administração pública de trabalho na novo...

68
Editorial FICHA TÉCNICA REVISTA MENSAL propriedade da Vida Económica – Editorial SA R. Gonçalo Cristóvão, 14 R/C 4000-263 Porto NIPC: 507258487 DIRECTOR João Carlos Peixoto de Sousa COORDENAÇÃO Adérito Bandeira COLABORADORES: Arnaldo Azevedo, Miguel Peixoto, Inês Reis, Rute Barreira, Sandra M. Silva, Pedro Campos PAGINAÇÃO José Pinto REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO R. Gonçalo Cristóvão, 111 6º Esq. • 4049-037 Porto Telef.: 223 399 400 Fax: 222 058 098 E-mail: [email protected] DELEGAÇÃO EM LISBOA Campo Pequeno, 50, 5º Esq. 1000-081 Lisboa Telef.: 217 815 410 Fax: 217 815 415 IMPRESSÃO Tipografia Nunes - Porto Registo nº 115728 da Direcção-Geral de Comunicação Social JUNHO/2008 Novo regime de trabalho na Administração Pública O Conselho de Ministros aprovou no final do passado mês de Maio um conjunto de diplomas que, na sequência dos acordos celebrados com os sindicatos representativos dos trabalhadores da função pública, completam a reforma da legislação relativa à administração pública. O regime do contrato de trabalho em funções públicas (RCTFP), o regime de protecção social dos trabalhadores que exercem funções públicas e as normas da transição para as novas carreiras gerais, bem como os níveis da tabela remuneratória única das categorias das três novas carreiras gerais, são os instrumentos que concretizam uma reforma que durante muitos anos foi sendo reclamada mas sempre adiada. Com as alterações agora aprovadas, o contrato de trabalho em funções públicas passará a ser a modalidade regra na constituição das relações jurídicas de emprego público, seguindo de perto o que se encontra fixado no Código do Trabalho e sua regulamentação. Não obstante esta aproximação ao Código do Trabalho existem matérias que, quer pela natureza administrativa destes contratos, a sua subordinação ao interesse público, quer pelas especificidades da Administração Pública, não foram transpostas no RCTFP. É o que acontece, por exemplo, com a não inclusão no RCTFP do regime de redução temporária do período normal de trabalho ou suspensão do contrato por facto respeitante à entidade empregadora, a limitação a 2 horas por dia ou 10 horas por semana do alargamento da prestação de trabalho, em situação de isenção de horário e a eliminação dos limites no trabalho a tempo parcial. Mas convergência do regime da função pública com a actividade privada não se limita as relações de trabalho, passando igualmente pelo regime de protecção social. Assim, e de acordo o regime de protecção social dos trabalhadores da função públicas, agora também aprovado, todos os trabalhadores admitidos desde 1 de Janeiro de 2006 (e que já foram inscritos nas instituições da segurança social para as eventualidades de invalidez, velhice e morte) vão ser inscritos naquelas instituições para as restantes eventualidades. Por seu lado, os trabalhadores que venham a ser admitidos a partir da data de entrada em vigor do diploma agora aprovado serão inscritos no regime geral de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem para todas as eventualidades; Quanto ao actual regime de protecção social da função pública passa a ser um regime fechado a partir de 1 de Janeiro de 2006, e será progressivamente aproximado ao regime geral de segurança social.

Upload: trinhkien

Post on 25-Dec-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Editorial

FICHA TÉCNICA

REVISTA MENSAL propriedade

da Vida Económica – Editorial SA

R. Gonçalo Cristóvão, 14 R/C

4000-263 Porto

NIPC: 507258487

DIRECTOR

João Carlos Peixoto de Sousa

COORDENAÇÃO

Adérito Bandeira

COLABORADORES:

Arnaldo Azevedo, Miguel Peixoto,

Inês Reis, Rute Barreira, Sandra M.

Silva, Pedro Campos

PAGINAÇÃO

José Pinto

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

R. Gonçalo Cristóvão, 111

6º Esq. • 4049-037 Porto

Telef.: 223 399 400

Fax: 222 058 098

E-mail: [email protected]

DELEGAÇÃO EM LISBOA

Campo Pequeno, 50, 5º Esq.

1000-081 Lisboa

Telef.: 217 815 410

Fax: 217 815 415

IMPRESSÃO

Tipografia Nunes - Porto

Registo nº 115728 da Direcção-Geral

de Comunicação Social

JUNHO/2008

Novo regime de trabalho na Administração Pública

O Conselho de Ministros aprovou no final do passado mês de Maio um conjunto de diplomas que, na sequência dos acordos celebrados com os sindicatos representativos dos trabalhadores da função pública, completam a reforma da legislação relativa à administração pública.

O regime do contrato de trabalho em funções públicas (RCTFP), o regime de protecção social dos trabalhadores que exercem funções públicas e as normas da transição para as novas carreiras gerais, bem como os níveis da tabela remuneratória única das categorias das três novas carreiras gerais, são os instrumentos que concretizam uma reforma que durante muitos anos foi sendo reclamada mas sempre adiada.

Com as alterações agora aprovadas, o contrato de trabalho em funções públicas passará a ser a modalidade regra na constituição das relações jurídicas de emprego público, seguindo de perto o que se encontra fixado no Código do Trabalho e sua regulamentação.

Não obstante esta aproximação ao Código do Trabalho existem matérias que, quer pela natureza administrativa destes contratos, a sua subordinação ao interesse público, quer pelas especificidades da Administração Pública, não foram transpostas no RCTFP.

É o que acontece, por exemplo, com a não inclusão no RCTFP do regime de redução temporária do período normal de trabalho ou suspensão do contrato por facto respeitante à entidade empregadora, a limitação a 2 horas por dia ou 10 horas por semana do alargamento da prestação de trabalho, em situação de isenção de horário e a eliminação dos limites no trabalho a tempo parcial.

Mas convergência do regime da função pública com a actividade privada não se limita as relações de trabalho, passando igualmente pelo regime de protecção social.

Assim, e de acordo o regime de protecção social dos trabalhadores da função públicas, agora também aprovado, todos os trabalhadores admitidos desde 1 de Janeiro de 2006 (e que já foram inscritos nas instituições da segurança social para as eventualidades de invalidez, velhice e morte) vão ser inscritos naquelas instituições para as restantes eventualidades.

Por seu lado, os trabalhadores que venham a ser admitidos a partir da data de entrada em vigor do diploma agora aprovado serão inscritos no regime geral de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem para todas as eventualidades;

Quanto ao actual regime de protecção social da função pública passa a ser um regime fechado a partir de 1 de Janeiro de 2006, e será progressivamente aproximado ao regime geral de segurança social.

Entre outros, a obra abordaos seguintes temas:

• Questão de experiência e metodologia

• Gastar muito ou gastar mal?

• História recente da gestão da saúde em Portugal

• Gestão da comunicação na saúde em Portugal

• O serviço ao doente e as competências de gestão

• Estratégia e avaliação de desempenho

• O caso das unidades de saúde familiar

Uma proposta de mudança na gestão da saúde

É por de mais evidente que chegou o momento de uma efectiva refundação transformacional na gestão da saúde em Portugal, pelo retorno à centralidade dos serviços e unidades estratégicas do sistema, que são, verdadeiramente, a sua base, sustento e núcleo de desenvolvimento – onde, em suma, se constrói o efectivo acrescento de valor dos activos investidos.

Os profissionais da saúde também não podem abdicar ou serem substituídos na inquestionável e pró-activa liderança desse processo. São eles – e só eles! – que podem contrariar com eficácia o asfixiante centralismo burocrático, que não consegue ser igual e equitativamente eficaz no desenho e implementação do modelo de planeamento estratégico aplicável a todos e a cada um dos seus serviços e unidades nucleares.

Autor: Mário Jorge CarvalhoFormato: 15.5 x 23 cmPágs.: 172P.V.P.: A 16

NOVIDADE

Pedidos para: Vida Económica - R. Gonçalo Cristóvão, 111, 6º esq. • 4049-037 PORTO Tel. 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail encomendas: [email protected]

Nome

Morada C. Postal

Nº Contribuinte E-mail

SIM. Solicito o envio de exemplar(es) do livro “Gestão e Liderança na Saúde”.

Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de A

Debitem A , no meu cartão com o nº , Cód. Seg.

emitido em nome de e válido até / .

Solicito o envio à cobrança. (Acrescem A 4 para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

GESTÃO E LIDERANÇANA SAÚDE

3Junho/2008

Su

már

io

TSS

SUMÁRIOJUNHO/2008

INFORMAÇÕES DIVERSASTrabalho, Segurança Social, Função Pública .............................. 4

ANÁLISEAlteração do local de trabalho .............................................. 7

CONSULTÓRIOConsultório Laboral ............................................................. 10

JURISPRUDÊNCIAProcesso disciplinarContagem do prazo para proferir decisãoAcórdão do Supremo Tribunal de Justiça ............................... 12

Local de trabalhoTransferência – Cláusula nulaAcórdão do Tribunal da Relação do Porto ............................... 20

RetribuiçãoAjudas de custoAcórdão do Tribunal da Relação do Porto ............................... 26

LEGISLAÇÃOTRABALHOCatálogo nacional de qualificaçõesVersão inicialDespacho n.º 13456/2008 (II Série), de 14 de Maio ................... 30

JornalistasCarteira profissional, acreditação e regime de deverese incompatibilidadesDecreto-Lei n.º 70/2008, de 15 de Abril .................................... 36

Estágios para jovensProgramas inov-jovem, inov contacto, inov-art e inov vasco da gamaResolução do Conselho de Ministros n.º 63/2008, de 7 de Abril ... 44

AçoresPrograma “Berço de Empregos”Decreto Regulamentar Regional n.º 8/2008/A, de 7 de Maio ........ 47

AçoresActividade ocupacional temporária de desempregadosDecreto Regulamentar Regional n.º 9/2008/A, de 7 de Maio ........ 50

AçoresPrograma “Formação – Emprego”Decreto Regulamentar Regional n.º 9/2008/A, de 7 de Maio ........ 53

FORMAÇÃO PROFISSIONALCentros novas oportunidadesCriação e funcionamentoPortaria n.º 370/2008, de 21 de Maio ................................... 56

SÍNTESE DA LEGISLAÇÃOLegislação publicada na 1ª série do Diário da República entre 16 de Março a 15 de Abril de 2008 ................................ 66

Info

rmaç

ões

Div

ersa

s

4Junho/2008TSS

TRABALHO

Trabalho SuplementarEnvio de relação à IGT

A entidades empregadoras devem, de acordo

com o disposto no nº 6 do artº 204º do Código

do Trabalho, enviar à Inspecção-Geral do Trabalho

até ao final do mês de Julho a relação nominal dos

trabalhadores que prestaram trabalho suplementar

no primeiro semestre de 2008.

A relação nominal dos trabalhadores que pres-

taram trabalho suplementar deve conter:

- A discriminação do número de horas pres-

tadas quando a empresa tenha de fazer face a

acréscimos eventuais e transitórios de trabalho

e não se justifique a admissão de trabalhador e

das horas prestadas por motivo de força maior ou

quando se torne indispensável para prevenir ou

reparar prejuízos graves para a empresa ou para

a sua viabilidade.

- O visto da comissão de trabalhadores ou,

na sua falta, em caso de trabalhador filiado, do

respectivo sindicato.

Trabalhadores ImigrantesACT distribui caderno informativo

A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) editou um caderno informativo, redigido em português, inglês, russo e romeno, e dirigido aos trabalhadores imigrantes em Portugal sobre os seus direitos e deveres.

Este caderno informativo, produzido com a colaboração do Alto Comissariado para Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI), têm como objec-tivo esclarecer a população imigrante acerca dos seus direitos e deveres ao nível das relações de trabalho e em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho.

A distribuição deste folheto será feita nos Centros Nacionais de Apoio ao Imigrante (CNAI), nos Centros Locais de Apoio à Integração do Imigrante (CLAII) e, ainda, nas Associações de Imigrantes e ONG.

Promoção da SSTACT apresenta plano de acção para 2008

A autoridade para as Condições no Trabalho (ACT) apresentou o seu Plano de Acção para 2008 no domínio da promoção da segurança e saúde no trabalho, com a respectiva programação operacional.

Este plano que mereceu a aprovação dos Parceiros Sociais, procura responder aos desa-fios colocados pela Estratégia Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, designadamente no que respeita à redução do número de acidentes de trabalho e de doenças profissionais nos vinte e sete Estados – membros da União Europeia.

Desemprego Descida ligeirano 1º trimestre de 2008

Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego para o 1º trimestre deste ano terá sido de 7,6%, valor que traduz uma diminuição de 0,8% em re-lação a igual período do ano passado e menos 0,2 % ao verificado no trimestre anterior.

Em termos numéricos a população desemprega-da rondou nesse trimestre os 427 mil indivíduos, o que representa uma diminuição de 9,1% face ao trimestre homólogo e de 2,8% em relação ao trimestre anterior.

Refira-se que, de acordo com os memos dados, a população activa aumentou em 12,4 mil indivíduos, face ao trimestre homólogo de 2007, mas diminuiu em 9,7 mil, face ao trimestre anterior.

SEGURANÇA SOCIAL

Famílias monoparentais Abono de família majoradoa partir de Julho

A partir do próximo dia 1 de Julho o abono de família para crianças e jovens inseridos em agregados familiares monoparentais passa a ser majorado em 20%.

Info

rmaç

ões

Div

ersa

s

5Junho/2008TSS

É considerado agregado monoparental o consti-tuído por um único parente ou afim em linha recta ascendente e em linha colateral, até ao 2.º grau, ou equiparado, a viver com os titulares do direito ao abono de família para crianças e jovens.

A majoração agora consagrada com a publicação do Decreto-lei nº 87/2008, é extensiva ao abono de família pré-natal instituído pelo Decreto-Lei n.º 308-A/2007, de 5 de Setembro, desde que a respectiva titular viva isoladamente ou apenas com titulares de direito a abono de família para crianças e jovens.

O acréscimo do abono de família aplica-se às situações ocorridas a partir de 1 de Abril de 2008, bem como às que se encontrem em curso na mesma data.

Governo aumenta abono de família e congela passes sociais

No debate quinzenal sob o tema da economia, realizado na Assembleia da República no passado mês de Maio, o Primeiro-Ministro anunciou que para ajudar as famílias mais carenciadas o Governo decidiu aumentar o abono de família e congelar o preço dos passes sociais para a utilização dos transportes públicos.

Assim, o valor do abono de família para o pri-meiro e para o segundo escalões aumenta 25% já a partir do segundo semestre deste ano, e o preço dos passes sociais para a utilização dos transportes públicos (em Lisboa e Porto) fica congelado até final do ano, medida que para além de beneficiar os mais desfavorecidos se destina também a favorecer a utilização dos transportes públicos.

Idosos Taxas moderadorasreduzidas em 50%

Todos os utentes do serviço nacional de saúde com idade igual ou superior a 65 anos beneficiam, desde o passado dia 13 de Maio, de uma redução de 50 % no pagamento das taxas moderadoras no acesso à prestação de cuidados de saúde.

Esta redução resulta das alterações que o Decreto-Lei n.º 79/2008, publicado no passado dia

8 de Maio introduziu no Decreto-Lei n.º 173/2003, de 1 de Agosto, diploma que estabelece o regime das taxas moderadoras no acesso à prestação de cuidados de saúde.

Trabalhadores dos Institutos PúblicosMedidas de acção social

O Governo aprovou em Conselho de Ministros um diploma que habilita os Institutos Públicos a, mediante autorização, poderem desenvolver ini-ciativas no domínio da acção social dirigidas aos respectivos trabalhadores.

O novo decreto-lei tem por objectivo permitir que os Institutos Públicos possam, mediante au-torização prévia, implementar medidas no domínio da acção social complementar cujas finalidades se destinem, essencialmente, à conciliação da vida profissional, pessoal e familiar dos seus trabalha-dores e a promover as condições de igualdade de género e o combate às diversas discriminações.

FUNÇÃO PÚBLICA

Avaliação dos docentesRegime transitório até 2009

Foi o Decreto Regulamentar nº 11/2008, de 23.5, que vem estabelecer o regime transitório de avaliação de desempenho dos docentes da educa-ção pré-escolar e dos ensinos básico e secundário durante o 1º ciclo de avaliação de desempenho que se conclui no final do ano civil de 2009.

Nos termos daquele regime, durante o ano es-colar de 2007-2008 os agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas prosseguem e desenvolvem as acções consideradas necessárias à plena aplica-ção do sistema de avaliação de desempenho, tal como previsto no Estatuto da Carreira Docente e no Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10.1.

Quanto aos docentes que no ano escolar de 2007-2008 necessitam da atribuição da avaliação de desempenho para efeito de progressão na estru-tura de carreira ou para o efeito da renovação ou celebração de novo contrato, o órgão de direcção executiva procede à aplicação de um procedimento de avaliação simplificado.

Info

rmaç

ões

Div

ersa

s

6Junho/2008TSS

Os efeitos da atribuição das menções quali-

tativas de “regular” e “insuficiente” na primeira

avaliação realizada durante os anos escolares de

2007-2008 e 2008-2009 ficam condicionados

ao resultado de nova avaliação de desempenho,

a realizar no ano escolar de 2009-2010.

Novas orgânicas de departamentos da Madeira

O Governo da Região Autónoma da Madeira

aprovou novas orgânicas de três departamentos,

que foram publicadas no passado mês de Abril.

O primeiro – Decreto Regulamentar Regional nº

7/2008, de 21 de Abril –, que regula a Secretaria

Regional do Equipamento Social, define as com-

petências do respectivo Secretário Regional, a

estrutura orgânica, os serviços de administração

directa e indirecta que a integram, as atribuições,

o regime do pessoal e quadros.

A Direcção Regional de Qualificação Profissional

tem a sua orgânica definida pelo Decreto

Regulamentar Regional nº 8/2008, de 23 de

Abril.

Finalmente, o Decreto Regulamentar Regional

nº 9/2008, de 30 de Abril, aprova a estrutura da

Direcção Regional de Educação.

Gestão dos estabelecimentos de ensino não superior

Precedido de uma ampla discussão pública,

tendo suscitado divergências de opinião entre o

Governo e os sindicatos ligados à educação, foi

publicado o Decreto-Lei nº 75/2008, de 22 de Abril,

que aprova o regime de autonomia, administração e

gestão dos estabelecimentos públicos da educação

pré-escolar e dos ensinos básico e secundário.

Este diploma define a forma de organização

das escolas, o regime de autonomia e os instru-

mentos do seu exercício, os órgãos de direcção,

administração e gestão e respectivas atribuições,

e os serviços.

Reconhece ainda aos pais e encarregados de

educação o direito de participação na vida do agru-

pamento de escolas ou escola não agrupada.

De inovador regista-se a criação do cargo de director, eleito pelo conselho geral, após um pro-cedimento concursal ao qual podem apresentar-se os docentes de nomeação definitiva do ensino público ou professores profissionalizados do ensino particular e cooperativo que reúnam determinados requisitos. Cabe ao director nomear o subdirector

e os adjuntos.

Contagem especial do tempo de serviço dos docentesdo ensino não superior

A Portaria nº 343/2008, de 30 de Abril, tem por objectivo dar execução ao nº 4 do artigo 39º do Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário, que determina que as funções não docentes de natureza técnico-pedagógica que podem contar para efeitos da progressão na carreira devem ser fixados por portaria.

Este diploma, que produz efeitos a 1 de Setembro de 2007, enumera quais as funções a considerar, quando exercidas nos serviços e organismos centrais e regionais do Ministério da Educação.

Dispensas de serviçodocente dos docentesdo ensino não superior

No intuito de definir as condições em que o pessoal docente da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário pode usufruir de dispensas para formação foi publicada em 30 de Abril a Portaria nº 345/2008.

Este normativo enumera as situações em que podem ser concedidas as dispensas de serviço docente para participação em congressos, confe-rências, seminários, cursos e outras realizações conexas com a formação contínua destinada à actualização dos docentes, que tenham lugar no País e no estrangeiro.

Esta portaria estabelece também os prazos em que as dispensas podem ser concedidas, o proce-dimento a seguir na sua concessão e ainda que as mesmas são consideradas ausências equiparadas a serviço efectivo.

An

ális

e Tr

abal

ho

7Junho/2008

TSS

ALTERAÇÃODO LOCALDE TRABALHO

Joana Almeida Neves

ALGUMAS NOTAS CRÍTICAS SOBRE

A CONCRETIZAÇÃO DO CONCEITO DE PREJUÍZO SÉRIO POR PARTE DA JURISPRUDÊNCIA

Dispõe o artigo 315º, n.º 1, do Código do Tra-balho (de ora em diante abreviadamente designado por CT) que o empregador pode, quando o interes-se da empresa o exija, transferir o trabalhador para outro local de trabalho, desde que essa transferên-cia não lhe cause prejuízo sério.

Por seu turno, o n.º 2 do artigo 315º do CT dispõe que o empregador pode transferir o traba-lhador para outro local de trabalho, se a alteração resultar da mudança total ou parcial do estabeleci-mento onde aquele presta serviço. Nesta situação, o trabalhador pode resolver o contrato, se houver prejuízo sério, tendo, nesse caso, direito à indem-nização prevista no artigo 443º, n.º 1 – conforme estabelece o n.º 4 do referido artigo.

Parte-se do Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), de 24 de Março de 19991 (de ora em diante abreviadamente designado por Acórdão), apreciado ainda à luz da revogada Lei do Contrato Individual de Trabalho2, para uma breve reflexão sobre a concretização que tem sido feita pela juris-prudência do conceito de prejuízo sério.

Este conceito é determinante para efeitos de li-mitação do poder da entidade empregadora de alte-rar o local de trabalho do trabalhador – no caso da transferência individual; ou do direito à resolução, e respectiva indemnização, por parte do trabalhador – no caso da transferência motivada pela mudança de estabelecimento da entidade empregadora.

Na determinação do conceito de prejuízo sério, tem sido aceite na jurisprudência3, tal como se re-fere no presente Acórdão, que “o prejuízo sério a que se refere a lei deve ser apreciado segundo as circunstâncias concretas de cada caso, devendo as-sumir um peso significativo na vida do trabalhador, não podendo consistir em incómodo ou num trans-torno suportável”.

Se, por um lado, o local de trabalho é um inte-resse fundamental do trabalhador, reconhecido pela lei quando consagrou um princípio geral de inamo-vibilidade, concretizado pela proibição da entidade patronal transferir livremente o local de trabalho do trabalhador (V. artigo 122º, alínea f), do Código do Trabalho), por outro, não seria comportável que esta proibição não contivesse excepções, motiva-das por factores de ordem empresarial, nomeada-mente situações de crescimento, sustentabilidade ou viabilidade económica das empresas.

Basta recorrer aos princípios do mercado e da concorrência para justificar a impossibilidade de situ-ações imutáveis e para compreender que os interes-ses das entidades empregadoras em mudar o local de trabalho dos trabalhadores não podem ser ignora-dos, porque também eles são dignos de tutela.

Pelo que, de acordo com a maioria da doutrina e da jurisprudência, meros incómodos ou transtornos suportáveis que venham a ser causados ao trabalha-dor, em função de decisões empresariais sérias das empresas, não devem ser tidos em consideração na concretização do conceito de prejuízo sério.

Sucede que os conceitos de “meros incómo-dos” ou “transtornos suportáveis” são, em si mes-mos, indeterminados, pelo que o seu preenchimen-to tem sido feito casuisticamente pelos tribunais, os quais têm seguido uma linha decisória que nem sempre é de aplaudir.

No Acórdão, sob anotação, está em causa a transferência individual do trabalhador de Santa-rém para Alverca do Ribatejo.

Os factos pertinentes alegados pelo trabalhador para aferir da existência do prejuízo sério resultan-te da alteração do local de trabalho resumem-se a dois:

i) a distância despendida na deslocação para o novo local de trabalho, que varia entre 100 km e 150 km, consoante se desloque de sua casa ou de casa dos sogros e ii) as visitas ao pai, que padece da do-ença de Parkinson, à hora do almoço ou do jantar.

João Santos

MIRANDA CORREIA AMENDOEIRA & ASSOCIADOS

8Junho/2008TSS

An

ális

e Tr

abal

ho

Estes factos foram considerados provados pelo Tribunal.

No entanto, o Tribunal entendeu que não confi-gura prejuízo sério, antes se enquadra num simples incómodo ou transtorno, o facto de a transferência do trabalhador para outro local de trabalho implicar um acréscimo, em deslocações, de 100 km ou 150 km, e acarretar uma maior dificuldade para o traba-lhador em visitar o seu pai, que padece de doença crónica.

A distância percorrida, a par com o tempo de deslocação para o novo local de trabalho, têm sido os critérios determinantes utilizados pelos nossos tribunais4.

Parece, no entanto, que a jurisprudência tende a usar este critério de forma matemática, o que suscita algumas reservas.

Por outro lado, tem sido comum na jurispru-dência do STJ5 a argumentação segundo a qual o gasto de duas horas em deslocações para o novo local de trabalho, no quadro da vida urbana actual, é um mero incómodo que afecta a generalidade dos trabalhadores nos grandes centros urbanos.

Não será esta conclusão um convite à precarie-dade da qualidade de vida, em detrimento da es-colha de quem preza outros valores e se sente no direito de os preservar?

As muitas horas que os trabalhadores passam fora de casa, em virtude dos seus empregos e profis-sões, priva-os do que, para muitos, é considerado o mais importante: a vida familiar e pessoal. Se ainda assim se reconhece que esta escolha é um mal ne-cessário e que deixa de constituir um prejuízo sério apenas porque o padrão de vida da generalidade das pessoas é um mau exemplo, estar-se-á a convidar mais pessoas a fazer parte de uma realidade que se reconhece como não sendo a ideal.

Admitindo a importância que este critério tem na ponderação do prejuízo sério, até porque é um cri-tério relativamente objectivo, pensa-se que este não deverá ser o único e que não deve ser abordado da forma como a maioria da jurisprudência o tem feito.

O Acórdão, a propósito da distância percorrida para o novo local de trabalho, usa como argumento o facto de o trabalhador ter acordado, no contrato de trabalho, em prestar a sua actividade em qual-quer estabelecimento da entidade empregadora na zona de Santarém, incluindo concelhos limítrofes, sendo que, se a agência o colocasse num concelho limítrofe com piores vias de comunicação, o traba-lhador não demoraria menos tempo do que o gasto para ir e voltar de Alverca.

Salvo melhor opinião, não colhe este entendi-mento. Não parece competir ao Tribunal avaliar o prejuízo sério recorrendo ao critério “quem pode o mais, pode o menos”. Não quando se trata da vida e das opções das pessoas.

E a verdade é que este trabalhador, na cele-bração do seu contrato de trabalho, apenas acor-dou na possibilidade de prestar a sua actividade na zona de Santarém e não noutra.

Ademais, se o trabalhador fosse colocado em qualquer outra agência da Ré, num concelho li-mítrofe de Santarém, seria sempre obrigado a tal transferência, ainda que tivesse prejuízos gravís-simos. Isto porque, em tal caso, não estaria em causa uma verdadeira situação de transferência do local de trabalho, uma vez que este já está defi-nido no contrato com a amplitude suficiente para abranger a prestação de trabalho em toda a zona de Santarém, incluindo concelhos limítrofes.

Mas não é esta a situação do Acórdão, não de-vendo a argumentação do Tribunal proceder por ser meramente formal.

Na caso em análise, sobrevaloriza-se o critério da distância em detrimento da perturbação causada ao trabalhador pelo facto de este não poder visitar o pai, que padece da doença de Parkinson.

E o Acórdão, sob anotação, toma uma posição, no mínimo, curiosa, na avaliação do facto de o tra-balhador em causa deixar de poder visitar o pai à hora do almoço. Lê-se no Acórdão que “De facto não assume relevo significativo o facto de o autor não poder visitar o pai à hora do almoço, podendo fazê-lo à hora do jantar (...)”.

Esta forma de ponderação do preenchimento do conceito de prejuízo sério, através da qual os tribu-nais relativizam a organização da vida das pessoas, parece muito pouco razoável.

Uma reflexão atenta sobre esta forma de justifi-cação do STJ significa que, no final, a maioria dos transtornos causados pela adaptação a uma vida com horários diferentes são ultrapassáveis porque são sempre contornáveis.

Entende-se que o facto de o trabalhador não po-der visitar o pai, pessoa doente, à hora de almoço, pode efectivamente constituir um prejuízo sério. E este facto não deixa de ser relevante unicamente porque o trabalhador pode passar a organizar a vida de forma diferente, de modo a conseguir visitar o pai num horário diferente.

Tanto mais que a visita ao pai à hora do jan-tar poderia trazer à colação outras condicionantes, nomeadamente privar o trabalhador da companhia dos filhos ou do tempo de lazer e convívio fami-liar que a generalidade das pessoas reserva para o fim do dia. E se, na fundamentação do Acórdão, se refere que não ficou provado que o facto do trabalhador passar a visitar o pai à hora do jantar afectaria a sua vida familiar e social, também não ficou provado o contrário.

Em sentido diverso, o Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, de 05.05.936, decidiu que, se

An

ális

e Tr

abal

ho

9Junho/2008

TSS

se provar que a transferência determinou uma al-teração substancial do plano da vida do trabalha-dor, traduzida na redução da possibilidade de poder prestar a mesma assistência aos dois filhos me-nores e na redução do tempo de convívio com os mesmos, por já não poder almoçar na sua compa-nhia, está provada a existência de prejuízo sério.

Mas esta não tem sido a orientação da maio-ria da jurisprudência. Apenas em situações em que está em causa a necessidade de mudança de resi-dência ou o acréscimo de 200 km de distância na deslocação diária para o local de trabalho é que os tribunais têm admitido e dado relevância ao preen-chimento do conceito de prejuízo sério.

Deixa-se somente o alerta de que, em última análise, poucos prejuízos podem ser, de acordo com a orientação da maioria da jurisprudência, considerados intoleráveis, uma vez que poucas si-tuações não possibilitam soluções mais ou menos remediáveis.

1 - Proc. n.º 363/98, do qual foi relator Padrão Gonçalves, publicado no Boletim do Ministério da Justiça, n.º 485, Abril de 1999, pp. 239 a 247.2 - Aprovada pelo Decreto-Lei n.º 49408, de 24 de Novembro de 1969, e revogada pela Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto, que aprovou o Código do Trabalho. Era o artigo 24º do men-cionado diploma que regulava a mobilidade geográfica, man-tendo-se o uso do conceito de prejuízo sério com a sucessão destes diplomas legais. 3 - Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), de 02.06.05, Proc. 2292/2005-4, de que foi relator Guilherme Pires; Acórdão do STJ, de 12.01.06, Proc. 05S2135; Acór-dão do TRL, de 20.06.07, Proc. 1770/2007-4, de que foi relatora Paula Sá Fernandes; Acórdão do STJ, de 05.07.07, Proc. 07S743, de que foi relator Sousa Grandão, todos publi-cados em www.dgsi.pt. 4 - Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, de 05.07.07, proc. 07S743, de que foi relator Sousa Grandão, publicado em www.dgsi.pt.5 - Entre muitos, o Acórdão do STJ, de 23.11.94, publicado no BMJ, n.º441, p. 178 a 182; Acórdão do STJ, de 05.07.07, proc. 07S743, de que foi relator Sousa Grandão, publicado em www.dgsi.pt.6 - De que foi relator CÉSAR TELES, publicado em www.dgsi.pt.

Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça,de 24 de Março de 1999

Sumário:I - O local onde a prestação laboral deve ser executada constitui um dos seus elementos caracte-

rizadores.

II - Correspondendo a definição do lugar de trabalho a um interesse fundamental do trabalhador, o nosso sistema jurídico consagra o princípio da inamovibilidade do trabalhador [artigo 21.º, n.º 1, alínea e), da Lei do Contrato de Trabalho].

III - Aquele princípio comporta as excepções previstas no artigo 24.º da mesma lei, nos termos do qual a transferência do trabalhador para outro local de trabalho só é permitida, salvo estipulação em contrário, quando não implica prejuízo sério para o trabalhador de mudança total ou parcial do estabe-lecimento onde é prestado o serviço.

IV - O artigo 24.º da Lei do Contrato de Trabalho é um preceito dispositivo, que pode ser afastado pelos instrumentos regulamentares de grau inferior ou pelas estipulações dos sujeitos do contrato.

V - De harmonia com o critério interpretativo constante do artigo 236.º, n.º 1, do Código Civil, a cláusula do contrato de trabalho segundo a qual o trabalhador bancário se obriga a prestar funções na sua categoria profissional na zona de Santarém (incluindo concelhos Iimitrofes) só pode ser inter-pretada no sentido de que o trabalhador estava sujeito a ser colocado em qualquer agência do banco nessa zona, sem prejuízo de poder ser transferido para outras agências fora dessa zona, desde que se verificassem as condições previstas na lei e ou instrumento regulamentar:

VI - O prejuízo sério a que se refere a lei deve ser apreciado segundo as circunstâncias concretas de cada caso, devendo assumir um peso significativo na vida do trabalhador, não podendo consistir em mero incómodo ou em transtorno suportável.

VII - É à entidade patronal que cabe o ónus de provar a inexistência de prejuízo sério, incumbindo ao trabalhador alegar as circunstâncias de facto que integram esse prejuízo.

VIII - Não configura um prejuízo sério, antes se enquadra um simples incómodo ou transtorno, o facto de a transferência do trabalhador para outro local de trabalho implicar um acréscimo de 100 km em deslocações e acarretar uma maior dificuldade para o trabalhador em visitar o seu pai que padece de doença crónica.

Co

nsu

ltó

rio

Lab

ora

l

10Junho/2008TSS

Contrato de avença; novo regime

Sou engenheiro civil e há algum tempo um amigo meu disse-me que o serviço público em que trabalha estava interessado em celebrar comigo um contrato de avença durante um certo período para coordenar obras que ali iriam fazer.

No entanto, há dias informaram-me que já não seria possível celebrar esse contrato pois a legislação tinha sido alterada e que agora há mais limitações. Podem explicar-me o que há de novo?

O regime do contrato de avença, bem como de tarefa, era até há pouco tempo regulado, essencial-mente, pelas disposições constantes do artigo 17º do Decreto-Lei nº 41/84, de 3 de Fevereiro.

Como regra, a celebração destes contratos assumia a natureza excepcional, embora, na prática, muitos serviços públicos utilizassem es-tes contratos para a satisfação de necessidades permanentes.

Por mais de uma vez foram tomadas medidas legislativas com vista a regularizar a situação dos falsos avençados e tarefeiros.

Talvez com a intenção de dificultar os abusos e infracções à lei, o Governo aproveitou o momento em que está a proceder a grandes transformações no que concerne às diversas formas de prestação de serviço ao Estado, para mexer também nos contratos desta natureza.

A Lei n.º 12-A/2008, de 27 de Fevereiro, que estabelece os regimes de vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas, no seu artigo 35º, vem definir novas regras sobre aquela matéria.

O nº 6 do referido preceito define o contrato de avença como o que “tem como objecto presta-ções sucessivas no exercício de profissão liberal, com retribuição certa mensal, podendo ser feito cessar a todo o tempo, por qualquer das partes, mesmo quando celebrado com cláusula de pror-rogação tácita, com aviso prévio de 60dias e sem obrigação de indemnizar”. Este conceito existia já na legislação anterior.

Porém, o nº 2 vem estabelecer para a celebração quatro condições cumulativas que, de facto, são mais limitativas do que anteriormente:

a) Deve tratar-se da execução de trabalho não subordinado, para a qual se revele inconveniente o

recurso a qualquer modalidade da relação jurídica de emprego público;

b) O trabalho deve ser realizado, em regra, por uma pessoa colectiva;

c) Deve ser observado o regime legal da aquisição de serviços;

d) O contratado tem de comprovar ter regu-larizadas as suas obrigações fiscais e com a se-gurança social.”

É essencialmente o requisito imposto na alínea b) que tem levantado mais dificuldades, associado ao que dispõe o nº 4:” Excepcionalmente, quando se comprove ser impossível ou inconveniente, no caso, observar o disposto na alínea b) do n.º 2, o membro do Governo responsável pela área das finanças pode autorizar a celebração de contratos de tarefa e de avença com pessoas singulares.

Como é sabido, a política seguida pelo Ministério das Finanças é de restrição, pelo que a situação de excepcionalidade antes prevista vem limitar claramente a realização de contratos de avença.

No caso do nosso leitor, uma vez que se trata de uma pessoa singular, não pode directamente ser contratado como antes lhe haviam prometido.

A. A.

Indeferimento do pedido de aposentação por incapacidade; regresso ao serviço

Estive ausente do serviço por motivo de doença desde Janeiro de 2006, tendo sido presente suces-sivamente Junta Médica da ADSE. Em Agosto de 2007, mantive-me ausente com faltas justificadas pela mesma Junta. Entretanto, sem ter regressado ao serviço, solicitei a aposentação.

Fui recentemente submetido a Junta Médica do Caixa Geral de Aposentações (CGA) que não me considerou absoluta e permanentemente incapaz, pelo que o meu pedido foi indeferido. Gostaria de saber o seguinte: tenho que voltar imediatamente para o trabalho? Ou posso voltar à estaca zero e começar a “meter atestados” para voltar à Junta da ADSE ao fim de 60 dias? É que no ofício a CGA dizia que não posso voltar a pedir a aposentação baseada em incapacidade antes de decorridos nove meses.

A questão do nosso leitor aparece com grande frequência nas situações de doença dos funcionári-os públicos que pretendem aposentar-se.

Co

nsu

ltó

rio

Lab

ora

l

Junho/2008TSS 11

Como resulta do disposto no nº 1 do artigo 38º do Decreto-Lei nº 100/99, de 31 de Março – diploma que regula o regime de férias, faltas e licenças dos funcionários e agente da Administração Pública –, é de 18 meses seguidos o período máximo de ausência ao serviço por motivo de doença, salvo no caso das doenças prolongadas e incapacitantes, em que o mesmo é alargado até 36 meses.

Findo este prazo sem que a Junta Médica da ADSE dê o funcionário como apto a retomar fun-ções, deve este requerer a sua submissão a junta médica da Caixa Geral de Aposentações, que é a única que tem competência para desligar defini-tivamente os funcionários por incapacidade.

