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AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL NEUROCIÊNCIA E APRENDIZAGEM / PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO 8,5 A IMPORTÂNCIA DA AUTOESTIMA NO CONTEXTO ESCOLAR E SOCIAL, E SUA INFLUÊNCIA NA APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS DO ENSINO INFANTIL Juliana Carla Barbieri [email protected] Orientador: Ilso Fernandes do Carmo PRIMAVERA DO LESTE/2014

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AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL NEUROCIÊNCIA E

APRENDIZAGEM / PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO

8,5

A IMPORTÂNCIA DA AUTOESTIMA NO CONTEXTO ESCOLAR E SOCIAL, E

SUA INFLUÊNCIA NA APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS DO ENSINO INFANTIL

Juliana Carla Barbieri

[email protected]

Orientador: Ilso Fernandes do Carmo

PRIMAVERA DO LESTE/2014

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AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL NEUROCIÊNCIA E

APRENDIZAGEM / PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO

A IMPORTÂNCIA DA AUTOESTIMA NO CONTEXTO ESCOLAR E SOCIAL, E

SUA INFLUÊNCIA NA APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS DO ENSINO INFANTIL

Juliana Carla Barbieri

Orientador: Ilso Fernandes do Carmo

“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Educação Infantil Neurociência e Aprendizagem / Psicopedagogia e Educação.”

PRIMAVERA DO LESTE/2013

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AGRADECIMENTOS

À Deus por dar-me inspiração e esperança, a minha família

pelo amor incondicional e incentivo, a meus amigos pelo apoio,

ao meu professor orientador Ilso Fernandes do Carmo, às

colegas, aos funcionários, a todos os meus professores que

durante muito tempo me ensinaram e me mostraram o quanto

estudar é bom.

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DEDICATÓRIA

Ao eterno e grandioso Deus que me

permitiu realizar este trabalho, à minha

mãe que me estimulou e me deu força, e

à Gilvani Reinke pelo incentivo aos

estudos e pela amizade.

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"Não escrevo para heróis, mas para

pessoas que sabem que educar é realizar

a mais bela e complexa arte da

inteligência. Educar é acreditar na vida,

mesmo que derramemos lágrimas.

Educar é ter esperança no futuro mesmo

que os jovens nos decepcionem no

presente. Educar é semear com sabedoria

e colher com paciência. Educar é ser um

garimpeiro que procura os tesouros do

coração."

(Augusto Cury)

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RESUMO

A auto-estima tem uma grande influência no processo ensino-aprendizagem.

Esta pode contribuir significativamente nas relações íntimas e pessoais, motivando o

sucesso quando positiva e fomentando os fracassos e sofrimentos quando negativa.

A presente pesquisa visou apresentar a importância da auto-estima de crianças no

contexto escolar, e também, sua influência na aprendizagem de alunos da educação

infantil. Uma criança com baixa auto-estima encontrará dificuldades de autonomia e

tem o pensamento de que o fracasso é um ponto consumado, desta forma, é preciso

desconstruir o conceito negativo que a cerca.

O estudo bibliográfico apresenta a auto-estima como papel determinante na

busca do sucesso de um indivíduo, o que torna significativa a boa formação de sua

personalidade nos primeiros anos de vida.

A bibliografia confirma a relevância da auto-estima no contexto escolar e

como esta tem fator determinante no processo de aprendizagem da criança e,

também, apresentou o professor como papel relevante ao resgatar a autoconfiança

do seu aluno, sendo este o responsável por incentivar o aluno a cultivar sua auto-

estima de forma que consiga aprender e apostar em si mesmo.

Palavras – chave: autoestima – crianças - aprendizagem

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 07

CAPÍTULO I .............................................................................................................. 09

1.0 AUTOESTIMA ..................................................................................................... 09

1.1BAIXA AUTOESTIMA .......................................................................................... 19

1.2 BOA AUTOESTIMA ............................................................................................ 21

1.3 A AUTOESTIMA E A PERSONALIDADE............................................................ 22

1.4 A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR E DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DA

AUTOESTIMA DA CRIANÇA .................................................................................... 24

CAPÍTULO II ............................................................................................................. 27

2.0 O FENÔMENO BULLYING ................................................................................. 27

2.1 IMPLICAÇÕES DO BULLYING NA AUTOESTIMA DE CRIANÇAS ................... 28

2.1.1 OBESIDADE INFANTIL COMO INCENTIVO AO BULLYING...........................21

2.2 BULLYING E O ENQUADRAMENTO PENAL NO BRASIL ................................. 22

CAPÍTULO III ............................................................................................................ 24

3.0 A AUTOESTIMA E SUA INFLUÊNCIA NO ENSINO-APRENDIZAGEM ............. 24

3.1 A INFLUÊNCIA DO PROFESSOR NO APRENDIZADO DA CRIANÇA .............. 26

3.2 A CONTRIBUIÇÃO DO LÚDICO PARA A AUTOESTIMA E A

APRENDIZAGEM.......................................................................................................29

CONCLUSÃO.............................................................................................................32

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34

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INTRODUÇÃO

Muito se fala sobre autoestima, e muitas vezes o seu significado é

incompreendido. Para alguns, autoestima é simplesmente gostar de si mesmo.

Outros confundem autoestima com egoísmo, presunção, arrogância. Até o termo

amor próprio tem um significado negativo, quando o ideal é que todos nós possamos

amar a todos, inclusive a nós mesmos.

Ter autoestima não é simplesmente gostar de si mesmo, mas ter confiança

no próprio potencial, confiança em nossa capacidade de pensar; confiança em nosso

direito de vencer e sermos felizes; a sensação de que temos valor, e que

merecemos e podemos afirmar as nossas necessidades e aquilo que queremos

alcançar nossas metas, colher os frutos dos nossos esforços e usufruir o direito ao

sucesso e à felicidade.

A autoestima envolve tanto crenças autossignificantes e emoções

autossignificantes associadas. Também encontra expressão no comportamento. Em

acréscimo, a autoestima pode ser construída como uma característica permanente

de personalidade ou como uma condição psicológica temporária.

É ainda na infância que a autoestima é formada, utilizando o tratamento que

se dá à criança como peça chave, ou seja, se a criança for sempre oprimida em

relação a suas atitudes terá baixa autoestima e se a criança for sempre apoiada em

relação à suas atitudes terá autoestima elevada. É importante ressaltar que a

criança pode ser apoiada em momentos em que é advertida por alguma atitude, pois

em momentos em que ocorrem as advertências dá-se a essa criança o devido valor

e ainda a ensina a ter domínio próprio e a distinguir atitudes positivas e negativas.

A autoestima de uma criança está muito relacionada com a sua

aprendizagem, uma vez que é através de seus sucessos e fracassos que, durante a

infância ocupa a maior parte de sua vida, ela vai formando o seu autoconceito. As

crianças com baixa autoestima não só têm dificuldades de adaptação à escola como

são suscetíveis de perturbar o ambiente escolar e prejudicar o aproveitamento e

bem-estar das restantes. Na maior parte dos casos o que, efetivamente, está em

causa é um desequilíbrio emocional que permite disponibilidade interior para manter

vivo o desejo e o prazer de aprender.

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O comportamento do ser humano se dará de acordo com sua autoestima, tal

influência o emocional tem em sua vida que afeta diretamente em tudo o que faz. Se

o indivíduo não sentir-se seguro, agirá com medo ou esquivar-se-á de novas

experiências evitando maiores danos a seu ego, assim, uma pessoa com baixa

autoestima poderá ter menos chances de ser bem sucedida na vida, pois arriscará

menos e terá menos autoconfiança; já a boa autoestima tende a sofrer menos com

as dificuldades do dia a dia. As experiências de vida, determinará a personalidade

de uma pessoa, desta forma, um indivíduo que foi estimulado terá uma autoestima

melhor.

Dentro da escola é que tem se refletido a influência da construção emocional

da criança, sendo a autoestima determinante para o sucesso desta nos estudos.

