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Alan Richard Alves Verhine FACOM NOTÍCIAS A liberdade no ar Projeto do trabalho de conclusão do Curso de Comunicação com habilitação em Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Orientador: Professor Maurício Nogueira Tavares Salvador Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com). Please register to remove this message.

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Alan Richard Alves Verhine FACOM NOTÍCIAS A liberdade no ar Projeto do trabalho de conclusão do Curso de Comunicação com habilitação em Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Orientador: Professor Maurício Nogueira Tavares Salvador

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Julho de 2005 Sumário 1. APRESENTAÇÃO--------------------------------------------------------- pg. 04 2. A RÁDIO FACOM 2.1. Rádio Universitária, Livre ou Comunitária? ---------------------------- pg. 05 2.2. Uma Rádio sem Radiojornalismo----------------------------------------- pg. 08 3. O FACOM NOTÍCIAS ---------------------------------------------------- pg. 09 3.1. Os Filtros---------------------------------------------------------------------- pg. 10 3.2. A Importância de um modelo------------------------------------------- pg. 12 3.3. O Programa------------------------------------------------------------------ pg. 13 4. OBJETIVOS 4.1. Geral--------------------------------------------------------------------------- pg. 14 4.2. Específicos-------------------------------------------------------------------- pg. 14 5. FAZENDO O PROGRAMA 5.1. Imagens Mentais e Formato------------------------------------------ pg. 15 5.2. Formato do Facom Notícias------------------------------------------ pg. 17 5.2.1. Redação----------------------------------------------------------------- pg. 20 5.2.2. Linguagem-------------------------------------------------------------- pg. 22 5.3. Parte Técnica------------------------------------------------------------- pg. 23 6. CONCLUSÃO -------------------------------------------------------------- pg. 26 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS---------------------------------- pg. 28

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ANEXO 1------------------------------------------------------------------------- pg. 31 ANEXO 2------------------------------------------------------------------------- pg. 35

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Este trabalho é dedicado ao mestre Vicente Sarno (1951-2005), que me ensinou, na prática, as virtudes e as vicissitudes do radiojornalismo.

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1. Apresentação A Radio Facom começou a transmitir sua programação pelo campus de Ondina da Ufba no dia 27/09/2002. O transmissor havia sido trazido da Associação dos Professores Universitários da Bahia (APUB) pelo professor na época das disciplinas de Radiojornalismo I e Radiojornalismo II da Faculdade e Comunicação (Facom), José Pacheco Maia Filho. A emissora já funcionava nos sistemas de alto-falantes da Facom, que haviam sido comprados um ano antes, pelos alunos de Fernando Conceição, professor das disciplinas de radio na época. Logo, os alunos da faculdade que se interessavam por radio, trataram de elaborar a grade de programação para a Radio Facom e os estudantes ficaram realmente responsáveis por gerir a emissora, propondo ou aceitando projetos de programas, realizando reuniões semanais, criando vinhetas, logomarca e cuidando da parte técnica. Minha paixão pelo áudio vem da infância. Desde pequeno, a diversão era gravar teclado ou violão em fitas K7 e no computador, sempre com a preocupação sobre as partes musical e técnica do registro. Quando a Rádio Facom passou a ser transmitida no sistema de alto-falantes da Facom e posteriormente para o campus de Ondina da Ufba e adjacências através da FM, enxerguei uma forma de conciliar o gosto pelo áudio com a vontade de aprender mais sobre o jornalismo, curso universitário que havia escolhido. No primeiro semestre de 2002, cursei a disciplina de radiojornalismo I e produzi as primeiras vinhetas da emissora universitária: vinhetas de hora certa e assinatura da rádio, além das vinhetas dos programas que eram apresentados na época. Neste mesmo período, apresentei o programa “Bla-Bla-Bla – Bate-Papo e Música” juntamente com o colega de curso, Lucas Pinto Sande. Mas foi depois do estágio de um ano em uma emissora profissional, que me aprofundei nas técnicas do radiojornalismo. No setor de jornalismo da Radio Educadora da Bahia, emissora do governo do estado que transmite na 107,5 FM, produzi notas jornalísticas, fiz transmissões ao vivo, reportagens, boletins de trânsito e comentários esportivos. Aprendi como funciona o “Jornal da Educadora”, que vai ao ar de segunda a sexta às 18h40min. São esses aprendizados na rádio profissional que procuro levar para a Rádio Facom, emissora que precisa de um programa jornalístico para noticiar os fatos de uma universidade forte e carente ao mesmo tempo.

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2. A Rádio Facom 2.1 Rádio Universitária, Livre ou Comunitária? A Rádio Facom transmite pelos alto-falantes da Faculdade de Comunicação da Ufba e na frequência 89,3 FM. O estúdio de transmissão fica no segundo andar da Faculdade de Comunicação da Ufba, no campus de Ondina, que abriga os cursos de jornalismo e produção cultural. No mesmo local, fica o transmissor, de potência equivalente a 50 kW, e a antena, instalada no teto da escola. A programação é transmitida pelo sistema de alto-falantes da faculdade durante o intervalo das aulas (9 horas da manhã) e no fim delas (11 horas da manhã), além da própria transmissão em FM que atinge somente lugares próximos à Facom. Apesar de não existirem dados oficiais sobre o alcance da emissora, é sabido, através de depoimentos dos próprios alunos e de ouvintes que telefonam para a rádio, que é possível captar o sinal da Rádio Facom em alguns locais dos bairros da Garibaldi e Engenho Velho da Federação, além do próprio campus de Ondina. Quando transmitida nas dependências da Faculdade de Comunicação, a Rádio Facom pode ser considerada rádio universitária desde que se leve em consideração que a programação foi criada e é produzida pelos próprios estudantes da Universidade (a participação estudantil) e que a emissora não tem interesses comerciais (DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO – UFRGS 1981:65). Além disso, é reconhecida pela direção da escola e a participação dos alunos na radio conta como horas de extensão. A 89,3 FM possui características de rádio livre, já que não tem fins lucrativos e também não existe nenhum tipo de censura das informações[1] que são passadas, segundo conceito de Ortriwano (1985) e Machado et al. (1986). Os alunos dentro do estúdio são responsáveis pelos programas que apresentam, sem regulação. No entanto, desde 1976 com a criação da Radio Alice, na Itália, considerada a mais importante dentro do movimento de rádios livres, que este tipo de emissora se caracteriza pela intensa interação dos ouvintes: eles podem entrar no ar sem os filtros das rádios comerciais, cuja finalidade é atender a interesses de políticos e/ou patrocinadores: Foi contra essas formas autoritárias de controle que se insurgiram, na Europa dos anos 70, as rádios livres democráticas. [...] ele [o movimento das rádios livres] visa substituir um modelo de mídia monológico, one way e altamente centralizado na máquina burocrática do governo ou nos departamentos publicitários das grandes empresas por um sistema de comunicação dialógico, two way, capaz de eliminar a distinção autoritária entre emissor e receptor [...] (MACHADO et al. 1986:29).

