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ADRIANE FILA PROCESSOS MATRIMONIAIS NOS SETECENTOS E IMPEDIMENTOS POR MINORIDADE CURITIBA 2007

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ADRIANE FILA

PROCESSOS MATRIMONIAIS NOS SETECENTOS E IMPEDIMENTOS POR

MINORIDADE

CURITIBA

2007

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ADRIANE FILA

PROCESSOS MATRIMONIAIS NOS SETECENTOS E IMPEDIMENTOS POR

MINORIDADE

Monografia apresentada como requisito parcial à conclusão do curso de graduação em História, do setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, da Universidade Federal do Paraná. Orientador: Sergio Odilon Nadalin

CURITIBA

2007

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AGRADECIMENTOS

Uma produção intelectual nunca e solitária. Ela é produto de muitas vozes,

tem o concurso de pessoas e eventos, que direta ou indiretamente, proporcionaram

condições para a sua concretização e a quem se deve manifestar gratidão.

De modo especial, o agradecimento ao Professor Doutor Sergio Odilon

Nadalin, pela orientação atenciosa e eficiente, pelas palavras de alento e confiança

por ocasião dos momentos de incerteza, capaz, não só de acompanhar-me o

processo da pesquisa, como também de recuperá-lo nos seus eventuais - mas pos-

sivelmente fatais - estágios de letargia.

Agradeço aos Professores do Departamento de História da UFPR, em

especial a Professora Doutora Maria Luiza Andreazza e o Professor Doutor

Magnus Roberto de Mello Pereira.

O apoio constante, espontâneo, e imediato dos - mais do que colegas -

amigos: Rosangela, Nelson, Rafael, além de outros tantos companheiros do

CEDOPE e da Universidade Federal do Paraná.

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SUMÁRIO

LISTA DE QUADROS.......................................................................................... v

LISTA DE TABELAS ........................................................................................... vi

LISTA DE FIGURAS............................................................................................ vii

RESUMO.............................................................................................................. viii

INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

CAPÍTULO I

A SOCIEDADE CURITIBANA SETECENTISTA................................................. 5

1.1 A OCUPAÇÃO .............................................................................................. 5

CAPÍTULO II

A LEGISLAÇÃO CANÔNICA E OS IMPEDIMENTOS MATRIMONIAS ............. 19

2.1 OS PROCLAMAS MATRIMONIAIS .............................................................. 22

2.2 OS IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS ......................................................... 24

2.3 UMA QUESTÃO DE IDADE.......................................................................... 26

CAPÍTULO III

PROCESSO MATRIMONIAS: ALGUMAS ANÁLISES ...................................... 31

3.1 AS PARTES DO PROCESSO MATRIMONIAL............................................. 34

3.2 O VALOR DO PROCESSO MATRIMONIAL................................................. 39

CONCLUSÃO ...................................................................................................... 45

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 48

ANEXOS .............................................................................................................. 52

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – PROCESSOS MATRIMONIAIS DE MENORIDADE...................... 31

QUADRO 2 – COMPARAÇÃO DOS CUSTOS DOS PROCESSOS

MATRIMONIAIS ................................................................................................... 41

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – POPULAÇÃO PARANAENSE CENSO REALIZADO NO ANO

DE 1772 ............................................................................................................... 9

TABELA 2 – COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO DO PARANÁ POR SEXO E

GRUPOS DE IDADES / ANO 1772...................................................................... 9

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – CAMINHO DAS TROPAS................................................................ 11

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RESUMO

A pesquisa ora proposta dedica-se ao estudo dos processos matrimoniais existentes na sociedade colonial setecentista. No intuito de perceber as condicionantes das práticas matrimonias na segunda metade do século XVIII, na Capitania de São Paulo, procurou-se investigar os impedimetos impostos pela Igreja Católica para a realização do casamento, a postura dos noivos frente as regras, a postura das instituições de controle, especificamente Igreja e Estado, na disseminação do casamento sacramentalizado e a visão que a sociedade colonial tinha sobre as uniões formais. O cenário selecionado para esta investigação foi a Vila de Curitiba, com suas especificidades culturais e sócio –econômicas que influenciaram de forma significativa os processo matrimoniais. Para tanto, foram pesquisados documentos confeccionados pela Igreja Católica, entre os quais temos os Banhos e os Processos Matrimoniais. Através da conservação desta documentação no Arquivo Metropolitano Don Leopoldo e Silva –Mitra Arquidiocesana de São Paulo, foi possivel resgatar todos os passos matrimoniais de um jovem casal Francisco da Cruz e Francisca Antonia Pereira que manifestaram intenções de casar, em 1776. Palavras chaves: sociedade setecentista, práticas matrimonias, processo eclesiásticos.

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INTRODUÇÃO

O tema que norteia este trabalho foi sendo delimitado à medida que entrei

em contato com diversas fontes eclesiásticas, o que foi possível pela concessão de

bolsa vinculada ao Programa Licenciar–UFPR/2003. As atividades enquanto bolsista

ocorreram sob a orientação da professora Maria Luiza Andreazza, como forma de

participação no projeto integrado “Formação da Sociedade Paranaense

População, Administração e Espaços de Sociabilidade”, no Centro de

Documentação e Pesquisa dos Domínios Portugueses – CEDOPE, do

Departamento de História da Universidade Federal do Paraná.

Entre as fontes com as quais trabalhei, uma série documental me despertou

grande interesse: os “Processos Matrimoniais”, referenciados também como

Dispensas, Proclamas, Denunciações ou Banhos. Segundo a definição do dicionário

Moraes e Silva, o Banho constitui segundo a definição do dicionário Moraes e Silva,

o Banho constitui uma: “Proclama, denunciação, que faz o Sacerdote, de que alguns

noivos estão para casar-se, para que quem souber de algum Impedimento

Canônico, ou Civil, ao matrimônio, o declare ao Cura de algum dos nubentes, ou use

de meio legal de o impedir. Ord.5.19.2 e feitos os banhos ordenados”.1

A prática do Banho, bem como as fontes concernentes à mesma, passou a

existir a partir das normas emanadas do Concílio de Latrão (1215), quando a Igreja

Católica impôs, dentre outras premissas, a obrigatoriedade dos Proclamas, sem os

quais o casamento não era considerado válido. Cerca de três séculos mais tarde,

precisamente no ano de 1546, na conjuntura da Contra-Reforma, o Papa Paulo III

reuniu vários teólogos, na cidade de Trento, para realizar o 19o concílio

ecumênico2. Este reafirmou os princípios do catolicismo romano, tendo em vista o

grande avanço do protestantismo ocorrido após Martinho Lutero. O Concílio de

Trento foi o mais longo da história da Igreja, terminando em 4 de dezembro de 1563

sob Pio IV. O Concílio Tridentino conservou algumas resoluções do Concílio de

Latrão, entre as quais a obrigatoriedade da publicação dos Banhos nas missas, logo

após terminado o Evangelho e antes da prática da homilia, ocorrendo somente aos

1 SILVA, Antonio de Moraes. Diccionario da Lingua Portuguesa. Rio de Janeiro : Litho- Typografia Fluminense , 1992. 2v/ fac-simile da 2 a. ed. 1813.p.23. 2 O Concílio de Trento, cujo tema principal foi a reforma católica, teve seu início em 13 de dezembro de 1545, tendo ao total 25 sessões.

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domingos e dias santos de guarda, por três vezes sucessivas.

Os ditames do Concílio Tridentino espalharam-se por muitos países

europeus - em Portugal chegou a partir do Alvará de 12 de setembro de 1564. Tal

documento recomendava a pronta observância das determinações conciliares.

Através da expansão lusitana, os padrões europeus foram impostos em várias

partes do mundo. Assim, não tardou a aplicação das reformas tridentinas nas colônias

portuguesas. No Brasil, a aplicação das normas eclesiásticas do referido Concílio

deu-se através das chamadas Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia,

publicadas em 12 de junho de 1707. Estas disposições, além de estarem

relacionadas à própria doutrina da Igreja Católica, remetem também ao matrimônio.

A Igreja teve um especial interesse na legislação a respeito do casamento,

vendo nisso uma oportunidade para estender a influência moral e espiritual. A

Instituição, através de aparatos administrativos, marcava a vida dos fiéis,

centralizando e organizando a vida espiritual dos homens e desempenhava um

papel fundamental na articulação da vida social.

Assim, após a análise de alguns Autos de Banho relacionados a casamentos

realizados na Freguesia de São Paulo entre os anos de 1765 a 1780 que fazem

parte do acervo do Centro de Documentação dos Domínios Portugueses - CEDOPE

e cujos originais pertencem ao Arquivo Metropolitano Dom Duarte Leopoldo e Silva

da Mitra Arquidiocesana de São Paulo - percebe-se que tais fontes trazem diversas

pistas de como ocorria o processo matrimonial. Além disso, também descrevem

alguns aspectos das relações sociais e familiares; das regras religiosas em torno do

casamento; da penetração das normas eclesiásticas no comportamento social; do

valor dos proclamas; além de outras questões de mote secundário.

Entre o montante dos Processos Matrimoniais, uma questão despertou

especial interesse: os documentos que apresentavam a solicitação de justificação

matrimonial, requerida por um dos cônjuges ou por ambos, por não terem maneiras

de provar que possuíam idade mínima para contrair o matrimônio.

Como forma de estudar a questão dos pedidos de justificação matrimonial

por menoridade mostrou-se necessário, em primeiro lugar, arrolar os Autos de

Banho relacionados. O passo seguinte foi a transcrição das fontes que

apresentaram a questão da menoridade, maior riqueza de detalhes, bem como

daquelas que apresentavam melhores condições de conservação e leitura.

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Foi desta documentação que emergiu a informação acerca de um casal que

iniciou a trajetória familiar com a solicitação, em 1776, de justificação de menoridade

na Paróquia Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba. O casal em questão

tratava-se de Francisco Cruz e Francisca Antonia Pereira, os quais são os atores da

narrativa desenvolvida.

Formalmente, a vida de Francisco e Francisca era regulada pela Legislação

Civil e Canônica que dizia respeito ao matrimônio e outros temas vigentes no século

XVIII. Assim, para confrontar as informações com o conteúdo referente ao Direito

Português, foram pesquisadas as Ordenações Filipinas3 - conjunto de leis vigentes

na Metrópole e na Colônia durante a segunda metade dos setecentos, pertinente ao

Direito Canônico e às Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia.4

A historiografia, há muito tempo, vem assinalando o importante papel da

família e do casamento no período Colonial. Autores como Freyre5, Viana 6,

Machado7, Marcílio8 e Silva9, entre outros, estudaram a organização e estrutura da

família brasileira, o casamento e o divórcio. Com o grande impulso da História Social

e, principalmente, da História Demográfica, a partir da década de 1970, foram

ampliados os estudos a respeito da família. Estudos estes cujo intuito é, por sua vez,

o de buscar novas perspectivas de entendimento da sociedade brasileira do

passado.

Ao relacionar os Processos Matrimoniais com a historiografia pertinente -

tendo conhecimento de que, no viver em sociedade, os homens criam instituições

que funcionam estimuladas pelas aspirações, desejos, impulsos, necessidades,

constrangimentos e estímulos - busca-se confrontar um sistema de normas com os

comportamentos analisáveis através da documentação existente. Isso permitiu

reconstituir a generalidade da regra e compreender de que modo tais normas eram

3 PORTUGAL. Ordenações e Leis do Reino de Portugal. Recopiladas per mandato del Rei D. Filipe, o Primeiro. Livros 2, 3 e 4. Coimbra: Real Imprensa da Universidade, 1833. 4Constituições Primeiras do arcebispado da Bahia. Feitas e ilustradas pelo ilustríssimo e reverendíssimo senhor D. Sebastião Monteiro da Vida, Arcebispo do dito arcebispado, e do Conselho de sua Majestade, propostas e aceitas em o sínodo diocesano, que o dito senhor celebrou em 12 de junho de 1707. Coimbra, 1720. 5 FREYRE, G. Casa Grande e Senzala. 9 ed. 2 vols. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977. 6 VIANNA, O. Populações meridionais do Brasil. São Paulo: Monteiro Lobato & Cia, 1920. 7 MACHADO, A. Vida e morte do bandeirante. 3 ed. São Paulo: EDUSP: Belo Horizonte: Itatiaia, 1980. 8 MARCILIO, Maria Luiza. A cidade de São Paulo. São Paulo: Pioneira, 1974. 9 SILVA, Maria Beatriz Nizza da. História da família no Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.

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reconhecidas e acatadas, ou contestadas, pela sociedade da época.

Os Autos de Banho evidenciam diversos aspectos do passado colonial: os

conteúdos fazem transparecer questões importantes, como é o caso da idade

mínima para contrair o matrimônio. Tema este já abordado por muitos demógrafos

historiadores como Ana Maria Burmester10. Objetiva-se aqui, também, discutir essas

questões a partir da perspectiva da Igreja Católica, atuante no seio da sociedade

curitibana da segunda metade do século XVIII. Por ser típica comunidade colonial

setecentista, esta sociedade oferece a possibilidade da realização de um estudo

acerca das normas vigentes no período colonial.

Objetiva-se, igualmente, compreender quais eram os impedimentos para a

realização do casamento católico e desvendar quais foram as dificuldades

encontradas pelos noivos para realizar os Proclamas Matrimonias, ao mesmo tempo

a razão, ou razões, pela qual os contraentes solicitavam a justificação de

menoridade. Também irá se verificar a duração e o custo dos processos

matrimoniais. Para atingir tais objetivos, a monografia se estrutura em três capítulos.

No primeiro são apresentadas algumas características da sociedade

curitibana da segunda metade do século XVIII, salientando aspectos relevantes às

questões de ordem religiosa e normativas da referida sociedade.

No segundo, far-se-á uma crítica das fontes de pesquisa utilizadas,

discutindo os conteúdos e relacionando-os com os objetivos propostos por este

trabalho. Sempre tendo como pano de fundo o casal da narrativa.

O terceiro capítulo, por fim, são analisados outros cinco processos

matrimoniais que apresentam, além da solicitação de justificação de menoridade,

outros fatos interessantes. As questões tratadas nesta seção constituem problemas

diversos, como a problemática do custo do matrimônio e da duração dos proclamas.

Para finalizar são apresentados os resultados encontrados pela pesquisa,

enfatizando a importância dos Autos de Banho para o estudo da sociedade no

período colonial.

10 BURMESTER, Ana Maria de Oliveira. A população de Curitiba, no século XVIII -1751 a 1800, segundo os registros paroquiais da Paróquia de Nossa Senhora da Luz da Vila de Curitiba. Curitiba, 1974. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Paraná.

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CAPÍTULO I

A SOCIEDADE CURITIBANA SETECENTISTA

No período imperial o território brasileiro era dividido em províncias. Uma

delas, São Paulo, possuía dez comarcas, dentre as quais a localidade da Vila de

Curitiba11. Assim, a História do Paraná é uma continuação da história regional

paulista, uma vez que essa comarca, a partir do ano de 1765, passou a fazer parte

da Província de São Paulo, que controlava e administrava a região.12

Este primeiro capítulo tem a finalidade de destacar alguns aspectos da vida

dos habitantes da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhas de Curitiba, entre os

séculos XVI a XVIII. Ao longo do desenvolvimento do texto utilizar-se-á como

personagem Francisco da Cruz, um jovem Espanhol que segundo seus relatos

chegou a região da Vila de Curtiba região no ano de 1772.

1.1 A OCUPAÇÃO

A partir da segunda metade do século XVI, o litoral paranaense foi visitado

por um contingente diminuto de bandeirantes, faiscadores e mineradores luso–

paulistas, oriundos de São Vicente, São Paulo de Piratininga e Santos. Este grupo

inicial era formado, em sua maioria, por homens que possuíam poucos escravos e

procuravam, além de índios, metais preciosos.

Um desses metais, o ouro, foi encontrado nos rios que deságuam na Baia de

Paranaguá. Era o chamado ouro de lavagem, ou ouro de aluvião, que é retirado do

11 “a história do Paraná é (...) um capítulo da história regional do Brasil, e consiste na história da formação de uma comunidade que, como tal, adquiriu individualidade distinta de qualquer forma, das outras comunidades regionaiss do Brasil. Sua foramção, em traços gerais, se processa do seguinte modo: a) pela formação de um centro social irradiador, que se localizou em Curitiba; b) pela expansão dirigida desse centro, de onde resultou a conquista, pela posse, de determinado território ;c) pela constante subordinação social e política dos núcleos resultantes da expansão ao centro social inical de Curitiba, de modo a formar um conjunto. MACHADO, Brasil Pinheiro. Esboço de uma sinopse da história regional do Paraná. História : Questões & Debates, 8 (14/15); 177-205. jul-dez.1987,p. 183). 12 Somente anos mais tarde em 29 de agosto de 1853, o Paraná conseguiu sua emancipação política e econômica pela lei 704, assinada por D. Pedro II. Ver, a este respeito, BALHANA, Altiva Pilatti, MACHADO,Brasil Pinheiro & WESTPHALEN, Cecília Maria. História do Paraná( vI). Curitiba: Grafipar ,1969. e MACHADO, Brasil Pinheiro. Esboço de uma sinopse da história regional do Paraná. História : Questões & Debates, 8 (14/15); 177-205. jul-dez.1987, entre outros.

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leito dos rios, em suas margens ou de locais próximos. Há indicações que foram

encontradas algumas minas, mas em pequena escala. Quando se descobriu o ouro,

iniciou-se a fixação dos grupos de mineradores na localidade.

Como a produção aurífera na localidade de Paranaguá resultou em um

produto de pequena monta, os mineradores seguiram interior adentro, ultrapassando

a Serra do Mar, à procura de metais preciosos. Foi criado, serra acima, um novo

município, o da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba.

A produção obtida no planalto manteve-se no mesmo nível da litorânea,

frustrando mais uma vez os mineradores. Entretanto, os campos de Curitiba se

mostraram primorosos para o pastoreio e para a criação de gado vacum e cavala. A

população que ocupou a região sedentarizou-se em função da atividade criatória,

dando origens a arraiais e fazendas, que tempos depois tomaram contornos de vilas

e cidades. De modo resumido, a estabilidade da família e do domicílio desenvolveu-

se concomitantemente e em conseqüência à decadência das atividades de

garimpagem nômade e mudanças de estratégias de sustento. Nos primórdios a

grande maioria da população da Vila de Curitiba “vivia do que plantava”,

trabalhavam em pequenos sítios onde praticavam a agricultura de subsistência,

como veremos adiante. 13

1.2 POPULAÇÃO E SOCIEDADE

Inicialmente a população existente nos Campos de Curitiba era diminuta,

dispersa e empobrecida. Os habitantes praticavam a agricultura de subsistência, o

pastoreio e a pecuária. Para isso, utilizavam técnicas rudimentares de cultivo, como

as queimadas e o rodízio da lavoura. Os produtos cultivados por essa sociedade

eram a mandioca, milho, arroz, feijão, erva mate e cana de açúcar no litoral. Além de

produzir lacticínios, eles criavam animais para o consumo doméstico, alimentavam-

se de frutos silvestres e também praticavam a pesca e a caça.

Os recursos eram escassos e a população possuía somente bens e

produtos de consumo básicos para a sobrevivência. Havia poucos que possuíam

13 Ver, a respeito do povoamento, a obra: BERNARDES, Nilo. Expansão do povoamento no Estado do Paraná. Revista Brasileira de Geografia, (2): 53-77, abril –junho,1952.

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uma renda regular, em dinheiro, ou mesmo possuíam algum bem. O pouco que

sobrava da produção era comercializado na vila, onde esses pequenos agricultores

também conseguiam outros gêneros de subsistência, como o sal, proveniente de

Paranaguá. Tratava-se de um grupo praticamente de iletrados ou semi-letrados, e

com alto índice de natalidade e mortalidade.

Ainda sobre certos costumes da sociedade curitibana, a documentação

camarária descreve as condições de vida dos habitantes da vila, na segunda metade

do século XVIII, como extremamente pobre e difícil.

Os moradores da freguesia desta vila [de Curitiba], além de não serem as terras muito frutíferas, e porque não tem para que nem para onde dêm consumo ao fruto de suas lavouras, estão já no costume de plantarem tão somente quanto baste para o sustento de suas famílias, porque sempre o que lhe sobre o perdem do bicho, e se o aproveitam é só emprestando aos vizinhos que precisam, para o tornarem quando o tem, por este motivo já estão em hábito de não fazerem esforços em grandes plantações, porque nunca alcançaram disso utilidade. Isto é falado daqueles moradores que tem modo e comunidade de o fazerem, porque uma grande parte deles, e talvez a maior, porque moram à beira do campo e terras menos aptas para a lavoura, nem para o preciso se empenham nela, porque fazem vida a conduzir congonhas para Paranaguá, onde as permutam pelo sal, algodão e farinha, sem saírem desta miséria desde seus tataravôs, e não se lhes pode condenar este gênero de vida, porque ainda assim come farinha, e têm o sal, e vestem o algodão, e se largassem dela pelo empenho da lavoura, sim, teriam milho e feijão para comer, mas sem o sal, e nus até do pobre algodão, pois não haveria quem lhes desse pelo milho e feijão, e chegariam a ser mais miseráveis do que são.14

No século XVIII, a Vila de Curitiba era dividida em cinco companhias de

ordenança, que abrangiam um amplo território da Comarca: Primeira e Segunda

Companhia da Vila de Curitiba, Terceira Companhia da Freguesia do Patrocínio de

São José, Quarta Companhia da Freguesia de Santo Antonio da Lapa e Quinta

Companhia da Freguesia de Sant’ Anna de Castro. Grande parte da população

residia nos arredores de Curitiba, em sítios e fazendas, vindo a vila somente para

“tratar de negócios e assistir as festas religiosas”15.

As casas na Vila de Curitiba eram modestas. SAINT–HILAIRE, no ano de

1820, descreveu a moradia da seguinte forma16:

14 Essa descrição da mediocridade da vida da comunidade, foi realizada para prevenir as recrutas e as requisições militares. BALHANA, Altiva. P.; MACHADO, Brasil P.; WESTPHALEN, Cecília. História do Paraná. Vol. I, Curitiba : Grafipar, 1969, p.74-75. 15 BALHANA, MACHADO, WESTPHALEN. op. cit. p. 41. 16 Saint –Hilaire, foi um botânico francês que visitou o Brasil entre os anos de 1816 e 1820. Além de coletar plantas, descreveu aspectos da sociedade.Na sua viagem à comarca de Curitiba, fez o percurso entrando por Itararé, passando pelos Campos Gerais, Curitiba e Paranaguá, de onde seguiu para santa Catarina.

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Em Curitiba e nos arredores é muito pequeno o número de pessoas abastadas. Eu vi o interior das principais casas da cidade, e posso afirmar que nas outras cabeças de comarcas ou mesmo de termos não havia nenhuma casa pertencente às pessoas importantes do lugar que fosse tão modesta assim.17

As moradias geralmente eram palhoças construídas com barro, taquara e

pedras e o chão era de terra batida. Seus interiores eram modestos: apresentavam,

na maioria das vezes, dois cômodos onde viviam os familiares. A organização da

família era calcada no patriarcalismo e na hierarquia.

A respeito da formação do efetivo populacional paranaense verificamos que:

“Concorreram os mesmos elementos étnicos que constituíram os fundamentos da população brasileira. Assim, na composição da população do Paraná tradicional, isto é, do Paraná da mineração, da pecuária, das indústrias extrativistas e da agricultura de subsistência, estão presentes o branco, o índio e o negro, e toda a variada gama de mestiços que caracterizam o quadro demográfico de grande parte dos países americanos e da maioria das regiões brasileiras.”18

A respeito da quantificação dessa população temos os levantamentos

censitários, que eram realizados pelo poder civil e fiscalizado pelos capitães mores,

a partir do anos de 1765. Esses levantamentos tinham o objetivo de conhecer a

composição da população, para uma melhor arrecadação de impostos, e de

identificar as potencialidades militares, em função das disputas de fronteira com a

Espanha. Inicialmente, era considerada somente a população livre. Todavia, “a partir

da década de 1770, todos os habitantes foram incluídos nas listas, com exceção

evidentemente dos indígenas, cuja maioria escapava ao controle das autoridades

portuguesas.”19

Segundo dados do censo realizado no ano de 1772, a população

paranaense estava constituída da seguinte forma.

17 SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem a Curitiba e Província de Santa Catarina. São Paulo. Ed.USP,1978.p.71 18 BALHANA, MACHADO, WESTPHALEN. op. cit. p.118-119. Ver, a esse respeito: MARTINS Romário. Quantos somos e quem somos, dados para a história e a estatística do povoamento do Paraná. Curitiba Empreza gráfica Paranaense,1941. 19 NADALIN, Sergio Odilon. História e Demografia: elementos para um diálogo- Campinas : Associação Brasileira de Estudos Populacionais – ABEP, 2004, p. 62.

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TABELA 1 – POPULAÇÃO PARANAENSE CENSO REALIZADO NO ANO DE 1772

Localidades

Homens

livres

Mulheres

livres

Escravos

Escravos por livres

Total

Vila de Paranaguá

859

920

1414

44,3%

3193

Vila de Guaratuba

105

75

9

4,8%

189

Vila de Curitiba

907

928

104

5,36%

1939

Freguezia de S. Jozé

348

340

145

17,4%

833

Freguezia de S. Antonio da Lapa

230

230

40

8%

500

Povoação do Yapó (Castro)

487

486

-

-

973

Total

2936

2979

1712

7627

Fonte: BALHANA; MACHADO; WESTPHALEN. op.cit 1969, p.117.

TABELA 2 – COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO DO PARANÁ POR SEXO E GRUPOS DE IDADES / ANO 1772

Grupos de idades Homens Mulheres

Total

Menos de 7 anos 783 752

1535

7 a 14 anos 605 523

1128

15 a 60 anos 1401 1559

2960

Mais de 60 anos 147 145

292

Total 2936 2979

5915

Fonte: BALHANA; MACHADO; WESTPHALEN, op. cit.1969, p.117.

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Através das tabelas podemos perceber a composição da população quanto

ao sexo, idade e sua distribuição geográfica. A sociedade paranaense como a

sociedade colonial em geral foi escravocrata, fundada na utilização da força de

trabalho de índios, administrados, africanos e seus descendentes.

Notamos que a concentração populacional está localizada no planalto e não

no litoral. Também percebemos que tratava-se de uma população jovem, pois a

soma dos indivíduos menores de 15 anos representa 45,2% do total de habitantes, e

que apresenta em alguns momento o número de mulheres superior ao dos homens,

apesar de apresentar um relativo equilíbrio. Em algumas localidades, como é o caso

de Paranaguá, os cativos alcançam proporções mais elevadas que os livres. Não

foram registrados escravos na povoação de Yapó, mas certamente eles existiam

nesta localidade.

Ao longo do século XVIII, a população de Curitiba cresceu e diversificou

suas atividades econômicas. A criação de gado e as atividades relacionadas a essa

cultura rapidamente transformaram-se na fonte principal da economia da região

paranaense. O tropeirismo desenvolveu-se devido à necessidade de abastecer

regiões mineradoras no Brasil central, nos arredores de Mato Grosso e Goiás. A

descoberta dessas minas provocou um considerável movimento populacional para

esses locais, o que gerou um grave problema de abastecimento, que deveria ser

suprido por outras regiões. Esse acentuado aumento na demanda por alimentos fez

o preço pelo gado subir e transformou a economia da Vila de Curitiba.

Com a intenção de reduzir o preço do gado e das cavalgaduras de Curitiba,

o Capitão General de São Paulo ordenou a abertura, em meados da década de

1720, a estrada ligando o Viamão no Rio Grande do Sul a feira de Sorocaba em São

Paulo20, onde comerciantes mineiros, fluminenses e outros vinham buscar o gado

para revendê-lo nas áreas das Minas. Ao longo deste caminho surgiram povoados

como o Pouso do Iapó (Castro), depois Vila do Príncipe (Lapa), Freguesia Nova

(Palmeira), Furnas (Piraí), Tibagi, Ponta Grossa e Guarapuava.

A figura a seguir mostra esquematicamente os caminhos de tropas.

20 A construção dessa estrada é acontecimento relevante na história paranaense. Desliga Curitiba do ciclo litorâneo, distanciando-a socialmente de Paranaguá, e incorporando-a ao sistema histórico das guerras de fronteiras, dando-lhe oportunidade de uma marcha para o sul, para o norte e para o oeste, de maneira que Curitiba passa a significar o caráter de toda a região que será a futura província.

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FIGURA 1 – CAMINHO DAS TROPAS

Fonte: PR. Disponível em: <:http://www.pr.gov.br/seec/historiapr.shtml>. Acessado em: 1 jun. 2007. Obs.: Em vermelho temos o Caminho do Viamão : que saia do Viamão, no Rs, passava pelos campos de Vacaria, Lages, Curitibanos, Lapa, Palmeira , Ponta Grossa, Castro, Itararé, chegando a Sorocaba. O Outro caminho que saia dos campos da região de São Borja seguia por Chapecó, Palmas, onde se bifurcava por União da Vitória e Palmeira, caminhos que desembocavam na estrada do Viamão. Chamava-se Caminho das Missões.

Com o tropeirismo foi rompido o grande isolamento da região sul e seus

horizontes foram ampliados.21 Ao longo destes caminhos, organizavam-se “pousos”,

21 Ver, a respeito deste tema: WESTHALEN, Cecília Maria. O Barão dos Campos Gerais e o comércio de tropas. Curitiba: CD Editora,1995

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currais, núcleos de arraiais que se constituíram rapidamente em povoados e vilas. O

Tropeiro foi um personagem típico de nossa sociedade de antigamente. A formação

de uma tropa requeria quantias razoáveis, sendo a maioria de seus proprietários

homens abastados e de destaque.22

Saint-Hilaire, em 1820, comenta que: “Os negociantes que iam buscar os

animais no sul faziam este comércio sem disporem de quase nenhum dinheiro,

algumas cartas de recomendação lhes fornecia o crédito necessário, eles faziam as

compras, que podiam ser pagas no prazo de um ano ou até mais”.23

Os tropeiros, sobretudos os seus auxilires – capatazes e camaradas-

desenvolviam uma atividade trabalhosa e arriscada. Atravessavam extensos sertões

onde haviam saqueadores, indígenas e feras bravias. Além das atividades próprias,

os tropeiros eram úteis em outras tarefas, sendo o emissário oficial, eram o correio e

o transmissor de notícias, eram o intermediário de negócios. Era o portador de

bilhetes, de recados, o aviador de encomendas e de receitas. Servindo onde

passava ou parava, ia ele prestando inestimável ajuda e prestimosos serviços aos

que se haviam emaranhado nas vastidões sem fim dos sertões brasileiros. Era um

verdadeiro traço de união entre centro urbanos afastados.24

Mesmo que a mineração tenha sido o principal mercado para os muares, ela

não foi a única.

Embora o mercado de muar mais importante durante a produção aurífera fosse a região de Minas Gerais, houve um crescimento paralelo em outras, nas regiões limítrofes, fornecedoras de alimentos e utilidades aos mineradores.Assim quando a produção de ouro decai, já existem outros mercados para os muares vindos do Sul.25

É neste ambiente que encontramos o jovem tropeiro Francisco da Cruz, que

vivia a conduzir tropas, em companhia de seu padrinho Lourenço Alvares e de

outros peões. Ele Compartilhava com seus companheiro dos mesmo hábitos, os

tropeiros tinham vocabulário, culinária, vestuário e hábitos próprios, e

movimentavam as vilas e as vendas situadas em seus caminhos.

22 Foram tropeiros aqui no Paraná homens como o Barão de Tibagi(José Caetano de Olivera), o Barão dos Campos Gerais (Cel. Davis dos Santos Pacheco) , O Cel. Joaquim Rezende de Lacerda, e outros. 23 SAINT-HILAIRE,op.cit.p 63) 24 BELLOTTO, Heloisa Liberalli. Autoridade e conflito no Brasil Colonial: o Governo do morgado de Mateus em São Paulo . São Paulo ,1979. p.29 25 BALHANA, MACHADO, WESTPHALEN. op. cit. p.120

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Segundo o relato de Francisco da Cruz, este fixou residência na Vila de

Curitiba no ano de 1772, e quatro anos mais tarde em janeiro de 1776 esteve

envolto com os preparativos de seu casamento com Francisca Antonia Pereira. O

episódio do casamento deste jovem tropeiro foi pautado pelas regras Civis e da

Igreja Católica vigentes na época, tais regras serão rapidamente comentadas abaixo

e posteriormente analisadas nos próximos capítulos.

A Vila de Curitiba apresentava aspectos iguais a todas as outras fundadas pelo colonialismo português. Nesse sentido, mesmo afastada dos principais centros administrativos da Colônia e da Metrópole, existiu aqui instituições como a Câmara Municipal, atrelada a administração da Coroa Portuguesa aqui, estava também a Igreja Católica. 26

A Coroa Portuguesa implantou Câmaras Municipais e Freguesias ao sul dos

seus domínios, com a intenção de estabelecer mecanismos que permitissem às leis

de Portugal e do catolicismo controlar o ordenamento social.27

As autoridades civis e religiosas, não pouparam esforços para civilizar as

condutas, conter rebeldias e subordinar os habitantes das regiões colonizadas da

América. Assim sendo a Coroa Portuguesa logo implantou Câmaras Municipais e

Freguesias ao sul dos seus domínios, tal iniciativa, tinha a intenção de estabelecer

mecanismos que permitissem às leis de Portugal e do catolicismo controlar o

ordenamento social.

Todos os atos da vida civil e os seus respectivos termos judiciais estavam

assegurados pelas “Justiças” da Câmara Municipal. Esta expedia alvarás para

ordenar, controlar e retificar o comportamento da população, pautava a construção

das casas, os hábitos da população os festejos religiosos, e profanos, a organização

e limpeza, o comércio e o alistamento militar.

Todavia, mesmo após a implantação da autoridade local, através de eleição

dos primeiros Juízes, Vereadores, Procurador do Conselho e Escrivão da Câmara, e

a arrecadação de imposto da população ainda:

A atividade administrativa era alimentada muito mais pela solidariedade e cooperação direta

26 BALHANA, MACHADO, WESTPHALEN. op. cit. p.30 27 A respeito da estrutura administrativa colonial consultar: SALGADO. Maria (org) Fiscais e meirinhos: a administração no Brasil colonial. Rio de jeniro : Nova fronteira, 1958. Especialmente a respeito de Curitiba, consultar PREIRA, M.R.M.; SANTOS, A.C.A. 300 anos Câmara Municipal de Curitiba :1693-1993. Curitiba : Câmara Municipal ,1993.

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dos moradores do que pelos impostos. A limpeza das ruas e dos riachos que cortavam a vila, era obrigação dos vizinhos. A conservação dos caminhos também era contribuição direta das propriedades28.

A Igreja Católica foi uma grande Instituição normatizadora da sociedade, ela

desempenhou um papel fundamental como linguagem comum que proporcionava na

Colônia atos de inserção, exclusão, formação de laços de solidariedade e proteção.

Ela desenvolveu sua campanha moralizante através das Constituições Primeiras do

Arcebispado da Bahia29, que estava subordinada ao Arcebispado de Lisboa, que por

sua vez estava pautada pelas determinações impostas pelo Concílio de Trento. Os

costumes que se adivinham da leitura do texto das Constituições falam sobre a

preocupação da Igreja em ordenar a sociedade dentro das leis eclesiásticas. Os

preceitos religiosos tiveram grande influência na população incentivando esta a se

manter no catolicismo e respeitar os sete sacramentos: Batismo, Crisma, Confissão,

Eucaristia, Extrema Unção, Ordem e Matrimônio.

Em Curitiba, como em outras localidades da colônia, a presença do

catolicismo se manifesta na construção de Igrejas, capelas, e criação de irmandades

e da presença de clérigos na região.No século XVIII, a Igreja Católica já contava

com uma estrutura de sete paróquias no território Paranaense, sendo elas: em

Paranaguá a de Nossa Senhora do Rosário (1655), em Curitiba, a de Nossa

Senhora da Luz dos Pinhais (1668), em Antonina, a de Nossa Senhora do Pilar da

Graciosa (1719), em são José dos Pinhais, a do Senhor Bom Jesus dos Perdões

(1757), na Lapa, a de Santo Antonio do Registro (1769), em Castro a de Sant’ Ana

do Iapó (1770) e em Guaratuba a de Nossa Senhora do Bom Sucesso (1771).

A Igreja Católica, através de seus aparatos administrativos, marcava a vida

de seus fiéis, visto que centralizavam e organizavam a vida espiritual dos homens e

desempenhava um papel fundamental na articulação da vida social. A religião

católica foi um elemento fundamental na experiência cotidiana, visto que os homens

do período colonial regulavam diversos aspectos de sua vivencia através dela.

Assim o “homem religioso” tinha na sua crença um elemento essencial na sua

experiência de vida, uma vez que ela lhe assegurava uma série de benesses, desde

segurança material e espiritual até a socialização com outros grupos sociais, via

28 BALHANA, MACHADO, WESTPHALEN. op. cit. p. 41.p.40 29 Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia:conjunto de leis elaborado no Brasil para adaptar as determinações impostas pelo Concílio de Trento à realidade colonial.