Não o fazendo, dispõe o nº 3 do artigo 47º que “passa automaticamente à situação de licença sem vencimento de longa duração”.

Entre outras implicações, esta licença deter-mina a suspensão do vínculo e abertura de vaga no respectivo quadro.

Quando a Junta Médica da CGA recusa a apo-sentação, isto é, quando entende que o funcionário não está incapaz para continuar a exercer funções, deve este ser notificado para se apresentar imedi-atamente ao serviço.

Ora, o que o nosso leitor pretende é voltar a faltar justificando as suas ausências “metendo atestados”.

Não o aconselhamos a proceder dessa forma.Na verdade, se fizer como refere, passa a estar

abrangido pelo nº 5 do artigo 47º que dispõe o seguinte: “Passa igualmente à situação de licença sem vencimento de longa duração o funcionário que, tendo sido considerado apto pela junta médica da Caixa Geral de Aposentações, volte a adoecer sem que tenha prestado mais de 30 dias de serviço consecutivos, nos quais não se incluem férias”.

Por outro lado, a Caixa Geral de Aposentações não aceita qualquer novo pedido de aposentação baseado em incapacidade, excepto se tiver havido agravamento dos padecimentos, devidamente jus-tificado e comprovado, ou se se tratar de qualquer outra doença que não tenha servido de fundamento ao pedido anterior.

Como não parece ser o caso do nosso leitor, terá de regressar ao serviço e trabalhar pelo me-nos 31 dias.

Só depois de decorrido esse prazo, poderá voltar a faltar por motivo de doença, e, então, passará a contagem das faltas a começar do zero.

A. A.

Meios de vigilância a distância

Será permitido às empresas a colocação de câmaras de vídeo nas instalações com o objectivo de controlar a actividade do trabalhador?

Estabelece o art. 20º do Código do Trabalho que o empregador não pode utilizar meios de vigilância a distância no local de trabalho com o objectivo de con-trolar o desempenho profissional do trabalhador.

No conceito de meios de vigilância, a distância incluem-se as câmaras de vídeo, equipamento au-diovisual, microfones dissimulados ou mecanismos de escuta e registo telefónico com a intenção de controlar o exercício da actividade profissional do trabalhador.

A utilização deste equipamento é permitida sem-pre que tenha por finalidade a protecção e segurança de pessoas e bens ou quando particulares exigências relacionadas com a natureza da actividade o justi-fiquem, e somente após autorização da Comissão Na-cional de Protecção de Dados, que só será concedida se a utilização dos meios for necessária, adequada e proporcional aos objectivos a atingir.

Inclui-se no primeiro caso a instalação de câ-maras de vídeo em estabelecimentos de venda ao público, dependências bancárias, aeroportos ou postos de abastecimento de combustíveis.

No segundo caso, a escuta e registo de todas as comunicações estabelecidas entre um piloto de aviação e os controladores aéreos durante uma viagem.

Nestes casos, o empregador deve informar o trabalhador sobre a existência e finalidade dos meios de vigilância utilizados.

Os titulares do direito à informação são os tra-balhadores afectados. No entanto, admite-se que o cumprimento dos deveres em causa possa efec-tuar-se perante a comissão de trabalhadores, caso exista, dispensando-se a prestação de informações individualizadas a todos os trabalhadores.

P. C.

Direito a férias nos contratos de duração inferior a 6 meses

Qual o número de dias de férias a que tem direito um trabalhador cujo contrato de trabalho tenha duração inferior a 6 meses?

Prevê o art. 214º do Código do Trabalho que o trabalhador admitido com contrato de trabalho (a termo ou por tempo indeterminado) cuja duração total não atinja 6 meses tem direito a gozar 2 dias úteis de férias por cada mês completo de duração do contrato.

Para efeitos da determinação do mês completo devem contar-se todos os dias, seguidos ou inter-polados, em que foi exercida a actividade.

Nos contratos cuja duração total seja inferior a 6 meses, salvo acordo das partes, o gozo das férias deverá ocorrer no momento imediatamente anterior ao da cessação.

P. C.

12Junho/2008TSS

Jurisprudência

PROCESSO DISCIPLINARCONTAGEM DO PRAZO PARA PROFERIR DECISÃO

ACÓRDÃO DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Sumário: I. Nos termos dos conjugados artigos 414.º, n.º 3, e 415.º, n.º 1, do Código do Trabalho, não havendo lugar à emissão de parecer das estruturas representativas do trabalhador, o empregador deve proferir decisão final sobre o despedimento, no prazo de trinta dias, contado a partir da ulti-mação das diligências probatórias, sob pena de caducidade do direito de aplicar a sanção.II. Não se extrai do texto do n.º 1 do artigo 415.º citado, nem mesmo se conjugado com o artigo 416.º seguinte, que o trabalhador deva ter conhecimento da decisão final sobre o despedimento antes de decorrido o prazo aí previsto.III. Sendo ilícitas as filmagens utilizadas pelo empregador no processo disciplinar, daí não resulta a nulidade de todo o processo, antes determinando essa ilicitude que a sobredita recolha de imagens não possa ser considerada na indagação da justa causa de despedimento.IV. Não se pode exigir a um empregador que mantenha ao seu serviço um colaborador que não cumpre, ostensivamente, a ordem de entregar a documentação fiscal e contabilística da empresa ao novo responsável pela contabilidade geral e analítica, e que mostra total indisponibilidade, tes-temunhada por vários colegas de trabalho, para facultar o acesso ao local onde a mesma se encon-trava arquivada, porquanto essa conduta representa uma grave quebra da disciplina, incompatível com a organização da empresa e com o desenvolvimento dos fins por ela prosseguidos.V. Aquele comportamento, nas circunstâncias concretas em que se verificou, tornou, pela sua gravidade, imediata e praticamente impossível a subsistência da relação laboral, afectando a rela-ção de confiança que deve existir entre o empregador e o trabalhador e gerando fundadas dúvidas sobre a idoneidade futura do desempenho das suas funções profissionais.VI. Assim, esse comportamento ilícito e culposo preenche a invocada justa causa e legitima a sanção de despedimento aplicada, a qual, no dito contexto, se mostra adequada e proporcional à gravidade da infracção praticada pelo trabalhador.

DATA: PROCESSO: RELATOR: 14 de Maio de 2008 08S643 Conselheiro Dr. Pinto Hespanhol

Acordam na Secção Social do Supremo Tribu-nal de Justiça:

I1. Em 28 de Abril de 2006, no Tribunal do Tra-

balho de Almada, AA instaurou acção declarativa, com processo comum, emergente de contrato indi-vidual de trabalho contra CTT EXPRESSO – SERVI-ÇOS POSTAIS e LOGÍSTICA, S. A., pedindo a de-claração da ilicitude do respectivo despedimento e a condenação da ré a reintegrá-la, sem prejuízo de optar, posteriormente, pela indemnização corres-pondente, a graduar no limite máximo, bem como a pagar-lhe a retribuição dos 30 dias anteriores à data da propositura da acção e as retribuições vin-

cendas, a quantia de € 3.445,41, a título de férias, pertinente subsídio e subsídio de Natal relativo ao ano de 2005, e quantia não inferior a € 19.000,00, a título de indemnização por danos não patrimo-niais, tudo acrescido de juros de mora contados à taxa legal desde a citação.

A acção, contestada pela ré, foi julgada total-mente improcedente, sendo a ré absolvida de todos os pedidos contra ela deduzidos.

2. Inconformada, a autora apelou, tendo o Tri-bunal da Relação de Lisboa julgado o recurso par-cialmente procedente, declarando a ilicitude do despedimento e condenando a ré: (a) a reintegrar a autora no seu posto de trabalho, sem prejuízo da sua categoria e antiguidade; (b) a pagar à autora as

Jurisprudência

13Junho/2008TSS

“...o que o n.º 1 do dito artigo 415.º prescreve é que a decisão final sobre o despedimento deve ser proferida no prazo de trinta dias, após a produção de prova e a emissão de parecer das estruturas representativas do trabalhador, se for o caso.”

retribuições que a mesma deixou de auferir desde os 30 dias que precederam a propositura da acção até ao trânsito em julgado do acórdão, incluindo férias, subsídio de férias e de Natal, acrescidas de juros de mora, à taxa legal, desde a notificação daquele aresto até integral pagamento, cuja liqui-dação relegou para uma ulterior fase de execução.

É contra esta decisão que a ré agora se insurge, mediante recurso de revista, em que pede a revo-gação do acórdão recorrido, ao abrigo das seguin-tes conclusões:

(...)A autora contra-

alegou, defendendo a confirmação do julgado.

Neste Supremo Tribunal, a Ex.ma Procuradora-Geral-Adjunta concluiu que se devia negar a revista, parecer que, notifica-do às partes, não suscitou resposta.

3. No caso vertente, as questões suscitadas são as que se passam a enunciar, segundo a ordem lógica que entre as mesmas intercede:

– Nulidade do acórdão recorrido, nos termos da alínea d) do n.º 1 do artigo 668.º do Código de Processo Civil [conclusões A), na parte atinente, e AA) a EE) da alegação do recurso de revista];

– Saber se, no caso, se verifica a caducidade do direito de aplicar a sanção disciplinar de despe-dimento, por terem decorrido mais de 30 dias entre a data de conclusão da diligência probatória reque-rida pela trabalhadora e a decisão final [conclusões A), na parte atinente, e B) a W), da alegação do recurso de revista];

– Saber se ocorre a caducidade do direito de aplicar a sanção disciplinar de despedimento, por-que a trabalhadora teve conhecimento da decisão final após ter expirado o prazo estipulado no n.º 1 do artigo 415.º do Código do Trabalho [conclusões A), na parte atinente, X) a Z) e FF) a KK) da alega-ção do recurso de revista].

Corridos os vistos, cumpre decidir.

II(...)2. O tribunal recorrido deu como provada a se-

guinte matéria de facto:(...)Os factos materiais fixados pelo tribunal recorri-

do não foram objecto de impugnação pelas partes, nem se vislumbra qualquer das situações referidas

no n.º 3 do artigo 729.º do Código de Processo Civil, pelo que será com base nesses factos que há-de ser resolvida a questão suscitada no presente recurso.

3. O acórdão recorrido, acompanhando entendi-mento jurisprudencial gerado no Tribunal da Relação do Porto (cf. acórdão de 19 de Dezembro de 2005, disponível em www.dgsi.pt, como documento n.º RP200512190515412), decidiu que o termo inicial do prazo de 30 dias para o empregador proferir a decisão final do processo disciplinar, não havendo lugar à emissão de parecer das estruturas represen-tativas do trabalhador, conta--se a partir da data

em que terminaram as diligências pro-batórias requeridas pelo trabalhador na resposta à nota de culpa e não quais-quer outras ordena-das posteriormente

pelo empregador.A recorrente discorda, sustentando que o n.º

1 do artigo 415.º do Código do Trabalho, ao es-tipular que o prazo para o empregador proferir a decisão disciplinar é de caducidade, «não implicou nem determinou que a conclusão das diligências probatórias passassem a ser entendidas exclusi-vamente como aquelas que foram requeridas pelo trabalhador, na resposta à nota de culpa», sendo certo que «[e]sta interpretação não tem o mínimo de correspondência verbal no texto do mencionado normativo legal, o que obsta a que a mesma seja considerada pelo int[é]rprete, por força o disposto no art° 9.°, n.º 2, do CC».

Importa, por razões de inteligibilidade, conhecer as normas em causa.

Os artigos 413.º a 415.º do Código do Traba-lho, que se acham inseridos na Divisão I («Des-pedimento por facto imputável ao trabalhador»), da Subsecção II («Procedimento»), da Secção IV («Cessação por iniciativa do empregador»), do Capítulo IX («Cessação do contrato»), do Título II («Contrato de Trabalho»), do Livro I («Parte geral»), estabelecem o seguinte:

«Artigo 413.º(Resposta à nota de culpa)O trabalhador dispõe de dez dias úteis para con-

sultar o processo e responder à nota de culpa, dedu-zindo por escrito os elementos que considere relevan-tes para o esclarecimento dos factos e da sua par-ticipação nos mesmos, podendo juntar documentos e solicitar as diligências probatórias que se mostrem pertinentes para o esclarecimento da verdade.

14Junho/2008TSS

Jurisprudência

“...o despedimento é um negócio jurídico integrado por uma declaração receptícia, isto é, cuja eficácia depen-de da recepção pelo destinatário...”

«Artigo 414.º(Instrução)1 – O empregador, por si ou através de ins-

trutor que tenha nomeado, procede às diligências probatórias requeridas na resposta à nota de culpa, a menos que as considere patentemente dilatórias ou impertinentes, devendo, nesse caso, alegá-lo fundamentadamente por escrito.

2 – O empregador não é obrigado a proceder à audição de mais de três testemunhas por cada facto descrito na nota de culpa, nem mais de dez no total, cabendo ao trabalhador assegurar a res-pectiva comparência para o efeito.

3 – Concluídas as diligências pro-batórias, o proces-so é apresentado, por cópia integral, à comissão de trabalhadores e, no caso do n.º 3 do artigo 411.º, à associação sindical respectiva, que podem, no prazo de cinco dias úteis, fazer juntar ao processo o seu parecer fundamentado.

«Artigo 415.º(Decisão)1 – Decorrido o prazo referido no n.º 3 do artigo

anterior, o empregador dispõe de 30 dias para pro-ferir a decisão, sob pena de caducidade do direito de aplicar a sanção.

2 – A decisão deve ser fundamentada e constar de documento escrito.

3 – Na decisão são ponderadas as circunstân-cias do caso, a adequação do despedimento à cul-pabilidade do trabalhador, bem como os pareceres que tenham sido juntos nos termos do n.º 3 do artigo anterior, não podendo ser invocados factos não constantes da nota de culpa, nem referidos na defesa escrita do trabalhador, salvo se atenuarem ou diminuírem a responsabilidade.

4 – A decisão fundamentada é comunicada, por cópia ou transcrição, ao trabalhador e à comissão de trabalhadores, bem como, no caso do n.º 3 do artigo 411.º, à associação sindical.»

Decorre do exposto que a solução do problema submetido à apreciação deste Supremo Tribunal passa, necessária e fundamentalmente, pela inter-pretação do disposto nos conjugados artigos 414.º, n.º 3, e 415.º, n.º 1, do Código do Trabalho.

Em matéria de interpretação das leis, o artigo 9.º do Código Civil consagra os princípios a que deve obedecer o intérprete ao empreender essa ta-refa, começando por estabelecer que «[a] interpre-tação não deve cingir-se à letra da lei, mas recons-tituir a partir dos textos o pensamento legislativo,

tendo sobretudo em conta a unidade do sistema jurídico, as circunstâncias em que a lei foi elabora-da e as condições específicas do tempo em que é aplicada» (n.º 1); o enunciado linguístico da lei é, assim, o ponto de partida de toda a interpretação, mas exerce também a função de um limite, já que não pode «ser considerado pelo intérprete o pen-samento legislativo que não tenha na letra da lei um mínimo de correspondência verbal, ainda que imperfeitamente expresso» (n.º 2); além disso, «na fixação do sentido e alcance da lei, o intérprete pre-sumirá que o legislador consagrou as soluções mais

acertadas e soube exprimir o seu pen-samento em termos adequados» (n.º 3).

Embora os n.os 1 e 2 do artigo 414.º

transcrito se refiram às diligências probatórias re-queridas pelo trabalhador, na resposta à nota de culpa, o certo é que a correspondente epígrafe, que acolhe o termo «Instrução», e o primeiro segmento do n.º 3 do mesmo preceito, ao estatuir a trami-tação subsequente, logo que «[c]oncluídas as di-ligências probatórias», apontam decisivamente no sentido de que a instrução é formada pelo conjunto dos actos necessários à averiguação dos factos alegados na acusação (nota de culpa) e na defesa (resposta à nota de culpa), não se confinando esta fase do processo à realização das diligências proba-tórias requeridas pelo trabalhador, até porque tais actos de instrução poderão justificar a realização de outras diligências para confirmar ou refutar os meios probatórios por ele produzidos.

Nesta mesma linha de pensamento, ROMANO MARTINEZ (Direito do Trabalho, 3.ª edição, Almedi-na, Coimbra, 2006, p. 969) sublinha que, deduzida a defesa, «tendo por base a acusação e a defesa, o empregador procede às diligências probatórias para a averiguação dos factos alegados em ambas», e que «o legislador não estabeleceu qualquer prazo para estas diligências [probatórias], que, contudo, só se poderão prolongar durante um período justi-ficável, atendendo a um parâmetro de boa fé e ao princípio da celeridade processual».

Acresce, por outro lado, que a expressão «con-cluídas as diligências probatórias», na sua literali-dade, não comporta o sentido de que essas diligên-cias probatórias se restringem às requeridas pelo trabalhador, na resposta à nota de culpa.

Ora, não pode ser considerado pelo intérprete um sentido que não tenha na letra da lei um mínimo de correspondência verbal, devendo ainda presu-mir-se que o legislador soube expressar o seu pen-

Jurisprudência

15Junho/2008TSS

“...não se extrai do texto do n.º 1 do artigo 415.º (...) que o trabalhador deva ter conhecimento da decisão final sobre o despedimento antes de decorrido o prazo aí pre-visto.”

samento em termos adequados e que consagrou as soluções mais acertadas, como referem os n.os 2 e 3 do artigo 9.º do Código Civil.

Tudo para concluir que, nos termos dos conju-gados artigos 414.º, n.º 3, e 415.º, n.º 1, do Có-digo do Trabalho, não havendo lugar à emissão de parecer das estruturas representativas do trabalha-dor, o empregador deve proferir decisão final sobre o despedimento, no prazo de trinta dias, contado a partir da ultimação das diligências probatórias, sob pena de caducidade do direito de aplicar a sanção.

No caso, provou-se que, «em 20 de Outubro de 2005, a Adminis-tração da R. veio a proferir decisão de despedimento da A., invocando para o efeito justa cau-sa, nos termos constantes do documento junto a fls. 41» [facto provado 8)] e que, «[n]a resposta à nota de culpa, a A. arrolou apenas uma teste-munha, não tendo requerido qualquer outra diligên-cia», a qual «foi ouvida em declarações em 29 de Julho de 2005» [factos provados 10) e 11)].

Mais se demonstrou que, «[a]través do instrutor nomeado para o processo disciplinar que precedeu ao despedimento da A., foram efectuadas várias diligências probatórias, quer as requeridas pela A., quer promovidas pela Ré» [facto provado 25)], sen-do certo que, «a 26 de Agosto de 2005, prestaram declarações A... e M...», [e] em 12 de Setembro de 2005, prestou depoimento J..., [f]inalmente, a 27 de Setembro de 2005, depôs M...» [factos prova-dos 26) a 28)].

Nesta conformidade, tendo a última diligência probatória ocorrido, em 27 de Setembro de 2005, e sendo a decisão disciplinar final proferida em 20 de Outubro seguinte, não se verifica a caducidade do direito de aplicar a sanção.

Refira-se, além disso, que, compulsado o pro-cesso disciplinar em causa, não se vislumbram ac-tos inúteis ou dilatórios no âmbito da produção de prova, nem sequer se verifica um prolongamento excessivo daquela fase de instrução.

Com efeito, na sequência da resposta à nota de culpa, foram inquiridos, em 27 de Julho de 2005, as testemunhas Dr. C.. (fls. 211), Dr.ª M... (fls. 212), Dr.ª M..(fls. 213) e Dr. L... (fls. 214), to-dos arrolados na nota de culpa, em 29 de Julho de 2005, foi inquirida a testemunha arrolada pela tra-balhadora, Eng.ª E... (fls. 215), em 26 de Agosto de 2005, foram inquiridas as testemunhas Dr.ª A... (fls. 218) e Dr.ª M... (fls. 220), ambas arroladas na

nota de culpa, em 12 de Setembro de 2005, foi in-quirida a testemunha Dr. J.. (fls. 222), arrolado na nota de culpa, e, finalmente, em 27 de Setembro de 2005, foi inquirida a testemunha Dr.ª M... (fls. 226), a qual não figurava na nota de culpa, tendo sido chamada a depor por iniciativa da empregado-ra, «acerca do art. 43 da resposta à nota de culpa», tendo esclarecido, entre outros factos, «que, nem em Novembro de 2002, nem em qualquer outra data, pediu qualquer documento de natureza fiscal à arguida», e que «a arguida nunca lhe entregou o balancete analítico das contas 41 e 51 dos anos

de 1999, 2000 e 2001».

Portanto, tendo a instrução do pro-cesso disciplinar de-corrido entre 27 de

Julho de 2005 e 27 de Setembro seguinte, período em que, maioritariamente, são gozadas as férias, não se antolha demora censurável no apuramento dos factos.

Procedem, pois, as conclusões A), na parte ati-nente, e B) a W), da alegação do recurso de revista.

4. O acórdão recorrido considerou, igualmente, que «o n.º 1 do artigo 415.º do CT deve ser inter-pretado no sentido de que o trabalhador deve ter conhecimento da decisão final antes de decorrido o prazo aí previsto», pelo que, provando-se que tal «decisão foi comunicada à A. por carta datada de 18 de Novembro de 2005 e por ela recepcionada em 22 de Novembro de 2005» [facto provado 9)] e «tendo ocorrido a inquirição da testemunha M.. em 27/9/2005, naquela outra data já se havia esgota-do o prazo de 30 dias previsto no artigo 415.º, n.º 1, do CT, pelo que sempre ocorreria a caducidade [do direito de aplicar a sanção]».

A recorrente, pelo contrário, alega que, «tendo em consideração a matéria de facto assente nos pontos 29 e 30 pelo Tribunal de 1.ª instância, tem que se considerar que a comunicação enviada pela entidade empregadora em 25/10/2005, tornou-se eficaz, não tendo sido recebida pela recorrida, por culpa unicamente desta» e que «outra interpre-tação viola o disposto no artigo 224.° n.º 2 do CC, como também o disposto no artigo 416.º do CT», pelo que, «tem de ser considerar que a re-corrida teve conhecimento da decisão final no dia 26/10/2005».

Conforme já se aludiu, o artigo 415.º citado dispõe que, «decorrido o prazo referido no n.º 3 do artigo anterior, o empregador dispõe de 30 dias para proferir a decisão, sob pena de caducidade do

16Junho/2008TSS

Jurisprudência

“...tendo a última diligência probatória ocorrido, em 27 de Setembro de 2005, e sendo a decisão sobre o despe-dimento elaborada em 20 de Outubro seguinte, não se verifica a caducidade do direito de aplicar a sanção, in-dependentemente da data em que aquela decisão che-gou (...) ao conhecimento do trabalhador.”

direito de aplicar a sanção» (n.º 1) e que «a deci-são deve ser fundamentada e constar de documen-to escrito» (n.º 2), devendo ser «comunicada, por cópia ou transcrição, ao trabalhador e à comissão de trabalhadores, bem como, no caso do n.º 3 do artigo 411.º, à associação sindical» (n.º 3).

Por sua vez, o artigo 416.º subsequente esta-belece que «a declaração de despedimento deter-mina a cessação do contrato logo que chega ao poder do trabalhador ou é dele conhecida» (n.º 1), sendo que «[é] também considerada eficaz a de-claração de despedimento que só por culpa do tra-balhador não foi por ele oportunamente recebida» (n.º 2).

Embora tenha ficado provado que «[o] original da de-cisão final foi re-metido à A. no dia 25 de Outubro de 2005, por carta registada com aviso de recepção, para a morada Praceta ..., n.º 0 - 1.º Esq., Santa Marta do Pinhal, 2855-583 Corroios» [facto pro-vado 29)] e que «[e]sta carta veio devolvida com anotação de «não reclamado», tendo o respectivo aviso para levantamento no posto dos correios sido depositado na caixa do correio no dia 26 de Outu-bro de 2005» [facto provado 30)], o certo, porém, é que se demonstrou que «[a] A. foi despedida com invocação de justa causa, com efeitos reportados [ao] dia 30 de Novembro de 2005» [facto provado 4)], que «[e]m 20 de Outubro de 2005, a Adminis-tração da R. veio a proferir decisão de despedimen-to da A., invocando para o efeito justa causa, nos termos constantes do documento junto a fls. 41» [facto provado 8)] e que «[t]al decisão foi comuni-cada à A. por carta datada de 18 de Novembro de 2005 e por ela recepcionada em 22 de Novembro de 2005» [facto provado 9)].

Ora, o que o n.º 1 do dito artigo 415.º prescre-ve é que a decisão final sobre o despedimento deve ser proferida no prazo de trinta dias, após a produ-ção de prova e a emissão de parecer das estruturas representativas do trabalhador, se for o caso.

Aspecto diverso é o da eficácia da declaração de cessação do contrato.

Tal como afirma ROMANO MARTINEZ (Código do Trabalho Anotado, 4.ª edição, Almedina, Coim-bra, 2005, anotação II ao artigo 415.º, p. 677), «[e]m caso de despedimento não se aplica a regra, constante do artigo 373.º, no sentido de a sanção ter de ser aplicada nos três meses subsequentes à

decisão. A decisão determina a imediata cessação do vínculo assim que é comunicada ao trabalhador. Deste modo, decorrido o prazo de cinco dias para as entidades representativas dos trabalhadores emitirem parecer (artigo 414.º, n.º 3), o emprega-dor tem trinta dias para proferir a decisão (n.º 1), que deve ser, de seguida, comunicada ao traba-lhador; a decisão de despedimento torna-se eficaz, determinando a imediata cessação do vínculo, logo que chega ao poder do trabalhador ou é dele co-nhecida (artigo 224.º do CC).»

Na verdade, o despedimento é um negócio ju-rídico integrado por uma declaração re-ceptícia, isto é, cuja eficácia depende da recepção pelo des-tinatário, conforme dispõe o n.º 1 do ar-tigo 224.º do Códi-go Civil (neste sen-

tido, MONTEIRO FERNANDES, Direito do Trabalho, 12.ª edição, Almedina, Coimbra, 2004, p. 581).

Porém, não se extrai do texto do n.º 1 do artigo 415º transcrito, nem mesmo se conjugado com o artigo 416.º seguinte, que o trabalhador deva ter conhecimento da decisão final sobre o despedi-mento antes de decorrido o prazo aí previsto.

Assim, tendo a última diligência probatória ocorrido, em 27 de Setembro de 2005, e sendo a decisão sobre o despedimento elaborada em 20 de Outubro seguinte, não se verifica a caducidade do direito de aplicar a sanção, independentemente da data em que aquela decisão chegou, efectivamen-te, ao conhecimento do trabalhador.

Em conformidade, e tão-somente quanto à di-mensão pertinente à caducidade do direito de apli-car a sanção disciplinar de despedimento, proce-dem as conclusões A), na parte atinente, X) a Z) e FF) a KK) da alegação do recurso de revista.

5. Atenta a procedência do recurso de revista, há que conhecer das questões que a Relação dei-xou de apreciar por as considerar prejudicadas pela solução dada ao litígio, conforme resulta do dispos-to no n.º 2 do artigo 715.º do Código de Processo Civil, aplicável ao recurso de revista nos termos do artigo 726.º do mesmo Código, as quais se referem à alegada nulidade do processo disciplinar por uti-lização abusiva de dados pessoais e à não verifica-ção de justa causa para o despedimento.

5.1. A autora, na veste de recorrente, em sede de recurso de apelação e no que respeita à preten-dida nulidade do processo disciplinar por utilização

Jurisprudência

17Junho/2008TSS

“...concordando com a A. na parte em que sustenta a inadmissibilidade da prova obtida pela R. através da vi-deovigilância, já não a podemos secundar ao pretender ver (...) invalidado todo o processo disciplinar...”

abusiva de dados pessoais, formulou as seguintes conclusões:

«XXXV) A nota de culpa foi fundada na existên-cia de inúmeras imagens captadas pelo respectivo sistema de recolha que a recorrida tinha montado nas suas instalações;

XXXVI) Tendo em conta todo o circunstancialis-mo subjacente ao processo disciplinar, salta à vista que a recorrida carecia de legitimidade para proce-der ao tratamento das imagens que acabou por uti-lizar para instruir o processo disciplinar, nos termos melhor descritos no art. 6.º da Lei n.º 67/98, de 26 de Outubro, não po-dendo deixar de ser vista como ilícita a denominada prova fotográfica carreada para o processo, na qual assentou, de forma determinante, toda a acusação movida con-tra a recorrente;

XXXVII) A prova assim obtida não pode deixar de ser tida por nula, em consequência da forma como foi obtida, nos termos previstos no art. 126.º, n.º 2, al. a), do Código de Processo Penal, aplicá-vel, como é sabido, a[o] processo disciplinar;

XXXVIII) A nulidade da prova advém ainda do facto de ter sido obtida através de uma investiga-ção privada, em clara violação da lei e da Consti-tuição, nomeadamente, no art. 25.º, n.º 1, da Lei Fundamental, até porque é sabido que a liberdade de prova não deve pôr em causa valores como a intimidade da vida privada, a dignidade da pessoa humana ou a integridade pessoal, a que se refere a citada norma Constitucional e sendo certo que tal preceito constitucional prescreve, enquanto ga-rantia do processo criminal — aplicável às outras áreas do direito processual por força do art. 32.º da Constituição —, que são nulas todas as provas obtidas mediante, nomeadamente, ofensa da inte-gridade física ou moral da pessoa, abusiva introdu-ção na vida privada e no domicílio;

XXXIX) É ainda possível encontrar na Consti-tuição a fonte para afastar certos outros meios de prova cuja admissibilidade não é expressamente repudiada pelo legislador ordinário, nomeadamente os que são obtidos de uma forma imoral e, grosso modo, os que são obtidos pela violação de direitos individuais, precisamente o que sucedeu na situa-ção sub judice, conduzindo à inadmissibilidade da prova obtida pela recorrida, à consequente invali-dade do processo disciplinar e à consequente ili-citude do despedimento, o que expressamente se invoca, para todos os efeitos legais[.]»

Tal como aduz a autora, é verdade que a Cons-tituição proclama que «[a] integridade moral e físi-ca das pessoas é inviolável» (artigo 25.º, n.º 1) e, por outro lado, que «[s]ão nulas todas as provas obtidas mediante tortura, coacção, ofensa da in-tegridade física ou moral da pessoa, abusiva intro-missão na vida privada, no domicílio, na correspon-dência ou nas telecomunicações».

Também o artigo 126.º do Código de Processo Penal prevê que são nulas, não podendo ser utiliza-das, as provas obtidas mediante tortura, coacção ou, em geral, ofensa da integridade física ou moral

das pessoas (n.º 1), tendo por ofensi-vas da integridade física ou moral das pessoas as provas obtidas, mesmo que com consen-

timento delas, mediante perturbação da liberdade de vontade ou de decisão através de maus tratos, ofensas corporais, administração de meios de qual-quer natureza, hipnose ou utilização de meios cru-éis ou enganosos [n.º 2, alínea a)].

E, doutro passo, a Lei n.º 67/98, de 26 de Ou-tubro, refere, no artigo 6.º, que o tratamento de dados pessoais só pode ser efectuado se o seu titular tiver dado de forma inequívoca o seu con-sentimento ou se o tratamento for necessário para os fins previstos nas suas alíneas a) a e), mediante notificação e prévia autorização da Comissão Na-cional de Protecção de Dados (artigos 27.º a 31.º da lei citada).

Especificamente quanto à utilização de meios de vigilância a distância no local de trabalho, o arti-go 20.º do Código do Trabalho dispõe nos seguin-tes termos:

«Artigo 20.º(Meios de vigilância a distância)1 – O empregador não pode utilizar meios de

vigilância a distância no local de trabalho, median-te o emprego de equipamento tecnológico, com a finalidade de controlar o desempenho profissional do trabalhador.

2 – A utilização do equipamento identificado no número anterior é lícita sempre que tenha por finalidade a protecção e segurança de pessoas e bens ou quando particulares exigências inerentes à natureza da actividade o justifiquem.

3 – Nos casos previstos no número anterior, o empregador deve informar o trabalhador sobre a existência e finalidade dos meios de vigilância utilizados.»

18Junho/2008TSS

Jurisprudência

Por seu turno, o artigo 28.º da Lei n.º 35/2004, de 29 de Julho (Legislação especial que regulamen-ta o Código do Trabalho, adiante designada por LECT), submete a utilização de meios de vigilância a distância no local de trabalho a autorização da Comissão Nacional de Protecção de Dados (n.º 1), a qual só pode ser concedida se a utilização dos meios for necessária, adequada e proporcional aos objectivos a atingir (n.º 2), devendo o pedido de autorização ser acompanhado de parecer da comis-são de trabalhadores ou, dez dias após a consulta, de comprovativo do pedido de parecer (n.º 4), e de-termina que os dados pessoais recolhidos através dos meios de vigilância a distância são conserva-dos durante o período necessário para a prossecu-ção das finalidades da utilização a que se destinam, devendo ser destruídos no momento da transferên-cia do trabalhador para outro local de trabalho ou de cessação do contrato de trabalho (n.º 3).

Neste particular, o artigo 29.º da LECT precei-tua, ainda, o seguinte:

«Artigo 29.º(Informação sobre meios de vigilância a distân-

cia)Para efeitos do n.º 3 do artigo 20.º do Código

do Trabalho, o empregador deve afixar nos locais de trabalho em que existam meios de vigilância a distância os seguintes dizeres, consoante os casos, “Este local encontra-se sob vigilância de um circui-to fechado de televisão” ou “Este local encontra-se sob vigilância de um circuito fechado de televisão, procedendo-se à gravação de imagem e som”, se-guido de símbolo identificativo.»

No caso, provou-se que, «[a] nota de culpa está fundada na existência de inúmeras imagens cap-tadas pelo respectivo sistema de recolha que a R. tem montado nas suas instalações» [facto provado 12)] e que «[a] R., à data dos factos, não tinha sido autorizada pela Comissão Nacional de Protecção de Dados a tratar dados pessoais através de videovigi-lância» [facto provado 55)].

Ora, conforme se decidiu na sentença proferida em primeira instância:

«De tudo o que vimos dizendo se conclui facil-mente que as filmagens obtidas e utilizadas pela R. no processo disciplinar são ilícitas, pelo que não poderão ser consideradas no dito processo.

Daqui, porém, não resulta que o procedimento disciplinar fique afectado de nulidade insanável. É que, na esteira do que já antes ocorria(-), as causas de nulidade (ou invalidade, usando a terminologia legal) constam de elenco taxativo, vertido no n.º 2 do artigo 430.º do Código do Trabalho.

Não se subsumindo a questão ora em apreço naquel[a] enumeração taxativa, não estamos pe-rante nulidade do processo disciplinar, mas, quan-do muito, de determinado meio probatório. A con-sequência parece-nos, assim, evidente: importará apurar a existência de justa causa de despedimento sem recurso às imagens ilicitamente obtidas.

Daí que, concordando com a A. na parte em que sustenta a inadmissibilidade da prova obtida pela R. através da videovigilância, já não a pode-mos secundar ao pretender ver, por essa via, inva-lidado todo o processo disciplinar (cfr. artigo 29.º da petição inicial).»

Subscrevem-se, na sua essencialidade, as considerações que se deixaram transcritas e con-firma-se o julgado, neste preciso segmento, pelo que improcedem as conclusões XXXV a XXXIX da alegação do recurso de apelação da autora.

5.2. A autora, em sede de recurso de apelação, defendeu, igualmente, a não verificação de justa causa para o despedimento, ao abrigo das conclu-sões seguintes:

(...)

IIIPelos fundamentos expostos, decide-se:a) Não tomar conhecimento do objecto do re-

curso no tocante à nulidade do acórdão recorrido invocada nas conclusões A), na parte atinente, e AA) a EE) da alegação do recurso de revista;

b) Conceder a revista trazida pela ré, revogar o acórdão recorrido, na parte em que julgou verifica-da a caducidade do direito de aplicar a sanção de despedimento, e repristinar a sentença proferida na primeira instância.

Custas a cargo da autora, no Supremo e nas instâncias.

Lisboa, 14 de Maio de 2008

Pinto Hespanhol (relator)Vasques DinisAlves Cardoso

Jurisprudência

19Junho/2008TSS

Nos termos do art. 396º do Código do Traba-lho, constitui justa causa de despedimento o com-portamento culposo do trabalhador que, pela sua gravidade e consequências, torne imediata e im-possível a subsistência da relação de trabalho.

Para apreciação da justa causa deve conside-rar-se, no quadro de gestão da empresa, o grau de lesão dos interesses do empregador, o carácter das relações entre as partes ou entre o trabalhador e os seus companheiros, bem como a outras circuns-tâncias que no caso se mostrem relevantes.

O mesmo preceito descreve comportamentos do trabalhador susceptíveis de constituir justa cau-sa de despedimento. Destes comportamentos des-tacamos:

- desobediência ilegítima às ordens dadas por responsáveis hierarquicamente superiores;

- violação dos direitos e garantias de trabalha-dores da empresa;

- provocação repetida de conflitos com outros trabalhadores da empresa;

- desinteresse repetido pelo cumprimento, com a necessária diligência, das obrigações inerentes ao exercício do cargo ou posto de trabalho;

- lesão de interesses patrimoniais sérios da em-presa;

- falsas declarações relativas à justificação de faltas;

- faltas injustificadas ao trabalho que determi-nem directamente prejuízos ou riscos graves para a empresa ou, independentemente de qualquer pre-juízo ou risco, quando o número de faltas injustifi-cadas atingir, em cada ano civil, 5 seguidas ou 10 interpoladas;

- falta culposa de respeito das regras de higiene e segurança no trabalho;

- reduções anormais de produtividade.A decisão final sobre o despedimento deve ser

fundamentada e constar de documento escrito.Na decisão são ponderadas as circunstâncias

do caso, a adequação do despedimento à culpabi-lidade do trabalhador, bem como os pareceres que tenham sido juntos, não podendo ser invocados factos que não constem da nota de culpa, nem re-feridos na defesa escrita do trabalhador, salvo se atenuarem ou diminuírem a responsabilidade.

A decisão fundamentada é comunicada, por cópia ou transcrição, ao trabalhador e à comissão de trabalhadores, bem como, no caso de se tratar de representante sindical, à respectiva associação sindical.

