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AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL RELATÓRIO DE CONSOLIDAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À CONSULTA PÚBLICA Nº 007/2012 NOTA TÉCNICA Nº 0247/2013-SRD/ANEEL, DE 12/12/2013 – ANEXO REVISÃO DA REGULAMENTAÇÃO SOBRE A QUALIDADE DO PRODUTO NO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA Síntese das contribuições encaminhadas 1. Interrupção em Situação de Emergência Agente Contribuição Frente de Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica É necessário que a agência se pronuncie de modo a deixar expresso que não se aplicam ao caso as diferentes definições dadas no módulo 1 para “Condições de Emergência” (item 2.70); “Desligamento de Emergência” (item 2.115); “Emergência” (item 2.146); “Esquema de Controle de Emergência - ECE” (item 2.161) e “Interrupção de Emergência (item 2.215). Quando a ANEEL utiliza outras definições para “emergência” ou “interrupção de emergência” no Módulo 1 do PRODIST viabiliza falta de rigor e empenho da agência no sentido de evitar a interpretação equivocada da norma. Frente de Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica Os expurgos só sejam admitidos nas situações consagradamente caracterizada pela doutrina como “Caso Fortuito ou de Força Maior”. Não é qualquer evento, por mais grave e ponderável, que bastará para liberar ou exonerar a concessionária de sua responsabilidade mas apenas aquele que impossibilita o cumprimento da obrigação. É indispensável que o fato ou obstáculo seja estranho ao seu poder, e seja imposto por acontecimento natural ou fato de terceiro, de modo a constituir uma barreira intransponível à execução da obrigação. Frente de Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica Não deveriam ser consideradas para efeito de expurgo: Interrupções causadas por pipas (brinquedo infantil). Interrupções causadas por precipitações pluviométricas intensas. Interrupções devido a queda de galhos de árvores ou ventos. Interrupções decorrentes de descargas atmosféricas. Impedimento de acesso por

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AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL

RELATÓRIO DE CONSOLIDAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À CONSULTA PÚBLICA Nº 007/2012 NOTA TÉCNICA Nº 0247/2013-SRD/ANEEL, DE 12/12/2013 – ANEXO

REVISÃO DA REGULAMENTAÇÃO SOBRE A QUALIDADE DO PRODUTO NO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Síntese das contribuições encaminhadas 1. Interrupção em Situação de Emergência

Agente Contribuição

Frente de Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica

É necessário que a agência se pronuncie de modo a deixar expresso que não se aplicam ao caso as diferentes definições dadas no módulo 1 para “Condições de Emergência” (item 2.70); “Desligamento de Emergência” (item 2.115); “Emergência” (item 2.146); “Esquema de Controle de Emergência - ECE” (item 2.161) e “Interrupção de Emergência (item 2.215). Quando a ANEEL utiliza outras definições para “emergência” ou “interrupção de emergência” no Módulo 1 do PRODIST viabiliza falta de rigor e empenho da agência no sentido de evitar a interpretação equivocada da norma.

Frente de Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica

Os expurgos só sejam admitidos nas situações consagradamente caracterizada pela doutrina como “Caso Fortuito ou de Força Maior”. Não é qualquer evento, por mais grave e ponderável, que bastará para liberar ou exonerar a concessionária de sua responsabilidade mas apenas aquele que impossibilita o cumprimento da obrigação. É indispensável que o fato ou obstáculo seja estranho ao seu poder, e seja imposto por acontecimento natural ou fato de terceiro, de modo a constituir uma barreira intransponível à execução da obrigação.

Frente de Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica

Não deveriam ser consideradas para efeito de expurgo: Interrupções causadas por pipas (brinquedo infantil). Interrupções causadas por precipitações pluviométricas intensas. Interrupções devido a queda de galhos de árvores ou ventos. Interrupções decorrentes de descargas atmosféricas. Impedimento de acesso por

Fl. 2 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

motivos diversos. Interrupções causadas por vandalismo na rede. Interrupções causadas por abalroamento de um veículo num poste. Impedimento de acesso por simples alagamentos (não confundir com enchentes). Incêndios na proximidade de linhas de transmissão / distribuição.

Light

Aceitação de expurgos devido a interrupções geradas por casos fortuitos ou de força maior comprovados por: a) Relatório padrão, contendo dados previamente definidos; b) Documentos emitidos por órgãos públicos, ou na falta deste; c) Mídias (jornais, internet, revistas e similares) contendo a fonte, data e hora da notícia, que também deve estar relacionada ao local onde aconteceram as ocorrências que serão expurgadas. Justificativa: A subjetividade da definição atual traz inúmeras dificuldades para as empresas na comprovação de interrupções por caso fortuito ou força maior, pois a fiscalização ignora diversos fatos amplamente divulgados pela mídia e discutidos pela opinião publica, muitas vezes pelo fato de não existir a decretação de calamidade pública pelas autoridades. É importante ressaltar que eventos totalmente não gerenciáveis podem ocorrer sem que a autoridade pública emita tal decreto, como por exemplo o conflito armado ocorrido no final de 2010 no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro na cidade do Rio de Janeiro. Várias ocorrências relacionadas a esse episódio, uma vez que a Light ficou impedida de acessar a região por mais de três dias, não tiveram o expurgo aceito pela equipe de fiscalização, no entanto era impossível colocar alguma equipe em risco para atender essas ocorrências diante daquela situação de “guerra”.

ABRADEE

Visando minimizar a subjetividade/discricionariedade da ANEEL a respeito do assunto, a ABRADEE elencou, com base na lista de fatos geradores do Anexo II do Módulo 8 do PRODIST, os casos suscetíveis ao expurgo dos indicadores de continuidade, conforme segue: Intervenção de terceiros na rede elétrica Atos deliberados de sabotagem, vandalismo ou outros atos Criminosos Furto de materiais da empresa

Fl. 3 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

Árvore ou vegetação (queda de árvores) Meio ambiente Outros casos passíveis de análise específica (“expurgo com restrição”)

ABRADEE

Propõe a padronização dos casos suscetíveis a expurgo dos indicadores de continuidade das distribuidoras, considerando (i) o grau de previsibilidade; e (ii) possibilidade de ação preventiva da distribuidora, ainda que exista o fator de imprevisibilidade na causa origem da interrupção no fornecimento de energia elétrica. Padronizar os expurgos das interrupções por situação de emergência em três grupos, de acordo com os seguintes critérios: Integralmente expurgável, Não expurgável e Expurgável com restrição. Os expurgos dos grupos acima citados (“integralmente expurgável” e “expurgável com restrição”) estão condicionados a apresentação da documentação comprobatória padronizada à ANEEL.

