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Antonio José Coelho de Castro 1

Edson Luiz Diogo de Almeida 2

José Sérgio Righetti 3

Odilio Sepulcri 4

Curitiba, 2000

1 Engenheiro Agrônomo, Especialista em Administração Rural, EMATER-PR, Unidade Municipal de Flórida-PR2 Engenheiro Agrônomo, Especialista em Administração Rural, EMATER-PR, Unidade Municipal de Iguaraçú-PR3 Engenheiro Agrônomo e Administrador de Empresa, Especialista em Administração Rural, EMATER-PR, Unidade

Municipal de Mandaguaçú-PR4 Engenheiro Agrônomo, Pós-graduando em Qualidade e Produtividade, EMATER-PR, Unidade Estadual de Curitiba-PR

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GOVERNO DO PARANÁEMATER-PR - Vinculada à Secretaria da Agricultura e do AbastecimentoSérie Produtor nº 059, 2000

Material produzido pelo contrato EMATER/SERT-2000, com recursos do FAT - Fundo de Amparoao Trabalhador. Convênio MTE/SPPE/CODEFAT/SERT-PR

Elaboração Técnica EMATER-PR:Engenheiro Agrônomo Antonio José Coelho de Castro, Especialista em Administração Rural,Unidade Municipal de Flórida-PREngenheiro Agrônomo Edson Luiz Diogo de Almeida, Especialista em Administração Rural,Unidade Municipal de Iguaraçú-PREngenheiro Agrônomo, Administrador de Empresa José Sérgio Righetti, Especialista emAdministração Rural, Unidade Municipal de Mandaguaçú-PREngenheiro Agrônomo Odilio Sepulcri, Pós-graduando em Qualidade e Produtividade,Unidade Estadual de Curitiba-PR

Colaboração EMATER-PR:Engenheiro Agrônomo Airton Luiz Empinotti, MS Economia Rural, ADT, UnidadeEstadual, Curitiba-PREngenheiro Agrônomo Milton Satoshi Matsushita, Especialista em Análise de Sistemase Informática na Agropecuária e Mestrando em Administração, UnidadeEstadual de Curitiba-PREngenheiro Agrônomo Sidnei Aparecido Baroni, Especialista em Administração Rural,Unidade Regional de Maringá-PR

Equipe de Coordenação de Produção do Material Didático do Contrato EMATER/SERT:Socióloga Edna Batistella Lopes, Especialista Educação de AdultosEngenheiro Agrônomo José Carlos Pinhatti, Especialista em Educação de AdultosPedagoga e Psicóloga Lucia Helena Zuan M. Socoloski, Especialista Educação de AdultosLicenciado em Letras-Português José Renato Rodrigues de Carvalho

Normalização EMATER-PR:Bibliotecário Isabel Petry

Tiragem: 1200 exemplaresExemplares desta publicação podem ser solicitados junto à:

EMATER-PREmpresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão RuralRua da Bandeira, 500, Cabral, Caixa Postal 166280035-270 - Curitiba-PRhttp/www pr.gov.br/ematere-mail: [email protected]

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

EMATER-PRAdministração e planejamento da empresa rural por

Antonio José Coelho de Castro et al. Curitiba, 2000.60p (Série Produtor, 59)

CDU : 631.15_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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SUMÁRIO

Introdução ...................................................................................................... 5

O paradigma e a mudança ............................................................................. 6

A empresa ruralO ambiente da empresa rural ......................................................................... 7

Ambiente geral .............................................................................................. 8

Ambiente-tarefaClassificação dos mercadosMercado de concorrência perfeita ................................................................. 9

Mercado de concorrência imperfeitaFatores que afetam a procura e a oferta dos produtos agrícolasInfluência do governo no mercado .............................................................. 10

Alternativas para otimização do mercadoGestão agrícolaObjetivo básico do produtor ........................................................................ 11

O processo decisório do produtor rural ....................................................... 12

A empresa e seus recursos de produção ...................................................... 13

Áreas da empresa rural ................................................................................ 14

Área de comercialização e marketingÁrea de recursos humanos ........................................................................... 15

Área de finanças .......................................................................................... 16

Área de produção ou técnicaO processo administrativo na empresa rural ............................................... 17

PlanejamentoOrganização ................................................................................................. 18

Direção ........................................................................................................ 19

Controle ....................................................................................................... 20

Resumo das funções administrativas e áreas da empresa ruralFatores que determinam o rendimento econômico da empresa rural .......... 21

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Características estruturais da propriedadeNatureza e grau de intensificação da produçãoNível de eficácia técnica e gerencial da produção ...................................... 22

Importância das despesas com a obtenção dos meios de produçãoConceitos básicos ........................................................................................ 23

Medidas de resultados ................................................................................. 27

1 - Análise da Empresa Rural Primavera .................................................... 29

Passos para a elaboração do diagnósticoa) Análise interna da Empresa Rural PrimaveraAnálise dos recursos produtivos .................................................................. 30

Resultados da Empresa Rural Primavera ................................................... 34

b) Análise externa da Empresa Rural Primavera ......................................... 36

Conclusão do diagnósticoDiagnóstico interno da Empresa Rural Primavera ...................................... 37

Diagnóstico externo à Empresa Rural Primavera2 - Plano de produção da Empresa Rural Primavera ................................... 38

Passos para a elaboração do planoObjetivos do produtor/empresário ............................................................... 39

Plano de produção - orçamento para o próximo ano................................... 40

Metas para o próximo ano ........................................................................... 41

Previsão das receitas e despesas - fluxo de caixa ........................................ 42

Referências bibliográficas ........................................................................... 45

Quadro resumo dos diversos tipos de custos da Empresa Rural Primavera 49

Custos calculados da Empresa Rural Primavera ......................................... 50

Informações da Empresa Rural Primavera .................................................. 51

Ficha de avaliação do material de apoio ao curso ....................................... 59

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INTRODUÇÃO

Nos países capitalistas o que se espera de uma empresa agrope-cuária ou de qualquer atividade econômica é a geração de riqueza.Para identificar a riqueza gerada, basta calcular tudo o que se pro-duz para o mercado ou consumo, menos tudo o que se gasta paraproduzir. Como resultado, tem-se a riqueza gerada ou o valor agre-gado, que poderá ser positivo ou negativo, conforme apresentadona fórmula a seguir:

(Lucro = Quantidade Produzida x Preço - Custos)

A sobrevivência e o crescimento de um empreendimento, dentreoutros fatores, se dará pela sua capacidade de gerar lucro. Destaforma o empresário/agricultor deve procurar responder as seguintesquestões:

- Quais os objetivos e as metas da produção?- Quanto lucro se espera da produção?- Quanto lucro a produção está gerando?- Quanto está custando para produzir?- Quais os “gargalos”que estão impedindo de atingir o lucro espe-

rado?- O que fazer para atingir o lucro esperado?- Quanto é preciso investir?

O cenário atual caracteriza-se por acentuado ambiente de con-corrência e acelerada evolução tecnológica. Cada vez mais asdecisões precisam ser tomadas com agilidade, rapidez e precisão(POZZEBON & FREITAS, 1996).

Os avanços contínuos na tecnologia de comunicação, na ciên-cia da computação, na ciência da informação e nos sistemas deinformações geram progressos sociais e econômicos substanciais,tornando a informação mais disponível, acessível e útil, subsidian-do a tomada de decisões.

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O setor agropecuário, mesmo com a necessidade de manejarum grande volume de informações, apresenta maior grau de resis-tência a mudanças, não conseguindo acompanhar a evolução dosdemais setores, ficando à margem dos avanços da informática apli-cada.

TOFLER (apud FREITAS et al,1997, p.28) acredita que ainformação é mais importante do que os fatores terra, trabalho,capital e matéria-prima.

A maior atenção dos agricultores está voltada aos aspectos tec-nológicos, onde muitas culturas já estão sendo desenvolvidas comtecnologias modernas e com alta produtividade da terra, porémcom a utilização deficiente de informações.

