Água, direitos humanos e unasul – ausÊncias de marcos regulatÓrios comuns aos paÍses membros...

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Page 1: ÁGUA, DIREITOS HUMANOS E UNASUL – AUSÊNCIAS DE MARCOS REGULATÓRIOS COMUNS AOS PAÍSES MEMBROS DA UNIÃO DAS NAÇÕES SUL-AMERICANAS

S I M POR I 2 0 1 7

ÁGUA , D I R E I T O S HUMANO S E UNA SU LAU S Ê N C I A S D E MARCO S R E GU L A T Ó R I O S COMUN S

AO S P A Í S E S MEMBRO S DA UN I Ã O DA S NA ÇÕ E S S U L -

AMER I C ANA S

I S A B E L A B A T T I S T E L L O E S P Í N DO L A E C E L S O MARAN D E O L I V E I R A

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S O B R E O T R A B A L H O

ÁGUA , D I R E I T O S HUMANO S E UNA SU L

AU S ÊN C I A S D E MARCO S R E GU L A TÓ R I O S COMUN S AO S P A Í S E S MEMBRO S DA

UN I ÃO DA S NAÇÕ E S S U L - AMER I C ANA S

Este trabalho possui como tema geral os direitos humanos, mas aborda especificadamente o direito humano à água na região da América do Sul.

Propõe-se investigar nos países membros da União das Nações Sul- Americanas (UNASUL), um dos mais recentes processos de integração regional na América do Sul, a regulação jurídica do direito humano à água.

Parte-se do pressuposto que após o acesso à água ser elevado ao patamar de direitos humanos, mostrando que carrega um valor superior e indispensável a sobrevivência humana, ele carece constantemente de proteção jurídica e normativa expressa perante o Estado, para que se decorresse, por parte do poder público, o dever de garantia de tal direito.  

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UN I ÃO DA S NAÇÕ E S S U L - AMER I C ANA S

Artigo derivado da dissertação de mestrado:

“O direito humano à água na UNASUL: reconhecimento, tratamento normativo, garantias e desafios”, de Isabela Battistello Espíndola, orientada pelo Profº Dr. Celso Maran de Oliveira.

Referência completa:

ESPÍNDOLA, Isabela Battistello. O direito humano à água na UNASUL: reconhecimento, tratamento normativo, garantias e desafios. 2017.  104 f.  Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais) – Programa de Pós- Graduação em Ciências Ambientais, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos-SP, 2017.

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UN I ÃO DA S NAÇÕ E S S U L - AMER I C ANA S

PROCEDIMENTOS TÉCNICOS

PROCEDIMENTO DA PESQUISA

ABORDAGEM DA PESQUISA

Pesquisa bibliográfica

Pesquisa

documental

Pesquisa  comparativa

Método hipotético- dedutivo

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A PROTEÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

DIREITOS HUMANOS

São temas globais, que configuram-se, sob uma ótica jurídica, como interdependentes, universais, indivisíveis e inter-relacionados segundo Trindade

(2011).

As reflexões sobre os direitos humanos evoluíram consideravelmente com os episódios das duas

Guerras Mundiais e também por meio das diversas constatações de violações dos direitos e liberdades

dos indivíduos no decorrer dos anos. 

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A PROTEÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

DIREITOS HUMANOS

Ao se discorrer sobre o direito humano à água, não se deve excluí-lo dessa evolução histórica, pois é

impossível compreendê-lo sem relacioná-lo com o passado que carrega, seja como um direito humano, bem fundamental ou elemento da

natureza.

Do mesmo modo, não se deve destitui-lo dos movimentos que ocorreram nos últimos anos e resultaram em um verdadeiro repensar sobre a

relação do ser humano para com à água.

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A PROTEÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

DIREITOS HUMANOS

Além da DUDH, Borges e Borges (2011) consideram  como os principais instrumentos normativos

sustentadores da proteção universal dos direitos humanos os seguintes documentos:

Carta das Nações Unidas (1945); Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966); Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966);

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A PROTEÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

Declaração Universal dos

Direitos Humanos

Foi estabelecida em um contexto de pós-guerra, no qual uma sociedade fragilizada prezava para que os

direitos dos indivíduos fossem assegurados universalmente.

