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Projecto Educativo 2008 _________________________________________________________________________________________________________
Agrupamento de Escolas de Vouzela 2
“–Diga-me, por favor, a partir daqui, que caminho devo seguir?
– Isso depende bastante do sítio para onde queres ir – respondeu o
Gato.
–Pouco me importa para onde – disse a Alice.
–Então, não tem importância para que lado vais – disse o Gato.
– Contanto que vá a qualquer parte – acrescentou Alice,
explicando-se melhor.
– Ah, isso é que vais, de certeza – disse o Gato –, se andares o
suficiente…”
Lewis Carrol, Alice no País das Maravilhas
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Agrupamento de Escolas de Vouzela 3
ÍNDICE
1. Introdução ................................................................................ 6
2. Caracterização do Meio ................................................................. 7
2.1. O Concelho de Vouzela ....................................................... 7
2.2. A sua História .................................................................. 7
2.3. Aspectos Sócio-económicos .................................................. 8
2.4. Ambiente ....................................................................... 9
2.5. Infra-estruturas .............................................................. 10
2.6. Educação ..................................................................... 10
2.7. Cultura ........................................................................ 11
2.8. Desporto ...................................................................... 12
2.9. Turismo ....................................................................... 12
2.10. Conclusões .................................................................. 13
3. Caracterização do Agrupamento .................................................... 13
3.1. População Escolar/Alunos ................................................. 14
3.1.1. Alunos com Necessidades Educativas Especiais .............. 15
3.2. Sucesso Educativo ........................................................... 16
3.3. Recursos Humanos .......................................................... 16
3.3.1. Pessoal Docente .................................................. 16
3.3.2. Pessoal Não Docente ............................................. 17
3.4. Recursos Físicos ............................................................. 18
3.5. Recursos Materiais .......................................................... 19
4. Princípios e Valores ................................................................... 19
5. Diagnóstico ............................................................................. 21
5.1. Pontos Fracos a Desenvolver .............................................. 21
5.2. Pontos Fortes ................................................................ 22
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6. Projecto ................................................................................. 23
6.1. Finalidades e Objectivos Educativos ..................................... 23
6.2. Metodologias e Estratégias ................................................ 25
6.3. Metas .......................................................................... 26
7. Avaliação ................................................................................ 27
7.1. Avaliação dos Alunos ....................................................... 27
7.2. Avaliação de Desempenho do Pessoal Docente ......................... 28
7.3. Avaliação de Desempenho do Pessoal Não Docente.................... 29
7.4. Avaliação do Agrupamento de Escolas ................................... 29
8. Divulgação .............................................................................. 30
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1. INTRODUÇÃO
“ As escolas são estabelecimentos aos quais está confiada uma missão de
serviço público, que consiste em dotar todos e cada um dos cidadãos das
competências e conhecimentos que lhe permitam explorar plenamente as suas
capacidades, integrar-se activamente na sociedade e dar um contributo para a
vida económica, social e cultural do País.” (Decreto-Lei nº 75/2008, de 22 de
Abril, Introdução).
Numa sociedade cada vez mais complexa e onde as mudanças se sucedem
em catadupa e a um ritmo tantas vezes vertiginoso, exige-se às Escolas e aos
seus profissionais esforços redobrados no sentido de levar a cabo a função
educativa de que estão investidos, e que se desdobra em áreas determinantes,
como são a das atitudes e a dos valores que, juntamente com os conhecimentos
e as competências, promovem a formação integral do indivíduo.
Sendo cada Escola uma instituição única, com identidade própria, no
sentido em que não pode dissociar-se do meio em que está inserida e da
realidade à qual deve dar as respostas adequadas, porque necessárias, cabe a
cada Escola, fazendo uso da sua autonomia, definir, em função dessa realidade,
o percurso que a conduza ao destino almejado.
O Projecto Educativo, enquanto “… documento que consagra a orientação
educativa do agrupamento de escolas ou escola não agrupada, (…) no qual se
explicitam os princípios, os valores, as metas e as estratégias segundo os quais o
agrupamento de escolas ou escola não agrupada se propõe cumprir a sua função
educativa” (Decreto-Lei nº 75/2008, de 22 de Abril, Artigo 9º, ponto 1, alínea a),
assume, assim, primordial relevância enquanto instrumento do exercício dessa
autonomia.
Cabendo ao Conselho Pedagógico a sua elaboração e ao Conselho Geral a
sua aprovação, acompanhamento e avaliação da sua execução, de acordo com o
estabelecido no Decreto-Lei nº 75/2008, e constituindo elemento de referência
da avaliação do desempenho dos professores (Decreto -Regulamentar nº 2/2008,
de 10 de Janeiro, Artigo 8º, ponto 1, alínea a), o Projecto Educativo – e este
Projecto Educativo – é, pois, resultante de uma dinâmica participativa e
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integrada, que pensa a educação enquanto processo nacional e local, procurando
mobilizar todos os elementos da Comunidade Educativa, e assumindo-se como o
rosto visível da especificidade e autonomia da nossa Escola.
Sendo um documento aglutinador e orientador dos sonhos, caminhos,
metas e possíveis realizações, pretende ser o “motor” de mudança, partindo da
inventariação de problemas e de diferentes modos de resolução, tendo em conta
os recursos possíveis e aqueles que podem ser mobilizados. Desta forma,
pretendemos construir uma sociedade mais justa e solidária, onde todos tenham
igualdade de oportunidades, o que, no contexto envolvente, nem sempre é
possível.
2. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO
2.1. O CONCELHO DE VOUZELA
Tendo a norte o maciço da Gralheira, a sul a serra do Caramulo e a oeste
a serra das Talhadas, o concelho de Vouzela estende-se gradativamente em
direcção ao Vale do Vouga e constitui um dos concelhos das terras de Lafões.
Foi desde sempre terra de encruzilhadas: nasceu no cruzamento de três
vias militares romanas (uma seguia para Lamego, outra para Viseu e outra rumo
ao mar), desenvolveu-se com a E. N. 16, que liga Viseu a Aveiro e beneficia, nos
nossos dias, da proximidade com o IP5 / A 25, que liga a Europa à beira-mar.