Os desafios crescentes, que a modernidade e a globalização in-troduziram nas empresas, só poderão ser superados através damelhoria na qualidade e na velocidade das informações a seremutilizadas para a tomada de decisões.

A sociedade moderna passa por mudanças significativas em to-dos os setores, para os quais a informação e a tecnologia de infor-mação são elementos fundamentais, e podem representar o dife-rencial competitivo entre as empresas que terão sucesso ou fracas-so. Esta evolução deve ser acompanhada pelos agricultores e suasorganizações

O PARADIGMA E A MUDANÇA

O que é?Um modelo existente, um padrão.

Todas as grandes invenções da humanidade foram realizadaspor pessoas que pensavam diferente dos padrões existentes.

Se você acreditar que uma cadeira só serve para sentar, jamaisirá usá-la, como uma escada para trocar uma lâmpada e viverá noescuro.

Pense diferentepara evoluir!!!

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Os produtores que não perceberem as mudanças que estão ocor-rendo, ficarão despreparados e provavelmente serão excluídos deseu negócio.

“Mudança de paradigma é fundamentalmente uma nova manei-ra de ver alguma coisa. Tal mudança é exigida, com freqüência,em função de novos desenvolvimentos ocorridos em ciência, tec-nologia, arte e outras áreas de atuação”.

O mundo está mudando e a cada ano quepassa, muda mais rapidamente, é preciso

acordar para o que está acontecendo

A EMPRESA RURAL

O que é?Toda propriedade rural que possui capital investido, ope-rando no setor agropecuário e comercializando seus produ-tos, tendo como objetivo principal a sobrevivência, o cresci-mento e o lucro.

O AMBIENTE DA EMPRESA RURALA empresa rural está inserida em um ambiente onde influencia

e é influenciada (figura a seguir). Tais influências podem afetar

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direta e indiretamente todos os resultados de uma empresa rural. Oambiente é dividido em ambiente geral e ambiente-tarefa.

A empresa e seus ambientes

FONTE: Chiavenatto, 1982

Ambiente geralÉ constituído de um conjunto de fatores externos que envolve,

de alguma forma, todas as empresas. É formado pelas seguintesvariáveis:- Variáveis tecnológicas: Todas que envolvem a soma total dos

conhecimentos acumulados de como fazer as coisas;- Variáveis políticas: Decorrem das políticas e critérios de deci-

são adotados pelos governos (federal, estadual e municipal) egovernos estrangeiros;

- Variáveis econômicas: As que se referem ao contexto econômi-co geral;

- Variáveis legais: São as referentes ao contexto de leis e normaslegais;

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- Variáveis sociais: Referem-se à influência e às pressões sociaisque a sociedade provoca na empresa;

- Variáveis demográficas: São relativas às características da po-pulação, seu crescimento, raça, distribuição geográfica, costu-mes e outros.

Ambiente-tarefa

É o ambiente específico da empresa rural, com o qual ela serelaciona mais fortemente para a realização de seus negócios, eestá mais próximo dela, tais como:- Clientes da empresa rural: São os compradores, consumidores e

usuários de seus produtos e serviços. Também chamado de mer-cado de clientes ou de consumidores;

- Fornecedores da empresa rural: Referem-se aos fornecedores detodos os recursos, provindos de fora da propriedade, necessáriosao funcionamento da empresa rural, isto é, os fornecedores decrédito, insumos agropecuários, materiais, mão-de-obra, equi-pamentos e serviços;

- Concorrentes: São empresas que concorrem entre si, para a ob-tenção dos recursos necessários para a produção e na conquistade mercados para a colocação de seus produtos;

- Grupos regulamentadores: São compostos pelo governo, sindi-catos, associações e outros. Estas instituições, de alguma forma,impõem controles, limitações e restrições às atividades da em-presa rural, especificando maneiras de como se conduzir ou li-mitando suas ações ou fiscalizando e controlando suas ativida-des.

CLASSIFICAÇÃO DOS MERCADOS

MERCADO DE CONCORRÊNCIA PERFEITA

Possui as seguintes características:- Grande número de compradores e vendedores que não conse-

guem influenciar no preço;

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- Compradores e vendedores sabem onde comprar e vender, co-nhecem o comportamento de preços e outros fatores;

- Livre entrada e saída do mercado;- Produtos homogêneos, sem diferenciação.

Os produtos agrícolasestão aqui enquadrados

MERCADO DE CONCORRÊNCIA IMPERFEITA

- Monopólio: Somente uma empresa vende um produto que nãotem substituto.

- Oligopólio: Somente um número pequeno de empresas tem oproduto para vender.

- Concorrência monopolística: Quando uma firma possui um pro-duto que é considerado preferido pelos consumidores, tornan-do-se uma marca registrada por sua qualidade diferenciada.

FATORES QUE AFETAM A PROCURA E A OFERTADOS PRODUTOS AGRÍCOLAS

Preço do produto; renda dos consumidores; preço dos bens subs-titutos; tamanho da população; propaganda; preço dos insumos;fatores ambientais; tecnologia; taxa de câmbio e política agrícola;dentre outros

INFLUÊNCIA DO GOVERNO NO MERCADO

Influência direta:- A partir de estoques reguladores;- Regulamentação do comércio internacional;- Disponibilidade de crédito.

Influência indireta:- Política cambial: é a determinação do valor da moeda nacional;

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- Política fiscal: imposto interfere no poder de compra da popula-ção;

- Política monetária: trata da disponibilidade de dinheiro na eco-nomia.

ALTERNATIVAS PARA OTIMIZAÇÃO DOMERCADO

- Escala: Maior volume de produção que possibilita maior poderde barganha;

- Industrialização: é uma forma para agregar valor ao produto agrí-cola;

- Organização: Ação grupal e associativa que provoca o aumentodo poder de barganha;

- Qualidade: É o produto que atende as necessidades dos consu-midores. Com qualidade e apresentação o produto é melhor aceitono mercado;

- Marketing: É uma atividade humana dirigida para a satisfaçãode necessidades e desejos do cliente, através dos processos detroca.

GESTÃO AGRÍCOLA

O que é?É um processo contínuo de tomada de decisão e ação, sobrea melhor maneira de usar os recursos de produção, paraobtenção dos resultados esperados, em função dos objetivosdo produtor e de sua família.

OBJETIVO BÁSICO DO PRODUTOR

O produtor/administrador deve fazer, periodicamente, umareflexão sobre os seus objetivos mercadológicos, econômicos,financeiros e familiares. Normalmente busca:

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- Satisfazer as necessidades dos clientes compradores, garantindomercado para seus produtos;

- Manter o seu negócio: Repor as despesas realizadas; fazer ma-nutenção e reposição de máquinas, equipamentos e instalações.

- Atender suas necessidades básicas: Pagamento da mão-de-obrafamiliar, para atendimento de suas necessidades de alimentação,vestuário, saúde, educação, transporte, lazer, etc;

- Compensar o capital empatado e o trabalho administrativo: Re-munerar o capital empatado (Terra, equipamentos, benfeitorias)e ao trabalho gerencial do produtor;

- Obter lucro para o próprio equilíbrio financeiro e para seu cres-cimento.

O PROCESSO DECISÓRIO DO PRODUTOR RURAL

O produtor/administrador toma decisões constantemente. Se osproblemas são variados, assim serão, também, os modos de resol-vê-los. Se são complexos, exigem ser resolvidos por partes.

O processo de tomada de decisão pode ser formalizado em umasérie de passos lógicos e ordenados. Importantes passos nesse pro-cesso são:- Identificar e definir o problema;- Coletar dados, fatos e informações relevantes;- Identificar soluções alternativas e analisá-las;- Tomar a decisão ou selecionar a melhor alternativa;- Executar a decisão;- Avaliar os resultados e assumir responsabilidade pelos resulta-

dos.A primeira exigência é a identificação do problema. Identificar

o problema é observar que alguma coisa não é como deveria ser,ou seja, pode-se confrontar o que é e como deveria ser, identifi-cando as deficiências no negócio.

