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Compre já em livraria.vidaeconomica.pt PUB MAIS DE 90% DOS LICENCIADOS DA FEP TÊM EMPREGO EM SEIS MESES Pág. 22 ENSINO RUI LEÃO MARTINHO, BASTONÁRIO DA ORDEM DOS ECONOMISTAS, AFIRMA “Várias medidas já deviam ter sido tomadas para aliviar empresas e famílias” Suplemento, págs. II e III www.vidaeconomica.pt Nº 1501 / 12 de julho 2013 / Semanal / Portugal Continental J 2,20 www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa DIRETOR DO SOFITEL “É preciso ajustar os preços da hotelaria” Pág. 24 EX-PRESIDENTE DO IEFP Portugal vai ter menos verbas de combate ao desemprego Págs. 6 e 7 ENERGIA Preços da eletricidade são entrave à competitividade Pág. 16 JUSTIÇA Execuções vão ter custos mais baixos Pág. 33 PUB 9 720972 000037 01501 PUB A partir de 1 de Julho transporte em segurança com a Sage Não deixe para a última! Saiba mais em: www.sage.pt · 808 200 482 · [email protected] CCAM Noroeste tem volume de negócios de quase 700 milhões A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Noroeste inaugurou a sua nova sede administrativa em Viana do Castelo. Com um total de crédito total concedido superior a 282 milhões de euros, depósitos totais de 380 milhões de euros e um volume de negócios a caminho dos 700 milhões de euros, são números que ilustram a relevância desta entidade como “fator de desenvolvimento económico da região” , afirma à “Vida Económica” Avelino Meira Poço, presidente do Conselho Geral e de Supervisão da CCAM Noroeste. Suplemento, págs. 6 e 7 CRÉDITO BANCÁRIO ÀS PME BAIXOU 14 MIL MILHÕES AIP reprova fusão das sociedades de garantia mútua Desde 2008 foram emitidas 112 mil garantias Págs. 4 e 5

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DA FEP TÊM EMPREGO

EM SEIS MESESPág. 22

ENSINO

RUI LEÃO MARTINHO, BASTONÁRIO DA ORDEM DOS ECONOMISTAS, AFIRMA

“Várias medidas já deviam ter sido tomadas para aliviar empresas e famílias”

Suplemento, págs. II e III

www.vidaeconomica.pt

Nº 1501 / 12 de julho 2013 / Semanal / Portugal Continental J 2,20

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

DIRETOR DO SOFITEL

“É preciso ajustar os preços da hotelaria”

Pág. 24

EX-PRESIDENTE DO IEFP

Portugal vai ter menos verbas

de combate ao desemprego

Págs. 6 e 7

ENERGIA

Preços da eletricidade são entrave à competitividade

Pág. 16

JUSTIÇA

Execuções vão ter custos mais baixos

Pág. 33

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9 720972 000037

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A partir de 1 de Julho transporte em segurança com a SageNão deixe para a última! Saiba mais em: www.sage.pt · 808 200 482 · [email protected]

CCAM Noroeste tem volume de negócios de quase 700 milhões A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Noroeste inaugurou a sua nova sede administrativa em Viana do Castelo. Com um total de crédito total concedido superior a 282 milhões de euros, depósitos totais de 380 milhões de euros e um volume de negócios a caminho

dos 700 milhões de euros, são números que ilustram a relevância desta entidade como “fator de desenvolvimento económico da região”, afi rma à “Vida Económica” Avelino Meira Poço, presidente do Conselho Geral e de Supervisão da CCAM Noroeste.

Suplemento, págs. 6 e 7

CRÉDITO BANCÁRIO ÀS PME BAIXOU 14 MIL MILHÕES

AIP reprova fusão das sociedades de garantia mútua

Desde 2008 foram emitidas 112 mil garantias

Págs. 4 e 5

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PAULO PORTAS

Paulo Portas até tinha alguma aceitação por parte da população enquanto

membro do Governo. Agora é visto como o “menino mau” que criou uma situação de enorme irresponsabilidade. Os cidadãos perguntam-se qual o objetivo concreto de Portas ao colocar em causa a coligação e a deitar por terra uma certa credibilidade alcançada no exterior através de enormes sacrifícios. Este tipo de atitudes revela a falta de respeito que existe do lado dos políticos relativamente às populações que os elegeram.

2 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

ABERTURA

Top da semana

PAULO MACEDO

Se é possível alguém sair imaculado e com mais credibilidade da recente crise política, esse alguém

é Paulo Macedo. O ministro da Saúde viu-lhe ser reconhecida a merecida competência técnica e muitos cidadãos até viam com bons olhos a sua passagem a ministro das Finanças. A realidade é que Paulo Macedo tem conseguido um clima de certa tranquilidade no seu setor, o que não é fácil, tendo em conta o corporativismo que sempre caraterizou a classe médica. Por outro lado, tem obtido êxito na redução continuada da dívida pública, sem que o SNS tenha perdido qualidade.

CAVACO SILVA

A postura de Cavaco Silva durante a crise foi aquela que já se esperava. O presidente da República viu

passar-lhe os acontecimentos ao lado e, mais uma vez, a sua popularidade sofreu um sério revés. Jamais um presidente da República teve taxas de popularidade tão baixas desde o 25 de abril. Cavaco colou-se ao Governo e parece ter ficado sem reação a tudo aquilo que se passava à sua volta. A função de um presidente é exatamente ter uma posição ativa e evitar que cenas como aquelas a que assistimos tenham lugar. Cavaco, num momento de crise, não pode afirmar que cabe à Assembleia resolver a situação. O presidente é pago pelos contribuintes para cumprir as suas funções

EXPANSIÓN

Crise não vai colocar qualquer país fora do euro

A chanceler alemã Angela Merket assegurou que nenhum país será forçado a sair da Zona Euro por causa da crise. A Alemanha admite que a resolução do problema da dívida será um processo longo, feito de várias etapas e medidas. De momento ainda há vários problemas por regularizar.Colocada perante a hipótese de a situação se degradas ainda mais, Angela Merkel diz que não imagina um país a sair da Zona Euro por causa da crise, a Europa tem de ser entendida como um todo. Considera que o euro é visto novamente nos mercados como uma moeda estável e que a situação política de um país não altera essa situação. As questões políticas não implicam, necessariamente, um risco para a estabilidade monetária. Merkel referia-se ao caso concreto de Portugal.

INVESTIR

Retoma europeia em risco de ser atrasada

A retoma económica na Zona Euro poderá ser atrasada alguns trimestres e, no pior dos cenários, a união monetária poderá conhecer um decénio perdido, à semelhança do que sucedeu no Japão,

de acordo com o Banco Central Europeu.Um panorama inquietante é a possibilidade de um abrandamento persistente. O BCE avisa que é necessário agir o mais rapidamente possível. O setor financeiro é aquele que suscita mais preocupações e fica o conselho de redução do endividamento, retorno à rentabilidade e estabilidade. Se os bancos se apresentarem enfraquecidos, as consequências são gravosas para a globalidade da economia europeia. ATHE WALL STREET

JOURNAL

Morsi deixou Egito numa grave crise económica

O presidente deposto egípcio Morsi deixa um legado muito complicado. O regime a assumir o poder terá perante si uma situação económica muito difícil. A maior parte dos indicadores económicos principais registaram uma quebra durante o ano da presidência de Morsi.O aumento dos salários dos funcionários públicos, para garantir a sua lealdade, provocou que o défice orçamental possa chegar a 14% do PIB este ano, contra os 10% do exercício anterior. A taxa de desemprego subiu de 12,6% para 13,2% e o PIB poderá baixar para 1,2%, um número insuficiente para criar os novos postos de trabalho de que o país necessita. Além disso, o país arrisca entrar numa crise cambial.

ImprensaEM REVISTA

Atualidade .............. Pág. 10

O novo regime do processo de inventário e os direitos dos cidadãos

Internacional ........... Pág 11

Fornecimento europeu de gás tem um novo mapa

Neg. Empresas ....... Pág. 12

Redução racional de custos pode evitar os despedimentos

Tecnologias ............ Pág. 26

Indústria de construção empenhada na promoção da metodologia BIM

Turismo ................... Pág. 28

Raia Histórica promove oferta turística de valor acrescentado

Em Foco .................. Pág. 34

A última fase do empreendedorismo qualificado

Em Foco .................. Pág. 36

Toys R Us celebra duas décadas no mercado português

Mercados ................ Pág. 44

Millennium bcp Microcrédito firma protocolo com Associação Empresarial do Algarve

Automóvel .............. Pág. 46

Nissan e IPAM lançam prémio em marketing

Nesta edição

24 Negócios e Empresas

“É necessário ajustar os preços da hotelaria”

37 Mercados

Bancos rejeitam petição para deixarem de ser cobradas comissões de manutenção

45 Automóvel

Ano “está a correr muito bem” aos pesados da Volvo

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Marta Araújo, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO

PUBLICIDADE LISBOA [email protected]; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

13.000

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

Em tempos de crise, de forte tempestade, uns erguem altos muros, mas outros constroem moinhos de vento.

Não vale mais a pena perder tempo com as garotices dos “jotas” que, sem preparação política nem a mínima qualificação, sequestraram o poder neste país e não o querem largar. Continuarão no governo e à mesa do orçamento, mas num país que já não é soberano, nem seu. No fundo, tomando a metáfora de Pedro Adão e Silva, movendo-se como o galispo a quem, cortada a cabeça para ir para o tacho, ainda assim corre desalmadamente, sem tino, até ao destino final, inexorável, por mais altos que sejam os muros que tenham construído.

Há alguns portugueses, cá dentro e lá fora, que, ao contrário, lutam por um futuro digno, decente, próspero e racional. Há que olhar mais do que nunca, agora, para os seus exemplos e para aquilo em que acreditam. Para os moinhos em que os ventos da crise poderão, afinal, produzir um outro mundo, melhor.

Nesta e nas próximas crónicas, vou referir-me a duas áreas em que não poderemos ignorar as oportunidades de vencer. Uma, a que hoje abordarei, é o

Turismo – particularmente o turismo de saúde e de bem-estar. A seguir abordarei a Educação. Num e noutro âmbito somos detentores de saber, instituições e infraestuturas que poucos países mais possuem. Acontece, porém, que com exacerbado populismo e falta de “mundo” nas nossas cabeças temos vindo a levar ao descalabro essas situações exemplares e os possíveis que eles contêm.

Temos um Serviço Nacional de Saúde que já foi considerado um dos melhores do mundo, bem como hospitais privados de grande qualidade, o que, infelizmente, não tem paralelo na generalidade dos países, nomeadamente nos de língua portuguesa, mas não só. E esta situação não se reverterá senão daqui a muitos anos. Além disso, num tempo pós-moderno, assiste-se, sobretudo no Ocidente, ao renascimento do turismo de saúde e de bem-estar.

Porque não partilhamos o nosso ser, o nosso ter, o nosso saber com os que possam estar interessados?

Precisamos de espírito de conquista e de planos de batalha – de uma estratégia – que, em vez de incentivar os melhores médicos, enfermeiros, administradores hospitalares e

outros profissionais de saúde a partir para outras paragens à mingua de condições dignas de vida neste país, aqui encontrem a sua realização pessoal, contribuindo também para o bem-estar de todos e o desenvolvimento de Portugal.

A saúde e o corpo são bens que o futuro humano cada vez mais consagrará. Se temos um terreno fértil, por que razão não o cultivamos, dando curso a uma verdadeira revolução paradigmática na saúde?

Conheço várias tentativas e, até, casos reais em que tal ambição está presente, mas estou consciente, sobretudo, do espírito fechado, mesquinho de uma sociedade empresarial velha, enquistada em padrões tradicionais e, sobretudo, individualista. A revolução urgente não se compadece com estes novos “velhos do Restelo”.

Há, por um lado, que partilhar conhecimentos, instrumentos e objetivos.

Impõe-se, por outro, que o poder político não estorve e, pelo contrário, lidere politicamente – mas não se meta no negócio! – a divulgação de Portugal como destino para o turismo de saúde e bem-estar.

Se assim for, não tenho dúvidas que o futuro já vai começar.

Dar um futuro ao nosso passadoSomos detentores de saber, instituições e infraestuturas que poucos países mais possuem, mas temos vindo a levar ao descalabro essas

situações exemplares e os possíveis que eles contém.

Causas do dia-a-diaANTÓNIO VILAR [email protected]

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EXPORTAÇÕES E PRODUÇÃO DE BENS TRANSACIONÁVEIS

HÁ UM BANCO QUE ESTÁ A AJUDARA ECONOMIA A DAR A VOLTA. A CAIXA. COM CERTEZA.

Agora, mais que nunca, é importante que as empresas Portuguesas se sintam apoiadas. A Caixa dispõe de maisde 600 milhões de euros com condições especiais de fi nanciamento para as empresas exportadoras e produtoras de bens transacionáveis. Através do crédito com prazo e condições fl exíveis, redução de spread e antecipação de recebimentos de exportação, vamos ajudar a levar o espírito empreendedor nacional cada vez mais longe.

www.cgd.pt/empresas | 707 24 24 77 | 08h às 22h/todos os dias do ano. Informe-se na Caixa.

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A AIP opõe-se à fusão das sociedades de garantia mútua anunciada pelo Ministério das Finanças – afirmou José Eduardo Carvalho. “A garantia mútua foi o instrumento mais eficaz e acabou por contrariar a severidade do processo de ajustamento” – disse José Eduardo Carvalho na abertura do workshop sobre financiamento para a recapitalização das empresas, que decorreu esta semana em Lisboa.

JOÃO LUÍS DE [email protected]

Para o presidente da AIP, é im-pensável que o Ministério das Fi-nanças queira alterar o modelo de “governance”, aprovando a fusão das sociedades atualmente exis-tentes, quando já domina dois pilares fundamentais: o Fundo de Contragarantia e a Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua. O Estado não tem a maioria do capital das quatro sociedades de garantia mútua, já que os acio-nistas são maioritariamente pri-vados, os bancos e empresas.

“É preferível concentrar esforços no que falta fazer do que estragar aquilo que já está feito” – referiu José Eduardo Carvalho.

O sistema de GM e as sociedades que o constituem desde 2008 até agora emitiram 112 mil garantias num montante de 5,8 mil milhões de euros e alavancaram para as PME um financiamento de 12,5 mil milhões de euros.

Mais de 152 mil empresas já encerraram

De acordo com os dados apre-sentados pelo presidente da AIP,

desde o início da crise já encerra-ram 152 mil empresas.

“Se o ajustamento já provocou o encerramento de 152 mil empre-sas, o que não seria sem a garantia

mútua?” – questionou José Edu-ardo Carvalho. O papel relevante da garantia mútua não se limita ao crédito que foi concedido mas também se fez sentir pela criação de liquidez, dado que foi o úni-co instrumento que permitiu que existissem moratórias nos prazos de reembolso.

“Devemos repudiar com vee-mência as medidas que são incor-retas” – disse o José Eduardo Car-valho, acrescentando que a AIP de forma direta e através das suas asso-ciadas que são acionistas das socie-dades de garantia mútua irá tomar posição nas assembleias gerais para

que seja evitado este erro.A iniciativa do Ministério das

Finanças sobre as sociedades de garantia mútua contrasta com a forma lenta com que foi feita a concessão da moratória. Para o pre-sidente da AIP, o Ministério das Fi-nanças não foi lesto na ponderação do consumo de capitais próprios dos bancos no financiamento, não foi lesto na montagem dos fundos de capitalização e na criação de no-vos instrumentos nem na conceção criativa de instrumentos que faci-litassem o acesso das empresas ao mercado de capitais.

“Que haja bom senso” – defen-deu José Eduardo Carvalho.

Programa de ajustamento é severo para as empresas

“A desalavancagem da economia fez-se muito à custa da retração do crédito às PM” – disse José Edu-ardo Carvalho. Desde o início do resgate a diminuição do stock de crédito concedido às PME andou à volta dos 14 mil milhões de euros. “Estamos a suportar diferenciais de taxas de juro de 3% a 6%, o que é menos que a Grécia mas o dobro de Espanha e de Itália” -afirmou.

Não podemos apenas atribuir responsabilidades às políticas de ajustamento nem à política de oferta de crédito das instituições

CRÉDITO BANCÁRIO ÀS PME BAIXOU 14 MIL MILHÕES

AIP reprova fusão das sociedades

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Mais de 160 mil contribuintes esclarecem IRSMais de 160 mil contribuintes foram chamados pelas Finanças no intuito de justificarem as suas declarações de rendimentos em sede de IRS. Este número é idêntico àquele verificado no ano passado, até porque se trata de um controlo que é realizado todos os anos. A maior parte dos casos em dúvida relacionava-se com a alienação de valores mobiliários, os quais não terão sido declarados. Foram já realizados reembolsos de IRS no valor de 1,8 mil milhões de euros, correspondentes a 2,3 milhões de famílias.

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

José Eduardo Carvalho lamentou que a crise tivesse conduzido ao encerra-mento de 1\52 mil empresas.

Na opinião de Miguel Geraldes, as PME são atrativas para os pequenos in-vestidores.

Miguel Geraldes, diretor da Euronext Lisbon, Andrré Março, diretor do IAPMEI, João Luís de Sousa, Nelson Sousa, diretor da AIP e José Epifânio da Franca, administrador da Portugal Ventures.

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financeiras que tem suportado a dívida soberana e das grandes em-presas.

Para o presidente da AIP, as em-presas apresentam debilidades na procura de crédito, havendo uma insuficiência de capitas próprios que limita a capacidade de finan-ciamento.

Em termos de autonomia fi-nanceira, as empresas portuguesas com melhor desempenho compa-ram bem com as empresas alemãs

e francesas. Mas, pelo contrário, as piores empresas portuguesas têm um ponto de médio de autonomia financeira de 5%, que compara com os 15% a 23% da autonomia financeira das piores empresas eu-ropeias.

“Se prosseguirmos a análise com o Editda, o rácio que mede a capa-cidade de liquidação da dívida com

base no cash flow atual, nós cons-tatamos que a média das empresas portuguesas demoraria 13 anos para pagar a sua dívida. E as em-presas do primeiro quartil apresen-tam cash flows negativos” -referiu.

Para José Eduardo Carvalho, mais grave que isso, as empresas recentemente constituídas con-tinuam a apresentar índices alar-mantes de subfinanciamento de

capitais próprios. O valor médio de autonomia financeira é de 2% e nas empresas do primeiro quartil já é negativo, o que significa que nos três primeiros exercícios o capital social foi totalmente absorvido pe-los prejuízos.

“Face a uma situação destas, devemos lamentar a severidade e inadequação do programa de ajus-tamento sobre os capitais das em-presas, devemos lamentar que não se tenha incluído um programa de recapitalização da banca, e que não tenha havido sensibilidade minis-terial para contrariar estes fatores” - acrescentou.

Houve “um brutal choque de selecção” em que encerraram 152 000 empresas desde o início da cri-se até Dezembro de 2012.

“Estes são os lamentos, as críticas já nada resolvem” - afirmou. As associações empresariais têm tido um papel meritório nesta vertente. O difícil é as associações empresa-riais conceberem ações e gerirem programas, projetos e medidas que ajudem a atenuar o proble-ma. “Pela experiência associativa, sabemos que isso é possível. Cons-tituímos as sociedades de garantia mútua onde os capitais são maio-ritariamente detidos por privados e reuniram os meios necessários para colocar uma PME portuguesa na bolsa de Frankfurt” - disse.

Os objetivos da atual direção da AIP é concretizar ações de redi-mensionamento empresarial, coo-peração e internacionalização.

“Vamos mobilizar a procura dos fundos de capitalização das empre-

sas, e vamos exigir a urgente regula-mentação e aplicação. Infelizmen-te, a utilização deste instrumento tem ficado aquém da expectativa das empresas. O Fundo da CGD está constituído, mas que eu saiba, não fez nenhuma operação e os compromissos de outras entidades bancárias que se socorreram de programas de assistência financei-ra estão longe de ser assumidos” - considerou.

“Queremos ter um papel de-cisivo na aplicação dos fundos de capitalização e na dinamização do acesso ao mercado de capitais” – referiu.

Para o presidente da AIP, não faz sentido que ainda não estejam pre-parados para arrancar instrumen-tos como as ações subordinadas, as obrigações participantes. São

instrumentos que não resolvem de forma transversal os problemas das empresas mas poderiam contribuir para a solução e se fossem comple-mentadas com um incentivo fiscal para os lucros reinvestidos, como a isenção de coleta na remuneração de capitais próprios

“A AIP entendeu que a gestão do processo de insolvência do país exigia a responsabilidade de contri-buirmos para uma base de apoio mínima que sustentasse a aplicação de medidas de correção do défice orçamental” - acrescentou

“Enquanto o défice a despesa pública não forem corrigidos, a pressão fiscal sobre as empresas vai continuar a limita a aplicação de todos os instrumentos de competi-tividade fiscal” – disse o presidente da AIP.

de garantia mútua

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 5

Garantia mútua já alavancou 12,5 mil milhões de financiamento às PME

Malparado já supera os 17 mil milhões de eurosAs famílias e as empresas têm cada vez mais dificuldades em cumprirem as suas obrigaçõesjunto da banca. Os portugueses devem mais de 17 mil milhões de euros à banca, o que corres-ponde a cerca de 7,2% do crédito total concedido. As empresas estão em maiores dificuldades, já que têm crédito de cobrança duvidosa na ordem dos 11,8 mil milhões de euros. O crédito àhabitação tem em mora cerca de 2,3 mil milhões de euros ou 2,2% do total dos empréstimos atribuídos pela banca.

SPI inicia seleção para o Programa Academia de PMEA Sociedade Portuguesa de Inovação foi uma das entidades selecionadas pelo IAPMEI para desenvolver o Programa Academia de PME junto de micro e PME nacionais. O processo de seleção está neste momento a decorrer. As empresas interessadas poderão preencher, até ao próximo dia 19 de julho, a ficha de pré-inscrição disponível em http://web.spi.pt/academia-pme/.

Luís Filipe Costa, José Eduardo Carvalho, Luís Laginha de Sousa e Armando Santos.

O presidente do IAPMEI fez um acordo com a AIP para a dinamização dos fundos de capitalização das empresas.

Luís Laginha de Sousa considera que o mercado de capitais deve ser uma alternativa de financiamento para as empresas.

Workshop disponível em áudio Neste workshop, a AIP apresentou um novo portal de financiamento para as PME e celebrou dois acordos de cooperação com o IAPMEI e a Euronext Lisbon para dinamizar os instrumentos de capitalização das empresas.Os ficheiros áudio, com as intervenções dos vários oradores, estão disponíveis no nosso site através do endereço www.vidaeconomica.pt.

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TERESA [email protected]

Vida Económica - A UE vai canalizar seis mil milhões de euros para o com-bate ao desemprego em 2014-2015. É positivo que os fundos estruturais sejam orientados para este fim?

Francisco Madelino - O que se decidiu na UE foi antecipar as verbas comunitárias afetas a combater o desemprego jovem, pro-gramadas para 2014-2020, nos dois primei-ros anos (2014-2015, desde que associadas, em 50%, ao FSE que caberá a Portugal e às verbas nacionais). Não se deu mais dinhei-ro. Antecipou-se, portanto. Sobre isto há dois comentários a fazer. Quem conhece a dinâmica europeia e a regulamentação dum novo quadro sabe que, quase certo, não es-tará tudo implementado logo no início de 2014. Estamos em meados de 2013 já e os desenvolvimentos são ainda incipientes. será difícil, inclusive estar pronto em 2015. A própria burocracia europeia não ajuda nada. E a forma como se está a gastar o quadro comunitário ainda existente, que termina

FRANCISCO MADELINO, EX-PRESIDENTE DO IEFP, ADVERTE

Portugal vai rece para o combate A União Europeia (EU) vai canalizar, por antecipação, seis mil milhões de euros do próximo Quadro Comunitário 2014-2020 para o combate ao desemprego nos anos 2014-2015, dados os indicadores fortemente negativos em praticamente todos os Estados-membros.Portugal deverá receber 150 milhões de euros para aplicar nesta vertente, mas a medida é insuficiente, considera Francisco Madelino, ex-presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). Em entrevista à “Vida Económica”, alerta que os apoios ao emprego deverão ser “seletivos” e explica que Portugal vai “receber menos” verbas da UE para apoiar o emprego. Além de que “tudo depende da forma como as autoridades nacionais vão articular as orientações europeias com as decisões nacionais dos fundos europeus previstas para 2014-2020”.

“O IEFP deve manter uma articulação estreita com to em empregos. No caso das empresas de trabalho tempo lo também”, defende Francisco Madelino.

6 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

Meios comprometidos no PROMAR quase quadruplicaram em dois anos

Os meios comprometidos no PROMAR (Programa Operacional das Pescas 2007-2013) “quase quadruplicaram (+365%)” desde a entrada em funções deste Governo, revelou à “Vida Económica” fonte oficial do gabinete do secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu. A taxa de compromisso está, atualmente, nos 73% e a taxa de execução em 41%.TERESA [email protected]

Nas “próximas semanas” abrem as can-didaturas às medidas relativas a aquacul-tura e transformação e comercialização de pescado”, o que, em conjunto com os pro-jetos em carteira, “permitirá a utilização integral dos meios ainda disponíveis no PROMAR”, garantiu à “Vida Económica” a mesma fonte.

Questionada sobre qual é o montante financeiro dos apoios disponíveis nestas li-nhas e quais são os prazos para apresentação de candidaturas, a mesma fonte explicou que, “neste momento, está em preparação o lançamento de um novo concurso de con-cessão de novas áreas que, como nos casos anteriores, serão entregues ‘chave na mão’ com todos os licenciamentos atribuídos e a possibilidade de começar a trabalhar de imediato”. Aliás, “as candidaturas ao PRO-MAR serão abertas na mesma altura em que abrir o concurso para atribuição das áreas para que os novos investimentos possam be-neficiar das ajudas previstas no Programa”, confirmou a mesma fonte da Secretaria de Estado do Mar.

A mesma fonte revelou, contudo, que, “nesta altura, não existem limitações ao montante de investimento”, sendo que as ajudas previstas podem chegar a 60% do montante global do investimento de acordo com a região em que instale.

Relativamente ao próximo Quadro Co-munitário de Apoio 2014-2020, a Secreta-ria de Estado do Mar diz que “tem vindo a trabalhar um documento de orientação”, cuja conclusão “depende do encerramento das negociações em curso na União Eu-ropeia para o envelope financeiro 2014-2020”, as quais decorrerão este semestre sobre a presidência lituana.

A este propósito, o eurodeputado Luís Capoulas Santos anunciou já que a nova presidência do Conselho, a Lituânia, lhe transmitiu já, através do seu ministro da Agricultura Virgiijus Jukna, “a sua dispo-nibilidade para negociar” com vista a obter “um acordo final até ao fim de Outubro”.

Em todo o caso, a Secretaria de Estado do Mar garante que o atual Fundo Euro-peu da Pesca, que passa a designar-se Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e da Pes-ca (FEAMP), “vê alargado o seu âmbito de

abrangência a investimentos no mar”. Pas-sará agora a financiar também investimen-tos na área da investigação, monitorização e sustentabilidade dos recursos marítimos, o que faz com que seja “o único fundo co-munitário que vê aumentados os recursos financeiros disponíveis”.

Portugal vê aumentada a sua dotação de 4% para 6% do total do fundo e deverá dis-por de uma ajuda global que pode chegar aos 400 milhões de euros (360 milhões de euros no QCA 2007/2013).

Manuel Pinto de Abreu, secretário de Estado do Mar, tutela o PROMAR.

BCE avisa que é urgente avançar com união bancária A Zona Euro só conseguirá recuperar grande parte da confiança dos inves-tidores se forem dados passos significativos no sentido da união bancária, admite o BCE. A união bancária nos 17 países da Zona Euro representa uma maior transparência dos ativos. Por outro lado, é importante que o res-gate dos bancos não recaia sobre os cidadãos, mas que as responsabilidades sejam remetidas para os verdadeiros causadores de situações complicadas.

ATUALIDADE

Empresas portuguesas demoram 31 dias a pagar As empresas portuguesas apresentam um atraso médio de 31,3 dias nos pagamentos, de acordo com um estudo da D&B relativo ao primeiro trimestre. Na Europa, essa média desce substan-cialmente para 14 dias, pelo que Portugal está entre aqueles que menos cumprem os prazos de pagamento, como são os casos do Reino Unido, da Irlanda, da Itália e de Espanha. Os países que apresentam um número inferior ao da média europeia são a Alemanha, a Holanda, a Bélgica e a França.

PRODER atinge 102% de aprovação

O PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural 2007-2013) encerrou o primeiro semestre de 2013 com uma taxa de aprovação de 102%, o que corresponde a 3,9 mil milhões de euros de financiamento, alavancando mais de 6,7 mil milhões de euros de investimento. A informação foi avançada à “Vida Económica” por fonte do gabinete do secretário de Estado da Agricultura, José Luís Albuquerque, que também adiantou que a taxa de execução atingiu os 66%, traduzindo-se em cerca de 2,8 mil milhões de euros já pagos aos beneficiários do Programa.A mesma fonte clarificou, contudo, que “esta taxa atinge os 110%” se considerarmos as dotações financeiras necessárias para assegurar os pagamentos que estão em curso, nomeadamente quanto aos compromissos agro-ambientais, o pagamento das medidas de apoio às zonas desfavorecidas até 2013, os compromissos transitados e as candidaturas em análise.

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ber menos verbas da UE ao desemprego

este ano, endogeneizado para despesa pú-blica corrente, pode, adicionalmente, criar grandes dificuldades na transição de qua-dros e não haver mais dinheiro em 2014, antes pelo contrário. Em segundo lugar, há uma questão de fundo. O desemprego jo-vem não é o pior, quer em quantidade, quer em capacidade de regressar ao mercado de trabalho. Ele é um problema porque não fo-

menta a renovação de gerações, não facilita a integração normal deste público na socie-dade, nem permite o aproveitamento pleno de pessoas com melhor capital académico. Mas, se olharmos para Portugal, por exem-plo, o desemprego de ativos mais idosos e desqualificados é, contudo, um problema imensamente maior e mais complicado. Contra 165 mil desempregados com menos de 25 anos, há quase 300 mil com mais de 45 anos. Contra 150 mil licenciados desem-pregados, há 572 mil com menos do 9º ano.

VE - Portugal deverá receber 150 mi-lhões de euros para aplicar precisamen-te nesta vertente. Parece-lhe uma verba suficiente?

FM - Portugal gasta por ano, no apoio ao emprego jovem, em estágios, isenções à Segurança Social e formação profissional significativamente acima deste valor bianu-al referenciado. Só em estágios gastam-se anualmente cerca de 100 milhões de euros. Portugal vai, contudo, no futuro, receber menos da União Europeia. E tudo depende ainda da forma como as autoridades nacio-nais vão articular estas orientações euro-peias com as decisões nacionais dos fundos europeus previstas para 2014-2020. O que foi anunciado, em síntese, é pouco, muito menos do que se gasta atualmente, não é adicionar ao que existe e é simples antecipa-ção do que será menos.

VE - O desemprego em Portugal atinge níveis históricos, sendo particularmente elevado entre os jovens e os recém-li-cenciados. Por que é que as medidas de incentivo ao emprego não surtem efeitos práticos?

FM - Se não há crescimento, o desempre-go aumenta. A principal razão está na po-lítica macroeconómica seguida, de redução brusca da procura interna, em Portugal e na generalidade da zona euro. No caso na-cional, as chamadas políticas ativas também não têm sido desenhadas da melhor forma. Na qualificação de ativos tem-se assistido ao

desmantelamento do sistema existente e à omissão de qualquer intervenção. O Progra-ma Vida Ativa é uma ação maciça de con-vocatória de desempregados subsidiados, com formações de curta duração, entre 25 e 50 horas, de formações genéricas, ocupa-cionais, com nenhum efeito qualitativo. Ao nível dos programas Estímulo, quer o 2012, quer o 2013, assim como o Impulso Jovem, os resultados, quer em termos de estágios profissionais, quer em termos de novas con-tratações, têm sido desastrosos. Os resulta-

dos de 2012, face ao previsto pelas políticas públicas, foram desastrosos. Prometeram-se 90 mil colocações anuais, mais 30 mil num ano, mas a variação foi negativa em 5%.Objetivou-se captar mais 2500 ofertas deemprego mensais, contudo as captadas bai-xaram 4% face a 2011. O Programa Impul-so Jovem prometeu abarcar 90 mil jovens, mas as execuções diminuíram dezenas demilhar de pessoas. O Programa Estímulo2012 prometeu abarcar 35 mil pessoas em novos empregos, ficou-se pelas oito mil.

das as entidades que contribuam para colocar pessoas rário ou das agências privadas de emprego, devem fazê-

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 7

FMI revê em baixa PIB de Espanha A previsão do PIB da Espanha passou de 0,7% para 0%, naquele que foi o maior corte dos grandes países do euro e o pior registo da região. Também se trata da estimativa mais pessimista realizada até ao momento. E o fundo não espera uma recuperação no próximo ano. O FMI admite que a economia espanhola registará um crescimento nulo, o que corresponderá a uma estagnação. A Alemanha terá um comportamento razoável, com um crescimento de 1,3%, me-nos uma décima do que nas previsões anteriores.

Banco de Portugal rejeita responsabilidade nos “swap” O Banco de Portugal considera que a supervisão dos contratos “swap” não é da sua responsabilida-de. Na ótica do BdP, trata-se de instrumentos financeiros regulados pelo Código de Valores Mobili-ários. Ainda assim, o BdP também não se compromete a atribuir responsabilidades à Comissão doMercado de Valores Mobiliários (CMVM). Nos casos em que tais produtos são comercializados, asentidades operam como intermediários financeiros, pelo que se aplicará o referido código, adiantao Banco de Portugal, rejeitando assim responsabilidades em todo o processo dos “swap”.

Apoios ao emprego devem ser seletivos

No anúncio europeu de que a UE vai canalizar seis mil milhões de euros para o combate ao desemprego em 2014-2015 e de que Portugal deverá receber uma fatia de 150 milhões de euros para aplicar nesta vertente “há muito ruído mediático e pouca clarividência sobre o que foi decido”, lamenta Francisco Madelino. Na verdade, o que se decidiu foi, “numa linha europeia inserida na nova programação de fundos para 2014-2020, antecipar os apoios jovens de sete anos para dois”, sendo que Portugal vai “receber menos naquele período que no período 2007-2013”. Para Francisco Madelino “se se mantiver o atual enquadramento, não vai haver mais dinheiro que atualmente destinado às políticas ativas de emprego”, embora tudo dependa “do valor global para o emprego que o Governo nacional vier a afetar, quer de fundos europeus, quer de fundos nacionais”.Instado a deixar um conselho sobre como aplicar estes fundos, Madelino não tem dúvidas: “os apoios ao emprego de jovens devem ser seletivos, afetos em áreas onde haja falhas dos mercado (inovação, exportação, etc.), e não mera subsidiação de empregos, como está a acontecer”.

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VIRGILIO [email protected]

A Schenker, filial portuguesa do grupo alemão Deutsche Bahn (DB), iniciou as obras do seu novo centro logístico em Vila do Conde. Com 14 mil metros quadrados de área e com 170 colaboradores, o novo centro logístico entra em funcionamento em janeiro de 2014.

Há 48 anos no país, a Schenker Transitários está hoje entre o top 3 do ranking dos operadores de lo-gística e transportes em Portugal. “A economia está a atravessar uma fase exigente, mas continuamos a acreditar em Portugal e queremos preparar-nos para um futuro melhor”, informa Frank Gutzeit, diretor--geral da empresa.

Este futuro passa por Vila do Conde, onde a Schenker investe nove milhões de euros num novo centro logístico com 14 mil metros quadrados. As obras já começaram e o centro vai abrir portas já em janeiro de 2014. A empresa comprou um terreno de 27 mil metros quadrados por acreditar no potencial de desenvolvimento do negócio.

O principal objetivo é centralizar as atividades lo-gísticas do Norte num único espaço, o que garante a otimização dos recursos e uma melhoria significa-tiva a nível dos processos e da organização. Graças a estas sinergias, a Schenker aumenta a produtividade e a qualidade de serviço ao cliente.

O centro logístico vai substituir os três armazéns da Schenker na Maia e os 170 colaboradores locais vão ser transferidos para as novas instalações. “Com o volume de negócios atual, conseguimos ocupar 50 por cento do espaço disponível no novo armazém que tem mais dois mil metros quadrados do que os três armazéns juntos. Este é um investimento tão ambicioso quanto motivador”, sublinha Frank Gut-zeit.

No novo centro, o armazém tem oito mil metros quadrados, o “cross docking” – receção e redistribui-ção de mercadoria – ocupa 3.300 e a área administra-tiva 2500, com escritórios, salas de reuniões e cantina.

Centro com certificação TAPA

O centro logístico em Vila do Conde vai ser o primeiro da Schenker em Portugal com certificação TAPA, um standard internacional que incide sobre a segurança das instalações e controlo dos procedi-mentos. “Investimos nesta certificação com video-vigilância total e registo biométrico para garantir aos nossos clientes um serviço ainda mais seguro”, afirma Frank Gutzeit.

