores do Evento

Prof. Dr. Jose Roberto Rodrigues

Prof. Dr. Edson Rodrigues

Profa. Dra. Regina Cauduro

Profa. Dra. Marluce Auxiliadora Borges Glaus Leão (Presidente)

Prof. Dr. João Eliezer Ferri de Barros

Ficha catalográfica Elaborada pela Bibliotecária: Denise Carvalho da Silva Serrano - CRB8-010078/O

O conteúdo das produções e a adequação às normas científicas

são exclusiva responsabilidade dos autores.

E56a Encontro de Iniciação Científica da FCMSJC-Humanitas

Anais [recurso eletrônico] /I Encontro Científico Humanitas: Organizadores: Edson Rodrigues; Regina Cauduro; Marluce Auxiliadora Borges Glaus Leão; João Eliezer Ferri de Barros; Jose Roberto Rodrigues. -- São Jose dos Campos: Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos, 2018. Evento organizado pela Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos. 1.Iniciação cientifica 2. Pesquisa científica. 3.Anais 4. Rodrigues E; Cauduro R; Glaus Leão MBA; Barros JEF de; Rodrigues JR(Organizadores.). I. Encontro Científico Humanitas- (I.:2018: outubro 19-20: São José dos Campos, SP). II. Titulo.

CDD 0100.42

Anais I Encontro Científico Humanitas

COMISSÃO ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA

Sra. Claudia Garcia Azevedo Soares

COMISSÃO CIENTÍFICA

Prof. Dr. Edson Rodrigues

Profa. Dra. Regina Cauduro

Profa. Dra. Marluce Auxiliadora Borges Glaus Leão (Presidente)

Prof. Dr. João Eliezer Ferri de Barros

COMISSÃO SOCIAL

Prof. Dr. Laércio Martins de Stefano

Prof. Dr. Alister Cara

Sra. Claudia Garcia Azevedo Soares

COMISSÃO DE AVALIAÇÃO

Profa. Dra. Greicy, M.M.F De Stefano (presidente)

Profa. Dra. Patrícia Chipoletti Esteves

Sra. Graziela Araújo

COMISSÃO DE APOIO E LOGÍSTICA

Prof. Dr. Lucas Fachini Vane

Sr. Geovane Caon, de Oliveira

COMISSÃO DE RECEPÇÃO

Profa. Dra. Aleteia Fernandes

Profa. Dra. Alessandra Lorenti Ribeiro

Profa. Dra. Daisy Hirata

ASSESSORIA GERAL DO EVENTO

Sra. Graziela Araújo Sra. Adriana Aparecida Xavier

APRESENTAÇÃO

Convémdizer,antesdemaisnada,queostrabalhosinscritos,selecionadoseincluídosparafazer parte da amostra do I ENCONTRO CIENTÍFICO DA FCMSJC-HUMANITAS, foram desa:sfatória e adequada qualidade acadêmica, estando, portanto, em conformidade com atemá:caeobje:vosdoevento.Após análises criteriosasde seus aspectosde legibilidade,metodologia, ordenação e sujeição às normas redacionais, os que se conformaram àsexigênciascienFficasadotadaspelaComissõesCien=ficaedeAvaliaçãoforamincluídosnoroldaquelesquefariampartedosanais. AnaissãodocumentosgeradosapósotérminodeumeventocienFfico,quecontêmumareuniãodetodosostrabalhosapresentados,alémdaspalestraseconferênciasqueocorreramduranteoevento.Podemserencontradosnaformaderesumoounaíntegra,istoé,otrabalhocompleto.Acomissãoadotouaformaderesumoestruturadoparaesseevento.Quantoaoméritotécnico-cienFficoprimou-sepelaclarezaecoerência metodológica dos trabalhos e, também, pela relevância dos resultadosapresentados, visando ao obje:vo de iniciar os integrantes dessa amostra cienFfica,principalmenteosalunos,nocenáriocienFficodains:tuição.ConvémigualmentedizerquesetratadoprimeiroeventocienFficodains:tuiçãoequeaprodução,emboraorientadapordocentesepreceptores,foidealunosqueestão,nomáximono3o.períodoe,portanto,aseventuaislimitaçõespodemtersidoaoestágioprimáriodainiciaçãocienFficadosmesmos.Obje:vou-secomoevento,umaa:vidadeprá:cade iniciaçãocienFfica,visandoes:mularaformaçãodepesquisadores.Foramselecionadoseapresentadosempôsteres,vinteesetetrabalhos, dos quais vinte e quatro constam dos anais na forma de resumo expandido.Abrangem diferentes perspec:vas nas ciências da saúde, reportando estudos teóricoseprá:casexemplaresdesenvolvidasnacomunidade.Apósessasconsiderações,recomenda-se que os trabalhos sejam, portanto, incluídos nos anais, catalogados pelo serviço denorma:zaçãodabibliotecalocalepublicados.

Prof.Dr.JoséRobertoRodrigues

Coordenadordo1º.EncontroCienFfico

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

ANAIS DO 1º. ENCONTRO CIENTÍFICO

RESUMOS EXPANDIDOS

TÍTULO(S) AUTOR(ES)

AÇÃO ANTICOAGULANTE DO GINKO BILOBA

Juliana Fernandes de Almeida, Greicy Mara Mengue Feniman de Stefano

ACOLHIMENTO: CONHECIMENTO DA EQUIPE DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE PUTIM SOBRE O PROTOCOLO MUNICIPAL

Ana Clara Lescura Guedes Silverio, Beatriz Martinez Castellani, Bruno de Paula Rosa Rocha, Laís Cristina Piaia Certo, Lara Dias Cardoso Ribeiro, Larissa Pinto Ferraz, Luís Filipe Betito Moraes, Lucas Magalhães Barbosa, Samira Mendes Khouri, Vinicius de Calasans Timaco, Maria Cristina Barbosa Ikeda, Alessandra Lourenti Ribeiro

ADESÃO AO AUTOCUIDADO E APOIO PSICOLÓGICO DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO II: BREVE REVISÃO DA LITERATURA

Vera Lúcia dos Santos Neiva, Marluce Auxiliadora Borges Glaus Leão

A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL NA DETECÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE 4 IMPORTANTES DOENÇAS QUE ACOMETEM O CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL

Mayara Ribeiro Arruda, Maria Eugênia Junta de Freitas, Carolina Costa Cruz Maciel, Fátima Arthuzo Pinto, Rita de Cássia Salazar, Carlos Alberto Maganha

A PERCEPÇÃO DO PRECEPTOR FRENTE AO PRIMEIRO CONTATO DOS ALUNOS DE MEDICINA COM A CONSTRUÇÃO DO PORTFÓLIO REFLEXIVO

Marta Lisiane Pereira Pinto de Carvalho, Fatima Arthuzo Pinto, Alessandra Bontorim de Souza, Marisa Reis Silva, Alessandra Lorenti Ribeiro, Rinaldo Henrique Aguilar da Silva

BRIGADA MIRIM

Rodolffo da Silva Fossa, André Campos Benedetti, Débora Machado Matos, Giovanna Saraceni Tecelão, Letícia Ricardo Diamantino, Lucas Magalhães Barbosa, Luiz Antônio Vane

CONHECIMENTO RELACIONADO A HIPERTENSÃO ARTERIAL:

Mariana Cunha Tadini Figueiredo, Alan Kubacki Camargo, Bruna Garbelini

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

UMA REFLEXÃO DURANTE A VIVÊNCIA NA UNIDADE DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA PUTIM

Cavalcanti, Carolina Mello Miranda, Gabriel Pereira, Isabella Akemi Kanashiro, Marcelo Bittencourt Amorim Filho, Marcelo Garcia Rosa Peixoto, Rafaela Tahan Alves, Thallia Lamounier Brandão e Magalhães, Aline Pelegrini de Oliveira, Alessandra Lorenti Ribeiro

CONSTRUÇÃO DO PERFIL DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS DO PRECEPTOR DO PROGRAMA INTEGRADOR DA FACULDADE HUMANITAS

Alessandra Lorenti Ribeiro, Rita De Cassia Pinheiro Salazar, Maria Cristina Barbosa Ikeda, Aline Pelegrine de Oliveira, Rinaldo Henrique Aguilar Da Silva

CORRELAÇÕES BIOLÓGICAS ENTRE METABOLISMO SECUNDÁRIO VEGETAL E PAPEL FISIOLÓGICO DA OUABAÍNA E MARINOBUFAGENIN

Greicy Mara Mengue Feniman de Stefano

DO VENENO À CURA: CURARE: UMA HISTÓRIA DO BRASIL

Roberto Tinoco Miguez, Aline Pelegrini de Oliveira, Greicy Mara Mengue Feniman de Stefano

DOAÇÃO E TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS NO BRASIL

Rodolffo da Silva Fossa, José Roberto Rodrigues

ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE AÇÃO: MODELO DE IMPLANTAÇÃO DE GRUPO OPERATIVO DE ASMA

Ygor Vicente Viana Silva, Rafael Correia Tavares, Gabriel Mizutani Takara, Gabriela Toledo Catão, Victoria Moreas Mendes de Souza, Aruanda Frade Cristiano, Julia Bueno Caetano, Paula Henrique Netto, Tamires Carolina Guerra, Ana Clara Barbosa Camargo Lamparelli, Lisandra Azevedo Soares, Vera Lucia dos Santos Neiva, Marta Lisiane Pereira Pinto De Carvalho, Alessandra Lorenti Ribeiro

EUTANÁSIA: ATÉ QUE PONTO TEMOS CONTROLE SOBRE NÓS MESMOS

Nícolas Kipman Cerqueira, Leonardo M. Rodrigues, Pedro H. Teixeira, Lucas S. Martins, José Elias Matieli

GENOGRAMA APLICADO NA ESF

Ana Beatriz Siste Machado, Bianca Mello de Lucca, Giovana de Lima Gama, Giulia Chagas Beluomini, Jaqueline Aparecida Castro, Isabelle Bezerra, Laís Rangel Tsujimoto, Paola Aparecida de Campos

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Elache, Sophia Montini, Tatiene Sardinha Juvenal de Almeida, Marta Lisiane Pereira Pinto de Carvalho, Marisa Reis Silva Nogueira, Alessandra Lorenti Ribeiro

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA Lara Vaqueli lara, Ali Salman, Débora Matos, Edson Jorge, João Pedro Gerab, Karen Kallas, Lilian Fujita, Maria Fernanda Scarpa, Maria Luiza Bellon, Rodolffo Fossa, Rodrigo Falcão, Leila Vinhas, Alessandra Lorenti Ribeiro

HIPERTENSÃO E EDUCAÇÃO COMO INTERVENÇÃO NA SAÚDE

Julia Marília de Souza Lara, Ana Flavia do Nascimento Guardiano, Elisangela Marques Borges, Estevão Piolo Barci, Leonardo Salmaso Jannis, Marcela Franco Rios, Marcelo Mayer Schmidt, Paula Fernanda Soares, Tainara Kawane de Souza Takemura, Maria Margarete Silva Galdieri, Alessandra Lorenti Ribeiro

MODELOS EXPERIMENTAIS PARA INDUÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE CONVULSÕES

Rodrigo Corrêa Falcão Rodrigues Alves, Vinicius de Calasans Timaco, Greicy Mara Mengue Feniman de Stefano

O MAPEAMENTO DE SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA NA FORMAÇÃO MÉDICA: A EXPERIÊNCIA DE UM GRUPO DE MEDICINA

Karolina Garcêz Silva, Camila Mozart de Jesus Ferreira, Diego Hamzagic Mendes, Fernanda Gabriela Soares Elias, Fernanda Melani Dias Ferreira, Gisele Parreira Brianezi, Lais Gabrielle Xavier Guedes, Marcela Bartolomeu Cantini, Marcella Hasmann Lanzoni, Marília Machado Pereira, Nathalia Gregorio Barbosa Tavares, Fatima Arthuzo Pinto, Alessandra Lorenti Ribeiro

PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO 2º PERÍODO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS/FCM SJC 2º PROGRAMA INTEGRADOR (PI) QUANTO AOS PROCEDIMENTOS NA SALA DE CURATIVOS DA UBSCSJ

Miriam Cristina Ribeiro Ferreira, Patricia Moraes Coelho, Victor Hugo Pereira Silva, Camila Yumi Catenacci, Giovanna Grossi Carreira, Ingrid Araujo Dutra, Maria Beatriz Lamy Cobra Borges, Sofia Yoshimi Sugimoto, Virginia Elisa de Faria Felisardo, Alessandra Conceição da Silva, Alessandra Lorenti Ribeiro

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

PERFIL DOS USUÁRIOS DE SOMATROPINA EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

Anne Josiele Alves Dantas, André Benedetti, Giovana Tecelão, Giullia Nishimori, Heitor Dias, Isabela Oliveira, Isis Yamashitya, Julia Coletti, Juliana Almeida, Maura Silva, SILVA, Maura, VictoriA Felipo, Alessandra Bontorim de Souza, Alessandra Lorenti Ribeiro

RELATO DE EXPERIÊNCIA: COAPES EM UM MUNICÍPIO DO ESTADO DE SÃO PAULO - FACILITADOR OU DIFICULTADOR DA PARCERIA ENSINO SERVIÇO?

Alessandra Lorenti Ribeiro, Maria Margarete Silva Galdieri, Alessandra Conceição Da Silva, Rinaldo Henrique Aguilar Da Silva

SÍNDROME DO X FRÁGIL Carolina Rodrigues Silva Lima, Amanda Marques Lima, Bruno Carazza Carvalho, Gabriella Cembranelli Borges, Jose Rolando Rivero Oliva Fiho, Luna Diniz Pereira, Pietra Diniz Pereira, Priscila Garroni Moreira Franco, Sofia Amadeu Loreiro, Theo Eduardo Moreira de Souza, Yasmim Reis Pavan, Rita de Cassia Salazar, Alessandra Lorenti Ribeiro, Rinaldo Aguilar da Silva

TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA AOS BENZODIAZEPÍNICOS E RELAÇÃO COM MECANISMO DE AÇÃO

Leonne Di Carlo Del Vecchio, Antônio Sérgio Mathias, Camilla Viviani Guimarães Maia, Giovanna Borella Zamboim, Marina Armani Fioravante, Greicy Mara Mengue Feniman de Stefano

UMA BREVE DISCUSSÃO SOBRE GENGIBRE Laís Rangel Tsujimoto, Júlio César Graves, Greicy Mara Mengue Feniman de Stefano

UTILIZAÇÃO DE BIDENS PILOSA NA MEDICINA POPULAR E EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS

Diego Hamzagic Mendes, Greicy Mara Mengue Feniman de Stefano

RELATODEEXPERIÊNCIA:COAPESEMUMMUNICÍPIODOESTADODESÃOPAULO.FACILITADOROUDIFICULTADORDA

PARCERIAENSINOSERVIÇO?

AlessandraLorentiRibeiro,alessandra.ribeiro@humanitas.edu.br1MariaMargareteSilvaGaldieri2AlessandraConceiçãoDaSilva2

RinaldoHenriqueAguilarDaSilva3

1DocentedoCursodeMedicinadaFaculdadedeCiênciasMédicasdeSãoJosédosCampos–FCMSJC-Humanitas.2PreceptorasdoCursodeMedicinadaFaculdadedeCiênciasMédicasdeSãoJosédosCampos–FCMSJC-Humanitas.3DiretordeEnsino,PesquisaeExtensãodoCursodeMedicinadaFaculdadedeCiênciasMédicasdeSãoJosédosCampos–FCMSJC-Humanitas.Resumo:AFCMSJC-Humanitasiniciousuasatividadesnosegundosemestrede2017,tendocomoeixo

estruturantedocurrículooProgramaIntegrador(PI),voltadoparaainserçãodosalunosnosserviçosde

saúde domunicípio desde o início do curso. O planejamento do PI teve início emMaio/2017 com a

discussãodoCOAPES juntoagestãomunicipal.Aprincipaldificuldadeencontradafoioentendimento

jurídicodessanovapoliticadeparceria.OpresenteestudorelataaconstruçãodoCOAPESressaltando

fortalezas e fragilidades encontradas. A instituição realizou apresentações do PI para diferentes

colegiadosdaSMS,enfatizandooportunidadesdemelhorarserviçosevalorizarprofissionaisdarede.A

SMSdisponibilizou5UBSparaainstituição,queforamvisitadasporrepresentantesdasduasentidadesa

fimdeseidentificarnecessidadesdemelhoriaseelaboraroplanodecontra-partida.Taldocumentofoi

entregueàSMS,juntoaprogramaçãodeatividadespedagógicas,eopleitodequeprofissionaisdarede

pudessematuarcomopreceptores,remuneradosparatanto.Talpropostanãoseconcretizou,tevesua

essênciamodificadaerepercutiunainserçãodosalunosnoscamposdeprática.Ainexistênciademodelos

de Coapes em outros municípios pode ter sido um dos fatores determinantes para inviabilizar a

valorizaçãodosservidores,eatrasaraefetivaçãodocontrato.Ainstituiçãonãoencontrouamparoem

outrasinstânciaspúblicasparaauxiliaraefetivaçãodomesmo.Éfundamentalquediferentesinstâncias

governamentais incentivemepropaguemexperiênciasexitosascomoCOAPES,disponibilizandoapoio

paramunicípioseinstituiçõesdeensinonosentidodeotimizaraelaboraçãodosmesmos.

PalavrasChaves:políticaspúblicasdesaúde,serviçosdeintegraçãodocenteassistencialecontratos

Introdução

AFaculdadedeCiênciasMédicasdeSãoJosédoCampos-Humanitasiniciousuas

atividadesnosegundosemestrede2017tendocomoeixoestruturantedoseucurrículo

oProgramaIntegrador(PI).Desde2014,asdiretrizescurricularesnacionaisdocursode

medicinapreconizamemseuincisoVIdoartigo29º“inseriroalunonasredesdeserviços

desaúde,consideradascomoespaçodeaprendizagem,desdeassériesiniciaiseaolongo

do curso de Graduação de Medicina, a partir do conceito ampliado de saúde,

considerandoquetodososcenáriosqueproduzemsaúdesãoambientesrelevantesde

aprendizagem”1. Deacordocomessasdiretrizes,apartirdosegundoperíododocurso,

o PI da FCMSJC-Humanitas insere os alunos nas unidades básicas de saúde com

estratégiadesaúdedafamíliadomunicípio.Esteprogramatemduraçãodedoisanose

meio,seestendeatéosextoperíododocursoeestáalicerçadoem4eixos,asaber:

saúdeindividual,saúdecoletiva,gestãodotrabalhoeeducaçãoemsaúde.

Comafinalidadedeorganizarenormatizaranecessáriaparceiraensino-serviço,

osMinistériosdaSaúdeedaEducaçãopublicaramaportariainterministerialnº1.127

de Agosto de 2015, que institui diretrizes para a celebração dos contratos entre as

instituiçõesdeensinoeassecretariasdesaúdemunicipaisouestaduais2.Trata-sede

uma nova ferramenta político-jurídica com orientações acerca das competências de

cadaumadaspartesenvolvidas,istoé:ministériosdasaúdeeeducação,instituiçõesde

ensino,gestãoemsaúdemunicipale/ouestadualecontrolesocial.

A implantação do PI enfrentou dificuldades, uma vez que a Humanitas foi a

primeiraescolamédicanacidade.Dentreelas,destacamosadificuldadedeformalizar

a parceria ensino serviço, principalmente pela dificuldade no entendimento jurídico

dessanovapoliticadeparceria. Assim,esteestudo relataa construçãodo contrato

organizativo de ação pública ensino-serviço - COAPES ressaltando as principais

fortalezasefragilidadesencontradas.

MaterialeMétodos

OplanejamentodoPrograma Integrador teve início emMaiode2017 coma

discussãodoCOAPESjuntoagestãomunicipal.Ainstituiçãorealizouapresentaçõesdo

PI para diferentes colegiados gestores da secretaria municipal de saúde (SMS),

enfatizandooportunidadesdemelhorarosserviçosevalorizarprofissionaisdarede.A

SMSdisponibilizou5unidadesdesaúdeparaainstituição,atendendoarequisiçãode

quefossemunidadescomaestratégiadesaúdedafamíliaimplantada.Essasunidades

foram visitadas por representantes das duas entidades a fim de se identificar

necessidadesdemelhoriasdeinfra-estruturaeequipamentos,considerandoqueasas

mesmaspassariamareceberalunos,paraentãoseelaboraroplanodecontra-partida.

Este plano foi entregue à SMS, junto a programação de atividades a serem

realizadaspelosalunos,eopleitodequeprofissionaisdaredepudessematuarcomo

preceptores, sendo remunerados pela instituição de ensino. Além da valorização

profissional, a instituição também propôs atividades de educação permanente para

essesservidoresemhoráriodiversoàqueledoexpedientepúblico.

Tal proposta não se concretizou, teve sua essência modificada por entraves

jurídicosepolíticos.Ainstituiçãosereorganizoucontratandopreceptoresdeforados

serviços do SUS e buscando integrá-los a realidade do município, para que

supervisionassem os alunos nos cenários reais de aprendizagem. O município

estabeleceunovacontra-partidaaseroferecidapela instituiçãodeensino,aqual foi

acatadaprontamenteparaquenãohouvesseprejuízoaoaprendizado.

ResultadoseDiscussão

AformalizaçãodoCOAPESentreaFCMSJCeagestãoemsaúdemunicipalfoium

processoprolongado,cujaconcretizaçãosedeuapósoiníciodasatividadescurriculares.

Embasadosnasdiretrizesnacionaiscurricularesenaportariainterministerial,diretores

ecoordenadoresdocursoidealizaramocomponentecurriculardeintegraçãoensino-

serviço-comunidade(ProgramaIntegrador)considerandoaatuaçãodepreceptoresdo

próprioserviçodoSUS.

Entende-se que contar com a participação desses profissionais facilitaria a

inserção dos alunos nos processos de trabalho da unidade. Também fortaleceria a

percepçãode umanova força de trabalho contribuindo comas unidades básicas de

saúde,geralmentesobrecarregadaspelafaltaderecursoshumanos.Outravantagem

atreladaaessadecisãoseriaavalorizaçãoprofissional,comdecorrentemotivaçãodos

profissionais que se tornassem preceptores. Ressalta-se ainda que a aproximação

dessesprofissionaiscomescolamédicapropiciariaoaprimoramentodosmesmos.

Infelizmente, do ponto de vista da gestão em saúde, o Capítulo 2, artigo quarto da

portaria interministerialemseu inciso III–“definiçãodoprocessodedesignaçãodos

preceptoresdarededeserviçosdesaúdeesuarelaçãocomainstituiçãoresponsável

pelocursodegraduaçãoemsaúdeoupeloProgramadeResidênciaemSaúde”;ealei

nº15.394 de 06 de abril de 2017, do município de Campinas, que inclusive prevê

remuneraçãode servidorespúblicos conforme seuatigo3º - “Os servidorespúblicos

municipaisqueatuaremcomopreceptorese/ousupervisoresemconvênioscelebrados

cominstituiçõesprivadasreceberãoumacontribuiçãocientíficacorrespondenteaovalor

deR$1.000,00(milreais)mensais...”3,nãoforamsuficientesparasanardúvidasquanto

alegislaçãotrabalhistaeefetivaracontratualizaçãodepreceptoresdarede.Acarência

de precedentes jurídicos impossibilitou essa estratégia. Desse modo, o Programa

IntegradorseestruturoucomacontrataçãodepreceptoresdeforadoSUS.Essesem

dúvida foi o ponto mais debatido e o principal obstáculo durante a construção do

COAPES.

Outro percalço encontrado, porém, menos relevante foi o planejamento da

contra-partidaaseroferecidapelainstituição.Aprincípiofoielaboradaumaproposta

com o objetivo de contemplar os cenários de prática que seriam prontamente

frequentadospelosalunos,istoé,unidadesdaatençãoprimáriaasaúde,inclusivepara

que a equipe destinada a acolher os estudantes pudesse perceber os benefícios da

presençadafaculdade.Noentanto,anecessidadeapontadapelagestãomunicipalfoi

outra,visandomelhoriasnaatençãoterciária,cenárioqueseráfrequentadonumfuturo

próximopelosdiscentes,eportanto,a instituiçãodeensinoprontamenteconcordou

comacontrapropostaapresentada.

Conclusão

AfaltademodelosnacionaisjáimplantadosdoCoapeseainexperiênciajurídica

dagestãomunicipaldesaúdecomessenovoinstrumentoorganizacionalmodificoua

construçãodaparceriaensino-serviçoesperadapelaFaculdadeecompreendidacomo

propostadosMinistériosdaSaúdeeEducação.Aelaboraçãodacontra-partida,atendeu

àumademandadesaúdepúblicamunicipal,masnãocontemplouoscamposdeprática

frequentados pelos discentes do início do curso. A valorização dos servidores foi

inviabilizadapordúvidasquantoa legislaçãotrabalhistadosestatutários,eatrasoua

finalização e efetivação do contrato. A instituição não encontrou amparo emoutras

instâncias públicas para auxiliar a efetivação do mesmo. Por se tratar de um novo

instrumento jurídico, é fundamental que as diferentes instâncias governamentais

incentivem e propaguem experiências exitosas com o COAPES, bem como

disponibilizemapoioparamunicípioseinstituiçõesdeensinonosentidodeotimizara

elaboraçãodosmesmos.

Referências

1. Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara deEducação Superior. Diretrizes curriculares nacionais do curso de medicina.Brasília. Resolução no 3, de 20 de junho de 2014. Disponível em< http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15874-rces003-14&category_slug=junho-2014-pdf&Itemid=30192>.

2. Brasil.Portaria interministerialNo1.127,de04deAgostode2015. Instituiasdiretrizesparaacelebraçãodoscontratosorganizativosdeaçãopúblicaensino-saúde(COAPES),parao fortalecimentoda integraçãoentreensino,serviçosecomunidade no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em <http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2015/outubro/23/COAPES-PORTARIA-INTERMINISTERIAL-N1.127%20-DE-04%20DE-AGOSTO-DE-2015.pdf>.

3. PrefeituraMunicipaldeCampinas.LEINº15.394de06deAbrilde2017InstituioProgramadePreceptoriaeSupervisãoematividadesdeestágioe internatoexercidas por alunos de instituições de ensino superior privadas na área dasaúde. Diário Oficial nº 11575, 07 de Abril de 2017. Disponível em <http://www.saude.campinas.sp.gov.br/cms/textos/2018/LM_15394_2017_04_06.pdf>.

CONSTRUÇÃODOPERFILDECOMPETÊNCIASPROFISSIONAIS

DOPRECEPTORDOPROGRAMAINTEGRADORDAFACULDADE

HUMANITAS.

AlessandraLorentiRibeiro,[email protected]

RitaDeCassiaPinheiroSalazar2

MariaCristinaBarbosaIkeda2

AlinePelegrineDeOliveira2

RinaldoHenriqueAguilarDaSilva3

1DocentedoCursodeMedicinadaFaculdadedeCiênciasMédicasdeSãoJosédosCampos–FCMSJC-

Humanitas.2PreceptorasdoCursodeMedicinadaFaculdadedeCiênciasMédicasdeSãoJosédosCampos–FCMSJC-

Humanitas.3DiretordeEnsino,PesquisaeExtensãodoCursodeMedicinadaFaculdadedeCiênciasMédicasdeSão

JosédosCampos–FCMSJC-Humanitas.

ResumoAFCMSJC-HumanitaspossuicomoeixoestruturantedoseucurrículooPrograma Integrador

(PI)voltadoparaainserçãodosalunosnosserviçosdesaúdedomunicípiodesdeoiníciodocurso,do2º

ao6ºperíodos.OPIvisaaindissociabilidadeentreateoriaeapráticaeaintegraçãodafaculdadeaomeio

sociallocaleregional.NosdoisprimeirossemestresdoPIosalunossãoacompanhadosporpreceptores

enfermeirospertencentesàinstituiçãodeensino.Após1semestredeatuação,essespreceptores,junto

àcoordenaçãodoPIeadiretoriadeensino,pesquisaeextensão,elaboraramcoletivamenteoperfilde

competências profissionais do preceptor do PI da Faculdade Humanitas, descrevendo também suas

atribuições.Novepreceptorasenfermeirasdainstituiçãoacompanharam,semanalmente,seusgruposde

até12alunosnasUBS;realizaramcomseusgrupos3ciclospedagógicosdeproblematizaçãonoambiente

dafaculdade,eacompanharameavaliaramaelaboraçãodoportifólioreflexivodeseusalunos.Todasas

preceptoras participaram das reuniões de planejamento, e capacitação propostas pela FCMSJC-

Humanitas.Aformulaçãodoperfildecompetênciasprofissionaisdopreceptorocorreusemdificuldades,

apartirdasexperiênciasvivenciadas.

