agentes biolÓgicos_dgs
TRANSCRIPT
Direcção-Geral da Saúde
MEDIDAS DE CONTROLO DE MEDIDAS DE CONTROLO DE AGENTES BIOLAGENTES BIOLÓÓGICOS GICOS NOCIVOS NOCIVOS ÀÀ SASAÚÚDE DOS DE DOS
TRABALHADORESTRABALHADORES
MMóódulo 2dulo 2
RecomendaRecomendaçções Para Laboratões Para Laboratóórios rios e Servie Serviçços de Saos de Saúúdede
Direcção-Geral da Saúde
MEDIDAS DE CONTROLO DE MEDIDAS DE CONTROLO DE AGENTES BIOLAGENTES BIOLÓÓGICOS GICOS NOCIVOS NOCIVOS ÀÀ SASAÚÚDE DOS DE DOS
TRABALHADORESTRABALHADORES
MMóódulo 2dulo 2
RecomendaRecomendaçções Para Laboratões Para Laboratóórios rios e Servie Serviçços de Saos de Saúúdede
MEDIDAS DE CONTROLO DE AGENTES BIOLÓGICOS NOCIVOS À SAÚDE DOS TRABALHADORES - RECOMENDAÇÕES GERAIS
Direcção-Geral da Saúde DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
ii
PORTUGAL. DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE. DIVISÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL. MEDIDAS DE CONTROLO DE AGENTES BIOLÓGICOS NOCIVOS À SAÚDE DOS TRABALHADORES/DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE.
Lisboa: DGS, 2006 – mod.- Módulo 2: Recomendações para Laboratórios e Serviços de Saúde . Saúde Ocupacional/Doenças Ocupacionais/Manuais/Portugal.
Com a colaboração de: EngªHelena Franco – Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho DrªManuela Cano – Instituto Nacional de Saúde Dr.Ricardo Jorge DrªLaura Brum – Instituto Nacional de Saúde Dr.Ricardo Jorge DrªMaria José Moreira – Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho DrªCristina Costa – Programa de Controlo de Infecção Dr.António Lopes Pires – Ordem dos Médicos – Colégio da Especialidade de Medicina do Trabalho DrªMaria de la Salette Silva – Direcção-Geral de Instalações e Equipamentos da Saúde Drª Eleine Pina – Comissão de Controlo de Infecção Hospitalar Dr.Francisco Faria – Associação Portuguesa de Analistas Clínicos DrªEmilia Telo Pereira – Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho EngªLuisa Maria Nobre - Instituto Nacional de Saúde Dr.Ricardo Jorge DrªMariana Neto - Direcção-Geral da Saúde - Divisão de Saúde Ocupacional - Coordenação
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
3
ÍNDICE DE QUADROS E FIGURAS
QUADROS
Pág.
Quadro 1
Modalidades de serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho 4
Quadro 2
Modalidades de serviços SHST em função do risco biológico 5
Quadro 3 Esquema oficial de vigilância médica de acordo com o risco biológico
12
Quadro 4 Proposta de estrutura para o Manual de Segurança 13
Quadro 5 Medidas gerais de Controlo – Quadro Resumo 18
Quadro 6 Precauções universais ou padrão 30
Quadro 7 Medidas de confinamento 32
Quadro 8 – Concepção do laboratório - Localização
36
Quadro 9 Concepção do laboratório – Perímetro de confinamento 37
Quadro 10 Concepção do laboratório – Ventilação 38
Quadro 11 Concepção do laboratório – Sistemas de descontaminação, esterilização e eliminação de resíduos
39
Quadro 12 Concepção do laboratório – higiene pessoal e segurança das instalações
40
Quadro 13 Concepção do laboratório – características das instalações 41
Quadro 14 Concepção do laboratório – monitorização e emergência 43
Quadro 15 Desempenho, inspecção e testes 44
Quadro 16 Câmaras de Segurança Biológica: comparação entre as várias classes
48
Quadro 17 Descontaminação – definição de termos 49
Quadro 18 Descontaminação – diluições recomendadas de compostos que libertam cloro
51
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
4
FIGURAS
Figura 1 Diagrama Esquemático de uma Câmara de Segurança Biológica Classe I
45
Figura 2 Diagrama esquemático de Câmaras de Segurança Biológica classe II, tipo A e B1, planos laterais
47
Figura 3 Diagrama Esquemático de uma Câmara de Segurança Biológica Classe III
48
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
5
ÍNDICE II.. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO .......................................................................................................................................................................................................................................... 66
IIII.. CCAAMMPPOO DDEE AAPPLLIICCAAÇÇÃÃOO ........................................................................................................................................................................................................ 66
IIIIII.. OORRGGAANNIIZZAAÇÇÃÃOO DDAASS AACCTTIIVVIIDDAADDEESS DDEE SSEEGGUURRAANNÇÇAA,, HHIIGGIIEENNEE EE SSAAÚÚDDEE NNOO
TTRRAABBAALLHHOO .................................................................................................................................................................................................................................................................... 77
AA.. MMOODDAALLIIDDAADDEESS DDEE SSEERRVVIIÇÇOOSS .............................................................................................................................................................................................. 88 BB.. AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDEE RRIISSCCOOSS ................................................................................................................................................................................................................ 99 CC.. VVIIGGIILLÂÂNNCCIIAA DDAA SSAAÚÚDDEE .............................................................................................................................................................................................................. 1100 DD.. PPLLAANNEEAAMMEENNTTOO DDAASS AACCTTIIVVIIDDAADDEESS ............................................................................................................................................................................ 1166 EE.. MMAANNUUAALL DDEE PPRROOCCEEDDIIMMEENNTTOOSS ...................................................................................................................................................................................... 1177 FF.. SSIISSTTEEMMAA DDEE IINNFFOORRMMAAÇÇÃÃOO .................................................................................................................................................................................................. 1188
IIVV.. NNÍÍVVEEIISS DDEE CCOONNFFIINNAAMMEENNTTOO .............................................................................................................................................................................. 1188
AA.. MMEEDDIIDDAASS GGEERRAAIISS ............................................................................................................................................................................................................................ 1199 BB.. LLAABBOORRAATTÓÓRRIIOO DDEE BBAASSEE -- NNÍÍVVEELL 11 SSEEGGUURRAANNÇÇAA BBIIOOLLÓÓGGIICCAA .................................................................................................... 2233 CC.. LLAABBOORRAATTÓÓRRIIOO DDEE BBAASSEE -- NNÍÍVVEELL 22 DDEE SSEEGGUURRAANNÇÇAA BBIIOOLLÓÓGGIICCAA............................................................................................ 2244 DD.. LLAABBOORRAATTÓÓRRIIOO DDEE CCOONNFFIINNAAMMEENNTTOO -- NNÍÍVVEELL 33 DDEE SSEEGGUURRAANNÇÇAA BBIIOOLLÓÓGGIICCAA ............................................................ 2266 EE.. LLAABBOORRAATTÓÓRRIIOO DDEE CCOONNFFIINNAAMMEENNTTOO -- NNÍÍVVEELL 44 DDEE SSEEGGUURRAANNÇÇAA BBIIOOLLÓÓGGIICCAA ............................................................ 2299
VV.. OO CCAASSOO PPAARRTTIICCUULLAARR DDOOSS SSEERRVVIIÇÇOOSS DDEE SSAAÚÚDDEE.......................................................................................................... 3333
VVII.. RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS BBIIBBLLIIOOGGRRÁÁFFIICCAASS EE LLEEGGIISSLLAATTIIVVAASS.............................................................................................. 3388
VVIIII.. AANNEEXXOOSS ................................................................................................................................................................................................................................................ 3399
AA.. QQUUAADDRROOSS ................................................................................................................................................................................................................................................ 4400 BB.. CCÂÂMMAARRAASS DDEE SSEEGGUURRAANNÇÇAA BBIIOOLLÓÓGGIICCAA ................................................................................................................................................................ 4488 CC.. DDEESSIINNFFEECCTTAANNTTEESS .......................................................................................................................................................................................................................... 5533 DD.. VVIIGGIILLÂÂNNCCIIAA MMÉÉDDIICCAA ...................................................................................................................................................................................................................... 6666 EE.. LLIISSTTAA DDEE VVEERRIIFFIICCAAÇÇÃÃOO ............................................................................................................................................................................................................ 6699 FF.. IIDDEENNTTIIFFIICCAAÇÇÃÃOO .................................................................................................................................................................................................................................. 7733 GG.. RREESSÍÍDDUUOOSS.................................................................................................................................................................................................................................................. 7755
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
6
II.. IInnttrroodduuççããoo
Com a publicação do módulo 2 das recomendações “Medidas de Controlo de Agentes
Biológicos Nocivos à Saúde dos Trabalhadores” vem a Direcção-Geral da Saúde dar não só
cumprimento a uma disposição legal1 como preencher uma lacuna há muito sentida pelas
entidades empregadoras e profissionais que, no seu dia-a-dia, estão expostos a agentes
biológicos no desempenho das mais variadas tarefas.
Não se pretende, todavia, apresentar um documento exaustivo ou muito profundo nas áreas
técnicas, pois tal seria redundante com outras publicações existentes e que constituem
referências2 de grande qualidade.
Se por um lado os laboratórios de investigação dispõem de vasta literatura técnica e lidam com
agentes biológicos conhecidos e para cuja manipulação existem regras muito precisas, este
não é o caso dos laboratórios de patologia, bacteriologia ou de análises clínicas e, ainda
menos, dos sectores de prestação de cuidados de saúde.
Ao invés, optou-se pela elaboração de um documento orientativo de carácter complementar
que fornecesse indicações e sugestões para a organização de serviços Segurança, Higiene e
Saúde no Trabalho (Serviços de Saúde Ocupacional) e que permita elencar regras e
estabelecer planos de articulação com as várias estruturas organizacionais envolvidas na
matéria, permitindo assim obter ganhos em termos de eficiência e sinergias, melhorando as
condições de segurança, controlo dos riscos e de vigilância da saúde.
1 Decreto-Lei nº 84/97 de 16 de Abril 2 OMS: Manual de Segurança Biológica em Laboratório, terceira edição, Organização Mundial da Saúde, Genebra, 2004.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
7
IIII.. CCaammppoo ddee aapplliiccaaççããoo As presentes recomendações têm por finalidade apoiar as entidades empregadoras,
administrações, responsáveis de serviços, serviços de SHST e outras estruturas internas das
organizações abrangidas na organização das medidas de controlo e vigilância da exposição a
agentes biológicos durante o trabalho.
São privilegiadas, fundamentalmente, situações em que a exposição a agentes biológicos é
inevitável e de difícil caracterização, como é o caso dos serviços de saúde.
Para o efeito consideraram-se as situações mais exigentes em termos de medidas de
confinamento a adoptar, como é caso dos laboratórios de investigação e a partir destas
propõe-se a sua aplicação, de forma adaptada caso a caso, de acordo com a caracterização
possível do nível de segurança necessário.
Os Microrganismos Geneticamente Modificados (MGM) são o resultado da combinação de
material genético de diferentes origens através da utilização de técnicas de ácidos nucleicos
recombinantes, de técnicas que envolvam a introdução directa num microrganismo de material
hereditário preparado fora do mesmo ou, ainda, de técnicas de fusão ou hibridização celular
em que haja formação de novas células com novas combinações de material genético
hereditário.
Qualquer trabalho que envolva a criação, ou manipulação, de MGM deve ser alvo da avaliação
de risco para o ser humano e o ambiente prevista no Decreto-Lei 2/2002 de 4 de Janeiro.
Sempre que se manipulem agentes biológicos que ocorram naturalmente (estirpes selvagens),
deverá também ser efectuada a avaliação de risco biológico para o ser humano prevista no
Decreto-Lei 84/97 de 16 de Abril.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
8
IIIIII.. OOrrggaanniizzaaççããoo ddaass aaccttiivviiddaaddeess ddee SSeegguurraannççaa,, HHiiggiieennee ee SSaaúúddee nnoo TTrraabbaallhhoo
A. Modalidades de serviços As modalidades previstas para a organização de serviços de segurança, higiene e saúde no
trabalho estão definidas em dois diplomas legais e, embora com designações diferentes,
apresentam fortes semelhanças entre si:
Quadro 1 – Modalidades de serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho
O regime jurídico dos serviços de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, republicado pela
Lei nº35/2004 de 29 de Julho, considera de risco elevado as actividades que impliquem a
exposição a agentes biológicos do grupo 3 ou 4 e que, neste caso, se existirem mais de 30
trabalhadores expostos, a entidade empregadora deverá organizar serviços internos. Ou seja,
tanto o médico do trabalho como os técnicos de segurança deverão fazer parte da estrutura da
empresa ou organismo3.
As empresas ou organismos nestas condições mas que tenham um número de trabalhadores
expostos inferior a 30 podem recorrer a empresas externas que prestem serviços de SHST,
devidamente autorizadas para o exercício da actividade pelas entidades competentes dos
Ministérios da Saúde, do Trabalho e da Solidariedade Social. Esta autorização deverá
abranger, de forma explícita, actividades que envolvam a exposição de agentes biológicos dos
3 Nº2 do artº 224º da Lei nº 35/2004 de 29 de Julho
GGEERRAALL
LLEEII NNºº 3355//22000044
AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO PPÚÚBBLLIICCAA
DDEECCRREETTOO--LLEEII NNºº 448888//9999
IINNTTEERRNNOOSS PPRRÓÓPPRRIIOOSS
Os serviços internos são criados pelo empregador e abrangem exclusivamente os trabalhadores que prestam serviço na empresa, fazem parte da estrutura e dependem do empregador.
São criados pela entidade empregadora, fazendo parte integrante da sua estrutura e hierarquia, e abrangem exclusivamente os trabalhadores que nela prestam serviço.
IINNTTEERREEMMPPRREESSAASS CCOOMMUUNNSS
São criados por várias empresas ou estabelecimentos para utilização comum dos respectivos trabalhadores e o acordo que os institui deve ser celebrado por escrito e aprovado pelo organismo do ministério responsável pela área laboral competente em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho.
São criados por mais de uma entidade empregadora, abrangendo vários estabelecimentos situados na mesma localidade ou localidades contíguas, para utilização comum dos trabalhadores que neles prestam serviço e são objecto de acordo reduzido a escrito.
EEXXTTEERRNNOOSS EEXXTTEERRNNOOSS
São contratados pelo empregador a outras entidades e têm as seguintes modalidades: associativos, cooperativos, privados e convencionados.
O contrato que assegura a prestação de serviços externos deve ser celebrado por escrito.
Os serviços externos são contratados pelos empregadores a entidades públicas ou privadas e o contrato celebrado entre as entidades empregadoras e a entidade que assegura a prestação de serviço deverá ser reduzido a escrito.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
9
grupos 3 e 4 e deverá constar do despacho de autorização respectivo publicado em Diário da
República.
As empresas ou organismos que desenvolvam actividades com exposição a riscos biológicos
dos grupos 1 e 2 (e não tenham qualquer tipo de risco elevado) poderão optar por qualquer das
modalidades de serviços prevista na lei, salvo se tiverem 400 ou mais trabalhadores no mesmo
estabelecimento ou no conjunto dos estabelecimentos distanciados até 50 km do de maior
dimensão, caso em que serão obrigadas a organizar serviços internos (próprios).
Quadro 2 - MMOODDAALLIIDDAADDEESS DDEE SSEERRVVIIÇÇOOSS SSHHSSTT EEMM FFUUNNÇÇÃÃOO DDOO RRIISSCCOO BBIIOOLLÓÓGGIICCOO
No que se refere á organização mais detalhada dos serviços deverão ser consultadas as
recomendações da Direcção-Geral da Saúde “Organização de Serviços de Segurança, Higiene
e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde”.
Relativamente aos serviços de saúde, poderá ser útil que exista em cada serviço ou laboratório
um responsável designado (que poderá ser o director respectivo ou outro profissional) que
garantirá a aplicação, entre outras, das regras de segurança adoptadas pela organização e
supervisionará o uso de boas práticas; este responsável deverá ser também o elo de ligação
com os serviços de SHST assim como com outras estruturas envolvidas.
B. Avaliação de riscos A avaliação dos riscos deverá ser sempre um trabalho conjunto da equipa SHST e, sempre que
necessário, esta deverá solicitar a colaboração de outros técnicos da empresa ou organismo,
tais como responsáveis pela segurança ou do responsável técnico do laboratório. No caso dos 4 Decreto-Lei nº 488/99 de 17 de Novembro, alínea b) do artº 11º
MMOODDAALLIIDDAADDEESS DDEE SSEERRVVIIÇÇOOSS SSHHSSTT
TTIIPPOO DDEE EEMMPPRREESSAA OOUU OORRGGAANNIISSMMOO MMOODDAALLIIDDAADDEE AA AADDOOPPTTAARR
Empresa ou organismo com 30 ou mais
trabalhadores expostos Serviços internos ou próprios
AAGG
EE NN T
T EESS
BB
II OOLL ÓÓ
GGII CC
OOSS
DD
OOSS
GGRR
UUPP O
OSS
33
EE 44
Empresa ou organismo com menos de
30 trabalhadores expostos
Serviços internos ou próprios, interempresas ou comuns
ou externos desde que especificamente autorizados
Empresa ou organismo com mais de 400
trabalhadores Serviços internos ou próprios
Empresa ou organismo com menos de
400 trabalhadores
Serviços internos ou próprios, interempresas ou comuns
ou externos, caso não coexistam com riscos elevados
Organismo com mais de 800
trabalhadores 4 Serviços próprios
AAGG
EE NN T
T EESS
BBII OO
LL ÓÓGG
II CCOO
SS DD
OOSS
GG
RRUU
PP OO
SS 11
EE 22
Empresa com menos de 10
trabalhadores Qualquer das modalidades previstas na Lei.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
10
serviços de saúde e respectivos laboratórios é imprescindível a colaboração tanto das
Comissões de Controlo de Infecção como dos responsáveis pela Higiene Segurança e Saúde
dos serviços.
De acordo com a legislação em vigor, compete a o empregador proceder à avaliação dos
riscos, em função de:
• Determinação da natureza e do grupo do agente biológico.
• As informações técnicas sobre os produtos ou agentes biológicos, caso existam.
• Do tempo de exposição dos trabalhadores a esse agente.
• Quando exista exposição a múltiplas categorias de agentes biológicos, a avaliação dos
riscos deve ser feita com base no perigo resultante da presença de todos esses
agentes.
• O tipo de produtos biológicos habitualmente manipulados nos organismos ou serviços,
nomeadamente, se contém, ou não, sangue.
• Devem ser também consideradas na avaliação dos riscos as portas de entrada no
organismo: as principais vias envolvidas no processo de contaminação biológica são a
via cutânea ou percutânea (com ou sem lesões - por acidente com instrumentos
cortantes e perfurantes e, nos casos de experimentação animal, arranhões e
mordeduras), a via respiratória (aerossóis), a via conjuntival e a via digestiva.
• O estado de saúde dos profissionais e as respectivas vulnerabilidades individuais.
Esta avaliação deve ser repetida periodicamente e ainda se houver alteração das condições de
trabalho susceptível de afectar a exposição dos trabalhadores a agentes biológicos.
Qualquer avaliação de risco de manipulação de microrganismos geneticamente modificados
(MGM) deverá tomar em consideração os seguintes aspectos:
Identificação de qualquer efeito adverso/perigo para os seres humanos ou para o
ambiente, em particular os que se prendem com:
• O organismo receptor/hospedeiro
• O material genético inserido
• O vector
• O organismo dador
• O organismo geneticamente modificado resultante
Características da actividade
A gravidade do potencial efeito adverso provocado
A probabilidade de ocorrência do efeito adverso
Como efeitos adversos/perigosos consideram-se:
• toda e qualquer doença para os seres humanos, incluindo efeitos alérgicos ou tóxicos;
• doenças para plantas ou animais;
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
11
• possibilidade de actuar como vector ou reservatório de doença para animais, plantas
ou seres humanos;
• efeitos que originem mudanças no comportamento ou natureza física;
• efeitos que resultem na incapacidade de tratamento de doença nos seres humanos,
animais ou plantas ou utilização de outra profilaxia adequada;
• capacidade do organismo de sobreviver, estabelecer-se ou disseminar no ambiente e
causar efeitos adversos;
• aqueles que resultem da transferência natural do material genético inserido para
outros organismos.
Na avaliação do risco deve ser incluída a identificação do perigo relacionado com as
propriedades nocivas do organismo receptor/hospedeiro, que se prendem com factores
tais como a patogenicidade da estirpe hospedeira, incluindo virulência, infecciosidade e
produção de toxinas;
No caso do receptor/hospedeiro ser um agente patogénico para o ser humano, o mesmo deve
ser classificado num dos grupos de risco definidos no Decreto-Lei 84/97 e descritos na Portaria
1036/98 de 15 de Dezembro que aprova a lista de agentes biológicos.
Caso o hospedeiro se trate de uma estirpe atenuada pode ser considerado como pertencendo
a um grupo de menor risco do que aquele que é indicado para a estirpe selvagem, uma vez
que se pode demonstrar que o mesmo é deficiente em genes determinantes de virulência,
como é o caso da E. coli K-12 (grupo de risco 1 e não 2 como a estirpe selvagem).
Deve também ser identificada qualquer propriedade nociva associada com o vector ou material
inserido, incluindo alterações nas características do organismo hospedeiro/receptor.
