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PALAVRA DO PRESIDENTE

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela

Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG com

distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assina-

dos são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

CONSELHO EDITORIAL

Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto

e Eurípedes Bassamurfo da Costa.

Editora: Denise N. Oliveira (331/TO)

Reportagem: Catherine Moraes, Michelle Rabelo, Nayara

Pereira, Douglas Freitas (estagiário) e Laryssa Carvalho

(estagiária).

Fotografia: Capture Studios

Revisão: Catherine Moraes

Diagramação: Isabele Barbosa

Impressão: Gráfi ca Amazonas

Tiragem: 15.000 exemplares

Comercial: (62) 3096-2123

[email protected]

DIRETORIA FAEGPresidente: José Mário Schreiner.

Vice-presidentes: Leonardo Ribeiro; Antônio Flávio Camilo de Lima .

Vice-presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Wanderley Rodrigues de Siqueira.

Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro de Góis.

Suplentes: Flávio Augusto Negrão de Moraes, Flávio Faedo, Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da

Silva, José Vitor Caixeta Ramos, Wagner Marchesi.

Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos

Santos, José Carlos de Oliveira.

Suplentes: Henrique Marques de Almeida, Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da Silva, Oswaldo Augusto Curado

Fleury Filho, Joaquim Saeta Filho.

Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende, Alécio Maróstica.

Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar Rodrigues da Rocha.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça.

Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago

de Castro Raynaud de Faria.

Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e Sandra Maria Pereira do Carmo.

Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Sandra Alves Lemes.

Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander, Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior,

José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela de Souza.

Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia Carolina de Souza, Robson Maia Geraldine, Antônio Sêneca do

Nascimento e Marcelo Borges Amorim.

Superintendente: Eurípedes Bassamurfo da Costa

FAEG - SENARRua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222Site: www.sistemafaeg.com.br

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Fone: (62) 3412-2700 e Fax: (62) 3412-2702 Site: www.senargo.org.br

E-mail: [email protected]

Para receber a Revista Campo envie o endereço da entrega com nome do destinatário para o e-mail:

[email protected].

Para falar com a redação, ligue: (62) 3096-2114 – (62) 3096-2226.

José Mário SchreinerPresidente do Sistema Faeg

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Com poucos investimentos para melhoramento da produção, o homem

do campo esteve, por muito tempo, acostumado às raízes antigas e ao

jeito familiar de cuidar da propriedade. Hoje, os tempos são outros, as

exigências também e a produtividade está diretamente ligada ao uso das

tecnologias no campo. Isto porque, as propriedades rurais, independente

do tamanho ou do tipo de produção, se transformaram em empresas. Para

sobreviver ao mercado, é preciso se adequar e nós estamos atentos!

A tecnologia ainda é observada por muitos como apenas máquinas, mas

muitas vezes as pessoas não notam que a tecnologia e a ciência são fun-

damentais no dia a dia e fazem toda diferença nas propriedades rurais. Es-

tamos falando aqui do amparo técnico, de sementes transgênicas, insemi-

nação artificial, GPS, computador de bordo, aplicativos, softwares, robôs,

drones e um produtor que usa o computador ao próprio favor.

No início da década de 1990, quando a internet começou a ser explorada

no Brasil, a maioria dos produtores rurais percebeu as novidades com mui-

to receio, mas aos poucos, a aplicação foi se tornando mais fácil, comum e

necessária. Hoje, os produtores abraçam as ferramentas como fortes alia-

das no campo e isso inclui desde a realização de ensino à distância até

mesmo os aplicativos voltados para o agronegócio. Celular, computador,

tablets passaram a ser grandes aliados de quem vive do campo.

Neste mês, nossa Revista Campo decidiu abordar o uso das tecnologias

na zona rural e os reflexos disto na produção goiana. Além disso, tratamos

de temas como clonagem animal, a Educação à Distância do Senar Goiás

que completa um ano com mais de 3 mil alunos e ainda falamos de me-

lhoramento genético, transgênicos e aplicativos que auxiliam gestão e na

lucratividade. Este é um novo mundo no qual ainda temos muito a explorar.

A todos, uma boa leitura!

Tecnologia a favor do campo

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Caso de Sucesso

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Prosa Antropólogo, consultor e proprietário da Universidade do Cavalo, Luiz Marins Filho é o entrevistado deste mês e fala sobre equideocultura no país

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34Em Minaçu, mulheres de assentamento dão volta por cima por meio de capacitação do Senar Goiás

Plano Safra 2015/16 Anunciado em Goiânia, Plano Safra não traz novidades ao produtor. Preocupação é com verba em tempo hábil

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Tecnologia a favor do campo Amparados pela modernidade, produtores rurais buscam lucratividade, otimizam produção e reduzem impactos ambientais

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EAD Senar completa 1 anoCom mais de 3 mil alunos capacitados, Educação à Distância tem motivos para comemorar

27Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Delícias do Campo 33

Campo Aberto 38

Treinamentos e cursos do Senar 36

Casos recentes de mormo e falta de laboratórios equipados para diagnóstico da doença colocam atividade em evidência. Do outro lado, exportações da carne e uso para lazer ganham destaque

Equideocultura 28

15Clonagem de animaisDezenove anos após nascimento do primeiro animal clonado no mundo, prática se torna mais comum no Brasil. No país, 300 animais já passaram por processo

18Prêmio de Jornalismo Em noite comemorativa, profissionais da imprensa recebem 6° Prêmio Faeg/Senar de Jornalismo. Ao total, 33 premiados se destacaram em cinco categorias

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Produtor rural Waldelon Gomes, de Indiara. Foto: Fredox Carvalho

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AGENDA RURAL

Colheita de Tomate Industrial em Goiás: Sustentabilidade e Viabilidade EconômicaLocal: Fazenda Engenho – Vianópolis GoiásHorário: 8h às 12hInformações: 62 3201-3584

28 de agosto

Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil CentralLocal: Centro de Convenções Rubens Gil Camillo

Campo Grande – Mato Grosso do Sul Horário: 8h às 17h

Informações: 67 3320-9700

31 de agosto e 01 de setembro

Local: Auditório da FAEG Rua 87, 662, Ed. FAEG, Setor Sul, Goiânia – GO

Informações: 62 3096 2235

19/08/2015 - Quarta-feira - das 8h30 às 17h30

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FIQUE SABENDO

Bienal da Agricultura 2015 é lançada durante evento na Faeg

Com o objetivo de ressaltar a im-portância da agricultura no Centro--Oeste do país, a 3ª edição da Bienal de Negócios da Agricultura Brasil Central foi lançada, no dia 26 de ju-nho, em Goiânia. O evento realizado na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), contou com a presença do presidente da fe-deração goiana, José Mário Schrei-ner; do superintendente do Senar de Mato Grosso do Sul e diretor institu-cional da Federação do Mato Grosso do Sul (Famasul), Rogério Beretta e do presidente da Federação de Agri-cultura e Pecuária do Distrito Federal (Fape-DF), Renato Simplício.

Responsável pela abertura, José Mário falou da importância de as federações do Centro-Oeste atuarem de forma conjunta e afirmou que esta é a região mais importante do

país quando o assunto é produção. “Juntos, temos uma atuação muito forte e a Bienal serve para que as fe-derações consigam pensar e discutir as perspectivas e melhorias do setor. Temos muito a crescer e isso somen-te é possível com tecnologia e capa-citação profissional”, ressaltou.

O evento, que oficialmente será realizado em Campo Grande, entre os dias 31 de agosto e 1º de setembro, é organizado pela Faeg, Famasul, Fa-pe-DF e também pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato). Com o tema “Conectado o campo e a cidade”, a feira que é vitrine do agronegócio reunirá as principais informações e tecnologias sobre o setor. Além de demonstração de tecnologias de em-presas ligadas à pesquisa, ciência, tecnologia, clima e educação.

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Tecnologia a favor do campo

PESQUISA

REGISTROARMAZÉM

Regalia Maxx, primeiro biofungicida é lançado para controle e de-fesa de pragas em hortaliças

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Resultado de pesquisas desen-volvidas por professores e alunos do Departamento de Sociologia da Uni-versidade de Brasília (UnB), o livro “Politizando a Tecnologia no Cam-po Brasileiro”, organizado por Maria Stela Grossi Porto, analisa a politiza-ção da tecnologia pela ótica dos vá-rios segmentos sociais que, direta ou indiretamente, nela interferem e são afetadas pela produção tecnológica para o campo brasileiro.

Preocupados com as diferentes dimensões e as distintas implicações da tecnologia sobre o mundo rural, a obra contempla um largo espectro temático. Todos os autores privile-giam a diversidade rural que caracte-riza o Brasil atualmente. Diversidade que resulta dos processos de moder-nização e diferenciação que caracte-rizaram sua implantação.

Solução amplamente utilizada ao redor do mundo no controle de diferentes doenças e de importância agrícola, como nos Estados Unidos em que é registrado para mais de 50 culturas entre vegetais, frutas, grãos, folhosas, o biofungicida - Regalia Maxx da FMC Agri-cultural Solutions - foi lançado na 22ª Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas (Hortitec), realizada em junho, em Holambra (SP).

O produto de origem biológica, para controle de Alternaria solani - Pinta Preta - no tomate, é conhecido pela inovação trazida ao controle de doenças, pois seu modo de ação diferenciado conta com ausência de toxicidade - livre de resíduos - e efeito fitotônico que contribuem no manejo integrado de doenças. “Não apresenta incompatibilidade com o ma-

nejo convencional. Atualmente no Brasil, contamos com registro para o controle de Alternaria solani em tomate e batata”, explica o coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Biológicos da FMC, Giuliano Pauli.

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Luiz Almeida Marins Filhoé antropólogo, consultor, empresário nas áreas de agrobusiness e proprietário

da Universidade do Cavalo

PROSA RURAL

Com a palavra, quem entende de cavaloMichelle Rabelo | [email protected]

Revista Campo: Como o se-nhor avalia o cenário da equi-deocultura no Brasil? Quais são os maiores entraves enfrentados pelo criador e quais as perspecti-vas futuras?

Luiz Almeida Marins: Vejo que quando se fala em equideocul-tura há que se segmentar o tema para fazer qualquer análise. Esse mercado movimenta cerca de R$ 13 bilhões por ano no Brasil, sem con-siderar o mercado de apostas. Os entraves do setor são os da econo-mia como um todo. A equideocultu-ra não é uma ilha e, como em todos os setores, há segmentos que con-seguem passar mais incólumes por crises. Nesse momento os realmen-te bons não só sobrevivem, como

crescem. Os maus profissionais e os “mais-ou-menos” não conseguem sobreviver, pois não passam pela “peneira” da crise que seleciona os melhores. Em momentos bicudos, a malha dessa peneira (o mercado) fica mais fina e só passa quem é realmente muito bom e competen-te. Daí a dificuldade de muitos e o sucesso de alguns, também no se-tor de equinos. No Brasil não pode-mos pensar no curto prazo. Somos um país novo e com muitas oportu-nidades. Acredito que as perspecti-vas sejam boas para o setor, prin-cipalmente pelo aumento de renda da população, fato que agora sofre uma forte desaceleração, principal-mente com o uso do cavalo como lazer, recreação e esporte. Ainda

observo com muita esperança o au-mento da importância relativa que as novas gerações dão aos animais. O cavalo “pet” já está sendo uma realidade em muitos centros e aí es-tará um mercado promissor para os criadores.

Revista Campo: Especialistas apontam a falta de organização do setor como um dos grandes de-safios da atividade. Para o senhor, qual a importância de se discutir políticas públicas como forma de aproximar o produtor das entida-des representativas?