Bons professores podem cultivar autoestima e recuperar, de forma construtiva, a

autoestima através de ações motivadoras. Ainda dentro da escola, visto as

diferenças sociais, os alunos enfrentam o bullying, o que pode agravar a situação de

autoestima baixa, reduzindo a produção escolar, tendo a obesidade sido causa para

alunos ferirem o princípio da dignidade da pessoa humana.

A influência da autoestima na vida das pessoas determina a aprendizagem

escolar, um aluno que tem uma boa autoestima tem grandes hipóteses de ter boas

notas e de ser bem-sucedido na sua vida acadêmica. Posto isso, entra o professor

como ferramenta de motivação aos alunos, de forma que atue estimulando seus

alunos, deixando uma visão positiva do seu papel enquanto educador

No primeiro capítulo será apresentado o conceito da autoestima e a

influência da autoestima na formação da personalidade do ser humano; a

importância de se cultivar boa autoestima; bem como o impacto que a mesma tem

sobre a vida, principalmente nos anos iniciais, através do professor. O segundo

capítulo trata do fenômeno bullying que pode desencadear ou aumentar sentimentos

negativos, interferindo na aprendizagem e no convívio social; também, retrata a

obesidade como agravante na ação do bullying; as implicações legais que freiam e

punem o bullying finalizam o capítulo. O terceiro e último capítulo foca na influência

da autoestima no ensino-aprendizagem; a referência do professor na escola como

exemplo a ser seguido positiva ou negativamente e apresenta a ludicidade como

estratégia de socializar a criança de forma que aprenda, se divertindo.

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CAPÍTULO I

1.0 AUTOESTIMA

A autoestima afeta diretamente tudo o que o indivíduo faz, seja no seu

trabalho, nos seus estudos, na vida social, etc. Esse é um dos fatores que mais

influencia as pequenas e grandes decisões que tomamos na vida. A forma como se

lida com a consciência é o maior determinante para que uma pessoa tenha

autoestima.

A principal ferramenta com que o ser humano conta para enfrentar os

desafios do cotidiano é a autoestima, segundo ZAKABI (2007), o conselho

fundamental dos livros mais vendidos da revista VEJA que ensinam a ficar rico em

pouco tempo, a atrair sorte e progredir no trabalho, é gostar de si mesmo, acreditar

na própria capacidade, informa o mesmo autor. Assim, pode-se constatar a

importância do autoconceito no dia-a-dia do ser humano, em todos os aspectos se

encontra presente a autoestima.

No dicionário encontramos estima como o sentimento da importância ou do

valor de alguém ou de alguma coisa; e auto como algo que diz respeito a si mesmo.

Temos, então, a autoestima como a valorização de si mesmo, amor próprio (MAIA,

2005). Para a psicologia, a autoestima refere-se às crenças e opiniões que temos de

nós próprios e ao valor que acreditamos possuir enquanto pessoa, o que determina

o bem estar psicológico e a boa saúde mental. (MAGALHÃES, 2012). Sobre isso,

MAIA (2005), apresenta a auto-estima com a seguinte definição:

(...) a opinião acerca de si, somada ao valor ou sentimento que se tem de si mesmo, adicionado a todos os demais comportamentos e pensamentos que demonstrem a confiança, segurança e valor que o indivíduo dá a si, nas relações e interações com outras pessoas e com o mundo. Então, não estamos falando apenas de um sentimento que temos por nós mesmos. Mais que isso, estamos falando de pensamentos e comportamentos que temos relacionados a nós mesmos.

Ter uma boa autoestima, contribui para a sensação de felicidade e de

realização pessoal, podendo determinar o seu fracasso ou sucesso como pessoa.

Como a vida depende em grande parte das escolhas que se faz, é necessário se

pensar em como anda a visão que se tem a respeito de si próprio.

Conhecer seu próprio eu é fundamental, pois, implica ter ciência de seus

aspectos positivos e negativos, e valorizar as virtudes encontradas. Este diálogo

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interior requer um voltar-se para si mesmo, a determinação de empreender essa

jornada rumo à essência do ser, deixando um pouco de lado o domínio do ego. O

caminho mais viável para uma autoavaliação positiva é o autoconhecimento.

O INSTITUTO CALUSA (2013), informa que a identidade do ser humano é

formada por meio de um processo de experiências, com resultados positivos ou não,

bem como o que os pais e os outros dizem e ensinam. Partindo deste ponto, o

autoconceito apresenta-se como uma espécie de mapa e se baseia principalmente

em todas as experiências que a pessoa viveu no passado, as quais permanecem na

memória. O mesmo Instituto define a autoestima como o resultado da avaliação de si

mesmo, ou seja, a nota que o indivíduo dá a si mesmo, por isso considera que os

valores são a base para o bom funcionamento do seu autoconceito, proporcionando

o tipo de comportamento satisfatório que conduz à autoestima.

O NÚCLEO desenvolvimento humano (2013), expõe que as bases da

autoestima são a autoconfiança e o autorespeito. Sobre isso, o site define:

Autoconfiança: confiar em si mesmo, saber-se capaz mesmo diante de situações novas. Isto não quer dizer que a pessoa tem que saber tudo a respeito de tudo, e sim que ela confia que é capaz de agir positivamente em circunstâncias desconhecidas, e às vezes adversas.

Autorrespeito: a consciência e a aceitação do próprio potencial, mesmo quando os resultados são diferentes do esperado. É a ação resultante da própria escala de valores.

Toda a ação tem uma reação, com a autoestima é a mesma coisa. Quando

a pessoa está bem consigo mesma e com os próximos, automaticamente também

ficará mais confiante, saberá se colocar e não terá medo de fugir do habitual.

Quanto mais confiante o indivíduo se sentir com sua autoimagem, mais ele estará

apto a se relacionar, tomar iniciativas e lidar com os problemas da vida. Sobre isso,

ROCHA (2003), destaca que o indivíduo com boa autoestima não procura

impressionar os outros, pois este já conhece o seu valor. Desta forma, a ideia que a

criança faz de si mesma influencia:

[...] além do aprendizado escolar, a escolha dos amigos, a maneira pela qual se entende com os outros, o tipo de pessoa com que se casa e a produtividade que terá; afetando, também, sua criatividade, integridade, estabilidade e até mesmo a possibilidade de ser um líder, ou um seguidor. (p.25).

Portanto, conhecer o mundo interior de si mesmo implica ter ciência de seus

aspectos positivos e negativos. Esse reconhecimento faz do indivíduo capaz de

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enfrentar os obstáculos e desafios do cotidiano, uma vez que agora ele conhece seu

potencial de resistência e a intensidade de sua coragem e determinação.

A autoestima é a base para o ser humano. É a cura para todas as

dificuldades e sofrimentos. E mais, é a cura para todas as doenças de origem

emocional e relações destrutivas.

1.1 BAIXA AUTOESTIMA Se autoestima, é definida como a valorização de si mesmo, uma pessoa

com baixa autoestima terá postura de corpo e de voz de uma pessoa sem valor. O

indivíduo tende a se colocar em último plano, pois não sente que merece ser

gostado e nem respeitado, simplesmente por não se sentir satisfeito com a imagem

que ele vê de si mesmo.

A pessoa que tem a autoestima negativa, não gosta de si mesmo, não

considera que há algo de bom em si, não sente alegria de viver e não se sente

competente, merecedora e adequada. Ela não acredita em si mesma, se sente

errada diante das pessoas e da vida e não se motiva a mudar os conceitos

negativos que faz de si mesma, pois ela não tem convicção de que é capaz.

Tal comportamento afeta diretamente o lado afetivo do ser humano, tanto na

vida profissional, como nas vidas pessoal e sentimental. BUENO (2012), defende

este estudo apresentando o seguinte conceito:

[...] pessoas com uma imagem negativa de si mesmas tendem a ter mais dificuldades para se relacionar e para lidar com desafios, sentem-se menos capazes de resolver problemas, além de menos confiantes e seguras. Logo, sofrem mais com o estresse e podem até mesmo apresentar sintomas físicos e psicológicos.