Os riscos relacionados com o(s) gene(s) introduzido(s) prendem-se com a actividade
biológica do produto do gene, como se verifica para:
• Toxinas;
• Hormonas;
• Citocinas;
• Reguladores da expressão genética;
• Factores de virulência;
• Resistência a antibióticos;
• Sequências de genes oncogénicos;
• Alergéneos.
Nos casos referidos anteriormente, deve haver uma estimativa do nível de expressão
necessário para atingir a actividade descrita.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
12
Embora muitas modificações não envolvam genes cujos produtos sejam intrinsecamente
perigosos, podem ocorrer efeitos secundários adversos devido a alterações das características patogénicas ou não patogénicas existentes. O referido efeito pode ser o
resultado de alterações de genes normais ou de um produto de um gene actuar na vizinhança
de determinantes patogénicos existentes. De modo a identificar alguns dos riscos devem ser
tomados em conta os seguintes pontos:
• Verifica-se um aumento da patogenicidade ou da infecciosidade?
• Haverá alguma possibilidade da inserção do gene interferir com uma mutação
incapacitante previamente existente?
• O gene inserido codifica um determinante de patogenicidade de um organismo
relacionado, podendo contribuir para a patogenicidade do MGM?
• Existe tratamento disponível, caso se verifique infecção acidental ou haverá alguma
possibilidade de se ter verificado uma alteração da susceptibilidade do organismo aos
antibióticos, como consequência da modificação genética?
Sempre que o organismo dador não possa ser considerado exclusivamente uma fonte de
material genético e os genes codifiquem para moléculas biologicamente activas (toxinas,
hormonas, etc) e/ou factores de virulência, o mesmo deve ser tomado em conta na avaliação
do risco.
A identificação do nível de risco associado com o organismo resultante, ou seja, o organismo
geneticamente modificado terá também que ser considerada na avaliação do risco.
As culturas de células são normalmente difíceis de conseguir, já que têm necessidade de
determinado meio e condições de crescimento, nem sempre fáceis de manter. Contudo, uma
vez imortalizada por um oncogene, uma linha celular pode ser considerada como apresentando
um risco mínimo de oncogenicidade, pelo que deve ser manipulada com as devidas
precauções. Assim na avaliação do risco devem ser tomados em consideração tanto a linha
celular como a modificação genética.
Poderá haver necessidade de utilizar níveis de segurança biológica superiores sempre que:
• A expressão de sequências de ADN derivadas de organismos patogénicos possa
aumentar a virulência do MGM;
• As sequências de ADN introduzido não estejam bem caracterizadas como é o caso da
preparação de bibliotecas de ADN;
• Os produtos dos genes possam ter propriedades farmacológicas;
• Os produtos dos genes codificam para toxinas.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
13
Assim, a selecção do nível de confinamento e outras medidas de protecção apropriadas, deve
ser feita tomando como base por um lado o nível de risco associado ao MGM e por outro as
características da própria actividade.
As características da actividade que podem influenciar o nível de confinamento biológico a
adoptar prendem-se com:
• Actividade poder aumentar o risco de exposição (libertação de aerossóis, inoculação
de animais, etc.);
• Características da actividade (e.g. escala e âmbito) – manipulação de volumes
superiores a 10 litros aumentam o risco de exposição;
• Características do ambiente, potencialmente exposto ao MGM, que possam ser
negativamente afectadas.
A análise das características da actividade poderá aumentar, diminuir ou deixar sem alteração
o nível de risco associado ao MGM e, consequentemente, as medidas de confinamento
adequadas à sua manipulação.
A avaliação dos riscos deverá ser feita com base na mais recente informação cientifica
disponível, razão pela qual deverá ser considerada como um processo dinâmico, devendo
ser renovada sempre que os resultados de investigação cientifica em MGM assim o
determinem (consultar ACGM Compendium of guidance 2000, HSC Advisory Commitee on
Genetic Modification).
C. Vigilância da saúde O médico do trabalho, independentemente da modalidade que a empresa tenha escolhido para
os serviços de segurança, higiene e saúde, deve avaliar os riscos a que os trabalhadores estão
expostos, de acordo com as presentes recomendações e propor medidas de controlo que
entender necessárias, tais como a periodicidade dos exames de rotina, a colheita de amostras-
base de soro, procedimentos de emergência, incluindo a articulação com os serviços de saúde,
e a existência em armazém de medicamentos ou outros preparados, etc. Recomenda-se a sua
participação na elaboração do manual de segurança do laboratório/unidade ou estabelecimento
de saúde e em todos os testes às instalações ou equipamentos tais como câmaras de
segurança biológica.
Sem prejuízo do disposto nos artºs 11º e 13º do Decreto-Lei nº 84/97 de 16 de Abril
recomenda-se que a vigilância médica dos trabalhadores expostos a agentes biológicos seja
executada da seguinte forma, a qual se encontra resumida no Anexo D
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
14
Devem ser colhidos dados pessoais e as referências a pessoas a contactar em caso de
acidente. De acordo com a lei, deve ser feito um exame médico na data de recrutamento para
a empresa/organismo ou na data em que o trabalhador é colocado num posto de trabalho que
envolva risco de exposição a agentes biológicos (exame de admissão). Este exame deve ser
tanto mais rigoroso quanto mais elevado for o nível de confinamento. Deve ser dada especial
atenção a trabalhadores com comprometimento do sistema imunitário, devendo ser ponderado
o estado de competência imunitária remanescente e o risco biológico a que irá estar exposto.
Outro caso a considerar é a trabalhadora grávida. Em ambos os casos os trabalhadores devem
ser informados dos riscos que correm e deve ser proposto, se necessário, a sua recolocação
para outro posto de trabalho.
O plano de vacinação dos trabalhadores deve ser mantido em dia, nomeadamente no que toca
à vacinação anti-tetânica, tuberculose e hepatite B, de acordo com as normas da Direcção-
Geral de Saúde5. Adicionalmente, os trabalhadores deverão, sempre que existam vacinas
disponíveis, ser vacinados contra as espécies manipuladas de acordo com o anexo da Portaria
nº1036/98 de 15 de Dezembro.
Se necessário, e em função do nível de confinamento, deve ser colhida uma amostra-base de
soro dos trabalhadores para armazenamento, fundamental na identificação de alterações
precoces após exposição a agentes biológicos. (Anexo A).
A caracterização do posto de trabalho sujeito ao risco de exposição a agentes biológicos deve
considerar o risco individual a que cada trabalhador está sujeito, avaliado de acordo com as
presentes recomendações.
Em função da determinação deste risco e das características dos agentes manipulados, deverá
o médico do trabalho planear a frequência dos exames periódicos, assim como os pedidos de
exames complementares que entenda serem necessários.
Em caso de síndrome febril, sem causa aparente, com duração superior a 5 dias, que afecte
um ou mais trabalhadores, deverá o médico do trabalho ser imediatamente informado quer pelo
próprio trabalhador quer pelo seu médico assistente. Para o efeito, o trabalhador será portador
de um cartão que o identificará como trabalhando com materiais biológicos e do qual constará
informação necessária para o médico assistente proceder em conformidade (ver Anexo F).). É
de todo o interesse que o médico do trabalho se mantenha em contacto com o médico
assistente e acompanhe a situação de perto.
5 Circular Normativa nº8/DT DE 21.12.2005 – Programa Nacional de Vacinação. Orientações Técnicas. Direcção-Geral da Saúde: Programa Nacional de Controlo da Tuberculose. Diário da República, II Série, nº 218, 20.09.1995
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
15
Todo e qualquer acidente que envolva materiais biológicos, presumivelmente infectantes, ou
que ocorra dentro das zonas de confinamento, deve ser comunicado ao médico do trabalho. As
circunstâncias do acidente, material e/ou agentes envolvidos, tempo de exposição do
trabalhador ao agente, número de trabalhadores envolvidos e as medidas tomadas para
controlo do acidente devem constar do relatório a enviar nas primeiras horas para o Serviço de
Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho.
O médico do trabalho deve avaliar o risco a que o ou os trabalhadores foram expostos e, caso
estes tenham sido transferidos para uma instituição de saúde, deverá entrar em contacto
imediato com estas entidades a fim de acompanhar a situação e transmitir as informações
necessárias para o controlo da situação. Por outro lado, o trabalhador acidentado deverá
informar os serviços de saúde onde for atendido, caso o possa fazer, da sua situação particular
devendo a empresa ou instituição responsável pelo laboratório proceder do mesmo modo. Os
médicos dos serviços de urgência ou outros que atenderem este tipo de situações deverão
entrar em contacto com a empresa e com o respectivo médico do trabalho, mantendo-o a par
da evolução da situação clínica do trabalhador.
No caso do acidente ou incidente poder provocar disseminação de um agente biológico
susceptível de causar infecção ou outra doença grave, o empregador deve informar
imediatamente o organismo responsável do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e
a Direcção-Geral da Saúde, devendo proceder de forma semelhante em caso de doença ou
morte6.
Se um trabalhador sofrer uma infecção ou outra doença que possa ter sido provocada pela
exposição a agentes biológicos no local de trabalho, o médico do trabalho ou a entidade
responsável pela vigilância da saúde dos trabalhadores proporá a todos os trabalhadores
sujeitos a exposição idêntica a avaliação do seu estado de saúde; neste caso, deve ser
repetida a avaliação dos riscos de exposição.
Após a avaliação dos riscos e da situação clínica do, ou dos trabalhadores, poderá o médico do
trabalho instituir medidas preventivas adequadas à situação, nas quais se incluem imunizações
e terapêutica específica, devendo a empresa responsável pelo laboratório manter um stock das
vacinas ou medicamentos apropriados em quantidade suficiente para uma emergência.
Compete ao médico do trabalho proceder à avaliação da evolução da situação clínica dos
trabalhadores afectados e, se necessário, propor o seu seguimento ou internamento numa
instituição de saúde.
6 Nºs 3 e 4 do artº 10º do Decreto-Lei nº 84/97 de 17 de Novembro.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
16
TTIIPPOO DDEE EEXXAAMMEE PPRRAAZZOO LLEEGGAALL RREECCOOMMEENNDDAAÇÇÃÃOO
EE XX AA
MMEE S
S DD
EE AA
DDMM
II SSSS Ã
à OO
Ant
es d
o in
ício
da
pres
taçã
o de
tra
balh
o ou
, se
a ur
gênc
ia d
a ad
mis
são
o ju
stifi
car,
nos
15 d
ias
segu
inte
s
O exame de admissão deve ter sempre lugar antes do início da prestação (quer corresponda a admissão ou a mudança de posto de trabalho com exposição a agentes biológicos) e deve incluir obrigatoriamente7: ♦ Registo da história clínica e profissional do trabalhador. ♦ Avaliação individual do estado de saúde do trabalhador. ♦ Vigilância biológica, sempre que necessária. ♦ Rastreio de efeitos precoces e reversíveis. ♦ Avaliação do estado imunitário e actualização da vacinação que
deverá incluir vacinação específica se tal estiver indicado.
EE XX AA
MMEE S
S PP E
E RRII ÓÓ
DDII CC
OOSS
Anu
ais
para
os
men
ores
e
para
os
traba
lhad
ores
co
m id
ade
supe
rior a
50
anos
, e d
e do
is
em d
ois
anos
pa
ra o
s re
stan
tes
traba
lhad
ores
; Os prazos legais poderão ser suficientes no caso de exposição aos
grupos 1 e 2 e caso não coexista outro tipo de riscos. Em caso de
exposição a agentes dos grupos 3 e 4, o prazo poderá ser anual ou
semestral, dependendo do agente manipulado.
EE XX AA
MMEE S
S OO
CCAA
SS II OO
NNAA
II SS
S
em p
razo
Devem ser realizados sempre que:
♦ Ocorram alterações substanciais nos componentes materiais de
trabalho que possam ter repercussão nociva na saúde do trabalhador.
♦ No regresso ao trabalho depois de uma ausência superior a 30 dias por
motivo de doença ou acidente
♦ Quando solicitados pelo trabalhador.
Quadro 3 – Esquema oficial de vigilância médica de acordo com o risco biológico
Em qualquer dos casos, o exame será sempre finalizado pela emissão da Ficha de Aptidão,
disponível no sítio da Direcção-Geral da Saúde (www.dgs.pt).
D. Planeamento das actividades As actividades de monitorização e vigilância dos riscos relativos a agentes biológicos, assim
como da vigilância da saúde, e respectivas avaliações, deverão ser alvo de planeamento tendo
em conta as especificidades existentes anteriormente descritas e deverão fazer parte do
programa de prevenção e promoção da saúde no local de trabalho. Para a elaboração deste
programa poderão ser consideradas as recomendações da Direcção-Geral da Saúde
“Organização de Serviços de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho em Serviços de
Saúde”.
7 Nº3 do artº 11 do Decreto-Lei nº 84/97 de 17 de Novembro.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
17
E. Manual de Procedimentos
Ainda que a legislação em vigor não considere obrigatória a existência de um manual de
procedimentos aprovado pela entidade empregadora, salvo para as empresas prestadoras de
serviços externos de SHST, este constitui um instrumento básico para o sistema de gestão dos
riscos profissionais, permitindo compilar num único documento as políticas de segurança,
saúde e qualidade assim como procedimentos técnicos. Se por um lado reflecte o
compromisso da entidade empregadora com segurança e a saúde, por outro constitui um
repositório de procedimentos técnicos específicos desenvolvidos para a gestão dos riscos
existentes, constituindo um elemento indispensável para o desenvolvimento de uma cultura
organizacional de segurança.
O referido manual deverá ser amplamente divulgado em toda a organização, devendo todos os
trabalhadores estar familiarizados com o seu conteúdo e ter acesso ao mesmo, para efeitos de
consulta, sempre que necessário. Devendo ser auditada a sua implementação.
Para efeitos de exposição a agentes biológicos o manual poderá assumir a seguinte
organização: II Disposições gerais e políticas da organização
IIII Identificação e caracterização dos agentes manipulados no laboratório
IIIIII Definição de responsabilidades, entidades responsáveis e respectivos contactos
IIVV Caracterização das instalações
VV Níveis e medidas de confinamento
VVII Procedimentos de emergência
VVIIII Descontaminação
VVIIIIII Eliminação de resíduos
IIXX Equipamento de segurança
XX Transporte de materiais.
XXII Garantia da qualidade
XXIIII Gestão de acidentes, incidentes acontecimentos perigosos* e livro de ocorrências
*Decreto-Lei nº 503/99 de 20 de Novembro Quadro 4 – Proposta de estrutura para o Manual de Segurança
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
18
F. Sistema de informação De acordo com a legislação em vigor, compete ao empregador manter actualizado o sistema
de arquivos referentes à exposição a agentes biológicos, do qual deverá constar:
No entanto, a responsabilidade relativa à informação clínica pertence ao médico do trabalho ou
à entidade responsável pela vigilância da saúde dos trabalhadores.
Todos estes registos devem ser mantidos durante 10 anos após ter terminado a exposição e
conservados por um prazo de 40 anos sempre que:
• Haja exposição a agentes biológicos susceptíveis de produzir infecções persistentes ou
latentes;
• Só sejam diagnosticáveis muitos anos depois com o aparecimento da doença, de
acordo com os conhecimentos actuais
• Tenham períodos de incubação muito longos.
• Provoquem doenças com crises de recrudescências, apesar do tratamento, ou com
graves sequelas a longo prazo.
No caso da empresa ou organismo cessar a actividade deve transferir este arquivo para a
entidade competente do Ministério do Trabalho, garantindo a confidencialidade dos mesmos.
Da ficha clínica poderão constar, para além dos elementos obrigatórios8, a avaliação do estado
de saúde inicial dos trabalhadores, as medidas preventivas ou de protecção a tomar em
relação a cada um, o plano individual de saúde respectivo e procedimentos de
acompanhamento, o resultado de todos os exames e determinações analíticas e imagiológicas,
e o estado de aptidão para o posto de trabalho.
Poderá ser útil incluir algumas referências à formação do trabalhador, se esta for pertinente
para o controlo dos riscos e uma descrição detalhada do posto de trabalho.
Os trabalhadores tem acesso aos resultados da vigilância da saúde que lhes digam
directamente respeito e têm direito a serem informados e aconselhados relativamente a
vigilância da saúde a que podem ser submetidos depois de terminada a exposição de risco.
8 Ver Cap III-A Vigilância da Saúde
Os resultados da avaliação dos riscos.
A lista dos trabalhadores expostos a agentes biológicos do grupo 3 ou 4, com indicação do tipo de trabalho executado e, se possível, a identificação dos agentes a que os trabalhadores estiveram expostos, bem como os registos das exposições, acidentes e incidentes.
Os registos relativos à vigilância da saúde dos trabalhadores, com respeito pelo segredo profissional do médico do trabalho.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
19
IIVV.. NNíívveeiiss ddee SSeegguurraannççaa BBiioollóóggiiccaa ((CCoonnffiinnaammeennttoo))
A. Medidas gerais
a. Devem ser colocados no acesso ao laboratório, em local bem visível, Sinais de Perigo Biológico9, com indicação do nível de risco dos agentes utilizados – apenas para os
agentes dos grupos, 2, 3 e 4. Caso os agentes manipulados requeiram precauções
especiais no acesso à unidade, a informação relevante deve ser incluída no sinal. Deve
constar nesta informação a identificação do(s) agente(s), o nome do responsável do
laboratório, assim como quaisquer condições especiais de entrada tais como o
vestuário, o equipamento de protecção individual, etc. (ver exemplo no Anexo F ).
b. Todas as pessoas que trabalhem em laboratório, ou nele necessitem de entrar por
qualquer razão, devem ser previamente alvo de Informação em relação aos perigos,
riscos biológico ou outros a que vão estar sujeitos.
c. Para os níveis 3 e 4 deve ser aplicada a Regra das Duas Pessoas: não é permitido
que nenhum funcionário trabalhe sozinho no laboratório, devendo existir uma segunda
pessoa contactável no próprio laboratório ou nas suas imediações.
d. Compete à entidade empregadora assegurar a Identificação de Todos os Perigos
potenciais e conhecidos e, em função destes, especificar todas as práticas e
procedimentos de modo a eliminar os riscos.
e. A decisão sobre a Permissão de Entrada em laboratórios de nível 1 e 2 é da
responsabilidade do director ou responsável do laboratório (apenas pessoas que
tenham sido informadas sobre os perigos potenciais e que cumpram com requisitos
específicos, tais como imunizações, serão autorizadas). Não é permitida a entrada a
crianças com idades inferior a 16 anos tanto no laboratório como nas áreas de suporte.
Grávidas ou pessoas imunocomprometidas que entrem ou trabalhem no laboratório
deverão ser informadas dos riscos a que estão sujeitas.
f. O acesso ao laboratório deve ser estritamente limitado (níveis 3 e 4), sendo admitidas
na área de confinamento apenas as pessoas devidamente autorizadas e mediante
registo de entrada (em livro de registos ou por controlo informático) ou de acordo com
as instruções do director.
g. Deve ser elaborado e adoptado um Manual de Segurança. Este Manual deve conter
uma descrição das práticas e procedimentos standard adoptados pelo laboratório,
assim como um plano de emergência.
9 Ver exemplo no Anexo F
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
20
h. O plano de emergência para laboratórios de nível 4 deve ainda incluir obrigatoriamente
manual de emergência médica, respostas a situações de perigo biológico, tóxico,
derrames perigosos ou fogo e ser revistos por todo o pessoal (plano de contingência).
i. Deve ser garantido que tanto o manual como seu conteúdo é conhecido, compreendido
e seguido por todo o pessoal.
j. Deve existir um Responsável pela Segurança do Laboratório (RSL) ou um conselho
de segurança biológica com a responsabilidade de garantir que todo o trabalho é
desenvolvido de acordo com as práticas de segurança estabelecidas na instituição. As
obrigações do RSL deverão incluir o aconselhamento técnico em procedimentos e
equipamentos de segurança, desenvolvimento de planos de emergência, realização de
inspecções de segurança, organização de treino em segurança biológica, condução e
supervisão de testes aos sistemas de confinamento e fornecimento de orientação e
informação relacionados com o cumprimento das regulações pertinentes.
k. O pessoal de laboratório deve ser sujeito a Formação Teórica e Prática em
segurança de laboratório e demonstrar competência na utilização de técnicas seguras
antes que possam utilizar agentes perigosos ou toxinas. Para níveis de confinamento 3
e 4, este treino deverá ser intensivo em relação ao manuseio de agentes patogénicos e
outros materiais perigosos, na utilização de equipamento de segurança, técnicas de
remoção, manipulação de resíduos contaminados e respostas de emergência.
l. Os Dispositivos de Segurança a utilizar em caso de emergência (extintores, duches
oculares, etc) devem estar disponíveis, ser de acesso fácil e mantidos em estado
operacional mediante verificações frequentes, Deverão, ainda estar disponíveis
medicamentos e material de reanimação para situações urgentes.
m. Devem ser elaborados Procedimentos de Actuação em caso emergência e afixado
em local bem visível dentro do laboratório.
n. As instituições devem ter um Programa de Vigilância Médica e tratamento
adequados. Nos níveis 3 e 4, este programa deve incluir aspectos específicos
apropriados aos agentes utilizados, tais como imunizações específicas ou
disponibilidade de desinfectantes e anti-sépticos ou medicamentos para casos de
emergência Deve ser implementado um programa de armazenamento de amostras-
base de soro de todo o pessoal de laboratório e outro em risco (pessoal de suporte e
manutenção do laboratório). Nos níveis 1 e 2, podem ser armazenadas outras
amostras colhidas periodicamente dependentes dos agentes manuseados ou do
funcionamento do laboratório.