PalavrasChaves:preceptor,competênciaprofissional.

Introdução

AFCMSJC-HumanitaspossuicomoeixoestruturantedoseucurrículooPrograma

Integrador(PI)voltadoparaainserçãodosalunosnosserviçosdesaúdedomunicípio

desdeoiníciodocurso,do2ºao6ºperíodos.OPIvisaaindissociabilidadeentreateoria

eapráticaeaintegraçãodafaculdadeaomeiosociallocaleregional.Nosdoisprimeiros

semestres do PI os alunos são acompanhados por preceptores enfermeiros

pertencentesà instituiçãodeensino.Essespreceptoressupervisionamosalunosnos

cenários reais de aprendizagem uma vez por semana; executam ciclos de

problematizaçãoem6encontrosduranteosemestre,paraquehajareflexãosobrea

práticaeaprendizagemsignificativa;acompanhamodesenvolvimentodosalunospor

meio dos portifólios elaborados pelos mesmos; e realizam avaliação formativa dos

alunos.

Aatuaçãodepreceptoresnaformaçãomédicaestábemconsolidadanosúltimos

períodosdocurso,duranteointernato.Maisrecentemente,asdiretrizescurriculares

nacionais parao cursodemedicinapassaramapreconizar queos estudantes sejam

inseridos em cenários reais do SUS para aprendizagem desde os primeiros anos da

formação1, também sob a supervisão de preceptores. No entanto, ainda não está

claramentedefinidooperfildecompetênciasprofissionaisdessepreceptor,quemuitas

vezesseconfundecomodeprofessor,tutoroumentor2,inclusivecomrepercussõesno

âmbito jurídico e trabalhista.Nesse sentido, pôde-se observar crescente número de

publicações acerca da questão. Após 1 semestre de atuação, os preceptores da

Humanitas, junto à coordenação do PI e à direção de ensino e pesquisa traçaramo

objetivodeelaborarcoletivamenteoperfildecompetênciasdopreceptordoPrograma

Integrador.

MateriaiseMétodos

As nove preceptoras da FCMSJC-Humanitas que acompanharam a primeira

turma da faculdade no Programa Integrador 1 durante o segundo período do curso

foramconvidadasaparticiparde4reuniõesdeplanejamentoparaaelaboraçãodeum

manual do Preceptor do PI. Estemanual seria uma referência, servindo de apoio e

orientação para futuros preceptores que se juntassem ao grupo. Inicialmente, as

preceptorasbuscaramelencarostópicosquedeveriamserabordadosnessedocumento

eentão,baseadasnavivênciadeumsemestrecomosalunos,debaterameorganizaram

deformaconsensualoperfildecompetênciasrelacionadasàsuafunção.

ResultadoseDiscussão

Ogrupodepreceptoraselencoucomotópicosparaseremabordadosnomanual

do preceptor: perfil de competências, atribuições, formação do preceptor,

compromissosadministrativos,avaliaçãodopreceptorecontexto legal.Dentreesses

tópicos,osdoisprimeiros foramdebatidoscombasenaexperiênciapessoaldecada

preceptoreelaboradosconformeoconsensodogrupo.Osdemaistópicosnãoforam

esgotadosporsofrereminfluênciadeoutrossetores.

Noquedizrespeitoaoperfildecompetências,ogrupoadotoucomoreferencial

teóricoaqueledescritoporPerrenoud,ondeentende-seporcompetênciaacapacidade

de mobilizar recursos cognitivos, psicomotores e atitudinais com a finalidade de

alcançarumdesempenhodeexcelêncianapráticadedeterminadaatividade3,4.Asáreas

decompetênciaidentificadaspelaspreceptorasdoiníciodocursoforam:

I. Saúde, enfatizando a atenção primária à saúde e a estratégia de saúde da

família.

II. Gestãodotrabalhoedaeducaçãonasaúde.

III. Educaçãonaformaçãoemserviçoeproduçãodeconhecimentonasaúde.

Osrecursosatitudinaisdopreceptorsãoenfatizadospelogrupo,aoseexplicitar

notextododocumentoque“opreceptordeveapresentarposturaética,seracessívele

disponível, realizar avalições de forma justa e honesta, ter boa comunicação e

habilidadedeescuta,alémdeentusiasmoecompreensãoempática.”

Dentreasatribuiçõesdopreceptor,foramlistadas:

1. ConheceroProjetoPedagógicodoprogramaintegradoreoseixosestruturantes;

2. Atuar de acordo com as orientações da direção pedagógica nas atividades

técnicasdecompetênciascomuns,comoporexemplo:anamnese,sinaisvitais,

dadosantropométricos,históriaclínica;

3. Atuar de forma colaborativa nas atividades técnicas de competências

específicas;

4. Participardecapacitaçõespedagógicaseeducaçãopermanente,atividadesde

desenvolvimento profissional contínuo e de planejamento; participar de

encontrosparaatualizaçãodeconhecimento;

5. Contribuir para o desenvolvimento da pesquisa e do ensino por meio da

realização de atividades acadêmicas, sociais e científicas – Feiras da Saúde,

Congressos,Simpósios,LigasdeSaúde,Publicaçõeseafins;

6. Realizar supervisão direta das atividades desenvolvidas pelos estudantes nos

serviçosdesaúde,ondedesenvolve-seoProgramaIntegrador;

7. Identificarasnecessidadesdesaúdeindividuaisedacomunidade;

8. Utilizarefavorecerainterpretaçãodeindicadoresdesaúde,sóciodemográficos

eepidemiológicosvisandoampliaraanálisesobreasnecessidadesdesaúdedo

indivíduo,famíliaecomunidade;

9. Articular aspectos biológicos, sociais, culturais envolvidos noprocesso saúde-

doençadosindivíduos;

10. Estimular a curiosidade, a independência intelectual e científica para o

desenvolvimentodacapacidadedereflexãosobreocotidianodotrabalhoem

saúde;

11. Despertarareflexãosobreoprocessoeducacionaleamelhoriadaqualidadede

trabalhoemsaúde;

12. Desenvolver atividades educacionais elaboradas pela direção de ensino, de

modovinculandoàpraticasaúde-serviço;

13. Promover a educação pelo exemplo e atuar como facilitador do processo de

aprendizagem;

14. Estimularosalunosaregistrarsuasexperiênciaseatividadesdeformaclarano

portfólio,bemcomorealizaraavaliaçãodomesmoincentivandoareflexão

15. Realizar o ciclo pedagógico da problematização conforme preconizado no

calendário;

16. Dar e receber devolutivas, demodo orientado à construção do aprendizado,

numambientelivreesemmedos;

17. Suscitar momentos de auto-avaliação formativa dos alunos por meio de

instrumentosinstitucionais,conformedefinidoemcalendário,reforçandosuas

competênciasefragilidades.

A elaboração do perfil e atribuições do preceptor foi realizada semmaiores

dificuldades,baseadanasexperiênciasvivenciadascomosalunosduranteosegundo

semestre de 2017. Essa construção, além de alinhar condutas, consolidou a

compreensãodospreceptoresquantoaotrabalhoaserdesenvolvido,fortalecendo-os

napráticadodia-a-dia.

Conclusões

Avivênciadospreceptorescomosalunospropiciouaelaboraçãodoperfilde

competências e atribuições do preceptor do Programa Integrador. Essa construção

coletiva contribui para a consolidação da atuação deste profissional na instituição,

amparando-osefortalecendo-osquantoaoseupapel.

Referências

1. Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de

EducaçãoSuperior.Diretrizescurricularesnacionaisdocursodemedicina.Brasília.

Resolução no 3, de 20 de junho de 2014. Disponível em <

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=

15874-rces003-14&category_slug=junho-2014-pdf&Itemid=30192>.

2. BottiSHO;RegoS.Preceptor,supervisor,tutorementor:quaissãoseuspapéis?Rev.

bras.educ.med.2008,Jul/Setvol.32no.3363-373.

3. Perrenoud P. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed,

1999.

4. Hager P, Gonczi A. What is competence? Medical Teacher 1996; 18 (1):15-8.

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Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

ACOLHIMENTO: CONHECIMENTO DA EQUIPE DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE PUTIM SOBRE O PROTOCOLO MUNICIPAL

Ana Clara Lescura Guedes Silverio/ [email protected]

Beatriz Martinez Castellani 1

Bruno de Paula Rosa Rocha 1

Laís Cristina Piaia Certo 1

Lara Dias Cardoso Ribeiro 1

Larissa Pinto Ferraz 1

Luís Filipe Betito Moraes 1

Lucas Magalhães Barbosa 1

Samira Mendes Khour 1

Vinicius de Calasans Timaço 1

Maria Cristina Barbosa Ikeda 2

Alessandra Lourenti Ribeiro 3

1Acadêmicos de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas

E-mail do autor principal 2Preceptora do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas 3Docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas

Resumo:

Neste trabalho foi realizada uma pesquisa através de um questionário com 24 funcionários da

Unidade Básica de Saúde PUTIM acerca do acolhimento realizado na unidade. Dentre os

entrevistados estão Agente Comunitário de Saúde, Enfermeiro, Técnico de Enfermagem,

Auxiliar de Enfermagem e funcionários da administração. O acolhimento consiste em ouvir as

queixas do paciente, com qualificação da escuta, favorecimento à construção de vínculos e à

garantia de acesso à população, envolvendo conhecimento, empatia e capacitação [1]. O

objetivo do trabalho é Identificar o conhecimento dos profissionais da saúde sobre o

acolhimento e a sua aplicação no dia a dia, da Unidade Básica de Saúde do Putim – SJC. Da

totalidade de voluntários que responderam ao questionário, 50% deles eram agentes

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Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

comunitários de saúde, 29% eram auxiliares de enfermagem, 13% eram enfermeiros e 8%

eram auxiliares administrativos.

Palavras-chave: acolhimento, funcionários, UBS.

Introdução

No campo da saúde acolhimento é definido como ato de ouvir com atenção, admitir o saber do usuário, levando em conta o que ele expressa, seja qual for o modo de comunicação [2]. O acolhimento consiste em ouvir as queixas do paciente, com qualificação da escuta, favorecimento à construção de vínculos e à garantia de acesso à população, envolvendo conhecimento, empatia e capacitação. O Acolhedor deverá ser resolutivo e humanizado, ter uma visão diferenciada, postura ética em suas necessidades, queixas, sofrimento, fragilidade, vulnerabilidade, atentar a Diversidade Social, Cultural, racial e saberes dos usuários e suas famílias [3]. Durante a vivência dos alunos do Programa Integrador PI da Faculdade de Ciências Médicas Humanitas de São José dos Campos, no período de fevereiro a junho de 2018, na Unidade Básica de Saúde Putim, foi observado a grande demanda para consultas com clinico Geral e Ginecologista. E os alunos puderam despertar para a importancia do acolhimento nos servicos de saude conforme a Política Nacional de Humanização – Humaniza SUS. O objetivo do trabalho é Identificar o conhecimento dos profissionais da saúde sobre o acolhimento e a sua aplicação no dia a dia, da Unidade Básica de Saúde do Putim – SJC.

Material e Métodos

Foi realizada uma pesquisa através de um questionário na Unidade Básica de Saúde PUTIM. O questionário foi realizado com cerca de 24 pessoas, dentre elas Agente Comunitário de Saúde, Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e funcionários da administração. Se tratava do processo de acolhimento realizado na Unidade (como era realizado, se os funcionários conheciam o protocolo de acolhimento etc.). Esse questionário foi realizado pela no período de 22 agosto de 2018 por 2 alunas, que interrogaram os funcionários durante o período da manhã. A partir dele, foi obtido o gráfico abaixo.

Resultados e Discussão

A coleta ocorreu em 22 de agosto de 2018, na UBS do Putim. Dos 49 funcionários da UBS, apenas 24 responderam voluntariamente. Desta forma, analisamos que a coleta de informações não abrangeu a totalidade de informações que poderia ter atingido. Da totalidade de voluntários que responderam ao questionário, 50% deles eram agentes

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comunitários de saúde, 29% eram auxiliares de enfermagem, 13% eram enfermeiros e 8% eram auxiliares administrativos.

Para melhor compreensão, um gráfico foi construído para demonstrar o nível de entendimento dos funcionários sobre o programa de acolhimento.

Gráfico 1: nível de entendimento dos funcionários sobre o Programa de Acolhimento

Todos que responderam o questionário disseram que há acolhimento na UBS, dentre eles 16 disseram que existe protocolo de atendimento do munícipio. Porém 16 pessoas responderam que não conhece esse protocolo e 11 conhecem o mesmo. Além disso, 21 pessoas disseram que o acolhimento é realizado conforme o protocolo do munícipio, mesmo algumas delas tendo respondido o questionário alegando que não possui nem conhecimento sobre a existência do mesmo. Dessa forma, nota-se a ambiguidade das respostas porque alguns disseram que há o protocolo, mas não o conhece e ainda afirmou que o acolhimento é feito conforme o mesmo.

Do total de entrevistado, 19 pessoas nunca receberam uma capacitação para fazer um acolhimento. Mas, a maioria disse que o mesmo é feito em um local adequado. Os entrevistados disseram que o acolhimento é resolutivo e que o munícipe tem livre acesso ao profissional de saúde para realizar o acolhimento, e a maioria acha que há um vínculo terapêutico entre o profissional e o munícipe quando se realiza o acolhimento. Dentro os 27 entrevistados, 23 responderam que todos os profissionais realizam o acolhimento.

Conclusão:

Conclui-se que o acolhimento é importante no serviço de saúde, e já está legitimado como uma valiosa ferramenta pela equipe, mesmo que nem todos os profissionais tenham recebido

0

8

15

23

30

Questão 1 Questão 3 Questão 5 Questão 7 Questão 9

simnãonão sei

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a capacitação para executá-lo. Sua implementação deve ser contínua e certamente será facilitada pela articulação ensino-serviço oportunizada pela Secretaria Municipal de Saúde.

Ficou claro que os princípios, diretrizes e a composição do SUS, em muitas situações, não são compreendidos e tampouco defendidos pelos trabalhadores da área da saúde. Os aspectos observados, como objetivo de aperfeiçoar o acolhimento na área da saúde, é preciso que todos profissionais tenham acesso ao protocolo e capacitação.

Pontos positivos: O acolhimento com a Enfermeira ajuda a ordenar melhor os atendimentos e mantem, a criação de laços de confiança, e a possibilidade de atender sem constrangimento e exposição [4].

Pontos negativos: Obtivemos as respostas em que muitos diziam não conhecer o protocolo do munícipio e a falta de capacitação; a ausência de uma sala com privacidade para a escuta qualificada.

Referências:

1 Ministério da Saúde. Acolhimento a demanda espontânea: queixas mais comuns na Atenção Básica. 2013.

2 Vasconcelos SM, Grillo MJC, Soares MS. Práticas educativas em atenção básica à saúde: tecnologias para abordagem ao indivíduo, família e comunidade. Curso de especialização em atenção básica à saúde da família. Belo horizonte: Nescon UFMG, Editora UFMG, 2009. p. 1237.

3 Silveira, MGG. et al. Humanização e autogestão em uma unidade básica de saúde. Pediatria, São Paulo, v.28, n.4, p.226-33, 2006. 4 Guerrero P, Schaefer AL, Mello F, Andrade SR, Erdmann, AL. O acolhimento como boa prática na atenção básica à saúde. Texto contexto - enferm. vol.22 no.1 Florianópolis Jan./Mar. 2013

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GENOGRAMAAPLICADONAESF

AnaBeatrizSisteMachado

[email protected]

BiancaMellodeLucca1

GiovanadeLimaGama1

GiuliaChagasBeluomini1

JaquelineAparecidaCastro1

IsabelleBezerra1

LaísRangelTsujimoto1

PaolaAparecidadeCamposElache1

SophiaMontini1

TatieneSardinhaJuvenaldeAlmeida1

MartaLisianePereiraPintodeCarvalho2

MarisaReisSilvaNogueira2

AlessandraLorentiRibeiro3

1AcadêmicosdeMedicinadaFaculdadedeCiênciasMédicasdeSãoJosédosCampos–FCMSJC-Humanitas2Preceptora do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas3Docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas

Resumo: Trata-se de um estudo de caso e construção de um genograma. Para construção iconográfica

foram utilizadas três gerações da família estudada. A pesquisa foi realizada na unidade básica de saúde do

bairroBuquirinha(UBS-Buquirinha),zonanortedeSãoJosédosCampos-SP,ondeaESFestáimplantada.Este

trabalhotemporobjetivo,demonstrarcomoumgenogramaconsegueaprimorarotrabalhorealizadopelos

AgentesComunitáriosdeSaúdedentrodeumaUBSeproporumaintervençãoadequadaàfamíliaemquestão.

Palavras-chave:genograma,família,ferramenta.

Introdução

Ogenogramaéumagráficosimbólicodasrelações interfamiliares,queidentificaos

grausdeparentesco,comportamento,atitudes,doençasepossibilitaacriaçãodeestratégias

terapêuticas corretas3. Sabe-se que o Sistema Único de Saúde prioriza a promoção,

proteção, prevenção, intervenção e manutenção da saúde, procurando criar vínculos e

compromissoscomospacientes.Logo,compreende-sequeousodogenogramaécapazde

contribuir, significativamente, na promoção à saúde nasUnidades Básicas de Saúde, visto

quepropiciaumamploentendimentosobreascircunstânciasvividasporcadafamília2.

Esse trabalho foi realizado para demonstrar como um genograma consegue

aprimorarotrabalhorealizadopelosACSdentrodeumaUBS.

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MaterialeMétodos

Opresentetrabalhocaracteriza-secomoumestudoqualitativocomdelineamentode

estudodecasoeconstruçãodeumgenograma.

A pesquisa foi realizada na unidade básica de saúde do bairro Buquirinha (UBS-

Buquirinha), zona norte de São José dos Campos - SP, onde a estratégia saúde da família

(ESF)está implantada. Trêsagentes comunitáriosde saúde contribuíramcom informações

iniciais, através de entrevistas, e dados complementares foram adquiridos por meio dos

prontuáriospessoaisdosmembrosdafamíliaescolhida.

Paraaconstruçãoiconográficaforamutilizadastrêsgeraçõesdafamília,destacando

datadenascimentoe/oumortedomembro,relaçõesdeparentescoepatologiasrelevantes

aplicadas em um sistema de símbolos padronizados pelo Grupo Norte-Americano de

PesquisaemAtençãoprimária(NorthAmericanPrimaryCareResearchGroup)3.

ResultadoseDiscussão

Ogenogramasemostraumaimportanteferramentanorteadoraquandoaplicadona

área da saúde, visto que colaborou para a formulação de possíveis hipóteses acerca da

estrutura e do funcionamento familiar no caso analisado, delineando de maneira

esclarecedora as queixas trazidas. Além de organizar, permite uma visão ampliada da

situação podendo melhorar o atendimento à família e serem feitas estratégias de

intervenção.

Apesar da importância seu uso ainda é restrito pois os integrantes das equipes de

saúde não possuem as instruções necessárias para fazer uso deste recurso, não tendo

condiçõesdeempregá-loaocotidianodaUBSe,porvezes,nemdereconheceroseuvalor.

Conclusão

OgenogramaéuminstrumentoutilizadopelaESF,quecontribuiparaqueasequipes

de saúde tenham acesso às informações das famílias inseridas em uma comunidade

específica.Essasinformaçõespermitemoconhecimentoacercadarealidadedosindivíduos

envolvidos,incluindosuasvulnerabilidades.Dessaforma,facilitaaaçãodaequipe,tantode

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formainterventivaquantopreventiva,focandoemcriarestratégiasquepromovamasaúde.

Embora este instrumento seja um importante auxílio de trabalho, muitos indivíduos que

compõemasequipestêmconhecimentolimitadoarespeitodoassunto.Emrelaçãoaoque

foi apresentado,nota-sequeé importante informarparaasequipesdaESFa importância

desseinstrumentoparaqueelaspossamcompreenderoconceitodesaúdeintegraleassim

aplicá-lasnaAtençãoBásicaàSaúde.

Referências:

1. Ditterich R G, GabardoM C L, Moysés S J. As Ferramentas de trabalho com famílias

utilizadaspelasequipesdesaúdeda famíliadeCuritiba,PR.SaúdeeSociedade,2009mar.,

18,(3)515-24.

2.BorgesCD,CostaMda,FariaJGde.Genogramaeatençãobásicaàsaúde:embuscada

integralidade. RevistaPsicologia e Saúde. [Internet] 2015 Jul [acesso em 2018 ago 17];

7(2):133-41.Disponívelem:<http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rpsaude/v7n2/v7n2a07.pdf>.

3.MunizJR,EisensteinE.Genograma: informaçõessobrefamíliana(in)formaçãomédica.

RevistaBrasileiradeEducaçãoMédica[Internet]2009[acessoem2018ago17];1(33):72-79.

Disponívelem:<http://www.scielo.br/pdf/rbem/v33n1/10.pdf>.

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PERFIL DOS USUÁRIOS DE SOMATROPINA EM UNIDADE BÁSICA DE

SAÚDE

Anne Josiele Alves Dantas, [email protected] 1

BENEDETTI, André; DANTAS, Anne; TECELÃO, Giovanna; NISHIMORI, Giullia; DIAS, Heitor; OLIVEIRA, Isabela; YAMASHITYA, Isis; COLETTI, Julia; ALMEIDA, Juliana; SILVA, Maura;

FELIPE, Victoria1 SOUZA, Alessandra2 RIBEIRO, Alessandra3

1Acadêmicos de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas 2Preceptora do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC- Humanitas 3Docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas

Resumo

O artigo descreve sobre a utilização do hormônio do crescimento na rede pública de saúde da cidade de São José

dos Campos, SP. O hormônio do crescimento é secretado pela hipófise anterior e sua principal função é

promover o crescimento de todo o corpo através da sua ação interventiva na formação protéica, multiplicação

celular e diferenciação celular. O hormônio apresenta como principais estímulos de liberação o sono, a

hipoglicemia, refeições ricas em proteínas, estresse (dor, calor e ansiedade), exercícios e outros agentes

(serotonina, estrógenos, adrenalina, entre outros). Na rede pública de saúde a oferta deste hormônio segue um

processo sistematizado para a oferta à população. Este artigo apresenta resultados relacionados ao perfil do

usuário do hormônio do crescimento em uma unidade básica de saúde.

Palavras-chave: Hormônio do crescimento, metabolismo, deficiência de hormônio, terapêutica com

somatropina e crescimento.

Introdução

A saúde no Brasil através da Constituição de 1988, tornou-se um dever do Estado e um

direito de todo cidadão, sendo ofertado à população políticas públicas sociais e econômicas.

A definição da saúde como um direito social aplicando os princípios de universalidade,

integralidade e equidade facilitaram o acesso de alguns tratamentos de alto custo que são

imprescindíveis para uma boa evolução dos pacientes ¹.

No contexto dos princípios, entende-se que a população tem o direito de acesso aos

serviços das redes primárias, secundárias e terciárias, ou seja, a promoção, prevenção e a

recuperação da saúde. A partir deste princípio tornou-se mais fácil o acesso aos tratamentos

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

com medicações de alto custo onde através deste mecanismo a integralidade se faz mais

presente com equidade de oferta ².

A assistência farmacêutica do Ministério da Saúde coloca à disposição inúmeros

componentes de alto custo ao acesso daqueles que seguem criteriosamente os protocolos

instituídos. Dentre esses componentes encontra-se o hormônio do crescimento, para a

realização da terapêutica recomendada pelo médico em casos onde há a sua deficiência ³.

O tratamento com o hormônio do crescimento é aplicado onde ocorrem déficit de

produção evidenciada em exames laboratoriais, bem como manifestações clínicas de

diminuição de marcadores de formação óssea, reabsorção óssea, redução da massa e força

musculares 4.

Os dados disponíveis sobre a prevalência de pessoas com insuficiência do hormônio do

crescimento no Brasil são insuficientes. Estima-se que mais de 2.726 crianças menores de 16

anos na Inglaterra e 162 no País de Gales possuem esta deficiência. Nos Estados Unidos a

incidência é de 1 para cada 3.480 nascidos vivos ³.

O Hormônio de Crescimento (GH) é secretado pela hipófise anterior que está localizada

na sela túrsica na base do cérebro e tem cerca de 1 cm de diâmetro. Ele é composto por uma

cadeia média de 191 aminoácidos, secretado de maneira pulsátil, modulado por vários

fatores, tais como: hormônio hipotalâmico liberador de GH (GHRH), hormônio hipotalâmico

inibidor da secreção de GH (somatostatina – SM), grelina, glicocorticoides, ácidos graxos,

glicose, insulina, hormônios esteroides, estado nutricional, composição corporal e idade 5.

A principal função desencadeada por este hormônio é a promoção do crescimento por

todo corpo, através da sua ação interventiva na formação proteica, multiplicação celular e

diferenciação celular4. A produção dos fatores hipotalâmicos sofre influência direta de várias

regiões cerebrais por meio de vias alfa e beta adrenérgicas, dopaminérgicas e colinérgicas.

Este hormônio (GH) é muito importante nos períodos da infância e puberdade, pelo

crescimento e maturação, presente em todos os ciclos da vida 6.

Ele é um dos hormônios mais estudados pela ciência, devido a sua importância no

metabolismo corporal. Quanto aos lipídeos, demonstram que o GH aumenta o processo de

lipólise que, por consequência, eleva a concentração sanguínea de ácidos graxos.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Adicionalmente, o GH promove acréscimos na conversão dos ácidos graxos em acetil-coezima.

Outra função muito importante da somatropina é que ela reduz a atividade da cortisona

redutase, levando a inativação do cortisol principalmente no fígado e no tecido adiposo6.

A deficiência do hormônio do crescimento (DGH) ocorre em algumas crianças não com

muita frequência, geralmente na população geral 1:4.000 e 1:10.000, população de baixa

estatura normal 3:10.000 e no retardo constitucional do crescimento 100:10.0003.

O diagnóstico em criança é realizado através do exame laboratorial e clínico,

considerando seu histórico, antecedentes e exame físico. A criança diagnosticada com déficit

de somatropina apresenta estatura abaixo da esperada pela altura dos pais, segmentos

corpóreos proporcionais, e uma velocidade de crescimento baixa para sua idade cronológica,

podendo ocasionar retardo significativo ósseo esquelético7.

Para a reposição do hormônio do crescimento recorre-se a terapia com GH humano

obtido por tecnologia do DNA recombinante. O tratamento visa a normalização da velocidade

do crescimento linear nos períodos da infância e adolescência, dependendo da dose utilizada,

o período de início do tratamento, do seu estado nutricional e da resposta do paciente a esta

terapêutica³. A eficácia do tratamento será mensurada ao término da puberdade, onde

ela deverá apresentar um ganho de estatura. O monitoramento da dosagem a ser

administrada na criança deverá acompanhar a velocidade de crescimento apresentada de 4

em 4 meses. O GH é administrado via subcutânea diariamente seguindo os protocolos da

Sociedade de Endocrinologia³.

A cidade de São José dos Campos atualmente conta com uma população de 629.921

habitantes, sendo que na região do Parque Interlagos, situado na região sul desta cidade há

18.965 habitantes8. A prefeitura de São José dos Campos disponibiliza um fluxo de

atendimento para ofertar medicação de alto custo para a população, que se organiza a partir

da atenção primária na UBS. Em se tratando da somatropina, o médico preenche os

formulários necessários que são exigidos pelo Estado e os entrega para o munícipe, este os

encaminha para a UBS, que posteriormente destina para a análise de técnicos. Após a

validação do processo pelo Estado a medicação é encaminhada ao município para a

distribuição por meio da farmácia central 9.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Material e Métodos

Estudo descritivo transversal realizado por meio de coleta de dados em prontuários e

no sistema de atendimento municipal de saúde central 9 da prefeitura disponíveis na UBS.