Sabe-se que Vouzela foi conhecida no tempo dos romanos. Da sua
passagem datou o étimo Vaucella para juntar os topónimos de Vauca e Zella, o
primeiro que designava então o rio Vouga e o segundo o pequeno afluente que
banha a povoação.
2.2. A SUA HISTÓRIA
Da Pré-História ficaram-nos antas, menires, mamoas, grutas, cavernas,
que o Professor Doutor Amorim Girão inventariou e estudou, mas que, nos nossos
dias, jazem abandonados por serranias e montes.
Dos Romanos, ficaram-nos estradas, pontes, inscrições: resistiram cerca
de dois mil anos, mas, no caso das vias, correm sérios riscos de serem deglutidas
por necessidade de progresso e por incúria.
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Dos Visigodos, talvez a aldeia de Alcofra, que em Árabe significava “os
infiéis”, e que designava um núcleo Hispano-Visigodo, infiel ao Islão.
Dos Árabes, ficaram-nos topónimos, como Bandavises ( Ben-dab-Ina); usos
e costumes como as “noras” e “cegonhas” de tirar água, açudes e numerosas
lendas que povoaram o imaginário popular até aos nossos dias e que serviram de
entretenimento nos longos serões das aldeias. É por demais conhecida a lenda de
Figueiredo das Donas.
A Idade Média deixou-nos a Igreja Matriz, do século XII, em estilo
Românico, castelos (torres), paços, pelourinhos. Alguns destes exemplares estão
votados ao abandono.
Dos séculos XI, XII e XIII ficaram fontanários, igrejas, numerosos solares e
capelas.
Sobre o concelho e Vila de Vouzela existe documentação escrita desde o
século XIII (1258).
Em 1307, o rei D. Dinis concede-lhe o primeiro foral, ao instituir a “Feira
Mensal”.
Em 1436, D. Duarte concede-lhe o segundo foral, criando o concelho de
Lafões e colocando a capital em Vouzela.
Em 1514, o rei D. Manuel concede-lhe o terceiro foral que ainda hoje se
encontra no Museu Municipal e do qual foi feita uma publicação, no ano de 1997.
Em 1836, o concelho é desmembrado e dividido entre S. Pedro do Sul e
Oliveira de Frades, restando a Vouzela 12 das 44 freguesias iniciais.
2.3. ASPECTOS SÓCIO – ECONÓMICOS A população é constituída por 11916 habitantes o que revela, em relação
a 1970, um decréscimo de 1569 habitantes (11,6%).
Na sua maioria, as freguesias perderam população, à excepção da sede do
concelho, Fornelo do Monte, Queirã e Fataunços, que registaram um
crescimento ligeiro de 78, 3, 12 e 6 habitantes, respectivamente. Pensamos que
será um dos problemas a resolver: fixar as populações e evitar o êxodo para os
grandes centros.
O Concelho de Vouzela apresenta um forte envelhecimento da população,
sendo que existe uma relação de 149 idosos por 100 jovens.
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A população activa agrupa-se sectorialmente do seguinte modo:
Devido, provavelmente, à proximidade da A25, o sector secundário está a
aumentar significativamente e conta no momento com mais de 200 empresas.
2.4. AMBIENTE
Há um princípio camarário que proíbe indústrias poluentes e, portanto,
quanto à poluição atmosférica, não se observam problemas dignos de nota, à
excepção dos fogos de Verão e de alguma indústria agro-pecuária. O mesmo não
se poderá dizer quanto à poluição das águas, uma vez que os rios Vouga e
Alfusqueiro atingem níveis preocupantes.
A ETAR começou o seu funcionamento a 19 de Junho de 2001, mas ainda
não satisfaz minimamente as necessidades de toda a população.
Tem-se feito pressão sobre os suinicultores e avicultores da região, de
modo a beneficiarem as suas empresas com sistemas de tratamento das águas
residuais.
Quanto ao ambiente natural, é de registar a “Reserva Botânica de
Loendros” (Rododendros), raríssima, uma vez que na Europa só existe uma
idêntica. Neste momento integra a Rede Natura 2000.
A mata do Monte do Castelo, de vegetação luxuriante, é um exemplo
típico do bosque das zonas temperadas. Infelizmente, não tem conseguido
escapar à fúria das chamas, na época estival. O mesmo destino têm tido as zonas
de pinhal e eucaliptal.
As manchas de soutos estão praticamente desaparecidas, havendo ainda
vestígios em Covas, na freguesia de Fornelo do Monte.
32%
66%
2%
Sector Primário Sector Secundário Sector Terceário
Figura 1: Agrupamento Sectorial da População
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As manchas de carvalhos têm sofrido cortes maciços.
Como nota positiva, é de salientar a participação desta Escola na
reflorestação e no embelezamento de uma zona de lazer, no Monte do Castelo,
no âmbito do Clube da Floresta, integrado no PROSEPE, e em actividades
conjuntas com o Município e Associações afins.
2.5. INFRA-ESTRUTURAS
Electricidade: Todo o concelho está electrificado.
Saneamento básico: Água ao domicílio existe nas 12 freguesias, mas não
cobre, ainda, todos os “lugares”.
A rede de saneamento existe já em algumas freguesias, abrangendo cerca
de 40% da população.
Rede Viária: Satisfatória. Parte do concelho já beneficiou de obras de
melhoramento e outras estão a decorrer.
Centro de Saúde: Unidade moderna e funcional, embora desde
01/01/2008 tenha deixado de usufruir do serviço de urgência permanente para
passar a funcionar das 8 às 24 horas – Consulta aberta. Possui quatro extensões
espalhadas pelo Concelho.
Tem colaborado com a Escola no domínio da saúde escolar, nas seguintes
vertentes:
Vacinação;
Higiene dentária;
Alimentação;
Segurança rodoviária;
Acções de formação dirigidas a toda a comunidade educativa;
Programa de Educação para a Saúde (PES).
