adolescência e o uso de substâncias psicoativas: intervenção precoce e redução de danos em um...

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UNIVERSIDADE PAULISTA Juliana dos Santos Adolescência e o uso de Substâncias Psicoativas: intervenção precoce e redução de danos em um serviço da rede socioassistencial

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Trabalho de Conclusão de Curso da aluna Juliana dos Santos para obtenção do título de especialista em Saúde Mental para Equipes Multiprofissionais sob coordenação do Prof. Hewdy Lobo Ribeiro.

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UNIVERSIDADE PAULISTA

UNIVERSIDADE PAULISTAJuliana dos SantosAdolescncia e o uso de Substncias Psicoativas:

interveno precoce e reduo de danos em um servio da rede socioassistencial

SO PAULO

2015Juliana dos SantosAdolescncia e o uso de Substncias Psicoativas:

interveno precoce e reduo de danos em um servio da rede socioassistencial

Trabalho de concluso de curso para obteno do ttulo de especialista em Sade Mental para Equipes Multiprofissionais apresentado Universidade Paulista - UNIP.

Orientadores:

Profa. Ana Carolina S. de OliveiraProf. Hewdy L. RibeiroSO PAULO

2015

Juliana dos SantosAdolescncia e o uso de Substncias Psicoativas:

interveno precoce e reduo de danos em um servio da rede socioassistencial

Trabalho de concluso de curso para obteno do ttulo de especialista em Sade Mental para Equipes Multiprofissionais apresentado Universidade Paulista - UNIP.

Orientadores:

Profa. Ana Carolina S. de OliveiraProf. Hewdy L. RibeiroAprovado em:BANCA EXAMINADORA

_______________________/__/___

Prof. Hewdy Lobo Ribeiro Universidade Paulista UNIP

_______________________/__/___

Profa. Ana Carolina S. OliveiraUniversidade Paulista UNIPDEDICATRIA

A quem posso dedicar esse trabalho, seno queles que me enchem de alegrias, pelo amor, companheirismo, incentivo, credibilidade e acima de tudo pela compreenso frente a minha ausncia nos momentos de elaborao deste trabalho. Aos meus pais, irms, sobrinhas e amigos, a vocs que do sentido a minha vida e sustentam meus passos.

A dimenso da minha gratido ultrapassa os limites dessa pgina.

AGRADECIMENTOS

Agradeo a Deus, o autor e consumador da minha vida.Aos profissionais do CREAS Centro de Referncia Especializado da Assistncia Social e NPJ - Ncleo de Proteo Jurdico Social e Apoio Psicolgico do Itaim Paulista. Em especial a Kelly Tavares, por ter aberto as portas permitindo minha atuao profissional na instituio e pelo amparo fundamental no dia-a-dia.

Aos adolescentes que so atendidos no CREAS/NPJ, pois a motivao pelo tema partiu da escuta qualificada de suas vidas, realizada no cotidiano do meu trabalho na instituio. Aos colegas da turma de ps graduao da UNIP, que junto comigo ao longo de um ano se inquietaram frente aos contedos apresentados e discutidos.A orientadora Prof Ana Carolina S. de Oliveira e Prof. Hewdy L. Ribeiro pela ilustre colaborao e credibilidade depositada.

Por fim, agradeo a UNIP Universidade Paulista.EPGRAFE A diferenciao de cada um e a prpria individualidade como valores esto desvalorizados. extremamente importante que se perceba que no poder existir uma cobrana sobre a atuao futura dos jovens e adolescentes se a eles no for ofertado um presente fortalecido por princpios bsicos, que tenham como meta o resgate da cidadania e do prprio indivduo. Esse suporte se d basicamente atravs do respeito e compromisso com esse ser humano.