Luiz Almeida Marins: Como consultor de empresas, eu convivo com dezenas de setores da econo-mia e esse é um problema crônico do Brasil. A desunião, as brigas in-

Convidado para palestrar no Seminário de Equide-ocultura da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) sobre o cená-rio econômico e as pers-pectivas para a cadeia pro-dutiva da atividade, Luiz

Almeida Marins Filho é o entrevistado da Revista Campo deste mês. Aqui ele fala sobre mercado, pers-pectivas futuras, a atual or-ganização do setor, o posi-cionamento e participação do produtor e a necessida-

de de eventos que estimu-lem a profissionalização da atividade. Além disso, como antropólogo, Marins analisa o contexto no qual o setor está inserido e o que deve mudar daqui para frente. Confira na íntegra.

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trasetoriais e a ausência de adminis-tração dos “egos” de dirigentes de entidades de todos os setores, são fatores que atrasam quase todos os segmentos da economia. Os feudos com donos impedem a participação mais ativa de mais pessoas interes-sadas. A desorganização muitas ve-zes me parece ser convinhável aos que comandam e por isso ela nunca é enfrentada com seriedade. O pro-dutor (tanto rural quanto industrial) sente uma espécie de abandono por parte de suas entidades represen-tativas, que parecem servir a pou-cos e não à classe como um todo, com visão de longo prazo. Assim, o que quero dizer é que temos que enfrentar esses problemas do Brasil com as novas gerações assumindo as posições tanto setoriais quanto governamentais.

Revista Campo: O Seminário de Equideocultura da Faeg quer mostrar ao produtor a importân-cia da atividade no cenário nacio-nal. Em sua opinião, como o pro-dutor se posiciona hoje diante do mercado?

Luiz Almeida Marins: É preci-so entender que o produtor dificil-mente terá uma visão ‘nacional’ de seu setor. Ele vê, trabalha e consi-dera a sua realidade local. O ‘mer-cado nacional’ é uma abstração com pouco sentido para o produtor local, que importa aos grandes criadores. Esses conseguem fazer uma exposi-ção nacional de seus produtos, ex-portar para o exterior ou para fora de sua região. Mas essa é uma mi-noria, que embora importante para o mercado brasileiro, nunca deixará de ser uma minoria. E igualmente, como em todos os setores da eco-nomia, minorias mais fortes econo-micamente têm maior capacidade

de manipular o mercado, o que o

pequeno e médio produtor não têm.

Revista Campo: Os equídeos têm conquistado outras áreas de atuação, com participação em tratamentos terapêuticos, com-petições esportivas, culturais e desfiles. Estas são novas opções de mercado?

Luiz Almeida Marins: De fato, essas outras áreas de atuação são e serão grandes oportunidade de mercado. Quando o mercado exi-gir de verdade e abrir esses novos campos, com certeza surgirão enti-dades e empresas sérias - e não tão sérias - que irão se dispor a auxiliar nessa preparação. Como sempre, os bons ficarão e se estabelecerão. Já os ruins não passarão pela peneira do mercado.

Revista Campo: O Brasil ain-da tem muito a evoluir no que se refere à exportação de carne de cavalo. Porque exportamos tão pouco? O consumo interno ainda esbarra em uma questão cultural?

Luiz Almeida Marins: Como

antropólogo, posso afirmar que os

hábitos alimentares são alguns dos

mais importantes componentes da

cultura e isto tabém é um dos pontos

de mais difícil mudança. Não vejo

qualquer possibilidade do aumento

significativo do consumo de carne

de cavalo no Brasil. Se esta oportu-

nidade existia, já acabou exatamente

porque o cavalo hoje é visto nas áreas

urbanas (onde se consome mais car-

ne) como um ‘pet’ e não como um

animal de carne comestível. Se já

temos preconceitos contra a carne

de boi, imagine de cavalo! Quando

à exportação, acredito que possa ha-

ver oportunidades. O Chile e outros

países da América Latina consomem

bem carne de cavalo. Mesmo assim,

acredito que a tendência de ‘petizar’

o cavalo será um entrave cada vez

maior. Talvez para países do Oriente

e Sudeste Asiático essa possibilida-

de seja mais concreta.

Revista Campo: O presidente da Comissão de Equideocultura da Faeg, Hélio Fábio, destaca como os casos de mormo regis-trados em Goiás impactaram no modo como o equideocultor enxerga as questões sanitárias. Em pleno século 21, é preciso um evento como este para alertar o produtor?

Luiz Almeida Marins: É preci-so trabalhar a cultura do produtor rural brasileiro que nunca acreditou muito na tecnologia. Isso não é um defeito, e sim a consequência de um ambiente tão propício à produção rural e pecuária, já que a nature-za sempre se incumbiu de resolver os problemas de produtividade. O tempo da abundância e do desper-dício está acabando em todos os se-tores. Agora é preciso cuidar mais, ser mais profissional e os meios de comunicação precisam ser mais ati-vos e presentes. Assim, como a fe-bre aftosa, por exemplo, os proble-mas sanitários da equideocultura terão que ser enfrentados com um forte trabalho de mudança cultural do produtor.

Revista Campo: O Senar Goiás oferece cursos para dispo-nibilizar no mercado de trabalho mão de obra qualificada na área da equideocultura. Qual a impor-tância de capacitar que lida dire-tamente com o animal?

Luiz Almeida Marins: Sem mão de obra qualificada não será impossível vencer os desafios da modernidade e da competitividade. O custo da terra, dos insumos e o próprio mercado estão exigindo dos produtores uma qualificação maior e contínua. A formação de gente qualificada é uma corrida sem linha de chegada!

O cavalo ‘pet’ já está sendo uma realidade em muitos centros e aí estará um mercado promissor

para os criadores

Não vejo qualquer possibilidade do aumento significativo do consumo de carne de cavalo no

Brasil

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MERCADO E PRODUTO

A agricultura brasileira tem apresentado forte crescimento em sua produção, com média bem superior à do Produto Interno Bruto (PIB) devido à capacidade do setor em absorver rapidamente novas tecnologias, gerando expressivos ganhos de produtividade. Nos últimos quinze anos, a área plantada com grãos, em todo o país, cres-ceu de 37,40 milhões de hectares para 54,95 milhões, expansão de 47%. Já a produção avan-çou de 83,86 milhões de toneladas para 193,27, representando um crescimento de 130%.

O setor trabalha com tecnologias de ponta com engenharia genética, sementes genetica-mente modificadas, além de combinação quí-mica que envolve as condições do solo, apli-cação de adubos químicos e ainda diferentes manejos do solo, como plantio direto e rotação de cultura. Apesar disso, continua exposto aos riscos de perda da produção por fatores climáti-cos, mesmo investindo pesado para manter sua competitividade.

É claro que muitas destas tecnologias dão mais resistências às plantas em relação às variações do clima. Mesmo assim, o risco é grande, podem acontecer grandes perdas e o seguro agrícola é um dos minimizadores destes riscos. O melhor exemplo de um seguro eficiente é o da grande seca nos Estados Unidos, em 2012. Na época, as perdas chegaram até 50% na produção de soja e milho. Ainda assim, o produtor foi pouco afe-tado porque o seguro garante em torno de 85%, des- te prejuízo. Além disso,

é um seguro de re-ceita esperada

e não só da perda física da lavoura. Por fim, o g o v e r n o paga um percentual elevado do prêmio do

seguro e resta ao produtor uma pequena parcela. No Brasil, foi aprovada a Lei do Seguro Agrí-

cola em 2003 (nº 10.823/2003). Esta Lei asse-gurou uma subvenção, pelo Governo Federal, entre 40% até 60% do prêmio, dependendo da cultura e da região de plantio a ser beneficiada. O problema é que outros fatores são fundamen-tais para que o seguro agrícola tenha sucesso. Um dos principais gargalos está na alocação de recursos, pelo Governo, para subvencionar parte do prêmio. Os recursos têm sido limitados, difi-cultando a expansão do seguro.

Nas duas últimas safras foram alocados cerca de R$ 700 milhões, o suficiente para atender me-nos de 10% da área plantada com grãos. A gran-de concentração foi no Sul do país, onde os ris-cos climáticos são bem maiores do que em outras regiões do país. Isso faz com que os produtores contratem o seguro de suas safras, mesmo com menor cobertura dos riscos climáticos.

Outro fator que tem dificultado o avanço do seguro agrícola está relacionado aos dados histó-ricos de produtividade. Em sua maioria, as segu-radoras adotam os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que estão bem abaixo da produtividade atual, que conta com so-fisticada tecnologia, e consequentemente, tem um custo variável muito elevado. Este fato aumenta os riscos caso ocorra uma perda. Por sua vez, a contratação do seguro nas regiões de maior pro-dutividade, como o Centro-Oeste se tornam me-nos atrativas porque a cobertura é muito baixa. A contratação do seguro para cobrir apenas o crédi-to, pelo agente financeiro, constitui em desvio de funções do seguro agrícola.

Estes dois gargalos constituem os grandes en-traves para o avanço e sucesso do seguro agrícola no Brasil, apesar de outros de menor importância e de caráter operacional. Faz necessário assim, o empenho de todas as instituições envolvidas nas operações do seguro rural, para viabilizá-lo, dada sua importância para a estabilidade da produção agrícola do país!

Seguro agrícola como fator de estabilidade à produção do setorPedro Arantes | [email protected]

Pedro Arantes

é economista e

consultor técnico do

Serviço Nacional de

Aprendizagem Rural

em Goiás (Senar Goiás)

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AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL

INDIARA

INDIARA

JATAÍ

INACIOLÂNDIA

Voltado para mulheres que pretendem aperfeiçoar a arte do bordado, o Sindicato Rural de Indiara forneceu entre os dias 7 e 10 de abril, o curso para bordados em tecidos. De 11 mulheres que procuraram o Sindicato para aperfeiçoar seu trabalho, todas saíram com o certificado de conclusão do curso na mão. Quando indagadas sobre o treinamento, as participantes enfatizam que todo o conhecimento repassado foi absorvido e será muito bem aproveitado com uma nova opção de trabalho. (Colaborou com a nota: Thersy Oliveira, do Sindicato Rural de Indiara)

Com capacidade para atender 16 pessoas por turma,

o Sindicato Rural de Indiara realizou entre os dias 13 e

15 abril, em parceria com o Senar Goiás, o treinamento

em primeiros socorros, destinado a produtores rurais e

sociedade em geral. Após solicitações de produtores,

que viram no treinamento em primeiros socorros um

conhecimento básico e necessário para quem lida com

o campo, o Sindicato Rural de Indiara abriu turmas e

também espaço para a sociedade em geral, certificando

a importância do treinamento. (Colaborou com a nota: Thersy Oliveira, do Sindicato Rural de Indiara)

Com o objetivo de alertar a população masculina sobre o câncer de próstata, o Sindicato Rural de Jataí realizou, nos dias 9 e 10 de junho, o programa Saúde do Homem. Durante o evento foram realizadas coleta de exames de sangue gratuitos em homens de idade igual ou superior a 40 anos para PSA (Antígeno Prostático Específico), que é um preventivo do câncer de próstata. (Colaborou com a nota: Aline Rezende, Assessora técnica do Sindicato Rural de Jataí)

Com solenidade realizada no último dia 23 de maio, o Sindicato Rural de Inaciolândia apresentou seus dirigentes, durante a posse da nova diretoria. Sem muitas alterações na chapa, o presidente do Sindicato Rural, Emerson Barroso Massão destaca as metas para a nova gestão: adquirir uma nova sede para o sindicato e contemplar novas formas de prestação social para atender as demandas, não só de produtores, como também da sociedade em geral. (Colaborou com a nota: Emerson Barroso, presidente do Sindicato Rural de Inaciolândia)

A arte dos tecidos

Primeiros Socorros

Programa Saúde do Homem

Posse de nova diretoria

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ITUMBIARA

RIO VERDE

PIRANHAS

No dia 25 de maio, o presidente da Faeg, José Mário

Schreiner, falou um pouco mais sobre “empreender”

na palestra Empreendedorismo e Perspectivas para o

Agronegócio. A palestra integrou a XXX Semana do

Curso de Agronomia, do Instituto Luterano de Ensino

Superior de Itumbiara (Iles/Ulbra), em comemoração aos

30 anos do curso oferecido pela instituição.

