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edição 46 do jornal Aldeia de Caboclos

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EditorialPrezados irmãos de fé e caros leitores, estamos diante de um crescimento vexatório, repugnante, retrógra-do e abominável dos atos de intolerância religiosa, dos atos de desrespeito a liberdade de exposição de crenças religiosas, de atos, inclusive, de pura e alar-mante violência contra seres humanos totalmente indefesos, e, portanto, não podemos fechar os nossos olhos para esses absurdos, bem como não podemos ignorar o aumento de gestos e práticas vergonhosas e agressivas como as aqui citadas.

Devemos sim, repudiar tais atos, denunciá-los, nos opormos contra os mesmos, convocar a sociedade para demonstrar sua indignação e a não aceitação em hipótese alguma contra a violência crescente apontada no parágrafo anterior.

Frise-se, devemos buscar afastar e combater vee-mentemente os referidos absurdos sempre dentro da legalidade, sem violência, com muita propriedade em nossos atos e palavras, enfatizando a necessidade da paz entre os povos e em nossa sociedade.

Crucial nos voltarmos contra a violência e a intole-rância religiosa destacando a importância de respei-tarmos todas as religiões e a liberdade de cultos, de suma relevância explicitar a verdadeira liberdade de expressão, verdadeira liberdade esta que em nossa compreensão é o direito de expor nossos entendi-mentos e convicções sem ferir, sem ofender o que é salutar ao próximo que não comunga das mesmas idéias.

Válido sempre destacar que o nosso amado senhor Jesus Cristo não deixou religião a ninguém, deixou notoriamente e inequivocamente os princípios e va-lores do amor, da caridade, da solidariedade, da con-vivência pacífica e harmônica entre o ser humano e o respeito que deve prevalecer em todas suas relações, frisando a necessidade da fé e devoção ao CRIADOR DO UNIVERSO, ao PAI MAIOR, a DEUS!

Por conseguinte, é fato incontroverso que não há religião melhor do que a outra, e nem deve haver este tipo descabido e desprovido de sensatez, essa

equivocada afirmação ou menção, ao contrário, a harmonia deve prevalecer, pois, se verdadeiramente cremos em Cristo, em Deus, devemos pensar e pra-ticar o Bem, não importando qual igreja escolhamos para professar nossa fé ou os campos que desenvol-vamos nossa caridade, e sim, importando a realidade da nossa fé e principalmente a efetividade dos nossos atos e ações de seres humanos do BEM!

Que Oxalá ilumine o caminho de todos nós! Salve a Umbanda, que é amor e caridade, Salve Zambi!

Alexandros Barros Xenoktistakis

PREVISÃO BARALHO CIGANOCartas: Criança – Coração - Corda

Amor -Muito cuidado com comportamentos possessivos e infantis. Seja mais amoroso com a pessoa amada, despertando sempre através de seus exemplos uma melhora na relação e não através de cobranças. Momento de conhecer uma pessoa especial em sua vida (para quem está sozinho). Reveja seus conceitos, tenha mais atitudes compreensivas e de cumplicidade com a pessoa amada.

Profissional e Financeiro - Período de segurar as rédeas no lado financei-ro. Não é momento ideal para investir em algum projeto que envolva gastos. Cuidado com atitudes impulsivas no campo profissional. Pare, pense e reflita muito antes de fazer qualquer escolha, sem se deixar envolver pela emoção. No financeiro, período de cuidado com gastos que envolve compulsão ou ansiedade.

Saúde - Cuidados com a parte circulatória são essenciais. Você estará nesse momento muito mais sensível emocionalmente. Momento ideal para cuidar do corpo e da mente, procurando uma terapia para ajudar na ansiedade.

TEMPLO DE UMBANDA ESTRELA DO ORIENTE CAROL AMORIMCONSULTA DE TARO E BARALHO CIGANO- ONLINE OU PRESENCIAL

fones: 11 23694241 ou 999226794 ou whatsapp 947393263Atendimento com hora marcada e totalmente personalizado.

Rua Bengali, 29, Parque Novo Oratório - Santo André – SP

EXPEDIENTE

Diretor: Engels B. Xenoktistakis

Direção de Arte: Daniel Coradini

Redator: Engels B. Xenoktistakis

Colaboradores: Adriano Camargo /

Ronaldo Linares e

Alexandros Xenoktistakis

Assessoria Jurídica: Alexandros Barros

Xenoktistakis – OAB/SP 182.106

contato: [email protected]

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Quanto mais eu conheço o ser humano, mais espe-rança eu tenho. Eu sei que existem pessoas capazes de cometer atrocidades, injustiças e uma série de coisas ruins...

Mas também conheço pessoas com um coração enor-me, com nobreza de caráter e capazes de grandes feitos.

Se há pessoas capazes de matar, há aquelas que sal-vam vidas. Se há pessoas que machucam, há as que curam. Se há quem roube, há quem doe...

Se há pessoas que destroem a vida dos outros, há

quem sacrifique a própria vida pelo seu próximo.

Se há os que vivem pelo dinheiro, há os que vivem pela fé. Se há os que destroem árvores, há os que as plantam.

Dentro de um terreiro não é diferente:

Existe aquele que nada faz para ajudar, e fala mal do que ajuda. Existe o que ajuda, mas reclama do que não fez nada. E existe quem ajuda de coração e não se preo-cupa com o que o outro fez ou deixou de fazer...

Existe o que faz a fofoca, existe o que espalha a fofoca, existe o que se deixa atingir pela fofoca e existe o que

ignora esse tipo de coisa, por ter mais o que fazer.

Existe o que pensa que é evoluído mas não é. Existe o que é evoluído mas não se acha preparado. Existe o que acha que não precisa estudar porque sabe tudo. Existe o que “sabe tudo” mas não realiza nada. Existe o que não sabe nada, não quer aprender e, sendo assim, está na religião errada; a Umbanda não precisa de enfeite, precisa de trabalhadores.

Existe o que faz todos os cursos que aparece, mas não se dedica verdadeiramente a nenhum...E existe quem

UmbandaLegal

QUANTO MAIS EU CONHEÇO O SER HUMANO...

Escrito por:Valéria Siqueira

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busca o conhecimento, põe em prática o que aprendeu e se torna um orgulho para seus dirigentes, guias e Ori-xás...

Existe aquele que acha que tem os melhores guias, mas quando a coisa aperta vai pedir ajuda para os guias dos outros.

Existe o que contesta as regras, que é sempre “do contra” e só sabe reclamar, e existe o que segue as regras e se torna útil ao terreiro.

Existe o que almeja cargos e títulos, e existe o que quer apenas evoluir...

Existe o que come a comida do Orixá para matar a fome, e existe o que come para receber o Axé.

Existe o que se veste para impressionar os outros, e existe o que se preocupa mais com a limpeza íntima do que com a aparência.

Existe o que estuda anos a fio a tão falada reforma íntima, e existe aquele que simplesmente a pratica: não faz aos outros o que não gostariam que fizessem para si...

Existe o que tem dinheiro para tudo, menos para ajudar o terreiro, e existe o que cumpre suas obri-gações por compreender que nem só de caridade se mantém um templo.

Existe os que têm ciúmes dos filhos novos, e existe

o que comemora o aumento da família espiritual.

Existe o que anda “armado” e existe o que simples-mente anda, sem pré-julgamentos.

Existe o que soma e existe o que some.

Existe o que parte e deixa saudades, e existe o que deixa apenas decepção.

Existe o que semeia discórdia, falando mal de seus pais e mães-de-santo, envenenando o próprio Axé, e existe o que se cala e tenta ajudar no que for possível.

Existe o que vem para acrescentar, e o que vem para subtrair; o que vem para multiplicar e o que vem para dividir.