Define a garantia universal e internacional de direitos e de diferentes liberdades visando o bem-estar e a dignidade humana (ALVES, 2005; GODINHO, 2006).

Piovesan (2000) caracteriza a DUDH como o maior marco do processo de reconstrução dos direitos

humanos.

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A PROTEÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

Declaração Universal dos

Direitos Humanos

Não é dotada de natureza coercitiva, pois trata-se de uma resolução da Assembleia Geral das Nações

Unidas, adquirindo assim a natureza jurídica de uma soft law (GODINHO, 2006; ALVES, 2007).

Na prática, todavia, a DUDH adquire obrigatoriedade pelo fato de ser aceita como um instrumento de

referência na determinação da proteção dos direitos humanos pela comunidade internacional.

É inegável a representatividade da Declaração para a proteção dos direitos humanos. 

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DA CONEXÃO DA ÁGUA COM O MEIO AMBIENTE, SAÚDE E DIREITOS HUMANOS

ÁGUA

Villar e Ribeiro (2012) afirmam que a percepção da finitude, vulnerabilidade, escassez e

imprescindibilidade da água trouxe à tona uma temática que foi por muito tempo deixada de lado e não devidamente enfatizada no cenário internacional.

Essa discussão se intensificou a partir de 1970, e o

reconhecimento da importância da água ao longo dos últimos anos acarretou consequências positivas e

negativas para a questão hídrica, constatando assim a diversidade de interesses com relação ao recurso

(SHIVA, 2003).  

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DA CONEXÃO DA ÁGUA COM O MEIO AMBIENTE, SAÚDE E DIREITOS HUMANOS

ÁGUAMercantilização e privatização da água; Commodity estratégica para o mercado; Conflitos hídricos; Reconhecimento enquanto direito humano;

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DA CONEXÃO DA ÁGUA COM O MEIO AMBIENTE, SAÚDE E DIREITOS HUMANOS

DIREITOHUMANO À

ÁGUAInserir a água na lógica dos direitos humanos trata de

não a disponibilizar para o mercado e, ao mesmo tempo, propor que o Estado a proteja e assegure o seu fornecimento para todos os seus cidadãos. 

Demonstra que a água carece de uma humanização que promova um uso mais equitativo e eficaz desse recurso, colocando em questionamento a tendência

de mercantilização da água.  

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DA CONEXÃO DA ÁGUA COM O MEIO AMBIENTE, SAÚDE E DIREITOS HUMANOS

DIREITOHUMANO À

ÁGUAOrdóñez García (2016) considera o reconhecimento do direito humano à água como um verdadeiro dilema

que a sociedade enfrenta.

Isso porque para muitas nações o acesso à água com qualidade e quantidade suficiente ainda se apresenta

como uma aspiração, seja decorrente da falta de vontade política, interesse econômico ou pelas mudanças climáticas que assolam os Estados. 

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DA CONEXÃO DA ÁGUA COM O MEIO AMBIENTE, SAÚDE E DIREITOS HUMANOS

PROBLEMAS RELACIONADOS

À ÁGUA

-Dificuldade de acesso; -Qualidade;

-Quantidade; -Distribuição desigual dos recursos;

-Mau gerenciamento; -Desperdício dos recursos;

-Poluição; -Crescimento populacional;

-Excluídos hídricos; -Saúde pública;

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DA CONEXÃO DA ÁGUA COM O MEIO AMBIENTE, SAÚDE E DIREITOS HUMANOS

DESAFIO ATUAL

Não se baseia somente em sua fundamentação, mas também sua efetivação, já que apesar da grande

proliferação de instrumentos normativos internacionais para os direitos humanos no século XX, estes ainda necessitam de mais bases para sua real

efetivação e cumprimento.