Os dados podem ser obtidos de uma série de fontes, incluindo osistema de extensão rural, revistas especializadas, rádio, televisão,universidades, Internet, vendedores, vizinhos e dados internos daempresa.

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Uma importante fonte de dados é o conjunto de registros daprópria empresa.

Os custos com a busca e análise dos dados devem ser compen-sados pela renda extra obtida após a sua coleta e processamento.

A busca de alternativas talvez seja a fase que exige mais tempoe a que mais contribuirá para uma decisão acertada.

De posse das diversas alternativas de solução de um problema,analisa-se qual delas é a melhor, lançando mão de todos os estudose técnicas disponíveis para análise de uma determinada alternati-va. Para cada alternativa deverão ser feitas análises econômicas,técnicas, financeiras, sociais e, em certos casos, até políticas e le-gais.

Depois de escolhida a alternativa ou de ter tomado a decisão, apreocupação é com as medidas ou procedimentos para a sua exe-cução. Torna-se, então, fundamental a formulação de um plano deação.

Seguir esses passos não assegurará uma perfeita decisão, elesirão, entretanto, assegurar que a decisão seja tomada de maneiralógica e organizada, diminuindo os riscos e incertezas.

A EMPRESA E SEUS RECURSOS DE PRODUÇÃOOs recursos produtivos são classificados em Naturais, Huma-

nos e de Capital, tendo como características principais a escassez(quantidades e disponibilidades nem sempre são suficientes), e aversatilidade (podem ser utilizados na produção de diferentes pro-dutos).

Recursos NaturaisSão todos os fatores de produção originários da natureza, e po-

dem ser classificados em renováveis e não renováveis, de acordocom a possibilidade de reposição ou de sua exaustão. Exemplo:água e solo.

Recursos HumanosSão as pessoas que trabalham ou participam da empresa. Cons-

tituem o único recurso dinâmico, que decide e movimenta os de-

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mais. É todo o esforço físico e mental utilizado para produção,podendo ser classificado em qualificado, semiqualificado e nãoqualificado. Aqui se incluem o próprio dono da empresa, os admi-nistradores, os técnicos e os funcionários, com seus diferentes pa-péis e cargos.

Recursos de CapitalSão bens materiais que qualquer empresa precisa para operar,

podendo se esgotar em um ou mais ciclos produtivos, sendo clas-sificados em:- Capital fixo ou estável: São aqueles bens que não se consomem

somente em um ciclo de produção, tais como: máquinas, equi-pamentos, instalações e animais de produção.

- Capital de giro ou circulante: São aqueles que servem apenasdurante um ciclo produtivo, desaparecendo com o primeiro uso,tais como: sementes, fertilizantes e rações.

- Capital técnico: É todo know-how (conhecimento e sabedoria),tecnologia e informação.

ÁREAS DA EMPRESA RURALEstrategicamente a empresa rural deve ser planejada conside-

rando quatro áreas interligadas e interdependentes. São elas: Co-mercialização e Marketing, Produção ou Técnica, Finanças e Re-cursos Humanos (mão-de-obra).

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Áreas da Empresa Rural

ÁREA DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETING

Está relacionada a operações comerciais referentes a comprasde insumos e venda de produtos, exigindo do administrador ruralum bom conhecimento do mercado de fatores e produtos. A co-mercialização compreende todos os fluxos de produtos e serviços,que entram e saem das empresas rurais e chegam às mãos dos con-sumidores.

No mercado o produtor se abastece de insumos e outros fatoresde produção (adubo, semente, serviços, etc) e troca seu produtopor dinheiro.

Comprar e vender bemé tão importante

quanto produzir bem

ÁREA DE RECURSOS HUMANOS

É a área que trata de cargos, funções e tarefas de todas as pessoasque trabalham na propriedade, inclusive os membros da família.São os responsáveis pelo funcionamento da propriedade, pelarealização dos serviços, combinando todos os fatoresde produçãopara obter o produto desejado.

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Características dos Recursos Humanos (mão-de-obra):- Fazem a empresa funcionar;- Podem ser melhorados - treinados;- Trabalho ao ar livre - sazonalidade;- Composto por pessoas - exige muita habilidade no tratamento

das questões, pois as pessoas reagem de forma diferente;- Não pode ser armazenado - cuidados para evitar ociosidade.

ÁREA DE FINANÇAS

É a área que controla e administra os recursos financeiros daempresa, tais como: capital de giro; fluxo de caixa; apuração dosresultados e importância de conhecer os custos e avaliaçãopatrimonial.

Capital de giro é o dinheiro necessáriopara aquisição de insumos e serviços que

na propriedade se transformarão emprodutos agropecuários

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O produtor/administrador deve ter cuidado redobrado nesta área,fazendo operações como:- Registrar as despesas e receitas;- Investir com dinheiro próprio ou juros adequados;- Manter a liquidez para vender por opinião própria e não por ne-

cessidade;- Ter consciência de que a manutenção do capital de giro deve ser

uma preocupação constante, para evitar a busca de empréstimo.

ÁREA DE PRODUÇÃO OU TÉCNICA

Nesta área o produtor define as atividades a serem desenvolvi-das e o sistema de produção a ser adotado. Inclui os processospelos quais os recursos (fatores) são transformados em produtosde interesse dos consumidores. O administrador leva em conta,para atingir seus objetivos, os recursos físicos da empresa, como:a terra, os equipamentos, as máquinas, os insumos e os produtos.

Não inclui apenas a fase de produção agrícola, mas também asfases em que a produção é transformada em produtos intermediá-rios ou finais para os consumidores.

Algumas características da produção agrícola:Dependência do clima; tempo de produção maior que o tempo

de serviço condições biológicas; terra como fator de produção eestacionalidade da produção; alto custo de entrada e saída do ne-gócio.

O PROCESSO ADMINISTRATIVO NAEMPRESA RURAL

A complexidade da empresa rural, aliada à escassez de recursose grande número de concorrentes, exige o estabelecimento de es-tratégias e respostas adequadas, capazes de assegurar a sobrevi-vência, o crescimento e o lucro.

O importante é que estas ações sejam realizadas a tempo, paraque a empresa acompanhe, evolua e se adapte ao ambiente. Estasações, para serem eficientes, devem ser planejadas, organizadas,

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dirigidas e controladas, em todos os níveis da empresa (estratégi-co, gerencial e operacional).

O processo administrativo é a interação entre as funções admi-nistrativas de planejamento, organização, direção e controle.

PLANEJAMENTO

Planejar é decidir antecipadamente e organizar o que deve serfeito para diminuir os erros e riscos, levando-se em conta as condi-ções da empresa, do ambiente e os objetivos do produtor.

O planejamento deve ser elaborado para toda a empresa, sendoum processo permanente, flexível e contínuo para atender as cons-tantes mudanças que ocorrem na empresa e ambiente.

ORGANIZAÇÃO

É a função administrativa que se preocupa com o agrupamentoe estruturação dos recursos físicos e humanos da empresa, no sen-tido de que sejam alcançados os objetivos do produtor.

Organização física: refere-se à organização das áreas de explo-ração, benfeitorias, máquinas, equipamentos, insumos e outrosmateriais com objetivo de evitar perda de tempo e prejuízos.

Organização de pessoal: preocupa-se basicamente com a estru-tura dos cargos e tarefas das diversas pessoas que trabalham na

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empresa. O cargo e a tarefa devem ser definidos por escrito ouverbalmente, dependendo do tamanho e complexidade da empre-sa.

Quanto mais organizada estiver a empresa, menos problemáticaserá sua direção e mais facilmente serão atingidos seus objetivos,evitando retrabalho e ociosidade.

DIREÇÃO

Dar direção a, conduzir,governar e orientar

A direção se realiza sobre as pessoas (Recursos Humanos) enão sobre os recursos físicos e financeiros.