Existe aquele que parece que é para sempre, mas se perde no caminho, e existe o que se encontra e por isso permanece.

Mesmo assim, com contratempos, com todas as contradições da natureza humana, com todos nossos erros, equívocos e falhas, é no ser humano que eu aposto todas as minhas fichas.

Vós sois deuses – disse nosso Mestre Jesus. Eu acredito nele, eu acredito em nós.

O que pensamos, dizemos e fazemos cria a realida-de em que vivemos. Nós somos co-criadores meus irmãos.

Pai Olorum acredita em nós, nossos sagrados Pais e Mães Orixás acreditam em nós, nossos guias acredi-tam em nós...porque nós não acreditaríamos?

Eu me recuso a depor contra minha própria raça, a raça humana. Eu acredito que podemos mudar tudo, podemos mudar nosso padrão de pensa-mento, nossas vibrações e consequentemente o mundo em que vivemos.

Não importa em que ponto nos afastamos do nosso Pai, para precisarmos nos religar a Ele. Não importa o quanto tenhamos errado.

Não importa que sejam poucos os que se importam.

Sempre haverá um novo dia, uma nova chance, uma nova história. E quem vai escrevê-la somos nós, e mais ninguém.

Temos a força de nossos guias, a proteção de nossos Orixás e a benção de Pai Olorum...porquê não acredi-tarmos num final feliz? Axé!

Por Mãe Valéria Siqueira

Terreiro de UmbandaPai Oxóssi, Caboclo 7 Flechas

e Mestre Zé PilintraCríticas e sugestões:

[email protected]

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A marca da violência está na cabeça da menina de 11 anos que foi agredida no Subúrbio do Rio por intole-rância religiosa, mas esta não é a maior cicatriz. “Achei que ia morrer. Eu sei que vai ser difícil. Toda vez que eu fecho o olho eu vejo tudo de novo. Isso vai ser difícil de tirar da memória”, afirmou Kailane Campos, que é candomblecista e foi apedrejada na saída de um culto. Ela deu a declaração em entrevista ao RJTV desta terça--feira (16).

A garota foi agredida no último domingo (14) e, segun-do a avó, que é mãe de santo, todos estavam vestidos de branco, porque tinham acabado de sair do culto. Eles caminhavam para casa, na Vila da Penha, quando dois homens começaram a insultar o grupo. Um deles jogou uma pedra, que bateu num poste e depois atingiu a me-nina.

“O que chamou a atenção foi que eles começaram a le-vantar a Bíblia e a chamar todo mundo de ‘diabo’, ‘vai para o inferno’, ‘Jesus está voltando’", afirmou a avó da menina, Káthia Marinho.

Na delegacia, o caso foi registrado como preconceito de raça, cor, etnia ou religião e também como lesão cor-poral, provocada por pedrada. Os agressores fugiram num ônibus que passava pela Avenida Meriti, no mes-mo bairro. A polícia, agora, busca imagens das câmeras de segurança do veículo para tentar identificar os dois homens.

A avó da criança lançou uma campanha na internet e tirou fotos segurando um cartaz com as frases: “Eu vis-to branco, branco da paz. Sou do candomblé, e você?”.

A campanha recebeu o apoio de amigos e pessoas que defendem a liberdade religiosa. Uma delas escreveu: “Mãe Kátia, estamos juntos nessa”.

Iniciada no candomblé há mais de 30 anos, a avó da ga-rota diz que nunca havia passado por uma situação como essa.

Tópicos

Iara Jandeiro é candomblecista. Ela é tia de uma me-nina de 11 anos e testemunha da agressão sofrida pela criança, atingida por uma pedrada no domingo (14), quando saía de um culto religioso. Os autores, segundo ela, seriam dois jovens que aparentam ter 20 anos. Ape-sar de adepta da religião afro-brasileira, Iara faz alusão a uma frase comum aos católicos para pregar a paz en-tre os crentes de várias matizes.

"'Amai-vos uns aos outros, como vos amei', está es-crito na Bíblia. Eles (os agressores) acham que são Deus, que o Deus deles é melhor que o nosso. Cada um tem sua religião, independente de ser budista, cristão, católico, candomblecista, judeu. Cada um tem que respeitar a religião do próximo. Não somos deus para julgar", diz a autônoma.

A família de Iara voltava para casa, quando pas-sou a ser insultada. Uma pedra foi arremessada pelo grupo, bateu em um poste e atingiu a jovem. Após a agressão, no entanto, sua sobrinha já manifestou o medo de voltar a usar roupas daquela cor. "Não quer mais vestir roupa branca, ela está traumatizada. Vamos procurar apoio psicológico, ela tem só 11 anos", revela.

Na internet, eles fazem uma campanha intitulada "Eu visto branco. Branco da paz. Sou do candomblé. E você".

O caso foi registrado como lesão corporal e no artigo 20, da Lei 7716 (praticar, induzir ou incitar a discrimi-nação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou pro-cedência nacional) na 38º DP (Irajá).

De acordo com a unidade policial, parentes prestaram depoimento. A menor de 11 anos foi ouvida e encami-nhada a exame de corpo de delito. Os agentes realizam diligências para localizar imagens e testemunhas que possam auxiliar na identificação da autoria do crime.

Fonte - http://g1.globo.com/

A MARCA DA VIOLÊNCIA - Matéria veiculada no Portal G1

Intolerância Religiosa

Confira a Matéria Especial na Próxima Edição

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ArtigoMatéria Veiculada no Portal G1

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CalendárioDatas e Eventos

19 de julho 6º ENCONTRO DE

CURIMBA DA FOUCESPLocal: C.E.U JambeiroEndereço: Avenida José Pinheiro Borges(Prolongamento da Av.Radial Leste.Proxa Guaianases)Realizadora: Foucesp/Templo de UmbandaCabocla de Iansã

25 de Julho1º PREMIO

MILTON FERNANDES

Data: 25 de Julho

Horário: 18:00 hs

Local: Clube Atlético Juventus

Endereço: Rua Comendador Roberto Ugolini, 20

Mooca, São Paulo - SP

Realizador: Escola de Curimba Nilton Fernandes

Informação: 97616-2890 – 2721-3015

19 de Julho

3º FESTIVAL DE CURIMBA E

DANÇA DA WEB RÁDIO

BATUQUEIROS DA LUZ

Data: 19 de Julho

Local: Salão Kaikan

Endereço: Rua Monte das Gameleiras, nº 374,

Vila Ré, São Paulo – SP.

Realizador: Web Rádio Batuqueiro da Luz

Informação:96027-3709

20 de setembro

6º Festival de Curimba

Aldeia de Caboclos

Um Grito de Liberdade

Data: 20/09/2015

Local: Casa de Shows Expresso Mix

Endereço: Av.Aricanduva nº11500-Zola Leste – SP

Realizadora: Escola de Curimba e arte

Umbandista Aldeia de Caboclos

18 de JulhoFESTA JUNINA

Comidas típicas, brincadeiras e muita diversãoData: 18/07/2015Local: TU.ZE.COEndereço: Rua Décio Carmo Bianco, 144,

Jd. Rina Santo André - SP (ao lado da delegacia)Realizadora: Babá Tânia Maria

15 de agosto FESTA DOS OGÃS

Data: 15 de agosto de 2015

Horário: 16:00 hs

Local: Quadra da X9 Paulistana

Endereço: Av. Paulo Silva Araújo, 25

Jd. São Paulo, São Paulo - SP

12 de JulhoPROJETO:

"ESTE SAMBA É PRA VOCÊ"Data: 12/07/2015 às 15:00 hsLocal: Aldeia XEndereço:Rua Juvenal Parada, nº 35,

Mooca, São Paulo - SPEntrada: Mulheres: R$10,00 / Homens R$15,00

Realizador: Celso da AldeiaInformações: Facebook/estesambaepravoce.com.br

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EXU -O Guardião dos caminhos!

