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5/9/2018 AGU.Reconvencao - slidepdf.com

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FABIANO MENDES ROCHARECONVENÇÃO: Legislação; Conceito; Natureza Jurídica; Requisitos; Pólo Ativo e Passivo; Competência; Procedimento.

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DA RECONVENÇÃO

Legislação: “Art. 315. O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção

seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.

Parágrafo único. Não pode o réu, em seu próprio nome, reconvir ao autor, quando este demandar em

nome de outrem.§ 2º Revogado pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995:

Texto original: Não se admitirá reconvenção nas causas de procedimento sumaríssimo.

 Art. 316. Oferecida a reconvenção, o autor reconvindo será intimado, na pessoa do seu procurador,

 para contestá-la no prazo de 15 (quinze) dias.

  Art. 317. A desistência da ação, ou a existência de qualquer causa que a extinga, não obsta ao

 prosseguimento da reconvenção.

 Art. 318. Julgar-se-ão na mesma sentença a ação e a reconvenção.” 

Conceito: é a ação proposta pelo réu (reconvinte) contra o autor (reconvindo), no mesmo feito e  juízo em que é demandado. Embora tratada pelo Código como modalidade de resposta do réu, a

reconvenção é verdadeira ação distinta da originária.

Natureza jurídica: a reconvenção é uma ação judicial do réu contra o autor, embora seja tratada peloCódigo como uma das modalidades de resposta do réu.

Requisitos:-  que o juiz da causa principal não seja absolutamente incompetente para julgar a reconvenção;-  haja compatibilidade entre os ritos procedimentais da ação principal e a reconvencional;-  haver processo pendente (litispendência);-  haver conexão entre a reconvenção, a ação principal ou algum dos fundamentos da defesa.

O prazo para o réu reconvir é o prazo da resposta, que noprocedimento ordinário é de 15 dias; registre-se que se o réu for a Fazenda ou o Ministério Público, oprazo é quadruplicado, assim como conta-se em dobro se há vários réus com procuradoresdiferentes.

O que quer dizer apresentar simultaneamente a contestação com areconvenção?

R - O CPC assevera que a contestação e reconvenção devem serapresentadas simultaneamente. Isto não significa que o réu precisa contestar para poder reconvir,ou seja, pode apresentar reconvenção sem a necessidade de contestar a ação; a recíproca também éverdadeira. Entretanto, caso queira apresentar as duas formas de resposta, deverá fazê-lo

simultaneamente, isto é, ao mesmo tempo. Ocorrerá preclusão consumativa da reconvenção, porexemplo, se o réu protocola a contestação no 3º dia do prazo, e a reconvenção no 10º. Esse éo entendimento maciço da doutrina e atualmente adotado no Superior Tribunal de Justiça, emboraeste mesmo tribunal já tenha acolhido tese oposta, isto é, reconvenção e a contestação sejamapresentadas dentro do prazo de resposta, independentemente de serem protocolizadas no mesmomomento (RT 754/243). Assim, não ocorrerá preclusão consumativa da reconvenção, por exemplo,se o réu protocola a contestação no 3º dia do prazo, e a reconvenção no 10º. O CPC só exige que acontestação e a reconvenção sejam apresentadas simultaneamente, não englobando, portanto, aexceção, que inclusive ao ser oposta suspende o prazo de resposta.

De outro lado, o CPC diz que a reconvenção e contestação devem serapresentadas em peças autônomas. Por isso, caso seja a reconvenção apresentada na mesma peça

da contestação há quem entenda que a reconvenção é inepta, pois, reprise: o CPC exige peçasautônomas. Todavia, há entendimento oposto dizendo que tal circunstância constitui mera

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irregularidade, podendo ser conhecida da reconvenção caso a contestação contenhainequivocamente uma reconvenção.

Admite-se reconvenção no procedimento sumário?R – Proibição expressa não há, mas, mesmo assim, não se admite

reconvenção no procedimento sumário tendo em vista a celeridade que é um fator central desteprocedimento. Há, assim, incompatibilidade entre a reconvenção e o procedimento sumário. Alémdisso, é de se ver, que em razão da celeridade e por disposição expressa não se admite noprocedimento sumário a ação declaratória incidental – semelhante à reconvenção-, intervenção deterceiros, salvo a assistência e recurso de terceiro prejudicado. No mais, o procedimento sumário édúplice, em que o réu poderá formular pedido a seu favor, desde que fundado nos mesmos fatosreferidos na inicial.

Admite-se reconvenção nos procedimentos especiais?R – Desde que a ação que se processe pelo procedimento especial

seja compatível com o processamento da reconvenção, é esta admitida. Sempre cabe reconvenção

quando, depois de determinada providência preliminar inicial, tal como a oblação, na consignatóriaou a liminar em possessória, por exemplo, o procedimento especial tomar o rito comum ordinário.