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associações leigas”, isso fazia com que o homem religioso se esforçasse para ficar

o maximo de tempo possível num cosmo sacrado.”30

Mas nem todos na Colônia, realizavam este esforço descrito a cima, e

apesar dos esforços das Instituições civis e eclesiásticas para normalizar a

sociedade dentro da moral e dos bons costumes europeus, existiu na Colônia muitas

transgressões do modelo cristão e social desejados pelas autoridades. Pode-se

afirmar que as contravenções morais foram presentes em todos os setores da

sociedade da Vila de Curitiba setecentista. As contravenções foram combatida

através de muitos esforços, tais como aplicação das Ordenações Filipinas, das

Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia em 1707, e a instalação do

Tribunal Eclesiástico da Vila de Nossa Senhora da Luz de Curitiba. Apesar dos

esforços a estrutura eclesiástica colonial em nada parecia concorrer para o êxito

tridentino no Brasil. Na verdade a população Colonial tinha uma restrita adesão às

normas e regras implantadas pela Justiça civil e eclesiastica. “A falta de rígidos

organismos de fiscalização na Colônia possibilitou uma certa liberdade entre seus

habitantes, traduzidas em um grande número de transgressões morais e sociais”31

Em Curitiba, pode-se afirmar que também existiu o que Fernando Torres

Londoño chama em sua obra de “A outra Familia”, ou seja, relações ilícitas e

concubinato. Os livros de batismo e as listas nominativas demonstram que os casos

de concubinato eram corriqueiros na Vila de Curitiba. Ana Maria de O. Burmester,

utilizando os registros de óbitos, calculou que, durante a segunda metade do século

XVIII, 13,64% dos homens e 14,76% das mulheres curitibanas, faleceram com mais

de 50 anos sem terem se unido em consórcios matrimoniais.32 Se, por um lado, não

é possível afirmar que todos aqueles que optaram pelo celibato definitivo tivessem

tido uma conduta sexual “pecaminosa”, por outro, é importante salientar que os

indivíduos casados também figuraram entre os “desviantes”, seja participando de

30 ELIANE, M. O sagrado e o profano: a essência das religiões. São Paulo : Martins Fontes,1992, p. 19 31 LOPES, Eliane Cristina. O revelar do Pecado: os filhos ilegítimos na São Paulo do século XVIII. São Paulo : Annablume/fapesp,1998.p.102. Ver, também a respeito disso em VAINFAS,Ronaldo. Trópico dos Pecados. Moral e Sexualidade e Inquisição no Brasil; Campus. Ltda. Rio de Janeiro,1989. p. 15 32 BURMESTER, Ana Maria de O. A População de Curitiba no Século XVIII – 1751-1800. Segundo os Registros Paroquiais. Curitiba: DEHIS/UFPr, 1974, (Dissertação de Mestrado), p. 65. Porém, a própria autora alerta para os problemas relativos ao cálculo realizado. Registros incompletos, sem a menção à idade, juntamente com uma grande quantidade de falecimentos que não eram registrados, poderiam afetar a taxa de celibatários, para cima ou para baixo.

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concubinatos antes do matrimônio, seja praticando o adultério e a bigamia, após

seus enlaces matrimoniais.

A historiografia afirma que a Igreja e a Cora trabalhavam juntas no período

colonial na tentativa de difundir o matrimonio legalizado.33 Não podemos deixar de

comentar que o matrimônio sacramentalizado foi a forma utilizada por uma grande

parte da população livre curitibana para constituir suas famílias e criarem seus filhos,

pelo menos durante a segunda metade do setecentos. Todavia o casamento

Católico, era um processo demorado, complexo, burocrático e custoso.

Para a realização do casamento a Igreja exigia inúmeros documentos, tais

como certidões de batismo, declarações e justificações. François Lebrun, relata que

que as condições imposta a partir do direito canônico para a realização do

casamento erarn o consentimento mútuo dos esposos, ou consentimento unilateral

por um motivo grave. A Presença de testemunhas assim como a de um padre que

recebesse os consentimentos e abençoasse os esposos. Publicações de banhos

anunciando a futura união, bem como também permitindo denunciar eventuais

impedimentos. A presença do Cura da paróquia de um dos esposos e testemunhas

também era uma exigência entre outras34. O casamento também podia ser

dificultado por uma lista enorme de impedimentos impostos pela Igreja para a

realização do matrimônio. Ou seja, podemos comentar que o casamento católico

era um procedimento bruocrático, demorado e certamente caro.

Therborn, ao discorrer sobre as funções do casamento, afirmou que o

matrimônio servia à cinco propósitos: regular a sexualidade e o amor romântico; dar

condições à procriação e à criação da prole; ser um veículo de integração social e de

divisão social; estabelecer o status social dos adultos; formar domicílios.35

O casamento católico, atendia os interesses da Igreja e do Estado. A

pretensão da Coroa portuguesa em expandir o matrimônio entre seus súditos estava

calcado na necessidade de povoamento do território, no estabelecimento de uma

sociedade mais estável, na transmissão ordeira dos bens, no aumento da 33 Sobre a atuação da igreja e da Coroa na difusão do matrimônio, ver: SILVA , Maria Beatriz N. Sistema de Casamento no Brasil colonial. São Paulo EDUSP e RAMOS , Donald. Casamento e família no mundo ibero- americano: imposição e reação. In: População e Família , n. 5São Paulo : CEDHAL./ USP , 2003, P. 227-253. 34 LEBRUN, François. Atitude diante do Amor e do Casamento em sociedades tradicionais. Université de rennes – França, p. 15 35 THERBORN, Göran. Sexo e Poder: A Família no mundo, 1900-2000. São Paulo: Contexto, 2006, p.197-199.

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população, e consequentemente, da produção.

Já para Igreja Católica o matrimonio segundo as Constituições Primeiras do

Arcebispado da Bahia: “a propagação humana, ordenada para o culto, e honra de

Deus”; “a fé, e lealdade, que os casados devem guardar mutuamente”; e “a

inseparabilidade dos mesmos casados, significativa da união de Cristo Senhor nosso

com a Igreja Católica”. Ou seja, além do fim procriativo, a Igreja estava preocupada

em realizar o casamento para livrar os noivos da condição de pecado.

Homens e mulheres contraiam matrimônio também com o intuito de

constituir uma estabilidade familiar para manter suas unidades produtivas. Para eles,

o casamento representava também o locus propício para terem seus filhos, que os

ajudariam na labuta da lavoura. Muitos pobres viam no casamento uma possibilidade

de ascender socialmente, sem contar os cativos que se apegavam ao consórcio com

pessoas livres sonhando com a liberdade, se não sua, pelo menos para seus filhos.

Outros fatores também levaram os casais a formalizarem seus enlaces.

Participar dos ritos e cerimônias católicas, principalmente batismo e casamento,

tornava-se fundamental, enquanto estratégia de preservação de espaços

conquistados no cotidiano. Representava, mesmo para os escravos, garantia de

reconhecimento e de poder de barganha social.36

Isto significa que o investimento no casamento era prudente, uma vez que o

“matrimônio representava uma segurança, um ideal de respeitabilidade a ser

atingido”.37 A hierarquia vigente na sociedade, baseada na cor, na ocupação dos

cargos administrativos e nas posses, também distinguia os casados dos solteiros,

pois “a importância social do casamento reside, justamente, no fato de ser este um

processo que nem todos podiam enfrentar”.38

Para os detentores de certo cabedal, além de prudente, o casamento era

necessário, pois só assim era possível assegurar seus direitos patrimoniais e a

36 FARIA, Sheila de C. A Colônia em Movimento – Fortuna e Família no Cotidiano Colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998, p.323. 37 NADALIN, Sergio Odilon. A população no passado colonial brasileiro: mobilidade versus estabilidade. In: Topoi: Revista de História. Rio de Janeiro: Programa de Pós-graduação em História Social da UFRJ/ 7 Letras, v.4, n.7, 2003, pp.235. Sobre a importância do casamento para a sociedade colonial, ver também: VAINFAS, Ronaldo. Trópicos dos Pecados – Moral, Sexualidade e Inquisição no Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Campus, 1989. 38 SCOTT, Maria Silvia V. Aproximando a Metrópole da Colônia: família, concubinato e ilegitimidade no Noroeste Português (século XVIII e XIX). In: Anais do XII Encontro Nacional de Estudos populacionais da ABEP. Ouro Preto: ABEP, 2002, p.17.

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transmissão de seus bens. Neste sentido, o casamento entre homens e mulheres

pertencentes à elite colonial funcionava como uma estratégia de manutenção ou

ascensão social, pois a aliança matrimonial era utilizada para unir famílias, formando

grupos de solidariedade e de poder.

Também os recrutamentos para as guerras do Sul (1761-1777), levou muitos

homens principalmente jovens a buscar o casamento, no intuito de escapar das

atividades militares, pois havia preferência ao recrutamento de homens solteiros.Por

algum motivo não declarado os noivos Francisco da Cruz e Francisca Antonia

Pereira decidiram casar, e a partir desta decisão tiveram que realizar os proclamas

matrimoniais, esse procedimento será abordado no capítulo seguinte.

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CAPÍTULO II

A LEGISLAÇÃO CANÔNICA E OS IMPEDIMENTOS MATRIMONIAS

No capítulo anterior foram abordadas as normas gerais que regiam a vida

dos habitantes da América Portuguesa, em especial quanto ao casamento. Foi

mencionado o fato de que o tropeiro Francisco da Cruz manifestou a intenção de

contrair matrimônio com Francisca Antonia Pereira. A partir deste fato, o escrivão

eclesiástico Antonio Guedes de Carvalho, da Paróquia da Vila de Nossa Senhora da

Luz de Pinhais, iniciou o registro do processo matrimonial do casal, no ano de 1776,

da seguinte forma.

Autuação Ano de nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo de mil setecentos e setenta e seis ano e trinta dias do mês de dezembro do dito ano nesta Vila de Nossa Senhora da Luz de Pinhais de Curitiba em casas de moradas e escritório de mim escrivão adiante nominado e sendo ai por parte dos contraentes Francisco da Cruz e Francisca Antonia me foi apresentada a petição que adiante se mostra com o despacho nela conteúdo do Reverendo Doutor Vigário da Vara o Padre Domingos Rodrigues da Costa em virtude do qual tomei e autuei para o efeito que nela se declara que tudo e o que adiante se segue de que para constar fiz este Termo de Autuação e eu Antonio Guedes de Carvalho escrivão deste Auditório eclesiástico que escrevi. 39

A partir da conservação desta documentação, foi possível conhecer os

proclamas matrimonias de Francisco da Cruz e Francisca Antonia Pereira. Para

melhor entender o enredo que envolve esses dois jovens, é necessário recorrer à

Legislação Civil e eclesiástica a respeito do casamento.

Transformar o casamento em ato sacramental era o objetivo da Igreja

Católica desde a Antiguidade tardia. No entanto, este foi concretizado somente no

século XII e consolidado no século XIII.40 Anteriormente o casamento era um

contrato civil, firmado entre duas partes. Era ainda efetivado no que se chamava, em

39 Autuação:Anno do Nascimento de NoSso Senhor Jezus Christo de mil SeteSentos e Setenta e Seis annos aos trinta dias do mes de Dezembro do dito Anno nesta Villa de NoSsa Senhora da Lux dos Pinhais de Curitiba em cazas de moradas e Escriptorio de mim Escrivam aodiante nomiado e Sendo ahy por parte dos Contrahentes Francisco da Crus e Francisca Antonia me foy aprezentada a petição que aodiante Se mostra Com o despacho nella Contheudo do Muto Reverendo Doutor Vigario da Vara o Padre Domingos Rodrigues Costa em virtude do qual a tomey e Autuey para o efeito que nella Se deCLara que tudo he o que aodiante Se Segue de que para Constar fis este Termo de Autuação e eu Antonio Guedes de Carvalho Escrivam deste Auditorio Ecleziastico que o escrevy [ ...] 40 VAINFAS, Ronaldo. Casamento, amor e desejo no Ocidente Cristão. 2 ed. SP. Ática,1992. p. 30

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Portugal, de esponsais ou mesmo esponsálias, esposório, desposório de futuro.41 A

partir deste evento firmava-se um compromisso formal entre duas pessoas, que

quando atingissem idade necessária para contraírem o matrimonio o fariam. Em

meados do século XII, surgiu a primeira coletânea de leis da Igreja, chamada de

Corpus Júris Canonici. Esta continha as leis emitidas durante dois séculos pelos

Papas. Nesta compilação, o casamento foi considerado um sacramento indissolúvel,

firmado sobre o consentimento mútuo dos esposos e sobre a consumação, unitas

carnis. O Concílio de Trento, no ano de 1563, pressionado pelo avanço do

protestantismo, reafirmou alguns princípios do catolocismo romano e estabeleceu

também uma nova disciplina do matrimônio. Tais regras foram codificadas na 24o

sessão do Concílio de Trento, reunidas em três textos principais, um preâmbulo

doutrinal, 12 cânones redigidos concisamente a um minucioso decreto disciplinar, De

reformatione matrimonii, compostos de dez capítulos.42 Os cânones estabeleceram

um caráter sacramental, monogâmico e indissolúvel do matrimônio; de competência

exclusiva da Igreja Católica.

As disposições canônicas normalizaram a escolha do cônjuge, a cerimônia

nupcial e a vida conjugal. Porém, foi através dos impedimentos aos casamentos que

a Igreja pôde também se afirmar frente ao poder político e frente à sociedade civil. A

pretensão da Coroa portuguesa em expandir o matrimônio entre os súditos estava

calcada na necessidade de povoamento do território, no estabelecimento de uma

sociedade mais estável e na transmissão ordeira dos bens. Consideravam, ainda,

que o aumento da população, conseqüentemente, aumentaria a produção.

O modelo eclesiástico triunfou nos séculos XII e XIII. A partir dele priorizou ao

clero o celibato e aos leigos o casamento monogâmico e indissolúvel. A Igreja teve

um especial interesse na legislação a respeito do casamento, vendo nisso uma

oportunidade para estender a própria influência moral e espiritual. A Instituição,

através de aparatos administrativos, marcava a vida dos fiéis, centralizando e

organizando a vida espiritual dos homens.

41 Esta prática pode ser comparada ao noivado da atualidade. 42 Ver LEBRUN, François. Atitude diante do Amor e do Casamento em sociedades tradicionais. Université de rennes – França, p.9-21

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A Igreja Católica temia os casamentos clandestinos43. Esses, de certa forma,

eram herdados da tradição dos esponsais, visto que eram inferidos pela sociedade

como sendo uma forma de autorização a coabitação. Na Colônia, os casamentos

clandestinos foram muito comuns. Esse não foi caso de Francisco da Cruz e

Francisca Antonia, que contraíram esponsais segundo testemunhas, como era de

praxe, e, posteriormente, deram entrada em seus processos matrimoniais.

As regras matrimoniais criadas no Concílio de Trento somente foram

introduzidas no Brasil no fim do século XVI, início do século XVII. A aplicação das

normas eclesiásticas do referido Concílio deu-se através das chamadas

Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia, publicadas em 12 de junho de

1707. Tais disposições, além de estarem relacionadas à própria doutrina da Igreja

Católica, tratam também do matrimônio. No Brasil colonial, as regras eram vagas e

fluídas. A regulamentação do matrimônio não foi tarefa fácil, quer do ponto de vista

civil, quer do ponto de vista eclesiástico. Isso se deve, sobretudo, ao contato com as

práticas matrimoniais indígenas.44

O modelo utópico de casamento, moldado de acordo com os valores da

metrópole, e determinado pelo Estado e pela Igreja, foi alcançado por alguns casais

que acabaram precisando de grande dose de persistência e perseverança para

realizar as uniões com as bênçãos da Igreja - tendo em vista a demora, os altos

custos e os inúmeros impedimentos concernentes à realização do casamento. Parte

da população de livres, brancos, negros libertos ou escravos não possuíam

condições financeiras para realizar o matrimônio. Esses contavam somente com a

possibilidade de obtenção da gratuidade dos casamentos, procedimento pouco

habitual, "nem todos, entretanto, tinham dinheiro nem fiadores para conseguir seus

fins e, justamente argumentando pobreza, pediam a indulgência dos padres e bispos

para serem liberados de algumas exigências".45

Exemplo de esforço, persistência e perseverança em realizar tal união pode

ser percebido pelo jovem casal Francisca Antonia Pereira e Francisco da Cruz. O

noivo, além de provar que possuía idade mínima para contrair matrimônio, também

43 Casamentos clandestinos eram aqueles que se realizavam sem a presença de um padre e de duas testemunhas.SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Sistema de Casamento no Brasil Colonial. São Paulo: T. A EDUSP, 1984, p.112 44 SILVA Maria Beatriz Nizza da. Dicionário da História da colonização portuguesa no Brasil, Lisboa, Estampa,1995.p.143 45 FARIA ,Sheila de Castro. A Colônia em Movimento. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998, p59

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acabou pagando pelos processos matrimonias 1$446 réis valor este aparentemente

alto.46 Para entender este complexo processo que envolveu este casal de jovens, é

necessário, primeiro, compreender o que foram os Proclamas Matrimonias e as

respectivas regras e conseqüências.

2.1 OS PROCLAMAS MATRIMONIAIS

Francisco da Cruz e Francisca Antonia Pereira foram à Igreja de Nossa

Senhora da Luz dos Pinhais, no dia 14 de dezembro de 1776, para anunciar as

intenções de contrair matrimônio. Neste momento, com os proclamas matrimoniais,

o casamento é anunciado publicamente.

Segundo um dicionário da época:

“Banho de casamento” era, Pregão que o Pároco lança na citação, para ver se há que ponha impedimento ao casamento. Chamasse pregão, porque se apregoa.Esses banhos são ditos em três dias santos. Neste sentido Banho se deriva de BANN que em língua alemã, quer dizer publicação. Solemis futurarun nuptiaran denuntiatto, ou promulgatio, onis palari Cannabij. Perconium.”

47

Os proclamas corriam na paróquia dos contraentes, ou em ambas as paró-

quias no caso de residências diversas. O pároco, primeiramente, anunciava a

intenção de contrair matrimônio dos noivos. Este anúncio era feito três vezes

sucessivas durante a missa - após terminado o Evangelho e antes da prática ou

homilia, aos domingos e nos dias santos de guarda. Após anunciar a futura união, o

sacerdote conclamava os fiéis a que denunciassem qualquer impedimento para a

realização do casamento.

No que competia aos Banhos, dispõe-se ainda nas constituições o que

explicita o artigo número 269:

Os que pretenderem casar, o farão saber a seu Parocho, antes de se celebrar o matrimonio de presente, para os denunciar, o qual, antes que faça as denunciações se informará se há entre os contrahentes algum impedimento, e estando certo que o não há, fará as denunciações em três domingos ou dias santos de guarda contínuos [...]. 48

46 Podemos aquilatar o que essas taxas equivaliam em termos de poder de compra na população da época consultando as tabelas do anexo 5 . 47 BLUTEAU, D. Raphael. Vocabulario Portuguez e Latino,p.40 48 Constituições primeiras do Arcebispado da Bahia p.120

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Esta prática de anunciar a futura união, na paróquia onde residiam os

contraentes, se mostrou, em alguns casos, complicada, visto que a sociedade

colonial era composta por muitos tropeiros, viajantes, bandeirantes e outros tantos

que não possuíam residência fixa. No caso da noiva Francisca Antonia Pereira, esta

residia na Vila de Curitiba. Contudo, a casa do noivo Francisco da Cruz não foi

encontrada, fato este esperado, já que o jovem era tropeiro e, segundo o próprio

relato, tem “conduzido tropas e boiadas” do Rio Grande para a Vila de Curitiba, em

companhia do padrinho Lourenço Alves.

Apesar das dificuldades de residência do nubente, consta no processo

matrimonial deste jovem casal que sua futura união foi anunciada.

Certifico eu o Padre Manoel Domingues Leytão, Vigário desta Igreja de Nossa Senhora da Luz de Pinhais, da vila de Curitiba, que eu denunciei na igreja Matriz os contraentes mencionados acima, no tres dias festivos apontados acima, na estação da missa conventual, na foram dop Sagrado concilio tridentino, e não saiu impedimento algum , nem eu seu que o tenham. 49

Proclamadas as três denunciações, os noivos ainda tinham que aguardar o

dia seguinte para contrair o matrimônio, para que houvesse mais tempo para alguém

apresentar possíveis impedimentos.50 Decorrido o prazo de 24 horas da última

denunciação, os párocos entregavam aos noivos os Banhos corridos cuja validade

era de 60 dias. Após esse período, caso o casamento não ocorresse, o processo teria

que ser inteiramente refeito.

Havia também a preocupação de que alguém, intencionalmente, com interesses

excusos, viesse a fazer uma falsa afirmação que impedisse a realização do casamento.

Para isso a pena de excomunhão atingia também a tais pessoas, como forma de inibir a

prática de tais leviandades. As penas previstas tanto para aqueles que sabendo de

impedimentos não os acusassem, como contra aqueles que pressionassem o pároco

a não levar em consideração possíveis óbices ao casamento. As mesmas

49 “Certefico eu o P.e ManoeL Domingues Leytão, Vigr.o desta Igr.a Matris de Nossa Senhora da Lux, da villa de Curytyba, q' eu denunciei na m.a Igr.a os Contrahentes mencionados assima, nos tres dias festivos apontados assima, á estação da Missa conventual, na forma do Sagrado concilio tridentino, e nam me Sahio impedimento algum, nem eu Sei q' o tenham.” 50 As Constituições previam que, no caso de algum dos noivos ser filho ilegítimo, não se faria alusão aos pais nas denunciações, a não ser que isto não causasse vexame ao nubente. No caso de pais falecidos, os mesmos deveriam ser citados. No caso de contraentes viúvos, a Igreja solicitava certidões comprobatórias da morte do cônjuge, as quais deveriam ser passadas pelo pároco do local em que se deu o falecimento. Essa prática era para evitar a bigamia .

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compreendiam, dependendo do caso, penas pecuniárias, prisão, degredo e

excomunhão. No caso de haver alguma acusação de impedimento, o pároco não

poderia realizar a cerimônia, até que fossem concluídas as diligências, que viriam ou

não a permitir o casamento.

2.2 OS IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS

O Direito Canônico referenciava impedimento como “todo e qualquer

elemento que impossibilitasse a realização do casamento entre certas pessoas,

invalidando-o ou tornando-o válido, embora ilícito.”51

A respeito dos impedimentos matrimoniais, o Direito Canônico os dividia em

duas categorias: os dirimentes e os proibitivos. Os dirimentes eram aqueles que

anulavam o casamento; os proibitivos tornavam o casamento ilícito, mas não o

anulavam. No caso dos impedimentos dirimentes, o juízo Eclesiástico determinava a

nulidade do casamento, havendo a separação do casal de forma temporária ou

definitiva.

Os Impedimentos proibitivos [grifo meu]: aqui se encaixam a omissão de

Banhos e a clandestinidade do casamento. Ainda a não observância do Advento e

quaresma, período esse considerado de mortificação.

Os Impedimentos dirimentes [grifo meu]: estes acarretam a anulação do

casamento. Nesse caso tem-se a divisão em incapacidades absolutas ou relativas.

As incapacidades absolutas [grifo meu] são o período antes da puberdade, com

idade inferior a 14 anos para os meninos e 12 para as meninas, conforme assim

decretado no direito romano; impotência provada por peritos ou a existência de

votos de castidade; casamento anterior não desfeito pela morte do companheiro; ao

ainda caso um dos contraentes ou ambos não fossem pertencentes à fé cristã, pois

o casamento de um infiel não pode ter a característica sacramental. Já as

incapacidades relativa [grifo meu], essas podem ser anuladas por uma dispensa;

impedimento na honestidade pública - após a ruptura do noivado, o noivo não podia

contrair casamento com parente da noiva; impedimentos de consangüinidade - de

sétimo grau; impedimentos de parentesco espiritual - casamentos entre padrinhos e

51 Constituições primeiras do Arcebispado da Bahia p.116

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madrinhas de batismo.

A Igreja Católica se preocupava com a divulgação dos impedimentos

matrimoniais entre a população. Como esta era, na maioria, iletrada, as

Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia recomendavam que os párocos ou

capelães as lessem a população duas vezes ao ano: no primeiro domingo depois do

dia de Reis e no primeiro após a Páscoa. Os religiosos que não cumprissem tal

obrigação estariam sujeitos à multa de $1000 réis (mil réis).

Os contraentes Francisca Antonia Pereira e Francisco da Cruz não

apresentaram nenhum impedimento. Todavia, o noivo se deparou com três

empecilhos durante o processo matrimonial 52: 1 - provar que não havia contraído,

nem prometido, casamento a nenhuma outra mulher; 2 - comprovar que recebeu o

sacramento do batismo; 3 – provar que possuía idade mínima para contrair

matrimônio.

Para provar que não havia contraído ou prometido casamento a outra pessoa,

o tropeiro Francisco da Cruz fez uso de testemunhas - procedimento muito comum

nos casos processos matrimonias. As testemunhas foram Angello Manoel Machado,

Manoel Angello de Almeyda e Antonio Rodrigues. Todos esses declararam que o

contraente não havia prometido esponsais para outra pessoa que não a contraente

com quem estava para casar.

Sobre a comprovação de batismo, Francisco da Cruz se deparou com outro

problema. O noivo era natural do reino da Espanha, da cidade de Granada, da

Freguesia da Senhora das Angustias. Sendo assim, a busca da certidão de batismo

dele, naquela localidade, se tornou inviável. Novamente o nubente recorreu às

testemunhas, para justificar também o batismo. Elas declararam que: “O depoente foi

Batizado na Freguezia supra dita mencionada e que conhecia muito bem o seu

padrinho de batismo que se chamavam Lourenço Alvares na qual companhia veio

para o rio Pardo”.53

A comprovação de batismo era solicitada praticamente a todos os que

pretendiam contrair matrimônio - visto que um infiel não poderia casar com um fiel.

52 Foi a partir deste registro, que encontra-se conservado no Arquivo Metropolitano Dom Duarte Leopoldo e Silva da Mitra Arquidiocesana de São Paulo, do qual o Cedope possuí uma cópia microfilmada que foi possível definir um esboço do processo matrimonial. 53 O Depoente ter sido Batizado na Sua Freguezia Supra dita mencionada e que Conhecia muito bem os Seus padrinhos de Baptismo que Se chamavão Lourenço Alvares em cuja Companhia veio para o rio Pardo.

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Quando a certidão de batismo foi solicitada a Francisca Antonia Pereira, esta

respondeu prontamente visto que o registro dela se encontrava na Igreja Matriz de

Nossa Senhora da Luz de Pinhais, como segue abaixo:

achei o assento do batismo da contraente, cujo teor é o seguinte = Aos catorze de março de mil e setecentos e quarenta e nove anos na Capela do Pitangui, batizou com licença do Reverendo Vigário Manoel Domingues Leitão, o dito Padre Lourenço de Almeida, a Francisca inocente filha de Antonio de Quadros, e de sua mulher Antonia Pereira; foram padrinhos João Baptista Pereira, e sua mulher Ana Gonçalves Meira, e para constar fiz este assento quando remeteram a certidão que foi aos vinte e oito do mês de novembro de mil e setecentos e cinqüenta e dois.54

O terceiro empecilho de Francisco da Cruz foi a questão de possuir idade

mínima para contrair o matrimônio. Esta foi solicitada devido à aparente pouca idade

de Francisco da Cruz, visto que este tinha chegado no Brasil com aproximadamente

dez anos de idade e estava aqui há, aproximadamente, cinco anos. Como a idade

mínima para um jovem contrair matrimônio era 14 anos, esta proximidade entre as

idades desencadeou problemas. O nubente, outra vez, teve que recorrer ao auxilio

das testemunhas.

2.3 UMA QUESTÃO DE IDADE

Pelo Direito Canônico, o limite mínimo de idade para contrair matrimônio era

a puberdade, ou seja, 12 anos para a mulher e 14 para o homem. No entanto, era

possível, porém, em alguns casos, realizar a cerimônia antes destas idades,

mediante autorização especial da Igreja. Esta autorização especial somente era

dada por uma autoridade eclesiástica, como o Bispo ou o magistrado eclesiástico

encarregado da jurisdição na qual houver tal pedido. Esta dispensa somente era

concedida depois de observado se os contraentes tinham condições físicas e

discernimento suficiente para a vida conjugal.

Assim consta nas Constituições do Arcebispado da Bahia:

54 ... achey o assento do baptismo da contrahente, cujo theor he o Seg.te = Aos catorze de Março de mil e Setecentos e quarenta e nove annos na cappella do Pitanguý, baptizou com Licença do Rd.o vigario Manoel Domingues Leytam, o d.o Padre Lourenço de aLmeyda, a Francisca innocente filha de Antonio de quadros, e de Sua mulher Antonia Pereyra; foram Padrinhos Joam Baptista Pereyra, e Sua mulher Anna Gonçalves Meyra, e para constar fis este assento quando remeteram a Certidam q' foi aos vinte e oito do mes de Novembro de mil e Setecentos e Sincoenta e dous ,

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O varão para poder contrahir matrimônio, deve ter quatorze anos completos, e a fêmea doze anos também completos, salvo quando antes da dita idade, constar que tem discrição, disposição bastante, que supra a falta daquela, porém neste caso não admitão os parocos, nem os denunciarão sem licença nossa, ou de nosso provisor por escrito, sob pena de dez cruzados, e suspensão do seu ofício a nosso arbítrio, a qual licença se não dará sem primeiro constar legitimamente, como por direito, se requer, que tem a tal discrição, e disposição.55

O fator idade era considerado um impedimento dirimente absoluto. Ou seja, o

jovem que não possuísse a idade exigida, não poderia contrair matrimônio com

qualquer pessoa e se o fizesse sem autorização eclesiástica teria o casamento

anulado. No entanto, embora existissem legalmente estipuladas tais idades, na

prática alguns casamentos eram realizados prematuramente. A justificativa para

coibir este tipo de união é a de que os jovens na puberdade não estariam em época

propícia para a reprodução, com o organismo desenvolvido.

Repreendemos o costume geralmente admitido , e que sendo talvez origem muitas vezes de esterilidade de ambos os sexos , infliu pelo menos muito na robustez da prole; e vem a ser, contraírem-se esposários antes de esta acabado o crescimento do corpo, em completas as suas ultimas dimensões; quando é certo que só de mães vigorosas nascem crianças sadias e fortes56.

A época ideal estaria localizada entre os 18 e 30 anos, quando os corpos

estariam em condições normais de robustez e perfeito desenvolvimento”57. Assim, para

a validade do casamento, era necessário que os cônjuges tivessem atingido a idade em

que se obtem normalmente o desenvolvimento físico e moral.

A Legislação Civil tinha como limite mínimo de idade os referenciais para o

início de alguma responsabilidade legal, presumindo-se aí a do casamento, embora

ainda não fossem considerados maiores de idade, com gozo de plena liberdade da

tutela dos responsáveis.

E mandamos que, quando se houver de tratar em juízo alguma causa eivei, ou crime de algum menor de vinte cinco annos, se o dito menor for réo, e ainda não passar de quatorze

55 O Varão para poder contrahir Matrimonio, deve ter quatorze annos completos, e a fêmea dozze annos também completos, salvo quando antes da dita idade, constar que tem discrição, disposição bastante, que supra a falta daquella, porem neste caso os não admittão os Parochos, nem os de-nunciarão sem licença nossa, ou de nosso Provisor por escripto, sob pena de dez cruzados, e suspensão do seu officio a nosso arbítrio, a qual licença se não dará sem primeiro constar legitimamente,como por direito, se requer, que tem a tal discrição, e disposição Constituições do arcebispado da Bahia p.110 56 SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Sistema de Casamento no Brasil Colonial. São Paulo: T. A EDUSP, 1984, p.167 57 ALMEIDA, FRANCISCO José de. Tratado sobre a educação física dos meninos. Lisboa , 1791

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annos, sendo varão, ou de -.doze, sendo fêmea, seja citado seu Tutor.58

Notamos acima a interferência do Estado na organização da família - postura

típica do final do século XVIII, quando o poder laico começa a se impor

gradualmente sobre o eclesiástico fenômeno que se intensificará no Brasil Império.

Existia uma condenação da sociedade em uniões matrimoniais prematuras e

também em uniões realizadas entre pessoas com avançada diferença de idade.

Porém, a Igreja Católica era, de certa forma, maleável no que competia à idade

mínima para o casamento, permitindo que jovens de idades inferiores às

estabelecidas, desde julgados aptos, pudessem se casar. Porém existia a

necessidade de uma autorização de uma autoridade eclesiástica para realizar tal

matrimônio. Havia punições previstas com penas para os párocos que realizassem

tais cerimônias sem a autorização específica .

Estudos realizados na Localidade da Vila de Curitiba no Século XVIII, a

respeito da idade do primeiro casamento de homens e mulheres mostram, que a

idade média do primeiro casamento da população masculina era 27,1 anos de idade

e a idade mediana era de 25,9. No caso das mulheres, a idade média era de 20,9

anos de idade e a idade mediana de 19,7 anos de idade.59 As análises demonstram

que de 1731 à 1798, contraíram matrimônio na Vila de Curitiba, 87 adolescentes

com idade de 12 a 14 anos. Ao agregar esse total às 309 jovens que tinham entre 15

e 19 anos de idade, a percentagem aumenta para 56,5%. Portanto, mais da metade

das noivas tinha menos de 20 anos, o que explica a mediana acima (de 19,7 anos

de idade). No que se referia aos homens, tem-se que 104 casaram com 15 a 19

anos (14,8%) e 250 com 20-24 anos, ou seja, 35,7%. Os estudos da autora não

contabilizam nenhum noivo com menos de 15 anos de idade. Assim, verifica que a

tão divulgada precocidade no casamento das mulheres não se verifica. Nota-se

também que, por outro lado, as mulheres não se casavam, de uma forma geral, em

avançada idade.

A idade média dos homens, ao se casarem, também não se caracteriza nem

58Colleção da Legislação Portuguesa. Desde a última compilação das Ordenações. Regida pelo desembargador Antonio Delgdo da Silva. Legislação de 1775 a 1790. Lisboa , na typografia Maigrense,1828, p.288 59 BURMESTER, Ana Maria de O. Population de Curitiba au XVIII e siecle . Montreal ,1981, Tese, Doutorado , Universidade de Montreal.

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pela precocidade nem por um avanço excessivo na idade do primeiro matrimônio.

No entanto, a idade média deles é mais elevada do que a das mulheres, o que se

explica pela necessidade que os mesmos tinham de criar algum cabedal antes de

casar, a fim de que pudessem não só fazer frente às custas do casamento, mas

também manter a família.60

Retomando o caso do noivo Francisco da Cruz, este apresentou

testemunhas para justificar que possuía idade mínima para contrair o matrimônio.

E perguntado a ele testemunha por todo o conteúdo na petição do justificante que toda lhe foi lida e declarada por ele Reverendo Ministro // <Dito> disse que desde a Freguesia do Rio Pardo do Sul onde viu ao justificante Francisco da Cruz em companhia de seu padrinho Lourenço Álvares teve conhecimento do dito justificante e sabe ser solteiro e desimpedido não só por que o conheceu naquela freguesia ainda de menor idade 61

Após ter colhido os testemunhos, o escrivão encaminhou o processo para o

Vigário da Vara62 declarar parecer a respeito do caso. Constatado, através dos

testemunhos, que Francisco da Cruz havia esclarecido os equívocos, o vigário da Vara

anunciou que:

Ei por justificada a menoridade e batismo do justificante a vista do seu depoimento, e ditos de suas testemunhas: a vista do que se junte aos autos dos seus preparatórios para deferir-se. Curitiba aos 30[?] de dezembro de 1776

Domingos Rodrigues Costa63

Após o deferimento do Vigário Domingues Rodrigues da Costa, foi expedida a

Conta do processo matrimonial de Francisco da Cruz e Francica Antonia. Esta montou

um valor de 2$273 réis, valor este relativamente alto. Ao fim do processo matrimonial, os

noivos Francisca Antonia Pereira e Francisco da Cruz se casaram na Igreja Matriz da 60 VALLE, Marilia Souza do. Nupcialidade e fecundidade das famílias da Lapa-1770-1829. Tese de doutorado, USP,1983.p.180. 61 E perguntado a elle Testemunha por todo o contheudo na petiçao do justificante que toda lhe foy Lida e decLarada por elle Reverendo Menistro // <dito> dice que ha Seis ou Sete annos teve Conhecimento do justificante Francisco da Crus na Freguezia do rio Pardo do Sul de honde Veyo [ileg. + - 1 linha] [f. 5] Villa [cor. + - 2 pal.] athe o prezente e em todo este tempo o tem conhecido Solteiro Livre e dezempedido não Só nesta villa mas tão bem na Freguezia mencionada por Ser ahinda de menor idade. 62 Vigário da Vara: Delegado do bispo para um grupo de paróquias. AURÉLIO Buarque de Holanda Ferreira. Editores Ltda. 1986.p.1775 63 Hey por justificada a menor id.e V.tos estes Autos, justificação apenSa de Soltr.o, e baptismo do Contr.e, e rep.ta do Prom.or e porq' delles demostrão os Contr.es desimpedidos, Se paSse Prov.am de licença na forma do estilo p.a o R.do Par.o desta vila os receber, paSsado o tempo da prohibição da Igreja e paguem as Custas excenSa[?]. Cor.a 30 de Dezembro de 1776. Dom.s Roiz' Costa

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Vila de Curitiba, como consta na ata de casamento64. Corridos dois anos da cerimônia

de casamento, encontra-se a residência deste casal na lista nominativa de 1778, que já

apresenta um filho chamado Joaquim65.

64 Ver ata de casamento de Francisco da Cruz e Francisca Antonia Pereira em anexo 3. 65 ARQUIVO PÚBLICO DE SÃO PAULO –Listas Nominativas de Habitantes da Vila de Curtiba (1a e 2a Companhias), ano de 1778. Documentos digitalizados pertencentes ao Centro de Documentação e pesquisa de História dos Domínios Portugueses- CEDOPE.

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CAPÍTULO III

PROCESSO MATRIMONIAS: ALGUMAS ANÁLISES

No capítulo anterior, foi analisado o processo matrimonial de Francisco da

Cruz e Francisca Antonia Pereira - dois jovens que casaram após terem vencido as

etapas do processo matrimonial. Neste terceiro capítulo, serão aprofundados alguns

problemas relacionados às dificuldades enfrentadas pela sociedade colonial, na

tarefa de compatibilizar o morus social às regras legais. Foram selecionados, além

do nosso casal Francisco e Francisca Antonia, outros 5 casais, de um total de 352

processos microfilmados relativos aos os anos de 1765 a 1780, pertencentes ao

acervo do CEDOPE66.

A seleção dos mencionados processos seguiu dois critérios: 1) os que

apresentaram a justificação do impedimento por menoridade, ou seja, aqueles que,

por algum motivo, um ou ambos os contraentes tiveram dificuldades para provar que

possuíam idade para contrair matrimônio – vale aqui mencionar, 14 anos para os

homens e 12 anos para as mulheres; 2) os documentos que se apresentaram em

melhores condições de leitura e que possuíam as partes fundamentais para se

entender o processo matrimonial: a “Autuação”, o “Termo de Depoimento”, e o

“Termo de conclusão” do processo.

QUADRO 1 – PROCESSOS MATRIMONIAIS DE MENORIDADE

continua

No Nome dos

contraentes

Data início e fim do processo, duração

e data do casamento.

Categorias dos Impedimentos presentes no

Processo Matrimonial

Valor do Processo

Matrimonial

Observ.

Menoridade, Livre,

desimpedido e certidão de Batismo

1$838 réis

1 Bernardo da

Costa Ramos e

Luciana da Cunha

Início: 23/07/1765 Fim: 8/11/1765 Duração: 112 dias Casamento realizado em 19/08/1765

$880 réis

O processo

não foi pago, apresentou-se

o fiador na pessoa de

Manoel Ignácio do Vale 20 mil

reis

66 Lembrando que no Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo, de 1668, data da primeira dispensa que se conservou, a 1822, existe um total de 26 mil processos).

