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Cri sthian Ronaldo 529 752 96118 CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br  1 Aula 04 Olá, Pessoal! Essa é a quarta aula de Administração Pública para AFT. Nela veremos os se- guintes itens: Aula 04 – 21/03: 1. Organização do Estado e da Administração Pública.  Esse item é ENORME! Praticamente tudo relacionado ao Estado e à administra- ção pública no Brasil pode ser cobrado. Nos últimos concursos de AFT e AFRFB em que ele foi cobrado, as questões estavam mais relacionadas com direito administrativo e constitucional do que com a nossa disciplina. Boa Aula! Sumário 1. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO.................................................................................. 2  1.1. ESTADO FEDERAL NO BRASIL . ................................................................................. 4 1.2. PRESIDENCIALISMO NO BRASIL. ............................................................................. 12 2. ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ..................... ............................. 15  2.1. DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO ................................................................ 16  2.2. DECRETO-LEI 200/1967 .................................................................................... 18  2.3. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA.............................................................................. ..... 20  2.4. N OVAS FIGURAS ADMINISTRATIVAS PÓS-PLANO DIRETOR ...................................... 25  2.5. PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS ................................................................... .......... 42  2.6. CONSÓRCIOS PÚBLICOS ............................................................................... ....... 46  3. PONTOS IMPORTANTES DA AULA ....................................................................... 51  4. QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................... 51  4.1. LISTA DAS QUESTÕES ............................................................................... ......... 95  4.2. GABARITO ........................................................................................... .......... 111  

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Aula 04

Olá, Pessoal!

Essa é a quarta aula de Administração Pública para AFT. Nela veremos os se-

guintes itens:

Aula 04 – 21/03: 1. Organização do Estado e da Administração Pública. 

Esse item é ENORME! Praticamente tudo relacionado ao Estado e à administra-

ção pública no Brasil pode ser cobrado. Nos últimos concursos de AFT e AFRFB

em que ele foi cobrado, as questões estavam mais relacionadas com direito

administrativo e constitucional do que com a nossa disciplina.

Boa Aula!

Sumário

1.  ORGANIZAÇÃO DO ESTADO.................................................................................. 2 

1.1.  ESTADO FEDERAL NO BRASIL . ................................................................................. 4 

1.2.  PRESIDENCIALISMO NO BRASIL. ............................................................................. 12 

2.  ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................................. 15 

2.1. DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO . ............................................................... 16 

2.2. DECRETO-LEI 200/1967 . ................................................................................... 18 

2.3. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA. .................................................................................. 20 

2.4. N OVAS FIGURAS ADMINISTRATIVAS PÓS-PLANO DIRETOR . ..................................... 25 

2.5. PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS. ............................................................................ 42 

2.6. CONSÓRCIOS PÚBLICOS. ..................................................................................... 46 

3.  PONTOS IMPORTANTES DA AULA ....................................................................... 51 

4.  QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................... 51 

4.1.  LISTA DAS QUESTÕES . ....................................................................................... 95 

4.2.  GABARITO . .................................................................................................... 111 

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11.. OOrrggaanniizzaaççããoo ddoo EEssttaaddoo Neste item, vamos estudar alguns dispositivos constitucionais relacionados

com a organização do Estado brasileiro, aspectos relacionados com nossa fede-ração e nosso presidencialismo. A organização do Estado está disciplinada naConstituição Federal de 1988, em grande parte, nos artigos 18 a 33. Vamoscomeçar a analisá-los:

 Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa doBrasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,todos autônomos, nos termos desta Constituição.

§ 1º - Brasília é a Capital Federal.

Podemos tirar daqui alguns pontos importantes:

Aspectos importantes do Estado Brasileiro

  A forma de Estado é federativa;

  A forma de governo é republicana;

  A federação é composta por quatro tipos de entes:

União, Estados, Distrito Federal e Municípios;

  Os entes são dotados de autonomia, mas nãosoberania, que é própria da República.

O parágrafo primeiro afirma que Brasília é a capital federal. Isso pode parecersem importância, mas já foi cobrado mais de uma vez pela ESAF. Já o parágra-fo segundo trata dos Territórios.

§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transforma-

ção em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

Atualmente não existe nenhum território no Brasil, mas eles são figuras relati-vamente recentes, como os estados do Roraima e Amapá que foram transfor-mados em estados na CF88.

O parágrafo terceiro trata da criação ou extinção de estados:

§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmem-brar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territó-

rios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada,através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.

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Considero esse ponto importante, pois temos atualmente em curso algunsprocessos de criação de novos estados. Há previsão de se dividir o estado doPará em três, criando-se os estados de Carajás e Tapajós, o plebiscito deveráocorrer no próximo dia 11 de dezembro. É apenas a população que reside naárea dos novos estados que participa do plebiscito, e não toda a população doestado.

Lembrem-se, é plebiscito e não referendo, ouseja, a consulta é previa e não posterior.

Além do plebiscito, a CF88 exige a aprovação de lei complementar pelo Con-gresso Nacional, ouvida a Assembleia Legislativa, cuja decisão é apenas opina-

tiva, não possuindo caráter vinculatório.

Dalmo de Abreu Dallari afirma que a criação de novos estados é uma questãoque interessa a todos os brasileiros, principalmente em virtude do ônus finan-ceiro que acarreta, por isso ele defende que o plebiscito envolva todo o país, enão apenas a população da região.

§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios,far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Comple-mentar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às

 populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Via-bilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

Já em relação aos municípios, houve um período em que virou festa. Entre1990-96 foram criados em torno de 1.170 municípios no país. Neste últimoano foi aprovada Emenda Constitucional com a nova redação do parágrafoquarto, esta aí de cima, que condicionou a criação dos municípios à edição delei complementar federal. Como esta ainda não foi aprovada, o processo ficasuspenso. Mesmo assim, depois da Emenda, ainda forma criados 57 municí-pios, cuja criação acabou sendo reconhecida pelo Senado Federal.

O art. 19 traz algumas vedações:

 Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí- pios:I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lheso funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações dedependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de inte-resse público;II - recusar fé aos documentos públicos;III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

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11..11..  EEssttaaddoo FFeeddeerraall nnoo BBrraassiill 

O Estado Moderno e Contemporâneo tem assumido, basicamente, duas formas:a forma federada, quando se conjugam vários centros de poder autônomo, e

a forma unitária, caracterizada por um poder central que conjuga o poderpolítico. Segundo Paulo Bonavides:

Das formas de Estado, a forma unitária é a mais simples, a mais lógica,a mais homogênea.

O modelo unitário se caracteriza, politicamente, pela unidade do sistema jurídico, excluindo qualquer pluralidade normativa e, administrativamente,pela centralização da execução das leis e da gestão dos serviços. No Estadounitário, poder constituinte e poder constituído se exprimem por meio de

instituições que representam sólido conjunto. Segundo Darcy Azambuja:O tipo puro do Estado Simples é aquele em que somente existe um Poder Legislativo, um Poder Executivo e um Poder Judiciário, todos centrais, comsede na Capital. Todas as autoridades executivas ou judiciárias que existemno território são delegações do Poder Central, tiram dele sua força; é eleque as nomeia e lhes fixa as atribuições.

Os Estados Unitários em centralizados e descentralizados. A descentralizaçãorepresenta a transferência do poder de decisão. Maria Sylvia Zanella Di Pietrodiferencial dois tipos de descentralização:

Descentralização Política: ocorre quando o ente descentralizado exerceatribuições próprias que não decorrem do ente central; é a situação dosEstados-membros da federação e, no Brasil, também dos Municípios. Cadaum desses entes locais detém competência legislativa própria que nãodecorre da União nem a ela se subordina.

Descentralização Administrativa: ocorre quando as atribuições que osentes descentralizados exercem só têm valor jurídico que lhes empresta o

ente central. A titularidade do serviço continua com o ente central.

A diferença entre as duas é que, na descentralização política, as competênciasdos entes descentralização são de sua titularidade, lhe são próprias, definidaspela Constituição. Já na descentralização administrativa a competência é doente central que a empresa para o ente descentralizado.

A descentralização política é característica dos Estados Federais, pois os entessubnacionais possuem competências próprias. Já nos Estado Unitários, só po-demos falar em descentralização administrativa, pois as unidades regionaisrecebem suas atribuições do ente central.

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Maria Sylvia Di Pietro fala em três tipos de descentralização administrativa:

Tipos de Descentralização Administrativa

  Territorial ou Geográfica: verifica-se quando uma entidade local é dotada depersonalidade jurídica própria, de direito público, com capacidade administrativagenérica. É própria dos Estados unitários, constituídos por Departamentos,Regiões, Províncias, etc.

  Por Serviços, Funcional ou Técnica: ocorre quando o poder público criauma pessoa jurídica de direito público ou privado e a ela atribui a titularidade e aexecução de determinado serviço público. No Brasil, esta criação somente podedar-se por meio de lei e corresponde, basicamente, à figura de autarquia, mas

abrange também as fundações governamentais, sociedades de economia mista eempresas públicas, que exerçam serviços públicos.

  Por Colaboração: ocorre quando se transfere a execução de determinadoserviços público a pessoa jurídica de direito privado, previamente existente,conservando o Poder Público a titularidade do serviço. Ocorre por meio daconcessão, permissão ou autorização de serviço público.

Podemos observar que a primeira delas – territorial ou geográfica – é a que

ocorre nos Estados Unitários. Segundo a autora: A capacidade administrativa genérica é a capacidade de exercer a totali-dade ou a maior parte dos encargos públicos de interesse da coletividade.No entanto, é importante realçar que a descentralização administrativa ter-ritorial mantém a sujeição a controle pelo poder central. Ela nem sempreimpede a capacidade legislativa , só que esta é exercida sem autonomia,

 porque subordinada às normas emanadas do poder central.

Com capacidade administrativa, os entes descentralizados podem exercer agestão dos serviços públicos; com a capacidade legislativa, podem elaborarnormativos, mas sem autonomia, sempre subordinados ao ente central.

Assim, o Estado Unitário pode ser centralizado ou descentralizado administrati-vamente. A centralização política se exprime pela unidade do sistema jurídico,comportando o país um só direito e uma só lei. A centralização administrativaimplica na unidade quanto à execução das leis e quanto à gestão dos serviços.

Etimologicamente, federação quer dizer pacto, aliança. O Estado Federal é,portanto, uma aliança ou união de Estados. Trata-se de um fenômeno moder-no, que só aparece no século XVIII, não tendo sido conhecido na Antiguidade e

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na Idade Média. O Estado Federal nasceu com a constituição dos EstadosUnidos da América, em 1787. Vamos ver algumas definições de Estado Feder-al:

O federalismo é uma forma de organização do Estado contemporâneo quenasceu do equilíbrio dialético  entre a centralização e a descentralizaçãodo poder político.

O Estado federal é, pois, aquele que melhor corresponde à necessidade demanutenção da unidade na diversidade.

O sistema federal pode ser definido como uma forma de organização doEstado nacional caracterizada pela dupla autonomia territorial do poder 

 político, ou seja, na qual se distinguem duas esferas autônomas de poder:uma central, que constitui o governo federal, e outra descentralizada, que

constitui os governos-membro, sendo que ambas têm poderes únicos econcorrentes para governar sobre o mesmo território e as mesmas pessoas.

Estado soberano, formado por uma pluralidade de Estados , no qual o poder do Estado emana dos Estados-membros, ligados numa unidadeestatal.

Pode-se denominar “Estado composto” o que é divisível em partes internasque merecem o nome de Estados e que são unidas entre si por um vínculo

de sociedade.

Segundo Georges Scelle, o sistema federativo repousa sobre dois princípi-os essenciais:

lei da participação: os estados membros tomam parte da formação davontade estatal referida a toda ordem federativa.

lei da autonomia: há competência constitucional própria e primária paraorganizar, estatuir e gerir o seu ordenamento, dentro dos limites traçadospela Constituição federal. Não depende da União naquilo que constituia esfera de suas atribuições específicas. É dotado de poder constituinte

O poder político é compartilhado pela União e pelas unidades federadas. Alémdo governo federal, existem governos estaduais dotados de autonomia política,podendo fixar sua própria orientação nos assuntos de seu interesse, desde quenão contrariem a Constituição Federal. Para assegurar a participação dos Esta-dos no governo federal foi constituído o poder legislativo bicameral, em que oSenado é o órgão de representação dos Estados, sendo praxe, embora hajaalgumas exceções, assegurar-se a todas as unidades federadas igual númerode representantes. Na outra casa é o povo que está representado.

Podemos dizer que são três os tipos de autonomia de que são dotadas as

unidades federadas:

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Auto-Organização: refere-se ao poder de os entes federadoselaborarem suas próprias constituições e leis;

Autogoverno: refere-se à eleição dos governadores e dos Deputados

Estaduais, que governarão o estado sem nenhuma intervenção daUnião. Refere-se também a possibilidade de montarem seus própriospoderes.

Auto-Administração: manifesta a capacidade de cada entepolítico para prestar os serviços e desempenhar as atividades a elescometidas.

Toda federação deriva de uma situação federalista. Duas condições conformam

esse cenário. A primeira é a existência de heterogeneidades que dividem umadeterminada nação, de cunho territorial (grande extensão e/ou enorme diver-sidade física), étnico, linguístico, sócio-econômico (desigualdades regionais),cultural e político (diferenças no processo de constituição das elites dentro deum país e/ou uma forte rivalidade entre elas). Qualquer país federativofoi assim instituído para dar conta de uma ou mais heterogeneidades. Se umpaís desse tipo não constituir uma estrutura federativa, dificilmente a unidadenacional manterá a estabilidade social ou, no limite, a própria nação correrisco de fragmentação.

A segunda condição federalista é a existência de um discurso e de uma práticadefensores da unidade na diversidade, resguardando a autonomia local, masprocurando formas de manter a integridade territorial em um país marcadopor heterogeneidades. A coexistência dessas duas condições é essencial paramontar-se um pacto federativo.

O primeiro Estado Federal foi criado com os EUA. Lá, o surgimento do EstadoFederal está relacionado à necessidade de união entre treze ex-colônias sober-anas, que resultou num processo centralizador, ou seja, optaram pelo sistemafederativo para criar uma nova unidade, representado por um Poder central.

No Brasil, o movimento foi inverso, ou seja, descentralizador. Segundo Dallari:

Partiu-se da existência de uma unidade com poder centralizado e se dis-tribuiu o poder político entre várias unidades, sem eliminar o poder cent-ral. Cada uma dessas unidades, que era apenas uma subdivisão adminis-trativa chamada Província, recebeu uma parcela de poder político e aafirmação formal de sua individualidade, passando a denominar-se estado.

 Aqui, portanto, o movimento foi descentralizador.

Essa diferença é observada no grau de descentralização de cada país. N os

EUA, os entes subnacionais possuem uma autonomia muito maior, sendo deresponsabilidade deles, por exemplo, a decisão sobre temas como a pena demorte, o casamento homossexual, a obrigatoriedade de capacete nas motos, o

aborto, etc.

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Uma das grandes inovações da Carta Magna foi a inclusão dos municípios co-mo entes federativos. Abrúcio afirma que:

Pela primeira vez na história, os municípios transformaram-se em entes fe-

derativos, constitucionalmente com o mesmo status jurídico que os estadose a União. Não obstante essa autonomia, os governos locais respeitam umalinha hierárquica quanto à sua capacidade jurídica – a Lei Orgânica, por exemplo, não pode contrariar frontalmente a Constituição estadual –, e são,no mais das vezes, muito dependentes dos níveis superiores de governo noque tange às questões políticas, financeiras e administrativas.

Olhando para nossa história, veremos que a relação entre centralização e des-centralização sempre foi uma gangorra, em que ambas se revezaram diversasvezes no sistema federativo brasileiro. Segundo Abrúcio:

 A história federativa brasileira foi marcada por sérios desequilíbrios entre osníveis de governo. No período inicial, na República Velha, predominou ummodelo centrífugo, com estados tendo ampla autonomia, pouca cooperaçãoentre si e um governo federal bastante fraco. Nos anos Vargas, o Estadonacional fortaleceu-se, mas os governos estaduais, particularmente no Es-tado Novo, perderam a autonomia. O interregno 1946-1964 foi o primeiromomento de maior equilíbrio em nossa federação, tanto do ponto de vistada relação entre as esferas de poder como da prática democrática. Mas ogolpe militar acabou com esse padrão e por cerca de 20 anos manteve ummodelo unionista autoritário, com grande centralização política, administra-tiva e financeira.

Durante o regime militar, as relações intergovernamentais do Estado brasileiroeram, na prática, muito mais próximas às formas que caracterizam um Estadounitário do que aquelas que caracterizam as federações. Governadores e pre-feitos das capitais e de cerca de 150 cidades de médio e grande porte foramdestituídos de base própria de autonomia política: selecionados formalmentepor eleições indiretas e, de fato, por indicação da cúpula militar, sua autorida-de política não era derivada do voto popular. Além disto, todos os governado-

res e prefeitos detinham escassa autonomia fiscal: a centralização financeirainstituída pela reforma fiscal de meados dos anos 60 concentrou os principaistributos nas mãos do governo federal e, ainda que tenha ampliado o volume dareceita disponível dos municípios, uma vez realizadas as transferências, estasestavam sujeitas a estritos controles do governo federal.

Foi um Estado dotado destas características que consolidou o Sistema Brasilei-ro de Proteção Social, até então um conjunto disperso, fragmentado, com re-duzidos índices de cobertura e fragilmente financiado de iniciativasgovernamentais na área social. Esta forma de Estado moldou uma das princi-

pais características institucionais do Sistema brasileiro: sua centralização fi-nanceira e administrativa.

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Após a redemocratização, o Brasil fortaleceu descentralização, principalmentepor causa do enfraquecimento do governo federal. Para Abrúcio:

Dois fenômenos destacam-se nesse novo federalismo brasileiro, desenhado

na década de 1980 e com reflexos ao longo dos anos 1990. Primeiro, o es-tabelecimento de um amplo processo de descentralização, tanto em termosfinanceiros como políticos. Em segundo lugar, a criação de um modelo pre-datório e não-cooperativo de relações intergovernamentais, com predomíniodo componente estadualista.

Com a CF88, um novo federalismo nascia no Brasil. Foi estabelecido de umamplo processo de descentralização, tanto em termos financeiros como políti-cos. Em relação aos Municípios, as Leis Orgânicas estão sujeitas a uma duplavinculação: devem obedecer tanto a Constituição Federal quanto a Constitui-

ção Estadual. Além disso, os Municípios não possuem representantes no Sena-do Federal, e os Prefeitos e as Câmaras Municipais, coletivamente, não têmcompetência para o oferecimento de proposta de emenda à Constituição.

Enfim, o regramento constitucional dos Municípios distingue-se em aspectosrelevantes do regramento constitucional da União, dos Estados e do DistritoFederal. Essas diferenças de tratamento jurídico, entre outras considerações,fizeram com que, nos anos imediatamente subsequentes à entrada em vigorda Constituição Federal, muitos de nossos doutrinadores negassem aos Muni-cípios a condição de verdadeiros entes federativos. Entretanto, apesar de posi-

cionamentos desse teor, paulatinamente foi-se consolidando o entendimentode que os Municípios são verdadeiros membros de nossa Federação, e que aspeculiaridades de seu tratamento constitucional de forma alguma os coloca emnível hierárquico inferior ao dos demais entes federativos. O STF e o STJ jáemitiram pronunciamentos no sentido de que os Municípios são efetivamenteentes federados, gozando das três capacidades que integram a autonomiapolítica: auto-organização; autogoverno; e auto-administração.

A descentralização para os municípios está baseada na suposição de que émais fácil o controle democrático exercido pelos cidadãos quando as decisõessão tomadas próximas a eles. É na comunidade que nas pessoas têm a chancede participar. Segundo Arretche:

 Já não é nenhuma novidade afirmar que nas últimas décadas a gestão local de políticas públicas tem sido portadora de expectativas as mais positivascom relação a resultados desejáveis da ação do Estado. Democratização do

 processo decisório; eficiência na gestão das políticas públicas; controle soci-al; qualidade da informação entre decisores, provedores e beneficiários es-tão no topo da lista dos resultados virtuosos da descentralização, emoposição aos vícios e problemas gerados pelas estruturas centralizadas ins-

tituídas ao longo do século 20.

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Outro aspecto da CF88 foi a descentralização financeira. Para que haja umaverdadeira autonomia dos entes federados, é preciso que eles tenham tambémautonomia financeira. Podemos dizer que o Brasil se caracteriza por uma am-pla descentralização fiscal. Segundo Abrúcio:

 A nova autonomia dos governos subnacionais deriva em boa medida dasconquistas tributárias, iniciadas com a Emenda Passos Porto, em 1983, econsolidadas na Constituição de 1988, o que faz do Brasil o país em desen-volvimento com maior grau de descentralização fiscal. Cabe ressaltar que osmunicípios tiveram a maior elevação relativa na participação do bolo tribu-tário, apesar de grande parte deles depender muito dos recursos econômi-cos e administrativos das demais esferas de governo. O fato é que osconstituintes reverteram a lógica centralizadora do modelo unionista-autoritário e mesmo as recentes alterações que beneficiaram a União não

modificaram a essência descentralizadora das finanças públicas brasileiras.

Todavia, depois da CF88, a participação dos estados e municípios tem diminuí-do, já que o governo federal tem adotado a estratégia de criar contribuiçõessociais ao invés de impostos, isto porque parte da arrecadação com impostosdeve ser transferida para estados e municípios, e essa obrigação não existepara as contribuições. Mesmo assim, podemos dizer que o Brasil se caracterizapor uma descentralização fiscal, como está nesta questão:

1.  (CESPE/SENADO/2002) Pelos padrões internacionais, o Brasil pode ser considera-

do um país com considerável descentralização fiscal, bem maior que os outros países

da América Latina.

A questão CERTA.

Vamos dar uma olhada em outras características de nossa federação. Nos Es-tados Federais é comum a presença do bicameralismo, sendo que o Senado é

composto pelos representantes dos Estados e a Câmara pelos representantesdo povo. Assim, no Senado cada Estado possui o mesmo número de represen-tantes – no nosso caso são três. Já na Câmara dos Deputados, a representa-ção se daria de forma proporcional ao tamanho da população de cada Estado.Assim, se o país tem em torno de 180 milhões de habitantes e o número dedeputados é de 513, então teríamos um deputado para cada 350 mil habitan-tes. Assim, como São Paulo tem quase 40 milhões de habitantes, teria direito a114 deputados; por outro lado se Roraima tem 395 mil habitantes, teria direitoa representação de apenas um deputado. No entanto, a CF/88 afirma que:

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 Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo,eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e noDistrito Federal.

§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estadoe pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcio-nalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano ante-rior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenhamenos de oito ou mais de setenta Deputados.

Assim, São Paulo não pode ter mais que 70 deputados e Roraima não pode termenos que oito. Temos pelo menos oito Estados que estão representados commais deputados do que a população comportaria. Do outro lado, além de SãoPaulo, Minas Gerais também perde representação, devido aos ajustes que de-

vem ser feitos.Outro aspecto de nosso federalismo é que a forma federativa é cláusula pé-trea. Segundo o art. 60 da CF:

§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente aabolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, univer-sal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantiasindividuais.

A expressão “tendente a abolir” significa dizer que não é qualquer emenda que

disponha sobre as matérias protegidas como cláusula pétrea que será conside-rada inconstitucional. Estas matérias poderão ser objeto de emenda à Consti-tuição, desde que essas emendas não sejam “tendentes a abolir” tais matérias.Assim, o voto, os direitos e garantias individuais, a forma federativa poderãoser objeto de emenda à Constituição, desde que a emenda não tenda à aboli-ção, ao enfraquecimento, à supressão desses direitos gravados como cláusulapétrea.

Vamos dar mais uma olhada no art. 1º da CF/88:

 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado De-mocrático de Direito e tem como fundamentos:

Quando ela fala em “união indissolúvel”, veda de forma expressa e terminativao direito à secessão, ou seja, a possibilidade de um de nossos entes autôno-mos tentar se dissociar da República Federativa do Brasil e constituir, por si só,um Estado soberano, sendo qualquer tentativa nesse sentido flagrantementeinconstitucional.

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11..22..  PPrreessiiddeenncciiaalliissmmoo nnoo BBrraassiill 

O Brasil adota como sistema de governo o presidencialismo. O outro tipo é oparlamentarismo. O sistema presidencial tem sido preferido nos lugares e nas

épocas em que se deseja o fortalecimento do poder executivo, sem quebra daformal separação de poderes. A seu favor argumenta-se com a rapidez comque as decisões podem ser tomadas e postas em prática. Além disso, cabendoao presidente decidir sozinho, sem responsabilidade política perante o parla-mento, existe unidade de comando.

O principal argumento que se usa contra o presidencialismo é que ele constitui,na realidade, uma ditadura a prazo fixo. Eleito por um tempo certo e sem res-ponsabilidade política efetiva, o presidente pode agir francamente contra avontade do povo ou do Congresso sem que haja meios normais para afastá-loda presidência. O presidencialismo conduziria à reprovável e abusiva concen-tração de poderes nas mãos de uma única pessoa, à hipertrofia de seu poderpessoal, ao governante onipotente.

O presidencialismo traz na aparência a estabilidade dos governos, mas umavez desencadeadas as crises e não podendo os dirigentes ser removidos antesde expirado o prazo constitucional do mandato que exercem, a solução ordina-riamente conduz às revoluções, golpes de Estado, tumultos e ditaduras, fazen-do instáveis as instituições mesmas.

O Ministério no sistema presidencial é um corpo de auxiliares da confiançaimediata do Presidente, responsável perante este, sem nenhum vínculo desujeição política ao Congresso. Nos países onde o presidencialismo é mais pró-ximo ao modelo americano tradicional, os ministros são pessoas estranhas àscasas legislativas, em cujas dependências o presidente jamais vai recrutá-los,fazendo assim realçar o princípio da separação dos poderes.

Essa regra vem sendo consideravelmente abalada em alguns Estados como onosso. Surgiu o conceito de presidencialismo plebiscitário para descrever osistema no qual o chefe do Poder Executivo é escolhido diretamente pela popu-lação para mandatos fixos, independente do apoio parlamentar. Supõe-se queo presidente, usualmente mediante apelos populistas, estabelece um vínculode legitimidade diretamente com a população, enfraquecendo a representaçãoparlamentar. Entende-se que o capital político eleitoral do Presidente da Repú-blica é uma força capaz de imprimir coerência a este sistema altamente frag-mentado. Essa suposição tem como base a comunicação direta dos candidatosà presidência com o grande eleitorado nacional, a crença de que a adesão des-se grande eleitorado é estável e propicia ao presidente, de maneira contínua, opoder político de que ele carece.