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Ora, é comum ver alunos e não-alunos da Universidade Federal da Bahia entrar no estúdio a qualquer hora, sem produção prévia, para participarem dos programas, darem um recado, expor uma idéia. Não existe um centro regulador, um supervisor, alguém que possa censurar o que vai ao ar. A interação com o ouvinte, no entanto, não é efetiva, porque falta à Radio Facom uma publicidade maior e um sinal com mais qualidade: muitos estudantes da Ufba nem sabem que a 89,3 FM existe. Neste caso, chamar a emissora de uma rádio livre seria, no mínimo, uma denominação forçosa. A própria idéia de rádio livre é, muitas vezes, uma forma de proteger as estações que funcionam sem a concessão do Ministério das Comunicações e por isso são consideradas “piratas” (ilegais) pelo Governo Federal (MOREIRA, 1991:63). Apesar de se enquadrar em alguns incisos da lei número 9.612. de 19 de Fevereiro de 1998 das rádios comunitárias (MOREIRA, 2002: p. 126), a Radio Facom não pode ser considerada uma emissora comunitária. A cobertura é restrita, como pede a lei, mas atualmente o transmissor opera em 50 wats, enquanto a legislação exige 25 wats de potência. A emissora também deixa de atender uma série de outras exigências da lei, como prestar serviços de utilidade pública, integrando-se aos serviços de defesa civil sempre que necessário ou promoção das atividades artísticas e jornalísticas na comunidade e da integração dos membros da comunidade atendida. Portanto, neste trabalho, a Radio Facom será considerada apenas uma rádio universitária. Com isso, a transmissão em FM não será levada em conta. 2.2 Uma rádio sem radiojornalismo O jornalismo feito para o rádio é, juntamente com a música, um dos componentes fundamentais das programações das emissoras em todo o mundo. Os programas noticiosos (sejam os jornais ou simplesmente boletins que são lidos de hora em hora) são um elemento-chave no relacionamento das emissoras de rádio com o seu público (CHANTLER;HARRIS, 1998: 9). O radiojornalismo também é considerado um dos trunfos do rádio na busca do espaço que teria sido perdido para a televisão, se baseando principalmente na cobertura de fatos esportivos e num fator principal: a prestação de serviços (PORCHAT, 1993: p. 53). No entanto, a Rádio Facom não tem nenhum programa jornalístico na sua grade, nem durante as aulas da oficina de radiojornalismo I (terças-feiras, quintas-feiras, das 7 às 11 da manhã), nem quando os estudantes apresentam os programas que valem horas de extensão. O professor Jonicael Cedraz, que ensina na oficina citada, explica porque não existe um noticiário no horário da disciplina: “Atualmente, existem dois programas com notícias segmentadas durante o período da disciplina: um sobre esportes e outro sobre meio-ambiente. Mas ambos não são apresentados com regularidade e não existe um jornal com informações gerais e que produza as pautas na rádio da Universidade. Tínhamos um noticiário deste tipo entre

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1998 e 2000, quando a programação era disponibilizada via internet. Mas a partir de 2000, quando foi feita a reformulação curricular na Faculdade de Comunicação da Ufba e a oficina de radiojornalismo passou a ter a duração de apenas um semestre, o radiojornalismo na Facom foi prejudicado. Antes, o período da disciplina era de um ano, tempo necessário para que o aluno tivesse seis meses de teoria e seis meses de prática radiojornalística.” (Entrevistado 1,). [2] 3. O Facom Notícias Justamente por causa da inexistência de um programa jornalístico na Radio Facom, torna-se imprescindível a criação de um noticiário para a emissora. Afinal, a notícia é a matéria-prima mais rica para cumprir a função principal do meio: informar (ORTRIWANO, 1985:86). E apesar da maior atenção dada a outros media, principalmente aqueles capazes de mostrar imagens, como o jornalismo impresso, a TV, e mais recentemente, a Internet, a importância da informação no rádio só tem crescido a partir da década de 90 (MEDITSCH, 2001:28). Cresceu nos anos 90 aproveitando uma tendência que já tinha sido incorporada ao radiojornalismo desde os anos 60 - a prestação de serviços: Além da notícia jornalística, o rádio informativo de então é impulsionado também pelo maior espaço dado à prestação de serviços e à utilidade pública. São aspectos informativos que acabam aparecendo na notícia e influenciando seu modo de produção e suas fontes de captação, já que servem mais ao local [...] (ZUCULOTO, 2004:38). O aspecto local, citado acima, também é uma das principais características do radiojornalismo brasileiro atual. A proximidade com o ouvinte, que tem maior possibilidade de ter as queixas ou elogios sobre a localidade onde ele está passar pelos filtros da emissora (ver item 3.1), tornam o rádio um meio de informações imediatas que dispensa mais atenção ao noticiário local do que a TV, por exemplo (ORTRIWANO, 1985:88). No caso de emissoras que transmitem para um lugar específico, como é a Radio Facom, o aspecto local passa a ter um peso ainda maior, até porque o “local” aqui compreende apenas uma unidade de ensino. O jornalismo em uma rádio local não só reforça o aspecto da proximidade daquela emissora, como também a distingue de outras emissoras com um sinal mais abrangente (CHANTLER;HARRIS, 1998:21). Da mesma forma, a prestação de serviços também reforça a identificação do público com a emissora. Não só a prestação de serviços com ênfase em informações utilidade pública, mas também fazer reportagens, escrever notas ou redigir matérias que