Para os níveis 3 e 4 este procedimento deve ser obrigatório.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
21
o. Os trabalhadores do laboratório deverão ser protegidos por Vacinação10 adequada
sempre que possível e deve ser documentada a existência de níveis de anticorpos
considerados protectores. Deve ser dada particular atenção a indivíduos que estejam,
ou possam vir a estar, imunocomprometidos, uma vez que o esquema de
administração de vacinas poderá ser diferente do esquema relativo a adultos
imunocompetentes.
p. O Vestuário de Protecção (batas, casacos, fardas) deve estar disponível, deve ser
usados correctamente por todo o pessoal, visitantes, internos ou estagiários, e outros
que entrem ou trabalhem no laboratório. O vestuário de protecção não deve ser usado
fora da área do laboratório. Em todas as áreas do laboratório devem ser utilizados
sapatos fechados e , com solas preferencialmente anti-deslizantes. A descontaminação
do vestuário de protecção e a sua lavagem deverá ser da responsabilidade do
laboratório/unidade ou estabelecimento de saúde.
q. O laboratório deverá ter um sistema de registo de acidentes, incidentes,
acontecimentos perigosos ou ocorrências invulgares durante a sua operação – Livro de Ocorrências.
r. O Pessoal de Manutenção, ou outro autorizado, deve ser sujeito aos mesmos
protocolos operacionais que o pessoal técnico e ser acompanhado por este quando
entre ou trabalhe nas instalações.
s. O Confinamento deve ser verificado imediatamente após a construção das instalações
e, para os Níveis 3 e 4, com uma periodicidade mínima anual.
t. Deve existir um Programa de Controlo de Insectos e Roedores.
u. Deverão ser asseguradas as condições de Conforto Térmico de acordo com a Norma
ISO 7730 – Moderate thermal environments – Determination of PMV and PPD indices
and specifiaction of the conditions for thermal confort, e as janelas expostas ao sol
devem ser dotadas de persianas ou outro dispositivo semelhante.
v. A Ventilação Mecânica deve permitir no mínimo 6 renovações por hora do ar (ver no
Anexo A o Quadro sobre Ventilação) e, no caso de serviços de saúde, ter em atenção
o disposto no Decreto-Lei118/98 de 7 de Maio - REGULAMENTO DOS SISTEMAS
ENERGÉTICOS DE CLIMATIZAÇÃO EM EDIFÍCIOS.
w. Manter o laboratório livre de objectos, reagentes e papéis desnecessários.
10 Circular Normativa nº8/DT DE 21.12.2005 – Programa Nacional de Vacinação. Orientações Técnicas.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
22
NNÍÍVVEEIISS DDEE CCOONNFFIINNAAMMEENNTTOO MMEEDDIIDDAASS DDEE CCOONNTTRROOLLOO GGEERRAALL 11 22 33 44
Afixação de sinal de Perigo Biológico
Não Sim
Sim
Identificação do agente
Identificação do responsável
Procedimentos especiais
Sim
Identificação do agente
Identificação do responsável
Procedimentos especiais
Informação sobre perigos e riscos de exposição Sim Sim Sim Sim
Regra das Duas Pessoas Não Não Sim Sim
Acesso de pessoas estranhas ao laboratório Sim, autorizadas Sim, autorizadas Limitado Limitado
Existência de Manual de Segurança Sim Sim Sim Sim
Planos de emergência Sim Sim Sim Sim
Planos de contingência Não Não Não Sim
Existência de responsável/comissão de segurança biológica Sim Sim Sim
Sim
Comissão de segurança
Formação do pessoal Sim Sim Intensivo* Intensivo*
Dispositivos de Segurança acessíveis e operacionais Sim Sim Sim Sim
Elaboração de Plano de Actuação e afixação em local visível dentro do laboratório
Sim Sim Sim Sim
Vigilância médica Sim Sim Sim, apropriada
aos agentes utilizados
Sim, apropriada aos agentes
utilizados
Vacinação Sim Sim Sim Sim
Vestuário de protecção Sim Sim Sim Sim
Verificação do confinamento Não Não Sim, anualmente Sim, anualmente
Registo de entrada de pessoas estranhas ao laboratório Não Não Não Sim
Sistema de registo de acidentes e incidentes Sim Sim Sim Sim
Programa de Controlo de Insectos e Roedores Sim Sim Sim Sim
*Mais frequente e mais específica Quadro 5 - Medidas gerais de Controlo – Quadro Resumo
Definem-se seguidamente quatro níveis de confinamento adequados aos quatro grupos de
risco dos agentes biológicos. Estes níveis de confinamento devem ser entendidos como
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
23
adequados para o uso de agentes particulares pela maioria dos laboratórios. Fica à
responsabilidade do director do laboratório ou do director da instituição a determinação da
necessidade de um nível mais elevado de confinamento para manipulações específicas se
estas implicarem um risco aumentado de perigo biológico.
As directivas para os laboratórios de base – níveis 1 e 2 de confinamento serão abrangentes e
detalhadas dado que são fundamentais para laboratórios de todos os níveis de segurança
biológica.
B. Laboratório de base - Nível 1 segurança biológica
Este nível aplica-se ao nível básico de laboratório para manipulação de agentes do Grupo 1. O
Nível de Confinamento 1 não requer nenhuma estrutura específica para além daquela aplicável
a um laboratório bem concebido e funcional.
Não são necessárias câmaras de segurança biológica. O trabalho pode ser executado em
bancadas abertas e as actividades realizadas de acordo com as boas práticas em laboratórios
de microbiologia11.
a) Requisitos físicos
• As salas do laboratório devem estar separadas das áreas destinadas ao público, pelo
menos através de uma porta. Não há restrições particulares em relação à localização
das instalações perto do público ou corredores muito frequentados. As portas devem
ser mantidas fechadas.
• As paredes, tectos, móveis e pavimentos devem ser facilmente higienizáveis. As
janelas, no caso de abrirem, devem estar equipadas com dispositivos antivectores
(anti-insectos) e não ficar perto das áreas de trabalho ou equipamento de
confinamento, caso exista.
• Não existem requisitos especiais para exaustão do ar para além dos exigidos ao
adequado uso de câmara de segurança biológica, caso exista.
• Devem existir lavatórios para mãos, de preferência accionados não manualmente e
localizados junto às saídas para a zona destinada ao público.
• O vestuário de protecção individual do laboratório e o vestuário pessoal devem ser
arrumados separadamente. ♦ 11 OMS: Manual de Segurança Biológica em Laboratório, terceira edição, Organização Mundial da
Saúde, Genebra, 2004.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
24
b) Requisitos operacionais
• Devem ser observadas as Medidas Gerais anteriormente descritas.
• Quando for utilizada desinfecção química devem ser respeitadas as concentrações
eficazes para cada produto e respectivo tempo de contacto.
• Deverão existir no laboratório as soluções desinfectantes adequadas e preparadas
recentemente de modo a assegurar a existência do princípio activo na concentração
correcta.
C. Laboratório de base - Nível 2 de segurança biológica O nível de confinamento 2 é indicado para trabalhar com agentes biológicos do grupo 2 e, em
adição aos requisitos aplicáveis ao nível 1 deve ainda satisfazer as seguintes condições
a) Requisitos físicos
• Deve localizar-se afastado das áreas destinadas ao público, gabinetes e zonas de
prestação de cuidados. O acesso deve ser restrito.
• O sinal de perigo biológico colocado na porta deve indicar informações necessárias.
• Os móveis de laboratório e as superfícies de trabalho devem ser impermeáveis e
permitir uma limpeza rápida.
• Devem existir cabides para o vestuário de protecção do laboratório junto à saída.
• Deve existir um autoclave12 no edifício, de preferência no laboratório.
• As portas do laboratório devem ser mantidas fechadas.
b) Requisitos operacionais
• Todas as manipulações que possam levar à criação de aerossóis devem ser
obrigatoriamente executadas em câmaras de segurança biológica de classe I ou II
(consultar anexo…. Para a especificação de utilização das câmaras). Estas câmaras
devem ser testadas e certificadas anualmente.
• O ar proveniente das câmaras só deve ser recirculado para o ar ambiente da sala após
passagem por um filtro HEPA.
12 Utiliza-se a designação de autoclave quando nos referimos a equipamentos para descontaminar resíduos ou materiais (antes da lavagem). Se se tratar de esterilização de equipamentos médicos, materiais e outros deverá ser utilizada a designação de esterilizador por implicar o cumprimentos do Decreto-Lei nº 30/2003 de 14 de Fevereiro, relativo aos dispositivos médicos.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
25
• As centrifugações devem ser feitas usando um contentor fechado ou equipamento à
prova de aerossóis. Estes devem ser preferencialmente abertos no interior das
câmaras de segurança biológica.
• Animais ou insectos que tenham sido infectados experimentalmente devem ficar no
laboratório ou em instalações apropriadas para o respectivo confinamento.
• Deve existir um plano de emergência para actuação em caso de derrames ou fuga
acidental de animais infectados e pronto a ser utilizado. Este plano deve ser do
conhecimento de todos os profissionais que trabalhem no laboratório, inclusive os
profissionais de limpeza13.
• As linhas de vácuo usadas para o trabalho com os agentes devem ser protegidas de
contaminações por filtros HEPA ou equivalentes.
• É obrigatória a existência de vestuário próprio para o laboratório, o qual não deve ser
usado fora da área de confinamento. Podem aceitar-se batas que fechem à frente.
• Devem existir cuidados especiais para evitar contaminações da pele com materiais
infectantes. Devem ser usadas luvas de borracha sempre que forem manipulados
animais infectados, objectos cortantes ou perfurantes ou quando possa haver
exposição da pele.
• Os dispositivos contaminados, tais como frascos, tubos de vidro, etc. não devem sair
do laboratório sem antes serem descontaminados mediante a utilização de métodos
que provem ser efectivos. Se não existir nas instalações um autoclave ou incinerador,
os materiais contaminados devem ser desinfectados quimicamente ou acondicionados
em embalagens duplas e posteriormente transportados para o autoclave ou incinerador
em contentores estanques, fechados e limpos por fora com desinfectante antes de
abandonarem o laboratório.
• Todo o pessoal administrativo e de limpeza que entre nas instalações deve ser
informado dos riscos que corre. O pessoal de limpeza deve limpar, por rotina, apenas o
chão. É obrigação do pessoal técnico manter as instalações seguras para limpeza. As
instalações devem ser alvo de limpezas de tipo e periodicidade adequadas.
13 Ver “Recomendações para a Organização de Serviços SHST em Hospitais e Outros Serviços de Saúde” da Direcção-Geral da Saúde.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
26
D. Laboratório de confinamento - Nível 3 de segurança biológica
Este nível é indicado para trabalhar com agentes do grupo 3. Os requisitos operacionais são
mais exigentes do que para os níveis 1 e 2 e o pessoal do laboratório deve ser alvo de treino
especial na manipulação destes agentes. Um laboratório com um nível de confinamento 3, pelo
facto de dever minimizar as possibilidades de libertação ambiental de material perigoso e
conferir protecções aumentadas aos trabalhadores, deve ser alvo de verificações e testes
anuais, assim como de avaliações de desempenho.
Este tipo de laboratório requer uma concepção e construção especializados. Os responsáveis
pela segurança numa dada instituição deverão estar atentos e vigilantes e, se necessário, ouvir
a opinião de peritos em todas as fases (concepção, construção, verificação, testes iniciais,
operação, manutenção e verificações anuais).
a) Requisitos físicos
• O laboratório deve estar separado de todas as restantes áreas de trabalho, e todos os
acessos devem ser controlados. O controlo de acessos pode ser feito através de um
vestíbulo com entrada de duas portas de fecho automático. Deve existir um duche no
perímetro da área de confinamento.
• O sistema de ventilação do edifício deve induzir um fluxo direccional do ar em relação
às áreas circundantes. Deve existir um sistema de alimentação de ar e exaustão que
deverá estar selado. O ar de descarga não deve ser recirculado para o interior do
laboratório ou para outras instalações adjacentes. Se existir um sistema dedicado e
selado de exaustão de ar, a descarga de ar para o exterior poderá fazer-se sem o
recurso a filtragem HEPA. Esta descarga de ar deve fazer-se por dispersão, longe das
entradas de ar e de zonas habitadas. Na ausência de um sistema deste tipo, a
filtragem HEPA é obrigatória antes do lançamento do ar no sistema de exaustão do
edifício. Nestas condições, deve ser possível proceder à descontaminação no local e
deve ser verificado anualmente. Deve existir um sistema de controlo que garanta que
as instalações do laboratório não se tornem positivamente pressurizadas em relação às
áreas circundantes. Quando a alimentação de ar não for feita através de um sistema
dedicado, devem instalar-se filtros HEPA na entrada da alimentação. O sistema de
insuflação deve estar interconectado ao sistema de exaustão.
• As câmaras de segurança biológica devem ser instaladas de tal forma que o balanço
do ar, dentro da sala ou da câmara, não seja alterado.
• O laboratório deve ter um lavatório exclusivo para lavagem de mãos com torneiras de
comando não manual.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
27
• Deve existir um autoclave localizado na zona de trabalho. Quando existirem
constrangimentos físicos que impeçam a instalação de um autoclave num laboratório
de nível 3 já existente, devem ser utilizados meios alternativos para a descontaminação
de materiais.
• Se os resíduos contaminados tiverem que ser transportados para fora do laboratório
devem existir para o efeito contentores selados inquebráveis e estanques.
• O mobiliário do laboratório deve ser mínimo. As superfícies de trabalho devem ser
impermeáveis, de limpeza fácil e resistentes aos desinfectantes químicos.
• Todos os orifícios de entrada para electricidade, água, etc. existentes no chão, paredes
ou tecto devem ser selados. A alimentação/exaustão de ar deve estar equipada com
grelhas de insuflação/extração com a possibilidade de encerramento com a
possibilidade de encerramento para descontaminação gasosa.
• As condutas de ar devem estar construídas de modo a permitir a descontaminação
gasosa.
• A alimentação de água deve ter dispositivos que previnam o retorno devido a baixas de
pressão.
• Devem existir filtros HEPA, ou equivalentes, em todas as saídas de ar.
• Devem existir depósitos para tratamento de efluentes no perímetro de confinamento.
• A drenagem dos lavatórios e do chão deve ser feita para canalização separada da
existente no resto do edifício, a qual deve ser adequadamente identificada. De uma
forma geral, os drenos de chão não são recomendados. Os materiais infectados nunca
devem ser deitados nos lavatórios ou através dos drenos de chão. Todos os efluentes
devem ser descontaminados antes de serem descarregados na rede pública de
esgotos.
• Nas instalações para pequenos animais, a remoção de resíduos não deve diferir da
remoção de outros materiais contaminados. Animais maiores que produzam grandes
quantidades de resíduos infectados requerem instalações especiais, as quais devem
ser concebidas de forma adequada.
• As bombas de vácuo portáteis devem ser equipadas com filtros HEPA ou equivalentes.
As linhas de vácuo nunca devem ser retiradas do perímetro de confinamento.
• As janelas do laboratório devem ter vidros inquebráveis e ser seladas.
• Devem existir geradores de emergência para equipamentos críticos tais como,
câmaras de segurança, autoclaves, hottes químicas ou câmpanulas de exaustão,
congeladores, etc.
• A água dos duches pessoais e das instalações sanitárias podem ser descarregadas
directamente na rede pública de esgotos.
b) Requisitos operacionais
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
28
• O pessoal do laboratório deve ser alvo de treino intensivo na manipulação de agentes
patogénicos e outro material perigoso e ainda na utilização do equipamento de
segurança, técnicas de remoção, manuseio de resíduos contaminados e de resposta
em caso de emergência.
• É obrigatório o uso pelo pessoal, ou por qualquer pessoa a quem o acesso ao
laboratório for permitido, de vestuário individual de protecção apertado atrás. Este
vestuário deve ser vestido à entrada no laboratório, retirado após o dia de trabalho ou
sempre que for necessário, e autoclavado antes de ir para a lavandaria.
• O vestuário de protecção individual pode incluir toucas, sapatos de utilização exclusiva
do laboratório ou protecções impermeáveis para os pés, a usar no perímetro de
confinamento e removidos à saída.
• Devem ser usadas máscaras respiratórias se as características do agente manipulado
assim o exigirem e, ainda, na execução de tarefas com risco de produção de aerossóis.
• A existência de duches depende das características dos agentes e das manipulações
envolvidas.
• Objectos pessoais ou adornos não devem ser usados ou armazenados no laboratório.
• Devem ser usadas luvas de borracha sempre que forem manipulados materiais
infectados ou potencialmente infectados, incluindo animais ou resíduos e/ou no
manuseamento de objectos cortantes ou perfurantes.
• Todas as actividades que envolvam materiais infectados devem ser realizadas em
câmaras de segurança biológica ou utilizando uma combinação de protecções
individuais eficientes e dispositivos de confinamento físico apropriados.
• Devem ser utilizados contentores fechados com dispositivos de biosegurança14 à prova
de aerossóis para a realização de centrifugações, devendo a abertura dos mesmos ter
lugar em câmaras de segurança biológica.
• Devem estar sempre disponíveis no laboratório desinfectantes e anti-sépticos eficazes.
• Existência de protocolos escritos
• Deve existir um programa de vigilância médica apropriada aos agentes utilizados e que
deve incluir o armazenamento de amostras-base de soro de todo o pessoal que
trabalha na zona de confinamento.
• O laboratório deve ter um sistema de registo de acidentes e exposições a agentes
infecciosos, outros incidentes ou ocorrências pouco comuns na operação do
laboratório.
14 Para ver procedimento mais detalhado, consultar o Manual de Segurança Biológica em Laboratório, terceira edição 2004, Organização Mundial da Saúde, pág. 76 (www.who.int)
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
29
• O pessoal administrativo e de manutenção deve orientar-se pelos mesmos protocolos
operacionais que o pessoal técnico e devem ser acompanhados por estes enquanto
permanecerem e trabalharem no interior das instalações.
• Tanto as instalações de confinamento de nível 3 como os respectivos sistemas devem
ser verificados em relação à sua capacidade de confinamento após a conclusão da
construção e com periodicidade mínima anual.
E. Laboratório de confinamento - Nível 4 de segurança biológica
Os requisitos físicos e operacionais dos laboratórios de nível 4 são altamente especializados e
todas as instituições que instalem este tipo de laboratório devem socorrer-se de ajuda
experiente tanto na concepção das instalações como no desenvolvimento de protocolos.
Os laboratórios de confinamento máximo – nível 4 devem estar sob o controlo das autoridades
sanitárias ou organismos equivalentes. As entidades que pretendam montar um laboratório
deste tipo devem contactar o programa de Segurança Biológica da Organização Mundial de
Saúde para informações adicionais15
Trata-se do nível de confinamento mais elevado e representa uma unidade funcionalmente
independente de todas as outras.
Este nível de confinamento deve verificar todas as exigências para os níveis inferiores e ainda,
air-lock (caixa de ar) à entrada e saída, câmaras biológicas de classe III e/ou fatos estanques
com ventilação a pressão positiva, uma área de suporte e um sistema de ventilação totalmente
independente.
a) Requisitos físicos
• O laboratório deve ter as suas instalações fisicamente separadas de todas as outras ou
constituir uma zona isolada com construção monolítica em que todas as entradas
(água, electricidade, etc) localizadas no chão, paredes ou tecto devem estar seladas
com um vedante não sujeito a contracção.
• Deve ser concebido para poder acomodar um mínimo de dois trabalhadores em
permanência, o equipamento, armazenamento prolongado de culturas e manutenção
de animais infectados.
• A entrada deve fazer-se através de um sistema de air-lock com portas de fecho
eléctrico. 15 Biosafety programme, Departement of Communicable Disease Surveillance and Response, World Health Organization, 20 Avenue Appia 1211, Switzerland (hppt://www.who.int.ces)
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
30
• As divisões reservadas ao pessoal devem ter continuidade com o perímetro de
confinamento da estrutura e estar equipadas com um duche e/ou duche químico para
cada trabalhador (na dependência da forma de operação).
• Todos os sifões de esgoto devem ser mantidos cheios com um desinfectante eficaz e
ligados a um sistema de drenagem eficiente.
• Todos os acessos ao esgoto e linhas de ventilação devem estar equipados com filtros
HEPA ou equivalentes.
• Todas as serventias de gás devem estar equipadas com filtros HEPA ou equivalentes
ou ainda, dispositivos que impeçam o retorno de material contaminado.
• O sistema de abastecimento de água do laboratório deve estar equipado com um
dispositivo que impeça o retorno de água.
• As janelas devem estar seladas e ser dotadas de vidros inquebráveis. Quando
expostas ao sol devem dispor de persianas accionadas electricamente.
• Deve existir um autoclave de porta dupla com serventia, de preferência, pelo exterior
das instalações. O autoclave deve possuir read-out charts dentro e fora da zona de
confinamento e ser comandado a partir do interior do laboratório – uma das portas não
poderá ser aberta sem a outra estar encerrada ou o ciclo do autoclave estar concluído.
