agravo de instumento - efeito suspensivo ativo

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ. Autos nº. 02546.72.2015.8.16.0123 COMERCIAL DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS RIO GRANDE LTDA, Pessoa Jurídica de Direito Privado, portadora do CNPJ-MF sob n. 09.675.434-0001-56, com sede à Avenida Brasil, 2343, na cidade de Maringá, estado do Paraná, por sua advogada e bastante procuradora que esta subscreve, vem mui respeitosamente a presença dessa Colenda Turma, inconformado com a respeitável decisão de folhas 56, nos autos de Ação de Busca e Apreensão sob n. 02546.72.2015.8.16.0123, que tem andamento perante o ilustre juízo da 2ª Vara Cível da Comarca do Foro Central da cidade de Londrina-PR, movendo em face de: JOSÉ VICENTE DA SILVA, brasileiro, casado, agricultor, portador do RG n. 8.956.336-5/PR e CPF n. 766.099.456-98, residente à Rua Gravataí, n. 21, Londrina, Paraná, representado por seu procurador Sebastião da Lapa, com escritório profissional na Rua Lago dos Cisnes, n. 50, Londrina, Paraná, nas formas das razões em anexo, interpor: AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO ATIVO

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Page 1: Agravo de Instumento - Efeito Suspensivo Ativo

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

DO PARANÁ.

Autos nº. 02546.72.2015.8.16.0123

COMERCIAL DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS RIO GRANDE LTDA, Pessoa Jurídica de Direito Privado, portadora do CNPJ-MF sob n. 09.675.434-0001-56, com sede à Avenida Brasil, 2343, na cidade de Maringá, estado do Paraná, por sua advogada e bastante procuradora que esta subscreve, vem mui respeitosamente a presença dessa Colenda Turma, inconformado com a respeitável decisão de folhas 56, nos autos de Ação de Busca e Apreensão sob n. 02546.72.2015.8.16.0123, que tem andamento perante o ilustre juízo da 2ª Vara Cível da Comarca do Foro Central da cidade de Londrina-PR, movendo em face de:

JOSÉ VICENTE DA SILVA, brasileiro, casado, agricultor, portador do RG n. 8.956.336-5/PR e CPF n. 766.099.456-98, residente à Rua Gravataí, n. 21, Londrina, Paraná, representado por seu procurador Sebastião da Lapa, com escritório profissional na Rua Lago dos Cisnes, n. 50, Londrina, Paraná, nas formas das razões em anexo, interpor:

AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO ATIVO

Com fundamento nos artigos 522 e seguintes, c/c artigo 558, todos do Código de Processo Civil, na forma das razões em anexo.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Maringá para Curitiba, 10 de agosto de 2015.

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DAS RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Autos: 02546.72.2015.8.16.0123

Agravante: COMERCIAL DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS RIO GRANDE LTDA;

Agravado: JOSÉ VICENTE DA SILVA;

Eminentes Julgadores do Egrégio Tribunal de Justiça:

Comercial de Máquinas Agrícolas Rio Grande Ltda, qualificada na Petição de Interposição deste recurso, por sua devida procuradora, apresenta a exposição dos fatos, as razões do pedido de reforma da decisão, e do direito nos termos que seguem:

DOS FATOS

A agravante nesta já qualificada, vendeu para o agravado JOSÉ VICENTE DA SILVA, uma colheitadeira Massey Ferguson, modelo 6845-98, cor vermelha, plataforma com 14 pés, motor Perkins turbo, semi nova, pelo valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil) reais, onde R$ 100.00,00 (cem mil) reais foi pago a vista no ato da contratação e o saldo de R$ 200.000,00 (duzentos mil) reais seria pago em 30.01.2015, sendo a venda feita com reserva de domínio conforme contrato firmado pelas partes em 30.02.2014 e devidamente registrado no cartório de registro de títulos e documentos.

A parcela vencida em 30.01.2015 não foi paga pelo agravado, e a agravante notificou o comprador em 30.03.2015 através de notificação encaminhada pelo cartório de registro de títulos e documentos, dando-lhe ciência da mora e de que seriam tomadas as medidas judiciais cabíveis.

Como não houve o pagamento, a empresa ora agravante, ingressou com Ação de Busca e Apreensão junto à 2ª Vara Cível de Londrina, onde reside o agravado, autos n. 02546.72.2015.8.16.0123 onde formulou pedido de resolução do contrato

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devido ao inadimplemento do réu, bem como, a restituição da colheitadeira.

