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FATEC FRANCA
Revista EduFatec: educação, tecnologia e gestão
V.1 N.2 julho-dezembro/2018
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ABORDAGEM DE PLATAFORMA DE E-COMMERCE OPEN SOURCE
Alancart Amorim1
Antônio Fernando Traina2
Resumo Este artigo propõe ajudar empresas que desejam iniciar vendas na internet e auxiliar na escolha de uma plataforma de comércio eletrônico. Hoje, é uma realidade o crescimento nas vendas de produtos ou transações, por meio de ambientes virtuais, sejam serviços ou bem de consumo, sem a necessidade de contato físico entre fornecedor e consumidor. Empresas que planejam iniciar vendas pela internet saem em busca de soluções que façam a interação de seus produtos com os clientes, mas acabam se deparando com obstáculos desconhecidos sobre o que essas ferramentas, disponíveis no mercado, podem proporcionar, tais como plataformas licenciadas, de locação, Open Source e SaaS. Este trabalho serve de apoio e orientação para quem deseja iniciar neste mercado em potencial. Ao longo deste artigo foram utilizadas pesquisas bibliográficas, livros, artigos e revistas on-line, a fim de coletar dados e informações, com o objetivo de apresentar uma visão do que é o comércio eletrônico, as principais ferramentas utilizadas pelo mercado, apresentam também algumas características e passos para instalação da plataforma de E-commerce Open Source chamados Magento® em ambiente de desenvolvimento. Palavras-chave: Comércio Eletrônico. Magento. Plataformas Open Source. Abstract This article aims at helping companies that want to start sales through the internet and also helping them to choose the best e-commerce platform. Nowadays, the growth in sales of products or transactions, through virtual environments, is a reality, being them services or consumption goods, without the need of physical contact between supplier and consumer. Companies that are planning to start internet sales, seek out solutions that provide the interaction through their products and customers, but they eventually face unknown obstacles related to the available tools, such as licensed platforms, lease, Open Source and Saas. This paper is a support and guide for everyone who wants to start in this potential market. Throughout this article some bibliographical research, books, other articles and online journals, to collect data and information, were used, aiming at presenting a global view of what an e-commerce is and which tools are the main ones used by market today. It also shows some features of the Open Source E-commerce called Magento® in a development environment. Keywords: Electronic Commerce, Magento, Open Source Platforms. 1 Graduando em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela Fatec Dr Thomaz Novelino – Franca/SP. Endereço eletrônico: [email protected] 2 Docente Doutor em Física Computacional pela Fatec Dr Thomaz Novelino – Franca/SP. Endereço eletrônico: [email protected]
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1 Introdução
O comércio eletrônico no Brasil iniciou seus primeiros passos em 1995. Desde
então empresas estão olhando para fora de suas organizações ao elaborar suas
estratégias de negócio. Essas atividades incluem estabelecer conexões eletrônicas
privadas com clientes, caracterizam-se como comércio eletrônico ou e-commerce.
Este mecanismo de contato com o consumidor busca sempre aprimorar a eficiência
nas comunicações dos negócios e expandir sua participação no mercado, e para isso
saem em busca de novas ferramentas disponíveis que possam auxiliar na criação de
uma loja virtual, porém acabam se deparando com diversas possibilidades de
ferramentas e poucas informações sobre o assunto. Este artigo tem como objetivo
apontar ferramentas disponíveis no mercado, expor algumas de suas características
e finalidades, e também agregar uma visão das mais conhecidas plataformas Open
Source, que auxiliam na construção de uma loja virtual, e com base na busca por
estes termos na internet, apresentar passos de instalação em ambiente de
desenvolvimento a plataforma Magento, que auxilia tanto na personalização da loja,
quanto na inserção de produtos antes da publicação da loja em ambiente de produção.
2 Comércio Eletrônico
Ao abordar o tema, Cruz (2000) apresenta o comércio como uma das mais
antigas atividades humanas, responsável por aproximar e manter pessoas
associadas. Define o comércio como a troca de mercadorias ou serviços por moeda
ou outras mercadorias e serviços. Neste processo são negociadas desde peças
industriais, arte, consultoria, gado, alimento e promessas de dinheiro.
Relvas (2005) afirma que desde a descoberta do comércio, o homem teve a
ideia de globalização, quando realizava troca entre tribos a fim de obter o que lhe
faltava ou considerava conveniente, ofertando os frutos de suas habilidades. A
tecnologia trouxe a expansão propriamente dita da globalização, através de um meio
que atinge cada vez mais lugares distantes e populações longínquas.
