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 Portos e Aeroportos – Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia – UFMG 32 4.  Transporte Aeroviá rio 4.1. Considerações Iniciais  “Transporte é o deslocamento de uma massa, constituída por pessoa (s) e/ou bens, de um lugar a outro do espaço, ao longo de um percurso, durante um certo período de tempo, por ação de uma força que lhes é exterior” (KAWAMOTO, 1999). Existem diversas maneiras de efetuar este deslocamento usando diferentes espaços, vias ou veículos. A diversidade de veículos e vias resulta nos chamados modos de transporte: aéreo, aquaviário, dutoviário, ferroviário e rodoviário. Em relação ao Transporte Aéreo, o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), de 19 de dezembro de 1986, no Art. 26 (Capítulo II - Do Sistema Aeroportuário) define o sistema aeroportuário, como: “O sistema aeroportuário é constituído pelo conjunto de aeródromos brasileiros, com todas as pistas de pouso, pistas de táxi, pátio de estacionamento de aeronaves, terminal de carga aérea, terminal de passageiros e as respectivas facilidades”. Sendo o Brasil um país de dimensões continentais, este sistema é de grande valia para garantir a segurança e a integração nacional. A fim de minorar os problemas provocados pelas grandes distâncias existentes entre as cidades, devem ser implantadas ações para ligar com rapidez e eficiência os principais centros econômicos e políticos do país. O modo aéreo, pelas suas características, apresenta-se como o ideal para implementação dessas ações, quando as mesmas se referem ao transporte de cargas de maior valor agregado e de passageiros, fazendo-se necessário conhecer suas características físicas, operacionais e legais. O objetivo deste capítulo é identificar as características mais importantes, enfocando noções básicas sobre o sistema aéreo brasileiro, para um melhor entendimento de uma atividade com importância nacional tão relevante. 4.1.1. Conceitos Básicos Última modalidade a ser oferecida ao serviço público, nos dias atuais, o transporte aéreo deixou de ser apenas um modo para passageiros, mas também firmou sua posição no setor de cargas, começando com o correio de longa distância, para entrar no campo das cargas de alto valor, com dimensões e peso razoáveis, ao ponto de existirem empresas dedicadas somente à carga, e mesmo as de passageiros completam sua capacidade de transporte em aviões de passageiros regulares com cargas, como flores, frutas e aparelhos eletrônicos.

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  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 32

    4. Transporte Aerovirio

    4.1. Consideraes Iniciais

    Transporte o deslocamento de uma massa, constituda por pessoa (s) e/ou bens, de um

    lugar a outro do espao, ao longo de um percurso, durante um certo perodo de tempo, por

    ao de uma fora que lhes exterior (KAWAMOTO, 1999).

    Existem diversas maneiras de efetuar este deslocamento usando diferentes espaos, vias ou

    veculos. A diversidade de veculos e vias resulta nos chamados modos de transporte: areo,

    aquavirio, dutovirio, ferrovirio e rodovirio.

    Em relao ao Transporte Areo, o Cdigo Brasileiro de Aeronutica (CBA), de 19 de dezembro

    de 1986, no Art. 26 (Captulo II - Do Sistema Aeroporturio) define o sistema aeroporturio,

    como:

    O sistema aeroporturio constitudo pelo conjunto de aerdromos brasileiros, com todas as pistas de pouso, pistas de txi, ptio de estacionamento de aeronaves, terminal de carga area, terminal de passageiros e as respectivas facilidades.

    Sendo o Brasil um pas de dimenses continentais, este sistema de grande valia para

    garantir a segurana e a integrao nacional. A fim de minorar os problemas provocados pelas

    grandes distncias existentes entre as cidades, devem ser implantadas aes para ligar com

    rapidez e eficincia os principais centros econmicos e polticos do pas. O modo areo, pelas

    suas caractersticas, apresenta-se como o ideal para implementao dessas aes, quando as

    mesmas se referem ao transporte de cargas de maior valor agregado e de passageiros,

    fazendo-se necessrio conhecer suas caractersticas fsicas, operacionais e legais.

    O objetivo deste captulo identificar as caractersticas mais importantes, enfocando noes

    bsicas sobre o sistema areo brasileiro, para um melhor entendimento de uma atividade com

    importncia nacional to relevante.

    4.1.1. Conceitos Bsicos

    ltima modalidade a ser oferecida ao servio pblico, nos dias atuais, o transporte areo

    deixou de ser apenas um modo para passageiros, mas tambm firmou sua posio no setor de

    cargas, comeando com o correio de longa distncia, para entrar no campo das cargas de alto

    valor, com dimenses e peso razoveis, ao ponto de existirem empresas dedicadas somente

    carga, e mesmo as de passageiros completam sua capacidade de transporte em avies de

    passageiros regulares com cargas, como flores, frutas e aparelhos eletrnicos.

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 33

    3 Via: como no caso do transporte hidrovirio, o aerovirio tem suas vias calculadas, constituindo-se, pois em rotas, que primeiramente eram cumpridas orientando-se por

    vista de terra e seus pontos notveis, dada a baixa altura dos vos, seguindo-se o seu

    clculo a partir das observaes astronmicas com sextante, para prosseguir com a

    navegao eletrnica com rdios-gonimetros e rdios-faris, para nos dias atuais se

    localizar pelo uso dos satlites geo-estacionrios.

    Em todos os casos, regras de operao de alcance mundial, discutidas e implementadas

    pela Organizao da Aviao Civil Internacional - OACI da Organizao das Naes Unidas,

    complementadas pelos regulamentos internos dos pases, organizam e disciplinam a

    utilizao de seu espao areo. Nas rotas muito freqentadas, regras mais estritas de

    navegao foram impostas, com determinao de horrios, altura de vo e faixas de

    largura bem delimitada, constituindo-se as chamadas aerovias, com igual procedimento

    na aproximao dos aeroportos, formando-se cilindros virtuais de aeronaves em espera de

    aterrisagem.

    3 Controles: como se constitui uma modalidade com liberdade a trs dimenses, o treinamento de pilotos e co-pilotos fator essencial, coadjuvado estritamente com o nvel

    tcnico e disciplinar dos controladores de vo, em especial nas reas circunvizinhas dos

    aeroportos.

    O emprego de radares de identificao e controle de aproximao de alta preciso, e os

    modernos sistemas de telecomunicaes torre-aeronave, acoplados a processadores

    digitais, tem contribudo eficincia e segurana das fases crticas de aterrisagem e

    decolagem, mesmo sob condies metereolgicas e de visibilidade crticas e com

    freqncias de operao na casa dos segundos.

    No obstante, o congestionamento do espao areo junto de grandes aeroportos, em

    especial na Europa Ocidental j se aproxima do estado limite de saturao, levando

    busca de terminais alternativos ou a introduo de restrio de freqncias.

    3 Veculos (Aeronaves): podem ter trao prpria como os avies, dirigveis e naves espaciais, ou utilizarem as correntes areas, especialmente as trmicas, como o fazem

    planadores, bales aerostticos e asas delta. Os propelidos ou usam motores de combusto

    interna com hlices, ou turbinas de jato-propulso, a querosene de aviao, enquanto as

    naves espaciais utilizam foguetes com propelentes qumicos, como o oxignio lquido.

    Quanto ao objetivo podem ser de passageiros, de carga, mistos, de lazer, de servio e de

    defesa, enquanto que a propriedade de empresas comerciais de aviao, organismos

    governamentais, pessoas fsicas e jurdicas diversas. Quanto nacionalidade, os avies

    constituem territrio do pas em que esto registrados. Sua passagem e aterrisagem por

    outras naes, no caso de aeronaves comerciais, obedecem Conveno de Chicago e

    suas 5 liberdades de atuao (as duas primeiras regulando o direito ao sobrevo inocente e

    aterrisagem tcnica; as 3 seguintes disciplinando a captao de passageiros pagantes).

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 34

    3 Terminais: so denominados aeroportos quando organizados e voltados para o uso civil, em especial o comercial, bases areas quando de uso militar e campos de pouso ou

    aerdromos se forem de uso privado e instalaes simplificadas. Um aeroporto se

    caracteriza pelos parmetros tcnicos de sua (s) pista (s) e instalaes, tais como:

    a. nmero, orientao e altitude das pistas;

    b. comprimento, largura, pavimento e capacidade de suporte das mesmas;

    c. pistas de taxiamento de aeronaves e ptios de seu estacionamento;

    d. iluminao de pistas e equipamentos fixos de aproximao;

    e. radares de localizao e aproximao; equipamentos de radiocomunicao;

    f. edifcios de administrao, embarque, desembarque e armazenagem;

    g. servios alfandegrios, de controle sanitrio e de polcia de fronteira;

    h. tancagem, servios de abastecimento, de bombeiros e de socorro pessoal de

    emergncia;

    i. hangares para aeronaves e oficinas de reparao e manuteno, etc.

    Localizao em relao aos centros urbanos, acesso aos sistemas virios e condies

    metereolgicas prevalecentes so tambm condicionantes importantes dos aeroportos.

    4.1.2. Contexto Atual

    O Brasil, sexto agrupamento populacional no planeta, somando cerca de 170 milhes de

    habitantes (169.590.693 pelo Censo IBGE-2000), espalhados irregularmente sobre 8.511.965

    quilmetros quadrados, dotado de uma malha rodoviria mal conservada, com ferrovias

    escassas e uma rede fluvial de baixa utilizao faz do transporte areo uma alternativa

    relevante de deslocamento e, s vezes, nica de acesso a determinadas regies.

    Mas os mesmos problemas que inviabilizaram o desenvolvimento eficiente dos diversos meios

    de transporte tambm atingem a modalidade area: a falta de recursos, de gerncia e,

    algumas vezes, de viso e de competncia.

    Nas tabelas a seguir podem ser extradas algumas concluses. Apesar de possuir o segundo

    nmero de aerdromos pblicos, comparando-se com os demais pases, o Brasil apresenta

    ndices de performance como pax-km, t-km, bem mais modestos.

    Seus principais aeroportos no aparecem na lista dos "top-50".

    As companhias nacionais ficam constantemente ameaadas por uma conjuntura econmica

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 35

    desfavorvel aquisio dos seus equipamentos e pela situao scio-geogrfica do Pas,

    distante dos principais eixos econmicos.

    Mas o transporte areo no apenas um negcio comercial, serve como apoio estratgico,

    poltico e social. E para o seu desenvolvimento necessria a evoluo da infra-estrutura e

    dos seus auxlios para que a prestao de servios se efetue com eficincia, isto , com

    rapidez, conforto e segurana.