Admite-se reconvenção nas ações possessórias?R – Não cabe reconvenção nas ações possessórias, se o objeto da

reconvenção já estiver incluído na duplicidade das possessórias. Esta duplicidade se restringe aospedidos de proteção possessória e indenização por perdas e danos. Haveria falta de interesseprocessual, pois a contestação da possessória, relativamente àqueles bens da vida, serve de pedido,limitado ao que consta do art. 922, CPC. Por isso, caso o pedido da reconvenção seja diverso daspretensões possessórias e indenização cabe em tese a reconvenção. A jurisprudência nega ocabimento da reconvenção nas ações possessórias, sem se dar conta das especificidades aqui

analisadas.

Admite-se reconvenção no processo de execução?R – Um dos requisitos da reconvenção é de ser conexa com a ação

principal ou com o fundamento da defesa, de sorte que é cabível no processo de conhecimento, paraque seja julgada juntamente com a ação principal, na mesma sentença. Como no processo deexecução não existe sentença de mérito sobre a lide, incabível aí a reconvenção.

Admite-se reconvenção no processo cautelar?R – Não cabe pelos mesmos fundamentos da execução.

Admite-se reconvenção em ação rescisória?R – É cabível se o objeto da reconvenção for, também, de rescindir amesma sentença ou acórdão.

Não cabe reconvenção no procedimento da Lei 9.099/95, consoanteexpressamente previsto no artigo 31. Permite-se, no entanto, que o réu na contestação formulepedido contraposto ao do autor; devendo ser julgado na mesma sentença tanto o pedidocontraposto como a ação proposta pelo autor. Os requisitos para o pedido contraposto são: deduzi-lo em contestação, matéria constante da competência do JEC, fundado nos mesmos fatos objeto dacontrovérsia.

Parte ativa: - Somente o réu (reconvinte) pode reconvir ao autor (reconvindo);

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- Se a reconvenção reclama litisconsórcio necessário, deverá o réu se associar ao litisconsorte paraajuizar a reconvenção, caso contrário não será possível;- Havendo mais de um réu, e não reclamando litisconsórcio necessário, qualquer réu pode,independente da anuência do outro, oferecer reconvenção;- O assistente simples como não pode deduzir pedido autônomo não pode, obviamente, oferecer

reconvenção;- O curador especial não tem legitimidade para oferecer reconvenção;- Segundo Dinamarco, é possível ao réu associar-se a terceiro, que não faz parte do processo, paraajuizar reconvenção, caso se caracterize litisconsórcio simples e facultativo;

Parte passiva: - Em tese o réu pode oferecer reconvenção contra o autor e contra outros co-réus, se distintos osinteresses;- Havendo mais de um autor, pode ser oferecida a reconvenção contra um deles, se não sãolitisconsortes necessários;- Não se admite reconvenção contra terceiro que não faz parte da ação principal (controvertido),

devendo propor ação autônoma, mas pela conexão as ações poderão ser reunidas;- Admite-se, porém, reconvenção contra o terceiro, que não faz parte da ação principal, quando ele(terceiro) e o autor da ação principal forem considerados litisconsortes necessários-unitários nareconvenção. No mesmo sentido é cabível reconvenção se o terceiro e o autor da ação principal sãolitisconsortes facultativo simples. Registre-se que há posição contrária, não admitindo reconvençãocontra quem não é parte na ação principal. Em outros termos: é possível e até recomendável aampliação subjetiva da relação processual, mediante reconvenção que lhe traga sujeitos estranhos aela, uma vez que tudo quanto for possível para extrair do processo o máximo proveito útil. Porém,essa ampliação subjetiva, em tese, e dependendo da peculiaridade de cada caso, só pode ocorrer ouquando o integrante novo trazido na contra-ação formar, com o autor da demanda inicial, umlitisconsórcio necessário, ou quando os direitos ou as obrigações em causa derivarem do mesmo

fundamento de fato ou de direito.

O interesse processual da reconvenção vislumbra-se quando o réunão puder obter o mesmo bem da vida pleiteado em reconvenção na contestação. Por isso háausência de interesse quando o bem pleiteado na reconvenção pode ser obtido na contestação,como ocorre nas ações dúplices.

Competência: o juiz da causa principal é o competente para ação reconvencional. Cabe, porém, fazeruma ressalva qual seja: o juiz da ação principal será competente para a reconvenção se for, também,competente absoluto para esta. Assim, se a ação principal é de competência da vara especializada dafamília, e a reconvenção for de competência da vara cível, não será possível a reconvenção.

Qual recurso é tirado da decisão que indefere liminarmente areconvenção?

R – A decisão que indefere a reconvenção é interlocutória, sendodesafiada pelo recurso de agravo de instrumento. Há, no entanto, quem considere o ato como desentença, pois põe fim a reconvenção, que tem natureza de ação, e, consequentemente, deve-sefalar em apelação. De qualquer sorte, interpostos quaisquer desses recursos, entende-se que deveprocessá-los diante do princípio da fungibilidade dos recursos. Do mesmo modo cabe agravo dadecisão que extingue a ação principal, mantendo o processamento da reconvenção.