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QUADRO 1 – PROCESSOS MATRIMONIAIS DE MENORIDADE

conclusão

Nº Nome dos

contraentes

Data início e fim do processo, duração e data do casamento.

Categorias dos Impedimentos presentes no

Processo Matrimonial

Valor do Processo

Matrimonial

Observ.

Justificação de

estado livre, desimpedido, menoridade e

batismo

1$057 réis

2 Bertolomeu de

Figueiró

E

Rosa Maria da Paz

Inicio: 6/06/1776

Fim: 27/07/1776 Duração: 53 dias

Casamento realizado em 28/07/1776

$492 réis

Justificação de

estado livre, desimpedido, menoridade e

batismo

1$446 réis

3 Francisco da

Cruz e

Francisca Antonia

Início: 9/12/1776

Fim: 30/12/1776

Duração: 22 dias

Casamento realizado

em 07/01/1777

$827 réis

Batismo e

Menoridade

$832 réis

4 Luis de Souza de Menezes

e

Francisca Moreira do

Sacramento

Início: 18/03/1772

Fim: 27/02/1778

Duração:5 anos, 1 mês e 27 dias Casamento realizado em 02/03/1778

$880 réis

$415 réis

5 João

Rodrigues Martins

e

Maria Moreira Leme

Início 29/12/1777

Fim: 23/06/1778

Duração: 176 dias

Ata de casamento não encontrada

Batismo e

menoridade

1$140 réis

$840 réis

6 Sebastião Luiz

de Almeida (viúvo)

e

Maria de Oliveira Buena

Início 7/06/1778

Fim: 13/07/1778 Duração: 37 dias

Casamento realizado

em 14/07/1778

Batismo e

Menoridade

$749 réis

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As informações do quadro fornecem uma visão panorâmica das fontes que

foram analisadas. A partir deste quadro e da documentação transcrita é possível

realizar uma análise mais ampla e aprofundada da idade e do custo do processo

matrimonial, na época – como se segue.

Uma das maneiras de provar que o requerente possuía idade para contrair

matrimônio, na época em questão, era apresentando o registro de batismo67. A

dificuldade, para um dos contraentes ou ambos, apresentar a ata de batismo se

dava em razão das grandes distâncias existentes entre o local que o contraente foi

levado a pia batismal e o local onde ele iria contrair matrimônio, principalmente no

caso dos estrangeiros, ou por não saberem onde procurar o registro.

Além das razões acima descritas, a falta da ata de batismo, em alguns

casos, estava também ligada eventual falta de organização eclesiástica. Muitas

vezes esta foi incapaz de registrar com precisão os atos celebrados. Porém isto

também acontecia por descuido do pároco, que não efetuou o assento nos livros

competentes, por extravio ou deterioração da documentação. A impossibilidade de

se apresentar o registro de batismo foi relativamente freqüente: dos 375 processos

matrimoniais, entre 1765 a 1780, a falta do registro de batismo é mencionada em

13,9% dos casos.

Quando, dentre os documentos que deveriam ser apresentados para se

obter a licença de casamento, faltasse a certidão do batismo - ou mesmo outro

documento como a certidão de óbito no caso de um ou ambos os contraentes

serem viúvos - o Vigário da Vara efetuava um auto de Justificação. Ou seja,

ordenava que se apresentassem testemunhas para confirmar que o noivo ou a noiva

recebeu o sacramento do batismo, ou que possuía idade para casar-se, ou ainda

que era viúvo.

67 As atas de batismo contêm dia, mês e ano do batismo, prenome (indicando o sexo) da

criança, nomes e prenomes dos pais, condição da criança (legitima, ilegítima, exposta), residência dos pais, nomes e prenome do padrinho e da madrinha, residência dos padrinhos e assinatura do vigário. Além da data do batismo, em algumas vezes a idade da criança também era registrada, possibilitando recuperar a data aproximada do nascimento. Porém, na maioria das atas aparece a menção “inocente”, que infere que o registro pertence a uma criança de pouca idade.Tudo isso remete, novamente, à questão dos meios de provar a idade na hora de contrair o matrimônio. Ao que tudo indica, a ata de batismo resolveria facilmente tal questão. QUEIROZ, Maria Luiza B. Paróquia de São Pedro do Rio Grande; estudo de história demográfica. Curitiba, 1992. 416p. Tese, Doutorado, Universidade Federal do Paraná.

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A utilização de testemunhas foi outra forma de provar a idade na hora de

contrair o matrimônio. Contudo, na grande maioria dos casos, os testemunhos

acabavam atrasando e, em alguns casos, encarecendo o processo. Quando

acontecia das testemunhas serem de fora da freguesia68, o Vigário da Vara

ordenava ao escrivão que passassem comissão ao pároco da localidade em questão

para que este nomeasse um escrivão que colheria os depoimentos. Nesses casos, a

demora se dava em razão da dificuldade em encontrar pessoas que tanto levassem

a solicitação como trouxessem documentação referente aos depoimentos de uma

região à outra. Geralmente essas pessoas eram tropeiros que transportavam, além

de suas tropas, mercadorias e correspondências. Nos processos matrimoniais,

esses eram citados como passadores. As Constituições Primeiras do Arcebispado

da Bahia mencionam esse procedimento de colher as testemunhas da seguinte

maneira: “passar comissão ao Vigário da Vara do distrito para perguntar”, remetendo

seus ditos ‘fechados e lacrados’, ao escrivão, ‘por pessoa fiel e segura’”69.

Ainda a respeito das testemunhas, é válido comentar que era importante que

elas tivessem vínculos datados de muito tempo com os contraentes, já que

reportariam um fato ocorrido há pelo menos doze ou quatorze anos, considerando

que o batizado tivesse sido realizado logo após o nascimento e levando em conta a

idade mínima para contrair matrimônio.

3.1 AS PARTES DO PROCESSO MATRIMONIAL

Vimos no capítulo anterior algumas partes do processo matrimonial de

Francisco da Cruz e Francisca Antonia Pereira, agora veremos quais são as partes

do processo e o que cada parte apresenta:

1o passo – Autuação: tal trecho é redigido geralmente pelo escrivão e

apresenta data, local e nome dos contraentes, do Vigário da Vara e do Escrivão. Na

seqüência se registra a petição do noivo que apresenta o nome e a origem dos

progenitores do nubente. Ainda nesta parte é anotado que os noivos foram

denunciados em três dias como ordena o Concílio Tridentino; e registra se o noivo

68 Freguesia: (...) Na esfera da ação eclesiástica, a jurisdição mínima eram as freguesias, termo das paróquias, presentes no Brasil desde os anos 1530, em Olindae São Vicente.DICIONÁRIO do Brasil Colonial,p.18 69 Constituições Primeiras do arcebispado da Bahia. p. 120.

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possui ou não algum impedimento. Os “termos” que seguem são igualmente

elaborados pelo escrivão.

2o passo - Termo de depoimento: este Termo apresenta a declaração do

contraente, que inicialmente processa o ritual de juramento dos Santos Evangelhos

e que consta das seguintes palavras: “Juramento dos Santos Evangelhos em um

livro deles em que pôs sua mão direita debaixo do qual lhe encarregou de fielmente

dizer a verdade do que soubesse e perguntado lhe fosse, e perguntado a ele

depoente por todo o conteúdo de sua petição”. Realizado o juramento, o nubente dá

testemunho a respeito da própria petição.

3o passo - Termo de Assenta: neste se registra a data e o local,

mencionando que o contraente iria apresentar testemunhas, em geral em número de

três. Em seguida, são registrados os depoimentos, que se iniciam com a

identificação da origem, idade e ocupação de cada uma das testemunhas, bem

como o vínculo mantido com o contraente.

4o passo – Testemunha: esta parte do processo geralmente não apresenta

data. Porém, pode-se pensar que o termo de assenta seja redigido no mesmo dia

em que são inquiridas as testemunhas. Cada uma delas realiza inicialmente o

Juramento dos Santos Evangelhos, nos mesmos moldes que o contraente realizou

e, em seguida, declara o que sabe a respeito da petição. Nota-se que os processos

apresentam certa padronização na escrita dos testemunhos. Sendo assim, é

possível pensar que este trecho não descreve as mesmas palavras que foram

proferidas na hora do testemunho.

5o passo - Termo de Vista: iniciado pelo registro da data e local, encaminha-

se o processo para ser analisado pelo Vigário.

6o passo - Termo de Data (termo de dados): registradas a data e o local,

este termo anuncia que a sentença do processo já foi elaborada pelo Vigário e será

anotada na seqüência.

7o passo – Conclusos: aqui se registra o parecer do Vigário da Vara a

respeito do processo.

8o passo – Conta: geralmente a última parte do processo. É nesta que são

listados todos os procedimentos do processo e os respectivos valores. A Conta, na

maioria das vezes, é assinada por um contador.

Essa ordem apresentada acima, em alguns casos, não estava registrada no

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processo de maneira seqüencial e cronológica. Isso acaba dificultando a leitura e o

entendimento do fato narrado. Isso foi verificado no processo número 5, aberto por

João Rodrigues Martins e Maria Moreira Leme, na Freguesia de Santo Antonio da

Lapa.

No processo em questão foi a noiva Maria Moreira Leme que entrou com a

petição, no dia 29 de dezembro de 1777. A contraente fora batizada na Vila de

Sorocaba. Tendo sido mandado correr seos pregoes naquela Vila onde não se

achou o assento de seu batismo70, a noiva se viu obrigada a recorrer ao auxílio de

testemunhas para realizar a justificação de idade, de batismo e de ser livre e

desimpedida.71 Realizar a pesquisa da documentação em outras localidades, além

de alongar e encarecer o processo, também poderia não apresentar resultados

positivos como neste caso. Para inserir as testemunhas no processo matrimonial o

Vigário da Freguesia de Santo Antonio da Lapa, João da Sylva Reis necessitou

permissão do Vigário da Vara da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de

Curitiba, Domingos Rodrigues Costa. Tal solicitação foi denominada no processo de

“Remessa”, uma excepcionalidade das partes dos proclamas matrimoniais. Assim

que a documentação chegou às mãos do Vigário da Vara, este autorizou o uso de

testemunhas no processo e remeteu novamente a documentação para a Freguesia

de origem. Corridos os trâmites do processo, este foi novamente enviado ao Vigário

da Vara que, em resposta, ordenou que se cumprisse e arquivasse o processo

matrimonial. Todo esse trâmite acabou fazendo com que os proclamas de Maria

Moreira durasse 176 dias e custasse 1$140 réis .

No mesmo processo não havia nenhum impedimento em relação ao noivo

João Rodrigues Martins. Por esse motivo, os proclamas dele seguiram os passos

gerais, tendo início no dia 22 de junho de 1778 e finalizado no dia seguinte. Ou seja,

70 Ver anexo 3. 71 A justificação de estado livre e desimpedido aparece em muitos processos matrimoniais. A exigência eclesiástica era que ambos os contraentes provassem que eram livres e desimpedidos e assim poderiam contrair o matrimônio. Ser livre e desimpedido, para a Igreja era não ter contraído matrimônio anteriormente com outra pessoa que ainda se encontrasse viva, ou mesmo ter esponsais com outra pessoa (esponsais ou depositórios de futuro são o mesmo que promessa de futuro matrimônio). As Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia declaram que contrair matrimônio com uma pessoa que já fosse casada era um impedimento dirimente. O impedimento dito de ligame diz que Ligame quer dizer, que se algum dos contrahentes é casado por palavras de presente com outra mulher, ou marido, ainda que o Matrimonio seja somente rato, e não consumado, vivendo o tal marido, ou mulher, não pode contrahir matrimonio com outrem, e se de facto o contrahir é nullo. CONSTITUIÇÕES op.cit. p.118

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foi relativamente rápido.

A ata de casamento de João Rodrigues Martins e Maria Moreira Leme não

foi encontrada nos arquivos digitalizados. Todavia, presume-se que o matrimônio se

realizou dentro dos dois meses seguintes aos banhos, já que esse era o prazo de

validade dos proclamas. Finalizado este prazo, todo o processo teria que ser refeito,

mesmo que não houvesse impedimento na primeira vez, para que houvesse a

realização do casamento, como descrito nas Constituições Primeiras do Arcebispado

da Bahia.72

No caso do Processo número 1, a petição foi requerida ao Vigário da Vara

pelo noivo Bernardo da Costa Ramos.73 Entre outras coisas, ele necessitava provar

que possuía idade para contrair matrimônio com sua noiva Luciana Cunha. O

Proclama matrimonial do contraente foi aberto no dia 23 de julho de 1765 e seguiu o

quadro geral. O curioso, neste caso, foi a declaração do noivo que alegou não

possuir condições financeiras para arcar com as despesas do processo. Sendo

assim, ele apresentou um fiador, Manoel Ignácio do Vale, que colocou em juízo vinte

mil réis para pagar as custas processuais. Após a aceitação do fiador, o Vigário da

Vara ordenou que se iniciasse o processo.

Ao final do processo, quando ficou justificado através de testemunhos que

Bernardo da Costa Ramos possuía idade mínima para contrair matrimônio,

apresentou-se a Conta, que deveria ser paga pelo contraente ou, neste caso, pelo

fiador. Contudo, as custas processuais desta ação não foram pagas. O casamento

de Bernardo da Costa Ramos e Luciana Cunha foi realizado no dia 19 de agosto de

177674 e, após sua realização, a Igreja acabou perdoando a dívida dos noivos :

“Diz Bernardo da costa Ramos natural da cidade do Rio de Janeiro o morador da Vila de Curitiba, ainda casado com Luciana da Cunha lhe foi permitido afiançar banhos da Freguesia de Antonio de Apeai o qual mostra junto e sem o qual ... Para a Vossa Mercê seja servido mandar (corroída) autos de seu preparatório o haja por desobrigado da dita sua fiança”.

O valor do processo dos nubentes chegou a 2$718 réis, custo este altíssimo

72 “Acontecendo dilatar-se o recebimento por mais de dois meses depois de feitas as denunciações, posto que a elas não saísse impedimento algum, não serão admitidos os denunciados a celebrar matrimonio de presente sem se fazerem de novo as denunciações, ou se haver licença nossa, ou de nosso Provisor.” Constituições do Arcebispado da Bahia p. 112 73 Ver anexo 3 74 Ver anexo 3.

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para os padrões de consumo da época.

O processo matrimonial número 6, de Sebastião Luiz de Almeida (viúvo) e

Maria de Oliveira Buena, foi relativamente rápido, durando apenas 37 dias. No

processo, a nubente entra com a petição solicitando justificar que possuía idade

para contrair matrimônio e que fora batizada. Como a noiva fora batizada na Vila de

São Francisco do Sul, ela requereu permissão para apresentar testemunhas para o

Vigário da Vara, o qual autorizou. O processo seguiu o quadro geral, ao final

custando um valor de $749 réis.

Neste mesmo processo o noivo Sebastião Luiz de Almeida sendo viúvo, teve

que apresentar o registro de óbito da esposa, Apollonia Leite75. Essa questão foi

resolvida rapidamente, pois o registro de óbito se encontrava registrado no livro de

óbitos do ano de 1774, da Igreja de Nossa Senhora da Luz de Pinhais de Curitiba.

Após a transcrição do falecimento, o processo transcorreu segundo as normas

gerais. O Casamento de Sebastião Luiz de Almeida e Maria de Oliveira ocorreu ao

dia seguinte do fim do processo matrimonial, em 14 de julho de 1788.76

Os Proclamas de Bertholomeu de Figueiró e Rosa Maria da Paz, de número

2, tiveram início no dia 6 de junho de 1776 e duraram 53 dias. No processo, o noivo

solicita justificação de menoridade e batismo. Sendo ele natural da Freguesia de

Santa Fê das Arayaess de Buenos Ayres do Reino da Espanha, solicita permissão

para apresentar testemunhas. O processo seguiu os trâmites normais e, no dia 24

de julho de 1776, o escrivão Antonio Guedes de Carvalho encaminhou os autos ao

Reverendo Vigário da Vara para este dar a decisão. O Vigário concluiu que o noivo

justificou idade e estava livre desimpedido através dos depoimentos das

testemunhas. Assim ordenou que se cumprisse e arquivasse os Autos de Banho. O

processo da noiva não apresentou nenhum impedimento. O casamento de

75 Nos casos de viúvos a preocupação com a poligamia fazia com que a Igreja exigisse certidões probatórias da morte do cônjuge, as quais deveriam ser passadas pelo pároco do local em que se deu o falecimento, no caso deste ter se verificado em outra freguesia, e se fora do Arcebispado, a autorização do Bispo ou de seu provedor seria necessária. A dificuldade, neste caso, estava no fato de serem poucos os óbitos registrados, principalmente entre a população cativa. “Porém, não só as pessoas que havia contraído matrimônio anteriormente estariam impedidas de casar. O simples fato de ter contraído esponsais com outrem no passado, se tornava um obstáculo, que só seria transposto, caso o esponsal fosse desfeito, com o consentimento de todos os envolvidos”. Ver KRINSKI, Márcia L. Com Doces Palavras e Felizes Promessas: vivência de jovens na região do Paraná Tradicional – segunda metade do século XVIII. Curitiba: DEHIS/ UFPR, 2003, p.48. 76 Ver anexo 3

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Bertholomeu e Rosa Maria aconteceu no dia 28 de julho de 177677.

O Processo Matrimonial de Luis de Souza de Menezes e Francisca Moreira

do Sacramento, numerado aqui como 4, se mostra curioso pelo longo tempo

transcorrido entre os Proclamas da noiva e os Proclamas do noivo. Neste caso, a

Autuação dos contraentes é datada do ano de 1778. Porém, a Petição da noiva

Francisca Moreyra do Sacramento é datada de 3 de março de 1772.

A Petição da noiva apresenta solicitação de batismo e maioridade. A

contraente fora batizada no Arraial da Campanha do Rio Verde de Santo Antonio da

Piedade, e seu “... pai procurou a certidão do seu batismo não tendo sido

encontrada, talvez por descaso do R. Vigário daquele tempo”.78 Assim foi solicitada

a permissão ao Vigário da Vara da Vilas de Curitiba para apresentação de

testemunhas. Aos 15 dias do mês de abril de 1772, as testemunhas foram ouvidas.

O Termo de vista, de data e os conclusos estão datados de 27 de fevereiro de 1778.

Nesta mesma data foi registrada a Autuação dos Contraentes. O Processo do noivo

Luis de Souza de Menezes foi registrado no dia 25 de fevereiro de 1778. Como não

apresentou impedimento algum, teve fim em 28 de fevereiro de 1778.

No processo, não foi mencionada nenhuma justificativa para que a noiva

abrisse processo matrimonial cinco anos antes do noivo. O que se pode presumir é

que a noiva, sabendo das dificuldades que teria para provar batismo e idade,

adiantou o processo. Outra possibilidade poderia ser que o noivo Luis de Souza de

Menezes estivesse ausente neste período, ou levando tropas ou na defesa das

fronteiras.

A respeito do processo matrimonial de Francisca da Cruz e Francisca

Antonia, o qual foi analisado no capítulo anterior, vale ainda comentar que durou 22

dias e custou um valor de 2$273 réis.

3.2 O VALOR DO PROCESSO MATRIMONIAL

Como se pode notar nos processos matrimoniais analisados acima, na

época em questão era feita uma investigação minuciosa do passado dos

77 Ver anexo 3. 78 .. E porque tendo seu pai procurado certidao am do seu batismo lhe (cor.) tem vindo por não aparecer talvez por descazo(?) do R. Vigário daquele tempo ....

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contraentes. A Igreja justificava tal investigação da seguinte maneira: “Os povos

deste bispado vivem pela maior parte em um continuado giro pelas Capitânias

circunvizinhas. Sabe as razões de comércio, que esta Capitania tem com a do Rio

de Janeiro, Viamão, Gerais, Goiazes e Mato Grosso. Há homens que envelhecem

neste giro, e que mais tem vivido em outras Capitânias do que a sua. Neste termo

será ilícito casá-los sem exame” 79. Porém, essa investigação, em muitos casos,

também acabava por encarecer e alongar o processo matrimonial.

É possível, portanto, observar que existiam muitos obstáculos econômicos à

celebração do matrimônio. A simples apresentação de uma certidão de batismo

implicava em grandes despesas. Como foi o caso de Luis de Souza de Menezes,

processo número 4, que pagou $832 réis para conseguir o registro. Mesmo quando

era possível solicitar a documentação na freguesia de naturalidade do contraente,

esta era, por vezes, tão distante que, além de tornar difícil, encarecia a aquisição do

documento. Por essa razão Bernardo da Costa Ramos, processo no1, natural e

batizado na Sede do Rio de Janeiro, apresentou testemunhas em vez do

documento, o que acabou deixando o processo mais barato.

Ainda sobre as custas dos processos matrimonias é possível sintetizar que a

despesa ordinariamente que monta cada processo – aqui analisado - é de $677 réis:

quantia essa consideravelmente alta se considerado o modo de vida em que se

encontravam as pessoas na região, no século XVIII.

Em muitos casos, ainda por omissão dos párocos, os referidos assentos

não apareciam, o que é chamado de sub-registros, causando mais problemas ao

contraente, com parcos recursos, que era obrigado, então, a colher testemunhos.

Para verificar o quanto valia, a importância da sobrevivência do curitibano no

fim do século XVIII, no presente estudo é utilizado a “Conta, que é assinada por um

contador e que geralmente vem registrada no processo após o termo de data”. Após

realizar o levantamento das custas de cada item do processo - o qual pode ser

visualizado no quadro do anexo -, comparou-se os valores com alguns produtos

coloniais da época como a farinha, o toucinho e o preço de uma cabeça de gado.

Para realizar tal comparação foram utilizadas algumas séries de preços e

79 SILVA, Maria Beatriz Nizza da. op.cit. p. 52

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mercadorias do antigo regime.80

Para esta comparação, optou-se em utilizar o livro de aferição e

almotaçaria81, que compreende os anos entre 1755 e 1776 - resultado da

fiscalização exercida pelos almotacés,82 que saíam em correição verificando se as

balanças estavam de acordo com o padrão da Câmara (aferição) e se os preços

cobrados pelos comerciantes se encaixavam dentro da expectativa. Para cada

estabelecimento visitado havia um registro, feito pelo escrivão, do que se vendia,

quanto se cobrava e se havia alguma irregularidade. Compreendia ainda, via de

regra, o nome do comerciante, do almotacé e do escrivão que fez o registro. Nestes

documentos foram encontradas séries de preços, entre as quais a da aguardente

(do reino e da terra, a granel e “pelos miúdos”, isto é, no varejo); do vinho (idem); do

vinagre; do fumo; e do toucinho, que aparecem nas tabelas do anexo 5.

Também aqui foram utilizadas as referências do Livro de Contas do Hospício

da Senhora do Terço (1752-1773). Este possibilitou a construção de séries de

preços, tais como a arroba de carne e do toucinho (Tabelas do anexo). Além destes

preços, que formaram séries, tem-se, aqui, outros que demonstram algumas

peculiaridades da vida material, como demonstrado e organizado na Tabela do

anexo.

A partir do cruzamento dos preços dos alimentos com os custos dos

processos matrimoniais se construiu o quadro abaixo:

QUADRO 2 – COMPARAÇÃO DOS CUSTOS DOS PROCESSOS MATRIMONIAIS

continua

80 Para realizar esta comparação utilizei os estudos realizados no trabalho: MAGNUS, Roberto de Mello Pereira. O mercado regulamentado face à emergência das moderas econômicos. A Câmara Municipal de Curitiba e o Controle dos preços de gêneros alimentícios no século XVIIIe XIX. VI Jornada Setecentista Conferência e Comunicação. 81 Tendo base nas Ordenações Filipinas, isto é, no direito administrativo português, a almotaçaria é a instituição designada para tratar basicamente de três agendas citadinas: a do construtivo, a da higiene e a que nos interessa aqui, a do abastecimento. 82 Os almotacés eram os oficiais encarregados de garantir que as relações de mercado, aí incluso o abastecimento da cidade. Cabia a eles fiscalizar se os preços praticados no mercado estavam de acordo com a noção de justo, materializada pelo Senado da Câmara em tabelas cujo descumprimento resultava em multa. Nesta Postura de 1782 a Câmara de Curitiba.

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Número

do processo

Custo do processo

Matrimonial

Preços dos produtos

Preços dos produtos

Preço dos produtos

Produtos que poderiam ser

adquiridos

1 2$718 réis

1 arroba de carne $280

réis

2 dúzias de

pratos e tijelas

1$640réis

1 machado $800

Machado,

pratos e tijelas e carne

2

1$549 réis

1 arroba de carne - $280

réis

4 dobradiças

$730

3 copos

Dobradiças,

copos e carne

3

2$273 réis

1 enchada e

uma foice 2$000

1 tesoura

$160

1 rosario

$100

Enchada, foice

e rosário

4

1$712 réis

Pimenta do reino $320

1arroba de toucinho 1$120

Canela $160

pimenta do

Reino, toicinho e canela

5

1$555 réis

1par de

sandálias 1$280

5 bulas da cruzada

$200

----

Sandálias e

Bulas da cruzada

6

1$589 réis

1 fação $720

1 lanterna

$420

8 cadernos

de papel

Facão,lanterna

e cadernos

Obs.: as referências utilizadas para a arroba de carne e o toucinho são do ano de 1773 do quadro anexo 5.

Analisando o quadro acima, e também as tabelas do anexo 5, comprova-se

que as custas do processo matrimonial eram muito altas. Os custos pagos pelos

proclamas traduziam a possibilidade de adquirir grandes quantidades de carne e

toucinho.O preço cobrado pela Igreja Católica para a realização dos proclamas

matrimoniais teria sido um dos fatores limitantes à união formal perante a Igreja,

sobretudo para grande parte da população da Província, que, na época, era

composta por pessoas de parcos recursos.

A respeito das dificuldades econômicas encontradas por aqueles, que

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desejavam casar no século XVIII tem-se o seguinte:

Comentando os costumes da Capitania de São Paulo, escrevia em 1768 o governador, D. Luís António de Sousa: "Para haver de se casar um homem, são trabalhos, despesas, e demoras inexplicáveis para mandar vir pregões do Reino, de outras Capitanias remotas; para purgar um impedimento ninguém tem forças, principalmente sendo pobre; é preciso que haja um dote tal que faça sustentar o desejo de casar tão firme, que possa vencer estes obstáculos; não sendo assim ficam amancebados com as mesmas, ou com outras toda a vida, e destes ilícitos tratos nunca se segue boa propagação, ou estabelecimento: as doutrinas recebem-se dos que vêm do Reino; estes são os que a estabelecem na forma que refiro."83

O texto relaciona o concubinato em função da pobreza, mencionando que as

razões dessa prática são as dificuldades em obter os papéis necessários para o

matrimônio. Aqueles “trabalhos, despesas e demoras” a que se refere Dom Luis

Antonio de Sousa anunciam que obter uma dispensa para um impedimento canônico

tinha um alto custo - como foi comprovado a partir dos Autos de Banho. Assim, a

questão do concubinato não pode ser encarada apenas como uma questão de

“libertinagem”, mas também como uma resultante de obstáculos econômicos à

celebração do casamento.

Alguns casais chegavam a pedir autorização para esmolar.

Dizem Francisco Salvador e Ângela Bicuda da freguesia de S. Roque que eles se mostram contratados livres e desimpedidos para se casarem como consta das certidões juntas e porque se vêem os suplicantes sumamente pobres e querendo, pois, evitar as ofensas que resulta ao Altíssimo Senhor com uns e outros pecados: se mostram certos na maior pobreza implorando na piedade de V.S. haja por sua comiseração conceder-lhe a referida licença para esmola do que tira V.S. participação do efeito no tribunal Divino.84

Saint-Hilaire cita o problema das despesas matrimoniais da seguinte forma:

O vigário de vara, possui, além disso, outras espécies de jurisdição. 'È juiz de casamentos, e não os pode contrair nenhum sem o seu consentimento. Ainda que as partes estejam perfeitamente de acordo é necessário que tenha lugar um processo perante o vigário da vara, e o resultado dessa ação byzarra é uma provisão que se paga por 10 ou 12$000 reis (cerca de 65 a 75 fr) ou mais, o que autoriza o outro a casar os nubentes. Se existe a sombra de um impedimento, então a despesa sobe a 30, 40, 50$ reis ou mais. É verdade que não há nada a acrescentar a essas despesas para a cerimonia do casamento propriamente dito, mas é necessário dispender ainda l$200 com os proclamas. Assim em um país onde já existe tanta repugnância pelas uniões legítimas, e onde seria, tão essencial para o Estado e a moralidade publica que elas fossem encorajadas, os indigentes são, por assim

83 SILVA, Maria Beatriz Nizza da. op. cit. p.50 84 SILVA, Maria Beatriz Nizza da. op. cit p. 55 Arquivo da cúria , processo 7-67-3243

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dizer, arrastados pela falta de recursos a viver de modo irregular.85

Vê-se, assim, que contrair matrimônio representava, para a maioria da

população, sobretudo negros, pardos, forros e brancos pobres, uma tarefa por vezes

árdua, cara e, em alguns casos, demorada.

O pagamento dos proclamas matrimoniais, na verdade, era - como ainda

nos dias atuais - uma fonte renda para a Igreja Católica. Por outro lado, a Igreja

também concedia, quando julgasse necessário, que os proclamas fossem realizados

gratuitamente. Nota-se isso no processo de Bernardo da Costa Ramos (processo

nº1), que inicialmente apresentou um fiador para o processo e, ao final não

efetuando nenhum pagamento do processo, teve a dívida de $800 réis perdoada

pelo Vigário da Vara da Vila de Curitiba. Todavia, esse caso de gratuidade não

pareceu ser uma prática freqüente.

No ano de 1800, o governador Melo Castro e Mendonça, em “Memória

Econômico-Política da Capitania de São Paulo”, investia contra as provisões

dizendo: “outro obstáculo que impede a multiplicação dos matrimônios era a

avultada despesa, que são obrigados a fazer os contraentes, porquanto mal e

indevidamente se introduziu neste bispado o costume de lhes fazerem tirar umas

chamadas provisões, só inventando para extorquir dinheiro aos povos.” 86

A partir das análises realizadas é possível afirmar que os proclamas

matrimonias foram uma prática muito difundida. A partir da leitura das “Contas” dos

proclamas matrimoniais, e de outras fontes que apresentavam preços de

mercadorias nota-se que os trâmites para a realização do casamento eram custosos.

85 SAINT- HILAIRE,Auguste de. Viagem pelas províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Belo Horizonte , ed. Itatiaia/ ed. USP ,1975, p. 84-5. O termo “indigente", utilizado por Saint-Hilaire, significa a vivência a dois de forma ilícita, estado de concubinato, a que eram levadas muitas pessoas de parcos recursos. 86 Anais do Museu Paulista, vol XV, p. 96 . in SILVA, Maria Beatriz Nizza da.pp53

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CONCLUSÃO

Na segunda metade do século XVIII, a população da localidade da Vila de

Curitiba era majoritariamente constituída por famílias sem muitas posses, que,

também na maioria, viviam de agricultura de subsistência, pastoreio e pecuária.

Eram poucos os que possuíam uma renda regular, em dinheiro, ou mesmo

possuíam algum bem. Aos poucos, o Tropeirismo foi se desenvolvendo, passando a

existir uma circulação de tropas e homens. Dessa forma, grande parte da população

passou, paulatinamente, a viver direta ou indiretamente em função das tropas. Os

tropeiros criaram um corredor cultural entre Sorocaba e o Rio grande do Sul.

O casamento no século XVIII, no Brasil, apresentava-se regido pela

Legislação Civil portuguesa, as Ordenações Filipinas, e, de forma eclesiástica, pelas

Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia. Ambas se completavam.

Os esponsais aparecem, à época estudada, como simples promessa de

casamento, realizada sem a presença do pároco e tendo cunho familiar. Distingue-

se, portanto, do casamento que se realizava após feitas às denunciações públicas,

através das quais se buscava saber a existência ou não de impedimentos para a

realização do futuro matrimônio. Verifica-se que a Igreja Católica possuía uma

enorme lista de impedimentos divididos em dirimentes - que anulavam o casamento

- e os proibitivos - que tornavam o casamento ilícito. Os impedimentos foram

relativamente divulgados na sociedade colonial. É possível perceber, através dos

processos matrimoniais, que os nubentes conheciam antecipadamente o que

poderia vir a impedir a futura união.

Considerando os processos matrimoniais como um costume e, portanto, um

campo de conflito onde agem fatores e interesses diversos, a análise desta

documentação da segunda metade do século XVIII, na Vila de Curitiba, possibilitou a

identificação de alguns aspectos da vida colonial, costumes, tradições, crenças,

atividades sociais e econômicas. Tentou-se, assim, compreender até que ponto a

Legislação Canônica realmente condicionou os casamentos, mais especificamente

em algumas localidade da freguesia de São Paulo setecentista. Nestes aspectos,

houve a preocupação de buscar explicações sobre o regime de casamento,

esponsais, impedimentos, idade ao casar e o custo dos processos matrimoniais.

Notamos que a Igreja Católica esteve preocupada com o matrimônio

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sacramentado, visto que a partir deste se ordena a propagação humana, a

moralidade da vida dos fiéis e, ainda, se regula a sexualidade e a procriação.

Todavia, o modelo utópico de casamento, moldado de acordo com os valores da

Igreja e determinado pelo Estado, foi alcançado somente por alguns casais, devido,

sobretudo, as grandes dificuldades encontradas para realizar todas as partes do

processo matrimonial.

Observou-se, portanto, a prática dos processos matrimoniais como um

costume que encontrava apoio na comunidade e incentivo na Igreja Católica. Nos

processos matrimoniais analisados nota-se inúmeras questões, entre elas a de que

alguns processos matrimoniais levaram anos para se findar, enquanto outros

somente 2 semanas. Essa pressa ou demora estava ligada diretamente ao interesse

dos nubentes – destacando que, como se pôde notar, os mais ansiosos em casar

apresentam testemunhas e justificaram rapidamente as questões levantadas no

processo. Alguns que não possuíam pressa foram buscar a documentação em

outras localidades, acarretando longos períodos de espera. Como vimos, em alguns

casos, o valor do processo matrimonial poderia chegar a quantias astronômicas.

Algumas vezes, acontecia de os contraentes não possuírem condições de arcar com

as inúmeras despesas matrimoniais. Assim, também em alguns casos, a Igreja

Católica acabava por perdoar as dívidas, não acarretando nenhum prejuízo à

realização do casamento.

Com relação aos depoimentos das testemunhas, esses se mostraram

obscuros. Muitas testemunhas declararam informações desencontradas. Em um

mesmo processo foi possível verificar que uma testemunha declara que o nubente

apresenta a idade de 15 anos e outra declara que o mesmo possui 25. Os

testemunhos deixavam transparecer as redes de solidariedade de parentesco e

vizinhança. O processo matrimonial era elaborado pelo escrivão eclesiástico. O

Vigário da Vara possuía o papel mais importante no processo, visto que era ele que

declarava a sentença a respeito das petições.

No que diz respeito à idade tem-se disponível uma historiografia abundante,

que trata da precocidade dos casamentos. Quanto à idade ao casar, pelas

Constituições do Arcebispado da Bahia e reconhecidas pelas Ordenações, tinha-se

14 anos para o homem e 12 para a mulher. Notou-se que tais idades, fixadas pela

Lei, não representavam as médias de idades ao casar, no Paraná. Verifica-se,

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inclusive, que existiu uma média de idade ao casar de 24 anos para os homens e 20

para as mulheres. Tal fato denota, de uma forma geral, que os casamentos não

eram tão precoces.

Neste tocante verificou-se que existiram incentivadores e inibidores para a

realização de tais casamentos de forma precoce ou tardia para um ou ambos os

sexos. Como agentes incentivadores de casamentos de forma prematura havia, para

os rapazes, na segunda metade do século XVIII, os recrutamentos pra a guerra

contra a Espanha e as expedições aos sertões do Tibagi ou aos Campos de

Guarapuava. Como inibidores tem-se as dificuldades sócio- econômicas e o

isolamento dos noivos.

Este trabalho constituiu-se um esforço inicial de compreensão do significado

dos proclamas e dos processos matrimoniais na sociedade colonial setecentista.