• Devem igualmente existir, no laboratório, outros métodos de descontaminação para
artigos ou equipamentos que não suportem a esterilização a vapor.
• Devem existir, junto à saída de cada sala do laboratório, lavatórios exclusivos com
torneiras de comando não manual.
• As instalações devem estar equipadas com um sistema de comunicações em dois
sentidos de modo a permitir a comunicação entre o pessoal que está a trabalhar no
laboratório de confinamento máximo – nível 4 de segurança biológica e o restante
pessoal do laboratório para contactos de rotina e situações de emergência.
• Pode ser necessário um circuito interno de televisão.
• Todos os efluentes das instalações devem drenar para um sistema de tratamento de
esgotos para descontaminação, com monitorização mecânica e biológica, situado no
perímetro do confinamento.
• A ventilação das instalações deve ser feita através de um sistema de alimentação e
exaustão exclusivo, selado e independente sem recirculação de ar. A exaustão deve
estar equipada com, pelo menos, dois filtros HEPA montados em série em câmaras
concebidas para proceder a descontaminação no local e testes para aerossóis. O
sistema de alimentação e exaustão deve estar concebido de forma a poder manter um
fluxo de ar direccional interno e pressões diferenciais e ainda estar munido de um
dispositivo de bloqueio para o caso de haver uma falha da exaustão. A alimentação
deve possuir um filtro HEPA. As instalações devem estar completamente equipadas
com manómetros e/ou outros dispositivos de monitorização. Devem existir igualmente
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
31
alarmes visuais e sonoros passíveis de serem monitorizados em simultâneo pelo
pessoal técnico e de manutenção.
• O laboratório deve estar equipado com câmaras biológicas de classe I, II ou III testadas
e certificadas, instaladas por forma a não interferirem com o balanço de ar quer da
câmara quer da sala.
• No caso dos trabalhos com fatos pressurizados, é necessário utilizar um sistema de
apoio de vida com alarmes, reserva de ar para respiração, gerador de emergência e
uma instalação de duche químico.
• Nos laboratórios para trabalho com fatos pressurizados é necessária a instalação de
um chuveiro de descontaminação química dos fatos para uso obrigatório do pessoal
que sai da zona de confinemento
• Estes fatos devem ser usados sempre que se trabalhar com agentes fora da câmara de
segurança biológica de classe III.
• Todos os sistemas eléctricos críticos, tais como os alarmes e a ventilação devem
possuir uma instalação eléctrica separada, com ligação a geradores de emergência.
• A área de apoio do laboratório deve estar adjacente à área de confinamento de nível 4
e é destinada a todas as manipulações que não envolvam perigo.
• À entrada e à saída dos vestiários existem igualmente duches para o pessoal.
b) Requisitos operacionais
• Só é autorizada a entrada no laboratório a pessoal devidamente autorizado. Deverá
existir um livro de registos a ser assinado por todo o pessoal ou um registo electrónico
de entrada.
• Sempre que estiver a decorrer qualquer trabalho no laboratório, um técnico competente
deverá permanecer fora da área de confinamento a fim de prestar assistência em caso
de emergência.
• É obrigatório o uso de vestuário de protecção, luvas e sapatos impermeáveis. As
roupas normais não podem ser usadas por baixo da roupa do laboratório. Estas devem
ser vestidas à saída, após ser tomado um duche.
• Animais pequenos ou insectos utilizados em experimentações podem ser armazenados
no laboratório, em câmaras ventiladas e equipadas com filtros HEPA.
• Todos os agentes de classe 4 devem ser armazenados na zona de confinamento.
• A remoção de todos os materiais da zona de confinamento deve fazer-se através de
um autoclave de duas portas ou então ser colocados num contentor duplo, selado e
inquebrável, cujo exterior deverá ser desinfectado. Quando o equipamento e outros
dispositivos não admitirem a esterilização a quente, a remoção pode ser feita através
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
32
de depósitos de descontaminação química ou de air-locks com procedimentos de
descontaminação adequados.
• Todas as manipulações na área de confinamento de nível 4 devem ter lugar em
câmaras de segurança biológica de classe III ou em classe I ou II combinadas com a
utilização de fatos pressurizados de uma só peça.
• Devem existir planos de contingência para situações de emergência, os quais devem
incluir respostas a situações de exposição biológica e tóxica, derramamentos, fogo ou
situações potencialmente mortais. Estes planos devem ser preparados e revistos por
todo o pessoal.
• Deve conceber-se um programa de emergência estabelecendo-se uma cooperação
activa com as autoridades sanitárias nacionais e locais. Devem igualmente envolver-se
outros serviços de emergência tais como os bombeiros, polícia e estabelecimentos
hospitalares.
• Deve existir um registo permanente de acidentes e exposições. Deve ser
implementado um programa de vigilância médica completa e tratamento, que deverá
incluiu o armazenamento de amostras-base de soro de todo o pessoal (técnico e de
apoio).
• A capacidade de confinamento de um laboratório de nível 4 deve ser testada após a
sua construção e anualmente a partir de então.
• Deve estar disponível o Manual de Segurança detalhado e testado com exercícios de
treino para situações de emergência.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
33
VV.. OO ccaassoo ppaarrttiiccuullaarr ddooss sseerrvviiççooss ddee ssaaúúddee Serviços de saúde em geral
Ao contrário dos laboratórios de microbiologia, em que se sabe à partida quais os agentes que
irão ser manipulados, nos serviços de saúde e laboratórios clínicos tal não é, por via de regra,
possível.
Assim, dado o grau de incerteza relativamente à presença e ou tipo de agentes biológicos
existentes deverão os profissionais adoptar uma atitude de autoprotecção constante e
desenvolver hábitos de trabalho seguros, tratando todo e qualquer meio biológico (sangue,
urina, LCR, exsudados, etc) ou material e equipamento contaminados com os mesmos como
se de facto fossem infectantes.
Para este efeito deverão os profissionais adoptar como prática de rotina um conjunto de
procedimentos designados por “Precauções Universais” e que constam do Quadro 6.
Determina a legislação específica em vigor16 que a avaliação dos riscos nestas circunstâncias
deverá levar em conta o seguinte:
A probabilidade da presença de agentes biológicos em pacientes humanos ou animais e nas amostras e materiais residuais deles provenientes.
O perigo que constituem os agentes biológicos presentes ou que podem estar presentes em pacientes humanos ou animais e nas amostras e materiais residuais deles provenientes.
O risco inerente à natureza das actividades profissionais.
Por outro lado, será útil que os riscos sejam avaliados seguindo as várias etapas que
constituem a manipulação, ou tratamento, em questão e deverão considerar a especificação de
processos adequados de descontaminação e desinfecção e a aplicação de processos que
garantam a segurança dos trabalhadores na manipulação, transporte e eliminação de resíduos
contaminados17.
No caso de exposição acidental a produtos biológicos devem aplicar-se os procedimentos
previstos nas recomendações da Direcção-Geral da Saúde “Recomendações sobre prevenção
e profilaxia em relação a exposições laborais a produtos biológicos humanos potencialmente
infectantes”.
16 Decreto-Lei nº 84/97 de 16 de Abril, artº14º. 17 Decreto-Lei nº 84/97 de 16 de Abril, artº14º, nº
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
34
PPRREECCAAUUÇÇÕÕEESS UUNNIIVVEERRSSAAIISS OOUU PPAADDRRÃÃOO1188
1
Vaci
naçã
o Todos os profissionais de saúde e pessoal auxiliar, quer do quadro, quer contratado, pertencentes a instituições públicas ou privadas, devem ter o seu plano individual de vacinação actualizado, especialmente em relação à Hepatite B, de acordo com a Circular Informativa nº 15/DT de 15/10/200119 e as recomendações da DGS “Prevenção e Controlo da Exposição a Produtos Biológicos Potencialmente Infectantes”. A vacinação deve ser considerada com particular atenção aquando do recrutamento ou admissão do novo profissional ou funcionário, devendo ser mantida, a partir de então, uma vigilância serológica apropriada.
As seguintes normas de higiene pessoal devem ser estritamente observadas:
Todas as feridas e lesões das mãos devem ser cobertas com apósito impermeável no começo do dia de trabalho.
Se estas lesões não forem passíveis de ser cobertas, deve ser evitado o contacto directo com doentes ou materiais potencialmente infectados.
As mãos devem ser lavadas antes de dar início ao dia de trabalho e após o seu término e sempre depois de ter tido lugar qualquer procedimento que envolva contacto com doentes ou material potencialmente infectante, devendo usar-se água e sabão líquido suave.
As mãos deverão ser secas com toalhetes descartáveis.
2
Nor
mas
de
higi
ene
pess
oal
Não é permitido, comer, beber ou fumar nos locais de trabalho.
Por rotina, todos os profissionais de saúde devem usar elementos de protecção de barreira. Estas protecções devem ser reforçadas sempre que se preveja que as actividades que irão desenvolver propiciem exposições a sangue ou a outros líquidos orgânicos.
As luvas são de uso obrigatório, contudo devem tomar-se as seguintes precauções: - ser mudadas entre doentes - ser mudados entre procedimentos no mesmo doente, - retiradas imediatamente após a sua utilização.
Sempre que o professional apresente cortes ou lesões das mãos.
Sempre que se manipular sangue, outros líquidos orgânicos ou tecidos.
Sempre que as manipulações envolverem contacto com pele que apresente soluções de continuidade ou mucosas.
Sempre que se manipularem objectos , materiais ou superfícies contaminadas com sangue ou outros produtos potencialmente infectantes.
Luva
s
Sempre que se realizarem processos invasivos.
Más
cara
s,
prot
ecçõ
es o
cula
res
e ec
rãs
de
prot
ecçã
o
Devem ser utilizados sempre que se preveja que o procedimento a realizar possa produzir salpicos, gotículas ou aerossóis de sangue ou outros líquidos orgânicos potencialmente infectantes e que possam afectar as mucosas da boca, nariz e olhos. As máscaras devem ser seleccionadas de acordo com as patologias e o tipo de eficácia de filtragem necessária.
Bat
as Devem ser utilizadas sempre que os profissionais de saúde permaneçam nas instalações. Sempre
que se preveja a possibilidade de ocorrerem derrames de sangue ou outros líquidos orgânicos, devem ser usadas protecções descartáveis adicionais.
3
Bar
reira
s de
pro
tecç
ão
Ave
nta
is d
e pl
ástic
o Devem ser utilizados para progeter a bata durante procedimentos que produzam salpicos ou aerossóis de fluidos corporais, secreções ou excreções.
4
Isol
amen
to/
colo
caçã
Selecção do tipo de isolamento dos doentes de acordo com a cadeia epidemiológica da infecção, as patologias e as vias de transmissão.
18 Consultar também as recomendações do Programa Nacional de Controlo de Infecção (http://www.insarj.pt/site/insa_unidade_01.asp?local_id=1&unidade_id=48) 19 DGS, Circular Informativa 45/DT de 05/11/97: Profissionais de Saúde com Risco Ocupacional relativo à Hepatite B (grupo de alto risco)
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
35
Devem ser tomadas todas as precauções necessárias para reduzir ao mínimo as lesões produzidas por picadas e cortes:
Tomar as devidas precauções na utilização de material cortante, agulhas e seringas durante e após a sua utilização, assim como durante os procedimentos de limpeza e/ou eliminação.
Não recapsular ou manipular agulhas e objectos cortantes ou perfurantes.
Os objectos cortantes e perfurantes devem ser depositados em contentores apropriados dotados de tampa de segurança que impeça a sua perda durante o transporte, devendo estar localizados perto do local de trabalho, havendo o cuidado de não os encher em demasia.
5
Cui
dado
s a
ter c
om o
bjec
tos
cort
ante
s e
perf
uran
tes
Os profissionais de saúde que manipulem objectos cortantes ou perfurantes são responsáveis pela sua eliminação.
Todos os dispositivos médicos reutilizáveis, assim como as superfícies, devem ser rigorosamente limpos antes da desinfecção ou esterilização; a presença de matéria orgânica inibe o contacto do desinfectante ou esterilizante com as células microbianas, reduzindo a sua actividade e eficácia.
Os desinfectantes actuam à temperatura ambiente os instrumentos e superfícies de trabalho que não são resistentes ao calor seco ou a temperatura elevadas. Qualquer tipo de desinfecção deverá levar em linha de conta o seguinte:
A actividade desinfectante do produto
A concentração que deverá ter para ser aplicado com efeito desinfectante.
O tempo de contacto que deverá ter com a superfície que se pretende descontaminar.
A espécie e o número de microorganismos que se pretende eliminar.
6
Des
infe
cção
e e
ster
iliza
ção
corr
ecta
s dos
in
stru
men
tos e
supe
rfíc
ies
Dado que se tratam de produtos que se destinam a eliminar microorganismos, estes produtos poderão ter características de toxicidade importantes para o homem pelo que se deve adoptar as medidas de protecção apropriadas e seguir as instruções de utilização constantes da ficha de segurança aquando da sua utilização. Os produtos desinfectantes devem estar adequadamente etiquetados tanto se tiverem sido adquiridos comercialmente ou se tiverem sido preparados localmente. Ao adquirir produtos químicos, deve ser sempre exigida a ficha de segurança respectiva. Para mais detalhes sobre desinfectantes e sua utilização, assim como sobre esterilização, consultar o Anexo C destas recomendações.
7
Med
idas
de
cont
rolo
am
bien
tal Implementação de medidas gerais de controlo:
• da higienização do abiente,
• desinfestação,
• alimentação,
• circuito das roupas,
• circuito dos resíduos,
• transporte de doentes.
Quadro 6 – Precauções universais ou padrão
No caso particular das unidades de isolamento onde se encontrem pessoas doentes infectados
ou com suspeita de estarem infectados por agentes biológicos dos grupos 3 ou 4 devem aplicar
medidas de confinamento, de acordo com a coluna A do Quadro 7 Estas medidas devem ser
escolhidas de acordo com a natureza da infecção, a facilidade e o modo de transmissão dos
agentes.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
36
BB -- NNÍÍVVEEIISS DDEE CCOONNFFIINNAAMMEENNTTOO AA -- MMEEDDIIDDAASS DDEE CCOONNFFIINNAAMMEENNTTOO
2 3 4
1 —O local de trabalho deve estar separado de quaisquer outras actividades no mesmo edifício.
Não.
Recomendado Sim.
2—Os dispositivos de admissão e evacuação de ar do local de trabalho devem ser munidos de filtros absolutos (HEPA) ou equivalentes.
Não
Sim, na evacuação do ar.
Sim, na admissão e evacuação do ar.
3 —O acesso deve ser restrito aos trabalhadores autorizados.
Recomendado.
Sim Sim, através de um
compartimento estanque
4 —O local de trabalho deve poder ser hermeticamente fechado a fim de permitir à desinfecção.
Não. Recomendado. Sim
5 —Medidas de desinfecção especificadas. Sim. Sim. Sim.
6 —O local de trabalho deve ser mantido a uma pressão negativa em relação à atmosfera.
Não. Recomendado. Sim
7 — Controlo eficiente de vectores, por exemplo roedores e insectos.
Recomendado. Sim. Sim
8 — As superfícies devem ser impermeáveis à água e de limpeza fácil. Sim Sim, Sim.
9 — As superfícies devem ser resistentes aos ácidos, bases, solventes e desinfectantes.
Recomendado.
Sim. Sim.
10 — Armazenagem com segurança de um agente biológico.
Sim.
Sim. Sim,
armazenagem com segurança
11 — Nas instalações deve existir uma janela de observação ou um dispositivo alternativo para que os ocupantes possam ser vistos.
Recomendado. Recomendado. Sim
12 —O laboratório deve confinar o seu próprio equipamento. Não. Recomendado. Sim
13 —O material contaminado, incluindo qualquer animal, deve ser manipulado em câmaras de segurança ou isoladores ou outro meio de confinamento apropriado.
Se for necessário.
Sim, quando a infecção for
transmissível pelo ar.
Sim.
Incinerador para carcaças de animais. Recomendado. Sim (disponível). Sim, no local.
A Medida de Confinamento 6 obriga a verificações periódicas do sistema de pressão negativa.
Quadro 7 – Medidas de confinamento
Laboratórios clínicos e de diagnóstico e biotérios
Os laboratórios para diagnóstico e cuidados de saúde (saúde pública, clínicos ou hospitalares) devem ser todos concebidos para o nível 2 de segurança biológica no mínimo.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
37
Uma vez que nenhum dos referidos tipos de laboratório tem controlo total dos espécimes que recebe, os funcionários do laboratório poderão ficar expostos a organismos pertencentes a grupos de risco mais elevados do que o previsto. Esta possibilidade tem que ser tomada em consideração na elaboração dos planos de segurança biológica.
Os laboratórios de bacteriologia e virologia podem ser locais de risco elevado de infecção
ocupacional. Porém, os laboratórios que apresentam maior risco são os de hematologia, de
bioquímica ou outros em que o isolamento do agente biológico não é o objectivo, uma vez que
os bacteriologistas estão cientes da natureza potencialmente patogénica do material que
manipulam, e nestes casos existe uma preocupação acrescida em não contaminar o material e
preservar o seu potencial diagnóstico.
Geralmente, a natureza infecciosa do material clínico é desconhecida e muitas vezes existem
solicitações para se proceder a determinações múltiplas – bioquímicas, bacteriológicas ou
outras – em relação ao mesmo material.
Compete ao director ou responsável do laboratório estabelecer procedimentos de segurança
adequados aos agentes presumivelmente manipulados os quais deverão constar
necessariamente do Manual de Segurança. O nível mínimo adoptado deverá ser o nível de
confinamento 220 e deverão ser aplicadas as “Precauções universais”..
È sempre necessário utilizar barreiras primárias tais como câmaras de segurança biológica
(Classes I e II) em procedimentos que envolvam a possibilidade de formação de salpicos, gotas
ou aerossóis.
A necessidade de se utilizar equipamento de protecção individual (EPI) em instalações de
serviços de saúde deve ser determinada através da avaliação dos riscos da totalidade das
instalações a fim de identificar os postos de trabalho ou as actividades em que exista risco de
exposição a agentes biológicos.
Os laboratórios, incluindo os de diagnóstico, e as instalações onde existam animais de laboratório que sejam ou se suspeite que sejam portadores de agentes biológicos dos grupos 2, 3 ou 4, depois da avaliação dos riscos, devem aplicar medidas de confinamento físico referidos no Quadro XXXX
As actividades que impliquem a manipulação de um agente biológico do grupo 2, 3 ou 4 devem ser sempre efectuadas em locais correspondentes, no mínimo, ao nível de confinamento 2, 3 ou 4, respectivamente.
Os laboratórios onde se manipulem materiais suspeitos de conter agentes biológicos susceptíveis de causar doenças no ser humano, mas cujo objectivo não seja trabalhar com esses agentes enquanto tais, devem adoptar, no mínimo, o nível de confinamento 2.
Os laboratórios referidos no número anterior devem adoptar os níveis de confinamento 3 ou 4 sempre que se revele ou se presuma a sua necessidade, excepto se as autoridades competentes considerarem adequado um nível de confinamento inferior
20 Nº3 do artº 15º do Decreto-Lei nº 84/97 17 de Novembro
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
38
VVII.. RReeffeerrêênncciiaass bbiibblliiooggrrááffiiccaass ee lleeggiissllaattiivvaass
Referências bibliográficas
♦ ACGM Compendium of guidance (2000), HSC Advisory Commitee on Genetic Modification.
♦ Bolyard, E. et al. : Guidelines for infection control in health care personnel. American Journal
of Infection Control, 26: 289-354, 1998.
♦ CDC.NIH, Biosafety in Microbiological and Biomedical Laboratories, 3rd edition,
U.S.Government Printing Office, Washington, 1993
♦ Centers for Disease Control and Prevention and National Institutes of Health: Primary Containment or Biohazards: Selection, Installation and use of Biological Safety Cabinets, 2nd edition, 2000. (http://www.cdc.gov/od/ohs/biosfty/bsc/bsc.htm)
♦ CEN. Norma EN 12469:2000 (Biotechnology – Performance criteria for microbiological
safety cabinets).
♦ Direcção-Geral da Saúde: Programa Nacional de Controlo da Tuberculose. Diário da
República, II Série, nº 218, 20.09.1995.
♦ Direcção-Geral da Saúde: Circular Informativa 45/DT de 05/11/97: Profissionais de Saúde
com Risco Ocupacional relativo à Hepatite B (grupo de alto risco).
♦ Direcção-Geral da Saúde: Circular Normativa nº8/DT DE 21.12.2005 – Programa Nacional
de Vacinação. Orientações Técnicas.
♦ Health Canada, Laboratory Biosafety Guidelines, 3rd Edition, 2004.
♦ Instituto Nacional de Saúde Dr.Ricardo Jorge: Programa Nacional de Controlo de Infecção.
(http://www.insarj.pt/site/insa_unidade_01.asp?local_id=1&unidade_id=48)
Recomendações de Boa Prática do Programa Nacional de Controlo de Infecção:
Precauções para a prevenção da transmissão de microrganismos
Recomendações para a higienização das mãos nas unidades de saúde
Avaliação da qualidade dos serviços de higienização do ambiente
Princípios básicos de controlo do ambiente nas unidades de saúde
♦ OMS: Manual de Segurança Biológica em Laboratório, terceira edição, Organização Mundial
da Saúde, Genebra, 2004.
(http://www.who.int/csr/resources/publications/biosafety/BisLabManual3rdwebport.pdf).