Segundo Hortinha (2002), a internet foi criada, sobretudo, para fins acadêmicos
e militares. Porém, a partir de 1993, quando foi utilizada para fins comerciais, passou
a ser uma rede global interligada, privadas, de governo, entre empresas e outras
organizações. Define o comércio eletrônico como a realização de todas as cadeias de
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valor nos processos de negócios em ambiente eletrônico, através de aplicações
tecnológicas de comunicação e informação, atendendo a todos os objetivos de
negócio.
Stair e Relnolds (2011) definem que o comércio eletrônico é realizado nas
atividades comerciais que envolvam distribuição, compra, venda, marketing,
manutenção de produtos ou serviços através de uma rede de computadores com
intranet, extranets e redes corporativas. Os primeiros processos que as instituições
converteram para o comércio eletrônico foram os relacionados a compra e venda,
onde o comércio eletrônico tem inúmeras vertentes.
Já Turbam, Rainer e Potter (2007) descrevem o comércio eletrônico como
comprar, vender, transferir, trocar produto, serviço ou informação utilizando uma rede
de computadores e a internet. Também inclui o termo muito semelhante ao comércio
eletrônico, o e-business, que tem o conceito ampliado de servir ao consumidor,
colaboração entre parceiros comerciais e transações eletrônicas dentro de uma
mesma organização.
O conceito de comércio eletrônico não tem uma definição engessada já que
estará sempre em constante mudança e expansão para se adequar às novas
demandas do mercado e o surgimento de novos setores econômicos. O comércio
eletrônico ou e-commerce podem ser estabelecidos basicamente de três categorias
de relacionamento, conforme Quadro1.
Quadro 1 - Relacionamento no comércio eletrônico.
Fonte: Adaptação de Sebrae, Out. de 2018.
2.1 Crescimentos do comércio eletrônico
O comércio eletrônico é um dos setores com maior crescimento no mundo.
Segundo dados coletado pelo E-bit, o setor brasileiro faturou R$ 47,7 bilhões em 2017
e este número representa um crescimento nominal de 7,5% em relação a 2016,
conforme representado na Figura1.
Siglas Nome Original Relacionamento
B2B Business to Business De empresas para empresa.
B2C Business to Consumer Entre empresa e consumidor.
C2C Consumer to Consumer De consumidor para consumidor
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Figura 1 - Crescimento de vendas no e-commerce.
Fonte: Ebit, Webshoppers, ed.37, 2018.
Além do crescimento no faturamento, observa-se também o aumento no
número de consumidores eletrônicos ou e-consumidores no mercado. Em 2013 o
número mundial foi cerca de 31,27 milhões de pessoas que efetuaram compras
através da internet, já em 2017 o número saltou para 55,15 milhões, apresentando um
crescimento de 62%, conforme apresentado na figura-2.
Figura 2 - Evolução dos consumidores no e-commerce.
Fonte: Ebit, Webshoppers, ed.37, 2018.
Para quem planeja fazer parte desse mercado, existem ferramentas
especializadas que ajudam no desenvolvimento de uma loja virtual. Essas plataformas
contam com modelos de comércio eletrônico que normalmente atendem a todo tipo
de loja virtual, seja para venda de produtos ou serviços.
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2.2 Tipos de comércio eletrônico
Um dos primeiros passos na tomada de decisão ao abrir um e-commerce é
identificar qual plataforma será utilizada, bem como definir qual será o sistema
responsável pelo gerenciamento da loja. Esta tomada de decisão inicial não é uma
tarefa fácil, já que existem inúmeras possibilidades no mercado. Para representar
melhor esta situação, o Quadro2 apresenta alguns dos tipos de plataformas mais
utilizadas, com: nomenclaturas, características e algumas das principais ferramentas
disponíveis.
Quadro 2 - Nomenclatura, características e ferramentas de e-commerce.
Nomenclatura Característica Ferramentas
SaaS
(Software como um Serviço)
Desenvolvida por terceiros, disponibilizada mediante valores de aquisição e mensalidade, calculada normalmente como porcentagem sobre o faturamento. Neste tipo de plataforma a implantação é rápida, mas baixo poder de personalização.
- NuvemShop. - Tray commerce. - UOLHost. - Mercado Livre.
