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SADC HOJE Vol. 17 No 1 Dezembro 2014 por Kizito Sikuka A ÁFRICA Austral teve este ano uma grande oportunidade para consolidar os ganhos e os planos rumo a independência socioeconómica e integração como uma região. Um marco importante para 2014 foi a decisão da 34ª Cimeira da SADC, realizada em Victoria Falls, Zimbabwe, de priorizar a industrialização na revisão em curso dos planos regionais no âmbito do Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento Regional (RISDP). O desenvolvimento industrial é considerado um dos principais motores da agenda de integração na África Austral numa altura em que região afasta-se de uma económica dependente da exportação de bens de consumo e aposta num desenvolvimento sustentável baseado no aproveitamento das mais-valias. Os Estados Membros da SADC reconhecem que o desenvolvimento industrial é fundamental para a diversificação das suas economias, desenvolvimento da capacidade produtiva e criação de emprego, com vista a reduzir a pobreza e orientar as suas economias para um caminho de crescimento mais sustentável. POLÍTICA 3 PAZ E SEGURANÇA 4 ELEIÇÕES 5 GÉNERO 6 COMÉRCIO 7 ENERGIA 8-11 GESTÃO DE DESASTRES 12 BREVES NEGÓCIOS 13 COOPERAÇÃO 14 EVENTOS 15 HISTÓRIA HOJE 16 2014 – Orientando a integração regional No entanto, o RISDP, que é um plano de 15 anos para a integração e desenvolvimento regional da SADC, actualmente em revisão, esteve anteriormente calado sobre o assunto. Como resultado, o Grupo de Trabalho Ministerial da SADC sobre Integração Regional foi solicitado pela Cimeira para desenvolver uma estratégia e um roteiro para a industrialização da região. A este respeito, uma Cimeira Extraordinária da SADC está prevista para o início de 2015, para discutir a industrialização, e, depois, aprovar o RISDP revisto. No que diz respeito ao desenvolvimento de infra-estruturas, o ano de 2014 testemunhou que a visão da África Austral, como uma economia emergente com infra- estruturas funcionais, era quase uma realidade sobretudo com a aprovação de uma declaração que visa reforçar a cooperação no desenvolvimento de projectos regionais de infra-estruturas. Quando as infra-estruturas regionais, como estradas, ferrovias e linhas de transmissão de energia estão em boas condições, estabelecem a base para inúmeros benefícios, incluindo o movimento suave de bens, serviços e pessoas em toda a região, aumentando assim o contacto intra-regional e o comércio. Á FRICA AUSTRAL HOJE continua na página 2...

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SADC HOJE Vol. 17 No 1 Dezembro 2014

por Kizito Sikuka

A ÁFRICA Austral teve este ano uma grandeoportunidade para consolidar os ganhose os planos rumo a independênciasocioeconómica e integração como umaregião.

Um marco importante para 2014 foi adecisão da 34ª Cimeira da SADC, realizadaem Victoria Falls, Zimbabwe, de priorizar aindustrialização na revisão em curso dosplanos regionais no âmbito do PlanoEstratégico Indicativo de DesenvolvimentoRegional (RISDP).

O desenvolvimento industrial éconsiderado um dos principais motores daagenda de integração na África Austral numaaltura em que região afasta-se de umaeconómica dependente da exportação de bensde consumo e aposta num desenvolvimentosustentável baseado no aproveitamento dasmais-valias.

Os Estados Membros da SADCreconhecem que o desenvolvimentoindustrial é fundamental para a diversificaçãodas suas economias, desenvolvimento dacapacidade produtiva e criação de emprego,com vista a reduzir a pobreza e orientar assuas economias para um caminho decrescimento mais sustentável.

POLÍTICA 3

PAZ E SEGURANÇA 4

ELEIÇÕES 5

GÉNERO 6

COMÉRCIO 7

ENERGIA 8-11

GESTÃO DE DESASTRES 12

BREVES NEGÓCIOS 13

COOPERAÇÃO 14

EVENTOS 15

HISTÓRIA HOJE 16

2014 – Orientando a integração regional

No entanto, o RISDP, que é um plano de15 anos para a integração e desenvolvimentoregional da SADC, actualmente em revisão,esteve anteriormente calado sobre o assunto.

Como resultado, o Grupo de TrabalhoMinisterial da SADC sobre IntegraçãoRegional foi solicitado pela Cimeira paradesenvolver uma estratégia e um roteiro paraa industrialização da região.

A este respeito, uma CimeiraExtraordinária da SADC está prevista para oinício de 2015, para discutir a industrialização,e, depois, aprovar o RISDP revisto.

No que diz respeito ao desenvolvimentode infra-estruturas, o ano de 2014testemunhou que a visão da África Austral,como uma economia emergente com infra-estruturas funcionais, era quase umarealidade sobretudo com a aprovação deuma declaração que visa reforçar acooperação no desenvolvimento de projectosregionais de infra-estruturas.

Quando as infra-estruturas regionais,como estradas, ferrovias e linhas detransmissão de energia estão em boascondições, estabelecem a base para inúmerosbenefícios, incluindo o movimento suave debens, serviços e pessoas em toda a região,aumentando assim o contacto intra-regionale o comércio.

ÁFRICAAUSTRALHOJE

continua na página 2...

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2 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2014

C O N T I N U A Ç Ã O D A P Ã G I N A 1

A Declaração da SADC sobreo Desenvolvimento Regional deInfra-estruturas presta especialatenção às necessidades detransporte dos países sem acessoao mar, que, "devido às suascircunstâncias geopolíticas, têmnecessidades especiais paraserviços de transporte e detrânsito e de suportar custoselevados de capacidade e acessoa mercados externos."

A declaração tem por base oPlano Director Regional deDesenvolvimento de Infra-estrutura, que foi lançadoem 2012, tendo como meta umtotal de 418 projectos deinfra-estrutura a seremimplementados até 2027.

Estes projectos de infra-estruturas transfronteiriçasabarcam sectores prioritárioscomo energia, transportes,turismo, água, tecnologia deinformação, comunicação emeteorologia.

Na agricultura, a SADC fezprogressos significativos para asegurança alimentar, através daaprovação de uma EstratégiaRegional Al imentar eNutricional que visa assegurarque os seus cidadãos tenhamacesso a alimentos adequados enutritivos.

Para ser implementado apartir do período 2015-2025,a Estratégia Regional deSegurança Al imentar eNutricional tem como objectivoservir de mecanismo regional defacilitação e obtenção de acessofísico, social e económico demedicamentos seguros, saúdee alimentos nutritivos paragarantir o bem-estar das pessoasda África Austral.

A SADC adoptou a estratégiaem 2014 - um ano que foideclarado pela União Africanacomo o Ano da Agricultura eSegurança Alimentar.

A região da SADC tambémtestemunhou um passoimportante para a promoção da

utilização e gestão sustentáveldo meio ambiente, através daaprovação do Protocolo sobre aGestão Ambiental para oDesenvolvimento Sustentável.

Anteriormente, a SADC tinhavários protocolos que tratavamde vários aspectos do ambiente, amaioria dos quais eram denatureza sectorial e não tinhamuma abordagem holística para ouso e gestão sustentável.

Portanto, a adopção doProtocolo é um passoimportante no processo deharmonização das leis quetratam de questões ambientais.

No que diz respeito a saúde,a região intensificou a suapreparação e resposta paramonitorar e prevenir apropagação da Ébola - umadoença mortal que atingiualgumas regiões da ÁfricaOcidental.

No seio dos Estados-Membros da SADC, somente aRepública Democrática doCongo (RDC) regista casos deÉbola, que foram rapidamenteresolvidos. Nenhum outro casofoi relatado nos restantes 14Estados Membros da SADC.

No entanto, especialistasmédicos, notam que a estirpe doÉbola da República Democráticado Congo é diferente da queafecta a África Ocidental, e nãose espalhou a partir de lá, apesarde ser uma linhagem separadaque apareceu na década de 1970.

Quanto a situação políticana região, a África Australtestemunhou desenvolvimentospositivos com cinco países arealizarem de eleições gerais -Botswana, Namíbia, Malawi,Moçambique e África do Sul.

Na Namíbia e Moçambique,estas foram as eleições detransição que produziram novospresidentes, nomeadamenteHage Geingob, do partidogovernamental SWAPO, eFilipe Nyusi, da FRELIMO,respectivamente, uma vez que

os anteriores Chefes do Estado,terminaram os per íodosmáximos dos seus mandatos.A estabilidade também retornouao Lesotho, com o apoio dosseus vizinhos na SADC.

Lesotho enfrentou algunsdesafios políticos que atingiramo seu auge em Agosto, nasequência da suspensão doParlamento e de uma supostatentativa de golpe.

SADC, através do seufacilitador Cyril Ramaphosa,que é o vice-presidente Sul-Africano, facilitou um diálogoentre os partidos políticos doLesotho para superar os desafiosnaquele Reino Montanhoso.

As partes interessadasconcordaram em antecipar aseleições gerais para Fevereiro de2015, numa data a ser marcadapelo Rei Letsie III, em vez de2017 como estava inicialmenteplaneado.

O ano de 2014 também foimarcado pelo levantamento dasuspensão de Madagáscar daSADC, após a restauração daordem constitucional no âmbitode um processo de mediaçãoliderado pela SADC.

A nação insular tinha sidosuspensa da SADC em 2009,quando o país mergulhou numacrise política após o líder daoposição ter derrubado o entãopresidente em manifestaçõespopulares. No entanto,observando o progresso nar e s o l u ç ã o d e o r d e mconstitucional em Madagáscar, aSADC convidou o país aretomar a sua participação emtodas as actividades da SADC.

O ano de 2014 foi bastanteestável do ponto de vistapolítico com uma relativa paznas partes mais imprevisíveis daregião, como a RDC, embora osmais recentes desenvolvimentosno leste do país continuam a serum motivo de preocupação.

Com relação ao comércio, aSADC em conjunto com outras

comunidades económicasregionais - o Mercado Comumda África Oriental e Austral(COMESA) e a Comunidade dosEstados da África Oriental(EAC) - aproximou-se daassinatura de um acordohistórico para estabelecer ummercado ampliado que abrange26 países.

O acordo vai impulsionaro comércio intra-regional,aumentar o investimento epromover o desenvolvimento deinfra-estruturas regionais, já quea chamada "Grande" Área deComércio Livre (ACL) tem umapopulação total de cerca de 600milhões de pessoas e umProduto Interno Bruto de cercade um trilião de dólares norte-americanos, cobrindo metadedos estados membros da UniãoAfricana, abrangendo toda asregiões sul e leste da África - apartir do Cabo ao Cairo.

O presidente do Zimbabwe,Robert Mugabe, tornou-sePresidente da SADC em 2014,assumindo o lugar do seuhomólogo do Malawi, PeterMutharika, na Cimeira daSADC realizada em Agosto.

Mugabe será substituídopelo Presidente do Botswana,Seretse Khama Ian Khama, umavez que a Cimeira da SADC de2015 vai decorrer no Botswana.