♦ Rodrigues, A. et al.: Exposição a Agentes Biológicos, Instituto para o Desenvolvimento e
Inspecção das Condições de Trabalho, 1ª edição, 2003.
♦ Sousa, J. et al.: Riscos dos Agentes Biológicos. Manual de Prevenção. Instituto para o
Desenvolvimento e inspecção das Condições de Trabalho, 2ª edição, 2001
♦ Uva, A.; Faria, M.: Riscos Ocupacionais em Hospitais e Outros Estabelecimentos de Saúde. Edição conjunta SIM/FNAM, 1992.
♦ Norma ISO 7730 – Moderate thermal environments – Determination of PMV and PPD
indices and specifiaction of the conditions for thermal confort.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
39
♦ Norma Portuguesa 1796 – Segurança e Saúde do Trabalho - Valores limite de exposição
profissional a agentes químicos.(2004).
♦ WHO, Guidelines on sterilization and desinfection methods effective against human immunodeficiency virus (HIV), WHO AIDS series; 2, World Health Organization, Geneva,
1989
Referências Legislativas ♦ Decreto-Lei n.º 2/82 de 5 de Janeiro – Doença Profissionais
♦ Despacho da Ministra da Saúde nº 242/96 de 5 de Julho referente à classificação e
tratamento dos resíduos hospitalares
♦ Decreto-Lei 84/97 de 16 de Abril, relativo à protecção da segurança e saúde dos
trabalhadores contra o risco de exposição a agentes biológicos durante o trabalho.
♦ Portaria 1036/98 de 15 de Dezembro - aprova a lista de agentes biológicos.
♦ Decreto-Lei nº 118/98 de 7 de Maio - REGULAMENTO DOS SISTEMAS ENERGÉTICOS
DE CLIMATIZAÇÃO EM EDIFÍCIOS.
♦ Decreto-Lei nº 488/99 de 17 de Novembro - Regime jurídico da organização das actividades
de segurança, higiene e saúde no trabalho na Administração Pública.
♦ Decreto-Lei nº 503/ 99 de 20 de Novembro - Regime jurídico dos acidentes em serviço e
doenças profissionais na Administração Pública.
♦ Decreto-Lei 2/2001 de 4 de Janeiro, relativo à utilização confinada de microrganismos
geneticamente modificados tendo em vista a protecção da saúde humana e do ambiente.
♦ Decreto-Lei 290/2001, de 16 de Novembro relativo à protecção da Segurança e Saúde dos
trabalhadores contra os riscos de exposição a agentes químicos no trabalho.
♦ Decreto-Lei nº 30/2003 de 14 de Fevereiro, relativo aos dispositivos médicos.
♦ Lei nº 99/2003 de 27 de Agosto - Código do trabalho
♦ Lei nº35/2004 de 29 de Julho – Regulamento do Código do Trabalho
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
40
VVIIII.. Anexos
A. Quadros
CCOONNCCEEPPÇÇÃÃOO DDOO LLAABBOORRAATTÓÓRRIIOO NNÍÍVVEEIISS DDEE CCOONNFFIINNAAMMEENNTTOO LLOOCCAALLIIZZAAÇÇÃÃOO 1 2 3 4
Separado por uma porta das zonas destinadas ao público Sim Sim Sim Sim
Afixação do sinal de perigo biológico nas portas do laboratório Não Sim Sim Sim
Acesso permitido apenas a pessoas devidamente autorizadas Não Recomendado Sim Sim
Existência de salas separadas e seladas, com acesso limitado e longe dos locais públicos Não Não Sim Sim
Localização em edifício separado ou em salas seladas, com alimentação e exaustão de ar independentes das restantes instalações
Não Não Recomendado Sim
As zonas de confinamento localizam-se longe das paredes exteriores do edifício. Não Recomendado Recomendado Sim
As zonas de confinamento estão adjacentes ou localizam-se perto das salas de bombagem a fim de diminuir o comprimento de condutas contaminadas.
Não Não Recomendado Sim
As áreas administrativas podem localizar-se no interior do laboratório se estiverem perto das portas de acesso ou saída.
Sim Sim Não Não
As áreas administrativas devem localizar-se fora da zona de confinamento Não Não Sim Sim
As instalações devem estar fechadas quando não estiverem a funcionar (de acordo com as regras de segurança e contra-fogo em vigor)
Não Não Sim Sim
Quadro 8 – Concepção do laboratório - Localização
CCOONNCCEEPPÇÇÃÃOO DDOO LLAABBOORRAATTÓÓRRIIOO NNÍÍVVEEIISS DDEE CCOONNFFIINNAAMMEENNTTOO
PPEERRÍÍMMEETTRROO DDEE CCOONNFFIINNAAMMEENNTTOO 1 2 3 4
AA..PPAARREEDDEESS
Estrutura em alvenaria reforçada Não Não Recomendado Sim
Alvenaria reforçada com vigamentos não esforçados (ou sem carga?) (sem carga nos vãos-espaços entre as escoras de uma viga)
Não Não Recomendado Sim
Alvenaria reforçada com vigas de aço sem carga nos espaços entre as escoras. Não Não Recomendado Sim
Cimento reforçado Não Não Recomendado Sim
BB..TTEECCTTOOSS
Blocos de gesso reforçados a aço ou placas impermeáveis e à prova de som Sim Sim Não Não
Tecto em gesso reforçado a aço, primário de enchimento e acabamento com pintura Não Não Sim Sim
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
41
CC.. RREEVVEESSTTIIMMEENNTTOOSS EE SSEELLAANNTTEESS
Revestimentos das paredes e tectos sem junções e resistentes aos desinfectantes gasosos e químicos
Não Recomendado Sim Sim
Selantes resistentes aos desinfectantes gasosos e químicos e que não endureçam. Não Recomendado Sim Sim
Selos de confinamento para os acessos de serviço mecânicos ou electricos Não Recomendado Sim Sim
DD..PPOORRTTAASS
Portas passíveis de ser fechadas à chave Não Recomendado Sim Sim
Portas de fecho automático Não Recomendado Sim Sim
Portas com dispositivo de restrição de acesso tais como sistemas de cartões magnéticos ou equivalentes.
Não Não Recomendado Sim
Air-lock ventilado para separação entre as áreas de confinamento elavado e baixo, com portas com fecho pneumático ou portas selantes de compressão.
Não Não Não Sim
Portas e aduelas de coma acabamentos sólidos Não Recomendado Sim Sim
Abertura de portas que permita a passagem de todos os materiais Sim Sim Sim Sim
São necessárias portas contra-fogo, colocadas de acordo com a normas contra fogo
Sim Sim Sim Sim
Portas de entrada com possibilidade de serem fechadas através de grampos manuais. Não Não Recomendado Sim
Saídas assinaladas e iluminadas Sim Sim Sim Sim
Acessos às saídas de emergência em caso de fogo concebidos de forma a minimizar a passagem por zonas perigosas.
Sim Sim Sim Sim
EE..JJAANNEELLAASS
Se permitirem a abertura, têm uma rede anti-vectores colocada Sim Sim Não Não
Janelas com vidros de segurança, com desempenho provado (testadas em relação ao confinamento??) com bloqueio de abertura selado e colocado
Não Não Sim Sim
FF..PPAAVVIIMMEENNTTOOSS
Pavimentos antiderrapantes Sim Sim Sim Sim
Revestimento resistente aos desinfectantes químicos e gasosos (por ex. epoxy), sem junções e incluindo o rodapé.
Recomendado Recomendado Sim Sim
Placas de soalho laminado ou resiliente e sem junções ou linóleos Sim Sim Não Não
Quadro 9 – Concepção do laboratório – Perímetro de confinamento
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
42
CCOONNCCEEPPÇÇÃÃOO DDOO LLAABBOORRAATTÓÓRRIIOO NNÍÍVVEEIISS DDEE CCOONNFFIINNAAMMEENNTTOO
VVEENNTTIILLAAÇÇÃÃOO 1 2 3 4
AA..AALLIIMMEENNTTAAÇÇÃÃOO DDEE AARR Alimentação independente das zonas adjacentes do laboratório Não Não Recomendado Sim
Alimentação com filtros HEPA ou com bubble tight dampers Não Não Recomendado Sim
Equipadas com manómetros para manutenção de pressão à entrada ( por ex. magnehelics) Não Não Recomendado Sim
Fluxo de ar interno direccional não recirculado. Não Recomendado Sim Sim
Interligação com a exaustão para prevenção de pressurizações positivas Não Não Sim Sim
Equipada com alarmes sonoros para detecção de despressurização ( por ex. falha do sistema de exaustão)
Não Não Recomendado Sim
Condutas de alimentação de ar herméticas e independentes das outras zonas do laboratório e com acesso pelo exterior das zona de confinamento.
Não Não Recomendado Sim
Equipadas com com fechos de segurança para permitir a selagem para descontaminação. Não Não Sim Sim
BB..EEXXAAUUSSTTÃÃOO Sala equipada com manómetros ou dispositivos de monitorização da pressão à entrada
Não Não Recomendado Sim
Condutas de exaustão herméticas e seladas e acesso exterior à janela de saída do sistema, o qual deve verificar todos os requisitos exigidos.
Não Não Recomendado Sim
Todo o sistema de exaustão tem filtros HEPA e está conectado a alarmes sonoros para de detecção de falhas do sistema.
Não Não Recomendado Sim
Interconecção com o sistema de alimentação para impedir situações de pressurização positiva do laboratório.
Não Recomendado Sim
Equipada com fechos de segurança por forma a permitir a selagem para descontaminação. Não Recomendado Sim
Volume mínimo de exaustão igual a 10 vezes o volume de ar da sala por hora. Não Recomendado Sim
Descarga vertical para o exterior, descontando o ar proveniente do edifício ou da alimentação, igual a 12 metros por segundo.
Recomendado Recomendado Recomendado Recomendado
È permitida a recirculação do ar após filtração HEPA. Recomendada Sim Não Não
Minimização da existência de espaços mortos em que o ar contaminado se possa acumular. Recomendado Recomendado Sim Sim
Ventilação suficiente para remover vapores provenientes de líquidos inflamáveis ou químicos perigosos antes que atinjam concentrações perigosas.
Sim Sim Sim Sim
Condutas expostas destacadas das paredes por forma a permitir o acesso para manutenção, teste para fugas e acesso ao equipamento de filtros e iluminação.
Sim Sim Sim Sim
CC..CCÂÂMMAARRAASS DDEE SSEEGGUURRAANNÇÇAA BBIIOOLLÓÓGGIICCAA
Classe I Não Recomendado Sim Não
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
43
Classe II Não Recomendado Sim Sim
Classe III Não Não Não Sim
Possibilidade de usar Câmaras de classe I e II combinadas com fatos de pressão positiva Não Não Não Sim
Possibilidade do ar ser recirculado se for filtrado através de filtros HEPA Não Sim Sim Não
DD..CCAAPPEELLAA DDEE VVAAPPOORREESS HHOOTTTTEESS
Recomendadas quando necessário Recomendado Recomendado Recomendado Recomendado
Com filtros HEPA e de carvão se necessário Não Não Recomendado Sim
Alarmes de fluxo de ar Recomendado Recomendado Recomendado Recomendado
Quadro 10 – Concepção do laboratório – Ventilação
CCOONNCCEEPPÇÇÃÃOO DDOO LLAABBOORRAATTÓÓRRIIOO NNÍÍVVEEIISS DDEE CCOONNFFIINNAAMMEENNTTOO SSIISSTTEEMMAASS DDEE DDEESSCCOONNTTAAMMIINNAAÇÇÃÃOO,, EESSTTEERRIILLIIZZAAÇÇÃÃOO EE EELLIIMMIINNAAÇÇÃÃOO DDEE RREESSÍÍDDUUOOSS
1 2 3 4
AA..DDEESSCCOONNTTAAMMIINNAAÇÇÃÃOO
O chão, as paredes e os tectos do laboratório permitem a limpeza e a são resistentes à desinfecção.
Recomendado Recomendado Sim Sim
O material dos móveis e superfícies é facilmente lavável e resistente à desinfecção. O topo das bancadas com a parte de trás recurvada para evitar derramamentos, sem juntas, ou com juntas seladas com selante que não contraia.
Recomendado Recomendado Sim Sim
Superfícies em plástico laminado Recomendado Recomendado Sim Não
Superfícies em aço inoxidável Não Não Recomendado Sim
O perímetro do laboratório está selado para permitir desinfecção gasosa de todo o compartimento
Não Não Sim Sim
BB..EESSTTEERRIILLIIZZAAÇÇÃÃOO Autoclave de porta dupla Não Não Recomendado Sim
Autoclave localizado no interior do laboratório Não Não Sim Sim
Autoclave no interior do edifício Recomendado Sim Sim Sim
Canalização de vapor exposta coberta por material isolante Sim Sim Sim Sim
Incinerador no edifício Não Não Não Recomendado
CC..RREEMMOOÇÇÃÃOO DDEE RREESSÍÍDDUUOOSS 11..LLÍÍQQUUIIDDOOSS Sifões de drenagem cheios com o desinfectante especificado pelo operador do laboratório
Não Recomendado Sim Sim
Todos os efluentes líquidos devem ser descontaminados em depósitos mecânicos, com monitorização biológica e localizados junto à zona de confinamento, antes de serem eliminados.
Não Não Não Sim
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
44
22..SSÓÓLLIIDDOOSS
Espaço para arrumação dos sacos com resíduos biomédicos Sim Sim Sim Sim
Espaço refrigerado para armazenamento fechado à chave para resíduos biomédicos que tenham que ser eliminados em outro local
Recomendado Recomendado Recomendado Sim
Existência de depósitos desinfectantes para todos os materiais e dispositivos não autoclaváveis que devam sair da zona de confinamento, como prolongamento da linha da câmara. No caso de um laboratório intermédio, esta função pode ficar a cargo de um depósito (iden) ou através de um chuveiro químico dentro do perímetro de confinamento
Não Não Recomendado Sim
Quadro 11 – Concepção do laboratório – Sistemas de descontaminação, esterilização e eliminação de resíduos
CCOONNCCEEPPÇÇÃÃOO DDOO LLAABBOORRAATTÓÓRRIIOO NNÍÍVVEEIISS DDEE CCOONNFFIINNAAMMEENNTTOO
HHIIGGIIEENNEE PPEESSSSOOAALL EE SSUUGGUURRAANNÇÇAA DDAASS IINNSSTTAALLAAÇÇÕÕEESS 1 2 3 4
Instalação para lavagem de mãos no laboratório Sim Sim Sim Sim
Lavatórios exclusivos com torneiras não accionáveis manualmente no laboratório (não aplicável a situações em que são utilizados fatos a pressão positiva)
Não Recomendado Sim Sim
Duche químico no perímetro do laboratório (aplicável a situações em que são utilizados fatos a pressão positiva).
Não Não Não Sim
Equipado com instalações para lavagem do rosto/olhos, equipadas com alarmes visuais/sonoros (não aplicável a situações em que são utilizados fatos a pressão positiva)
Recomendado Recomendado Recomendado Sim
Chuveiro na área de confinamento Não Não Recomendado Sim
Área para troca de roupa adjacente à zona de confinamento (0.5 m2 por pessoa). Não Não Sim Sim
Espaço para arrumação das roupas de laboratório no interior ou na área de troca de roupa adjacente (mínimo 300 mm para cada peg.???)
Sim Sim Sim Sim
Espaço para o cesto da roupa (mínimo 0,900 m2) adjacente á porta de saída , para a roupa que necessita autoclavagem antes de ir para a lavandaria.
Recomendado Recomendado Sim Sim
Quadro 12 – Concepção do laboratório – higiene pessoal e segurança das instalações
CCOONNCCEEPPÇÇÃÃOO DDOO LLAABBOORRAATTÓÓRRIIOO NNÍÍVVEEIISS DDEE CCOONNFFIINNAAMMEENNTTOO
CCAARRAACCTTEERRÍÍSSTTIICCAASS DDAASS IINNSSTTAALLAAÇÇÕÕEESS 1 2 3 4
AA..CCAANNAALLIIZZAAÇÇÕÕEESS EE DDRREENNAAGGEEMM
Todos os drenos estão ligados ao sistema de esterilização. Não Não Não Sim
Todos os drenos estão ligados ao esgoto Não Não Recomendado Não
A água de condensação da câmara do autoclave é drenada directamente para o
Não Não Recomendado Sim
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
45
esgoto através de um sistema fechado.
Todos os orifícios de entrada da canalização no perímetro do laboratório estão selados com um vedante que não contrai.
Não Não Sim Sim
Todas as alimentações de água tem dispositivos anti-refluxo. Não Não Sim Sim
As canalizações estão expostas e destacam-se das paredes a fim de permitir acesso à manutenção
Não Não Sim Sim
O controlo principal de água (olho de boi) está localizado fora do perímetro do laboratório. Não Não Recomendado Sim
Todas as canalizações expostas, de água quente e fria, estão cobertas por material isolante e devidamente ancoradas para evitar deslocações.
Sim Sim Sim Sim
Todas as condutas de ar estão equipadas com filtros HEPA ou equivalentes. Não Não Recomendado Sim
22..GGAASSEESS CCOOMMPPRRIIMMIIDDOOSS
A alimentação de ar está equipada com filtros HEPA por forma a impedir o retorno. Não Recomendado Sim Sim
Todas as condutas de ar tem mecanismos para impedir o refluxo. Não Não Sim Sim
Todas as linhas de vácuo estão equipadas com filtros HEPA ou equivalente*. Não Recomendado Sim Sim
Nenhuma conduta de vácuo poderá ter origem no laboratório (o vácuo deve ser obtido por meio de bombas e no interior do laboratório).
Não Não Sim Sim
Todos os orifícios de entrada dos tubos de alimentação de ar no perímetro do laboratório estão seladas com vedante não sujeito a contracção.
Não Não Sim Sim
Os cilindros de gás comprimido estão armazenados no exterior do laboratório. Não Não Recomendado Sim
**AAss lliinnhhaass ddee vvááccuuoo nnããoo ppooddeemm tteerr oorriiggeemm eemm llaabboorraattóórriiooss ddee nníívveell ddee ccoonnffiinnaammeennttoo 33 oouu 44
33..EELLEECCTTRRIICCIIDDAADDEE
Todas as alimentações e fios estão selados à entrada da barreira de confinamento com vedante não sujeito a contracção.
Não Não Recomendado Sim
Os arrancadores e balastros das luzes fluorescentes estão colocados fora da área de confinamento.
Não Não Recomendado Recomendado
Os disjuntores eléctricos situam-se fora da área de bioconfinamento. Não Não Recomendado Sim
Os sistemas de segurança do edifício integram os sistemas de monitorização e segurança do laboratório.
Recomendado Recomendado Recomendado Sim
As luzes de iluminação das superfícies de trabalho devem ser mantidas a uma distância mínima adequada para uma boa visibilidade.
Recomendado Recomendado Recomendado Recomendado
Todos os disjuntores, quadros eléctricos e controlos estão devidamente identificados e etiquetados.
Sim Sim Sim Sim
O sistema eléctrico comporta um gerador de emergência para apoio do equipamento essencial, câmaras biológicas incluídas.
Não Recomendado Recomendado Sim
Equipado com alarmes contra fogo. Sim Sim Sim Sim
Equipado com um sistema de comunicações entre a área de confinamento e a área exterior
Não Não Recomendado Sim
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
46
de apoio.
Circuito interno de televisão para cobertura de toda a zona de trabalho. Não Não Não Recomendado
Quadro 13 – Concepção do laboratório – características das instalações
CCOONNCCEEPPÇÇÃÃOO DDOO LLAABBOORRAATTÓÓRRIIOO NNÍÍVVEEIISS DDEE CCOONNFFIINNAAMMEENNTTOO MMOONNIITTOORRIIZZAAÇÇÃÃOO EE EEMMEERRGGÊÊNNCCIIAA 1 2 3 4
11..AADDMMIISSSSÃÃOO DDEE AARR
Fluxo de ar internamente direccionado e monitorizado à entrada no laboratório. Não Recomendado Sim Sim
Câmaras de segurança biológica equipadas com manómetros para monitorização da pressão para todos os filtros HEPA.
Não Recomendado Sim Sim
Acessos aos filtros HEPA previstos para descontaminação Sim Sim Sim Sim
Entrada no laboratório através de airlock ventilado com portas de fecho automático. Não Não Recomendado
Entrada no laboratório através de airlock ventilado. Não Não Não Sim
Gradiente de pressão das salas em isolamento para os corredores, com a pressão mais negativa nas salas mais perigosas.
Não Não Sim Sim
22..CCOONNFFIINNAAMMEENNTTOO EE PPRREEVVEENNÇÇÃÃOO DDEE IINNCCÊÊNNDDIIOOSS
Equipados com alarmes contra fogo Sim Sim Sim Sim
Equipado com extintores de incêndio apropriados. Sim Sim Sim Sim
Portas contra-fogo. Sim Sim Sim Sim
Todas as saídas de emergência em caso de incêndio assinaladas e iluminadas. Sim Sim Sim Sim
Zona de confinamento designada como interdita. Os bombeiros só têm permissão de entrada para salvar vidas nunca para extinguir incêndios, os quais devem ser controlados do exterior, para evitar a disseminação de agentes.
Não Não Não Recomendado
Equipado com câmaras de armazenagem adequadas ou frigoríficos à prova de explosão, os quais devem estar devidamente identificados para líquidos inflamáveis.