(Maria Ignes Saito)RESUMO

A aplicabilidade da poltica de reduo de danos e a interveno precoce tem sido amplamente discutidas em diversos equipamentos que prestam atendimento s pessoas que fazem uso de substncias psicoativas. Em se tratando de adolescentes, grande o ndice de drogadio. Por meio de uma reviso critica de literatura, objetivou-se, com a construo deste trabalho, caracterizar o adolescente usurio de substncias, a aplicabilidade da reduo de danos e interveno precoce no equipamento da assistncia social CREAS/NPJ e o trabalho da rede de proteo e garantia de direitos aos adolescentes. A literatura consultada sugere diversos desdobramentos da aplicao da reduo de danos e interveno precoce concluindo a importncia da construo do trabalho em rede entre os equipamentos de proteo e garantia de direitos do adolescente.Palavras- chave: Adolescncia. Vulnerabilidade Social. Drogas. Interveno Precoce, Reduo de Danos.ABSTRACT

The applicability of early intervention and harm reduction policy has been widely discussed in Miscellaneous Equipment To serve of care to people who make use of psychoactive substances . If in case of teenagers , and big drug addiction rate. THROUGH A Review of Literature Criticism aimed - if , with this construction work , characterize the User adolescent substance , the applicability of Damage and Early Intervention Reduction not EQUIPMENT Social Assistance CREAS / NPJ And Work Protection Network and rights warranty tO adolescents. The literature suggests Miscellaneous Application developments of Harm Reduction and Early Intervention concluding the importance of Construction Labour Network between OS Protective Equipment and Adolescent Key-words: Adolescence. Social vulnerability. Drugs. Early intervention, harm reduction.SUMRIO111 INTRODUO

111.1 Epidemiologia do uso de drogas entre os adolescentes

121.2 Definindo o Servio CREAS, Centro de Referncia Especializado em Assistncia Social e o NPJ, Ncleo de Proteo Jurdico Social e Apoio Psicolgico

131.3 Interveno Precoce e Reduo de Danos

162 OBJETIVOS

173 METODOLOGIA

184 RESULTADOS E DISCUSSO

184.1 Apresentao dos resultados

224.1 A adolescncia e o uso abusivo de drogas, atendimento no CREAS/NPP, Rede de atendimento e interveno precoce / reduo de danos

265 CONCLUSES

27REFERNCIAS

1 INTRODUO

1.1 Epidemiologia do uso de drogas entre os adolescentesO uso abusivo e a dependncia de drogas tem incidido em idades cada vez mais precoces. Destacando para tal os estudos realizados pelo, II Levantamento Nacional de lcool e Drogas (LENAD) 2012, que apontou o uso de maconha por 4,3 % dentre quase 14 milhes de adolescentes, 2,3 % cocana e 2,5 tranquilizantes. Quanto idade, o mesmo estudo demonstrou que o ndice de adolescentes do gnero masculino que iniciaram o uso regular de bebidas alcolicas aos 14 anos de 69% e do gnero feminino 74%.Refletindo sobre os fatores de risco para o uso e abuso de substncias psicoativas, compreende-se que um acontecimento histrico e biopsicossocial que flagela grande parcela da juventude Brasileira e para ele, o conceito de Violncia Estrutural, definido por Cruz Neto e Moreira (2000 apud ARAJO; SILVA; OLIVEIRA, 2011) como uma forma de violao de direitos. Esse conceito um analisador fundamental para o entendimento das condies de vida da populao desprovida de elementos considerados bsicos sua sobrevivncia. Sejam adultos ou crianas, esse segmento populacional encontra possibilidades restritas para o desenvolvimento de modos de existncia, so quase invisveis, sem a garantia de um nome, sem histria, com laos muito precrios perambulando de um lugar a outro num tempo de incerteza. Uma vez que este trabalho teve como referncia adolescentes das classes econmicas D e E, considera-se importante destacar a prevalncia de Binge (Padro de uso pesado de lcool por tempo determinado, geralmente por mais de 1 dia) de 60% em pessoas da classe D, e 71% da classe E. Estes dados norteiam a evidncia dos fatores de risco aos quais adolescentes que vivem em situao de vulnerabilidade social esto submentidos. Segundo Scivoletto (2001) referente a outros fatores de risco, destacou-se uso de drogas pelos pais e amigos, desempenho escolar insatisfatrio, relacionamento deficitrio com os pais, baixa autoestima, sintomas depressivos, ausncia de normas e regras claras, baixa tolerncia do meio s infraes, necessidades de novas experincias e emoes, baixo senso de responsabilidade, pouca religiosidade, antecedentes de eventos estressantes e uso precoce de lcool.