São as pessoas que fazem a empresa funcionar e a motivação, aliderança e a comunicação são algumas habilidades que o empre-sário rural deve utilizar para obter êxito em sua ação diretiva.

Motivação:aspecto interno às pessoas e relacionado

ao atendimento de suas necessidades

Liderança:exercida sobre as pessoas, visando

obtenção dos objetivos (autocrática,indiferente ou democrática).

Comunicação:troca de informações escritas ou

verbais para condução das tarefas,motivação e cooperação.

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CONTROLE

A função do controle é fornecer as informações ao planejamen-to, para que o ciclo de administração tenha continuidade e sejapossível verificar se o planejado está sendo cumprido.

Toda atividade de controle deve considerar o estabelecimentode padrões como referência, comparação de resultados obtidos comesses padrões e ação corretiva no momento da execução (em tem-po real).

O sistema de informações da empresa é um instrumento de con-trole indispensável ao bom administrador e que irá subsidiar o pro-cesso de tomada de decisão.

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PLANEJAMENTO ORGANIZAÇAO DIREÇÃO CONTROLE

RESUMO DAS FUNÇÕES ADMINISTRATIVASE ÁREAS DA EMPRESA RURAL

FUNÇÕES

ÁREA

COMERCIA- Análise conjuntural Estrutura comercial Decisão Informação LIZAÇÃO E Distribuição, canais Marketing Venda Registros MARKETING Preço, sazonalidade Qualidade, padrão Responsabilidades Cadastro de clientes

Concorrência Distribuição e fornecedores

PRODUÇÃO Plano de produção Suprimento, insumo Dirigir, acompanhar PedidosCapacidade Processo produtivo Aplicar padrão EstoquesMetas a alcançar Preparo p/ produzir Garantir padrão Custo produçãoTecnologia a usar Manutenção Garantir plano Metas produção

RECURSOS Necessidade de RH Definir funções Cumprir plano Custo mão- de-obraHUMANOS Planejam. atividades Capacitar Motivar Avaliação desempenho

e capacitação Cronograma ativid. Reconhecimento Controle atividadese mão-de-obra Relações Humanas

FINANÇAS Orçamento Banco de dados e Orçamento ContabilidadeFontes de recursos informações Determinar Livro caixaInvestimento Acompanhar RegistrosRentabilidade Controle financeiro Rentabilidade

FATORES QUE DETERMINAMO RENDIMENTO ECONÔMICO DA

EMPRESA RURAL

Segundo LIMA et alii (1995), em um sistema de mercado ondeos produtores são tomadores de preços dos produtos e insumos,como é o caso da agricultura, o desempenho econômico da empre-sa rural depende, principalmente, dos seguintes fatores:

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CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DAEMPRESA RURAL

Cada empresa rural constitui uma combinação específica dosrecursos ou fatores de produção: recursos naturais, trabalho e ca-pital. Estes elementos são organizados de modo a permitir a reali-zação da produção. Suas características qualitativas e quantitati-vas (tamanho e volume) determinam, em grande parte, a dimensãodo potencial de produção.- As características edafoclimáticas (clima e solo);- A disponibilidade de área agricultável em relação à mão-de-obra;- A disponibilidade e a adequação dos demais meios de produção

(máquinas, equipamentos, instalações, etc).

NATUREZA E GRAU DE INTENSIFICAÇÃODA PRODUÇÃO

O tipo de produção praticado representa um determinado po-tencial de resultado econômico e densidade de renda por área, de-pendendo do nível tecnológico empregado e dos preços vigentes,pois o grau de intensificação varia entre os diferentes tipos de pro-dução.

A produção leiteira intensiva, a produção animal confinada, afruticultura e a olericultura permitem, geralmente, obter maior pro-dução e maior valor agregado por área.

Independente do tipo de produção, o potencial de resultado eco-nômico da propriedade pode variar, segundo o grau de intensifica-ção do sistema de produção praticado.

NÍVEL DE EFICÁCIA TÉCNICA E GERENCIALDA PRODUÇÃO

Empresas rurais com estruturas semelhantes e que praticam com-binações de produção semelhantes, podem estar obtendo resulta-dos econômicos diferentes. Na ausência de limitações ligadas aomeio natural, estas diferenças estão ligadas a fatores estritamentetécnicos, à eficiência técnica. A variabilidade técnica se reflete,em cada atividade, nos índices de produtividade física de Renda

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Bruta por hectare (RB/ha), de Custos Variáveis por hectare (CV/ha) e na Margem Bruta por hectare (MB/ha).

Independente do desempenho técnico, pode ocorrer que a em-presa rural esteja obtendo resultados insuficientes para cobrir osseus custos ou inferiores ao seu potencial. Neste caso, o baixo re-sultado está sendo determinado pela inadequação ou incoerênciadas atividades desenvolvidas em relação às suas característicasestruturais. Trata-se do nível de eficácia gerencial.

Na ausência de limitações agroecológicas e financeiras, a con-tribuição da produção e o seu grau de intensificação dependem dasuperfície agrícola disponível por trabalhador. Quando esta rela-ção é alta, os sistemas de produção menos intensivos permitemuma remuneração satisfatória do trabalho. Porém, quando a rela-ção é baixa, torna-se necessário intensificar a produção por unida-de de área para garantir uma remuneração adequada do trabalho.

IMPORTÂNCIA DAS DESPESASCOM A OBTENÇÃO DOS MEIOS DE PRODUÇÃO

A renda líquida da empresa rural pode ser afetada pelos custosou encargos que o produtor paga por não ser proprietário da totali-dade dos meios de produção. Normalmente essas despesas refe-rem-se a pagamentos feitos pelo arrendamento de terra, aos ban-cos e fornecedores em geral.

O somatório desses pagamentos deve ser descontado do valoragregado gerado pela propriedade. Portanto, uma propriedade comalto valor agregado e elevada produtividade do trabalho pode terbaixa renda líquida e baixa remuneração do trabalho. Ou ainda,propriedades com valor agregado semelhantes podem ter rendaslíquidas distintas, devido a diferenças na importância das despesascom a obtenção dos meios de produção.

CONCEITO BÁSICOS

Mão-de-obra Familiar- MOFRefere-se ao trabalho de membros da família do produtor no

desenvolvimento da atividade produtiva.

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Hora/Homem - HHUma HH equivale a uma hora de trabalho realizado por uma

pessoa adulta, de 18 a 60 anos, na atividade rural.

Equivalente/Homem - EqHUm EqH é a unidade padrão de mão-de-obra utilizada para ava-

liar a disponibilidade e calcular a remuneração do fator trabalhoem uma exploração agrícola. É representada pela capacidade detrabalho físico de uma pessoa adulta de 18 a 60 anos de idade.

Tabela1 - Cálculo de equivalente homemSEXO IDADE EqH

Masculino > 60 0,818 a 60 1,014 a 17 0,5

Feminino >60 0.521 a 60 1,0 *18 a 20 0.514 a 17 0.3

* deduzir proporcionalmente o tempo diário ocupadocom afazeres domésticos

Unidade animal - UAUma unidade animal é a unidade que permite converter diver-

sas categorias animais a uma mesma unidade. É representada porum animal de 450 kg de peso vivo.

Tabela 2 - Conversão em UA

CATEGORIA NÚMERO DE UA

Touros 1.2Vacas 1.2Novilhas de 2 a 3 anos 0,8Novilhas de 1 a 2 anos 0.7Bezerros 0.4Garrotes (novilhos) 0.8

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Unidade de Tração - UT

Unidade utilizada para converter os diferentes meios de traçãodisponíveis na exploração agrícola a um valor possível de compa-ração, adotando-se o seguinte critério de conversão:

Trator: 7HP na barra de tração = 1,0 U.T.Animais: 1 cavalo/burro = 0,8 U.T.