O diretor-geral da Schenker Portugal explica a aposta em Vila do Conde com as excelentes infra-estruturas, incluindo a proximidade ao Porto de Leixões e ao aeroporto. “Foi aqui que encontrámos uma área industrial desta dimensão e o suporte da Câmara Municipal de Vila do Conde foi fundamen-tal para a aprovação do projeto dentro do prazo”, acrescenta.

Pedro Patrício, o responsável pela Direção de Grandes Empresas da AICEP, considera que “o novo investimento da Schenker em Vila do Conde vem contribuir de forma estruturante para o desen-volvimento da economia nacional e regional, através da criação de emprego qualificado e desenvolvimen-to da atividade logística.”

RELATÓRIO DA ACCENTURE REVELA

América Latina, Europa e África constituem “Triângulo Estratégico”

Sob o título “Triângulo Estra-

tégico: América Latina - Europa - África: Realidade e potencial de expansão”, a Accenture analisou o potencial económico e geoes-tratégico do triângulo composto pelas áreas referidas, de modo a suportar um debate atual, alarga-do e multidisciplinar nas dimen-sões política, social, académica e cultural. Apesar do entusiamo sobre vários projetos nas geogra-fias sul-americanas e africanas, estas áreas representam menos de ¼ da dimensão económica da Ásia e, até 2050, estima-se que contribuam com menos de 10% do crescimento mundial. Quando examinados os fluxos comerciais, de investimento e de aquisições, constata-se que a Ásia continuará a ser indiscutivelmente o motor de crescimento.

“Evoluir no sentido de um Tri-ângulo Estratégico é reconhecer a necessidade de conquistar compe-titividade num mundo multipolar, equilibrando um sistema em que o eixo do Pacífico, liderado pela China, ganha um peso determi-nante. Competir exige uma dinâ-mica mais complexa, que conduza a uma nova normalidade”, defende Luís Pedro Duarte, “managing di-rector” da Accenture responsável pela área de Estratégia em Portu-gal, Angola e Moçambique.

Multinacionais apresentam casos de referência

De acordo com as conclusões deste relatório, existem razões de otimismo numa perspetiva in-tegrada de três geografias com-plementares, constituindo um mercado de dimensão relevante e equilibrado: “Capital Humano”, “Recursos Naturais” e “Proximi-dade Cultural”.

“A materialização de relações trilaterais pode tomar uma forma mais célere nas empresas, sobre-tudo naquelas que reconhecem a vantagem de incorporar a multi-polaridade – neste caso, dos três vértices do triângulo – no dese-nho do seu modelo operativo ao longo de várias localizações ou na diversificação de risco do seu por-tefólio de negócios, em mercados com maturidades e ciclos distin-tos. E, nessa perspetiva, são fre-quentemente as multinacionais de origem em países emergentes que apresentam casos de referência”, refere ainda o responsável.

Schenker investe nove milhões no centro logístico de Vila do Conde

Novo centro logístico tem 14 mil metros quadrados de área e 170 colaboradores.

ATUALIDADE

8 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

Portugal com terceira taxa de desemprego mais alta da EuropaPortugal continua a manter a terceira taxa de desemprego mais alta da OCDE, de acordo com os dados referentes a maio. Isto apesar de se ter registado uma descida de duas décimas, face ao mês anterior. O nosso país tinha, à data, uma taxa de desemprego de 17,6%, sendo apenas ultrapassado pela Espanha e pela Grécia. O terceiro lugar é mantido no que toca ao desempre-go jovem, sendo que é superior a 42%, para as idades entre os 15 e os 24 anos. Mais uma vez, Portugal ficou no terceiro lugar também neste segmento etário, depois da Espanha e da Grécia.

Banca portuguesa deve 49,4 mil milhões de euros ao BCE Os bancos nacionais contraíram empréstimos no valor de 49,4 mil milhões de euros junto do Banco Central Europeu até junho, mais 659 milhões do que no final do mês anterior, de acordo com o Ban-co de Portugal. Se se comparar com igual mês do ano passado, então verificou-se uma descida de 18%, cerca de 11 mil milhões de euros. Junho de 2012 foi o mês que marcou o valor de financiamento mais alto, altura em que foi alcançado o valor de 60,5 mil milhões de euros.

Um conselho

A fazer fé nas últimas notícias sobre o vendaval político que assolou o País na passada semana, com as demissões do ministro das Finanças, Vítor Gaspar (consumada), e do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros (não consumada), o Governo vai assumir uma nova orgânica.

Não sei se o cidadão comum tem a perceção completa do que significa em custos, em atrasos, em paralisia, para o País, esta coisa da ‘nova orgânica’. Se calhar, se tivesse essa perceção, deitava as mãos à cabeça pelo grau de irresponsabilidade que continua a grassar na classe política.

No meio do caos, vislumbro, no entanto, uma nota positiva: o supermimistério de Assunção Cristas vai ficar mais reduzido. Não penso que isso vá retirar poder à ministra, que assim pode dedicar mais tempo e atenção a uma área que deve ser chave no novo ciclo, como lhe chama o Governo, da governação.

Com o novo Quadro Comunitário de Apoio, 2014/2020 a ser concluído, Assunção Cristas pode virar-se decisivamente para a Agricultura, onde milhares de jovens empreendedores estão a dar o seu melhor e a levar o país para a frente.

Humildemente, aconselho a ministra a refletir sobre as vantagens de missões empresariais, como a que estou a organizar para os dias 24, 25 e 26 deste mês, à Holanda (ver informação detalhada em www.espaco-visual.pt), para ver ‘in loco’ o que melhor se faz na produção de mirtilo. É com iniciativas destas que, estou convencido, o País pode sair deste atoleiro político, social e económico.

JOSÉ MARTINO Engenheiro Agrónomojosemartino.blogspot.com

AICEP considera investimento estruturante para o desenvolvimento da economia nacional e regional

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ATUALIDADE/Opinião

ESEGUR responsável pela segurança da MEO Arena A MEO Arena contratou a ESEGUR para fazer a segurança oficial das instalações da MEO Arena, maior sala de espetáculos do país. O contrato, com a duração de três anos e meio, visa a prestação de serviços de segurança na MEO Arena e a gestão de todos os serviços necessá-rios à segurança dos eventos nas várias áreas integradas: Sala MEO Arena, Sala Tejo, Centro de Negócios, Moche Room e Arena Box.

Abertas as candidaturas para o Allianz Football World TripEstão abertas as candidaturas para mais um Allianz Football World Trip, uma iniciativa in-ternacional da Allianz que proporciona aos jovens com idades a partir de 18 anos. A viagem tem a duração de três semanas e abrange Espanha, Brasil, África do Sul, Austrália e Tailân-dia. As candidaturas são efetuadas no site http://football-for-life.com até 13 de setembro de 2013.

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 9

A modernização administrativa é um passo central para uma sociedade moderna. A reinvenção estratégica do Estado, enquanto “plataforma de centralidade” onde convergem as dinâmicas de qualificação dos diferentes atores sociais, ganhou hoje um paradigma que não se pode cingir às especificações operativas de mecanismos mais ou menos necessários de governo eletrónico ou de ajustamentos organizacionais adequados a determinados posicionamentos conjunturais de orgânica interna. Se é importante, como Francis Fukuyama não pára de reiterar, a evidência da capacidade da sociedade civil para protagonizar dinâmicas de liderança nos processos de mudança, não menos verdade é que compete ao Estado modelar a dimensão estratégica dessa mudança.

O Estado existe para servir os cidadãos e estes têm que se rever na capacidade positiva deste de legitimar uma relação de confiança essencial. Quando David Osborne nos fala

da crescente oportunidade e necessidade de recolocar na agenda o “reinventing the government”, está claramente a colocar a tónica num dos elementos centrais da modernidade competitiva das nações. Importa, mais do que nunca, reposicionar o Estado como “pivot” central da organização, monitorização e funcionamento adequado da nossa sociedade e fazer com que os cidadãos se sintam perfeitamente legitimados numa relação de confiança validada por um novo contrato social.

Há que fazer, por isso, opções. Opções claras em termos operacionais no sentido de agilizar a máquina processual e através dos mecanismos da eficiência e produtividade garantir estabilidade e confiança em todos os que sustentam o tecido social. Opções claras em torno dum modelo objetivo de compromisso entre governação qualificada central, geradora de dimensão estabilizadora

e indução de riqueza territorial através da participação inovadora dos atores sociais. Opções assumidas na capacidade de projetar no futuro uma lógica de intervenção do Estado que não se cinja ao papel clássico, dejá-vu, de correção “in extremis” das deficiências endémicas do sistema mas saiba com inteligência criativa fazer emergir, com articulação e cooperação, mecanismos autossustentados de correção dos desequilíbrios que vão surgindo.

Mais do que nunca se impõe neste tempo complexo um Estado inteligente capaz de projetar no país uma dinâmica de procura permanente da criação de valor e aposta na criatividade. Num tempo de mudança, em que só sobrevive quem é capaz de antecipar as expetativas do mercado e de gerir em rede, numa lógica de competitividade aberta, o Estado inteligente não pode demorar. Tem que se assumir como ator “perturbador”

do sistema, induzindo na sociedade e na economia um capital de exigência e de inovação que lhe conferirá um desejado estatuto de centralidade e sobretudo de inequívoca liderança no processo de mudança em curso.

Um Estado inteligente é um desafio à capacidade de mudança de Portugal. Porque o Estado inteligente é um percurso possível e decisivo na nossa matriz social, o sucesso com que conseguir assumir este novo desafio que tem pela frente será também, em grande medida, o sucesso com que o país será capaz de enfrentar os exigentes compromissos da globalização e do conhecimento. O Estado inteligente tem que assumir dimensão global ao nível da geração de conhecimento, valor, mas também de imposição de padrões sociais e culturais. O Estado inteligente tem que ser o grande ator da mudança que se quer para Portugal.

A MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA É UM PASSO CENTRAL PARA UMA SOCIEDADE MODERNA

A aposta num Estado inteligente

O primeiro semestre já passou!Alcançou o que pretendia? Atingiu os

seus objetivos? A sua empresa cresceu?Pegue no seu plano de ação para

2013 e avalie os progressos. O que é que avançou? Que resoluções tomou?

Espero que as interrogações que lhe coloco não estejam a ser demasiado penosas para si.

A construção do plano de negócios de nada lhe serve se você não tomou a resolução de o implementar.

Existem duas questões que deve ponderar com atenção: Qual a razão de incluir cada uma das ações que elaborou no último trimestre de 2012 no seu Plano de Ação de 2013? O que é que está disposto a fazer de diferente para que o que planeou se torne realidade?

O seu plano de negócios para 2013 só faz sentido se for realista para si e para a sua empresa e se for para ser implementado. É precisamente por isso que o seu plano de negócios deve incluir indicações sintéticas, mas claras e específicas, sobre as ações a desenvolver para alcançar objetivos específicos.

Quanto mais específico for o seu plano de ação, maior a probabilidade de ser concretizado.

Quanto mais e melhor datadas as ações e objetivos do seu plano de ação, maior a probabilidade de ocorrerem atempadamente.

Quanto mais aderente à sua

vontade e à realidade da empresa for o seu plano de ação, maior a probabilidade de ser executado com sucesso.

Este é o momento para reavaliar o seu plano de negócios de 2013. Reavalie as ações implementadas. Retifique aquelas que produziram resultados aquém do esperado ou elimine-as. Concentre os recursos nas soluções encontradas e que lhe parecem estar a produzir bons resultados. Prossiga com as restantes ações planeadas para o segundo semestre.

A questão chave sobre o potencial de a sua empresa alcançar aquilo que planeou para este ano reside na sua força de vontade para o conseguir, naquilo que está disposto a mudar, a fazer melhor, que sacrifícios você e a sua equipa estratégica estão dispostos a prosseguir, que prioridades e foco está a estabelecer nos seus negócios.

Encare as dificuldades como um tónico para executar ainda com mais intensidade e tornar melhor o seu plano de ação para 2013.

A história demonstra-nos que os vencedores mais notáveis encontraram obstáculos gigantes antes de triunfarem. Tal como conseguimos transformar o Cabo das Tormentas em Cabo da Boa Esperança, você irá conseguir executar o seu plano de negócios de 2013 com SUCESSO.

Comece já e coloque a Sua Empresa um passo à frente da sua concorrência!

Como estão os seus objetivos decorrido meio ano de 2013?

AZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner&Diretor Geral www.QuantumCrescimentoNegocios.com

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação e Competitividade

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10 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

A Lei nº 23/2013, de 5 de Março, aprova um novo Regime Jurídico do Processo de Inventário (RPI) e procede à atribuição da competência para gerir e tramitar o processo de inventário (comunhão hereditária, liquidação da herança, partilha dos bens comuns do casal) aos cartórios notariais.

Desde logo, esta Lei, que entra em vigor no dia 2 de Setembro do corrente ano – levanta questões muito relevantes no que diz respeito à função dos tribunais, prevista pela nossa Constituição, mormente em sede do princípio de reserva da função jurisdicional, da incumbência deste órgão de soberania no que diz respeito à defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos.

Ademais, não obstante a proximidade da entrada em vigor da referida Lei, não foram ainda publicadas as diferentes portarias, essenciais ao funcionamento deste novo paradigma. Cumpre referir que, por esse motivo, não se conhece a forma de entrega de documentos, citações e notificações (que será por meios eletrónicos, em sítio na internet preparado para o efeito), o modelo do requerimento de inventário, as custas dos incidentes de recursos, as custas para as situações de apoio judiciário e, ainda, os honorários notariais devidos pelo processo de inventário, o regime do seu pagamento e a responsabilidade pelo mesmo. Trata-se da regulação de matérias que impedem a compreensão deste novo regime, numa lógica de defesa dos direitos dos cidadãos.

Atendendo ao novo figurino (ou paradigma) “processual”, o notário é competente para a decisão, em total autonomia, de matérias até hoje da exclusiva competência do juiz, designadamente, para dirigir todas as fases do processo de inventário e da respectiva habilitação. A figura deste profissional liberal, o notário torna-se, assim, central em sede do novo processo de inventário.

Para além do recurso da decisão do notário, é também previsto que os tribunais da comarca do cartório notarial, que dirige o processo de inventário, apenas decidirão as questões que, pela sua natureza ou complexidade, assim o exijam. No entanto, ao abrigo do artigo 3º, número 4, do RPI, ao notário cabe em exclusivo a direção de todas as fases deste processo, assim como a decisão de todos os incidentes aí suscitados.

O único limite apontado à sua intervenção é a verificação de “questões controvertidas complexas”, conforme previsto no artigo 16º do RPI. Nesses casos, o notário deverá abster-se de decidir, remetendo os interessados

para a via judicial. A qualificação de determinada questão como “complexa” fica, em exclusivo, na esfera decisória do notário, que deverá apenas “justificar fundamentadamente a sua complexidade”!

Ademais, a remessa do processo para o tribunal implica o pagamento de custas (art. 83º do RPI), valor que se soma ao montante devido ao notário para a condução do processo de inventário (a definir por Portaria, que se aguarda a publicação).

Por via da criação do novo paradigma, os advogados são, na prática, impedidos de exercerem o patrocínio forense no âmbito do novo processo, dado que obrigatoriedade da sua intervenção está prevista no artigo 13º do RPI, nos seguintes termos, a saber: “a constituição de advogado em caso de recurso de decisões proferidas no processo de inventário” e “a constituição de advogado no inventário se forem suscitadas ou discutidas questões de direito”.

Este novo regime do inventário vem, por um lado, conferir aos notários a competência para decidir todas as questões controvertidas que nele se podem levantar. Por outro, não tem em conta os direitos dos seus múltiplos intervenientes ao reduzir o leque de questões cujo acompanhamento poderia (e deveria) ser realizado com a intervenção de advogado, assim violando o imperativo constitucional relativo ao patrocínio forense, enquanto elemento essencial à administração da justiça (art. 20º da Constituição). Com efeito, deste preceito constitucional decorre a importância do papel do advogado no exercício do patrocínio das partes em quaisquer processos, cuja decisão tenha uma natureza jurisdicional. Uma missão própria que jamais poderá ser atribuída a outros agentes, incluindo aos profissionais que exercem funções privadas sem efetivo controlo jurisdicional, sob pena de grave lesão das garantias e direitos fundamentais dos cidadãos, em especial da garantia de tutela jurisdicional efetiva. Uma justiça privada!

Verificada a proximidade da entrada em vigor da referida Lei (dia 1 de Setembro), não se encontram ainda publicadas as diferentes portarias previstas, particularmente a que define os emolumentos devidos aos notários por via do exercício destas suas novas competências.

Voltaremos a ter uma reforma que entra em vigor sem que a totalidade da legislação por ela prevista tenha sido aprovada?

Em suma, mais uma reforma incompleta e prejudicial aos direitos dos cidadãos.

No momento socioeconómico difícil que vivemos, a contratação de um plano de seguros que, de acordo com as nossas necessidades e possibilidades financeiras, garanta as proteções essenciais é fundamental. É precisamente em cenários de conjunturas económicas mais adversas que não podemos dar espaço aos infortúnios que podem deitar a perder tudo o que foi construído ao longo de uma vida de trabalho e cuja reconstrução, sem o auxílio de um plano de proteção de seguros, seria praticamente impossível.

Durante as férias, esta questão é também recorrente. Importa acautelar que, num período em que impera a descontração, convívio em família e com amigos e em que se procura “recarregar as baterias para mais um ano de trabalho árduo, não se transforme num pesadelo que deite tudo a perder.

Por muito que uma viagem seja criteriosamente planeada, imprevistos podem acontecer e, por isso, antes de partir para férias, escolha o seu seguro de viagem e proteja-se dos incidentes que podem surgir.

Antes de viajar, deve informar-se o mais possível sobre os detalhes da sua viagem: que documentos vai necessitar, que cuidados de saúde deverá ter em conta no destino de férias e que meios de pagamento deve utilizar. Neste sentido é particularmente importante certificar-se de que tem um seguro de saúde e de viagem adequado, bem como um plano de assistência hospitalar que contemple igualmente atendimento médico efetivo a nível internacional.

A oferta existente no mercado é variada, mas é muito importante estudar sempre as proteções, modos de funcionamento e capitais de indemnização das coberturas em causa e que poderão ser necessárias atendendo às necessidades específicas do seu caso. Lembre-se que, obrigatoriamente, um seguro desta natureza terá de contemplar risco de morte e invalidez total ou parcial. Tente também fazer com que o seu seguro de viagem cubra não só as despesas de saúde e a assistência em viagem em termos gerais, mas que ofereça também proteção em caso de extravio da bagagem, orientação na perda ou furto de documentos, como por exemplo passaportes, voos de ligação, ou até alguma viagem para algum familiar em caso de urgência, já que estas são coberturas que fazem sentido em quase todas as situações.

Se é viajante habitual, pondere se

não será mais vantajoso contratar um seguro anual, renovável, que poderá trazer vantagens em termos económicos e em ganhos de tempo. Com o seguro tratado, estará sempre preparado para viajar. Basta fazer as malas…

Os seguros surgem também como soluções para minimizar outro tipo de problemas e riscos, quer vá para a sua casa de férias, quer viaje numa autocaravana ou, simplesmente, se dedicar as suas férias à caça ou ao golfe. Para todas estas situações existem produtos específicos, simples e económicos para que se liberte de todas as preocupações.

Mas não se pode nem deve preocupar apenas com a sua viagem, uma vez que aquele que se afigura como o bem de maior valor patrimonial para a maioria das famílias deverá, também ele, ficar a salvo. A sua habitação permanente, que ficará desabitada, deverá ser alvo de especial atenção. Certifique-se de que possui o seguro de multirriscos habitação adequado, nomeadamente de que o mesmo tem a cobertura para o recheio da sua casa. Esta cobertura protege contra os mais variados riscos: roubo, incêndio, inundações, etc., tudo o que está dentro de casa, como eletrodomésticos ou peças de mobiliário. Pode e deve ainda ter em atenção alguns cuidados e detalhes que o ajudam a prevenir acontecimentos negativos. Por exemplo, solicitar o apoio da PSP, que se disponibiliza para efetuar, durante a sua ausência, diversas passagens pela sua casa no percurso das patrulhas é uma boa prática. Os agentes verificam o aspeto exterior do domicílio e, caso detetem algo de anómalo, alertam de imediato o proprietário da habitação. Outra alternativa poderá passar também pela instalação de um sistema de alarme, que reúne ainda a vantagem de poder ajudar a diminuir significativamente o preço que paga pelo seguro da sua casa.

Ao planear as suas férias, certifique-se de que toda a sua família e património estão devidamente protegidos por soluções abrangentes e efetivas. Caso tenha dúvidas, consulte a sua seguradora ou o seu mediador de seguros que estão habilitados para lhe dar todos os esclarecimentos necessários a fazer as escolhas mais corretas. Assim, terá umas férias relaxantes e as eventuais situações negativas que possam ocorrer deixam, também elas, de ser um problema.

O novo Regime do Processo de Inventário e os direitos dos cidadãos

Férias seguras

ATUALIDADE/Opinião

Santa Casa e ISEG estudam vida dos vencedores de grandes prémiosA Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e o ISEG vão estudar as alterações socioeconómicas na vida dos vencedores dos grandes prémios dos jogos sociais, explorados em Portugal pela Santa Casa. O objetivo é promover ações de cooperação técnico-científica que fomentem o ensino, a formação e investigação no nosso país e o desenvolvimento tecnológico das duas instituições.

Portucel Soporcel continua a crescer em AngolaO grupo Portucel Soporcel irá participar na 30ª edição da FILDA – Feira Internacional de Luanda, que decorre entre 16 e 21 de julho. Este grupo é o maior fornecedor de papel para a impressão de livros escolares em Angola e representa 52% das exportações europeias de papel fino de impressão e escrita não revestido (UWF) para África.

ANTÓNIO RAPOSO SUBTILAdvogado e ex-presidente do CDL da OARaposo Subtil e AssociadosSociedade de Advogados, RL

JOÃO GAMAdiretor de Comunicação e Estudos de Mercado da MAPFRE Seguros

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ATUALIDADE/Internacional

Parlamento Europeu congela quotas de CO2O Parlamento Europeu aceitou a revogação de uma parte das quotas de CO2 disponíveis no mercado dos direitos de emissões. A intenção é valorizar os preços. Tendo descido a um preço historicamentebaixo, o preço da tonelada de carbono não representa um incentivo para os grandes poluidores redu-zirem as suas emissões. O congelamento de uma parte das quotas deve ainda ser aprovado pelos go-vernos dos 28 da União Europeia. Bruxelas continua apostada em reduzir em cerca de 20% as emis-sões de gases de efeito estufa até ao fi nal da presente década., face aos níveis de 1990.

Alemanha calcula em 24 mil milhões fundos para desemprego jovemA Alemanha calcula em 24 mil milhões de euros os fundos europeus disponíveis, nos próximos dois anos, para combater o desemprego jovem e dá luz verde para que os Estados-Membros que os usem reduzam as cotizações sociais nos contratos jovens. O grande objetivo passa por criar oportunidades para que os jovens possam encontrar um emprego sustentável. Por outro lado, a Alemanha também defende que é fundamental reforçar as estruturas educativas e de formação.

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 11

A União Europeia está a tentar reduzir a sua enorme dependên-cia do gás russo e promove novas ligações que dão acesso direto às jazidas da Ásia Central. O que se converteu numa “guerra” entre os países e as empresas energéticas para imporem o seu próprio gaso-duto.

Nabuco, o grande projeto que pretendia ligar o Centro da Euro-pa ao Cáspio, entrou em declínio

e perdeu o grande contrato de for-necimento de gás para um quase recém-chegado ao mercado, o pro-jeto TAP. A luta entre os operado-res poderá ter feito como primeira vítima o próprio Nabuco. O TAP tem origem no Azerbeijão e vai ter capacidade para transportar 10 mil milhões de metros cúbicos de gás a partir de 2019. Entretanto, a Comissão Europeia não tem esta-do parada neste mercado tão ape-

tecido. Insiste na necessidade de os países europeus falarem a uma só voz nesta matéria, sobretudo quando se trata da construção de infraestruturas de grande escala que liguem a rede europeia com países terceiros.

Não é por acaso que Bruxelas está a negociar um tratado interna-cional para vincular a UE, o Azer-beijão e o Turquemenistão para desenvolver um sistema de energia

comum. O que está em causa é o equilíbrio entre a segurança do for-necimento e a segurança do lado da procura. Seja como for, há agora mais intervenientes num mercado já de si competitivo, mas que não deixa de ser extremamente rentável para os intervenientes. O que não deixa de ser uma boa notícia para os consumidores, já que a concor-rência acrescida tende a uma redu-ção dos preços.

Fornecimento europeu de gás tem um novo mapa

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Alemanha

rejeita projeto

de redução

de CO2

na indústria

automóvel

A Alemanha está contra o pro-jeto europeu de redução das emis-sões de CO2 pelas viaturas novas. Um dos gigantes do setor auto-móvel, o país pretende defender a todo o custo o emprego na in-dústria automóvel. A chanceler Angela Merkel tece duras críticas ao objetivo de limitar a 95 g/km, a partir de 2020, as emissões de CO2 dos automóveis novos.

Para a chanceler, trata-se de um projeto que coloca em ris-co a indústria automóvel alemã e que não é razoável, sobretudo numa altura em que a Europa está a braços com uma situação económica difícil e se vê perante a concorrência de países terceiros. Quando uma diretiva é debatida em Bruxelas, os seus responsá-veis devem ter em conta quais as consequências. Aliás, Merkel não deixa de avisar que não se trata exclusivamente da indústria automóvel alemã, outros países estão perante o risco de serem fortemente penalizados. Por ou-tro lado, a chanceler lembra que as marcas germânicas são as mais evoluídas no que toca à defesa do ambiente.

A governante rejeita as críticas de que a Alemanha está a olhar para os seus interesses e esquece o bem geral da região. Neste caso, está a defender os interesses de um setor, em detrimento da pro-teção do ambiente. Refere que a Alemanha é favorável ao facto de se fi xar objetivos ambiciosos para os construtores europeus, mas num contexto em que as exigên-cias sejam tecnicamente viáveis. Os objetivos pretendidos vão para além do razoável e podem levar a consequências dramáticas, como é o caso do desemprego.

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Meio ano de carência, acresci-do de um igual período com um desconto de 50% na mensalida-de. Estas são as condições espe-ciais proporcionadas pela ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários aos empreendedo-res que decidam instalar-se no Centro de Incubação da Póvoa de Varzim, a mais recente infra-estrutura da sua rede nacional de incubadoras empresariais.

Inaugurado em abril de 2012, este centro inclui oito espaços

destinados à instalação de em-presas, uma sala de reuniões e uma receção, diferenciando--se pela sua localização central, junto à Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, parceira da ANJE neste projeto de incu-bação. A incubadora beneficia de um conjunto de sinergias de apoio à iniciativa e ao desenvol-vimento empresarial e disponi-biliza uma oferta integrada de recursos e serviços de apoio às empresas incubadas, tendo em

vista a ampliação do seu índice de sobrevivência, o reforço da sua competitividade e, de um modo geral, o desenvolvimento sustentável das startups em está-dio early age.

Distinguindo-se das incuba-doras universitárias pelo know--how acumulado e pela proximi-dade com o meio empresarial, os Centros de Incubação da ANJE têm para oferecer muito mais do que condições logísticas ade-quadas à instalação de negócios nascentes promovidos por jo-vens (40 anos é a idade máxima dos empresários), destacando--se múltiplas oportunidades de apoio formativo e consultivo.

A abrangência geográfica e o constante crescimento da rede de Centros de Incubação da ANJE afiguram-se igualmente como elementos distintivos dos seus serviços de incubação em-presarial. Este processo dinâmi-co de permanente expansão teve início em 1995, com a inaugura-

ção, na Maia e em Faro, das pri-meiras infraestruturas destinadas ao acolhimento de jovens em-presas. Enquadrados nesta estra-tégia de alargamento, novos pro-jetos estão presentemente a ser desenvolvidos pela associação, reforçando e descentralizando o apoio logístico fornecido pela ANJE aos jovens empreendedo-res portugueses.

Atualmente, a associação con-ta com edifícios de incubação nos seguintes pontos do país: Matosinhos, Maia, Trofa, Barce-los, Aveiro, Oeiras, Faro, Évora, Porto (uma incubadora mul-tissetorial e uma tecnológica), Montalegre, Ribeira de Pena e Boticas. Ao todo, são agora per-to de 200 os espaços para a insta-lação de empresas, 12 dos quais destinados a PME industriais. A estes números cumpre somar as inestimáveis possibilidades de incubação virtual. Informações adicionais na página www.anje.pt/portal/linc.

ANJE oferece um ano de condições especiaisna incubadora da Póvoa

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Negócios lusófonos em Luanda O 3º Congresso do Empreendedor Lusófono acontece entre 15 e 18 de julho, em Luanda. A ANJE é uma das entidades coorganizadoras e parte para Angola, já no dia 14, com uma comitiva de jovens empresários portugueses, motivados para fazer negócios com congéneres locais, bem como com empresários do Brasil, de Cabo Verde, de Moçambique e de S. Tomé e Príncipe.

Gestão financeira para não financeiros A ANJE promove o curso “Gestão Financeira para financeiros”, entre os dias 15 e 25 de ju-lho, no seu Centro de Formação Empresarial, no Porto. O objetivo é preparar empresários e gestores, cuja formação e experiência profissional não implicou a aquisição de conheci-mentos técnicos nesta área. Tudo isto numa perspetiva de aplicação prática ao quotidiano empresarial.

Colômbia: oportunidades e financiamento ao investimento

As oportunidades de negó-cio e as soluções de financia-mento disponíveis para apoiar investimentos na emergente potência económica da Améri-ca Latina são o tema principal do seminário “Financiamento e Investimento na Colômbia”. A iniciativa organizada pela ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários acontece no dia 24 de julho, na sede nacio-nal da associação, no Porto, e conta com a colaboração da Câ-mara de Comércio e Indústria Luso-Colombiana (CCILC).

A posição geográfica do país, próximo das grandes econo-mias do continente americano, a sua estabilidade política, os tratados de livre comércio de que dispõe e o promissor cresci-mento que tem vindo a registar transformam a Colômbia num ótimo veículo de acesso a no-vos mercados, com acrescidas possibilidades de exportação e internacionalização para os em-presários portugueses.

É nesse enquadramento que o programa de atividades do se-minário promovido pela ANJE aposta na disponibilização de informação útil e necessária para as PME decididas a apos-tar no mercado colombiano. Os trabalhos têm início com a apresentação dos serviços de consultoria que podem faci-litar essa aposta, adaptando-a às condicionantes do país e ao perfil da empresa. De seguida, Rosário Marques, diretora exe-cutiva da CCILC, terá a seu cargo a identificação de opor-tunidades de negócio existentes na Colômbia.

Paulo Silva, diretor Banca de Empresas, Corporativa e Ins-titucional do BBVA, vai, pos-teriormente, abordar o tema “Banca e Financiamento”, sen-do que os instrumentos finan-ceiros de apoio ao investimento continuarão em destaque na intervenção seguinte, a cargo de José Moreno, Administrador Executivo da SOFID.

Os empresários interessados em efetuar, in loco, uma pri-meira abordagem ao mercado colombiano poderão ainda be-neficiar de uma breve apresen-tação do roteiro e dos contactos envolvidos na missão empresa-rial que a ANJE promove entre os dias 9 e 14 de setembro pró-ximo. Informações adicionais e inscrições na página www.anje.pt.

ATUALIDADE/ANJE

Incubação virtual

O Centro de Incubação da Póvoa de Varzim conta também com o serviço de incubação virtual, cada vez mais valorizado pelas empresas nacionais. Através dele, a ANJE apoia empresas que, para além de envolverem poucos recursos humanos, desenvolvem atividades que não exigem, ou não justificam, o investimento em infraestruturas. Nestes casos, os centros de incubação servem de base física de negócios, funcionam como sede social e também como ponto de encontro entre empresários, clientes e parceiros, através da utilização dos serviços de secretariado, bem como de espaços comuns, de que são exemplo as salas de reuniões.

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Só 7% aderiram à tarifa de eletricidade do leilão da DecoDos 587 mil consumidores que se candidataram ao leilão de eletricidade da Deco, ganho em Maio pela Endesa, só cerca de 7% formalizaram a adesão ao tarifário proposto por esta operadora. Ao todo, são cerca de 40 mil os novos contratos que, segundo a Deco, a Endesa deverá angariar. Os dados são ainda provisórios, uma vez que processo só será concluído em Setembro.

ENERGIA

JOSÉ BAPTISTA PEREIRA, DIRETOR EXECUTIVO DA APIGCEE, ASSEGURA

Redução dos custos energéticos pode Ao contrário do que o presidente da EDP, An-tónio Mexia, defende, os grandes consumidores de energia alegam que o preço da eletricidade em Portugal continua a ser um fator dissuasor de investimento e garantem que compensa produzir em Espanha.Em entrevista à ‘Vida económica’, José Bap-tista Pereira, diretor executivo da Associação Portuguesas dos Indus-triais Grandes Con-sumidores de Energia Elétrica (APIGCEE), salienta que os preços da energia “constituem um fator crítico da competi-tividade das empresas”, sendo, por isso, “pre-mente” que se proceda à redução dos custos ener-géticos “a curto prazo”, nomeadamente, através de “uma ação mais firme do Governo nas chama-das rendas excessivas do setor elétrico”, de forma a “reduzir o peso dos Custos de Interesse Económico Geral”.

FERNANDA SILVA [email protected]

Vida Económica - Os preços da energia são ou não um en-trave à competitividade da in-dústria nacional?

José Baptista Pereira - Os pre-ços da energia constituem um fa-tor crítico da competitividade das empresas associadas da APIG-CEE, as quais, com um consumo anual da ordem de 4500 GWh, asseguram quase 10% de todo o consumo nacional e mais de 25% do consumo industrial. E é fator crítico porque o preço da eletrici-dade é de pelo menos 10%, dos custos de produção das nossas empresas, chegando mesmo a atingir 50% para alguns produ-tos.

VE - Acredita que uma possí-vel redução dos custos energé-ticos poderia funcionar como um estímulo à economia?

JBP - Pelas razões referidas an-teriormente, não só funcionaria como estímulo como é premente que se faça a curto prazo.

VE - Recentemente, a Side-rurgia Nacional ameaçou des-localizar as suas atividades para Espanha. O risco de des-localização de empresas moti-vada pelos custos energéticos é real?

JBP - Claro que sim, pois algu-mas das nossas empresas têm ati-vidade industrial simultaneamen-te em Portugal e Espanha e, em Portugal, estão a pagar mais 20 a 25% do que pagam em Espanha.

VE - Como se justificam en-tão os preços de eletricidade praticados em Portugal?

JBP - A partir de 2010, as ta-rifas de acesso subiram exponen-cialmente em Portugal, para a Alta Tensão (AT) e a Muito Alta Tensão (MAT), que são as ten-sões de abastecimento de todas as empresas nossas associadas. Nes-te mesmo período de tempo, as tarifas de acesso pouco aumenta-ram em Espanha. Outra compo-nente importante do preço final pago pelas nossas empresas é a remuneração do serviço de inter-ruptibilidade, que é inferior em Portugal, tardando em ser har-monizado com Espanha.

VE - Qual seria a grandeza da contração de preços neces-sária ou que componentes dos custos energéticos poderiam

ser reduzidos ou eliminados?JBP - Tem de haver uma ação

mais firme do Governo nas cha-madas rendas excessivas do setor elétrico, de forma a reduzir o peso dos Custos de Interesse Eco-nómico Geral (CIEG), que são os responsáveis pelas importantes subidas das tarifas de acesso.

É o caso dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE), dos Custos de Manutenção dos Equi-líbrios Contratuais (CMEC), dos subsídios às renováveis e das rendas aos municípios que têm o efeito perverso de fazer subir o preço pago pelo consumidor fi-nal quando o consumo nacional baixa, como acontece agora em Portugal. Ou seja, precisamente o

contrário do que devia acontecer num mercado que funcionasse.

Outro efeito perverso destas rendas é que, ao garantirem o preço pago aos produtores, impe-dem que o abaixamento de pre-ço no mercado, como aconteceu este Inverno com a abundância de chuva e de vento, se transmita ao consumidor final.

VE - Seria viável transpor as condições e os preços pratica-dos em Espanha? A integração dos dois mercados é a solução?

JBP - Claro que sim. O Mer-cado Ibérico de Eletricidade (MI-BEL), que arrancou em 2007, não conseguiu ainda garantir a necessária convergência legislati-

va e regulamentar nos dois países.O preço do gás natural, que é

17% mais caro em Portugal do que em Espanha, é também im-portante fator a ter em conta. É por isso urgente que os governos dos dois países ponham em prá-tica o fim do “pancaking” (duplo pagamento das tarifas de trans-porte do gás, em Portugal e Espa-nha), já acordado numa cimeira ibérica, para facilitar a oferta dos comercializadores espanhóis em Portugal, com o correspondente abaixamento de preços.