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pretendam melhorar as condições de vida e/ou trabalho daquela comunidade que capta o sinal da rádio. De acordo com Porchat (1993), esta é a verdadeira meta do jornalista. 3.1 Os filtros Como já citado no item 2.1, a Radio Facom não têm censores, gatekeepers[3] ou qualquer mecanismo que impeça a veiculação de qualquer informação durante transmissão. No entanto, existe um conselho formado por estudantes que aprova os programas que vão ao ar. O interessado em produzir um programa na Radio Facom, deve entregar a este conselho um projeto com detalhes sobre o conteúdo do programa. Porém, uma vez que a entrada do aluno é permitida no estúdio da emissora, teoricamente qualquer coisa pode ser dita, já que não existe uma política de supervisão do que é transmitido. A regulação do conteúdo da Radio Facom é feita pelos próprios apresentadores. No caso do Facom Notícias ou de um noticiário produzido durante as disciplinas de radiojornalismo, a regulação deve ser feita pelo gatekeeper legítimo, aquele que está em todos os meios noticiosos: o editor. Mais especificamente pelo professor, o responsável pela oficina de radiojornalismo. Para conseguir ter uma notícia sobre a Ufba veiculada nos meios de comunicação, é normal que aconteça a negociação entre a assessoria de comunicação da Ufba (Ascom) e os órgãos de imprensa. A assessoria força a circulação de notícias de interesse institucional: ações para o bem-comum promovidas pelo reitorado, projetos inovadores de alunos e professores da Ufba, soluções encontradas pelas direções das faculdades para sanar problemas internos, são alguns temas que satisfazem a Ascom da Universidade quando entram na agenda dos jornais. E para passar pelos filtros dos meios de comunicação, a Ascom necessita transformar estes temas em fatos-notícias (ECO, 1983 apud GOMES, 2004), também chamados de pseudo-eventos (BOORSTIN, 1982 apud GOMIS 1996): É preciso conhecer os critérios de noticiabilidade praticados pela imprensa e organizar os eventos da realidade de tal modo que se tornem irresistíveis aos agentes do sistema informativo, que, em geral, funcionam segundo uma equação simples: o que dá audiência é notícia. (GOMES, 2004:156) Para a assessoria da Ufba, não interessa que assuntos que tratam de aspectos negativos da Universidade entrem na pauta dos meios noticiosos. A própria instituição tem dois media que apenas ressaltam os lados positivos da Ufba e podem ser acessados pelo público em geral, além de serem fontes de pautas para os jornalistas. São eles: o Ufba em Pauta, site produzido pela própria Ascom (www.ufba.br), e a TV Ufba, transmitida pelo canal universitário (17) da TV por assinatura da NET e produzido pela

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Coordenação de Arte e Cultura da Ufba. Além destes dois meios institucionais, existe um outro, impresso, porém sem ligações com a reitoria – o Jornal Laboratório. Feito pelos alunos da Oficina de Jornalismo Impresso da Faculdade de Comunicação, o Jornal Laboratório levantou a bandeira, até o segundo semestre de 2004, de ser um meio jornalístico independente e de treinamento dos estudantes para a prática do jornalismo. As notícias veiculadas eram apenas sobre a Universidade Federal da Bahia. Mas ao contrário da TV Ufba ou do Ufba em Pauta, o chamado “Jlab” constantemente publicava matérias referentes aos problemas internos da instituição (que não são poucos), com impacto intra e extra ambiente universitário. O Jornal Laboratório observava a direção da Universidade, assim como a imprensa burguesa de opinião do século XVIII vigiava os dirigentes da sociedade e influenciou o jornalismo político de agora, sempre desconfiando do jogo que é realizado dentro da esfera política (GOMES, 2004). O exemplo de independência, de vigilância do que é feito na Universidade e da gestão do meio de comunicação pelos próprios alunos, parece ser o modelo mais adequado para se trabalhar dentro de um jornal laboratório. “A independência garante a credibilidade e a participação dos estudantes traz o verdadeiro sentido de um laboratório: o espaço de práticas” (Entrevistado 2) [4]. 3.2 A importância de um modelo Ter um modelo de programa de rádio nas mãos facilita muito o trabalho daqueles que vão produzir um programa radiofônico. Ter um formato específico e orientações sobre o que produzir, poupa tempo e torna a prática mais dirigida, mais fácil de ser executada. No entanto, ter um modelo não significa produzir programas radiofônicos iguais. É possível criar, inventar, inovar dentro de um padrão. No caso dos programas jornalísticos, as idéias dos produtores para novas reportagens, entrevistas ou notas, garantem a diferença entre as diversas edições (MCLEISH, 2001:199). A utilização de um modelo de produto jornalístico já é feito nas oficinas de telejornalismo e de jornalismo impresso na Faculdade de Comunicação da Ufba. O uso do padrão garante a experiência prática dos alunos recém-chegados na matéria sem ter que “reinventar a roda a cada semestre” (Entrevistado 2). 3.3 O Programa O Facom Notícias é uma proposta de um programa jornalístico semanal para a Radio Facom. Seguindo um modelo fixo, o Facom Notícias deverá ser produzido pelos alunos da Oficina de Radiojornalismo, matéria obrigatória para os estudantes de jornalismo da

