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Lei Heong Iok, presidente do Instituto Politécnico de Macau, propôs em Pequim a criação de um subcomité de ensino do Português na estrutura do Ministério da Educação Chinês, com a participação de especialistas de instituições da RAEM. Na qualidade de delegado de Macau na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, defendeu ainda que a língua portuguesa não pode ser ignorada na implementação da estratégia nacional “Uma Faixa, Uma Rota”, face ao “impres- sionante” crescimento das relações entre a China e os países lusófonos. Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 4959 • Segunda-feira, 14 de Março de 2016 10 PATACAS PUB 12 0 C/16 0 C • HOJE Fonte SMG Centrais Última Adam Johnson encontrou em Pyongyang “feridas” que já não saram Xi Jinping consolidou imagem de líder forte em três anos no poder FOTO JTM Agências de “rating” divididas sobre economia de Macau A agência “Moody’s” vai rea- valiar o “rating” de Macau, ponderando uma revisão em baixa, face ao risco de “dete- rioração” das contas públicas devido às quebras no jogo. Já a “Fitch” continua a acreditar na “estabilidade”. Pág. 6 A apologia do Português nas reuniões de Pequim DIRECTOR DA REDE DE SERVIÇOS JUVENIS BOSCO AO JTM “Educação moral não tem a relevância que merece” Págs . 2 e 3 Pág. 4 Pág. 5 FOTO ARQUIVO CORPORAÇÃO REAJUSTA ESTRATÉGIAS CPSP faz hoje 325 anos ATFPM aposta na eleição de Rita Santos como deputada Rita Santos vai candidatar-se a deputada da Assembleia Le- gislativa e, caso seja eleita, re- presentará “uma lufada de ar fresco” no Hemiciclo, garante Pereira Coutinho, reeleito no sábado presidente da direcção da ATFPM. Pág. 7 Baile do “Micareme” volta em Abril para nova sessão de folia O Jardim de Infância D. José da Costa Nunes acolhe a 9 de Abril a quarta edição do “Mi- careme”, baile de máscaras que pretende juntar a comu- nidade num momento de “fo- lia” mas também com longa tradição. Pág. 9

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Page 1: Administrador 4959 10 PATACAS A apologia do … fileem Pyongyang “feridas” que já não saram Xi Jinping consolidou imagem de líder forte em três anos no poder FOTO JTM ... Rita

Lei Heong Iok, presidente do Instituto Politécnico de Macau, propôs em Pequim a criação de um subcomité de ensino do Português na estrutura do Ministério da Educação Chinês, com a participação de especialistas de instituições da RAEM. Na qualidade de delegado de Macau na Conferência Consultiva Política do Povo

Chinês, defendeu ainda que a língua portuguesa não pode ser ignorada na implementação da estratégia nacional “Uma Faixa, Uma Rota”, face ao “impres-sionante” crescimento das relações entre a China e os países lusófonos.

Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 4959 • Segunda-feira, 14 de Março de 2016 10 PATACAS

PUB

120C/160C• • • HOJE

Fonte SMG

Centrais Última

Adam Johnson encontrouem Pyongyang “feridas” que já não saram

Xi Jinping consolidou imagem de líder forte em três anos no poder

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JTM

Agências de “rating”divididas sobre economia de Macau A agência “Moody’s” vai rea-valiar o “rating” de Macau, ponderando uma revisão em baixa, face ao risco de “dete-rioração” das contas públicas devido às quebras no jogo. Já a “Fitch” continua a acreditar na “estabilidade”. Pág. 6

A apologia do Portuguêsnas reuniões de Pequim

DIRECTOR DA REDE DE SERVIÇOSJUVENIS BOSCO AO JTM

“Educação moral não tem a relevância

que merece” Págs. 2 e 3

Pág. 4

Pág. 5

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ARQ

UIVO

CORPORAÇÃO REAJUSTA ESTRATÉGIAS

CPSP faz hoje 325 anos

ATFPM aposta na eleição de Rita Santos como deputadaRita Santos vai candidatar-se a deputada da Assembleia Le-gislativa e, caso seja eleita, re-presentará “uma lufada de ar fresco” no Hemiciclo, garante Pereira Coutinho, reeleito no sábado presidente da direcção da ATFPM. Pág. 7

Baile do “Micareme”volta em Abril para nova sessão de foliaO Jardim de Infância D. José da Costa Nunes acolhe a 9 de Abril a quarta edição do “Mi-careme”, baile de máscaras que pretende juntar a comu-nidade num momento de “fo-lia” mas também com longa tradição. Pág. 9

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Segunda-feira, 14 de Março de 201604 JTM | LOCAL

MUITAS ACTIVIDADES E MAIOR APROXIMAÇÃO À COMUNIDADE NO 325º ANIVERSÁRIO

Estratégias da CPSP alvo de reajustamentoO Corpo de Polícia de Segurança Pública comemora hoje o seu 325º aniversário, data marcada por diversas actividades de proximidade à população e pela garantia de reajustamento de estratégias de actuação. Neste domínio, o alargamento da polícia turística e o reforço do combate às infracções de trânsito e dos taxistas estão entre os pontos destacados pela corporação

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CPS

PAproveitando a passagem do seu 325º aniversário, que hoje se comemora, o Corpo de Polícia

de Segurança Pública (CPSP) realçou as quatro áreas principais em torno das quais irá concentrar os seus trabalhos ao longo do corrente ano.

Segundo um comunicado da cor-poração, “atendendo à nova situação da ordem pública, proceder-se-á a uma disposição e ajustamento mais espe-cíficos dos meios policiais, incluindo: alargar a dimensão da ‘polícia turística’ e por em funcionamento os ‘postos de polícia itinerantes’”. Para além disso, o CPSP pretende reforçar a cooperação inter-serviços e regional, designada-mente no combate à imigração ilegal.

Por outro lado, a corporação quer aperfeiçoar e estender o trabalho de policiamento comunitário, com méto-dos mais orientados para os assuntos comunitários no sentido de participar activamente e manter uma boa relação de troca de informações entre os cida-dãos e a polícia.

Um segundo aspecto prende-se com o trânsito, com o CPSP apostado em aumentar os recursos humanos e opti-mizar os sistemas electrónicos para re-forçar o combate às infracções rodoviá-rias e, em especial, dos taxistas. Nesse sentido, as autoridades policiais asse-veram que o combate aos táxis ilegais será alvo de atenção redobrada.

Tendo em conta que os movimen-tos fronteiriços se mantêm elevados, o CPSP promete também “proceder, constantemente, à revisão, estudo e op-timização dos diversos processos ope-racionais, por forma a aliviar o fluxo de multidões surgidas em festivais impor-tantes” ou repentinamente.

Paralelamente, será levado a cabo um processo de optimização interna. “Vamos envidar esforços para elevar o nível de gestão interna, reforçar a gestão discipli-nar, desenvolver formações específicas de policiamento científico”, refere o mes-mo comunicado, acrescentando que será reforçada a “integridade, a sobriedade ao serviço da população e a conduta ética”. Nesse sentido, a corporação irá prestar “atenção à imagem do Serviço e pessoal, preservando, assim, o profissionalismo e respeito da equipa policial”.

Sublinhando que a polícia pretende “adoptar um modelo de policiamen-to moderno”, a corporação lembra o lançamento de várias iniciativas como o programa televisivo “Polícia e Cida-

dão a mesma missão”, as contas nas plataformas de internet como Wechat e Youtube que promovem o policiamento comunitário e de proximidade e o “me-canismo permanente de ligação de poli-ciamento” com o sector hoteleiro.

Para além disso, também foi re-centemente divulgado, no âmbito das comemorações do 325º aniversário, o minifilme da “Série II de Histórias da Polícia” com o objectivo de promover a cultura policial e demonstrar o espírito da Polícia.

Entre outras actividades alusivas à data festiva, o órgão policial destaca o “Dia Aberto do CPSP”, que incluiu en-trega de louvores a agentes, exposições artísticas, a actividade intitulada “o dia

de levar os filhos ao local de trabalho dos pais”, a emissão de selos comemorativos do aniversário, para além da cerimónia do içar da bandeira, uma missa de defuntos e o jantar comemorativo do aniversário.

O Corpo de Polícia de Segurança Pú-blica frisou que, ao longo dos 325 anos de história, a sociedade de Macau de-senvolveu-se com “dinâmicas impres-sionantes” e o sistema policial “sofreu bastantes desafios”. No entanto, depois da transferência a “ordem pública de Macau tem vindo a manter-se estável, resultado esse que foi conseguido à cus-ta de grandes esforços, e que dependeu imprescindivelmente nos esforços con-juntos de todos os sectores sociais e da população”, refere o comunicado.

CPSP quer aumentar os recursos humanos e optimizar sistemas electrónicos para reforçar o combate às infracções rodoviárias

1ª Vez “JTM” - 14 de Março de 2016

Execução Ordinária nº CV2-15-0170-CEO 2º Juízo Cível

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

O Juiz, Jerónimo Alberto Gonçalves Santos

O Escrivão Judicial Adjunto,Sou Wai Hong

“JTM” - 14 de Março de 2016

Cumprimento de Obrigações Pecuniáriasn.º PC1-15-0775-COP Juízo de Pequenas Causas Cíveis

Autor: BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, S.A., com sede em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, nº. 22.Réu/Ré: CHARITO ABAYA MANALANG, residente em Macau, na Rua de Bragança, Edifício Nova Taipa Garden, Bloco 26, 24.º andar “I”, Taipa, ora ausente em parte incerta.

FAZ-SE SABER que pelo Juízo de Pequenas Causas Cíveis do Tribunal Judicial de Base da RAEM, correm éditos de TRINTA (30) DIAS, contados da data da publicação do anúncio, para citar o Réu/a Ré CHARITO ABAYA MANALANG, querendo, no prazo de quinze (15) dias, findo o dos éditos, contestar a acção supra identificada, na qual pede que se julgue procedente e provada e, em consequência condena o(a) Réu/Ré a pagar as dívidas, as despesas e os juros de mora na quantia de MOP$42.981,49 (Quarenta e Duas Mil, Novecentas e Oitenta e Uma Patacas e Quarenta e Nove Avos), a que acrescem os juros que se forem vencendo, à taxa de juros convencionais, após a propositura da acção e até integral pagamento, o respectivo imposto de selo que sobre os mesmos incide e, ainda, as custas e condigna procuradoria.

Tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial, que se encontra nesta Secretaria do Juízo de Pequenas Causas Cíveis à disposição do(a) citado(a).

Fica advertido(a) de que não é obrigatória a constituição de mandatário judicial.

R.A.E.M., aos 25 de Fevereiro de 2016

A Juiz,Lou Silva Lap Hong

O Escrivão Judicial Auxiliar,Lam Ka Hong

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO DE PEQUENAS CAUSAS CÍVEIS

ANÚNCIO

Correm éditos de trinta (30) dias, a contar da segunda e última pu-blicação do anúncio, citando a LAM UN MEI, para no prazo de vinte (20) dias, decorrido que seja o dos éditos, pagar ao exequente a quan-tia de MOP$ 50.018,44 (Cinquenta Mil, Dezoito Patacas e Quarenta e Quatro Avos) e legais acréscimos, ou no mesmo prazo, deduzirem opo-sição por embargos ou nomearem bens à penhora, sob pena de, não o fazendo, ser devolvido ao exequente o direito de nomeação de bens à penhora, seguindo o processo os ulteriores termos até final à sua revelia.

Tudo conforme melhor consta do duplicado da petiçnao inicial que neste 2º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta Secretaria Judicial nas horas normais de expediente.

E ainda que é obrigatória a constituição de advogado caso sejam opostos embargos ou tenha lugat a qualquer outro porcedimento que siga os termos do processo declarativo.

Macau, aos 10 de Março de 2016.

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Segunda-feira, 14 de Março de 2016 JTM | LOCAL 05

Liane Ferreira

LEI HEONG IOK FRISA IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NAS POLÍTICAS NACIONAIS

Pequim instado a “orientar” ensino do PortuguêsLei Heong Iok sugeriu em Pequim a criação de um subcomité de ensino do Português no Ministério da Educação Chinês e a inclusão de especialistas das universidades de Macau nesse organismo. O presidente do Instituto Politécnico de Macau frisou que o florescimento do ensino da língua portuguesa é evidente, mas tem sido acompanhado por novos problemas e desafios que devem abordados a nível oficial

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ARQ

UIVO

Na qualidade de delegado de Macau na Con-ferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), Lei Heong Iok defendeu em Pequim

a criação de um subcomité na estrutura do Ministério da Educação da China com o intuito de orientar o ensi-no da língua portuguesa no Continente chinês.

O presidente do Instituto Politécnico de Macau (IPM) sublinhou que, apesar dos cursos de Português na China Continental terem começado já na década de 60, a expansão do ensino da Língua de Camões ace-lerou depois de 2000, tendo resultado em mais de 30 cursos em todo o país.

No entanto, esta onda de interesse pelo Português trouxe novos problemas, como é o caso de professo-res muito jovens, sem experiência e sujeitos a muita pressão no trabalho, referiu o mesmo responsável. Para além disso, alertou para o facto de, mesmo com tantos anos de história, ainda não existem materiais de ensino uniformizados na China Continental, sen-do antiquados tanto os métodos de ensino como os conteúdos. Na sua opinião, estas questões tenderão a agravar-se no futuro, caso não sejam implementadas medidas para atenuar o problema.

Defendendo que a língua portuguesa não pode ser ignorada na implementação da estratégia nacional “Uma Faixa, Uma Rota”, já que o crescimento das rela-ções entre a China e os países lusófonos tem sido “im-pressionante”, Lei Heong Iok declarou ser necessário alterar a situação actual do ensino no Continente.

Nesse sentido, o delegado da RAEM sugeriu ao Governo Central a criação de um subcomité que

oriente o ensino da língua portuguesa no país, den-tro da comissão dedicada às línguas estrangeiras do Comité Director do Ensino Superior do Ministério da Educação chinês. Para além disso, aconselhou a contratação de especialistas e a realização de estudos, consultas e orientações sobre o ensino da língua por-tuguesa no Ensino Superior sob a orientação do Mi-nistério da Educação.

Tendo em conta os mais de 400 anos de Macau como plataforma de ligação entre a China e a Lusofonia, es-pecialmente na formação de quadros bilingues onde o IPM desempenha um longo papel, Lei Heong Iok su-geriu que especialistas das universidade do território sejam convidados a participar nesse subcomité. Nesse ponto, lembrou ainda que o IPM tem vindo a apostar na última década na formação de jovens professores de Português da China Continental para melhorarem o seu nível académico e capacidade de ensino.

Lei Hoeng Iok recordou ainda que os países lusó-fonos estão na linha geográfica da estratégia da rota marítima da Seda do século XXI, tendo todos grandes potencialidades de desenvolvimento. Em particular, apontou Portugal como um dos pontos base dessa rota.

Susana Chou defende estudode línguas estrangeiras

Ainda na área da educação, Susana Chou, ex-pre-sidente da Assembleia Legislativa que também repre-senta Macau na CCPPC, incentivou os jovens a estu-darem línguas estrangeiras. A seu ver, aprender uma língua e conhecer diferentes culturas garantem “vá-rias chaves para o futuro” e constituem uma grande ajuda no amadurecimento pessoal. Além disso, lem-brou que aprendeu português sozinha e que o mais importante em qualquer língua é não ter vergonha e praticar bastante.

Por outro lado, os delegados de Macau à Assem-bleia Nacional Popular apresentaram um pedido a Pequim com vista à emissão dos canais da Teledifusão de Macau (TDM), incluindo os portugueses, no Con-tinente chinês. No entanto, a resposta apenas deverá chegar no próximo ano.