Estabelece o art. 372º do Código que o pro-cedimento disciplinar deve exercer-se nos 60 dias seguintes àquele em que o empregador, ou o supe-rior hierárquico com competência disciplinar, teve conhecimento da infracção.

Por seu lado, a infracção disciplinar prescreve ao fim de um ano a contar do momento em que ocorreu.

O art. 430º determina que o procedimento dis-ciplinar só pode ser declarado inválido se:

- faltar a comunicação da intenção de despedi-mento a enviar ao trabalhador com a nota de culpa ou se esta não fizer a descrição circunstanciada dos factos que lhe são imputados;

- não for dada ao trabalhador a possibilidade de consultar o respectivo processo e responder à nota de culpa, através da indicação, por escrito, dos elementos que considere relevantes para o es-clarecimento dos factos e da sua participação nos mesmos, da solicitação das diligências probatórias que se mostrem pertinentes para o esclarecimento da verdade, bem como da junção de documentos;

- a decisão de despedimento e os seus funda-mentos não constarem de documento escrito.

Conforme prevê o art. 429º do mesmo Código, o despedimento de trabalhador é declarado ilícito pelo tribunal se forem considerados improcedentes os motivos justificativos invocados para o despe-dimento, se não tiver sido precedido do respectivo procedimento disciplinar, ou se se fundar em moti-vos políticos, ideológicas, étnicos ou religiosos.

O despedimento por facto imputável ao traba-lhador é ainda ilícito se tiver decorrido o prazo de prescrição do procedimento disciplinar ou da in-fracção disciplinar, ou se o respectivo procedimen-to for inválido.

De acordo com o art. 436º, sendo o despedimen-to declarado ilícito, o empregador é condenado:

- a indemnizar o trabalhador por todos os da-nos, patrimoniais e não patrimoniais, causados;

- a reintegrá-lo no seu posto de trabalho sem prejuízo da sua categoria e antiguidade.

No caso de o despedimento ter sido impugnado com base em invalidade do procedimento discipli-nar, existe a possibilidade deste ser reaberto por uma só vez.

Prevê o art. 437º que, sem prejuízo daquela in-demnização, o trabalhador tem direito a receber as retribuições que deixou de auferir desde a data do despedimento até ao trânsito em julgado da deci-são do tribunal.

20Junho/2008TSS

Jurisprudência

LOCAL DE TRABALHOTRANSFERÊNCIA – CLÁUSULA NULA

ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DA RELAÇÃO DO PORTO

Sumário: I - Nos termos do art. 315º, n.º 1, do CT, o empregador pode, quando o interesse da empresa o exija, transferir o trabalhador para outro local de trabalho, se essa transferência não implicar pre-juízo sério para o trabalhador. O n.º 3 do mesmo preceito permite que “por estipulação contratual as partes podem alargar ou restringir a faculdade conferida no números anteriores”.II - Tendo em conta o referido preceito legal, é nula, nos termos dos artigos 280º,1 e 400º do Cód. Civil, a cláusula ínsita num contrato de trabalho, segundo a qual o trabalhador “aceita que possa ser deslocado, dentro do território do Continente, para qualquer dos estabelecimentos da entidade patronal”, pois é de conteúdo indeterminado e possibilitaria uma mobilidade sem limites, conducente ao tratamento do trabalhador como uma “mercadoria”.

DATA: PROCESSO: RELATOR: 10 de Março de 2008 0716265 Desembargadora Drª Fernanda Soares

Acordam no Tribunal da Relação do PortoIB………. instaurou no Tribunal do Trabalho do

Porto acção emergente de contrato de trabalho con-tra C………., S.A., pedindo a condenação da Ré a) a reconhecer a legitimidade da rescisão do contrato de trabalho operada pela Autora em 23.11.2005; b) a pagar-lhe a quantia de € 19.727,04 a título de indemnização por antiguidade e proporcionais de férias, subsídios de férias e Natal e juros de mora, à taxa legal, a contar de 23.11.2005.

Alega a Autora que em 30.3.89 foi admitida ao serviço da Ré para exercer as funções de “cai-xeira encarregada”, no estabelecimento que a Ré possui na ………., no Porto. Por carta datada de 13.10.2005 a Ré comunicou à Autora que o seu local de trabalho passaria a ser na loja da Covilhã a partir de 17.11.2005. A Autora informou a Ré dos graves prejuízos de ordem pessoal e familiar que tal transferência lhe causava, tendo esta reafir-mado a ordem de transferência por cartas datadas de 21.10.2005 e 16.11.2005. Face ao referido, a Autora em 23.11.2005 resolveu o contrato de trabalho invocando prejuízo sério.

A Ré contestou alegando que só em 1.7.91 a Autora passou a trabalhar para ela, tendo celebrado um contrato de trabalho onde consta na sua clª.6ª que ela, Autora, aceitava ser deslocada para qual-quer dos estabelecimentos da Ré sitos no território do Continente. Por isso, e sendo a ordem de trans-

ferência legal, a mesma não constitui fundamento para a rescisão do contrato de trabalho por parte da Autora, concluindo pela improcedência da acção.

Em audiência de julgamento as partes acorda-ram na matéria de facto que consideram assente, tendo prescindido, Autora e Ré, da audição das testemunhas.

Seguidamente foi consignada a matéria dada como provada e não provada, e proferida sentença a julgar a acção improcedente e a absolver a Ré dos pedidos.

A Autora veio recorrer pedindo a revogação da sentença e a sua substituição por acórdão que jul-gue a acção procedente, concluindo nos seguintes termos:

1. O local de trabalho, ou seja, o local onde o trabalhador deve cumprir o contrato, prestando a sua actividade, é um elemento de grande relevân-cia, tanto para o empregador como para o traba-lhador.

2. Em função deste especial relevo, o nosso sistema jurídico garantiu ao trabalhador a sua ina-movibilidade.

3. Numa leitura apressada das clªs. 4ª e 6ª do contrato celebrado com a Ré, poderia pensar-se que as partes mais não fizeram do que convencionar que a entidade empregadora ficava livre na fixação do local de trabalho, sendo-lhe legítimo, a todo o tempo, transferir o trabalhador, uma vez que tal estipulação era permitida no art. 24ºda LCT..

Jurisprudência

21Junho/2008TSS

“Com efeito, a cláusula em análise é de conteúdo inde-terminado ao falar em “deslocação dentro do território do Continente”, possibilitando (...) uma mobilidade sem limites...”

4. Porém, as referidas cláusulas não são com-patíveis com a actividade exercida pela Autora, na medida em que esta está dependente de um esta-belecimento fixo ou concreto.

5. A Autora foi contratada para exercer as fun-ções de caixeiro, mostrando os autos que desde o início do contrato sempre exerceu tais funções no mesmo estabelecimento, sito no Porto.

6. E de nada adiantava proibir os despedimen-tos sem justa causa se, em simultâneo, se permi-tisse a definição do local de trabalho de forma tão lata que o trabalhador fosse colocado, a todo o mo-mento, em qualquer lado.

7. Do princípio da segurança no emprego de-corre que o local de trabalho tem de es-tar determinado ou ser determinável, correspondendo, em qualquer caso, à efectiva execu-ção contratual e não a hipotéticas necessidades empresariais futuras.

8. Assim, no contrato dos autos, não ficou de-terminado o local de trabalho da Autora, atentas as funções que a esta foram incumbidas pela Ré, só compatíveis com um estabelecimento concreto da empresa, e não com um conceito indeterminado, como “todo o território do Continente”.

9. Inexistindo, no caso, uma determinação ex-pressa do local de trabalho, este deve definir-se tendo em conta a execução da prestação laboral.

10. Ora, a Ré ao admitir a Autora, por contrato por tempo indeterminado, sabendo que esta residia no Porto e ia desempenhar as funções de caixeiro, tinha obrigação de a informar sobre o estabeleci-mento/área geográfica concreta em que poderia vir a ser exigida a sua prestação.

11. Não o tendo feito, tem de sujeitar-se a ver interpretado o contrato, quanto a essa questão, em conformidade com a respectiva execução, e assim sendo, a considerar-se tacitamente limitado o local de trabalho da Autora à área do Porto, onde se insere o estabelecimento onde a Autora durante 16 anos prestou serviço para a Ré.

12. Estando em causa uma relação laboral em que o trabalhador foi contratado para exercer as funções de caixeiro, e sempre as executou no mesmo local, a “elasticidade” do conceito de local de trabalho não pode ser a mesma que a de um motorista ou de caixeiro viajante, que, pela própria natureza da actividade, pressupõe um alargamento do âmbito geográfico.

13. E nem se diga, como faz a sentença recor-rida, que “a autora aceitou que podia ser deslocada dentro do território do continente para qualquer dos estabelecimentos que pertençam à sua entidade empregadora”, ou “tendo a autora aceite a transfe-rência do local de trabalho nos termos constantes daquele contrato de trabalho, carece de fundamen-to a sua invocação de prejuízo sério”.

14. E isto porque, para além da necessidade da contemporaneidade entre o acordo e a transferên-cia, sob risco de, não observado tal requisito, se abrir a porta a todos os desmandos do empregador, que mais não fazem que elevar exponencialmente a desigualdade material dos contraentes.

15. Há que ter em conta o estatuído no art. 96º do C.T., e concluir que as cláusulas 4ª e 6ª do contrato de trabalho são manifestamente contrá-rias à boa fé e fixam locais de prestação de serviço de cumprimento absolutamente despropositados e socialmente inconvenientes.

16. Por tal razão tais cláusulas enfermam do vício da nulidade nos termos gerais de direito.

17. Assim sen-do, a ordem de transferência comu-nicada pela apelada à apelante corres-ponde ao conteúdo jurídico de transfe-

rência do local de trabalho, prevista no art. 21º, nº 1, al. e), da LCT e nos arts. 122º, nº 1, al. f), e 315º, nº 1, do C.T..

18. E face à matéria provada a transferência da Autora para a Covilhã, a mais de 300 km do Porto, provocar-lhe-ia os mais sérios prejuízos.

19. Daí a licitude da resolução do contrato de trabalho por iniciativa da ora apelante.

20. Ademais, a apelada tinha, e tem, muitos outros estabelecimentos comerciais na área de re-sidência da Autora – área metropolitana do Porto – para onde ela poderia eventualmente ser transfe-rida, sem que os prejuízos daí decorrentes fossem tão gravosos.

21. A apelada quis colocar a Autora e muitos outros trabalhadores numa situação absolutamente insustentável, que os levasse a ficar como única alternativa a resolução do contrato.

22. Este comportamento da Ré, que excede manifestamente os limites impostos pela boa fé, pelos bons costumes, e pelo fim social e econó-mico do seu pretenso direito, constitui abuso de direito.

23. Ao decidir como decidiu, o Tribunal, “a quo” violou o disposto na al. f) do nº 1 do art. 122º, nº 1 do art. 315º e 96º, todos do C. do Trabalho, os arts.15º e 22º, nº 1, al. n), do DL 446/85, de 25.10, e posteriores alterações e o art. 53º da C.R. Portuguesa.

A Exma. Procuradora Geral Adjunta junto desta Relação emitiu parecer no sentido de o recurso me-recer provimento.

Admitido o recurso e corridos os vistos cumpre decidir.

IIMatéria dada como provada e a ter em conta na

decisão do presente recurso.1. A Ré é uma sociedade comercial que se dedi-

ca à comercialização de electrodomésticos.

22Junho/2008TSS

Jurisprudência

2. A Autora foi admitida ao serviço da “D………., Lda”, por força de um contrato celebra-do em 30.3.1989, conforme documento de fls.119 e 124.

3. Em 1.7.1991, após o período inicial a termo, a Autora celebrou o denominado “contrato de tra-balho” junto a fls. 51 a 52.

4. Desse contrato consta na sua cláusula sexta: “Tendo em conta o âmbito do território de actu-ação definida nas cláusulas 1ª e 2ª do presente contrato, o 2º outorgante aceita que possa ser deslocado, dentro do território do Continente, para qualquer dos estabelecimentos que pertençam ao 1ºoutorgante”.

5. Foi também estipulado, na cláu-sula 7ª desse con-trato que, para os efeitos da referida mudança de local de trabalho, a C………., S.A. de-verá notificar o trabalhador “por carta registada, com 30 dias de antecedência, do novo local para onde aquele deverá ir exercer as suas funções, e da respectiva data de início”.

6. Foi ainda estipulado, na cláusula 8ª do con-trato, que em caso de mudança a C………., S.A. se obriga a “custear as despesas resultantes do trans-porte da família e mobiliário do 2ºoutorgante”.

7. A partir daquela data de 30.3.1989 a Auto-ra passou a exercer a sua actividade profissional remunerada, por conta e sob a direcção e fiscali-zação da empregadora no estabelecimento sito na ………., Porto.

8. A Autora estava classificada profissional-mente como “caixeira encarregada”, e auferia a remuneração mensal de € 748,20.

9. Com data de 13.10.2005 a Ré comunicou à Autora que a partir de 17.11.2005 o seu local de trabalho passaria a ser na loja da Covilhã, conforme documento de fls.17.

10. Em 18.10.2005 a Autora informou a Ré dos prejuízos, a nível pessoal e familiar, que essa transferência lhe acarretaria, conforme documento de fls.18 a 19.

11. Por carta de 21.10.2005 a Ré reafirmou a ordem de transferência do local de trabalho da Autora, invocando para o efeito a “lógica de ges-tão empresarial da C………., S.A.”, conforme do-cumento de fls.20 a 21.

12. Em 15.11.2005 a Autora enviou uma carta à Ré, reafirmando as extremas dificuldades que re-sultariam da sua transferência para a Covilhã, con-forme fls.22 a 23.

13. Não obstante, a Ré, em 16.11.2005, rea-firmou a ordem de transferência, conforme docu-mento de fls.24.

14. A Autora, em 23.11.2005, declarou resol-ver o contrato que havia celebrado com a Ré, con-forme documento de fls. 25, recebido por esta em 24.11.2005.

15. A Autora é casada, residindo no Porto.16. O seu marido desempenha funções na ..ª

Esquadra da PSP, à Rua ………./………., Porto, e os seus filhos gémeos de 24 anos, encontram-se a estudar em estabelecimento de ensino do Porto.

17. A Ré C………., S.A. diligenciou pela ob-tenção de um apartamento condigno na Covilhã para os trabalhadores transferidos, outorgando em 29.11.2005 um documento intitulado “arrenda-mento”, conforme cópia junta a fls.53 a 55.

18. À data da cessação do contrato da Auto-ra, a Ré detinha quinze estabelecimentos na zona metropolitana do Porto, sendo sete integrados em Centros Comerciais.

19. Presente-mente, detém seis lojas de Rua na mesma zona.

20. Em 16.12.2005 a Ré pagou à Autora a quantia ilíquida de € 2.111,62, como acerto final das suas contas laborais, conforme recibo de fls.66.

21. A Ré incorporou a sociedade D………., Lda. em 2002.

IIIQuestão a apreciar.O local de trabalho da Autora e a ordem de

transferência dada pela Ré.Na sentença recorrida concluiu-se que a autora

aceitou que poderia ser deslocada “dentro do terri-tório do Continente, para qualquer dos estabeleci-mentos que pertençam à sua entidade empregado-ra”, pelo que, “tendo a autora aceite a transferência do local de trabalho nos termos constantes daquele contrato, carece de fundamento a sua invocação de prejuízo sério”.

A Autora discorda da conclusão a que chegou o Tribunal “a quo” apoiando-se no acórdão desta Relação proferido no processo 4790/06, datado de 4.12.2006, e que apreciou situação idêntica quan-to a um trabalhador da aqui apelada. Refere ainda a Autora que, estando provado que a Ré entidade patronal ordenou a transferência da recorrente do seu local de trabalho para outro local, e tendo ela a sua vida centrada no Porto, a transferência para a Covilhã provoca-lhe sérios prejuízos, e daí a licitu-de da resolução do contrato de trabalho. Vejamos então.

Antes de tudo, cumpre referir que a ordem de transferência ocorreu já na vigência do Código do Trabalho, pelo que é à luz deste diploma que ire-mos analisar a questão em apreço (art. 8º, nº 1, da Lei Preambular ao Código do Trabalho).

A. O local de trabalho da Autora.Nos termos do disposto no art. 154º, nº 1, do

Código do Trabalho “o trabalhador deve, em prin-cípio, realizar a sua prestação no local de trabalho contratualmente definido, sem prejuízo do disposto nos arts. 315º a 317º”.

“...tal cláusula é nula nos termos do disposto nos arts. 280º, nº 1, e 400º, ambos do Código Civil.”

Jurisprudência

23Junho/2008TSS

No caso de não haver estipulação expressa do local de trabalho no contrato de trabalho, a sua de-terminação resulta “implicitamente dos termos em que o contrato foi celebrado ou das circunstâncias que rodearam a sua celebração” – Bernardo Lobo Xavier com a colaboração de P. Furtado Martins e A. Nunes de Carvalho, “Iniciação ao Direito de Trabalho”, pg.295.

Acresce que o local de trabalho, ou, melhor di-zendo, a fixação do local de trabalho é da máxima importância para o trabalhador, na medida em que, por regra, ele planifica toda a sua vida – familiar e social – no local ou na zona em que trabalha.

Posto isto, cum-pre responder à seguinte questão: qual o local de tra-balho da Autora?

Decorre da ma-téria de facto dada como provada – nº 7 – que o local de trabalho, aceite tacitamente por ambas as partes, aquando da celebração do contrato de trabalho, foi o esta-belecimento da Ré sito na ………., no Porto, local onde a Autora exerceu funções durante cerca de 16 anos e meio.

B. Da mudança do local de trabalho.Assente que o local de trabalho da Autora era,

e foi, durante 16 anos e meio, no estabelecimento da Ré sito na ………., no Porto, podemos concluir, sem margem para dúvidas, que a ordem dada pela Ré à Autora em Outubro de 2005 corresponde a uma mudança do local de trabalho. E será tal or-dem legítima?

C. A ordem de transferência do local de trabalho.Na sentença recorrida concluiu-se que a Autora

não podia invocar o prejuízo sério na medida em que aceitou tal transferência conforme consta da clª. 6ª do contrato que assinou. Que dizer?

A clª. 6ª do contrato de trabalho celebrado em 1.7.1991 entre Autora e Ré tem a seguinte redacção: “Tendo em conta o âmbito do território de actuação definida nas clªs. 1ª e 2ª do presen-te contrato, o 2º outorgante aceita que possa ser deslocado, dentro do território do Continente, para qualquer dos estabelecimentos que pertençam ao 1ºoutorgante”.

Tal cláusula deve ser analisada em conjugação com o disposto no art. 315º do C. do Trabalho, o qual, sob a epígrafe “a mobilidade geográfica” determina o seguinte: “1 o empregador pode, quando o interesse da empresa o exija, transferir o trabalhador para outro local de trabalho, se essa transferência não implicar prejuízo sério para o tra-balhador”. “3 por estipulação contratual as partes podem alargar ou restringir a faculdade conferida nos números anteriores”.

Ora, tendo em conta o acabado de transcrever e o teor da referida cláusula, seríamos levados a concluir pela validade da mesma e, assim, pela le-galidade da ordem de transferência.

Mas assim não é, como vamos explicar de se-guida.

Com efeito, a cláusula em análise é de conteú-do indeterminado ao falar em “deslocação dentro do território do Continente”, possibilitando, deste modo, uma mobilidade sem limites que conduz ao tratamento do trabalhador como uma “mercadoria” que facilmente a entidade patronal pode deslocar de um lado para o outro. Neste sentido, é a posição de João Leal Amado, em Temas Laborais, “Local de trabalho, estabilidade e mobilidade: o paradigma do trabalhador on the road?”, pgs.76 e seguintes.

Por isso, defendemos que tal cláusula é nula nos termos do disposto nos arts. 280º, nº 1, e 400º, ambos do Código Civil.

E sendo nula, tudo se passa como se a mesma não

existisse, devendo analisar-se a situação ao abrigo do disposto no art. 315º, nº 1, do C. do Trabalho (transferência unilateral do trabalhador).

Mas, mesmo que assim não se entenda, a igual conclusão se chega. Senão vejamos.

Admitindo a validade da referida cláusula, foi com base nela que a Ré invocou a legitimidade da ordem de transferência que deu à Autora.

Tal cláusula foi inserida num contrato de traba-lho celebrado em Julho de 1991, sendo certo que até Outubro de 2005 nunca a Ré se prevaleceu da mesma para transferir a Autora. Ou seja, durante 16 anos, a Autora prestou o seu trabalho no Por-to, sem que a sua entidade patronal accionasse a referida cláusula.

Que dizer então do comportamento da Ré que só ao fim de 16 anos se prevaleceu de cláusula a permitir a transferência de trabalhador para qual-quer estabelecimento sito no Continente?

Para começar, temos que concluir – recorrendo às regras da experiência e do senso comum –, que, não obstante a existência da referida cláusula, no espírito da Autora, e no de qualquer pessoa colo-cada no seu lugar, se formou a convicção de que o seu local de trabalho se manteria inalterável, quan-to mais não fosse, e na pior das hipóteses, circuns-crito à região do Porto (à data da cessação do con-trato de trabalho da Autora a Ré detinha na zona metropolitana do Porto 15 estabelecimentos).

E tal convicção ainda é mais forte no caso em análise, atendendo às funções que a Autora sempre exerceu – as de caixeira encarregada –, as quais, como sabemos, não têm natureza “ambulatória”. Neste sentido é a posição de Bernardo Lobo Xavier (obra citada, p. 302), que aqui se deixa expressa por se acolher inteiramente: “Admitimos que as disposições contratuais que sejam demasiado latas – p.ex., consentindo que o empregador transfira o trabalhador para qualquer um dos seus estabele-cimentos no país ou na UE – sejam interpretadas restritivamente, em termos de proteger situações

“...não implicar prejuízo sério para o trabalhador”, está-se a significar que a transferência não deve ser de mol-de a, face às circunstâncias concretas, provocar tal prejuízo.”

24Junho/2008TSS

Jurisprudência

que se consolidem para o trabalhador, pelo facto de durante muitos anos o empregador não se pre-valecer das cláusulas contratuais que facilitam a transferência, protegendo-se assim uma justa ex-pectativa de estabilidade”.

E tal fundada e justa expectativa por parte da Autora – de que afinal o seu local de trabalho es-tava confinado à região do Porto –, merece aco-lhimento e protecção jurídica, devendo a clª.6ª do referido contrato ser interpretada e ter o alcance acabado de referir em homenagem ao princípio da boa fé estabelecido nos arts.762º nº2 do C. Civil e 119º do C. do Trabalho.

A assim não se entender, então a clª.6ª – com o alcance defendido pela Ré: faculdade de deslocar o trabalhador sem qualquer limite ou de forma ili-mitada –, ofende claramente o direito do trabalha-dor à conciliação da vida profissional com a vida pessoal e familiar consagrado no art. 59º, nº 1, al. b), da C.R. Portuguesa, e põe igualmente em causa o direito à segurança no emprego consagra-do no art.53ºda C.R. Portuguesa (neste sentido José Andrade Mesquita, em “Direito do Trabalho”, Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa, 2003, p.403).

Em resumo: quer se defendendo a nulidade da cláusula aposta no contrato de trabalho, quer se defendendo a sua validade, com a interpretação a que se chegou, temos necessariamente de concluir que a ordem dada pela Ré à Autora no sentido de a mesma passar a trabalhar na cidade da Covilhã tem que ser analisada à luz do disposto no art. 315º, nº 1, do C. do Trabalho.

D. O prejuízo sério e a rescisão do contrato.Monteiro Fernandes, em comentário ao art.315º

nº1 do C. do Trabalho, diz o seguinte: “O prejuízo sério a que a lei se refere é, como evidenciou Bernar-do Xavier, uma consequência hipotéctica ou virtual da transferência; quando, no art. 315º/1CT, se em-prega a expressão “não implicar prejuízo sério para o trabalhador”, está-se a significar que a transferên-cia não deve ser de molde a, face às circunstâncias concretas, provocar tal prejuízo. Trata-se de um juízo antecipado de probabilidade ou de adequação causal, que, no entanto, implica a consideração de elementos de factos actuais – como as condições de habitação do trabalhador, os recursos existen-tes em matéria de transportes, o número, idade e situação escolar dos filhos, a situação profissional do cônjuge” (…) “Por outro lado, é necessário que o prejuízo expectável seja sério, assuma um peso significativo em face do interesse do trabalhador, e não se possa conduzir à pequena dimensão de um incómodo ou de um transtorno suportáveis (Direito do Trabalho, 13ªedição, p.428/429).

Igualmente Motta Veiga (Lições de Direito do Trabalho, 6ªedição, p.313 e ainda na vigência da LCT, a qual neste particular é idêntica ao C. do Trabalho vigente), defende que “prejuízo sério é o que, sendo real e efectivo, influa, de modo decisivo e nocivamente, na vida do trabalhador” (…) “ou o

que cause dano relevante que determine alteração substancial do plano de vida do trabalhador”.

Face à matéria provada – em especial a indica-da sob os nºs.15 e 16 –, a Autora tem a sua vida familiar centrada na cidade do Porto.

Entre esta cidade e a cidade da Covilhã a dis-tância é de cerca de 200 km, o que à partida exclui a possibilidade da Autora se deslocar diariamente da sua residência para o novo local de trabalho. Aliás, só por tal razão se compreende a preocupa-ção da Ré em obter instalações na Covilhã para os trabalhadores (nº17 da matéria provada).

Do acabado de referir resulta que a dita trans-ferência obrigaria a Autora a permanecer na cidade da Covilhã, impedindo-a, deste modo, de conviver e dar assistência diária ao seu agregado familiar, composto por dois filhos e marido. Ou seja, a trans-ferência da Autora colide frontalmente com o direi-to consagrado no art. 59º, nº 1, al. b), da C.R.P., a significar que tal mudança se traduz num sacrifício incomportável e intolerável que necessariamente acarretaria prejuízos sérios quer na vida pessoal quer na vida profissional da trabalhadora.

Por isso, encontra-se provada a existência do alegado prejuízo sério e deste modo tem a Auto-ra direito a receber a indemnização prevista nos nºs.1 e 2 do art. 443º do C. do Trabalho, que se fixa em 30 dias de retribuição base por cada ano completo de antiguidade e fracção, no mon-tante de € 12.470,00 (16 anos e 8 meses - € 748,20x16+748,20x8:12).

Termos em que se julga a apelação procedente, se revoga a sentença recorrida e se substitui pelo presente acórdão, declarando-se legítima a resci-são do contrato de trabalho operada pela Autora em 23.11.2005, e em consequência se condena a Ré a pagar-lhe a indemnização no montante de € 12.470,00 acrescida dos juros de mora à taxa legal, a contar de 23.11.2005 e até integral pa-gamento, absolvendo-se a Ré dos demais pedidos formulados na petição.

Custas da acção na proporção de 1/3 para a Autora e 2/3 para a Ré.

Custas da apelação a cargo da Ré.

Porto, 10.03.2008Maria Fernanda Pereira SoaresManuel Joaquim Ferreira da CostaDomingos José de Morais

Jurisprudência

25Junho/2008TSS

A possibilidade de transferência do trabalhador para outro local de trabalho está prevista no art. 315º do Código do Trabalho.

A transferência pode verificar-se pela simples mudança de local de trabalho – transferência indi-vidual – ou pela mudança total ou parcial do esta-belecimento - transferência colectiva.

No primeiro caso, e se não houver estipulação em contrário, a transferência é legal se não causar prejuízo sério ao trabalhador, podendo este opor-se se provar a existência de prejuízo sério.

Na segunda hipótese, o trabalhador pode sim-plesmente rescindir o contrato, com direito a re-ceber uma indemnização se provar existir prejuízo sério. No regime anterior cabia à entidade patronal provar a não existência de prejuízo sério para não ter que indemnizar o trabalhador.

Actualmente, o montante da indemnização é fixado entre 15 e 45 dias de retribuição base e diu-turnidades por cada ano completo de antiguidade.

No caso de fracção de ano o valor de referência indicado é calculado proporcionalmente, mas, in-dependentemente da antiguidade do trabalhador, a indemnização nunca pode ser inferior a três meses de retribuição base e diuturnidades (art. 443º do Código do Trabalho).

A lei não define prejuízo sério. Cabe ao juiz a sua determinação em cada caso concreto. A verifi-cação de prejuízo sério depende do confronto entre as características da alteração unilateral do local de trabalho (distância, condições concretas do novo local) e as condições de vida do trabalhador, mas tem que assumir gravidade relevante na vida do trabalhador, não bastando um mero incómodo ou transtorno suportável.

A entidade empregadora deve custear as des-pesas do trabalhador impostas pela transferência decorrentes do acréscimo dos custos de desloca-ção e resultantes da mudança de residência.

Sobre o regime de transferência do trabalhador para outro local de trabalho, apontam-se os seguin-tes sumários de acórdãos:

“1. O prejuízo sério na transferência do local de trabalho deve ser entendido no sentido de dano relevante, com alteração substancial das condi-ções de vida do trabalhador, não se restringindo aos prejuízos patrimoniais, podendo reflectir-se em aspectos de natureza pessoal, profissional, familiar e económica.

2. Enquanto o n.º 2 do artigo 24.º da LCT pre-via, na hipótese de transferência causada por mu-dança, total ou parcial, do estabelecimento, que cabia à entidade patronal provar que o trabalhador não sofria prejuízo sério para evitar o pagamento da indemnização, no regime do Código do Trabalho, o prejuízo sério constitui o necessário pressuposto do direito de resolução do contrato de trabalho pelo trabalhador e do seu direito à indemnização, pelo que o ónus de prova do prejuízo sério cabe agora ao trabalhador.

3. Provando-se que o trabalhador tinha a sua residência, na qual vivia com a mulher e um filho menor, a cerca de 20 km do seu local de trabalho, o que lhe permitia tomar o pequeno-almoço e o jan-tar em casa e colaborar, todos os dias, na prepara-ção do filho para ir para a escola, já que a esposa inicia o trabalho, às 5,30 horas, de segunda-feira a sexta-feira, e acompanhá-lo nas frequentes con-sultas médicas de que necessita devido aos seus problemas de saúde, e que, com a transferência para o novo local de trabalho, o qual se situa em Porto Alto e dista cerca de 200 km da sua residên-cia, teria de passar a residir próximo do novo local de trabalho, o que implicava que só pudesse estar com a sua família durante os fins-de-semana, mos-tram-se verificados os elementos de facto integra-dores de prejuízo sério da transferência, assistindo ao trabalhador o direito à resolução do contrato e o direito à indemnização prevista no n.º 1 do artigo 443.º do Código do Trabalho.

4. Considera-se equitativa e adequada a fixa-ção de uma indemnização que teve por parâmetro quantitativo o ponto médio dos limites indicados n.º 1 do artigo 443.º do Código do Trabalho.”

Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, de 07.11.2007, disponível em www.dgsi.pt

“(...) IV - Na transferência individual de local de trabalho prevista no artigo 315.º, n.º 1, do Código do Trabalho, a existência de “prejuízo sério” habi-lita o trabalhador a optar por permanecer no seu local de trabalho, desobedecendo à ordem patronal ou resolver de imediato o vínculo, com o conse-quente direito a indemnização.

V - Compete ao empregador alegar e provar que procede à transferência por o exigir o “interesse da empresa” (em termos de exigência organizativa ob-jectivamente relevante), sem o que a transferência não deixará, desde logo e sem mais, de se assumir como ilegítima. (...)”

Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, de 06.02.2008, disponível em www.dgsi.pt

26Junho/2008TSS

Jurisprudência

RETRIBUIÇÃOAJUDAS DE CUSTO

ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DA RELAÇÃO DO PORTO

Sumário: I - Nos termos do artigo 260º, n.º 1, 1ª parte, do C. Trabalho, as importâncias recebidas a título de ajudas de custo não têm, por regra, a natureza de retribuição em sentido jurídico (art. 249º, n.º 4, do C. Trabalho).II - No entanto, a 2ª parte do referido artigo admite que tais importâncias tenham carácter retri-butivo se e na medida em que o seu valor exceder um montante considerado normal, ou quando, pelo contrato ou pelos usos, seja tido como elemento integrante da retribuição.

DATA: PROCESSO: RELATOR: 25 de Fevereiro de 2008 0716724 Desembargadora Drª Fernanda Soares

Acordam no Tribunal da Relação do Porto

IB……………….., com o patrocínio do MP., ins-

taurou no Tribunal do Trabalho de Bragança con-tra C……………. S.A. e D……………. Lda., acção emergente de acidente de trabalho pedindo a con-denação das Rés a pagar-lhe:

a) € 4765,58 a título de indemnização por ITA e ITP;

b) a pensão anual e vitalícia calculada com base no salário auferido e na IPP a fixar após a realização de exame por junta médica;

c) € 33,00 de reembolso das despesas de trans-portes; d) os juros de mora à taxa legal.

Alega o Autor que no dia 4.4.2005, quando conduzia um camião da sua entidade patronal, a 2ª Ré – exercendo as funções de motorista de pesados e mediante a remuneração mensal de € 630,19x14 incluindo o subsídio de refeição e acrescido de aju-das de custo no valor médio anual de € 973,48x12 meses –, sofreu um acidente de viação, que des-creve, e do qual resultaram lesões que lhe determi-naram uma IPP para o trabalho.

A Ré entidade patronal contestou alegando que o salário auferido pelo Autor era em Abril de 2005 no montante mensal de € 630,19, o qual já incluía o subsídio de refeição, não auferindo o sinistrado, com carácter permanente, qualquer quantia a título de ajudas de custo.

A Ré Seguradora veio contestar alegando que a sua responsabilidade se encontra limitada ao sa-lário de € 630,19x14, aceitando a IPP fixada ao Autor na fase conciliatória dos autos.

Proferido o despacho saneador, consignou-se a matéria assente e elaborou-se a base instrutória, tendo sido ordenado o desdobramento do processo para apuramento do grau de incapacidade.

Procedeu-se a julgamento com gravação da prova, respondeu-se à matéria constante dos que-sitos e foi proferida sentença a julgar a acção pro-cedente e a condenar a) a Ré seguradora a pagar ao Autor a quantia de € 10 145,76 a título de capital de remição de uma pensão anual e vitalícia no mon-tante de € 617,59, a partir de 23.11.2005, e as despesas de transportes no montante de € 33,00; b) a Ré patronal a pagar ao Autor a quantia de € 13.433,50 a título de capital de remição de uma pensão anual e vitalícia no montante de € 817,72, a partir de 23.11.2005 e a indemnização de € 4765,58 referente aos períodos de incapacidade temporária e devida desde 12.11.2005. Foram ain-da as Rés condenadas no pagamento ao Autor dos juros de mora sobre as quantias referidas.

A Ré patronal veio recorrer da sentença na par-te em que a condenou no pagamento do capital de remição e indemnização, pedindo a sua revogação e substituição por acórdão que a absolva dos pedi-dos, concluindo nos seguintes termos:

Jurisprudência

27Junho/2008TSS

“...é retribuição tudo a que o trabalhador tem direito como contrapartida do seu trabalho e todas as presta-ções que revistam carácter de regularidade...”

1. O Tribunal “a quo” errou ao entender que a quantia paga a título de ajudas de custo represen-tava retribuição.

2. Quando na realidade não deviam ter sido le-vadas em conta as quantias pagas a título de ajudas de custo, no montante de € 973,48x12meses.

3. Sendo que a retribuição anual do sinistrado é de € 8.822,66, tendo a apelante transferido tal responsabilidade por essa quantia para a Ré Segu-radora.

4. Houve erro por parte do Mmo.Juiz “a quo“ dos arts. 82º e 87º da LCT, arts.10º e 43º do DL 143/99, de 30.4, bem como da Portaria 11/2000, de 3.1.

O Autor contra alegou pugnando pela manutenção da decisão recorrida.

Admitido o re-curso e corridos os vistos, cumpre decidir.

IIMatéria dada como provada e a ter em conta na

decisão do presente recurso.1. A Ré D…………. dedica-se à prestação de

serviços de transporte de mercadorias.2. Transferiu para a Ré C…………… a respon-

sabilidade infortunística emergente de acidentes de trabalho ocorridos com o pessoal que empre-ga naquela sua actividade, titulado pela apólice nº00303006.

3. Naquela sua actividade a Ré D……….. ad-mitiu, pelo menos há cerca de um ano, o Autor para prestar serviço sob as suas ordens, direcção e fiscalização dos órgãos e representantes, com a categoria de motorista de pesados.

4. No dia 4.4.2005, entre as 14 e as 15 horas, na Bélgica, quando o Autor, durante a sua presta-ção laboral ao serviço da Ré D…………., conduzia um camião desta, sofreu um acidente de viação.

5. Em consequência de 4, o Autor sofreu frac-tura da coluna vertebral e cervical das vértebras L1, L2 e S1.

6. O Autor despendeu € 33,00 com os trans-portes com duas deslocações determinadas pelo Tribunal.

7. Na tentativa de conciliação de fls. 82 a 85 não foi possível obter acordo entre as partes.

8. A Ré C…………. reconheceu: a existência do contrato de seguro, ramo acidente de trabalho, cele-brado coma Ré D………….; que o acidente sofrido pelo Autor ocorreu no lugar e no tempo da sua pres-tação laboral; que as lesões sofridas pelo Autor são consequência directa e necessária daquele acidente; que o Autor ficou afectado com a ITA e ITP referidas no auto e que lhe resultou a IPP de 10%; a trans-

ferência da responsabilidade infortunística mas pela retribuição anual de € 630,19x14 meses; as despe-sas de transporte de € 33,00 reclamadas pelo Autor; aceita pagar ao Autor o capital de remição pelo salá-rio e IPP referidos e as despesas de transportes.

9. A Ré D………….. reconheceu que: o Autor era trabalhador sob as suas ordens e por conta dos seus órgãos e representantes; que se sinistrou no tempo e no local da sua prestação laboral; que lhe pagava o salário de € 630,19x14 meses; por via do acidente o Autor sofreu os ferimentos e lesões des-critos no auto de exame médico; que tinha celebra-do um contrato de seguro com a Ré C……………;

mas não aceita conciliar-se por não concordar com o salário indicado pelo Autor, com as incapacidades tem-

porárias e respectivos graus e com a IPP de 10% e data da alta atribuída pelo perito médico.