ArtigoEscrito por Diamantino Fernandes Trindade

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Um dos mitos yorubá diz que o nosso planeta foi, certa vez, uma pantanosa imensidão. José Beniste diz que acima havia o éter, o espaço celestial, de-nominado Orun (O mundo astral) que era a mo-rada de Olodumare, dos Orixás e de outros seres primordiais.

Com Olodumare conviviam diversos Orixás; entre eles Oxalá, Orunmilá, Exu, Ogum e mais Agemo, o camaleão, criado de confiança de Olodumare. Na região inferior vivia Olokun, a divindade feminina que governava a ampla extensão de água e os pân-tanos.

Em determinado momento da eternidade, Oxalá, observando com muito carinho essa di-mensão, percebeu que aquela região nada tinha de algo vivo, além de muito monótono. Conver-sou com Olodumare e falou sobre a sua percep-ção sobre o tema e disse que se houvesse terra firme, campos, matas, vales etc., poderia ser ha-bitada pelos Orixás e outras formas de vida. Olo-dumare acedeu ao pedido de Oxalá e disse que cobrir as águas com terra era uma grande tarefa e perguntou: quem poderia realizar essa tarefa? Oxalá respondeu prontamente que ele poderia realizar a operação.

Oxalá recebeu de Olodumare incumbência de criar o mundo com o poder de sugerir e de reali-zar. Recebeu o apo-iwa, saco da criação, de Olo-dumare. O poder que lhe havia sido confiado não o liberava de submeter se a determinadas regras e respeitar diversas obrigações como os outros Ori-xás. Foi procurar Orunmilá, que detinha os segre-dos da existência, e recebeu as instruções para re-alizar tal tarefa: você deve levar uma concha cheia de terra, uma galinha branca de cinco dedos em cada pé e um pombo. Orientou Oxalá no sentido de fazer as necessárias oferendas a Exu antes do inicio da empreitada. Em razão de sua arrogância e achando-se superior a Exu, recusou-se a fazer as oferendas antes de iniciar sua viagem para criar o mundo das formas e seguiu para concretizar sua tarefa.

Seguiu o seu caminho apoiado em seu cajado de estanho, o opa oxorô. No momento de ultra-passar a porta do Orun, encontrou Exu que tinha, como uma de suas obrigações, fiscalizar as comu-nicações entre os dois mundos. A recusa de Oxa-lá em realizar os sacrifícios e oferendas causou

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grande descontentamento a Exu, que se vingou fa-zendo o sentir uma sede intensa. Para saciar a sede, Oxalá furou, com seu opa oxorô, a casca do tronco de um dendezeiro. O emu (vinho de palma) vertido do tronco foi bebido por ele com grande sofreguidão, ficando ébrio e sem saber onde estava, logo caindo em sono profundo. Exu aproveitou o momento e roubou-lhe o apo-iwa e dirigiu se a Olodumare para mostrar lhe o estado de Oxalá.

Pierre Verger cita que Olodumare desencantado com as ações de Oxalá confiou a Odudua a tarefa de Oxalá e disse: se ele está nesse estado, vá você, Odudua! Vá criar o mundo! Odudua saiu assim do Orun e se encontrou diante de uma extensão ili-mitada de água. Deixou cair a substância marrom contida no saco da criação. Era a terra. Formou se, então, um montículo que ultrapassou a superfície das águas. Ele colocou uma galinha cujos pés ti-nham cinco pés. Esta começou a ciscar e a espalhar a terra sobre a superfície das águas. Onde ciscava, cobria as águas, e a terra ia se alargando cada vez mais. Odudua aí se estabeleceu, seguido pelos ou-tros Orixás.

Quando Oxalá despertou não mais encontrou a seu lado o apo-iwa. Alimentando grande despeito, voltou a Olodumare. Este, como castigo pela sua bebedeira, proibiu-o, assim como todos de sua fa-mília, os Orixás fun fun ou Orixás brancos, beber vinho de palma e mesmo de usar azeite de dendê.

Confiou lhe, entretanto, como consolo, a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos, aos quais ele, Olodumare, insuflaria a vida.

Oxalá aceitou essa incumbência, porém, não levou a sério a proibição de beber e nos dias em que se excedia no emu, os seres humanos saíam de suas mãos com vários defeitos físicos. Alguns eram retirados do fomo antes da hora, e suas cores eram muito pálidas (albinos). Vem daí o fato de os albinos serem adoradores de Oxalá.

Sentindo muito remorso, em determinado momen-to, disse: nunca mais beberei emu. Serei sempre o pro-tetor de todos os humanos defeituosos ou que tenham sido criados imperfeitos. Conforme José Beniste, to-dos viviam uma vida pacifica em torno de Oxalá, que era o seu rei e orientador. Mesmo sem as ferramentas adequadas, pois ainda não existia o ferro no mundo, o povo plantava e semeava. As árvores se multiplica-vam, e o povo crescia juntamente com a cidade de Ifé, seguindo tudo conforme a sua determinação.

Assim, Oxalá decidiu voltar ao Orun, tendo sido preparada uma grande festa para a sua chegada. Ali, junto aos outros Orixás, ele relatou as coisas existen-tes no novo mundo e todos se mostraram decididos a conviver com os seres humanos criados. Assim, mui-tos Orixás dirigiram-se para a Terra, mas não sem an-tes ouvir as recomendações de Olodumare no sentido de efetuar suas obrigações. Oxalá foi o primeiro que desceu e secou as águas. Ele tornou-se o eterno e su-

premo governante deste mundo.

Após a criação da Terra, Olodumare determinou a ocupação de todos os pontos pelos seus represen-tantes, os Orixás, e orientou-os da seguinte forma: nunca se esqueçam de seus deveres e obrigações com os seres humanos. Atendam os seus anseios e necessidades, pois vocês são os protetores da raça humana. Assim, todos os Orixás ocuparam seus postos, submissos à vontade de Olodumare.

CARACTERÍSTICAS E ASPECTOSMITOLÓGICOS DO ORIXÁ EXU OU ELEGBARA

Exu ou Elegbara é um dos Orixás que veio do Orun para o Aiyê (Terra) para harmonizar a vida dos seres humanos e possam vier em paz. É um Orixá de múltiplos aspectos, o que torna difícil defini-lo de forma coerente. Exu gosta muito de provocar brigas, disputas, acidentes, calamidades públicas e pessoais. Pierre Verger cita que ele é as-tucioso, grosseiro, vaidoso e indecente.

Juana dos Santos aponta que Exu está relacio-nado com os ancestrais femininos e masculinos e com suas representações coletivas, mas ele tam-bém é um elemento constitutivo, na realidade o elemento dinâmico, não só de todos os seres so-brenaturais, como também de tudo o que existe. Olodumare criou Exu como um medicamento de poder transcendental apropriado para cada pes-

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soa, ou seja, cada um detém o seu próprio medi-camento de poder transcendental e pode utilizá--lo como achar mais apropriado. Da forma como Olodumare criou Exu, ele deve resolver tudo o que possa aparecer e isso faz parte de sua tarefa e de suas obrigações. Ele deve existir com tudo e mo-rar com cada pessoa e dirigir os seus caminhos da vida.