Os Presidentes ArmandoGuebuza, de Moçambique, eHifikepunye Pohamba, daNamíbia, despediram-se comolíderes da África Australdurante a última Cimeira daSADC.

Ambos os líderes estão aconcluir o seu segundo e últimomandato, em conformidade comas suas constituições nacionais,e contribuíram bastante paraavançar a agenda da integraçãoregional e acreditam firmementena noção de que os Estadosmembros da SADC têm muito aganhar com o trabalho emconjunto. r

2014 – Orientando a integração regional

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A SADC está a elaborar umaEstratégia e um Plano de AcçãoRegional de Crescimento Verdeque vai delinear a forma comoa região pode satisfazer assuas necessidades dedesenvolvimento e reduziras vulnerabilidades sócio-económicas e ambientais eescassez de recursos.

Para facilitar a finalização daestratégia, o Secretariado daSADC organizou um semináriode validação em Harare,Zimbabwe, em Novembro, cujoobjectivo de permitir que aspartes interessadas aprovem aproposta do documento.

O desenvolvimento doprojecto de estratégia iniciouapós a Conferência dasNações Unidas sobre oDesenvolvimento Sustentávelrealizada no Rio de Janeiro,Brasil, em Junho de 2012.

O resultado dessaconferência, que é conhecida porRio + 20, foi um documentointitulado "O Futuro queQueremos" que define a agendaglobal para um futurosustentável Rumo a redução dapobreza e promoção docrescimento global sustentável eequitativo.

Em preparação para aConferência Rio + 20, a regiãoda SADC tinha empreendidouma revisão para avaliar osprogressos realizados para aconsecução do desenvolvimentosustentável.

O relatório de avaliaçãoindica que a região teve umnúmero de bons exemplos quedemonstram compromissoscom o desenvolvimentosustentável. No entanto, oimpacto desses esforços não foisuficiente para apoiar a reduçãoda pobreza.

O relatório tambémobservou que os desafios queforam destacados no Plano deAcção de Joanesburgo há10 anos ainda continuamrelevantes hoje.

A revisão identificou umasérie de factores que afectam os

progressos na consecução dodesenvolvimento sustentávelna SADC, incluindo amultiplicidade de programasde desenvolvimento, fraquezasinstitucionais e falta decapacidade.

A má implementação daspolíticas e regulamentos foiidentificada como um dosproblemas. Observou-se que,enquanto a região da SADC temmuitos quadros políticos, a suaimplementação continua a serum grande desafio devido auma série de restriçõesnacionais, regionais e globais.

Notou, ainda, que o excessode dependência, por parte daregião e dos Estados-Membros,de fundos dos doadores temtornado difícil a aplicação daspolíticas.

A avaliação tambémidentificou desafios novos eemergentes que têm agravadoa lentidão dos progressospara a consecução dodesenvolvimento sustentável.Estes incluem a segurançaalimentar mundial, os preçoselevados do petróleo e a criseeconómica global, que estão adiminuir os esforços para odesenvolvimento sustentável.

Outros desafios emergentesincluem o aumento da pobreza,o impacto do HIV e SIDA,desequilíbrios de género,a incapacidade de criaroportunidades de emprego,empreendedorismo e comércio eo combate à marginalizaçãonum mundo globalizado.

O relatório fez uma série derecomendações para aumentar ocrescimento sustentável, entreelas a necessidade de integrarplenamente a economia verde eos conceitos de crescimentoverde.

Como resposta a estasconclusões e da avaliaçãocomparativa sobre osresultados da Rio + 20, a SADCembarcou num programa deelaboração de uma Estratégia ePlano Regional de Acção Verdepara o Desenvolvimento

Estratégia e Plano de Acção de Crescimento Verde da SADC

P O L Í T I C A

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 3

Sustentável que facilitará aefectivação equilibrada eacelerada das metas acordadase m t r ê s p i l a r e s d odesenvolvimento sustentávelou seja, a sustentabilidadeambiental, o bem-estareconómico e a equidadesocial.

Prevê-se que a economiaverde ajude a reformar aseconomias de forma que ligue ocrescimento económico eprotecção ambiental.

A implementação destesresultados e recomendaçõesexigirá esforços concertados econsistentes de colaboração anível nacional e regional.

A SADC desenvolveu váriasestratégias, protocolos, políticase programas, incluindo o PlanoDirector de Desenvolvimento deinfra-estruturas, O Quadro deDesenvolvimento Industrial daSADC, a Política Regional daAgricultura e vários outrosprotocolos.

A proposta Estratégia ePlano Regional de Acção Verdedevem, portanto, definir comoé que a implementação dessasestratégias e políticas podemaproveitar plenamente osconceitos de economia verdepara que a região atendaas suas necessidades dedesenvolvimento. r

Objectivos da Estratégia deCrescimento Verde SADC

Especificamente, a Estratégia e o Plano de Acção deCrescimento Verde propõe-se:• definir mecanismos para a região e os Estados-Membros

adoptarem um conjunto coordenado de processos de análise,debate, reforço das capacidades, planeamento einvestimentos que procuram integrar objectivos económicos,sociais e ambientais a curto e longo prazo;

• melhorar a economia verde e promover o crescimentosustentável;

• promover políticas e investimentos para uma série desectores verdes, como as tecnologias limpas e as indústrias,energia renovável, serviços de água, transportes, gestão deresíduos e de construção verde, com vista a combater apobreza;

• contribuir para um desenvolvimento socioeconómicocentrado nas pessoas da região, mediante o reforço daintegração dos recursos naturais e ambientais e outros daregião para as economias nacionais;

• reduzir as disparidades sociais, sugerindo um quadroacelerado para implementação dos Objectivos deDesenvolvimento do Milénio e disposições dos resultadosda Rio + 20, reforçando ao mesmo tempo a igualdade deoportunidades e de identidades culturais;

• fornecer recomendações concretas para melhorar agovernação a níveis local, nacional e regional que integreplenamente a economia verde; e

• fornecer ferramentas para a análise de políticas e programasexistentes para melhorar a consistência e coerência que irápromover o desenvolvimento sustentável. r

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4 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2014

eleições Fevereiro de 2015,em data a ser indicada peloRei Letsie III; e,

• Autorização de três oficiaissuperiores das Forças deDefesa Lesotho e Serviços daPolícia Montada para visitas

de trabalho a váriospaíses africanos.

O acordo para arealização de eleiçõesantecipadas surgiu combase numa decisão dosChefes de Estado e deGoverno da SADCenvolvidos no apoio aoretorno da normalidadepolítica no Lesotho e daestabilização da situaçãode segurança no país.

O referido acordo foiratificado por todos os

partidos políticos do Lesothoque assinaram a Declaração deMaseru apresentada pelamissão de observadores daSADC liderada porRamaphosa.

O País realizou as suasúltimas eleições, em Maio de2012 e as próximas estavamprogramados para 2017.

Ramaphosa fez váriasvisitas a Maseru desde aassinatura dos acordos, paraabordar a situação política queiniciou quando Lesotho oPrimeiro-Ministro ThomasThabane, depois de terrecebido um voto de nãoconfiança, suspendeu oParlamento em Junho, pondoem causa o Governo deColigação formado em 2012.

O Rei Letsie III expressou asua gratidão a SADC porfacilitar o processo de paz emseu país.

"Em nome da nação Basotho,gostaria de expressar a nossaprofunda gratidão a SADC quepermitiu que chegássemosrapidamente a este momentocrítico na nossa jornadapolítica", disse o Rei durante areabertura do Parlamento, emNovembro.

O Rei disse ao parlamento de120 membros e convidados -incluindo Ramaphosa e aSecretária Executiva da SADC,Dra. Lawrence Stergomena Tax- que o Basotho deve colocar osinteresses do país antes dequalquer outro interesse, bemcomo assegurar a paz ereconciliação.

Ramaphosa também disseum ambiente pacífico, estávele seguro é fundamental paraa realização de eleiçõesjustas no Lesotho, no próximoano.

"Um aspecto importantepara as próximas eleições é anecessidade de assegurarque o povo de Lesotho exerça oseu direito democráticode voto num ambientepacífico, estável e seguro", disseele. r

P A Z E S E G U R A N Ç A

O REINO do Lesotho fezprogresso significativo pararetornar a estabilidade após aúltima crise política.

O Facilitador da SADCe vice-Presidente Sul-Africano, Cyril Ramaphosa,liderou o esforçoregional para trazer paze estabilidade noLesotho após a crisepolítica iniciada emAgosto no país.

A mediação da SADClevou à assinaturada Declaração deFacilitação de Maseruem Outubro e oAcordo de Segurançade Maseru em Novembro.

Um progressosubstancial foi feito com a

Rumo a estabilidade no Lesotho

TRÊS PAÍSES da ÁfricaAustral concluíram a avaliaçãoe o planeamento deuma reunião anual parareafirmar as suas fronteirasinternacionais.

Delegados do Malawi,Moçambique e da RepúblicaUnida da Tanzânia estiveramreunidos em Dar-es-Salaam, emDezembro, para discutirquestões relacionadas com assuas fronteiras comuns.

Os três países, estãoenvolvidos no Programa deFronteiras da União Africana(AUBP) desde 2008, estiveramrepresentados por cincomembros de ministériosrelevantes dedicados a questõesfronteiriças.

O AUBP visa facilitar adelimitação e demarcação dasfronteiras africanas, onde talexercício ainda não foi feito, bemcomo promover a cooperaçãotransfronteiriça.

Falando na reunião, oSecretário Permanente noMinistério das Terras da

Tanzânia,Alphayo Kidata,enfatizou aimportância daimplementação doprograma de fronteirade forma eficaz, a fimde assegurar a paz eum desenvolvimentosustentável.

"Para garantir asegurança das futurasgerações e, a fim demudar o nosso foco maispara a agenda dodesenvolvimento, cabe-nos aresolver as nossas disputasfronteiriças através de umamaior cooperação e diálogo",disse ele.

O encontro reflectiu osavanços alcançados pelosEstados Membros da SADC nadelimitação e demarcação dasfronteiras durante o anopassado.

O encontro proporcionouuma plataforma para os trêspaíses trocarem experiências elições decorrentes das suas

actividades de gestão comum defronteiras.

Um dos destaques doencontro foi a entrega oficial dosdados a partir de umlevantamento aéreo (pesquisaLiDAR) que foi realizado aolongo da fronteira ocidentalMalawi-Moçambique.

O levantamento é a base paraa delimitação e demarcação dafronteira entre os dois países eque lhes permitirá prosseguircom a demarcação em 2015. r

Malawi, Moçambique e Tanzânia discutemquestões fronteiriças

Moçambique

assinatura desses acordos,destacando-se:• Reconvocação do Parlamento

em Outubro;• Dissolução do parlamento

em Dezembro;• Acordo para antecipar as

Tanzânia

Malawi

Primeiro-Ministro do Lesotho, T. Thabane (a es-querda) com o Presidente em Exercício da SADC,R.G. Mugabe, Presidente do Zimbabwe.

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 5

Candidato presidencial da Frelimo vence aseleições em MoçambiqueAS ELEIÇÕES realizadas emMoçambique no dia 15 deOutubro, produziram o quartolíder para o país desde aindependência, em 1975.