Sim Sim Sim Sim
Armazenamento de líquidos inflamáveis fora da zona de bioconfinamento. Recomendado Recomendado Recomendado Recomendado
Sistema de chuveiros de tecto anti-incêndio (quando exigidos na lei). Outros sistemas de controlo de incêndios pode ser considerado para o nível 4.
Recomendado Recomendado Recomendado Recomendado
33..EEQQUUIIPPAAMMEENNTTOO PPEESSSSOOAALL DDEE EEMMEERRGGÊÊNNCCIIAA
Equipado com botijas de oxigénio suficiente para 30 minutos por pessoa (apenas nível 4) Não Não Não Sim
Equipado com máscaras a pressão positiva e com botijas de oxigénio localizadas na área de apoio.
Não Não Recomendado Sim
Instalações para lavagem do rosto/olhos no Sim Sim Sim Sim
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
47
laboratório (não aplicável no caso de fatos de pressão positiva, nível 4)
Banho de chuveiro na área de apoio. Recomendado Recomendado Recomendado Sim
Equipado com um sistema de comunicações entre a zona de confinamento e a zona de apoio.
Não Não Recomendado Sim
Iluminação de emergência. Sim Sim Sim Sim
44..SSEERRVVIIÇÇOOSS DDEE RREECCTTAAGGUUAARRDDAA
Equipado com gerador de emergência para apoio de equipamento essencial, câmaras biológicas incluídas.
Não Não Recomendado Sim
Quadro 14 – Concepção do laboratório – monitorização e emergência
CCOONNCCEEPPÇÇÃÃOO DDOO LLAABBOORRAATTÓÓRRIIOO NNÍÍVVEEIISS DDEE CCOONNFFIINNAAMMEENNTTOO DDEESSEEMMPPEENNHHOO,, IINNSSPPEECCÇÇÃÃOO EE TTEESSTTEESS 1 2 3 4
Construção do perímetro do laboratório à prova de fuga e com capacidade para resistir às condições de sobrecarga impostas pela pressão de ar negativa necessária à operação do laboratório:
Integridade dos selos à inspecção visual Não Não Sim Não
Condições de estanquicidade das salas demonstrada por testes físicos21 a 2”wg. Não Não Não Sim
Todas as condutas de alimentação e exaustão de ar testadas no local à prova de fuga em caso de queda de pressão*:
• Nível 3 – não superior a 0,2% duct vol./min a 2”wg (500Pa).
• Nível 4 – não superior a 0,1% duct vol./min. A 2”wg (500 Pa).
Não Recomendado Sim
Condutas de alimentação e exaustão de ar verificadas em relação à protecção anti-refluxo Não Não Sim Sim
Todos os filtros HEPA verificados, em relação a todas as especificações, após instalação. Não Não Sim Sim
Verificação da hermeticidade dos filtros HEPA: não superior a 0,2% de vol.\min. A 10”wg (2500Pa)
Não Não Recomendado Sim
O teste das câmaras de segurança biológica está de acordo com as especificações após a instalação.
Não Sim Sim Sim
Demonstração de que os autoclaves estão instalados de acordo com as especificações através da utilização de um indicador biológico.
Sim Sim Sim Sim
Ensaio das capelas Sim Sim Sim Sim
Demonstração de que os sistemas de drenagem e eliminação de resíduos, líquidos e sólidos, incluindo amostras das entradas, são eficientes mediante a utilização de indicadores biológicos.
Não Não Não Sim
Verificação da integridade dos esgotos Não Não Não Sim
Verificação dos sistemas de alarmes para o caso de falha de outros sistemas (exaustão, alimentação, pressão das salas e oxigénio).
Não Não Sim Sim
Verificação dos sistemas de alarme para o Não Sim Sim Sim
21 pressure decay 0,05 wg loss\min)
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
48
caso de falha na alimentação eléctrica.
Verificação dos sistemas de alarme contra incêndio. Sim Sim Sim Sim
Verificação dos sistemas de comunicações Não Não Recomendado Sim
Ensaio do fluxo de ar direccional através de testes visuais com fumo. Não Recomendado Sim Sim
Verificação da integridade dos fatos a pressão positiva Não Não Não Sim
Verificação dos sistema de respiração de emergência (Oxigénio) Não Não Não Sim
Ensaio do sistema de alimentação de ar, normal e de emergência. Não Não Não Sim
Verificação dos sistemas anti-refluxo. Recomendado Sim Sim Sim
Quadro 15 – Desempenho, inspecção e testes
B. Câmaras de segurança biológica
As Câmaras de Segurança Biológica (CSB) contam-se entre os mais comuns e eficientes
dispositivos de confinamento utilizados por laboratórios que trabalham com agentes biológicos.
Existem fundamentalmente três classes genéricas: Classe I, Classe II e Classe III, as quais se
deverão reger obrigatoriamente pelas normas de segurança internacionais, nomeadamente a
EN 12469:2000 – Biotechnology – Performance criteria for microbiological safety cabinets.
Na descrição que se segue são apresentados alguns exemplos que foram retirados do manual
dos Centers for Disese Control and Prevention22 e é, portanto, seguida a classificação
americana.
Todavia, a Organização Mundial de Saúde23 apresenta uma classificação um pouco diferente e
que poderá ser consultada em
22 Centers for Disease Control and Prevention and National Institutes of Health: Primary Containment or Biohazards: Selection, Installation and use of Biological Safety Cabinets, 2nd edition, 2000. (http://www.cdc.gov/od/ohs/biosfty/bsc/bsc.htm) 23 OMS:Manual de Segurança Biológica em Laboratório, terceira edição, Organização Mundial da Saúde, Genebra, 2004.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
49
A.Classe I
A- Abertura frontal. B – Área de trabalho. C – Painel de observação. D – Conduta do exaustor. E – Filtro HEPA de
exaustão
Figura 1 - Diagrama Esquemático de uma Câmara de Segurança Biológica Classe I
Na CSB de classe I o ar da sala é aspirado através de uma abertura na frente, a uma
velocidade mínima de 0,38 m/s, passa pela superfície de trabalho e todo o ar da câmara é
expelido através de um filtro HEPA para o laboratório ou para o exterior.
O fluxo de ar varre qualquer tipo de aerossóis infecciosos gerados durante a actividade
protegendo o operador e o ambiente. Contudo, uma vez que o ar aspirado da sala varre a
superfície de trabalho, não assegura a protecção do produto manipulado de qualquer
contaminação.
Este tipo de câmara é utilizado na manipulação de agentes de risco baixo a moderado e é útil
para o confinamento sempre que haja possibilidade de formação de aerossóis infecciosos. Não
é apropriada para materiais vulneráveis à contaminação aérea, uma vez que o ar ambiente os
poderá contaminar. Pode ainda sofrer adaptações e ser ligado à exaustão exterior, podendo,
Ar ambiente
Ar potencialmente contaminadoAr filtrado (HEPA)
Plano lateral
C
A
E
D
B
Ar ambiente
Ar potencialmente contaminadoAr filtrado (HEPA)
Plano lateral
C
A
E
D
B
C
A
E
D
B
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
50
nestas condições ser utilizadas para manipular materiais tóxicos24 ou com marcadores
radioactivos.
Devem ser testadas e certificadas no local após instalação, sempre que for mudada de lugar e
anualmente a partir de então.
B.Classe II
Devido ao aumento da utilização de culturas de células e tecidos, considerou-se que seria
necessário proteger também a superfície de trabalho varrendo-a com ar esterilizado. Assim, foi
concebida a câmara de Segurança biológica da classe II, de modo a fornecer protecção
pessoal e ambiental, mas também dos materiais na superfície de trabalho. As Câmaras de
Segurança Biológica de classe II distinguem-se das da classe I pelo facto de só permitiremm o
fluxo de ar esterilizado (HEPA) sobre a suparfície de trabalho. Esta classe de CSB possui um
fluxo interno de ar com velocidade protectora para o manipulador (0,38 a 0,51m/s), filtração
HEPA com fluxo de ar laminar vertical para protecção do produto e extracção de ar por
intermédio de filtros HEPA, para protecção ambiental. Permitem a manipulação de produtos
químicos tóxicos e radionuclídeos, quando dispõem de sistemas adequados de tratamento de
ar em combinação com os filtros HEPA.
A CSB classe II pode ser utilizada para trabalhar com agentes infecciosos dos grupos 2 e 3,
podendo ser utilizada para agentes do grupo 4 se forem também utilizados fatos pressurizados.
Existem vários tipos e sub-tipos com base na construção, velocidade de entrada do ar pela
abertura frontal, quantiudade de ar recirculado e expelido, sistema de ventilação e sistema de
pressão.
Devem ser testadas e certificadas de forma idêntica às CSB de classe I.
24 Deve ser levado em conta de que os filtros HEPA são ineficazes contra agentes químicos.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
51
A
B
CD
E
F
A
B
CD
E
F
Ar ambiente Ar potencialmente contaminado Ar filtrado
A
B C
E
FG
D
A
B C
E
FG
D
CCBBSS CCLLAASSSSEE IIII,, TTIIPPOO AA CCBBSS CCLLAASSSSEE IIII,, TTIIPPOO BB11
A – Ventoinha. B – Conduta do exaustor. C – Filtro HEPA de alimentação. D – Filtro HEPA de exaustão. E – Painel de observação. F –
Abertura frontal. G - Filtro HEPA de alimentação adicional.
A exaustão da CSB tipo B1 necessita de ligação à exaustão do edifício
Figura 2 – Diagrama esquemático de Câmaras de Segurança Biológica classe II, tipo A e B1, planos laterais.
C.Classe III São câmaras totalmente fechadas e ventiladas com construção “à prova de gás” e fornecem o
nível mais elevado de protecção individual e ambiental em relação a aerossóis e contaminantes
biológicos. São apropriadas para manipulação de agentes do grupo de risco 4 e para níveis de
confinamento 3 e 4.
Todas as operações na área de trabalho são realizadas utilizando um par de luvas de borracha
acopladas ao painel frontal do dispositivo. Funciona a pressão negativa, a alimentação de ar é
feita após filtração com filtros HEPA e a extracção é feita através de dois filtros HEPA em série
ou filtração HEPA seguido de incineração antes que seja lançado no exterior.
O fluxo de ar é assegurado por um sistema de ventilação próprio, fora da câmara que mantém
o interior da mesma sob pressão negativa (124,5 Pa). As CSB Classe III devem possuir uma
caixa de passagem anexa que possa ser esterilizada e equipada com um exaustor com
filtração HEPA.
Todo o equipamento necessário à actividade do laboratório, tais como incubadoras,
refrigeradores e centrifugadoras devem fazer parte integrante do sistema da câmara. Deve
estar ligada a autoclaves de porta dupla e areservatórios para desinfecção química para
esterilizar ou desinfectar todos os materiais que deixem a câmara ou que nela entrem.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
52
Uma protecção equivalente à CSB classe III pode ser obtida pela utilização conjunta de fatos
pressurizados e câmaras de classe I ou II.
Figura 3. - Diagrama Esquemático de uma Câmara de Segurança Biológica Classe III A – Porta-Luvas com anéis para adaptação das luvas ao comprimento do braço. B – Painel de observação. C – Filtro HEPA de exaustão de ar. D – Filtro HEPA de admissão de ar. E – Autoclave de fecho duplo ou caixa de passagem.
CCÂÂMMAARRAASS AAPPLLIICCAAÇÇÕÕEESS
TTIIPPOO CCAARRAACCTTEERRÍÍSSTTIICCAASS IINNDDIICCAAÇÇÕÕEESS PPRROOTTEECCÇÇÃÃOO DDOO PPRROODDUUTTOO
Câmara aberta para protecção individual e ambiental
Agentes dos grupos 1, 2 e 3 Não Classe I
Pode ser alterada mediante a aplicação de um painel frontal e luvas de manipulação
Classe II: tipos A e B
Câmara ventilada para protecção individual, ambiental e do produto. Com ou sem abertura frontal e fluxo de ar interno para protecção individual. Volume variável de ar recirculado dependente do sub-tipo podendo dispôr de pressão interna negativa. Extracção de ar por filtro HEPA com os sem hard-ducted
Agentes dos grupos1, 2 e 3 Sim
Classe III Câmaras totalmente fechadas e ventiladas com construção “à prova de gás” pressão negativa, alimentação por Filtros HEPA e extracção por duola filtragem HEPA seguida de incineração. Inclui todo o equipamento necessário. Pode ser substituída por fatos individuais a pressão positiva e usados em conjunto com câmaras de outra classe
Agentes do grupo 1, 2, 3 e 425 Sim
Quadro 16 – Câmaras de Segurança Biológica: comparação entre as várias classes.
25 DSA – parecer
Plano frontal Plano lateral
EA
B
DCC
Ar ambiente
Ar potencialmente contaminadoAr filtrado (HEPA)
Plano frontal Plano lateral
EA
B
DCC
Ar ambiente
Ar potencialmente contaminadoAr filtrado (HEPA)
Ar ambiente
Ar potencialmente contaminadoAr filtrado (HEPA)
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
53
C. Desinfectantes
Um conhecimento básico de desinfecção e esterilização é fundamental para a biosegurança no
laboratório. Os artigos fortemente contaminados não podem ser desinfectados de uma forma
segura e eficaz pelo que, é igualmente importante compreender os fundamentos da limpeza
prévia. Para esse efeito, os seguintes princípios gerais são aplicáveis a todas as classes
conhecidas de microrganismos, com a excepção de priões, que serão tratados á parte neste
capítulo.
Os requisitos específicos para a descontaminação de modo a assegurar a segurança biológica
irão depender do tipo de trabalho experimental e da natureza do(s) agentes(s) infeccioso(s) a
serem manipulados. Será por isso necessário recorrer à informação genérica aqui
apresentada para desenvolver procedimentos mais específicos e padronizados que se ajustem
às necessidades dos vários níveis de risco biológico em cada laboratório.
Definições Na abordagem dos processos de descontaminação para a segurança biológica são utilizados
muitos termos diferentes sendo os seguintes os mais frequentes:
Antimicrobiano Um agente que mata ou suprime o crescimento e multiplicação de microrganismos
Antiséptico Uma substância que inibe o crescimento e desenvolvimento de microrganismos sem necessariamente os destruir. Os antisepticos são geralmente utilizados nas superfícies corporais
Biocida Um termo geral para designar qualquer agente que mata microrganismos unicelulares ou multicelulares
Germicida químico Uma substância química ou uma mistura de substâncias químicas utilizada para matar microrganismos
Descontaminação Qualquer processo de remoção e/ou destruição de microrganismos. O termo pode também ser utilizado para a remoção e neutralização de substâncias químicas e radioactivas perigosas
Desinfectante Uma substância química ou uma mistura de substâncias químicas utilizada para destruir microrganismos mas não necessariamente as suas formas esporuladas. Os desinfectantes são geralmente aplicados em superfícies ou objectos inanimados
Desinfecção Um métodos físico ou químico de destruir mocrorganismos mas não necessariamente as suas formas esporuladas
Microbicida Uma substância química ou uma mistura de substâncias químicas que destroem microrganismos. O termo é muitas vezes utilizado em substituição dos termos “biocida”, “germicida” ou “antimicrobiano”.
Esterilização
Um processo que destrói e/ou remove todas as classes de microrganismos e as suas formas esporuladas.
Quadro 17 – Descontaminação – definição de termos Pré-limpeza e limpeza de materiais de laboratório
Em termos práticos, a limpeza consiste na remoção de sujidade nódoas visíveis. Isto
consegue-se de uma forma geral que através da (a) escovagem, aspiração ou da limpeza a
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
54
seco a seco; ou (b) lavagem ou passagem de pano húmido contendo água e sabão ou
detergente. Quando o risco do contacto humano ou animal com materiais contaminados com
agentes patogénicos é elevado exigindo uma subsequente descontaminação, procede-se por
rotina a uma pre-limpeza. Este processo é necessário porque a sujidade pode proteger os
microrganismos interferir com a acção destrutiva dos desinfectantes químicos. Nestes casos a
pré-limpeza é essencial para se obter uma desinfecção ou esterilização eficazes. Para além
disso, muitos desinfectantes só assegurarm a sua actividade em artigos submetidos a limpeza
prévia. Esta pré-limpeza deve ser efectuada com cuidado a fim de evitar a exposição a agentes
infecciosos devendo ser utilizados materiais quimicamente compatíveis com os desinfectantes
a serem utilizados posteriormente. É frequente utilizar-se o mesmo germicida químico para a
pré-limpeza e para a desinfecção.
Desinfectantes químicos ou Germicidas Existe uma grande variedade de produtos químicos que podem ser utilizados como
desinfectantes ou como antisépticos e dispõe-se de um número e variedade crescentes de
produtos comerciais. Por esse motivo é necessário exercer um grande cuidado na selecção
dos produtos de acordo com as necessidades específicas.. A actividade germicida de muitos
químicos é maior e desenvolve-se mais rapidamente a temperaturas mais elevadas. Ao mesmo
tempo, as temperaturas mais elevadas podem acelerar a sua evaporação e também a sua
degradação.
Muitos germicidas podem ser nocivos aos seres humanos e ao ambiente. Devem, por isso, ser
seleccionados, manuseados e eliminados de acordo com as instruções do fabricante. Para a
segurança pessoal, recomenda-se o uso de luvas, avental e protecção ocular na preparação
das diluições de uso de desinfectantes e se possível uma hotte química. Não são necessários
desinfectantes químicos para a limpeza de rotina dos pavimentos, paredes, equipamentos e
mobiliário excepto nos casos de controlo de surtos.
A seguir descrevem-se as classes mais comuns de desinfectantes, com informação genérica
sobre as suas aplicações e perfis de segurança. Quando não for indicado em contrário as
concentrações são referidas em peso/volume (w/v). O quadro resume as diluições
recomendadas de compostos que libertam cloro.
Cloro (hipoclorito de sódio) O Cloro é um oxidante de acção rápida, fácil de obter e de acção desinfectante de largo
espectro. É normalmente vendido na forma de lixívia, uma solução aquosa de hipoclorito de
sódio (NaOCl) que pode ser diluída em água para obter várias concentrações de cloro livre.
O cloro, especialmente a lixívia, é fortemente alcalino e pode ser corrosivo para os metais. A
sua actividade é consideravelmente reduzida na presença de matéria orgânica (proteínas). O
armazenamento de soluções de lixívia concentradas ou de trabalho em recipientes abertos,
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
55
particularmente a temperaturas elevadas, liberta o gás de cloro levando ao enfraquecimento do
seu potencial germicida. A frequência de renovação das soluções de cloro depende da sua
concentração inicial, do tipo (i.é. com ou sem tampa) e tamanho dos recipientes/contentores da
frequência e natureza da utilização e as condições ambientais. Com orientação geral, as
soluções em que são colocados materiais com elevados níveis de matéria orgânica devem ser
mudadas pelo menos uma vez ao dia enquanto que outras com menor frequência de utilização
podem durar até uma semana.
Um desinfectante de uso geral para o laboratório deve ter uma concentração de 1g/l de cloro
livre. Uma solução mais forte, contendo 5g/l de cloro livre é recomendado para remoção de
derrames de risco biológico e na presença de grandes quantidades de matéria orgânica. O
hipoclorito de sódio contendo 5g/l de cloro livre é recomendado como desinfectante de primeira
escolha nas situações de emergência envolvendo vírus como Hantavirus, Lassa e Ebola.
As soluções de hipoclorito de sódio, como a lixívia doméstica, contém 50 g/l de cloro livre e
deve portanto ser diluído 1:50 ou 1:10 para obter as concentrações finais de 1g/l e 5g/l
respectivamente. As soluções industriais de lixívia tem uma concentração de quase 120g/l e
essa concentração deve ser tida em conta a fim de obter os níveis indicados atrás.
DDIILLUUIIÇÇÕÕEESS RREECCOOMMEENNDDAADDAASS DDEE CCOOMMPPOOSSTTOOSS QQUUEE LLIIBBEERRTTAAMM CCLLOORROO
SSIITTUUAAÇÇÕÕEESS ““LLIIMMPPAASS””** SSIITTUUAAÇÇÕÕEESS ““SSUUJJAASS””****
Cloro livre requerido 0,1% (1g/l) 0,5% (5 g/l)
Solução de hipoclorito de sódio (5% do cloro livre)
20ml/l 100 ml/l
Hipoclorito de cálcio (70% de cloro livre)
1,4 g/l 7,0 g/l
Dicloroisocianurato de sódio (pó) (60% de cloro livre)
1,7 g/l 8,5 m/l
Dicloroisocianurato de sódio (pastilhas) (1,5 g de sódio livre/pastilha)
1 pastilha/l 4 pastilhas/l
Cloramina (25% de cloro livre)***
20 g/l 20 g/l
*após remoção da sujidade visível, ** para cobrir sangue ou volumes grandes antes da remoção, *** ver texto Quadro 18 – Descontaminação – diluições recomendadas de compostos que libertam cloro
Os grânulos ou pastilhas de hipoclorito de cálcio (Ca(ClO)2 contém geralmente cerca de 70%
de cloro livre. As soluções preparadas com grânulos ou pastilhas, contendo 1,4g/l e 7,0g/l,
conterão portanto 1,0 g/l e 5g/l de cloro livre, respectivamente.