Villar e Ribeiro (2012) adotam uma postura semelhante, pois defendem que os maiores

problemas para a efetivação do direito humano à água estão nas instituições e nas gestões desse

recurso natural. 

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DA AUSÊNCIA DE MARCOS REGULATÓRIOS COMUNS AOS PAÍSES MEMBROS DA UNASUL PARA O DIREITO HUMANO À ÁGUA

UNASUL

Entidade jurídica internacional resultante do acirramento de processos de integração, formada em 2008 por doze países do subcontinente sul-americano.

Abrange praticamente todo o espaço ambiental da

América do Sul, o que para Senhoras et al. (2009) é uma vantagem, já que a região é bastante beneficiada pelas

suas diversas reservas de recursos naturais, como minérios, hidrocarbonetos e biodiversidade.

30% das fontes de água doce do mundo (UNASUR,

2015). 

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DA AUSÊNCIA DE MARCOS REGULATÓRIOS COMUNS AOS PAÍSES MEMBROS DA UNASUL PARA O DIREITO HUMANO À ÁGUA

UNASULExistiria para Rodrigues (2014) uma necessidade para os países unasulinos em atrelar as questões ambientais a outros temas de interesse da UNASUL, a exemplo da

segurança, telecomunicações, propriedade intelectual, dentre outros.

Além desta demanda interna, existe todo um contexto internacional que cobra por novas posturas dos Estados,

uma que inclua o meio ambiente no arcabouço institucional e jurídico de cada país. 

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DA AUSÊNCIA DE MARCOS REGULATÓRIOS COMUNS AOS PAÍSES MEMBROS DA UNASUL PARA O DIREITO HUMANO À ÁGUA

UNASULImportante notar que o tema ambiental insere-se nas

preocupações da UNASUL.

Comprova-se tal fato pelas declarações e menções feitas nos objetivos do Conselho Energético Sul-americano (CES), do Conselho Sul-americano de Infraestrutura e

Planejamento (COSIPLAN), do Conselho Sul-americano de Economia e Finanças (CSEF) e no próprio Tratado Constitutivo da União (RODRIGUES, 2013; ESPÍNDOLA,

2017). 

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DA AUSÊNCIA DE MARCOS REGULATÓRIOS COMUNS AOS PAÍSES MEMBROS DA UNASUL PARA O DIREITO HUMANO À ÁGUA

UNASULOs países que fazem parte da UNASUL introduziram a

proteção do meio ambiente em suas respectivas normas constitucionais, mostrando que à tutela do

meio ambiente possui amparo legislativo e normativo.

os países membros da UNASUL possuem políticas ambientais nacionais, refletindo que o patrimônio ambiental dos países foi elevado a um assunto de interesse nacional, necessário para a proteção da dignidade humana e condição para a garantia do

desenvolvimento sócio econômico.

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DA AUSÊNCIA DE MARCOS REGULATÓRIOS COMUNS AOS PAÍSES MEMBROS DA UNASUL PARA O DIREITO HUMANO À ÁGUA

UNASUL E MEIO

AMBIENTE

DIREITO HUMANO À

ÁGUA

-Não existe um consenso entre os países membros da UNASUL;

-A própria UNASUL ainda não reconhece esse direito humano;

Por mais que países como a Bolívia e o Equador tenham sido protagonistas na promoção e defesa do direito humano à água (YIP; YOKOYA, 2016), eles, em conjunto com o Uruguai, são os únicos

membros da UNASUL que reconheceram explicitamente a água como um direito humano

em suas Constituições. 

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UN I ÃO DA S NAÇÕ E S S U L - AMER I C ANA S

DA AUSÊNCIA DE MARCOS REGULATÓRIOS COMUNS AOS PAÍSES MEMBROS DA UNASUL PARA O DIREITO HUMANO À ÁGUA

Por mais que assegurar a proteção da água e fortalecer a exigibilidade do fornecimento deste recurso a toda a população seja, simultaneamente,

garantir a sobrevivência do ser humano, Yip e Yokoya (2016) demostram que muitos dos tratados e documentos de direitos humanos, que servem como norte para a defesa e preservação dos direitos dos homens, não mencionam

a água no rol de direitos garantidos.