Museu do GP será “número um no mundo”

A renovação do Museu do Grande Prémio vai tornar o espaço no melhor do mundo ao nível do desporto automóvel, garantiu o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Será o “número um no mundo”, disse Alexis Tam, que espera concluir o projecto no prazo de cerca de dois anos. “Espero que seja concluído antes do 65º aniversário do Grande Prémio. Estou a sugerir aos nossos colegas para trabalharem mais rápido”, indicou.

ALEXIS TAM EM ENTREVISTA À TDM

Apoio à EPM é “uma certeza absoluta”A Universidade de Macau (UM) tem de melhorar o ensino da língua portuguesa, sublinhou o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, admitindo que o reitor tem responsabilidades nessa matéria. Em entrevista à TDM, Alexis Tam mostrou-se ainda convicto de que essa preocupação foi superada e reiterou o apoio do Governo da RAEM à Escola Portuguesa

O Secretário para os As-suntos Sociais e Cultura reconheceu que a Uni-

versidade de Macau (UM) tem de reforçar o ensino do Portu-guês, um trabalho que, na sua perspectiva, já devia estar mais desenvolvido. Nessa matéria admitiu que cabem algumas responsabilidades ao reitor, Wei Zhao.

“[O desempenho do reitor] poderia ser melhor. Estava a pu-xar mais pela formação da lín-gua portuguesa, aliás, falei com ele e critiquei-o publicamente. Ao mesmo tempo, elogiei o presidente do Instituto Politéc-nico”, afirmou Alexis Tam, em entrevista aos canais portugue-ses da TDM. Apesar de tudo, o governante acredita que a preo-cupação em torno do ensino do Português na UM já está ultra-passada.

Por outro lado, Alexis Tam justificou o apoio do Governo da RAEM à Escola Portuguesa de Macau (EPM), com o facto da instituição ser “importantíssima

para formar os talentos”.“Penso que temos de apoiá-

-la. A EPM tem qualidade. Aqui, em Macau, temos uma comuni-dade portuguesa bastante gran-de. Temos de apoiar a escola a formar os filhos dessa comuni-dade. Daqui para a frente, o Go-verno da RAEM vai continuar com este apoio, de certeza abso-luta”, assegurou.

Na mesma linha, o titular da pasta dos Assuntos Sociais e Cultura referiu que vai ser dado todo o apoio ao plano de me-lhoramento das instalações da EPM, um projecto que visa do-

tar o estabelecimento de ensino de capacidade para receber mais alunos.

Prometidas mais melhoriasna área da Saúde

Na mesma entrevista, o Se-cretário para os Assuntos So-ciais e Cultura defendeu, por outro lado, que Macau já dispõe de um melhor sistema de saúde do que muitos países ou regiões, embora ainda haja margem para aperfeiçoamento. Convicto de que a população está mais satis-feita com as políticas para a área, reconhecendo o trabalho desen-

volvido ao longo do úl-timo ano, o governante desvalorizou ainda o tempo de espera nas urgências.

“Como o serviço do hospital público é grátis, há espera, as pessoas têm de espe-rar. Mas o nosso servi-ço já melhorou muito. Em Portugal como é? Estados Unidos da América, In-glaterra, Canadá, Austrália, os países europeus e mesmo Hong Kong ou Pequim? Eu posso di-zer, primeiro, que os nossos ci-dadãos não precisam esperar muito tempo para uma consulta no hospital ou no centro de saú-de”, salientou.

Numa escala de 1 a 10, Ale-xis Tam atribuiu sete pontos ao hospital público e garantiu que haverá melhorias nos próximos meses. “Ainda estamos a recru-tar mais pessoal, porque não chega. Por outro lado, ainda não temos, por exemplo, hardwa-re, isto é, instalações suficientes para os nossos doentes, eles têm de sair dos quartos de hospital e ir a um centro de reabilitação”, afirmou.

No entanto, o balanço posi-tivo não impediu Alexis Tam de admitir que o serviço de urgên-cia do Centro Hospitalar Conde

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ARQ

UIVO

de S. Januário “foi mal planea-do”. Questionado sobre os moti-vos que o levaram a reconduzir por mais dois anos o director dos Serviços de Saúde, Alexis Tam garantiu que vai “exigir mais” de Lei Chin Ion, notando que este está agora a trabalhar sob as suas “orientações”, “polí-ticas” e “indicações”.

Alexis Tam voltou ainda a destacar a importância do alar-gamento dos horários de fun-cionamento no hospital público e dos centros de saúde e pro-meteu resolveu o problema de falta de espaço, que leva alguns doentes a ficaram em corredo-res. “Essa situação com certeza vai acabar, mas leva tempo, por-que estamos a fazer, estamos a planear, não apenas em espaço, também precisamos de mais pessoal, isto quer dizer mais médicos, enfermeiros e outros profissionais”, disse.

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Segunda-feira, 14 de Março de 201606 JTM | LOCAL

• • • BREVESOficinas Marítimas usadaspara exposições de arteUm dos edifícios na Oficina Marítima conhe-cida como “Doca de A-Má” vai ser restaura-do pelo Instituto Cultural, com o objectivo de transformar o espaço num centro de arte contemporânea onde deverão ser expostas obras oriundas de todo o mundo. O Instituto Cultural garantiu, por outro lado, que as no-vas medidas de segurança foram recebidas com agrado por parte dos frequentadores dos templos, pelo que a venda de incensos das lojas não foi muito afectada.

Acidente causou um mortona Avenida da AmizadeA colisão de um motociclo com um poste de iluminação na Avenida de Amizade na madrugada de sábado provocou a morte do motociclista, o primeiro acidente fatal deste ano. O Corpo de Polícia de Segurança Públi-ca suspeita que, a vítima de 55 anos, residen-te da RAEM, ter-se-á despistado numa cur-va. A morte do condutor foi confirmada uma hora depois de ter sido transportado para o hospital já inconsciente.

“Shuttle-bus” destrói paragem e provoca dois feridosUm “shuttle-bus” do StarWorld Hotel emba-teu num táxi e numa paragem de autocarro situada no Terminal Marítimo do Pac On, provocando ferimentos em dois transeuntes e danos graves na estrutura. Após o embate, os feridos foram encaminhados para o Hos-pital Kiang Wu. Segundo o Departamento do Trânsito, o acidente terá sido causado por negligência do condutor que terá confundi-do o travão e o acelerador.

Bilhetes para o FAMregistam boa procuraJá se encontram à venda os bilhetes para os espectáculos do 27º Festival de Artes de Macau (FAM). Os ingressos podem ser adquiridos na Bilheteira Online de Macau. Os bilhetes começaram a ser vendidos no domingo mas já esgotaram para alguns es-pectáculos. Entre eles destacam-se a actua-ção de abertura, a peça “Um Sonho de Uma Noite de Verão”, de William Shakespeare, “Contos de Fadas do Mundo do Caos”, “As Obras Completas de William Shakespeare (abreviadas)” e “Círculos”.

Macau eleito melhor destinoem feira em BerlimA Direcção dos Serviços de Turismo esteve na 50ª edição da ITB Berlim, onde Macau recebeu o prémio de “Melhor Destino”, atri-buído pelo Conselho Internacional da Asso-ciação de Escritores de Viagem da Zona do Pacífico. O território foi promovido na feira de turismo com um “stand” de 63 metros quadrados, onde foram divulgadas as po-tencialidades de Macau enquanto cidade de eventos, festividades e património cultural. Em destaque no expositor esteve o Fórum de Economia de Turismo Global.

13 estudantes da UMcom gastroentriteTreze alunos de várias faculdades da Uni-versidade de Macau (UM) deslocaram-se ao Centro de Assistência Médica da insti-tuição com sintomas de gastroenterite, após terem comido nas cantinas de dois colégios residenciais. O estado clínico de todos os alunos é considerado estável. Além da UM ter implementado medidas para assegurar a higiene ambiental, o fornecedor de comida suspendeu o serviço no sábado para realizar acções de desinfecção.

Apesar da chuva, o Largo do Senado foi ontem palco de um novo protesto por parte

de compradores de fracções do com-plexo “Pearl Horizon” que insistem em obter respostas concretas, tanto da Polytec como do Governo.

Em declarações ao JORNAL TRI-BUNA DE MACAU, o presidente da União dos Proprietários do Pearl Horizon, Kou Meng Pok, assegu-rou que a concentração contou com mais de 1.000 participantes. Porém, o Corpo de Polícia de Segurança Pública contabilizou pouco mais de 250 manifestantes.

Kou Meng Pok garantiu ainda que as acções de protesto têm se-guido as indicações do Governo, tendência que se vai manter no fu-turo. O representante dos compra-dores descreveu a situação em que se encontram como “gravíssima”, sobretudo por envolver um elevado número de famílias.

Assim, centenas de pessoas vestiram camisolas pretas com palavras de ordem como “tris-te”, “vítima do Pearl Horizon” ou “devolve-me a casa”, empunhando guarda-chuvas pretos. A União dos Proprietários do Pearl Horizon diz contar actualmente “entre 2.000 e 3.000 membros”, que representam mais de 1.000 famílias.

Ao longo deste mês a constru-tora e os proprietários têm troca-do críticas através de anúncios nos

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JTM

COMPRADORES DO PEARL HORIZON “OCUPARAM” LARGO DO SENADO

Novo protesto à espera dos bancosOs compradores de fracções no complexo “Pearl Horizon” voltaram à rua para reivindicar os seus direitos. A concentração no Largo do Senado decorreu debaixo de chuva e juntou centenas de proprietários que ainda aguardam uma decisão dos bancos sobre o pagamento das prestações dos empréstimos contraídos

Viviana Chan

jornais. A construtora condenou os actos violentos de alguns compra-dores descontentes, acusações nega-das por Kou Meng Pok. Segundo o mesmo responsável, tais protestos não foram motivados pela União, sendo que os compradores apenas expressaram as suas opiniões.

Kou destacou que este caso en-volve pelo menos seis partes inte-ressadas: compradores, construto-ra, agências imobiliárias, Governo, banco e advogados. “Sem qualquer uma delas, a compra dos imóveis não será concluída”, portanto, as responsabilidades relativas às cir-cunstâncias actuais deverão ser as-sumidas por todos.

Os proprietários das fracções do “Pearl Horizon” já apresentaram uma proposta para a suspensão do

pagamento mensal dos empréstimos à banca. Neste âmbito, Kou Meng Pok revelou que a discussão com as instituições bancárias está ainda em curso, não havendo um consenso já que estão envolvidos quase todos os bancos de Macau. Também não há um calendário para a decisão.

No Largo do Senado protestaram também cerca de uma centena de membros da Associação para a Reu-nião Familiar, sendo que o Tribunal de Última Instância divulgou um acórdão dando razão ao Corpo de Polícia de Segurança Pública no que respeita à limitação da área ocupada pelos manifestantes.

De acordo com o acórdão, os ma-nifestantes podem ocupar apenas uma área de 38 metros quadrados ao invés dos 54 pretendidos.

“FITCH” MANTEVE “RATING” ELEVADO

Moody’s “observa” MacauA agência “Moody’s” incluiu Macau na lista de “observação” com vista a uma potencial revisão em baixa do “rating”, antevendo riscos de “deterioração” das contas públicas devido às quebras prolongadas no jogo. Já a Fitch manteve as perspectivas de “estabilidade”, embora prevendo uma quebra de 6,5% no PIB em 2016

A “Moody’s Investors Service” decidiu colocar a RAEM no grau de “rating” Aa2, na lista de obser-vação associada à “downgrade review”, ou seja

uma “revisão para baixar” o grau de notação de crédito. A agência de notação financeira espera tomar uma deci-são final no prazo de três meses.

“A revisão da Moody’s irá avaliar a extensão do im-pacto de um declínio prolongado das receitas de jogo, factor-chave para a economia de Macau” e “balança de pagamentos e posição financeira do governo”, referiu a agência. Atendendo às “fortes ligações financeiras, polí-ticas e institucionais de Macau com a China”, a análise também terá em conta “as implicações da recente altera-ção das perspectivas da Moody’s sobre o rating da Chi-na”, que passou de “estável para negativo”.

Sublinhando que Macau é “altamente dependente do sector do jogo, que representa 59,1% da produção econó-mica do SAR a preços correntes, mais de quatro quintos das exportações de serviços e três quartos das receitas fiscais totais”, a agência alerta que “um declínio prolon-gado” na facturação dos casinos deverá levar à “deterio-ração” dos resultados fiscais, deixando-os a “níveis infe-riores aos consistentes com o rating Aa2”.

Já a “Fitch Ratings” decidiu manter o grau de notação

de crédito “AA-” da RAEM, com perspectivas de “estabi-lidade” no futuro, embora prevendo uma quebra de 6,5% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, precisamente devido às descidas no jogo. Para a “Fitch”, o impacto negativo das quebras no jogo será “parcialmente” com-pensado pelo “crescimento moderado do consumo e do investimento”, associado à construção de novos resorts no COTAI.

Embora reconhecendo que o abrandamento da econo-mia chinesa e a existência de riscos “políticos”, relacio-nados com os esquemas de vistos ou regulamentos do jogo, podem ter impacto adverso, os analistas da “Fitch” entendem que a RAEM continua a gozar de boa saúde financeira e sem dívidas externas.

Numa reacção aos dois relatórios, a Autoridade Mo-netária de Macau sublinhou o facto da RAEM conseguir obter uma notação de crédito dentro do grupo de nota-ção elevada de investimento “AA”, apesar de enfrentar um “período de ajustamento profundo da economia”. “As agências de notação internacionais concordam que Macau apresenta estabilidade a nível financeiro e das fi-nanças públicas”, salienta o organismo, prometendo no entanto continuar atento à situação.

S.T.

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Segunda-feira, 14 de Março de 2016 JTM | LOCAL 07

ASSOCIAÇÃO “POWER OF THE MACAU GAMING” FEZ APELOS A LIONEL LEONG

Promoções de residentes estão “entupidas”A Associação “Power of the Macau Gaming” e a ATFPM instaram o Secretário para a Economia e Finanças a reduzir o número de trabalhadores não residentes no sector do jogo, inclusive restringindo o seu acesso a altos cargos nos casinos. Desse modo, pretendem garantir oportunidades de promoção para residentes

Liane Ferreira

MAIS DE 4.000 SÓCIOS DA ATFPM REELEGERAM COUTINHO

Rita Santos na AL seria “lufada de ar fresco”Pereira Coutinho foi reeleito no sábado presidente da direcção da ATFPM, depois de concorrer sem oposição. Considerando que os resultados demonstram o apoio ao trabalho desenvolvido, refere que a associação vai continuar a dar prioridade ao atendimento aos sócios. Por outro lado, confirma que Rita Santos vai candidatar-se a deputada da Assembleia Legislativa e assegura que, caso seja eleita, será “uma lufada de ar fresco” no organismo

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ATFP

M

Sem oposição e com boa afluência às urnas, José Pereira Coutinho foi ree-

leito para mais um mandato de quatro anos como presidente da direcção da Associação dos Trabalhadores da Função Pú-blica de Macau (ATFPM).

“Os resultados são muito positivos, porque apesar de ser uma lista única e do tempo não estar propício para as pessoas saírem de casa, vieram muitas pessoas”, afirmou Pereira Cou-tinho ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, relativamente ao facto da lista que liderava ter obtido 4.238 votos entre as 4.260 pes-soas que participaram no acto eleitoral. Segundo a ATFPM, o número de votos subiu 17% face às eleições de 2013.

Apontando a elevada afluência como muito signifi-cativa, porque “demonstra o apoio e solidariedade aos tra-balhos que temos vindo a fazer ao longo dos anos”, garantiu que os novos corpos gerentes vão dar continuidade à acção desenvolvida até agora com a noção de que vão “ter mais responsabilidades pela frente”.