De acordo com BUENO (2012), em pesquisa realizada pelo Centro

Internacional Para Saúde e Sociedade, de Londres, liderado pelo pesquisador

Michael Marmot, publicada no British Medical Journal em 2003, há ligação direta

entre autoestima e saúde. A pesquisa apontou que pessoas com autoestima muito

baixa correm risco maior de desenvolver doenças como infartos, acidentes

vasculares cerebrais (AVC), doenças respiratórias e gastrointestinais, devido a uma

diminuição da atividade do sistema imunológico. O autor informa que a pesquisa

apresentou também que essas pessoas tendem a sofrer mais com estresse e

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depressão, além de ter menor disposição para fazer exercícios físicos ou manter

uma dieta saudável. Sem contar uma tendência maior a abusar de bebidas

alcoólicas, drogas e medicamentos que funcionam como desibinidores e calmantes.

De acordo com o site “Minha Vida” (2013) , todos os transtornos emocionais,

como síndrome do pânico, depressão, ansiedade, entre outros, estão diretamente

ligados à autoestima rebaixada. Tais sentimentos deixam a pessoa vulnerável à

procura de outras formas de suprir o vazio que sentem dentro de si. O que ela

procura é ver nela mesma uma pessoa de quem ela goste.

O Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID,

2013), informa que o motivo que leva o jovem a fazer uso de droga é a busca do

prazer, da alegria e da emoção, tudo isto faz esquecer a vida real e se afundar num

mar de sonhos e fantasias. O artigo explica que o uso de drogas pode ser uma

tentativa de amenizar sentimentos de solidão, de inadequação, baixa autoestima ou

falta de confiança.

As pessoas sem autoestima são muito carentes de afeto e, para obter

segurança afetiva a pessoa vai fazer necessária a presença do outro na vida dela,

colocando-se numa condição de fragilidade (SILVA; MARINHO et al, 1998).

Segundo o autor, fragilizada, a pessoa pode sentir-se humilhada caso o outro não

esteja disponível quando solicitado, o que pode fazer com que essas pessoas

esquivem-se do relacionamento interpessoal.

SILVA e MARINHO (et al, 1998), expõe que o indivíduo pode pensar que

não agrada os outros e, por conta da baixa autoestima elas se comportam com

timidez e retraimento e muitas vezes vistas como “metidas”, por não disporem de um

repertório de habilidades sociais apropriado para se relacionarem. SOUZA (2002)

expressa seu ponto de vista com o seguinte pensamento:

[...] sente a rejeição em sua vida e passa a considerar-se inferior aos outros e na maioria das vezes pessimista, tornando-se muitas vezes agressiva, hostil ou indiferente, apática. (p.20).

O indivíduo com baixa autoestima se doa mais, não havendo a igual troca de

valores, ele sempre supervaloriza o outro (SILVA e MARINHO, 2003). As pessoas

sem autoestima tendem a valorizar mais os pontos fortes de outras pessoas e

evidenciar os seus fracos e, às vezes, não se sente merecedor de elogios. Mas, no

fundo, expressa com atitudes e sentimentos tudo o que este espera que as outras

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pessoas lhe ofertem, porém não acredita que mereça tal demonstração de carinho.

Quem não tem autoestima se deixa levar pela vontade dos outros, porque

não se gosta e mostra para os outros uma imagem de quem não merece ser

gostado nem respeitado, explica a Psicóloga Marisa de Abreu (2010). O indivíduo

cuja autoestima é baixa, necessita da aprovação do outro, ele tende a dedicar-se

para agradar e chamar a atenção para si, destaca a Psicóloga. Costuma esquecer-

se de si mesmo, dando grande importância ao outro, por isso acaba se

decepcionando na maioria das vezes por empenhar-se demais e não conseguir o

retorno de atenção na mesma intensidade.

O ideal seria que todos tivessem excelente autoestima. Mas não é a

realidade. Muitos se sentem inadequados, sentem medos, insegurança, culpa, um

sentimento de não ser suficiente. Todas as pessoas são capazes de desenvolver

sua autoestima, desenvolver a convicção de que é merecedor de viver com

felicidade, e aí ter mais autoconfiança, mas ainda assim não utiliza esta capacidade,

e passa a vida com sentimentos de inferioridade.

1.2 BOA AUTOESTIMA Através do PORTAL Ciência e Vida (2013), Beatriz Acampora apresenta a

autoestima como a fonte do poder pessoal do ser humano, da capacidade que ele

tem de influenciar e ser influenciado. Ela determina como o indivíduo se comporta,

seja no sentido emocional ou a forma que este age.

De acordo com GUILHARDI (2002), a pessoa com boa autoestima aprende

a exercitar o autoconhecimento. Esta é livre do outro, não havendo o sentimento de

dependência, ela se ama e promove o que é bom para si.

Muitos confundem a autoestima como ter um ego elevado ou, até mesmo,

orgulho demasiado. Porém, o site GNT (2012), coloca que “a autoestima tem mais a

ver com paz interior, tranquilidade nos pensamentos e uma percepção de se sentir

presente dentro de você.”

Da mesma forma que a baixa autoestima causa danos à saúde, a

autoestima elevada permite que uma pessoa mantenha a sua saúde em equilíbrio.

Pois esta, com boa autoestima, além de se sentir de bem consigo mesma, sentirá

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mais disposição para trabalhar, desenvolver suas tarefas e praticar atividade física,

entre outros.

O site GNT (2012), publicou uma reportagem onde coloca a autoestima

como a aliada para a saúde. Segundo o site, com ela em alta, funciona como uma

vacina contra todos os tropeços, curvas fechadas e declives da vida. Sobre isso o

site GNT (2012), explica que:

Vários estudos têm indicado que a maioria das enfermidades acontecem quando estamos com a imunidade em baixa. E a imunidade tem muito a ver com nossa autoestima. Tem a ver com prestar atenção às nossas emoções, aos nossos limites, e saber ouvir seu corpo quando ele pede um descanso, um alimento ou um movimento.

Desta forma, a maneira como uma pessoa se alimenta, pratica atividades

físicas, cuida de seu organismo vai depender muito de seu estado emocional. Então,

quando a alta autoestima está presente, a pessoa fará tudo o que estiver de acordo

com seu bem estar. Ela tentará relacionar-se com pessoas que transmitem coisas

boas, comportar-se-á de maneira amigável e receptiva, a pessoa buscará realizar

novos projetos, terá boas ideias. Quando um indivíduo apresenta autoestima boa,

ele buscará tudo o que proporciona positividade em sua vida, assim, terá uma

probabilidade muito grande de obter sucesso tanto na vida profissional, nos

relacionamentos, como nos seus estudos, entre outros.

1.3 AUTOESTIMA E A PERSONALIDADE A autoestima é um sentimento que não nasce com a criança, mas que pode

ser desenvolvido durante a vida da pessoa. (GUILHARDI, 2002). Diante disso, o

autor destaca que a autoestima é o produto de contingências de reforçamento

positivo de origem social que os pais podem apresentar para a criança, desde que

devidamente orientados sobre como fazê-lo. Nesse sentido, fica evidente o seguinte

embasamento argumentativo:

Do ponto de vista comportamental, o indivíduo, ao nascer, é essencialmente incompetente e carente de cuidados. Os pais são os responsáveis diretos por esse novo ser. São eles que vão fornecer os cuidados iniciais para a sobrevivência do indivíduo e as primeiras oportunidades de relacionamento social (SILVA; MARINHO, 1998, p.230).

Segundo RECINELLA (2011), a autoestima começa a se formar na infância,

através do relacionamento com as outras pessoas, podendo haver influência

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significativa das experiências do passado, o que determinará a autoestima quando

adulto. SOUZA (2002), posiciona-se com o seguinte pensamento:

Ninguém nasce bom ou mau, porém o autoconceito que cada um tem de si e a visão que o próprio mundo tem de cada pessoa, faz com que ela acredite nesta imagem e viva como tal (p.20).