2.6. EDUCAÇÃO
São as seguintes as instituições/entidades/organizações vocacionadas para
a Educação:
Agrupamento de Escolas de Vouzela (Educação Pré-escolar, 1.º e 2º
Ciclos do Ensino Básico);
Escola Secundária de Vouzela (com 3º CEB);
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Agrupamento de Escolas de Campia (Educação Pré-escolar, 1º, 2º e
3º CEB);
Escola Profissional de Vouzela;
Instituto Missionário Marista – logística e acompanhamento aos
jovens;
Pólo da Assol – Associação de Solidariedade Social de Lafões, em
Cambra;
Santa Casa da Misericórdia (Educação Pré-escolar – Creche e
Jardim de Infância - e Actividades de Tempos Livres até ao 6º ano);
Conselho Municipal de Educação;
Centro de Formação Contínua Castro Daire/Lafões;
Associações de Pais e Encarregados de Educação;
Educação para adultos promovida quer pelo Agrupamento de
Escolas, quer em parceria com outras instituições;
Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Vouzela;
Rede Social
Escola Segura
2.7. CULTURA
Neste domínio, há muito trabalho sistemático a desenvolver, embora
existam bandas musicais, grupos de cantares, ranchos folclóricos e associações
culturais e recreativas.
A Biblioteca/Ludoteca e o Museu Municipais foram alvo de requalificação,
prestando bons serviços à comunidade.
Existe um Cine -Teatro que, para além de cinema, serve de palco para
outras iniciativas de carácter artístico e cultural e que tem apoiado as tardes de
cinema e outras actividades recreativas e culturais realizadas pelo nosso
Agrupamento de Escolas.
A Biblioteca é um espaço vivo, que se tem esforçado por oferecer aos
jovens actividades diversas que os motivem para a leitura. Enquanto espaços
muito atractivos para camadas mais jovens, existem a Ludoteca e o EspaçoNet.
A Biblioteca Itinerante - Bibliomóvel - serve todas as freguesias do
concelho, nomeadamente os alunos do 1º Ciclo.
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No Museu Municipal decorrem, para além da exposição fixa de objectos
de arte e artesanato ligados ao Concelho, exposições temporárias de pintura,
escultura, colagens e outros. É também um espaço que as Escolas podem utilizar
para a divulgação dos trabalhos realizados.
2.8. DESPORTO
Várias colectividades dinamizam as actividades desportivas.
As modalidades mais praticadas são o futebol, o andebol e o atletismo.
Existe um pavilhão polivalente que, durante os tempos lectivos, dá apoio
à Escola Secundária, estando aberto à comunidade a partir das dezoito horas e
fins-de-semana.
Como espaço de lazer e de aprendizagem de natação e outras
modalidades, podemos usufruir das instalações do Parque Municipal, com piscina
coberta e outros espaços desportivos.
O Instituto Missionário Marista possui um pavilhão polidesportivo que tem
dado apoio às actividades de Educação Física da EBI:
O Parque de Campismo Municipal dispõe também de instalações
desportivas e, recentemente, foram construídos, em algumas freguesias,
polidesportivos descobertos.
2.9. TURISMO
Estando o concelho de Vouzela inserido numa paisagem esplendorosa,
seria de esperar que usufruísse de infra-estruturas adequadas de modo a receber
condignamente todos aqueles que procuram esta região para desfrutarem dos
seus encantos naturais, arquitectónicos, artesanais e gastronómicos da zona.
No entanto, para além de uma Residencial existente na vila, a oferta de
turismo de habitação resume-se à Casa de Fataunços, localizada na aldeia com
o mesmo nome, à Casa das Ameias e à Casa Museu, em Vouzela.
Relativamente a áreas de lazer, na vila de Vouzela existe um Parque de
Campismo dotado de excelentes equipamentos, dispondo de infra-estruturas e
instalações desportivas, como piscinas, campos de voleibol e ténis.
Como factor dinamizador de turismo, é de salientar a gastronomia da
nossa região, famosa pelos deliciosos pastéis de Vouzela, os folares, os
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beijinhos, as passarinhas, as queijadinhas, os caladinhos, as raivas, a
saborosíssima vitela de Lafões e outros pratos confeccionados com a apetitosa
carne de porco.
O artesanato também está presente através das tecedeiras e dos
cesteiros, das capuchas e das capas de junco. É de referir ainda, porque é única
no país, “ a Carvalha Gorda”, fábrica de reciclagem de papel.
As lojas de antiguidades também contribuem para atrair turistas à nossa
região, nomeadamente durante o fim-de-semana.
2.10. CONCLUSÕES
Pelo exposto se verifica que existem potencialidades no Concelho de
Vouzela. Mas há muito trabalho a realizar e algum continuará a ter a
colaboração do Agrupamento de Escolas de Vouzela.
Há beleza natural circundante; quantidade e variedade de património;
gastronomia tradicional rica; cor local, patente nalgumas ruas e praças;
numerosas lendas e tradições. Torna-se necessário inventariar, catalogar,
estudar, cuidar, ajardinar, preservar e dinamizar todo este material/potencial.
Há que lutar pelo ambiente natural, ainda impoluto, e aniquilar os focos
nocivos, ao mesmo tempo que se deverá dar às pessoas substratos culturais que
lhes possibilitem lutar pelo seu bem-estar.
Há que procurar pessoal especializado, que forneça mão-de-obra
qualificada e que possa exigir condições dignas de trabalho e remuneração justa.
Há que fixar população, dando-lhe qualidade de vida, perspectivas de
futuro.
Há que criar um certo movimento cultural que leve as pessoas a tomar o
seu lugar no mundo de hoje, diminuindo assimetrias entre as várias regiões do
país e criando seres solidários e felizes.
3. CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO
O Agrupamento de Escolas de Vouzela abrange a Educação Pré-Escolar, o
1º e o 2º CEB. A sua formação remonta ao ano lectivo de 2001/2002, tendo sido a
antiga EB2 a constituir-se como sede para acolher nas suas estruturas
organizativas os outros ciclos de ensino /educação.
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A sua sede situa-se no centro da Vila de Vouzela, na actual EBI, que
integra, para além do 2º CEB, o 1º CEB e a Educação Pré-Escolar. O Agrupamento
é ainda constituído por mais 7 Estabelecimentos de Educação Pré-escolar, 7
Escolas do Primeiro CEB e 4 Salas de Apoio, dispersos pelo concelho, alguns de
difícil acesso, apresentando distâncias relativas consideráveis.
