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PUB Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4687 • Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2015 10 PATACAS Pág. 2 Pág. 4 Operários denunciam abusos na importação de trabalhadores no Metro Rede adulterou terminais “UnionPay” para movimentar 140 milhões de patacas Associação de Imprensa critica postura da IFJ A Associação de Imprensa em Português e Inglês lamenta não ter sido ouvida no relatório sobre a liberdade de imprensa, que clas- sifica como “parcial”. Outra as- sociação elogia o documento por “reflectir” a realidade. Pág. 6 Magia à solta no dia do santo dos ilusionistas A Livraria Portuguesa ser, no próximo sbado, palco de um espectculo de magia do ilu- sionista António Cardinal, que servir para prestar homenagem a S. Joo Bosco, padroeiro dos Ilu- sionistas. Pág. 9 “Tolerância zero” para assédio sexual na UM O reitor da Universidade de Ma- cau promete ter “tolerância zero” em relação a casos de assédio se- xual, depois de terem surgido ou- tras denúncias de comportamen- tos impróprios em relação a um director de um curso. Pág. 7 O “kwai lou” dos “Kai Fong” em Perfis da Nossa Gente Joo Mesquita Ferreira é um dos raros portugueses da “metrópo- le” eleito na lista de dirigentes dos “Kai Fong”, envolvendo-se profundamente no dia a dia da Regio. Centrais Queixas contra taxistas subiram 91% em dois anos FOTO JTM Cada vez mais mulheres ocupam cargos de topo Um estudo da Organizaço Internacional do Trabalho re- vela que a percentagem de mulheres em cargos de gestão em Macau subiu de 19,2% para 31,4% entre 2000 e 2012. Contudo, na RAEM o sexo feminino trabalha cada vez menos por contra própria. Ouvidas pelo JORNAL TRI- BUNA DE MACAU, tanto Anabela Ritchie, ex-presidente da Assembleia Legislativa, como a académica Agnes Lam, salientam a necessidade de serem criadas mais condições de apoio famlia, para tentar diminuir a disparidade de géneros no mundo de trabalho. Pág. 3 Aplicada multa de 100 mil patacas ao “City of Dreams” O casino “City of Dreams” foi multado em 100 mil patacas pe- los Serviços de Saúde por não ter afixado numa das suas zonas de jogo o sinal de proibição de fumar, aprovado por regulamento admi- nistrativo. Segundo os Serviços de Saúde, a decisão foi tomada na sequência de uma investigação ao casino, por suspeitas de ter insta- lado ilegalmente uma rea para fumadores numa sala comum de jogo, e após ter sido analisada uma reclamaço apresentada pela Mel- co Crown, proprietária do “City of Dreams”. O organismo sublinha ainda que ontem tarde, depois do casino já ter sido notificado sobre a infracção, funcionrios do Gabinete para a Prevenção e Con- trolo do Tabagismo e Inspecço e Coordenaço de Jogos realiza- ram uma fiscalizaço de surpresa e constataram que o sinal ainda no tinha sido afixado. Os fiscais voltaram a solicitar a “afixaço imediata” do sinal de proibiço de fumo na zona em causa, porém, os representantes do casino “City of Dreams” recusaram cumprir tal exigência, pelo que o Gabinete para a Prevenção e Controlo de Tabagismo decidiu aplicar a “me- dida obrigatória em conformidade com a lei”, salientaram os Serviços de Saúde em comunicado. Pág. 5

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Page 1: Administrador 4687 • Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2015 ... · Cada vez mais mulheres ... senta alguns espaços em branco e está gravemente ... No entanto, “já se passaram

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Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4687 • Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2015 10 PATACAS

Pág. 2 Pág. 4

Operários denunciam abusos na importaçãode trabalhadores no Metro

Rede adulterou terminais“UnionPay” para movimentar140 milhões de patacas

Associação de Imprensa critica postura da IFJA Associação de Imprensa em Português e Inglês lamenta não ter sido ouvida no relatório sobre a liberdade de imprensa, que clas-sifica como “parcial”. Outra as-sociação elogia o documento por “reflectir” a realidade. Pág. 6

Magia à solta no dia do santo dos ilusionistas A Livraria Portuguesa sera, no próximo sabado, palco de um espectaculo de magia do ilu-sionista António Cardinal, que servira para prestar homenagem a S. Joao Bosco, padroeiro dos Ilu-sionistas. Pág. 9

“Tolerância zero” paraassédio sexual na UMO reitor da Universidade de Ma-cau promete ter “tolerância zero” em relação a casos de assédio se-xual, depois de terem surgido ou-tras denúncias de comportamen-tos impróprios em relação a um director de um curso. Pág. 7

O “kwai lou” dos “Kai Fong” em Perfis da Nossa GenteJoao Mesquita Ferreira é um dos raros portugueses da “metrópo-le” eleito na lista de dirigentes dos “Kai Fong”, envolvendo-se profundamente no dia a dia da Regiao. Centrais

Queixas contra taxistas subiram 91% em dois anos

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JTM

Cada vez mais mulheresocupam cargos de topoUm estudo da Organizaçao Internacional do Trabalho re-vela que a percentagem de mulheres em cargos de gestão em Macau subiu de 19,2% para 31,4% entre 2000 e 2012. Contudo, na RAEM o sexo feminino trabalha cada vez menos por contra própria. Ouvidas pelo JORNAL TRI-

BUNA DE MACAU, tanto Anabela Ritchie, ex-presidente da Assembleia Legislativa, como a académica Agnes Lam, salientam a necessidade de serem criadas mais condições de apoio a familia, para tentar diminuir a disparidade de géneros no mundo de trabalho. Pág. 3

Aplicada multa de 100 mil patacasao “City of Dreams”O casino “City of Dreams” foi multado em 100 mil patacas pe-los Serviços de Saúde por não ter afixado numa das suas zonas de jogo o sinal de proibição de fumar, aprovado por regulamento admi-nistrativo. Segundo os Serviços de Saúde, a decisão foi tomada na sequência de uma investigação ao casino, por suspeitas de ter insta-lado ilegalmente uma area para fumadores numa sala comum de jogo, e após ter sido analisada uma reclamaçao apresentada pela Mel-co Crown, proprietária do “City of Dreams”. O organismo sublinha ainda que ontem a tarde, depois do casino já ter sido notificado sobre a infracção, funcionarios do Gabinete para a Prevenção e Con-trolo do Tabagismo e Inspecçao e Coordenaçao de Jogos realiza-ram uma fiscalizaçao de surpresa e constataram que o sinal ainda nao tinha sido afixado. Os fiscais voltaram a solicitar a “afixaçao imediata” do sinal de proibiçao de fumo na zona em causa, porém, os representantes do casino “City of Dreams” recusaram cumprir tal exigência, pelo que o Gabinete para a Prevenção e Controlo de Tabagismo decidiu aplicar a “me-dida obrigatória em conformidade com a lei”, salientaram os Serviços de Saúde em comunicado.

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02 JTM | LOCAL Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2015

JORNAL TRIBUNA DE MACAUPropriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Dinis • Director: Sérgio Terra • Grande Repórter: Fátima Almeida • Redacção: André Jegundo e Pedro André Santos (Editores), Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal), João Pimenta (Pequim) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando, Raquel Carvalho e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

Viviana Chan

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OPERÁRIOS LOCAIS COM “POUCA MARGEM”, LAMENTA ASSOCIAÇÃO

FAOM contra importação “abusiva” de trabalhadores no MetroA deputada do sector dos operários, Lei Cheng I, denuncia a existência de uma situação de abuso na importação dos trabalhadores, sobretudo nas obras de construção do Metro Ligeiro. A situação, critica, está a minimizar o espaço de sobrevivência dos trabalhadores de construção locais

A deputada da FAOM, Lei Cheng I, acusou o Governo de praticar abusos na autorizaçao de quo-

tas para importar trabalhadores para a construçao do Metro Ligeiro. As críticas foram feitas na apresentação do relató-rio de actividades da Federaçao das Associações dos Operários de Macau (FAOM) em 2014.

Face às muitas quotas de traba-lhadores aprovadas que acabaram por não ser preenchidas, a deputada acusou as construtoras de obrigarem os trabalhadores a ficar à espera entre 3 a 12 meses em Zhuhai, fazendo-os assinar uma licença sem vencimento ou a autorizarem o prolongamento da vigência do contrato laboral.

Na opiniao de Lei Cheng I, a situa-çao corresponde a uma “importaçao abusiva de trabalhadores”. Há casos, denunciou a deputada, em que os construtores estão a tentar contratar operadores de gruas por 11 mil pata-cas por mês quando habitualmente o nível salarial destes profissionais su-pera as mil patacas por dia. Lei Cheng I considera as companhias locais es-tão a preterir os trabalhadores locais com o único “objectivo de contratar

recursos humanos mais baratos, pre-judicando o interesse dos trabalhado-res locais”, disse.

Segundo avançou o JORNAL TRI-BUNA DE MACAU na ediçao da quarta-feira, o preenchimento das quotas de trabalhadores autorizados, em 2013, nas empreitadas do Metro Ligeiro na Taipa nunca ultrapassou os 40%. A “Top Builders”, um dos princi-pais empreiteiros da obra, frisou que os atrasos vêm de fases anteriores a construção e que levam a que não se justifique a contrataçao de pessoal.

Em 2014, os dois centros de servi-ços da FAOM, situados no Porto Inte-rior e na Zona Norte de Macau, trata-ram 1.624 casos que envolveram 1.939 pessoas. Entre todos os casos acom-panhados, os problemas relacionadas com a habitaçao foram maioritários. Lei Cheng I referiu que muitos agre-gados familiares se queixaram de atra-sos na assinatura dos contratos para a aquisiçao de casas económicas. Algu-mas destas familias acabariam por ser retiradas das habitações pelo facto de entretanto ja não respeitarem as con-dições dos regulamentos da habitação económica. Nesse sentido, a FAOM apela ao Governo para ter maior ce-leridade na assinatura dos contrato e também para proceder a uma revisão

da lei das casas económicas. A FAOM denunciou também que

faltam garantias aos trabalhadores em caso de acidente do trabalho uma vez que a actual lei laboral de Macau nao presta protecçao suficiente às vítimas. Em caso de acidente de trabalho, os tra-balhadores podem descansar alguns de

acordo com a sugestão do médico mas durante este periodo recebe apenas dois terços do seu salário. Mesmo que os médicos recomendem um periodo de convalescença alargado, as companhias de seguros podem rejeitar pagar e re-correr de forma a reavaliar o ferimento do trabalhador, lamentou.

DEPUTADO DIZ QUE RESIDENTES NÃO BENEFICIAM DE DOAÇÕES DE ÓRGÃOS

Pedidas leis mais eficazes para transplantesLeong Veng Chai instou o Governo a debruçar-se sobre a legislação referente ao transplante de órgãos para permitir que os residentes de Macau possam ter mais hipóteses de fazer um tratamento adequado

O acesso ao transplante de órgãos esta a deixar preocupado o deputado Leong Veng Chai que sublinha que em Macau nao é possível

efectuar este processo, deixando os residentes a mer-cê da legislaçao de outras regiões. “Hoje em dia, se os residentes pretendem efectuar um transplante de órgao, só podem ir à China ou a Hong Kong para realizarem as respectivas cirurgias, mas, segundo a legislaçao de Hong Kong, apenas os seus residentes são elegiveis para aguardar por um transplante atra-vés de um doador morto. Assim o que resta aos resi-dentes de Macau é optar pela via dos transplantes de órgao de dadores vivos”, lamenta.

O deputado salienta, numa interpelaçao escrita, que “é difícil encontrar doadores vivos com vontade de assumir os riscos uma vez que, em consequência, as dificuldades de se realizar um transplantes deste tipo sao enormes”. No caso dos residentes de Macau optarem por se deslocar à China “todo o processo de tratamento médico poderá variar entre 400.000 e 500.000 patacas, um valor insuportável para famílias normais”, salienta.

Neste sentido, pede ao Governo para acabar com

“o espaço em branco” que há nesta matéria, muito por culpa da falta de legislaçao adequada. “O regime sobre doaçao de órgaos em Macau existe há muitos anos, mas nunca sofreu melhorias, pelo que apre-

senta alguns espaços em branco e esta gravemente desactualizado em relaçao ao verificado nas regiões avançadas. Porquê?”, questiona o deputado.

Leong Veng Chai quer ainda saber se o “Governo vai concretizar o regime de doaçao de órgaos, a fim de os individuos com necessidades poderem prolongar a sua vida”. “Vai colaborar com as regiões vizinhas e ajudar a transferir esses indivíduos?”, questionou.

O deputado recorda que, antes da transferência de soberania, o Governo promulgou diplomas legais para regular a doação de órgãos - uma lei para regu-lar a dadiva, a colheita e a transplantação de órgãos e tecidos de origem humano e um decreto-lei que re-gula o registo de doadores para depois da morte e a emissao do cartao individual de dador.

No entanto, “já se passaram mais de 15 anos desde a transferência de soberania e, devido a imperfeição dos regimes sobre o assunto, por exemplo, a falta de concretizaçao do mecanismo de registo de doadores voluntários, entre outros, continua a verificar-se um espaço em branco no regime de doação de órgãos em Macau”, vincou Leong Veng Chai, apelando a uma actuaçao eficaz do Governo.

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Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2015 JTM | LOCAL 03

Fátima Almeida

Um estudo da Organização Internacional do Trabalho revela que a percentagem de mulheres em cargos de gestão em Macau subiu de 19,2% para 31,4% entre 2000 e 2012. Contudo, na RAEM o sexo feminino trabalha cada vez menos por contra própria. Tanto o estudo como Anabela Ritchie, ex-presidente da Assembleia Legislativa, e a académica Agnes Lam, ouvidas pelo JORNAL TRIBUNA DE MACAU, salientam a necessidade de serem criadas mais condições de apoio à família, para tentar diminuir a disparidade de géneros no mundo de trabalho

NÚMEROS REFLECTEM MELHORIA MAS NÃO DISPENSAM MAIS MEDIDAS DE APOIO A FAMÍLIAS

Macau com mais mulheres em cargos de gestão

Com o passar dos anos, as mulhe-res conquistaram mais lugares no mundo de trabalho, aumentando

a proporção das que ocupam lugares de gestao numa empresa, e Macau nao é excepçao, revela um estudo da Orga-nizaçao Internacional do Trabalho (OIT) sobre a igualdade de género nos altos cargos das companhias. Ainda assim, continuam a ser varias as barreiras invi-siveis na progressão da carreira do sexo feminino sobretudo em empresas de grande dimensao, uma vez que a análise a situação laboral mundial conclui que quanto maior é a dimensão de uma com-panhia menor é a possibilidade de uma mulher ser a líder.

Observando os capítulos em que Macau está incluído o cenário é simples de retratar: a percentagem de mulheres com emprego aumentou entre 2000 e 2012 e, consequentemente, houve uma subida significativa nas que consegui-ram chegar a cargos de gestao. Contudo, registou-se uma quebra nos números que dizem respeito às mulheres que tra-balham por conta própria.

Ou seja, num intervalo de 12 anos, na RAEM registou-se uma subida de 13 pontos para 25% na taxa de mulheres empregadas, o que faz com que o terri-tório integre a lista de 70 países e regiões com percentagens entre 20 e 29%.

A subida mais significativa verifica--se no capítulo da gestao: mais 12,2% das mulheres conquistaram posições de relevo em empresas. Se em 2000 19,2% ocupavam cargos de gestao, 12 anos depois a percentagem atingia os 31,4%. Com este resultado, a RAEM ocupa a 9ª posição na tabela dos paises e regiões que subiram mais de 10 pontos percen-tuais neste item, ao lado de Hong Kong, Suíça e Noruega.

Já se analisarmos o número de mu-lheres que trabalham por contra própria verificamos uma tendência negativa. Macau perdeu quatro por cento de ne-gócios idealizados pelo sexo feminino. Enquanto que em 2000 havia um registo de 29% de mulheres a trabalharem por si, o número desceu para 25% em 2012. A RAEM faz assim parte da lista de 36 países e regiões (entre os 119 que tinham estes dados disponíveis) que apresen-tam um decréscimo no número de mu-lheres a trabalharem por conta própria.

Segundo o estudo da OIT, em 77 dos 119 países e regiões as mulheres repre-sentavam uma proporção crescente de trabalhadores por sua conta, enquanto que em 36 a tendência era decrescen-te. Os autores desta pesquisa assumem que é complexo interpretar as razões da diminuiçao. Até porque, em 21 países e regiões onde a percentagem decresceu - tais como Macau, Portugal, Rússia, Ro-ménia, Coreia do Sul – em contrapartida aumentou a participação das mulheres em empresas de grande envergadura.

O estudo indica que tal situaçao pode ser “vista como positiva”, uma vez

que mais mulheres têm acesso a cargos de gestao em grandes empresas. Outra das hipóteses assumidas é o facto de poder haver mais e melhores empregos para assalariados pelo que as mulheres não encontram vantagem em trabalhar por conta própria. Questões “que muito dependem da situação económica, das politicas governamentais e programas do mercado em causa, bem como a evo-luçao da equidade de género”, regista ainda o estudo.

Uma evolução que pode crescer

Os números sao o reflexo do que tem sido possível observar em Macau, refere Anabela Ritchie ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU. A antiga presidente da Assembleia Legislativa (AL) sublinha “que ao longo dos anos registaram-se algumas melhorias, mas ha espaço para mais”. “Em muitas áreas de actividade as mulheres ja são mais visiveis, mas ain-da é possível fazer mais”, afirmou.