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Além de ser caracterizado por um presidencialismo plebiscitário, dizemos queno Brasil também vigora o "presidencialismo de coalizão". Essa expressãofoi cunhada por Sérgio Abranches em 1988. Como as eleições para presidênciae parlamento são distintas, o eleitor pode optar por eleger um presidente deum partido e um representante parlamentar de outro. Neste caso, o presiden-cialismo difere do parlamentarismo justamente pelas origens distintas do poderexecutivo e do poder legislativo.

A "coalizão" está relacionada aos acordos feitos entre partidos, geralmente pormeio da ocupação de cargos no governo e alianças entre forças políticas paraalcançar determinados objetivos. Na maioria das vezes a coalizão é feita parasustentar um governo, dando-lhe suporte político no legislativo e influenciandona formulação das políticas.

Segundo Abranches, a lógica da formação das coalizões tem dois eixos: o par-tidário e o regional (estadual). Além de buscar formar a coalizão com base eminteresses partidários, o governo tem de olhar também para os interesses re-gionais. Segundo o autor:

É isso que explica a recorrência de grandes coalizões, pois o cálculo relativoà base de sustentação política do governo não é apenas partidário-

 parlamentar, mas também regional.

Segundo Abranches, há outros países que apresentam governos de coalizão.

No entanto, o Brasil é o único país que, além de combinar proporcionalidade,multipartidarismo e o “presidencialismo imperial”, organiza o executivo emgrandes coalizões. O presidencialismo imperial é caracterizado pela indepen-dência entre os Poderes, com a predominância do Executivo. O autor afirmaque:

 A capacidade de formar maiorias estáveis e a necessidade de recorrer acoalizões não são exclusivamente determinadas pela regra de representa-ção, nem pelo número de partidos, mas também pelo perfil social dos inte-resses, pelo grau de heterogeneidade e pluralidade na sociedade e por 

fatores culturais, regionais e lingüísticos, entre outros, que não são passí-veis de anulação pela via do regime de representação.

Entre os fatores que influenciam a amplitude das coalizões está a representa-ção proporcional. Existem dois tipos de sistemas eleitorais no Brasil: o majori-tário e o proporcional. O primeiro é utilizado nas eleições para Presidente,Governadores, Prefeitos, Senadores. Já a eleição proporcional visa à represen-tação da população de determinada circunscrição eleitoral, almejando assegu-rar a participação dos diversos segmentos da sociedade, organizados empartidos políticos, sendo utilizado na Câmara dos Deputados, Assembleias Le-

gislativas e Câmaras Municipais.

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Os sistemas majoritários tendem a estreitar excessivamente as faixas derepresentação, com o risco de excluir da representação setores da sociedadeque tenham identidade e preferências específicas. Os sistemas proporcionaisajustam-se melhor à diversidade, permitindo admitir à representação amaioria desses segmentos significativos da população. O problema do sistemaproporcional é que ele aumenta a heterogeneidade na representação, difi-cultando a formação de maioria, daí a necessidade de um governo de coalizão.

A situação brasileira contemporânea indica as seguintes tendências:

Alto grau de heterogeneidade estrutural, quer na economia, querna sociedade, além de fortes disparidades regionais;

Alta propensão ao conflito de interesses, cortando a estrutura de classes,horizontal e verticalmente, associada a diferentes manifestações declivagens (separação, oposição) inter e intra-regionais.

Fracionamento partidário-parlamentar, entre médio e mediano, e altapropensão à formação de governos baseados em grandes coalizões, muitoprovavelmente com índices relativamente elevados de fragmentaçãogovernamental;

Forte tradição presidencialista e proporcional. A primeira indicando, talvez,a inviabilidade de consolidação de um regime parlamentarista puro. Asegunda, apontando para a natural necessidade de admitir àrepresentação os diversos segmentos da sociedade plural brasileira;

Insuficiência e inadequação do quadro institucional do Estado pararesolução de conflitos e inexistência de mecanismos institucionais para amanutenção do “equilíbrio constitucional”.

No presidencialismo de coalizão, a presidência se define como uma entidadeextrapartidária ou superpartidária. Por isso, a instabilidade da coalizão pode

atingir diretamente a Presidência. É menor o grau de liberdade de recom-posição de forças, através da reforma do gabinete, sem que se ameace asbases de sustentação da coalizão governante. Segundo Abranches:

Governos de coalizão requerem procedimentos mais ou menos institucional-izados para solucionar disputas interpartidárias internas à coalizão. Existesempre um nível superior de arbitragem, que envolve, necessariamente, aslideranças partidárias e do Legislativo e tem, como árbitro final, o presid-ente. Na medida em que este seja o único ponto para o qual convergemtodas as divergências, a presidência sofrerá danosa e desgastante sobre-

carga e tenderá a tornar-se o epicentro de todas as crises.

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O autor afirma ainda que:

É um sistema caracterizado pela instabilidade, de alto risco e cuja sustenta-ção baseia-se quase exclusivamente, no desempenho corrente do governo e

na sua disposição de respeitar estritamente os pontos ideológicos ou pro-gramáticos considerados inegociáveis, os quais nem sempre são explícita ecoerentemente fixados na fase de formação da coalizão.

Desde os primórdios o presidencialismo brasileiro foi caracterizado pela con-centração do poder nas mãos do presidente. Rui Barbosa, um dos maioresdefensores do presidencialismo no início, mas que se tornou um crítico do mo-delo com as frustrações da sua aplicação no país, já dizia:

O presidencialismo brasileiro não é senão a ditadura em estado crônico, airresponsabilidade geral, a irresponsabilidade consolidada, a irresponsabili-dade sistemática do Poder Executivo.

Já Vinícius de Carvalho caracteriza o sistema de governo no Brasil como misto,trazendo características tanto do presidencialismo quanto do parlamentarismo,em uma ênfase especial à sua dimensão política em sobreposição à jurídica.Dentro da variedade de regimes parlamentaristas existentes no mundo con-temporâneo, o brasileiro ocupa uma posição curiosa visto que, em uma abor-dagem formal, trata-se de um regime presidencialista com todos os elementosconstitutivos deste (eleições diretas para a Presidência, formação autônoma do

gabinete pelo Presidente, separação clara e mandatos fixos para ambos ospoderes, legislativo indissolúvel etc.), no entanto, contém também alguns tra-ços típicos do parlamentarismo, como a divisão dos ministérios entre os parti-dos aliados do Executivo no Parlamento e a definição da agenda do Estado peloprimeiro. Ele destaca, contudo, que este aspecto relaciona-se à cultura políticainstalada no país e a algumas disfunções do restante do sistema político (fra-gmentação e indisciplina partidária, fisiologismo, hipertrofia do Executivo etc.)dado que tanto o Presidente quanto o Parlamento dispõem de quase todos osmecanismos constitucionais para conduzir um presidencialismo na sua forma

 “pura”, ou seja, mais próximo do praticado nos Estados Unidos.

22.. OOrrggaanniizzaaççããoo ddaa AAddmmiinniissttrraaççããoo PPúúbblliiccaaO que veremos aqui é um conteúdo que muitos de vocês podem já ter estuda-do em editais de direito administrativo. Veremos a distinção entre administra-ção direta e indireta, entre descentralização e desconcentração, estudaremosos tipos de entidades da administração indireta e as novas figuras jurídicastrazidas pela reforma administrativa da Emenda Constitucional 19/1998, queteve origem no Plano Diretor.

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22..11..  DDeesscceennttrraalliizzaaççããoo ee ddeessccoonncceennttrraaççããoo

É sempre bom conhecermos as definições de autores que as bancas gostam deusar. E um deles é a Maria Sylvia Zanella Di Pietro, segundo a qual:

Descentralização é a distribuição de competência de uma para outra pes-soa, física ou jurídica. Difere da desconcentração pelo fato de ser esta umadistribuição interna de competências, ou seja, uma distribuição de compe-tência dentro da mesma pessoa jurídica; sabe-se que a Administração Pú-blica é organizada hierarquicamente, como se fosse uma pirâmide em cujoápice se situa o Chefe do Poder Executivo. As atribuições administrativassão outorgadas aos vários órgãos que compõem a hierarquia, criando-seuma relação de coordenação e subordinação entre uns e outros. Isso é feito

 para descongestionar, desconcentrar, tirar do centro um volume grande de

atribuições, para permitir seu mais adequado e racional desempenho. Adesconcentração liga-se à hierarquia. A descentralização pressupõe a exis-tência de, pelo menos, duas pessoas.

A desconcentração compreende o processo de distribuição de competênciadentro da mesma pessoa jurídica, na hierarquia. Já a descentralização envolvea existência de outra pessoa jurídica para quem é repassada a competência.

Por exemplo, o Ministério do Trabalho criou superintendências regionais dotrabalho e emprego nos estados da federação. Reparem que foram criadosvários órgãos, que não possuem personalidade jurídica própria. Elas fazemparte da administração direta, subordinadas ao MTE. Estamos diante da des-concentração.

Já a Fundacentro – Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medici-na do Trabalho, é uma fundação pública vinculada ao MTE, integrante da ad-ministração indireta. Ela possui personalidade jurídica própria e não estásubordinada administrativamente ao Ministério, que exerce apenas um contro-le finalístico. Estamos diante da descentralização. Segundo seu estatuto:

§ 1º A FUNDACENTRO goza de autonomia didático científica, administrativa

e de gestão financeira e patrimonial, conforme dispõe o § 2 o do art. 207 daConstituição.

A desconcentração ocorre com a criação de órgãos, que não são dotados depersonalidade própria. Já a descentralização pode ocorrer para uma entidadeda administração indireta ou para o setor privado. Sempre deve existir umasegunda pessoa jurídica que recebe as atribuições.

Podemos falar ainda em centralização, que é a prestação de um serviço públicodiretamente por certa pessoa política, por meio de seus órgãos, centros de

competência sem personalidade jurídica. É a própria pessoa política, agindo

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por intermédio de seus órgãos, quem está executando diretamente certa tare-fa. Ela pode ser então desconcentrada, quando se criam os órgãos.

Assim, a desconcentração pode ocorrer no interior de uma pessoa política,

como União, estados e municípios, ocorrendo uma primeira distribuição decompetências entre seus Ministérios ou secretarias. Estes, por sua vez, distri-buem parte de suas competências entre órgãos inferiores, integrantes de suaestrutura. Ela também ocorre dentro das entidades administrativas, como oINSS, uma autarquia, que cria superintendências regionais nos estados.

Segundo a Lei 9.784 de 1999:

§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:

I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração

direta e da estrutura da Administração indireta;

II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;

Portanto, órgão não possui personalidade jurídica, ele é o resultado da descon-centração, que pode ocorrer de diferentes formas: em função da matéria, coma criação, por exemplo, do Ministério da Saúde, da Fazenda, etc.; em razão dahierarquia, criando-se órgãos superiores e subordinados; ou por motivos geo-gráficos, como as superintendências regionais do MTE nos estados. SegundoHely Lopes Meirelles:

Órgãos públicos são centros de competência instituídos para o desempenhode funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à

 pessoa jurídica a que pertencem. São unidades de ação com atribuições es- pecíficas na organização estatal. Cada órgão, como centro de competênciagovernamental ou administrativa, tem necessariamente funções, cargos eagentes, mas é distinto desses elementos, que podem ser modificados,substituídos ou retirados sem supressão da unidade orgânica.

O autor traz uma classificação dos órgãos públicos, quanto à posição estatal:

Órgãos Públicos quanto à Posição Estatal

  Órgãos Independentes: definidos na CF88 e representativos dos Poderes doEstado. Não possuem subordinação hierárquica e somente são controlados unspelos outros. Ex.: Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal,Chefias do Executivo, Tribunais e Juízes, Ministério Público e Tribunais de Contas.

  Órgãos Autônomos: subordinados diretamente à cúpula da Administração.Têm ampla autonomia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se

como órgãos diretivos, com funções de planejamento, supervisão, coordenação econtrole das atividades que constituem sua área de competência. Seus dirigentes

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são, em geral, agentes políticos nomeados em comissão. São os Ministérios eSecretarias, bem como a AGU e as Procuradorias dos Estados e Municípios.

  Órgãos Superiores: Detêm poder de direção, controle, decisão e comando

dos assuntos de sua competência específica. Representam as primeiras divisõesdos órgãos independentes e autônomos. Ex.: Gabinetes, Coordenadorias,Departamentos, Divisões, etc.

  Órgãos Subalternos: São os que se destinam à execução dos trabalhos derotina, cumprindo ordens superiores. Ex.: portarias, seções de expediente, etc.

Outra classificação é quanto à estrutura dos órgãos:

Órgãos Simples: também conhecidos por unitários, são aqueles quepossuem apenas um único centro de competência, sua característicafundamental é a ausência de outro órgão em sua estrutura, para aux-iliálo no desempenho de suas funções;

Órgãos Compostos: em sua estrutura possuem outros órgãos menores,seja com desempenho de função principal ou de auxilio nas atividades,as funções são distribuídas em vários centros de competência, sob asupervisão do órgão de chefia.

Quanto à atuação funcional:

Órgãos Singulares: decidem e atuam por meio de um único agente, ochefe. Os órgãos singulares possuem vários agentes auxiliares, mas suacaracterística de singularidade é expressa pelo desenvolvimento de suafunção por um único agente, em geral o titular.

Órgãos Coletivos: decidem pela manifestação de vários membros, deforma conjunta e por maioria, sem a prevalência da vontade do chefe, a

vontade da maioria é imposta de forma legal, regimental ou estatutária.

22..22..  DDeeccrreettoo--LLeeii 220000 / /11996677

O Decreto-Lei nº 200 de 1967 tratou da composição da Administração PúblicaFederal, asseverando que esta compreende:

  A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na

estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios;

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  A Administração Indireta, que compreende as seguintes categoriasde entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

⇒ Autarquias;

⇒ Empresas Públicas;

⇒ Sociedades de Economia Mista.

⇒ Fundações públicas.

Quando o Decreto estabeleceu a distinção entre administração direta e indireta,não significa que antes não haviam estruturas descentralizadas com person-alidade jurídica própria. Bresser Pereira afirma que a primeira autarquia foicriada em 1938. O que o DL200 fez foi reforçar esta distinção, deixando bem

clara a presença de entidades com autonomia administrativa, o que iria sero grande centro da reforma. Vimos na aula passada que a sua grande caracter-ística foi a descentralização para a administração indireta.

O DL200, buscando concretizar o princípio da coordenação, organizou aadministração pública na forma de sistemas, no que se refere às atividades-meio:

 Art. 30. Serão organizadas sob a forma de sistema as atividades de pessoal,orçamento, estatística, administração financeira, contabilidade e auditoria, e

serviços gerais, além de outras atividades auxiliares comuns a todos osórgãos da Administração que, a critério do Poder Executivo, necessitemde coordenação central.

§ 1º Os serviços incumbidos do exercício das atividades de que trata êsteartigo consideram-se integrados no sistema respectivo e ficam, con-seqüentemente, sujeitos à orientação normativa, à supervisão técnica e àfiscalização específica do órgão central do sistema, sem prejuízo da sub-ordinação ao órgão em cuja estrutura administrativa estiverem.

A ideia da reforma era fazer com que as áreas “meio” da administração

pública, ou atividades de staff , fossem integradas. As atividades de uma or-ganização podem ser classificadas em linha ou staff (assessoria). As primeirassão as atividades-fim da organização, ligadas à sua missão. As últimas são asatividades-meio, que dão suporte as anteriores. Por exemplo, no MTE, asatividades linha são aquelas relacionadas com a promoção do emprego, a fisc-alização das condições de trabalho, cursos voltados para a segurança do tra-balho. As atividades meio são as de recursos humanos, informática, infraestru-tura, etc.

Assim, por exemplo, cada órgão do executivo federal possui uma unidadevoltada para a administração de pessoal, a área de recursos humanos. Estasvárias unidades permanecem na hierarquia do órgão, mas se submetem

“à orientação normativa, à supervisão técnica e à fiscalização específica do

órgão

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central do sistema”. Podemos dizer que se trata de uma autoridade funcional,em que um órgão central estabelece os procedimentos e as normas da área depessoal e possui autoridade apenas sobre este aspecto específico.

22..33..  AAddmmiinniissttrraaççããoo IInnddiirreettaa 

A administração indireta é composta por entidades de direito público e de di-reito privado. A diferença entre esses dois tipos ocorre em função da sua for-ma de criação: entidades de direito público são criadas diretamente por leiespecífica; entidades de direito privado são criadas pelo registro de seu atoconstitutivo, após autorização em lei específica. Segundo a CF88:

 XIX - somente por lei específica poderão ser criadas empresa pública, soci-edade de economia mista, autarquia ou fundação pública;

 XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada ainstituição de empresa pública, sociedade de economia mista e de fundação,cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atu-ação;

Este inciso foi alterado pela Emenda Constitucional 19 de 1998. Surgiu entãouma discussão em torno da criação das fundações públicas, que, segundo anova redação, não seriam criadas por lei, mas sim teriam sua criação autoriza-

da por lei. O STF analisou essa mudança e foi estabelecido que, atualmente, háduas modalidades de fundação pública: as de direito público e as de direitoprivado. Aquelas são criadas por lei específica; estas, pelo registro do atoconstitutivo, após autorização em lei específica.

Assim, autarquias e fundações públicas de direito público são criadas por lei.Fundações públicas de direito privado, empresas públicas e sociedades de eco-nomia mista têm sua criação autorizada por lei e são criadas pelo de seu atoconstitutivo. A lei específica autoriza a instituição da entidade; a partir destaautorização, o chefe do Poder Executivo edita o ato constitutivo da entidade,sob a forma de decreto; este decreto é levado a registro na Junta Comercial ouno Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso; com a efetivação doregistro a entidade adquire personalidade jurídica.

Outro ponto em relação às entidades da administração indireta está no seucontrole. De um lado, a entidade da Administração Indireta tem o direito deexercer com certa independência a atividade a ela cometida por lei (capacidadede auto-administração); de outro, tem o dever de exercer esta atividade, tam-bém com base nos termos postos na lei. Tal noção é essencial para que pos-

samos entender a extensão do controle exercido pelos órgãos centrais daAdministração sobre as entidades da Administração Indireta a eles vinculadas.

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Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro:

Disso resultam dois aspectos concernentes às entidades que exercem servi-ços públicos descentralizados: de um lado, a capacidade de auto-

administração, que lhes confere o direito de exercer, com independência, oserviço que lhes foi outorgado por lei, podendo opor esse direito até mesmoà pessoa política que as instituiu. De outro lado, o dever de desempenhar esse serviço, o que as coloca sob fiscalização do Poder Público; este precisaassegurar-se de que aquela atividade que era sua e foi transferida a outra

 pessoa política seja exercida adequadamente

Portanto podemos definir a tutela ou controle finalístico como o controle exer-cido pelos órgãos centrais da Administração Direta sobre as entidades da Ad-ministração Indireta a eles vinculadas, nas hipóteses expressamente previstas

em lei e na forma por esta estabelecida. Não há relação de subordinação, dehierarquia, entre a Administração Direta e as entidades da Administração Indi-reta, mas sim um controle finalístico.

Na esfera federal a tutela é denominada supervisão ministerial e tem comoobjetivos, segundo o art. 26 do Decreto-lei 200/67:

I – a realização dos objetivos fixados nos atos de constituição da entidade;

II – a harmonia com a política e a programação do Governo no setor deatuação da entidade;

III – a eficiência administrativa;

IV – a autonomia administrativa, operacional e financeira da entidade.

a)  Autarquias

As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, instituídas diretamentepor lei específica, para o desempenho de atividades típicas de Estado, gozandode todas as prerrogativas e sujeitando-se a todas as restrições estabelecidaspara a Administração Pública Direta. Para Di Pietro, a autarquia é:

 A pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de auto-administração, para o desempenho de serviço público descentralizado, me-diante controle administrativo exercido nos limites da lei.

As autarquias não são subordinadas à Administração Direta, mas apenas vin-culadas aos seus órgãos centrais, para fins de tutela. As autarquias possuemnatureza jurídica de direito público, a exemplo das pessoas políticas. Em virtu-de disto são criadas diretamente pela lei instituidora, sem necessidade de re-gistro. É importante ressaltar que essas entidades detêm poder de auto-

administração, mas não de auto-organização; em outras palavras, possuemcapacidade de gerir a si próprias, mas dentro dos parâmetros estabelecidos

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pela lei instituidora, os quais não detêm competência para alterar. Sua perso-nalidade jurídica de direito público e o fato de exercerem atividades tipicamen-te estatais são seus diferenciais quanto às demais entidades da AdministraçãoIndireta.

As autarquias são consideradas um serviço público personalizado, expressãoque indica a natureza de sua atividade (sempre prestação de serviços tipica-mente estatais) e o fato de constituírem uma pessoa jurídica, com capacidadede adquirir direitos e contrair obrigações em nome próprio.

A natureza de direito público das autarquias assegura as mesmas prerrogati-vas e privilégios das pessoas políticas, dentre eles o processo especial de exe-cução, previsto no art. 100 da CF e nos art. 730 e 731 do CPC; os prazosdilatados em juízo; o duplo grau de jurisdição obrigatório; o juízo privativo na

Justiça Federal, quando federais; a impenhorabilidade de seus bens; a imuni-dade tributária; a autoexecutoriedade de seus atos, entre tantos outros.

b)  Fundações Públicas

As fundações são figuras jurídicas oriundas do direito privado, constituídas pelaatribuição de personalidade jurídica a um patrimônio e pela sua destinação aum fim específico, sempre de caráter social. Elas são constituídas por um pa-trimônio particular com o objetivo de prestar, sem fins lucrativos, um serviço

de índole social, como saúde, educação e assistência.

As fundações públicas coincidem com as fundações privadas no que tange àfinalidade social e ao objeto não-lucrativo, só que é o Poder Público que cria aentidade, afetando para tanto parcela do patrimônio público.

Alguns autores admitem a participação de capital privado nas fundações públi-cas. Contudo, a maioria entende que ela deve ser formada exclusivamente porrecursos públicos. O que se aceita é que a fundação, depois de criada comrecursos exclusivamente públicos, possa receber também recursos de particu-

lares para a manutenção de suas atividades.Na esfera federal, o Decreto-Lei 200/67 define essa entidade como:

 A entidade dotada de personalidade jurídica de Direito Privado, sem fins lu-crativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvi-mento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades deDireito Público, com autonomia administrativa, patrimônio gerido pelos res-

 pectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da Uni-ão e outras fontes.

No que se refere às fundações públicas de direito privado, são elas regidas porum regime jurídico híbrido, em parte público e em parte privado. Segundo Di

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Pietro, “quando a Administração Pública cria fundação de direito privado, ela sesubmete ao direito comum em tudo aquilo que não for expressamente derro-gado por normas de direito público”.

Entretanto, em muitos casos será o direito público aplicável às fundações pú-blicas de direito privado, por exemplo, no que concerne ao controle administra-tivo; ao controle externo a cargo do Poder Legislativo, auxiliado pelo Tribunalde Contas; à necessidade de lei específica para autorizar sua criação e extin-ção; à vinculação à finalidade da lei que as instituiu; à legitimidade passivapara responder em ação popular; à necessidade de contratação de seus em-pregados por concurso público; à obrigatoriedade de procedimento licitatório,previsto na Lei 8.666/93, para a celebração de seus contratos; à equiparaçãode seus empregados aos servidores públicos para diversos fins; à imunidade

tributária recíproca etc.

c)  Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista

Sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, inte-grantes da Administração Indireta, criadas pelo registro de seu ato constituti-vo, após autorização em lei específica. Elas possuem capitalmajoritariamente público e sempre sob a forma de sociedade anônima, parao desempenho de atividade econômica de produção ou comercialização debens, ou para a prestação de serviços públicos.

Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes daAdministração Indireta, criadas pelo registro de seu ato constitutivo após auto-rização em lei específica. Até aqui é igual às SEM. A diferença é que seu capitalé exclusivamente  público. Elas também não possuem uma forma jurídicaespecífica, podendo ser constituídas sob qualquer forma jurídica admitida emDireito, para o desempenho de atividade econômica de produção ou comercia-lização de bens, ou para a prestação de serviços públicos.

Podemos perceber que as empresas públicas e as sociedades de economiamista são entidades com personalidade jurídica de direito privado, independen-temente da atividade desempenhada, a qual pode consistir na exploração deatividade econômica ou na prestação de serviços públicos.

As empresas públicas e sociedades de economia mista, apesar de ostentarempersonalidade de direito privado, ora são regidas por regime jurídico de direitopúblico, ora de direito privado. Quando explorarem atividade econômica deprodução ou comercialização de bens, área tipicamente privada, serão regidasprincipalmente pelo regime jurídico de direito privado, equiparando-se às de-

mais empresas atuantes no mercado quanto aos direitos e obrigações comerci-ais, civis, trabalhistas e tributários. Aplica-se o art. 173 da CF88.

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 Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploraçãodireta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando neces-sária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coleti-vo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedadede economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômi-ca de produção ou comercialização de bens ou prestação de serviços, dis-

 pondo sobre:

I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;

II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusivequanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;

III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, ob-

servados os princípios da Administração Pública;IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fis-cal com a participação de acionistas minoritários;

V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos ad-ministradores.

§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderãogozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

Já as empresas estatais que atuam na prestação de serviços públicos subordi-

nam-se precipuamente ao regime administrativo, de direito público, conformeo disposto no art. 175 da CF.

 Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sobregime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a presta-ção de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:

I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem co-

mo as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;

II – os direitos dos usuários;

III – política tarifária;

IV – a obrigação de manter serviço adequado.

As empresas públicas e sociedades de economia mista, em virtude do dispostono art. 173, § 2º, da CF, não podem gozar de qualquer privilégio ou benefíciofiscal não extensivo às empresas do setor privado. Desse modo, moratórias,

anistias, isenções, entre outros benefícios e privilégios fiscais, só podem ser

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usufruídos pelas empresas governamentais se forem de caráter geral, ou seja,passíveis de gozo também pelas empresas privadas.

O objetivo da regra é claro: impedir uma concorrência desleal por parte das

empresas públicas e as sociedades de economia mista frente às empresas pri-vadas. Tal situação facilmente se configuraria se estas entidades administrati-vas pudessem usufruir de benefícios tributários exclusivos, o que permitiriaque atuassem a um custo menor que seus concorrentes da iniciativa privada,em evidente prejuízo para estes.

Esta regra alcança todas as empresas públicas e sociedades de economia mistaem cuja área de atuação exista competição com a iniciativa privada, seja amesma atividade econômica em sentido estrito, seja prestação de serviçospúblicos propriamente ditos. Por outro lado, se não houver competição com o

setor privado, a empresa estatal, seja qual for sua atividade, poderá usufruirde benefícios e privilégios fiscais exclusivos.