Hectare - ha

Unidade universal de medida de área, um hectare equivale a10.000 m², enquanto que um alqueire paulista equivale a 24.200m² ou 2,42 ha.

Superfície agrícola útil - SAU (ha)

Compreende as terras trabalhadas ou exploradas por uma em-presa rural não importando se próprias, arrendadas ou sob qual-quer outra condição legal.

É calculada subtraindo-se da Área Total as áreas que não seincluem no conceito conforme segue:

Área Total- áreas com matas plantadas e/ou nativas- áreas inaproveitadas- área com construção e/ou benfeitorias- área com estradas e/ou carreadores

= Superfície Agrícola Útil

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Capital Total - KT (R$)

Expressa a disponibilidade total de capital da empresa rural se-gundo as diferentes classificações deste fator, conforme segue:

Valor atual das instalações, benfeitorias e culturaspermanentes (Fundiário)+ Valor dos animais de trabalho (Exploração Fixo Vivo)+ Valor dos reprodutores e matrizes (Exploração Fixo Vivo)+ Valor atual das máquinas e equipamentos (Exploração

Fixo Inanimado)+ Valor dos insumos (Exploração Circulante)+ Valor do rebanho para engorda e/ou venda (Exploração

circulante)

= Capital Total

Capital Médio

O valor médio do capital total é calculado pela fórmula; Vm = (Vi + Vs)/2Onde Vm é o valor médio, Vi é o valor inicial ou valor do bem

novo e Vs corresponde ao valor de sucata.

Vida Útil - Vu

Refere-se ao tempo de uso para que um bem se acabe, ou percaseu valor econômico, recebendo manutenção normal.

Depreciação - D

Refere-se à remuneração necessária para substituir as máqui-nas, equipamentos e benfeitorias, quando estes se tornarem inúteispelo desgaste ou perderem o valor com o decorrer dos anos, pelaobsolescência tecnológica. É calculada pela fórmula:

D = (Vn – Vs)/ VuOnde Vn é o valor do bem novo ou atual, Vs é o valor de sucata

ou final e Vu é a vida útil em anos.

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MEDIDAS DE RESULTADOS

Renda Bruta - RB

- Da empresa rural (sistema de produção): Valor obtido com avenda de todos os produtos produzidos, mais aqueles consumi-dos na propriedade, mais variação de estoque, mais outras ren-das obtidas das vendas de serviços dos fatores.

- Da atividade (exploração): Valor obtido da produção vendida,mais autoconsumo, mais subprodutos, mais variação de esto-que.

Custo Variáveis - CV

São os custos que variam com a quantidade produzida e sãoconsumidos totalmente durante um ciclo de produção. São os cus-tos que deixam de existir quando se para de produzir. Exemplos:insumos e serviços contratados eventualmente para a produção.

Custos Fixos - CF

São os custos que têm duração superior a um ciclo produtivo(curto prazo), portanto sua renovação só se verifica no longo pra-zo. Não se incorporam totalmente no produto a curto prazo, fazen-do-o em tantos ciclos produtivos quantos permitir sua vida útil.Não são facilmente alteráveis no curto prazo e o seu conjunto de-termina a capacidade de produção da atividade, ou seja, sua escalade produção. Exemplo: mão-de-obra familiar e contratada perma-nente, depreciação de máquinas e equipamentos, etc.

Custo Operacional Efetivo - COE

Refere-se a todos os custos que foram desembolsados ou queexigem desembolso durante o ciclo produtivo.

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Custo Operacional Total - COTRefere-se a todos os custos que foram desembolsados ou que

exigem desembolso (COE), acrescidos do custo da mão-de-obrafamiliar e a reposição do capital (Depreciação):COT = COE + MOF + D

Custo Oportunidade - CoRefere-se ao custo alternativo do capital, ou seja, a remunera-

ção do capital empregado na produção que poderia ser aplicadoem outras atividades alternativas (mercado financeiro). Normal-mente utiliza-se uma taxa de 6% ao ano, que é o juro pago às ca-dernetas de poupança e 3% para a remuneração do fator terra.

Custo Total - CTRefere-se à soma de todos os custos, remuneração de todos os

recursos produtivos utilizados:CT = CV + CF ou COT + Co

Margem Bruta - MBRefere-se ao valor obtido pela subtração dos custos variáveis da

renda bruta.MB = RB – CV

Renda Líquida - RL

Refere-se ao valor obtido pela subtração dos custos operacio-nais totais da renda bruta.

RL = RB – COT

Lucro - L

Lucro é o que sobra de uma empresa no final de um período(um ano, por exemplo), mantendo a empresa como ela era no iní-cio desse período (com o mesmo patrimônio líquido).

O lucro pode ser calculado pela diferença entre a renda bruta e ocusto total.

L = RB – CT

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1-ANÁLISE DAEMPRESA RURAL PRIMAVERA

Como objetivo pedagógico, será feito um estudo de caso real daEmpresa Rural Primavera, como exemplo, com a finalidade de ana-lisar sua situação atual – diagnóstico, e propor melhoria de seusresultados com o planejamento.

Para fazer a interpretação do desempenho e dos resultados daempresa rural, torna-se necessário fazer o seu diagnóstico. Enten-de-se por diagnóstico o resultado de um sistema de informaçõesda propriedade e de seu ambiente, que envolve a coleta, registro(digitação), ordenação (processamento) análise e síntese das in-formações, comparadas a uma situação desejada ou possível. Oesforço de análise deve concentrar-se no presente, nas tendênciasde futuro e onde se quer chegar. A análise do passado, apenas osuficiente para corrigir suas distorções e verificar seu comporta-mento em uma série histórica.

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Um bom diagnóstico deve satisfazer três condições: ser partici-pativo; rápido e confiável.

PASSOS PARA A ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO

Análise interna da Empresa Rural Primavera:- Recurso capital;- Recurso natural (solo e água);- Recursos humanos (mão-de-obra);- Resultados da Empresa Rural Primavera.Análise externa da Empresa Rural Primavera:- Ambiente geral;- Ambiente de tarefa.Conclusões do diagnóstico da Empresa Rural Primavera:- Interno;- Externo.

a) ANÁLISE INTERNA DAEMPRESA RURAL PRIMAVERA

Análise dos recursos produtivos

Para esta análise foi realizado um levantamento na EmpresaRural Primavera, utilizando o formulário da página 51, para coletadas informações.

- Recurso CapitalLevantar o capital existente referente a máquinas, implemen-

tos, equipamentos, animais de produção e de trabalho, benfeitoriase outros. Esta análise tem por objetivo conhecer a capacidade ope-racional da empresa e suas limitações, adequação ou inadequação,uso efetivo no ano e ociosidade. Levantar também a produção, asreceitas, os custos, dinheiro a receber e dívidas, se existir.

A seguir, é apresentado o capital da Empresa Rural Primavera:

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Tabela 3 - Relação de máquinas, implementos, benfeitorias e animaiscom seus respectivos valores.

DESCRIÇÃO QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL( número) ( R$ ) (R$)

Estábulo - 50 m2 1 800,00 800,00

Trator 70CV 1 26.600,00 26.600,00

Grade niveladora 1 3.300,00 3.300,00

Semeadeira 1 8.000,00 8.000,00

Pulverizador 600 l 1 2.900,00 2.900,00

Vacas 7 700,00 4.900,00

Novilhas 2-3 anos 2 300,00 600,00

Novilhas 1-2 anos 3 200,00 600,00

Machos 1-2 anos 3 150,00 450,00

TOTAL – – 48.150,00

Dívidas - Existe uma dívida de R$ 3.000,00 referente à aquisiçãodo trator a ser pago em prestações anuais de R$ 1.000,00.

- Recurso Natural (Terra e água)Mapa ou croqui da propriedade: o mapa ou croqui da proprie-dade é usado para visualizar os espaços agrícolas, as áreas dispo-níveis e seu uso efetivo durante os meses do ano; qual o seu poten-cial, e analisar a qualidade dos recursos naturais existentes na pro-priedade. Tem também a finalidade de localizar a propriedade, seuslimites, a malha viária interna, os rios e as fontes existentes.