O arquétipo de Exu é muito comum entre os hu-manos, onde é muito grande o número de pessoas bipolares, simultaneamente boas e más, porém com uma inclinação para a maldade, corrupção e desregramentos morais. As pessoas influenciadas por Exu apresentam caráter variável podendo, a um só tempo, ter boa compreensão dos problemas alheios e serem bons conselheiros, procurando fa-zer tudo certo. No entanto, podem decidir fazer tudo errado. São pessoas fortes e obstinadas, de-sordeiros, ciumentos, intrigantes e brincalhões. Gostam de fiscalizar a vida alheia e resolver en-crencas ao seu redor.

No entanto, Exu também funciona de forma posi-tiva e quando tratado adequadamente, responde fa-voravelmente, mostrando-se participativo. Por outro lado, quando as pessoas se esquecem de fazer os ebós e oferendas, ele responde de forma muito contunden-te. Por isso Exu é considerado o mais humano dos Orixás, pois o seu caráter é semelhante ao do ser hu-mano, em geral muito mutante em suas ações e ati-tudes.

Exu é um princípio. Pertence e participa de todos os domínios cósmicos e humanos. Ele representa e transporta o axé (principio e poder de realização) que assegura a existência dinâmica permitindo o acontecer e o devir, mantendo a intercomunicação entre os diferentes domínios do Universo. É o repre-sentante deste axé encontrado em todos os elemen-tos (animal, vegetal e mineral), definindo a ação e a estrutura destes. Exu executa o transporte dessa força.

O universo africano é concebido como energia expressa no conceito de força vital. A força vital é única e várias são as suas manifestações, sendo transmitidas por intermédio de Exu aos seres e domínios do Universo.

Verger cita que, como personagem histórica, Exu teria sido um dos companheiros de Odudua, quando chegou à cidade de Ifé, e era chamado Exu Obasin. Tornou-se, mais tarde, um dos assisten-tes de Orunmilá-Ifá. Epega diz que Exu tornou-se Rei de Keto sob o nome de Exu Alaketo.

Exu é o Orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé, das coisas que são feitas e do comportamento humano. A palavra Exu em yorubá significa “esfera” e, na verdade, Exu é o Orixá da ação e do movimento. Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir que sua função de mensageiro entre o Orun e o Aiyê, mundo material e mundo espiritual, seja plena-mente realizada.

Exu é o mais sutil e astuto de todos os Orixás. E quando as pessoas estão em falta com ele, provoca discussões entre elas e prepara-lhes diversas ar-madilhas. Um orìkì (verso, poema) diz que: Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado em uma simples peneira sem que este óleo se der-rame. E assim é Exu, o Orixá que faz: transforma o erro em acerto e vice-versa.

Nos mitos da concepção do universo, a protofor-ma da matéria é Exu Yangi. Sobre esses mitos, Mestre Itaoman explica que no principio nada mais existia que uma massa infinita de ar, terra e água; movendo-se lentamente, uma parte dessa massa formou a lama. Dessa lama, originou-se um rochedo avermelhado (laterita vermelha) sobre o qual soprou Olodumare, insuflando-lhe o hálito da vida. Assim, surgiu a primeira forma dotada de existência individual: Exu Yangi, tornando-se o símbolo por excelência do elemento procriado e o primogênito da humanidade.

Na África, isto é simbolizado por uma espécie de caracol – o okotô – que possui uma estrutura cal-cária espiralada. O simbolismo de seu processo de crescimento está em que a sua estrutura começa de um ponto e desenvolve-se espiralmente, abrin-do-se mais e mais a cada volta, até converter-se em uma elíptica aberta para o infinito. Assim, toda a criação está ligada a Exu e é compulsório que cada criatura existente.

Juana dos Santos estabelece por meio da análise dos mitos sobre a divindade, a associação entre Exu Yangi e a sua atividade como Exu Ojisé, portador e entregador de sacrifícios, símbolos da restituição.

Dessa forma, o significado simbólico da oferenda a Exu é manter a harmonia do Cosmos e a integridade da cada ser humano por meio da absorção e restitui-ção do axé pela Divindade, ou seja, é o símbolo do princípio da existência individual.

O culto de Exu não repete o modelo dos cultos dos outros Orixás. Acompanhante e elemento insepa-rável de todos os seres naturais, deve ser cultuado junto de cada um deles. Todos os seres humanos, templos, terreiros, independente do Orixá protetor, deve preceituar seu respectivo Exu. Nenhum Orixá movimenta suas forças e energias sem o seu Exu.

A KIMBANDA

Edmundo Pellizari explica que Kimbanda significa algo como “cu¬ran¬deiro” em kimbundu, um idioma

banto falado em Angola. O Kim¬banda é uma espé-cie de xamã africano, o grão-sacerdote, a um só tempo médico, adivinho e feiticeiro. Arthur Ramos cita que em Angola há uma distinção entre o Kimbanda Kia Diamba, o verdadeiro chamador ou invocador dos espíritos e o Kimbanda Kia Kusaka, ou feiticeiro que cura doenças. Costumam, ainda em algumas regiões de Angola, fazer a distinção entre o Nganga ou Gan-ga (derivada de Ngana, senhor) que seria o cirurgião principal, o verdadeiro sacerdote, e o Quibanda, ou feiticeiro da localidade. Na África, o Kimbanda faz a ponte en¬tre os Makungu (ancestrais divini¬zados), os Minkizes (espíritos sagrados da Natureza) e os se-res humanos.

Os negros bantos trouxeram para o Brasil sua he-rança espiritual, inclusive a prática magística deno-minada Kimbanda. Não devemos confundir a Kim-banda com a Quimbanda, um culto afro-brasileiro com forte influência banto e permeado pela magia negra europeia. O quimbandeiro trabalha com en-tidades que em vida foram feiticeiros, malandros, mercadores, homens ou mulheres comuns etc.

Osvaldo de Omotobatala fez uma interessante inter-pretação da gênese do Universo segundo a mitologia da Kimbanda. Vamos nos deter apenas no tocante a Exu. No inicio só existia Nzambi, o incriado, senhor de todos os segredos. Nzambi era uma grande massa semi-material armazenada de forma latente e prestes a explodir a qualquer momento. Decidiu que se en-contrava em estado de maternidade e repentinamente produziu milhões de partículas de matéria que gira-vam no sentido anti-horário a partir do centro, criando assim o Universo. Nzambi transformou-se em Ngom-bi, o Universo visível. Cada pequeno pedaço de maté-ria transformou-se em um planeta, uma estrela etc.

A partir de então começaram a separarem-se to-dos os componentes do Universo tornando-se cada vez mais extenso. Por isto Nzambi decidiu que devia criar um Ser para percorrer os distintos espaços. Co-meçou a concentrar-se em um ponto fixo e deu vida a Exu ou Aluvaiá. Exu foi criado como par, homem e mulher ao mesmo tempo, igual a Nzambi. No mo-mento de sua criação, com uma pequena parte de Nzambi, deu-lhe sete faculdades especiais:

1. Para que possas percorrer os espaços vazio onde eu mesmo não posso chegar, dou-te a chave que abre os limites entre um espaço e outro, entre a luz e a escuridão, o quente e o frio...

2. Dou-te a liberdade de escolher entre o bem e o mal...

3. Terás o conhecimento de tudo e a memórias de to-das as coisas a partir do teu nascimento, podendo enri-quecer teu conhecimento com experiências próprias...

4. Concedo-te o poder de criar seres precipitan-do tua própria energia sobre a matéria inerte...

5. Poderás viajar no tempo, podendo deste modo saber o passado e o futuro de todo ser inferior a ti, mas não teu próprio futuro...

6. Possuirás a inteligência de entender a qual-quer tipo de criatura inferior ou superior a ti...

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7. Em caso de necessidade, poderás dividir-te a ti mesmo, criando seres semelhantes a ti, porém inferiores em poderes e faculdades. Tem cuidado com isto, pois uma vez que te dividas, não poderás voltar a unir-te, pois este segredo está comigo.

