agravo retido
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ADVOCACIA & CONSULTORIAJosé Wellington Coutinho Campelo – OAB/AM A 870
Francisco Osmidio Brigido Bezerra de Lima – OAB/AM A 871
EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL E DE ACIDENTES DE TRABALHO DE MANAUS-AM.
PROCESSO: 0607022-21.2013.8.04.0001
AGRAVANTE: JOSÉ MACIEL DE FREITAS SOUSA
RÉ: BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S/A
AGRAVO RETIDO
JOSÉ MACIEL DE FREITAS SOUSA,
qualificado nos autos da Ação Revisional de Contrato –
processo acima epigrafado, que promove contra BANCO
BRADESCO S.A, por intermédio de seu advogado, in fine
subscrito, vem, inconformado com a decisão que indeferiu o
pedido de tutela antecipado proferida por este Douto Juízo,
com fulcro nos artigos 522 e 523 do CPC, apresentar
AGRAVO RETIDO, pelo que requer seja o presente recurso
recebido, permanecendo no bojo dos presentes autos, para
que dele conheça, preliminarmente, o egrégio Tribunal de
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Justiça do Estado do Amazonas, por ocasião do julgamento
da apelação.
Outrossim, requer a agravante que,
recebido e processado este agravo, seja intimada a parte
agravada para, no prazo legal, oferecer as contrarrazões ao
recurso e que V. Exa. se digne de exercer, pelas
razões jurídicas adiante esposadas, juízo de
retratação em relação à v. decisão proferida.
Pede deferimento.
Manaus - AM, 02 de maio de 2013.
Dr. WELLINGTON CAMPELO OAB/AM A-870
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RAZÕES DO AGRAVO RETIDO
Eméritos Julgadores,
Não há de prosperar a decisão que
indeferiu o pedido de tutela antecipada, consoante segue
demonstrado.
AGRAVO RETIDO, nos autos da AÇÃO
REVISIONAL DE CONTRATO COM PEDIDO DE TUTELA
ANTECIPADA - n° 0607022-21.2013.8.04.0001 - que
promove contra o BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS
S/A pessoa jurídica de direito privado, com sede principal
na Cidade de Osasco/SP, Nuc Cidade de Deus, 4º andar –
Pred Prata – Vila Yara, CEP: 06.029-900, inscrito no CNPJ
07.207.996/0001-50 , tendo em vista ato ilegal praticado
pelo Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 1ª Vara
Cível desta Capital, dentro do decênio legal, requerendo
especial atenção para o articulado a seguir alinhavado,
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sobretudo para o repelos relevantes motivos de fato e de
direito seguir articulados:
Pois bem, ingressou o agravante com
ação revisional de contrato, visando, em síntese, a revisão e
anulação de clausulas contratuais constantes do contrato de
empréstimo, tudo em virtude dos altos juros cobrados pelo
requerido.
Portanto, Ínclitos Julgadores, comparece
o agravante, através de seu patrono para requerer seja
cassada a r. decisão guerreada que, extraído do despacho
de fls. 37-39, dos autos do processo em epígrafe diz: “a
tutela antecipada tem como requisitos a prova
inequívoca das alegações. Diz ainda, que não
vislumbra dos documentos acerrados aos autos o
grau de certeza necessária a concessão da tutela
antecipada”. É importante ressaltar Excelência que a
inicial foi apresentada com planilha de cálculos elaborada
por especialista em cálculos, cuja veracidade dos números e
valores encontrados estão absolutamente em consonância
com a lei, excluído o anatocismo financeiro principal causa
da propositura da presente ação.
Assim ressaltamos que a parte autoral,
não estar buscando com o pleito revisional uma simples
economia para suas finanças e a busca ao Poder Judiciário
não é uma “ aventura” na tentativa de esquivar-se do Av. Bartolomeu Bueno da Silva, nº 293 – Bairro: D. Pedro II – Manaus (AM) - CEP: 69.040-070.
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adimplemento contratual, pois já foram pagas 39 parcelas
no valor de R$ 733,62, totalizando a quantia de R$
28.611,18, correspondendo mais de 60% do valor
financiado e que já foi pago a Instituição Financeira
demanda.