O ex-ministro da Defesa,Filipe Nyusi, do partido nopoder, a FRELIMO, venceu acorrida presidencial apósganhando 57 por cento dosvotos.

Esta é a primeira transiçãopara a geração pós-veteranos deguerra em Moçambique umavez que Nyusi era jovemdurante a guerra de libertaçãoque durou uma década e quepós fim a ocupação colonialPortuguesa em 1975. Noentanto, ele tem laços estreitoscom a luta de libertação pois osseus pais participaramactivamente na luta armada.

Ele se torna o primeiropresidente originário do nortedeste vasto País que possui uma

longa costa de cerca de 2.470quilómetros no sudeste deÁfrica.

Ele assume o lugar deArmando Guebuza, que deixa ocargo de presidente no início de2015 depois de cumprir o seusegundo e último mandato,conforme estipulado pelaConstituição moçambicana,embora continue comoPresidente do partido Frelimo.

O líder do maior partido daoposição, Renamo, AfonsoDhlakama, obteve 37 por centodos votos (mais que o dobro dos16 por cento que ele ganhou em2009), enquanto Daviz Simango,líder do Movimento Democráticode Moçambique (MDM), recebeu17 por cento dos votos expressos.

A Frelimo ganhou 144assentos na Assembleia daRepública de 250 membros. ARenamo e MDM têm 89 e 17lugares, respectivamente. r

AS RECENTES eleições na África Austral, mais uma vez demonstraram que a região é capazde realizar eleições pacífica e em conformidade com os princípios e normas nacionais,regionais e internacionais. Após a realização de eleições bem sucedidas na África do Sul e noMalawi, em Maio, três outros Estados Membros da SADC votaram nas eleições cruciais emOutubro e Novembro - Botswana, Moçambique e Namíbia. Duas das eleições destacaram-sepor produzirem novos líderes para os seus países. Em Moçambique e na Namíbia, as eleiçõesculminaram com subida de novos presidentes num processo de transição harmoniosa deliderança que contribuiu para credibilizar a democracia na SADC. r

Transições harmoniosas de lideranças na SADC

A SWAPO obteve uma vitóriaesmagadora nas eleições geraisrealizadas na Namíbia emNovembro, com o candidatopresidencial Hage Geingobganhando 87 por cento dosvotos.

Geingob, actualmentePrimeiro-Ministro , seráempossado como presidente daNamíbia, em Março do próximoano. Ele se torna o terceiroPresidente da Namíbia desdeque o país conquistou a suaindependência em Março de1990, após 24 anos de conflito

armado contra a ocupaçãoSul-Africana do regime deapartheid.

Em Março, Geingobsubstituirá HifikepunyePohamba, que era Presidentedesde 2004. Sam Nujoma foi oprimeiro presidente pós-independência do país, a partirde Março de 1990.

De acordo com os resultadosfinais anunciados pela ComissãoEleitoral da Namíbia (ECN), aSWAPO garantiu 80 por centodos votos e 77 assentos naAssembleia Nacional, nas

eleições legislativas realizadasem 28 de Novembro.

O rival mais próximo, AAliança Democrática deTurnhalle (DTA), conseguiuapenas cinco lugares, enquantoa Convenção para a Democraciae Progresso (RDP) obteve trêsassentos nestas eleições que, anível de África, foram pioneirasno uso da votação electrónica.

Os restantes 11 assentosforam partilhados entre osoutros 13 partidos políticos queconcorreram nas eleições.

Namíbia usa um sistemamaioritário para as eleiçõespresidenciais, em que ocandidato com mais de 50 porcento dos votos é declarado ovencedor, e a representaçãoproporcional (PR) é usada paraas eleições legislativas.

A luz do sistema derepresentação proporcional,cada partido político apresentauma lista de candidatos e, emseguida, os partidos recebemcargos proporcionais à suaquota global do voto nacional.

Nas últimas eleições, em2009, a SWAPO ganhou 54lugares, com a RDP ficando comoito. A Frente DemocráticaUnida da Namíbia, aOrganização Nacional deUnidade Democrática, a DTA, oPartido de Todo o Povo, oCongresso dos Democratas, oPartido Republicano daNamíbia e a União Nacional daÁfrica do Sudoeste obtiveramum assento cada um.

G e i n g o b d e r r o t o uesmagadoramente oito rivais naseleições presidenciais, garantindo87 por cento dos votos válidos. r

O BDP mantém opoder em Botswana

O PRESIDENTE do Botswana,Seretse Khama Ian Khama, foireeleito para o segundo e últimomandato depois que seu partidoassegurou uma convincentevitória nas eleições realizadas a24 de Outubro.

O Partido Democrático doBotswana garantiu 33 dos 57assentos parlamentares. Opartido oposicionista MudançaDemocrática (UDC) obteve 14assentos, enquanto o Partido doCongresso Botswana conseguiuapenas dois assentos.

O Botswana usa o sistemaeleitoral de Pluralidade emCírculo Uninominal ou ‘Primeiroà Chegada’ (FPTP) para a eleiçãodos membros do Parlamento(MPs). Os MPs eleitos, então,agem como um colégio eleitoralpara escolher o presidente.

O Parlamento Botswana tem63 assentos, dos quais 57 sãopreenchidos através da votaçãodirecta. Há quatro assentosreservados para o partidomaioritário no Parlamento,enquanto o presidente e oprocurador-geral são membrospor inerência das suas funções.

Um número partidospolíticos e candidatosindependentes participaram naseleições. Nas últimas eleições,realizadas em 2009, sete partidose 15 candidatos independentesparticiparam nas eleições, queviu o BDP ganhar 45 dos 57assentos eleitos. r

Hage Geingob - terceiro presidente da Namíbia

E L E I Ç Õ E S

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Quarta Conferência Mundialsobre a Mulher realizada emBeijing, em 1995.

Esta parceria apoiou odesenvolvimento da Declaraçãode Género da SADC em 1997, edo Protocolo da SADC sobreGénero e Desenvolvimento, eagora apoia o acompanhamentodos progressos realizados nosentido da implementação, numaaltura em que a visão "Para Alémdas Desigualdades" está prestes ase tornar realidade.

O Protocolo da SADC sobreGénero e Desenvolvimentoentrou em vigor a 22 deFevereiro de 2013 depois de tersido ratificado pelos necessáriosdois terços dos EstadosMembros da SADC. O Protocolofoi assinado por 13 Estados-Membros, com excepção doBotswana e das Ilhas Maurícias.

A reunião de revisão daestratégia que envolveu a SADCe os parceiros nacionaisconhecimento foi projectada paraconceber o trabalho para a redede conhecimento de género parao próximo período deprogramação no contexto doacompanhamento de problemasexistentes e emergentes.

A revisão da estratégiadecorreu no contexto de Beijing+20, e da declaração da UniãoAfricana que definiu 2015 comoo "Ano de Empoderamento dasMulheres e Desenvolvimento emÁfrica rumo Agenda 2063".

O seminário de parceirosregionais de revisão doconhecimento de género foiorganizado pelo Instituto doGénero Para Além dasDesigualdades da SARDC efinanciado pela OSISA. O localescolhido foi Harare, Zimbabwe,por ser o actual Presidente emexercício da SADC e o próximopresidente da União Africano.

Durante o seminário, a Chefeda Unidade de Género daSADC, Magdeline Mathiba-Madibela, disse que os produtosde conhecimento produzidospela rede são uma parteessencial de partilha de boaspráticas e progressos em toda aregião da SADC.

O Secretariado está atrabalhar com os Estados-Membros para os ajudar a

harmonizar as suas leis e políticasde género em consonância com oProtocolo, tendo Moçambique,Namíbia, Seychelles Suazilândia,África do Sul e Zâmbia jáconcluído o processo.

O Secretariado da SADCtambém tem um processointerno de integração do géneroatravés de pontos focais emtodas as divisões, usando o Kitde Integração do Género daSADC para facilitar a integraçãodas questões de género em todasas políticas, projectos eactividades da SADC paragarantir que o ambiente detrabalho seja sensível ao género eproporcione igualdade deoportunidades e de tratamentopara homens e mulheres.

Mathiba-Madibela deixa ocargo de Chefe da Unidade deGénero da SADC, no final de 2014,depois de ter servido durante umadécada, período que lhe permitiutestemunhar o desenvolvimento ea entrada em vigor do Protocoloda SADC sobre Género eDesenvolvimento. r

Ministros apelam para a integração do género no Sector de Águasmesas de género e de água a nívelnacional, bem como umaUnidade de Género funcionaldentro do Secretariado doAMCOW até 2015; edesenvolvimento dos objectivosnacionais e uma estrutura demonitoria e avaliação para cadaum dos sete pilares da política eestratégia de género doAMCOW, incluindo indicadoresdesagregados por sexo para ocontexto Africano em 2016.

Outras medidas incluem anecessidade de apresentação derelatórios anuais pelos Estados-Membros sobre os progressosrealizados em cada um dos setepilares da política e estratégia;harmonização dos relatóriossobre a estratégia de género doAMCOW com outroscompromissos de informação

inclusiva do género, e a propostade introdução de um Dia deGénero durante a Semanabianual de água em África apartir de 2016.

O Oficial Sénior de Programasno Sector de Águas da SADC,Phera Ramoeli disse naconferência que um projectosobre a promoção do género nagestão transfronteiriça da águaestava sendo implementadocomo um exemplo dacontribuição da SADC pararealizar a integração do género nosector da água.

Os delegados à conferênciaincluíram representantes degrupos comunitários, sociedadecivil, agências de fomento,universidades e instituições degestão da água de cada uma dascinco sub-regiões de África.

“Das Promessas a Entrega"

2015 O Ano da Capacitação e Desenvolvimentodas Mulheres de África Rumo a Agenda 2063

6 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2014

G É N E R O

A REDE de conhecimentos daSADC e parceiros nacionaise regionais do génerodesenvolveram um plano deacção para reforçar o apoio aoProtocolo da SADC sobre Géneroe Desenvolvimento através deuma gama de produtos deconhecimento, com o tema "DasPromessas à Entrega".

A rede rastreia metasregionais, tais como a paridadede 50:50 de mulheres e homensnos órgãos de tomada de decisãoaté 2015, e uma série de outraspolíticas e metas paraimplementação no âmbito doProtocolo, e produz o Monitorde Género da SADC, emintervalos de dois anos, devendoa próxima edição ser publicadaem 2015.

A iniciativa é conduzida pelaUnidade de Género da SADC epelo Instituto do Género paraAlém das Desigualdades,adstrito ao Centro deDocumentação e Pesquisa pata aÁfrica Austral (SARDC). Aspublicações estão disponíveisem versão impressa e online.

O SARDC é um parceiro deconhecimentos de longa data paradiversos sectores da SADC.

Essa parceria resultou naprodução de publicações dereferência confiáveis, que sãoamplamente utilizadas de váriasmaneiras em vários países,incluindo pelos decisorespolíticos, parlamentares euniversidades, e tem contribuídop a r a u m p r o c e s s od e c o n s c i e n c i a l i z a ç ã otransfronteiriças rumo àigualdade do género na região.