Todas as empresas públicas e sociedades de economia mista são obrigadas ase valer do instituto da licitação para a contratação de suas obras, compras eserviços. A diferença é que a EC 19/98 veio autorizar, no caso das explorado-ras de atividade econômica, que seja editada uma lei trazendo um estatutopróprio de licitação, observados tão somente os princípios daquele previstopara a Administração Pública em geral (CF, art. 173, § 1º, III). Ainda não foi

editada tal lei, portanto elas seguem a Lei 8.666/93. Contudo, há jurisprudên-cia do TCU que traz uma exceção importante para as SEM e EP.

9.1. enquanto não for editado o estatuto a que se refere o art. 173, § 1°, daConstituição Federal, as empresas públicas, as sociedades de economia mis-ta e suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção oucomercialização de bens ou de prestação de serviços devem observar os di-tames da Lei n° 8.666/1993 e de seus regulamentos próprios, podendo

 prescindir da licitação para a contratação de bens e serviços que constituamsua atividade-fim, nas hipóteses em que o referido Diploma Legal constituaóbice intransponível à sua atividade negocial, sem olvidarem, contudo, daobservância dos princípios aplicáveis à Administração Pública, bem comodaqueles insertos no referido Estatuto Licitatório;

22..44..  NNoovvaass FFiigguurraass AAddmmiinniissttrraattiivvaass PPóóss--PPllaannoo DDiirreettoorr 

Vamos ver agora as figuras administrativas que surgiram após a reforma ge-rencial promovida em 1995.

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a)  Agências Reguladoras

As agências reguladoras foram incorporadas ao direito brasileiro em decorrên-cia do processo de privatização de serviços públicos promovido no Brasil na

década passada. Vimos que o Plano Diretor dividiu as atividades estatais emquatro setores, entre eles o de produção de bens e serviços para o mercado.Os órgãos e entidades que atuassem nesse setor deveriam ser privatizados, oque realmente ocorreu, como nos setores de telecomunicações, transportes,mineração, energia elétrica, entre outros.

O Estado transferiu ao setor privado determinadas atividades até então por elediretamente exercidas, mas, apesar da sua retirada da prestação direta dessesserviços, ele não poderia abandoná-los completamente, deveria manter suaregulação e fiscalização. Para tanto, instituiu as agências reguladoras.

Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro há dois tipos de agências reguladoras emnosso ordenamento jurídico:

As que exercem poder de polícia, a partir de limitações administrativasdeterminadas em lei, de que são exemplos a Agência nacional de SaúdePública Complementar e a Agência nacional de Vigilância Sanitária.

As que exercem poder regulatório e fiscalizatório de atividades objeto deconcessão, permissão ou autorização de serviço público (energia elétrica,

telecomunicações etc.), ou de concessão para exploração de bem público(petróleo e outros recursos minerais, rodovias, etc.).

As atuais agências reguladoras têm sido instituídas sob a forma de autarquiasespeciais. Isto tem dois objetivos. O primeiro é permitir que possam exerceratividades típicas do Poder Público. Segundo entendimento do STF, apenaspessoas jurídicas de direito público podem exercer atribuições típicas deEstado. O segundo é conferir maior independência a essas agências, retirandoelas da subordinação hierárquica da administração direta.

Contudo, o legislador vai além, caracterizando-as como “autarquias em regimeespecial”, que pode ser traduzido, nos termos de cada lei instituidora, em prer-rogativas especiais, normalmente relacionadas à ampliação de sua autonomiaadministrativa e financeira. Para exemplificar, a seguir está o art. 8º, § 2º, daLei 9.472/97, que trata da ANATEL:

§ 2º A natureza de autarquia especial conferida à Agência é caracterizada por independência administrativa, ausência de subordinação hierárquica,mandato fixo de seus dirigentes e autonomia financeira.

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A Lei n.º 9.986/2000, que dispõe sobre a gestão de recursos humanosdas agências reguladoras, determina que:

 Art. 9º Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em

caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de pro-cesso administrativo disciplinar.

Parágrafo único. A lei de criação da Agência poderá prever outras con-dições para a perda do mandato.

Portanto, para conferir maior autonomia das agências reguladoras, seus diretoresterão mandato fixo, fixado na lei de criação da agência, e só poderão perdero cargo em virtude de decisão judicial ou processo administrativodisciplinar. Contudo, a lei de criação da agência pode estabelecer outrasformas de perda de mandato.

Apesar de possuírem maior independência, não significa que não há nenhumtipo de controle por parte do Executivo. Elas se submetem aos princípios daadministração pública e ao poder de supervisão do ministério ou secretaria aque estejam vinculadas. Assim, apesar de seus diretores possuírem mandatofixo, podem ser retirados do cargo por processo administrativo caso infrinjamalgum dos princípios administrativos.

As agências reguladoras possuem as mesmas atribuições que estariam nacompetência do poder concedente na assinatura de contratos administrativoscom particulares, como:

Regulamentar os serviços que constituem objeto de delegação,

Realizar o procedimento licitatório para escolha do concessionário,permissionário ou autorizatário,

Celebrar o contrato de concessão ou permissão ou praticar ato unilateralde outorga de autorização,

Definir o valor da tarifa e da sua revisão ou reajuste, Controlar a execução dos serviços,

Aplicar sanções, encampar, decretar a caducidade, intervir, fazera rescisão amigável, fazer a reversão dos bens ao término da concessão,

Exercer o papel de ouvidor de denúncias e reclamações dos usuários.

Isso significa que a lei, ao criar a agência reguladora, está tirando do PoderExecutivo todas essas atribuições para colocá-las nas mãos da agência. Isto é

um dos motivos pelos quais a criação de Agências Reguladoras é de competên-cia do Presidente da República.

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O art. 37 da CF/88 determina que as autarquias só poderão ser criadas pormeio de lei específica.

 XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a ins-

tituição de empresa pública, sociedade de economia mista e de fundação, ca-bendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

A criação de agências reguladoras se insere na iniciativa privativa do Presiden-te da República, conforme o art. 61 da CF/88:

§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, obser-vado o disposto no art. 84, VI.

Isto se deve ao fato, inclusive, de que a competência para prestar e regular osserviços públicos é do Executivo. Portanto, somente ele pode abrir mão desuas competências.

As agências reguladoras também possuem poder normativo para regulamentaraspectos que a lei não adentrou ou deixou margens para interpretação, ouseja, elas não poderiam se sobrepor ao princípio da legalidade e inovar inicial-mente na ordem jurídica. Ressaltando-se essa limitação, elas podem expedirnormas de caráter eminentemente técnico, no setor a elas afeto. SegundoMaria Sylvia Zanella Di Pietro:

não podem regular matéria não disciplinada em lei, porque os regulamentosautônomos não têm fundamento constitucional no direito brasileiro, nem

 podem regulamentar leis, porque essa competência é privativa do chefe doPoder Executivo e, se pudesse ser delegada, essa delegação teria que ser feita pela autoridade que detém o poder regulamentar e não pelo legislador (...) As normas que podem baixar resumem-se ao seguinte: (a) regular a

 própria atividade da agência por meio de normas de efeitos internos; (b)conceituar, interpretar, explicitar conceitos jurídicos indeterminados conti-dos em lei, sem inovar na ordem jurídica.

Contudo, o que tem ocorrido na prática é que as agências reguladoras possu-em uma abrangente competência normativa, efetivamente inovando a ordem

 jurídica. As bancas têm adotado a posição de que pode ser conferido às agên-cias reguladoras o exercício de um abrangente poder normativo no que respei-ta às áreas de sua atuação, mas não pode ser exercido quanto às matériasreservadas à lei, pela Constituição. Elas poderiam somente editar atos secun-dários. Tais atos serão atos normativos delegados ou autorizados pela lei, res-tritos às áreas técnicas de competência da agência.

Dentro do processo de flexibilização e do direcionamento para o controle deresultados, a reforma administrativa buscou conferir maior liberdade de ação

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para as agências reguladoras. Um exemplo disso é que elas não se submetema mesma burocracia nas licitações que os demais órgãos e entidades públicas.Vamos ver uma questão do CESPE:

2.  (CESPE/Câmara/2002) Nota-se na legislação pertinente às agências reguladoras o

propósito de fugir das formas licitatórias previstas nas normas gerais de licitação.

A questão é CERTA. O termo “fugir” parece um pouco forte demais, mas é justamente este o objetivo da Lei 9.986/2000, que permitiu que as agênciasreguladoras usassem o pregão e a consulta, sendo que as regras poderiam serestabelecidas em regulamento próprio, conferindo maior flexibilidade nos pro-

cessos de compras.

 Art. 37. A aquisição de bens e a contratação de serviços pelas Agências Re-guladoras poderá se dar nas modalidades de consulta e pregão, observadoo disposto nos arts. 55 a 58 da Lei no 9.472, de 1997, e nos termos de re-gulamento próprio.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às contratações referen-tes a obras e serviços de engenharia, cujos procedimentos deverão obser-var as normas gerais de licitação e contratação para a AdministraçãoPública.

b)  Contrato de Gestão

O contrato de gestão não é uma inovação da reforma de 1995. Já em 1991, ogoverno Collor instituiu as duas modalidades de contrato de gestão,praticamente as mesmas que temos hoje: um assinado com entidades públicasconcedendo maior autonomia e outro assinado com entidades particulares queiriam prestar serviço público e administrar bens do Estado.

O primeiro tipo de contrato de gestão foi previsto no Decreto 137/91, segundoo qual as empresas estatais que viessem a celebrar contratos de gestão com aUnião ficariam isentas do sistema de autorização prévia, por parte daComissão de Controle das Estatais (CCE), de propostas referentes a preços etarifas públicas; admissão de pessoal; despesa de pessoal; elaboração,execução e revisão orçamentárias; contratação de operações de crédito ou dearrendamento mercantil, inclusive refinanciamento. A Petrobrás e a Vale do RioDoce assinaram contratos de gestão.

O segundo tipo de contrato de gestão foi assinado com Associação dasPioneiras Sociais, um serviço Social Autônomo, entidade privada, que iria

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administrar o Hospital Sarah Kubitscheck, de Brasília. Este hospital eramantido antes por uma fundação pública que foi extinta. Temos aqui aantecipação da publicização. Segundo a Lei n.º 8.246/91:

 Art. 2º O Poder Executivo é autorizado a promover, no prazo de noventa di-as a contar da publicação desta lei, a extinção da Fundação das PioneirasSociais, cujo patrimônio será incorporado ao da União pelo Ministério daSaúde.

§ 1º O Serviço Social Autônomo Associação das Pioneiras Sociais será in-cumbido de administrar os bens móveis e imóveis que compõem esse pa-trimônio, aí incluídas as instituições de assistência médica, de ensino e de

 pesquisa, integrantes da rede hospitalar da extinta fundação.

As semelhanças entre as OS e a associação das pioneiras sociais são inúmeras:assunção de serviços públicos extintos, bens e servidores, recursos públicos,celebração de contrato de gestão. A diferença está no tocante à sua criação,uma vez que a Associação foi criada por lei e as OS serão criadas peloparticular.

O Plano Diretor previu os mesmos dois tipos de contratos de gestão: umdentro do poder público e outro com entidades privadas. A EmendaConstitucional nº 19 de 1998 inseriu então, no art. 37 da Constituição Federal,o §8º que trata do contrato de gestão dentro do poder público.

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entida-des da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante con-trato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, quetenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou enti-dade, cabendo à lei dispor sobre:

I - o prazo de duração do contrato;

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obriga-ções e responsabilidade dos dirigentes;

III - a remuneração do pessoal 

Este contrato de gestão pode ser assinado por qualquer órgão daadministração direta ou entidade da indireta. Até mesmo empresas públicas esociedades de economia mista podem ganhar maior autonomia por meio de talinstrumento, como está disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal:

 Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se es-tabeleçam objetivos e metas de desempenho, na forma da lei, disporá deautonomia gerencial, orçamentária e financeira, sem prejuízo do disposto

no inciso II do § 5º do art. 165 da Constituição.

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A definição de empresa controlada está no art. 2º da LRF:

II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direi-to a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação;

Vimos que qualquer órgão ou entidade pode assinar contrato de gestão.Porém, nem todos receberão a qualificação de agência executiva, esta éconferida apenas para autarquias e fundações públicas que executematividades exclusivas. Veremos as agências executivas a seguir.

Os contratos de gestão são instrumentos da gestão por resultados. A ideia éque o gestor responsável por determinado serviço público deve ter maior auto-nomia na gestão de sua organização, mas em troca deve se responsabilizarpelo alcance de resultados. A isso damos o nome de contratualização. Segundo

o Ministério do Planejamento:

 A contratualização de desempenho institucional na administração pública éum procedimento de ajuste de condições específicas no relacionamento en-tre órgãos e entidades públicos e privados, que envolve a pactuação de me-tas de desempenho para o exercício de atividade pública, orientadas aoalcance dos objetivos das políticas públicas. Em alguns casos, a contratuali-

 zação pode proporcionar flexibilidades e autonomias de gestão que simplifi-quem processos internos das instituições partícipes, em acordo com oestabelecido pelo art. 37, parágrafo 8º da Constituição Federal.

Na contratualização, os instrumentos contratuais que podem ser utilizados, emsua maioria, são os mesmos já praticados pela Administração Pública, entre-tanto, o foco e a forma de se construir o instrumento é que muda, já que sepassa de uma visão anterior focada no processo (meio), para uma nova visãofocada nos resultados (fins). Desse modo, abandona-se a tradicional forma dese avaliar os contratos e a prestação dos serviços somente pela correta utiliza-ção dos recursos, através da tradicional prestação de contas financeira. Agoraesse não é mais um critério de avaliação do Contrato e dos serviços prestados.

Segundo Marcelo de Matos Ramos:Dentre as opções de reforma do serviço público que têm se verificado emtodo o mundo, cresce, em popularidade, a experimentação em torno da as-sim chamada “contratualização”. Este movimento pode ser entendido comouma incorporação das críticas neoliberais em prol da necessidade de umcomportamento empresarial autônomo em certas esferas de governo. Defato, a relação contratual estimula que as partes negociem um compromissoe assumam cada qual o seu papel sem demasiadas ambiguidades.

Na contratualização, avalia-se o cumprimento do contrato pela avaliação do

alcance dos resultados pactuados, através da verificação quanto ao atingimen-

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to das metas previstas para os indicadores de desempenho. Segundo Abrúcioa criação de relações contratuais origina-se de três pressupostos.

O primeiro é de que numa situação de falta de recursos, como a atual, a

melhor forma de aumentar a qualidade é introduzir relações contratuaisde competição e de controle.

O segundo, quase como conseqüência do primeiro, é de que a formacontratual evita a situação de monopólio.

Por fim, o último pressuposto refere-se à maior possibilidade que osconsumidores têm de controlar e avaliar o andamento dos serviçospúblicos a partir de um marco contratual.

Há uma diferença importante em relação aos dois tipos de contratos degestão. Vamos ver uma questão:

3.  (ESAF/ATRFB/2010) O contrato de gestão, quando celebrado com organizações

sociais, restringe a sua autonomia.

Aqui temos que tomar muito cuidado. Segundo o PDRAE:

 As entidades que obtenham a qualidade de organizações sociais gozarão demaior autonomia administrativa, e, em compensação, seus dirigentes terãomaior responsabilidade pelo seu destino.

O que o Plano Diretor queria era transformar fundações públicas em entidadesprivadas sem fins lucrativos. O termo transformar não é o mais correto, mas éusado pelo próprio Plano, por isso nas questões deve ser considerado certo.Haveria a extinção da fundação que executasse serviços não exclusivos, queseriam assumidos por uma OS. Como o PDRAE deixa claro, o objetivo era “lo-grar, assim, uma maior autonomia e uma consequente maior responsabilidadepara os dirigentes desses serviços”. Nessa ótica, a questão deveria ser marca-da como errada, pois o contrato de gestão não restringiria a autonomia, o ob-

 jetivo é justamente o inverso.

Porém, todavia, entretanto, contudo, a Senhora Maria Sylvia Zanella Di Pietrodecidiu causar uma grande confusão, ao afirmar que:

O contrato de gestão, quando celebrado com entidades da Administração Indi-reta, tem por objetivo ampliar a sua autonomia; porém, quando celebradocom organizações sociais, restringe a sua autonomia, pois, embora entidades

 privadas, terão de se sujeitar a exigências contidas no contrato de gestão.

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De certa forma a autora está certa, já que as entidades sem fins lucrativospoderiam prestar os serviços sem se restringir às regras do contrato de ges-tão, por isso ele limita sua autonomia. Mas isso é algo pequeno, muito menorperto do objetivo explícito do programa de publicização, que era tirar umaatividade de uma fundação pública, sujeita a uma série de regras de direitopúblico, transferindo-a para uma entidade de direito privado.

Uma diferença que a doutrina cita acerca das Organizações Sociais e as OS-CIPs, que veremos melhor logo a seguir, é que as primeiras assumiriam umserviço prestado anteriormente pelo Estado, enquanto as últimas receberiamajuda do Estado para prestarem um serviço que já vinham prestando anteri-ormente. Isso não saiu na Lei 9.637, que trata das OS, mas é assim que vemsendo empregado. Portanto, no caso das OS, o objetivo sempre foi ampliar a

flexibilidade na gestão dos serviços públicos, ampliar a autonomia.O problema é que, muitas vezes, as bancas repetem essa besteira, como acon-teceu nessa questão, que é certa.

Outra divergência que pode ser encontrada na doutrina refere-se à natureza jurídica do contrato de gestão. No primeiro tipo, celebrado com órgãos da ad-ministração direta e entidades da administração indireta, muitos autores criti-caram a figura do contrato, pois órgãos não têm personalidade jurídica própriae não poderiam celebrar contratos.

No segundo tipo, celebrado com as organizações sociais, apesar do instrumen-to jurídico receber a denominação de contrato, a Lei 9.637/1998 aborda a re-lação do poder público com as organizações sociais como uma forma deparceria, em que o Estado realiza uma forma de fomento de atividades de inte-resse público. Segundo a norma:

 Art. 5º Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o ins-trumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como orga-nização social, com vistas à formação de parceria entre as partes parafomento e execução de atividades relativas às áreas relacionadas no art. 1º.

Por conseguinte, não estaria presente no contrato de gestão a contraposiçãode interesses, típica dos contratos em geral, mas sim os interesses recíprocos,que caracaterizam os instrumentos de parceria, como os convênios.

c)  Agências Executivas

O Plano Diretor não falava ainda em Agências Executivas, mas sim emAgências Autônomas, que constituía um projeto básico voltado para a

dimensão da gestão. Segundo o Plano:

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 A responsabilização por resultados e a conseqüente autonomia de gestãoinspiraram a formulação deste projeto, que tem como objetivo a transform-ação de autarquias e de fundações que exerçam atividades exclusivas doEstado, em agências autônomas, com foco na modernização da gestão.

Segundo a Lei 9.649/98:

 Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva aautarquia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos:

I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimentoinstitucional em andamento;

II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.

§ 1º A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presid-ente da República.

Como podemos ver no art. 51, a concessão do status de Agência Executivadepende do preenchimento de dois requisitos pela entidade:

A celebração de contrato de gestão com o Ministério Supervisor;

A existência de um plano estratégico de reestruturação e de desenvol-vimento institucional, voltado para a melhoria da qualidade de gestão e

para a redução de custos, já concluído ou em andamento.

As agências executivas teriam uma maior autonomia em trêsáreas, basicamente:

Orçamento e finanças;

Gestão de recursos hu-

manos;

Serviços gerais e contratação de bens e serviços.

É o mesmo tripé da administração burocrática no Brasil que vimos na aulapassada. N o que se refere ao aspecto orçamentário-financeiro, pretendia-seque as Agências Executivas tivessem seu orçamento disposto de uma formamais agregada, com os recursos alocados em apenas um projeto ou sub-atividade, respeitada a distinção entre os grupos de despesa (pessoal e outroscusteios e capital). Haveria maior discricionariedade na aplicação dos recursos.

Em relação à gestão de recursos humanos, buscava-se uma relação com osservidores baseada no desempenho e no mérito, com a definição

de

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mecanismos financeiros de reconhecimento, como, por exemplo, a concessãode formas de bonificação por desempenho.

Quanto à gestão dos serviços gerais e contratação de bens e serviços, o

objetivo era dotar as Agências Executivas de um mínimo essencial deautonomia de gestão. A concessão de um limite diferenciado de dispensa delicitação para contratação de serviços, compras e obras de engenharia, comodispõe o art. 24 da Lei 8.666:

Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste arti-go serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por au-tarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.

d)  Organizações Sociais

O segundo tipo de contrato de gestão existente é o assinado com entidades dedireito privado que recebem a qualificação de Organizações Sociais. A definiçãodeste tipo de contrato de gestão está na Lei 9.637 de 1998:

 Art. 5º Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o ins-trumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como orga-nização social, com vistas à formação de parceria entre as partes para

fomento e execução de atividades relativas às áreas relacionadas no art. 1º.

O contrato de gestão é um contrato de parceria, que busca conceder fomentopara que as OS prestem serviços públicos. O Plano Diretor definiu Organiza-ções Sociais como entidades de direito privado que, por iniciativa do Executivo,obtêm autorização legislativa para celebrar contrato de gestão com esse poder,e assim ter direito à dotação orçamentária. Segundo a Lei 9.637/2000:

 Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pes-soas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam

dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidosaos requisitos previstos nesta Lei.

O objetivo maior do Projeto Organizações Sociais e Publicização era permitir adescentralização de atividades no setor de prestação de serviços nãoexclusivos, nos quais não existe o exercício do poder de Estado, a partir dopressuposto que esses serviços serão mais eficientemente realizados se,mantendo o financiamento do Estado, forem realizados pelo setor público não-estatal. Seriam extintas fundações públicas ou outras entidades que

desempenhassem atividades não exclusivas e estas atividades seriam

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assumidas por entidades de direito privado sem fins lucrativos que receberiamajuda do Poder Público para prestarem serviços públicos.

Segundo a Maria Sylvia Zanella Di Pietro, as organizações sociais não são uma

nova figura jurídica, mas apenas uma qualificação especial conferida adeterminadas pessoas jurídicas da iniciativa privada, sem fins lucrativos,mediante o preenchimento de certos requisitos legais.

Não integram a Administração Direta nem a Indireta, nem são delegatárias deserviço público, pois prestam serviços não exclusivos do Estado. Devemosconsiderar as organizações sociais como pessoas jurídicas de direito privadoque realizam, em seu próprio nome, atividades de interesse coletivo não-privativas de certa pessoa política, e que, portanto, podem ser desempenhadas

independentemente de delegação.

Poderíamos entender que, no caso das OS, a responsabilização por resultadosocorre em troca da ajuda que o Poder Público concede a entidade de direitoprivado, ajuda esta que recebe o nome de fomento. A Lei 9.637/98 define asseguintes modalidades de fomento para as OS:

 Art. 11. As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradascomo entidades de interesse social e utilidade pública, para todos os efeitoslegais.

 Art. 12. Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamen-tários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão.

§ 3º Os bens de que trata este artigo serão destinados às organizações so-ciais, dispensada licitação, mediante permissão de uso, consoante cláusulaexpressa do contrato de gestão.

 Art. 14. É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor paraas organizações sociais, com ônus para a origem.

Um ponto que gera confusão e que devemos tomar cuidado é que o PlanoDiretor fala que as fundações públicas seriam transformadas em OS.

Objetivos para os Serviços Não-exclusivos:

Transferir para o setor público não-estatal estes serviços, através de um programa de “publicização”, transformando as atuais fundações públicas emorganizações sociais, ou seja, em entidades de direito privado, sem fins lu-crativos, que tenham autorização específica do poder legislativo para cele-brar contrato de gestão com o poder executivo e assim ter direito a dotaçãoorçamentária.

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O que ocorre na realidade é que a fundação pública é extinta e a OS absorveas suas atividades. Mas, para fins de concurso, devemos considerar comocorreto o uso do termo “transformação”.

A qualificação da entidade privada como OS é um ato separado do contrato degestão, anterior a ele. Aqui temos uma diferença em relação às agênciasexecutivas. Para estas, a assinatura do contrato de gestão é condição parareceberem a qualificação, ou seja, o contrato vem antes. No caso das OS aqualificação que é condição, é anterior ao contrato.

A qualificação como ocorre mediante decreto do Presidente da República, e sópoderá ocorrer se:

II - haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualifi-cação como organização social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ouregulador da área de atividade correspondente ao seu objeto social e do Mi-nistro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado.

Conveniência e oportunidade são aspectos da discricionariedade do gestorpúblico, ou seja, a qualificação de uma OS não é ato vinculado – mesmo que aentidade que deseje se qualificar preencha todos os requisitos previstos em lei,o governo pode negar sua qualificação. O MARE foi extinto e suas atribuiçõesforam incorporadas pelo Ministério do Planejamento. Assim, a aprovação da

qualificação cabe hoje ao ministro da área de atividade e ao Ministro doPlanejamento.

A questão da discricionariedade na qualificação é um dos pontos polêmicosacerca das OS e que está sendo abordada no ADIn 1.923/DF, no SupremoTribunal Federal, que questiona toda a legalidade do modelo. Ela é de 1998,mas até hoje somente dois ministros se posicionaram. Segundo o voto doMinistro Luiz Fux:

 A atribuição de título jurídico de legitimação da entidade através da qualifi-cação configura hipótese de credenciamento , no qual não incide a licita-ção pela própria natureza jurídica do ato, que não é contrato, e pelainexistência de qualquer competição, já que todos os interessados podemalcançar o mesmo objetivo, de modo includente, e não excludente.

Portanto, a qualificação como OS seria uma forma de credenciamento, em quetodos os interessados que preenchessem os requisitos deveriam receber aqualificação. Como todos deveriam receber a qualificação, não há competição enão haveria possibilidade de realização de licitação para a escolha de quais

seriam qualificadas.

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Essa discricionariedade prevista na lei é apontada como inconstitucional peloProcurador-Geral e pelo Relator da ADIn, o ministro Carlos Ayres Britto.Segundo o primeiro:

 A qualificação, por sua vez, por fazer parte fundamental do processo de ha-bilitação, se for enquadrada pelo ângulo republicano, para que dê chances aabsolutamente todos os interessados em atuar na arena pública, deve ser compreendida como um ato vinculado do administrador, o que faz cair aexpressão 'quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação comoorganização social' do inciso II do art. 2º da Lei 9.637/98.

Outra divergência existente em relação às OS refere-se à necessidade ou nãode licitação para escolha da entidade que irá celebrar o contrato de gestão.Segundo a Lei 8.666/1993.

 Art. 24. É dispensável a licitação:

 XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as or-ganizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de go-verno, para atividades contempladas no contrato de gestão.

Portanto, quando o governo quiser contratar das OS serviços referentes àsatividades previstas no contrato de gestão, não será necessária a realização delicitação. Esse inciso tem uma redação muito confusa, ele dá a entender que a

contratação de serviços previstos no contrato de gestão teriam a licitaçãodispensada. Ele não fala que para a escolha da OS para celebração do contratode gestão também não seria necessária a licitação, mas é assim que odispositivo tem sido usado. Os entes governamentais justificam a dispensa delicitação na escolha da entidade sem fins lucrativos para celebração docontrato de gestão com base nesse inciso XXIV.