Itens a serem observados na confecção do mapa ou croqui: áreatotal da propriedade e superfície agrícola útil; qualidade do solo(fertilidade, profundidade, drenagem, presença ou não de pedras;textura e declividade); altitude média da propriedade; localizaçãode rios e fontes; estradas existentes; localização, exploração e áreade cada talhão; clima.

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Área total: 20 haSuperfície agrícola útil (SAU): 16 haClima: subtropicalValor da terra nua: R$ 30.000,00

Mapa ou croqui da propriedade

- Recursos Humanos (mão-de-obra, trabalho)

A Empresa Primavera é uma firma agrícola familiar, que pos-sui 3 pessoas adultas (3 equivalentes-homem) disponíveis para otrabalho, totalizando 66 dias mensais, considerando que cada pes-soa trabalha 22 dias mensais, descontando domingos e feriados.

Neste item analisa-se a disponibilidade de mão-de-obra exis-tente na empresa (em equivalentes-homem), seu uso efetivo (diastrabalhados por exploração e por mês). Pode-se ainda analisar asua produtividade (margem bruta anual gerada por equivalentehomem) e competência das pessoas (atitudes, habilidades e conhe-cimentos).

Destaca-se aqui, a diferença entre trabalho intelectual (gerên-cia) e operacional. A gerência tem o papel de tomar as decisões,planejar, alocar recursos e gerir os fluxos de entradas e saídas doprocesso produtivo, assegurando que os objetivos sejam atendi-dos. Já o trabalho operacional tem o papel de participar nas deci-sões e realizar corretamente as tarefas do processo produtivo.

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EXPLORAÇÃO

A Tabela 4, mostra o número de dias trabalhados mensalmentepor exploração, o total de dias trabalhados, os dias disponíveis e osaldo de dias que poderá ser utilizado para outras atividades, apósdescontar o período de férias.Tabela 4 - Meses do ano e dias trabalhados por exploração, total de

dias trabalhados, dias disponíveis e saldo, verificados naEmpresa Rural Primavera

MESES DO ANO E DIAS TRABALHADOS POR EXPLORAÇÃO

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Pasto/ leite 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7Soja – 4 4 – – – – – – 4 4 –Feijão – – – – – – – 2 5 3 3 40Milho Safrinha 5 5 – 30 30 – – – – –Administração 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4Total dias 16 20 15 11 11 41 41 13 16 18 18 51Dias disponíveis 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66Saldo 50 46 51 55 55 25 25 53 50 48 48 15

No gráfico do uso mensal da mão-de-obra, a seguir, observa-se,na coluna do ano, em vermelho, que a Empresa Rural Primaverapossui 66 dias mensais disponíveis para o trabalho. Nos meses doano mostra-se, em cores, a mão-de-obra usada em cada explora-ção. Verifica-se que em oito meses do ano utiliza-se somente cercade 23% desta mão-de-obra.

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Resultados da Empresa Rural PrimaveraRenda bruta ou receitas: São provenientes da exploração de 8,0hectares (ha) de soja (R$ 4.160,00), 5,0 ha de feijão (R$ 3.500,00),10,0 ha de milho safrinha (R$ 2.400,00), 3,0 ha (7vacas) de pasta-gens (R$ 3.144,00) e outras receitas (R$ 1.000,00) provenientesda venda de equipamentos, como se pode ver na Tabela 5.

Custos de produção (despesas): Os custos de produção são apre-sentados na tabela 5 a seguir, por exploração e mensalmente. Asoja representa um custo de R$ 2.568,00, o feijão R$ 1.102,00, omilho safrinha R$ 1.254,00 e o leite R$ 1.493,00.

Tabela 5 - Discriminação da renda bruta (receitas) e custos(despesas) mensais por exploração e total

RECEITAS DISCRIMINAÇÃO DE RECEITAS/MÊS (VALOR EM R$ 1)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total (%)

Pasto/leite 262 262 262 262 262 262 262 262 262 262 262 262 3.144 22,1Soja 4.160 4.160 29,3Feijão 3.500 3.500 24,6Milho safrinha 2.400 2.400 16,9Administração

Outras receitas 1.000 1.000 7,0

T O T A L 3.762 262 262 4.422 262 262 262 2.662 262 262 1.262 262 14.204 100,0

DESPESAS DISCRIMINAÇÃO DE DESPESAS COM DESEMBOLSO/MÊS (VALOR EM R$ 1)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total (%)

Pasto/leite 116 142 64 116 64 64 116 262 86 94 64 305 1.493 17,7Soja 16 224 480 112 1.430 40 266 2.568 30,5Feijão 130 50 90 732 50 50 1.102 13,1Milho safrinha 776 120 358 1.254 14,9Administração

Outras despesasVariáveis 100 200 50 40 100 10 80 200 100 50 80 1.010 12,0Despesas fixasc/ desembolso 1.000 1.000

T O T A L 362 416 1.520 398 1.104 164 126 700 376 2.356 204 701 8.427 100,0

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No gráfico da renda bruta mensal, extraído da Tabela 5 (recei-tas), observa-se os meses em que entra dinheiro na propriedade,fruto da comercialização de seus produtos. Verifica-se uma con-centração de receitas nos meses de janeiro, abril e agosto, proveni-ente da comercialização do feijão, soja e milho, respectivamente.

O gráfico a seguir, também extraído da Tabela 5, mostra o per-centual (%) com que cada exploração contribui na renda bruta to-tal da propriedade.

O gráfico dos custos com desembolso, na página 36, extraídoda Tabela 5 (despesas), mostra como estes custos são desembolsa-dos mensalmente. Observa-se uma concentração nos meses demarço e outubro.

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Os resultados da Empresa Rural Primavera são apresentados naTabela 6. Observa-se que a renda bruta total (RBT) é de R$14.204,00 e a margem bruta total (MBT) é de R$ 6.777,00.

Tabela 6 apresenta o resumo dos resultados da Empresa RuralPrimavera: número do lote, exploração, área, produtividade, cus-tos variáveis, margem bruta, custos variáveis totais, renda brutatotal e margem bruta total.

Tabela 6 - Resultados da Empresa Rural Primavera

Nº Área Produtiv. C. V. M.B. C.V.T. R.B.T. M.B.TLote Exploração (ha) kg/ha (R$/ha) (R$/ha) (R$) (R$) (R$)

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

1 Pasto/ Leite 3 4.200 431,00 550,34 1.493, 3.144, 1.651,2 Soja 8 2.400 321,00 199,00 2.568, 4.160, 1.592,

2-3 Milho Safri 10* 2.400 125,40 114,60 1.254, 2.400, 1.146,3 Feijão 5 1.200 275,50 279,60 1.102, 3.500, 2.398,

Outras – – – – 1.010, 1.000, (10,)TOTAL 16 – – – 7.427, 14.204, 6.777,

* O milho safrinha ocupa a mesma área da soja e do feijão.

b) ANÁLISE EXTERNA DAEMPRESA RURAL PRIMAVERA

Há necessidade de se fazer um diagnóstico externo da empresa(ambiente geral e ambiente de tarefa), listando as oportunidades e

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ameaças. Por exemplo, o mercado é favorável aos produtos explo-rados? Há uma boa estrutura de comercialização com diversos cli-entes e canais de distribuição? Há um bom número de fornecedo-res de insumos, serviços e crédito? Qual é a tendência do mercado,dos preços dos produtos agrícolas e dos juros?

No diagnóstico externo da empresa deve-se, ainda, verificar sehá outras semelhantes, no município ou na região, em que pontosestão melhores e usar estes pontos como referência.

Conclusão do diagnósticoDe posse de todas as informações, após ter sido feita a análise

interna da empresa, exploração por exploração e a análise externa,deve-se organizar um resumo das conclusões observando:- Situação atual: quanto de lucro minha produção está gerando?