O facto da percentagem de mulheres empregadas ter crescido 13% em cer-ca de uma década “nao é um número espectacular”, mas é uma subida que deve ser saudada. “Pode significar que as mulheres têm necessidade de ajudar no orçamento familiar”, destaca Anabe-la Ritchie notando que são necessarios mecanismos de apoio as familias para diminuir a disparidade entre os sexos. “Em Macau ainda é possível melhorar bastante, criar mais condições para que as mulheres possam ir trabalhar fora do seu ambiente familiar e sintam apoio sobretudo para as tarefas que têm em casa”, notou.

Considerando que muitas vezes a aceitação de certos cargos por parte da mulher depende das condições de apoio familiar, a antiga presidente da AL acre-dita que ha varias medidas simples que

podem ser postas em pratica para aliviar o dia a dia. “Muitas escolas de Macau terminam as actividades às 15 e 16 horas, quando muitos pais ainda estão a tra-balhar. Muitos também trabalham por turnos. Estas sao pequenas questões mas que, no dia a dia, podiam aliviar bastan-te a pressao”, apontou. “Poderiam criar actividades extra curriculares para em casos de grande necessidade os pais te-rem onde deixar as crianças”.

Os mecanismo de apoio às famílias sao cada vez mais importantes numa al-tura em que, apesar de ainda dominarem alguns pensamentos mais conservado-res, se regista “uma mudança” no mer-cado laboral ao nivel da integração das mulheres. “Passa por uma mudança de mentalidade e essas coisas, infelizmente, sao muito lentas. Este é o factor mais de-terminante”, reforça Anabela Ritchie.

Agnes Lam, docente da Universida-de de Macau, também nota uma evolu-ção positiva na posição da mulher no mercado laboral, uma vez que Macau ocupa o 9º lugar no grupo de países e regiões que têm um aumento superior a 10% no que diz respeito a cargos de ges-tao. Contudo, como a tendência é para que se caminhe para uma maior igual-dade entre sexos, a académica destaca que Macau nao consegue mais, segundo o estudo da OIT, do que a 53ª posiçao no que diz respeito a mulheres que chefiam.

“Um outro estudo que conduzi em 2010 sobre a condiçao das mulheres em Macau mostrava que, na faixa etária en-tre os 24 e 44 anos, as mulheres com fi-lhos têm apenas 50% de probabilidade de serem promovidas comparadas com as que nao sao maes. Por isso acredito que deviam ser implementadas mais politicas para as familias de modo a ajudar as mu-lheres a subir na carreira”, frisou Agnes Lam, docente do departamento de Co-

municaçao da Universidade de Macau.Neste sentido, Anabela Ritchie frisa

ainda a determinação das mulheres em defender aquilo em que acreditam e para o qual estudaram, pelo que se tiverem incentivos para ajudar a gerir a rotina fa-miliar não desistirão de lutar pela sua car-reira e projectos em que estao envolvidas.

Soluções flexíveis

As sugestões de Anabela Ritchie e Ag-nes Lam estão em linha com as recomen-dações da OIT. De modo a diminuir a dis-paridade entre sexos no mundo laboral, sao sugeridas “soluções flexíveis” para gerir o tempo para o trabalho e a família”. Ao mesmo tempo é necessario providen-ciar apoio a maternidade e cuidados para as que têm filhos, de modo a que as mu-lheres, que são consideradas uma mais valia no processo de tomada de decisões, possam continuar a sua carreira.

Crucial para que o cenario se altere e mais mulheres tenham o mesmo acesso que os homens ao mundo do trabalho é a mudança de mentalidades na tentati-va de quebrar barreiras culturais e lutar contra o assédio sexual. Outro dos fac-tores benéficos seria implementar medi-das para sensibilizar para as questões de igualdade de género, sobretudo tendo em conta que o nível de escolarizaçao das mulheres é cada vez mais elevado.

A OIT aponta que muito há a fazer para conseguir a igualdade de géneros, nomeadamente quando constata que, a nível global, apenas 5% ou menos dos directores executivos das principais empresas sao mulheres. A presença de mulheres em cargos de direcção cresceu tao pouco nos últimos 20 anos que, a manter-se o mesmo ritmo, sera necessa-rio esperar entre 100 a 200 anos para se atingir a equidade entre sexos no mundo de trabalho.

Anabela Ritchie e Agnes Lam defendem mais apoios à família, para diminuir disparidade de géneros no emprego

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Quinta-feira, 29 de Janeiro de 201504 JTM | LOCAL

GRUPO ACTUAVA HÁ PELO MENOS NOVE MESES

Terminais adulterados da “UnionPay”movimentaram 140 milhõesDois homens e duas mulheres da China Continental foram detidos pela Polícia Judiciária por suspeitas de burla informática. O grupo terá utilizado terminais adulterados da “UnionPay” que permitiam a cobrança de taxas de serviço flutuantes aplicadas na China, em vez do valor fixo vigente em Macau

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UIVOA Polícia Judiciária (PJ) deteve

dois homens e duas mulheres, com idades compreendidas

entre os 27 e os 50 anos, por suspeitas de burla informática. O grupo terá uti-lizado quatro terminais de ponto de venda (POS) alterados, ligados ao sis-tema “UnionPay” conseguindo tran-saccionar um total de 139,9 milhões de patacas ao longo de nove meses.

O caso foi denunciado por respon-sáveis de um casino no COTAI onde o esquema era desenvolvido.

No quarto de hotel utilizado pelos suspeitos, a PJ encontrou quatro termi-nais POS que tinham sido adulterados para que a taxa de serviço obtida va-riasse em função do montante envol-vido na transacção, como acontece na China Continental, em detrimento da cobrança da taxa fixa implementada em Macau. Foram ainda apreendidos 40.000 dólares de Hong Kong e 6.000 renminbis.

Dois dos detidos eram responsáveis por preparar os terminais, enquanto

uma mulher efectuava a transação e o quarto membro do grupo levava os clientes até ao quarto.

A actividade causou um prejuízo de 258.000 patacas à “China Union Pay”.

Noutro caso, a Polícia de Segurança Pública (PSP) recebeu na terça-feira a denúncia de um homem que disse es-tar sequestrado no quarto de um ho-tel do COTAI por nao conseguir pagar uma dívida de jogo no valor de 500.000 dólares de Hong Kong.

Em declarações as autoridades, a vitima, oriunda da China explicou que, na tarde de sexta-feira, foi persuadido a pedir um empréstimo para jogo, na condição de jogar bacara, assinar um recibo como prova e entregar os docu-mentos de viagem.

Quando perdeu a totalidade do va-lor emprestado, o homem foi levado para um quarto do hotel onde ficou até à chegada da PSP.

No depoimento prestado à polícia, o detido revelou que se comprometera a garantir que a vitima pagava o em-

préstimo em troca de 18.000 dólares de Hong Kong.

O homem de 25 anos, residente de Macau, já foi presente ao Ministério Público.

Queria descontos de 70% mas perdeu dois milhões

Uma residente de 33 anos foi deti-da pela Polícia Judiciária por suspeitas de burlar um homem em cerca de dois milhões de patacas.

Em declarações as autoridades, o queixoso disse que a mulher pro-metera-lhe a venda de telemóveis e “tablets” com descontos até 70%. A vítima adquiriu 20 telemóveis entre Outubro e Dezembro de 2014 e pagou, ja este mês, dois milhões de patacas, porém, não recebeu qualquer equipa-mento.

Segundo as autoridades, a residen-te confessou a pratica do crime e ja foi presente ao Ministério Público por burla qualificada.

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Promessa de lucro saiu caro

A Polícia Judiciária deteve um homem suspeito de burlar um amigo em três milhões de dólares de Hong Kong. Segundo o queixoso, o detido terá dito que conhecia alguém que conseguiria duplicar o valor de apostas no jogo e marcou um encontro entre este e o lesado. Após depositar a quantia na conta indicada pelo suspeito, esperou num casino pelo terceiro elemento que, no entanto, nunca apareceu. Quando tentou contactar o suspeito para pedir a devolução do dinheiro, também não foi bem sucedido. Posteriormente descobriu que a quantia já tinha sido levantada na totalidade. O homem já foi presente ao Ministério Público podendo vir a ser acusado de burla qualificada.

Detidos três idosos por jogo ilegal

Três homens com idades compreendidas entre os 56 e os 72 anos foram detidos pela PSP, na terça-feira, por suspeitas de jogo ilegal no Jardim de Camões. As autoridades receberam uma queixa de alguém que alegou ter visto os três homens a jogar às cartas por dinheiro. No jardim, a polícia encontrou os suspeitos que, durante os depoimentos, confessaram que o jogo envolvia o pagamento ao vencedor de um valor não especificado pela polícia. O caso já foi entregue ao Ministério Público.

1ª Vez “JTM” - 29 de Janeiro de 2015

Proc. Interdição nº CV1-14-0032-CPE 1° Juízo Cível

Requerente: O MINISTÉRIO PÚBLICO. Requerido: CHOI KAM HONG, nascido em 25/03/1958 na China, titular do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da R.A.E.M., residente na China “廣東省珠海巿愛暉護老院”.

A MERITÍSSIMA JUIZ DO 1º JUÍZO CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M.

FAZ SABER QUE, foi distribuída neste Tribunal, em 30 de Outubro de 2014, uma Acção Especial de Interdição por Anomalia Psíquica, com o número acima indicado, que o Ministério Público move contra CHOI KAM HONG, a fim de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.

Tribunal Judicial de Base da R.A.E.M., aos 23 de Janeiro de 2015.

A Juiz,Ana Meireles

A Escrivã Judicial Principal,Lei Ka Lou

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

1ª Vez “JTM” - 29 de Janeiro de 2015

Processo: Acção Ordinária nº CV3-13-0066-CAO 3 Juízo Cível

Autores: CHOI TAI CHI e sua mulher WU FU IENG, residentes em Macau, na Travessa de Ma Kau Seak, nº 66, Bai Yun Garden, Bloco IV, 8º andar N.Ré: SOCIEDADE DE INVESTIMENTO PREDIAL FOUR SEASONS, LIMITADA, com última sede conhecida em Macau, na Rua Luís Gonzaga Gomes, s/n, Edifício Yee Ging Court, 15º andar F, ora ausente em parte incerta.

FAZ-SE SABER que pelo Tribunal, Juízo e processo acima referidos, correm éditos de TRINTA DIAS, contados da segunda e última publcação do anúncio, citando a Ré, para no prazo de TRINTA DIAS, findo o dos éditos, contestar, querendo, a Acção Ordinária acima indicada, na qual os autores, pedem, em síntese, que a presente acção deve ser julgada procedente por provada, e em consequência:

a) declarar que a Ré, por facto voluntário seu que lhe é exclusivamente imputável, não cumpriu as obrigações que havia assumido para o Autor Choi Tai Chi, através do contrato-promessa que celebrou com esta;

b) proferir-se sentença constitutiva que, produzindo os efeitos da declaração negocial de Ré, declare vendida, pelo preço pago de HKD$787.200,00 equivalente a MOP$810.816,00 e transmitida por esta via ao Autor Choi Tai Chi o direito da concessão por arrendamento da fracção autónoma “N8” identificada no artigo 1º da petição inicial;

Subsidiariamente, e para o caso de não ser possível obter a execução específica do contrato-promessa de compra e venda em questão, deve:

c) declarar-se resolvido o referido contrato-promessa celebrado entre o Autor Choi Tai Chi e a Ré, por incumprimento definitivo e culposo desta ultima, e consequentemente, condenar-se a Ré a pagar ao Autor a título de indemnização, correspondente ao dobro de sinal, a quantia de HKD$1.574.400,00, equivalente a MOP$1.621.632,00, acrescida de juros à taxa legal, desde 22/04/1997 (data de pagamento de remanescente do preço) até ao efectivo e integral pagamento;

d) que tal pagamento tenha lugar nos termos previstos no artigo 2º da Lei nº 20/88/M, de 15 de Agosto, isto é, com preferência sobre quaisquer outros credores comuns, através do produto da venda do imóvel acima identificado na alínea b) deste pedido;

e) Em qualquer caso, deverá ser reconhecido o direito de retenção do Autor Choi Tai Chi, no que concerne à referida fracção autónoma “N8” e, em consequência, ser a Ré condenada a respeitar esse mesmo direito de retenção.

Tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial, que se encontra nesta Secretaria do 3º Juízo Cível à disposição do citando.

A intervenção do citando nos autos implica a constituição de advogado - artº 74º do Código Processo Civil de Macau.

RAEM, 21 de Janeiro de 2015.

O Juiz de Direito,Carlos Armando da C. R. da Carvalho

A Escrivã Judicial Adjunta,Yip Ka Ian

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

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Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2015 JTM | LOCAL 05

NOVO REGULAMENTO DO SECTOR DEVERÁ ESTAR NA AL ESTE ANO

Queixas contra táxis quase duplicam em dois anosEntre 2012 e 2014, o número das queixas apresentadas contra os taxistas aumentou 91%, revelam dados da DSAT, que arquivou mais de metade das reclamações apresentadas no ano passado. A maior fiscalização das autoridades levada a cabo no início de 2015 permitiu, no entanto, alterar a situação “de forma radical”, diz o presidente da Associação de Passageiros de Táxis. A “mudança de 180º” está a levar a associação a ponderar encerrar o grupo no Facebook, onde teve a sua origem e que servia para denunciar os “maus taxistas de Macau”

Análise da Lei dos Animais vai demorar mesesA discussão na especialidade da proposta de lei de protecção dos animais ainda vai demorar vários meses, admitiu a 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa

No domingo, centenas de pessoas participaram numa marcha organizada pela Associaçao de Protecção aos Animais Abandonados apelando

aos deputados para aprovarem, com a maior rapidez possivel, o diploma que visa combater os casos de maus tratos a animais, mas as suas expectativas não irão con-cretizar-se, uma vez que a 1ª Comissao Permanente da Assembleia Legislativa (AL) já avisou que a análise da proposta de lei vai prolongar-se por vários meses.

“Compreendo o pedido deste tipo de associações. Na Comissao também queremos aprovar esta lei o quanto antes, mas estamos a ter uma reunião por se-mana. Depois, Fevereiro é um mês pequeno e com os feriados do Ano Novo Chinês só devemos conseguir ter duas ou três reuniões. Em Março é ainda mais difí-cil marcar reuniões por causa da apresentação das Li-nhas de Acção Governativa, portanto, só em meados de Abril devemos retomar as nossas reuniões. Vamos tentar que seja possivel aprovar este diploma antes de Agosto, mas depende da versão alternativa do Gover-

André Jegundo e Viviana Chan

no”, disse ontem Kwan Tsui Hang, presidente da 1ª Co-missao, citada pela Rádio Macau.

Para a deputada, “o fundamental é haver uma am-pla discussao” entre a Comissao e o Governo por forma a esclarecer todas as dúvidas, sob pena de ser “muito difícil” a aplicaçao do diploma.

Kwan Tsui Hang salientou ainda que os deputados têm detectados contradições no diploma. “O dono do animal deve disponibilizar um bom ambiente para o seu animal mas se as regras forem muito rigidas, no-meadamente em relação ao espaço, o dono é obrigado a entregar o seu animal ao Canil Municipal, onde corre o risco de ser abatido se não se encontrar alguém que o adopte. Portanto, estamos assim a proteger os animais? Temos de ver se o Governo irá resolver esta contradi-çao na versao alternativa do diploma”, exemplificou, após mais uma reuniao da Comissao.

Por outro lado, Kwan Tsui Hang adiantou que o Governo só entregará à AL os diplomas para a certifi-cação de médicos veterinarios e de lojas de vendas de

animais, quando entrar em vigor a proposta de lei. Os membros da Comissão entendem que esses diplomas deveriam ser complementares ao diploma, porém, o Executivo manteve a sua posiçao.

O número de queixas apresentadas contra os táxis em 2014 aumentou 30% em relaçao ao ano anterior,

revelam dados da Direcçao dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT). A insatisfação em relação aos taxistas nos últimos anos é ainda mais notória quan-do os dados são comparados com o nú-mero de queixas de 2012: nesse ano o Governo recebeu apenas 1.657 queixas, enquanto em 2014 o número disparou para as 3.171, um aumento de 91%.

No ano passado, os fiscalizadores da DSAT detectaram 703 casos de infracções e 214 taxistas que foram multados num valor que ascendeu às 217 mil patacas. O número de queixas recebidas em 2013 as-cendeu a 2.225, ao mesmo tempo foram detectados 548 casos de infracçao e, no total, 400 taxistas foram multados num total de 350 mil patacas. Entre as opiniões apresentadas ao Governo sobre os ta-xis registaram-se apenas seis elogios em 2014.

Numa resposta ao JORNAL TRIBU-NA DE MACAU, a DSAT revelou que, das 3.171 queixas contra o serviço, 1.853 casos foram arquivados e 1.201 estao em processo de investigaçao. Apenas 326 ta-xistas foram multados no ano passado e 494 profissionais foram avisados verbal-mente.

O organismo refere que muitas quei-

xas apresentadas pelos cidadãos carecem de provas e informações importantes. Como os passageiros recusam também as acareações com os taxistas, muitas inves-tigações “acabam por nao ter sucesso”, refere o organismo, que diz que actual-mente estao ao serviço 1.184 táxis.

Entre os tipos de infracção mais fre-quentes, a DSAT refere que a recusa de transporte e a selecção de clientes são os problemas mais referidos pelos clientes. O abuso na cobrança de tarifas,

percursos mais longos que o necessario, a rudeza e a conduçao perigosa dos ta-xistas foram outros dos problemas mais comuns.

