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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA CURSO: LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA LITERATURA INFANTIL: ESTUDO DE CASO DO PROJETO MALETA DE HISTÓRIA NO MUNICÍPIO DE JUÍNA MT Autora: Antonia Ferreira Mesquita Coelho Orientadora: Profª. Esp. Tatiane Ferreira Garcia JUINA/2016

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

CURSO: LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

LITERATURA INFANTIL: ESTUDO DE CASO DO PROJETO MALETA DE

HISTÓRIA NO MUNICÍPIO DE JUÍNA MT

Autora: Antonia Ferreira Mesquita Coelho

Orientadora: Profª. Esp. Tatiane Ferreira Garcia

JUINA/2016

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

CURSO: LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

LITERATURA INFANTIL: ESTUDO DE CASO DO PROJETO MALETA DE

HISTÓRIA NO MUNICÍPIO DE JUÍNA MT

Autora: Antonia Ferreira Mesquita Coelho

Orientadora: Profª. Esp. Tatiane Ferreira Garcia

“Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Licenciatura em Pedagogia da AJES- Instituto Superior de Educação do Vale do Juruena como exigência parcial para obtenção do título de licenciada em Pedagogia.”

JUINA/2016

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AJES- INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

CURSO: LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

BANCA EXAMINADORA

______________________________________

Profa. Esp Carine Silvestrin Hermes

______________________________________

Prof. Dr. Lucas S. Lecci

______________________________________

Profa. Esp. Tatiane Ferreira Garcia

ORIENTADORA

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me dar suporte, tanto espiritual quanto

intelectual, iluminando minhas convicções, sem o qual não seria capaz de vencer

este propósito que fiz em minha vida. Agradeço a minha família, meu marido pelo

apoio e incentivo, pelos cuidados comigo e nossas filhas que compreenderam os

motivos pelos quais eu, muitas vezes, me ausentei, aos meus pais e sogros que me

ajudaram a cuidar das minhas filhas neste período importante dos meus estudos.

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais, em especial a minha mãe que é analfabeta, mas me

incentivou a buscar o conhecimento desde alfabetização, a sua força e garra, me

mostram por onde seguir.

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EPÍGRAFE

“Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas,

Pessoas mudam o mundo.

Paulo Freire

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RESUMO

O presente trabalho vem apresentara importância da literatura para a educação

infantil, assim como a origem da história infantil, a escola e a literatura, o papel da

escola e dos pais neste processo de ensino aprendizagem, os contos infantis dentro

das escolas e algumas formas de trabalhar a literatura na educação infantil, o

surgimento desta literatura voltada para o público infantil, sua origem no Brasil e os

principais responsáveis por este feito. A pesquisa bibliográfica apresentada trará o

científico uso da literatura no meio escolar, com ênfase na educação infantil, assim

como, o uso da literatura como um instrumento didático. O estudo de caso traz

entrevistas de professoras falando sobre o projeto existente na escola em que

trabalham, e relatos de alguns pais que participam deste projeto com seus filhos.

Além disso, relatamos o projeto maleta da leitura, projeto pertencente à uma

instituição de ensino da educação infantil no município de Juína MT.

Palavras - chave: Literatura. Aprendizagem. Educação Infantil.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 8

2 ORIGEM DAS HISTÓRIAS ........................................................................... 11

2 1 LITERATURA INFANTIL NO BRASIL....................................................... 15

3 A LITERATURA INFANTIL ........................................................................... 19

3.1 LITERATURA E A PRÉ-ESCOLA ............................................................. 21

3.1.1 O PAPEL DA ESCOLA ........................................................................... 22

3.2 O ESPAÇO DO CONTO INFANTIL NA PRÉ-ESCOLA ............................ 24

3.2.1 O PAPEL DOS PAIS E DOS EDUCADORES DE INFÂNCIA ................ 25

4 PROCEDIMENTOS E MÉTODOS DA PESQUISA ....................................... 27

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................. 29

5.1 MALETA DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ............................... 31

6 CONCLUSÃO ............................................................................................... 41

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 43

ANEXO...............................................................................................................45

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1 INTRODUÇÃO

No decorrer do curso de Pedagogia, com os trabalhos práticos realizados

por meio de estágio supervisionado, elaboração de artigos científicos e participação

como bolsista do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência),

surgiu o interesse pela pesquisa sobre a literatura infantil e seu uso como um

método pedagógico no processo de ensino aprendizagem.

No Brasil a educação das crianças com idade de 0 a 06 anos esta

assegurada por lei e a instituição de ensino da educação infantil é a primeira base

para a inserção da criança na educação básica. ALDB - Lei de Diretrizes de Bases

da Educação Nacional- (BRASIL, 1996), Seção II, do capítulo II (Da Educação

Básica), dispõe dos seguintes termos:

Art. 29 A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem com finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Art. 30 A educação infantil será oferecida em I) creches ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II) pré-escolas para crianças de quatro a seis anos de idade.

Art. 31 Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro de seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental (LDB, BRASIL, 1996, p. 01)

A LDB, dispõe ainda da Lei Nº 13.278, de 02 de Maio de 2016 que altera o

§6º do artigo26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, em que fixa as

diretrizes e bases da educação nacional, que refere-se ao ensino da arte. Esta lei

prevê a literatura como uma arte, sendo um método auxiliar de ensino que se faz

presente na educação infantil, a instituição de ensino utiliza deste método para o

desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem.

Acriança tem na escola um contato mais direto com a literatura de textos,

imagens e gráficos, mesmo as crianças conhecendo o que é uma história, a grande

maioria tem o seu primeiro contato literário na escola, por isso este contato tem que

ser significativo, ou seja, a criança precisa se identificar com a história para que

aconteça o desenvolvimento esperado pela comunidade escolar.

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Para Garcia, (1987) “é na escola que a criança tem o principal contato com a

leitura, o texto deverá ser escolhido com responsabilidade e ter qualidade”.

A literatura infantil é um instrumento de grande relevância para a

aprendizagem, ela torna a exposição dos conteúdos interessantes e divertidos. A

história infantil enche de prazer o ouvinte, envolvendo a criança com aquilo que

escuta.

Todos os dias os desafios de desenvolvimento do processo de ensino

aprendizagem requerem alternativas para prender a atenção das crianças,

envolvendo-as em um despertar para o conhecimento. Diante disso, um ensino com

base no construtivismo, faz com que a criança extraia da literatura a disposição para

adquirir este conhecimento dentro de uma história Piaget, (2007).

Sendo assim, a literatura infantil é trabalhada em várias disciplinas, apesar

de muitos pensarem que só pode ser usada para trabalhar português na formação

de texto. A literatura escolhida com responsabilidade pode auxiliar a educação

infantil, abordando o alfabeto, números, espaço geográfico, ciência, história e os

temas transversais. Os professores que lecionam para crianças de quatro e cinco

anos podem usar a literatura como uma aliada no desenvolvimento do processo de

ensino aprendizagem.

Além de abordar temas em conjunto ou individualmente, a literatura une a

comunidade escolar, pois coordenadores, professores, pais e alunos possuem um

único objetivo no processo de ensino aprendizagem do educando, fazendo com que

ele adquira conhecimento, e isso pode ser realizado por meio da literatura.

Compreender a literatura infantil como um dos métodos fundamentais para o

desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem significa fazer uma nova

maneira de educar, em que as histórias contadas possam expor conteúdos, prender

a atenção dos leitores e ouvintes, assim como, fazerem uso da sensibilidade dos

alunos, desenvolvendo também, a competência e habilidade dos docentes.

Em geral, a aceitação da literatura infantil pelos pais e alunos é positiva tanto

na literatura abordando as diferentes disciplinas, quanto em um momento de

descontração, sendo que os pais possuem vários níveis de aceitação, dependendo

da influência cultural que estão inseridos, pois aqueles que já praticam a leitura com

os filhos tem mais aceitação e ajudam neste desenvolvimento, outros ainda têm uma

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ideia de que a literatura é um passa tempo, só serve para o lazer e não colabora no

processo de ensino aprendizagem do aluno.

O objetivo geral deste trabalho é compreender a literatura infantil como um

dos métodos fundamentais para desenvolvimento do aluno, tendo como meta

conhecer as habilidades que uma boa leitura desperta na criança como, criatividade,

imaginação e compreensão.

Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma revisão bibliográfica, com

base em estudos científicos, com o apoio de livros e artigos publicados abordando o

tema literatura infantil na pré-escola e os benefícios proporcionados pela literatura

no desenvolvimento do ensino aprendizagem.

O trabalho está estruturado da seguinte maneira: primeiro capítulo mostra a

origem das histórias e a literatura infantil no Brasil. O segundo capítulo destaca a

literatura infantil, a literatura e a pré-escola, o papel da escola, o espaço do conto

infantil na pré-escola, o papel dos pais e dos educadores da infância. E, por fim,

abordamos os procedimentos e métodos da pesquisa, assim como os resultados e

discussões obtidos no Projeto Maleta de História.

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2 ORIGEM DAS HISTÓRIAS

A origem da literatura infantil, ou seja, a história para crianças se difunde

com a origem dos livros infantis, mesmo existindo histórias que eram contadas

para crianças, elas não se destacavam, poiso público a quem eram destinados,

que neste caso específico eram as crianças não tinham características e

personalidades reconhecidas pela sociedade da época.

Nas leituras dos livros de literatura infantil encontramos indicações que se contradizem quanto à origem da literatura infantil. Geralmente confundem-na com a origem do livro infantil... “A literatura infantil seria um gênero incompreensível sem a presença da criança que seria o seu único destinatário”... Na sociedade antiga, não havia infância, entendida como “nenhum espaço separado do mundo adulto”. Portanto a literatura infantil só surgiria com a ascensão da ideologia burguesa, a partir do século XVIII (GÓIS, 1991, p. 47).

As histórias infantis surgiram por volta do século XVIII, as crianças até então

não eram vistas como crianças e tudo que acontecia com elas era juntamente com

os adultos, pois quando se referiam aos contos conhecidos, falavam do Conto da

Mamãe Ganso de Basil e As Aventuras de Telemanco de Felemon, ou seja, os

contos não falavam apenas de crianças, mas sempre havia um adulto junto na

história Góis,(1991).

Estas histórias faziam parte do lazer e também do aprendizado delas, os

conhecimentos sobre religiões, culturas e trabalhos eram passados de pai para

filhos, os familiares discutiam e tomavam decisões juntos sobre todos os assuntos,

como a educação das crianças, trabalhos a serem realizados e as finanças.

Segundo Zilberman, (1985) neste contexto histórico surge na sociedade a

necessidade de limitar o grau de parentesco que dividiam assuntos muito íntimos

como, a educação dos filhos, com o desejo de mudar as pessoas, abria-se um

leque de conhecimento para tratar as crianças e suas especificidades, pois

notaram que elas tinham diferentes vontades, as quais divergiam dos adultos.

Diante disso, nesta época foram criadas as histórias infantis para atender as

necessidades das crianças.

[...] a concepção de uma faixa etária diferenciada, com interesses próprios e necessitando de uma formação específica, só acontece em meio à Idade Moderna. Esta mudança se deveu a outro acontecimento da época: a emergência de uma nova noção de família, centrada não mais em amplas relações de parentesco, mas num núcleo unicelular, preocupado

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em manter sua privacidade (impedindo a intervenção dos parentes em seus negócios internos) e estimular o afeto entre seus membros (ZILBERMAN, 1985, p.13).

Devemos considerar que crianças têm características diferentes dos adultos,

como os comportamentos inocentes, e que elas dependem dos adultos para realizar

algumas tarefas. Nesta etapa da infância as crianças têm uma alegria que necessita

de espaço para praticá-la. Assim, os livros de literatura infantil podem ser aliados

desta fase da vida, já que os pequenos têm a fantasia e um imaginário amplo.

Se a imagem da criança é contraditória, é precisamente porque o adulto e a sociedade nela projetam, ao mesmo tempo, suas aspirações e repulsas. A imagem da criança é, assim, o reflexo do que o adulto e a sociedade pensam de si mesmos. Mas este reflexo não é ilusão; tende, ao contrário, a tornar-se realidade. Com efeito, a representação da criança assim elaborada transforma-se, pouco a pouco, em realidade da criança. Esta dirige certas exigências ao adulto e à sociedade, em função de suas necessidades essenciais (ZILBERMAN, 1985, p. 18).

Segundo Cademartori, (1986), foi no século XVII que as fábulas e contos de

fadas foram criados com objetivos educativos, nas narrativas se destacavam as

normas que todos deveriam seguir, as adaptações tinham o intuito de garantir que

as crianças pudessem compreendê-las e os livros não fugiam a regra da sociedade

da época que pregava a lei do mais forte, como a narrativa As mil e Uma Noite, de

origem Árabe e Persa.

No século XVII, Perrault coleta narrativas populares e lendas da Idade Média

e adapta-as, atribuindo-lhes valores comportamentais da classe burguesa,

constituindo os chamados contos de fadas Cademartori, (1986).

De acordo com Góis, (1991), os respectivos Jean de La Fontaine e Charles

Perrault criaram e recriaram as fábulas e contos de fadas com o intuito de educar e

moralizar. Neste momento da história foi escrito algo direcionado a crianças, mas

com finalidade de continuar dando a elas as mesmas formações que eles tinham

quando ouviam as lendas e mitos com os adultos.

Quando se lê uma história infantil, muitas vezes não se da conta de quem

escreveu, se ela é uma lenda ou fábula. Entretanto, as fábulas são histórias que

possuem como característica principal a presença de animais e objetos falantes,

pois todas as fábulas têm por finalidade uma moral a ser seguida, tendo em seu

texto algo que o ser humano poderia ter evitado se agisse com honestidade,

humildade, ética, amor ou responsabilidade.

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O primeiro contador de história que se tem notícia chamava-se Esopo,

nascido na Grécia antes de Cristo, embora não tenha deixado nada escrito, suas

fábulas foram eternizadas, sendo passadas oralmente de geração a geração, como,

a fábula: A Cigarra e a Formiga Góis, (1991).

Atualmente as fábulas são lidas nas escolas, não como método de aplicar

uma moral, mais sim, para facilitar o convívio dos alunos, abordando preconceito,

discriminação racial ou religiosa.

Para Góis, (1991) os textos de La Fontaine não apresentam grande

originalidade temática, mas recebem um tempero de fina ironia, o autor francês não

só tornou mais atuais as fábulas de Esopo, como também criou suas próprias. La

Fontaine também escreveu fábulas contemporâneas, seus personagens são animais

que imitam os humanos, cometem erros e se decepcionam.

Conforme afirma Oliveira, (2009), os contos de Hans Christian fazem parte

das grandes escritas que auxiliam as crianças no desenvolvimento do social. Com

suas fantasias e imaginação, estes contos abordavam a morte, a religiosidade, mas

com um espaço para o humor, o que fez com que seus contos se tornassem fortes o

suficiente para resistir ao tempo.

Os contos de fadas com uma abordagem romântica, faz com que todos

prestem atenção e deem corda para a imaginação, afinal, qual menina não quer ser

uma princesa que se veste lindamente, conversa com animais e sabe agradar do

simples ao mais nobre. Diante disso, o mesmo acontece com os garotos, por mais

que sejam pequenos eles sonham em ser iguais aos príncipes elegantes,

cavalheiros, fortes ou com poderes especiais Góis, (1991).

As histórias infantis são a base para uma boa imaginação, pois os contos

de fadas têm como característica o maravilhoso, o deslumbrante, que agrada a

todos, mas especialmente as crianças.

Os irmãos Grimm e Perrault ficaram conhecidos por suas adaptações e

criações de histórias infantis e os contos de fadas. Em uma época em que as

pessoas mostravam sua coragem pela força e modos mais abrutados, os contos

de fadas eram tidos como uma escrita para crianças e pessoas mais românticas

Góis, (1991).

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A história infantil enche de prazer o ouvinte, as crianças se sentem

envolvidas pela história como se fizesse parte dela. Em um ensino com base no

construtivismo as crianças dentro de uma história produzem o conhecimento.

Sendo que para o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem é

necessário buscar alternativas para prender a atenção das crianças envolve-las

Carvalho, (1982).

Os psicólogos defendem que na infância as crianças estão se preparando

para serem adultos. A literatura infantil segue esta linha de pensamento e cria ou

adapta histórias para o público infantil. Finélon (1715 apud GÓIS, 1991) com

intenção de educar para a moral, com repugnância para o mal, relata em seus

contos de fadas e fábulas a moral e a bondade contra o mal.

