agora fevereiro 2010

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ÁGORA Entrevista Conceição Fernando O novo ano já corre e interrogamo-nos sobre o que vão trazer todas as mudanças que temos sendo acontecer. Obras e Cerficação de Qualidade são certamente desafios de sobra para preencher o ano que passa, mas o Cen- tro procura não descurar o quodiano e os projectos que sempre tem acom- panhado. O ÁGORA foi falar com a di- rectora do Centro, Conceição Fernan- do, para perceber que novos desafios traz 2010. (pág.6) 27 de Fevereiro: “Conversas sobre... Dívida Zero ”, na Socie- dade Recreava e Musical de Carcavelos, às 15h30 28 de Fevereiro: Feira das Velharias 3 de Março: Feira do Vende Tudo 19 de Março: Teatro - “Baú dos Avós”, na Sociedade Recreava e Musical de Carcavelos, às 14h30, com o Grupo de Teatro do Espaço Sénior Agenda Distribuição Gratuita Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos Venha visitar-nos em www.centrocomunitario.net e em hp://centrocomunitariocarcavelos.blogspot.com Fevereiro 2010 Jovens Acvos Estágios para jovens resi- dentes no Concelho de Cascais - Entre 18 e 30 anos - Empresas localizadas no concelho de Cascais - 9 meses + 3 de integração - Remuneração de cerca de 600€ - Formação sobre empreende- dorismo Inscrições até 12 de Março na Loja Geração C 2010 - Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social - A Imigração (pág. 8) Cá em Casa Conversas Sobre... a Reforma Festa de Carnaval (pág. 3) Novo argo: É Obra! (pág. 5) 152

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Newsletter mensal do Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos

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Page 1: Agora Fevereiro 2010

ÁGORA

Entrevista Conceição FernandoO novo ano já corre e interrogamo-nos sobre o que vão trazer todas as mudanças que temos sentido acontecer. Obras e Certificação de Qualidade são certamente desafios de sobra para preencher o ano que passa, mas o Cen-tro procura não descurar o quotidiano e os projectos que sempre tem acom-panhado. O ÁGORA foi falar com a di-rectora do Centro, Conceição Fernan-do, para perceber que novos desafios traz 2010. (pág.6)

27 de Fevereiro: “Conversas sobre... Dívida Zero ”, na Socie-dade Recreativa e Musical de Carcavelos, às 15h30

28 de Fevereiro: Feira das Velharias

3 de Março: Feira do Vende Tudo

19 de Março: Teatro - “Baú dos Avós”, na Sociedade Recreativa e Musical de Carcavelos, às 14h30, com o Grupo de Teatro do Espaço Sénior

Agenda

Distribuição Gratuita

Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos

Venha visitar-nos em www.centrocomunitario.net e em http://centrocomunitariocarcavelos.blogspot.com

Fevereiro 2010

Jovens ActivosEstágios para jovens resi-dentes no Concelho de

Cascais

- Entre 18 e 30 anos- Empresas localizadas no concelho de Cascais- 9 meses + 3 de integração- Remuneração de cerca de 600€- Formação sobre empreende-

dorismo

Inscrições até 12 de Março na Loja Geração C

2010 - Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social - A Imigração (pág. 8)

Cá em CasaConversas Sobre... a ReformaFesta de Carnaval (pág. 3)

Novo artigo: É Obra! (pág. 5)

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Page 2: Agora Fevereiro 2010

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Ficha Técnica:Coordenação:- Natércia MartinsRedacção:- Susana Teodoro; Cátia SilvaLayout e Grafismo:- Susana TeodoroRevisão:- Conceição Fernando, Mário MarfimColaboraram neste número:- Fernando Catarino, Valentim Almeida, Mário Marfim, Moira (receita), ACIDI.Propriedade:Centro Comunitário da Paróquia de CarcavelosAv. do Loureiro, 3942775-599 CarcavelosTel: 214 578 952Fax: 214 576 768Email: [email protected] em www.centrocomunitario.netcentrocomunitariocarcavelos.blogspot.com