10. O Autor discorda do laudo médico no que respeita ao grau de desvalorização por entender que se encontra afectado de IPP de 15%.

11. A Ré D………….. pagava ao Autor, em Abril de 2005, a retribuição mensal de € 630,19x14 meses, incluído já o subsídio de refeição, acresci-do de ajudas de custo no valor médio anual de € 973,48x12 meses perfazendo a retribuição anual de € 20 504,42.

12. Por via dos ferimentos resultantes do acidente o Autor ficou afectado de ITA desde 5.4.2005 a 16.10.2005 e com ITP de 40% desde 17.10.2005 a 11.11.2005.

13. O Autor, em consequência do acidente, en-contra-se afectado de IPP de 10%.

A matéria constante do ponto 11 (e supra re-ferida em itálico) é apenas e tão-só uma conclu-são a retirar de factos e decorrente do disposto no art.252º, nº 2, do C. Trabalho. Na verdade, para que se chegar ao valor indicado no referido ponto 11 é necessário saber quanto é que a Ré patronal pagou ao Autor a título de ajudas de custo no pe-ríodo dos 12 meses anteriores à data do acidente. E assim sendo, ao abrigo do disposto no art. 646º, nº 4, do C.P.C., dá-se por não escrita a matéria contida no ponto 11 e referida em itálico.

No entanto e porque o Tribunal “a quo” teve em conta o teor dos recibos juntos a fls. 62 a 74 dos autos, os quais são da autoria da Ré patronal, e não foram impugnados, adita-se à matéria de facto a seguinte:

14. Em Março de 2004 a Ré pagou ao Autor, a título de ajudas de custo, a quantia de € 1036,96.

15. Em Abril de 2004 a Ré pagou ao Autor a título de ajudas de custo a quantia de € 1036,96.

28Junho/2008TSS

Jurisprudência

16. Em Maio de 2004 a Ré pagou ao Autor a título de ajudas de custo a quantia de € 1036,96.

17. Em Junho de 2004 a Ré pagou ao Autor a título de ajudas de custo a quantia de € 1036,96.

18. Em Julho de 2004 a Ré pagou ao Autor a título de ajudas de custo a quantia de € 1036,96.

19. Em Agosto de 2004 a Ré pagou ao Autor a título de ajudas de custo a quantia de € 69,13.

20. Em Setembro de 2004 a Ré pagou ao Autor a título de ajudas de custo a quantia de € 1036,96.

21. Em Outubro de 2004 a Ré pagou ao Au-tor: a) a título de ajudas de custo a quantia de € 877,89; b) a título de clª 74ª, nº 7, do CCTV a quantia de € 270,00; c) € 1,00 a título de clª. 47ª e 47ªA.

22. Em Novembro de 2004, a Ré pagou ao Au-tor as mesmas quantias referidas em 21.

23. Em Dezembro de 2004, a Ré pagou ao Au-tor: a) € 609,82 a título de ajudas de custo; b) € 270,00 a título de clª.74ª, nº 7; c) € 1,00 a título de clª 47ª e 47ªA.

24. Em Janeiro de 2005, a Ré pagou ao Au-tor: a) € 727,89 a título de ajudas de custo; b) € 270,00 a título de clª.74ªnº7; c) € 1,00 a título de clª.47ª e 47ªA.

25. Em Fevereiro de 2005, a Ré pagou ao Au-tor: a) a título de ajudas de custo € 877,89; b) € 270,00 a título de clª 74ª, nº 7; c) € 1,00 a título de clª 47ª e 47ªA.

26. Em Março de 2005 a Ré pagou ao Autor as mesmas quantias referidas em 24.

III - Questão a apreciar.Se as ajudas de custo fazem parte da retribui-

ção do sinistrado.Diz a recorrente que as ajudas de custo não fa-

zem parte da retribuição, já que, e conforme resulta dos documentos juntos aos autos, as quantias pa-gas a esse título não têm carácter de regularidade. Vejamos então.

Segundo o disposto no art. 26º, nº 3, da Lei 100/97, de 13.9, retribuição é “tudo o que a lei considere como seu elemento integrante e todas as prestações que revistam carácter de regularidade e não se destinem a compensar o sinistrado por custos aleatórios”.

O citado artigo foi buscar a noção de retribui-ção ao disposto no art. 82º, nº 1, da L.C.T. (em vigor à data da publicação do DL 100/97) para ela remetendo e reafirmando o conceito de “regulari-dade”.

Ou seja, é retribuição tudo a que o trabalhador tem direito como contrapartida do seu trabalho e todas as prestações que revistam carácter de regu-laridade, salvo aquelas que se destinam a compen-sar o sinistrado por custos aleatórios.

Nos termos do disposto no art. 260º, nº 1, 1ª parte, do C. Trabalho, as importâncias recebidas a título de ajudas de custo não têm, por regra, a na-tureza de retribuição em sentido jurídico (art. 249º, nº 4, do C. Trabalho). No entanto, a 2ª parte do re-ferido artigo admite que tais importâncias tenham carácter retributivo “se e na medida em que o seu valor exceder um montante considerado normal, ou quando, pelo contrato ou pelos usos, seja tido como elemento integrante da retribuição” (Mon-teiro Fernandes, Direito do Trabalho, 13ªedição, pg.474).

Tendo em conta que a matéria provada ao Au-tor sempre foi paga pela Ré – pelo menos no perí-odo que vai de Março de 2004 a Março de 2005 – determinado montante, ainda que variável, a títu-lo de ajudas de custo. Tal significa que o Autor tem legítima e fundada expectativa de receber todos os meses aquela prestação, por a mesma lhe ter sido atribuída de forma regular e permanente, criando a convicção de que ela faz parte do seu salário.

E se assim é, e porque no caso dos autos se verifica a situação prevista na parte final do nº 1 do art. 260º do C. Trabalho, deve esse complemen-to remuneratório ser incluído na remuneração para efeitos de cálculo de pensão.

Aliás, a igual conclusão se chega tendo em con-ta que a recorrente não logrou ilidir, como lhe com-petia, a presunção estabelecida no art. 249º, nº 3, do C. Trabalho (art. 82º, nº 3, da LCT).

Por isso, não merece a sentença recorrida qual-quer reparo.

Termos em que se julga a apelação improce-dente e se confirma a sentença recorrida.

Custas pela apelante.

Porto, 25 de Fevereiro de 2008Maria Fernanda Pereira SoaresManuel Joaquim Ferreira da CostaDomingos José de Morais

Jurisprudência

29Junho/2008TSS

Conforme estabelece o art. 260º do Código do Trabalho, não se consideram retribuição as im-portâncias recebidas a título de ajudas de custo, abonos de viagem, despesas de transporte, abo-nos de instalação e outras equivalentes, devidas ao trabalhador por deslocações, novas instalações ou despesas feitas em serviço do empregador, salvo quando, sendo tais deslocações ou despesas fre-quentes, essas quantias, na parte que exceda os respectivos montantes normais, tenham sido pre-vistas no contrato ou se devam considerar pelos usos como elemento integrante da retribuição do trabalhador.

Importa notar que só se considera retribuição aquilo a que, nos termos do contrato, das normas que o regem ou dos usos, o trabalhador tem direito como contrapartida do seu trabalho.

Na contrapartida do trabalho inclui-se a retribui-ção base e todas as prestações regulares e periódi-cas feitas, directa ou indirectamente, em dinheiro ou em espécie.

Até prova em contrário, presume-se constituir retribuição toda e qualquer prestação do emprega-dor ao trabalhador.

Sobre a questão da qualificação das ajudas de custo, transcrevem-se seguidamente os sumários de dois acórdãos que, embora proferidos ao abrigo de legislação anterior ao Código do Trabalho, man-tém toda a actualidade:

“I - A alteração da estrutura da retribuição, mesmo implicando a supressão de uma componen-te/variável, não afronta necessariamente o princí-pio da irredutibilidade da retribuição, ínsito no art. 21º, nº1, c) da Lei do Contrato Individual de Traba-lho (LCT), desde que não redunde numa diminuição do seu “quantum” global mensal.

II - As “ajudas de custo” em sentido próprio (entendidas enquanto compensação/indemnização ou reembolso de despesas feitas por força de des-locações em serviço) não integram o conceito de retribuição.

III - Apenas como tal poderá ser considerada a importância abonada que exceda a efectiva co-bertura das despesas realizadas, incumbindo à R., que alegou/invocou a natureza retributiva dessa prestação, o ónus de provar o que com ela estava efectivamente a pagar e, em que medida.”

Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, de

24 de Abril de 2003.

(...) “III - Nos termos do art. 87º da LCT podem ser consideradas retribuição as importâncias abona-das a título de ajudas de custo que, excedendo as despesas normais, tenham sido previstas no contra-to ou se devam considerar pelos usos como elemen-to integrante da remuneração do trabalhador.

IV - Sendo o designado “prémio TIR” conven-cionalmente estabelecido e fixado no seu mínimo, e sendo essa importância paga independentemente das despesas que o trabalhador faça, tendo nature-za regular, deve ser considerado como integrando a retribuição, apesar de se utilizar a expressão “ajuda de custo”, e deve ser contabilizado nos cálculos do pagamento de férias, respectivo subsídio e também para o de Natal.” (...)

Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, de 29 de Março de 2001.

Semelhante entendimento tem o legislador re-

lativamente ao pagamento de gratificações pela entidade empregadora.

Assim, determina o art. 261º daquele Código que não se consideram retribuição:

- as gratificações ou prestações extraordinárias atribuídas pelo empregador como recompensa ou prémio dos bons resultados obtidos pela empresa;

- as prestações decorrentes de factos relacio-nados com o desempenho ou mérito profissionais, bem como a assiduidade do trabalhador, cujo paga-mento, nos períodos de referência respectivos, não esteja antecipadamente garantido.

Não será assim no caso das gratificações de-vidas por força do contrato ou das normas que o regem, ainda que a sua atribuição esteja condicio-nada aos bons serviços do trabalhador, nem naque-las que, pela sua importância e carácter regular e permanente, devam, segundo os usos, considerar-se como elemento integrante da retribuição.

Consideram-se igualmente retribuição as pres-tações relacionadas com os resultados obtidos pela empresa quando, quer no respectivo título atributi-vo quer pela sua atribuição regular e permanente, revistam carácter estável, independentemente da variação do seu montante.

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

30Junho/2008TSS

CATÁLOGO NACIONALDE QUALIFICAÇÕESVERSÃO INICIAL

Despacho n.º 13456/2008 (II Série), de 14 de Maio

O Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezem-bro, que estabelece o regime jurídico do Sistema Nacional de Qualificações e define as estruturas e instrumentos que asseguram o seu financiamento, cria, através do disposto no n.º 6 do artigo 1.º, o Catálogo Nacional de Qualificações. O mesmo di-ploma define o Catálogo Nacional de Qualificações como um instrumento de gestão estratégica das qualificações de nível não superior, essenciais para a competitividade e modernização das empresas e do tecido produtivo mas também para o desenvolvimento pessoal e social do indivíduo.

No sentido de dar cumprimento ao disposto no n.º 1 do artigo 26.º do Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezembro, ouvido o Conselho Nacional da Formação Profissional, em reunião realizada a 25 de Outubro de 2007, determina-se o seguinte:

1 - É aprovada a versão inicial do Catálogo Nacional de Qualificações, integrando os referenciais de qualifi-cação da listagem em anexo ao presente despacho.

2 - O Catálogo Nacional de Qualificações está disponível no sítio da Internet em www.catalogo.anq.gov.pt., estruturado e organizado nos termos

da portaria conjunta prevista no n.º 10 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezembro.

3 - O Catálogo Nacional de Qualificações deverá ser actualizado em permanência pela Agência Na-cional para a Qualificação, em colaboração com os Conselhos Sectoriais para a Qualificação e objecto de avaliação e aprovação global, pelo menos de dois em dois anos, pelo Conselho Nacional da Formação Profissional, de acordo com o disposto nos n.os 5 e 6 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezembro.

4 - Todas as actualizações do Catálogo Nacional de Qualificações a partir da aprovação da presente versão serão publicadas em separata do Boletim do Trabalho e do Emprego, bem como publicitadas no sítio da Internet referido no n.º 2, entrando as mes-mas em vigor de acordo com o disposto nos n.os 8 e 9 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezembro.

7 de Fevereiro de 2008. - O Secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional, Fernando Medina Maciel Almeida Correia. - O Secretário de Estado da Educação, Valter Victorino Lemos.

ANEXO Listagem dos referenciais de qualificação integrados no Catálogo Nacional de Qualificações

Diário da República, 2.ª série — N.º 93 — 14 de Maio de 2008 21591

Currículo académico e profissionalIdentificação: Susana Isabel Ramos Moura Romero e Sousa.Data de nascimento: 24 de Outubro de 1974.Habilitações académicas:Licenciatura em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade

de Lisboa, em 1997;Pós -Graduação em Direito do Trabalho, pelo Instituto de Direito

do Trabalho da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 2001.

Categoria: Inspectora do quadro de pessoal do ex -Instituto de Desen-volvimento e Inspecção das Condições de Trabalho (actual Autoridade para as Condições do Trabalho).

Experiência profissional:Exerceu advocacia, após realização de estágio de advocacia e prova

de agregação à Ordem dos Advogados, em 2001;Ingressou na Administração Pública em 1 de Junho de 2001, após

concurso externo de ingresso na carreira técnica superior, no Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho, do Ministério do Trabalho e da Solidariedade;

De Junho de 2001 até Outubro de 2005, desempenhou funções ineren-tes ao conteúdo funcional da carreira técnica superior da Administração Pública na Direcção de Serviços de Apoio à Gestão;

De entre a actividade de suporte à decisão desenvolvida, destaca -se a emissão de pareceres e informações para a Divisão de Recursos Humanos e para o Gabinete Jurídico da Inspecção -Geral do Trabalho; o desen-volvimento de assessoria ao Gabinete do Inspector -Geral do Trabalho, na área de direito do trabalho; a realização de informações, pareceres e estudos jurídicos relacionados com o regime jurídico da Administração Pública, com despesas públicas e aquisições de bens e serviços, com o regime geral das empreitadas de obras públicas, bem como com a contratação pública de pessoal; a preparação de respostas a recursos hierárquicos de actos praticados pelos órgãos administrativos, elabora-ção de contestações e alegações em sede de resposta a acções judiciais interpostas, assim como acompanhamento dos processos referentes ao contencioso administrativo nas suas várias fases; a participação em gru-pos de trabalho (v.g. Projecto “Porta I”, para o desenvolvimento de um portal de gestão interna, tendo para o efeito compilado um significativo acervo legislativo para integrar parte do conteúdo do Portal, bem como procedido à elaboração de Guiões de Procedimentos para Aquisições de Bens e Serviços e para Celebração de Contratos Administrativos de Empreitadas de Obras Públicas; Grupo de Trabalho de Revisão e Sis-tematização da Legislação Especial sobre Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho); a nomeação como secretária da confiança do instrutor do processo de averiguações; a nomeação como presidente e vogal de júris de concursos de pessoal na Administração Pública; a participação em júris e comissões de análise em sede de procedimentos de aquisição de bens e serviços na Administração Pública.

Em Outubro de 2005, precedendo concurso interno de ingresso, tran-sitou para a carreira de inspecção superior do trabalho, tendo realizado estágio de ingresso e tomado posse na categoria de inspector, em 12 de Junho de 2007, com efeitos a 26 de Março de 2007;

Da actividade inspectiva desenvolvida, salienta -se a realização de relatórios de acidentes de trabalho; a realização de relatórios em sede de processos de despedimento por extinção de posto de trabalho; a co-

MINISTÉRIOS DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE SOCIAL E DA EDUCAÇÃO

Despacho n.º 13456/2008O Decreto -Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezembro, que estabelece o

regime jurídico do Sistema Nacional de Qualificações e define as estru-turas e instrumentos que asseguram o seu financiamento, cria, através do disposto no n.º 6 do artigo 1.º, o Catálogo Nacional de Qualificações. O mesmo diploma define o Catálogo Nacional de Qualificações como um instrumento de gestão estratégica das qualificações de nível não superior, essenciais para a competitividade e modernização das empresas e do tecido produtivo mas também para o desenvolvimento pessoal e social do indivíduo.

No sentido de dar cumprimento ao disposto no n.º 1 do artigo 26.º do Decreto -Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezembro, ouvido o Conselho Nacional da Formação Profissional, em reunião realizada a 25 de Outubro de 2007, determina -se o seguinte:

1 — É aprovada a versão inicial do Catálogo Nacional de Qualifica-ções, integrando os referenciais de qualificação da listagem em anexo ao presente despacho.

2 — O Catálogo Nacional de Qualificações está disponível no sítio da Internet em www.catalogo.anq.gov.pt., estruturado e organizado nos termos da portaria conjunta prevista no n.º 10 do artigo 6.º do Decreto--Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezembro.

3 — O Catálogo Nacional de Qualificações deverá ser actualizado em permanência pela Agência Nacional para a Qualificação, em colaboração com os Conselhos Sectoriais para a Qualificação e objecto de avaliação e aprovação global, pelo menos de dois em dois anos, pelo Conselho Nacional da Formação Profissional, de acordo com o disposto nos n.os 5 e 6 do artigo 6.º do Decreto -Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezembro.

4 — Todas as actualizações do Catálogo Nacional de Qualificações a partir da aprovação da presente versão serão publicadas em separata do Boletim do Trabalho e do Emprego, bem como publicitadas no sítio da Internet referido no n.º 2, entrando as mesmas em vigor de acordo com o disposto nos n.os 8 e 9 do artigo 6.º do Decreto -Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezembro.

7 de Fevereiro de 2008. — O Secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional, Fernando Medina Maciel Almeida Correia. — O Secretário de Estado da Educação, Valter Victorino Lemos.

-coordenação de uma acção inspectiva regional no sector da construção civil; a nomeação para o Grupo de Trabalho GTCOD (cujos objectivos se centram na discussão de problemas de interpretação jurídica que apresentam especiais dificuldades de resolução ou cuja análise deva ser objecto de parecer harmonizado, no âmbito da actuação da Autoridade para as Condições do Trabalho); a nomeação como vogal de júri de concurso de pessoal na Administração Pública.

Formação profissional: frequentou vários cursos e acções de formação, nomeadamente na área do direito administrativo, direito do trabalho, regime jurídico da função pública, informática e línguas.

ANEXO

Listagem dos referenciais de qualificação integrados no Catálogo Nacional de Qualificações

Área de formação

Referenciais de qualificação

Referencial de formação Níveis Perfil profissional

213 — Áudio-visuais e produção dos média Operador(a) de fotografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de fotografia.Operador(a) de impressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de impressão.Operador(a) de pré-impressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de pré-impressão.Operador(a) gráfico de acabamentos . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) gráfico de acabamentos.Técnico(a) de desenho gráfico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de desenho gráfico.Técnico(a) de multimédia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de multimédia.

215 — Artesanato . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artesão(ã) canteiro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Artesão(ã) canteiro(a).Artesão(ã) do ferro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Artesão(ã) do ferro.Artesão(ã) pintor de azulejo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Artesão(ã) pintor(a) de azulejo.Artífice tanoeiro(a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Artífice tanoeiro(a).Assistente de ourivesaria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Assistente de ourivesaria.

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

31Junho/2008

TSS

21592 Diário da República, 2.ª série — N.º 93 — 14 de Maio de 2008

Área de formação

Referenciais de qualificação

Referencial de formação Níveis Perfil profissional

Calceteiro(a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Calceteiro(a).Florista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Florista.Oleiro(a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Oleiro(a).Tecelão(ã) de tapeçarias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Tecelão(ã) de tapeçarias.

Técnico(a) de joalharia/cravador(a). . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de joalharia.Técnico(a) de joalharia/filigrana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Técnico(a) de ourivesaria de pratas graúdas/cinzelador(a) 3 Técnico(a) de ourivesaria de pratas graúdas/cinzelador(a).

Técnico(a) de vidro artístico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de vidro artístico.

225 — História e arqueologia . . . . . . . . . Assistente de arqueólogo(a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Assistente de arqueólogo(a).Técnico(a) de museografia e gestão do património . . . . . 3 Técnico(a) de museografia e gestão

do património.

322 — Biblioteconomia, arquivo e docu-mentação.

Técnico(a) de informação, documentação e comunicação 3 Técnico(a) de informação, documen-tação e comunicação.

341 — Comércio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Empregado(a) comercial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Empregado(a) comercial.Operador(a) de armazenagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de armazém.Técnico(a) comercial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) comercial.Técnico(a) de logística. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de logística.Técnico(a) de marketing . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de marketing.Técnico(a) de vendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de vendas.Técnico(a) de vitrinismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de vitrinismo.

342 — Marketing e publicidade . . . . . . . Técnico(a) de organização de eventos . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de organização de eventos.

343 — Finanças, banca e seguros . . . . . . Técnico(a) comercial bancário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) comercial bancário(a).Técnico(a) especialista em banca e seguros. . . . . . . . . . . 4 Técnico(a) especialista em banca e

seguros.

344 — Contabilidade e fiscalidade . . . . . Técnico(a) de contabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de contabilidade.

345 — Gestão e administração . . . . . . . . Técnico(a) de apoio à gestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de apoio à gestão.

346 — Secretariado e trabalho adminis-trativo.

Assistente administrativo(a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Assistente administrativo(a).Técnico(a) administrativo(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) administrativo(a).Técnico(a) de secretariado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de secretariado.

347 — Enquadramento na organização/empresa.

Técnico(a) da qualidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Técnico(a) especialista de auditoria a sistemas de gestão.

34

Técnico(a) da qualidade.Técnico(a) especialista de auditoria a

sistemas de gestão.Técnico(a) especialista em gestão da qualidade e do am-

biente.4 Técnico(a) especialista em gestão da

qualidade e do ambiente.

481 — Ciências informáticas. . . . . . . . . . Operador(a) de informática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de informática.Programador(a) de informática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Programador(a) de informática.Técnico(a) de informática — instalação e gestão de re-

des.3 Técnico(a) de informática — instala-

ção e gestão de redes.Técnico(a) de informática — sistemas . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de informática — sistemas.Técnico(a) especialista em aplicações informáticas de

gestão.4 Técnico(a) especialista em aplicações

informáticas de gestão.Técnico(a) especialista em gestão de redes e sistemas in-

formáticos.4 Técnico(a) especialista em gestão de

redes e sistemas informáticos.

521 — Metalurgia e metalomecânica . . . Desenhador(a) de construções mecânicas . . . . . . . . . . . . 2 Desenhador(a) de construções me-cânicas.

Electromecânico(a) de manutenção industrial . . . . . . . . . 2 Electromecânico(a) de manutenção industrial.

Fresador(a) mecânico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de máquinas - ferramentas.Operador(a) de fundição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de fundição.Operador(a) de fundição injectada. . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de fundição injectada.Operador(a) de máquinas ferramentas . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de máquinas -ferramentas.Operador(a) de máquinas ferramenta CNC . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de máquinas ferramenta

CNC.

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

32Junho/2008TSS

Diário da República, 2.ª série — N.º 93 — 14 de Maio de 2008 21593

Área de formação

Referenciais de qualificação

Referencial de formação Níveis Perfil profissional

Serralheiro(a) civil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Serralheiro(a) civil.Serralheiro(a) de moldes, cunhos e cortantes . . . . . . . . . 2 Serralheiro(a) de moldes, cunhos e

cortantes.Serralheiro(a) mecânico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Serralheiro(a) mecânico.Serralheiro(a) mecânico de manutenção . . . . . . . . . . . . . 2 Serralheiro(a) mecânico de manu-

tenção.Soldador(a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Soldador(a).Técnico(a) de CAD/CAM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de CAD/CAM.

Técnico(a) de desenho de construções mecânicas . . . . . . 3Desenhador(a) projectista de constru-

ções mecânicas.Técnico(a) de desenho de cunhos e cortantes . . . . . . . . . 3Técnico(a) de desenho de moldes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Técnico(a) de laboratório — fundição. . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de laboratório — fundição.Técnico(a) de manutenção industrial de metalurgia e me-

talomecânica.3 Técnico(a) de manutenção industrial

de metalurgia e metalomecânica.Técnico(a) de maquinação e programação . . . . . . . . . . . 3 Programador(a) de máquinas — fer-

ramenta CNC.Técnico(a) de planeamento industrial de metalurgia e me-

talomecânica.3 Técnico(a) de planeamento industrial

de metalurgia e metalomecânica.Técnico(a) de projecto de moldes e modelos. . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de projecto de moldes e

modelos.

522 — Electricidade e energia . . . . . . . . . Desenhador(a) de sistemas de refrigeração e climatização 3 Desenhador(a) de sistemas de refrige-ração e climatização.

Electricista de instalações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Electricista de instalações.Electromecânico(a) de electrodomésticos . . . . . . . . . . . . 2 Electromecânico(a) de electrodomés-

ticos.Electromecânico(a) de refrigeração e climatização — sis-

temas domésticos e comerciais.2 Electromecânico(a) de refrigeração e

climatização — sistemas domésti-cos e comerciais.

Técnico(a) de electrotecnia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de electrotecnia.Técnico(a) de gás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de gás.Técnico(a) de instalações eléctricas. . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de instalações eléctricas.Técnico(a) de refrigeração e climatização . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de refrigeração e clima-

tização.Técnico(a) instalador de sistemas de bioenergia . . . . . . . 3 Técnico(a) instalador de sistemas de

bioenergia.Técnico(a) instalador de sistemas eólicos . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) instalador de sistemas

eólicos.Técnico(a) instalador de sistemas solares fotovoltaicos 3 Técnico(a) instalador de sistemas so-

lares fotovotovoltaicos.Técnico(a) instalador de sistemas solares térmicos . . . . . 3 Técnico(a) instalador de sistemas so-

lares térmicos.

523 — Electrónica e automação . . . . . . . Instalador(a)/reparador(a) de áudio, rádio, tv e vídeo 2 Operador(a) de electrónica.Instalador(a)/reparador(a) de computadores . . . . . . . . . . 2Operador(a) de electrónica/computadores . . . . . . . . . . . . 2Operador(a) de electrónica/domótica. . . . . . . . . . . . . . . . 2Operador(a) de electrónica/industrial e equipamentos . . 2Operador(a) de electrónica/ instrumentação, controlo e

telemanutenção.2

Operador(a) de electrónica/ telecomunicações . . . . . . . . 2

Técnico(a) de electrónica de computadores. . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de electrónica.Técnico(a) de electrónica de equipamentos. . . . . . . . . . . 3Técnico(a) de electrónica de equipamentos de som e ima-

gem (áudio, rádio, tv e vídeo).3

Técnico(a) de electrónica industrial. . . . . . . . . . . . . . . . . 3Técnico(a) de telecomunicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Técnico(a) especialista em automação, robótica e controlo industrial.

4 Técnico(a) especialista em automa-ção, robótica e controlo industrial.

524 — Tecnologia dos processos químicos Técnico(a) de análise laboratorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de análise laboratorial.Técnico(a) de química industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de química industrial.

525 — Construção e reparação de veículos a motor.

Electricista de automóveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Mecânico(a) de automóveis ligeiros . . . . . . . . . . . . . . . .

22

Electricista de automóveis.Mecânico(a) de automóveis ligeiros.

Mecânico(a) de automóveis pesados de passageiros e de mercadorias.

2 Mecânico(a) de automóveis pesados de passageiros e de mercadorias.

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

33Junho/2008

TSS

21594 Diário da República, 2.ª série — N.º 93 — 14 de Maio de 2008

Área de formação

Referenciais de qualificação

Referencial de formação Níveis Perfil profissional

Mecânico(a) de serviços rápidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Mecânico(a) de serviços rápidos.Operador(a) de construção e reparação naval . . . . . . . . . 2 Operador(a) de construção e repara-

ção naval.Pintor(a) de veículos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Pintor(a) de veículos.Reparador(a) de carroçarias de automóveis ligeiros . . . . 2 Reparador(a) de carroçarias de auto-

móveis ligeiros.Reparador(a) de motociclos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Reparador(a) de motociclos.Técnico(a) de aprovisionamento e venda de peças . . . . . 3 Técnico(a) de aprovisionamento e

venda de peças.Técnico(a) de construção naval/ embarcações de recreio. 3 Técnico(a) de construção naval/em-

barcações de recreio.Técnico(a) de mecatrónica de automóveis ligeiros . . . . . 3 Técnico(a) de mecatrónica de auto-

móveis ligeiros.Técnico(a) de produção automóvel . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de produção automóvel.Técnico(a) de recepção/orçamentação de oficina . . . . . . 3 Técnico(a) de recepção/orçamentação

de oficina.

541 — Indústrias alimentares . . . . . . . . . Operador(a) de preparação e transformação de produtos cárneos.

2 Operador(a) de preparação e transfor-mação de produtos cárneos.

Operador(a) de transformação do pescado . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de transformação do pescado.

Pasteleiro(a) — padeiro(a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Pasteleiro(a) — padeiro(a).Técnico(a) de controlo de qualidade alimentar . . . . . . . . 3 Técnico(a) de controlo de qualidade

alimentar.Técnico(a) de transformação do pescado. . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de transformação do pes-

cado.

542 — Indústria do têxtil, vestuário, cal-çado e couro.

Costureira(o) industrial de malhas . . . . . . . . . . . . . . . . . .Costureira(o) industrial de tecidos . . . . . . . . . . . . . . . . . .

22

Costureira(o) industrial de malhas.Costureira(o) industrial de tecidos.

Costureira(o) modista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Costureira(o) modista.Modelista de calçado e de marroquinaria . . . . . . . . . . . . 3 Modelista de calçado e de marroqui-

naria.Modelista de vestuário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Modelista de vestuário.

Operador(a) de aparelhos de tinturaria . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de máquinas de tintura-ria, estamparia e acabamento.

Operador(a) de fabrico de calçado e componentes . . . . . 2 Operador(a) de fabrico de calçado.Operador(a) de fabrico de componen-

tes para calçado.

Operador(a) de fabrico de marroquinaria . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de fabrico de marroqui-naria.

Operador(a) de máquinas de fiação . . . . . . . . . . . . . . . . . 2Operador(a) de máquinas de fiação,

tecelagem e tricotagem.Operador(a) de máquinas de tecelagem. . . . . . . . . . . . . . 2Operador(a) de máquinas de tricotagem . . . . . . . . . . . . . 2

Técnico(a) de desenho de vestuário. . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de desenho de vestuário.Técnico(a) de design de moda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de design de moda.

Técnico(a) de design têxtil para estamparia. . . . . . . . . . . 3Técnico(a) de design têxtil para tecelagem . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de design têxtil.Técnico(a) de design têxtil para malhas. . . . . . . . . . . . . . 3

Técnico(a) de gestão da produção de calçado e de mar-roquinaria.

3 Técnico(a) de gestão da produção de calçado e de marroquinaria.

Técnico(a) de manutenção de máquinas de calçado e de marroquinaria.

3 Técnico(a) de man. Máq.De calçado e de marroquinaria.

Técnico(a) de máquinas rectas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) afinador(a) de teares.Técnico(a) de métodos e tempos de calçado e de marro-

quinaria.3 Técnico(a) de métodos e tempos de

calçado e de marroquinaria.Técnico(a) de moda de calçado e de marroquinaria . . . . 3 Técnico(a) de moda de calçado e de

marroquinaria.Técnico(a) de tecelagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de fiação, tecelagem e

tricotagem.Técnico(a) de enobrecimento têxtil . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de enobrecimento têxtil.

543 — Materiais (madeiras) . . . . . . . . . . Carpinteiro(a)/carpinteiro(a) de limpos . . . . . . . . . . . . . . 2 Carpinteiro(a)/carpinteiro(a) de limposMarceneiro(a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Marceneiro(a).

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

34Junho/2008TSS

Diário da República, 2.ª série — N.º 93 — 14 de Maio de 2008 21595

Área de formação

Referenciais de qualificação

Referencial de formação Níveis Perfil profissional

Oerador(a) de acabamentos de madeira e mobiliário . . . 2 Operador(a) de acabamentos de ma-deira e mobiliário.

Operador(a) de máquinas de segunda transformação de madeira.

2 Operador(a) de máquinas de se-gunda transformação de madeira.

Técnico(a) de desenho de mobiliário. . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de desenho de mobiliário.

543 — Materiais (cerâmica) . . . . . . . . . . Formista/moldista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de moldes - cerâmica.Operador(a) cerâmico(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) cerâmico(a).Pintor(a)/decorador(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Pintor(a)/decorador(a).Técnico(a) de cerâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de cerâmica.Técnico(a) de cerâmica criativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de cerâmica criativa.Técnico(a) de laboratório cerâmico . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de laboratório cerâmico.Técnico(a) de modelação cerâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de modelação cerâmica.Técnico(a) de pintura cerâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de pintura cerâmica.

543 — Materiais (cortiça) . . . . . . . . . . . . Preparador(a) de cortiça. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Preparador(a) de cortiça.Técnico(a) de gestão da produção da indústria da cor-

tiça.3 Técnico(a) de gestão da produção da

indústria da cortiça.Operador(a) de granulação e aglomeração de cortiça . . . 2 Operador(a) de granulação e aglome-

ração de cortiça.Operador(a) de transformação da cortiça. . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de transformação da

cortiça.

543 — Materiais (outros). . . . . . . . . . . . . Técnico(a) de transformação de polímeros/ processos de produção.

3 Técnico(a) de transformação de polí-meros/processos de produção.

544 — Indústrias extractivas . . . . . . . . . . Operador(a) de salinas tradicionais . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de salinas tradicionais.Operador(a) mineiro(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) mineiro(a).

582 — Construção civil e engenharia civil Canalizador(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Canalizador(a).Condutor(a)/manobrador(a) de equipamento de movimen-

tação de terras.2 Condutor(a) /manobrador(a) de equi-

pamento de movimentação de terras.Ladrilhador(a)(a)zulejador(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Ladrilhador(a).Operador(a) de CAD/construção civil . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de CAD/construção civil.Pedreiro(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Pedreiro(a).Pintor(a) de construção civil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Pintor(a) de construção civil.Técnico(a) de desenho de construção civil . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de desenho de construção

civil.Técnico(a) de medições e orçamentos . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de medições e orçamentos.Técnico(a) de obra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de obra.Técnico(a) de topografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de topografia.Técnico(a) especialista em condução de obra . . . . . . . . . 4 Técnico(a) especialista em condução

de obra.

621 — Produção agrícola e animal . . . . . Operador(a) agrícola — culturas arvenses/horticultura. . 2 Operador(a) agrícola.Operador(a) agrícola — fruticultura/viticultura. . . . . . . . 2Operador(a) agrícola — horticultura/fruticultura . . . . . . 2Operador(a) agrícola — horticultura/fruticultura biológicas 2

Tratador(a) de animais em cativeiro . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Tratador(a) de animais em cativeiro.Operador(a) de máquinas agrícolas . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de máquinas agrícolas.

Operador(a) de pecuária /bovinicultura . . . . . . . . . . . . . . 2Operador(a) de pecuária/pequenos ruminantes . . . . . . . . 2 Operador(a) pecuário(a).Operador(a) de pecuária/suinicultura, avicultura e cuni-

cultura.2

Tratador(a)/desbastador(a) de equinos. . . . . . . . . . . . . . . 2 Tratador(a) /desbastador(a) de equinos.Técnico(a) de produção agrária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de produção agrária.

622 — Floricultura e jardinagem. . . . . . . Operador(a) de jardinagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de jardinagem.Operador(a) de manutenção em campos de golfe (golf

keeper).2 Operador(a) de manutenção em cam-

pos de golfe (golf keeper).Técnico(a) de jardinagem e espaços verdes. . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de jardinagem e espaços

verdes.

623 — Silvicultura e caça . . . . . . . . . . . . Motosserrista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Motosserrista.Operador(a) florestal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) florestal.

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

35Junho/2008

TSS

21596 Diário da República, 2.ª série — N.º 93 — 14 de Maio de 2008

Área de formação

Referenciais de qualificação

Referencial de formação Níveis Perfil profissional

Técnico(a) de gestão cinegética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de gestão cinegética.Técnico(a) de recursos florestais e ambientais . . . . . . . . 3 Técnico(a) de recursos florestais e

ambientais.

624 — Pescas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ajudante de maquinista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Ajudante de maquinista.Contramestre pescador(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Contramestre pescador(a).Maquinista prático de 2ª classe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Maquinista prático de 2ª classe.

Marinheiro(a) pescador(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Marinheiro(a) pescador(a).Pescador(a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

Operador(a) aquícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) aquícola.

725 — Tecnologias de diagnóstico e te-rapêutica.

Técnico(a) de aquicultura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Técnico(a) de óptica ocular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

33

Técnico(a) de aquacultura.Técnico(a) de óptica ocular.

729 — Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Técnico(a) de termalismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de termalismo.Operador(a) de hidrobalneoterapia . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de hidrobalneoterapia.

761 — Serviço de apoio a crianças e jovens Acompanhante de crianças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Acompanhante de crianças.Técnico(a) de acção educativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de acção educativa.

762 — Trabalho social e orientação. . . . . Agente em geriatria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Agente em geriatria.Assistente familiar e de apoio à comunidade. . . . . . . . . . 2 Assistente familiar e de apoio à co-

munidade.Animador(a) sociocultural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Animador(a) sociocultural.

811 — Hotelaria e restauração. . . . . . . . . Cozinheiro(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Cozinheiro(a).Empregado(a) de andares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Empregado(a) de andares.Empregado(a) de bar (barman/barmaid) . . . . . . . . . . . . . 2 Empregado(a) de bar/barman/bar-

maid.Empregado(a) de mesa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Empregado(a) de mesa.Operador(a) de manutenção hoteleira . . . . . . . . . . . . . . . 2 Operador(a) de manutenção hoteleira.Recepcionista de hotel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Recepcionista de hotel.Técnico(a) de cozinha/pastelaria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de cozinha/pastelaria.Técnico(a) de mesa/bar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de mesa/bar.

812 — Turismo e lazer. . . . . . . . . . . . . . . Acompanhante de turismo equestre . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Acompanhante de turismo equestre.Técnico(a) de agências de viagens e transportes . . . . . . . 3 Técnico(a) de agências de viagens e

transportes.Técnico(a) de informação e animação turística . . . . . . . . 3 Recepcionista de turismo.