No momento de transformação da história, a literatura se torna gênero e

repercute na sociedade no meio artístico. Neste período histórico Charles Perrault

traz contos e histórias do passado, contendo em suas narrativas um destaque a

moralidade Carvalho, (1982).

A Literatura Infantil tem seu início através de Charles Perrault, clássico dos contos de fadas, no século XVII. Naturalmente, o consagrado escritor francês não poderia prever, em sua época que tais histórias, por sua natureza e estrutura, viessem constituir um novo estilo dentro da Literatura, e elegê-lo o criador da Literatura da Criança (CARVALHO, 1982, p. 77).

As narrativas de Perrault destacam a sociedade da época, suas histórias

possuem uma influência folclórica, fundamentada no princípio da literatura infantil

do seu tempo. Vale lembrar que Perrault teve grande responsabilidade e deixou

com seu escrito a base para um novo modelo literário, pois o conto de fadas foi, e

é, algo que deu certo, permanecendo até então, sendo utilizado pela sociedade,

dando aperfeiçoamento ao surgimento de uma nova literatura. Entre as diversas

obras conhecidas de Perrault e que faz sucesso na contemporaneidade, merecem

destaques: o Gato de Botas, Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, a Bela

Adormecida, Barba Azul e o Pequeno Polegar Carvalho, (1982).

Embora seja uma literatura evoluída para a época, o lúdico considerado

importantíssimo para o desenvolvimento da criança. não estava presente nestas

obras, a literatura para o público infantil e adulto eram as mesmas, as diferenças

entre esses dois universos, considerados iguais, não eram reconhecidos pela faixa

etária e nem pela maturação psicológica Carvalho, (1982).

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Segundo Góis, (1991), a evolução da humanidade traz novas

necessidades, urgência do novo e algo que atenda as expectativas do novo tempo.

Perrault deu roupagem nova para as histórias, elas foram adaptadas para o

convívio social da época, como a História de Chapeuzinho Vermelho, que mais

tarde passa por mais duas versões, a de Hans Cristian Anderson e pelos irmãos

Grimm.

Surge neste momento da história um destaque para as histórias infantis

com o maravilhoso mundo encantado, onde as fadas têm varinha de condão e

talismã da sorte, em que as meninas podem sonhar em ser princesa, pois as fadas

não têm classe social definida, elas surgem tanto nos palácios quanto em meio às

plebeias. Embora os contos de fadas retratem uma vida deslumbrante nos

palácios, muitas princesas e príncipes surgem em meio aos camponeses, servos e

nas classes mais simples da época, com isso eles não excluem seus leitores e

todos podem se sentir parte da história Góis, (1991).

2 1 LITERATURA INFANTIL NO BRASIL

A literatura no Brasil só aparece no final do século XIX, no início deste

mesmo século todos já falavam de escritas para o público infantil. O surgimento da

literatura infantil no país aconteceu pelo crescimento da urbanização ocorrido no

final do século XIX e início do século XX.

Para Lajolo e Zilberman, (1988), neste momento cresce o número de

consumidores da cultura e de bens do conhecimento sendo algo importante para o

novo modelo social, tendo como objetivo o ensino de língua portuguesa, pois a

literatura era usada como um recurso didático, disponível para a população que

possuía a maior renda social.

Até os fins do século XIX, a literatura voltada para crianças e jovens era importada e vendida no mercado disponível apenas para a elite brasileira, constituindo-se principalmente de traduções feitas em Portugal, pois, no Brasil ainda não havia editoras e os autores brasileiros tinham seus textos impressos na Europa (SANDRONI, 1998, p. 11).

Diante disso, a literatura no Brasil vem de Portugal, em que há escritores

brasileiros, mas suas escritas eram impressas na Europa, e se a literatura era

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utilizada para ensinar, o ensino automático era europeu, de pouco acesso, pois

eram disponibilizadas para pessoas com alto poder econômico Sandroni, (1998).

Os historiadores defendem que no período colonial do Brasil as pessoas

estavam muito ocupadas em catequizar, ampliar território e fazer fortunas, que não

tinham tempo para a literatura. Alguns anos mais tarde o Padre José de Anchieta,

com seu vocabulário simples, foi até o povo para se fazer ouvir, mesmo tendo uma

leveza em sua fala, as suas trovas1não foram consideradas um início da literatura

brasileira Sandroni, (1998).

Na época um dos escritos mais recitados por José de Anchieta era em

latim. Posteriormente, Bento Teixeira trouxe as prosopopeias2 como o primeiro

acontecimento literário do Brasil, tal fato só ficou reconhecido por retratar a vida e

os amores dos homens da época.

No final do século XIX, a luta por liberdade e política própria sede lugar à

literatura brasileira e infantil. Neste período, Alberto Figueiredo Pimentel, autor de

contos infantis no Brasil, publicou traduções europeias de Perrault e dos irmãos

Grimm, contos da carochinha “puerilidades, história infantis, fantasias” como a

história da Baratinha. Depois desta introdução da literatura infantil no Brasil, muito

europeizada, o país sede aos encantos da literatura de Monteiro Lobato Sandroni,

(1998).

Os primeiros registros da literatura infantil brasileira ficam então a cargo de

Monteiro Lobato, sendo que os contos que lhe antecederam de origem europeia.

Ele era um brasileiro apaixonado pelo folclore do Brasil, podendo ser notado em

muitas de suas obras com personagens conhecidos até nos dias de hoje como o

Saci, a Caipora, entre outros. Sandroni, (1998).

Apesar de escrever histórias fantasiosas cheias de mitos, Lobato era crítico

e não estava satisfeito com a política e vivência social do país, cheia de

preconceitos raciais e econômicos. Em suas histórias ele representa o cotidiano

das pessoas com personagens que geralmente eram animais.

1Trova: cantadas ou versos utilizado pelos poetas sertanejos dos estados do nordeste do Brasil,

inclusive na atualidade.(RIOS, 2010) 2Prosopopeia: retórica, figura de linguagem através da qual são atribuídos sentimentos,

comportamentos e ideias humanas aos seres inanimado, discursos repleto de palavras descontextualizado ou empregado de maneira errada (em forma de versos) Rios,( 2010)

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Monteiro Lobato cria, entre nós, uma estética da literatura infantil, sua obra constituindo-se no grande padrão do texto literário destinado à criança. Sua obra estimula o leitor a ver a realidade através de conceitos próprios. Apresenta uma interpretação da realidade nacional nos seus aspectos social, político, econômico, cultural, mas deixa, sempre, espaço para a interlocução com o destinatário. A discordância é prevista (CADEMARTORI, 1986, p. 51).

A criatividade de Monteiro Lobato cativa as crianças e chama a atenção

dos adultos, muitos se referem às literaturas infantis como inocente e fraca, mas

elas resistem ao tempo, mesmo os mais difíceis, e em meio a tanta tecnologia,

como celulares, tabletes, computadores com jogos e aplicativos atrativos as

crianças continua dando valor aos livros de histórias, pois quando se lê uma

história desperta o imaginário. Monteiro Lobato, considerado o Pai da Literatura

brasileira, tem mais de quatro mil e seiscentas páginas de escrita infantis

Cademartori, (1986).

O homem tem em sua essência a necessidade de estar ligado ao passado,

presente e futuro, o contato com a literatura faz as pessoas retornarem aos anos

que foram escritos os textos. Existem vários meios de ter contato com a literatura,

seja pelas famosas escritas de Lobato ou pela oralidade de um adulto que

transmite a história para a criança.

A literatura de massa, ao contrário, não tem nenhum suporte escolar ou acadêmico: seus estímulos de produção e consumo partem do jogo econômico da oferta e procura, isto é, do próprio mercado. A diferença das regras de produção e consumo faz com que cada uma dessas literaturas gere efeitos ideológicos diferentes (SODRÉ, 1982, p. 6).

A literatura infantil é considerada uma literatura de massa, muitos a veem

como parte do movimento econômico, descartando o que levou sua produção

como simples comércio, e se designa a sugerir que sua grande popularidade não

seja apenas mera oferta e procura e sim, o crescimento de um processo cultural,

onde a sociedade se mostra mais interessada em ampliar seu intelecto.