A coleta de dados para esta pesquisa ocorreu no mês de agosto de 2018, na Unidade

Básica de Saúde do Parque Interlagos na cidade de São José dos Campos – São Paulo. Foram

examinados os prontuários dos usuários do hormônio do crescimento e verificado no Sistema

de Informação da Prefeitura. Foi considerado o período de 1 ano para a realização das buscas,

compreendendo agosto de 2017 a agosto de 2018 da totalidade de processos recebidos pela

UBS. Os dados foram armazenados em forma de planilha do sistema Excel, e posteriormente

elaborados os gráficos.

Resultados e Discussão

A partir da análise dos prontuários e da verificação no sistema de informação da

prefeitura, identificou-se que no momento encontram-se em utilização do hormônio do

crescimento 10 munícipes na abrangência do Parque Interlagos. Deste total de munícipes

foram encontrados os seguintes dados: 6 são do sexo feminino e 4 do sexo masculino; as

idades destes encontram-se entre os 5 a 15 anos, as comorbidades em maior número de

ocorrência são as gastrointestinais seguida pelas dermatológicas. As comorbidades

gastrointestinais apresentadas foram: parasitose, constipação, enterorragia, gastroenterite,

diarréia, dor abdominal, hemorragia, gastroenterite. As comorbidades dermatológicas

apresentadas foram: abscesso pele, furúnculo, antraz cutâneo, dermatite atópica, lesão pele.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Grafico1: Apresenta o sexo dos munícipes em uso de somatropina.

Gráfico 2: Distribuição das idades dos munícipes em uso de somatropina.

Gráfico 3. Apresenta a totalidade das comorbidades associadas por área.

6

4

01234567

Feminino Masculino

Sexo dos munícipes em tratamento com o hormônio do crescimento do Pq. Interlagos - SJCampos/SP

1 1

2 2 2

1 1

5 7 10 11 13 14 15

Idades dos usuários de somatropina.

51

31

31

82

122

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Dermatológicas

Neurológica

Pulmonar

Gastrointestinal

Oftalmológica

Osseoarticular

Total de comorbidades associadas por área, dos munícipes que utilizam o hormônio do crescimento do Pq.Interlagos -

SJCampos/SP

Idade →

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Gráfico 4: Apresenta as comorbidades gastrointestinais encontradas.

Gráfico 5: Apresenta as comorbidades dermatológicas encontradas.

Como verificamos nos resultados foi possível observar que o perfil dos usuários de

somatropina na Unidade Básica de Saúde do Parque Interlagos demonstra uma maior

ocorrência no sexo feminino. As idades apresentadas encontram-se entre 5 a 15 anos. As

comorbidades associadas de maior prevalência foram as gastrointestinais e as dermatológicas

para o grupo de 10 munícipes encontrados nas buscas descritas na metodologia. A quantidade

de munícipes tratados na menor idade, ou seja entre os 5 e os 13 anos estão dentro da

indicação de tratamento para o melhor período de idade, caracterizado pelo período anterior

à puberdade, onde o resultado da terapia hormonal será mais eficiente9.

1 1 1

2

1 1 1

0

0,5

1

1,5

2

2,5

Tipos de comorbidades gastrointestinais

1

1

1

1

TIPOS DE COMORBIDADES DERMATOLÓGICAS

furúnculo antraz cutâneo dermatite atópica lesão pele

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Conclusão

O perfil do usuário de somatropina apresentado pelas buscas realizadas, reflete em

um grupo heterogêneo, onde 4 dos munícipes encontram-se no período da puberdade e 6 no

período da infância. Como o hormônio do crescimento tem sua eficácia comprovada

anteriormente à puberdade, conclui-se que esta mostra estudada responde às orientações

endocrinológicas para esta terapêutica. As comorbidades associadas apresentadas pelo grupo

que são as gastrointestinais e as dermatológicas, corresponde às manifestações clínicas

apresentadas em consulta médica na UBS.

Referências

1. Conti MA, Avaliação das demandas judiciais por acesso a medicamentos no Distrito Federal,

2015.

2. Marques CMA, Tratamento da deficiência de somatropina no adulto. Dissertação de

Mestrado, 2016

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cromatografia líquida de ultra eficiência acoplada à espectrometria de massas sequencial.

2015.

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8. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional por amostra de domicílios:

Síntese de Indicadores-2010. ibge, 2010.

9. Ministério da Saúde (Brasil), Portaria SAS/MS nº 110, de 10 de março de 2010.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de São José dos Campos

SÍNDROME DO X FRÁGIL

Carolina Rodrigues Silva Lima1 [email protected]

Amanda Marques Lima1, Bruno Carazza Carvalho1,

Gabriella Cembranelli Borges1, Jose Rolando Rivero Oliva Fiho1,

Luna Diniz Pereira1, Pietra Diniz Pereira1, Priscila Garroni Moreira Franco1,

Sofia Amadeu Loreiro1, Theo Eduardo Moreira de Souza1,

Yasmim Reis Pavan1. Rita de Cassia Salazar2.

Alessandra Lorenti Ribeiro3, Rinaldo Aguilar da Silva3

1Academicos do curso de Medicina da Faculdade de Ciencias Medicas Sao Jose dos Campos – FCMSJC -Humanitas. 2Preceptora do Curso de Medicina da Faculdade de Ciencias Medicas de Sao Jose dos Campos – FCMSJC -Humanitas. 3Docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciencias Medicas de Sao Jose dos Campos – FCMSJC -Humanitas.

Resumo: A Síndrome do X Frágil é uma doença genética caracterizada por uma constrição no braço longo do cromossomo X, decorre de uma expansão de trinucleotídeos, com repetições de CGG na região promotora do gene FMR-1. A maior expressão desta Síndrome é no sexo masculino, isso porque os homens possuem apenas um cromossomo X, herdado da mãe. O comprometimento cognitivo é sempre presente nos pacientes do sexo masculino, a maioria dos pacientes encontram-se na faixa moderada do retardo mental. Além do comprometimento da fala, características físicas também podem ser notadas, entre elas a face alongada, a fronte grande e quadrangular, macrocefalia, orelhas grandes ou de abano e a macrorquidia. O diagnóstico é realizado através de exames de análise do DNA. Palavras-chave: Síndrome, cromossomo, macrorquidia. Introdução Os estudantes de medicina da Faculdade de Ciencias Medicas de Sao Jose dos Campos Humanitas, no primeiro semestre de 2018 iniciaram o Programa Integrador (PI) junto a Unidade Básica de Saúde (UBS) Eugenio de Melo, onde vivenciaram problemas na area da saude e acompanharam pacientes na area de abrangencia da Unidade. Das familias acompanhadas, o que mais chamou a atencao foram os pacientes com a Sindrome do X Fragil (SXF). O contato com esses pacientes despertou nos alunos o interesse pela sindrome em si, e principalmente pelo projeto terapêutico proposto pela equipe para a devida assistência. O PI visa a união entre a teoria e a prática, a integração da faculdade ao meio social, local e a construcao da identidade profissional, possibilitando o desenvolvimento de competências

fundamentais em vivencias, estruturas e processos mentais a partir o convivio em ambientes reais de ensino- aprendizagem (Manual do PI, 2018). A SXF e uma condicao genética, considerada a segunda causa mais frequente de deficiencia mental herdada, depois da sindrome de Down (Veiga, Toralles; 2002). Sua incidencia e de 1 afetado em cada 1.000 meninos, e de 1 em cada 2.000 meninas. No Brasil, a frequencia na populacao de deficientes mentais foi estimada em 8% no sexo masculino, e 4% no sexo feminino. Assim, esta sindrome deve ser considerada no diagnostico diferencial de qualquer crianca que apresente atraso no desenvolvimento. (Veiga, Toralles; 2002).

Material e Métodos O método utilizado foi a pesquisa em diversas bases de dados, coleta de informações em diversos artigos e a realização de entrevistas com os pais e/ou responsáveis pelos portadores da Sínrdome do X Frágil.

Resultados e discussão A SXF e uma doenca genetica caracterizada por uma constrição no braço longo do cromossomo X, nos homens e par do Y (XY) e nas mulheres ha dois cromossomos X (XX). Decorre de uma expansao de trinucleotideos, com repeticoes CGG na regiao promotora do gene FMR-1. Em individuos normais, essa regiao varia de 5 a 52 repeticoes, ja na SXF, apresenta mais de 200. As grandes expansoes causam metilacao da regiao promotora, e consequente repressao do gene FMR-1. Em suma, para que a sindrome seja herdada, pelo menos um dos progenitores deve ser portador ou possuir a pre-mutacao, entretanto, sua maior expressao se da no sexo masculino, isso em razao deste possuir apenas um cromossomo X, sendo assim, o cromossomo X nos homens e herdado da mae, que pode nao apresentar a sindrome, mas e portadora. (Veiga, Toralles; 2002). O comprometimento cognitivo e sempre presente nos pacientes do sexo masculino portadores da SXF, apresentando expressoes muito variadas, desde dificuldades em atividades especificas, ate deficiencia mental profunda. A maioria encontra-se na faixa do retardo mental moderado. Outra caracteristica marcante e o comprometimento da fala, com dificuldades articulatorias, alteracao de ritmo e fluencia. A face alongada, prognatismo, fronte grande e quadrangular, macrocefalia, orelhas grandes ou de abano e macroorquidia sao as caracteristicas dismorficas mais frequentes. Algumas destas caracteristicas podem estar relacionadas com alterações do tecido conjuntivo, além da frouxidão ligamentar, prolapso da válvula mitral, miopia, estrabismo. (Veiga; Toralles, 2002). Atraves das entrevistas realizadas com os responsaveis pelos portadores da SXF foi possivel identificar a dificuldade do diagnostico, pois o eletroencefalograma, tomografia, ressonancia magnetica e ate mesmo a testagem do cariotipo podem acusar resultados dentro da normalidade. Assim, para que haja um diagnostico mais seguro, e importante que o exame de DNA seja realizado. Uma pediatra da rede publica solicitou que o paciente fosse acompanhado pela APAE de Sao Jose dos Campos - SP, organizacao que forneceu diversas informacoes, apoio, e inclusive o encaminhamento para a realizacao do exame de DNA. A partir do diagnostico da SXF, os demais familiares tambem realizaram o exame, sendo possivel diagnosticar outros dois com a mutacao, e cinco pre-mutados. A família relata que após o diagnóstico, a APAE continuou a trabalhar com os pacientes, visando incentivar ao maximo o desenvolvimento intelectual. A única mulher portadora da mutacao na familia possui poucas limitações, evidenciadas quando fica abalada ou e confrontada. Diante disso, a família procurou o SUS, que oferece consultas com psicologo e psiquiatra para

todos, alem da maioria dos medicamentos. Ao mesmo tempo, a familia relata que a Estrategia de Saude da Familia (ESF) foi essencial em suas vidas, visto que a visita domiciliar oferecida pelo programa substitui muitas de suas idas a UBS, visto que o paciente portador pode nao se sentir bem em locais cheios, melhorando, assim, sua qualidade de vida.

Conclusão Os casos de Sindrome do X fragil acompanhados pela ESF Eugenio de Melo, tornaram possivel o pre-diagnostico em outros pacientes nesta area, pois os portadores dessa sindrome possuem caracteristicas em comum. Simultaneamente, os profissionais envolvidos na ESF realizam visitas domiciliares periodicas para acompanhamento de rotina, que sem o programa seria realizado na propria Unidade, por isso, tao essenciais as familias. Dessa forma, percebe-se a importancia que deve ser dada a SXF, e criou- se a necessidade, alem dos profissionais da area de saude, da propria populacao tomar conhecimento da Sindrome.

Referências Manual do Programa Integrador – Faculdade de Ciencias Medicas de Sao Jose dos Campos – Humanitas. Sao Paulo, 2018. Toralles MBP, Veiga MF. A expressao neurologica e o diagnostico genetico nas sindromes de Angelman, de Rett e do X-Fragil. J. Pediatr. 2002; Vol. 78: S60. Salvador- BA. [Acesso em 20 Ago 2018]. Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v78s1/v78n7a09.pdf

Veiga, Toralles; 2002

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

UTILIZAÇÃO DE Bidens pilosa NA MEDICINA POPULAR E EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS

Diego Hamzagic Mendes1

[email protected] Greicy Mara Mengue Feniman de Stefano2

[email protected] 1Acadêmico de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC - Humanitas 2Docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas

Resumo: A família Asteraceae, distribuída em quase todo o globo terrestre, possui um representante de

destaque: o gênero Bidens, devido a seu potencial farmacológico. Dentre as 772 espécies desse gênero, a

Bidens pilosa destaca-se por apresentar um grande número de metabólitos. A literatura a respeito do tema

demonstra que esse uso popular é sustentado por estudos químicos e farmacológicos que corroboram de

alguma maneira o uso da erva para inúmeras enfermidades. A ação farmacológica da planta se deve a seus

metabólitos secundários, dos quais mais de 200 substâncias já foram isoladas da planta. A esses compostos,

são atribuídos usos tais como anti-inflamatório, para reumatismo, asma e conjuntivite. Populações de áreas

rurais utilizam a B. pilosa para uma variedade de doenças incluindo dores, febre, angina, diabetes, edema,

infecções e inflamações. Os estudos realizados com a utilização dos extratos apontam segurança. A Bidens

pilosa devido as suas características químicas e ampla distribuição em território nacional pode ser considerada

como uma planta de interesse farmacológico.

Palavras-chave: Bidens pilosa, medicina popular, ação farmacológica.

Introdução

A família Asteraceae é distribuída em quase todo o globo terrestre e é muito

conhecida por apresentar plantas que são muito utilizadas para a confecção de fármacos,

bem como na medicina tradicional. Desta família, destaca-se o gênero Bidens, o qual

compreende cerca de 772 espécies com ampla distribuição em diversos habitats, sendo a

espécie Bidens pilosa, a que se sobressai devido ao grande número de metabólitos

característicos e suas atividades biológicas reportadas através de análises em extratos da

planta1.

A Bidens pilosa, no Brasil, também é conhecida também como picão-preto, amor-

seco, amor-de-burro, carrapicho, carrapicho-de-agulha, carrapicho-de-cavalo, carrapicho-de-

duas-pontas, carrapicho-picão, coambi, cuambú, erva-picão, espinho-de-agulha, fura-capa,

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goambu, macela-do-campo, paco, paconca, pau-pau, pega-pega, picacho, picacho-negro,

picão-amarelo, picão-do-campo, pico-pico, piolho-de-padre, dentre outras denominações

dadas pelas populações que habitam as regiões onde se encontra esta planta2. O nome

Bidens pilosa vem do latim, em que “Bidens” significa dois dentes, referindo-se às

características das projeções de seus dois frutos simples, secos, aquênios (pequenos) e

“pilosa” devido à presença de pelos nas suas estruturas brácteas (foliáceas)2. A planta pode

ter se originado na América do Sul e se espalhado para o resto do globo1, e, conforme

publicado no Panorama Fitossanitário da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

(Embrapa), a Bidens pilosa está presente nas regiões tropicais, principalmente nas áreas

agrícolas produtoras, sendo considerada uma praga invasora de culturas anuais, bem como

de culturas perenes3. Também é encontrada em regiões subtropicais no mundo, e, no Brasil

está presente em praticamente todo o território4.

Interesse Farmacológico

Os compostos químicos de interesse farmacêutico nos vegetais são oriundos do

metabolismo secundário dos mesmos. Os metabólitos secundários têm como características

a biossíntese de micromoléculas com diversidade e complexidade estrutural, produção em

pequena escala, distribuição restrita e especificidade, e que possuem funções específicas,

tais como papel adaptativo ao meio, defesa contra herbívoros e microorganismos, proteção

contra raios UV, atração de polinizadores e animais dispersores de sementes5.

Os principais metábólitos secundários da B. pilosa são flavonoides e poliacetilenos.

Foram relatadas cerca de 200 substâncias isoladas da planta, das quais destacam-se, além

dos flavonoides e poliacetilenos, a presença de esteroides, terpenos, hidrocarbonetos

alifáticos, álcoois, ácidos carboxílicos, derivados do ácido benzoico, aldeídos, cumarinas e

outras classes de fenilpropanóides, porfirinas, substâncias sulfuradas e nitrogenadas6. Entre

os flavonoides incluem-se as chalconas e auronas6. Normalmente as chalconas possuem

cinco hidroxilas, às vezes são glicosadas. Outros flavonoides também são encontrados, como

por exemplo, as flavinas tri- e tetra-hidroxiladas, luteolina e apigenina, as chalconas tetra- e

penta-oxigenadas, quercentina, alguns derivados hexa-oxigenados de quercetagetina como

a centaureína e sua aglicona, centaureidina. Existem ainda diversos compostos terpenóides

nos extratos da planta. Estudos evidenciaram a presença de terpenóides lineares (fitol,

esqualeno e β-caroteno), sesquiterpenóides e triterpenóides. A ação farmacológica dos

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

extratos de B. pilosa, na maioria dos estudos, está associada à identificação de diversas

substâncias de interesse, principalmente os poliacetilenos e flavonoides, justificando os

efeitos observados com o uso da erva. Porém, há extensa variação dessas substâncias de um

estudo para o outro, o que demonstra que a espécie possui larga variedade química, sendo

muito complicada a definição de um marcador químico padrão para cada uso medicinal1,6.

A B. pilosa é utilizada na medicina tradicional, e, em geral tem suas folhas

empregadas frescas ou em decocção1. Na Martinica, o decocto de toda a planta é utilizado

por seus efeitos anti-inflamatórios e hipoglicêmicos. Na China é muito usada como

ingrediente de chás ou na medicina tradicional chinesa para o tratamento de várias

enfermidades como, por exemplo, diabetes, inflamações, enterites, disenteria bacilar e

faringite. No Brasil é utilizada pelos índios e povos de áreas rurais para uma variedade de

doenças incluindo dores, febre, angina, diabetes, edema, infecções e inflamações7,8,9. Na

Amazônia brasileira e regiões do sul do Brasil as soluções hidroalcoólicas de raízes de picão-

preto são também consideradas para o tratamento de malária e em alguns tumores1,10,11.

Os usos medicinais da B. pilosa não são apoiados sobre registros clínicos, usos

descritos em farmacopeias ou documentos oficiais. Apenas a infusão das folhas tem

reconhecimento no tratamento de icterícia6, porém, algumas propriedades medicinais da B.

pilosa têm apoio em evidências científicas: o extrato, por exemplo, é reconhecido como anti-

inflamatório, apoiando os usos tradicionais para reumatismo, asma e conjuntivite6. O uso

popular contra a Malária foi estudado e de maneira experimental os resultados foram

satisfatórios6. Também as propriedades hipotensora e antipirética, antialérgica, cicatrizante,

antibactericida, antifúngica, antiúlcera e hepatoprotetora foram estudadas demonstrando

com bases científicas as relações da erva com o tratamento de inúmeras doenças atestando

alguns dos usos populares1,2,7,8,11,12,13. Ademais, os estudos com extratos de B. pilosa

mostraram atividades anti-hiperglicêmicas, anti-hipertensivas, antiulcerogênicas,

antipiréticas, hepatoprotetivas, imunossupressoras, antiinflamatórias, anti-leucêmica,

antimalárica, anti-bactericida, antioxidante e efeitos antitumorais14. As partes aéreas da B.

pilosa apresentaram atividade protetora contra agentes que deflagram úlcera gástrica. O

extrato reduziu o volume de suco gástrico, a secreção gástrica e a secreção de pepsina

também foram reduzidas em ratos com piloro ligado. Também foi verificada a atividade

contra a ulceração induzida por indometacina e ação inibitória de hemorragia gástrica

provocada pelo etanol15.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Quanto à toxicidade, o uso da B. pilosa na medicina popular e os estudos com a

utilização de seus extratos, apontam segurança. Os valores de toxicidade apurados em

estudos em camundongos demonstraram que as doses terapêuticas, substancialmente mais

baixas não oferecem perigos6,16.

Conclusão

A Bidens pilosa pode ser considerada segura e seus diversos compostos trazem

potencial de utilização clínica para a planta, que pode conter inúmeros princípios ativos e

compostos capazes de ajudar no tratamento de diversas doenças, acometendo diferentes

tipos de células e ações de proteção para diversos sistemas no organismo humano.

Referências

1. Bartolome AP, Villaseñor IM, Yang WC. Bidens pilosa L. (Asteraceae): Botanical properties, traditional uses, phytochemistry and pharmacology. Evidence Based Complementary and Alternative Medicine; 2013. p. 1-51.

2. Kumari P, Misra K, Sisodia BS, Faridi U, et al. Planta Med. [Internet]. 2009 [acesso em 2018 mai 20]; A promising anticancer and antimalarial component from the leaves of Bidens pilosa.1: p. 59-61. Disponível em: < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19031368 >.

3. Grandi TSM. Tratado das plantas medicinais:[Internet] minerais, nativas e cultivadas. Belo Horizonte: Adaequatio Estúdio; 2014 [acesso em 2018 mai 20]; 249-52. Disponível em: < https://plantasmedicinaismineiras.files.wordpress.com/2014/11/tratado_plantas_medicinais__pagina2.png. >.

4. Ministério da Saúde. Monografia da Espécie Bidens Pilosa (Picão-preto) – [Internet] Brasília: Ministério da Saúde e ANVISA; 2015 [acesso em 2018 mai 20]; p.85. Disponível em: <http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/11/Monografia-Bidens.pdf >.

5. Santos RI. Metabolismo básico e origem dos metabólitos secundários. In: Simões CMO, Schenkel EP, Gosmann G, et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 2ª. ed. Florianópolis: Universidade/UFRGS/Editora da UFSC, 2000, p.323-54.

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7. Hsu YJ, Lee TH, Chang CL, Huang YT, Yang WC. Anti-hyperglycemic effects and mechanism of Bidens pilosa water extract. Journal of Ethnopharmacology, [Internet]. 2009 [acesso em 2018 jun 16]; 122(2); 379-83. Disponível em: < http://www2.fcfar.unesp.br/Home/ComitedeEtica/CEPHumanos/28_2011_artigo2.PDF >.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

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16. Frida L, Rakotonirina S, Rakotonirina A, Savineau JP. In vivo and in vitro effects of Bidens pilosa L (Asteraceae) leaf aqueous and ethanol extracts on primed-oestrogenized rat uterine muscle. African Journal of Traditional, Complementary and Alternative Medicines [Internet]. 2008 [acesso em 2018 mai 28]; 5: 79-91. Disponível em: < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2816591/ >.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

HIPERTENSÃO E EDUCAÇÃO COMO INTERVENÇÃO NA SAÚDE

Julia Marília de Souza Lara1

[email protected] Ana Flavia do Nascimento Guardiano1

Elisangela Marques Borges1

Estevão Piolo Barci1

Leonardo Salmaso Jannis1

Marcela Franco Rios1

Marcelo Mayer Schmidt1

Paula Fernanda Soares1

Tainara Kawane de Souza Takemura1

Maria Margarete Silva Galdieri2

Alessandra Lorenti Ribeiro3

1Acadêmicos de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas 2Preceptora do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC- Humanitas 3Docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas Resumo: Os alunos do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas Humanitas iniciaram as atividades na Estratégia de Saúde da Família Campos de São José e se depararam com a Hipertensão Arterial como doença de maior prevalência no território. Concluíram que a melhor forma de adesão ao tratamento seria Educação em Saúde. Com isto, decidiram elaborar uma cartilha com foco nos fatores de risco direcionando ao auto cuidado do portador de Hipertensão.

Palavras-chave: Hipertensão Arterial, educação em saúde, adesão ao tratamento.

Introdução O Programa Integrador da Faculdade Humanitas inserido na Estratégia da Saúde da

Família (ESF) do Campos de São José no município de São José dos Campos/SP, visa

desenvolver os eixos: atenção individual a saúde, atenção coletiva, gestão e educação em saúde; a

fim de sedimentar os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e alcançar maneiras de orientar os

cuidados na saúde pela população.

Os alunos iniciaram as atividades em Março de 2018 e após contato com o cotidiano da

unidade, visitas realizadas às famílias e a territorialização, perceberam a prevalência da hipertensão

nessa população. Observaram e identificaram a importância da educação em saúde, como processo

de conscientização para melhoria da qualidade de vida da população.

Com isso, refletiram sobre possíveis estratégias para melhorar a adesão aos

tratamentos medicamentosos e não medicamentosos, favorecendo o processo de autonomia do

usuário de acordo com o conceito de necessidades de saúde.

Este trabalho tem como objetivo elaborar material educativo em forma de cartilha, com a

finalidade de melhorar a adesão ao tratamento anti-hipertensivo dos pacientes assistidos pela

ESF do Campos de São José.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Material e Métodos Propomos a construção da cartilha informativa sobre a HAS, com linguagem simples,

explicações acessíveis, descrições claras e comunicativas e sugestões de mudanças de hábitos. O

conteúdo da cartilha foi elaborado após revisão bibliográfica e análise de dados na UBS-CSJ sobre

Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).

Resultados e Discussão Baseados na vivência da UBS do Campos de São José, os alunos perceberam a

necessidade da elaboração de uma cartilha educativa para facilitar o entendimento e promover a

saúde. Tal percepção motivou os alunos a buscarem conhecimento, elaborarem material

educativo e desenvolverem a habilidade de comunicação em saúde.

O conteúdo enfatiza a importância dos usuários perceberem a HAS como uma doença

crônica mas de controle perfeitamente possível.

Figura 1: elaboração própria baseada no site do Ministério da Saúde e nos livros1,2,3.

O material foi elaborado para distribuição na comunidade, em salas de espera, reuniões de

grupos e outras ações educativas. Esperamos também que auxilie a equipe de saúde da ESF do Campos

de S José, na melhora da adesão ao tratamento da população portadora da HAS.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Figura 2: elaboração própria baseada no site do Ministério da Saúde e no livros1,2,3.

Conclusão A vivência dos alunos no cenário real de trabalho motivou a busca pelo conhecimento e

possibilitou a aprendizagem significativa.

Ao mesmo tempo a construção do material educativo contribui com a equipe e o

serviço uma vez que promove educação em saúde, um dos eixos da Atenção Primária a

Saúde.

Referências 1. Ausiello D, Goodman L. CECIL: Medicina Interna. 22ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier;2005.

2. Lopes JMC, Gusso G, organizadores. Tratado de Medicina de Família e Comunidade:

princípios, Formação e Prática. v.2. Porto Alegre: Artmed; 2012.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Hipertensão arterial/Pressão alta. [homepage da Internet]

2013 [acesso em 2018 nov 20]. Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-

z/hipertensao.

AÇÃO ANTICOAGULANTE DO GINKO BILOBA

Juliana Fernandes de Almeida1

[email protected]

Greicy Mara Mengue Feniman de Stefano2

1Acadêmica de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC- Humanitas

2Docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos- FCMSJC-Humanitas

Resumo: O consumo da planta Ginkgo biloba tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, devido,

em parte, ao aumento pela busca de alternativas aos medicamentos convencionais e à sua indicação de ser um

medicamento para melhora da memória. Essa procura de Ginkgo biloba, por ser um medicamento fitoterápico,

pode estar relacionada a uma crença equivocada de que o mesmo é desprovido de efeitos adversos ou

potenciais interações medicamentosas. O uso do Ginkgo biloba é indicado, principalmente, para aumento das

capacidades cognitivas e de concentração, porém, podem ocorrer interações medicamentosas do Ginkgo

biloba com outros medicamentos, principalmente com os anticoagulantes e/ou antiplaquetários, envolvendo a

cascata de coagulação, e podendo causar hemorragias, devido ao aumento da fluidez sanguínea causada por

esses medicamentos. O objetivo do presente trabalho foi mostrar essa possível interação medicamentosa e a

necessidade de precaução quando do uso concomitante desses medicamentos.

Palavras-chave: fitoterápico, Ginkgo biloba, anticoagulante.

Introdução

A utilização de fitoterápicos tem aumentado, cada vez mais, nos últimos anos, seja

pela maior demanda populacional, custo ou possibilidade da extração do princípio ativo das

plantas.