Restam, ainda, muitas lacunas no conhecimento sobre estas práticas. Assim, discutir

a repetição dos impedimentos matrimoniais, reconstituir as famílias dos envolvidos e

as relações de sociabilidade destes com as testemunhas, bem como a atuação da

Igreja Católica, faz-se necessário para desvendar os significados dos processos

matrimoniais.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

ANEXO 1 – PROCESSO MATRIMONIAIS DA CAPITANIA DE SÃO PAULO

(1765 A 1780)................................................................................... 53

ANEXO 2 – PROCESSOS GERAIS ANTIGOS.................................................... 54

ANEXO 3 – ATAS DE CASAMENTO .................................................................. 55

ANEXO 4 – CUSTO DAS PARTES DO PROCESSO MATRIMONIAL ................ 56

ANEXO 5 – TABELAS DE PREÇOS.................................................................... 57

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ANEXO 1 – PROCESSO MATRIMONIAIS DA CAPITANIA DE SÃO PAULO

(1765 A 1780)

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PROCESSOS MATRIMONIAIS DA CAPITANIA DE SÃO PAULO

No

Nomes Ano Processo

001 Afonso de Macedo e Araújo Maria Rodrigues França

1765 Autos de casamento , autos de justificação (H)

002 Antonio de Maya Vieira Maria soares de Graça

1765 Autos de impedimento (o Contraente desonra uma moça com promessas de casamento)

003 Bernardo da Costa Ramos Luciana da Cunha

1765 Auto de casamento , justificação de menoridade estado livre e batismo (H)

004 Jose Pereira de Siqueira Maria Fernandes de Rosário

1765 Autos de casamento

005 Jose Soares Pereira Luiza Cardosa de Oliveira

1765 Auto de casamento

006 Manoel Domingos Palhano Josefa Fernandes de Siqueira

1765 Autos de casamento

007 Manoel José das Neves Joana Fernandes da Silva

1765 Autos de casamento

008 Manoel Rodrigues da Silva Maria de Lemos Lima

1765 Autos de casamento

009 Paulo da Costa Ribeiro Mécia Dias

1765 Autos de casamento

010 André Nunes Ana de Freitas

1766 Autos de casamento

011 Antonio Jose Ferreira Beatriz Ana de Oliveira Rosa

1766 Autos de casamento , justificação de solteiro (H)

012 Antonio Pereira dos Santos Maria da Silva Rosa

1766 Autos de casamento

013 Antonio da Rosa Joana Rodrigues

1766 Autos de casamento

014 Baltazar Fernandes Rita Garcia

1766 Autos de casamento com impedimento: Consangüinidade, e a contraente teve cópula

com o irmão do contraente

015 Bernardo Paes Maria Antunes

1766 Autos de casamento

016 Bonifácio da Silva Reis Joana Rodrigues

1766 Autos de casamento

017 Eusébio de Siqueira Helena Rodrigues Coutinha

1766 Autos de justificativa de solteiro (H)

018 Francisco Mendes da Costa Ana Maria Rodrigues da Silva

1766 Autos de casamento

019 Francisco Ribeiro Torres (VIUVO) Maria Esteves Bicuda

(VIUVA)

1766 Autos de casamento

020 Isidoro da Silva 1766 Autos de casamento

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Mariana (ESCRAVA)

021 Jerônimo Leme da Silva Teresa Rodrigues de Jesus

1766 Autos de casamento

022 João de Barros de Araújo Julia Maria Ferreira

1766 Autos de casamentos , justificação de solteiro e menoridade (H e m)

023 João Rodrigues do Prado Maria Pires da Conceição

1766 Autos de Casamento Contem quitação de Esponsais do contraente

em Capão Bonito (SP)

024 José Ferreira Lima Josefa de Santa Ursula

1766 Autos de casamento

025 Jose Luis da Gama Leonor Domingues de Escodeira

1766 Autos de casamento com impedimento . Contraente teve cópula com o primo do

contraente. Justificação de batismo H e M

026 José Rodrigues Cruz Francisca Ribeira Cardosa

1766 Autos de casamento

027 Jose da Silva (VIUVO)

Inacia Cardosa

1766 Autos de casamento

028 Lourenço Dias Leme (VIUVO)

Estela Florência da Silva

1766 Autos de casamento

029 Paulo de Anhaia Bicudo (VIUVO)

Francisca Cavalheira

1766 Auto de casamentos

030 Manoel Rodrigues da Cunha Maria Machada

1766 Autos de casamento

031 Antonio Leme de Miranda Ana Maria de Jesus

1767 Autos de casamento

032 Brás Álvares Natel Margarida Leme de Santana

1767 Autos de casamento com justificação de solteiro livre desimpedido (H)

033 Brás Fernandes (VIUVO)

Joana Gonçalves de Jesus

1767 Autos de casamento Contraente natural de Curitiba ,ambos moradores do Rio São Francisco SC

034 Estevão Rodrigues Antunes Maria de Brito

1767 Autos de casamento

035 Inácio Rodrigues das Neves Inácia Martins de Siqueira

1767 Autos de casamento

036 Jerônimo Pereira (PARDO FORRO)

Feliciana dos Santos

1767 Autos de casamento

037 João Gonçalves Ramos Maria Pereira Maciel

1767 Autos de casamento

038 João José Carvalho Luzia Peres Pedrosa

1767 Autos de casamento

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039 João Leme da Silva Apolônia Rodrigues

1767 Autos de casamento

040 João Pereira Nunes Maria Rodrigues Pinta

1767 Autos de casamento

041 José Alexandre da Silveira Machado

Bernarda de Arruda e Melo

1767 Autos de casamento Justificação de Solteiro . livre desimpedido (H)

042 José Ribeiro Cunha Vitória Pereira

1767 Autos de casamento justificação de solteiro, livre desimpedido (H)

043 Jose dos Santos de Faria Maria Pedrosa da Silva

1767 Autos de casamento

044 Luis Castanho de Araújo Rosa do Espírito Santo Coutinha

1767 Autos de casamento

045 Pedro Bicudo de Moraes Mécia Pires de Oliveira

1767 Autos de casamento

046 Miguel Álvares Pereira Ana Maria Rosa

1767 Autos de casamento

047 Pedro de Lemos Bicudo Vitória Cardosa

1767 Autos de casamento

048 Salvador da rosa (ESCRAVO)

Antonia (FORRA)

1767

Autos de casamento. Justificação de estado livre e desimpedido (H)

049 Sebastião Lopes de Siqueira Luiza Antonia

1767 Autos de casamento

050 Severino Esteves dos Reis Maria Dias Camargo

1767 Autos de casamento

051 Antonio de Araújo França Isabel Rodrigues Soares

1768 Autos de casamento

052 Antonio de Góes Ana Rodrigues

1768 Autos de casamento

053 Afonso de Macedo e Araújo Maria Rodrigues

1768 Autos de casamento Justificação de menoridade e batismo (H)

054 Domingos Ribeiro de Lima Marcela da Costa Rosa

1768 Autos de casamento

055 Francisco Antunes da Silva Leonor Alves de Almeida

1768 Autos de casamento. Justificação de menoridade e batismo

056 Francisco de Farias Escolastica de Almeida

1768 Autos de casamento

057 Francisco Jose de Andrade Rita Margarida de Oliveira

1768 Autos de casamento Justificação de solteiro , livre desimpedido menoridade e batismo (H)

058 Francisco Pires Santiago Maria Gonçalves da Silva

1768 Autos de casamento

059 Francisco Rodrigues Chagas Escolastica de Melo

1768 Autos de casamento justificação de batismo(H) Justificação de solteiro livre

desimpedido(H) 060 João Francisco de Oliveira 1768 Autos de casamento

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Ana Maria da Costa

061 João da Silva Apolônia dos Santos Preta

1768 Autos de casamento

062 Jorge Pires da Cunha Teresa de Toledo de Andrade

1768 Autos de casamento

063 Jose de Mendonça Antonia Dias de Meira

1768 Autos de casamento

064 Jose Alves Valente Francisca Pinta

1768 Autos de casamento

065 Jose de Moraes Pinto Maria da Silva Castro

1768 Autos de casamento Justificação de menoridade, livre desimpedido e batismo

066 Lucas Leite da Silva Margarida Esteves Nunes

1768 Autos de casamento

067 Manoel Nogueira Nunes Inês Fernandes

1768 Autos de casamento

068 Marcos Antonio de Moura Margarida Rodrigues

1768 Autos de casamento

069 Miguel Batista Josefa Correia da Rosa

1768 Autos de casamento

070 Paulo Cardoso de Leão Luiza Rodrigues da Cunha

1768 Autos de casamento

071 Salvador Gonçalves de Souza Romana Alves de Jesus

1768 Autos de casamento

072 Tomas João Ferreira Maria Vaz

1768 Autos de casamento

073 Antonio Dias de Camargo Luiza Leite Barboza

1769 Autos de casamento

074 Antonio Pereira dos Santos (VIUVO)

Joana Buena

1769 Autos de casamento

075 Bernardo de Pina Rodrigues Maria da Silva do Rosário

1769 Autos de casamento . Impedimento por cópula entra a contraente e o primo do noivo.

076 Dionísio Gomes Ana Rodrigues

1769 Autos de casamento

077 Francisco da Costa dos Reis (VIUVO)

Maria Leme Siqueira

1769 Autos de casamento impedimento por consangüinidade

078 Francisco Jorge Ribeiro Leonor da Assunção

1769 Autos de casamento. Os contraente vivem em concubinato há vários anos

079 Francisco Pedroso da Costa Maria Luiz Duarte

1769 Autos de casamento

080 Francisco Rodrigues das Neves (VIUVO)

Maria Garcia ou Maria de Lima e Oliveira

1769 Autos de casamento Processo de quitação de esponsais

081 Francisco Xavier de Almeida 1769 Autos de casamento justificação de batismo (H)

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Anna Leme da Silva

082 Gregório Álvares Bicudo Madalena Correia de Oliveira

1769 Autos de casamento

083 João Álvares Furtado Francisca Soaes

1769 Autos de casamento

084 João Leme de Siqueira Maria da Silva Antunes

1769 Autos de casamento

085 João Rodrigues da Silva Antonia Buena

1769 Autos de casamento. Justificação de Solteiro livre desimpedido H e M

086 Joaquim Jose Galvão Escolastica

1769 Autos de casamento Justificação de Solteiro livre desimpedido H

087 Joaquim Pereira da Lago Ana Gertrudes da Costa

1769 Autos de casamento Justificação de menoridade e batismo (H) justificação de

batismo (M) 088 Jose da costa de Camargo

Maria Pires Monteiro ou Maria Pires Teixeira

1769 Autos de casamento Justificação de menoridade e batismo (H)

089 Manoel Jose Ferreira Antonia Maria Pires

1769 Autos de casamento Justificação de menoridade e livre desimpedido (H)

090 Manoel Moreira de Oliveira Ana Fernandes dos Reis

1769 Autos de casamento

091 Maximiano Álvares de Souza Maria de Jesus

1769 Autos de casamento

092 Miguel Antunes da Silva Domingas Rodrigues de Siqueira

1769 Autos de casamento

095 Pedro Palhano Quiteria Fernandes

(VIUVA)

1769 Autos de casamento

096 Sebastião Álvares Bicudo Maria Rodrigues de Siqueira

1769 Autos de casamento

097 Silvestre Martins de Oliveira Luiza Rodrigues França

1769 Autos de casamento

098 Caetano Moreira da Cunha Quiteria Lima Siqueira

1770 Autos de casamento

099 Calisto ..., administrador Maria ...,escrava

1770 Autos de casamento

100 Estevão de Brito Luiza Soares

1770 Auto de casamento , justificação de batismo (M)

101 Felipe de Toledo da Silva Margarida Martins

1770 Autos de casamento

102 Francisco Dias de Moura Maria Rodrigues de Oliveira

1770 Autos de casamento

103 Francisco Gonçalves Dias Senna , Viúvo

Ana Pereira da Silva

1770 Autos de casamento, justificação de Livre desimpedido (H)

104 Francisco Pereira de Oliveira Maria da Luz

1770 Autos de casamento, justificação de menoridade e batismo (H)

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105 Francisco Tavares de Miranda Vitória Fernandes de Siqueira

1770 Autos de casamento

106 Ilario , Escravo Francisca de Siqueira

Gentio da Terra

1770 Autos de casamento

107 José de Lima Pontes Inacia Fernandes de Siqueira

1770 Autos de casamento

108 Joaquim Rodrigues da Silva Quiteria Fernandes do Carmo

1770 Autos de casamento

109 Manoel Esteves Bicudo Francisca Ferreira Gonçalves

1770 Autos de casamento

110 Manoel Martins Leonor Francisca

1770 Autos de casamento

111 Manoel Pereira Bueno de Camargo Margarida Alves Freire

1770 Autos de casamento, Justificativa de solteiro , livre desimpedido, menoridade e batismo (H)

112 Manoel de Souza Luiza Maria de Jesus

1770 Autos de casamento, justificação de menoridade e batismo (H)

113 Mateus Pires da Cunha Quiteria Alves Furtada

1770 Autos de casamento

114 Pedro Barbosa da Fonseca Inacia Rodrigues França

1770 Autos de casamento

115 Plácido Ribeiro Ana Cardosa

1770 Autos de casamento

116 Salvador de Barros Carneiro Feliciana Álvares de Araújo

1770 Autos de casamento, justificação de solteiro, desimpedido e de batismo (H)

117 Angelo Luis de Matos Gertrudes Maria do Espírito Santo

1771 Autos de casamento

118 Antonio Gonçalves de Oliveira Luiza Antunes dos Santos

1771 Autos de casamento

119 Antonio do Lourenço e Cassão Micaela Josefa da Silva (Viúva) Rodrigo Felix Martins, Capitão –

mor (Impediente)

1771 Autos de casamento com impedimento (Que a contraente teria feito promessa de

casamento ao impediente . autos de banho (H)

120 Antonio Ribeiro Batista Isabel Vaz Torres

1771 Autos de casamento

121 Bento de Freitas Josefa Maria da Silva

1771 Autos de casamento com impedimento (parentesco)

122 Francisco de Almeida Prado Maria Correia Domingues

1771 Autos de casamento, justificação de solteiro livre e desimpedido (H)

123 Gonçalo de Santiago Ana Tereza de Jesus

1771 Autos de casamento

124 Inácio da Silva Moura (justificante ) 1771 Autos de casamento, justificação de menoridade e desimpedido

125 João Carvalho de Oliveira Viuvo Joana Nunes da Costa

1771 Autos de casamento

126 José Bernardino de Souza 1771 Autos de casamento, autos de justificação (H)

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Gertrudes Gonçalves dos Santos

127 Jose Fernandes de Castro Isabel de Góes do Rosário

1771 Autos de casamento

128 Miguel Jose dos Reis Marcelina Martins da Mota

1771 Autos de casamento

129 Pedro Álvares de Oliveira Ana Luiza de Mello

1771 Autos de casamento

130 Rodrigo Felix Marins Capitão mor Ana Maria de Jesus

177 Autos de casamento

131 Vito Dias Domingues Ana Cristina da Cunha

1771 Autos de casamento

132 Zacarias Rodrigues da Silva Maria das Neves de Jesus

1771 Autos de casamento

133 Amaro Álvares (ou Alves) Pires de Oliveira

Maria Cordeira

1772 Autos de casamento, justificação de batismo(M)

134 Antonio Garcez da Cunha Ana Dias da Silva

1772 Autos de casamento

135 Antonio das Neves Portella Ana Maria Antunes

1772 Autos de casamento, justificação de solteiro , desimpedido , menoridade e batismo(H)

136 Antonio da Silva Freire Francisca Clara de São Bernardo

1772 Autos de casamento, justificação de menoridade , estado livre , desimpedido e

batismo(H)

137 Clemente de Oliveira Falcão Francisca Ribeira da Assunção

1772 Autos de casamento, autos de impedimento a contraente fez promessas de casamento a

Caetano Ribeiro.

138 Domingos Dias Braga Margarida Fernandes dos Reis

1772 Autos de casamento,justificação de livre desimpedido , menoridade e batismo(H)

139 Francisco de Almeida Lopes Maria Cardosa do Carmo

1772 Autos de casamento,justificação de menoridade e batismo(H)

140 Francisco Jerônimo Correia da Costa

Rita Fernandes de Oliveira

1772 Autos de casamento

141 Francisco Teixeira Camello Maria Marques dos Santos

1772 Autos de casamento,fiança de banhos , justificação de livre desimpedido

142 Gregório Gonçalves Trones Ana Maria de Lima

1772 Autos de casamento

143 Inácio Ribeiro da Silva Francisca Villosa de Siqueira

1772 Autos de casamento

144 João , escravo da nação Mina Maria Rodrigues Pereira ,

administrada

1772 Autos de casamento

145 João Antonio de Morais Leite Catarina Ferreira

1772 Autos de casamento, justificação de solteiro , livre desimpedido (H) justificação de batismo

(H), fiança de banhos (H)

146 João Batista dos Santos Joana Maciel de Sampaio

1772 Autos de casamento

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147 João de Paiva Ribeiro Ana Gonçalves de Jesus

1772 Autos de casamento, justificação de livre desimpedido (H)

148 Jose Antonio de Oliveira Quiteria Angela Maria

1772 Autos de casamento,justificação de solteiro , livre desimpedido , menoridade e batismo(H)

149 Jose Martins de Almeida Inacia Lourença de Jesus

1772 Autos de casamento,justificação de livre e desimpedido

150 Jose Ribeiro Preto Maria dos Santos

1772 Autos de casamento,justificação de menoridade e batismo(H)

151 Luis Quaresma da Rosa , Viuvo Clara Maria de Souza

1772 Autos de casamento,justificação de viuvez (H) impedimento contraente fez promessa de esponsais . A contraente tem contrato de

núpcias com Francisco Teixeira Coelho. O contraente era viúvo de Gertrudes de Silva

152 Luis Rodrigues Pimenta Maria Vitória do Nascimento

1772 Autos de casamento,justificação de menoridade e batismo (H eM)

153 Manoel de Oliveira da Assunção Gertrudes Maria de Jesus

1772 Autos de casamento

154 Manoel dos Passos dos Santos Ana Maria

1772 Autos de casamento

155 Manoel Rodrigues da Luz Ana Maria Pereira de Almeida

1772 Autos de casamento

156 Pedro Martins de Siqueira Isabel Domingues de Faria

1772 Autos de casamento

157 Pedro Pereira dos Santos Mariana de Mello

1772 Autos de casamento

158 Pedro da Silva de Morais 1772 Autos de casamento, justificação de solteiro , justificação de desimpedido , justificativa de

batismo

159 Baltazar Fernandes Arcângela Maria de Oliveira

1773 Autos de casamento

160 Caetano Nunes Barreiro , viúvo Catarina Cardosa de Sena

1773 Autos de casamento

161 Elesbão do Rosário , forro Ana Barbosa , forra

1773 Autos de casamento,justificação de estado livre , solteiro e desimpedido (H e M)

162 Felipe Garcia de Lima Maria Joaquina Pereira de

Quadros

1773 Autos de casamento, justificação de solteiro , livre e desimpedido(H)

163 Francisco de Andrade da Cunha Escolastica Leme de Abreu

1773 Autos de casamento

164 João Francisco Correa Ana Maria da Luz

1773 Autos de casamento, justificação de solteiro, livre e desimpedido (H)

165 João Francisco de Oliveira , viúvo Inacia Martins da Cruz

1773 Autos de casamento

166 João de Lima de Siqueira Isabel Franca Moreira , viuva

1773 Autos de casamento, com impedimento (parentesco em 3 grau por afinidade)

167 João da Luz Costa Francisca Rodrigues Teixeira

1773 Autos de casamento

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168 João de Oliveira Valença Quiteria da Cunha

1773 Autos de casamento,autos de banho (H)

169 João Pedro Afonso Maria Teresa Rodrigues

1773 Autos de casamento, Justificação de solteiro e desimpedido (H)

170 João da Silva Leite Josefa dos Santos Coutinha

1773 Autos de casamento,autos de casamento , justificação de solteiro , livre e desimpedido

(H)

171 Joaquim Jose de Ávila Ana Luis Pereira

1773 Autos de casamento,Autos de casamento , justificação de solteiro livre e desimpedido(H)

172 Jose Dias das Neves Ana Fernandes Leme

1773 Autos de casamento

173 Antonio , escravo Isabel , forra

1773 Autos de casamento

174 Antonio Francisco de Siqueira Maria Domingues de Siqueira

1773 Autos de casamento

175 Antonio do Godoi Inacia do Espírito Santo

1773 Autos de casamento,justificação de estado livre , solteiro e desimpedido (HeM)

176 Antonio Gonçalves Matos Teodora Maria

1773 Autos de casamento,justificação de solteiro livre e desimpedido (H eM)

177 Antonio Gonçalves Padilha Mariana França Moreira

1773 Autos de casamento

178 Jose Pinheiro de Toledo Luciana Martins de Oliveira

1773 Autos de casamento

179 Jose Rodrigues França Escolastica Preta Buena , viúva

1773 Autos de casamento

180 Jose Soares da Mota Marta Maria de Jesus

1773 Autos de casamento,autos de banho , justificativa de solteiro , livre e desimpedido

(H)

181 Jose Vicente Gentio da Terra Gertrudes dos Santos

1773 Autos de casamento,justificativa de solteiro , livre e desimpedido (H)

182 Luis Jose de Oliveira Ana Maria de Barros

1773 Autos de casamento,autos de banho (H) autos de justificação (H) existe um processo

crime indicando-o como réu embargante para o ano de 1777

183 Manoel Correa Luiza de Freitas

1773 Autos de casamento,justificação de solteiro , livre e desimpedido

184 Manoel Lopes de Siqueira Ana Pereira da Silva

1773 Autos de casamento,justificação de estado livre . solteiro e desimpedido (H e M)

185 Margarida ,Inocente 1773 Autos de casamento,justificação de batismo Filha de Paulo Jose da Costa e Luzia

186 Mariana Ferreira Prestes 1773 Autos de casamento,Justificação de solteira , livre e desimpedida.(M)

187 Miguel Carvalho Pinto Margarida Gonçalves de Jesus

1773 Autos de casamento

188 Pascoal das Flores da Ressurreição

Gertrudes Garces de Moraes

1773 Autos de casamento

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189 Salvador Jose Álvares de Faria Quiteria Cardosa de Abreu

1773 Autos de casamento

190 Sebastião Gonçalves de Siqueira Luzia Barbosa

1773 Autos de casamento

191 Tomé Esteves dos Reis Joana Álvares de Oliveira

1773 Autos de casamento

192 Tomé Rodrigues França , escravo Vitória , forra

1773 Autos de casamento

193 Bernardo Jose Rodrigues Escolastica Machada de Oliveira

1774 Autos de casamento

194 Gabriel Álvares Correia Nataria Pereira da Silva

1774 Autos de casamento, impedimento consangüinidade em 3 grau

195 Gaspar Correia Lobo Quiteria Alvares Bicuda

1774 Autos de casamento, justificação de batismo , justificação de menoridade (H)

196 Januário Rodrigues Leitão Gertrudes de Siqueira

1774 Autos de casamento

197 Jerônimo (Administrado) Micaela (escrava)

1774 Autos de casamento

198 João Paes Rodrigues Maria do Carmo Teixeira

1774 Autos de casamento

199 João da Veiga Liberata Martins

1774 Autos de casamento

200 Joaquim Manoel Maria Luiza Cardoza

1774 Autos de casamento

201 José Antonio Vieira Ana... de Siqueira

1774 Autos de casamento, justificação de estado –livre , justificação de menoridade

202 José Antunes Maciel Maria de Nazaré

1774 Autos de casamento

203 José Leme da Silva Margarida França Buena

1774 Autos de casamento

204 José de Oliveira Borges (Capitão ) Francisca Clara de São Bernardo

1774 Auto de casamento , justificação de batismo, justificação de menoridade (M)

205 Luciano(Luciano) Alvares de Oliveira

Isabel de Silveira

1774 Autos de casamento

206 Manoel Rodrigues Correa (viúvo) Ana de Melo Coutinha

1774 Autos de casamento

207 Manoel dos Santos Rodrigues Luzia de Chaves de Almeida

1774 Autos de casamento

208 Salvador Nunes de Aguiar Mécia Maria Angélica

1774 Autos de casamento

209 Sebastião (Gentio da terra) Úrsula (escrava)

1774 Autos de casamento

210 Sebastião Cordeiro da Silva Maria dos Santos Cortes

1774 Autos de casamento

211 Sebastião Peres Pedroso 1774 Autos de casamento

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Rita Rodrigues de Siqueira

212 José Álvares dos Santos Antonia de Oliveira de Jesus

1775 Autos de casamento

213 Ângelo Gonçalves Padilha Ana Joaquim do Nascimento

1776 Autos de Casamento : Justificação de batismo(M) ; Justificação de Estado Livre e

desimpedido (M)

214 Aniceto Fernades de Amaral Inácia Rodrigues de Oliveira

1776 Autos de Casamento

215 Antonio Fernandes Zacarias(viúvo) Clara Caldeira

1776 Autos de Casamento

216 Antonio Marques Cardoso Antonia Pereira

1776 Autos de casamento

217 Antonio Rodrigues Ana Maria de Jesus

1776 Autos de Casamento

218 Bento Alvares Fontes Ângela Maria do Espírito Santo

1776 Autos de Casamento

219 Bernardo Antonio de Oliveira Quitéria de Maia (viuva)

1776 Autos de Casamento

220 Bertolo de Figueiro (ou Bartolomeu)

Rosa Maria da Paz

1776 Autos de Casamento; Justificação de estado livre , desimpedido , menoridade e

batismo (H)

221 Cláudio Furquim de Camargo Custódia Paes de Almeida

1776 Autos de Casamento

222 Francisco Carvalho de Oliveira Ana Maria Rodrigues

1776 Autos de Casamento

223 Francisco da Cruz Francisca Antonia Pereira

1776 Autos de casamento, Justificação de Estado livre , desimpedido , menoridade e

batismo (H)

224 Francisco Ferreira de Andrade Escolástica Pedrosa de Moraes

1776 Autos de Casamento

225 Francisco da Silva Lima Gertrudes Fernandes do Carmo

1776 Autos de Casamento

226 Francisco Teixeira , criolo Juliana de Siqueira (viúva)

1776 Autos de Casamento

227 Inácio Pereira Ana maria Joaquina

1776 Autos de Casamento

228 João Batista Ferreira Feliciana Alves de Oliveira

1776 Autos de Casamento

229 João Batista Saldanha Isabel Cardosa Leme

1776 Autos de Casamento com impedimento , justificação de solteiro livre e desimpedido ,

menoridade e batismo Motivo do impedimento qu e o contrente havia

contraído esponsais com outra mulher.

230 João Rodrigues de Aguiar 1776 Autos de Casamento

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Juliana Rodrigues Antunes

231 João Rodrigues de Ramos Brígida Maria da Assunção

1776 Autos de Casamento

232 José Oliveira de Sampaio Maria do Nascimento de Jesus

1776 Autos de Casamento

233 José Ribeiro de Ramos Isabel Fernandes

1776 Autos de Casamento

234 Lourenço dos Reis Ana Mendes

1776 Autos de Casamento

235 Luciano Carneiro Lobo Francisca Buena de Sá

1776 Autos de Casamento

236 Luis Rodrigues Nunes Isabel Domingues Maciel

1776 Autos de Casamento

237 Manoel Francisco Maria da Conceição

1776 Autos de Casamento

238 Manoel José de Oliveira Maria das Neves de Jesus

1776 Autos de Casamento

239 Manoel Rodrigues de Oliveira Ana Paes de Almeida

1776 Autos de Casamento

240 Marcelino Fernandes da Rocha (viúva)

Teresa Maria

1776 Autos de Casamento

241 Miguel Domingues Teixeira Francisca Ribeira da Silva

1776 Autos de Casamento

242 Salvador Domingos Gonçalves Maria Leme do Rosário

1776 Autos de Casamento

243 Salvador Fernandes de Oliveira Mariana de Góis

1776 Autos de Casamento

244 Salvador Nunes Vareiro Escolástica Esteves do Carmo

1776 Autos de Casamento , justificação de neophitos, (os contraentes pedem a

dispensa do impedimento do terceiro misto com o quarto grau de consangüinidade)

245 Sebastião Soares Antunes Margarida Leonarda da

Conceição

1776 Autos de casamento com impedimento , que o contraente tivera cópula carnal com

uma parente da contraente.

246 Silvestre Matins de Oliveira Gertrudes Maria de Abreu

1776 Autos de Casamento

247 Simão dos Santos Soares Apolônia da Conceição

1776 Autos de casamento

248 Vicente , criolo escravo Maria , administrada

1776 Autos de Casamento

249 Vito Mariana Ribeiro Ribas Mariana Ferreira prestes

1776 Autos de Casamento

250 Antonio Bonete Vareiro Maria Ferreira Pinta

1777 Autos de Casamento

251 Antonio Francisco Quitéria Leme da Silva

1777 Autos de Casamento

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252 Antonio da Veiga Bueno Francisca Ribeira da Conceição

1777 Autos de Casamento

253 Caetano , escravo Narcisa Maria de Oliveira , forra

1777 Autos de Casamento , justificação de solteira , livre e desimpedida (M)

254 Francisco Pereira Nunes (viúvo ) Rosa Maria de Jesus

1777 Autos de Casamento

255 Francisco Xavier da Silveira Gertrudes Maria

1777 Autos de Casamento , Justificação de batismo (m)

256 Inácio Vitorino de Oliveira Ana Maria de Jesus

1777 Autos de Casamento, Justificação livre e desimpedido (M)

257 Jerônimo Rodrigues da Cunha Maria Dias de Morais

1777 Autos de Casamento

258 João Ferreira Torres Maria de Sá Rocha

1777 Autos de Casamento, Justificação de estado livre e desimpedido (H)

259 João da Silva Reis Tereza Tavares da Silva

1777 Autos de Casamento

260 Joaquim Jose Leme Antonia da Silva Souza (parda

liberta)

1777 Autos de Casamento, justificação de solteira e desimpedida (M)

261 José Leite de Azevedo Antonia Ribeira de Almeida

1777 Autos de Casamento, Justificação de estado –livre e desimpedido (M e H)

262 Lourenço Ribeiro de Andrade Genovena dos Santos

1777 Autos de Casamento

263 Manoel Gonçalves de Freitas Maria do Espírito Santo e

Andrade

1777 Autos de Casamento, Justificação de estado –livre e desimpedido (H)

264 Manoel Soares Paes Maria Luiza de Abreu

1777 Autos de Casamento

265 Manoel de Souza Pereira Ana Maria de Jesus

1777 Autos de Casamento

267 Valentim Pedroso de Morais Felizarda Paes de Almeida

1777 Autos de Casamento

268 Vicente Francisco , administrado Antonia escrava

1777 Autos de Casamento

269 Alexandre Alves de Araujo 1778 Autos de Casamento, justificação de batismo

270 Antonio Bueno da Rocha .... Lima da veiga Coitinha

1778 Impedimento

271 Antonio Bueno da Rocha Veríssima da Veiga Coitinha

1778 Autos de Casamento, Que a contraente tivera copula carnal com um primo do

contraente

272 Antonio Gonçalves de Castro 1778 Autos de Casamento, Justificação de batismo

273 Antonio Gonçalves Ferreira Cordula Maria Xavier

1778 Autos de Casamento

274 Antonio Luis Cardoso Ana Dias da Silva

1778 Autos de Casamento, Impedimento de consangunidade e justificação de batismo

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275 Antonio Ribeiro da Cunha Rita Maria de Mendonça

1778 Autos de Casamento

276 Antonio Rodrigues Silva Rosa Ribeira

1778 Autos de Casamento,

277 Baltazar Esteves Maria da conceição de Almeida

1778 Autos de Casamento

278 Bento Correa , escravo Ana Pereira

1778 Autos de Casamento

279 Francisco Pereira Maciel Antonia Pinheira de Siqueira

1778 Autos de Casamento, Justificação de batismo

280 Francisco Veloso Fernandes Margarida Alves do Espírito

Santo

1778 Autos de Casamento

281 Gabriel Alves Pedroso Gertrudes Maria da Conceição

1778 Autos de Casamento

282 Gabriel de Góis Bonete Maria de Souza Nunes

1778 Autos de Casamento

283 Inácio Alves de Mascarenhas Ana Pires

Manoel Leme da Guerra (citado)

1778 Autos de Casamento Contem pedido de quitação de esponsais entre o contraente e o citado , morador na

freguesia da Faxina , hoje Itaoura(SP)

284 Jerônimo Álvares do Rosário Vitoriana Nunes de Siqueira

1778 Autos de Casamento

285 Jerônimo Machado Castanho (viúvo)

Marai Cardoso do Góis

1778 Autos de Casamento

286 João Batista Pereira Ana de Souza

1778 Autos de Casamento, Justificação de Estado livre e desimpedido (H)

287 João Correa Lustosa Rita dos Santos

1778 Autos de Casamento, justificação de estado livre e desimpedido (H), justificação de

batismo(M)

288 João Rodrigues Martins Maria Moreira Leme

1778 Autos de Casamento, Justificação de Batismo e menoridade (M)

289 Joaquim, escravo Rosa da Veiga

1778 Autos de Casamento

290 José Antonio de Camargo Teresa Gonçalves de Jesus

1778 Autos de Casamento, autos de banho (H) justificação de batismo(H)

291 Luiz Francisco Pires 1778 Autos de Casamento, Justificação de batismo e menoridade

292 Luis de Souza de Menezes Francisca Moreira do

Sacramento

1778 Autos de Casamento, justificação de batismo e menoridade (M)

293 Manoel Ferreira Funchal Ana Gonçalves de Siqueira

1778 Autos de Casamento, justificação de estado livre e desimpedido (H)

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294 Manoel Pereira de Assunção , pardo forro

Marcela escrava

1778 Autos de Casamento autos de justificação (H)

295 Manoel da Silva Juliana Cardosa de Siqueira

1778 Autos de Casamento

296 Miguel Lourenço Coutinho Joana Nunes Teixeira

1778 Autos de Casamento

297 Paulo Monteiro Inácia Antonia de Chaves

1778 Autos de Casamento, Justificação de estado livre e desimpedido

298 Paulo Rodrigues França Jacinta de Siqueira de Almeida

1778 Autos de Casamento

299 Pedro Jose da Cruz Juliana Rodrigues da Silva

1778 Autos de Casamento, Justificação de Batismo(H)

300 Sebastião Luiz de Almeida , (viuvo)

Maria de Oliveira Buena

1778 Autos de Casamento, Justificação de batismo e menoridade (M)

301 Antonio Álvares de Araújo Ana Joaquina do espírito Santo

1779 Autos de Casamento

302 Antonio Rodrigues Gonçalves Joana Maria da Conceição

1779 Autos de Casamento

303 Antonio Rodrigues dos Santos

1779 Autos de Casamento

304 Antonio de Souza Ramos Gertrudes Maria dos Passsos

1779 Autos de Casamento

305 Baltazar Pacheco Vitória Leite

1779 Autos de Casamento

306 Bento Rodrigues de Siqueira Ana de Maya

1779 Autos de Casamento, Justificação de Batismo(M)

307 Bernardo Carvalho Bueno

1779 Justificação de Batismo (H)

308 Boaventura de Oliveira Ana Maria do Carmo

1779 Autos de Casamento

309 Estevão Rodrigues de Lara Luzia Gonçalves Moreira

1779 Autos de Casamento

310 Felipe Neves de Carvalho Francisca Ribeira de Lima

1779 Autos de Casamento

311 Francisco Álvares de Góis Quitéria Luiza da Costa

1779 Autos de Casamento

312 Francisco das Neves Reis, (viúvo)

Maria Francisca

1779 Autos de Casamento Justificação de batismo e Menoridade (M)

313 Francisco Pereira da Costa Quitéria Álvares

1779 Autos de Casamento

314 Francisco Pereira Maciel 1779 Autos de Casamento

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Antonia Rodrigues de Siqueira

315 João Brizio de Faria Maria do Rosário

1779 Autos de Casamento, Justificação de batismo (M)

316 João Gonçalves da Silva Ana Maria Leme

1779 Autos de Casamento

317 João José da Silva Paulina Maria

1779 Autos de Casamento

318 João Leite de Carvalho Ana de Souza Nunes

1779 Autos de Casamento, justificação de Neófitos (H e M)

319 João de Oliveira Dias Apolônia Tavares do Valle

1779 Autos de Casamento, Justicação de estado –livre e desimpedido (H)

320 João Policarpo do Nascimento 1779 Autos de Casamento, Estado livre e desimpedido (H)

321 Joaquim Antonio Barbosa Quitéria (escrava)

1779 Autos de Casamento. Justificação de batismo (H)

322 Joaquim Cipriano dos Reis , (forro)

Maria dos Santos , escrava

1779 Autos de Casamento, Justificação de estado livre , desimpedido e batismo (H)

323 Joaquim José de Oliveira Leocádia de Almeida Cortez

1779 Autos de Casamento, justificação de batismo(H)

324 Joaquim Martins de Carvalho Brígida Maria Cardosa

1779 Autos de Casamento, justificação de batismo(H)

325 José Vidal Fernandes Baxem Maria Francisca de Almeida

1779 Autos de Casamento, justificação de estado –livre , desimpedido e batismo(H)

326 Julião Gonçalves Barbosa Sebastiana Ribeira Cardosa

1779 Autos de Casamento, autos de Justificação (H)

327 Leandro da Fonseca Maciel Joana Rodrigues de Siqueira

1779 Autos de Casamento, Justificação de batismo e menoridade (H)

328 Luis Dias da Costa Antonia (escrava)

1779 Autos de Casamento, Justificação de batismo(H)

329 Luis Rodrigues de Siqueira Bárbara Maria de Jesus

1779 Autos de Casamento, Justificação de estado livre (H)

330 Manoel Álvares de Siqueira Isabel Maria da Conceição

1779 Autos de Casamento

331 Manoel da Costa Falcão Leocádia Moreira

1779 Autos de Casamento

332 Manoel Gonçalves Lima Antonia Maria da Silva

1779 Autos de Casamento, justificação de batismo(H)

333 Manoel Lima de Siqueira, (Viuvo)

Maria da Conceição (Viúva)

1779 Autos de Casamento

334 Manoel de Oliveira Bueno Francisca Rodrigues da Costa

1779 Autos de Casamento

335 Manoel Ribeiro da Silva Ana Eufrazia do Espírito Santo

1779 Autos de Casamento

336 Manoel Rodrigues da Silva 1779 Autos de Casamento

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Escolástica Dias de Morais

337 Manoel dos Santos de Oliveira Maria Mendes dos Passos

1779 Autos de Casamento

338 Manoel da Silva Lira Maria Rodrigues

1779 Autos de Casamento, justificação de estado livre (H) , justificação de batismo(M)

339 Nicolau Correa de Oliveira Maria Madalena da Silva

1779 Autos de Casamento

340 Salvador Lopes do Rosário Tereza (escrava)

1779 Autos de Casamento

341 Salvador da Silva da Assunção Quitéria Maria de Jesus

1779 Autos de Casamento

342 Sebastião Gonçalves Maria Buena do pilar

1779 Autos de Casamento

343 Teodósio (escravo) Vitória , (forra , viúva)

1779 Autos de Casamento

344 Antonio Ferreira Catarina da Conceição

1780 Autos de Casamento, justificação de batismo e menoridade

345 Antonio Gonçalves Moreira Quitéria Esteves de Jesus

1780 Autos de Casamento

346 Antonio José de Andrade Ana Gertrudes

1780 Autos de Casamento

347 Boaventura da Silva Basilia Buena

1780 Autos de Casamento

348 Bonifácio José Marteiro Maria Francisca de Siqueira

1780 Autos de Casamento

349 Constantino dos Santos Clemência dos Santos

1780 Autos de Casamento

350 Domingos Pereira Porto Josefa Maria da Luz

1780 Autos de Casamento, justificação de estado livre

351 Francisco Antonio Moreira 1780 Autos de Casamento

352 Francisco Antunes da Percivincula

Francisca Antonia de Jesus

1780 Autos de Casamento, justificação de batismo e justificação de menoridade.

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ANEXO 2 – PROCESSOS GERAIS ANTIGOS

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PROCESSOS ANTIGOS

1- Processo de: Autos de casamento87(1765)

Bernardo da Costa Ramos Luciana da Cunha Processo de: Autos de casamento; justificação de menoridade, estado-livre e batismo (H) - 1765

. Bernardo da Costa Ramos

. Luciana da Cunha

- Petição:

Dizem Bernardo, da Costa Ramos e Luzia da Costa, moradores da freg.a de Corytyba, que elles

Supp.tes estam tratados p.a Cazar na forma do Sagrado Concilio Tridentino p.a o que tem Seus

preparatorios correntes, querem q' vm.ce Se Sirva mandarlhe paSsar Sua provizão de Licença p.a Se

receberem na Capella de N. S.ra da Conceisão do Tamanduá, por ficarem m.to distante da vila, e lhe

cauzarem gr.de discomodo o vir a d.a vila, o dando o Seu R.do vigario Licença p.a o d.o Cazamento.