Técnico(a) de animação turística.Técnico(a) de turismo ambiental e rural . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de turismo ambiental e

rural.Técnico(a) especialista de animação em turismo de saúde

e bem-estar.4 Técnico(a) especialista de animação

em turismo de saúde e bem-estar.Técnico(a) especialista de gestão de turismo. . . . . . . . . . 4 Técnico(a) especialista de gestão de

turismo.Técnico(a) especialista de turismo ambiental . . . . . . . . . 4 Técnico(a) especialista de turismo

ambiental.

813 — Desporto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Técnico(a) de gestão desportiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de gestão desportiva.

815 — Cuidados de beleza . . . . . . . . . . . Cabeleireiro(a) de homens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2Cabeleireiro(a) de senhoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Cabeleireiro(a).Cabeleireiro(a) unissexo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

Esteticista-cosmetologista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Esteticista-cosmetologista.Manicura-pedicura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Manicura-pedicura.Massagista de estética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Massagista de estética.

850 — Protecção do ambiente . . . . . . . . . Operador(a) de estações de tratamento de águas (ETA) 2Operador(a) de estações de tratamento

de águas.Operador(a) de estações tratamento de águas residuais (ETAR).

2

Operador(a) de sistemas de tratamento de resíduos só-lidos.

2 Operador(a) de sistemas de tratamento de resíduos sólidos.

Técnico(a) de gestão do ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Técnico(a) de gestão do ambiente.

Diário da República, 2.ª série — N.º 93 — 14 de Maio de 2008 21597

Área de formação

Referenciais de qualificação

Referencial de formação Níveis Perfil profissional

861 — Protecção de pessoas e bens. . . . . Bombeiro(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Bombeiro(a).Tripulante de ambulâncias de socorro . . . . . . . . . . . . . . . 2 Tripulante de ambulâncias de so-

corro.

862 — Segurança e higiene no trabalho. . Técnico(a) de segurança e higiene do trabalho . . . . . . . . 3 Técnico(a) de segurança e higiene do trabalho.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Hospital Amato Lusitano — Castelo Branco

Deliberação (extracto) n.º 1386/2008Por deliberação de 24/04/2008 do Conselho de Administração deste

Hospital:

António Manuel da Conceição Barata, técnico profissional de 1ª classe, área de electrónica – nomeado, precedendo concurso, técnico profissional principal, área de electrónica.

(Isento de fiscalização prévia do TC)

29 de Abril de 2008. — O Presidente do Conselho de Administração, José Manuel Sanches Pires.

Hospital de São Marcos

Deliberação n.º 1387/2008Por deliberação do Conselho de Administração de 24 de Abril de

2008:Nomeados definitivamente, precedendo concurso, na categoria

de auxiliar de acção médica principal da carreira de pessoal dos serviços gerais, os seguintes profissionais, cujo escalão e índice a seguir a cada nome se indicam, ficando exonerados do lugar que ocupam, com efeitos à data da aceitação de nomeação do novo lugar:

Maria Irene Macedo da Cunha de Oliveira — escalão 2, índice 189Maria Florinda de Matos Ramos Gomes — escalão 1, índice 181Maria Emília Dias Ferreira — escalão 2, índice 189Maria da Assunção Sousa Carvalho — escalão 2, índice 189Maria Fernanda Barroso Soutinho — escalão 1, índice 181Maria Celeste Ferreira Martins da Cruz Peixoto — escalão 2,

índice 189Carla Maria Nogueira da Silva — escalão 1, índice 181Teresa de Sousa e Silva — escalão 2, índice 189João Batista Antunes Pereira — escalão 1, índice 181Maria Teresa Rodrigues Machado — escalão 1, índice 181Sandra Maria Leite da Rocha — escalão 1, Índice 181Maria Armanda Ferreira da Costa — escalão 1, índice 181Maria João de Oliveira Matos — escalão 1, índice 181Maria das Dores Gomes Ferreira — escalão 2, índice 189Idalina de Fátima Ribeiro Vieira — escalão 2, índice 189Maria do Sameiro Almeida Vieira Aguiar — escalão 2, índice 189Maria das Dores Ferreira Duarte — escalão 1, índice 181Lurdes da Costa Ribeiro — escalão 2, índice 189Ana Maria Peixoto de Oliveira — escalão 1, índice 181Maria Helena Marques Pereira Ribeiro — escalão 1, índice 181Maria de Fátima da Costa Fernandes e Silva — escalão 2,

índice 189Maria de Jesus da Silva Oliveira — escalão 2, índice 189Antónia da Silva Alves — escalão 2, índice 189Isabel Maria da Costa Leite de Sousa Reis — escalão 1, índice 181Maria Eugénia de Castro Gomes Peixoto — escalão 2, índice 189Maria da Costa Gomes Esteves — escalão 2, índice 189Maria do Céu Ferreira Cerqueira — escalão 2, índice 189Maria da Conceição da Silva Mouta Peixoto — escalão 2,

índice 189Maria da Conceição Pereira Ferreira — escalão. 2, índice 189

Maria dos Anjos Silva da Cruz Ferreira — escalão 2, índice 189Maria Helena Barbosa da Silva — escalão 2, índice 189Maria Manuela da Silva Costa — escalão 1, índice 181Maria Amélia de Amorim Pereira da Costa — escalão 1, índice 181Ana Maria da Fonte Rodrigues — escalão 1, índice. 181António Barros Barbosa Costa — escalão 1, índice 181Maria Madalena Batista Antunes — escalão 1, índice 181Fernanda da Ascensão Duarte Correia Alves — escalão 1,

índice 181Inês de Assunção Amorim de Araújo Pereira — escalão 1,

índice 181João Pedro Araújo de Oliveira — escalão 1, índice 181Lúcia Dias Fernandes — escalão 1, índice 181Maria da Conceição da Silva Fernandes — escalão 2, índice 189Lúcia Maria Rodrigues Ribeiro — escalão 1, índice 181Cristina Maria Correia Monteiro Arantes — escalão 1, índice 181Maria Júlia Maciel Rodrigues dos Santos — escalão 1, índice 181Sandra Manuela Abreu Bastos Vieira — escalão 1, índice 181Maria Preciosa Serafim de Castro Silva — escalão 1, índice 181Teresa Moreira de Sá — escalão 1, índice 181Maria José Fernandes Vilaça — escalão 1, índice 181Maria da Natividade Ribeiro de Azevedo — escalão 1, índice 181Maria Manuela da Costa Costeira — escalão 1, índice 181Jaime Manuel Miranda Gonçalves Morim — escalão 1, índice 181João Miguel Moreira Magalhães — escalão 1, índice 181Maria da Conceição Antunes da Silva Pereira — escalão 1,

índice 181Maria Luísa Marques Marinheiro da Cunha — escalão 1,

índice 181Carminda da Silva Azevedo Gomes — escalão 1, índice 181Ludovina Ferreira Braga — escalão 1, índice 181Maria Leonor Ferreira da Costa — escalão 1, índice 181Maria Elvira de Araújo Gomes Faria — escalão 1, índice 181Maria Cândida da Rocha Ferreira Braga — escalão 1, índice 181Alice Paula Magalhães da Silva — escalão 1, índice 181Isabel Maria Antunes de Castro Gomes — escalão 1, índice 181Maria Goreti Marques de Castro Macedo — escalão 1, índice 181Laura Barbosa da Silva — escalão 1, índice 181Linda Rosa Ferreira Bastos Ramos — escalão 1, índice 181Maria Sara Vilaça Martins — escalão 1, índice 181Cristina Pereira Marques Tavares — escalão 1, índice 181Silvina da Conceição Marques de Oliveira — escalão 1, índice 181Lucília do Céu da Silva Soares e Sousa — escalão 1, índice 181Luzia Vieira da Silva — escalão 1, índice 181Dinis Agostinho Carvalho da Silva — escalão 1, índice 181Mafalda Sofia Rodrigues Esperança dos Santos — escalão 1,

índice 181Maria do Carmo Fernandes da Cruz Morgado — escalão 1,

índice 181Maria Idalina Fernandes da Cruz — escalão 1, índice 181Maria Marcelina Ferreira de Sousa — escalão 1, índice 181Graziela Sofia Oliveira Martins Passos — escalão 1 índice 181Manuel Branco Ferreira — escalão 2, índice 189Mónica Andreia Fernandes Capa — escalão 1, índice 181António da Silva Moreira — escalão 2, índice 189Maria Luísa Pereira Vieira — escalão 1, índice 181Maria da Conceição da Silva Faria — escalão 1, índice 181Aida da Conceição Barros de Macedo — escalão 1, índice 181Cristina Maria Dantas Machado — escalão 1, índice 181Rosa Maria Serafim Ferreira da Cunha — escalão 1, índice 181Maria da Graça Gonçalves Fujaco Pereira — escalão 1, índice 181Maria José Rodrigues de Oliveira — escalão 1, índice 181Carolina Rosa de Araújo — escalão 1, índice 181José Maria Lobo Rebelo — escalão 1, índice 181

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

36Junho/2008TSS

JORNALISTASCARTEIRA PROFISSIONAL, ACREDITAÇÃO

E REGIME DE DEVERES E INCOMPATIBILIDADES

Decreto-Lei n.º 70/2008, de 15 de Abril

A Lei n.º 64/2007, de 6 de Novembro, que alterou a Lei n.º 1/99, de 13 de Janeiro (aprova o Estatuto do Jornalista), ditou o reforço de compe-tências e a alteração da composição da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ). Se a esta entidade continuam a ser atribuídas as funções de assegurar o funcionamento do sistema de acre-ditação dos profissionais da informação dos órgãos de comunicação social e a salvaguarda do regime de incompatibilidades profissionais dos jornalistas, acrescem-lhe agora as de verificar, e eventualmente sancionar, o incumprimento de alguns dos deveres legais que sobre eles impendem. Passou também a CCPJ a ocupar-se da organização das comissões de arbitragem em matéria de litígios relativos a direitos de autor dos jornalistas cuja constituição lhe venha a ser solicitada.

A este acréscimo de responsabilidades passou a corresponder uma estrutura unitária e alargada a nove elementos, em que o presidente, um jurista de reconhecido mérito na área da comunicação social, é cooptado pelos restantes membros, todos eles jornalistas, designados igualitariamente pelos seus pares e pelos operadores do sector de entre os que possuam pelo menos 10 anos de experiência profissional. Uma secção disciplinar assegura, com possibilidade de recurso para o plenário da Comis-são, o respeito pelos deveres profissionais.

O presente decreto-lei visa, assim, regulamentar o novo regime, definindo o modo de organização e de funcionamento da nova CCPJ e densificando as suas competências legais.

Foram ouvidos a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista, o Sindicato dos Jorna-listas e a Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação Social.

Assim:Ao abrigo da Lei n.º 1/99, de 13 de Janeiro, na

redacção que lhe foi conferida pela Lei n.º 64/2007,

de 6 de Novembro, e nos termos da alínea c) do

n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo

decreta o seguinte:

CAPÍTULO I

Disposições gerais

ARTIGO 1.º

Objecto

1 - O presente decreto-lei estabelece as regras

de organização e funcionamento da Comissão da

Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ).

2 - O presente decreto-lei tem ainda como ob-

jecto a regulamentação do sistema de acreditação

profissional dos jornalistas e do respectivo regime

de deveres e incompatibilidades profissionais.

ARTIGO 2.º

Âmbito

Estão sujeitos às disposições do presente de-

creto-lei os jornalistas, equiparados a jornalistas,

correspondentes e colaboradores da área informa-

tiva de órgãos de comunicação social que exerçam

a sua actividade em território nacional.

ARTIGO 3.º

Natureza e atribuições

A CCPJ é um organismo independente de direito

público, ao qual incumbe assegurar o funcionamento

do sistema de acreditação profissional dos jorna-

listas, equiparados a jornalistas, correspondentes

e colaboradores da área informativa dos órgãos de

comunicação social, bem como o cumprimento dos

respectivos deveres profissionais, nos termos do

Estatuto do Jornalista e do presente decreto-lei.

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

37Junho/2008

TSS

ARTIGO 4.ºCompetências

Compete à CCPJ:a) Atribuir, renovar, suspender ou cassar os

títulos de acreditação profissional dos jornalis-tas, equiparados a jornalistas, correspondentes e colaboradores da área informativa dos órgãos de comunicação social;

b) Apreciar, julgar e sancionar a violação, pelos jornalistas, equiparados a jornalistas, corresponden-tes e colaboradores da área informativa dos órgãos de comunicação social, dos deveres profissionais enunciados no n.º 2 do artigo 14.º do Estatuto do Jornalista;

c) Aprovar, após consulta pública aos jorna-listas, o regulamento aplicável ao procedimento disciplinar e promover a sua publicação, nos termos da lei;

d) Assegurar a constituição e o funcionamento das comissões de arbitragem previstas no artigo 7.º-C do Estatuto do Jornalista e aprovar o res-pectivo regulamento;

e) Instruir os processos de contra-ordenação por infracção aos artigos 3.º, 4.º, 5.º, 7.º-A, 7.º-B, 15.º e 17.º do Estatuto do Jornalista e aplicar as respectivas coimas e sanções acessórias;

f) Aprovar o regulamento e organizar o processo eleitoral dos membros da CCPJ designados pelos jornalistas profissionais;

g) Exercer os demais poderes que lhe sejam conferidos por lei.

CAPÍTULO IITítulos de acreditação

SECÇÃO IEmissão e renovação

ARTIGO 5.ºCarteira profissional de jornalista

1 - A carteira profissional de jornalista é o documento de identificação dos jornalistas e de certificação do seu nome profissional, constituindo título de habilitação bastante para o exercício da profissão e dos direitos que a lei lhe confere.

2 - A habilitação com a carteira profissional constitui condição indispensável ao exercício da profissão de jornalista.

3 - Ao titular da carteira profissional no exercício das suas funções são garantidos todos os direitos previstos no Estatuto do Jornalista e na legislação sectorial específica.

4 - Para a identificação do jornalista em exercício de funções é suficiente a apresentação da carteira profissional, não lhe podendo ser exigido qualquer outro documento, salvo por parte de autoridade policial e desde que haja fundada suspeita de fal-sidade ou invalidade do título.

ARTIGO 6.ºTítulo de estagiário

1 - A profissão de jornalista inicia-se com um estágio que se realiza em regime de ocupação principal, permanente e remunerada.

2 - O título de estagiário é o documento de identificação do jornalista estagiário e constitui título de habilitação bastante para o exercício da actividade jornalística.

3 - Os jornalistas estagiários devem requerer a emissão do título a que se refere o número an-terior no prazo de 30 dias a contar do início do estágio.

4 - O requerimento é instruído com os seguintes elementos:

a) Cópia de documento que permita a identifi-cação civil do requerente;

b) Uma fotografia recente a cores, tipo passe;c) Cópia do certificado de habilitações literárias;d) Declaração comprovativa da admissão como

estagiário na redacção de órgão de comunicação social, assinada pelo respectivo director, com indicação do nome do jornalista responsável pela orientação do estágio e número da respectiva carteira profissional;

e) Documento comprovativo do exercício da profissão, com indicação das funções que desem-penha, emitido pela entidade empregadora ou, na falta desta, declaração sob compromisso de honra subscrita por dois jornalistas profissionais de que o requerente exerce a profissão naquele regime;

f) Declaração, sob compromisso de honra, de que não se encontra abrangido por nenhuma das incompatibilidades previstas no Estatuto do Jor-nalista e de que se obriga a observar os deveres inerentes à profissão.

5 - O título de estagiário confere ao seu titular os direitos previstos no Estatuto de Jornalista e na legislação sectorial específica, aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto no artigo 5.º

6 - A realização de estágios organizados no âmbito de acordos de colaboração entre empresas de comunicação social e estabelecimentos de en-sino superior ou entidades acreditadas através do Sistema de Acreditação de Entidades Formadoras

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

38Junho/2008TSS

não carece de qualquer título habilitador, podendo no entanto a sua duração ser contabilizada, até ao máximo de três meses, como tempo de estágio profissional.

ARTIGO 7.ºEmissão da carteira profissional

1 - A emissão da carteira profissional é re-querida, salvo facto não imputável ao jornalista, no prazo de 30 dias contados da entrega de de-claração comprovativa da conclusão do estágio, devendo o pedido ser acompanhado dos seguintes documentos:

a) Declaração comprovativa da conclusão do estágio com aproveitamento, com indicação do nome e do número da carteira profissional do jornalista que o orientou, emitida pela entidade empregadora;

b) Documento comprovativo do exercício da profissão em regime de ocupação principal, perma-nente e remunerada, com indicação da categoria e das funções que desempenha, emitido pela entidade empregadora;

c) Declaração, sob compromisso de honra, de que não se encontra abrangido por nenhuma das incompatibilidades previstas no Estatuto do Jor-nalista e de que se obriga a observar os deveres inerentes à profissão.

2 - Em caso de recusa, pelas entidades referi-das na alínea b) do número anterior, de emissão do respectivo documento comprovativo, a CCPJ solicita a intervenção da Autoridade para as Con-dições do Trabalho.

3 - Tratando-se de jornalistas que optem pelo exercício da profissão em regime de trabalho in-dependente, o documento referido na alínea b) do n.º 1 é substituído por comprovativo de entrega da declaração de início de actividade na competente repartição de finanças.

ARTIGO 8.ºRenovação da carteira profissional

1 - A carteira profissional de jornalista é válida pelo período de dois anos, carecendo de renovação.

2 - A renovação é concedida a requerimento do interessado, a apresentar no mês anterior ao termo de validade do título, que deve ser acom-panhado de:

a) Uma fotografia a cores, tipo passe, quando a fotografia anterior tenha sido entregue há mais de cinco anos;

b) Documento referido na alínea b) do n.º 1 do artigo anterior, actualizado, ou, tratando-se de jornalistas que exerçam a profissão em regime de trabalho independente, prova de elaboração e publicação regular de trabalhos jornalísticos nos dois anos imediatamente anteriores.

3 - Os requerentes que tenham exercido, de forma titulada, a actividade de jornalista em regime de ocupação principal, permanente e remunerada, durante 10 anos seguidos ou 15 interpolados, têm direito à renovação da carteira profissional e estão dispensados da prova do exercício efectivo da profissão, mantendo-se sujeitos ao regime legal de incompatibilidades profissionais previsto no Estatuto do Jornalista.

4 - O prazo para o requerimento da renovação da carteira profissional é suspenso nas situações de doença impeditiva do exercício de profissão, de ausência no estrangeiro por motivos profissionais e de desemprego.

5 - A ocorrência de qualquer das situações pre-vistas no número anterior, devidamente atestada pelas entidades competentes, deve ser prontamente comunicada à CCPJ.

6 - O jornalista que se encontre em situação comprovada de desemprego pode requerer a reno-vação da carteira, suspendendo-se o envio do título ao interessado até à alteração daquela situação.

ARTIGO 9.ºCartão de equiparado a jornalista

1 - Os indivíduos que preencham as condições previstas no n.º 1 do artigo 15.º do Estatuto do Jornalista requerem a emissão do cartão de equi-parado a jornalista, devendo o requerimento ser acompanhado de:

a) Cópia de documento que permita a identifi-cação civil do requerente;

b) Uma fotografia recente a cores, tipo passe;c) Declaração da entidade proprietária do

órgão de comunicação social onde o requerente exerce a actividade comprovativa das funções aí desempenhadas;

d) Declaração, sob compromisso de honra, de que não se encontra abrangido por nenhuma das incompatibilidades previstas no Estatuto do Jor-nalista e de que se obriga a observar os deveres inerentes à profissão.

2 - O título de equiparado a jornalista é válido pelo período de dois anos, carecendo de renovação.

3 - A renovação é concedida a requerimento do interessado, a apresentar no mês anterior ao termo de validade do título, que deve ser acom-panhado de:

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

39Junho/2008

TSS

a) Uma fotografia a cores, tipo passe, quando a fotografia anterior tenha sido entregue há mais de cinco anos;

b) A declaração referida na alínea c) do n.º 1.

ARTIGO 10.ºCartão de correspondente local

e de colaborador da área informativa

1 - Os correspondentes locais, bem como os colaboradores especializados e os colaboradores da área informativa de órgãos de comunicação social nacionais, regionais ou locais, que exerçam regularmente actividade jornalística sem que esta constitua a sua ocupação principal, permanente e remunerada, têm direito a um documento de iden-tificação, para fins de acesso à informação.

2 - O requerimento para a emissão dos títulos a que se refere o presente artigo é acompanhado dos seguintes documentos:

a) Cópia de documento que permita a identifi-cação civil do requerente;

b) Uma fotografia recente a cores, tipo pas-se;

c) Declaração da entidade proprietária do órgão de comunicação social onde o interessado exerce a actividade jornalística comprovativa das funções aí desempenhadas;

d) Declaração, sob compromisso de honra, de que não se encontra abrangido pelas incompati-bilidades previstas no Estatuto do Jornalista e de que se obriga a observar os deveres inerentes à profissão.

3 - São aplicáveis, com as necessárias adapta-ções, os n.os 2 e 3 do artigo anterior.

ARTIGO 11.ºCartão de correspondente estrangeiro

1 - É condição do exercício de funções de correspondente de órgão de comunicação social estrangeiro em Portugal a habilitação com cartão de identificação, emitido ou reconhecido pela CCPJ, que titule a sua actividade e garanta o seu acesso às fontes de informação.

2 - A emissão do cartão referido no número anterior é requerida pelo interessado devendo o requerimento ser instruído com os seguintes elementos:

a) Cópia de bilhete de identidade ou documento que permita a identificação civil do requerente;

b) Uma fotografia recente a cores, tipo passe;

c) Documento emitido pelo órgão de comu-nicação social estrangeiro, comprovando que o requerente exerce actividade jornalística ao seu serviço, com indicação da categoria e funções;

d) Declaração, sob compromisso de honra, de que se obriga a observar os deveres inerentes à profissão.

3 - Em caso de dúvida quanto ao preenchimen-to das condições que conferem direito ao cartão de identificação, a CCPJ solicitará o parecer da Associação de Imprensa Estrangeira ou de outras entidades nacionais ou estrangeiras representativas dos jornalistas.

4 - São aplicáveis, com as necessárias adap-tações, os n.os 2 e 3 do artigo 9.º.

5 - Os correspondentes estrangeiros estão su-jeitos às normas éticas da profissão de jornalista e ao respectivo regime de incompatibilidades.

ARTIGO 12.ºCartão de colaborador nas comunidades

Aos cidadãos que exerçam uma actividade jornalística em órgãos de comunicação social desti-nados às comunidades portuguesas no estrangeiro e aí sedeados é atribuído um título identificativo, a emitir pela CCPJ nos termos definidos em portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das comunidades e da comunicação social.

ARTIGO 13.ºNome profissional

1 - Os interessados na obtenção de um título de acreditação previsto no presente decreto-lei devem registar o seu nome profissional, ou os seus nomes profissionais, na CCPJ.

2 - Havendo coincidência ou semelhança de nomes profissionais, a CCPJ decide sobre a prevalência, de acordo com o critério da maior antiguidade na sua utilização pública.

3 - O disposto nos números anteriores não prejudica o disposto no Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos em matéria de protecção de nome literário ou artístico.

ARTIGO 14.ºPrazos de envio dos títulos

1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 6 do artigo 8.º, o prazo para o envio ao interessado dos títulos previstos no presente decreto-lei é de 60 dias.

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

40Junho/2008TSS

2 - As decisões de indeferimento são fundamen-tadas e notificadas por escrito ao interessado.

3 - Para efeitos de recurso, presumem-se ta-citamente indeferidos os pedidos de emissão e de renovação de títulos que não sejam enviados no prazo previsto no n.º 1.

ARTIGO 15.ºDeterioração e extravio

1 - Em caso de deterioração ou extravio do título profissional, o interessado requer a emissão de uma segunda via à CCPJ.

2 - A CCPJ emite, em face do requerimento, documento provisório substitutivo do título, válido por 60 dias.

ARTIGO 16.ºModelos dos títulos profissionais

Os títulos de acreditação previstos no presente decreto-lei obedecem aos modelos a aprovar por despacho do membro do Governo responsável pela área da comunicação social.

SECÇÃO IISuspensão e cassação

ARTIGO 17.ºSuspensão do direito ao título

1 - A ocorrência superveniente de incompatibili-dade, prevista no Estatuto do Jornalista, suspende o direito ao título profissional de jornalista, de estagiário ou de equiparado, e implica:

a) O dever de o titular comunicar à CCPJ a correspondente situação e de proceder à entrega do título;

b) A não renovação do título enquanto sub-sistir a incompatibilidade e durante os prazos de impedimento referidos no artigo 3.º do Estatuto do Jornalista.

2 - A devolução ou renovação do título opera-se mediante solicitação do interessado, que comprova pelos meios adequados a cessação da incompati-bilidade e, se for o caso, do impedimento.

3 - A CCPJ notifica o titular para, em 10 dias, proceder à entrega do título, sempre que, por qualquer meio, verifique existir uma situação de incompatibilidade ou de impedimento.

4 - A CCPJ determina a cassação do título que não seja entregue no prazo previsto no número anterior, solicitando a sua apreensão às autorida-des competentes.

5 - O disposto nos números anteriores é apli-cável, com as necessárias adaptações, aos títulos profissionais de correspondente local, de colabo-rador e de correspondente estrangeiro.

ARTIGO 18.ºFalsas declarações

1 - Independentemente de outras sanções previstas na lei, os títulos de acreditação obtidos com base em falsas declarações são cassados pela CCPJ, após audição obrigatória do interessado.

2 - Constitui contra-ordenação, punível com coima de € 1000 a € 7500, a prestação de falsas declarações sobre os requisitos legais necessários à obtenção de um título de acreditação que venha a ter como resultado a sua atribuição.

3 - A instrução dos processos de contra-orde-nação e a aplicação de coimas pela infracção ao disposto no número anterior compete à CCPJ.

4 - O produto das coimas reverte em 60 % para o Estado e em 40 % para a CCPJ.

ARTIGO 19.ºSuspensão e interdição do exercício da profissão

1 - Os tribunais comunicam à CCPJ todas as decisões que imponham a interdição ou suspensão do exercício da actividade ou da profissão, bem como o seu período de duração e as datas do respectivo início e termo.

2 - As decisões referidas no número anterior são averbadas no processo individual, obrigando à entrega do título à CCPJ nos cinco dias imediatos ao início da execução da correspondente sanção ou medida de coacção, sem o que é solicitada a sua apreensão às autoridades competentes.

CAPÍTULO IIIComposição da CCPJ e designação

dos seus membros

ARTIGO 20.ºComposição

1 - A CCPJ é composta por oito elementos com um mínimo de 10 anos de exercício da profissão de jornalista e detentores de carteira profissional ou tí-tulo equiparado válido, designados igualitariamente pelos jornalistas profissionais e pelos operadores do sector, e por um jurista de reconhecido mérito e experiência na área da comunicação social, co-optado por aqueles, que preside.

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

41Junho/2008

TSS

2 - Os membros da CCPJ são independentes no exercício das suas funções, apenas estando vinculados à lei e às normas éticas que regem o exercício da profissão de jornalista.

ARTIGO 21.ºDesignação e mandato

1 - A designação, pelos operadores do sector, de quatro elementos para a CCPJ é efectuada pela confederação de associações dos meios de comuni-cação social ou, na sua ausência, pelas associações do sector com maior representatividade, devendo reflectir a diversidade dos meios existentes, desig-nadamente a imprensa, a rádio e a televisão.

2 - A designação, pelos jornalistas profissionais, de quatro elementos para a CCPJ efectua-se através de eleição, organizada pela CCPJ.

3 - Conjuntamente com os membros efectivos é designado igual número de suplentes.

4 - A cooptação do presidente da CCPJ efectua-se por maioria absoluta dos membros designados.

5 - A lista contendo a identificação dos mem-bros da CCPJ é remetida ao membro do Governo responsável pela área da comunicação social, que promove a sua publicação, por aviso, na 2.ª série do Diário da República.

6 - O mandato dos membros da CCPJ é de três anos contados da data da respectiva tomada de posse, mantendo-se os membros cessantes em efectividade de funções até à tomada de posse dos seus sucessores, salvo renúncia ou impedimento involuntário prolongado.

7 - Os membros suplentes substituem os efecti-vos em todos os casos de impedimento involuntário, ainda que temporário, completando o mandato se aquele persistir.

8 - Em caso de renúncia, os membros suplentes substituem os efectivos, completando o mandato.

ARTIGO 22.ºEleição de membros por jornalistas

1 - A eleição a que se refere o n.º 2 do artigo anterior realiza-se por sufrágio pessoal e secreto, segundo o método da média mais alta de Hondt.

2 - Integram os cadernos eleitorais todos os jornalistas com título profissional actualizado à data do anúncio das eleições.

3 - As candidaturas organizam-se mediante listas discriminando os candidatos efectivos e a ordem dos suplentes, apresentadas por associações

sindicais e profissionais de jornalistas de âmbito nacional, ou por um mínimo de 100 jornalistas inscritos nos cadernos eleitorais.

4 - A aprovação do regulamento e a organização do processo eleitoral incumbe à CCPJ, que pode celebrar convénios com as associações sindicais ou profissionais com vista à prática dos actos materiais necessários à sua realização.

CAPÍTULO IVProcedimento disciplinar

ARTIGO 23.ºSanções disciplinares profissionais

1 - As violações dos deveres enunciados no n.º 2 do artigo 14.º do Estatuto do Jornalista constituem infracção disciplinar profissional, punida com as seguintes penas, tendo em conta a gravidade da infracção, a culpa e os antecedentes disciplinares do agente:

a) Advertência registada;b) Repreensão escrita;c) Suspensão do exercício da actividade pro-

fissional até 12 meses.2 - Para determinar o grau de culpa do agente,

designadamente quando tenha agido no cumpri-mento de um dever de obediência hierárquica, a CCPJ pode requerer os elementos que entenda necessários ao conselho de redacção do órgão de comunicação social em que tenha sido cometida a infracção.

3 - A pena de suspensão do exercício da acti-vidade só pode ser aplicada quando o agente, nos três anos precedentes, tenha sido sancionado pelo menos duas vezes com a pena de repreensão escrita, ou uma vez com idêntica pena de suspensão.

ARTIGO 24.ºProcedimento disciplinar

1 - O procedimento disciplinar é conduzido pela CCPJ, à qual compete a decisão da sua abertura, que pode ser delegada no secretariado, concluindo-se com a publicação da decisão final, nos termos legais.

2 - A decisão de abertura do procedimento disciplinar é tomada oficiosamente ou na sequência de participação de pessoa que tenha sido directa-mente afectada pela infracção disciplinar, ou ainda do conselho de redacção do órgão de comunicação social em que esta foi cometida, quando esgotadas internamente as suas competências na matéria.

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

42Junho/2008TSS

3 - O procedimento assegura o direito de de-

fesa dos acusados, nos termos do regulamento

disciplinar aprovado, após consulta pública aos

jornalistas, pela CCPJ, o qual é remetido ao membro

do Governo responsável pela área da comunicação

social para publicação na 2.ª série do Diário da

República.

ARTIGO 25.º

Secção disciplinar

1 - Aberto o procedimento disciplinar, a aprecia-

ção, julgamento e sanção da violação dos deveres

profissionais enumerados no n.º 2 do artigo 14.º

do Estatuto do Jornalista compete a uma secção

disciplinar composta por três jornalistas.

2 - Os elementos da secção disciplinar são

eleitos pelos membros da CCPJ, de entre os jor-

nalistas que a compõem, por voto secreto, pelo

período de um ano.

3 - Das decisões da secção disciplinar cabe

recurso, com efeito suspensivo, para o plenário

da CCPJ.

CAPÍTULO V

Funcionamento da CCPJ

ARTIGO 26.º

Sede e funcionamento

1 - A CCPJ tem sede em Lisboa.

2 - A CCPJ elabora o seu próprio regulamento,

o qual é remetido ao membro do Governo res-

ponsável pela área da comunicação social, para

homologação e publicação na 2.ª série do Diário

da República.

3 - A CCPJ reúne-se em plenário, com periodi-

cidade bimestral, e sempre que for extraordinaria-

mente convocada para o efeito pelo presidente ou

por pelo menos três dos seus membros.

4 - A CCPJ nomeia um secretariado, que é o

seu órgão permanente de competência delegada,

constituído por dois elementos eleitos de entre os

seus membros e pelo presidente.

5 - Compete ao secretariado:

a) Representar a CCPJ em juízo e fora dele,

para todos os efeitos legais;

b) Movimentar as contas bancárias, bastan-

do, para o efeito, a assinatura de dois dos seus

membros;

c) Assegurar a gestão corrente da CCPJ.

ARTIGO 27.ºLegitimidade processual e isenções

1 - A CCPJ tem legitimidade para propor e intervir em processos principais e cautelares destinados à defesa de valores e bens jurídicos cuja protecção lhe seja cometida nos termos da lei.

2 - A CCPJ está isenta de custas em qualquer tribunal ou instância.

ARTIGO 28.ºDever de sigilo

1 - Os membros e colaboradores da CCPJ estão obrigados a manter sigilo relativamente a todos os dados pessoais, documentos e informações apresentados pelos requerentes, salvo se e na medida em que forem expressamente autorizados pelo interessado do contrário.

2 - Ressalva-se a mera informação de que alguém é titular de determinado título de acreditação, por solicitação de autoridade pública ou a requerimento de quem tiver interesse legítimo.

ARTIGO 29.ºCompensações

1 - Os membros da CCPJ e do secretariado têm direito a uma senha de presença por cada partici-pação em reuniões ou sessões de trabalho.

2 - O montante de cada senha de presença é fixado através de despacho conjunto dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da comunicação social.

3 - A compensação referida nos números anteriores não prejudica o direito de reembolso pelas despesas a que o exercício das respectivas funções dê causa, as quais são pagas mediante documentação comprovativa.

ARTIGO 30.ºPatrimónio

O património da CCPJ é constituído pela univer-salidade dos seus bens, direitos e obrigações.

ARTIGO 31.ºReceitas

1 - Constituem receitas da CCPJ:a) Os emolumentos cobrados pela emissão,

renovação ou substituição dos títulos de acredi-tação;

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

43Junho/2008

TSS

b) O produto das coimas por si aplicadas, nos termos do disposto no Estatuto do Jornalista;

c) As importâncias cobradas no exercício das suas funções para fazer face a despesas do inte-resse dos requerentes;

d) Os subsídios e outros apoios que lhe sejam atribuídos;

e) As doações, heranças ou legados conce-didos por quaisquer entidades de direito público ou privado;

f) O produto da venda de quaisquer publicações, bem como da realização ou cedência de estudos sociais e estatísticos, inquéritos e outros trabalhos ou serviços prestados a outras entidades;

g) As dotações públicas que se mostrem indis-pensáveis à sua organização logística ou à prosse-cução das suas actividades administrativas;

h) Quaisquer outras receitas previstas na lei, re-gulamento ou provenientes de negócio jurídico.

2 - O montante dos emolumentos referidos na alínea a) do n.º 1 é fixado por despacho do membro do Governo responsável pela área da comunicação social.

3 - Sem prejuízo das sanções legalmente pre-vistas, a inobservância dos prazos previstos para requerimento dos títulos de acreditação ou da sua renovação pelos respectivos interessados determina a cobrança de custos adicionais de processamento, no montante de:

a) 50 % do emolumento respectivo, por atra-so igual ou inferior a 30 dias sobre a data limite estabelecida;

b) 100 %, nos demais casos.4 - A CCPJ pode estabelecer isenções ou redu-

ções de emolumentos nos casos de comprovada insuficiência económica do requerente.

ARTIGO 32.ºActividade financeira

1 - A actividade financeira da CCPJ rege-se pelas disposições legais aplicáveis aos serviços e fundos autónomos.

2 - A realização das despesas e o seu pagamento são autorizados pelo presidente da CCPJ.

ARTIGO 33.ºDever de colaboração com a administração

da justiça

1 - Cumpre à CCPJ comunicar ao Ministério Público a suspeita da prática de crimes de que tenha conhecimento no exercício das suas funções e por causa delas.

2 - A CCPJ pode solicitar a colaboração de quaisquer entidades oficiais a fim de se assegurar da licitude dos actos que constituam pressuposto para o regular exercício das suas funções.

ARTIGO 34.ºDever de informação

A CCPJ remete à Entidade Reguladora para a Comunicação Social, nos primeiros 60 dias de cada ano, a lista dos titulares acreditados para o respectivo exercício profissional.

CAPÍTULO VIDisposições finais e transitórias

ARTIGO 35.ºExercício em curso

Sem prejuízo do direito de renúncia, os membros da CCPJ em exercício à data da entrada em vigor do presente decreto-lei mantêm-se em funções até à data da tomada de posse dos novos membros.

ARTIGO 36.ºRevogação

1 - É revogado o Decreto-Lei n.º 305/97, de 11 de Novembro.

2 - O Regulamento da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista, aprovado em 22 de Abril de 1996 e publicado na 2.ª série do Diário da Repú-blica de 4 de Julho de 1996, mantém-se em vigor, em tudo o que não contrarie o presente decreto-lei, até à aprovação do novo regulamento.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 14 de Fevereiro de 2008. - José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa - Fernando Teixeira dos Santos - Alberto Bernardes Costa - Augusto Ernesto Santos Silva.

Promulgado em 4 de Abril de 2008.Publique-se.O Presidente da República, Aníbal Cavaco

Silva.Referendado em 4 de Abril de 2008.O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho

Pinto de Sousa.

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

44Junho/2008TSS

ESTÁGIOS PARA JOVENSPROGRAMAS INOV-JOVEM, INOV CONTACTO, INOV-ART E INOV VASCO DA GAMA

Resolução do Conselho de Ministros n.º 63/2008, de 7 de Abril

O apoio à inserção de 1000 jovens licenciados em áreas científicas, tecnológicas e de gestão em pequenas e médias empresas, com vista a estimu-lar a capacidade de inovação e de gestão dessas empresas e a facilitar a transição para a vida activa desses jovens, constituiu a primeira medida tomada pelo XVII Governo, na reunião do Conselho de Mi-nistros realizada a 24 de Março de 2005. Através da aprovação da Resolução do Conselho de Ministros n.º 87/2005, de 29 de Abril, que criou o Programa INOV-JOVEM, foi dado cumprimento ao compromis-so assumido e lançada a primeira medida do Plano Tecnológico, instrumento central da estratégia de modernização do País.

