adeus criativos olá criadores

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Índice Introdução.................................................................... Síntese e Crítica do Seminário................................................ Terminologias................................................................ O que se considera criatividade............................................... ! Origem...................................................................... ! origem da $u%licidade.................................................... ! necessidade de uma t&cnica de comunicação'................................ Im(rensa' o (rimeiro su(orte (u%licitário................................... Outros )eios................................................................ +ist,ria e evolução da (u%licidade............................................ Creative Strateg / Imagens ilustrativas de di0erentes (ensamentos (u%licitári Teoria general de la $u%licidade / !nálise de !n1ncios de $u%licidade........ Conceito de (u%licidade....................................................... $u%licidade e conomia moderna................................................ ! 5evolução Industrial e o seu im(acto na $u%licidade......................... O )ercado glo%al de $u%licidade' 6esa os (ara o sucesso..................... 6isru(ção..................................................................... !deus criativos8 olá Criadores................................................ Conclusão..................................................................... 9i%liogra a................................................................... :ideogra a.................................................................... ;e%gra a...................................................................... !ne<os=======================================.. =================.=4# "

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Relatorio Universitário de uma palestra no âmbito da Publicidade

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ndiceIntroduo3Sntese e Crtica do Seminrio4Terminologias7O que se considera criatividade9A Origem10A origem da Publicidade13A necessidade de uma tcnica de comunicao:13Imprensa: o primeiro suporte publicitrio14Outros Meios15Histria e evoluo da publicidade16Creative Strategy Imagens ilustrativas de diferentes pensamentos publicitrios17Teoria general de la Publicidade Anlise de Anncios de Publicidade20Conceito de publicidade25Publicidade e Economia moderna28A Revoluo Industrial e o seu impacto na Publicidade29O Mercado global de Publicidade: Desafios para o sucesso.31Disrupo33Adeus criativos, ol Criadores34Concluso37Bibliografia38Videografia38Webgrafia39Anexos...40

ndice de IlustraesIlustrao 1 Cartaz Publicitrio de modelo Ford. Informao com exausto.10Ilustrao 2 Cartaz Publicitrio O nome do produto descritivo do mesmo11Ilustrao 3 Caminho Criativo 198317Ilustrao 4 Cartaz a apelar s marcas de Renome18Ilustrao 5 Percepo de Necessidade e apresentao de Soluo19Ilustrao 6 Nova Abordagem Criativa de uma Banco - Barclays20Ilustrao 7 Nestl Ser a 1 Marca forma de individualizar o produto21Ilustrao 8 United Colors of Benetton - Disrupo21Ilustrao 9 Audcia do Criativo a melhor forma de atingir os objectivos do anunciante22Ilustrao 10 Michelin - marca de sucesso22Ilustrao 11 Mercedes23Ilustrao 12 Coca Cola23Ilustrao 13 Federopticos Uma nova perspectiva de publicidade24Ilustrao 14 Ideia Disruptiva. Incio de uma nova Era30Ilustrao 15 - Atleta Fosbury33Ilustrao 16 1 Rascunho40Ilustrao 17 2 rascunho40Ilustrao 18 3 Rascunho41Ilustrao 19 4 Etapa - Resultado Final41Ilustrao 20 Esquema de Layout de um Carro42Ilustrao 21 Honda Anncio43Ilustrao 22 Subaru Anncio43Ilustrao 23 Esquema de como se processa o anncio de televiso para o detergente Fantastik44Ilustrao 24 Esquema de dilogo para gravao de anncio da Rdio nos anos 6044

IntroduoNo mbito do curso de Publicidade e Marketing da Escola Superior de Comunicao Social, elaborou-se um trabalho de investigao referente disciplina de Seminrio de Publicidade e Marketing II, que se realizou no dia 06 de Dezembro de 2013, pelas 18h30, no auditrio da ESCS.A conferncia teve como o orador Dr Ricardo Miranda (Brandia), que abordou o tema " Adeus Criativos, Ol Criadores " Uma viragem publicitria de conceitos de como fazer publicidade e expor os contedos das marcas ao longo dos tempos.Ao partilhar a sua experincia laboral com a plateia, abordou a existncia de trs Eras da Publicidade e focou que a Era actual no mais a era dos Criativos, mas a Era dos Criadores. Fez abordagens interessantes e dinmicas mostrando vrios vdeos que recriavam o cenrio de uma agncia de publicidade e os seus departamentos em reunio com o cliente luz dos anos 60, atravs de excertos de vdeos, nomeadamente da srie televisiva Mad Men. Este relatrio tem como objectivo fazer um paralelismo das origens da publicidade- posicionamento de marcas e criao de conceitos, entre outros - at actualidade, inspirando futuros criadores com vises disruptivas e inovadoras do futuro, mas tambm analisando o passado que muito pode ensinar.

Sntese e Crtica do SeminrioEste seminrio que contou com a presena do orador Ricardo Miranda, actual copywriter, criador de projectos de marca do qual trabalha na criao de conceitos de marca na empresa Brandia Central, formado em Direito na Universidade Catlica Portuguesa, actualmente trabalha tambm como professor na Instituto Universitrio IADE e escreve artigos para o site Buzz Media. Ricardo Miranda j ganhou vrios prmios, nomeadamente o prmio de Copy do ano, em 2010 e foi vencedor do Grande Prmio de Eficcia na Comunicao em 2009 da Logo Seguros. Antes de ser copywriter o seu percurso profissional passou por advocacia at ingressar em 1993 no mundo Criativo publicitrio. Antes da Brandia, trabalhou nas agncias Cine/Leo Burnett, FCB, Edson Comunicao, Edson FCB e MKT. Docente e formador de publicidade desde 1999. Cofundador do curso de Criatividade Publicitria da Restart e da Oficina de Porteflio do IADE. Autor do livro A voz das empresas, Porto Editora (2002).O seminrio contava com o tema Adeus criativos, Ol criadores. Confesso que este seminrio foi o tema que mais me despertou interesse e desde logo decidi previamente, que seria o tema no qual me iria debruar para a realizao do trabalho de Investigao. Ricardo Miranda deu incio ao seminrio citando uma frase de Jerry Della Femina[footnoteRef:1], personagem que inspirou a criao da srie Mad Men[footnoteRef:2], a melhor coisa que se pode fazer vestido no mundo da publicidade. As lgicas publicitrias e promoo de marcas e produtos em diferentes pocas mundiais, surgiram com abordagens diferentes, inicialmente com cariz muito informativo, posteriormente com todas as evolues e metamorfoses surge o termo criatividade e actualmente vive-se na era dos criadores. Ou seja a abordagem publicitria tambm reflexo do seu tempo. Em pocas diferentes cria-se de forma diferente e obtm-se resultados diferentes isto porque a corrente do pensamento, as prprias necessidades e desejos so condicionados por um nfimo nmero de factores, sejam esses culturais, industriais, socais, [1: Jerry Della Femina (nascido em 1936 em Brooklyn) foi um executivo americano de publicidade. Foi presidente da agncia de publicidade Della Femina Travisano & Partners em 1960. Em 1970 escreveu um livro sobre a indstria da publicidade, ironicamente intitulado From Those Wonderful Folks Who Gave You Pearl Harbor: Front-Line Dispatches from the Advertising War. Tornou-se um best-seller, descrito pelo The Guardian jornal, como "um dos livros que definem a publicidade" e, posteriormente inspirou a srie televisiva Mad Men.] [2: Mad Men uma srie televisiva dramtica americana criada e produzida por Matthew Weiner. A srie situa-se na dcada de 1960, inicialmente na agncia de publicidade fictcia Sterling Cooper, localizada na Madison Avenue, em Nova Iorque. A trama tem como enredo principal a vida profissional das agncias de publicidade e as vidas pessoais das personagens que trabalham nelas, luz das mudanas sociais ocorridas nos Estados Unidos.]