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Universidade Federal da Bahia. Pelo seu caráter independente, por não estar atrelado a nenhum grupo de poder da instituição (ou fora dele) ganhou os seguintes título e subtítulo: Facom Notícias - A Liberdade no Ar. [5] 4. Objetivos 4.1 Geral O Facom Notícias se presta a ser o espaço de práticas para o aluno da Oficina de Radiojornalismo da Ufba, funcionando como um laboratório para os futuros profissionais da comunicação: [...] o verdadeiro conhecimento depende da prática, uma vez que é nela que se encontra o seu fundamento, critério de verdade e finalidade última. Embora o trabalho teórico envolva um distanciamento desta prática, não a pode perder de vista, sob pena de perder a si próprio na abstração. (MEDITSCH, 2001:57) Seguindo um modelo, os estudantes poderão treinar os diversos aspectos do radiojornalismo, como a locução, a apresentação ao vivo, a gravação e edição de reportagens, a produção de pautas e a redação de textos jornalísticos para o rádio. Neste noticiário, apenas notícias sobre a Ufba deverão passar pelos filtros (ver item3.1). 4.2 Específicos Manter os estudantes, professores e estudantes informados sobre o que acontece na Ufba; divulgar fatos que não saem nos meios de comunicação de massa tradicionais; divulgar ações e projetos dos estudantes, professores, funcionários e autoridades universitárias; criar um formato de radiojornal diferente; mostrar que é possível fazer um jornal numa rádio universitária; fazer deste programa um modelo que pode ser usado em outras instituições de ensino superior. 5.Fazendo o programa

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5.1 Imagens Mentais e Formato Na bibliografia existente sobre o rádio, diversas obras citam que a emissão por radiodifusão, apesar de sua natureza sonora, faz com que o ouvinte crie “imagens mentais” sobre determinado fato ou tema enunciado pelo locutor (CHANTLER;HARRIS, 1998:21; MCLEISH, 2001:15; PRATA 2004:77). As “imagens mentais”, impulsionadas pela imaginação da audiência, dão forma às vozes escutadas no rádio e criam um pequeno universo na cabeça de quem ouve. Estimular a imaginação do espectador sem usar representações pictóricas é uma das principais exclusividades do meio de comunicação, já que outros media, como a televisão, jornais, revistas e Internet fazem uso da imagem visual. No entanto, as imagens mentais, assim como as visuais, não podem ser sugeridas ou criadas a esmo. É preciso uma organização delas para facilitar a compreensão do espectador, tornar a comunicação possível e criar um efeito estético agradável de ser consumido. Afinal, a organização dos elementos tem uma estreita ligação com a estética (PINHEIRO; GOULART, 1998). Na diagramação de jornais e revistas, por exemplo, existe uma organização das imagens (visuais) que tem o objetivo de tornar o produto capaz de causar um efeito plástico em quem lê, além de fazer com que as informações no papel estejam dispostas de tal maneira a facilitar a leitura do consumidor. O rádio, que sugere imagens através do som, também precisa de uma organização dentro de sua estrutura para facilitar a comunicabilidade e passar as informações de uma forma que seja de fácil compreensão e entretenha o ouvinte, seguindo a lógica do entretenimento dos meios de comunicação de massa citada por Lipovetsky (1994). A palavra diagramação em rádio não parece adequada, uma vez que a origem do termo vem da palavra diagrama e por isso tem relação com o campo visual. Neste caso, o termo para o rádio usado neste texto será formatação, tendo como base a idéia que "os sons se ordenam segundo leis internas ao próprio processo e só a capacidade de associar idéias do ser humano pode criar um palco radiofônico" (SPERBER. apud MORAES, 1996:69). A continuidade desses elementos sonoros que formam o código da mensagem radiofônica impõe um ritmo-sentido na quantidade de informação gerada. O paralelismo de sons e formas atua no receptor na constância de um instante, na instância de uma sugestão, no tempero da imaginação. (MORAES, 1996: 68) A formatação em áudio é baseada principalmente em vinhetas e nas músicas de fundo, os chamados BG - sigla para a palavra em inglês background, que significa segundo plano, embora alguns dicionários façam a tradução também para acompanhamento musical. No caso dos noticiários para rádio, as próprias reportagens, entrevistas, a voz do apresentador e até o silêncio se transformam em elementos para organizar o programa.

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Quanto mais elementos sonoros dentro de um programa rádio, mais bem organizado ele vai ficar e, claro, mais trabalho será exigido de seus produtores. No caso dos noticiários radiofônicos, existem estações, como a Metrópole FM de Salvador (101,3 FM), que transmitem principalmente os programas sem BG, ficando a divisão e ritmo do programa nas mãos (e na fala) do apresentador. Outras emissoras fazem uso do BG e de muitas vinhetas nos programas - como é o caso da Transamérica FM (100,1 FM), que faz uso dos elementos sonoros para organizar as mensagens transmitidas, entreter o ouvinte e dar um ritmo ao programa. Enquanto no jornalismo impresso existe a limitação do tamanho do papel, onde os elementos visuais responsáveis pela organização das mensagens devem estar dispostos (o mesmo acontecendo com a tela da TV no telejornalismo), em um programa radiofônico este fator limitador é o chamado tempo físico: O tempo físico é concreto e sua mediação convencional e precisa. [...]. No Rádio, encarado como linguagem, utiliza-se o tempo físico, comumente, para aferir e/ou padronizar a duração e a estrutura dramática de programas, planilhas e grades. (SANZ, 1996:103) 5.2 Formato do Facom Notícias. Entre um modelo de noticiário sem BG e com poucos recursos sonoros e outro caracterizado pelo grande número de vinhetas e efeitos de áudio, a segunda opção foi utilizada neste trabalho. O ritmo é mais intenso e a capacidade de dar a informação e entreter o ouvinte é maior. O Facom Notícias tem o formato de um jornal: 35 minutos de duração, divido em editorias, reportagens gravadas, comentários, com um roteiro bem estruturado – chamado de “script” – e vinhetas de abertura, encerramento e passagem (ORTRIWANO, 1985:93). Todas as notícias vêm seguidas de uma “sonora[6]” (entrevista de alguém), transformando todas as notas em “notas cobertas”. O programa é dividido entre editorias, esquema exportado do jornalismo impresso (FERRARETTO, 2001:247), que neste texto chamaremos de blocos. As vinhetas e blocos são dispostos da seguinte forma (ver anexo I): 1. Manchetes 2. Vinheta Abertura 3. Apresentação, quiz e tábua de maré