P. a vm.ce Seja Servido mandarlhe paSsar a d.a provizão na forma que requerem.

E R M

A. haja v.ta ao Rd.o Prom.or e torne com sua resposta Parnagoa 23 de Julho de 1765

CallaSsa

- Proclamas:

[cor. + - 1 linha]

[cor. + - 2 pal.] mes, e hera vt supra

Com o favor de Deos, quer Cazar, Bernardo da Costa Ramos, esposto em caza de vitoria de Abreu

Bairros, viuva q.e ficou do defunto Manoel Afonso Campos, natural e baptizado na Seé do Rio de

Janr.o, com Luciana da Cunha filha de Paulo Pires e da Sua mulher Maria Miz, natural e baptizada

nesta freguezia de Corytyba bispado de S. Paulo.

Certifico eu o P.e Manoel Domingues Leytão, vigr.o desta Igr.a Matris de Nossa Senhora da Lux, da

villa de Corytyba, q' eu denunciei na m.a Igr.a os contrahentes assima declarados, nos tres dias

festivos apontados assima á estaçam da Missa conventual, na forma do Sagrado concilio Tridentino, e

87 Arquivo Dom Leopoldo Duarte, Cúria Metropolitana de São Paulo.Microfilmes, rolo 12. Cópia do acervo do Centro de Documentação e pesquisa de História dos Domínios Portugueses (CEDOPE), Departamento de História, UFPR. Transcrito por Rosângela Maria Ferreira dos Santos.

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constituição observada neste Bispado, e nam me Sahio impedimento algum, nem eu Sei q' o tenham; e

tambem affirmo q' os contrahentes Se confessaram, e commungaram por Satisfaçam dos perceitos da

quaresma deste anno de 1765. Ittem Certefico q' revendo os livros dos dos baptizados da m.a Igr.a em

hum delles a f. 99 achei o assento do baptismo da contrahente, cujo theor he o Seg.te = Aos Sete dias

do mes de Novembro de mil e Setecentos e quarenta e Sinco annos; na fazenda do Pitanguý, de minha

licença baptizou, e pos os Santos oleos o Rd.o P.e Missionario Manoel Cardozo da companhia de

JESUs a Lucianna innocente, filha de Paulo Pires, e de Sua mulher Maria Martins, foram Padrinhos

Antonio Martins da Sylva, e Anna Maria Buena de aredo todos moradores dos campos geraes desta

freguezia, para constar fis este assento q' asignei quando me trouxeram a certidam o vigr.o Manoel

Domigues Ley Leytam, e nam Se continha mais no dito assento, o qual aqui tresladei bem, e fielm.te do

proprio Livro, a q' me reporto, donde pasei a prezente q' todo Sendo nr.o Juro = in verbo Sacerdotis =

Corytyba em os 18 de Julho de 1765 e não Sei q' a contrahente assistisse fora desta freg.a tempo

algum.

Manoel Domingues Leytam

- Termo ? ilegível 23.07.1765

- Termo de vista ao promotor - 23.07.1765

- resposta do promotor - ilegível

- Termo de torna - 23.07.1765

- Termo de Conclusão - 23.07.1765

- conclusão do vigário da vara - ilegível - 23.07.1765

- Publicação - 23.07.1765

- Petição:

Dis Bernardo da Costa Ramos, n.al da Cid.e do Rio de Janeyro, e m.or na v.a de Corytyba onde

pertende tomar estado p.a o que fes Seus preparatorios, e nelles foy por vm.ce determinado pozeSse em

Juizo cauSão de vinte mil reis p.a afiancar[?] banhos das Minas de Piahy[?], o q' por não ter dr.o

pronpto[?], alem da Sua pobreza, quer afiançar os d.os banhos, e cauSsão nesta v.a na peSsoa de

Manoel, Ignacio do Vale p.a o que

P. a vm.s Seja Servido mandar Se lhe tome a dia Sua fiança na forma do estillo

E. R. M.

Lavrece o termo de Sua fiança na peSsoa offerecida, q' aSsignará com o fiado obrigandoce a cauSsão

arbitrada, e a Repor outra q.do o não aprezentem os ditos banhos no termo determinado, o q' feyto e

junto aos preparatorios torne p.a defferir os termos[?], Pernagoa 24 de Julho de 1765.

CallaSsa

- Termo de fiança - 24.07.1765

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CallaSsa - Manoel Ign.co do Valle - Bernardo da Costa Ramos

- Conclusão - 24.07.1765

- Conclusos:

Visto como o Contrahente Satisfes o CauSsão determinado por Sua fiança, e ter o mais preparatorios

correntes Sem empedim.to, como o mostra pellos banhos juntos, e appenSos portanto mando Se paSse

Provizão de Licença p.a Se Receber com Luciana da Cunha na forma do Sagr. Conc. Trid. em

prezença de Seu R.do Parocho não constando que Rezulte antes qualquer justo impedim.to que prive de

seo effeyto que aSsim Cumprirão, e paguem as custas Parnagoa 24 de Julho de 1765

Fran.co de Meyra CallaSsa

- Publicação - 24.07.1765

- Conta total - 1768

- Autuação da justificação de menoridade do contraente - 23.07.1765

- Petição:

R.do S. Vigario da vara

Diz Bernardo da Costa Ramos, emgeitado, exposto em caza de Vitoria de Abreu Ramos[?], natural da

Cidade do Rio de Janeiro, que elle Supp.te esta tratado p.a Cazar, na freguezia de Corytyba, para o

que lhe hé neSeSario justificar, em Como hé Solteyro Livre e dezempedido, e batizado na Seé da dita

Cidade, e que veyo da Sua patria de menor idade p.a o q.' tem Suas testemunhas na dita vila de

Corytyba, as quaes pela longetude e pobreza [cor.] não pode trazer a prezenca de voSa merce; quer

que voSa merce Se Sirva mandar paSar mandado de ComiSão para o R.do Vigario de Corytyba de

imquirir as ditas test.as, e tomar o depoimento do Supp.e, e feyto tudo Remeter a este juizo para Ser

Centeciado por voSa merce.

P. a voSsa merce Seja Servido mandar lhe paSsar o dito mandado na forma que requer.

E. R. M.

P. mandado de CommiSsão p.a o R.do Vigr.o de Corytyba inquirir as test.as do Sup.te e tomar Seu

depohim.to Pernagoa 6[?] de Julho de 1765

CallaSsa

- Mandado - data? - registrado em 08.07.1765

- Termo de apresentação do mandado de comissão ao reverendo - 18.07.1765 - o vigário Manoel

Domingues Leitão assina.

- Termo de juramento dado ao vigário - 18.07.1765

- Termo de assentada das testemunhas - 18.07.1765

- 1.a testesmunha - José de Oliveira Ramos, natural da cidade do Rio de Janeiro, morador nesta

freguesia de Curitiba, casado, que vive de seu negócio, + - 62 anos; do costume disse que era

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padrinho do justificante; disse conhecer o justificante desde seu batizado, que ele é filho natural do

Doutor Bernardo da Costa Ramos e que também conhece sua mãe mas que não lembra seu nome, que

o justificante foi batizado na Sé da Cidade do Rio de Janeiro, e que ele testemunha foi seu padrinho;

que o justificante saiu de sua pátria há doze anos, e que tem andado por várias freguesias, mas que só

na de Apiahy residiu doze anos, que o dito saiu de sua pátria com 12 anos em companhia dele

testemunha, e que há um ano vive em Curitiba

- 2.a testemunha - Dionísio Gomes, natural da Cidade do Rio de Janeiro, morador nesta freguesia de

Curitiba, solteiro, vive de suas lavras de ouro, + - 40 anos; disse que conhece ao justificante desde

criança, que o dito é filho natural do Doutor Bernardo da Costa Ramos, mas que não sabe quem é sua

mãe, que o mesmo foi batizado na Sé do Rio de Janeiro e seu padrinho foi José de Oliveira Ramos,

repete o que o outro disse; acrescenta que o pai do justificante o recolheu para sua casa e o pôs na

escola para aprender a ler e escrever; que o justificante vive com ele testemunha nesta vila de

Curitiba.

- 3.a testemunha - Manoel de Oliveira, natural da Cidade do Rio de Janeiro, e de presente nesta

freguesia de Curitiba, casado, vive de seus negócios, + - 35 anos; disse conhecer o justificante desde

rapaz, repete o que os outros disseram.

- Termo de depoimento do justificante Bernardo da Costa Ramos - 18.07.1765

... que he filho natural do Doutor Bernardo da Costa Ramos, e de Vitoria de Abreu Barros, e que foi

emgeitado e que he natural da Cidade do Rio de Janeyro, e que foi Baptizado na Sé da mesma

Cidade, e que tem de idade vinte e Sinco para vinte Seiz annos, e quando Sahio da Sua Patria tinha

doze para treze annos, e que tem andado por varias Freguezias, mas que Só na de Apiahý Rezedio, e

nesta de Curitiba ha hum anno; e que he Solteyro Livre e dezimpedido [f. 9] E dezimpedido, e que não

Sabe que tenha impedimento algum, e que nunca teve ordens algumas de cLerigo, nem de Frade, e

que nunca fes boto algum de Castidade nem de ReLegiam, e que não Sabe que a molher Com quem

esta tratado para Cazar tenha alguns dos Sobreditos impedimentos; e a Rezam do Seu dito he porque

elle Testemunha depoente Sabe que o dito Seu Paý o Recolheo para Sua Caza todo o tempo que andou

na eScola aprendendo a Ler, e a Escrever; e esta Certo em tudo o mais que tem deposto e aL nam

diSse ...

- Termo de encerramento e remessa - 18.07.1765

- Conta - total ?

- Conclusão - 23.07.1765

- Conclusos:

Vistos estes auttos de JustificaSsão, em q' jurão, e depoem o mesmo Justificante Bernardo da Costa

Ramos, inquiridas pello mandado de CommiSsão na villa de Corytyba, portanto da prova que fazem

hei[?] por baptizado o Justificante e Com [cor.] idade p.a o Sacram.to q' pertende, Como ter vindo de

Sua patria de menor idade, e não ter Rezidido em Freguezia algúa tempo Concideravel Se não nas

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Minas do Piahy e na de Coriytyba de prezente morador onde pertende tomar estado de matrimonio, a

vista do [f. 10v] [ileg. + - 2 linhas] do estillo, e pague as custas Parnagoa 23 de Julho de 1765

Fran.co de Meyra CallaSsa

- Publicação - 23.07.1765

- Conta total ??

- Petição:

R.mo Snr.' Vigr.o da Vara

Dis Manoel Ignacio do Valle q' elle Sup.e aSsinou [cor. + - 2 pal.] huã fiança por Bernardo da Costa,

p.a este mandar vir, e mostrar Seos banhos correntes de Piaý, no termo de quatro mezes. E porq.' o

tempo Se está filalizando, e os d.os banhos não chegão talvêz por alguns [cor.] na falta de passadores,

por Serem raros p.a esta V.a, Requer o Sup.e Se digne Vm' fazerlhe m.ce conceder outros tantos tempos,

por [cor. + - 2 pal.] chegarão; portanto

P. a Vm' Seja Servido conceder ao Sup.e por [cor. + - 2 pal.] o mesmo tempo de quatro meSes, ou o q'

Vm for Servido, p.a o q' Requerido teve; no q'

R. M.ce

Informe o Escrivão Se está [cor.] o tempo ou não.

CallaSsa

(está apagado, mas parece ser a resposta do escrivão)

Concedo mais douz mezes ao Sup.te visto não estar findo o tempo dentro do qual Se ReCorrerá ao

Juizo Superior, e Se junte esta aos auttos, Pernagoa 3 de Novembro de 1765

CallaSsa

- Petição:

Dis Bernardo da Costa Ramos naturar da Sid.e do Ryo de Janr.o e morador na v.a de Coriytyba ainda

Cazando Com Luciana da Cunha lhe foy perSizo afiançar Banhos da Freguezia de [cor.] An.to de

Apeai o qual o mostra junto e Sem [cor. + - 2 pal.] o q.'

P. a Vm.ce Seja Servido m.dar [cor.] autos de Seu preparatorios o haja por desobrigado da dita Sua

fiança

E. R. M.

Junte aos auttos haja vista ao R.do Prom.or e torne. Parnagoa 8 de Novembro de 1765

CallaSsa

- Proclamas:

Reverendo Antonio [cor.] Chavez [cor. + - 2 pal.] de Sam Pedro vigario enComendado nesta

freguezia de NoSsa Senhora da Conceyção das Minas de Paranapanema [cor.] Sua Comarca Vigario

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da vara Juiz dos Cazamentos, Capellas e Reziduos, pello M.to R.do Senhor Doutor vigario Capitular[?]

deste Bispado de Sam Paulo &.a

Aoz que a prezente minha Certidão em publica[?] forma virem Saude, e paz em noSso

Senhor JESUS christo que de todos he verdadeyro Remedio, e Salvação Faço Saber que Sendo

denunsiado em tres dias festivos a estação da MiSsa Conventual na forma do Sagrado ConSilio

Tridentino, e Constit. em Como estava Cazado Com fiança a banhos Bernardo da Costa Ramos,

natural, e baptizado na Se da Cidade do Rio de Janeyro, filho de pais incognitos, e Luciana da Cunha

filha Legitima de Paulo Pires e de Maria Martins, e dadas as tres denunSiaçoins na Parochia de

Santo Antonio de Apiahy lhe não Sahio empedimento algum Segundo me Constou por Certidão do

Reverendo Parocho Thome Vieyra de ALmeyda [cor. + - 2 pal.] mim ReConhecida, e aSsim o

Certefico aos Senhores [cor.] ordinarios a quem o Conhecimento desta pertencer para o que

interponho a minha autoridade Judicial. Dada, e paSsada nesta freguezia de NoSsa Senhora da

Conceyção das Minas de Paranapanema Sob o meu Signal, e Sello que perante mim Serve que he o

vella[?] Sem Sello e Lacre[?] Aos 11 dias do mez de Outubro de 1765 annos eu Luiz Ferreyra Diniz

esCrivão da vara o escrevy

An.to Teyxr.a chaves

- Termo de vista ao promotor - 08.11.1765

- Resposta:

Fiat Justitia

o Prom.or Ramos

- Termo de torna - 08.11.1765

- Conclusos - 08.11.1765

- Conclusão:

[cor. + - 1 linha] [f. 4v] [cor. + - 1 linha] pella CauSsão de vinte mil reis aos banhos das Minas de

Piahy por aprezentarem em forma como Se mostra a f._ a vista do que pello dito termo Se não

proceda contra elles, Parnagoa 8 de Novembro de 1765

CallaSsa

2- Processo de: Autos de casamento (1776)

Bertolo de Figueiró Rosa Maria da Paz Dispensas Matrimoniais - Curitiba

Processo de: Justificação de estado-livre, desimpedido, menoridade e batismo (H) (1776)

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. Bertôlo de Figueiró [ou Bartolomeu]

. Rosa Maria da Paz

[f. 1] [cor.] [cor.]

Juizo [cor.] da Vigararia da Vara da [cor. + - 2 pal.]

Auttos de Justificação de Estado livre, e dezempedido e menor idade, e Batismo de BertoLo de

Figueyrô

Auttuação

Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezuz christo de mil SeteSentos Setenta e Seiz annos nesta Villa

de Nossa Senhora da Lux dos Pinhaiz de Curytyba em os Vinte, e Seiz diaz do mes de Junho do dito

anno em cazaz e moradas e escriptorio de mim Escrivão aodiente nomeado, e Sendo ahy por parte, do

Contrahente Supra ditto BertoLô de Figueyro morador nesta Villa me foi aprezentada hua Sua

petição qual hé a que aodiente Se mostra Com o despacho nella proferido do Muito Reverendo Senhor

Vigario da Vara o Padre Domingoz Rodriguez Cozta em Cumprimento do qual despacho lhe tomey e

aSeytey e para Constar a estes Autos ajuntey a dita, petição que tudo hé o que aodiente Se mostra e

Eu Jozé Antonio Rodriguez Escrivão que o escrevy

[f. 2] M.o Rd.o [cor. + - 2 pal.]

Diz Bertolomeu, ou Bertolo de Figueirô n.al das Indias de Espanha da freg.a de S. Fê do Paranâ[?] f.o

Leg.o de [cor.] Figueirô e de Sua m.er Joanna Guete q' ele Sup.e esta [cor.] digo tratado a Cazar nesta

V.a Com Roza [cor.] da Pâs f.a de Maria da Pâz, p.a o q' lhe hé nr.o mostrar Ser Soltr.o Livre e

desempedido, e outro Sim que da d.a Suas terras veyo p.a estes Continentez rapâs ainda de id.e que[?]

não podia ter Lá empedim.to nem Ser Cazado [cor.] Sim q' foi bautizado, e q' Seu Padrinho o

Conduziu digo Seu Padrinho Jozé Ign.co Barnachô o Conduziu p.a as terraz portuguezaz e Contin.tes de

Riu pardo de viamão p.a o q'

P. a vm.ce Seja Serv.o admitir ao Sup.e a just.as Sua menorid.e e bautismo e provado o julgue dezemp.o

p.a[?] poder Cazar, e a vista de Seus banhos lhe mande paSsem prov.am na forma do est.o

E R M

A. D. e J.

Costa

[f. 3] [cor.]

Aos vinte e Seiz dias do mes de Junho de mil SetteSentoz Setenta e Seiz annos nesta Villa de Nossa

Senhora da Lux doz Pinhaiz de Curiytyba em Cazas e moradas do Muito Reverendo Senhor Vigario

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da Vara o Padre Domingoz Rodriguez Cozta aonde eu Escrivão de Seu Cargo aodiente nomeado fui

Vindo e Sendo ahy apareceo prezente Berttolo de Figueyrô Conteudo nestes Autos a quem o

Reverendo Menistro deferio o juramento dos Sanctoz evangelhoz em hum Livro delles em que pos Sua

mão direyta Sob Cargo do qual lhe emcarregou que bem e Verdadeyramente diceçe a Verdade do que

Soubece e perguntado lhe foçe o que elle depoente aSim o prometeo fazer. E perguntado a elle

depoente o Como Se chamava de onde hê natural por que terras tem andado de que idade Sahio de

Sua Patria e quem herão Seuz Paiz Se hê ou não Cazado Se Contrahio exponSaiz Com algua Outra

mulher excepto a Contrahente Com quem esta tratado Se Sabe que ella tenha algum empedimento

para Cazar Com elle depoente ou elle para Cazar Com ella, e Se tem alguas terras por onde tem

andado rezidio tempo de Seis mezes; e Logo por elle depoente foi ditto que chamaçe BarthoLameu de

Figueyro filho de Jozê de Figueyro, e de Sua mulher Joanna de Gayte natural elle depoente da

Freguezia de Santa fê das Arrajaz de Buenos Ayrez do Reyno de expanha de donde Se aubzentou para

as partes do Rio grande deste Reyno Sendo de idade de des annos pouco mais ou menoz, em

companhia de Seu Padrinho de Baptismo Jozê Ignacio Barnache tãobem espanhol o qual dis elle

depoente o Conheceo por Seu Padrinho, e Sua mulher [f. 3v] [cor. + - 2 linhas] Rio grande tem[?]

andado[?] athé o tempo prezente[?] exzetuando [cor.] annos[?] que tem estado de morada nesta

Villa em actual[?] Comduta Servindo de pejam[?] [cor. + - 2 pal.] e Boysadas[?] que tem entrado[?]

[cor. + - 2 pal.] destes Certoinz Sem que tenha tido actual rezidencia concideravel em Freguezia

algua e Sô Saptisfeyto os preceytos anuais naquellas Fregueziaz donde o Cazo[?] Se acha. E

perguntado mais a elle depoente Sobre o estado que tinha dice Ser SoLteyro, Livre, e dezempedido

que nunca Contrahira exponsaiz Com mulher algua e que nem Sabe tenha empedimento Com a

Contrahente Com quem Se quer Cazar DiSse maiz Sobre o Seo Baptismo que não Sô Conhecia oz

Padrinhos Seus aSima nomeados mas tãobem o Parocho que o Baptizou que Se chamava Jozê de

Veraz. e maiz não diSse. E Sendolhe por mim Lido o Seo depoimento diSse elle depoente estar

escripto Com a mesma forma Como elle tinha deposto, e Se aSignou Com o Reverendo Menistro Com

hua Cruz por não Saber Ler, nem escrever. e eu Jozê Antonio Rodriguez Escrivão deste Auditorio que

O Escrevy.

Costa - Cruz de Bartholomeo + de Figueyro

[consta uma conta riscada pelo próprio escrivão]

[f. 4] Tr.o de ASentada

Aos vinte e quato[?] dias do mes de Julho de mil SeteSentos e Setenta e Seis annos nesta villa de

NoSsa Senhora da Lux de Curitiba em Cazas e moradas do Munto Reverendo Senhor Vigario da Vara

o Padre Domingos Rodrigues Costa aonde eu Escrivão de Seu Cargo aodiente nomiado foy vindo e

Sendo ahi Se aSentou elle Reverendo Menistro Comigo Escrivao [cor.] as Testemunhas que por parte

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do justifante BerthoLameu de Figueiro nos fossem aprezentadas Cujos nomes Cognomes

naturalidades jdades ditos e Custumes São o que aodiante Se ve[?], de que para Constar fis Termo de

aSentada eu Antonio Guedes de Carvalho Escrivão do Auditorio EcLeziastico que o Escrevy

T.a pr.a

Juliao Gracis dos Santos Solteiro natural da Praça da CoLonia do Sál Bispado do Rio de Janeiro de

jdade que dice Ser de Sincoenta annos pouco mais ou menos, e que vive de andar agregado com

Tropas do Caminho do Certão Testemunha jurada aos Santos Evangelhos a quem o Reverendo

Ministro deferio o juramento em hú Livro delles em o qual lhe encarregou que bem e fielmente dicece

a verdade do que Soubece e porguntado lhe fosse e do Custume nada = e porguntado a elle

Testemunha pello Contheudo na petiçao do justificante que toda lhe foy Lida e deCLarada - dice elle

Testemunha que paSsandoce de menor Idade para as partes dos araais[?] de Castella aSistino por

tempo de honze annos na Caza de Bernardo de Bernache administrador do proprio justificante honde

teve delle Cabal Conhecimento, e por iSso Sabe Ser o dito justificante BerthoLomeu de Figueiró Ser

filho de Joze de Figueiro e de Sua Mulher Joanna Guaete[?] todos digo de Paý Escravo e de May

forra da administração da [f. 4v] [cor. + - 2 linhas] elle Testemunha que Sabe Ser o justificante

Baptizado na Freguezia de Santa fé do Paraná[?], foi morar na Caza de Seus parentes[?] onde

Conhecia[?] munto bem os padrinhos de Baptismo do justificante que forão Ignacio [cor.] Solteiro, e

Joanna[?] Francisca Cazada com hú homem Andante Cujo nome ignora elle Testemunha e

porguntado mais a elle Testemunha [cor. + - 2 pal.] e aSistencia do justificante, [cor. + - 2 pal.] de

menor jdade Se auzentou de Sua Patria para estes Certoins do Rio Grande, em conducta de tropas e

[cor.] Cuja vida exercita athe hoje, e no mesmo exerçicio andando tambem elle Testemunha, o tem

Conhecido Sempre Livre e Solteiro e que não Sabe tenha empedimento algum para Cazar Com a

Contrahente, e nem prometera Esponsais a mulher algua nem que fizece voto algum de Religiam ou

Castidade; e mais não dice, e por não Saber Ler nem escrever Se aSinou Com elle Reverendo

Ministro, com hua Crus, e eu Antonio Guedes de Carvalho Escrivao deste Autitorio EcLeziastico que

O escrevy.

Costa - Crus de + Julião Graces dos Santos

T.a segunda

Francisco da Crus SoLteiro natural da Cidade de Granada de Espanha de jdade que dice Ser de vinte

e hoyto annos pouco mais ou menos que vive de Sua Lavoura Testemunha jurada aos Santos

Evangelhos a quem o Reverendo Ministro deu o juramento em hú Livro delles debayxo do qual lhe

encarregou dicece a verdade do que Soubece e porguntado lhe fosce e do custume dice nada e

porguntado a elle Testemunha pello Contheudo na petiçao do justificante, dice elle Testemunha que

ha Sinco annos a esta parte tem tido Conhecimento do justificante nesta villa, em Monte Vidio e Rio

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Pardo e em todas estas partes o vio Solteiro Livre e dizempedido, e juntamente Sabe elle Testemunha

Ser o justificante natural e Baptizado na Freguezia de Santa fe arayaes[?] de Espanha [ileg. + - 1

linha] [f. 5] [cor. + - 1 linha] padrinho de Baptismo em Cuja companhia andava chamado Joze

Ignacio Barnache e juntamente Conheceu elle Testemunha a Madrinha do mesmo justificante Joanna

Francisca, e porguntado mais a elle Testemunha de outro algum empedimento, dice que não lhes

constava de nenhum e nem Sabe tenha tido algum nem parentesco Com a Mulher Com quem está

tratado, dice mais elle Testemunha que em varias Conversas o ouvira dizer, que o justificante da Sua

Patria viera para estes Certoinz por pião das tropas e boysadas O que exerce athe agora Sem que

tenha tido atual rezidencia em parte algua, e mais não dice, e por não Saber Ler nem esCrever Se

aSinou Com Seu Sinal Custumado que he húa Crus, e aSinou Com elle Reverendo Ministro e eu

Antonio Guedes de Carvalho Escrivão deste Auditorio EcLeziastico que o esCrevy.

Costa - Crus de + Francisco da Crus

T.a terceira

O Capitão Joze de Andrade homem Cazado que vive de Seu Negocio, natural desta villa de Curitiba

de jdade que dice Ser de trinta e Sete annos pouco mais ou menos testemunha jurada aos Santos

Evangelhos a quem o Reverendo Ministro deferio o juramento em hú livro delles em que [ileg.]

debayxo do qual lhe encarregou dicece a verdade do que Soubece e porguntado lhe fosce e do

Custume dice nada e porguntado a elle Testemunha pello contheudo na dita petiçao do justificante =

dice elle Testemunha que ha tres para quatro annos tem conhecimento do justificante que Com outros

tem Servido de pião nas Suas Tropas e boysadas e Sempre ouvira dizer a Seus Camaradas

Condutores, e outras peSsoas da Cometiva Ser Solteiro Livre e dezempedido, e que viera da

Freguezia de Santa fe de Castella para estes Certoins do Rio Grande em companhia de Seu Padrinho

Joze Ignacio de Bernache e que não Sabe elle Testemunha tenha empedimento o dito justificante para

Cazar Com a Mulher Com quem esta tratado nem que [f. 5v] [ileg. + - 2 linhas] e mais não dice, e Se

aSinou Com elle Reverendo Ministro, e eu Antonio Guedes de Carvalho Escrivão deste Auditorio

EcLeziastico que o escrevy.

Costa - Jozé de Andr.e

Tr.o de Concluzão

Aos vinte e quatro dias do mes de Julho de mil SeteSentos e Setenta e Seis annos nesta villa de NoSsa

Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba, em Cazas e moradas e Escritorio de mim Escrivão aodiante

nomeado e Sendo ahý fis estes Autos ConCLuzos Ao Munto Reverendo Vigario da vara o Padre

Domingos Rodrigues Costa para nelles deferir o que lhes parecer de direito e justiça de que para

Constar fis este Termo de ConcLuzão eu Antonio Guedes de Carvalho EsCrivão deste Auditorio

EcLeziastico que o escrevy.

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Conc.oz

Hey por Justificado, a menorid.e baptismo, e estado de livre e desempedido do Justificante Bartolomeo

de Figueiro visto o Seo depoim.to, e ditos de Suas testemunhas; o q' visto Se junte aos Autos dos Seos

preparatorios e Com rep.ta do Prom.or torne p.a Se defferir. Cor.a aos 24 de Julho de 1776

Dom.os Roiz' Costa

Tr.o de Data

Aos vinte quatro dias do mes de Julho de mil SeteSentos e Setenta e Seis annos nesta villa de NoSsa

Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba [ileg. + - 3 linhas] [f. 6] [cor. + - 1 linha] e Mandou Se

Cumprice e goardace como nelle Se contem e decLara de que para Constar fis este termo de Data eu

Antonio Guedes de Carvalho escrivão deste auditorio EcLeziastico que o escrevy.

[f. 7] [cor. + - 3 pal.] de Junho de 1776.

[cor. + - 2 pal.] 30 do d.o mes.

a trecr.a em os 7 de Julho do d.o anno

Quer Cazar Bertolameu de Figueirô n.al das Indias de Espanha da freg.a de S. Fê do Paranâ. f.o Leg.o

de Jozê de Figueirô e de Sua m.er Joanna Guedes Com Roza Maria da Pâx f.a de Maria da Pax e de

Pay inCognito e n.al desta v.a

Certefico eu o P.e ManoeL Domingues Leytão, vigr.o desta Igr.a Matris de Nossa Snr.a da Lux, da villa

de Corytyba, q' eu denunciei na m.a Igr.a os contrahentes mencionados assima, nos tres dias festivos

apontados assima, â estação da Missa conventuaL na forma do Sagrado conciLio Tridentino, e

contituição observada neste Bispado, e não me Sahio impedimento aLgum, nem eu Sei q' o tenham; e

tambem afirmo q' os contrahentes Se confeçarão, e commungarão por satisfação dos perceitos da

quaresma deste anno de 1776. Item Certefico q' revendo os Livros dos baptizados da m.a Igr.a, em hum

delles a f. 144 V achei o assento do baptismo da Contrahente, Cujo theor he o Seg.te = Aos trinta e

hum dias do mes de Agosto de mil e Setecentos e Sincoenta e nove annos, nesta Igreja Matris de

Nossa Senhora da Lux, da Villa de Corytyba, baptizei, e pús os Santos oLeos a Roza innocente, Pater

incognitus, filha de Maria Bastarda q' foi administrada de Diogo das ascaria[?]; foram Padrinhos

Joachym SoLteyro, filho de Leam de Mello, e e Joana tambem SoLteyra, filha de MigueL gonçaLves

Limma todos moradores desta freguezia, e para constar fis este assento no mesmo dia vt Supra. o

Vigr.o ManoeL Domingues Leytam e não Se continha mais no dito assento, o quaL aqui tresladei bem,

e fieLm.te do proprio Livro, a q' me reporto, donde passo a prez.te de m.a Letra, e SignaL q' todos Sendo

nr.o Juro = in verbo Sacerdotis = e não Sei q' a contrahente tenha assistido fora desta freg.a Corytyba

em os 15 de Julho de 1776.

O Vigr.o Man.eL Dom.es Leytam

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[f. 7v] Reconheço a letra e fima Supra como[?] propria do Muinto Reverendo Vigario desta vila e o

faço por ter[?] outras muintas em meu poder e cartorio [ileg. + - 2 pal.] que me reporto Curitiba

20[?] de Julho de 1776

Carv.o

Tr.o de Vista

Aos vinte e quatro dias do mes de Julho de mil SeteSentos e Setenta e Seis annos nesta Villa de Nossa

Senhora da Lux de Curityba em Cazas e moradas e Escriptorio de mim Escrivão aodiante nomiado e

Sendo ahy fis estes Autos Com vista ao Promotor e Procurador da Coroa digo da Mitra o LeCenciado

Joze Baptista Dinis para nelles responder o que for de direito e justiça de que para Constar fis este

Termo de Vista eu Antonio Guedes de Carvalho Escrivão deste Auditorio EcLeziastico que o escrevy

Com v.ta ao Prom.or

Fiat justitia

O Prom.or

Diniz

[f. 8] Tr.o de Data

Aos vinte e Sinco dias do mes de Julho de mil SeteSentos e Setenta Seis annos nesta villa de Nossa

Senhora da Lux de Curitiba em Cazas moradas e escriptorio de mim Escrivão aodiante nomiado e

Sendo ahy me forão dados estes Autos Com a resposta retro nelles Contheuda do Promotor destes

juizo o Lecenciado Joze Baptista Dinis de que para constar fis este Termo de Data eu Antonio Guedes

de Carvalho Escrivão deste Auditorio EcLeziastico que o escrevy.

Tr.o de Concluzão

E Logo Aos mesmo dia mes e anno, e neta villa de noSsa Senhora da Lux de Curitiba em o Escriptorio

de mim EsCrivão aodiante nomiado e Sendo ahý fis estes Autos ConcLuzos ao Munto Reverendo

Senhor Vigario da vara o Padre Domingos Rodrigues Costa para nelles deferir o que lhes parecer de

direito e justiça de que para Constar fis este Termo de ConcLuzão eu Antonio Guedes de Carvalho

EsCrivão deste Auditorio EcLeziastico que O Escrevy

Conc.zos

V.tos estes Autos Senn.ca da justificação de baptismo e de menor id.e reposta do Prom.or e mais dos

Autos paSo Prov.am de Cetença[?] na forma do estilo p.a o Rd.o Par.o desta v.a os receber [f. 8v] E

paguem[?] as Custas [ileg. + - 3 pal.] de 1776.

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Dom.os Roiz' Costa

Tr.o de Data

Aos vinte e Sete dias do mes de Julho de mil SeteSentos e Setenta e Seis annos nesta Villa de Nossa

Senhora da Lux dos Pinhais de Curitiba em Cazas de moradas e Escriptorio de mim Escrivão

aodiante nomiado e Sendo ahý por mandado do Munto Reverendo Senhor Vigario da Vara o Padre

Domingos Rodrigues Costa, me forão dados estes Autos Com a Sentenca Supra definitiva delle

Reverendo Ministro o qual mandou Se Cumpriçe e goardace como nella Se Contem e declara de que

para Constar fis este Termo de Data eu Antonio Guedes de Carvalho Escrivão deste Auditorio

EcLeziastico que O esCrevy

Conta

P.a o R.do Min.o

T.o de Depoim.to $160

Test.as 3 $480 } 1$040

Sent.cas 2 $400

[rubrica]

Prom.or e C.

Resposta $200 } $280

Conta $080

Escr.am Roiz.'

Aut. $080

T.o de Depoim.to $320

Rubr. $012 } $492

Rasa $080

Vay adiante a Conta Diniz

[f. 9] P.a o Escr.am q' Serve

T.o de aSentada $080

Test.as 3 $480

Concl., e d. $040[?]

Reconhec. $080

vista, e d. $028

Concl. e d. $042

Rubric. $024

RaSa $281 } 1$057

[rubrica] Somma 2$869 rs

O Contador Diniz

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3 - Processo de: Autos de casamento (1776)

Francisco da Cruz Francisca Antonia Pereira Dispensas Matrimoniais - Curitiba

Processo de: Autos de casamento; justificação de estado-livre, desimpedido, menoridade e batismo

(H) (1776)

. Francisco da Cruz

. Francisca Antonia Pereira

[f. 1] N. 21 1776

Juizo EcLeziastico da Vigararia da Vara da villa de Curitiba

Autos de cazamento dos Contrahentes Francisco da Crus e Francisca Antonia

Autuação

Anno do Nascimento de NoSso Senhor Jezus Christo de mil SeteSentos e Setenta e Seis annos aos

trinta dias do mes de Dezembro do dito Anno nesta Villa de NoSsa Senhora da Lux dos Pinhais de

Curitiba em cazas de moradas e Escriptorio de mim Escrivam aodiante nomiado e Sendo ahy por

parte dos Contrahentes Francisco da Crus e Francisca Antonia me foy aprezentada a petição que

aodiante Se mostra Com o despacho nella Contheudo do Muto Reverendo Doutor Vigario da Vara o

Padre Domingos Rodrigues Costa em virtude do qual a tomey e Autuey para o efeito que nella Se

deCLara que tudo he o que aodiante Se Segue de que para Constar fis este Termo de Autuação e eu

Antonio Guedes de Carvalho Escrivam deste Auditorio Ecleziastico que o escrevy.

[f. 2] [ileg. + - 4 pal.]

Dizem Francisco da Crus e Fran.ca Antonia Per.a moradores desta V.a que pellos preparatorioz que

juntos offerecem Consta estarem tratados para Se Receberem, e p.rque para poderem fazer Carecem

Provizão de Vm. p.r isto[?]

PP. a Vm. Seja Servido mandar passar Provizão de Licenca na forma do estillo no q.'

R M

A. haja v.ta ao Prom.or

Costa

[f. 3] A pr.a em os [ileg.] de 9bro de 1776

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a Segd.a em os [ileg.] de dezembro do d.o anno.

a tercr.a em os 8 do d.o mes

Quer Cazar Francisco da Cruz, n.al do Reyno de Espanha da cidade de Granada Filho Legitimo de

Francisco da Cruz, e de Sua m.er Maria Marquez Com Francisca Antonia Pr.a natural do termo desta

Villa, Filha Leg.a de Antonio de Quadroz Bicudo[?] e de Sua m.er Antonia Pr.a já defuntoz.