“Vamos continuar a dar prioridade ao atendimento aos sócios”, disse. Apesar de ser

algo que “tira a maior parte do tempo aos membros da di-recção porque cada vez mais pessoas pedem apoio”, frisou que é também um reflexo da acção da ATFPM como ponte de ligação entre os cidadãos e os serviços públicos. “Ainda há muito para fazer para que as pessoas se sintam à vontade ao

dirigir-se aos serviços públicos. Há uma enorme burocracia, o sistema é moroso, as pessoas continuam a sentir dificulda-des quando pedem ajuda aos serviços e sentem-se insatisfei-tas, não obstante termos boas receitas baseadas no jogo”, de-clarou.

De acordo com o presiden-

te da ATPFM, que agora inicia o seu quarto mandato, a pre-sidente da Assembleia Geral, Rita Santos, vai estar entre os três primeiros candidatos da lista da “Nova Esperança” às eleições para a Assembleia Le-gislativa (AL), em 2017. “Te-mos uma grande consideração pela Dra. Rita Santos que está

há quase 29 anos à frente da as-sociação e é uma das fundado-ras”, disse Pereira Coutinho.

“Não obstante [Rita Santos] ter estado 12 anos no Fórum Macau, desde que se aposen-tou há cerca de um ano, houve nítidas melhorias e avanços no âmbito da oferta de serviços da ATFPM ao público. Ela tem capacidade para poder dar os seus bons contributos à popu-lação de Macau”, afirmou.

Para Pereira Coutinho, Rita Santos “é extremamente im-portante e uma mais valia por-que conhece o meio e o sistema local”. Para além disso, “tem uma vasta experiência de mais de 30 anos na Administração Pública e isso, com certeza, vai contribuir para a elevação da qualidade dos trabalhos da Assembleia Legislativa”.

“Ela traria uma lufada de ar fresco à Assembleia”, de-fendeu o também deputado, ressalvando que o órgão legis-lativo “precisa de ser mais acu-tilante, mais interventivo e de pressionar mais o Governo”. Por outro lado, Pereira Cou-tinho considera que os “sete deputados nomeados são um entrave ao desenvolvimento económico e social de Macau, que está atrasado em parte por causa da AL, por ser um “mata borrão do Governo”.

A redução do número de trabalhadores não resi-dentes e o reforço das oportunidades para fun-cionários ocuparem cargos de relevo nos casinos

foram duas das reivindicações feitas pela Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) e a Associação “Power of the Macau Gaming” numa reu-nião que mantiveram na sexta-feira com o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong.

“Tem de haver uma calendarização no sentido de dar oportunidades aos locais para assumir cargos de respon-sabilidade, porque neste momento está tudo entupido”, sublinhou o presidente da direcção da ATFPM, Pereira Coutinho, em nome das duas associações.

A ATFPM e a “Power of the Macau Gaming” consi-deram “que é necessário reduzir as quotas para trabalha-dores não residentes por ocasião do período de ajusta-mento do jogo”, para além de garantir que as funções de “croupiers” sejam exercidas apenas por residentes.

Para além disso, propuseram ao Secretário que seja implementada uma política que restrinja os trabalhado-res não residentes de “ocuparem cargos de alto nível nos casinos, com o intuito de assegurar as oportunidades de

promoção para trabalhadores locais, e o desenvolvimen-to estável da economia interna da RAEM”.

Questionado sobre a falta de especialização dos tra-balhadores locais, Pereira Coutinho contrapôs que “é preciso dar oportunidades”. “Se não houver oportuni-dades de formação para assumir cargos de responsabili-dade nunca mais chegamos lá. Temos trabalhadores com mestrados e longos anos de trabalho no sector do jogo”, mas “não vão para esses cargos porque estão a ser ocu-pados por trabalhadores não residentes”, defendeu.

A associação “Power of the Macau Gaming” aprovei-tou o encontro para recordar ao Secretário que, segundo dados oficiais, Macau contava no final do ano passado com 181.646 trabalhadores não residentes, mais 11.300 do que no mesmo período de 2014.

Violação “grosseira” da igualdadePor outro lado, as associações defendem alterações à

Lei das Relações de Trabalho “no sentido dos subsídios de turno e nocturno serem devidamente pagos, como são para todos os trabalhadores de Macau, incluindo os da função pública”, disse Coutinho, classificando a ac-tual situação como “uma violação grosseira do princípio da igualdade”.

As associações apelaram também ao Secretário para

ponderar a criação de um regime de aposentação espe-cífico para trabalhadores do sector do jogo e quiseram conhecer as “intenções” do Governo sobre a eventual apresentação de uma proposta de lei sindical e negocia-ção colectiva. “Achamos que é uma obrigação moral do Governo apresentar essas leis para equilibrar os pratos das balança entre os empregadores e os trabalhadores””, reiterou o líder da ATFPM antes do encontro.

Confrontado com declarações do vice-presidente da “Forefront of Macau Gaming”, que em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU alertou para a possibilidade de uma “onda de despedimentos” no sector do jogo nos próximos meses, Coutinho disse partilhar essa “preocupação”. “Continua a haver essa situação. Sistematicamente são despedidos por ques-tões que não têm nada a ver. A última aconteceu no Wynn relativamente ao caso do jogador que estava in-terdito de jogar e que hoje em dia já pode. A primeira pessoa a ser despedida foi ela [trabalhadora] porque a concessionária entendeu proteger o cliente”, recordou.

No encontro estiveram ainda presentes Stephen Lau e Lei Iok Po, líderes da Assembleia Geral (AG) e da Di-recção da “Power of the Macau Gaming”, e Rita Santos, presidente da AG da ATFPM.

Catarina Almeida

Eleições na ATFPM contaram com a participação de 4.260 associados

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08 JTM | LOCAL Segunda-feira, 14 de Março de 2016

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Viviana Chan

A Semana Verde, actividade organi-zada pelo Instituto para os Assun-tos Cívicos e Municipais (IACM)

arrancou no sábado com uma acção de protesto por parte de cinco associações, incluindo a Associação Novo Macau, Ju-ventude Dinâmica, Associação Aldeia Global, Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau e um grupo online “Our Land, Our Plan”.

Os manifestantes espalharam cartazes que tinham também como objectivo promo-ver uma recolha de assinaturas para travar a construção de um edifício de 100 metros projectado para o Alto de Coloane.

Questionada sobre a sua opinião em re-

lação à protecção de Coloane, a Secretária para a Administração e Justiça referiu que esse assunto já tinha sido abordado pelos Serviços de Solos, Obras Públicas e Trans-portes, pelo que não tinha nada a acrescen-tar. Já o novo presidente do Conselho de Administração do IACM, José Tavares, ga-rantiu que todas as zonas montanhosas são importantes, mas recordou que exerce as ac-tuais funções há menos de um mês.

Segundo a “Macau Concealers”, um membro do grupo “Our Land, Our Plan”, afirmou que, embora não esteja contra a realização da Semana Verde, é condenável que os cidadãos não se importem com a construção de um edifício de 100 metros em Coloane e que considerem suficiente reali-zar iniciativas no Tap Seac para preservar o meio ambiente.

Lam Leng, membro da Novo Macau, partilha da mesma opinião consideran-do que é necessário ter atenção à protec-ção e manifestando-se “triste” por ver que o Governo autoriza danos no meio ambiente. Além disso, disse que alguns cidadãos queixam-se do facto de terem sido cortadas árvores na Rua da Ponte Negra para depois plantar novas duran-te a Semana Verde.

Já o presidente de “Macau Green Stu-dents Union” colocou uma foto na sua pá-gina de facebook com uma árvore falsa no meio de plantas verdadeiras. Na descrição irónica da fotografia, Joe Chan escreveu que “as coisas que fingem ser naturais são sem-pre más para o ambiente”. O ambientalista disse esperar que Macau tenha uma “verda-deira” Semana Verde.

ACTIVISTAS LAMENTAM DANOS AO MEIO AMBIENTE

Lembrar Coloane na Semana VerdeCinco associações uniram-se na Praça do Tap Seac na abertura da Semana Verde para alertar a população sobre a ameaça à preservação do meio ambiente em Coloane. A acção também visou recolher assinaturas para travar a construção do edifício de 100 metros projectado para o Alto de Coloane

Raimundo do Rosáriodefende “abrangência” do Conselho para a Renovação UrbanaA composição do Conselho para a Renovação Urbana é “bastante abrangente”, defendeu o Secretário para os Transportes e Obras Pú-blicas, depois o órgão con-sultivo ter sido alvo de críticas por integrar na sua estrutura vários represen-tantes do sector imobiliário. No entanto, segundo refere uma nota oficial divulgada após a primeira reunião do Conselho para a Renova-ção Urbana, Raimundo do Rosário sublinhou que o órgão é constituído por 29 membros, dos quais 21 são provenientes de diferen-tes associações cívicas, no-meadamente dos sectores da construção, imobiliário, obras, bancário, advocacia, turístico, entre outros. Após a reunião realizada na sexta--feira, o Secretário para os Transportes e Obras Públi-cas explicou ainda que vai ser criado um portal para o Conselho para a Renovação Urbana, por forma a permi-tir que os cidadãos tenham mais conhecimento sobre o trabalho desenvolvido e, consequentemente, aumen-tar a “transparência” das in-formações. Em declarações aos jornalistas, Raimundo do Rosário explicou que a agenda da primeira reunião teve como tema principal a discussão do regulamento interno do Conselho e os futuros trabalhos a realizar. Muito em breve, será reali-zada nova reunião para con-tinuação do debate, referiu o mesmo responsável.

Activistas fizeram protesto no início da Semana Verde

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JÚLIA DE JESUSDA ROSA MORAIS

MISSA DE 7º DIA

A família deJÚLIA DE JESUS DA ROSA MORAIS

vem a público agradecer a amigos e demaisfamiliares a presença no velório e funeral

da sua ente querida, bem como as consolaçõese manifestações de solidariedade.

E vem informar que a missa de 7º diairá ter lugar no dia 15 de Março

pelas 18h na Sé Catedral.

A família enlutada agradeceantecipadamente a presença nas cerimónias.

HENRIETA LÚCIA OZORIO CORDEIRO

A família enlutada deHENRIETA LUCIA OZORIO CORDEIRO

tem o penoso dever de informar que este seu ente querido faleceu no dia 12 de Março (sábado), no

Centro Hospitalar Conde de São Januário.

Deixa o marido, Américo José Cordeiro, e os filhos António Cordeiro, residente no Canadá, Cíntia Cordeiro, Virgínia Cordeiro, Pedro Cordeiro e

Américo Cordeiro, Júnior.

A missa de vigília terá lugar amanhã (3ª Feira), pelas 20H00, na Casa Mortuária Diocesana.

No dia seguinte, e no mesmo local, será rezada a missa fúnebre pelas 11H00, seguida do funeral para a Igreja de Nossa Senhora de Carmo, em

Mong-Há.

A todos quantos se queiram associar a estespiedosos actos, a família enlutada agradece

antecipadamente.

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Segunda-feira, 14 de Março de 2016 JTM | LOCAL 09

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BAILE DE CARNAVAL DECORRE A 9 DE ABRIL

“Micareme” traz nova jornada de foliaJá tem data marcada o “Micareme”, baile de máscaras que pretende juntar a comunidade num momento de “folia”. Para o presidente da Associação dos Macaenses, uma das entidades responsáveis pela organização, o evento é importante sobretudo porque “muitas vezes faltam” momentos de convívio

Inês Almeida

Vai decorrer a 9 de Abril, entre as 18:30 e a meia-noite, a quar-ta edição do baile de carnaval

“Micareme”, um evento que tem como objectivo manter o antigo costume francês de “quebrar” o jejum da Qua-resma e fomentar o convívio. “Isto é importante porque muitas vezes faltam momentos de convívio e são esses que gostamos de proporcionar. Temos tido sempre boa adesão e é importante que as pessoas apareçam, mas têm que estar minimamente atraídas pelo aspecto da festa, da folia e da fantasia. Porque não sermos crianças outra vez?”, frisou o presidente da Associação dos Macaen-ses (ADM), em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Miguel de Senna Fernandes salien-tou ainda que o evento não tem um tema específico e a organização conti-nua a ter o objectivo de atrair um nú-mero de participantes cada vez maior. “No ano passado o baile foi fantástico. Este ano, há pessoas que embaladas com o que aconteceu em 2015 resolve-ram inscrever-se. Vai ser bastante en-graçado. Uma noite de animação, com certeza”, garantiu.

A divulgação do evento com algum tempo de antecedência é uma preocu-

pação, já que “muitas vezes as pessoas não participam” por não compreende-rem do que se trata. “Vamos lançando imagens para lembrar o que aconteceu no ano passado e para as pessoas se sentirem animadas e apoiarem a festa”. Por norma, referiu sem querer especu-lar motivos, “aparecem muito poucos portugueses”.

Para chegar à comunidade portugue-

sa vão continuar a ser usados os “canais normais”, afirmou Miguel de Senna Fer-nandes. “Já estamos a anunciar o even-to e vamos fazer publicidade, arranjar várias formas para atrair pessoas da co-munidade portuguesa, da chinesa e até de outras. A festa vai ter uma banda e bastante comida” da responsabilidade da Confraria da Gastronomia Macaense, referiu o presidente da ADM.

Uma das tarefas mais urgentes na organização do baile, neste momento, é a composição do júri que avaliará o disfarce de todos os participantes e distribuirá os prémios que mantêm os valores do ano anterior. “Ainda não encontrámos as pessoas que vão fazer parte do júri mas esta semana vamos fazer isso para pôr a máquina do baile a funcionar em pleno”.

Baile do ano passado foi muito animado, como tem sido habitual

Loja das Conservas chega a MacauA Loja das Conservas abre este mês um espaço em Macau, mercado onde o peixe português em lata deu à costa há largos anos, dando assim o salto para fora da Europa e piscando o olho à China

Marcada para o próxi-mo dia 26 a inaugura-ção oficial em Macau

constitui uma dupla estreia para a Loja das Conservas: vai ser a primeira loja fora de Lisboa e o primeiro espaço fora da Europa (existem apenas “corners” em cidades como Paris ou Viena).

“Surgiu a hipótese - e tam-bém o desafio - de abrirmos esta loja em Macau. Achámos que fazia sentido por causa da he-rança cultural portuguesa. As conservas portuguesas já estão cá presentes há muito tempo e então pensamos que poderia fa-zer todo o sentido aprofundar a presença deste produto”, expli-cou à agência Lusa Sara Costa, uma das responsáveis da Loja das Conservas, que conta com dois espaços em Lisboa.

A Loja das Conservas, que agrupa 19 empresas conservei-ras portuguesas, “distingue-se sobretudo por ter 99% da indús-tria representada”, no quadro de um protocolo com a Associa-ção Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP), cujo presidente e secretário-ge-ral, Sérgio Real e Castro e Melo, vão marcar presença na abertu-

ra oficial em Macau.Embora a oferta seja mais

reduzida comparativamente a Lisboa, a Loja das Conservas em Macau conta com aproxima-damente 300 referências entre todas as conserveiras, pelo que “há uma grande diversidade”, indicou Sara Costa, salientando que o produto difere daquele que se encontra normalmente nos supermercados.

Aquele que tem maior poten-cial de cativar o paladar chinês é, para Sara Costa, o “mais típico e mais conhecido: a sardinha”, mas sem esquecer as experiên-cias e combinações inovadoras de uma indústria que é muito tradicional. “As sardinhas são de facto a bandeira da indústria portuguesa. No entanto, nos últimos anos, a indústria tem feito um esforço de inovação e tem uma série de novas espécies muito interessantes (…) e que achamos que também vão resul-tar muito bem aqui”, sublinhou, citando o exemplo do bacalhau, das lulas, dos mexilhões, do sal-mão ou do peixe-espada preto.

“Hoje em dia o mundo das conservas não se reduz à sardi-nha ou ao atum”, afirmou Sara

Costa, observando que, mesmo nesse universo, o produto apre-senta-se “mais sofisticado”, com novas combinações, nomea-damente ao nível dos molhos, deixando de estar, por exemplo, apenas mergulhadas no azeite, tendo-se tornado em verda-deiros petiscos “gourmet”. “A conserva não tem de ser aquela refeição de último recurso que vamos buscar ao fundo da dis-pensa quando não temos mais nada - é muito mais do que isso hoje em dia”, realçou.