O facto apresentado tem dificultado, ao longo do tempo, o processo de
articulação horizontal e vertical. A dispersão cria dificuldades de comunicação e
informação, de gestão mais eficaz de recursos humanos, não só ao nível dos seus
horários e faltas, como também do seu potencial para a concretização dos
objectivos da missão. A nível pedagógico, não é fácil a partilha, a troca de
informações sem o carácter formal das reuniões.
De acordo com a Carta Educativa, prevê-se a constituição de um Centro
Escolar em S. Miguel do Mato, que acolherá os Jardins de Infância e 1º CEB de
Caria, Moçâmedes e Figueiredo das Donas. Deverá ainda ser constituído outro
Centro Escolar em Queirã, para acolher as crianças de Queirã, Carvalhal do
Estanho e Vasconha. Na EBI de Vouzela prevêem-se reajustamentos tendo em
conta que, pela sua localização, será o centro escolar por excelência.
3.1. POPULAÇÃO ESCOLAR/ ALUNOS
A população escolar, tendo em conta os três últimos anos, apresenta uma
média de 130 crianças na Educação Pré-Escolar, uma média de 287 alunos no 1º
CEB e uma média de 159 alunos no 2º CEB. Tem integrado cursos de formação de
adultos. (Quadro I).
2006/2007 2007/2008 2008/2009 Média
Pré-escolar 134 127 130 130
1ºCEB 295 287 279 287
2ºCEB 152 168 158 159
EFA 14 14 - -
Quadro I – Alunos por ano lectivo
Ao longo dos anos lectivos referidos, os alunos distribuíram-se por 11
grupos de educação pré-escolar, entre 21 e 23 turmas do 1º CEB, 5 ou 6 turmas
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do 5º ano e 5 ou 6 turmas do 6º ano. Nos anos lectivos de 2006/2007 e
2007/2008, funcionou ainda um Curso de Educação e Formação de Adultos de
dupla certificação, no âmbito das Novas Oportunidades.
3.1.1. Alunos com Necessidades Educativas Especiais
Existem alunos com limitações significativas ao nível da actividade e da
participação, num ou vários domínios de vida, decorrentes de alterações
funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando em dificuldades
continuadas ao nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da
autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação social. São alunos
com necessidades educativas especiais de carácter permanente, abrangidos pelo
Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, com a primeira alteração, Lei n.º
21/2008, de 12 de Maio, pertencentes ao quadro da Educação Especial. Segundo
este Decreto-Lei os alunos podem beneficiar de várias medidas educativas, de
acordo com as suas dificuldades.
Outros alunos há, que não sendo abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 3/2008,
também revelam dificuldades de aprendizagem e poderão beneficiar de apoio
educativo.
Para dar apoio aos alunos são necessários recursos humanos, professores
de educação especial, professores de apoio educativo, técnicos especializados,
auxiliares de acção educativa, que não existem em número suficiente nas
escolas.
Todos os alunos do 1.º e 2.º CEB, que apresentem dificuldades de
aprendizagem, devem beneficiar de medidas pedagógicas, segundo o Despacho
Normativo n.º 50/2005, de 9 de Novembro.
O Agrupamento de Escolas, através de uma parceria com a ASSOL,
Associação de Solidariedade Social de Lafões, beneficia do apoio de vários
técnicos, nomeadamente: psicóloga, terapeuta da fala, técnica de
acompanhamento e técnica de serviço social. O horário definido para o
Agrupamento é reduzido, uma manhã e uma tarde, semanalmente, para a
Terapeuta da Fala e a Psicóloga, respectivamente. Os restantes técnicos são
solicitados de acordo com as necessidades, tentando dar resposta na medida das
suas possibilidades. A escola beneficia também do apoio do psicólogo do SPO
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(Serviço de Psicologia e Orientação) da Escola Secundária de Vouzela, para
apoiar a escola do primeiro ciclo de Vouzela, uma tarde semanalmente.
A equipa dos apoios educativos é constituída pela Coordenadora, por um
representante do Órgão de Gestão, pelo docente de educação especial, pelos
professores de apoio educativo, pelos técnicos do Projecto Integrado da ASSOL e
pelo psicólogo da Escola Secundária.
Os alunos podem ser referenciados, em modelo próprio, que deverá ser
entregue ao Órgão de Gestão, para se proceder a uma avaliação especializada,
envolvendo os vários técnicos de acordo com as dificuldades do aluno. Este
processo é moroso e implica o preenchimento de vários documentos.
2006/2007 2007/2008 2008/2009
Pré-escolar 6 2 1
1ºCEB 22 18 18
2ºCEB 20 15 11
Quadro II – Alunos com necessidades educativas
3.2. SUCESSO EDUCATIVO
No que se refere ao sucesso educativo, tem-se verificado uma tendência
para aumentar, para o que têm contribuído algumas medidas aplicadas, não só
de âmbito geral (Plano da Matemática, Plano Nacional de Leitura), como no
âmbito do Projecto Educativo. Os Grupos de Desenvolvimento Diferenciado
constituem uma medida recentemente aplicada (ano lectivo 2007/2008) aos
alunos do 6º ano, nas disciplinas de Língua Portuguesa, Língua Estrangeira e
Matemática, determinada precisamente a tentar melhorar as aprendizagens dos
alunos e, com isso, aumentar os índices de sucesso.
3.3. RECURSOS HUMANOS
3.3.1. Pessoal Docente
O Agrupamento de Escolas de Vouzela apresenta um corpo docente
estável, na sua esmagadora maioria pertencente aos quadros de escola e de zona
pedagógica (Quadro III).
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2006/2007 2007/2008 2008/2009
Pré - escolar QE QZP CT
3 9 0
3 9 0
3 9 0
1ºCEB QE QZP CT
12 18 0
10 14 0
10 14 0
2ºCEB QE QZP CT
28 0 8
24 0 8
24 0 8
Quadro III - Número de docentes por ciclo e situação profissional
Este aspecto revela-se muito positivo pelo facto de favorecer a
continuidade educativa e a estabilidade dos grupos de trabalho. Verificam-se, no
entanto, algumas lacunas na formação dos docentes, concretamente ao nível das
novas tecnologias.
De registar ainda o reduzido número de docentes colocados nos apoios
educativos (2) e no Educação Especial (1), bem como de outros técnicos
especialistas, face às necessidades apontadas.
