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ÁFRICA
Características Gerais
Prof. Valéria K. Bertolin - Adaptado
Limites Territoriais:
Norte: Mar Mediterrâneo
Noroeste: Estreito de Gibraltar
Nordeste: Mar Vermelho
Oeste: Atlântico Leste: Índico
Península do Sinai
Canal de Suez
Chifre da África
O Continente Africano é o único a
possuir terras nos quatro hemisfério:
Norte, Sul, Oriental e Ocidental, isso
ocorre porque ele é atravessado pelas
linhas imaginárias do:
Equador
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Meridiano de Greenwich
O Rio Nilo em contraste com o Saara, propicia áreas férteis à África, fornecendo água e solos agricultáveis em suas margens, além da água para irrigação das áreas adjacentes ao vale do rio.
Em suas margens temos grandes aglomerações urbanas, como Cairo e Alexandria.
O Nilo foi o principal eixo comercial através do deserto, permitindo a aproximação entre os povos do Sul e do Norte.
O SAARA DIVIDE A ÁFRICA
A própria natureza encarregou-se de separar,
dentro do continente africano, duas porções com
características distintas: Saara, o mais extenso
deserto do planeta, com 9.260.000 km², isola a
África do Norte da África Subsaariana, embora
ocupe áreas de ambas as partes.
O Saara tem como limite meridional uma extensa
área atingida por um intenso processo de
desertificação _ o SAHEL_, que vem ampliando sua
extensão nos últimos anos.
SAHEL
Esse deserto funcionou, historicamente,
como uma barreira que, embora
transposta por fluxos comerciais
intensos, influenciou profundamente a
configuração das culturas e civilizações
na África.
Banhada pelo Mediterrâneo, ao norte, e
profundamente marcada, na sua porção
meridional, pelo deserto do Saara, estende-se
uma África muito diferente da porção
Subsaariana. População predominantemente
árabe e a religião islâmica são as suas
características mais marcantes.
É a parte mais desenvolvida do continente e
tem por base econômica a extração e
exportação de petróleo e outros recursos
minerais.
Nos séculos VII e VIII, povos árabes conquistaram todo
o norte africano, antes de invadirem a Península
Ibérica.
O domínio árabe no norte da África levou à difusão do
islamismo e da língua árabe entre os povos da porção
Setentrional.
A religião Islâmica constitui hoje, um intenso fator de
unificação entre esses povos.
O Saara passou a ser atravessado por rotas de
caravanas árabes, que comercializavam inúmeros
produtos e escravos dos reinos ao sul do deserto.
Foram essas relações que levaram os árabes a tratar o
sul do Saara como „terra de negros‟.
PIRÂMIDES
2011
Em árabe Magreb significa „onde o Sol se põe‟, pois, localizada a oeste, encontra-se em oposição „machrek‟,que significa „o nascente‟, porção representada pela Península Arábica.
O Magreb é formado por Marrocos, Tunísia e Argélia.
O Grande Magreb se estende desde a Líbia até a Mauritânia.
PRINCIPAIS ATIVIDADES
ECONÔMICAS
A África Subsaariana é composta por países
localizados ao sul do deserto do Saara ou na sua
porção meridional, denominada Sahel. Desertos,
grandes florestas, savanas e estepes são as paisagens
mais características desse imenso território,
atravessado pela linha do Equador e pelo Trópico de
Capricórnio, tem seu relevo mais elevado na porção
oriental, marcado pela presença de grande falha
geológica, o Grande Rift, caracterizado pela presença
de vulcões, como o Kilimanjaro na Tanzânia e por lagos
tectônicos como o Vitória, na Uganda.
CONGO
TANZÂNIA
Fome, guerras civis,conflitos étnicos e
religiosos, escravidão, prostituição,
trabalho infantil e a disseminação da
AIDS são as mazelas que vêm
penalizando essa porção do continente
africano e para as quais o mundo
desenvolvido não demonstra interesse
em encontrar soluções.
A AIDS é a principal causa das mortes na
África e alguns pesquisadores acreditam
que a expectativa média de vida em
algumas nações é de apenas 30 anos.
70% DAS VÍTIMAS DA
DOENÇA ESTÃO NA
ÁFRICA
SUBSAARIANA
A região subsaariana conta hoje com 10.000.000 de
crianças órfãs. Em 10 anos esse número ter-se-á
triplicado;
Hordas de crianças órfãs, sem parentes que as acolham e sem
teto, estão invadindo as ruas. Para sobreviverem caem
facilmente no roubo, na prostituição, no tráfico de drogas, ou se
engajam em gangs que se tornam para elas um substituto da
família;
Tais crianças - e mesmo as que não caírem no crime - não
terão meios de receber educação nem formação profissional.