Angariação de Fundos

O Centro Comunitário fez parte das 14 instituições escolhidas pela Fundação EDP e pela Fundação Ben-fica para receber os bens doados numa campanha de solida-riedade feita em Dezem-

bro. Roupas e acessórios, mobiliário, materiais de casa de banho, bicicletas, equi- pamento de escritório e brinquedos, fazem parte dos bens angariadados que o presidente da EDP, António Mexia, afirma serem respon-sáveis por “tocar a vida de 300 mil pessoas”. o

Campanha Solidariedade

Os donativos que chegaram ao centro em Janeiro e Feve-reiro:

Com a venda das Agendas para 2010 o centro conseguiu até agora 5500€ (já vendemos 718, das 750 agen-das. O Centro Comunitário agradece a todos os voluntários e colaboradores que se empenharam nesta campanha, assim como ao comércio local de Carcavelos, Junta de Freguesia de carcavelos, Legrand e Nucase.O Banco Farmacêutico, uma iniciativa sem fins lu-crativos, promoveu a 14 de Fevereiro uma jornada de recolha de medicamentos em 60 farmácias para doar a Instituições de Solidariedade Social. Assim sendo, a Farmácia Ribeiro e a Farmácia Leal, em Oeiras, respectivamente, angariaram para o Cen-tro Comunitário 143 e 40 embalagens de produtos farmacêuticos. Agradecemos às farmácias que levaram a

cabo a iniciativa e ao voluntário Jorge Mendonça que deu apoio ao processo.Agradecemos também à Nestlé, que doou ao Cen-tro um cabaz com uma máquina de café Dolce Gus-to e com produtos da marca. Para angariar donati-vos o CCPC rifou o presente. O sorteio foi realizado na festa de Carnaval (pág.3).Também a Feira do Vende Tudo, que se realizou no Salão do Espaço Sénior devido à chuva, resultou em 602€. Agradecemos o esforço e empenho de colaboradores e voluntários.Para apoiar as famílias que recorrem ao Centro e para a realização da Feira do Vende Tudo, o CCPC conta com os donativos da comunidade. Assim, também não esqueçemos os que todos os dias deixam no Centro os bens que já não utilizam: agradecemos os cerca de 5900 sacos com produ-tos doados em 2009.o

Uma das caixas de medicamen-tos doadas pelo Banco Farmacêu-tico

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Sabe como pode ocupar o seu tempo quando se reformar? A Comissão Social da Freguesia mostrou algumas possibilidades, no dia 23 de Janeiro, na Junta de Freguesia de Carcavelos.O orador convidado foi Sebastião Magalhães, psicólogo clínico, que explorou diversos temas as-sociados à questão da reforma: as suas várias fa-ses, como organizar o tempo, como adaptar-se à mudança, com quem falar para saber o que deve ou não fazer, onde ocupar-se...Neste sentido, Susana Martins, responsável pela área sénior do Centro Comunitário, focou as acti-vidades que o Centro tem disponíveis: Canto Co-ral, Folclore, Inglês, Informática, Teatro, Ginástica Geriátrica, ateliê de Pintura e Artes Decorativas, ateliê de Arraiolos, entre muitas outras possibili-dades que o Centro tem para oferecer. Entre elas as “Conversas à Tarde”, à terça-feira, e a possibili-dade de ser voluntário.

A presidente da Junta, Dra. Zilda Costa da Silva, salientou a necessidade de todos informarem a Junta relativamente às suas necessidades. “É preciso que nos digam o que precisam para que possamos fazer alguma coisa”. o

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Cá em casaConversas sobre... a Reforma

Festa de Carnaval 2010

Os festejos de carnaval de 2010 realizaram-se mesmo durante o período de obras, no salão do Es-paço Sénior. O tradicional “bailarico” contou com a folia dos seniores que frequentam as actividades do Centro e com as máscaras de quem ousou vir à rua com uma fatiota diferente.

Sebastião Magalhães, Susana Martins e Zilda Costa da Silva, a Presidente da Junta de Freguesia

Também durante os festejos foi feito o sorteio da maquina de café Dolce Gusto, oferecida pela Nestlé ao Centro Comuni-tário. A feliz contemplada foi a D. Custódia Cunha, com a rifa nº50, da série A.OAida Carvalho, Ilda Gama, Susana Casaleiro, Fátima Rato

e Ilda Lourenço, as mascaradas da festa.