Requereu a concessão de liminar na forma do artigo 1.071 do CPC, alegando que houve a mora comprovada pela notificação feita através do cartório de registro de títulos e documentos, bem como, que o réu poderia vir a desaparecer com a máquina e tornar frustrada a recuperação do bem.

Em decisão interlocutória proferida pelo respeitável juiz de Direito de 1 grau, foi negada a liminar, cuja fundamentação arguiu que de acordo com o artigo 1.071 do CPC, é necessário que haja prova da mora do devedor através de protesto do título, referindo-o como uma exigência formal onde o legislador exige que o devedor seja constituído em mora especial pelo protesto. Alegou ainda, que a ora agravante optou por uma notificação extrajudicial formulada pelo cartório de registro de títulos e documentos, em que tal comunicado não satisfaz o requisito exigido em lei, do qual a mora deve ser comprovada pelo protesto do título, o que não se verifica pela interpretação atual, como jurisprudências e doutrinas.

Assim, a decisão agravada pode causar um dano grave, de difícil reparação, pois o agravado ao tomar conhecimento do processo, ao ser citado poderá vir a desaparecer com o bem, e além disso, a demora do processo pode levar o objeto a se depreciar ou a se deteriorar, comprometendo a eficiência da via judicial para resolver o caso.

Em síntese, são os fatos.

RAZÕES PARA REFORMA:

A) DO “FUMUS BONI IURIS”:

Ao atribuir à parte a faculdade de observar o desenvolvimento do processo, a lei garante a transparência e a segurança da prestação jurisdicional, permitindo que o litigante manifeste-se a respeito dos atos praticados. Contudo, tal exercício pode resultar em prejuízos irreparáveis ao agravante, uma vez que o bem pode vir a se deteriorar, ou ainda pior, o agravado desaparecer com o mesmo até o tempo da decisão desta cautelar. Trata-se o fumus boni

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juris pela plausibilidade do direito substancial invocado por quem pretende a segurança.

Incertezas ou imprecisões acerca do direito material do postulante não podem assumir a força de impedir-lhe o acesso à tutela cautelar. Caso, em um primeiro momento, a parte tenha possibilidade de exercer o direito de ação e se o fato narrado, em tese, lhe assegura provimento de mérito favorável, presente se acha o fumus boni juris, em grau capaz de autorizar a proteção das medidas preventivas.

B) DO “PERICULUM IN MORA”:

No que toca ao periculum in mora, há de se vislumbrar um dano potencial, um risco que corre o processo principal de não ser útil ao interesse demonstrado pela parte, o que se faz claramente presente no caso em análise.

O receio não se funda em simples estado de espírito do requerente, mas sim se liga a uma situação objetiva, demonstrável através de algum fato concreto.

Assim, o perigo de dano próximo ou iminente é, por sua vez, o que se relaciona com uma lesão que provavelmente deva ocorrer ainda durante o curso do processo principal, isto é, antes da solução definitiva ou de mérito.

No que pese a importância ímpar dos mencionados requisitos, caso não seja concedida a pretensa liminar, sofrerá o Agravante, constrição patrimonial ilegal e inconstitucional, o que o deixará em dificuldades financeiras, já que resta comprovada a mora do agravado, cujo valor é razoável para se considerar, porventura, prejuízos exorbitantes.

Desta forma, ocorre lesão irreparável de intensidade avultada. Caracterizado assim o “periculum in mora”. Desta feita, imprescindível a concessão da liminar “inaudita altera pars” ora pretendida. Neste sentido, entendem os tribunais:

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RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CAUTELAR INOMINADA. EFEITO SUSPENSIVO. AÇÃO RESCISÓRIA. EXCEPCIONALIDADE. FUMUS BONI IURIS E PERICULUM IN MORA. CONFIGURAÇÃO. PROCEDÊNCIA. 1. É possível que se confira, excepcionalmente, efeito suspensivo a ação rescisória quando presentes os requisitos do fumus boni iuris e periculum in mora, consubstanciados na possibilidade de prejuízo irreversível a uma das partes caso executado imediatamente o julgado, e na probabilidade de êxito do pedido de rescisão, o que se vislumbra no caso em comento. 2. Hipótese em que, embora requerida a denunciação à lide dos adquirentes originários do imóvel sob litígio, estes não foram citados, não integrando a ação que acabou por anular o título de propriedade obtido através da ação de usucapião, na qual figuraram como autores. 3. Para que se pleiteie a desconstituição da coisa julgada, direito constitucionalmente assegurado e característica do exercício jurisdicional, faz-se necessário observar os limites subjetivos abrangidos pela decisão que se pretende rescindir, devendo-se, por isso mesmo, promover-se a integração da lide com todos aqueles que participaram validamente da formação do título acobertado pelo manto da definitividade. 4. Recurso especial provido para reformar o acórdão de origem e julgar procedente a ação cautelar inominada lá intentada, para o fim de suspender a execução da sentença rescindenda até o julgamento da ação rescisória n. 4199/PE. (STJ - REsp: 1264963 PE 2011/0147674-3, Relator: Ministro OG FERNANDES, Data de Julgamento: 01/04/2014, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 23/04/2014) – Grifo nosso.