O plano de acção é parte deuma estratégia para a

avaliação de umprojecto regional emcurso, intituladoPara Além dasDesigualdades, queanalisa a situação eas perspectivas das

mulheres na regiãocom base numa série

de perfis regionais enacionais que serãoactualizados pelaterceira vez desde a

MINISTROS RESPONSÁVEISpela água, saneamento, meioambiente e desenvolvimento emÁfrica adoptaram umadeclaração comprometendo-se aacelerar a implementação de umapolítica continental e umaestratégia para a integração dogénero no sector de águas.

Os ministros, que se reuniramà margem de uma Conferência deÁgua e Género, realizada emEast London, África do Sul, emNovembro, concordaram emaumentar os esforços paraimplementar a política eestratégia de integração dogénero no sector da água docontinente aprovada peloConselho de Ministros Africanosda Água (AMCOW).

As medidas acordadasincluem a criação ou o reforço de

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 7

C O M É R C I O

que fosse lançada em Junho de2014.

No entanto, isso não foipossível devido a umacombinação de factores, incluindorecursos financeiros limitados,bem como a demora na conclusãodas negociações sobre alguns dosprincipais pontos de atrito, comoum acordo sobre as regras deorigem, defesa comercial esolução de controvérsias,cooperação aduaneira ,procedimentos de documentaçãoe instrumentos de trânsito.

As negociações para a ACLforam realizadas em três fasesdistintas - a fase preparatória, afase um e fase dois.

A fase preparatória abrangeuessencialmente a troca de todas asinformações relevantes, incluindotarifas bem como dados emedidas de comércio.

A primeira fase dasnegociações abarcou questõescentrais da ACL como aliberalização tarifária, regrasde origem, procedimentosaduaneiros e simplificação dadocumentação aduaneira,procedimentos de trânsito, entreoutras questões.

A facilitação da circulação dehomens de negócios dentro daregião foi negociada em paralelocom a primeira fase.

A última etapa dasnegociações, que é a fase dois,lida com o comércio de serviçose questões relacionadas com ocomércio, incluindo direitos depropriedade intelectual edesenvolvimento do comércio eda competitividade.

As negociações desta faseestão ainda em curso e espera-seque sejam concluídas a tempopara o lançamento histórico daGrande ACL em Dezembro.

Os planos para estabelecer omaior mercado integrado da

África estão a ser seguidosatentamente pela UA e outrascomunidades económicasregionais no continente quequerem aprender com estaexperiência.

Nos termos do Tratadoda Comunidade EconómicaAfricana assinado em 1991, aÁfrica tem como objectivoestabelecer uma ACL em todo ocontinente e o esperado mercadoúnico é considerado como umdos blocos de construção para ameta continental.

P o r t a n t o , u m a v e zoperacional, a ATCL será usadacomo referência para oaprofundamento da integraçãoregional e continental em África.

Na verdade, a Comissão daUA considera o arranjotripartido como uma "melhorprát ica" que outrascomunidades regionais devemimitar para a realização da visãode África de um continenteintegrado, próspero e unido.

"O arranjo TripartidoCOMESA-EAC-SADCrepresentam as melhorespráticas que as outras CERs sãoencorajadas a imitar, a fim deacelerar a harmonização dosseus programas e actividades",diz parte do mais recenterelatório sobre o estado daintegração em África lançadopela Comissão da UA.

O acordo tripartido não éuma nova estrutura legal,também não é uma novacomunidade económicaregional. Pelo contrário, é umatentativa de juntar as diferentesorganizações regionais para acriação da ComunidadeEconómica Africana.

O COMESA, EAC e SADCcomprometeram-se a tornar oarranjo tripartido um successo.sardc.netr

Lançamento da Grande ACL marcado para DezembroO lançamento da proposta

Grande ACL está previsto paraDezembro, durante uma cimeiratripartida, que vai decorrer noEgipto.

Isto ocorre após intensasconsultas e negociações que vêmse realizando desde 2008,quando as três comunidadese c o n ó m i c a s r e g i o n a i sassumiram o compromisso detrabalhar em conjunto naintegração regional durante asua cimeira histórica realizadaem Kampala, Uganda.

O empenho demonstradopelas três comunidadeseconómicas agora provou serfrutífero uma vez que a GrandeACL está prestes a se tornar umarealidade.

Numa reunião realizada emBujumbura, Burundi, de 24-25 deOutubro, a Comissão SectorialTripartida de ministros doC O M E A - E A C - S A D Cconcordaram em lançar a GrandeACL em Dezembro, dizendo quea região está agora pronta paraum mercado integrado.

"A decisão de lançar a ACLTripartida tomou em conta ofacto da maioria dos Estados-Tripartidos/Estados-Membrosterem feito ofertas tarifáriasambiciosas e terem aindaacordado sobre as Regras deOrigem, enquanto se concluemdetalhes sobre Regrasespecíficas de Origem doproduto", disse o SecretárioExecutivo do COMESA, SindisoNgwenya, num comunicado.

Ngwenya é o presidente dogrupo de trabalho TripartidoCOMESA-EAC-SADC.

De acordo com o roteirodesenvolvido pelas t rêscomunidades económicasregionais em Junho de 2011, emJoanesburgo, África do Sul, aGrande ACL foi planeada para

por Kizito Sikuka

VISÃO AFRICANA de longadata prevê um continenteintegrado, próspero e unido.

Essa visão está quase atornar-se realidade, pois emDezembro de 2014 está previstoo lançamento do maior mercadointegrado que cobre 26 países daÁfrica Oriental e Austral.

Vulgarmente conhecida porÁrea Tripartida de Comércio deLivre (ATCL), o mercadointegrado compreenderá oMercado Comum da ÁfricaOriental e Austral (COMESA), aComunidade do Estados daÁfrica Oriental e a SADC.

Espera-se que a criação de ummercado único e ampliadoimpulsione o comércio intra-regional e aprofunde a integraçãoregional através da melhoria dosfluxos de investimento eaumento da concorrência.

Na verdade, este arranjointegrado criará uma populaçãototal de cerca de 625 milhões depessoas que cobrem metade dosEstados membros da UniãoAfricana (UA) e um ProdutoInterno Bruto de cerca de 1,2triliões de dólares norte-americanos.

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mais de 2.500 horas de sol por ano. Isso ocorreporque a região da SADC, e na verdade todaa África, tem sol o ano todo.

Na maioria dos casos, projectos de ER,particularmente aqueles que envolvem maisde um Estado-Membro da SADC, muitasvezes levam muito tempo para saírem dascarteiras. Isto é em parte atribuído aos desafiosassociados com o comércio transfronteiriçoporque os interesses nacionais têm a tendênciade se imporem sobre as necessidadesenergéticas regionais.

Há, portanto, necessidade de adoptarmedidas para estimular a absorção deprodutos e tecnologias de ER. Essas medidasincluem a obrigatoriedade da indústria deenergia eléctrica comprar ER ou fornecer umacerta proporção de sua energia a partir defontes renováveis, bem como odesenvolvimento de um mercado seguro.

Há também a necessidade de um quadrosub-regional harmonizado de ER que irá, entreoutras coisas, resultar na redução dos custosde investimento em tecnologias de ER e maiorconfiabilidade da qualidade de novos erenováveis serviços energéticos.

Com todas as suas vantagens, os sistemassolares não são baratos para instalar; umsistema para uma casa típica na região custaalgo entre 500 e mil dólares norte-americanos,de acordo com o BAD.

Há também a necessidade de enfatizar aimportância da participação da comunidadeno desenvolvimento de produtos e tecnologiasde ER para garantir a apropriação e aceitaçãodas novas fontes de energia.

A participação da comunidade éfundamental para a construção de umasociedade com poderes e valor acrescentadoatravés da infusão dos conhecimentostradicionais para o sector de ER.

Energia RenovávelFuturo do Sector de Energia da SADC

8 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2014

É à luz disto que a região da SADC está adesenvolver um centro para promover aadopção de produtos e tecnologias de ER.

O proposto Centro da SADC para asEnergias Renováveis e Eficiência Energética(SACREEE) poderá contribuir para aumentara absorção de energia limpa na África Austral,permitindo a região enfrentar os seus desafiosenergéticos.

Ele irá, entre outras coisas, promover aadopção de ER e tecnologias de eficiênciaenergética e serviços com base no mercado nosEstados Membros da SADC.

O c e n t r o d e v e r á c o n t r i b u i rsubstancialmente para o desenvolvimento dosmercados de energia e eficiência energéticarenováveis regionais através da partilha deconhecimentos e assessoria técnica nas áreasde política e regulação, cooperaçãotecnológica, desenvolvimento de capacidades,bem como a promoção de investimentos.

Vários parceiros de cooperação, tais comoa Agência Austríaca para o Desenvolvimentoaustríaco e a Organização das Nações Unidaspara o Desenvolvimento Industrial (UNIDO),comprometeram-se a prestar apoio financeiroao centro nos primeiros três anos. Depoisdisso, o centro deverá ser auto-sustentável.

A criação do centro deverá ocorrer em trêsfases, a primeira das quais envolve a selecçãodo País onde será instalado e a criação doSecretariado do SACREEE, que seráresponsável pela gestão do dia-a-dia do centro.

A equipa de gestão será dirigida por umdirector executivo nomeado pelo conselhoexecutivo e será composto por vários níveis depessoal permanente complementados porconsultores, incluindo pessoal internacionalsempre que necessário.

Pelo menos cinco países estão disputandoo direito de sediar o centro. As candidaturas

por Joseph Ngwawi

O ACESSO à energia limpa e sustentáveltornou-se parte da agenda dedesenvolvimento internacional durante asduas últimas décadas, o que reflecte oreconhecimento mundial do importante papelque a energia desempenha na prestação deserviços básicos e na geração de emprego erenda.

Considerado por muitos como o "Objectivode Desenvolvimento do Milénio (ODM) emfalta", a energia tem um impacto directo sobreo bem-estar das pessoas, facilitando ofornecimento de água e alimentando aprodução agrícola, ajudando na provisão decuidados de saúde e educação, criação deemprego e contribuindo para asustentabilidade ambiental global.

De acordo com o Banco Africano deDesenvolvimento (BAD), a região tempotencial para se tornar uma "mina de ouro"para as energias renováveis, devido aosabundantes recursos solares e eólicos que sãoagora muito procurados pelos investidoresinternacionais na sua busca por energia limpa.

Por exemplo, o potencial hidroeléctricototal nos países da SADC está estimado emcerca de 1.080 terawatts-hora por ano (TWh /ano), mas a capacidade actualmente utilizadaé inferior a 31 TWh / ano. Um terawattequivale a um milhão de Megawatts (MW).

A região da SADC também estáextremamente dotada de cursos de água,como o Congo e Zambeze. A barragem doInga, situada no rio Congo, tem potencial paraproduzir cerca de 40.000 MW de energiaeléctrica, de acordo com o SAPP.

No que respeita à energia geotérmica, oPrograma das Nações Unidas para o MeioAmbiente e Facilidade Global do MeioAmbiente estimam que cerca de 4,000MW deelectricidade está disponível ao longo do valedo Rift, na República Unida da Tanzânia,Malawi e Moçambique.