Certefico eu o P.e ManoeL Domingues Leytão, Vigr.o desta Igr.a Matris de Nossa Senhora da Lux, da

villa de Curytyba, q' eu denunciei na m.a Igr.a os Contrahentes mencionados assima, nos tres dias

festivos apontados assima, á estação da Missa conventual, na forma do Sagrado concilio tridentino, e

nam me Sahio impedimento algum, nem eu Sei q' o tenham; Ittem certefico q' revendo os Livros dos

baptizados da m.a Igr.a em hum delles a f.161[?]v.o achey o assento do baptismo da contrahente, cujo

theor he o Seg.te = Aos catorze de Março de mil e Setecentos e quarenta e nove annos na cappella do

Pitanguý, baptizou com Licença do Rd.o vigario Manoel Domingues Leytam, o d.o Padre Lourenço de

aLmeyda, a Francisca innocente filha de Antonio de quadros, e de Sua mulher Antonia Pereyra;

foram Padrinhos Joam Baptista Pereyra, e Sua mulher Anna Gonçalves Meyra, e para constar fis este

assento quando remeteram a Certidam q' foi aos vinte e oito do mes de Novembro de mil e Setecentos

e Sincoenta e dous. O Vigr.o emcomd.o M.el de figd.o castelo Br.co e não Se continha mais no dito assento,

o qual aqui tresladei bem, e fielm.te do proprio Livro a q' me reporto, donde passei a prez.te de minha

Letra, e Signal q' todas sendo nr.o Juro = in verbo Sacerdotis = Corytyba em os 14[?] de dezembro de

1776; e tambem Sei q' a contrahente nunca aSistio fora desta freguezia; ittem afirmo q' os

contrahentes confessarão, e comungarão neste anno de 1776 a'

o vigr.o Manoel Domingues Leytam

[f. 3v] Reconheco a letra e firma retro Ser a propria do Reverendo Vigario desta Villa O Padre

Manoel Domingues Leitão e o faço por ter visto muntas vezes e ter outras Semelhantes em meu puder

e Cartorio as quais me reporto. Cur.a 30 de Dezembro d'1776

Carv.o

Tr' de vista

Aos trinta dias do mes de Dezembro de mil SeteSentos e Setenta e Seis annos nesta villa de NoSsa

Senhora da Lux dos Pinhais de Curitiba em o escriptorio de mim Escrivam aodiante nomiado e Sendo

ahy fis estes Autos Com vista ao Promotor deste Juizo o Lecenciado Joze Baptista Dinis para nelles

responder o que for de direito e justiça de que para Constar fis este Termo de vista eu Antonio Guedes

de Carvalho Escrivam deste Auditorio Ecleziastico que o escrevy

Com v.ta ao Prom.or

Não ponho duvida alguma: vm.ce mandara o que for Servido, e de just.ca

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o Prom.or Diniz

[f. 4] Tr' de Data

Aos trinta dias do mes de Dezembro de mil SeteSentos e Setenta e Seis annos nesta villa de NoSsa

Senhora da Lux dos Pinhais de Curitiba em o Escriptorio de mim Escrivam aodiante nomiado e Sendo

ahy por parte do Promotor deste Juizo o Lecenciado Joze Baptista Dinis me forão dados estes Autos

Com Sua resposta retro de que para constar fis este Termo de Data eu Antonio Guedes de Carvalho

Escrivam deste Auditorio Ecleziastico que o escrevy.

Tr' de Concl.am

E Logo no mesmo dia mes e Anno Supra nesta Villa de NoSsa Senhora da Lux de Curitiba em o

escriptorio de mim Escrivão aodiante nomiado e Sendo ahy fis estes Autos ConcLuzos ao Munto

Reverendo Doutor viagrio da Vara Padre Domingos Rodrigues Costa para nelles deferir o que lhe

parecer de direito e justiça de que para constar fis este Termo de ConcLuzão eu Antonio Guedes de

Carvalho Escrivam deste Auditorio Ecleziastico que o escrevy

ConcL.os

V.tos estes Autos, justificação apenSa de Soltr.o, e baptismo do Contr.e, e rep.ta do Prom.or e porq' delles

demostrão os Contr.es desimpedidos, Se paSse Prov.am de licença na forma do estilo p.a o R.do Par.o desta

vila os receber, paSsado o tempo da prohibição da Igreja e paguem as Custas excenSa[?]. Cor.a 30 de

Dezembro de 1776

Dom.s Roiz' Costa

[f. 4v] Tr' de Data

Aos trinta dias do mes de Dezembro de mil SeteSentos e Setenta e Seis annos nesta villa de NoSsa

Senhora da Lux dos Pinhais de Curitiba em o Escriptorio de mim Escrivam aodiante nomiado e Sendo

ahy por parte do Reverendo Doutor Vigario da vara o Padre Domingos Rodrigues Costa me foram

dados estes Autos Com Sua Senteça retro defenetiva a qual mandou Se Cumprice e goardace como

nella Se COntem e deClara de que para constar fis este Termo de Data eu Antonio Guedes de

Carvalho Escrivam deste Auditorio Ecleziastico que o escrevy.

Conta

P.a o R.do Min.o

Sen.ca $200 } $200

Prom.or, e C.

Sua resposta $200

Conta $080 } $280

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Escr.am

T. de Aut. $080

Reconhecim.to $080

T. de vista, e d.a $028

T. de Concl. e d. $042

Rubrica $016

Rasa $101 } $347

Soma $827

o Contador Diniz

[f. 1]N.o 1776

Juizo EcLeziastico da vigararia da vara da villa de Curitiba

Autos de justificação de estado

Livre e dezempedido, menoridade e

Batismo de Francisco da Crus.

Anno do Nascimento de NoSso Senhor Jezus Christo de mil SeteSentos e Setenta e Seis annos, aos

Catorze dias do mes de Dezembro do dito Anno nesta Villa de NoSsa Senhora da Lux dos Pinhais de

Curitiba em O Escriptorio de mim Escrivão aodiante nomiado e Sendo ahy por parte do Justificante

Francisco da Crus me Foy aprezentada a petição qual he a que aodiante Se mostra Com o despacho

nella Contheudo do Munto Reverendo Doutor Vigario da Vara O Padre Domingos Rodrigues Costa

em virtude do qual a tomey e Autuey para o efeito que nella Se decLara que tudo he o que aodiante Se

Segue de que para Constar fis este Termo de Autuação eu Antonio Guedes de Carvalho Escrivam

deste Auditorio EcLeziastico que O escrevy

[f. 2] M.to Rd.o Snr.' D.or vigr.o da vara

Diz Francisco da Crus n.al da Cid.e de Granada [cor.] de Espanha f.o Leg.o de Francisco da Crus e de

Sua m.er Maria Marques q' elle Sup.e esta tratado a Cazar nesta villa p.a o q' tem banhos Cor.tes [cor.]

não pode fazer Sem mostrar banhos da Sua naturalid.e ou mostrar q' della veyo de menor id.e e Sem

impedim.to nem oCazião de o ter pellos poucos annos

P. a vm.ce Seja Serv.o admitir o Sup.te a provar ter vindo da Sua terra de menor id.e, Ser Soltr.o e

bautizado, e depor Sendo nr.o

E R M

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A. D. e J.

Costa

[f. 3] Tr.o de Depoimento

Aos trinta dias do mes de Dezembro de mil SeteSentos e Setenta e Seis annos nesta Villa de NoSsa

Senhora da Lux dos Pinhais de Curitiba em Cazas e moradas do Munto Reverendo Doutor Vigario da

vara o Padre Domingos Rodrigues Costa, onde eu Escrivão de Seu Cargo aodiante nomiado fuy vindo

e Sendo ahy apareceo prezente Francisco da Crus peSsoa bem conhecida pella propria nestes Autos,

e por elle foý dito que vinha a este Juizo a dar o Seu depoimento Como lhe foy determinado, a quem o

Reverendo Menistro deferio o juramento dos Santos Evangelhos em hum Livro delles em que pos Sua

mão direita debayxo do qual lhe encarregou que bem e fielmente dicece a verdade do que Soubece e

perguntado lhe fosse, e perguntado a elle Depoente por todo o contheudo na Sua petição // <Dito>

dice Se chama Francisco da Crus filho Legitimo de Francisco da Crus e de Sua Mulher Maria

Marques // e dice Ser natural e Baptizado na Cidade de Granada do Reino de Espanha da Freguezia

da Senhora das Angustias de Donde Sahio para o Rio Pardo e de lá para O certam desta villa e Rio

grande em cujo caminho tem andado a conduzir tropas e Boýadas // e dice mais elle depoente que da

dita Sua Patria Se tinha auzentado para este Certão como tem deposto da idade menor de des annos;

e que não tem tido rezidencia Consideravel em parte algúa Se não nesta Villa onde [ileg.] quatro

annos pouco mais ou menos tendo hoje de jdade dezoyto annos não compLetos // e dice mais elle

Depoente [f. 3v] Depoente ter Cido Batizado na Sua Freguezia Supra dita mencionada e que

Conhecia munto bem os Seus padrinhos de Baptismo que Se chamavão Lourenço Alvares em cuja

Companhia veyo para o rio Pardo, e Anna da Crus Sua thia e mulher Solteira // E perguntado mais a

elle Depoente Sobre o Seu estado dice // <dito> Ser Solteiro Livre e dezempedido que nunca fora

Cazado nem tivera firmado Esponsais Com Mulher algúa eSceptuando a contrahente Com quem

[cor.] tratado para cazar e de quem lhe não consta empedimento algum, nem tem feito votto algum de

Castidade e relegião, e nem Sabe finalmente de empedimento que haja ou tenha empedimento algum

para Cazar com a contrahente // e mais não dice, e por Ser esta a mesma verdade do que tem deposto,

e por não Saber Ler nem escrever Se aSignou Com elle Reverendo Menistro Com Seu Sinal

Custumado que he húa Crus e eu Antonio Guedes de Carvalho Escrivam deste Auditorio EcLeziastico

que o escrevy

Costa - Crus de + Francisco da Crus

Tr' de ASentada

Aos trinta dias do mes de Dezembro de mil SeteSentos e Setenta e Seis annos nesta villa de NoSsa

Senhora da Lux dos Pinhais de Curitiba em Cazas e moradas do Munto Reverendo Doutor Vigario da

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vara o Padre Domingos Rodrigues Costa onde eu Escrivam de Seu cargo aodiante nomiado fuy vindo

e Sendo ahy Se Sentou elle Reverendo Menistro Comigo Escrivão para inquirir as Testemunhas que

por parte do justificante [ileg. + - 3 pal.] [f. 4] Nos fossem aprezentadas Cujos nomes Cognomes

Naturalidades idades ditos e Custumes he o que aodiante Se Segue de que para Constar fis este Termo

de ASentada eu Antonio Guedes de Carvalho Escrivam deste Auditorio EcLeziastico que O escrevy.

T.a 1.a

Angello Manoel Machado homem Solteiro natural e Batizado digo e morador nesta Villa de Curitiba

de jdade que dice Ser de vinte e Sete annos pouco mais ou menos, que vive de Sua Lavoura

Testemunha jurada aos Santos Evangelhos em húm Livro delles em que pos Sua mão direita debayxo

do qual prometeu dizer a verdade do que Soubece e perguntado lhe fosse e do Custume dice nada // E

perguntado a elle Testemunha por todo o Contheudo na petiçao do justificante que toda lhe foy Lida e

deCLarada por elle Reverendo Menistro // <dito> dice que desde a Freguezia do Rio Pardo do Sul

onde Vio ao justificante Francisco da crus em companhia de Seu Padrinho Lourenço Alvares teve

Conhecimento do dito justeficante e Sabe Ser Solteiro e dezempedido não So por que o conheceo

naquella Freguezia ahinda de menor idade Como tãobem em Sua Companhia vir com outros piões

athe esta Villa onde tem havido dezempedido // E perguntado mais a elle Testemunha Sobre o

conheicmento dos pays do justificante // <dito> dice que não os conhecia Só Sim Ser o dito Espanhol

natural da Cidade de Granada e Sabe [f. 4v] E Sabe mais elle Testemunha Ser o justificante

Baptizado por ver falar e tratar Com Seu Padrinho Lourenço Alvares Com quem Se auzentou da Sua

Patria Sendo de menor idade por aSim o Conhecer // E perguntado mais a elle Testemunha <dito>

dice, que não Sabe Se o contrahente tem feito Votto algum de Castidade ou ReLegião nem que tenha

pormetido EsponSais a Mulher algua exceptuando a contrahente Com quem está para cazar e da

mesma Será ella Contrahente e dizendo Ser esta verdade do quem tem deposto, e mais não dice, e Se

aSignou Com elle Reverendo Menistro, e eu Antonio Gguedes de Carvalho Escrivam deste Auditorio

EcLeziastico que O escrevy

Costa - Angelo ManoeL machado

T.a 2.a

Manoel Angello de Almeyda homem Solteiro natural e morador nesta villa de Curitiba de jda idade

que dice Ser de vinte e Sinco annos pouco mais ou menos que vive de Sua Lavoura Testemunha jurada

aos Sattos Evangelhos em hum Livro delles em que pos Sua mão direita debayxo do qual lhe

encarregou elle Reverendo Menistro dicece a verdade do que Sobece e perguntado lhe fosse e do

Custume dice nada E perguntado a elle Testemunha por todo o contheudo na petiçao do justificante

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que toda lhe foy Lida e decLarada por elle Reverendo Menistro // <dito> dice que ha Seis ou Sete

annos teve Conhecimento do justificante Francisco da Crus na Freguezia do rio Pardo do Sul de

honde Veyo [ileg. + - 1 linha] [f. 5] Villa [cor. + - 2 pal.] athe o prezente e em todo este tempo o tem

conhecido Solteiro Livre e dezempedido não Só nesta villa mas tãobem na Freguezia mencionada por

Ser ahinda de menor idade // Outro Sim dice elle Testemunha Sabe que he o justificante Baptizado por

ver e Conhecer em companhia de Seu Padrinho Lourenço Alvares que aSim Chamavão em Cuja

Companhia aSestia o justificante // Outro Sim dice que não Sabe que o contrahente tenha feito votto

de Castidade ou de Relegião nem que tenha pormetido Cazamento a Mulher algúa fora da

contrahente Com quem esta tratado // e mais não dice e Se aSignou Com elle Reverendo Menistro, e

eu Antonio Guedes de Carvalho Escrivam deste Auditorio EcLeziastico que o escrevy.

Costa - ManoeL AngeLo de ALm.da

T.a 3.a

Antonio Rodrigues homem Solteiro natural e morador desta villa de Curitiba de jdade que dice Ser de

vinte annos pouco mais ou menos que vive de Sua Lavoura Testemunha jurada aos Santos Evangelhos

em hum Livro delles em que pos Sua mão direita e pormeteu dizer a verdade do que Soubece e

perguntado lhe fosse do Custume dice nada // E perguntado a elle testemunha por todo o contheudo

na petição do justificante que toda lhe foy Lida e decLarada por elle Reverendo Menistro, <dice>

dice elle Testemunha que ha tres annos Conhecera ao justificante Francisco da Cruz nesta Villa e

nunca Soube fosse Cazado nem tivece empedimento algú [f. 5v] [ileg. + - 1 linha] tido e havido por

dezempedido e Livre // Outro Sim dice ouvira dizer elle Testemunha a Ignacio Pires que O conhecera

de menor idade na Freguezia do rio Pardo Vindo da Sua Patria da qual Freguezia veyo tãobem para

os certoins desta villa, E não Sabe elle Testemunha que tenha empedimento algum para Cazarce Com

a contrahente Com quem esta tratado // e dice mais elle Testemunha que ouvira dizer ao mesmo

Ignacio Pires Ser o justificante afilhado de Lourenço Alvares, e Anna da Cruz Espanhóis // E mais

não dice e Se aSignou Com elle Reverendo Menistro e eu Antonio Guedes de Carvalho escrivam deste

Auditorio EcLeziastico que o esCrevy

Costa - An.to Roiz'

Tr' de ConcL.am

Aos trinta dias do mes de Dezembro de mil SeteSentos e Setenta e Seis Annos nesta Villa de NoSsa

Senhora da Lux dos Pinhais de Curitiba em Cazas e moradas e Escriptorio de mim Escrivam aodiante

nomiado e Sendo ahy fis estes Autos ConcLuzos ao Munto Reverendo Doutor Vigario da vara o Padre

Domingos Rodrigues Costa para nelles deferir o que lhe parecer de direito e justiça de que para

Constar fis este Termo de ConcLuzam eu Antonio Guedes de Carvalho Escrivam deste Auditorio

EcLeziastico que O escrevy

ConcL.oz

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Hey por justificada a menor id.e e baptismo do justificante a vista do Seu depoim.to, e ditos de Suas

testemunhas: a vista do q' Se junte aos autos dos Seos preparatorios p.a defeirSe. Cor.a aos 30[?] de

Dezembro de 1776

Dom.os Roiz' Costa

[f. 6] Tr.o de Data

Aos trinta dias do mes de Dezembro de mil SeteSentos e Setenta e Seis annos nesta Villa de NoSsa

Senhora da Lux dos Pinhais de Curitiba em o Escriptorio de mim Escrivam aodiante nomiado e Sendo

ahy por parte do Reverendo Doutor Vigario da Vara o Padre Domingos Rodrigues Costa me foram

dados estes Autos Com Sua Sentença retro a qual mandou Se Cumprice e goardace Como nella Se

Contem e decLara de que para Constar fis este Termo de Data eu Antonio Guedes de Carvalho

Escrivam deste Auditorio EcLeziastico que O escrevy.

Conta

P.a o R.do Min.o

Depoim.os $160

Test.as 3 $480

Sen.ca $200 } $840

Contador

Conta $080 } $080

Escr.am

T. de Aut. $080

T.o de Depoim.to $320

Test.as 3 $480

T.o de aSentada $080

T.o de Concl. e d. $042

Rubricas $024

Rasa [cor.] $420 } 1$446

Soma 2$366

o Contador Diniz

3 - Processo de: Autos de casamento

88 (1776)

Francisco da Cruz

Francisca Antonia Pereira

88 Como o processo matrimonial de Francisco da Cruz e Francisca Antonia foi analisado detalhadamente neste trabalho, realisei a transcrição da documentação para os dias atuais.

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Processo de: Autos de casamento; justificação de estado-livre, desimpedido, menoridade e batismo

(H) (1776)

. Francisco da Cruz

. Francisca Antonia Pereira

[f. 1] Número 21 1776

Juízo Eclesiástico da Vigararia da Vara da Vila de Curitiba

Autos de Casamento dos Contraentes Francisco da Cruz e Francisca Antonia

Autuação

Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil setecentos e setenta e seis anos aos trinta

dias do mês de dezembro do dito ano nesta Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba em

casas de moradas e escritório de mim escrivão adiante nomeado e sendo aí por parte dos contraentes

Francisco da Cruz e Francisca Antonia me foi apresentada a petição que adiante se mostra com o

despacho nela contido do Muito Reverendo Doutor Vigário da Vara o Padre Domingos Rodrigues

Costa em virtude do qual a tomei e autuei para o efeito que nela se declara que tudo é o que adiante

se segue de que para constar fiz este Termo de Autuação e eu Antonio Guedes de Carvalho escrivão

deste Auditório Eclesiástico que o escrevi.

[f. 2] [ilegíveis + - 4 palavras]

Dizem Francisco da Cruz e Francisca Antonia Pereira moradores desta vila que pelos preparatórios

que juntos oferecem consta estarem tratados para se receberem, e porque para poderem fazer

carecem provisão de Vossa Mercê por isto[?]

Pedem a Vossa Mercê seja servido mandar passar provisão de licença na forma do estilo no que

Receberá Mercê

Autue. Haja vista ao promotor

Costa

[f. 3] A primeira em os [ilegível] de novembro de 1776

A segunda em os [ilegível] de dezembro do dito ano.

A terceira em os 8 do dito mês

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Quer casar Francisco da Cruz, natural do Reino de Espanha da cidade de Granada filho legitimo de

Francisco da Cruz, e de sua mulher Maria Marques com Francisca Antonia Pereira natural do termo

desta vila, filha legitima de Antonio de Quadros Bicudo[?] e de sua mulher Antonia Pereira já

defuntos.

Certifico eu o Padre Manoel Domingues Leitão, vigário desta Igreja Matriz de Nossa Senhora da Luz,

da Vila de Curitiba, que eu denunciei na minha igreja os contraentes mencionados acima, nos três

dias festivos apontados acima, á estação da Missa Conventual, na forma do Sagrado Concílio

tridentino, e não me saiu impedimento algum, nem eu sei que o tenham; Item certifico que revendo os

livros dos batizados da minha igreja em hum deles a f.161[?]verso achei o assento do batismo da

contraente, cujo teor é o seguinte = Aos catorze de março de mil e setecentos e quarenta e nove anos

na Capela do Pitangui, batizou com licença do Reverendo Vigário Manoel Domingues Leitão, o dito

Padre Lourenço de Almeida, a Francisca inocente filha de Antonio de Quadros, e de sua mulher

Antonia Pereira; foram padrinhos João Baptista Pereira, e sua mulher Ana Gonçalves Meira, e para

constar fiz este assento quando remeteram a certidão que foi aos vinte e oito do mês de novembro de

mil e setecentos e cinqüenta e dois. O vigário encomendado Manoel de Figueiredo Castelo Branco e

não se continha mais no dito assento, o qual aqui trasladei bem, e fielmente do próprio livro a que me

reporto, donde passei a presente de minha letra, e sinal que todas sendo necessário juro = in verbo

Sacerdotis = Curitiba em os 14[?] de dezembro de 1776; e também sei que a contraente nunca

assistiu fora desta freguesia; Item afirmo que os contraentes confessarão, e comungarão neste ano de

1776 anos

o Vigário Manoel Domingues Leitão

[f. 3v] Reconheço a letra e firma retro ser a própria do Reverendo Vigário desta vila o Padre Manoel

Domingues Leitão e o faço por ter visto muitas vezes e ter outras semelhantes em meu poder e

cartório as quais me reporto. Curitiba 30 de dezembro de 1776

Carvalho

Termo de Vista

Aos trinta dias do mês de dezembro de mil setecentos e setenta e seis anos nesta Vila de Nossa

Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba em o escritório de mim escrivão adiante nomeado e sendo aí

fiz estes autos com vista ao promotor deste juízo o licenciado José Batista Dinis para neles responder

o que for de direito e justiça de que para constar fiz este Termo de Vista eu Antonio Guedes de

Carvalho escrivão deste auditório eclesiástico que o escrevi

Com vista ao promotor

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Não ponho duvida alguma: Vossa Mercê mandará o que for servido, e de justiça

o Promotor Dinis

[f. 4] Termo de Data

Aos trinta dias do mês de dezembro de mil setecentos e setenta e seis anos nesta Vila de Nossa

Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba em o escritório de mim escrivão adiante nomeado e sendo aí

por parte do promotor deste juízo o licenciado José Batista Dinis me foram dados estes autos com sua

resposta retro de que para constar fiz este Termo de Data eu Antonio Guedes de Carvalho escrivão

deste Auditório Eclesiástico que o escrevi.

Termo de Conclusão

E logo no mesmo dia mês e ano supra nesta Vila de Nossa Senhora da Luz de Curitiba em o escritório

de mim escrivão adiante nomeado e sendo aí fiz estes autos conclusos ao Muito Reverendo Doutor

Vigário da Vara Padre Domingos Rodrigues Costa para neles deferir o que lhe parecer de direito e

justiça de que para constar fiz este Termo de Conclusão eu Antonio Guedes de Carvalho escrivão

deste Auditório Eclesiástico que o escrevi

Conclusos

Vistos estes autos, justificação apensa de solteiro, e batismo da contraente, e resposta do promotor e

porque deles demonstram os contraentes desimpedidos, se passe provisão de licença na forma do

estilo para o Reverendo Pároco desta vila os receber, passado o tempo da proibição da Igreja e

paguem as custas excelsa[?]. Curitiba 30 de dezembro de 1776

Domingos Rodrigues Costa

[f. 4v] Termo de Data

Aos trinta dias do mês de dezembro de mil setecentos e setenta e seis anos nesta Vila de Nossa

Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba em o escritório de mim escrivão adiante nomeado e sendo aí

por parte do Reverendo Doutor Vigário da Vara o Padre Domingos Rodrigues Costa me foram dados

estes autos com sua sentença retro definitiva a qual mandou se cumprisse e guardasse como nela se

contem e declara de que para constar fiz este Termo de Data eu Antonio Guedes de Carvalho escrivão

deste Auditório Eclesiástico que o escrevi.

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Conta

Para o Reverendo Ministro

Sentença $200 } $200

Promotor, e Contador

Sua resposta $200

Conta $080 } $280

Escrivão

Termo de autuação $080

Reconhecimento $080

Termo de vista, e data $028

Termo de conclusão e data $042

Rubrica $016

Rasa $101 } $347

Soma $827

o Contador Dinis

[f. 1]Número 1776

Juízo Eclesiástico da Vigararia da Vara da Vila de Curitiba

Autos de Justificação de Estado Livre e Desimpedido, Menoridade e

Batismo de Francisco da Cruz.

Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil setecentos e setenta e seis anos, aos catorze

dias do mês de dezembro do dito ano nesta Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba em

o escritório de mim escrivão adiante nomeado e sendo aí por parte do justificante Francisco da Cruz

me foi apresentada a petição qual é a que adiante se mostra com o despacho nela conteúdo do Muito

Reverendo Doutor Vigário da Vara o Padre Domingos Rodrigues Costa em virtude do qual a tomei e

autuei para o efeito que nela se declara que tudo é o que adiante se segue de que para constar fiz este

Termo de Autuação eu Antonio Guedes de Carvalho escrivão deste Auditório Eclesiástico que o

escrevi

[f. 2] Muito Reverendo Senhor Doutor Vigário da Vara

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Diz Francisco da Cruz natural da Cidade de Granada [corroído] de Espanha filho legítimo de

Francisco da Cruz e de sua mulher Maria Marques que ele suplicante está tratado a casar nesta vila

para o que tem banhos correntes [corroído] não pode fazer sem mostrar banhos da sua naturalidade

ou mostrar que dela veio de menor idade e sem impedimento nem ocasião de o ter pelos poucos anos

Pede a Vossa Mercê seja servido admitir o suplicante a provar ter vindo da sua terra de menor idade,

ser solteiro e batizado, e depor sendo necessário

E Receberá Mercê

Autue. Direito[?] e Justiça[?]

Costa

[f. 3] Termo de Depoimento

Aos trinta dias do mês de dezembro de mil setecentos e setenta e seis anos nesta Vila de Nossa

Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba em casas e moradas do Muito Reverendo Doutor Vigário da

Vara o Padre Domingos Rodrigues Costa, onde eu escrivão de seu cargo adiante nomeado fui vindo e

sendo aí apareceu presente Francisco da Cruz pessoa bem conhecida pela própria nestes autos, e por

ele foi dito que vinha a este juízo a dar o seu depoimento como lhe foi determinado, a quem o

Reverendo Ministro deferiu o juramento dos Santos Evangelhos em hum livro deles em que pos sua

mão direita debaixo do qual lhe encarregou que bem e fielmente dissesse a verdade do que soubesse E

perguntado lhe fosse, E perguntado a ele depoente por todo o conteúdo na sua petição // <Dito> disse

se chama Francisco da Cruz filho legítimo de Francisco da Cruz e de sua mulher Maria Marques // E

disse ser natural e batizado na Cidade de Granada do Reino de Espanha da Freguesia da Senhora

das Angústias de donde saio para o Rio Pardo e de lá para o sertão desta vila e Rio Grande em cujo

caminho tem andado a conduzir tropas e boiadas // E disse mais ele depoente que da dita sua pátria

se tinha ausentado para este sertão como tem deposto da idade menor de dez anos; e que não tem tido

residência considerável em parte alguma se não nesta vila onde [ilegível] quatro anos pouco mais ou

menos tendo hoje de idade dezoito anos não completos // E disse mais ele depoente [f. 3v] depoente

ter sido batizado na sua freguesia supra dita mencionada e que conhecia muito bem os seus padrinhos

de batismo que se chamavam Lourenço Álvares em cuja companhia veio para o Rio Pardo, e Ana da

Cruz sua tia e mulher solteira // E perguntado mais a ele depoente sobre o seu estado disse // <Dito>

ser solteiro livre e desimpedido que nunca fora casado nem tivera firmado esponsais com mulher

alguma excetuando a contraente com quem [corroída] tratado para casar e de quem lhe não consta

impedimento algum, nem tem feito voto algum de castidade e religião, e nem sabe finalmente de

impedimento que haja ou tenha impedimento algum para casar com a contraente // e mais não disse, e

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por ser esta a mesma verdade do que tem deposto, e por não saber ler nem escrever se assinou com

ele Reverendo Ministro com seu sinal costumado que é uma cruz e eu Antonio Guedes de Carvalho

escrivão deste Auditório Eclesiástico que o escrevi

Costa - Cruz de + Francisco da Cruz

Termo de Assentada

Aos trinta dias do mês de dezembro de mil setecentos e setenta e seis anos nesta vila de Nossa

Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba em casas e moradas do Muito Reverendo Doutor Vigário da

Vara o Padre Domingos Rodrigues Costa onde eu escrivão de seu cargo adiante nomeado fui vindo e

sendo aí se sentou ele Reverendo Ministro comigo escrivão para inquirir as testemunhas que por

parte do justificante [ilegíveis + - 3 palavras] [f. 4] nos fossem apresentadas cujos nomes cognomes

naturalidades idades ditos e costumes é o que adiante se segue de que para constar fiz este Termo de

Assentada eu Antonio Guedes de Carvalho escrivão deste Auditório Eclesiástico que o escrevi.

Testemunha 1.a

Ângelo Manoel Machado homem solteiro natural e batizado digo e morador nesta Vila de Curitiba de

idade que disse ser de vinte e sete anos pouco mais ou menos, que vive de sua lavoura testemunha

jurada aos Santos Evangelhos em um livro deles em que pos sua mão direita debaixo do qual

prometeu dizer a verdade do que soubesse E perguntado lhe fosse e do costume disse nada // E

perguntado a ele testemunha por todo o conteúdo na petição do justificante que toda lhe foi lida e

declarada por ele Reverendo Ministro // <Dito> disse que desde a Freguesia do Rio Pardo do Sul

onde viu ao justificante Francisco da Cruz em companhia de seu padrinho Lourenço Álvares teve

conhecimento do dito justificante e sabe ser solteiro e desimpedido não só por que o conheceu

naquela freguesia ainda de menor idade como também em sua companhia vir com outros peões até

esta vila onde tem havido desimpedido // E perguntado mais a ele testemunha sobre o conhecimento

dos pais do justificante // <Dito> disse que não os conhecia só sim ser o dito espanhol natural da

Cidade de Granada e sabe [f. 4v] e sabe mais ele testemunha ser o justificante batizado por ver falar

e tratar com seu padrinho Lourenço Álvares com quem se ausentou da sua pátria sendo de menor

idade por assim o conhecer // E perguntado mais a ele testemunha <Dito> disse, que não sabe se o

contraente tem feito voto algum de castidade ou religião nem que tenha prometido esponsais a mulher

alguma excetuando a contraente com quem está para casar e da mesma será ele contraente e dizendo

ser esta verdade do quem tem deposto, e mais não disse, e se assinou com ele Reverendo Ministro, e

eu Antonio Guedes de Carvalho escrivão deste Auditório Eclesiástico que o escrevi

Costa - Ângelo Manoel Machado

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Testemunha 2.a

Manoel Ângelo de Almeida homem solteiro natural e morador nesta Vila de Curitiba de idade que

disse ser de vinte e cinco anos pouco mais ou menos que vive de sua lavoura testemunha jurada aos

Santos Evangelhos em um livro deles em que pos sua mão direita debaixo do qual lhe encarregou ele

Reverendo Ministro dissesse a verdade do que soubesse e perguntado lhe fosse e do costume disse

nada E perguntado a ele Testemunha por todo o conteúdo na petição do justificante que toda lhe foi

lida e declarada por ele Reverendo Ministro // <Dito> disse que á seis ou sete anos teve

conhecimento do justificante Francisco da Cruz na Freguesia do Rio Pardo do Sul de onde veio

[ilegível + - 1 linha] [f. 5] vila [corroídas + - 2 palavras] até o presente e em todo este tempo o tem

conhecido solteiro livre e desimpedido não só nesta vila mas também na freguesia mencionada por

ser ainda de menor idade // Outro sim disse ele testemunha sabe que é o justificante batizado por ver

e conhecer em companhia de seu padrinho Lourenço Álvares que assim chamavam em cuja

companhia assistia o justificante // Outro sim disse que não sabe que o contraente tenha feito voto de

castidade ou de religião nem que tenha prometido casamento a mulher alguma fora da contraente

com quem está tratado // e mais não disse e se assinou com ele Reverendo Ministro, e eu Antonio

Guedes de Carvalho escrivão deste Auditório Eclesiástico que o escrevi.

Costa - Manoel Ângelo de Almeida

Testemunha 3.a

Antonio Rodrigues homem solteiro natural e morador desta Vila de Curitiba de idade que disse ser de

vinte anos pouco mais ou menos que vive de sua lavoura testemunha jurada aos Santos Evangelhos

em um livro deles em que pos sua mão direita e prometeu dizer a verdade do que soubesse e

perguntado lhe fosse do costume disse nada // E perguntado a ele testemunha por todo o conteúdo na

petição do justificante que toda lhe foi lida e declarada por ele Reverendo Ministro, <Dito> disse ele

testemunha que á três anos conhecera ao justificante Francisco da Cruz nesta vila e nunca soube

fosse casado nem tivesse impedimento algum [f. 5v] [ilegível + - 1 linha] tido e havido por

desimpedido e livre // Outro sim disse ouvira dizer ele testemunha a Inácio Pires que o conhecera de

menor idade na Freguesia do Rio Pardo vindo da sua pátria da qual freguesia veio também para os

sertões desta vila, e não sabe ele testemunha que tenha impedimento algum para casar-se com a

contraente com quem está tratado // E disse mais ele testemunha que ouvira dizer ao mesmo Inácio

Pires ser o justificante afilhado de Lourenço Álvares, e Ana da Cruz espanhóis // E mais não disse e

se assinou com ele Reverendo Ministro e eu Antonio Guedes de Carvalho escrivão deste Auditório

Eclesiástico que o escrevi

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Costa - Antonio Rodrigues

Termo de Conclusão

Aos trinta dias do mês de dezembro de mil setecentos e setenta e seis anos nesta Vila de Nossa

Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba em Casas e moradas e escritório de mim escrivão adiante

nomeado e sendo aí fiz estes autos conclusos ao Muito Reverendo Doutor Vigário da Vara o Padre

Domingos Rodrigues Costa para neles deferir o que lhe parecer de direito e justiça de que para

constar fiz este Termo de Conclusão eu Antonio Guedes de Carvalho escrivão deste Auditório

Eclesiástico que o escrevi

Conclusos

Hei por justificada a menoridade e batismo do justificante a vista do seu depoimento, e ditos de suas

testemunhas: a vista do que se junte aos autos dos seus preparatórios para deferir-se. Curitiba aos

30[?] de dezembro de 1776

Domingos Rodrigues Costa

[f. 6] Termo de Data

Aos trinta dias do mês de dezembro de mil setecentos e setenta e seis anos nesta Vila de Nossa

Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba em o escritório de mim escrivão adiante nomeado e sendo aí

por parte do Reverendo Doutor Vigário da Vara o Padre Domingos Rodrigues Costa me foram dados

estes autos com sua sentença retro a qual mandou se cumprisse e guardasse como nela se contêm e

declara de que para constar fiz este Termo de Data eu Antonio Guedes de Carvalho escrivão deste

Auditório Eclesiástico que o escrevi.

Conta

Para o Reverendo Ministro

Depoimentos $160

Testemunhas 3 $480

Sentença $200 } $840

Contador

Conta $080 } $080

Escrivão

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Termo de autuação $080

Termo de depoimento $320

Testemunhas 3 $480

Termo de assentada $080

Termo de conclusão e data $042

Rubricas $024

Rasa [corroído] $420 } 1$446

Soma 2$366

o Contador Dinis

4 - Processo de: Autos de casamento (1776)

Luis de Souza de Menezes Francisca Moreira do Sacramento Dispensas Matrimoniais - Curitiba

Processo de: Autos de casamento; justificação de batismo e menoridade (H) (1778)

. Luis de Souza de Menezes

. Francisca Moreira do Sacramento

[f. 1] N. 21 [cor.]

Juizo EcLeziastico da Vigararia da Vara da Villa de Curitýba

Autos de Cazamento entre

partes Luiz de Souza

de Menezes e Francisca

Moreira do Sacramento

Autuação

Anno do Nacimento de NoSso Senhor Jezus christo de mil SeteSentos Setenta e oito aos vinte e Sete

dias do mes de Fevereiro do dito anno nesta Villa de NoSsa Senhora da Lus dos Pinhais de Curityba

em Cazas de morada e escritorio de mim escrivão aodiente nomeado e Sendo ahý me foý dada húa

petição por parte de Luis de Souza de Menezes e Francisca Moreira do Sacramento, que he a que

aodiente Se mostra Com o despacho nella posto Como Se ve do Muito Reverendo Doutor Vigario da

Vara o Padre Domingos Rodrigues Costa em virtude do qual despacho a tomei para lhe autuar e

proceSsar estes autos de Seo Cazamento e huns Banhos desta Villa Com certidão do Muito Reverendo

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Vigario o Padre Domingos Rodrigues Costa e tudo o que aodiente Se Segue de que tudo para Constar

fis esta autuação eu Antonio Joze de Andrade escrivão deste Auditorio Ecleziastico que o escrevy

[f. 2] [ileg. + - 4 pal.]

Dis Fran.ca Morera do Sacramento que estâ Comtratada para Cazarce Com Luis de Souza de

Menezes, e Como tem Justificado o Seo Batismo, e menor idade que Se a de achar no cartorio desta

Villa

P. a vm. Seja Servido mandar que ce ajunte aos autos dos Seos preparatorios, e tambem mandaSe

paSsar Sua provizam de Licenca na forma do estilo

E. R. M.

Junta a Justificação aos autos dos Seos Preparatorios, e Com rep.ta do Prom.or venhão concl.os Cor.a

aos 25[?] de Fevr.o de 1778

Costa

[f. 3] [cor. + - 4 pal.]

Costa

Com o Favor de Deos quer Cazar [cor.] de Souza de Menezes filho Ligitimo de Luis de Souza de

Menezes ja defunto e de Sua [cor.] Maria do Rozario da Comceyção Bautizado [cor.] freguezia desta

villa Com Francisca Mor.a do Sacramento filha Ligitima de Caetano Mor.a [cor.] e de Sua mulher

Maria Correa da Silva natural e Batizada na freguezia de Santo An.to do [cor.] da piedade da Camp.a

do rio verde com [cor.] do rio das mortes, do bispado de marianna e ambos os Contraentes

moradores e freguezes desta freguezia de Nosa Senhora da Lus dos pinhais de Curitiba

Forão Canonicam.te denunciados, e não reSultou impedim.to algú nem eu [cor.] q' o [cor.]. Em hú dos

Livros dos baptizados nesta Igreja Se acha o aSsento [cor.] Contr.e Com o teor Seg.te Aos dezoito dias

do mes de Agosto de mil SeteSentos Cincoenta e Sete annos nesta Igreja Matris de NoSsa Senhora da

Lus da Villa de Coritiba baptizei e pus os Santos oleos a Luis innocente filho de Luis de Souza de

Menezes e de Sua molher Maria do Rozario neto pela parte paterna de Diogo de Souza de Menezes, e

de Sua m.r Luiza[?] Maria[?] naturais de San Tiago[?] [ileg.] ArceBisp.o de Braga, e pela materna[?]

neto de Francisco [cor. + - 3 pal.] Freg.a de San Tiago de Lustoza termo da Cid.e do Porto ArceB.o de

Braga[?] e de Sua m.er Maria Soares de [cor.] n.al da vila de Mogi das Cruzes Bisp.o da cidade de S.