A DSAT garante que já disponibi-lizou mais recursos humanos para os trabalhos de fiscalizaçao, para além dis-so, sublinha que reforçou a cooperação com a Polícia da Segurança Pública. A DSAT disse ainda que os trabalhos de revisão do regulamento dos taxis estão a avançar e que o respectivo documento

devera ser apresentado na Assembleia Legislativa este ano.

Situação mudou de “forma radical”Com o reforço da fiscalizaçao que foi

iniciada no inicio do ano, Andrew Scott, presidente da Associação de Passageiros de Táxi, diz que a situaçao no sector mu-dou “de forma radical”, surpreendendo até muitos dos utilizadores da página do Facebook do grupo que diariamente a enchiam de criticas e denúncias de com-portamentos incorrectos. “É uma vira-gem de 180º graças à atitude de fiscaliza-çao que foi assumida. As irregularidades reportadas cairam de forma dramatica e, pelo contrario, as pessoas notam uma ati-tude e uma cortesia dos taxistas que não existia antes”, refere Andrew Scott, que sublinha existirem ainda alguns pontos negros no Venetian, no Altira, ou na Ave-nida Almeida Ribeiro.

A associação espera que o Governo continue com as acções de fiscalizaçao que tem desenvolvido mas considera fundamental que a alteração do regula-mento de taxis seja aprovada o quanto antes. “Aquilo que as autoridades têm feito tem sido uma táctica muito eficaz mas é preciso legislação e regras mais apertadas”, refere Andrew Scott.

Face à diminuiçao no número de queixas, a Associação esta a repensar a actividade do grupo no Facebook, plata-forma onde teve origem e que servia para denunciar os “maus taxistas de Macau”. O encerramento na rede social é uma das possibilidades que esta em cima da mesa embora Andrew Scott considere que faz mais sentido que a comunidade conti-nue a existir como forma de “encorajar” as boas práticas do sector. Com o mesmo objectivo, a associação pretende criar em 2015 um prémio para o taxista do ano, destacando um “profissional exemplar” do sector.

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Acidentes de autocarros diminuíram em 2014

Em 2014, a DSAT registou 745 acidentes com autocarros, menos 13 casos do que em 2013. Em comparação com 2012, o número de acidentes diminuiu 12,3%. Actualmente estão em circulação 854 autocarros, 388 da Transmac, 280 da Nova Era e 186 da TCM. As causas mais frequentes dos acidentes são a mudança brusca de faixa de rodagem, o excesso de velocidade e o desrespeito pelas distâncias de segurança. Segundo os dados estatísticos do Governo, no ano passado foram apresentadas 2.253 queixas contra o serviço de autocarros, uma descida de cerca de 20% em relação ao 2013, quando foram apresentadas 2.809 queixas.

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Quinta-feira, 29 de Janeiro de 201506 JTM | LOCAL

2ª Vez “JTM” - 29 de Janeiro de 2015

Juízo Laboral Processo de contravenção laboral nº LB1-14-0074-LCT. Edtidade Acusadora: O MINISTÉRIO PÚBLICO. Transgressora / Ré: 亞克澳門有限公司 (Arkmacao Limitada), 最後為人所知的住址於澳門宋玉生廣場258號建興龍廣場16樓L.

FAZ-SE SABER que pelo Tribunal Judicial da RAEM, notificando-se a Transgressora / Ré Arkmacao Limitada no processo acima indicado.

A transgressora Arkmacao Limitada no processo acima indicado, que se encontra acusada pela prática de duas contravenções p. p. pelo do artigo 62º, nº 3, da Lei nº 7/2008, “Lei das Relações de Trabalho”, devendo comparecer na Secretaria do Juízo laboral, no dia 03/03/2015 pelas 15:30 horas, a fim de se proceder a audiência de discussão e julgamento, acompanhado de defensor se o desejar.

Não é obrigatória a presença da transgressora em julgamento, podendo fazer-se representar por advogado, nomeando-lhe o juiz defensor caso o não constitua. (artº 386 nº 4 do C.P.P.M.).

Deve apresentar a sua defesa em audiência, podendo, em caso justificado, requerer a comparência do participante (artº 386 nº 2 do C.P.P.M.

Pode indicar até três testemunhas de defesa, por cada infracção no acto da notificação, ou por meio de requerimento, até dez dias antes do julgamento, sejam notificadas pelo Tribunal. As testemunhas da defesa podem ainda ser indicadas até ao início da realização do julgamento, incumbindo ao arguido, neste caso, apresentá-las em juízo. (artº 95º nº 4 e artº 98 do C.P.T.M.)

Pode, até ao início da autiência de julgamento, requerer o pagamento voluntário da multa e da indemnização aos trabalhadores, que lhe é liquidada pelo mínimo, acrescendo à liquidação o mínimo das custa. Implicando as infracções de que o arguido é acusado créditos para o trabalhador, o pagamento voluntário da multa não é admitido enquanto não estiverem cumpridas as respectivas obrigações pecuniárias. (artº 96º nº 1 e nº 2 do C.P.T.M.)

FAZ-SE SABER que pelo Tribunal Judicial da RAEM, correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do respectivo anúncio, citando a Ré Arkmacao Limitada no processo acima indicado, Para, no prazo de DEZ DIAS, contestar, querendo, o PEDIDO DE INDEMNIZAÇÃO CIVEL, deduzidos pelos lesados LAO CHOK KUAN e MAK IO SENG, com a cominação de que a falta de contestação não implica a confissão dos factos, salvo naquilo que respeitar exclusivamente à matéria do pedido cível.

As provas são indicadas com os articulados, não podendo arrolar mais do que cinco testemunhas (artºs 104º e 105º do C.P.T.M.) e ainda que é obrigatória a constituição de advogado (artº 74º C.P.C.M.), encontrando-se os duplicados nesta secretaria à disposição da transgressora/ré.

RAEM, 23/01/2015.

O Juiz,Mário Pedro Martins de Assunção Seixas Meireles

O Escrivão Judicial Adjunto,Chio Wai Hon

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO LABORAL

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2ª Vez “JTM” - 29 de Janeiro de 2015

Interdição nº CV1-14-0041-CPE 1° Juízo Cível

Requerente: O Ministério Público. Requerido: Ng Kuan San, solteiro, sem profissão, nascido a 06/06/1972, em Macau, filho de Ng Chong Kao e Chan Ngan Son, já falecida, titular do B.I.R.M. e residente em Macau, no Lar de Alegria, Terreno Junto à Doca Seca, Habitação Social do Fai Chi Kei, Edif. Fai Fu, Edf. Fai I, 6º andr Q, Macau.

A MERITÍSSIMA JUIZ DO 1º JUÍZO CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M.

FAZ SABER QUE, foi distribuída neste Tribunal, em 10 de Dezembro de 2014, uma Acção Especial de Interdição, com o número acima indicado, que o Ministério Público move contra Ng Kuan San, a fim de ser decretada a sua interdição por ser portador de doença intelectual grave e auditiva moderada.

Tribunal Judicial de Base da R.A.E.M., aos 20 de Janeiro de 2015.

A Juiz,Cheong Weng Tong

A Escrivã Judicial Principal,Ana Capelo

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

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Alberto Paes d’Assumpção (Acaio)

A família e os “Antigos Alunos de Seigokan Karate-Do de Macau”,

informam que faleceu no dia 24 de Janeiro de 2015,

no Rio de Janeiro, Brasil, Alberto Paes d’Assumpção.

A pedido do próprio, foi cremado em Resende, no Rio de Janeiro.

Amanhã, 30 de Janeiro, (6ª Feira), pelas 18:00 horas,

realizar-se-á na Sé Catedral de Macau, a missa de 7º dia.

Agradece-se antecipadamente a todos quantos queiram associar-se

a este piedoso acto.

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André Jegundo

ASSOCIAÇÕES DE JORNALISTAS REAGEM A DOCUMENTO DA IFJ

Críticas e elogios a relatório sobre liberdade de imprensaA Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau considera que o relatório da Federação Internacional de Jornalistas, que lança críticas à situação da liberdade de imprensa no território, “é parcial e incompleto” e não tem em conta a “complexidade da comunicação social em Macau”. Para outra associação de jornalistas, o documento reflecte a realidade e não é surpreendente

• • • BREVESLau Si Io nomeado curador de Fundo de Ciências e TecnologiaO antigo Secretário para os Transportes e Obras Públi-cas, Lau Si Io, passou a integrar o Conselho de Cura-dores do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia. A nomeaçao consta de um despacho do Chefe do Executivo ontem publicado em Boletim Oficial.

Leonel Alves continua a liderarFiscalização das Forças de SegurançaO Chefe do Executivo renovou o mandato de Leonel Alves como presidente da Comissao de Fiscalizaçao da Disciplina das Forças e Serviços de Segurança. A Comissao continuará também a integrar Vong Hin Fai, Io Hong Meng, Chio Ngan Ieng, Tsui Wai Kwan.

Orais juntam 28 candidatos a curso de estágio de advocaciaAs provas orais do exame de admissão ao segundo curso de estágio de advocacia de 2014 vao realizar-se amanhã, sabado, segunda e terça-feira, com inicio as 09:30, anunciou a Associaçao dos Advogados de Ma-cau (AAM). As provas decorrerao na sede da AAM, situada no Edifício World Trade Center, e no total se-rao avaliados 28 candidatos. A realizaçao dos exames é aberta ao público, com entrada livre.

Conselho Consultivo estuda criação de novas passadeirasO Conselho Consultivo do Trânsito pretende instalar novas passagens para peões junto as Portas do Cerco, depois de uma pessoa ter sido atropelada na zona, enquanto atravessava a estrada num local sem passa-deiras. Segundo o Canal Macau, a Avenida Norte do Hipódromo, na Areia Preta, poderá também ser alvo de intervençao.

Detidos por venderem material perigoso para obra no COTAIO dono de uma loja e três empregados foram detidos ontem por terem vendido caixilhos para cabos eléctri-cos de baixa qualidade e com fracos acabamentos a se-rem utilizados na construçao de um hotel no COTAI. De acordo com o Canal Macau, os Serviços de Alfânde-ga acreditam que os materiais podiam provocar estra-gos nos cabos eléctricos ou mesmo um curto-circuito.

A Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) lamenta

nao ter sido “ouvida ou contacta-da” pela Federaçao Internacional de Jornalistas (IFJ, na sigla inglesa) na elaboração do relatório sobre a liberdade de imprensa. A AIPIM sublinha que o relatório “é parcial e incompleto, não tendo em conta a complexidade da comunicação social em Macau”.

A Associaçao de Jornalistas de Macau, por seu turno, a única que deu contributos para o rela-tório, entende que o documento reflecte a realidade. “O relatório aponta quase todos os casos. Nao ficámos surpreendidos (com as conclusões). A censura em Macau está cada vez pior, qualquer pessoa pode verificar isso”, disse a presi-dente da associaçao à Lusa. Connie Peng acrescentou que a censura “é exercida pelas chefias dos meios de comunicação e também por parte do Governo”.

Em relaçao a Macau, o presi-dente da AIPIM lamenta que nao

seja dada oportunidade a asso-ciação da imprensa portuguesa e inglesa de contribuir para o relató-rio que é elaborado todos os anos. “Acho muito estranho que existin-do cinco associações de jornalistas apenas se ouça uma associação de profissionais chineses, ainda para mais sabendo-se a importância da imprensa de lingua portuguesa, onde a liberdade e o exercicio da crítica sao uma realidade”, afir-mou Joao Francisco Pinto ao JOR-NAL TRIBUNA DE MACAU.

No comunicado emitido on-tem, a direcçao da AIPIM espera que a Federaçao Internacional de Jornalistas “possa ser isenta, inde-pendente e imparcial nos relatórios que produz”e que “ouça todas as partes antes de concluir o que quer que seja sobre a liberdade de im-prensa em Macau”, refere-se.

A AIPIM solicitou a adesao à Federaçao Internacional de Jorna-listas no início de 2012 tendo, nes-sa altura, “apresentado todos os documentos requeridos”, refere--se em comunicado. Poucos me-ses depois, a Federaçao decidiu adiar uma decisão, informando a AIPIM “que iria proceder a uma

investigaçao sobre a organizaçao e que a mesma seria contactada por um membro do comité executivo”. “Até este momento, a direcçao da AIPIM nao voltou a ser contactada pela Federaçao Internacional de Jornalistas para qualquer efeito”, lamenta-se.

No relatório de 2014, a Fede-raçao Internacional de Jornalistas considera que a situação da li-berdade de imprensa em Macau “piorou”, referindo que jornalistas receberam “ameaças directas” do Governo local.

João Francisco Pinto lamenta indisponibilidade da IFJ

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Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2015 JTM | LOCAL 07

• • • BREVESPreços turísticos subiram mais de 5% em 2014O Índice de Preços Turísticos de Macau, que reflecte a variaçao de preços dos bens e serviços adquiridos pelos visitantes, aumentou 5,15% em 2014, face ao ano anterior. Segundo os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a maior su-bida sentiu-se no alojamento (+ 8,73%), seguido da restauraçao (+6,37%), do vestuário e do calçado (+5,73%) e da alimentaçao, bebidas alcoólicas e tabaco (+5,22%). Já os preços dos transportes e comunicações desceram 0,82%. Só no último trimestre de 2014, registou-se uma subida de 7,82% no índice geral, em relação aos três meses anteriores, impulsionada pelos custos de alojamento, que cresceram 24,43% devido aos feriados da implantaçao da República Popular da China, ao Grande Prémio de Macau e aos feriados do Natal.

Instituto do Desporto realiza 3ª Avaliação da Condição Física O Instituto de Desporto vai realizar, durante quatro meses, os trabalhos da “Avaliaçao da Condiçao Física da Populaçao de Macau de 2015”. A iniciativa conta com o apoio técnico do Instituto de Investigaçao Científica do Desporto da Administraçao Geral de Desporto da China, para além da colaboraçao dos Serviços de Saúde, Serviços de Educaçao e Juventude, Instituto de Acçao Social, Gabinete de Apoio ao Ensino Superior e do Instituto Politécnico de Macau. Esta avaliação visa articular-se com a avaliação da condição fisica dos nacionais do Interior da China, que se realiza de cinco em cinco anos.

Rádio Macau vai lançar “Antena Aberta” em FevereiroA Rádio Macau anunciou que irá lançar em Fevereiro um programa destinado a ouvir a opiniao dos ouvintes. Semanalmente, nas tardes de quinta-feira, a partir das 17:00, os ouvintes vao analisar um tema da actualidade, que será anunciado no início da semana. Os ouvintes terao de fazer o registo para participar no programa, que será transmitido em directo.

Estrela da pop de Hong Kongestreia-se no palco do VenetianA cantora Karen Mok, estrela da pop de Hong Kong, vai actuar amanha e no sábado no Teatro do Venetian Macau. O concerto, que assinalará a estreia de Mok no Venetian, integra-se na digressao mundial “The Age of MOKnificence” e inclui músicas do seu novo álbum, “Departures”.

O Governo vai continuar a atribuir um subsídio individual de 3.000 patacas, o mesmo valor do ano

anterior, para aquisição de materiais es-colares por parte de alunos do ensino su-perior.

Segundo uma nota do Conselho Exe-cutivo, órgão que ja concluiu a analise do respectivo regulamento administrativo, prevê-se que o número de estudantes be-neficiados atinja cerca de 34 mil e que o investimento do Governo ronde os 100 milhões de patacas.

Justificando a renovaçao deste subsí-dio, o Conselho Executivo frisou que o Governo pretende aumentar o investi-mento em recursos no âmbito do ensino superior e implementar medidas que es-timulem a frequência de cursos superio-res, “para formar mais quadros profissio-nais de alta qualidade para a sociedade de Macau”.

Em termos gerais, as condições dos re-quisitos para os beneficiários do subsídio, o montante e o respectivo procedimento são idênticos aos do ano lectivo prece-dente. Neste sentido, podem beneficiar

desta medida os estudantes titulares de Bilhete de Identidade de Residente da RAEM inscritos em cursos do ensino superior reconhecidos – licenciaturas, mestrado, doutoramento – com uma du-raçao nao inferior a dois anos lectivos. Os alunos que preencham os requisitos têm de efectuar as candidaturas até 31 de Março.

O subsídio será pago numa só presta-ção, através de transferência bancaria ou título a emitir pela Direcçao dos Serviços de Finanças. O pagamento será feito no prazo de 60 dias a contar do último dia do período de registo.

O regulamento administrativo define que compete ao Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) a verificaçao e a avaliação dos registos dos estudantes, bem como a coordenação do processo de atribuiçao do subsídio. Para efeitos de avaliação dos registos, o GAES pode so-licitar aos estudantes a apresentação, no prazo de 15 dias, de outros documentos ou a prestação de esclarecimentos com-plementares, sempre que o considere ne-cessário para a respectiva avaliaçao.

GOVERNO VOLTA A SUBSIDIAR COMPRA DE MATERIAL ESCOLAR

100 milhões para apoiarestudantes universitáriosOs alunos do ensino superior que frequentem cursos não inferiores a dois anos podem voltar a candidatar-se a um subsídio unitário de 3.000 patacas para materiais escolares. O Conselho Executivo frisou que este é mais um incentivo para a formação de quadros qualificados

GARANTE REITOR ZHAO WEI

UM promete “tolerância zero” para casos de assédio sexual Apesar de não ter confirmado a ocorrência de mais um alegado caso de assédio sexual, o reitor da Universidade de Macau, Zhao Wei, garantiu que a instituição terá uma postura de “tolerância zero” para este tipo de situações

Viviana Chan

Depois de um primeiro caso de alegado assédio sexual ocorrido em Outubro, a Universidade de

Macau (UM) volta a estar em foco, com um colunista da “Macau Concealers” a acusar o director de um curso da Fa-culdade de Ciências Sociais de ter tido comportamentos impróprios com algu-mas estudantes.