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Espaço EmpregoTrabalhador ou colaborador? Qual a diferença?COLABORADOR: O que ajuda outro nas suas funções. Concorre para a realização de qualquer coisa. Trabalha em comum.TRABALHADOR: Exerce uma profissão para fazer ou executar alguma coisa. “in Grande Dicionário da Língua Portuguesa”

Uma história verídica contada por um amigo serviu-me de ins-piração para este artigo.O amigo em causa é um dos dois sócios duma pequena/média empresa familiar do ramo da Construção Civil. Após o almoço de Natal, que reuniu mais de 50 pessoas, entre sócios, encarre-gados, pedreiros, carpinteiros e serventes, um destes com algu-ma emoção, confidenciou-lhe que tinha estado relutante em participar no almoço natalício realizado num restaurante de Lisboa. O meu amigo perguntou--lhe qual o motivo. Eis a explica-ção que me deixou de boca aber-ta.Esse colaborador, antes de tra-balhar nesta empresa, já tinha trabalhado em duas das maiores

empresas nacionais igualmente ligadas à construção civil.Em ambas teve a oportunidade de participar nos jantares de Na-tal, mas pasme-se…Em qualquer delas havia me-sas distintas para engenheiros, encarregados, pedreiros e ser-ventes. A ementa também era diferenciada, desde o vinho que aos primeiros era de garrafa de marca, aos restantes servido em jarros e… garrafão. É evidente que atitudes destas causaram mau estar. O espírito de convívio, camaradagem, oportunidade de se conhecerem, falhou por com-pleto. A discriminação seja ela de que espécie for, é deplorável. Por isso a relutância em partici-par no almoço dessa pequena/média empresa. Entrando agora no título deste artigo, a diferença está em que umas empresas tratam os em-pregados como colaboradores, outras simplesmente como tra-balhadores. Será a mesma coi-sa?Todos eles evidentemente tra-balham, mas enquanto o trata-mento por “meus colabora-dores”, denota envolvimento na

empresa, respeito pelo indivíduo, espírito de equipa e considera-ção para quem produz riqueza, motivando naturalmente quem lá trabalha, já a denominação “meus trabalhadores” é impes-soal, não contribuindo para uma ligação afectiva com a empresa. Nuns existe espírito de grupo, noutros são peças isoladas da empresa.Pequenas coisas, como o caso relatado, poderão influenciar negativamente o desem-penho, com consequências negativas na produtividade. Ambos os termos significam alguém que executa tarefas para outrem. Contudo e so-bretudo nesta altura de crise no mercado de trabalho, existe todo o interesse em ter pessoas moti-vadas. Quanto mais estreita for a ligação empresário/colaborador, maior será a possibilidade duma empresa ter sucesso. o

Mário MarfimConsultor voluntário do Espaço [email protected]

Precisa de colaboradores?

Se precisar de recrutar trabalhadores (particular ou empre-sa), o GIP (Gabinete de Inserção Profissional) possui uma base de dados de candidatos que pode encaminhar caso queira contratar um funcionário/colaborador. Contacte-nos no 1º piso do edifício do Centro - Rita Almeida.o

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É obra!Como estão as obras no Centro?

É mesmo obra! De facto, esta é uma grande obra do Cen-tro Comunitário da Paróquia de Carcavelos (CCPC). Foi em 1998, altura em que o projecto de arquitectura foi concluído que teve início o sonho de ter um CCPC maior, mais capaz de responder a necessidades no-vas da comunidade e melhores condições de atendimento e de trabalho.Depois, foi a aprovação do referido projecto, primeiro pe-los serviços da Câmara e pelos diferentes organismos que têm de dar o seu acordo. Obtida a aprovação do projecto na generalidade, foi a execução e entrega dos projectos das es-pecialidades e novo compasso de espera até à aprovação por outras tantas entidades. Quan-do damos por isso já estamos em meados da primeira década de 2000.O modo de financiamento pas-sou então a ser a prioridade,