O hipoclorito não é recomendado como antiséptico mas pode ser utilizado como um
desinfectante de uso geral e para mergulhar materiais contaminados não-metálicos. Nas
emergências, a lixívia pode ser utilizada para desinfectar a água de beber com uma
concentração final de 1-2 mg/l de cloro livre.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
56
Nota: O gás cloro é altamente tóxico. Por isso, a lixívia deve ser armazenada e utilizada
apenas em áreas bem ventiladas. Além disso, a lixívia não deve ser misturada com ácidos a
fim de evitar a libertação rápida do gás cloro. Muitos produtos de degradação do cloro podem
ser nocivos para os seres humanos e para o ambiente pelo que deve ser evitado o uso
indescriminado de desinfectantes à base do cloro e em particular da lixívia.
Dicloroisocianurato de sódio O dicloroisocianurato de sódio (NaDCC) em forma de pó contém 60% de cloro livre. As
soluções preparadas com o pó de Na DCC a 1,7g/l e 8,5 g/l conterão 1g/l ou 5 g/l
respectivamente. As pastilhas de NaDCC geralmente contém o equivalente de 1,5 g de cloro
livre por pastilha. A dissolução de uma ou de quatro pastilhas em 1 litro de água dará as
concentrações exigidas de 1g/l ou 5g/l respectivamente. O NaDCC em pó ou em pastilhas
podem ser armazenadas de uma forma segura e fácil. O NaDCC sólido pode ser aplicado
sobre derrames de sangue ou outros líquidos de risco biológico devendo ser deixados durante
pelo menos 10 minutos antes da remoção. Em seguida é necessário limpar a área afectada.
Cloraminas As cloraminas encontram-se disponíveis na forma de pó contendo cerca de 25% de cloro livre.
A libertação do cloro das cloraminas é mais lenta do que nos hipocloritos. Por isso, são
necessárias concentrações iniciais maiores para se obter eficiências equivalentes às dos
hipocloritos. Por outro lado, as soluções de cloramina não são inactivadas pela matéria
orgânica no mesmo grau que os hipocloritos e são recomendadas concentrações de 20 g/l
tanto para as situações “sujas” como “limpas”.
As soluções de cloramina são praticamente livres de odor. Contudo, os artigos mergulhados
nesse desinfectante devem ser enxaguados rigorosamente para remoção dos aditivos do pó de
cloramina-T (tosilcloramida de sódio). As cloraminas podem também ser utilizadas para a
desinfecção da água de beber quando utilizados numa concentração final de 1-2 mg/l de cloro
livre.
Dióxido de cloro O dióxido de cloro é um germicida forte e de acção rápida que tem sido descrito como sendo
activo a concentrações de cloro inferiores às requeridos para a lixívia. Para obter uma solução
activa para utilização no laboratório é geralmente necessário misturar duas componentes
separadas, o ácido hidroclorídrico (HCl) e clorito de sódio (NaClO2). A estabilidade pode
constituir um problema importante e, na escolha de produtos contendo este desinfectante,
também é necessário ter em conta aspectos como a compatibilidade dos materiais e a
corrosividade
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
57
Formaldeído O Formaldeído (HCHO) é um gás capaz de destruir microrganismos e as suas formas
esporuladas, a temperaturas superiores a 20ºC. O formaldeído não é activo contra priões. É de
acção relativamente lenta e requer um nível de humidade relativa de cerca de 70%. É
comercializado na forma de um polímero sólido, paraformaldeído, em flocos ou pastilhas, ou
como formalina, uma solução de gás em água de cerca de 370 g/l (37%), contendo metanol
(100 ml/l) como estabilizador. Ambos os compostos são aquecidos para libertar o gás que é
utilizado para a descontaminação e desinfecção de espaços contidos como as câmaras de
segurança e quartos (ver secção sobre a descontaminação ambiental local, mais adiante).
O formaldeído (5% de formalina em água) pode ser utilizado como desinfectante líquido.
Nota: O formaldeído é suspeito de ser carcinogénico. Tem um cheiro picante e os seus
vapores podem causar irritação ocular e nas mucosas. Deve por isso ser armazenado e
utilizado em locais bem ventilados ou numa “hote”. Antes do seu uso, devem ser consultados
os regulamentos sobre a exposição profissional a produtos químicos26 e regras de segurança
química aplicáveis.
Glutaraldeído Tal como o formaldeído, o glutaraldeído (OHC(CH2)CHO) é também activo contra as bactérias
na forma vegetativa, esporos, fungos, e vírus lipídicos e não-lipídicos. Não é corrosivo e tem
uma acção mais rápida do que o formaldeído. Contudo, necessita de várias horas para ter uma
acção esporicida. É geralmente fornecido sob a forma de solução com uma concentração de
cerca de 20 g/l (2%) e alguns dos produtos necessitam ser “activados” (tornados alcalinos)
antes da sua utilização através da adição de um composto bicarbonado que é fornecido com o
produto. A solução activada pode ser re-utilizada durante 1 a 4 semanas dependendo da
formulação e tipo e frequência do seu uso. Alguns fabricantes fornecem tiras para controlo dos
níveis de glutaraldeído da solução de uso. As soluções de glutaraldeído devem ser eliminadas
se apresentarem turvação. Nota: o glutaraldeído é tóxico e um irritante da pele e mucosas e qualquer contacto com o
produto deve ser evitado. Deve ser utilizado numa hotte ou em áreas bem ventiladas. Não é
recomendado para desinfecção de superfícies ambientais em forma de “spray” ou de solução.
26 Norma Portuguesa NP 1796 Decreto-Lei 290/2001 relativo à protecção da segurança e saúde dos trabalhadores contra os riscos de exposição a agentes químicos no trabalho.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
58
”. Antes do seu uso, devem ser consultados os regulamentos sobre a exposição profissional a
produtos químicos27 e regras de segurança química aplicáveis.
Compostos fenólicos Os compostos fenólicos, constituídos por um vasto grupo de agentes, encontram-se entre os
desinfectantes mais antigos. Contudo, o seu uso é actualmente restringido devido a questões
de segurança. São activos contra bactérias vegetativas e vírus lipídicos e, quando devidamente
formulados, podem também ser activos contra micobactérias. Não têm actividade esporicida e
a sua actividade contra vírus não-lipídicos é variável. Muitos produtos fenólicos são utilizados
para descontaminação de superfícies ambientais e alguns (p.ex. triclosan e cloroxilenol)
contam-se entre os antisépticos mais usados.
Nota: não se recomenda o uso de compostos fenólicos em superfícies de contacto com
alimentos e em áreas com crianças. Podem ser absorvidos pela borracha e podem também
penetrar na pele. ”. Antes do seu uso, devem ser consultados os regulamentos sobre a
exposição profissional a produtos químicos28 e regras de segurança química aplicáveis.
Compostos de amónio quaternário Muitos tipos de compostos de amónio quaternário são utilizados na forma de misturas e muitas
vezes em combinação com outros desinfectantes como os álcoois. Apresentam uma boa
actividade contra as bactérias vegetativas e os vírus lipídicos. Certos tipos (cloreto de
benzalcónio) são utilizados como antisépticos.
Nota: a actividade germicida de certos tipos de amónios quaternários é consideravelmente
reduzida na presença de matéria orgânica, águas duras e detergentes aniónicos. É por isso
necessário ter algum cuidado na selecção de agentes para a pré-lavagem quando forem
utilizados compostos de amónio quaternário para a desinfecção. Algumas bactérias
potencialmente perigosas podem multiplicar-se nas soluções de compostos de amónio
quaternário. Dado a sua baixa biodegrabilidade, estes compostos podem também acumular-se
no ambiente.
Álcoois O etanol (álcool etílico, C2H5OH) e o 2-propanol (álcool isopropílico, (CH3)2CHOH) tem
propriedades desinfectantes semelhantes. São activos contra bactérias vegetatias, fungos, e
27 Norma Portuguesa NP 1796 Decreto-Lei 290/2001 relativo à protecção da segurança e saúde dos trabalhadores contra os riscos de exposição a agentes químicos no trabalho. 28 Norma Portuguesa NP 1796 Decreto-Lei 290/2001 relativo à protecção da segurança e saúde dos trabalhadores contra os riscos de exposição a agentes químicos no trabalho.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
59
virus lipídicos mas não têm acção esporicida. A sua acção sobre virus não-lipídicos é variável.
Para se obter a máxima eficácia devem ser utilizadas concentrações de aproximadamente
70%(v/v) em água: concentrações superiores ou inferiores podem ter uma actividade igual. A
maior vantagem das soluções aquosas de álcool é que não deixam resíduos nos artigos
tratados.
As misturas com outros agentes são mais activas do que os álcoois sozinhos p.ex. 70% (v/v)
álcool com 100 g/l de formaldeído e álcool contendo 2 g/l de cloro livre. Uma solução de 70%
(v/v) de etanol pode ser utilizado na pele, nas superfícies das bancadas dos laboratórios e nas
câmaras de segurança e também para mergulhar instrumentos cirúrgicos pequenos. O tempo
de contacto na pele deve ser de pelo menos 10 segundos e nas superfícies ambientais nunca
inferior a 3 minutos. Como o etanol provoca secura da pele são muitas vezes adicionados
emolientes. A fricção com soluções alcoólicas é recomendada para a desinfecção das mãos
pouco sujas ou quando não é conveniente ou possível fazer uma lavagem das mãos. Contudo,
deve ser recordado que o etanol não é esporicida nem destrói todo o tipo de vírus não-lipídicos.
Nota: Os álcoois são voláteis e inflamáveis e não devem ser utilizados próximo de chamas
abertas. As soluções de trabalho devem ser armazenadas em recipientes para evitar a
evaporação. Os álcoois podem endurecer a borracha e dissolver alguns tipos de cola. É muito
importante que os álcoois sejam devidamente requisitados e armazenados no laboratório para
evitar a sua utilização inapropriada para outros fins que não a desinfecção. A disponibilidade e
uso do etanol são restringidos nalguns países por motivos religiosos. Os frascos contendo
álcool devem ser claramente rotulados para evitar a sua autoclavagem acidental.
Iodo e iodóforos A acção destes desinfectantes é semelhante à do cloro, embora possam ser ligeiramente
menos inactivados pela matéria orgânica. O iodo pode manchar os tecidos e as superfícies
ambientais e geralmente não é indicado para uso como desinfectante. Por ouro lado, os
iodóforos e as tinturas de iodo são bons antisépticos. A iodopovidona é um desinfectante
seguro para a desinfecção cirúrgica das mãos e da pele. Os antisépticos à base do iodo não
estão geralmente indicados para uso em dispositivos médicos ou dentários. O iodo não deve
ser utilizado em objectos contendo alumínio ou cobre.
Nota: O iodo pode ser tóxico. Os produtos orgânicos de base iodada devem ser conservados a
4-10ºC para evitar a proliferação de bactérias nocivas.
Perácidos e peróxido de hidrogénio Tal como o cloro, o peróxido de hidrogénio (H2O2) e perácidos são fortes oxidantes e podem
ser desinfectantes potentes de largo espectro. Também são mais seguros que o cloro para os
seres humanos e para o ambiente.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
60
O peróxido de hidrogénio é fornecido quer em solução pronta a usar de 3% ou em soluções
aquosas a 30% para serem diluídas 5-10 vezes o seu volume em água esterilizada. Contudo,
estas soluções de 3-6% sozinhas tem uma actividade desinfectante relativamente lenta e
limitada. Os produtos actualmente disponíveis contêm outros ingredientes para estabilizar o
conteúdo do peróxido de hidrogénio, acelerar a acção germicida e torná-lo menos corrosivo.
O peróxido de hidrogénio pode ser utilizado para a descontaminação das superfícies das
bancadas de laboratório e câmaras de segurança e soluções mais fortes podem ser adequadas
para a desinfecção de dispositivos médicos/dentários termo-sensíveis. A utilização de peróxido
de hidrogénio ou de ácido peracético (CH3COOOH) para a descontaminação de dispositivos
médico/cirúrgicos termo-sensíveis requer equipamento especializado.
Nota: O peróxido de hidrogénio e os perácidos podem ser corrosivos para metais como o
alumínio, cobre, estanho e zinco e podem também descorar tecidos, cabelo, pele e mucosas.
Os artigos tratados com estes produtos devem ser enxaguados rigorosamente antes de entrar
em contacto com os olhos ou membranas mucosas. Devem ser sempre armazenados ao
abrigo do calor e protegidos da luz.
Descontaminação ambiental local A descontaminação do espaço do laboratório, do mobiliário e equipamento requer uma
combinação de desinfectantes líquidos e gasosos. As superfícies podem ser descontaminadas
com uma solução de hipoclorito de sódio (NaOCl); uma solução de 1g/l de cloro livre pode ser
adequada para a higienização ambiental geral, mas recomenda-se a utilização de
concentrações mais fortes (5g/l) para as situações de alto risco. Para a descontaminação
ambiental, as formulações contendo 3% de peróxido de hidrogénio (H2O2) podem constituir
alternativas adequadas à lixívia.
Os quartos e os equipamentos podem ser descontaminados por fumigação com gás de
formaldeído gerado pelo aquecimento de paraformaldeído ou pela fervura de formalina. Todas
as aberturas (janelas, portas, etc) no quarto devem ser seladas com fita adesiva ou similar
antes da geração do gás. A fumigação deve ser feita a uma temperatura ambiente de pelo
menos 21ºC e uma humidade relativa de 70%. Estes processos de descontaminação são
muito perigosos e exigem pessoal altamente treinado. Depois da fumigação, a sala deve ser
muito bem ventilada para remover quaisquer vestígios de formaldeído. Se for estritamente
necessário entrar na sala, antes do seu arejamento, deve utilizar-se uma máscara respiratória
apropriada.(Ver também a secção sobre Descontaminação das câmaras de segurança, mais
adiante).
Descontaminação das câmaras de segurança Para a descontaminação das câmaras de segurança de Classe I e Classe II, a quantidade
apropriada de paraformaldeído (concentração final de 0,8% de paraformaldeído no ar) deve ser
colocada num recipiente e posto a aquecer numa placa eléctrica. (controlada do exterior da
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
61
câmara). Uma segunda placa com um recipiente contendo 10% mais bicarbonato de amónio
do que a quantidade de formaldeído (com controlo exteriores à câmara) é também colocada no
interior da câmara. Esta segunda placa deve ter uma cobertura que possa ser removida à
distância (p.ex. presa a um fio que possa ser puxado de fora da câmara). Isto tem como
objectivo minimizar a neutralização prematura de gás de formaldeído.
Se a humidade relativa for inferior a 70%, um recipiente aberto contendo água quente deve
também ser colocado dentro da câmara antes da selagem da abertura da frente com uma fita
adesiva forte (fita de canalização). Se não houver uma forma de encerramento frontal deve-se
utilizar folhas de plástico forte para encerrar a abertura de forma a assegurar que não há fuga
do gás para fora da câmara.
A placa com o paraformaldeído é ligada e desligada ao fim de uma hora ou mais quando todo o
paraformaldeído tiver evaporado. A câmara deve permanecer assim até ao dia seguinte. Em
seguida liga-se a segunda placa após remoção da cobertura e deixa-se vaporizar o bicarbonato
de amónio. Desliga-se em seguida a placa e liga-se a câmara de segurança deixando circular o
gás de bicarbonato de amónio durante uma hora. Finalmente remove-se a selagem ou
cobertura de plástica da abertura frontal e câmara pode ser utilizada.
Higiene das mãos29
Sempre que possível, devem ser utilizadas luvas adequadas na manipulação de materiais que
apresentem risco biológico. Contudo, isso não substitui a necessidade da lavagem regular e
correcta das mãos por parte dos profissionais do laboratório. As mãos devem ser lavadas após
a manipulação de materiais de risco biológico e animais, após a utilização dos sanitários, antes
de sair do laboratório.
Na maior parte das situações, a lavagem rigorosa das mãos com sabão simples e água é
suficiente para a sua higiene. As mãos devem ser bem ensaboadas, com fricção durante pelo
menos 10 segundos, enxaguadas com água limpa e secas a toalhetes de papel..Nas situações
de alto risco recomenda-se, também, a fricção com solução anti-séptica de base alcoólica,
após a lavagem e secagem das mãos.
As soluções alcoólicas devem ser utilizadas para a higiene as mãos não visivelmente sujas
quando não seja possível ou conveniente lavar as mãos com água e sabão.
Recomendam-se torneiras de comando não manual. Quando não se dispõe desse tipo de
torneiras as torneiras devem ser fechadas com um toalhete para evitar a re-contaminação das
mãos.
29 Ver recomendação do Programa Nacional de Controlo e Infecção sobre higiene das mãos
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
62
Desinfecção e esterilização30 pelo calor O calor é o agente físico mais vulgarmente utilizado para a descontaminação. O calor “seco”
que é totalmente não corrosivo é utilizado para tratar muitos materiais de laboratório que
resistem a temperaturas de 160ºC ou mais durante 2-4 horas. A queima ou incineração (ver
adiante) também é uma forma de calor seco. O calor “húmido” é a forma mais eficaz quando
utilizada na forma de autoclavagem.
A fervura não destrói necessariamente todos os microrganismos e/ou agentes patogénicos mas
pode ser utilizada como o processamento mínimo para a desinfecção quando não seja possível
ou não haja disponibilidade de outros métodos (desinfecção ou descontaminação química,
autoclavagem).
Os artigos esterilizados devem ser manuseados e armazenados de forma a não serem
contaminados até à sua utilização.
Autoclavagem O vapor saturado sob pressão é o meio mais eficaz e seguro de esterilizar materiais de
laboratório. Para a maioria das situações, os seguintes ciclos assegurarão a esterilização em
autoclaves correctamente carregadas:
• 3 min de tempo de retenção (holding time) a 134ºC
• 10 min de tempo de retenção a 126ºC
• 15 min de tempo de retenção a 121ºC
• 25 min de tempo de retenção a 115ºC
Exemplos de diferentes tipos de autoclaves incluem os seguintes:
Autoclaves de deslocação de ar pela gravidade: Neste sistema, o vapor entra na câmara sob
pressão e desloca o ar mais pesado para baixo e através de uma válvula equipada com filtro
HEPA no esgoto da câmara.
Autoclaves de pré-vácuo: Nestas máquinas o ar é removido da câmara antes da entrada do
vapor. O ar é evacuado através de uma válvula com um filtro HEPA. No final do ciclo, o vapor é
extraído automaticamente. Estes autocloves podem funcionar a 134ºC e portanto o ciclo pode
30 Utiliza-se a designação de autoclave quando nos referimos a equipamentos para descontaminar resíduos ou materiais (antes da lavagem). Se se tratar de esterilização de equipamentos médicos, materiais e outros deverá ser utilizada a designação de esterilizador por implicar o cumprimentos do . Decreto-Lei nº 30/2003 de 14 de Fevereiro, relativo aos dispositivos médicos.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
63
ser reduzido a 3 minutos. São ideais para cargas porosas mas não permitem o processamento
de líquidos por causa do vácuo.
Autoclaves do tipo panela de pressão com aquecimento externo. Este tipo de equipamento só
deve ser utilizado quando não se dispõe de autoclaves de deslocação de ar pela gravidade.
São carregados por cima e aquecidos a gás, electricidade ou outro tipo de combustível. O
vapor é gerado pelo aquecimento da água na base da panela e o ar é deslocado para cima
através de uma válvula de escape. Quando todo ar tiver sido removido, a válvula encerra-se e
baixa-se o calor. A pressão e a temperatura sobem até que a válvula de segurança opera a um
nível pré-estabelecido. A partir dessa altura inicia-se a contagem do tempo de retenção. No
final do ciclo desliga-se a fonte de calor e deixa-se que a temperatura baixe até os 80ºC ou
menos antes de se abrir a panela.
Carregamento dos autoclaves
Os materiais devem ser colocados sem aperto a fim de permitir a penetração do vapor e a
remoção do ar. Os sacos devem estar abertos de modo a permitir que o vapor chegue a todo o
seu conteúdo.
Precauções na utilização de autoclaves
As seguintes regras podem minimizar os riscos inerentes à operação de recipientes
pressurizados:
1. A responsabilidade pela operação e cuidados de rotina deve ser atribuída a indivíduos
treinados e deve existir um programa de manutenção preventiva que inclua uma
inspecção regular da câmara, selagem das portas e todos as calibrações e controlos
efectuados por técnicos qualificados.
2. O vapor deve ser saturado e livre de inibidores de corrosão ou outros químicos que
poderiam contaminar os artigos a serem esterilizados
3. Todos os materiais a serem autoclavados devem ser colocados em contentores que
permitam a pronta saída de ar e boa penetração do calor; a carga não deve ser
demasiado apertada para não impedir a distribuição regular do vapor.
4. Nos autoclaves que não possuem um sistema de segurança que impeça a abertura da
porta quando a câmara se encontra pressurizada, a válvula principal do vapor devem
permanecer fechada e deve-se deixar que a temperatura baixa para menos de 80ºC
antes de se abrir a porta.
5. Os operadores devem utilizar luvas apropriadas e visores de protecção na abertura do
autoclave, mesmo quando a temperatura esteja abaixo dos 80ºC.
6. Na monitorização de rotina do desempenho de qualquer autoclave, os indicadores
biológicos ou os termopares devem ser colocados no centro de cada carga. É
desejável que se proceda à monitorização regular com termopares e dispositivos de
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
64
registo com cargas do pior tipo (worse case) para determinar os ciclos apropriados de
funcionamento.
