alda maria grÜdtner de almeida

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Gestão de Custos Hospitalares ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA ADMINISTRADORA – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA RESIDENTE EM GESTÃO HOSPITALAR – HU/UFJF Economia e Gestão da Saúde [email protected]

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Page 1: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Gestão de Custos HospitalaresALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

A D M I N I ST R A D O R A – U N I VERS I DA D E F E D E R A L D E SA N TA C ATA R I NA

R ES I D E N T E E M G ESTÃO H O S P I TA L A R – H U / U FJ F

Economia e Gestão da Saúde [email protected]

Page 2: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

O que é Custo?

É tudo o que é gasto, direta ou indiretamente, na produção de um produto ou na prestação de um serviço.

Preço?Grau de Dificuldade?

Page 3: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Objetivos da Gestão de Custos

• Fornecer informações sobre a rentabilidade e desempenho das atividades da organização;

• Auxiliar no planejamento, controle e desenvolvimento das operações;

• Fornecer informações para a tomada de decisões.

Page 4: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Custos Hospitalares

O profissional de Saúde, engajado no processo gerencial das Instituições de saúde, seja comoGerente ou Diretor de Divisão de Serviço, ou Chefe de Unidade, necessitam mais do que nunca,buscar conhecimentos a respeito de Custos Hospitalares, reconhecendo seu papel como agentede mudanças, no alcance de resultados positivos, bem como buscando o equilíbrio entrequalidade, quantidade e custos.

Francisco e Castilho (2002)

Page 5: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Hospital como organização complexa

Lavanderia

Restaurante

Hotel

Farmácia

Clínicas

Capela

Estacionamento

Setores Administrativos

Salas de Aula e Auditório

Laboratórios

Consultórios

Almoxarifado

Page 6: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Conceitos Iniciais

Gasto: Representa genericamente os investimentos, despesas, perdas e

custos.

Investimento: Aquisição de algo que será utilizado na prestação deserviço ou na produção do bem, ou adequação de infra-estrutura (predial outecnológica), buscando maior ganho de resultados. Não deixa de ser gasto!

Page 7: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Conceitos Iniciais

Desembolso: Pagamento propriamente dito. É quando o dinheiro sai da organização evai para outra ou para um funcionário.

Perda: Recurso financeiro empregado no consumo de um bem ou serviço de formaanormal. Nem sempre representam prejuízo na qualidade ou quantidade da produção, mas emsua grande maioria significam recursos utilizados desnecessariamente ou perdidos quepoderiam ter sido melhor aproveitados. Exemplo: Medicamentos que perdem a validade,materiais que estragam no estoque, exame que precisa ser refeito, exigindo retrabalho doprofissional, mais tempo ocupando o equipamento e material para impressão do laudo; Arcondicionado ligado com janela aberta...

Page 8: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

“Os custos se transformam à medida que caminham pela organização”. FHEMIG

GASTO DESEMBOLSO CUSTO PERDA

Page 9: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

“Os custos se transformam à medida que caminham pela organização”. FHEMIG

Depreciação: Forma de

recuperação do valor investidopelo uso do equipamento ou dainfra-estrutura. Um tomógrafo nãopode ser definido como custoquando é adquirido. A depreciaçãoé, então, o custo gradual doequipamento à medida que vaisendo utilizado ao longo de suavida útil.

Page 10: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Classificação dos Custos

•Diretos

•Indiretos

•Fixos

•Variáveis

Formas de aplicação

Quantidade de produção

Page 11: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Custos Diretos

São os custos que são identificáveis diretamente no produto ou noserviço. Consegue-se identificar a quantidade consumida ao seobservar o produto sendo construído ou o serviço sendo prestado.

Classificação dos Custos – Forma de Aplicação

Page 12: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Custos DiretosClassificação dos Custos – Forma de Aplicação

Materiais de consumo: agulhas, seringas, sondas, equipos, luvas, aventais,

gazes, soluções, fios cirúrgicos e outros;

Medicamentos, soros, sangue e derivados, alimentações terapêuticas e outros;

Exames: exames de laboratório, eletrocardiografia, ecocardiografia, radiografia, etc;

Recursos humanos específicos: médicos, enfermeiros, nutricionistas,

fisioterapeutas, psicólogos, farmacêuticos, técnicos, instrumentadores e outros.

Page 13: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Custos Indiretos

São os custos que não tem possibilidade de identificação direta com o produto ou com o serviço prestado.