Para ilustrar as diferentes abordagens publicitrias de acordo com as correntes do pensamento da poca, o orador demarcou trs Eras.

A 1 Era intitulava-se de Era dos Informadores entre 1860 e 1960. Nesta altura a Revoluo Industrial teve um papel importantssimo devido ao disputar da produo em srie. Com base nesta vivncia temporal o papel da publicidade surge associado para explicar para que servem produtos, uma vez que se est a comunicar um novo produto totalmente diferente no mercado, temos que primeiro fazer comunicao deste e da necessidade para o usar (percepo de necessidade). Posteriormente explicao do que consiste o produto e para que serve h que explicar diferena entre produtos. A publicidade (propaganda) termo muito utilizado nesta poca tinha como papel principal martelar at entrar, o prprio cliente quando chegava agencia de publicidade para explicar o que pretendia, era nesse tpico que se focava massacrar o consumidor at exausto para que se d a compra/consumo do produto. Como os anncios eram trabalhados de modo a dar muita informao esta tinha que encontrar ngulo original de informao. A base que se tinha para esta era, seria que as decises do consumidor so racionais. Por detrs de uma compra est o seu lado racional.

A 2 Era intitulava-se de Era dos Criativos entre 1860 e 2000. Houve uma mudana drstica de pensamento, o lado racional foi colocado em banho-maria e pretendia-se surpreender com uma ideia criativa. Vender uma questo sempre, mas projectava-se atrair o consumidor at compra final atravs da seduo, cativando-o, conseguindo Fintar overdose informao. Uma vez que o consumidor no gosta de pensar muito, no gosta de fazer um grande esforo mental no que toca publicidade, apenas est disponvel a mensagens claras, bvias que lhe falem ao corao e para isso a maior parte dos anncios televisivos, como sendo o meio por excelncia nesta poca de publicidade, tinha como meta surpreender com ideias criativas de 60. A base que se tinha para esta era, seria que as decises do consumidor so emocionais. Por detrs de uma compra est o seu lado emocional.A 3 Era intitula-se de Era dos Criadores de 2000 em diante.Nesta era d-se uma importncia fundamental s marcas como se elas humanizassem caractersticas de pessoas. Na verdade esta ideia no utpica, funciona pois, com base num pensamento real. A explicao que se d que as pessoas atraem outras pessoas, e as marcas querem ser pessoas para atrair pessoas, e por isso mesmo, o universo das marcas to diferenciador. Se no h uma pessoa igual outra, as marcas tem que se aproveitar desse territrio para se posicionarem. As marcas so tal e qual como as pessoas, as pessoas so complexas, contam histrias. As marcas so emocionais mesmo tendo em conta razes de escolha racionais como preo e as marcas que conseguem criar empatia, vo mais longe. Nesta Era no se fala em 60, so 60 mil meios, a televiso j no tem a soberania, a luta pela conquista de ateno do consumidor feroz. No sabemos exactamente onde ele est e quando est, e por isso exige uma maior adaptao e dinamismo. O desafio maior, mas quando h envolvimento h uma tarefa cumprida. A base que se tm para esta Era j no (s) vender, envolver Ex: ser lder de opinio, fazer share, envolver-se com cliente (marketing relacional entre muitas mais formas de estabelecer elos de contacto). interessante perceber que actualmente estas trs Eras ainda existem e por vezes coexistem. Depende da pea publicitria que se est a tratas. Ex: Quando se est a trabalhar um anncio cujo objectivo meramente informativo, e o consumidor procura isso, a publicidade tem que lhe dar resposta, no significando por isso, que a agncia criativa ficou estagnado temporalmente na 1 Era.

Terminologiascriatividade[footnoteRef:3](criativo+-idade) [3: "criatividade", in Dicionrio Priberam da Lngua Portuguesa, 2008-2013,http://www.priberam.pt/dlpo/criatividade[consultado em 14-12-2013]]

substantivo feminino1.Capacidadedecriar,deinventar.2.Qualidadedequemtemideiasoriginais,dequemcriativo.3.[Lingustica]Capacidadequeofalantedeumalnguatemdecriarnovosenunciadossemqueostenhaouvidoouditoanteriormente.

criador || [footnoteRef:4] [4: "criador", in Dicionrio Priberam da Lngua Portuguesa, 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/criador [consultado em 14-12-2013]]

adjectivosubstantivo masculino1. Que d o ser; que cria; que produz.2. Inventivo; fecundo.3. O Ser supremo.4. Pessoa que se dedica indstria da criao dos animais domsticos, de touros, etc.

Conceito de ComunicaoA ideia que surge do exerccio de planeamento estratgico, que decorre de uma estratgia especificamente desenvolvida para uma marca, expressa atravs de um briefing e destinada ao grupo criativo para que este a transforme numa ideia criativa que dar origem a diversas execues criativas.Ideia CriativaA expresso de um determinado benefcio (de uma marca) feita de um modo envolvente e distintivo.Execuo CriativaO modo como a ideia se manifesta, como ela se apresenta. O seu papel ampliar a ideia. uma ideia sobre a ideia criativa. (No o modo como um anncio produzido)[footnoteRef:5] [5: Conceito de Comunicao, Ideia Criativa e Execuo Criativa so terminologias retiradas dos slides de apresentao power point (2013) do professor Miguel Velhinho na cadeira APEC (Atelier de Planeamento Estratgico da Comunicao), integrada na licenciatura de Publicidade e Marketing na Escola Superior de Comunicao.]