Sr. Arnaldo Silva

As informações da Nota Técnica acima reproduzidas, aliadas à grande variação de percentuais dos indicadores atribuídos pelas Distribuidoras a Situações de Emergência, apontam que a Regulação, da forma como está, permite que as empresas tenham diferentes entendimentos sobre a questão, levando a classificações indevidas. Tal cenário exige a que o Regulador defina de forma clara, transparente e o mais detalhada possível o que pode ou não ser classificado como Situação de Emergência, como única forma de homogeneizar a aplicação desse conceito e de evitar classificações equivocadas, intencionais ou não, por parte das empresas. Essa é, aparentemente, a abordagem da Regulação de Portugal. Entende-se também que tal definição constitui elemento essencial para o desenvolvimento das fiscalizações que, sem a clareza necessária da Regulação, acabam por enfrentar situações indesejáveis onde prevalece a interpretação e a subjetividade. O instrumento mais adequado para esse fim, seja a Regulação, seja através de Súmulas ou qualquer outro que a ANEEL venha a entender como adequado poderá ser utilizado para atender ao objetivo proposto. O mais importante é que seja formalizado e amplamente divulgado a distribuidoras, fiscalizadores e

Fl. 4 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

consumidores.

ABRACE

A ABRACE gostaria de propor a retirada da subjetividade relacionada à definição do que deve ou não ser considerado como interrupção expurgável para efeito dos índices de continuidade (DEC, FEC, DIC, FIC e DMIC). Como exemplo, destaca-se o expurgo de ocorrências associadas com abalroamentos de postes e quedas de árvores. No entendimento da ABRACE, esse tipo de ocorrência pode ser caracterizado como sendo contínuo, de tal forma que já se encontra embutido nos históricos de indicadores das empresas e, mais importante ainda, nas metas definidas para cada distribuidora. Assim, não faz sentido expurgar tais ocorrências dos indicadores. Assim, sugere-se que a ANEEL defina de forma categórica quais são as ocorrências passíveis de expurgo e o que deve ser apresentado para comprovação das mesmas. Em outras palavras, a ANEEL poderia publicar no módulo 8 do PRODIST uma lista de tipos de ocorrências atípicas passíveis de expurgo, tais como: queda de aeronave em linha de transmissão/distribuição; queimada sob linhas de transmissão/distribuição; enchentes e/ou alagamentos que impossibilitem o deslocamento de equipes de emergência; ciclones extratropicais, terremotos etc. Quaisquer ocorrências de caráter atípico teriam que ser comprovadas. Para comprovação poderiam ser utilizados boletins de ocorrência emitidos pelos órgãos responsáveis, declaração de calamidade pública, matérias da mídia impressa, etc. Independentemente de ocorrências atípicas serem passíveis de expurgo dos índices de continuidade, há que se destacar que as distribuidoras devem demonstrar suas ações gerenciais com o objetivo de evitá-las ou minimizá-las.

ABRACE Categorizar as ocorrências (atípicas) passíveis de expurgo e o que deve ser apresentado para comprovação das mesmas.

Fl. 5 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

CEMIG-D

A ANEEL deverá estabelecer critérios baseado no conceito de caso fortuito e força maior, definido no Código Civil, buscando eliminar a subjetividade hoje existente. Algumas situações passíveis de expurgos: I)Atos de sabotagem, vandalismo ou outros atos criminosos; II)furto de materiais e/ou equipamentos da rede elétrica; III)Escalada em postes e/ou torres de distribuição que necessitem de desligamento manual devido a riscos a segurança de terceiros; IV) Desligamentos provocados por objetos que foram lançados ou derrubados por terceiros na rede elétrica; IV)Outros casos não gerenciáveis pela Distribuidora que deverão ser analisados pela Aneel mediante apresentação de documentação Hoje o PRODIST já inclui em seu critério de exclusão os casos de situação de emergência - “Interrupção motivada por caso fortuito ou de força maior, a ser comprovada documentalmente pela distribuidora”, porém quando das fiscalizações, a Aneel só aceita decretos de situações de emergência emitidos por órgãos oficiais, e que conforme a situação nem sempre é a realidade. Vale lembrar que nem todas as interrupções com causas alheias a vontade da Distribuidora são acompanhadas de documentação emitida pelos órgãos competentes. Conforme definição pelo Código Civil, caso fortuito ou de força maior existe quando uma determinada ação gera consequências, efeitos imprevisíveis, impossíveis de se evitar ou impedir, o que engloba os casos relativos a acidentes ou fatalidades causadas por fenômenos da natureza, por exemplo.

CEEE-D

Código de interrupção 405 - MEIO DE TERCEIROS JOGO DE BOLA Código de interrupção 406 - MEIO DE TERCEIROS PREDIO EM DEMOLICAO Código de interrupção 490 - MEIO DE TERCEIROS FALTA DE SEGURANÇA PUBLICA Código de Interrupção 499 - MEIO DE TERCEIROS OUTROS Código de Interrupção 409 - MEIO DE TERCEIROS FURTO DE REDE Código de Interrupção 407 - MEIO DE TERCEIROS LIGACOES A REVELIA

Fl. 6 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

a) 099 - SERVICOS PROGRAMADOS SUBTRANSMISSÃO 69kV até 138kV; b)100 – SERVICOS PROGRAMADOS EXTERNO CEEE-D; c)101 - SERVICOS PROGRAMADOS ALTERACAO P/ MELHORIA; d)102 - SERVICOS PROGRAMADOS ALTERACAO P/ AMPLIACAO; e)201 - SERVICOS PROGRAMADOS MANUTENCAO PREVENTIVA; f)202 - SERVICOS PROGRAMADOS MANUTENCAO CORRETIVA Código de Interrupção 307 - MEIO AMBIENTE INCENDIO Justificativa: Código Civil (artigo 393, parágrafo único). Atendimento do PRODIST (Módulo 1, item 2.220 e considerado como FORÇA MAIOR). Comprovação através de Fotografias e/ou Noticias de Jornal.