A Loja das Conservas abriu portas, de facto, no passado fim de semana, para “testar”, à semelhança do que sucedeu em Lisboa, pelo que já há um primeiro contacto com o públi-co chinês. “Muitas fotografias”, “muitas perguntas”: foram as-sim os primeiros dias. “Tem sido muito interessante, as pessoas sentem-se curiosas e temos sem-pre algo para provarem, elas gostam e têm comprado. Tem sido um bom ‘feedback’”, ava-liou Sara Costa, contando que, logo no arranque, recebeu três pessoas que conheciam a loja em Lisboa.

Ao lado de Sara Costa, tem-

porariamente em Macau, encon-tra-se Gabriela Cheang, gestora do projecto no território, donde é natural, que descreve o perfil dos primeiros clientes: “Vieram várias pessoas de Hong Kong que perguntaram quando va-mos abrir lá. Gostaram muito”, conta Gabriela Cheang, que vi-veu em Lisboa.

Localizada perto da típica Rua da Felicidade e da Aveni-da Almeida Ribeiro, a Loja das Conservas também viu entrar

turistas da China nestes primei-ros dias, que compraram para “experimentar”. “A maioria não as conhece. Tenho de explicar o que são, como se fazem, e tam-bém o conceito do azeite”, expli-ca Gabriela.

“Esta é a nossa primeira ex-periência. Queremos ver como resulta. Mas, de facto, há a pers-pectiva de abrir em Hong Kong e eventualmente na China”, afir-mou Sara Costa.

JTM com Lusa

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Loja tem registado “bom feedback” na fase de “teste”

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Segunda-feira, 14 de Março de 201610 JTM | LOCALFO

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Catarina Almeida

É uma cantora de poetas já que o Fado de Cristina Branco marca a forte simbiose da música com a literatura. Um feliz acaso, já que a fadista se fez acompanhar pelo compositor Mário Laginha num concerto enquadrado no Festival Literário - Rota das Letras

A relação de Cristina Branco com o Fado já é longa, em grande parte graças ao avô.

Tinha então 18 anos. “O meu avô oferece-me um vinil da Amália Ro-drigues que se chama ‘Rara e Inédi-ta’, em que a Amália cantava muitos ‘blues’, mas com aqueles trejeitos do Fado. Já tinha algumas discussões com o meu avô sobre a importân-cia do Fado em Portugal e na minha vida. Aquelas coisas de avôs”, recor-dou a fadista ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Foi precisamente com esse vinil que começou a entrar, muito natu-ralmente, no mundo do Fado. Con-tudo, não foi um amor à primeira vista. “Percebi que havia muito mais de Fado ali. No fundo, apaixonei-me pela voz da Amália. O Fado e o amor que tenho hoje naquela altura não existiu, de todo. (...) O que me apaixo-nou foi a voz e não necessariamente o Fado”.

Foi a partir dos 22 anos que Cris-tina Branco começou efectivamente a cantar. “Se hoje gosto e percebo Fado é pela minha própria experiência e não por ter ouvido a Amália. É um processo muito pessoal”, explica a cantora que conta já com 16 anos de carreira.

Contudo, a adoração pelas pala-vras e a forma muito pessoal como as interpreta devem-se também à for-ma como Amália Rodrigues o fazia, ressalva. “Era completamente vidra-

O poeta Yao Feng, pseudónimo do académico e tradutor Yao Jingming, lançou a segunda tradução chinesa do livro de Camilo Pessanha, “Clepsidra”

ADAM JOHNSON RETRATA VIDA NA COREIA DO NORTE

“A mais cruelexperiência psicológica”O escritor norte-americano Adam Johnson, vencedor do Pulitzer em 2013 pela sua obra de ficção “The Orphan Master’s Son”, veio a Macau partilhar a sua experiência de contacto com a realidade da Coreia do Norte. Ainda que aquele país não seja “o lugar mais perigoso do mundo” a nível de riscos para a vida humana, refere o autor, o que lá se vive é “uma ferida que não sara” já que o regime retira a identidade aos cidadãos

A Coreia do Norte pode não ser um lugar fisicamente perigoso “como o Congo ou a Síria”, mas é “a mais

cruel experiência psicológica alguma vez criada”. “Acredito mesmo nisso. O que é retirado às pessoas não é a sua seguran-ça, mas antes a sua identidade, que é in-substituível. É uma ferida que não sara. É impossível pensar que no mundo em que vivemos ainda existe um regime como este, mas existe mesmo”.

Esta é a visão de Adam Johnson, autor do livro “The Orphan Master’s Son” (“Vida Roubada” em português), que lhe valeu um Pulitzer na categoria de “ficção”, em 2013. Apesar disso, muitas das persona-gens são retratos de pessoas que o escritor conheceu, sendo ténue a separação entre a ficção e a realidade.

“Vida Roubada” conta a história de Pak Jun Do, filho de uma cantora levada para Pyongyang e de um homem que gere um campo de trabalho para órfãos. Titulares de altos cargos no governo rapidamente reconhecem a lealdade os bons instintos do jovem que vai subindo na vida e se torna num raptor profissional que deverá corres-ponder às exigências das suas chefias para se manter vivo.

Apesar de se tratar de uma ficção, Adam Johnson acredita que ao escrever sobre a Coreia do Norte tem “a responsabilidade de descrever aquela realidade tão exac-tamente quanto possível”. “Estou muito confiante em todos os detalhes. Fiz muitas entrevistas e pesquisei muito”, garantiu

o também professor na Universidade de Stanford. Ainda assim, “a verdade sobre a Coreia do Norte, sobre o que representa ser criado num regime totalitário, é algo que não vamos conseguir saber até que os nor-te-coreanos tenham a liberdade de contar as suas histórias”.

O autor chegou a falar com alguns norte--coreanos que desertaram, mas nem os seus relatos fizeram com que deixasse de ter vontade de visitar o país. “Tinha que saber o que cheiraria nas ruas, que tipo de roupa as pessoas usam, como me encararia, que quantidade de comida encontraria. Ques-tões deste género só podia responder se lá fosse”. A visita à Coreia do Norte, que teve a duração de apenas seis dias, aconteceu em 2007, altura que Adam Johnson considerou “perfeita”. “Já tinha muito contexto, perce-bia muito sobre o país e assim consegui de facto vê-lo, ver as paisagens, sentir os chei-ros e torná-lo real na minha mente”.

A possibilidade de presenciar aquela realidade tão distante para muitos foi apon-tada como a grande lição da visita. “Gosta-va de lá ter estado mais tempo mas o que trouxe comigo, antes de mais é o facto de a Coreia do Norte ser real. Estudei aquele local de longe, a partir de filmes, fotogra-fias, entrevistas, mas era como se estivesse a escrever sobre Marte porque não podia lá ir. Ao ter ido lá tive noção de que é um lu-gar real e consegue-se sentir o controlo do regime, que é assustador”. “Quando esti-ve em Pyongyang as pessoas não olhavam para mim, de todo. Pareciam saber que lá estavam mas censuravam a visão para não terem interesse no que quer que fosse. Isso é muito assustador. É um sinal de que tinham absorvido as regras daquele regime”, frisou.

Esta mentalidade mantém-se muitas vezes, mesmo após terem conseguido sair do país, pelo menos durante algum tempo. “Se fosse ao contrário, se nos mudássemos para Coreia do Norte, quanto tempo de-moraríamos a abandonar todas as nossas crenças e a aceitar as deles?” questionou. “Poderia levar uma vida inteira”. “Diria que em média os norte-coreanos demoram mais de um ano a escapar para a Coreia do Sul. Durante esse tempo acabam por se adaptar mais às noções que damos como

garantidas”.Em termos de género, as mulheres

são por norma as mais adaptáveis. “Os homens ou ficam enraivecidos

ou inflexíveis. As mulheres con-seguem mudar de vida e absor-ver novas ideias. Acredito que quando houver uma mudan-

ça na Coreia, ela partirá das mulheres”, frisou o autor.

Inês Almeida

da na voz e na forma como a Amá-lia interpretava [as músicas]. Era um sentimento tão grande que punha, de tal forma que as palavras quase que se podiam apalpar. Foi assim que co-mecei a cantar, por essa paixão pelas palavras”.

O convite para actuar no Festival Literário - Rota das Letras não podia ser mais oportuno, já que a literatu-ra é, de facto, importante na música de Cristina Branco. “A importância da palavra é quase total naquilo que faço. Não me imagino a cantar coisas que não me apetecesse ter escrito, pa-lavras de que não gosto. Tanto assim que gosto de estar em contacto com os autores para poder alterar alguma coi-sa quando há coisas que não gosto”, indicou.

“Gosto de cantar a palavra. O por-tuguês é uma língua tão bonita, e que tem esta particularidade de poder chegar a muito mais gente quando se canta. Há pessoas que não lêem mas que podem tentar descobrir o autor específico”, acrescentou.

“De facto é a parte mais ambicio-sa de quando canto, perceber o quão importante pode ser a língua, mas também a literatura”, disse Cristina Branco, que veio a Macau pela segun-da vez, para um concerto no Centro Cultural, onde se fez acompanhar pelo compositor Mário Laginha.

Um concerto únicoPara Macau, a cantora preparou

um concerto especial exclusivo, para “mostrar coisas do disco novo” - “Me-nina”, que será lançado em Setembro

Este trabalho, lançado no âmbito da 5ª edição do Festival Literário de Macau, esteve sete a oito anos

na gaveta, depois de Yao ter avançado com a tradução por encomenda, e foi recentemente alvo de uma revisão. “Fiz a tradução mas acabou por não ser pu-blicada [na altura]. Agora que surgiu a possibilidade de publicação, reli a tra-dução e não fiquei satisfeito. Fiz uma revisão muito cuidada. Desde então já li mais, já fiz mais poemas, hoje sou outro ‘eu’, um ‘eu’ mais actualizado”, justifica, em declarações à Lusa.

A sua tradução de “Clepsidra”, acredita, vai mais ao encontro da na-tureza poética de Pessanha. O anterior tradutor era “muito experiente, conhe-cido na China”, tendo lançado a versão

chinesa “em 1996 ou 1997”. No entanto, “como poeta, ao ler esta tradução, não gostei, porque quase tudo se perdeu, a musicalidade, a imagem”, conta.

“Há tradutores muito experientes que conseguem traduzir a ideia, o sig-nificado, com muita exactidão. [Mas] o essencial é fazer com que o poema na língua de partida seja ainda o poema na língua de chegada. Pode ser uma coi-sa alterada, mas é ainda o poema. Um bom poema maltratado pela tradução deixa de ser um poema, apesar de ser muito fiel a nível semântico”, explica.

O maior desafio de traduzir o sim-bolista foi, assim, “fazer boa transcrição dos efeitos sonoros, da musicalidade”. “Tentei jogar com os efeitos sonoros de acordo com o mecanismo de sons

CRISTINA BRANCO ACTUOU PELA SEGUNDA VEZ EM MACAU

O Fado que expressa a “paixão pelas palavras”

“Clepsidra” tem nova versão em língua chinesa

Adam Johnson esteve seis dias na Coreia do Norte

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Segunda-feira, 14 de Março de 2016 JTM | LOCAL 11

É uma cantora de poetas já que o Fado de Cristina Branco marca a forte simbiose da música com a literatura. Um feliz acaso, já que a fadista se fez acompanhar pelo compositor Mário Laginha num concerto enquadrado no Festival Literário - Rota das Letras

O poeta Yao Feng, pseudónimo do académico e tradutor Yao Jingming, lançou a segunda tradução chinesa do livro de Camilo Pessanha, “Clepsidra”

da na voz e na forma como a Amá-lia interpretava [as músicas]. Era um sentimento tão grande que punha, de tal forma que as palavras quase que se podiam apalpar. Foi assim que co-mecei a cantar, por essa paixão pelas palavras”.

O convite para actuar no Festival Literário - Rota das Letras não podia ser mais oportuno, já que a literatu-ra é, de facto, importante na música de Cristina Branco. “A importância da palavra é quase total naquilo que faço. Não me imagino a cantar coisas que não me apetecesse ter escrito, pa-lavras de que não gosto. Tanto assim que gosto de estar em contacto com os autores para poder alterar alguma coi-sa quando há coisas que não gosto”, indicou.

“Gosto de cantar a palavra. O por-tuguês é uma língua tão bonita, e que tem esta particularidade de poder chegar a muito mais gente quando se canta. Há pessoas que não lêem mas que podem tentar descobrir o autor específico”, acrescentou.

“De facto é a parte mais ambicio-sa de quando canto, perceber o quão importante pode ser a língua, mas também a literatura”, disse Cristina Branco, que veio a Macau pela segun-da vez, para um concerto no Centro Cultural, onde se fez acompanhar pelo compositor Mário Laginha.

Um concerto únicoPara Macau, a cantora preparou

um concerto especial exclusivo, para “mostrar coisas do disco novo” - “Me-nina”, que será lançado em Setembro

chinesa “em 1996 ou 1997”. No entanto, “como poeta, ao ler esta tradução, não gostei, porque quase tudo se perdeu, a musicalidade, a imagem”, conta.

“Há tradutores muito experientes que conseguem traduzir a ideia, o sig-nificado, com muita exactidão. [Mas] o essencial é fazer com que o poema na língua de partida seja ainda o poema na língua de chegada. Pode ser uma coi-sa alterada, mas é ainda o poema. Um bom poema maltratado pela tradução deixa de ser um poema, apesar de ser muito fiel a nível semântico”, explica.

O maior desafio de traduzir o sim-bolista foi, assim, “fazer boa transcrição dos efeitos sonoros, da musicalidade”. “Tentei jogar com os efeitos sonoros de acordo com o mecanismo de sons

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CRISTINA BRANCO ACTUOU PELA SEGUNDA VEZ EM MACAU

O Fado que expressa a “paixão pelas palavras”

“Clepsidra” tem nova versão em língua chinesa

ou Outubro deste ano. “Mário Lagi-nha não é, obviamente, o pianista que me costuma acompanhar, mas fize-mos há pouco tempo um repertório – curiosamente também ligado a um Festival Literário, em Óbidos – dedi-cado ao Chico Buarque, o que me dei-xou muito orgulhosa e na altura con-videi o Mário para fazer esse concerto comigo”.

Depois de terem actuado, em Feve-reiro, no Teatro de São Luiz, Cristina Branco achou que seria oportuno le-

var esta ideia para o concerto da Rota das Letras. “Começa com o Fado tra-dicional, depois há uma parte dedica-da ao Chico Buarque, já com o Mário. Toda a segunda parte vão ser as músi-cas que o Mário foi fazendo para mim, e vamos voltar a acabar com fados”, adiantou antes do concerto, que acon-teceu no sábado.

Ainda com uma longa carreira pela frente, Cristina Branco confes-sa que “tem medo do ridículo”, mas ainda há muitas “coisas para dizer”.

“Dezasseis anos depois ainda há mui-tas coisas para fazer. Talvez há 10 anos dizia que não sabia se aos 50 ia querer estar a cantar, porque tenho um medo horrível do ridículo. Não me imagino, de facto, uma velhota a cantar, mas neste momento ainda tenho coisas para dizer. A voz continua igual, não houve mutações pelo caminho e há coisas que ainda tenho de confessar. Não é uma relação com o público, é uma relação comigo, com o cântico e com a música”, concluiu.

Cristina Branco desvendou algumas músicas do novo álbum que ainda não foi editado

da língua chinesa. Sílabas não consigo [imitar], mas rimas, quando for possí-vel, faço. Mas às vezes é perigoso, pu-xa-se mais pela rima e prejudica-se ou sacrifica-se a ideia, a imagem”, comen-ta o professor da Universidade de Ma-cau, afirmando que “se não fosse poeta não faria a tradução”.