O Ginkgo biloba tem como principais ações terapêuticas o aumento das capacidades

cognitivas e de concentração. Hoje em dia, a proliferação de produtos à base desta planta no

mercado mundial é visível, bem como o aumento da sua procura, que pode ser explicada

pelo crescente interesse por parte da população em procurar, nas plantas medicinais, uma

alternativa aos medicamentos convencionais, derivados de síntese química, partindo muitas

vezes do pressuposto que, da ação de uma planta no organismo, não poderão advir efeitos

nocivos, dada a sua origem natural1.

Ignorar o potencial para efeitos adversos e a possibilidade de interações

medicamentosas do Ginkgo biloba, pode fazer com que sua utilização não obedeça aos

princípios da utilização racional dos medicamentos. Portanto, o objetivo desse trabalho é

mostrar quais são os efeitos adversos advindos principalmente de interação medicamentosa

com os anticoagulantes, em especial, a varfarina.

Material e Métodos

Foi realizada revisão de artigos publicados nas bases de dados Medline/PubMed utilizando as

palavras-chaves “(Ginkgo biloba AND anticoagulante AND varfarina)”.

Resultados e Discussão

Uma das mais antigas formas de tratamento é a utilização de plantas com fins

medicinais para profilaxia, prevenção e cura de doenças. Os fitoterápicos são formados por

misturas complexas de vários compostos químicos, os quais podem ser responsáveis por

diversas ações, tendo, inclusive efeitos sinérgicos ou antagônicos com outros medicamentos.

Alguns fitoterápicos possuem efeitos adversos desconhecidos, devido à isso, cabe-se o

estudo para análise de potenciais interações medicamentosas. Interações entre

componentes químicos presentes em plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos

podem causar alterações nas concentrações plasmáticas de outros fármacos em uso

concomitante, mudando assim, seus perfis de eficácia ou segurança, afetando os processos

de distribuição, absorção, metabolismo e excreção, resultando na redução ou ampliação do

efeito esperado2.

A planta Ginkgo biloba foi considerada extinta durante muito tempo, até ser

redescoberta numa província da China e, a partir desse momento protegida e plantada em

grande escala, difundindo-se pelos diferentes continentes. É uma árvore de grandes

dimensões, tendo em média entre vinte e trinta metros de altura, podendo atingir cerca de

cinquenta metros. Preparações medicamentosas derivadas desta planta estão entre os

medicamentos fitoterápicos mais prescritos, sendo utilizadas para uma série de doenças

como problemas de concentração, tonteiras, zumbidos, cefaleias e particularmente,

distúrbios cognitivos1.

O extrato de Ginkgo biloba, denominado EGb761, contém porcentagens específicas

de glicosídeos de ginkgoflavonas (24%) e terpenóides (6%), dentre estes últimos os

bilobalídeos e os ginkgolídeos A, B, C, M e J3. O Ginkgo biloba L. promove o incremento do

suprimento sanguíneo cerebral através da vasodilatação e redução da viscosidade

sanguínea, além de reduzir a densidade dos radicais livres de oxigênio nos tecidos nervosos.

Os ginkgolídeos, especialmente o ginkgolídeo B, inibem o Fator de Ativação Plaquetária

(PAF), potencializando os parâmetros hemodinâmicos como o aumento do fluxo sanguíneo,

por meio da diminuição da viscosidade sanguínea e da agregação eritrocitária. Ginkgo biloba

L. reduz a progressão da demência, provavelmente por reduzir a infiltração de neutrófilos e

a peroxidação lipídica, aumentando o fluxo sanguíneo antagonizando o PAF e modificando o

metabolismo neuronal. A fração de flavonóides é responsável pelo aumento da inibição da

recaptação de serotonina, facilitando a transmissão colinérgica e alfa-adrenérgica e

estimulando a recaptação de colina no hipocampo. A ação neuroprotetora está relacionada

com a inibição da síntese do óxido nítrico4.

O extrato seco de Ginkgo biloba não deve ser utilizado antes de cirurgias do trato

gastrointestinal, por pacientes que apresentam desordens hemorrágicas ou de risco de

hemorragia intracraniana, pois seu fitocomplexo pode contribuir para a ocorrência de

hemorragias. A utilização por crianças menores de 12 anos também é contra-indicada2.

O principal uso do Ginkgo biloba é no tratamento da disfunção cerebral. Os

fabricantes de medicamentos que tenham em sua composição Ginkgo biloba, o

recomendam para o declínio cognitivo relacionado à idade e para retardar o progresso de

distúrbios neurodegenerativos, como a doença de Alzheimer e outras formas de demência5.

Funções de controle cognitivo, isto é, flexibilidade cognitiva, manutenção de

objetivos, inibição de respostas habituais ou impulsivas ou memória prospectiva, sofrem

declínio na velhice. O córtex pré-frontal (CPF) desempenha um papel central nas funções de

controle cognitivo; pacientes com idades entre 50 e 65 anos, que receberam extrato

padronizado de Ginkgo biloba EGb761® apresentaram um melhor desempenho cognitivo

após 58 dias de tratamento6.

O extrato de folhas de ginkgo é relativamente seguro para o consumo, embora alguns

efeitos colaterais tenham sido relatados, isto é, distúrbios gastrointestinais, dores de cabeça,

tontura, reações alérgicas na pele, casos de hemorragia subaracnóide, hematoma subdural,

hemorragia intracerebral, hematoma subfrênico, hemorragia vítrea e sangramento pós-

operatório4, 7.

O uso concomitante de medicamentos fitoterápicos à base de Ginkgo biloba com

anticoagulantes e/ou antiplaquetários pode aumentar o risco de complicações

hemorrágicas, já que estes medicamentos aumentam a fluidez sanguínea. Entre os

anticoagulantes, o mais usado é a varfarina. A interação do Ginkgo biloba com esse fármaco

ocorre através da inibição do Fator de Ativação Plaquetária (PAF) da cascata de coagulação.

A cascata de coagulação começa através de duas vias, que são as vias extrínsecas (sistema

de lesão endotelial) e intrínsecas (sistema de contato), sendo que em um determinado

momento elas se encontram, formando a via comum. Ambas as vias resultam na ativação do

fator X para Xa, o qual então converte a protrombina em trombina. O fator Xa, em presença

de Ca2+, fosfolipídeos e fator Va, ativa a protrombina em trombina, a principal enzima da

cascata. O sangue coagula em decorrência da transformação do fibrinogênio solúvel em

fibrina insolúvel pela enzima trombina8,9.

Conclusão

O Ginkgo biloba é um dos medicamentos fitoterápicos de maior utilização em todo o

mundo. Suas indicações para melhora de desempenho cognitivo contribuem para um maior

uso e há a necessidade de maiores estudos tanto sobre os seus potenciais benefícios quanto

para a possibilidade de ocorrência de efeitos adversos e interações medicamentosas com

outros fármacos cujos mecanismos afetem a coagulação sanguínea.

Referências

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Coimbra: Universidade de Coimbra; 2013 [2018 set 19]. Disponível em:

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http://revista.oswaldocruz.br/Content/pdf/Edicao_10_Carvalho_Jose_Ivam.pdf.

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https://www.takeda.com/siteassets/ptbr/home/whatwedo/produtos/tebonin_te00_rdc

95_1016.pdf.

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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19160216.

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cognitivo, atividade mental do córtex pré-frontal e reatividade ao estresse em adultos

idosos com comprometimento subjetivo da memória - um estudo randomizado duplo-

cego controlado por placebo. Hum Psychopharmacol [internet]. 2016 [2018 set 29]; 31

(3): 227-242. Disponível em:

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406. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-

50042006000600007&lng=en&nrm=iso&tlng=pt.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

O MAPEAMENTO DE SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA NA FORMAÇÃO MÉDICA: A EXPERIÊNCIA DE UM GRUPO DE MEDICINA

Karolina Garcêz Silva e email: [email protected]

Camila Mozart de Jesus Ferreira e email1 Diego Hamzagic Mendes1

Fernanda Gabriela Soares Elias1 Fernanda Melani Dias Ferreira1

Gisele Parreira Brianezi1 Lais Gabrielle Xavier Guedes1

Marcela Bartolomeu Cantini1 Marcella Hasmann Lanzoni1

Marília Machado Pereira1 Nathalia Gregorio Barbosa Tavares1

Fatima Arthuzo Pinto 2 Alessandra Lorenti Ribeiro 3

1Acadêmicos de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas - [email protected] 2Preceptora do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC- Humanitas 3Docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas

Resumo: As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de Graduação em Medicina vêm

acompanhando o novo contexto das políticas públicas em saúde, buscando formar profissionais

críticos, reflexivos, com uma visão integral do processo saúde-doença e com práticas humanizadas da

assistência à saúde individual e coletiva. Sendo assim, o objetivo do estudo é relatar a experiência de um

grupo de alunos através da construção do mapa de uma determina área de saúde de uma Unidade de

Saúde da Família durante o período de inserção dos mesmo na rede de Atenção Primária de saúde do

município pelo Programa Integrador da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos –

HUMANITAS, em parceria com a Secretaria de Saúde do Município. A atividade proporcionou uma

integração entre os componentes do grupo e facilitou uma análise crítica da situação encontrada,

além de começarem a propor ações voltadas para o espaço analisado. Clareou-se sobre o grupo a real

importância do assunto como ferramenta para diagnóstico e planejamento das atividades de

promoção e prevenção da saúde. O mapeamento é parte importante do processo de territorialização,

pois, informações relevantes sobre a comunidade e gerenciamento da unidade são sinalizadas no mapa

deixando de maneira visual dados que serão considerados para o fortalecimento e consolidação das

práticas em saúde. Além disso, permite ao aluno atuar com criatividade e senso crítico sobre sua

prática e que respondam às necessidades da comunidade.

Palavras-chave: Estratégia saúde da família, Território e Mapeamento.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Introdução

Durante décadas observou-se a falta de efetividade para com o atendimento das demandas

de saúde da população, uma vez que questões relacionadas à saúde do indivíduo eram reduzidas a uma

dimensão biológica, intervencionista e medicalizante. Tal situação levou a integralidade e a equidade

como sendo os pilares fundamentais para a implantação de uma política pública de saúde que

efetivasse as demandas de saúde da população (NASCIMENTO, 2010).

Diante desse cenário e acreditando em um modelo de atenção à saúde que atenda às

necessidades das pessoas e comunidades, surge a necessidade de buscar um modelo de Atenção

Primária à Saúde (APS) que as garantisse. Com isso a APS no Brasil, pautada nessas mudanças, se

contextualizou com a implantação do Programa Saúde da Família, sendo atualmente, uma

estratégia permanente e contínua (MACHADO et al, 2007).

As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de Graduação em Medicina vêm

acompanhando a esse novo contexto das políticas públicas em saúde, buscando formar profissionais

críticos, reflexivos, com uma visão integral do processo saúde-doença e com práticas humanizadas da

assistência à saúde individual e coletiva. Dessa forma, a Faculdade de Ciências Médicas de São José dos

Campos – HUMANITAS - a fim de contribuir para a formação de profissionais da saúde pautados em

uma prática ampliada, insere dentre sua estrutura curricular do curso de Medicina, o Programa

Integrador (PI), o qual possibilita aos estudantes, desde o início do curso, o desenvolvimento de

competências profissionais a partir de vivências em contextos reais de ensino-aprendizagem,

promovendo assim, a integração entre processo de ensino e produção de saúde. Dentre as atividades a

serem desenvolvidas pelos alunos na Unidade de Saúde da Família é reconhecer o território, por

meio da construção do mapa de saúde, permitindo visualizar as famílias em seu espaço físico e social.

O objetivo é relatar a experiência de um grupo de alunos através da construção do mapa de

uma determina área de saúde de uma Unidade de Saúde da Família durante o período de inserção

dos mesmo na rede de Atenção Primária de saúde do município pelo Programa Integrador em

parceria com a Secretaria de Saúde do Município.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo tipo relato de experiência, o qual realizou-se através da

construção do mapeamento da área de abrangência da Unidade de Saúde em que os alunos encontravam-

se pelo Programa Integrador. Buscando assim, propiciar uma relação direta entre teoria e prática,

como estratégia de aprendizagem significativa, visando a busca de soluções.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Resultados e Discussão

A proposta da construção do mapa no segundo período do curso de Medicina foi

inicialmente pouco compreendida, porém após a leitura dos artigos e a discussão coletiva sobre a

importância do mapeamento como um importante instrumento da leitura da realidade local, foi

possível compreender a aceitação dos mesmos. Conforme o mapa foi sendo construído com a

identificação e localização de suas famílias com seus recursos locais, a representação de como veem a

situação do território tornou-se evidente.

A atividade proporcionou uma integração entre os componentes do grupo e facilitou uma

análise crítica da situação encontrada pelos alunos, além de começarem a proporem ações voltadas

especificamente para o espaço analisado. Tornou-se mais fácil a percepção de que os casos que

demandam maior atenção da equipe devido ao maior risco aos usuários do sistema de saúde e que

necessitam de maior cuidado das equipes, são informações sinalizadas no mapa dentro do processo de

territorialização da UBS.

Uma das diretrizes do SUS que está fortemente associada a territorialização é a

descentralização, o que também foi percebido pelos estudantes, pois a unidade de saúde em questão é

afastada do centro da cidade e abrange mais de vinte mil pessoas.

Clareou-se então, sobre o grupo a real importância do assunto abordado em um dos artigos,

que falava sobre o uso da cartografia como ferramenta para diagnóstico e planejamento das

atividades de promoção e prevenção da saúde. Alguns ressaltaram o olhar político referente a

territorialização o qual se refere a um espaço geográfico delimitado, onde o Estado busca organizar o

território com determinada finalidade.

Conclusão

O mapeamento é parte importante do processo de territorialização, pois, informações como o

tipo de enfermidade nos domicílios, apontamento de casos de maior risco, necessidades

especiais, dentre uma gama de outras informações relevantes ao gerenciamento da unidade são

sinalizadas no mapa deixando de maneira visual dados que serão levados em conta no processo de

gerenciamento do local.

A compreensão do mapeamento como ferramenta de fortalecimento e consolidação das

práticas em saúde, permite ao aluno atuar com criatividade e senso crítico sobre sua prática e que

respondam às necessidades da comunidade.

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Referências:

1.Conselho Nacional de Educação. Camara de Educação Superior. [Resolução CNE/CES nº 4, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. [Internet]. Brasília; 2001. [cited 28 July 2018]. Available from: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES04.pdf. 2. Rodrigues Gil C. Atenção primária, atenção básica e saúde da família: sinergias e singularidades do contexto brasileiro. Cad Saúde Pública [Internet]. 2006 [cited 28 July 2018]; Available from: http://www.scielo.br/pdf/csp/v22n6/06.pdf. 3. Goldstein RA et al. A experiência de mapeamento participativo para a construção de uma alternativa cartográfica para a ESF. Ciência & Saúde Coletiva[Internet]. 2013 [cited 30 July 2018];(18):45-56. Available from: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=63025587006. 4.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica [Internet]. Brasília; 2006 [cited 2018 july 30]. Disponível em: 5. Alencar Neves RTN de. Mapeamento do Território coberto pela USF Adelmo Alves Terto no município de São José do Belmonte. (Monografia Curso de Especialização de Sistema e Serviços de Saúde). Recife: Fundação Oswaldo Cruz; 2011.Avaiable from: http://www.cpqam.fiocruz.br/bibpdf/2011neves-rtna.pdf. 6.Pereira MP, Barcellos C. O território no Programa de Saúde da Família. Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde Hygeia. [Internet]. 2006. [cited 29 Jul 2018]; 2(2):47-59. [Available from]: https://www.cmfc.org.br/brasileiro/article/view/1212. 7. Santana PMA de. A importância do mapeamento no processo de territorialização. Anais do 13º Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade. 2013 [Internet]. [ cited 29 Jul 2018]; p.168. [Avaiable from: https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/producao_cientifica/Anais_CBMFC_2015_lume.pdf 8. Souza CFT, et al. A Atenção Primária na Formação Médica: a Experiência de uma Turma de Medicina. Rev. Brasileira de Educação Médica [Internet]. 2013 [cited 29 Jul 2018]; (3):448-454. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rbem/v37n3/18.pdf. 9.Stella RCR, Puccini RF. A formação profissional no contexto das Diretrizes Curriculares nacionais para o curso de medicina [Internet]. São Paulo: Unifesp; 2008[cited 2018 july 30]; p.53-69. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. 10.Souza DMd. Mapeamento do Território coberto pela equipe de saúde da família Rio Manso/ Couto de Magalhães de Minas Gerais [internet]. 2015. [ cited 2018 july 28].: Available from:https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/Mapeamento_do_territorio_coberto.pdf 11.Pekelman R , Santos A A. Território e lugar - espaços de complexidade.[internet] . 2009. [ cited 2018 july 28]. Available from: http://escoladegestores.mec.gov.br/site/8 biblioteca/pdf/texto01_territorio_e_lugar.pdf.

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UMA BREVE DISCUSSÃO SOBRE GENGIBRE

Laís Rangel Tsujimoto ([email protected])1

Júlio César Graves2

Greicy Mara Mengue Feniman De Stefano3

1Acadêmico de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas 2Doutorando em sistemas e controle do Instituto Tecnológico da Aeronáutica - ITA 3Docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas Resumo: Uma breve discussão sobre gengibre é apresentada: da classificação botânica até algumas

indicações terapêuticas. Inicialmente, apresentou-se a tendência dos temas fitoterápicos e gengibre na pesquisa

médica. Na sequência, discute-se a importância do gengibre na cultura oriental e seus principais produtores. Seu

rizoma, flores e folhas apresentam mais de 400 componentes com propriedades terapêuticas. Entender essas

propriedades e seus mecanismos de ação são necessários para decidir o melhor plano terapêutico. A propriedade

apresentada em destaque é a volatilidade. Por último, discute-se a aplicação do gengibre como agente

fitoterápico.

Palavras-chave: gengibre, fitoterápicos, Zingiber officinale Roscoe.

Introdução

O Ministério da saúde reporta um aumento de 161% na busca por tratamentos

fitoterápicos entre 2013 e 20151, evidenciado pelo aumento da busca por trabalhos científicos

em bases de dados populares da comunidade médica. Dentre as ervas medicinais

pesquisadas, destaca-se a busca pelo gengibre.

O gengibre é um rizoma, caule modificado que cresce embaixo da terra2, de uso

comum na culinária oriental. Apresenta característica “picante” - subjetivamente, “quente” -

sendo empregado em terapias milenares indianas no tratamento de resfriados, infecções

virais, artrite, má digestão e falta de apetite3.

A caracterização química do gengibre, dos seus mais de 400 componentes, depende

da origem da planta e do método de extração utilizado4. Os óleos essenciais são compostos

voláteis e apresentam de 1 a 3% dos componentes presente no gengibre, apresentando a

propriedade antimicrobiana, e a presença de sesquiterpenos que conferem o aroma distinto

do gengibre5. Já a característica picante é devido aos seus compostos não voláteis (fenólicos),

sendo gingeróis e seus derivados os mais conhecidos6.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Este trabalho visa destacar os principais mecanismos de ação conhecidos e suas

aplicações terapêuticas, essencialmente sua atividade sobre expressão gênica do receptor

delta-dependente7, diminuição da adipogênese, diminuição de absorção de gorduras no

intestino, prevenção de náuseas8, aumento da sensibilidade para insulina9, ação antioxidante,

atividade antimicrobiana10, potencial atividade anti-inflamatória, analgésica11, combate ao

câncer12 e aumento da frequência de neurotransmissão gabaérgica13.

Material e Métodos

Realizou-se a revisão de literatura com buscas entre os meses de abril e junho de 2018,

nas bases PubMed, Science Direct e Food and Agriculture Organization of the United Nations,

pelas seguintes palavras chaves: gengibre, ginger, Zingiber officinale roscoe, fitoterápicos e

phytotherapy, herbal medicine.

Resultados e Discussão

Os primeiros dados tratados foram da quantidade de publicações sobre” Herbal

medicine” (Figura 1), “phytotherapy” (Figura 2) e “ginger” (Figura 3) realizadas nas bases de

dados a partir de 1946.

Figura 1: crescimento do número de publicações que contém o termo "Herbal medicine" no título, nas bases de dados PubMed e Science Direct de 1946 a 2018.

0

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1946 1956 1966 1976 1986 1996 2006 2016

Busca por "Herbal medicine"

PubMed ScienceDirect

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Figura 2: crescimento do número de publicações que contém o termo "Phytotherapy" no título, nas bases de dados PubMed e Science Direct de 1946 a 2018.

Figura 3: Crescimento da busca pela palavra "ginger" no título, nas bases de dados PubMed e Science Direct de 1946 a 2018.

Os mecanismos de ação dos compostos presente no gengibre, encontrados em

pesquisas recentes, substanciam a eficácia observada nos tratamentos utilizados pela tradição

popular.

Componentes ativos presentes no gengibre desencadeiam expressões gênicas,

sínteses de proteínas e outros processos fisiológicos, por exemplo: A diminuição da deposição

lipídica em músculos esqueléticos e tecidos adiposos em decorrência da proliferação de

peroxissoma ativado e aumento da expressão gênica do receptor delta-dependente7; A

expressão diminuída das enzimas envolvidas na lipogênese, como Ácido graxo sintase e acetil-

CoA carboxilase; A redução da expressão gênica do PPARᵧ e diminuição da adipogênese; A

inibição da absorção intestinal de gorduras devido a supressão da enzima lipase pancreática;

Prevenção de náuseas durante a gravidez e a quimioterapia devido a ação anticolinérgica e

antiserotoninérgica8; A ação antioxidante proveniente da presença de compostos fenólicos e

flavonoides (gingerol, paradol, zingerona e shagaol), que se comportam como doadores de

elétrons6,11; O aumento da sensibilidade para insulina9; A atividade antimicrobiana efetiva

0

500

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1500

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2500

1947 1957 1967 1977 1987 1997 2007 2017

Busca por "Phytotherapy"

PubMed ScienceDirect

0,0020,0040,0060,0080,00

100,00120,00

1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030

Busca pelo termo "Ginger"

PubMed ScienceDirect

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contra bactérias Gram-positivas10; O potencial anti-inflamatório e analgésico pela inibição do

metabolismo do ácido aracdônico em ambas vias ciclo-oxigenases (COX)11 e lipoxigenases

(LOX)6; O combate ao câncer4,12; Além do aumento da frequência de transmissão neuronal

gabaérgica13.

Na literatura existem informações controversas sobre efeito do gengibre no controle

do apetite. Por um lado, modula a 5-hidroxitriptamina (serotonina), promovendo controle do

apetite através da ligação com os receptores 5-HT2c do sistema nervoso central. Por outro

lado, o gengibre atua nos receptores intestinais, 5-HT, aumentando o peristaltismo intestinal

e diminuindo o tempo de trânsito dos alimentos no trato gastrointestinal, decorrendo em

aumento do apetite, embora diminua os níveis de leptina7.

Algumas das vias estão identificadas na Figura 4.

Figura 4: vias de ação do gengibre no corpo humano7

Conclusão

O aumento das pesquisas em fitoterápicos, motivado pela tradição popular e pelas

observações dos efeitos das aplicações do gengibre registrados por diversas culturas, é

consistente com o aumento das publicações. Existem evidencias de que o gengibre tem ação

antibacteriana, antioxidante, contra náusea, e muitas outras. Alguns mecanismos ainda são

controversos, como sua influência no apetite. O gengibre, com seus componentes voláteis e

não-voláteis apresentam vias de ação não completamente descritas e por isso as pesquisas

devem continuar a crescer nos próximos anos.

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Referências

1. Brasil. Ministério da Saúde. Uso de fitoterápicos e plantas medicinais cresce no SUS. Ministério da Saúde [internet]. 2016 [acesso em 27 mai. 2018]. Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/24205-uso-de-fitoterapicos-e-plantas-medicinais-cresce-no-sus.

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12. Stoner GD. Ginger: Is it ready for prime time?. Ame Assoc Cancer res. 2013, 6(4): 257-63.

13. Yue HY, Jiang CY, Fujita T, Kumamoto E. Zingerone enchances glutamatergic spontaneous excitatory transmission by activating TRPA1 but not TRPV1 channels in the adult rat substantia gelatinosa. Journal Neurophysiol. 2013 mai. 8, 110(1):658-71.

I Encontro Científico da FCMSJC– Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

Lara Vaqueli [email protected]¹

Ali Salman¹ Débora Matos¹

Edson Jorge¹ João Pedro Gerab¹

Karen Kallas¹ Lilian Fujita¹

Maria Fernanda Scarpa¹ Maria Luiza Bellon¹

Rodolffo Fossa¹ Rodrigo Falcão¹

Leila Vinhas² Alessandra Lorenti Ribeiro³

1Acadêmicos de Medicina da Faculdade de Ciencias Medicas de Sao Jose dos Campos – FCMSJC- Humanitas 2Discente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Medicas de Sao Jose dos Campos - FCMSJC-Humanitas 3Coordenadora do Programa Integrador da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos - FCMSJC- Humanitas Resumo: a adolescência é um período permeado por dúvidas, incertezas e novidades, que se misturam e

interagem promovendo um período único na vida de todas as pessoas. Tal período sofre inúmeros estímulos,

os quais são necessariamente vitais ao adolescente, uma vez que seus aspectos físicos e psíquicos estão se

consolidando e dependem de influências externas para se formarem ou reformularem. A gravidez nessa fase

ímpar distorce, de certa forma, o caminho natural da jovem, que passará a ter atribuições maternas precoces,

sem ter prévia formação educativa e mental (personalidade, emoções, vontades entre outros), em detrimento

de um tempo de preparo fundamental para a vida adulta futura. O rastreio realizado levanta dados que

exemplificam essa realidade bastante presente e que evidenciam a necessidade da constante manutenção de

Políticas Públicas que visam a conscientização sobre o tema, bem como a promoção e a prevenção de saúde do

ponto de vista da gravidez na adolescência. É sob esse ponto de vista, e com o objetivo de colaborar para que

esse evento se amenize, ou quando haja, seja acompanhado devidamente, que a Humanitas, no cenário da

Unidade Básica de Saúde (UBS) do Interlagos pretende intervir de forma construtiva e colaborativa, a fim de

contribuir com a comunidade e, portanto, com a sociedade de São José dos Campos como um todo.

Palavras-chave: Gravidez, Adolescência, Riscos. Introdução

Adolescência, de acordo com a organização mundial da saúde (OMS), é o período que

se estende dos 10 aos 19 anos de idade. O significado desta palavra “adolescência” tem

origem no latim, onde ad =” para” e olescere = “crescer”. Portanto, adolescência significa

literalmente “crescer para”. O conceito de adolescência não engloba apenas transformações

físicas, mas também todo o processo de mudança e adaptação psicológica, familiar e social1.

I Encontro Científico da FCMSJC– Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

A gravidez na adolescência acontece desde os primórdios da civilização. A mulher

começava a sua vida reprodutora muito perto da puberdade e raras eram aquelas que

ultrapassavam a segunda década de vida devido as frequentes complicações advindas da

gravidez e do parto2.

Hoje, com a liberação sexual e a grande variedade de contraceptivos, os

relacionamentos sexuais iniciam-se mais cedo. As jovens buscam se identificar com a

imagem de uma mulher que toma iniciativa e procura manter o controle sobre sua

sexualidade. Por vezes, assumem riscos que favorecem a gravidez precoce. Além dos agravos

clínicos decorrentes desta gestação, a adolescente muitas vezes enfrenta falta de

maturidade psíquica, de estrutura familiar e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde3.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal realizado na cidade de São José dos Campos, com

o levantamento de prontuários de gestantes da UBS INTERLAGOS, nas micro áreas Interlagos

(27), Mesquita(26) e Torrão de Ouro (35), para o levantamento de idade das gestantes. Os

dados foram tabelados em planilha Excel� para a confecção de gráficos.

Resultados e Discussão

Foram levantados 88 prontuários de gestantes em acompanhamento na UBS. Destes,

15 eram de adolescentes de 12 a 19 anos.

Das 88 gestantes do bairro Interlagos, 15 são adolescentes: 4 são da microárea

Interlagos, 5 do Torrão de Ouro e 6 do Mesquita.