Além de exigir altos níveis de qualificação técnica, José

Mário destacou, durante a palestra, que a agropecuária

é um setor que, invariavelmente, sofre os impactos da

economia internacional, além da economia brasileira.

“É importante vocês estarem atentos para como o

agronegócio está situado no mundo para conhecerem

bem o mercado em que irão ingressar”, aconselhou.

A Faeg, o Sindicato Rural (SR) de Itumbiara e o Senar Goiás

foram correalizadores da XXX Jornada Agronômica. Até

o final do evento, foram realizados cursos de agricultura

de precisão, operação de GPS, hidroponia, olericultura e

administração rural, entre outras formações oferecidas

pelo Senar Goiás.

O presidente do SR de Itumbiara, Rogério Santana de

Araújo, comemorou a parceria e a presença de José Mário

no evento. “É uma honra para nós de Itumbiara participar

de um evento e receber a palestra do José Mário, que

traz tantas informações importantes”, declarou.

O Sindicato Rural de Rio Verde ministrou, no último mês abril, os módulos de manejo de creche e de gerentes do Programa Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS). O evento, que foi realizado junto à Granja São Tomé contou com a presença da mobilizadora Vanda Rizzia Ribeiro e da instrutora e veterinária Rachel Leão.

Pode parecer fácil, mas para o produtor que tem a lida de domar os cavalos e muares, a prática exige um treinamento específico e aperfeiçoamento constante. Pensando nisso, o Sindicato Rural de Piranhas em parceria com o Senar Goiás realizou o treinamento de Doma Racional, entre os dias 23 e 27 de maio. O treinamento ocorreu no Parque de Exposição Agropecuária de Piranhas. (Colaborou com a nota: Rafael Almeida, do Sindicato Rural de Piranhas)

Empreendedorismo em pauta

PNDS

Doma racional

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GOUVELÂNDIA

O Sindicato Rural de Gouvelândia, visando melhorias no Meio Ambiente, realizou entre os dias 30 de março e 1º de abril, o treinamento de recuperação de mata ciliar. Com o objetivo de mostrar aos produtores questões ligadas à proteção ambiental, os participantes contaram com técnicas de compostagem, formas corretas de manutenção e plantio além dos aspectos teóricos sobre formas de proteger o Meio Ambiente. O curso foi realizado pelo instrutor Hugo Francisco que mediou conhecimentos e práticas sustentáveis. (Colaborou com a nota: Luiz Gonzaga, presidente do Sindicato Rural de Gouvelândia)

Proteção do meio ambiente

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PIRANHAS

Direcionado a produtoras rurais e sociedade em geral, o Sindicato Rural de Piranhas, realizou entre os dias 24 e 27 de março o treinamento de bordado em fita. O curso proporciona aos participantes o conhecimento de bordados em tecidos além de proporcionar aos reeducandos do sistema prisional da cidade uma oportunidade de qualificação e inclusão social. (Colaborou com a nota: Rafael Almeida, do Sindicato Rural de Piranhas)

O bordado da inclusão

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da

GOIANÉSIA

Com o objetivo de reforçar parcerias em prol da capacitação da mão de obra do setor sucroenergético, uma comissão do Senar Goiás visitou a Usina Jalles Machado, em Goianésia, no mês de maio. Apoiados pelo Sindicato Rural da cidade, a usina apresentou os números dos últimos cinco anos, que representam a maior parte da capacitação do setor realizada na região.

Parceria Reforçada

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GOUVELÂNDIA

O cultivo de pimenta é comum na cidade de Gouvelândia, principalmente quando abordamos a agricultura familiar. Pensando nesse tipo de cultura, o Sindicato Rural de Gouvelândia realizou entre os dias 23 e 25 de abril, o treinamento de cultivo de pimenta. Durante o curso, foram repassados aos participantes conhecimentos ligados ao potencial da cultura, além de técnicas de plantio e manutenção. Os presentes puderam conhecer alimentos que também podem ser feitos a partir da pimenta, tais como: geleias, molhos e conserva.

(Colaborou com a nota: Luiz Gonzaga, presidente

do Sindicato Rural de Gouvelândia)

O lado doce da pimenta

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HERDEIROS DA DOLLY

Clonagem atrai produtoresReprodução assistida se populariza e é alternativa para produtor de olho em animais de alto valor genético

Karina Ribeiro | [email protected]

Especial para Revista Campo

Dezenove anos após o nasci-mento da ovelha Dolly - primeiro mamífero clonado por transferência de células somáticas - causar frisson nos noticiários mundiais, a técnica de reprodução evoluiu, e muito. Em-bora ainda tenha baixos índices de sucesso, a tecnologia já é realidade e existem cerca de 300 animais dessa espécie no país, conforme especia-listas. A clonagem é voltada para o gado de elite, já que mantém o ma-terial genético.

Essa técni-

ca de reprodução assistida consiste na transferência absoluta do material genético de um animal. Na prática, é coletada uma célula somática do animal que deseja ser clonado - essa célula é escolhida porque possui me-lhor capacidade de se dividir dando origem a duas células semelhantes. Em seguida, é aspirado óvulos de outros animais cujo material gené-tico não interessa. Por isso, é feito o processo de enucleação (retirada do núcleo do óvulo, onde está lo-calizado o material genético). “Só é

aproveitado o citoplasma e, nesse es-tágio, é feito o processo de recons-trução”, afirma o médico veterinário da Embriotec, Emivaldo Siqueira, que trabalhou com o processo de clonagem por quatro anos.

A partir daí são aplicados me-dicamentos capazes de realizarem uma série de processos bioquímicos a fim de incitar o início da divisão celular. Segundo Siqueira, a taxa de sucesso ainda é considerada bai-xa, 2,5%. Esse indicador mostra a complexidade do processo de repro-

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Clonagem é voltada para gado de elite, já que mantém material genético

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dução assistida. A explicação é que as células somáticas, embora tenham capacidade de divisão, já vêm com uma espécie de programação. “Elas possuem funções específicas no orga-nismo. É preciso apagar toda a infor-mação genética dela. Esse processo é o maior desafio”, diz.

O médico veterinário conta que é preciso que essa célula seja diferen-

ciada, com capacidade para se repro-gramar. Em geral, o maior índice de aborto ocorre entre os 30 a 60 dias da gestação. Por isso, o procedimento só é considerado de sucesso após o animal possuir três meses de vida. “Ou seja, é um processo longo. Consideram-se os 10 meses de gestação no gado e ainda somamos três meses do nascimento do animal”, diz. Ou seja, só após 13 me-

ses o laboratório responsável entrega o animal ao produtor.

A fim de mitigar as deficiências da tecnologia, Emivaldo diz que existem várias pesquisas em diferentes fren-tes em andamento. Inclusive, quando começou a trabalhar com a técnica, o índice de sucesso era de apenas 1%. A tendência é de que nos próximos anos, esse percentual atinja 5%.

O custo de clonagem de um gado é de aproximadamente R$ 50 mil para o primeiro animal. Do segun-do em diante o valor cai pela me-tade, R$ 25 mil. Siqueira diz que o mercado está aquecido. “Sempre tínhamos uma lista de 20 animais a 30 animais para serem clonados”, ressalta.

Como a clonagem não propicia melhoramento genético, o índice de sucesso é baixo, além do custo do procedimento, a técnica atende proprietários de animais de grande valor agregado. “Imagina um ani-mal completamente diferenciado que pode sofrer um acidente e fa-lecer cedo ou ter de ser sacrificado. A raiz desse material genético será perdida”, sintetiza o coordenador do Goiás Mais Leite do Serviço de

Aprendizagem Rural (Senar) Goiás, Marcos Henrique Teixeira.

De forma geral, são clonados animais de genética diferenciada, reconhecidos nacional e internacio-

nalmente e de cifras milionárias. “É um atalho que o produtor tem para não perder tempo para conseguir um animal de excelência. É um mercado crescente”, avalia Marcos Henrique.

Custo

Clone

do Goiás Mais Leite do Serviço de reconhecidos nacional e internacio- crescente”, avalia Marcos Henrique.

O primeiro animal clonado da Fa-

zenda Mutum já possui quatro anos

de idade e é filho da Dengosa, um

animal da Raça Gir Leiteira, gran-

de campeã nacional. “Essa é um dos

melhores exemplares do mundo”,

diz Siqueira. O proprietário da Fa-

zenda Mutum, Leo Machado, conta

que está satisfeito com a experiên-

cia. Afirma que projeto é parceria

com outras duas propriedades e

já rendeu frutos e dos bons. Ele

conta que investiu R$ 75 mil

com a técnica de reprodução assisti-

da, mas já vendeu um terço do ma-

terial genético do animal por R$ 600

mil – oito vezes mais que o custo

original.

Emivaldo destaca que existem várias pesquisas em andamento, com diferentes frentes em andamento

Leo diz que está satisfeito com a experiência da clonagem

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TécnicasExistem outras

técnicas de repro-dução assistida bas-tante disseminadas no País, sobretudo, fertilização in vitro (FIT) e inseminação artificial. A primei-ra é uma biotécnica utilizada como al-ternativa para ace-lerar a produção de bovinos genetica-mente superiores. A FIT permite que uma reprodutora produza centenas de bezerros em um mesmo ano, per-mitindo evitar o descarte precoce de fêmeas geneti-camente privilegiadas. A técnica envolve etapas como aspiração fo-licular, maturação ovocitária, fe-cundação, cultivo embrionário e transferência de embriões.

A inseminação artificial é uma

das técnicas que mais cresce no

País. Para se ter ideia, segundo o

coordenador técnico do curso de

inseminação artificial do Senar

Goiás, Marcelo Penha, é um dos

que apresenta maior volume de ins-

crição entre todos os cursos ofere-

cidos pela instituição. O curso apli-ca metodologia de aulas práticas e teóricas sobre os procedimentos essenciais para o melhoramento ge-nético e para o aumento da eficiên-cia produtiva dos rebanhos.

Segundo Penha, a técnica que em demonstrado maior eficiência é a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). A vantagem é que a técnica insemina um volume gran-de de animais, num único dia. O cio é provocado com hormônios que induzem a ovulação da vaca.

“Dessa forma o produtor facilita todo o manejo da propriedade”, explica.

Ele explica que em cada proprie-dade existem vários pontos a serem melhorados, como precocidade de reprodução, aprumo do animal, longevidade na produção de leite, capacidade de converter alimento em leite, entre outros. “São vários pontos a ser observado e o touro transmite a descendência daqui-lo que o produtor vê no processo como ponto de melhoria”, sintetiza.