Yao, que já traduziu Eugénio de An-drade, tem por hábito trabalhar autores que muito aprecia, mas este não foi o caso, já que a tradução de “Clepsidra” foi fruto de uma encomenda do Insti-tuto Internacional de Macau, que edita o livro.

“Não é um poeta do género que mais me impressiona, não é o meu fa-vorito. Mas compreendo-o, teve um desamor, a poesia dele é um tipo de vingança em relação a esse desamor. A tristeza é o tema principal dos seus poemas, sempre a tristeza”, reflecte.

“Na minha cultura, o homem não chora, mas este sempre chora, coitado. O poeta tem esse direito, o privilégio de

chorar mais do que outros”, acrescenta.Como professor universitário, Yao

analisou também Pessanha como tradu-tor, debruçando-se sobre as oito elegias chinesas que o escritor traduziu para português durante a sua estadia em Ma-cau, cidade onde morreu há 90 anos.

Apesar de Pessanha ter tido uma relação conflituosa com Macau, era um amante da língua e poesia chinesas, tendo-se dedicado à sua aprendizagem, algo raro entre os portugueses da altu-ra. Para Yao, o interesse de Pessanha na língua chinesa, é “louvável porque de facto poucos portugueses tinham en-tusiasmo em aprender”, mas a escolha das elegias é surpreendente.

Por agora, a tradução chinesa de “Clepsidra” estará apenas disponível em Macau.

“Um livro que não existe”Especialistas em Camilo Pessanha

também debateram as “muitas faces” do poeta, concluindo que os versos que hoje

lemos não são os mesmos que Pessanha escreveu devido às sucessivas edições e emendas. “Clepsidra é um livro que não existe, é uma tentativa de vários editores de fazer o que o autor não conseguiu”, disse Paulo Franchetti, autor de vasto tra-balho académico sobre Pessanha.

Os versos do simbolista captaram a sua atenção nos anos 1970, apesar de “não perceber nada do que lia”, disse o académico brasileiro no debate “As Muitas Faces de Camilo Pessanha”, in-tegrado no Festival Literário Rota das Letras. “Aqueles versos me encanta-vam, mas não conseguia dar sentido total àquilo”, contou.

Anos passados, “aquele poeta estra-nho da juventude” continuava a “obce-cá-lo”, levando-o a enveredar por um doutoramento sobre Pessanha.

Ao início da sua investigação evi-denciou-se que “no processo editorial de João de Castro Osório havia mudan-ças dos poemas, uma organização da poesia que desse uma visão quase ca-

tólica do poeta”. “Clepsidra” foi edita-do por Ana de Castro Osório em 1920, sendo mais tarde lançada uma versão ampliada pelo seu filho, João.

O resultado do trabalho académi-co de Franchetti foi uma edição crítica publicada em 1996. Para este trabalho de reconstrução contínua da obra de Pessanha contribuiu também o jorna-lista de Macau Carlos Morais José, que encontrou na antiga Revista Centauro mais provas de que os poemas do sim-bolista foram alterados em fases de edição, com pontuação e mesmo títulos acrescentados.

O macaense Pedro Barreiros, cuja família teve uma relação próxima com o poeta, salientou particularmente o im-pacto pessoal que Pessanha teve na sua formação. “Camilo Pessanha foi parte da minha maneira de pensar em língua portuguesa. Penso que a minha mãe sa-bia a ‘Clepsidra’ de cor e desde pequeno que ouvia os seus poemas”, contou.

JTM com Lusa

João Caetanoestreou-se a solo no regresso a casaO percussionista João Caetano estreou--se na sexta-feira, a solo, em Macau, com um espectáculo que pretende “miscigenar” música tradicional por-tuguesa e oriental e em que “os bom-bos portugueses são uma peça funda-mental”. O projecto “João Caetano” foi desenvolvido ao longo dos últimos três anos, explicou à Lusa o músico, que nasceu e cresceu em Macau, mas vive em Londres, cidade onde estudou. João Caetano, que faz parte da mítica banda britânica de “acid jazz” Incognito, es-treou em Macau um espectáculo que junta sons e música de Portugal e do Oriente, mas em que “90% deste bolo é música tradicional portuguesa”, in-cluindo influências do fado. Os temas são todos inéditos, da autoria de João Caetano, que abriu o espectáculo com a interpretação de um poema de Fer-nando Pessoa, que musicou (“Menino de sua mãe”).A acompanhá-lo, em pal-co, estiveram três músicos de Portugal, um de Macau e I Shan Lai, que toca violino chinês. Entre os planos para o futuro de João Caetano está a gravação de um álbum com este projecto a solo, e “continuar a trabalhar com pessoas de Portugal, com letristas, músicos”. Para já, tem um “single” gravado, “Tempo de Mudança”, que foi lançado no ano passado. Com os Incognito, o músico português já fez digressões internacio-nais e tocou, por exemplo, no Royal Al-bert Hall, em Londres.

JTM com Lusa

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Segunda-feira, 14 de Março de 201612 JTM | DESPORTO

LIGA DE ELITE

Benfica soma oitava vitória consecutivaO Benfica de Macau derrotou o Chao Pak Kei e manteve a invencibilidade total no campeonato, a uma semana de defrontar o rival Sporting. Monte Carlo registou a maior goleada da época na Liga de Elite, com “chapa 16” à Casa de Portugal

A oitava jornada da Liga de Elite, penúltima da primeira volta, não trouxe surpresas e, assim,

ficou tudo na mesma em termos de classificação entre os cinco primeiros, os que prometeram lutar pelo título.

E, desses, o Benfica é o que está em melhor posição, já com quatro pontos de vantagem sobre o segundo, Spor-ting, com quem vai jogar já no próxi-mo sábado às duas da tarde no Estádio de Macau, recinto que foi já palco da ronda do passado fim-de-semana.

As “águias” tiveram já dois clássi-cos seguidos e irão terminar a primeira metade da prova com mais um, naque-la que tem sido a grande prova de fogo da formação de Henrique Nunes.

Ontem, o Benfica não marcou golos na primeira parte do desafio face ao Chao Pak Kei, apesar do seu domínio territorial, mas fê-lo na segunda, onde voltou a ser dominador. O jogo não foi famoso, tal como o tempo chuvoso, mas deu para ver a diferença de ca-pacidade entre os dois clubes e com o Benfica com mais opções, como se viu na entrada importante de Alison Brito, depois do intervalo.

O cabo-verdiano acabou por estar envolvido no lance do golo que os “en-carnados” bem mereceram, soltando a bola para a esquerda da grande-área do CPK, onde Nicholas Torrão não perdoou, rematando por baixo do cor-po de Domingos.

O conjunto orientado por Ignacio Hui quebrava depois de ter forma-do um bom bloco defensivo e nunca conseguiu ao longo de todo o desafio aplicar sequer o contra-ataque, sendo evidente a falta de apoio de Ronieli na frente de ataque.

“Não tivemos grandes possibilida-des de responder ao futebol do Benfica. Esta é a realidade entre as duas equi-pas, a nossa não é tão profissional e por isso eles tiveram mais posse de bola e teriam de fazer a diferença. Demos o que poderíamos dar”, reconhecia no final do jogo Paulo Conde, um dos ele-mentos do corpo técnico do Chao Pak Kei.

Já nos descontos, o Benfica marcou o segundo golo, num estupendo rema-te de Cuco, desferido de fora da área.

Monte Carlo a “100 à hora”bate Casa de Portugal por 16-0

O outro grande destaque da ronda foi o novo recorde de golos marcados, que passou de 14 para 16 e em ambos os casos com a mesma equipa a sofrê--los, a Casa de Portugal. Aconteceu na tarde de sábado, com a proeza a ser al-cançada pelo Monte Carlo, que assim confirma aquilo que se vem falando, a subida de rendimento de jogo para jogo.

Claro que um adversário de nível inferior, como é a Casa de Portugal, não dá propriamente para aquilatar das condições actuais da formação orien-tada por Cláudio Roberto, mas há que elogiar a postura dos “canarinhos”, que mantiveram a mesma intensidade de jogo até ao derradeiro minuto.

Depois de uma boa prestação dian-te da Polícia, a Casa de Portugal voltou assim a cair rotundamente em termos de resultado, cotando-se como a equi-pa que mais golos sofreu até esta altura do campeonato (58), o que é de facto muito para um clube do escalão prin-cipal.

O Monte Carlo começou cedo a construir o “resultado histórico”, com um golo de Amarildo Ristof aos dois minutos e a partir daí nunca mais dei-xou de ter os olhos na baliza do jovem Wasi Lei, daí o avolumar do “placard”.

Ao intervalo já os pupilos de Rober-to estavam com cinco de vantagem, di-ferença que se acentuou nos segundos quarenta e cinco minutos.

“Penso que este tipo de resultados só vem confirmar o fosso que continua a existir entre os cinco da frente e os restantes, mas na verdade não é nor-mal isto acontecer. A Casa de Portugal tem outras ambições, de manutenção, daí julgo ter poupado alguns elemen-tos para os desafios em que luta para ficar na I Divisão. De qualquer modo o Monte Carlo nunca desistiu de procu-rar a baliza adversária e por isso mar-cou muitos golos”, disse ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU o defesa Paulo Cheang.

Paulo Cheang, jogador de grande experiência no futebol de Macau, ele-mento também preponderante na se-lecção principal, considera que o Mon-te Carlo tem condições para melhorar ainda mais.

“Temos um excelente treinador e agora a equipa está mais entrosada, com mais posse de bola, grande atitude dentro do campo. Os nossos progres-sos são evidentes e reflectem-se nos re-sultados. Só é pena o campeonato não começar agora, mas mesmo assim ain-da julgo que podemos fazer uma boa segunda volta. A questão é que não te-mos um banco de suplentes à altura e quando é necessário mexer na equipa, não há jogadores que mantenham o nível exibicional do “onze” inicial. Os mais novos, que têm evoluído, ainda precisam de mais futebol nas pernas e é isso que o nosso treinador tem tenta-do”, sublinha Paulo Cheang.

Nos destaques individuais do jogo face à Casa de Portugal, o avançado brasileiro Amarildo Ristof fez o gosto ao pé por cinco vezes (14, 40, 51, 71 e 77 minutos), depois de ter conseguido dois “hat-tricks” consecutivos.

Amarildo totaliza agora 15 golos,

passando a ser o melhor marcador da Liga de Elite, à frente de Leonel Fer-nandes, do Benfica, que apontou até esta altura 13.

A par de Amarildo, igualmente o brasileiro Jackson de Sousa marcou cingo golos (2, 7, 58, 59 e 85), cabendo os restantes a Vernon Vong (36 e 89), Julyan Duarte (53 e 64), Iong Oi Chiy (90+2) e Andresen Ribas (67).

Sporting à vontadeCom idêntica facilidade, mas com

menos golos, o Sporting impôs-se ao Chuac Lun, confirmando assim o seu favoritismo e ficando depois à espera do jogo do rival Benfica.

Os comandados de João Pegado não deram grandes hipóteses ao Chuac Lun e no descanso tinham já resolvido a questão da partida, com quatro ten-tos sem resposta, obtidos por Pio Jú-nior (aos 11 e 43), Miguel Botelho (16) e Júnior Soares (32).

Na segunda metade houve menos fulgor na finalização e os “leões” só apontaram mais dois, através de Pio Júnior (62) e Vitor Almeida (75).

O Sporting começa agora a prepa-rar-se para o clássico do próximo fim--de-semana, sabendo que não vai po-der contar com um dos seus principais jogadores, Jorge Tavares, que contraiu uma lesão de certa gravidade no joe-lho, o que certamente o vai afastar dos relvados durante algum tempo.

Quanto ao Ka I, cumpriu igualmen-te, com triunfo sobre a Polícia, que se defendeu como pôde e só sofreu um golo até ao intervalo, apontado por Wi-lliam Gomes, aos 43 minutos.

O brasileiro marcaria mais dois (55 e 57), enquanto que João Miguel Gon-çalves faria o último tento da equipa de Josecler.

De realçar entretanto, o excelente empate alcançado pelo Kei Lun, diante do Lai Chi.

Vítor Rebelo

RESULTADOS DA 8ª JORNADADA LIGA DE ELITE

Lai Chi – Kei Lun 1-1Sporting – Chuac Lun 6-0Casa de Portugal – Monte Carlo 0-16Ka I – Polícia 4-0Chao Pak Kei – Benfica 0-2

O jogo entre Chao Pak Kei e Ka I foi adiado para quarta-feira às 19 horas, no Estádio da Universidade de Ciência e Tecnologia

CLASSIFICAÇÃO FINAL

Benfica 24 (44-0)Sporting 20 (29-2)Chao Pak Kei 16 (23-6)Monte Carlo 16 (40-4)Ka I 14 (16-7)Lai Chi 8 (13-22)Kei Lun 4 (3-33)Casa de Portugal 4 (8-58)Polícia 4 (6-27)Chuac Lun 3 (4-28)

PRÓXIMA JORNADA

Casa de Portugal-Kei LunBenfica-SportingLai Chi-Chuac LunKa I-Monte CarloChao Pak Kei-Polícia

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Benfica resolveu o jogo com o Chao Pak Kei na segunda parte

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Segunda-feira, 14 de Março de 2016 JTM | DESPORTO 13

PREMIER LEAGUE

Manchester Cityafastado do título O Chelsea foi eliminado nos quartos

de final da Taça de Inglaterra de futebol pelo Everton, em Goodison

Park, ao perder por 2-0, com dois golos do internacional belga Romelu Lukaku.

O nulo prevaleceu até ao minuto 77, al-tura em que o avançado belga do Everton inaugurou o marcador, repetindo a ‘dose’ cinco minutos depois, aos 82, ‘empurrando’ o Chelsea para fora da Taça de Inglaterra.

Com este triunfo, o Everton garantiu um lugar nas meias-finais da prova e ‘quebrou’ um ciclo de 15 jogos sem perder da forma-ção londrina nas provas internas desde que o treinador holandês, Guus Hiddink, to-mou conta da equipa.

De sublinhar que o capitão John Terry fez o 700.º jogo com a camisola do Chelsea, apesar de não ter sido titular, tendo entrado aos 85 minutos para substituir o brasileiro Kenedy, que jogou na posição de lateral es-querdo.

Guus Hiddink optou por deslocar Iva-novic para o eixo da defesa, para formar dupla com Gary Cahill, deixando Terry no ‘banco’, mas quis proporcionar ao capitão a proeza de envergar pela 700ª vez a camisola do Chelsea.

Os quartos de final da Taça iniciaram--se na sexta-feira, com o Crystal Palace a vencer o Reading (II escalão) em casa deste por 2-0, assegurando um lugar nas meias-

TAÇA DE INGLATERRA

Chelsea eliminado pelo Everton

A formação comandada pelo chileno Manuel Pe-llegrini ‘arrastou-se’ pelo

relvado do Carrow Road, sem velocidade, dinâmica e, aparen-temente, grande vontade para alterar o resultado.

Como mais estes dois pontos perdidos, para um total de 36 na prova, o City segue em quarto, com mais um jogo, a um ponto do Arsenal (terceiro), quatro do Tottenham (segundo) e nove do sensacional líder Leicester.

O City, que já venceu a Taça da Liga inglesa, recebe terça-feira o Dínamo de Kiev, em encontro da segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, depois do triunfo na Ucrânia por 3-1.

Por seu lado, o Norwich igua-lou o Sunderland no 17.º posto, com 25 pontos, mantendo-se em risco de descida.

O Southampton, de Ronald

Koeman, por seu turno, ascen-deu ao sétimo lugar, ao vencer por 3-2 no reduto do Stoke City. O italiano Graziano Pellè foi a grande figura do jogo, ao apontar os dois tentos dos forasteiros, aos 11 e 30 minutos, enquanto o aus-tríaco Marko Arnautovic marcou o golo dos anfitriões, na segunda parte, aos 52.