A distribuição das adolescentes gestantes conforme microrregiões do bairro

Interlagos.

I Encontro Científico da FCMSJC– Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Com as informações coletadas constatou-se que o número de gestantes adolescentes

representa 17% das gestantes da UBS Interlagos. Segundo a ONU a taxa brasileira de

gravidez na adolescência está acima da média latino-americana e caribenha. No Brasil, no

ano de 2017, os dados do SINASC apontaram 11,4% de gestantes adolescentes, esse número

engloba mulheres assistidas no sistema público e suplementar de saúde. No município de

São José dos Campos se considerarmos apenas a população SUS dependente, o percentual

de gestantes adolescentes foi de 16,5%. Os dados levantados na UBS Interlagos se

assemelham ao do município, no entanto, podem estar subestimados, uma vez que o acesso

aos prontuários das gestantes adolescentes foi limitado devido ao encaminhamento das

jovens à serviços de referência, como o Projeto Casulo, AME e hospitais conveniados, pois as

adolescentes tratadas na UBS são apenas as que não apresentam risco.

Conclusão

A partir disso, verifica-se a existência de Políticas Públicas já instauradas, que

exercem importante ação para com as jovens que engravidam, juntamente com a

necessidade de melhorá-las constantemente para reduzir os índices dessas gestações e

proporcionar a essas mulheres conhecimento e atendimento mínimos sobre suas condições

médicas. A presença da Faculdade HUMANITAS na UBS Interlagos pode contribuir para a

promoção da saúde e redução de agravos nesta faixa etária, os quais são exacerbados

devido ao despreparo físico- psicológico dessas jovens para receber o concepto, por meio de

ações educativas e visitas domiciliares no processo de busca ativa de gestantes adolescentes

e também trabalhando sempre junto aos programas em andamento, criando uma esfera de

esforço para garantir os direitos e deveres naturais daqueles que atravessam a adolescência.

I Encontro Científico da FCMSJC– Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Referências

1. Aries P. História Social da criança e da famílía. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara; 1986.

2. Doering K. As adolescentes e o início do relacionamento sexual. Feminina, 17, n.3. 1989.

3. Gusso GL. Tratado de Medicina de Família e Comunidade – Princípios, Formação e Pratica. Porto Alegre: Artmed, 2012.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA AOS BENZODIAZEPÍNICOS E RELAÇÃO

COM MECANISMO DE AÇÃO

Leonne Di Carlo Del Vecchio1

[email protected]

Antônio Sérgio Mathias1

Camilla Viviani Guimarães Maia1

Giovanna Borella Zamboim1

Marina Armani Fioravante1

Greicy Mara Mengue Feniman de Stefano2

1Acadêmicos de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas

[email protected]

2Docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-

Humanitas

Resumo: Com o aumento da incidência de transtornos psiquiátricos no Brasil, e consequente aumento do

consumo de psicofármacos, como é o caso dos benzodiazepínicos, há uma maior incidência do uso abusivo dos

mesmos. Nesse contexto, essa revisão objetivou analisar o que os livros de farmacologia e artigos científicos

discutem a respeito do consumo abusivo de tais fármacos, os quais promovem efeitos ansiolíticos. Assim, por

meio da busca de informações em livros e artigos indexados nas bases de dados PubMed, Scielo e BVS, foi

realizada uma revisão de dados com objetivo de correlacionar o mecanismo de ação dos benzodiazepínicos e a

possibilidade de desenvolvimento de dependência dos mesmos, associando à tolerância. Os benzodiazepínicos

são fármacos cujo mecanismo de ação no receptor gabaérgico favorece efeitos ansiolíticos e todos os

representantes da classe possuem potencial para desenvolvimento de tolerância e dependência.

Palavras-chave: benzodiazepínico, farmacodependência, farmacotolerância.

Introdução

A incidência dos transtornos psiquiátricos no Brasil tem aumentado

significativamente nos últimos anos. Consequentemente, a introdução de novos fármacos

no mercado, cujos alvos farmacológicos estão localizados no Sistema Nervoso Central (SNC),

e as novas indicações terapêuticas de psicofármacos já existentes, contribui para a

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

ocorrência de uma gama de efeitos envolvendo as vias de recompensa do SNC, e

consequentemente, favorecem o uso abusivo desses medicamentos1.

Entre os fármacos que agem no SNC, os benzodiazepínicos atuam sobre os

receptores GABAA, produzindo potentes efeitos sedativos, ansiolíticos e anticonvulsivantes2.

Esse grupo de psicotrópicos substituiu os barbitúricos e o meprobamato no tratamento da

ansiedade por serem mais seguros e eficazes3.

Os benzodiazepínicos são amplamente utilizados na atenção primária brasileira,

devido a sua disponibilidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Seu uso prolongado é

relevante, devido as suas consequências farmacológicas, tais como tolerância e/ou

dependência, e consequências clinicas como: ataxia (impedimento de atividades que exigem

coordenação motora fina) e comprometimento cognitivo3.

Durante a vivência no Programa Integrador, foi constatada uma alta demanda de

benzodiazepínicos na Unidade Básica de Saúde, vinculada à utilização dessa classe de

fármacos como coadjuvante no tratamento de dependência a substâncias proscritas.

Ademais, foi ressaltada a incidência de pacientes que se tornam dependentes do próprio

fármaco. Assim, essa revisão tem como objetivo correlacionar o mecanismo de ação dos

benzodiazepínicos e a possibilidade de desenvolvimento de dependência aos mesmos,

relacionando-os à tolerância e seus mecanismos.

Material e Métodos

Para esse trabalho foi realizado uma revisão de dados científicos, embasada nos

principais livros de farmacologia e artigos científicos indexados em bases de dados Scielo,

PubMed e BVS.

Resultados e Discussão

Os benzodiazepínicos são utilizados no tratamento de diversos transtornos

relacionados à ansiedade, distúrbios musculares, amnésia, convulsões e distúrbios do sono.

São fármacos capazes de promover a ligação de um importante neurotransmissor inibitório,

o ácido y-aminobutírico (GABA) aos receptores do subtipo GABAA, que existem como canais

de cloreto formados por múltiplas subunidades e controlados por ligantes, intensificando

desse modo as correntes iônicas induzidas pelo GABA através desses canais4.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Sua ação compreende a modulação dos efeitos do GABA, ligando-se a um local

específico de alta afinidade (sítio de ligação), na interface da subunidade alfa e da

subunidade y2, os locais de ligações podem ser descritos como sítio benzodiazepínico nos

receptores GABAA. A ligação do GABA ao seu receptor abre o canal de cloreto, o que

aumenta a condutância do íon. Os benzodiazepínicos aumentam a frequência de abertura

dos canais, produzida pelo GABA. O influxo de cloreto causa uma leve hiperpolarização que

afasta o potencial pós-sináptico do valor limiar e, assim, inibe a formação de potenciais de

ação. Os benzodiazepínicos individuais mostram pequenas diferenças em suas propriedades

ansiolíticas, anticonvulsivantes e sedativas, contudo, a duração de ação varia bastante no

grupo, e considerações farmacocinéticas são importantes na escolha de um deles3.

Os benzodiazepínicos são lipofílicos, o que favorece sua absorção e facilita sua

distribuição para o SNC. São rápida e completamente absorvidos após administração oral,

distribuem-se por todo organismo, inclusive no SNC. Sua meia-vida é importante

clinicamente, pois a duração da ação pode determinar a utilidade terapêutica. Os

benzodiazepínicos podem ser divididos em grupos de curta, média e longa ação. Os

compostos de ação mais longa formam metabólitos ativos com meias-vidas longas. Contudo,

com alguns deles, a duração clínica da ação não se correlaciona com a meia-vida real. Isso

pode ser devido à velocidade de dissociação do receptor no SNC e à subsequente

redistribuição para os tecidos gordurosos e outras áreas3.

A maioria dos benzodiazepínicos, incluindo o clordiazepóxido e o diazepam, é

biotransformada pelo sistema microssomal hepático para compostos que também são

ativos. Para esses benzodiazepínicos, a meia-vida aparente representa a soma das ações do

fármaco principal e seus metabólitos. Os efeitos terminam não só por excreção, mas

também por redistribuição. Os benzodiazepínicos são excretados na urina como

glicuronídeos ou metabólitos oxidados. Todos atravessam a placenta e podem deprimir o

SNC do neonato, se forem administrados antes do parto, portanto seu uso não é

recomendado durante a gestação. Os lactantes também podem ser expostos aos

benzodiazepínicos através do leite materno3.

A probabilidade de esses fármacos causarem dependência, que pode ser definida

como o desejo compulsivo que se desenvolve em decorrência da administração repetida da

substância, pode ocorrer pela ativação de vias do sistema de recompensa2. Ainda que essa

ocorrência seja muito comum, o diagnóstico de dependência com frequência é omitido. A

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

abstinência dos benzodiazepínicos ocorre poucos dias após a interrupção da medicação e

varia em função da meia vida de eliminação5.

A via de recompensa (via dopaminérgica mesolímbica, que se estende através do

feixe prosenfálico medial, até o núcleo accumbens e região límbica) é o sítio de ação de

fármacos geradores de dependência. Embora para algumas drogas, seus sítios de ação

primários possam estar em outra parte do cérebro, todas essas substâncias aumentam o

nível extracelular de dopamina no núcleo accumbens; essa liberação também é aumentada

naturalmente por estímulos de recompensa, como comida, água, sexo e alimentação. Desse

modo as drogas agem simplesmente ativando, ou hiperativando, o sistema de prazer do

próprio corpo2.

A tolerância, que diz respeito à necessidade de doses maiores para a manutenção do

efeito farmacológico com o passar do tempo, pode proporcionar o estado de dependência,

que tanto pode ser física quanto psicológica2. A interrupção abrupta resulta em sintomas de

abstinência, incluindo confusão, ansiedade, agitação, irritabilidade, fonofobia, fotofobia,

depressão, câimbras musculares, intranquilidade, insônia, tensão e (raramente)

convulsões3,5. Os benzodiazepínicos com meia-vida de eliminação curta, como o triazolam,

induzem reações de abstinência mais abruptas e graves do que as observadas com os de

eliminação mais lenta, como o flurazepam3. Geralmente esses sintomas acabam

desaparecendo no decorrer de 1 a 2 semanas5.

Todos os benzodiazepínicos são fármacos sujeitos a controle especial no Brasil,

regulamentados pela Portaria 344/1998 e suas atualizações, classificados na listagem B1,

cuja prescrição deve ser acompanhada de notificação de receita de cor azul6,7.

Conclusão

Os benzodiazepínicos são fármacos cujo mecanismo de ação no receptor gabaérgico

favorece efeitos ansiolíticos e todos os representantes da classe possuem potencial para

desenvolvimento de tolerância e dependência.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Referências

1. Moura CN, Pinto JG, Martins P, Pedrosa KA, Carneiro MG. Uso abusivo de

psicotrópicos pela demanda da estratégia da saúde da família: revisão integrativa da

literatura. Sanare, 2016; 15(2): 135-44.

2. Rang HP et al. Farmacologia. 7ª. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012, 778p.

3. Clark MA, Finkel R, Rey JA, Whalen K. Farmacologia Ilustrada. 5ª. ed. Porto Alegre:

Artmed, 2013, 622p.

4. Mihic SJ, Harris RA. Hipnóticos e sedativos. In: Brunton LL, Chabner BA, Knollmann

BC. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman. 12. ed. Porto

Alegre: AMGH, 2012, p. 457-79.

5. Lüscher C. Drogas de uso abusivo. In: Katzung BG, Masters SB, Trevor AJ, editores.

Farmacologia básica e clínica. [Fonseca, Ademar Valadares et al., tradução e Fonseca,

Almir Lourenço, revisão técnica]. 12ª. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014, p. 565-80.

6. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria no. 344, de 12 de maio de 1998. Aprova o

regulamento técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial.

Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF 12 mai.

1998. /Disponível em:

http://www.anvisa.gov.br/hotsite/talidomida/legis/portaria_344_98.pdf. Acesso em

13 de outubro de 2018.

7. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no. 246, de 21 de

agosto de 2018. Dispõe sobre a atualização do Anexo I (Listas de Substâncias

Entorpecentes, Psicotrópicas, Precursoras e Outras sob Controle Especial) da Portaria

SVS/MS no. 344, de 12 de maio de 1998. Diário Oficial [da] República Federativa do

Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF 22 ago. 2018. /Disponível em:

http://portal.anvisa.gov.br/documents/33868/3233596/59+-+RDC+N%C2%BA+186-

2017-DOU.pdf/9ab495ad-d4dd-4e12-8c80-f50e9e1ada13. Acesso em 13 de outubro

de 2018.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

CONHECIMENTO RELACIONADO A HIPERTENSÃO ARTERIAL – UMA REFLEXÃO DURANTE A VIVÊNCIA NA UNIDADE DE ESTRATÉGIA DE

SAÚDE DA FAMÍLIA PUTIM

Mariana Cunha Tadini Figueiredo1

[email protected] Alan Kubacki Camargo1

Bruna Garbelini Cavalcanti1

Carolina Mello Miranda1

Gabriel Pereira1

Isabella Akemi Kanashiro1

Marcelo Bittencourt Amorim Filho1

Marcelo Garcia Rosa Peixoto1

Rafaela Tahan Alves1

Thallia Lamounier Brandão e Magalhães1

Aline Pelegrini de Oliveira2

Alessandra Lorenti Ribeiro3

1Acadêmicos de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas 2Preceptora do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas 3Docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas

Resumo A Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos através do Programa Integrador, possibilita aos

estudantes o desenvolvimento de competências fundamentadas em estruturas e processos mentais a partir de

vivências em contextos reais de ensino-aprendizagem. Na Unidade de Estratégia da Saúde da Família Putim, os

acadêmicos se depararam com a falta de informação de pacientes Hipertensos em relação aos medicamentos

prescritos para seu tratamento. Considerando que a Hipertensão Arterial Sistêmica é um grave problema de

saúde pública no Brasil e no mundo, surgiu o desejo de traçar estratégias educativas para melhorar a adesão dos

pacientes ao tratamento.

Palavras-chave: Hipertensão arterial, Adesão ao tratamento, educação

Introdução

Na formação médica é importante valorizar a Atenção Primária à Saúde e alterar o

enfoque hospitalar, enfatizar a prevenção de doenças, a promoção à saúde e o trabalho

interdisciplinar⁴,⁶. O Programa Integrador da Faculdade de Ciências Médicas Humanitas é um

dos componentes centrais do currículo do curso de Medicina de São José dos Campos, visando

à indissociabilidade entre teoria e prática e à integração da Faculdade ao meio social, local e

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

regional. Durante a vivência na Unidade de Estratégia de Saúde da Família Putim, os

acadêmicos puderam se aproximar da prática em saúde e refletir sobre a realidade dos

pacientes. Esta experiência desperta sentimentos no aluno, traz humanização e articula o

saber técnico e o saber humano.

A Hipertensão Arterial é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. É

uma condição clínica multifatorial, caracterizada pela elevação dos níveis pressóricos (máxima

e mínima) ≥ 140 e/ou 90mmHg. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, no Brasil

apresenta prevalência média de 32% em indivíduos adultos, mais de 60% dos idosos e

contribui direta ou indiretamente para 50% das mortes por Doenças Cardiovasculares². Deve

ser controlada por meio de terapia medicamentosa e não medicamentosa, hábitos

alimentares saudáveis e exercícios físicos³.

Apesar dos riscos que a hipertensão arterial apresenta, a adesão à terapia anti

hipertensiva ainda é insatisfatória, caracterizando-se como um desafio aos serviços de saúde

e às políticas públicas. A maneira como a população entende e conceitua as doenças e

tratamentos é um dos fatores que influenciam o uso de medicamentos e a adesão, e fatores

culturais intervêm na percepção dos padrões das doenças¹. A ação educativa impede a

ingestão abusiva de medicamentos e previne os efeitos colaterais das associações entre eles⁵.

Durante a vivência na Unidade no período de fevereiro a junho de 2018, os acadêmicos

identificaram a falta de conhecimento dos pacientes com diagnóstico de Hipertensão Arterial

em relação ao uso dos medicamentos prescritos. O confronto com essa realidade gerou o

desejo de promover mudanças através de atividades educativas de forma integrada com a

equipe de saúde. Desse modo se estabeleceu a importância de verificar as principais

dificuldades e lacunas de conhecimento dos pacientes para posteriormente elaborarem

estratégias educativas eficientes.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa realizado na Unidade

de Estratégia de Saúde da Família Putim no município de São José dos Campos, onde foi

aplicada entrevista estruturada em pacientes atendidos pelos médicos generalistas ou que

procuraram a farmácia da Unidade para dispensação de anti-hipertensivos no dia 15 de

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Agosto de 2018. Os critérios estabelecidos para que participassem das entrevistas foram:

Pacientes da USF Putim com diagnóstico de Hipertensão Arterial em uso da medicação, ou

com prescrição para início do uso. Todos os participantes assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido conforme resolução 466/12.

Resultados e Discussão

Foram entrevistados 30 pacientes, sendo 67% do sexo feminino, 60% declara ser da

cor branca e 56% na faixa etária de 20 a 59 anos, correspondendo a população

economicamente ativa passível de adoecimento.

80% sabe o que é Hipertensão, 93% tem parente próximo com a doença, 60% recebeu

orientação de profissionais de saúde e 90% foi orientado pelo médico.

Somente 38% sabe do risco de Infarto Agudo do Miocárdio, 67% controlam o sal na

alimentação, 13% são fumantes e apenas 30% realiza atividade física.

67%

56%

60%

50 55 60 65 70

FEMININO

20 A 59 ANOS

BRANCOS

80%93%

60%

90%

Sabe o que éHipertensão

Arterial

Algum parentepróximo temHipertensão

Arterial

Algumprofissional desaúde orientou

sobre H.A

Foi orientadopelo médico

sobre aprescrição

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Sobre o uso de anti-hipertensivos 80% faz uso há mais de 3 anos e 27% já deixou de tomar o medicamento por conta própria.

67% refere ser o responsável pela própria saúde, mas 23% a transfere para o médico.

100% dos entrevistados relata tomar os medicamentos nos horários corretos.

38%

32%

18%12%

Complicações da H.A conhecidas

IAM

AVC

Danos aosolhos

Danos nos rins

0 20 40 60 80

É Fumante

Faz Atividade física

Controla o Sal

13%

30%

67%

Hábitos

020406080

100

Tempo de uso dosmedicamentos

maior de 3 anos

Deixou de tomarmedicamento por

conta própria

Aumentou a dosedo medicamentopor conta própria

Toma osmedicamentos

nos horárioscertos

80%

27% 10%

100%

Médico23%

Equipede Saúde

4%Eu 60%

Família3%

Todos10%

Quem é o responsável pela minha saúde

Médico Equipe Eu Família Todos

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Conclusão

A Educação em Saúde deve promover mudanças para hábitos saudáveis de acordo com

a realidade de cada paciente, a fim de alcançar uma real modificação da conduta dos sujeitos.

O paciente e equipe de saúde tem responsabilidades mútuas¹ e devem estar motivados em

relação aos cuidados necessários para a manutenção e melhoria da saúde. A atividade física é

um dos componentes a serem trabalhados devido à baixa adesão e sua importância no

controle da Hipertensão Arterial.

Referências:

1. Malacarne GB. Responsabilidade civil do paciente. Conselho Federal de Medicina.

2000. [acesso em 23 jul. 2018]. Disponível em: http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=20395:&catid=46

2. Sociedade Brasileira de Cardiologia [homepage na internet]. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. [acesso em 23 jul. 2018]. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf

3. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: Hipertensão Arterial Sistêmica. Brasília. DF 2013. [acesso em 23 jul. 2018]. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_37.pdf

4. Caldeira ES, Leite MTS, Rodrigues Neto JF. Estudantes de Medicina nos serviços de atenção primária: percepção dos profissionais. Montes Claros: Revista Brasileira de Educação Médica; 2011.

5. Bernardi LSA, Gomes CT, Rocha ACA, Figueiredo MSF, Souza LPS, Messias RB et al. Percepção e utilização da educação em saúde para o uso racional de medicamentos por médicos. Revista Brasileira em Promoção da Saúde. 2014; 27(4):485-94.

6. Teixeira ACB. Saúde, corpo e autonomia privada. Rio de Janeiro. Renovar; 2010.

A PERCEPÇÃO DO PRECEPTOR FRENTE AO PRIMEIRO CONTATO DOS ALUNOS DE MEDICINA COM A CONSTRUÇÃO DO PORTFÓLIO REFLEXIVO

Marta Lisiane P. P. Carvalho 1

Fatima Arthuzo Pinto 1

Alessandra Bontorim de Souza1

Marisa Reis Silva1

Alessandra Lorenti Ribeiro 2 Rinaldo Henrique Aguilar da Silva3

1 Preceptora(a) do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC – Humanitas – [email protected] 2 Coordenadora do Programa Integrador do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC - Humanitas.

3 Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão a Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC – Humanitas Resumo: A FCMSJC-Humanitas apresenta como cerne de seu currículo o Programa Integrador (PI), que

insere alunos em cenários reais de aprendizagaem a partir do segundo período do curso. Parte integrante

deste programa é a elaboração do portfólio reflexivo (PR), no qual o aluno registra suas vivências e

reflexões ao longo dos anos e é avaliado de modo formativo pela preceptora. Trata-se de um instrumento

pedagógico sobre o qual os discentes têm pouco ou nenhum conhecimento. Logo, este é o relato sobre a

percepção das preceptoras a respeito do primeiro contato dos alunos da primeira turma da faculdade

Humanitas com a construção do PR. Observou-se que os alunos assimilaram progressivamente o uso

desta ferramenta, que propicia o protagonismo do estudante no processo de aprendizagem

Palavras-chaves: portfólio reflexivo, metodologia ativa de ensino aprendizagem

Introdução

Em busca de um conhecimento significativo, os alunos de medicina da Faculdade

de Ciência Médicas de São José dos Campos - Humanitas, são inseridos nos cenários de

prática a partir do segundo período, por meio do Programa Integrador (PI), o qual tem

duração de 2,5 anos . Suas vivencias devem ser relatadas e acompanhadas por meio da

construção de um portfólio reflexivo (PR), organizado em seções de acordo com as

etapas de um ciclo de problematização1, a saber: confronto experiencial, síntese

provisória (brain storming), identificação de lacunas de conhecimento, formulação de

objetivos da aprendizagem, busca de informações, nova síntese, avaliação do processo

e feedback do preceptor.

As emoções vivenciadas nos cenários de prática e o aprendizado reflexivo

registrados no PR, permitem que as preceptoras do PI acompanhem o

desenvolvimento do aluno, não apenas no que diz respeito ao saber técnico, mas

também quanto ao amadurecimento dos recursos comportamentais necessários para o

desenvolvimento das competências esperadas no profissional médico2.

O feedback da preceptora é realizado com a finalidade formativa do aluno,

apontando fortalezas e fragilidades, e incentivando-o para o aprimoramento no

exercício de suas funções. Esse instrumento pedagógico também permite que o próprio

aluno perceba sua evolução de forma concreta, uma vez que, experiências e reações

apresentadas no passado podem se revisitadas. No primeiro período do PI, os alunos

construíram seus portfólios em três momentos diferentes.

Apesar das potencialidades do portfólio reflexivo para educação como descrito

por Idália Sá Chaves3, a maioria dos alunos egressos do ensino médio não tem

familiaridade com o mesmo e, por esse motivo, o presente relato de experiência visa

demonstrar a percepção do preceptor frente ao contato dos alunos de medicina com a

construção do portfólio reflexivo.

Materiais e Métodos

Ao final de cada avaliação de portfólios do primeiro semestre do PI, as

preceptoras junto à coordenação do programa se reuniram para compartilhar as

experiências e dificuldades em relação à implantação desta ferramenta de

aprendizagem. As percepções colocadas pelas preceptoras foram similares e as mesmas

optaram por sintetizá-las em uma ideia principal para cada um dos momentos pós

avaliação de portfólios.

Resultados e discussão

A utilização do portfólio reflexivo é consagrada e defendida por renomados

educadores4,5. Apesar da FCMSJC-Humanitas apresentar currículo híbrido, Programa

Integrador está totalmente estruturado em metodologias ativas de ensino

aprendizagem, que são desconhecidas por alunos egressos do ensino tradicional. Antes

de iniciarem o PI, no segundo período do curso, os alunos da primeira turma da

faculdade foram apresentados ao mesmo em aula expositiva e observaram um ciclo de

problematização simulado com discentes da própria turma.

Para a elaboração do portfólio, os alunos receberam orientações por escrito

detalhando as etapas do ciclo de problematização e puderem esclarecer suas dúvidas

com as respectivas preceptoras e a coordenação do programa. A percepções que se

destacaram no decorrer dos 3 momentos de elaboração do portfólio foram:

1º momento: dificuldade e ansiedade dos estudantes na construção do portfólio

no que diz respeito a procura por referencial teórico, escrita e a transcrição das

reflexões;

2º momento: satisfação dos estudantes com a melhora do entendimento do

instrumento e amplitude de reflexão em sua construção;

3º momento: caracterizado por diálogos críticos e sugestões de intervenção na

realidade, a partir das experiências vivenciadas.

Foi observada melhor compreensão e evolução na construção do portfólio como

um instrumento de aprendizagem. Compreende-se que as dificuldades percebidas

ocorreram frente a um processo de transição do método tradicional para o método

reflexivo. Também é importante elucidar que, entre os primeiro e segundo momentos,

as dúvidas trazidas pelos alunos quanto a elaboração do portfólio motivou adequações

nas orientações que haviam sido distribuídas inicialmente, contribuindo para a

validação dialógica deste instrumento em nosso meio acadêmico.

Conclusões

O uso do portfólio reflexivo como ferramenta pedagógica no ensino superior foi

rapidamente absorvido pelos estudantes. O PR prioriza o processo auto-regulador da

aprendizagem oportunizando a auto-avaliação e o reconhecimento do progresso. Este

processo possibilita a autonomia intelectual, tornando o estudante protagonista de sua

aprendizagem.

Referencias

1. Berbel NAN, A problematização e a aprendizagem baseada em problemas: diferentes termos ou diferentes caminhos? Interface — Comunicação, Saúde, Educação, v.2, n.2, 1998.

2. Perrenoud P. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999.

3. Chaves IS. Os "Por_olios" Reflexivos (também) trazem gente dentro - Reflexões em torno do seu uso na humanização dos processos educativos. Porto: S.A, 2005.

4. Freire P. Pedagogia daAutonomia. 33ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

5. Aguilar da Silva RH, Perim GL, Abdalla IG, Costa NMSC, Lampert JB, Stella RCR. Abordagens pedagógicas e tendências de mudanças nas escolas médicas. Rev. Bras. Educ Méd. 2009; 33(S1): 53-62.

!!!!!

!!!!!!!!!!!!!!!!

A"importância"do"pré/natal"na"detecção"e"acompanhamento"de"4"importantes""doenças""que"acometem"o"ciclo"gravídico"puerperal"

"

!!!Mayara!Ribeiro!Arruda¹!

[email protected]!

Maria!Eugênia!!Junta!de!Freitas¹!

Carolina!Costa!Cruz!Maciel¹!

Fátima!Arthuzo!Pinto²!

!Rita!de!Cássia!Salazar²!

Carlos!Alberto!Maganha³!

!

1.Acadêmicos!de!Medicina!da!Faculdade!de!Ciências!Médicas!de!São!José!dos!Campos!–!FCMSJCJ

Humanitas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

[email protected]!

2.! Preceptoras! do! Curso! de! Medicina! da! Faculdade! de! Ciências! Médicas! de! São! José! dos! Campos! –!

FCMSJCJHumanitas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

3.!Docente!do!Curso!de!Medicina!da!Faculdade!de!Ciências!Médicas!de!São!José!dos!Campos!–!FCMSJCJ

Humanitas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

!

"Resumo:! Neste! estudo! científico! será! abordado! quatro! importantes! doenças! gestacionais! que!

acometem! o! ciclo! gravídico! puerperal! como:! Anemia! ferropriva,! Hipotireoidismo,! Pré! Eclampsia! e!