Licenciada
Consiste na aquisição de uma licença para utilização do código de terceiro. A licença é estabelecida através de acordo entre as partes
- SAP Hubris. - Oracle.
Proprietária
Código fechado, desenvolvido por demanda para a empresa, com alto custo de implantação, manutenção e com implantação lenta, necessita de técnicos especializados e com grande prazo para a conclusão.
-Conforme demanda.
Open Source (Software Livre)
O código fonte é disponibilizado para download gratuito, livre para utilização de modificação e requer conhecimento especializado ou contratação de um técnico para instalação e customização.
- Magento. - OpenCart. - PrestaShop. - WooCommerce. - OsCommerce.
Fonte: Adaptação de ECOMMERCEBRASIL, Julho de 2018.
Este artigo não tem a intenção de abordar todos os tipos de plataformas
existentes no mercado, mas sim ampliar o conhecimento das ferramentas livres para
utilização e modificação. Onde serão apresentadas plataformas Open Source, que
tem distribuição no formato de ‘software livre’, que possibilita aquisição gratuita do
código fonte, liberdade de utilização e personalização, conforme as necessidades de
uma loja virtual.
3 Plataformas Open Source
Segundo os conceitos de Open Source, um software só é livre se existe
liberdade de ser executado, estudado e modificado ou adaptado, conforme a
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necessidade. O acesso ao código-fonte é um pré-requisito, juntamente com a
liberdade de distribuir cópias de suas versões, dando oportunidade para toda a
comunidade de se beneficiar com suas mudanças (Gnu, 2018).
Plataformas de comércio eletrônico Open Source são ferramentas de código
fonte aberto para criação e administração de lojas virtuais. Esses sistemas são criados
e constantemente aperfeiçoados pela comunidade de programadores engajados no
projeto. O código fonte é disponibilizado gratuitamente para download e pode ser
modificado conforme a necessidade da loja virtual. Os códigos de programação
geralmente são desenvolvidos em PHP, em conjunto com outras linguagens de
programação. O código base geralmente disponibiliza apenas um gerenciador, que
controla as operações e todas as demais necessidades são atendidas por meio de
módulos ou plug-ins, que são instalados à parte na plataforma.
O Google disponibiliza uma ferramenta chamada Google Trends, que tem por
objetivo analisar o índice de buscas efetuadas na internet sobre um determinado
assunto, com temporização determinada. Nesta pesquisa foram temporizados os
últimos cinco anos, de cinco termos de pesquisa, onde foram inseridos as principais
plataformas Open Source disponíveis no mercado, como: Opencart, OsCommerce,
Magento, Prestashop, WooCommerce, representado na Figura3.
Figura 3 – Índice de cinco plataformas open source utilizando Google Trends.
Fonte: GOOGLE TRENDS, 21/09/2018.
Dentre as ferramentas Open Source disponíveis no mercado e com base na
maior média obtida através do Google Trends, supõe-se que o mercado requer
maiores informações de uma das plataformas e para suprir esta demanda serão
apresentados características e um tutorial sintético de instalação em ambiente de
desenvolvimentos da plataforma Magento.
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3.1 Magento
Avaliando as principais ferramentas Open Source disponíveis no mercado, a
plataforma Magento apresenta características que trazem liberdade de
personalização, aplicados a boas práticas de personalização e documentação, e
respeitando as hierarquias das configurações. A plataforma permite a criação de uma
loja escalável, preparada para crescimentos exponenciais, com liberdade de
ampliação e migração entre desenvolvedores ou empresa responsável pela
personalização da loja virtual.
Ao abordar o Magento, Gugliotti (2013) afirma que a plataforma nasceu no
modelo Open Source, e sua primeira versão foi construída com suporte direto de uma
comunidade nascente, que atendeu ao apelo da Varien, uma empresa de tecnologia
da Califórnia nos Estados Unidos, conduzida por Roy Rubin e Yoav Kurtner. Assim
como a Varien, muitas outras empresas de internet vinham tendo problemas ao
atender seus clientes de lojas virtuais. Com isso identificou a necessidade de criar
uma nova plataforma, preparada para suportar lojas virtuais de qualidade e aptas às
constantes mudanças e evoluções tecnológicas. Em 2007 o blog Magento foi lançado,
onde a Varien questionava desenvolvedores web sobre quais seriam as
características mais importantes que uma loja virtual deveria apresentar, e quais os
melhores caminhos para implantar essas funções. Uma equipe da empresa
centralizou o desenvolvimento do código e a comunidade auxiliou com ideias e
sugestões, trabalhando em módulos que pudessem ser agregados ao código original.