    Tabela 4.1 Aerdromos pelo Mundo

    Pas Pblicos Privados Hel.Pb. Total

    EUA 5.396 10.779 115 16.507

    Brasil* 754 1.408 195 2.357

    Canad 512 576 9 1.175

    Mxico 479 1.121 107 1.708

    Austrlia 430 n.d. 6 436

    TOTAL 13.817 21.343 716 36.198

    *www.dac.gov.br (maro,2005) informa 2.014 aerdromos sendo 715 pblicos e 1299 privados (1987)

    Tabela 4.2 Principais Aeroportos do Mundo

    Aeroporto Pax/ano

    (x1.000.000) Variao 01/00

    Atlanta (ATL) 75,8 -5,4%

    Chicago (ORD) 67,4 -6,5%

    Los Angeles (LAX) 61,6 -8,5%

    Londres (LHR) 60,7 -6,0%

    Tquio (HAN) 58,7 4,0%

    Dallas (DFW) 55,1 -9,2%

    Frankfurt (FRA) 48,6 -1,6%

    Paris (CDG) 48,0 -0,5%

    Amsterdam (AMS) 39,5 -0,2%

    Denver (DEN) 36,1 -6,9%

    Guarulhos (BRA) 14,1 -2,6%

    (2001)

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    Tabela 4.3 Principais Aeroportos do Brasil em 2004

    Aeroporto Pax

    (milho) Aeroporto

    Anv (mil)

    Aeroporto Cargo (mil.t)

    1. Congonhas 13,6 1. Congonhas 217 1. Guarulhos 435

    2. Guarulhos 12,9 2. Guarulhos 149 2. Campinas 235

    3. Braslia 9,9 3. Braslia 133 3. Manaus 135

    4. Galeo 6,0 4. Marte 81 4. Galeo 93

    5. Santos Dumont 4,8 5. Salvador 81 5. Salvador 72

    6. Salvador 4,1 6. Santos Dumont 79 6. Braslia 64

    7. Porto Alegre 3,2 7. Galeo 77 7. Recife 49

    8. Pampulha 3,1 8. Pampulha 76

    9. Recife 3,1

    10. Curitiba 2,8

    Pax = passageiros; Anv = aeronaves Fonte:(Infraero - site maro 2005)

    Tabela 4.4 Performance do Transporte Areo

    Pas Carga (Ord.)

    T-km (*) Pax

    (Ord.) Pax-km

    (*)

    EUA 1 128.356 1 1.016.018

    Alemanha 2 21.937 3 149.672

    Reino Unido 3 20.687 2 166.498

    Japo 4 20.479 4 144.054

    China 5 16.906 5 124.591

    Frana 6 15.667 6 115.571

    Coria 7 14.036 11 63.099

    Singapura 8 13.062 10 65.387

    Holanda 9 11.382 9 69.236

    Austrlia 10 9.855 7 86.675

    Canad 11 8.854 8 74.418

    Rssia 14 6.018 13 53.894

    Brasil 17 5.504 16 44.045

    (*) (x 1 000 000) (2004)

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    Tabela 4.5 Principais Companhias Areas

    Transporte de Passageiros Transporte de Carga

    Companhia Area Pax.milhas (Bilhes) Companhia Area Ton.milhas (Milhes)

    United Airlines 126 Federal Express 7.837

    American Airlines 116 Lufthansa 5.251

    Delta Air Lines 107 United Parcel Services 4.339

    Northwest Airlines 79 Cargolux 2.606

    British Airways 73 Nippon Cargo 1.654

    Continental 62 Polar 1.242

    Lufthansa 58 Emery 1.048

    Air France 57 Evergreen 792

    Japan Airlines 55 Airborne Express 648

    US Airways 46 AHK 623

    VARIG Brazilian 16

    (2002)

    4.1.3. Evoluo do Sistema Aerovirio

    A evoluo histrica pode ser segmentada em, pelo menos, 4 fases distintas:

    I. Fase Um - poca do pioneirismo, da aventura, quando a novidade do vo atraa

    multides. Bales e hidroavies foram seus principais personagens. Os raides areos se

    constituam em coqueluche. Nessa fase, a INFNCIA, no havia padres aeroporturios a

    serem utilizados, qualquer descampado ou rea livre servia como alternativa para pouso.

    II. Fase Dois - final da dcada de trinta, incio da de quarenta, os avanos tecnolgicos

    decorrentes dos esforos de guerra fizeram as aeronaves voarem mais velozes e a

    requererem cada vez mais infra-estrutura de terra. Nessa fase, a ADOLESCNCIA, os

    padres aeroporturios a serem seguidos variavam em alta velocidade, levando um

    projeto de aeroporto rapidamente obsolescncia.

    III. Fase Trs - incio da dcada de setenta, a crise do petrleo muda o panorama industrial e

    tecnolgico na busca de alternativas de energia. Nota-se uma inverso dos papis, a

    indstria aeronutica preocupa-se em atender as restries do mercado e o estgio de

    sua infra-estrutura, visam-se aspectos de economia, segurana e de defesa do meio

    ambiente. Observa-se nessa fase, a MATURIDADE, preocupaes da indstria, com os

    novos materiais que se adequam a perfis aerodinmicos mais eficazes e com os motores

    em termos de eficincia e de poluio sonora. So modelos que se compatibilizam com os

    aeroportos implantados. Na prtica essa fase ainda permanece nos dias de hoje.

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 38

    IV. Fase Quatro - a da OPORTUNIDADE, afinal, os mercados dos pases desenvolvidos voltam

    a exigir aeronaves com um desempenho mais arrojado. Estudam-se equipamentos para

    vos orbitais, fazendo ligaes como Tquio-Nova Iorque, Londres-Sydney em menos de

    3 horas. Porm, continua a imagem de se adequar uma nova gerao de avies que

    possa ser operada nos grandes aeroportos j existentes. Os NLA ("New Large Aircraft")

    associam indstrias de pases diferentes com o objetivo de satisfazer a um mercado j

    disponvel. Mas, a maior movimentao se encontra no meio das companhias areas

    diante de uma conjuntura cada vez mais liberalizada. Empresas se associam buscando

    mercados e aumentos de produtividade. Grandes alianas esto sendo formadas. Os

    acontecimentos de 11 de setembro de 2001 causam grande impacto na aviao. Uma

    crise sem precedentes afeta novos projetos. Megaempresas pedem concordata. Empresas

    "low-cost" passam a ganhar mercados.

    4.1.4. Conceitos Gerais da Aviao Civil

    Deve-se notar que por seu carter geralmente internacional a aviao civil se estrutura

    embasada em normas e regulamentos internacionais, cujo rgo reitor a Organizao da

    Aviao Civil Internacional OACI, por vezes referenciada igualmente por sua sigla em ingls,

    ICAO, que pertence ao sistema de Naes Unidas, tendo sede em Montreal, Canad.

    Estas normas mundiais tomam o feitio de manuais, com cumprimento obrigatrio pelos pases

    membros. Abrangem aspectos relativos a avies, suas rotas ou aerovias, terminais ou

    aeroportos, procedimentos operacionais, de segurana e de socorro.

    Muito consultados e usados como referncias so tambm estudos e normas da Federal

    Aviation AAgency FAA, rgo diretivo da aviao civil norte americana, sobretudo quanto a

    novos equipamentos, instalaes e impactos ambientais.

    No Brasil, o transporte areo comercial dirigido pelo Ministrio da Defesa, atravs do

    Departamento de Aviao Civil DAC, enquanto que os aeroportos federais se subordinam

    Empresa Brasileira de Infra - Estrutura Aeroporturia - INFRAERO, estatal no mbito do

    mesmo ministrio.

    Apenas aeroportos de mdio ou pequeno porte, de interesse regional, esto no mbito de

    autoridades civis estaduais ou municipais. A Medida Provisria 1549-39, de 29/01/1998, em

    seu artigo 14, define como rea de competncia do Ministrio dos Transportes a participao

    na coordenao dos transportes aerovirios, mantidos na Aeronutica.

    Quanto s empresas de transporte areo, sua maioria em todo o mundo privada, embora em

    alguns pases ainda subsistam empresas estatais ou de economia mista, como na Frana. Em

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 39

    cada pas em que operem devem cumprir as determinaes do rgo governamental que

    controla a aviao civil no territrio, com base no chamado Convnio de Chicago.

    As que sejam de outro pas, dependem da existncia de acordos internacionais entre os

    governos envolvidos para operar no pas estrangeiro. A nvel internacional, se agrupam na

    International Air Transport Association IATA.

    Analogamente, os organismos dirigentes de aeroportos comerciais, estatais ou privados, tm

    seu rgo classista mundial no Conselho Internacional de Operadores de Aeroportos CIOA,

    geralmente referenciado por sua sigla em ingls - OCI, cuja ao maior a troca de

    experincias entre seus membros.

    A aviao civil comercial opera em trs ramos: passageiros, carga e servio postal. Em

    qualquer dos casos, a operao pode ser domstica ou internacional. Ademais dos aeroportos

    em si e suas instalaes, estes servios dependem para sua execuo segura de instalaes

    complementares de meteorologia, telecomunicaes, centros de controle de trfego, ajudas

    terrestres de orientao dos vos, assim como bases de manuteno e instalaes de

    abastecimento.

    4.1.5. Organismos Nacionais e Internacionais

    Diferente da grande maioria dos pases no mundo, no Brasil, o transporte areo gerenciado

    atravs do Ministrio da Defesa (Comando da Aeronutica) que tem como uma de suas

    finalidades apoiar, controlar e desenvolver a aviao civil no Brasil. So diversos componentes

    que dispem de atividades especficas:

    3 COMAR - Comando Areo Regional. So sete: I - Belm, II - Recife, III - Rio de Janeiro, IV - So Paulo, V - Porto Alegre, VI - Braslia e VII - Manaus.

    3 COMARA - Comisso de Aeroportos da Regio Amaznica com sede em Belm.

    3 DAC - Departamento da Aviao Civil, regionalmente representado pelos SERACs, servios regionais. O IAC, Instituto da Aviao Civil, foi criado em 1986, absorvendo a CECIA,

    Comisso de Estudos e Coordenao da Infra-Estrutura Aeronutica. Deve ser incorporada

    a ANAC - Agncia Nacional da Aviao Civil.

    3 DECEA - Departamento de Controle do Espao Areo que sucedeu a DEPV (Diretoria de Eletrnica e Proteo ao Vo), regionalmente representada pelos SRPVs, servios regionais.

    Em algumas localidades esse servio executado pela antiga TASA, Telecomunicaes

    Aeronuticas S.A., hoje, incorporada pela INFRAERO.

    3 DIRENG - Diretoria de Engenharia, regionalmente representada pelos SERENGs, servios regionais. O SCI, Servio Contra Incndios, tambm est nessa diretoria.

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 40

    Em consonncia com essas organizaes, a partir da dcada de setenta, a administrao

    aeroporturia foi atribuda empresa de economia mista INFRAERO, Empresa Brasileira de

    Infra-Estrutura Aeroporturia, ou a rgos criados pelos Estados como o DAESP,

    Departamento Aerovirio do Estado de So Paulo, e o DAB, Departamento de Aviao da

    Bahia.

    No exterior, mas ditando normas e regulamentaes as quais o Brasil se orienta tem-se as

    seguintes associaes:

    3 ICAO - Organizao da Aviao Civil Internacional, com sede em Montreal, congrega mais de 150 pases, aonde se discutem e fixam direitos e deveres de seus membros,

    homogeneizando o transporte areo internacional.

    3 IATA - Associao Internacional do Transporte Areo, congregando companhias areas de quase todo o mundo, definem tarifas e condies de servio para os transportadores.

    3 ACI - Conselho Internacional dos Aeroportos, rene as principais companhias administradoras de aeroportos, a INFRAERO a representante brasileira.

    3 FAA - Administrao Federal da Aviao, rgo regulamentador norte-americano cujos padres so reconhecidos internacionalmente.