Paulo. Forão Padr.os Fran.co Martins Lustoza e Maria Igna.ca[?] de Jezus[?] m.er de Manoel Ferr.a

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valongo todos moradores desta Freg.a: nasceo aos Catorze de Julho do d.o anno e p.a constar fis este

aSento no mesmo dia e era vt Supra O Vigr.o M.el [cor.] Leitão = E não Se continha[?] mais no d.o

aSento eu aqui fielm.te tresladei. Os [cor.] Satisfizerão os Preceitos da Quaresma proxima paSada

nesta v.a [cor. + - 4 pal.] verd.a, [ileg.] o Certefico, e juro aos Santos Evagelhos. [cor. + - 4 pal.]

O Vigr.o Dom.os Roiz' Costa

[f. 3v] ReconheSso a Letra e firma Supra Ser a propria do Muito Reverendo Vigario desta Villa, e o

faSso por ter Visto muitas Vezes e ter outras em meo poder e Cartorio as Coais me reporto Curityba

27 de Fevr.o de 1778

Andr.e

[costa um termo riscado pelo próprio escrivão]

[f. 4] Tr.o de Vista

Aos vinte, e oito dias do mes de Fevereiro de mil SeteSentos Setenta, e oito annos nesta villa de NoSsa

Senhora da Luz dos Pinhais de Curitýba em Cazas de morada e escritorio de mim escrivão aodiente

nomeado e Sendo ahy fis estes autos Com vista ao Promotor do Juizo o Alferes João Baptista Dinis

para responder Como lhe parecer de direito e justiSsa de que tudo para Constar fis este Termo de

Data eu Antonio Joze de Andrade escrivão deste Auditorio EcLeziastico que o escrevy

Vista ao Promotor

ao 28 de Fevr.o de 1778

Fiat justitia

o Prom.or Diniz

Tr.o de Data

Aos vinte e oito dias do mes de Fevereiro[?] de mil SeteSentos e Setenta e Oito annos nesta Villa de

NoSsa Senhora da Lus dos Pinhais de Curitýba em Cazas [cor.] e escritorio de mim escrivão [cor.]

nomeado e Sendo ahý me forão [cor.] estes autos Com a reposta do [f. 4v] [ileg. + - 2 linhas] eu

Antonio Joze de Andrade escrivão deste Auditorio Ecleziastico que o escrevy

Tr.o de ConcL.am

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Aos vinte e oito dias do mes de Fevereiro de mil SeteSentos Setenta e oito annos nesta Villa de NoSsa

Senhora da Luz dos Pinhais de Curityba em Cazas de morada, e escritorio de mim escrivão aodiente

nomeado, e Sendo ahý fis estes Autos Comcluzos ao Muito Reverendo Senhor Doutor Vigario da Vara

o Padre Domingos Rodrigues Costa para nelles Sentencear Como lhe parecer de direito e justiSsa do

que para Constar fis este Termo de Data eu Antonio Jozé de Andrade escrivão deste Auditorio

Ecleziastico que o escrevý

CL.os

V.tos estes Autos, Jstificação apenSa de bap.o e menor [cor.] da Contr.e, para q' delles Se mostraSe[?]

os ditos Contr.es [cor. + - 3 pal.] Prov.am de licença na forma do [cor. + - 3 pal.] Se receberem nesta

Igreja Matris onde São [cor.] e paguem as Custas V.a de Cor.a aos 28 de Fevr.o de [cor.]

Dom.os Roiz' Costa

Tr.o de Data

Aos vinte e oito dias do mes de Fevereiro[?] de mil SeteSentos e Setenta e oito annos [f. 5] [cor. + - 2

linhas] e escritorio de mim escrivão aodiente nomeado; e Sendo ahý por parte do Muito Reverendo

Doutor Vigario da Vara o Padre Dommingos Rodrigues Costa me foý dado estes audos Co a Sua

Sentença definitiva que mandou Se CumpriSse e goardace Como nella Se Comtem, e declara de que

para Constar fis este Termo de Data eu Antonio Jozé de Andrade escrivão deste Auditorio

Ecleziastico que o escrevý

Conta

P.a o R. Min.o

Sua Sentença $200 $200

Prom.or e Cont.

Sua resposta $200

Conta $080 } $280

o Escr.am

Aut. $080

Reconhecim.to $080

T.o de vista, e data $028

T.o de Concl.am e d. $042

rubricas 5 $020 $352

raza $102 Soma $832

o Contador Diniz

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[f. 1] N. [cor.]

Juizo Ecleziastico da Vigararia

da vara da V.a de Curitýba

Autos de Justificação de

Baptismo, e menor Idade de

Francisca Moreýra do Sacram.to

Autuação

Anno do NaSsimento de NoSso Senhor JESUS christo de mil SeteSentos Setenta, e oito annos nesta

villa de NoSsa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitýba em Cazas de morada, e escritorio de mim

escrivão aodiente nomeado, e Sendo ahý acheý esta Justificação no Cartorio, de Baptismo menor

Idade da Contrahente Francisca Moreira do Sacramento, e Como achei Sem autuação a petição que

aodiente Se mostra autuhei a bem de meo officio pello despacho que Digo do Muito Reverendo

Francisco de Meýra CallaSsa Vigario da Vara que então era, e de que tais[?] para Constar fis esta

autuação eu Antonio Joze de Andrade escrivão deste Auditorio Ecleziastico que o escrevy

[f. 2] [cor. + - 3 pal.]

Diz Francisca Moreyra do Sacramento f.a Legitima de Caetano Moreyra de Abreu[?] e de Maria

Corr.a da S.a q' Sendo baptizada [cor.] Arr.al da Campanha do Rio Verde [cor.] de Santo Antonio de

val de Pied.e, Se [cor. + - 2 pal.] com seus Pays de m.to tenra id.e para a v.a de Coretiba[?] donde athe

agora existe, e porq' tendo Seu[?] Pay procurado Cert.am do Seu baptismo lhe [cor.] tem vindo por

não aparecer talvez por descazo[?] do R. Vigario daquele tempo como Suçede em Frg.as creadas de

novo, como era aq.la, e os Padrinhos[?] da Sup.e, q' forão Antonio Leme do Prado [cor.] de JESUS

Soares, m.er q' foy do P.dor mor [cor.] Miz' Lustoza, ja São falecidos; quer a [cor.] P.do[?] mór, e mais

pessoas q' Sabem do baptismo da Sup.e, e da menorid.e em q' veyo p.a a v.a de [cor.] deponhão, e

justeficado Se conçerve no juizo[?] de vm.e p.a a todo tempo q' lhe for nr.o p.a o q'

P. a vm' Seja Serv.o mandar passar md.o[?] de Comissão p.a o R.do da v.a de Cor.a lhe inquirir Suas

test.as

E. R. M.

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P. mand.o de CommiSsão p.a o R.do Vigr.o de Coriytyba inquirir as test.as da Sup.te, respeito ao Seo

baptismo, e menor idade com q' veio[?] de Sua patria[?] [cor. + - 2 pal.] de Março de 1776[?]

CallaSsa

[f. 2v] [cor. + - 2 linhas]

Mando ao R.o vigario da Villa de Curitiba, que Sendolhe este meu mandado de Comissão

aprezentado, indo por mim aSignado e Sellado com o Sello deste Juizo, ou Sem elle ex cauSa em Seu

comprimento, Sendo com o escrivão depotado das Commissoens deste Juizo, mandarâ hir à Sua

prezença as Testemunhas que por parte da Justificante lhe forem aprezentadas [cor.] diferindo a cada

húa de per sý o juram.to dos Santos Evangelhos em hum Livro delles em que porão suas mãos direytas,

Sob cargo do qual lhe encarregará digão a verdade do que souberem, e perguntadas lhes for; e

depois de dizem[?] ao custume [cor.] delle, exactam.te as inquira por todo o contheudo na p.am retro

da mesma Justificante, e dando cada húa dellas, em tudo, a razão do seo dizer e saber asignarão os

seus juramentos com elle o M.o R.do Vigario, e o Sumario que se fizer, fexado e lavrado na forma do

estillo, [cor.] fara remeter neste Juizo, a entregar ao escrivão que este escreveo[?], p.a nelle se diferir

como parecer justiça. Dado e passado nesta Villa de Parnaguá sob meu Signal e Sello deste Juizo

[cor.] de Março de 1772 annos. E eu Luis Lopes [cor.] escrivão deste auditorio Ecleziastico que o

escrevy

Fran.co de Meyra CallaSsa

Xan.ca 320

[ileg.] e S. 190

Dacta[?] 640

Reg.to 80[?]

1180

Reg.do no L.o delles a f.138 Parn.a 18 de Mr.co de 1772

Coutt.o

VSS. Ex cauSa

CallaSsa

[ileg. + - 2 linhas]

[f. 3] ACentada

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Aos quinze dias do mes de Abril de mil Setecentos e Setenta e dous annos nesta villa de NoSa Senhora

da lus dos pinhais de Coriytyba em Cazas e moradas do Reverendo Vigario, e Juiz ComiSsario o

Padre Manoel Domingues Leytam honde eu esCrivão aodiante nomeado fui Vindo para effeito de

Com elle Reverendo Serem perguntadas e imqueridas as testemunhas que por parte da justeficante

Francisca Moreira do SaCramento forão aprezentadas, as quais forão Emqueridas por elle

Reverendo, e noteficadas por mim esCrivão de que Seos nomes Cognomes naturalidades moradias

estados officios jdades costumes dittos he tudo o que aodiante Se Segue e eu Joze Pedro da Costa

esCrivão deputado das Comições deste Juizo que o esCrevy

O Guarda Mor Francisco Martins Lustoza natural da fregezia de Sao Tiago de Lustoza termo do

porto arcebispado de Bragua e por hora estante nesta villa Veuvo que vive de minerar de jdade que

disse Ser de Secenta annos pouco mais Ou menos testemunha a quem elle Reverendo deferio o

juramento dos Santos eVangelhos em hum Livro delles em o qual pos Sua mõ direjta e lhe

emCarregou que debaixo do juramento que havia recebido depuzese toda a verdade que Soubece, e

que perguntado lhe foce, ao que elle testemunha debaixo do juramento que recebido havia aSim o

prometeo cumprir de a tudo responder o que na verdade Soubese e de Costume disse nada. E

perguntado elle testemunha [cor. + - 1 linha] [f. 3v] [ileg. + - 1 linha] que toda lhe foi lida e

declarada por elle Reverendo: <D.o> DiSse elle testemunha que Conhece muyto bem a Justeficante

Francisca Moreira do Sacramento; e que he filha Legitima de Caetano Moreira de Abreu e de Sua

molher Maria[?] Correa da Silva, e que hé natural do Arajal da Campanha do Rio verde, da

freguezia de Santo Antonio de val da piedade honde fora batizada pello Reverendo Padre João

Bernardo da Costa que neSe tempo hera vigario da sobreditta fregezia; e que forao Padrinhos

Antonio Leme do prado e Maria de Jezus do pra digo Maria de Jezus Soares molher delle testemunha

moradores no referido Araýal, e que a justeficante tem de jdade Vinte e Sete annos para vinte e ojto

annos, e que viera de Sua patria de jdade de sinco annos e tres mezes para esta fregezia em

Companhia de Seos Paýs e a razao de tudo que tem deposto he porque elle testemunha neSe tempo

hera morador no ditto Arajal e Vio batizar a ditta justificante e Com ella e em Companhia de Seos

Pays Viera para esta fregezia; e al não disse que sendolhe Lido a elle testemunha Seo ditto disse estar

na mesma forma que deposto havia e Se aSignou com elle Reverendo e eu Joze Pedro da Costa

esCrivão deputado das Comisoes deste Juizo que o esCrevy

Leytão[?] - Fran.co Miz' Lustoza

Antonio Martins Lustoza natural da Villa de Mogý Santa Anna das Cruzes, e por hora estante nesta

Vila que vive de minerar e cazado de jdade que diSe Ser de quarenta[?] e hum annos pouco firmeza

testemunha [cor.] elle Reverendo [ileg. + - 1 linha] [f. 4] [cor. + - 3 pal.] no qual pos Sua [cor. + - 2

pal.] e lhe encarregou elle Reverendo que [cor.] do juramento que recebido havia depuzese toda a

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verdade do que soubece e que perguntado lhe fose ao que elle testemunha debaixo do juramento que

recebido havia aSim o prometeo Cumprir e de a tudo responder o que na verdade Soubece e que

perguntado lhe fosse; e de Costume disse nada: E perguntado elle testemunha pello comtehudo na

petição da justeficante que toda lhe foj Lida e declarada por elle Reverendo <D.o> DiSse elle

testemunha que Conhece muyto bem a justificante Francisca Moreira do SaCramento e que he filha

Legitima de Caetano Moreira de Abreu e de Sua molher Maria Correa da Silva e que he natural do

Arayal da Campanha do Rio Verde da fregezia de Santo Antonio de Val da piedade honde fora

bautizada pello Reverendo Padre Joao Bernardo da Costa que neSe tempo servia de vigario na

Sobredita fregezia, e que haviao Servido de padrinhos Antonio Leme do prado, e Maria de Jezus

Soares Mý delle testemunha todos moradores que forão no referido Arayal e que Sabe em Como a

justeficante ao prezente terá de jdade Vinte e Sete para Vinte e ojto annos, e que a justeficante viera

de Sua patria para esta freguezia de jdade de Sinco annos e tres mezes em Companhia delle

testemunha e de Seoz Pays e a razão de Seo ditto he porque elle testemunha foi morador no referido

Arayal e está certto em tudo quanto tem deposto, por ser a mesma verdade, e al não diSse, que

sendolhe Lido a elle testemunha Seo ditto disse estar na mesma forma que deposto havia e Se aSignou

com elle Reverendo e eu Joze Pedro da Costa esCrivão que o esCrevy

[cor. + - 1 linha]

[f. 4v] Manoel Ferreira Valongo natural da fregezia de Santo Andre[?] do Sobral termo de Aguiar de

Souza bispado do Portto, e por hor estante nesta Villa e nella Cazado que Vive de minerar de jdade

que disse Ser de quarenta e Seis annos pouco mais ou ou menos testemunha a quem elle Reverendo

deferio o juramento dos Santtos evangelhos em hum Livro delles em o qual pos Sua mão direjta, e lhe

emCarregou que debaixo do juramento que recebido havia depuzese toda a Verdade do que Soubece e

que perguntado lhe foce; ao que elle testemunha debaixo do juramento que recebido havia o aSim o

prometeo cumprir e de a tudo responder o que na verdade Soubece e que perguntado lhe fose: e de

Costume disse nada.

E perguntado elle testemunha pello comtehudo na petição da justeficante Francisca Moreira

do Sacramento que toda lhe foj Lida e declarada por elle Reverendo: <D.o> DiSse elle testemunha

que conhece muyto bem a justeficante e que he filha Legitima de Caetano Moreira de Abreu e de Sua

molher Maria Correa da Silva e que he natural do Arajal da Campanha do Rio Verde da freguezia de

Santto Antonio de Val da Piedade, e que Sabe tambem por aSim o ouvir geralmente dizer,

principalmente ao Sogro delle testemunha O guarda mor Francisco Martins Lustoza em Como a

justeficante fora bautizada na referida freguezia ditta pello Reverendo Padre Joao Bernardo da Costa

que nese tempo hera Vigario na tal freguezia e que haviao Servido de Padrinhos [cor.] justeficante

hum Antonio Leme do prado e Maria de Jezus Soares Sogra delle testemunha todos moradores que

forão no referido araýal [ileg. + - 1 linha] [f. 5] [cor. + - 2 linhas] de Sua patria para esta freguezia

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de jdade de Sinco annos e tres mezes em Companhia delle testemunha Seo Sogro; e Paýs della

justeficante e a razão de seo ditto e tudo que tem deposto he porque elle testemunha aSim o ouvir

geralmente dizer e na mesma forma o Ser certo tudo o que tem deposto, e Conheser muyto bem tanto a

justeficante como a Seos Paýs e o vir em Companhia della justeficante para esta freguezia, a al não

disse que Sendolhe Lido a elle testemunha Seo ditto disse estar na mesma forma que deposto havia e

Se aSignou Com elle Reverendo e eu Joze Pedro da Costa esCrivão deputado das Comiçoes deste

Juizo que o escrevy

Leytam - ManoeL Ferr.a Vallongo

Termo de imserram.to e de remesa

Aos quinze dias do mes de Abrtil de mil e Setecentos e Setenta e dous annos nesta Villa de NoSsa

Senhora da lus dos pinhaes de Coriytyba e em Cazas e moradas do Reverendo Vigario e Juiz

ComiSsario o Padre Manoel Domingues Leytam honde eu esCrivão aodiante nomeado fui Vindo, e

Sendo ahy fis remeSa desta justeficacão e emSerramento della Com o numero de tres testemunhas e

mais doCumentos a ella junto de que de tudo para aSim Constar fis este termo de imSerramento e

remeça eu Joze Pedro da Costa esCrivão deputado das Comiçoes deste Juizo ecleziastico que o

esCrevy

[f. 5v] [cor. + - 1 linha]

# do tr.o de aprezentação 144[?]

# do tr.o de Juram.to 320

# do tr.o de assentada 080

# de tres testemunhas 480

# do tr.o de inserram.to 014

# Raza 337[?]

Soma Salvo erro 1248[?]

Leytam

P.a o Rd.o Juiz ComiSsr.o

Do tr.o de aprezentação 160

Do tr.o de Juram.to 160

De tres test.as 480

Da Conta 80

880

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Tr.o de ComCL.am

Aos Vinte, e Sete dias do mez de Fevereiro de mil SeteSentos Setenta, e oito annos nesta Villa de

NoSsa Senhora da Luz dos Pinhais de Curityba em Cazas de morada, e escritorio de mim escrivão

aodiente nomeado, e Sendo ahý fis estes autos de justificação comCLuzos ao Muito Reverendo Senhor

Doutor Vigario da Vara o Padre Domingos Rodrigues Costa para nelles [f. 6] [cor. + - 1 linha] e

justiSsa de que tudo para Constar fis este Termo de Comcluzão eu Antonio Jozé de Andrade escrivão

deste Auditorio Ecleziastico que o escrevy

CL.os

Julgo provados o Bap.to; e menor idade da Justificante Francisca Mor.a do Sacram.to pelos ditos das

Suas testem.as, e [cor. + - 2 pal.] DeSelhe Seo instum.to pelas vias q' pedir e pague as Custas ex cauSa.

Cor.a aos 27 de Fevr.o de 1778

Dom.os Roiz' Costa

Tr.o de Data

Aos vinte e Sete dias do mez de Fevereiro de mil SeteSentos Setenta, e oito annos nesta villa de NoSsa

Senhora da Luz dos Pinhais de Curitýba em Cazas de morada e escritorio de mim escrivão aodiente

nomeado, e Sendo ahý por parte do Muito Reverendo Doutor Vigario da Vara o Padre Domingos

Rodrigues Costa me foy dado estes auttos de Justificação Com a Sua Sentença que mandou Se

CumpriSse e goardace Como nella Se Comtem e declara do que para Constar fis este Termo de Data

eu Antonio Joze de Andrade esCrivão deste Auditorio Ecleziastico que o escrevý

[f. 6v] Conta

P.a o R.do Min.o

Sentença $200 $200

Escr.am

Busca $360

Aut. $080

T.o de Concl.am $042 } $502[?]

rubricas 6 $024

raza $046

Contador

Conta $080 $080

Soma $832

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5 - Processo de: Autos de casamento (1777) João Rodrigues Martins Maria Moreira Leme Dispensas Matrimoniais - Curitiba

Processo de: Autos de casamento; justificação de batismo e menoridade (M) (1778)

. João Rodrigues Martins

. Maria Moreira Leme

[f. 1] 1778

N. Juizo EcLeziastico da Vigararia da Vara da V.a de Cur.a

Auto de Cazamento Entre partes João Roiz Miz'

e Maria Moreyra Leme

Autuação

Anno do Nacimento de Nosso Senhor JESUS christo de mil SeteSentos Setenta, e oito annos aoz vinte

e trez dias do mez de Junho do dito anno nesta Villa de Nosa Senhora da Luz doz Pinhaiz de Curitýba

em Cazaz de morada e esCristorio de mim EsCrivão aodiente nomeado, e Sendo ahý por parte de

João Rodrigues Martinz, e Maria Moreýra Leme me foy aprezentada hua Sua petição Coal he a que

aodiente Se mostra Com o despacho nella como Se ve do Muito Reverendo Doutor Vigario da Vara o

Padre Domingos Rodrigues Cozta para lhe autuar e proceSsar estes autos de Seo Cazamento e Seus

banhos desta Villa [cor. + - 3 linhas] [f. 1v] [ileg. + - 2 linhas] Com Certidão do Muito Reverendo

Vigario o Padre João da Silva reiz, e tudo o que aodiente Se Segue do que tudo para Constar fiz este

termo de Autuação eu Antonio Jozé de Andrade Escrivão deste Auditorio Ecleziastico que o escrevý

[f. 2] R. S.r D.or [cor.]

Diz João Roiz.' Miz.' q' pellos perparatorios juntos mostra estar contratado p.a cazarse com Maria

Moreyra Leme e p.a o poder fazer carece Licença de vm.ce

P. a vm.ce Seja Servido mandarlhe[?] paçar provizão de Licença na[?] forma Requerida

E. R. M.

A. haja v.ta ao Prom.or

Costa

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[f. 3] Fiados aos 21 de Julho de 1778

Costa

Com favor de D.s quer Cazar João Rodrigues Miz' filho Legitimo de Maximo Rodrigues ja defunto e

Sua may Maria MadaLena de Gois, Com Maria Moreira Leme filha Legitima de Escolastica [cor.] e

de Pay emCognito a Comtraente natural e Batizada na V.a de SoroCaba e os comtrahentes moradores

na freguezia de S. Antonio da Lapa Bispado de S. PauLo.

Forão Canonicam.te denunciados e não reSultou impedim.to algú nem eu o Sei q' o tenhão [cor.] hú dos

livros dos baptizados desta Igreja Matris [ileg.] aSento [ileg.] o do Contr.e [ileg.] teor he o Seg.te =

Aos vinte dois do mes de Junho de mil Setecentos [cor. + - 2 pal.] annos nesta Igreja Matris de NoSsa

Senhora da Lus da vila de Curitiba [cor. + - 2 pal.] pus os Santos oleos a João innocente filho de

Macimo Rodrigues e de Sua [cor.] Maria de Gois. Forão Padrinhos João Rodrigues de Siqueira, e

Maria de Oliveira[?] Roza casada com Miguel de Faria todos naturais, e moradores desta Freguezia

nasceo[?] aos vinte e dous do dito mes. E para constar fis este aSsento no mesmo dia, e era vt Supra

= o vigr.o Manoel Domingues Leitão = E não Se Contem mais no d.o aSsento [cor.] eu aqui fielm.te o

trasladei e Não mes consta de mais [cor.] dos Contr.es / Se não [cor.] partes nestes nomeadas. Tudo he

verd.e q' certifico, e juro aos Santos Evangelhos [cor.] de Cor.a aos 22 de Junho de 1778.

O Vigr.o Dom.os Roiz' Costa

[f. 3v] ReconheSso a letra, e firma Supra Ser a propria do R.do vigario desta Villa, e o faSso por ter

Visto muitas vezez e ter outraz em meo poder, e Cartorio [cor.] me reporto Curitiba 22 de Junho de

1778

Andr.e

[f. 4] A ultima foy aos 11 de Janr.o de 1778

Quer Cazar João Roiz.' Miz.' natural da v.a de Curitiba f.o ligitimo de Maximo Roiz.' de [cor.] e de

Maria Magdalena de Goez Com Maria Moreira Leme f.a de Escolastica Machada natural da v.a de

Sorocaba ambos moradores nesta Freg.a de S. Ant.o da Lapa.

Com tres admoestaçoins Canonicas Como [cor.] o Sagrado ConSilio Tridentino, e Constituição [cor.]

Bispado denunciey aos Contrahentes Supra nomiados[?], e ninguem me descubrio impedimento

algum e nem eu athê o prezente o Sey. Item Certifico que os contrahentes São meus freguezes e

Satisfizerão os preceytos do anno preterito de 77, e não Sey q' [cor.] rezidido, Se não nesta Freg.a e na

villa de Curytiba[?] de q' paço a prezente jurada aos Santos Evangelhos Freg.a de S.o Antonio da Lapa

aos 11 de Janeyro de 1778.

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o vigr.o João da Sylva [cor.]

[f. 4v] ReconheSso a Letra, e firma Supra Ser a propria do R.do vigario da Freguezia de Santo

Antonio da Lapa, e o faSso por ter visto muitas vezes, e ter outras em meo poder, e Cartorio as quais

me reporto Curitýba 22 de Junho de 1778

Andr.e

Tr.o de Vizta

Aos vinte e douz diaz do mez de Junho de mil SeteSentoz Setenta e oito annoz nesta villa de NoSsa

Senhora da Luz doz Pinhaiz de Curityba em Cazas de morada e esCritorio de mim Escrivão aodiente

nomeado e Sendo ahý fis estes autoz Com Vista ao Promotor para digo ao Promotor do Juizo para

nelles responder Como lhe parecer de direito e justiSsa de que tudo para Constar fis este termo de

Vista eu Antonio Joze de Andrade Escrivão deste Auditorio Ecleziastico que o escrevý

Vista ao Promotor aoz [ileg.] de Junho de 1778

[ileg. + - 1 linha]

[f. 5] Tr.o de Data

Aos vinte douz diaz do mez de Junho de mil SeteSentoz Setenta e oito annoz nesta villa de NoSsa

Senhora da Luz dos Pinhaiz de Curitýba em Cazas de morada e esCritorio de mim EsCrivão aodiente

nomeado e Sendo ahý me forão tornado estez autoz Com a resposta do Promotor Como Se ve de que

tudo para Constar fiz este termo de Data eu Antonio Jozé de Andrade EsCrivão deste Auditorio

Ecleziastico que o escrevý

Tr.o de ComCL.am

Aoz vinte, e douz diaz do mez de Junho de mil SeteSentoz Setenta e oito annoz nezta villa de NoSsa

Senhora da Luz doz Pinhaiz de Curitýba em Cazaz de morada e esCritorio de mim Escrivão aodiente

nomeado e Sendo ahý fiz eztes autoz Comcluzoz ao Muito Reverendo Senhor Doutor Vigario da Vara

o Padre Domingoz Rodriguez Cozta para nelles Sentenciar Como lhe parecer de direito e justiSsa de

que [cor.] para [f. 5v] [ileg. + - 2 linhas] EsCrivão deste Auditorio Ecleziaztico que o escrevý

CL.oz

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V.tos estes Autos, Justificação apenSa, e rep.ta do Prom.or Avaliado[?] a distancia PaSe provizão e

licenca p.a o R.do Par.o de Santo An.to da Lapa Receber aos Contr.es Seos freguezes depois de Serem

novam.te [cor. + - 2 pal.] Freg.a visto Serem paSados tempo de dous mezes, e[?] Constandolhe tere'

cumprido com o preceito annual do pr.e anno, pois dos preparatorios juntos Se mostrão [cor.] outro

impedim.to e pague as Custas. Cor.a aos 22 de Junho[?] de 1778

Dom.os Roiz' Costa

Tr.o de Data

Aoz vinte douz diaz do mez de Junho de mil SeteSentoz Setenta e oito annos nesta Villa de NoSsa

Senhora da Luz doz Pinhaiz de Curitýba em Cazaz de morada, e esCritorio de mim EsCrivão aodiente

nomeado e Sendo ahý por parte do Muito Reverendo Doutor Vigario da Vara o Padre Domingoz

Rodriguez Cozta me forão dados estez autoz Com a Sua SentenSsa [ileg.] Como Se ve de que tudo

para Constar fiz ezte termo de Data eu Antonio Jozé de Andrade EsCrivão deste Auditorio [cor. + - 1

linha]

[f. 6] Conta

Min.o

Sen.ca 100

Conta 80 } 180

Prom.or

Sua rep.ta 200 } 200

Escr.am

Aut. 80

reconhec. 160

Term. de v.ta e d. 28

Comcl. e d. 42

rubr. 22[?]

raza 106[?] } 440

8200[?]

Costa

[f. 1] [cor.]

N. 7 Juizo Ecleziastico da

Vigararia da Vara da V.a de Cor.a

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Autos de Justificação de

Maria Moreýra Leme de

Seo Baptismo menoridade e de

Cazamento Com João Roiz Miz.'

Autuação

Anno do Nacimento de Nosso Senhor JESUS christo de mil SeteSentoz Setenta e oito annos nesta villa

de NoSsa Senhora da Luz doz Pinhais de Curitýba em Cazas digo aos vinte, e dous dias do mez de

Junho do dito anno em Cazas de morada e esCritorio de mim Escrivão aodiente nomeado, e Sendo

ahý por parte de Maria Moreýra Leme me foý aprezentada a Justificação inquirida[?] pello

Reveredndo Vigario da Freguezia de Santo Antonio da Lapa o Padre João da Silva Rois a qual

justificação autuhei para fazer ComCLuzoz ao Muito Reverendo Doutor Vigario da Vara o Padre

Domingoz Rodrigues Costa para [cor. + - 2 linhas] [f. 1v] [ileg. + - 2 linhas] Andrade Escrivão deste

Auditorio Ecleziastico que o escrevý

[f. 2] Aprezentação de hu mandado de CommiSão do Juizo Ecleziastico da V.a de Coritiba a favor de

maria moreira Lemes

Aos des dias do mes de Janr.o de mil e SeteSentos e Setenta e oito anos em Cazas de moradas do Rd.o

Vigr.o João da S.a Reis Juis CommiSario Onde o esCrivão eleito abaxo[?] nomeado foi vindo e Sendo

hai me aprezentou o d.to Rd.o Vigr.o hú mand.o de Commição do Rd.o Vigr.o da Vara da V.a de Curitiba a

favor de Maria moreira Lemes para dar Seo depoimento e justificar Ser Livre, e desinpedida em

virtude do Coal me elegeo esCrivão de q' madou fazer este termo q' aSinou e eu Joze Roiz'[?] Antunes

esCrivão eleito q' o esCrevj

O Vigr.o João da Sylva Reys

Termo de juram.to dado a mim esCrivão e por mim ao Rd.o Vigr.o Juis CommiSario

Aos des dias do mes de Janr.o de mil e SeteSentos e Setenta, e oito anos em Cazas de moradas do Rd.o

Vigr.o João da S.a Reis Juis CommiSario onde o esCrivão eleito foi Vindo e Sendo hai me deo o d.to Rd.o

Vigr.o o juram.to dos Santos evangelhos em hú Livro deles em q' pus a m.a mão direita Sob o Coal me

inCarregou [cor. + - 2 linhas] [f. 2v] Direita Sob o Coal lhe inCarregou fizeSe a Sua obrigacão em

tudo e ele debaixo do mesmo e aSim o prometeo fazer o q' feito me mandou o d.to Rd.o Vigr.o aCostar a

estes autos o mandad.o de Commição p.a tomar o depoimento da depoente Maria moreira Lemes e

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emquirir Suas testemunhas de q' mandou fazer este termo, q' aSinou e eu Joze Roiz' Antunes escrivão

eleito q' o escrevj

O Vigr.o João da Sylva Reys

[f. 3] [cor. + - 1 linha]

Dis Maria Moreira Leme Natural baptizada na Vila de Sorocaba filha de Escolastica Machada e q'

hela Sup.te esta Contratada p.a Cazar Com João Roiz Martins e mandando Correr Seos pregoins

naquela vila não Se achou o aSento de Seo batismo; e p.rq' tem tres testemunhas na freguez.a de S.

Ant.o da Lappa onde de prezente he moradora e lhe hé m.to prenozo[?] Conduzila a esta v.a p.as

justifficar o Seo Batismo, menor hid.e e Ser Livre, e dezempedida, como tambem dar o Seo depohim.to

por histo

P. a Vm. Seja Serv.do mandar[?] [cor. + - 2 pal.] comição p.a o R.do vigr.o da Fr.a d.a de S. An.to da Lapa

[cor.] Seo depohimto e [cor. + - 2 pal.] Suas Test.as p.a [cor.]

[cor.]

PaSse mand.o de ComiSão para o q' requer

Costa

[f. 3v] O R.do Doutor Domingos Roiz' Costa [cor. + - 3 pal.] da vara nesta Villa de Corityba [cor.], e

em toda a Sua [cor. + - 2 pal.] dos Cazamentos Capellas e reziduos pello Ex.mo e R.mo S.r Bispo [cor.]

tr.a tr.a tr.a

Mando ao R.do Vigario da Fregezia de Santo Antonio da Lapa que Sendolhes este meo

Mandado de ComiSão aprezentado hindo primr.o por mim aSignado, e Sellado Com o Sello deste[?]

Juizo, ou Sem elle Ex Cauza[?] e [cor.] Seo Cumprimento na forma delle eLegera Escrivão de

Ordeins Suas, em falta deste qualquer Secular a quem elle Reverendo Vigario dara juramento e Logo

mandará vir a Sua prezença Maria Morera Leme deferindolhe o juramento dos Santos Evangelhos em

hum Livro delles em que porá Sua mão direita Sob Cargo lhe emCarregará diga a verdade do que

Souber, e perguntado lhe for, e Logo lhe tomará Seo depoimento que aSignará Com elle Muito

Reverendo [cor.] e llogo[?] mandará hir a Sua prezença as testemunhas que por parte da mesma

justificante lhe forem aprezentadas, deferindo a Cada hum o juramento dos Santos Evangelhos na

forma do estillo exatamente as imquirirá pello Comtheudo na petição retro dando em tudo a rezão de

Seos ditos aSignando Com elle reverendo Vigario, os Seos juramentos, e o Sumario que Se fizer Será

fechado, e Lacrado na forma do estillo e remetido o fara remeter eo Escrivão de meo Cargo que esta

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esCreveo: Dada e paSsada nesta Sobredita Villa de Curitýba aos 29 de dezembro de 1777, e eu

Antonio Jozé de Andrade Escrivão deste Auditorio Ecleziastico que o escrevý

Dom.os Roiz' Costa

X.ra 320

ASignar 100[?]

Deste[?] 640

Reg.o 80

[cor.]

Reg.do no Livro delles a f._

Cur.a 24[?] de dezbr.o de 1777

Andr.e

V. S. S. [cor.]

Costa

[cor. + - 2 linhas]

[f. 4] Depoimento

Aos des dias do mes de Janr.o de mil e SeteSentos e Setenta e oito anos em Cazas de morada do Rd.o

Vigr.o João da S.a Reis Juis CommiSario aonde eu escrivão eleito fuj vindo e Sendo haj apareSeo

prezt.e a depoente Maria moreira Lems a q.m o d.to Rd.o Vig.ro deo o Jurtam.to dos S. evangelhos em hu

Livro deles em q' pos a Sua mão direita Sob o Coal lhe emCarregou diSeSe Verd.e do q' Soubese e

perguntado lhe foSe e ela debaixo do mesmo aSim o prometeo fazer. E Sendo perguntada pelo

Conteudo na Sua petição diSe ela depoente q' he Livre e desempidida q' numca prometeo Cazam.to a

peSoa algúa e q' he natural da V.a de SoroCava f.a de EsColastica machada e q' tem de Idade quinze

anos pouco mais ou menos: e diSse mais q' vejo de Sua patria de dois anos de idade p.a esta terra

Onde tem vivido ultimam.te e mais não diSe e aSinou Com o Rd.o Vigr.o eu Joze Roiz' Antunes esCrivão

eleito q' o esCrevj

Crus de Maria moreira + Lemes - O Vigr.o João da Sylva Reis

ASentada

Aos des dias do mes de Janr.o de mil e SeteSentos e Setenta e Oito anos em Cazas de moradas do Rd.o

Vigr.o João da S.a Reis Onde o esCrivão eleito foi vindo e Sendo haj me mandou o d.o Rd.o Vigr.o aSentar

p.a efeito de inquerir as testemunhas q' por parte da depoente Maria moreira Lemes herão chegadas

de q' mandou fazer este termo q' aSinou eu Joze Roiz Antunes, esCrivão eleito o escrevj

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Reys

[f. 4v] Escolastica machada natural da V.a de Coritiba m.r Cazada de idade q' diSse Ser trinta e oito

anos q' vive de Suas Lavouras testemunha Jurada aos S. evangelhos em hu Livro deles em q' pos Sua

mão direita Sob o Coal lhe inCarregou o Rd.o Vigr.o João da S.a Reis diSeSe Verd.e do q' SoubeSe e

perguntado lhe foSe E debajxo do mesmo aSim o prometeo fazer e Sendo perguntada pelo Conteudo

na petição de Maria moreira Lemes diWSe [cor.] testemunha q' he Sua f.a e q' foi batizada na V.a de

Sorocava pelo Rd.o P.e Julião[?] tubias q' naquele tempo hera Vigr.o daquela V.a Servindolhe de

padrinhos M.l dias Lemes e Jozefa Pedroza e diSe mais q' [cor.] p.a esta terra de idade de dois anos e

q' de prez.te tera quinze anos pouco mais ou menos e q' nunca estivera Contratada Se não agora de

prez.te Com o Contraente João Roiz' Miz' e mais não diSe e a razão do Seo ditto he a mesma q' tem

deposto e aSignou Com o Rd.o Vigr.o q' o fes Com nome inteiro por não Saber Ler e eu Joze Roiz'

Antunes escrivão eleito q' o esCrevj

O Vigr.o João da Sylva Reys - Crus de EsColastica + machada

2.a Test.a

Bernardo Joze natural da Ilha de S. Catharina omem Cazado q' vive de Suas Lavoras de idad.e q' diSe

Ser de Corenta anos testemunha jurada aos S. Evangelhos em hu Livro deles em q' pos a Sua mão

direita Sob o Coal lhe inCarregou o Rd.o Vigr.o João da S.a Reis diSeSe Verd.e do q' SoubeSe e

perguntado lhe foSe e ele debaixo do mesmo aSim o prometeo fazer e Sendo perguntado pelo

Conteudo na pitição de Maria moreira Lemes diSe ele testemunha q' ConheSe [cor. + - 2 linhas] [f. 5]

Sabe q' he Livre e desimpedida pois numca ouvio dizer q' tiveSe prometido Cazam.to a peSsoa algua, e

a razão do Seo d.to he o ter morado nesta terra tods estes anos e mais não diSse nem do Costume e

aSinou Com o Rd.o Vigr.o eu Joze Roiz Antunes esCrivão eleito q' o esCrevj

Reis - Crus de Bernardo + Joze

3.a Tes.ta

Antonia Maria de Jesus m.r Soltr.a natural da V.a de S. João del rei de mina gerais de id.e q' diSe Ser

Vinte Oito anos testemunha jurada aos S. evangelhos em hu Livro deles em q' pos a Sua mão direita

Sob o Coal lhe inCarregou o Rd.o Vigr.o diSseSe Verd.e do q' SoubeSse e perguntado lhe foSe e ela

debaixo do mesmo aSim o prometeo fazer e Sendo perguntada pelo Conteudo na pitição de Maria

moreira Lemes diSe ela testemunha q' Sabe por Ser publico e notorio q' a dita Maria moreira viera da

Sua patria p.a [cor.] Comp.a de Sua Mai de id.e de tres anos e q' nunca Ouvira dizer q' tenha prometido

Cazam.to a peSoa algua e a razão do Seo d.to he a mesma q' tem deposto e mais não diSe nem do

Custume e aSinou Com o Rd.o Vigr.o q' o fes Com nome intr.o por não Saber Ler eu Joze Roiz' Antunes

esCrivão eleito q' o escrevj

O Vigr.o João da Sylva Reys - Crus de Antonia + Maria de Jezus

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[f. 5v] [cor. + - 2 pal.]