No entanto, actualmente existem baixosníveis de utilização de Energia Renovável (ER)em toda a região. Isso é em grande partemotivado pela falta de quadros legislativos eregulamentares eficazes que apoiem odesenvolvimento do mercado.

Há provas contundentes da subutilizaçãodas ER em toda a região, apesar da existênciade recursos abundantes para produzir ER.

Por exemplo, uma pesquisa mostrou que amaioria dos países da África Austral recebe

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para albergar o SACREEE foram recebidas doBotswana, Moçambique, Namíbia, África doSul e Zimbabwe. A candidatura da África doSul precisa, no entanto, de ser aprovada peloparlamento.

O estabelecimento do SACREEE, incluindoa escolha do país de acolhimento, estádependente da realização de reunião anualdos Ministros de Energia da SADC.

A reunião dos Ministros da Energia tinhasido marcada para Setembro, mas foi adiadadepois do Malawi ter anunciado que não iriaacolher o encontro devido a vários desafios.As Maurícias foram escolhidas para servir delocal alternativo.

A decisão dos ministros será encaminhadaao Conselho de Ministros da SADC emFevereiro de 2015 que fará a aprovação final.

A fase preparatória, que inicialmentedeveria decorrer de Janeiro a Outubro de2014, também comporta a criação e entradaem funcionamento do conselho executivo doSACREEE e das comissões técnicas.

A composição da direcção e da comissãotécnica serão acordadas pelos Estadosmembros.

A primeira fase operacional será executadaa partir do final de 2014 até 2017, durante o qualo centro vai privilegiar o desenvolvimento deprogramas de energia renovável para a regiãoe mobilização de recursos.

A segunda fase operacional, de 2018-2021,vai se concentrar em actividades para garantira sustentabilidade do centro após a saída deparceiros de cooperação internacional, comoUNIDO. r

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 9

OPORTUNIDADES E importância das energias renováveis são amplamente reconhecidasna região da SADC.

A energia renovável, que é abundante na região, é a energia que é continuamentedisponível e sustentável como a eólica, solar, biomassa e hidroeléctrica.

Por outro lado, a energia com base em combustíveis fósseis ainda está disponível a umcusto acessível. Este é o caso da energia produzida a partir do carvão da África do Sul.

O desenvolvimento de um quadro político regional harmonizado para energias novas erenováveis foi identificado como um importante passo para a realização do objectivo de al-cançar o equilíbrio entre a satisfação das necessidades energéticas da região e a sustentabili-dade do meio ambiente da SADC.

A SADC está a trabalhar num projecto de Estratégia Regional de Energia Renovável, quevisa promover a captação de energia limpa e garantir que a África Austral tire proveito dasinúmeras oportunidades de energias renováveis que existem na região.

De acordo com a Divisão de Energia da Direcção dos Serviços de Infra-estruturas da SADC,quase todos os Estados Membros têm políticas de energia em vigor, enquanto três desen-volveram já políticas de energia renovável. Trata-se da Namíbia, África do Sul e Zâmbia.

Dados da SADC também mostram que apenas as Maurícias, África do Sul e Zâmbia temactualmente estratégias de energias renováveis em vigor. As Maurícias são o único Estado-membro com um plano director de energia renovável. r

Contexto das energias renováveis na SADC

O GRUPO de Empresas de Electricidadeda África Austral afirma que todos ospaíses da SADC precisam de ter umaabordagem integrada para lidarcom restrições de energia na região até2018, mas, entretanto, o trabalho vaicontinuar.

O Gestor de Coordenação do Grupo deEmpresas de Electricidade da África Austral(SAPP), o Dr. Lawrence Musaba, disse queas metas para 2014 não poderão seralcançadas devido à falta de investimento eatrasos na implementação de projectosregionais de energia.

"Entre agora e 2018 o trabalho vaicontinuar devido à falta de implementaçãoe atrasos na execução de outros projectos naregião."

Dirigindo-se os delegados da ReuniãoAssociação Regional dos Reguladores daEnergia (RERA) da África Austral, emVictoria Falls, Zimbabwe, Musaba disse quea região esperava produzir este ano 2.896Megawatts (MW), mas esta meta poderá nãoser atingida.

"A crise de energia na SADC iniciou em2007 e, actualmente estamos a implementarprojectos que geram 1.100 Megawatts porano, enquanto a procura de energia estácrescendo", disse Musaba.

"Prevemos produzir 28.000 MW noperíodo 2014-2018. Em 2016, poderemos noslivrar da crise energética caso todos osprojectos sejam implementados. Há umanecessidade da região implementar osprojectos planeados. "

O SAPP é constituído por empresas de 12Estados Membros da SADC continental que,juntos, gerem uma rede energética regional,embora alguns países ainda não estejaminterligados. r

2018, ano crítico para aintegração energética,entretanto muito há por fazer

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E N E R G I A

Reunião dos Ministros da Energia adiada

Tanzânia investe naenergia geotérmica

10 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2014

O DESENVOLVIMENTO deinfra-estruturas - incluindo nosector da energia - é uma dasprincipais prioridades a serexercida nos termos do PlanoEstratégico Indicativo deDesenvolvimento Regional daSADC (RISDP) revisto.

O RISDP revisto, que foiapresentado à CimeiraOrdinária de Chefes de Estado ede Governo da SADC emVictoria Falls, Zimbabwe, emAgosto, identifica quatrograndes prioridades a seremimplementadas na região entre2015-2020.

A Prioridade A procurapromover o desenvolvimentoindustrial e a integração domercado através do reforço dacompetitividade e da oferta decapacidade do lado produtivodos Estados membros, bemcomo melhorar a circulação demercadorias e facilitar aintegração do mercadofinanceiro e de cooperaçãomonetária, entre outras coisas.

A REUNIÃO anual dosMinistros da Energia da SADCfoi adiada para uma dataanunciar. O encontro é umaoportunidade para os ministrosde energia analisarem a situaçãode energia na região, numesforço para garantir que aoferta e a procuram estejamequilibradas.

Tradicionalmente realizadaem Março / Abril de cada ano, areunião foi inicialmente adiadapara Setembro, para permitirque o país anfitrião, Malawi, arealizasse as suas eleições geraisem Maio.

O Malawi tinha indicado quenão estava em condições deacolher a reunião alguns mesesapós as eleições que produziramum novo governo.

As Maurícias, sendo Paísseguinte em ordem alfabética de

organismo regional de 15membros, foi abordado paraacolher a reunião dos ministrosde energia, mas ainda não háconfirmação.

Várias questões, incluindo acriação de um Centro SADCpara as Energias Renováveis eEficiência Energética, serãodiscutidas na reunião. Outrasquestões na agenda são o estadode implementação dasprincipais decisões tomadas naúltima reunião realizada noLesotho em 2013, bem comoalguns dos pro jectosprioritários.

As decisões da reunião dosMinistros da Energia 'serãocanalizadas ao Conselho deMinistros da SADC paraaprovação final na sua próximareunião marcada para Fevereirode 2015. r

A REPÚBLICA Unida daTanzânia está explorandopossibilidades de investirfortemente em energiasrenováveis, especialmenteenergia geotérmica.

O Comissário Adjunto deEnergia Renovável noMinistério de Energia eMinerais, Edward Ishengoma,disse que o país tem vastasreservas de energia geotérmica,e caso todas estas fontes sejamexploradas, a Tanzânia estariaem condições de venderexcedente de energia para ospaíses vizinhos.

Ele disse que a Tanzânia tempelo menos 50 fontesgeotérmicas identificadasespalhadas por todo o país, queestão ainda por ser exploradas.

"Queremos ut i l izareficazmente todas as potenciaisfontes de energia disponíveis nopaís, incluindo a energiageotérmica, disse ele.

Estima-se que o potencialgeotérmico da Tanzânia ande avolta de 650 Megawatts (MW), amaioria das quais estálocalizada no Leste do Sistemado Rift Africano. Tanzania DailyNews r

A Prioridade B está centradana melhoria de infra-estruturasde apoio para a integraçãoregional.

A Energia é uma áreaimportante deste pilar doRISDP revisto e está sendo feitoum trabalho preparatórioconsiderável nesta área paradesenvolver políticas, sistemas eprocessos que facilitem apreparação de projectos, bemcomo ajudar a atrairinvestimentos do sector privadoe continuar a promoverparcerias público-privadas.

O Chefe da Direcção dosServiços e Infra-estrutura daSADC, Remigious Makumbe,reiterou o compromisso daSADC em apoiar o sector daenergia.

"O sector de energia continuaa ser fundamental para a agendade integração regional e temos,portanto, apelado aos ICPs(Parceiros de CooperaçãoInternacional) para alinharem osseus programas com as

Desenvolvimento de infra-estruturas de EnergiaUm dos principais pilares do RISDP revisto

principais prioridadesregionais", disse Makumbe.

A Prioridade D diz respeitoa promoção de programasespecia is de dimensãoregional como educação edesenvolvimento de recursoshumanos; saúde, HIV e SIDA eoutras doenças transmissíveis;segurança alimentar e recursosnaturais transfronteiriços;ambiente; estatística; igualdadede género; e ciência, tecnologiae inovação e pesquisa edesenvolvimento.

As três prioridades acimaapresentadas serão potenciadaspela Prioridade C na promoçãoda paz e da cooperação desegurança como um pré-requisito para a realização daagenda de integração regional.

O RISDP é um planoestratégico de 15 anos, aprovadopelos líderes da SADC em 2003como o principal modelo para aintegração e desenvolvimentoregional

O plano, ao longo dosúltimos anos, sofreu umprocesso de avaliação queiniciou com uma análise dedocumentos realizada peloSecretariado da SADC em 2011.

Em agosto de 2013, oConselho de Ministros solicitouao Secretariado da SADC paratrabalhar com os Estados-Membros na criação de um grupode trabalho de várias partesinteressadas para finalizar oprocesso de revisão do RISDP.

O grupo de trabalho teveuma série de reuniões em 2014para propor novas prioridades;as principais áreas de foco;marcos; resultados; metas eprazos para o restante períodode implementação.

O resultado deste trabalho éo RISDP revisto (2015-2020), quefoi apresentado para aprovaçãopelo Conselho de Ministros epelos Chefes de Estado e deGoverno durante a 34ª Cimeirada SADC realizada noZimbabwe, em Agosto. r

C. Cooperação para a Paze Segurança

Prioridades para o RISDO Revisto 2015-2020

A. Desenvolvim

ento Industrial e Integração

do Mercado

B. Apoio as Infra-estruturaspara a Integração

Regional

D. Programas Especiais

de Dim

ensão Regional

REVISTO

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por Kizito Sikuka

A CONSTRUÇÃO de uma novalinha de transmissão de energiaque liga Moçambique, África doSul e Zimbabwe poderá vir amelhorar a ligação e o comérciode electricidade na África Austral.

Conhecido por Projecto deTransmissão Moçambique-Zimbabwe-África do Sul

(MoZiSa), o empreendimentoenvolve os três países que estãotodos ligados à rede regional.