1.2 Definindo o Servio CREAS, Centro de Referncia Especializado em Assistncia Social e o NPJ, Ncleo de Proteo Jurdico Social e Apoio Psicolgico Para conceituar o Servio que ser utilizado como referncia deste estudo, torna-se necessrio trazer a luz outras questes fundamentais, como a constituio de 1988, que foi um grande marco no Brasil, pois s a partir dela que a assistncia social passou a ser poltica pblica de garantia aos cidados Brasileiros assim como a sade e a previdncia social. A partir da Constituio de 1988, no ano de 1993 ocorreu a publicao da Lei Orgnica da Assistncia Social (LOAS), N 8.742, que regulamentou a garantia de direitos estabelecendo tambm, normas e critrios para organizao da assistncia social.Em 2004, a partir das deliberaes da IV Conferncia Nacional da Assistncia Social, foi elaborado o Plano Nacional de Assistncia Social (PNAS), aprovado pelo Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS). O PNAS indica os eixos estruturantes para a sua operacionalizao: concepo, territorialidade, financiamento, controle social, monitoramento e avaliao e recursos humanos. Esse processo culmina com a aprovao da regulao, em 2005, do Sistema nico de Assistncia Social (SUAS) que estabelece em suas diretrizes a descentralizao poltico-administrativa, o atendimento a quem dela necessitar, independentemente de contribuio seguridade social e a participao da comunidade. O SUAS se prope como instrumento para a unificao das aes da Assistncia Social, a nvel nacional, materializando as diretrizes da LOAS. Em especial, ratifica o carter de poltica pblica de garantia de direitos contrapondo-se e destituindo o histrico assistencialismo do primeiro-damismo. Este novo modelo de gesto da poltica da Assistncia Social prioriza a famlia como foco de ateno e o territrio como base da organizao de aes e servios em dois nveis de ateno CRUZ; SCARPARO; DUQUE-ESTRADA; GUARESCHI (2007 apud Moreira E.P, Mullher E.L, Cruz L.R 2012). Deste modo a proteo bsica, CRAS (Centro de Referncia da Assistncia Social) que objetiva segundo estipulado na Portaria (46/2010 SMADS) prevenir a ocorrncia de situaes de vulnerabilidade e risco social nos territrios, por meio do desenvolvimento de potencialidades e de aquisies, do fortalecimento de vnculos familiares e comunitrios e da ampliao do acesso aos direitos de cidadania. Enquanto proteo especial proposto pela mesma portaria, o CREAS (Centro de Referncia Especializado da Assistncia Social) que um servio que referencia o NPJ Ncleo de Proteo Jurdico Social e Apoio Psicolgico. O NPJ realiza articulao tcnica com a rede de proteo e garantia de direito, tais como, Poder Judicirio, Ministrio Pblico, Defensoria Pblica, Conselhos Tutelares, outras Organizaes de Defesa de Direitos e demais polticas pblicas, objetivando segundo regulamentao da Portaria (46/2010 SMADS) promover proteo a crianas, adolescentes, indivduos e suas famlias, quando da ocorrncia de situao de risco pessoal e social, especialmente aqueles relacionadas violncia sob suas diversas formas, maus tratos, abandono, discriminaes sociais e restries plena autonomia e exerccio das capacidades. Apesar da diferenciao proposta entre CRAS e CREAS a articulao entre os dois servios e os demais da rede de proteo ao adolescente e sade o que pode garantir a eficincia do atendimento. 1.3 Interveno Precoce e Reduo de DanosA fim de ilustrar e definir a reduo de danos e interveno precoce na introduo deste trabalho importante ressaltar que se trata de poltica pblica e tcnica de interveno escolhidas para a proposta de reviso bibliogrfica deste estudo. Ao final da dcada de 80 houve alto ndice de contaminao por HIV/AIDS entre usurios de drogas injetveis, com isso uma vasta discusso no Brasil ocorreu, dando incio a polticas de reduo de danos (RD) que tem como conjunto de estratgias, segundo Dias Ribeiro, Batos, Page (2013) voltadas para temas diversos como violncia, preveno e ateno em HIV/Aids e outras doenas transmissveis, e suporte social a populaes marginalizadas. Outro dado importante ainda em relao poltica de reduo de danos, consiste no fato de que tal poltica, conforme, Arajo; Silva; Oliveira (2013), tem por objetivo a disseminando de intervenes orientadas para a minimizao dos danos sade, sociedade e economia.