Os ministros do STF entendem como desnecessária a licitação, mas deve haverum processo seletivo objetivo, realizado por meio de chamamento público.

Segundo Carlos Ayres Britto:Noutros termos, é de se proceder a um chamamento público, com regras ob-

 jetivas, para que, de todas as organizações sociais com atuação na área emque pretende agir o Poder Público por modo emparceirado com o setor priva-do, seja convocada aquela de maior aptidão para vitalizar a atividade que,em princípio, demandaria atuação estatal por sua exclusiva conta e risco.

Porém, lembrem-se que a legislação não especifica nenhum tipo de processoseletivo para a escolha da entidade.

Um terceiro ponto de polêmica é a necessidade de que as OS realizem ou nãolicitação. Segundo a Lei 9.637/1998:

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 Art. 17. A organização social fará publicar, no prazo máximo de noventa di-as contado da assinatura do contrato de gestão, regulamento próprio con-tendo os procedimentos que adotará para a contratação de obras e servi-serviços, bem como para compras com emprego de recursos provenientes

do Poder Público.

Portanto, elas não se submeteriam as regras da Lei 8.666/93, mas sim a umregulamento próprio. No entanto, em 2005 foi editado o Decreto 5.504, quedispôs que:

 Art. 1° Os instrumentos de formalização, renovação ou aditamento de con-vênios, instrumentos congêneres ou de consórcios públicos que envolvamrepasse voluntário de recursos públicos da União deverão conter cláusulaque determine que as obras, compras, serviços e alienações a serem reali-

 zadas por entes públicos ou privados, com os recursos ou bens repassadosvoluntariamente pela União, sejam contratadas mediante processo de licita-ção pública, de acordo com o estabelecido na legislação federal pertinente.

§ 5° Aplica-se o disposto neste artigo às entidades qualificadas como Orga-nizações Sociais, na forma da Lei no 9.637, de 15 de maio de 1998, e àsentidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de InteressePúblico, na forma da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999, relativamenteaos recursos por elas administrados oriundos de repasses da União, em facedos respectivos contratos de gestão ou termos de parceria.

Assim, tanto as OS como as OSCIP, que veremos logo a seguir, teriam querealizar licitação prévia segundo as regras da legislação federal. No entanto,Decreto não é instrumento suficiente para alterar ou revogar lei, por isso a Lei9.637 continua válida. O TCU julgou caso que envolvia esta confusão e decidiuque:

 Acórdão 1.777/2005 

 ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em SessãoPlenária, diante das razões expostas pelo Relator, em:

9.1 adotar, para fins de fiscalização deste Tribunal e orientação dos órgãose entidades da Administração Pública, as seguintes conclusões:

9.1.1. as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - Oscips,contratadas pela Administração Pública Federal, por intermédio de Termosde Parceria,  submetem-se ao Regulamento Próprio de contratação deobras e serviços, bem como para compras com emprego de recursos prove-nientes do Poder Público, observados os princípios da legalidade, impessoa-lidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência, nos termosdo art. 14, c/c o art. 4º, inciso I, todos da Lei 9.790/99;

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9.1.2. não se aplicam aos Termos de Parceria celebrados entre a Adminis-tração Pública Federal e as Oscips as normas relativas aos Convênios, espe-cificamente a IN 01/97-STN;

Portanto, na visão do TCU, OSCIP ainda se submeteriam a regulamento pró-prio. Eu entendo que a mesma visão seria aplicada às Organizações Sociais.Porém, o Acórdão 601/2007 – 2ª Câmara definiu que as Organizações Sociaissubmetem-se às normas gerais de licitações e contratos e devem utilizar opregão para aquisição de bens e serviços comuns. Há toda uma análise dife-renciando as OS das OSCIPs para justificar porque não seguiram o entendi-mento do Acórdão de 2005 .

O Acórdão de 2005 foi proferido pelo Plenário, ou seja, a partir da discussãoentre todos os ministros. Já este último por uma das Câmaras, na qual se reu-

nem uma quantidade menor de ministros, que, no caso, tinham essa visãomais conservadora. Acredito que, se a questão for levada ao Plenário nova-mente, seria decidido que as OS não precisam realizar licitação, como vemocorrendo na prática em todo o país.

Ainda em 2007 tivemos a publicação do Decreto 6.170, que regula os convê-nios, que dispõe que:

 Art. 11. Para efeito do disposto no art. 116 da Lei nº 8.666, de 21 de junhode 1993, a aquisição de produtos e a contratação de serviços com recursos

da União transferidos a entidades privadas sem fins lucrativos deverão ob-servar os princípios da impessoalidade, moralidade e economicidade, sendonecessária, no mínimo, a realização de cotação prévia de preços no merca-do antes da celebração do contrato.

e)  Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)

As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público são muitosemelhantes as OS. São pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativosque recebem uma qualificação do Poder Público para receber fomento naprestação de atividades de interesse público.

A qualificação das OSCIP se dará por meio de termo de parceria, que éequivalente ao contrato de gestão assinado com as OS. Assim como as OS, asOSCIP não representam uma nova espécie de pessoa jurídica. São apenasentidades privadas que recebem do Estado uma especial qualificação,mediante a assinatura de um instrumento legalmente denominado termo deparceria. Segundo a Lei 9.790/99.

 Art. 9° Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas

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como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado àformação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e aexecução das atividades de interesse público previstas no art. 3° desta Lei.

Algumas das cláusulas essenciais do termo de parceria são:I - a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho

 proposto pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público;

II - a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e osrespectivos prazos de execução ou cronograma;

III - a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação dedesempenho a serem utilizados, mediante indicadores de resultado;

Podemos ver que o termo de parceria é mais um instrumentode contratualização, prevendo metas e indicadores de desempenho.

Vimos que a Lei 9.637/98 estabelece os tipos de fomentos possíveis para asOS. Já a Lei 9.790/99, que rege as OSCIP, não especificou as modalidades defomento, restringindo-se a menções genéricas quanto a bens e recursospúblicos. Deste modo, aplicam-se a essas entidades as modalidades comunsde fomento, aplicáveis a todas as entidades paraestatais, como:

Dotação de recursos orçamentários

Permissão de uso gratuito de bens públicos

Concessão de incentivos fiscais e creditícios.

A Lei 9.790/1999 traz a definição de pessoa jurídica sem fins lucrativos:

§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associa-dos, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentesoperacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou

 parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, eque os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social.

Portanto, a entidade até pode ter lucro, mas deve revertê-lo para seupatrimônio, sem haver qualquer tipo de distribuição para sócios. O art. 4º daLei 9.790 determina que os estatutos das pessoas jurídicas interessadas em sequalificar como OSCIP devem dispor, entre outras coisas, sobre:

VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidadeque atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela

 prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área de atuação;

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Assim, apenas aqueles que estejam efetivamente envolvidos com na atividadeda OSCIP podem receber remuneração.

Vimos que a qualificação das OS se insere no poder discricionário dos

Ministros, que podem não aprová-la, mesmo que a entidade preencha todos osrequisitos. Já no caso das OSCIP, a qualificação é ato vinculado:

§ 2º A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cum- primento dos requisitos instituídos por esta Lei.

22..55..  PPaarrcceerriiaass PPúúbblliiccoo--PPrriivvaaddaass 

Segundo a CF/88:

 Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sobregime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a presta-ção de serviços públicos.

Os conceitos de permissão e concessão de serviços públicos estão na Lei8.987/95, art. 2º:

II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelopoder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à

pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade paraseu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;

III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública:a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melho-ramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poderconcedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa

 jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a suarealização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da conces-sionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço

ou da obra por prazo determinado;IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediantelicitação da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente àpessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho,por sua conta e risco.

A concessão e a permissão de serviços públicos são institutos muito próximos.Uma diferença é que a segunda é uma modalidade menos complexa de dele-gação, adequada para os serviços públicos de porte médio, isto é, que exijam

investimentos menores.

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A Lei 11.079/2004 criou uma nova espécie de concessão de serviço ou obrapública. José dos Santos Carvalho Filho afirma que a PPP se trata de uma con-cessão especial, já que a própria lei coloca que:

 Art. 2º Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão,na modalidade patrocinada ou administrativa.

A exposição de motivos do projeto de Lei das PPP afirmava que:

 A parceria público-privada constitui modalidade de contratação em que osentes públicos e as organizações privadas, mediante o compartilhamento deriscos e com financiamento obtido pelo setor privado, assumem a realizaçãode serviços ou empreendimentos públicos. Tal procedimento, em poucotempo alcançou grande sucesso em diversos países, como a Inglaterra, Ir-landa, Portugal, Espanha e África do Sul, como sistema de contratação peloPoder Público ante a falta de disponibilidade de recursos financeiros e apro-veitamento da eficiência de gestão do setor privado.

As PPP têm como objetivo atrair o setor privado, seja nacional ou estrangeiro,para investimentos em infraestrutura, necessários ao desenvolvimento do país,cujos recursos envolvidos excedem a capacidade financeira do setor público.Segundo a exposição de motivos:

Representa uma alternativa indispensável para o crescimento econômico,em face das enormes carências sociais e econômicas do país, a serem su-

 pridas mediante a colaboração positiva do setor público e privado.

A PPP foi criada na Inglaterra, no governo de Margareth Thatcher, que, comovimos, foi um dos precursores na implantação da administração pública geren-cial. Por este vínculo com governos de cunho neoliberal, ela é criticada poralguns autores. Segundo Bandeira de Mello, “este instituto constitui-se na

 ‘creme de La creme’ do neoliberalismo, pelo seu apaixonado desvelo na prote-ção do grande capital e das empresas financeiras”. “Creme de La creme podeser traduzido como “o melhor do melhor”, usado por Mello de forma irônica.

Já Zanella Di Pietro afirma que um dos objetivos das PPPs, “menos declarado,mas também verdadeiro, é o de privatizar a Administração Pública, transferin-do para a iniciativa privada grande parte das funções administrativas do Esta-do, sejam ou não passíveis de cobrança de tarifas dos usuários”. Seria umaforma de fugir da rigidez do Direito Administrativo.

A principal diferença entre a PPP e a concessão comum está na contrapresta-ção pecuniária que cabe à Administração Pública. Segundo a Lei 11.079/04:

§ 3º Não constitui parceria público-privada a concessão comum, assim en-tendida a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata

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a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando não envolver contra- prestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

Como podemos observar no art. 2º da Lei 11.079/04, existem dois tipos de

PPP: a patrocinada e a administrativa. A concessão patrocinada é definida pelalei da seguinte forma:

§ 1º Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quandoenvolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pe-cuniária do parceiro público ao parceiro privado.

Segundo Bandeira de Mello, concessão patrocinada é a própria concessão deserviço ou de obra pública de que trata a Lei 8.987, quando, adicionalmente atarifa cobrada dos usuários, envolver contraprestação pecuniária do parceiropúblico ao parceiro privado.

A concessão patrocinada se caracteriza pelo fato de o concessionário perceberrecursos de duas fontes: pagamento das respectivas tarifas dos usuários eoutra, de caráter adicional, oriunda de pagamento pelo poder concedente.

Já a concessão administrativa é conceituada como:

§ 2º Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de quea Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva

execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.A diferença neste caso é que haverá apenas uma fonte de remuneração doparticular, que será o Poder Público. Isto se deve ao fato de a AdministraçãoPública ser a usuária direta ou indireta da prestação do serviço.

Outra diferença é que a patrocinada refere-se apenas a serviços públicos, en-quanto a administrativa fala apenas em prestação de serviços. Bandeira deMello afirma que o objetivo da lei, na verdade, por meios transversos, nãoconfessados, é o de realizar um simples contrato de prestação de serviços se-

gundo um regime diferenciado e muito mais vantajoso para o contratado que oregime geral de contratos.

Já José dos Santos Carvalho Filho afirma que a diferença entre a concessãoadministrativa e o contrato normal é que neste o particular contratado limita-se a prestação do serviço, cabendo a administração pagar o respectivo preçoem dinheiro; naquela, o concessionário presta o serviço, mas se exige que façainvestimento na atividade, obrigando a Administração a uma contraprestaçãopecuniária que pode variar de espécie.

O autor menciona que alguns autores consideram que o objeto da concessãoadministrativa é complexo, envolvendo necessariamente a prestação de um

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serviço e a execução de uma obra (ou uma concessão de uso). Outros sustentaminexistir necessidade do objeto complexo, podendo o contrato alvejar apenas aprestação do serviço. Esta corrente seria a dominante.

Zanella Di Pietro defende que a lei fala em “usuária indireta” para se referir aofato de o parceiro privado, na concessão administrativa, prestar um serviçopúblico em que não é possível a cobrança de tarifas dos usuários. A autora sebaseia no seguinte trecho da exposição de motivos:

 As Parcerias Público-Privadas permitem um amplo leque de investimentos,suprindo demandas desde as áreas de segurança pública, habitação,sane-amento básico até as de infraestrutura viária ou elétrica.

Podemos observar que o trecho cita alguns serviços públicos que não sãocobrados da sociedade. N estes casos, a prestação do serviço ficaria a cagodo particular, que receberia sua remuneração apenas da Administração.

Em relação à contraprestação pecuniária que cabe ao Poder Público, aLei11.079/04 estabelece que:

 Art. 6º A contraprestação da Administração Pública nos contratos de parceria público-privada poderá ser feita por:

I – ordem bancária;II – cessão de créditos não tributários;

III – outorga de direitos em face da Administração Pública;

IV – outorga de direitos sobre bens públicos dominicais;

V – outros meios admitidos em lei.

O contrato poderá prever o pagamento ao parceiro privado de remuneraçãovariável vinculada ao seu desempenho, conforme metas e padrões de qualid-

ade e disponibilidade definidos no contrato.É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:

cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00;

cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos;

objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento einstalação de equipamentos ou a execução de obra pública.

Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósitoespecífico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria, isto é,deverá ser criada uma pessoa jurídica que terá como único objeto social a

execução do contrato de parceria público privada.

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22..66..  CCoonnssóórrcciiooss PPúúbblliiccooss

A associação de municípios não é algo recente no Brasil. A Constituição doEstado de São Paulo de 1891 já trazia a previsão de que “as municipalidades

poderão associar-se para a realização de quaisquer melhoramentos, que julguem de comum interesse”. A Constituição de 1937 também previu essapossibilidade para o nível federal. Porém, durante muito tempo a instituiçãode consórcios ficou sem regulação no direito brasileiro, apesar deles continu-arem existindo, até que a Emenda Constitucional 19/1998 previu que:

 Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entreos entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos,bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e

bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.

Com a Lei nº 11.107/2005, veio regular a instituição de consórcios, os entespassaram a contar com maior segurança jurídica. Na mensagem presidencialque acompanhou o projeto de lei, o governo enumerou os seguintes objetivosa serem alcançados com os consórcios públicos:

A instituição de um mecanismo de coordenação federativa adequadoàs diversas escalas de atuação territorial;

O fortalecimento do papel do ente público de agente planejador, reg-ulador e fiscalizador de serviços públicos;

A possibilidade de incrementar a efetividade das políticas públicasexecutadas em parceria por diferentes entes governamentais;

A necessidade de superar a insegurança jurídica dos atuais arranjosde cooperação entre os entes públicos brasileiros, resultando em maiorprevisibilidade e segurança jurídica nas políticas executadas pelo Estado.

Pode-se perceber a importância do consórcio público como um instrumento jurídico que permitiria aos entes federados se associarem na prestação deserviços públicos ou atividades de interesse comum.

A associação pode ser tanto horizontal, entre entes de mesmo nível, como umconsórcio entre municípios, quanto vertical, entre entes de níveis diferentes,como um consórcio entre município, estado e União. Um ponto importante naLei nº 11.107/2005 é que a “União somente participará de consórcios públicosem que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejamsituados os Municípios consorciados”. Portanto, a União não pode se consorciar

com um município sem que o respectivo estado participe.

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O Decreto nº 6.017/2007 traz a definição de consórcio público:

Consórcio público: pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Fe-deração, na forma da Lei nº 11.107, de 2005, para estabelecer relações de

cooperação federativa, inclusive a realização de objetivos de interesse co-mum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica dedireito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito

 privado sem fins econômicos;

Como exemplos de áreas em que pode haver tal cooperação, o mesmo Decretotraz possíveis objetivos na formação de um consórcio público. Trata-se de umarelação meramente explicativa, sendo possível a fixação de outros objetivos:

Objetivos dos Consórcios Públicos

  Gestão associada de serviços públicos;

  Prestação de serviços, inclusive de assistência técnica, a execução de obras e ofornecimento de bens à administração direta ou indireta dos entes consorciados;

  Compartilhamento ou o uso em comum de instrumentos e equipamentos,inclusive de gestão, de manutenção, de informática, de pessoal técnico e deprocedimentos de licitação e de admissão de pessoal;

  Produção de informações ou de estudos técnicos;

  Instituição e o funcionamento de escolas de governo;

  Promoção do uso racional dos recursos naturais e a proteção do meio-ambiente;

  Exercício de funções no sistema de gerenciamento de recursos hídricos que lhetenham sido delegadas ou autorizadas;

  Apoio e fomento do intercâmbio de experiências e de informações entre os entesconsorciados;

  Gestão e a proteção de patrimônio urbanístico, paisagístico ou turístico comum;

  Planejamento, a gestão e a administração dos serviços e recursos da previdênciasocial dos servidores de qualquer dos entes da Federação que integram oconsórcio;

  Fornecimento de assistência técnica, extensão, treinamento, pesquisa edesenvolvimento urbano, rural e agrário;

  Ações e políticas de desenvolvimento urbano, sócio-econômico local e regional;

  Exercício de competências pertencentes aos entes da Federação nos termos deautorização ou delegação.

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A Lei nº 11.107/2005 dispõe que o “consórcio público constituirá associaçãopública ou pessoa jurídica de direito privado”. Essa é uma novidade da Lei,uma vez que antes se entendia que os consórcios não possuíam personalidade

 jurídica. Agora são possíveis duas figuras jurídicas. Segundo a Lei:

 Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:

I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante avigência das leis de ratificação do protocolo de intenções;

II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislaçãocivil.

No caso de assumir o regime de direito público, o consórcio terá todas as prer-rogativas e privilégios típicos das pessoas jurídicas de direito público, tais co-

mo imunidade tributária, impenhorabilidade dos bens, juízo privativo, etc. Já oconsórcio de direito privado não possuirá essas mesmas vantagens, mas devese submeter às normas de direito público no que se refere à realização de lici-tação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal.

A Lei afirma que, quando de direito público, o consórcio integrará a adminis-tração indireta de todos os entes da Federação consorciados, constituindo umaforma de autarquia plurifederativa. Não há essa previsão para o consórcio dedireito privado, mas entende-se que com eles ocorre o mesmo, pois todas osentes criados pelo poder público para desempenhar funções administrativas doEstado devem integrar a administração direta ou indireta. Caso esse novo entepossua personalidade jurídica própria, como é o caso dos consórcios, deveintegrar a administração indireta.

A constituição do consórcio se dá por meio de um contrato, mas antes os entesdevem subscrever um protocolo de intenções. Trata-se de um contrato preli-minar que, depois de ratificado pelos entes, converte-se no contrato de con-sórcio público. Importante destacar que, conforme dispõe o Decreto, oprotocolo deve dispor sobre o prazo de duração do contrato, mas admite-se a

fixação de prazo indeterminado.A próxima etapa na formação do consórcio é a ratificação do protocolo de in-tenções, que é a sua aprovação pelos entes participantes mediante lei. É pos-sível que, mesmo sem a ratificação do protocolo por todos os entes, o contratodo consórcio seja celebrado por uma parcela dos entes signatários, desde queisso esteja previsto no protocolo de intenções.

Caso um ente não tenha subscrito o protocolo de intenções, mas deseje in-gressar posteriormente, isso também é possível, desde que haja alteração docontrato de consórcio público.

O consórcio público pode ter quatro tipos de fontes de recursos:

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o contrato de rateio

ser contratado pelos entes consorciados;

celebrar convênios com entes não consorciados.

arrecadar receitas advindas da gestão associada de serviços públicos;

O contrato de rateio é o instrumento por meio do qual os entes consorciadoscomprometem-se a fornecer recursos financeiros para a realização das despe-sas do consórcio público. Ele deve ser formalizado a cada exercício financeiro ea sua duração será igual ao prazo das dotações que o suportam. Somente noscasos de o contrato corresponder a projeto previsto no Plano Plurianual ou agestão associada de serviços públicos custeados por tarifas ou outros preços

públicos é que a sua duração poderá ser superior ao exercício.Os entes consorciados podem contratar o consórcio para desempenhar serviçospúblicos. Por exemplo, um consórcio na área de informática pode ser con-tratado pelos municípios para prestar serviços de desenvolvimento de soft-ware. É importante destacar que essa contratação não precisa ser precedidade licitação, pois é um caso de dispensa. Segundo a Lei nº 11.107/2005:

§ 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá:

I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber 

auxílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras en-tidades e órgãos do governo;

II – nos termos do contrato de consórcio de direito público, promover des-apropriações e instituir servidões nos termos de declaração de utilidadeou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público; e

III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes daFederação consorciados, dispensada a licitação.

Além do inciso III, que prevê a contratação do consórcio com dispensa de licit-

ação, pode-se observar no inciso I a possibilidade de celebração de convênioscom outros entes, inclusive diretamente com a União, como afirma a Lei:

 Art. 14. A União poderá celebrar convênios com os consórcios públicos, como objetivo de viabilizar a descentralização e a prestação de políticas públicasem escalas adequadas.

Por fim, a outra forma de arrecadação de recursos é por meio de receitas frutoda gestão dos serviços públicos, como a cobrança de taxas e preços públicos.Por exemplo, um consórcio responsável pelo saneamento dos municípios pode

cobrar pelo fornecimento da água aos cidadãos. Segundo a Lei nº11.107/2005:

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§ 2º Os consórcios públicos poderão emitir documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e outros preços públicos pela prestação deserviços ou pelo uso ou outorga de uso de bens públicos por eles administradosou, mediante autorização específica, pelo ente da Federação consorciado.

Outro instrumento importante nos consórcios é o contrato de programa. Jáfoi mencionado o contrato de consórcio púbico, que institui o consórcio, e ocontrato de rateio, que é utilizado para a transferência de recursos pelos entesconsorciados. O contrato de programa é diferente desses dois, com objetivosdiferentes. Sua existência, inclusive, é independente do consórcio, pois podeser firmado entre entes não consorciados, como num convênio de cooperação.

Segundo a Lei:

 Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por contrato de programa, comocondição de sua validade, as obrigações que um ente da Federação constituir  para com outro ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito degestão associada em que haja a prestação de serviços públicos ou a transferên-cia total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou de bens necessários à con-tinuidade dos serviços transferidos

Assim, todas as obrigações que um ente tiver com outro na gestão associadade serviços públicos deverão ser descritas no contrato de programa. Porexemplo, determinado município celebra convênio de cooperação com o gover-no estadual para que a empresa estadual de saneamento seja responsável pelaprestação de serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamentosanitário, que é uma das competências comuns previstas no art. 23 da CF88.Assim, ao invés dos dois entes prestarem o serviço separadamente, podemoptar pela gestão associada.

Eles assinarão então o contrato de programa, em que serão reguladas as obri-gações de um ente em relação ao outro e a transferência de encargos, servi-ços, pessoal ou bens necessários à continuidade dos serviços transferidos.

O contrato de programa pode ser celebrado também com entidades da admi-nistração indireta dos entes federados conveniados ou consorciados. Importan-te destacar ainda que a lei veda a transferência ao contratado dascompetências de planejamento, regulação e fiscalização dos serviços por elepróprio prestados.

O contrato de programa não seguirá as regras da Lei nº 8.666/1993, mas sima legislação de concessões e permissões de serviços públicos e, especialmenteno que se refere ao cálculo de tarifas e de outros preços públicos, à de regula-ção dos serviços a serem prestados, bem como deverá prever procedimentos

que garantam a transparência da gestão econômica e financeira de cada servi-ço em relação a cada um de seus titulares.

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33.. PPoonnttooss IImmppoorrttaanntteess ddaa AAuullaa  A desconcentração compreende o processo de distribuição de competência

dentro da mesma pessoa jurídica, dentro da hierarquia. Já adescentralização envolve a existência de outra pessoa jurídica para quem érepassada determinada competência.

  Agências Reguladoras: criadas no período de privatizações, sãoautarquias em regime especial porque são dotadas de maior autonomia eindependência que as demais entidades.

  Contrato de Gestão: instrumento de gestão por resultados, busca ampliara autonomia do gestor público com a contrapartida de maior responsabilidadepelo alcance de resultados. Dois tipos: dentro do poder público e comentidades privadas sem fins lucrativos.

  Agências Executivas: autarquias e fundações que exerçam atividadesexclusivas de Estado, que tenham assinado um contrato de gestão e queapresentem um plano estratégico de reestruturação organizacional edesenvolvimento institucional podem receber essa qualificação para ampliarsua autonomia na gestão.

  A CF88 realizou uma ampla descentralização política, transferindoautonomia e poder para os governos estaduais e municipais. No entanto, ofederalismo brasileiro é descentralizado em termos fiscais, mas isso não éacompanhado pela descentralização de competências, principalmente naspolíticas sociais, que foram definidas pela CF88 como de competência comumentre União, estados e municípios.

44.. QQuueessttõõeess CCoommeennttaaddaass 

1.  (ESAF/DNIT/2013) A respeito dos conceitos, constituição, formas e ob- jetivos dos consórcios públicos de que trata a Lei n. 11.107/2005, é corretoafirmar, exceto:

a) a participação da União na formação dos consórcios públicos está condici-onada à participação de todos os Estados em cujos territórios estejam situa-dos os municípios consorciados.

b) a celebração de protocolo de intenções é condição necessária para aconstituição do consórcio público.

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c) para o cumprimento dos seus objetivos, os consórcios públicos podem re-ceber auxílios, subvenções e contribuições.

d) é vedado autorizar mediante contrato a permissão para que o consórciopúblico promova a outorga, concessão e permissão de obras ou serviços pú-blicos.

e) Pode ser constituído na forma de associação pública ou pessoa jurídica dedireito privado.

A letra “A” é certa. Segundo a Lei:

§ 2º A União somente participará de consórcios públicos em que também

façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Mu-nicípios consorciados.

A letra “B” é certa. Segundo a Lei:

 Art. 3º O consórcio público será constituído por contrato cuja celebraçãodependerá da prévia subscrição de protocolo de intenções.

