alerta contra auto extinção

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ALERTA CONTRA AUTO – EXTINÇÃO RELIGIÃO DOS ÒRÌS À’S Queremos credibilidade, reconhecimento e respeito? Sim, queremos! Mas, como isso é possível mediante algumas atrocidades e disparates que fazem parte do nosso cotidiano? Vejamos. As atrocidades, as quais me refiro, são os atos praticados em nome da nossa religião por "pseudo babalorixás e/ou iyalorixás", que dão consultas nas ruas, fazem previsões que, na maioria das vezes, nunca acontecem, realizam despachos em qualquer lugar (principalmente em frente aos prédios de estabelecimentos bancários), dizem e cometem uma série de disparates quando estão diante das câmeras de televisão. Em alguma das vezes, supostamente se manifestam com espíritos desencarnados ou dizem estar ouvindo ou recebendo mensagens dos Guias Espirituais da Umbanda, que se intitulam; na maioria das vezes, como pretos-velhos daqui ou exús da Umbanda de acolá. Outros se auto denominam iniciados no Candomblé Rito- afrobrasileiro. Geralmente são filhos de "pais" e/ou "mães- de-santo" já falecidos e/ou desaparecidos e, de preferência de Salvador/Bahia. O interessante nestes casos é que os legítimos filhos dos "Bàbá’s" e/ou "Ìyá’s" falecidos nunca ouviram falar desses em seus "Àse ’s". No que diz respeito aos desaparecidos, não se conhece ninguém da árvore genealógica. Acredita-se que uma grande calamidade tenha acontecido, pois não sobrou ninguém para dar um veredicto sequer. Mas "eles" estão aí, abrindo casas em vez de templos religiosos, inventando e bo ’s (oferendas), assentamentos, ritualísticas e qualidades de santo (exemplo; metameta), para poderem, desta maneira, em algumas das vezes, assimilá-los a atos indecorosos de supostos neófitos (exemplo: Lógunè de , seis meses homem, seis meses mulher, que após levar um tombo foi possuído por O de e/ou Ò sanyìn). Desta maneira a evasão, descrença e desequilíbrio num culto puro, singelo e milenar são causados, isto sem falarmos

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Alerta contra auto extinção do candomblé

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Page 1: Alerta Contra Auto Extinção

ALERTA CONTRA AUTO – EXTINÇÃO RELIGIÃO DOS ÒRÌSÀ’S     Queremos credibilidade, reconhecimento e respeito? Sim, queremos!      Mas, como isso é possível mediante algumas atrocidades e disparates que fazem parte do nosso cotidiano?   Vejamos.     As atrocidades, as quais me refiro, são os atos praticados em nome da nossa religião por "pseudo babalorixás e/ou iyalorixás", que dão consultas nas ruas, fazem previsões que, na maioria das vezes, nunca acontecem, realizam despachos em qualquer lugar (principalmente em frente aos prédios de estabelecimentos bancários), dizem e cometem uma série de disparates quando estão diante das câmeras de televisão. Em alguma das vezes, supostamente se manifestam com espíritos desencarnados ou dizem estar ouvindo ou recebendo mensagens dos Guias Espirituais da Umbanda, que se intitulam; na maioria das vezes, como pretos-velhos daqui ou exús da Umbanda de acolá.       Outros se auto denominam iniciados no Candomblé Rito-afrobrasileiro. Geralmente são filhos de "pais" e/ou "mães-de-santo" já falecidos e/ou desaparecidos e, de preferência de Salvador/Bahia. O interessante nestes casos é que os legítimos filhos dos "Bàbá’s" e/ou "Ìyá’s" falecidos nunca ouviram falar desses em seus "Àse’s". No que diz respeito aos desaparecidos, não se conhece ninguém da árvore genealógica. Acredita-se que uma grande calamidade tenha acontecido, pois não sobrou ninguém para dar um veredicto sequer.      Mas "eles" estão aí, abrindo casas em vez de templos religiosos, inventando ebo’s (oferendas), assentamentos, ritualísticas e qualidades de santo (exemplo; metameta), para poderem, desta maneira, em algumas das vezes, assimilá-los a atos indecorosos de supostos neófitos (exemplo: Lógunède, seis meses homem, seis meses mulher, que após levar um tombo foi possuído por Ode e/ou Òsanyìn). Desta maneira a evasão, descrença e desequilíbrio num culto puro, singelo e milenar são causados, isto sem falarmos dos "pais e mães-de-santo que atualmente incorporam orixás" para poderem raspar a cabeça dos iniciados com o Òbe-jerim (navalha), dispensando, desta maneira, os cânticos inerente ao ato da lavagem, da tonsura e o de raspar o Orí (cabeça).  Esclarecimentos: Apesar dos árabes (mouros) no século IX já utilizarem lâminas para cortarem seus cabelos, a palavra "Navalha" é oriunda do espanhol "Navaja", que significa "clássica faca dobrável de lamina larga". O respectivo instrumento era largamente utilizado pelos espanhóis desde o século XVIII (1700/1800) com um tipo de sistema de trava de catraca (dispositivo, nos arcos de pua [ou chave de fenda], que lhes possibilita o funcionamento nos lugares em que não se pode dar uma volta completa com o instrumento). A aludida faca (navalha) era destinada à defesa, sendo habitualmente conduzida numa faixa de tecido, que fazia papel de cinto na indumentária espanhola.  Fonte: Arte da Cutelaria Espanhola - Knise Companhy.      Em nome de Olódúmarè, nosso Deus, responda-me quem souber:  