Diabetes!Gestacional.!Desse!modo,!apresentaremos!a!prevalência!e!grupos!de!gestantes!mais!suscetíveis,!

rastreamento! e! diagnostico! na! gestação! e! a! repercussão! da! doença! ao! ciclo! gravídico! puerperal.! O!

levantamento!de!dados!sobre!a!frequência!das!doenças!será!realizado!através!do!Programa!Integrador!da!

Faculdade! de! Ciencias!Médicas! de! São! José! dos! CamposJ! HumanitasJ! na! Unidade! Básica! de! Saúde! da!

Eugênio!de!Melo,! localizada!no!distrito!de!São! José!dos!Campos.A!pesquisa! tem!como!base! informar!e!

alertar! às! gestantes! sobre! as! principais! doenças! ocorrentes! nessa! população! específica,! e! evidenciar! a!

importância!do!acompanhamento! realizado!pelo!préJnatal!principalmente!nas!gestações!de!alto! risco!a!

fim!de!detectar!tais!distúrbios!gestacionais!e!as!respetivas!providências!a!serem!tomadas.!!

!

PalavrasJchaves:!principais,!doenças,!gestacionais.!

!

"

1º#Encontro#Científico#da#Faculdade#de#Ciênias#Médicas#de#São#José#dos#Campos#Humanitas##

#

Introdução"A!gravidez!iniciaJse!no!desejo!em!engravidar,!logo,!a!partir!desse!momento!os!

cuidados!maternais!devem!ser!iniciados,!pois!doenças!devem!ser!controladas,!!a!fim!de!

evitar!complicações!que!possam!afetar!o!desenvolvimento!do!feto,!as!quais!o!paciente!

sempre! deve! ser! avisado! sobre! a! possibilidade! da! ocorrência.! Desse! modo,! a!

necessidade! de! um! acompanhamento! préJnatal! adequado! é! essencial.! Nas! Unidades!

Básicas!de!Saúde,!o!préJnatal!para!gravidez!de!baixo!risco!é!realizado,!e!para!gravidez!!

de!alto!risco!as!gestantes!são!encaminhadas!para!outros!setores.!No!distrito!Eugênio!de!

Melo,!onde!os!dados! foram!coletados,!o!encaminhamento!da!gravidez!de!alto! risco!é!

feito!para!o!Ambulatório!ou!Projeto!Casulo.!

Neste! trabalho!científico! iremos! focar!na!gravidez!de! risco,!na!qual,!entendeJse!que!a!

vida! da!mãe! ou! do! feto! podem! ser! prejudicadas.! Consequentemente,! ! focaremos! em!

doenças!capazes!de!desencadear!o!alto!risco!gestacional,!sendo!elas!,!Diabetes!Melito,!

Doença! da! Tireóide! com! enfoque! no! Hipotireoidismo,! Pre! Eclampsia! e! Anemia!

Ferropriva.!

O!levantamento!da!frequência!com!que!tais!doenças!ocorrem!no!grupo!gestacional!e!o!

diagnóstico! são!de!grande! importância!para! fins!de! saúde!pública,!pois!desse!modo!é!

possível! ter! controle! epidemiológico! ajudando! na! melhoria! da! assistência! à! essas!

mulheres,! a! fim! de! diminuir! a! repercurssão! e! a! ajudar! o! ciclo! gravídico! puerperal.!

Consequentemente,! a! pesquisa! científica! tem! como! intuito! alertar! a! sociedade! no!

período! gestacional,! para! que! as! doenças! determinantes! de! gravidez! de! risco! sejam!

diagnosticadas! e! controladas,! se! possível,! pois! temos! sempre! que! ter! em! mente! as!

complicações!devido!ao!alto!risco.!

!

Material"e"Método"! O!tipo!de!estudo!consiste!em!Revisão!Bibliográfica,!realizada!a!partir!

dos!resultados!obtidos!pelo!questionário!feito!na!Unidade!Básica!de!Saúde!

Eugênio! de!Melo,! especificamente! formatado! para! essa! pesquisa.! Com! o!

levantamento! dos! dados,! foi! possível! determinar! as! 4! principais! doenças!

presentes!em!gravidez!de!alto!risco,!as!quais!permitiram!o!estudo!em!livros!

acadêmicos!e!artigos!científicos!na!base!de!dado!Scielo.!!

Resultado"e"Discussão!! Levantamento!de!dados!nos!setores!do!distrito!Eugênio!de!Melo!de!

São! José! dos! Campos! –! SP! sobre! a! ocorrência! das! 4! principais! doenças!

gestacionais! através! dos! registros! dos! agentes! comunitários! do! Programa!

de!Saúde!da!Família.!

!

Tabela! 1J! ! Apresentação! de! dados! levantados! nas! 5! regiões! do! distrito!

Eugenio!de!Melo!na!Unidade!Básica!de!Saúde:!"

Porcentagem! de! gestantes! sem!

gravidez!de!risco!

Porcentagem! de! gestantes! que!

apresentaram!gravidez!de!alto!risco!

87%! 13%! (6,5%! anemia;! 6,5%! pressão!

arterial)!

84%! 16%!(pressão!arterial)!

50%! 50%!(problema!de!tireoide)!

67%! 33%!(pressão!arterial)!

67%! 33%!(16,5%!diabete;!16,5!%!tireoide)!

"Discussão!das!doenças:!!

" Diabetes" Gestacional:! Definida! como! qualquer! distúrbio! de!

intolerância! à! glicose! durante! a! gestação! devido! à! deficiência! da! ação! da!

insulina.! A! definição! é! aplicada! quando! a! mulher! deixa! de! ser! diabética!

após!a!gestação,logo,!a!gestante!desenvolve!a!diabetes!a!partir!do!2º!ou!3º!

trimestres!de!gestação.!

É!diagnosticada!através!de!exames!laboratoriais!de!rotina!do!préJnatal!pelo!

rastreamento! da! dosagem! de! glicemia! em! jejum! de! referência! inferior! a!

95mg/dL! e! o! Teste! Oral! de! Tolerância! à! glicose! com! sobrecarga! de!

75gramas!entre!24!e!28!semanas!de!gestação,!com!valores!de!referência!de!

1! hora! após! TOTG:! inferior! a! 180mg/dL! e! 2! horas! após! TOTG:! inferior! a!

155mg/dL.¹!.!É!mais!comum!em!mulheres!obesas,!com!idade!avançada!para!

gravidez!!!!!(>!35!anos!),!hipertensas!e!com!familiares!diabéticos.!A!gestante!

diabética!necessita!de!controle!rigoroso!da!doença!ao!engravidar,!logo,!de!

cuidados!específicos!(!acompanhamento!de!préJnatal!de!alto!risco).!Desse!

modo,!se!não!controlada,!o!feto!apresentará!excesso!de!glicose!no!sangue,!

podendo! acarretar! em! malformações,! crescimento! insuficiente! ou!

excessivo,!aumento!da!quantidade!do!liquido!amniótico,!trabalho!de!parto!

prematuro,!infecções!urinárias!e!até!óbito!fetal.!

Após!o!parto,!a!gestante!retorna!às!condições!normais!com!suspensão!da!

insulinoterapia,! dieta! geral! e! controle! pelo! Teste! de! tolerância! oral! a!

glicose.²!

!! Pre" Eclampsia:! A! hipertensão! ,apesar! de!ocorrer! em! cerca!de!5J8%!

das! gestações,! compõe! junto! à! hemorragia! e! infecção,! um! membro! da!

tríade!mortal,!expressando!contribuição!significativa!às!taxas!de!morbidade!

e!mortalidade!fetais!e!maternas!6!.!Essa!condição!é!derivada!principalmente!

da! préJeclampsia,! um! distúrbio! associado! à! placentação! defeituosa,! de!

etiologia!e!patofisiologia!ainda!pouco!conhecidas,!responsável!por!mais!de!

200!mil!mortes!maternais!por!ano,!em!dimensão!mundial.!!

A! préJeclampsia! é! definida! como! sendo! uma! hipertensão! de! pelo!menos!

140/90mmHg! ,em! mulheres! previamente! normotensas,! e! cuja!

manifestação! sucede! às! vinte! semanas! de! gestação.! Para! que! seja!

confirmado!o!diagnóstico,!o!aumento!da!pressão!arterial! é! acompanhado!

de! proteinúria! significante! (0,5g/24h),! além! de! achados! laboratoriais!

anormais!nos!testes!das!funções!renal,!hepática!e!hematológica.!!

A!prevalência!da!doença!é!definida!principalmente,!por!um!fator!genético.!

A! origem! dos! genes! responsáveis! pela! suscetibilidade! é! desconhecida,!

podendo!esta!ser!materna!ou!fetal.!

Ademais,! outros! fatores! de! risco! estão! associados! à! nuliparidade,!

obesidade,!gestação!de!múltiplos!fetos,!idade!materna!superior!à!35!anos!e!

etnia!afroJamericana.!!

De!forma!sucinta,!a!etiologia!da!préJeclâmpsia!sustentaJse!atualmente!em!

quatro! teorias:! implante! da! placenta! com! invasão! trofoblástica! anormal;!

má!adaptação!da!tolerância!imunológica!entre!os!tecidos!materno,!paterno!

(placentário)!e!fetal;!má!adaptação!materna!às!alterações!cardiovasculares!

ou! inflamatórias! da! gravidez! normal! e! fatores! genéticos,! como! os! genes!

predisponentes!herdados,!além!das!diferenças!epigenéticas.!!

As! repercussões! da! préJeclâmpsia! ao! ciclo! gravídico! puerperal! atingem!

principalmente:!sistema!hematológico,!fígado!e!rim.7!

Hipotireoidismo:! Mulheres! com!hipofunçãotireoidiana! durante! a!

gravidez!podem!ter! anormalidades! hormonais! sutis! que!

podem!ser!assintomáticas,! mas! !que! contribuem!para!

o!mal!desenvolvimento! do! cérebro! fetal.! No! início! da! gravidez,! o! T4! livre!

materno! é! imperative! porque! a! glândula!tireóide!fetal! não! produz!este!

hormônio!até!depois!de!10! semanas.!Nesse!ponto,!a!presença!de!T4! livre!

fetal!é!necessária!para!uma!neurodesenvolvimento! fetal.!O!diagnóstico!da!

doença! é! feito! por!meio!de!exames! de! sangue! que! avaliam! a! quantidade!

dos!hormônios!da!tireoide!no!corpo!e,!nos!casos!positivos,!deveJse!repetir!a!

análise! a! cada! 4! ou! 8! semanas!durante! toda! a! gestação! para! manter! o!

controle!da!doença.!As!repercussões!da!doença!ao!ciclo!gravídico!puerperal!

são:! restrição! de! crescimento!intraJuterino,! descolamento! prematuro! da!

placenta,!hipotiroxinemia,!préJeclâmpsia,!óbito!intraJuterino!e! diminuição!

do! coeficiente! de! inteligência! do! filho! em! decorrência! do! mal!

desenvolvimento!cerebral!fetal.!!!

A! prevalência! de! desenvolvimento! consiste! em! mulheres! que! já!

apresentavam!o!distúrbio!antes!da!gestação,!pacientes!com!bócio,!histórico!

de! doença! autoJimune! tireoidiana,! portadores! de! diabetes! tipo! 1! e!

mulheres!com!antecendentes!de!parto!prematuro!ou!aborto.³!

Anemia" Ferropriva:" Além! de! causar! a! expansão! do! volume!

sanguíneo,! também! ocorre! aumento! de! demanda! pelas! necessidades! do!

feto.! Também! é! pequeno! o! número! de!mulheres! que! iniciam! a! gestação!

com! os! estoques! de! ferro! adequados.!A! falta! de! ferro! no! organismo!

aumenta! as! mortalidades! infantil! e! materna,! partos! prematuros! e!

complicações! neurológicas! no! bebê.! Ainda,! quando! a! hemoglobina!

encontraJse! significativamente! abaixo! dos! níveis! adequados,! a! gestante!

pode! sofrer! de! insuficiência! cardíaca! de! alto! débito,! com! risco! de!morte!

para! ela! e! para! o! bebê.�! O! rastreamento! e! diagnostico! é! devido! a! uma!

dieta! pobre! em! ferro,! alimentos! que! dificultam! absorção! de! ferro,!

distúrbios!gastrointestinais,!hipermenorreia,!perda!sanguinea!após!o!parto!

e! pequeno! intervalo! interpartal.! Exames! de! Hemograma! e! Ferritina! são!

suficientes! para! sua! detectação! durante! o! acompanhamento! de! préJ

natal.2,5!No!Brasil,!apesar!das!diferenças!regionais,!a!prevalência!de!anemia!

ferropriva! é! muito! elevada,! constituindo! uma! das! mais! importantes!

deficiências!nutricionais.!No!nordeste,! a!prevalência!de!anemia! ferropriva!

em!mulheres!no!periodo!reprodutivo!varia!de!18%!a!46%.!Essa!elevada!taxa!

de!anemia!na!gestação!pode!estar!relacionada!a!uma!dieta!insuficiente!de!

ferro! associada! ao! aumento! da! demanda! deste! mineral! no! periodo!

gestacional.5!

"""""

Conclusão!! Diante! das! doenças! tratadas! é! importante! observar! o! risco! gerado!

para!mãe!e!ao!filho,!sendo!essencial!o!acompanhamento!préJnatal!de!risco!

para! que! se! possa! detectar! as! complicações! com! antecedencia! a! fim! de!

tratáJlas!e!controláJlas.!

Sendo! mais! comum,! diante! do! estudo! na! Unidade! Básica! de! Saúde,! o!

distúrbio!de!pressão!arterial!entre!o!grupo!de!gestantes.!!

"Referências"1JMAGANHA,! Carlos!Alberto;! VANNI,!Diana!Gertrudes! Barenboim! Salles;! BERNARDINI,!

Maria!Augusta!!and!!ZUGAIB,!Marcelo."Tratamento!do!diabetes!melito!gestacional.!Rev.!Assoc.!Med.!Bras.![online].!2003,!vol.49,!n.3,!pp.330J334.!ISSN!0104J4230.!!2J!REZENDE,!Jorge!J!Obstetrícia&Ed.&Guanabara&Koogan,&11ª!edição,(2010"3JClearyJGoldman!J,!Malone!F,!LambertJMesserlian!G,!Sullivan!L,!Canick!J,!Porter!T!et!al.!

Maternal! Thyroid! Hypofunction! and! Pregnancy! Outcome.! Obstetrics! &! Gynecology.!

2008;112(1):85J92.!

4JCôrtes!M,!Vasconcelos! I,!Coitinho!D.!Prevalência!de!anemia! ferropriva!em!gestantes!!

brasileiras:!uma!revisão!dos!últimos!40!anos.!Revista!de!Nutrição.!2009;22(3):409J418.!

5J!Santos!P!–!ANEMIA!FERROPRIVA!NA!GESTAÇÃO!–!Colegiado!de!Ciências!Biológicas!e!

da!SaúdeJ!UEZO!!

6J! Cunningham! F,! Williams! J.! Obstetricia! de! Williams.! 23ª! ed.!México:( McGrawJHill!Interamericana;!2012.!

7J!HAYMAN,!RichardJ!The!Orchad!Centre,!Gluocester!Royal!Hospital,!Geat!Western!

Road,!Gloucester,!UK!J!Hypertension!in!pregnancy;!Published!by!Elsevier!Inc.!All!rights!

reserved;!2004;!vol.14!issue!1 !

"""!

#

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO 2º PERÍODO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS /-FCM /SJC 2º PROGRAMA

INTEGRADOR (PI) QUANTO AOS PROCEDIMENTOS NA SALA DE CURATIVOS DA UBSCSJ.

Miriam Cristina Ribeiro Ferreira1

[email protected] Patricia Moraes Coelho1

Victor Hugo Pereira Silva 1

Camila Yumi Catenacci1 Giovanna Grossi Carreira1

Ingrid Araujo Dutra1 Maria Beatriz Lamy Cobra Borges1

Sofia Yoshimi Sugimoto1 Virginia Elisa de Faria Felisardo1 Alessandra Conceição da Silva2

Alessandra Lorenti Ribeiro3

1Acadêmicos de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas 2Preceptora do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas 3Docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas

Resumo: Foi feito, através de um relato de experiência dos alunos do segundo período da

Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos, uma pesquisa com o objetivo de

levantar dados sobre suas vivências na sala de curativo da UBS Campos de São José. Foram

coletados dados de 11 alunos que frequentam o programa integrador e observou-se que,

através desse convívio em campo, os alunos puderam apresentar experiências importantes

para posicioná-los a respeito dos princípios e normas de uma sala de curativo, bem como a

estrutura dos procedimentos que lá são realizados. Palavras-chave: curativo, pesquisa, vivência. Introdução

O Programa Integrador (PI) da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos-FCM/SJC – e a Estratégia da Saúde da Família (ESF) inserem –se no mais amplo projeto de parceria entre a faculdade e a Prefeitura de São José dos Campos (PSJC/SJC), por meio da Secretaria de Saúde (SS), a fim de contribuir para a formação integrada de profissionais da saúde e para a melhoria do Sistema de Saúde de São José dos Campos, segundo Tsuji1.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Dentre as atividades desempenhadas, destaca-se o acompanhamento do trabalho dos profissionais de saúde nos diferentes setores da unidade, pois sabe-se que a organização dos serviços de saúde, bem como sua estruturação física afetam diretamente a qualidade da assistência à saúde da população, podendo ser uma importante ferramenta para a construção de um atendimento mais humanizado2.

A vivência em sala de curativo permite ao profissional compreender o cuidado desde um problema específico, tais como: cura de uma lesão, tipos de curativos, limpeza, cuidados pré e pós os procedimentos até a compreensão de uma abordagem mais humanista, crítica e reflexiva norteada por demandas pessoais e sociais.

Material e Métodos

Trata-se de uma pesquisa desenvolvida por meio de um relato de experiência dos alunos do segundo período da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos, sobre suas experiências na sala de curativo na UBS Campos de São José. Para isso os mesmos responderam a um questionário com as seguintes questões norteadoras:

1) O que você entende por sala de curativo na Unidade de Saúde da Família? 2) Como você compreende a função dos profissionais que atuam na sala de curativo? 3) Como você descreveria o funcionamento da sala de curativos quanto à organização, o atendimento a demanda e disponibilidade de recursos de materiais na USF? 4) Como você descreveria a técnica durante todo o processo do curativo? 5) Você saberia distinguir a limpeza corrente da limpeza terminal? 6) Gostaria de acrescentar mais alguma coisa? Após a aplicação das questões, as respostas foram organizadas de maneira que permitiu-se analisar a percepção dos alunos em relação ao funcionamento da sala de curativo da UBS Campos de São José e suas dificuldades em relação ao atendimento ofertado aos pacientes que frequentam a unidade.

Resultados e Discussão

A coleta dos dados ocorreu em 15 de agosto de 2018, na UBS do Campo de São José aos acadêmicos do curso de medicina dos 11 alunos que frequentam o programa integrador pela faculdade de medicina em são José dos campos.

Neste estudo os alunos entrevistados foram questionados a expor sua opinião sobre a técnica de sala de curativos70% dos entrevistados compreenderem a necessidade de melhoras, ou seja, a técnica esta inadequada e 30% como adequada, durante os procedimentos, sendo que a maioria julgou que a higiene deve ser redobrada naquele ambiente e que os profissionais que lá trabalham devem se atentar mais para a utilização de materiais de proteção individual como luvas de procedimentos, máscara e jaleco descartável.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Neste estudo os entrevistados perceberam que 60% das pessoas pesquisada (o)s não

souberam distinguir os dois tipos de limpeza da sala de curativo e 40% souberam diferenciar

a limpeza terminal de limpeza concorrente

Conclusão

Observou-se que, a vivência na sala de curativo ao longo dos 6 meses trouxeram experiências importantes para posicioná-los a respeito dos princípios e normas de uma sala de curativo bem como a estrutura dos procedimentos que lá são realizados. Porém no início, foi possível perceber que a maioria não sabia diferenciar limpeza concorrente de terminal, sendo que após o término do trabalho de acordo com uma nova pesquisa realizada sobre este assunto a maioria compreendeu como diferenciá-las. Além disso, notou-se que na UBS a técnica utilizada para a realização dos procedimentos é de grande valor e de suma importância, sendo que conseguimos determinar alguns pontos que poderiam ser melhorados para que todos os pacientes sejam atendidos da melhor maneira. A participação dos profissionais de saúde na sala de curativo é de grande relevância para que os procedimentos possam ser realizados com a devida técnica e com os devidos cuidados, assim como foi concluído em nossa pesquisa. Por fim, foi ressaltado pelos alunos que a sala de

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

curativo pode ser utilizada para a realização de procedimentos paralelos, com testes de gravidez e retirada de pontos (sutura), sendo que este fato é importante para o bom funcionamento e atendimento da UBS. Com isso, o grupo percebeu que através dessa convivência em campo permite um importante aprendizado e o quanto pode ser motivador e possível para se transformar um modelo hegemônico dentro dos serviços de saúde em um ambiente humanizado e individualizado.

Referências: 1. Tsuji, H, Aguilar R H S. Aprender e ensinar na escola vestida de Branco. São Paulo: Phorte, 2010. 2. Pinto I C, Passeri IA G, Silva DS da, etal. (Re)organizando a sala de curativo do Centro de Saúde Escola da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Acta paul. enferm. [Internet]. 2005 Mar [ acesso em 2018 Nov 13] ; 18( 1 ): 89-93. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002005000100012&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21002005000100012>.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

EUTANÁSIA: ATÉ QUE PONTO TEMOS CONTROLE SOBRE NÓS MESMOS

Nícolas Kipman Cerqueira1

[email protected]

Leonardo M. Rodrigues2

Pedro H. Teixeira2

Lucas S. Martins2 José Elias Matieli3

1Autor e aluno da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC – Humanitas

2Alunos da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC – Humanitas 3Orientador do grupo e Coordenador do Curso Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC – Humanitas.

Resumo: Esse trabalho tem como objetivo explicar e conscientizar as pessoas sobre Bioética e um de seus grandes temas, a Eutanásia. Explica um pouco do surgimento da Bioética e quando foi criado o termo, além de, abordar a eutanásia mostrando e esclarecendo conceitos que muitos se equivocam. Palavras-chave: Bioética, Eutanásia, Van Rensselaer Potter

Introdução

A grande motivação para a realização desse trabalho é a conscientização da sociedade

sobre alguns conceitos básicos: sobre o que é a Bioética, seus temas de abrangência e os

pontos de vista adotados para tomadas de decisões éticas. Dentro da ética da vida, o tema

abordado será a morte e alguns conceitos como eutanásia, mistanásia, entre outros.

Segundo Freud, em Conferências Introdutórias sobre Psicanálise, disse que existiram

quatro feridas que abalaram a humanidade, no sentido de afetar a sacralidade e o destino

imutável do homem.

1. Copérnico: que desmitificou a ideia do homem centro do universo.

2. Darwin: com sua “teoria da vida”, onde o homem é somente um fruto de várias

adaptações.

3. Marx: com suas teorias socialistas que quebram a ideia de subordinação, onde

o trabalho deve ser algo divino.

4. Freud: com a sua ideia que nós não somos donos de si mesmos.

Junto dessas fragilidades encontradas pelo homem, existiram também, mais quatro

megaprojetos (Projeto Manhattan, Projeto Genoma Humano, Projeto Apolo e Globalização),

no século XX, que fizeram muitas pessoas terem medo do que as aguardavam no futuro se

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

não existissem regras para controlar o resultado desses megaprojetos, uma dessas pessoas

era Van Rensselaer Potter. Com isso, criou-se a Bioética na tentativa de controlar o resultado

desses megaprojetos que possam afetar a vida, ou seja, criou-se limites e se atribuiu valores

à vida.

Material e Métodos

Esse trabalho foi realizado na disciplina de bioética, no primeiro semestre, e foi

apresentado como exercício de conclusão do curso. Foram utilizados levantamento

bibliográfico, além de materiais provenientes em sala de aula. O método utilizado foi o

Método de Pesquisa Bibliográfico.

Resultados e Discussão

Sobre a Bioética, o termo Bioética foi pela primeira vez utilizado em um artigo, “ The

cience of survival”, por Van Rensselaer Potter. Um ano depois, em seu livro, “Bridge to the

future”. Ele acreditava que a ciência estava atropelando a humanidade e que, dessa forma,

precisava-se unir o conhecimento com a humanidade, porque, para Potter, a sobrevivência

do ser humano estava em jogo.

Existiram dois fatos alarmantes para a criação da Bioética, o primeiro fato foram as

feridas éticas causadas durante a Segunda Guerra Mundial, onde a vida humana era

indiferente, ocorreram extermínios, experiências biomédicas, entre muitas outras

brutalidades. O segundo fato foram os avanços da biotecnologia e da medicina, pois foram

preciso limites em relação a intervenções, no processo natural da vida e em experimentos.

Esses dois fatos geraram um terceiro, uma mobilização política da sociedade para a

oficialização da Bioética.

Dessa forma a bioética possui três classificações:

o Bioética Geral: fundamentação ética, discurso sobre os valores e princípios

originários da bioética;

o Bioética especial: analisa os grandes problemas, sempre sob uma visão geral

(engenharia genética, aborto, eutanásia, clonagem, fecundação artificial, etc.);

o Bioética clínica (ou decisional): aplicação das teorias éticas e dos princípios

gerais adaptados aos casos clínicos concretos, à busca de indicações para a

ação;

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

A bioética interessa aos cientistas (em relação aos experimentos com a vida), aos

médicos (em relação as decisões éticas), aos políticos (na interpretação das leis e no

julgamento) e ao povo, porquê é o povo, no caso da democracia, que irá eleger seus

representantes. Por essa razão, devem saber o básico da ética.

Sobre a morte e o morrer, o que difere um do outro é que todas as pessoas estarão

mortas eventualmente, mas em relação ao morrer, isso é um processo, que cada um tem o

direito de ter, paradoxialmente falando, a pessoa tem o direito de viver a própria morte. A

eutanásia é a interrupção desse direito ou o antecipamento da morte. Mas, poucos sabem

que existem outros conceitos relacionados à morte e muitos acabam defendendo a eutanásia

sendo que acreditam em outro conceito. Temos como outros conceitos:

o Mistanásia: quando a morte ocorre por falta de material

o Distanásia: quando há a tentativa de afastar a morte a qualquer custo,

podendo causar um prolongamento do sofrimento do paciente.

o Ortotanásia: quando o paciente possui o direito de morrer dignamente, ou

seja, auxilio para a morte sem interrupção do processo, pode ser por alivio da

dor por medicamento.

o Suicídio assistido (eutanásia voluntária): quando o paciente pede a

interrupção do processo.

A eutanásias podem causar grandes polemicas pelo mundo, como as envolvendo

recém-nascidos ou crianças não nascidas, porque essas crianças e bebes não possuem o

direito de escolha, ficam à mercê das decisões dos responsáveis. Outro exemplo polêmico, é

a eutanásia quando apresenta alguma deficiência física, como Osteogênese Imperfeita.

Conclusão

A ética pode ser vista por dois pontos de vista gerais:

o Ética Personalista: visão integral da pessoa humana.

o Ética Principialista: Interpretados sob prioridade variável.

Por conta dessas duas visões, cria-se os debates e as discordâncias que se vive

atualmente. Porque, aquele que enxerga com olhar Principialista pode ser criticado pelo olhar

Personalista (ou ao contrário) mas quem está errado, sendo que os dois são tratados como

valores éticos?

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Hans Jonas uma vez disse, “Agora estremecemos no desnudamento de um niilismo, no

qual o maior dos poderes se acopla com o maior vazio”. Ou seja, a sociedade está cada vez

mais entrando em um vazio ético que clama por novas referências. Isso está gerando um vazio

existencial nas pessoas que clamam pelo sentido. A morte é um tema que cada vez mais será

banalizada, as pessoas não olham a morte como olhavam antigamente, como comprovam os

números de suicídios entre os jovens. Todos clamavam pelo sentido que traria valor aquele

vazio existencial, uma referência ao vazio ético.