As estratgias de reduo de danos tambm pretendem minimizar riscos e danos associados ao uso de drogas, mesmo quando os usurios no pretendam ou no consigam interromper o consumo.

A interveno precoce como prope Arajo; Silva; Oliveira (2013), uma estratgia de reduo de danos, na qual tambm busca amenizar os prejuzos causados pela drogadio, pela violncia estrutural , bem como pela violao de direitos que tais jovem sofrem.

Pensando na aplicabilidade desta poltica no contexto de atuao de um servio da Secretria de Assistncia Social destaca-se o Art. 3 da Portaria N 1.028, DE 1 DE JULHO DE 2005, que regulamenta como medidas de ateno integral frente reduo de danos sociais e a sade, a disponibilidade do acesso assistncia social, educao, orientao e aconselhamento. Tais questes sero discutidas no decorrer deste trabalho. Diante do exposto, realizar um estudo de reviso bibliogrfica para averiguao da poltica de reduo de danos e interveno precoce em adolescentes usurios de substncias psicoativas, auxiliar a compreender a aplicabilidade desta poltica no Servio CREAS/NPJ, pensando o servio como um dispositivo de sade mental e articulador com os servios que prestam atendimento a estes jovens, que frequentemente so atendidos ou so encaminhados por outros servios da rede socioassistencial, equipamentos de sade e unidade escolar para serem acompanhados no servio, frente a possveis situaes de risco social e pessoal, conflitos familiares, conflitos com a lei, e ou violao de direitos e violncia. 2 OBJETIVOS

Identificar a aplicabilidade da reduo de danos tendo como estratgia a interveno precoce em adolescentes usurios de substncias psicoativas ilcitas, inseridos em acompanhamento de um Servio da rede de proteo infncia e adolescncia. 3 METODOLOGIAO presente estudo realizou ampla reviso bibliogrfica na base Lilacs, no Google Acadmico e livros; foram selecionados textos completos e livros cujas temticas estivessem envolvidas com o tema, utilizando linguagem em portugus. Os descritores utilizados foram: Adolescncia, Dependncia Qumica, Reduo de danos e Interveno precoce. Os filtros utilizados foram: Adolescncia, Reduo de Danos, Interveno precoce, Assistncia Social, Drogas e Vulnerabilidade Social. Os critrios utilizados para excluso dos artigos foram: estudos que falem sobre utilizao de drogas na faixa etria adulta, ou estudos que delimitem a reduo de danos como estratgia dos Centro de Ateno Psicossocial lcool e outras Drogas - CAPS AD. A seleo seguiu a seguinte ordem referente aos artigos: leitura dos ttulos, dos resumos e ento leitura dos textos completos, quanto aos livros, leitura dos ttulos, sumrios e leitura dos captulos pertinentes a este trabalho. Foi selecionado ainda, leis, portarias e decretos do site do ministrio da sade e ministrio do desenvolvimento social e combate fome. 4 RESULTADOS E DISCUSSOA presente anlise dos resultados e discusso inicia-se esclarecendo itens importantes dos 3 (trs) artigos selecionados para esta reviso bibliogrfica, aps so abordados os aspectos causadores do uso abusivo de drogas por parte dos adolescentes, atendimento no CREAS/NPJ, trabalho em rede e a interveno precoce e reduo de danos. 4.1 Apresentao dos resultadosAutor/anoMtodoResultadoConcluso

Arajo, Silva, Oliveira, (2011)Reviso bibliogrficaO artigo marca o adolescente usurio de substncia psicoativa como uma possvel vtima da violncia estrutural, uma vez que a baixa qualidade de vida e as restries de possibilidades cria neles uma instabilidade

psquica, fsica, material, e social que associada s

incertezas, dvidas e reaes de rebeldia tpicas de seu momento etrio psicolgico, torna-os vulnerveis interferncias externas.

Partindo das questes relacionadas violncia estrutural, conclui-se que os jovens usurios de substncias psicoativas tiveram seus direitos violados possivelmente antes do uso de substncia psicoativa. Considerando como motivadores, fatores envolvidos na violncia estrutural. Questes estas que denunciam a ineficincia das instituies (famlia, a escola, o exerccio das leis, a

falta de acesso etc) em lidarem com os jovens.