3.3.2. Pessoal Não Docente
No que se refere a pessoal não docente, a nível da Educação Pré-Escolar,
é, na sua maioria, colocado pela autarquia através de Contratos a Termo
Resolutivo Certo e o seu número é suficiente.
Já no que diz respeito ao 1º CEB, verifica-se a falta de auxiliares de acção
educativa, apesar da possibilidade de gestão articulada entre os diferentes
ciclos, possibilitando que as escolas do 1º CEB usufruam destes recursos
humanos. Neste e no 2º CEB, existem vários funcionários em situação de pré-
reforma que, ao atingirem a aposentação, serão apenas substituídos num rácio
de dois por um. Este processo antecipa-se à formação dos Centros Escolares,
levando a que a dispersão dificulte a gestão deste pessoal.
No que se refere a formação, apesar de terem usufruído de várias acções
de formação no âmbito do Centro de Formação de Lafões (agora designado
Centro de Formação de Castro Daire/Lafões) e outras facultadas pelo Município,
pelo Agrupamento e outras entidades, apresentam ainda algumas necessidades.
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3.4. RECURSOS FÍSICOS
Relativamente aos recursos físicos na Educação Pré-Escolar, o
Agrupamento tem usufruído de melhorias significativas com a implementação,
em parceria com a autarquia, do Programa de Expansão e Desenvolvimento da
Educação Pré-Escolar, através da Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar (Lei n.º
5/97 de 10 de Fevereiro), tendo-se assistido à construção de dois
estabelecimentos de educação pré-escolar de raiz (S. Miguel do Mato e Ventosa)
e à realização de obras de melhoramento noutros (Figueiredo das Donas, Paços
de Vilharigues e Vouzela). No entanto, existem ainda dois estabelecimentos de
educação pré-escolar com fracas condições e a necessitar de obras de
melhoramento (Fataunços e Queirã, este apesar da construção de raiz).
Todos os estabelecimentos de educação pré-escolar encontram-se
equipados com cozinha e cantina, que partilham com o Primeiro CEB. No
entanto, nem todos apresentam as melhores condições, como são os casos de
Fataunços e Queirã. O Jardim de Infância de Vouzela usufrui, tal como a escola
do Primeiro CEB, dos serviços do refeitório da EBI.
Os recursos físicos do Primeiro CEB são ainda muito limitados. A maioria
dos edifícios cinge-se ao Plano Centenário, constituídos por apenas uma sala de
aula, o que dificulta a implementação das Actividades de Enriquecimento
Curricular e a gestão do pessoal auxiliar nas tarefas de limpeza.
A Escola sede, edificada há cerca de cinquenta anos, destinada a ali ser
instalado o Externato de S. Frei Gil, tem sido alvo de obras de melhoramento.
Actualmente, usufrui de dois novos blocos, um composto por auditório e salas de
aula, de entre as quais algumas específicas - Ciências da Natureza, Educação
Visual e Tecnológica e Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC),
devidamente equipadas; o outro destinado a cozinha e refeitório.
O edifício antigo foi, recentemente, alvo de obras de melhoramento e
arranjo estético exterior. As obras no ginásio e na biblioteca (antigo refeitório)
encontram-se em fase de conclusão.
O auditório, com cerca de 80 lugares, constitui um bom recurso de apoio a
actividades como acções de formação, reuniões gerais, projecção de filmes e
outros trabalhos em suporte informático. Conjuntamente com a sala de TIC são
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Agrupamento de Escolas de Vouzela 18
frequentemente solicitados pela comunidade envolvente, sendo exemplo os
Cursos de RVCC e outros promovidos por diferentes instituições.
3.5. RECURSOS MATERIAIS
No que se refere a recursos materiais, os estabelecimentos de Educação
Pré-escolar encontram-se equipados com mobiliário, materiais pedagógicos e
audiovisuais em quantidade e qualidade razoáveis. O que não invalida uma
manutenção e aquisição constantes, devido ao desgaste e necessidade de
renovação, tendo em conta o número de anos e o grande número de horas que as
crianças passam na instituição. O material informático ainda escasseia, pois a
maioria das salas está equipada com um único computador, apenas
recentemente ligados à Internet.
No Primeiro CEB, os recursos materiais são ainda escassos, apesar de
algum esforço nos últimos anos para inverter esta situação. A implementação
das AEC permite que os alunos possam usufruir de outros materiais para o
desenvolvimento das actividades.
No que respeita a equipamento informático, na maioria das escolas existe
apenas um computador por sala. Aguarda-se, no entanto, que a implementação
dos computadores “Magalhães” venha suprimir a lacuna verificada: a
impossibilidade de todos os alunos terem acesso a esta nova ferramenta.
A EBI encontra-se equipada com os recursos materiais essenciais para o
funcionamento de cada sala específica, sector ou departamento educativo.
Verifica-se, no entanto, a necessidade de maior investimento em material
informático, a disponibilizar aos alunos, e em livros para enriquecer o espólio da
biblioteca.
4. PRINCÍPIOS E VALORES
Entendemos a escola como um local de encontro entre as pessoas, onde se
estabelecem relações dialécticas, onde é tão indispensável o ensino como a
aprendizagem. Nesta perspectiva, pretendemos caminhar no sentido de tirar o
maior e melhor proveito de todos os intervenientes que nela interagem:
professores, alunos, funcionários e pais. O acto de educar fornece ferramentas
ao ser humano que lhe possibilitam um crescimento interior, baseado em valores
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Agrupamento de Escolas de Vouzela 19
sólidos, permitindo-lhe vencer as adversidades da vida e atingir a plenitude
como ser humano.
O nosso Projecto Educativo tem por alicerces:
Os Princípios
Os Valores
As Metas
As Metodologias/Estratégias
São eles o suporte de toda a nossa acção educativa, bem como da
construção dos restantes documentos onde são delineados, quer as intenções
educativas, quer o caminho pedagógico a ser percorrido por cada turma/grupo.
A nossa realidade está em mutação permanente, não dando descanso à
capacidade de adaptação do ser humano.