isto apesar de há muitos anos o Centro desenvolver várias inicia-tivas com esse fim. A construção não poderia ser feita sem aju-das institucionais. Assim, quan-do surgiu o primeiro programa PARES o Centro candidatou-se, mas infelizmente, apesar da boa qualificação, o projecto não foi financiado por falta de ver-bas. Ficámos a aguardar novo concurso PARES, que abriu em 2007. Nessa altura fomos sur-preendidos com a obrigato-riedade de incluir uma creche no novo módulo a construir, o que obrigava a repensar todo o projecto. Analisada a situação, considerou-se que esta era uma valência importante para a co-munidade e que, não deixava de ser um novo desafio, pela novi-dade que introduzia nas respos-tas que era necessário estudar e nas adaptações exigidas. Isto, quer no imediato, quer em ter-mos futuros. É evidente que todo o processo,

inevitavelmente demo-rado, ainda foi sujeito a várias vicissitudes, entre elas o seu não financia-mento pelo PARES. Isto levou a que só fosse pos-sível avançar quando a Câmara Municipal de Cas-cais garantiu grande parte do financiamento por con-siderar este equipamento prioritário. Só isso permi-tiu começar a preparar o concurso no final de 2008.

E depois de todo o proces-so de concurso e selecção lá assinamos o contrato de construção em Julho de 2009 e iniciaram-se os trabalhos em Setembro.Os primeiros meses foram difí-ceis. Nas demolições do antigo pavilhão fomos surpreendidos com situações imprevistas, que foi necessário estudar e solu-cionar.Mas finalmente cá estamos em Janeiro. A obra está a andar em velocidade de cruzeiro e já a vemos fora do chão. Até ao fim de Fevereiro esperamos ter a primeira laje concluída e as paredes começa-das na zona do antigo pavilhão.Esperamos, a partir de agora, aqui estar todos os meses para vos dar conhecimento de como a obra vai evoluindo. o

Fernando FradiqueMembro da Direcção do Centro

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EntrevistaNovos desafios para 2010

O novo ano já corre e inter-rogamo-nos sobre o que vão trazer todas as mudanças que temos sentido acontecer. Obras e Certificação de Qualidade são certamente desafios de sobra para preencher o ano que pas-sa, mas o Centro procura não descurar o quotidiano e os pro-jectos que sempre tem acompa-nhado. O ÁGORA foi falar com a directora do Centro, Conceição Fernando, para perceber que novos desafios traz 2010.As obras seguem como o pre-visto, com as dificuldades que as caracterizam e com os problemas que um ano chu-voso pode trazer. Mesmo assim prevê-se que terminem antes

do final deste ano. Quanto ao início da nova valên-cia, a creche, Conceição Fer-nando assinala que mesmo com o edifí-cio concluído é preciso mo-bilar, equipar e recrutar os técnicos

n e c e s s á r i o s . Quanto aos serviços que se en-contram a funcionar nos con-tentores instalados no pátio do Centro, Conceição Fernando sublinha que todos vão ter o seu próprio espaço no novo edi-fício e que “o sacrifício deste ano será recompensado”.O processo de Certificação de Qualidade já se faz notar nas di-versas áreas, em que se verifica uma maior qualidade no serviço prestado. A directora do Cen-tro admite que, numa primeira fase, foi difícil implementar este processo considerado um pou-co mais burocrático, mas assim que a “papelada” entrou na roti-na dos funcionários, constatou-