A letra “C” é certa. Segundo a Lei:

§ 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá:

I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber au- xílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras entida-des e órgãos do governo;

A lera “D” é errada. Segundo a Lei:

§ 3º Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou au-torização de obras ou serviços públicos mediante autorização prevista nocontrato de consórcio público, que deverá indicar de forma específica o ob-

 jeto da concessão, permissão ou autorização e as condições a que deveráatender, observada a legislação de normas gerais em vigor.

A letra “E” é certa. Segundo a Lei:

§ 1º O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica dedireito privado.

Gabarito: D.

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2.  (ESAF/ATA-MF/2012) Acerca da organização do Estado e da Administra-ção, analise as afirmativas abaixo, diagnosticando se são verdadeiras (V) oufalsas (F). Ao final, assinale a opção que apresente a sequência correta.

( ) Entidades administrativas são as pessoas jurídicas que integram a Admi-nistração Pública formal brasileira, sem dispor de autonomia política.

( ) Uma entidade administrativa recebe suas competências da lei que a criaou autoriza a sua criação. Tais competências podem ser de mera execuçãode leis e excepcionalmente legislativas strito sensu.

( ) As entidades administrativas não são hierarquicamente subordinadas àpessoa política instituidora.

( ) Entidades administrativas são pessoas jurídicas que compõem a adminis-tração direta.

a) V, V, V, F

b) V, F, V, F

c) F, V, V, F

d) V, F, F, V

e) V, V, F, V

A primeira afirmação é verdadeira. Entidades Políticas são aquelas previstasdiretamente na constituição, exercendo suas atividades com autonomia. Pos-suem personalidade jurídica de direito público (não tem personalidade jurídicaprópria, não podem agir em seu próprio nome).

Entidade Administrativas são instituídas pelas entidades políticas para o de-sempenho de atividades administrativas. Sua principal característica é possuirpersonalidade jurídica própria, ou seja, atuam em seu próprio nome e por suaconta e risco. Elas integram a administração publica formal brasileira, sem

dispor de autonomia política. Essas pessoas jurídicas meramente administrati-vas não detêm competências legislativas.

Porém, elas possuem autonomia administrativa. As entidades administrativassão vinculadas (sem hierarquia) à pessoa política instituidora, que exerce so-bre elas controle administrativo denominado tutela ou supervisão, exercido nostermos em conta as finalidades pra cuja consecução a entidade administrativafoi criada. A terceira afirmação é verdadeira.

A segunda afirmação é falsa, apenas entidades políticas possuem competên-cias legislativas.

A quarta afirmação é falsa, elas compõem a administração indireta.

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Gabarito: B.

3.  (ESAF/MI/2012) A doutrina pátria costuma classificar a prestação deserviços públicos entre concentrados e desconcentrados, centralizados edescentralizados. Tendo em conta tal classificação, é correto afirmar que oserviço público realizado por órgão com competência específica para tanto,integrante da estrutura de uma entidade que compõe a administração indi-reta titular de tal serviço, configura uma prestação de serviços

a) descentralizada por colaboração.

b) concentrada descentralizada.

c) desconcentrada centralizada.d) concentrada centralizada.

e) desconcentrada descentralizada.

Temos no enunciado um órgão, portanto temos desconcentração. Porém,e steórgão faz parte de uma entidade da administração indireta, ou seja, houveantes uma descentralização. A letra “E” é a alternativa que fala numa descon-centração dentro da descentralização.

Gabarito: E.

4.  (ESAF/SEFAZ-RJ/2010) Sobre a Parceria Público-Privada (PPP), assinalea opção correta.

a) São modalidades de PPP a concessão patrocinada e a concessão de uso.

b) É possível que o objeto do contrato de PPP seja atividade regulatória.

c) A modalidade de licitação para a PPP é a concorrência, não se admitindo,

portanto, a realização de lances em viva voz no processo licitatório.d) O prazo de vigência do contrato de PPP pode ser de até quarenta anos.

e) Antes da celebração do contrato de PPP, deverá ser constituída sociedadede propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.

A letra “A” é errada, é concessão patrocinada e administrativa.

A letra “B” é errada, a atividade regulatória é exclusiva de Estado, é indelegá-

vel.

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A letra “C” é errada. Segundo a Lei 11.079/2004:

 Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de licita-ção na modalidade de concorrência, estando a abertura do processo licitató-

rio condicionada a: Art. 12. O certame para a contratação de parcerias público-privadas obede-cerá ao procedimento previsto na legislação vigente sobre licitações e con-tratos administrativos e também ao seguinte:

III – o edital definirá a forma de apresentação das propostas econômicas,admitindo-se:

a) propostas escritas em envelopes lacrados; ou

b) propostas escritas , seguidas de lances em viva voz ;

A letra “D” é errada. Segundo a Lei:

I – o prazo de vigência do contrato, compatível com a amortização dos in-vestimentos realizados, não inferior a 5 (cinco), nem superior a 35 (trinta ecinco) anos, incluindo eventual prorrogação;

A letra “E” é certa. Segundo a Lei:

 Art. 9º Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedadede propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.

§ 2º A sociedade de propósito específico poderá assumir a forma de compa-nhia aberta, com valores mobiliários admitidos a negociação no mercado.

Gabarito: E.

5.  (ESAF/ISS-RJ/2010) Sobre a organização da administração pública bra-sileira, é correto afirmar que:

a) por serem qualificadas como autarquias de natureza especial, as agênciasreguladoras integram a administração direta.

b) ao contrário do que ocorre em relação às autarquias, a lei não cria em-presas públicas, apenas autoriza sua instituição.

c) agências reguladoras e agências executivas são categorias de entidadespertencentes à administração indireta.

d) a Constituição Federal veda, aos municípios, a criação de autarquias.

e) no âmbito federal, as empresas públicas subordinam-se,hierarquicamente, aos ministérios a que se vinculem.

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A letra “A” é errada porque as agências reguladoras, assim como as autarquiascomuns, fazem parte da administração INDIRETA.

A letra “B” é certa. Segundo a CF88:

 XIX - somente por lei específica poderão ser criadas empresa pública, soci-edade de economia mista, autarquia ou fundação pública;

 XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada ainstituição de empresa pública, sociedade de economia mista e de fundação,cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atu-ação;

Assim, autarquias e fundações públicas de direito público são criadas por lei.Fundações públicas de direito privado, empresas públicas e sociedades de eco-

nomia mista têm sua criação autorizada por lei e são criadas pelo de seu atoconstitutivo. A lei específica autoriza a instituição da entidade; a partir destaautorização, o chefe do Poder Executivo edita o ato constitutivo da entidade,sob a forma de decreto; este decreto é levado a registro na Junta Comercial ouno Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso; com a efetivação doregistro a entidade adquire personalidade jurídica.

A letra “C” é errada. As agências reguladoras e as agências executivas sãoentidades da administração indireta. Porém, elas não são uma nova categoriade entidade. Vimos que as agências reguladoras são autarquias, ou seja, elasse inserem na categoria autarquia. Já as agências executivas são autarquiasou fundações públicas que recebem uma qualificação de agência executiva.

A letra “D” é errada, essa vedação, se existisse, seria um absurdo.

A letra “E” é errada, não há subordinação hierárquica das entidades da admi-nistração indireta com os ministérios aos quais se vinculam, são entidadesdotadas de autonomia. De um lado, a entidade da Administração Indireta temo direito de exercer com certa independência a atividade a ela cometida por lei(capacidade de autoadministração); de outro, tem o dever de exercer esta

atividade, também com base nos termos postos na lei. Tal noção é essencialpara que possamos entender a extensão do controle exercido pelos órgãoscentrais da Administração sobre as entidades da Administração Indireta a elesvinculadas.

Gabarito: B.

6.  (ESAF/APO-MPOG/2010) Acerca da contratualização de resultados, pela

administração pública, é correto afirmar:

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a) segundo alguns doutrinadores do Direito Administrativo, o Contrato deGestão não seria o termo adequado para a pactuação entre órgãos da admi-nistração direta.

b) como área temática, a contratualização de resultados tem por objetivomaior a redução das amarras burocráticas impostas à administração direta.

c) o Contrato de Gestão, quando firmado com OSCIPs, prescinde do estabe-lecimento de padrões de desempenho.

d) a contratualização de resultados nada mais é que um dos processos deterceirização preconizados pelo Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Es-tado, de 1995.

e) o Termo de Parceria, quando firmado com Organizações Sociais, obriga ao

estabelecimento de padrões de desempenho.

A letra “A” é certa, para alguns autores os órgãos públicos, por não possuírempersonalidade jurídica, não poderiam assinar contratos, assumir obrigações.

A letra “B” é errada, o objetivo maior é o alcance de resultados. A autonomia éum meio para isso. E não é só para a administração indireta.

A letra “C” é errada, o contrato de gestão é firmado com as organizações soci-

ais, as OSCIPs firmam termo de parceria.A letra “D” é errada, contratualização não tem nada de terceirização.

A letra “E” é errada, termo de parceria é com as OSCIPs.

Gabarito: A.

7.  (ESAF/APO-MPOG/2010) Sérgio Abranches consagrou o termo ‘Presi-

dencialismo de Coalizão’ para se referir ao sistema político brasileiro em ar-tigo de 1988. Nessa perspectiva, o Poder Executivo se fortalecepoliticamente com base em grandes coalizões no Parlamento. Para algunsautores, como Fernando Limongi & Argelina Figueiredo, que seguem umalinha mais institucionalista, a Relação de Poderes, no Sistema Político, apre-senta as características citadas a seguir, as quais são decisivas para a com-preensão do funcionamento do sistema político brasileiro. Assinale a opçãoque corresponde ao pensamento de Fernando Limongi & Argelina Figueiredo.

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a) O sistema partidário brasileiro caracteriza-se por ser multipartidário e fra-gmentado, com partidos frágeis e incapazes de dar sustentação política àspropostas do governo.

b) Há falta de governabilidade no Brasil, com o governo dando mostras deser incapaz de governar.

c) O Parlamento é o centro das decisões do sistema político brasileiro, deonde provêm as orientações e inclusive a origem das políticas públicas queserão adotados pelo Poder Executivo, que é subordinado ao Poder do Parla-mento.

d) Os Deputados atuam de forma pessoal, reforçando o caráter Personalistado sistema político brasileiro, não seguindo a orientação dos líderes partidá-

rios.e) Há um predomínio do Executivo sobre a produção legislativa. O PoderExecutivo é bem-sucedido na arena legislativa porque conta com o apoiosólido de uma coalizão partidária. A disciplina partidária é a norma noParlamento brasileiro.

Questão tirada do texto: “A democracia no Brasil: presidencialismo, coalizãopartidária e processo decisório”, de Fernando Limongi.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002006000300002

Essas informações, de certa forma, revelam a estrutura dos governos parlamentaristas, as bases sobre as quais seu funcionamento ordináriorepousa: supremacia do Executivo amparada por apoio partidário consis-tente. Pois muito bem, e o Brasil? As referências constantes a problemasde governabilidade, à fragilidade do quadro partidário e o apelo perma-nente a uma reforma política apontariam ou nos fariam supor que o qua-

dro a ser revelado pelo exame de dados similares seria radicalmentediverso. Estaríamos diante de problemas de governabilidade se o gover-no se mostrasse incapaz de governar. Partidos seriam frágeis se incapa-

 zes de dar sustentação política às propostas do governo. No entanto, oexame dos dados revela quadro radicalmente diverso. O Brasil não é tãodiferente dos países parlamentaristas. Senão, vejamos.

Comecemos pelas taxas de sucesso e dominância. Elas são elevadas,comparáveis às observadas nos países que analisamos momentos atrás.O sucesso do Executivo para o período pós-promulgação da Constituição

de 1988 é de 70,7%11. Cabe notar que a definição de sucesso adotada éexigente, pois pede que a matéria seja aprovada ao longo do mandato

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do presidente que submeteu a medida. As variações por presidentes são pequenas e independem da sua base de apoio. É certo que Fernando Col-lor, o único presidente do período a formar coalizões minoritárias, teve o

 pior desempenho nesse quesito entre todos os presidentes, aprovando65% dos projetos que submeteu. Mas a variação é menor que a estabili-dade. A taxa de sucesso para Itamar foi um ponto superior à de Collor eos demais presidentes ficaram um pouco acima dos 70%.

 A taxa de dominância para o mesmo período também é expressiva:85,6%. Uma vez mais, não há variações significativas entre os manda-tos. Collor e Sarney têm os valores mais baixos, em torno dos 77%.Itamar e Lula estão acima dos 90%, enquanto Fernando Henrique tevetaxa similar em seus dois mandatos: 85%.

É interessante comparar esses dados não apenas com países parlamen-taristas. Compará-los ao período democrático anterior também é revela-dor. O contraste não poderia ser mais completo. O sucesso do Executivono período para o qual há dados disponíveis (1949-1964) foi um magro29,5 %. Vargas, o mais bem sucedido presidente do período logrouaprovar apenas 45% do que enviou. Quanto às taxas de dominância, asdiferenças soam igualmente palpáveis. O Executivo foi responsável pelaapresentação de 39% das leis aprovadas naquele período. Uma vez mais, o presidente com a taxa mais alta na primeira experiência demo-

crática está bem inferior ao presidente que teve piores resultados no pe-ríodo atual: a diferença que os separa é de 30%.

Ou seja, as relações Executivo-Legislativo mudaram da água para o vi-nho. E mudaram por força das diferenças entre os dois textos constituci-onais. Visto pelo ângulo da produção legislativa, o mais bem sucedido

 presidente do período anterior não é sequer uma pálida imagem dos pre-sidentes atuais. Estamos diante de características que decorrem da es-trutura institucional adotada e não das qualidades pessoais deste oudaquele líder.

Para resumir: o que o Executivo submete ao Legislativo é, em geral,aprovado. E, por definição, as matérias só podem ser aprovadas se con-tam com o apoio da maioria. Para evitar mal entendidos, cabe notar quea afirmação se estende às Medidas Provisórias. Estas necessitam ser aprovadas pelo Congresso para que se tornem leis. 

Para os autores, há sim governabilidade no Brasil e os partidos dão sim sus-tentação política. O parlamento não é o centro das decisões, é o executivo. Oslíderes têm muito poder, não é personalista.

Gabarito: E.

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8.  (ESAF/AFT/2010) Um consórcio público, com personalidade jurídica dedireito público, composto por alguns municípios, pelos respectivos governosestaduais e pela União, integra:

a) nos municípios e nos estados, a administração direta; na União, a admi-nistração indireta.

b) nos municípios, nos estados e na União, a administração indireta.

c) nos municípios, a administração direta; nos estados e na União, a admi-nistração indireta.

d) nos municípios, nos estados e na União, a administração direta.

e) nos municípios e nos estados, a administração indireta; na União, aadministração direta.

Segundo a Lei 11.107 de 2005:

§ 1o O consórcio público com personalidade jurídica de direito público inte-gra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.

Portanto, tanto nos municípios, quanto nos estados e na União, os consórciosintegram a administração indireta.

Gabarito: B.

9.  (ESAF/ATRFB/2010) Marque a opção incorreta.

a) O contrato de gestão, quando celebrado com organizações sociais, res-tringe a sua autonomia.

b) Quanto à estrutura das autarquias, estas podem ser fundacionais e corpo-rativas.

c) Os serviços sociais autônomos são entes paraestatais que não integram a

Administração direta nem a indireta.

d) Organização social é a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de di-reito privado ou público, sem fins lucrativos, e que recebe delegação do Po-der Público, mediante contrato de gestão, para desempenhar serviço públicode natureza social.

e) A Administração Pública, ao criar fundação de direito privado, submete-aao direito comum em tudo aquilo que não for expressamente derrogado pornormas de direito público.

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A letra “A” é certa. A ESAF usou nesta questão o entendimento da Zanella. Atémesmo porque essa questão é de direito administrativo.

A autora ainda cita uma classificação das autarquias que considera sua estru-

tura. As fundacionais correspondem às fundações de direito público. As corpo-rativas exercem atividades de regulação e fiscalização profissional, a partir dalei. Um exemplo é a OAB. A letra “B” é certa.

O serviço social autônomo, segundo Hely Lopes Meirelles:

São todos aqueles instituídos por lei, com personalidade de direito privado, para ministrar assistência ou ensino a certas categorias sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos, sendo mantidos por dotações orçamentá-rias ou por contribuições parafiscais. São entes paraestatais de cooperação

com o Poder Público, com administração e patrimônio próprios.São exemplos: SESC, SESI, SENAI, SEST, etc. Embora oficializadas pelo Esta-do, não integram a administração direta nem a indireta, mas trabalham aolado do Estado, sob seu amparo. A letra “C” é certa.

Segundo a Lei 9.637 de 2000:

 Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pes-soas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejamdirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à

 proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidosaos requisitos previstos nesta Lei.

A letra “D” é errada porque são pessoas jurídicas de direito privado, e nãopúblico.

A letra “E” é certa. As fundações instituídas pelo Estado podem assumir tanto aconfiguração pública quanto privada. Para este último tipo, elas submetem-seàs normas de direito privado, mas não integralmente.

Gabarito: D.

10.  (ESAF/AFRFB/2009) Sobre a organização do Estado brasileiro, é corretoafirmar que:

a) administrativamente, os municípios se submetem aos estados, e estes,por sua vez, submetem-se à União.

b) quando instituídas, as regiões metropolitanas podem gozar de prerrogati-vas políticas, administrativas e financeiras diferenciadas em relação aos de-

mais municípios do estado.

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c) quando existentes, os territórios federais gozam da mesma autonomiapolítico-administrativa que os estados e o Distrito Federal.

d) o Distrito Federal é a capital federal.

e) embora, por princípio, todos os entes federados sejam autônomos, emdeterminados casos, os estados podem intervir em seus municípios.

A letra “A” é errada, todos os entes possuem autonomia administrativa e nãose submetem aos demais. Na federação não há hierarquia entre os entes.

A letra “B” é errada porque as regiões metropolitanas não constituem entesfederativos, como os municípios, e não possuem prerrogativas políticas, ad-

ministrativas e financeiras. Segundo a CF88: Art. 25, § 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir re-giões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas

 por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

O objetivo das regiões metropolitanas é a integração de municípios limítrofes.

A letra “C” é errada porque os territórios federais não são entes federativoscomo os estados, eles estão submetidos à União. Segundo a CF88:

 Art. 18, § 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão regu-ladas em lei complementar.

A letra “D” é errada. Segundo a CF88: “Art. 18, § 1º - Brasília é a Capital Fe-deral”. Assim, Brasília, e não o Distrito Federal, é a capital federal.

A letra “E” é a certa, existe autonomia dos municípios, pois são entes federati-vos, mas existe a possibilidade de intervenção neles por parte dos estados, eda União nos estados.

Gabarito: E.

11.  (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) O termo “presidencialismo de coalizão” éusado para designar o arranjo político estabelecido no Brasil em função dasrelações entre Executivo e Legislativo. A expressão é pertinente porque osistema político brasileiro tem características híbridas do presidencialismo edo parlamentarismo, entre as quais:

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1. o Presidente da República conta com recursos de poder como a execuçãodo orçamento, que não é de aplicação compulsória.

2. o Executivo necessita do apoio do Legislativo para ter sua agenda aprova-da e para governar.

3. o Presidente tem a prerrogativa de editar Medidas Provisórias com forçade lei, mas a iniciativa legislativa é exclusividade do Congresso.

4. o Presidente impõe sua agenda legislativa porque as lideranças partidáriassão frágeis e suas orientações raramente são seguidas por seus liderados.

Os enunciados acima são:

a) todos verdadeiros.

b) todos falsos.

c) verdadeiros o 3 e o 4.

d) verdadeiros o 1 e o 2.

e) verdadeiros o 2 e o 4.

Segundo Abranches, a lógica da formação das coalizões tem dois eixos: opartidário e o regional (estadual). Além de buscar formar a coalizão com baseem interesses partidários, o governo tem de olhar também para os interesses

regionais. Segundo o autor:É isso que explica a recorrência de grandes coalizões, pois o cálculo relativoà base de sustentação política do governo não é apenas

 partidárioparlamentar, mas também regional.

A afirmação 2 é verdadeira, pois sem o legislativo não há governabilidade.

A afirmação 1 é verdadeira. No Brasil, o orçamento é apenas autorizativo. Osgestores só podem realizar as despesas que estejam previstas no orçamento,mas a efetivação das despesas não é obrigatória só pelo fato de estarem pre-

vistas no orçamento. Nessa linha tem sido o posicionamento do STF, tendo seposicionado desta forma:

O simples fato de ser incluída no orçamento uma verba de auxílio a esta ouàquela instituição não gera, de pronto, direito a esse auxílio; (...) a previsãode despesa, em lei orçamentária, não gera direito subjetivo a ser asse-gurado por via judicial.

Isso é importante, por exemplo, no caso das emendas parlamentares. OExecutivo libera os recursos como moeda de troca por votos no Congresso. ACF88 construiu um sistema político que garante ao Poder Executivo amplosmeios

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institucionais capazes de definir a sua predominância sobre o Poder Legislativo.Há um desequilíbrio entre os poderes do Estado brasileiro. Segundo Oliveira:

 A centralização do processo de tomada de decisões no poder Executivo, ini-

ciada durante a ditadura militar e em prática até os dias de hoje, aliada aoforte poder de legislar do presidente, que lhe dá o poder de editar e reeditar Medidas Provisórias, controlar sua tramitação através do pedido de urgênciae lhe possibilita ter iniciativa exclusiva sobre matérias orçamentárias etributárias, além de seu poder de barganhar verbas e atribuições de maneira

 pouco democrática, utilizando-se do Colégio de Líderes, são os fatores quegarantem a preponderância do poder Executivo sobre o poder Legislativo.

Os seguintes meios institucionais retratam a predominância do Executivo naformação da agenda pública.

Medidas provisórias,

Centralização dos trabalhos legislativos no Colégio de Líderes,

Poder de veto,

Exclusividade de propor matérias em áreas específicas e de solicit-ar unilateralmente urgência para matérias de sua autoria,

Patronagem, negociação de cargos no interior da administração federal.

As medidas provisórias se assemelhariam ao poder de decreto em vigor dur-ante o regime militar, uma vez que permitem ao Executivo alterar o statusquo, introduzindo norma jurídica sem a prévia aquiescência do Legislativo. Poresse motivo, constitui-se em meio eficiente para induzir os parlamentares àcooperação, já que lhes apresenta a situação dada, principalmente consider-ando a celeridade a que os mesmos ficam obrigados na sua tramitação. O seucaráter impositivo fica acrescido, ainda, pelo fato de que a limitação da suautilização aos casos de relevância e urgência não tem sido observada peloExecutivo, nem controlada pelo Legislativo.

O Colégio de Líderes detém significativos poderes no processo legislativo, umavez que influencia na definição da Ordem do Dia e usufrui das prerrogativas deescolher e substituir os membros das comissões, bem como de requererurgência para as proposições em Plenário, o que garante um certo controlesobre o andamento das matérias. A afirmação 4 é falsa. O executivo im-põe sua agenda, mas é justamente porque os líderes têm sim muito poder noCongresso, e o Executivo tem muito poder sobre os líderes.

A tramitação em regime de urgência ou urgência urgentíssima resulta no es-

vaziamento das comissões, que perdem a capacidade de fazer valer as suaspreferências e ficam relegadas a um segundo plano nos trabalhos legislat-ivos.

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Pelas prerrogativas que possuem, os líderes partidários exercem ainda o papelde coordenação entre os interesses dos partidos que representam e o Executi-vo, centralizando as negociações entre ambos, inclusive os recursos de patro-nagem disponíveis.

A garantia de exclusividade legislativa em determinadas matérias, sobretudoas relativas ao orçamento, confere importantes meios de controle ao Executivonão só da agenda econômica, como do comportamento dos congressistas, quesão vulneráveis face ao Executivo em virtude do fato de que necessitam daexecução das suas emendas ao orçamento como meio de obter votos junto àssuas bases. Esta execução depende do Poder Executivo, que detém ainda am-plos poderes para definir a pauta do Legislativo porque pode solicitar unilate-ralmente urgência para as suas proposições. A afirmação 3 é falsa porque o

Presidente também tem iniciativa de lei, como a exclusividade de propor maté-rias em áreas específicas.

Esse conjunto de fatores corrobora para garantir ao Executivo inequívoco con-trole sobre a agenda legislativa. As proposições iniciadas pelos parlamentaresrevelam um percentual de aproveitamento muito aquém daquele apresentadopelo Executivo, e não parecem usufruir da estrutura partidária como meio deorganização. Segundo Oliveira:

O Executivo domina o processo legislativo porque tem poder de agenda e estaagenda é processada e votada por um poder Legislativo organizado de forma al-tamente centralizada no Colégio de Líderes e nas Comissões, em torno de regrasque distribuem direitos parlamentares de acordo com princípios partidários.

Gabarito: D.

12.  (ESAF/ANA/2009) Sobre as Agências Reguladoras, é correto afirmar queintegram a:

a) Administração Direta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia.

b) Administração Direta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia emregime especial.

c) Administração Indireta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia.

d) Administração Indireta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia emregime especial.

e) Administração Indireta e, embora esse tenha sido o lugar-comum atéhoje, não são obrigadas a adotar a forma de autarquia, muito menos emregime especial.

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As atuais agências reguladoras têm sido instituídas sob a forma de autarquiasespeciais. Isto tem dois objetivos. O primeiro é permitir que possam exerceratividades típicas do Poder Público. Segundo entendimento do STF, apenaspessoas jurídicas de direito público podem exercer atribuições típicas de Esta-do. O segundo é conferir maior independência a essas agências, retirando elasda subordinação hierárquica da administração direta.

Contudo, o legislador vai além, caracterizando-as como “autarquias em regimeespecial”, que pode ser traduzido, nos termos de cada lei instituidora, em prer-rogativas especiais, normalmente relacionadas à ampliação de sua autonomiaadministrativa e financeira. Para exemplificar, a seguir está o art. 8º, § 2º, daLei 9.472/97, que trata da ANATEL:

§ 2º A natureza de autarquia especial conferida à Agência é caracterizada

 por independência administrativa, ausência de subordinação hierárquica,mandato fixo de seus dirigentes e autonomia financeira.

O fato de serem instituídas como autarquias em regime especial não significaque isso seja obrigatório, não há na legislação nada que exija essa forma jurí-dica. O Governo Lula chegou a enviar para o Congresso em 2004 o Projeto deLei 3.337 para criação da Lei Geral das Agências Reguladoras, mas nem eledispõe sobre o tipo de entidade. Vamos ver uma questão do CESPE:

4.  (CESPE/SENADO/2002) O processo de criação das agências reguladoras é casuísti-

co, no sentido de que inexiste um modelo autárquico específico para a atividade regu-

latória, levando, por outro lado, a uma profusão de pressões em torno da criação de

entes dotados de diferenciado desenho institucional para múltiplas funções, sob a de-

nominação de agências.