Quanto está custando para produzir? Quais os gargalos que es-tão impedindo o lucro?

- Situação desejada: quanto lucro eu espero de minha produção?- Caminho a percorrer: o que falta para chegar lá? Quanto tenho

que investir?

Diagnóstico interno da Empresa Rural PrimaveraPontos fortes observados:- Terra: aproveitamento total das terras no inverno e verão;- Mão-de-obra: existe disponibilidade (três pessoas adultas);- Receitas: entrada de dinheiro todos os meses do ano;- Custos: estão baixos, compatíveis com o nível de produção e

produtividade;- Explorações: boa combinação não havendo concorrência de re-

cursos produtivos.Pontos a melhorar:- Terra: melhorar a produtividade das explorações (leite, soja, e

feijão);- Mão-de-obra: utilizar o excedente para gerar receitas e melhorar

sua produtividade;- Receitas: melhorar as receitas da propriedade com o incremento

da produtividade e de atividades que agregam valor;

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- Custos: incrementar os custos que agregam valor à produção;- Leite: animais machos consumindo alimentação, acarretando

custos, sem produção correspondente.

Diagnóstico externo à Empresa Rural PrimaveraOportunidades:- Mercado: favorável aos produtos explorados;- Clientes: boa estrutura de comercialização com diversos clien-

tes e canais de distribuição;- Fornecedores: bom número de fornecedores de insumos, servi-

ços e crédito.Ameaças e riscos:- Insumos de baixa qualidade, necessitando ficar atento aos for-

necedores;- Tendência de queda de preço dos produtos;- Juros altos praticados no mercado;- Pouco preparo tecnológico e gerencial por parte do empresário/

produtor;- Produtos de outros países concorrendo com o produto brasileiro

no mercado interno.

2 - PLANO DE PRODUÇÃO DAEMPRESA RURAL PRIMAVERA

Em função das conclusões do diagnóstico, do objetivo do pro-dutor/empresário e de seu conhecimento, toma-se a decisão sobreo que, quando, como e quanto produzir. Esta decisão deve ser or-ganizada em um plano de produção, baseado nos seguintes tópi-cos:- No comportamento dos preços para cada produto no mercado;- Na estrutura existente na empresa para produção;- No conhecimento do produtor/empresário, ou seja, o que ele sabe

fazer para poder competir no mercado.

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A elaboração do plano é uma oportunidade de organizar as açõesa serem realizadas e procurar diminuir os imprevistos.

Um bom plano traz as seguintes vantagens:- Diminui os riscos das decisões, evitando muitos erros e estabe-

lecendo o melhor caminho para se chegar aos resultados espera-dos;

- Potencializa a combinação e o uso dos recursos produtivos paraaumentar a renda da empresa rural;

- Evita os custos ruins como perdas, desperdícios, retrabalho equalidade baixa;

- Permite potencializar os custos bons (aqueles que agregam va-lor);

- Permite a escolha antecipada das melhores alternativas tecnoló-gicas e de mercado;

- Assegura à empresa um adequado nível de negócios, com o equi-líbrio mensal das entradas de receitas;

- Proporciona condições favoráveis para negócios mais flexíveisadaptando-se facilmente a momentos de crise.

PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO PLANO

- Redefinir os objetivos;- Definir as metas e o orçamento;- Organizar o plano:

- manter os pontos fortes, aprimorar os pontos a serem melhorados, aproveitar as oportunidades, reduzir as ameaças e riscos;

- definir a tecnologia a ser adotada (o que fazer) e como seráimplementada;

- fazer orçamento dos custos de produção;- fazer a previsão de receitas e despesas (fluxo de caixa).- acompanhar, monitorar e avaliar resultados;- praticar a aprendizagem e a melhoria contínua;

Objetivos do produtor/empresárioPermanecer na atividade agrícola, com as mesmas explorações,

melhorando o seu rendimento.

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Plano de produção - orçamento para o próximo anoEm função do diagnóstico, dos objetivos do produtor/empresá-

rio, da infra-estrutura produtiva da propriedade (mão-de-obra, solo,animais, máquinas e equipamentos), o conhecimento do produtore os custos de produção, o produtor irá manter o mesmo sistema deprodução para o próximo ano, buscando melhorar os pontos apon-tados no diagnóstico. A seguir, apresenta-se o orçamento de umhectare para o próximo ano.

Tabela 7 - Orçamento dos custos variáveis de produção para um hectare(ha) das explorações de leite, soja, milho safrinha e feijãodas águas no sistema plantio direto

ITENS MILHO SOJA FEIJÃO LEITE 2,0Safrinha vacas/ha

Máquinas/ Implementos.combustíveis 23,70 58,96 45,79 44,00.conservação e reparos 8,92 49,75 25,40 15,00Benfeitorias.conservação e reparos 10,19 5,17 7,10 7,00Mão-de-obra temporária 3,91 13,68 95,16 20,00Insumos.fertilizantes 64,00 104,60 52,63 211,00.sementes 50,00 53,26 45,34 36,60.herbicidas 64,87 65,77 14,89 –.inseticidas 40,00 18,12 10,24 –.fungicidas – 35,75 –.inoculantes – 0,62 – –.vacinas, medicamentos, sêmen – – – 50,00.forragem volumosa – – – 100,80.rações – – – –.energia – – – 40,00Despesas Gerais 6,20 3,70 3,32 3,16Assistência Técnica – 8,47 6,65 3,95Transporte Externo 33,60 16,79 7,99 14,00Recepção/secagem/limpeza – 28,10 22,69 –PROAGRO/ IAPAS – 16,51 15,64 –Juros s/capital de giro 16,44 24,63 21,27 9,48A – TOTAL DOS CUSTOS VARIÁVEIS 321,83 468,13 409,86 554,99B – PRODUÇÃO sc/ha – litros 60,00 45,00 25,00 6.000,00C – PREÇO R$/sc. – LITRO 11,00 18,00 30,00 0,25D – RECEITA/ ha (B X C) 660,00 810,00 750,00 1.500,00E- MARGEM BRUTA/ ha (D – A) 338,17 341,87 340,14 945,01FONTE: OCEPAR, DERAL - SEAB, EMATER-PR

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Metas para o próximo ano

Previsão de resultados para toda a Empresa Rural Primaveraprevistos para o próximo ano (Tabela 8), considerando a explora-ção de 8 hectares de soja, 10 hectares de milho safrinha, 5 hectaresde feijão e 3 hectares de pastagens (7 vacas).

Tabela 8 - Metas: demonstrativo de previsão de resultados do cultivo de10 ha de milho safrinha, 8 ha de soja e 5 ha de feijão e 3 hade pastagem (7 vacas)

ITENS MILHO SOJA FEIJÃO LEITE TOTAL

1.Renda Bruta (Receita) 6.600,00 6.480,00 3.750,00 4.500,00 21.330,002.Custos Variáveis 3.218,00 3.745,00 2.049,00 1.665,00 10.677,00

a) M. Bruta (2-1) 3.382,00 2.735,00 1.701,00 2.835,00 10.653,003. Custos fixos

3.1 Impostos, Taxas – – – – 101,003.2 M.-Obra fixa cont. – – – – –

b) Custo Oper. Efeti vo (2 a 3.2) 10.778,003.3 Mão-de-Obra Familiar – – – – 3.304,003.4 Depreciação – – – – 3.700,80

c) Custo Oper. Total (2 a 3.4) – – – – 17.782,803.5 Remuner. Capital (6%)1 – – – – 1.943,403.6 Remuner. Terra (3%)2 – – – – 900,00

4. Total Custo Fixo (3 a 3.6) – – – – 9.949,205. Renda Liquida (1-c) – – – – 3.547,206. Custo Total (2+4) – – – – 20.626,207. Lucro (1-6 ) – – – – 703,80

1 calculado 6% sobre o capital médio da empresa de R$ 32.390,002 calculado 3% sobre o valor da terra nua de R$ 30.000,00

Ao comparar a margem bruta do diagnóstico de R$ 6.777,00(Tabela 6), com a margem bruta do atual plano R$ 10.653,00 (Ta-bela 8), verifica-se um aumento de 57%. Porém, para que isto ocor-ra, há necessidade de executar as demais fases do plano conformeforam previstas.