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4. Enquête 5. Vinheta Comentário Geral 6. Comentário 7. Vinheta Vagas de Estágio 8. Leitura das vagas de estágio 9. Vinheta Conheça a Universidade 10. Entrevista com o responsável por algum órgão da Ufba 11 Vinheta Geléia Geral. 12. Notícias sobre seminários, cursos e shows na Ufba 13. Vinheta Ufba em Foco 14. Quatro reportagens com temas sobre a Ufba 15. Despedida 16. Vinheta Encerramento As manchetes são as notícias mais importantes de determinado programa radiofônico (MCLEISH 2001:142) e com o Facom Notícias não é diferente. São lidas três manchetes antes de entrar a vinheta abertura, indicando ao ouvinte que o programa está no ar. Depois da abertura com a assinatura do Facom Notícias e da música que vai a BG, é a vez de o apresentador cumprimentar o ouvinte e dizer qual é a data do dia em questão. Depois, fatos históricos que aconteceram naquela mesma data em anos passados são pontuados, informação conseguida nos sites www.nossosaopaulo.com.br/Reg_SP/Amar_Instruir/AInst_Frame.htm e www.guiadoscuriosos.com.br. O quiz, com uma pergunta sobre qualquer tema, vem em seguida, com a explicação do locutor que a resposta será dita no fim da presente edição. O tempo em Salvador e a tábua de maré do dia atual e do dia seguinte foram acessados no site www.climatempo.com.br e fecha o bloco de apresentação. Importante ressaltar que os diferentes temas deste bloco (quiz, data, tábua de maré) são divididos pelo recurso do sobe e desce BG para explicar ao ouvinte que está acontecendo uma mudança de assunto (FERRARETTO 2001:287). A vinheta de interseção tem o objetivo de caracterizar a passagem de bloco, interrompendo abruptamente o BG. Ela marca a entrada da seção seguinte, que tem a enquête feita pelo campus de Ondina da Ufba, com o seguinte questionamento: será que o Pavilhão de Aulas da Federação III, que está sendo construído no campus, vai ficar pronto antes do aluno (entrevistado) se formar? O quadro “Comentário Geral”, que vem

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a seguir, comenta o assunto e o resultado desta enquête. O bloco é um espaço opinativo dentro do programa radiofônico e o recurso da enquête “acrescenta uma dimensão útil à cobertura de um tema e não restringe a discussão ao estúdio" (MCLEISH, 2001:123). As vagas de estágio do bloco a seguir, foram conseguidas através dos jornais impressos (A Tarde, Correio da Bahia, Tribuna da Bahia). Três vagas são suficientes para o bloco. “Conheça a Universidade” traz uma sonora de Betânia Almeida, coordenadora de intercâmbio da Assessoria de Assuntos Internacionais da Ufba, com esclarecimentos sobre datas de inscrição, funcionamento do intercâmbio acadêmico e perfil dos estudantes que podem participar da seleção para o intercâmbio. O bloco “Geléia Geral” conta com o recurso do sobe e desce BG e informa sobre os cursos, oficinas, seminários, palestras e shows que vão acontecer na Universidade Federal da Bahia. Funciona como uma agenda acadêmica e cultural. No fim do “Geléia Geral”, acontece uma entrevista com uma banda que tenha algum vínculo com a Ufba (algum integrante estuda na instituição ou o grupo tem show agendado em algum campus da Universidade). No programa apresentado, a entrevista é com Tiago Chaparral, vocalista da banda “Carne Seca”, que tocaria no dia seguinte na Faculdade de Biologia. O bloco termina com uma música de autoria do grupo. Na penúltima parte do programa, o bloco “Ufba em Foco” tem quatro reportagens sobre a Ufba. È o espaço para as pautas sobre produção estudantil e projetos docentes, assim como matérias sobre má administração da instituição e problemas financeiros da Universidade. No programa gravado no CD, três das quatro reportagens tratam de obras da Universidade e falta de recursos financeiros. A única que não se enquadra neste tema é a reportagem sobre a candidatura de um estudante de administração da Ufba à presidência da Confederação Nacional das Empresas Juniores. No próximo e último bloco, é hora da despedida e da resposta da pergunta – quiz – feita no início do Facom Notícias. Fecha com vinheta de encerramento. 5.2.1 Redação A redação é um dos principais componentes do programa radiofônico, mas varia de estação para estação (FERRARETTO, 2001:193). No caso de um programa jornalístico, depende das normas da emissora e das determinações da gerência de jornalismo. Fazendo um recorte ainda maior e trazendo para uma emissora universitária, a redação depende da metodologia adotada pelo professor. A redação do Facom Notícias pode ser conferida no anexo I deste trabalho e respeita os manuais de radiojornalismo, como os de Chantler e Harris (1998), Klockner (1977) e Porchat (1993). Desde 1941, com a entrada do Repórter Esso no ar, que foi criado um modelo específico para a redação radiojornalística no Brasil. Antes disso, as informações eram cópias das notícias dos jornais impressos (MOREIRA, 1991:26). No entanto, a escrita dos jornais segue a lógica de quem lê, enquanto o rádio segue a lógica de quem ouve:

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[...] O termo jornalismo, originalmente, remete à palavra impressa [...] O rádio informativo não é apenas um novo canal para a mesma mensagem do jornalismo, é também um jornalismo novo [...] (MEDITSCH, 2001:30). A redação deste jornalismo novo deve preferir a ordem direta, ser clara e objetiva e estar de acordo com as regras gramaticais da língua portuguesa (KLOCKNER, 1977). O uso de orações subordinadas e intercaladas deve ser evitado porque quebra o ritmo e encobre a informação principal (PORCHAT, 1993:69). Na hora da escrita, é preciso pensar como se ouve e não como se lê. As palavras precisam soar bem e serem de fácil entendimento pelo ouvinte. Termos técnicos demais, de duplo-sentido ou que possam confundir o consumidor das notícias, devem ser evitados (KLOCKNER, 1977). Em relação à estrutura, as notícias devem começar com a informação mais importante. A repetição de palavras deve ser evitada, mas se o texto for grande, é necessário situar o ouvinte e repetir a informação principal, dita no começo da nota (PORCHAT 1993:62). Quanto ao tamanho da notícia, ela deve ter no mínimo seis e no máximo nove linhas. A informação da nota é sintética, o que não significa que a notícia é totalmente uma síntese, já que as sonoras têm a função de complementar o texto (ver item 5.2). 5.2.2 Linguagem O Facom Notícias é feito em uma rádio universitária e por isso a voz pomposa, empostada, a conhecida “voz de locutor” das FM´s, dá lugar a uma voz mais descontraída. O apresentador deve falar para cada ouvinte, como se estivesse conversando individualmente (CHANTLER;HARRIS, 1998:21) e não deve estar preso ao script nem dar a impressão ao consumidor das mensagens que está lendo um roteiro (MCLEISH 2001:90). A utilização do humor, sempre que possível, dá um tom menos formal ao Facom Notícias e quebra o estilo de linguagem sisudo dos radiojornais: Grandes lances de humor e, principalmente, uma grande invenção científica, quebram as normas. Saem de um trilho determinado, de um modo previsível de pensar e subitamente entram em outro acendendo com isso a centelha criadora (KOESTLER 1969, apud TAVARES, 1999).

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O uso do humor tem sido cada vez mais freqüente no jornalismo, com o objetivo principal de conquistar consumidores mais jovens (ESTADO DE S.PAULO, 2005). A Radio Facom, como tem um perfil universitário e principalmente voltado para jovens, necessita de uma linguagem mais coloquial do que nas outras emissoras, até mesmo em seu noticiário. 5.3 Parte técnica[7] A cobertura jornalística do Facom Notícias funciona de duas formas: aproveitando notícias ou pautas já publicadas ou produzindo as próprias pautas e reportagens. Aproveitar o conteúdo já pronto foi uma estratégia usada nos blocos de apresentação e vagas de estágio do Facom Notícias. Datas comemorativas e tábua de maré, assim como as oportunidades de estágio, são informações que podem ser coletadas na Internet, como já explicado no item 5.2. A Internet também é uma fonte importante para saber informações sobre cursos, oficinas, palestras, congressos, seminários, shows e demais eventos na Ufba, conteúdo do bloco "Geléia Geral" (ver item 5.2). Além da grande rede mundial de computadores, a produção de pautas também depende da experiência pessoal do repórter, do local onde ele circula, das coisas que ele observa, das pessoas com que ele conversa (FERRARETTO, 2001:250). As pautas são somente sobre a Ufba. As gravações externas, que foram introduzidas no radiojornalismo brasileiro na década de 50 por Carlos Palut na Rádio Continental do Rio de Janeiro (MOREIRA, 1991:30), são um componente essencial para o Facom Notícias. A gravação de sonoras fora do estúdio torna o programa mais dinâmico e, no caso do Facom Notícias, foi a única opção para registrar as entrevistas, uma vez que a Radio Facom não tem sistema para captação de áudio do telefone e o intuito é simular um programa feito naquela estação. As sonoras entram nos blocos da enquete (com a opinião dos alunos), “Geléia Geral” (complementando as notas), “Conheça a Universidade” e “Ufba em Foco” (nas reportagens). Foram registradas através de um gravador digital Olympus DM-10 e depois transferidas através de um cabo USB para o computador no formato fornecido pelo próprio gravador: a extensão .wma[8] Uma vez transferido para o computador, o áudio da entrevista pode ser equalizado, cortado, acrescida de efeitos de eco e outra série de recursos, dentro do software Sony Sound Forge 7.0. Como o .wma é um arquivo de áudio de baixa qualidade, ele foi transformado para a extensão .wav. O .wav (que significa Windows Media Format) é um arquivo de áudio de excelente qualidade, desde que tenha as seguintes propriedades: frequência de 44.100 hertz, 16 bits de resolução e som estéreo (MP3 BRASIL WEB, 2005). O arquivo ocupa mais memória rígida no computador do que a extensão .wma: 1 minuto de registro