O Programa INOV-JOVEM foi de seguida com-plementado pela aposta do Governo no reforço de um programa de estágios internacionais também para jovens qualificados, através do Programa INOV Contacto, adoptado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 93/2005, de 20 de Maio. Para o efeito, apostou-se no apoio à qualificação no estrangeiro de jovens profissionais e técnicos das empresas, em áreas chave do conhecimento, dotando-os designadamente de competências efectivas no domínio da inovação, com vista ao reforço da competitividade das empresas e da empregabilidade desses jovens.

Estes Programas constituíram, assim, dois instrumentos emblemáticos da linha estratégica fundamental que foi definida para estimular o nos-so crescimento económico, criar mais e melhores empregos e reforçar a coesão social e que se pode resumir em três apostas nucleares: conhecimento, tecnologia e inovação.

Três anos após o lançamento destes dois Programas e feito um balanço da sua execução e dos seus impactes nos jovens e nas empresas envolvidas, facilmente se concluiu pelo sucesso que os mesmos obtiveram. O Programa INOV-JOVEM, inicialmente concebido para envolver 1000 jovens, abrangeu durante estes anos mais de 4600 jovens, que por esta via realizaram um estágio profissional, acompanhado numa das suas

medidas por uma formação específica, ou foram contratados, sem termo, por pequenas e médias em-presas. Foi, assim, muito significativa a adesão das empresas e dos jovens a este Programa, demonstrando que o mesmo veio dar resposta a uma necessidade sentida por ambos de disporem de um instrumento que ajude a construir a ponte entre as necessidades dessas empresas e as competências produzidas pelo nosso sistema de educação e formação.

Mas mais importante que a adesão ao Programa INOV-JOVEM por parte daqueles a quem se destinou, são os efeitos dos mesmos nos jovens e nas empre-sas após, nomeadamente, a conclusão dos estágios apoiados por esta via. Neste âmbito é de assinalar que mais de dois terços dos que concluíram o seu período de estágio conseguiram obter um emprego após o mesmo, a maioria dos quais nas empresas onde realizaram o estágio. Por outro lado, também as pequenas e médias empresas reconhecem a importância deste estímulo para que viessem a contratar esses jovens e, desse modo, melhorarem a sua capacidade de gestão e de inovação.

O Programa INOV Contacto revelou igualmente resultados muito positivos, ultrapassando também as metas programadas, ao abranger cerca de 550 estagiários nas edições de 2005-2006, 2006-2007 e 2007-2008, verificando-se que sensivelmente 50 % dos abrangidos estão hoje empregados, manten-do-se aproximadamente 25 % no exterior, enquanto os restantes se integraram em Portugal. Estes dados levaram inclusive a Direcção-Geral da Indústria e da Empresa da Comissão Europeia a considerar o INOV Contacto como uma «boa prática» e ainda a ser proposto também como uma «melhor prática» à OCDE por uma das consultoras independentes daquela organização.

O balanço destes três anos de execução de am-bos os Programas permite, igualmente, diagnosticar aspectos a melhorar, com vista a potenciar ainda mais os seus efeitos reconhecidamente positivos e a cobrir domínios específicos até agora não cobertos pelo INOV-JOVEM e INOV Contacto.

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

45Junho/2008

TSS

É, então, em função deste balanço que se alarga a ambição do INOV-JOVEM e do INOV Contacto, investindo mais, com o objectivo de envolver mais jovens e empresas, e investindo melhor, privilegiando em particular os instrumentos que se revelaram mais eficazes nestes três anos. Pretende-se assim abranger anualmente, e ao longo dos próximos três anos, 5000 jovens pelo INOV-JOVEM e 550 pelo INOV Contacto e opta-se por concentrar o primeiro instrumento numa única tipologia direccionada a apoiar a realização de estágios profissionais.

Em simultâneo, em função da experiência adqui-rida e também do diagnóstico das necessidades insu-ficientemente satisfeitas, criam-se agora duas novas medidas, o INOV-ART e o INOV Vasco da Gama, ao abrigo das quais se ambiciona envolver, anualmente, 200 jovens na primeira e 150 na segunda, ao longo dos próximos três anos.

A primeira dará a jovens artistas e quadros ligados a este sector a oportunidade de realização de estágios em entidades internacionais de referência no domínio das artes e da cultura, por forma a estimular a sua inserção e internacionalização.

O INOV Vasco da Gama, por seu lado, dirige-se à qualificação de jovens empresários e quadros de empresas nacionais, tendo como principal objectivo a capacitação dos mesmos em matéria de interna-cionalização, através de acções de integração em empresas e entidades internacionais de referência, consideradas detentoras das melhores práticas em gestão.

Por último, reforça-se a aposta na desburo-cratização, racionalização e simplificação destes instrumentos de política, dotando-os de uma maior coerência interna e de uma estrutura de coordenação e acompanhamento interministerial, atendendo ao envolvimento na sua execução de três Ministérios distintos: o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, o Ministério da Economia e da Inovação e o Ministério da Cultura.

Assim:Nos termos da alínea g) do artigo 199.º da Cons-

tituição, o Conselho de Ministros resolve:1 - Determinar o lançamento de uma nova fase

do INOV-JOVEM e do INOV Contacto, com o reforço substancial dos beneficiários abrangidos, bem como a criação do INOV-ART, como medida específica no domínio das artes e cultura, e do INOV Vasco da Gama, como medida específica para apoiar a qualificação internacional de jovens empresários e quadros de empresas nacionais, nos termos dos números seguintes.

2 - Determinar, assim, o desenvolvimento das seguintes medidas:

a) O INOV-JOVEM, com vista a apoiar a rea-lização de estágios profissionais em pequenas e

médias empresas pelos destinatários da presente medida, podendo os mesmos ser acompanhados pelo desenvolvimento de uma formação específica, sempre que se tratem de jovens diplomados em áreas de educação e formação à partida não previstas nas medidas referidas no número anterior e que revelem dificuldades de inserção no mercado de trabalho, visando abranger, anualmente, 5000 jovens;

b) O INOV Contacto, em que se apoia a realização de estágios internacionais de destinatários da medida, visando abranger, anualmente, 550 jovens;

c) O INOV-ART, em que se apoia a realização de estágios internacionais de jovens ligados às artes e à cultura em entidades de referência de outros paí-ses ligadas ao respectivo sector, visando abranger, anualmente, 200 jovens;

d) O INOV Vasco da Gama, destinado à quali-ficação internacional de jovens empresários e ges-tores de empresas nacionais, visando gerar novas oportunidades que venham a ser materializadas em factores de competitividade de natureza colectiva e a induzir efeitos de crescimento nas empresas e na economia portuguesa, através de uma maior exposição à escala mundial, visando abranger, anu-almente, 150 jovens.

3 - Estabelecer como entidades abrangidas pelas medidas referidas no n.º 1, respectivamente:

a) No caso do INOV-JOVEM, as pequenas e médias empresas empenhadas em processos de ino-vação e desenvolvimento empresarial, em particular as que visam ganhar e reforçar posições na produção de bens e serviços transaccionáveis;

b) No caso do INOV Contacto, as empresas portuguesas com estruturas em mercados exter-nos, as empresas multinacionais e as organizações internacionais vocacionadas para a intervenção na área da internacionalização;

c) No caso do INOV-ART, as entidades de refe-rência no contexto internacional do sector das artes e da cultura;

d) No caso do INOV Vasco da Gama, as empresas e organizações de referência internacional seleccio-nadas para o efeito, nos mercados considerados prioritários para a economia portuguesa.

4 - Estabelecer como destinatários habilitados das medidas referidas no n.º 1, respectivamente:

a) No caso do INOV-JOVEM, os jovens com qualificações de nível superior nas áreas da gestão, engenharia, ciência e tecnologia e outras áreas crí-ticas para a inovação empresarial;

b) No caso do INOV Contacto, os jovens com qualificações de nível superior em áreas críticas para a internacionalização da economia portuguesa, fluentes em línguas estrangeiras e com comprovada apetência para desenvolver uma carreira profissional no estrangeiro;

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

46Junho/2008TSS

c) No caso do INOV-ART, os jovens com quali-ficações específicas ou aptidões reconhecidas nas áreas das artes e cultura;

d) No caso do INOV Vasco da Gama, os jovens com qualificações de nível superior, fluentes em línguas estrangeiras e que sejam empresários ou quadros de empresas com potencial de internacio-nalização comprovado e ou com projecto de inter-nacionalização delineado.

5 - Determinar que as presentes medidas são coordenadas por uma unidade própria de coordena-ção e acompanhamento, integrando representantes das entidades gestoras de cada Ministério envolvido, e ainda, se e quando for considerado necessário para o cumprimento das suas funções, outras ins-tituições, públicas e privadas, e personalidades de reconhecido mérito.

6 - Estabelecer o princípio de que as empresas que recebam apoio das presentes medidas têm prioridade no acesso a outras medidas públicas de incentivo à inovação, ao desenvolvimento empre-sarial, ao emprego e ao investimento em formação contínua dos seus trabalhadores, nomeadamente às inseridas no Programa Operacional Potencial Humano e no Programa Operacional Factores de Competitividade.

7 - Definir que o envolvimento dos jovens e das entidades promotoras ou de acolhimento contempla acções de acompanhamento e orientação, a desen-volver pelas entidades gestoras, com o apoio da unidade de coordenação e acompanhamento, com

o objectivo de assegurar a sua qualificação a níveis mais elevados e de organizar uma rede que facilite os contactos e a troca de experiências entre os jovens e entre as entidades envolvidas.

8 - Estabelecer que, ao abrigo do disposto no artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 132/99, de 21 de Abril, as normas de funcionamento, acompanhamento e o regime de concessão dos apoios técnicos e finan-ceiros das presentes medidas são definidas através de portaria conjunta dos Ministros do Trabalho e da Solidariedade Social, da Economia e da Inovação e da Cultura.

9 - Determinar que o regime previsto no número anterior obedece aos princípios da simplificação e desburocratização, de modo que o mesmo seja de utilização amigável, sem prejuízo da observância dos adequados mecanismos de controlo.

10 - Determinar que as presentes medidas são financiadas por verbas dos Ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social, da Economia e da Inova-ção e da Cultura, com o apoio, nomeadamente, do Programa Operacional Potencial Humano.

11 - Estabelecer que as presentes medidas são avaliadas por uma entidade externa de reconhecida competência, antes do final do seu prazo de vigência, previsto para três anos.

12 - A presente resolução entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

Presidência do Conselho de Ministros, 12 de Março de 2008. - O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.

Pedidos para: Vida Económica - R. Gonçalo Cristóvão, 111 6º esq. 4049-037 PORTO Tel. 223 399 400 Fax 222 058 098 E-mail assinaturas: [email protected]

Um importante instrumento de trabalho para todos aqueles que têm de estar permanentemente actua-lizados sobre as questões jurídicas e económicas da União Europeia.

• Regulamentação europeia• Aplicação prática à actividade das empresas• As novas oportunidades• A lógica do grande mercado• Legislação e jurisprudência comunitárias

Mercado Único

PREÇOS ASSINATURA

OPÇÃO ANUAL BIENAL TRIENAL

PAPEL €66 €125 €178

PAPEL + ONLINE €86 €163 €232

ONLINE €62 €118 €167

Rev

ista

Men

sal

Outu

bro 2

007

Pre

ço:

6,5

0�H

�������������

�������������G

�������������

���������������

10

972

0002

0071

04

00065

��������������

��������������������������������������������

União Europeia unidana diversidade da língua

��������

Mandado dedetenção europeutem novas regras

�����������

Comissão Europeia optimista para os próximos seis meses

Alterações climáticas precisam de uma revolução

��������

Atraso na transposição de directivanão iliba culpa

����������

Empresas de investimento têm novas regras

�������������������������������������������������������

�����������������������

������������

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

47Junho/2008

TSS

AÇORESPROGRAMA “BERÇO DE EMPREGOS” Decreto Regulamentar Regional n.º 8/2008/A, de 7 de Maio

A autonomização de um programa destinado à substituição de trabalhadoras em situação de licença por maternidade por trabalhadoras beneficiárias de pres-tações de desemprego surge na sequência do Decreto Regulamentar Regional n.º 2/99/A, de 4 de Fevereiro, que estabeleceu o regime de ocupação de trabalhadoras beneficiárias de prestações de desemprego.

A vertente daquele diploma, relativa à substituição de trabalhadoras em situação de licença por materni-dade, ganhou vida própria, acabando por se destacar, tendo inclusive ultrapassado todas as expectativas e tendo sido apontado várias vezes a nível comunitário como exemplo europeu de boas práticas.

O «Berço de Emprego», designação como acabou por ser conhecida a substituição de trabalhadoras, para além de contribuir para a produtividade social e a aquisição de novas competências por parte das trabalhadoras beneficiárias, também funciona como medida de protecção da maternidade. Bem como de fomento da natalidade. Contribui para atenuar os efeitos económicos e funcionais sobre as empresas e organismos resultantes da licença de maternidade das suas trabalhadoras, constituindo-se, finalmente, como uma medida de promoção do mercado social de emprego, conforme previsto no artigo 16.º do Decreto Legislativo Regional n.º 28/2004/A, 24 de Agosto.

Pelo presente diploma, procede, assim, à re-gulamentação do programa «Berço de Emprego», introduzindo-se alterações e ajustamentos, quer de natureza formal, quer de natureza operacional, adaptando-se também às alterações legislativas entretanto ocorridas.

Foi ouvida a Comissão Permanente do Conselho Regional de Concertação Estratégica.

Assim, nos termos da alínea d) do n.º 1 do ar-tigo 227.º da Constituição e da alínea q) do artigo 60.º do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores e do n.º 3 do artigo 16.º do Decreto Legislativo Regional n.º 28/2004/A, 24 de Agosto, o Governo Regional decreta o seguinte:

ARTIGO 1.ºObjecto

1 - O presente diploma regula o programa «Berço de Emprego», que visa a substituição temporária de

trabalhadoras, por conta de outrem, em situação de licença de maternidade ou por adopção, por benefi-ciárias de prestações de desemprego.

2 - As actividades desenvolvidas visam a participa-ção das trabalhadoras beneficiárias de prestações de desemprego em trabalho conveniente ou necessário, consoante as entidades promotoras e de acordo com o disposto nos artigos 13.º e 15.º do Decreto-Lei n.º220/2006, de 3 de Novembro.

ARTIGO 2.ºPromotores

1 - As empresas regularmente constituídas podem candidatar-se ao regime do presente diploma, exclu-sivamente para efeitos de promover a substituição temporária de trabalhadoras em situação de licença de maternidade por adopção, por trabalhadoras be-neficiárias de prestações de desemprego.

2 - Também podem candidatar-se ao presente pro-grama as seguintes entidades sem fins lucrativos:

a) Serviços e organismos dependentes da admi-nistração pública regional;

b) Serviços e organismos, localizados na RAA, dependentes da administração pública central;

c) Serviços e organismos dependentes da admi-nistração local;

d) Instituições particulares de solidariedade social ou equiparados;

e) Associações e cooperativas sem fins lucrativos.

ARTIGO 3.ºDuração

A substituição tem carácter temporário e está limitada ao período de licença de maternidade ou por adopção, acrescida de dois meses, não podendo ser inferior a um mês.

ARTIGO 4.ºPrestação de desemprego

1 - As trabalhadoras colocadas ao abrigo do presente diploma mantêm, para todos os efeitos, a sua qualidade de beneficiárias de prestações de desemprego, incluindo o direito à sua percepção.

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

48Junho/2008TSS

2 - A actividade prestada nos termos do presente regime não releva para efeitos de atribuição de nova prestação de desemprego.

ARTIGO 5.ºProcedimentos

1 - As candidaturas são apresentadas nos ser-viços da direcção regional competente em matéria de emprego, em formulário próprio, com indicação do número e do perfil e formação das trabalhadoras pretendidas e da duração provável da colocação.

2 - As candidaturas devem ser acompanhados de elementos demonstrativos do preenchimento dos requisitos e da respectiva declaração de com-promisso.

3 - A direcção regional competente em matéria de emprego pode solicitar os esclarecimentos com-plementares que considere necessários, a apresentar no prazo de 10 dias, sob pena de se considerar desistência da candidatura.

4 - Sem prejuízo do disposto nos números ante-riores, a direcção regional competente em matéria de emprego supre oficiosamente as deficiências dos processos de candidatura sempre que os ele-mentos apresentados pela entidade promotora o permitam.

ARTIGO 6.ºRequisitos

1 - A afectação das trabalhadoras e a concessão dos correspondentes benefícios às entidades promo-toras depende do carácter temporário da actividade e da sua duração não ser inferior a um mês nem superior ao prazo previsto no artigo 3.º.

2 - Para além da demonstração do referido no número anterior, as entidades promotoras assumem, mediante declaração, os seguintes compromissos:

a) Cumprir integralmente as obrigações legais e convencionais respeitantes às trabalhadoras cuja colocação solicitarem;

b) Manter o posto de trabalho da trabalhadora substituída, enquanto durar a colocação;

c) Ter a situação regularizada relativamente a dívidas por impostos ao Estado e a dívidas por con-tribuições à Segurança Social, nas entidades sobre as quais incida essa obrigação;

d) Cumprir as obrigações constantes do presente diploma.

ARTIGO 7.ºColocação

1 - Após o deferimento do pedido, a colocação das trabalhadoras solicitadas é efectuada pela agên-cia para a qualificação e emprego da área onde se desenvolve a actividade.

2 - A agência para a qualificação e emprego comunica ao Centro de Prestações Pecuniárias da Segurança Social, ou entidade equiparada que abrange a colocada, o início da actividade, com a indicação dos dados de identificação da entidade promotora e da colocada.

ARTIGO 8.ºRecusa injustificada

1 - A recusa injustificada por parte da trabalhadora em aceitar a colocação em trabalho conveniente ou necessário, nos termos do presente diploma, determi-na a cessação do direito à percepção das prestações de desemprego, de acordo com o Decreto-Lei n.º 220/2006, de 3 de Novembro.

2 - Para os efeitos previstos no número anterior, a interrupção injustificada da actividade é equiparada à recusa de trabalho conveniente ou necessário.

3 - Considera-se recusa injustificada qualquer falta ou desistência da colocada sem justificação legal.

ARTIGO 9.ºRenovação e cessação

1 - Quando a entidade promotora não indique o prazo de duração da actividade, considera-se que este tem a duração de 30 dias, renovando-se por iguais e sucessivos períodos, até ao limite máximo previsto no artigo 3.º.

2 - Sempre que a entidade promotora pretenda pôr termo à colocação, deve comunicá-lo, por escrito, com 10 dias de antecedência, quer à trabalhadora, quer à agência para a qualificação e emprego.

3 - A trabalhadora pode pôr termo à ocupação no prazo e nos termos do número anterior, salvo por motivo de novo emprego, caso em que não há lugar a aviso prévio.

ARTIGO 10.ºObrigações das entidades promotoras

As entidades promotoras da colocação de trabalhadoras ficam sujeitas ao cumprimento das seguintes obrigações:

a) Efectuar um seguro relativo a acidentes de trabalho e doenças profissionais, nos termos da lei geral;

b) Pagar à colocada o complemento das presta-ções de desemprego a que a mesma tenha direito até perfazer a retribuição legal ou convencionalmente estabelecida no respectivo sector de actividade para as categorias profissionais a que corresponda as funções por aquela exercida;

c) Pagar os encargos devidos sobre as remune-rações a seu cargo;

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

49Junho/2008

TSS

d) Pagar à colocada os subsídios a que tenha direito nos termos legais ou convencionalmente estabelecida no respectivo sector de actividade para as categorias profissionais a que corresponda as funções por aquela exercida;

e) Enviar mensalmente aos serviços da direcção regional competente em matéria de emprego uma relação do tempo de trabalho prestado pela colocada, bem como cópia dos documentos comprovativos dos pagamentos efectuados.

ARTIGO 11.ºReembolso aos promotores

O Fundo Regional do Emprego reembolsa as entidades promotoras, do complemento:

a) Das prestações de desemprego a que as colocadas tenham direito até perfazer a retribui-ção legal ou convencionalmente estabelecida no respectivo sector de actividade para as categorias profissionais a que correspondam as funções por aquelas exercidas;

b) Dos subsídios a que as colocadas tenham direito nos termos da alínea anterior.

ARTIGO 12.ºLegislação aplicável

As colocadas estão sujeitas aos deveres e gozam dos direitos e regalias legais ou convencionalmente estabelecidos para o sector de actividade em que estão colocadas, na medida em que não contrariem os objectivos do presente diploma, aplicando-se sub-sidiariamente os princípios relativos aos trabalhadoras contratados a termo, nomeadamente férias, faltas e subsídios de férias e de Natal.

ARTIGO 13.ºAcompanhamento

1 - As agências para a qualificação e emprego acompanham o desenvolvimento das actividades desenvolvidas pelas colocadas, de modo a verificar, nomeadamente, se as trabalhadoras estão afectas a fins diferentes dos acordados por parte das enti-dades promotoras.

2 - A Inspecção Regional do Trabalho colabora no acompanhamento do programa, quer informando as colocadas em matéria de legislação laboral, quer fiscalizado a actividade desenvolvida.

ARTIGO 14.ºIncumprimento

1 - A violação dos deveres estabelecidos neste diploma implica para a entidade a interrupção ime-diata da colocação, não sendo reembolsado dos

complementos referidos no artigo 11.º, a contar da data em que se verificar o incumprimento.

2 - As entidades que pratiquem irregularidades ou infracções ficam excluídas, pelo período de dois anos, da promoção de novas colocações, de projectos de actividades ocupacionais, bem como da promoção de outros programas de fomento ao emprego.

3 - As sanções estabelecidas neste artigo não afastam a responsabilidade contra-ordenacional ou criminal a que houver lugar.

ARTIGO 15.ºRegulamentação

1 - Os regulamentos que se mostrem necessários à boa execução do regime constante do presente diploma revestem a forma de despacho normativo do membro do Governo competente em matéria de emprego.

2 - A direcção regional competente em matéria de emprego elabora as orientações internas que se tornem necessárias à execução do presente programa.

ARTIGO 16.ºDisposição transitória

Às candidaturas já apresentadas à data da publicação do presente diploma, mas que, na mes-ma data, não tenham sido objecto de decisão, é aplicável o regime vigente à data da apresentação das candidaturas, salvo se, no prazo de 15 dias, os respectivos promotores optarem pelo regime agora instituído.

ARTIGO 17.ºRevogação

São revogadas as disposições relativas à subs-tituição temporária de trabalhadoras em licença de maternidade, constantes do Decreto Regulamentar Regional n.º 2/99/A, de 4 de Fevereiro.

ARTIGO 18.ºEntrada em vigor

O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

Aprovado em Conselho do Governo Regional, em Ponta Delgada, em 3 de Abril de 2008.

O Presidente do Governo Regional, Carlos Manuel Martins do Vale César.

Assinado em Angra do Heroísmo em 24 de Abril de 2008.

Publique-se.O Representante da República para a Região

Autónoma dos Açores, José António Mesquita.

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

50Junho/2008TSS

AÇORESACTIVIDADE OCUPACIONAL TEMPORÁRIA DE DESEMPREGADOS

Decreto Regulamentar Regional n.º 9/2008/A, de 7 de Maio

O Decreto Regulamentar Regional n.º 2/99/A, de 4 de Fevereiro, que estabeleceu o regime de ocupação de trabalhadores beneficiários de prestações de de-semprego, veio consolidar um programa ocupacional em que se valoriza o envolvimento dos desempregados em trabalho socialmente necessário.

O presente programa tem demonstrado que atra-vés da ocupação de desempregados em trabalho so-cialmente necessário, para além de contribuírem para a sua produtividade social, adquirem competências, contribuindo para a atenuação dos efeitos sociais do desemprego e para o aumento da reinserção no mercado de trabalho.

O presente diploma destina-se à regulamentação da vertente do programa ocupacional genericamen-te destinado a todos os desempregados, chamado Programa de Colocação Temporária de Trabalhadores Subsidiados, CTTS, procedendo-se a algumas altera-ções e ajustamentos, de natureza formal e orgânica, adaptando-se às alterações legislativas entretanto ocorridas.

Foi ouvida a Comissão Permanente do Conselho Regional de Concertação Estratégica.

Assim, nos termos das alíneas d) do n.º 1 do artigo 227.º da Constituição, e o) do artigo 60.º do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores e tendo em conta o disposto no n.º 4 do artigo 15.º do Decreto Legislativo Regional n.º 28/2004/A, de 24 de Agosto, o Governo Regional decreta o seguinte:

ARTIGO 1.ºObjecto

1 - O presente diploma regula a actividade ocu-pacional temporária de trabalhadores beneficiários de prestação de desemprego, adiante designados por trabalhadores ocupados.

2 - As actividades ocupacionais visam a parti-cipação dos trabalhadores ocupados em trabalho socialmente necessário, de acordo com o disposto no artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 220/2006, de 3

de Novembro, inseridos em projectos ocupacionais organizados por entidades sem fins lucrativos, em benefício da colectividade, por razões de necessidade social ou colectiva.

ARTIGO 2.ºÂmbito subjectivo

1 - Podem candidatar-se à execução de projectos de actividades ocupacionais as seguintes entidades sem fins lucrativos:

a) Serviços e organismos dependentes da admi-nistração pública regional;

b) Serviços e organismos localizados na Região Autónoma dos Açores dependentes da administração pública central;

c) Serviços e organismos dependentes da admi-nistração local;

d) Instituições particulares de solidariedade social ou equiparados;

e) Associações e cooperativas sem fins lucra-tivos.

2 - Os processos de candidatura referidos na alínea a) do número anterior carecem de aprovação prévia dos membros do Governo Regional com competência na área das finanças e da administração pública.

ARTIGO 3.ºPrestação de desemprego

1 - Os trabalhadores ocupados ao abrigo do presente diploma mantêm, para todos os efeitos, a sua qualidade de beneficiários de prestações de desemprego, incluindo o direito à sua percepção.

2 - O trabalho prestado nos termos do presente regime não releva para efeitos de atribuição de nova prestação de desemprego.

ARTIGO 4.ºProcedimentos

1 - As candidaturas para a execução de projectos de actividades ocupacionais são apresentadas nos

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

51Junho/2008

TSS

serviços da direcção regional competente em matéria de emprego, em formulário próprio, com indicação do número e do perfil e formação dos trabalhadores pretendidos e da duração provável da ocupação.

2 - As candidaturas devem ser acompanhados de elementos demonstrativos do preenchimento dos requisitos e da respectiva declaração de com-promisso.

3 - A direcção regional competente em matéria de emprego pode solicitar os esclarecimentos com-plementares que considere necessários, a apresentar no prazo de 10 dias, sob pena de se considerar desistência da candidatura.

4 - Sem prejuízo do disposto nos números ante-riores, a direcção regional competente em matéria de emprego supre oficiosamente as deficiências dos processos de candidatura sempre que os ele-mentos apresentados pela entidade promotora o permitam.

ARTIGO 5.ºCondições e requisitos

1 - A afectação dos trabalhadores e a conces-são dos correspondentes benefícios às entidades requerentes dependem da verificação dos requisitos seguintes:

a) Tratar-se de projectos de trabalho de carácter temporário mas de duração não inferior a um mês nem superior a dois anos;

b) Afectação dos trabalhadores à realização de actividades de interesse social.

2 - Para além da demonstração do preenchimento dos requisitos enunciados no número anterior, as en-tidades candidatas assumem, mediante declaração, os seguintes compromissos:

a) Manter os postos de trabalho já existentes enquanto auferem dos benefícios atribuídos no âmbito do presente diploma, nomeadamente não substituin-do os trabalhadores ao seu serviço por trabalhadores subsidiados nem afectando estes, nesta qualidade, a postos de trabalho permanentes;

b) Cumprir integralmente as obrigações legais e convencionais respeitantes aos trabalhadores cuja ocupação solicitarem;

c) Não ocupar trabalhadores que tenham cessado contrato de trabalho na entidade;

d) Não ocupar trabalhadores em substituição de pessoal da entidade em gozo de férias;

e) Ter a situação regularizada relativamente a dívidas por impostos ao Estado e a dívidas por con-tribuições à segurança social, nas entidades sobre as quais incida essa obrigação;

f) Cumprir as obrigações constantes do presente diploma.

ARTIGO 6.ºColocação

1 - Após o deferimento do pedido, a ocupação dos trabalhadores solicitados é efectuada pela agência para a qualificação e emprego da área da localização do projecto.

2 - A agência para a qualificação e emprego comunica ao Centro de Prestações Pecuniárias da Se-gurança Social, ou entidade equiparada, que abrange o trabalhador o início da execução do projecto, com a indicação dos dados identificadores da entidade promotora e dos trabalhadores ocupados.

ARTIGO 7.ºRecusa injustificada

1 - A recusa injustificada por parte do trabalhador em aceitar a prestação de trabalho socialmente ne-cessário, nos termos do presente diploma, determina a cessação do direito à percepção das prestações de desemprego, nos termos do Decreto-Lei n.º 220/2006, de 3 de Novembro.

2 - Para os efeitos previstos no número anterior, a interrupção injustificada da actividade ocupacio-nal é equiparada à recusa de trabalho socialmente necessário.

3 - Considera-se recusa injustificada qualquer falta do ocupado sem justificação legal.

ARTIGO 8.ºDuração, renovação e cessação

1 - Quando a entidade requerente não indique o prazo de duração do projecto, considera-se que este tem a duração de 30 dias, renovando-se por iguais e sucessivos períodos, até ao limite máximo de dois anos.

2 - Sempre que a entidade beneficiária pretenda pôr termo à ocupação, deve comunicá-lo, por escri-to, ao trabalhador e à agência para a qualificação e emprego com 10 dias de antecedência.

3 - O trabalhador pode pôr termo à ocupação no prazo e nos termos do número anterior, salvo por motivo de novo emprego, caso em que não há lugar a aviso prévio.

4 - Após decorrido o limite máximo de tempo de ocupação referido no n.º 1, a entidade promotora não pode ocupar o mesmo trabalhador no mesmo projecto durante um período de, pelo menos, dois anos.

ARTIGO 9.ºObrigações das entidades promotoras

As entidades que beneficiem da ocupação de trabalhadores, nos termos do presente diploma, ficam sujeitas ao cumprimento das seguintes obri-gações:

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

52Junho/2008TSS

a) Complementar as prestações de desemprego a que os trabalhadores tenham direito até perfazer a retribuição legal ou convencionalmente estabelecida no respectivo sector de actividade para as categorias profissionais a que correspondam as funções por aqueles exercidas;

b) Pagar ao ocupado os subsídios a que tenha direito nos termos legais ou convencionalmente es-tabelecidos no respectivo sector de actividade para as categorias profissionais a que correspondam as funções por aquele exercidas;

c) Efectuar um seguro relativo a acidentes de trabalho e doenças profissionais, nos termos da lei geral;

d) Pagar as contribuições devidas sobre as re-munerações a seu cargo;

e) Enviar mensalmente aos serviços da direcção regional competente em matéria de emprego uma relação do tempo de trabalho prestado por cada trabalhador ocupado, acompanhada de cópia dos recibos da retribuição e das contribuições para a segurança social.

ARTIGO 10.ºLegislação aplicável

Os trabalhadores ocupados estão sujeitos aos deveres e gozam dos direitos e regalias legal ou convencionalmente estabelecidos para o sector de actividade em que estão ocupados, na medida em que não contrariem os objectivos do presente diploma, aplicando-se subsidiariamente os princípios relativos aos trabalhadores contratados a termo, designadamente férias, faltas e subsídios de férias e de Natal.

ARTIGO 11.ºAcompanhamento

1 - As agências para a qualificação e emprego acompanham o desenvolvimento dos projectos ocupacionais através dos métodos considerados adequados, de modo a verificar, nomeadamente:

a) Se a actividade ocupacional constante do projecto não consiste na ocupação de postos de trabalho existentes e que podem ser preenchidos no mercado normal de trabalho;

b) Se os trabalhadores estão afectos a fins diferentes dos acordados por parte das entidades promotoras.

2 - A Inspecção Regional do Trabalho colabora no acompanhamento do programa, quer informando os ocupados em matéria de legislação laboral quer fiscalizando a actividade ocupacional.

ARTIGO 12.ºIncumprimento

1 - A violação dos deveres estabelecidos neste diploma implica para a entidade a interrupção imediata do projecto e cessação da ocupação.

2 - As entidades que pratiquem irregularidades ou infracções ficam excluídas quer da promoção de projectos de actividades ocupacionais quer da pro-moção de outros programas de fomento ao emprego, pelo período de dois anos.

3 - As sanções estabelecidas neste artigo não afastam a responsabilidade contra-ordenacional ou criminal a que houver lugar.

ARTIGO 13.ºRegulamentação

1 - Os regulamentos que se mostrem necessários à boa execução do regime constante do presente diploma revestem a forma de despacho normativo do membro do Governo Regional competente em matéria de emprego.

2 - A direcção regional competente em matéria de emprego elabora as orientações internas que se tornem necessárias à execução do presente programa.

ARTIGO 14.ºDisposição transitória

Às candidaturas já apresentadas à data da publi-cação do presente diploma mas que, na mesma data, não tenham sido objecto de decisão é aplicável o regime vigente à data da apresentação das candida-turas, salvo se, no prazo de 15 dias, os respectivos promotores optarem pelo regime agora instituído.

ARTIGO 15.ºRevogação

É revogado o Decreto Regulamentar Regional n.º 2/99/A, de 4 de Fevereiro.

ARTIGO 16.ºEntrada em vigor

O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

Aprovado em Conselho do Governo Regional, em Ponta Delgada, em 3 de Abril de 2008.

O Presidente do Governo Regional, Carlos Manuel Martins do Vale César.

Assinado em Angra do Heroísmo em 24 de Abril de 2008.

Publique-se.O Representante da República para a Região

Autónoma dos Açores, José António Mesquita.

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

53Junho/2008

TSS

AÇORESPROGRAMA “FORMAÇÃO – EMPREGO” Decreto Regulamentar Regional n.º 10/2008/A, de 7 de Maio

A qualificação dos trabalhadores açorianos sus-ceptível de implicar uma valorização do seu trabalho, uma melhoria da competitividade do tecido empresarial dos Açores e um aumento da produtividade regional, é um desígnio para o qual o Governo Regional pretende mobilizar os meios necessários, implicar todos os actores, inovar medidas e renovar políticas.

Assim, a aplicação do conceito de rotatividade dos mecanismos de formação - emprego merece nos Açores um desenvolvimento forte, à altura dos desa-fios que se colocam, às empresas, aos trabalhadores e aos parceiros sociais.

Pretende-se também permitir que aos desempre-gados inscritos nos serviços públicos de emprego sejam proporcionados respostas adequadas, que potenciem novas oportunidades de emprego, possi-bilitando, em particular com o alargamento de novos contactos e a aquisição de novas competências, uma maior empregabilidade, integrando-se nas medidas relativas ao mercado social de emprego, conforme previsto no artigo 16.º do Decreto Legislativo Regional n.º 28/2004/A, 24 de Agosto.

Tendo em conta que o tecido empresarial açoriano é constituído, maioritariamente, por empresas de pequena dimensão, importa criar condições ao cum-primento da obrigatoriedade do disposto nos artigos 125.º e 137.º do Código do Trabalho, adaptado à Região Autónoma dos Açores pelo Decreto Legislativo Regional n.º 19/2006/A, de 2 de Junho.

A medida agora a ser regulamentada, denomina-da «Formação - Emprego», visa também contribuir para atenuar os efeitos económicos e funcionais das empresas e organismos aquando da frequência pelos seus trabalhadores de uma acção de formação profissional qualificante.

Foi ouvida a Comissão Permanente do Conselho Regional de Concertação Estratégica.

Assim, nos termos da alínea d) do n.º 1 do artigo 227.º da Constituição, da alínea q) do artigo 60.º do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores e do n.º 3 do artigo 16.º do Decreto Legislativo Regional n.º 28/2004/A, 24 de Agosto, o Governo Regional decreta o seguinte:

ARTIGO 1.ºObjecto

O presente diploma regula o programa «Formação - Emprego», que visa a substituição temporária de trabalhadores que se encontram a frequentar acções de formação profissional qualificante homologada por trabalhadores beneficiários de prestação de desemprego.

ARTIGO 2.ºPromotores

1 - Podem candidatar-se ao presente programa empresas privadas.

2 - Também podem candidatar-se as seguintes entidades sem fins lucrativos:

a) Instituições particulares de solidariedade social ou equiparados;

b) Associações e cooperativas sem fins lucrativos;c) Empresas públicas.

ARTIGO 3.ºAcções de formação profissional elegíveis

1 - São consideradas elegíveis ao programa «For-mação - Emprego» as acções de formação profissional qualificante que cumpram as seguintes condições:

a) As acções de formação profissional devem pertencer a uma lista de acções de formação pro-fissional, previamente homologadas pelo director regional competente em matéria de emprego;

b) As acções de formação não podem ter dura-ção inferior a cinco dias consecutivos, em horário laboral.

2 - Excepcionalmente, podem ser homologadas acções que não pertençam à lista referida na alínea a) do número anterior, em particular acções que possam decorrer no estrangeiro.

3 - Têm prioridade na aprovação os projectos decorrentes de acções de formação profissional ho-mologadas que são aconselhadas por um diagnóstico estratégico da empresa.

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

54Junho/2008TSS

ARTIGO 4.ºDuração

Para efeitos do disposto no artigo anterior, a duração da ocupação está limitada à duração da acção de formação, acrescida de duas semanas, não podendo ultrapassar o limite máximo de oito meses de colocação.

ARTIGO 5.ºPrestação de desemprego

1 - Os trabalhadores colocados ao abrigo do presente diploma mantêm, para todos os efeitos, a sua qualidade de beneficiários de prestações de desemprego, incluindo o direito à sua percepção.