Entre produzir todo o código do zero ou adaptar alguma plataforma de e-commerce
existente, a equipe de desenvolvimento seguiu o caminho intermediário, reciclando
códigos do Zend Framework, uma plataforma limitada existente na época em PHP,
onde foram recicladas bibliotecas e funções nela disponíveis que auxiliaram na
construção de um novo framework, tornando mais rápido o desenvolvimento de uma
nova plataforma.
O Zend é um ambiente de desenvolvimento em PHP, distribuída pela empresa de mesmo nome, que reunia diversas bibliotecas já prontas, encurtando o tempo de trabalho ao permitir que os desenvolvedores pudessem pegar essas peças prontas e organizá-las na forma de desejada (GUGLIOTTI, 2013, p.21).
Em março de 2008, foi lançada a primeira versão estável da Magento
Community Edition, em sua versão 1.0(GUGLIOTTI, 2014, p.18).
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Em 2010 com o crescimento da plataforma, o Ebay, site de leilões e venda de
artigos entre pessoas físicas, comprou 50% da Varien por meio da PayPal e no ano
seguinte, concluiu a aquisição total da plataforma. A intenção era oferecer um
ambiente onde o consumidor pudesse fazer compras e pagar através do Paypal.
Desde então o método de pagamento foi incorporado e vem instalado por padrão, mas
isso não impede que outras formas de pagamento sejam instaladas e utilizadas
(GUGLIOTTI, 2015, p18).
Em 2018, a Adobe Company anunciou a compra total da plataforma Magento
por 1,68 bilhões de dólares. Considerado a maior negociação da companhia na última
década (EcommerceNews, 2018).
No momento em que este artigo foi elaborado, o Magento Community
encontrava-se na versão 2.2.6, lançada em Setembro/2018.
A plataforma Magento conta com vários projetos que alcançaram sucesso, mas
um em potencial obteve grande destaque no Brasil, a loja virtual www.saraiva.com.br.
A arquitetura da plataforma Magento utiliza o modelo com o acrônimo MVC
(Model, View, Controller), indicando que o software foi construído em três camadas
distintas, separando funções e responsabilidades, permitindo maior flexibilidade para
controlar os diversos elementos que compõe as páginas da loja virtual. A Figura3 e o
Quadro3 descrevem este modelo e seus conceitos.
Figura 4 - Modelo MVC
Fonte: Adaptação de GUGLIOTTI, 2014, p 32.
Quadro3 - Conceito do Modelo MVC
Siglas Objetivo
Modelo
Constitui-se de toda a parte de dados, o recheio em si,
independente da forma como esses dados serão apresentados. O Modelo fica
entre a página que depende diretamente da requisição e as variáveis passadas
pelo navegador.
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Controlador
É o motor de um site, responsável pela maior parte das tarefas, recebe a solicitação do usuário com suas variáveis, interpreta a requisição, processa os dados e com base nas instruções prevista no programa, busca o conteúdo no banco de dados e ao receber os arquivos necessários, junta tudo e entrega uma página pronta para a leitura ao usuário.
Visual
Responsável por controlar a exibição das páginas. Nesta parte
estão os arquivos HTML, as folhas de estilo CSS e os comportamentos
Javascript que apresentam o site ao visitante. Ele é quem define a aparência
que o visitante verá quando navega no site, reunindo e organizando o conteúdo
das páginas e apresentando ao visitante conforme design construído. Este
formato também permite que a loja seja mono ou múltiplas lojas em uma mesma
instalação.
Fonte: Adaptação de GUGLIOTTI, 2014, p 41- 43.
3.2 Módulos Magento
O conceito de módulo pode ser comparado a um velho jogo infantil, o Lego.
Com peças de uma caixa de lego é possível montar diferentes formatos, e ao comprar
mais uma caixa de Lego com outros formatos e propósitos, terá inúmeras outras
possíveis montagens diferentes.