    4.2. Aeronaves

    4.2.1. Caractersticas de Aeronaves de Transporte

    As principais caractersticas das aeronaves de transporte que influem no planejamento, projeto

    ou operao de aeroportos esto relacionadas a seguir:

    3 Tipos de Motores: Os motores a jato das aeronaves de transporte podem ser classificados em dois grupos bsicos: turbojato e turbofan. O turbojato consiste do compressor, cmara

    de combusto e turbina na parte posterior do motor. O turbofan essencialmente um

    turbojato ao qual foi acrescentado um disco de lminas (hlices) de grande dimetro,

    usualmente frente do compressor. Esse disco de lminas denominado de "fan"

    (ventilador). Nesses casos existe uma razo entre a massa de ar que passa atravs do

    ventilador e a massa de ar que passa atravs do centro do motor, ou da turbina,

    propriamente dita. Essa grandeza tem o nome de "bypass". Essa razo de "bypass" em

    geral da ordem de 1,1 a 1,4 para os motores das aeronaves de fuselagem estreita e da

    ordem de 6,0 para os motores das aeronaves de fuselagem larga ("wide-bodies"). Os

    motores que apresentam uma grande razo de "bypass" derivam em geral cerca de 60 a

    70% de seu empuxo do prprio fan, reduzindo o consumo de combustvel. Aeronaves

    modernas tm adotado este tipo de turbina.

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 41

    3 Desempenho: Neste contexto a palavra de ordem economia. A busca por motores de melhor rendimento incessante. A grandeza utilizada para medir o consumo especfico

    de combustvel. Se Expressa em unidades de massa de combustvel consumida por unidade

    de tempo e por unidade de empuxo do motor. Isso funo do peso da aeronave, altitude

    e velocidade de vo. Novas tecnologias esto sendo desenvolvidas para reduzir ainda mais

    o consumo especfico de combustvel, motores tipo propfan j esto em operao em

    algumas novas aeronaves comerciais.

    3 Custo de Operao: Os custos de operao de aeronaves tm historicamente crescido, malgrados os esforos da indstria, parte devido ao custo do combustvel. A composio do

    custo operacional de uma aeronave fator decisivo na anlise de sua adequabilidade no

    atendimento de determinado tipo de mercado. As caractersticas de operao e

    desempenho da aeronave a tornam apropriada, ou no, a mercados especficos.

    3 Rudo: A principal fonte de rudo em uma aeronave so os motores. Esse rudo produzido basicamente pelas partes mveis (o fan, o compressor e a turbina) e pelo jato, responsvel

    pela mistura abrupta do ar quente (que sai do motor e em alta velocidade) com o ar frio

    ambiente. A fonte dominante durante a decolagem o rudo do jato e durante a

    aproximao para o pouso o rudo das partes mveis.

    3 Raio de Giro: No estudo dos movimentos realizados no solo pelas aeronaves o raio de giro fundamental. Essa geometria definida pelo raio de giro de seus pontos extremos, tais

    como: ponta de asa, nariz e cauda.

    Determina tambm a trajetria dos trens de pouso indicando assim a superfcie que deve

    dispor de um suporte adequado movimentao da aeronave. Quanto maior o raio de giro

    mais crtica se torna a tarefa de garantir entornos livres de obstculos tais como prdios ou

    outras aeronaves, exigindo maiores reas de manobra.

    O raio de giro funo do ngulo de giro imposto ao trem de nariz. O valor mximo da

    ordem de 60 a 80 graus. O centro de giro definido pela interseco do prolongamento do

    eixo do trem de pouso do nariz (girado de um determinado ngulo) com o prolongamento

    do eixo dos trens de pouso principais.

    Nas grandes aeronaves com mais de dois trens de pouso principais, assume-se uma linha

    imaginria que passe pelo ponto mdio desses trens. Algumas aeronaves conseguem girar

    parte dos trens principais reduzindo mais ainda o raio de giro.

    ngulos de giro muito acentuados no so utilizados por exigirem muito esforo dos

    pavimentos, diminuindo sua vida til, alm de causarem desgastes aos pneus e a estrutura

    dos trens exigindo inspees mais freqentes.

    3 Distribuio do Peso Esttico: A distribuio do peso da aeronave entre o trem de nariz e os trens principais funo do tipo da aeronave e da localizao do seu centro de

    gravidade. Isto varivel ao longo de uma extenso denominada de passeio do centro de

    gravidade.

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 42

    Na anlise de pavimentos considera-se uma distribuio de peso terica tal que 5% do

    peso recebido pelo trem de pouso do nariz e os 95% restantes pelos trens principais, de

    forma eqitativa.

    3 Vrtices de Ponta de Asa: O deslocamento da asa no ar, gerando a sustentao para a aeronave, provoca, durante o vo, uma esteira de turbulncia no ar. Como um redemoinho

    em cada ponta de asa. Alm de gerar arrasto (dificultando o vo), os vrtices geram uma

    turbulncia que perturba a aeronave eventualmente seguidora, exigindo uma certa

    separao em tempo e distncia, de tal forma que garanta a disperso da turbulncia.

    Essa to mais significativa quanto mais pesada for a aeronave. Dessa forma, as

    turbulncias geradas prximas a aeroportos durante a aproximao para o pouso ou logo

    aps a decolagem, quando o trfego se efetua a menores velocidades e em condies de

    baixa sustentao so crticas.

    A introduo das aeronaves de fuselagem larga provocou muitos estudos que acarretaram em

    maiores separaes, principalmente quando a seguidora for uma aeronave de menor porte.

    4.2.2. Componentes do Peso de uma Aeronave

    O peso de uma aeronave um dos fatores determinantes na anlise do comprimento

    necessrio de pista para as operaes de pouso e decolagem. Assim sendo so definidos:

    a. Peso Operacional Vazio (POV): o peso prprio da aeronave, com todos os itens e

    equipamentos necessrios ao vo, excludos a carga paga e o combustvel. No

    necessariamente constante, pois varia com a configurao de assentos e quantidade de

    tripulantes.

    b. Peso Zero Combustvel (PZC): o peso da aeronave carregada sem o combustvel.

    Matematicamente seria POV mais carga paga. definido de forma a garantir a

    integridade estrutural da raiz das asas junto a fuselagem.

    c. Carga Paga (CP): o peso composto pela soma dos pesos dos itens que produzem

    renda para o transportador, tais como: passageiros e bagagens, carga e correio.

    Comumente so considerados 100 kg por passageiro mais bagagem.

    d. Carga Paga Mxima Estrutural (CPM): o mximo peso que a carga paga pode alcanar.

    Matematicamente a diferena entre PZC e POV. Na prtica, a CP mxima que se pode

    transportar inferior a CPM devido s restries de espao no interior da aeronave.

    e. Peso Mximo de Rampa (PMR): o peso mximo autorizado para a aeronave manobrar

    no solo, inclusive do txi cabeceira da pista. pouco superior ao peso mximo

    estrutural de decolagem (PMED).

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 43

    f. Peso Mximo Estrutural de Decolagem (PMED): o peso mximo autorizado para

    decolagem por razes de integridade estrutural. composto do POV mais CP mais peso

    do combustvel para a etapa e reservas regulamentares. Dependendo da fonte

    denominado como peso mximo para liberao dos freios.

    g. Peso Mximo Estrutural de Aterrissagem (PMEA): o peso mximo autorizado de modo

    a garantir a integridade do conjunto dos trens de pouso.

    Normalmente aeronaves projetadas para longos percursos tm os trens de pouso projetados

    para PMEAs bem inferiores aos PMEDs. J as aeronaves leves, destinados a curtos trechos de

    vo, apresentam PMEAs prximos a PMEDs.

    4.2.3. Dimenses e Valores Caractersticos

    As aeronaves desempenham um papel de grande importncia no cenrio aeroporturio. O

    conhecimento de suas caractersticas, suas exigncias e suas tendncias so fundamentais no

    desenvolvimento de um projeto ou mesmo no planejamento de um aeroporto. A variedade de

    aeronaves que compem as frotas comerciais pode ser vislumbrada atravs da Tabela 4.6 que

    resume algumas das principais caractersticas: tamanho (m), peso (t), capacidade,

    comprimento de pista requerido (m) etc.

    Tabela 4.6 Principais caractersticas das aeronaves de transporte

    Aeronave Enverg Comp Base Bitola PMD PMA POV PZC Motores Pax CP

    A300-6 44,8 53,3 18,6 9,5 165 138 89,4 130 2TF 247-375 2300

    B727-2 32,9 46,6 19,2 5,5 83,8 68 46,2 62,6 3TF 145-189 2600

    B737-3 28,8 33,2 12,2 5,2 56,5 51,7 31,5 47,6 2TF 128-149 1920

    B747-3 59,4 70,4 25,6 11 322 255,8 177 243,4 4TF 565-608 1550

    B757-2 37,8 47,2 18,3 7,3 99,8 89,8 58,2 83,5 2TF 186-239 2350

    B767-3 47,5 54,9 22,6 9,2 156,5 136 84,5 126,1 2TF 261-290 1770

    B777-2 60,7 63,7 25,6 11 242,7 201,8 135,9 190,5 2TF 305-375 2440

    MD90-8 32,6 46,3 23,5 4,9 70,7 64,4 39,2 58,9 2TF 158-172 2080

    MD11 51,8 61,2 24,4 10,7 273,3 195 129,7 181,4 3TF 323-410 2990

    L1011-5 50 50 18,6 11 231,1 166,9 111,3 153,3 3TF 246-330 2800

    F28-4 25 29,6 10,1 4,9 33,1 31,5 17,6 28,1 2TF 85 1580

    (Horonjeff, 1993)

    A envergadura (enverg) e o comprimento (comp) da aeronave governam a geometria do Lado

    areo do aeroporto. A base, distncia entre o trem de bequilha e o eixo dos trens principais, e

    a bitola, distncia entre os trens principais, impem dimenses nas pistas e seus cruzamentos

    e curvaturas.

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    Os pesos (PMD-Peso Mximo de Decolagem, PMA-Peso Mximo de Aterrissagem, POV-Peso

    Operacional Vazio, PZC- Peso Zero Combustvel), os motores (turbofans) e a carga paga (que

    pode ser expressa em termos de nmero de passageiros) definem as condies requeridas de

    operao em termos de comprimento de pista (CP para o caso de referncia, vento zero, nvel

    de mar e temperatura padro).

    Outras caractersticas podem assumir papel extremamente relevante. Por exemplo: as

    caractersticas do trem de pouso que faz a distribuio/interfaceamento do peso da aeronave

    com o solo atravs das reas de contato dos pneus. Algumas aeronaves, mesmo que mais

    pesadas, acarretam, em funo da configurao dos trens, uma necessidade de suporte de

    pavimento menor do que outras aeronaves mais leves. As figuras a seguir mostram algumas

    das dimenses mais relevantes de uma aeronave.

    Figura 4.1 Dimenses frontais caractersticas de uma aeronave

    Figura 4.2 Dimenses laterais caractersticas de uma aeronave

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    4.2.4. Requisitos para Homologao de Aeronaves

    A homologao de aeronaves nos Estados Unidos segue as regulamentaes conhecidas como

    FAR (Federal Aviation Regulations). Como a grande maioria das aeronaves comerciais

    produzida e/ou operadas naquele pas, podemos dizer que, mundialmente, os fabricantes

    procuram adotar as especificaes FAR para homologao de aeronaves.

    Desta forma seguem as definies utilizadas no processo de homologao das aeronaves:

    a. Velocidade de Deciso - V1: a velocidade escolhida pelo operador da aeronave,

    considerando suas caractersticas operacionais, como a velocidade crtica de decolagem.