O acesso à língua escrita também tem consequências no desenvolvimento intelectual dos indivíduos, pois as mensagens escritas podem ser analisadas e confrontadas com nossas ideias ou com as de outros textos. Isso favorece a apropriação da experiência e do conhecimento humano, pois permite transformar as interpretações da realidade feitas por outros, ou mesmo pornôs, em algo material e articulado que pode ser desfrutado, contrastado, conceitualizado e integrado em nosso conhecimento do mundo (COLOMER e CAMPS, 2002, p. 124).

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Colocar a literatura infantil como uma didática pedagógica utilizando os seus

recursos como um método educativo sem deixar de ser divertida e atraente, é um

desafio, pois, o que vem depois da suave leitura, de uma história maravilhosa, é um

questionário obrigatório como, uma interpretação de texto que na maioria das vezes

tira o brilho da história.

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3 A LITERATURA INFANTIL

Nas escolas a leitura é indispensável para o desenvolvimento da criança, a

leitura literária é prazerosa, deixa a criança a vontade para imaginar e criar meios

para compreender os conteúdos e entender a dinâmica da vida cotidiana.

A leitura é feita na escola com algumas finalidades, como por exemplo:

recreação, abordar conteúdos, unir os pais aos filhos e aos professores, assim

como, a comunidade escolar. Vale salientar que a literatura infantil ajuda as

crianças a superar seus obstáculos, pois se identificam com os personagens das

histórias ouvidas.

Os primeiros textos para crianças são escritos por pedagogos e professores, com marcante intuito educativo. E, até hoje, a literatura infantil permanece como uma colônia da pedagogia, não é aceita como arte, por ter uma finalidade pragmática; e a presença deste objetivo didático faz com que ela participe de uma atividade comprometida com a dominação da criança (ZILBERMAN, 1985, p. 13 - 14).

A literatura infantil, às vezes, é mal compreendida, pois é considerada um

método para passar conteúdo, aplicando atividades pré-selecionadas, sem deixar

que as crianças exponham sua criatividade. Entretanto, há muitas escolas e

professores que fazem do momento da leitura um acontecimento especial, que

envolve as crianças de forma criativa e prazerosa.

Partindo do pressuposto de que a leitura literária infantil é algo leve e

fantasioso, que envolve e é capaz de colocar seu leitor dentro da história, é

importante que o narrador desta história seja criativo para que a literatura possa

ser utilizada como auxílio no processo de ensino aprendizagem do aluno, sem

deixar seu cunho maravilhoso e encantador.

Nos momentos de leitura, o educador deve sempre procurar ser literal e dar certo caráter interpretativo a sua leitura usando variações de entonação de forma clara e agradável. [...] O educador deve procurar agir como elemento incentivador do interesse das crianças pelo enredo, comportando-se não somente como leitor das histórias, mas também, demonstrando entusiasmo e curiosidade, como mais um ouvinte(SIMÕES, 2000, p. 26).

Muitos críticos e professores questionam o método de utilizar o texto

literário como um auxílio para explicar a gramática ou outro conteúdo, pois isso

pode estar mudando a finalidade do texto literário, sendo que a criança pode

entender que a literatura é só mais um texto comum, um conteúdo sem atrativo e

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deslumbramento, perdendo o encanto que uma arte literária normalmente

provocaria Simões,(2000).

Todavia, o que não pode deixar de ser convicção dos professores e de

pensadores da educação é que o texto literário é uma arte envolvente que estimula

a criatividade. Num primeiro momento tem que deixar o aluno à vontade para se

familiarizar com a literatura, ele precisa de um tempo para que lhe seja

apresentado à história e que ele possa escolher o que mais o agrada ou se

identifica. Este primeiro contato tem que despertar no ouvinte ou leitor o gosto pela

leitura, assim como as crianças que ouvem histórias desde o seio materno, em que

possuem mais disposição para o interesse pela leitura ou mais sensibilidade para

com os conhecimentos que lhe é apresentado.

Ler, portanto, significa colher conhecimentos e o conhecimento é sempre um ato criador, pois me obriga a redimensionar o que já está estabelecido, introduzindo meu mundo em novas séries de relações e em um novo modo de perceber o que me cerca (VARGAS, 2009, p. 06).

Segundo Vargas (2009), a leitura possui várias interpretações dependendo

de quem é o leitor. Se é a própria escola que está propondo a leitura, ela pode ser

interpretada como uma atividade e se for outro segmento da sociedade, ela pode

ser interpretada como um lazer. A leitura literária ainda poderá ter vários

significados, dependendo da cultura e outras influências. Diante disso, a leitura

pode ter vários significados, e não se restringe em reconhecer as letrinhas e juntá-

las, ler é um conjunto de três letrinhas com uma infinidade de significados, em que

a criança descobre o mundo das palavras, sendo algo tão grande quanto à

interpretação da palavra ler.

Nas salas de aulas da pré-escola onde as crianças em muitos casos ainda

não sabem ler, a literatura é representada nas histórias de contos de fadas, fábulas

e a poesia. Com grande apreço, os professores dessa faixa etária são sensíveis a

trabalhar com a literatura infantil, apesar de pequeno grupo de professores não

aceitar a literatura como uma boa aliada no ensino/aprendizagem, pois discorda da

sua eficácia ou apenas não quer tentar utilizá-la em sala de aula. Trabalhar com a

literatura é prazeroso, dá bons frutos, mas é trabalhoso e exige dedicação, pois

não termina quando se fecha o livro, há um continuo de resultados a serem

observados por vários dias Coelho, (1985).

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[...] autor que teve a coragem de lutar pelo ensino no Brasil foi Joaquim José de Meneses Vieira, também professor que se “destacou entre os que marcaram a evolução das ideias pedagógicas e a prática de ensino em sua época” Fundou um colégio e publicou vários livros didáticos e literários, entre eles o Manual para os Jardins da Infância, publicado em 1882 e foi o primeiro livro brasileiro sobre a educação primária (COELHO, 1985, p. 170).

No decorrer da história a educação infantil teve seus defensores como,

Joaquim José de Meneses Vieira, professor, que marcou o crescimento de ideias

pedagógicas e práticas da educação, publicou vários livros entre os quais o manual

para o Jardim da Infância. Desde então muitos livros didáticos são elaborados com

o intuito de favorecer a melhoria no aprendizado das crianças. Junto com a

evolução da educação infantil, a literatura não ficou de lado, cresceu na

contemporaneidade, contrariando alguns críticos.

A Literatura é um fenômeno estético. É uma arte, a arte da palavra. Não visa a informar, ensinar, doutrinar, pregar, documentar. Acidentalmente, secundariamente, ela pode fazer isso, pode conter história, filosofia, ciência, religião. O literário ou o estético inclui precisamente o social, o histórico, o religioso, etc., porém transformando esse material em estético (COUTINHO, 1978, p.08).

A literatura é uma arte, não se restringe ao ensinar ou informar, nem de

propósito ou intencionalmente, mas ela pode auxiliar o processo de ensino

aprendizagem. A literatura é importante na vida do leitor, pois através da leitura a

interpretação dos conteúdos pode ser simplificado, pois ela tem o poder de

transformar esse momento tornando-o agradável e menos cansativo aos olhos do

aluno.

3.1 LITERATURA E A PRÉ - ESCOLA

A literatura infantil tem um papel efetivo na vida das crianças, elas

geralmente têm o primeiro contato literário antes da pré-escola em casa com os

pais. Posteriormente, com o início da vida escolar, mesmo com acesso a tantas

tecnologias, que transformam os contos e fábulas em filmes com belas imagens e

recursos técnicos. Desta forma, alguns professores perguntam: como a literatura

infantil pode concorrer com tanta tecnologia?

Segundo Abramovic, (1995) na educação infantil a literatura aborda o

alfabeto, números, espaço geográfico, ciência, história e os temas transversais.

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Como um professor com um livro na mão pode prender a atenção das crianças se

eles têm a tecnologia ao seu alcance? A resposta está na grande capacidade que

as crianças têm de imaginar o que ela ouve e vê na ilustração dos livros, pois não

restringe o pensamento criativo delas, ao contrário, eles dão asas a sua fértil

imaginação que ao ouvir se entrega a história e se torna parte dela com

entusiasmo.