Exemplo: Consumo de energia elétrica, água, gás, telefone, aluguel do imóvel, alimentação, lavanderia, gastos com limpeza, manutenção, administração, segurança e outros.

Classificação dos Custos – Forma de Aplicação

Page 14: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Custos Fixos

• São aqueles cujo valor não se altera quando se aumenta ou diminui a quantidade de produtosou o volume dos serviços produzidos em determinado período de tempo;

• Existem mesmo que não haja produção. Por exemplo, não importa se você atender 10, 20 ou 30pacientes, os custos com a segurança e aluguel não vão alterar, eles são fixos no período de cadamês.

• Gastos rotineiros, como pagamento de contas, fornecedores, funcionários, aluguel, entreoutros.

Classificação dos Custos – Quantidade de Produção

Page 15: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Custos Variáveis

• São aqueles cujo valor se altera quando aumenta ou diminui a quantidade da produção ou ovolume dos serviços prestados;

• O melhor exemplo de custos variáveis é aquele relacionado ao consumo de matéria-prima. Seforem produzidos 10, 20 ou 30 produtos, serão consumidos, respectivamente, 10, 20 ou 30quantidades de matéria-prima necessárias para fazer estes produtos;

Classificação dos Custos – Quantidade de Produção

Page 16: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Custos Variáveis

• O aumento ou diminuição do número de raios-X causa um aumento ou diminuição proporcionaldo consumo de lâminas e reveladores;

• Os custos variáveis correspondem a tudo o que é gasto para produzir ou comercializar o seuproduto ou serviço: os impostos sobre mercadoria e comissão de vendedores.

Classificação dos Custos – Quantidade de Produção

Page 17: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Todo Hospital tem um Sistema de Custos implantado?

• Sistema de Informação Integrado

• Cultura Organizacional Favorável

• Tempo, organização e envolvimento de todos os setores, departamentos e unidades

Page 18: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Dificuldades• Desconhecimento dos mecanismos de levantamento dos custos de serviços;

• O julgamento antecipado de que é muito trabalhoso e, ao mesmo tempo, difícil e complicado controlar, acompanhar e tomar decisões que envolvam os custos dos serviços;

• Pensamento equivocado de que o trabalho com custos não melhora a assistência, fortalecido pela ideia de que saúde não tem preço.

Page 19: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Benefícios de implantar o Sistema de Custos na Organização

• Conhecimento sobre o negócio e Controle;

• Tomada de Decisão;

• Poder de Negociação;

• Redução de gastos;

Page 20: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Benefícios de implantar o Sistema de Custos na Organização

•Com a análise de custo o gestor pode buscar economias e tomar certas decisões para melhorar a eficácia dos processos e ponderar se convém fazer investimentos ou cortes;

• O estudo de Custos deve ser feito sistematicamente, pois os valores obtidos sofrem variações mensais nos preços, alguns por motivos sazonais outros por motivos inflacionários;

• Aumentar a Competitividade perante outras instituições concorrentes.

Page 21: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

CUSTEIO POR ABSORÇÃO

Custeio por Absorção é o método de custeio em que são apropriados todos os custos de fabricação, sejam eles diretos ou indiretos, fixos ou variáveis.

Custeio por Absorção é a “expressão utilizada para designar o processo de apuração de custos que se baseia em dividir ou ratear todos os elementos do custo, de modo que, cada centro ou núcleo absorva ou receba aquilo que lhe cabe por cálculo ou atribuição”.

Moura (2005) apud Lopes de Sá (1990, p.109)

Page 22: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

CUSTEIO POR ABSORÇÃO

• Todos os custos de produção são alocados aos bens produzidos ou serviços prestados, compreendendo os custos fixos, variáveis, diretos e indiretos;

• Necessita de critérios de rateios, no caso de apropriação dos custos indiretos

(gastos gerais de produção) quando houver mais de um produto ou serviço

prestado;

• Por ser o método derivado da aplicação dos Princípios Fundamentais da Contabilidade é o critério legal exigido no Brasil;

CARACTERÍSTICAS

Page 23: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

CUSTEIO POR ABSORÇÃO

•Os resultados apresentados são influenciados pelo volume da produção;

• Não identifica a margem de contribuição (diferença entre o preço de venda e o custo do produto);

• Estabelece o custo total unitário do produto e do serviço;

• Indicado para decisões realizadas a longo prazo.