Mas é preciso não esquecer que a nossa atividade se exerce num mercado global e que a Penín-sula Ibérica é ainda uma ilha do ponto de vista energético. Por

14 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

Em 2010, as tarif-e acesso subiram exponencialmente em Portugal, para a Alta Tensão (AT) e a Muito Alta Tensão (MAT), afirma Baptista Pereira

Quem é a APIGCEE?

A Associação Portuguesas dos Industriais Grandes Consumidores de Energia Elétrica (APIGCEE) representa o conjunto de empresas alimentadas em alta e muito alta tensão, e abrange sectores-chave da indústria portuguesa, como a cimenteira, papeleira, siderúrgica, petroquímica, mineira, gases industriais e química de base.Tendo a energia elétrica como um elemento fundamental para que os custos de produção dos seus associados, e por isso, um fator essencial para a sua competitividade, a APIGCEE posiciona-se como parceiro vocacionado para colaborar com todas as entidades na definição da necessária otimização energética portuguesa.

As empresas associadas da APIGCEE, alimentadas em MAT e AT, são caracterizadas por consumos elétricos muito relevantes e que, no seu conjunto, representam um consumo anual superior a 4500 GWh, equivalentes a 300 milhões de euros (valores de 2012), o que corresponde a cerca de 9% do consumo nacional e a 25% de toda a indústria portuguesa. O peso percentual do custo de eletricidade na totalidade dos respetivos custos de produção é normalmente superior a 10%, chegando nalguns casos a ultrapassar os 50%. Estas empresas exportam mais de 75% da sua produção, o que assume uma importância primordial no equilíbrio da balança de transações do país.

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ENERGIA

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 15

Renovável abastece mais de dois terços do consumo de eletricidade até junhoMais de dois terços do consumo de eletricidade foram abastecidos por fontes renováveis no pri-meiro semestre do ano, devido à conjugação de condições meteorológicas que permitiu o aumento da produção hídrica e eólica. 68% do consumo nacional de eletricidade foi abastecido por fontes renováveis no primeiro semestre deste ano face aos 46% no período homólogo do ano passado.

funcionar como estímulo à economia

O preço do gás natural é 17% mais caro em Portugal do que em Espanha

Consumo de eletricidade bateu recordes no passado fim-de-semanaO consumo de eletricidade atingiu no último fim-de-semana, máximos históricos para o Verão, acompanhando as temperaturas elevadas que se registaram em Portugal, segundo a REN (Redes Energéticas Nacionais). A utilização intensiva pelos portugueses a ventoinhas e aparelhos de ar condicionado motivou o maior consumo de eletricidade de sempre em fins-de-semana de Verão.

isso, uma palavra também para a fraca capacidade da interligação entre a Espanha e a França, que, impedindo a integração física do mercado ibérico com o mercado europeu, constitui também um travão à concorrência e à dimi-nuição de preços.

Novo enquadramento legal foi uma “oportunidade perdida”

VE - Entretanto, o Governo aprovou no início deste mês um novo enquadramento legal das tarifas de acesso ao sistema elé-trico. Na prática, o que mudou?

JBP - Há uma confusão que importa esclarecer. O que foi publicado foi a Portaria nº 215-A/2013, de 1 de Julho, que criou um novo serviço de interruptibi-lidade destinado aos consumido-res alimentados em MAT, com um consumo médio anual supe-rior a 50 MW, ou seja, aos muito grandes consumidores, como a Siderurgia Nacional. Foi um pas-so importante de convergência com Espanha, pois um mecanis-mo de interruptibilidade idêntico já existia em Espanha, desde o dia 1 de Janeiro deste ano.

VE - E para as demais em-presas, o que mudou?

JBP - Para o serviço de inter-ruptibilidade já existente, que também existe em Espanha e que abrange os consumidores de MT, AT e MAT que possam ofe-recer à rede uma potência inter-ruptível de pelo menos 4 MW, nada mudou, o que lamenta-mos, pois foi uma oportunidade perdida de se dar mais um passo na necessária convergência com Espanha.

Efetivamente, para este regi-me, o valor máximo, em Portu-gal, mantém-se nos 18 J/MWh, valor este que, devido à fórmula de cálculo existente, que também não foi agora alterada, é muito mais difícil de atingir do que os 20 J/MWh, que é o valor máxi-mo que vigora em Espanha.

VE – Qual será, então, na prática, o impacto desta nova legislação?

JBP - Os efeitos deste DL, se-rão refletidos através das tarifas de acesso à generalidade dos con-sumidores, mas tal só terá efeitos práticos, na melhor das hipóte-ses, a partir de Janeiro do pró-ximo ano, pois está dependente

duma regulamentação via porta-ria que, por sua vez, aguarda um estudo da ERSE que o próprio DL impõe e com um prazo de apresentação ao Governo no final do primeiro semestre de 2013.

VE - Estas alterações são su-ficientes para assegurar o for-necimento de energia a preços

competitivos ou seria necessá-rio ir mais longe?

JBP - A medida tomada teve um efeito muito pontual, não tendo alterado nada na generali-dade das empresas nossas associa-das. Quanto à Siderurgia, julgo que esta empresa estará a fazer os seus cálculos, mas, pelo que já disse à comunicação social, a

criação do novo serviço de inter-ruptibilidade não será suficiente para nivelar os preços que paga em Portugal com os que paga em Espanha, o que é natural, pois não só esta componente de preço não estará nivelada com Espanha, como existe a componente das tarifas de acesso que também têm de ser reduzidas.

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FERNANDA SILVA [email protected]

A situação portuguesa, no que respeita aos grandes consumidores de eletricida-de, “é, no geral, desfavorável face a outros países europeus, nomeadamente Espanha”, e por isso, “a afirmação de que os preços da eletricidade são um entrave à competitivi-dade da indústria nacional é verdadeira”, começa por admitir António Saraiva.

Segundo o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a razão destas diferenças prende-se, sobretudo, com a “grande variação” existente ao ní-vel das ajudas concedidas pelos estados, com o objetivo de fomentar o emprego e a produção industrial, e que vão desde a isenção do pagamento dos custos devidos pelo uso das redes de transporte, caso da Alemanha, a pagamentos por serviços ao sistema, “de que a interruptibilidade é um caso frequente”.

Saraiva lembra que esta situação tem-se manifestado, especialmente, com os “au-mentos anuais, superiores à inflação”, das Tarifas de Acesso às Redes, parcela regula-da dos preços da eletricidade cujo valor é fixado pela Entidade Reguladora dos Servi-ços Energéticos (ERSE), e defende ser “es-sencial garantir, no geral, a contenção da evolução dos custos energéticos em níveis relacionados com a inflação”. Por esse mo-tivo, salienta, “o Governo deve abster-se de criar novos encargos fixos sobre a energia, mas, isso sim, reduzir os existentes”.

Desafiado a comentar a recente amea-ça feita pela Siderurgia Nacional de des-localizar a sua produção para Espanha, o presidente da CIP não descarta a existên-cia de um risco real de deslocalização de empresas motivada pelos elevados custos energéticos.

“Quando as empresas portuguesas, e este é o caso da Siderurgia Nacional, se veem confrontadas com preços finais de energia, seja eletricidade sejam combustíveis, exces-sivamente diferentes dos que os seus con-correntes beneficiam, a probabilidade de decisão de encerramento de atividade ou de deslocalização é elevada”, admite An-tónio Saraiva. Por isso, aconselha o líder associativo, “Portugal tem de estar muito atento aos fatores que, em cada país, alte-ram em certos casos os preços que as em-presas pagam, efetivamente, pela energia”.

Indústria química paga em Portugal “mais 20 a 25%” pela eletricidade que consome

Instado pela ‘Vida Económia’ a quan-tificar o impacto dos custos energéticos na indústria nacional, António Mesquita Sousa, membro do Grupo Energia da As-sociação das Indústrias de Petroquímica,

Química e Refinação (AIPQR), assegura que, “face às suas congéneres europeias e, nomeadamente, em relação às espanholas, as empresas químicas e petroquímicas, grandes consumidoras de energia, pagam em Portugal, pela eletricidade que conso-mem, mais 20 a 25%”.

Lamentando o diferencial existente, o também diretor de produção da CUF lem-bra que o preço da energia elétrica “tem um peso muito importante no global dos custos industriais” deste setor e salienta que “a rentabilidade da atividade, as possi-bilidades de competir em mercados globa-lizados, assim como a capacidade de fazer investimentos em aumentos de capacidade e novos produtos, estão fortemente rela-cionados com a redução dos custos ener-géticos”.

Mesquita Sousa admite por isso que exis-te um risco de deslocalização de empresas e recorda que “é importante garantir, em termos de custos energéticos, idênticas condições de competitividade em Portugal e Espanha”, pois, à semelhança de outros setores de atividade, “um preço de energia elétrico competitivo poderá ser decisivo” para as indústrias que produzem bens es-senciais, “com forte impacto na balança de transações correntes, tanto do lado das

exportações, como das importações evita-das”, sentencia.

Seria importante “limitar os montantes correspondentes às rendas”

Questionados acerca de qual a redução de preços necessária ou que componentes dos custos energéticos poderiam ser eli-minados, ambos os responsáveis apontam que, nas circunstâncias atuais, seria impor-

tante “limitar os montantes corresponden-tes às rendas” e “ter prudência nos inves-timentos nas redes nesta fase de menores consumos”.

Menos contido nas suas palavras, o re-presentante da AIPQR afirma mesmo que a redução dos preços de energia eléctrica “deveria situar-se entre 20 e 25%” e po-deria abranger “todas as componentes do preço final”, nomeadamente ao nível da contratação de energia, das tarifas de aces-so às redes, da remuneração do serviço de Interruptibilidade, da tributação sobre a electricidade, dos períodos tarifários e da aplicação da Diretiva sobre Comércio de Emissões.

Lembrando que a redução dos custos que oneram os preços da eletricidade “é uma prioridade do Governo” e “um dos pontos do memorando de entendimento celebrado entre o Governo e a troika”, An-tónio Saraiva concede que “já se fez muito nesse sentido”. Contudo, para o presidente da CIP, “não foi ainda conseguida a neces-sária equidade nessas reduções”, porque as mesmas “atingiram mais a indústria trans-formadora e menos a produção renovável e os produtores de eletricidade”. Por essa razão, esse deve ser o caminho a seguir, re-mata.

REPRESENTANTES DA INDÚSTRIA NACIONAL ADMITEM

Preços da eletricidade são um entrave à competitividade da indústria nacional

António Saraiva, presidente da CIP, e António Mesquita Sousa, da AIPQR, falam dos custos energéticos na indústria.

O governo deve abster-se de criar novos encargos fixos sobre a energia, mas, isso sim, reduzir os existentes.

16 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

ENERGIA

GALP investe 8,5 milhões de euros em fábrica de biocombustíveisA Galp inaugurou, esta quarta-feira, a Enerfuel, primeira fábrica em Portugal que produz bio-diesel de matérias-primas classificadas como resíduos ou detritos, entre eles óleos usados e gor-duras animais, num investimento total de 8,5 milhões de euros. A Enerfuel, em Sines, vai pro-duzir 27 mil toneladas de biodiesel por ano.

Consumo de gasóleo e gasolina aumentou ligeiramente em AbrilO consumo de combustíveis rodoviários registou em Abril o primeiro aumento mensal desde o final de 2010, com as vendas anualizadas (do período de 12 meses terminado em Abril) a passarem de 5,214 milhões de toneladas para 5,223 milhões, segundo dados publicados pela Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

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FERNANDA SILVA [email protected]

Os sinais de retoma tardam em fazer-se sentir na indústria solar térmica nacional. Nos últimos dois anos a quebra acumulada é já de 51%, resultado de uma com-binação de fatores extremamente dura para o mercado: o colapso de um mercado recente, com um “boom” seguido por uma queda maciça entre 2009-2011, criada pelo apoio da Medida Solar Tér-mico, e agora a grave crise econó-mica e fi nanceira.

Em declarações à ‘Vida Eco-nómica’, Carlos Oliveira, diretor de marketing da Sanitop, afi rma que “a natural tendência de cres-cimento das energias renováveis no nosso país tem vindo a ser condicionada” pelo atual cenário económico e fi nanceiro, pelo que a evolução do mercado “tenderá a ser residual, ou mesmo nula”, no curto prazo.

Lembrando que as soluções nesta área, nomeadamente as que têm preocupações ao nível da efi -ciência energética, “exigem um investimento inicial signifi cati-vo”, o responsável da Sanitop ad-mite que ”cabe aos agentes deste mercado tentarem contrariar os efeitos negativos na procura, res-salvando o potencial de poupança destas soluções” a longo prazo nos custos energéticos.

Igualmente contactado pelo nosso jornal, Luís Rocha admite também que o setor “tem fortes constrangimentos”, pois “está hiperdimensionado para o mer-cado” actualmente existente. “As empresas do setor dimensiona-ram-se para um mercado a pra-zo” tendo em conta os incentivos então existentes. Todavia, “após o seu término a procura decresceu e a oferta passou a ser superior à procura, provocando falências e fragilizando todo à indústria”, ex-plica o CEO da Energie.

Concessão de incentivos fi scais poderia impulsionar a retoma do setor

Relembrando que o grupo “sempre foi contra os incentivos diretos”, Luís Rocha admite con-tudo, como medida de apoio ao setor, a concessão de incentivos fi scais, nomeadamente “deduções em sede de IRS e IRC”, a quem adquirir sistemas de energia re-novável e efi ciência energética

“exclusivamente de fabrico nacio-nal”, tal como acontece em mui-tos países da Europa.

Acusando os fabricantes de ori-gem asiática de terem “inundado o mercado português de equi-pamento de baixa qualidade”, o CEO da Energie defende por ou-tro lado que “apenas uma medida de Bruxelas, impondo cotas adua-neiras mais elevadas aos produtos de origem asiática, à semelhança do que está a acontecer com a solar fotovoltaica, pode salvar a indústria de energia solar térmica nacional”.

Outra das propostas avançada

por este responsável passa tam-bém pela disponibilização de “linhas de fi nanciamento com taxa de juros bonifi cadas”, ou

mesmo nulas, “seguindo a ótica de que cada quilowatt de energia produzido em Portugal é divisa que não sai do país”.

Partilhando uma opinião si-milar, Carlos Oliveira admite igualmente que os incentivos poderiam “ajudar a minorar o montante a investir por parte do consumidor” e que “o acesso ao crédito permitiria diluir no tempo esse impacto e ajustá-lo aos retor-nos na redução da fatura energé-tica que estes sistemas permitem”. “Infelizmente”, lamenta o diretor de marketing da Sanitop, “é ób-vio” que, dada a inexistência des-

tes mecanismos de apoio na eco-nomia, “a adesão a soluções mais efi cientes e amigas do ambiente fi cam comprometidas”.

Marketing e inovação são as apostas das empresas para ultrapassar a crise

Questionado acerca da forma como a sua empresa tem enfren-tando o atual momento que o seg-mento atravessa, Carlos Oliveira sublinha que a Sanitop “sempre acreditou e apostou nas energias renováveis, onde se incluem os sistemas solares térmicos. E, por isso, continua a acreditar no futu-ro deste setor no nosso país”.

Para tal, a empresa delineou uma “estratégia coordenada” que lhe permitiu “aumentar a sua fa-turação no solar térmico, mesmo na atual conjuntura do mercado”. Na base desta estratégia está a disponibilização de “oferta bas-tante alargada” e “adequada para cada projecto”, e que “vai desde os sistemas termossifão aos siste-mas forçados, com soluções ade-quadas quer para o aquecimento das águas quentes sanitárias, quer para aquecimento das habitações ou piscinas”.

Por outro lado, “através da es-treita ligação ao instalador pro-fi ssional, a Sanitop mantém um elevado apoio ao nível de pro-jectos técnicos e de garantia após venda, que foi ainda potenciada com uma campanha promocional que permite que o profi ssional de instalação apresente estas soluções de uma forma mais acessível ao consumidor fi nal”, remata Carlos Oliveira.

Confrontado com a mesma questão, o responsável da Ener-gie começa por assegurar que o grupo tem “uma nítida visão dos pós-incentivos e do ataque dos produtos asiáticos” e por isso “in-vestiu fortemente em Inovação & Desenvolvimento”, criando um departamento de melhoramento da efi ciência dos seus produtos do qual resultaram novos produtos de Efi ciência Energética.

Luís Rocha adianta ainda que a Energie apostou também na internacionalização e garante que este foi “um caminho fulcral para o sucesso” da empresa, pois a constução de uma nova fábrica no exterior permitiu “verticalizar o fabrico, suprimindo importa-ções”

Crise e fi m dos apoios condicionam atividade no segmento solar térmico

Como medida de apoio ao setor solar térmico, deveria haver concessão de incentivos fi scais, nomeadamente deduções em sede de IRS e IRC

Bruxelas prepara investigação às rendas da EDPA Comissão Europeia prepara-se para lançar uma investigação aprofundada ao dossiê dos CMEC – Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual. Esta decisão deverá ser conhecida ainda este mês. Na origem da queixa está a legali-dade dos CMEC, uma renda que a EDP recebe desde 2007 e que se estenderá até 2027.

Gasolineiras low cost avançam A obrigatoriedade de incluir gasolina não aditivada ou low cost nos postos de combustíveis vai mesmo ser uma realidade. O Governo já tem a proposta do decreto-lei pronta e nele está previsto que as em-presas que não cumpram com a lei sofram multas de 250 a 44 890 euros. Gasolineiras vão ter três meses a partir da data da sua publicação para introduzir as medidas.

ENERGIA

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 17

Luís Rocha acusa os fabricantes de origem asiática de terem inundado o mercado português de

equipamento de baixa qualidade.

Carlos Oliveira admite que o acesso ao crédito permitiria diluir no tempo o impacto e ajustá-lo aos retornos na redução da fatura energética que estes

sistemas permitem.

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Preço da energia solar pode baixar 45% até 2018Um conjunto de estudos desenvolvidos pelo ministério brasileiro de Minas e Energia conclui que o custo da energia solar pode descer, aproximadamente 45% até 2018 e admitem que esta redução de preço pode fazer com que a ener-gia solar participe de forma competitiva dos leilões de eletricidade dentro de alguns anos.

ANTÓNIO SÁ DA COSTA (APREN) E TERESA PONCE LEÃO (LNEG) AVALIAM O NOVO PLANO ESTRATÉ

Renováveis criticam “falta O novo Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis (PNAER), para o período 2013-2020, revê em baixa o crescimento das fontes renováveis. Garantindo que tem procurado manter a “aposta nas fontes de energia renovável” e “cumprimento dos compromissos europeus”, o Governo alega, contudo que o documento foi alterado “tendo em conta o novo contexto económico” e “em função do cenário atual de excesso de oferta de produção de eletricidade decorrente de uma redução da procura”.Ao invés, a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) lamenta a “falta de visão e ambição” do plano e alerta para uma “dramática e abrupta paragem do desenvolvimento das energias renováveis em Portugal”.FERNANDA SILVA [email protected]

Aprovado em Conselho de Mi-nistros em Abril, o Plano Nacio-nal de Ação para as Energias Re-nováveis (PNAER) para o período 2013-2020 esteve em consulta pública até ao passado dia 21 de Junho. Todavia, o documento não corresponde minimamente às ex-pectativas do setor onde prevalece agora um sentimento de “frustra-ção e desilusão”.

Em declarações à ‘Vida Eco-nómica’, António Sá da Costa, presidente da direção da APREN, lamenta “a diminuição de ambi-ção das várias versões do PNAER, que culminam neste documento” e afirma que, “por muito válidas que sejam as razões invocadas, a visão (ou falta dela) espelhada no

PNAER 2013 reitera uma dramá-tica e abrupta paragem ao desen-volvimento das energias renová-veis em Portugal, em prejuízo dos interesses económicos, de curto prazo, ambientais e sociais do país e dos compromissos que neste domínio foram assumidos a nível internacional”. A desilusão é tanto maior quanto o setor, após “uma série de alterações regulatórias que trouxeram alguma instabilidade”, aguardava agora um “documento

forte” que pudesse trazer “alguma segurança aos investidores”.

Ainda assim, o líder associativo reconhece que o documento deve ser analisado “à luz de uma reali-dade bem diferente daquela em que foi elaborada a versão original do PNAER em 2010”, tendo em conta, sobretudo, uma “retração da procura de energia que veio agravar a situação de excesso de capacidade instalada”.

Entre as críticas apontadas pela

18 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

ENERGIA

FERNANDA SILVA [email protected]

A menor disponibilidade de recursos financeiros e o excesso de oferta face a uma menor pro-cura energética condicionaram a revisão conjunta das estratégias nacionais para a eficiência ener-gética e para as energias renová-veis.

“Um modelo energético base-ado na racionalidade económica e na sustentabilidade, através, por um lado, da conjugação entre a adoção de medidas de eficiência energética e a utiliza-ção de energia proveniente de fontes renováveis e, por outro, da redução dos sobrecustos que oneram os preços de energia”, é assim que a Resolução do Con-selho de Ministros que aprovou

a revisão dos Planos Nacio-nais de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE) e para as Energias Renováveis (PNAER) descreve a política do atual Go-verno para a energia.

Foi nessa linha que os docu-mentos, aprovados em fevereiro, mas só tornados públicos a 10 de abril, foram objeto de uma revisão conjunta, tendo como princípios orientadores “o ali-nhamento dos objetivos dos planos em função do consumo de energia primária; eliminação de medidas não implementadas, de difícil quantificação ou com impacto reduzido e sua substi-tuição por novas medidas ou por um reforço de medidas já exis-tentes de menor custo e maior facilidade de implementação; avaliação estruturada dos im-pactos das medidas preconizadas por cada Plano; e instituição de um sistema conjunto de acom-panhamento e monitorização dos planos”.

Em concreto, a redefinição do

PNAEE assenta em três eixos: ação, monitorização e gover-nação, enquanto a do PNAER parte de um cenário atual de “ex-cesso de oferta da produção de eletricidade decorrente de uma redução da procura”.

Novo contexto para a Eficiência Energética

“Adequar o PNAEE de 2008 à realidade nacional, tendo em conta as fontes e o nível de fi-nanciamento disponíveis, redu-zindo os incentivos financeiros para fazer face à estrita necessi-dade de cumprimento das metas e selecionando as medidas com base numa gradação da relação custo-benefício associada aos respetivos investimentos”, foi um aspeto decisivo na revisão da

estratégia para a eficiência ener-gética, levando à continuidade da maioria das metas do docu-mento anterior, embora algumas sofram alterações e outras sejam extintas.

A meta de eficiência energética definida pelo PNAEE para 2016 foi revista em baixa, passando dos 10%, previstos em 2008, para 8,2%, muito próxima da meta europeia indicativa de 9%, ou seja, 1501 ktep. Na prática, as poupanças serão alcançadas através de medidas em seis áreas chave: transportes, residencial e serviços, indústria, Estado, com-portamentos e, uma novidade, a agricultura.

Em termos de poupanças em energia primária e, em particu-lar, nos benefícios económicos na balança de pagamentos, em 2016, o PNAEE deverá ainda evitar a utilização de 654 056 tep, o equivalente a 381,4 mi-lhões de euros. Em 2020, esse valor ascenderá a 804,6 milhões de euros.

A redefinição do PNAEE assenta em três eixos: ação, monitorização e governação, enquanto a do PNAER parte de um cenário atual de excesso de oferta da produção de eletricidade decorrente de uma redução da procura.

Novo contexto económico determinante na revisão dos Planos

Chuva e vento permitem poupança no custo da eletricidadeAté maio deste ano a forte produção hídrica e eólica permitiu baixar o preço grossista da energia, apesar do sobrecusto das fontes renováveis. Todavia, a poupança não se reflete nos preços praticados junto dos consumidores finais.

“A visão (ou falta dela) espelhada no PNAER 2013 reitera uma dramática e abruta paragem ao desenvolvimento das energias renováveis em Portugal”, lamenta António Sá da Costa.

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APREN está a “acentuada tónica nos custos” do documento, que “segue a linha do discurso deste Governo” e reflete, dessa forma, “uma visão de curto prazo, opos-ta aquela necessária a um correto planeamento energético”. Para Sá da Costa, a política energética “não pode considerar somente os aspetos económicos e financeiros do momento. Deve, antes, ter em consideração uma completa aná-lise custo-benefício que abarque

todas as variáveis macroeconómi-cas e a sua evolução” pois, “ainda que a produção de eletricidade renovável atualmente tenha cus-tos ligeiramente superiores aos da produção convencional (custos estes que se vêm reduzindo a cada ano), a verdade é que estes se tra-duzirão em consideráveis poupan-ças no futuro, para além de que, atualmente, este setor gera muitos benefícios macroeconómicos que não devem ser menosprezados”.

Por esta razão, para a APREN é “essencial que o Governo possua uma visão que vá muito para além da atual crise, para lá de 2020, e que não se limite a cumprir pontos de documentos oficiais; que tenha uma visão do cami-nho indispensável de um sistema energético descentralizado, com a participação dos consumidores, independente de combustíveis fósseis, descarbonizado, susten-tável e com tecnologias desen-volvidas a nível nacional que já percorreram o seu caminho e são competitivas, capitalizando o co-nhecimento adquirido e manten-do Portugal como um player de destaque neste setor”.

Novo contexto económico foi fundamental na definição do PNAER

Perspetiva divergente tem Tere-sa Ponce Leão. Para a presidente do Laboratório Nacional de Ener-gia e Geologia (LNEG), o Go-verno “tem procurado manter o cumprimento dos compromissos europeus” ao nível das energias renováveis, “mas tendo em aten-ção o novo contexto económico caracterizado na área energética por uma diminuição da procura”.

Lembrando que, “num passa-do recente, a aposta das políticas energéticas incidiu, fundamental-mente, em incentivos à produção, muitas vezes sem a devida avalia-ção da maturidade das tecnologias para uma adequada remuneração, e descurando soluções de não consumo que devem ser a prio-ridade”, a responsável defende a estratégia de “redistribuição dos objetivos para as diferentes com-ponentes do mix energético” e da “importância tendencialmente crescente” da eficiência energética.

Questionada acerca das princi-pais alterações face à anterior es-tratégia para o setor, Ponce Leão salienta a “redução em 18 % da capacidade instalada”, apesar da manutenção das metas estipula-das, e os “ajustes no mix energéti-co”, onde o peso relativo de cada renovável “passa a ser avaliado em termos da maturidade da tecno-logia associada em função do res-petivo LCOE (Levelized Cost of Electricity)”.

A presidente do LNEG des-taca também como importante a intenção de “avaliar de forma integrada”, através da criação de uma estrutura comum de acom-panhamento e monitorização, de todas as ações no âmbito do Plano Nacional de Ação para a Eficiên-

cia Energética (PNAEE) 2016 e do PNAER 2020. Sá da Costa, todavia, vislumbra nesta intenção “um racional de investimento na eficiência por oposição às renová-veis, sem reconhecer que estas não são opções antagónicas, mas sim complementares”.

Igualmente preocupante para a APREN é a remoção, “sem qual-quer justificação”, de 13 das 19 medidas para o setor elétrico pre-vistas no PNAER original, uma decisão que, na opinião da asso-ciação “menospreza algumas das barreiras que dificultam o desen-volvimento das energias renová-veis na eletricidade em Portugal”, nomeadamente “aquelas adminis-trativas da responsabilidade da tu-tela e do setor do ambiente”.

Admitindo que algumas das medidas identificadas no PNAER 2010 estejam já implementadas, “ainda que não com os melhores resultados”, a verdade é que algu-mas medidas eliminadas “são ain-da muito pertinentes e essenciais para o setor”, afirma Sá da Costa apontando como exemplo o ali-nhamento dos Planos Diretores Municipais (PDM) com a estraté-gia para a energia, o lançamento do grupo de trabalho para unifor-mização da legislação dispersa e a definição de um plano para as mini-hídricas.

Por outro lado, “mais do que enumerar medidas, uma verda-deira ferramenta de planeamen-to energético e de promoção das energias renováveis, como se es-peraria do PNAER, deveria fazer um ponto de situação de cada uma das medidas, clarificando que ações já foram tomadas e que ações estão previstas, referindo ou atualizando prazos, pois muitos deles já foram ultrapassados”, re-mata o presidente da APREN.

Futuro imediato do setor passa pela exportação de serviços e know-how

Desafiados a enviar uma mensa-gem às empresas do setor, que vi-vem momentos de desespero face à atual conjuntura económica, ambos os responsáveis procuram transmitir palavras de otimismo e esperança e apontam o caminho da exportação de serviços para os mercados internacionais como forma de sobrevivência das em-presas.

“Consideramos que os mer-cados externos são de facto uma solução” e mais o seriam, salienta António Sá da Costa, “se se esti-vesse a falar do mercado europeu

de eletricidade, pois aí temos e estamos em condições de poderexportar para a Europa eletricida-de verde”. O problema, ressalva o responsável, é que “não existem as necessárias interligações com o resto da Europa, e essa é uma dasprioridades que o Governo tem de considerar para ajudar o setor e o país”.

Para Teresa Ponce Leão, existe,de facto, “um enorme conjunto de oportunidades a nível global” queas empresas nacionais poderãoexplorar; porém, destaca a respon-sável, o setor “tem que ser maiscriativo e ser capaz de se agregar em torno do conhecimento para construir soluções passíveis de ser exportadas”. Nesse sentido, a pre-sidente do LNEG questiona tam-bém se “estamos a dar os passos certos para a exportação de tecno-logias para a energia” e se conse-guirão as empresas “organizar-se para criar clusters de exportaçãocom tecnologia nacional”.

Admitindo que o setor empre-sarial “não lida com facilidadecom mudança das ‘regras do jogo’ a meio do percurso, o que é jus-tificado”, Ponce Leão sublinha, ainda assim, que “a singularidade do momento que vivemos obriga”a “repensar os modelos de negóciocom base em políticas rigorosas deavaliação” e a manter “um diálogopermanente” entre empresas e Es-tado, “para, em conjunto explorar oportunidades de melhoria, sejana agilização dos procedimentos legais, seja no redesenho de medi-das fiscais”.

A terminar, o líder da APRENlembra que “Portugal é tido como um exemplo a nível internacionalno aproveitamento das energiasrenováveis”, sendo o 5º país da Europa com maior penetração de renováveis no consumo de ener-gia final e o 2º país do mundo com maior penetração de eólicano consumo de eletricidade, e “asempresas e os técnicos portugue-ses têm um know-how muito ape-tecível a nível internacional”.

Por isso, “os portugueses devem ter orgulho” do trabalho desenvol-vido no âmbito das energias reno-váveis e estas “devem ser encara-das como uma política de carácter transversal e continuado” a ser “uma das bandeiras do nosso país”e “exemplo de um setor que con-tribui para a economia”, atravésda criação de emprego, do desen-volvimento regional, da diminui-ção das importações e da criaçãode condições para a exportação, eestá “na primeira linha para a saí-da da crise”, remata Sá da Costa.

ENERGIA

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 19

Bruxelas revê metas e subsídios das renováveisA Comissão Europeia está a rever as orientações a dar aos Estados membros quanto aos subsídios dos governos às energias renováveis. As energias que já têm tecnologias mais desenvolvidas, como a energia eólica, podem perder apoios a partir de 2020, sendo o dinheiro encaminhado para energias ainda com fraca adesão, como a energia das ondas.

GICO PARA O SETOR DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS

de visão e ambição” do novo PNAER

Energia renovável será 2ª fonte de energia em 2016As energias renováveis vão superar o gás natural, tornando-se a segunda fonte de energiaelétrica do mundo em 2016, atrás do carvão, estimou a Agência Internacional de Ener-gia (AIE). O crescimento das renováveis, como a hidroelétrica, eólica, solar, geotérmica e biomassa, ocorre sobretudo em países em desenvolvimento ou emergentes, como a China.

“O Governo tem procurado manter o cumprimento dos compromissos europeus, mas tendo em atenção o novo contexto económico, caracterizado por uma diminuição da procura”, defende Teresa Ponce Leão.

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20 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO DE 2013

A opção pelo despedimento como via para a poupança de recursos prende-se, muitas vezes, com o desconhecimento de que existem soluções que permitem reduções de custos muito significativas. Por outro lado, as empresas nem sempre reconhecem os custos que lhes são apresentados, como é o caso da fiscalidade patrimonial. A Alma Consulting conseguiu poupar aos seus clientes cerca de 34 milhões de euros, no ano passado, através do sistema do “cost consulting”. Nuno Tomás, managing diretor da Alma CG, explicou à “Vida Económica” como funciona este conceito e as poupanças que é possível obter.

GUILHERME [email protected]

Vida Económica – O que é o “cost con-sulting” e como se aplica às empresas?

Nuno Tomás – É uma área de negócios que tem como pressuposto uma atividade de consultoria orientada para a análise da estru-tura de custos das empresas, identificando potenciais fontes de poupança que sem o “know-how” necessário não seriam percecio-nadas como tal. O objetivo é libertar “cash” que, normalmente, estaria alocado a custos inerentes à atividade da empresa e que desta forma pode ser orientado para investimentos que gerem uma dinâmica de crescimento da empresa. De notar que a Alma CG é remu-nerada com base num “success fee”, com que a atividade de consultoria se autofinancia.

VE – Que tipo de custos é poupado e de que modo se efetua a poupança?

NT – Em Portugal, há três áreas que se destacam no âmbito do “cost consulting”. Desde logo a inovação, permitindo o acesso a incentivos – diretos ou indiretos, nacio-nais ou internacionais – que possibilitam o desenvolvimento de projetos e a redução do impacto financeiro. A fiscalidade, tiran-do proveito dos instrumentos existentes, de forma a conseguir um alívio da carga fiscal, o que, no caso do IMI, por exemplo, se re-flete em ações para que os imóveis reflitam o adequado valor tributário. E os custos de financiamento, principalmente em termos de telecomunicações e energia, sendo uma via para reduzir os custos de serviços contra-tados, mantendo a qualidade.

Reduzir custos sem alterar estrutura da empresa

VE – Uma das primeiras medidas a que as empresas recorrem é o despedimento. É possível baixar os custos sem proceder a despedimentos?

NT – A opção pelo despedimento como via para a poupança de recursos está, muitas vezes, assente no desconhecimento de que existem soluções que permitem reduções de custos significativas, sem implicar alterações profundas na empresa. A nossa proposta é essa mesma, face à estrutura da empresa, agir para que ocorram reduções de custos, sem que a estrutura seja modificada. Por exemplo, uma das áreas em que ainda há um desconhecimento significativo é a da fis-calidade patrimonial, adotando as empresas uma postura passiva face aos valores que lhes são apresentados, sem estarem devidamente informados sobre os mecanismos de ação de que dispõem.

VE – As empresas portuguesas desper-diçam demasiado ou são “poupadas”? As empresas estão mais eficientes, em termos financeiros?

NT – As empresas nacionais estão a tornar-se progressivamente mais atentas aos seus custos, seja por cautela ou porque

os recursos começam a escassear. Não que no passado houvesse desperdícios, mas começam a surgir estratégias estruturadas de redução de custos que podem retirar mais-valias significativas de um serviço de consultoria. O desejo de reduzir custos, sem a experiência necessária para saber em que áreas e como, pode levar a más opções que podem comprometer o cres-cimento e a saúde financeira de qualquer empresa.

VE – Onde surgiu o conceito de “cost consulting”?

NT – O conceito teve origem em Fran-ça, na sede da Alma CG, estando difundi-do pelos nove países em que a empresa está presente. O “cost consulting” veio, por um lado, centrar a ação da Alma CG nos custos e, neste âmbito, dar-lhe acesso a um campo de ação mais alargado, com soluções costu-mizadas, concebidas caso a caso, mediante as necessidades específicas detetadas em cada empresa. Pela implementação e experiência da Alma CG no mercado francês, este é um mercado em que o “cost consulting” apre-senta uma maior maturidade, fruto também dos vários mecanismos de apoio que o siste-ma francês dispõe, nomeadamente em ter-mos de custos associados ao trabalho (que não a remuneração).

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

NA PERSPETIVA DE NUNO TOMÁS, “MANAGING DIRETOR” DA ALMA CG

Redução racional de custos pode evitar os despedimentos

DE ACORDO COM NELSON SANTOS, PRESIDENTE DA AFA

Setor das agências funerárias não escapa à crise

O setor das agências funerárias não escapa à crise. Há falta de dinheiro por parte das famílias e foram retiradas rega-lias sociais, pelo que as pessoas procuram um produto e serviços a preços reduzi-dos, referiu à “Vida Económica” Nelson Santos, presidente do grupo AFA (Agên-cia Funerária dos Anjos). Uma outra preocupação prende-se com a regulação deficiente que ainda se verifica neste se-tor de atividade.