CELESC-DIS

Sugere-se que ANEEL estabeleça critérios e situações melhor definidas para os expurgos por situação de emergência, especialmente para as ocorrências no sistema elétrico decorrentes de abalroamentos, onde se constitua um acidente com vítimas em atendimento emergencial. Para tanto, é importante a definição principalmente das documentações necessárias para caracterizar a situação apresentada. No caso de abalroamento que envolva vítimas sugerimos ser suscetíveis de expurgo casos em que houver vítima e impedimento de acesso imposto por órgão de segurança pública (bombeiro, policiais militares, civis, federais, rodoviária estadual ou federal e exército). Nestes casos é expurgado somente o tempo em que o acesso for impedido.

CPFL Energia

No caso das interrupções do fornecimento de energia elétrico, o comando existente no PRODIST atualmente permite o expurgo nos indicadores de continuidade quando as interrupções forem oriundas de caso fortuito ou força maior – interrupção em situação de emergência. Nota-se, claramente, que não necessariamente as interrupções em situações de emergência estão vinculadas com decretos de órgão oficiais, tais como decreto de calamidade pública ou decreto de situação de emergência.

De forma concisa podemos definir que caso fortuito ou de força maior existe quando uma determinada ação

Fl. 7 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

gera consequências, efeitos imprevisíveis, impossíveis de evitar ou impedir. Desta forma, sugerimos que as interrupções causadas com estas características, e em cumprimento a definição regulamentada, estejam devidamente acompanhadas de documentos oficiais emitidos por órgãos de Segurança Pública (Polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros) ou Secretarias Estaduais ou Municipais. Na busca de uma padronização entre as Distribuidoras e a Fiscalização da ANEEL evitando se o apontamento de não conformidades. A título de exemplos foi elencado alguns casos passíveis de serem classificados como Interrupções em Situação de Emergência: Onde há o impedimento de acesso às redes e linhas: Enchentes; Desmoronamentos; Queimadas cujo fogo ainda não foi debelado; Queda de pontes; Interdição de vias públicas e estradas.

Onde o desligamento é compulsório: Incêndios; Acidentes que necessitem resgates; Acidentes que necessitem de perícias; Escalada de estruturas de redes e linhas; Enchentes; Atos de vandalismo, sabotagem e furto de cabos de redes, linhas ou equipamentos; Tornados ou vendavais de grandes proporções.

Secretaria de Energia do Estado

Os indicadores de continuidade, em situações de emergência, não devem ser expurgados dos indicadores totais, DEC, FEC, DIC, FIC e DMIC. No entanto, a ANEEL deverá definir, caso a caso, quais ocorrências

Fl. 8 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

de São Paulo serão enquadradas como situação de emergência, considerando-se como evento atípico. Intensificar a publicidade dos indicadores de continuidade de fornecimento de energia elétrica. As informações da Nota Técnica nº 100/2012-SRD/ANEEL, aliadas à grande variação de percentuais dos indicadores atribuídos pelas Distribuidoras a Situações de Emergência, apontam que a Regulação, da forma como está, permite que as empresas tenham diferentes entendimentos sobre a questão utilizando-se com ou sem dolo para atenuar penalidades, levando a classificações indevidas.

EDP

EDP sugere que sejam estabelecidos critérios claros para os expurgos por situação de emergência, melhor explicitando os casos aplicáveis e principalmente definindo as documentações necessárias para caracterizar a situação apresentada. Essa documentação deveria considerar: Fotos caracterizadoras do evento; Boletim de Ocorrência, para os casos de sabotagem, vandalismo, atos criminosos, abalroamento e furto; Documento emitido por instituição competente (Órgãos de Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, etc.) atestando extensão e severidade de dano ambiental causado por agentes naturais, com efeitos e danos propagados à rede elétrica; Documento emitido por instituições policiais (Polícia Civil e órgão de segurança) atestando o impedimento de acesso pelas equipes de emergência da distribuidora para o restabelecimento dos serviços em função de riscos a integridade física para as equipes de emergência; Notícias publicadas em meios de comunicação em massa, como jornal, internet, blog que caracterize o evento, quando disponíveis; Gráficos das condições climáticas registradas na região, se disponíveis; Documento padrão da própria Distribuidora para todos os casos

Por fim, A EDP sugere que sejam padronizados os casos elegíveis de modo a eliminar dúvida quanto à prática de expurgos. Alguns dos atos passíveis de expurgos seriam: I) Atos criminosos deliberados de Sabotagem e Vandalismo tais como danificação e roubo de componentes,

Fl. 9 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

materiais e/ou equipamentos da rede elétrica da empresa; II) Escalada em postes e/ou torres de distribuição e/ou (sub) transmissão que acarretem necessidade de desligamento manual da rede devido riscos a segurança de terceiros; III) Desligamentos provocados ou realizados para retirada de objetos que foram lançados ou derrubados por terceiros na rede elétrica; IV) Outros Atos, tais como abalroamentos de grandes proporções e efeitos, acidentes com terceiros, poda de árvore executada por terceiro, onde o galho caiu sobre a rede de distribuição ocasionando o desligamento inobservância por condutores de veículos de carga das flechas mínimas existentes em áreas de passagem da rede de distribuição aérea sobre vias públicas, etc. V) Queda de árvores, considerando a queda total ou parcial de árvores (e não somente galhos), sobre a rede elétrica, com consequente interrupção do fornecimento de energia aos consumidores. VI) Situações de Emergência de Pequena Abrangência Geográfica, como inundações, incêndios, desmoronamentos, quedas de barreiras ou impedimentos de vias de acesso, que apesar de provocar desligamentos de circuitos e impedimentos para o atendimento pela distribuidora, não geram a decretação de situação de emergência ou de calamidade pública pelos municípios, devido ao fato de terem menor alcance geográfico e/ou menor impacto social/econômico nos municípios. VII) Outros Casos Passíveis de Análise Específica, como caso fortuito ou força maior que ocasionem suspensão no fornecimento de energia elétrica, oriundas de casos não gerenciáveis pelas distribuidoras, e não elencados nos itens acima, que deveriam ser encaminhados para a análise pela ANEEL, para que sejam expurgados dos indicadores de continuidade da distribuidora. Para isso, deverão ser encaminhados a ANEEL, ou mantidos na distribuidora para avaliação da fiscalização, os documentos comprobatórios das citadas ocorrências, em formato e conteúdo a serem padronizados pela Aneel.