Resultado: faltará em futuro próximo toda uma geração de
profissionais. A desestruturação social e o colapso da economia
serão uma consequência inevitável;
MAIORES DENSIDADES
DEMOGRÁFICAS:
• Vale do Nilo;
• Golfo da Guiné;
• Zona Mediterrânea;
• África do Sul.
MENORES
DENSIDADES
DEMOGRÁFICAS:
• desertos e semidesertos;
• trechos da floresta
equatorial.
Ainda é muito comum a existência de
organizações sociais arcaicas, como CLÃS e TRIBOS.
CLÃS = talvez tenha sido a primeira forma de
organização social. É constituído por familiares cujos
parentes possuem antepassados em comum. Portanto,
os laços de parentescos são fortes nestas organizações;
TRIBOS = forma de organização social posterior à de
clãs. São unidos por laços culturais, mais amplos que os
laços parentais dos clãs.
Os altos e altivos MASAIS,
habitantes da África Centro
Oriental População de refugiados
sudaneses
Com apenas um país
industrializado, África do Sul,
a economia subsaariana se
caracteriza por dois tipos de
agricultura, a de subsistência
e a da plantation e pela
exploração de riquezas
minerais.
ALGUMAS LEIS QUE SUSTENTARAM O APARTHEID
1.949 – proibição oficial do casamento inter-racial (abolida em
1984);
1.950 – ao nascer, as crianças deveriam ser registradas por
raça, ou seja, deveria constar no documento a sua raça (abolida
em 1.991);
1.950 – obrigatoriedade de os brancos, negros e mestiços
viverem em áreas separadas, e a proibição ao negro de comprar
terras (abolida em junho de 1.991);
1.952 – a locomoção de pessoa negra estava condicionada à
necessidade de um “passe”, ou seja, um documento de
identificação que o autorizava a ir e vir (abolida em 1.986);
1.953 – proibição de greve de negros e divisão dos serviços
públicos (escola, hospital, praça pública, estádio esportivo, etc)
em locais para brancos e locais para negros (abolida em 1.990);
Pela constituição, ao negro era vedado o direito a voto.
Golpes de Estado, rivalidades tribais, luta pela posse de riquezas,
são alguns fatores que nos ajudam a compreender os conflitos
dessa região.
A divisão artificial do continente pelos europeus durante o
processo de colonização (final do século XIX e início do XX),
reuniu tribos rivais em um mesmo território, subestimou a
organização social e econômica dos habitantes locais , explorou
recursos naturais e para piorar não preparou a população nativa
para dirigir, segundo o capitalismo, as nações que depois de
meados do século XX começaram a se tornar independentes. Os
europeus contribuíram para a existência de uma “elite negra” que
passou a governar seguindo os mesmos passos dos
colonizadores, ou seja, expropriando em benefício próprio.
Assim, o processo de independência das colônias africanas
contribuiu para manter ou aumentar os problemas de fome,
doenças e conflitos.
SUDÃO
Etiópia e Somália, situadas na estratégica
região denominada “Chifre da África”,
lutaram ferozmente durante anos pela
posse da região de Ogaden. Essa região
é considerada um ponto estratégico por
se encontrar na rota internacional do
petróleo vindo do Oriente Médio e
também por se encontrar próxima de
uma das regiões mais instáveis do
mundo em termos de conflitos étnicos e
religiosos.
Os Estados Africanos e a Conferência de Berlim
A África foi retalhada em territórios coloniais a partir da Conferência de Berlim (1884/85).
A reunião convocada pelo chanceler alemão Otto Von Bismarck, envolveu 15 nações européias, além dos EUA.
O foco das discussões foram os direitos de navegação e comércio no Níger e no Congo (rios) e os problemas da partilha do continente.
Essa Conferência não dividiu o continente em colônias, mas fixou princípios para evitar conflitos entre as potências européias que se lançavam à partilha da África.
Grã-Bretanha e França tornaram-se as
potências coloniais predominantes;
Alemanha, Portugal, Espanha e Itália ocuparam
territórios marginais;
O Congo foi uma colônia privada do rei Belga
até o início do século XX, passando à soberania
da Bélgica;
Os europeus traçaram fronteiras sobre espaços
étnicos e culturais dos quais pouco conheciam ,
sempre levando em conta objetivos práticos,
como o escoamento de mercadorias, desse
modo inventaram territórios que não tinham
raízes nas experiências históricas africanas.