O JORNAL TRIBUNA DE MACAU tem vindo a tentar desde o inicio da se-mana obter uma resposta sobre o caso junto da instituição de ensino superior, mas até ao fecho desta edição não foi possível obter qualquer reacçao. Segun-do referiu o jornal “All About Macau”, o reitor da UM, Zhao Wei, nao confir-mou nem desmentiu a ocorrência, afir-mando apenas que “a Universidade de Macau tem uma tolerância zero perante os casos de assédio sexual”. O mesmo

responsavel, que falava a margem da cerimónia de posse da nova Associação de Estudantes, acrescentou ainda que o caso “será investigado com cuidado”.

De acordo com o “All About Ma-cau”, uma aluna da UM considerou que a última penalizaçao ao professor envolvido no primeiro caso foi “muito leve”, o que nao provocou poder de dissuasao. Na ocasiao, recorde-se, o do-cente foi punido com uma suspensão de 12 dias de trabalho. Para além disso, a instituição não tera divulgado quais-quer informações a nível oficial sobre a ocorrência, lamentou a estudante, re-ceando que mais casos possam surgir no futuro.

O novo presidente da Associaçao de Estudantes, Kiang Hao Chi, referiu que, tanto no caso relacionado com Bill Chou, como na investigação do último proces-so de assédio sexual, a Universidade de Macau “nao divulgou informações”, o que acaba por “gerar muitos rumores”.

Reitor da UM garante que o novo caso suspeito será investigado

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Quinta-feira, 29 de Janeiro de 201508 JTM | LOCAL

EXPOSIÇÃO ABRE NA QUARTA-FEIRA

Arte de Mio Pang Fei no Albergue“Pós-Caligrafia” e “Margem das Águas” são alguns dos trabalhos de Mio Pang Fei que vão estar expostos no Albergue SCM até 1 de Março

O Albergue da Santa Casa da Misericórdia vai inaugurar na próxima quarta-feira, pe-

las 18:30, a exposiçao “Além da Su-perfície”, da autoria de Mio Pang Fei. Patente até 1 de Março, a mostra in-clui as séries “Margem das Águas” e “Pós-Caligrafia”, reconhecidas obras do conceituado pintor.

Esta mostra estreou-se em Taipé, com o apoio da Fundaçao Macau e da Delegaçao Económica e Cultural de Macau em Taiwan, onde esteve pa-tente entre 26 de Outubro e 13 de No-vembro. A iniciativa teve como prin-cipal objectivo apresentar ao público de Taipé a arte e a cultura de Macau para promover o intercâmbio entre as duas cidades.

Mio Pang Fei nasceu em Xangai, em 1936 e formou-se na Faculdade de Belas Artes do Instituto Normal da Província de Fujian. Reside em Macau desde 1982, mas teve a oportunidade de viajar pela Europa em 1986 com o objectivo de observar a pintura mo-derna ocidental. Quando regressou ao território, tornou-se vice-reitor e professor da Academia de Artes Vi-suais de Macau. Já integrou mais de

60 exposições. Em comunicado, o Albergue SCM

sublinha que o ex-director do Museu Nacional de Belas Artes da China, Feng Yang, escreveu que “a arte de Mio Pang Fei é única na perspectiva em que faz convergir a linguagem tra-dicional e contemporânea”.

I.A.

OBRAS DE GUO ZHEN NA FUNDAÇÃO RUI CUNHA

Paisagens pintadascom sentimentoDezasseis paisagens “multifacetadas e actuais” de Macau compõem uma exposição de Guo Zhen que terá como palco a Galeria da Fundação Rui Cunha

A Fundaçao Rui Cunha vai abrir portas à arte de Guo Zhen, aco-lhendo a exposiçao “Impressao

de Macau” entre 4 de Fevereiro e 3 de Março. Com inauguraçao agendada para as 18:30 da próxima quarta-feira, a mostra ira apresentar na Galeria da Fundaçao 16 paisagens “multifaceta-das e actuais” de Macau, que descre-vem “os costumes distintos e o encanto profundo” da cidade.

“Guo Zhen juntou o sentimento à paisagem, descrevendo-a com amor, sendo que cada uma das pinturas é de-dicada à paixao pela beleza de Macau”, explica a Fundaçao Rui Cunha.

Nascido em Xangai, em 1952, Guo aprendeu desde jovem com o mestre de pintura chinesa Tao Lengyue. Mais tarde, passou a dedicar-se ao auto-estu-do do impressionismo francês.

Nos anos 80, Guo Zhen emigrou para o Canadá e, apesar das dificulda-des na vida, nunca desistiu da paixão pela pintura, dedicando-se a produção de pinturas de paisagens a óleo. Nos últimos anos, mudou-se para Macau.

A cerimónia de abertura da exposi-

ção ira contar com a presença do jovem pianista macaense Gao Yiming, gradua-do no Conservatório de Birmingham, em Inglaterra.

Sublinhando que um dos seus objec-tivos é promover a ligação entre artis-tas e empresas das indústrias culturais, disponibilizando gratuitamente a sua Galeria como plataforma para o efeito, a Fundaçao recorda que os trabalhos artisticos são também para venda, pelo que os interessados deverão contactar directamente o artista para negociar e receber as obras directamente do autor após a exposiçao. A Fundaçao nao co-bra qualquer comissao.

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ANÚNCIO

[ N.º 8 /2015 ]

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar os promitentes-compradores de habitação económica abaixo indicados, nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

O Instituto de Habitação (IH) celebrou, na data acima referida, com os promitentes-compradores acima referidos, os contratos-promessa de compra e venda das fracções autónomas de habitação económica adquiridas. De acordo com o artigo 5.º dos contratos-promessa de compra e venda, após a emissão das licenças de utilização dos respectivos edifícios, os promitentes-compradores devem efectuar o pagamento total do preço, dentro do prazo fixado pelo IH. Neste sentido, após a emissão das licenças de utilização dos respectivos edifícios, o IH notificou os promitentes-compradores, através dos ofícios registados, para se dirigirem ao IH e efectuarem o pagamento total do preço, dentro do prazo fixado, porém, os promitentes-compradores não compareceram.

Nome

WONG CHI WAN

FONG CHI SENG

NG TAN IM

LEI FOK HOU

HOI MENG KIT

N.º do agregado familiar

2120122246

1220120645

2120130531

2120123570

1220130188

Data de assinatura do contrato-promessa de

compra e venda

08/08/2012

29/01/2013

30/07/2013

23/08/2012

25/01/2014

Fracção autónoma de habitação

económica adquirida

Edifício do Lago, Bloco 6, 6.º andar H

Edifício Cheng Chong, Bloco 2, 14.º andar G

Edifício Koi Nga, Bloco 1, 5.º andar B

Edifício do Lago, Bloco 6, 6.º andar B

Edifício On Son, Bloco 1, 8.º andar J

Tendo este Instituto publicado um anúncio na imprensa de língua chinesa e língua portuguesa, no dia 30 de Outubro de 2014, a solicitar aos promitentes-compradores acima mencionados para se dirigirem pessoalmente ao Instituto de Habitação (perto da Escola Primária Luso-Chinesa do Bairro Norte), sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, no dia 17 de Novembro de 2014, para efectuarem o pagamento total do preço, mas os promitentes-compradores não compareceram. Nos termos do artigo 6.º dos contratos-promessa de compra e venda acima referidos, assim como da decisão do despacho da signatária, exarado na Proposta n.º 0076/DHP/DHEA/2015, os respectivos contratos-promessa de compra e venda foram resolvidos.

E nos termos dos artigos 148.º e 149.º e n.º 2) do artigo 150.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, podem reclamar da respectiva decisão administrativa, ao Presidente deste Instituto, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, a reclamação não tem efeito suspensivo; ou podem apresentar directamente recurso judicial ao Tribunal Administrativo, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, nos termos do artigo 25.º do Código de Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 110/99/M, de 13 de Dezembro.

A Presidente, Subst.ª, Kuoc Vai Han

26 de Janeiro de 2015

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Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2015 JTM | LOCAL 09

Frank Stallone actua cinco vezes no “Bellini” O músico de jazz Frank Stallo-ne, irmao do actor Sylvester Stallone, vai estar em Macau para cinco actuações no “Be-llini”. O compositor, que já foi nomeado para os prémios “Grammy” e Globos de Ouro, foi convidado para actuar no Venetian durante cinco noi-tes, entre 10 e 14 de Fevereiro. Frank Stallone conta já com uma carreira de mais de 30 anos, tendo gravado nove al-buns que lhe valeram varios prémios. Apesar de se focar no jazz, participou também em bandas sonoras nalguns filmes de Hollywood onde o irmão foi protagonista, no-meadamente na saga “Ro-cky”, “Rambo” ou “The Ex-pendables”. Estreou-se com apenas 15 anos em 1976 com o tema “Take You Back”, na cena de abertura de “Rocky”, filme que catapultou Sylves-ter Stallone para a ribalta de Hollywood. As actuações de Frank Stallone no “Bellini” vão decorrer sempre entre as 22:00 e as 23:30.

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ARQ

UIVO

DIA DE S. JOÃO BOSCO CELEBRADO NA LIVRARIA PORTUGUESA

Homenagem com ilusionismo Para assinalar o Dia de S. João Bosco, Santo Padroeiro dos Mágicos, será realizada na Livraria Portuguesa uma sessão de ilusionismo a cargo de António Cardinal, com participação especial do Padre Jojo Peter Ancheri

António Cardinal vai levar magia à Livraria Portuguesa

Pedro André Santos

A Livraria Portuguesa sera, no próximo sabado, palco de um espectaculo de magia do ilu-

sionista António Cardinal, com partici-paçao especial do Padre Jojo Peter An-cheri. A iniciativa servirá para prestar homenagem a S. Joao Bosco, padroeiro dos Ilusionistas. “É a primeira vez que se faz em Macau uma homenagem a S. Joao Bosco, ligando a magia à devo-çao”, disse António Cardinal ao JOR-NAL TRIBUNA DE MACAU.

Segundo explicou o ilusionista, que aceitou o convite de Ricardo Pinto, res-ponsável pela Livraria Portuguesa, S. Joao Bosco “recorria ao ilusionismo na tentativa de passar a mensagem bibli-ca”, uma tarefa nada fácil para a época. “Chegou a ser admoestado no sentido de se saber o que estava a passar com ele porque estaria a fazer coisas con-sideradas protegidas pelo demónio. S. Joao Bosco conseguiu rodear-se de mais fiéis para ver o ilusionismo ouvindo a palavra dele”, contou.

Em relação ao evento na Livraria Portuguesa, o magico adiantou que será um ilusionismo “com alguns efei-tos dos quais queremos depois colher uma opiniao”, e que “tem a pretensao de criar a ilusao através das maos”.

Magia precisade mais divulgação

Apaixonado pelo ilusionismo, Antó-nio Cardinal lamenta que não existam mais praticantes desta arte no terri-tório, sobretudo entre os mais jovens. “Nao vejo a juventude a ligar-se muito ao ilusionismo, vejo mais a ligar-se ao

ilusionismo como um aspecto comer-cial. Seria agradável que, por exemplo, a Escola Portuguesa ou a Casa de Portu-gal conseguissem motivar as crianças e os pais. [O ilusionismo] é uma forma de nós desenvolvermos o cérebro e criar-mos condições de desenvolver também o acto psicológico”, considerou.

António Cardinal, que tem contribui-ções semanais no JORNAL TRIBUNA

DE MACAU sobre ilusionismo, destacou ainda o papel deste órgão de comunica-çao “que se apercebeu da possibilidade de dar importância a este tipo de arte”.

O evento está agendado para as 15:00, no sábado, realizando-se em por-tuguês e inglês. Aberta a todos, a sessao incluira ainda uma oferta de equipa-mento de magia para “potenciar futuros ilusionistas”.

Direcção dos Serviços de Turismo

Mandado de Notificação Nº 12/2015

--Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a “PINK GRILL Sociedade Unipessoal Lda.”, requerente da licença do Restaurante “CHURRASQUEIRA COR-DE-ROSA”, situado no COTAI, a Poente do Istmo Taipa-Coloane, parcelas 5 e 6, piso 1 (L1), loja 1026 do Hotel “CONRAD MACAU, COTAI CENTRAL”, que na sequência do Auto de Notícia n.º 119/DI/2013, levantado pela DST em 25.03.2013, e por despacho da signatária de 27.06.2014, exarado no Relatório n.º 562/DI/2014, de 11.06.2014, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório. --No mesmo despacho foi determindo, que deve, nos termos do n.º 3 do art.º 95.º do Decreto-Lei n.º 16/96/M, de 1 de Abril, pode, no prazo de 5 dias úteis, contados a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria do referido Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em Direito. --A matéria daquele Auto de Notícia constitui infracção ao art.º 30 do Decreto-Lei n.º 16/96/M, de 1 de Abril - “Os estabelecimentos hoteleiros e similares só podem abrir ao público após a emissão da licença respectiva.”, punível com encerramento imediato e multa de $30,000.00 (trinta mil patacas), nos termos do n.º 1 e da alínea b) do n.º 2 do art.º 67.º do referido diploma. --O processo administrativo poderá ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.ºs 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.º andar, Macau. --Direcção dos Serviços de Turismo, aos 20 de Janeiro de 2015.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

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10 JTM | LOCAL Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2015

Acompanhando a contratação da ex-mulher para a administraçao pública local, um filho de dois anos, o Henrique, hoje um dos direc-

tores da Torre de Macau na área de “bungee jump”, Joao Mesquita Ferreira começou por trabalhar em vá-rias empresas privadas de importação/exportação, até a saida do então director dos Serviços de Admi-nistraçao e Funçao Pública, Rui Afonso, para formar um escritório de advocacia juntamente com Frederi-co Rato e Francisco Gonçalves Pereira, este já faleci-do: “Fui trabalhar estreitamente com eles na parte de “comercial trading”. Criámos amizade, desenvolven-do trabalho muito produtivo. Ainda hoje, na minha área, estou associado ao Dr. Rui Afonso que como advogado exerce o seu trabalho e eu faço a parte co-mercial que é a minha área”.

Trinta e tal anos depois, Mesquita Ferreira garante nao estar “nem por um minuto arrependido, a deci-sao de ficar em Macau foi a melhor que tomei”. De-cisão tomada três ou quatro anos depois de chegar a Macau, “entretanto com um divórcio pelo meio, pos-teriormente o meu feliz casamento com a Grace, na-tural de Xangai e os nossos outros quatro filhos aqui nascidos, a Joana de 18 anos, a Helena de 16 e os dois gémeos de 12, o Filipe e o Jorge”.

Nao sendo frequente a presença de portugueses “metropolitanos”, sem possibilidade de acrescen-tarem a sua a nacionalidade chinesa, nas estruturas locais de certa forma ligadas aos poderes chineses, pergunto a Mesquita Ferreira, como aconteceram essa e outras aproximações e parcerias: “Sou de fácil adaptação, gosto muito de comunicar, o meu traba-lho esta sempre muito relacionado com empresarios chineses. Naturalmente que sendo a minha mulher chinesa, em varias ocasiões isso pode facilitar a apro-ximaçao”. Foi eleito várias vezes nas listas dos “Kai Fong”, as influentes associações de moradores.

Joao recorda: “É curiosa esta minha experiência de vários anos junto dos “Kai Fong”. Penso que terá nascido, pelos anos 80, da amizade grande entre mim e um antigo presidente executivo da empresa “Nam Kwong”, Zhao Fang Zhao, infelizmente já falecido. Viajamos muito em trabalho, por Portugal, pela Chi-na, por Angola, etc. Um dos vices dele, que ainda hoje é meu amigo, pertencia aos “Kai Fong”, e achou por bem ter um português não local, mas não estranho a este local, nas estruturas de uma das Associações de Moradores, na circunstância do Porto Exterior, Zonas dos Aterros ZAPE e NAPE. Colocaram-me na lista dos candidatos e fui, com muita honra e prazer, “o kwai lou dos Kai Fong”, como fui “baptizado” por eles”. [Embora tendo um significado directo diferen-te, a expressao “kwai lou” é como a comunidade chi-nesa de Macau designa os estrangeiros ocidentais].

Poderá imaginar-se alguma dificuldade de mano-bra de Joao Mesquita Ferreira no exercício dos seus mandatos, para mais tendo sido votado vice-pre-sidente: “Nenhuma dificuldade nesse campo. Nas reuniões, nas jornadas de trabalho no exterior, etc., sempre arranjavam alguém que, através do inglês ou do português, me fornecesse todas as informações ou traduções que me fizessem falta. De modo que posso dizer ter sido bastante natural e facilitada a minha envolvência com a comunidade chinesa de Macau”.

Foi muito útil, enriquecedora mesmo, na opiniao de Mesquita Ferreira, a vivência directa nessa compo-nente do associativismo local: “Para além da minha leitura pessoal sobre as questões de Macau, adquiri

outros pontos de vista, posso hoje fazer várias e dife-renciadas reflexões, entender penso que melhor esta terra onde há muitos anos decidi fazer a minha vida, constituir família e permanecer. Mantenho boas ami-zades com vários elementos pertencentes aos “Kai Fong”, hoje em dia pessoas com notada influência, responsabilidade e exercendo actividades de grande prestígio. Sobretudo na sua essência compõem um movimento de gente pura. Claro que existem, como em todos os lados, movimentos de interesses que por vezes se sobrepõem àquilo que deviam ser os inte-resses genuínos. Gosto de manter um saudável rela-cionamento com eles, conversamos com frequência, trocamos ideias, tomo conhecimento de pormenores que, a um cidadão menos informado directamente sobre algumas realidades no terreno, poderão pas-sar despercebidas; até porque essas associações são oficialmente ouvidas sobre uma série de decisões da vida local. Provavelmente esses meus amigos tam-bém ficarao com alguns dados que eu, como cidadao permanente mas português, também lhes transmita”.