Em concordncia com Arajo; Silva; Oliveira, (2011) ao refletirem sobre a questo colocada para a sociedade a partir do uso de drogas, considerando-a como prtica importante para as polticas pblicas, pensar sobre intervenes frente problemtica do uso de substncias ilcitas feitas por adolescentes torna-se importante referir as motivaes que levam esses adolescentes a enveredarem para o uso abusivo e muitas vezes, realizarem outras prticas ilcitas, como vendas de drogas e ou envolvimento com violncia e outros atos inflacionais. O conceito de violncia estrutural descrito por Arajo; Silva; Oliveira; (2011), corrobora para o entendimento do uso abusivo de drogas por parte dos adolescentes, pois o problema da utilizao das drogas ilcitas no restrito a uma classe social apenas, contudo, os desdobramentos da chamada violncia estrutural e a ausncia de desenvolvimento do territrio, contribuem para acometer os jovens das classes sociais D e E, aos mais elevados ndices de uso abusivo. A violncia estrutural denominada como uma forma de violao de direitos, seguida da noo de ausncia de desenvolvimento do territrio frente ao desenvolvimento econmico global, que causa restries so as principais causas indicadas para o enveredamento do uso abusivo por parte dos adolescentes. Entende-se que interveno precoce ir atuar nas angstias e nas violaes de direito as quais essa populao vitimizada precocemente.

O artigo conclui que o incio do uso de substncia psicoativas do pblico alvo, no est alicerado apenas a uma escolha individual, mas que essa escolha denuncia a ineficincia das diversas instituies que perpassam a vida de adolescentes, tais como famlia, escola, o exerccio das leis a falta de acesso e etc. Propor a reduo de danos e a interveno precoce, faz-se necessrio principalmente para que haja uma articulao entre essas instituies. Os autores ainda apontam para a necessidade de reforma dessas estruturas e o desenvolvimento do territrio no qual o pblico alvo est inserido. Autor/anoMtodoResultadoConcluso

Scaduto; Barbieri;. (2007)Profissionais da equipe de um servio ambulatorial

de sade da regio de Ribeiro Preto, So

Paulo.Os autores apresentaram os resultados partindo de alguns pressupostos, sendo eles, percepo dos trabalhadores do ambulatrio acerca do conceito de adolescncia, os adolescentes atendidos na instituio, uso de substncias e dependncia, Tratamento da dependncia, Adeso ao tratamento, Adeso de pacientes adolescentes e Fatores intrnsecos instituio. Compreende-se que os profissionais do servio apontaram dificuldades vividas nos atendimentos, as quais no abarcam a produo social do fenmeno da dependncia qumica de jovens, dificuldades que no foram entendidas como falha da equipe, mas uma limitao frente ao tema, considerado-o complexo e abrangente.

Neste estudo foram convidados a participar 12 profissionais de um Servio ambulatorial de sade da regio de Ribeiro Preto, So Paulo. Destes profissionais escolhidos, foram, 1 assistente social, 2 enfermeiros, 2 mdicos, 4 psiclogos e 2 terapeutas ocupacionais. Foram aplicadas entrevistas individuais na prpria instituio. Dentre os resultados, os conflitos, a dificuldade de lidar com limites foi ressaltada Scaduto; Barbieri; (2007), definem que os papeis da sociedade e da famlia foram destacados frente a mudana tecnolgica e as mudanas de valores. Em relao dependncia qumica, os entrevistados compreendem, que os adolescentes perdem o controle de si mesmos Scaduto; Barbieri; (2007). Quanto a adeso ao tratamento Scaduto; Barbieri; (2007), observam a dificuldade do papel da famlia, que no oferece o suporte necessrio, fatores ligados ao tratamento em si, como a dificuldade da equipe em lidar com adolescentes e o despreparo da instituio para acolher adequadamente essa populao. No sentido de usar estratgias para adeso desses adolescentes, Scaduto; Barbieri; (2007), apontam articulaes com outros servios que prestam atendimento mesma populao, dentre outras tcnicas aplicadas individualmente no servio. Com base nas entrevistas concluiu-se segundo Scaduto; Barbieri; (2007), que existem dificuldades encontradas pelas equipes que refletem o quanto a dependncia qumica entre jovens um tema complexo e abrangente, sendo necessrio o trabalho em rede para agregar outros servios que trabalhem no atendimento a adolescentes. Autor/anoMtodoResultadoConcluso