A criança percebe no olhar e na expressão amorosa dos pais que está

recebendo atenção, que aqueles que a cercam se encantam e se preocupam com

ela. Os pais atuam como espelhos, que devolvem determinadas imagens ao filho.

Para a criação do autoconceito a criança se baseia nas relações que tem

com as pessoas à sua volta (MOYSES, 2001, p. 20). O autor informa que ela situa-

se no número de sutilezas recebidas, “como as reações de alegria ou de

aborrecimento que seus atos provocam nos outros”, como suas vontades são

satisfeitas e, também, como ele é segurado no colo. (p. 20).

A personalidade de uma pessoa é formada por características inatas, onde

se acumulam experiências e ações recíprocas entre o ser humano e o meio em que

vive. (BRANDÂO, 2013). Assim, a autora coloca que a personalidade pode se formar

de 0 a 5 anos, mas continua em formação ao longo do tempo, podendo ir até a

adolescência.

Crianças que vivem em situação de vulnerabilidade, como é o exemplo de

conflitos familiares, violência ou agressividade, tendem a apresentar timidez

excessiva, dificuldades de relações sociais e uma série de dificuldades, mas não

significa que toda criança que nasça num ambiente desfavorável seja

necessariamente uma pessoa com personalidade fracassada. (BRANDÂO, 2013).

O primeiro contato que a criança tem com as pessoas acontece através de

seus pais, por isso é preciso que os pais a apresentem um mundo agradável, de

forma que ela consiga se sentir parte deste mundo. A autoestima da criança pode

estar relacionada com a forma que seus pais reagem a cada ação dos filhos. Sobre

o assunto é evidenciado que:

[...] sempre que uma criança se comporta de uma maneira específica, e os pais a consequenciam com alguma forma de atenção, carinho, afago físico, sorriso [...], estão usando contingências de reforçamento positivo, estão gratificando o filho. Por outro lado, toda vez que uma criança se comporta e os pais a repreendem, a criticam, se afastam dela, não a tocam, nem conversam com ela [...], estão usando contingências coercitivas ou punindo o filho. A primeira condição aumenta a autoestima, a segunda a diminui. (GUILHARDI, 2002, p.7).

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GUILHARDI (2002), informa que os pais, normalmente, querem acertar na

educação de seus filhos e aconselha que os pais criem uma estratégia para

minimizar o problema, onde um se coloca em dever de corrigir, como exemplo, o pai

exigente com o desempenho do filho e a mãe que age como intercessora sem

desautorizar o pai.

MICELI (2003), divide o indivíduo em duas relações causais, o eu privado e

o eu público; o eu privado diz respeito a o que o indivíduo pensa sobre si mesmo e o

eu público refere-se a o que os outros pensam dele. Ou seja, uma criança para

constituir a sua autoestima vai precisar, antes de tudo, de ser amada pelos que a

rodeiam. A partir desse afeto, ela vai sentir-se com valor para depois dar ela própria

o afeto aos outros.

O Guia Infantil (2013), apresenta que a desvalorização de si mesma pode levar a criança a não ter objetivos e a sentir-se incapaz de fazer qualquer coisa. Partindo disso, seguimos para o seguinte embasamento:

Essa postura pode levá-la a não ter objetivos, a não ver sentido em nada, e a convencer-se de que é incapaz de conseguir qualquer coisa que se proponha. O que acontece é que não consegue compreender que todos somos diferentes e únicos, e que ninguém é perfeito. Que todos erramos e começamos de novo. (GUIA INFANTIL, 2013).

Conforme NOGUEIRA (2013), a personalidade de uma pessoa inicia-se no nascimento, “os primeiros anos de vida de uma pessoa são decisivos para a gênese de sua futura personalidade”. A relação da criança com os pais deve suprir todas as necessidades físicas e psicológicas, pelo contrário poderá causar sérios riscos à formação da personalidade. (NOGUEIRA, 2013).

1.4 A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR E DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DA

AUTOESTIMA DA CRIANÇA

Sabe-se que a escola é a segunda casa da criança. O primeiro contato da

criança com o convívio social acontece através de sua família e, quando esta entra

para a idade escolar encontra outros tipos de relacionamentos, com pessoas que

não tem ligação de sangue com ela. Assim, a criança toma consciência de que o

mundo é diferente e grande, e terá que enfrentar novos desafios na vida, que

exigem mais responsabilidade.

SOUZA (2002), no seu estudo aponta que “o contato com diferentes grupos

sociais possibilita a construção do autoconceito da pessoa.” (p.17). A autora cita

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que, primeiramente, a criança experimenta o contato afetivo do primeiro grupo social

(família e amigos); posteriormente, ela ingressa na escola e se esta tiver uma visão

negativa de si mesma, demonstrará um comportamento agressivo, dificultando seu

desempenho escolar.

Na escola, a criança também começa a lidar com frustrações, com perdas e

também com rejeições, quando não é reconhecida ou aceita por alguém ou por um

grupo. É natural que a criança se recuse a aceitar a escola nos primeiros dias de

aula, pois ela está conhecendo um novo ambiente e pode se sentir insegura e

desprotegida, envolta por pessoas desconhecidas. A acolhida e o carinho do

ambiente escolar são importantes para ajudar a criança a reelaborar tais situações e

superá-las.

JUNIOR (2002), aponta que o professor é importante “no sentido de fazer

com que seus alunos descubram seus encantos e valores, fortalecendo sua

autoestima.” (p.6). De acordo com SOUZA (2002), através da construção das

capacidades afetivas as crianças podem investir no afeto e ter sentimentos validados

nelas mesmas.

Estando o professor no contato direto com os alunos, ele deve atuar de

maneira que as crianças se sintam queridas e desejem estar em sala de aula. É

importante que o educador estabeleça metas realistas e adequadas a idade de seus

alunos, dê-lhes oportunidade de desenvolverem-se sem superprotegê-los ou sem

pressioná-los, nem compará-los com outras crianças. Segundo SOUZA (2002):

Desenvolvido o vínculo afetivo, a aprendizagem, a motivação e a disciplina tornam-se conquistas significativas para o autocontrole do aluno e seu bem estar escolar. Percebe-se uma forte relação entre professor e aluno, influenciando na formação da autoestima (sic), pois o professor que não tem amor pela profissão, e apresenta diferentes reações diante de um aluno indiferente ou agressivo, pode comprometer o desenvolvimento escolar da turma. (p.17-18).

É costume de alguns professores dedicarem maior atenção ao aluno mais

comunicativo da turma e desprezarem aquele que não se comporta bem ou aquele

que fica quieto a aula inteira. Na verdade o educador supervaloriza alguns alunos e

desestimula tantos outros, os colocando na condição de inferioridade perante seus

colegas “mais espertos” (grifo nosso). De forma semelhante, percebe-se no cotidiano

escolar:

[...] que alguns alunos com rendimento brilhante, têm extrema dificuldade de se expressar em grupo e formar vínculos de amizade que reforçariam a autoestima deles [...] outros cujo rendimento é regular, até mesmo insuficiente; apresentem facilidade de [...] interação com os outros colegas. Elevando a autoestima [...] (JUNIOR, 2002).

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Sempre acontece de, numa mesma sala de aula, haver crianças super

participativas e outras muito introvertidas. O professor deve perceber estas

diferenças e investir em atividades que estimulem àqueles que menos participam,

ele deve descobrir o que mais os chama a atenção e focar seu empenho de modo

que consiga motivá-las.

A afetividade vem sendo abordada com mais intensidade pelos profissionais

da educação, pois, a violência, a agressividade e desrespeito “podem ter causas de

fundo afetivo, por conta da falta de valorização da pessoa como ser humano.”

(SOUZA, 2002, p.18).