2 - A actividade prestada nos termos do presente regime não releva para efeitos de atribuição de nova prestação de desemprego.

ARTIGO 6.ºProcedimentos

1 - As candidaturas para a execução de projec-tos no âmbito deste programa são apresentadas na direcção regional competente em matéria de emprego, em formulário próprio, com indicação do número e do perfil dos trabalhadores pretendidos e da duração da colocação.

2 - As candidaturas devem ser acompanhadas de elementos demonstrativos do preenchimento dos requisitos e da respectiva declaração de com-promisso.

3 - A direcção regional competente em matéria de emprego pode solicitar os esclarecimentos com-plementares que considere necessários, a apresentar no prazo de 10 dias, sob pena de se considerar desistência da candidatura.

4 - Sem prejuízo do disposto nos números ante-riores, a direcção regional competente em matéria de emprego supre oficiosamente as deficiências dos processos de candidatura sempre que os ele-mentos apresentados pela entidade promotora o permitam.

ARTIGO 7.ºRequisitos

1 - A afectação dos trabalhadores e a conces-são dos correspondentes benefícios às entidades requerentes dependem da verificação dos requisitos seguintes:

a) A situação do trabalhador a substituir deve encontrar-se regularizada e deve constar da última declaração do quadro de pessoal, excepto quando tenha sido recrutado após a entrega do mesmo;

b) Os projectos de colocação devem ter carác-ter temporário, de duração não inferior à acção de formação acrescida de duas semanas, nem superior a oito meses.

2 - Para além da verificação do preenchimento dos requisitos enunciados no número anterior, as entidades candidatas assumem, mediante declara-ção, os seguintes compromissos:

a) Manter o posto de trabalho do trabalhador substituído enquanto durar a colocação;

b) Cumprir integralmente as obrigações legais e convencionais respeitantes aos trabalhadores cuja colocação solicitarem;

c) Ter a situação regularizada relativamente a dívidas por impostos ao Estado e a dívidas por contribuições à segurança social;

d) Cumprir as obrigações constantes do presente diploma.

ARTIGO 8.ºColocação

1 - Após o deferimento do pedido, a colocação dos trabalhadores é efectuada pela agência para a qualificação e emprego da área da localização do projecto.

2 - A agência para a qualificação e emprego comunica ao centro de prestações pecuniárias da se-gurança social, ou entidade equiparada, que abrange o trabalhador, o início da execução do projecto, com a indicação dos dados identificadores da entidade promotora e dos trabalhadores colocados.

ARTIGO 9.ºRecusa injustificada

1 - A recusa injustificada por parte do trabalhador em aceitar a prestação de trabalho conveniente, nos termos do presente diploma, determina a cessação do direito à percepção das prestações de desemprego, nos termos do Decreto-Lei n.º 220/2006, de 3 de Novembro.

2 - Para os efeitos previstos no número anterior, a interrupção injustificada da colocação é equiparada à recusa de emprego conveniente.

3 - Considera-se recusa injustificada qualquer falta do colocado sem justificação legal.

ARTIGO 10.ºCessação

1 - Sempre que a entidade beneficiária pretenda pôr termo à colocação, deve comunicá-lo, por escri-to, ao trabalhador e à agência para a qualificação e emprego com dois dias de antecedência.

2 - O trabalhador pode pôr termo à colocação no prazo e nos termos do número anterior, salvo por motivo de novo emprego, caso em que não há lugar a aviso prévio.

ARTIGO 11.ºObrigações das entidades promotoras

As entidades que beneficiem da colocação de trabalhadores, nos termos do presente diploma, ficam sujeitas ao cumprimento das seguintes obrigações:

a) Efectuar um seguro relativo a acidentes de traba-lho e doenças profissionais, nos termos da lei geral;

b) Pagar ao colocado o complemento das pres-tações de desemprego a que o mesmo tenha direito até perfazer a retribuição legal ou convencionalmente estabelecida no respectivo sector de actividade para as categorias profissionais a que correspondem as funções por aquelas exercidas;

c) Pagar os encargos devidos sobre as remune-rações a seu cargo;

d) Pagar ao colocado os subsídios a que tenha direito nos termos legais ou convencionalmente es-tabelecida no respectivo sector de actividade para as categorias profissionais a que correspondam as funções por aqueles exercidas;

e) Enviar aos serviços da direcção regional compe-tente em matéria de emprego, no final do mês a que respeita, uma relação do tempo de trabalho prestado pelo colocado, bem como cópia dos documentos comprovativos dos pagamentos efectuados.

ARTIGO 12.ºReembolso aos promotores

O Fundo Regional do Emprego reembolsa aos promotores referidos no artigo 2.º os encargos re-feridos nas alíneas b) e d) do artigo anterior.

ARTIGO 13.ºLegislação aplicável

Os trabalhadores colocados estão sujeitos aos deveres e gozam dos direitos e regalias legal ou convencionalmente estabelecidos para o sector de actividade em que estão colocados, na medida em que não contrariem os objectivos do presente diploma, aplicando-se subsidiariamente os princípios relativos aos trabalhadores contratados a termo, nomeadamen-te férias, faltas e subsídios de férias e de Natal.

ARTIGO 14.ºAcompanhamento

1 - As agências para a qualificação e emprego acompanham o desenvolvimento dos projectos de

colocação, de modo a verificar, nomeadamente, se os trabalhadores estão afectos a fins diferentes dos acordados por parte das entidades promotoras.

2 - A Inspecção Regional do Trabalho colabora no acompanhamento do programa, quer informando os colocados em matéria de legislação laboral, quer fiscalizado a actividade dos mesmos.

ARTIGO 15.ºIncumprimento

1 - A violação dos deveres estabelecidos neste diploma implica para a entidade a interrupção ime-diata da colocação, não sendo reembolsados os complementos referidos no artigo 12.º, a contar da data em que se verificar o incumprimento.

2 - As entidades que pratiquem irregularidades ou infracções ficam excluídas, quer da promoção de projectos idênticos, quer da promoção de outros programas de fomento ao emprego, pelo período de dois anos.

3 - As sanções estabelecidas neste artigo não afastam a responsabilidade contra-ordenacional ou criminal a que houver lugar.

ARTIGO 16.ºRegulamentação

1 - Os regulamentos que se mostrem necessários à boa execução do regime constante do presente diploma revestem a forma de despacho normativo do membro do Governo competente em matéria de emprego.

2 - A direcção regional competente em matéria de emprego elabora as orientações internas que se tornem necessárias à execução do presente programa.

ARTIGO 17.ºEntrada em vigor

O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

Aprovado em Conselho do Governo Regional, em Ponta Delgada, em 3 de Abril de 2008.

O Presidente do Governo Regional, Carlos Manuel Martins do Vale César.

Assinado em Angra do Heroísmo em 24 de Abril de 2008.

Publique-se.O Representante da República para a Região

Autónoma dos Açores, José António Mesquita.

Leg

isla

ção

Tra

bal

ho

55Junho/2008

TSS

ARTIGO 4.ºDuração

Para efeitos do disposto no artigo anterior, a duração da ocupação está limitada à duração da acção de formação, acrescida de duas semanas, não podendo ultrapassar o limite máximo de oito meses de colocação.

ARTIGO 5.ºPrestação de desemprego

1 - Os trabalhadores colocados ao abrigo do presente diploma mantêm, para todos os efeitos, a sua qualidade de beneficiários de prestações de desemprego, incluindo o direito à sua percepção.

2 - A actividade prestada nos termos do presente regime não releva para efeitos de atribuição de nova prestação de desemprego.

ARTIGO 6.ºProcedimentos

1 - As candidaturas para a execução de projec-tos no âmbito deste programa são apresentadas na direcção regional competente em matéria de emprego, em formulário próprio, com indicação do número e do perfil dos trabalhadores pretendidos e da duração da colocação.

2 - As candidaturas devem ser acompanhadas de elementos demonstrativos do preenchimento dos requisitos e da respectiva declaração de com-promisso.

3 - A direcção regional competente em matéria de emprego pode solicitar os esclarecimentos com-plementares que considere necessários, a apresentar no prazo de 10 dias, sob pena de se considerar desistência da candidatura.

4 - Sem prejuízo do disposto nos números ante-riores, a direcção regional competente em matéria de emprego supre oficiosamente as deficiências dos processos de candidatura sempre que os ele-mentos apresentados pela entidade promotora o permitam.

ARTIGO 7.ºRequisitos

1 - A afectação dos trabalhadores e a conces-são dos correspondentes benefícios às entidades requerentes dependem da verificação dos requisitos seguintes:

a) A situação do trabalhador a substituir deve encontrar-se regularizada e deve constar da última declaração do quadro de pessoal, excepto quando tenha sido recrutado após a entrega do mesmo;

b) Os projectos de colocação devem ter carác-ter temporário, de duração não inferior à acção de formação acrescida de duas semanas, nem superior a oito meses.

2 - Para além da verificação do preenchimento dos requisitos enunciados no número anterior, as entidades candidatas assumem, mediante declara-ção, os seguintes compromissos:

a) Manter o posto de trabalho do trabalhador substituído enquanto durar a colocação;

b) Cumprir integralmente as obrigações legais e convencionais respeitantes aos trabalhadores cuja colocação solicitarem;

c) Ter a situação regularizada relativamente a dívidas por impostos ao Estado e a dívidas por contribuições à segurança social;

d) Cumprir as obrigações constantes do presente diploma.

ARTIGO 8.ºColocação

1 - Após o deferimento do pedido, a colocação dos trabalhadores é efectuada pela agência para a qualificação e emprego da área da localização do projecto.

2 - A agência para a qualificação e emprego comunica ao centro de prestações pecuniárias da se-gurança social, ou entidade equiparada, que abrange o trabalhador, o início da execução do projecto, com a indicação dos dados identificadores da entidade promotora e dos trabalhadores colocados.

ARTIGO 9.ºRecusa injustificada

1 - A recusa injustificada por parte do trabalhador em aceitar a prestação de trabalho conveniente, nos termos do presente diploma, determina a cessação do direito à percepção das prestações de desemprego, nos termos do Decreto-Lei n.º 220/2006, de 3 de Novembro.

2 - Para os efeitos previstos no número anterior, a interrupção injustificada da colocação é equiparada à recusa de emprego conveniente.

3 - Considera-se recusa injustificada qualquer falta do colocado sem justificação legal.

ARTIGO 10.ºCessação

1 - Sempre que a entidade beneficiária pretenda pôr termo à colocação, deve comunicá-lo, por escri-to, ao trabalhador e à agência para a qualificação e emprego com dois dias de antecedência.

2 - O trabalhador pode pôr termo à colocação no prazo e nos termos do número anterior, salvo por motivo de novo emprego, caso em que não há lugar a aviso prévio.

ARTIGO 11.ºObrigações das entidades promotoras

As entidades que beneficiem da colocação de trabalhadores, nos termos do presente diploma, ficam sujeitas ao cumprimento das seguintes obrigações:

a) Efectuar um seguro relativo a acidentes de traba-lho e doenças profissionais, nos termos da lei geral;

b) Pagar ao colocado o complemento das pres-tações de desemprego a que o mesmo tenha direito até perfazer a retribuição legal ou convencionalmente estabelecida no respectivo sector de actividade para as categorias profissionais a que correspondem as funções por aquelas exercidas;

c) Pagar os encargos devidos sobre as remune-rações a seu cargo;

d) Pagar ao colocado os subsídios a que tenha direito nos termos legais ou convencionalmente es-tabelecida no respectivo sector de actividade para as categorias profissionais a que correspondam as funções por aqueles exercidas;

e) Enviar aos serviços da direcção regional compe-tente em matéria de emprego, no final do mês a que respeita, uma relação do tempo de trabalho prestado pelo colocado, bem como cópia dos documentos comprovativos dos pagamentos efectuados.

ARTIGO 12.ºReembolso aos promotores

O Fundo Regional do Emprego reembolsa aos promotores referidos no artigo 2.º os encargos re-feridos nas alíneas b) e d) do artigo anterior.

ARTIGO 13.ºLegislação aplicável

Os trabalhadores colocados estão sujeitos aos deveres e gozam dos direitos e regalias legal ou convencionalmente estabelecidos para o sector de actividade em que estão colocados, na medida em que não contrariem os objectivos do presente diploma, aplicando-se subsidiariamente os princípios relativos aos trabalhadores contratados a termo, nomeadamen-te férias, faltas e subsídios de férias e de Natal.

ARTIGO 14.ºAcompanhamento

1 - As agências para a qualificação e emprego acompanham o desenvolvimento dos projectos de

colocação, de modo a verificar, nomeadamente, se os trabalhadores estão afectos a fins diferentes dos acordados por parte das entidades promotoras.

2 - A Inspecção Regional do Trabalho colabora no acompanhamento do programa, quer informando os colocados em matéria de legislação laboral, quer fiscalizado a actividade dos mesmos.

ARTIGO 15.ºIncumprimento

1 - A violação dos deveres estabelecidos neste diploma implica para a entidade a interrupção ime-diata da colocação, não sendo reembolsados os complementos referidos no artigo 12.º, a contar da data em que se verificar o incumprimento.

2 - As entidades que pratiquem irregularidades ou infracções ficam excluídas, quer da promoção de projectos idênticos, quer da promoção de outros programas de fomento ao emprego, pelo período de dois anos.

3 - As sanções estabelecidas neste artigo não afastam a responsabilidade contra-ordenacional ou criminal a que houver lugar.

ARTIGO 16.ºRegulamentação

1 - Os regulamentos que se mostrem necessários à boa execução do regime constante do presente diploma revestem a forma de despacho normativo do membro do Governo competente em matéria de emprego.

2 - A direcção regional competente em matéria de emprego elabora as orientações internas que se tornem necessárias à execução do presente programa.

ARTIGO 17.ºEntrada em vigor

O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

Aprovado em Conselho do Governo Regional, em Ponta Delgada, em 3 de Abril de 2008.

O Presidente do Governo Regional, Carlos Manuel Martins do Vale César.

Assinado em Angra do Heroísmo em 24 de Abril de 2008.

Publique-se.O Representante da República para a Região

Autónoma dos Açores, José António Mesquita.

Leg

isla

ção

Fo

rmaç

ão P

rofis

sio

nal

56Junho/2008TSS

CENTROS NOVASOPORTUNIDADESCRIAÇÃO E FUNCIONAMENTO

Portaria n.º 370/2008, de 21 de Maio

O diploma que estabelece o regime jurídico do sistema nacional de qualificações aponta como um dos seus objectivos essenciais reforçar e consolidar o processo de reconhecimento, validação e certificação de competências. Em sintonia com este objectivo, a Iniciativa Novas Oportunidades veio promover a expansão da rede de Centros Novas Oportunida-des enquanto estruturas que constituem um meio privilegiado para dar resposta às necessidades de qualificação da população adulta, alargar a sua acção para o nível secundário e para o reconhecimento e validação de competências para efeitos profissionais e ainda, em simultâneo, procurar melhorar a qualidade da acção que desenvolvem.

A actividade dos Centros Novas Oportunidades dirige-se a adultos sem qualificação ou com uma qualifi-cação desajustada ou insuficiente face às necessidades dos indivíduos e do mercado de trabalho, assegurando o encaminhamento dos mesmos para a resposta mais adequada e, quando se justifique, procedendo ao desenvolvimento de processos de reconhecimento, validação e certificação das aprendizagens obtidas por via da experiência adquirida e de formações não certificadas, que podem ser completadas através de acções de formação de duração variável, em função das necessidades diagnosticadas.

Os Centros Novas Oportunidades podem ser cria-dos por iniciativa de entidades públicas e privadas, cabendo à Agência Nacional para a Qualificação, I. P., enquanto entidade competente para o desenvol-vimento e gestão desta rede de centros, autorizar a sua criação, promovendo uma distribuição adequada às necessidades de qualificação dos activos, desig-nadamente em termos territoriais e sectoriais.

Os Centros Novas Oportunidades dispõem de equipas qualificadas e especializadas no trabalho a de-senvolver nas várias etapas de intervenção. O presente diploma distingue estas várias etapas, que se iniciam com o acolhimento e diagnóstico do adulto, a partir dos quais, com base na sua experiência de vida e nas suas motivações e expectativas, pode ser efectuado

um encaminhamento do adulto para as respostas for-mativas disponíveis que facilitem a obtenção de uma qualificação ou para um processo de reconhecimento, validação e certificação de competências.

As formações são eminentemente desenvolvidas através do encaminhamento dos adultos para percursos de qualificação exteriores aos Centros Novas Opor-tunidades, nomeadamente com base na articulação com entidades formadoras do sistema nacional de qualificações e com as quais os centros estabelecem uma rede apropriada de oferta de qualificação, sem prejuízo de algumas formações, de duração limitada, poderem ser realizadas pelos próprios centros.

A qualidade do serviço prestado ao público, enquanto pilar do actual sistema nacional de quali-ficações, deve igualmente constituir uma prioridade para os Centros Novas Oportunidades, os quais, nas várias dimensões em que intervêm, devem reger-se pela Carta de Qualidade dos Centros Novas Opor-tunidades, aprovada pela Agência Nacional para a Qualificação, I. P.

O projecto correspondente ao presente diploma foi publicado, para apreciação pública, na separata do Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 5, de 9 de Agosto de 2007, tendo sido ponderados os comen-tários recebidos, nomeadamente os de associações de empregadores e associações sindicais.

Assim, nos termos do disposto nos n.os 3 do artigo 12.º e 4 do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezembro, manda o Governo, pelo Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social e pelo Secretário de Estado da Educação, o seguinte:

ARTIGO 1.ºObjecto e âmbito

1 - A presente portaria regula a criação e o funcionamento dos Centros Novas Oportunidades, incluindo o encaminhamento para formação e o reconhecimento, validação e certificação de com-petências.

Leg

isla

ção

Fo

rmaç

ão P

rofis

sio

nal

57Junho/2008

TSS

2 - A actividade dos Centros Novas Oportunidades abrange os adultos com idade igual ou superior a 18 anos sem qualificação ou com uma qualificação desajustada ou insuficiente face às suas necessida-des e às do mercado de trabalho, que não tenham completado o 1.º, 2.º ou 3.º ciclo do ensino básico, ou o ensino secundário, ou que não tenham uma dupla certificação de nível não superior.

ARTIGO 2.ºAtribuições

1 - Os Centros Novas Oportunidades têm como atribuições:

a) O encaminhamento para ofertas de educação e formação que melhor se adeqúem ao perfil e às neces-sidades, motivações e expectativas de cada adulto;

b) O reconhecimento, validação e certificação de competências adquiridas ao longo da vida, para efeitos de posicionamento em percursos de qualificação;

c) O reconhecimento, validação e certificação de competências adquiridas ao longo da vida, para efeitos de obtenção de um nível de escolaridade e de qualificação.

2 - Os Centros Novas Oportunidades que sejam promovidos por estabelecimentos públicos de en-sino, por estabelecimentos de ensino particular ou cooperativo com autonomia pedagógica, incluindo as escolas profissionais e por centros de formação profissional de gestão directa ou participada têm ainda como atribuição proceder à validação final dos percursos de formação modular dos adultos, para efeitos de certificação de um nível de escolaridade e de qualificação, no quadro da regulamentação aplicável à formação modular.

ARTIGO 3.ºCriação dos Centros Novas Oportunidades

1 - Os Centros Novas Oportunidades podem ser criados por entidades públicas ou privadas, adiante designadas por entidades promotoras, designada-mente estabelecimentos de ensino, centros de forma-ção profissional, autarquias, empresas e associações, com significativa expressão territorial ou sectorial e capacidade técnica instalada, em função sobretudo dos sectores e públicos a que se dirigem.

2 - Os Centros Novas Oportunidades têm um âmbito de intervenção determinado em função da sua área de influência territorial, do seu domínio de intervenção sectorial ou profissional e, sendo caso disso, dos públicos específicos a que se dirigem.

3 - Os Centros Novas Oportunidades podem realizar processos de reconhecimento, validação e certificação de competências para efeitos profissio-nais em qualquer das seguintes circunstâncias e sem prejuízo do disposto no número seguinte:

a) Sempre que a respectiva entidade promotora esteja devidamente habilitada para, no quadro da regulamentação em vigor das modalidades de for-mação de dupla certificação previstas no sistema nacional de qualificações, promover cursos nas correspondentes saídas profissionais;

b) Nas áreas de educação e formação para as quais a entidade promotora esteja certificada no âmbito do sistema de certificação das entidades formadoras ou reconhecida na respectiva lei orgânica, diploma de criação, homologação ou autorização de funciona-mento, ou outro regime especial aplicável.

4 - Os processos de reconhecimento, validação e certificação de competências para efeitos profis-sionais que se integrem em referenciais cujas saídas profissionais estejam regulamentadas por legislação específica ou nas situações em que o regime legal de licenciamento ou acesso a uma actividade econó-mica requeira profissionais devidamente habilitados devem ser desenvolvidos no quadro da respectiva regulamentação aplicável.

5 - O âmbito de intervenção dos Centros Novas Oportunidades é identificado na respectiva autori-zação de criação, podendo para o efeito funcionar em regime de itinerância ou de outro modo que assegure o acesso aos seus serviços, sem prejuízo do disposto no artigo 26.º.

6 - A regulação do funcionamento dos Centros Novas Oportunidades em regime de itinerância ou outro modo que assegure o acesso aos seus servi-ços é da competência da Agência Nacional para a Qualificação, I. P.

7 - A autorização da criação de Centros Novas Oportunidades é da competência do presidente da Agência Nacional para a Qualificação, I. P., e tem em conta, nomeadamente, as necessidades de qualificação dos adultos, a cobertura assegurada pela rede existente e a capacidade de resposta da entidade promotora a necessidades não cobertas pela rede de centros já existentes.

8 - Independentemente da sua eficácia, a auto-rização prevista no número anterior é publicada no Diário da República, por despacho do presidente da Agência Nacional para a Qualificação, I. P.

9 - O âmbito de intervenção dos Centros Novas Oportunidades previsto na autorização de criação pode ser objecto de alteração no quadro da validação dos respectivos planos estratégicos de intervenção, previstos no artigo 5.º, tendo em conta, igualmente, as necessidades de qualificação dos adultos, a cober-tura assegurada pela rede existente e a capacidade de resposta que o centro revele no desenvolvimento da sua actividade.

ARTIGO 4.ºCandidatura

1 - A entidade promotora de um centro novas oportunidades deve:

Leg

isla

ção

Fo

rmaç

ão P

rofis

sio

nal

58Junho/2008TSS

a) Estar regularmente constituída e registada;b) Ter a situação regularizada em matéria de

impostos, de contribuições para a segurança social e de restituições no âmbito dos financiamentos do Fundo Social Europeu;

c) Estar certificada pelo sistema de certificação das entidades formadoras ou estar reconhecida enquanto entidade formadora, nomeadamente, nos âmbitos educativo, científico e tecnológico, no qua-dro da respectiva lei orgânica, diploma de criação, homologação ou autorização de funcionamento, ou outro regime especial aplicável;

d) Não se encontrar inibida do exercício da ac-tividade pela prática de crime ou contra-ordenação, nomeadamente pela violação da legislação sobre trabalho de menores, discriminação no trabalho e no acesso ao emprego;

e) Tratar-se de entidade idónea, reconhecida e prestigiada na comunidade em que se encontra inserida;

f) Oferecer garantias de sustentabilidade e estabilidade, nomeadamente ao nível da equipa, dos equipamentos e instalações do Centro Novas Oportunidades que promove;

g) Assegurar a prevenção de riscos, de forma a preservar a segurança e saúde dos trabalhadores e dos utentes;

h) Possuir localização e acessibilidades adequa-das, tendo em conta os seus destinatários;

i) Estar integrada em redes e parcerias locais, regionais ou nacionais no âmbito da educação e formação.

2 - As entidades promotoras candidatam-se à cria-ção de Centros Novas Oportunidades, em formulário próprio, por via electrónica, nos períodos definidos pela Agência Nacional para a Qualificação, I. P.

ARTIGO 5.ºPlano estratégico de intervenção (PEI)

1 - O plano estratégico de intervenção, adiante designado por PEI, estrutura e orienta a actividade do Centro Novas Oportunidades durante um período de dois anos.

2 - Compete à Agência Nacional para a Quali-ficação, I. P., analisar e validar os PEI elaborados pelos Centros Novas Oportunidades.

3 - O PEI define o âmbito de intervenção do Centro Novas Oportunidades e deve conter, desig-nadamente:

a) A fundamentação dos objectivos propostos;b) A estratégia a adoptar;c) A área de intervenção territorial, designada-

mente o regime de itinerância proposto, quando aplicável;

d) As áreas de educação e formação e saídas profissionais em que o Centro Novas Oportunidades

pretende desenvolver processos de reconhecimento, validação e certificação de competências para efeitos profissionais;

e) O modelo de organização e funcionamento do centro;

f) As parcerias e acções de dinamização local previstas;

g) A constituição da equipa, tendo em conta nomeadamente o disposto no âmbito da alínea d);

h) Os resultados anuais a atingir;i) Os modelos de formação e de auto-avaliação.4 - Quando se trate de Centro Novas Oportu-

nidades inserido em estabelecimento de ensino, o PEI deve ser enquadrado no respectivo projecto educativo.

5 - Quando se trate de Centro Novas Oportunida-des inserido em centro de formação profissional de gestão directa, em centros protocolares, ou noutras entidades formadoras certificadas ou reconhecidas no quadro da respectiva lei orgânica, diploma de criação, homologação ou autorização de funciona-mento, ou outro regime especial aplicável, o PEI deve ser enquadrado no respectivo plano de actividades dessas entidades.

6 - O PEI é passível de reajustamentos em fun-ção da avaliação da sua execução, em momentos específicos a determinar pela Agência Nacional para a Qualificação, I. P.

ARTIGO 6.ºConstituição da equipa

1 - A equipa de cada Centro Novas Oportunidades é constituída pelos seguintes elementos:

a) Um director;b) Um coordenador;c) Técnicos de diagnóstico e encaminhamento;d) Profissionais de reconhecimento e validação

de competências, abreviadamente designados por profissionais de RVC;

e) Formadores nas diferentes áreas de competên-cias, de acordo com o respectivo âmbito de interven-ção, nomeadamente sectorial ou profissional;

f) Técnicos administrativos.2 - Os elementos da equipa referida no número

anterior desenvolvem a sua actividade de forma articulada e integrada.

3 - A equipa dos Centros Novas Oportunidades deve dispor de um número mínimo de elementos em função do número de adultos neles inscritos em cada ano, de acordo com o anexo i da presente portaria, que desta faz parte integrante.

4 - A afectação dos elementos da equipa dos Centros Novas Oportunidades promovidos por en-tidades públicas pode ser regulada por despacho dos respectivos membros do Governo por elas

Leg

isla

ção

Fo

rmaç

ão P

rofis

sio

nal

59Junho/2008

TSS

responsáveis, em função do disposto no número anterior e, sempre que considerado necessário para o efeito, nos termos da regulamentação aplicável a essas entidades.

5 - Os Centros Novas Oportunidades que ini-ciem a sua actividade, assim como aqueles que se encontrem sediados em territórios com carac-terísticas demográficas especiais ou se dirijam a públicos alvo específicos, podem beneficiar de um regime próprio relativamente a resultados mínimos anuais a atingir.

6 - Os Centros Novas Oportunidades asseguram a formação da equipa, de acordo com as orientações definidas pela Agência Nacional para a Qualifica-ção, I. P., e sem prejuízo das acções promovidas por esta.

ARTIGO 7.ºDirector

1 - O director representa institucionalmente o Centro Novas Oportunidades, sendo a função exer-cida pelo responsável máximo da entidade promotora do centro, em representação desta, sem prejuízo da faculdade de delegação.

2 - Ao director compete, em particular:a) Nomear o presidente do júri de certificação

constituído no âmbito dos processos de reconheci-mento, validação e certificação de competências;

b) Homologar as decisões do júri de certificação, promovendo e controlando a emissão de diplomas e certificados;

c) Homologar os diplomas e certificados emitidos por entidades promotoras, de acordo com o disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 21.º.

3 - Sempre que as condições o permitam, o director pode acumular as funções de coordenador do Centro Novas Oportunidades.

ARTIGO 8.ºCoordenador

1 - O coordenador assegura, sob orientação do director, a dinamização da actividade do Centro Novas Oportunidades e a sua gestão pedagógica, organizacional e financeira.

2 - Para os efeitos do número anterior, compete, em particular, ao coordenador:

a) Elaborar o PEI do Centro Novas Oportunidades e o relatório de actividades, em articulação com os demais elementos da equipa;

b) Desenvolver, com os demais elementos da equipa, a organização, concretização e avaliação das diferentes etapas de intervenção do centro;

c) Dinamizar a realização e o aprofundamento do diagnóstico local, a concepção e a implementação

de acções de divulgação, bem como a constituição de parcerias, nomeadamente para efeitos de enca-minhamento dos adultos inscritos no centro;

d) Promover a formação contínua dos elementos da equipa;

e) Assegurar a auto-avaliação permanente do Centro Novas Oportunidades;

f) Disponibilizar a informação necessária ao acompanhamento, monitorização e avaliação ex-terna à actividade do centro, articulando com os serviços, organismos e estruturas competentes para o efeito.

3 - O coordenador deve possuir habilitação aca-démica de nível superior.

ARTIGO 9.ºTécnico de diagnóstico e encaminhamento

1 - O técnico de diagnóstico e encaminhamento assume a responsabilidade pelo acolhimento do utente no Centro Novas Oportunidades, assim como pela condução das etapas de diagnóstico e de en-caminhamento dos adultos inscritos.

2 - Para efeitos do número anterior, compete, em particular, ao técnico de diagnóstico e encami-nhamento:

a) Coordenar o trabalho desenvolvido pelos téc-nicos administrativos na etapa de acolhimento;

b) Desenvolver e orientar as sessões de trabalho que permitem, em função do perfil de cada adulto, definir a resposta mais adequada à elevação do seu nível de qualificação, recorrendo para o efeito ao apoio dos profissionais de RVC, sempre que necessário;

c) Organizar o encaminhamento para as ofertas educativas e formativas externas aos Centros Novas Oportunidades, em articulação com o profissional RVC e com as entidades formadoras e os serviços, organismos e estruturas competentes.

3 - O técnico a que se refere o presente artigo deve ser detentor de habilitação académica de nível superior e possuir conhecimentos sobre as ofertas de educação e formação, designadamente as destinadas à população adulta, bem como sobre técnicas e estratégias de diagnóstico avaliativo e de orientação.

ARTIGO 10.ºProfissional de RVC

1 - Ao profissional de RVC compete:a) Participar nas etapas de diagnóstico e de enca-

minhamento, sempre que tal se revele necessário;b) Acompanhar e apoiar os adultos na constru-

ção de portefólios reflexivos de aprendizagens, em estreita articulação com os formadores, através de metodologias biográficas especializadas, tais como o balanço de competências ou as histórias de vida;

Leg

isla

ção

Fo

rmaç

ão P

rofis

sio

nal

60Junho/2008TSS

c) Conduzir, em articulação com os formadores, a identificação das necessidades de formação dos adultos ao longo do processo de reconhecimento e validação de competências, encaminhando-os para outras ofertas formativas, nomeadamente para cur-sos de educação e formação de adultos ou formações modulares, disponibilizadas por entidades formadoras externas ou para formação complementar, de carácter residual e realizada no próprio centro, após a validação de competências e a sua certificação;

d) Dinamizar o trabalho dos formadores no âm-bito dos processos de reconhecimento e validação de competências desenvolvidos;

e) Organizar, conjuntamente com os elementos da equipa do centro que intervêm nos processos de reconhecimento, validação e certificação de competências e com o avaliador externo, os júris de certificação, participando nos mesmos.

2 - O profissional de RVC deve ser detentor de habilitação académica de nível superior e possuir conhecimento das metodologias adequadas e experi-ência no domínio da educação e formação de adultos, nomeadamente no desenvolvimento de balanços de competências e construção de portefólios reflexivos de aprendizagens.

ARTIGO 11.ºFormador

1 - Ao formador compete:a) Apoiar o processo de reconhecimento de

competências desenvolvido pelo adulto, orientando a construção do portefólio reflexivo de aprendizagens no âmbito das respectivas áreas de competências;

b) Participar com o profissional de RVC na va-lidação de competências adquiridas pelo adulto e, sempre que se revelar necessário, na definição do seu encaminhamento para outras ofertas formativas;

c) Organizar e desenvolver as acções de forma-ção complementar, da responsabilidade do centro, que permitam ao adulto aceder à certificação, de acordo com os referenciais de formação constantes do Catálogo Nacional de Qualificações;

d) Participar, conjuntamente com os elementos da equipa do centro que intervêm nos processos de reconhecimento, validação e certificação de competências e com o avaliador externo, nos júris de certificação.

2 - No âmbito dos processos de reconhecimento, validação e certificação de competências para efeitos profissionais o formador exerce funções de tutoria, complementadas pela intervenção de um outro formador com funções específicas de avaliação, a quem compete, especificamente:

a) O planeamento dos trabalhos;b) A análise dos resultados da aplicação dos

diferentes instrumentos de avaliação nos processos

de reconhecimento e validação de competências e a sua relação com os conteúdos que vão integrando o portefólio reflexivo de aprendizagens.

3 - Os formadores das áreas de competências chave dos referenciais para a educação e formação de adultos de nível básico ou de nível secundário devem possuir habilitação para a docência em função da área de competências chave, de acordo com despacho do membro do Governo responsável pela área da educação, e, sempre que possível, experiência profissional no âmbito da educação e formação de adultos.

4 - Os formadores das áreas de competências re-lativas à componente tecnológica devem satisfazer os requisitos do regime de acesso e exercício da função de formador, nos termos da legislação em vigor.

ARTIGO 12.ºTécnico administrativo

1 - O técnico administrativo procede, sob a orienta-ção do coordenador, do técnico de diagnóstico e enca-minhamento e do profissional de RVC, ao acolhimento dos adultos no Centro Novas Oportunidades, apoiando, no plano administrativo-financeiro, a actividade do centro, nomeadamente e sempre que aplicável, através do registo dessa actividade no Sistema Integrado de Informação e Gestão da Oferta Educativa e Formativa, abreviadamente designado por SIGO.

2 - O técnico administrativo deve ser detentor de, pelo menos, habilitação académica de nível secundário, privilegiando-se a experiência profissional e os conhe-cimentos de informática na óptica do utilizador.

ARTIGO 13.ºEtapas e referenciais de intervenção

1 - Os Centros Novas Oportunidades organizam a sua intervenção nas seguintes etapas fundamentais:

a) Acolhimento;b) Diagnóstico;c) Encaminhamento;d) Reconhecimento de competências;e) Validação de competências;f) Certificação de competências.2 - Os processos de reconhecimento, validação e

certificação de competências desenvolvem-se a partir da utilização dos referenciais para a dinamização destes processos, integrados no Catálogo Nacional de Qualificações.

ARTIGO 14.ºAcolhimento

O acolhimento consiste no atendimento e na ins-crição dos adultos no Centro Novas Oportunidades,

Leg

isla

ção

Fo

rmaç

ão P

rofis

sio

nal

61Junho/2008

TSS

incluindo o esclarecimento sobre a missão deste, as diferentes fases do processo de trabalho a realizar, a possibilidade de encaminhamento para ofertas educativas e formativas ou para o processo de reco-nhecimento, validação e certificação de competências e a calendarização prevista para o efeito.

ARTIGO 15.ºDiagnóstico

O diagnóstico consiste:a) Na realização de uma análise do perfil do adulto,

recorrendo, designadamente, a sessões de esclare-cimento, análise curricular, entrevistas individuais e colectivas ou a outras estratégias adequadas;

b) Na identificação das melhores respostas dispo-níveis, face à análise efectuada nos termos da alínea anterior e ao conjunto das ofertas de educação e formação existentes a nível local ou regional.

ARTIGO 16.ºEncaminhamento

1 - O encaminhamento tem em vista proporcionar ao adulto a informação que permita direccioná-lo para a resposta que lhe seja mais adequada, podendo compreender, após a fase de diagnóstico, o desen-volvimento de percursos de educação e formação exteriores ao Centro Novas Oportunidades ou de um processo de reconhecimento, validação e certificação de competências.

2 - O encaminhamento resulta de um acordo entre a equipa do centro e o adulto, sendo realizado em função da análise das características deste último, do respectivo percurso de educação e formação e das experiências de vida, motivações, necessida-des e expectativas identificadas nas actividades de diagnóstico.

3 - O encaminhamento para percursos de edu-cação e formação pode ainda realizar-se no decurso do processo de reconhecimento, validação e certi-ficação de competências, nos termos previstos no artigo 19.º.

4 - O encaminhamento de adultos menores de 23 anos para o reconhecimento, validação e certificação de competências de nível secundário depende de estes possuírem pelo menos três anos de experiência profissional devidamente comprovada pelos serviços competentes da segurança social ou, sempre que aplicável, de organismo estrangeiro congénere.

ARTIGO 17.ºReconhecimento de competências

1 - O reconhecimento de competências tem em vista a identificação, pelo adulto, dos saberes e

competências adquiridos ao longo da vida, através de um conjunto de actividades, assentes na meto-dologia de balanço de competências e na utilização de instrumentos diversificados de avaliação, por meio das quais o adulto evidencia as aprendizagens previamente efectuadas, dando início à construção do portefólio reflexivo de aprendizagens.

2 - O portefólio reflexivo de aprendizagens é um instrumento no qual se explicitam e organizam as evidências das competências adquiridas ao longo da vida, de modo a permitir a validação das mesmas face aos referenciais constantes do Catálogo Nacional de Qualificações.

ARTIGO 18.ºValidação de competências

1 - A validação de competências tem em vista a avaliação das competências adquiridas ao longo da vida e a sua correspondência com os referenciais que integram o Catálogo Nacional de Qualificações.

2 - A validação de competências compreende a auto-avaliação do portefólio reflexivo de apren-dizagens, em articulação com a hetero-avaliação dos profissionais de RVC e dos formadores das respectivas áreas de competências.

3 - No caso de validação de competências para efeitos profissionais, pode recorrer-se à demonstra-ção em contexto real de trabalho ou em ambiente simulado.