7. O filtro do anteparo do esgoto da câmara (quando existe) deve ser removido e limpo
diariamente.
8. Deve ser tomado cuidado para garantir que as válvulas de alívio dos autoclaves de
panela de pressão não fiquem entupidos por papel, etc. em cada ciclo.
Incineração A incineração é útil para eliminação de carcaças de animais assim como de peças anatómicas
e outros resíduos laboratoriais com ou sem descontaminação prévia (ver Anexo G). A
incineração de materiais infecciosos constitui uma alternativa à autoclavagem apenas quando o
incinerador esteja sob controlo do laboratório e disponha de um método eficaz de controlo de
temperatura e uma câmara de queima secundária.
Muitos incineradores, especialmente aqueles que têm uma única câmara de combustão, não
são um meio satisfatório para o tratamento de materiais infecciosos, carcaças de animais ou
plásticos. Este tipo de materiais podem não ficam totalmente destruídos e o efluente da
chaminé pode provocar a poluição atmosférica com microrganismos, substâncias químicas
tóxicas e fumos. Contudo, existem diversas configurações aceitáveis de câmaras de
combustão. Idealmente, a temperatura na câmara primária deve ser de pelo menos 800ºC e a
da câmara secundária de pelo menos 1000ºC. Os materiais a incinerar, mesmo quando tenha
havido descontaminação prévia, devem ser transportados em sacos de incineração próprios de
preferência de plástico. Os funcionários do incinerador devem ser devidamente instruídos
sobre o carregamento e o controlo da temperatura. É também necessário ter em conta de que
a operação eficiente de um incinerador depende em grande medida da mistura correcta de
materiais a serem tratados.
Existe actualmente grande preocupação a respeito dos possíveis efeitos negativos dos
incineradores em uso ou propostos e continua-se a envidar esforços para a produção de
incineradores mais inócuos,mais eficientes em termos de utilização de energia e mais amigos
do ambiente.
Eliminação A eliminação de resíduos médicos e laboratoriais é assunto de diversos regulamentos
regionais, nacionais e internacionais e as versões mais recentes deste tipo de documentos
devem ser consultadas antes da concepção e implementação de um programa de
manuseamento, transporte e eliminação de resíduos de risco biológico. De um modo geral, as
cinzas dos incineradores podem se tratados como resíduos domésticos normais e removidos
pelos funcionários municipais. Os resíduos autoclavados devem ser eliminados por incineração
ou em aterros devidamente licenciados.
Descontaminação de materiais contendo priões
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
65
Pensa-se que os priões, também referidos como agentes infecciosos “não-convencionais” ou
“agentes de encefalopatias espongiformes transmissíveis” contêm apenas proteína. Como se
referiu anteriormente, eles podem causar a doença de Creutzfeld-Jakob nos seres humanos,
scrapie nas ovelhas, encefalopatia espongiforme bovina no gado, etc. Estes agentes
infecciosos são anormalmente resistentes à inactivação pela maioria de agentes físicos e
químicos, assim os materiais em que se suspeita de contaminação com estes agentes,
requerem métodos especiais de processamento antes da sua re-utilização ou eliminação.
Até à data, os dados disponíveis indicam que os priões podem ser inactivados por uma solução
2 mol/l de hidróxido de sódio (NaOH) contendo 4,0 mol (l de hidrocloreto de guanidinio
(HNC(NH2) HCl) ou isocianato de guanidnio (HNC(NH2)2.HNCO) e pelo hipoclorito de sódio
(NaOCl) (>=2% de cloro livre) seguido de autoclavagem a 132ºC durante 4,5horas.
A incineração também é um método eficaz de tratamento de resíduos contendo priões.
Resumo O uso apropriado de desinfectantes químicos e de autoclaves contribuirão para a segurança no
local de trabalho reduzindo o risco dos agentes infeccioso. Na medida do possível, o número
de agentes químicos utilizados deve ser limitado, não apenas por razões económicas e para
facilitar o controlo no seu uso mas também para evitar a contaminação ambiental com
substâncias químicas potencialmente nocivas.
Está ser desenvolvido um grande esforço para tornar mais segura a utilização de meios
químicos e físicos de inactivação de microrganismos no laboratório, com novas formas de
esterilização e formulações inovadoras de germicidas. Ao mesmo tempo, estão a ser
desenvolvidos melhores métodos para testar e validar os produtos de descontaminação
microbiana. É por isso importante que os responsáveis pela concepção de laboratórios e pela
elaboração dos procedimentos de biossegurança a utilizar nos mesmos se reportem às
versões mais recentes dos padrões e recomendações nacionais/internacionais relacionados
com o tema.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
66
D. Vigilância médica
M F
NomeSexo (Assinale com X) Data de Nascimento:Morada:
RuaLocalidade Código Postal
nº Andar
Telefone para contacto:Profissão CategoriaFunções
Identificação do trabalhador
Avaliação do estado de saúde à data da admissão
1.Antecedentes pessoais
2.Imunizações Tétano Hepatite B Tuberculose
Data da avaliação
3.Outras imunizações (em função do risco)
4.Colheita de amostra para o banco de soro em5.Observações:
S N N/A
Nome da Empresa ou InstituiçãoServiço de Higiene e Segurança no Trabalho
Vigilância MédicaExposição a agentes biológicos
Caracterização do posto de trabalho em função do risco a que o trabalhador está exposto
Nível de confinamento 1 2 3 4
Tempo de trabalho em zonas de confinamento:
Adequação das instalaçõesAdequação dos processos e procedimentos
Adequação do equipamento
Outros elementos:
Fez ou tem formação específica S N
Horas/dia/semana(riscar o que não interessa)
S N S N
S N
Descrição do posto:Qual?
M F
NomeSexo (Assinale com X) Data de Nascimento:Morada:
RuaLocalidade Código Postal
nº Andar
Telefone para contacto:Profissão CategoriaFunções
Identificação do trabalhador
Avaliação do estado de saúde à data da admissão
1.Antecedentes pessoais
2.Imunizações Tétano Hepatite B Tuberculose
Data da avaliação
3.Outras imunizações (em função do risco)
4.Colheita de amostra para o banco de soro em5.Observações:
S N N/AS N N/A
Nome da Empresa ou InstituiçãoServiço de Higiene e Segurança no Trabalho
Vigilância MédicaExposição a agentes biológicos
Caracterização do posto de trabalho em função do risco a que o trabalhador está exposto
Nível de confinamento 1 2 3 4
Tempo de trabalho em zonas de confinamento:
Adequação das instalaçõesAdequação dos processos e procedimentos
Adequação do equipamento
Outros elementos:
Fez ou tem formação específica S N
Horas/dia/semana(riscar o que não interessa)
S N S N
S N
Descrição do posto:Qual?
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
67
Plano de vigilância médicaPeriodicidadeExames a pedir
Observações
Vigilância médica
Observações
Meses/Anos (riscar o que não interessa)
O médico, DataAssinatura
OcasionalPeriódico
Tipo de exame e data
OcasionalPeriódico
OcasionalPeriódico
OcasionalPeriódico
OcasionalPeriódico
OcasionalPeriódico
OcasionalPeriódico
Plano de vigilância médicaPeriodicidadeExames a pedir
Observações
Vigilância médica
Observações
Meses/Anos (riscar o que não interessa)
O médico, DataAssinatura
OcasionalPeriódico OcasionalPeriódico OcasionalPeriódico
Tipo de exame e data
OcasionalPeriódico OcasionalPeriódico OcasionalPeriódico
OcasionalPeriódico OcasionalPeriódico OcasionalPeriódico
OcasionalPeriódico OcasionalPeriódico OcasionalPeriódico
OcasionalPeriódico OcasionalPeriódico OcasionalPeriódico
OcasionalPeriódico OcasionalPeriódico OcasionalPeriódico
OcasionalPeriódico OcasionalPeriódico OcasionalPeriódico
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
68
Avaliação pós exposição ou com sintomatologia suspeita
Sintomas:
Verificou-se alguma exposição acidental a agentes biológicos?
Descrição sumária do acidente:
Existem mais trabalhadores com os mesmos sintomas? Quantos?Pertencem à mesma área de trabalho? Quantos?
Data de início dos sintomas
Tipo de material presumivelmente infectante
Agente ou agentes presumivelmente envolvidos
Grau de perigosidade dos agentes
Medidas tomadas após o acidente:
S N
S NS N
Data:
1 2 3 4
Medidas terapêuticas e/ou profiláticas
Análises (valores de base)
Observações
Medidas tomadas
Outras medidas
Avaliação pós exposição ou com sintomatologia suspeita
Sintomas:
Verificou-se alguma exposição acidental a agentes biológicos?
Descrição sumária do acidente:
Existem mais trabalhadores com os mesmos sintomas? Quantos?Pertencem à mesma área de trabalho? Quantos?
Data de início dos sintomas
Tipo de material presumivelmente infectante
Agente ou agentes presumivelmente envolvidos
Grau de perigosidade dos agentes
Medidas tomadas após o acidente:
S N
S NS N
Data:Data:
1 2 3 4
Medidas terapêuticas e/ou profiláticas
Análises (valores de base)
Observações
Medidas tomadas
Outras medidas
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
69
E. Lista de verificação LISTA PARA VERIFICAÇÃO DE SEGURANÇA BIOLÓGICA DE LABORATÓRIOS
(Abreviada) Nome do Laboratório: __________________________________________________________________ Departamento: Data: __/__/__ Edifício: Responsável pelo Laboratório: Número de salas
Nível de Segurança:
A.Instalações
Sim Não Não
aplicável1.Existência de um responsável técnico pelo laboratório 2.Existência de manual de segurança 3.O acesso de pessoal estranho ao laboratório é estritamente controlado. 4.O símbolo de perigo biológico está colocado em todas as portas das
instalações com indicação do nível de confinamento existente e quais os agentes manipulados, assim como a indicação do responsável do laboratório e respectivos contactos.
5.Existência de contactos a estabelecer em caso de acidente ou incidente grave(médico do trabalho, centro de saúde e/ou hospital, IDICT e Direcção Geral da Saúde) em local bem visível.
6.As bancadas são impermeáveis à água e resistentes aos ácidos, alcalinos, solventes orgânicos e calor moderado.
7.Todas as superfícies são facilmente laváveis. 8.Os móveis de laboratório são adequadamente concebidos e higienizáveis. 9.Existe espaço suficiente para limpeza entre os móveis, câmaras e outro
equipamento
10.Existência de lavatório para lavagem de mãos com torneiras não accionáveis manualmente.
11.Existência de vestiários apropriados para o pessoal. 12.Todos os resíduos do laboratório estão devidamente acondicionados e
catalogados31.
13.Todos os lixos são convenientemente tratados (autoclavagem, tratamento químico, incineração) antes de serem eliminados.
14.Existe um autoclave no edifício para esterilização de lixos e material contaminado.
15.Existem medidas de controlo de vectores.
31 Despacho nº 242/96 de 13 de Agosto da Ministra da Saúde.
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
70
Observações:
B.Equipamento de confinamento
Sim Não Não
aplicável1.As câmaras de segurança biológica são adequadas ao nível de
confinamento exigido pelos agentes manipulados.
2.As indicações do fabricante das câmaras de segurança biológica foram escrupulosamente cumpridas quer na instalação quer na utilização.
3.O funcionamento das câmaras de segurança biológica foi inspeccionado aquando da instalação e anualmente a partir de então.
4.Todas as manipulações que envolvam a criação de aerossois são executadas na câmara de segurança biológica, salvo se o equipamento (centrífugas, liofilizadores, etc.) já estiver preparado para o efeito
Observações:
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
71
C.Boas práticas em microbiologia (básicas)
Sim Não Não
aplicável1.Todo o pessoal do laboratório deve ser adequadamente vacinado, sempre
que existir vacina eficaz para o agente manipulado, de acordo com a Portaria nº1036/98 de 15 de Dezembro.
2.Todo o pessoal teve formação apropriada. 3.Os procedimentos de emergência estão bem estabelecidos e são do
conhecimento de todos os funcionários. 4.Existe material de primeiros socorros adequado aos acidentes previsíveis,
colocado em local acessível e do conhecimento de todos os trabalhadores.
5.É obrigatória a utilização, dentro das instalações do laboratório, de roupas e acessórios de protecção adequados (batas fechadas atrás, sapatos fechados anti-derrapante, por ex.)
6.As portas do laboratório e de todas as salas são mantidas sempre fechadas. 7.Todas as superfícies de trabalho são descontaminadas pelo menos uma vez
por dia e sempre após derramamento ou salpicos de material. 8.Todos os materiais contaminados são descontaminados antes de serem
lavados, re-usados ou eliminados. 9.É utilizada pipetação mecânica sempre que for necessário proceder a
pipetação. 10.Todas as manipulações que envolvam exposição potencial da pele e
mucosas devem ser convenientemente protegidas mediante o uso de luvas de borracha, óculos de protecção ou viseiras, ou máscaras.
11.Cumprimento obrigatório da Regra das Duas Pessoas: é proibida a laboração isolada de um único trabalhador.
12.É estritamente proibido beber, comer, fumar ou aplicar produtos ou artefactos pessoais tais como lentes de contacto ou cosméticos nos locais de trabalho.
13.O transporte de materiais contaminados para fora do laboratório é feito mediante a utilização de contentores fechados e estanques.
14.As instalações do laboratório são mantidas em bom estado de conservação e limpeza.
15.Todas as manipulações de agentes com exigências de menor nível de segurança potencial do que aquele para que o laboratório foi concebido são executadas numa área bem demarcada e separada das outras.
Observações:
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
72
D.Práticas especiais
Sim Não Não
aplicável1.É permitido o acesso ao laboratório apenas a pessoas que foram
informadas em relação aos riscos potenciais. 2.Todos os frigoríficos e demais equipamento utilizado para armazenamento
de agentes biológicos estão assinalados, de forma visível, com o símbolo de perigo biológico.
3.Não é permitido usar as roupas de protecção do laboratório fora das respectivas instalações
4.As roupas de protecção do laboratório são enviadas devidamente acondicionadas para lavagem ou esterilização e acompanhadas das indicações sobre contaminações eventualmente perigosas.
5.Foram colhidas e armazenadas amostras-base de soro dos funcionários em risco.
6.Todos os acidentes ocorridos no laboratório, incluindo derramamentos ou salpicos de material, devem ser notificados ao responsável do laboratório de forma detalhada e constar de um livro de ocorrências.
7.As “RReeccoommeennddaaççõõeess ssoobbrree pprreevveennççããoo ee pprrooffiillaaxxiiaa eemm rreellaaççããoo aa eexxppoossiiççõõeess llaabboorraaiiss aa pprroodduuttooss bbiioollóóggiiccooss hhuummaannooss ppootteenncciiaallmmeennttee iinnffeeccttaanntteess””3322 ddaa DDiirreeccççããoo GGeerraall ddaa SSaaúúddee ssããoo ddoo ccoonnhheecciimmeennttoo ddee ttooddoo oo ppeessssooaall ee eessttããoo aa sseerr ccuummpprriiddaass..
Observações:
32 Em preparação
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
73
F. Identificação
Proibida a entrada a pessoas não autorizadas
A autorização de entrada deve ser pedida ao responsável pelo laboratório
Nível de segurança biológica: __________________________________
Nome do responsável: __________________________________________
Em caso de emergência telefonar para: ____________________________
Telefone de dia: ______________ Telefone de noite: ______________
Telefone do Médico do Trabalho: _________________________________
Telefone do Serviço de Atendimento Permanente ____________________
Telefone do Hospital ____________________________________________
Telefone dos Bombeiros: ________________________________________
Proibida a entrada a pessoas não autorizadas
A autorização de entrada deve ser pedida ao responsável pelo laboratório
Nível de segurança biológica: __________________________________
Nome do responsável: __________________________________________
Em caso de emergência telefonar para: ____________________________
Telefone de dia: ______________ Telefone de noite: ______________
Telefone do Médico do Trabalho: _________________________________
Telefone do Serviço de Atendimento Permanente ____________________
Telefone do Hospital ____________________________________________
Telefone dos Bombeiros: ________________________________________
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
74
num nível de confinamentoPARA O MÉDICO:
O portador deste cartão trabalha num laboratório no qual existem vírus, rickettsias ou bactérias patogénicas e com nível de confinamento .Em caso de doença febril de causa indeterminada, por favor informe-se junto do portador sobre os agentes aos quais possa ter estado exposto.
Nome do laboratório:_________________________________________Responsável do laboratório____________________________________Morada: ___________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
Telefones ou
Fax
Vigilância da SaúdeNOME______________________________________
Funcionário:Mantenha este cartão sempre consigo. Em caso de doença febrilinexplicada, apresente este cartão ao seu médico assistente e informe uma das seguintes pessoas da lista:
Dr.__________________________________________________________
Dr.__________________________________________________________
Telefones
2 3 4
Frente
Verso
Trabalho
Pessoal
Trabalho
Pessoal
FOTO
num nível de confinamentoPARA O MÉDICO:
O portador deste cartão trabalha num laboratório no qual existem vírus, rickettsias ou bactérias patogénicas e com nível de confinamento .Em caso de doença febril de causa indeterminada, por favor informe-se junto do portador sobre os agentes aos quais possa ter estado exposto.
Nome do laboratório:_________________________________________Responsável do laboratório____________________________________Morada: ___________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
Telefones ou
Fax
Vigilância da SaúdeNOME______________________________________
Funcionário:Mantenha este cartão sempre consigo. Em caso de doença febrilinexplicada, apresente este cartão ao seu médico assistente e informe uma das seguintes pessoas da lista:
Dr.__________________________________________________________
Dr.__________________________________________________________
Telefones
2 3 422 33 44
Frente
Verso
Trabalho
Pessoal
Trabalho
Pessoal
FOTO
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
75
G. Resíduos Despacho da Ministra da Saúde nº 242/96 de 5 de Julho
(Adaptado da recomendação sobre resíduos hospitalares da Comissão de Controlo de Infecção da Sub-Região de Saúde de Setúbal de Abril de 1998)
Resíduos equiparados
a urbanos
Não apresentam especiais
exigências no seu tratamento
•Papéis de todos os tipos •Embalagens vazias e envólucros comuns•Garrafas de água, flores, restos de alimentos
Exemplos
Grupo I Grupo II
Saco de cor preta
Recolha e transporte pela autarquia
NÃO PERIGOSOSNÃO PERIGOSOS
Resíduos hospitalares
com contaminação
biológica
Contaminados ou suspeitos de
contaminação biológica não
sujeitos a tratamento específico
•Material de pensos •Material de protecção individual com sangue•Amálgamas e extracções dentárias•Exsudatos, vómitos, tecidos humanos
Exemplos
Grupo III Grupo IV
Resíduos hospitalares específicos
Resíduos de vários tipos, com
contaminação biológica ou
química e que tem que ser incinerados
Exemplos•Objectos corto-perfurantes•Peças anatómicas identificáveis•Citostáticos e todo o material implicado na preparação e utilização
Saco de cor branca
AutoclavagemIncineração
PERIGOSOSPERIGOSOS
Saco de cor vermelhaContentor
Incineração
Resíduos hospitalares
não perigosos
Não estão sujeitos a tratamento
específico e podem ser equiparados a
urbanos
Exemplos•Fraldas e resguardos não contaminados•Material de protecção sem sangue•Frascos de soro não contaminados com sangue
Resíduos equiparados
a urbanos
Não apresentam especiais
exigências no seu tratamento
•Papéis de todos os tipos •Embalagens vazias e envólucros comuns•Garrafas de água, flores, restos de alimentos
Exemplos
Grupo I
Resíduos equiparados
a urbanos
Não apresentam especiais
exigências no seu tratamento
•Papéis de todos os tipos •Embalagens vazias e envólucros comuns•Garrafas de água, flores, restos de alimentos
Exemplos
Grupo I Grupo II
Saco de cor preta
Recolha e transporte pela autarquia
NÃO PERIGOSOSNÃO PERIGOSOS
Resíduos hospitalares
com contaminação
biológica
Contaminados ou suspeitos de
contaminação biológica não
sujeitos a tratamento específico
•Material de pensos •Material de protecção individual com sangue•Amálgamas e extracções dentárias•Exsudatos, vómitos, tecidos humanos
Exemplos
Grupo III Grupo IV
Resíduos hospitalares específicos
Resíduos de vários tipos, com
contaminação biológica ou
química e que tem que ser incinerados
Exemplos•Objectos corto-perfurantes•Peças anatómicas identificáveis•Citostáticos e todo o material implicado na preparação e utilização
Saco de cor branca
AutoclavagemIncineração
PERIGOSOSPERIGOSOS
Saco de cor vermelhaContentor
Incineração
Resíduos hospitalares
não perigosos
Não estão sujeitos a tratamento
específico e podem ser equiparados a
urbanos
Exemplos•Fraldas e resguardos não contaminados•Material de protecção sem sangue•Frascos de soro não contaminados com sangue
Resíduos hospitalares
não perigosos
Não estão sujeitos a tratamento
específico e podem ser equiparados a
urbanos
Exemplos•Fraldas e resguardos não contaminados•Material de protecção sem sangue•Frascos de soro não contaminados com sangue
AGENTES BIOLÓGICOS: RECOMENDAÇÕES PARA LABORATÓRIOS E SERVIÇOS DE SAÚDE
DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE DOCUMENTO EM DISCUSSÃO
76