Mesquita Ferreira assume-se ainda como fazedor de amizades – “Sem amigos nao chegamos a nenhum lado. Para além dos já evocados, Rui Afonso, Frederi-co Rato, Gonçalves Pereira, Zhao Fang Zhao, Cabaço Gomes, ha mais uns quantos com quem continuo a sentir especial afecto e também com quem fui desco-brindo outros olhares sobre as coisas de Macau e nao apenas”. A sua casa é, como diz, “uma casa de fusao entre o Ocidente e o Oriente. Tanto falamos chinês, inglês ou português e consumimos cozinha chinesa, como macaense ou portuguesa. De música ouve-se de tudo lá em casa. Televisao, costumamos assistir a programas ingleses e americanos, alguns portugue-ses e chineses sobretudo quando os meus sogros nos visitam”.

Durante uns anos, pelos oitentas do século passa-do, Mesquita Ferreira teve um trabalho que simulta-neamente foi um prazer paralelo: fez rádio pela noi-te dentro, mas nao só. Como recorda, “comecei por apresentar música, pouco mais do que isso, das 22 horas à meia-noite. Depois o programa ‘Ponto Final’, também a noite, com música, entrevistas, leituras de textos de escritores e poetas locais, colaborações de pessoas de varias areas, principalmente culturais e com temas diariamente diferentes. O programa ia até ao final da emissao que era encerrada com o Hino Na-cional de Portugal. Noutros horários, fiz por exemplo o Café da Manha com o Joao Carvalho, a Nonô, o Al-fredo Vaz. Criámos a primeira e suponho que a única até agora radio-novela, que escreviamos alegremen-te a noite cada episódio, para transmitirmos no ou-tro dia de manha. O eixo do enredo era uma família duma aldeia em Trás-os-Montes que ganhara como prémio saído num concurso tipo ‘Farinha Amparo’, vir assistir às cerimónias da transiçao de Macau para a China, em 1999”.

“Como Macau nessa data ainda nao tinha aero-porto, a radio-novela colocou essa familia a viajar de barco com passagem pelos paises de lingua portu-guesa. As peripécias foram enormes, metia gente de todo o lado, incluindo, claro, gente de Macau. Muitos que ainda estejam por ca se recordarão, divertiamo--nos imenso a conceber e realizar a novela. Os nossos amigos faziam os papéis que fossem precisos, em chi-nês, em inglês, em português, tudo com o maior dos entusiasmos e de borla! As partes que tinham de ser gravadas eram registadas pelo Joao Canedo. Brincá-vamos com várias situações de Macau, por exemplo metíamo-nos muito com o Jorge Coelho, entao Secre-tario-adjunto, metiamo-nos com o Governador, tudo pela graça, aproveitando o que conheciamos deles,

Helder Fernando

PERFIS DA NOSSA GENTE

O “kwai lou” dos “Kai Fong” de MacauPercorre a quarta década como residente em Macau. É dos raros portugueses da “metrópole” eleito na lista de dirigentes dos “Kai Fong” - envolvendo-se profundamente com o dia a dia da região: bairros, comunidades, anseios. Foi conhecendo carências, convivendo com decisores. Chegou com um filho de dois anos, os outros quatro nasceram aqui, fruto do casamento com Grace, uma Dama de Xangai. Para além do movimento associativo como possível factor de cidadania, João Mesquita Ferreira é empresário com empresas multicontinentais de “trading”, viaja com frequência, aprecia formas de arte (até já se envolveu na criação de uma galeria de exposições), fez rádio, ao tempo do 98 FM, sem ligação a Portugal, emitindo até de madrugada. Contribuiu de forma pioneira para o início das relações de Macau com países de língua portuguesa

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JTM | LOCAL 11 Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2015

outros pontos de vista, posso hoje fazer várias e dife-renciadas reflexões, entender penso que melhor esta terra onde há muitos anos decidi fazer a minha vida, constituir família e permanecer. Mantenho boas ami-zades com vários elementos pertencentes aos “Kai Fong”, hoje em dia pessoas com notada influência, responsabilidade e exercendo actividades de grande prestígio. Sobretudo na sua essência compõem um movimento de gente pura. Claro que existem, como em todos os lados, movimentos de interesses que por vezes se sobrepõem àquilo que deviam ser os inte-resses genuínos. Gosto de manter um saudável rela-cionamento com eles, conversamos com frequência, trocamos ideias, tomo conhecimento de pormenores que, a um cidadão menos informado directamente sobre algumas realidades no terreno, poderão pas-sar despercebidas; até porque essas associações são oficialmente ouvidas sobre uma série de decisões da vida local. Provavelmente esses meus amigos tam-bém ficarao com alguns dados que eu, como cidadao permanente mas português, também lhes transmita”.

Mesquita Ferreira assume-se ainda como fazedor de amizades – “Sem amigos nao chegamos a nenhum lado. Para além dos já evocados, Rui Afonso, Frederi-co Rato, Gonçalves Pereira, Zhao Fang Zhao, Cabaço Gomes, ha mais uns quantos com quem continuo a sentir especial afecto e também com quem fui desco-brindo outros olhares sobre as coisas de Macau e nao apenas”. A sua casa é, como diz, “uma casa de fusao entre o Ocidente e o Oriente. Tanto falamos chinês, inglês ou português e consumimos cozinha chinesa, como macaense ou portuguesa. De música ouve-se de tudo lá em casa. Televisao, costumamos assistir a programas ingleses e americanos, alguns portugue-ses e chineses sobretudo quando os meus sogros nos visitam”.

Durante uns anos, pelos oitentas do século passa-do, Mesquita Ferreira teve um trabalho que simulta-neamente foi um prazer paralelo: fez rádio pela noi-te dentro, mas nao só. Como recorda, “comecei por apresentar música, pouco mais do que isso, das 22 horas à meia-noite. Depois o programa ‘Ponto Final’, também a noite, com música, entrevistas, leituras de textos de escritores e poetas locais, colaborações de pessoas de varias areas, principalmente culturais e com temas diariamente diferentes. O programa ia até ao final da emissao que era encerrada com o Hino Na-cional de Portugal. Noutros horários, fiz por exemplo o Café da Manha com o Joao Carvalho, a Nonô, o Al-fredo Vaz. Criámos a primeira e suponho que a única até agora radio-novela, que escreviamos alegremen-te a noite cada episódio, para transmitirmos no ou-tro dia de manha. O eixo do enredo era uma família duma aldeia em Trás-os-Montes que ganhara como prémio saído num concurso tipo ‘Farinha Amparo’, vir assistir às cerimónias da transiçao de Macau para a China, em 1999”.

“Como Macau nessa data ainda nao tinha aero-porto, a radio-novela colocou essa familia a viajar de barco com passagem pelos paises de lingua portu-guesa. As peripécias foram enormes, metia gente de todo o lado, incluindo, claro, gente de Macau. Muitos que ainda estejam por ca se recordarão, divertiamo--nos imenso a conceber e realizar a novela. Os nossos amigos faziam os papéis que fossem precisos, em chi-nês, em inglês, em português, tudo com o maior dos entusiasmos e de borla! As partes que tinham de ser gravadas eram registadas pelo Joao Canedo. Brincá-vamos com várias situações de Macau, por exemplo metíamo-nos muito com o Jorge Coelho, entao Secre-tario-adjunto, metiamo-nos com o Governador, tudo pela graça, aproveitando o que conheciamos deles,

os seus esquecimentos, como falavam, como vestiam, enfim, era uma alegria e uma lufada de ar fresco na rádio. Foi um tempo bom e inesquecível”

Joao olha para a cidade e a sua componente ligada por pontes, com carinho, embora preocupaçao: “Des-de o primeiro dia que sinto a aceitação natural dos chineses de Macau em relaçao aos portugueses, se quisermos aos lusófonos. Sendo certo que hoje é mui-to minoritaria , a generalidade dos novos residentes oriundos da parte continental, aqui desenvolvendo actividades, também bebem o espírito da regiao. Admito que Macau passe por fase de crescimento apressado que desfavorece algum cuidado em certos projectos. O caso do Metro de superfície é dos mais notórios, o atraso de anos e as derrapagens orçamen-tais nao sao bom exemplo. Fui sócio de uma empresa de construção civil onde estavam envolvidas pessoas de grande prestígio e competência, fizemos o teleféri-co da Guia, varios grandes silos para viaturas ligeiras e pesadas, com soluções então inéditas localmente, e ainda outras obras de vulto, fico bastante sensível com exemplos negativos. Por alguma razao os gran-des hotéis-casino são erguidos em tempo recorde e com a qualidade que se vê, mas sem a responsabili-dade de construtoras de Macau”.

Sobre o conceito “Macau como plataforma para os países de língua portuguesa”, lembra que “talvez eu tenha ajudado nessa matéria”. “A plataforma que Macau é hoje, nomeadamente através da importante criaçao do Fórum para a Cooperaçao nascido há 12 anos, tem raízes, inclusivamente históricas. À ‘Nam Kwong’ é reconhecida importância vital nesse aspec-to. Há duas décadas, salvo erro em 1995, no âmbi-to do BCM e do Governo de Luanda, foi criada uma linha de crédito com Angola. Acontece que fui um dos primeiros a utilizar essa linha de crédito, levan-do àquele país a ‘Nam Kwong’, ao nível do seu pre-sidente e varios empresarios locais e do Continente chinês. Viagem muito bem organizada, audições com o Presidente angolano, varios ministros e empresa-rios de relevo, uma viagem com resultados positivos em termos de negócios. Macau sempre será um im-portante entreposto de comércio”.

Fala longamente da importância que a presença portuguesa nesta região necessariamente imprime no relacionamento da China e Macau com a CPLP – “importância que nao deve ser perdida!”. Este em-presario adianta varios exemplos, destaque-se um deles: “Nao deve ser perdida a importância do BNU em Macau e na China. Em Portugal o governo anda a vender tudo, oxala que não se lembre de mexer no BNU”.

Sobre o crescimento rapido da região nos últimos anos: “É inevitável, hoje as coisas ganham outro rit-mo. Sem deixar de crescer, a RAEM deve travar essa aceleraçao para pensar. Pode ser que esta nova equipa de Secretarios, com outra forma de trabalhar, consi-ga realizações positivas. Sem as pressas prejudiciais. Por exemplo, andou-se anos a falar na necessidade do novo hospital, mas nunca se fez. Agora parece que finalmente vai mesmo em frente, mas é necessá-rio nao fazerem as coisas com velocidade acima do razoável. Um hospital nao é para ser feito à pressa, se se quer servir a população, ha que servi-la efecti-vamente, pensando e realizando com competência e saber. Já basta o que se passa com o denominado Me-tro de superfície. Nao deve haver complexo algum de nao existirem localmente técnicos especializados em vários sectores. A regiao pode contratar os me-lhores. E pode importar grandes formadores que, por sua vez, formarao especialistas que irao ensinar os residentes”.

PERFIS DA NOSSA GENTE

O “kwai lou” dos “Kai Fong” de MacauPercorre a quarta década como residente em Macau. É dos raros portugueses da “metrópole” eleito na lista de dirigentes dos “Kai Fong” - envolvendo-se profundamente com o dia a dia da região: bairros, comunidades, anseios. Foi conhecendo carências, convivendo com decisores. Chegou com um filho de dois anos, os outros quatro nasceram aqui, fruto do casamento com Grace, uma Dama de Xangai. Para além do movimento associativo como possível factor de cidadania, João Mesquita Ferreira é empresário com empresas multicontinentais de “trading”, viaja com frequência, aprecia formas de arte (até já se envolveu na criação de uma galeria de exposições), fez rádio, ao tempo do 98 FM, sem ligação a Portugal, emitindo até de madrugada. Contribuiu de forma pioneira para o início das relações de Macau com países de língua portuguesa

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Quinta-feira, 29 de Janeiro de 201512 JTM | DESPORTO

LIGA PORTUGUESA

Próximos capítulos prometemAs derrotas de Benfica e FC Porto tiveram o condão de aproximar o Sporting da liderança, mas todas as personalidades ouvidas pelo DN admitem que a vantagem encarnada ainda é confortável. “Dérbi” de Alvalade pode mudar tudo...

A jornada 18 da Liga representou uma importan-te injecção de esperança para o Sporting, que recuperou três pontos em relaçao a Benfica e

FC Porto. Mas será que a luta pelo título de campeao nacional ficou relançada? A resposta é “nim”, a avaliar pela opinião de quatro personalidades ouvidas pelo DN, três delas afectas a cada um dos grandes.

“Para quem gosta das coisas animadas foi uma boa jornada”, diz Jorge Silvério, psicólogo desportivo e ex--provedor do adepto, que destaca a “alteraçao de emo-ções” que viveram portistas e benfiquistas no espaço de 24 horas. “Após a derrota na Madeira, o FC Porto viu- se na iminência de ver o Benfica ganhar uma van-tagem de nove pontos, mas após o jogo de Paços de Ferreira os dragões recompuseram- se e os encarnados sofreram um abanao, que pode ter reflexos negativos no futuro”, sublinhou Jorge Silvério, que destaca o “balao de oxigénio ganho pelo Sporting” que pode dar “mais motivaçao” antes de receber o Benfica.

Júlio Machado Vaz, psiquiatra e adepto encarnado, admite que dentro de duas semanas “poderá haver luta a três” se o Sporting vencer o “dérbi” de Alvalade. Isto porque se os “leões” vencerem “poderá ter conse-quências” na Luz. Sobre o jogo de Paços de Ferreira, considera que a equipa de Jorge Jesus “deu sinais de nervosismo exagerado”.

Este sentimento encarnado é um pouco semelhante ao vivido para os lados do Dragao. Francisco José Vie-gas, escritor e adepto portista, considera que o campeo-nato ficou sentenciado “apenas durante um dia, entre o final do jogo da Madeira e o de Paços de Ferreira”. Por isso, encara a derrota do Benfica como “a última opor-

tunidade do treinador Lopetegui” levar o FC Porto à conquista do campeonato.

O balao de oxigénio que Júlio Machado Vaz apon-tou em relação ao Sporting não entusiasma o apresen-tador Jorge Gabriel, adepto leonino que prefere manter os pés assentes no chao quando se fala da sua equipa. “O Sporting ainda está distante do Benfica e teriam de ocorrer uma série de circunstâncias para que pudesse entrar na corrida”, assumiu, lembrando que “a priori-dade tem de ser garantir um lugar na Champions”.

Na luta pelo título, o Benfica mantém uma vanta-

gem confortavel, apon-tada por todos como o aspeto a favor dos encar-nados, ao qual Jorge Sil-vério junta “os processos de um treinador ha muito tempo no cargo” e que segundo Viegas tem “o mérito de por a equipa a correr”. Na Luz há, diz Júlio Machado Vaz, “o perigo dos fantasmas do passado”, ao qual Jorge Gabriel junta o “decrésci-mo de confiança”.

A favor do FC Por-to está, para Silvério, “o aumento de motivação devido à derrota do Ben-fica” e o consequente “or-gulho ferido” apontado

por Machado Vaz, que cita “a dúvida metódica em torno do treinador” o aspecto contra, algo partilhado por todos, a que Viegas acrescenta “um tiki-taka sem eficácia e com alergia pela baliza”.

Quanto ao Sporting, a “instabilidade” e a “desvan-tagem pontual” sao levados em conta, tal como a “fal-ta de solidez defensiva” apontada por Francisco José Viegas, que refere como positivo “a imprevisibilidade de Nani e Tanaka” numa equipa que “está motivada”.

JTM/DN

Argélia e Ganaapuram-se para os “quartos”Argélia e Gana, ambos com vitórias, apuraram-se para os quartos-de-final da Taça das Nações Africanas (CAN2015), enquanto Se-negal e África do Sul fica-ram pelo caminho, após a terceira e decisiva jorna-da do grupo C. Na Guiné Equatorial, com as quatro selecções do agrupamento a terem hipóteses de apu-ramento na última ronda, a Argélia acabou por bater o Senegal por 2-0, em Malabo, enquanto o Gana superiori-zou-se à África do Sul por 2-1, em Mongomo. A Argé-lia resolveu a passagem a próxima fase com golos de Mahrez, aos 11, e Bentaleb, aos 82. Mesmo em igualda-de pontual, a selecção ar-gelina garantiu o primeiro lugar. O Senegal, vice-cam-peao em 2002, despediu-se assim da CAN2015, assim como a África do Sul, que novamente voltou a estar em vantagem no marcador, desta vez frente ao Gana, mas acabou derrotada. Com um belo remate de fora da área, Masango deu aos 17 minutos esperança aos sul--africanos, mas os ganeses deram a volta ao marcador na segunda parte, com re-mates certeiros de Boye, aos 73, e André Ayew, aos 83.

FA CUP

Chelsea vence Liverpool e carimba finalO Chelsea qualificou-se para a final da Taça da Liga inglesa de futebol (FA Cup), ao vencer o Liverpool por 1-0, após prolongamento, no jogo da segunda mão das meias-finais da competição

No final do tempo regulamentar o nulo persistia, o que forçou um prolongamento de meia hora para

se encontrar o primeiro finalista da Taça da Liga, que seria o Chelsea, a única equipa a marcar no encontro, por Ivanovic, ao mi-nuto 94, na sequência de um livre cobrado por Willian.