-se que acabou por simplificar o trabalho. Conceição Fernando afirma que “é mais justo o tipo de resposta que se dá porque os serviços estão uniformizados e os critérios bem definidos”. Numa perspectiva geral este caminho da Certificação de Qualidade é o procurado por todas as Instituições Particu-lares de Solidariedade Social (IPSS), sendo que o Centro é o primeiro do país a procurar cer-tificar todas as suas valências. Neste momento os colabo-radores do Centro encon-tram-se a delinear os seus objectivos para 2010, pro-curando melhorar o seu desempenho e o serviço fa-cultado. Neste sentido o CCPC procura a melhoria contínua, uma das vantagens inegáveis da Certificação de Qualidade.Em 2010 irá também surgir um novo projecto. O CCPC vai ter um novo espaço na zona cen-tral de Carcavelos, cedido pela Dra. Almerinda Doroa-na, para vender os produtos que o Centro tem em exces-so e que não necessita para oferecer às familias nem para o seu próprio funcionamento. Esta loja vem integrar o projec-to de reutilização de materiais (distinguido pelo Instituto de Empreendedorismo Social) já em funcionamento no Centro através da Feira do Vende Tudo e outras iniciativas. Esta loja vai ser assegurada por voluntários e terá como objectivo angariar fundos para o Centro.o

V oluntários para dar formação sobre: - Lavandaria/Engomadoria - Cuidadores de crianças - Higiene e Desinfecção Alimentar Numa formação para empregadas domésticas.Se estiver disponível contacte o Centro.o

Precisamos de...

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No correr do tempo No Trigésimo Dia do Bernardo Costa, o nosso “Guarda-fios”

Já passou mais de um mês sobre a morte do Bernardo Costa. Aproveito este espaço do Ágora para que a sua Memória se vá, de algum modo, conservando viva entre aqueles que o conheceram, seus companheiros de jornada, e se sentem estimulados a imitá-lo, junto dos mais novos e de quem só mais tarde veio para Carcavelos.E será isso útil e possível? É só a gente lembrar-se da sua bonomia e do seu olhar franco e acolhedor que irradiava alegria e hospitalidade. A simples presença daquela cara rosada, um tanto ou quanto matreira era meio caminho andado para se alargar e tornar fácil a comunicação. E como o Bernardo Costa sempre soube co-municar e estar atento e solidário para com todos!O Bernardo Costa trabalhou du-rante dezenas de anos no Tele-fones. Telefones, telefones, não móveis, mas fixos, ligados por fios, a grande inovação tecnológica que primeiro pôs, em tempo real, as pessoas a contactar umas com as outras. Podemos lembrá-lo como o “guar-da-fios” de Carcavelos!

Terá sido daqui que lhe afinou aquele jeito e gosto para ligar as pessoas entre si e fazer comuni-dade?Começou muito cedo a trabalhar e subiu a pulso a tarimba dos pa-tamares especializados da área emergente das Comunicações.Começava-se por servente ou aprendiz, em tarefas bem mais exigentes que a rotina dos ofícios que havia na Rebelva ou em Car-cavelos.Imagino-o como guarda-fios a marinhar pelos paus de fio, as botas aparelhadas com estribos de ferro com esporões que se cravavam na madeira macia dos postes. Empo-leirado, do alto deitava um olhar maroto a quem passava e via tais habilidades. E, tenho a certeza, “amandava” graçolas para os bas-baques que, como eu, na Ourém da minha infância, se extasiavam com tamanhas “cavalarias” . Bem apoiado no arnês, num rápi-do, esticava os cabos mais lassos, amarrava ligações novas e fazia emendas, quando os fios se par-tiam nos temporais. Quem sabe se os horizontes largos em que decorria o seu trabalho, exigente, não reforçaram o seu estilo de ser e viver, cuidar e con-fraternizar? Semeava alegria à sua volta, quantas vezes, com o saxo-fone a acompanhar.A Homenagem, de 2001, na toada poética e inspirada do nosso ami-go comum, Francisco Baptista, é um excelente e merecido retrato de Bernardo Costa, como o leitor pode comprovar.o Fernando CatarinoProfessor Catedrático