Para que uma estória realmente prenda a atenção da criança, deve entretê-la e despertar sua curiosidade. Mas para enriquecer sua vida, deve estimular-lhe a imaginação: ajudá-la a desenvolver seu intelecto e a tornar claras suas emoções; estar harmonizada com suas ansiedades e aspirações; reconhecer plenamente suas dificuldades e ao mesmo tempo sugerir soluções para os problemas que a perturbam (BETTELHEIM, 1996, p.13)

Na pré-escola a literatura infantil faz um belo papel, é nesta etapa da vida

da criança que a disposição para o aprendizado está aflorada, a criança absorve

tudo a sua volta, as histórias contadas com o intuito educativo ou não, desperta a

aprendizagem. Mesmo no momento de lazer todos os seus sentidos estão

trabalhando e se desenvolvendo, tendo assim, grandes chances de uma boa

disposição intelectual, a criatividade neste momento por parte do professor tem um

grande papel que é cativar a criança e manter ela perto da leitura, Bettelheim,

(1996).

3.1.1 O PAPEL DA ESCOLA

Para se trabalhar a literatura na escola é necessário o envolvimento da

comunidade escolar, inclusive a participação dos pais com a realização das

atividades de casa, ler junto com o filho uma historinha infantil, sendo que a falta

de conhecimento dificulta a realização dos projetos da escola, pois muitos pais

acham que a leitura infantil não agrega conhecimento, e por isso deixa de ser

importante.

Embora seja simples o ato de ler, não significa que contar histórias seja

simples, no mínimo o contador tem que se preparar, com estudos e

aperfeiçoamento, leituras e cursos. Propor diretrizes e desenvolver o esboço inicial

de uma concepção arquitetônica para a unidade de educação Infantil,

fundamentada na diversidade dos contextos físico-geográficos, socioeconômicos e

culturais das comunidades locais, em parceria com a comunidade escolar cria um

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ambiente de qualidade e uma sala decorada, arejada que favorecer o desempenho

dos trabalhos escolares, colaborando para o desenvolvimento do processo de

ensino aprendizagem Brasil, (2006).

O contador de história da educação infantil necessita de um

desdobramento maior, pois ele não só conta a história, como interpreta e cria

vozes diferentes para cada personagem, barulho da natureza, sons de músicas,

imitações de animais e outros mecanismos de interpretação, o contador é quase

um ator e isso se torna necessário para prender a atenção do aluno que se

dispersa facilmente .André,(2004).

A escola auxilia o leitor para o contato significativo com a leitura, depois de

serem apresentadas as histórias às crianças, elas despertam a imaginação,

iniciando uma nova produção de conhecimento usando seus sentidos para tal. É

papel da escola auxiliar na formação de leitores e que eles possam ter contato com

diversos gêneros literários André,(2004).

O planejamento é essencial dentro das escolas, pois o trabalho

desenvolvido nas instituições de ensino é continuo e pré-elaborado, aplicado e

avaliado, pois é necessário criar novas estratégias e reformular sempre que

surgirem as necessidades sendo que se não houver um planejamento fica difícil

desenvolver o trabalho com a literatura e obter bons resultados.

De acordo com Faria (2007)é importante salientar que os alunos poderão

dar sua colaboração ao escolher os livros e histórias a serem lidas, a

espontaneidade é favorável para que aconteça uma leitura prazerosa onde a

criança se sinta acolhida dentro da sala de aula Se o ambiente for favorável o

crescimento intelectual e cognitivo da criança produzirá conhecimentos no decorrer

do ano letivo.

Para Faria, (2007) todos os textos elaborados escritos ou oralmente pelas

crianças na sala de aula é um enriquecimento sintático3 e lexical4 em sua

expressão linguística e que oportunamente deverá ser feita as correções

3Sintático: Sistema de leis que permite estudar uma linguagem sob o seu aspecto formal, sem

referência à significação ou ao uso que dela se faz Rios, (2010) 4 Lexical: linguística. Que caracteriza a demarcação do ambiente biossocial, interação entre aspectos

biológicos e sociais, realizado por uma certa língua. Rios, (2010)

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necessárias, se acaso estejam escrita de forma informal com os devidos cuidados

para que não haja constrangimento ao aluno.

3.2 O ESPAÇO DO CONTO INFANTIL NA PRÉ-ESCOLA

Os contos inicialmente tinham formas diferentes em suas escritas, eles

relatavam acontecimentos do dia a dia dos homens e também alguns mitos. Os

contos surgiram destacando os problemas dos homens da sociedade, retratando a

riqueza, poder e trabalho, todos os relatos eram transmitidos oralmente, e as bases

dos contos serviam para passar adiante o modelo de vida que a sociedade

mantinha.

[...] na medida em que consideramos a literatura infantil como um „em si‟ independente de todo o dado histórico. Ora, a experiência mostra que não é assim de uma época a outra, vê-se pelo contrário modificar a ideia que uma sociedade faz da criança e das obras que são destinadas. Definir a priori uma estética, adotar desde a partida tal ou qual concepção das relações entre arte e juventude, e permitir uma limitação de nossa pesquisa, e, quem sabe, correr o risco de falseá-la adiantadamente (SORIANO, 1975, p.179).

Quando se fala em literatura para crianças, algumas pessoas acham que

elas passaram a ser consideradas crianças em um passe de mágica, e que as

histórias infantis e tudo que foi criado para elas foram elaboradas de um dia para o

outro, porém tudo isso levaram séculos para se desenvolver.

Soriano, (1975) diz que tudo tem uma conexão, a evolução e as

transformações na sociedade requerem criações de novas estratégias para passar

o conhecimento, as observações ao longo do tempo deixam visível a

disponibilidade da criança em aprender ,dando novos valores ao que lhes são

apresentadas.

Dessa forma os contos, por sua vez, contavam fatos reais, conservando

algumas características, pois tinham uma linguagem própria que os diferenciavam

dos contos de fadas, neles nota-se uma riqueza de detalhes.

Os contos de fadas existem há milênios. Em diversas culturas, em todos os continentes, existem histórias com estruturas e narrativas semelhantes aos contos que conhecemos hoje, e que são de origem europeia. Apenas para citar um exemplo, a história da “Cinderela”, tem um registro de narrativa muito semelhante à sua na China do século IXd.C. (ABRAMOVICH,1995, p. 120).

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Passaram muitos séculos e os contos de fadas continuam fazendo

sucesso, não só com as crianças, mas entre os adultos, por mais que passe os

anos, ela vai ser sempre uma criança, com imaginações férteis, na qual o mundo

das histórias fantasiosas tem seu lugar cativo.

Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo... (ABRAMOVICH, 1995, p.16).

O conto tem um papel importante que é chamar a atenção das crianças,

em que depende de muita habilidade do professor e do interesse dos alunos para

construir o conhecimento. O espaço dos contos na pré-escola é amplo e deve ser

explorado em todo o seu potencial visando o processo de ensino aprendizagem.

Abramovich, (1995).

3.2.1 O PAPEL DOS PAIS E DOS EDUCADORES DE INFÂNCIA

A comunidade escolar precisa trabalhar em conjunto, na contemporaneidade

está participação fica cada vez mais indispensável. Vivemos em uma sociedade que

está em constante transformação, na qual as crianças ganham espaço, e é preciso

que pais e educadores busquem o mesmo ideal que consiste em formar cidadãos

críticos que lutem pelos seus direitos e estes não devem ser confundidos como uma

permissividade de tudo, respeitar os direitos da criança não é deixá-los fazer o que

querem, sem mostrar até onde ele pode ir Tiba, (2013)

Segundo Tiba, (2013) cabe a família construir os limites sociais junto com

as crianças sendo essa uma responsabilidade que cabe mais aos pais, dessa

forma quando as crianças estão na escola os educadores também irão contribuir

na construção desses limites sociais e regras. A educação das crianças é

responsabilidade dos pais quando estão na companhia deles, e da escola quando

estão na escola, às crianças tem maior facilidade para se adaptarem as regras,

pois, às vezes, ouvir um “não” quando criança, pode ajudar a enfrentar os desafios

encontrados ao longo da vida.

A família é o primeiro contato social das crianças, depois da família vem a

escola e o restante do mundo, e na escola pais e professores deverão ser

companheiros para o bom desenvolvimento da criança, uma educação de mão

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dupla, onde todos têm o seu papel e se cada um desenvolver a sua função, a

educação vai acontecer de maneira completa.