Endesa Em processo fiscalizatório a que foram submetidas as empresas do Grupo Endesa Brasil, foi definido pela equipe de fiscalização que a comprovação para fins de Expurgo referente a situações de emergência,

Fl. 10 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

deveriam se dar apenas por comprovação documental com uso de Decreto do Poder Público local, sendo consideradas inválidas outras formas de documentação que demonstrassem situação de emergência em áreas menores de municípios (bairros ou distritos), que implicavam em impedimento da realização de serviços, sem que houvesse sido decretada a situação de emergência pela municipalidade. Verificamos que a Nota Técnica 0100/2012-SRD/ANEEL, de 4 de julho de 2012, perpetuou o entendimento das equipes de fiscalização da ANEEL, uma vez que não se busca uma solução no mínimo razoável para o melhor tratamento das questões levantadas, sendo, pelo contrário, bem mais restritiva no equacionamento de um problema que afeta diretamente as distribuidoras.

A situação de emergência passível de expurgo para efeito da verificação do cumprimento dos índices de qualidade é, na verdade, qualquer situação enquadrável na definição de caso fortuito e força maior, não dependendo de qualquer decreto expedido pelo Poder Público, apenas necessitando de relatório pormenorizado e documentos que comprovem a situação.

Diversas situações podem se apresentar como situação de emergência, caso fortuito de força maior, mas devido a pequena abrangência em relação a área total de um município, não será decretada situação de emergência, pois a mesma é decretada apenas quando o município não tem capacidade de lidar com a situação. Apesar de relativamente a área total de um município, o evento e as ocorrências associadas afetam e causam os mesmo transtornos do que aqueles que exigiram decretos, com a mesma capacidade de intervir na operação da empresa. Para ilustrar situações como essa, apresentamos casos reais, onde apesar da imprevisibilidade e da não gerenciabilidade da situação, não foi decretado Situação de emergência.

A manutenção da interpretação dada pela SFE, onde não haja Decreto de Situação de emergência e sim outras formas de declaração de órgão como a Defesa Cívil, implicará no reconhecimento da aplicação às distribuidoras de energia elétrica da Teoria do Risco Integral, pela qual a prestadora de serviço responde por

Fl. 11 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

todo e qualquer evento decorrente de sua exploração, sem que seja possível sua exclusão por eventos que a prestadora não tenha dado causa e que não era possível evitar ou impedir, o que não é possível admitir, ante a flagrante contrariedade com o entendimento assentado na doutrina jurídica e na jurisprudência dos tribunais superiores.

Esta falta de padronização abriu espaço para que fosse utilizadas diversas formas de comprovação de situação de emergência, e gerando dependência quase que exclusiva da interpretação das equipes de fiscalização, já que não existe um padrão de documentos a serem considerados. Tal fato culminou, na definição a partir de 2009 por parte das equipes de fiscalização de aceitar como comprovação, apenas decretos de calamidade ou situação de emergência, para fins de expurgo de ocorrências em índices de qualidade, o que vai além do estabelecido na regulamentação, conforme apresentado na seção anterior. Assim sendo, sugerimos que seja estabelecido padrão de documentação a ser apresentada para fins de comprovação de Situação de Emergência, como recortes de jornal, vídeos, relatórios da Defesa Civil, etc, conforme mencionado no item 28 do Parecer 1.015/2010-PGE, indo além do Decreto de Calamidade ou de Situação de emergência, possibilitando assim, a análise caso a caso que foi citado na Nota Técnica 0100/2012-SRD, que faz parte da Documentação desta Consulta Pública.

Desta forma, propomos que seja criado procedimento de comprovação documental onde seria padronizado Formulário que contemplaria no mínimo as seguintes informações: Evento; Interrupções associadas; Descrição detalhada (envolvendo número de clientes interrompidos, cargas afetas e tempos decorridos); Orgãos Oficiais envolvidos (Secretárias, Bombeiros, Defesa Civil, Polícia, entre outros); Lista de Documentos emitidos por órgão Oficiais envolvidos (cópias dos mesmos devem estar em anexo ao formulário padrão); Informações adicionais cabíveis.

Fl. 12 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

Além das cópias dos Documentos emitidos pelos Órgãos Oficiais envolvidos, deverá estar em anexo a este formulário padrão documentos que corroborem a comprovação do evento, como: Registros fotográficos; Repercussão na Imprensa; e Outros documentos comprobatórios

Fl. 13 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

2. Dia Crítico

Agente Contribuição

Frente de Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica

Entretanto, o dia crítico é apurado pelo número de ocorrências de um Conjunto (região geoelétrica atendida por uma subestação de alta tensão) enquanto que as equipes de atendimento da concessionária são dimensionadas para atendimento simultâneo de vários Conjuntos. Em outras palavras, o fato de poderem estar sendo exigidos serviços de reparos de várias ocorrências em um único conjunto não significa que o dimensionamento da estrutura para atendimento de reparos na rede elétrica não seja suficiente. Os expurgos que tem sido lançados pelas distribuidoras como “dias críticos” tem alcançado significâncias totalmente incompatíveis com os princípios estatísticos que fundamentam a definição do “dia crítico”. Assim, não parece razoável que seja atingida tal magnitude nos indicadores de desempenho, o que leva a crer que distorções tenham sido geradas, quer por deficiência na definição da regulação, quer por equívocos na sua aplicação.

Propõe que os “dias críticos” deixem de serem considerados para efeito de DIC, FIC, DEC e FEC, ou seja, tal expurgo seja extinto e se passe a considerar o que está expresso no Código Civil Brasileiro – art. 393 e parágrafo único, que dispõe sobre as hipóteses de caso fortuito e força maior afastando a responsabilidade pelo descumprimento de obrigações.

Light A metodologia atual pode ser mantida. A implantação do DICRI aperfeiçoou o processo, pois garante um atendimento ágil até mesmo para ocorrências que serão expurgadas. Alterações podem ser propostas após estudos mais específicos.

ABRADEE

Dentre as propostas apresentadas na referida nota técnica, reitera-se que a mais adequada para o setor elétrico é a de manutenção da metodologia atual de expurgos por dias críticos. Tanto as propostas de retirada do dia crítico da regulamentação, quanto àquela referente à limitação da quantidade de dias críticos, provocaria um retrocesso na regulamentação vigente, pois a primeira tornaria o processo de expurgos mais complexo e a fiscalização passaria a ser discricionária e, a segunda opção, não é aderente a realidade

Fl. 14 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

operacional das distribuidoras por não observar diversas condições de operação da rede elétrica.