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Apuração da previsão do lucro

Lucro = Quantidade produzida x Preço - Custos TotaisQuantidade produzida x Preço = Renda brutaLogo,Lucro = Renda Bruta - (Custos Variáveis + Custos Fixos)Lucro = Renda Bruta - Custos TotaisExtraindo os dado da Tabela 8, tem-se:Lucro = 21.330,00 - 20.626,20Lucro = R$ 703,80

Previsão das receitas e despesas - Fluxo de caixaE o produtor/empresário tem dinheiro suficiente para financiar

a safra?A previsão de receitas e despesas é outra ferramenta que poderá

ajudar muito na decisão do agricultor. Para tanto, devem-se prevertodas as receitas mensais que entrarão na propriedade no períododo ano agrícola (período do plano) e todos os gastos mensais desseperíodo (com a produção, com dívidas e manutenção da família,etc). Ao subtrair as receitas das despesas, o resultado é a quantida-de de dinheiro que deverá sobrar ou faltar no período (fluxo decaixa). Na Tabela 9, a seguir, observa-se no líquido acumuladoque existe saldo positivo em todos os meses, proporcionando umsaldo acumulado anual de R$ 9.643,00. Portanto, a Empresa RuralPrimavera tem dinheiro suficiente para custear todas as suas des-pesas, desde que não haja imprevistos.Tabela 9 - Previsão de entradas e saídas mensais de dinheiro na Empresa

Rural PrimaveraRECEITAS DISCRIMINAÇÃO DE RECEITAS/MÊS (VALOR EM R$ 1)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total (%)

Pasto/leite 375 375 375 375 375 375 375 375 375 375 375 375 4.500 20,2Soja 6.480 6.480 29,0Feijão 3.750 3.750 16,8Milho safrinha 6.600 6.600 29,6Administração

Outras receitas 1.000 1.000 4,5

T O T A L 4.125 375 375 6.855 375 375 375 6.975 375 375 1.375 375 22.330 100,0

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DESPESAS DISCRIMINAÇÃO DE DESPESAS COM DESEMBOLSO/MÊS (VALOR EM R$ 1)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total (%)

Pasto/leite 108 256 56 108 56 56 108 352 78 56 56 375 1.665 13,1Soja 16 224 480 134 94 2.096 385 316 3.745 29,5Feijão 50 146 99 1.704 50 2.049 16,2Milho safrinha 300 1417 898 203 400 3.218 25,4Administração

Outras despesasVariáveis 100 200 50 40 100 10 80 200 100 50 80 1.010 8,0Despesas fixasc/ desembolso 1.000 1.000

T O T A L 574 626 2.153 1.190 1.393 156 118 832 377 3.956 541 771 12.687 100,0

FLUXO DE CAIXA Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total

Líquido Mensal 3551 -251 -1778 5665 -1018 219 257 6143 -2 -3581 834 -396 9.643

LíquidoAcumulado 3551 3300 1522 7187 6169 6388 6645 1278812786 9205 10039 9643 9.643

A “Fotografia da Empresa Rural Primavera”, na página 44, mos-tra um conjunto de gráficos com os resultados do plano da próxi-ma safra, referentes à alocação e uso mensal do solo, da mão-de-obra, renda bruta, custos, margem bruta e fluxo de caixa acumula-do.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANTUNES, Luciano Medici; REIS, Leonardo Reneu. Gerência agropecuária :análise de resultados. Guaíba : Agropecuária, 1998. 240p.

BIO, Sérgio Rodrigues. Sistemas de informação : um enfoque gerencial. São Paulo :Atlas, 1988. 183p.

CRUZ, Tadeu. Sistemas de informações gerenciais : tecnologia da informação e aempresa do século XXI. São Paulo : Atlas, 1998. 231p.

FREITAS, Henrique et alli. Informação e decisão : sistemas de apoio e seu impacto.Porto Alegre : Ortiz, 1997. 214p.

GOMES, Aloísio Teixeira; CASTRO, Flávio Guilhon de; ASSIS, Airden Gonçalvesde. Análise técnico-econômica de produção de leite. Coronel Pacheco :EMBRAPA, 1986. 34p. (Documento, 30).

HOFFMANN, Rodolfo et al. Administração da empresa agrícola. 7 ed. São Paulo :Pioneira, 1992.

INTERNATIONAL INSTITUTE FOR ENVIRONMENT AND DEVELOPMENT.Relatório de um seminário em diagnóstico rural participativo. 1991. (Apostila).

LIMA, Arlindo Prestes de et alli. Administração da unidade de produção familiar :modalidades de trabalho com agricultores. Ijuí : UNIJUÍ, 1995. 176p.

SCOLARI, Dante D.G. Curso intensivo de administração e planejamentoagropecuário. Brasília, 1995. (Apostila).

SOUZA, R. et al. Administração da fazenda. Rio de Janeiro : Globo, 1998.

TAPSCOTT, D.; CASTON, A. Mudança de paradigma : a nova promessa datecnologia da informação. São Paulo : Makron-McGraw-Hill, 1995. 433p.

TURRA, Flávio Enir. Análise de diferentes métodos de cálculos de custos deprodução na agricultura brasileira. Piracicaba : ESALQ-USP, 1990. (Mestrado).

YAMAGUCHI, Luiz Carlos T. Análise financeira de unidades de produção de leite.Coronel Pacheco : EMBRAPA, 1994. (Documento, 58).

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ANEXOS

Quadro resumo dos diversostipos de custos da Empresa Rural Primavera

Custos calculadosda Empresa Rural Primavera

Formulários de Informaçõesda Empresa Rural Primavera

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INFORMAÇÕES DA EMPRESA RURAL PRIMAVERA- Área total (própria + arrendada): 20,0 hectares- Superfície agrícola útil (SAU): 16,0 hectares- Mão-de-obra familiar (permanente): 3 pessoas adultas (3 equivalentes-homem)

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ANOTAÇÕES____________________________________________________________

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FICHA DE AVALIAÇÃO DO MATERIAL DE APOIO AO CURSO

Título do material:Administração e Planejamentoda Empresa Rural

Data do curso / /Município: _____________________________________

Prezado Treinando,Sua avaliação sobre este livreto de apoio ao curso que acaba de

fazer é muito importante para nós. Nosso objetivo é melhorar cadavez mais a produção desses materiais e, para isso, contamos com asua colaboração.

Por favor, marque com um X as opções que julgar corretas eresponda as perguntas:

1) O livreto tem as informações de que você necessita?

SIM NÃO

2) As letras utilizadas são de bom tamanho?

SIM NÃO

3) As fotos ou desenhos são de fácil entendimento?

SIM NÃO

4) A linguagem utilizada é clara?

SIM NÃO

5) Este tipo de livreto é bom para ler?

SIM NÃO

6) Você tem alguma sugestão para melhorar este livreto?

SIM NÃO

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Que sugestões você daria para melhorar o livreto?__________________________________________________________________________

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7) Existe alguma parte deste livreto que você não entendeu?

SIM NÃOEm que página está o assunto que você não entendeu?

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8) Que outros temas poderiam ser tratados neste livreto?__________________________________________________________________________

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9) O tema tratado neste livreto é importante para o exercíciode sua profissão?

SIM NÃO10) Considerando tudo o que você já respondeu, como avalia a

qualidade deste livreto?

RUIM REGULAR BOM MUITO BOM

ATENÇÃO:

Após ter respondido esta ficha de avaliação, favor destacar eentregar no escritório da EMATER-PR do seu município.

Muito obrigado

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