Exu tinha a missão de percorrer todos os espaços onde Nzambi não podia chegar, especialmente na zona onde reinava a escuridão, e como Nzambi era uma grande Luz, nunca podia ver as sombras. Exu foi feito de uma cor vermelho escuro que continha um número inimaginável de partículas em movi-mento que brilhavam como as brasas. Este tipo de coloração lhe permitia estar em qualquer espaço de luz ou de trevas.

Após algum tempo de percorrer espaços escuros, Exu começou a sentir-se vaidoso e decidiu que não voltaria mais para perto de Nzambi, coroando-se a si mesmo como o Rei das Zonas Escuras.

Com o tempo percebeu que estava só, e querendo igualar-se a Nzambi, criou sete seres a partir de si mesmo, outorgando a cada um os seus poderes e faculdades, porém com menor intensidade. Disse--lhes então: vocês foram criados para que cada um seja responsável por um espaço, já que há sete di-mensões distintas e esta é a forma de estar em to-das elas ao mesmo tempo. Cada um dos sete seres corou-se a si mesmo Rei de um espaço. Nasceram assim os primeiros sete reis coroados da mitologia da Kimbanda:

1. Rei das Sete Encruzilhadas/Rainha das Sete Encruzilhadas

2. Rei dos Sete Cruzeiros/Rainha dos Sete Cruzei-ros

3. Rei das Sete Liras/Rainha Maria Padilha

4. Rei da Kalunga/Rainha da Kalunga

5. Rei das Almas/Rainha das Almas

6. Rei das Matas/Rainha das Matas

7. Rei das Praias/Rainha das Praias

Cada reino estava dividido em sete regiões e cada

um dos reis decidiu dividir-se a si mesmo em sete para poder estar em todos ao mesmo tempo. O po-der de Exu para dividir-se, tinha como consequ-ência que cada uma das partes novas que iam se separando dividiam-se em sete, e a divisão conti-nuou como uma reação em cadeia. Isso continuou até que os últimos não tiveram energia suficiente para dividir-se, nem poderes. Nesse momento ces-sou a divisão e começaram a ser criados os seres humanos.

O termo Kimbanda também pode ser interpreta-do como a polaridade executora da Lei – A Parale-la Passiva da Umbanda. Não é sinônimo de Magia Negra como se apregoa por aí. Tais ritos prati-cados com o nome de Kimbanda são próprios da Quimbanda e deveriam, na verdade, ser chamados de Kiumbanda.

Matta e Silva explica que a Kimbanda é compos-ta de Legiões de espíritos, na fase de elementares, ou seja, dos espíritos em evolução dentro de certas funções kármicas e das condições que lhes são pró-prias.

A Kimbanda é comandada pelos Exus Guardiões, espécie de polícia de choque para o baixo astral, que combatem as legiões de seres espirituais in-submissos (Espíritos atrasados de todas as clas-ses, muitas dessas até compostas pelos que ainda não encarnaram uma só vez. São chamados tam-bém de rabos de encruza. São perigosos quando mistificam os Caboclos, Pretos Velhos e Crianças etc., e mesmo os próprios Exus. São os marginais do Astral), que estão debaixo do seu comando. Es-ses Exus Guardiões da Lei Kármica são executores diretos das Entidades Superiores, tais como Cabo-clos, Pretos Velhos e Crianças. Seus comandados podem atuar em um médium com a finalidade de que o mesmo só trabalhe com determinado Exu. Quando isto ocorre dizemos que é um Kimbandei-ro, mas não no sentido inferior que lhe atribuem. Por meio de métodos mais densos, esse Exu e o seu médium podem praticar o bem. Apenas que neste caso, por afinidade, tem a proteção e a co-

bertura de um Exu de verdade que, embora em planos inferiores, vai incrementando em seu mé-dium a evolução de modo lento e gradual.

No entanto, na maioria das vezes, não é isso que ocorre. Médiuns que trabalham com um Caboclo ou com um Preto Velho, de repente, descambam no intuito de conseguir vida fácil por meio da me-diunidade. Rapidamente chama sua atenção o tra-balho do Exu que lhes assiste.

Passam a incorporar cada vez mais Exu, até o momento de não mais realizarem giras de Caboclo e Preto Velho. Pensam que Exu lhes dá destaque e traz dinheiro fácil, pois os consulentes, não tendo tempo para adquirir o material necessário, pagam diretamente ao médium, que começa a utilizar o dinheiro para outros fins.

Apesar dos constantes alertas do Caboclo e do Preto Velho persiste no erro e começa a perder a sintonia fina necessária para o contato com essas Entidades e o Exu Guardião, entrando em sintonia vibratória com Exus de planos inferiores, com os quais já faz contato mais fácil. Nesse terreiro conti-nuam as imagens que representam os Orixás e até Oxalá, mas quem manda mesmo é o tal Exu que se sintonizou com o médium. O nível dos trabalhos vai baixando até chegar à Quimbanda, na Bruxaria etc.

Com estas atitudes vai decaindo também na saú-de, chegando às vezes a adentrar no mundo das drogas e do alcoolismo, além do caos familiar e das quedas morais, um exemplo típico de alguém que foi rejeitado pelo cósmico em virtude da violação das leis do Universo. Na ilusão de crescer e subir, fica aprisionado em seu próprio desespero. Torna--se vítima de suas obsessões, pois a vaidade, a ten-tação de procurar poder e a ânsia pela popularida-de levam-no à queda espiritual, material e física e começa a receber os choques de retorno. Geralmen-te costuma ser assim o fim desses médiuns.

Diamantino Fernandes TrindadeDoutor em Educação pela PUC-SP

Sacerdote da Cabana de Pai Benguela

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Salve turminha das ervas. Vamos falar um pouco sobre a influência astrológica sobre as plantas, e como conhecer a relação entre os astros e o reino vegetal favorece o seu manuseio.

Os homens mais antigos observavam a passagem dos planetas e das fases da Lua e sabiam como uti-lizar a força deles na agricultura, bem como em outros assuntos cotidianos da vida. Mas os tempos mudaram e, com a chegada dos meios tecnológicos e químicos para a agricultura, essas observações fi-caram renegadas a segundo plano. Não se trata de misticismo ou de superstição, mas de observar cor-retamente a natureza para definir a melhor época de plantar e colher. Alguns vestígios dessa sabedo-ria ainda existem na forma de tradições que garan-tem que a Lua exerça influência sobre o crescimento dos vegetais. O médico alemão Rudolf Steiner, pai da antroposofia, retomou, no começo do século, o estudo dessa teoria ancestral e pesquisou profun-damente a relação dos astros com os seres vivos. A agricultura que ele originou respeita acima de tudo a vida, a saúde das plantas, das águas, da terra, dos homens, do ar e do planeta. Estudiosa da obra de Steiner, Maria Thun realizou, durante anos, estudos com métodos científicos e analisou a grande relação dos elementos que regem a matéria terrena com as plantas e os planetas do sistema solar. Em seu ca-lendário agrícola, pesquisas astronômicas são fun-damentadas nos ritmos criados pela passagem dos

planetas, da Lua e da Terra diante das constelações, espelhando sua realidade na observação experimen-tal. À medida que a Lua passa pelas constelações, transmite ao solo e às plantas forças que vão benefi-ciar as quatro partes dos vegetais (ver tabela adian-te). Se nós aceitamos que satélites dirigidos para Jú-piter e Saturno nos mandem ondas magnéticas com fotos e informações, por que não supor que corpos celestes muito mais complexos enviam ondas ele-tromagnéticas? Pelo fato de os astros do nosso sis-tema solar orbitarem aproximadamente no mesmo plano, nós os vemos desfilar pelo céu sempre pelo mesmo caminho. Dá-se a este percurso o nome de Zodíaco, que é dividido em doze constelações distri-buídas em quatro grupos. Cada grupo, por sua vez, está ligado a um elemento: terra, água, ar e fogo. À medida que a Lua transita por essas constelações, transmite forças que beneficiam certas partes das plantas e favorecem o manuseio delas. O manuseio de plantas nas épocas corretas favorece a produção e o poder nutritivo dos vegetais e também o controle das pragas

Além dos aspectos astrológico, é preciso também levar em conta as condições do solo, a existência de orvalho pela manhã, as variações de temperatura, a época da reprodução dos insetos e o comportamen-to dos animais. Tudo isso tem que ser observado e intuído.