Evidente, portanto, o “fumus boni iuris” (viabilidade e plausibilidade do direito material a proteger), e do “periculum in mora”, o que ocasionaria um dano de dificílima e demorada reparação para o Agravante. Assim, imprescindível a concessão da liminar “inaudita altera pars” ora pretendida, tornando-se primordial a reforma da decisão prolatada em juízo de primeira instância, uma vez verificada a necessidade do direito, e o perigo da demora envolvido no processo.

DO DIREITO:

A decisão do juízo “a quo” baseou-se no antigo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, eis que, atualmente, a Corte Especial entende que o protesto do título exigido pelo artigo 1071

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do Código de Processo Civil pode ser substituído pela notificação extrajudicial que também tem o condão de constituir o devedor em mora.

O Agravante, por intermédio deste recurso, postula pela concessão liminar da tutela recursal a teor do que permite o artigo 527, inciso III do Código de Processo Civil, para que seja determinada a busca e apreensão do bem móvel que é objeto do contrato de compra e venda com reserva de domínio, nos termos do artigo 1071 do Código de Processo Civil e ao final seja dado provimento ao presente recurso, reformando definitivamente a decisão de 1º Grau.

O que ocorre com o CPC de 1973, é que estava em consonância com o Código Civil de 1916, e com o advento da reforma do código de 2002, alteraram-se as exigências quanto a mora, e diz que:

“A mora pode se constituir de forma especial pela interpelação judicial ou extrajudicial (protesto, notificação simples, notificação pelo cartório de títulos e documentos)”.

Para que o CPC pudesse ficar em consonância com novo código civil, ele foi interpretado de forma ampla. Quando o 1071 menciona o protesto como meio de notificação, é porque era o que estabelecia o antigo código. O que se infere aqui, é que deve estar inequívoco que o devedor recebeu a notificação da mora, independente da via em que seja feita.

Na decisão agravada, o juízo monocrático entendeu que somente o protesto do título seria hábil para constituir em mora o devedor, por isso, houve um erro de interpretação ou talvez, até mesmo, por falta de conhecimento do Excelentíssimo juiz, ao ignorar tais fatos que sobrevieram com a reforma do Código Civil, de que hoje é entendimento notório dos tribunais em realizar interpretações muito mais abrangentes. Posto isso, basta que se comprove que a notificação foi realizada com sucesso, o que se verificou através do Cartório de registro de títulos e documentos no caso em análise.

Neste sentido, o TJ-PR entende:

Decisão AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE APREENSÃO E DEPÓSITO. COMPRA E VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO. PEDIDO LIMINAR INDEFERIDO. AUSÊNCIA DE PROTESTO DO TÍTULO. ARTIGO 1071 DO CPC. COMPROVAÇÃO DA MORA. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL. CABIMENTO. ARTIGO 397 DO CÓDIGO CIVIL. DECISÃO EM CONFRONTO COM A JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE NO STJ. ARTIGO 557, § 1º-A DO CPC. RECURSO PROVIDO. DECISÃO