O que se considera criatividadeSob o ponto de vista cognitivoCriatividade uma designao atribuda a um conjunto de processos que procuram variaes num espao de conceitos de forma a obter novas e inditas formas de agrupamento. Em geral seleccionadas por valor (ou seja, possuem valor superior s estruturas j disponveis, quando consideradas separadamente). Podem tambm ter valor similar s coisas que j se dispunha antes mas representam reas inexploradas do espao conceitual (nunca usadas antes). Podemos tambm fazer um paralelismo ao Iceberg de Freud.[footnoteRef:6] [6: Freud props um modelo de iceberg para explicar o condicionamento das decises do ser humano. Em que havia trs plos, o que ficava visvel superfcie do Iceberg era a parte consciente, e a parte de maior dimenso, era a parte do iceberg submersa na gua. E por isso mesmo afirmava que o nosso comportamento era muito mais influenciado pelo nosso lado inconsciente.]

Sob o ponto de vista neurocientfico o conjunto de actividades executadas pelo crebro com intuito de encontrar padres que provoquem a identificao perceptual de novos objectos que, mesmo usando "pedaos" de estruturas perceptuais antigas, apresentem uma peculiar ressonncia, caracterizadora do "novo valioso", digno de ateno.

Sob o ponto de vista computacional o conjunto de processos cujo objectivo fundamental obter novas formas de estruturas conceituais e informacionais de modo a reduzir (em tamanho) a representao de novas informaes, atravs da formao de blocos coerentes e previamente inexistentes.

A OrigemFazendo uma alegoria em relao ao que acontecera no passado, quando no se h nada diferenciador o consumidor tem que optar pelo produto que produzido. Tudo o que se produzia era consumido, era a ptica de vendas a funcionar ao seu mais elevado nvel. Podem comprar os nossos carros na cor que quiserem desde que seja em preto. Henry Ford, 1920. O consumidor no possua poder de escolha e o produtor no se preocupava em ter em considerao as necessidades dos seus consumidores. A ideia base era produzir e de seguida tentar vender. O que actualmente acontece exactamente no processo inverso, e se assim no o for dificilmente a marca sobreviver no mercado.At aos anos 40 a comunicao do produto era realizada para o si mesma, realando-se as formidveis vantagens do produto e da marca, estando-se pouco interessando naquilo em que o consumidor pensava sobre. O papel do consumidor era tido como passivo e como tal a publicidade debruava-se na informao. O papel da publicidade era essencialmente informativo.

Ilustrao 1 Cartaz Publicitrio de modelo Ford. Informao com exausto.O boom econmico do ps-guerra fez surgir mais concorrncia, uma nova tendncia de mercado que fez disputar alteraes cada vez mais drsticas e irreversveis. A ptica da produo deixou de funcionar como outrora: havia mais opes de escolha em cada categoria de mercado, o consumidor comeou a poder escolher livremente entre marcas, o que obrigou de imediato os produtores a inclu-los no processo de produo.Os anos 50 ditam o incio do research: com o consumidor no centro da sua actividade, produzir para o consumidor, os produtores/fabricantes comeam a sentir necessidade cada vez maior de pesquisar (normalmente atravs das suas agncias de publicidade) e a testar os seus produtos em funo dos desejos e das necessidades do consumidor. No entanto, numa perspectiva de comunicao, esta ptica do consumidor ainda se encontrava em processo produtivo.

Ilustrao 2 Cartaz Publicitrio O nome do produto descritivo do mesmo[footnoteRef:7] [7: Evoluo menos informacional e voltada para o consumidor mas com pouca diferenciao. ptica pouco concorrencial.]

A publicidade limitava-se a sem embalada daquilo que era obtido com a pesquisa para desenvolver o produto. Era no entanto mais eficaz, no por mrito prprio mas porque o produto que se publicitava era resultado de uma pesquisa feita para o tornar mais relevante para um maior nmero de pessoas.At ao incio dos anos 60 acreditava-se que a eficcia e o sucesso da comunicao consistia basicamente em fazer memorizar a mensagem do produto. Nos anos 60 d-se uma Revoluo Criativa que alterar para sempre a maneira de como as marcas comunicam. O inspirador desta revoluo Bill Bernbach[footnoteRef:8], acreditava que a publicidade seria mais eficaz e geraria mais negcio se criasse uma ligao com o consumidor e o envolvesse no processo de comunicao. Bernbach olhava o consumidor, como no sendo passivo espera de receber uma mensagem, mas como contedo da mensagem a ponto de ser o seu nico influenciador. [8: Bill Bernbach era o director criativo e fundador da agncia de publicidade norte-americana DDB.]

Em 1965, um dos fundadores da agncia de publicidade BMP, Stanley Pollit decidiu criar uma nova funo dentro da sua agncia: algum com formao em research que trabalhasse em estreita colaborao com os executivos de contas pesquisando e filtrando informao relevante sobre os consumidores e os diversos mercados. O objectivo primordial de Pollit era obter um maior conhecimento sobre os consumidores de modo a estabelecer uma maior relao com eles que facilitasse o processo de persuaso comercial final da publicidade.Esta nova abordagem permitiu abrir o pensamento e emergi-lo com base nos objectivos finais de ligar marcas aos consumidores, cumprindo objectivos de comunicao, negcio, marketing, atravs de ideias revolucionadoras, diferenciadoras que criassem um impacto positivo e que inspirassem ideias criativas, para que assim se desse o Salto Criativo, entre a era Criativa e a nova era dos Criadores.

A origem da PublicidadeA publicidade como tcnica de comunicao emerge com fins comerciais e contedos persuasivos emerge com o capitalismo moderno, reflexo do desenvolvimento da economia industrial, cuja meta alcanar o consumo massivo.Com a modernidade nasce a publicidade como meio de comunicao. Como afirmou Joan A. Gonzlez Martin, com a modernidade que emerge o mito da liberdade.[footnoteRef:9] [9: GONZALEZ, Martin Joan Antonio, op. Cit., Madrid, 1996, p.402]