Moreira; Muller; Cruz; (2012)

Pesquisa realizada com 1 representante de cada servio da rede de atendimento infncia e adolescncia do municpio de Santa Cruz do Sul (RS)Para descrio dos resultados foram abordados os tpicos mais importantes das entrevistas realizadas, sendo eles, Conhecimento sobre o SUAS e o CREAS, A Rede de proteo e a articulao entre seus equipamentos, Atribuies de cada Servio na rede de proteo infncia e adolescncia e o Perfil Profissional. Verificou-se atravs dos resultados apurados que os profissionais sentem-se impotentes frente a precariedade da Rede e desenvolvem sofrimento psquico, o que sinaliza o no funcionamento dos servios e ausncia de suporte.

A pesquisa se desenvolveu a partir da Rede de Proteo Social infncia e adolescncia do municpio de Santa Cruz RS. Foram convidados a participar 1 representante de cada servio, a saber, Centro de Referncia Especializado da Assistncia Social (CREAS), Conselho Tutelar, Promotoria da Infncia e Juventude, Juizado da Infncia e Juventude, Centro Regional da Assistncia Social (CRAS), dois abrigos (municipal e uma ONG), Centro de Ateno Psicossocial para crianas e adolescentes (CAPSIA) e trs escolas da rede municipal de ensino. O instrumento utilizado para coleta de dados foi uma entrevista individual semi-estruturada, a qual investigava 5 tpicos, sendo eles, (1) a compreenso sobre o Sistema nico da Assistncia Social; (2) o entendimento sobre rede de proteo social infncia e adolescncia; (3) o conhecimento sobre o CREAS, bem como a respeito de sua abrangncia e formas de encaminhamento para aquele servio; (4) a articulao de cada servio com os demais equipamentos que compe a Rede de Proteo Infncia e adolescncia, bem como com o prprio CREAS; (5) narrativas de situaes cotidianas no que tange articulao da rede de proteo social infncia e adolescncia.De acordo com a anlise dos resultados da pesquisa, Moreira; Muller; Cruz; (2012) analisaram que a implantao de polticas pblicas da assistncia social geraram processos de mudanas que so um desafio para os trabalhadores de toda a rede, pois coloca como questo, a comunicao entre os Servios, que tem importncia fundamental para que a proteo ao adolescente seja efetivada. Concluiu-se neste artigo de acordo com Moreira; Muller; Cruz; (2012) a importncia da articulao da rede, sendo ela entendida como construo coletiva que procede relacionamentos, negociaes, compatibilizao de interesses, pactos, movimentos de adeso e interao. Frente ao exposto, nota-se que a reduo de danos como prtica no Servio da Assistncia Social apresenta a necessidade de produo literria a ser publicada. 4.1 A adolescncia e o uso abusivo de drogas, atendimento no CREAS/NPP, Rede de atendimento e interveno precoce / reduo de danosCompreende-se que a adolescncia deve ser encarada como uma etapa crucial para o processo de crescimento e desenvolvimento, segundo Scivoletto (2001), tal etapa, marcada pelos aspectos fsicos, psquicos e culturais. O jovem vivencia uma fase de experimentaes comportamentais, momento este que o coloca em risco pois:

A curiosidade natural do adolescente o impulsiona a experimentar novas sensaes e prazeres. O adolescente vive o aqui e o agora, em funo da realizao a curto prazo e a droga proporciona isso. O apelo dos efeitos causados pela droga sedutor e tambm muito fcil. As drogas dariam o prazer passivo, imediato, sem precisar de grandes espaos fsicos ou esforos.

Segundo dados do II Levantamento Nacional de lcool e Drogas (LENAD) 2012, o total de estudantes com relato de uso no ano de qualquer droga (exceto lcool e tabaco) foi de 8,9% para a rede pblica. As drogas mais mencionadas foram, inalantes, maconha, ansiolticos, cocana e anfetamnicos.