Homenagem ao Bernardo Costa

O AMIGO BERNARDO COSTA É UM HOMEM RESPEITADO SÓ COME AQUILO QUE GOSTA E POR ISSO É BEM FORMADO IDa Rebelva natural,Em Carcavelos crescidoE cá sempre tem vividoA sua vida normal.Nas suas actividadesNo progresso fez apostaContra os maus tempos arrostaNestas colectividadesVencendo dificuldadesO AMIGO BERNARDO COSTA IITem sido um homem activo. Trabalhou nos telefones Músico de saxofones E continua bem vivoSempre disposto a escrever Nos jornais e em todo o ladoLembrando o tempo passadoQue se não deve esquecerDiz o que tem a dizerÉ UM HOMEM RESPEITADO IIIEle não faz distinção Seja pobre seja ricoHá-de meter sempre o bicoDesde que haja ocasião.Na praia de Carcavelos Onde às vezes o Sol tostaVai à pesca de uma posta Dos peixes que vir mais belos Pois não se contenta em vê-los SÓ COME AQUILO QUE GOSTA IVÉ músico, é pescadorÉ poeta, é jornalista,Já tem uma longa lista, Já não perde o seu valor.Amigo da SociedadeQue muito a tem honradoContinua interessado Em dizer sempre a verdadeE POR ISSO É BEM FORMADO

Francisco Baptista. Carcavelos, 14-9-2001

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2010 - Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social

Ao consagrar este ano de 2010 ao combate à pobreza e exclusão social, a União Euro-peia pretende mobilizar os ci-dadãos europeus para o valor fundamental da solidariedade, particularmente importante em tempos de crise. Ora é pre-cisamente esse valor da solida-riedade, intrínseco ao próprio conceito de União que respon-sabiliza a sociedade europeia, na criação de igualdade de opor-tunidades para todos, incluindo neste “todos” os imigrantes que procuram na Europa opor-tunidades de melhorar as suas condições de vida contribuindo também eles na luta contra a pobreza e exclusão social.Os imigrantes são, aliás, dos mais corajosos lutadores contra a po-breza, enfrentando condições por vezes extremamente difíceis apenas com a firme vontade de

escapar à pobreza e exclusão so-cial que afecta os seus países de origem. Essa vontade de vencer manifestada no desempenho de todo o tipo de trabalho, potencia o desenvolvimento económico dos países de acolhimento, ao invés da ideia de concorrência com os trabalhadores nacionais. Na verdade, liberta os cidadãos dos países de acolhimento para o desempenho de trabalho mais qualificado e melhor remunerado. Olhar os imigrantes como exemplo de em-preendedorismo e de corajoso combate à pobreza deveria, sem dúvida, fazer parte da mensagem a difundir neste Ano Europeu de Luta Contra a Pobreza e a Exclusão Social. Acolher e integrar os

imigrantes na sociedade portu-guesa será o melhor caminho para o nosso próprio desenvol-vimento económico à seme-lhança do contributo que os nossos emigrantes espalhados por todo o mundo têm dado às sociedades que os acolhem.

ACIDI - Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural o

Imigração

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Agenda CulturalPrecious - estreia a 11 de Fevereiro

Género: Drama | Realização: Lee Daniels | Interpretação: Paula Patton, Mariah Carey, Mo’Nique, Lenny Kravitz, Gabourey ‘Gabby’ Sidibe;Uma adolescente obesa, iletrada, mãe solteira e grávida, é vítima de constantes abusos físicos e psicológicos por parte da sua mãe, mas está disposta a ultrapassar todos os obstáculos, porque a

vida é preciosa. Uma história de luta, coragem e determinação.

Cinema

Visita guiada - Podemos subir à Torre?27 e 28 de Fevereiro

No último fim-de-semana do mês reúna a família e os amigos e vá visitar a Casa Verdades de Faria e a sua colecção de instrumentos musicais. No final poderá subir ao mirante da Torre de S. Patrício, o ponto mais alto da casa, desde que, claro, não tenha vertigens!

Inscrições: 214815904 | Local: Museu da Música Portuguesa - Casa Verdades de Faria | Horários: 10h00, 11h30, 14h00 e 15h30

Cultura

Dia Aberto IQTB27 de FevereiroUma pequena viagem pela investigação que o Instituto de Tec-nologia QuÍmica e Biológica (ITQB) faz. No dia 27 de Fevereiro (sábado), o ITQB tem à sua disposição exposições, conversas, experiências e visitas aos laboratórios.