Se liberdade significa agir livremente, se se significa a coexistncia de diferentes ideias e opes, a publicidade significa informao sobre a diversidade de escolha entre diferente marcas, que se dirige a diferentes modos de vida. A necessidade de uma tcnica de comunicao:Numa organizao tradicional de economia artesanal, o produto trabalhava atravs de encomendas directas, pelo que existia um contacto pessoal entre o consumidor e o fabricante, sendo os bens individualizados e a produo limitada directamente s encomendas. Deste modelo, no existiam problemas de comunicao, logo a publicidade era intil.Com a passagem para uma economia industrial e de abundncia, a sociedade adquire novas caractersticas. Ao produtor coloca-se um problema: como dirigir-se a uma clientela cada vez mais annima, ao mesmo tempo que a concorrncia aumenta e os produtos comeam a tomar caractersticas de homogeneidade crescente, colocando-se em evidncia quer as suas qualidades quer os seus defeitos?Da a emergente necessidade de uma aco que valorizasse e diferenciasse os produtos idnticos, simultaneamente concorrente, e que estimulasse o consumidor compra.Segundo Joan Costa, a publicidade nasce com a passagem de uma economia de precariedade para uma economia de produo resultante da revoluo industrial e da energia artificial[footnoteRef:10] . Isto , a publicidade surge como resultados: [10: COSTA, Joan, op. Cit. , Madrid, 1992, p.16]

Da industrializao que aumenta a disponibilidade de bens de consumoDa livre concorrncia e estandardizao, que deixa o consumidor em presena de bens equivalentesDa concentrao urbana de trabalhadores, agora tambm consumidores.Imprensa: o primeiro suporte publicitrioCom o capitalismo nasce uma nova classe que vive do comrcio: a burguesia, que assume papel determinante na organizao social. Ao mesmo tempo, a natureza representativa do poder vai dando lugar s novas cincias jurdicas e de gesto, e a uma nova mobilidade de espao e mercado.De acordo com Adriano Duarte Rodrigues[footnoteRef:11], a partir do sculo XV que emerge a ideia de Estado como entendida gestora do mercado que necessita de tornar pblicos os produtos disponveis, os seus valores monetrios e as regras que regem a sua circulao. [11: RODRIGUES, Adriano Duarte, Estratgias da Comunicao, Editorial Presena, Lisboa, 1990, p.38]

Ao surgir nos finais do sc. XVII, a imprensa peridica, em virtude da sua grande fora ideolgica, tornou-se dependente do poder pblico, e por isso colocou-se ao servio da burocracia e do Estado. Correntes de opinio controversas e diferentes das do soberano formam-se nas sociedades e nos clubes privados emergentes, um conjunto de novos espaos sociais onde grupos de intelectuais e de indivduos da classe burgues do provas das suas ambies intelectuais. atravs desta opinio pblica que se constitui o direito inalienvel de formao de correntes pluralistas de uma razo separada da razo do Estado, e que floresce uma imprensa independente, que encontra na publicidade uma forma de assegurar essa autonomia.Em 1845,mile de Girardin, que acabara de lanar em Paris o jornal La Presse, formula o princpio moderno da relao imprensa/publicidade: devem ser os anncios a pagar os jornais. Para Bernad Cathelat, mrito de mile de Girardin foi o de estabelecer uma relao entre o aumento da tiragem e o acrscimo das inseres publicitrias que pagariam uma parte dos custos por exemplar[footnoteRef:12]. Da a existncia de uma relao directa entre um maior nmero de empresas interessadas em anunciar. [12: Cathelat, Bernard, Publicit et Societ, Paris, 1992, p.48]

O discurso publicitrio utilizado era ainda meramente operativo: um produto x a um preo y vende-se em tal parte. Verifica-se ento que no se verificam nenhuns contedos persuasivos, mas sim, meramente informativos, reflexo de um mercado deficitrio e aptico.

Outros Meios Na outra face de desenvolvimento industrial, a massa urbana de trabalhadores, em virtude de ideais socialistas, comea a tomar conscincia do seu meio envolvente. Os panfletrios que utilizam os muros e as paredes como suportes de afixao dos seus ideais passam a ter como concorrentes os pintores de cartazes, que, contratados pelas empresas, utilizam estes esmo suportes para divulgarem produtos e servios.Estes criadores de anncios, na maior parte das vezes pintores ou alunos de Belas Artes, tinham grande liberdade de criao (ao contrrio dos criativos actuais, que so obrigados a obedecer aos constrangimentos do marketing, leia-se do anunciante) e produziam autnticas obras de arte.O cartaz propunha muitas vezes ao pblico mais uma alegoria social que uma informao sobre um produto. Por vezes, este tinha na imagem um papel muito secundrio, a tal ponto de podermos questionar se estes cartazes eram peas publicitrias, refere-nos Genevive Cornu.[footnoteRef:13] [13: CORNU, Genevive, Smilogie de limage dans la publicite, Les d. dOrganization, Paris, 1990, p.30.]

De facto, o cartaz, ao possuir uma dimenso esttica, proporcionava ao artista a emergncia de formas de expresso inditas. Alguns cartazes transportavam para o seu interior o reflexo das perturbaes polticas e sociais da poca. Desta forma, no s se mobilizada a ateno ao destinatrio, incapaz de ficar indiferente mensagem, como se geravam fenmenos de identificao e cumplicidade com os valores transmitidos. Excertos retirado de.[footnoteRef:14] [14: VERSSIMO, Jorge (2001), Editora Minerva Coimbra A publicidade da Benetton: um discurso sobre o real, p. 19 -23]

Histria e evoluo da publicidade O incio da actividade publicitria perde-se na memria dos tempos. necessrio remontar Antiguidade Clssica para encontrar os primeiros vestgios, como testemunhavam as tabuletas descobertas em Pompeia, onde alm de anunciarem combates de gladiadores, faziam referncias a diversas casas de banhos existentes na cidade. Porm, nessa altura, a publicidade era sobretudo oral, feita atravs dos pregoeiros, que anunciavam as vendas de escravos, gado e outros produtos, gabando-lhes as virtudes. Etapa que se prolongou at idade mdia.[footnoteRef:15] [15: LAMPREIA, J. Martins (1983), Editora Editorial Presena A Publicidade Moderna, pg. 19]

Creative Strategy Imagens ilustrativas de diferentes pensamentos publicitrios

Ilustrao 3 Caminho Criativo 1983Posicionamento da Batata: Conveno Os Americanos consideram as batatas como alimento que engorda e pouco saudvel. Insight Pessoas gostam mais de batatas (sendo elas tambm um vegetal) que outro vegetal; Disrupo: Chamar s batatas Americas Favorite Vegetable.

Ilustrao 4 Cartaz a apelar s marcas de Renome

Ilustrao 5 Percepo de Necessidade e apresentao de SoluoTeoria general de la Publicidade Anlise de Anncios de Publicidade

Ilustrao 6 Nova Abordagem Criativa de uma Banco - Barclays

Ilustrao 7 Nestl Ser a 1 Marca forma de individualizar o produto

Ilustrao 8 United Colors of Benetton - Disrupo

Ilustrao 9 Audcia do Criativo a melhor forma de atingir os objectivos do anunciante

Ilustrao 10 Michelin - marca de sucessoMichelin uma marca de sucesso que j na data do seu surgimento pensou num conceito inovador, uma mascote em forma de pneus e no um uma descrio de produto.