Um dos principais problemas que se colocam tem a ver com a falta de dinhei-ro das famílias e a diminuição do valor das regalias sociais a que a família tem direito por óbito de um familiar, pelo que as famílias estão a optar por funerais mais baratos e a recorrer ao pagamento em prestações, evitando gastos desne-cessários, tais como flores ou anúncios. A regulamentação e a legislação sobre o setor é visto como um outro problema por parte de Nelson Santos: “Ao nível da legislação tem sido feita uma evolução, mas ainda existe um défice. Esta é uma atividade muito delicada e ainda falta uma regulamentação correta e eficiente, regulamentação essa que deveria ser ela-borada com base em pareceres de quem entende e vive no meio deste setor. Não basta o Governo pedir um parecer às as-sociações quando depois não os aplica. Ainda hoje esta é um atividade repre-sentada por qualquer pessoa que deci-da abrir um negócio, sem as necessárias competências para tal.”

Nelson Santos rejeita a ideia que os grandes grupos tenham causado qual-quer tipo de desconforto ou subordina-ção. “Pelo contrário, ao fim de alguns anos no mercado, verifica-se que os Por-tugueses continuam fiéis ao comércio tradicional, procurando empresas nacio-nais e de cariz familiar. Esta irá sempre atender e acompanhar a família de uma maneira muito mais pessoal e próxima, tratando os familiares como se da sua fa-mília fossem.”

A situação assume outros contornos quando se trata de pequenos agentes económicos a operar no mercado. A abertura de pequenas funerárias – em muitos casos sociedades unipessoais – é uma visão de escape à crise e de ganho fácil. Não raras vezes uma má prestação do serviço fúnebre em vez de aliviar o processo do luto pode causar ainda mais pressão aos familiares. “O aparecimento destas pequenas agências, num efeito co-gumelo, dirigidas por antigos funcioná-rios de agências funerárias, proporciona que outras há mais anos no mercado e que investiram em larga escala na forma-ção do seu pessoal, das suas instalações e dos seus meios logísticos, verifiquem que não lhes é reconhecido esse trabalho e investimento.”

Porto de Sines passa a gerir negócio de cruzeirosOs portos também têm necessidade de diversificar as suas áreas de atividades. O Porto de Si-nes vai passar a gerir um novo negócio, o segmento de navios de cruzeiro. O que sucede após a integração na sua área de competências das atividades de cargas do Porto de Portimão. A nova administração do Porto de Sines (APS) reflete a necessidade de obter “know-how” numa área em que Sines não desenvolveu qualquer competência até à data. A nova administração do Porto de Sines é liderada por João Franco, tendo como vogais João Pedro Soares – que transita da gestão do porto de Portimão – e Eduardo Bandeira, dos quadros da APS.

Nuno Tomás considera que há áreas em que ainda há um grande desconhecimento quanto à pos-sibilidade de reduzir custos, como é o caso da fiscalidade patrimonial.

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“Arte da Liderança e Coaching Comercial”, um dos workshops mais populares da Ideias & De-safios, marca o encerramento da temporada da consultora antes do verão. Uma formação com o cunho prático e intensivo carac-terístico da Ideias & Desafios, co-ordenado por José Almeida, figura

incontornável na formação e co-aching a nível nacional. “Arte da Liderança e Coaching Comercial” será em Lisboa e tem a duração de três dias – 17, 18 e 19 de julho.

Com um conceito inovador e único em Portugal o “Arte de Li-derança e Coaching Comercial” é dirigido a cargos de chefia como

diretores comerciais, chefes de vendas, directores gerais e geren-tes. Tal como explica o responsável do workshop, José Almeida, “esta formação é realizada num am-biente descontraído, que promove a troca de experiências e estraté-gias de sucesso entre os presentes. Pretende-se que cada participante

possa levar consigo ferramentaspráticas de fácil implementação e que sejam pontos chave nas estra-tégias de crescimento ou recupera-ção dos seus negócios”.

A formação tem a duração de três dias. A inscrição prévia é obri-gatória através de: [email protected]

“Arte da Liderança e Coaching Comercial” fecha temporada da Ideias & Desafios

Orquestra do Norte promove Douro com música

A Orquestra do Norte deu iní-cio à segunda edição das “Noi-tes de ópera no Douro”. Verdi e Wagner, compositores de quem se comemoram os 200 anos do seu nascimento, vão estar presen-tes nos concertos que juntam a música, o rio Douro e os vinhos durienses. Três vertentes que são verdadeiras dádivas dos deuses e que todos podemos usufruir.

A segunda edição das “Noites de Ópera no Douro” teve o seu prelúdio nos jardins exuberantes da restaurada Casa da Prelada. Melhor início era impossível, com “Carmen” de Bizet a deliciar o muito público que se deslocou ao romântico da Casa da Prelada. A Orquestra do Norte promove a cidade do Porto e o seu Dou-ro, sob a direção do maestro José Ferreira Lobo. Se Georges Bizet “passou” pelo Porto, Verdi vai dar continuidade ao programa a 3 de agosto, no Largo de São Gonça-lo, em Amarante.

Wagner enquadra-se na per-feição no cenário de Foz Côa. Música de enorme amplitude, de grandes espaços, tem lugar a 24 de agosto, desta vez sob a direção de Félix Carrasco-Córdova. O Museu do Côa tem todas as con-dições acústicas e pictóricas para se deixar enlevar pelos acordes re-tumbantes dos muitos apreciado-res wagnerianos. O ciclo fecha-se em Alijó, a 5 de outubro, onde se juntam as culturas da música e do vinho, na Quinta da Levandeira do Roncão.

Ferreira Lobo vai dirigir este úl-timo concerto da segunda edição das “Noites de ópera no Douro”. Resta saborear o mais possível o que de melhor a vida nos dá, sem pedir o que for em troca.

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 21

Indaqua ganha concessão em Oliveira de AzeméisA Indaqua – Indústria e Gestão de Águas contratualizou a gestão dos serviços públicos deabastecimento de água e recolha, tratamento e rejeição de águas residuais do concelho deOliveira de Azeméis para os próximos 30 anos. O contrato implica um investimento de 18milhões de euros, por parte da empresa, em infraestruturas e na construção de uma novaETAR. Este concelho passa a ser a sexta concessão da Indaqua, sendo que se trata de um pro-jeto bastante exigente e que será faseado.

Borges lança Quinta da Soalheira BrancoA Sociedade dos Vinhos Borges (SVB) encontra-se a introduzir no merca-do o Borges Quinta da Soalheira Branco 2012. Com o lançamento deste

novo vinho, produzido num “terroir” de características únicas a partir das castas Gouveio e Viosinho, a Sociedade dos Vinhos Borges (SVB) pretende

reforçar a sua oferta de brancos do Douro. O PVP recomendado é de seis euros.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

O maestro Ferreira Lobo tem impul-sionado o turismo da Região Norte através da música.

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Vinhos da “Quinta do Quetzal” conquistam Nova Iorque Dois vinhos tintos do produtor alentejano “Quinta do Quetzal” acabam de receber excelentes pontuações no concurso “Ultimate Wine Challenge 2013”, recentemente realizado em Nova Iorque. O “Guadalupe Selection 2009” conquistou 93 pontos e o “Guadalupe 2010”, 90 pontos.

Altran lança academia A Altran Portugal vai lançar uma academia em parceria com a UBI – Universidade da Beira Interior, a Câmara Municipal do Fundão e o IEFP. A primeira academia arranca em setembro, as formações são gratuitas e terá 25 vagas. Como resultado da formação, 50% dos formandos tem trabalho assegurado, através de um contrato de estágio profissional celebrado com a Altran e o IEFP.

MARIA [email protected]

Apesar do elevado desempre-go entre os jovens, mais de 90% dos licenciados pela Faculdade de Economia do Porto estão a conseguir colocação do mercado até seis meses depois de concluir a licenciatura. Cerca de metade dos estudantes de licenciatura ficam empregados antes mesmo de terminar o curso. O alto nível de empregabilidade dos jovens formados na FEP é uma exceção no mercado de trabalho. “Temos duas coisas a nosso favor: temos os melhores alunos a procurar--nos e temos os melhores pro-fessores e investigadores. Mais de 90% dos nossos docentes são doutorados, nenhuma outra es-cola tem números tão fortes”, afirma João Proença. A tradição de exigência e boa preparação técnica explicam a vantagem conseguida pelos recém-licen-ciados da FEP face a outros cur-sos e outras escolas.

“Acredito que a FEP conti-nua a ser uma instituição mui-to exigente, o que permite que os licenciados fiquem com uma composição técnica apurada e profunda”. Esta opinião foi manifestada por Miguel Soro, economista formado na FEP. O diretor do centro de empre-sas do BES foi um dos gestores ouvidos pela “Vida Económica” sobre a preparação dos licencia-dos da Faculdade de Economia do Porto, quando estes iniciam as suas carreiras profissionais. “Essa componente não me pa-rece, todavia, que seja devida-mente salpicada com uma apro-ximação à vida empresarial. Na verdade, seria muito interessante que a FEP criasse um programa com a comunidade empresarial regional (numa primeira fase) que pudesse albergar os estudan-tes, mesmo antes do final do seu curso, para que a aplicabilidade da formação fosse conquistada desde logo”, acrescenta Miguel Soro.

Boa preparação

Na perspetiva de António Cunha, licenciado em Gestão pela FEP e presidente da dele-gação norte da Ordem dos Eco-nomistas, a preparação é muito boa, destacando a boa base de conhecimentos teóricos e, tam-bém, de algumas noções práticas

do que é a realidade empresarial. “Temos que estar cientes de que a entrada no mundo do trabalho é um processo de aprendizagem, pelo que não podemos esperar que um recém-licenciado saia da Faculdade a ‘saber-fazer’. É importante que a Faculdade o ensine a ‘saber-saber’ e, também, a ‘saber-estar’. Nesses aspetos, a FEP tem demonstrado ser ca-paz”.

Outra questão abordada pe-los economistas e gestores que foram ouvidos refere-se às ver-tentes dos cursos de Economia e Gestão, que consideram im-portantes para as necessidades das organizações. Miguel Soro conhece, com mais profundi-dade, o curso de Economia. “Tratando-se de um curso mais generalista, permite, ao licen-ciado, absorver uma formação importante em áreas diversas, o que permite um maior leque de oportunidades em termos de carreira profissional. Todavia, esta falta de especialização colo-ca o licenciado pouco preparado, à partida, para uma atividade ou função em concreto”.

Ligação à vida profissional

A ligação à vida profissional é o campo de atuação de algumas

organizações de estudantes da FEP, como é o caso da FEP Ju-nior Consulting. António Teixei-ra Lopes, presidente da ARAN (Associação Nacional do Ramo Automóvel), avalia de forma po-sitiva e recomenda o trabalho re-alizado pelos estudantes da FEP. “O trabalho foi feito e com bons resultados, que era o que me interessava. Gostei do trabalho efetuado por eles. Toda a expe-riência que um jovem licenciado possa ter, toda a possibilidade de contacto com a realidade que vai enfrentar será positiva. Acho que é muito bom o caso da FJC, por dar, aos jovens, uma noção do

que é a realidade exterior. O que seria importante é que as pessoas que andam na universidade esti-vessem, já na própria universida-de, adaptadas à realidade. A FEP Junior Consulting é um bom exemplo de como os estudantes

universitários podem começar, durante a vida académica, a ter contacto com o mundo e, assim, saírem preparados para o lugar que vão ocupar”.

António Cunha indicou, ain-da, aquelas que considera como sendo as áreas de formação mais relevantes num profissional: “Sem dúvida que um bom co-nhecimento técnico (o ‘saber--saber’) é um requisito para se ser um bom profissional. O domínio de disciplinas, como a Contabilidade (a linguagem das organizações), as Finanças Empresariais (a tesouraria das organizações) e o Marketing (a fonte de receita das organiza-ções), é a base para formar pro-fissionais que acrescentem valor às organizações onde venham a colaborar”.

Capacidade de adaptação

Para António Monteiro, Presi-dente da Associação de Antigos Alunos da FEP, é importante a capacidade de adaptação e de vencer as dificuldades.

“Na minha opinião, os licen-ciados da Faculdade de Econo-mia do Porto saem muito bem, com uma forte capacidade de adaptação e de enfrentar dificul-dades, sendo os que menos di-ficuldades têm em conseguirem entrar no mercado de trabalho - afirma.”

CERCA DE METADE FICAM EMPREGADOS ANTES DE TERMINAR O CURSO

Mais de 90% dos licenciados da FEP encontram saída profissional em seis meses

NEGÓCIOS E EMPRESAS

22 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

VANESSA LOUREIRO, SENIOR MANAGER DA CAPGEMINI, AFIRMA

“Incentivo a intercâmbios internacionais deve ser prioritário”

Vanessa Loureiro, senior manager da Capgemini, tem uma opinião favorável, mas aponta algumas melhorias possíveis. “Nas áreas de Economia e Gestão (onde a Capgemini recruta, essencialmente, para a unidade de Consultoria), os licenciados da FEP encontram-se ao nível dos licenciados das restantes boas universidades portuguesas (Universidade Católica Portuguesa, Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Coimbra).”“Possuem um nível de conhecimento técnico elevado, uma parte significativa até já tem alguma experiência profissional sumária (obtida através de estágios de Verão ou curriculares), mas necessitam de apoio na aplicação dos conhecimentos reunidos na universidade ao dia-a-dia de uma empresa. Como maior lacuna, salientava a comunicação (verbal e

escrita) adaptada ao meio empresarial.”“Contudo, especialmente determinante é o desenvolvimento de competências de carácter pessoal e interpessoal, podendo, neste campo, as universidades assumir um papel de destaque: comunicação verbal e escrita, capacidade de persuasão, tomada de decisões e resolução de problemas, organização do tempo e definição de prioridades de trabalho, capacidade de delegação de tarefas, trabalho sob pressão, motivação de colaboradores, entre outros.”“Por último, numa economia cada vez mais global, é essencial para os futuros profissionais uma maior exposição a línguas e culturas, pelo que o incentivo a intercâmbios internacionais deve ser prioritário ainda no decorrer da vida académica”, conclui.

Boa base de conhecimentos teóricos e noções práticas da realidade empresarial facilitam colocação no mercado de trabalho.

Mais de 90% dos docentes da FEP são doutorados

Faculdade ensina a “saber-saber” e a “saber-estar”

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Presidente do Tribunal de Contas no Forum PortucalenseGuilherme de Oliveira Martins vai ser o próximo convidado do Forum Portucalense. O jan-tar-debate vai decorrer no dia 16 de julho, pelas 20 horas, no Hotel Infante Sagres, no Porto, inserido no ciclo de conferências que tem como tema “Portugal – Que destino”. Inscriçõesatravés do e-mail [email protected] ou pelo tel. 910 523 889.

Mediaway comunica MinipreçoA Mediaway - Gestão de Marcas anuncia que passou a assegurar a gestão de comunicação e assessoria mediática do Minipreço em Portugal. Recorde-se que a Dia Portugal adquiriu a ca-deia Minipreço em 1998, e passou a operar unicamente esta insígnia, mantendo, no entanto, a marca própria Dia.

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 23

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

A minha mãe, que faleceu em 03.07.2013, era usufrutuária de um prédio urbano cuja raiz ou nua propriedade é minha na proporção de ¼ e de dois irmãos, na propor-ção de 3/8 cada. Como o imóvel está arrendado, a comunicação dos novos senhorios aos inquili-nos tem que ser feita por escrito ou pode ser verbalmente?

E deve ser feita por um só ou tem que ser por cada um dos três pro-prietários?

A comunicação com a finalidade de proceder ao aumento anual pode ser feita por um só proprietário ou tem que ser feita por cada um dos três proprietários?»

Efetivamente, se a mãe do leitor era usufrutuária do imóvel, com o falecimento da mesma o usufruto extinguiu-se, pelo que, sendo agora plenos proprietários do imóvel, o leitor e os seus irmãos passaram a ter o direito de receber as rendas pagas pelos inquilinos do mesmo.

Muito embora tal alteração na titularidade do imóvel em nada altere os contratos de arrendamento, a mesma deverá ser comunicada aos arrendatários, quanto mais não seja para que eles saibam a quem, a partir do decesso da anterior senhoria, deverão pagar as rendas. Por este motivo, os comproprietários, para além da comunicação do falecimento da mãe, deverão indicar a qual dos

comproprietários deverão passar a pagar as respetivas rendas, ou, caso o pagamento seja feito através de transferência bancária, indicar uma conta conjunta onde a renda possa ser depositada para posteriormente ser dividida pelos comproprietários na proporção das suas quotas.

Para o efeito e não obstante a forma escrita da comunicação em questão não se nos afigure legalmente exigível, para evitar equívocos futuros, no próprio interesse do leitor e demais comproprietários do imóvel, convém que a comunicação seja feita por escrito e enviada com registo e aviso de receção, até porque com a comunicação os novos senhorios devem enviar os documentos comprovativos do seu direito ao recebimento das rendas, tais como certidão do registo predial atualizada e certidão de óbito da anterior senhoria.

Quanto às duas ultimas questões que o leitor coloca, a lei é clara, ao dispor que, havendo pluralidade de senhorios, as comunicações devem, sob pena de ineficácia, ser subscrita por todos, ou por quem a todos represente.

Pelo exposto, a comunicação que algum dos comproprietários faça isoladamente só será eficaz perante os demais se a mesma for acompanhada de procuração dos restantes irmãos com poderes especialmente conferidos para o efeito.

ARRENDAMENTO

Comunicações aos arrendatáriosPLURALIDADE DE SENHORIOS

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O crescimento da economia portuguesa tem sido anémico durante os últimos vinte anos. A esta incapacidade em crescer tem sido atribuída a culpa por quase todas as misérias nacionais, incluindo rendimentos raquíticos, deficits gigantescos, desemprego galopante e o fundo e escuro buraco da crise onde caímos. Um crescimento económico saudável e robusto contribui para muitas coisas boas, como a felicidade das famílias, a prosperidade das empresas, a solvência do Estado e a sustentabilidade do sistema de segurança social. Para ajudar a economia nacional a ter um crescimento dinâmico é importante, é importante não só saber quais são os motores do crescimento económico, mas também as condições necessárias para que os motores possam funcionar. Sabendo quais são estas condições, podemos

avaliar que políticas contribuem para o crescimento, quais as que dificultam, e aquelas que são irrelevantes.

Essencial para um crescimento económico sustentado é o crescimento dos factores de produção, a sua taxa de ocupação, e também a eficiência com que eles são combinados no processo produtivo. Os fatores de produção são basicamente três: a terra, o trabalho e o capital. Que políticas têm sido seguidas relativamente a cada um deles?

Vejamos, por exemplo, as relativas à terra. A área utilizável tem-se mantido constante, não tendo o território nacional sofrido nem acréscimos nem decréscimos à falta de conquistadores nacionais e de invasores estrangeiros. No entanto, no que se refere à sua taxa de emprego na agricultura, nota-se que, segundo o Eurostat, a área de cultivo utilizada

em Portugal tem vindo a diminuir nos últimos vinte anos, ao contrário do que acontece noutros países europeus com economias mais dinâmicas. Para isto têm contribuído muitos fatores. Mas um dos mais importantes tem sido as políticas de subsidiação ao arranque de vinhas, pomares e olivais, as ajudas à cessação da actividade agrícola, as reduções de quotas à produção leiteira e outras políticas que, com os mesmos resultados, foram implementadas a partir de meados da década de oitenta. A filosofia tem sido pagar para que não se produza. Uma filosofia extravagante e anticrescimento.

Mas uma extravagância que não vai poder continuar. Porque extravagâncias têm-nas os que sabem onde ir buscar dinheiro. E parece que o Estado português já não sabe aonde ir buscar mais dinheiro. Ainda bem para o crescimento económico.

Anémico

JOSÉ MIGUEL PINTO DOS SANTOSProfessor de Finanças, AESE

Grupo Onebiz entra em Moçambique

O Grupo Onebiz, líder no mercado defranchising português e presente em 30 países, está a preparar a entrada no merca-do moçambicano de marcas do grupo nas áreas da formação, contabilidade, informá-tica, consultoria, financeira, imobiliário,educação e saúde.

Elevus, Acountia, Esinow, Exchange,Imo24, Morangos e Legs&Nails são as marcas que já têm uma carteira de em-presários interessados no respectivo fran-chising em Moçambique. De forma a dar seguimento aos negócios e a continuar a prospeção em território moçambicano, o gestor de marca da Onebiz, Carlos Pinho,vai estar em Moçambique de 16 a 24 de julho, e no dia 19 fará o Seminário Fran-chising e Oportunidades de Negócio One-biz, no Afrin Prestige Hotel, entre as 9 e as 12 horas, apresentando formalmente as marcas do grupo. “Detetámos que este é um mercado que necessita de know-how em diversas áreas nas quais as empresas dogrupo Onebiz têm experiência consolida-da”, refere o gestor de marca.

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Compta

implementa

solução GTR

na Açoreana

Seguros

A Compta acaba de implementar na Açoreana Seguros uma inovadora solução de Gestão e Tratamento de Reclamações (GTR) para suporte e resposta a todo o tipo de reclamações que possam chegar a esta seguradora dos seus clientes.

Esta solução vem minimizar o tempo que habitualmente era necessário para o tratamento destes processos, otimizando as tarefas necessárias a esse tratamento e permitindo assim dar uma resposta inte-grada e célere a este tipo de interacções – que pode envolver para além do clien-te, o regulador de mercado e o Provedor do Cliente. Esta otimização e garantia de conformidade com as regras de mercado é conseguida através de um modelo de ges-tão e controlo integrado no processo e de uma melhoria significativa da experiência do utilizador, disponibilizando-lhe uma solução de utilização intuitiva, focada na operacionalidade e suportada numa plata-forma aplicacional líder de mercado do fa-bricante IBM – IBM BPM (ex. Lombardi)

Para Rui Palma, diretor de Tecnologias de Informação da Açoreana Seguros, esta solução adotada com a Compta insere-se na estratégia de constante melhoria de ser-viço da seguradora. “Neste caso concreto, iremos conseguir uma redução em cerca de 50% do tempo necessário para a gestão de processos, com a natural consequência na eficiência e custos”. Para Emanuel Serrano, Business Unit Manager da Compta, “uma reclamação é uma oportunidade de melho-ria do serviço e foi com base nessa filosofia que desenvolvemos esta solução, totalmen-te orientada para a satisfação e retenção de clientes.”

É preciso ajustar os preços da hotelaria, fazendo corresponder o preço à qualidade do serviço prestado. Essa é a convicção de António Ferreira de Sousa, diretor do Sofitel Lisboa, hotel que celebra 20 anos de existência na Avenida da Liberdade e tem atualmente uma situação financeira estável.

DORA TRONCÃ[email protected]

“Temos de estar conscientes dos pro-dutos que vendemos. Muitos hoteleiros pensam que ao diminuir preços criam pro-cura, mas não funciona”, afirma à “Vida Económica” António Ferreira de Sousa.

“Se estamos a vender um produto cinco estrelas, temos de oferecer certos servi-ços e isso encarece os recursos humanos com o saber fazer e as estruturas. Quando vendemos ao preço de um hotel de duas estrelas, estamos a puxar para baixo o des-tino em termos de qualidade de presta-ção de serviços. Então aparecem notícias como têm aparecido: tal hotel despede 40 pessoas e 80 pessoas.” E os despedi-mentos de pessoal são, para aquele gestor, uma consequência óbvia destas políticas de preço erradas.

E porque é que isto acontece? Segundo António de Sousa, trata-se de “um pro-blema de excesso de oferta em relação à procura do destino” ou “é má gestão de pessoas que querem ser hoteleiros e não têm a noção da equação económica para oferecer a qualidade de serviço adequada. Não posso ter um Ferrari com prestações de Renault Clio”, acrescenta.

Sofitel Lisboa com situação estável

O Sofitel Lisboa apresenta, hoje, uma si-tuação saudável como empresa. No entan-to, António de Sousa ressalva que “não é a taxa de ocupação que diz como está o hotel economicamente. Se for todos os dias ao aeroporto com um cartaz a dizer quartos a 10 euros, todos os dias tenho 100% de ocupação”.

“Ao vendermos demasiado barato, as pessoas até pensam que os nossos produtos não são bons. Estes hoteleiros estão sem-pre numa reação e não numa atitude pro-activa. É preciso ajustar preços.”

“Não podemos globalizar uma procura para Portugal com os mesmos preços e os mesmos ‘timings’ porque o mercado bra-sileiro não reserva de um dia para outro

ANTÓNIO FERREIRA DE SOUSA, DIRETOR DO SOFITEL DE LISBOA, AFIRMA

“É preciso ajustaros preços da hotelaria”

“Queremos vender Portugal, mas ninguém conhece o país e todos conhecem Espanha”

Lexmark International líder de mercadopara a região EMEAA Lexmark International acaba de ser nomeada líder de mercado para a região EMEA pelo IDC MarketScape Report. O modelo de análise avaliou a capacidade de adaptação competitiva das empresas que disponibilizam Gestão de Serviços de Impressão (MPS) na região. A nomeação da Lexmark reforça o posicionamento como líder já obtido no relatório do ano anterior.

Decisões e Soluções com prémio“Marca de Prestígio Nacional” A Decisões e Soluções foi distinguida com o prémio “Marca de Prestígio Nacional”, na Expo Interfran-chising, em Pombal, onde esteve presente. Este prémio foi entregue a Paulo Abrantes, diretor--geral da empresa, pelas mãos do secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitivi-dade e Inovação, Franquelim Alves.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

24 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

para vir para Lisboa e o ‘booking window’ será com mais antecedência enquanto um mercado corporativo europeu reserva três dias/uma semana antes da viagem.”

Institucionais desconhecemcomo funcionam as coisas

No que concerne à promoção do destino Lisboa, o diretor do Sofitel dá o exemplo daquilo que considera “falta de agilidade, know-how e conhecimento do que é o tu-rismo, de como funcionam os mercados e a própria teia empresarial”. António de Sousa afirma ter feito uma viagem de 10 dias à Índia como hoteleiro independente, em que diz ter sido o primeiro a ir à Índia, sendo avisado posteriormente e com pou-co tempo para preparar a viagem que uma comitiva de Portugal visitaria aquele país.

“Fomos avisados com um mês de ante-cedência pelo Turismo de Portugal. Qual é o empresário que pode organizar em me-nos de um mês uma viagem para um mer-cado tão importante? Esses institucionais não têm a mínima ideia de como as coisas podem funcionar”, afirma.

“Estive em dois eventos indianos em que pedi desculpa pela falta de promoção de Portugal porque ninguém conhecia. Queremos vender Portugal, mas ninguém conhece o país e todos conhecem Espa-nha.”

“O mercado brasileiro e sul-americano aumentou a vinda a Portugal porque exis-tem muito mais ligações aéreas e de forma natural, os brasileiros vêm a Portugal. É um mercado em crescimento, as pessoas têm mais poder de compra e a Europa tem um poder de atração muito forte, mas não devemos pensar que o mercado brasileiro vem só a Portugal.”

“Portugal representa dois dias e meio num percurso de três semanas a um mês porque os pontos principais de atração do mercado brasileiro são Paris, Roma e Londres. Os brasileiros vêm porque hou-ve promoções e nos últimos quatro anos a TAP abriu várias ligações com facilidades de acesso.”

Apesar da postura crítica, António de Sousa deixa uma mensagem positiva em relação à capital portuguesa: “O destino Lisboa beneficia do efeito ‘uau’ porque as pessoas não sabem o que vão encontrar e a cultura, as pessoas, a comida são fantás-ticos. As pessoas dizem que é mesmo uma coisa fantástica quando voltam para casa. Isto é muito positivo porque suscita inte-resse nas pessoas para vir cá porque está a duas horas de voo da maior parte das cida-des europeias”.

“Muitos hoteleiros pensam que ao diminuir preços criam procura, mas não funciona”, afirma António Ferreira de Sousa.

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EMPRESAS/Empresas Familiares

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 25

Competir num mercado de livre inicia-tiva é um grande desafio para qualquer negócio. Para além de possuir um produ-to ou serviço que satisfaça um determi-nado grupo de clientes, disponibilizado através de canais a que estes recorram para a sua obtenção, a um preço que consi-deram adequado ao valor que satisfaz, a empresa possui ainda um grande desafio: garantir que o número de clientes atinja uma dimensão suficiente para garantir um volume de negócios que assegure a conti-nuidade da empresa.

Uma variável que possui grande rele-vância neste aspeto é, sem qualquer som-bra de dúvida, a comunicação. Podendo manifestar-se por múltiplos meios, que vão desde a publicidade às relações públi-cas, dos meios em papel aos sons, imagens ou vídeos distribuídos pela rádio,TV ou internet, apresentados como contraparti-da de aquisições de espaço ou de forma

gratuita – a preferida obviamente pelas visadas.

Uma forma bem distinta de comunica-ção é aquela que tem origem na utilização da empresa, em sentido lato ou mais res-trito quando não se foca no seu todo, mas em elementos particulares, como exemplo pelo meio académico para demonstrar uma determinada prática.

A comunicação da empresa familiar pode ser sensibilizada pelo meio académico

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTAConsultor Empresas [email protected]

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares Santiago – Porto www.efconsulting.es

Temas

para reflexão: A assistência a um espetáculo

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Chama-se BIM (Building Information Modelling), nasceu na Inglaterra e é uma metodologia que promove uma verdadeira cooperação entre as várias partes do ciclo de vida de um edifício. Ou seja, ajuda a que exista uma verdadeira colaboração entre arquitetos, engenheiros, construtores e promotores por conseguirem uma otimização de soluções e de custos. António Ruivo Meireles, coordenador do BIMForum Portugal, explicou à “Vida Económica” como Portugal está a lidar com esta metodologia e que passos estão a ser dados na sua implementação.

SUSANA MARVÃ[email protected]

Internacionalmente, a conjuntura econó-mica tem sido adversa à promoção de gran-des obras públicas e ao desenvolvimento da indústria da construção. A competição tem aumentado exponencialmente e somente os mais eficientes ou com mais capacidade instalada têm conseguido sobreviver num clima de grande instabilidade. Urge, então, capacitar as empresas de projeto e de cons-trução de técnicas avançadas que lhes ga-rantam uma vantagem competitiva quando estas promovem a sua internacionalização. Foi com esse objetivo e neste contexto que o Governo britânico, em paralelo com outros, promoveu a definição de uma estratégia na-cional BIM, ou Building Information Mo-delling, que promovesse a marca britânica de arquitetura e engenharia e que permi-tisse às suas PME uma vantagem aquando da sua internacionalização. Por outro lado, estariam a garantir um melhor controlo das obras públicas e uma otimização do custo das mesmas na fase de conceção e constru-ção, mas também de manutenção.

António Ruivo Meireles, coordenador do BIMForum Portugal e do grupo de trabalho BIM da Plataforma Tecnológica Portuguesa da Construção, para além de BIM Manager da Mota-Engil, admite que este tem sido o caminho que muitos países estão a trilhar e aquele que o grupo de trabalho que lide-ra propõe para Portugal, sob pena de a in-dústria nacional perder competitividade. “A possibilidade de simularmos todo o processo construtivo e manutenção do edifício mes-mo antes de iniciarmos a sua construção,

permite ao promotor proceder a uma análise exaustiva de custos e comportamentos (ener-gético, funcional, acústico, segurança, etc), e à otimização do elemento a construir”.

Uma verdadeira cooperação

Para este responsável, basicamente esta metodologia promove uma verdadeira co-operação entre as várias partes do ciclo de vida de um edifício. “Vários estudos repor-tam que não existe uma verdadeira colabo-ração entre arquitetos, engenheiros, cons-trutores e promotores e que estes trabalham em silos, o que impede uma otimização de soluções e de custos. O BIM, em conjunto com outras metodologias, como o Integra-ted Project Delivery, promove um trabalho colaborativo assente sobre uma mesma base

de trabalho partilhada”. António Ruivo Meireles defende que estamos perante uma mudança de paradigma, que se consubstan-cia mais numa mudança de comportamen-tos do que uma mudança de tecnologias. “O que se almeja é uma inovação organi-zacional difícil de se alcançar, pois implica, por um lado que as partes colaborarem e sejam transparentes no trabalho que execu-tam, e, por outro lado, que ‘artistas’ se trans-formem em ‘cientistas’. Aliás, num evento realizado no Porto (ver caixa), Frank Haase, da empresa americana Suffolk, utilizou esta comparação artistas vs cientistas para expli-car a complexidade do que se pretende com a mudança do processo tradicional (artistas – atuais técnicos seniores que operam uni-camente baseado na sua experiência) para

um processo assente em simulações virtuais BIM (cientistas – futuros técnicos que ope-ram com um misto de experiência suporta-da por informação fidedigna e histórica de outras obras).

António Ruivo Meireles garante mesmo que existe cada vez mais uma preocupação com a utilização racional dos dinheiros pú-blicos. “Momentos de crise devem ser vistos como uma oportunidade para se melhorar e otimizar os processos. Neste momento, as obras públicas parecem não fazer parte da estratégia pública de revitalização da econo-mia; contudo tal não impede que Portugal se prepare para que, quando novas obras surgirem, estas se procedam de uma forma profissional e eficiente, sem derrapagens económicas”.

Indústria de construção em na promoção da metodolo

Microsoft CRM no outonoA Microsoft vai disponibilizar a próxima versão do Microsoft Dynamics CRM no outono. Concebi-do para redefinir a forma como as empresas se re-

lacionam com os seus clientes, a nova versão reflete a nova abordagem da empresa assente no desenvolvimento de soluções de negócio que colocam as pessoas no centro da decisão.

TECNOLOGIAS

26 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

Comunidade BIM reunida no Porto

No passado mês de junho estiveram reunidos no Porto alguns dos maiores especialistas na implementação da metodologia Building Information Modeling num total de 250 profissionais de mais de 20 países diferentes. A 1ª Conferência Internacional BIM, promovida pelo BIMForum Portugal, teve como objetivo a promoção da metodologia em Portugal, a congregação de interesses em torno do desenvolvimento de uma norma nacional que suporte a implementação da metodologia e consciencialização da tutela (Secretaria de Estado das Obras públicas, Transportes e Comunicações) para a pertinência da definição de um plano estratégico nacional que promova a obrigatoriedade da metodologia, à semelhança do que tem sido concretizado um pouco por todo o mundo (Reino Unido, países nórdicos, Singapura, EUA, etc.).António Ruivo Meireles fez-nos o balanço do Congresso, cujo primeiro dia ficou marcado pela visão e experiência de representantes governamentais, arquitetos e engenheiros.Paul Morrell, ex-Chief Construction Advisor do Governo, enquadrou a atual utilização do BIM na necessidade de o Governo britânico se adaptar e tornar as obras públicas mais eficientes e sustentáveis. “Ficou patente a importância estratégica que o Governo britânico coloca na obrigatoriedade do BIM na indústria da construção como um meio para tornar as empresas inglesas mais competitivas internacionalmente e, por outro lado, combater as derrapagens orçamentais comuns nas obras públicas”, disse-nos António Ruivo Meireles. Malcom Taylor, Head of Technical Information da Crossrail (empresa pública), demonstrou a importância do BIM para a melhoria da comunicação no complexo processo de gestão de informação de uma obra de ampliação do sistema de transportes no centro de Londres de mais de

15 mil milhões de euros. “Malcolm referiu mesmo que o processo não seria possível se não fosse suportado por uma metodologia avançada de gestão como BIM”. O segundo dia assinalou o encerramento da conferência, tendo sido dedicado à apresentação de “case studies” promovidos por construtoras e pelos próprios clientes no âmbito da gestão dos seus edifícios.António Ruivo Meireles, BIM Manager da Mota-Engil Engenharia, reforçou a importância da indústria buscar um verdadeiro processo “BIM” em detrimento de um processo “hollywoodesco”, vazio de conteúdo. “O BIM, tem o potencial de suportar a tomada de decisão e mitigar o risco nos vários projetos, pela qualidade de informação que produz. De entre os vários projetos apresentados destaca-se o novo edifício da UPTEC da Universidade do Porto, enquanto um dos primeiros onde foi implementado o sistema em toda a sua plenitude”. Frank Haase, BIM Manager da Suffolk Construction, uma das maiores construtoras dos Estados Unidos da América, alerta para

o facto de o sucesso da implementação desta metodologia numa empresa estar diretamente relacionado com o patrocínio da gestão de topo, argumentando que é preferível criar uma nova equipa, pois numa primeira fase a reconversão de artistas (os tradicionais operadores da construção) em cientistas (os operadores BIM) não se afigura fácil.Ju Lee Kang e Tomo Cerovsek apresentaram casos de estudo relativos à implementação do BIM na fase de manutenção dos edifícios, nomeadamente em campus universitários e hospitais na Califórnia e na Eslovénia. “Estes demonstraram os ganhos que se poderão obter quando aliamos o BIM aos tradicionais sistemas de gestão de manutenção e exploração dos edifícios”, sustentou António Ruivo Meireles.Este evento contou com a participação de representantes de todos os atores da fileira da construção, como promotores públicos e privados, arquitetos, engenheiros projetistas, construtores, gestores de edifícios, fornecedores, etc. Tivemos na conferência mais de 250 profissionais de mais de 20 países.