4 - Sempre que em sessão de validação forem diagnosticadas necessidades de formação, o adulto deve ser encaminhado para júri de certificação, que certificará as competências validadas e na sequência do qual este poderá desenvolver a formação neces-sária para completar o seu percurso de qualificação, nos termos previstos no artigo seguinte.

ARTIGO 19.ºFormações a desenvolver

1 - Quando, no decurso do processo de reconhe-cimento e validação de competências, for identificada a necessidade de realização de acções de formação de duração superior a cinquenta horas, devem os Centros Novas Oportunidades encaminhar sempre os adultos para as respostas formativas adequadas promovidas por entidades formadoras.

2 - Quando, no decurso do processo de reconhe-cimento e validação de competências, for identificada a necessidade de realização de acções de formação até cinquenta horas, inclusive, podem as mesmas ser realizadas nos Centros Novas Oportunidades, designando-se por formações complementares e assumindo carácter residual e tendo como referencial o Catálogo Nacional de Qualificações.

Leg

isla

ção

Fo

rmaç

ão P

rofis

sio

nal

62Junho/2008TSS

3 - No caso referido no n.º 1, o Centro Novas Opor-tunidades elabora um plano pessoal de qualificação, segundo modelo a disponibilizar pela Agência Nacional para a Qualificação, I. P., no SIGO, tendo em conta as competências evidenciadas, validadas e certificadas e as necessidades de formação do adulto.

4 - O plano pessoal de qualificação contém a proposta do percurso a realizar pelo adulto para o desenvolvimento de competências e a obtenção de um determinado nível de escolaridade e de quali-ficação e é definido pela equipa do Centro Novas Oportunidades, em articulação com cada adulto, no final das etapas de diagnóstico e encaminhamento ou das etapas de reconhecimento, validação e cer-tificação de competências.

5 - No caso de um adulto desempregado que te-nha celebrado um plano pessoal de emprego, o plano pessoal de qualificação é desenvolvido enquanto instrumento complementar do primeiro.

6 - O plano pessoal de qualificação pode ser reajustado e aprofundado pela entidade formadora para a qual o adulto é encaminhado a partir do Centro Novas Oportunidades.

7 - Para efeitos do disposto nos números an-teriores, os Centros Novas Oportunidades devem contribuir para a dinamização, através de parcerias com entidades formadoras, de uma oferta permanente de cursos de educação e formação de adultos ou de formações modulares.

ARTIGO 20.ºCertificação de competências

1 - A certificação de competências validadas, nos termos do previsto no artigo 18.º, exige a apresen-tação do adulto perante um júri de certificação.

2 - O adulto obtém uma certificação sempre que lhe é reconhecido, pelo júri referido no número anterior, ter adquirido as competências em confor-midade com os referenciais do Catálogo Nacional de Qualificações, de acordo com os critérios de avaliação definidos para esses referenciais.

3 - O director do Centro Novas Oportunidades nomeia o júri de certificação, que deve ser consti-tuído pelo profissional de RVC e pelo formador ou formadores de cada uma das áreas de competências, que acompanharam o adulto ao longo do processo de reconhecimento e validação de competências, assim como por um avaliador externo, acreditado pela Agência Nacional para a Qualificação, I. P.

4 - Os avaliadores externos, acreditados em conformidade com procedimento regulado por des-pacho dos ministros responsáveis pelas áreas da formação profissional e da educação, integram uma bolsa nacional, devendo a mesma incluir avaliadores identificados pelos parceiros sociais representados no Conselho Nacional da Formação Profissional.

5 - O director do Centro Novas Oportunidades designa o membro do júri que assegura a presidência do mesmo, o qual tem voto de qualidade, devendo essa função ser assumida preferencialmente pelo avaliador externo.

6 - O júri só pode funcionar com, pelo menos, dois terços dos seus membros, incluindo obrigatoriamente o profissional de RVC e o avaliador externo.

7 - Após deliberação do júri, a certificação de competências dará origem à emissão de um certifi-cado de qualificações, com o registo das unidades de competência certificadas.

8 - A certificação de competências que permita a obtenção de um nível de escolaridade ou de quali-ficação dará ainda origem à emissão de um diploma de qualificação.

9 - O modelo de diploma e certificado referidos nos números anteriores constam do anexo ii da presente portaria, que desta faz parte integrante, sendo disponibilizados no SIGO.

10 - O diploma a que se refere o número ante-rior é impresso em modelo exclusivo da Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

11 - Nos casos a que se refere o n.º 7 do presente artigo há lugar ainda ao registo das competências adquiridas pelo adulto na respectiva caderneta indi-vidual de competências.

ARTIGO 21.ºDiplomas e certificados

1 - Têm competência para emitir os diplomas e cer-tificados obtidos pelo processo de reconhecimento, validação e certificação de competências as entidades promotoras de Centros Novas Oportunidades.

2 - Os certificados e diplomas de qualificação emitidos por Centros Novas Oportunidades que não sejam promovidos por estabelecimentos públicos de ensino, estabelecimentos de ensino particular ou cooperativo com autonomia pedagógica, escolas profissionais ou por centros de formação profissional de gestão directa do Instituto do Emprego e da For-mação Profissional, I. P., e de gestão protocolar com esse mesmo Instituto carecem de homologação por uma destas entidades, desde que as mesmas sejam promotoras de um centro novas oportunidades.

3 - Para efeitos do número anterior, as entidades sem competência de homologação de diplomas e certificados devem celebrar protocolo, segundo modelo disponibilizado no SIGO, com uma entidade com competência de homologação, de acordo com critérios de proximidade geográfica ou de parceria já institucionalizada.

4 - Em caso de extinção de uma entidade pro-motora sem competência para a homologação de diplomas e certificados ao abrigo da presente portaria,

Leg

isla

ção

Fo

rmaç

ão P

rofis

sio

nal

63Junho/2008

TSS

ou apenas do próprio Centro Novas Oportunidades, a emissão de segundas vias destes documentos é da competência da entidade com quem tiver sido estabelecido protocolo ao abrigo do número anterior, com base nos registos constantes do SIGO.

5 - Na eventualidade de a entidade com quem tiver sido celebrado protocolo perder a capacidade de emitir diplomas e certificados de qualificação ao abrigo da presente portaria, a competência para a emissão de segundas vias é da Agência Nacional para a Qualificação, I. P.

ARTIGO 22.ºHorário de funcionamento

Os Centros Novas Oportunidades devem as-segurar um horário de funcionamento em período pós-laboral, para além do horário normal, tendo em vista a participação de adultos empregados, de acordo com o definido na Carta de Qualidade dos Centros Novas Oportunidades.

ARTIGO 23.ºOrientação, acompanhamento e avaliação

1 - A Agência Nacional para a Qualificação, I. P., define orientações para a actividade dos Centros Novas Oportunidades, designadamente quanto à sua gestão e organização, dinamização local, informação, acompanhamento, encaminhamento, desenvolvi-mento de processos de reconhecimento, validação e certificação de competências e às formações complementares.

2 - O acompanhamento e a avaliação do funcio-namento e da actividade dos Centros Novas Oportu-nidades devem realizar-se de forma articulada, a nível nacional e regional, pelos serviços competentes dos Ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social e da Educação, de acordo com modelo aprovado pela Agência Nacional para a Qualificação, I. P.

3 - A entidade referida no n.º 1 elabora e divulga o relatório anual de acompanhamento e avaliação do funcionamento dos Centros Novas Oportunidades.

4 - Os Centros Novas Oportunidades devem pro-ceder à auto-avaliação das respectivas actividades, de acordo com a Carta de Qualidade, com vista a melhorar a qualidade, eficácia e eficiência do seu funcionamento.

5 - A Carta de Qualidade dos Centros Novas Oportunidades aprovada pela Agência Nacional para a Qualificação, I. P., estabelece, designadamente, a missão, os princípios orientadores, os requisitos de estruturação do trabalho e os níveis de serviço a assegurar aos seus utentes, tendo em vista a melhoria permanente da qualidade dos serviços prestados.

6 - Os Centros Novas Oportunidades devem apresentar à entidade referida no n.º 1 o relatório de actividades reportado ao período de vigência do PEI, até 31 de Março do ano seguinte ao termo daquele período.

7 - O funcionamento, resultados e impactes de-correntes da actividade da rede dos Centros Novas Oportunidades deve ser objecto de avaliação externa regular, a contratualizar com entidades de reconhe-cido mérito e competência científica.

ARTIGO 24.ºExtinção

1 - A Agência Nacional para a Qualificação, I. P., pode determinar a extinção dos Centros Novas Opor-tunidades com base nos seguintes fundamentos:

a) Incumprimento grave ou reiterado das obri-gações resultantes da lei ou das orientações esta-belecidas ao nível do desenvolvimento e gestão do dispositivo de reconhecimento, validação e certifica-ção de competências e das regras de funcionamento dos Centros Novas Oportunidades, nomeadamente as constantes na Carta de Qualidade;

b) Ineficiência ou ineficácia da actividade do Cen-tro Novas Oportunidades verificada pela avaliação da execução do PEI, tendo em conta as necessidades de certificação da população e a cobertura assegurada pela rede de Centros Novas Oportunidades.

2 - O Centro Novas Oportunidades pode igualmen-te ser extinto mediante requerimento da respectiva entidade promotora dirigido à entidade referida no número anterior.

3 - A extinção de Centros Novas Oportunidades é publicada no Diário da República, por despacho do presidente da Agência Nacional para a Qualifi-cação, I. P.

4 - Nos casos previstos nos números anteriores, os Centros Novas Oportunidades cessam o exercício da sua actividade, sem prejuízo do dever que incum-be à respectiva entidade promotora de, no prazo de 120 dias consecutivos a contar da publicação da decisão de extinção:

a) Concluir a certificação dos processos de reco-nhecimento, validação e certificação de competências realizados e, sendo caso disso, proceder ao seu envio para a entidade com a qual a entidade promotora do Centro Novas Oportunidades estabeleceu protocolo, nos termos do n.º 3 do artigo 21.º;

b) Encaminhar os adultos inscritos para outros Centros Novas Oportunidades, no âmbito da sua área geográfica de intervenção, tendo estes a obrigação de prosseguir os respectivos processos;

c) Concluir os procedimentos técnico-pedagó-gicos em curso, efectuando, sempre que aplicável, os registos necessários no SIGO.

Leg

isla

ção

Fo

rmaç

ão P

rofis

sio

nal

64Junho/2008TSS

ARTIGO 25.ºArquivos técnico-pedagógicos

1 - Os Centros Novas Oportunidades devem criar e manter devidamente actualizados arquivos da documentação técnico-pedagógica, incluindo a documentação relativa à sua criação.

2 - Em caso de extinção de Centros Novas Oportunidades, as respectivas entidades promoto-ras ficam responsáveis pela guarda dos arquivos técnico-pedagógicos.

3 - Em caso de extinção da entidade promotora de um centro novas oportunidades, o arquivo técnico-pe-dagógico referente ao centro é confiado à guarda:

a) Da entidade com quem foi celebrado protocolo, nos termos do n.º 3 do artigo 21.º, se a entidade promotora não for um estabelecimento público de ensino, um estabelecimento de ensino particular ou cooperativo com autonomia pedagógica, uma escola profissional ou um centro de formação pro-fissional;

b) Da Agência Nacional para a Qualificação, I. P., nas restantes situações.

ARTIGO 26.ºAdequação das condições de funcionamento

Sempre que a respectiva entidade promotora seja uma instituição pública de âmbito nacional, as condições de organização e desenvolvimento dos Centros Novas Oportunidades e dos processos de reconhecimento, validação e certificação de com-petências podem ser devidamente adequadas às características específicas dessa instituição, nos termos das respectivas leis orgânicas e de outra legislação aplicável e em articulação com a Agência Nacional para a Qualificação, I. P.

ARTIGO 27.ºRegulamentação subsidiária e complementar

As matérias que não se encontrem previstas no presente diploma nem sejam expressamente remeti-das para regulamentação subsequente ou específica são resolvidas mediante aplicação da regulamentação em vigor que o não contrarie e, quando se justifi-que, através das orientações definidas pela Agência Nacional para a Qualificação, I. P.

ARTIGO 28.ºNorma revogatória

Com a entrada em vigor da presente portaria são revogados:

a) A Portaria n.º 1082-A/2001, de 5 de Setembro, na redacção dada pelas Portarias n.os 286-A/2002, de 15 de Março, e 86/2007, de 12 de Janeiro;

b) O despacho n.º 9937/2007, de 29 de Maio;c) Os n.os 3, 4 e 5 do despacho n.º 11203/2007,

de 8 de Junho.

ARTIGO 29.ºDisposições finais e transitórias

1 - A certificação das entidades formadoras por áreas de educação e formação prevista na alínea b) do n.º 3 do artigo 3.º da presente portaria é realizada após a entrada em vigor da portaria referida no n.º 2 do artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezembro.

2 - Até à certificação das entidades formadoras de acordo com o disposto no número anterior e para efeitos do disposto na alínea b) no n.º 3 do artigo 3.º da presente portaria, estas podem promover processos de reconhecimento, validação e certifi-cação de competências para efeitos profissionais, mediante autorização da Agência Nacional para a Qualificação, I. P., no âmbito da validação do res-pectivo PEI, sem prejuízo do disposto no n.º 4 do artigo 3.º e no artigo 26.º

3 - Aos Centros Novas Oportunidades extintos ao abrigo da Portaria n.º 1082-A/2001, de 5 de Setembro, na redacção dada pelas Portarias n.os 286-A/2002, de 15 de Março, e 86/2007, de 12 de Janeiro, e às respectivas entidades promotoras extintas é aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 21.º e 2 e 3 do artigo 25.º, relativamente a todos os arquivos refe-rentes aos centros.

4 - Nos centros extintos nos termos do número anterior promovidos por entidades sem competência para homologação de certificados e diplomas, nos termos do n.º 2 do artigo 21.º da presente portaria e que não tenham celebrado o protocolo a que se refere o n.º 3 do mesmo artigo, a emissão de segundas vias dos certificados e diplomas emitidos em resultado dos processos de reconhecimento, validação e cer-tificação de competências desenvolvidos no Centro Novas Oportunidades extinto compete:

a) À entidade que promoveu o centro, no caso de a mesma não se encontrar extinta;

b) À Agência Nacional para a Qualificação, I. P., no caso de extinção da entidade promotora e desde que seja transferido para este organismo o arquivo técnico-pedagógico relativo ao Centro Novas Opor-tunidades que aquela entidade promoveu.

O Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, José António Fonseca Vieira da Silva, em 6 de Maio de 2008. - O Secretário de Estado da Educação, Valter Victorino Lemos, em 8 de Maio de 2008.

Leg

isla

ção

Fo

rmaç

ão P

rofis

sio

nal

65Junho/2008

TSS

ANEXO IComposição da equipa dos Centros

Novas Oportunidades

Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 21 de Maio de 2008 2905

Artigo 25.ºArquivos técnico -pedagógicos

1 — Os Centros Novas Oportunidades devem criar e manter devidamente actualizados arquivos da documenta-ção técnico -pedagógica, incluindo a documentação relativa à sua criação.

2 — Em caso de extinção de Centros Novas Oportuni-dades, as respectivas entidades promotoras ficam respon-sáveis pela guarda dos arquivos técnico -pedagógicos.

3 — Em caso de extinção da entidade promotora de um centro novas oportunidades, o arquivo técnico -pedagógico referente ao centro é confiado à guarda:

a) Da entidade com quem foi celebrado protocolo, nos termos do n.º 3 do artigo 21.º, se a entidade promotora não for um estabelecimento público de ensino, um es-tabelecimento de ensino particular ou cooperativo com autonomia pedagógica, uma escola profissional ou um centro de formação profissional;

b) Da Agência Nacional para a Qualificação, I. P., nas restantes situações.

Artigo 26.ºAdequação das condições de funcionamento

Sempre que a respectiva entidade promotora seja uma instituição pública de âmbito nacional, as condições de or-ganização e desenvolvimento dos Centros Novas Oportu-nidades e dos processos de reconhecimento, validação e certificação de competências podem ser devidamente ade-quadas às características específicas dessa instituição, nos termos das respectivas leis orgânicas e de outra legislação aplicável e em articulação com a Agência Nacional para a Qualificação, I. P.

Artigo 27.ºRegulamentação subsidiária e complementar

As matérias que não se encontrem previstas no pre-sente diploma nem sejam expressamente remetidas para regulamentação subsequente ou específica são resolvidas mediante aplicação da regulamentação em vigor que o não contrarie e, quando se justifique, através das orientações definidas pela Agência Nacional para a Qualificação, I. P.

Artigo 28.ºNorma revogatória

Com a entrada em vigor da presente portaria são re-vogados:

a) A Portaria n.º 1082 -A/2001, de 5 de Setembro, na redacção dada pelas Portarias n.os 286 -A/2002, de 15 de Março, e 86/2007, de 12 de Janeiro;

b) O despacho n.º 9937/2007, de 29 de Maio;c) Os n.os 3, 4 e 5 do despacho n.º 11203/2007, de 8 de

Junho.Artigo 29.º

Disposições finais e transitórias

1 — A certificação das entidades formadoras por áreas de educação e formação prevista na alínea b) do n.º 3 do artigo 3.º da presente portaria é realizada após a entrada em vigor da portaria referida no n.º 2 do artigo 16.º do Decreto -Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezembro.

2 — Até à certificação das entidades formadoras de acordo com o disposto no número anterior e para efeitos do disposto na alínea b) no n.º 3 do artigo 3.º da presente portaria, estas podem promover processos de reconhe-cimento, validação e certificação de competências para efeitos profissionais, mediante autorização da Agência Nacional para a Qualificação, I. P., no âmbito da validação do respectivo PEI, sem prejuízo do disposto no n.º 4 do artigo 3.º e no artigo 26.º

3 — Aos Centros Novas Oportunidades extintos ao abrigo da Portaria n.º 1082 -A/2001, de 5 de Setembro, na redacção dada pelas Portarias n.os 286 -A/2002, de 15 de Março, e 86/2007, de 12 de Janeiro, e às respectivas entidades promotoras extintas é aplicável, com as neces-sárias adaptações, o disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 21.º e 2 e 3 do artigo 25.º, relativamente a todos os arquivos referentes aos centros.

4 — Nos centros extintos nos termos do número anterior promovidos por entidades sem competência para homolo-gação de certificados e diplomas, nos termos do n.º 2 do artigo 21.º da presente portaria e que não tenham celebrado o protocolo a que se refere o n.º 3 do mesmo artigo, a emis-são de segundas vias dos certificados e diplomas emitidos em resultado dos processos de reconhecimento, validação e certificação de competências desenvolvidos no Centro Novas Oportunidades extinto compete:

a) À entidade que promoveu o centro, no caso de a mesma não se encontrar extinta;

b) À Agência Nacional para a Qualificação, I. P., no caso de extinção da entidade promotora e desde que seja trans-ferido para este organismo o arquivo técnico -pedagógico relativo ao Centro Novas Oportunidades que aquela enti-dade promoveu.

O Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, José António Fonseca Vieira da Silva, em 6 de Maio de 2008. — O Secretário de Estado da Educação, Valter Vic-torino Lemos, em 8 de Maio de 2008.

Nível A (1)600 inscritos

Nível B1000 inscritos

Nível C1500 inscritos

Nível D2000 inscritos

Um director. Um director. Um director. Um director.Um coordenador. Um coordenador. Um coordenador. Um coordenador.Um técnico de diagnóstico e enca-

minhamento.Um técnico de diagnóstico e enca-

minhamento.Dois técnicos de diagnóstico e en-

caminhamento.Dois técnicos de diagnóstico e en-

caminhamento.Três profissionais de RVC (equiva-

lente a tempo inteiro).Quatro profissionais de RVC (equi-

valente a tempo inteiro).Quatro profissionais de RVC (equi-

valente a tempo inteiro).Cinco profissionais de RVC (equi-

valente a tempo inteiro).

ANEXO I

Composição da equipa dos Centros Novas Oportunidades

2906 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 21 de Maio de 2008

Nível A (1)600 inscritos

Nível B1000 inscritos

Nível C1500 inscritos

Nível D2000 inscritos

Cinco formadores (2) (equivalente a tempo inteiro).

Cinco formadores (2) (equivalente a tempo inteiro).

Sete formadores (2) (equivalente a tempo inteiro).

Oito formadores (2) (equivalente a tempo inteiro).

Um técnico administrativo. Dois técnicos administrativos. Dois técnicos administrativos. Dois técnicos administrativos(1) Este nível respeita às situações especiais dos Centros Novas Oportunidades que iniciaram a sua actividade, no 1.º ano de funcionamento, que se encontrem sediados em territórios

com características demográficas especiais ou que se dirigem a públicos alvo específicos.(2) Para o desenvolvimento de processos de reconhecimento, validação e certificação de competências para efeitos profissionais o número mínimo de formadores poderá ser superior ao

indicado, sempre que exista um número de inscritos por saída profissional que o justifique, nos termos de orientações técnicas emitidas pela Agência Nacional para a Qualificação, I. P.

ANEXO II

Modelo de certificado de qualificações e diploma

ANEXO IIModelo de certificado de qualificações e diploma

2906 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 21 de Maio de 2008

Nível A (1)600 inscritos

Nível B1000 inscritos

Nível C1500 inscritos

Nível D2000 inscritos

Cinco formadores (2) (equivalente a tempo inteiro).

Cinco formadores (2) (equivalente a tempo inteiro).

Sete formadores (2) (equivalente a tempo inteiro).

Oito formadores (2) (equivalente a tempo inteiro).

Um técnico administrativo. Dois técnicos administrativos. Dois técnicos administrativos. Dois técnicos administrativos(1) Este nível respeita às situações especiais dos Centros Novas Oportunidades que iniciaram a sua actividade, no 1.º ano de funcionamento, que se encontrem sediados em territórios

com características demográficas especiais ou que se dirigem a públicos alvo específicos.(2) Para o desenvolvimento de processos de reconhecimento, validação e certificação de competências para efeitos profissionais o número mínimo de formadores poderá ser superior ao

indicado, sempre que exista um número de inscritos por saída profissional que o justifique, nos termos de orientações técnicas emitidas pela Agência Nacional para a Qualificação, I. P.

ANEXO II

Modelo de certificado de qualificações e diploma

2906 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 21 de Maio de 2008

Nível A (1)600 inscritos

Nível B1000 inscritos

Nível C1500 inscritos

Nível D2000 inscritos

Cinco formadores (2) (equivalente a tempo inteiro).

Cinco formadores (2) (equivalente a tempo inteiro).

Sete formadores (2) (equivalente a tempo inteiro).

Oito formadores (2) (equivalente a tempo inteiro).

Um técnico administrativo. Dois técnicos administrativos. Dois técnicos administrativos. Dois técnicos administrativos(1) Este nível respeita às situações especiais dos Centros Novas Oportunidades que iniciaram a sua actividade, no 1.º ano de funcionamento, que se encontrem sediados em territórios

com características demográficas especiais ou que se dirigem a públicos alvo específicos.(2) Para o desenvolvimento de processos de reconhecimento, validação e certificação de competências para efeitos profissionais o número mínimo de formadores poderá ser superior ao

indicado, sempre que exista um número de inscritos por saída profissional que o justifique, nos termos de orientações técnicas emitidas pela Agência Nacional para a Qualificação, I. P.

ANEXO II

Modelo de certificado de qualificações e diploma

2906 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 21 de Maio de 2008

Nível A (1)600 inscritos

Nível B1000 inscritos

Nível C1500 inscritos

Nível D2000 inscritos

Cinco formadores (2) (equivalente a tempo inteiro).

Cinco formadores (2) (equivalente a tempo inteiro).

Sete formadores (2) (equivalente a tempo inteiro).

Oito formadores (2) (equivalente a tempo inteiro).

Um técnico administrativo. Dois técnicos administrativos. Dois técnicos administrativos. Dois técnicos administrativos(1) Este nível respeita às situações especiais dos Centros Novas Oportunidades que iniciaram a sua actividade, no 1.º ano de funcionamento, que se encontrem sediados em territórios

com características demográficas especiais ou que se dirigem a públicos alvo específicos.(2) Para o desenvolvimento de processos de reconhecimento, validação e certificação de competências para efeitos profissionais o número mínimo de formadores poderá ser superior ao

indicado, sempre que exista um número de inscritos por saída profissional que o justifique, nos termos de orientações técnicas emitidas pela Agência Nacional para a Qualificação, I. P.

ANEXO II

Modelo de certificado de qualificações e diploma

66Junho/2008TSS

Diá

rio

da

Rep

úb

lica

SUMÁRIOS DA LEGISLAÇÃO PUBLICADA ENTRE 16 DE ABRIL A 15 DE MAIO DE 2008

TRABALHO

Portaria n.º 301/2008, de 18.4 - Regula os critérios e condições para a atribuição de incentivos institu-cionais e financeiros às unidades de saúde familiar (USF) e aos profissionais que as integram, com fun-damento em melhorias de produtividade, eficiência, efectividade e qualidade dos cuidados prestados.Resolução da Assembleia da República n.º 14/2008, de 21.4 - Recomenda ao Governo a adopção de medidas tendentes a dinamizar o desenvolvimento e o crescimento económico e a promoção do em-prego e formação profissional nas regiões do Vale do Ave e Vale do CavadoAcórdão do Tribunal Constitucional n.º 184/2008, de 22.4 - Não declara a inconstitucionalidade nem a ilegalidade da norma constante do artigo 46.º, n.º 3, do Estatuto da Carreira dos Educadores de In-fância e dos Professores dos Ensinos Básico e Se-cundário, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 139-A/90, de 28 de Abril, na redacção dada pelo artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 15/2007, de 19 de Janeiro. Não declara a inconstitucionalidade da norma contida no artigo 10.º, n.º 8, do Decreto-Lei n.º 15/2007. Declara a inconstitucionalidade, com força obriga-tória geral, da norma contida no artigo 15.º, n.º 5, alínea c), do referido Decreto-Lei n.º 15/2007, por violação do n.º 2 do artigo 47.º da Constituição.Declaração de Rectificação n.º 22-A/2008, de 24.4 – (1º Supl.) - Rectifica a Lei n.º 12-A/2008, de 27 de Fevereiro, que estabelece os regimes de vincu-lação, de carreiras e de remunerações dos trabalha-dores que exercem funções públicas.Decreto Regulamentar Regional n.º 8/2008/A, de 7.5 - Regulamenta o programa «Berço de Emprego».Decreto Regulamentar Regional n.º 9/2008/A, de 7.5 - Regula a actividade ocupacional temporária de trabalhadores beneficiários de prestação de de-semprego.Decreto Regulamentar Regional n.º 10/2008/A, de 7.5 - Regula o programa «Formação - Emprego», que visa a substituição temporária de trabalhadores que se encontram a frequentar acções de formação profissional qualificante homologada, por trabalha-dores beneficiários de prestação de desemprego.

SEGURANÇA SOCIAL

Portaria n.º 316-A/2008, de 23.4 – (1º Supl.) - Fixa o valor do subsídio social de mobilidade aos cidadãos beneficiários no âmbito dos serviços aéreos entre o continente e a Região Autónoma da Madeira.

Portaria n.º 346/2008, de 2.5 - Fixa os montantes das prestações por encargos familiares e das pres-tações por deficiência e dependência a vigorar em 2008 e revoga a Portaria n.º 421/2007, de 16 de Abril.Portaria n.º 348/2008, de 2.5 - Fixa os valores das taxas devidas pelos actos relativos ao processo de licenciamento de estabelecimentos de apoio e define os documentos utilizados para os mesmos actos.Decreto-Lei n.º 79/2008, de 8.5 - Segunda altera-ção ao Decreto-Lei n.º 173/2003, de 1 de Agosto, reduzindo em 50 % o pagamento de taxas mode-radoras no acesso à prestação de cuidados de saú-de dos utentes com idade igual ou superior a 65 anos.

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Portaria n.º 311/2008, de 23.4 - Extingue o Centro de Formação Profissional para o Sector das Pescas - FORPESCAS e homologa o protocolo que cria o Centro de Formação Profissional das Pescas e do Mar (FOR-MAR).Decreto Regulamentar Regional n.º 8/2008/M, de 23.4 - Aprova a orgânica da Direcção Regional de Qualificação Profissional.

ENSINO

Portaria n.º 343/2008, de 30.4 - Fixa as funções ou cargos a identificar como de natureza técnico-pedagógica.Portaria n.º 344/2008, de 30.4 - Regulamenta o processo de reconhecimento dos ciclos de estudos conducentes aos graus de mestre e doutor e dos próprios graus académicos obtidos por docentes profissionalizados, integrados na carreira, em domí-nio directamente relacionado com a área científica que leccionem ou em Ciências da Educação.Portaria n.º 345/2008, de 30.4 - Estabelece as condições em que podem ser concedidas dispen-sas para formação ao pessoal docente da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário.Portaria n.º 350/2008, de 5.5 - Fixa as condições de atribuição de licença sabática aos docentes da educação pré-escolar e dos ensinos básico secun-dário. Revoga o Despacho Normativo n.º 31/98, de 17 de Abril.Lei n.º 21/2008, de 12.5 - Primeira alteração, por apreciação parlamentar, ao Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, que define os apoios especializa-dos a prestar na educação pré-escolar e nos ensi-nos básico e secundário dos sectores público, par-ticular e cooperativo.

Bole

tim d

o Tr

abal

ho

e Em

pre

go

67Junho/2008

TSS

REGULAMENTAÇÃO DO TRABALHOPUBLICADA NOS BTE N.OS 15 A 17DE 2008

BTE Nº 15, de 22-04-2008

(continuação)COMISSÕES DE TRABALHADORES

Eleições:• Comissão de Trabalhadores da AMTROL — ALFA, Metalomecânica, S. A. — Eleição em 22 de Fevereiro de 2008 para o mandato de dois anos• Comissão de Trabalhadores da SAI Automative Portugal, que passa a denominar-se FAURECIA — Sistemas de Interior de Portugal — Eleição em 27 de Março de 2008 para mandato de três anos . • Comissão de Trabalhadores da FIMA — Produtos Alimentares, S. A. — Eleição em 31 de Março de 2008 para o triénio de 2008-2011 Representantes para a SHSTConvocatórias:• Actaris Sistemas de Medição, L.da • Sociedade Comercial C. Santos, L.da • União dos Farmacêuticos de Portugal • Johnsondiversey Portugal • Gaspar Correia, S. A.• EMAS, E. M. — Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja• Estaleiros Navais do Mondego, S. A. — Rectifi-cação

BTE Nº 16, de 29-04-2008

COMISSÕES DE TRABALHADORES

Banco de Portugal • AE entre o Banco de Portugal e o Sindicato Na-cional dos Quadros e Técnicos Bancários e outro Celulose Beira Industrial, S. A.• AE entre a Celulose Beira Industrial (CELBI), S. A., e o SIFOMATE — Sindicato dos Fogueiros, Energia e Indústrias Transformadoras e outros — Revisão global Comerciantes de Carnes - Concelho de Lisboa • CCT entre a Associação dos Comerciantes de Carnes do Concelho de Lisboa e outros e outras as-sociações de empregadores e o Sindicato dos Traba-lhadores da Indústria e Comércio de Carnes do Sul — Alteração salarial e outras — Texto consolidado Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa• AE entre o Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa e a FESAHT — Federação dos Sindicatos da Agri-cultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal e outros — Alteração salarial e outras

Moagem de Trigo, Milho e Centeio• CCT entre a Associação Nacional dos Industriais de Moagem de Trigo, Milho e Centeio e a FESAHT — Federação dos Sindicatos da Agricultura, Ali-mentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portu-gal — Alteração salarial e outras Panificação, Pastelaria e Similares do Norte• CCT entre a AIPAN — Associação dos Industriais de Panificação, Pastelaria e Similares do Norte e a FEPCES — Federação Portuguesa dos Sindicatos do Comércio, Escritórios e Serviços e outros (admi-nistrativos — Norte) — Alteração salarial e outras • CCT entre a AIPAN — Associação dos Industriais de Panificação, Pastelaria e Similares do Norte e a FESAHT — Federação dos Sindicatos da Agri-cultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal e outras (fabrico, expedição e vendas, apoio e manutenção — Norte) — Alteração salarial e outras TRIPUL, L.da• AE entre a TRIPUL — Sociedade de Gestão de Navios, L.da, e a FESMAR — Federação de Sindica-tos dos Trabalhadores do Mar — Alteração salarial e outras — Texto consolidado VIDRARTE, L.da• AE entre a VIDRARTE — Armando Barbosa & Car-neiro, L.da, e a FETICEQ — Federação dos Trabalha-dores das Indústrias Cerâmica, Vidreira, Extractiva, Energia e Química — Alteração salarial e outras

ORGANIZAÇÕES DO TRABALHO

Associações sindicaisEstatutos:• Sindicato Independente dos Agentes de Polícia — SIAP — Alteração Associações de empregadoresEstatutos:• Associação Portuguesa de Seguradores — Alte-ração • FNOP — Federação Nacional das Organizações Produtoras de Frutas e Hortícolas — Alteração • ARAN — Associação Nacional do Ramo Automó-vel — Alteração. • Associação Comercial do Distrito de Évora, que passa a designar-se Associação Comercial do Dis-trito de Évora — Comércio, Turismo e Serviços — Alteração Direcção:• Associação Portuguesa de Seguradores — Elei-ção em 2 de Abril de 2008 para o mandato de quatro anos (quadriénio de 2008-2011)• APIEE — Associação Portuguesa dos Industriais de Engenharia Energética — Eleição em 26 de Mar-ço de 2008 para o triénio de 2008-2010 • ARAN — Associação Nacional do Ramo Auto-móvel — Eleição em 31 de Janeiro de 2008 para o triénio de 2008-2010

68Junho/2008TSS

Bole

tim d

o Tr

abal

ho

e Em

pre

go

Representantes para a SHSTConvocatórias:• MARTIFER — Inovação e Gestão, S. A. • EDA — Estofagem de Assentos, Unipessoal, L.da Eleição de Representantes:• Hexion Specialty Chemicals, L.da • Saint Gobain Sekurit Portugal — Vidro Automó-vel, S. A.

BTE Nº 17, de 08-05-2008

CONVENÇÕES COLECTIVAS DE TRABALHO

• CCT entre a AEEP — Associação de Estabeleci-mentos de Ensino Particular e Cooperativo e a FEP-CES — Federação Portuguesa dos Sindicatos do Co-mércio, Escritórios e Serviços — Revisão global.• CCT entre a Associação Portuguesa dos Indus-triais de Curtumes e a FESETE — Federação dos Sindicatos dos TrabalhadoresTêxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal (produção e funções auxiliares) — Altera-ção salarial e outra • CCT entre a Associação dos Industriais de Ouri-vesaria do Sul e o SIMA — Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins — Alteração salarial e outras• CCT entre a Associação dos Comerciantes de Carnes do Distrito de Santarém e o CESP — Sindi-cato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal — Alteração salarial .• ACT entre a Sociedade de Panificação Sul do Tejo, L.da, e outras e a FESAHT — Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal — Alteração sala-rial e outras• AE entre o Banque Privée Espírito Santo, S. A. — Sucursal em Portugal e o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários.• AE entre a DOCAPESCA — Portos e Lotas, S. A., e a Federação dos Sindicatos do Sector da Pesca — Alteração salarial e outras .• AE entre a DOCAPESCA — Portos e Lotas, S. A., e o SINDEPESCAS — Sindicato Democrático das Pescas — Alteração salarial e outras• AE entre a empresa Tate & Lyle, Açúcares Portu-gal, S. A., e a FETESE — Federação dos Sindicatos dos Trabalhadoresde Serviços e outros — Alteração salarial e outras e texto consolidado.• AE entre a General Cable CelCat, Energia e Te-lecomunicações, S. A., e o SIESI — Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas — Alteração sa-larial e outras.• AE entre a General Cable CelCat, Energia e Tele-comunicações, S. A., e a FETESE — Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores de Serviços e outros — Alteração salarial e outras

• AE entre a Companhia Carris de Ferro de Lisboa, S. A., e o SITRA — Sindicato dos Trabalhadores de Transportes e outro — Alteração salarial e outras .• AE entre a Companhia Carris de Ferro de Lisboa, S. A., e o SNM — Sindicato Nacional dos Motoris-tas — Alteração salarial e outras .• AE entre a AIL — Associação dos Inquilinos Lis-bonenses e o CESP — Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal — Alteração salarial e outras e texto consolidado .• CCT entre a APICER — Associação Portuguesa da Indústria de Cerâmica e a FETICEQ — Federação dos Trabalhadores das Indústrias Cerâmica, Vidrei-ra, Extractiva, Energia e Química e entre a mesma associação de empregadores e o Sindicato Nacio-nal dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimentos, Construção e Similares e outro (pessoal fabril) — Integração em níveis de qualificação• AE entre a GESLOURES — Gestão de Equipamen-tos Sociais, E. M., e o CESP — Sindicato dos Tra-balhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal — Integração em níveis de qualificação.• AE entre a empresa Lauak Portuguesa, L.da — In-dústria Aeronáutica e o SITAVA — Sindicato dos Tra-balhadores da Aviação e Aeroportos — Rectificação.

ORGANIZAÇÕES DO TRABALHO

Associações sindicaisEstatutos:• Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública — Nulidade parcial Direcção:• STAE — Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência — Eleição em 8 de Abril de 2008 para o triénio de 2008-2011 • Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes — Eleição em 27, 28 e 29 de Março de 2008 para o triénio de 2008-2010 • União dos Sindicatos do Distrito de Évora/CGTP-IN — Eleição em 2 de Fevereiro de 2008 para o triénio de 2008-2011 • SNE — Sindicato Nacional dos Engenheiros — Eleição em 18 de Março de 2008 para o mandato de 2008-2012 • Sindicato Nacional dos Motoristas — Eleição em 28 de Março de 2008 para o quadriénio de 2008-2012• União dos Sindicatos de Aveiro/CGTP-IN — Elei-ção em 4 de Abril de 2008 para o quadriénio de 2008-2012• Associação Sindical do Pessoal Administrativo da Saúde — Eleição em 8 de Fevereiro de 2008 para o triénio de 2008-2010Associações de empregadoresEstatutos:• AESINTRA — Associação Empresarial do Conce-lho de Sintra — Alteração

(continua na próxima edição)