Num bom jogo de futebol, de altíssima intensidade e qualidade individual e colec-tiva, o Chelsea redimiu-se da recente eli-minaçao na quarta eliminatória da Taça de Inglaterra, frente ao Bradford City, da III Di-visao, que foi a Stamford Bridge vencer por 4-2 depois de ter estado a perder por 2-0.

A equipa de José Mourinho tinha em-patado na primeira mao, em Anfield Road,

a um golo, mas o regulamento da prova inglesa só confere vantagem ao golo fora após a realizaçao do prolongamento e nao no final do tempo regulamentar, como su-cede nas competições da UEFA.

Apesar de ter garantido o acesso para a final, José Mourinho nao gostou da actua-çao do trio de arbitragem. “Nao quero estar constantemente a falar sobre as decisões dos árbitros. Compete-me falar sobre aquilo que sei. Quando um jogador interrompe um contra-ataque com mão na bola é punido com o cartão amarelo; quando um jogador é pontapeado na grande area ha lugar para a marcaçao de uma grande penalidade. Nada tenho a dizer a propósito do penálti sobre Diego Costa, deixem-no jogar futebol dele”,

reclamou em declarações à Sky Sports.“Se falar as pessoas vao dizer ‘lá está ele

outra vez’ e a Federaçao inglesa vai tentar punir-me como faz sempre, ou tenta. Mas penso ter sido tão claro que me interrogo porquê. Mas o mais importante é a vitória. Os jogadores estao felizes e os adeptos fo-ram absolutamente fantásticos. Wembley é um estadio histórico, tem um grande signi-ficado jogar lá”, enfatizou Mourinho.

O Chelsea ficará agora à espera de saber quem irá encontrar na final, Tottenham ou Sheffield United. A equipa londrina venceu em White Hart Lane, por 1-0, procurando defender a magra vantagem no terreno do adversario numa partida disputada ontem, já depois do fecho desta ediçao.

Ivanovic marcou o golo dos “blues” no prolongamento

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Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2015 JTM | ACTUAL 13

LUSOFONIA

17 escritores em Luanda com sotaques diferentesA UCCLA juntou autores de Portugal, Angola, Macau, Timor-Leste, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Brasil num encontro feito de afectos antigos. Miguel Senna Fernandes iniciou o encontro com um cumprimento em patuá

GRÉCIA

Atenas trava venda do Porto do Pireu à ChinaO Executivo de Alexis Tsipras decidiu suspender vários processos de privatização, incluindo do maior porto da Grécia, onde o grupo chinês Cosco detém uma concessão para operar dois dos três terminais de contentores

Miguel Senna Fernandes (segundo à esq.) representou Macau no Encontro de Escritores da UCCLA

O novo Governo grego, liderado por Alexis Tsi-pras, anunciou que vai suspender a privatiza-ção do maior porto da Grécia, interrompendo

assim a sua cooperaçao com a “Cosco Group” da China com vista à venda do Porto do Pireu.

“O acordo com a Cosco será revisto para o benefício do povo grego”, disse Thodoris Dritsas, vice-ministro da tutela dos transportes maritimos, citado pelo jornal “China Daily”.

A planeada venda de uma participaçao de 67% no capital da Autoridade do Porto do Pireu foi acertada no âmbito do acordo de resgate internacional, num processo para o qual foram seleccionados cinco grupos empresarias, incluindo a Cosco, quinta maior operado-ra de terminal de contentores do mundo.

Na altura, o entao Primeiro-Ministro Antonis Sama-ras considerou o negócio como um bom exemplo da cooperação sino-grega, sublinhando que o investimen-

Ana Sousa Dias

to da Cosco tinha criado mais empregos no país. “O Porto de Piraeus pode se tornar a porta de entrada da China na Europa”, disse por sua vez o Primeiro-Minis-tro chinês, Li Keqiang, durante uma visita à Grécia no ano passado.

Em 2008, a gigante dos transportes de mercadorias da China conquistou uma concessao válida por 35 anos para expandir dois dos três principais terminais de contentores no Porto do Pireu.

De acordo com o jornal oficial chinês, após o início de operações da Cosco, a capacidade de movimenta-ção de carga anual do porto triplicou e possibilitou a criaçao de mais de 1.000 postos de trabalho para a po-pulaçao local.

Antes das eleições legislativas, o partido Syriza, de Alexis Tsipras, já tinha anunciado que iria suspender a venda de bens do Estado, integrada no acordo de res-gate de 240 mil milhões de euros.

Ontem, o novo ministro da Restruturaçao da Pro-duçao, do Ambiente e da Energia da Grécia, Panayiotis Lafazanis, também reiterou essa estratégia, anunciando que o Governo vai suspender “imediatamente” todo o processo de privatizaçao das eléctricas. “Vamos tratar de fazer com que a electricidade seja mais barata para im-pulsionar a competitividade e ajudar as famílias”, disse.

Por seu lado, o vice-ministro da Economia, Infraes-truturas, Marinha, Comércio e Turismo, Jrístis Spirtzis, afirmou que uma das prioridades do novo Executivo passa por travar as privatizações que vao contra os ob-jectivos sociais, fazendo referência às privatizações de portos e aeroportos.

Um dos pontos-chave do programa do Governo de Tsipras consiste num pacote de medidas de urgência para melhorar a situação dos mais carenciados, incluin-do uma que prevê o fornecimento de electricidade gra-tuita a 300 mil casas de famílias desfavorecidas.

Quando andava na escola pri-mária, em Díli, Luís Cardoso deixou a professora cabo-

-verdiana em lagrimas ao cantar uma morna de sôdades do Mindelo. Primeiro tentara sem êxito o Apita o comboio de António Mafra, o Calham-beque de Roberto Carlos, finalmente a morna. O escritor timorense contou o episódio em Luanda, no V Encontro de Escritores da UCCLA (Uniao das Cidades Capitais de Lingua Portu-guesa) perante uma audiência nume-rosa, numa intervenção sobre o poeta angolano António Jacinto.

O auditório do Hotel Diamante encheu-se para o encontro que pela primeira vez saiu de Natal, Brasil. Muitos estudantes participaram, com perguntas curiosas e numa atenção que os levou a reagir com animação e gargalhadas ao que diziam dezassete escritores do mundo lusófono. A gran-de surpresa foi a presença constante e interessada dos jovens das faculdades de letras e comunicaçao social.

Muito do que o encontro trouxe passou-se fora do auditório. À mesa, por exemplo, quando Luis Cardoso começou a cantar a mesma morna, acompanhado desta vez pelo cabo--verdiano Joao Lopes Filho. E logo a seguir, guiado pela santomense Con-ceição Lima, recordou Monangambé, poema de António Jacinto e música de Rui Mingas, com o brasileiro Marco Guimaraes muito atento. Todos “em português com sotaques diferentes”, como resumiu o angolano Manuel Rui Monteiro.

“Como ta vai vosotro?”, foi como o macaense Miguel Senna Fernandes iniciou a primeira das intervenções, após a sessão formal de abertura – e Luanda sabe ser formal, com a presen-

ça da ministra da Cultura Rosa Cruz e Silva, do presidente do Governo Pro-vincial de Luanda, Graciano Domin-gos, e de José Tavares, o general que preside a Comissão Administrativa da Cidade de Luanda, estrutura munici-pal que acolheu o encontro, nos dias 21,22 e 23.

Senna Fernandes queria mostrar como os “crioulos” dos diferentes paí-ses também sao aparentados. Como estao?, perguntava em maquista, ou patua (do termo francês patois). O cabo-verdiano José Luiz Tavares co-moveu-se depois ao falar do crioulo da Praia, por nao ser língua oficial no seu país.

Mas foi a língua portuguesa que os juntou em Luanda, a lingua em que escrevem com a mestria de Pepetela a falar de Benguela, a cidade mestiça, “a única onde Salazar perdeu as eleições de 1958 para Humberto Delgado”,

onde até aos anos 1960 era uma “con-fluência de pessoas diferentes apenas na cor da pele”. Ou com a ironia de Manuel Rui Monteiro, a narrar uma expedição recheada de anacronismos delirantes. Quem os ouve, lê, obser-va percebe que só ela liga pessoas tão diferentes na pele como as realidades dos países. Impossível fazer compara-ções entre a tradição e investimento na cultura que Cabo Verde demonstra, e Sao Tomé e Príncipe ou a Guiné-Bis-sau onde não existem livrarias nem editoras e as bibliotecas são escassas e pobres, No entanto, Toni Tcheka, guineense, mostra-se animado com a evolução do pais e anuncia-o literaria-mente na intervençao que faz: “Na se-mana passada, um menino perguntou à mae porque é que agora havia luz o dia todo, mesmo quando o sol esta quente e luminoso”. Encontros como este fazem funcionar “vasos comu-

nicantes entre as nossas literaturas”, realçou o moçambicano Suleiman Cassamo, que falava sobre os laços literários dos 240 milhões de falantes de português. O conterrâneo Ungula-ni Ba Ka Khosa, que viveu de vila em vila acompanhando a mãe enfermeira – “só agora sinto a cidade entranhar--se nos meus músculos” – falou de cidade e infância, tema central do encontro. Também sobre a infância falou Conceição Lima, santomense espantada com a dimensão angolana – “a minha ilha cabe num cantinho de Luanda”.

Duas propostas saíram do encon-tro: que a UCCLA assuma um premio literario e que sejam criados mecanis-mos para a livre circulação de livros de autores lusófonos.

De Portugal foram, além dos res-ponsáveis da UCCLA com o secretá-rio-geral Vitor Ramalho em destaque, os poetas José Carlos Vasconcelos, di-retor do Jornal de Letras, e José Fanha. Este falou da importância da leitura, Vasconcelos fez uma viagem pelos poetas das cidades de Portugal e do Brasil.

Na sessao final, Ulisses Correia da Silva, presidente do municipio da Praia formado em Economia, divertiu a assistência ao destacar o papel dos escritores, “indicadores de caminhos futuros, com vantagem sobre os eco-nomistas porque não se enganam nos dados”. Propôs que o próximo encon-tro da UCCLA (de que é presidente) seja na Praia, em Dezembro próximo, a coincidir com o festival Noite Bran-ca. Outras cidades sao candidatas, mas a decisao será tomada em Abril. A ninguém espantou que o fecho do encontro fosse com um poema, na boca do governador provincial. Carta de um contratado de António Jacinto, um poema de amor.

JTM/DN

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54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 Cajun Pawn Stars 15:00 In Search Of Aliens 16:00 The Pickers 17:00 10 Things You Don’t Know About 18:00 Kings Of Restoration 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pickers 20:00 Storage Wars: New York 20:30 Storage Wars: Canada 21:00 10 Things You Don’t Know About 22:00 America’s Book Of Secrets 23:00 Pawn Stars 00:00 10 Things You Don’t Know About

55 FYI13:00 Flip This House 14:00 Bondi Vet 16:00 Taste Of Vietnam 17:00 Food Factory 18:00 Flipping Boston 19:00 Food Factory 21:00 Epic Meal Empire 22:00 Far Flung With Gary Mehigan 23:00 Food Factory

63 STAR WORLD12:55 Masterchef Junior US 13:45 Cristela 14:10 Benched 14:35 Masterchef Junior US 15:25 America’s Next Top Model 16:15 New Girl 17:05 Styled to Rock 18:00 American Idol 19:00 Masterchef Junior US 20:00 American Idol 20:55 America’s Next Top Model 21:50 Glee 22:45 Revenge 23:40 Cristela 00:05 Benched

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Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi 28 283 283Táxi 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

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Paddington14:20 • 18:10

Big Hero 6 (3D)14:06 • 20:40

Exodus: Gods and Kings (3D)12:30

Night at the Museum: Secret of the Tomb (2D) - 15:05 • 17:10 • 19:05 • 21:00 • 23:00

Seventh Son (3D)14:10 • 16:05 • 17:50 • 18:00 • 20:00 • 22:30

The Theory of Everything13:10

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JTM | OPINIÃO 15 Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2015

Entre 1962 e 1964, Victor Manuel Nogueira Neto - soldado nº 3247, da Companhia de Caçadores Especiais, nº 363, da especialidade de transmissões de infantaria, esteve a cumprir o seu serviço militar em Macau. Ao baú das suas memórias, Victor Neto foi buscar um conjunto de crónicas sobre estes tempos, crónicas simples e sem grandes preocupações eruditas, acompanhadas de imagens, quase todas da colecção particular do autor. São relatos na primeira pessoa, mas que foram vividos por várias gerações de militares portugueses que aqui desempenharam o seu serviço militar.

MEMÓRIASVictor Neto*

I - Viagem por três Oceanos

Quando em 12 de Fevereiro de 1962, assentei praça no antigo Batalhao de Caçadores nº 5, em Lisboa, nunca pensei que um dia, al-

guns meses depois, ia ver Macau e ali permanecer durante dois anos. Eu que sempre tive uma grande atracçao por tudo o que dizia respeito a assuntos orientais, quando cheguei a minha unidade, vindo de Mafra da Escola Prática de Infantaria, onde tinha estado a tirar a especialidade de transmissões de In-fantaria, fiquei agradavelmente surpreendido com o local para onde tinha sido destacado.

E em 17 de Julho, depois de ter estado 15 dias de licença, embarquei no paquete “Niassa”, na altura transformado em transporte de tropas e assim co-meçou a extraordinaria odisseia que nos levava as longínquas terras do Oriente.

Logo á saída da barra do Tejo alguns dos nossos camaradas, sentiram-se mal dispostos com a ondu-lação do mar e sofreram as primeiras agruras, quan-do ainda se vislumbrava a terra de Cascais pelas nossas costas. Rumámos a sul e alguns de nós men-talizados para a longa viagem que tínhamos pela frente, nao sabíamos bem o que íamos enfrentar.

O navio, como já afirmei, fora transformado em transporte de tropas e não era a primeira viagem que fazia nessa qualidade, mas ao fim de algum tempo chegamos a conclusão que era mais um transpor-te de “gado”, pois nele iam amontoadas diversas companhias que foram desembarcando em diver-sos portos das antigas províncias ultramarinas.

Foram tropas para Angola que desembarcaram no Lobito ao fim de doze dias de viagem, outras fizeram o desembarque em Lourenço Marques, na Beira e em Nacala em Moçambique e em Dili em Timor, indo as companhias restantes desembarcar finalmente em Macau, depois de 59 dias de viagem.

Estamos em crer que a habitabilidade do navio seria boa em condições normais, uma vez que era um paquete misto de carga e passageiros, no entan-to para os soldados e cabos que eram amontoados em casernas improvisadas nos porões, com camas tipo beliche com três andares, a vida a bordo era dura principalmente á noite. O calor dos porões era insuportavel e muitos de nós tinhamos que ir dormir para baixo das baleeiras, nos convés e em outros lugares do navio. Nos camarotes onde se alo-javam os furriéis e os sargentos com as suas baga-gens, viviam-se também os mesmos dissabores e só os oficiais, alguns, acompanhados pelas suas famí-lias é que tinham direito a ocupar os camarotes de 1º classe, com melhores instalações.

A primeira escala que fizemos foi como já disse no porto do Lobito. A jornada seguinte foi desta ci-dade até Lourenço Marques, passando pela cidade sul-africana do Cabo, onde a famosa “Montanha da Mesa” nos impressionou bastante: quando os nos-sos antigos navegadores nas suas viagens de ex-ploração de novas terras, chegaram ao extremo do continente africano e de acordo com a mentalidade da época julgaram ver na montanha a figura de um gigante, que ficou para a história como sendo o gi-gante “Adamastor”, devido a que quase sempre ela esta envolvida em nuvens negras que encobrem a massa terrena com 1.085 metros de altitude. Com a passagem do cabo pelo navegador Bartolomeu Dias em 1488, se nós também estivéssemos nas mesmas

condições viajando numa pequena caravela, teria-mos tido as mesmas sensações de pequenez e temor pelo grandioso e desconhecido personagem lenda-rio, situado no Cabo das Tormentas, assim chamado pelas alterosas vagas e tempestades que atingem os navios que por ali navegam.

Depois de mais alguns dias de navegaçao, apor-tamos a Lourenço Marques e encontramos uma cidade cheia de movimento nas interminaveis ave-nidas ladeadas por prédios de altura consideravel, com um comércio dinâmico onde nos afundámos na “Dolce Vita” local, durante os dias que ali esti-vemos. As esplanadas estavam cheias de militares do nosso navio e muitos outros da guarnição local acompanhados por civis, familiares de uns e dos outros, que naquela cidade viviam.

Mas como tudo o que é bom acaba depressa tor-námos a embarcar para irmos de seguida para a Bei-ra, algumas milhas maritimas mais a norte e onde fomos para terra ver e fazer quase as mesmas coisas que tínhamos feito em Lourenço Marques. Eu tinha amigos nesta cidade que moravam num bairro fora do perímetro da cidade, num local chamado Man-ga, onde existiam diversas fabricas pertencentes a CUF– Companhia Uniao Fabril, que empregavam muita mao de obra europeia e africana. Depois de nos encontrarmos, gozámos a alegria do encontro e comemos juntos as especialidades gastronómicas daquela terra.