Todas as concessionárias deenergia na SADC continental,com excepção de Angola, Malawie da República Unida daTanzânia, estão interligadosatravés do Grupo de Empresas deElectricidade da África Austral(SAPP), permitindo-lhes venderelectricidade para o outro atravésde um mercado competitivo.

Neste sentido, o projecto detransmissão MoZiSa tem acapacidade de melhorar o acessoa energia através da rederegional, permitindo umatransferência de energia eléctricaentre e entre os Estadosmembros da SADC.

De acordo com o SAPP, oprojecto MoZiSa é apoiado pelasrespectivas empresas eléctricasdos três países, designadamenteElectricidade de Moçambique(EDM), Eskom, da África do Sul,e da Autoridade deFornecimento de EnergiaEléctrica do Zimbabwe (ZESA).

As três empresas assinaramum memorando deentendimento para desenvolvera interligação e formaram trêsequipas de desenvolvimento deum projecto comum. As equipasconjuntas - um comité dedirecção, uma comissão técnica eum comité comercial - foramencarregadas de liderar oprocesso de implementação, queserá coordenado pelo SAPP.

O SAPP é um organismoregional que coordena oplaneamento, produção,transmissão e comercializaçãode energia eléctrica na ÁfricaAustral, em nome de empresasestaduais membros.

A África Austral consideraque o desenvolvimento de linhascomo fundamentais paraenfrentar a situação de crise deenergia na região, que remonta oano de 2007, quando a SADCcomeçou ter problemas na suacapacidade de produção deenergia eléctrica e muitas linhas

de transmissão regionaisc o m e ç a r a m a f i c a rcongestionadas.

A interligação MoZiSa irácomplementar outras linhas detransmissão regional e vaifacilitar a transferência deenergia dentro da rede do SAPP.

Além disso, vai aumentar aestabilidade no grupo de energiaatravés de um interligaçãoadicional entre a rede forte noSul e a rede fraca no norte daregião, o que tem sido uma fontede grade instabilidade do SAPP.

Como parte do projectoMoZiSa, haverá váriosdesenvolvimentos separadospara complementar o projecto demodo garantir que a interligaçãoMoZiSa seja um sucesso.

Por exemplo, no Zimbabwe,haverá uma nova subestação noTriângulo e outra no OrangeGrove.

Entre o Zimbabwe e a Áfricado Sul, a interligação Triangle-Nzhelele será construído comuma linha de 400 kV, que seestende por 275 quilometros.Uma nova linha de 400 kV nasubestação de Nzhelele tambémserá construída.

Outros desenvolvimentosimportantes estão sendopropostos entre o Zimbabwe eMoçambique. Por exemplo, umalinha de 400kV com 185quilometrou será desenvolvidapara interligar Orange Grove, noZimbabwe, e Inchope, emMoçambique.

Além disso, uma novaSubestação de 400 / 220kV noInchope em Moçambique, seráconstruída, enquanto uma longalinha de 360 quilómetros, entreInchope-Matambo e comcapacidade de produzir 400 kV,para além de uma linha de 400kV que se estende por 115quilómetros será construídaentre Matambo-Songo.

O S A P P r e c e b e ufinanciamentos do Fundo dePreparação de Projectos deEstudo de Viabilidade (PPF), queé apoiado pelo Banco de

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 11

Namíbia terá oprimeiro parquede energia solarA NAMÍBIA poderá ter o seuprimeiro parque de energia solarno início de 2015, que iráproduzir cerca de 4,5 Megawattsde electricidade.

De acordo com informaçõesoficiais, o Parque Solar deOmburu avaliado em 10,8 milhõesdólares norte-americanos,pertence a firma francesaInnoSun, está situado cerca decinco quilómetros ao sul deOmaruru e é o primeiro projectode energia renovável na Namíbiaimplementado por um produtorindependente de energia (IPP).

Ocupando cerca de 15hectares de terra, o parque serácomposto por cerca de 30.000painéis solares "Tracker" auto-ajustáveis que estão emmontagem e que lhes permitirãocaptar o sol durante todo o dia,de acordo com a InnoSun.

O Ministro Namibiano dasMinas e Energia, Isak Katali, disseque o projecto foi uma dasiniciativas do Estado-Membro daSADC para aproveitar seusabundantes recursos energéticosrenováveis.

"Vamos continuar a apoiar aInnoSun a concrectizar os seusplanos", acrescentou. r

Desenvolvimento da ÁfricaAustral e pela Agence Françaisede Développement, para ser o serutilizado na realização de umestudo exploratório para aelaboração do projecto detransmissão MoZiSa.

Um apelo para serviços deconsultoria foi feito em agosto,para realizar um estudoexploratório e conceptualizaçãoque inclui a revisão dos estudostécnicos iniciais e trabalhos járealizados pelas três empresas eaconselhamento sobre o trabalhotécnico das propostas linhas detransmissão.

O trabalho vai se concentrarem avaliar o nível dos riscosinerentes ao projecto em váriosestágios de desenvolvimento.

" E s s a s a c t i v i d a d e spreparatórias permitirão aospatrocinadores do projecto, aoSAPP e aos financiadorestomarem as decisões necessárias einformadas sobre o financiamentopara o estudo de viabilidade dosprojectos", diz parte dos termos dereferência para os serviços deconsultoria para definir o escopode estudo para o projecto detransmissão MoZiSa.

As manifestações de interessepara os serviços de consultoriaencerraram a 10 de Setembro, eo SAPP deve anunciar oscandidatos vencedores embreve.

O anúncio será um passoimportante para o início daexecução do projecto detransmissão MoZiSa. sardc.netr

Linha de transmissão MoZiSa vai impulsionar acomercialização de energia na SADC

E N E R G I A

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12 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2014

uma abordagem regional quetome em conta a naturezadiversa dos desafioshumanitários que estão ligadosa uma abordagem global e querespondam aos desafioshumanitários enfrentados pelospaíses e comunidadesindividuais ", disse ela.

Ela disse que a região devecomeçar a elaborar estratégiasagora e "não esperar até aCimeira de 2016 em Istanbulpara fazer as mudanças queprecisam ser feitas agora."

Quanto a epidemia do Ébolaque afecta vários países daÁfrica Ocidental, a secretária-executiva da SADC disse que acomunidade mundial devetrabalhar em conjunto paracombater o vírus mortal.

cooperação para reforçar omecanismo de resposta regionala desastres na África Austral.

O acordo foi assinado pelaSecretária Executiva da SADC,Dra. Stergomena Lawrence Tax,e pela Secretária-Geral da ONUpara Assuntos Humanitários,que também é o Coordenadorada Ajuda de Emergência, aBaronesa Valerie Amos, emPretória, África do Sul, emOutubro.

AS MAURÍCIAS têm garantidouma concessão do Fundode Adaptação para aimplementação de umprograma de adaptação àsalterações climáticas nas zonascosteiras do país ao longo dospróximos seis anos.

O Programa de adaptação àsalterações climáticas na zonacosteira das ilhas Maurícias visaaumentar a resiliência dascomunidades e os meios desubsistência nas áreas costeiras,principalmente através demedidas para proteger osecossis temas coste irosvulneráveis e as comunidadesem Mon Choisy e Rivière desGalets, bem como odesenvolvimento eimplementação de um sistemade alerta para surtos nas ilhasMaurícias.

Falando num seminário deinício do projecto, o Ministro doDesenvolvimento Sustentável eAmbiente das Maurícias,Devanand Virahsawmy, disseque sendo um Estado pequenoInsular e em Desenvolvimento,a s M a u r í c i a s s ã oparticularmente vulneráveis aosefeitos adversos da mudança doclima, especialmente ao longoda costa, onde a aceleração donível do mar e da frequência eintensidade de ciclones tropicaispode resultar em perdaeconómica considerável edegradação ambiental.

O projecto vai ajudar ascomunidades costeiras ao tratardos efeitos adversos dasalterações climáticas, através daimplementação de medidas dedesenvolvimento resistentes aoclima.

Ele disse que o governotambém adoptou umaabordagem pró-activa para aconstrução de resiliência àsmudanças climáticas. r

A SECRETÁRIA Executiva daSADC, Dra. StergomenaLawrence Tax, instou acomunidade internacional adedicar esforços e recursospara ajudar as comunidadese os países vulneráveis àlidarem com os desastresnaturais.

A Dra.Tax lançou este apelona Cimeira Mundial deAssis tência humanitár iafocalizada para a África Australe Oriental realizada em Pretória,África do Sul, no final deOutubro.

"Não obstante a Estrutura deRedução do Risco de Desastresexistente na SADC, precisamosde estar cientes do cenáriomundial e das realidadesemergentes, e, assim, estabelecer

O m e m o r a n d o d eentendimento visa melhorar ascapacidades da SADC e dosEstados-Membros na gestão dorisco de desastres e assistênciahumanitária, bem comodefender os direitos das pessoasafectadas por conflitos sociais edesastres naturais.

O acordo tem como objectivoapoiar um ambiente propíciopara o desenvolvimentosustentável na região.

A maioria dos países daSADC é vulnerável a uma sériede desastres naturais,particularmente inundaçõesdurante a época chuvosa e,quando ocorrem esses desastresnaturais, tem havido perda devidas humanas e depropriedades. r

ONU e SADC assinam acordo sobre a gestão de desastres

Mauríciasimplementamprograma deadaptação costeira

As NAÇÕES Unidas e SADCassinaram um Memorando deEntendimento (MoU) queestabelece um quadro de

Ela disse que o Ébola ameaçanão apenas as vidas humanas",mas também as economiasdos países afectados ecoloca uma enorme pressãosobre os já fracos sistemas desaúde."

"Talvez a dimensão mais letaldeste flagelo é o seu potencialpara desfazer os progressos atéagora alcançados em África. OÉbola faz com que a maioria dospaíses adoptem políticasproteccionistas que minam opoder colectivo de África e todaa aspiração da livre circulaçãode pessoas, bens e serviços",disse ela.

"Na verdade, temos delidar com o Ébola de formaunida e com esforçoscolectivos". r

SADC apela à unidade para assistência as pessoas vulneráveis

G E S T Ã O D E D E S A S T R E S

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 13

B R E V E S N E G Ó C I O S

A COMISSÃO da UniãoAfricana fez uma parceriacom o Banco Africano deDesenvolvimento e com aComissão Económica das

Nações Unidas para a produçãode um Índice de IntegraçãoRegional em África.

O índice é o primeiro sistemade monitoria sistemática e

quantitativa e em todo ocontinente para a integraçãoregional em África, e foiprojectado para acompanhar oprogresso de países africanos e

A nova linha de transmissão,conhecida por projecto deinterligação de energia Zâmbia-Quénia-Tanzânia, ligará asempresas de electricidade daÁfrica Oriental ao SAPP.

A Zâmbia, Quénia e Tanzâniaassinaram um Memorando deEntendimento de 1.2 biliões dedólares norte-americanos, emDezembro, que, entre outrascoisas, estabelece princípios quesublinham a relação entre os trêspaíses.