Colacionamos o seguinte julgado do
Tribunal de Justiça de São Paulo, dando aplicação à Teoria
do Adimplemento Substancial:
“BUSCA APREENSÃO ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA 30% DO VALOR DO BEM PAGO À VISTA E PAGAMENTO DE 80% DO VALOR FINANCIADO - ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL ABUSO NA PROPOSITURA DA AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO AÇÃO IMPROCEDENTE O adimplemento substancial do contrato de empréstimo, aliado ao pagamento de valores no momento da aquisição do veículo, torna abusiva a propositura da ação de busca e apreensão, devendo o credor fiduciário valer-se da execução do título para satisfação do seu crédito. APELAÇÃO PROVIDA.
(608980420088260000 SP 0060898-04.2008.8.26.0000, Relator: Andrade Neto, Data de Julgamento: 09/05/2012, 30ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 10/05/2012).”
Não há maior demonstração de boa fé pela parte autoral que o fato de já haver realizado o adimplemento substancial do avençado inicialmente, de modo que condicionar o deferimento de tutela ao pagamento nos valores integrais, é submeter o consumidor a continuar tendo o seu patrimônio dilapidado injustamente
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por cláusulas abusivas e a que sequer teve acesso, pois o contrato não lhe foi fornecido.
Ao propor a Ação de Revisão de Cláusulas contratuais, o consumidor está ciente da possibilidade de ver-se privado do seu veículo, por ocasião da propositura de Ação de Busca e Apreensão pela Instituição Financeira, máxime com o indeferimento de antecipação da tutela pretendida.
Assim, a revisional é última esperança do trabalhador em manter a posse do seu meio de transporte, não estando com possibilidades financeiras de continuar a pagar as prestações ajustadas inicialmente, face as sérias dificuldades enfrentadas.
Em outro enfoque, os Tribunais Pátrios e
entende que o depósito dos valores considerados
incontroversos é suficiente para iniciar a discussão acerca
da validade das cláusulas em exame, conforme decisão
abaixo:
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRATO DE
FINANCIAMENTO PARA AQUISIÇÃO DE VEÍCULO. AÇÃO
REVISIONAL C/C CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO.
SERASA/SPC. EXCLUSÃO DO CADASTRO.
(1) - É cabível a tutela antecipatória para fins de determinar
o depósito das parcelas contratuais em valor que o
demandante entende devido, ainda que inferior ao
efetivamente pactuado com a instituição financeira,
porquanto a consignação não se reveste de caráter
liberatório, não advindo disso qualquer prejuízo ao credor.
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Se, eventualmente, na sentença, encontrar-se diferença, em
favor do credor, este poderá executá-la, acrescendo-se
juros de mora e correção monetária. (2) - O depósito das
parcelas impede a constituição em mora do devedor, bem
como o ajuizamento de ações que o compilam à devolução
do bem financiado. (4) - Consoante entendimento
firmado pelo STJ, nas causas de revisão de contrato,
por abusividade de suas cláusulas, cabe conceder
antecipação de tutela ou medida cautelar para
impedir a inscrição do nome do devedor no
SERASA/SPC, quando o autor deposite o valor relativo
ao montante incontroverso, ou preste caução idônea,
ao prudente arbítrio do juiz. Recurso provido. (TJCE. Nº.
8274-04.2006.8.06.0000/0. AGRAVO DE
INSTRUMENTO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO.
Relator.: Des.JOSÉ ARÍSIO LOPES DA COSTA, Órgão
Julgador 3ª CÂMARA CÍVEL).
EMENTA: AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. FINANCIAMENTO DE VEÍCULO COM ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. Estando a dívida submetida a exame judicial, é razoável a antecipação de tutela jurisdicional com o fim de vedar a inscrição do nome do devedor nos registros de inadimplentes, autorizar o mesmo a manter-se na posse do automotor e permitir que sejam consignados em juízo os valores das prestações, conforme requerimento inicial. Interposição de agravo de instrumento pela promovida. Inexistência de razões convincentes para revogar a decisão antecipatória, no caso, face ao entendimento firmado por nossos tribunais, inclusive pelo Superior Tribunal de Justiça, nesse sentido. Agravo improvido.