Ilustrao 11 MercedesAnncio que traduzia os estilos de vida e como estes se organizavam em torno das marcas. Ilustrao 12 Coca ColaMarca que se integra nos hbitos Culturais da Sociedade. O anncio ilustra tentativas de novas abordagens que no sejam simplesmente a exposio e explicao do produto. Coca Cola a marca ligada felicidade que desde tempo remotos trabalha essa abordagem como se v na mensagem do anncio - Hes coming home tomorrow e como tal a personagem quer deixar o seu marido feliz com Coca Cola.

Ilustrao 13 Federopticos Uma nova perspectiva de publicidade importante usar o humor e criar empatia entre a publicidade de uma marca e o seu consumidor. Neste caso foi algo de sucesso, uma vez que cria uma ideia de descontinuidade do que seria esperado ver neste tipo de anncio.

Conceito de publicidadeA princpio, a palavra publicidade designava o acto de divulgar, de tornar pblico. Teve origem no latim publicus (que significava pblico), dando origem ao termo publicit, em lngua francesa. Rabaa e Barbosa identificaram o seu uso, pela primeira vez em lngua moderna, no dicionrio da Academia Francesa, em sentido jurdico. O termo publicit referia-se publicao (afixao) ou leitura de leis, ditos, ordenaes e julgamentos. Posteriormente, o termo publicidade perdeu o seu sentido ligado a assuntos jurdicos e adquiriu, no sculo XIX, o significado comercial: Qualquer forma de divulgao de produtos ou servios, atravs de anncios geralmente pagos e veiculados sob a responsabilidade de um anunciante identificado, com objectivos de interesse comercial. Ao longo do tempo a publicidade teve diversas conceituaes. A clssica histria do cego pedinte na ponte do Brooklin contada por Leduc para justificar a definio de publicidade como a verdade bem dita (, na realidade, o slogan da agncia americana McCann Erikson): em uma manh de primavera, um pedestre, ao atravessar aquela ponte, pra diante de um mendigo que em vo estendia seu chapu indiferena geral. Num cartaz, esta inscrio: sou cego de nascena. Emocionado por este espectculo, d a sua esmola e, sem nada dizer, vira o cartaz e nele rabisca algumas palavras. Depois afasta-se. Voltando no dia seguinte, encontra o mendigo transformado e encantado, que lhe pergunta por que, de repente, o seu chapu se enchera daquela maneira. simples, responde o homem, eu apenas virei o seu cartaz e nele escrevi: primavera e eu no a vejo. A definio de publicidade dada por Malanga : conjunto de tcnicas de aco colectiva no sentido de promover o lucro de uma actividade comercial conquistando, aumentando e mantendo clientes. Recentemente, com o advento da era industrial, a concentrao econmica e a produo em massa trouxeram como consequncia a necessidade de aumentar o consumo dos bens produzidos. Para atender a esta necessidade, as tcnicas publicitrias foram se aperfeioando. A publicidade tornou-se mais persuasiva, perdendo o sentido inicial, de carcter exclusivamente informativo.[footnoteRef:16] [16: http://www.eloamuniz.com.br/arquivos/1188171156.pdf por Elo Muniz - Consultoria em Comunicao, Publicado no Caderno Universitrio, N 148, Canoas, Ed. ULBRA, 2004.]

possvel encontrar sinais de formas de publicidade nas civilizaes egpcias e gregas. Nessa altura eram utilizadas as pinturas em muros ou rochas de forma a dar a conhecer os produtos, com a incluso de mensagens de vendas. Para alm destas pinturas eram utilizados panfletos publicitrios. Ainda no existia a imprensa jornalstica e assim eram feitos no sculo XV e XVI panfletos publicitrios que eram acompanhados por pinturas em muros de forma a dar a conhecer os produtos. Podem ser encontradas estas formas de publicidade (pinturas) na sia, frica e Amrica do Sul. Com o surgimento dos jornais, em Inglaterra, estes comearam a ser utilizados como meio publicitrio, sendo feita a promoo de livros e jornais, como patrocinadores destes jornais. Tambm comea a surgir a primeira propaganda enganosa, com referncia a entrega de servios para os quais as pessoas no estavam qual qualificadas e a primeira preocupao em defender o consumidor deste tipo de publicidade.A Revoluo Industrial foi um ponto de viragem na histria. O aumento da produo, a criao de novas empresas e indstrias, aumentou a quantidade de produtos a circularem no mercado. Por outro lado, seguiu-se o incio da exploso demogrfica, com um aumento do nmero de consumidores potenciais. Com o desenvolvimento da economia tambm cresce o mercado publicitrio, com a utilizao de jornais para a publicao de anncios. Em 1841 surge a primeira Agncia de Publicidade e Propaganda. Foi criada por Volney Palmer em Boston. Com o desenvolvimento das novas tecnologias, estas foram gradualmente sendo utilizadas para divulgar anncios publicitrios. Na dcada de 20 surge o rdio e uma nova forma de comunicao. Os equipamentos inicialmente eram muito rudimentares, mas foram sendo construdas estaes de rdio por cada vez mais instituies que os utilizavam para fazer divulgar informaes relativas s mesmas instituies. Com o aumento das estaes de rdio comeam a surgir o patrocnio a programas, sendo as empresas ou produtos anunciados no programa. Como foi uma prtica que ganhou popularidade, as estaes de rdio comearam a cobrar para anunciar as empresas ou produtos. Quando surge a televiso acaba por ocorrer o mesmo, sendo actualmente a televiso um dos maiores meios de publicidade em qualquer economia.[footnoteRef:17] [17: http://www.jn.pt/blogs/tiagosilva/archive/2008/07/07/hist-243-ria-da-publicidade.aspx in JN Blog por Tiago Silva segunda-feira, 7 de Julho de 2008 2:59 ]