Influências do trânsito lunar pelas constelações:

Constelações de Terra - A passagem da Lua pe-las constelações desse elemento (Touro, Virgem e Capricórnio) é benéfica para as raízes das plantas em geral. Lua em Touro - Rege os fungos e os co-gumelos e favorece tudo o que dá debaixo da terra. Boa influência para o plantio de sementes de árvo-res ou o transplante delas. Lua em Virgem - Rege os grãos e as gramas. Seu período de influência é propício ao plantio de cereais, realização de podas e a borrifação de plantas com água de urtiga, recurso usado para protegê-las e para aumentar os poderes medicinais das ervas. Lua em Capricórnio - Rege as plantas com flores e pétalas separadas. Neste perí-odo faz-se colheitas e plantam-se as árvores cujas madeiras devem durar muito tempo.

Constelações de Água - o trânsito da Lua pelas constelações desse elemento (Câncer, Escorpião e Peixes) favorece o caule e as folhas das plantas em geral. Lua em Câncer - Rege os fetos, as cavalinhas e os licopódios. Sua influência é propícia para a seme-adura e o transplante de folhas e ervas medicinais. Escorpião - Rege as plantas medicinais e as pal-meiras. Sua influência é ótima para secar as ervas e armazená-las. Recomenda-se, nesse período, borri-far as plantas com água de urtiga. Peixes - Rege as plantas com muita umidade ou que moram na água. Boa influência para o início de horta, mas totalmen-te impróprio para as colheitas.

Constelações de Ar - A passagem da Lua por cons-

A RELAÇÃO ENTRE OS ASTROS E O REINO VEGETAL

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oErvas naAldeiaEscrito por:Adriano Camargo

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telações de desse elemento (Gêmeos, Libra e Aquá-rio) é benéfica para as flores das plantas em geral. Gêmeos - Rege os musgos sobre as árvores e as pe-dras. Sua influência é neutra para a fertilidade, sen-do mais indicada para a preparação da terra para o cultivo. Libra - Rege as flores. Boa influência época para a colheita das ervas, a secagem e armazenagem das flores e a preparação de florais. Aquário - Rege as plantas cujas flores têm pétalas unidas. Sob sua influência, damos continuidade à colheita iniciada em Capricórnio, que é a constelação que a antecede.

Constelações de Fogo - Quando a Lua passa por constelações desse elemento (Áries, Leão e Sagi-tário) são favorecidos os frutos e sementes. Áries - Rege os liquens que preparam o caminho para o vegetal. Favorável para o crescimento, faz as plantas desenvolverem-se mais rapidamente. Boa influência para se fazer sementeiras, principalmente de frutas; para a colheita e armazenagem de cereais; para se fazer mudas de estaca. Leão - Rege as plantas co-níferas como pinheiros. Boa influência para plantar cereais e feijões e fazer podas em trepadeiras, rosei-ras e frutíferas. Sagitário - Rege as grandes árvores e as florestas. Influência indicada para o plantio das árvores frutíferas, e das que desejamos que cresçam

mais rapidamente ou que fiquem mais altas

As fases da Lua atuam sobre as plantas assim como sobre as águas, os líquidos e o ciclo reprodutor da mulher. A explicação da ciência para a influência lu-nar na agricultura baseia-se na incidência de lumi-nosidade sobre os vegetais. A plantas que recebem a luminosidade lunar na sua primeira fase de vida tendem a brotar rapidamente e a desenvolver mais folhas e flores. Já as que se desenvolvem sob pouca ou nenhuma luminosidade atravessam um período vegetativo mais longo; em compensação, suas raízes são fortalecidas. Da mesma forma como a Lua rege as marés, rege os líquidos das plantas.

Na fase crescente, a seiva flui em direção às folhas; na Cheia, está localizada nas extremidades. Não é aconselhável fazer poda durante a Cheia porque isso enfraqueceria muito a planta. Em compensação, a fase é ideal para a colheita de frutos, pois eles es-tão repletos de seiva. O aproveitamento do fluxo e refluxo da seiva determina práticas importantes na agricultura.

Lua nova - Indicada para podas; capinar o mato (ele demora mais para crescer); colheita de raízes; adubação. Lua crescente - boa para arar e gradear

a terra; semear e colher folhas e frutos; fazer enxer-tos; plantar flores e folhas em vasos ornamentais.

Lua cheia - flores e frutos colhidos nessa fase são mais exuberantes, mas ela é imprópria para plantar, transplantar e capinar (o mato cresce rapidamente).

Lua minguante - boa para plantar e colher as raí-zes; colher e armazenar grãos; colher madeira para a utilização em cercas, móveis e construções, pois neste período a seiva se encontra nas raízes e isso favorece a conservação da madeira.

É isso ai turminha. Sucesso, saúde e muitas ervas em sua vida!

Texto inspirado no trabalho da minha saudosa ir-mãzinha das ervas Maly Caran. Que Mamãe Jurema a tenha sempre nas suas bênçãos, e que dos jardins sagrados do além, possa olhar por nós.

Sucesso, saúde e muito poder natural a todos!

Adriano Camargo / Erveiro da [email protected]

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O tradicional e tão aguardado evento reve-renciando o nosso Grande Orixá XANGÔ ocor-reu com enorme êxito, no dia 21/06/2015, no Ginásio do Clube Escola Mooca na cidade de São Paulo-SP, regado a incrível alegria e vibrações ultrapositivas.

Esta tradicionalíssima festividade teve como seus organizadores a Escola de Curimba e Arte Umban-dista Aldeia de Caboclos e o Templo Amor e Carida-de Caboclo Pena Verde, sendo seu idealizador nosso prezado, queridíssimo e atuante irmão umbandista Engels B. Xenoktistakis (Engels de Xangô).

Mais uma vez o emocionante evento, sinônimo fé, trabalho árduo e congregação, alcançou a expressiva e engrandecedora marca de cerca 3.000 (três mil) pessoas, sendo estas da cidade de São Paulo, da Grande São Paulo, de cidades do Interior do Estado e de outros Estados do nosso amado Brasil.

Todos os presentes irmanados em uma só fé tive-ram o prazer de juntos louvarem de forma memorá-vel e vibrante o Orixá Xangô – Rei da Justiça!

O público presente vibrou e se empolgou com as

apresentações de Curimba feitas realizadas ao longo do evento, platéia esta que reproduziu com radiante emoção os cânticos aos Orixás durante todo evento, realmente, uma mostra de integração, alegria e troca de reluzentes fluídos entre todos os presentes.

Houve grande destaque a importância de cada vez mais, com muita propriedade e den-tro das bases legais, se combater o precon-ceito e a intolerância religiosa que cresce de forma vexatória e repugnante em diversas partes do Brasil.