Deve-se questionar a ética, porque ela foi criada por homens que erram. Aqui alguns

princípios éticos que devem ser questionados:

o Fazer tudo o que é possível à Ciência?

o Intervir no processo da vida ou ela é sagrada?

o Eliminar as características prejudiciais humanas ou formar homens

programados?

o O que nos permite hoje dizer que uma lei é justa?

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Referências:

1. Garcia D. Fundamento de Bioética. 2 ed. Portugal: Gráfica de Coimbra 2 –

Publicações Limitada, 2008. 817 p.

2. Segre M, Cohen C. Bioética. 3 ed. São Paulo: Editora universidade de São Paulo,

2008. 218p.

3. Pessini L, de Siqueira JE, Hossne WS. Bioética em tempo de incertezas. São Paulo:

Centro Universitário São Camilo; Loyola, 2010. 455 p.

4. Bento LA. Bioética: desafios éticos no debate contemporâneo. 1 ed. São Paulo:

Paulinas, 2008. 462 p.

5. Frankl VE. Psicoterapia e Sentido Da Vida. 2ed. São Paulo: Quadrante, 1986. 352 p

6. Secretaria de Vigilância em Saúde. Perfil epidemiológico das tentativas e óbitos por

suicídio no Brasil e a rede de atenção à saúde. Ministério da Saúde. 48. 2017

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

DO VENENO À CURA – CURARE: UMA HISTÓRIA DO BRASIL

Roberto Tinoco Miguez¹ [email protected]

Aline Pelegrini de Oliveira² Greicy Mara Mengue Feniman de Stefano³

¹Acadêmico de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas. ²Preceptora do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas. ³Docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas.

Resumo: Desde o descobrimento do Novo Mundo, a natureza abundante e as riquezas naturais chamaram

a atenção e aguçaram a curiosidade dos colonizadores. Além da busca por ouro e prata, a exploração do

imenso território deu conhecimento aos europeus da utilização de diversas plantas, pela cultura indígena, para

finalidades medicinais. Um dos extratos vegetais preparados pelos índios era o curare; um potente veneno

utilizado para a caça que, untado nas pontas de flechas e lanças, paralisava o animal atingido e o levava à

morte rapidamente. A letalidade do curare foi propagada pelos exploradores aos quatro cantos do mundo e fez

parte de toda a mitologia criada sobre o novo continente e sobre os índios, tendo chamado atenção dos

cientistas europeus. Ainda que naturalistas e cientistas brasileiros tivessem obtido sucesso na identificação dos

princípios ativos do curare, o Brasil aparentemente não seguiu com o desenvolvimento científico para

utilização dos mesmos como matérias-primas farmacêuticas. O curare acabou tendo seus princípios ativos

purificados e testados por laboratórios internacionais e os curarizantes passaram a ser utilizados como agentes

bloqueadores em auxílio da anestesia geral. O Brasil, por conseguinte, perdeu a chance de ter desenvolvido e

criado um dos medicamentos mais revolucionários da medicina e o letal veneno dos índios transformou-se em

uma ferramenta indispensável para redução dos riscos da anestesia geral, dando origem a uma das classes de

medicamentos mais utilizadas na atualidade. Palavras-chave: curare, anestesia geral e bloqueio neuromuscular.

Introdução Segundo João Batista de Lacerda (1909 apud Sá 2012)¹:

“O curare é um extrato vegetal, composto de uma, duas ou mais plantas, das quais só duas são verdadeiramente ativas, uma delas pertence à tribo das Strychneas, família Loganiáceas, outra à família das Menispermáceas. Por mais variável que possa ser a composição deste veneno indígena, há de encontrar-se nele sempre uma Strychnea ou uma menispermácea ou ambas reunidas, embora, conforme as regiões e as tribos, as espécies botânicas empregadas, quer de uma quer de outra planta, sejam diferentes”.

Com essa publicação de 1909, o médico e pesquisador do Museu Imperial de História

Natural, encerrava a batalha pública que manteve com o naturalista João Barbosa Rodrigues,

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

onde disputavam a identificação do princípio ativo do curare. As pesquisas do naturalista

haviam sido iniciadas durante sua primeira viagem ao vale do Amazonas, em 1873, e foram

contestadas durante toda sua vida, já que a publicação do rival viria a ocorrer somente após

a sua morte. O poderoso veneno dos indígenas da América do Sul despertou uma enorme

curiosidade nos primeiros exploradores que chegaram à região nos séculos XVI e XVII.

Desconhecido dos europeus, o veneno de ação paralisante utilizado por algumas tribos

indígenas, nas pontas das flechas e dardos lançados por zarabatanas para a caça, era

fabricado em um ritual conduzido pelo curandeiro da tribo¹.

O presente estudo é uma concisa revisão bibliográfica que busca compreender como

um veneno utilizado pelos índios da América do Sul, mesmo antes do descobrimento desse

continente, acabou tornando-se um dos medicamentos mais importantes na medicina

moderna e contribuindo para a segurança e evolução dos procedimentos cirúrgicos.

Material e Métodos

Foi realizada revisão de literatura e busca de evidências nas bases de dados Scielo e

BVS Brasil, utilizando como palavras-chave: “curare” e “anestesia”.

Os artigos foram selecionados de maneira a criar uma relação espaço/tempo com a

história do curare, sua descoberta pelos colonizadores europeus, o início da pesquisa em

relação aos princípios ativos do veneno e como o extrato vegetal indígena acabou

transformando-se em fármaco industrializado e de que maneira contribuiu com o

desenvolvimento da própria medicina.

Resultados e Discussão

Durante o século XIX, o interesse científico pelo curare se intensificou,

principalmente após os relatos que atribuíram sua toxidade às plantas do gênero Strychnos.

Porém, pouco avanço houve em relação à química do curare até que o químico alemão

Rudolf Boehm isolou, em 1886, um alcaloide quaternário extremamente tóxico, que

denominou de tubocurarina¹.

Como curiosidade, no início do século XX, o curare era algo tão comum no consciente

coletivo da população brasileira, que em 1940 o cantor Orlando Silva gravou no Rio de

Janeiro um grande sucesso do compositor Bororó: o samba-choro Curare. O samba é,

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

inclusive, anterior ao início da utilização do curare como auxiliar na anestesia geral; o que

ocorreria só em 1942².

A introdução do curare na medicina inicia-se em 1938, nos Estados Unidos, por meio

da colaboração dos laboratórios da Squibb & Sons que obtiveram um produto purificado e

seguro para a experimentação em seres humanos. Obtido de uma única planta,

Chondrodendrum tomentosum, o “Intocostrin” (extrato de curare purificado) tinha ação

paralisante seletiva e atingia primeiro os músculos do pescoço e garganta, depois, os

músculos esqueléticos das extremidades, tórax e abdome e por fim o diafragma. Em 1942

esse “curare comercial” foi utilizado pela primeira vez como auxiliar da anestesia geral.

Procurava-se obter, com o fármaco, um bom relaxamento muscular; o que é difícil de se

obter com os anestésicos. A via de aplicação utilizada era a endovenosa e o emprego dos

curarizantes passou a evitar o uso do éter (que provocava hipersecreção bronquial) e o uso

da anestesia profunda (que criava grande perigo para a respiração e a circulação). Em

virtude de suas ações sobre os músculos do pescoço e garganta, o curare tornou a intubação

endotraqueal menos penosa³.

Hoje são denominadas curarizantes as substâncias que atuam de modo similar ao

curare, tendo como principal local de ação os receptores colinérgicos nicotínicos localizados

na junção neuromuscular. A designação de bloqueadores neuromusculares engloba, além

das substâncias que atuam nesses receptores, aquelas que de algum modo interferem com a

transmissão neuromuscular como, por exemplo, no processo de síntese ou de liberação da

acetilcolina⁴⁵׳.

Na época em que os exploradores do Novo Mundo tomaram conhecimento do

curare, que era, então, empregado pelos índios da América do Sul, como veneno em suas

flechas, era inimaginável que essas substâncias viessem a desempenhar um papel tão

importante para a medicina, especialmente na anestesiologia. É sabido que os diversos

anestésicos disponíveis sempre demostraram uma capacidade inadequada para promover

relaxamento muscular satisfatório, principalmente em cirurgia intra-abdominal, esse

inconveniente foi contornado pelo emprego dos agentes curarizantes⁴.

A partir da expansão do uso dessas substâncias, surgiram duas escolas disputando as

técnicas a serem utilizadas quando de sua administração. A Escola Americana preferia

utilizá-las em doses moderadas tão somente para intensificar o relaxamento obtido com o

anestésico; a Escola Inglesa, entretanto, defendia a administração de doses maiores, a ponto

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

de paralisarem a musculatura respiratória e, como um corolário, respiração controlada. Uma

consequência ao uso dessa técnica foi a substituição do plano profundo de anestesia por

planos superficiais, inclusive para promover o relaxamento das cordas vocais necessário à

intubação traqueal. A aceitação crescente do curare induziu químicos e farmacologistas a

perseguirem a síntese de produtos que apresentassem vantagens sobre seus congêneres

naturais. O período entre 1945 e 1952 foi especialmente fértil a esse propósito e a estrutura

química da d-tubocurarina foi tomada como modelo. A succinilcolina surge nessa época e, ao

contrário da d-tubocurarina e dos curarizantes a ela similares, não atuava inibindo a ação da

acetilcolina e sim despolarizando a placa motora. Essa distinção serviu de critério para a

classificação dos curarizantes, em Despolarizantes e Não Despolarizantes, aplicada até os

dias de hoje⁴⁵׳.

Conclusão

O estudo ilustra com fidelidade a trajetória histórica do mitológico veneno dos índios

da América do Sul, apontando as importantes pesquisas realizadas para identificação de seus

princípios ativos e como essas descobertas criaram um enorme interesse internacional que

culminou no desenvolvimento dos curarizantes para o uso em cirurgias gerais. Apesar do

grande empenho de cientistas brasileiros para identificar os princípios ativos no extrato

vegetal do curare, infelizmente, o desenvolvimento do fármaco acabou ocorrendo em

laboratórios internacionais e o Brasil perdeu a chance da posse das patentes dessa classe de

fármacos importantíssima para realização de cirurgias em todo o mundo.

Referências

1. Sá MR. Do veneno ao antídoto: Barbosa Rodrigues e os estudos e controvérsias científicas sobre o curare. Rev Soc Bras Hist Cienc [Internet]. 2012[acesso em 7 Set 2018]; 5 (supl): 12-21. Disponível em: https://www.jbrj.gov.br/sites/all/themes/corporateclean/content/publicacoes/SBHC%202012_suplemento.pdf.

2. Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira [homepage na internet]. Bororó [acesso 5 out 2018]. Disponível em: http: www.dicionáriompb.com.br/bororó/dados-artísticos.

3. Limongi JP. O uso do curare como auxiliar da anestesia. Rev Med USP [Internet]. 1946 Jul [acesso em 7 Set 2018]; 359-64. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/46985.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

4. Duarte DF. Curarizantes – Das suas origens aos dias de hoje. Rev Bras Anestesiol

[Internet].2000[acesso em 7 Set 2018]; 50(4): 330-6. Disponível em: http://files.andreonetm.webnode.com.br/200000659-b474cb56ed/Subst%C3%A2ncias%20Curarizantes.pdf.

5. Hibbs RE, Zambon AC. Fármacos que atuam na junção neuromuscular e nos gânglios autônomos. In: Brunton LL, Chabner BA, Knollmann BC. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilmann. 12.ª ed. Porto Alegre: AMGH; 2012. p. 255-75.

Brigada Mirim

Rodolffo da Silva Fossa1 fossarodolffo@gmailcom

André Campos Benedetti, Débora Machado Matos, Giovanna Saraceni Tecelão, Letícia Ricardo Diamantino e Lucas Magalhães Barbosa1

Luiz Antônio Vane2

¹Acadêmicos de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas ²Docente do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC – Humanitas

Resumo: O Comitê da IFMSA Brazil Humanitas em conjunto com o Batalhão do Corpo de Bombeiros,

promoveu na Escola Pinheirinho dos Palmares o curso de “Brigadista Mirim” como um instrumento,

atuando, especialmente, com foco na promoção da qualidade de vida, prevenção da criminalidade e da

violência, através de um conjunto estruturado de políticas públicas voltadas para a inclusão social,

integração e mobilização comunitária¹. Esse conjunto de ações tem como eixos principais a defesa da vida,

o respeito à cidadania e a garantia dos direitos fundamentais da criança e do adolescente. No projeto, os

alunos aprenderam noções nas atividades de Defesa Civil, Primeiros Socorros, Combate a Incêndio,

Oceanografia, Preservação do Meio Ambiente, Doenças Sexualmente Transmissíveis, Drogas e seus

Malefícios, Profissões, Acidentes Domésticos, Acidentes Automobilísticos, Animais Peçonhentos e

Acionamento dos Órgãos Públicos nos Eventos Adversos.

Palavras-chaves: Brigada, Bombeiros, Educação.

Introdução Diante dos diversos problemas que afetam nossa população, em virtude da

vulnerabilidade assistida em bairros carentes, muitas famílias necessitam de novas

opções de atividades para seus filhos não se exporem a problemas sociais, juntamente

com outra parcela da sociedade que carece de auxílio para terem suas condições básicas

atendidas. É de amplo conhecimento que muitos problemas sociais, como por exemplo,

a marginalização, a criminalidade e a violência surgem quando a população passa

privação de seus direitos essenciais. Assim, a busca de soluções para essas questões

negativas deve surgir de uma aplicação integrada das políticas públicas, por meio da

união do Poder Público e da Sociedade Civil Organizada². Dessa forma, acreditamos que

essa proposta de trabalho solidário contribuiu para a construção da cidadania do

indivíduo e do desenvolvimento social de nossas crianças e adolescentes, que serão os

adultos do amanhã. Baseando-se nisso, definimos o lema “Brigada de Bombeiro Mirim”

como um mecanismo transformador em promover: "A construção de um futuro

melhor!ᶟ"

A “Brigada de Bombeiro Mirim” tem como missão contribuir para a melhoria da

população de nossa cidade, proporcionando condições favoráveis que auxiliem na

formação integral das crianças, pré-adolescentes e adolescentes de famílias residentes

no município, independentemente de classe social, etnia, raça, classe econômica e

credos.

Material e Métodos: Os materiais foram disponibilizados pelo Corpo de Bombeiros conforme seu

planejamento orçamentário aprovado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado

em 2017, para ações de promoção e qualidade de vida. Portanto, não houve gastos na

ação. Às crianças, também foram ensinadas técnicas básicas, como: massagem cardíaca,

aferição de pulso e respiração, utilizando manequim torso para treino de RCP e manobra

de Heimlich e manequim bebê para treino de RCP e manobra de Heimlich. Com o

objetivo de quantificar a efetividade da ação o comitê da IFMSA Brazil Humanitas

utilizou placas de “ Sim” e “Não” levantadas pelos alunos respondendo às perguntas

realizadas.

Resultado e Discussão Atingiu-se como resultado: Maior integração dos alunos; Melhora da postura

preventiva dos alunos; Aumento no envolvimento dos alunos com a escola; Melhora na

postura e comportamento dos alunos, devido ao papel de liderança nas atividades

exercidas pelos alunos participantes do projeto; Identificar a Organização dos Serviços

de Bombeiros; Efetuar uma Ligação para os serviços de emergência; Prevenção, extinção

de incêndios; Partes do corpo humano; sistema esquelético; Atendimento a Primeiros

Socorros; Simulado de Emergência; Prevenção de Acidentes Domésticos; Trânsito,

alimentação saudável e higiene. Participaram do evento 142 crianças na faixa etária de

9 e 10 anos ⁴ʼ⁵.

Foto1: Placas utilizadas para quantificar o aprendizado

Fonte: Fotografia do autor

Foto 2: Alunos respondendo às perguntas.

Fonte: Fotografia do autor

.

Foto 3: Alunos assistindo as manobras no manequim

Fonte: Fotografia do autor

.

Foto 4: Alunos localizando o esterno

Fonte: Fotografia do autor

Foto 5: Alunos respondendo as questões.

Fonte: Fotografia do autor

Foto 6: Comitê da IFMSA Brazil Humanitas

Fonte: Fotografia do autor

Imagem 1: Logo da IFMSA Brazil Humanitas

Fonte: Direção Nacional da IFMSA Brazil

Conclusão Com os objetivos que eram esperados concluímos que houve um auto

aprendizado por parte deste comitê. Somando-se a isso, a interação com uma

comunidade marginalizada mostrou a necessidade de realizar atividades periódicas a

fim de ajuda-los a esclarecer assuntos básicos que podem mudar a vida daquelas

pessoas. O ponto negativo foi a impossibilidade de não palestrar para todas crianças,

podendo levar informações que podem mudar a vida delas. O que essa atividade trouxe

de diferente foi que conseguimos nos colocar no lugar daqueles alunos, assim, mexendo

conosco e fazendo-nos refletir como podemos ajudar aquele bairro em um futuro

próximo. Essa atividade contribuiu de maneira ímpar para o comitê da IFMSA Brazil

Humanitas, pois percebeu-se a necessidade de olharmos e fazermos sempre mais para

as pessoas que estão necessitadas, já que estamos em um meio que a informação é de

fácil acesso e não é difícil realizar projetos e campanhas que promovam uma melhor

qualidade de vida, assim acreditamos que devemos ajudar sempre a comunidade onde

vivemos.

Referências 1. Braga CF. Informações técnico-pedagógicas: recreação e jogos. Porto Velho- R O.

[Trabalho de conclusão de curso] - Faculdade Dom Bosco de Educação Física; 2012.p.23-

5. [acesso em 2018 out. 6]. Disponível em:

http://bdm.unb.br/bitstream/10483/4595/1/2012_NeziaBrazMartins.pdf.

2. Brasil. Estatuto da criança e do adolescente: lei n. 8.069, de 13 de julho de

1990.Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e da outras. [Internet].

Brasília, DF; 2003. [acesso em 2018 out.6]; Capítulo IV: Do Direito à Educação, à Cultura,

ao Esporte e ao Lazer, p.15-6. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.html.

3. Sadi Sampaio R, Daolio J, Brito M., et al. Esporte, política e sociedade [Internet].

Brasília: Universidade de Brasília, Centro de Educação a Distância; 2004 [acesso em 2018

out.6]. Disponível

em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/123456789/227/modulo01Esporte

Sociedade.pdf?sequence=3%20.

4. Coletivo de autores. Metodologia do ensino de educação física. [Internet]. São

Paulo: Cortez; 1992.

[acesso em 2018 out. 6]. Disponível em: https://fefd.ufg.br/up/73/o/Texto_49_-_Coletivo_de_Autores_-

_Metodologia_de_Ensino_da_Ed._Fsica.pdf

5. Freire JB. Educação de Corpo Inteiro: teoria e prática da educação física. 2ª. ed.

São Paulo, Brasil: Scipione ltda; 1991.p.80-6.

DOAÇÃO E TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS NO BRASIL

Rodolffo da Silva Fossa1 fossarodolffo@gmailcom José Roberto Rodrigues2

¹Acadêmico de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas ²Docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC-Humanitas

Resumo: A doação e o transplante de órgãos é um processo trabalhoso e delicado que depende da

confiança da população no Sistema Único de Saúde (SUS) e do comprometimento dos profissionais de

saúde no diagnóstico de morte encefálica. O Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes

e, para consolidar essa conquista, é crucial a atuação do Ministério da Saúde, dos governos estaduais, das

entidades de classe e profissionais de saúde em todo o sistema de doação e transplantes. Com isso,

conclui-se que mesmo sendo o país com o segundo maior número de transplantes, ainda, somos

incipientes na educação sobre a doação de órgãos, e que com essa falta de conhecimento perdem-se,

todos os dias, vários órgãos saudáveis que poderiam ser utilizados para salvar mais vidas.

Palavras chaves: Doação, transplantes, órgãos.

Introdução O transplante e a doação de órgãos são temas polêmicos que têm despertado

interesse e discussões nas comunidades leigas e acadêmicas. A falta de esclarecimento,

o noticiário sensacionalista sobre tráfico de órgãos, a ausência de programas

permanentes voltados para a conscientização da população e o incentivo à captação de

órgãos contribuem para alimentar dúvidas e multiplicar mitos e preconceitos.

Talvez, por essas razões, haja número insuficiente de doadores e grande perda

de potenciais doadores, prolongando o sofrimento de pacientes que dependem da

doação de órgãos, condenando-os a permanecer em uma interminável lista de espera¹.

A doação de órgãos e tecidos é vista pela sociedade, em geral, como um ato de

solidariedade e amor dos familiares. No entanto, ela exige a tomada de decisão num

momento de extrema dor e angústia motivadas pelo impacto da notícia da morte, pelo

sentimento de perda e pela interrupção inesperada de uma trajetória de vida².

O objetivo deste estudo é realizar uma revisão bibliográfica sobre os fatores

associados à educação específica para doação de órgãos e enfatizar como um maior

nível de conhecimento do tema influi de forma positiva nas estatísticas de doações de

órgãos.

Material e Método O trabalho será uma revisão bibliográfica, do tipo descritiva que incluirá o

levantamento de artigos de periódicos eletrônicos e ouros tipos de publicações

científicas, no período de 2010 a 2017. O conteúdo teórico formado por essa revisão

bibliográfica servirá de fundamentação teórica para subsidiar a pesquisa. Analisou-se

vários artigos científicos e publicações científicas outras, pertinentes ao tema. O critério

de inclusão dos artigos levou em conta sua estratificação no sitema Qualis-Capes em

relação ao tema: transplante e doação de órgãos.

Resultado e Discussão Em 2017, a taxa de doadores efetivos cresceu 14%, atingindo 16,6 pmp (por

milhão de pessoas). Esse acréscimo permitiu atingir o objetivo previsto pela Associação

Brasileira de Transplantes de Órgãos– ABOT em 2015, que decorreu do aumento de

3,8% na taxa de notificação de potenciais doadores (51,6 pmp) e de 10,2% na taxa de

efetivação de doadores (32,4%). Destacaram-se no Estado de Santa Catarina -SC (40,8

pmp) com aumento de 10,9% e no Estado do Paraná-PR (38,0 pmp) com incremento de

26,2%, únicos estados que ultrapassaram os 30 doadores pmp. Apenas SC efetivou 50%

dos potenciais doadores. É interessante observar que, nos últimos oito anos, de 2010 a

2017, a taxa de doadores efetivos cresceu 69%, tendo passado de 9,9 pmp para 16,7

pmp, enquanto a taxa de notificação de potenciais doadores aumentou 41% e a de

efetivação da doação um incremento de 21%.

Imagem 1 – Mapa do Brasil por Regiões

Fonte: Pixabay⁴

Imagem 2: Gráfico sobre o número de doadores efetivos (2010 – 2017).

Fonte: Criado pelo autor do resumo com base nos dados disponíveisᶟ.

Imagem 3: Gráfico sobre o número de notificações (2010 – 2017).

2010 20

11 2012 20

13 2014 20

15 2016 20

17

1 8 9 8 2 0 4 8 2 4 0 6 2 5 2 6 2 7 1 3 2 8 5 4 2 9 8 1 3 4 1 5

NÚMERO DE DOADORES EFETIVOS

Fonte: Criado pelo autor do resumo com base nos dados disponíveisᶟ.

Imagem 4: Gráfico sobre os doadores efetivos por ano (pmp) (2010 – 2017).

Fonte: Criado pelo autor do resumo com base nos dados disponíveisᶟ.

Tabela 1: Relatório da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos publicado em 2017.

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

3 6 , 6 3 7 , 9 4 2 , 1 4 6 , 5 4 9 4 7 , 8 4 9 , 7 5 1 , 6

NÚMERO DE NOTIFICAÇÕES (PMP)

2010 20

11 2012 20

13 2014 20

15 2016 20

17

9 , 9 1 0 , 7 1 2 , 6 1 3 , 2 1 4 , 2 1 4 , 1 1 4 , 6 1 6 , 6

DOADORES EFETIVOS POR ANO (PMP)

Fonte: ABTO-Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. Registro Brasileiro de Transplantesᶟ

Conclusão Para manter o crescimento da doação e transplante de órgãos e obter melhores

resultados, é fundamental que, em 2018, sejam incorporados no incremento financeiro

do Ministério da Saúde, alguns procedimentos que estão há 20 anos sem reajuste, como

o acompanhamento pós-transplante, a intercorrência pós-transplante, os testes

imunológicos e também o transplante de pâncreas e rim.

Referências 1. Mendes KDS, Roza BA, Barbosa SFF, et al. Transplante de Órgãos e Tecidos:

Responsabilidades do enfermeiro. Revista Texto Contexto Enferm,

Florianópolis[Internet]. 2012 [acesso em 2018]; 21(4): 945-53. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/tce/v21n4/27.

2. Alencar SCS. Doação de órgãos e tecidos: a vivência dos familiares de crianças e

adolescentes doadores. [dissertação]. Curitiba: Universidade Federal do Paraná;

2006.p.8-33. [acesso em 2018 out 8]. Disponível em:

http://www.ppgenf.ufpr.br/Disserta%C3%A7%C3%A3oSilviaAlencar.pdf.

3. ABTO-Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. Registro Brasileiro de

Transplantes: Dimensionamento dos transplantes no Brasil e em cada estado. 2017.

[acesso em 2018 out 6]. Disponível em:

http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/RBT/2017/rbt-imprensa-leitura-

compressed.pdf.

4. Pixabay. Mapa das regiões do Brasil. [homepage da Internet]. 2013 [acesso em

2018 out 10]. Disponível em: https://pixabay.com/pt/brasil-geografia-mapa-

regi%C3%A3o-153889/.

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017Números de doadores efetivos 1898 2048 2406 2526 2713 2854 2981 3415Número de doadores efetivos (pmp) 9,9 10,7 12,6 13,2 14,2 14,1 14,6 16,6

Número de notificações (potenciais doadores) 6979 7238 8025 8871 9351 9698 10158 10629

Número de notificações (pmp) 36,6 37,9 42,1 46,5 49 47,8 49,7 51,6Recusa familiar 1800 1937 2315 2622 2610 2613 2571 2740Percentual de recusa das entrevistas indisponível indisponível 41% 47% 46% 44% 43% 42%Parada cardíaca 1279 1205 1188 1292 1156 1164 1136 1232Contraindicação médica 991 832 836 1150 1349 1416 1594 1559Outros 1011 1216 1280 1281 1523 1651 1876 1683

MODELOS EXPERIMENTAIS PARA INDUÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE CONVULSÕES

Rodrigo Corrêa Falcão Rodrigues Alves1

[email protected]

Vinicius de Calasans Timaco1 Greicy Mara Mengue Feniman de Stefano2

1Acadêmicos de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC- Humanitas - 2Docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos- FCMSJC-Humanitas

Resumo: O cérebro humano é um tecido de imensa complexidade. É através dele e do Sistema Nervoso

Central (SNC) que o organismo consegue realizar as funções, de maneira coordenada e integrada. Os neurônios,

principais células desse sistema, são capazes de realizar sinapses, mecanismo integrador pelo qual impulsos

elétricos são transmitidos pelas células carregando informações que, de acordo com seus destinos, terão

variadas respostas sistêmicas. São as sinapses que estão intrinsecamente relacionadas à transmissão de impulsos

sensitivos, motores e armazenamento das memórias. As convulsões são deflagrações rítmicas, sincrônicas e

desordenadas do SNC, que alteram o equilíbrio dessa transmissão de impulsos, cujo resultado é uma mudança

transitória do comportamento. Agentes exógenos podem, dependendo de suas características, estimularem

elétrica ou quimicamente as sinapses e, baseado nisso, foram criados diferentes modelos experimentais para o

estudo das convulsões, dentre eles o Eletrochoque Máximo Convulsivo (EMC) e o modelo de convulsões

induzidas por Pentilenotetrazol (PTZ). A partir desses modelos, pode-se estudar com maior precisão a

fisiopatologia de eventos induzidos, bem como fármacos que possam agir de forma a diminuir a excitabilidade

do SNC prevenindo a ocorrência de convulsões. O presente trabalho teve como objetivo fazer uma breve revisão

desses dois modelos experimentais.