Publicidade e Economia moderna O seu surgimento ocorreu em meados do sc. XIX, portanto, aps o incio da revoluo industrial. A publicidade era considerada mero convite oferta (invitatio ad offerendum), o que significa dizer, que no vinculava o fornecedor pois, para a concretizao do negcio o consumidor, atrado pela publicidade, deveria comparecer ao estabelecimento e apresentar uma oferta, que seria ou no aceita pelo fornecedor.A Industrializao trouxe a massificao do consumo o que implica despersonalizao do mercado, ou seja, compradores e vendedores tornaram-se desconhecidos. A publicidade perde o carcter individualista e passa a ser endereada colectividade. A relao de confiana no acompanha mais a relao de consumo como nos tempos pr-industrial.A relao de consumo na sociedade pr-industrial, onde se produzia de forma manufacturada e por isso em baixa escala, no exigia esforo excessivo do fabricante para a colocao de produtos no mercado. O sculo XIX um marco de profundas mudanas sociais e econmicas que sucederam a revoluo industrial. A publicidade surgiu como um fenmeno econmico e social era basicamente uma comunicao informativa entre vendedor e comprador e, sendo a relao entre eles fundada no conhecimento pessoal e na confiana que reflectia o conceito de seriedade e honestidade de que desfrutava o vendedor e assumia um carcter de garantia de qualidade da mercadoria e convenincia de sua aquisio.Devido produo em srie, decorrncia da revoluo industrial, o consumo, um fenmeno universal, tornou-se massificado, ou seja, as relaes de mercado se despersonalizaram, a produo que era destinada a um indivduo em especial estendeu-se a toda a colectividade. Por conseguinte a publicidade tornou-se destinada massa de consumidores e, sendo as ofertas veiculadas simultaneamente para milhes de pessoas.[footnoteRef:18] [18: http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/24203-24205-1-PB.htm por Davi Severino dos Santos empresrio, bacharel em Direito, ps-graduado em Gerenciamento de Micro e Pequenas Empresas, Direito Empresarial e Direito Trabalhista e Previdencirio.]

A Revoluo Industrial e o seu impacto na PublicidadeA substituio das ferramentas pelas mquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produo domstico pelo sistema fabril constituiu a Revoluo Industrial; revoluo, em funo do enorme impacto sobre a estrutura da sociedade, num processo de transformao acompanhado por notvel evoluo tecnolgica.A Revoluo Industrial aconteceu na Inglaterra na segunda metade do sculo XVIII e encerrou a transio entre feudalismo e capitalismo, a fase de acumulao primitiva de capitais e de preponderncia do capital mercantil sobre a produo.Com a Revoluo Industrial, a qualidade das relaes de trabalho no ambiente manufactureiro transformou-se sensivelmente. Antes, os artesos agrupavam-se no ambiente da corporao de ofcio para produzirem os produtos manufacturados. Todos os artesos dominavam integralmente as etapas do processo de produo de um determinado produto. Dessa forma, o trabalhador era ciente do valor, do tempo gasto e da habilidade requerida na fabricao de certo produto. Ou seja, ele sabia qual o valor do bem por ele produzido.As inovaes tecnolgicas oferecidas, principalmente a partir do sculo XVIII, proporcionaram maior velocidade ao processo de transformaes da matria-prima. Novas mquinas automatizadas, geralmente movidas pela tecnologia do motor a vapor, foram responsveis por esse tipo de melhoria. No entanto, alm de acelerar processos e reduzir custos, as mquinas tambm transformaram as relaes de trabalho no meio fabril. Os trabalhadores passaram por um processo de especializao de sua mo-de-obra, assim s tinham responsabilidade e domnio sob uma nica parte do processo industrial. Dessa maneira, o trabalhador no tinha mais cincia do valor da riqueza por ele produzida. Ele passou a receber um salrio pelo qual era pago para exercer uma determinada funo que, nem sempre, correspondia ao valor daquilo que ele era capaz de produzir. Esse tipo de mudana tambm s foi possvel porque a prpria formao de uma classe burguesa munida de um grande acmulo de capitais comeou a controlar os meios de produo da economia.O capitalismo no sculo XIX estava baseado quase exclusivamente na produo de bens de primeira necessidade. A produo era macia e crescente, mas no havia consumidores em condies de absorver todos aqueles produtos. Esse desequilbrio entre produo e demanda gerou uma grande crise, reflectida na fase depressiva iniciada em 1929. Era preciso, portanto, criar um mercado de consumo compatvel, o consumo de massa. Da a importncia, nas dcadas de 20 e 30, da publicidade.No decorrer das dcadas, as necessidades de prestgio e status do consumidor passaram a no ser mais supridas pelos artigos produzidos em srie. Este consumidor passou a exigir que os produtos fossem constantemente renovados e diferenciados. Iniciou-se um grande processo de competitividade procura por novos mercados, pautados na segmentao de produtos e, consequentemente, de pblicos. Na busca por tornar o produto personalizado e superar a crise dos anos 80, surge o sistema de imagens de marca. A partir de ento, o produto passou a no estar mais em evidncia e sim o cliente, com quem passou a ser fundamental manter um relacionamento contnuo.Esse consumidor, porm, no s est mais selectivo e exigente, como tambm est mais crtico e consciente. O prprio consumo, a simbologia das marcas e o contedo da publicidade so hoje pontos questionados constantemente.

Ilustrao 14 Ideia Disruptiva. Incio de uma nova EraO Mercado global de Publicidade: Desafios para o sucesso.O incio do perodo ps-moderno foi marcado por algumas mudanas profundas no comportamento do consumidor e principalmente na forma de se comunicar com eles. Os surgimentos dos mdias de massa contriburam tanto para o crescimento das vendas, que a publicidade chegou a ser considerada como algo imprescindvel e o mais perfeito diferencial mercadolgico. A comunicao de massa foi to representativa que criou um ambiente voltado para o simulacro, permitindo, facilmente o despertar do desejo por um determinado produto ou servio.No entanto, o desenvolvimento desta forma de comunicao no brilhou e no brilha s.No se deve esquecer os estudos que maximizaram a produo industrial, que visavam o desenvolvimento organizacional e as aces de gesto de pessoas que valorizavam e criaram ambientes propcios para a produo. Isto acontece por ser a parte que o consumidor v. Praticamente impossvel, hoje, ganhar clientes apenas atravs da publicidade e no tendo um bom produto como foi feito no incio das actividades a partir da segunda metade do sculo passado. A publicidade destaca os valores da marca e, para isto, preciso ter um conjunto e uma base bem preparada para ofertar algo que satisfaa as necessidades dos consumidores. A verdade que as empresas no podem mais actuar da mesma forma que h 30 anos atrs. preciso estudar o mercado como um todo e principalmente a condio e o comportamento do consumidor que bastante voltil. A comunicao integrada est mais presente nas organizaes e o resultado disso certamente est mais prximo ao sucesso. A necessidade de expanso das empresas no mercado mundial teve na comunicao publicitria um elemento-chave para a divulgao de produtos e servios. Assim, a necessidade de traar estratgias globais de comunicao para diferentes mercados numa linguagem nica de fcil assimilao por culturas diferentes tornou-se fundamental entre as agncias de publicidade e essas grandes empresas. O objectivo promover o crescimento e sustentao nesses novos mercados. Independente do tipo de comunicao com alto ou baixo contexto, as campanhas publicitrias globais esbarram na influncia da cultura sobre o comportamento do consumidor. Se os comportamentos fossem independentes das culturas nas quais os consumidores esto imersos, seria possvel defender a ideia de globalizao. A grande dificuldade que existe para as estratgias de comunicao das grandes corporaes multinacionais se do por esse fato. Trabalhar elementos comuns para as campanhas publicitrias, so um grande desafio a ser vencido, principalmente para as agncias de publicidade. As estratgias de comunicao devem ser pensadas aps um estudo minucioso do mercado, e a adaptao da comunicao e cultura a cada pas.As campanhas publicitrias tm buscado uma linguagem adaptada de acordo com as caractersticas regionais de cada pas e vem trabalhando o conceito de globalizao, ou seja, as adaptaes do global ao nacional/local no mbito interno das empresas/corporaes.[footnoteRef:19] [19: http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Revolu%C3%A7%C3%A3o-Industrial/31448809.html - Histria revoluo industrial - Enviado por Mayaramsz, Julho 2013 ]