MENDES (2012), informa sobre “a necessidade de desenvolver uma escola

em que os profissionais tenham atitudes positivas, para que possam ter eficácia na

sua ação pedagógica” (p.2). Concordando com o autor anterior encontra-se o

seguinte embasamento:

A importância e atuação dos profissionais da escola, principalmente, orientadores educacionais e pedagógicos, da família [...] manter uma boa autoestima no ambiente escolar, servindo de modelo positivo para os alunos [...]. (JUNIOR, 2002, p.10).

Portanto, a escola, além de ser o local onde a criança adquire conhecimento,

precisa ser o local onde as crianças potencializem suas qualidades, valorizando seu

autoconceito e gostando de si mesmas, influenciando positivamente no ambiente da

escola, bem como na vida social. E, posteriormente na vida adulta, possuir boa

autoestima, o que proporcionará ao indivíduo maior possibilidade de sucesso em

sua vida.

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CAPÍTULO II

2.0 O FENÔMENO BULLYING

De acordo com TOGNETTA e VINHA (2010), a definição do bullying vem da

língua inglesa bully, que significa intimidação, dizendo respeito às formas de

humilhação e menosprezo.

CAMARGO (2013), expõe que este termo se refere às formas intencionais e

repetitivitas de promover atitudes agressivas. O site informa que tal ato não tem

motivação evidente e objetiva intimidar ou agredir a pessoa indefesa, dentro de uma

relação desigual de forças ou poder

Seguindo o mesmo conceito, BANDEIRA e HUTZ (2010), caracterizam o

bullying por “atos repetidos de opressão, tirania, agressão e dominação de pessoas

ou grupos sobre outras pessoas ou grupos, subjugados pela força dos primeiros”

(p.132), “considerado um poderoso processo de controle social.” (p.132).

O bullying é praticado em qualquer ambiente, ou seja, na rua, na escola, na

igreja, no clube etc. Muitas vezes é praticado por pessoas dentro da própria casa da

vítima.

Segundo o estudo de BANDEIRA e HUTZ (2010), o bullying classifica-se nos

tipos, verbal, físico, relacional e eletrônico. Sobre os tipos de comportamento

agressivo, os autores definem:

O tipo físico envolve socos, chutes, pontapés, empurrões, bem como roubo de lanche ou material. [...]. O tipo verbal inclui práticas que consistem em insultar e atribuir apelidos vergonhosos ou humilhantes [...]. O tipo relacional é aquele que afeta o relacionamento social da vítima com seus colegas. [...]. O tipo eletrônico, [...], ocorre quando os ataques são feitos por vias eletrônicas. [...] através de e-mail, mensagens instantâneas, salas de bate-papo, web site ou através de mensagens digitais ou imagens enviadas pelo celular (p.36).

As implicações de tal comportamento toma proporções gigantescas na

criança vítima da violência, podendo extinguir de vez sua autoestima. Pois, ao sofrer

as agressões ela acaba por se colocar na condição de vulnerabilidade e por estas

agressões serem persistentes, passa a acreditar nos seus agressores, confiando

que realmente estão vulneráveis por incapacidade. A partir das informações de

CAMARGO (2013), tem-se o conhecimento que:

As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios

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problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.

O opressor sente prazer em dominar, em causar danos e, geralmente é o

mais forte que seu alvo. Os autores colocam que estes apresentam tendência maior

para comportamentos de risco, como o consumo de tabaco, álcool ou outras drogas

e porte de armas e consolidam o papel de agressor ao longo da vida.

TOGNETTA e VINHA (2010), definem que são cinco as características do

bullying sob o ponto de vista psicológico: A primeira forma de ridicularizarão dos

seus algozes “trata-se de uma forma de violência entre pares, ou seja, não há

desnível de poder ou de autoridade entre aqueles que participam” (p.3); a segunda é

o fenômeno de repetição; a terceira característica aponta a atitude com intenção de

ferir; temos a quarta característica a vítima que possui imagens empobrecidas de si

mesma e revigoram as características postas em evidência pelos autores e a última

característica é apontada através do público que assiste e corresponde com as

apelações de quem ironiza.

Segundo BANDEIRA e HUTZ (2010), o fenômeno bullying tem diferentes

implicações na autoestima em relação a gêneros. Segundo o autor, inicialmente o

bullying era entendido como uma prática dos meninos, pela ideia de que as meninas

seriam incapazes de cometerem agressões. Mais tarde, fora entendido que as

opressões físicas ou morais estão presentes em ambos os gêneros. Porém, a

diferença está no sentido de os meninos serem mais agressivos fisicamente, já as

meninas expressam atitudes mais positivas em relação às vítimas.

2.1 IMPLICAÇÕES DO BULLYING NA AUTOESTIMA DE CRIANÇAS

Bullying, é uma experiência extremamente agressiva para quem a sofre.

KOTAKA (2012), diz que algumas crianças acabam esquecendo situações

constrangedoras a que foram expostas, outras carregam em suas memórias

imagens vividas que lhes causam dor e ressentimento. Situações comportamentais

como o bullying são fontes geradoras de grande estresse, e que pode, na grande

maioria das vezes, afetar a autoimagem e autoestima.

Em entrevista à REVISTA Veja (2013) a especialista Cleo Fante enfatiza

que ‘”é um equívoco dizer que o bullying é uma brincadeira e que os alunos o

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superam sozinhos.” Em resposta à pergunta sobre os traumas que o mesmo pode

gerar as vítimas, a especialista explica:

A curto e longo prazo, o bullying interfere na autoestima, na concentração, na motivação para os estudos, no rendimento escolar e nos males psicossomáticos [...] da vítima. A longo prazo, a vítima pode desenvolver transtornos de ansiedade e de alimentação [...]. Se não houver intervenção, pode haver efeitos para o resto da vida. A vítima pode ser sempre insegura. Alguns têm resiliência, o poder de resistir e superar situações difíceis, mas outros penam.

Ninguém pode administrar a dor que uma pessoa está sentindo quando

exposta a tal humilhação, apenas ela mesma. A psicóloga clínica e hospitalar

Fernanda Grimberg (2012), informa que as consequências mais graves do bullying

são as psíquicas e comportamentais, prática que agrava o problema pré-existente e

abre novos quadros, tem-se como exemplo a autoestima.

GRINBERG (2012), explica que “brincadeiras saudáveis são aquelas em que

todos os participantes se divertem.” Assim, tanto pais e profissionais da educação

devem ficar atentos às mudanças de comportamento das crianças. A criança pode

apresentar um quadro de depressão, fobia escolar, fobia social, timidez, transtornos

alimentares, diz a psicóloga.

2.1.1 OBESIDADE INFANTIL COMO INCENTIVO AO BULLYING

O obeso é um alvo muito fácil para as situações de bullying, pois recebem

vários apelidos, além de todo estresse que vivencia em sua rotina diária, que já lhe

constrange. Essa experiência acaba por dilacerar a autoestima, ao invés de

fortalecer a vítima para que possa desenvolver recursos em busca de mudanças.

GATTI (2011), informa que “além das consequências negativas para o

organismo infantil, a obesidade também pode afetar o convívio social da criança.” De

acordo com o autor, na última pesquisa realizada pela Universidade de Michigan,

nos Estados Unidos, ficou constatado que crianças obesas ou acima do peso têm

60% a mais de chances de sofrer bullying”. O autor alerta que o fato de os dias

atuais exigirem certo padrão estético, é possível ocorrer a manifestação de anorexia,

bulimia ou dietas extremas para perder peso, devido a crianças obesas serem

vítimas do bullying. A este respeito encontra-se o seguinte embasamento:

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[...] o indivíduo obeso tende a atrair rejeição e efeitos negativos pelo simples fato de ser obeso e que esses indivíduos tendem a ser estigmatizados como responsáveis por sua própria condição, sendo taxados de preguiçosos ou relaxados. Essa culpabilidade atribuída, segundo os autores, aumentaria os efeitos negativos nas relações sociais de tais indivíduos (COSTA; SOUZA; OLIVEIRA, 2012, p.656).