Palavras-chave: Convulsão, Eletrochoque Máximo Convulsivo (EMC), Pentilenotetrazol (PTZ). Introdução

O Sistema Nervoso Central (SNC) é composto por inúmeras células, classificadas com

base em suas funções, localização e características moleculares. Como resultado dessa

heterogeneidade, tem-se um órgão com mecanismos de atuação elaborados para coordenar

de forma quase sempre eficaz, o organismo e suas integrações. A atividade elétrica nervosa

como excitatória em nervos e músculos foi descrita incialmente por Luigi Galvani, ainda no

século 18. No entanto, o neurônio e seus aspectos fisiológicos bem como a anatomia

encefálica foram estudados anos antes por diversos neurocientistas1. Entre as principais neuropatias conhecidas que afetam o SNC, possuidora de intenso e

antigo estereótipo, está a epilepsia. Para James O. McNamara2, a terminologia “crise

convulsiva” se refere ao distúrbio neurológico referente às deflagrações rítmicas, sincrônicas

e desordenadas de neurônios, enquanto “crise epiléptica” é a alteração comportamental

advinda dessa atividade neuronal anormal. Tradicionalmente, as manifestações das crises

epiléticas que envolvem contrações musculares, têm sido denominadas de convulsões tônicas

e clônicas. Convulsões tônicas consistem em contrações musculares sustentadas, geralmente

duradouras, enquanto as clônicas são uma série de contrações mioclônicas que se repetem

regularmente. Há também as tônico-clônicas, uma combinação de ambas, caracterizada por

tonia inicial que evolui para clonia3.

O objetivo desse trabalho é colher informações relevantes sobre os principais modelos

convulsivos empregados no estudo de convulsões em animais e na determinação de drogas

potencialmente protetoras desse estado, estabelecendo comparativos entre eles, breve

histórico e tipos de convulsões induzidas.

Material e Métodos

Foi realizada revisão de artigos publicados nas bases de dados Medline/PubMed

utilizando as palavras-chaves “(maximal electroshock seizure AND pentylenetetrazole AND

models)”.

Resultados e Discussão

Para o refinamento do estudo da epilepsia e seus tratamentos, foi necessário induzi-la

em animais através de metodologias específicas e modelos de experimentação hoje muito

bem estabelecidos. Assim, foi possível conhecer não só os mecanismos fisiopatológicos, mas

também as drogas que oferecem a terapêutica mais adequada.

Um desses modelos in vivo é o Eletrochoque Máximo Convulsivo (EMC), o qual foi

preconizado por Toman et al.4 e tem como base a excitação sináptica pela eletricidade. A

necessidade de se estudar os limiares das convulsões e drogas que os alterem, levou ao uso

do EMC, já que até então, constatava-se que os melhores efeitos clínicos anticonvulsivos

vinham de drogas que conseguiam alterar o limiar gerado por esse estímulo externo. Pelo

menos duas razões embasam o modelo e sua extensa utilização: a) a alta relação entre a

habilidade da droga em inibir convulsões induzidas por EMC em roedores e sua eficácia nas

epilepsias em humanos; b) a facilidade em se detectar os efeitos dos anticonvulsivantes em

roedores. O método tradicional utilizou gatos, coelhos albinos e ratos Sprague-Dawley,

aplicando choques cuja potência variava de 0 a 700 milampères (mA). Os eletrodos eram

inseridos através da córnea ou da orelha4.

Estudos posteriores5 verificaram que eletrodos córneos geram convulsões mais

brandas do que eletrodos na orelha e os circuitos neuronais ativados que culminaram na crise

convulsiva eram diferentes. Ao lado oposto, eletrodos de eletroencefalograma (EEG) eram

posicionados para monitorar as atividades convulsivas dos animais. Na determinação do limiar

convulsivo, choques com mesma duração foram aplicados em intervalos de tempo, tendo suas

correntes aumentadas, até a ocorrência da convulsão mínima, a qual consistia em pelo menos

10 segundos de movimento facial clônico sem a perda de reflexos. O aumento progressivo da

corrente que produzia efeitos clônicos generalizados ou fase tônica inicial foi denominado

choque submáximo. A partir do momento em que o aumento da corrente não mais alterava

nenhum padrão convulsivo, estabelecia-se o EMC. Na avaliação da droga anticonvulsiva,

choques supra-máximos eram administrados e a atividade neurológica animal era examinada

e sua atividade tônica monitorada4.

Relata-se a presença de cinco componentes convulsivos verificados em quase todas as

amostras: a) Período de latência: duração de 2 segundos; b) Componente flexor da fase tônica:

flexão tônica de musculatura de patas, com tremor, durando três segundos; c) Componente

extensor da fase tônica: extensão tônica de musculatura de patas com pouco tremor ou

ausente, seguida por relaxamento, durando 14 segundos; d) Fase clônica; e) Período de

depressão pós-convulsão: redução na habilidade de realizar contatos e reações com o meio4.

As convulsões tiveram mesma duração nas amostras, o que determinou que todas as

convulsões desse tipo, mesmo em diferentes exemplares, requerem as mesmas quantidades

de energia. Essa oferta energética pode ser reduzida por drogas, como por exemplo, fenitoína,

que dissipou a energia por um tempo maior, e possibilitou boa recuperação das convulsões.

Todos os circuitos neuronais capazes de desencadear as convulsões foram ativados, sendo sua

inativação impossível, demonstrando a característica de resposta cerebral conhecida como

“tudo-ou-nada”. Os resultados sugeriram que a eficácia das drogas está mais relacionada com

suas capacidades de diminuírem a força pela qual o cérebro sustenta as descargas convulsivas

do que modular o limiar convulsivo. A fenitoína foi igualmente eficaz no tratamento de vários

tipos de convulsão em relação ao fenobarbital, mas, ao mesmo tempo, não conseguiu alterar

os limiares provocados por EMC4. O EMC é ainda o método eletrofísico considerado padrão

ouro para testar, em fases iniciais, drogas potencialmente anticonvulsivas, prevendo

quantativamente suas eficácias em humanos6.

Outro importante modelo para estudo de convulsões in vivo envolve o

pentilenotetrazol (PTZ), um derivado bicíclico do tetrazol. É caracterizado por ter alta

biodisponibilidade devido a sua fácil penetração nas membranas celulares, rápida distribuição

e habilidade epilepticogênica ao bloquear as transmissões sinápticas mediadas por ácido

gama amino-butírico (GABA), neurotransmissor inibitório e que possui ação descrita em três

receptores: GABAA, GABAB e GABAC7.

O PTZ teria efeitos principalmente em GABAA, receptor constituído por ionóforo do Cl-.

Esse modelo foi definido como uma substância capaz de provocar convulsões clônicas

seguidas por tônico-clônicas, de longa-duração, visto que quando os animais desenvolviam

convulsões por PTZ, depois de meses, eles continuavam a apresentar crises epilépticas,

mesmo sem nova aplicação da droga8. A substância pode ser aplicada de forma subcutânea,

intraperitoneal ou endovenosa9. Após sua administração, Fischer and Kittner10 descreveram

uma sequência de acontecimentos: Estágio 0: sem convulsões; Estágio 0,5: presença de

tremores; Estágio 1: contração inicial; Estágio 1,5: clonia de patas; Estágio 2: convulsões

clônicas; Estágio 2,5: contrações e convulsões clônicas rápidas; Estágio 3: contração completa

e convulsões de musculatura geral; Estágio 3,5: contração e relaxamento ainda com clonia

muscular; Estágio 4: convulsões clônicas generalizadas; Estágio 4,5: convulsões tônico-

clônicas generalizadas e falência dos reflexos; Estágio 5: convulsões tônico-clônicas

generalizadas e estatus epilético. O modelo PTZ tem sido muito utilizado na atualidade para

rápida investigação dos mecanismos epilepticogênicos de forma rápida e barata, permitindo

acurácia na análise do início das convulsões, da sua intensidade e severidade11.

Conclusão

Ambos os modelos EMC e PTZ já são consagrados na ciência e geram efeitos positivos

para o estudo da atividade neuronal. Possuem resultados iguais na investigação de drogas e

seus mecanismos de ação, e razoavelmente podem predizer a eficácia das doses em humanos

de maneiras semelhantes. Drogas diferentes bloqueiam com melhor eficácia cada um dos

modelos, fato que demonstra prováveis diferenças moleculares quanto aos mecanismos de

ação dos diferentes tipos de convulsões, já que as crises causadas pelos modelos não são

iguais.

Referências:

1. University of Washington. Milestones in Neuroscience [acesso em 2018 set 15]. Disponível em: https://faculty.washington.edu/chudler/hist.html. 2. MacNamara JO. Farmacoterapia das epilepsias. In: Brunton LL, Chabner BA, Knollmann BC, editores. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman. 12.ed. Porto Alegre: AMGH, 2012; p. 583-608. 3. Yacubian EMT. Proposta de Classificacao das Crises e Sindromes Epilepticas. Ver Neurociec. [Internet]. 2002 [acesso em 2018 set 15]; 10(2): 45-65. Disponível em: http://revistaneurociencias.com.br/edicoes/2002/RN%2010%2002/Pages%20from%20RN%2010%2002-2.pdf. 4. Toman JEP, Goodman LS. Properties of maximal seizures, and their alteration by anticonvulsant drugs and other agents. J Neurophysiol [Internet]. 1946 [acesso em 2018 set 15]; 9 (3): 231-9. Disponível em: https://www.physiology.org/doi/pdf/10.1152/jn.1946.9.3.231. 5. Browning RA, Nelson DK. Variation in threshold and pattern of electroshock-induced seizures in rats depending on site of stimulation. Life Sciences [Internet]. 1985 [acesso em 2018 set 15]; 37(23): 2205-11. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0024320585905739?via%3Dihub. 6. Castel MM, Alves GL, Figueiredo IV, Falcão AC, Caramona MM.The maximal electroshock seizure (MES) model in preclinical assessment of potential newantiepileptic drugs. Methods Find Exp Clin Pharmacol [Internet]. 2009 [acesso em 2018 set 15];31(2): 101-6. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19455265. 7. Feniman-De-Stefano GMM. Avaliacao das atividades sedativa e anticonvulsivante de especies de Passiflora e preparacoes fitofarmaceuticas correlacionadas. Botucatu.Tese [Mestrado em Ciências Biológicas]. Universidade Estadual Paulista. 2002 [acesso em 2018 set 15]. 8. Dhir A. Pentylenetetrazol (PTZ) kindling model of epilepsy. Curr Protoc Neurosci [Internet]. 2012 [acesso em 2018 set 15]; 58(1): 9-37. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23042503 9. Pitkaten A, Schwartzkroin P, Moshé S. Models of Seizures and Epilepsy. San Diego: Elsevier: 2006; p. 345. 10. Fischer W, Kittner H. Influence of ethanol on the PTZ-induced kindling in rats. J Neural Transm [Internet]. 1998 [acesso em 2018 set 15]; 105(10-12):1129-42. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9928883. 11. Samokhina E, Samokhin A. Neuropathological profile of the PTZ kindling model. Int J Neurosci [internet]. 2018 [acesso em 2018 set 15]. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29792126.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

ADESÃO AO AUTOCUIDADO E APOIO PSICOLÓGICO DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO II:

BREVE REVISÃO DA LITERATURA

Vera Lúcia dos Santos Neiva1

[email protected] Marluce Auxiliadora Borges Glaus Leão2

1Acadêmica do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos - FCMSJC-Humanitas 2Psicóloga, docente do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC Humanitas

Resumo: O Diabetes Mellitus tipo II (DM tipo 2) é uma doença crônica que em 2017 afetou 370 milhões de

pessoas no mundo todo, 12 milhões só no Brasil. Diabetes é uma síndrome metabólica cujo quadro apresenta

hiperglicemia provocada pela resistência periférica das células à insulina ou à falta de produção dessa pelo

pâncreas. A adesão do paciente ao tratamento é o grande desafio a ser vencido pelos profissionais de saúde,

uma vez que seu sucesso depende de diversos fatores, como os sociais e os psicológicos. Realizou-se uma revisão

na literatura de artigos no portal Pubmed, nos últimos 18 anos, que teve como objetivo para identificar os

estudos que abordam a adesão do paciente diabético tipo 2 ao tratamento relacionada à necessidade de apoio

psicológico. A busca resultou em 140 artigos. Após a análise dos resumos, foram excluídos 109 e 31 deles foram

distribuídos por área temática que abordavam: 12,9 abordaram a saúde mental do diabético, 9,6% as

intervenções psicológicas associadas ao DM2, 51,6% sobre autocuidado e foram 25,8% os associados à Medicina

comportamental. Conclui que o apoio psicológico ao paciente diabético tipo 2 ainda é pouco pesquisado, embora

os resultados apontem sua eficácia na adesão ao tratamento, à medida que oferece o suporte que o paciente

precisa para manter sua saúde mental e o autocuidado.

Palavras-chave: Diabetes Mellitus, Apoio psicológico, Adesão ao tratamento.

Introdução

Diabetes é uma síndrome metabólica cujo quadro apresenta hiperglicemia provocada

pela resistência periférica das células à insulina ou à falta de produção desta pelo pâncreas1.

Por apoio psicológico entende-se a prática de atenção clínico-psicológica, que visa a escuta e

o acolhimento à pessoa no momento de crise. Não tem como finalidade a resolução ou o

aprofundamento da questão conflituosa que a pessoa vivencia, mas um momento de

compreensão do seu sofrimento.

O Diabetes Mellitus tipo II (DM tipo 2) é uma doença crônica que em 2017 afetou 370

milhões de pessoas no mundo todo, 12 milhões só no Brasil, segundo dados publicados em

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

2016 pela Organização Mundial da Saúde (OMS)2 e pela Federação Internacional de Diabetes

(IDF)3. A previsão é que em 2040 cerca de 642 milhões de pessoas estejam com diabetes tipo

2, um aumento de quase 70%4.

Para que o paciente com DM tipo 2 conviva bem com a doença é importante que haja

adesão consciente e adequada ao tratamento. Quando isso não ocorre, esse paciente

enfrenta a piora e as complicações advindas da doença, inclusive a associação de patologias

como problemas cardiovasculares, neurológicos, retinopatias, cegueira, problemas de

cicatrização com amputação de membros, neuropatias, entre outras. Consequentemente,

têm-se o aumento do consumo de medicações, algumas de alto custo, e internações cuja

sobrecarga financeira impactam a infraestrutura do Sistema Único de Saúde (SUS)5.

A adesão do paciente ao tratamento é o grande desafio a ser vencido pelos

profissionais de saúde, uma vez que seu sucesso depende de diversos fatores, como os sociais

e os psicológicos. O paciente ao receber o diagnóstico de diabetes passa a vivenciar restrições

alimentares e socioculturais que repercutem em sua saúde mental, comprometendo sua

percepção sobre a doença e a qualidade de sua convivência com ela. Conhecer como esta

questão vem sendo tratada na literatura científica, mostra-se importante. Para tanto,

estabeleceu-se como objetivo de pesquisa, uma revisão bibliográfica para identificar os

estudos que abordam a adesão do paciente diabético tipo 2 ao tratamento relacionada à

necessidade de apoio psicológico.

Materiais e Métodos

Trata-se de um estudo bibliográfico realizado em outubro de 2018, junto ao Portal

Pubmed6. O levantamento abrangeu artigos indexados nos últimos 18 anos, utilizando-se o

conjunto de palavras-chave em português: “Diabetes Mellitus Tipo 2, adesão ao tratamento,

apoio psicológico”; e em inglês: “Diabetes Mellitus Type 2 and Adherence to Treatment and

Psychological Support”.

Foram excluídos os que não abordavam o tema em pauta. Em seguida, sistematizou-

se os conteúdos dos resumos, selecionando as temáticas associadas ao apoio psicológico no

tratamento do paciente diabético tipo 2.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Resultados e Discussão

A busca resultou em 140 artigos. Após a leitura dos resumos, foram excluídos 109 e 31

deles foram analisados. Esta seleção indica diversidade metodológica associada a diferentes

amostras de populações do contexto internacional.

Em relação ao desenho metodológico, 23 artigos reportavam estudos transversais; três

foram estudos observacionais; três configuravam revisão sistemática emetanálise, um estudo

randomizado controlado multicêntrico e um estudo prospectivo.

O material agrupado resultou nas temáticas que constam na tabela 1.

Tabela 1. Seleção de artigos por área temática.

Entre os artigos selecionados, 51% tem como foco principal o autocuidado do paciente,

reforçando a importância desse no controle e tratamento do Diabetes Mellitus Tipo 2. Os

estudos abrangem diferentes faixas etárias, sexos e condições socioeconômicas. Constatou-

se que 12,9% deles mencionam a deterioração da saúde mental do paciente diabético, com o

desenvolvimento do quadro de depressão e a diminuição do autocuidado, implicando em

complicações da doença. Em 9,6% dos estudos a intervenção psicológica melhorou o

autocuidado e o controle do Diabetes. Os 25,8% que estudaram as mudanças

comportamentais de pacientes diabéticos tipo 2, constataram sofrimento psicológico,

angústia e falta de apoio social associados à diminuição do autocuidado e aumento da

depressão.

Os resultados dos estudos apontam a relevância dos comportamentos de autocuidado

na adesão ao tratamento, e os diferentes aspectos psicológicos que influenciam esses

comportamentos. Destacam o sofrimento psicológico e/ou estresse emocional associado à

convivência com a doença, como agravantes para a emergência do quadro de depressão que,

concomitantemente, impacta na adesão ao tratamento. Assim, o apoio psicológico é indicado

Saúde Mental do Diabético 4 12,90%Intervenção Psicológica associada ao DM 2 3 9,67%Autocuidado 16 51,62%Medicina Comportamental 8 25,81%Total 31 100,00%

Seleção de Artigos

Temáticas Focalizadas N %

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

pelo conjunto de produções pesquisadas, para assegurar maior aderência do paciente com

DM 2 ao tratamento.

A distribuição das publicações no período pesquisado apresentou a variação

demonstrada no gráfico 1.

Gráfico 1. Distribuição das publicações por ano, no período pesquisado.

Observa-se que as publicações a respeito do assunto tiveram expressivo crescimento no ano de 2015, seguido de queda substancial em 2017. É possível supor, que essa diminuição indique desinteresse dos estudos pelo assunto, mas certamente não se deve à menor incidência de Diabetes tipo 2 na população em geral.

De um modo geral, como alerta um estudo brasileiro recente7 realizado em dois

ambientes de um hospital universitário no Sul do Brasil, faz-se importante o controle e

orientação permanente dos pacientes com diabetes tipo 2 pelos profissionais de saúde, por

meio da implementação de ações na assistência nas instituições de saúde, visando atingir

resultados positivos na adesão ao tratamento medicamentoso das pessoas que convivem com

a doença.

Conclusão

O panorama estudado indica que o apoio psicológico ao paciente diabético tipo 2 ainda

é pouco pesquisado, embora os resultados apontem sua eficácia na adesão ao tratamento, à

medida que oferece o suporte que o paciente precisa para manter sua saúde mental e o

autocuidado. No entanto, questiona-se em relação ao cenário brasileiro, o acesso restrito dos

pacientes a esse tipo de tratamento coadjuvante, seja por seu desconhecimento, falta de

condições socioeconômicas, sua disponibilização pelo SUS e até mesmo preconceito.

0

1

2

3

4

5

6

7

1995 2000 2005 2010 2015 2020

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Pelas dificuldades em aderir ao autocuidado, vital no tratamento do Diabetes, os

estudos explicitam que o paciente acometido por esse quadro apresenta sofrimento

psicológico, cujas implicações favorecem o desenvolvimento de quadros nosológicos como a

depressão, compulsão alimentar, entre outros. Sugere-se levantamentos em outras bases de

dados para um quadro mais abrangente sobre este assunto.

Referências 1.Porto CC, Porto AL. Semiologia Médica. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2014. p.8

2. Brasil. Conselho Nacional de Segurança Alimentar. (acesso em 15 Out de 2018). Disponível em http://www4.planalto.gov.br/consea/comunicacao/noticias/2016/oms-alerta-para-aumento-de-casos-de-diabetes-no-mundo

3. Federação Internacional de Diabetes (IDF). Atlas de Diabetes IDF. (acesso em 15 Out de 2018). Disponível em http://www.diabetesatlas.org/

4.Portal Brasil. Governo Federal. Diabetes atinge 9 milhões de brasileiros. (acesso em 15 Out de 2018). Disponível em http://www.brasil.gov.br/saude/2015/07/diabetes-atinge-9-milhoes-de-brasileiros.

5.Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Números do Diabetes no Brasil. (acesso em 15 de Out de 2018). Disponível em http://www.endocrino.org.br/numeros-do-diabetes-no-brasil/ 6. PubMed. US National Library of Medicine National Institutes of Health. (acesso em 10 out de 2018) Disponível em: https: //www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/

8. Carvalho CV, Rocha LP, Carvalho DP, Da Silva, BT, Oliveira, SM, Silveira, RB. Adesão de pessoas com diabetes mellitus tipo II ao tratamento medicamentoso. Rev enferm UFPE [Internet], Recife, 11 (9):3402-9, set., 2017.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE AÇÃO: MODELO DE IMPLANTAÇÃO

DE GRUPO OPERATIVO DE ASMA Ygor Vicente Viana Silva1

[email protected] Rafael Correia Tavares1

Gabriel Mizutani Takara1 Gabriela Toledo Catão1

Victoria Moreas Mendes de Souza1 Aruanda Frade Cristiano1

Julia Bueno Caetano1 Paula Henrique Netto1

Tamires Carolina Guerra1 Ana Clara barbosa Camargo Lamparelli1

Lisandra Azevedo Soares1 Vera Lucia dos Santos Neiva1

Marta Lisiane Pereira Pinto De Carvalho2

Alessandra Lorenti Ribeiro3

1Acadêmicos de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

2Preceptora do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

3Coordenadora do Programa Integrador do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos – FCMSJC - Humanitas.

Resumo - Este trabalho apresenta o relato experiencial dos alunos do segundo período da graduação de

medicina da FCM-SJC, sobre a elaboração de um plano de ação grupo operativo (GO)de asma para crianças e

adolescentes, nas unidade básicas de saúde, em parceria com a Equipe da Estratégia Saúde da Família.

Realizada uma revisão na base de dados ScientificElectronic Library Online (SciELO) e, por meio de pesquisa

descritiva sobre grupos operativos, asma e brinquedoterapia, foram planejados os quatro encontros, definidos

num ciclo de um encontro por mês, com duração de 4 meses. Permitindo a participação e o acesso de todos da

população alvo. O conteúdo das atividades propostas foi estruturado pelos alunos em reuniões de

planejamento. A construção deste projeto resultou na produção de um material que poderá servir como um

norteador na implantação de outros GO em ESF do município. Os alunos vivenciaram o processo de gestão de

trabalho coletivo em saúde, planejamento e promoção à Saúde.

PALAVRAS-CHAVE: Grupo operativo, asma, brinquedoterapia.

Introdução

O Grupo operativo na área da saúde visa não apenas conceber as condições de

saúde/doença por meio da transmissão de conhecimento - abordagem utilizada por muitos

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

profissionais da saúde (VINCHA 2014), mas também transformar o conhecimento em

atitude, a partir das necessidades e da realidade dos participantes. Na busca sobre asma,

perceberam que se trata de uma das doenças respiratórias crônicas (DRC) mais comuns,

juntamente com a rinite alérgica e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), visto que o

fator genético influência para a transmissão da doença, sendo 40% de expressão com

apenas um dos pais e, 70%, com os dois. A doença pode ser controlada e o Sistema Único de

Saúde (SUS) oferece o tratamento.

Visando desenvolver esse processo de integração a unidade de saúde, a equipe da

ESF, após reunião mensal, apontou o grupo operativo como uma das estratégias de

intervenção necessária e viável para ser realizada na parceria de integração ensino-serviço.

Este trabalho tem por objetivo descrever o processo de elaboração do grupo operativo de

asma, representado na figura 1 .

Figura 1 Panorama do planejamento de grupo operativo na ESF , em UBS , São José dos Campos (SP), 2018

Fonte: Elaboração própria

Material e Métodos

Trata-se de um relato descritivo exploratório. Inicialmente, foram incluídos todos os

artigos que se encontravam disponíveis nas bases de dados. Para a seleção, foram utilizados

os seguintes critérios de inclusão bibliométricos: artigos publicados nos idiomas português,

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

espanhol e inglês, e artigos publicados entre os anos 2005 e 2017. Estudos que não foram

realizados em serviços de saúde foram desconsiderados. Portanto, para essa pesquisa,

foram utilizados 20 artigos. Por meio da observação simétrica das referências bibliográficas

sobre asma, foram selecionados os conteúdos para fundamentar os encontros.

O Planejamento Estratégico Situacional (PES), desenvolvido pelo chileno Carlos Matus, foi o

método adotado para definir as etapas de todo o processo da elaboração do grupo.

Resultados e Discussão

Os alunos compreenderam que a origem do conceito Pichoniano de GO enfatiza o

papel importante dos vínculos sociais. Foi neste contexto que construíram o panorama,

apresentado na tabela 1, que mostra as etapas para a elaboração de um grupo operativo na

unidade da ESF.

Tabela 1 Panorama do planejamento de grupo operativo na ESF, em UBS, São Paulo (SP), 2018 Fonte:

Elaboração própria.

O ato de brincar é, portanto, um fator que motiva uma maior interação na relação

profissional de saúde-paciente, subsidiando uma assistência requalificada, de natureza

global e integral ( LEITE, 2017).. Quando brincar faz parte da assistência à criança asmática, a

equipe de saúde, bem como a UBS, também se beneficiam, pois a visão corrente de que

ambos são ícones que remetem somente a lembrança de que existe dor, medo e choro, ou

seja, apenas aspectos negativos, é relativizada. Em busca da "humanização" do espaço,

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projetaram a brinquedoteca móvel, visando a diminuir a apreensão da criança sobre o uso

do espaçador . Foram propostas atividades voltadas para as crianças em conformidade com

os temas explanados aos cuidadores e responsáveis, conforme segue o modelo na figura 2.

Figura 2 Atividades para brinquedoteca móvel do grupo operativo de asma na ESF, em UBS, São Paulo (SP),

2018 Fonte: Elaboração própria

Os alunos vivenciaram na prática, durante o processo e elaboração, uma das

referências teóricas que norteiam o estudo sobre GO, pois ao trabalharem em grupo,

objetivando a aprendizagem, foram realizadas tarefas, mobilizados sentimentos,

pensamentos e ações (CASTANHO, 2012). Decidiram associar formulários indicadores

individuais e coletivos, sendo que, em ambos, as abordagens quantitativas e qualitativas

poderão ser exploradas ( GAYOTTO, 2003). Finalmente, baseados na teoria de que o

processo grupal pode ser avaliado por seis vetores de avaliação, formulados por Pichon-

Rivière (2000), que são: pertença; pertinência; comunicação; cooperação; aprendizagem; e

tele, os alunos optaram por inserir, ao final, um processo de avaliação nos seguintes vetores:

aprendizagem, cooperação e comunicação, pois foram identificados poucos indicadores de

avaliações nas pesquisas realizadas neste trabalho.

Conclusão

Através deste trabalho, os alunos tiveram a oportunidade de realizar um planejamento em

saúde, incentivando o autocuidado, práticas preventivas e o desenvolvimento sustentável, a

partir das necessidades em saúde apontadas. Vivenciaram também a gestão em processo

de trabalho em equipe.

I Encontro Científico da FCMSJC – Humanitas Faculdade de Ciências Médicas de São José dos Campos

Referências

1- Castanho, P. Uma introdução aos grupos operativos: teoria e técnica. Vínculo; 2012,

v.9, p. 47-60.

2- Gayotto, M. L. C. Avaliando o desempenho grupal. In: GAYOTTO, M. L. C. et al.

2003, p.185-219.

3- Leite, T.M.C.; Shimo, A.K. Uso do brinquedo no hospital: o que os enfermeiros

brasileiros estão estudando. 2017. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v42n2/a24.pdf>. Acesso em: 9 ago. 2018.

4- Pichon-Rivière, E. O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes;2000.

5- Vincha, K. R. R.; Santos, A. de F.; Cervato-Mancuso, A.M. Planejamento de grupos

operativos no cuidado de usuários de serviços de saúde: integrando

experiências. Saúde em Debate, 2017, v. 41, p. 949-962.