DisrupoO termo disrupo vem associado ideia de mudana, tendo por isso como objectivo criar uma nova viso (ou ampliar a viso actual) que existe sobre uma marca, sobre um produto/servio ou sobre uma categoria de produtos/servios. A necessidade disruptiva de criar uma nova viso advm do facto de a marca cair no esquecimento, ou estar equiparada a outras. No conseguir se Auto salientar. E para voltar a entrar no radar dos consumidores, necessrio que se origine esta disrupo. As marcas lutam diariamente num mercado feroz pela luta de um espao na menta do consumidor, tido como seu (posicionamento), e para que isso acontea, necessrio que a marca seduza o consumidor, que lhe diga algo nico e importante. Se essa tarefa for cumprida evitar-se- que haja transferncia dos consumidores para outras opes concorrentes. Por vezes a disrupo no uma meta para aumentar quota de mercado, por vezes significa para as marcas sobrevivncia. Vivemos num mundo hipercompetitivo onde em vez de procurarmos uma vantagem sustentada no tempo, devemos antes focarmo-nos em desenvolver uma srie de vantagens temporrias Richard DAveni, Hipercompetio. Dick Fosbury era um saltador em altura norte-americano que, farto de tentar quebrar o recorde de Brumel, decidiu criar uma outra tcnica de salto. A disrupo por vezes sinnimo de sucesso em vrias reas, muitas delas nem so suspeitas como a publicidade, caso disso foi o atleta Fosbury que criou uma disrupo. Embora nunca tenha batido o recorde de Valeri Brumel, criou uma descontinuidade que elevou o salto em altura para outra dimenso. A partir de Fosbury os recordes sucederam-se e hoje o recorde mundial aparentemente imbatvel de Brumel, batido em 17 cm. Record actual 2,45m por Javier Sottomayor em 1993.

Ilustrao 15 - Atleta FosburyAdeus criativos, ol Criadores Comemos por serinformadores.Informvamos as pessoas de que existiam produtos feitos para elas e explicvamos as vantagens de os comprar. Para o pacato cidado era o nirvana. Se queria leite, escusava de comprar vacas, de as tratar, dar um tecto, alimentar e ordenhar, para que os seus filhos pudessem ter ossos rijos e um bigode de leite. S a ideia de levar produtos j prontos para as suas cozinhas deixava as pessoas to felizes, que pouco mais precisvamos de fazer.Quer leite? Olhe ele aqui, como se tivesse acabado de sair do estbulo; quer um bolo? Basta juntar ovos e gua; quer emagrecer? Em vez de comer um doce, fume antes um cigarro (o questionvel Reach for a Lucky instead of a sweet). Esta poca durou 100 anos. Dos anos 1860 at aos anos 1960.Depois, fomoscriativos.Dcadas de publicidade informativa convenceram as pessoas de que aqueles produtos mereciam entrar em suas casas. A fase a seguir era lev-las a escolher o produto da nossa marca, em vez da marca vizinha. Informar dava o lugar a cativar. No quer dizer que a informao desaparecesse. Passava simplesmente a actriz secundria. Mas como cativar algum no um processo lgico, precisvamos de serartsticos(dito por Bill Bernbach, talvez o criativo que mais criativos influenciou). Recorramos, ento, s ideias criativas. Ideias parecidas com as outras ideias, mas com uma particularidade: seremoriginais.Assim, se eu tivesse a ideia de ir beber um caf com uma amiga e pedisse o Caf de Colmbia (famosa campanha dos anos 1960), era como se o caf me fosse servido por um fazendeiro de chapu de palha, acompanhado por um burrico. Pitoresco. Ir beber um caf uma ideia. Ir beber um caf servido por um fazendeiro colombiano genuno uma ideiacriativa. Apenas porque no suposto acontecer. Surpreende-nos e, por isso mesmo, cativa-nos. A mesma coisa acontecia quando se dizia que, quem comprasse um Volvo, podia conduzi-lo como se o odiasse (Drive it like you hate it, campanha de 1963 da agncia Carl Ally). Esta forma de pensar dominou 40 anos. Dos anos sessenta at ao fim do sculo.Depois de informadores e criativos, entrmos na era doscriadores.Ser criativo continua a ser til, mas j no a cena. secundrio. No que esteja errado ou seja mau. Continua a ser muito importante. Continua a ter valor. Continua a ser o que mais se v. S que j no chega. Ser criativo criarinsights, conceitos e ideias criativas solues para problemas de comunicao. Ser criador criar mundos solues para problemas da natureza humana. O objectivo mais ambicioso. A escala maior. A complexidade diferentepara muitssimo mais.Se a misso dosinformadoresfoi dar informao s pessoas sobre produtos, para que estas os levassem para casa; e se a misso doscriativosfoi lev-las a escolher as marcas de produtos que levavam para casa, a misso doscriadoresvai no sentido oposto: aqui quer-se criar ascasas das marcaspara que as pessoas vo l visit-las.Quem cria mundos so os deuses, diz a mitologia. Pelo que o nosso humilde objectivo passa a ser fazer de deus. No deus-Deus, masdeus. No o criador de todas as coisas visveis e invisveis, mas o criador de todas as coisas... da marca. Quem ela , de onde vem, onde vive, por onde anda, o que que a move, que histria tem, o que diz, o que pensa, o que fez, do que gosta, com quem se d, que reaces provoca e, claro, que produtos tem.Puxa muito mais pelo crebro. Cria muito mais problemas. Envolve muito mais pessoas. Consome muito mais tempo. E exactamente por isso que mais interessante: porque muito mais. E por comparao com a criao de mundos, a maioria do trabalho que se faz hoje fica a parecermuito menos.No que isto seja propriamente novo. Qualquer escritor ou argumentista o faz. Chama-se fico. Tambm no que seja propriamente novo para as marcas. Walt Disney foi o precursor deste caminho quando inaugurou a Disneylndia em 1955. O que verdadeiramente novo este caminho passar a ser o caminho que as marcas esto, progressivamente, a tomar e no apenas a excentricidade de um gnio com uma obsesso por patos e ratos.Estamos a falar de um processo de construo de realidades.A maioria das pessoas intitula-se realista por oposio a algum que vive nas nuvens e que chamada de irrealista. Mas a realidade actual foi construda por pessoas que imaginaram realismos que no existiam na sua altura. A nossa realidade no existe porque existe. Existe porque foi assim construda. Paragens de autocarro, telefones, sarjetas, postes de iluminao, Internet, Playstation, touch screen, culos de massa, festivais de vero. Tudo isso foi irrealista um dia e realista hoje.Nesse sentido, os criadores de marcas tm de ser irrealistas. Mas como uma palavra altamente negativa, vamos chamar-lhes antesmulti-realistas.Enquanto a maioria das pessoas vive com a realidade que lhe deram, os criadores no esto limitados a esta realidade. Na sua misso de criao de mundos de marcas, jogam em vrios tabuleiros ao mesmo tempo. Neste, onde a realidade lhes imposta, e em muitos outros, onde a realidade construda por eles, para servir de habitat s marcas que as encomendaram.Ser multi-realista implica passar muito tempo mental numa realidade ainda inexistente, a inject-la de realismo para que as pessoas se sintam cativadas pela sua intrigante coerncia e adoptem a marca. O que significa que vai passar longas temporadas da sua vida em realidades que so diferentes da verdadeira, para que um dia, a realidade por si criada seja sentida como sendo to verdadeira como a verdadeira. E passe a ser verdadeira.Confuso? Bem-vindo ao peculiar mundo da criao de marcas no sculo XXI.[footnoteRef:20] [20: http://buzzmedia.controlinveste.pt/artigos-de-opiniao/78/ricardo-miranda/adeus-criativos-ola-criadores por Ricardo Miranda - brand voice concept creator na BRANDIA CENTRAL, texto: Adeus criativos, ol criadores 08 de Outubro de 2013 s 11:28:43]