Como sugestão de estudo futuro, a ABRADEE aponta que a metodologia atual do dia crítico não captura o chamado “rescaldo” que normalmente acompanha dias com volume elevado de ocorrências (críticos ou não). Recomenda-se para estudo futuro a definição de período crítico, tornando a legislação mais abrangente.

Sr. Arnaldo Silva

Considerando-se que o número de ocorrências apresente uma distribuição estatística normal, seria esperado que 0,15% dos dias apresentasse eventos climáticos extraordinários. Na prática, verifica-se que a curva de distribuição apresenta assimetria, concentrando a média à esquerda da distribuição, o que, no limite, levaria a uma expectativa de 1 a 2 dias com condições climáticas extremas, o que efetivamente ocorre ao longo do ano, e que está muito distante do que vem sendo classificado como Dia Crítico.

A provável causa dessa distorção encontra-se na aplicação do conceito de média e 3 desvios padrões a conjuntos elétricos, que constituem micro-universos que, vistos isoladamente, tendem a apresentar variabilidade acentuada. Essa questão poderá ser avaliada de forma mais adequada se considerada a empresa como um todo, ou pelo menos regiões que envolvam vários conjuntos, ao invés de conjuntos elétricos isoladamente, à semelhança do que foi adotado na Regulação italiana: ”A análise é realizada com base no histórico de três anos e não mais por distrito, mas sim por distribuidora – com exceção da Enel, que foi subdividida devido ao seu tamanho”. Destaque-se que essa abordagem é a utilizada pelas Distribuidoras, que não dimensionam suas equipes de atendimento baseadas em conjuntos elétricos, mas em regiões, e redirecionam recursos para uma ou outra área na medida do crescimento do número de ocorrências provocadas por chuvas e ventos.

Sugere-se que a ANEEL desenvolva simulações considerando as empresas como um todo ou regiões de atendimento, ao invés de conjuntos isoladamente. Além dessa alteração, o critério de expurgo pode ser simplificado se, ao invés da condição de média e 3 desvios padrão sobre o número de ocorrências, for adotado um percentual de consumidores afetados, fazendo analogia com o que prevê a Regulação do Reino

Fl. 15 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Unido.

Adicionalmente, aponta-se que o expurgo de todo um dia classificado como “Crítico”, apresenta distorções importantes que devem ser corrigidas. Tome-se como exemplo uma interrupção de fornecimento ocorrida na manhã de um dia em que foram registradas chuvas extraordinárias ao final da tarde. A ocorrência da manhã não tem nenhuma relação com as condições climáticas da tarde, mas pela regulação atual, seu impacto nos indicadores também será expurgado, uma vez que o dia inteiro é tratado de mesma forma. É mais coerente que o expurgo restrinja-se às interrupções de fornecimento devidas ao evento climático extraordinário, o que elimina a distorção existente. Com isso, torna-se conveniente que o próprio termo “Dia Crítico” seja eliminado, passando a adotar a denominação “Evento Climático Extraordinário”, a exemplo da regulação de outros países.

CEMIG-D Em função da recente reconfiguração dos conjuntos, ainda não temos dados históricos suficientes. Importante estar atentos para os avanços da metodologia a fim de definirmos período crítico e não dia crítico

Secretaria de Energia do Estado

de São Paulo

Excluir da regulamentação da distribuição a previsão do Dia Crítico, bem como os seus respectivos expurgos nos indicadores de continuidade e intensificar a publicidade dos indicadores de continuidade de fornecimento de energia elétrica.

Considerando os princípios estatísticos que fundamentam a definição do “dia crítico”, não parece razoável que seja atingida tal magnitude de outliers nos indicadores de desempenho, o que leva a crer que distorções tenham sido geradas, quer por deficiência na definição da regulação, quer por equívocos na sua aplicação. A despeito das causas de tais distorções, o fato é que os indicadores de qualidade de serviço divulgados como oficiais, não guardam qualquer relação com o desempenho real, o que tem sido perceptível para os consumidores. Inevitavelmente essa questão gera indesejável perda de credibilidade nos agentes do setor.

Fl. 16 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

3. Interrupções provenientes de agentes supridores

Agente Contribuição

Light

Passar a expurgar dos indicadores das distribuidoras as interrupções provenientes de Geradores e Transmissoras

Por não existir possibilidade de controle desses eventos pela distribuidora. As distribuidoras calculariam a violação das metas especificas dos agentes externos e repassariam aos consumidores os valores devidos por esses agentes. O fato de a ANEEL considerar que os indicadores atuais das distribuidoras já contemplam parcela para eventos externos não condiz com a realidade no caso de grandes interrupções, como o blackout de 10/11/2009 e outros mais recentes, onde o impacto em algumas distribuidoras foi de mais de 3 horas. Alternativamente, pode se definir de maneira objetiva o expurgo em casos de ultrapassagem de um determinado percentual da meta, ou seja, quando caracterizado um evento maior.

ABRADEE

Por todas as razões supracitadas, mesmo que as interrupções na rede de transmissão não sejam, em média, relevantes nos indicadores das distribuidoras do Brasil, se faz necessário realizar ajustes no regulamento associado aos expurgos a serem realizados nos indicadores de continuidade da distribuição. Desta maneira propõe-se que todas as situações de exceção previstas no regulamento da transmissão tenham seu devido reflexo nos regulamentos da distribuição, visando o reconhecimento dos expurgos pelo órgão regulador.

Há eventos que são expurgados dos padrões de duração e freqüência de desligamentos da transmissora e NÃO expurgados dos indicadores de continuidade da distribuidora. Todas as situações de exceção previstas no regulamento da transmissão tenham seu devido reflexo nos regulamentos da distribuição, visando o reconhecimento dos expurgos pelo órgão regulador.

ABRADEE A ABRADEE entende que o melhor caminho a ser seguido é a segregação dos padrões de duração e frequência de desligamento e indicadores de continuidade (transmissão e distribuição), objetivando que cada agente seja responsável estritamente pelas interrupções que tenha dado causa.

Fl. 17 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

ABRADEE

Sugere-se que os recursos financeiros atrelados às eventuais transgressões dos padrões/indicadores das transmissoras sejam repassados somente aos consumidores impactados, ficando a distribuidora responsável pelo repasse de tais recursos em sua fatura de energia, quando estes forem pagos pelas transmissoras na forma definida no novo regulamento.