Segundo COSTA, SOUZA; OLIVEIRA (2012), foram avaliadas, em 1984, as

características sociais em crianças obesas, o que se constatou que:

[...] as crianças obesas, quando comparadas às não obesas, eram menos

desejáveis como amigas e rejeitadas com uma frequência maior pelos

colegas de classe. As crianças obesas, em sua autoavaliação, também

relataram maior nível de depressão e baixa autoestima. (p.656).

A criança obesa tem mais probabilidades de sofrer de doenças e

preconceitos, explica MIRANDA (2013), desta forma, os educadores devem intervir

no sentido de incentivar tanto os alunos, como seus pais a procurar tratamento. De

acordo com o site OBESIDADE Controlada (2011), quanto mais rápido for

identificada a situação, menores os transtornos e futuros traumas, tanto para quem

sofre quanto para quem pratica o Bullying.

2.2 BULLYING E O ENQUADRAMENTO PENAL NO BRASIL

O bullying é uma atitude que está cada dia mais frequente em nossa

sociedade. Nunca o fenômeno bullying foi tão discutido e, devido ao termo estar

tanto em evidência, tal ato fora enquadrado nas leis como forma de frear as

agressões e punir os agressores. Assim expressa CARVALHO (2013), do Tribunal

de Justiça do Piauí:

Ao nosso ver, a prática do bullying, denominada por nossos juristas como intimidação vexatória, dentro de nosso contexto vernacular, deve ser exemplar e eficazmente combatido. [...] o estancamento desta vil prática está na prevenção, resolução prática de conflitos através da Justiça Restaurativa, ou na repressão, como a expulsão do aluno agressor ou a interferência do Poder Judiciário.

Assim, segundo CARVALHO (2013), está previsto, no Projeto do Novo

Código Penal Brasileiro, PL 236/2012, “passando efetivamente a ser crime previsto

em tipo penal específico e autônomo”. Desta forma, se concretiza bullying:

[...] intimidar, constranger, ameaçar, assediar sexualmente, ofender, castigar, agredir, segregar a criança ou o adolescente, de forma intencional e reiterada, direta ou indiretamente, por qualquer meio [...], valendo-se de pretensa situação superioridade e causando sofrimento físico, psicológico ou dano patrimonial. A conduta é punida com prisão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e depende de repressão da vítima/ de representante legal, para que se deflagre a ação penal (art. 148 PNCP), (CARVALHO, 2013).

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Apresentado como um problema mundial, CAMARGO (2013), informa que o

bullying pode acontecer em qualquer contexto onde haja interação social, tais como

escola, família, trabalho e entre vizinhos. Tal embasamento na lei podemos

encontrar nos estudos de CAMARGO (2013):

Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.

De acordo com o art. 15 do ECA, “a criança [... ] têm direito à liberdade, ao

respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e

como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas

leis”. No art. 17 encontra-se o direito à “inviolabilidade da integridade física, psíquica

e moral da criança [...], abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da

autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais”. E no art.

18 expõe o “dever de todos velarem pela dignidade da criança [...], pondo-os a salvo

de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou

constrangedor”.

Entende-se como dever, tanto dos pais como dos profissionais da educação

proteger a criança contra quaisquer danos físicos e psíquicos, podendo ser punido o

ato embasado em leis. Sobre isso, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (2013),

informa que “são sujeitos que exigem proteção por parte dos adultos, pois as

crianças muitas vezes não sabem reivindicar seus direitos.”

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CAPÍTULO III

3.0 A AUTOESTIMA E SUA INFLUÊNCIA NO ENSINO-APRENDIZAGEM

O conceito de autoestima é bastante importante no campo da

psicopedagogia. Esta disciplina, segundo REBELO (2012), considera a autoestima

como sendo a causa das atitudes construtivas nos indivíduos, e não a consequência

das mesmas. Posto isto, um aluno que tem uma boa autoestima tem grandes

hipóteses de ter boas notas e de ser bem-sucedido na sua vida acadêmica.

ROCHA (2003, p. 10), considera:

a aprendizagem humana possível pela ação de um mediador que se interpõe entre os estímulos e o organismo para captar da mente as significações interiorizadas que advêm da própria experiência de aprendizagem.

A autora explica com a seguinte argumentação:

[...] a aprendizagem humana não se explica ou esgota apenas pela genética [...], mas emerge uma relação indivíduo-meio que é midiatizada por outro indivíduo mais experiente, cujas práticas e crenças culturais são transmitidas às gerações futuras, promovendo nelas zonas mais amplas de desenvolvimento cognitivo crítico e criativo. (p.10).

Muitas evidências e experiências de professores, terapeutas e psicólogos

“indicam que a maioria das crianças com problemas de aprendizado nas salas de

aula vêm de situações problemáticas no lar e têm dificuldades de autoestima.”

(HUMPHREYS, 2001, p.11).

Segundo HUMPHREYS (2001), todas as crianças querem agradar seus pais

e, quando estas sofrem humilhação através da critica e supressão de amor, elas

podem sofrer duas reações: esquivarem-se dos esforços na escola por temer

humilhação e rejeição ou investem dedicação demasiada na tentativa de eliminar

qualquer possibilidade de fracasso. De acordo com o autor, os filhos dos professores

tendem a ser mais vulneráveis, por serem mais cobrados em seus desempenhos

dentro da sala de aula.

Para a criança ter uma boa relação social, ela precisa de educação. Uma

boa educação é aquela que estimula à criatividade, a interatividade, a cidadania,

buscando desenvolver e multiplicar as potencialidades da criança. SCHIMITZ (2004),

expressa seu ponto de vista com o seguinte pensamento:

As crianças que acreditam em suas capacidades individuais, em seu potencial têm mais possibilidades de vencer e superar com sucesso, os

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obstáculos que surgem durante sua vida escolar, profissional, afetiva, cognitiva e familiar. Portanto, cabe a cada um cuidar para jamais desqualificar o ser humano e proporcionar condições de desenvolver a noção de valor próprio, acreditar no seu potencial e incentivá-lo a usar mais a sua capacidade. (p.43).

Segundo CAMPOS (2008), a inteligência é, em partes, hereditária, com perfil

heterogêneo, ou seja, com pontos fortes e fracos, assim, se explica as diferentes

habilidades encontradas numa mesma sala de aula. A autora cita alguns fatores

determinantes para que a criança desenvolva esta inteligência, são elas:

estimulação afetiva e as experiências vividas com entes próximos.

MARQUES (2013), mostra, em seu estudo, que o desenvolvimento da

autoestima antecede à própria cognição, sendo necessário o ambiente propício para

progredir e aprimorar o desenvolvimento humano e a autoconstrução. De acordo

com SCHIMITZ (2004), “a autoestima quando não estimulada, pode inibir o

comportamento criativo da criança” (p. 44). A autora complementa que:

O estímulo cognitivo não é suficiente para desenvolver a criança como um todo. É necessário elevar sua autoestima para que tenha um bom autoconceito de si mesma, garantindo assim um bom desenvolvimento e consequentemente um bom desempenho escolar. (p.44).

A criança precisa ser estimulada para aprender, ela “precisa se sentir aceita

e valorizada para que possa exercer seu potencial de maneira eficaz.” (ROCHA,

(2003). O estímulo através da afetividade e da autoestima permite que a criança

sinta-se bem, cultivando autoconceito positivo de si mesma. Se ela acredita que

pode aprender, será impulsionada a alimentar o conceito que faz de si na busca por

novas experiências, enfrentando as dificuldades sempre com o objetivo de superá-

las.

MRUK, apud BERNARDI & STOBÃUS (2011), informa que a autoestima

deteriorada reflete na aprendizagem, trazendo características negativas, como por

exemplo, o sentimento de inferioridade, insegurança, ansiedade, etc. Neste sentido,

a criança se torna “muito vulnerável às críticas e julgamentos negativos de seus

colegas e professores.” (p.36-37).