    Essa velocidade determina o procedimento a ser adotado pelo piloto no caso de falha de

    um motor. Se a falha ocorrer antes de ser alcanada a V1, o piloto deve interromper

    (abortar) a decolagem. Se a falha ocorrer aps V1, o piloto deve continuar a decolagem

    com um motor inoperante. O valor de V1 para cada aeronave limitado inferior e

    superiormente, podendo assumir quaisquer valor entre estes limites.

    b. Velocidade de Rotao - Vr: a velocidade na qual o piloto inicia a rotao da aeronave

    retirando o trem de nariz do solo.

    c. Velocidade de Decolagem - Vlof: a velocidade que aeronave adquire sustentao e

    abandona o solo, pouco superior a Vr.

    d. Velocidade de Incio de Subida - V2: a mnima velocidade de incio de subida

    alcanada quando a aeronave se encontra a 10,7m de altura em relao a pista.

    e. Distncia de Decolagem - TOD: Distncia definida analisando a operao de decolagem

    com e sem falha de um motor. Observa-se, na operao com ocorrncia de falha, a

    distncia percorrida pela aeronave desde o incio da corrida at o ponto em que atinge a

    V2. Observa-se essa mesma distncia, no caso de operao sem falha, majorando o

    valor encontrado por 15%. A maior destas duas distncias definida como TOD.

    f. Distncia de Rolamento para Decolagem - TOR: Da mesma forma que a anterior.

    Observa-se, na operao com ocorrncia de falha, a distncia percorrida pela aeronave

    para, partindo da imobilidade, atingir o ponto mdio entre o ponto em que a Vlof

    alcanada e o ponto em que a V2 alcanada. Observa-se essa mesma distncia, no

    caso de operao sem falha (normal), majorando-a de 15%. A maior destas a TOR

    g. Distncia de Acelerao e Parada - ASD: Distncia necessria para acelerar a aeronave

    da imobilidade at, aps a ocorrncia de falha de um motor, sua completa parada.

    h. Distncia de Aterrissagem - LD: a distncia necessria para a aeronave, tendo

    sobrevoado a cabeceira da pista a 15m (50 ps) de altura, desacelerar at a

    imobilidade, majorada de 67%. Isto , a distncia de aterrissagem real prevista para

    se realizar em 60% do que lhe reservado.

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    4.2.5. A380, o maior avio comercial da histria

    Em 18/01/2005, com 80 metros de envergadura, dois andares e capacidade para 555 passageiros (pode

    chegar a 850 em configurao de classe econmica), o novo avio da francesa Airbus superou o top de

    linha da Boeing. A americana tinha at hoje o maior avio comercial, com capacidade para 416 pessoas

    (ou at 524 em configurao de classe econmica). O avio da Boeing pode voar 13.450 quilmetros sem

    escala. J o A380 alcana 15 mil quilmetros.

    Informaes Interessantes:

    3 A aeronave foi desenvolvida a partir de uma ampla rede de colaborao e parceria internacional, reunindo companhias areas, 60 aeroportos e outras instituies representativas do setor.

    3 Normalmente as peas das aeronaves da Airbus so levadas at Toulouse a bordo do avio cargueiro Beluga. Como os componentes do A380 no cabem no Beluga, navios, balsas e caminhes tiveram de

    ser adaptados para transport-las.

    3 As peas do A380 so construdas em diferentes pases da Europa: a cauda vem da Espanha; a fuselagem, da Alemanha; o cockpit, na Frana; e as asas, da Inglaterra.

    3 Cada asa tem 39 metros de comprimento - o equivalente a um edifcio de 13 andares - e pesa 50 t.

    3 A verso cargueira (A380F) ter capacidade para 150 toneladas e autonomia para 10.400 Km de vos sem escalas (maior capacidade entre todas aeronaves comerciais produzidas).

    3 O break even (ponto de equilbrio) do A380 ser ao se atingir 58% da ocupao total da aeronave, ou seja 323 passageiros em mdia, o que no tipo de vo a que ele se prope, facilmente alcanvel.

    Isso em mdia de 15 a 20% menos que o B747/400, seu maior competidor e atualmente a maior

    aeronave comercial em uso.

    3 Promete consumir menos combustvel e poluir menos o ambiente.

    3 Tem autonomia para completar 15 mil quilmetros sem escalas.

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    3 S deve iniciar vos comerciais em 2006 e deve chegar Amrica Latina s daqui a 6 anos

    3 A aeronave ter dois pisos em toda a sua extenso e seu principal mercado ser o asitico. O crescimento populacional e tambm da renda desses pases, aumentaro ainda mais a necessidade

    de super jatos no sculo XXI.

    3 Aposta econmica:A Airbus e seus acionistas,j investiram mais de 12 bilhes de euros no programa A380. O fabricante de avies Airbus registrou at o presente mais de 140 encomendas de 15

    companhias areas. Segundo seu presidente, o superjumbo j ser lucrativo a partir de 2008. A

    Airbus espera vender, a longo prazo, de 700 a 750 exemplares do A380.

    Especificaes:

    3 Comprimento - 79,8 metros

    3 Largura de asa a asa - 73 metros

    3 Assentos em trs classes - 555

    3 Verso cargueira - 150 toneladas

    3 Autonomia - 15.100 Km (Verso passageiros)

    3 Autonomia - 10.400 Km (Verso cargueira)

    3 Peso mximo de decolagem - 383.000 Kg

    3 Turbinas - 04 (quatro) com 70.000 libras de empuxo cada

    3 Capacidade de combustvel - 325.000 Litros

    3 Velocidade - 0,88 mach

    3 Pista necessria para decolagem - 3.350 metros

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    4.3. Terminais Aeroporturios

    4.3.1. Tipos de Aerdromos

    Para que se fique clara as semelhanas e diferenas entre os terminais aeroporturios

    (aerdromos), torna-se fundamental a definio dos seus principais tipos:

    3 Aerdromo - Toda rea destinada a pouso, decolagem e movimentao de aeronaves.

    3 Aerdromo Civil - Aerdromo destinado, em princpio, ao uso de aeronaves civis.

    3 Aerdromo Privado - Aerdromo civil que s poder ser utilizado com permisso de seu proprietrio, sendo vedada a sua explorao comercial.

    3 Aerdromo Pblico - Aerdromo civil destinado ao trfego de aeronaves em geral.

    3 Aerdromo Restrito - Aerdromo pblico, construdo em reas de propriedade pblica, de uso reservado do rgo que o construiu e que tem sob sua administrao, cuja explorao

    comercial vedada, s podendo ser utilizado com autorizao da respectiva entidade

    pblica.

    3 Aerdromo Transitrio - Aerdromo civil, para uso provisrio e destinado a atender aos projetos de desenvolvimento, construo de estradas, usinas, barragens, proteo

    lavoura, pesquisa mineral ou explorao de jazida e situaes de emergncia ou

    calamidade pblica.

    3 Aeroporto - Todo aerdromo pblico dotado de instalaes e facilidades para apoio s operaes de aeronaves e de embarque e desembarque de pessoas e cargas.

    4.3.2. Introduo

    Os terminais aeroporturios considerados neste texto so os aeroportos, sendo os mesmos, de

    acordo com o CBA de 1986, definido por:

    todo aerdromo pblico dotado de instalaes e facilidades de apoio s operaes de aeronaves, embarque e desembarque de pessoas e cargas. E aerdromo toda rea destinada a pouso/decolagem e movimentao de aeronaves.

    COSTA (1998) concluiu que:

    um aeroporto no apenas um conjunto composto de pistas e terminal de passageiros. na realidade um complexo que compreende o somatrio de todas as instalaes necessrias ao atendimento de sua funo principal, o transporte areo.

    Segundo dados do Anurio Estatstico de 2001 da Empresa Brasileira de Planejamento de

    Transportes (GEIPOT) existem no Brasil 68 aeroportos principais, destes, 43 domsticos e 24

    internacionais.

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    Tabela 4.7 Principais Aeroportos Pblicos Domsticos e Internacionais por regio -

    2000

    Aeroportos

    Regies Domsticos Internacionais

    Norte 8 8

    Nordeste 13 3

    Sul 7 4

    Sudeste 13 5

    Centro-Oeste 2 4

    Fonte: Anurio Estatstico do GEIPOT, 2001.

    4.3.3. Composio das Instalaes Aeroporturias

    As instalaes aeroporturias compreendem trs setores: lado ar, terra e rea terminal:

    O lado ar, tambm conhecido como rea de movimento, segundo COSTA (1998) :

    o local onde so realizadas as operaes das aeronaves. Compe-se do sistema de pistas de pouso/decolagem e de rolamento (taxiamento), bem como dos ptios de estacionamentos de aeronaves.

    Cabe ressaltar que todos os aeroportos nacionais operam com o sistema de pista nica1.

    Segundo COSTA (1998), o lado terrestre corresponde:

    rea reservada para o desenvolvimento das atividades ligadas aos transportes de superfcie e tem como principais elementos: o sistema de vias de acesso, os pontos de embarque e desembarque, s reas de estacionamento de veculos e as conexes modais

    COSTA (1998) tambm apresenta a seguinte definio para a rea Terminal:

    A rea terminal a rea reservada para servir de interface do processamento entre a modalidade area e os demais modos de transporte de superfcie e vice-versa. Este setor tem como componentes principais: as edificaes dos terminais de passageiros e de carga area (Costa, 1998).

    Alm destes componentes, existem ainda neste setor, fazendo parte direta ou indiretamente

    da atividade aeroporturia: setor de administrao dos aeroportos, setor de facilidades dos

    usurios, setor de servios de manuteno e apoio s companhias areas, setor de servios

    auxiliares de segurana e setor de instalaes de apoio.

    1 O sistema de pista nica: utilizao de apenas uma pista para de pousos e decolagens de aeronaves.

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    4.4. Bases Primrias do Planejamento Aeroporturio

    4.4.1. Interfaces Existentes

    O planejamento aeroporturio se distribui por trs tipos diferentes de interface, que devem ser

    harmonizados para se obter o grau de eficincia operacional e econmica desejada:

    I. interface interna entre veculo e terminal, que partindo de uma anlise da demanda atual

    e previso da futura, estabelece bases que se assentam sobre as tcnicas operacionais da

    aviao civil comercial, tendo como fundamento decisrio a chamada aeronave crtica,

    cujas caractersticas tcnicas serviro para dimensionar os valores bsicos de parmetros

    construtivos de pistas de pouso e decolagem, pistas de taxiamento ou rolamento, ptios

    de manobra e estacionamento de aeronaves, quadro funcional, estaes de passageiros e

    cargas, portes, boxes das empresas areas e de servios pblicos obrigatrios e

    desejveis, reas da administrao, de abastecimento, de bombeiros e prontosocorro,

    hangares de servio, de equipamentos como radares de aproximao e

    acompanhamento, rdiosfaris, land marks, delineamento do planejamento

    operacional e previso da fatia de mercado;

    II. interface externa entre terminal e seu entorno imediato e sua rea de influncia, como

    sistemas terrestres de acesso, conexes com os servios pblicos, como energia eltrica,

    telecomunicaes, gua e esgoto, preveno e monitoramento de danos ambientais,

    vedao da rea, controle de ingresso de pessoas e veculos, reserva de reas para

    ampliao e zonas non edificandi para aproximao segura de avies, etc.