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MONOCRÁTICA. VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 942.733-2 da Vara Única de São João, em que é Agravante DOUGLAS RAFAELI e Agravado VERNE HEINS HESSE. I. RELATÓRIO Trata-se de Agravo de Instrumento manejado em face da decisão proferida pelo juízo de 1º Grau que indeferiu o pedido liminar formulado com fundamento no artigo 1.071 do Código de Processo Civil, porquanto o Agravante não cumpriu com a exigência legal de constituir o devedor em mora através do protesto do título que materializou o negócio jurídico. Sustenta o Agravante que a decisão do juízo a quo baseou-se no antigo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, eis que, atualmente, a Corte Especial entende que o protesto do título exigido pelo artigo 1071 do Código de Processo Civil pode ser substituído pela a notificação extrajudicial que também tem o condão de constituir o devedor em mora. Postula pela concessão liminar da tutela recursal a teor do que permite o artigo 527, inciso III do Código de Processo Civil, para que seja determinada a busca e apreensão do bem móvel que é objeto do contrato de compra e venda com reserva de domínio, nos termos do artigo 1071 do Código de Processo Civil e ao final seja dado provimento ao presente recurso, reformando definitivamente a decisão de 1º Grau. É o breve relatório. II. FUNDAMENTAÇÃO Recebo o presente Agravo de Instrumento, eis que tempestivamente interposto, assim como instruído com as peças obrigatórias e essenciais ao exame da questão aqui discutida. E mais, diante da controvérsia aqui instaurada, desde já lhe dou provimento nos termos do § 1º - A do artigo 557 do Código de Processo Civil, eis que a decisão recorrida está em manifesto confronto com a jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça. Isto porque, razão assiste ao Agravante no que tange à nova interpretação extensiva dada pelo Superior Tribunal de Justiça ao artigo 1071 do Código de Processo Civil. No entendimento jurisprudencial, a constituição em mora do devedor não é somente alcançada através do protesto, mas também pela interpelação judicial ou extrajudicial, nos termos do que prevê o artigo 397 do Código Civil: Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. Por conta do dispositivo citado, é que a Corte Especial passou a adotar posição mais flexível com relação ao procedimento especial previsto no artigo 1071 do Código de Processo Civil, eis que, nem sempre, a obrigação está consubstanciada em um título cambial, sendo possível, portanto, a interpelação do devedor

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através de notificação realizada pelo Cartório de Títulos e Documentos. Logo, na exegese do que prevê o artigo 1071 do Código de Processo Civil, a exigência legal para o deferimento da medida liminar de apreensão e depósito é que a mora esteja comprovada, seja pelo protesto do título ou pela interpelação judicial ou extrajudicial. A propósito, importante mencionar os comentários da ilustre Ministra Nancy Andrighi no voto do Recurso Especial nº 685.906: Se antes existia dúvida justificadora da controvérsia, a partir da entrada em vigor do novo Código Civil, o tema ficou totalmente superado, pois a norma do art. 397 autoriza a parte optar pela realização do protesto ou pela interpelação judicial ou extrajudicial. Ademais, não se pode perder de vista que a exegese do art. 1.071 do CPC deve ser feita com temperamento, deixando-se de lado o excessivo rigor, para, assim, buscar-se a efetividade do processo. Por isso, foge aos princípios da economia processual e da efetividade do processo que, estando provada a mora por notificação extrajudicial, se proceda como se mora não houvesse enquanto os títulos não foram protestados em cartório, sem razão econômica ou jurídica para isso. Não prevalece mais, portanto, a interpretação restritiva do art. 1.071 do CPC, cuja redação não restou derrogada pelo novo Código Civil, mas teve seu pressuposto expresso (protesto) acrescido de outro (a interpelação judicial ou extrajudicial). Corroborando esse entendimento: Direito processual civil. Recurso Especial. Compra e venda com reserva de domínio. Mora do devedor. Artigo 1.071 do código de processo civil. Documentação da mora. Protesto, interpelação judicial ou extrajudicial. possibilidade. - O verdadeiro sentido da norma do art. 1.071 do CPC não é determinar a imprescindibilidade do protesto, mas a indispensabilidade da documentação da mora. - Imprescindível a comprovação da mora, segundo o art. 1.071 do CPC, mas inexistente exclusividade do meio de comprová-la pelo protesto, em face do art. 397 do novo Código Civil, razão pela qual, para tanto, é possível optar pela realização do protesto ou pela interpelação judicial ou extrajudicial. Recurso especial conhecido e não provido. (REsp 685.906/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/08/2005, DJ 22/08/2005, p. 272). Este Egrégio Tribunal de Justiça já se manifestou no sentido das decisões superiores: AGRAVO DE INSTRUMENTO - LIMINAR DE BUSCA E APREENSÃO INDEFERIDA NO JUÍZO A QUO - CONSTITUIÇÃO EM MORA CARACTERIZADA - COMPRA E VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO - DESNECESSIDADE DE PRÉVIO PROTESTO PARA COMPROVAR A MORA - INTELIGÊNCIA DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 397 DA LEI SUBSTANTIVA CIVIL - NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL REALIZADA PELO CARTÓRIO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS SUFICIENTE - RECURSO