Questão que merece comentar é sobre a impossibilidade de

reconvenção quando na ação principal figurar o autor como substituto processual, conformeparágrafo único do art. 315, CPC.

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Consigna-se, no entanto, entendimento de Rogério Tucci quesustenta ser possível a reconvenção se o seu pedido se dirigir contra o substituto e substituído(litisconsórcio facultativo unitário), incluindo ambos no polo passivo da reconvenção.

Importante notar que o caso em tela é de substituição processual,sendo perfeitamente cabível a reconvenção na hipótese de representação.

Admite-se reconvenção, cuja matéria esta elencada no rol doprocedimento sumário, estando a ação principal sob o procedimento ordinário?

R – Estando a causa principal sob o procedimento ordinário, pode oréu reconvinte ajuizar reconvenção, renunciando o sumário previsto para o procedimentoreconvencional, valendo aqui a permissão do art. 292, §2º, CPC, para a cumulação objetiva dasações.

Observações:- Súmula 258 STF: admite-se reconvenção em ação declaratória;- não cabe reconvenção em ação de alimentos, que tem rito especial;

- cabe reconvenção em ação de anulação de casamento, objetivando a separação judicial;- cabe reconvenção na consignação de pagamento, porque depois da audiência de oblação, aconsignatória toma o rito ordinário;

Admite-se reconvenção na ação de prestação de contas?R – Esta é uma ação de natureza dúplice, de modo que em tese não

se pode falar em reconvenção. Porém, o limite da duplicidade consiste em obter a declaração dodireito de receber, assim como do dever de receber as contas, que podem ser obtidos por meio dacontestação. Dessa forma, cabível é a reconvenção se o seu pedido estiver fora do alcance daduplicidade da ação principal.

O usucapião pode ser matéria de reconvenção em face de açãoprincipal reivindicatóriaR – Há dois posicionamentos. Além do usucapião poder ser utilizado

como matéria de defesa (237STF), a usucapião pode ser objeto de reconvenção em açãoreivindicatória. Em sentido contrário, não admitindo a reconvenção em razão da impossibilidade deampliação do pólo passivo da reconvenção, com a inclusão de terceiros (confrontantes) comolitisconsórcios necessários e a participação do MP. Ademais, o usucapião é matéria exclusivamentede defesa.

Qual o valor da causa na reconvenção?R – O valor deve observar as regras do CPC, que, em princípio, não

pode ser o mesmo da ação principal, por versar a reconvenção sobre bem da vida diverso.

Cabe revelia na reconvenção?R – É perfeitamente possível o reconvindo (autor da ação principal),

ser considerado revel na reconvenção, caso não apresente resposta; decorre o efeito da revelia,mesmo que dá intimação do advogado para contestar a reconvenção não conste a ressalva final doart. 285. É de se ver, porém, que não há que se falar em revelia, mesmo na ausência de contestação,se há antagonismo entre os argumentos da reconvenção e da ação principal.

Em tese é possível reconvenção da reconvenção, como uma dasformas de resposta, pois a lei processual não veda (RT 679/88 596/85). Registre-se, porém, que há

posição que não admite (RT 586/45), sustentando que a reconvenção é forma de resposta exclusivado réu na ação principal; sobremais, o art. 316, CPC, diz que o reconvindo (autor da ação principal)será intimado para contestar a reconvenção, negando, portanto, qualquer outra forma de resposta.

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É possível emendar a reconvenção?R – Tem-se entendido que não pode ser emendada a reconvenção,

muito embora seja ela uma inicial autônoma, pois o réu pode obter o resultado pretendido em açãoautônoma.

Atenção:- não pode o reconvindo (autor da ação principal) opor exceção de incompetência, pois ele escolheuo juízo quando aforou a ação principal;- como forma de resposta, o reconvindo poderá utilizar-se dos institutos da intervenção de terceiros,desde que presentes os requisitos legais. Não poderá, valer-se, todavia, da nomeação à autoria,porque se afastaria da lide reconvencional, que tramitaria entre o reconvinte e um terceiro que nãoé parte da ação principal;- a existência de causa que extinga a ação principal não obsta o prosseguimento da reconvenção.

É possível o julgamento antecipado da ação principal e da

reconvenção se ambas estiverem em condição de serem julgadas. Caso uma esteja em condição de julgamento e a outra não, inviável se torna o julgamento antecipado. Lembre-se que a extinção daação principal pode ocorrer, sem qualquer prejuízo para o prosseguimento da reconvenção. Dessadecisão cave agravo de instrumento.

Despesas processuais e honorários advocatícios na reconvenção?R – O vencido na reconvenção deverá suportar os ônus decorrentes

da sucumbência, independente do resultado da ação principal.