    III. interface de coordenao entre equipes e produtos derivados das interfaces anteriores, a

    fim de compatibilizar e maximizar o resultado final, materializado primeiramente em um

    plano diretor aeroporturio, dando origem a um estudo de viabilidade tcnico -

    econmica e ambiental, para desembocar em um projeto de engenharia final de

    implantao, de reforma ou de ampliao. Assim se compatibiliza o mercado, que induz a

    macrolocalizao do aeroporto, com condies meteorolgicas, topogrficas, geotcnicas

    e de uso do solo, que determinam as possveis microlocalizaes dentro da rea traada

    pela macrolocalizao, levando seleo da mais adequada, tcnica e economicamente.

    4.4.2. Capacidade do Transporte Aerovirio

    Embora em determinados pontos do Mundo, junto a regies de grande adensamento de

    concentraes urbanas e industriais, como na Europa Ocidental e Leste dos Estados Unidos da

    Amrica, as aerovias estejam prximas do congestionamento, a capacidade aeroviria

    determinada pela capacidade de atendimento dos aeroportos.

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    Esta capacidade de atendimento expressa em nmero de movimentos de aeronaves

    aterrissagens e decolagens suportadas por sua (s) pista (s) em um dado perodo.

    Normalmente se consideram dois perodos: o ano e a hora de pico.

    Os valores decorrem da prtica mundial e em especial da norte-americana, nascendo da, por

    trabalho da Federal Aviation Agency - FAA, os dois conceitos de capacidade, conhecidos pelo

    acrnimo formado pelas iniciais das palavras inglesas que o formam:

    I. PANCAP: Practical Annual Capacity

    II. PHOCAP: Practical Hourly Capacity

    A PANCAP varivel com o nmero, tipo e posicionamento das pistas operacionais disponveis

    no aeroporto em estudo ou anlise. Os estudos da FAA conduzem aos resultados prticos

    mostrados na figura a seguir e suas explicaes.

    A figura a seguir apresenta as configuraes mais usuais nos aeroportos do Mundo. e suas

    capacidades prticas anual (PANCAP) e horria (PHOCAP) pelos procedimentos da FAA, com as

    situaes de operao com visibilidade normal ("visual flight rules" ou VFR) e por instrumentos

    ("instrumental flight rules" ou IFR) so as indicadas a seguir, depois da definio dos "mixes",

    ou seja, dos tipos de avio mais usuais nestes aeroportos.

    Figura 4.3 Configuraes possveis para as pistas

    Notas: em "b" a separao das pistas menor que 1.050 m; em "c" est entre 1.050 e 1.500 m; em "d" a distncia entre os dois conjuntos duplos maior que 1.500 m.

    a

    b

    c

    d

    e

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    A FAA classifica os tipos de avio em 5 classes, segundo seu porte, conforme se detalha a

    seguir:

    I. quadrirreatores, como os 707 e 747, os trirreatores maiores como o Tristar e o DC-10, e o bimotor Airbus;

    II. trirreatores normais como o 727, birreatores como o 737 e o DC-9, quadrimotores como o DC-7 e turbo-hlices como o Electra;

    III. birreatores menores como o F-27 e birreatores executivos como o Learjet;

    IV. bimotores como o Bandeirante e o Braslia e monotores maiores;

    V. avionetas de turismo e utilidade.

    Estas cinco classes se combinam em diferentes propores para formar os retrocitados

    "mixes", conforme as composies percentuais que se especifica:

    Mix I II III IV+V

    1 0 0 10 90

    2 0 30 30 40

    3 20 40 20 20

    4 60 20 20 0

    Nos esquemas de pista da figura anterior, para os "mixes" acima quantificados, as capacidades

    prticas so as seguintes:

    Tabela 4.8 Capacidades Prticas

    Esquema Condio Mix 1 Mix 2 Mix 3 Mix 4

    a

    PANCAP 215.000 195.000 180.000 170.000

    PHOCAP/V 99 76 54 45

    PHOCAP/I 53 52 44 42

    b

    PANCAP 385.000 330.000 295.000 280.000

    PHOCAP/V 198 152 108 90

    PHOCAP/I 64 63 55 54

    c

    PANCAP 425.000 390.000 355.000 330.000

    PHOCAP/V 198 152 108 90

    PHOCAP/I 79 79 79 74

    d

    PANCAP 770.000 660.000 590.000 560.000

    PHOCAP/V 396 304 216 180

    PHOCAP/I 128 126 110 108

    e

    PANCAP 425.000 340.000 310.000 310.000

    PHOCAP/V 196 136 94 84

    PHOCAP/I 79 79 77 74

    Notas: /V indica "visual fight rules" e /I "instrumental fight rules".

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    4.4.3. Compatibilidade entre Aeronaves e Aeroportos

    A necessidade de compatibilidade entre aeronaves e aeroportos deve ser clara para todos que

    atuam no planejamento, projeto e operao de aeroportos, como tambm para aqueles que

    projetam e operam as aeronaves. A falta de compatibilidade prejudica a atividade do

    transporte areo, possivelmente com reduo nos nveis de segurana das operaes. Uma

    correlao sumria entre caracterstica fsica do aeroporto e as das aeronaves pode ser

    enumerada:

    a. Comprimento de pista .......................... potncia / peso e projeto da asa

    b. Largura de pista .................................. bitola e envergadura

    c. Fillets (sobrelargura) ........................... base e bitola

    d. Acostamento....................................... posio da turbina mais externa

    e. Separaes ......................................... envergadura e comprimento da aeronave

    f. Gradiente de pista ............................... trem de pouso e velocidade da aeronave

    g. Pavimento .......................................... peso e trem de pouso

    h. Gates ................................................ envergadura

    i. Pontes de embarque ............................ altura de porta

    j. Balizamento........................................ posio do piloto e altura do motor

    k. Hidrantes de combustvel...................... ponto de alimentao na aeronave

    l. Veculos de combate a incndios ............ comprimento e largura da fuselagem

    4.4.4. Tipos de Operaes

    De um modo geral, para se chegar ao fluxo de avies o mercado de vos disponveis dividido

    em strata, como se detalha a seguir:

    3 Domstico Regular: vos do trfego realizado regularmente nas linhas domsticas, com nmero identificador constante do HOTRAN (horrio e itinerrio das linhas areas), mesmo

    que provenientes de conexes internas de vos internacionais, mais os vos de carga

    efetuados com regularidade. No abarca a aviao regional;

    3 Regional: trfego areo regional que tenham origem ou destino no aeroporto em anlise;

    3 Regional Alimentador (feeder): trfego areo regional em que o fluxo transportado se originou em outros vos para este aeroporto, ou se destina a vos que partiro do mesmo;

    3 Internacional Regular: vos realizados regularmente nas linhas internacionais, mesmo que incluam trechos de cabotagem ou internos, considerados tambm os de aeronaves

    cargueiras, mas no inclui os fretados em qualquer dos casos;

    3 No Regular: abrangendo trs categorias, a saber: aviao privada, txis areos e vos fretados, ou seja todos menos os regulares de qualquer das classes anteriores;

    3 Militares: trfego realizado por avies militares, usando as pistas do aeroporto em tela.

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    4.5. Planejamento de um Aeroporto

    4.5.1. Parmetros Importantes

    O comportamento das aeronaves durante as operaes de decolagem e de pouso

    influenciado diretamente por alguns parmetros do local onde se situa o aeroporto e da prpria

    aeronave.

    3 Do aeroporto: i. Altitude

    ii. Temperatura de referncia

    iii. Declividade da pista

    iv. Direo e velocidade do vento

    3 Da aeronave: v. Peso de decolagem e de pouso

    vi. Caractersticas aerodinmicas

    vii. Caractersticas dos motores

    4.5.2. Escolha de stio aeroporturio

    Um dos passos mais importantes em planejamento de aeroportos a escolha do stio onde vai

    ser implantado o aerdromo.

    O lugar ideal, na prtica, dificilmente pode ser encontrado, e a tarefa consiste em se selecionar

    a opo que gere menos inconvenientes para o aeroporto e a comunidade.

    Na realidade, hoje, so raras as oportunidades de se implantar um novo aeroporto. Quando

    isso acontece so muitos os grupos de interesse envolvidos. Alguns exemplos atuais: Chep Lap

    Kok (Hong Kong), Macau, Seul, Kansai (Osaka), Haneda (Tquio), Nagasaki, Chubu (Japo) e

    Kingsford Smith (Sydney) mostram uma nova tendncia, a de "criar" espao sobre a gua, em

    seus projetos de construo ou ampliao.

    Em qualquer caso fundamental se conhecer as finalidades para as quais o aeroporto vai ser

    implantado e se definir, a priori, os critrios para a seleo do melhor stio.

    4.5.2.1. Critrios Gerais

    Com o avano da tecnologia nos mais diversos ramos da engenharia, o principal problema que

    surge nos dias de hoje para a implantao de aeroportos recai sobre os aspectos relativos

    comunidade, no apenas em termos de relacionamento urbano, mas tambm envolvendo

    aspectos ecolgicos e de preservao de riquezas ambientais ou histricas.

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    O aeroporto, para melhor cumprir suas atribuies, deve se constituir em um n da malha

    viria, se harmonizar com a comunidade a ser servida. Distar prximo o suficiente garantindo

    boa acessibilidade. Distar longe o bastante para evitar que os inconvenientes gerados pelo

    servio perturbem a comunidade. So requisitos:

    3 boa proximidade do centro gerador de demanda; 3 vizinhana despovoada mas com chance de se tornar rentvel; 3 servios pblicos disponveis (gua, energia, telefone etc.) ; 3 facilidade para obteno de materiais para construo e mo-de-obra; 3 rea plana, altitude baixa e temperatura no elevada; 3 solo com suporte e condies de drenagem adequadas; 3 meteorologia e ventos compatveis; e 3 espao areo desobstrudo e possibilidades de expanses.

    Evidentemente, torna-se muito difcil atender a todos os requisitos. Alguns so mesmo

    contraditrios. Antes de se iniciar a escolha, portanto, indicado se definir os critrios

    adequados e, a partir disso, proceder a seleo. Ao tomador de deciso cabe analisar os

    aspectos polticos envolvidos, mas a anlise tcnica deve procurar se ater somente aos

    aspectos relacionados com os critrios adotados.

    O ento Ministrio da Aeronutica utilizou, na definio do stio de Confins para acolher o

    Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, a seguinte lista de critrios:

    3 tipo de desenvolvimento das reas vizinhas (rudo e plano da zona de proteo) ; 3 condies meteorolgicas (vento e visibilidade) ; 3 acessibilidade; 3 disponibilidade para expanso; 3 presena de outros aeroportos; 3 obstculos; 3 economia de construo (topografia e tipo de sub-leito) ; 3 disponibilidade de necessidades (gua e energia) ; e 3 proximidade da demanda.

    4.5.2.2. Procedimentos

    Dois procedimentos so mais empregados: um, onde esto envolvidos grandes quantidades de

    recursos e implcitas intensas presses polticas normalmente se tratando de aeroportos para

    milhes de passageiros/ano, atravs de mtodos matemticos.