Casuísmo, segundo o Dicionário Houaiss, significa:

Sistema moral, atitude ou conduta hipócrita, de acomodação.

As agências reguladoras estão sendo criadas como autarquias sob regime es-pecial porque, de um lado, é necessário que tenham natureza de direito públi-co para exercerem atividades típicas de Estado, e de outro, devem possuirindependência em relação ao Poder Executivo. O problema é que isto está maispara uma “gambiarra”, o velho “jeitinho”, do que para uma medida juridica-mente correta.

Gabarito: E.

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13.  (ESAF/STN/2008) O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal são,respectivamente, sociedade de economia mista e empresa pública, cujos ca-pitais votantes majoritários pertencem à União. Quanto a estas espécies de

instituições, analise os itens a seguir e marque com V se a assertiva for ver-dadeira e com F se for falsa. Ao final, assinale a opção correspondente.

( ) A constituição de sociedades de economia mista e de empresas públicasdecorre de um processo de descentralização do Estado que passa a exercercertas atividades por intermédio de outras entidades.

( ) Apesar de serem constituídas como pessoas jurídicas de direito privado,as sociedades de economia mista e as empresas públicas estão submetidashierarquicamente à pessoa política da federação que as tenha criado.

( ) Somente por lei específica podem ser criadas sociedades de economiamista e empresas públicas, bem como necessária autorização legislativa, emcada caso, para a criação de suas subsidiárias.

( ) As empresas públicas e as sociedades de economia mista exploradoras deatividade econômica sujeitam-se ao regime próprio das empresas privadas,inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas etributários.

( ) Quanto ao regime de compras, as empresas públicas e as sociedades de

economia mista sujeitam-se aos princípios da administração pública e devemobservar procedimento licitatório.

a) V, V, F, V, F

b) V, F, F, V, V

c) F, F, V, F, V

d) F, V, V, F, F

e) V, F, F, V, V

A primeira afirmação é verdadeira, é um processo de descentralização porserviços.

A segunda afirmação é falsa porque não há subordinação hierárquica. As enti-dades da administração indireta são caracterizadas pela autonomia. De umlado, a entidade da Administração Indireta tem o direito de exercer com certaindependência a atividade a ela cometida por lei (capacidade de auto-administração); de outro, tem o dever de exercer esta atividade, também combase nos termos postos na lei. Tal noção é essencial para que possamos en-

tender a extensão do controle exercido pelos órgãos centrais da Administraçãosobre as entidades da Administração Indireta a eles vinculadas.

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Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro:

Disso resultam dois aspectos concernentes às entidades que exercem serviços públicos descentralizados: de um lado, a capacidade de auto-administração,

que lhes confere o direito de exercer, com independência, o serviço que lhes foi outorgado por lei, podendo opor esse direito até mesmo à pessoa política queas instituiu. De outro lado, o dever de desempenhar esse serviço, o que as co-loca sob fiscalização do Poder Público.

Portanto podemos definir a tutela ou controle finalístico como o controle exer-cido pelos órgãos centrais da Administração Direta sobre as entidades da Ad-ministração Indireta a eles vinculadas, nas hipóteses expressamente previstasem lei e na forma por esta estabelecida. Não há relação de subordinação, dehierarquia, entre a Administração Direta e as entidades da Administração Indi-

reta, mas sim um controle finalístico.Na esfera federal a tutela é denominada supervisão ministerial e tem comoobjetivos, segundo o art. 26 do Decreto-lei 200/67:

I – a realização dos objetivos fixados nos atos de constituição da entidade;

II – a harmonia com a política e a programação do Governo no setor de atua-ção da entidade;

III – a eficiência administrativa;

IV – a autonomia administrativa, operacional e financeira da entidade.A terceira afirmação é falsa, a lei apenas autoriza sua criação:

 XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a ins-tituição de empresa pública, sociedade de economia mista e de fundação, ca-bendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

A quarta afirmação é verdadeira. Segundo o art. 173 da CF88:

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade deeconomia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de

 produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo:

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusivequanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;

A quinta afirmação é verdadeira. Segundo o mesmo dispositivo:

III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observa-dos os princípios da Administração Pública;

Se vocês observarem, há duas respostas corretas, e o gabarito foi as duas.

Gabarito: B ou E.

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14.  (ESAF/APO-MPOG/2008) Modernamente, a Organização Administrativado Estado Brasileiro adquiriu novos contornos com a edição da Lei n.11.107/2005. Nesse diapasão, analise os itens abaixo e marque a opção cor-

reta.I. O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra aadministração indireta de todos os entes da Federação consorciados.

II. No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o con-sórcio público observará as normas de direito público quanto à celebração decontratos.

III. Os consórcios públicos ou privados, na área de saúde, deverão obedeceraos princípios, diretrizes e normas que regulam o Sistema Único de Saúde –

SUS.IV. Os entes da Federação consorciados, ou com eles conveniados, não po-derão ceder-lhe servidores, na forma e condições da legislação de cada umante a observância constitucional de exigência de concurso público.

a) Apenas o item I está correto.

b) Apenas o item II está correto.

c) Apenas os itens II e IV estão incorretos.

d) Apenas os itens I e III estão incorretos.

e) Apenas os itens III e IV estão incorretos.

A afirmação I é certa, mesma coisa da questão anterior.

A afirmação II é certa. Segundo a Lei 11.107/2005:

§ 2º No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, oconsórcio público observará as normas de direito público no que concerne àrealização de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e ad-

missão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho -CLT.

A afirmação III é errada, segundo a Lei são só os públicos. Pegadinha besta:

§ 3º Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão obedecer aos prin-cípios, diretrizes e normas que regulam o Sistema Único de Saúde – SUS.

A afirmação IV é errada. Segundo a Lei:

4º Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, pode-rão ceder-lhe servidores, na forma e condições da legislação de cada um.

Gabarito: E.

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15.  (ESAF/CGU/2008) Sobre as contratações de consórcios públicos é cor-reto afirmar que:

a) os objetivos dos consórcios públicos serão determinados pela lei.

b) é admitida a cláusula do contrato de consórcio que preveja determinadascontribuições financeiras ou econômicas de ente da Federação ao consórciopúblico, salvo a doação, destinação ou cessão do uso de bens móveis ouimóveis e as transferências ou cessões de direitos operadas por força degestão associada de serviços públicos.

c) o contrato de consórcio público deve, como condição de validade, ser ce-lebrado por todos os entes da Federação que subscreveram o protocolo deintenções.

d) a execução das receitas e despesas do consórcio público não deverá obe-decer às normas de direito financeiro aplicáveis às entidades públicas, por seconstituir como pessoa jurídica de direito privado.

e) para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá sercontratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federaçãoconsorciados, dispensada a licitação.

A letra “A” é errada porque os objetivos são definidos no protocolo de inten-

ções. O Decreto 6.017/2007 apenas enumera alguns possíveis objetivos.

A letra “B” é errada. Segundo a Lei 11.107/2005:

§ 3º É nula a cláusula do contrato de consórcio que preveja determinadascontribuições financeiras ou econômicas de ente da Federação ao consórcio

 público, salvo a doação, destinação ou cessão do uso de bens móveis ouimóveis e as transferências ou cessões de direitos operadas por força degestão associada de serviços públicos.

A letra “C” é errada. Segundo a Lei:

§ 1º O contrato de consórcio público, caso assim preveja cláusula, pode ser celebrado por apenas 1 (uma) parcela dos entes da Federação que subscre-veram o protocolo de intenções.

A letra “D” é errada. Segundo a Lei:

 Art. 9º A execução das receitas e despesas do consórcio público deveráobedecer às normas de direito financeiro aplicáveis às entidades públicas

A letra “E” é certa. Segundo a Lei:

§ 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá:

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III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Fe-deração consorciados, dispensada a licitação.

Gabarito: E.

16.  (ESAF/CGU/2008) Segundo o Plano Diretor de Reforma do Aparelho doEstado de 1995, instituiu-se novos modelos organizacionais visando à mo-dernização da gestão da administração pública: agências executivas e agên-cias reguladoras. Selecione, do ponto de vista conceitual, a opção correta.

a) Agências reguladoras são criadas por determinação do Presidente da Re-pública.

b) As atividades das agências executivas são definidas por Lei pelo Congres-so Nacional.

c) Agências reguladoras estão sujeitas à mudança de governo.

d) A finalidade das agências executivas é prestar serviços públicos exclusi-vos do Estado.

e) Os dirigentes das agências reguladoras são de livre nomeação eexoneração do Presidente da República.

Vimos que a criação de agências reguladoras é da iniciativa privativa do Presi-dente da República. Contudo, falar em determinação é um pouco exagerado,uma vez que esse termo remete ao Decreto, e as agências reguladoras devemser criadas por lei, passando pelo crivo do Congresso. A letra “A” é errada.

As atividades das agências executivas não são definidas pelo Congresso, pormeio de lei. As agências executivas são autarquias ou fundações públicas queexerçam atividades exclusivas de Estado. Estas entidades são criadas por lei,mas a iniciativa é do Presidente da República. A letra “B” é errada.

As agências reguladoras não estão sujeitas às mudanças de governo, já queelas são dotadas de um regime especial, que lhes confere maior independênciado que as demais entidades da administração indireta. Um exemplo deste re-gime especial é o mandato fixo dos seus diretores. A letra “C” é errada.

A qualificação de agência executiva é conferida apenas a autarquias e funda-ções que assinem contrato de gestão. Além disso, essas entidades têm de de-sempenhar atividades exclusivas de Estado. A letra “D” é certa.

Os dirigentes das agências reguladoras têm mandato fixo. A letra “E” é errada.

Gabarito: D.

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17.  (ESAF/ENAP/2006) Com relação à organização administrativa da Uniãoassinale a opção incorreta.

a) A administração direta tem como principal característica seu vínculo hie-rárquico à Presidência da República ou Ministérios.

b) A administração indireta compõe-se de órgãos com personalidade jurídicavinculada à Presidência da República e Ministérios.

c) Autarquias, fundações públicas e empresas estatais são entidades da ad-ministração indireta do governo.

d) Empresas estatais assumem funções próprias do setor empresarial priva-do e têm personalidade jurídica de direito privado.

e) O capital das sociedades de economia mista provêm do setor público, quedetém a maioria das ações com direito a voto, e do setor privado.

A letra “A” é certa, a administração direta caracteriza-se pela vinculação hie-rárquica, os órgãos não possuem autonomia como as entidades da administra-ção indireta.

A letra “B” é errada. Segundo a Lei 9.784 de 1999:

§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:

I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administraçãodireta e da estrutura da Administração indireta;

II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;

Portanto, na administração indireta temos tanto entidades como órgãos. Po-rém, os órgãos estão na estrutura das entidades da administração indireta,representam a desconcentração destas e não dos Ministérios. Assim, os órgãosda administração indireta se subordinam às suas respectivas entidades.

A letra “C” é certa, segundo o DL200: Art. 4° A Administração Federal compreende:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na es-trutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias deentidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;

b) Emprêsas Públicas;

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c) Sociedades de Economia Mista.

d) fundações públicas.

A letra “D” foi dada como certa, mas entendo que é equivocada. As empresaspúblicas e sociedades de economia mista sempre vão ser criadas com persona-lidade de direito privado. Porém, em determinados casos, elas podem atuar naexecução de serviços públicos, ou seja, serviços que não são “próprios do setorempresarial privado”. Aplica-se o art. 173 da CF88.

 Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploraçãodireta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando neces-sária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coleti-vo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedadede economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômi-ca de produção ou comercialização de bens ou prestação de serviços, dis-

 pondo sobre:

As empresas públicas e sociedades de economia mista, apesar de sempre os-tentarem personalidade de direito privado, ora são regidas por regime jurídicode direito público, ora de direito privado. Quando explorarem atividade econô-mica de produção ou comercialização de bens, área tipicamente privada, serãoregidas principalmente pelo regime jurídico de direito privado, equiparando-se

às demais empresas atuantes no mercado quanto aos direitos e obrigaçõescomerciais, civis, trabalhistas e tributários.

Já as empresas estatais que atuam na prestação de serviços públicos subordi-nam-se precipuamente ao regime administrativo, de direito público, conformeo disposto no art. 175 da CF.

 Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sobregime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a presta-ção de serviços públicos.

Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello:

É preciso distinguir as sociedades de economia mista e empresas públicasem duas distintas espécies; a saber: prestadoras de serviços públicos e ex-

 ploradoras de atividade econômica, pois o regime de umas e outras não éidêntico. Ambas, pelas razões já expostas, inobstante sejam constituídassob forma de direito privado, sofrem o impacto de regras de direito público.

 As primeiras, entretanto, são alcançadas por estes preceitos com uma cargamais intensa do que ocorre com as segundas, o que é perfeitamente com-

 preensível.

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São exemplos de empresas estatais que atuam na prestação de serviço públicoas companhias de geração e distribuição de energia elétrica, as companhias desaneamento e transporte urbano, entre outras.

A letra “E” é certa. Segundo o DL200: Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:

II - Emprêsa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei  para a exploração de atividade econômica que o Govêrno seja levado aexercer por fôrça de contingência ou de conveniência administrativa poden-do revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.

III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade ju-

rídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade eco-nômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto

 pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.

A principal diferença das EP para as SEM é que as primeiras possuem capitalexclusivamente público, enquanto as últimas possuem capital majoritaria-mente público.

Gabarito: B.

18.  (ESAF/ENAP/2006) Considerando a organização administrativa da Uni-ão, selecione a afirmativa correta.

a) Embora haja partilha das atribuições administrativas nos níveis federal,estadual e municipal, o comando da administração de todos os níveis cabesomente ao Presidente da República.

b) A União, o Estado, o Distrito Federal e o Município exercitam os respecti-vos poderes conferidos pela Constituição da República em qualquer área ter-

ritorial nacional ou não.c) No âmbito federal, a Administração indireta é a constituída de entes queprestam serviços públicos, vinculados a empresas públicas.

d) No âmbito federal, a Administração direta é o conjunto dos órgãos inte-grados na estrutura administrativa da União.

e) A União é a instância de decisão sobre a partilha das atribuições nosníveis federal, estadual e municipal, no que diz respeito às constituiçõesfederal e estaduais.

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A letra “A” é errada, não existe comando da administração em todos os níveis,cada nível possui autonomia e seu próprio comando.

A letra “B” é errada. Segundo Hely Lopes de Meirelles (1995:629) assim se

pronuncia: A União, Estado, o Distrito Federal e o Município exercitam os poderes quelhes foram conferidos explícita ou implicitamente pela Constituição da Re-

 pública dentro das respectivas áreas de atuação: o território nacional, oestadual e o municipal – mediante aparelhamento próprio, que deve ser convenientemente estruturado para o perfeito atendimento das necessida-des do serviço público.

A letra “C” é errada. As entidades da administração indireta podem prestarserviços públicos ou exercer atividade econômica. Além disso, não são vincula-das a empresas públicas, mas sim a um Ministério.

A letra “D” é certa. Segundo Meirelles:

No âmbito federal, a Administração direta é o conjunto dos órgãos integra-dos na estrutura administrativa da União e a Administração indireta é o con-

 junto dos entes (personalizados) que, vinculados a um Ministério, prestamserviços públicos ou de interesse público.

A letra “E” é errada. Quem define as competências de cada ente é a Constitui-

ção Federal de 1988, e não a União. É o legislador constituinte que define ascompetências da União, os estados e os municípios.

Gabarito: D.

19.  (ESAF/CGU/2006) Sobre as parcerias público-privado (PPP), todas asopções abaixo são verdadeiras, exceto:

a) As PPP admitem complementação de receitas por parte do setor público,

de maneira a viabilizar o empreendimento a ser contratado.b) Embora o governo delegue ao setor privado os aspectos mercantis doempreendimento contratado mediante PPP, mantém suas prerrogativas deplanejamento, monitoramento e regulamentação.

c) As PPP podem ter como objetivo único tanto o fornecimento de equipa-mentos como de mão-de-obra, ou ainda a execução de obras públicas.

d) Nas PPP a alocação dos riscos é definida contratualmente entre a adminis-tração e os entes privados.

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e) A lei das PPP é o regime predominante para as concessõesadministrativas, nas quais o usuário da prestação de serviço é a própriaadministração pública.

As letras “A” e “B” são certas. Segundo Brito e Silveira:

 Ainda que a lei brasileira enquadre as PPP como uma forma de concessão,elas se diferenciam das tradicionais no que se refere às fontes de remune-ração do parceiro privado. Nas concessões tradicionais, a cobrança de tari-fas é suficiente para remunerar o investimento. Já nas PPP, abre-se espaço

 para uma complementação de receitas por parte do setor público , demodo a tornar o empreendimento viável. Nos casos em que não há cobran-

ça de tarifa do beneficiário – ou quando a administração é a usuária, diretaou indireta, cabe ao poder público efetuar o pagamento integral pelo provi-mento do serviço

Nos contratos de PPP, a eficiência advém da possibilidade de integrar elabo-ração de projeto, construção e operação de infraestruturas em um únicoagente, o que gera incentivos não só para a otimização de custos em umalógica de ciclo de vida do projeto, mas, sobretudo, para uma melhor quali-dade na prestação do serviço, sem prejuízo da dimensão estratégica do pla-nejamento da política pública. Desta forma, o governo delega ao setor 

 privado aspectos tipicamente mercantis do empreendimento, mantendo

 suas prerrogativas de planejamento, monitoramento e regulamen-

tação. O aspecto fundamental na obtenção dos ganhos de eficiência é aadequada alocação de riscos entre os setores público e privado

A letra “C” é errada. Segundo a Lei 11.079/2004:

§ 4º É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:

III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o forne-cimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.

A letra “D” é certa. Segundo a Lei: Art. 5º As cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão aodisposto no art. 23 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no quecouber, devendo também prever:

III – a repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a casofortuito, força maior, fato do príncipe e álea econômica extraordinária;

A letra “E” é certa. Os dois tipos de PPP são a concessão patrocinada e a admi-nistrativa.

Gabarito: C.

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20.  (ESAF/CGU/2006) Devido às limitações impostas pela crise fiscal, mui-tos governos procuraram criar vias alternativas para viabilizar projetos deinfraestrutura e de provisão de serviços, como as parcerias público-privado

(PPP). Sobre tal assunto, analise os enunciados abaixo e depois marque aresposta certa.

1- A parceria público-privado consiste em uma substituição da lógica daaquisição de ativos para uma outra, de compra de serviços, o que acarretaalterações fundamentais na estrutura de incentivo dos contratos.

2- Ainda que a lei brasileira enquadre as parcerias público-privado comouma forma de concessão, elas se diferenciam das concessões tradicionaisdevido à fonte de remuneração do parceiro privado.

3- Nos contratos de parceria público-privado a eficiência resulta da possibili-dade de dispersar entre vários agentes, a elaboração de projeto, construçãoe operação de infraestrutura, incentivando a otimização de custos e a me-lhor qualidade na prestação do serviço, sem prejuízo da dimensão estratégi-ca do planejamento da política pública.

4- As parcerias público-privado representam a oportunidade de superaçãodefinitiva da restrição fiscal ao financiamento dos investimentos públicos eminfraestrutura e provisão de serviços.

a) Apenas os enunciados 1,3 e 4 estão corretos.b) Apenas os enunciados 2, 3 e 4 estão corretos.

c) Apenas os enunciados 3 e 4 estão corretos.

d) Apenas os enunciados 1 e 2 estão corretos.

e) Apenas os enunciados 1 e 3 estão corretos.

Questão copiada do texto de Brito e Silveira.

A primeira afirmação é certa, segundo os autores:Mas foi somente em 1997, já no governo do trabalhista Tony Blair, que o

 programa foi aprofundado. Ampliado e rebatizado de Public-PrivatePartnerships (PPP), o programa tinha por objetivo mudar a forma de contra-tação de obras e serviços públicos, saindo da maneira tradicional de aquisi-ção de ativos para uma lógica de compra de serviços. A busca por alternativas de financiamento permanecia no centro da questão, mas o ob-

 jetivo maior passou a ser a eficiência na contratação de serviços públicos.

A segunda afirmação é certa. Segundo os autores:

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 Ainda que a lei brasileira enquadre as PPP como uma forma de concessão,elas se diferenciam das tradicionais no que se refere às fontes de remune-ração do parceiro privado. Nas concessões tradicionais, a cobrança de tari-fas é suficiente para remunerar o investimento. Já nas PPP, abre-se espaço

 para uma complementação de receitas por parte do setor público, de modoa tornar o empreendimento viável. Nos casos em que não há cobrança detarifa do beneficiário – ou quando a administração é a usuária, direta ou in-direta, cabe ao poder público efetuar o pagamento integral pelo provimentodo serviço.

A terceira afirmação é errada. Segundo os autores:

Nos contratos de PPP, a eficiência advém da possibilidade de integrar elabo-ração de projeto, construção e operação de infraestruturas em um único

agente, o que gera incentivos não só para a otimização de custos em umalógica de ciclo de vida do projeto, mas, sobretudo, para uma melhor quali-dade na prestação do serviço, sem prejuízo da dimensão estratégica do pla-nejamento da política pública.

A quarta afirmação é errada. Segundo os autores:

 A crença de que a PPP representa a superação definitiva da restrição fiscal ao financiamento de investimentos públicos é, portanto, errônea.

Gabarito: D.

21.  (ESAF/ADM-MPOG/2006) Complete as lacunas a seguir com a opçãocorreta.

A Lei n. 11.079, de 30/12/2004, institui normas gerais para licitação e con-trato de .no âmbito da administração pública. Trata-se de contrato

de .......................... a ser firmado por . ................................................a) parceria público-privada; concessão; sociedade constituída de propósito

específico.b) privatização; cessão de direito; organização social criada para este fim.

c) parceria público-privada; cessão de direito; sociedade anônima com atua-ção no mercado.

d) privatização; concessão; sociedade anônima com atuação no mercado.

e) parceria público-privada; cessão de direito; sociedade constituída depropósito específico.

Segundo a Lei 11.079/2004:

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Institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público- privada no âmbito da administração pública.

 Art. 2º Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão,

na modalidade patrocinada ou administrativa. Art. 9º Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedadede propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.

Gabarito: A.

22.  (ESAF/ADM-MPOG/2006) Segundo a Lei n. 11.079, de 2004, o contratoque envolve, adicionalmente, contraprestação pecuniária do parceiro público

ao parceiro privado é uma modalidade dea) cessão patrocinada e concessão administrativa.

b) concessão administrativa.

c) cessão patrocinada.

d) concessão patrocinada e cessão administrativa.

e) concessão patrocinada.

Segundo a Lei 11.079/2004:§ 1º Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras

 públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quandoenvolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pe-cuniária do parceiro público ao parceiro privado.

Gabarito: E.

23.  (ESAF/APO-MPOG/2005) A Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004institui normas gerais para licitação e contratação de Parceria Público- Priva-do no âmbito da administração pública. O Art. 4º dessa Lei estabelece que,na contratação de Parceria Público-Privado, serão observadas algumas dire-trizes. Classifique as opções a seguir em Verdadeiras (V) ou Falsas (F).

( ) Eficiência no cumprimento das missões de Estado e no emprego dos re-cursos da sociedade e repartição objetiva de riscos entre as partes.

( ) Respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dosentes privados incumbidos da sua execução.

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( ) Delegabilidade das funções de regulação e do exercício do poder de polí-cia do Estado.

( ) Responsabilidade social na celebração e execução das parcerias.

( ) Transparência dos procedimentos e das decisões e sustentabilidade fi-nanceira e vantagens socioeconômicas dos projetos de parceria.

Indique a resposta correta.

a) V, V, V, F, F

b) V, V, F, F, V

c) F, F, V, V, F

d) F, V, V, V, V

e) F, V, F, V, F

As diretrizes para as PPP são:

 Art. 4º Na contratação de parceria público-privada serão observadas as se-guintes diretrizes:

I – eficiência no cumprimento das missões de Estado e no emprego dos re-cursos da sociedade;

II – respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos

entes privados incumbidos da sua execução;III – indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do exercíciodo poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado;

IV – responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias;

V – transparência dos procedimentos e das decisões;

VI – repartição objetiva de riscos entre as partes;

VII – sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas dos projetosde parceria.

A primeira afirmação é verdadeira, traz as diretrizes I e VI.A segunda afirmação é verdadeira, traz a diretriz II.

A terceira é falsa, pois, conforme a diretriz III, o correto é a indelegabilidade.

A quarta é falsa, já que, conforme a diretriz IV, o correto é responsabilidadefiscal, e não social.

A quinta afirmação é verdadeira, traz as diretrizes V e VII.

Gabarito: B.

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24.  (ESAF/STN/2005) A inovação na prestação de serviços públicos no Bra-sil é a recente legislação sobre PPP – parceria público-privada.Por essa nor-ma, entende-se por concessão patrocinada:

a) a concessão de serviços públicos ou de obras públicas, de que trata a Leinº 8.987/95, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuárioscontraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

b) o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja ausuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou forneci-mento ou instalação de bens.

c) a concessão comum, abrangida pela Lei nº 8.987/95, que não envolve acontraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

d) a concessão de serviços ou de obras públicas, regidas pela Lei nº8.987/95, quando envolver, adicionalmente ao recebimento da tarifa cobra-da pelo usuário, o pagamento de contraprestação do parceiro privado aoparceiro público.

e) o contrato de prestação de serviços ou de obras públicas, nos quais oparceiro privado é patrocinado por um terceiro, entidade financeira, nacionalou internacional, com responsabilidade de pagamento pelo parceiro público.

Segundo a Lei 11.079/04:

§ 1º Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quandoenvolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pe-cuniária do parceiro público ao parceiro privado.

A letra “A” é cópia da lei.

Gabarito: A.

25.  (ESAF/MPOG/2005) Os Estados federais apresentam, quanto à sua es-trutura, alguns aspectos constantes, independentemente dos casos concre-tos:

( ) Divisão de poderes entre União e unidades federadas mantendo-se víncu-los de coordenação e autonomia.

( ) Preeminência da Constituição Federal sobre o ordenamento jurídico dasunidades federadas, sendo as alterações na primeira sujeitas a ratificação

pelas unidades federadas.

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( ) Limitações à descentralização a fim de preservar a unidade jurídica naci-onal.

( ) Soberania do Estado Nacional perante os demais Estados Nacionais e Or-ganismos Internacionais, soberania de que não gozam as unidades federa-das.

( ) Articulação entre unidade e pluralidade.

As afirmações acima se referem a esses aspectos constantes. Indique se sãoverdadeiras (V) ou falsas (F) e assinale a opção correta.

a) V, V, V, V, V

b) F, F, F, F, F

c) V, F, V, V, V

d) V, V, F, F, V

e) V, F, F, F, V

A primeira afirmação é verdadeira. O poder político é compartilhado pela Uniãoe pelas unidades federadas, não havendo hierarquia entre eles. Apesar de nãohaver soberania dos Estados-membros, temos dois poderes na federação: o daUnião e o dos Estados.