A libertação da maioria das colônias africanas ocorreu na década de 1960.
Em alguns casos a independência foi conquistada em virtude de guerras e movimentos armados. Em outros foram feitos acordos de cooperação econômica, política e militar.
O alicerce dos novos Estados africanos foi constituído, quase sempre, pelo aparelho administrativo criado pela colonização européia, ou seja o poder político e militar acabou nas mãos de elites nativas urbanas, que instalaram regimes autoritários.
Nos novos Estados africanos, destacaram-
se líderes respeitados, contudo as
estruturas de poder não surgiram de
processos democráticos e revelaram-se
incapazes de superar as rivalidades
étnicas e clânicas.
De modo geral, isso ajudou a provocar os
sucessivos golpes de Estado, a violência
e a corrupção.
No fim, grande parte dos líderes da
independência, se tornaram ditadores e
frustraram os sonhos de libertação.
As potências européias, após a independência
de suas colônias africanas, continuaram
ajudando financeiramente as elites dirigentes
dos novos Estados.
Essa ajuda permitia que governos autoritários
esmagassem qualquer movimento interno.
Com o final da Guerra Fria , a África perdeu a
importância para as potências.
As fontes externas de financiamento secaram e
os governos africanos perderam a capacidade
de silenciar a contestação étnica e política pela
violência. Em consequência, alastraram-se
guerras civis e, pela primeira vez, o princípio
da intangibilidade das fronteiras ficou
seriamente ameaçado.
No início do século XXI, a ascensão econômica e
comercial da Ásia, despertou um novo interesse pela
África, especialmente por suas reservas de petróleo e
de minérios metálicos.
O aumento generalizado dos preços dos combustíveis,
matérias-primas e gêneros tropicais no mercado
mundial beneficiou uma série de produtores africanos.
A China tem investido grandes quantias no
desenvolvimento de campos de petróleo, na mineração
e na implantação de fábricas e infra-estrutura de
transporte e comunicação.
Em grande parte do continente a China firmou acordos
econômicos e políticos e seus investimentos passaram
a concorrer por influência e negócios com os EUA e a
EU.
COMÉRCIO DOBRA, E EMPRESAS VIVENCIAM „FEBRE DE ÁFRICA‟
Corrente do comércio com Brasil vai de US$ 3,5 bi para US$
15,6 bi em nove anos;
A região também é prioridade para China e Índia;
Quatro fatores justificam o aumento do interesse pelo
continente:
garantia de suprimento de energia, com reservas
de petróleo, gás e carvão;
oferta de recursos minerais diversos;
possibilidade de criação de um novo mercado
consumidor;
estratégia diplomática.
PETROBRÁS e VALE entram em corrida por reservas;
especialistas garantem que a África vai ganhar destaque nos
seus processos de internacionalização nos próximos anos.
Grandes empresas do setor petrolífero estão presentes na África:
ESSO, CHEVRON, BP, entre outras;
Porém, ocorrem problemas e/ou dificuldades:
encontrar mão-de-obra qualificada;
governos instáveis, conflitos armados e outras formas
de violência (apesar da democracia ter e evoluída);
burocracia;
falta de infraestrutura em saúde, educação,
saneamento básico;
entre outros ...
Além dos setores citados, CONSTRUTORAS brasileiras estão
presentes no continente, devido à grande demanda por melhorias e
construção de infraestrutura, após o fim
de conflitos.
“A África tornou-se um imenso canteiro de obras”.
“... No entanto, o continente não está vivendo um momento virtuoso,
apesar do acelerado ritmo de crescimento verificado em alguns países. O
que há são matérias-primas baratas e disponíveis. Essa procura maior é
natural do sistema capitalista, não é um despertar para a justiça social da
África”.
(José Alves Donizeth, professor de ciência política da
UnB)
A costa somali, estratégica para a navegação
internacional, tornou-se alvo de pesca ilegal,
crimes ecológicos e contrabando. Foi quando
antigos pescadores, arruinados, uniram-se a
grupos armados, formando milícias
marítimas que passaram a assediar navios. O
negócio prosperou, criando uma audaciosa
rede criminal
Problema:
As recentes capturas de
navios de grande porte por
piratas da Somália
chamaram a atenção para o
problema que atinge a região
conhecida como Chifre da
África. Trata-se de uma das
mais importantes vias de
navegação do mundo e
também a mais perigosa,
com 30% de todos os ataques
de piratas do planeta