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penhadagia BIM

Objetivo é que seja standard mundial

Questionado sobre quais os passos da-dos a dar no sentido de tornar esta tecno-logia um standard mundial, o responsável explicou que o investimento internacional concretizado por diversos governos, grandes promotores imobiliários, projetistas, cons-trutores, entidades licenciadoras e outras demonstra a importância que o BIM tem vindo a assumir ao longo de todo o ciclo do empreendimento de construção. “Assiste-se atualmente a uma tendência internacional de promoção de iniciativas nacionais para a criação de normas que suportem a imposi-ção da utilização do BIM em obras públicas e, consequentemente, na promoção priva-da. A sua utilização é já imposta em alguns países para determinados tipos de obra e está previsto que em 2015/2016 essa obri-gatoriedade seja alargada”.

E deu alguns exemplos concretos: na Finlândia, a Finnish Transport Agency es-tabeleceu como meta para 2014 solicitar que todos os seus grandes projetos de in-fraestrutura sejam executados em BIM. Na Dinamarca, a Bygnings Informations Mo-dellering defi niu que, a partir de 2012, os projetos públicos (ou com 50% de verbas públicas) com valor superior a 2,7 milhões de euros são obrigatoriamente em BIM. Na Noruega, a Statsbygg, agência responsável por construir e gerir edifi cações públicas, usa BIM para todos os novos projetos. Na Holanda, desde novembro de 2011 que o BIM é obrigatório para projetos públicos com valor superior a 10 milhões. No Reino Unido, iniciou-se um programa público em 2012, tendo-se defi nido que até 2016 todos os projetos públicos deverão ser em am-biente BIM. Nos EUA, desde setembro de 2006 que o BIM é obrigatório em todos os projetos suportados pela General Services Administration. Em Singapura foi defi nida a obrigatoriedade para projetos grandes até 2013 (arquitetura) e 2014 (engenharia).

A realidade em Portugal

António Ruivo Meireles explicou ainda que, neste momento, o BIMForum Portu-gal pretende promover a consciencialização da tutela para a necessidade de se defi nir um roadmap estratégico de implementação do BIM em Portugal e de uma especifi cação que almeje vir a ser uma norma nacional que reja esta mesma implementação. “Este projeto será brevemente apresentado à tute-la (Secretaria de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações) com o objeti-vo de se obter o seu patrocínio e apoio ins-titucional imprescindível ao sucesso desta iniciativa”.

O BIMForum Portugal, constituído por

um grupo de empresas e instituições de en-sino, propôs-se recentemente a desenvolver um projeto de ID neste âmbito cujo investi-mento seria suportado em metade por essas mesmas instituições. “Contudo, apesar da tendência internacional que existe em inves-tigação nesta área, a entidade que analisa es-tes projetos (QREN) não o aprovou, difi cul-tando, dessa forma, a promoção da inovação e da competitividade no sector. No entanto, e porque sabemos que existe a compreensão da necessidade de se melhorarem os proces-sos (comprovado pelo sucesso da conferência internacional BIM), o BIMForum continu-ará a sua missão na consciencialização das entidades públicas para a necessidade de não perder a dianteira em matérias tão sensíveis como a gestão do património”.

Basicamente, António Ruivo Meireles diz que esta metodologia tem vindo a ser de-senvolvida de uma forma colaborativa atra-vés do contributo de um conjunto de inves-tigadores e profi ssionais de todo o mundo. “A tecnologia que suporta a metodologia é fornecida pelos principais fornecedores de software internacionais que têm evoluído as suas soluções para se adaptarem às necessi-dades da indústria”.

Em Portugal já existem diversas empresas de projeto que estão a apostar nesta meto-dologia na fase de conceção. No entanto, nas fases de gestão de obra e gestão e ma-nutenção dos edifícios ainda não existem muitos casos de implementação. António Ruivo Meireles explicou à “Vida Económi-ca” que a Mota-Engil faz parte de um grupo de empresas internacionais pioneiras na im-plementação desta metodologia em obras piloto (ambiente controlado em paralelo com o método tradicional). “O projeto de I&D SIGABIM, cofi nanciado pelo QREN e em co-promoção com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e o gabinete de projeto Arquifam de Famali-cão, terminado em Janeiro deste ano, teve um impacto signifi cativo na perceção das vantagens potenciais da implementação da tecnologia Building Information Modeling (BIM), em particular durante a fase de con-ceção e execução de obras. O projeto per-mitiu adquirir e desenvolver competências ao nível do BIM, o que possibilitou à Mota-Engil Engenharia deter atual-mente uma posição de relevo no âmbito dos grupos de interesse criados a nível internacional”.

… e a realidade internacional

Em determinados países (Reino Uni-do, Países Nórdicos, Holanda, EUA, Sin-gapura, etc) esta metodologia já é ou será até 2015/2016 obrigatória e nesses países encontram-se então um maior número de casos de sucesso de implementação.

Aliás, segundo informa-ções fornecidas por António Ruivo Meireles, recentemente, numa conferência no Brasil so-bre este tema, um dos oradores foi questionado sobre quanto é que se iria economizar, com a utilização deste processo e a res-posta foi no sentido de que não se trata somente de uma questão de economizar, mas sim de sobreviver numa indústria que está a atraves-sar uma mudança de paradigma.

“A missão do BIMFórum Portugal é facilitar e acelerar a adoção do Buil-ding Information Modeling (BIM) na indústria da construção. Este tem como objetivo liderar a promoção do BIM em Portugal, envolvendo toda a fi leira da cons-trução no desenvolvimento das melhores práticas e normas para a gestão virtual de empreendimentos (na conce-ção, construção e exploração) que sejam o garante de uma diferenciação e maior vantagem competitiva da indústria da construção”.

TECNOLOGIAS

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Pedro Barbosa é o novo Regional IT Manager da Sitel A Sitel nomeou Pedro Barbosa o novo Regional IT Manager para Portu-gal, fi cando responsável pela gestão da equipa de OnSite Engineers emPortugal, pelo suporte a Operações e staff.

Marketing da Kaspersky Iberia com nova caraEider González de Heredia, com dupla licenciatura em Sociologia pela Universidade de Deusto e ADE pela Universidade de Sarriko (Bilbao), é a nova responsável pelo marketing da divisão B2B da Kaspersky Lab Iberia.

António Ruivo Meireles, coordenador do BIMForum Portugal e do grupo de trabalho BIM da Plataforma Tecnológica Portuguesa da Construção e BIM Manager da Mota-Engil

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Cultura, património, história, vinhos e gastronomia, saúde e bem-estar, natureza, caça, ‘birdwatching’ ou turismo religioso são apenas alguns dos segmentos que constituem a oferta turística da zona compreendida entre a Beira e o Douro internacional. MARC BARROS*[email protected]

Zona raiana, que foi durante séculos a primeira barreira contra ameaças externas, nomeadamente com origem em Castela e Leão, mais tarde Espanha e depois durante as Invasões Napoleónicas, é onde a Asso-ciação da Raia Histórica desenvolve a sua múltipla atividade de desenvolvimento sus-tentado, onde o turismo pode desempenhar um papel de enorme importância, como re-feriu à VE o seu responsável, Sales Gomes.

Inserida entre o Parque Natural do Dou-ro Internacional, a região faz fronteira com o Parque Natural da Serra da Estrela e a Re-serva Natural da Serra da Malcata. Esta in-tervenção engloba os concelhos de Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Meda, Pinhel e Trancoso, todas classificadas Aldeias His-tóricas de Portugal e cada qual com a sua es-pecificidade, bem como parte das gravuras e pinturas rupestres do Côa, porta de entrada para visitar as 11 fortalezas inseridas na área de atuação.

A ligação a Espanha continua a ser cen-tral, sendo hoje um forte mercado emissor de visitantes. É uma região com reduzida densidade populacional, com cerca de 45 mil habitantes, onde o envelhecimento da população e o fenómeno da emigração, quer para o litoral, quer para o exterior, le-vantam preocupações aos seus responsáveis. Assim, a fixação da população, bem como a atração de investimento e criação de empre-go, são metas almejadas.

O setor agro-pecuário, por seu turno, re-gista grandes valias em áreas como o vinho (produzido em zona charneira, que englo-ba parte do Douro Superior e da Beira) e o azeite, entre outros, podendo ser um trunfo importante na valorização da oferta turísti-ca.

A natureza típica das elevadas altitudes raianas, rude, agreste mas também única e com elevada cambiante de cenários, mani-festa-se nesta zona em toda a sua diversida-de. Não estranhamos, assim, que a maior mancha de sobreiros a nível nacional esteja localizada entre Bragança e Pinhel, como referiu Sales Gomes.

Diversidade de oferta

A Vida Económica integrou uma ‘press trip’ à região, cuja visita começou em Tran-coso. O destaque foi dado ao património judaico, com registos históricos que datam

de período anterior à fundação da naciona-lidade, em 1143. Naquela localidade po-dem ser encontradas cerca de 150 marcas religiosas, herança que representa hoje uma fonte importante de rendimento do conce-lho.

Segundo João Carvalho, vereador da autarquia de Trancoso, este segmento con-substancia-se em visitas “em trânsito entre Lisboa, Guarda e Madrid”, com turistas oriundos sobretudo de “Israel e EUA, mas também brasileiros”. É objetivo da autar-quia aumentar o período de dormida, que hoje é de “uma noite”, disse à VE.

Um dos instrumentos para que tal se ve-rifique passa pela criação de um Centro de Interpretação Judaica, projeto da autoria do arquiteto Gonçalo Byrne, que assina ainda diversas intervenções em Trancoso.

Este Centro de Interpretação, que resul-ta de um investimento de 1,2 milhões de euros, pretende recuperar a memória da im-portante comunidade judaica que aí se ins-talou. Este incluirá a sinagoga Beit Mayim Hayim, ou Casa do Poço das Águas Vivas, uma referência ao facto de em Trancoso as casas medievais possuírem o seu próprio poço, dado que os lençóis freáticos se en-contram muito próximo da superfície.

No coração do Douro Superior, houve oportunidade para visitar a aldeia histórica de Marialva, no concelho da Meda. Esta recebe cerca de 20 mil visitantes anuais, po-dendo este número ser ultrapassado com a resolução do “problema da fixação de dor-midas”, disse à VE responsável da autarquia local.

A construção de um novo hotel de quatro estrelas associado ao espaço termal de Lon-groivo, num investimento de cinco milhões de euros, pretende colmatar essa lacuna. A cargo do grupo de construção e imobiliá-rio Gualdim Anciães Amado & Filhos (que está ainda a desenvolver projetos hoteleiros na zona histórica do Porto e no Algarve), o mesmo que investiu cinco milhões de euros na Quinta Vale d’Aldeia, para produção de vinhos e azeites do Douro, a unidade hote-leira, com 44 quartos, deverá estar em ope-ração dentro de um ano e meio, sendo que a primeira fase entrará em ‘soft opening’ a partir de Dezembro.

Destaca-se que esta unidade termal re-ceberá visitantes durante todo o ano, com a particularidade de as suas águas quentes permitirem a utilização de uma piscina ex-terior mesmo durante o Inverno.

Em Pinhel, realce para o complexo mili-tar medieval, que forma a parte histórica da vila, com as suas duas emblemáticas torres e as cisternas, que garantiam o abastecimento de água potável à vila. Em Castelo Rodrigo, junto aos vales dos rios Douro e Águeda, é possível descobrir um castelo cujas ruí-nas foram um conjunto histórico de gran-de importância, cujo alcance vai mais para além da valia patrimonial, sendo hoje um elemento central na estratégia de turismo local.

Em Almeida, destaque para o património

histórico-militar da fortaleza, onde pontifi-ca, entre a enorme riqueza arquitetónica, o Museu Militar. Este, que em 2012 recebeu 16 mil visitantes, traça a história militar de Portugal ao longo dos séculos, desde os Lu-sitanos à Guerra Colonial. É também em Almeida que podemos encontrar as reno-vadas Termas Fonte Santa, demonstrando a vitalidade do turismo de saúde e bem-estar na região.

Uma região adiada

Porém, subsistem valias que estão por concluir, nomeadamente a reativação da via ferroviária entre o Pocinho e Barca d’Alva, que foi mesmo motivo, em 2009, da assina-tura de um protocolo com a então secretária de Estado dos Transportes, Ana Paulo Vito-rino, mas cujos resultados práticos estão por concluir. Trata-se de uma via de ligação do Porto a Espanha (Salamanca), numa rota que abrange cinco locais classificados como Património da Humanidade. Porém, Sales Gomes considera que dificilmente os 28 quilómetros de via-férrea sejam executados.

Aliás, outros projetos tidos como emble-máticos para a região continuam sem sair do papel ou com défice de promoção. Sales Gomes questiona: “Quantas centenas de vi-sitantes recebe o Museu do Côa ou o Parque Arqueológico por ano?”. Ou “Por que razão continua por concessionar o restaurante do

TURISMO

PATRIMÓNIO JUDAICO, GASTRONOMIA, NATUREZA OU SAÚDE E BEM-ESTAR ENTRE OS CASTELOS DO CÔA

Raia Histórica promove oferta turística

Algarve com plano de combate à sazonalidadeO Turismo de Portugal criou um plano de combate à sazonalidade que pretende recuperar até 100 mil dormidas no inverno 2013/2014, atrain-do mais turistas através do aumento da capacidade aérea. Esta representa 25% das dormidas e um terço da capacidade aérea perdidas ao longo dos últimos seis anos. Entre 2006 e 2012 o destino perdeu mais de 460 mil dormidas e cerca de 60 mil passageiros desembarcados no inverno.

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Cultura, património, história, vinhos e gastronomia, saúde e bem-estar, natureza, caça, ‘birdwatching’ Histórica, que abrange os castelos do Côa.

O principal desafio que se coloca à região da Raia Histórica é o aumento da oferta hoteleira e das dormidas de turistas

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de valor

Medical Tourism Association promove debateA Medical Tourism Association levou a cabo um seminário em Por-tugal, visando desenvolver a indústria do turismo médico no país. Li-derada por Renée-Marie Stephano e contando com uma equipa de membros da associação da Europa e Ásia, a MTA promoveu o debate sobre uma indústria que representa, anualmente, 100 mil milhões de dólares.

TURISMO

Covela compra Quinta da Boavista com enoturismo em miraOs investidores estrangeiros Marcelo Lima e Tony Smith, donos da Quinta da Covela, adquiriram a Quinta da Boavista, no Douro, à So-grape Vinhos. Para além de alargar o portefólio de produção, a quinta, com, 40 hectares de vinha, atribui uma base importante para o negó-cio do enoturismo, considerado como de grande potencial na região.

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Museu do Côa?”, disse à VE, sugerindo a escassa vontade política em dinamizar o se-tor do turismo nesta zona, que abrange os castelos do Côa.

Como complemento de toda a oferta tu-rística, é de realçar a diversidade gastronó-mica e enoturística da região, desde o Dou-ro às Beiras. Partindo da já referida Quinta Vale d’Aldeia, com os seus 110 hectares no coração do Douro Superior, é possível, a es-cassa distância, penetrar no planalto beirão, com a sua morfologia característica, e visitar vários produtores que começam a apostar naquela região com vinhos característicos, como o projeto Beyra, de Rui Madeira, pro-prietário da empresa VDS. Este projeto as-senta na tipicidade das castas, mas também nas características dos solos, com destaque para o granito, que contribui para a forte marca de mineralidade dos vinhos.

Sales Gomes destaca ainda a oferta ho-teleira em crescimento, fruto de um já im-portante investimento nas potencialidades turísticas locais, com unidades hoteleiras em Celorico da Beira, Guarda, Trancoso, a que se junta um universo significativo de casas de campo e turismo em espaço rural, num conjunto de propostas de grande valor a considerar para o período de férias que se avizinha.

(*O jornalista visitou a região a convite da Asso-ciação da Raia Histórica)

MARC [email protected]

O turismo português regista a segunda mais elevada taxa de análise de IRC e a se-gunda maior taxa de IVA aplicável aos servi-ços de alimentação e bebidas. Esta é a prin-cipal conclusão do estudo sobre Fiscalidade no turismo, encomendado pela Confede-ração do Turismo Português à consultora Ernst&Young.

O estudo partiu de uma comparação entre as políticas fiscais de vários países eu-ropeus concorrentes de Portugal (Espanha, França, Itália, Croácia e Irlanda) verifican-do que, no caso nacional, “tratam-se de ten-dências fiscais crescentes, o que não está em linha com a estratégia delineada por outros países em situação de resgate económico, como a Irlanda, que têm vindo a reduzir as respetivas taxas, com vista ao estímulo do setor”.

Assim, Portugal registou um aumento da taxa nominal de IVA de 77% aplicável aos serviços de alimentação e bebidas. Apesar “de se apresentar bastante forte na seguran-ça e nos recursos culturais”, o que valoriza a oferta do destino, Portugal regista “a pior classificação no que concerne ao regime fis-cal”, aponta o documento. Porém, nota o estudo, “Portugal poderia enquadrar-se nas primeiras posições do estudo, caso adoptas-se uma política fiscal mais competitiva”.

Verifica-se que os operadores económicos “registam resultados líquidos decrescentes”, pela “necessidade de utilização de capitais próprios para sustentar a atividade e impe-dir a repercussão de mais custos no preço do serviço, o que tem sido agravado pela dificuldade de acesso ao crédito”.

IVA não representa mais receita

Dissecando as diversas taxas que pendem sobre os operadores, o estudo refere que, no que concerne ao IVA, a taxa média efetiva é crescente e reflete o aumento da taxa verifi-cado nos serviços de alimentação e bebidas registado em 2012. Assim, a taxa efetiva era de 7,68% em 2008, passando para 11,53% em 2012. O IVA “tem vindo a ser absorvi-do pelos operadores, por forma a não in-crementar os preços”. Porém, “o aumento da taxa do IVA não foi acompanhado por proporcional aumento das receitas para os cofres do Estado”, aponta a consultora.

Aliás, a Ernst&Young refere que o IVA nos serviços de alimentação e bebidas, “nes-ta conjuntura concorrencial e com a atual conjuntura económica, aproxima-se de um imposto sobre o património mobiliário do sócio ou empresário, dada a impossibilidade de repercussão do encargo económico e os resultados negativos transversais do setor”.

No caso do IRS, e “apesar de este não consistir num verdadeiro custo do opera-dor”, serve como “indicador do setor para a economia, demonstrando a liquidez exigida à empresa”. Tendo em conta que se trata de um setor com mão-de-obra intensiva, “os tributos que dele resultam têm um forte im-

pacto nas contas do Estado, nomeadamente pela receita oculta que representa”. Assim, “o aumento do desemprego reflete-se não só na perda de receita, mas no aumento de encargos por via dos subsídios de desempre-go”.

Em 2009, o vencimento médio anual na hotelaria foi de 15.534 euros, represen-tando uma coleta, à taxa de 18,599%, de 1.615,27 euros. Em 2001, esse valor era de 15.517 euros, para uma taxa de 19,599% e uma coleta de 1.796,28 euros. No caso da restauração, o vencimento médio em 2009 era de 11.030 euros, representando uma coleta de 562,09 euros. Em 2012, o ven-cimento médio era de 10.818 euros e uma coleta de 556,26 euros. No total, a receita do Estado nestes dois setores em 209 foi de 509.851.212, 65 euros em 2009, con-tra 568.088.867,70 euros em 2011.

Do mesmo modo, o gasto médio de TSU a cargo da empresa “é substancial”, sendo que “os valores anuais médios, se considerados mensalmente, são reduzidos, revelando o corte nos custos a que as em-presas se vêm obrigadas para manter a sus-tentabilidade”.

Em 2013 é expectável que os montantes correspondentes à receita cessante em sede de IRS e TSU, acrescida da despesa adi-cional resultante do subsídio do desempre-go, “superem a receita adicional alcançada pelo aumento da taxa de IVA na restaura-ção em 2012”.

Aliás, “a opção pelo aumento do IVA está a revelar-se destruidora de valor”, sen-do “os seus custos privados e os seus custos públicos superiores aos benefícios públicos decorrentes” do aumento da receita do IVA.

A não dedutibilidade do crédito do IVA no setor do alojamento e restauração, quan-do utilizado para fins próprios da empresa, reforça a vertente punitiva do sistema de IVA aplicado em Portugal. Assim, “a neu-tralidade do IVA é tida como uma ilusão, dada a disparidade entre as taxas praticadas nos inputs (compras) e outputs (vendas), impedindo a repercussão do custo no preço dos mesmos”.

Também no âmbito das taxas municipais, apresentam-se “situações de desigualdade entre estabelecimentos semelhantes loca-lizados em municípios diferentes”. Tem-se verificado “uma proliferação destas taxas, criando uma sobrecarga parafiscal sobre os operadores económicos”, disse.

O estudo aponta ainda o caso dos direi-tos de autor e direitos conexos, como “tri-butos que pretendem remunerar os autores pelas obras por si criadas”, sendo que estes são “cobrados por diversas entidades, com tendência a multiplicar – SPA, Gedipe e PassMúsica”.

O documento revela “a legitimidade duvidosa destes tributos, pois configuram verdadeiros impostos, ao tratarem-se de prestações pecuniárias cobradas a títulos definitivo, de forma coactiva, sem qualquer contrapartida efetiva e sem nexo de cau-salidade”. Faz ainda referência “a uma res-ponsabilidade civil e criminal não consubs-tanciada”, com “descontos percentuais por pagamento a 30 dias” e “cobrados indepen-dentemente de os própios autores exigirem o seu pagamento”.

APONTA O ESTUDO FISCALIDADE NO TURISMO, ENCOMENDADO PELA CTP À CONSULTORA ERNST&YOUNG

Quebra de IRS e TSU na hotelaria e restauração deve ultrapassar aumento da receita do IVA

Gasto médio de TSU revela o corte nos custos que as empresas se vêm obrigadas a fazer

A neutralidade do IVA é considerada uma ilusão, dada a disparidade entre as taxas praticadas nos inputs (compras) e outputs (vendas), impedindo a repercussão do custo no preço dos mesmos.

ou turismo religioso formam a vasta oferta da Raia

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DIREITOS

LEGAL E ILEGAL

Nova Lei da Segurança PrivadaSou dona de uma farmácia e ouvi nos meios de comunicação social que as farmácias terão de passar a ter câmaras de vigilância obrigatoriamente. No entanto, face à atual conjuntura económica, não tenho meios financeiros para a instalação desse tipo de equipamentos. É mesmo obrigatória a sua instalação?ISABEL FRADAGabinete de Advogados António Vilar, Luís Cameirão & [email protected]

Face ao atual panorama legislati-vo em matéria de segurança privada, a sua questão apresenta-se extremamente pertinente, na medida em que a Lei n.º 34/2013, de 16 de maio, vem estabele-cer o regime do exercício da atividade de segurança privada e as medidas de se-gurança a adotar por entidades públicas ou privadas com vista a prevenir a práti-ca de crimes. Não obstante, ressalve-se, desde já, que a atividade de segurança privada, nos termos preceituados na

nova Lei, tem uma função subsidiária e complementar da atividade das forças e serviços de segurança pública do Estado.

Por força da aplicação de designada lei, procura-se proceder a uma clarifica-ção do objeto da atividade de segurança privada, impondo-se, para certas ativi-dades, medidas de segurança obrigató-rias. Essas medidas de segurança obriga-tórias podem incluir:

a criação de um departamento de segurança, independentemente da sua designação; a existência de um diretor;a obrigatoriedade de implemen-tação de um serviço de vigilância dotado do pessoal de segurança privada habilitado; a instalação de dispositivos de vi-deovigilância e sistemas de segu-rança e proteção;a conexão dos sistemas de segu-rança a central de alarmes própria ou de entidade autorizada;a obrigatoriedade de recurso a pessoal de vigilância e de adoção de medidas de segurança física; e, ainda, a criação de um departa-mento de segurança.

Por sua vez, as empresas ou entidades industriais, comerciais ou de serviços que ne-cessitem de efetuar o transporte de moeda, notas, fundos, títulos, metais preciosos

ou obras de arte de valor são obrigadas a recorrer a entidades autorizadas a prestar os serviços de segurança privada, quando o valor em causa seja superior a 15.000 euros.

Introduziram-se, ainda, medidas de segurança específicas, a serem aplicadas por instituições de crédito, sociedades financeiras e outras entidades sujeitas a riscos específicos. Nessa conformidade, verificar-se-á a obrigatoriedade de ins-talações de câmaras de videovigilância em determinados estabelecimentos. As-sim, os sistemas e medidas de segurança variam conforme estejam em causa ins-tituições de crédito e sociedades finan-ceiras, entidades gestoras de conjuntos comerciais com área bruta locável igual ou superior a 20 000 m2 e de grandes superfícies de comércio (que dispo-nham de uma área de venda acumulada igual ou superior a 30 000m2), estabe-lecimentos onde se proceda à exibição, compra e venda de metais preciosos e obras de arte, farmácias ou postos de abastecimento de combustível.

Ora, no caso em apreço, deve ressal-var-se que as farmácias ficarão sujeitas à adoção de um sistema e medidas de segu-rança específicas que incluem a instalação de um sistema de videovigilância e, bem assim, a instalação de dispositivos de se-gurança e proteção (art. 8.º, n.º 4 e n.º

3, al. a) e b), da Lei n.º 34/2013 de 16 de maio). De todo o modo, os requisitos técnicos mínimos desses sistemas ainda serão definidos por portaria do Ministério da Administração Interna.

Além disso, e com referência à ques-tão concretamente levantada, quanto à obrigatoriedade dessa instalação, impõe--se esclarecer que, pese embora a lei pre-veja o caráter obrigatório de adoção de sistemas de segurança, prevê também uma condição que exceciona a designada obrigatoriedade. Porquanto a necessida-de de instalação e utilização de sistemas de videovigilância deverá reger-se pelos princípios da proporcionalidade e da adequação, podendo ser dispensada a sua instalação por despacho do membro do Governo responsável pela área da admi-nistração interna, tendo em conta as cir-cunstâncias concretas do local a vigiar e a existência de outras medidas de segurança adequadas (art. 8.º, n.º 6, da lei 34/2013, de 16 de maio). Ou seja, o estabelecimen-to comercial da leitora poderá, eventual-mente, preencher esses requisitos.

Por último, saliente-se que a presente lei entrará em vigor 30 dias após a sua publicação. Todavia, as entidades obri-gadas a adotar as medidas de segurança supra identificadas deverão adaptar-se às condições impostas no prazo de um ano a contar da sua entrada em vigor.

BPO Advogados apoia segunda edição “Olhares sobre Angola”A BPO Advogados apoiou a abertura da segunda edição do Olhares Sobre Angola, realizada na passada terça-feira, Cinemateca Portuguesa. Na ocasião foi apresentado o livro “Angola – Nascimento de uma Nação - Cinema do Império” e exibido o filme “Rastos de Sangue”, de Mawete Paciência.

ARI ELIAS DA COSTAGabinete de Advogados António Vilar, Luís Cameirão & [email protected]. avlc-advogados.com

A atual conjuntura de crise económica e financeira torna frequentemente incomportável para os empreiteiros o prolongamento dos encargos com as cauções prestadas, no âmbito dos contratos de empreitadas de obras públicas, para garantia da boa execução das obras e do exato e pontual cumprimento das obrigações.Estes contratos vigoram frequentemente por períodos longos e a manutenção da caução acarreta custos significativos e sacrifícios acrescidos para as estruturas financeiras das empresas.Deste modo, tornou-se imprescindível a adoção de medidas de caráter excecional e temporário que permitissem minorar os seus efeitos na vida das empresas.Foi, assim, estabelecido um regime excecional e temporário no que concerne à sua liberação, permitindo às empresas um maior desafogo financeiro para o desempenho das suas atividades em outras obras.Este regime excecional em vigor encontra-se regulamentado no Decreto-Lei 190/2012, de 22 de agosto, e é aplicável apenas aos contratos de empreitada de obras públicas já celebrados ou a celebrar até 1 de julho de 2016.

O art.º 3.º do referido diploma prescreve os termos da liberação faseada da caução, bem como as condições das quais depende a mesma.É estabelecido o decurso de um ano a contar da data de receção provisória da obra, como prazo mínimo que possibilita a autorização da liberação da caução pelo dono de obra (art. 3.º, n.º 1).È estipulado o período de 5 anos para concretização da mesma, fixando as percentagens a liberar em cada ano completo (art.º 3, n.º 2)O n.º 5 do citado preceito faz depender a liberação da “inexistência de defeitos da obra da responsabilidade do empreiteiro“.E ressalva a situação de o dono de obra “considerar que os defeitos denunciados, ainda não modificados ou corrigidos” serem pouco relevantes e não justificarem a não liberação da caução.Para que a liberação possa proceder é, ainda, necessário o cumprimento dos procedimentos previstos no referido diploma.Assim, deverá ter decorrido um ano a contar da data de receção provisória da obra, para que o empreiteiro possa requerer a liberação da caução ao dono de obra, através de carta registada com aviso de receção (art.º 4.º, n.º 1, 1.ª parte).No mesmo ofício, o empreiteiro deve solicitar, ainda e para o fim citado, a realização de uma vistoria a todos os

trabalhos de empreitada (art.º 4.º, n.º 1, 2.ª parte).A vistoria tem por efeito fixar para memória futura os defeitos existentes na obra, na data da sua realização.A decisão de liberar ou não a caução prestada deve-se alicerçar no teor resultante do respetivo relatório, que deve considerar as anomalias até então assinaladas e cuja correção foram previamente solicitadas ao empreiteiro, desde que não tenham sido corrigidas e subsistam nessa data.A vistoria deve ser realizada nos 30 dias subsequentes à receção do pedido (art. 4.º, n.º 2, 1.ª parte).O dono de obra deve convocar o empreiteiro, através de carta registada com aviso de receção, com a antecedência mínima de 5 dias da data prevista para a realização da vistoria (art. 4.º, n.º 2, 2.ª parte).Se o dono de obra não cumprir estes prazos, a liberação da caução considera-se autorizada.Se o empreiteiro presente na vistoria, deve assinar o respetivo auto, ficando desde logo notificado das anomalias existentes e necessidade da sua reparação. Se não comparecer, deve-se cumprir o prescrito no DL, designadamente na parte que dita que a vistoria deve ter lugar na presença de duas testemunhas, que devem assinar o respetivo auto (art. 4.º, n.º 3).Neste caso, deverá ser remetido ao

empreiteiro cópia do auto de vistoria, através de carta registada com aviso de receção, enumerando as imperfeições detetadas e estipulando o prazo máximo de 30 dias, contados da data da realização da vistoria, para a sua reparação, sob pena de se decidir desfavoravelmente à liberação da caução.Se o relatório concluir pela existência de defeitos relevantes e estes não forem modificados ou corrigidos pelo empreiteiro, então é a própria lei que impõe ao dono de obra a não liberação da caução prestada.Fixam-se 30 dias, contados da data da realização da vistoria, para a correção dos defeitos porque é esse o prazo legal imposto ao dono de obra para comunicar ao empreiteiro, através de carta registada com aviso de receção, a sua decisão.Esta decisão pode ser favorável ou não à liberação da caução, tendo em conta o prescrito no n.º 5, do art. 3.º, vulgo a inexistência de defeitos ou a pouca relevância dos mesmos.Se o relatório pugnar pela presença ou subsistência de anomalias, imperfeições ou incorreções e o empreiteiro não os modificar ou corrigir, então a deliberação não pode ser outra que não o indeferimento da autorização solicitada, sob pena de se violar o citado preceito.Se não for observado o prazo para comunicar a decisão, considera-se autorizada a liberação da caução.

LEGAL & ILEGAL

O REGIME EXCECIONAL DE LIBERAÇÃO DAS CAUÇÕES PRESTADAS PARA GARANTIA

DA EXECUÇÃO DE CONTRATOS DE EMPREITADAS DE OBRAS PÚBLICAS

30 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

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O enquadramento em sede do IRS da tributação de atividades de exploração de empreendimentos turísticos – cessão de ex-ploração de empreendimentos turísticos está a suscitar dúvidas entre os contribuintes. A Direção de Serviços do IRS publicou um entendimento sobre a matéria, a que os ope-radores de mercado deverão estar particular-mente atentos.

Desde logo, a atividade de exploração de um empreendimento turístico, quando exercida diretamente pelo proprietário – pessoa singu-lar – é considerada uma atividade comercial desde que o sujeito passivo tenha requerido o registo do empreendimento turístico no Re-gisto Nacional de Empreendimentos Turísti-cos. Os rendimentos obtidos no âmbito desta atividade são sujeitos a tributação como ren-dimentos empresariais e profissionais (rendi-mentos de categoria B), quando exercida por uma pessoa singular, “devendo o contribuinte proprietário do empreendimento turístico

apresentar a respetiva declaração de início de atividade aquando do registo do empreendi-mento turístico no Registo Nacional de Em-preendimentos Turísticos”.

Quando, por contrato de cessação de ex-ploração turística, o proprietário de um imó-vel apto para essa exploração abdica de pro-ceder à mesma, transferindo para outrem, mediante remuneração, tal atividade e sendo a transferência anterior ao registo do empre-endimento turístico no RNET, os rendimen-tos auferidos serão tidos como rendimentos prediais, no âmbito do CIRS. Por sua vez, adianta a Autoridade Tributária e Aduaneira, “quando a propriedade do empreendimento turístico – ou dos imóveis que o compõem – pertencer a diferentes proprietários e uma vez que a imposição legal tem de ser confia-da a uma entidade terceira, os rendimentos obtidos pelos diferentes proprietários serão havidos como rendimentos prediais”.

Ainda no que toca ao Código de IRS, as

entidades devedoras dos rendimentos, que disponham ou devam dispor de contabili-dade organizada, são obrigadas a reter o im-posto, mediante a aplicação da taxa de 25% sobre os rendimentos ilíquidos. Os rendi-mentos da categoria F estão sujeitos a uma tributação autónoma à taxa especial de 28%, “sem prejuízo do seu englobamento por op-ção dos respetivos titulares residentes em ter-ritório português”, explica a administração fiscal. De referir que este entendimento res-peita ao articulado do artigo 8º, nº 2, alínea a), em sede do CIRS. Trata-se da circular nº 5, de 2013, da Direção de Serviços do IRS.

Requisitos a observar pelos programas de faturação

Muitas dúvidas também têm surgido no que respeita aos requisitos técnicos que de-vem ser observados pelos programas de fa-turação. Foram revelados esclarecimentos por parte da Autoridade Tributária também nesta área. Assim, qualquer documento com eficácia externa emitido por um programa de faturação, não sujeito a assinatura, deve conter de forma evidente a sua natureza e – quando suscetível de ser confundido com uma fatura, conter a menção “Este docu-mento não serve de fatura”.

Nas faturas emitidas a clientes que não facultem a sua identificação fiscal (consu-midores finais), deverá ser inutilizada a cor-respondente linha ou inserida a expressão “Consumidor final” (sem aspas). Os docu-mentos impressos pelo programa de fatu-ração não devem conter valores negativos. Quando necessário serão utilizados docu-mentos retificativos de faturas como docu-mentos de correção de operações de compra e venda.

AUTORIDADE TRIBUTÁRIA ESCLARECE DÚVIDAS

Atividade turística está sujeita a tributação como rendimentos empresariais

JULHO

Até ao dia 15

- Entrega da Declaração Modelo 11, pelos no-tários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com competên-cia para autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a re-gisto predial, das relações dos atos pratica-dos no mês anterior, suscetíveis de produzir rendimentos, bem como a relação dos atos ou contratos sujeitos a IMT praticados no mês anterior.

- Informação Empresarial Simplificada - IES /Declaração Anual - Entrega pelos sujeitos passivos de IRC, cujo período de tributação seja coincidente com o ano civil, pelos sujei-tos passivos de IRS, que disponham ou de-vam dispor de contabilidade organizada, bem como do anexo Q pelos sujeitos passivos do Imposto do Selo.

Até ao dia 20

- 1º pagamento por conta do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) de titulares de rendimentos da categoria B. - Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Singulares.

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Coletivas.

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto do Selo.

- Declaração Recapitulativa - Entrega da De-claração Recapitulativa pelos sujeitos pas-sivos do regime normal mensal que tenham efectuado transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Estados Membros, no mês anterior, e para os sujeitos passivos do regime normal trimestral quando o total das transmissões intracomuni-tárias de bens a incluir na declaração tenha no trimestre em curso excedido o montante de 50.000 euros.

Até ao dia 25

Comunicação por transmissão eletrónica de dados dos elementos das faturas emitidas no mês anterior pelas pessoas singulares ou coletivas que tenham sede, estabelecimento, estável ou domicílio fiscal em território portu-guês e que aqui pratiquem operações sujeitas a IVA.

DOCUMENTOS

DE TRANSPORTE Comunicação eletrónica

Com a entrada em vigor no passado dia 1 de julho sistema de comunicação eletrónica dos documentos de transporte elimina-se a ne-cessidade de as mercadorias serem acompa-nhadas das tradicionais guias de transporte em papel passando o controlo da circulação interna de mercadorias a ser feito através da comunicação eletrónica prévia à Autoridade Tributária e Aduaneira.Tendo em conta o carácter totalmente inova-dor desta reforma e de forma a permitir às empresas uma adaptação gradual ao novo regime, o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais determinou que até ao próximo dia 15 de outubro não serão aplicadas quaisquer sanções nos casos de ausência de comuni-cação eletrónica prévia dos documentos de transporte por parte das empresas, desde que essa comunicação seja efetuada até àquela data.