Seguiu-se outra etapa até á baía de “Diego Sua-rez” no norte da ilha de Madagáscar, onde fomos encontrar um espaço semelhante á baía de Nacala, com agua limpa e translúcida que nos permitia ver-mos os peixes no seu habitat natural. Depois pelo Oceano Índico, com alguma ondulaçao alterosa e sem vermos terra durante muitos dias, tivemos a etapa mais longa entre dois portos, quando final-mente entramos em Port Darwin, no norte da Aus-trália.

Ai estivemos apenas algumas horas, a carregar frutas e legumes e depois rumámos para Díli na Ilha de Timor, onde assistimos ás festas anuais da cida-de de Díli que ocorreram no princípio de Setembro.

E que festas! Desde corridas de cavalos, lutas de galos, jogos de futebol e visitas assiduas as sedes dos dois clubes principais da cidade, Sporting e Benfica, onde almoçámos e jantámos algumas ve-zes, a que se seguiram passeios por diversos pontos da cidade. Quartéis militares, lojas chineses, farol, aeródromo, onde na pista de terra batida estaciona-va um aviao de aspecto duvidoso e que fazia liga-çao com a Austrália, enfim outro mundo a que nao estávamos habituados e que era para nós novidade.

Cais para embarque e desembarque não havia e o “Niassa” estava preso a terra por extensos cabos que amarravam a arvores de grande porte e para nos deslocarmos a terra firme utilizávamos uma lancha de desembarque que segundo nos disseram era japonesa da segunda guerra mundial.

E por fim a última etapa até Hong Kong, onde o “Niassa” atracou no cais de Kowloon, porta dos Novos Territórios alugados á Inglaterra pela Chi-na, e foi ai que nos transferimos para o barco de carreira que nos ia levar até Macau. Toda a zona da cidade e porto de “Victoria”, baías e braços de mar entre ilhas e ilhotas, estavam cheios de navios de comércio de muitas nacionalidades, assim como de juncos de vela e a motor.

O facto do navio que nos transportava desde Lis-boa, nao se poder aproximar de Macau era devido ao seu calado e por isso embarcamos no “Fat Shan”, barco da carreira normal entre as duas cidades, que nos transportou para Macau e onde chegámos final-mente depois de tantos dias de viagem, desembar-cando a 13 de Setembro de 1962

*Ex-soldado português em Macau. As suas crónicas são publicadas neste espaço às quintas-feiras.

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Quinta-feira, 29 de Janeiro de 201516 JTM | OPINIÃO

EDITORIALSérgio Terra

AMCM vive no melhordos mundos

Se há algo que nao falta no mundo sao “rankin-gs”, estudos, relatórios, consultas públicas, sondagens ou inquéritos. Chegam-nos fre-

quentemente de todos os lados e abordam as mais variadas matérias, traduzindo, em números, opi-niões do público ou avaliações sobre fenómenos sociais, politicas governamentais, desempenhos económicos, enfim, sobre tudo e mais alguma coisa. Em comum têm o facto de serem todos faliveis, uns por usarem critérios pouco claros, carecerem de ba-ses científicas na definiçao e amplitude do univer-so das entrevistas ou porque a complexidade dos temas nao se esgota em meia dúzia de perguntas, outros ainda por estarem inquinados por interesses e motivações que, alguma forma, condicionam as respectivas conclusões.

Face ao grau de subjectividade e margens de erro subjacentes, esses processos de auscultação ou estudos especializados acabam assim por ter sem-pre pertinência relativa, consoante a importância que lhes queiramos atribuir. Isso aplica-se ao cida-dão comum, aos órgãos de comunicação social, a entidades privadas ou públicas.

Por isso, quando um Governo faz eco de um re-latório internacional, depois de ignorar quase todos os outros, podemos assumir que o considera credi-vel ou positivo para a sua imagem. No fundo, sao as “regras do jogo” em todo o planeta, seja em Macau ou Santa Catalina, a cidade argentina nossa antipo-da.

Terá sido essa linha de pensamento que motivou a Autoridade Monetária (AMCM) a realçar o facto

da RAEM ocupar o 9º lugar na Ásia-Pacífico e o 34º no mundo no “Índice de Liberdade Económica” da “Heritage Foundation”, sublinhando ainda que no “ranking mais elevado” para o território “estao os niveis de liberdade em termos de despesas do Go-verno, de liberdade de comércio, de liberdade em termos de investimento e monetarios e de liberdade a nível financeiro, entre outros”. A AMCM destacou também “o porto franco com longa história, o co-mércio internacional de Macau, caracterizado pelo seu alto grau de liberdade e ambiente dos investi-mentos” como factores que têm “proporcionado uma base sólida à liberdade económica”, sem es-quecer que “o direito da propriedade é extensamen-te respeitado pelos órgaos judiciários” e o Governo “tem reforçado a execuçao das normas em matéria de combate ao branqueamento, bem como seguido a aplicaçao de taxas reduzidas de imposto e políti-cas com base no princípio prudente das despesas”.

A fazer fé na selecçao de dados da AMCM, a “He-ritage Foundation” deverá acreditar que vivemos no melhor dos mundos, retrato sempre discutivel ainda que plausível para muitos aspectos. Contu-

do, o problema não reside na qualidade ou crédito do estudo, antes na óbvia filtragem da informaçao veiculada pelo órgao presidido por Anselmo Teng.

No seu comunicado, a AMCM “esqueceu-se” de dizer que Macau desceu no “ranking”, estando ago-ra num patamar “bem baixo” da classificaçao “re-lativamente livre”, “as perspectivas de desenvolvi-mento mais diversificado nao sao claras” ou que, “ao longo dos últimos cinco anos, a sua liberdade económica diminuiu cerca de três pontos, liderada por grandes declinios nas liberdades laboral e mo-netária”. Outros reparos, facilmente perceptíveis no documento disponível no site da “Heritage Foun-dation”, também foram omitidos na nota oficial.

Nao estando em causa alertas dramáticos ou suficientemente fundamentados, mais difícil se torna aceitar esta tentativa de branqueamento de informação por parte do órgão executivo da poli-tica monetária e da supervisao do sector financeiro da RAEM, ao qual, recorde-se, tem vindo a exigir transparência. Tal postura deixa até margem para especularmos que, estando o Governo empenhado em usar o principio do mercado livre como argu-mento para não intervir no imobiliario, seria ino-portuno mostrar que a liberdade económica ja não é tao válida noutras áreas.

Estudos há muitos. O que nao deve haver é quem os manipule, julgando que debitar elogios em causa própria é preferivel do que reconhecer falhas e encontrar soluções para os problemas. Mentalida-des dessas podem agradar a alguns, mas prestam um mau serviço a Macau.

Anúncio

[ N.º 201501-3 ]

Torna-se público que, nos termos do artigo 29.º do Regulamento Administrativo n.º 5/2014 (Regulamentação da Lei do planeamento urbanístico), a DSSOPT vai proceder-se à recolha de opiniões dos interessados e da população respeitantes aos projectos de Planta de Condições Urbanísticas (PCU) elaborados para as zonas não abrangidas por plano de pormenor mas inseridas nos lotes abaixo indicados:

– Processo N.º: 91A130, Avenida do Almirante Lacerda nº 5 e terreno junto à Avenida do Almirante Lacerda – Macau;– Processo N.º: 92A103, Estrada do Visconde de S. Januário nº 5 – Macau;– Processo N.º: 92A156, Rua da Cal nº 29 – Macau;– Processo N.º: 92A183, Estrada Governador Albano de Oliveira nº 279 – Taipa;– Processo N.º: 92A211, Avenida do Coronel Mesquita nº 13 – Macau;– Processo N.º: 93A033, Terreno junto à Rua do Visconde Paço de Arcos – Macau;– Processo N.º: 2008A053, Rua do Almirante Sérgio nos 275-275A – Macau;– Processo N.º: 2014A078, Terreno junto à Avenida do Conselheiro Borja – Macau;– Processo N.º: 2014A086, Pátio do Mestre nº 6B – Macau.

Para efeitos de referência, os projectos de PCU para as zonas dos lotes supracitados que não estão abrangidas por plano de pormenor já estão disponíveis para consulta no Departamento de Planeamento Urbanístico, situado na Estrada de D. Maria II n.º 33, 19º andar, Macau, e encontram-se afixados na Rede de Informação de Planeamento Urbanístico desta Direcção de Serviços (http://urbanplanning.dssopt.gov.mo).

O período de recolha de opiniões tem a duração de 15 dias e decorre entre 02 de Fevereiro de 2015 e 16 de Fevereiro de 2015.Caso os interessados e a população queiram apresentar as opiniões sobre os referidos projectos de PCU de zona do território não abrangida por plano de pormenor, deverão preencher o formulário O011,o qual pode ser descarregado nos websites http://urbanplanning.dssopt.gov.mo ou www.dssopt.gov.mo, ou levantado nesta Direcção de Serviços (Estrada de D. Maria II n.º 33, Macau), podendo submetê-lo no período de recolha de opiniões através dos seguintes meios:

– Comparecendo pessoalmente: Estrada de D. Maria II n.º 33, Macau, durante o horário de expediente nos dias úteis– Correio: Estrada de D. Maria II n.º 33, Macau (o prazo limite de entrega é contado a partir da data de envio indicada

no carimbo do correio)– Fax: 2834 0019– Email: [email protected]

Serão consideradas as opiniões respeitantes aos projectos de PCU de zona do território não abrangida por plano de pormenor elaborados para os lotes, quando forem apresentadas de acordo com as exigências acima indicadas. Para mais informações podem pesquisar o website http://urbanplanning.dssopt.gov.mo e para qualquer informação adicional queiram contactar o Centro de Contacto desta Direcção de Serviços (8590 3800).

Macau, aos 26 de Janeiro de 2015

O Director da DSSOPTLi Canfeng

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

Direcção dos Serviços de Finanças

EDITAL

Contribuição Predial Urbana

São, por este meio, avisados os contribuintes que pretendam beneficiar, relativamente ao exercício de 2014, da dedução das despesas deconservação e manutenção, prevista nos artigos 13º e 16º do Regulamento da Contribuição Predial Urbana, em vigor, de que deverão apresentar, durante o mês de Janeiro, uma declaração de modelo M/7, em separado para cada prédio ou parte dele.

Ficam dispensados da apresentação da referida declaração, relativamente aos prédios não arrendados no exercício de 2014.

O impresso da declaração será fornecido por estes Serviços, no Edifício “Finanças”, no Centro de Serviços da RAEM e no Centro de AtendimentoTaipa, ou pode ser descarregado através do endereço electrónico www.dsf.gov.mo, podendo ainda a declaração acima referida ser apresentada através do serviço electrónico desta Direcção de Serviços.

Aos, 14 de Janeiro de 2015.

A Directora da Serviços, Vitória da Conceição

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Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2015 JTM | OPINIÃO 17

FARINHA RIBEIRAS:DEPENDÊNCIA A PORTUGAL AFRONTA ELEMENTARES DIREITOS DOS CIDADÃOSO presidente do Tribunal Superior de Justiça de Macau (TSJ) considerou que a dependência do sistema judi-cial local em relação a Portugal gera situações que constituem uma “in-toleravel afronta aos mais elementa-res dos direitos dos cidadaos”. “Aos juízes de Macau nao perturbará, mi-nimamente, cremos nós, que outros juízes, estranhos ao Território, lhes ‘devassem’ e reapreciem as suas de-cisões, até porque de tal jeito repar-tirão responsabilidades que teriam de assumir sozinhos”, disse Farinha Ribeiras. “Mas já nao cremos que isso aconteça com os operadores do Direito em geral e, sobretudo, com a generalidade das populações de Ma-cau, isto é, com a maioria esmagado-ra dos seus residentes (...), para quem a demora ou o tripúdio de processos constituirá denegaçao da Justiça e intoleravel afronta aos mais elemen-tares direitos dos cidadaos”, afirmou o presidente do TSJ. Farinha Ribeiras considerou ser “questionável” a com-petência do Tribunal Constitucional (TC) sobre o Território, no que res-peita à fiscalizaçao abstrata das leis” e à “fiscalizaçao concreta de normas aplicadas por tribunais” locais. “Os tribunais de Macau vêm usando, to-davia, de grande abertura e, quiça, de desusada generosidade, na admissão de recursos para aquele tribunal da República”, afirmou o presidente do TSJ. Salientando que os recursos para o TC têm efeito suspensivo, Farinha Ribeiras considerou que a “apendi-culaçao” do sistema judiciário local ao da República “pode colocar nas mãos de alguns a insuspeitada força da rémora, paralisando ou retardan-do de anos, com consequências faceis de adivinhar, a execução de decisões proferidas por tribunais de Macau”. “Se em 1999 nao houver tribunais “prévia e eficazmente testados”, que visem garantir no futuro a “autono-mia e a singularidade de Macau”, como poderemos transmiti-los com um minimo de dignidade e de cre-dibilidade sem que, previamente, tenhamos demonstrado a sua total capacidade de adaptação as novas realidades de Macau”, questionou o presidente do TSJ.

O amigo incómodo

NOTAS SOLTASCarlos Frota*

A convite de John Boehner, lí-der da maioria republicana na Câmara dos Represen-

tantes em Washington, o Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu irá “explicar” aos congressistas o seu ponto de vista sobre as perspecti-vas de um acordo EUA-Irao quan-to à questao nuclear. E também as consequências da posição do presi-dente Obama, de nao decretar no-vas sanções contra a República Islâ-mica, dando assim todo o espaço a diplomacia que, segundo o seu pa-recer e claramente o de John Kerry, nao se esgotou ainda.

O convite de Boehner a Netanya-hu foi considerado uma bofetada sem mão ao presidente dos Estados Unidos, por parte de um Congresso que lhe é hoje completamente hostil.

E a Casa Branca já anunciou que o chefe do governo hebreu não se avistara com o presidente, invo-cando-se uma longa pratica de não--contactos com lideres estrangeiros, nas proximidades de eleições que os podem obrigar a cessar funções.

Nao é preciso ser especialista em politica externa americana ou nas relações Estados Unidos-Israel para se perceber que aquela “explicaçao” soa a falso. E que Barack Obama nao digere esta desfeita dos parlamenta-res que assim respondem, com uma iniciativa de óbvia confrontação politica, ao apelo do presidente a “unidade no essencial”, que ocupa lugar de desarque do seu Discurso do Estado da Uniao.

Nessa ocasiao solene, “nao ten-do mais batalhas eleitorais a com-bater”, como jocosamente recordou, Obama quis-se pedagógico, quanto a uma pratica de convivência inter--partidária que exacerba artificial-mente os conflitos, para fins polí-ticos ou eleitoralistas. A resposta republicana a este apelo foi um rotundo NÃO!, a começar pelo dos-sier iraniano.

Netanyahu no Congresso:falar a quem?

Há duas Américas, politicamen-te falando, quanto ao relacionamen-to com o Estado de Israel, e o chefe do governo hebreu só falara a uma delas, aquela que esta disposta a ouvi-lo. Diria mesmo: aquela que nem precisaria de o ouvir.

Senti desde o inicio do primeiro mandato de Obama que o candida-to e depois o presidente pertenciam à América a que Netanyahu nao gosta de se dirigir porque, no mini-mo, o ouve criticamente.

Essa América entende que os Estados Unidos têm responsabili-dades regionais no Médio Oriente, para as quais é exigivel não estar ancorado numa aliança automati-ca com um só país. Essa América entende que o automatismo de tal aliança priva Washington de uma visão mais abrangente do que esta em jogo. E por isso, privado fica de uma presunção de imparcialidade que não pode ter, dado seu estatuto de protector do Estado hebreu.

E essa América pensara que ha virtualidades na parceria EUA -

Mundo Muçulmano que, por tudo isso, nao podem ser exploradas.

Acrescentando, dentro da mesma lógica, que essa aliança foi e conti-nua a ser a grande fonte do anti--americanismo de que se foi nutrin-do a relaçao América-Islao.

Retrato de Barackquando jovem

Quem nao se recorda de Obama na sua primeira versão (isto é, não resignado ao sistema que passou a dirigir) - o líder fresco e espontâneo que parecia querer inaugurar um novo relacionamento com o mundo muçulmano? Sem alienar, natural-mente, os amigos israelitas?

No decurso dos anos, essa figura foi-se tornando cada vez mais pri-sioneira da realpolitik ditada por um Médio Oriente crescentemente incerto, no agudizar das suas lutas internas, de que a presente situação constitui um triste epílogo.

Mas, no decurso dos anos tam-bém, foi cada vez mais visível a dis-sonância de pontos de vista entre Obama e Netanyahu, quanto à leitu-ra da situação regional e do espaço de manobra diplomatico para um acordo final com os palestinos.

A solução dos dois estados conti-guos foi sendo relegada para as ca-lendas gregas; a reconciliaçao “for-mal” inter-palestina mais a afastou do horizonte; e a inclusao do Hamas no governo liderado por Abas cons-tituiu o golpe final.

O futuro parceiro de coligaçao de um novo governo liderado por Netanyahu, depois das eleições de Março (que o primeiro ministro vai vencer), já veio dizer que o processo negocial com a Autoridade Palesti-na está morto e enterrado.

Quanto à reconciliaçao no seio da familia palestina, Israel não pode compreender por que o Hamas foi chamado para a esfera de um go-verno central, coligando-se com a Fattah, sem renúncia à sua visao integrista. Nao pode compreender, porque isso foi conferir legitimida-de acrescida a um movimento que é o seu inimigo mortal ao pé da porta. Diria mesmo: quase dentro de casa.