A valorização de si mesmo é constituída com motivações internas, assim,

quando a criança é estimulada a alcançar outros progressos e vencer dificuldades,

ela se sente capaz de aprender, “a autoestima elevada é uma das consequências da

aprendizagem [...].” (VICHESSI, 2008).

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Se a criança não se encontra em harmonia consigo mesma, ela não

consegue explorar o conhecimento para conseguir o seu melhor. Quando há

autoestima baixa, a criança não acredita que é capaz de desenvolver uma atividade

mais complexa, se torna mais cômodo permanecer na sua zona de conforto.

ROCHA (2003), alerta que, quando a criança se sente insegura, ela pode produzir

menos, desta forma:

Sentindo-se ameaçada, vai evitar agir; esse agir pode ser escrever, desenhar, falar, ou qualquer atividade que precise de um mínimo de raciocínio. Essa hesitação, possivelmente interromperá o processo saudável da aprendizagem.

É comum encontrar crianças que, antes mesmo de tentar fazer uma

atividade diz que não sabe executá-la, que não consegue. Na verdade, ela

encontrou uma maneira de esconder a crença de sua incapacidade, ela não quer

tentar para não correr o risco de errar, possivelmente tenha sido repreendida por

suas tentativas falhas. O aluno que não exterioriza suas qualidades não se deixa

conhecer. O receio de expor uma ideia que não seja aceita fá-lo fugir de situações

que o coloque em evidência, por este motivo, a criança dá a entender que realmente

não sabe, não consegue.

3.1 A INFLUÊNCIA DO PROFESSOR NO APRENDIZADO DA CRIANÇA

Na escola, o professor é a referência do aluno. O professor deve ser

motivado a atuar de forma que estimule seus alunos, deixando uma visão positiva do

seu papel enquanto educador. Em seu estudo, THOMPSON (2010), identificou que

o aluno que se identifica com seu professor, consegue um aproveitamento melhor,

por conta do vínculo estabelecido com o mesmo. Assim como é exigido do aluno

interesse em aprender, também o professor deve interessar-se em ensinar, diz a

autora.

Acima de tudo, o professor deve possuir uma boa autoestima para que

possa transferir a seus alunos a sensação agradável em aprender. Sobre isso, VOLI

(2002) ,comunica que “o professor, como pessoa realizada e com autoestima

elevada, poderá, assim, projetar em seus alunos um modelo de adulto que os motive

e ajude a conseguir uma formação pessoa similar." (p.15).

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VOLI (2002), expõe que o professor normalmente projeta em seus alunos a

sua própria personalidade, desta forma, é esperado que ele seja o melhor exemplo

que a criança utilize como modelo de ser humano. Neste contexto, o autor informa

que “um professor consciente de suas possibilidades transformadoras é a chave que

a sociedade precisa para acionar o processo de mudanças nas novas gerações.”

(p.11).

A partir do momento que o educador consegue criar um vínculo positivo com

seu aluno, ele consegue transmitir confiança para que a criança sinta-se segura.

MARQUES (2013), expõe a importância da expectativa do professor sobre a

potencialidade do aluno na ideia que:

[...] Permanentemente, caberia ao educador o papel de acolher, nutrir e sustentar o educando, permitindo que ele se desenvolvesse. O que corresponde a um ato “amoroso”, um ato de acolhimento de suas dificuldades, incertezas, dúvidas e limites. O ato “amoroso” é estar ciente de que o papel do educador é dar suporte para que o aluno se desenvolva mais, se torne mais senhor de si, mais autônomo, mais independente.

O educador deve fazer predominar a sensação de que o aluno é bem

querido, gostado, amado. A atuação do professor deve ser voltada para a autonomia

do aluno, proporcionando a ele o gosto de descobrir, conhecer; despertando o

desejo de crescer, pensar, sonhar, criar, viver. (CAMPOS, 2008).

De acordo com ROMANELLI (2009), “o professor é o principal responsável

pelo sucesso da aprendizagem e sua atuação em sala é determinante para o

desempenho dos alunos”, sendo superior à qualidade de um sistema educacional.

O que determina um profissional de qualidade não é apenas o conhecimento

que ele possui, sobre este aspecto ROMANELLI (2009) estabelece alguns critérios:

- Além de dominar o conteúdo, o professor precisa dominar as técnicas de ensino,

desta forma, é importante uma boa formação inicial, bem como uma carreira com

prática orientada por professores mais experientes;

- O educador deve sempre buscar novas metodologias, atualizar-se, superar-se,

através de formação continuada;

- O professor deve ter didática, paciência e sensibilidade para respeitar o tempo e

as diferenças de cada aluno, incentivando-os a ajudarem entre si de forma a igualar

o nível da turma;

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- A boa relação do professor com os alunos favorece a aprendizagem, portanto, o

profissional deve se mostrar interessado e receptivo com seus alunos;

- O educador precisa conhecer seu aluno, seja sua cultura e valores, como respeitar

as fases de amadurecimento. Isso representa um acesso mais fácil e uma

aproximação entre as duas partes;

- O aluno deve ser estimulado à curiosidade. Além de impulsionar o conhecimento, a

curiosidade faz com que os alunos se interessem mais e o professor contribui para a

solução de seus questionamentos;

- Na condição de transmissor de conhecimento, o educador não deve se colocar

como único detentor do mesmo, ele deve estar aberto também a receber

conhecimento;

- A valorização do profissional de educação reflete em seu desempenho em sala de

aula. Professores que trabalham satisfeitos, transmitem o conteúdo de forma positiva

aos alunos;

Conclui, ROMANELLI (2009), que este conjunto de atributos são

encontrados nos bons professores, a atitude destes diante dos alunos é

determinante para a qualidade do ensino, podendo este potencializar um bom aluno

e vice-versa.

A especialista em Psicopedagogia, Irene Maluf (2013), comenta sobre a

importância do elogio na vida das pessoas. Ela destaca que o sucesso escolar parte

da motivação da criança aos estudos, se a criança não desenvolver sua autoestima,

esta não desejará alcançar o sucesso. A respeito disso, Irene Maluf (2013), enfatiza

que:

Crianças desmotivadas apresentam comportamentos de frustração, ansiedade e desorganização, pois o insucesso constitui um processo paralisante: todos sabemos que após duas ou três experiências desastrosas, as pessoas saudáveis procuram se resguardar, evitando um novo contato desagradável e penoso com aquilo que gerou o fracasso. [...] crianças e jovens com alguma dificuldade real de aprendizagem muitas vezes também são acusadas de "preguiçosas" e frequente notamos na avaliação psicopedagógica, as consequências calamitosas que essa situação gera no seu desenvolvimento afetivo e intelectual.

O professor deve ter uma relação próxima com seus alunos, pois eles são

receptivos à matéria, partindo da forma de agir do seu professor, muitos alunos

buscam em seu professor referências de comportamentos, por isso a importância de

apresentar atitudes e valores que possam tornar os vínculos positivos. O trabalho

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construtivo, inicia na relação de reciprocidade, simpatia e respeito em que o aluno é

tratado como uma parte importante que compõe um todo e não como um todo

dividido por partes.

Não é possível educar sem que exista o diálogo entre aluno e professor. Ao

relacionar-se bem com seus alunos o educador receberá de volta a atenção e o

carinho que fora investido. Se o aluno se sentir bem dentro da sala de aula, ele

também sentir-se-á confiante, dá-se então os ingredientes para uma aprendizagem

satisfatória.

3.2 A CONTRIBUIÇÃO DO LÚDICO PARA A AUTOESTIMA E A APRENDIZAGEM

São vários os desafios que os profissionais da educação enfrentam nos dias

de hoje. A tecnologia veio para facilitar a vida de todos. Na área da educação, a

tecnologia tem sido de grande valia no sentido de captar a atenção das crianças que

nascem na era da modernidade, onde tudo se renova, tudo se interliga, tudo é mais

prático, porém acaba por individualizar os seres humanos em alguns aspectos.