O Bournemouth, por seu lado, afastou-se dos lugares ‘pe-rigosos’ da ‘Premier League’, vencendo em casa o Swansea, en-volvido na mesma luta, por 3-2, graças a um tento de Steve Cook, aos 78 minutos.

Os locais tinham-se adianta-do duas vezes, pelo marfinense Max-Alain Gradel, os 37 minu-tos, e o norueguês Joshua King, aos 50, mas os visitantes respon-deram, por Madou Barrow, da Gâmbia, aos 39, e o islandês Gylfi Sigurdsson, aos 62.

O Manchester City afastou-se ainda mais da possibilidade de conquistar o título inglês de futebol, ao empatar a zero no reduto do Norwich, na abertura da 30.ª jornada

-finais, e terminam no domingo com os jo-gos Arsenal-Watford e Manchester United--West Ham.

Diego Costa mordeujogador do Everton?

Na eliminação do Chelsea, a imprensa britânica está focada em mais um caso que envolve Diego Costa. Especula-se que o avançado brasileiro do Chelsea, que foi ex-pulso por acumulação de amarelos, tenha mordido Gareth Barry, que, no entanto, não apresentou marcas visíveis, ou queixas sobre o caso. Ainda com a memória do que Suarez fez a Ivanovic, a imprensa britânica não dá descanso a Costa...

Saúl (18 minutos), o francês Griezmann (60) e o argen-tino Correa (83) marca-

ram os golos que resultaram no ponto 67 dos comandados pelo argentino Diego Simeone e que mantiveram os galegos na 13.ª posição da tabela, com os mes-mos 33 pontos da semana ante-rior.

Os madrilenos estão, porém, longe dos catalães, que soma-ram a 12.ª vitória consecutiva em ‘La Liga’, ao golear o Getafe por 6-0.

Também no sábado, o Celta de Vigo venceu a Real Sociedad, em casa, com um golo solitá-rio de Iago Aspas (16 minutos). A equipa da Galiza mantém o quinto posto, com 45 pontos, mas pode ser ultrapassada pelo Sevilha e pelo Athletic de Bilbao, que apenas jogam domingo.

A Real Sociedad, por sua vez, é décima, com 35 pontos, mais um do que Bétis e Valência, que ainda não jogaram esta ronda. Parta completar a jornada fal-ta ainda disputar-se o Levan-te- Valencia, Sevilha-Villarreal, Athletic Bilbao- Real Betis, Las Palmas-Real Madrid e Granada--Espanhol

LIGA ESPANHOLA

Atlético de Madridpersegue FC BarcelonaO Atlético de Madrid bateu o Deportivo da Corunha por 3-0, mantendo-se à distância de oito pontos do FC Barcelona, que lidera a liga espanhola de futebol

Alguma expectativa – pelo grau de dificuldade habitual quando se desloca à Amoreira – no encontro

que opunha Estoril ao Sporting. Porém, com um golo marcado aos cinco minutos de jogo e outro mesmo no termo da pri-meira parte, a “vida” do Sporting ficou mais ou menos facilitada, mesmo tendo em conta as cinco alterações no onze que Jorge Jesus decidiu fazer.

O segundo tempo teve um cariz algo diferente, muito por culpa dos “leões” que pareceram estar a gerir o resulta-do e, mais uma vez, a evidenciar má finalização. Este estado de alma, por vezes paga-se caro e o golo estorilista, a doze minutos do termo do encontro, veio obrigar os “leões” a um sofrimento desnecessário se, como deviam, tives-sem materializado a sua superioridade técnico-territorial.

Salvou-se a vitória, no fundo, o mais importante.

No Dragão, mais uma partida incarac-terística dos donos da casa, continuando a praticar um futebol desligado, muitos passes perdidos, situações de golo de-saproveitadas e falhas de marcação de bradar aos céus. Apesar disso, ainda con-seguiram uma vantagem de dois golos, vantagem essa que seria neutralizada pelos madeirenses, aproveitando os “bu-racos” da defesa portista. Seria mau de-mais novo desaire e a cinco minutos do

LIGA PORTUGUESA

Boavista foi o “rei” da Jornada 2Se Sporting e FC. Porto cumpriram a sua missão – com os dragões a sofrerem bem mais que os leões – vencendo os opositores Estoril e União da Madeira, até agora o “rei” da jornada 26 foi, sem dúvida o Boavista que, no Funchal, colocou o Marítimo “no tapete”

Costa Santos Sr.Especial para o JTM

fim, Corona tranquilizou as hostes, num lance em que um erro do arbitro auxiliar foi determinante.

Mas “rei”, “rei”, foi o Boavista na Madeira, derrotando o Marítimo por três golos sem resposta e dando uma imagem de querer sair da zona de des-conforto em que se encontra. Duas pa-lavras para o jogo: um Boavista deter-minado, coeso na defesa e matreiro nas saídas rápidas para o contra ataque. As-

sim fez os três golos. O Maritimo só se pode queixar de si próprio, de não en-tender como o adversário se colocou em campo e de querer ser dono e senhor do jogo. Não o foi. O resultado é bem claro.

Hoje – à hora a que o nosso jornal está a sair da máquina – jogam-se os restantes jogos da 26ª jornada.

* Jornalista profissionalespecializado em Desporto

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Segunda-feira, 14 de Março de 201614 JTM | ACTUAL

CABO VERDE

Eleições legislativas nas mãos de independentesO analista político cabo-verdiano João Alvarenga defende que os eleitores independentes serão decisivos para o resultado das eleições legislativas de 20 de Março, considerando que as eleições são mais importantes para a oposição (MpD) do que para o partido no poder há 15 anos (PAICV)

Entrevistado pela agência Lusa, João Silvestre Alvarenga recor-dando recentes estudos que indi-

cam que a maioria do eleitorado (56%) já mostrou que não se sente próximo nem de um nem de outro partido. Con-siderou, por isso, que serão os eleitores independentes a decidir as eleições e que tudo dependerá da “capacidade de mobilização e convencimento dos dife-rentes partidos concorrentes”.

Sobre a disputa, Silvestre Alvarenga defendeu que as eleições são mais im-portantes para o partido na oposição (Movimento para a Democracia) do que para o partido no poder há 15 anos (Partido Africano para a Independência de Cabo Verde).

“Se o MpD voltar a fracassar no con-texto em que o PAICV está mais enfra-quecido em toda a sua história recente ficará muito difícil obter tão boa opor-tunidade em pouco tempo e será muito mais provável outro partido se substi-tuir ao MpD como segunda força políti-ca”, defendeu.

Mestre em Ciência Política, o analis-ta disse que é mais provável a ocorrên-cia de uma alternância política do que a continuidade, mas sublinhou que “tudo dependerá da capacidade do MpD mo-bilizar o eleitorado descontente”.

“De qualquer maneira, não imagino

que, caso vença o MpD, este conseguirá uma vitória fácil, razão porque o PAI-CV tem uma base eleitoral forte e conta com a vantagem de estar no poder há 15 anos e, com isso, ter à sua disposição uma vasta rede de influências”, prosse-guiu Alvarenga.

De qualquer forma, disse que estas eleições legislativas serão “muito com-petitivas” entre os principais partidos, Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV) e Movimento para a Democracia (MpD). “De um lado está um partido com 15 anos no poder (PAICV) que tentará fazer de tudo para se manter no poder e, do outro lado, o outro partido (MpD) que tentará voltar

ao poder após 15 anos”, referiu.Relativamente à terceira força políti-

ca, União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), João Alvarenga estima que deverá eleger mais do que os actuais dois deputados. “Quanto mais deputados eleger mais importante se tornará no cenário político partidário nacional, especialmente, se nenhum dos dois maiores partidos, PAICV ou MpD, conseguir maioria absoluta”, disse.

Quanto aos outros partidos que concorrem às eleições (Partido Popu-lar (PP), Partido do Trabalho e da So-lidariedade (PTS) e Partido Social De-mocrática (PSD)), Silvestre Alvarenga disse que “dificilmente” conseguirão

eleger qualquer deputado para a pró-xima legislatura “por ainda terem fraca implantação social”.

Questionado pela Lusa sobre as ex-pectativas em relação à abstenção e à par-ticipação dos jovens em particular, João Silvestre Alvarenga disse que a taxa de abstenção deverá situar-se na média de sempre, em torno de 25%, porque embo-ra haja muita gente a dizer que não vai votar, até o dia das eleições essas pessoas

Quanto aos jovens, disse que são “os mais descrentes” em relação à política e ao voto, além de se apresentarem como a camada maioritária dos potenciais abstencionistas, pelo que “a volatilida-de da intenção de voto nessa camada é muito elevada”. “Ou seja, se hoje dizem que não pretendem votar, amanhã po-dem mudar de ideia e diferentemente dos mais adultos eles mudam mais fácil e rapidamente de preferência de voto”, salientou, dizendo que essa mudança pode acontecer durante a campanha eleitoral de um partido para outro mui-to mais facilmente. Afirmou, por isso, que a volatilidade do eleitorado jovem torna a previsibilidade das eleições “uma grande incógnita”.

Para eleger 72 deputados estão ins-critos nos cadernos eleitorais, 350.388 eleitores mais 51.821 do que em 2011.

JTM com Lusa

O PAICV, no poder há 15 anos é ainda o favorito. A presidente Janira Hopffer Almada, apostou “na ampla participação de mulheres e na muita participação de jovens”

VENTOS DO NORTE

Grutas Longmen abrem nova caverna budistaAs Grutas Longmen na Província de He-nan, no centro da China, abriram no fim de semana mais uma de suas cavernas ao público, dando a oportunidade de ver um grupo completo de estátuas arhat criadas durante o governo de uma imperatriz chinesa budista. As estátuas de tamanho real no Templo Kanjing, a recém-aberta caverna no local de pa-trimónio mundial de cultural próximo à cidade de Luoyang, estão entre as es-culturas melhor preservadas da dinastia

Tang (618-917). O templo na caverna foi anteriormente proibido para turis-tas pois estava sob protecção e pesqui-sa, disse Lu Wei, diretor da Academia de Pesquisa das Grutas Longmen. Os arhats, são santos budistas cultos liber-tados de sofrimentos mundanos, estão em diversas posições, desde fazendo meditação a discutindo, mostrando ex-pressões faciais incluindo raiva, satisfa-ção e devoção. “As estátuas refutaram estereótipos de esculturas arhats chi-

Críticas gerais sobre caso de livreiros Os Estados Unidos e outros 11 países criticaram a China na ONU devido ao caso dos livreiros de Hong Kong, afirmando que “re-centes notícias de sequestros” colocam em causa o respeito de Pequim pelo princípio “Um país, dois sistemas”. Num comunica-do conjunto entregue ao Comité dos Direitos Humanos da ONU em Genebra, o embaixador americano Keith Harper expressou preocupação com “os recentes e não explicados desapareci-mentos e aparentes regressos coercivos de cidadãos chineses e estrangeiros de fora da China continental”. “Estas ações extra-territoriais são inaceitáveis, desajustadas das expectativas da comunidade internacional, e um desafio à ordem internacional baseada em regras.

Investimento estrangeiro aumentou 2,7% O investimento estrangeiro na China aumentou 2,7% nos pri-

meiros dois meses do ano, face ao mesmo período de 2015, para 142.000 milhões de yuan, anunciou o Ministério do Comércio chinês. Entre aquele montante, 62,8% foi investido no sector dos serviços - não inclui o sector financeiro - o equivalente a 89.900 milhões de yuan. Os dados revelam um aumento de 157%, em termos homólogos, no investimento na área da alta tecnologia, para 16.000 milhões de yuan.

Banco Central afasta estímulos monetários A China pode cumprir as suas metas económicas em 2016, ano em que o governo prevê um crescimento entre 6,5% e 7%, sem recorrer a estímulos monetários, disse no sábado o governador do banco central chinês, Zhou Xiaochuan. “Neste momento não há necessidade de estímulos na política monetária”, afir-mou o responsável do banco central chinês numa conferência de imprensa, na qual acrescentou que a entidade que dirige

tem margem para flexibilizar as suas medidas se houver mudanças nos mercados interna-cionais. O governador espera que o gigante asiático cumpra os seus objectivos melhoran-do o mercado interno, aumentando o consu-mo, eliminando a capacidade de produção in-dustrial “obsoleta” e através da inovação, mas sem grandes estímulos.

Governos locais “ignoram ambiente”O ministro do Ambiente chinês, Chen Jining, admitiu que muitos governos locais do país, que sofre graves problemas de poluição no ar, solo e água, “prestam demasiada atenção ao desenvolvimento e ignoram a protecção am-biental”. “Por vezes, não existe ninguém respon-sável [pela conservação ambiental], os esforços são insuficientes e a aplicação da lei é débil”, re-conheceu Chen, numa conferência de impren-sa à margem da sessão anual da Assembleia Nacional Popular. Após graves vagas de polui-ção terem atingido várias cidades chinesas no final de 2015, o ministro apontou que o país se encontra na segunda fase do seu plano para controlar as emissões tóxicas. “Continuaremos a realizar esforços, mas os resultados depende-rão de elementos naturais, como a humidade, a chuva e o vento. Na terceira fase, os resultados serão mais visíveis”, salientou Chen.

Citibank fecha agência“por ajuste interno”Uma agência do Citibank em Beijing fechou as suas portas, na área residencial de Wangjing, no nordeste da capital chinesa, “ como resultado do ajuste e melhoria de sua rede”, disse um gerente do Citibank, assinalando que a decisão não foi causada por nenhum caso ou queixa específi-cos. “Entramos em contato com nossos clientes e transferimos as suas contas para outras agências em Pequim”, disse ainda. O Citibank foi um dos primeiros bancos estrangeiros a entrar na China Continental e possui escritórios em 13 cidades. Em Pequim, conta agora com sete agências.

nesas. Eles têm aparências vívidas e têm um ar bem realista”, disse Lu.

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Segunda-feira, 14 de Março de 2016 JTM | ACTUAL 15

Portas pede a governador que avalie se é parte da solução ou do problema. CDS quer rever Constituição e mudar modelo de nomeação

VENEZUELAA oposição venezuelana está a mobilizar os seus partidários para exigir a renúncia do Presidente Nicolás Maduro, no início de uma estratégia de pressão nas ruas que impulsione as fórmulas le-gais com que busca a saída antecipada do presi-dente. Sob o lema “Vamos com Tudo”, a coliga-ção Mesa de Unidade Democrática (MUD) - que controla o Parlamento - convocou os partidários a marchar em 15 dos 23 Estados, além de Cara-cas, onde duas mobilizações irão acontecer em diferentes pontos.

CUBAA União Europeia e Cuba assinaram um acordo em Havana para estabelecer relações normais, aumentando a inserção da ilha comunista na arena internacional e abrindo caminho para uma cooperação econômica plena com o bloco de 28 países. O pacto irá substituir uma política imposta pela Europa há 20 anos que exigia mu-danças no sistema político de partido único de Cuba.

EUAO russo Mikhail Lesin, ex-ministro e ex-assessor do presidente Vladimir Putin, que foi encontrado morto em Washington, em Novembro, morreu de um forte golpe na cabeça, segundo os resul-tados da autópsia que adiantou que também contribuíram para a morte lesões no pescoço, tronco e extremidades superiores e inferiores. O relatório, contudo, não foi capaz de determinar se as lesões sofridas por Lesin resultaram de um acto criminoso ou acidente.

EUROPAO presidente do Parlamento Europeu disse no sábado que nem a Europa nem os EUA estão preparados para uma presidência de Donald Trump, porque o magnata não tem experiência internacional e é um populista. “Trump é uma dessas pessoas que também temos aqui na Eu-ropa, que têm um bode expiatório para todos os problemas, mas nunca uma solução concreta” disse Martin Schulz à emissora francesa i-Tele.