Quando se faz o download da aplicação Magento, adquire-se o core, que é um
conjunto básico de módulos ainda que relativamente completo e independe de
construção de novos módulos adicionais que estenderam as funções originais. Dentro
deste conjunto mínimo de módulos encontra-se o próprio Magento com seus módulos
básicos; backend, frontend, com catálogo de produtos, mecanismos de buscas,
gestão e configuração de pedidos, produtos e clientes. O Magento e seu core não são
completos e nem pretendem ser. A ideia inicial é proporcionar liberdade no
desenvolvimento de módulos adicionais que se adaptem às aplicações nativas da
ferramenta, conforme a necessidade de cada loja.
O Quadro4 apresenta algumas das funções e módulos que são obtidos de
forma nativa ao fazer o download e a instalação da aplicação, porém outros módulos
e temas podem ser adquiridos de forma gratuita ou pagos através do Marketplace
Magento, disponível em: https://marketplace.magento.com.
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Quadro4 - Aplicações e módulos nativos Magento.
Fonte: Adaptação de GUGLIOTTI, 2015, p. 174 - 185.
3.3 Temas Magento
Os temas no Magento trazem elementos de hierarquia em sua construção que
auxiliam no desenvolvimento de novos temas e reduzem fatores de risco em potencial,
caso as boas práticas sejam ignoradas.
Quando instalado pela primeira vez, o que verá na frente de loja é o chamado
tema Base/Default; o tema padrão do Magento. Sua função não é ser o tema corrente
da loja, mas sim base para outros temas.
Os temas no Magento tem o conceito de pacotes de design e hierarquia, que
são construídos em cascata, ou seja, caso aconteça algum problema no carregamento
do tema personalizado, ele busca informação no tema padrão da loja. Ao montar o
tema, seja ele o tema base de versão ou sazonal, o motor do Magento faz uma busca
sucessiva pelos arquivos, em três níveis diferentes, o último a ser consultado é o nível
Base/Default, conforme Figura5.
Tipos Características
Funções Nativas
Gestão de Produtos
Gerenciador de Categoria
Gerenciador de Produto
Gerenciador de Estoque
Gestão de Clientes
Gerenciador de Clientes e
Grupos de Clientes
Gerenciador de Endereço
Gestão de Pedidos
Gerenciador de estados de
Pedidos
Gerenciador de status de
Pedidos
Módulos Nativos
Google Analytics Ferramentas que monitoram o tráfego da loja
Google Webmaster Tools
Coleção de ferramentas Google que gerencia como ele vê sua loja e como os clientes estão chegando até a loja
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Figura 5 - Hierarquia de temas.
Fonte: Adaptação de GUGLIOTTI, 2013.
A plataforma e seus níveis de temas garantem que os processos sejam
executados de maneira correta, o que protege a integridade das informações. Ainda
que o desempenho do software sofra uma degradação com múltiplos arquivos, ele se
mantém estável, garantindo e apresentando a frente e fundo de loja de modo
Base/Default.
O frontend é à frente de loja. São telas que constituem a loja virtual, com vitrine,
carrinho e área do cliente. São todas as páginas da loja onde o cliente vai navegar
para encontrar os produtos e concluir a compra.
Já o backend é o fundo de loja, é aqui que estão as configurações do sistema,
a gestão dos pedidos, o cadastro de clientes e onde são incluídos e editados os
produtos. É nesta tela que a loja acontece. É onde o administrador investe o maior
tempo.
4 Instalação em ambiente de desenvolvimento
A seguir, serão apresentados os passos para realizar a instalação da
plataforma Magento em ambiente de desenvolvimento.
4.1 Instalação Xampp
Para instalar a plataforma Magento em ambiente de desenvolvimento, é
necessário ter um servidor Web, com linguagem de programação PHP e banco de
dados MYSQL instalado.
Neste projeto, optou-se por utilizar a ferramenta Xampp, que simula a
aplicação de servidor Web em ambiente local com Apache, PHP e banco de dados
MySQL .
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O Xampp está disponível em: https://www.apachefriends.org. Nesse site tem
uma guia “Baixar”, basta selecionar a versão do instalador de acordo com o sistema
operacional que será utilizado.
Após o download inicie a instalação permitindo que seja executada de forma
padrão, com suas dependências e dados.
Instalado o Xampp em modo padrão, uma pasta com o nome da aplicação é
criada no diretório raiz do sistema operacional, com subpastas em seu interior, uma
com nome de ‘htdocs’, esta é o diretório padrão do Xampp. Crie dentro desta pasta
uma subpasta, com o nome do projeto. Esta será ponto de partida para a instalação e
personalização da plataforma Magento. Neste exemplo, foi criado uma pasta
nomeada de "MeuSiteMagento", no endereço local:
“C:\xampp\htdocs\MeuSiteMagento”, conforme apresenta a Figura6.