ABRADEE

Deve-se relevar ainda as obrigações trazidas com a Resolução Normativa 399, de 13 de abril de 2010, onde foram introduzidas restrições à variação dos valores de MUST contratados pelas distribuidoras (proibição da redução do MUST total e limitação à redução não onerosa por ponto em até 10%). O sinal regulatório instituído pela REN 399/2010 é bem diferente do que existia anteriormente à sua publicação, ocasionando uma mudança de paradigma na contratação dos montantes de uso pela distribuidora. Desta forma, os remanejamentos de carga efetuados pelas distribuidoras para fazer face às contingências na rede de transmissão, além de impactar os indicadores da distribuidora, ainda podem acarretar em pagamento de penalidade pela ultrapassagem da demanda contratada nos pontos de conexão remanescentes, ou, no caso da contratação de demanda adicional pela distribuidora para “acomodar” tais remanejamentos (o que não faz sentido, dado o sinal econômico equivocado aos consumidores), uma eventual penalidade por sobrecontratação.

CPFL

Na regulamentação vigente sobre o tema exposto, caso as interrupções com origem nas instalações das transmissoras venham ocorrer em dias não classificados como críticos, por exemplo, as distribuidoras são obrigadas a calcular e efetuar as compensações aos seus clientes em caso de transgressão dos indicadores DIC/FIC/DMIC. Porém, independente da duração da interrupção causada pela transmissora, as compensações pagas aos consumidores pelas distribuidoras não podem ser cobradas e/ou recebidas das transmissoras. Embora haja limites de frequência e duração das interrupções nos pontos de conexão das transmissoras com as distribuidoras, o efeito financeiro para as transmissoras ocorre no seu ano tarifário seguinte. A redução de receita das transmissoras é integralmente direcionada à modicidade tarifária enquanto o pagamento das penalidades individuais aos consumidores fica como ônus da distribuidora, sem

Fl. 18 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

que para isto lhe tenha dado causa.

Outro ponto importante a se observar são as conexões de permissionárias de energia diretamente em DITs. Como todo o suprimento é feito por meio da DIT, e a distribuidora tem um CUSD e um CCD com a permissionária, a distribuidora não possui nenhuma ação com relação à continuidade do serviço prestado. Quando ocorrem interrupções nas DITs a distribuidora arca com altas compensações por ultrapassagem dos indicadores enquanto as transmissoras têm apenas o desconto na recita anual permitida na próxima revisão tarifária.

A proposta é, assim como as Distribuidoras compensam outras Distribuidoras e Permissionárias, que as empresas Transmissoras passem a compensar diretamente os seus acessantes quando da ultrapassagem dos limites dos indicadores individuais.

4. Interrupções para alívio de carga determinadas pelo ONS (ERAC)

Agente Contribuição

Frente de Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica

Supressão do expurgo: “5.6.2.2 - vii. Oriundas de atuação de esquemas de alívio de carga solicitado pelo ONS”. É incoerente a ANEEL considerar na apuração dos indicadores de qualidade as interrupções decorrentes de perturbações no sistema de transmissão (apagões) e contraditoriamente permitindo o expurgo de interrupções oriundas de atuação de esquemas de alívio de carga solicitado pelo ONS.

Light Quando houver atuação do ERAC em uma ou mais distribuidoras, todas as outras distribuidoras também podem expurgar as ocorrências relacionados ao evento causador.

Light Aqui também serve como exemplo do blackout de 10/11/2009, quando houve atuação do ERAC em algumas distribuidoras, mas em outras, como a Light, não houve nem tempo de atuação, tamanho o

Fl. 19 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

afundamento de tensão ocorrido. Logo, não seria isonômico manter o expurgo somente para algumas distribuidoras, sendo que outras foram atingidas pelo mesmo evento de grande impacto e não gerenciável, apenas pelo fato da não atuação do ERAC devido a questões simplesmente sistêmicas.

ABRADEE

Propõe-se que todos os desligamentos na rede de distribuição oriundos de atuação de Sistemas Especiais de Proteção - SEPs sejam expurgados dos indicadores de continuidade das distribuidoras, independentemente de estarem ou não diretamente associados à atuação de tais proteções, visando dispensar tratamento equânime para as distribuidoras que foram atingidas pelo mesmo evento.

5. Interrupções programadas

Agente Contribuição

Light Para interrupções programadas comunicadas com antecedência e feitas dentro do prazo estipulado, podem ser expurgados os indicadores DIC e DMIC.

Light

Além do DMIC, é razoável também o expurgo do DIC. Deve se lembrar que o serviço programado tem o objetivo de melhorar a qualidade do sistema, não podendo por isso ser penalizada a distribuidora. Reforça também essa justificativa o fato de vários serviços possuírem tempo padrão superior à meta dos clientes atingidos, o que é incoerente, pois poderia incentivar as distribuidoras a não programarem serviços essenciais somente para não violar as metas, ou seja, a distribuidora se arriscaria em possíveis interrupções emergenciais de menor duração ao invés de fazer a programada e solucionar o problema. Por outro lado, o FIC não deve ser incluído nesse caso, pois poderia refletir um planejamento não ideal da distribuidora, ou seja, diversas interrupções programadas para um mesmo caso. Seguem abaixo exemplos de serviço na Light com duração maior que a meta de DIC: Por fim, a orientação da ANEEL sobre a necessidade de as distribuidoras trabalharem preferencialmente em Linha Viva vai contra a modicidade tarifária, ou seja, prejudicaria outros clientes. As distribuidoras já

Fl. 20 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

realizam serviços possíveis em Linha Viva, mas um aumento nesse tipo de serviço implicaria maiores custos de treinamento em mão de obra e compra de materiais e equipamentos, o que, ao serem reconhecidos na Revisão Tarifaria oneraria os demais clientes. Deve se encontrar obviamente um ponto de equilíbrio entre serviços em Linha Viva e Linha Morta.

ABRADEE

Segregar o indicador DIC em programado e não programado; Expurgar todas as interrupções programadas do indicador DIC mensal, desde que o consumidor seja informado e o serviço seja executado dentro do prazo previamente definido; Subsidiariamente, estabelecer limite máximo para o expurgo dos desligamentos programados da distribuidora no indicador DIC (6 horas para cada desligamento);

CEMIG-D Publicar no site da ANEEL os indicadores DEC e FEC estratificados em programado e acidental; Considerar pesos diferenciados para o DEC acidental e DEC programado na determinação do fator Xq; Expurgar as interrupções programadas do DIC conforme os mesmos critérios utilizados para o DMIC.