MOÇAMBIQUEO Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, desa-fiou em Maputo, empresários nacionais e do Vie-tname a incrementarem e a dinamizarem a área de negócios, apontando a diversificação de in-vestimentos entre os dois países como elemen-tar para o desenvolvimento. O Chefe de Estado falava no encerramento do Fórum Empresarial Moçambique-Vietname, organizado pela Confe-deração das Associações Económicas.

ALEMANHAA chanceler alemã Angela Merkel defendeu o agravamento da legislação sobre o asilo, no seu último discurso de campanha antes das eleições que se realizam domingo em três estados, tendo centrado a sua atenção na problemática dos re-fugiados. Os resultados só se conhecerão após o fecho desta edição do JTM.

FRANÇADuas jovens, de 15 e 17 anos, foram acusadas for-malmente de associação criminosa a um grupo terrorista, após publicarem na internet ameaças de atentado a uma sala de concertos de Paris, in-formou fonte judicial. Foram detidas com outras duas jovens, por terem ameaçado “realizar aten-tados semelhantes aos do 13 de Novembro”, em mensagens publicadas no Facebook.

SÍRIAO ministro dos Negócios Estrangeiros da Síria disse que pressões sobre o afastamento do pre-sidente Bashar al-Assad continuam a ser uma “linha vermelha” e podem comprometer as con-versações de Genebra. Walid Muallem adiantou que a delegação governamental que estará pre-sente hoje em Genebra não vai aguardar mais do que 24 horas pela presença “da oposição”.

VOLTA AOMUND

Paulo Portas deu o mote ao sugerir que Carlos Costa deixe o Banco de Portugal ( BdP) pelo próprio

pé. Pedro Mota Soares somou a dimen-são legal à pressão política e indicou que deve partir do CDS a solução para que seja o Presidente da República a nomear o governador. E Assunção Cristas, apu-rou o DN, está disponível para ocupar a linha da frente para uma revisão consti-tucional cirúrgica que altere o modelo de nomeação do supervisor da banca.

Fonte do núcleo duro da mulher que foi ontem eleita presidente centrista diz que este é um problema que a nova lide-rança identificou como “prioritária”.

No fundo, a nova direcção do CDS junta a sua força à pressão que a esquer-da, e em particular o primeiro-ministro, António Costa, vinha a exercer sobre o regulador. No entanto, os interlocutores ouvidos pelo DN realçam que nunca es-tará em causa “comprar a mesma guerra que o PS” com Carlos Costa, mas reven-do todo o quadro da supervisão, que “já mostrou ter falhas”.

Como, aliás, Portas realçou, intensi-ficando a pressão sobre Carlos Costa: “É importante que cada um saiba perguntar--se se é parte do problema ou da solução.”

Mas o que é que quererão ao certo os democratas-cristãos? Mota Soares deixou algumas pistas. “Deve ser o Pre-sidente da República a nomear o gover-nador do BdP, não o governo. É isso que pode exactamente resolver o problema e o CDS deve ter a capacidade de apre-sentar uma solução”, recomendou o ex--ministro.

Mota Soares salientou que “deve vir do CDS a promoção da primeira reforma e, porventura uma das mais importantes: começar por reformar a Constituição”.

Alguns dirigentes do partido acre-ditam que é possível rever o artigo 133º da mãe das leis, aquela que estipula as competências do Chefe do Estado quan-to a outros órgãos – entre as quais não há qualquer referência ao governador do

PORTUGAL

CDS junta-se ao PS na pressãopara que Carlos Costa se demita

BdP. Algumas vozes centristas não des-cartam mesmo um modelo de designa-ção próximo daquele que o PS propôs em março do ano passado: o governa-dor seria proposto pelo governo, seria ouvido depois no Parlamento pelos deputados (que emitiriam um parecer sobre a nomeação) e o Presidente teria a palavra final. Essa iniciativa socialista, recorde-se, morreu à nascença às mãos de PSD e CDS por recusarem interven-ções cirúrgicas na Constituição.

Os centristas sabem, porém, que o governador só sai se quiser. Porque está amparado pelos estatutos do Banco Central Europeu. Já no que respeita a uma revisão constitucional, o CDS fala sozinho à direita. O PSD - que será sem-pre necessário para a maioria de dois terços que essa alteração exige –, explica fonte próxima de Passos Coelho, torce o nariz a revisões “de cosmética”. E, poli-ticamente, também não quer dar o dito por não dito na defesa do supervisor. O PS não fala sobre o assunto. Contactado pelo DN, o porta- voz socialista, João Galamba, recusou comentar a interven-ção de Portas.

Mas o CDS não desarma. João Al-meida escusou-se a comentar a questão da revisão constitucional, mas notou que o partido sempre foi “muito crítico sobre a actuação do BdP na resolução do Banif ” e que vai dar conta disso nas conclusões da comissão de inquérito.

Outro sinal da determinação do partido sobre o assunto foi deixado por Diogo Feio. O coordenador do Gabine-te de Estudos adiantou que haverá um

grupo a trabalhar sobre a supervisão do sistema financeiro.

Angola no discurso de despedida Portas deixou o Congresso logo

após a sua intervenção pela manhã, num sinal claro que o palco, a partir dali, tinha de ser todo para Assunção Cristas. “Pronto. Finito”, declarou no final da sua intervenção, ainda com o rosto húmido das lágrimas que não conseguira conter.

Fez um discurso de despedida com avisos às “tropas” para que se manti-vessem unidas e aproveitou para tra-zer Angola à ribalta, cuja relação com Portugal tem estado debaixo de tensão, principalmente por causa de investiga-ções criminais do Ministério Público português, que envolvem altas figuras do regime de José Eduardo dos Santos.

“Falo com a autoridade que sinto que tenho de quem trabalhou muito para as melhorias de relações entre Por-tugal e Angola”, sublinhou. Portas ape-lou “a todos, principalmente aos órgãos de soberania, que evitem a tendência de judicialização nas relações entre os dois países. É um caminho sem retor-no”. Sobre o seu futuro, declarou: “Não me perguntem se é um até já ou um até sempre. É um até amanhã. Estarei cá para exercer o meu direito de voto.” E àqueles que já antecipam uma candida-tura presidencial daqui a dez anos, um alerta: “Qualquer especulação [por um prazo] superior a seis meses é, no míni-mo, um atrevimento.”

* JTM/DN

Octávio Lousada Oliveirae Valentina Marcelino*

CHINA

Taxa de condenações atinge 99,9%As condenações criminais na China registaram uma taxa de quase 100% em 2015

Quase 100% dos acusados por crimes na China foram condenados no ano passado, segundo dados apre-sentados ontem pelo Supremo Tribunal do país.

Entre os acusados, 1.039 foram “declarados inocentes” pelos tribunais chineses em 2015, disse Zhou Qiang, presi-dente do Supremo Tribunal da China, num relatório apre-sentado na sessão anual da Assembleia Nacional Popular. Em contrapartida, 1.232 milhões de pessoas foram conside-radas culpadas, correspondendo a uma taxa de condenação de 99,92%.

Em 2014 foram registadas 778 absolvições e 1.184 milhões condenações, segundo o relatório apresentado em 2015.

O Tribunal Popular Supremo anunciou ainda que a Chi-na vai criar um centro judicial para tratar as disputas marí-

timas internacionais, por forma a proteger a sua “soberania nacional” e os seus direitos sobre os territórios, reivindica-dos por alguns dos seus países vizinhos.

No relatório anual apresentado perante o órgão legislati-vo, o presidente do Tribunal Popular Supremo, Zhou Qiang, afirmou que os tribunais de todo o país têm que trabalhar para levar a cabo a estratégia de tornar a China uma “potên-cia marítima”.

“Temos de salvaguardar a soberania nacional da China de forma determinada, os seus direitos marítimos e outros interesses principais”, diz o relatório daquele tribunal.

De acordo com o relatório, os tribunais chineses senten-ciaram no ano passado 16.000 casos sobre direitos marítimos.

JTM com Lusa

Portas emocionou-se na despedida

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Segunda-feira, 14 de Março de 201616 JTM | OPINIÃO

Sai mais uma dosede elogios

FERREIRAFERNANDES*

Segundo algumas vozes, parece que se falou demasiado de Marcelo. Para quem ainda não sabe, Marcelo Rebelo de Sousa, o novo PR.

Ora, aí está, a função explica porque tanto se falou dele. Eu vê-lo-ia mal escolhido para presidente do Vitória de Guimarães - Marcelo passou a vida a di-zer que é do Braga, o vizinho rival. Também não o aconselharia para presidente da Conferência Epis-copal Portuguesa, os bispos podem mentir, e men-tem, mas não podem fazer gala disso - Marcelo gos-ta e pisca o olho.

Outro posto para onde eu não o nomeava: co-mandante do forte de Elvas. Uma madrugada, ainda com menos sono do que o costume, ele era capaz de subir a uma ameia, virar-se para Badajoz e fazer luzes em Morse, com uma lâmpada militar de sinais: “Si te entregas te trato con la generosidad del capitán general Ambrogio Spínola hacia Justi-no de Nassau.” Muito embora, pensando bem, os espanhóis não iam reagir. O comandante de Bada-joz encolhia os ombros: “Ora, ora, é o Marcelo, só pode. Só ele sabe em Portugal o que foi a rendição de Breda.”

Deixa-me cá ver, outro sítio para onde não man-daria Marcelo Rebelo de Sousa... Para director de colégio. Um director de colégio, na sua função prin-cipal - passar raspanetes - não pode sorrir, ou, caso

consiga esconder os dentes, não se pode trair com gozo nos olhos. Também não pode ir para a Briga-da de Trânsito, porque, com boa disposição, não fica bem pedir a carta a um acelera. Governador do Banco de Portugal, também não - os casos desespe-rados não lhe caem bem. Isto é, os casos desespera-dos em que nos indignamos com as asneiras feitas por quem passa por saber e não sabe. Já no Instituto Português de Oncologia, com nariz de palhaço ou sem ele, acho que Marcelo cumpria. Presidente dos visitantes do IPO, eis um cargo que ele faria bem.

Estes dois últimos exemplos servem para passar-mos à função que Marcelo Rebelo de Sousa passou a exercer esta semana. Ser Presidente da República é também para tratar um caso desesperado, como os que dependem do Banco de Portugal e do IPO. Mas como PR não se lhe pede ciência de governação do Banco de Portugal ou, até mais, de Portugal intei-ro (não sem razão, apesar de ter sido líder do PSD, nunca este o levou a chefiar uma campanha legis-lativa). Pede-se, em Belém, um saber natural para situações graves, como no IPO, no importantíssimo sector do sorriso e da mão no ombro.

O trabalho de Marcelo é, pois, relações huma-nas, presidir aos portugueses e agora. Acontece que Marcelo conseguiu o emprego porque durante o concurso público deu provas de que o merecia. Des-de logo, porque percebeu ao que concorria: não, não era para compor um orçamento ou construir um novo aeroporto. Era para o cargo de se fazer ouvir pelos portugueses. Então, ele cuidou em não hosti-lizar ninguém. Por exemplo, foi à Festa do Avante, o que pode ter sido manobra eleitoral, mas aconte-ceu que três meses depois os comunistas mostraram que estavam maduros para apoiarem um governo.

O percurso de não combatente ideológico de Mar-celo, onde alguns viram táctica de não comprometi-mento, foi ter percebido que a ideia de estarmos no mesmo barco é mais global do que a trica política faz crer.

Ainda na campanha, fez a sua de forma inédita, quase sem gastar. O notável, filho de ministro sala-zarista, amigo do ex-dono disto tudo, e o direitolas que é, mostrou um caminho para sabotar um pro-blema nosso, grave: a aversão pelos políticos. Ain-da antes de ser eleito, já estava a fazer o contrário de dizer que ganhava pouca da pensão. E, amanhã, quando chegarem as multas por gastos a mais nas despesas eleitorais, das dele saberemos que foram pagas pelo seu bolso e da família. Pequena lição? Pois é exactamente desse tamanho que precisamos lições.

Finalmente, nos dias à volta da tomada de pos-se, a distribuição de atos certos. O chegar a pé, o mandar a crispação com os governantes às urtigas, o fazer questão de mostrar as minorias religiosas e étnicas, o ir ao Porto, o prometer reatar laços com fi-lhos de emigrantes (Paris) que nos fogem pelos de-dos... Coisas pequenas? Exato. Fáceis? Sim, temos de perguntar porque outros não as fizeram antes...

Acções muito faladas? É verdade. E sabem por-quê? Porque sendo simbólicas foram praticadas por alguém que as faz passar sem cerimonial. É um dote dele. Nesta altura, o balanço é inequívoco: eis um homem no lugar certo. E isso tem-nos acontecido tão pouco que se fala muito. Não deixem de falar se ele continuar a ser o homem certo. E não se es-queçam de que, certo, foi nesta altura. Amanhã são outros dias.

*JTM/DN

POR FALAR NISSO

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Segunda-feira, 14 de Março de 2016 JTM | OPINIÃO 17

“Olhamos com algum sorriso ambíguo, ar de gozo, com desdém ou até desprezo as raparigas que servem em bares, clubes noctur-nos, restaurantes chiques e sofis-ticados, hotéis, casinos, saunas e massagens. (...) Primeiro pergunto a nós, comunidade cristã a viver em Macau, que fazemos?”

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

14/03/1996

VOOS IRREGULARESENTRE HAINAN E MACAUUma companhia aérea da cidade de Sanya, na ilha de Hainan, no sul da China, efectua quinta-feira o primeiro de uma série de voos “charter” para o Aeroporto Internacional de Macau, anunciaram os operadores desta nova ligação. A cidade de Sanya, no extre-mo sul da ilha de Hainan, é famosa na região pelas suas praias tropicais de águas límpidas e transparentes que lhe garantem a condição de ser co-nhecida como o “Hawai do Oriente”. O voo efectuado por um avião MD-8 com capacidade para 145 passageiros, vai ser operado pela China Northern Airlines Sanya em colaboração com os escritórios de Macau da China Hai-nan Travel Service, um operador ofi-cial da República Popular da China. Apesar de não ter características de uma ligação regular, este é o primeiro voo a unir o Território de Macau à ilha de Hainan, onde está instalada uma das cinco zonas económicas especiais da República Popular da China.

MISSÃO ECONÓMICAA XIAMENO secretário-adjunto para a Economia e Finanças lidera uma missão empre-sarial que se desloca hoje a Xianmen, na costa da província de Fujian, ao largo da qual a China está a realizar manobras militares. A missão lidera-da por Vítor Pessoa, de 24 pessoas, vai permanecer em Xianmen até quinta--feira e a deslocação ocorre no âmbito das comemorações do início dos voos regulares da Air Macau para aquela cidade chinesa. Simultaneamente, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) organizou um seminário sobre o tema “O Ambiente Económico e o Inves-timento em Macau”, que se realiza quarta-feira em Xianmen. O seminá-rio contará com intervenções de Vítor Pessoa, do presidente da Associação da Exportadores e Importadores e deputado à Assembleia Legislativa em Macau, Vítor Ng, do presidente do Centro de Produtividade e Trans-ferência de Tecnologia de Macau, Eric Yeung, e do responsável pelo Banco Nacional Ultramarino no território, Alberto Soares. A China anunciou no fim-de-semana que vai iniciar terça--feira manobras em grande escala da sua marinha e força aérea ao largo da costa da província de Fujian, situada em frente à ilha de Taiwan, numa área com 17.000 quilómetros quadrados.

Falar de Macau em encontrode antigos estudantes de Coimbra

Padre Luis Sequeira, in “Ponto Final”

Dito

JORGE A.H.RANGEL*

FALAR DE NÓS

“Macau ficou, definitivamente, em nossos corações.”