A existência de continuidade entre os diferentes contextos de vida da criança pressupõe semelhança de experiências para as crianças e para as famílias e reporta-se às ligações que existem entre serviços para umas e outras, num dado momento [...] e ao longo do tempo (...) (MAGALHÃES, 2007, p. 12).

A comunidade tem o seu papel de colaboração com a educação, a cultura,

os costumes, mesmo os cuidados que a sociedade organizada oferece, colaboram

para uma educação de qualidade, nem pais nem a comunidade escolar pode

desmerecer o papel que cada um desenvolve, mas deve-se criar um vínculo para

que a crianças e relacione e aproveite na sua aprendizagem Magalhães, (2007).

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4 PROCEDIMENTOS E MÉTODOS DA PESQUISA

Para a construção de um trabalho científico é importante que se tenha

pesquisas para obter informações científicas de uma problemática e

consequentemente, embasamento teórico para possíveis soluções. O referencial

teórico fundamenta um trabalho acadêmico.

A pesquisa bibliográfica exige leitura, interpretação, onde a pesquisa tem

que ser realizada com responsabilidade, passando por uma seleção seguida de

uma leitura minuciosa que poderá responder a problemática levantada pelo

pesquisador Lakatos e Marconi (1987).

Diante disso, depois da escolha do tema para o trabalho, foi realizada uma

revisão bibliográfica para uma maior interação do assunto, após a leitura de livros,

artigos e monografias, surge à necessidade de dividir o tema em tópicos e sub

tópicos, dando assim uma visão organizada e em sequência sobre o assunto.

A pesquisa realizada para enriquecer o trabalho foi de cunho qualitativo,

pois nos oferece um aprofundamento do contexto em que é aplicada, a fim de

provocar a interação entre pesquisador e objeto sendo de característica flexível.

A pesquisa pode ser um procedimento formal, com método reflexivo que requer um tratamento técnico ou científico, e se constitui no caminho para se entender a realidade ou para descobrir verdades parciais (LAKATOS e MARCONI, 1987, p.15).

Além disso, o estudo de caso, acrescentou ao trabalho, métodos já antes

aprovados cientificamente e aplicados no dia a dia, e que mostram resultados

positivos em relação ao processo do ensino aprendizagem das crianças. Este

estudo de caso serviu de levantamento de dados, relatos de duas professoras de

uma unidade de ensino da educação infantil do município de Juína - MT. As

professoras que contribuíram com a pesquisa serão denominadas professora I e II.

Para o presente estudo de caso também abordamos relatos de pais das

crianças que estudam em um centro de educação Infantil no município de Juína-

MT, com o intuito de entender a percepção destes a cerca da importância da leitura

literária dentro da educação infantil.

A Maleta da Leitura é um projeto desenvolvido em uma instituição de ensino

infantil da rede municipal de Juína-MT, sendo uma atividade constante que é

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desenvolvida na sala de aula e todas as salas da instituição participam deste projeto.

Esta instituição está localizada em um bairro próximo ao centro da cidade, tendo 234

(duzentos e trinta e quatro) alunos, 42(quarenta e dois) colaboradores, sendo 14

(quatorze) professores, 18 (dezoito) auxiliares de sala, 03 (três) técnicos de nutrição,

04 (quatro) técnicos de infraestrutura, 01 (uma) secretaria, 01(uma) coordenadora e

01 (uma) diretora, o desenvolvimento do projeto conta ainda com a colaboração dos

pais e alunos para alcançar um resultado significativo.

Para ter um direcionamento do estudo de caso, foi elaborado e distribuído

05(cinco) questionários em uma instituição de ensino de Juína MT, dos quais

somente 02 (dois) obtiveram as respostas, abordadas neste trabalho. o

questionário em questão se encontra em anexo neste trabalho.

Este estudo de caso também trouxe algumas ilustrações feitas pelas

crianças que participam deste projeto, além de depoimentos dos pais nas quais

leram livros de literatura junto com seus filhos e fizeram suas observações por

escrito, em outro momento descreveram a alegria do filho ao vivenciar em família

uma boa leitura e consequentemente, agradecem a professora pela oportunidade.

Os alunos foram identificados como criança 1 a 8, e os relatos dos pais

participantes também foram enumerados de 1 a 4.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Em nosso estudo de caso, através das informações obtidas pela

professora I em relatos, ela afirma que “a literatura infantil tem grande relevância

no aprendizado dos anos iniciais, pois através do mundo imaginário das crianças

iniciam a construção dos primeiros passos da cidadania”. No entanto, a literatura

infantil em seu cunho artístico aborda diversos suportes para desenvolver a

personalidade e o intelecto da criança, ou seja, a capacidade de interpretação de

da criança o desenvolvimento do seu aprendizado.

A professora II relatou que “nesta instituição de ensino, as crianças têm um

contato direto com a literatura infantil e seu desenvolvimento crescem juntos com

sua fértil imaginação, auxiliada com o maravilhoso dos contos de fadas”. Dessa

forma, dar oportunidade para que a criança tenha um contato direto com os livros

estará ampliando seu universo de conhecimento de forma prazerosa, pois a leitura

literária transporta a criança para o mundo da imaginação, favorecendo a

aprendizagem.

Para Abramovich, (1995) a criança equilibra o que ouve com o que sente e

quem está contando uma história tem que passar confiança no que está falando,

ser motivador e despertar admiração, criando um clima de encanto e envolvimento.

A escola tem papel fundamental na motivação da leitura, cabe ao professor

ser mediador neste processo de construção, quando questionadas sobrea

formação dos professores em trabalhar a literatura na sala de aula, a professora I

disse “eu busco sempre atualizar-me participando de cursos e também da

formação continuada, mas ainda tem aquelas que precisam ser estimuladas a

trabalhar a literatura infantil na sala de aula”.

A formação continuada é um dos muitos meios que o professor busca para

se qualificar e para tornar o aprendizado algo concreto, além de muitos outros

cursos que o professor sempre busca para se atualizar, como a graduação e pós-

graduação.

Em contraponto, a professora II comentou: “eu gosto de trabalhar com a

literatura infantil, gosto de contar histórias e ver a criatividade das crianças, é

incrível como eles não perde um detalhe apresentados, e cada um quer ser o

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personagem principal”. Trabalhar com a literatura é gratificante, mas ao mesmo

tempo, exige uma atenção especial, o cuidado para que uma criança não se sinta

inferior a outra, como por exemplo, quando em um teatro o coleguinha assume o

papel principal e o outro deve ser subordinado, assim a criança pode interpretar

que o seu personagem é menos importante na peça teatral por estar representado

um papel com pouca participação.

Para Abramovich, (1995) quando a criança ouve uma história ela absorve

só a história, mas sua orelha invisível conserva a significação e tempos depois, ela

pode relembrar aquele conhecimento ou até mesmo os valores morais.

Em busca de maior conhecimento da prática literária nas escolas, as

professoras foram questionadas sobre o apoio da instituição de ensino infantil para

os professores e se a escola desenvolve algum trabalho para essa prática. A

professora I relata:

A instituição de ensino tem um projeto para todas as turmas; o projeto existente e nominado como: Maleta da Leitura, neste projeto cada turma tem uma maleta bem decorada e dentro da mesma a criança leva cinco livros e um caderninho de anotações em que a família relata momentos de leitura, também pode ser feito pela criança desenhos ilustrando as histórias lidas (PROFESSORA I).

O envolvimento dos professores nos projetos da instituição em que atuam

fortalece a instituição e garante um trabalho em coletividade onde todos se unem

pelo objetivo do fortalecimento da educação, e a professora II discorreu que: “Na

escola em que eu trabalho tem um projeto (Maleta da Leitura) destinado a todas as

turmas, este projeto tem como objetivo a integração da comunidade escolar, e o

incentivo ao desenvolvimento da criança por meio da leitura, é bom trabalhar neste

projeto e por incrível que pareça os pais participam e dá seu parecer” Professora I.

O envolvimento da comunidade escolar nesse projeto de leitura se faz

necessário com a participação dos professores, alunos e pais, na qual

desenvolvem o prazer da leitura na escola ou família, a fim de conduzir a

construção do hábito pela leitura desde a pré-escola. Com a intenção de

apresentar a criança onde se pode sonhar, viajar, experimentar e aprender

diferentes emoções e sentimentos.