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sonoro em .wav corresponde à 10 mega de espaço ocupado no disco rígido (MP3 BRASIL WEB, 2005). Para a captação de vozes (com ambiência de estúdio), tanto nas reportagens quanto nas vinhetas, foi usado um microfone Shure SM-58 e uma mesa Behringer de quatro canais estéreos. A edição e pós-produção foram realizadas em um computador com processador AMD-Athlon 2.0 com 80 GB de memória, 128 de memória RAM e placa de som SBLIVE! 4.1. As vinhetas do Facom Notícias usam trilhas (sem voz) retiradas de um CD dedicado a elas, além da música “Immigrant Song”[9] (editada para que a voz do vocalista não seja ouvida) na vinheta de abertura e de um trechos das canções “Geléia Geral”[10], na vinheta que abre o bloco de mesmo nome, e “Al Capone”[11] no fim do bloco “Comentário Geral”. As vozes que assinam os blocos são do locutor Cláudio Sacramento, funcionário das rádios Metrópole FM e Educadora FM de Salvador. As vozes que cantam as vinhetas de “Vagas de Estágio”, “Conheça a Universidade” e “Comentário Geral” são de Eva Cavalcante, cantora e estudante do curso de jornalismo da Universidade Federal da Bahia. As reportagens, entrevistas e enquetes, por sua vez, devem ser convertidas para MP3 para serem disparadas pelo computador. Este processo facilita o trabalho de quem opera o som e dita o ritmo do programa, uma vez que o áudio do computador pode ser tocado simultaneamente ao áudio do CD Player, onde estão sendo tocadas as vinhetas. Citadas acima, as reportagens do bloco "Ufba em Foco" têm no máximo três minutos e meio de duração e estrutura usada principalmente pela emissora oficial do Governo Federal - a Radiobras - e repetida em muitas outras estações que transmitem jornalismo: off com voz do repórter, gravado em estúdio, e entrada(s) com entrevista(s) intercalando a reportagem.. A montagem dos componentes sonoros do Facom Notícias (reportagens, sonoras, enquete, vinhetas) foram feitas no software Sony Vegas 4.0. O programa permite a manipulação de diversos sons em canais diferentes, recurso necessário para montar as vinhetas e reportagens, que têm mais de um arquivo de áudio (voz do repórter e voz do entrevistado, nas reportagens, e trilhas sonoras e voz de identificação do bloco, nas vinhetas). 6. Conclusão Este trabalho teve como objeto principal um modelo de um noticiário para rádio, chamado Facom Notícias – A Liberdade no Ar, que tem seu conteúdo baseado na Universidade Federal da Bahia. A produção de pautas para este programa tem como referência a produção científica na instituição, os diversos eventos que acontecem na universidade (seminários, congressos, palestras, shows, entre outros) e questões administrativas da Ufba. Antes de passar para os procedimentos de produção, nos itens 5 e 6, foi necessário definir a Radio Facom como uma emissora universitária, levando em consideração somente a transmissão pelo sistema de alto-falantes da Faculdade de Comunicação da Ufba. A emissão pela freqüência 89,3 FM não foi levada em conta porque a rádio ainda

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não é reconhecida legalmente pelo Governo Federal e teoricamente não poderia funcionar de tal forma. A definição foi necessária para fundamentar a linha editorial do Facom Notícias: a possibilidade de relevar informações sobre a Ufba e realizar uma apuração independente – daí o subtítulo A Liberdade no Ar. O público-alvo não aparece aqui como um fator determinante, pois o maior objetivo deste noticiário é se tornar um espaço de práticas para os estudantes de jornalismo. No entanto, o ouvinte, mesmo que hipotético, mesmo como um ouvinte-modelo, deve ser levado em consideração, pois se existe uma comunicação, ela deve se dirigir a alguém e se o objetivo é preparar futuros jornalistas para as emissoras de rádio profissionais, o ouvinte nunca deve ser deixado de lado. A questão do editor do programa, dos critérios de noticiabilidade e de como a Ufba consegue produzir pautas nos media foi assunto da seção sobre os filtros. O fomento de um jornalismo não institucional dentro da Universidade também é um assunto dentro deste mesmo item (3.1). Mas o foco principal do projeto é sugerir um modelo para ser um noticiário laboratório. Por isso a discussão sobre a formatação de um programa radiofônico, como ele deve se organizar para passar informações com clareza, aliadas ao fator entretenimento. A idéia de sugestão de imagens mentais propõe uma esquematização na formação dessas imagens para que o ouvinte possa compreender melhor a mensagem radiofônica. Os componentes sonoros do programa, aliados ao tempo, são responsáveis por ditar o ritmo ao noticiário sem tornar as informações truncadas, sobrepostas e de difícil compreensão. A utilização de um modelo para um programa radiofônico laboratório torna o trabalho dos alunos da disciplina mais fácil. O professor também é privilegiado porque não necessita recriar sempre um novo padrão para trabalhar. Tornar mais fácil, porém, não significa tornar com qualidade inferior. Pelo contrário: o tempo e o trabalho que seriam empregados na criação de um novo modelo serão investidos na produção do conteúdo do programa. Pensar o jornalismo teoricamente não é o mesmo que pensar teoricamente sobre outras formas de comunicação, como a comunicação estética, científica ou qualquer outra (FILHO, 2004:162). Por isso, necessidade de uma teoria específica do jornalismo. Não significa que o ensino do jornalismo nas instituições de ensino superior deve ser apenas teórico. O jornalismo é uma atividade essencialmente prática que exige o conhecimento baseado na experiência. Segundo Meditsch (2001:283), “a apropriação do saber técnico do jornalismo pelos cientistas é, hoje, tão estratégica para sua intervenção social quanto é a apropriação do saber científico para os jornalistas”. Este trabalho apresentou uma solução prática para uma disciplina que necessita disto no momento, mas não deixou de relevar os aspectos científicos em sua discussão. ************ 7. Referências Bibliográficas BITTENCOURT, Luis Carlos. Manual de Telejornalismo. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 1993.

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CHANTLER, Paul; HARRIS, Sim. Radiojornalismo. Tradução de Laurindo Lalo Leal Filho. São Paulo: Summus, 1998. FERRARETTO, Luiz Artur. Rádio: o veículo, a história e a técnica. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2001. FILHO Adelmo Genro. Sobre as necessidade de uma teoria do jornalismo. In: PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM JORNALISMO E MÍDIA DA UFSC. Estudos em Jornalismo e Mídia: Revista Acadêmica Semestral. Santa Catarina: Insular, 2004. GOMES, Wilson. Transformações da política na Era da Comunicação de massa. São Paulo: Paulus, 2004. GOMIS, Lorenzo. Os interessados produzem e fornecem os fatos. Tradução de Camile Reis. In: PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM JORNALISMO E MÍDIA DA UFSC. Estudos em Jornalismo e Mídia: Revista Acadêmica Semestral. Santa Catarina: Insular, 2004. KLOCKNER, Luciano. A notícia na Rádio Gaúcha: orientações básicas sobre texto, reportagem e produção. Porto Alegre: Sulina, 1977. LIPOVETSKY, Gilles. O império do efêmero. Tradução d Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. MACHADO, Arlindo; MAGRI, Caio; MASAGÃO, Marcelo. Rádios livres - A reforma agrária no ar. São Paulo: Brasilense, 1986. MCLEISH, Robert. Produção de rádio: um guia abrangente da produção radiofônica. São Paulo: Summus, 2001.