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CONHECIDO E PROVIDO. (TJPR - 7ª C.Cível - AI 880731-0 - Cornélio Procópio - Rel.: Luiz Sérgio Neiva de Lima Vieira - Unânime - J. 03.07.2012) De tal forma, no caso em exame, é perfeitamente cabível a concessão da liminar para a apreensão e depósito do bem que foi objeto do contrato de compra e venda com reserva de domínio (fls.18/21) através do procedimento do artigo 1071 do Código de Processo Civil, sobretudo porque o Agravante logrou êxito em comprovar a mora do devedor, conforme a notificação extrajudicial juntada às fls. 22/23. Diante de tais considerações e, estando a decisão recorrida em confronto com a jurisprudência dominante em Tribunal Superior, na inteligência do artigo 557, § 1º-A do Código de Processo Civil, é caso de provimento monocrático do presente Agravo de Instrumento, para deferir a liminar de apreensão e depósito do Trator de pneus, Modelo 292 4x4, ano de fabricação 1994, da cor vermelha, nº de série 5260405238, chassi (monobloco) 5260400233. III. DECISÃO 1 Deste modo, diante dos fundamentos acima expostos e com fulcro no disposto do § 1º-A do artigo 557 do Código de Processo Civil dou provimento ao recurso, consoante os fundamentos expostos por este Relator, determinando que o D. Juízo de 1º grau promova a expedição do competente Mandado em favor do Agravante, com a apreensão do bem objeto da cláusula de reserva de domínio, ficando o credor como depositário até final decisão. . 2 No mais, proceda-se à comunicação do inteiro teor desta decisão ao juízo recorrido, inclusive via mensageiro, para que sejam tomadas as medidas cabíveis. 3 E por fim, oportunamente, restituam-se os autos à origem para que os mesmos sejam devidamente arquivados, com as baixas e providências de praxe. Diligências necessárias. Cumpra-se. Curitiba, 10 de agosto de 2012. VICTOR MARTIM BATSCHKE Relator Convocado. (TJ-PR - AI: 9427332 PR 942733-2 (Decisão Monocrática), Relator: Victor Martim Batschke, Data de Julgamento: 14/08/2012, 7ª Câmara Cível) – Grifo nosso.

DO EFEITO SUSPENSIVO ATIVO:

Não sendo deferido o efeito suspensivo ativo, ficaria o Agravante sujeito a prejuízos de difícil reparação, já que com o indeferimento da cautelar de Busca e Apreensão já requerida, seria o Agravante exposto a constrição ilegal de seu patrimônio, em vista que a demora do processo pode acarretar na depreciação ou desaparecimento do objeto ao ser citado o agravado.

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Assim, não é razoável permitir que o Agravante sofra prejuízos, quando o processo encontra-se eivado de nulidades, conforme já exaustivamente narrado neste agravo, com o indeferimento da medida cautelar de Busca e Apreensão do bem.

Demonstramos alhures a presença do “periculum in mora” e do “fumus boni iuris, autorizador da concessão do efeito suspensivo ativo ora requerido, assim o deferimento é medida que se impõe à verdadeira justiça.

Da mesma maneira entendeu o TRF da 1ª Região no AG nº 148.079/MG, ao decidir que "é possível conferir-se efeito suspensivo ativo concedendo liminar anteriormente indeferida" DJU de 25.03.97, pág. 17586.

Diante de todo o exposto, requer o Agravante, sejam acolhidas as razões do presente Agravo de Instrumento por este Egrégio Tribunal, para EM CARÁTER LIMINAR, conceder ao presente EFEITO SUSPENSIVO ATIVO, em prestígio aos princípios constitucionais do devido processo legal, e ao final, seja dado provimento ao presente Agravo de Instrumento.

DO PEDIDO RECURSAL:

Ante o exposto, requer a Vossas Excelências que:

1. Conheçam o recurso e deem provimento para reformar a decisão, conceder a liminar para busca e apreensão do bem “colheitadeira Massey Ferguson, modelo 6845-98, cor vermelha, plataforma com 14 pés, motor Perkins turbo, semi nova”.

2. Requer, de imediato, que seja concedido o efeito devolutivo e o efeito suspensivo ativo, determinando a busca e apreensão do bem em caráter liminar.

3. Requer ainda, que o agravado seja intimado para se manifestar no tribunal.

Nestes termos,

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Pede deferimento.

Maringá para Curitiba, 10 de agosto de 2015.

DO INSTRUMENTO:

a. Cópia da P.I;b. Cópia da procuração;c. Cópia da decisão agravada;d. Cópia intimação (tempestivo); e. Contrato de compra e venda;f. Notificação da mora;

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