Visto que o nível de aceitação da literatura infantil pelos pais é favorável,

trabalhar pelo desenvolvimento da comunidade escolar e do aluno em si é

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possível. O trabalho coletivo com a participação efetiva dos pais possibilita a

integração dos indivíduos, e todos se esforçam pelo mesmo objetivo que é a

aprendizagem. Para a professora I “na educação infantil, a presença das famílias é

quase 100%, o nível de aceitação é ótimo, pois podemos conversar todos os dias

sobre o desenvolvimento da criança”. Em outra questão a professora II fala “na

escola que os pais têm bastante envolvimento nos projetos e acontecimentos da

instituição, embora alguns não quisessem fazer parte dos projetos”

5.1 MALETA DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

As histórias estão em evidência na nossa cultura, pois há muito tempo o

costume de contar e ouvir histórias esta presente no processo de evolução histórica

da humanidade. A construção da Maleta da História está relacionada ao efetivo

cuidado com o desenvolvimento da imaginação, a habilidade de ouvir o outro e se

expressar.

Diante disso, é relevante que a criança se familiarize com as histórias e

ampliem seu repertório, o que só se torna possível com o contato frequente das

crianças com os textos. Destacamos que é significativo que a criança tenha contato

frequente com a diversidade de contos e leitura. Sabe-se que o professores são os

primeiros ou principais agentes na efetivação desta prática e o principal espaço é a

escola. Desta forma, é papel da instituição de ensino:

Proporcionar condições de realizações de leitura compartilhada para

o desenvolvimento da oralidade e colocar perante o grupo;

Colaborar com o hábito de ouvir e tornar prazerosa as situações na

qual a leitura de histórias está envolvida.

Na visão das professoras I e II, o projeto da Maleta da Leitura existente na

instituição de educação infantil em que trabalham, envolve toda a comunidade

escolar da instituição, o qual acontece da seguinte maneira: todas as salas têm

uma pasta (maleta de plástico), decorada com motivo infantil, no interior da pasta

contém em média cinco livros de histórias infantis e um caderno onde é escrito um

relato dos responsáveis pela criança ou uma ilustração feita pela própria criança. O

projeto destaca o envolvimento da família com o processo de ensino aprendizagem

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da criança, o gosto pela leitura e a aproximação dos responsáveis com a criança

são importantes neste processo.

Figura - 01, relato do pai nº1 os Três Porquinhos

Fonte: A autora

Na figura1, a família relata que leu para a filha a noite, a qual acabou

adormecendo, repetindo a leitura durante o dia para a filha e outra criança que

estava presente, elas se divertiram juntas, a família ainda ressalta que é

maravilhoso ter uma maleta com livros para ler com a filha, destaca a mensagem

que entendeu da história e agradece a escola por isso.

A literatura tem como características despertar a emoção da criança para

cada momento. Dependendo da interpretação, ela causará reações diferenciadas,

podendo causar sono ou despertar o indivíduo durante uma narrativa, por meio de

mudanças de tons de voz e imitações mais exaltadas.

Enquanto a criança se diverte com uma história ela consegue aplicar a

história em sua própria vida, são contribuições significativas da literatura

Bettelheim, (1996).

Em vários momentos da história cultural da humanidade a literatura está

presente, e há vários paradigmas, como o conhecimento histórico com sua

particularidade e a diversidade de interpretação que um texto pode abordar.

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Figura:02, Ilustração, criança nº 01. Os Três Porquinhos

Fonte: A autora

Na figura 2, além do relato da família na história dos Três Porquinhos a

criança fez uma ilustração e coloriu os personagens cuidadosamente, sendo que

cada porquinho está de uma cor, podendo diferenciar um do outro, inclusive o lobo.

Quando se narra uma história para criança, deve ser levado em conta o

que é significativo para ela, ou seja, o que realmente importa, sendo assim o que

ela ouve e vê lhe servirá de incentivo para construção do conhecimento.

Para garantir o ensino da leitura devemos primeiramente oportunizar uma

“interação significativa” e funcional da criança com a língua escrita, como meio de

construir os conhecimentos necessários para abordar as diferentes etapas da sua

aprendizagem Sodré, (1982).

Fazer uma ligação da realidade com o que está sendo apresentado para a

criança torna-se indispensável, a língua escrita, que ainda não está efetiva, poderá

ser integrada com as figuras para que tenha sentido real, onde ele consiga fazer

uma ligação entre a palavra e a figura em que esta vendo.

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Figura: 03. Ilustração criança nº 02. Rapunzel

Fonte: A autora

Depois que os pais leram a história para a criança na figura 3,ela fez a

ilustração, na qual destaca as características mais evidentes para ela que foram à

princesa, o príncipe e a bruxa. Nota-se que a princesa está do lado de cima da

ilustração, o ponto alto para a criança foi os cabelos grandes da princesa que

alcança quem está no chão.

Figura: 04. Ilustração criança nº 03 Cachinhos Dourados e os Três Ursos

Fonte: A autora

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De acordo com a figura 4 a criança faz a ilustração da história, desenhando

os três ursos e a Cachinhos Dourados, em alguns casos como esse, a criança

retrata os objetos ilustrados no livro da história exatamente como vê na sua

percepção, ao ouvir falar em figuras que os ursos são marrons ele tenta deixá-los

mais próximos possível da realidade, o mesmo acontece com a menina loirinha do

livro, a criança desenha a garota exatamente como a vê, para mostrar que prestou

atenção na história e entendeu o que foi lido para ela.

Além de informar, ensinar e instruir, o livro pode proporcionar prazer, e

cabe ao educador encontrar uma forma de demonstrar isso à criança. O contador

de história, “o professor” terá que, não só conhecer a história, mas mostrar as

figuras, dramatizar, fazer imitações e se incorporar no contexto da história, deste

modo, a interação do professor com a história, personagens e alunos se tornam

suave, divertida e prazerosa a interpretação da leitura da mesma.

Figura: 05 Ilustração criança nº 04. O Ratinho, o Morango Vermelho Maduro e o

Grande Urso Esfomeado

FONTE: A autora

Na figura 5, a criança demonstrou um grande carinho desenhado

detalhadamente os personagens da, história o Ratinho, o Morango Vermelho

Maduro e o Grande Urso Esfomeado a mesma destacou os personagens que lhe

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chamaram a atenção e sua família em torno da história com emoção de estarem

juntos.

O momento prazeroso que a história proporcionou a família não passou

despercebido aos olhos da criança, ter a família reunida em torno de uma história é

um ato carinhoso, e é algo a mais aprendido, podendo contar aos colegas o

ocorrido em sua casa com sua família e os livros recebidos da escola.

Figura: 06, relato pai nº 02 e ilustração criança nº 5. O Veado e o Leão

Fonte: A autora

Na figura 6 a família faz o seguinte relato: “adorei este momento, pois me

incentivou a ler mais para o meu filho, ele ficou maravilhado, eu li mais de uma vez,

ele me fez várias perguntas e ficou contando as histórias depois, achei lindo!!! as

história o Veado e o Leão e a do Ratinho e o Morango Vermelho Maduro e o

Grande Urso Esfomeado foram a que ela mais gostou”.

Quando se fala de literatura infantil como um projeto proposto pela escola,

nem os pais e até mesmo os próprios professores imaginam que ele possa ser

uma fonte de lazer, trazendo prazer à família. Por isso o pensamento de se

trabalhar com a literatura na educação infantil se limita a fazer com que a família se

envolva no processo do aprendizado da criança, na medida em que a escola cria

um laço de comprometimento coletivo entre os objetivos que se estendem ao

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desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem no momento de lazer em

família.

Figura: 07. Ilustração aluno nº 6. A Galinha Ruiva

Fonte: A autora

A figura 7 mostra o entendimento que a criança teve com relação a

história, o destaque das características mais evidentes foi o formato das imagens

que se aproximam do animal, que a criança conhece na vida real. A Maleta da

história auxilia o professor no processo de sondagem do aprendizado do aluno,

sendo que a Maleta da Leitura passa pelo mesmo aluno mais de uma vez por ano.