Os valores que passavam de geração em geração perderam o seu sentido,
uma vez que não se tem, hoje em dia, tempo para reflectir e pensar na sua
importância na nossa vida. Entendemos que a Escola poderá desempenhar, aqui,
um papel precioso na reflexão e relançamento dum conjunto de princípios e
valores universais, tais como:
A Paz
O Amor
A Liberdade
O Respeito
A Justiça
A Verdade
A Tolerância
A Solidariedade
A Responsabilidade
Deste modo a Escola é:
lugar de crescimento /desenvolvimento;
lugar onde se gosta de estar;
lugar de partilha e solidariedade;
lugar onde se promove a cultura;
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Agrupamento de Escolas de Vouzela 20
lugar onde todos queremos ser felizes;
lugar onde se caminha para uma sociedade mais
justa e consciente do seu papel;
lugar onde se aprende a aprender, numa troca e
partilha de saberes, construindo assim o
conhecimento num enriquecimento mútuo.
5. DIAGNÓSTICO
5.1. PONTOS FRACOS A DESENVOLVER
Assimetrias de carácter sócio-económico entre os nossos alunos;
Baixo nível de escolaridade das famílias;
Baixo nível de participação das famílias na dinâmica da Escola e
do Agrupamento de Escolas;
Condições sócio-económicas difíceis;
Poucos interesses de carácter cultural das famílias e dos alunos;
Dificuldades dos alunos na língua materna, possuindo, na sua
maioria, um código reduzido;
Níveis de sucesso a Língua Inglesa aquém do expectável, face às
condições existentes;
Pouca observância, por parte de muitos alunos, das normas
padrão de conduta;
Desmotivação e baixo auto-conceito por parte de um número
considerável de alunos;
Parco conhecimento ao nível da utilização das novas tecnologias
de informação e comunicação;
Reduzida importância dada aos valores;
Poucas regras de trabalho;
Necessidade de integração dos alunos com Necessidades
Educativas Permanentes (Decreto – Lei n.º3/2008, de 7 de
Janeiro) na comunidade educativa e necessidade de mais recursos
humanos a nível de pessoal docente e não docente;
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Agrupamento de Escolas de Vouzela 21
Necessidade de integração de alunos, segundo o Despacho
Normativo 1/2006, de 6 de Janeiro, na comunidade educativa e
necessidade de mais recursos humanos especializados em áreas
específicas;
Necessidade de dotar todas as escolas do 1º CEB com pessoal
auxiliar de acção educativa;
Necessidade de formação específica do pessoal auxiliar e dos
assalariados responsáveis pela componente de apoio à família;
Falta de espaços adequados para recreios de Inverno e para o
desenvolvimento das actividades de enriquecimento curricular;
Falta de acompanhamento de muitos alunos por parte das
famílias.
5.2. PONTOS FORTES
Localização geográfica privilegiada com bons acessos viários;
Bom enquadramento paisagístico e ambiental, forte preocupação
política e educativa na preservação, com bom potencial de
desenvolvimento sustentável;
Dinâmicas/projectos de interiorização de regras educativas,
conducentes a estilos de vida saudáveis;
Apesar da pouca participação das famílias, a escola parece
inspirar um elevado grau de confiança;
Elevado intercâmbio comunitário através de parcerias (Município
de Vouzela, Centro de Saúde de Vouzela, GNR- Escola Segura,
AGU-AD, ADRL, AEL, ASSOL, Notícias de Vouzela, Rádio Vouzela,
entre outras, de âmbito mais alargado, tais como Universidades e
Institutos de Ensino Superior;
Recursos físicos e materiais em franco melhoramento, com uma
elevada preocupação em investir por parte dos responsáveis;
O percurso de melhoria implementado pela Escola, a partir do
processo de avaliação externa, naqueles que foram os pontos
fracos apontados;
O Contrato de Desenvolvimento de Autonomia;
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Agrupamento de Escolas de Vouzela 22
Implementação / desenvolvimento de práticas de avaliação
interna;
Estabilidade do corpo docente e grande dinamismo na
participação e implementação de projectos;
Maior responsabilização e cooperação por parte dos docentes na
procura/implementação de estratégias de melhoria;
Apesar das dificuldades, docentes com elevada dinâmica de
investimento pessoal nas TIC apropriando-se dos actuais sistemas
de comunicação;
Escola que privilegia os afectos, alicerce das aprendizagens e
desenvolvimento pessoal e social, como forma de motivar os
alunos, despersuadir o abandono escolar;
Apesar da fragilidade dos sectores industrial e comercial que não
favorecem a fixação, afluxo nem evitam o êxodo das populações, assiste-se, no
entanto, a alguma dinâmica económica valorizando outros recursos e estratégias
que constituem potencial de desenvolvimento.
Evidentemente que a escola não pode esperar financiamentos fortes e
investimentos avultados, tendo em conta o meio socioeconómico envolvente.
No entanto, é notória a qualidade de vida de que ainda se pode usufruir: o
reduzido nível de violência, a existência de serviços básicos, o enquadramento
histórico-cultural e paisagístico.
A escola fortemente envolvida com a comunidade, participa na formação
dos seus cidadãos, não só da população infantil e juvenil que a frequenta, como
da população adulta que, directa ou indirectamente, a procura numa tentativa
de alargar os seus horizontes, de encontrar ferramentas que lhe permita
explorar as possibilidades de um meio socioeconómico cada vez mais exigente.
6. PROJECTO
6.1. FINALIDADES E OBJECTIVOS EDUCATIVOS
Face ao diagnóstico efectuado, procurámos as respostas mais adequadas
de modo a promover uma educação e um ensino de melhor qualidade para
todos, e que possibilitem:
Reduzir assimetrias sociais e culturais;
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Agrupamento de Escolas de Vouzela 23
(In) formar os encarregados de educação;
Promover uma sociedade centrada nos valores;
Preparar para um mundo de grande exigência técnica, científica e
ambiental, e sempre em mudança;
Promover a valorização da Escola, do saber, do trabalho e do
professor, criando uma dinâmica que actue nos alunos e nas
famílias.