AGENDA FISCAL

FISCALIDADEA Comissão Europeia saudou o voto favorável do Parlamento Europeu para a reforma do gabinete OLAF, considerando que a nova regulamentação vai garantir o reforço desta agência, ao mesmo tempo que são clarificados os seus direitos e deveres. Por outro lado, o organismo poderá contar com um maior apoio por parte das entidades envolvidas no combate às irregularidades fiscais e que tanto milhões de euros custam aos contribuintes cumpridores e interessados no desenvolvimento do mercado único e da própria economia.

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 31

PRÁTICA FISCAL

1. Não estão obrigados a utilizar um programa de faturação certificado os sujeitos passivos que tenham tido, no período de tributação anterior, um volume de negócios inferior ou igual a J 100 000 (este montante até finais de 2012 é de J 125 000). 2. Estão, todavia, obrigados a utilizar um programa certificado, de acordo com a alínea a) do n.º 3 do artigo 2.º da Portaria n.º 363/10, de 23.06, alterada e republicada pela Portaria n.º 22-A/12, de 24.01, aqueles que a partir de 1 de Janeiro de

2012, optem pela utilização de programa informático de faturação, ainda que abrangidos por qualquer das exclusões constantes das alíneas b) a d) do n.º 2 do artigo 2.º da referida portaria. 3. Nestes termos, caso o sujeito passivo já venha usando um programa informático de faturação não certificado, e esteja abrangido pelas exclusões referidas naquele normativo, pode continuar a usá-lo enquanto não optar por usar um programa certificado ou seja obrigado a utilizá-lo por deixar de beneficiar dos referidos requisitos de exclusão.

Obrigação de utilização de programa informático certificado

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE [email protected]

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Governo acelera reembolsos do IRSO Governo deu instruções para acelerar o pagamento dos reembolsos do IRS. A intenção é fe-char este processo até ao dia 15 de julho. O argumento das Finanças é aumentar o rendimento disponível das famílias, ao mesmo tempo que se tornam mais exatos os números da execução orçamental. Até ao momento, os reembolsos em sede de IRS já ascendem a mais de 1,75 mil milhões de euros, a que correspondem cerca de 2,2 milhões de famílias. No ano passado, o reembolso só ficou concluído no final do mês de julho.

AT esclarece data do Código Aduaneiro ModernizadoTendo surgido dúvidas quanto à data de aplicação do Código Aduaneiro Modernizado, a Au-toridade Tributária esclarece que o mesmo será adotado apenas a partir de outubro. Atual-mente encontram-se apenas em aplicação as disposições referentes às que concedem poderes à Comissão Europeia para aprovar as disposições de execução do CAM e as que estabelecem “parâmetros” para a cobrança – pelas autoridades aduaneiras – de taxas ou o reembolso de des-pesas em caso de prestação de serviços específicos.

FISCALIDADE

32 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

CONSULTÓRIO TÉCNICO

Enquadramento de entidade no

âmbito do Sistema de Normalização

Contabilística

No caso em concreto, como a empresa ultrapassou dois dos três limites previstos no artigo 2º do Decreto--Lei nº 36-A/2011 nos dois exercícios consecutivos anteriores (2011 e 2012), deve passar a aplicar o SNC, podendo optar pela NCRF para pequenas entidades, conforme o artigo 6º do Decreto-Lei nº 158/2009, a partir do exercício de 2013. Uma microentidade, nos anos de 2011 e 2012, teve, em ambos, um volume de negócios superior a 500 mil euros, bem como o balanço. Nestes dois anos teve sempre menos do que cinco colaboradores. Dado que em dois anos consecutivos ultrapassou dois dos três limites previstos e, consequentemente, passou a pequena entidade, no que diz respeito à IES, esta alteração ocorre já em 2012, ou só no exercício de 2013? Relativamente às demonstrações financeiras, e como pequena entidade, quais as peças obrigatórias a apresentar?

A Lei nº 35/2010, de 2 de setembro, veio instituir um regime especial simplificado das normas e informações contabilísticas em vigor aplicáveis às microentidades. O artigo 2º da referida Lei estabelece o conceito de microentidades, que, segundo este normativo, se consideram as empresas que, à data do balanço, não ultrapassam dois dos três limites seguintes:

- Total do balanço: 500 000 euros;- Volume de negócios: 500 000 euros; - Número médio de empregados durante o exercício: 5.

De acordo com o nº 1 do artigo 22º do Decreto-Lei º 36-A/2011, de 9 de março, e sem prejuízo da opção pelo SNC, para efeitos de determinação do regime contabilístico aplicável em 2010, os limites referidos deverão ter como referência:

- As demonstrações financeiras do exercício de 2009, no caso das entidades constituídas anteriormente a 1 de janeiro de 2010; - As previsões para o exercício da constituição, no caso das entidades constituídas em 1 de janeiro de 2010, ou em data posterior.

Para os períodos contabilísticos seguintes (2011 e seguintes), os limites deverão reportar-se sempre às demonstrações financeiras do período anterior, exceto na determinação do regime contabilístico a aplicar no ano da constituição, em que se consideram as previsões para esse mesmo exercício, conforme previsto no nº 2 do artigo 2º do Decreto-Lei nº 36-A/2011, de 9 de março. Para efeitos do conceito de pequenas entidades, o nº 1 do artigo 9º do Decreto-Lei nº 158/2009, de 13 de julho, prevê que os limites aí

referidos tenham como referência: - Para as entidades constituídas em ano anterior à data da publicação do presente decreto-lei (anterior a 2009), as demonstrações financeiras do exercício anterior ao da publicação do mesmo (exercício de 2008), produzindo efeitos a partir do exercício em que este entre em vigor (exercício de 2010); - Para as entidades que se constituam no ano de publicação do presente decreto-lei (ano de 2009), as previsões para esse ano (previsões de 2009) e produzem efeitos a partir do exercício em que este entre em vigor (exercício de 2010); - Para as entidades que se constituam nos anos seguintes ao da publicação do presente decreto--lei (2010 e seguintes), as previsões para o ano da constituição e produzem efeitos imediatos.

Sempre que os limites sejam ultrapassados num determinado exercício, a opção deixa de poder ser exercida a partir do segundo exercício seguinte, inclusive.Sempre que os limites deixem de ser ultrapassados num determinado exercício, a entidade pode exercer a opção a partir do segundo exercício seguinte, inclusive. No caso em concreto, como a empresa ultrapassou dois dos três limites previstos no artigo 2º do Decreto-Lei nº 36-A/2011 nos dois exercícios consecutivos anteriores (2011 e 2012), deve passar a aplicar o SNC, podendo optar pela NCRF para pequenas entidades, conforme o artigo 6º do Decreto-Lei nº 158/2009, a partir do exercício de 2013. Nos termos do artigo 11º do Decreto-Lei nº 158/2009, as empresas, consideradas como pequenas entidades e que apliquem a respetiva norma, devem preparar obrigatoriamente os modelos reduzidos do balanço, demonstração dos resultados por naturezas e anexo. Como opção podem apresentar as restantes demonstrações financeiras previstas no SNC. Os modelos reduzidos dessas demonstrações financeiras estão previstos nos anexos da Portaria º 986/2009.

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS, SEGUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

2013 tem sido fértil na introdução de novas obrigações para os contribuintes. Sem dúvida que num ano de crise as recentes exigências que imperam sobre as entidades são ambiciosas e não se compadecem das dificuldades das empresas. Uma das novas obrigações que entrou em vigor em 1 de julho é a obrigatoriedade de comunicação prévia dos elementos dos documentos de transporte à Autoridade Tributária (AT). Embora as novas obrigações tenham entrado em vigor no dia 1 deste mês, face à dificuldade de implementação dos novos procedimentos e adaptação dos sistemas informáticos, a Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais – não querendo prorrogar novamente o prazo mas reconhecendo que não existiam condições práticas, inclusivamente por parte da Autoridade Tributária –, determinou que não serão aplicadas quaisquer coimas até ao próximo dia 15 de outubro nos casos de ausência de comunicação eletrónica prévia dos documentos de transporte por parte das empresas, desde que essa comunicação seja efetuada até àquela data. Na prática, isto significa que, entre 1 de julho e 15 de outubro, o sistema de comunicação eletrónica dos documentos de transporte aplica-se mas não existem penalizações para aqueles que não comuniquem previamente os documentos. Ressalvando-se que desde que o façam até 15 de outubro.Assim, os operadores têm mais três meses e meio para interiorizarem as alterações e estabelecerem procedimentos internos que possibilitem o cumprimento das novas obrigações.Lembramos que os sujeitos passivos com um volume de negócios inferior ou igual a 100 mil euros (no período anterior) não ficam abrangidos pela obrigatoriedade de comunicação dos elementos dos documentos de transporte à AT, mantendo apenas as obrigações que já existiam de emissão do documento de transporte.Embora na prática o normativo, na sua essência, já existisse há longos anos, a verdade é que estas “pequenas/grandes” alterações mudam os procedimentos das empresas, aumentando consideravelmente a carga burocrática, e geram novas obrigações e mais formalidades que não podem ser esquecidas, sob pena das consequências daí resultantes.Por exemplo, as alterações de local de destino nos documentos de transporte, ocorridas durante o transporte, ou a não-aceitação dos bens pelo adquirente, obrigam à emissão de um novo documento de transporte adicional.Esse documento de transporte adicional,

enquanto documento de transporte subsidiário do inicial, é emitido em papel e deve referenciar sempre o documento de transporte inicial. Não obstante a sua emissão em papel, o documento não necessita de ser previamente comunicado à AT através do serviço telefónico, mas deve o emitente inserir no Portal das Finanças até ao quinto dia útil seguinte ao da emissão do documento de transporte adicional os elementos adicionais.

Um sistema ímpar na UE

No caso do documento de transporte emitido por alteração do local de destino ou por não-aceitação dos bens pelo adquirente, podem também ser emitidos por via informática e comunicado por “web servisse” ou por ficheiro SAFT, caso em que se efetua a comunicação prévia, com a consequente atribuição do código de identificação, dispensando a impressão do documento de transporte e a necessidade de, até ao quinto dia útil seguinte ao da emissão do documento de transporte adicional, inserir no Portal das Finanças os dados do documento de transporte adicional.No entanto, o sistema também tem pontos positivos operacionais para o contribuinte, pois diminui a necessidade de impressão dos documentos, porque, quando se comunicam ao Fisco os elementos do documento de transporte por transmissão eletrónica de dados, permite-se a obtenção de um código de identificação para esse documento que substitui os exemplares impressos que acompanham os bens, nomeadamente para efeitos de controlo da inspeção tributária ou de outros agentes de fiscalização e para utilização do transportador durante o transporte.A utilização do código de identificação não é, no entanto, aplicável aos documentos de transporte não comunicados, o que acontece quando a fatura processada informaticamente é, em simultâneo, utilizada como documento de transporte, caso em que deve acompanhar os bens; ou quando esses documentos de transporte sejam emitidos em papel tipográfico com comunicação telefónica, em que o próprio documento deve acompanhar os bens (em duplicado).Também no caso de documentos de transporte globais o código de identificação não dispensa o acompanhamento do documento impresso em papel.Face às exigências impostas, com elevados custos para os operadores, só resta aguardar pelos resultados e mais-valias para a economia e receita fiscal de um sistema ímpar na União Europeia.

Novas obrigações do regime dos bens em circulação

PAULA FRANCOCONSULTORA DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

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EM FOCO

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 33

Troiashopping com a melhor taxa de ocupação de sempreO troiashopping apresenta este verão a melhor taxa de ocupação de sempre afirmando-secomo um destino de compras para quem está de férias na região de Tróia, da Comportae de Setúbal. No troiashopping o consumidor poderá passear, fazer compras ou simples-mente tomar uma refeição no 1º “Flash Mall” da Sonae Sierra que conta com um total de 22 lojas.

Até agora as execuções através dos solicitadores de execução tinham custos muito elevados, porque a maior parte dos valores pagos não dependiam de haver ou não cobrança efetiva nem bens para executar.No regime atual, quem tivesse uma dívida para cobrar e recorresse a um solicitador de execução corria o risco de não cobrar nada e receber do solicitador uma conta de honorários superior a J 500.O novo regime atenua esse risco. Possivelmente, surgiram queixas relativas aos honorários dos solicitadores de execução na situação mais frequente em que não há bens suficientes para cobrar o valor em dívida.

Os honorários devidos aos agentes de execução no âmbito das execuções para co-brança de dívidas vão ter, a partir do pró-ximo mês de setembro, um regime mais simples e claro baseado em remunerações fixas, a que acresce uma remuneração va-riável calculada em função do momento processual em que o crédito é recuperado e do montante recuperado.

Porém, este novo regime, que resulta das alterações introduzidas pela Portaria n.º 225/2013, de 10 de março na Portaria 331-B/2009, de 3 de fevereiro, só se aplica aos processos executivos iniciados após 1

de setembro de 2013, o que significa que às execuções actualmente em curso, e até a sua conclusão, continuarão a ser aplicadas as actuais regras de determinação dos ho-norários dos agentes de execução.

Remuneração

De acordo com o novo regime, a remu-neração fixa devida aos agentes de execução nos processos executivos para pagamento de quantia certa será a seguinte:

- J 188,19 - nas execuções em que não haja recuperação ou garantia do crédito.

- J 313,65 - nas execuções com recupera-ção ou garantia do total ou parcial crédito.

Nestes valores estão incluídos todos aos atos necessários até à extinção do proces-so, com o limite global de 6 citações ou notificações sob forma de citação por via

postal e de 2 diligências externas, exceto se a diligência externa se realizar no mesmo local ou em locais que não distem mais de 15 km.

Se for solicitada ao agente a realização de mais atos para além do atrás referidos

ao valor indicado acrescerão os seguintes valores:

- J 25,50, por citação ou notificação sob forma de citação por via postal, efetiva-mente concretizada;

- J 5,10, por notificação por via postal ou citação eletrónica;

- J 51,00, por ato externo concretizado (designadamente, penhora, citação, afixa-ção de edital, apreensão de bem, assistên-cia a abertura de propostas no tribunal);

- J 25,50, por ato externo frustrado.Existindo venda de bens por negociação

particular promovida pelo agente de exe-cução, aos J 313,65 acrescerá 1% calcula-do sobre o valor da venda.

Quanto à remuneração variável, ela tem por finalidade premiar a eficácia e eficiên-cia da recuperação ou garantia de créditos na execução, sendo calculada com base nas

taxas marginais constantes da tabela abai-xo, as quais variam em função do momen-to processual em que o valor foi recupera-do ou garantido e da existência, ou não, de garantia real sobre os bens penhorados ou a penhorar.

Provisões

Outra das alterações tem a ver com montante e o momento em que é devi-do o pagamento de provisões aos agentes de execução. São estabelecidas 4 fases do processo executivo em que há lugar ao pagamento de provisões que, no conjun-to das 4 fases, perfazem a quantia de J 313,65, a saber:

- Fase 1, que se inicia com a entre-ga do requerimento executivo e o pa-gamento da correspondente provisão, no montante de J 94,09, e inclui os atos necessários à verificação da regu-laridade do título executivo, consulta ao registo informático das execuções e às bases de dados de consulta dire-ta eletrónica para apuramento de bens penhoráveis, terminando com a noti-

ficação do exequente para proceder aopagamento da provisão dos honoráriosda fase 2 ou da fase 3.

Refira-se que, nos processos executi-vos para pagamento de quantia certa em que não haja lugar a citação prévia doexecutado e se verifique após a consulta às bases de dados que não existem bens penhoráveis ou que o executado foi declarado insolvente, caso o exequente desista da instância no prazo de 10 dias contados da notificação do resultadodas consultas apenas é devido ao agente de execução o pagamento dos J 94,09pagos no início deste fase 1.

- Fase 2, que se inicia com o paga-mento da provisão no montante de J 31,37 e inclui a citação prévia do exe-cutado, quando a lei assim o imponha,ou a citação do executado para a indi-cação de bens à penhora, quando não sejam identificados bens penhoráveis,terminando com a notificação do exe-quente para proceder ao pagamento dos honorários da fase 3 ou com a ex-tinção do processo;

- Fase 3, que se inicia com o pa-gamento da provisão montante de J 62,73 e inclui as diligências de penho-ra, bem como as citações que tenhamlugar após a realização da penhora,terminando com a notificação do exe-quente para proceder ao pagamento dos honorários da fase 4;

- Fase 4, que se inicia com o paga-mento da respetiva provisão no mon-tante de J 125,46 e inclui as diligên-cias de venda, liquidação e pagamento,terminando com a extinção do proces-so.

Alertamos para o facto de nos valoresde honorários e provisões supra referidoster já sido incluído o correspondente IVA à taxa de 23%.

Execuções vão ter custos mais baixos

Momento em que o valor é recuperado ou garantido

Valor recuperado ou garantido

Antes da primeira penhora

Após a penhora e antes da venda Após a venda

Taxa aplicável Taxa aplicável Taxa aplicável

A - J Até 16.320 10% 7,5% 5%

B - Superior a J 16.320 4% 3% 2%

Notas:1 - Se o valor recuperado ou garantido por acordo de pagamento for inferior ou igual a J 16.320, aplica-se a taxa prevista em (A).2 - Se o valor recuperado ou garantido for superior a J 16.320 , aplica -se a taxa prevista em (A) aos J 16.320 e ao valor remanescente a taxa prevista em (B).

Este novo regime só se aplica aos processos executivos iniciados após 1 de setembro de 2013

Os honorários devidos aos agentes de execução vão ter uma base em remunerações fixas e uma remuneração variável calculada em função do mon-tante recuperado.

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OBJETIVOS:A formação tem como principal objetivo que os participantes, após a sua frequência, dominem e apliquem, de acordo com a atual legislação em vigor, as:

PORTO 16 setembro9h30 às 13h00

PROGRAMA:

1.1. Definições1.2. Exclusões1.3. Documentos de transporte1.4. Processamento dos documentos de transporte1.5. Circuito e validade dos documentos de transporte1.6. Transportador1.7. Impressão dos documentos de transporte1.8. Subcontratação1.9. Aquisição de documentos de transporte

2.1. Obrigatoriedade de emissão de fatura2.2. Comunicação da faturação à Autoridade Tributária (AT)2.3. Benefício fiscal pela exigência de fatura

Jorge Pires - Diretor geral da Moneris Risa S.A., Co-autor dos livros SNC - Teoria e Prática , Normalização Contabilística para Microentidades e com artigos publicados em revistas da especialidade.

João Gomes - Manager da Moneris Santarém e Supervisor da Moneris Risa, Co-autor dos livros SNC - Teoria e Prática, Normalização Contabilística para Microentidades e com artigos publicados em revistas da especialidade.

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Criei recentemente uma empresa que se dedica ao fabrico de equipamentos óticos, especialmente ligada a um ramo de inovação tecnológica que envolve a criação de emprego altamente qualifi cado. Pretendo iniciar o fabrico de um novo produto, contudo necessito de algum apoio à aquisição de tecnologias produtivas. Poderei obter algum apoio do Estado?

RESPOSTAO investimento produtivo pode ser apoiado pelo SI Inovação. Tratando-se de uma criação de empresa ou empresa nascente (até 3 anos), o projeto poderá ser enquadrado no âmbito do SI Inovação – Empreendedorismo Qualifi cado. Para tal deverá cumprir uma condição de acesso que exige que as micro e pequenas empresas apresentem, no pós-projeto, um peso dos trabalhadores com qualifi cação ao nível da licenciatura ou

superior no total de funcionários no mínimo de 10%. No caso das médias empresas, este limite mínimo é de 15%.Além disso, os projetos devem cumprir uma das seguintes condições:

média tecnologia ou de forte intensidade de conhecimento ou prestar serviços qualifi cados com valor acrescentado em atividades turísticas;

crescimento, que valorizem a aplicação de resultados de anteriores projetos de I&DT na produção de novos bens e serviços.

Outra condição de acesso é a intensidade das exportações, também ela medida no pós-projeto: o peso do volume de negócios internacional no total do volume de negócios deverá ser igual ou superior a 15%.São elegíveis as despesas realizadas até 30 de Junho de 2015. O investimento mínimo é

de 50.000 euros e o máximo de 1.500.000 euros.O montante do apoio corresponde a pelo menos 45% do investimento elegível, a qual poderá ser acrescida das seguintes majorações:

a) Majoração «tipo de empresa»: 10 pontos percentuais (p.p.) a atribuir a médias empresas ou 20 p.p. a atribuir a pequenas empresas;b) Majoração «empreendedorismo feminino ou jovem»: 10 p.p.

O apoio a receber tem a natureza de subsídio reembolsável, isto é, um empréstimo sem juros e com prazo de reembolso alargado. O prazo de fi nanciamento considerado é de 6 anos, com um período de carência de capital de 3 anos. Se cumprir as metas (económicas e operacionais) fi xadas em sede de candidatura, poderá obter uma conversão parcial (no máximo 75%) deste subsídio

reembolsável em fundo perdido.De referir que a fase do concurso que se encontra aberta encerra a 5 de Setembro. No entanto, as candidaturas para projetos localizados na região de Lisboa já se encontram encerradas e não voltarão a abrir.Como o Quadro Comunitário de Apoio se refere ao período de 2007-2013, o QREN encerra este ano, pelo que, após o encerramento deste concurso do SI Inovação – Empreendedorismo Qualifi cado, não haverá mais nenhuma fase de candidaturas.Acresce que ainda não se conhecem os programas que irão ser criados com o novo Quadro Comunitário de Apoio que vigorará de 2014 a 2020.

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CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Última fase do empreendedorismo qualifi cado

Carmim lança monovarietal branco GouveioA Carmim acaba de lançar no mercado o seu primeiro vinho produzido exclu-sivamente de uma monocasta branca, o Gouveio. Es te vinho de aspeto crista-lino, cor amarela palha com alguns tons esverdeados e aroma de fruta tropi-cal, em especial maracujá e manga, está à venda por um preço recomendado de 8,99 euros.

OCEAN2012 reprova reintrodução de subsídios às frotas de pescaA Comissão de Pescas do Parlamento Europeu aprovou a reintrodução de subsídios para a construção de novas embarcações de pesca e modernização das frotas. A OCEAN2012 entende que “utilizar 1,6 mil milhões de euros para construir 20 mil novas embarcações de pesca só incentivará a sobrepesca e minará a nova Política Comum das Pescas”.

34 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

EM FOCO

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EM FOCO

Trabalho num gabinete com outros colegas que, não obstante a proibição, insistem em fumar num espaço ao lado do meu local de trabalho. Referem que o espaço é amplo e tem a necessária aspiração.

A situação é incomportável e, apesar de ter alertado várias vezes os superio-res hierárquicos, nada tem sido feito. Que posso fazer?

A Lei n.º 37/2007, de 14 de agosto (doravante Lei 37/2007), regula a proteção dos cidadãos da exposição involuntária ao fumo do tabaco e medidas de redução da procura relacionadas com a dependência e a cessação do seu consumo. Esta lei antitabágica visa proteger não só os fumadores ativos, proibindo-os de fumar em alguns locais, como, especialmente, os fumadores passivos, reduzindo os locais de exposição ao fumo.No seu artigo 4.º, n.º 1, al. b), a lei estabelece a proibição de fumar em locais de trabalho, sob pena de aplicação de contraordenações,

tanto ao fumador como ao proprietário do estabelecimento – cfr. art. 25.º.Todavia, para o caso em apreço, será necessário apurar se aquele local onde os trabalhadores fumam constitui uma das exceções previstas no artigo 5.º da Lei 37/2007. É que, se o referido espaço reunir as condições previstas neste normativo legal, poderá ser permitido fumar. Assim, de acordo com o artigo 5.º, é permitido fumar em áreas expressamente previstas para o efeito desde que obedeçam aos requisitos seguintes:estejam devidamente sinalizadas com afixação de dísticos em locais visíveis;sejam separadas fisicamente das restantes instalações, ou disponham de dispositivo de ventilação, ou qualquer outro, desde que autónomo, que evite que o fumo se espalhe às áreas contíguas; seja garantida a ventilação direta para o exterior através de sistema de extração de ar que proteja dos efeitos do fumo os trabalhadores e os clientes não fumadores.À partida, pelos factos que nos são relatados, o fumo espalha-se para o local de trabalho

da trabalhadora, pelo que não parecem estar reunidos os pressupostos daquele artigo. Por esse facto, se a colaboradora denunciar a situação à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), tanto os fumadores como a entidade empregadora poderão vir a ser alvo de uma contraordenação.No entanto, a questão poderá criar consequências mais graves, especialmente no que diz respeito à relação laboral em apreço, porquanto, se a trabalhadora assim o desejar, poderá resolver o contrato de trabalho, peticionando, ainda, o pagamento de uma indemnização.É que, de acordo com o disposto no artigo 394.º, n.º 2, do Código do Trabalho (CT), constitui justa causa de resolução do contrato de trabalho, entre outros, os comportamentos do empregador que violem, culposamente, as garantias legais do trabalhador e as condições de segurança e saúde no trabalho exigidas por lei. Dessa forma, se, como foi referido, a trabalhadora tem vindo a exigir a modificação das suas

condições de trabalho e estas se mantêm inalteradas, poderá resolver o seu contrato de trabalho com justa causa.Conforme estabelece o artigo 395.º, n.º 1, CT, o trabalhador deve comunicar a resolução do contrato ao empregador, por escrito, com indicação sucinta dos factos que a justificam, nos 30 dias subsequentes ao conhecimento dos factos. Com isso, o trabalhador adquire o direito a uma indemnização a determinar entre 15 e 45 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade, atendendo ao valor da retribuição e ao grau da ilicitude do comportamento do empregador.Em suma, a proibição de fumar nos locais de trabalho, prevista na Lei 37/2007, não obstante comportar exceções, deve ser cumprida, sob pena de os infratores – entidades empregadoras e fumadores – sofrerem consequências gravosas. É que, como referido, sem qualquer dúvida, um dos principais intuitos desta lei foi o de salvaguardar a saúde do trabalhador/fumador passivo.

As consequências do tabaco no local de trabalho

RICARDO MEIRELESadvogadoGabinete de Advogados António Vilar & Associadosricardomeirelesvieira@antoniovilar.ptwww.antoniovilar.pt

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 35

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FERNANDA SILVA [email protected]

“Estamos contentes e orgu-lhosos do que fi zemos” ao longo destes 20 anos de atividade da Toys R Us em Portugal, e tudo “graças à enorme recetividade dos portugueses” para com a marca, afi rma à “Vida Econó-mia” Paulo Sousa Marques.

Garantindo que o balanço das duas décadas de presença no mercado nacional “é o me-lhor possível”, o diretor para o mercado português da multina-cional de brinquedos afi rma que a Toys R Us Portugal “foi, des-de logo, um caso de sucesso no

seio do grupo”. Para tal, muito contribuíram fatores como “a novidade de um conceito nunca visto em Portugal, uma fantás-tica campanha de publicidade e relações públicas e uma oferta de brinquedos nunca antes vista em Portugal e que continua até hoje sem igual”, assegura Paulo Marques.

Confrontado com as “modes-

tas” expetativas iniciais da marca para o mercado português, que previa apenas a abertura de duas lojas em território nacional, o responsável lembra o velho di-tado que diz que “prudência e caldos de galinha nunca fi zeram mal a ninguém” e assegura que a marca gosta de se “preparar para o pior e esperar o melhor”. “Ora, foi isso que aconteceu. Os

Toys R Us celebra 20 anos em Portugal

A marca tem agora um conceito de lojas mais pequenas

Cerca de 50% das vendas são realizadas em dois meses, salienta Paulo Sousa Marques.

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EM FOCO

36 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

clientes adoraram e continuam a adorar”.

Rede de lojas aumenta

Hoje são já nove os espaços da marca em Portugal e o número não vai fi car por aqui. Para além de serem precisas “mais lojas em Lisboa e Porto”, a marca tem agora um conceito de lojas mais pequenas, adequado a “cidades de menor dimensão”, e está re-cetiva “a todas as oportunidades que apareçam”, assegura o dire-tor.

Na verdade, apesar de a crise económica estar na ordem do dia, a Toys R Us não se queixa. “Fala-se tanto de crise que se pensa que tudo vai ser mau. Mas não. Os pais continuam a tentar manter as crianças protegidas das más notícias e mantêm está-vel o consumo de brinquedos”, confessa Paulo Marques. Porém, acrescenta, “os portugueses es-tão a começar a perceber que isto não é uma crise, mas sim uma nova economia, uma nova forma de estar. Há que olhar em frente e agir, em vez de continu-ar a lamentar o presente”.

Ainda assim, o contexto eco-nómico levou a que a empresa adaptasse, de alguma forma, a sua estratégia e ou posicionamento de mercado. “Tornámo-nos mais ativos em promoções e na seleção de boas oportunidades de com-pra para os nossos clientes”.

Questionado pela ‘Vida Eco-nómica’ em que medida os resul-tados da empresa são condiciona-dos pelo efeito de sazonalidade, sobretudo pelo período de Natal, o responsável indica que “basta pensar que fazemos 50% das ven-das em dois meses para perceber porque é que este negócio é tão difícil de gerir”.

Por essa razão, falar do futuro “é complicado”, pois “quando tudo se joga nos últimos dois meses é difícil fazer prognósticos antes do fi nal do jogo”. Não obs-tante, Paulo Marques admite es-tar “muito otimista” e refere que “a primeira metade do ano correu acima das expetativas. Esperamos que isto se mantenha”, fi naliza.

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MERCADOS

Dow Jones 10/Jul .......15273,84

Var Sem ................................2,29% Var 2013 ..............................16,56%

Nasdaq 10/Jul ............. 3507,503

Var Sem ................................2,16% Var 2013 ..............................16,16%

IBEX 35 10/Jul ...............7995,00

Var Sem ................................2,98% Var 2013 ............................... -2,11%

DAX 10/Jul ....................8048,76

Var Sem ................................2,80% Var 2013 ................................5,73%

CAC40 10/Jul .................3840,53

Var Sem ................................ 3,74% Var 2013 ................................5,48%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

PSI-20 (10.07) 5534,61

5,69% Var. Semana

530053505400545055005550

04 Jul 05 Jul 08 Jul 09 Jul 10 Jul

-2,13% Var. 2013

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 37

EM CAUSA O PEDIDO DO FIM DAS COMISSÕES BANCÁRIAS PELA DECO

Bancos reclamam ser setor com clareza

AQUILES [email protected]

A Associação Portuguesa de Bancos (APB) rejeita a posição da Associação Portuguesa para a Defesa do Consu-midor (DECO) sobre as comissões de manutenção bancária. Recorde-se que a DECO tem em curso uma petição onli-ne em que reclama o fim das comissões de manutenção nas contas bancárias. A “Vida Económica” solicitou a diversos bancos a operar em Portugal uma po-sição sobre o tema, mas a maioria (com exceção do Best) remeteu para o comu-nicado da APB.

Esta entidade defende que “os bancos, tal como acontece em qualquer outro setor de atividade, cobram comissões pelo serviços prestados” aos clientes e que “a simples abertura de uma conta bancária dá acesso a um vasto conjunto de serviços, nomeadamente serviços de pagamento”. A APB acrescenta que “as comissões cobradas pelos bancos são pú-blicas e estão sujeitas ao aviso do Banco de Portugal sobre preçários, nos termos do qual todas as comissões têm de ser divulgadas através dos sites e nas redes de agências bancárias e, também, envia-das ao Banco de Portugal que exerce um apertado controlo nessa matéria”.

A associação que representa a banca nacional refere que, “sempre que se pre-tenda proceder a um aumento de qual-quer comissão, os bancos têm, de acor-

do com a lei, de comunicar previamente esse aumento – com a antecedência nela prevista. E o cliente, antes do aumen-to da comissão entrar em vigor, tem a possibilidade de pôr termo ao serviço sem quaisquer encargos pela cessação desse mesmo serviço”. Por outro lado, acrescenta a APB, “o número de serviços bancários gratuitos em Portugal é subs-tancialmente maior” do que no resto da União Europeia. “De referir ainda que, para a população que apresenta maio-res dificuldades, grande parte dos ban-cos disponibilizam os serviços mínimos bancários”, acrescenta a entidade.

O comunicado da APB termina o co-municado recordando que “a banca está inserida no espaço europeu em regime concorrencial e o foco no crescimento económico requer estabilidade financei-ra e a solidez dos bancos para poderem cumprir a sua missão de financiar a eco-nomia”.

Best não cobra comissões

O único banco que respondeu, de for-

ma direta, à “Vida Económica” sobre o tema foi o Best, pela voz de Paulo João,diretor-adjunto de produtos de banking.Segundo aquela fonte, a petição da DECO é, no caso do banco Best, “opor-tunidade para repetir um dos princípios” que se mantêm desde o lançamento dobanco: “a total ausência de comissões demanutenção de conta, qualquer que sejao envolvimento ou segmento do clien-te”. Gratuitidade que é, de acordo coma mesma fonte, estendida a vários outros serviços: transferências nos canais dire-tos, ausência de anuidade em cartões decrédito (Visa iSavings Black) ou ausên-cia de comissões na subscrição e resgate de fundos (na sua grande maioria).

Segundo a DECO, as contas com sal-do médio menor pagam comissões maiselevadas do que as que têm saldo médio superior. Paulo João diz ser “sempre deadmitir” haver mudanças futuras, masressalva “que já existe regulamentaçãoespecífica sobre prestação de serviços mínimos bancários, que regula as condi-ções para não cobrança de comissões as-sociadas à posse de uma conta bancária”.

A petição da DECO é, no caso do Best, “oportunidade para repetir a total ausência de comissões de manutenção de conta”

A APB rejeita a posição da DECO sobre as comissões de manutenção bancária.

Os bancos rejeitam a petição da DECO para que deixem de ser cobradas comissões de manutenção bancária. A “Vida Económica” contactou vários bancos a operar em Portugal para obter a posição sobre a petição que aquela entidade de defesa dos consumidores tem em curso, mas não obteve resposta, nuns casos, ou foi remetida para a Associação Portuguesa de Bancos, em outros. Esta última associação refuta a posição da DECO e recorda que “os bancos, como acontece em qualquer outro setor de atividade, cobram comissões pelos serviços prestados”. Há uma exceção nesta ausência de respostas: o banco Best. Fonte deste banco recordou-nos “a total ausência de comissões de manutenção de conta, qualquer que seja o envolvimento ou segmento do cliente”.

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MERCADOS

38 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

-1,28% Var. Semana -0,012% Var. Semana 2,30% Var. Semana

-2,66% Var. 2013 -0,894% Var. 2013 -2,63% Var. 2013

Euro/Libra 10/Jul ......0,8598

Var Sem ........................ -0,92% Var 2013 ........................ -5,51%

Euro/Iene 10/Jul ...128,6650

Var Sem .........................1,21% Var 2013 ...................... -11,16%

Euribor 3M 10/Jul .....0,2170

Var Abs Sem .................. -0,005 Var 2013 ......................... -0,784

Euribor 1Y 10/Jul ......0,5120

Var Abs Sem .................. -0,022 Var 2013 ......................... -0,992

Ouro 10/Jul ..........1255,50

Var Sem ......................0,53% Var 2013 ...................-25,08%

Prata 10/Jul ..............19,27

Var Sem .....................-2,09% Var 2013 ...................-36,26%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (10.07) 1,2845 EURIBOR 6M (10.07) 0,3300 PETRÓLEO BRENT (10.07) 108,19

1,271,2751,28

1,2851,29

1,295

04 Jul 05 Jul 08 Jul 09 Jul 10 Jul0,32

0,3250,33

0,3350,34

0,345

04 Jul 05 Jul 08 Jul 09 Jul 10 Jul104105106107108109

04 Jul 05 Jul 08 Jul 09 Jul 10 Jul

A Hewlett-Packard (HP) fornece produtos, tecnologias, software, soluções e serviços para o consumidor, PME e grandes empresas, destacando-se, entre os seus principais clientes os setores governamental, da saúde e educação

A oferta de serviços da empresa é variada, incluindo computadores pessoais e outros dispositivos de acesso, assim como serviços ao cliente, tais como tecnologia de infra-estruturas e outsourcing de negócios, desenvolvimento de aplicações e serviços de apoio e produtos e serviços ligados à imagem e impressão.

A HP é um dos componentes do índice Dow Jones, com uma capitalização de mercado de quase 50 mil milhões de dólares. Recentemente, a nomeação de uma nova presidente e CEO, Meg Whitman, trouxe à empresa uma nova dinâmica, bem necessária após a forte redução do valor da empresa desde 2010 – uma descida de 73% desde um pico de $54,75 por acção em Abril de 2010 até um mínimo de vários anos de $11,35 por acção em Novembro de 2012.