A decisão por Dengosa, diz, é que

é um animal de linhagem aberta e

um valor genético superior aos demais

existentes na propriedade. “Ela produz

20% a mais que os demais animais e

tem um fenótipo muito agradável”, res-

salta. E os planos não param. Fardo,

filho da Dengosa, foi avaliado como o

sexto de maior valor genético da raça

e o primeiro de seu grupo. É também

o touro que tem mais filhas avaliadas

(202 animais). “A confiabilidade dele

é alta e a clonagem já está em sendo

processada”, revela Leo Machado.

Regulamentação

Quando se trata de animais lei-

teiros, o foco principal da clonagem

não é copiar animais com o intuito

para a comercialização do leite pro-

duzido. A idéia é expandir a linha-

gem deste animal.

Entretanto, conforme especialis-

tas, não há nenhuma legislação no

País que regulamenta a venda de

produtos desses animais, seja carne

ou leite. Segundo Edivaldo Siqueira,

estudos apontam que as característi-

cas entre o produto lácteo de um ani-

mal comum e um clone não sofrem

alterações. Nos Estados Unidos, diz,

é liberada a venda desses produtos,

enquanto que na Nova Zelândia, por

exemplo, não é permitido. “Inclusive

esse é um entrave para a clonagem

naquele País”, salienta.

Siqueira afirma que a venda

desses produtos dependem da acei-

tação do público consumidor. “A

quantidade produzida de leite des-

ses animais é irrisória. Este não é o

produto final e sim a multiplicação

genética”, diz.

Leo diz que está satisfeito com a experiência da clonagem

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IMPRENSA

Faeg e Senar entregam 6º Prêmio de JornalismoProfissionais foram conhecidos em noite comemorativa na sede da Faeg

Nayara Pereira | [email protected]

O mês de junho foi de destaque aos profissionais da comunicação de Goiás. Ao total, 33 premiados rece-beram o 6° Prêmio Faeg/Senar de Jornalismo nas categorias: Jornalismo Impresso, Telejornalismo, Fotojorna-lismo, Radiojornalismo e Webjorna-lismo. O presidente da entidade, José Mário Schreiner, entregou os troféus aos premiados e lançou o tema para o próximo ano, - “Ciência, Tecnolo-gia e Inovação Agropecuária”.

“Houve um período em que o homem do campo estava acostu-mado as raízes antigas, com poucos investimentos para o melhoramento de sua produção, hoje os tempos são outros e as exigências também. A tecnologia ainda é observada por muitos como apenas máquinas, mas muitas vezes as pessoas não notam que a tecnologia e a ciência são fun-damentais no dia a dia e fazem toda diferença nas propriedades rurais”,

ressaltou José Mário.No total, a Faeg e o Senar Goiás

distribuíram R$ 54 mil em premia-ções nas cinco categorias. Foram 58 trabalhos, sendo Radiojornalismo (15), Webjornalismo (12), Fotojorna-lismo (12), Telejornalismo (10) e Jor-nalismo Impresso (9). O material foi publicado entre 1º de dezembro de 2013 e 30 de novembro de 2014 e as inscrições realizadas até 5 de dezem-bro de 2014 (data de postagem).

Larissa Melo

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Confira os vencedores

FOTOJORNALISMO JORNALISMO IMPRESSO

RADIOJORNALISMO

1º - Weimer Carvalho - O Popular A proposta dos presidenciáveis

1º - Lorena Soares – O Hoje - A força da mulher no campo

1º - Karine Pinheiro - Rádio Brasil Central - Mulheres no campo: elas resistem ao preconceito e querem mais educação e qualidade de vida

2º - Wildes Barbosa - O Popular Qualificação eleva produtividade3º - Ricardo Rafael - O Popular

Saúde da mulher

2º - Fernando Dantas – Jornal Canal da Bioenergia - Combustível

para o futuro3º - Marco Aurélio Vigário O Popular - Gestão com

conhecimento

2º - Gil Bonfim - Rádio Brasil Central - Semear Sabores e colher saúde: evolução melhora qualidade

de vida no campo3º - Luzeni Gomes Almeida – Rádio Brasil Central - Distâncias dificultam

acesso do homem do campo à saúde e educação

Ganhar um prêmio em uma categoria relacionada ao campo tem um caráter diferenciado. É

possível retratar, através de uma imagem, a lida diária de uma pessoa que às vezes não tem

importância até para ela mesma. Foi ótimo ganhar o prêmio da entidade e acima de tudo ser

reconhecido por ele

TELEJORNALISMO

1º - Anderson Conrado (Repórter), Fayda Chiarela (Produtora) e Adeildo Martins (Cinegrafista) - TV

Anhanguera Luziânia - Escola Inclusão

2º - Liliane Bueno (Repórter), Luciana Maciel (Produ-tora) e Wilton Santiago (Cinegrafista) - TV Serra Dou-

rada - Equoterapia: ferramenta para a reabilitação física e para a reinserção na sociedade

3º - José Divino (Repórter), Valdinei Alves (Produtor) e Eudes Alves (Cinegrafista) - TV Anhanguera de Ja-taí - Transporte escolar rural: o ônibus do sofrimento

Nossa região é conhecida pelos altos índices de violência. Poder mostrar outra realidade, usando

a escola como exemplo, nos mostra que ainda existem meios para reverter esse quadro. Através da inclusão social, educação e cidadania as pessoas

da zona rural e da cidade podem sonhar com dias melhores

2º - Kamylla Rodrigues e Pedro Nunes - O Hoje Onli-ne - Número de escolas rurais cai pela metade

3º - Tallita Guimarães - Portal Rede Fonte - Estradas enfermas e mal educadas

WEBJORNALISMO

1º Renan Rigo – Portal Goiás Agora - Terreno pre-parado para novas oportunidades

O nosso trabalho fica mais significativo quando profissionais de carreiras brilhantes e

respeitados na área da comunicação, reconhecem o que fazemos em uma redação e a campo. Por isso, o empenho que tive em construir essa pauta e levar a

população assuntos que muitas vezes eram desconhecidos, como no caso do Pronatec que chega

ao pequeno produtor de uma forma simples. É extremamente gratificante para um jornalista! Nós também fazemos parte desse processo de educação e incentivo a pessoas com renda baixa que não tem

acesso aos seus direitos

É interessante a entidade dar oportunidade para nós que lidamos com temas importantíssimos da sociedade. Mostrar

nosso trabalho através da sensibilidade de pessoas

simples faz toda diferença. Sempre digo que é do trabalho do homem do

campo que nos alimenta para nossa

sobrevivência

Senti-me muito feliz em ganhar o prêmio, que foi o primeiro da minha vida. O meu currículo

ficará mais importante com um dos prêmios mais respeitados de Goiás e realizar esse trabalho foi

muito prazeroso

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2015/16

Plano Safra: dinheiro na mão é a preocupaçãoApós anúncio, trabalho é pela liberação da verba em tempo hábil

Michelle Rabelo | [email protected]

Conforme a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) já estava esperando, a di-vulgação do Plano Agrícola e Pe-cuário 2015/16 não trouxe gran-des novidades, já que apesar da cifra disponibilizada ter crescido 20,2% se comparada com o valor de 2014/15, os juros ficaram en-tre 7,75 e 8,75%. O anúncio, feito pela ministra da Agricultura, Ká-tia Abreu, em Goiânia, foi de um volume de recursos de R$ 187,7 bilhões, sendo R$ 94,5 bilhões destinados ao financiamento de custeio a juros controlados.

O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, faz questão de destacar a importância de a ver-ba chegar às mãos do produtor em tempo hábil. “Agora vamos

arregaçar as mangas e trabalhar duro para diminuir o intervalo de tempo entre a liberação do recur-so e sua efetiva chegada às mãos do homem do campo. Precisamos acabar com esse excesso de buro-cracia que impera no Brasil e dar ao produtor a possibilidade de se planejar”.

Segundo Schreiner, o total do valor disponibilizado para cus-teio, investimento e comerciali-zação da agricultura familiar ao longo da temporada, não poderia vir em melhor hora, visto que o país passa por uma ferrenha crise econômica. Para ele, dentro des-te cenário, Goiás se destaca ainda mais devido a duas secas conse-cutivas, acompanhadas pela frus-tração das respectivas safras e da

não liberação do pré-custeio, que tirou o sono dos produtores. O presidente da Faeg também des-tacou a quantidade dos recursos liberados, dentro de uma realida-de na qual o crédito privado está cada vez mais escasso. Além dis-so, seu acesso cada vez mais buro-crático. De acordo com o anúncio, para um montante de R$ 94,5 bi-lhões, destinado ao financiamento de custeio a juros controlados, a taxa ficou em R$ 8,75% ao ano. “A princípio, o percentual é alto, mas só poderemos analisar, de fato, diante do comportamento futuro do setor financeiro. Minha preocupação é uma nova retração econômica, já que, assim, a taxa pode se tornar penosa para o pro-dutor”, pontuou Schreiner.

Larissa Melo

Para Kátia Abreu, anúncio deve ser visto como vitória, já que o último Plano teve volume inferior ao deste ano

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Larissa Melo

O governo se preocupou em acrescentar R$ 53 bilhões para cus-teio a juros livres - R$ 30 bilhões a mais do que em 2014/15. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), esse valor vem dos recursos da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), produto financeiro que passou por mudanças na semana passada como forma de garantir recursos para o crédito rural. Para o Programa de Apoio ao Médio Produtor (Pro-

namp) serão R$ 18,9 bilhões. Deste total, R$ 13,6 bilhões irão para ocusteio - com juros de 7,7% - e R$ 5,3 bilhões para os investimentos - com taxa de juros de 7,5%.

Santo de casa, que faz milagre

Depois de lançado nacionalmente, o Plano Agrícola e Pecuário 2015/16 foi divulgado em Goiânia, quando produtores, presidentes de Sindicatos Rurais (SRs) e representantes do agro se reuniram para saber mais sobre o

investimento do governo federal no setor que tem impulsionado a eco-nomia do país. A goiana Kátia Abreu afirmou, na ocasião, que o anúncio deveria ser visto como uma vitória, já que o último Plano Agrícola e Pecu-ário teve um volume programado de R$ 156 bilhões - com R$ 119 bilhões de custeio e comercialização além de investimento na casa dos R$ 44 bi-lhões -, cifra inferior a anunciada este ano.

Limites de financiamento

O limite de financiamento de cus-teio, por produtor, foi ampliado de R$ 1,1 milhão para R$ 1,2 milhão, en-quanto o destinado à comercialização passou de R$ 2,2 milhões para R$ 2,4 milhões. Em ambos os casos, o aumen-to foi de 8%. Foi mantido ainda, o li-mite de R$ 385 mil por produtor nos créditos de investimentos com recursos obrigatórios.

Empurrão para pecuária

Quanto aos incentivos à pecuária, o governo manteve os limites adicio-nais de financiamento de custeio e de investimento em estímulo aos proces-sos de engorda em sistema de confi-namento, com prazo de seis meses, e à aquisição de matrizes e reproduto-res bovinos e bubalinos, com prazo de cinco anos, incluídos dois de carência. O plano prevê também a manutenção da linha de retenção de matrizes para evitar seu descarte precoce, com prazo de financiamento de até três anos para pagamento.

Inovação tecnológica

A fim de incentivar a inovação tec-nológica no campo, o plano vai aperfei-çoar as condições de financiamento à avicultura, suinocultura, aos hortigran-jeiros e à pecuária de leite por meio do

Programa Inovagro. Para esta modali-dade, foram programados R$ 1,4 bilhão em recursos.

Setor florestalEntre as ações previstas para o se-

tor de florestas plantadas, destaca-se o estímulo ao aumento da produtivi-dade e da área plantada, a ampliação da participação de pequenos e médios empreendedores florestais e o aumento de limite de financiamento para flores-tas plantadas no Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC). Os limites de financiamento para inves-timento em plantios florestais foram re-definidos. Para o grande produtor (que possui mais de 15 módulos fiscais) será

de R$ 5 milhões, e para o médio (até 15 módulos fiscais) permanece o limite de R$ 3 milhões.