Mas, na lógica da Autoridade Palestina, a prioridade é não eter-nizar o estatuto da Palestina como território sob ocupaçao. E só uma frente comum pode ganhar o reco-nhecimento internacional da sobera-nia. Nesse entendimento, Gaza teria e tem que estar dentro e não fora da equaçao, ficando o “resto” (entenda--se, o domínio de Gaza pelo Hamas) relegado para o nivel das questões internas palestinas. Para Israel, pelo contrario, compreende-se que a prioridade seja, antes de tudo o mais, a segurança.

Claro que Abbas não é um lider

confortável. Quem o viu em Paris, de braço dado com os lideres mun-diais, e pelas razões que serviram de motivo a presença de todos, não o suspeitaria coligado com um mo-vimento radical islâmico, se nao conhecesse antecipadamente a His-tória.

Mas, falando de incongruências, e ressalvando embora todas as pro-porções, na manifestação a propó-sito do Charlie Hebdo nao vimos também o PM turco, que ali esteve solidario, para o seu governo repri-mir logo a seguir a reprodução da capa do novo número do jornal, da autoria dos sobreviventes do mas-sacre?

O sósiade Hitler

Ou entre a ficçao e a realida-de. Líderes de pantomina e medos reais? Herr Lutz Bachmann, chefe do grupo Pegida (que se pretende uma frente comum europeia contra a islamizaçao da Europa), demitiu--se pois de chefe do bando, após terem sido publicadas na imprensa varias fotos com cabelo e bigode a Hitler.

Nao passa tudo isto de uma brin-cadeira de muitissimo mau gosto, ou estarmos de facto sob a ameaça de algo de muito mais sério?

Se a tese certa é a da seriedade, entao a um Médio Oriente convulso nos seus ódios infindáveis corres-ponde uma Europa cujos fantasmas renascem (como referi recentemen-te nesta mesma coluna) e uma Amé-rica alvo do terrorismo o mais cego.

Corresponde um mundo cada vez mais sombrio, nas suas perspec-tivas para futuro. E, neste contexto, judeus e muçulmanos (arabes e os outros) veriam infelizmente confir-mada a sua triste vocação histórica de bodes expiatórios dos mais di-versos algozes.

******Interessando muito pouco para

esta história a minha posição pes-soal, direi contudo que me situo no campo dos que seriam incompreen-didos pelos dois lados dessa trin-cheira, em que não se depositam as armas, as ideológicas e as outras. As que disparam e matam mesmo.

Nao sou anti-judeu e nao sou anti-muçulmano. Sou a favor dos dois, no respeito da dignidade de cada um e da terra que tem que ser partilhada.

E ja agora, como quase todos, prefiro (por que será?) ouvir men-sagens de paz a mensagens de ódio, apelos ao dialogo inter-religioso, as promessas de liquidação total do adversário...

Alias, a comunidade internacio-nal usufrui aqui de uma bela una-nimidade, mesmo se muitas vezes hesitante no agir e sem saber bem o que fazer, tantas sao as facetas desse quebra cabeças que é o Médio Oriente.

* Primeiro Cônsul-Geral de Portugal em Macau. Docente

da Universidade de S. José.

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau”

e “Tribuna de Macau” 29/01/1995

Dito

“Uma das justiças que nos compensam por envelhecer é deixarmos de defen-der as nossas ignorâncias. (...) Quando somos novos - se é que alguma vez fomos, sabendo que éramos - orgulha-mo-nos estupidamente daquilo que fazemos. É um erro conveniente. Mal começamos a saber mais coisas (e a en-velhecer), passamos a agradecer todas as coisas que não sabemos.”

Miguel Esteves Cardoso in “Público”

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Quinta-feira, 29 de Janeiro de 201518 JTM | LAZER

Jennifer Lawrence e Chris Martin retomam relação “sólida”Jennifer Lawrence e Chris Martin voltaram a namorar, avançou a revista “People”. “Mesmo com os dois ocupados, a relação é sólida. Eles vêem-se sempre que podem”, disse uma fonte. Ainda segundo a revista, a actriz aceita bem o relacionamento que o líder da banda “Coldplay” mantém com a ex-mulher, Gwyneth Paltrow, de quem se separou após 11 anos de casamento e tem dois filhos. “Ela entende que as crianças estão em primeiro lugar para Chris e que o seu relacionamento com Gwyneth é pela família e será sempre uma parte de sua vida”, garantiu a mesma fonte.

Kristen Stewart reforça rumores de relação lésbicaKristen Stewart foi fotografada no Hawaii em clima de grande intimidade com a amiga e ex-assistente pessoal Alicia Cargile, que tem sido apontada há vários meses como possível novo relacionamento da actriz da saga “Twilight”. Kristen e Alicia passearam pela praia de mãos dadas, jogaram à bola e trocaram carinhos. Stewart já namorou com o actor Robert Pattinson, mas o romance dos dois ficou abalado a divulgação de fotos que mostravam a actriz aos beijos com o realizador Rupert Sanders

Namorada de Pattinson posa em toplessA sensualidade de Tahliah Debrett Barnett, cantora de 26 anos que dá pelo nome artístico de FKA Twigs, ficou bem patente na capa da “V Magazine”. A namorada do actor Robert Pattinson surge em topless, embora cobrindo os seios com as duas mãos. O casal foi visto pela primeira vez em clima de romance em Nova Iorque.

Casamento de Clooney e Amal poderá ter chegado ao fimDepois de terem protagonizado há quatro meses um dos casamentos mais badalados dos últimos tempos, George Clooney e Amal Alamuddin poderão estar perto da separação. Segundo a revista “In Touch”, a relação entre o actor e a advogada enfrenta dias difíceis devido a constantes discussões e confusões motivadas por ciúmes. Citada pela revista, uma “amiga” de Amal garante que ela controla todos os passos de Clooney. Outra fonte afirma que a separação é quase certa, sublinhando que, apesar dos sorrisos em público, “nos bastidores, ele e Amal estão em pé de guerra”. Um eventual divórcio deverá envolver valores elevados, atendendo a que George e Amal terão feito um acordo pré-nupcial no valor de 500 milhões de dólares.

Naomi Campbell “provocadora” em campanha de lingerieNaomi Campbell mostra que continua a ser uma das mais belas mulheres do mundo na nova campanha da “Agent Provocateur”. A supermodelo de 44 anos posou para a objectiva de Ellen Von Unwerth para uma série de imagens sensuais onde apresenta a colecção Primavera/Verão da marca de lingerie britânica. A “Agent Provocateur” distingue-se pelas suas propostas sexy, como ficou patente nas campanhas protagonizadas por Irina Shayk e Monica Cruz, irmã de Penelope Cruz.

Das bancadas para o estrelatoAryane Steinkopf tem uma paixão por desportos de combate e marca presença como “ring girl” nalguns eventos. No entanto, foi com a ajuda do futebol que chegou ao estrelato, após ter sido vista nas bancadas de um jogo a guardar o telemóvel no decote, fazendo lembrar a bela Larissa Riquelme, conhecida por fazer o mesmo no Mundial de 2010.

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Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2015 JTM | LAZER 19

Gente Gira Envie as suas fotos para: [email protected]

O que falta em Macau? por Roy Wong

Macau tem cada vez mais pessoas, pelo que facilmente se criam multidões nas zonas centrais da

cidade. Há também imensos turistas e isso

faz com que Macau tenha mudado muito comparativamen-te à realidade de há alguns anos. Costumava ser uma cidade relaxante e agora já não o é. Para além disso, os preços têm sofrido grandes acréscimos, por exemplo na habitação. O cus-

to de vida está cada vez mais elevado e eu penso que é difícil habituarmo-nos à situação que se vive actualmente. Os pre-ços aumentam e os salários não acompanham a tendência, por isso, a população enfrenta uma situação complicada.

“Bienvenue à Paris”Numa curta passagem por Paris, após o ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo, André Café Chaves contou ao GENTE GIRA que era notória a grande

presença policial e militar na capital francesa. Apesar de tudo, o ambiente de tensão não se

estendeu aos principais pontos turísticos, como a Torre Eiffel ou a Catedral de Notre-Dame.

A pular de Pequimà Tailândia

Ravane Costa vive em Macau e a sua família veio do Brasil passar as festas

de fim-de-ano, aproveitando para passear em Pequim e na Tailândia.

Esta foto foi tirada na praia de Laem Sing em Phuket, mas é uma entre muitas que a família decidiu tirar

(aos pulos) durante todos os locais que ia visitando. Segundo Ravane, foram umas férias inesquecíveis ao lado das pessoas que mais ama e a

foto apenas mostra o espírito alegre que as caracteriza.

Momentode instrução

O filho de Daniel Tam prestou plena atenção enquanto o pai o instruía quanto à forma de lidar com uma curva rápida na pista de Kart. Segurança e firmeza são regras

necessárias para uma boa performance.

São parecidos?“Nesta foto só queria fazer uma expressão

engraçada com o meu filho Nuno. E muitas pessoas dizem que somos parecidos”, confessa Marcelino

Sin rematando com: “Somos?”. O GENTE GIRA concorda. E o leitor?

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20 JTM | ÚLTIMA Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2015 • Fecho da Edição • 01:50 horas

FOTO

ARQ

UIVO

Com os interessados a aprofundarem as causas, começa agora a perceber-se melhor a inércia do Executivo de Macau em resolver a questão dos permanentes aumentos do imobiliario, nomeadamente nas rendas das casas.

Os exageros verificados nos últimos anos foram sempre justificados com a ade-são governativa a interesses obscuros dos promotores do imobiliário. Hoje percebe--se, em especial na península e na Taipa, que os residentes permanentes são os prin-cipais senhorios das casas. Ao longo dos anos, o imobiliario foi foco privilegiado de investimento das familias locais e das re-giões vizinhas.

Até agora, o rationale do Executivo tem sido que qualquer regulação dos au-mentos das rendas das casas prejudica o seu Povo. O Governo entende que este é o conjunto dos residentes permanentes e dos investidores externos... os outros sao meros auxiliares.

Mas “governar é gerir conflitos” e só por incompetência e falta de criatividade se sonha que os problemas acabarão por desaparecer. O certo é que, como se nota, todos sao atingidos por “danos colate-rais”... o que invalida a tese governativa.

Com trabalho, havera sempre uma so-lução para, sem prejudicar os residentes que apostam nos lucros do imobiliario, encontrar forma de obstar a este “cancro” que consome a sociedade local.

É esta a via...

ENPASSANTJosé Rocha Dinis

Governar égerir conflitos

Casa do Benfica aprova contase reelege os corpos sociaisNuma muito pouco concorrida Assembleia Geral, ontem realizada, a Casa do Benfica de Macau aprovou, por unanimidade, o relatório de activida-des e contas relativas aos dois anteriores anos e reelegeu os corpos sociais para o próximo triénio. Leonel Alves (presidente da Direcçao), José Braz Gomes (presidente da AG) e Artur Santos (presidente do Conselho Fiscal) continuam a liderar a instituiçao encarnada. Também por unanimidade foi aprovado um voto de louvor, proposto pelo presidente da AG, Braz Gomes, ao presidente da Direcçao, Leonel Alves, ao Director Administra-tivo e Financeiro, Duarte Tavares Alves, a outros directores, treinadores, jogadores, e demais responsáveis envolvidos no conjunto de vitórias que levaram o Benfica de Macau ao lugar cimeiro de Campeao da RAEM em 2014.

Luís Figo é o sexto candidato à presidência da FIFAO antigo internacional português de Inter de Milao, Real Madrid, Barcelona e Spor-ting anunciou ontem numa pequena entrevista à CNN a sua intençao de suceder a Sepp Blatter. Figo criticou a degradaçao da “imagem da FIFA nos últimos anos” e diz que “está na altura de mudar. De a FIFA ser mais transparente”. Luís Figo diz que tem “ideias para o futuro do futebol” e acredita que há muito a melhorar nos regu-lamentos da FIFA. O antigo internacional português disse ainda que nao precisa de fazer uma grande campanha porque é uma pessoa conhecida do mundo de futebol, lembrando que desde que abandonou os relvados tem continuado a trabalhar no futebol, quer no Inter de Milao quer com a selecçao portuguesa. Figo é o sexto a ma-nifestar interesse, depois Joseph Blatter, atual presidente, Michel van Praag, presidente da federaçao holandesa, David Ginola, ex-jogador francês, Jerome Champagne, candidato independente francês, e Ali bin Al Hussein, vice-presidente da FIFA. Luís Figo tem 42 anos. Atingiu o sucesso no Sporting, onde esteve seis anos, e depois representou Barcelona, Real Madrid e Inter de Milao, onde acabou a carreira. É casado desde 2001 com a modelo sueca Helen Svedin e tem três filhas.

Leonel Alves continua a liderar a Direcção

UNICEF alerta para diferenças socioeconómicas entre crianças chinesasO Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) divulgou um atlas com vastas discre-pâncias socioeconómicas que separam milhões de crianças na China. O objectivo da publicaçao “Crianças na China: Atlas dos Indicadores Sociais 2014, é mostrar as diferenças entre os menores que vivem em áreas urbanas e rurais. A UNICEF alerta que, apesar do “espectacular” desen-volvimento económico do país, “profundas disparidades geográficas” continuam a representar desafios à sobrevivência, ao desenvolvimento e à protecçao de milhões de crianças que vivem em regiões rurais por todo o país. De acordo com o Atlas da UNICEF, a China alcançou vários objectivos para aliviar a pobreza, garantir educaçao para todos, promover igualdade de géneros e reduzir a mortalidade infantil. No entanto, o documento cita que a taxa de mortalidade é quase 1,5 vezes maior entre as crianças que vivem em áreas rurais do que nas urbanas. A situaçao é mais grave em regiões mais pobres e no oeste do pais, onde os menores têm maior probabilidade de desnutrição e de pouco acesso à educaçao e ao saneamento básico. O Atlas mostra ainda que a migraçao interna também afecta as crianças já que mui-tas delas sao sujeitas a dificuldades e discriminações. A UNICEF diz que muitos menores que deixam o interior para morar nas cidades nao conseguem matricular-se e frequentar escolas públicas. Edgard Júnior, JTM/Rádio ONU; em Nova Iorque.

Visita de ministra britânica a Taipé marcada por “gaffes” monumentaisNa cultura chinesa considera-se que ofere-cer relógios dá azar. Isto porque as palavras “oferecer um relógio” soam a “despedir--se” de um defunto num funeral. Mas foi isto mesmo que a ministra dos Transportes britânica Susan Kramer fez, na terça-feira, em visita a Taiwan, ao oferecer um relógio de bolso ao Presidente da Câmara de Taipé, Ko Wen-je. O autarca, que deu à ministra uma pequena estátua do edifício 101 da cidade, despediu-se, tranquilamente, de Kramer. No entanto, quando questionado pela imprensa local sobre se não se sentia incomodado com a oferta, Ko Wen-je res-pondeu, aparentemente em tom de brinca-deira, que “nao necessitava” do relógio e que o iria oferecer a alguém que o levasse “a um sucateiro para o vender a peso”. A noticia espalhou-se rapidamente por toda a imprensa de Taiwan, levando a ministra britânica a desculpar-se pela sua gaffe cul-tural. “Tenho consciência de que cometi um erro cultural ao oferecer o relógio, mas no meu país dizemos que o tempo vale ouro e o relógio, que serve para medir o tempo, é um bom presente”, explicou Kramer. Por sua vez, Ko Wen-je reconheceu também que “cometeu um erro”, aproveitando para pedir “desculpa” a Kramer. No final, pro-meteu “estudar a etiqueta diplomática”.

Cadeia de hotéis Tivoli nas mãos de tailandesesO grupo tailandês Minor está prestes a formalizar a compra de seis hotéis Tivoli em Portugal e no Brasil, revelava ontem o Diário Económico salientando que além dos dois hotéis Tivoli no Brasil, os tailandeses vao comprar à antiga ESAF quatro edificios em Portugal que são ex-plorados, em regime de arrendamento, pela marca Tivoli: os hotéis Tivoli Lisboa (na Avenida da Liberdade), na Marina Vilamoura, no Carvoeiro e na Marina Portimao. De acordo com a mesma notícia, com a compra da propriedade dos edifícios, os tailandeses ficarao bem posicionados para comprarem a própria marca Tivoli à Rioforte, a holding do Grupo Espírito Santo (GES), cuja insolvência decorre na Justiça do Luxemburgo. Segundo as fontes con-tactadas pelo Diário Económico, os tailandeses pretendem manter a marca Tivolie a compra dos quatro edifícios constitui uma forma de tornar mais difícil a aquisiçao desta marca por ‘players’ concorrentes. De fora do ne-gócio ficam, contudo. outros oito hotéis detidos ou explorados pelo grupo Tivoli em Portugal, que nao estao na carteira da antiga ESAF: Victoria em Vilamoura, Lagos, The Residences at Victoria, Coimbra, Jardim (Lisboa), Oriente (Lisboa), Palácio de Seteais e Sintra.

Voo internacional mais curto vai demorar 10 minutosParece mentira, mas nao é. No próximo dia 1 de Abril, a companhia área austría-ca “FlyNiki” vai começar a operar aquele que garante ser o voo internacional mais curto do mundo, com a duração de apenas 10 minutos. A rota irá ligar as capitais da Áustria, Viena, e da Eslováquia, Bratislava, que estao separadas por 48 quilómetros. Segundo o “Google Maps”, as viagens de comboio e carro demoram cerca de uma hora e 53 minutos, respectivamente. O preço mínimo dos bilhetes de aviao foi fi-xado em 35 dólares americanos, cerca de metade do valor da viagem de comboio. Incluindo as rotas domésticas, o voo mais curto do mundo dura apenas 47 segundos, dependendo da direcção do vento, entre as ilhas Westray e Papa Westray, na Escócia.