A partir daqui, a HP teve um forte primeiro semestre de 2013, com uma

subida acentuada de 74%, de um valor de $14,25 em final de 2012 até aos $24,80 (valor de fecho no final de Junho deste ano), uma apreciação que se explica com o novo plano para a empresa divulgado em Outubro de 2012 e com os bons resultados trimestrais divulgados em 2013. O mercado parece, assim, ter passado a ignorar os resultados negativos de 2012, facto que foi claro nas apresentações de resultados de Fevereiro e Maio deste ano. No dia seguinte à apresentação de resultados em Fevereiro de 2013, a cotação das acções da HP subiu 12,3%, tendo crescido 17,1% na apresentação de Maio.

Numa perspectiva de análise técnica, a tendência dos últimos 6 meses é claramente ascendente, reforçada por reacções positivas do mercado à apresentação de dados fundamentais. A conjugação dos dois factores sugere que a cotação da HP possa continuar a apreciar-se nos próximos meses, sem prejuízo de eventuais alterações da conjuntura macroeconómica global que condicionem a evolução do mercado. A data chave será a da próxima apresentação de resultados, a 21 de Agosto.

Ainda numa perspectiva de análise

fundamental do título de 2009 a 2012, é de notar que o dividendo por acção da HP registou uma subida acentuada de 56,2%, de 0,32 dólares por acção em 2009 para 0,50 dólares em 2012, facto no entanto não suportado por uma subida simultânea dos lucros, o que sugere que a empresa tenha utilizado outras fontes de cash flow para se financiar. Este aspecto não parece, no entanto, demasiado preocupante, uma vez que um dos pontos fortes da empresa é exactamente o cash flow gerado pala sua actividade operacional.

Embora as perspectivas para o negócio no qual a empresa era tradicionalmente baseada, o dos computadores pessoais, sejam relativamente incertas, a HP procura distanciar-se e entrar noutras áreas de negócio. O último exemplo são os smartphones, segmento nos quais os responsáveis da empresa afirmaram já pretender entrar. Dependendo da área dos smartphones em que a empresa se insira, isto terá consequências para os outros competidores. Segundo a CEO da HP, Meg Whitman, será forçoso que a empresa passe a oferecer um smartphone, por ser este o segmento em que se encontra o futuro dos

computadores. A estratégia da HP passará pelo fabrico de smartphones para países em desenvolvimento, onde os consumidores não irão comprar um computador pessoal por não terem meios financeiros para tal, uma estratégia de entrada nos países em desenvolvimento através de um segmento de mercado específico, uma gama mais baixa, acessível à sua população.

Após uma experiência no mercado de smartphones sem bons resultados, que terminou em Agosto de 2011, a HP não está disposta a falhar de novo. Mantendo as características essenciais dos seus negócios chave actuais, a entrada numa indústria já bastante preenchida terá que ser feita através de factores diferenciadores, assim como uma adaptação quase perfeita ao cliente alvo, distinto do das empresas dominadoras do mercado no momento: a Apple e a Samsung.

As informações contidas neste artigo têm carácter meramente informativo e não constituem qualquer tipo de aconselhamento de investimentos ou recomendação para compra ou venda de valores mobiliários.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Regresso ao futuro – Hewlett-Packard

A agência de notação financeira DBRS confirmou a 27 de junho de 2013 o rating atribuído à Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) em BBB (“low”), posicio-nando-o em BBB (“low”) em termos de dívida sénior de longo prazo e depósitos e R-2 (“low”) para o curto prazo e depósitos, com “outlook” negativo. Estas notações de risco correspondem às atribuídas pela DBRS a 5 de dezembro de 2012 à Repú-blica Portuguesa.

A DBRS, ao confirmar o seu rating, reconhece, segundo um comunicado do Montepio, “a posição da CEMG, anexa ao Montepio Geral – Associação Mutua-lista, como banco universal de retalho que oferece serviços financeiros a uma alargada base de clientes mas que tem vindo a au-mentar a sua relação junto das PME”.

Ainda segundo a instituição, “a DBRS reconheceu a capacidade de resiliência da

CEMG em lidar com os elevados níveis de exigência que são impostos ao país, e ao setor bancário, mas também o reforço do capital institucional em 2012”.

Destacando o facto de a CEMG “não ter tido necessidade de apoio do Estado para cumprir com os requisitos de capital estabelecidos pelo Banco de Portugal”, a DBRS reconhece “a importância de a Ins-tituição ter apresentado no ano de 2012 um resultado líquido positivo, apesar do agravamento da crise económica”. De igual modo, foi referido, ainda segundo o comunicado do Montepio, “o adequado nível de capitalização, bem como o cum-primento de todos os requisitos de capital em vigor para a banca nacional – recorde--se que o rácio Core Tier I situava-se acima dos 10% em dezembro de 2012 –, mas também a boa liquidez da CEMG face ao perfil de vencimento da dívida emitida”.

A AXA Portugal reformulou a homepage do seu site, dando maior foco à simulação e aquisição online de produtos, em linha com a sua estratégia Multiacesso. O Assisten-te Virtual (que ajuda o cliente a encontrar o produto que mais se adequa às suas ne-cessidades) e a vertente E-servicing, com o Portal Clientes AXAnet (Home insurance) e a aplicação MyAXA (que permite a par-ticipação de sinistros, através de um smar-tphone), ganham também maior destaque.

“Esta nova homepage pretende ir ao en-contro das expectativas dos consumidores que cada vez mais utilizam os canais digi-tais para se relacionarem com a sua segu-radora. A AXA Portugal dá assim mais um passo na ambição do grupo AXA de ser a companhia de seguros líder no digital”, re-fere a seguradora, em comunicado.

A Fundação Millennium bcp apoiou o restauro do Altar de Santo António no Convento da Madre de Deus, que, atual-mente, é parte integrante do Museu Na-cional do Azulejo. O Convento da Madre de Deus, fundado em 1509 por iniciativa da Rainha D. Leonor (1458-1525), é um dos mais antigos cenóbios de Clarissas “re-formadas” em Portugal. Tendo sido sem-pre objeto de mecenato régio, a ele ficaram associadas não apenas reis e rainhas portu-gueses, como figuras maiores da Corte e do

meio artístico e intelectual, desde o século XVI até ao século XVIII.

Dos espaços do antigo convento, e para além da magnífica igreja, um dos lugares de maior importância é a Capela de San-to António. O seu nome advém do ciclo pictórico alusivo aos milagres do santo padroeiro de Lisboa, da autoria de André Gonçalves (1685-1754), e do altar em ta-lha dourada com inclusão da imagem do santo. É neste espaço que está o altar de Santo António.

DBRS confirma rating do Montepio Nova homepage da AXA Portugal reforça aposta no e-commerce

Fundação Millennium bcp apoia restauro no Museu Nacional do Azulejo

O reformulado site da AXA dá maior foco à simulação e aquisição online de produtos.

“A DBRS reconheceu a capacidade de resiliência da CEMG em lidar com os elevados níveis de exigência”, refere o Montepio, em comunicado.

Especulação

JOÃO AFONSO SANTOSPedro Arroja Gestão de Patrimónios S.A.www.pedroarroja.com

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MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 39

Bruxelas admite acabar com taxas interbancárias no uso de cartõesA Comissão Europeia vai alterar a diretiva sobre os serviços de pagamento eletrónico. Bruxe-las considera que há grandes diferenças nas práticas dos Estados-Membros e pretende colocar ponto final nas taxas interbancárias pela utilização de cartões. Ou seja, a taxa interbancária pode ter chegado ao fim. Para avançar com esta medida, haverá primeiro que definir os limites máximos das taxas a aplicar pelo pagamento com cartões de crédito e débito.

Banca espanhola não precisa de apoios comunitáriosOs bancos espanhóis não têm necessidade de fundos europeus suplementares, de acordo como documento da Comissão e do BCE. No ano passado, a União Europeia colocou à disposi-ção do Estado espanhol 100 mil milhões de euros para apoiar um setor financeiro afetado porcinco anos consecutivos de crise. Madrid apenas utilizou cerca de 41,3 milhões de euros da li-nha que lhe foi outorgada. O retorno à rentabilidade representa um grande desafio, tendo emconta as baixas taxas de juro e o agravamento do crédito malparado.

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Uma das ideias mais erradas que tem prosperado pela maioria da sociedade por-tuguesa é a de que o capitalismo é um dos principais responsáveis pela situação em que Portugal presentemente se encontra.

A sociedade culpa os boys, os políticos, assim como as ligações partidárias entre empresas e o sector público, para depois defender ainda mais Estado para protec-ção de empregos e mais investimento e subsídios.

Esta é uma verdade errada, de que o in-vestimento por parte do Estado é essencial para proteger a nossa indústria e os em-pregos. É um facto histórico que o inves-timento estatal acaba por ser fatal para as indústrias e emprego.

O que o Estado faz é simplesmente taxar as empresas bem sucedidas, e redistribuir tal por aquelas que de alguma forma não o sejam. Ao fazê-lo, retira recursos que de outra forma estariam disponíveis para in-

vestimento, seja em expansão ou na com-pra de produtos e serviços. Estes recursos são colocados nas mãos de indústrias dos quais não existe procura privada para os seus produtos e serviços. Adicionalmente, os governos tendem a escolher indústrias e empresas por razões políticas, não por razões económicas, e de constantemente não fazer as melhores escolhas, afinal, ao tentar escolher quem é bem sucedido, im-plica também ter que reconhecer os per-dedores, algo que num mercado é sempre difícil de o fazer antecipadamente. Por to-dos os postos de trabalho públicos criados por investimento público, mais postos no sector privado acabarão por desaparecer como consequência.

O investimento público em várias in-dústrias implica em despesa o que implica o gasto de dinheiro de terceiros noutras entidades. Dado que é dinheiro público, políticos e gestores públicos não têm o

mesmo incentivo de concretizarem de-cisões acertadas e correctas que outros indivíduos cujo ganha-pão ou retorno depende exclusivamente dessas mesmas decisões. Não existe a mesma pressão de assegurar que os bens ou serviços produzi-dos se equiparem em termos de qualidade e preço no mercado competitivo. Como exemplo, podemos observar o funciona-mento da PT como empresa pública, e actualmente como empresa privada.

Geralmente, é quando não existe inves-timento privado, ou quando este falha em materializar suporte a certos sectores, que o dinheiro público é chamado a intervir. Existe boa razão por este investimento não existir – geralmente as expectativas de retorno não são satisfatórias ao fazê-lo. Ao existir investimento por parte do Estado, muitas das empresas inseridas nesses sec-tores tornam-se dependentes de subsídios constantes e incapazes de atrair fundos

privados. É o alimentar destas empresas alta-

mente dependentes do dinheiro público, e com isso inúmeros postos de trabalho, cujo problema continua a ser alimentado. Urge, portanto, aos políticos actuais, que muitas das empresas tenham que ver os seus financiamentos cortados.

Contudo, é imperativo que a sociedade como um todo tenha também em con-sideração, que para terminar com o “go-vernismo” actual a consequência imediata será um aumento considerável do desem-prego, dado que muitas das tais empresas empregam um número considerável de trabalhadores.

É por isso necessário, e actualmente mais ainda, que políticos e sociedade ajam em concordância.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

O problema advém do governismo, não do capitalismo

Comité de Basileia quer mudar método de cálculo do risco

O Comité de Basileia pretende alterar o método de cál-culo do risco para os bancos, de modo a garantir que sãosuficientemente dotados de fundos próprios e para refor-çar a confiança no setor. A realidade é que os métodosde cálculo variam muito de um banco para outro, de tal forma que a variação pode apresentar uma diferença dedois pontos entre rácios de capital.

Perante este cenário, o comité considera que se justificauma nova análise, tendo em conta o risco inerente aos métodos utilizados atualmente.

A Autoridade Bancária Europeia (ABE), organismode tutela bancária da União Europeia, estimou, no pas-sado mês de fevereiro, que uma intervenção regulamen-tar poderia se impor para uniformizar a maneira comoos bancos calculam os seus riscos, a fim de determinarem o montante dos seus fundos próprios. Esta posição com-preende-se, face aos problemas que surgiram nos últimostempos – como foi o caso de Chipre – e que colocam ris-cos ao bom funcionamento do setor financeiro. Por outro lado, quando um banco entra em rutura, são os dinheiros públicos (portanto os contribuintes) que são utilizados no seu resgate.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) mudou de discurso. Admi-te que as ameaças imediatas à Zona Euro foram reduzidas, sendo agora fundamental apostar no crescimento e no emprego. O desemprego jovem suscita particulares preocupações jun-to da entidade liderada por Christine Lagarde.

No documento que resume a mis-são desenvolvida na Zona Euro, o FMI avisa que permanecem riscos e que estes têm de ser monitorizados. O crédito, por exemplo, continua a ser de difícil acesso para o setor pri-vado. Por outro lado, alerta que a consolidação orçamental – ainda que fundamental – está a penalizar o cres-cimento. Refere a instituição a este propósito: “Junto com os níveis de desemprego, há um risco de danos de

longo prazo ao crescimento potencial e ao apoio político das reformas. Nes-te contexto, restaurar o crescimento e o emprego é imperativo.” Perante, este cenário, o fundo deixa alguns conselhos.

Um dos aspetos tido como essen-cial é reparar os balanços da banca, ao mesmo tempo que são desenvol-vidos esforços efetivos no sentido da união bancária. Também é determi-nante avançar com as necessárias re-formas estruturais. São medidas que devem ser tomadas em conjunto e não de forma dispersa no tempo. O FMI considera que o mercado laboral ainda se carateriza por uma excessiva rigidez e ainda permanecem dema-siadas barreiras regulamentares. Por sua vez, o fundo assume que a criação de empregos e o emprego implicam

uma maior concertação de esforços aos níveis nacional e europeu. Se as reformas forem tomadas em conjun-to, calcula a entidade que será possí-vel aumentar a produção em 3% na Zona Euro.

FMI admite necessidade de restaurar crescimento

SALVADOR NOBRE DA VEIGAXTB

O FMI avisa que permanecem riscos e que estes têm de ser monitorizados.

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Santander prepara entrada em bolsa nos Estados UnidosO grupo Santander pediu autorização ao regulador norte-americano para admissão à co-tação das ações da sua filial de consumo nos Estados Unidos. Apesar deste pedido, ainda não há uma decisão final sobre a OPV do Santander Consumer USA, designadamente em termos de valores envolvidos. A operação deverá ter lugar ainda até ao final do pre-sente exercício. A ideia é que as OPV parciais das filiais no estrangeiro gerem valor e se autofinanciem.

Crescimento regressa aos países da OCDEO PIB real dos países da OCDE registou um aumento de 0,4%, no primeiro trimestre deste ano, depois de uma evolução quase nula nos três meses anteriores, revela um estudo daquela organização. O aumento trimestral ficou a dever-se sobretudo ao consumo privado (com mais 0,3 pontos percentuais), seguindo-se as exportações líquidas e a reconstituição dos stocks (cada um com 0,1 pontos). Os indicadores apontam para uma recuperação, ainda que de forma muito ligeira, no âmbito da Organização para o Crescimento e o Desenvolvimento Económico.

MERCADOS

40 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

AQUILES [email protected]

Vida Económica – Concorda com a opção por “bail-in” em vez de “bail-out”?

Diogo Feio – A pergunta de-via ser “Quem preferimos que resgate um banco falido? Os seus accionistas e credores ou o contribuinte público?” A res-posta parece-me óbvia, e é isso que esta nova legislação nos traz, uma mudança de paradigma. De futuro, quando estivermos perante uma nova situação de resgate bancário, teremos regras claras sobre quem contribui e como contribui, deixando de ser o Estado, ou seja, os seus contribuintes, o último garante das instituições bancárias. Esta legislação servirá ainda como um veículo educacional para o nosso sector financeiro, atuan-do de modo preventivo, dado que tendencialmente originará uma gestão mais equilibrada e menos “arriscada” por parte das administrações das instituições de crédito.

VE – Pode estar a ser aber-

ta uma “caixa de Pandora” do património dos cidadãos euro-peus?

DF – Parece-me que esta é uma matéria onde permanecem alguns mal-entendidos. Primeiro, os depósitos acima dos 100 mil euros, de acordo com a legislação

em vigor em Portugal, já não se encontram protegidos e já res-pondem em caso de falência do banco. Com esta proposta de diretiva apenas poderão ser acio-nados, em último recurso, quan-do existir um perigo real para a estabilidade financeira. Segundo, eventualmente, se quisermos pro-teger todos os depósitos - como gostaríamos de fazer, em circuns-tâncias ideais –, teríamos que re-correr a outros meios financeiros para “resolver” um banco falido.

VE – Embora por ordem di-

ferente, tanto empresas como particulares serão afetados. Concorda?

DF – Gostaria de recordar que, embora exista já uma posição inicial do Parlamento Europeu nesta matéria e que, em 27 de junho, o Conselho tenha chega-do a acordo sobre a sua posição

EURODEPUTADO DIOGO FEIO FAVORÁVEL ÀS NOVAS REGRAS

Novo regime de resgates aos bancos será para o setor financeiro”

Diogo Feio recorda que, na lei, “os depósitos acima dos 100 mil euros já não se encontram protegidos”.

Os ministros das Finanças da Zona Euro atingiram, no dia 27 de junho, um princípio de acordo para que, a partir de 2018, os depósitos acima de 100 mil euros possam ser usados para resgatar bancos. A futura diretiva definirá como regra o “bail-in”, em detrimento do “bail-out” (em que os contribuintes, via Estados, têm assumido as perdas dos bancos). Os primeiros afetados serão os acionistas e, depois, os credores, seguidos pelos depósitos superiores a 100 mil euros por titular de conta – no recente caso de Chipre foram afetados na percentagem definida do remanescente daquele valor. Também nestas contas haverá uma ordem: as primeiras pelas contas das grandes empresas e depois as das pequenas empresas e dos particulares.O eurodeputado, eleito pelo CDS-PP Diogo Feio defende, em entrevista à “Vida Económica”, que a nova legislação trará um novo paradigma e “servirá ainda como um veículo educacional para o nosso setor financeiro”, levando a uma gestão menos arriscada.

FILIPE GARCIA (IMF) CONSIDERASacralização dos depósitos “levava a distorções

no mercado” “A ‘sacralização’ dos depósitos levava”, de acordo com Filipe Garcia, economista da IMF, “a distorções no mercado”. “Por um lado, os depositantes não tinham necessidade de aferir o risco dos bancos e aceitavam taxas mais altas acreditando que os depósitos fossem sempre honrados. Para os bancos, havia sempre a noção que alguém haveria de salvar a instituição em caso de necessidade. Nesse sentido, é um acordo que moraliza o sistema e clarifica as regras do jogo”, refere o especialista.Filipe Garcia avisa, contudo, que “há que ter em conta três aspetos”, nesta questão. “Em primeiro lugar, é provável que os depósitos acima de 100 mil euros possam começar a procurar destinos mais seguros, o que pode trazer instabilidade ao sistema e, tão ou mais importante, estas medidas só deverão ser colocadas em prática em 2018. Isto significa que há um vazio até essa data e que, no entretanto, as regras podem ainda mudar. Finalmente, está para já salvaguardada alguma discricionariedade aos países das instituições em causa”, considera.

Filipe Garcia (IMF).

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As novas regras de resgate dos bancos “tornam claro”, segundo Pedro Duarte, presidente-execu-tivo do Banco Carregosa, “o que antes da crise financeira” já era conhecido: “os depositantes são credores dos bancos, pelo que em caso de insolvência poderão incorrer em perdas. O bail-out deve ser encarado como exceção e não como regra. A avaliação do risco que será para o setor a falên-cia de uma instituição de crédito – o risco sistémico – aconselha-rá sempre a prudência na gestão desses processos”.

Em declarações à “Vida Econó-mica”, o mesmo responsável pelo Banco Carregosa referiu que, depois da crise de 2008, “os con-sumidores de serviços bancários passaram a ter consciência dos riscos de perdas em caso de falên-cia dos bancos e este facto alterou comportamentos, por exemplo, com maior diversificação de con-tas pelos bancos, mas não alterou a confiança no sistema como um todo”. “A regulação, ao exigir ní-veis acrescidos de capital dos ban-cos, atuou no sentido de reforçar essa confiança”, acrescenta.

Pedro Duarte acredita que os clientes são dos menos prioritá-rios a serem chamados em caso de insolvência dos bancos. “Antes deles são os acionistas e os obri-

gacionistas, por exemplo. Além disso, os clientes de montantes mais pequenos têm instrumen-tos de proteção, como o Fundo de Garantia de Depósitos [FGD]e/ou o Sistema de Indemnizaçãoaos Investidores que os protegem até determinado montante”, ex-plica a nossa fonte.

O presidente-executivo do Banco Carregosa acredita, alémdisso, que a fronteira dos 100 mileuros não será ultrapassada. “O FGD é uma peça-chave da con-fiança no sistema – por essa razão foi tão criticável a forma comono Chipre se pretendia pôr emcausa essa proteção. E não é ape-nas nacional, é um instrumento de proteção à escala europeia que não acreditamos que possa voltar a ser questionado”, confia Pedro Duarte.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 41

Fiat reforça participação na ChryslerO grupo automóvel italiano Fiat aumentou a sua participação no capital da norte-americanaChrysler, para cerca de 68,5%, depois de ter adquirido mais 3,3%, numa operação que ascendeu a mais de 200 milhões de euros. A Fiat continua assim a sua estratégia de reforço do capital nogigante dos Estados Unidos. A empresa italiana obteve, no primeiro trimestre, um resultado líquido de 31 milhões de euros, menos 88% do que em igual período do ano anterior. Caso não estivesse incluída a Chrysler, então as perdas teriam sido de 235 milhões de euros.

Investidores menos confiantes no euroUma das consequências da crise política em Portugal foi o facto de os investidores terem reduzido a sua confiança relativamente ao euro. De facto, em julho, a confiança dos investidores na Zona Euro piorou. O recuo mensal de menos 11,6% para menos 12,6 surpreendeu os próprios analistas. O mesmo se tinha passado em março, altura em que os investidores registaram receios quanto à Itália, tendo em conta a necessidade urgente de ser criado um governo. Mais uma vez, fica evidente que as pequenas economias, quando atravessam dificuldades, podem contagiar a economia como um todo.

“veículo educacional

Pedro Duarte (Banco Carregosa).

inicial, muito falta fazer até que possamos falar em texto final. As-sim, é importante agora discutir mais aprofundadamente certos detalhes técnicos. Eu, pessoal-mente, tenho argumentado que é igualmente necessário graduar os depósitos acima dos 100 mil euros, nomeadamente de modo a salvaguardar depositantes especí-ficos como as PME, os hospitais e as IPSS. Note-se que em Portu-gal apenas 1,2% dos depositantes têm mais de 100 mil euros e que esse universo é compreendido so-bretudo por empresas.

VE – Teme que a fronteira

abaixo dos 100 mil euros pos-sa vir a ser ultrapassada?

DF – Não. Creio que a União Europeia está a caminhar no sentido de tornar tal opção com-pletamente vedada a futuros res-gates. Note-se que existe hoje: a Diretiva Europeia nº 94/19/CE, que protege todos os depósitos até aos 100 mil euros e que tan-to o Parlamento, na sua posição inicial, como agora o Conselho vieram reiterar essa proteção, ao excluir por completo das futuras regras para recuperação e resgates bancários os depósitos até 100 mil euros. O erro cometido na primeira tentativa de resgate ao Chipre veio “acender” uma von-tade europeia de garantir, mais que nunca, todos os depósitos até aos 100 mil euros.

SALVADOR NOBRE DA VEIGA (XTB) DEFENDE“Não faz de todo sentido que seja o contribuinte a salvar

bancos”Salvador Nobre da Veiga, account manager da corretora XTB, concorda com o modelo “bail-in” em vez de “bail-out”. “Não faz de todo sentido que seja o contribuinte a salvar bancos. Deverão sofrer as perdas os indivíduos que tenham relações com o banco Y, respeitando a ordem de senioridade de falências como é normal em qualquer empresa – ou seja, as perdas serem imputadas primeiramente a accionistas, e posteriormente a credores. Ora, num banco é isso mesmo que um depositante é, um credor do banco, e como tal está sujeito aos riscos inerentes de ser credor dessa mesma instituição, ainda que, no caso dos depositantes (ao contrário

de obrigacionistas), existe um limite que está salvaguardado, e estipulado de acordo com o Fundo de Garantia de Depósitos”, disse à “Vida Económica”. O especialista da XTB recorda que “quem tem património acima do montante estipulado fá-lo conhecendo as próprias regras e colocando-se por isso mesmo em risco”. Salvador Nobre da Veiga acredita que o valor de 100 mil euros vai ser respeitado. “Até ao momento, as figuras políticas têm sido consistentes no que toca a esta medida, e, aliás, só me espanta que somente agora apliquem as regras que já há décadas estavam em lei, e que ficaram ‘suspensas’ desde aparentemente 2008”, disse. Salvador Nobre da Veiga (XTB).

PEDRO DUARTE (BANCO CARREGOSA) AFIRMA

“Bail-out deve ser exceção e não regra”

“Quando estivermos perante uma nova situação de resgate bancário, teremos regras claras sobre quem contribui e como contribui, deixando de ser o Estado, ou seja os seus contribuintes, o último garante das instituições bancárias”

“Antes deles [os clientes] são os acionistas e os obrigacionistas (…). Além disso, os clientes de montantes mais pequenos têm instrumentos de proteção”

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Osram entra em BolsaO spin-off Osram da Siemens tornou-se efetivo, com a entrada definitiva no registo comer-cial. A Osram é agora oficialmente independente. A empresa de iluminação vai, com este movimento, estar disponível ao público na bolsa de valores. A Osram oferece um portefólio completo desde os chips LED até às lâmpadas, luminárias e todo um conjunto de soluções complexas para iluminação.

Carlos Tavares reeleito vice-presidente da ESMAO presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) foi reeleito vice-pre-sidente da ESMA (European Securities and Markets Autohority). Tavares vai cumprir mais um mandato de dois anos e meio. Trata-se de um lugar que prestigia o país, na medida em que se trata de uma entidade de abrangência europeia e que tem como competências supervisionar o regular funcionamento dos mercados de capitais.

MERCADOS

42 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

A Comissão Europeia, apresen-tou esta semana uma proposta para um Mecanismo Único de Resolução (MUR) para a união bancária. O mecanismo com-plementará o Mecanismo Único de Supervisão (MUS) que estará operacional no final de 2014 e no âmbito do qual o BCE exercerá uma supervisão direta sobre os bancos da zona euro, bem como noutros Estados-membros que decidam aderir à união bancária.

O mecanismo único de supervi-são irá garantir que – não obstan-te uma supervisão mais forte – se um banco sujeito ao MUS se vir confrontado com graves dificul-dades, a sua resolução pode ser gerida de forma eficaz com custos mínimos para os contribuintes e para a economia real.

Durão Barroso acredita que, “com esta proposta, estão na mesa todos os elementos para uma união bancária, a fim de colocar

o setor numa base mais sólida, restaurar a confiança e ultrapas-sar a fragmentação nos mercados financeiros”. “Acordámos já uma supervisão comum europeia para os bancos na área do euro e nos outros Estados-membros que de-sejem participar. A proposta de hoje [quarta-feira, 10 de julho] vem complementá-la, com um sistema único forte e integrado para auxiliar os bancos em difi-culdades. Não podemos eliminar

o risco de futuras dificuldades no setor bancário, mas com o me-canismo único de resolução e o fundo de resolução devem ser os próprios bancos – e não os con-tribuintes europeus – a arcar com os custos das perdas no futuro”, disse o presidente da Comissão.

Michel Barnier, comissário responsável pelo mercado inter-no e serviços, recordou que se viu “como as crises bancárias se podem rapidamente disseminar para além das fronteiras, arras-tando a confiança para uma espi-ral descendente” em toda a zona euro. “Vimos também como o colapso de um grande banco transnacional pode conduzir a uma situação complexa e con-fusa: a resolução do Dexia não serve de modelo. Precisamos de um sistema que permita tomar decisões de forma rápida e eficaz, sem quaisquer dúvidas sobre o impacto nas finanças públicas e com regras que criem segurança no mercado. É esse o objetivo da proposta de hoje de criação de um mecanismo único de resolu-

ção: assegurar que a supervisão e a resolução estão alinhadas a ní-vel central, embora implicando todos os intervenientes nacionais pertinentes, e são apoiadas por um dispositivo de financiamen-to de resolução adequado, que permitirá que a gestão das cri-ses bancárias seja mais eficaz na união bancária e contribuirá para quebrar a ligação entre crises da dívida soberana e bancos em difi-culdades”, disse Barnier.

O quadro de supervisão refor-çado do MUS, bem como requi-sitos prudenciais mais rigorosos, garantirão, segundo Bruxelas, a segurança dos bancos. “Contudo, nunca pode ser totalmente exclu-ído o risco de um banco registar um grave problema de liquidez ou de solvência. A supervisão e a resolução bancárias devem ser alinhadas e exercidas ao mesmo nível central, a fim de reduzir a insegurança e impedir as corridas aos bancos e o contágio a outras partes da área do euro”, explica um comunicado da Comissão.

O MUR proposto aplicará as regras materiais de recuperação e resolução dos bancos – que de-vem ser adotadas em breve – na união bancária. O Conselho dos Ministros das Finanças da União Europeia chegou a acordo sobre uma abordagem geral em relação a estas novas regras em 27 de ju-nho (ver artigos nas páginas 40 e 41) e a Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu adotou o seu relatório em 20 de maio. As negociações entre o Conselho e o Parlamento Europeu estão em vias de começar, devendo, segun-do a Comissão, “o acordo final sobre a Diretiva Recuperação e Resolução Bancárias ser alcança-do este ano no outono”.

Comissão propõe um mecanismo único de resolução no âmbito da união bancária

Os bancos da Zona Euro poderão con-frontar-se com um risco triplo já no pró-ximo ano, prevê o economista chefe da Axa, Eric Chaney. Os avanços da união bancária são insuficientes, o Banco Central Europeu tem cada vez menos margem de manobra e há um risco político elevado.

No primeiro trimestre, o BCE vai fazer um exame à qualidade dos ativos da banca

europeia e desta vez não pode falhar, tendo em conta o que aconteceu no Chipre. A sua margem de manobra é agora muito re-duzida, sendo certo que há muitos receios quanto ao que vai ser encontrado. É muito possível que tenha havido uma deteriora-ção com a crise. Há riscos acrescidos, face ao agravamento do malparado e à falta de concessão de crédito. Com a agravante que

o mecanismo de estabilização financeira não está a funcionar. Como se não bas-tasse, os problemas económicos e sociais com que se debatem alguns países correm o risco de darem origem a uma verdadeira “bomba política”, com consequências ini-magináveis.

Para o responsável da seguradora Axa, chegou-se a uma situação em que o BCE

tem “falta de munições”. O banco central está quase isolado a navegar contra a maré. E acontece que alguns dos instrumentos utilizados para fazer face à crise estão a esgotar-se. O que se conclui é que se está praticamente no início da união europeia, a que a acresce a volatilidade dos mercados norte-americanos. As previsões apontam para um ano de 2014 turbulento.

Banca da Zona Euro defronta-se com risco triplo

“Com o MUR e o fundo de resolução, devem ser os próprios bancos –, e não os contribuintes –, a arcar com os custos das perdas no futuro”, disse Durão Barroso.

“Com esta proposta, estão na mesa todos os elementos para uma união bancária, a fim de colocar o setor numa base mais sólida, restaurar a confiança e ultrapassar a fragmentação nos mercados financeiros”

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Fixing10.jul.13

Variação semanal (%)

Variação no mês (%)

Desde 1 jan. (%)

EUR/USD 1,2813 -1,32% -3,00% -2,89%

EUR/JPY 128,44 -0,93% -1,56% 13,05%

EUR/GBP 0,8602 0,05% 1,15% 5,40%

EUR/CHF 1,2440 0,91% 0,36% 3,05%

EUR/NOK 7,8550 -1,01% 3,19% 6,90%

EUR/SEK 8,6767 -0,36% -0,43% 1,10%

EUR/DKK 7,4584 -0,03% 0,03% -0,03%

EUR/PLN 4,3325 0,56% 1,86% 6,35%

EUR/AUD 1,3935 -2,13% -0,34% 9,62%

EUR/NZD 1,6316 -2,04% -2,46% 1,69%

EUR/CAD 1,3475 -1,57% 0,15% 2,57%

EUR/ZAR 12,8710 -1,59% -4,01% 15,20%

EUR/BRL 2,8990 -1,50% 2,50% 7,23%

Eur/Usd continua em queda

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

A última semana ditou um teste por parte do PSI-20 ao suporte dos 5120 pontos, um valor que havia sido o mínimo registado desde os finais de 2012. O índice bolsista ressaltou em alta, mantendo--se, ainda assim, numa tendência descendente que se iniciou no início de maio. Para quebrar essa mesma tendência, o PSI-20 necessita de romper em alta a zona dos 5630 pontos, valor que inclusivamente já foi testado nos últimos dias. Caso tal aconteça, poderemos vir a assistir a uma aproximação aos 5900 pontos.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O índice bolsista alemão protagonizou na última semana umarecuperação significativa, após ter cotado na semana passadaperto dos 7700 pontos. Ainda assim, a zona próxima dos 8100pontos demonstrou mais uma vez a sua importância, ao constituiruma resistência difícil de quebrar. Neste momento, verifica-seainda a tendência principal negativa que se regista desde maio,com máximos relativos cada vez menores. A ser quebrada, poderiacausar uma subida até à zona dos 8400 pontos.

O BCE continua a dar indicações de que manterá a taxa de referência baixa durante muito tempo, deixando espaço aberto para mais uma descida ou utilização de medidas não convencionais. Apesar do discurso inédito de Draghi de claro compromisso de tão cedo não subir taxas de referência, as Euribor pouco se alteraram na última semana. Mesmo deixando em aberto a hipótese para mais cortes de taxas de referência no futuro, estamos num ponto em que será o maior ou menor excesso de liquidez a ditar a oscilação das referências de mercado monetário. Parte da atividade dos últimos dias andou à volta de Grécia e Portugal. Se em Portugal a situação política está para já mais calma, na Grécia permanecem muitas questões em aberto. A Zona Euro e o FMI garantiram ontem a concessão de mais 6,8 mil milhões de euros, o que salva os gregos de um incumprimento, tendo em conta a quantidade de vencimentos de títulos do tesouro que ocorrerão

no país em agosto. Esta parcela foi no entanto cedida contra o compromisso do Governo grego de avançar para o corte de uma grande parcela do seu setor público nos próximos 10 dias. Adivinham-se assim tempos complicados neste país, pois, se avançarem para tais cortes, serão fortes os protestos na rua e colocarão “em xeque” um Governo cuja maioria na Assembleia está agora assente em apenas três deputados. Se mais uma vez o Governo atrasar a implementação destas medidas, estará em causa a parcela da ajuda de outubro, havendo cada vez mais quem acredite na inevitabilidade de mais um perdão em parte da dívida. Ainda assim, esta manhã, a Grécia colocou bilhetes de tesouro a 6 meses, voltando a pagar 4,2%.Os comentários de Draghi levaram à descida dos rendimentos do tesouro alemão, em especial nos prazos mais curtos, os mais influenciados pela política monetária. Entre os 2 e 5 anos a queda na última semana foi de 0,08% a 0,10%,

mas nos 10 anos notou-se uma estabilização, com os títulos alemães a consolidarem entre os 1,65% e 1,70%. Hoje Espanha está a testar o mercado para uma nova emissão a 15 anos. Apesar de toda a instabilidade nos países periféricos, o país deverá ter garantido o interesse para um montante mínimo de 3 mil milhões de euros não devendo pagar mais de 5,25%. O país continua muito avançado no programa de emissões previsto para 2013, tentando evitar situações mais complicadas que possam surgir após o verão. Foi também apresentado esta semana o plano para a criação de uma agência europeia que conjuntamente com o BCE terá poderes para reestruturar ou encerrar bancos falidos. O projeto, que aponta para a sua criação em 2015, dificilmente conseguirá consenso dos Estados-membros tal como está, nomeadamente da Alemanha.

ANÁLISE PRODUZIDA A 10 DE JULHO DE 2013

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd Tal como tem acontecido des-

de meados de junho, o Eur/Usd viveu mais uma semana de que-das, prolongando desta forma uma tendência descendente ex-tremamente acentuada. Do mes-mo modo que ocorreu em março e abril, o suporte dos 1,2750 dó-lares voltou no entanto a ser uma barreira difícil de ultrapassar. De qualquer forma, a força des-cendente tem sido intensa, pelo que o cenário de uma visita aos 1,2660 dólares, mínimo regista-do no final de 2012, é uma pos-sibilidade. Por outro lado, caso o câmbio ressalte no suporte, terá nos 1,30 dólar uma importante barreira psicológica.

Eur/JpyEsta semana foi marcada por

um movimento de lateralização por parte do Eur/Jpy, sendo que esta é de resto uma tendência que

se verifica já desde início de qbril(tem variado entre os 125 e os131 ienes). No entanto, no últi-mo mês o câmbio parece benefi-ciar de uma certa força ascenden-te, registando mínimos relativoscada vez mais altos.

Atualmente, encontra-se a tes-tar o suporte dessa mesma ten-dência, que, a ser quebrada, po-derá resultar numa visita à zonados 125 ienes.