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(TJCE, 2001.0001.3596-7/0, AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDODE EFEITO SUSPENSIVO, Relator: Des. FRANCISCO HUGO ALENCAR FURTADO, Órgão Julgador: 1ª CÂMARA CÍVEL, Agravante: FINAUSTRIA - COMPANHIA DE CREDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO, Agravado: JOAO MARCIO CRAVEIRO QUINTELA, Fortaleza, 10 de maio de 2004, unanimidade).
Noutro julgado, assim ementou o
TJDFT, ipsis litteris:
"Admite-se o depósito das parcelas vencidas e vincendas no
curso da ação de revisão de cláusulas contratuais uma vez
que, tramitando sob o rito ordinário, e constatado que o
montante consignado é inferior ao valor total da dívida, não
terá o depósito força liberatória, não trazendo, portanto,
qualquer prejuízo ao credor. Precedentes do colendo STJ e
desta egrégia Corte de Justiça".
(TJDFT, QUARTA TURMA CÍVEL - AGI 2005 00 2
000161-9, Relator(a) Des.:
HUMBERTO ADJUTO ULHOA, j.: 11 de abril de 2005).
O próprio STJ já encampou a orientação aqui adotada,
como se constata abaixo:
"Nas ações em que o autor pretenda revisar o valor da
prestação devida, é cabível o pedido de tutela antecipada
que tenha por escopo o pagamento ao credor das parcelas
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vincendas, porque busca antecipar efeito da sentença de
procedência, qual seja, o de autorizar o pagamento ao
credor nas condições em que, desde já, o autor se propõe a
cumprir".
(STJ, 3.ª Turma, RESP 382904/PR, Rel. Min. Nancy
Andrighi, DJ: 21.10.2002).
Assim, o depósito do valor tido como
incontroverso é de ser deferido. O banco não sofre qualquer
dano, ao contrário, obtém, senão a parte correta da dívida,
ao menos uma parcela dela, reduzindo os prejuízos de
ambas as partes.
Quanto ao fato de ser realizado o
depósito de acordo com cálculos efetuados unilateralmente,
de se frisar que tal circunstância não prejudica a
consignação requerida, pois tais cálculos possuem
justamente a finalidade de demonstrar a divergência havida
entre os valores cobrados pelo banco e os considerados
devidos pelo autor.
Não se diga que esta pendenga trata-
se de Consignatória pura e simplesmente, pois o fim
buscado pelo Requerente não é somente pagar a
contraprestação assumida, mas sim, revisar o inicialmente
acordado. Veja que na exordial não há o pedido de
pagamento nos valores contratuais, e sim, dos valores
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incontroversos, inaplicável, portanto o art. 893, I, da Lei
Adjetiva:
“Art. 893. O autor, na petição inicial, requererá:
I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser
efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do
deferimento, ressalvada a hipótese do § 3o do art.
890;”
Salientamos, Douto Julgador, que ao
consumidor não se aplica a disposição acima referenciada, a
uma por que não foi requerido inicialmente o depósito do
valor contratual, a duas por estar em discussão justamente
o “quantum debeatur”, não havendo, neste momento
processual com afirmar o valor verdadeiramente devido,
pois não há o contrato entabulado.
Diante do exposto, o autor solicita a
reconsideração do despacho emitido e a ordem à
Financeira para que apresente o contrato firmado
entre as partes litigantes, para verificação da
ausência de cláusula expressa a autorizar a
capitalização de juros, ainda que se confira validade
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à MP 2.170-36/2001, bem como seja concedida
antecipação de tutela para possibilitar ao
requerente:
Manter-se na posse do bem objeto da
alienação fiduciária,
Que o banco demandado se abstenha de inscrever o
nome do requerente em cadastros de proteção ao crédito.
Seja aceito o depósito judicial efetuado no valor
descapitalizado, bem como das parcelas vindouras.
Pelo prosseguimento.Pede deferimento .
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Manaus-AM, 02 de maio de 2013.
Pp.
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