Segundo o acordo, o projectovai iniciar em Dezembro de 2015e deverá ser concluído emDezembro de 2018.

Depois de concluído, oprojecto que incentiva acomercialização de energiaeléctrica, vai aumentar asegurança do fornecimento deelectricidade e fomentar o

FOI RECENTEMENTErubricado um acordo que prevê aconstrução de uma nova linha detransmissão de energia quepermitirá os países da ÁfricaOriental partilhar o seu excedentede electricidade com a ÁfricaAustral.

A nova linha de transmissãovai ligar a República Unida daTanzânia ao Grupo de Empresasde Electricidade da África Austral(SAPP) - um desenvolvimentoque vai ver o país participante nomercado de negociação de energiacompetitiva da SADC, quepermite aos países beneficiaremde energia produzida nos outrosEstados-Membros.

Todas as empresas deelectricidade da SADCcontinental, com excepção deAngola, Malawi e Tanzânia, estãointerligadas através do SAPP.

A SADC tem a capacidade deimpulsionar o comércio eaprofundar a integração, caso osEstados-Membros trabalhem emconjunto na harmonização dasnormas em matéria de comércioe serviços.

O Secretário Permanente daIndústria e Comércio daZâmbia, Siazongo Siakalenge,disse fez esta declaração numrecente seminário de formaçãoda SADC sobre Normalização epadronização (SADCSTAN) edesenvolvimento de planos denegócios das comissões técnicas,realizado em Lusaka, Zâmbia.

Ele disse que é importante queregião mantenha padrões

harmonizados de formatransparente através da aplicaçãodo processo de harmonizaçãopara o benefício de todos osEstados Membros da SADC.

"Estamos comprometidos como Protocolo da SADC sobre oComércio e é positivo que asbarreiras técnicas ao comércio,recentemente ajustadas emconsonância com o protocolo,possam melhorar as operações dapadronização da SADC, garantiade qualidade, acreditação eestruturas metrologia, que visapromover a liberalização deoperações intra-regionais de bense serviços na região ", disse ele.Zambia Daily Mail r

O ZIMBABWE aprovou acriação de um banco para asmulheres para aliviar e facilitaro acesso das mulheres a recursose serviços financeiros.

O Ministro das Finanças eDesenvolvimento Económico,Patrick Chinamasa, disse que obanco vai melhorar adisponibilidade de crédito paraas mulheres e apoiar as suasempresas e projectos de geraçãode renda.

"A ZimAsset reconhece queas mulheres são uma parteintegrante da transformaçãosocioeconómica do Zimbabwe",disse ele. "A este respeito,facilitando o seu acesso aocrédito através de instituiçõesformais poderemos superar asua exclusão financeira."

Ele disse que cerca de cincomilhões de dólares norte-americanos já foram reservadospara a capitalização do banco noapoio ao empreendedorismo dasmulheres.

Mais de 400.000 dólares norte-americanos foram alocadospara programas de treinamentopara fortalecer a alfabetizaçãoe habilidades de negóciosfinanceiros. The Chronicle r

comércio regional, bem comoestimular o investimento naprodução de energia paraatender à crescente demanda domercado grande que será criadoatravés da interligação das duassub-regiões. r

Comunidades EconómicasRegionais (CER) para alcançarsuas metas da integraçãoregional.

Isto irá acompanhar edocumentar os impactos daintegração regional em África, eapresentar o caso para umaintegração mais profunda.

O índice a ser produzido emMarço de 2015 vai ajudar ospaíses e as CERs a identificarlacunas e tomar decisõespolíticas informadas sobre amelhor forma de colmatar essaslacunas e alcançar as suasaspirações e compromissos deintegração regional. r

UA desenvolve Índice Africano de Integração Regional

Nova linha de transmissão de energia paraa África Austral

Harmonização das principais normas parao Desenvolvimento Regional

Zimbabwe vai criarbanco para as mulheres

Seychelles aderem aOMCAS SEYCHELES assinaram oprotocolo de adesão aOrganização Mundial doComércio (OMC).

O Ministro do Investimento eFinanças, Pierre Laporte,assinou o protocolo, emDezembro, o que significa que ailha vai agora se tornar n 161°Estado membro da OMC.

A cerimónia de assinaturaocorreu após a aprovação dopacote de adesão das Seycheles,incluindo o protocolo de adesãopara o Conselho Geral da OMC,em Genebra, Suíça.

De acordo com o Ministériodas Finanças, Comércio e doInvestimento, a ratificação estáprevista para ser concluída noprimeiro trimestre de 2015.

A adesão à OMC vai trazervários benefícios para o país, eLaporte observou que asreformas que tinham de serrealizadas durante o processo deadesão ajudaram produzir as leise as políticas do país com osmelhores padrões internacionais.

"As Seychelles tem agorauma plataforma que apoia o paíse lhe confere uma oportunidadeigual aos outros Países em fazervaler a sua voz nas questõescomerciais", disse ele. SeychellesNews Agencyr

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14 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2014

A SADC e a Alemanhaconcordaram em trabalharjuntos para apoiar os esforçosvisando aprofundar aintegração regional na ÁfricaAustral.

O Secretariado da SADC euma delegação da RepúblicaFederal da Alemanhaconcluíram com êxito consultasem Novembro sobre o futuroda cooperação SADC -Alemanha.

As duas partes reconhecerama importância e a mais-valia demais de 20 anos de cooperação ecom compromissos de cerca de300 milhões de Euros dogoverno alemão nesse período,para os programas e projectosda SADC.

Com base no Tratado e nosprotocolos da SADC, do PlanoEstratégico Indicativo deDesenvolvimento Regional(RISDP) revisto e do PlanoEstratégico Indicativo revistopara o Órgão (SIPO), ambos oslados concordaram com oobjectivo de "apoiar oaprofundamento da integraçãoregional em benefício daspessoas na região da SADC. "

As áreas específicas decooperação serão a integraçãoeconómica regional; gestãotransfronteiriça da água; paz,segurança e boa governação;uso transfronteiriço e protecçãodos recursos naturais eresiliência às mudançasclimáticas; e desenvolvimentoda capacidade organizacionalda SADC.

Dentro das diversas áreas,será dada maior importânciaao aumento do apoio asprioridades de desenvolvimentoindustrial e de infra-estrutura naregião da SADC.

A SADC e a Alemanhaenfatizaram a importância de

Secretária Executiva da SADC agradeceapoio dos ICPs ao CCARDESA

A SECRETÁRIA Executivada SADC, Dra. StergomenaLawrence Tax, agradeceuparceiros de cooperaçãointernacional por ajudarem ocentro de pesquisa agrícola.

Falando no lançamento doCentro de Coordenação dePesquisa de DesenvolvimentoAgrícola para a África Austral(CCARDESA), em Gaborone,em Novembro, a Dra. Tax disseque a região não teria feitoavanços significativos naárea da agricultura e nodesenvolvimento dos seusrecursos naturais de sem aassistência dos seus amigos eparceiros de desenvolvimento.

"Gostaríamos, portanto, demanifestar a nossa gratidão aosparceiros de desenvolvimentopor essa assistência e espero que

continuem a estender uma mãoamiga para o CCARDESA paraque possa cumprir cabalmente oseu importante mandato", disseela.

A Secretária Executiva daSADC, prestou homenagem àUnião Europeia por facilitar ainstalação apoio ao CCARDESA.

O CCARDESA é umaorganização de pesquisa sub-regional estabelecida pelosEstados Membros da SADC parafacilitar a coordenação e odesenvolvimento da pesquisaagrícola na região da SADC epromover a difusão e geração detecnologia visando melhorar asegurança alimentar.

As actividades do centro sãofinanciadas pela UE no âmbito do10° Fundo de DesenvolvimentoEuropeu (FED).

se engajar em programasconjuntos com outros Parceirosde Cooperação Internacionalpara reforçar as sinergiase evitar duplicações esobreposições.

Como um primeiro passoimportante em direcção a esseobjectivo, um representante dadelegação da União Europeiaem Gaborone participou aolongo das consultas naqualidade de observador.

Os resultados das consultasirão orientar os futuroscompromissos a lemãesenquanto se preparar apróxima ronda de negociaçõesSADC – Alemanha que irãodecorrer em Gaborone, emJunho de 2015.

Na cerimónia de assinatura doacordo, o Embaixador alemão noBotswana e Observador daSADC, Rolf Ulrich, anunciounovos compromissos alemãespara a SADC.

Em 2014, o governo alemãofez um apoio adicional de 26milhões de Euros para a SADCrealizar os seguintes programas:• Paz, Segurança e Boa

Governação (€ 3 milhões);• Uso Transfronteiriço e

Protecção de RecursosNaturais na região da SADC(€ 8 milhões);

Desde a sua criação em 2011,o CCARDESA desenvolveu umPlano Operacional de MédioPrazo (MTOP) através doqual implementa as suasactividades.

No início deste ano oCCARDESA lançou um conviteà apresentação de propostas emprojectos de pesquisa e dedesenvolvimento colaborativo.

Os beneficiários do projectoa ser financiado pelo Fundodo CCARDESA incluemuniversidades, institutos depesquisa agrícola, empresasprivadas e organizações não-governamentais da região.

O objectivo do lançamento éinformar o público dos marcosmais importantes para oCCARDESA no apoio àinvestigação regional. r

• Fundo Regional deAbastecimento de Água eSaneamento Básico (€ 10milhões); e,

• Área de ConservaçãoTransfronteiriça do GrandeLimpopo (€ 5 milhões).A Secretária Executiva

da SADC, Dra. StergomenaLawrence Tax, confirmoua importância do apoioalemão de longa data poistem estado a contribuirpara a implementaçãoda Agenda Comum daSADC. r

SADC e Alemanha reforçam a cooperação

C O O P E R A Ç Ã O

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 15

Dezembro de 2014 - Fevereiro de 2015Dezembro1-12, Peru UNFCCC COP 20

A 20ª Conferência das Partes (COP 20) da Convenção-Quadro das NaçõesUnidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) realiza-se no Peru paracontinuar as negociações com vista a um consenso global sobre comoenfrentar os impactos das mudanças climáticas. Apesar do progresso feito nosentido de um acordo vinculativo, persistem profundas divisões no caminhoa seguir, especialmente em questões como os níveis de emissão de carbono,o financiamento do clima, tecnologia e capacidade de adaptação e gestão deriscos.

2-7, 6° Congresso Nacional do Zanu-PFZimbabwe O Partido governamental do Zimbabwe realiza um congresso electivo para

rever a sua agenda política e escolher a sua liderança superior. O congresso,que se realiza a cada cinco anos, irá discutir a maneira de avançar nasquestões fundamentais.

8-12, Reunião Regional anual da Associação dos Reguladores de Electricidade

Zimbabwe As reuniões anuais abarcam participantes de entidades reguladoras, empresasde energia, produtores independentes de energia, os decisores políticos,instituições financeiras de desenvolvimento, a imprensa, consumidores,desenvolvedores de projectos, e parceiros de cooperação e dedesenvolvimento internacionais para discutir formas de alimentar ummercado regional de energia eléctrica que é eficiente, sustentável,harmonizado e capaz de atrair investimentos.