Sipriano da S.a Leite homem Cazado natural da V.a de Coritiba q' vive de Suas Lavoras de id.e q' diSse

Ser de Corenta e dous anos testemunha jurada aos S. evangelhos em hu Livro deles em q' pos a Sua

mão direita Sob o Coal lhe inCarregou o Rd.o Vigr.o João da S.a Reis diSeSe verd.e do q' SoubeSe e

perguntado lhe foSe e ele debaixo do mesmo aSim o prometeo fazer e Sendo perguntado pelo

Conteudo na pitição de Maria moreira Lemes diSe ele testemunha q' a ConheSe m.o bem e q' em

oCazião q' Se achava na V.a de Sorocava a vira Batizar pelo Rd.o P.e Rafael tubias q' neSe tempo hera

Vigr.o daquela V.a e q' Sabe q' de idade de tres años Viera em Comp.a de Sua Mai p.a esta terra Onde

tem vivido the o prez.te e q' Sabe q' hé Livre e desenpidida pois nunca Ouvido dizer q' tiveSe prometido

Cazam.to a peSoa algua e a razão do [cor.] he a mesma q' tem deposto e mais não diSe nem do

Costume e aSinou Com o Rd.o Vigr.o e eu Joze Roiz Antunes escrivão eleito q' o esCrevj

Reys - Crus de Sepriano + da S.a Leite

EmSSrm.to[?] e remeSa

Aos des[?] dias do mes de Janr.o de mil e SeteSentos e Setenta e Oito anos em Cazas de moradas do

Rd.o Vigr.o João da S.a Reis Juis CommiSsario aonde o esCrivão eleito foi vindo e Sendo hai depos de

inquiridas as testemunhas de Maria moreira Lemes e tomandoSe o depoim.to me mandou o d.o Rd.o

Vigr.o fechar este maSso e remeter ao esCrivão Ecleziastico da V.a de Coritiba [cor.] mandou fazer

[cor. + - 1 linha]

[f. 6] Tr.o de ConCL.am

Aos vinre e dous dias do mes de Junho de mil e SeteSentos Setenta e oito annos nesta villa de noSsa

Senhora da Luz dos Pinhais de curitýba em Cazas de morada e esCritorio de mim Escrivão aodiente

nomeado e Sendo ahý fis estes autos de justificação Comcluzoz ao Muito Reverendo Senhor Doutor

Vigario da Vara o Padre Domingos Rodrigues Cozta para nellez Sentenciar Como lhe parecer de

direito, e justiSsa de que tudo para Constar fis este termo de Comcluzão eu Antonio Joze de Andrade

Escrivão deste Auditorio Ecleziastico que o ezCrevý

CL.os

Julgo provados, e justificados o Baptismo e menor idade da Justificante Maria Mor.a Leme pelo Seo

Depoim.to e ditos de Suas testemunhas. JunteSse esta aos Autos dos Seos Preparatorios p.a diferirSe.

Cor.a aos 22 de Junho de 1778

Dom.os Roiz' Costa

Termo de Data

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[cor. + - 1 linha] [f. 6v] [ileg. + - 2 linhas] NoSsa Senhora da Luz doz Pinhaiz de Curityba em Cazaz

de morada, e esCritorio de mim EsCrivão aodiente nomeado e Sendo ahy por parte do Muito

Reverendo Doutor Vigario da Vara o Padre Domingoz Rodriguez Costa me forão dado estez autoz de

Justificação Com a Sua SentenSsa Como Se ve que mandou Se CumpriSse e goardaSse Como nella Se

Comtem, e declara de que tudo para Constar fiz este termo de Data eu Antonio Jozé de Andrade

Escrivão deste Auditorio Ecleziastico que o escrevy

Conta

P.a o R.do Ministro

Sen.ca 100

Conta 80 180

Escr.am

Aut. 80

Concl.e d. 42

rubr. 28

raza 85 235

415

Costa

6 - Processo de: Autos de casamento (1778) Sebastião Luiz de Almeida Maria de Oliveira Buena Dispensas Matrimoniais - Curitiba

Processo de: Autos de casamento; justificação de batismo e menoridade (M) (1778)

Nomes:

. Sebastião Luiz de Almeida, viúvo

. Maria de Oliveira Buena

[f. 1] [cor.]

N. [cor.] Juizo EcLeziaztico [cor.]

Vigararia da Vara da Villa de Curitýba

Autoz de Cazamento entre partes

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Sebaztião Luiz de Alm.da e

Maria de oLivr.a Buena

Autuação

Anno do Naçimento de NoSso Senhor JESUS christo de mil e SeteSentoz Setenta, e oito annos aoz

onze dias do mez de Julho do dito anno nesta Villa de NoSsa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitýba

em Cazas de morada, e esCritorio de mim EsCrivão aodiente nomeado e Sendo ahý por parte de

Sebastião Luiz, e Maria de oLiveýra Buena me foý dada húa Sua petição qual hé a que aodiente Se

mostra Com o despacho nella Como Se ve do Muito Reverendo Doutor Vigario da Vara o Padre

Domingoz Rodrigues Costa em virtude do qual dizpacho tomeý para lhe autuar, e proceSsar estes

autoz de Seo Cazamento e hunz banhoz dezta Villa Com Certidão do Muito Reverendo Vigario [f. 1v]

Reverendo Vigario o Padre [cor. + - 2 pal.] Costa, e tudo o que aodiente [cor.] de que tudo para

Constar [cor. + - 2 pal.] autuação eu Antonio Jozê de [cor.] Escrivão deste Auditorio Ecleziastico

que o escrevý

[f. 2] Rd.o S.r D.or vigr.o da vara

Dis Seb.am Luis de Almd.a n.al desta Villa q' elle [cor.] esta Contratado a Cazarçe Com Maria de

oLiveira [cor.] que pellos Decumentos q' junto ofereçe [cor.] estar autentico e p.a haver de perpetuar

o estado [cor.] pertende lhe hé precizo que vm.ce lhe mande [cor.] Sua LicenSsa e Como esta Se não

pode paSsar [cor.] desp.o de vm.ce pello q'

P a vm.ce que em atenção de todo o[?] referido mande que o esCrivão [cor.] a dita L.ca na forma do

estillo [cor.]

R. M.

A. haja v.ta ao Prom.or

Costa

[f. 3] [cor. + - 1 linha]

Com o favor de D.s quer Cazar Seb.am [cor.] de Alm.da viuvo q' ficou de Apelonia [cor.] Leite de

Morais com Maria de [cor.] Buena natural e baptizada na v.a [cor.] S. da grasa do rio de S. Fran.co

do Sul bispado do rio de Janr.o f.a natural de Nataria Nunes de Siqr.a e de Manoel Preto de OLivr.a

moradores desta v.a de Cur.a Bispado de S. Paullo

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Forão Canonicam.te denunciados, e não reSultou impedim.to algú; nem [cor.] Sei q' o tenhão. Em hú

livro de obitos desta Matris Se acha o [cor.] Seg.te = Aos dezenove dias do mes de Fevereiro de mil

Setecentos Setenta[?] e quatro annos fallesceo da vida prezente Apollonia Leite de id.e de vinte[?]

annos pouco mais ou menos Casada com Sebastião Luis ambos bastardos [cor.] fes testamento por

Ser pobre: morreo Somente com o Sacramento da [cor.], porque quando a fui ConfeSsar não estava

muito mal, e não me [cor.] para lhe administrar os mais Sacramentos: foi Sepultada dentro na Igreja

junto a porta principal acompanhada por mim e da Crus da Fabrica: fis [cor.] officio da Sepultura na

forma do ritual romano E para Constar fis este aSsento no mesmo dia vt Supra = O Vigr.o Manoel

Domingues Leitão. E [cor.] Contem mais no d.o aSsento que aqui fielm.te trasladei. [cor. + - 2 pal.] os

Preceitos da Quaresma proxima paSsada nesta v.a onde forão [cor. + - 2 pal.] e a Contr.e Casta[?]

viera p.a ella de menor idade. Todo o referido he [cor.] e juro aos Santos Evangelhos. V.a de Coritiba

aos 10 de Julho de [cor.]

O Vigr.o Dom.os Roiz.' Costa

[f. 3v] ReconheSso a Letra, e firma Supra Ser a propria do Reverendo Vigario dezta Villa, e o faSso

por ter Visto muitas Vezes e ter outras em meo poder, e Cartorio as quaiz me reporto Curitýba 11 de

Julho de 1778

Ant.o Jozé de Andr.e

Tr.o de Vizta

Aos onze diaz do mes de Julho de mil SeteSentoz Setenta, e oito annos nesta villa de NoSsa Senhora

da Luz dos Pinhais de Curitýba em Cazas de morada, e esCritorio de mim escrivão aodiente nomeado

e Sendo ahý fiz estes autoz Com Vizta ao Promotor do Juizo o Alferes João Baptista Diniz para nelles

responder Como lhe pareSser de direito e justiSsa de que tudo para Constar fis este termo de Vista eu

Antonio Jozê de Andrade [ileg. + - 2 linhas]

[f. 4] Vista ao Promotor aos 11 de Julho de 1778

Fiat justitia

O Prom.or Diniz

Tr.o de Data

Aos onze dias do mes de Julho de mil SeteSentos Setenta, e oito annos nesta villa de NoSsa Senhora

da Luz dos Pinhais de Curitýba em Cazas de morada, e esCritorio de mim Escrivão aodiente

nomeado, e Sendo ahý me forão tornado estes autos Com a resposta do Promotor do Juizo o Alferes

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João Baptista Diniz Como Se vê de que tudo para Constar fiz este termo de Data eu Antonio Jozê de

Andrade Escrivão deste Auditorio Ecleziastico que o esCrevý

Tr.o de Comcl.am

Aos treze dias do mez de Julho de mil [cor.] Setenta, e oito annos [cor.] villa de NoSsa Senhora [cor.

+ - 1 linha] [f. 4v] [ileg. + - 2 linhas] escrivão aodiente nomeado, e Sendo ahý fiz estes Autos

Comcluzoz ao Muito Reverendo Senhor Vigario da Vara o Padre Domingos Rodrigues Cozta para

nelles Sentenciar Como lhe parecer de direito, e juztiSsa de que tudo para Constar fiz este termo de

Comcluzão eu Antonio Jozê de Andrade Escrivão deste Auditorio Ecleziastico que o esCrevý

CL.os

V.tos estes Autos, rep.ta do Prom.or e Justificação do Bap.o[?] da Contr.e e Como delles Se mostrão Sem

impedim.to algú Canonico PaSse Prov.am de licença p.a Se receberem na forma do estilo nesta Igreja

Matris onde São moradores. E pague as Custas. Cor.a aos 13 de Julho de 1778.

Dom.os Roiz' Costa

Tr.o de Data

Aos treze dias do mez de Julho de mil SeteSentos Setenta e oito annos nesta Villa de NoSsa Senhora

da Luz dos Pinhais de Curitýba em Cazas de morada e esCritorio de mim Escrivão aodiente nomeado,

e Sendo ahý por parte do Muito Reverendo Doutor Vigario [cor.] Padre [cor. + - 1 linha] [f. 5] [cor.

+ - 2 linhas] Se CumpriSse e goardaSse Como nella Se Comtem, e declara de que tudo para Constar

fis este termo de Data eu Antonio Jozé de Andrade EsCrivão deste Auditorio Ecleziastico que o

esCrevý.

Conta

P.a o R.do Min.o

Sentença $200

Prom.or e Cont.

resposta 200

Conta 080 } $280

Escr.am

Aut. 080

reconhecim.to 080

T.o de Vista, e data 028

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T.o de Conl.am e d. 042 } $360[?]

rubricas 020 Soma 840[?]

raza 170

O Contador

Diniz

[f. 1] [cor.]

N _ Juizo Ecleziaztico da Vigararia

da Vara da V.a de Cor.a

Autos de Justificação

de Baptismo, e menor Idade

de Maria de oLivr.a Buena

Autuação

Anno do Nacimento de NoSso Senhor JESUS christo de mil e SeteSentoz Setenta e oito annoz nesta

Villa de NoSsa Senhora da Luz dos Pinhaiz de Curitýba aoz Vinte, e Sete dias do mez de Junho do dito

anno em Cazas de morada, e esCritorio de mim Escrivão aodiente nomeado e Sendo ahý por parte de

Maria de oLiveyra Buena me foý aprezentada húa Sua petição qual hé a que aodiente Se mostra Com

o despacho nella Como Se vé do Muito Reverendo Doutor Vigario da Vara o Padre Domingoz

Rodrigues Cozta em Virtude do qual despacho a tomeý para o effeito que nella Se declara de que tudo

para Constar fis esta autuação eu Antonio Jozé de Andrade EsCrivão deste Auditorio Ecleziastico o

esCrevý

[f. 2] [cor. + - 1 linha]

Diz Maria de OLivr.a Buena natural e Baptizada na villa do Rio de São Fran.co do Sul[?] [cor.]

Bispado do Rio de Janr.o filha natural de Nataria[?] Nunes de Siqr.a, e de Manoel Preto de OLivr.a

moradores nesta v.a de Coritiba q.' para Sertos Requerim.tos lhe he neceçario justificar perante vm.ce

não [cor.] Ser Baptizada naquella villa mas tambem [cor. + - 2 pal.] esta[?] m.to de menor Idade

pello q.'

P. a vm.ce Seja Servido admitir a Suplicante Justificar o deduzido.

E. R. M.

A. Justifique.

Costa

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[f. 3] Tr.o de ASentada

Aos Vinte e Sete dias do mez de Junho de mil SeteSentoz Setenta e oito annoz nesta villa de NoSsa

Senhora da Luz doz Pinhais de Curitýba em Cazas de morada do Muito Reverendo Doutor Vigario da

Vara o Padre Domingoz Rodrigues Costa onde eu Escrivão de Seo Cargo aodiente nomeado fuý vindo

e Sendo ahý Se Sentou elle Reverendo Ministro Commigo Escrivão para effeito de inquirir as

testemunhas que por parte da justificante Maria de oLiveýra Buena nos forem aprezentadas Cujos

nomes Costumez naturalidadez idades ditoz, e Coztumes hé o que aodiente Se Segue de que tudo para

Constar fis este termo de aSentada eu Antonio Jozé de Andrade EsCrivão deste Auditorio Ecleziastico

que o escrevý

Test.a 1.a

Nataria Nunes de Siqueira Cazada natural desta Villa de Curitiba [cor. + - 1 linha] [f. 3v] [cor. + - 1

linha] Ser de Sincoenta annoz pouco maiz, ou menoz que Vive de Suas Lavouraz testemunha a quem o

Reverendo Meinistro deferio o juramento dos Santoz Evangelhoz, em hum Livro dellez em que poz a

Sua mão direita e prometeo dizer a Verdade do que SoubeSse, e perguntado lhe foSse e do Custume

diSse Ser Maý da justificante Maria de oLiveýra Buena e Sem embargo diSso diria a Verdade do que

SoubeSse, e perguntado lhe foSse, e perguntado a elle testemunha pello Comtheudo na petição da dita

juztificante que toda lhe foý Lida e declarada por elle Reverndo Ministro diSse ella testemunha que a

dita justificante Sua filha nasceo no Rio de São Francizco do Sul, e foý Baptizada na mesma Villa do

Rio de São Francisco pello Reverendo Parocho della Cujo nome ignora por não Ser lá moradora e

que forão Seoz Compadrez e Padrinhoz da justificante Sua filha Jozé Fernandez Cazado, e Sua

Molher Joanna de tal moradorez na Sobredita villa diSse maiz ella testemunha que a juztificante tera

de idade vinte, e douz annoz pouco maiz ou menoz, e que viera para esta villa Com a dita Sua filha

juztificante tendo ella de idade trez mezez, e isto que tem depozto diSse Ser a mesma verdade por Ser

ella testemunha [cor. + - 1 linha] [f. 4] [cor. + - 1 linha] Saber Ler, nem escrever [cor.] aSignou o

Reverendo Miniztro e eu Antonio Jozé de Andrade Escrivão deste Auditorio Ecleziaztico que o ezcrevý

Dom.os Roiz' Costa

Test.a 2.a

Vicente Pereýra de Andrade homem viuvo natural do Rio de São Francisco de prezente morador na

Freguezia de São Jozé termo desta mesma villa de idade que diSse Ser de Sincoenta annoz pouco

mais, ou menoz que vive de Suas Lavouraz testemunha a quem o Reverendo Ministro defirio o

juramento dos Santoz Evangelhoz em hum Livro delles em que pos a Sua mão direita e prometeo dizer

a Verdade do que SoubeSse e perguntado lhe foSse e do Coztume diSse nada E perguntado a elle

testemunha pello Comtheudo na petição da juztificante Maria de oLiveira Buena que toda lhe foý

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Lida, e declarada por elle Reverendo Ministro diSse <Dito> elle testemunha que ConheSse a dita

justificante e Sabe Ser ella filha de Nataria Nunez de Siqueira e que foý Batizada no Rio de São

Francizco do Sul pello Parocho da mesa villa do Rio de São Francisco Cujo nome não esta Serto nem

Se Lembra, e que forão Seos Padrinhos Jozé Fernandes, e Sua molher Joanna de tal moradores na

mesma villa diSse maiz que a dita juztificante viera para esta Com a Maý de idade de trez mezes, e

mais não [cor. + - 2 linhas] [f. 4v] [cor. + - 2 linhas] da Villa do Rio de São Francizco e mais não

diSse, e Se aSignou Com elle Reverendo Ministro, e eu Antonio Jozé de Andrade Escrivão deste

auditorio Ecleziastico que o escrevý

Costa - ViSente Pr.a

Test.a 3.a

Antonio da Maýa Vieýra homem Cazado natural desta Villa e morador na mesma villa de idade que

diSse Ser de Coarenta e Sete annoz pouco maiz ou menoz que Vive de Suaz Lavouras testemunha a

quem o Reverendo Ministro deferio o juramento dos Santoz Evangelhoz em hum Livro delles em que

poz a Sua mão direita, e prometeo dizer a Verdade do que SoubeSse, e perguntado lhe foSse, e

perguntado digo do Coztume diSse nada; E perguntado a elle testemunha pello Comtheudo na petição

da juztificante Maria de oLiveyra Buena que toda lhe foý Lida e declarada por elle Reverendo

Ministro diSse elle testemunha que ConheSse, e Sabe Ser a dita juztificante nascida, e Baptizada na

Villa do Rio de São Francizco do Sul, e que hé a mesma filha de Nataria Nunez e de Manoel Preto de

oLiveýra e que fora Baptizada pello Reverendo Parocho da dita villa Cujo nome ignora e que [cor. +

- 2 linhas] [f. 5] [cor. + - 2 linhas] viera Com a Maý de idade de trez mezes pouco maiz, ou menoz, e

que terá hoje de idade vinte, e Sinco annoz pouco maiz, ou menoz, e tudo o que tem depozto diSse Ser

a mesma Verdade por ter ouvido dizer a Variaz peSsoaz da mesma Vila, e por aSistir Lá algum tenpo,

e maiz não diSse, e Se aSignou Com elle Reverendo Miniztro, eu Antonio Jozé de Andrade Escrivão

dezte Auditorio Ecleziaztico que o escrevý

Costa - Antonio Da Maýa Viejra

Tr.o de ComCL.am

Aos Sete dias do mez de Julho de mil SeteSentoz, Setenta, e oito annoz nesta Villa de NoSsa Senhora

da Luz doz Pinhaiz de Curitýba em Cazaz de morada e esCritorio de mim Escrivão aodiente nomeado

e Sendo ahý fiz estes autos de juztificação Comcluzoz ao Muito Reverendo Senhor Doutor Vigario da

Vara o Padre Domingoz Rodrigues Costa para nelles responder Como lhe parecer de direito, e

juztiSsa digo para nellez Sentenciar Como lhe parecer juztiSsa de que tudo para Constar fiz este

termo de ComCLuzão eu Antonio Jozé de Andrade Escrivão deste Auditorio Ecleziastico que o

escrevý

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CL.os

[f. 5v] [cor. + - 2 pal.] e ditos de Suas testemunhas, e Com idade Sufficiente p.a o estado de

matrimonio q' pertende. Junte aos Autos dos Seos Preparatorios p.a diferir-se. Cor.a aos 10 de Julho

de 1778.

Dom.os Roiz' Costa

Tr.o de Data

Aos onze de Julho de mil SeteSentos Setenta, e oito annoz nesta Villa de NoSsa Senhora da Lus dos

Pinhais de Curitýba em Cazas de morada, e esCritorio de mim Escrivão aodiente nomeado e Sendo

ahý por parte do Muito Reverendo Doutor Vigario da Vara o Padre Domingoz Rodrigues Costa me

forão dado estez autos Com a Sua SentenSsa Supra Como Se ve que mandou Se CumpriSse, e

goardaSse Como nella Se Comtem, e declara de que tudo para Constar fiz este termo de Data eu

Antonio Jozé de Andrade Escrivão deste Auditorio Ecleziastico que o escrevý

[f. 6] Conta

P.a o R.do Min.o

De tres Testem.as 480

Sentença 200 } $680

Escr.am

Autuação 080

Tr.o de ASentada 080

De tres Testem.as 480

T.o de Concl. e data 042 } $989

rubricas 024

raza 283

Contador

Conta $080

Soma 1$749

O Contador

Diniz

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55

ANEXO 3 – ATAS DE CASAMENTO

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ATAS DE CASAMENTO

ATA DE CASAMENTO – FRANCISCO DA CRUZ E FRANCISCA ANTONIA PEREIRA

ATA DE CASAMENTO – BARTOLOMEU DE FIGUEIRÓ E LUCIANA DA CUNHA

Livro 3 Casamentos / Folha 91v / Curitiba <Fran.co da Crus com Fran.ca Antonia> Aos sete dias do mes de Janeyro de mil e setecentos e setenta e sete annos, nesta Igreja Matris de Nossa Senhora da Lux, da villa de Corytyba, de manham, feitas as denunciações na forma do Sagrado Concilio Tridentino, nesta Igreja, onde os contrahentes sam moradores, sem se descobrir impedimento algum, como consta da provizam de Licença do M.to Rd.o vigr.o da vara, q' fica em meu poder; em prezença de mym o Padre Manoel Domingues Leytam, vigario da dita Igreja, sendo prezentes por testemunhas Joam Baptista, e Angello solteyro, filho de Antonio Machado pessoas conhecidas, e as mais q' se acharam prezentes to[?] moradores desta freguezia se receberam por palavras de prezente Francisco da Crus, filho de Francisco da Crus, e de sua mulher Maria Marques, natural, e batizado na Cidade de Granada, Reyno de Hespanha; com Francisca Antonia, filha de Antonio de quadros Bicudo, e de sua mulher Antonia Pereyra, natural desta villa de Corytyba, e logo lhes dei as bençois na forma do Ritual Romano, e para constar fis este assento no mesmo dia vt supra, q' na verdade asignei com as ditas testemunhas. o vigr.o Manoel Domingues Leytam - João Bap.ta dos S.tos - Angelo M.el machado

Livro 3 Folha 88v B.meu de figueyro = com Roza M.a da Pas Aos Vinte e oito dias do mes de Julho de mil e Setecentos e Setenta e Seis annos, nesta Igreja Matris de Nossa Senhora da Lux, de manham, feitas as denunciações na forma do Sagrado ConciLio Tridentino, nesta Igreja, onde os contrahentes Sam moradores, Sem Se descobrir impedimento aLgum, como consta da provizam de Licença do M.to Rd.o Vigr.o da Vara, q' fica em meu poder; em prezença de mym o Padre Manoel Domingues Leytão Vigr.o da dita Igreja, Sendo prezentes por testemunhas o Capitam Joze de Andrade, e Joachym de Mello pessoas Conheçidas, e as mais q' Se acharam prezentes todas moradores desta freguezia Se receberam por paLavras de prezente BarthoLameu de figueyró, filho de Joze de figueyró, e de sua mulher Joana guedes, naturaL das Indias de Hespanha, com Roza Maria da Pás, filha de Maria da Pás, Bastarda, e de Pay incognito, natural desta freguezia, e Logo lhes dei as benções na forma do RituaL Romano, e para constar fis este assento q' aSignei com as ditas testemunhas. O Vigr.o ManoeL Domingues Leytam - Jozê de Andr.e - Joaquim de Mello de vas.los

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ATA DE CASAMENTO – SEBASTIÃO LUIS DE ALMEIDA E MARIA DE OLIVEIRA BUENA

ATA DE CASAMENTO – LUIS DE SOUZA E MENEZES E FRANCISCA MOREIRA

Livro 3 Folha 93 Sebastião Luis, e Maria Buena Aos Catorze dias do mes de Julho do anno de mil Setecentos Setenta e oito de manhã nesta Igreja Matris de NoSsa Senhora da Lus da vila da Coritiba em minha prezença e das testemunhas abaxo aSsinadas Francisco Leite Furquim, e Antonio Rodrigues da Silva cazados, e moradores desta mesma vila: depois de feitas as Denunciaçõens na forma do Sagrado ConSilio Tridentino, e Constituição obServada no Bispado Sem descobrir impedimento algum Canonico, e nem eu o Saber, precedendo licença do ordinario Se receberão em face da Igreja por palavras de prezente Sebastião Luis de Almeida viuvo que ficou de Apolonia Leite de Morais, e Maria de Oliveira Buena natural do rio de São Francisco do Sul Bispado do rio de Janeiro filha natural de Nataria Nunes de Siqueira, e de Manoel Preto de Oliveira moradores os Contrahentes desta mesma vila: e logo receberão as Bençoes na forma do ritual romano. E para Constar fis este aSsento hoje dia, mes, e anno vt Supra. O Vigr.o Dom.os Roiz' Costa - Crus de + An.to Roiz' da S.a - Fran.co L.te Furquim

Livro 2 Folha 91v Luis de Souza, e Fran.ca Mar.a Aos dous dias do mes de Março do anno de mil Setecentos Setenta e oito de manhã nesta Igreja Matris de NoSsa Senhora da Lus da vila de Coritiba, em minha prezença e das testemunhas abaxo aSsinadas Francisco Martins Lustoza Viuvo, e Antonio Martins Lustoza, cazado, peSsoas Conhecidas, e moradores nesta vila, depois de feitas as denunciaçoes na forma do Sagrado ConSilio Tridentino, e Constituição observada no Bispado Sem descobrir impedimento algum Canonico, e nem eu o Saber, [ileg. + - 2 pal.] Originario[?] Se receberão em face da Igreja por palavras de presente Luis de Souza de Menezes natural desta vila de Coritiba filho legitimo de Luis de Souza de Menezes, e de Sua molher Maria do Rozario da Concejção, e Francisca Maria do Sacramento natural e baptizada na Freguezia de Santo Antonio do vale da Piedade da Campanha do Rio verde bispado de Mariana filha legitima de Caetano Moreira de Abreu natural da Cidade de Pernambuco[?] e de Sua molher Maria Correa da Silva[?] [ileg. + - 2 pal.] por parte paterna de Diogo de Souza de Menezes, [ileg. + - 2 pal.] Freguezia de SanTiago da Funsão[?] Arcebispado de Braga [ileg. + - 3 pal.] Francisco Martins Lustoza da Freguezia de Santiago[?] [ileg. + - 3 pal.] Arcebispado, e de Maria Soares de Jezus natural de Mogi GuaSsu, deste Bispado. E a Contrahente neta por parte paterna de Pedro Gomes da [ileg.] Sebastiana Moreira de Gois da Cidade de Parnambuco, e pela materna de João Leme do Prado, e Margarida da Conceição naturais da freguezia de NoSsa Senhora da Piedade deste Bispado, e logo lhes dei as benções na forma do ritual romano. E para constar fis este aSsento hoje dia, mes, e era vt Supra. O Vigr.o Dom.os Roiz' Costa - Antonio Miz' Luztoza - Fran.co Miz' Lustoza

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ATA DE CASAMENTO DE BERNARNDO DA COSTA RAMOS E LUCIANA DA CUNHA

Livro 3 Folha 19 Bernardo da Costa Ramos = Com Luciana da Cunha Aos dezanove dias do mes de Agosto de mil e SeteCentos e SeSenta e Sinco annos, de manham, feitas as denunciações na forma do Sagrado Concilio Tridentino, nesta Igreja onde os contrahentes Sam moradores, Sem Se descobrir impedimento aLgum, Como Consta da provizam de Licença do M.to Rd.o Vigario da Vara, q' fica em meu poder; em prezença do Rd.o Padre Frey Faustino Antonio de Sato ALberto, Superior da cap.a de Nossa Senhora da Conceyçam, do Tamandua, de Licença do dito Rd.o Vigario da Vara, e minha, Sendo prezentes por testemunhas Antonio Ferreyra de faria, e Joam de Barros de Araujo, pessoas conhecidas, e as mais q' Se acharam prezentes todos moradores desta freguezia Se cazaram por palavras de prezente Bernardo da Costa Ramos, filho de Paês incognitos, naturaL da Cidade do Rio de Janeyro; com Luciana da Cunha, natural desta freguezia, filha Paulo Pires, e de Sua mulher Maria Martins ambos naturaes da Cidade de Sam Paulo, todos mullatos, por Cuja rezam lhe nam decLarei os nomes, e Patrias dos Avós, e Logo lhes deu as benções Conforme as Cerimonias do Ritual Romano, e para constar fis este assento q' aSignei, quando me trouxeram a Certidam. O Vigr.o Manoel Domingues Leytam

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ANEXO 4 – CUSTO DAS PARTES DO PROCESSO MATRIMONIAL

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CUSTO DAS PARTES DO PROCESSO MATRIMONIAL

VALORES DAS PARTES DOS PROCESSOS MATRIMONIAIS

Processo 1- Bernardo da Costa Ramos e Luciana da Cunha

Partes Valor Observação

Termo de depoimento $ 100 réis

Fiança 160

Sentença $ 200 réis

Resposta $ 200 réis

Autuação e apresentação $094 réis

Reconhecimento 80

Fiança $320 réis

Conclusos 284

Rubrica $028réis

Rasa $264 réis

Conta 80

Total :1$838 réis

Termo de juramento $160 réis

Testemunhas 3 $480 réis

Termo de depoimento $160 réis

Conta 080

Soma 880

Total 2$718

Processo 2- Bertolomeu de Figueiró e Rosa Maria da Paz

Sentença termo

depoimento

$160 réis

3 test $480 réis

Sentença $400 réis

Resposta $200 réis

Conta $080 réis

Autuação $080 réis

Termo de depoimento $320 réis

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Rubricas $012 réis

Raza $080 réis

Soma : 1$057

Termo de assenta $080 réis

3 testemunhas $480 réis

Reconhecimento 080

Vista $28 réis

Concluso $42 réis

Rubrica 024 Soma $492

Total:1$549

Processo 3 – Francisco da Cruz e Francisca Antonia

Sentença $200 réis

Resposta $200 réis

Conta $080 réis

Autuação $080 réis

Reconhecimento $080 réis

Termo de vista e data $028 réis

Termo de conclusão $042 réis

Rubricas $016 réis

Raza $101 réis

Soma $827 réis

Depoimentos $160 réis

3 testemunhas $480 réis

Sentença $200 réis

Autuação $080 réis

Termo de Asentada $080 réis

3 testemunhas $480 réis

Termo de conclusão e

data

$042 réis

Rubricas $024 réis

Raza $283 réis

Conta $080 réis Soma:1$446 réis

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Total:2$227 réis

Processo 4 –Luis de Souza de Menezes e Francisca Moreira do Sacramento

Sentença $200 réis

Reposta $200 réis

Conta $080 réis

Autuação $080 réis

Reconhecimento $080 réis

Termo de vista e data $028 réis

Conclusão $042 réis

Rubrica $022 réis

Raza $102 réis

soma $832 réis

Sentença $200 réis

busca $360 réis

Autuação $080 réis

Conclusão $042 réis

Rubrica $024 réis

Raza $046 réis

Conta $080 réis

Soma $880 réis

Total:1$712 réis

Processo -5 João Rodrigues Martins e Maria Moreira

Sentença $100 réis

Conta $080 réis

Autuação $080 réis

Conclusão $42 réis

Rubrica $28 réis

raza $085 réis

Soma $415 réis

Testemunhas $360 réis

Assinaturas $100 réis

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Registro $080 réis

Termos $640 réis

Soma 1$140 réis

Total:1$555 réis

Processo -6 Sebastião Luiz de Almeida e Maria de Oliveira Buena

Sentença $200 réis

Resposta $200 réis

Autuação $080 réis

Reconhecimento $080 réis

Termos de vista e data $28 réis

Rubricas $020 réis

Raza $170 réis

Soma :$840 réis

Testemunhas 480 réis

Sentença 200 réis

Autuação 080 réis

Asentada 080 réis

Testemunhas 480 réis

Conclusão 042 réis

Rubricas 024 réis

Raza 230 réis

Soma $749 réis

.

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ANEXO 5 – TABELAS DE PREÇOS

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TABELAS DE PREÇOS

Preços do Livro de Aferição e Almotaçaria (1755-1776)

Produto Medida Preço Aguardente da Terra $480 Aguardente da Terra pelos miúdos $640 Aguardente do Reino $960 Aguardente do Reino pelos miúdos 1$280 Vinho $800 Vinho pelos miúdos 1$280 Vinagre $480 Vinagre pelos miúdos

Medida

$640 Fumo Vara $120 Toicinho Libra $120

Arroba de carne

Ano Preço 1752 280 1753 280 1754 280 1755 280 1756 280 1757 280 1758 280 1759 280 1760 280 1761 280 1762 280 1763 280 1764 280 1765 280 1766 280 1767 280 1768 280 1769 280 1770 280 1771 280 1772 280 1773 280

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Toicinho em Libras e Arrobas

Ano Libra Arroba 1752 80 2440 1753 80 2560 1754 80 2120 1755 80 1600 1756 1600 1757 1920 1758 1920 1759 60 1920 1760 1080 1761 50 1762 1763 80 1764 1600 1765 1280 1766 1280 1767 120 1280 1768 1280 1769 60 1280 1770 50 1280 1771 40 1120 1772 1120 1773 1120

Preços Interessantes

Data Descrição Preço (un)

Preço (total)

Jan, 1753

1 Tizoura pa [aparar] os [fios] $160

Jul, 1753

por 2 fexaduraz pa a Caza a 800 1$600

Ago, 1753

por Cobertores pa a Caza a 3420

6$840

Fev, 1754

por hum candieiro pa o refectorio $640

Mai, 1754

Por hum Relogio para a Caza 31$???

Nov, 1754

por 3 Rozayros pa os rapazes a 100 [$300]

Mar, 1755

por 6 duzias de Louça a 480 2$880

Set, 1755

p 1 chapeo pa o Ir Anto da Piedade 1$600

Out, p 3 Cocoz pa a Caza a 120 $360

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1755 Jul, 1756

por hum machado pa a Caza $800

Dez, 1756

por hua enxada foiSe e machado 2$000

Jan, 1757

por 8 cadernos de papel [a 40] $320

Fev, 1757

por hua frasqra com 10 frascos pa a Caza 1$600

Mar, 1757

p 4 cobertores de Castella 11$800

Abr, 1757

pello que emportou na praSa o preto João 66$360

Set, 1757

p 1 carro pa a caza 8$000

Fev, 1758

p 1 Lanterna pa levar Lux a Capela $420

Jul, 1759

p 1 ferro q marca o gado $960

Ago, 1759

p hu Sacrario pa a Capella 3$360

Out, 1759

p hu tacho pequeno 1$660

Jul, 1760

p 1 pedra de Ara 3$200

Jul, 1760

p 1 Ceremonial da Prova pa Livraria $960

Jul, 1760

p 1 liuva de Incenço pa a caza $400

Fev, 1761

p 5 Bulas da Cruzada a 40 $200

Abr, 1761

p No moscada, Canella e Cravo do Reyno $480

Jul, 1761

p 1 Livra de pimenta do Reyno $320

Ago, 1761

p 2 machados 1$280

Ago, 1761

p hua resma de papel 1$400

Mai, 1762

p 4 dobradiças pa a da porta $730

Jul, 1763

p q importou a farda do Rapas Quintilianno 8$840

Mar, 1764

p 1 frasco de vinho 5$280

Out, 1764

por pimenta do Rno $320

Out, por Canella $160

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1764 Fev, 1766

por incenSo [$480]

Jun, 1766

por 2 eixadas a 800 1$600

Jul, 1766

por 1 maxado $800

Abr, 1767

1 resma de papel comprada em Santos 1$800

Set, 1767

p 1 frasco de azeite de amendoin $420

Mai, 1768

p 1 enchada $800

Set, 1768

p 1 frasco de azeite de minduin $400

Set, 1768

p 1 cobertor 3$200

Mai, 1769

p 1 par de Sandallas 1$280

Jun, 1769

p hua Junta de Bois Carreros 8$000

Jun, 1770

p hum facão $720

Out, 1770

p 1 cobertor 2$720

Nov, 1770

p 3 dobradiças a 160 $480

Out, 1771

p 4 pratos, tigelas e carreto $480

Set, 1772

p hua junta de boys pa carro 8$000

Abr, 1773

p 2 duzias de pratos tijellas de loSa e carreto 1$640

Fonte:PEREIRA, Magnus Roberto de Mello. O Mercado regulamentado face a emergência dos modernas econômicos. A Câmara Municipal de Curitiba e o Controle dos preços e gêneros alimentícios no século XVIII e XIX. Conferência e comunicação - VI Jornada Setecentista