Figura: 08, relato pai nº 03 Ilustração criança nº07, João e Maria

Fonte: A autora

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Na figura 8 a família relata: “este projeto de leitura em família é uma

atividade que já nasceu dando certo, aproxima os pais da vida pedagógica de seu

filho, além de incentivar a leitura em casa, como relata a mãe, este projeto deveria

ser feito pelo menos uma vez por mês o meu filho adorou a leitura”.

Nota-se que o pai relator está inteirado dos projetos existentes na escola

do seu filho e como eles funcionam, deixando claro que acreditam no projeto da

escola, em que destacam a leitura em família, a qual trouxe benefícios, como a

aproximação dos membros familiares que se sentem a vontade para dar sugestões

e a Maleta visita a família do aluno uma vez por mês.

Figura: 09 relatos pai nº 04 crianças nº 08, O Ratinho, o Morango Vermelho Maduro

e o Grande Urso Esfomeado

Fonte: A autora

Na figura 09 o pai relata: “ler para minha filha é muito bom ela nos fazem

entrar literalmente na história, ela pergunta, interage muito bem com esse mundo

da leitura, aqui em casa já tínhamos o habito de ler para minha filha, pois a minha

filha é a única criança da família, contar estória para ela faz o mundo ficar mais

colorido.”

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Percebe-se no relato que a família tem o hábito de ler para a criança, ela

se envolve na história por conta própria, ela questiona ,se diverte a é notável a

dedicação ao projeto.

Figura: 10, relato pai nº 04, criança nº 08, O Ratinho, o Morango Vermelho Maduro e

o Grande Urso Esfomeado

Fonte: A autora

Nas figuras 9 e 10, nota-se o grande carinho e dedicação que a família

desenvolveu as atividades propostas pelo projeto. Na ilustração fica evidente que a

criança tem um contato maior com a leitura, se desenvolve com mais facilidade,

pois a figura ilustrada é rica em detalhes, demonstrando a eficácia do projeto

Maleta da Leitura que incentiva a leitura e a coletividade no processo do ensino/

aprendizagem das crianças.

O Estudo de caso colabora com o trabalho acadêmico, demonstrando que

na prática aquilo que é conhecido teoricamente, pode acontecer efetivamente e a

literatura pode colaborar com a educação infantil.

Observamos com o estudo de caso que a instituição de ensino onde foi

realizada a pesquisa utiliza a literatura efetivamente, envolvendo a tão sonhada

participação da família na construção do processo de ensino aprendizagem da

criança,

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Segundo Abramovich, (1995) é imprescindível para a formação da criança

ouvir histórias, o inicio do aprendizado acontece ao escutar histórias, tornando-se

um leitor com caminho infinito e absoluto de descobertas e compreensão de

mundo.

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6 CONCLUSÃO

Através deste estudo ficou evidente que a literatura, mesmo nos tempos

remotos, antes da escrita era utilizada para expor conhecimento, embora alguns

estudiosos defendam a ideia de que quando se utiliza a literatura como uma

metodologia escolar ela deixa de ser uma arte.

Por meio desta pesquisa fica claro que a arte facilita a fixação do

conhecimento, quando no passado os indivíduos só contavam com a oralidade

para não perder os costumes do dia a dia como as regras que julgavam importante

para o bem estar da comunidade, e graças a esta prática antiga de contar histórias,

os acontecimentos culturais, religiosos e sociais ficaram registrados na memória

das pessoas, passando assim, dos mais velhos aos mais jovens, e é por meio da

arte de contar histórias que na contemporaneidade se conhece as origens da

literatura e a história da humanidade.

O estudo proporcionou por meio do processo histórico descobrir as

concepções do que é ser criança, suas necessidades e o ponto de vista em

relação ao mundo em que vivem, além de descobrir o maravilhoso mundo das

histórias infantis.

Com observação feita em algumas escolas do município de Juína MT ao

longo dos estudos acadêmicos, participando de projetos que a instituição de ensino

superior disponibiliza como PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a

Docência) pode se notar a utilização da literatura como um método auxiliar na

exposição das atividades que levam o aluno a desenvolver o processo de ensino

aprendizagem com destaque para as instituições da educação infantil que utiliza

deste método com mais frequência. Na educação infantil a literatura faz parte de

vários momentos do cotidiano escolar, seja nas atividades expondo conteúdos,

servindo de base para elaboração de peças teatrais e nos momentos de

descontração.

A pesquisa de campo, elaborada como estudo de caso abordando um

projeto intitulado de Maleta de História, projeto este de uma instituição de ensino

da educação infantil do município de Juina MT, enriqueceu este trabalho com

relatos de pais e ilustrações de alunos, dando um retorno positivo quanto o uso da

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literatura infantil com o objetivo do desenvolvimento do processo de ensino

aprendizagem.

Os relatos dos pais afirmando que ter as histórias proposta pelo projeto

Maleta de História faz despertarem si a convicção de que a família é uma peça

indispensável no desenvolvimento da criança, e que participar deste projeto é está

colaborando não só com a aprendizagem do seu filho mas também para a melhoria

da educação na sua comunidade, por meio deste projeto que visa um coletivo

desenvolvimento na área de ensino.

As ilustrações das crianças participantes deste projeto mostram que para a

criança é importante que a família participe do seu aprendizado, sentir que sua

família dedica um pouco do seu tempo para estar com ela é significativo, que

adquirir conhecimento na escola faz parte do objetivo da sua família assim também

como da sua escola.

O estudo de caso proporcionou ao trabalho clareza e conclusão de que a

literatura é utilizada como um método auxiliar no desenvolvimento do processo de

ensino aprendizagem, e que os pais têm uma boa aceitação quanto à utilização da

literatura infantil no cotidiano escolar e ainda que os professores juntamente com

toda a comunidade escolar estão empenhados em desenvolver projeto que traga a

família para uma integração com a escola, alcançado assim um desenvolvimento

de conhecimento em sua totalidade.

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REFERÊNCIA

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FARIA, Maria Alice. Como usar a literatura infantil na sala de aula. 4ª Ed. Coleção como usar na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2007. GÓIS, Lúcia Pimentel. Introdução à Literatura Infantil e Juvenil. 2ª Ed. São Paulo: Pioneira, 1991. GARCIA, Edson Gabriel. A leitura na escola de 1º grau. São Paulo: Loyola, 1987. LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. Literatura infantil brasileira: história & histórias. 4ª Ed. São Paulo: Ática, 1988. LAKATOS, Eva M.; MARCONI, M. de Andrade. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1987. MAGALHÃES, G. Modelo de Colaboração Jardim de Infância/Família. Lisboa: Horizontes Pedagógicos, 2007.

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OLIVEIRA, Véra Beatriz Medeiros Bertolde. A Representação Da Criança Nos Contos de Hans Christian Andersen: O Desvelar De Um Paradigma. Maringá: Pontes, 2009. SANDRONI, Laura. De Lobato à Década de 70. 30 anos de Literatura para Crianças e Jovens: Algumas Leituras. Campinas: Mercado de Letras, 1998. SIMÕES, Vera Lúcia Blanc. Histórias infantis e aquisição da escrita. São Paulo. Perspec, 2000. SODRÉ, Nelson Werneck, História da Literatura brasileira. 7ª Ed. São Paulo: DIFEL, 1982. SORIANO, Marc. Guide de littérature pourlajeunesse. Flammarion: Paris, 1975. TIBA, Içami. Disciplina: limite na medida certa. São Paulo: Integrare Editora, 2013. VARGAS, Suzana. Leitura: uma aprendizagem de prazer. 6ª Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009. ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 4 ed. São Paulo: Global, 1985. ______.Literatura infantil: autoritarismo e emancipação. São Paulo: Ática, 1988.

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ANEXO

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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA CURSO DE

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

QUESTIONÁRIO SOBRE A LITERATURA INFANTIL NA PRÉ ESCOLA:

1- Qual é a colaboração da literatura infantil no processo de ensino aprendizado

dos anos iniciais?

2- As instituições de ensino apoiam o trabalho com auxílio da literatura infantil?

3- Os professores se sentem preparados para aplicar a literatura como método

de ensino?

4- Qual é o nível de aceitação dos pais e alunos em relação a literatura infantil

no desenvolvimento do ensino aprendizado?

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5- A escola tem projetos ou ações que incentivem a leitura na escola ou família? Quais?

6- Com esses projetos quais os pontos positivos e negativos em relação à leitura em família?