Como interveno para o uso abusivo de substncias psicoativas, Arajo; Silva; Oliveira; (2011) compreendem que a poltica de reduo de danos, objetiva aes que reduzam a oferta e a demanda de drogas, minimizando os danos sade, sociedade e economia.

Pensando sobre as problemticas encontradas para adeso dos adolescentes no tratamento para uso e abuso de substncias psicoativas, Scaduto; Barbieri; (2007), afirmaram que as vivencias profissionais das equipes, apontaram para uma dificuldade encontrada no campo da sade em no conseguir abarcar sozinha a complexidade do tema, uma vez que a dependncia qumica possui um aspecto social e para ele no exista uma nica resposta, fato que no indica uma falha da equipe de sade, mas uma limitao frente a complexidade do tema que demanda diversas respostas. Tais respostas, podero ser contrapostas pelo modelo do trabalho em rede o qual pretende agregar o trabalho em conjunto de todos os Servios de Proteo ao adolescente.

Sendo assim, a poltica da assistncia social que um direito a ser assegurado, bem como a sade e outras polticas, segundo, Moreira; Muller; Cruz; (2012) o CREAS Centro de Referncia Especializado da Assistncia Social foi desenvolvido para prestar atendimento famlias e indivduos que se encontram em situao de risco pessoal e social, violao de direitos, violncia etc.

Outro fator importante associado ao CREAS, de acordo com Moreira; Muller; Cruz; (2012 apud GUIA-CREAS, 2005), o CREAS um recurso da poltica que tambm pretende promover a integrao dos Servios, potencializando as aes em prol dos usurios do Servio, que no caso deste estudo so adolescentes usurios de substncias psicoativas. Ofertar-se ainda, um conjunto de profissionais e processos de trabalhos que devem desenvolver o apoio e acompanhamento individualizado.

Existe no artigo de Moreira; Muller; Cruz; (2012) um questionamento sobre o conhecimento que os servios da rede de proteo ao adolescente possuem sobre o CREAS, neste sentido, o Servio encontra-se em processo de aperfeioamento e implantao, o que explica a falta de conhecimento existente por parte dos demais Servios que prestam atendimento ao pblico alvo deste estudo.

Partindo do pressuposto sobre adolescentes segundo Arajo; Silva; Oliveira; (2011) apontam que so extremente dependentes de pais, irmos, professores, mdicos, condies de habitao e saneamento, ou seja, um vasto rol de pessoas, instituies que j tem sua vida e existncia diretamente afetada pelas polticas pblicas, essas mesmas polticas pblicas que iro ser desenvolvida por todos os Servios da Rede de Proteo ao adolescente.

Perante a problemtica de uso e abuso de drogas por parte dos adolescentes, conclumos em concordncia com Arajo; Silva; Oliveira; (2011) que a reduo de danos deve ser aplicada na direo de se fazer a interveno antes do perodo critico. Arajo; Silva; Oliveira; (2011 et al Pinheiro, 2006, p 27), afirmaram que a reduo de danos pode ser considerada mais como uma estratgia de interveno do que um programa.

Considerando a dependncia no apenas qumica, mas compreendendo-a como resultante da violncia estrutural, definida por Arajo; Silva; Oliveira; (2011), como condies de vida desprovida de elementos bsicos sobrevivncia.

Concordando com Arajo; Silva; Oliveira; (2011 et al Cruz Neto e Moreira 1999, p.51) esses jovens tendo seus direitos violados precocemente, o uso abusivo de drogas acontece e muitas vezes so propagadores de outras violncias.

Defini-se segundo Arajo; Silva; Oliveira; (2011) 3 (trs) modelos de interveno precoce com o objetivo de reduo de danos, estes, classificados em alta possibilidade de vinculao, que so jovens que chegam espontaneamente ou levados por um familiar um servio da Assistncia Social (CREAS), sade mental (CAPSI/AD) ou conselhos tutelares, nestes equipamentos solicitam tratamento para o uso de drogas o que vem acompanhado de risco social e problemas relacionados ao contexto sociocultural. O segundo modelo de interveno o de Mdia possibilidade de vinculao, compreendido como aqueles jovens que percebem os danos fsicos, emocionais e sociais que o uso de substncia psicoativa causa e conseguem realizar algum pedido de ajuda. E o terceiro modelo de interveno o de baixa possibilidade de vinculao, pois so os jovens que esto em risco social e de vida decorrente do uso de drogas e de envolvimento com o trfico.