ConclusoEm suma, pode-se afirmar que o seminrio, pela sua dinmica e interactividade foi deveras muito interessante quer do ponto de vista ldico, na medida em que envolveu a plateia por um tema que por si s j era cativante, mas tambm pelo facto de ter sido esclarecedor no que toca a abordagens a pensamentos e conceitos publicitrios sobre produtos e marcas de Eras passadas. Tornando cada ouvinte da plateia mais familiarizado e ntimo do mundo da publicidade, fazendo transparecer que a histria da Publicidade tambm a nossa histria enquanto futuros publicitrios.Este seminrio foi muito enriquecedor para se compreender como se processa todo um pensamento publicitrio luz da poca e como o consumidor visto e retratado pela publicidade. Tudo isto para nos fazer dar um salto entre o presente e o futuro, deixando de sermos simples criativos (que por si s j extremamente complexo), para passarmos a ser criadores. Como afirmava o Dr Ricardo Miranda Ser criativo continua a ser til, mas j no a cena. secundrio. Continua a ser muito importante e a ter valor. Continua a ser o que mais se v. S que j no chega. Ser criativo criarinsights, conceitos e ideias criativas solues para problemas de comunicao. Ser criador criar mundos solues para problemas da natureza humana. O objectivo mais ambicioso. A escala maior. A complexidade diferentepara muitssimo mais. Devemos pensar numa Era em que a competitividade cada vez maior e nunca nos podemos dar por satisfeitos, porque o futuro incerto, incluindo o futuro das marcas e o futuro da prpria publicidade. Para solucionar este paradigma cabe a cada um ser o seu criador, possibilitar criaes com base na criatividade e na ambio de tornar um mundo apetecvel.

BibliografiaVERSSIMO, Jorge (2001), Editora Minerva Coimbra A publicidade da Benetton: um discurso sobre o real.MARTN, Juan (1996), Editora Fondo de Cultura Econmica Teoria general de la publicidadeJEWLER, A. Jerome (1989), Editora Wadsworth Publishing Company Creative Strategy in AdverstisingLAMPREIA, J. Martins (1983), Editora Editorial Presena A Publicidade ModernaRODRIGUES, Adriano Duarte, Estratgias da Comunicao, Editorial Presena, Lisboa, 1990, p.38VELHINHO, Miguel, apresentao power point (2013) Planeamento Estratgico de Comunicao

VideografiaWEINER, Matthew (2007), Emissora Original AMC - Mad Men Srie Televisiva americana

Webgrafiahttp://www.priberam.pt/dlpo/criatividadehttp://www.intelliwise.com/seminars/criativi.htmhttp://www.eloamuniz.com.br/arquivos/1188171156.pdfhttp://www.slingshot.online.pt/historia-da-publicidade-slingshotonlinept http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/24203-24205-1-PB.htm http://www.jn.pt/blogs/tiagosilva/archive/2008/07/07/hist-243-ria-da-publicidade.aspx http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Revolu%C3%A7%C3%A3o-Industrial/31448809.htmlhttp://buzzmedia.controlinveste.pt/artigos-de-opiniao/78/ricardo-miranda/adeus-criativos-ola-criadoreshttp://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/a-Revolu%C3%A7%C3%A3o-Industrial-e-Seu-Impacto/25550.html

Pesquisa e Recolha de informao realizada de 07 de Dezembro 2013 at 15 de Dezembro de 2013

AnexosProcessamento das etapas de elaborao visuais para a construo de um cartaz para um automvel.

Ilustrao 16 1 Rascunho

Ilustrao 17 2 rascunho

Ilustrao 18 3 Rascunho

Ilustrao 19 4 Etapa - Resultado FinalAinda hoje os layouts deste tipo de publicidade se mantm assim, o que extremamente cansativo. No transpe a era Criativa nem da Criao. O esquema Vertical mantm-se, headline, imagem do carro, e logotipo no canto. O esquema abaixo representado, ainda prevalece.

Ilustrao 20 Esquema de Layout de um Carro Para ilustrar este esquema exemplifico abaixo com anncios reais.

Ilustrao 21 Honda Anncio

Ilustrao 22 Subaru Anncio Ilustrao 23 Esquema de como se processa o anncio de televiso para o detergente Fantastik

Ilustrao 24 Esquema de dilogo para gravao de anncio da Rdio nos anos 601