O referencial teórico do direito humano à água parte, em princípio, de outros direitos humanos, tais como direito à vida, direito à

dignidade, direito à saúde, dentre outros

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CONCLUSÕES

Inexiste um documento formal da

UNASUL que reconheça a água

como direito humano

Muito menos um que tenha sido ratificado

por todos os seus países membros

Muitos dos Estados membros ainda carecem de um reconhecimento expresso em suas

respectivas Constituições

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CONCLUSÕES

O reconhecimento da água como um direito humano é, sem dúvida, um avanço para a sociedade, mas é preciso compreender que ele não é uma fórmula mágica que irá resolver todas as mazelas e dificuldades que se

atrelam aos recursos hídricos. 

Isso demonstra que a proteção jurídica do direito humano à água evolui com muitas disparidades entre os Estados, sobretudo devido a disputas

internas que, em muitos casos, prolongam e dificultam a proteção jurídica e garantia do direito humano à água.

Constata-se assim que o direito humano à água necessita de proteção

jurídica e normativa expressa nos países membros da UNASUL, pois até o presente momento é praticamente incipiente o avanço da legislação

constitucional desse direito no âmbito da UNASUL. O que representa uma situação alarmante, principalmente frente a iminente situação de

escassez hídrica mundial.

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REFERÊNCIASAGNU – Assembleia Geral das Nações Unidas. Resolução 64/292 - The human right to water and sanitation, UN Doc. A/RES/64/292, Nova Iorque, 28 jul. 2010. Disponível em: <www.un.org/documents>. Acesso em: 29 out. 2016. ALVES, J. A. L. Os direitos humanos como tema global. São Paulo: Perspectiva, 2007. 199 p. BARBOSA, E. M. Água doce: direito fundamental da pessoa humana. Âmbito Jurídico, v. 11, n. 58, out. 2008. Disponível em:  <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php? n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3172>. . Acesso em: 26 mar. 2016.  BARLOW, M.; CLARK, T. Ouro azul: como as grandes comporações estão se apoderando da água doce do nosso planeta. Tradução Natália Coutinho Mira de Assumpção. São Paulo: M. Books, 2003. ESPÍNDOLA, I.B. O direito humano à água na UNASUL: reconhecimento, tratamento normativo, garantias e desafios. 2017.  104 f.  Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos-SP, 2017. FERREIRA, L. Do acesso à água e do seu reconhecimento como direito humano. Revista de Direito Público, Londrina, v. 6, n. 1, p. 55-69, jan/abr. 2011.FERRI, C.; GRASSI, K. A proteção da água potável enquanto bem comum da humanidade: uma leitura apartir de Vandana Shiva. Revista do Direito Público, Londrina, v.9, n.3, p.9-24, set./dez.2014. ONUBR - Nações Unidas no Brasil (a). Direito a água potável e saneamento básico é juridicamente vinculativo, afirma Conselho de Direitos Humanos da ONU. ONUBR, 04 out. 2010. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/direito-a-agua-potavel-e-saneamento-basico-e-juridicamente-vinculativo-afirma- o-conselho-de-direitos-humanos-da-onu/>. Acesso em: 23 mar. 2016.ONUBR - Nações Unidas no Brasil (b). Água potável: direito humano fundamental. ONUBR, 28 jul. 2010. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/agua-potavel-direito-humano-fundamental/>. Acesso em: 23 mar. 2016. RIBEIRO, W. C. Geografia Política da Água. 1º ed. São Paulo: Editora Annablume, junho, 2008. 162 p. VILLAR, P. C.; RIBEIRO, W. C. A percepção do direito humano à água na ordem internacional. Revista de Direitos Fundamentais e Democracia, Curitiba, v. 11, n. 11, p. 358-380, jan./jun. 2012.