    O segundo aeroporto para Sydney na Austrlia em Badgery Creek e o terceiro aeroporto para

    Londres da Roskill Comission so exemplos. Basicamente se compem de quatro fases:

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    I. listagem inicial de stios potenciais (por indicao),

    II. triagem primria por inspeo visual,

    III. nova triagem via comparaes sob critrios gerais e, finalmente,

    IV. a deciso atravs de uma anlise custo-benefcio, lenta e onerosa, s vezes, usando

    complexas formulaes probabilsticas.

    O outro procedimento, ponderao de critrios, utilizado em maior escala para situaes

    onde existem poucas alternativas e que, primeira vista, j se imagina a melhor soluo. O

    relatrio da Hidroservice de 1973 para So Paulo um claro exemplo do emprego desse

    mtodo.

    4.5.2.3. Definio

    Dentro do processo de seleo de stio para aeroportos, alm de se estabelecer os critrios,

    apresenta-se, como uma etapa importante, a ponderao dos mesmos. Isto , a relao de

    importncia entre eles, a prioridade de um aspecto em relao ao outro.

    Para determinada situao, por exemplo, escolha de um local para o Aeroporto de Itaituba

    (COMARA), no Estado do Par, regio plana, sem obstculos, o peso do critrio obstculos

    deve ser menor que para um stio na cidade de Juiz de Fora (AIRJ), em MG, de relevo

    acidentado. Um mesmo item como critrio, mas com pesos diferentes para cada caso.

    Comparativamente, os critrios:

    a. Facilidades operacionais (horizonte livre, meteorologia adequada etc.)

    b. Caractersticas tcnicas e econmicas (economia de construo, servios pblicos

    disponveis e fcil ampliao)

    c. Distncia-tempo (acessibilidade e distncia ao centro gerador)

    ganharam pesos de 40, 35 e 25, respectivamente, para a escolha do AIRJ e de 15, 60 e 25,

    respectivamente, para as escolhas de stios na Amaznia pela COMARA. No caso de Juiz de

    Fora, a preocupao recaiu sobre as facilidades operacionais. Para a regio amaznica, mais

    importante so os aspectos tcnicos e econmicos. Um dos critrios ou o fator que pode entrar

    na ponderao o custo do empreendimento.

    Como idia geral, que pode variar de caso a caso, tem-se, em mdia, observados os seguintes

    percentuais de custo total (estes ndices esto baseados nos gastos do projeto e da construo

    do Aeroporto de Mirabel, Montreal, Canad):

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    3 plataforma da rea de movimento (pistas e ptios) ......... 30%

    3 edificaes ................................................................ 30%

    3 acessos e estacionamentos ........................................... 13%

    3 contratos de estudos e projetos ....................................... 7%

    Logicamente, em funo do tipo de aeroporto a ser implantado e das caractersticas locais,

    esses percentuais podem variar bastante.

    4.5.3. Comprimento da Pista

    A determinao do comprimento de pista necessrio para a operao de decolagem de uma

    aeronave , no nvel de planejamento de aeroportos, efetuada atravs de bacos de

    desempenho especficos editados pelos fabricantes de aeronaves nos manuais "Airplane

    Characteristics for Airport Planning". Estes bacos fornecem como resposta a Distncia de

    Decolagem, TOD. Anlises que exijam um maior detalhamento tm de ser efetuadas

    consultando manuais especficos, como, por exemplo, o "Airplane Flight Manual" das

    aeronaves.

    O comprimento das pistas de aterrissagem e decolagem funo da aeronave crtica, da

    temperatura mdia da rea do aeroporto e de sua altitude em relao ao nvel do mar. Os

    dados de entrada necessrios so o peso de decolagem da aeronave e as condicionantes locais

    da pista (altitude, temperatura e declividade). Caso os bacos no contemplem situaes a

    serem analisadas, no nvel de planejamento, podem-se adotar coeficientes de correo

    recomendados pela ICAO.

    Esses fatores de correo se referem ao comprimento de pista de decolagem determinado para

    as condies de atmosfera padro, altitude igual ao nvel do mar, sem vento e declividade zero

    de pista. As recomendaes de coeficiente so:

    3 Para a Altitude (Fa): adoo de um coeficiente de acrscimo do comprimento de pista de 7% para cada 300m de elevao acima do nvel do mar;

    3 Para a Temperatura (Ft): coeficiente de 1% para cada grau Celsius que a temperatura de referncia exceder a temperatura padro. A temperatura de referncia (Tref) definida

    como a obtida atravs da mdia mensal das temperaturas mximas dirias do ms mais

    quente do ano. O ms mais quente aquele que possui a maior temperatura mdia

    mensal. A Tref deve ser obtida atravs de mdias obtidas em vrios anos de observao;

    3 Para a Declividade (Fd): coeficiente de 10% para 1% de declividade longitudinal efetiva (DLE) da pista. A DLE obtida pela razo entre a diferena da cota mxima e a cota

    mnima da pista pelo seu comprimento.

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    Fg = (1 + Fa) (1 + Ft) (1 + Fd) < 0,35

    A correo global (Fg) no deve ultrapassar a 35%, pois tais agregam fatores de segurana.

    O emprego dos bacos deve ser realizado, no nvel de planejamento, buscando-se identificar

    aquele que mais se aproxima das condies reais. Neste caso interpolaes so permitidas,

    evitando-se tanto quanto possvel o uso dos coeficientes de correo.

    Os fabricantes normalmente os divulgam amplamente para as chamadas condies normais,

    ou seja, pistas ao nvel do mar e temperatura ambiente mdia de 15 C (Tabela 4.9):

    Tabela 4.9 Comprimentos de pista para algumas aeronaves

    Aeronave: TOl (Take-off lenght) Ll (Landing lenght)

    Boeing 767 2.315 m 1.450 m

    Boeing 727-200 2.938 m 1.430 m

    Boeing 737-200 2.073 m 1.341 m

    Boeing 747-200 3.338 m 2.103 m

    C - 130 2.100 m 1.380 m

    Fonte: especificaes dos fabricantes

    O comprimento da pista de decolagem sempre maior que o da aterrissagem, dada a

    diferena das tonelagens de uma mesma aeronave nos 2 casos, e a maior diferena de

    velocidade entre o estado de repouso e o de velocidade mnima de cada evento

    4.5.3.1. Exemplo Aeroporto de Guarulhos

    Assim, a aeronave crtica no estudo inicial de Guarulhos era o Boeing 747-200B, tendo como

    rota So Paulo Manaus, uma etapa de cerca de 2.000 m. Os parmetros para construo de

    pista adequada ao mesmo avio formam a Tabela 4.10. As pistas deveriam ter 3.525 m para

    decolagem e 2.060 m para aterrissagem, sem a considerao dos fatores de correo.

    Tabela 4.10 Parmetros de aeronave de projeto em So Paulo

    Item (valores em t): Decolagem: Pouso:

    Peso vazio: 166,322 166,322

    Combustvel da etapa: 57,858 0

    Combustvel reserva: 11,021 11,021

    Carga paga: 72,484 72,484

    Total: 307,395 249,837

    Fonte: COPASP: Sistema Aeroporturio de S. Paulo

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    4.5.4. Direcionamento da Pista - Anemograma

    No processo de seleo de stios para implantao de aeroportos um dos requisitos bsicos o

    conhecimento da rea necessria. Para tal, o comprimento de pista, normalmente a maior

    dimenso do aeroporto, precisa ser definido e sua orientao estabelecida. A direo de pista

    depende, dentre outros, de fatores topogrficos, de obstculos na vizinhana e da direo dos

    ventos.

    Para fins de planejamento a ICAO (Anexo XIV, 1983) recomenda:

    3.1.1. Recomendao - recomendada que o nmero e a orientao das pistas de um aerdromo seja tal que o coeficiente de utilizao do aerdromo no seja inferior a 95% para as aeronaves as quais o aerdromo foi concebido.

    Segundo a mesma referncia, em circunstncias normais, no acontecer operaes de pouso

    e decolagem se o valor da componente transversal do vento for superior a:

    3 37 km/h para as aeronaves cujo comprimento de pista de referncia for a 1.500 m;

    3 24 km/h para as aeronaves cujo comprimento estiver compreendido entre 1.200-1.500 m;

    3 19 km/h para as aeronaves cujo comprimento for inferior a 1.200 m.

    Assim sendo torna-se importante o conhecimento das direes, intensidades e freqncias dos

    ventos de superfcie no local. O ANEMOGRAMA uma figura que revela essas informaes num

    formato grfico.

    Os elementos ou as informaes relativas ao vento devem ser obtidos por anemmetro ou

    anemgrafo, que instalado para registrar direo e intensidade de vento a 6 metros do solo.

    Uma ficha diria preenchida identificando tambm sua origem (de onde ele sopra).

    Existem muitas formas de se traar anemogramas. Uma das maneiras o de se calcular a

    predominncia diria em porcentagem e a velocidade mdia correspondente. Em seguida,

    acumula-se para a obteno dos valores em termos mensais, calculando a predominncia e a

    velocidade mdia.

    Agregando novamente em faixas de velocidades, por direo, obtm-se as porcentagens de

    ocorrncia de ventos. Em escala, desenham-se crculos concntricos de raios proporcionais aos

    valores das velocidades, por exemplo, 3, 13, 25 e 40 ns.

    Esses podem ser setorizados em 45 graus quando os dados se referem a 8 direes/origens

    (pontos cardeais e colaterais), em 22,5 graus quando temos 16 origens e em at 10 graus

    quando as informaes apresentam este nvel de preciso.

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 60

    Figura 4.4 Exemplo de Anemograma

    No dispondo de um programa computacional que fornea diretamente a melhor orientao de

    pista, como por exemplo, a tcnica apresentada por Mendes e Alves, um mtodo que pode ser

    utilizado se baseia na rotao de uma faixa de material transparente da dimenso

    correspondente a intensidade mxima permissvel de ventos cruzados, buscando a posio que

    deixe em descoberto as menores porcentagens.

    A estaria a melhor orientao em relao ao norte verdadeiro. Como essa informao deve

    estar associada ao norte magntico, torna-se necessria correo da declinao magntica.

    Esse um parmetro local (bem como sua variao anual) que pode ser obtido em publicao

    do Observatrio Nacional. A frmula a seguir mostra a relao entre os rumos magntico e

    verdadeiro:

    RM = RV - (Do + V. (T - To) )

    Onde:

    RM - rumo magntico RV - rumo verdadeiro

    Do - declinao magntica do ano To T - ano em questo (atual)

    V - variao anual da declinao magntica To - ano com dado conhecido

    Caso no seja possvel satisfazer a recomendao da ICAO (no mximo 5%), torna-se

    necessrio o estudo da implantao de mais de uma pista, com direes diferentes.

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    5

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    5 10 15 20 25 30

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    N

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    4.5.5. Obra Premiada -Aeroporto de Funchal Ilha da Madeira - Portugal

    Fonte: http://www.publituris.pt/aviacao/index1.html

    A extenso da pista do Aeroporto do Funchal recebeu o prmio IABSE OSTRA 2004, para a melhor obra

    de engenharia a nvel mundial, entre 17 nomeaes. Este prmio considerado o mais importante do

    mundo na categoria.

    O autor do projecto o engenheiro Segades Tavares, para quem esta foi a obra mais complexa que j

    fez, mas cuja construo correu sem problemas apesar de ser um prottipo.

    O prmio, atribudo pela Associao Internacional de Engenharia de Pontes e Estruturas, ser entregue

    em Setembro (2004) em Xangai, na China. O autor do projecto de ampliao do aeroporto do Funchal

    Segades Tavares, que j havia ganho, com a mesma obra, a nvel nacional, o prmio SECIL de

    engenharia em 2003.