Para que os nossos alunos desenvolvam as seguintes competências:
Regras e métodos de trabalho;
Criação de uma metodologia personalizada de trabalho;
Trabalho e cooperação em grupo;
Regras de convivência e de saber estar de acordo com a norma;
Participação na vida cívica de forma crítica e responsável;
Respeito pela diversidade cultural, religiosa, sexual ou outras;
Aumento do gosto pelas aprendizagens, trabalhando
competências e conteúdos essenciais que favoreçam e potenciem
a autonomia e o pleno desenvolvimento intelectual e físico, de
acordo com as necessidades e os interesses manifestados;
Utilização dos códigos de cada área do saber;
Utilização correcta da Língua Portuguesa;
Selecção, recolha e organização de informação;
Utilização de uma língua estrangeira em situações do quotidiano;
Desenvolvimento do sentido de apreciação estética do mundo,
recorrendo a conhecimentos básicos no domínio das expressões
artísticas;
Contribuição para a protecção do meio ambiente, equilíbrio
ecológico e preservação da natureza e do património;
Desenvolvimento de hábitos de vida saudável.
Procura de actualização permanente face às mudanças;
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Agrupamento de Escolas de Vouzela 24
6.2. METODOLOGIAS /ESTRATÉGIAS
Pretendemos atingir os nossos objectivos através de:
Implementação do Contrato de Desenvolvimento de Autonomia
(anexo 1);
Articulação entre os diversos ciclos de educação/ensino;
Competências Gerais do Pré-escolar, 1.º Ciclo e 2.º Ciclo;
Competências específicas de cada disciplina;
Competências das Áreas Curriculares Não Disciplinares;
Actividades curriculares específicas dirigidas a alunos cuja língua
materna não é o Português;
Grupos de Desenvolvimento Diferenciado (já concretizados no 6º
ano, a Língua Portuguesa, Língua Estrangeira e Matemática);
Competências especializadas de acordo com o Programa
Educativo Individual (PEI), segundo Decreto-Lei nº 3/2008;
Competências específicas de acordo com o Despacho Normativo
nº 1/2006;
Sala de Estudo;
Equipa de Apoios Educativos;
Pano Anual/Plurianual de Actividades;
Diversos projectos: Curriculares de Turma, Ciência Viva, Eco-
Escolas, PNL, PM, E-CRIE, ACTIVO, PROSEPE, TIC, PES;
Desporto Escolar, com diferentes modalidades e diversos clubes,
em função dos recursos humanos e materiais existentes, bem
como dos interesses dos alunos;
Actividades desenvolvidas pela Biblioteca Escolar (integrada na
Rede de Bibliotecas Escolares);
Atribuição de Prémios de Mérito;
Reforço da ligação à família através do Educador/Professor
Titular de Turma/Director de Turma/Professor-Tutor, por via de
acções de formação e promoção de actividades em parceria;
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Agrupamento de Escolas de Vouzela 25
Parcerias com o Município através dos projectos “As Crianças
Marcam a Diferença” e as “Actividades de Enriquecimento
Curricular”;
Cursos de Educação e Formação;
Plano de Formação do Agrupamento (Pessoal Docente e Não
Docente);
Implementação do novo processo de avaliação de desempenho
docente (ADD) e desenvolvimento do processo de avaliação de
desempenho do pessoal não docente.
Embora haja objectivos que são atingíveis no final de cada ano
lectivo, devido às suas características, outros há que só se atingem a
longo prazo, como é o caso dos que envolvem a interiorização de
valores e sua repercussão no meio social;
6.3. METAS
Manter a taxa zero de abandono escolar;
Assegurar uma taxa de sucesso escolar de oitenta por cento nas
disciplinas de Língua Portuguesa, Língua Estrangeira e
Matemática;
Assegurar uma taxa de sucesso escolar de noventa por cento nas
restantes disciplinas/áreas curriculares e áreas curriculares não
disciplinares;
Assegurar uma taxa de transição mínima de noventa por cento dos
alunos matriculados em cada ano de escolaridade;
Igualar ou superar as médias nacionais da avaliação externa a
Língua Portuguesa e a Matemática;
Não exceder os cinco por cento de abandono escolar, no caso dos
alunos matriculados com idade igual ou superior a quinze anos;
Prevenir situações de desistência da frequência da Educação Pré-
Escolar, assegurando uma taxa de frequência mínima de noventa
por cento;
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Agrupamento de Escolas de Vouzela 26
Melhorar as aprendizagens, verificáveis nos resultados, dos alunos
com necessidades educativas especiais de carácter permanente;
Assegurar taxas de conclusão não inferiores a noventa por cento
dos alunos matriculados/a frequentar os Cursos de Educação e
Formação;
Garantir a participação no âmbito de Projectos e Actividades de
Enriquecimento Curricular, valorizando o empenhamento e a
qualidade da participação docente.
7. AVALIAÇÃO
7.1. AVALIAÇÃO DOS ALUNOS
A avaliação constitui um processo regulador das aprendizagens, orientador
do percurso escolar e certificador das diversas competências a realizar pelos
alunos ao longo do ensino básico, e rege-se pelos Decreto-Lei nº6/2001 de 18 de
Janeiro e Decreto-Lei nº 209/2002 de 14 de Outubro, onde estão estabelecidos
os princípios orientadores relativos às competências consideradas essenciais e
estruturantes no âmbito do desenvolvimento do currículo nacional, para cada um
dos ciclos do ensino básico, o perfil de competências terminais, o nível de ensino
e o tipo de experiências educativas que devem ser proporcionadas aos alunos.
Os Despachos Normativos nº1/2005, de 5 de Janeiro, e nº18/2006, de 14
de Março, regulamentam a avaliação enquanto parte integrante do processo de
ensino e de aprendizagem que, por um lado, é certificador das diversas
aquisições realizadas pelos alunos e, por outro, permite verificar o cumprimento
do currículo, diagnosticar insuficiências e dificuldades ao nível das
aprendizagens e (re) orientar o processo educativo.
O Despacho Normativo nº50/2005 de 9 de Novembro, no âmbito da
avaliação interna, define princípios de actuação e normas orientadoras para a
implementação, acompanhamento e avaliação de planos de recuperação,
acompanhamento e desenvolvimento no caminho do sucesso educativo.
Neste sentido referimos também a avaliação decorrente da aplicação do
Decreto-Lei 3/2008.