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MEDITSCH, Eduardo. O Rádio na era da informação – teoria e técnica do novo radiojornalismo. Florianópolis: Insular, Ed. Da UFSC, 2001. MORAES, Wilma. O rádio (in)formando sons. In: ZAREMBA, Lílian (org.); BENTES, Ivana (org.). Rádio Nova, constelações da radiofonia contemporânea. Rio de Janeiro: UFRJ, ECO, Publique, 1996. MOREIRA, Sonia Virginia. O rádio no Brasil. Rio de Janeiro: Rio Fundo Ed., 1991. MOREIRA, Sonia Virginia. Rádio em Transição - tecnologias e leis nos Estados Unidos e no Brasil. Rio de Janeiro: Mil Palavras, 2002. MP3 Brasil web. O que é MP3? São Paulo, 2005. Disponível em: http://geocities.yahoo.com.br/mp3brasilweb/paginfo.htm. Acesso em: 25 mai. 2005. NOTICIÁRIOS da TV: a tendência é descer do salto. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14 jun. de 2005. Disponível em: <http://www.masteremjornalismo.org.br/secao/redacoes/texto.cfm?secao=5&codigo=236>. Acesso em: 28 jun. 2005 ORTRIWANO, Gisela Swletana. A informação no rádio: os grupos de poder e a determinação dos conteúdos. São Paulo: Summus, 1985. PINHEIRO, Daisy; GOULART, Gláucia. Estética e Esporte. [S.L], 1998. Disponível em: < http://www.personaltraining.com.br/esteticaesporte.html >. Acesso em: 12 jun. 2005 PORCHAT, Maria Elisa. Manual de radiojornalismo Jovem Pan. São Paulo: Editora Ática, 1993.

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PRATA, Nair. Na hora das estrelas: as ondas do rádio invadem a solidão dos ouvintes. In: PROGRAMA de pós – graduação em jornalismo e mídia da UFSC. Estudos em Jornalismo e Mídia: Revista Acadêmica Semestral. Santa Catarina: Insular, 2004. SANZ, Luis Alberto. Tempo e espaço: do real ao imaginário. In: ZAREMBA, Lílian (org.); BENTES, Ivana (org.). Rádio Nova, constelações da radiofonia contemporânea. Rio de Janeiro: UFRJ, ECO, Publique, 1996. SERRA, Sônia. Relendo o gatekeeper: notas sobre condicionantes do jornalismo. Salvador, 2004. Disponível em: <http://www.facom.ufba.br/Pos/gtjornalismo/doc/soniaserra2004.doc>. Acesso em: 13 mai. 2005. TAVARES, Maurício. A paródia no rádio. São Paulo, 1999. Disponível em: <http://www.maikol.com.br/subpages/radio3.htm >. Acesso em: 27 jun. 2005 VASCONCELOS, Laércio. Uso avançado da placa de som. [S.L], mai. 2004. Disponível em: <http://www.laercio.com.br/site2/artigos/HARDWARE/hard-065/hard-065.htm>. Acesso em: 25 mai. 2005. ZUCULOTO, Valci. As transformações da notícia de rádio na fase pós-televisão. In: PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM JORNALISMO E MÍDIA DA UFSC. Estudos em Jornalismo e Mídia: Revista Acadêmica Semestral. Santa Catarina: Insular, 2004.

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[1] Apesar de toda a discussão acerca da diferença entre o rádio informativo e o rádio jornalístico, proposta principalmente por Meditsch (2001), neste trabalho será usada a perspectiva de Ortriwano (1985:89) – a da informação como sinônimo de notícia. [2] Professor Jonicael Cedraz, da disciplina Oficina de Radiojornalismo I da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia;2005. [3] São os porteiros, vigias das notícias, “responsáveis por selecionar dentre a grande quantidade de acontecimentos diários em todo o mundo aqueles que chegarão ao conhecimento dos leitores” (SERRA, 2004:4) [4] Professor Elias Machado, professor da disciplina de Oficina de Jornalismo Impresso I da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia; 2005.

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[5] O programa usou como data de amostra o dia 30 de junho de 2005, quinta-feira. O dia corresponde a um dos dias da semana em que os alunos têm aula de Oficina de Radiojornalismo I (terças e quintas-feiras). Todas as notícias presentes no programa são verossímeis e correspondem à data de amostra. [6] Termos como “sonora” e “nota coberta” vêm do telejornalismo (BITTENCOURT, 1993) e são usadas neste texto por falta de termos específicos do radiojornalismo na bibliografia consultada. [7] A Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia tem equipamentos semelhantes aos citados neste item: gravador para reportagens externas, mesa de som, microfones apropriados e computadores. Os softwares Sony Sound Forge e Sony Vegas também estão instalados no computador do laboratório de rádio da faculdade. [8] A sigla WMA vem de Windows Media Áudio. O formato é considerado um substituto do MP3 por ser leve, ou seja, por ocupar pouco espaço no disco rígido (VASCONCELOS, 2004). No entanto, a resolução do áudio vindo do gravador foi muito baixa. [9] J. Page – Robert Plant, 1970. Atlantic Recording Corporation. [10] Gilberto Gil – Torquato Neto, 1968. Phillips [11] Raul Seixas – Paulo Coelho, 1973. Saturno.

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