Local: Av. da República, Oeiras | Horário: das 10h às 17h | Tel: 214469350

Crianças

Aventuras de Alice no País das Maravilhas - Diogo MuñozAté 4 de Abril

Inspirado pelo universo de Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll, Diogo Muñoz aceitou o desafio do Jornal Expresso e deu vida à personagem Alice.

Local: Centro Cultural de Cascais | Horário: 3ª feira a domingo das 10h às 18h00

Exposição

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Produção e comercialização de plantas aromáticas e medicinais

Nalgumas regiões, como no sul da França, cultivam-se grandes extensões de plantas aromáticas constituindo paisagens de rara beleza. Da lavanda aí cultivada, após destilação e transforma-ções químicas, obtêm-se óleos essenciais e diversos produtos de elevado valor acrescentado para a indústria cosmética, far-macêutica e alimentar.Portugal tem condições climáti-cas ímpares para tais produções, mas não têm sido aproveitadas.No entanto em algumas das nos-sas serras - Estrela, Candeeiros e Caldeirão são bons exemplos - procede-se à colheita de mui-tas espécies tais como tomilho, rosmaninho e carqueja entre outras. Estes recursos poderiam ainda ser mais aproveitados sem perigo de alterar os ecossiste-mas.

Pelo contrário o Hipericão do Gerês tem sido colhido naquela serra em quantidades que exce-dem os limites sustentáveis. Entretanto algumas empresas estão a laborar nesta área com boa rentabilidade.É o caso do Cantinho das Aromáti-cas (Gaia) que cultiva nos seus limitados terrenos lúcia-lima, tomilho-limão e hortelã-pimen-ta, para referir apenas as princi-pais espécies. Após secagem são maioritariamente exportadas, sendo a França o principal mer-cado.Por seu lado a Ervital, localiza-da na remota aldeia do Mesio (Castro d’Aire) é outro exemplo emblemático. Esta empresa ca-talisou outras actividades – arte-sanato e gastronomia - evitando que o Mesio fosse engolido pela desertificação, a exemplo de tan-tos outros povoados do interior.

Erva-príncipe e perpétua-roxa são as princi-pais espécies cultivadas pela Ervital. Entretan-to são recolhidas na serra de Montemuro diversas espécies silvestres como , giesta, urze, ur-tigas e sabugueiro. Estas duas empresas integram cerca de uma dezena de fun-cionários cada e são dirigidas por jovens engenheiros cujo empreendedorismo e dedicação têm sido reconhecidos por organismos oficiais e tam-bém no estrangeiro. Pena que estes exemplos não se tenham contagiado devida-mente. o

Valentim AlmeidaProf. Universitário aposentado Investigador no Instituto Tecnológico de Química e Biologia de Oeiras

Plantação de lavanda na região de Provence, sul da França.

Viveiro em estufa de erva príncipe e lúcia lima na Ervital.

Aspecto do Cantinho das Aromáticas, em Gaia.

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Voluntariado na Primeira PessoaGonçalo Pio Quando falamos em voluntário podemos referir-nos a uma acti-vidade realizada gratuitamente, a um sentimento ou a uma forma diferente de estar no emprego. Gonçalo Pio, de 33 anos, é um caso singular, uma vez que con-grega as três definições. A edu-cação cristã que recebeu deu-lhe aquilo que diz não saber explicar, mas que garante estar no seu in-terior. A licenciatura em Serviço Social na Universidade Católica Portuguesa acrescentou-lhe as ferramentas necessárias para um dia poder vir a trabalhar nes-ta área, por definição, voluntari-osa. Enquanto tal não acontece, é “voluntário” no trabalho de Auxiliar de Acção Educativa para pessoas com paralesia cerebral e, no sentido mais literal, realiza voluntariado no Centro Comuni-tário da Paróquia de Carcavelos (CCPC). Gonçalo Pio não consegue iden-tificar o momento preciso de en-trada no voluntariado. Recorda, porém, que a primeira vez que se debruçou sobre o tema foi no ano 2000, quando tinha 23 anos e o grupo de jovens a que pertencia desde os 19, a Comu-nidade Católica Shalon, debateu o tema durante um encontro em Braga. “Fiquei com o bichinho”, confessa. E este foi alimentado pelo curso de Serviço Social que já frequentava e que exigia a re-alização de três estágios. Foi as-sim que conheceu o CCPC, ao es-colher realizar o primeiro estágio no Projecto Intervir, que apoia famílias desestruturadas. Uma opção que surgiu por co-