    Histrico

    O Aeroporto da Madeira foi inaugurado a 8 de Julho de 1964, com a denominao de Aeroporto do

    Funchal, tendo na altura uma pista com um comprimento total de 1.600 metros. At ao final desse ano

    de 1964 aterraram e descolaram 802 avies, transportando 25.085 Passageiros. Com um crescimento

    sustentado ao longo dos anos, o Aeroporto atingiu o milho de passageiros em 1989, e os 2 milhes em

    2000.

    Pista e Placa

    A Pista e Placa do Aeroporto a maior obra de sempre na ilha da Madeira. O projecto base da autoria

    do Eng Edgar Cardoso. Seguiu-se o contributo do Eng Segades Tavares.

    Enquanto obra de grande complexidade tcnica, a Pista foi construda parcialmente em laje sobre o mar,

    tendo-se construdo um aterro para assentar os 180 pilares que suportam a parte nova da Pista.

    A obra aumentou a pista anterior em 1210 metros, de forma a permitir a uso de avies do modelo Boeing

    747-400, e est assente em 180 pilares de trs metros de dimetro, com at 50 metros de altura e

    fundaes de at 60 metros de profundidade.No total, foram usados 340 mil metros cbicos de beto e

    48 mil toneladas de ao. A empresa construtora foi o consrcio luso-franco-brasileiro Novapista ACE.

    Cada um dos pilares constitui um monumento de engenharia, possuindo um dimetro de 3 metros e

    atingindo uma altura mxima de 50 metros. Os pilares assentam em fundaes que, de acordo com as

    formaes geolgicas encontradas, podem ser directas (Sapatas) ou indirectas (estacas).

    As sapatas de fundao directa tm uma base octogonal com uma rea de implantao na ordem dos

    100 metros quadrados. As fundaes indirectas consistem em grupos de 8 estacas de 1,5 metros de

    dimetro e chegam a atingir os 50 metros de comprimento.

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 102

    Anexos Sistema Areo

    I Solicitao da construo de um Aerdromo

    As solicitaes para construo de aerdromos pblicos, devidamente justificadas quanto s

    necessidades, devem ser encaminhadas ao Comando Areo Regional em cuja jurisdio se

    encontrem, mediante requerimento do interessado (ver "autorizao para construo de

    aerdromos") contendo, pelo menos, as seguintes informaes:

    1 - Municpio e Unidade da Federao onde ficaro localizados;

    2 - estudo, com o nvel de profundidade possvel, dos seguintes aspectos referentes

    localidade:

    10. a) demanda de passageiros e carga area de influncia do aerdromo;

    11. b) economia e relacionamento scio-econmico; e

    12. c) modos virios de superfcie existentes e suas ligaes.

    3 - coordenadas geogrficas aproximadas do centro geomtrico da pista;

    4 - direo, distncia e tipo de acesso aos dois aerdromos homologados mais prximos;

    5 - direo, distncia e tipo de acesso em relao ao centro da sede do municpio;

    6 - direo, dimenses e natureza do piso das pistas;

    7 - PLANTA GERAL DO AERDROMO -Escala 1:1.000 at 1:5.000, orientada para Norte

    Verdadeiro, contendo:

    13. a) demarcao da rea patrimonial e altura da cerca;

    14. b) faixa de pista e faixa preparada (se houver), da pista de pouso e indicao de zona de

    parada e zona livre de obstculos (se houver), pista de txi, ptio e natureza do pouso;

    15. c) perfis longitudinal e transversal da pista de pouso;

    16. d) localizao da biruta; e

    17. e) localizao e dimenses de qualquer construo na rea patrimonial do aerdromo com

    respectivas alturas com relao altitude do terreno onde se situa.

    8 - PLANTA DA ZONA DE PROTEO - Escala 1:10.000 at 1:25.000, orientada para o Norte

    Verdadeiro, indicando:

    18. a) localizao da pista de pouso e vias de acesso;

    19. b) reas de aproximao e decolagem, transio, horizontal interna e cnica, conforme

    Portaria n 1.141/GM5, de 08 Dez 87;

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 103

    20. c) altitude dos obstculos naturais e ou artificiais que ultrapassam o gabarito do Plano

    Bsico ou Especfico de Zona de Proteo do Aerdromo; e

    21. d) distncia e direo em que se encontra a localidade servida pelo aerdromo.

    9 - PLANTA BSICA DE ZONEAMENTO DE RUDO - Escala 1:5.000 at 1:10.000, contendo as

    curvas do Plano Bsico de Rudo, conforme a Portaria n 1.141/GM5, de 08 Dez 87.

    OBS: No se exige o Plano Bsico de Zoneamento de Rudo aos aerdromos localizados em reas

    afastadas de ncleos habitacionais e curvas 1 e 2 estejam dentro dos limites da propriedade onde o

    aerdromo est situado.

    10 - projeto completo, em 3 (trs) vias, para construo do aerdromo;

    11 - CARTA DA REGIO, em 3 (trs) vias, na escala 1:50.000 at 1:200.000, contendo a

    localizao do aerdromo; as vias de comunicao ligando o aerdromo com a localidade por

    ele servida; os pontos mais elevados do relevo topogrfico com as respectivas altitudes e

    posies das implantaes e edificaes existentes; e as respectivas alturas e altitudes do

    terreno em que se situam localizados fora de um raio de 5 (cinco) quilmetros mas dentro do

    permetro do Plano Bsico de Zona de Proteo de Aerdromo;

    12 - estimativa do custo e do tempo de construo;

    13 - natureza e origem dos recursos tcnicos e financeiros que sero empregados na

    construo e manuteno do aerdromo;

    14 - situao patrimonial da rea onde se localizar o aerdromo; e

    15 - documento devidamente formalizado (dispositivo legal) autorizado a utilizao dos

    terrenos como aerdromo pblico enquanto perdurar sua necessidade, a critrio do Comando

    da Aeronutica.

    Os dados e informaes fornecidos sero compatveis, no que for aplicvel, com a metodologia

    adotada pelo DAC para cadastramento de aeroportos e devero fazer parte do Manual de

    Inventrio do Aeroporto.

    Os estudos de demanda basear-se-o, no que aplicvel, nas documentaes editada ou

    efetivada pelo DAC, como o Anurio do Transporte Areo, Relatrios de Demanda, manuais e

    outras publicaes disponveis.

    Os projetos de aeroportos obedecero s instrues, normas e planos baixados pelo Comando

    da Aeronutica. As solicitaes para construo de aerdromos privados devem seguir as

    orientaes da IAC 4301. As solicitaes para construo de aerdromos privados, possveis de

    homologao IFR, sero encaminhadas ao DAC ou aos respectivos Servios Regionais de

    Aviao Civil.

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 104

    II Definies Importantes

    AERDROMO Toda rea destinada a pouso, decolagem e movimentao de aeronaves.

    AERDROMO CIVIL Aerdromo destinado, em princpio, ao uso de aeronaves civis.

    AERDROMO COMUNITRIO Aerdromo pblico destinado a servir pequenas cidades e para

    ser utilizado por aeronaves leves, vedada a operao da aviao regular.

    AERDROMO PRIVADO Aerdromo civil que s poder ser utilizado com permisso de seu

    proprietrio, sendo vedada a sua explorao comercial.

    AERDROMO PBLICO Aerdromo civil destinado ao trfego de aeronaves em geral

    AERDROMO RESTRITO Aerdromo pblico, construdo em rea de propriedade pblica, de

    uso reservado do rgo que o construiu e que tem sob sua administrao, cuja explorao

    comercial vedada, s podendo ser utilizado com autorizao da respectiva entidade pblica.

    AERDROMO TRANSITRIO Aerdromo civil, para uso provisrio e destinado a atender aos

    projetos de desenvolvimento, construo de estradas, usinas, barragens, proteo lavoura,

    pesquisa mineral ou explorao de jazida e situaes de emergncia ou calamidade pblica.

    AERONAVE LEVE Aeronave cujo peso mximo de decolagem inferior a 5.700Kg.

    AEROPORTO Todo aerdromo pblico dotado de instalaes e facilidades para apoio s

    operaes de aeronaves e de embarque e desembarque de pessoas e cargas.

    AEROPORTO DE ALTERNATIVA INTERNACIONAL Aeroporto usado por aeronaves civis

    nacionais e estrangeiras, como primeira escala por ocasio da entrada ou como ltima por

    ocasio da sada do territrio brasileiro, na impossibilidade eventual de serem utilizados os

    aeroportos internacionais brasileiros, ou como aeroporto de origem ou destino de vos

    charters internacionais.

    AEROPORTO INTERNACIONAL Aeroporto situado no territrio nacional, designado, pelo

    Ministrio da Aeronutica, como aeroporto de entrada e sada do trfego areo internacional,

    onde so satisfeitas formalidades de alfndega, de polcia, de sade pblica, quarentena

    agrcola e animal e demais formalidades anlogas.

    AEROPORTO NACIONAL Aeroporto com caractersticas adequadas s operaes da aviao

    domstica.

    AEROPORTO REGIONAL Aeroporto destinado a atender s regies de interesse estadual, com

    caractersticas adequadas para ser utilizado por aeronaves da aviao regional nas operaes

    de ligao aos grandes centros.

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 105

    ALTITUDE DA PISTA Altitude medida, em cada ponto, sobre o eixo da pista de pouso e

    decolagem do aerdromo.

    REA DE INFLUNCIA DO AERDROMO - Regio geradora de trfego para o aerdromo.

    REA OPERACIONAL rea contida dentro dos limites do aerdromo, reservada para

    construo de reas de manobra (pista de pouso e decolagem e pista de txi), ptios,

    terminais de passageiros e carga, torre de controle, unidades administrativas e de proteo ao

    vo e demais edificaes operacionais, devendo ainda conter a faixa de pista.

    REA PATRIMONIAL rea delimitada pela poligonal dos limites do aerdromo, que engloba

    toda sua infraestrutura aeroporturia, contendo obrigatoriamente, sua rea operacional e

    devendo estar legalizada em nome do proprietrio ou responsvel pela explorao do

    aerdromo.

    AUTORIZAO Ato administrativo unilateral, revogvel a qualquer tempo, do Diretor-Geral

    do Departamento de Aviao Civil, pelo qual torna possvel ao interessado realizar, de modo

    total ou parcial, as atividades de construir, operar, manter e explorar aeroportos mediante as

    condies previstas no ato em que a consubstanciar.

    AVIAO DE 1 NVEL aquela empregada no servio areo internacional.

    AVIAO DE 2 NVEL aquela empregada no servio areo domstico.

    AVIAO DE 3 NVEL aquela empregada no servio areo regional.

    AVIAO GERAL Todas as operaes de aviao civil que no sejam servios areos

    regulares nem operaes no regulares de transporte areo por remunerao ou

    arrendamento.

    CARACTERSTICAS FSICAS So aquelas referentes orientao, resistncia, dimenses e

    tipos de piso, declividade, elevao e coordenadas geogrficas da pista.

    CARACTERSTICAS OPERACIONAIS So aquelas referentes ao tipo de operao realizada no

    aerdromo.