Seguro RuralSobre o Seguro Rural – também

apontado como grande preocupação do setor – o Plano Agrícola definiu a criação do Sistema Integrado de Infor-mações do Seguro Rural (SIS-Rural) e a formação de grupos de produtores para negociação com as seguradoras. Goiás e Paraná serão os primeiros estados a testarem o modelo. Os produtores irão se organizar em grupos e assim serão atendidos pelas segurados, negociando diretamente o nível de cobertura e o va-lor de Prêmio.

Agora vamos

trabalhar duro para

diminuir intervalo

de tempo entre a

liberação do recurso

e efetiva chegada às

mãos do homem

do campo

afirma José Mário Schreiner

Plano Safra em números e intenções

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CIÊNCIA

Um olho na lavoura, outro no computadorDesenvolvimento de tecnologias próprias para o campo seduz, cada vez mais, produtores ruraisKarina Ribeiro | [email protected] para Revista Campo

Sementes transgênicas, insemina-ção artificial, GPS, computador de bordo, aplicativos, softwares, robôs e drones... As porteiras para a evo-lução tecnológica no campo foram abertas na década de 1990 e nunca mais fecharam. Foram poucos produ-tores que, lá atrás, não olharam para aquilo tudo com receio. Hoje, os produtores abraçam as ferramentas

como fortes aliadas no campo.Os aparatos contribuem, e mui-

to, para que os recordes na produção façam parte dos números oficiais di-vulgados a cada safra. Munidos de informações e tecnologia, produtores conseguem otimizar o uso de insumos agrícolas, reduzir impactos ambientais, ter mais domínio sobre a gestão e au-mentar a lucratividade. É uma gama de

fatores que faz com que diminua a dis-tância entre o custo Brasil e os maiores produtores mundiais de grãos e carne, cuja logística e políticas públicas são mais eficientes.

Por isso, em função da importância cada vez mais indispensável da tecno-logia, a Revista Campo deste mês traz algumas ferramentas que estão sendo usadas por produtores goianos, além

Fredox Carvalho

Waldelon Gomes, de Indiara, afi rma ter mais domínio, organização e planejamento com aplicativos

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de algumas que estão em fase de de-senvolvimento por empresas de tecno-logia e institutos de pesquisas.

Mapeamentos de Áreas

A Soluções Trimble, empresa espe-cializada em tecnologia, disponibiliza o Connect Farm. É uma ferramenta de gestão de dados no qual os produto-res podem gerenciar as delimitações dos campos, dados de tarefa, mapa de vigor das culturas e dados de pre-cipitação. Com o novo recurso, os produtores também podem analisar a rentabilidade do campo e tomar as melhores decisões financeiras para as operações. “É um software que pode ser acessado de qualquer computador. Com esse mapeamento, o produtor co-meça a definir as atividades, sanidade da cultura, se está sadia ou não”, diz o gerente regional de vendas da empresa José Bueno. O painel de gerenciamento pode ser utilizado em tablet, smartpho-ne ou computador.

O sistema permite troca de informa-ções integradas de todas as operações do campo. Isso significa compartilha-mento de informações sincronizadas entre os agentes da cadeia: con-sultor (agrônomo), o pro-dutor e a frota. Na prá-tica, o software permite que o produtor crie pro-cessos que automatize operações e máquinas, garantindo que se apro-veite o máximo da área, otimizando o uso de in-sumos com controlador de taxa e seção. As in-formações podem ir para a nuvem da internet, um armazenamento digital que gera ao administra-dor da propriedade um relatório completo, com imagens, de tudo o que está ocorrendo em tem-po real, permitindo ágil tomada de decisão.

Na avaliação de José Bueno, uma dos prin-

cipais benefícios dessa conjuntura de fatores é prevenir possíveis prejuízos futuros. “O produtor toma decisões an-tecipadamente. Observa se há compac-tação de solo, por exemplo, ou qualquer outra situação que esteja em desconfor-midade”, diz. Ele lembra que a ferra-menta não dispensa a interpretação do agrônomo. “A imagem indica o que e onde está errado, mas precisa da análise de um consultor para combater a praga, erva daninha ou doença”, completa.

Entres outras ferramentas, existe também o aplicativo gratuito, dispo-nível para android, chamado de Fields Area Measure. Ele permite fazer, com alguns toques na tela, toda a medição do perímetro e o cálculo de áreas utili-zando imagens de satélite. Basta loca-lizar a propriedade por meio de coor-denadas GPS e fazer a marcação dos pontos. Outra possibilidade é utilizar o modo rastreamento, assinalando as coordenadas em uma caminhada ou utilizando um veículo. A medição pode ser feita até mesmo em áreas de pivô, que são arredondadas. Já as marcações

podem ser utilizadas para posterior con-ferência. O usuário também conta com recursos que facilitam o compartilha-mento dos dados com outras pessoas.

O produtor rural Waldelon Gomes, de Indiara, descobriu que pode mensu-rar sua área com o toque do dedo na tela do celular. O aplicativo gratuito Fields Area Measure que, por meio do Google Maps, identifica a área, calcula o perímetro em hectare, com menos de 1% de erro. Na prática, diz que con-segue levantar a quantidade exata dos insumos que serão aplicados na área medida.

“Depois que colho, sei também a produtividade de cada talhão. Tenho to-dos os resultados em mãos, em tempo real”, diz. A eficiência é comemorada, sobretudo, nos 190 hectares de tomate industrial irrigado, por ser considerada uma cultura mais melindrosa. “Tenho mais domínio das operações, mais organização e planejamento”, afirma. Somando a outros aparatos tecno-lógicos, conseguiu reduzir a mão de obra em 30%.

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Programa em celular permite mensurar área com 1% de erro

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O produtor de Rio Verde, no Sudo-este do Estado, George Fonseca Zaiden, afirma que não é possível desassociar todo o controle de fluxo de caixa e pla-nejamentos em uma única ferramenta. Ele explica que há uma integração entre vários agentes que, somados, resultam em maior eficiência. “Precisamos hoje de vários prestadores de serviços para mantermos na atividade”, diz. Ele lem-bra que esse é o melhor caminho para ter fôlego, por exemplo, após duas safras de resultados ruins, conforme ocorreu agora (preços e efeitos climáticos).

A gestão, diz, vai desde agricultura de precisão, que recomenda a quanti-dade e o local necessários para inser-ção de insumos, passa pelo processo de proteção ambiental e na formação da capacitação profissional, gestão de controle de fluxo de caixa e planeja-mento. “É preciso valorizar o traba-lho dos funcionários, oferecer cursos. Tudo isso faz parte da nova gestão”, recomenda.

Para conhecer detalhes dos 2,8 mil hectares destinados à cultura de soja ve-rão e os 1,8 mil para o cultivo do milho safrinha, Zaiden explica que utiliza o programa Soft Agro – Sistema de Gestão Agrícola. Ele conta que consegue extrair informações do custo de um talhão, ma-nutenção de máquina. “Faço a colheita com o mapeamento da produtividade. Os tratores têm informações de GPS. Tudo é integrado”, diz. Zaiden já está no seu terceiro programa e por traba-

lhar com esse tipo de ferramenta há 12 anos, não sabe quanto todo o aparato lhe beneficia, percentualmente, em ga-nhos. “Mas se não fosse toda a gestão feita de forma correta, eu estaria numa situação bem ruim após essas duas sa-fras difíceis”, ressalta.

Ele lembra que a ferramenta esta-belece a totalidade do planejamento, execução e conferência e, ainda, pos-síveis correções de rumo. “O princi-

pal benefício é que não trabalhamos somente com o fluxo de caixa, mas trabalhamos com o futuro”, ensina. Para tanto, o trabalho é minucioso e diário. “São dois agrônomos que entendem tudo o que ocorre. O tra-balho é preciso. Toda máquina tem uma caderneta de apontamento, não chega nenhuma nota fiscal sem ser documentada. O sistema é alimenta-do todos os dias”, resume.

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George Fonseca, de Rio Verde, fala sobre benefícios de integração de tecnologias

Ferramentas de gestão, controles e gestão de riscos

As ferramentas que auxiliam no controle de gestão são as queridinhas dos produtores rurais. Por isso, é a di-versificação de modelos que permite que o produtor saiba exatamente as despesas e receitas que fazem parte do negócio. Muitas vão além, apontam quando foi trocada a bateria em um maquinário, por exemplo, quanto cus-tou o produto e o seu período de du-rabilidade. Essas ferramentas permitem não só o controle do fluxo de caixa, mas avançam quando apontam plane-jamento. Produtores afirmam que o controle de gestão hoje é essencial para sucesso na atividade e arriscam dizer que o profissional que não trilhar essa diretriz está fadado a sair da atividade.

E as novidades não param. Com apenas um lupa eletrônica acoplada ao tablet, o Digilab, auxilia na identi-ficação de pragas na lavoura. Segun-do informações da Basf, fabricante do aplicativo, a lupa aumenta em até 200 vezes e, aliada a um software com in-formações de diversas culturas, alvos e uma biblioteca agrícola disponível para consultas e comparações. Com esse serviço, garante a Basf, o produtor não precisa enviar amostras de plantas aos laboratórios. Basta capturar uma imagem da possível praga ou doença,

compará-la com as informações do banco de dados e obter a resposta.

Outra opção é o Adama Alvo. O aplicativo desenvolvido pela multina-cional ajuda a identificar as principais pragas, doenças nas lavouras de soja, milho, trigo e algodão. Ele também uti-liza um banco de dados de imagens, in-formações, como descrição, sintomas, importância e dados técnicos das prin-cipais ocorrências. O aplicativo é gratui-to e está disponível para Android e IOS.

A Confederação Nacional de Agri-cultura (CNA) promete lançar, em breve, oficialmente, um aplicativo que permite que produtores rurais avisem à instituição via smartphone invasões em propriedades, eventos climáticos, problemas de infraestrutura e assuntos relacionados à defesa agropecuária. As informações vão fortalecer o Obser-vatório das Inseguranças Jurídicas no Campo, no instituto CNA.

Integração de tecnologias e investimentona capacitação

Com apenas um lupa

eletrônica acoplada ao

tablet, o Digilab, auxilia

na identificação de

pragas na lavoura

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A menina dos olhos do produtor de Rio Verde, José Oscar Durigan, é o sis-tema de adubação à lanço. Há 14 anos, diz, se integrou a um experimento da Embrapa e colhe bons frutos. O moni-toramento é feito anualmente e aponta vantagens para o sistema de adubação

à lanço. “São de cinco a oito sacas por hectare”, calcula.

Ele explica que a adubação ena li-nha de plantio atrasa o plantio da sa-frinha. Enquanto que em um hectare, o sistema implantado leva uma hora para ser desempenhado, o antigo levava 10

horas. Assim, aproveita melhor a janela de plantio e, inclusive, reduziu em 30% o número de funcionários. Mesmo ano passado, com o forte veranico que atin-giu as lavouras goianas, registrou uma média de 57 sacas por hectare. “Nosso objetivo é atingir 70 sacas”, afirma.

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José Oscar fala sobre sistema de adubação lançada e colhe bons frutos

Desenvolvidas para uso militar, as aeronaves não tripu-ladas ou drones (palavra em inglês que significa zangões) agora desempenham papéis em missões pacíficas. O dire-tor administrativo da Fort Aviação Agrícola, Clertan Alves Macedo, diz que a empresa está em fase de finalização de projeto com drones para fazer acompanhamento de apli-cações no campo.