modismo porque “ficava perto de casa”, confessa com a sinceridade que lhe é característica. O que não sabia é que este era um encontro para durar... Dois anos depois de ter estado em Braga, Gonçalo ouvia nova-mente falar de voluntari-ado no CCPC, onde conheceu o projecto SVE-Serviço Voluntário Europeu, que visa estimular a solidariedade entre os jovens promovendo o voluntariado noutros países. Era a oportuni-dade ideal, no momento certo, porque Gonçalo, agora com 25 anos, precisava de um escape para os seus problemas pessoais. “Na altura não ia muito com a consciência de voluntário”, volta a confessar, “mas fui adquirin-do”, acrescenta, enquanto conta que foi para a Suécia, para uma escola para crianças com dificul-dade de aprendizagem.Ao fim de 10 meses, Gonçalo voltou para Portugal, com um espírito bem diferente. “Valo-rizei mais o que é bom no nosso país”, diz, destacando o afecto. Dos países nórdicos trouxe uma importante lição: “não podemos confiar no Governo para fazer tudo”. Talvez por isso, mal en-controu emprego em Portugal, em 2005, decidiu dedicar algu-mas horas do dia ao voluntari-ado. O CCPC tinha novamente a solução. “Havia uma vaga para a área da toxicodepência [no pro-jecto Esperança de Recomeçar] e eu tinha muito preconceito em relação a estas pessoas”, diz. Desafiando-se a si mesmo, “quis

pôr-me à prova e combater esse sentimento”.Hoje, Gonçalo Pio conhece bem utentes do Esperança de Recomeçar. Sabe os seus hábitos, os horários e até as manhas.Todas as quintas-feiras, e um sábado por mês, passa as manhãs a receber os toxicode-pendentes que são apoiados pelo CCPC e a fazer-lhes com-panhia. O objectivo, explica, é que façam a desintoxica-ção. E foram já vários suces-sos que presenciou. Ao fim de quase cinco anos de vo-luntariado, sabe que mudou no-vamente como pessoa. “Perdi o preconceito”, diz, e acrescenta: “hoje já não crio muitas expecta-tivas, não sou ansioso e não sou tão premente”. Talvez por isso, não faz muitos planos para o fu-turo, embora queira trabalhar, “até à morte”, diz – porque não é de ficar parado –, preferencial-mente em serviço social.o C.S.

BI: Gonçalo Pio tem 33 anos. Solteiro, trabalha como Auxiliar de Acção Educativa mas, como só começa a trabalhar à tarde, ocupou uma das manhãs com o voluntariado no Centro Comuni-tário. Quando tem um tempinho extra, dedica-se às suas paixões: o cinema, os livros e o desporto.

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44 anos de experiência efectiva no sector do controle de pragas

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nossas actividades e serviços? Então envie-nos um e-mail.

Receitas em ContaDicas para “Re-cozinhar” comida

Empadão de Peixe Preparação:

Esmaga-se a batata cozida, adiciona-se o leite e a margarina e coloca-se meta-de do puré na base de um prato de ir ao forno.

Faz-se um refogado com uma colher de sopa de azeite e a cebola picada, adiciona-se a calda de tomate e acres-centa-se o peixe desfiado, sem peles nem espinhas e coloca-se por cima do puré.

Coloca-se o restante puré por cima do peixe, pincela-se com ovo batido e vai ao forno quente cerca de 10 a 15 minutos até o ovo estar dourado. o

Ingredientes: (2 Pessoas)- Batata cozida- 2 colheres de sopa de leite- 1 colher de chá de manteiga- 1 posta de peixe assado ou estufado- 1/2 cebola- 1 colher de sopa de calda de tomate-1 ovo pequeno ou uma gema para pincelar

Por: Moirahttp://tertuliadesabores.blogs.sapo.pt