Figura 6 - Diretório Xampp
Fonte: Dados da Pesquisa.
Na sequência, abra o painel de controle Xammp. Por padrão todos os serviços
estão desativados. Ative os serviços Apache e MySQL e em seguida dê start nos
serviços, conforme apresenta a Figura7.
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Figura 7 - Tela Xampp com serviços ativos.
Fonte: Dados da Pesquisa.
4.2 Instalação Magento
A aplicação Magento está disponível para download no site
https://magento.com/tech-resources/download. A última versão disponibilizada do
Magento é a 2.2.6, mas para este projeto, por compatibilidade de servidor web em
ambiente local, optou-se por baixar e utilizar a versão 2.1.15, com amostra de produtos
no formato de compactação zip, disponível em setembro/2018, conforme Figura8.
Figura 8 - Baixando Magento versão 2.1.15.
Fonte: Dados da Pesquisa.
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Com a aplicação baixada, descompacte os arquivos e insira os arquivos na
pasta que foi criada anteriormente, no diretório padrão do Xammp, localizada em
“C:\xampp\htdocs\MeuSiteMagento”.
Antes de iniciar a instalação da plataforma, crie um banco de dados, por meio
do sistema gerenciador de banco de dados phpMyAdmin, que pode ser acessado pelo
endereço http://localhost:8080/phpmyadmin/. Com a página aberta, crie um banco de
dados no formato padrão para se utilizar futuramente na instalação da plataforma.
Neste projeto, o banco foi nomeado de “bdmeusitemagento”, com usuário: root e
senha: em branco. A Figura9 auxilia de forma sequencial, destacada e numérica a
criação do banco de dados: 1- clique em “Base de Dados”, 2- Insira o nome do banco
“bdmeusitemagento”, 3- Clicar no botão “Criar”.
Figura 9 - Tela de criação de bando de dados, phpMyAdmin .
Fonte: Dados da Pesquisa.
Para acessar a tela inicial de instalação, basta abrir o navegador de sua
preferência e acessar o endereço: “http://localhost:8080/meusitemagento” conforme
apresentado na Figura10.
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Figura 10 - Tela de Instalação 1/8, inicial.
Fonte: Dados da Pesquisa.
Na tela inicial de configuração, clique sobre “Agree and Setup Magento” para
aceitar os termos e condições da plataforma Magento. Em seguida, tem-se a opção
de “check”, que tem o propósito de verificar se o servidor tem o ambiente mínimo para
a versão escolhida. Este procedimento é opcional, mas recomendado. A Figura11
apresenta a tela concluída da checagem, e na sequência clique em “next” para
prosseguir com a instalação.
Figura 11- Tela de Instalação 2/8, check, Magento.
Fonte: Dados da Pesquisa.
A Figura12 apresenta a tela de configuração do ambiente local, onde se vincula
o banco de dados criado anteriormente na Figura9. Utilize o banco de dados criado
no campo “Database Name”: “bdmeusitemagento”, juntamente com as configurações
padrão do banco, “Database Server Username”: root e “Database Server Password:”
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senha em branco. Mudanças nos demais campos não se aplicam a este projeto. Na
sequência clique em “next” para prosseguir com a instalação.
Figura 12 - Tela de Instalação 3/8, vinculando banco de dados MySQL, Magento.
Fonte: Dados da Pesquisa.
Após estes passos, será apresentada a configuração da página administrativa, que
ficará disponível através do endereço: http://localhost:8080/meusitemagento/admin,
conforme apresenta a Figura13. Defina a configuração da página administrativa,
clique em “Next”.
Figura 13 - Tela de Instalação 4/8, Endereço Administrativo, Magento.
Fonte: Dados da Pesquisa.
Na página seguinte, se define o fuso horário, a moeda corrente e a língua
padrão da loja. O campo “Store Default Time Zone” é o fuso horário padrão da loja,
neste projeto, “Brasília Standard Time (America/Sao Paulo)”. No campo “Store Default
Currency”, se configura a moeda corrente ou correção monetária que a loja, neste
projeto “Brazilian Real (BRL)”. Já o “Store Dafault Language” trata-se da língua padrão
da loja, neste projeto “Portuguese (Brazil)”, conforme Figura14.