Com o veículo não tripulado fica mais fácil identificar falhas no plantio, de germinação, doenças de solo e ata-ques mais severos de algumas pragas. “A imagem área é mais limpa do que a de satélite, em função da resolução. Não há problemas de visualizar em dias nublados, só quan-do está chovendo, aí não tem jeito”, diz.

Para ele, o maior ganho é mostrar ao produtor o quanto ele perde com o amassamento com a entrada das máqui-nas. “É muito maior do que se imagina. De cima temos a dimensão exata. Começa com alguns centímetros e vai aumentando a largura”, afirma. Em agosto, diz, quando pretende finalizar o projeto, terá as contas exatas de per-das para convencer o produtor a utilizar a nova tecnologia.

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Diretor administrativo da Fort Aviação Agrícola, Clertan Alves fala sobre projeto com drones

Drones: de uso militar ao uso no campo

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De transgênicos a melhoramento genéticoAs sementes transgênicas entraram

no País pelo Rio Grande do Sul, na década de 1990, a fim de combater a quantidade de ervas daninhas que esta-vam inviabilizando o plantio na região. De lá pra cá, a produtividade nunca mais foi a mesma. “Foi uma grande re-volução”, diz o consultor técnico do Se-nar Goiás, Cristiano Palavro. Ele explica que são três tipos principais de transge-nias desenvolvidas: resistência a insetos, pragas de solo e resistência a herbicidas. Mas Palavro explica que a tecnologia não pode ser tratada como solução, já que é necessário controle químico e bio-

lógico, rotação de cultura, entre outros manejos. “É mais uma ferramenta”, diz.

Ele ressalta que, embora haja uma mácula em relação à transgenia, ainda nada comprovado, o uso da tecnologia apresenta vantagens ambientais. “Uma aplicação de inseticida a menos, em todo o País, poupa 3,3 bilhões de litros de água, diminui gasto de combustível, por exemplo”, afirma.

Melhoramento genético

Quando o assunto é melhoramento genético, o coordenador técnico do Se-nar Goiás, Marcelo Penha, também afir-

ma que o a técnica isolada não reflete em ganho de produtividade na pecuária. “Hoje o bezerro está alto. Para conse-guir ganhar dinheiro tem que ter boa genética, além de manejo racional para que consiga o maior ganho de peso”, explica.

A diferença é gigantesca. Num sis-tema tradicional, diz, o cálculo é de engorda de um animal por hectare. Em tecnologia de ponta, são 15 animais por hectare. “Hoje se não tiver tecnologia de ponta, não se mantem na atividade. O bezerro está a R$ 1,2 a R$ 1,5 mil”, finaliza.

Muitas das tecnologias citadas têm como ponto de partida a agricultura de precisão. A ferramenta é um siste-ma de gerenciamento de informações desenvolvido graças aos avanços da tecnologia de referenciamento e posi-cionamento, como o GPS. O manejo consiste em dividir a propriedade em talhões ou grides e fazer análise de solo, detectando as necessidades exa-tas de cada elemento da área.

Sendo assim, o principal conceito é aplicar os insumos no local correto, no momento adequado, para áreas cada

vez menores e mais homogêneas. É como se a propriedade fosse uma col-cha de retalhos e o conceito é deixá-la numa ‘cor’ uniforme, focando numa maior produtividade e queda de custos.

O produtor Aredison Silva aplica os conceitos da agricultura de precisão há 15 anos, nos 4 mil hectares de soja em Caiapônia e Montividiu. A redução de custos, em média, é de 20% e a pro-dutividade vem crescendo ano a ano. No início, o resultado era 47 sacas por hectare e hoje é 65 sacas por hectare. “Boa parte dessa evolução foi por con-

ta da agricultura de precisão”, afirma.Ele conta que a tecnologia evo-

luiu ao longo dos anos e também está mais acessível. No início fazia apenas a amostragem de solo dos grides, agora utiliza imagens de satélite e mapas de produtividade. “Com todas essas ferra-mentas, fazemos o cruzamento de da-dos, gerando a leitura”, completa. Ele explica ainda que a redução de custos ocorre ao longo dos anos. Com todas as ferramentas em mãos, não precisa mais fazer amostragem total da pro-priedade.

Aredison Silva aplica conceitos de agricultura de precisão há 15 anos

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Agricultura de Precisão

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ENSINO

Pela internet, 3 mil alunos capacitadosEducação à Distância do Senar Goiás completa um ano com motivos para comemorar

Catherine Moraes | [email protected]

Produtores cada vez mais antenados e conscientes de que é por meio da ca-pacitação que o crescimento chega! Com essa ideia fixa e um empurrãozinho do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), mais de três mil produtores foram capacitados pelo nosso portal de Educação à Distância (EaD) du-rante os últimos 12 meses. No total, mais de 180 municípios estiveram envolvidos.

A EaD engloba, atualmente, quatro macro programas gratuitos virtuais com temas relacionados ao meio rural: Minha Empresa Rural - compreende 12 cursos; Jovem Empresário Rural - compreen-

de dois cursos; Agricultura de Precisão - compreende sete cursos; Gestão de Riscos em Saúde e Segurança do Traba-lho Rural - compreende quatro cursos. O objetivo maior é levar ao produtor, que está no campo, uma nova opção de aprendizagem que é rápida, eficaz e fle-xível. Com a EaD é possível estudar em qualquer horário, desde que haja internet e computador disponível.

O portal goiano, inspirado no do Se-nar Central, foi lançado há um ano, du-rante a Feira do Empreendedor 2014, do Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (Sebrae) e que tem o

Senar como parceiro. De lá para cá, mui-tos foram os avanços e, para o superin-tendente do Senar Goiás, Eurípedes Bas-samurfo, este é um trabalho que resulta em profissionalização, qualidade de vida, exercício de cidadania e desenvolvimento sustentável.

“Acreditamos também que a Educa-ção à Distância pode auxiliar em um dos grandes desafios que temos: a sucessão familiar. Isto porque damos ao jovem do campo uma opção de qualificação sem sair de casa. Estamos quebrando as bar-reiras geográficas e usando a tecnologia a nosso favor”, finaliza.

Os interessados nos programas de capacitação online podem se inscrever na página: http://ead.senargo.org.br ou ligarem no número 0800 642 7070, de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas.

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EQUIDEOCULTURAEQUIDEOCULTURAEQUIDEOCULTURA

Cavalos de fi no tratoEquideocultura encontra obstáculos na falta de organização do setor

Michelle Rabelo | [email protected]

Os nove casos de mormo registrados em Goiás entre outubro do ano passado e julho deste ano – fatos que resultaram em três animais sacrificados - trouxeram a equideocultura para o centro de dis-cussões no setor agropecuário goiano. Apenas no último mês de julho, dois novos casos foram confirmados em Bela Vista e Caldazinha. Tudo isso, alinhado à necessidade urgente de organizar o setor passou a compor o topo da lista de prioridades da atividade. De outubro para cá, muito se falou, personagens di-versos entraram na discussão e até uma verba relevante foi destinada para equi-par e modernizar o Laboratório de Aná-lise e Diagnóstico Veterinário da Agro-defesa (Labvet).

A participação dos animais em feiras e exposições, competições e atividades esportivas também ganhou destaque, já que o mormo é transmitido pelo conta-to direto e as aglomerações aumentam,

e muito, as chances da transmissão. Na contramão da onda de preocupações, as exportações da carne de cavalo vão mui-to bem, obrigado! Além disso, por aqui, além de meio de transporte, os equídeos têm conquistado outras áreas de atua-ção, com lazer, esportes e até participa-ção fundamental em tratamentos tera-pêuticos como a Equoterapia.

Ainda tímido Goiás - cujo rebanho é o 4º maior do Brasil, com 439.637 ca-beças, entre equinos, muares e asininos - praticamente não exporta carne de ca-valo, mas está na lista de estados que vendem animais vivos para o maior fri-gorífico brasileiro de carne de cavalo, o mineiro Prosperidad. São Paulo, Bahia e Minas Gerais completam a lista.

O cenário nacional não é tão discreto assim: o Brasil, com 7.436,548 cabeças, entre equinos, muares e asininos - o maior rebanho de equinos na América Latina e o terceiro mundial-, é o 8º maior

exportador da carne equina no mundo, que deixa o país rumo, principalmente, à Rússia, Bélgica, Itália, Japão e Vietnã, onde o alimento é uma iguaria. Entre ja-neiro e junho de 2015 foram exportados US$ 3,90 bilhões em carne de cavalo e US$ 1,92 milhão em cavalos vivos. Além da carne existem ainda outros subprodu-tos provenientes do abate de equídeos – equinos, muares e asininos -, como pin-céis, ração para outros animais, vacinas opoterápicas, mortadelas e salsicharias.

Nesse contexto, especialistas cha-mam a atenção sobre a importância de se discutir políticas públicas, cadastra-mento do rebanho e melhorias no que tange à sanidade equídea, além de estu-dar meios de aproximar o produtor das entidades representativas. A intenção é elaborar uma agenda de trabalho para analisar a cadeia produtiva como um todo, discutindo questões pontuais e conjunturais.

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Quem vive da atividade concorda. O criador Wagner Murilo Costa enxer-ga os casos de mormo como uma es-pécie de divisor de águas. “Depois da doença, ficamos ainda mais alerta e sentimos, como nunca, a necessidade de ações que aproximem o produtor dos órgãos responsáveis pela sanidade e organização da cadeia”. Ele defende um maior investimento em campanhas de informação ao produtor. “Precisa-mos de mais esclarecimentos sobre a legislação, por exemplo”.

Wagner preside a Associação Cen-tro Oeste do Cavalo de Rédeas (Acor) e é proprietário de um centro de trei-namento em Bela Vista de Goiás, onde cria os seus e prepara animais de fora para participarem de atividades espor-

tivas e competições. “Nenhum cavalo entra aqui sem passar por exames que comprovem que ele está apto e que não representa risco para os outros. A cada 60 dias os exames são renova-dos, já que esses animais viajam muito para participarem de eventos”.

Trabalho a quatro mãos

O presidente da recém-criada Co-missão de Equideocultura da Federa-ção da Agricultura e Pecuária de Goi-ás (Faeg), Hélio Fábio do Nascimento, defende um trabalho coletivo realizado pelas entidades representativas do se-tor, que juntas, podem modificar para melhor, diversos pontos da cadeia pro-dutiva como um todo. Ele acredita que o desenvolvimento da equideocultura goiana esbarra na falta de organização do setor e que a única saída para uma mudança de cenário é a conscientiza-ção do próprio produtor. “Eles preci-sam entender que para serem ouvidos, precisam falar a mesma língua. Nossa função é ouvir as demandas e levá-las para os governos municipal, estadual e federal. Para isso, produtores precisam participar de reuniões, como as que promovemos na Faeg”.

Hélio aproveita para destacar o pa-pel da comissão para o setor da equi-deocultura. “Vamos trabalhar muito para melhorar a qualidade das infor-mações que chegam até os produtores, organizar a cadeia no estado e organi-zar encontros que coloquem os temas importantes no centro das discussões. Nesse último ponto, nossa intenção é fazer os produtores entenderem que precisamos nos unir, discutir, opinar e trabalhar de forma conjunta”, explica Hélio, que também é membro, repre-sentando a Confederação da Agricul-tura e Pecuária do Brasil (CNA), da Câmara Nacional de Equideocultura no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Identificar e fiscalizar

De acordo com o Programa Nacio-nal de Sanidade dos Equídeos (PNSE), buscando prevenir, controlar ou erra-dicar doenças, é preciso investir em

educação sanitária, estudos epide-miológicos, fiscalização, controle do trânsito e cadastramento e certifica-ção sanitária dos estabelecimentos, além de intervir imediatamente dian-te da mínima suspeita ou ocorrência de doença. No caso de Goiás, a base para essa fiscalização é o cadastro de estabelecimento de criadores, no qual há dados sobre o número de animais, idade, endereço da propriedade e ou-tras informações referentes ao estabe-lecimento.