CARACTERÍSTICAS

Page 24: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

CUSTEIO POR ABSORÇÃO

Desvantagens

Utiliza-se rateios para distribuir os custos entre os departamentos ou produtos, uma vez que nemsempre tais critérios são claros e objetivos, podendo distorcer os resultados, penalizando algunsprodutos e beneficiando outros e mascarando problemas, como ineficiências e desperdíciosprodutivos.

Page 25: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

CUSTEIO VARIÁVEL

Somente são apropriados como custos de fabricação e produção os custos variáveis, diretos e indiretos.

Os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo encerrados diretamente contra o

resultado do período.

Page 26: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

CUSTEIO VARIÁVEL• Engloba custos variáveis diretos e indiretos;

• Não necessita de critérios de rateios. Os custos fixos são considerados como despesa e não como custo do produto;

• Os resultados apresentados são influenciados pelo volume de vendas;

• Identifica a margem de contribuição unitária e global;

• Estabelece o custo parcial unitário do produto e serviço, uma vez que considera os custos variáveis;

• Indicado para decisões realizadas a curto prazo.

CARACTERÍSTICAS

Page 27: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

CUSTEIO VARIÁVEL

Desvantagens

O Custeio Variável tem como desvantagem o fato das informações não serem apropriadas paradecisões a longo prazo. Além disso, os resultados do custeio variável não são aceitos para apreparação de demonstrações contábeis de uso externo.

Page 28: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

DIFERENÇAS ENTRE O CUSTEIO POR ABSORÇÃO E CUSTEIO VARIÁVELCUSTEIO POR ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL

Todos os custos de fabricação são considerados como custo do produto e serviço. Apenas os custos variáveis são considerados.

O resultado varia em função da produção. O resultado varia somente em função das vendas e faturamento.

É necessário utilizar métodos de rateio, muitas vezes arbitrários, para atribuir os custos fixos aos produtos.

Não se utiliza métodos de rateio, os custos fixos são considerados como despesa e não como custo do produto.

É possível estabelecer o custo total unitário dos produtos.

Há um custo unitário parcial, pois considera somente os custos variáveis.

Não identifica a margem de contribuição. Identifica a margem de contribuição unitária e global.

Importante para decisões de longo prazo. Importante para decisões de curto prazo.

Fonte: Moura (2005)

Page 29: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

Considerações Finais• Fornecer informações sobre a rentabilidade e desempenho das atividades da organização pois possibilita

o controle, auxilia no planejamento e na tomada de decisões.

• Hospital é uma organização complexa, com todos os tipos de custos. Cabe aos gestores avaliar e

ponderar qual é a melhor metodologia de custos a ser adotada.

• Engloba diversas informações de todos os setores do Hospital e por isso precisa de um SI integrado e

envolvimento de todos os colaboradores.

• Fixos e Variáveis; Diretos e Indiretos.

• Custeio por Absorção e Custeio Variável.

Page 30: ALDA MARIA GRÜDTNER DE ALMEIDA

REFERÊNCIAS

• MOURA, H. da S. O CUSTEIO POR ABSORÇÃO E O CUSTEIO VARIÁVEL: QUAL SERIA O MELHOR MÉTODO A SER ADOTADO PELA EMPRESA? Sitientibus, Feira de Santana, n.32, p.129-142, jan./jun. 2005

• WK SISTEMAS EM CUSTOS. MÉTODOS DE CUSTEIO: POR ABSORÇÃO, VARIÁVEL, ABC E UEP. Publicado em 17 mai.2016. Disponível em: <http://blog.wk.com.br/metodos-de-custeio-por-absorcao-variavel-abc-e-uep/>. Acesso em: 18 nov. 2016.

• ZANLUCA, J. de S. CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/custo-fixo-variavel.htm>. Acesso em: 18 nov. 2016.

• SEGATTO; C. Meus sete meses no obscuro mundo das contas de hospital. Época, Globo. Publicado em: mai. 2014. Disponível em: <http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/cristiane-segatto/noticia/2014/05/meus-sete-meses-no-bobscuro-mundo-das-contas-de-hospitalb.html>. Acesso em: 18 nov. 2016.

• FRANCISCO, I. M. F; CASTILHO, V. A ENFERMAGEM E O GERENCIAMENTO DE CUSTOS. Rev Esc Enferm USP 2002; 36(3): 240-4. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v36n3/v36n3a04 >. Acesso em: 18 nov. 2016.

Obrigada!