    CONCESSO Ato administrativo do Diretor-Geral do Departamento de Aviao Civil, que

    delega o direito de realizar, de modo total ou parcial, as atividades de construir, administrar,

    operar, manter e explorar aerdromos pblicos, mediante termo contratual, em que sero

    fixados o seu objeto, prazo e condies essenciais.

    CONVNIO Ato administrativo que se materializa atravs de instrumento formal, em ajuste

    de cooperao para a construo, a administrao, a operao, a manuteno e a explorao

    de aerdromos pblicos.

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 106

    DISTNCIAS DECLARADAS So distncias utilizadas para efeito de clculo de pouso e

    decolagem, compreendendo:

    22. Pista disponvel para corrida de decolagem - TORA (Take-Off Run Available)

    Comprimento declarado da pista, disponvel para corrida no solo de uma aeronave que

    decola.

    23. Distncia disponvel para decolagem TODA (Take-Off Distance Available) Comprimento

    da TORA, somado ao comprimento da Zona Livre de Obstculos (Clearway), se existente.

    24. Distncia disponvel para acelerao e parada SDA (Accelerate Stop Distance Available)

    Comprimento da TORA, somado ao comprimento da Zona de Parada (Stopway), se

    existente.

    25. Distncia disponvel para pouso LDA (Landing Distance Available) Comprimento

    declarado de pista, disponvel para a corrida no solo de uma aeronave que pousa.

    ELEVAO DO AERDROMO Altitude do ponto mais elevado da pista de pouso e decolagem

    do aerdromo.

    FAIXA DE PISTA rea retangular onde no so permitidos quaisquer aproveitamentos que

    ultrapassem, em cada ponto, a altitude do ponto mais prximo, situado no eixo da pista ou no

    seu prolongamento, tais como construes, instalaes e colocaes de objetos de natureza

    temporria ou permanente, fixos ou mveis, exceto os auxlios navegao area

    indispensveis. Envolve a pista de pouso e, quando houver, a zona de parada e a faixa

    preparada, e destinada a proteger as aeronaves nas operaes de pouso e decolagem.

    FAIXA PREPARADA rea contida na faixa de pista destinada a reduzir o risco de dano s

    aeronaves que, eventualmente, saiam da pista (rea de Segurana).

    HOMOLOGAO Ato administrativo que autoriza a abertura de aerdromo pblico ao trfego.

    OPERAO DIURNA aquela realizada no perodo entre o nascer e o pr-do-sol.

    OPERAO IFR Operao de aeronaves sujeitas s regras de vo por instrumento.

    OPERAO NOTURNA aquela realizada no perodo entre o pr e o nascer do sol.

    OPERAO NO-PRECISO Operao de aeronaves em aproximao, sujeita s regras de

    vo por instrumento, utilizando para orientao os auxlios navegao de no-preciso, tais

    como: NDB, VOR, VHF-DF e RADAR DE TERMINAL.

    OPERAO IFR-PRECISO Operao de aeronaves em aproximao, sujeita s regras de vo

    por instrumento, utilizando para orientao informaes de azimute e rampa de planeio

    fornecidas por auxlios navegao de preciso, tais como: ILS, RADAR DE APROXIMAO DE

    PRECISO e MLS.

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 107

    OPERAO VFR - Operao de aeronaves sujeitas s regras de vo visual.

    PLANO AEROVIRIO ESTADUAL Instrumento macrodiretor da poltica de desenvolvimento do

    Sistema Regional de Aeroportos que determina as diretrizes e metas fundamentais, bem como

    os recursos essenciais para o pleno desenvolvimento da infraestrutura aeroporturia no

    interior dos estados, aprovado pelo Ministrio da Aeronutica.

    PLANOS COMPLEMENTARES Planos e projetos especficos que complementam o Plano Diretor

    Aeroporturio.

    PLANO DE DESENVOLVIMENTO Documento normativo que oficializa a diretriz de expanso

    do aeroporto, orientando seu crescimento fsico, rea patrimonial e investimento no horizonte

    de vinte anos, aprovado pelo Ministrio da Aeronutica.

    PLANO DIRETOR AEROPORTURIO Conjunto de documentos que apresenta a orientao para

    implantao e desenvolvimento de um aerdromo, aprovado pelo Ministrio da Aeronutica.

    PROJETO AEROPORTURIO Conjunto de elementos indispensveis execuo de obras

    aeroporturias.

    SERVIO AREO Qualquer servio areo, regular ou no, efetuado por aeronave, destinado

    ao transporte pblico de passageiros, correio ou carga.

    SERVIO AREO DOMSTICO aquele que estabelece a integrao, pelo transporte areo,

    dos grandes centros e de localidades de interesse nacional, tendo os seus pontos de partida,

    intermedirios e de destino situados em territrio nacional.

    SERVIO AREO INTERNACIONAL Qualquer servio areo pblico que passa pelo espao

    areo sobre o territrio de mais de um pas.

    SERVIO AREO REGIONAL aquele que estabelece a integrao, pelo transporte areo, dos

    plos de interesse regional aos grandes centros.

    ZONA DE PARADA (STOPWAY) rea retangular definida no terreno e situada no

    prolongamento do eixo da pista no sentido da decolagem, destinada e preparada como zona

    adequada parada de aeronaves.

    ZONA DE PROTEO DE AERDROMO Conjunto de reas no qual o aproveitamento e uso do

    solo sofrem restries definidas:

    26. no Plano de Zona de Proteo de Aerdromo;

    27. no Plano Especfico de Zona de Proteo de Aerdromo;

    28. nos Planos de Zona de Proteo de Auxlios Navegao Area;

    29. no Plano Bsico de Zona de Proteo de Helipontos;

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 108

    30. no Plano Bsico de Zoneamento de Rudo;

    31. no Plano Especfico de Zoneamento de Rudo.

    ZONA LIVRE DE OBSTCULOS (CLEARWAY) rea retangular sobre o solo ou gua, sob

    controle de autoridade competente e selecionada ou preparada como rea disponvel sobre a

    qual uma aeronave possa efetuar parte de sua subida inicial at uma altura especificada.

    ZONEAMENTO DE RUDO Zoneamento que considera a rea situada entre os limites do

    aerdromo e as curvas de rudo, segundo a metodologia tcnica adotada ou que venha a ser

    adotada pelo Ministrio da Aeronutica.

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 109

    III Exemplo de dimensionamento de uma pista

    Introduo

    Esse trabalho apresenta um projeto de um aeroporto, assim como sua memria justificativa,

    de acordo com alguns parmetros, mostrados a seguir:

    Parmetros de projeto:

    aeroporto de destino 2700 km Temperatura - 3o C

    aeroporto de alternativa (u.d.c.) 500 km Ventos

    condies do aeroporto de partida: Aeroporto de partida 18 ns

    Altitude 1250 m Rota 10 ns de proa

    Temperatura mdia 19o C consumo de combustvel 8000 l/h

    condies da rota: no. de passageiros 130

    Velocidade de cruzeiro 900 km/h

    Clculo do comprimento da pista

    O comprimento da pista do aeroporto necessrio operao da aeronave ser calculado em

    funo dos parmetros definidos na introduo.

    CLCULO DO PAY-LOAD (CARGA PAGA):

    - passageiros = 130 x (75 + 25) kg/pass.= 13000 kg

    - carga = 10% x 13000 kg/m3 = 1300 kg

    - soma = 13000 + 1300 = 14300 kg

    pay-load = 14,3 t

    PESO DO COMBUSTVEL:

    a) tempo de vo:

    vento de proa = 10 ns = 18,52 km/h

    vento aeroporto de partida = 18 ns = 28,97 km/h

    velocidade de cruzeiro = 900 km/h

    velocidade resultante V = 900 - 16,10 km/h

    v 880 km/h

    distncia = 2700 km (aerop. destino) + 500 km (aerop. alternativa)

    d = 3200 km

    tempo t = d/v = 3200 / 880 = 3,64 h

    t = 3h40min

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 110

    acrscimo de 10% (decolagem) e 1/2 hora (congest. aerop. destino)

    T = 3,64 x 1,1 + 0,5 h = 4,5 h

    T = 4h30min

    b) consumo: c = 8.000 l/h

    combustvel necessrio

    C = 8.000 l/h x 4,5h

    C = 36.000 l

    Peso do combustvel

    (querosene) = 0,92 kg/l P = 0,92 x 36000

    P = 33.120 kg = 33,12 t

    PESO BRUTO DE DECOLAGEM

    PBD = Peso Vazio de Operao + Pay load + Peso Combustvel

    PBD Peso Bruto Mximo de Decolagem

    Boeing 727 / 737 Peso = 45 t PBD = 45 + 13,3 + 33,12 = 91,42 t

    P/2 P P/2

    Mmx.

    PBD mx = 132 t

    PBD = 105, 6 t < 132 t

    COMPRIMENTO DA PISTA:

    O comprimento da pista ser calculado pelo baco abaixo, fornecido pela indstria, adequado

    ao tipo de avio a ser operado no aeroporto.

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 111

    O primeiro baco refere-se ao aeroporto de partida, onde a partir de sua temperatura mdia

    (19o C) e sua altitude (1250 m = 4101 ps) leva-se at a linha de referncia do segundo

    grfico; em seguida, seguindo-se paralelamente s linhas desse at o Peso Bruto de

    Decolagem (105,6 t = 232.858 libras). Segue-se at a linha de referncia do terceiro baco,

    que mostra a resistncia de rampa (+0,01 uphill) e depois ao quarto baco, que indica o

    vento no aeroporto de partida (18 ns headwind).

    O baco indicou ento um comprimento de pista de 9,5 x 1000 foots = 9500 ps.

    1 p = 0,3048 metros, logo L = 9500 x 0,3048 = 2.895,6 m

    L = 2900 m = 2,9 km

    LANAMENTO DA PISTA NO TERRENO

    Atravs de estudos aerofotogramtricos na regio, procurou-se um terreno para a construo

    do aeroporto que no apresentasse um relevo muito acidentado, de preferncia um plat que

    no tivesse interferncia de edificaes vizinhas ou morros, alm de no apresentar serrao.

    A planta topogrfica do terreno escolhido encontra-se em ANEXO.

    O lanamento da pista no terreno ser em funo da direo dos ventos, pois eles devem

    auxiliar a aeronave durante a decolagem (o avio sempre decola contra o vento). Aps 5 anos

    de observaes meteorolgicas, foram medidas a velocidade dos ventos na regio

    (anemmetro) e suas direes e sentidos (biruta). Os resultados apresentam-se no quadro

    seguinte.

  • Portos e Aeroportos Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia UFMG 112

    Quadro 1: observaes dos ventos na regio (durante 5 anos):

    Dir. \ V (km/h)

    0 - 5 5 - 10 10 - 15 15 - 20 20 - 25 25 - 30 Soma

    N 2 0 1 3 4 2 12

    NE 0 0 0 2 4 3 9

    E 3 2 1 1 1 0 8

    SE 0 1 2 2 1 0 6

    S 4 3 4 3 2 2 18

    SO 4 4 2 2 4 4 20

    O 3 1 2 3 1 2 12

    NO 4 3 1 3 2 2 15

    soma = 20 14 13 19 19 15 100

    A partir do quadro, deve-se determinar a direo dos VENTOS DOMINANTES (maior vetor) e o

    quadrante dos VENTOS REINANTES (maior concentrao de rea), atravs do anemograma

    traado a seguir:

    Figura 0.1: anemograma

    Sobre a