A segunda afirmação é falsa porque, apesar de realmente existir a preeminên-cia da Constituição Federal sobre as demais, alterações nela não precisam serratificadas pelos Estados-membros. Estes participam do Senado, votam asemendas constitucionais por meio de seus representantes, mas isso não signi-fica ratificar.

A terceira afirmação é verdadeira. Apesar de as unidades da federação possuí-rem autonomia, há limites para a descentralização, como a inexistência dodireito de secessão.

A quarta afirmação é verdadeira, já que a O Estado Federado possui soberaniano direito internacional, mas os Estados-membros não possuem.

A quinta afirmação é verdadeira. No Estado Federal temos a unidade, consubs-tanciada na integração, na presença de soberania apenas na União – comovimos, na ordem internacional o Estado Federal é visto como um Estado sim-ples. Temos também a pluralidade, já que ele é formado por diversos entesdotados de autonomia.

Gabarito: C.

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26.  (ESAF/CGU/2004) O Brasil é um Estado organizado de forma Federati-va; isto significa que as atribuições inerentes aos poderes executivo, legisla-tivo e judiciário são divididas em duas esferas de atuação: a Federal (União)

e a Estadual. Em relação a essas esferas, é incorreto afirmar que:a) os estados têm total autonomia para formulação e aplicação de suas polí-ticas independentemente do poder central.

b) aos estados e municípios são atribuídas as ações de caráter local.

c) a cúpula dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário formam onúcleo estratégico do Estado.

d) o critério de divisão de poderes entre a União e os estados-membros é aomesmo tempo funcional e territorial.

e) a Constituição da União e as leis federais determinam o escopo e alcancedas constituições dos estados federados.

Vimos que a distribuição de competências entre os entes da federação pode sedar com a determinação das competências da União, sendo que os Estados-membros ficam com as residuais, ou então o inverso. Contudo, sempre osEstados-membros devem obedecer aos ditames da Constituição Federal, porisso eles não têm TOTAL autonomia na formulação de suas políticas, o que fazda letra “A” errada.

Há uma supremacia jurídica do Estado Federal sobre os Estados-membros.Isso fica patente nos preceitos da Constituição Federal que ordinariamenteimpõe limites aos ordenamentos políticos dos Estados-membros, pertinentes àforma de governo, às relações entre os poderes, à competência legislativa, àsolução dos litígios na esfera judiciária, etc.

A letra “B” é certa. Geralmente coloca-se que aos municípios são atribuídas asações de caráter local e aos Estados as de caráter regional. Nesse ponto euacho essa questão falha. Mas, como muitos falam, na ESAF o que vale é a

mais errada, temos que seguir em frente.

Segundo o Plano Diretor:

NÚCLEO ESTRATÉGICO. Corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que define as leis e as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento. É por-tanto o setor onde as decisões estratégicas são tomadas. Corresponde aosPoderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público e, no poder executivo,ao Presidente da República, aos ministros e aos seus auxiliares e assessoresdiretos, responsáveis pelo planejamento e formulação das políticas públicas.

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Portanto, a letra “C” é certa, já que o núcleo estratégico corresponde à cúpulados três poderes.

A letra “D” é certa, já que, por um lado a divisão de poderes é territorial, como

no caso do transporte coletivo, em que, apesar do assunto ser o mesmo, cadaesfera fica responsável por um aspecto territorial: nacional, estadual e local. Omesmo ocorre com o meio-ambiente e outros assuntos. Por outro lado, é tam-bém funcional, porque alguns assuntos são tratados apenas pela União e ou-tros pelos Estados-membros.

A letra “E” é certa, apesar de que precisou explicar melhor. Já sabemos que aConstituição Estadual deve obedecer à Constituição Federal. Mas a alternativafala que ela deve obedecer também à legislação federal. Aqui nós temos quecolocar um grande DEPENDE. Quando comparamos legislação federal com es-

tadual ou municipal, não dá para saber de antemão qual deve prevalecer. Tudovai depender da matéria que está sendo tratada e de que esfera é competentepara tratar da matéria.

Não podemos falar em hierarquia entre normas oriundas de entes estataisdistintos, isto é, não há relação hierárquica entre normas federais, estaduais emunicipais. Um possível conflito entre tais normas tem que ser resolvido combase na Constituição Federal, de acordo com a competência outorgada a cadaente federativo. Prevalecerá, em cada caso, a norma do ente competente para

o trato da matéria, de acordo com a repartição de competência traçada na CF.Assim, num eventual conflito entre uma lei federal e uma lei municipal cuidan-do de assunto de interesse local (horário de funcionamento de farmácia, porexemplo), prevalecerá a lei municipal, pois a competência para o trato de as-sunto de interesse local pertence à municipalidade.

Portanto, lei federal pode limitar o escopo do tratamento que a constituiçãoestadual irá dar a determinada matéria, desde que a matéria seja de compe-tência da União.

Gabarito: E.

27.  (ESAF/SFC/2002) Por motivos geográficos, culturais, históricos e políti-cos, vigorou no Brasil, durante muitas décadas, um federalismo de direito,mas não de fato. Esta situação vem sendo alterada gradativamente desde1988, porém há diversos aspectos ainda não consolidados no pacto federati-vo brasileiro. Sobre a questão do federalismo no Brasil, marque a opção in-correta.

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a) O pacto federativo brasileiro poderia ser beneficiado pela formação e for-talecimento de partidos regionais, capazes de introduzir maior transparênciae competitividade no processo político, e de opor-se às tradicionais coalizões

entre oligarquias decadentes e grupos corporativos que se beneficiam dacentralização política e administrativa.

b) A dimensão continental do país é um elemento estrutural e cultural im-portante na definição das funções do Estado, exigindo o fortalecimento dasfunções de integração que dão visibilidade, poder e influência ao poder cen-tral, também chamado de União.

c) O Brasil é o único país do mundo no qual o município foi constitucional-mente consagrado como “entidade federativa”, o que traz diversas implica-

ções práticas, ainda não resolvidas, quanto ao exercício do princípio daautonomia financeira e de autogoverno.

d) As relações entre as diversas instâncias devem pautar-se pelo princípioda subsidiariedade, que determina que sempre que uma determinada funçãopuder ser exercida pela instância hierarquicamente inferior, não deverá serassumida pela que lhe está acima.

e) Um dos aspectos mais delicados do debate sobre o pacto federativo noBrasil é o sistema de representação regional na Câmara dos Deputados, jáque a sub-representação penaliza os estados economicamente mais podero-sos, enquanto a super-representação tende a privilegiar de maneira muitodesigual os estados de grandes espaços, população rarefeita e baixo desen-volvimento econômico.

A defesa de partidos nacionais no Brasil teve bastante força na década de1930, com o Governo de Getúlio Vargas. Centralizador e autoritário, duranteos quinze anos seguintes a revolução de 1930, Vargas praticou medidas para oirreversível esvaziamento do poder dos coronéis. O voto secreto e o voto femi-

nino (inicialmente somente de funcionárias públicas) foram dois dos instru-mentos utilizados para isso.

Gilberto Amado, um dos pensadores dessa corrente na época, e defendia aorganização de partidos nacionais que reduzissem os efeitos do regionalismo.Os verdadeiros partidos são aqueles que procuram organizar as diversas clas-ses, corporações e grupos e evitar o provincianismo. O partido nacional não éa soma das elites regionais, mas de uma representação política de interessessociais organizados.

Toda esta tese vale também para os dias de hoje. O pacto federativo brasileiropoderia ser fortalecido pela formação de partidos nacionais, e não regionais. A

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letra “A” é errada porque são os partidos nacionais que enfraquecem as oligar-quias regionais e são eles que podem proporcionar maior transparência e com-petitividade no processo político.

A letra “B” fala que, devido Às proporções do país, ganham importância asfunções do Estado ligadas a integração das unidades federadas. É preciso umacoordenação dos diversos entes e esferas envolvidos. Segundo Abrucio:

O governo federal também pode ter um papel coordenador e/ou indutor.Por um lado, porque em vários países os governos subnacionais têm pro-blemas financeiros e administrativos que dificultam a assunção de encargos.Por outro, porque a União tem por vezes a capacidade de arbitrar conflitos

 políticos e de jurisdição, além de incentivar a atuação conjunta e articuladaentre os níveis de governo no terreno das políticas públicas.

Portanto, na maioria das vezes a União atuará como um elemento integrador.A letra “B” é certa.

A letra “C” é certa, pois, apesar de haver o entendimento de que os municípiossão entes federativos dotados dos três tipos de autonomia, gera-se muitasimplicações práticas não resolvidas devido às discussões acerca de seu regra-mento jurídico.

O principio da Subsidiariedade tem suas origens mais remotas no pensamentoaristotélico, que apresentava uma sociedade composta por diversos gruposcom tarefas específicas, realizando suas próprias necessidades. Para Aristóte-les, "a família empreende as atividades da vida cotidiana, a cidade realiza ocu-pações mais amplas".

Em primeiro lugar, tem-se que a subsidiariedade aponta no sentido da valori-zação da liberdade individual, não nos moldes imperantes na época do Libera-lismo, mas uma liberdade responsável e condicionada pelo bem comum. Tem-se que os indivíduos (e as sociedades menores), por sua iniciativa e indústria,devem buscar a realização de seus fins e do bem comum, devendo agir com

liberdade, desde que não prejudiquem o bem geral e os demais.Nesse contexto, o Estado deve respeitar os indivíduos e as sociedades inter-mediárias no exercício dos seus direitos, no cumprimento dos seus deveres eobrigações, sem suplantá-los ou fazer as suas vezes, a menos que isso se façanecessário por circunstâncias excepcionais. Visa-se com isso ao desenvolvi-mento das potencialidades e do exercício efetivo da liberdade, com a assunçãodas correspondentes responsabilidades, por parte das sociedades menores edos indivíduos. Incumbe ao Estado criar condições para que o indivíduo, pes-soalmente, alcance a realização de seus fins.

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Outra ideia inerente ao princípio da subsidiariedade é a de repartição de com-petências. Prega certa hierarquia em relação à atuação humana, partindo dasesferas menores - indivíduo -, passando pelas sociedades intermediárias atéchegar ao Estado. A cada grau de organização devem ser atribuídas as compe-tências que ele pode melhor exercer.

Assim, a letra “D” é certa, já que o princípio da subsidiariedade defende que,sempre que possível, as funções devem ser desempenhadas pelas instânciasinferiores.

Vimos que a CF88 limita ao máximo de 70 deputados por unidade da federa-ção, e o mínimo de 08. Isto causa distorções na proporcionalidade. A letra “E” é certa.

Gabarito: A.

28.  (ESAF/SUSEP/2002) As agências reguladoras, recentemente criadas naAdministração Pública Indireta Federal, não se caracterizam por

a) personalidade jurídica de direito público, sob a forma de autarquia.

b) autonomia para editar normas administrativas referentes ao objeto desua regulação, observados os limites legais.

c) independência de seu corpo diretivo.d) exercício do poder de polícia respectivo à área de atuação.

e) desvinculação a órgão ministerial supervisor.

A letra “A” é certa. As agências reguladoras estão sendo criadas como autar-quias de regime especial. Uma vez que são autarquias, são pessoas jurídicasde direito público, pois exercem atividade exclusiva de Estado, a regulação.

A letra “B” é certa, traz o poder normativo das agências reguladoras. Elas po-dem regulamentar aspectos que a lei não adentrou ou deixou margens parainterpretação, ou seja, elas não poderiam se sobrepor ao princípio da legalida-de e inovar inicialmente na ordem jurídica. Ressaltando-se essa limitação, elaspodem expedir normas de caráter eminentemente técnico, no setor a elas afe-to. Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro:

não podem regular matéria não disciplinada em lei, porque os regulamentosautônomos não têm fundamento constitucional no direito brasileiro, nem

 podem regulamentar leis, porque essa competência é privativa do chefe doPoder Executivo e, se pudesse ser delegada, essa delegação teria que ser feita pela autoridade que detém o poder regulamentar e não pelo legislador 

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(...) As normas que podem baixar resumem-se ao seguinte: (a) regular a própria atividade da agência por meio de normas de efeitos internos; (b)conceituar, interpretar, explicitar conceitos jurídicos indeterminados conti-dos em lei, sem inovar na ordem jurídica.

Contudo, o que tem ocorrido na prática é que as agências reguladoras possu-em uma abrangente competência normativa, efetivamente inovando a ordem

 jurídica.

A letra “C” é certa. O “regime especial” das agências reguladoras pode sertraduzido, nos termos de cada lei instituidora, em prerrogativas especiais,normalmente relacionadas à ampliação de sua autonomia administrativa efinanceira. Para exemplificar, a seguir está o art. 8º, § 2º, da Lei 9.472/97,que trata da ANATEL:

§ 2º A natureza de autarquia especial conferida à Agência é caracterizada por independência administrativa, ausência de subordinação hierárquica,mandato fixo de seus dirigentes e autonomia financeira.

A Lei n.º 9.986/2000, que dispõe sobre a gestão de recursos humanos dasagências reguladoras, determina que:

 Art. 9º Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em ca-so de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de proces-so administrativo disciplinar.

Parágrafo único. A lei de criação da Agência poderá prever outras condições para a perda do mandato.

Portanto, para conferir maior autonomia das agências reguladoras, seus direto-res terão mandato fixo, fixado na lei de criação da agência, e só poderão per-der o cargo em virtude de decisão judicial ou processo administrativodisciplinar. Contudo, a lei de criação da agência pode estabelecer outras for-mas de perda de mandato.

A letra “D” é certa. As agências reguladoras possuem as mesmas atribuições

que estariam na competência do poder concedente na assinatura de contratosadministrativos com particulares.

A letra “E” é errada. Apesar de possuírem maior independência, não significaque não há nenhum tipo de controle por parte do Executivo. Elas se submetemaos princípios da administração pública e ao poder de supervisão do ministérioou secretaria a que estejam vinculadas, pois ainda assim são da administraçãoindireta, submetendo-se à tutela administrativa. Assim, apesar de seus direto-res possuírem mandato fixo, podem ser retirados do cargo por processo admi-nistrativo caso infrinjam algum dos princípios administrativos.

Gabarito: E.

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29.  (ESAF/AFPS/2002) A Constituição Federal prevê a concessão de auto-nomia gerencial, orçamentária e financeira a órgãos e entidades da Adminis-tração Pública, mediante contrato de gestão. O comando constitucional não

inclui, entre os assuntos da lei que regerá o tema, o seguinte:a) o prazo de duração do contrato.

b) a remuneração do pessoal.

c) os critérios de avaliação de desempenho.

d) o montante dos recursos.

e) a responsabilidade dos dirigentes.

Questão que exige a decoreba. Segundo a CF88:§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entida-des da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante con-trato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, quetenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou enti-dade, cabendo à lei dispor sobre:

I - o prazo de duração do contrato;

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obriga-

ções e responsabilidade dos dirigentes;III - a remuneração do pessoal.

Gabarito: D.

30.  (ESAF/AFRF/2002) O contrato de gestão é um instrumento consagradode gestão de resultados na administração pública. Julgue os itens a seguir.

I. Os contratos de gestão firmados com organizações privadas demandam

prévia licitação.

II. Os contratos de gestão firmados entre organizações públicas fragilizam ocontratado na medida em que não prevêem penalidades aos contratantesem caso de impossibilidade de repasses financeiros.

III. A contratualização interna se dá entre a cúpula e instâncias operacionaisde uma mesma organização.

IV. O descumprimento injustificado pelas agências reguladoras de contratode gestão que tenham firmado leva à demissão de seus dirigentes.

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V. A regulamentação do parágrafo 8º do art. 37 da Constituição Federalpermite a ampliação da autonomia gerencial mediante contrato de gestãoapenas para autarquias e fundações.

Estão corretos apenas os itens

a) I, II e III

b) I, II e IV

c) II, III e IV

d) II, IV e V

e) III, IV e V

A primeira afirmação é incorreta. Os contratos de gestão não demandamlicitação prévia. Esta é uma das críticas da Maria Sylvia Zanella Di Pietro.Segundo a autora, para que a organização social se enquadrasse ad-equadamente nos princípios constitucionais que regem a gestão do patrimôniopúblico e que existem exatamente para proteger este patrimônio, serianecessário, no mínimo:

A exigência de licitação para a escolha da entidade;

Comprovação de que a entidade já existe, tem sede própria, patrimônio,

capital, entre outros requisitos exigidos para que uma pessoa jurídica seconstitua validamente;

Demonstração de qualificação técnica e idoneidade financeira paraadministrar o patrimônio público;

Submissão aos princípios da licitação;

Imposição de limitações salariais quando dependam de recursosorçamentários do estado para pagar seus empregados;

Prestação de garantia tal como exigida nos contratos administrat-

ivos.

A segunda afirmação é certa, não há na legislação previsão de nenhumapenalidade no caso de não repasse de recursos nas contratualizações.

A terceira afirmação é correta. A contratualização representa o acordo deresultados, em que se concede autonomia em troca do cumprimento demetas. Também pode ocorrer internamente nas organizações.

A quarta afirmação é correta. A Lei 9.986/2000, que dispõe sobre a gestãode recursos humanos das Agências Reguladoras, não fala na demissão em

virtude desse descumprimento. Segundo a Lei:

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 Art. 9º Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em ca-so de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de proces-so administrativo disciplinar.

Mas há projeto de lei querendo alterar a redação deste artigo para: Art. 9º - A exoneração dos Conselheiros e dos Diretores poderá ser promo-vida pelo Chefe do Poder Executivo em qualquer época, observado o dispos-to neste artigo.

§ 1º - Constituem motivos para a exoneração de dirigentes das Agências,em qualquer época a prática de ato de improbidade administrativa; a con-denação penal transitada em julgado, o descumprimento injustificado docontrato de gestão, e a não observância das políticas determinadas pelo Mi-nistério ou Órgão Superior.

Esta previsão já está presente em diversas leis de criação das agências regula-doras, como da Anvisa:

 Art. 12. A exoneração imotivada de Diretor da Agência somente poderá ser  promovida nos quatro meses iniciais do mandato, findos os quais será asse-gurado seu pleno e integral exercício, salvo nos casos de prática de ato deimprobidade administrativa, de condenação penal transitada em julgado ede descumprimento injustificado do contrato de gestão da autarquia.

A quinta afirmação é incorreta, já que o contrato de gestão do §8º é para

qualquer órgão ou entidade da administração direta e indireta.

Gabarito: C.

31.  (ESAF/SEFAZ-MT/2001) Em relação à organização administrativa brasi-leira, assinale a afirmativa verdadeira.

a) A recente figura das organizações sociais reveste-se da personalidade ju-rídica de direito público.

b) Após a Emenda Constitucional 19/98, ficou vedado ao Poder Público criarfundações sob regime de direito privado.

c) Empresas públicas e sociedades de economia mista têm, exclusivamente,como objeto institucional atividades relativas a serviços públicos.

d) No momento, somente existem no Brasil autarquias classificadas como deserviço.

e) Caracteriza o órgão autônomo a personalidade jurídica própria.

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A letra “A” é errada. Na época da questão, as Organizações Sociais ainda eramrecentes, a lei que as regula é de 2000. O erro está no direito público. Segun-do a Lei 9.637/2000:

 Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pes-soas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejamdirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à

 proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidosaos requisitos previstos nesta Lei.

A letra “B” é errada. Vamos ver a alteração promovida pela EC 19/1998:

 XIX - somente por lei específica poderão ser criadas empresa pública, soci-edade de economia mista, autarquia ou fundação pública;

 XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada ainstituição de empresa pública, sociedade de economia mista e de fundação,cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atu-ação;

Surgiu então uma discussão em torno da criação das fundações públicas, que,segundo a nova redação, não seriam criadas por lei, mas sim teriam sua cria-ção autorizada por lei. O STF analisou essa mudança e foi estabelecido que,atualmente, há duas modalidades de fundação pública: as de direito público eas de direito privado. Aquelas são criadas por lei específica; estas, pelo regis-

tro do ato constitutivo, após autorização em lei específica.

A letra “C” é errada. As empresas públicas e sociedades de economia mista,apesar de sempre ostentarem personalidade de direito privado, ora são regidaspor regime jurídico de direito público, ora de direito privado. Quando explora-rem atividade econômica de produção ou comercialização de bens, área tipi-camente privada, serão regidas principalmente pelo regime jurídico de direitoprivado, equiparando-se às demais empresas atuantes no mercado quanto aosdireitos e obrigações comerciais, civis, trabalhistas e tributários. Já as empre-sas estatais que atuam na prestação de serviços públicos subordinam-se preci-

puamente ao regime administrativo, de direito público.

A letra “D” é certa. As autarquias são consideradas um “serviço público perso-nalizado”, expressão que indica a natureza de sua atividade (sempre prestaçãode serviços tipicamente estatais) e o fato de constituírem uma pessoa jurídica,com capacidade de adquirir direitos e contrair obrigações em nome próprio.

A letra “E” é errada. Órgãos, não têm personalidade jurídica própria, mesmo osautônomos.

Gabarito: D.

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32.  (ESAF/STN/2000) O Brasil, conforme reza o art. 1º da Constituição Fe-deral, é uma República Federativa, formada pela união indissolúvel dos Es-tados e Municípios e do Distrito Federal. Quanto à forma, podemos afirmar

que o Brasil é um Estadoa) unitário ou republicano, uma vez que existe uma unidade de poder sobreo território, pessoas e bens .

b) composto ou federal, uma vez que existe uma repartição regional de po-deres autônomos.

c) unitário ou federal, uma vez que existe a união indissolúvel dos Estados,Municípios e do Distrito Federal.

d) composto ou republicano, uma vez que é formado de Estados-membros

que possuem ampla liberdade administrativa, política e econômica.e) unitário ou federal, uma vez que possui um centro de poder que seestende por todo o território e sobre toda a população.

Não podemos confundir “formas de governo” com “sistemas de governo”. Asformas são a monarquia e a república, enquanto os sistemas são o presid-encialismo e o parlamentarismo. Temos ainda as formas de Estado: unitáriosou federados. E é esta última que é cobrada pela questão.

Nossa forma de Estado é o federalismo, chamado também de Estadocomposto, em que os entes federados são dotados de autonomia. SegundoGeorges Scelle o sistema federativo repousa sobre dois princípios essenciais:

a lei da participação: os estados membros tomam parte da formaçãoda vontade estatal referida a toda ordem federativa.

a lei da autonomia: há competência constitucional própria e primáriapara organizar, estatuir e gerir o seu ordenamento, dentro dos limites

traçados pela Constituição federal. Não depende da União naquilo queconstitui a esfera de suas atribuições específicas. É dotado de poderconstituinte

O poder político é compartilhado pela União e pelas unidades federadas. Alémdo governo federal, existem governos estaduais dotados de autonomia política,podendo fixar sua própria orientação nos assuntos de seu interesse, desde quenão contrariem a Constituição Federal. N o Brasil ainda temos os municípioscomo entes federativos, ou seja, um terceiro nível.

Gabarito: B.

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33.  (ESAF/SFC/2000) Em relação ao federalismo e à descentralização políti-ca, não se pode afirmar que:

a) O que realmente caracteriza o Estado federal é o princípio constitucionalque lhe impõe o respeito às competências das unidades federativas.

b) Na descentralização administrativa tem-se um fenômeno de derivaçãodos poderes administrativos do aparelho político-administrativo do Estado.

c) No federalismo, a determinação do nível de autonomia constitucional dasinstâncias subnacionais é de competência legislativa estadual.

d) O federalismo baseia-se nos princípios da autonomia das partes e da par-ticipação no todo.

e) Ao Estado unitário é permitido mudar o ordenamento precedente, medi-ante o próprio órgão legislativo, via lei ordinária ou constitucional.

Vimos que a Constituição Federal estabelece as competências tanto da Uniãoquanto das unidades federadas. Assim, uma das características do Estado Fe-deral é o respeito da União à autonomia dos Estados-membros. Tanto que apossibilidade de intervenção da União nos Estados é limitada a casos específi-cos. A letra “A” é certa.

A Descentralização Administrativa ocorre quando as atribuições que os entesdescentralizados exercem só têm valor jurídico que lhes empresta o ente cen-tral. Segundo Roversi e Monaco:

 A descentralização política distingue-se da administrativa não apenas pelotipo diferente de ações exercidas, mas também pelo título que caracterizaseu fundamento. A descentralização política expressa uma ideia de direitoautônomo, enquanto na descentralização administrativa específica temosum fenômeno de derivação dos poderes administrativos que, por sua vez,derivam do aparelho do Estado, isto é, do Estado-pessoa.

Quando a letra “B” fala em derivação, podemos fugir um pouco da nossa maté-ria e invadir a de Português. No estudo da formação das palavras, a derivaçãoé a formação de uma palavra a partir de outra. Um exemplo é a palavra triân-gulo, que significa três ângulos. Aqui na nossa matéria, o significado de deriva-ção é o mesmo, ou seja, a descentralização administrativa ocorre com atransferência de poderes. O ente descentralizado recebe seus poderes de ou-tro, coisa que não acontece na descentralização política, em que os poderessão do próprio ente descentralizado. A letra “B” é correta.

A letra “C” é errada porque é a Constituição Federal, e não as estaduais, que

estabelece o nível de autonomia constitucional das instâncias subnacionais.

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A letra “D” é certa. Vimos que Georges Scelle afirma que o sistema federat-ivo repousa sobre dois princípios essenciais:

a lei da participação: os estados membros tomam parte da formação da

vontade estatal referida a toda ordem federativa.

a lei da autonomia: há competência constitucional própria e primáriapara organizar, estatuir e gerir o seu ordenamento, dentro dos limitestraçados pela Constituição federal. N ão depende da União naquilo queconstitui a esfera de suas atribuições específicas. É dotado de poderconstituinte

A letra “E” é certa. O Estado Unitário pode alterar seu ordenamento jurídico. OEstado Federal também pode, inclusive com seu próprio órgão legislativo, ouseja, o Congresso Nacional. Só não pode alterar as Constituições Estaduais.

Os Estados-membros, dispondo do poder constituinte, decorrente de sua con-dição mesma de Estado, podem livremente erigir um ordenamento constitu-cional autônomo e alterá-lo livremente, desde que a criação originária da or-dem constitucional e sua eventual reforma subseqüente se façam com inteiraobediência às disposições da Constituição Federal.

Gabarito: C.

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1.  (ESAF/DNIT/2013) A respeito dos conceitos, constituição, formas e objeti-vos dos consórcios públicos de que trata a Lei n. 11.107/2005, é correto afir-mar, exceto:

a) a participação da União na formação dos consórcios públicos está condicio-nada à participação de todos os Estados em cujos territórios estejam situadosos municípios consorciados.

b) a celebração de protocolo de intenções é condição necessária para a consti-tuição do consórcio público.

c) para o cumprimento dos seus objetivos, os consórcios públicos podem rece-ber auxílios, subvenções e contribuições.

d) é vedado autorizar mediante contrato a permissão para que o consórciopúblico promova a outorga, concessão e permissão de obras ou serviços públi-cos.

e) Pode ser constituído na forma de associação pública ou pessoa jurídica dedireito privado.