Page 2: Alerta Contra Auto Extinção

1ª Enquete:     Qual orixá iniciou em solo brasileiro o ritual do Fári (ato de raspar os cabelos da cabeça com a navalha)?      Quem o ensinou a manusear a navalha, inclusive afiá-la no passador de couro, quando incorporado ? 2ª Enquete:     Quem autorizou "essas pessoas" a dirigirem um templo da Religião dos Òrìsà's ?    Será que para ser dirigente de um Templo da Religião dos Òrìsà's basta conhecer alguns cânticos de Siré e/ou Dáhùn?      Quem realizou para "essas pessoas" ou será que foram "as" mesmas incorporadas que realizaram as ritualísticas inerentes ao Agbedeméjì èbáti (O centro de um templo - Oriàse ), o Owòn-èbáti (o pilar de um templo) e os Àwon igun mérin èbáti (os quatro cantos de um templo que correspondem aos quatros pontos cardeais e/ou árvores sagradas), sem falarmos de determinadas etnias que possuem Àtà-èbáti (Cumeeira)?   De qual estirpe religiosa vêm os Apákan-Àse (fragmentos de uma linhagem sacerdotal) para que "essas pessoas" possam dar continuidade a sua genealogia?      Os disparates são as histórias inaceitáveis por pessoas de raciocínio lógico. Os contos aos quais me refiro perderam a consoante "H" no seu início, sendo substituída pela vogal "E", transformando-se, desta forma, em "estórias da carochinha". Algumas delas chegam a degradar nossos Ebora’s e Òrìsà’s, diante das demais religiões. [Exemplo: "Conta-se, em nosso país, que Òrungã, filho de Aganjú com Yemoja, do alto do Céu avistou uma sedutora mulher secando-se ao Sol. Enchendo-se de libido, partiu em sua direção e, sem reconhecê-la, a perseguiu e estuprou . Após o ato consumado (incesto), Òrungã tornou-se Èsù e Yemoja saiu correndo, tropeçando nas pedras, caindo, e tendo, em seguida, seus seios arrebentados. Desta maneira ocasionou o nascimento dos rios, oceanos e orixás"]. Quanta fantasia! Quanta imaginação!     Esta lenda desvairada e degradante, ainda é narrada, nos dias, atuais, por "algumas das pessoas do Candomblé Rito Afro-brasileiro". É uma das fantasias do Padre Baudin, que tantos danos causou à nossa religião. As lendas deste padre tiveram e ainda possuem repercussão em nosso país, entretanto, esses contos fantasiosos não vieram na memória dos escravos que aqui aportaram no período da escravidão negra.  

Page 3: Alerta Contra Auto Extinção

   Ainda no que diz respeito às narrativas degradantes e vergonhosas, são as imputadas à Oya e/ou Iansã. Segundo relatos absurdos, ninguém escapou dos seus assédios. Dizem que ela percorreu várias cidades de etnias diversas, relacionado-se sexualmente com quase todos os Ebora’s e/ou Òrìsà’s. Por este motivo, quando uma mulher é filha desta guerreira, dizem logo que ela é promiscua, e, se por ventura a pessoa for do sexo masculino, dizem que ele é homossexual. Quanta degradação! Quanto sacrilégio!

     Se não bastassem as difamações acima citadas, temos algumas "estórias incongruentemente plagiadas." Vejamos:  

     Dizem alguns seguidores do Candomblé Afro-brasileiro que Oya, possui ojeriza a abóbora, fruto da aboboreira, (gênero das plantas cucurbitáceas) e a carneiro (quadrúpede ruminante e lanígero da família dos cavicórneos). Segundo os mesmos, Oya tinha o respectivo animal como seu confidente contando para o mesmo, tal qual um espelho mágico, suas proezas mundanas, isto é, seu relacionamento oculto com o Ebora Ògún.

   A estória plagiada diz o seguinte: " Certa ocasião, quando Sàngó passeava próximo ao local onde Oya encontrava-se sorrateiramente com Ògún, o carneiro que havia se aborrecido com mesma começou a berrar: ‘Béé, Sàngó, Oya está ali!’ Desesperada, temendo ser descoberta, Oya se transforma numa abóbora." Em outra versão, "oculta-se na aboboreira."     3ª Enquete:     Se a memória de quem leu contos infantis não falha, foi uma fada que transformou a abóbora numa carruagem.     Qual foi a fada ou a bruxa que fez o encanto da transformação de Oya em abóbora?     Será que a transformação durou até a meia-noite ou alguém passou por ali naquele momento, pegou a abóbora, levou para casa e comeu-a? 

      Será que Ògún achou um pé da sandália e saiu procurando pela dona?

Page 4: Alerta Contra Auto Extinção

        Sendo uma planta rasteira, qual seria o tamanho do caule e das folhas da aboboreira na qual Oya se escondeu?     Em qual fábula de Oya o carneiro fala?     Como queremos Credibilidade, Reconhecimento e Respeito, se deixamos tamanhas atrocidades e disparates perdurarem até os dias de hoje?     Acredito que não basta ver a Mãe África através de algumas fitas de vídeo trazidas por alguns representantes ilustres do nosso clero, sequer, se intitularem descendentes de "àse’s tradicionais", mas, sim, o poder de recuperação do culto na sua íntegra, outrora transplantado para o nosso querido Brasil.  Aborè Oba Aláàiyé