COPEL

Devido ao caráter diferenciado, o regulamento atual prevê aceito o expurgo dessas interrupções apenas da apuração do indicador DMIC, desde que atendidas as condicionantes comunicadas aos consumidores. Entretanto, algumas distribuidoras têm solicitado uma atenuação maior de seus efeitos, como o expurgo também dos indicadores DIC e FIC.

COPEL

A revisão da regra de expurgos de indicadores oriundos de desligamentos programados, permitindo o expurgo dos indicadores DIC e FIC, além do DMIC, incentivaria a realização de obras/manutenções por parte das distribuidoras. Para conter o nível de qualidade praticado, poderia ser estabelecido um limite mensal, trimestral ou anual, para realização dos mesmos, evitando assim, exageros por parte das distribuidoras.

CPFL Segregar o indicador DIC em programado e não programado; Critérios para apuração de compensação do DIC para interrupções de desligamento programado;

Fl. 21 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

Manter os critérios de cálculo do FIC, bem como do DEC e FEC.

CPFL

A proposta do Grupo CPFL é que aqueles desligamentos cuja origem seja programada estejam isentos do pagamento de compensações aos consumidores por violação do DIC, uma vez atendidos os critérios aqui propostos. O desligamento programado tem por característica reparar ou reforçar a qualidade do serviço de forma preventiva, avisando ao cliente o período da interrupção e minimizando seu desconforto. Esta alteração na regulamentação, fixando um limite máximo para a execução de desligamento programado em 6 horas, mantém sob controle o desconforto provocado ao consumidor e trata de forma isonômica todas as distribuidoras. Também ficaria restrita a isenção da compensação, não interferindo no computo dos indicadores de continuidade coletivos ou individuais.

EDP

A EDP sugere que seja incluído também o expurgo do indicador DIC, limitando-o a 6 (seis) horas. As Distribuidoras não podem ser penalizadas ao executar obras de melhoria nos seus sistemas que irão garantir e melhorar o atendimento a seus consumidores. Essa é a prática atual, uma vez que se faz devida a compensação ao cliente, no indicador DIC, sempre quando a realização dessas melhorias é determinante para a violação do limite do indicador.

Fl. 22 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

6. Publicidade

Agente Contribuição

ABRACE

Disponibilizar em sítio eletrônico informações diariamente atualizadas da qualidade do serviço (taxas de desligamentos, duração, instalações e regiões afetadas, tempos de restabelecimento gradual de consumidores – 50%, 75% e 100%), englobando também as interrupções de curta duração. Tais informações devem ser transpostas também para as faturas das unidades consumidoras desligadas no referido mês.

Frente de Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica

A proposta consignada na Consulta Pública nº 07/2012, itens 168 a 175 da Nota Técnica nº 0100/2012 SRD/ANEEL merece ser acolhida em sua integralidade, com o fim de ser dada a devida publicidade e de forma compreensível às informações sobre interrupções não expurgadas e expurgadas no sitio eletrônico das distribuidoras, no sitio eletrônico da ANEEL e na fatura dos consumidores.

Light

A Light propõe que para as informações divulgadas no site da distribuidora e nas faturas dos clientes deve ser mantida a sistemática de publicidade atual, visto que já são englobadas praticamente todas essas informações. Justificativa: Praticamente todas as informações acima já estão disponíveis ao cliente, acrescentar mais publicidade não agregará benefícios aos clientes, pelo contrário, poderá até confundi-los ainda mais pelo volume de informações já disponibilizado por meio da fatura de energia. O item 5.13.3 da Seção 8.2 do Módulo 8 do PRODIST já determina que o cliente tem o direito de solicitar diversas informações sobre a qualidade do serviço, como as interrupções e os indicadores, isso de forma completa, inclusive pelo site, onde também podem ser extraídos esses dados. Além disso, também devido previsão no modulo 8 do PRODIST e na REN 414/10, as faturas já contemplam indicadores, metas e o valor do EUSD. Lembra-se ainda que diversas determinações recentes da REN 414/10 já prevêem mais informações nas faturas dos consumidores. Portanto, a publicidade já está sendo completamente atendida.

ABRADEE O consumidor terá a opção de solicitar à distribuidora as informações relacionadas ao expurgo dos

Fl. 23 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

indicadores de continuidade da distribuição das interrupções originárias na rede de transmissão. Tal disposição já está contida no módulo 8 do PRODIST, que obriga as distribuidoras a enviarem tais informações para os consumidores que as solicitarem.

Dado a característica eminentemente técnica dessas informações, entende-se que a sua disponibilização na fatura de energia ou em relatórios contidos no sítio eletrônico da distribuidora aumentaria significativamente o nível de questionamentos/reclamações de consumidores que não detêm um conhecimento mínimo sobre a metodologia de apuração dos indicadores de continuidade definida pela ANEEL. Além disso, a disponibilização na fatura das referidas informações irá concorrer com o espaço cada vez mais limitado destinado a outras informações que hoje já são obrigatórias.

Levando-se em consideração a probabilidade de desvios das programações das interrupções pela distribuidora, ocasionada pela dinâmica de priorização dos serviços a serem executados pelas equipes, entende a ABRADEE que devem ser mantidos os prazos constantes na regulamentação vigente, ou seja, que seja desconsiderada a proposta de obrigar as distribuidoras a disponibilizar as interrupções programadas aos consumidores abarcando os próximos 15 dias.

Sr. Arnaldo Silva

O entendimento da ANEEL para essa questão apresenta-se absolutamente alinhado com a percepção do consumidor. A transparência do processo exige que os indicadores de desempenho sejam divulgados de forma integral, sem qualquer tipo de expurgo. Sua segmentação, por sua vez, possibilita que o consumidor conheça e avalie as causas de desempenho apresentado.