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2.  (ESAF/ATA-MF/2012) Acerca da organização do Estado e da Administra-ção, analise as afirmativas abaixo, diagnosticando se são verdadeiras (V) oufalsas (F). Ao final, assinale a opção que apresente a sequência correta.

( ) Entidades administrativas são as pessoas jurídicas que integram a Adminis-tração Pública formal brasileira, sem dispor de autonomia política.

( ) Uma entidade administrativa recebe suas competências da lei que a cria ouautoriza a sua criação. Tais competências podem ser de mera execução de leise excepcionalmente legislativas strito sensu.

( ) As entidades administrativas não são hierarquicamente subordinadas àpessoa política instituidora.

( ) Entidades administrativas são pessoas jurídicas que compõem a administra-

ção direta.a) V, V, V, F

b) V, F, V, F

c) F, V, V, F

d) V, F, F, V

e) V, V, F, V

3.  (ESAF/MI/2012) A doutrina pátria costuma classificar a prestação de ser-viços públicos entre concentrados e desconcentrados, centralizados e descen-tralizados. Tendo em conta tal classificação, é correto afirmar que o serviçopúblico realizado por órgão com competência específica para tanto, integranteda estrutura de uma entidade que compõe a administração indireta titular detal serviço, configura uma prestação de serviços

a) descentralizada por colaboração.

b) concentrada descentralizada.

c) desconcentrada centralizada.d) concentrada centralizada.

e) desconcentrada descentralizada.

4.  (ESAF/SEFAZ-RJ/2010) Sobre a Parceria Público-Privada (PPP), assinale aopção correta.

a) São modalidades de PPP a concessão patrocinada e a concessão de uso.

b) É possível que o objeto do contrato de PPP seja atividade regulatória.

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c) A modalidade de licitação para a PPP é a concorrência, não se admitindo,portanto, a realização de lances em viva voz no processo licitatório.

d) O prazo de vigência do contrato de PPP pode ser de até quarenta anos.

e) Antes da celebração do contrato de PPP, deverá ser constituída sociedade depropósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.

5.  (ESAF/ISS-RJ/2010) Sobre a organização da administração pública brasi-leira, é correto afirmar que:

a) por serem qualificadas como autarquias de natureza especial, as agênciasreguladoras integram a administração direta.

b) ao contrário do que ocorre em relação às autarquias, a lei não cria empre-sas públicas, apenas autoriza sua instituição.

c) agências reguladoras e agências executivas são categorias de entidadespertencentes à administração indireta.

d) a Constituição Federal veda, aos municípios, a criação de autarquias.

e) no âmbito federal, as empresas públicas subordinam-se, hierarquicamente,aos ministérios a que se vinculem.

6.  (ESAF/APO-MPOG/2010) Acerca da contratualização de resultados, pelaadministração pública, é correto afirmar:

a) segundo alguns doutrinadores do Direito Administrativo, o Contrato de Ges-tão não seria o termo adequado para a pactuação entre órgãos da administra-ção direta.

b) como área temática, a contratualização de resultados tem por objetivo mai-or a redução das amarras burocráticas impostas à administração direta.

c) o Contrato de Gestão, quando firmado com OSCIPs, prescinde do estabele-cimento de padrões de desempenho.

d) a contratualização de resultados nada mais é que um dos processos de ter-ceirização preconizados pelo Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado,de 1995.

e) o Termo de Parceria, quando firmado com Organizações Sociais, obriga aoestabelecimento de padrões de desempenho.

7.  (ESAF/APO-MPOG/2010) Sérgio Abranches consagrou o termo ‘Presidenci-alismo de Coalizão’ para se referir ao sistema político brasileiro em artigo de

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1988. Nessa perspectiva, o Poder Executivo se fortalece politicamente combase em grandes coalizões no Parlamento. Para alguns autores, como Fernan-do Limongi & Argelina Figueiredo, que seguem uma linha mais institucionalista,

a Relação de Poderes, no Sistema Político, apresenta as características citadasa seguir, as quais são decisivas para a compreensão do funcionamento do sis-tema político brasileiro. Assinale a opção que corresponde ao pensamento deFernando Limongi & Argelina Figueiredo.

a) O sistema partidário brasileiro caracteriza-se por ser multipartidário e frag-mentado, com partidos frágeis e incapazes de dar sustentação política às pro-postas do governo.

b) Há falta de governabilidade no Brasil, com o governo dando mostras de serincapaz de governar.

c) O Parlamento é o centro das decisões do sistema político brasileiro, de ondeprovêm as orientações e inclusive a origem das políticas públicas que serãoadotados pelo Poder Executivo, que é subordinado ao Poder do Parlamento.

d) Os Deputados atuam de forma pessoal, reforçando o caráter Personalista dosistema político brasileiro, não seguindo a orientação dos líderes partidários.

e) Há um predomínio do Executivo sobre a produção legislativa. O Poder Exe-cutivo é bem-sucedido na arena legislativa porque conta com o apoio sólido deuma coalizão partidária. A disciplina partidária é a norma no Parlamento brasi-

leiro.

8.  (ESAF/AFT/2010) Um consórcio público, com personalidade jurídica dedireito público, composto por alguns municípios, pelos respectivos governosestaduais e pela União, integra:

a) nos municípios e nos estados, a administração direta; na União, a adminis-tração indireta.

b) nos municípios, nos estados e na União, a administração indireta.c) nos municípios, a administração direta; nos estados e na União, a adminis-tração indireta.

d) nos municípios, nos estados e na União, a administração direta.

e) nos municípios e nos estados, a administração indireta; na União, a admi-nistração direta.

9.  (ESAF/ATRFB/2010) Marque a opção incorreta.

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a) O contrato de gestão, quando celebrado com organizações sociais, restringea sua autonomia.

b) Quanto à estrutura das autarquias, estas podem ser fundacionais e corpora-

tivas.c) Os serviços sociais autônomos são entes paraestatais que não integram aAdministração direta nem a indireta.

d) Organização social é a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de direitoprivado ou público, sem fins lucrativos, e que recebe delegação do Poder Públi-co, mediante contrato de gestão, para desempenhar serviço público de nature-za social.

e) A Administração Pública, ao criar fundação de direito privado, submete-a ao

direito comum em tudo aquilo que não for expressamente derrogado por nor-mas de direito público.

10.  (ESAF/AFRFB/2009) Sobre a organização do Estado brasileiro, é corretoafirmar que:

a) administrativamente, os municípios se submetem aos estados, e estes, porsua vez, submetem-se à União.

b) quando instituídas, as regiões metropolitanas podem gozar de prerrogativas

políticas, administrativas e financeiras diferenciadas em relação aos demaismunicípios do estado.

c) quando existentes, os territórios federais gozam da mesma autonomia polí-tico-administrativa que os estados e o Distrito Federal.

d) o Distrito Federal é a capital federal.

e) embora, por princípio, todos os entes federados sejam autônomos, em de-terminados casos, os estados podem intervir em seus municípios.

11.  (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) O termo “presidencialismo de coalizão” é usa-do para designar o arranjo político estabelecido no Brasil em função das rela-ções entre Executivo e Legislativo. A expressão é pertinente porque o sistemapolítico brasileiro tem características híbridas do presidencialismo e do parla-mentarismo, entre as quais:

1. o Presidente da República conta com recursos de poder como a execução doorçamento, que não é de aplicação compulsória.

2. o Executivo necessita do apoio do Legislativo para ter sua agenda aprovadae para governar.

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3. o Presidente tem a prerrogativa de editar Medidas Provisórias com força delei, mas a iniciativa legislativa é exclusividade do Congresso.

4. o Presidente impõe sua agenda legislativa porque as lideranças partidárias

são frágeis e suas orientações raramente são seguidas por seus liderados.Os enunciados acima são:

a) todos verdadeiros.

b) todos falsos.

c) verdadeiros o 3 e o 4.

d) verdadeiros o 1 e o 2.

e) verdadeiros o 2 e o 4.

12.  (ESAF/ANA/2009) Sobre as Agências Reguladoras, é correto afirmar queintegram a:

a) Administração Direta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia.

b) Administração Direta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia emregime especial.

c) Administração Indireta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia.

d) Administração Indireta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia emregime especial.

e) Administração Indireta e, embora esse tenha sido o lugar-comum até hoje,não são obrigadas a adotar a forma de autarquia, muito menos em regimeespecial.

13.  (ESAF/STN/2008) O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal são,respectivamente, sociedade de economia mista e empresa pública, cujos capi-

tais votantes majoritários pertencem à União. Quanto a estas espécies de insti-tuições, analise os itens a seguir e marque com V se a assertiva for verdadeirae com F se for falsa. Ao final, assinale a opção correspondente.

( ) A constituição de sociedades de economia mista e de empresas públicasdecorre de um processo de descentralização do Estado que passa a exercercertas atividades por intermédio de outras entidades.

( ) Apesar de serem constituídas como pessoas jurídicas de direito privado, associedades de economia mista e as empresas públicas estão submetidas hie-

rarquicamente à pessoa política da federação que as tenha criado.

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( ) Somente por lei específica podem ser criadas sociedades de economia mistae empresas públicas, bem como necessária autorização legislativa, em cadacaso, para a criação de suas subsidiárias.

( ) As empresas públicas e as sociedades de economia mista exploradoras deatividade econômica sujeitam-se ao regime próprio das empresas privadas,inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tri-butários.

( ) Quanto ao regime de compras, as empresas públicas e as sociedades deeconomia mista sujeitam-se aos princípios da administração pública e devemobservar procedimento licitatório.

a) V, V, F, V, F

b) V, F, F, V, Vc) F, F, V, F, V

d) F, V, V, F, F

e) V, F, F, V, V

14.  (ESAF/APO-MPOG/2008) Modernamente, a Organização Administrativa doEstado Brasileiro adquiriu novos contornos com a edição da Lei n.

11.107/2005. Nesse diapasão, analise os itens abaixo e marque a opção corre-ta.

I. O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra aadministração indireta de todos os entes da Federação consorciados.

II. No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o con-sórcio público observará as normas de direito público quanto à celebração decontratos.

III. Os consórcios públicos ou privados, na área de saúde, deverão obedeceraos princípios, diretrizes e normas que regulam o Sistema Único de Saúde –SUS.

IV. Os entes da Federação consorciados, ou com eles conveniados, não pode-rão ceder-lhe servidores, na forma e condições da legislação de cada um antea observância constitucional de exigência de concurso público.

a) Apenas o item I está correto.

b) Apenas o item II está correto.

c) Apenas os itens II e IV estão incorretos.

d) Apenas os itens I e III estão incorretos.

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e) Apenas os itens III e IV estão incorretos.

15.  (ESAF/CGU/2008) Sobre as contratações de consórcios públicos é corretoafirmar que:

a) os objetivos dos consórcios públicos serão determinados pela lei.

b) é admitida a cláusula do contrato de consórcio que preveja determinadascontribuições financeiras ou econômicas de ente da Federação ao consórciopúblico, salvo a doação, destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imó-veis e as transferências ou cessões de direitos operadas por força de gestãoassociada de serviços públicos.

c) o contrato de consórcio público deve, como condição de validade, ser cele-

brado por todos os entes da Federação que subscreveram o protocolo de in-tenções.

d) a execução das receitas e despesas do consórcio público não deverá obede-cer às normas de direito financeiro aplicáveis às entidades públicas, por seconstituir como pessoa jurídica de direito privado.

e) para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá ser con-tratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação consorci-ados, dispensada a licitação.

16.  (ESAF/CGU/2008) Segundo o Plano Diretor de Reforma do Aparelho doEstado de 1995, instituiu-se novos modelos organizacionais visando à moder-nização da gestão da administração pública: agências executivas e agênciasreguladoras. Selecione, do ponto de vista conceitual, a opção correta.

a) Agências reguladoras são criadas por determinação do Presidente da Repú-blica.

b) As atividades das agências executivas são definidas por Lei pelo CongressoNacional.

c) Agências reguladoras estão sujeitas à mudança de governo.

d) A finalidade das agências executivas é prestar serviços públicos exclusivosdo Estado.

e) Os dirigentes das agências reguladoras são de livre nomeação e exoneraçãodo Presidente da República.

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17.  (ESAF/ENAP/2006) Com relação à organização administrativa da Uniãoassinale a opção incorreta.

a) A administração direta tem como principal característica seu vínculo hierár-

quico à Presidência da República ou Ministérios.b) A administração indireta compõe-se de órgãos com personalidade jurídicavinculada à Presidência da República e Ministérios.

c) Autarquias, fundações públicas e empresas estatais são entidades da admi-nistração indireta do governo.

d) Empresas estatais assumem funções próprias do setor empresarial privadoe têm personalidade jurídica de direito privado.

e) O capital das sociedades de economia mista provêm do setor público, que

detém a maioria das ações com direito a voto, e do setor privado.

18.  (ESAF/ENAP/2006) Considerando a organização administrativa da União,selecione a afirmativa correta.

a) Embora haja partilha das atribuições administrativas nos níveis federal,estadual e municipal, o comando da administração de todos os níveis cabesomente ao Presidente da República.

b) A União, o Estado, o Distrito Federal e o Município exercitam os respectivospoderes conferidos pela Constituição da República em qualquer área territorialnacional ou não.

c) No âmbito federal, a Administração indireta é a constituída de entes queprestam serviços públicos, vinculados a empresas públicas.

d) No âmbito federal, a Administração direta é o conjunto dos órgãos integra-dos na estrutura administrativa da União.

e) A União é a instância de decisão sobre a partilha das atribuições nos níveisfederal, estadual e municipal, no que diz respeito às constituições federal eestaduais.

19.  (ESAF/CGU/2006) Sobre as parcerias público-privado (PPP), todas as op-ções abaixo são verdadeiras, exceto:

a) As PPP admitem complementação de receitas por parte do setor público, demaneira a viabilizar o empreendimento a ser contratado.

b) Embora o governo delegue ao setor privado os aspectos mercantis do em-

preendimento contratado mediante PPP, mantém suas prerrogativas de plane- jamento, monitoramento e regulamentação.

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c) As PPP podem ter como objetivo único tanto o fornecimento de equipamen-tos como de mão-de-obra, ou ainda a execução de obras públicas.

d) Nas PPP a alocação dos riscos é definida contratualmente entre a adminis-

tração e os entes privados.e) A lei das PPP é o regime predominante para as concessões administrativas,nas quais o usuário da prestação de serviço é a própria administração pública.

20.  (ESAF/CGU/2006) Devido às limitações impostas pela crise fiscal, muitosgovernos procuraram criar vias alternativas para viabilizar projetos de infraes-trutura e de provisão de serviços, como as parcerias público-privado (PPP).Sobre tal assunto, analise os enunciados abaixo e depois marque a resposta

certa.1- A parceria público-privado consiste em uma substituição da lógica da aquisi-ção de ativos para uma outra, de compra de serviços, o que acarreta altera-ções fundamentais na estrutura de incentivo dos contratos.

2- Ainda que a lei brasileira enquadre as parcerias público-privado como umaforma de concessão, elas se diferenciam das concessões tradicionais devido àfonte de remuneração do parceiro privado.

3- Nos contratos de parceria público-privado a eficiência resulta da possibilida-

de de dispersar entre vários agentes, a elaboração de projeto, construção eoperação de infraestrutura, incentivando a otimização de custos e a melhorqualidade na prestação do serviço, sem prejuízo da dimensão estratégica doplanejamento da política pública.

4- As parcerias público-privado representam a oportunidade de superação de-finitiva da restrição fiscal ao financiamento dos investimentos públicos em in-fraestrutura e provisão de serviços.

a) Apenas os enunciados 1,3 e 4 estão corretos.

b) Apenas os enunciados 2, 3 e 4 estão corretos.c) Apenas os enunciados 3 e 4 estão corretos.

d) Apenas os enunciados 1 e 2 estão corretos.

e) Apenas os enunciados 1 e 3 estão corretos.

21.  (ESAF/ADM-MPOG/2006) Complete as lacunas a seguir com a opção cor-reta.

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A Lei n. 11.079, de 30/12/2004, institui normas gerais para licitação econtratode ........... no âmbito da administração pública. Trata-se de contrato de......................... a ser firmado por ....................................................

a) parceria público-privada; concessão; sociedade constituída de propósitoespecífico.

b) privatização; cessão de direito; organização social criada para este fim.

c) parceria público-privada; cessão de direito; sociedade anônima comatuaçãono mercado.

d) privatização; concessão; sociedade anônima com atuação no mercado.

e) parceria público-privada; cessão de direito; sociedade constituída de propósito específico.

22.  (ESAF/ADM-MPOG/2006) Segundo a Lei n. 11.079, de 2004, o contratoque envolve, adicionalmente, contraprestação pecuniária do parceiro público aoparceiro privado é uma modalidade de

a) cessão patrocinada e concessão administrativa.

b) concessão administrativa.

c) cessão patrocinada.

d) concessão patrocinada e cessão administrativa.

e) concessão patrocinada.

23.  (ESAF/APO-MPOG/2005) A Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004institui normas gerais para licitação e contratação de Parceria Público- Privado

no âmbito da administração pública. O Art. 4º dessa Lei estabelece que, nacontratação de Parceria Público-Privado, serão observadas algumas diretrizes.Classifique as opções a seguir em Verdadeiras (V) ou Falsas (F).

( ) Eficiência no cumprimento das missões de Estado e no emprego dos recur-sos da sociedade e repartição objetiva de riscos entre as partes.

( ) Respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos entesprivados incumbidos da sua execução.

( ) Delegabilidade das funções de regulação e do exercício do poder de polícia

do Estado.

( ) Responsabilidade social na celebração e execução das parcerias.

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( ) Transparência dos procedimentos e das decisões e sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas dos projetos de parcer-

ia. Indique a resposta correta.

a) V, V, V, F, F

b) V, V, F, F, V

c) F, F, V, V, F

d) F, V, V, V, V

e) F, V, F, V, F

24.  (ESAF/STN/2005) A inovação na prestação de serviços públicos no Brasilé a recente legislação sobre PPP – parceria público-privada.Por essa norma,entende-se por concessão patrocinada:

a) a concessão de serviços públicos ou de obras públicas, de que trata a Lei nº8.987/95, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

b) o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja ausuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento ou instalação de bens.

c) a concessão comum, abrangida pela Lei nº 8.987/95, que não envolveacontraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

d) a concessão de serviços ou de obras públicas, regidas pela Lei nº 8.987/95,quando envolver, adicionalmente ao recebimento da tarifa cobrada pelo usuário, o pagamento de contraprestação do parceiro privado ao parceiro público.

e) o contrato de prestação de serviços ou de obras públicas, nos quais o parceiro privado é patrocinado por um terceiro, entidade financeira, nacional ou

internacional, com responsabilidade de pagamento pelo parceiro público.

25.  (ESAF/MPOG/2005) Os Estados federais apresentam, quanto à sua estru-tura, alguns aspectos constantes, independentemente dos casos concretos:

( ) Divisão de poderes entre União e unidades federadas mantendo-se vínculosde coordenação e autonomia.

( ) Preeminência da Constituição Federal sobre o ordenamento jurídico dasunidades federadas, sendo as alterações na primeira sujeitas a ratificação pe

las unidades federadas.

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( ) Limitações à descentralização a fim de preservar a unidade jurídica nacio-nal.

( ) Soberania do Estado Nacional perante os demais Estados Nacionais e Orga-

nismos Internacionais, soberania de que não gozam as unidades federadas.( ) Articulação entre unidade e pluralidade.

As afirmações acima se referem a esses aspectos constantes. Indique se sãoverdadeiras (V) ou falsas (F) e assinale a opção correta.

a) V, V, V, V, V

b) F, F, F, F, F

c) V, F, V, V, V

d) V, V, F, F, Ve) V, F, F, F, V

26.  (ESAF/CGU/2004) O Brasil é um Estado organizado de forma Federativa;isto significa que as atribuições inerentes aos poderes executivo, legislativo e

 judiciário são divididas em duas esferas de atuação: a Federal (União) e a Es-tadual. Em relação a essas esferas, é incorreto afirmar que:

a) os estados têm total autonomia para formulação e aplicação de suas políti-cas independentemente do poder central.

b) aos estados e municípios são atribuídas as ações de caráter local.

c) a cúpula dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário formam o nú-cleo estratégico do Estado.

d) o critério de divisão de poderes entre a União e os estados-membros é aomesmo tempo funcional e territorial.

e) a Constituição da União e as leis federais determinam o escopo e alcance

das constituições dos estados federados.

27.  (ESAF/SFC/2002) Por motivos geográficos, culturais, históricos e políticos,vigorou no Brasil, durante muitas décadas, um federalismo de direito, mas nãode fato. Esta situação vem sendo alterada gradativamente desde 1988, porémhá diversos aspectos ainda não consolidados no pacto federativo brasileiro.Sobre a questão do federalismo no Brasil, marque a opção incorreta.

a) O pacto federativo brasileiro poderia ser beneficiado pela formação e forta-

lecimento de partidos regionais, capazes de introduzir maior transparência ecompetitividade no processo político, e de opor-se às tradicionais coalizões

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entre oligarquias decadentes e grupos corporativos que se beneficiam da cen-tralização política e administrativa.

b) A dimensão continental do país é um elemento estrutural e cultural impor-

tante na definição das funções do Estado, exigindo o fortalecimento das fun-ções de integração que dão visibilidade, poder e influência ao poder central,também chamado de União.

c) O Brasil é o único país do mundo no qual o município foi constitucionalmenteconsagrado como “entidade federativa”, o que traz diversas implicações práti-cas, ainda não resolvidas, quanto ao exercício do princípio da autonomia finan-ceira e de autogoverno.

d) As relações entre as diversas instâncias devem pautar-se pelo princípio dasubsidiariedade, que determina que sempre que uma determinada função pu-

der ser exercida pela instância hierarquicamente inferior, não deverá ser as-sumida pela que lhe está acima.

e) Um dos aspectos mais delicados do debate sobre o pacto federativo no Bra-sil é o sistema de representação regional na Câmara dos Deputados, já que asub-representação penaliza os estados economicamente mais poderosos, en-quanto a super-representação tende a privilegiar de maneira muito desigual osestados de grandes espaços, população rarefeita e baixo desenvolvimento eco-nômico.

28.  (ESAF/SUSEP/2002) As agências reguladoras, recentemente criadas naAdministração Pública Indireta Federal, não se caracterizam por

a) personalidade jurídica de direito público, sob a forma de autarquia.

b) autonomia para editar normas administrativas referentes ao objeto de suaregulação, observados os limites legais.

c) independência de seu corpo diretivo.

d) exercício do poder de polícia respectivo à área de atuação.e) desvinculação a órgão ministerial supervisor.

29.  (ESAF/AFPS/2002) A Constituição Federal prevê a concessão de autono-mia gerencial, orçamentária e financeira a órgãos e entidades da Administra-ção Pública, mediante contrato de gestão. O comando constitucional não inclui,entre os assuntos da lei que regerá o tema, o seguinte:

a) o prazo de duração do contrato.

b) a remuneração do pessoal.

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c) os critérios de avaliação de desempenho.

d) o montante dos recursos.

e) a responsabilidade dos dirigentes.

30.  (ESAF/AFRF/2002) O contrato de gestão é um instrumento consagrado degestão de resultados na administração pública. Julgue os itens a seguir.

I. Os contratos de gestão firmados com organizações privadas demandam pré-via licitação.

II. Os contratos de gestão firmados entre organizações públicas fragilizam ocontratado na medida em que não prevêem penalidades aos contratantes em

caso de impossibilidade de repasses financeiros.III. A contratualização interna se dá entre a cúpula e instâncias operacionaisde uma mesma organização.

IV. O descumprimento injustificado pelas agências reguladoras de contrato degestão que tenham firmado leva à demissão de seus dirigentes.

V. A regulamentação do parágrafo 8º do art. 37 da Constituição Federal permi-te a ampliação da autonomia gerencial mediante contrato de gestão apenaspara autarquias e fundações.

Estão corretos apenas os itensa) I, II e III

b) I, II e IV

c) II, III e IV

d) II, IV e V

e) III, IV e V

31.  (ESAF/SEFAZ-MT/2001) Em relação à organização administrativa brasilei-ra, assinale a afirmativa verdadeira.

a) A recente figura das organizações sociais reveste-se da personalidade jurídi-ca de direito público.

b) Após a Emenda Constitucional 19/98, ficou vedado ao Poder Público criarfundações sob regime de direito privado.

c) Empresas públicas e sociedades de economia mista têm, exclusivamente,como objeto institucional atividades relativas a serviços públicos.

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d) No momento, somente existem no Brasil autarquias classificadas como deserviço.

e) Caracteriza o órgão autônomo a personalidade jurídica própria.

32.  (ESAF/STN/2000) O Brasil, conforme reza o art. 1º da Constituição Fede-ral, é uma República Federativa, formada pela união indissolúvel dos Estados eMunicípios e do Distrito Federal. Quanto à forma, podemos afirmar que o Brasilé um Estado

a) unitário ou republicano, uma vez que existe uma unidade de poder sobre oterritório, pessoas e bens .

b) composto ou federal, uma vez que existe uma repartição regional de pode-res autônomos.

c) unitário ou federal, uma vez que existe a união indissolúvel dos Estados,Municípios e do Distrito Federal.

d) composto ou republicano, uma vez que é formado de Estados-membros quepossuem ampla liberdade administrativa, política e econômica.

e) unitário ou federal, uma vez que possui um centro de poder que se estendepor todo o território e sobre toda a população.

33.  (ESAF/SFC/2000) Em relação ao federalismo e à descentralização política,não se pode afirmar que:

a) O que realmente caracteriza o Estado federal é o princípio constitucional quelhe impõe o respeito às competências das unidades federativas.

b) Na descentralização administrativa tem-se um fenômeno de derivação dospoderes administrativos do aparelho político-administrativo do Estado.

c) No federalismo, a determinação do nível de autonomia constitucional das

instâncias subnacionais é de competência legislativa estadual.d) O federalismo baseia-se nos princípios da autonomia das partes e da parti-cipação no todo.

e) Ao Estado unitário é permitido mudar o ordenamento precedente, medianteo próprio órgão legislativo, via lei ordinária ou constitucional.

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1. D2.

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3. E4. E5. B6. A

7. E8.

 B

9. D10. E11. D12. E

13. B ou E

14. E

15. E16. D17. B18. D

19. C20.

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21. A22. E23. B24. A

25. C26.

 E

27. A28. E29. D30. C

31. D32.

 B

33. C