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Figura 14 - Tela de Instalação 5/8, Fuso, Moeda, linguagem padrão, Magento.
Fonte: Dados da Pesquisa.
A tela seguinte tem o objetivo de criar o perfil de acesso administrativo da loja.
No campo “New Username” deve-se incluir o nome do usuário, no “New Email” insere-
se o e-mail, no campo “New Password”, cria-se uma senha e confirma a senha no
campo “Confirm Password”, conforme Figura15. Preenchido os campos, click em
“Next”.
Figura 15- Tela de Instalação 6/8, Configuração do usuário administrativo, Magento.
Fonte: Dados da Pesquisa.
Na tela seguinte, à aplicação informa que todos os requisitos necessários para
iniciar a instalação foram preenchidos, e a aplicação está pronta para iniciar, conforme
figura16, clique em “Install Now” para iniciar a instalação.
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Figura 16- Tela de Instalação 7/8, Magento.
Fonte: Dados da Pesquisa.
Com a instalação finalizada a tela apresentara “Sucess” ou sucesso na
instalação, conforme apresenta a Figura17. Com apontamento de endereço de
frontend e backend da loja em ambiente de desenvolvimento.
Figura 17- Tela de Instalação 8/8, conclusão, Magento.
Fonte: Dados da Pesquisa.
Para acessar o painel administrativo, abra o navegador de sua preferência e
acesse “http://localhost:8080/meusitemagento/admin”, insira o login e a senha
definido na Figura15 para acessar a página backend da plataforma, conforme
Figura18.
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Figura 18- Tela de Instalação 8/8, conclusão, Magento.
Fonte: Dados da Pesquisa.
A instalação da plataforma foi concluída em seu formato padrão de
desenvolvimento e está apta a personalização e inserção de produtos conforme a
necessidade da loja.
5 Conclusão
Este trabalho de conclusão teve foco auxiliar quem deseja iniciar vendas
através de comércio eletrônico, apresentar os tipos plataformas existentes no
mercado, e busca de ferramentas que auxiliam na construção de uma loja virtual,
juntamente com suas características. Aponta algumas das plataformas Open Source
que auxiliam e aceleram o desenvolvimento de um e-commerce. Juntamente com um
tutorial sintético de obtenção da ferramenta Magento e os passos para a instalação
da plataforma em ambiente de desenvolvimento. O ambiente de desenvolvimento, não
tem a finalidade exclusiva de personalização visual da loja, mas é utilizado para
organizar e carregar a loja com produtos ou serviços que serão comercializados antes
de sua publicação em ambiente de produção.
Considerações finais
Ao longo da pesquisa foram identificados o conceito de comércios eletrônico,
tipos e plataformas existentes no mercado, entre estas as Open Source que
aceleração e reduzem os custos de desenvolvimento de uma loja virtual.
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Dentre as várias possibilidades de ferramentas disponíveis no mercado, a
plataforma Magento foi a que apresenta maior média de interesse nas buscas e
pesquisa através da internet, conforme apresenta o Google Trends. Com base nestes
dados, identifiquei a necessidade de compartilhar os conhecimentos adquiridos sobre
a ferramenta Magento, que auxilia no desenvolvimento e contempla planos de
contingência em caso de falhas em módulos personalizados.
A expectativa de crescimento das plataformas Open Source é alta, e dentre
elas a Magento se destaca, visto que, recentemente foram investidos mais de 1,5
bilhões de dólares em sua aquisição.
Acredito que o conhecimento sobre esta e outras plataformas Open Source,
sejam tema de outras pesquisas, com a finalidade de difundir e facilitar o acesso a
mais lojas virtuais de qualidade no mercado, a fim de aperfeiçoar os processos
operacionais que envolvam e contemplam o crescimento do comércio eletrônico.
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado saúde e perseveranças para
nunca desistir de meus objetivos.
À Fatec Dr. Thomaz Novelino e ao seu corpo docente, direção e administração
que oportunizaram a visão de novos horizontes.
Ao professor Dr. Antônio Fernando Traina pela paciência nas orientações e
incentivos, que tornaram possível a conclusão deste artigo.
Aos meus familiares e amigo que sempre me apoiaram, e em especial Rodrigo
Batista de Oliveira, pessoa com quem amo partilhar minha vida.
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FATEC FRANCA
Revista EduFatec: educação, tecnologia e gestão
V.1 N.2 julho-dezembro/2018
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