Hélio explica que em 2014 a Faeg se reuniu com a Secretaria da Fazen-da do Estado de Goiás (Sefaz) e com a Agência Goiana de Defesa Agrope-cuária (Agrodefesa) para defender o cadastro do proprietário do equídeo que não possui propriedade, através do CPF e não da Inscrição Estadual (IE). Depois de muitas reuniões e dis-cussões, a proposta foi aceita e o setor comemorou. “A nova regra, que ainda está sendo regulamentada pela Agro-defesa e Sefaz, mudará a rotina do produtor, que, sem alternativa, transi-ta com animal irregularmente pelo es-tado”, pontua, já destacando também que “o cadastro junto à Agrodefesa é

Participação dos animais em feiras, exposições, competições e atividades esportivas é crescente

Criador Wagner Costa afi rma que produtor precisa zelar pela sanidade

Hélio Fábio destaca papel da Comissão de Equideocultura para desenvolvimento do setor

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Outubro 2014

Abril 2015

Maio 2015

Maio 2015

Julho 2015

Julho 2015

Maio 2015

Maio 2015

Maio 2015

Goiânia

Hidrolândia

Goiânia

Abadia de Goiás

Bela Vista

Caldazinha

Mara Rosa

Silvânia

Edéia

animal sacrificado

em tramitação na justiça estadual

em tramitação na justiça estadual

em tramitação na justiça estadual

processo de interdição e saneamento da propriedade

processo de interdição e saneamento da propriedade

sacrifício agendado

animal sacrificado

animal sacrificado

Data de diagnóstico Município Status

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am

ento

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dados

em

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Casos de mormo registrados em Goiás

importante para ter dados mais concre-tos sobre a quantidade de animais que existem em Goiás e a movimentação econômica que o setor proporciona ao estado. Nesse levantamento a gente conseguirá obter quanto estes animais estão gastando com médicos veteri-nários, vacina e alimentação, dando números mais precisos dos benefícios que estão trazendo para Goiás”.

Diagnosticar e cuidar

O mormo, causado pela bactéria Burkholderia mallei, é transmitido pelo contato direto ou indireto - através de alimentos e água contaminados – com os animais doentes. A bactéria tem

como hospedeiro principal os cavalos, mas outros mamíferos domésticos,como o homem, podem ser infecta-dos. Não há tratamento e nem vacina contra o mormo e, de acordo com a legislação sanitária animal, os animais com a doença confirmada deverão ser sacrificados.

Para confirmar a doença, o animal passa por um exame realizado por um dos laboratórios – no Centro-Oeste só existem empresas particulares - cre-denciados junto ao Mapa. Se o resulta-do apontar para positivo, inconclusivo ou anticomplementar, o cavalo passa por um novo exame. Desta vez, o ma-terial é colhido pelo serviço de defesa

do local – no caso de Goiás, trata-se da Agrodefesa – e enviado ao labora-tório oficial do Mapa. A partir do re-sultado divulgado, que só pode ser ne-gativo ou positivo, inicia-se o processo de, no primeiro caso, desinterdição ou, no segundo caso, sacrifício do animal e saneamento da propriedade.

O cadastro vai auxiliar na fiscaliza-ção do rebanho e, consequentemente, no diagnóstico das doenças que po-dem afetar a atividade. Em Goiás, a importância de ações que fortaleçam a sanidade dos equinos é muito bem ilustrada pelos sete casos de mormo registrados no estado em um período de nove meses.

“Lei precisa ser cumprida, independente de apego emocional”, afirma CRMV

Para o presidente do Conselho Re-gional de Medicina Veterinária em Goi-ás (CRMV-GO), Benedito Dias de Oli-veira Filho, a lei precisa ser cumprida e mesmo com todo o apego emocional que liga o proprietário ao animal é ne-cessário que o cavalo seja sacrificado. “Os profissionais que assistem esses animais têm que orientar os produto-

res e a expectativa do CRMV é de que os juízes que analisam os casos que seguem tramitam no poder judiciário entendam que se trata de uma zoono-se que pode ser transmitida ao ser hu-mano, e assim decidam pelo sacrifício”, pontua.

O gerente de sanidade animal da Agrodefesa, Antônio Leal, explica que

depois dos casos registrados em Goi-ás os produtores – com destaque para aqueles que possuem animais de alto valor – ficaram mais alertas quanto à necessidade dos cuidados com a saúde do animal. “O grande problema é que mesmo com o susto, muitos eventos acontecem à revelia, sem a fiscaliza-ção da Agrodefesa”, diz, se referindo à

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Goiânia

Hidrolândia

Goiânia

Abadia de Goiás

Bela Vista

Caldazinha

Mara Rosa

Silvânia

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animal sacrificado

em tramitação na justiça estadual

em tramitação na justiça estadual

em tramitação na justiça estadual

processo de interdição e saneamento da propriedade

processo de interdição e saneamento da propriedade

sacrifício agendado

animal sacrificado

animal sacrificado

Data de diagnóstico Município Status

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dos

dados

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Casos de mormo registrados em Goiás

obrigatoriedade legal do cadastramento junto à entidade, de todos os eventos que acontecem no estado – com exce-ção das cavalgadas.

Depois do cadastramento, que deve acontecer com 30 dias de antecedência, todos os equídeos passam por exames e a Agrodefesa emite as guias de trânsito animal. “Os animais que transitam sem a guia são recolhidos e direcionados de volta para a propriedade de origem. Já o proprietário é autuado e multado em cerca de R$ 1.100 por trânsito”, pontua Antônio.

O presidente da Comissão de Equi-deocultura da Faeg, Hélio Fábio, destaca como os casos de mormo impactaram no modo como o produtor enxerga as questões sanitárias. “Quem possui ani-mais de alto valor perceberam que re-alizar exames e proteger o rebanho são medidas essenciais para a saúde finan-ceira das empresas. Ao lado do mormo, a Anemia Infecciosa Equina (AIE) tam-bém preocupa muito os equideoculto-res, já que as duas doenças impedem que exportemos animais para a Europa e para os Estados Unidos”.

Mas não foi só a consciência do produtor que sofreu modificação pelos casos de mormo. Um investimento de R$ 50 mil promete colocar o Laborató-rio de Análise e Diagnóstico Veterinário (Labvet) no papel de protagonista no combate ao mormo em Goiás, já que, com o reconhecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to (Mapa), será o primeiro laboratório público a realizar exames para detectar a infecção pela bactéria Burkholderia mallei. O investimento foi aprovado dia 28 de abril no Conselho Deliberativo do Fundo para o Desenvolvimento da Agropecuária de Goiás (Fundepec Goi-ás) e a expectativa é de que o estado se destaque no cenário nacional.

O gerente do Labvet e membro da diretoria do CRMV-GO, Rafael Costa Vieira, explica que a verba já está sen-do liberada, só que de maneira gradati-va. “À medida que estamos adquirindo equipamentos e insumos o dinheiro está chegando”, pontua, esclarecendo que o valor também será utilizado para bancar os custos gerados pela auditoria que será feita pelo Instituto Nacional de Metrolo-

gia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). “O Labvet será credenciado pelo Mapa e acreditado pelo Inmentro”, explica.

Produtores precisam se conscientizar para organizar cadeia

Cadastro vai auxiliar na fi scalização do rebanho e no diagnóstico das doenças

Larissa Melo

Laris

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SEMINÁRIO DEEQUIDEOCULTURA

Para aprimorar ainda mais o setor, a Faeg realiza no dia 19 de agosto o Se-minário de Equideocultura, que acontece na sede da entidade e traz nomes como Roberto Arruda, da Universidade de São Paulo (USP), e Luiz Almeida Marins, da Universidade do Cavalo. Ao longo do dia, os participantes terão acesso a discussões sobre os benefícios do controle sanitário, a importância do cuidado com o bem es-tar animal e as perspectivas para a cadeia produtiva da equideocultura. “São 470 mil equídeos em Goiás. Ao todo, cerca de 320 mil pessoas vivem, direta ou indi-retamente, da atividade no nosso estado. Elas se sustentam do cavalo. Precisamos ou não precisamos pensar o setor com mais carinho e cuidado”, questiona.

Inscrições pelo site:www.sistemafaeg.com.br

Julho / 2015 CAMPO | 31

Page 32: 2015 07 julho

da naturezaA beleza

em seu papel

Av. Euripedes Menezes s/n Qd. 05 Lt. 29/30 Parque Industrial Aparecida de Goiânia - GO CEP 74.993-540 - FONE 62 3945-4221

[email protected]

em seu papel

graficaamazonas @graficaamazonas graficaamazonas

ANUNCIO 21X15CM-am.pdf 1 19/02/2015 17:34:26

Cristi

ano

Ferr

eira

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da naturezaA beleza

em seu papel

Av. Euripedes Menezes s/n Qd. 05 Lt. 29/30 Parque Industrial Aparecida de Goiânia - GO CEP 74.993-540 - FONE 62 3945-4221

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em seu papel

graficaamazonas @graficaamazonas graficaamazonas

ANUNCIO 21X15CM-am.pdf 1 19/02/2015 17:34:26

DELÍCIAS DO CAMPO

Ameixaseca

INGREDIENTES

6 Litros de água

1 Copo de farinha de trigo

3 Ovos

2 Kg de açúcar

500g de queijo seco ralado, sem sal

*Receita enviada pelo tecnólogo em gastronomia e instrutor do Senar Goiás, Cristiano Ferreira

MODO DE FAZER

• CaldaCozinhe o açúcar e a água até se transformar em uma calda rala.• MassaEm uma bacia sove bem o queijo seco, os ovos e a farinha de trigo, até o ponto de enrolar as ameixas. Em seguida, modele as ameixas no tamanho desejado (elas dobram de tamanho no cozimento) e coloque as ameixas para cozinhar na calda rala. Cozinhe as ameixas até ficarem co-radas.Deixe as ameixas dormirem na calda rala. No outro dia, cozinhe as amei-xas em fogo baixo até a calda fritar. Depois retire da panela e coloque em uma peneira para seca. Quando esti-verem secas passe no açúcar e sirva. Se desejar que elas fiquem em calda, guarde em um recipiente com uma nova calda.

Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200

Cristi

ano

Ferr

eira

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CASO DE SUCESSO

Quando um sonho se torna realidadeCom desejo particular, mulheres de assentamento conseguem dar volta por cima através de capacitação do Senar Goiás

Nayara Pereira | [email protected]

Zilda e outras 17 mulheres se uniram para consolidar abatedouro de frango em Minaçu

Fredox Carvalho

Um sonho que aos poucos foi se

concretizando e se tornou realidade

para os moradores do assentamento

Roberto Martins de Melo, localizado no

município de Minaçu, a 513 quilômetros

de Goiânia. Os pequenos tijolos, que no

começo pareciam nunca se concretizar,

motivaram ainda mais o desejo de ver

de pé uma simples casa se transformar

em um abatedouro de frango. Assim é

a vida de quem, muito pouco tem, mas

que muito deseja alcançar.