O processo de avaliação é conduzido pela equipa de professores
responsáveis pela organização do ensino/aprendizagem, envolvendo todos os
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Agrupamento de Escolas de Vouzela 27
alunos, técnicos de serviços especializados e encarregados de educação,
cabendo ao Conselho Pedagógico definir critérios de avaliação para cada
ciclo/ano de escolaridade para serem operacionalizados pelos Conselhos de
Turma/Conselhos de Docentes no âmbito dos Projectos Curriculares de Turma.
7.2. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE
A avaliação de desempenho do pessoal docente desenvolve-se de acordo
com os princípios consagrados no artigo 39º da Lei de Bases do Sistema
Educativo, Lei 46/86 de 14 de Outubro, operacionalizados pelo Decreto
Regulamentar nº2/2008, de 10 de Janeiro e pelos Decretos-Lei nº240/2001 e
nº241/2001, de 30 de Agosto, que definem o perfil geral de desempenho
profissional do professor dos Ensinos Básico e Secundário e o desempenho
profissional do educador de infância, respectivamente.
A avaliação de desempenho do pessoal docente visa a melhoria dos
resultados escolares dos alunos e da qualidade das aprendizagens e proporcionar
orientações para o desenvolvimento pessoal e profissional, no quadro de um
sistema de reconhecimento do mérito e da excelência, constituindo ainda seus
objectivos os fixados no nº3 do Artigo 40º do Estatuto da Carreira Docente,
Decreto-Lei 15/2008 de 19 de Janeiro.
A aplicação do sistema de avaliação de desempenho regulado no Estatuto
da Carreira Docente e no Decreto Regulamentar nº2/2008 deve ainda permitir
que se identifiquem as necessidades/insuficiências consideradas no Plano de
Formação do Agrupamento de Escolas, com vista à melhoria do desenvolvimento
profissional dos docentes, sem prejuízo da sua auto-formação.
A avaliação de desempenho concretiza-se nas seguintes dimensões:
a) Vertente profissional e ética;
b) Desenvolvimento do ensino e da aprendizagem;
c) Participação na Escola e relação com a comunidade;
d) Desenvolvimento e formação profissional ao longo da vida.
Outros procedimentos encontram-se registados no Regulamento Interno do
Agrupamento de Escolas (Anexo 2).
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Agrupamento de Escolas de Vouzela 28
Os instrumentos de registo normalizados, e toda a informação considerada
relevante para efeitos da avaliação do desempenho, encontram-se em anexo
(anexo 3).
7.3. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PESSOAL NÃO DOCENTE
A avaliação do Pessoal Não Docente será realizada de acordo com SIADAP
3 (sistema integrado de avaliação de desempenho da Administração Pública),
prevista na Lei nº 66-B/2007, de 28 de Dezembro, e na Portaria nº 1633/2007, de
31 de Dezembro.
Considerando o Pessoal Não Docente interveniente importante no processo
educativo e na organização do Agrupamento, o processo de avaliação apresenta-
se como um instrumento estratégico de apoio à cultura de exigência e
responsabilidade e um meio de diagnóstico e desenvolvimento profissional
(Anexo 4).
7.4. AVALIAÇÃO DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS
A Lei nº31/2002, de 20 de Dezembro, aprova o sistema de avaliação da
educação e do ensino não superior, previsto no Artigo 49º da Lei de Bases do
Sistema Educativo.
No seu Artigo 3º, definem-se os objectivos do sistema de avaliação
enquanto instrumento central de definição das políticas educativas que permite
aferir os graus de desempenho do sistema educativo nacional em termos
comparados.
O sistema de avaliação compreende duas vertentes:
a auto-avaliação, a realizar em cada Escola, ou Agrupamento de
Escolas;
a avaliação externa, efectuada por uma comissão/um grupo de
trabalho criado pela Lei 31/2002 de 20 de Dezembro e pelo
Despacho Conjunto nº370/2006, de 3 de Maio, no qual estão
igualmente definidas as suas atribuições, a saber:
a) Definir os referenciais para a auto-avaliação dos
estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos
básico e secundário;
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Agrupamento de Escolas de Vouzela 29
b) Definir os referenciais para a avaliação externa dos
estabelecimentos de educação e ensino.
Enquanto referenciais para a auto-avaliação do Agrupamento,
destacamos:
O grau de concretização do Projecto Educativo, da competência do
Conselho Geral, conforme previsto no Artigo 13º do Decreto-Lei
nº75/2008, de 22 de Abril;
O grau de concretização do Plano Anual/Plurianual de Actividades,
a apresentar em grelha elaborada para o efeito ao Conselho
Pedagógico e relatório final a submeter à aprovação do Conselho
Geral;
O grau de concretização dos Projectos Curriculares de Turma,
mediante relatório a elaborar em sede de Conselho de Turma,
Conselhos de Docentes e pelos docentes titulares de turma/grupo,
obedecendo a um modelo previamente definido;
O sucesso escolar (os resultados), a cargo de uma comissão
designada pelo director, e que, para o efeito, apresentará relatório
circunstanciado.
8. DIVULGAÇÃO
A divulgação do Projecto Educativo à Comunidade será feita “on-line”, na
página do Agrupamento de Escolas de Vouzela: www.aevouzela,net.
Os estabelecimentos de educação Pré-escolar e as Escolas que integram o
Agrupamento receberão o documento em suporte de papel para afixação em
local acessível à comunidade educativa.
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Agrupamento de Escolas de Vouzela 30
“Houve tempo em que a evolução social e técnica só se fazia ao ritmo das
gerações. Os pais e os educadores podiam preparar os filhos para a vida quase
com a certeza de que teriam de defrontar os diversos problemas que eles próprios
haviam encarado.”
(...) As próprias crianças já não são o que éramos com a idade delas. Não
têm as mesmas preocupações nem os mesmos interesses nem o mesmo
carácter.”
Celestin Freinet, O Passado Mudou de Rosto
Projecto Educativo 2008 _________________________________________________________________________________________________________
Agrupamento de Escolas de Vouzela 31
Parecer favorável do Conselho Pedagógico, na reunião ordinária do dia 1 de Outubro de 2008
A Presidente do Conselho Pedagógico
________________________________ (Maria Raquel Marques Ferreira)
Aprovado pelo Conselho Geral Transitório, na reunião ordinária do dia 22 de Dezembro de 2008
A Presidente do Conselho Geral Transitório
________________________________ (Maria Luísa Vasconcelos)