Eur/GbpDepois de várias semanas em

que o Eur/Gbp evoluiu dentrode uma banda de variação com-preendida pelas 0,847 e 0,86 li-bras, o câmbio registou na últimasemana um movimento ascen-dente que quebrou algumas resis-tências. Apesar de ter ressaltadoem baixa, o Eur/Gbp continua aregistar máximos e mínimos rela-tivos superiores, o que constituium sinal de força ascendente.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)10.julho13 31.outubro12 10.outubro12

1M 0,123% 0,122% 0,001 0,120% 0,003

3M 0,217% 0,222% -0,005 0,208% 0,009

1Y 0,512% 0,534% -0,022 0,504% 0,008

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,50%BCE Lending Facility* 1,00% Deposity Facility* 0,00%

*desde 2 de maio 2013

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 8,00%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

CARLOS BALULA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

August 13 0,225%September 13 0,245%

October 13 0,285%March 14 0,330%June 15 0,635%

December 16 1,445%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0,204 0,2543X6 0,248 0,2581X7 0,313 0,3633X9 0,365 0,395

6X12 0,440 0,45512X24 0,771 0,791

*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0,502 0,5223Y 0,660 0,6905Y 1,114 1,1348Y 1,668 1,688

10Y 1,945 1,975

Obrigações 5Y 10Y 6,44 6,78

3,52 4,821,03 2,250,60 1,653,26 4,441,36 2,411,51 2,660,31 0,85

Fontes: Reuters e IMF

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 43

MERCADOS

BCE indica taxas baixas por muito tempoDaily QEUR=

1,275

1,266

1,3

1,32

1,34

Price

USD

.1234

1,27

1,28

1,29

1,3

1,31

1,32

1,33

1,34

1,35

1,36

01 16 03 17 01 16 01 18 01 18 01 16 01 16 03 17 01 16

Nov 12 Dez 12 Jan 13 Fev 13 Mar 13 Abr 13 Mai 13 Jun 13 Jul 13

Daily Q.PSI20

5.120

5.630

5.900

Price

EUR

.12

5.100

5.200

5.300

5.400

5.500

5.600

5.700

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6.000

6.100

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6.300

18 19 20 21 22 25 26 27 28 02 03 04 05 08 09 10 11 12 15 16 17 18 19 22 23 24 25 26 29 30 02 03 06 07 08 09 10 13 14 15 16 17 20 21 22 23 24 27 28 29 30 31 03 04 05 06 07 10 11 12 13 14 17 18 19 20 21 24 25 26 27 28 01 02 03 04 05 08 09 10 11 12 15 16

Mar 13 Abril 2013 Maio 2013 Junho 2013 Julho 2013

Daily Q.GDAXI

7.660

8.100

8.410

Price

EUR

.123

7.500

7.600

7.700

7.800

7.900

8.000

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8.200

8.300

8.400

8.500

22 29 06 13 20 27 03 10 17 24 01 08 15

Abril 2013 Maio 2013 Junho 2013 Julho 2013

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BCE avisa que economia portuguesa continua sob pressãoO Banco Central Europeu (BCE) avisou para o facto de a economia portuguesa continuar sob pressão. Isto apesar de admitir que foram feitos alguns progressos em termos de consolidação orçamental. O seu presidente, Mario Draghi, lembra que o controlo das contas públicas é es-sencial. Por outro lado, também admite que é necessário que a consolidação orçamental não impeça o crescimento económico. São duas vertentes que devem ser tidas simultaneamente em conta.

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Sonae Sierra reforça presença na AlemanhaA Sonae Sierra anunciou a abertura ao público do seu novo centro comercial na Alemanha, no próximo dia 24 de outubro. Situado no centro da cidade de Solingen, o projeto represen-ta um investimento de cerca de 120 milhões de euros. Dispõe de 75 lojas numa área bruta locável de 29 mil m2. Mais de dois terços dos espaços estão já comercializados. A área de res-tauração vai contar com 13 espaços, enquanto são disponibilizados cerca de 600 lugares de estacionamento.

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 2,571 5,28% 5,271 2,320 0,023 0,223 111,783 11,529 -- 0,31% 10-07-2013 16:38:00

INDITEX 98,6 2,75% 111,800 77,493 4,204 4,698 23,454 20,988 1,93% 2,50% 10-07-2013 16:38:00

REPSOL YPF 16,81 3,51% 18,550 10,900 1,701 1,703 9,882 9,871 2,89% 5,84% 10-07-2013 16:38:00

TELEFONICA 10,085 3,78% 11,780 7,900 1,071 1,114 9,416 9,053 3,47% 7,37% 10-07-2013 16:38:00

FRA. TELECOM #N/A N.A. - -- -- 1,056 1,025 -- -- -- -- #N/A N Ap #N/A N Ap

LVMH 132,4 6,13% 143,400 113,850 7,411 8,342 17,865 15,871 2,19% 2,41% 10-07-2013 16:35:00

BAYER AG O.N. 83,32 3,00% 87,210 56,000 5,788 6,498 14,402 12,829 2,29% 2,49% 10-07-2013 16:35:23

DEUTSCHE BK 33,095 5,21% 38,730 22,110 3,995 4,694 8,304 7,067 2,27% 2,46% 10-07-2013 16:35:30

DT. TELEKOM 8,857 -0,42% 10,110 7,976 0,709 0,752 12,496 11,782 7,91% 5,91% 10-07-2013 16:35:05

VOLKSWAGEN 156,25 5,25% 175,650 120,950 20,936 24,294 7,454 6,424 2,24% 2,71% 10-07-2013 16:35:22

ING GROEP 7,479 7,18% 7,905 4,640 0,977 1,074 7,655 6,964 -- 0,00% 10-07-2013 16:35:00

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est FutPER Est Act PER Est

FutDiv. Yield

IndDiv. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 1,749 1,45% 2,066 1,081 0,236 0,223 7,411 7,843 1,43% 1,14% 10-07-2013 16:35:00

B. COM. PORT. 0,093 14,82% 0,120 0,048 -0,016 0,006 -- 15,500 -- 1,08% 10-07-2013 16:35:00

B.ESP. SANTO 0,627 15,05% 1,190 0,456 -0,002 0,069 -- 9,087 -- 0,00% 10-07-2013 16:35:22

BANIF-SGPS 0,060 -24,05% 0,170 0,052 -- -- -- -- -- -- 10-07-2013 16:37:27

B. POP. ESP. 2,480 2,48% 5,244 2,350 0,023 0,223 107,826 11,121 -- 0,00% 10-07-2013 10:06:26

BANCO BPI 0,917 11,15% 1,380 0,475 0,075 0,097 12,227 9,454 -- 0,00% 10-07-2013 16:35:00

COFINA,SGPS 0,430 8,04% 0,730 0,300 0,040 0,030 10,750 14,333 2,33% 2,33% 10-07-2013 16:36:02

CORT. AMORIM 1,960 -2,00% 2,100 1,241 0,240 0,240 8,167 8,167 5,10% 4,59% 10-07-2013 13:54:18

CIMPOR,SGPS 3,180 0,32% 3,920 3,000 0,390 0,445 8,154 7,146 0,51% 5,50% 10-07-2013 16:35:00

EDP 2,481 7,50% 2,670 1,752 0,262 0,275 9,469 9,022 7,46% 7,62% 10-07-2013 16:35:00

EDPR 4,000 5,99% 4,434 2,252 0,167 0,219 23,952 18,265 -- 1,13% 10-07-2013 16:35:00

MOTA ENGIL 2,510 17,84% 2,520 0,988 0,230 0,295 10,913 8,508 4,38% 4,38% 10-07-2013 16:35:00

ESF GROUP 5,162 -1,07% 5,732 5,010 -- -- -- -- -- 2,13% 10-07-2013 16:35:00

GALP ENERGIA 11,670 3,73% 13,285 9,991 0,454 0,518 25,705 22,529 2,06% 2,36% 10-07-2013 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0,630 3,28% 0,680 0,280 0,030 0,040 21,000 15,750 -- -- 09-07-2013 09-07-2013

J. MARTINS 15,810 0,54% 18,560 11,071 0,696 0,817 22,716 19,351 1,87% 2,21% 10-07-2013 16:37:32

MARTIFER 0,540 -1,82% 0,820 0,500 -0,010 0,020 -- 27,000 -- -- 10-07-2013 16:35:00

NOVABASE 2,420 4,76% 3,080 1,660 0,217 0,240 11,152 10,083 4,13% 3,51% 10-07-2013 16:35:00

GLINTT 0,140 7,69% 0,210 0,090 -- -- -- -- -- -- 10-07-2013 14:28:09

P. TELECOM 2,836 1,58% 4,462 2,731 0,298 0,321 9,517 8,835 11,46% 11,60% 10-07-2013 16:38:51

PORTUCEL 2,553 7,45% 2,915 1,879 0,258 0,262 9,895 9,744 6,27% 7,52% 10-07-2013 16:35:00

REDES E. NAC. 2,182 0,83% 2,390 1,800 0,228 0,244 9,570 8,943 7,79% 7,70% 10-07-2013 16:35:00

S. COSTA 0,210 5,00% 0,330 0,120 -- -- -- -- -- -- 10-07-2013 15:16:36

SEMAPA 6,652 3,45% 7,410 4,749 0,767 0,790 8,673 8,420 3,83% 3,80% 10-07-2013 16:35:00

SONAECOM 1,606 10,00% 1,818 1,131 0,158 0,152 10,165 10,566 7,47% 5,17% 10-07-2013 16:35:00

SONAE,SGPS 0,739 11,30% 0,800 0,400 0,040 0,059 18,475 12,525 4,48% 4,60% 10-07-2013 16:35:00

SONAE IND. 0,490 8,89% 0,683 0,408 -0,227 -0,133 -- -- -- 28,57% 10-07-2013 16:35:00

SAG GEST 0,170 0,00% 0,400 0,160 -0,040 -0,010 -- -- -- 0,00% 10-07-2013 10:00:52

TEIX. DUARTE 0,560 9,80% 0,680 0,200 -- 0,050 -- 11,200 2,68% -- 10-07-2013 16:11:51

Z. MULTIMEDIA 3,759 1,60% 3,941 1,980 0,145 0,189 25,924 19,889 3,19% 3,94% 10-07-2013 16:35:00

MERCADOS

44 SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013

Encontre nas soluções PME Power a energia para o crescimento, a consolidação e a competitividade da sua empresa.

A nossa energia é para a sua empresa!

Millennium bcp Microcrédito estabelece protocolo com Associação Empresarial da Região do Algarve

O Microcrédito Millennium bcp e o NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve acabam de estabelecer um protocolo de colaboração que tem por objetivo dinamizar a criação de emprego na região, através da concretização de projetos conjuntos na área do empreendedorismo. O NERA é uma associação intersetorial, regional, onde encontramos empresas (e associações) de toda a região algarvia e de todos os setores de atividade, do comércio à indústria, da agricultura aos serviços e ao turismo, dos transportes à construção civil e à imobiliária.

Inserida no âmbito da responsabilidade social, esta parceria entre o Microcrédito Millennium bcp e o NERA pretende agilizar o acesso a financiamento a quem não tem acesso a crédito na banca tradicional, permitindo a criação do auto-

emprego e promovendo a integração económica e social. Os potenciais empreendedores podem dirigir-se ao Gabinete de Apoio ao Empresário e Projetos do NERA e apresentar as suas ideias de negócio de modo a identificar a respetiva via-bilidade.

A cada empreendedor que recorra ao Microcrédito, será dis-ponibilizado um gestor de projeto por parte do Millennium bcp, que colaborará em todas as etapas do Projeto, nomeada-mente na elaboração ou aprofundamento da ideia de negócio, na análise da sua viabilidade económica, no desenvolvimento do plano de negócios e na concretização do negócio (assesso-ria entre o início e fim do empréstimo).

O montante máximo de financiamento através de Micro-crédito, por empreendedor, é de 25 mil euros, para um prazo máximo de 60 meses. “Com este protocolo pretende-se refor-çar o papel do Microcrédito Millennium bcp como uma al-ternativa de financiamento e de viabilização do empreendedo-rismo, o que na conjuntura atual se traduz numa necessidade vital para a dinamização do tecido empresarial e para a criação de emprego”, refere o BCP, em comunicado. O banco refere que, através do microcrédito, já apoiou a criação de 2597 ne-gócios, que geraram 3917 novos postos de trabalho.

Esta parceria pretende agilizar o acesso a financiamento a quem não tem acesso a crédito na banca tradicional, permitindo a criação do autoemprego e promovendo a integração económica e social.

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Os camiões e autocarros Volvo estão a ter um 2013 de crescimento em Portugal. O mercado de veículos pesados está a cair 8,3%, mas a marca sueca importada pelo grupo Auto Sueco está a crescer quase 70% no mesmo período. “Estamos a crescer cerca de 70% em relação ao ano passado. A nossa expectativa é que este crescimento se mantenha”, disse à “Vida Económica” o diretor comercial de camiões, autocarros e equipamentos industriais do grupo Auto Sueco, Carlos Feliciano, à margem da demonstração de um Volvo FE Híbrido de recolha de resíduos sólidos urbanos.AQUILES [email protected]

Este está a ser um ano positi-vo para os veículos pesados da Volvo em Portugal, disse à “Vida Económica” o diretor comercial de camiões, autocarros e equipa-mentos industriais do grupo Auto Sueco, importador dos camiões e autocarros da marca sueca para Portugal. “Em termos de ven-das de chassis, 2013 está a correr muito bem. Nós fizemos fortes alterações na nossa estrutura e es-tamos a fazer fortes esforços, quer junto da fábrica quer da nossa própria organização para conse-guirmos ajudar o mercado neste momento difícil. Essa estratégia está a resultar. Estamos a ser líde-res de mercado na gama alta, que é uma posição em que gostamos de estar, que conhecemos e que procuraremos manter”, indicou--nos Carlos Feliciano.

De janeiro a junho, a Volvo vendeu, segundo os dados da

Associação Automóvel de Portu-gal, 210 veículos pesados, mais 69,4% do que os 124 registados no primeiro semestre de 2012. Este volume permitiu à marca sueca conquistar a liderança do mercado, que caiu 8,3% (para 917 veículos) na primeira metade de 2013. Na análise isolada de ju-nho, o desempenho da Volvo foi ainda mais animador na compa-ração com o ano passado, ao cres-cer 118,2%, para 24 unidades.

Carlos Feliciano acredita que o desempenho da marca em Portu-gal se vai manter no que resta do ano. “Estamos a crescer cerca de 70% em relação ao ano passado. A nossa expectativa que este cres-cimento se mantenha. Nós va-mos a cada negócio pelo negócio em si e não por uma questão de precisarmos desse negócio para

compor o negócio global”, afir-ma.

O grosso do crescimento que os pesados Volvo estão ter em 2013 resulta dos veículos de mer-cadorias. Com efeito, neste seg-mento, que lidera, a marca cres-ceu 77,6%, para 190 unidades, na primeira metade do ano. Já nos passageiros, também cresceu, 17,6%, mas para 20 unidades. A Volvo é a terceira marca mais vendida no segmento de pesados de passageiros.

Na análise global do mercado, verifica-se que, além de mais resi-dual, este segmento também está a ter um ano mais difícil na com-paração com 2012. Com efeito, enquanto o mercado de pesados de mercadorias caiu 3,6% na pri-meira metade do ano (para 804 veículos), a descida dos pesados

de passageiros atingiu, no mes-mo período, 31,9% (para apenas 113 unidades). “No mercado de mercadorias, o segmento que está melhor é o de longo curso internacional, fruto das exporta-ções e de alguma concentração de empresas transportadoras. No mercado de pesados de passagei-ros há uma retração muito maior, também porque os operadores públicos – que eram os principais impulsionadores do mercado – estão a viver dias muito difíceis e não estão a fazer aquisições, restando os operadores privados, que, por sua vez, fruto da conjun-tura, também não estão com uma perspetiva investidora. É, portan-to, um mercado muito pequeno que vale mais de 10% do merca-do de mercadorias”, explica o di-retor comercial de camiões, auto-

carros e equipamentos industriais do grupo Auto Sueco.

Demonstração de híbrido no Porto

Carlos Feliciano prestou de-clarações à “Vida Económica”à margem da apresentação, no Porto, de um Volvo FE Híbridoadaptado a veículo de recolha deresíduos sólidos urbanos a cercade 70 responsáveis de autarquias e outras entidades ligadas àquelaatividade. O veículo monta ummotor diesel 7.0 com potência de 300 ou 340 cv, a que se junta ummotor elétrico com até 120 cv. Face à versão equivalente apenasa diesel, o híbrido reduz emissões de CO2 e consumos de gasóleo até 30% e o ruído até 50%.

Desde 2011, a Volvo já vendeucerca de 100 camiões e mil auto-carros híbridas na Europa. Quan-to a Portugal, a Auto Sueco não arriscar fazer previsões de vendas, até porque o veículo é mais caro(a marca não revela valores), pre-ferindo destacar o lado ambien-tal da viatura. “A expectativa é,com esta viatura, demonstrarmos a capacidade da marca. Um dosvalores principais da marca é, precisamente, a responsabilidade ambiental. A marca começou em1995 a investir nesta tecnologia e chegou há pouco tempo à fase de comercialização real. Quisemos trazer, também, cá a demonstra-ção. No fundo, tentamos, tam-bém nós, enquanto atores da sociedade, contribuir para essapreocupação ambiental global”, afirma a nossa fonte.

“Em certas situações, comoesta, de uma rua pedonal [de-monstração decorreu na rua de Santa Catarina, no Porto], esta é a viatura ideal, pois não está a poluir, nem a incomodar nin-guém”, explica Carlos Felicia-no, que, naturalmente, indicaque a Auto Sueco já pode fazer vendas do FE Híbrido para re-culha de resíduos sólidos urba-nos. “Temos a oferta aberta, massabemos que este tipo de setor precisa de alguma preparação eorçamentação [antes de efetuar a compra]. Portanto, vamos ver. Nós estamos disponíveis para fa-zer vendas, assim que o mercado possa adquirir, estamos pron-tos”, refere a nossa fonte.

CARLOS FELICIANO, DIRETOR COMERCIAL DE CAMIÕES, AUTOCARROS E EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS DA AUTO SUECO

Ano “está a correr muito bem” aos pesados da Volvo

Estamos a ser líderes de mercado na gama alta, que é uma posição em que gostamos de estar, que conhecemos e que procuraremos manter”, indicou-nos Carlos Feliciano.

AUTOMÓVEL

N Seguros apoia grávidas no Optimus AliveA seguradora N Seguros vai voltar a dar apoio às grávidas que se desloquem ao Optimus Alive, festival de música que se realiza este fim de semana, com boleias, entrega de alimentos e zonas de descanso. Mas o grande destaque é um espaço de apoio em que há uma enfermeira especialista em saúde materna e obstetrícia. Toda a informação sobre a iniciativa está no Facebook https://www.facebook.com/NSeguros.

SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2012 45

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Porsche Cayenne atinge 500 mil unidadesO Porsche Cayenne atingiu o marco de 500 unidades pro-duzidas. Este número, atingido no último dia 5, chega 11 anos depois do lançameneto do SUV, que é produzido em Leipzig. A produção começou com 70 unidades por dia. Hoje é cinco vezes maior. No ano passado, mais de 83 mil Cayenne saíram da linha de montagem.

Ford baixa preços das oficinasA Ford Lusitana lançou a “Campanha de Serviço Verão 2013” na rede de reparadores autorizados. A marca pretende reforçar a com-petitividade das suas operações de manutenção e peças, como pneus, e ainda a atualização dos mapas dos sistemas de navegação. A cam-panha, que decorre até 30 de setembro de 2013, é apresentada em detalhe no site de pós-venda oficial da marca em www.fordservice.pt.

AUTOMÓVEL

A Nissan Ibéria – Portugal e o Instituto Português de Admi-nistração e Marketing (IPAM) anunciaram o “Prémio em Ma-rketing Nissan/IPAM” que pre-tende proporcionar aos finalistas da licenciatura em Gestão de Marketing uma oportunidade de aplicar em contexto real os ensinamentos colhidos na sua formação académica. O prémio materializa-se na atribuição de um estágio remunerado com a

duração de um ano na Nissan Ibéria – Portugal e será atribuído a um aluno selecionado por uma comissão do IPAM e da Nissan entre os candidatos.

De acordo com Marco Toro, diretor-geral da Nissan Ibéria – Portugal, com este protocolo de estágios “a Nissan quer contribuir para criar valor para os estudantes em Portugal, proporcionando--lhes um ambiente empresarial para colocarem em prática os co-

nhecimentos adquiridos no âmbi-to escolar”. “Para nós, é também uma oportunidade de integrar na nossa organização novos conheci-mentos e uma visão inovadora. A interligação da companhia com as comunidades onde atua faz par-te dos valores da marca Nissan. Acreditamos que esta também é uma forma de contribuir para a construção de uma sociedade me-lhor e mais sustentável”, acrescen-ta o executivo.

Nissan e IPAM lançam prémioem marketing

A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) realizou inspeções a pneus de au-tomóveis e concluiu que 64% dos condu-tores deviam consultar um especialista para verificar o estado daquele componente. As conclusões das inspeções, realizadas no fim de Junho na região de Lisboa (Ponte 25 de Abril, Alto da Boa Viagem, Ponte Vasco da Gama e Praça das Portagens de Alverca), a cerca de 500 automóveis, foram alarman-tes, segundo a ACAP.

As inspeções, efetuadas, com a colabo-ração da PSP, UNT/GNR, ANSR e IMT, permitiram constatar que 36% dos auto-mobilistas, por exemplo, conduziam com

pneus com valores de pressão diferentes dos recomendáveis pelos fabricantes auto-móveis. Destes, 20% encontravam-se com valores de pressão baixa e 13% em situação considerada muito perigosa.

No que diz respeito à profundidade do piso, 17% dos condutores apresentavam--se com os pneus em situação considerada perigosa, dos quais 5% encontravam-se além dos limites legais. “São resultados alarmantes, que põem em sério risco o condutor, restantes passageiros e outros utentes da estrada contribuindo, ainda, para uma maior poluição do meio am-biente”, avisa a ACAP.

A Peugeot Portugal lançou uma campa-nha em oferece oportunidades exclusivas e limitadas a todos consumidores que se registem em www.flashsales.peugeot.pt. “O objetivo é proporcionar ofertas únicas em condições excecionais para viaturas novas, para um conjunto de modelos, sob o formato de voucher de desconto, que serão em número limitado em cada vaga desta ação”, segundo um comunicado da marca. De acordo com Nuno Marques, diretor de marketing da Peugeot Portu-gal, “num contexto de mercado em que os clientes tendem a adiar a aquisição de um bem como o automóvel e tomam a sua decisão de uma forma muito racional, as Flash Sales Peugeot são a nossa resposta”.

Em cada vaga das Flash Sales Peugeot, são colocados à disposição vouchers de descon-to para modelos selecionados, num perío-do limitado de tempo – três dias – sendo

comunicado em primeira mão aos utili-zadores registados. Fazendo a sua melhor escolha, cada cliente, após selecionar o concessionário da rede Peugeot onde de-seja dirigir-se, receberá então por e-mail o voucher personalizado com o montante do desconto para o modelo Peugeot selecio-nado e a validade para usufruir desta opor-tunidade.

As Flash Sales são mais um caso em que a Peugeot Portugal procura impulsionar as ferramentas online para fim comerciais. “A WebStore Peugeot (www.webstore.peuge-ot.pt), as ações de Vendas Privadas - em novembro de 2012 – e agora as FlashSales Peugeot são a concretização da estratégia definida com o objetivo de continuar a promover este canal, que tem vindo a ga-nhar importância nas opções de compra de um número cada vez maior de clientes”, refere o comunicado da marca francesa.

ACAP avisa para estadodos pneus dos portugueses

FILIAL PORTUGUESA CRIA FLASH SALES

Peugeot lança campanhasde vendas exclusivas

O Seat Leon foi nomeado Carro do Ano 2013 no Reino Unido. O diretor da revista Auto Express (que leva a cabo a iniciati-va), Steve Fowler destacou as qualidades que coroaram o modelo: “Encanta-nos o seu estilo, a sua condução, a sua qualida-de e o seu equipamento. E o melhor é que podemos usufruir de todas estas prestações a um preço muito bom e com custos de manutenção muito baixos. Por tudo isto o Leon venceu outros excelentes veículos e foi galardoado Carro do Ano”, referiu.

O presidente do comité executivo da Seat Jurgen Stackmann ao júri da Auto Ex-press este reconhecimento: “O novo Leon é o melhor automóvel na história da Seat. É o exemplo perfeito da transformação da empresa e mostra o caminho pelo qual se-guiremos nos próximos anos”. Stackmann destacou que a marca está “muito conten-

te” com a receção do Leon entre os clientes. “Desde o seu lançamento foram vendidos 45 mil unidades na versão de cinco portas, e este é apenas o início. O Leon SC foi lan-çado há apenas algumas semanas e em breve apresentaremos a variante familiar no Salão Automóvel de Frankfurt”, referiu.

Seat Leon Carro do Ano no Reino Unido

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“A Nissan quer contribuir para criar valor para os estudantes em Portugal”, de acor-do com o responsável pela marca em Portugal, Marco Toro.

A Seat já vendeu 45 mil Leon desde o lançamento.

As Flash Sales são mais uma aposta da Peugeot Portugal no canal online.

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SEXTA-FEIRA, 12 DE JULHO 2013 47

EMPRESAS

FERNANDA SILVA [email protected]

“A cultura nunca como hoje foi tão maltratada. Por isso, vejo este descrédito para com a cultura com muita apreensão, mas também uma atitude muito positiva da parte dos amigos dos museus, porque é nestas situações que cabe um papel im-portante à sociedade civil”, começa por dizer Álvaro Sequeira Pinto, presidente do Círculo Dr. José Figueiredo - Amigos do Museu Soares dos Reis.

Congratulando-se com o facto de exis-tirem, neste momento, 970 associados do Museu Soares dos Reis, número que dupli-cou no último ano, “quando a cultura foi deixada para segundo plano”, Álvaro Se-queira Pinto garante que a instituição “pre-cisa de mais associados, sócios cooperativos, pessoas que colaborem, para dar ao museu aquilo que neste momento não tem, fruto da sua nutrição orçamental em que vive”.

“O que encontramos hoje é uma socie-dade civil que se julga capaz de ajudar a cultura, pois se não somos nós a olhar e a dar os braços ao local onde está preservada a nossa raiz cultural, o nosso ADN, sen-timos que o museu vai atravessar dificul-dades. Este é um desafio para a sociedade civil juntar-se aos museus a ultrapassar um período difícil”, afirmou.

Álvaro Sequeira Pinto falou com a “Vida Económica” durante o mais recente en-

contro da associação que serviu para dar a conhecer um pouco da experiência, co-nhecimento e “aventuras” vividas por três Amigos do Museu Soares dos Reis no Her-mitage Museum, na Rússia. “Este é um dos maiores museus do mundo, a que foi dada a oportunidade de visitar as reservas do museu. “Oportunidade muito rara e dada a poucas pessoas no mundo”, salien-tou o responsável.

Peregrinação a Goa em dezembro de 2014

Neste encontro foi ainda anunciada a próxima viagem que se realizará em de-zembro de 2014, a Goa, na Índia, para adquirir conhecimento, mas neste caso em concreto trata-se de uma viagem de pere-grinação para visitar o corpo de S. Francis-co Xavier.

Criado em 1940, o Círculo de Amigos do Museu Soares dos Reis é uma das mais antigas associações de amigos de museus e tem como principal objetivo apoiar as necessidades do museu Soares dos Reis e criar condições para que os seus amigos te-nham relações privilegiadas com a cultura, a cidade e com as próprias atividades do museu. O associado particular paga uma quota anual no valor de 20 euros e passa a poder entrar livremente nos museus nacio-nais, inclusive no Museu de Serralves.

AMIGOS DO MUSEU SOARES DOS REIS “DÃO AS MÃOS” EM PERÍODO DIFÍCIL

Sociedade civil revela capacidade para ajudar a cultura

O Círculo de Amigos do Museu Soares dos Reis é uma das mais antigas associações de amigos de museus.

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Vide artigos e gráficosblog: http://economiadasemana.blogspot.pt twitter: https://twitter.com/VasconcelloseSa

Nº 1501 / 12 de Julho 2013 Semanal J 2,20 Portugal Continental

Uma edição

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Informações e inscrições: Vida EconómicaPatrícia Flores Tel.: 223 399 466Fax: 222 058 098 [email protected]

V. N. GAIA 27 julho

ENQUADRAMENTO: A relação entre empresas industriais e clientes é um aspeto fulcral nos dias de hoje. As empresas têm de estar cada vez mais preparadas para acompanhar as exigências dos seus clientes, prestando-lhes um serviço de mais qualidade. É essencial que o foco da empresa esteja “verdadeiramente” nos seus clientes. Assim, é crucial que as empresas utilizem uma abordagem de marketing focada num equílibrio entre atrair novos clientes e manter os já existentes!

PROGRAMA: - Como criar relações de longo prazo entre empresas e

clientes- Utilizar diferentes estratégias de Marketing Relacional- Como atrair novos clientes- Como manter a lealdade dos clientes- A importância da comunicação interna vs. comunicação

externa- Database Marketing e CRM – Customer Relationship

Management- Como usar o Marketing Relacional numa perspetiva de

vendas

FORMADOR: Dr. Pedro AguiarPresidente do Conselho de Administração da CMN, SA (atual); CEO – Esferasaúde (atual); CEO – Ahptus (atual); Administrador executivo da Onestone, SGPS, SA; Administrador Executivo da AH Business, SGPS, SA (atual); Presidente da Comissão Executiva da QnS SGPS, SA; Regional Manager – Abbott Laboratórios, Divisão de Diagnóstico; Membro no Conselho Europeu da Empresa; Membro do Corpo Especial de Negociação para a criação do Conselho Europeu.Formador em várias Empresas e Instituições (Vendas, Marketing, Gestão)Doutorando em Ciências Empresariais pela Universidade Rey Juan Carlos; MBA em Marketing – Escola de Gestão do Porto; Marketing Management – Instituto Português de Marketing; Lic. Biologia – Universidade do Minho; Formação em Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Espanha, nas áreas de Vendas, Liderança, Marketing, Estratégia, Negociação.

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Depois do Banco de Portugal, foi a vez de a Comissão do Mercado de Valores Mobi-liários também rejeitar quaisquer responsa-bilidades nos contratos “swap”. A entidade reguladora liderada por Carlos Tavares argu-menta que a comercialização de “swap” com investidores qualifi cados não está abrangida pelo Código de Valores Mobiliários.

As empresas do setor empresarial do Estado são tidas como investidores quali-fi cados, pelo que não serão abrangidas pela supervisão da CMVM. Ou seja, os contra-tos de risco “swap” são estabelecidos entre

a banca e as empresas estatais, fi cando tam-bém a comissão fora do processo, tal como sucede com o Banco de Portugal. De notar que os “swap” representaram, nos últimos dez anos, perdas potenciais para o Estado na ordem dos três mil milhões de euros. O que signifi ca que ainda não está esclarecido qual a entidade que tem competências para supervisionar este tipo de contratos. Seja como for, é possível que avancem procedi-mentos judiciais, até porque as perdas para o erário público ainda ascendem a cerca de 1,5 mil milhões de euros.

Os contribuintes estão a abrir menos processos contra a Autoridade Tributária e Aduaneira. Nos três primeiros meses, os processos contra o fi sco registaram uma quebra de 10%, face a período homólogo do ano passado. Tudo indica que a admi-nistração fi scal está a ser mais cuidadosa na avaliação das declarações dos contribuintes.

Durante o período em análise, a autori-dade tributária venceu 44% dos processos levantados pelos contribuintes e perdeu cer-

ca de 38%, o que se traduziu em mais de 171 milhões de euros que não entraram nos cofres do Estado. Ainda assim, é um núme-ro elevado, tendo em conta os mecanismos de que dispõe o fi sco. Entretanto, o reem-bolso do IRS deverá ter lugar até à próxima segunda-feira. O Governo decidiu antecipar em 15 dias o reembolso do IRS, de forma a permitir que as famílias garantam mais liquidez no período de férias e assim seja estimulada a procura interna.

CMVM também declina responsabilidades nos contratos “swap”

O secretário de Estado dos Assuntos Fis-cais, Paulo Núncio, considera que a descida de impostos é “absolutamente indispensá-vel”. No entanto, também afi rma que tal facto depende da capacidade do Estado em baixar a despesa pública e da efi cácia do com-bate à fraude e à evasão fi scais.

As afi rmações do governante tiveram lugar no Parlamento, durante a apresentação do re-latório do combate à fraude e à evasão fi scais, relativo ao ano passado. Para Paulo Núncio,

existem dois fatores que condicionam a des-cida dos impostos: “Por um lado, o alarga-mento da base tributária, por via do reforço da efi cácia no combate à fraude e à evasão fi scais. Por outro, por um redução sustentada da despesa pública. É fundamental que a re-forma do Estado possa ser concretizada e que seja possível reduzir a despesa pública.” Na sua opinião, são dois aspetos essenciais para que sejam criadas as condições para reduzir a carga fi scal, de forma sustentada.

Paulo Núncio admite que descida de impostos é “absolutamente indispensável”

Contribuintes abrem menos processos contra o fi sco

No dia de exames para (alguns) alunos e greve para (muitos) professores, vi um sindicalista à porta de um liceu aos pulos a incentivar os alunos a juntarem-se aos professores para demitirem o ministro porque “senão tinham que emigrar”.Infelizmente não fi xei o nome da criatura. Que fazia política, em vez de sindicalismo. Repetida porque não é a primeira vez que os sindicatos tentam demitir um ministro. E 1) política 2) repetida 3) antidemocrática, usurpando o poder dos 10 milhões de portugueses a quem compete escolher o governo e seus ministros. Não ao sindicato dos professores.Tudo isto agravado pela enorme irresponsabilidade com que muitos professores exercem as suas funções.Eis um e-mail de um colega (concorrente) de uma das melhores universidades portuguesas, que desabafava vindo de uma sessão de revisão de provas (quando os alunos vêem a correcção dos exames com os professores): “Professor, eu sei que o mínimo para passar é 8 no exame para (com pelo menos 12 no trabalho) ter média de dez na disciplina; também sei que baixou o mínimo no exame para 6…; e reconheço que só tive 4,5…; mas não acha injusto eu não passar só por um valor e meio? Eu esforcei-me tanto…”À pedinchice das notas e (mau) hábito de serem compensados pelo esforço (?) e não pelos resultados, junta-se nos alunos a incapacidade de interpretarem as perguntas (“eu pensei que a pergunta era”), e de darem qualquer resposta inteligível (“oh fi lho eu não consigo perceber o que escreveu”… “oh Professor eu também não, se calhar era”…).E desabafava o meu colega (de uma das melhores universidades portuguesas): Tirar apontamentos nas aulas? Estudar em casa? Perceber a pergunta? Ser directo na resposta? Sentir-se responsável por saber? Ou seja, os alunos transitam do secundário para o universitário, não só ignorantes, sem intelecto (inteligência, memória,

criatividade), nem skills (saber comunicar, ler, interpretar), mas também totalmente destituídos de hábitos de trabalho: aquilo que eu fazia após as aulas, ir para casa estudar, é mandarim para a maior parte dos alunos portugueses.Tal é consequência de uma política consciente ou subconsciente, de professores, funcionários do ministério e ex-ministros: criar uma cultura de mediocridade, nivelando por baixo, porque só nesse ambiente não fi cam mal na fotografi a. Desenvolver os talentos dos alunos? Promover a excelência? Isso é uma ameaça para quem é preguiçoso e medíocre.Ao fi m e ao cabo o que é mais apanágio de uma sociedade livre, do que cada um realizar o seu potencial na diversidade da excelência?E nivelar por baixo não é mais que estalinismo, pelo que se compreende que alguns dirigentes sindicais se sintam tão à vontade nisso.Daí que aquilo que o actual ministro da educação está a fazer, criando um ambiente de exigência, exames nacionais, recuperando o ensino técnico, instituindo o ensino dual de tanto sucesso na Alemanha, reforçando a matemática e o inglês (quem não sabe português é analfabeto local, quem não sabe inglês é analfabeto global), coloca-o no patamar dos grande ministros portugueses. De sempre.Porque no fundo a história é simples: Portugal tem que exportar muito mais para poder pagar o que come.Pelo que das duas, uma: ou exporta barato (o que requer trabalhar muito); ou vende qualidade (o que exige massa cinzenta). Mas como atingir um ou outro com futuros profi ssionais desabituados do primeiro e destituídos do segundo?Esperemos que tenha tempo para que a profundidade das reformas, fazendo os resultados visíveis, as torne imunes às invejas vindouras (o mudar por mudar) e à vaidade dos néscios.

O Duarte Pacheco da Educação

NOTA DE FECHO

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ Mestre Drucker School PhD Columbia UniversityProfessor CatedráticoE-mail: [email protected] In: http://www.linkedin.com/in/vasconcellosesa