A Escola de Curimba Aldeia de Caboclos mais uma vez contagiou a todos com empolgantes apresenta-ções, belíssimas coreografias, através de envolventes pontos que foram cantados por todo ginásio. A Aldeia de Caboclos agradece imensamente a todos os fami-liares, queridos amigos e alunos, aos dirigentes espi-rituais, as autoridades religiosas e civis, ao incrível público presente, aos fundamentais colaboradores e a Espiritualidade como um todo por conjuntamente terem coroado de êxito mais este edição deste crucial e iluminado evento!!!

SEMPRE VÁLIDO DESTACAR: O objetivo de louvar a espiritualidade maior em nome de Xangô acompanhado de uma grande confraternização entre irmãos de fé foi alcançado com muita alegria, amiza-de, determinação, trabalho firme, leveza de espírito e amor à causa, Graças a Zambi!

A continuidade com grande êxito deste magnífico evento, notoriamente, trata-se de uma vitória e um marco da religião Umbandista, abarcando, também, os Cultos Afros na cidade de São Paulo e espalhan-do seu brilho e vigor para outras cidades e Estados, pois demonstra a força de nossa fé, reflete a beleza de nossa cultura e expõe a todos a magnitude da nossa amada Umbanda.

A Escola de Curimba de Arte Umbandista Aldeia de Caboclos E O Templo Amor e Cari-dade Caboclo Pena Verde agradecem imensa-mente a presença de todos!

Um forte abraço e até o próximo ano!

Sarava Meu Pai Xangô, Kaô Cabecilê!!!

Os alimentos arrecadados beneficiaram centenas de famílias do projeto social da Associação Espirita Alfa & Ômega

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Falando de UmbandaEscrito por:Pai Ronaldo Linares

Festa na Casa de Pai Benedito de Aruanda!A Casa de Pai Benedito de Aruanda está em festa:

no mês de maio (14 de maio 2015) o exmo Prefei-to Municipal de São Caetano do Sul - dr. Paulo Pinheiro – entregou ao Pai Ronaldo Linares e à Babá Dirce Fogo a renovação do Comodato para mais 20 anos.

Sabemos que nada acontece por acaso, pois, no dia anterior (13 maio 2015) a FEDERAÇÃO UM-BANDISTA DO GRANDE “ABC completou 43 anos de atividades. Por um bom tempo Pai Ronal-do coordenou os trabalhos da CPB até o momento que transferiu essa responsabilidade para a Babá Dirce que até hoje está no ‘comando’ regendo essa orquestra com uma perfeição incrível. Hoje a imagem da CPB funde-se com a própria imagem da Babá Dirce.

Conseguir esse espaço foi, como tudo o que con-

quistamos para a Umbanda, uma tarefa árdua além de uma luta diária com a Prefeitura de São Caetano do Sul até que, finalmente, o então Pre-feito Municipal Raimundo da Cunha Leite (MDB – 1977-1982) concedeu a área situada no Bairro Oswaldo Cruz, entre as Ruas Marechal Cândido Rondon, Serafim Carlos e Av. Paraíso, aos cuida-dos da FUG“ABC”.

Nessa época haviam três turmas do curso de For-mação Sacerdotal (terças e quintas-feiras a noite e nas quartas-feiras a tarde) e todos foram con-vidados, além dos filiados, para o assentamento da Pedra Fundamental. Esse foi um dia histórico, não só para a Umbanda, mas principalmente, para a FUG."ABC".

E assim, numa singela manhã dominical toma-da pela bruma misteriosa e enigmática - caracte-

rística dos segredos religiosos aos não iniciados - estavam o Prefeito e seus assessores diante da comunidade umbandista acompanhando o assen-tamento da PEDRA FUNDAMENTAL da Casa de Pai Benedito de Aruanda – futuro Templo-sede da FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC”.

O Prefeito usou da palavra e depois acompanhou Pai Ronaldo na execução do assentamento.

Pai Ronaldo Antônio Linares, presidente da Federação Umbandista do Grande ABC

é responsável pelo Santuário Nacional da Umbanda.www.santuariodaumbanda.com.br

[email protected] www.facebook.com/

santuariodaumbanda.fugabc

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Em agradecimento Babá Dirce o presenteou com uma Guia da CPB já consagrada.

É muito importante lembrarmos a todos a missão da CPB:

“A missão da Casa de Pai Benedito de Aruanda é de construir e dispo-nibilizar um espaço próprio para o desenvolvimento humano e espiritual de todos aqueles que fazem parte de nossa comunidade.

A Casa de Pai Benedito de Aruanda estará aberta a todos os que dela ne-cessitarem, atendendo a população sem distinção de raça, cor, condição social e credo religioso ou politico; levando a palavra e os ensinamen-tos de Deus e de Zélio Fernandino de Moraes a todos e zelando para que as práticas umbandistas sejam realizadas sempre para o bem.”

E, para finalizar, o momento mági-co por qual nós todos esperávamos:

“O COMODATO DA CPB (2015-2035) DEVIDAMENTE REGISTRADO EM CARTÓRIO E NAS MÃOS DA BABÁ DIRCE P. FOGO – a querida MÃE DIRCE!”

Maria Aparecida C Linarescomunicação SANU / FUGABC

[email protected]

www.facebook.com/santuariodaumbanda.fugabc

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Eventos3ª Grande Festa em homenagem ao Sr.Tranca Rua das Almas e a Rainha das Sete Encruzilhadas, evento realizado por Pai Dinho do Templo de Umbanda Filhos da Luz do Cacique Pena Branca!!

1ª Caminhada a Xangô e Iansã com en-gira aos Boiadeiros realizada pela Foucesp, presidida por Pai Roberto Zangrande e Mãe Fabiana juntamente com diretores e fili-ados! Evento realizado com grande sucesso em 14/06/2015 na Quadra da Mocidade da Zona leste em Itaquera, São Paulo-SP!

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Eventos

Umbanda está em festa em Campos do Jordão – SP

Há 3 anos e 4 meses começamos os trabalhos de Umbanda (atendimento) no rancho de minha casa. Improvisamos um congá, arrumamos cadeiras e as-sim começou a caridade. Nessa mesma época eu já pensava como iríamos continuar os trabalhos em um espaço tão pequeno.

Um dia olhando para o terreno ao lado de minha casa onde existia uma antiga casa que estava caindo aos pedaços, decidi, será aqui que iremos construir um local apropriado pra que nossos Orixás e guias possam trabalhar. E assim começamos a demarcar o local e a fazer a fundação sem interromper com os atendimentos no improvisado rancho. Os anos se passaram e a obra ficou paralisada devido à falta de recursos.

No ano de 2013 nossa casa ingressou na egrégora de Caboclo Pena Branca ao qual Mãe Márcia Moreira é sacerdotisa. Um apoio não somente em minha pre-paração sacerdotal mas também na construção física de nossa casa.

O Templo de Caboclo Pena Branca nos transferiu toda arrecadação de roupas para a pechincha e a par-tir daí começamos a ter renda financeira para nossa obra. Além disso promovemos também rifas, bingos e festa junina. Vários mutirões aconteceram com a mão de obra realizada pelos próprios filhos de Pena Branca e Flecha Dourada. E assim em janeiro de 2015 decidimos marcar uma data para a inaugura-ção. Muita coisa faltava terminar, mas meu desejo de inauguração estabeleceu a data para o mês de abril. Embora nossa casa seja regida por Xangô, os cami-nhos são de Ogum e foi por novos caminhos que con-seguimos dar continuidade ao nosso projeto. Fomos abençoados pela determinação, coragem e disciplina que Ogum nos oferece razão pela qual escolhi esta data para homenageá-lo.