9-10, Etiópia Reunião de Peritos para o reforço do Mecanismo de Coordenação da UniãoAfricanaO grupo de peritos irá analisar e contribuir para um manual sobre"Fortalecimento da capacidade de coordenação a nível sub-regional", que vaicobrir a harmonização efectiva e uma coordenação eficaz de apoio ao sistemadas Nações Unidas para o desenvolvimento de África, no contexto dasprioridades do programa da UA, bem como as Comunidades EconómicasRegionais.

10, Maurícias Eleições Parlamentares nas MauríciasAs eleições parlamentares nas Maurícias poderão colocar duas coligações atentarem obter a maioria dos assentos na Assembleia Nacional. O PartidoTrabalhista e o Movimento Militante das Maurícias (MMM) compõem aprimeira coligação. A segunda reúne o movimento militante socialista (MSM)e o Partido Democrático das Maurícias (PMSD).

11, Fórum de antigos Chefes de Estado AfricanosÁfrica do Sul A rede de ex-Chefes de Estado e de Governo e outros líderes africanos visa

apoiar a implementação dos objectivos gerais da União Africana e da NovaParceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD) a nível nacional, sub-regional e regional.

Janeiro19-22, Emiratos Cimeira Mundial de Energia 2015Árabes Unidos A Cimeira será dedicada às energias renováveis, eficiência energética e

tecnologias limpas. A Cimeira de 2015 oferecerá as partes interessadas quetrabalham na área de energia uma oportunidade única para se reunir com osseus pares, e trocarem informação sobre tecnologia, partilhar as melhorespráticas e formar parcerias comerciais.

20, Zâmbia Eleições Presidenciais intercalares Os Zambianos vão às urnas a 20 de Janeiro para eleger um novo líder após amorte do Presidente Michael Sata, a 28 de Outubro de 2014. A última eleiçãoque Sata ganhou realizou-se a 23 de Setembro de 2011.

30-31, Etiópia 24a Sessão Ordinária da União AfricanaChefes de Estado e de Governo reúnem-se na sua 24ª Sessão Ordinária daUnião Africana, precedida por reuniões técnicas dos funcionários. O temapara 2015 é "Ano de Empoderamento das Mulheres e Desenvolvimento emdirecção a Agenda de África 2063". O Zimbabwe deverá tornar-se Presidenteda União Africana nesta Cimeira, em nome da África Austral.

Fevereiro9-13, Costa Terceira Conferência de Ministros Africanos Responsáveis pelo Registo Civildo Marfim O objectivo da conferência é mobilizar os Estados-Membros para realizar

registos civis em plena conformidade com os direitos humanos e civis, gerindoa identidade e prestação de serviços eficientes, e produção de estatísticasvitais para o planeamento e acompanhamento da evolução.

17-18, Exposição de Energia Africana Indaba 2015África do Sul O Indaba reunirá especialistas internacionais e continentais para partilhar

ideias e soluções para a crise energética da África e, ao mesmo tempo,explorar as vastas oportunidades de desenvolvimento de energia oferecidospela África.

E V E N T O S

ÁFRICA AUSTRAL HOJEÉ produzido como uma fonte de referência das

actividades e oportunidades na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, e um guião para os

responsáveis pela elaboração de políticas a todos os níveis de desenvolvimento nacional e regional.

Comunidade para o desenvolvimento da África AustralSecretariado da SADC, SADC House,

Private Bag 0095, Gaborone, BotswanaTel +267 395 1863 Fax +267 397 2848/318 1070E-mail [email protected] Website www.sadc.int

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado seis vezes por ano pelo Centro de Documentação ePesquisa para a África Austral (SARDC) para o Secretariado da SADC em Gaberone,Botswana, como uma fonte credível de conhecimento sobre o desenvolvimento regional.Os artigos podem ser reproduzidos livremente pelos órgãos de comunicação social eoutras entidades, citando devidamente a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIAL Joseph Ngwawi, Kizito Sikuka, Egline Tauya, Admire Ndhlovu,

Phyllis Johnson, Danai Majaha, Anesu Ngadya, Anisha Madanhi, Tanaka Chitsa, Nyarai Kampilipili

TRADUTORBonifácio António

ÁFRICA AUSTRAL HOJE conta com o apoio da Agência Austríaca para oDesenvolvimento, que assiste o Grupo Temático de Energia da SADC co-presidido pelaÁustria.

© SADC, SARDC, 2014

ÁFRICA AUSTRAL HOJE acolhe as contribuições individuais e de organizações dentro daregião da SADC em forma de artigos, fotografias, artigos noticiosos e comentários, etambém artigos relevantes de fora da região. Os editores reservam-se o direito deseleccionar ou rejeitar artigos, e editar para se ajustar ao espaço disponível. O conteúdonão reflecte necessariamente o posicionamento oficial ou opiniões da SADC ou SARDC.

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado em Inglês, Português e Francês, e está disponívelnum formato digital no Portal de Internet www.sardc.net Conhecimento para oDesenvolvimento, ligado a www.sadc.int

COMPOSIÇÃO & MAQUETIZAÇÃO Tonely Ngwenya

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SADC HOJE Vol 17 No 1 Dezembro 2014

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H I S T Ó R I A H O J E

FERIADOS PÚBLICOS NA SADCDezembro de 2014 – Fevereiro de 2015

Um futuro partilhado no seio da Comunidade Regional

DEZEMBRO DE 2014 marca o 40º aniversário da conclusão da construção dabarragem de Cahora Bassa e do sistema da hidroeléctrica em Moçambique A barragem começou a encher em Dezembro de 1974 após a construção teriniciado em 1969 por Portugal e pelo regime do apartheid na África do Sul. Cahora Bassa é o maior sistema hidroeléctrico da África Austral, com a potênciade 415 MW nas suas cinco turbinas. O sistema inclui duas estações conversoras, um em Songo, em Moçambique, e outra,em Apollo, na África do Sul. Há duas linhas paralelas de energia entre essas duasestações, abrangendo 1,400 km, dos quais 900 km estão no território moçambicano. O principal motivo para a construção da barragem era satisfazer as crescentesnecessidades de electricidade na África do Sul do apartheid, um desenvolvimentoque permitia a Pretoria o fornecimento de energia eléctrica com tarifas muito baixaspara construir e fortalecer sua economia. Cahora Bassa foi o último grande investimento Português em Moçambique quenão estava nas mãos de Moçambique após a independência, em 1975, sob a liderançado falecido Presidente Samora Machel. A principal razão para a não nacionalização da barragem foi uma compreensão queemana do Acordo de Lusaka, assinado em 1974, para um cessar-fogo na guerra delibertação desencadeada pela Frelimo contra a ocupação Portuguesa de Moçambique. O entendimento era de que a estrutura seria da propriedade da empresaoperacional da barragem, Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), e só seria alteradadepois de alguns anos após os Governos de Portugal e da África do Sul recuperaremo investimento feito para este grande projecto de infra-estrutura. Até Outubro de 2006, o Estado Português detinha 82 por cento das acções e o seuhomólogo moçambicano detinha 18 por cento. Esta foi a estrutura de propriedadeno momento em que a empresa foi criada em Junho de 1975, quando Moçambiquese tornou independente. Após anos de negociações dificultadas porregulamentos da União Europeia, Moçambique e Portugal, assinaram em Lisboa a02 de Novembro de 2005, um Memorando de Entendimento que alterariasubstancialmente a estrutura de propriedade da HCB. No entanto, a implementação do Memorando de Entendimento foi adiadoporque a Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia, ainda estavainvestigando o negócio para verificar se as regras da UE sobre os déficesorçamentários haviam sido cumpridas por Portugal. A Eurostat da inicialmente considerava o acordo como um perdão da dívida -sob as regras da UE, o que significava que iria brotar o défice orçamental Português. Foi acordado que Portugal iria amortizar mais da metade da estimativa de doisbiliões de dólares norte-americanos que alegou que a HCB devia a sua tesouraria, eem vez disso recolher 950 milhões de dólares norte-americanos a partir deMoçambique com a venda de dois terços da barragem. A nova estrutura depropriedade deixaria Moçambique com 85 por cento das acções da HCB, ficando osrestantes 15 por cento com Portugal. O atraso na execução do Memorando de Entendimento criou alguma impaciênciado lado moçambicano, como observado pelo Presidente Armando Guebuza, após acerimónia de assinatura. Claramente, o controlo da barragem foi um primeiro passo para "acelerar nossajornada para alcançar o bem-estar dos moçambicanos", disse Guebuza. A HCB está vendendo energia à África do Sul, Zimbabwe e outros países atravésde uma rede regional, mas as tarifas são muito diferentes devido aos acordoshistóricos feitos entre Portugal e África do Sul. r

8 Dezembro Imaculada da Conceição Seychelles9 Dezembro Dia do Incwala Swazilândia9 Dezembro Dia da Independência Tanzânia10 Dezembro Dia Internacional dos

Direitos Humanos Namíbia16 Dezembro Dia da Reconciliação África do Sul22 Dezembro Dia da Unidade Nacional Zimbabwe25 Dezembro Natal Toda SADC excepto

Angola e Moçambique Dia da Família Angola, Moçambique

26 Dezembro Dia da Boa Vontade África do SulDia da Família Namíbia Dia do Boxe Botswana, Lesotho,

Swazilândia, Tanzânia, Zimbabwe

1 Janeiro Dia do Ano Novo SADC2 Janeiro Feriado Público Botswana, Maurícias

Seychelles3 Janeiro Dia de Maulid Tanzânia4 Janeiro Dia dos Mártires RDC12 Janeiro Dia da Revolução de Zanzibar Tanzânia15 Janeiro Dia de John Chilembwe Malawi16 Janeiro Dia dos Heróis (Laurent Kabila) RDC17 Janeiro Dia dos Heróis (Patrice Lumumba) RDC

1 Fevereiro Dia da Abolição da Escravatura Maurícias3 Fevereiro Thaipoosam Cavadee Maurícias 3 Fevereiro Dia dos Heróis Moçambique 4 Fevereiro Dia Nacional das Forças Armadas Angola17 Fevereiro Maha Shivaratree Maurícias19 Fevereiro Festival Chinês da Primavera Maurícias

anos 1974 – 201440

Barragem de Cahora BassaSímbolo da Independência de Moçambique

Kaunda reflete sobre Zâmbia @ 50

"BEM, se não lidarmos correctamente com aquestão da futura unidade podemos perder algo degrande importância. Todos os nossos líderes falamsobre unidade política e olhando para o nossofuturo de unidade Africana, ouvimos aqui naZâmbia o Michael Sata a falar daquilo que eu jáhavia escrito para 13 presidentes sobre aimportância da construção da unidade, incluindoatravés de amigos como a China, e isso mostra queainda somos amigos tal como a pretendida OUA,pois ambos lutamos para os desafios de África. "-Primeiro presidente da Zâmbia pós-independência,Kenneth Kaunda, quando perguntado, ementrevista para comemorar 50º aniversário daindependência do seu país em Outubro, sobre o queele pensava que era a questão mais importante queos líderes africanos devem falar.