CEMIG-D

Manutenção da regulamentação disposta no PRODIST, que estabelece a antecedência mínima para envio do aviso de interrupção ao consumidor segregando-os por nível de tensão variando de 5 dias a 72 horas. Manutenção da regulamentação disposta no PRODIST, ítem 5.13.3. A probabilidade de desvios na programação dos desligamentos dado a dinâmica de priorização de serviços pelas equipes técnicas, principalmente para o maior número de clientes envolvidos que são aqueles

Fl. 24 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

atendidos em baixa tensão onde se concentra o maior volume de serviços. Dado ao caráter estritamente técnico das informações a disponibilização na fatura ou na internet, aumentaria o número de questionamentos além de concorrer com o espaço já limitado da fatura.

COPEL

Não vemos óbices na divulgação dos indicadores de continuidade individuais (DIC, FIC, DMIC e DICRI), de seus limites, e eventuais compensações financeiras recebidas pelas unidades consumidoras. Já em relação à publicidade das interrupções acidentais ou programadas, teme-se que tais informações sejam utilizadas, por exemplo, para forjar nexo de causalidade em solicitações de ressarcimento de danos, cujo prazo limite é de 90 dias contados a partir da data da ocorrência, conforme artigo 204 da Resolução Normativa 414/2010, bem como item 3.2, da seção 9.1 do módulo 9 do Prodist. Além disto, a publicação das interrupções, ao invés dos indicadores de continuidade individuais, pode acarretar em maculação da imagem da distribuidora, haja vista que pelo presente estado tecnológico das redes de distribuição aéreas, não é possível garantir continuidade interrupta. Conforme citado no rodapé da folha 5 desta nota técnica: “O termo “não gerenciável” será utilizado nesta Nota Técnica para diferenciar as interrupções que podem ser consideradas expurgáveis das interrupções ordinárias. Entretanto, sabe-se que ele pode não ser o termo mais preciso, uma vez que a distribuidora sempre pode planejar seu sistema e sua operação de forma a reduzir as consequências dos eventos climáticos.” Ou seja, se mesmo os eventos climáticos de grande impacto, que fogem ao controle da distribuidora, são cogitados como gerenciáveis, e são expurgáveis, eventos que independem de adequações tecnológicas, tais como ações de terceiros, também deveriam ser.

EDP

A EDP sugere, caso venha a prevalecer a obrigatoriedade, que seja publicado no sítio eletrônico: Lista de interrupções programadas para os próximos 15 dias, indicando a data da interrupção e o horário de inicio e termino, além da abrangência do desligamento (conjuntos elétricos, logradouro, bairros e municípios); Informação sobre as interrupções em Situação de Emergência, em até 10 dias após o prazo para envio dos dados da apuração dos indicadores para o respectivo mês de competência: descrição do evento

Fl. 25 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

causador da interrupção, identificação das áreas atingidas pelo desligamento, danos causados ao sistema elétrico, ações da distribuidora para restabelecimento do sistema, quantidade de unidades consumidoras desligadas. Justificativa: A caracterização da situação de emergência não é algo trivial, é necessário que essa seja devidamente comprovada e tal comprovação devidamente analisada para só então haver a caracterização. Ademais, documentos como declaração de “Estado de Calamidade Pública” e “Situação de Emergência” podem demorar diversos dias para serem publicados pelo órgão responsável. Sendo assim, é impossível garantir a disponibilidade de todas as informações 10 dias após seu restabelecimento.

A Aneel sugere também que sejam publicadas no sítio da empresa as informações sobre interrupções de longa duração registradas na unidade consumidora explicitando data, horário de início e duração, causa e se a interrupção foi contabilizada nos indicadores DIC, FIC, DMIC ou DICRI, com um histórico de 12 meses. A EDP considera inapropriada a exibição dessas informações com os detalhes propostos (data, hora e causa) de danos. A EDP considera inapropriada a exibição dessas informações com os detalhes propostos (data, hora e causa) de danos. Indivíduos imbuídos de má fé podem utilizar-se das informações disponibilizadas no sítio eletrônico da distribuidora. Poderão ser invocados ressarcimentos por danos em equipamentos elétricos em datas e horários exatamente como exibidos no sítio, restando a empresa total impossibilidade de negar a existência de ocorrência que tivesse dado origem ao suposto pedido de ressarcimento. Nesse caso, o nexo causal restará estabelecido pelo próprio demandante do PID!

A ANEEL sugere ainda que: “Finalizando as propostas de publicidade das informações, propõe-se que nas faturas dos consumidores sejam informadas a duração e a quantidade total das Interrupções de Longa Duração, além de um esclarecimento sobre a divulgação de informações detalhadas no sítio eletrônico da mesma.”

Fl. 26 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

Agente Contribuição

EDP, pelo mesmo motivo de possível má-fé na utilização das informações, que os detalhes das interrupções não sejam publicados no sitio eletrônico da empresa.

As obrigações referentes à disponibilização de informações nos sítios eletrônicos deverão vigorar após um ano da publicação do regulamento para as distribuidoras que possuem mercado igual ou maior a 1 TWh/ano e dois anos para as demais distribuidoras Para as informações pertinentes, considerando a exceção destacada para o fornecimento em detalhes das interrupções de longa duração, sugere-se que o prazo seja alterado para 3 anos para empresas acima de 1TWh/ano e 4 anos para as demais distribuidoras.

7. Contribuições gerais sobre expurgos

Agente Contribuição

ABRACE Categorizar as ocorrências (atípicas) passíveis de expurgo e o que deve ser apresentado para comprovação das mesmas.

Frente de Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica

Os expurgos (descontinuidades) que poderiam ser admitidos pela Agência, levando-se em conta o que dispõe a Lei de Concessões Públicas, deveriam necessariamente ser enquadráveis como: Em situação de emergência. Motivados por problemas de ordem técnica. Motivados por problemas de segurança das instalações. Portanto, no nosso entendimento, são inadmissíveis os expurgos (descontinuidades) nos seguintes casos: Considerados em dias críticos. Oriundos de atuação de esquemas de alivio de carga.

Fl. 27 do Anexo da Nota Técnica nº 0247/2013–SRD/ANEEL, de 12/12/2013.

8. Demais contribuições

Agente Contribuição

ABRACE Criação de indicador de frequência das ocorrências decorrentes de interrupções de curta duração e dos respectivos padrões esperados por conjuntos elétricos e classes de tensão.

ABRACE Classificar as interrupções de curta duração de forma análoga à segregação das interrupções de longa duração

ABRACE Mapear a qualidade de fornecimento dos sistemas de distribuição no Brasil, visando identificar as instalações com os maiores índices de desligamentos de curta duração.