E a vitória chegou no dia 18 de abril de 2015 onde com toda família reunida entregamos o Templo à

Umbanda. As casas irmãs, de Taubaté – SP o Tem-plo de Umbanda Caboclo Pena Branca e Templo de Umbanda Caboclo Cipó dirigida por Mãe Suzana. De Campos do Goytacazes –RJ Templo de Umbanda Vovó Maria Conga dirigida por Pai Luis Franco es-tiveram presente nesse momento de grande emoção e gratidão. Nossos irmãos mais distantes fisicamente também manifestaram suas presenças e alegrias. Pai Norberto Peixoto do Triangulo da Fraternidade de Porto Alegre e Mãe Leni Winck do Templo de Um-banda Vozes de Aruanda de Erechim, ambos do es-tado do RS.

Nesse encontro inaugural, sob os tambores da Es-cola de Curimba Caboclo Girassol, Sr. Caboclo Flecha Dourada radiante e feliz, ajoelha em frente ao congá e com as mãos tocando o chão diz “Agora tenho um chão” e dirigindo a todos conclui “Temos muito tra-balho pela frente”.

Nesse momento percebi que a importância de cons-truir um terreiro ultrapassa as paredes e portas. É doação do suor, do vigor físico, da superação dos medos e decepções que a vida tem. É botar a mão na massa e construir materialmente uma estrutura que por tantas vezes é realizada pelas entidades na espiritualidade. O quanto é desprendido por nos-sas entidades energias para se adequar ao ambien-te doméstico ou mesmo para criar novas estruturas. Entregamos à Umbanda um chão que é somente dela. Sem influências domésticas e fundamentadas de acordo com as forças dos Orixás e das entidades que compõem a nossa Egrégora. Nossa casa religiosa também é uma casa social pois o nosso compromisso é com o bem comum.

Como expôs Mãe Márcia, a Umbanda nasce nos fun-dos de quintais, nos ranchos e em quartinhos cedidos com muita boa vontade porém oferecer a ela um lo-cal adequado seguindo as normas técnicas exigidas é construir na história uma nova fase dessa religião

que se estabelece a cada dia com mais discernimen-to, ética e organização. Temos uma história que nasce das margens da exclusão e da opressão porém é nosso dever construir agora um novo caminho sem esquecer nossas origens. Conquistamos a liberdade religiosa e devemos fazer dela uma história de vitória que supera a opressão sem perder a essência. Simplicidade não é sinônimo de instalações sujas, desorganizadas e rela-xadas.

Cantamos vitórias em sete linhas e sete cores.

Cantamos vitórias com mãos que se estendem aos outros. Mãos que se unem para o trabalho, para o compromisso, para enfrentar a dor e para viver o fra-terno amor. Saravá Umbanda.

Pai Rodrigo de Luca gratidão é a memória do co-ração. Preserve nele toda sua história, sua essência e sua fé e viverás a plenitude da Umbanda. Oxalá abençoe . (Mãe Márcia Moreira).

Escrito por:Pai Rodrigo de Luca

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Eventos

O belo Evento foi reali-zado com grande êxito e alegria, em 31/05/2015, na Rua Joaquim Marra, nº 797, Vila Matilde - São Paulo / SP.

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Eventos

Lançamento do CD da Curimba Caminhos de Oxalá, à frente desse Excelente Trabalho o nosso irmão Cristiano!Estiveram presentes familiares, templos e amigos. Ocorreu no CDM do Parque São Lucas, São Paulo-SP.

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Amor aoPróximoPor:

Por Alfa & Omega

ASSOCIAÇÃO DE CAPOEIRA ALFA E ÔMEGA

Desde 2012 temos um projeto de “Inserção Cul-tural e Social” voltado para as crianças carentes da nossa região, no qual ensinamos a arte da capoei-ra. Para a realização desse projeto contamos com o apoio do Grupo de Capoeira Angolinha, representa-do pelo monitor formado “Pestana”, nosso projeto está crescendo cada vez mais e chama-se ASSOCIA-ÇÃO DE CAPOEIRA ALFA E ÔMEGA.

Importante ressaltarmos que a Capoeira desde 26.11.2014 foi reconhecida pela UNESCO (Organi-zação das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) tornando-se a quinta manifestação cultu-ral brasileira como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Nosso projeto visa levar até as crianças de 04 até 17 anos o senso de disciplina e respeito. Sendo tam-bém uma forma de mostrar a cultura de nosso país. Acontece semanalmente as terças e quintas-feiras no período das 19h às 21h em nossa associação. To-talmente gratuito, mas com a exigência da criança estar matriculada numa escola pública. No ato do cadastro solicitamos a apresentação da certidão de nascimento ou RG do menor, documento de um dos pais ou responsável, comprovante de endereço atu-al e por fim, apresentação do comprovante escolar, a fim de comprovar a freqüência nas aulas.

Acreditamos que mais importante do que a criança praticar um esporte é a criança estudar, visto que os estudos são imprescindíveis para a formação da cidadania e a busca de um futu-ro melhor. Durante o mês de JUN/15 faremos à inscrição de mais crianças nas aulas de capoei-ra. Portanto, interessados devem comparecer em nossa associação no horário das aulas e procurar o responsável para realizar o cadastro, mais in-formações forneceremos pessoalmente.

Anualmente, temos o BATIZADO DAS CRIAN-ÇAS e no último domingo de maio (31) realizamos o 3º Batizado de algumas das crianças do nosso gru-po de 26 alunos. Algumas crianças iniciantes que adquiriram recentemente o uniforme e os demais cada qual com a troca de cordão (amarelo, verde e azul) de acordo com a hierarquia e aprendizado de cada um. Foi um evento repleto de olhos brilhan-tes, emocionados, ginga, música, toques, berimbau e muita alegria.

A Capoeira traz inúmeros benefícios para aqueles que praticam esse esporte/jogo: aprimora o controle emocional, estimula a observação, defesa, provoca o aumento da freqüência cardíaca, queima de gordura, desenvolve força muscular, flexibilidade, resistên-cia física, ajuda o individuo a conviver com outras pessoas, a verdadeira união e interação. Além de le-var àqueles que praticam a capoeira a entender um pouco mais da cultura e da historia do nosso país, seus mitos, origens, identidade social, valorização

das diversas raças, ajuda a criança a dizer não à dis-criminação. Com isso, temos uma chance maior de construirmos uma sociedade cada vez mais justa, li-vre, cultural e harmoniosa.

A título de curiosidade na capoeira não utilizamos o nome de batismo dos professores ou alunos, pois cada um tem seu apelido. Quando a capoeira era proibida todos se apresentavam nas rodas por ape-lidos, visto que tinham medo de serem investigados se alguém descobrisse seus verdadeiros nomes. Os apelidos viraram marca registrada dos capoeiristas e mesmo após legalização essa tradição continua.

Disponibilizamos em nossa página do facebook (www.facebook.com/alfa.eomega.56) e em nosso site (www.associacaoalfaeomega.org) todas as fotos dos eventos, projetos sociais e de caridade que nos-sa associação organiza e realiza com muita dedica-

ção e amor, visando sempre o bem da comunidade em ambos os sentidos, espiritual e material, pois sa-bemos que a harmonia é fundamental para o cresci-mento do ser humano. Em breve, publicaremos em nosso canal do Youtube “Alfa e Ômega” o vídeo com o resumo desse batizado.

Obrigada a todos que nos apoiam, participam e trabalham conosco nesses projetos, pedimos que Oxalá abençoe e ilumine cada um para que juntos possamos caminhar unidos auxiliando aqueles que tanto necessitam. Axé irmãos.

“A MAIOR RIQUEZA É FRUTO DE AMOR, SABEDORIA E VIDA” (Associação de Capoeira Alfa e Ômega)

Por Alfa & Omega

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Page 36: Aldeia julho 2015

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