Corroborando com o modelo de interveno precoce e reduo de danos:

Pode-se dizer que a estratgia de interveno precoce prope no um trabalho alicerado na proibio, mas na escuta clnica social quando do aparecimento do problema. A estratgia de reduo de danos e a de interveno precoce tambm um modo de buscar amenizar os prejuzos causados pela violncia estrutural, bem como pela violao de direitos que tais jovens sofrem pelas instituies que deveriam cuidar deles. Arajo; Silva; Oliveira; (2011)

Outro dado importante a necessidade de que novas propostas de ao frente Reduo de Danos, sejam implementadas, corroborando para a extino da lgica de abstinncia imediata do usurio, concebendo assim a Interveno Precoce como estratgia adotada para trabalhar os prejuzos.

Frente ao objetivo que norteou essa reviso bibliogrfica possvel afirmar que as aes propostas de interveno precoce e reduo de danos no CREAS em concordncia com Arajo; Silva; Oliveira; (2011) ocorrem entre os servios da rede de proteo ao adolescente, pois deste modo a comunicao entre os servios e os resultados obtidos vo concretizando e efetivando o trabalho em rede. 5 CONCLUSES

Esta reviso bibliogrfica foi fruto de inquietaes vivenciadas no cotidiano do trabalho desenvolvido no CREAS/NPJ Itaim Paulista, pois propiciaram a reflexo sobre possveis intervenes frente problemtica do uso de substncias psicoativas realizadas por adolescentes, e a aplicabilidade de reduo de danos e interveno precoce no equipamento da Assistncia Social.

Quanto as aes, a interveno precoce e reduo de danos so estratgias utilizadas no equipamento de assistncia social como prticas que proporcionam condies aos adolescentes de desenvolvimento da cidadania, fortalecimento familiar, elevao de auto estima, resgate da identidade e empoderamento dos direitos, atravs de atendimentos sociais, psicossociais e jurdicos na unidade do CREAS/NPJ e ainda os encaminhamentos para outros equipamentos da rede de proteo ao adolescente, propulsionando mudanas psicossociais que possam afetar menos suas vidas, frente ao uso de substncias psicoativas e outros desdobramentos como a violncia estrutural, violao de direitos e vulnerabilidade social. Portanto verifica-se que dentro das polticas pblicas da assistncia social a reduo de danos e interveno precoce se fazem presentes, atravs de aes realizadas na unidade do Servio e principalmente atravs da realizao de articulao/encaminhamento com a rede de proteo ao adolescente. Deste modo tem-se a legitimizao das estratgias de reduo de danos possibilitando uma ampliao dos conceitos envolvidos nos fenmenos da drogadio realizada por adolescentes. Conclui-se que diante da busca por produo literria para nortear esta reviso bibliogrfica, foi verificado a necessidade de novas publicaes e estudos longitudinais acerca da reduo de danos e interveno precoce no servio da assistncia social.

REFERNCIAS

Scaduto, A.A; Barbieri, V. O discurso sobre a adeso de adolescentes ao tratamento da dependncia qumica em uma instituio de sade pblica. So Paulo, 2007.

Moreira. P.M; Muller. E.L; Cruz. L.R; Centro de Referncia Especializado da Assistncia Social: Pesquisa - Interveno na Rede de Proteo Infncia e Adolescncia, Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC Brasil, 2012.

Neto, O. C. & Moreira, M. R. A concretizao de polticas pblicas em direo preveno da violncia estrutural. Cincia & Sade Coletiva, 1999.

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Santos, Juliana dos

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28 f.

Trabalho de concluso de curso (especializao) apresentado ps-graduao lato sensu da Universidade Paulista, So Paulo, 2015.

rea de concentrao: Uso e abuso de substncias

Orientao: Prof. Ana Carolina Schmidt

Orientao: Prof. Hewdy Lobo

1. Adolescncia. 2. Drogas. 3. Reduo de Danos. I. Universidade Paulista - UNIP. II. Ttulo. III. Santos, Juliana dos

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