Os professores dispostos a alavancar a educação enriquecedora não podem

dar-se por satisfeitos no que diz respeito ao conhecimento. Eles devem reciclar seus

métodos, buscar inovações, usar novas técnicas, de forma que seus alunos sempre

se encontrem motivados a aprender.

Não bastasse o desafio de adequar-se à tecnologia, o professor precisa

introduzir em suas aulas métodos simples, porém muito significativos que capte a

atenção dos alunos. Materiais simples exigem, além de muita criatividade, grande

conhecimento para fazer de pouco tempo, grandes momentos.

O lúdico veio provar que contribui grandemente na educação das crianças,

pois ela sociabiliza e faz com que a criança aprenda, se divertindo. Este método

descontraído de ensinar representam situações, segundo BERNARDES (2006), em

que o aluno enfrenta seus próprios limites através de regras e superação, além de

aprender de forma prazerosa e alegre, proporcionando o vínculo afetivo. A autora

aponta que as atividades lúdicas propiciam a sensibilidade e criatividade, ampliando,

modificando e construindo seu conhecimento.

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Lúdico, segundo o DICIONÁRIO, corresponde a “Forma de desenvolver a

criatividade, os conhecimentos, através de jogos, música e dança. O intuito é

educar, ensinar, se divertindo e interagindo com os outros.” (DICIONÁRIO Informal,

2008).

As atividades lúdicas podem ser definidas como brincadeiras com normas e

regras flexíveis, elas não têm como objetivo principal a competição, mas a motivação

em cumprir uma tarefa. Elas têm,como papel desenvolver a imaginação, criatividade,

capacidade motora e raciocínio. O lúdico pode ser direcionado a um objetivo

específico, sob a perspectiva que é importante no desenvolvimento afetivo, motor,

mental, intelectual, social, fortalecendo, assim, a autoestima e a segurança. Neste

sentido, encontra-se o seguinte embasamento teórico:

[...] as atividades lúdicas educativas podem criar condições de desenvolvimento nas características da autoestima da criança [...] a criança tenta superar suas limitações sem sentir-se envergonhada, pois a partir do momento em que ela se sente livre para imaginar, criar, agir, sem medo de ser reprimida, passa a sentir mais confiança em si, demonstra interesse por querer desenvolver as atividades e assim sente-se ativa e aceita no meio social em que vive (TUROLLO, 2010, p.2380).

Em seus estudo TUROLLO (2010), concluiu que as atividades lúdicas criam

condições para o desenvolvimento da auto-estima em vários aspectos, são eles:

[...] a autoconfiança, o autoconhecimento de suas possibilidades e limites, assim como a sua segurança em agir, sua coragem em enfrentar desafios, sua necessidade de interação com o outro e de se sentir respeitada e querida no grupo, dentre outras possibilidades, as quais, quando orientadas pelo professor, poderão se desenvolver a possibilitar condições diferenciadas de desenvolvimento da autoestima das crianças na escola.

Através das brincadeiras a criança se expressa e exterioriza seus

pensamentos, desta forma, a brincadeira dentro de um processo educativo faz com

que a criança aprenda os conteúdos, deixando pra trás os métodos tradicionais de

ensino (OLIVEIRA, 2010). O professor pode utilizar o lúdico tornando as aulas mais

dinâmicas e participativas e, partindo do princípio que o lúdico propõe a

compreensão dos conteúdos a partir da reconstrução que a aprendizagem realiza,

este tem fim pedagógico (OLIVEIRA, 2010).

O lúdico entra como facilitador da aprendizagem, através dele as crianças

adquirem “motivação intrínseca necessária para uma boa aprendizagem, até

convertê-las em adultos maduros, com grande imaginação e autoconfiança.”

((OLIVEIRA, 2010, p.21). Neste contexto, a autora explica que:

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Toda criança que brinca vive uma infância feliz, além de tornar-se um adulto muito mais equilibrado física e emocionalmente, conseguirá superar com mais facilidade, problemas que possam surgir no seu dia-a-dia. [...] Ela adquire experiência brincando. Participar de brincadeiras é uma excelente oportunidade para que a criança viva experiências que irão ajudá-las a amadurecer emocionalmente e aprender uma forma de convivência mais rica. (p.22).

Quando a criança sente prazer no que faz, ela se abre para viver novas

experiências. Atividades mais descontraídas tendem a fazer com que as crianças

desenvolvam a coletividade e se sintam mais a vontade dentro de um ambiente com

regras e que visa o rendimento. A criança, sem se dar conta de que está sendo

avaliada e estimulada, diverte-se aprendendo.

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CONCLUSÃO

O propósito deste trabalho foi apresentar a importância que a autoestima

tem na vida de crianças nas séries iniciais da escola, bem como a interferência da

educação no sucesso pessoal do indivíduo quando adulto.

Na conclusão deste estudo, parece bastante evidente a influência da

autoestima na construção da personalidade e o quanto esta tem significância no

sucesso do aprendizado. Houve a preocupação de abordar os aspectos familiares,

sociais e escolares, como forma de identificar que o ser humano é um ser emocional

e que seu rendimento gera em torno de suas emoções.

A autoestima apresenta-se como ferramenta para se obter a realização

pessoal. Estando feliz, a criança sentir-se-á motivada a explorar o desconhecido,

sentindo-se capaz para tanto.

Seu passado carrega experiências que podem, tanto alavancar como

deteriorar a imagem que a criança faz de si mesma, o que vai determinar o

desempenho é o fato de estas experiências terem efeitos positivos ou negativos em

sua vida.

Conforme mostra o estudo, a criança pode possuir muitas qualidades, mas

se ela não possuir uma boa autoestima, ela corre o risco de não conseguir

desenvolver tais qualidades por acreditar que não as tem. Por outro lado, a

autoestima elevada instiga a criança a arriscar e, mesmo errando, descobrir que é

capaz de aprender sem temer o julgamento.

A criança sente-se amparada pelos seus pais, assim, fica evidente a

preocupação que ela tem em receber a atenção e dedicação dos mesmos. Ela capta

as marcas percebidas pelas pessoas que a cerca e, dependendo da impressão que

ela tem, ela reage. Se a criança vive em meio a conflitos, ela tende a reagir

negativamente, se ela vive em ambientes pacíficos, age positivamente.

As crianças se espelham nas atitudes dos adultos, elas idealizam o adulto

em que querem se transformar, partindo de suas experiências com as pessoas que

convivem. Em primeiro lugar, elas desejam ser iguais a seus pais, depois, ao

entrarem na idade escolar, buscam referência no professor.

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É importante destacar que o bullying apresenta-se nocivo à autoestima, os

agressores usam dos pontos fracos do indivíduo para realçar sua dominação sobre

ele, agressivo ou brando, o bullying pode aflorar medos e inseguranças que antes

estavam escondidos.

As crianças com sobrepeso ou obesas tendem a sofrer mais com o assédio,

pois são vistas como fora do padrão. Elas conhecem a condição em que se

encontram e o bullying faz com que elas se sintam avessas à sociedade. Tendo em

vista as consequências maléficas deste comportamento iníquo, enquadra-se como

crime causar sofrimento físico ou psicológico, havendo punição dos responsáveis

para tal conduta.

A pesquisa bibliográfica confirma a influência da autoestima com a

aprendizagem, deixando claro que o estímulo à criatividade, interatividade e o

desenvolvimento das potencialidades dão-se através da autoestima elevada.

Estando a criança de bem consigo mesma, ela irá explorar o seu melhor para vencer

as dificuldades.

As atividades lúdicas contribuem no sentido de usar métodos simples para

obter grandes êxitos, a criança desenvolve seu lado motor e cognitivo ao mesmo

tempo que brinca. Desta forma, o professor consegue resgatar no aluno a alegria de

estudar. O lúdico sociabiliza e faz com que a criança aprenda, se divertindo.

Por isso, espera-se que este estudo possa vir a ser relevante para todos os

que trabalham com pessoas, acreditam no potencial de crescimento dos indivíduos e

se dispõem a investir nesta permanente construção.

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