“O que sonhava há poucos dias, vejo

hoje na minha frente, pronto, reforma-

do, e cheio de expectativas quanto ao

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Page 35: 2015 07 julho

futuro”, diz Zilda Maria Rezende ao ob-

servar o abatedouro sendo entregue às

famílias que abraçaram o projeto. Nada

do que algumas ideias vindas de outro

estado contribuíssem como força mo-

triz para que esse dia chegasse, o tão

sonhado oito de maio.

Zilda, que também é produtora ru-

ral, desejava crescer e foi a Santa Ca-

tarina em busca de novas oportunida-

des. Devido à distância, precisou voltar

a Minaçu para visitar a família e, em

uma dessas voltas, encontrou o atual

marido que tinha um sonho particular,

o de construir um abatedouro no assen-

tamento onde morava. “Em Santa Ca-

tarina, tive mais oportunidades do que

aqui, ganhava bem, mas estava longe da

minha família. Por isso voltei!”, conta.

Em Santa Catarina, Zilda conheceu

a produção de um abatedouro localiza-

do em um pequeno município do es-

tado, e depois disso, resolveu agregar

com o desejo do marido, a construção

de um modelo no assentamento. Em

poucos dias, o sonho foi sendo colo-

cado em prática. Em 2013, por meio

do curso Com Licença Vou à Luta, do

Serviço Nacional de Aprendizagem Ru-

ral em Goiás (Senar Goiás), a produtora

mobilizou todas as mulheres do assen-

tamento para se inscreverem e abraça-

rem a causa.

Como em todo início, as dificulda-

des apareceram, algumas moradoras

encontram resistência quanto ao proje-

to. No total, 18 mulheres abraçaram a

ideia e montaram uma turma. Em cinco

módulos receberam capacitações sobre

empreendedorismo, gestão financeira,

elaboração de um plano de negócio,

legislação e liderança. Passo a passo,

tinham como objetivo consolidarem

novo meio de renda de suas famílias.

Com o incentivo da instrutora do

Senar, Andreia Peixoto, aos poucos a

ideia foi amadurecendo e muitas mu-

lheres que antes encontravam dificulda-

des, logo viram no curso novas opor-

tunidades de crescimento. “Às vezes, a

falta de incentivo do marido é o grande

motivo de muitas não abraçarem com

dedicação e entusiasmo as oportunida-

des que a vida oferece, mas com muito

diálogo aos poucos a turma foi aumen-

tando”, explica Andreia.

Com a capacitação realizada, o pró-

ximo passo foi a reforma da casa, lo-

cal onde seria montado o abatedouro.

Através de diálogos e propostas apre-

sentadas aos órgãos públicos e empre-

sas da região, o financiamento para a

restauração e também aquisição d os

equipamentos necessários para o abate

de qualidade foram aos poucos dando

vida ao abatedouro.

No processo de criação, cada famí-

lia ficará responsável pelos cuidados

alimentares e sanitários das aves, além

da separação dos frangos prontos para

o abate, tudo feito na própria proprie-

dade. Em seguida, serão levados para

o abatedouro. A separação será feita

de acordo com os tamanhos e peso de

cada um, além dos requisitos de quali-

dade e saúde exigidos.

Expectativas

Quando o assunto é o futuro e suas

metas, Zilda Maria pensa alto, mas, ao

mesmo tempo, firme com a realidade

ao seu redor. “Vamos tentar atrair mais

a participação dos moradores para con-

seguir uma grande quantidade de aves

e consequentemente, mais comprado-

res. Sabemos que é um pouco difícil,

mas podemos tirar daí os recursos para

as nossas necessidades”, explicou Zilda.

A produtora também planeja conse-

guir, em alguns anos, crescer de modo

que os processos da qualidade do abate

tragam um alto potencial para a região.

“Claro que a nossa meta é crescer e le-

var nossa carne para outros lugares. Va-

mos criar meios e alternativas para nos

tornarmos mais fortes e, quem sabe, ter

um abatedouro de destaque”, planeja.

Os interessados em cursos e treinamentos do Senar, em Goiás, no município de Minaçu devem entrar em contato com o Sindicato Rural da cidade pelo telefone 62 84578613

Fredox Carvalho

Apesar das difi culdades, produtora Zilda comemora os resultados alcançados

Julho / 2015 CAMPO | 35www.senargo.org.br

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EM JUNHO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU

66 208 15 0 14 16 138 38 46 9 0 13 41 0

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

extrativismo

Em

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área de

pecuária

Em

atividades

relativas à

prestação

de serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

*Cursos promovidos entre os dias 26 de maio e 25 de junho.

CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

6.371TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

PRODUTORES E

CURSOS E TREINAMENTOS

Foi por volta do ano de 2004 que

surgiu uma das maiores ferramentas

de mapeamento digital utilizada hoje,

e que atualmente encontra-se à disposi-

ção de todo o globo por meio de alguns

cliques do mouse, apenas. Trata-se do

serviço Google Maps, um recurso que

se caracteriza pela sua simplicidade de

uso e variabilidade de possibilidades,

no qual o usuário tem acesso a mapas;

serviços de guia (ou GPS); visualização

presencial dos locais (Street View) e

inúmeras outras ferramentas até pou-

co tempo atrás inimagináveis, como a

oportunidade de exploração do univer-

so, por exemplo.

Além do serviço Maps, da Google,

há quase que uma infinidade de demais

serviços e empresas que se dedicam à

mesma área, e todo esse leque de op-

ções abre caminho para o fácil acesso

e a disponibilidade, ou seja, tornou-se

algo tão comum, que sua presença já

é pré-requisito nos populares smar-

tphones, por exemplo. Dada a grande

popularidade dos Sistemas de Posi-

cionamento Global (GPS), sua adesão

pelos mais diversos setores produtivos

também se tornou comum, e no campo

não é diferente.

No meio rural, os serviços de mapea-

mento digital fomentam uma diversida-

de de melhorias e, também, a chamada

agricultura de precisão, a qual permi-

te o gerenciamento mais detalhado da

produção agrícola em todos os níveis.

Para tratar dessa diversidade de possi-

bilidades que o GPS oferece, além de

tornar inteligível o seu entendimento e

uso no campo, o Serviço Nacional de

Aprendizagem Rural em Goiás (Senar

Goiás) disponibiliza a produtores e tra-

balhadores rurais, com idade mínima

de 16 anos, o Treinamento em Opera-

ção de GPS – nível básico e avançado

– com foco nas formas de navegação.

No nível básico, o interessado poderá

conhecer sobre o histórico, utilização e

operação do sistema de posicionamen-

to global; sistemas de coordenadas;

benefícios e equipamentos; utilização

na agropecuária; acesso ao menu de

configurações e funções disponíveis e

conhecer os acessórios e softwares dis-

poníveis no mercado. Já no nível avan-

çado, o aluno se familiarizará com o

uso do GPS na agricultura de precisão;

com conceitos de mapas e escalas; le-

vantamento topográfico da área rural;

pontos, trajetos e cálculos de áreas;

projeção de pontos através dos mapas,

entre outras temáticas.

Ambos os níveis possuem carga ho-

rária de 16 horas e disponibilizam 12

vagas, com mínimo de 10 inscritos para

que sejam possíveis a formação de tur-

mas e a realização do treinamento. Ao

final o participante recebe certificação

que, certamente, trará melhores opor-

tunidades e fomentará condições de

trabalho mais lucrativas. Neste ano, até

o momento, o Senar Goiás já disponi-

bilizou mais 80 treinamentos o que en-

globou mais de 800 produtores e traba-

lhadores rurais, que puderam aprender

e entender o Sistema de Posicionamen-

to Global, tanto em nível básico quanto

avançado.

Fred

ox C

arva

lho

*Para outras informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar Goiás entre em contato pelo telefone (62) 3412 2700 ou pelo site senargo.org.br

Page 37: 2015 07 julho

EM JUNHO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU

66 208 15 0 14 16 138 38 46 9 0 13 41 0

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

extrativismo

Em

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área de

pecuária

Em

atividades

relativas à

prestação

de serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

*Cursos promovidos entre os dias 26 de maio e 25 de junho.

CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

6.371TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

PRODUTORES E

Douglas Freitas | [email protected]

Mapas e escalas para melhorar a produtividade

Page 38: 2015 07 julho

Doma racional de equídeos

CAMPO ABERTO

Marcelo

Penha

é médico

veterinário e

técnico-adjunto do

Serviço Nacional

de Aprendizagem

Rural em Goiás

(Senar Goiás)

Arqu

ivo

Faeg

Marcelo Penha | [email protected]

A doma de equídeos, historicamen-te, foi sempre feita de forma imposi-tiva do homem para com o animal. A dominação envolvia capturar, pren-der, amarrar... sempre com castigo e o animal ou se entregava, ou resistia até a morte e completa inutilização. A doma é sempre uma surpresa, pois os animais, assim como os domado-res possuem temperamento diferente e é preciso haver uma sincronia. O que pretendemos sugerir agora é a doma racional, uma forma diferente e cari-nhosa de entender que a aproximação entre homem e animal envolve uma relação de cuidado e confiança.

Para se aproximar do cavalo é pre-ciso respeitar os seus medos. Isso in-clui a observação dos sinais de orelha, olhar, altura da cabeça, velocidade do movimento e sons emitidos pelo equí-deo. O domador deve evitar olhar para o olho, fazer movimentos bruscos e posicionar paralelamente à paleta do animal. A doma deve ser feita de ma-neira que o cavalo não sofra grandes sustos, colocando em risco a sua con-fiança no treinador.

A doma consiste em um longo e pro-veitoso processo de ensinar o equídeo, por meio da sua confiança. Desde jo-vem, o animal aprende que não preci-sa temer o treinador e cria um vínculo com quem estiver conduzindo-o. De maneira suave, exercícios de repetição são utilizados para condicionamento, com suavidade e sem uso de força nos comandos desejados para que haja to-lerância à monta.

Evita-se o laço, o palanque ou a quebra de queixo, ao contrário do que acontece na doma tradicional. A pa-ciência e observação devem ser mui-

to utilizadas já que trazem resultados importantes para um melhor desem-penho e aceitação do equídeo. Dessa forma, o animal passa a entender que o treinador não traz nenhuma ame-aça para sua vida. Outra observação importante é a formação óssea deste equídeo, o animal deve ter mais de três anos para ser montado, assim o processo não atrapalha o seu desen-volvimento.

Em muitas fazendas e haras, utiliza--se a alternância das domas tradicional e racional, que também podem ser efi-cientes. Nestes casos, apesar de serem utilizados itens como cordas, sacoli-nhas e o palanque, o responsável pela doma cria um vínculo de confiança com o cavalo, fazendo com que este sofra o mínimo possível durante este treinamento. Também é de vital im-portância que, através da metodologia, o cavalo aprenda a reagir aos coman-dos de voz, espora, rédeas, pernas e posicionamento do corpo sobre a sela.

Hoje, o rebanho efetivo de 402 mil equídeos em Goiás representa 8% do nacional, de acordo com dados do Ins-tituto Brasileiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE). Pensando nisso, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) trabalha a forma-ção profissional como meio de alavan-car a cadeia do Equídeo em Goiás. Nosso objetivo é valorizar a mão de obra e, respeitando o animal, permitir o crescimento econômico do Estado. Entre os cursos disponibilizados estão: Equideocultura; Doma Racional de Equinos; Doma Racional de Muares; Casqueamento de Equídeos; Ferrage-amento; Rédeas de Equinos e Rédeas de Muares.

Shutt

ers

tock

38 | CAMPO Julho / 2015 www.sistemafaeg.com.br

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