Maria de Fátima Lencastre, presidente da AAECL

Quase vinte anos após a visita a Macau da Associa-ção dos Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa (AAECL), quando, em representação do Governa-

dor Vasco Rocha Vieira, recebi os 104 membros que integra-ram a comitiva e lhes fiz uma exposição sobre o período de transição e os preparativos finais para o estabelecimento da nova região administrativa especial da China, quiseram os seus responsáveis convidar-me para proferir uma palestra sobre o legado, fazendo também um balanço da primeira década e meia do seu funcionamento. A ocasião foi a come-moração do 24.º aniversário da Associação, levada a efeito no dia 5 de Março em Lisboa, no Salão Nobre do Palácio da Independência, sede da Sociedade Histórica da Indepen-dência de Portugal.

Um exemplarconvívio coimbrão

Foi uma longa e memorável tarde, que incluiu almoço, bem servido pelo restaurante daquele Palácio, o qual é ge-rido pela Fundação INATEL; tomada de posse dos órgãos sociais da AAECL; actuação do grupo coral “Ad-Hoc”, constituído por associados; a minha intervenção, intitula-da “Macau – um legado valorizado”; apresentação do con-junto “Madre Christo” e do CD “Serenata a Coimbra”, do eternamente jovem Augusto Camacho, e uma serenata de Coimbra. Muitos dos mais de 120 participantes não arre-daram pé, até ao F-R-A final, vigorosamente gritado por todos.

O coro “Ad-Hoc” entoou bem conhecidas canções, entre as quais Edelweiss, do filme “Música no Coração”, Balada de Outono e Cantigas de Maio, de José Afonso, o espiritual negro Go Down Moses e o famoso Funiculi Funiculá que Luciano Pavarotti e outros tenores imortalizaram. O grupo “Madre Christo”, por seu lado, deliciou-nos com uma série de canções de Coimbra, a que se seguiu uma magistral exi-bição de acordeão.

A serenata de Coimbra, a que todos os intervenien-tes deram o seu melhor, com sensibilidade e garra, fechou com chave de ouro este marcante encontro, merecendo a presidente da Associação e os seus colaboradores as mais calorosas felicitações. Registo com agrado a forma como o Juiz-Conselheiro Alcindo Costa, personalidade muito que-rida no seio da Associação e em outras instituições, pelo muito que deu a Portugal, foi homenageado neste encon-tro. Bom amigo e companheiro em actividades do mundo da lusofonia, com destaque para as do Elos Internacional da Comunidade Lusíada, com sede em Santos (Brasil), de que fomos ambos presidentes internacionais. Alcindo Cos-ta é meu colega no Conselho Supremo da Sociedade Histó-rica.

Na minha comunicação, procurei caracterizar o legado arquitectónico, cultural, institucional e humano de Macau, identificando as pedras da História e saudando as “pedras vivas” que souberam valorizar o património herdado e fazer funcionar o território que Portugal e os portugueses admi-nistraram ao longo de séculos e que, em momento julgado oportuno, retornou à soberania plena chinesa, mas manten-do um estatuto de autonomia, como região administrativa especial. Este é o tema de um trabalho que o Instituto Inter-nacional de Macau publicará em Maio próximo. Aproveitei ainda para lembrar as ligações de Macau a Coimbra e para fazer uma pré-apresentação do livro “Macau-in-Coimbra”, coordenado pelos académicos Ming K. Chan, da Universi-dade de Stanford, e Carmen Mendes, da Universidade de Coimbra, e por mim, reunindo trabalhos apresentados na Conferência da Associação Europeia de Estudos Chineses,

realizada em Coimbra, em 2014. E não deixei de evocar a memória de Carlos Assumpção, o único macaense que presidiu à Associação Académica de Coimbra.

Visita ao Oriente em 1997A Associação visitou o Oriente em Agosto de 1997,

tendo estado em Banguecoque, Singapura, Malaca, Hong Kong, Zhuhai, Cantão e Macau. O seu boletim informati-vo “Capa e Batina”, de Outubro do mesmo ano, contém uma exaustiva crónica desta deslocação de duas semanas, cujo ponto mais alto foi precisamente Macau. Como então referiu a presidente da Associação, e agora de novo neste encontro, “Macau ficou, definitivamente, em nossos cora-ções”.

É interessante reler algumas passagens dessa crónica, na parte respeitante a Macau, cujo recorte ficou guardado no meu arquivo pessoal:

“Prosseguindo a visita, apeámo-nos junto ao Jardim dos Passarinhos para fazer a indispensável romagem à Gruta de Camões e homenagear o nosso Vate, com as tra-dicionais fotos, junto ao seu busto e à primeira estrofe do Canto Primeiro da sua imortal Epopeia.

Daqui, continuando a pé, fomos até à Igreja de Santo António, cujo interior visitámos, seguindo para as ruínas da Igreja de São Paulo, dedicada a Nossa Senhora, como pode ver-se da inscrição ‘MATER DEI’, por sobre a porta principal. Destruída por um incêndio em 26 de Janeiro de 1845, dela ficou de pé apenas a fachada, que é outro dos ex-libris da cidade. Descendo a monumental escadaria, passeámos pela Rua de São Paulo, seguindo pela Rua da Palha, e ao lado da Travessa dos Algibebes, pela Rua e Largo de São Domingos até ao Largo do Senado, de cal-çada portuguesa, no topo do qual fica o edifício do Leal Senado, datado do séc. XVI, com muita história, onde fun-ciona a Câmara Municipal, criada por um Decreto de 1586 do vice-rei da Índia. (...)

À noite, teve lugar a anunciada recepção no belíssimo Palácio da Praia Grande, onde, em nome do Sr. Governa-dor, ausente do território em serviço oficial, nos esperava o Senhor Coronel Raiano, que, mostrando-nos algumas das salas, nos deu explicações sobre o palácio e a sua utili-zação como sede do Governo, da Assembleia Legislativa e do Conselho Consultivo do Governador, recordando que fora construído em 1849 e pertença dos barões do Cercal, mas, devido aos problemas económicos desta família, fora arrematado pelo governo, em hasta pública, em 1881.

Saídos do Palácio da Praia Grande, dirigimo-nos ao Museu do Vinho, tendo sido aqui recebidos pelo Sr. Dr. Jorge Rangel, Secretário-Adjunto para a Administração, Educação e Juventude, na qualidade de representante de Sua Excelência o Sr. Governador e do Governo, o qual, tendo a seu lado a Presidente da nossa Associação e o coimbrão Jorge Humberto (uma das antigas glórias da imortal Briosa e médico, há muitos anos, em Macau), nos fez uma desenvolvida exposição, de forma muito clara e muito brilhante, sobre a história e a vida actual do territó-rio, nas suas múltiplas vertentes económicas, sociais, edu-cacionais, culturais, jurídicas e judiciárias e empresariais, enfatizando, particularmente, as preocupações e os esfor-ços do actual Governo – a que preside, como referiu, mui dignamente e com muito sentido de Estado, o Sr. General Vasco Rocha Vieira – em deixar indelével, pelos séculos vindouros, a marca de Portugal neste território, que em 19 de Dezembro de 1999 passará a ser administrado, defini-tivamente, pela China, em conformidade com os compro-missos assumidos na Declaração Conjunta Luso-Chinesa e na Lei Básica da Região Administrativa Especial de Ma-cau, que deverá vigorar, pelo menos, até 2049. Tais com-promissos tiveram e têm por base o respeito pelos valores culturais da portugalidade, caracterizada pela harmonia entre raças, religiões e sistemas diferentes, no respeito pe-los direitos, liberdades e garantias individuais.

Terminada a sessão, seguiu-se na sala de exposições do museu, por entre 1.050 marcas de vinhos portugueses e de outras origens, engarrafados, um opíparo jantar, oferecido pelo Governo do Território.”

Palavras amigas de boa gente que Coimbra uniu e que ficou também indelevelmente ligada a Macau.

* Presidente do Instituto Internacional de Macau.Escreve neste espaço às 2.ªs feiras.

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20 JTM | ÚLTIMA Segunda-feira, 14 de Março de 2016 • Fecho da Edição • 01:00 horas

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XI JINPING ELEITO HÁ TRÊS ANOS

Ninguém tem dúvidas quem manda na ChinaTrês anos depois de ser eleito como Presidente da RPC e secretário-Geral do Partido Comunista Chinês (PCC), Xi Jinping revela-se como um líder forte, quer interna, quer internacionalmente

O vídeo da parada militar que há meio ano assina-lou o 70º aniversário da

vitória da China contra o Japão continua, até hoje, a ser difun-dido diariamente em todas as carruagens do metro de Pequim. No centro da acção, está o Pre-sidente chinês e secretário-geral do PCC, Xi Jinping, eleito há três anos, a 13 de Março de 2013.

Xi, que enverga um traje tradicional, saúda os militares desde o alto da Porta da Paz Celestial, onde Mao Zedong proclamou o nascimento da China comunista, em 1 de Ou-tubro de 1949. “Camaradas, fizeram um grande trabalho”, exclama. Em baixo, os militares respondem em uníssono: “Tra-balhamos em prol do povo”.

Naquele registo, com mais de duas horas, 12 mil solda-dos e um vasto arsenal militar desfilam na “Changan”, a larga artéria que passa no topo norte da icónica praça Tiananmen.

Imagens aéreas realçam uma Pequim moderna, sob um sol intenso, livre do espesso manto de poluição que regularmente angustia os seus moradores.

Desde que ascendeu ao poder

no partido há quatro anos, Xi Jin-ping tornou-se o centro da polí-tica chinesa, eclipsando os outros seis membros do Comité Perma-nente do Politburo do PCC, a cú-pula do poder na China.

A sua imagem surge em contraposição com a do líder monocórdico, associada ao seu antecessor, Hu Jintao.

É um homem que chora, mas sem ser piegas, como su-gere uma reportagem recente na imprensa oficial, que enu-mera as quatro vezes que Xi lacrimejou desde 1960.

Frequenta restaurantes do “povo”, segundo um vídeo difundido na televisão estatal, onde aparece num estabeleci-mento, em Pequim, a comer uma refeição de 21 yuan.

O “sonho chinês”, o termo com que Xi se refere ao “reju-venescimento da nação chine-sa”, passou a ser utilizado no discurso oficial para descrever as ambições do país, desde o futebol à exploração espacial.

Já o sistema de “liderança colectiva”, cimentado pelos líderes chineses desde finais dos anos 1970, parece ter sido desmantelado.

O Comité Permanente do Politburo, que no executivo anterior contava com nove membros, é agora composto

por sete, à medida que Xi pas-sou a encabeçar vários “grupos dirigentes” recém-criados, no-meadamente a Comissão Na-cional de Segurança. Entretan-to, Zhou Yongkang, que esteve responsável pela supervisão do aparelho de Segurança da China, incluindo polícia e tri-bunais, até Novembro de 2012, foi condenado a prisão perpé-tua por corrupção.

Segundo o órgão de Disci-

plina e Inspecção do PCC, cer-ca de 300 mil altos quadros do Governo chinês foram punidos por corrupção no ano passado, ilustrando a amplitude da cam-panha lançada por Xi e um re-latório recente da Chinese Hu-man Rights Defenders (CHRD) aponta que o número de presos políticos no país quase triplicou desde que ele chegou ao poder.

No mesmo período, a China consolidou o seu papel no pla-

no internacional, com iniciati-vas como o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutu-ras ou a nova Rota da Seda.

Pequim passou também a re-clamar abertamente a soberania de quase todo o Mar do Sul da China, construindo ilhas artifi-ciais capazes de receber instala-ções militares em recifes dispu-tados pelos países vizinhos.

A opção por um líder forte e decidido a manter a credibili-dade do PCC e assegurar a sua permanência no poder coinci-de com um período de doloro-sas reformas na economia chi-nesa. Depois de três décadas a crescer em média quase 10% ao ano, a China cresceu 6,9%, no ano passado, o ritmo mais lento do último quarto de sé-culo. Para 2016, Pequim fixou a meta entre 6,5% e 7%.

Nos próximos três anos, a vaga de despedimentos no sector estatal e nas indústrias pesadas poderá afectar até seis milhões de trabalhadores.

Xi deverá manter-se no car-go até 2022, completando um processo de sucessão política que ocorre apenas uma vez por década, mas quem será capaz então de herdar um “trono” moldado à sua imagem?

*Correspondente da Lusa em Pequim

João Pimenta*Em Pequim

DSSOPT vai analisarextensão de prazo paradesocupação de sucateiroO Tribunal de Última Instância (TUI) rejeitou um pe-dido de congelamento de uma acção de despejo num terreno na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues, junto ao Gabinete de Ligação do Governo Central, onde fun-ciona um sucateiro. Apesar de se congratular com a decisão, a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Pú-blicas e Transportes (DSSOPT) disse ao jornal “Ou Mun” que irá analisar o pedido de extensão do pra-zo de desocupação em respeito pelo princípio da boa vontade. No entanto, sublinhou que o ocupante deve abandonar o terreno o mais rapidamente possível, já que de acordo com os planos oficiais irá ser construí-do um edifício temporário para o Ministério Público naquele lote. Em resposta, o responsável pela empre-sa de sucata automóvel afirmou que não consegue sair do local em 30 dias, porque ainda está à procura de um terreno com 10 a 20 mil pés quadrados, algo que se tem revelado difícil. Assim, estima necessitar de três a cinco meses para se mudar completamente. Actualmente, a sucata acolhe entre 500 a 600 veículos à espera de serem processados, sendo que este ano as viaturas recicladas têm sido relativamente novas, com idades médias de oito anos. Na sua opinião, o aumento de 5% a 10% no negócio, deve-se ao cresci-mento das despesas de estacionamento.

Guias turísticos pedem apoios para atenuar crise nas excursõesVários representantes do sector dos guias turísticos apelaram à intervenção do Governo com vista à recuperação do sector, que está a ser assolado por uma crise devido à diminuição do número de excursões em Macau. Chu Ming Ha, presidente da Associação de Promoção de Guias de Turismo de Macau, garantiu que, desde Outubro de 2015, registou-se uma descida de 50% nos excursionistas, sendo que durante o Ano Novo Chinês a queda atingiu os 80%, facto que levou pelo menos 10% dos guias turísticos a mudarem de emprego. A mesma responsável apon-tou que os problemas registados entre turistas e operadores turísticos de Hong Kong, bem como factores políticos na região vizinha, estão a afectar o sector local, instando por isso as autoridades a atribuirem subsídios aos guias. No mesmo sentido, o director da União dos Guias Turísticos de Macau, Lei Man Hou afirmou que o turismo local está a ser “abalado”. Frisando que muitos visitantes estrangeiros apenas ficam a conhecer o nome de Macau quan-do viajam até Hong Kong, considerou ser urgente a implementação de mais voos directos para a RAEM. Lei Man Hou propôs ainda rotas turísticas em conjunto com cidades da China Continental e a realização de reportagens e filmes no território para promover o turismo de Macau.

David Chow acha “irrazoável” diminuição de altura de hotelO presidente da “Macau Legend Development”, David Chow, voltou a defender a manutenção dos 90 metros como altura para o novo hotel planeado para a Doca dos Pescadores. “O projecto seguiu a lei pelo que é irrazoável obrigar a baixar a altura prevista”, sustentou. Quanto às críticas sobre o potencial impacto do hotel na visibilidade para o Farol da Guia, o empresário garantiu no entanto que, se isso acontecer, ponderará a concretização do projecto. Segundo a “Ou Mun Tin Toi”, David Chow revelou que o Executivo irá recorrer a uma terceira entidade para avaliar o projecto e a eventual alteração do tecto máximo dos 90 para os 60 metros. O empresário espera, no entanto, que o Governo seja justo. Por outro lado, a Direc-ção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego aceitou outra proposta no concurso público de rádio-táxi após ter sido interposta uma acção judicial, algo que mereceu aplausos por parte de David Chow, que considera que a qualidade do serviço irá melhorar se existir maior concorrência.